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1Revista Plasticultura • Set/Out • Ciência Agrícola para o produtor rural

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3Revista Plasticultura • Set/Out • Ciência Agrícola para o produtor rural

CONSELHO EDITORIALPresidente Antonio Bliska JúniorPresidente Antonio Bliska JúniorPresidente Antonio Bliska JúniorPresidente Antonio Bliska JúniorPresidente Antonio Bliska Júnior

Feagri/[email protected]

Keigo MinamiKeigo MinamiKeigo MinamiKeigo MinamiKeigo MinamiESALQ (USP)

Juan Carlos DiazJuan Carlos DiazJuan Carlos DiazJuan Carlos DiazJuan Carlos DiazUniversidade Geórgia - EUA

Fernando TombolatoFernando TombolatoFernando TombolatoFernando TombolatoFernando TombolatoInstituto Agronômico de Campinas

Gilberto FigueiredoGilberto FigueiredoGilberto FigueiredoGilberto FigueiredoGilberto FigueiredoCati-S.A.A.-SP

Adriana Luzia PontesAdriana Luzia PontesAdriana Luzia PontesAdriana Luzia PontesAdriana Luzia PontesSementes Feltrin e ABCSEM

Marcelo CapelletoMarcelo CapelletoMarcelo CapelletoMarcelo CapelletoMarcelo CapelletoAgrolynk

Wellington MarryWellington MarryWellington MarryWellington MarryWellington MarryU.F.R. R.J.

COLABORADORESRogério VeraRogério VeraRogério VeraRogério VeraRogério Vera

Mercado de Flores (Ceasa Campinas)Jorge Luiz Barcelos OliveiraJorge Luiz Barcelos OliveiraJorge Luiz Barcelos OliveiraJorge Luiz Barcelos OliveiraJorge Luiz Barcelos Oliveira

U.F. Sta. CatarinaAtelene Normann KämpfAtelene Normann KämpfAtelene Normann KämpfAtelene Normann KämpfAtelene Normann KämpfConsultora em Substratos

Augusto AkiAugusto AkiAugusto AkiAugusto AkiAugusto AkiConsultor de Marketing

Vanda BuenoVanda BuenoVanda BuenoVanda BuenoVanda BuenoUniversidade Federal de Lavras

JORNALISMOJornalista responsável:Jornalista responsável:Jornalista responsável:Jornalista responsável:Jornalista responsável:

Marlene Simarelli - Mtb 13.593ArtCom Assessoria de Comunicação

[email protected]çãoRedaçãoRedaçãoRedaçãoRedação:

Isabella Monteiro, Marlene Simarelli eLarissa Stracci

Fotos: Fotos: Fotos: Fotos: Fotos: Nelson Chinália e João PrudenteEditoração:Editoração:Editoração:Editoração:Editoração:

be.érre [email protected]

Revisão:Revisão:Revisão:Revisão:Revisão:Maria Angela M. Silva

Criação:Criação:Criação:Criação:Criação:Patrícia Soraya Lagoeiro

COMERCIALDeltacom Comunicações LTDAR. Ubatã, 757, Campinas- SP

Cep: 13098-344 • Tel: 19 [email protected]

APOIO OPERACIONAL:APOIO OPERACIONAL:APOIO OPERACIONAL:APOIO OPERACIONAL:APOIO OPERACIONAL:Alexandre Matheus Bliska e

Ana Maria Gordon

IMPRESSÃO:Gráfica Mundo

www.graficamundo.com.br

www.revistaplasticultura.com.brwww.revistaplasticultura.com.brwww.revistaplasticultura.com.brwww.revistaplasticultura.com.brwww.revistaplasticultura.com.br

EDITORIAL

A partir desta edição a RevistaPlasticultura inicia uma parceria com umdos sites mais prestigiados na Internet vol-tado para o setor agrícola. Trata-se doToda Fruta, idealizado por uma das maio-res autoridades no assunto, o dr. CarlosRuggiero da Unesp de Jaboticabal. Comessa parceria vamos disponibilizar maté-rias na web e teremos em reciprocidadenovas fontes e informações a respeito dafruticultura brasileira. Apenas a título deilustração, lembramos que o prof. Ruggieroé figura singular do meio acadêmico, cujoconhecimento ultrapassa muito o merocampo de atuaçãoem fruticultura. Embreveconversa no ultimo dia 29 de agosto, pu-demos compartilhar de sua capacidade deanálise do cenário rural brasileiro ao des-tacar a calamitosa ausência dos meios ci-entíficos em um debate mais abrangentedo código florestal brasileiro ou a defasa-gem na grade da educação dos estudan-tes de ciências agrícolas.

Outro assunto que merece destaqueneste espaço é quanto à falta deconscientização (e ação) por parte dosprodutores na defesa e valorização de seumercado. Desde a criação do Plano Real,apenas para termos como referência e nãovoltarmos ainda mais na linha do tempo,os produtos hortícolas estão com seus pre-ços estagnados. Nesse período todos oscomponentes do processo produtivo eseus insumos tiveram seus valoresmajorados. Numa aritmética simples, setudo subiu e o preço final não, a conta foipaga pelo produtor. Mas quem neste paísdefende o produtor? A dita frente ruralistano congresso defende o agronegócio por-que esse faz parte do dia a dia de muitosparlamentares com vastas plantações desoja. Mas não vejo produtores lobistas cui-dando dos interesses da horticultura.

Felizmente existem exceções à regra.Raras como a iniciativa da associação dasdoceiras de Pelotas e dos produtores decafé na Região Norte do Paraná que apre-sentaram ao INPI pedidos de registro deindicação geográfica para a proteção deseus produtos. As doceiras indicaram

EXPEDIENTE

Foto de capa: Acervo ABJ

ÍNDICE

dezesseis tipos de doces mais tradicionaise a associação paranaense conta com umatradição que começou com plantação decafé em 1927. De acordo com a presidenteda associação das doceiras de Pelotas,Izabel Louzada, na metodologia de elabo-ração dos doces, foram levadas em contaas características tradicionais e a questãoda segurança alimentar.Segundo a coorde-nadora-geral de Outros Registros do INPI,Maria Calliari, em termos de documentação,este é o primeiro pedido de indicação geo-gráfica que apresenta dezesseis regulamen-tos de uso. A associação dos produtores daRegião Norte do Paraná, segundo seu re-presentante Odemir Capello, é constituídade 300 produtores, responsáveis por 50%do café cultivado no Paraná. Para o reco-nhecimento do produto da região, conta-secom as características diferenciadas de fa-bricação e a longa tradição de cultivo.

Finalmente, para comentar o conteúdodesta edição da Revista Plasticultura, des-tacamos a entrevista da Secretária da Agri-cultura de São Paulo, que recém iniciou suajornada à frente da pasta deste Estado queresponde pelas importantes produções emcitrus, cana, reflorestamento mas que teminúmeras outras atividades a requerer aatenção da Secretária. Voltamos a falar,com a matéria da Profa. Vanda Bueno, dapraga Tuta absoluta na cultura do tomate.Na seção substratos o especialista JoséTaveira discorre sobre a importância dasproriedades físicas dos materiais utilizadosna substituição do solo.Na matéria de capaabordamos o uso e as inovações domulching, já conhecido dos produtores,mas que ainda é pouco usado face ao seusbenefícios. Por último, recomendamos aleitura da matéria especial sobre os 100anos da Imigração Holandesa ao Brasil.Aqui, a saga desses quase anônimos he-róis é mostrada pela sua contribuição aosdiversos segmentos da agricultura brasilei-ra. Como maior exemplo, a floricultura, quese desenvolveu em função do conhecimen-to, trabalho, criatividade e tenacidade des-ses europeus que escolheram nosso paíspara viver e criar seus filhos. Boa leitura.

Parceria para melhor atender o produtor

44444 Produtor77777 Site Recomendado88888 Pragas e doenças1111111111 Livros12 12 12 12 12 Substrato

1616161616 Reportagem de Capa2121212121 Colunista2222222222 Meio Ambiente24 24 24 24 24 Nutrição

2626262626 Entrevista28 28 28 28 28 Estufa3030303030 ABCSEM3232323232 Empresas

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PRODUTOR

Fruta boa tem preço e mercadoMarlene Simarelli

T Revista Plasticultura: Suas frutas estão Suas frutas estão Suas frutas estão Suas frutas estão Suas frutas estãoem diversas redes de varejo em dife-em diversas redes de varejo em dife-em diversas redes de varejo em dife-em diversas redes de varejo em dife-em diversas redes de varejo em dife-rentes Estados. O mercado internorentes Estados. O mercado internorentes Estados. O mercado internorentes Estados. O mercado internorentes Estados. O mercado internoestá aquecido para frutas?está aquecido para frutas?está aquecido para frutas?está aquecido para frutas?está aquecido para frutas?Antonio Roberto Losqui: Antonio Roberto Losqui: Antonio Roberto Losqui: Antonio Roberto Losqui: Antonio Roberto Losqui: O mercado in-terno sempre está aquecido para frutasde qualidade, independentemente daépoca, porque quando se tem fruta eclientela boas, não há problema parapreço na hora de vender. É o que dizminha experiência de 40 anoscomercializando frutas em nossa ban-ca na CEAGESP.

R.P.: O que precisa melhorar no mer-O que precisa melhorar no mer-O que precisa melhorar no mer-O que precisa melhorar no mer-O que precisa melhorar no mer-cado interno e quais as dificuldadescado interno e quais as dificuldadescado interno e quais as dificuldadescado interno e quais as dificuldadescado interno e quais as dificuldadespara se manter neste mercado?para se manter neste mercado?para se manter neste mercado?para se manter neste mercado?para se manter neste mercado?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: A primeira ação para permanecerno mercado interno é olhar seu sítiocomo empresa agrícola. Depois, é pre-ciso ter clareza da tendência do merca-do, isto é, do que o consumidor quercomprar. E também investir em embala-gem para manter a qualidade. Além deuma boa logística. As frutas com asquais trabalhamos não podem ficar mui-to tempo armazenadas e precisam che-gar rapidamente ao consumidor, e comexcelente qualidade, pois hoje o con-sumidor está muito exigente.

R.P.: E o que fazer para manter a qua-E o que fazer para manter a qua-E o que fazer para manter a qua-E o que fazer para manter a qua-E o que fazer para manter a qua-lidade depois da colheita?lidade depois da colheita?lidade depois da colheita?lidade depois da colheita?lidade depois da colheita?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Uma das soluções para manter a qua-lidade da fruta é buscar novas alternativasde embalagens. Vejo, porém, os supermer-cados como um problema na postura davenda das frutas e para a qualidade.

R.P.: Por que?Por que?Por que?Por que?Por que?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: As grandes redes não têm padrãonem qualidade na exposição das frutasporque, de forma geral, a maior partedos compradores dessas redes nãosabe comprar. Eles querem preço. Estaé a minha experiência. Enquanto isso,existem lojas de hortifrutis em São Pau-lo e em outros Estados que têm um pro-fundo conhecimento, sabem o que es-tão comprando e apresentam grandecrescimento. Tanto é que uma das re-des para quem vendemos em São Pau-

erceira geração de fruticultores, Antonio Roberto Losqui, 58, é referênciaem produção de frutas para mesa. A propriedade da família Losqui, em

Jundiaí (SP), tem cultivo escalonado para colheita durante o ano todo. Pêssegoe amora são colhidas em agosto, seguida da maçã Eva, de meados de novem-bro até meados de dezembro, quando começa a colheita da uva, fruta tradicio-nal da família, que segue até janeiro. Caquis e seriguelas vão para o mercadode fevereiro a maio e a brasileiríssima goiaba é colhida o ano todo. Membro dadiretoria do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) e grande colaborador das pes-quisas desenvolvidas pelo Centro de Fruticultura do Instituto Agronômico deCampinas, Losqui foi homenageado este ano pelo IAC devido ao importantepapel de parceria que desempenha. Em sua opinião, o conhecimento faz toda adiferença na atividade agrícola. Acompanhe a entrevista a seguir

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lo, a Sal da Terra, é top de linha. O su-permercado Giro, em Mato Grosso, émodelo de gestão de compra e vendade frutas. São novos na atuação, masse destacam porque têm outra visão ecolocam inclusive profissionais treina-dos para o atendimento e a arrumaçãodas frutas na loja.

R.P.: Esta é uma tendência?Esta é uma tendência?Esta é uma tendência?Esta é uma tendência?Esta é uma tendência?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Sim, e só vai continuar porquequem continuar trabalhando achandoque o consumidor é um comprador delixo, vai perder. Recebi a visita de umagrande rede e disse para eles que sóvenderia minha fruta se eles mudassema postura deles. Esta postura desvalori-za o meu produto. Além disso, eles têmuma perda danada na gôndola e aí elesquerem reposição...

R.P.: E o prejuízo fica para o produtor?E o prejuízo fica para o produtor?E o prejuízo fica para o produtor?E o prejuízo fica para o produtor?E o prejuízo fica para o produtor?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Fica e por incompetência de ges-tão das lojas.

R.P.: E como o produtor pode agir paraE como o produtor pode agir paraE como o produtor pode agir paraE como o produtor pode agir paraE como o produtor pode agir paramudar esta postura das grandes redes?mudar esta postura das grandes redes?mudar esta postura das grandes redes?mudar esta postura das grandes redes?mudar esta postura das grandes redes?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Para mim fica claro que a primeiracoisa é o produtor ter frutas de ponta(ou qualquer outro produto). Para frutade ponta quem faz o preço é o produtore não quem compra. Só para você teruma ideia, uma grande rede quer com-prar minha goiaba e me ofereceu umpreço acima, com algumas vantagenscomo pagamento em 15 dias (os demaispagam em 45 dias), sem reposição defrutas. Justamente porque sabem que éo tipo de fruta que vai vender.

R.P.: E assim fica com o jogo do “ga-E assim fica com o jogo do “ga-E assim fica com o jogo do “ga-E assim fica com o jogo do “ga-E assim fica com o jogo do “ga-nha-ganha”...nha-ganha”...nha-ganha”...nha-ganha”...nha-ganha”...A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Justamente. E ainda o consumidorsai ganhando porque de que adiantacomprar uma fruta barata, se dura umou dois dias e joga fora porque não temcondições de comer? Tem muita promo-ção assim: barata, mas se não consu-mir no dia seguinte, não aproveita.

R.P.: No momento do varejo vender, oNo momento do varejo vender, oNo momento do varejo vender, oNo momento do varejo vender, oNo momento do varejo vender, oque mais precisa mudar?que mais precisa mudar?que mais precisa mudar?que mais precisa mudar?que mais precisa mudar?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Tem também a apresentação. As lo-jas colocam as frutas em montes para cha-mar a atenção e dizer que tem bastante.Fruta não foi feita para ser empilhada, poisnão aguenta peso e machuca. Esta é umapostura burra, que reverte em prejuízo parao produtor, principalmente para aquele que

não tem qualidade e é obrigado a vendera qualquer preço.

R.P.: O produtor que tem qualidade sem-O produtor que tem qualidade sem-O produtor que tem qualidade sem-O produtor que tem qualidade sem-O produtor que tem qualidade sem-pre consegue vender no preço dele?pre consegue vender no preço dele?pre consegue vender no preço dele?pre consegue vender no preço dele?pre consegue vender no preço dele?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Posso dizer, com toda minha ex-periência, que sim. Às vezes, nós com-pramos frutas de outros produtores parapoder atender à demanda, mas são fru-tas de qualidade. E quem faz o preçosão eles, não nós.

R.P.: O senhor é reconhecido como umO senhor é reconhecido como umO senhor é reconhecido como umO senhor é reconhecido como umO senhor é reconhecido como umgrande parceiro para novas pesqui-grande parceiro para novas pesqui-grande parceiro para novas pesqui-grande parceiro para novas pesqui-grande parceiro para novas pesqui-sas, porque sempre contribui?sas, porque sempre contribui?sas, porque sempre contribui?sas, porque sempre contribui?sas, porque sempre contribui?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: É uma necessidade porque tudose modifica – celulares, tratores, etc.,sempre se renovam. Também é assimno nosso ramo. Por exemplo, os novosmanejos. Na plantação de goiaba, de-senvolvi novo método que é o plantio emespaldeiras. Descobri esse método detanto ver os produtores sofrendo. Facili-ta para pulverizar, cuidar e colher. Tam-bém estou aplicando no plantio decarambolas. Esta maneira também evi-ta acidentes na hora da colheita.

R.P.: Sua região é conhecida pela ex-Sua região é conhecida pela ex-Sua região é conhecida pela ex-Sua região é conhecida pela ex-Sua região é conhecida pela ex-celência em fruticultura, mas existe acelência em fruticultura, mas existe acelência em fruticultura, mas existe acelência em fruticultura, mas existe acelência em fruticultura, mas existe aespeculação imobiliária. A administra-especulação imobiliária. A administra-especulação imobiliária. A administra-especulação imobiliária. A administra-especulação imobiliária. A administra-ção municipal tem contribuído paração municipal tem contribuído paração municipal tem contribuído paração municipal tem contribuído paração municipal tem contribuído paravalorizar a atividade?valorizar a atividade?valorizar a atividade?valorizar a atividade?valorizar a atividade?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Não. Em todas as cidades do Cir-cuito das Frutas, os secretários da Agri-cultura não sabem fazer política agríco-la para esta região. E também não têmprojeto agrícola para a região, à exce-ção de Louveira e Atibaia, e mesmo as-sim, eles não têm o respaldo político.

R.P.: Eles não têm a visão da impor-Eles não têm a visão da impor-Eles não têm a visão da impor-Eles não têm a visão da impor-Eles não têm a visão da impor-tância da atividade agrícola?tância da atividade agrícola?tância da atividade agrícola?tância da atividade agrícola?tância da atividade agrícola?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Não têm conhecimento. Se eu forgerenciar uma farmácia, eu quebro a far-mácia. Assim é com os secretários, nãotêm conhecimento do setor e não têmcompetência. E essa conduta permeianas secretarias de todo o Estado.

R.P.: O que o senhor aconselharia aO que o senhor aconselharia aO que o senhor aconselharia aO que o senhor aconselharia aO que o senhor aconselharia aquem quer começar na fruticultura?quem quer começar na fruticultura?quem quer começar na fruticultura?quem quer começar na fruticultura?quem quer começar na fruticultura?Vale a pena apostar?Vale a pena apostar?Vale a pena apostar?Vale a pena apostar?Vale a pena apostar?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Vale. Mas antes tem que fazer mui-ta visita técnica, buscar conhecer pro-dutores da fruta que ele pretende plan-tar. Precisa gastar tempo, ou melhor,ganhar tempo, com o conhecimento. Pre-cisa buscar qual é o melhor jeito de se

plantar, melhores áreas para se plantar,se o plantio vai ser adensado ou não. Épreciso adquirir este conhecimento. Hojetambém é fundamental mecanizar a pro-dução no que for possível, como a adu-bação. Tem ainda que ir à feira e ver oque as mulheres estão comprando, a for-ma e porque escolhem aquela fruta. Amulher é quem manda no campo, poisela é quem decide o que vai comprar.

R.P.: Alguma recomendação aos fruti-Alguma recomendação aos fruti-Alguma recomendação aos fruti-Alguma recomendação aos fruti-Alguma recomendação aos fruti-cultores de maneira geral?cultores de maneira geral?cultores de maneira geral?cultores de maneira geral?cultores de maneira geral?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Que eles invistam muito neles mes-mo, em conhecimento Hoje, o maior ca-pital não é o sítio nem o dinheiro quetem, é o conhecimento do que ele vaifazer. E estar sempre atento às tendên-cias de mercado.

R.P.: E acrescento que o produtor pre-E acrescento que o produtor pre-E acrescento que o produtor pre-E acrescento que o produtor pre-E acrescento que o produtor pre-cisa conhecer a força que tem...cisa conhecer a força que tem...cisa conhecer a força que tem...cisa conhecer a força que tem...cisa conhecer a força que tem...A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: É verdade. Ele é um elefante amar-rado com um barbante. E tem medo deenfrentar os políticos.

R.P.: Se o produtor cruzar os braços,Se o produtor cruzar os braços,Se o produtor cruzar os braços,Se o produtor cruzar os braços,Se o produtor cruzar os braços,o Brasil para?o Brasil para?o Brasil para?o Brasil para?o Brasil para?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Para. Gostaria que você mostras-se que todo mundo – do governador aosprefeitos – os secretários da agriculturasão os menos prestigiados e são as se-cretarias em que eles menos investemdinheiro. A agricultura é básica para oser humano. E quero pedir para você...

R.P.: O quê?O quê?O quê?O quê?O quê?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Em relação às frutas, acho que aspessoas precisam parar de olhá-las comosobremesa e sim como alimento. O dia emque os políticos enxergarem que é funda-mental prestigiarem a região deles, adicio-nando frutas da região na merenda esco-lar... Esse fato não se vê e o que se perce-be é que não há política agrícola de incen-tivo ao consumo. Estou cansado de ver pes-soas incompetentes em setores públicos.Todo ano recebo a visita de alunos de Agro-nomia da ESALQ e digo a eles que esperoque eles se formem para ser mais que ven-dedores de adubo ou de agrotóxico. Parater capacidade para mudar isto.

R.P.: A propriedade da família Losqui tam-A propriedade da família Losqui tam-A propriedade da família Losqui tam-A propriedade da família Losqui tam-A propriedade da família Losqui tam-bém tem atividades de turismo rural?bém tem atividades de turismo rural?bém tem atividades de turismo rural?bém tem atividades de turismo rural?bém tem atividades de turismo rural?A.L.:A.L.:A.L.:A.L.:A.L.: Sim, e atendemos às escolas eexcursões. Para conhecer o sítio, é sóligar para (11)9989-5154, e-mail:[email protected]

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SITE RECOMENDADO EMPRESA

A

Toda Fruta

O site Toda Fruta é um portal quetraz todas as novidades sobre

frutas exóticas e tradicionais. Entreas informações, podem-se encontrardados econômicos, debates técni-cos (chat), dicas nutricionais, infor-mações técnicas, receitas e o po-

Nova embalagemde morangosda Rigesa

MWV Rigesa acaba de lançaruma exclusiva embalagem para

morango e demais frutas vermelhas.Com o objetivo de substituir as cai-xas tradicionais, a nova embalagemfeita com papel kraft de alta qualida-de permite segurança noempilhamento, evitando danos à fru-ta. Além disso, a caixa possui designmoderno e eficiente sistema de venti-lação, “o que mantém as frutas areja-das, mesmo enquanto paletizadas”,afirma o especialista de produtos daRigesa, Josué Ferreira.

O novo design do produto favore-ce maior acomodação do morangonas cumbucas em seu interior e per-mite que o manuseio da fruta sejamínimo, uma vez que as embalagensnão precisarão permanecer nascumbucas da embalagem de pape-lão ondulado para a exposição e ven-da. “Assim, é possível evitar perdase garantir maior valor para toda acadeia produtiva, do produtor aovarejista”, destaca Ferreira.

Site Toda Fruta traz dicas e informaçõessobre o setor

Norma de Estrutura de Estufas

der de cura das maisdiversas frutas.

Na sessão ‘Fiquepor dentro’ é possívelencontrar notícias so-bre as associações ecooperativas, eventos,divulgações e lança-mentos, e tudo o queestá relacionado aosetor de fruticultura.

Dinâmico e atuali-zado diariamente, osite divulga grandeacervo de notícias e

eventos, onde é possível realizarpesquisas e ficar por dentro dasprincipais novidades sobre frutas.Para conhecer o portal Toda Fru-ta, acesse:

1º Projeto Estrutura de estufa eviveiros agrícolas (Requisitos de

projeto, construção, manutenção erestauração) se encontra em Consul-ta Nacional disponível por 60 dias,para sugestões e críticas.

Participe da votação até 28 de novem-bro acessando www.abntonline.com.br/www.abntonline.com.br/www.abntonline.com.br/www.abntonline.com.br/www.abntonline.com.br/consultanacionalconsultanacionalconsultanacionalconsultanacionalconsultanacional. Busque na lista àesquerda da tela o título ABNT/CEE-95 – Estufas e Viveiros Agrícolas eclique sobre ele. Aparecerá o númerodo projeto, a data limite para voto euma lupa para visualização do texto.

Clique sobre a lupa e digite seu e-maile senha. Caso não seja cadastrado,clique em “Criar meu ABNT passapor-te gratuitamente”. Visualize o projeto e,antes de votar, leia-o atentamente, se-guindo as indicações.

ATENÇÃO: Todo e qualquer comen-tário sobre o projeto de Norma deveráser encaminhado via Consulta Nacio-nal, através do site da ABNT (em for-ma de anexo), para que possa serdocumentado e discutido na reuniãode avaliação dos resultados da Con-sulta Nacional.

O

www.todafruta.com.brwww.todafruta.com.brwww.todafruta.com.brwww.todafruta.com.brwww.todafruta.com.br.

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CURTAS

Embrapa forma grupode pesquisa sobreplantas ornamentaisO Workshop de Recursos FitogenéticosOrnamentais da América do Sul reuniu,em agosto, cientistas e pesquisadoressul-americanos na sede da EmbrapaAgroindústria Tropical, em Fortaleza(CE). O objetivo central do evento foiformar um grupo de pesquisadores paradesenvolver estudos com as plantasornamentais nativas do continente, paraque nesses países o mercado floricul-tor possa crescer e se fortalecer.

Na primeira etapa dos trabalhos, ospesquisadores expuseram suas pesqui-sas desenvolvidas em diversos países e,em seguida, foram formados grupos detrabalho que formularam propostas sobreos temas para futuras pesquisas na áreade recursos genéticos. Além disso, os ci-entistas propuseram a criação de umaescola de horticultura para as Américas.

De acordo com a coordenadora doevento e pesquisadora da EmbrapaAgroindústria Tropical, Ana Cecília deCastro, o projeto tem como vantagem orápido retorno financeiro que a floricultu-ra possibilita e a criação de muitos pos-tos de trabalho, com média de dez a quin-ze pessoas por hectare. “Esse projetocontribui para a fixação do homem nocampo e para a ocupação das áreas comaptidão agrícola no entorno das grandescidades, situação desejável para toda aAmérica Latina”, comenta Ana Cecília.

Simpósio Internacional ProMusa-ISHSapresenta estudos, palestras edebates aos participantes

Simpósio do Papaya Brasileiro oferece 27 palestras e cursosA quinta edição do Simpósio doPapaya Brasileiro, que ocorrerá de 31de outubro a 4 de novembro, em Por-to Seguro (BA), integrará os principaisagentes da cadeia produtiva do ma-mão e oferecerá palestras e cursos aosparticipantes. O evento, promovidopela Embrapa Mandioca e Fruticultu-ra (BA), reunirá pesquisadores, pro-fessores, extensionistas, estudantes eprodutores no Náutico Praia Hotel &Convention Center para a troca de ex-periências sobre o tema “Inovação eSustentabilidade”.

A programação inclui sete painéis dediscussão que abrangerão 27 pales-tras. Entre os convidados internacio-

nais estarão presentes Tiago de Wit,da empresa Univeg Trade Benelux, daHolanda, que ministrará a palestrasobre “Exigências de qualidade domercado externo”, no dia 1.°/11. Nodia 2/11, o convidado internacionalserá Dennis Gonsalves, diretor do Cen-tro de Pesquisas Agrícolas da Baciado Pacífico (PBARC/ARS) do Depar-tamento de Agricultura dos EstadosUnidos, que ministrará a palestra “Aadoção do papaya geneticamentemodificado no Havaí e no mundo”. Oterceiro convidado internacional seráSomasundaram Rajarathnam, diretordo Departamento de Tecnologia deFrutas e Hortaliças do Instituto Central

de Pesquisas em Tecnologia de Ali-mentos (CFTRI), da Índia, que abor-dará o tema “Perspectiva doprocessamento do fruto do mamoei-ro: estratégias em nível nacional e in-ternacional”, em 3 de novembro.

Além disso, os presentes poderãoparticipar de cursos sobre manejo depragas e doenças, nutrição, irrigaçãoe fertirrigação do mamoeiro e elabo-ração de projetos de implantação depomar de mamão, que ocorrerão nosdias 1.°, 2 e 4, das 8h às 9h.

Mais informações sobre as pales-tras e cursos estão disponíveis nosite do evento:www.papayabrasileiro.com.brwww.papayabrasileiro.com.brwww.papayabrasileiro.com.brwww.papayabrasileiro.com.brwww.papayabrasileiro.com.br.

No Simpósio InternacionalProMusa-ISHS: Bananas e Plá-tanos, a realizar-se de 10 a 14de outubro, no Bahia OthonPalace Hotel, em Salvador(BA), será apresentado pelaprimeira vez ao público brasi-leiro, o sequenciamento dogenoma da bananeira.

Os estudantes de graduação epós-graduação, agrônomos eextensionistas poderão conferiros resultados de um trabalho ini-ciado em 2002, que será apre-sentado pela pesquisadoraAngelique d’Hondt, do Centro deCooperação Internacional emPesquisa Agropecuária para oDesenvolvimento – Cirad (Fran-ça). O estudo contou com a par-ceria da Embrapa Recursos Ge-néticos e Biotecnologia (Brasília,DF) e da Universidade Católicade Brasília.

Na ocasião, os participantestambém poderão conferir deba-tes e palestras sobre pós-colhei-

ta, marketing e comercialização– os três maiores gargalos da ca-deia produtiva da banana. Aspalestras serão ministradas pelosespecialistas estrangeiros: DufourDominique, pesquisador do Cen-tro de Cooperação Internacionalem Pesquisa Agropecuária parao Desenvolvimento (Cirad) da Co-lômbia, e Hans-Willem Van derWaal, diretor da empresa holan-desa Agrofair Europe B.V., primei-ra empresa europeia a venderbananas pelo comércio justo.

O Simpósio InternacionalProMusa-ISHS: Bananas e Plá-tanos também oferece aos par-ticipantes duas opções de visi-tas técnicas. A primeira alterna-tiva é a Embrapa Mandioca eFruticultura, localizada em Cruzdas Almas (BA), e a outra é oSítio Barreiras, localizado emPonto Novo (BA).

Mais informações sobre o eventono endereço www.promusa.com.brwww.promusa.com.brwww.promusa.com.brwww.promusa.com.brwww.promusa.com.brou pelo telefone (71) 2102-6600 (71) 2102-6600 (71) 2102-6600 (71) 2102-6600 (71) 2102-6600.

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CAPAIsabella Monteiro

Mulching:qualidade e redução de custos na produçãoHá quem duvide dos benefícios da utilização datécnica, mas a prática comprova: o mulching é umforte aliado na produção de frutas e hortaliças emgeral, sendo adotado também na floricultura

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M ais conhecida como “cobertu-ra morta”, a técnica do

mulching é antiga e consiste em utili-zar algum tipo de cobertura como ca-pim, serragem e até jornal para cobrira superfície dos canteiros, de folhosas,principalmente. Nas décadas de 1980e 1990, porém, quando foi introduzi-do o uso do plástico, inicialmente decor preta, a técnica passou a ser co-nhecida pelo termo atual “mulching”(termo adotado da língua inglesa),principalmente em cultivos feitos emambiente protegido.

Presente principalmente em culturascomo: morango, melão, tomate, aba-caxi, uva, berinjela, pepino, abobrinha,alface e pimentão, é uma técnica quepode atender à maioria dos cultivos dehortaliças e frutas e seu uso vem cres-cendo atualmente também no cultivode flores e plantas ornamentais.

“Na cultura do morango, pratica-mente não se planta mais sem usar oplástico como cobertura, seja em cam-po aberto, seja em ambiente protegi-do, pois além da proteção contra per-da de umidade, crescimento de matoe melhor aproveitamento dos nutrientes,já está comprovado por pesquisas queo uso do mulching chega a aumentar aprodutividade em até 100%”, destaca oengenheiro agrônomo, GilbertoFigueiredo, chefe da Casa da Agricul-tura de Guararema (SP) e presidente dasComissões Técnicas de Olericultura daCoordenadoria de Assistência TécnicaIntegral (CATI) e da Secretaria de Agri-cultura e Abastecimento de São Paulo(SAA/SP). Segundo ele, na região docinturão verde do Estado de São Pau-lo, como Mogi das Cruzes e Suzano,tem aumentado o número de produto-res e a área com uso de mulching emcampo aberto de alface. “Ele pode serusado em praticamente todas as cul-turas que são tutoradas e em váriasfolhosas. No cultivo de flores, é muitoutilizado em crisântemos e algumasoutras flores de corte”.

O QUE EXISTE NO MERCADOO QUE EXISTE NO MERCADOO QUE EXISTE NO MERCADOO QUE EXISTE NO MERCADOO QUE EXISTE NO MERCADOAtualmente existem no mercado naci-onal, três tipos de mulching: preto, pre-to/branco e preto/prata. Segundo Nel-

son Iida, gerente de Marketing e Ven-das da Electro Plastic, o mais comumé o preto; mas ele indica o uso do pre-to/prata para o inverno, e o do preto/branco para as demais estações doano. Sobre as matérias-primas (resi-nas e aditivos) usadas na fabricaçãodo mulching, o engenheiro agrônomo

da Nortene, Matheus Nitta, alerta queas matérias-primas são importantespara o bom desempenho dos filmesagrícolas, pois a adição de alguns com-ponentes garante maior durabilidade eresistência contra agentes agroquímicose gerenciamento de fatores externos.“As qualidades e tecnologias nacionaisde cultivo protegido são semelhantesou superiores dependendo do tipo eaditivos que são adicionados, pois osfilmes agrícolas e mulching são 100%de material virgem e os aditivos, impor-tados. No exterior, há diferentes tipos,como de coloração avermelhada oumarrom, mas devemos realizar testespara as condições e nos cultivos naci-onal”, analisa.

Embora o preço das instalações edos insumos utilizados ainda seja mui-to mais caro no Brasil do que no exte-rior, por conta dos impostos e outrastarifas, principalmente quando o ma-terial é importado, “com certeza o Bra-sil nada deve em termos de tecnologiautilizada com relação ao que é feitono resto do mundo”, afirma GilbertoFigueiredo, que também é membro doComitê Brasileiro para o Uso do Plás-tico na Agricultura (COBAPLA). E sali-

As qualidades etecnologias

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enta ainda que no país já estão sendotestados aditivos que permitam abiodegradação deste material após umdeterminado período. “É necessário umtrabalho amplo de conscientização jun-to ao governo e aos legisladores, daimportância da plasticultura no de-senvolvimento da agricultura familiar,principalmente, pois ela permite oplantio de hortaliças e frutas em regi-ões até então inviáveis devido a suacondição climática. Quando vemosque no Estado de Israel plantam-se es-tas culturas em regiões desérticas declima totalmente desfavorável, comgrande sucesso, vemos o potencial doseu uso em regiões como o Norte eNordeste do Brasil, desde que aliadaàs técnicas modernas de sistemas deirrigação como o gotejamento e amicroaspersão”, pondera.

BENEFÍCIOS AO PRODUTORBENEFÍCIOS AO PRODUTORBENEFÍCIOS AO PRODUTORBENEFÍCIOS AO PRODUTORBENEFÍCIOS AO PRODUTORSegundo especialistas e profissionaisda área, são inúmeros os benefíciosdo uso do mulching: protege o solocontra a ação das intempéries; modi-fica a temperatura do solo e do ar pró-ximo a ele; diminui a compactação ea erosão do solo; reduz a perda deumidade no solo e da umidade relati-va no interior de estufas, propiciandomelhor aproveitamento dos nutrientes.Além disso, reduz drasticamente pro-blemas com plantas daninhas e com-petidoras e a incidência de invasorese de doenças causadas por fungos ebactérias. Evita ainda o contato diretodos frutos com o solo, intensificandoa qualidade na colheita de folhosas,de modo especial, já que reduz a pre-sença de terra grudada nas folhas,especialmente na parte de baixo.

Para Iida, o mulching é uma das fer-ramentas mais importantes ao produ-tor, principalmente quando ele aindanão possui estufas de cultivo, ou ca-sas de vegetação, onde também seutiliza a técnica. “É quase impossívelum produtor experimentar e dizer quenão viu nenhuma vantagem. Estas sãosempre valiosas e realmente funda-mentais para se obter resultados comomaior produtividade, melhor qualida-de e preços de seus produtos”.

Segundo Figueiredo, a técnica tam-bém permite diversos cultivos sem anecessidade de refazer o canteiro,mas, para isso, é necessária uma mu-dança na forma de trabalhar com acultura. “O uso do mulching prateadoem culturas como o pepino e o pimen-tão no inverno, melhora a fotossínteseda planta e, consequentemente, suaprodutividade, principalmente nos diasmais nublados”, exemplifica. Mas,como qualquer tecnologia, existemaspectos negativos, sobretudo se uti-lizado de forma incorreta. “No casoacima, do mulching prateado, se utili-zado no verão, pode propiciar a quei-ma das folhas pelo reflexo dos raiossolares”, alerta.

CRITÉRIOS E CUIDADOSCRITÉRIOS E CUIDADOSCRITÉRIOS E CUIDADOSCRITÉRIOS E CUIDADOSCRITÉRIOS E CUIDADOSNO MANEJONO MANEJONO MANEJONO MANEJONO MANEJONa maioria das lavouras de hortali-ças, o mulching é aplicado manual-mente, e neste caso, devem-se evi-tar os horários mais quentes ou friosdo dia – pois o material não pode fi-car nem muito amolecido pelo sol,nem muito rígido pelo frio – e ser bemesticado para ter o efeito correto,conforme explica Figueiredo. O ide-al é que a aplicação seja feita porduas pessoas. Já em culturas inten-sivas de frutas como o melão e aba-caxi, no Nordeste brasileiro, porexemplo, é aplicado com máquinasespeciais, devido à grande extensãodestas culturas. Mas, “na medida emque crescer a área plantada de alfa-ce usando esta técnica, as máqui-nas também devem chegar ao cená-rio dos cinturões-verdes”, acredita.

Entretanto, “o ideal seria o produtorcomeçar por um mulching que tenharealmente qualidade comprovada porprodutores profissionais, para que nãosaia frustrado já no início”, alerta Iida.Segundo ele, deve-se preparar bem osolo, e depois, análise e interpretaçãode adubação de base, feitas por umtécnico que conheça a cultura a serplantada. Em seguida, instalar o tubogotejador e, após o teste, realizar aaplicação do mulching.

“O mulching deve ser corretamenteesticado com tensão específica de no

máximo 1% e ser colocado sobre can-teiros nivelados, retirar os torrões deterra e objetos que causem rasgos efuros, além de evitar contato excessi-vo com produtos como enxofre e clo-ro”, alerta Matheus Nitta. Figueiredotambém concorda que é necessáriauma escolha mais acurada dos de-fensivos agrícolas, pois “os de novageração, além de causarem menoresdanos ao meio ambiente, tambémpermitem vida mais longa a este ma-terial”. Em termos de durabilidade,atualmente as indústrias garantem, nomínimo, cinco meses para as regiõesNorte e Nordeste, e oito meses paraas demais regiões do Brasil. “Maseles têm resistido no mínimo 12 me-ses”, informa Iida. Já o cuidado como descarte do material também émuito importante para evitar a polui-ção do solo. Figueiredo salienta queenquanto o aditivo biodegradável nãoestiver presente no material, seu des-carte tem de ser feito de forma cons-ciente e jamais, em nenhuma hipóte-se, deverá ser picado com o trator eincorporado ao solo.

INVESTIMENTO GARANTIDOINVESTIMENTO GARANTIDOINVESTIMENTO GARANTIDOINVESTIMENTO GARANTIDOINVESTIMENTO GARANTIDOSegundo Nitta, os investimentos nãosão altos comparados com o custo-

É quase impossívelum produtor

experimentar omulching e dizer

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Estas são semprevaliosas e realmentefundamentais parase obter resultados

como maiorprodutividade,

melhor qualidadee preços de

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benefício, pois economiza na utiliza-ção de herbicidas, fungicidas, inse-ticidas, mão de obra e economia deágua. Nelson I ida tambémexemplifica a relação de investimen-to e retorno do produto. “Cada pro-dutor poderá fazer seus cálculos,mas veja, por exemplo, pode-se plan-tar a média de 10 pés de alface pormetro linear em um mulching preto/branco de 1,60 de largura, ao customédio de R$ 0,55 o metro; divide-sepor 10 pés teremos R$ 0,055 por pé.E, se pegarmos este valor e dividimospor cinco, que é o número cuja maio-ria dos produtores consegue plantar,sem substituir o mulching, o benefí-cio será ainda maior”.

Para Figueiredo, ao melhorar a utili-zação dos insumos e da água, a pro-dutividade da lavoura e a sua durabi-lidade, certamente o produtor ruralchegará à conclusão que seu usocompensa. “É importante que sejacolocado na ponta do lápis estes fato-res, mas minha experiência mostra quequem adota a tecnologia de formacorreta, jamais a abandona”.

Entretanto, embora as vantagenssejam inúmeras, os produtores, demodo geral, ainda não conseguemenxergar a relação custo-benefíciodesta tecnologia, e às vezes, pou-cos conhecem tal técnica, o que re-presenta um desafio muito grandepara o mercado produtor e distribui-dor de mulching.

“Muitos produtores não gostam defazer conta e de participar de proces-sos de capacitação e treinamento.Para utilizar o mulching de forma bemsucedida, estes dois fatores são fun-damentais, pois o uso da tecnologianão se resume a colocar um plásticopor cima dos canteiros, mas existetoda uma metodologia de plantio a seradotada para que a técnica funcione,principalmente na formação dos can-teiros, no sistema de irrigação utiliza-do, no manejo da cultura”, salientaFigueiredo. Mas, o engenheiro agrô-nomo acredita que em muito poucotempo haverá um forte crescimento nouso de mulching no país, pois esse fatojá é verificado nas principais regiões

produtoras. “O desafio é difundir osbenefícios do uso da plasticultura erealizar mobilizações junto com as as-sociações para divulgação de técni-cas, tecnologias de aplicação pormeio de eventos e dia de campo”,aponta Nitta.

“Também enxergo como um desa-fio a parte ambiental, pois osambientalistas criticam a plasticulturaem razão do aspecto poluidor. Poresse motivo, é fundamental que a in-dústria continue com o desenvolvi-mento de aditivos fotodegradantes eoutros que permitam sua decompo-sição natural, reduzindo seu impac-to como agente poluidor e/ou novasformas de reutilização deste plásti-co na reciclagem de materiais. As-sim como o produtor tenha consci-ência de seu papel no destino corre-to dos plásticos após sua utilização”,argumenta Figueiredo.

APOSTAS BEM-SUCEDIDASAPOSTAS BEM-SUCEDIDASAPOSTAS BEM-SUCEDIDASAPOSTAS BEM-SUCEDIDASAPOSTAS BEM-SUCEDIDASO produtor de hortaliças de Mogi dasCruzes (SP), Alberto Takumi Seguti,produz alfaces tipo americana e cres-pa. E, desde que começou a plantar acultivar, em 2004, utiliza o sistema demulching. “Comecei a usar o plásticoa partir de palestras que frequentei so-bre Agricultura de Sustentabilidade,

fornecidas pelo SEBRAE (Serviço Bra-sileiro de Apoio às Micro e PequenasEmpresas), na Casa da Agricultura. Láfoi dito que o uso do plástico agridemenos o meio ambiente, porque utili-zamos menos adubos e químicos, e alixiviação é bem menor”. Segundo ele,a utilização de cobertura plástica, pos-sibilita a redução de cerca de 70% dedefensivos agrícolas em sua produ-ção, de modo geral, margem diminuí-da no verão, época em que se deman-da um pouco mais de uso, posto quecom o solo protegido há menor inci-dência de pragas e doenças. Alémdisso, obtém a diminuição dos gastoscom combustível, também em torno de70%, pois realiza o preparo do solo,com maquinário, uma vez a cada qua-tro ciclos de produção, período emque aproveita o mesmo mulching, semremovê-lo.

A aplicação de adubo de base tam-bém é feita uma única vez. A partirdo segundo ciclo, a adubação é feitade forma complementar apenas, me-diante cobertura, com adubos con-centrados e em quantidades bem me-nores, assim como os defensivos agrí-colas, que também são aplicadoscomo reforço, a cada novo ciclo. “Oinvestimento inicial é um pouco altosim, mas o período de durabilidade

O mulching plástico,entre outrosbenefícios, garante ahigiene do frutoimpedindo o contatocom o solo

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do plástico, paga-se o investimento esobra. A relação custo-benefício ébem positiva. O investimento é diluí-do nos quatro ciclos, e repassadopara o valor final das hortaliças”, afir-ma Seguti. De acordo com ele, quejá fez uso dos três tipos, mas ultima-mente tem usado mais o prata, há sig-nificativa diferença de custo entreeles, sendo o preto o mais barato, oprata de valor intermediário e o bran-co, o mais caro.

José Guedes Pinto Sobrinho, produ-tor de mudas e de abacaxi de Rio Cla-

A aplicação da cobertura plástica é fei-ta por meio de maquinário específico eesta é utilizada uma única vez a cadaciclo; depois da produção, o material éenviado para a reciclagem. De acordocom o ele, todo o investimento é pagopelos vários benefícios que a técnicaagrega à produção, entre os quais: equi-líbrio de temperatura e economia deágua, com a diminuição da evaporação.“Fertirrigação, ou seja, adubação por bai-xo do mulching ou indução floral, comjato no centro da roseta floral do fruto,são métodos que não causam danos àcobertura”, indica.

Outra grande vantagem é a redu-ção altamente significativa da capi-na, com a inibição de capim e plantasdaninhas, e com isso, minimizando osriscos do corte de raízes do abacaxi,cujo sistema radicular é relativamentecurto/pequeno. “Se você corta raízesestá abrindo uma porta de entradapara microrganismos, fungos e bac-térias. Então, não carpindo, haverámenos possibilidades de ocorrer do-enças na produção”, explica Pinto So-brinho. Outra economia expressiva écom a mão de obra. “A mão de obrahoje está muito cara, aqui na regiãoestá em torno de R$ 50,00 por dia.Mas, com o mulching, consigo redu-zir os custos de oito trabalhadores”,calcula o produtor.

A utilização decobertura plástica,

possibilita aredução de cerca de70% de defensivosagrícolas em sua

produção, períodoem que aproveita omesmo mulching,sem removê-lo. A

aplicação de adubode base também éfeita uma única vez

ro (SP), utiliza há cinco anos omulching, em sua propriedade de 300hectares. Segundo ele, a técnica é ain-da um pouco desconhecida pelos pro-dutores de abacaxi, de modo geral,com exceção das regiões Nordeste eCentro-Oeste, onde é mais difundida.Para ele, “é definitivamente mais van-tajosa a produção de abacaxi com ouso do mulching. E, especificamenteno meu caso, que trabalho mais coma produção de mudas, compensamuito. Para a produção de frutos tam-bém é muito bom”, afirma.

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MEIO AMBIENTEIsabella Monteiro

Um sistema de produção que temcomo pilares a obtenção de boas

produtividades através de manejoseconomicamente viáveis e a mínimaagressão ao meio ambiente,priorizando a preservação e uso ade-quado dos recursos naturais, ahorticultura sustentável tem conquista-do cada vez mais adeptos e o reco-nhecimento do mercado. “É fato que ademanda por produtos consideradosmais saudáveis e a preservação domeio ambiente, amplamente divulga-dos pela mídia, vêm proporcionandomaior atenção do produtor para estesegmento da horticultura”, analisa Pau-lo Espíndola Trani, pesquisador doCentro de Horticultura do Instituto Agro-nômico (IAC/APTA/SAA). Entretanto,ele acredita que as perspectivas parase adotar este sistema de produção,em maior escala, deverá ser gradativa.Segundo ele, há a necessidade demaior capitalização do produtor rural,além de maior atenção e investimen-tos dos governos Federal, Estaduais eMunicipais quanto à pesquisa agríco-

HorticulturaSustentável

la aplicada e à assistência técnica emhorticultura sustentável.

“Cada vez mais produtores rurais, emanos recentes, vêm adotando técnicas epráticas agronômicas que contemplam oprincípio da sustentabilidade agrícola. Mas,existem dificuldades de ordem econômi-ca para se chegar a isso. Por exemplo, aadoção de rotação de culturas nem sem-pre é possível devido a dificuldades decomercialização de algumas hortaliças eoutras culturas produzidas”, salienta.

As técnicas de produção necessári-as à produção sustentável se aplicama diversas espécies hortícolas. Segun-do Trani, para algumas hortaliças exis-te maior facilidade em se utilizar mane-jos sustentáveis e para outras há maiordificuldade, especialmente quanto aocontrole de pragas e doenças e tam-bém ao manejo do solo e da água. Ou-tro fator importante na escolha dahortaliça a ser cultivada consiste no co-nhecimento do clima local, com ênfaseao conhecimento das temperaturas “óti-mas” para cada espécie de hortaliça.

Existem diversos métodos de pre-

venção e controle de pragas e doen-ças, destacando-se a utilização de ini-migos naturais, a rotação de culturase o plantio da espécie hortícola na épo-ca mais apropriada do ano. “O usocontrolado de defensivos é importantee deve ser seguido com a inspeção fre-quente da lavoura pelo produtor, o quenem sempre ocorre. Observa-se, naatualidade, que em curto espaço detempo, por uma, duas ou três safras, osistema de horticultura convencional,onde há o uso intensivo de agrotóxicose de fertilizantes minerais, proporcio-na boas produtividades, porém emmédio e longo prazos esse processopassa a não ocorrer, devido aodesequilíbrio do solo e do ambientelocal”, revela.

DIFERENÇAS DE CONCEITOSDIFERENÇAS DE CONCEITOSDIFERENÇAS DE CONCEITOSDIFERENÇAS DE CONCEITOSDIFERENÇAS DE CONCEITOSO pesquisador Paulo Trani argumentasobre a importância de não confundiros termos: horticultura sustentável comhorticultura ecológica e horticultura or-gânica, pois, embora ocorram similari-dades entres estes três sistemas de

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Técnicas e práticas agronômicas que contemplam o princípio dasustentabilidade agrícola têm sido cada vez mais adotadas porprodutores de hortaliças

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produção, eles não são sinônimos.Como exemplo prático cita o sistemada semeadura direta de cebola sobrepalhada seca de outra cultura como omilho, o milheto, o sorgo, etc. “Antesda semeadura da cebola é aplicadoum dessecante (herbicida) para elimi-nar as rebrotas do cultivo anterior. Eisso é aceito no sistema desustentabilidade, mas não pelas deno-minadas agriculturas natural, ecológi-ca e orgânica”. Outro exemplo é a uti-lização de adubos minerais eorganominerais adotados pelahorticultura sustentável que tambémnão são aceitos nos demais tipos dehorticulturas acima mencionados. “Adiferença é que muitas vezes o fatoreconômico pesa. No caso do uso dedessecante, a alternativa de capinamanual não seria econômica ao pro-dutor de cebola ou de outra hortaliça,dependendo de cada caso. Tam-bém, quando as fontes de fertili-zantes orgânicos são distantes dapropriedade agrícola, torna-semais econômico a utilização mis-ta, ou seja, uma parte de aduboorgânico e outra de adubo mine-ral. É também importante ressal-tar que não existem receitas ge-néricas de práticas e técnicas emhorticultura sustentável”, pondera.

EQUÍLIBRIO DO SOLO EEQUÍLIBRIO DO SOLO EEQUÍLIBRIO DO SOLO EEQUÍLIBRIO DO SOLO EEQUÍLIBRIO DO SOLO EQUALIDADE DA PRODUÇÃOQUALIDADE DA PRODUÇÃOQUALIDADE DA PRODUÇÃOQUALIDADE DA PRODUÇÃOQUALIDADE DA PRODUÇÃOAlcindo Mendonça, produtor e distri-buidor de hortaliças em geral, da re-gião de Campinas (SP), produz 18 va-riedades de hortaliças folhosas utilizan-do técnicas ecológicas de manejo.Entre elas, a rotação de culturas e adu-bação orgânica. “Quando termina ociclo de uma cultura, preparo o solopara plantar outra: aro novamente osolo, deixo encanteirado, e cubro com‘cama de cavalo’, uma cobertura orgâ-nica que contém estrume de cavalomisturado com serragem”, conta.

Segundo ele, a adubação orgânicaé de maior benefício para o solo e paraa planta também e, além de ser maisbarata, metade do valor do adubo quí-mico, também possui efeito mais du-radouro, em torno de 90 dias, enquan-to na adubação química, o efeito é maiscurto, de 25 a 30 dias apenas. Entre-

tanto, o produtor rural revela que fazuso do adubo químico, em períodos demuita chuva, apenas como comple-mento, quando “é preciso dar um rápi-do fortificante para planta”.

Com relação ao controle de pragas,embora não utilize os defensivos bioló-gicos, Mendonça afirma que, devido àstécnicas de cultivo sustentáveisadotadas, a produção é bastante equi-librada, não sendo necessário, portan-to, utilizar grandes quantidades de de-fensivos químicos. “É muito difícil apli-car o defensivo químico. Utilizo apenasmeio litro por ano, quando há necessi-dade, geralmente em couve quandoaparece um pulgão, alguma coisa as-sim. Mas fora isso é tudo natural”.

Ele comenta que o pai, Adelino Men-donça, produtor rural desde muito jo-vem, hoje com 81 anos, não faz uso denenhum tipo de defensivo em sua la-

voura de cebolinha e rúcula e “o apro-veitamento da produção dele é de99,9%, devidos aos demais cuidadosno cultivo. Daí a importância de se pro-duzir de forma a minimizar os impac-tos causados no meio-ambiente, tantopara o ser humano quanto para o solo,pois cada vez que vamos agredindo osolo, trazendo prejuízos para nós mes-mos, no presente, e para as geraçõesfuturas também”, alerta o produtor quefaz parte da quarta geração de produ-tores rurais da família, juntamente como irmão, Maurício, com quem divide asterras, além do pai.

Outro grande fator responsável pelaqualidade das hortaliças, de acordo comMendonça, é o uso de “água limpa, pura,direto de nascente. A verdura é produzi-da com água limpa, sem contaminação.Este é um dos fatores que contam muitoponto para a qualidade e acomercialização do produto final”. Para

ele, a produção de hortaliças de modosustentável é benéfica, inclusive finan-ceiramente. “Vale a pena produzir destaforma sim. Nosso produto já é reconhe-cido no mercado pela sua excelentequalidade e esse fato tem retorno nomomento da venda”, comemora.

UNIFORMIDADE DO PRODUTO EUNIFORMIDADE DO PRODUTO EUNIFORMIDADE DO PRODUTO EUNIFORMIDADE DO PRODUTO EUNIFORMIDADE DO PRODUTO EREDUÇÃO DE MÃO DE OBRAREDUÇÃO DE MÃO DE OBRAREDUÇÃO DE MÃO DE OBRAREDUÇÃO DE MÃO DE OBRAREDUÇÃO DE MÃO DE OBRAMichael Camilo Soares, produtor e sócio-proprietário da Camilo Verduras, proprie-dade de 50 hectares, localizada em Ibiúna(SP), também aderiu à horticultura sus-tentável. Produtor rural há 17 anos, há seisanos utiliza a rotação de culturas e o plan-tio direto na lavoura de nove variedadesde hortaliças; e vê a grande diferença dis-so. “Com estes métodos estou tendo óti-mos resultados. Além de uniformidade nopadrão de qualidade das hortaliças, como plantio direto tive uma redução de mão

de obra de 50%, pois só a palhadajá segura 50% das plantas daninhas.Daí, aplica-se um ‘pré-emergente’, ouseja, um dessecante para ter con-trole mais eficaz”. Mas, segundo ele,ainda é necessário uso de defensi-vos para evitar a propagação de do-enças na lavoura. Ele utiliza os doistipos: “uso inicialmente os químicose, quando está fechando o ciclo, usoos biológicos”.

O adubo também é verde e é pro-duzido por ele próprio, com aveiadessecada. “Ela serve como adubo parao solo. Conforme você trabalha com plan-tio direto, ele mesmo já retorna a matériaorgânica para o solo, e não é preciso es-terco. A aveia faz o papel de coberturade solo e adubação”, explica.

Com relação a valores, Michael CamiloSoares comenta que, para ele, é maisbarato e vantajoso produzir desta forma,“tanto pela qualidade do produto, quan-to também pela possibilidade de redu-ção de mão de obra % atualmente émuito difícil conseguir pessoal para ocampo % e consequentemente tambémé mais cara”. Além disso, “o produto fi-nal é mais valorizado no mercado”. En-quanto outros só desgastam o solo e nãorepõem os nutrientes, tornando-o impro-dutivo, “nós, que já temos pouca áreapara plantar e não podemos desmatarmais, precisamos cuidar do que está nossustentando”, afirma.

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ENTREVISTAMarlene Simarelli

SECRETÁRIA DA AGRICULTURA EABASTECIMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO,

Mônika BergamaschiRevista Plasticultura: O agronegócio O agronegócio O agronegócio O agronegócio O agronegóciodesempenha papel importantíssimodesempenha papel importantíssimodesempenha papel importantíssimodesempenha papel importantíssimodesempenha papel importantíssimona balança do Estado, reconhecidona balança do Estado, reconhecidona balança do Estado, reconhecidona balança do Estado, reconhecidona balança do Estado, reconhecidocomo industrial, mas cujo desempe-como industrial, mas cujo desempe-como industrial, mas cujo desempe-como industrial, mas cujo desempe-como industrial, mas cujo desempe-nho tem se mantido positivo, mês apósnho tem se mantido positivo, mês apósnho tem se mantido positivo, mês apósnho tem se mantido positivo, mês apósnho tem se mantido positivo, mês apósmês, graças ao agronegócio. Mas asmês, graças ao agronegócio. Mas asmês, graças ao agronegócio. Mas asmês, graças ao agronegócio. Mas asmês, graças ao agronegócio. Mas asverbas destinadas à SAA são meno-verbas destinadas à SAA são meno-verbas destinadas à SAA são meno-verbas destinadas à SAA são meno-verbas destinadas à SAA são meno-res do que no passado. A senhorares do que no passado. A senhorares do que no passado. A senhorares do que no passado. A senhorares do que no passado. A senhoraacredita que possa reverter este qua-acredita que possa reverter este qua-acredita que possa reverter este qua-acredita que possa reverter este qua-acredita que possa reverter este qua-dro? Como?dro? Como?dro? Como?dro? Como?dro? Como?Mônika Bergamaschi: Mônika Bergamaschi: Mônika Bergamaschi: Mônika Bergamaschi: Mônika Bergamaschi: Uma das princi-pais metas é corrigir uma falha que osetor produtivo todo teve e vem tentan-do corrigir agora que é mostrar para apopulação urbana qual a real dimensãodo setor na vida de todos. O Brasil, fe-lizmente, não tem a cultura da fome.Você vai ao supermercado e o produtoestá lá. Se tem fome, o que falta não écomida, mas o recurso para acessá-la.Precisamos ter isto em mente. A popu-lação clama por educação, segurança,saúde, etc., mas você não viu ninguémdefendendo a agricultura. É a cabeçado abastecimento, não a da produção.Em dirigentes também ocorre: queremo etanol, mas não querem a cana; que-rem a picanha suculenta, mas não o boino pasto; querem o óleo de soja, masnão a plantação de soja. Está tudo óti-mo? Não. São Paulo é um grande poloagroindustrial, mas não homogêneo,pois há regiões altamente tecnificadas,como Ribeirão Preto, de onde venho, etemos regiões onde o agricultor não temsequer energia elétrica. Não temos oorçamento que tínhamos tempos atrás.É fato. E nem de perto condizente coma própria participação da secretariacom a economia do Estado. Acho quehoje é possível fazer algo maisemergencial como trabalhar com pro-gramas bem estruturados emensuráveis, por exemplo, destinadoà fruticultura, entre outros.

ão estou incomodada com orçamento, mas com projetos bons, bemestruturados e mensuráveis. Estou apostando nisso.” Com esta afirmação

forte e decidida, a Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de SãoPaulo, engenheira agrônoma, Mônika Bergamaschi, deixa claro que veio dis-posta a arregaçar as mangas para dar visibilidade ao importante setor agrícola,que a exemplo do país, mantém a balança comercial positiva. Trabalho em par-ceria, cooperativismo e associativismo fazem parte da história da também mes-tra em Engenharia de Produção Agroindustrial, com MBA em Gestão de Empre-sas e ênfase em Cooperativismo.

Também está entre seus projetos modernizar a estrutura da secretaria, comvalorização do capital humano.

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R.P.: E dentro deste programa para fru-E dentro deste programa para fru-E dentro deste programa para fru-E dentro deste programa para fru-E dentro deste programa para fru-ticultura, pode-se inserir a valorizaçãoticultura, pode-se inserir a valorizaçãoticultura, pode-se inserir a valorizaçãoticultura, pode-se inserir a valorizaçãoticultura, pode-se inserir a valorizaçãoda produção para que a especulaçãoda produção para que a especulaçãoda produção para que a especulaçãoda produção para que a especulaçãoda produção para que a especulaçãoimobiliária não sufoque regiões comimobiliária não sufoque regiões comimobiliária não sufoque regiões comimobiliária não sufoque regiões comimobiliária não sufoque regiões comtecnologia de produção como as ci-tecnologia de produção como as ci-tecnologia de produção como as ci-tecnologia de produção como as ci-tecnologia de produção como as ci-dades do Circuito de Frutas paulista?dades do Circuito de Frutas paulista?dades do Circuito de Frutas paulista?dades do Circuito de Frutas paulista?dades do Circuito de Frutas paulista?M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: Claro. O produtor aguentará ficarna atividade enquanto tiver renda. Paraisso, o Estado pode trabalhar com pes-quisa e defesa; implementar para quetenha produtos de boa qualidade, comsanidade, inclusive com maior tempo deprateleira. Na época da safra, o valordas frutas é tão baixo que não remune-ra. É preciso processar (fazendo doces,polpas etc.) e agregar valor. Evidenteque é necessário fazer um programamaior, para que o produtor consiga ren-da, inclusive, na questão do seguro.Assim, se ocorrer geada, ele não ficasem renda para pagar o banco, osinsumos etc.

R.P.: Seria um aumento de produtosSeria um aumento de produtosSeria um aumento de produtosSeria um aumento de produtosSeria um aumento de produtossegurados e mais abrangente?segurados e mais abrangente?segurados e mais abrangente?segurados e mais abrangente?segurados e mais abrangente?M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: Hoje já existe seguro, mas o Esta-do não pode assumir o seguro. Temosque desenvolver cultura: a cultura doseguro, a cultura da boa prática agríco-la, a cultura da conservação dos recur-sos naturais, a cultura de buscartecnologia, de gestão, de organização.Sozinho, o produtor não faz nada, masorganizado em cooperativas, consegue.Tem também que desenvolver a culturada região no sentido de agregar turis-mo, porque traz mais dinheiro, movimen-ta o comércio etc. É um modelo de de-senvolvimento local. Acredito que umprograma deste bem estruturado, dis-cutido dentro do governo, a gente con-siga desenvolver.

R.P.: E como seria desenvolvido?E como seria desenvolvido?E como seria desenvolvido?E como seria desenvolvido?E como seria desenvolvido?M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: Com um programa bemestruturado e mensurável, podemosconseguir elaborar parceria com o se-tor privado e com um recursoextraorçamento. Mecanismos existem.Precisamos inovar e esta foi a solicita-ção do governador.

R.P.: Muitos secretários municipais deMuitos secretários municipais deMuitos secretários municipais deMuitos secretários municipais deMuitos secretários municipais deAgricultura não têm vínculo e conhe-Agricultura não têm vínculo e conhe-Agricultura não têm vínculo e conhe-Agricultura não têm vínculo e conhe-Agricultura não têm vínculo e conhe-cimento do agronegócio. Como resol-cimento do agronegócio. Como resol-cimento do agronegócio. Como resol-cimento do agronegócio. Como resol-cimento do agronegócio. Como resol-ver esta questão?ver esta questão?ver esta questão?ver esta questão?ver esta questão?

M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: Dizer que a estrutura está lindae maravilhosa, não é verdade. Preci-samos modernizar. É um trabalho debastante fôlego. Precisamos trazergente nova. Programas novos. Porexemplo, precisamos inserir frutas namerenda, em hospitais. Precisamostrabalhar com pequenos e médiosagricultores. Precisamos trabalharcom frutas de caroço, sem sementes,de qualidade para mesa.

R.P.: Seria um programa de governoSeria um programa de governoSeria um programa de governoSeria um programa de governoSeria um programa de governopara inserção e valorização das frutas?para inserção e valorização das frutas?para inserção e valorização das frutas?para inserção e valorização das frutas?para inserção e valorização das frutas?Sim, especialmente porque daqui a doisanos a queima da cana será proibidano Estado. E as pequenas áreas nãomecanizáveis terão que fazer areconversão da produção. Acredito fir-memente em culturas de seringueira, fru-tas, hortaliças, flores, produção em cul-tivo protegido. Tudo é possível fazer nasáreas menores.

R.P.: Como levar o produtor a mudarComo levar o produtor a mudarComo levar o produtor a mudarComo levar o produtor a mudarComo levar o produtor a mudarpara estas culturas?para estas culturas?para estas culturas?para estas culturas?para estas culturas?M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: Precisamos modernizar e tercapilaridade, A modernização é impor-tante para a estrutura da secretaria, por-que não vamos conseguir contratar 30profissionais para cada Casa da Agri-cultura. É preciso pensar diferente.Onde não há energia elétrica, fazer agru-pamentos, cooperativas, estruturas deprocessamento, induzindo a presençade técnicos. Podemos também trabalharcom mercado virtual. Se compramoscarro, porque não comprar hortaliças damesma forma? A secretaria está presen-te em quase a totalidade dos municípi-os. Precisamos trazer as pessoas paraque tenham um sentimento depertencimento desta nova solução.Acredito muito nisso.

R.P.: O produtor rural não tem noçãoO produtor rural não tem noçãoO produtor rural não tem noçãoO produtor rural não tem noçãoO produtor rural não tem noçãoda força que tem, não acha?da força que tem, não acha?da força que tem, não acha?da força que tem, não acha?da força que tem, não acha?M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: Exato, mas faltam lideranças. Àsvezes, ele é tratado como marginal. Eleterá força, se se organizar. A ideia émelhorar a organização. E oassociativismo e o cooperativismo fazemisso. Sou oriunda deste setor, estudeicooperativismo e dei aula sobre o tema.As pessoas precisam conhecer que apossibilidade existe.

R.P.: O incent ivo à agricul turaO incent ivo à agricul turaO incent ivo à agricul turaO incent ivo à agricul turaO incent ivo à agricul turaperiurbana pode ser feito?periurbana pode ser feito?periurbana pode ser feito?periurbana pode ser feito?periurbana pode ser feito?M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: Claro, inclusive com o desenvol-vimento de pesca artesanal, onde forpossível. O cobertor é curto, mas exis-tem condições.

R.P.: São Paulo possui programas deSão Paulo possui programas deSão Paulo possui programas deSão Paulo possui programas deSão Paulo possui programas deincentivo à conservação de nascen-incentivo à conservação de nascen-incentivo à conservação de nascen-incentivo à conservação de nascen-incentivo à conservação de nascen-tes, como o Mina Dágua, mas com pa-tes, como o Mina Dágua, mas com pa-tes, como o Mina Dágua, mas com pa-tes, como o Mina Dágua, mas com pa-tes, como o Mina Dágua, mas com pa-gamentos irrisórios. É possível alterar?gamentos irrisórios. É possível alterar?gamentos irrisórios. É possível alterar?gamentos irrisórios. É possível alterar?gamentos irrisórios. É possível alterar?M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: Devemos. Mas com qual recursovamos pagar? Se for cobrar um real a maisninguém vai querer pagar. É preciso serfeito um trabalho de conscientização daimportância da atividade agrícola, inclu-sive para a manutenção dos recursoshídricos, porque a água garante a nossavida. É complicado manter às expensasdo próprio produtor. O país não teve es-cassez de água, mas deve-se fazer umtrabalho de conscientização e achar umamaneira da sociedade arcar com isso.Dentro da reorganização do setor hídrico,devemos atribuir o ônus ao que não é fei-to e o bônus a quem o faz.

R.P.: Há muita expectativa em relaçãoHá muita expectativa em relaçãoHá muita expectativa em relaçãoHá muita expectativa em relaçãoHá muita expectativa em relaçãoao papel que desempenhará, por serao papel que desempenhará, por serao papel que desempenhará, por serao papel que desempenhará, por serao papel que desempenhará, por sera primeira mulher à frente da SAA.a primeira mulher à frente da SAA.a primeira mulher à frente da SAA.a primeira mulher à frente da SAA.a primeira mulher à frente da SAA. Qual é a sua expectativa? Qual é a sua expectativa? Qual é a sua expectativa? Qual é a sua expectativa? Qual é a sua expectativa?M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: M.B.: Meu maior sonho é fazer um bomtrabalho. É trabalhar junto. É trazer o setorprivado para junto da secretaria porquepodemos contribuir mutuamente. O setorprivado de maior porte precisa de regula-mentos, de pesquisa, da força da segu-rança, da defesa, da segurança jurídica.Já os pequenos precisam da mão do pai,de assistência, de subvenção ao créditoe do seguro. Em termos de secretaria, queé muito grande, a estrutura está defasa-da. Quero conseguir fortalecer a estrutu-ra, para as pessoas que ficarão depoisde mim, fazer investimento em pesquisa,valorização do capital humano. Este é omeu sonho vindo de fora. E, claro, o queeu puder fazer para melhorarcompetitividade e produtividade. E aindatem o conceito educativo, que será pos-sível só se tiver sustentabilidade, ondeeconômico, ambiental e social têm que ca-minhar juntos. Estou confiante que comparcerias conseguiremos. Não estou in-comodada com orçamento, mas com pro-jetos bons e estou apostando nisso.

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ESPECIAL

Centenário da ImigraçãoHolandesa no BrasilDepois de mais de quatro séculos de relações bilaterais entre os países,este ano, data que marca os 100 anos de formação da primeira colôniaholandesa no Brasil, comemora-se oficialmente o rico intercâmbio político,econômico e sociocultural envolvido entre estas duas nações

Isabella Monteiro

Do futebol à gastronomia, da políti-ca à economia. Brasil e Holanda,

que possuem uma histórica relação, so-bretudo comercial, caminham a largospassos para estreitar ainda mais seuslaços e ampliar as parcerias nos diver-sos segmentos no cenário internacional.Diante disso, a presidente da Repúbli-ca, Dilma Roussef, proclamou, no dia 4de março, em Brasília (DF), 20112011201120112011, o Anoda Holanda no Brasil. A sugestão de leifoi instituída pelo deputado estadual Luiz

Carlos Hauly e atual secretário da Fa-zenda do Paraná, Estado onde se loca-liza a mais antiga colônia holandesa nopaís: Carambeí, que também neste anocomemora 100 anos de formação.

A comemoração do Ano Holanda-Brasil contou com diversos eventospelo país, entre os quais concertos dejazz, acrobacias, exposição mundial defotografia de imprensa (World PressPhoto), jogo amistoso de futebol entreBrasil e Holanda, realizado em Goiânia

(GO). Também a visita do embaixadorholandês, Kees Pieter Rade, às festivi-dades em Carambeí (PR), onde foi inau-gurado um Parque Histórico da Imigra-ção Holandesa. Estão previstos aindaum tour de bicicletas no Rio de Janeiroe em Brasília e a visita do ministro daAgricultura e do Comércio Exterior dosPaíses Baixos, Henk Bleker, ao Brasilno fim de novembro. Já na Holanda, ascomemorações realizadas na Capital,Amsterdam, também se realizam sob

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os diferentes aspectos: econômico,político, esportivo e cultural.

Entretanto, embora se comemore ocentenário da imigração holandesa noBrasil, os laços bilaterais entre os doispaíses já existem há mais de quatroséculos, desde as expedições holan-desas, iniciadas no fim do século XVI,que foram precursoras da InvasãoHolandesa. Assim, são quatrocentosanos de interações socioculturais eeconômicas entre estes países.

seu primeiro comercial no continenteeuropeu”, lembra Bastiaan Engelhard,secretário de Assuntos Econômicos daEmbaixada do Reino dos Países Bai-xos no Brasil.

Segundo ele, o comércio bilateralentre Brasil e Holanda dobrou nos úl-timos 10 anos: saltou de 3 bilhões deeuros, em 2000, para 6,2 bilhões deeuros em 2010. A Holanda é um dosmaiores investidores no Brasil. E umdos setores que mais cresce na ex-portação brasileira para o país é, so-bretudo, o agrícola, com destaquepara: etanol, soja, cana e frutas.

“Embora sejamos povos geografica-mente distantes, somos muito similares.Gostamos de futebol, praia, de traba-lhar a inovação, criar novos produtos,por esse motivo, já temos laços há tan-tos anos”, comenta. Engelhard argu-menta que devido à globalização, inú-meras facilidades aproximam aindamais os países: intercâmbio de estudan-tes, vôos diretos, turismo, entre outros;estendendo a cooperação para outrasáreas como logística, aeroportos e pes-quisas em diferentes segmentos.

HISTÓRICO DA IMIGRAÇÃOHISTÓRICO DA IMIGRAÇÃOHISTÓRICO DA IMIGRAÇÃOHISTÓRICO DA IMIGRAÇÃOHISTÓRICO DA IMIGRAÇÃOA imigração holandesa no Brasil ocor-reu inicialmente em 1908 e 1909, noParaná com a vinda de aproximada-mente 200 famílias que se instalaramno município de Irati, em uma colôniachamada Gonçalves Junior. “Esta co-lonização foi mal sucedida, principal-mente porque os colonos não recebe-ram o devido e prometido apoio. Mui-tos faleceram por doenças, os que ti-nham condições retornaram para aHolanda e outros procuraram outraslocalidades. Algumas dessas famíliasse instalaram em Carambeí, onde ascondições eram melhores porque en-contraram campos abertos ao invés dematas fechadas e havia uma ferroviaem construção, que oferecia boasoportunidades para a produção de lei-te”, conta Dick Carlos de Geus, presi-dente do recém-inaugurado ParqueHistórico em Carambeí (PR).

Existem mais duas comunidades ho-landesas no Paraná: Castrolanda(1951) e Arapoti (1960); formadas por

imigrantes provenientes basicamenteda região norte da Holanda, que, jun-tamente com Carambeí, são conheci-das pela produção de leite e tem hojeo melhor plantel de gado leiteiro doBrasil. A produção de leite também éuma característica do povo holandês.Além disso, hoje, as comunidades ho-landesas no Paraná também são co-nhecidas nacionalmente pela altatecnologia agrícola, nas quais foi de-senvolvido o plantio direto na palha,prática disseminada em todo o país.Também em Carambeí, os holandeses,em 1925, criaram a primeira cooperati-va de produção do Brasil, que serviude exemplo para a formação de mui-tas outras, no pós-guerra, fazendo doEstado paranaense ícone do melhor emais forte cooperativismo do país.

Carlos de Geus lembra que com ofortalecimento da cooperativa iniciou-se maior busca de informações e a vin-da de mais imigrantes pós SegundaGuerra Mundial. A região dos CamposGerais (PR) consolidou-se como a mai-or e melhor bacia leiteira do país, comum plantel de gado geneticamentecomparável aos melhores do mundo.Paralelamente, também merece serdestacada a contribuição dos imigran-tes holandeses e seus descendentesna iniciação da agricultura extensivanos Campos Gerais, que começou coma cultura do arroz nos anos 50. De acor-do com ele, com a rápida degradaçãodos solos arenosos da região com aagricultura intensiva, cooperativas eprodutores solucionaram a questão daerosão com a implantação do plantiodireto na palha nos anos 70. Prática quese alastrou por todo o país, “com be-nefícios imensuráveis para o meio am-biente”, destaca.

“Durante o período de desenvolvi-mento da colônia, existiram muitosmomentos difíceis, mas com base natríade educação, religiosidade ecooperativismo, os holandeses fizeramde Carambeí um caso de sucesso en-tre as colônias fundadas por imigran-tes no Brasil”, enfatiza Geus. Emanci-pada de Castro em 1995, a cidade éuma das mais ricas e com um dosmaiores PIB per capita do Paraná, re-

Atualmente, a Holanda é o terceiromaior parceiro comercial do Brasil, eo número de holandeses e descenden-tes que aqui residem cresceexponencialmente, da mesma formaque o número de brasileiros e descen-dentes na Holanda. “Sempre tivemoslaços culturais e econômicos. E nosúltimos dez anos o comércio entre osdois países aumentou muito. Em ter-mos econômicos, a Holanda é o pontode entrada do Brasil na Europa, sendo

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“Sem memória nãohá história, com

memória fazemoshistória;

sem fé não háesperança, com fé

movemosmontanhas;

sem conhecimentonão há progresso,

com o saberfazemos acontecer;sem união não há

paz, unidosvenceremos.”

(Frase do Parque Histórico deCarambeí/PR)

presentando 54% do PIB doagronegócio do estado.

Há ainda outros agrupamentos deimigrantes holandeses no país. Um noRio Grande do Sul, na cidade de ‘Nãome Toque’, famosa pelo plantio diretoe pela indústria de máquinas; dois emSão Paulo: as Holambras I e II e aindapequenas comunidades no Mato Gros-so do Sul, Maracaju, e no estado deMinas Gerais, Unaí e Paracatu. Todasestas comunidades foram constituídaspor imigrantes provenientes, em suamaioria, da região sul da Holanda. Demodo geral, todos os agrupamentosde holandeses e seus descendentesdo Brasil, estão ligados às atividadesda agropecuária: lavouras de soja,milho, feijão, trigo, batatas, algodão,aveia, flores, frutas, produção de lei-te, suínos e aves.

HOLAMBRA I: ATRAÇÃOHOLAMBRA I: ATRAÇÃOHOLAMBRA I: ATRAÇÃOHOLAMBRA I: ATRAÇÃOHOLAMBRA I: ATRAÇÃOTURÍSTICA E REFERÊNCIATURÍSTICA E REFERÊNCIATURÍSTICA E REFERÊNCIATURÍSTICA E REFERÊNCIATURÍSTICA E REFERÊNCIANACIONAL EM FLORICULTURANACIONAL EM FLORICULTURANACIONAL EM FLORICULTURANACIONAL EM FLORICULTURANACIONAL EM FLORICULTURABart Vrolijk, Conselheiro de Agricultu-ra da Embaixada do Reino dos PaísesBaixos, conta que com consentimen-to do governo neerlandês, a Associa-ção Neerlandesa dos Lavradores eHorticultores Católicos (neerlandês:Katholieke Nederlandse Boer enTuinders Bond) enviou uma comissãopara o Brasil para coordenar a imigra-ção de holandeses e para fixar umacordo com o governo brasileiro. Apartir daí, um grupo de aproximada-mente quinhentos imigrantes fundou,em 14 de julho de 1948, a colôniaHolambra I (Estância Turística deHolambra, SP) e a CooperativaAgropecuária Holambra.

No final dos anos 50 chegaram àHolambra três famílias (católicas) da re-gião noroeste (West Friesland), original-mente produtores de bulbos, que come-çaram a cultura de gladíolos em escalamaior. Aos poucos, deram início àcomercialização e distribuição pelo paísinteiro, começando em Campinas, SãoPaulo, e depois Rio de Janeiro, Belo Ho-rizonte e outras regiões. No início dosanos 70, juntaram forças e aglutinarama comercialização dentro da Cooperati-va Agropecuária Holambra. TheodorusBreg, presidente do Veiling Holambra,

conta que a unidade dentro da coope-rativa tinha a estrutura de um grande ata-cadista e, no fim da década de 70, ou-tras culturas foram introduzidas, comorosas, crisântemos e plantas ornamen-tais, inclusive porque a cooperativa ti-nha um departamento técnico para darassistência técnica aos produtores. Porvárias razões, a fórmula antiga de gran-de atacadista faliu, e os caminhões fo-ram vendidos em 1988 aos colaborado-res da cooperativa e a produtores. Umano depois surgiu o Veiling (leilão).

O Veiling Holambra introduziu umsistema inédito de comercialização deflores no Brasil, e, por isso, foi um mar-co na floricultura nacional. “HojeHolambra é o centro do comércio eprodução de flores e plantas ornamen-tais no Brasil graças às suas coopera-tivas. Não podemos esquecer aCooperaflora que é líder no comerciode rosas, também na Holambra”, co-menta o presidente do Veiling.

Embora toda a produção seja esco-ada nacionalmente, “ela nem sempreocorre no município de Holambra, por-que parte já se deslocou para outrasregiões, como sul de Minas, e até Cea-rá (produtores de Holambra e outros).Também há cada vez mais produtores

de outras regiões que se associam àCooperativa Veiling Holambra”, revelaBreg. Para Inês Wagemaker, diretorada CGO Consultoria em Comércio Ex-terior, a introdução do cultivo de plan-tas ornamentais e do método decomercialização, através de leilão, “foiuma alavanca para o desenvolvimen-to, sendo o relacionamento comercialBrasil-Holanda muito forte, pois muitodo material de propagação (sementese mudas) é importado da Holanda”.

HOLAMBRA II: COOPERATIVISMOHOLAMBRA II: COOPERATIVISMOHOLAMBRA II: COOPERATIVISMOHOLAMBRA II: COOPERATIVISMOHOLAMBRA II: COOPERATIVISMOE GRANDES CULTURAS EM FOCOE GRANDES CULTURAS EM FOCOE GRANDES CULTURAS EM FOCOE GRANDES CULTURAS EM FOCOE GRANDES CULTURAS EM FOCOSuperadas as dificuldades na colôniaHolambra I, os colonos foram em bus-ca de novas terras com objetivo deexpandir a colônia ainda mais. Apósencontrar as terras no município deParanapanema (SP), os colonos seestabelecem na Fazenda das Possese fundaram, em 23 de dezembro de1960, a colônia Holambra II e a Coo-perativa Agroindustrial Holambra, con-forme explica Bart Vrolijk. As opera-ções de plantio começaram em 1962.

Holambra II é bastante diversificada,com produção de flores e frutas diver-sas (pêssego, ameixa, nectarina, ba-nana, maçã, atemóia, laranja), mas aprincipal atividade são as culturas ex-tensivas de algodão, feijão, milho, soja, tri-go e cevada. “Também é prestadora deserviços, armazenagem, beneficiamentode produtos, compra e venda de produ-tos e insumos”, complementa Vrolijk.

Simon Johannes Maria Veldt, presi-dente de Holambra II, revela que emtorno de 75% desta área de grandesculturas é irrigado pelo sistema de pivôcentral, o que permite duas ou mais cul-turas ao ano com alta produtividade. Deacordo com ele, a Cooperativa tem emtorno de cem sócios atualmente, sendo70 cerealistas e os demais produtoresde frutas e flores, além de outros queproduzem cereais e também investemna fruticultura e floricultura. “No início, aregião era muito pobre e os solos fra-cos. A partir da década de 80, com aintrodução do plantio direto e a irriga-ção de grandes áreas, o perfil econômi-co da região mudou e houve um cons-tante crescimento da produtividade e daárea de produção. Hoje a região é bas-

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tante próspera e com uma agriculturade ponta”, afirma. Para ele, o principallegado da cultura holandesa é a organi-zação, o profissionalismo e a união dosprodutores. “Graças a estes fatores, oprodutor sócio da Cooperativa tem van-tagens competitivas sobre outros pro-dutores da região”, acredita.

HERANÇA CULTURALHERANÇA CULTURALHERANÇA CULTURALHERANÇA CULTURALHERANÇA CULTURALFilha de imigrantes, da cidade deHarlem, do Sul da Holanda, que che-garam ao Brasil em 1949, InêsWagemaker conta que os pais vierampara residir em Holambra, devido a umacordo entre os governos da Holandae do Brasil para fundarem aqui umacolônia de imigrantes holandeses quehaviam perdido suas terras devido àSegunda Guerra Mundial. “Sinto muitoorgulho pelo trabalho realizado pelosnossos pais, e me sinto feliz e grata porterem escolhido o Brasil, terra ‘aben-çoada por Deus, e bonita por nature-za’”, comenta. Entretanto, para ela, apreservação e propagação da culturaserão bem difíceis, pela própria misci-

interesse pela cultura holandesa e tam-bém pelos negócios da família na áreaagrícola. Mas acredito que semprehaverá a herança cultural, um lastro,e, assim, passo isso para meus filhos”.

Já Simon Johannes Maria Veldt, queimigrou com os pais para o Brasil aosseis anos, declara com convicção: “so-mos holandeses por origem, mas so-mos brasileiros por opção (através danaturalização). Sentimos orgulho empoder colaborar para o desenvolvi-mento de nossa região, de nosso país,‘entre outras mil, pátria amada Brasil’”.

Um forte atrativo turístico em desen-volvimento, o Parque Histórico deCarambeí conta a saga da imigraçãoholandesa e a cultura do povo holan-dês. “A tendência é que os valoresculturais próprios, paulatinamente vãose perdendo, o que é irreversível. Porisso, entendemos que o Parque é umelemento que vai deixar nossa histó-ria, nossa cultura e nossos valores vi-vos”, argumenta o presidente do Par-que, inaugurado em abril deste ano,Dick Carlos de Geus.

genação. “Atualmente, já vejo em mi-nha família a dificuldade em manter alíngua e os costumes”, lamenta.

Geraldo de Bruijn, filho de imigran-tes holandeses de Holambra II e pro-dutor de flores silvestres de corte há10 anos, conta que por influência dospais também decidiu se dedicar aoagronegócio. Para ele, “é muito bome importante fazer parte desta coope-rativa, que no ano passado comemo-rou seu cinquentenário, pois há mui-tos benefícios e por isso, ficamos maisfortalecidos”. Entretanto, Bruijn tam-bém acredita que “cada vez mais, con-forme vai passando a geração, a ten-dência é diminuir o conhecimento e

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CURIOSIDADES DA HOLANDACURIOSIDADES DA HOLANDACURIOSIDADES DA HOLANDACURIOSIDADES DA HOLANDACURIOSIDADES DA HOLANDA

HUMOR VERDE

APRESENTAMOS MAIS UMA PEÇA DA CAMPANHA DA REDE DE VAREJOHORTIFRUTI, GENTILMENTE CEDIDA PARA A REVISTA PLASTICULTURA.

• A Holanda é normalmentechamada de Países Baixos (ouNederland). No estrangeiro, àsvezes, recebe o nome Holandaporque foi nos portos na provín-cia Holanda que os navios zar-pavam para o exterior. Os Paí-ses Baixos consistem de 12 pro-víncias: Limburg, Brabant,Zeeland, Zuid Holland,Gelderland, Overijssel, Utrecht,Noord Holland, Flevoland,Drenthe, Groningen e Friesland.

• A Cidade de Amsterdã é a ca-pital dos Países Baixos, mas asede do Governo fica na Cida-de de Haia. E as ilhascaribenhas de Bonaire, Saba eSt. Eustatius são municípiosdos Países Baixos e as ilhas deAruba, Curaçao e St. Maartensão territórios autônomos doReino dos Países Baixos.

• O povo holandês é o mais altodo mundo, e a Holanda, um dospaíses mais densamente povoa-dos do mundo, com 450 habitan-tes por quilômetro quadrado. Qua-se metade da população vive emtorno de três cidades: Amsterdam,Haia e Rotterdam.

• Na Holanda, ainda há cerca de1.000 moinhos de vento funcionan-do e 84% dos neerlandeses possu-em uma bicicleta. Muitos têm maisde uma bicicleta, de forma que, há18 milhões de bicicletas para 16,5milhões de habitantes.

• Na Holanda, flores são vendidasem praticamente todos os lugarese é falta de educação servir-se,sempre espere ser servido.

• O nordeste brasileiro chegou a ser,durante certo tempo, colônia holan-

desa. O domínio holandês tevetrês fases. A primeira iniciou-seem 1630 e foi marcada pelo es-forço holandês para eliminar oprincipal núcleo resistente à in-vasão, o Arraial do Bom Jesus,que caiu em 1635. A segundacorrespondeu à consolidaçãodo domínio neerlandês, de 1635a 1645, com destaque para agestão de Maurício de Nassau.Finalmente, a terceira durou até1645, ano da InsurreiçãoPernambucana.

• O município brasileiro deHolambra (nome derivado dajunção de Holanda, América eBrasil), no Estado de São Paulo,recebeu esse nome em virtudede uma colônia holandesa quese estabeleceu na região.Fonte:www.anodaholandanobrasil.com.br

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