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entrelinha | 5 REVISTA ENTRELINHA CORPO E MENTE EQUILÍBRIO ENTRE NUTRIÇÃO SAUDÁVEL, BOM PROGRAMA DE TREINAMENTO E TEMPO DE RECUPERAÇÃO Revista-laboratório da disciplina Design de Notícias 2016/2 Comunicação Social - Habilitação Jornalismo - UCS

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REVISTA

ENTRELINHA

CORPO E MENTEEQUILÍBRIO ENTRE

NUTRIÇÃO SAUDÁVEL, BOM PROGRAMA DE TREINAMENTO

E TEMPO DE RECUPERAÇÃO

Revista-laboratório da disciplina Design de Notícias 2016/2Comunicação Social - Habilitação Jornalismo - UCS

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editorial

expediente

reitor:dr. evaldo antônio kuiava

diretora do centro de ciências sociais:dra. maria carolina rosa gullo

coordenador do curso de jornalismo:dr. álvaro benevenuto júnior

disciplina:design de notícias

professora:dra. marlene branca solio

projeto gráfico:gabriela fiorio

alunos:ana lara lessa gozziandré sebben ramosângela zorzi salvallaggioestefani alvesfelipe jungfranciane peracchigabriela fioriokimberly salomão da silvapedro henrique dos santos

1o semestre/20162016/2

Endereço Campus-SedeRua Francisco Getúlio Vargas, 1130

Bairr Petrópolis - Caxias do Sul - RS95070-560

Telefone: (54) 3218.2100

Esta edição da Revista Entrelinha traz como tema central o corpo humano,

nas suas variadas funções e características. Uma série de reportagens especiais foi

produzida pelos acadêmicos de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da

Universidade de Caxias do Sul, por meio da disciplina de Design de Notícias.

O grupo de alunos responsável por este projeto autoral entendeu que o

momento histórico que a sociedade atravessa está condicionado ao materialismo.

Temos a percepção clara de que esta supervalorização do consumo pelo consu-

mo leva a uma interação social pobre de afeto e abundante de aparências. Neste

cenário, o corpo humano, instrumento indispensável para o convívio, assume uma

centralidade conceitual, que merece sua devida análise pelo jornalismo. Por meio

do Entrelinha, esta análise foi feita, dentro de um programa disciplinar e conceitual,

que engloba tanto a escolha de pautas afins, quanto a produção e a diagramação

deste trabalho.

Que neste mundo tão avançado tecnologicamente, você dedique um pouco

de seu tempo para ler e cuidar da saúde.

Boa leitura!

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MEDO DE COMER 4

O REFLEXO DA CRIANÇA NA MÍDIA 6

ESPORTE É QUALIDADE DE VIDA 9

OS PERIGOS DO EXCESSO 11

ALIMENTAÇÃO DE VERDADE 13MESMO COM RESTRIÇÕES

REIKI E MEDITAÇÃO SÃO FORMAS 15DISTINTAS DE TRANSFORMAÇÃO

O CORPO É UM TEMPLO 17

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MEDO DE COMER

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Dietas da sopa, do ovo, do sangue, detox, entre tan-tas outras, prometem quilos a menos em poucos dias. Po-rém, essas dietas, apesar de populares, são condenadas por profissionais da saúde por restringirem nutrientes im-portantes ao corpo, como os famigerados carboidratos.

A obrigação de apresentar magreza, para serem acei-tas pela sociedade, leva pessoas a aderirem constantemente a dietas que funcionam por alguns dias, mas, depois provocam a volta ao peso ini-cial ou até mesmo a pesos superiores. Uma pesquisa da empresa de medi-camentos Omega Farma verificou que uma em cada dez mulheres faz dieta a vida toda tentando emagrecer.

Segundo a nutricionista e pes-quisadora da USP Sophie Deram, as restrições alimentares assustam o cérebro, porque ele as entende como um perigo e desenvolve mecanismos de proteção. Além disso, as dietas causam o desenvolvimento de trans-tornos alimentares, uma vez que os adeptos ficam sem comer determinados alimentos, mas não resistem a episódios de descontrole e comem exageradamente. Ainda conforme Sophie, as pessoas estão com medo de comer.

Receitas PARA emagrecimento rápido levam o corpo ao limite e a mente à obsessão

Ângela SalvallaggioFranciane Peracchi

Essa constatação também é feita pela nutricionis-ta Najara Valduga. Para ela, a maioria dos pacientes che-ga ao consultório buscando perda de peso e de percen-tual de gordura e não a mudança de hábitos alimentares.

Ao longo das últimas décadas, as mulheres con-quistaram espaço e assumiram papéis de destaque; contudo, ainda são pressionadas a alcançar um padrão de beleza inatingí-vel em meio às responsabilidades de casa e trabalho. Najara afirma que atende mais mulheres do que homens, principalmen-te acima dos 30 anos, quando o metabo-lismo desacelera e gera aumento de peso.

Em contraposição ao modelo es-tético exaltado pela população em geral, surge um movimento promovido por nu-tricionistas e médicos, para alcançar o bem-estar, sem necessariamente exibir um corpo magro. Para Najara, o fundamental é seguir uma alimentação rica em frutas, verduras, fibras e água. A ingestão de gor-dura não é esquecida, desde que ela seja

benéfica à saúde. A nutricionista diz que não indica produ-tos caros, como os diet, light ou suplementos “da moda”. Segundo ela, é importante pensar na qualidade de vida.

Ao longo das últimas décadas, as mulheres conquistaram espaço e assumiram papéis de destaque; contudo, ainda são pressio-nadas a alcançar

um padrão de beleza inatingível em meio às responsabilidades de casa e trabalho

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Dona de seis faixas de concurso de beleza, Aline Tessaro, 19 anos, moradora de Veranópolis, chama a atenção por onde passa. Loira de 1,75m, a jovem encanta seus 7.700 seguidores no Facebook com fotografias de seu dia a dia.

Aline começou a participar de concursos em 2012. A estreia foi no evento Garota Verão. Segundo ela, não espera-va vencer nem a etapa municipal. Porém, chegou a Capão da Canoa, na final estadual. Dali em diante, tudo mudou em sua vida. Ela conta que passou a cuidar mais de seu corpo e preocupar-se com as roupas, afinal, as pessoas, nas ruas, passaram a observá-la com mais atenção e até mesmo a ana-lisá-la. “Tive que mudar. Mudei cabelo, passei a me cuidar mais. E gosto disso.”

Aline dedica-se aos concursos dos quais participa e inicia sua preparação na academia. A estudante de Arqui-tetura diz que, cerca de seis meses antes do desfile, pratica musculação e exercícios aeróbicos três vezes por semana, regra a alimentação e realiza tratamentos estéticos. Próximo à data, a academia é compromisso diário, sendo que ela trei-na de duas a três horas por dia, e os alimentos que provocam inchaço no corpo são riscados do cardápio. Todos os concur-sos dos quais a jovem já participou contavam também com a parte de entrevistas. Portanto, além da parte física e estética,

Além da alimentação saudável para man-ter a forma e alcançar o corpo tão almejado, hoje em dia as pessoas procuram, também, com maior frequência, a prática de exercícios físicos.

Segundo o instrutor da academia Vida Ati-va, de Nova Prata, Henrique Zamin, a maioria das pessoas que procuram os serviços da academia quer realizar apenas objetivos estéticos.

Esse público compreende ho-mens e mulheres de 16 a 25 anos, que buscam hipertrofia muscularco-mo consequência do aumento das funções celulares, geralmente oca-sionado pela prática de musculação.

Porém, essas mesmas pes-soas que buscam a atividade física, a musculação, apenas para ganho de massa, para adquirir boa forma, para desenvolvimento muscular, acabam desistindo fa-cilmente da prática, pois não estão realmente foca-das em qualidade de vida, em saúde. Permanecem com a prática dos exercícios de forma alucinada

durante o verão, fazem dietas absurdas e extrema-mente rígidas entre os meses de novembro a abril e assim que o outono chega, a debandada acontece. Esquecem promessas e atiram objetivos às traças.

Dessa forma, fica claro o verdadeiro obje-tivo desse público: exibicionismo, ficar bem para o outro, mostrar-se bem nas redes sociais e usar o

corpo apenas como valorização exacerbada da imagem pessoal.

Segundo Henrique Za-min, esse aumento da procura pelo mundo fitness de alguns anos para cá, ocorre porque, além de influenciadas pelas mídias, como internet, redes sociais, televisão, as pessoas se conscientizam de que a alimentação saudável é im-

portante, praticar exercícios físicos é fundamen-tal, mas não apenas para se ter um corpo magro, musculoso, mas um corpo saudável e resistente.

a corrida pelo corpo ideal

praticar exercícios físicos é fundamen-tal, mas não apenas para se ter um corpo magro, musculoso,

um corpo saudável e resistente

beleza premiada

ela se concentra em estudar assuntos gerais e estar confiante para responder às perguntas.

Existe também o investimento financeiro. Ela não revela o valor, mas afirma que já gastou, segundo suas pa-lavras, um preço absurdo em vestidos, torcida, pessoas para auxiliá-la e demais itens necessários.

A estudante diz lidar bem com o assédio e acredita que, apesar de saber que sua beleza influencia, a maior parte de seus seguidores deve-se ao seu carisma. Ela conta que os fãs pedem que publique fotografias de seu cotidiano, por isso, procura manter-se sempre apresentável.

Embora receba muitos elogios, ela não está satisfeita com a sua imagem e afirma que tem o desejo de fazer cirur-gias estéticas. “A gente sempre quer melhorar mais”, diz.

Questionada sobre o que pensa a respeito do padrão de beleza exigido pela sociedade, Aline conclui que “tem meninas que são maravilhosas, mas vazias de coração. A nossa maior beleza está no coração”.

“A gente sempre quer melhorar mais”

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O REFLEXO DA CRIANÇA NA MÍDIA

A concepção que se tem da infância, hoje, não é a mesma de anos atrás. A grande mídia altera a forma de ver e tratar as crianças, e traz, hoje, uma nova forma de repre-sentação do público infantil, assim como o material por ele recebido. Dentre diversos problemas que vêm à tona com o uso inadequado da imagem das crianças, o pior e mais preocupante é a erotização. Isso porque representa o público de maneira errônea, assim como influencia para uma “adul-tização” precoce, contato com o consumismo e estipula um modo de viver não saudável.

Apesar de todos esses problemas serem considerados características da sociedade contemporânea, precisamos en-

Campanhas publicitárias surgem na intenção de seduzir cada vez mais o público infantil para a compra de sandálias, brinquedos, rou-pas e jogos de videogames e aproximam o universo adulto do mundo

adorável das criançasEstéfani Alves

tender um pouco do contexto histórico da situação. Segundo o artigo “Erotização dos corpos infantis na sociedade de consumo” estudos de Jane Felipe e Bianca Salazar Guizzo, de 2003, não se tem muitos dados sobre a infância na Grécia antiga, concluindo que não havia relações entre adultos e crianças. No entanto, os gregos foram um povo de cultura educadora, que adquiriu uma formação diversa, semelhante a da sociedade moderna. O sentido da infância para ele, porém, não é o mesmo da atualidade. Com o passar do tempo, pode-se perceber a importância da infância, graças às pinturas romanas, assim como a preocupação em proteger as crianças dos assuntos relacionados à sexualidade.

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Durante a Idade Média, quando as crianças domi-navam a fala, por volta dos sete anos, já eram consideradas adultas e tratadas como tal. No século XII, os meninos de treze anos já poderiam se casar com meninas de pelo menos onze anos, sem pedir o consentimento dos pais. Ainda naquele período, as crianças assumiam responsabilidades como adultos muito cedo, e não passavam pela fase da ju-ventude, que, como sabemos, é considerada superimportante na sociedade de hoje. A relação de amor paternal só passou a existir nas famílias burguesas -- antes eram baseadas em princípios morais e sociais. Nos séculos XVIII e XIX, houve uma nova representação social da infância; por conta da divisão dos papéis de gênero, a mulher assumiu o papel de responsável pelo lar.

Com base no artigo “Erotização dos corpos infantis na sociedade de consumo”, no período moderno a expansão do capitalismo e de meios tecnológicos ampliou o alcance dos meios de comunicação e, com isso, a preocupação com a

educação infantil, assim como desenvolvimento do conceito de ingenuidade, pureza e inocência, características que não deveriam ser corrompidas pelos segredos adultos. Com o passar do tempo, as ideias mudam e novos conceitos apli-cados às famílias, como as mães que assumem o papel de matriarca, filhos de pais separados e o capitalismo, têm um novo papel de influência direta sobre todos.

Podemos comprovar esse quadro quando progra-mas de televisão e desenhos animados ditam vendas a lojas de brinquedos, como nos conta a gerente da Estação dos Brinquedos, Juliana Matte. Segundo ela, os principais brinquedos para meninos ainda são os carrinhos, porém os super-heróis estão ganhando força no mercado. Já os brin-quedos que mais vendem para as meninas são as Barbie ou Polly. Além de tradicionais há anos, essas bonecas passam a ideia de glamour e feminilidade que a sociedade contempo-rânea tenta vender para as mulheres em geral. Dessa forma, as meninas crescem com a ideia de que precisam investir dinheiro em itens caros e que fazem parte da rotina na fase adulta. Segundo Juliana, muitos itens ainda são os pais que escolhem para os filhos, como os jogos, que têm um bom percentual das vendas gerais.

Esse tipo de situação denominou uma nova fase: pós-modernidade, em que a infância é muito discutida e traz a ideia de como as crianças vão se relacionar com o mundo na contemporaneidade. Isso se dá pela influência dos meios de comunicação e da publicidade, que dividem com os pais e a escola o próprio papel de transmissão de conhecimento, educação comportamental e valores. Com o fácil acesso à internet e à televisão, as crianças começam a consumir um material adulto e com isso entra em ação o Código Bra-sileiro de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que atua desde o final dos anos 70 e é uma organização não-go-vernamental que visa a promover a liberdade de expressão publicitária e a defender as prerrogativas constitucionais da propaganda comercial.

Com Base no artigo “Erotização dos

corpos infantis na sociedade de con-sumo” no período

moderno, a expansão do capitalis mo e de meios tecnológicos ampliou o alcance

dos meios de comuni-cação e, com isso, a preocupação com a educação infantil

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Com o fácil acesso à internet e à tele-visão, as crianças

começam a consumir um material adulto

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O código também aponta como julgar pelo Con-selho de Ética denúncias de consumidores, autoridades, associados ou formuladas por integrantes da própria dire-toria, quando há abuso por parte das empresas. Mais de 8 mil representações já foram julgadas pelo Conar e desde 1998, quando se teve o primeiro caso envolvendo o uso da criança ou a influência exercida sobre a mesma, se tem registro de 254 casos, segundo as informações contidas no site do órgão.

Para evitar esse tipo de situação, hoje as agências de publicidade estão mais atentas ao código de ética do profissional de publicidade e propaganda, bem como ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A agência de publicidade Alvo Global, de Bento Gonçalves, toma diversos cuidados em relação ao assunto. Segundo a assistente de atendimento, Thamy Weirich, evita o uso de crianças em campanhas, porém quando elas se encaixam no sentido lúdico, como no case Família ExpoBento, usa para representar a criança em família e sem consu-mo de um produto específico. Thamy ainda fala sobre a influência da publicidade no público infantil. “O assunto é sempre delicado. Quando envolvemos a imagem da criança em uma campanha publicitária, precisamos estar conscientes da influência desta no desenvolvimento do caráter dos pequeninos, que terá como consequência a construção e o desenvolvimento do futuro de todos nós. Sim, o público infantil é bastante frágil e facilmente per-suadido; é preciso partir de nós, publicitários, a entrega de uma comunicação ética e que não viole os direitos e valores, principalmente daqueles que ainda não os podem distinguí-los”, afirma ela.

Neste momento, a criança adquire um papel importante e determinante: percebe-se nela a possibili-dade de atuação como consumidora e como veículo de consumo. A banalização do adulto e a erotização infantil são reais, assim como a influência exercida sobre elas. Isso precisa ser discutido com seriedade e dada a devida importância.

os principais brin-quedos para meni-nos ainda são os

carrinhos, porém os super-heróis estão ganhando força no mercado. Já os

brinquedos que mais vendem para as meni-nas são as Barbie ou

Polly

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corrida

ESPORTE É QUALIDADE DE VIDA

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Basta um tênis, um calção e uma camiseta, colocar um pé na frente do outro e disparar. A corrida de rua, um dos esportes mais democráticos que existe no mundo, a cada dia ganha mais adeptos. Além da facilidade para praticar, correr não exige grandes recursos financeiros e traz vários benefí-cios à saúde. Correr está virando moda.

Febre há muitos anos nos Estados Unidos, no Brasil a prática começou em São Paulo e no Rio de Janeiro. Há mais ou menos cinco anos, sem dados precisos, ela começou a se disseminar em outras cidades do Brasil, chegando também à Região da Serra gaúcha.

O Clube de Corredores de Caxias do Sul, fundado em 11 de setembro de 2014, com a necessidade de exis-tir uma entidade para representar a nova moda, reúne os maiores grupos de corrida da cidade. Atualmente, são 175 equipes que buscam melhores condições para treinamento e difundem todas as provas que ocorrem no Estado, tornando

A corrida de rua vai além da busca por resultados e perfil atlético. Cor-rer não exige grandes recursos financeiros e traz diversos benefícios

para o corpo e para a almaGabriela Fiorio

as corridas de rua mais populares e estimulando o contato social.

O aumento da adesão à modalidade traz muitos benefícios a saúde. “A corrida faz com que o sono fique menos fragmentado, aumenta o bem-estar, é antienvelheci-mento, melhora a visão, o coração e a pressão arterial, além de fortalecer os ossos e os músculos”, ressalta o presidente do Clube de Corredores de Caxias do Sul, Marialdo Lopes Rodrigues.

Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association reafirma que a prática de atividades físicas pode aumentar a longevidade. A pesquisa australiana estudou mais de 200 mil adultos por mais de seis anos até provar os reais benefícios da corrida para a saúde. Quando realizada em ritmo moderado, a corrida diminui as chances de morte em até 44% e aumenta a expectativa de vida em cerca de seis anos em homens e cinco em mulheres.

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Amadores em pesoOs municípios da Serra gaúcha, nos últimos

anos, estão abrindo um grande espaço para as corridas de rua. Segundo o Instituto Fuja do Estresse, Corra pra Saúde – Ifecs – o crescimento das corridas ainda não é o suficiente para uma verdadeira cultura da prática e edu-cação esportiva, tendo como foco a saúde e a integração social, bem como a efetiva contribuição dada ao turismo em geral.

O Ifecs, criado em 2011, promove corridas pela Região da Serra gaúcha com foco na saúde. De acordo com o diretor executivo do Instituto, Geremias Rech, a participação das pessoas em 2011 variava de 100 a 120 atletas por prova. Hoje, são mais de 500. “Alguns atletas profissionais participam, mas em número bastante pequeno. O foco das corridas são os amadores. Nós os incentivamos e motivamos para que despertem cons-ciência de que, com a prática de esportes, todos ganham em saúde e equilíbrio emocional”, destaca Rech.

Dados analisados pelo Instituto mostram que a prática de corrida de rua tem um grande futuro pela frente. No caso de provas amadoras, é possível um crescimento ainda maior que o profissional, pois as pes-soas em geral buscam a sensação de bem-estar. Hoje, em todo o lugar, você vê alguém praticando corrida, conhecendo novos lugares e fazendo amigos. Mas, para correr e melhorar a cada dia sua performance, é preciso alimentar-se bem e também descansar.

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OS PERIGOS DO EXCESSO

exagero

São vários os fatores que levam pessoas a realizarem exercícios físicos: a busca por um corpo mais bonito e saudá-vel, a cura de lesões, a sensação de se sentir vivo, entre outros. Todas essas boas intenções, porém, podem gerar o efeito con-trário ao desejado, em casos de prática errada ou excessiva. Em algumas ocasiões, os danos po-dem ser maiores do que se imagina.

Normalmente associada à saúde, a prática de atividades físicas em demasia pode acarretar alguns problemas graves, como a hi per-trofia muscular e lesões de articu-lações, além de exaustão e fadiga extremas. O exagero nos exercícios também pode trazer consequências ruins a longo prazo, como aumento da frequência car díaca, irritabilida-de, insô nia e enfraquecimento do sistema imunológico. São esses os principais sintomas do overtrainning, co mo são chamados os exageros nos treinos. Segundo Ana Ruzzarin, Mestre em Ciências da Saúde pela PU-

As atividades físicas costumam ser boas para o nosso corpo, mas o exagero na prática pode trazer consequências maléficas à saúde. O

uso de remédios para acelerar resultados também pode gerar compli-cações sérias ao organismo

Pedro Santos

C-RS, esse comportamento decorre principalmente da pressa em ter um corpo bonito, que só aparece com o tempo, depois de muito esforço e dedicação. Ela também chama a atenção para a importância de deixar descansar o músculo, pois é só

nesse período que ele começará a crescer.

REMÉDIOS ILÍCITOS

A falta de persistência para conse-guir o corpo dos sonhos também pode le-var pessoas a tentarem soluções ainda pio-res, como o uso de fármacos para acelerar os resultados. “Eles entram prometendo o corpo lindo sem grandes sacrifícios e a curto prazo. Mas tudo na vida que vem fá-cil acaba tendo um alto custo”, alerta Ana.

E tem mesmo: o uso indiscrimi-nado de anabolizantes, comumente uti-

lizados para o aumento dos músculos, pode gerar inferti-lidade e redução na produção de espermatozoides, além

“Eles entram prometendo o corpo

lindo sem grandes sacrifícios e a curto prazo. Mas tudo na vida que vem fácil

acaba tendo um alto custo”

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de alteração do volume testicular e mamário. Funções cardiovasculares e do fígado também podem ficar com-prometidas, sem falar no risco grande de dependência.

Já os remédios para emagrecer também podem ser prejudiciais: alterações no sono e no humor, perda muscular, complicações cardíacas são alguns dos problemas. Uma boa dica para evitar a tentação dos remédios é a prática de esportes de que os interessados gostam, como forma de não perder a motivação nos treinos. Fazer exercícios com a ajuda de profissionais pode conter excessos e garantir a correta utilização desses meios.

FISICULTURISMO SAUDÁVEL

Quem costuma seguir esses conselhos é a fisiculturis-ta Adri Oliboni, moradora de Flores da Cunha, que há 15 anos mantém uma rotina puxada de treinos – nos últimos seis, acompanhada de um profissional. A decisão mudou

seus conceitos sobre musculação: hoje, faz três treinos por semana, menos do que fazia antes. Mas a intensidade das atividades combinada com uma dieta rígida contribuem para atingir os resultados que há muito tempo queria.

Os benefícios, segundo ela, vão além da aparência: a liberação de endorfina e o fortalecimento das articulações auxiliam na realização de tarefas do dia a dia. Adri também destaca que a prática de exercícios oferece maior longevida-de às pessoas, como os idosos de 60 ou 70 anos com quem costuma treinar. Isso, claro, sem o uso de substâncias ilícitas, as quais considera totalmente desnecessárias e perigosas.

“Não espere milagres e resultados rápidos. E, claro, escolha um profissional com competência e experiência para acompanhar os treinos”, aconselha Adri aos que estão pensando em se aventurar na área. Tão saudável quanto a correta realização de exercícios físicos é ouvir as dicas de alguém que, como ela, entende muito do assunto.

A cirugia plástica deixou de ser um procedi-mento apenas para adultos. Ela começa na ado-lescência, quando jovens procuram centros de esté-tica para corrigir imperfeições, como seios murchos, nariz de velho, pele em excesso, boca de pato, entre tantas outras ‘imperfeições” que eles veem em si.

Geralmente, os viciados em cirurgias plás-ticas são jovens que, desde a infância, sofreram bullying. Tudo começa na própria escola, com piadas de mau gosto e até mesmo apelidos que os amigos colocam.

A Dra. Rossane Plasteck, cirurgiã plástica, nos fala um pouco sobre os benefí-cios e malefícios, bem como sobre tran-storno e obsessão por plásticas.

A percepção exagerada sobre o próp-rio corpo leva a uma série de prejuízos. Há quem deixe de se relacionar e evite situ-ações sociais em que a “imperfeição” possa ser percebida, desenvolvendo uma espécie de fobia, que pode atrapalhar até a vida profissional. A preocupação com a aparência pode levar à depressão e, em casos mais graves, ao suicídio, afirma a Dra. Rossane.

Para a cirurgiã, é difícil perce-ber sintomas do transtorno nos pacientes que procuram cirugia plásticas. “Há casos gritantes, mas muitos são sutis nas rec-lamações”, afirma, destacando que a orientação é não realizar o procedimento ao perceber a dismorfofobia. “O profissional precisa negar a operação e, dependendo, até indicar tratamento psiquiátrico.”

“Amo muito meu trabalho e o faço com todo prazer; gosto de fazer as pessoas felizes con-

sigo, apenas melhorando o que as incomoda, não exage rando ou até mesmo achando coisas erradas onde não há”, diz a médica.

Até onde vamos para conquistar uma beleza perfeita

Com 29 anos e um grande número de cirugias plásticas feitas pelo corpo e rosto, Julia Dondi nos conta o porquê de fazer um grande número de cirugias estéticas. “Sempre me senti a última opção em tudo. Era aquela em quem achavam defeitos e nunca estava satisfeita com meu rosto e até meu corpo”, afirma a jovem.

Julia nos conta que com 16 anos, já fez sua primeira cirugia plástica. O que mais a in-comodava era seu nariz. Após algum meses, ela percebeu o quanto era fácil e prático para ela mudar algo que a incomodava. “Depois que recebi meu primeiro elogio, foi como se tudo tivesse valido a pena”, diz Julia. Logo

após ela fez lipoaspiração juntamente com lipoescultura. Depois de um ano e ainda insatisfeita com seu corpo, colo-

cou prótese de silicone mamária e botox nas maçãs do rosto. Mesmo assim ela

percebeu que não estava satisfeita consigo. Sempre sentia-se aquela última opção. Já

recebendo elogios, ela quis procurar outro médico, mas dessa vez um psicólogo, com

quem finalmente pôde corrigir o problema maior que era interno: mudou suas formas de

pensar. Hoje, ela faz acompanhamento médico. Não se arrepende das mudanças físicas, mas não se sente mais a última opção.

Jovens que abusam de cirurgia plásticaFelipe Yung

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ALIMENTAÇÃO DE VERDADE MESMO COM RESTRIÇÕES

Alergia x intolerância

“A intolerância alimentar é uma reação adversa a alguns alimentos, provocada pela falta ou deficiência de enzimas que impossibilitam a digestão. Ela não envolve o sistema imunológico e não apresenta base psicológica, podendo ser resultado de fatores etiológicos e fisiopatoló-gicos, como reações farmacológicas, tóxicas, metabólicas, neuropsicológicas e mesmo contaminação, entre outras.” relata a nutricionista Odete Beatriz Turella. O exemplo mais comum de intolerância é à lactose, que é o açúcar do leite, mas também existe a intolerância à glicose e à frutose.

Já a alergia, segundo constata Odete, é uma reação adversa aos alimentos que envolvem mecanismos imunoló-

São cada vez mais comuns as dietas que excluem nutrientes importantes, independentemente do acompanhamento de um profissional. Uma ali-

mentação restritiva, sem glúten e sem lactose, por exemplo, não deveria ser adotada por pessoas que não são intolerantes ou alérgicas. Mas, o

fato é que as dietas da moda invadem a rotina alimentar de muita gente e, se não forem feitas com cautela, podem acarretar

consequências seve ras na saúde

Ana Lara Gozzi

gicos, em sua maioria caracterizada por reações entre antíge-nos (substâncias estranhas ao organismo humano) e anti-corpos. Os alimentos mais comuns de causarem alergia são leite, ovo, trigo, frutos do mar e alguns vegetais. “Os tipos de alergia alimentar incluem as reações de hipersensibilida-de mediadas pela imunoglobulina E (IgE) e outras, causadas por qualquer outro mecanismo imunológico”, explica a nu-tricionista. As reações podem variar desde as locais (edema, prurido nos lábios), até manifestações sistêmicas graves. Alguns sintomas são comuns tanto na intolerância, quanto na alergia, portanto podem ser confundidos.

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Perigos das dietas restritivas

Uma dieta restritiva, com grandes cortes de alimen-tos por um período de tempo, não é indicada em qualquer situação. O que acontece, segundo Karina Giane Mendes, dout ora em Endocrinologia e coordenadora do curso de Nutrição, da Universidade de Caxias do Sul, é que, quando o corpo fica um período em modo de dieta restritiva, pode ocorrer uma perda de peso rápida – entretanto, quando a pes-soa volta a introduzir alimentos diferentes na alimentação, o corpo tende a reter o peso. Isso causa, além do aumento de peso, dificuldade para emagrecer.

A nutrição também desenvolve um papel significante na atividade física. Mesmo que o indivíduo pratique alguma atividade física com fins de aumento de força ou hipertrofia muscular, a dieta habitual da maioria das pessoas é capaz de suprir as necessidades diárias de proteína, segundo Odete, que completa: “Os progressos e o bom desempenho durante o treinamento apoiam-se no tripé nutrição adequada, bom programa de treinamento e tempo suficiente para recupera-ção.”

Alguns grupos específicos, como atletas compe-titivos, gestantes e pessoas desnutridas ou vegetarianas, recebem a indicação de suplementação de proteína, pois são grupos cujas dietas não contemplam as necessidades protei-cas diárias. Porém, deve-se lembrar que o excesso de qual-quer nutriente pode sobrecarregar o organismo. O excesso de proteína, por exemplo, pode acarretar problemas nos rins, que não conseguem eliminar todo o excesso ingerido.

Karina ainda afirma que, de maneira alguma, uma dieta restritiva vai trazer benefícios à saúde, pois a variedade da alimentação também faz parte de uma boa saúde. Vegetarianismo x veganismo

Existem quatro tipos principais de dietas que excluem o consumo de carne: ovolactovegetariana, lactovegetaria-na, vegetariana estrita e vegana. Os adeptos do veganismo não consomem produtos de origem animal na alimentação, no vestuário, na beleza e em demais produtos. Os adeptos do vegetarianismo estrito não comem alimentos de origem animal, sem restrições físicas como no veganismo.

Os outros dois grupos se diferem pelo fato de os lactovegetarianos não consumirem ovos nem derivados animais, enquanto os ovolactovegetarianos apenas não se alimentam de carne. Ainda existem outros grupos que res-tringem tipos de carne específicos.

O essencial, entretanto, é manter o cuidado com a saúde, mesmo mantendo esse tipo de alimentação. Deve-se ter atenção e cuidado maiores com as vitaminas B12 e D, o ômega 3, o cálcio, o ferro e o zinco, que devem ser obtidos por alimentos enriquecidos ou suplementos. “Embora muitas pessoas acreditem que o maior problema seja o equilíbrio da proteína, a dieta vegetariana ou vegana, quando bem planejada, apresenta quantidade suficiente de proteínas e de nutrientes”, afirma Odete.

Ainda pode surgir um problema que Karina destaca: deve-se manter uma dieta balanceada, pois muitos acabam comendo mais gordura e carboidrato quando param de con-sumir carnes. Isso eleva os níveis de triglicerídeos no sangue e pode ser prejudicial à saúde.

Podemos constatar que, quanto mais tempo um

alimento dura, mais prejudicial ele é à saúde. Isso se dá devido à quantidade exorbitante de conservantes colocados na comida, durante o processo de indus-trialização. Boas escolhas alimentares são a receita para uma boa saúde, o bem-estar e a beleza. Alimen-tos naturais, frescos, orgânicos devem ser prioriza-dos, e as quantidades, moderadas – “comer de tudo, mas não tudo”, lembra Karina.

O acompanhamento individualizado por um profissional de nutrição é indispensável, pois cada organismo possui necessidades diferentes e não exis te uma receita universal. Tudo deve ser muito bem orientado e medido, pois quando se trata de alimentação, trata-se de saúde, o nosso bem mais precioso.

Comida de verdade

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O Reiki é conhecido como uma técnica japonesa de harmonização, por meio da imposição de mãos em certos pontos do corpo humano, em que se concentra mais energia, ou seja, uma atividade para o relaxamento. Os pontos mais energéticos, chamados de Chakras, localizam-se em nossa aura, na coluna vertebral. Dessa forma, a energia que é ca-nalizada para a pessoa é a Energia Vital Universal. A palavra Reiki, é de origem japonesa, traduzida como “Energia de Vida Universal”: REI é a energia universal e KI é a energia do corpo físico. Sendo um encontro entre as duas formas de energia. O monge budista, Sensei Mikao Usui, é considerado o decodificador do Reiki.

A Energia Universal (REI) é o que atravessa o universo, é a que nos referimos dessa força. Já a energia do corpo físico (KI) é o espírito, a mente, o coração, o senti-mento ou o humor. Em outras palavras, é a alma, as emoções e os sentimentos. É assim, quando o KI para de fluir, a vida física acaba. A técnica não é uma religião nem uma terapia. Ele não tem o propósito de curar doenças. Além disso, não é necessário que a pessoa acredite no Reiki, mas que tenha mente aberta para recebê-lo.

REIKI E MEDITAÇÃO SÃO FORMAS DISTINTAS DE TRANSFORMAÇÃO

qualidade de vida

Práticas alternativas são formas singulares para aumentar a autoestima e melhorar a qualidade de vida

kimberly Salomão

Conforme a terapeuta Floral e mestra em Reiki Usui, de Carlos Barbosa, Cláudia Adriana Bergamaschi, a sessão de Reiki começa com a terapeuta explicando para o cliente o que é a técnica e quais as posições. “Durante a sessão uti-liza-se música suave ao fundo, sugerindo à pessoa que faça algumas respirações relaxantes. A sessão dura, em média, de 40 minutos a uma hora, dependendo da necessidade de cada um”, ressalta a terapeuta.

A profissional ainda explica que a imposição das mãos no corpo é feita de forma suave e tranquila. Há posições básicas, tendo como referência a localização dos chakras da pessoa. Contudo, se a pessoa que recebe o Reiki é intolerante ao toque, o terapeuta reikiano aplica a técnica na aura dela, ou seja, a uma distância que varia de 10 a 20 centímetros do corpo.

O Reiki não pode ser usado como medicina alter-nativa, mas complementar ao tratamento receitado por um médico. Também, a prática tem influência sobre o aspecto psicológico de uma pessoa, de forma que a visão dela sobre a vida é ampliada. Em consequência da atividade, a autoes-tima é elevada; há equilíbrio mental, relaxamento, alívio do estresse, disposição física e uma transformação pessoal.

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Benefício do Reiki para a saúde

Segundo a mestra em Reiki Cláudia Bergamaschi, o maior benefício para a saúde é o aumento da disposição física. A pessoa fica mais disposta para efetuar seu trabalho. Para compreender as alterações biológicas da prática do Reiki, o psicobiólogo Ricardo Monezi, que estuda a neuro-ciência comportamental, fez testes em camundongos com câncer. Para ele, o animal não tem elaboração psicológica, fé, crenças e a empatia pelo tratador. A partir disso e da experimentação, foi isolado o efeito terapêutico.

Na pesquisa da USP, o psicobiólogo teve como base a técnica japonesa, devido à prática da imposição de mãos e por que era a única sem conotação religiosa. A pesquisa foi feita da seguinte forma: os pesquisadores dividiram 60 camundongos em três grupos. O primeiro grupo controle, não recebeu nenhum tipo de tratamento. O segundo, “con-trole-luva” recebeu imposição de mãos com um par de luvas preso em cabos de madeiras. E o terceiro grupo, “imposta-ção”, teve como tratamento tradicional da técnica do Reiki sempre pelas mãos da mesma pessoa.

Na etapa seguinte, os animais foram sacrificados e examinados em relação à resposta imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir os tumores. Os glóbu-los brancos e células imunológicas do grupo “impostação” tinham dobrado a capacidade de reconhecer e destruir as células cancerígenas. Não é possível saber, ainda, se a ener-gia que o Reiki oferece é magnética, elétrica ou eletromag-nética. Mas, segundo Monezi, a energia produz ondas físicas que liberam hormônios capazes de ativar células de defesa do corpo. Além disso, a equipe do psicobiólogo começou a estudar os efeitos do Reiki em seres humanos. O estudo ainda não está pronto, mas tem apresentado resultados po-sitivos, como melhoria na qualidade de vida, diminuição de ansiedade e de depressão.

Meditação como evolução espiritual

As práticas alternativas estão presentas na família da mestra em Reiki Cláudia. Seu filho Micael Bergamaschi, biólogo e fotógrafo circense, é um frequente praticante da meditação. O mestre em meditação, Geshe Kelsang Gyat-so, diz que “meditar é familiarizar nossa mente de maneira regular e profunda com um objeto virtuoso. Praticando meditação, adquirimos experiência dos diversos níveis de realização espiritual e evoluímos para estados de aquisição cada vez mais elevados”.

Conforme Micael, a meditação geralmente está ligada à espiritualidade e pode ser praticada de diversas formas. “A meditação que eu conheço e pratico vem de ensinamentos do Budismo Kadampa, ensinados em aulas abertas para todos os públicos, budistas ou não budistas, pela Nova Tradição Kada-mpa em diversas cidades do Brasil”, conta o biólogo.

Assim como o Reiki, a meditação traz benefícios para a saúde, mas principalmente supera problemas emocionais, como inveja, apego, ignorância e controla a mente e traz paz interior. A prática da meditação é simples e dedicar cinco mi-nutos diários é, para os iniciantes, mais que o suficiente para acalmar a mente.

Mas assim como o Reiki, a meditação não deve ser usada como medicina alternativa. Ela é uma ferramenta a mais no processo de cura. Ainda, o objetivo principal da me-ditação é melhorar a qualidade de vida. Quem a pratica com frequência, e corretamente, sente uma diferença significativa na sua vida.

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corpo humano

O corpo humano é um mistério que continua sendo decifrado. Até que ponto conhecemos nosso organismo? Quais são suas possibilidades ainda não exploradas?

A ciência biológica estima 100 trilhões de células compondo o corpo humano, dando origem a mais de 20 órgãos que formam sistemas complexos metabólicos, em um equilíbrio perfeito. Mas é no campo da espiritualidade que o corpo assume contornos curiosos.

O jornalista Diego Franzen, que também é estudante de cabala cristã e de outras ciências herméticas, afirma que o corpo é um instrumento para a prática espiritual. Para ele, é vital purificar o corpo para utilizá-lo como um instrumento eficiente e seguro. “O tabagismo, o uso indiscriminado de drogas e o consumo de álcool levam a uma relativa perda do controle de si”, afirma.

O CORPO É UM TEMPLO

Há muito tempo, o homem dedica-se a compreender a própria matéria. O cuidado com o corpo é passo fundamental para qualquer aspirante a um

caminho superiorAndré Ramos

Ele lembra que a dupla mente-corpo costuma ser dis-persiva, o que atrapalha a evolução do ser no meio em que lhe compete. Por isso, o exercício da concentração é fun-damental. Franzen, que é faixa-preta em taekwondo e faixa roxa em karatê, recomenda as artes marciais e a meditação, como caminhos seguros para a conscientização do corpo. “O treino do corpo leva a uma disciplina, a uma dinamização de vontade”, esclarece.

O estudante da Rosacruz (Amorc), Alberto Detani-co, acrescenta que o corpo é o veículo da alma no mundo material. Por isso, sua necessidade de existir, justamente para possibilitar a cada alma experimentar a vida através dos sentidos, das emoções e da mente. “A encarnação (vida) seria um oceano, no qual o corpo seria um barco necessário para atravessá-lo”, completa.

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A mente governante

Para Mônica Weber Viana, buscadora como ela mesma se denomina, a saúde do corpo físico é conse-quência da saúde espiritual. “Vejo o cérebro e a mente como o berço da alma e o corpo como um avatar”, sentencia.

Mônica lembra que o corpo é o reflexo do Espíri-to Imortal do ser e, por isso, o corpo, sendo a forma, traz pistas do conteúdo, aquilo que preenche. Ela também aponta um estudo interessante de características físicas e suas relações com a personalidade, chamado Visagismo (do francês visage, “estudo do rosto”), compilado pelo arte-educador Philip Hallawell.

Esta abordagem relaciona-se com os arquétipos platônicos (as ideias) nas formas manifestadas (na ma-téria). Mônica afirma que é possível, através do estudo dos traços físicos da pessoa, identificar claramente as características no nível da personalidade. Esses padrões seriam tão elementares que até mesmo as doenças po-dem ser vistas a partir dos traços físicos. “Está tudo no rosto”, declara.

A matriz africana

Na umbanda, prática religiosa que se perde nas “noites” do tempo, o corpo é um veículo para a mani-festação dos guias espirituais, entidades que trabalham a favor dos seres encarnados. É o que explica Anderson Valente, experiente umbandista e seguidor de religiões de matriz africana. “Dentro da umbanda o corpo funcio-na como um cavalo, um veículo para manifestação de consciências”, complementa.

Um exemplo de manifestação de consciência é o icônico São Jorge, ou, ainda, o orixá Ogum, na tradição africana. “O cavaleiro que mata o dragão”, sintetiza Jorge Antonio Oro, filósofo brasileiro. Oro explica, em uma de suas palestras no Programa Vida Inteligente, que o cavalo branco representa o veículo purificado do cavaleiro, capaz de posicionar-se, com absoluto contro-le, acima do dragão, para que o cavaleiro, utilizando-se de sua lança, mate o monstro.

Para o filósofo, a alegoria que São Jorge encer-ra é transcendental. O cavaleiro seria o Eu Superior Imortal das diversas tradições, e que se utiliza do corpo do cavalo como veículo de manifestação para vencer todas as tendências negativas que o próprio cavaleiro traz desde o berço. “O senhor do seu cavalo vence o dragão por meio da luta pela aquisição de conhecimento e consciência, a ponto de dominar o dragão com sua lança”, finaliza.

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O corpo como templo

Para o professor universitário da FTEC e coordenador dos estudos teosóficos em Caxias do Sul, Charles Boeira, o termo veículo é mais adequado do que simplesmente corpo. Boeira lembra que há vários níveis de manifestação de energia, e aquilo que chamamos de corpo físico seria o mais denso de todos os outros seis veículos que compõem o ser humano. “Temos a cons-ciência, que é intangível, que não pode ser tocada e os veículos de manifestação, em vários níveis de densida-de”, completa.

O professor também ressalta a importância da purificação dos veículos para a consciência passar dos inferiores para os superiores, o que levaria o ser a um conhecimento mais abstrato, intuitivo, superior. Mas como purificar? Ele enumera algumas ações eficazes que qualquer um pode começar a fazer:

Para o veículo físico: alimentação vegetariana, vegana ou ainda frugívora. Evitar entorpecentes.

Para o veículo vital: é necessário respirar com qualidade para ter fluxo contínuo de energia pelo corpo.

Para o veículo emocional: o cultivo de emoções saudáveis.

Para o veículo mental concreto: pensamentos harmônicos e construtivos.

Boeira lembra que quando há harmonia nos veículos inferiores, o “quaternário” (conforme info-gráfico) acessa os veículos superiores, podendo levar o ser humano à iluminação da consciência, ou, em outras palavras, à felicidade plena. Para ele, está claro que o caminho para a imortalidade é trazer a consciência sem-pre para o presente, em todos os veículos. “O quaterná-rio torna-se servo do triângulo, o que leva o buscador a sair da ilusão do tempo passado e futuro e passar a viver no Eterno Presente”, conclui.

Extra: a proporção áurea

A proporção áurea é uma constante matemática de valor irracional 1,6180..., representada pela letra grega Phi (φ). O mais curioso é que esta proporção tem sido encontrada em muitas aplicações e vinculadas ao conceito de beleza e harmonia. Os gregos, no período clássico, utilizavam a proporção áurea na construção de templos, monumentos e obras de arte.

As aplicações da proporção áurea, também cha-mada “Regra de Ouro”, são das mais diversas na arte, na natureza e também no ser humano.

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