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Amazônia Típica

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Page 1: Revista Pan Amazônica
Page 2: Revista Pan Amazônica

2 Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

O domínio do aço no Pará.

[email protected] www.oyamota.com.br

Av. MAxiMinO POrPinO, 2141 - FOne: (91) 3711-1100 - CAstAnhAl-PA/www.alovirtual.com.br

Page 3: Revista Pan Amazônica

Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br 3

Nosso próximo encontro...

Uma praia de areias branquíssimas

UM

LUGAR

AO

SOL

Praia do Pesqueiro na Ilha do Marajó

A Ilha do Marajó, maior ilha fluviomarinha do mundo, com uma área de aproxi-

madamente 40.100 km², situada no Estado do Pará, na foz do Rio Amazonas, possui em sua exten-são territorial, várias praias, uma mais bela que outras. Praias do Pesqueiro, Araruna e Barra Velha localizadas no município de Soure e as de Joanes, Monsarás e Grande, em Salvaterra. Dentre essas opções, a do Pesqueiro merece destaque pelo seu atendimento, baixo índice de poluição sonora e um grande número de bares/restaurantes e outros serviços.

Durante o período de férias escolares, a maioria dos moradores de Soure e visitantes aproveitam a beleza natural do Pesqueiro. Muito sol e areias branquinhas, saudável

para caminhar, espreguiçar e sentir a brisa com gosto salgado. Algumas pessoas aproveitam para pescar em local distante da aglomeração, optando por pescado ao invés do

filé de búfalo com queijo marajoara.

Curiosida-de: Inicialmente o vilarejo tinha o nome de Monte-Forte, depois de Menino-Deus. O nome Soure foi dado por coloniza-dores portugueses que identificaram uma enorme quanti-dade de jacarés, chamados por eles de Sauriuns. Com o tempo, o vilarejo

transformou-se em uma cidade com casas simples, ruas arbo-rizadas e com o nome. Essa simplicidade prevalece até os dias de hoje.

Acesso: De balsa que sai diariamente do porto do distrito de Icoaraci em Belém (PA), com duração de 3h a 4h para chegar ao porto de Cama-rá na Ilha do Marajó. O próxi-mo trecho é feito de carro ou ônibus, que segue pela PA-154 até o Porto da Balsa, onde se faz outra travessia para o mu-nicípio de Soure. Também há a alternativa de se chegar por meio de navio com saída de segunda a sábado até Soure ou Porto do Camará, conforme empresa de navegação.

Page 4: Revista Pan Amazônica

Editorial

Nesta edição procuramos ser bem ecléticos, destacamos os principais Círios da Amazônia, em especial o Círio de Nossa Senhora de Nazaré

em Belém do Pará que reuniu mais de dois milhões de romeiros. Mostramos as maravilhas da fé e devoção do povo paraense a Nossa Senhora e que esta capital fica muito mais bonita neste período transformando-se no verdadeiro natal paraense. A movimentação nas ruas abarrotadas de vendedores ambulantes e turistas, as esquinas lotadas ao som de músicas típicas da cidade, os preparativos da população para que tudo saia perfeito durante a maior festa religiosa do mundo e é claro, agradar os milhares de turistas que chegam à cidade.Viajamos para a cidade histórica de Cametá, conhecida como a terra do mapará e do melhor carnaval do Pará, além da hospitalidade do cametaense.Ao falar do Círio não podemos esquecer da feira do Ver-o-Peso, um dos cartões postais da cidade onde é comercializado tudo que se possa imaginar, cachaça, ervas medicinais, farinha, peixe, artesanato, plantas, roupas e muito mais. Entrevistamos uma pessoa que convive desde os três anos na feira e aprendeu com os seus pais e avós os mistérios das ervas místicas e magias.A próxima edição terá um sabor praieiro, viajaremos e conheceremos as belezas da Amazônia pelo litoral. Mostraremos que a Amazônia além da sua biodiversidade também é repleta de belezas naturais, de recantos, praias belíssimas, como as do Marajó, Salinópolis, Bragança, Marudá, Santarém, Maracanã (Algodoal), Curuçá (Romana) e outras, sem falar nas inúmeras cachoeiras que existem, aguardem! Enquanto isso aproveite mais uma edição que foi feita especialmente para você.

Boa leitura, Rosa Kamada e Advilson Ribeiro.

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Para adquirir os direitos de reproduçao de textos e imagens da Revista Pan-Amazônia, entre em contato: e-mail: [email protected].

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EDITORES DA REVISTA - Português Rosa Kamada e Advilson Ribeiro Dir. Executivo: Advilson Ribeiro Dir. Financeira: Rosa Kamada Fotos: Rosa KamadaEditor em japonês: Gota Tsutsumi Revisão: Akiko Sasaki Colaboradores: Walcyr Monteiro Dmitryus Pompeu Braga

PRODuzIMOS E CRIAMOS: - Cartazes - Livros - Revistas - Folders - Jornais - e Camisetas Promocionais

www.amazoniatipica.com.br

Associação Pan Amazônia Nipo-Brasileira

TIRAGEM: 20.000 Exemplares

C N P J : 0 2 . 7 5 7 . 0 4 9 / 0 0 0 1 - 1 9

Fone: (91) 4141-9055 / 8124 5966

ISSN 2178-8790

Page 5: Revista Pan Amazônica

CapaOs Círios da Amazônia

Um lugar ao sol: Uma praia

de areias branquíssimas

entrevista: Linha direta com o

Prefeito de Benevides

Papa Chibé: Mapará - prato

cheio em Cametá

inovar.com: Uma peça teatral

com a cara do Pará

Dekasseguis: Dekasseguis recupe-

ram imposto de renda pago no Japão

Contos Amazônicos: A Procissão

de Gurupá e o Contrato

Pegada: Ervas mística, medicinais

e aromáticas

Cirios de santa izabel: Manifestação de fé que move a po-

pulação izabelense

natal de Benevides: Um

presente para Você

igarapé-Açu: Reestruturação

educacional e sócio-economico

Castanhal: Cidade Modelo de

desenvolvimento do Pará Cametá: a “Pérola do Tocantins”

entre as 100 melhores cidades do Brasil

  今年も燃えたよアマゾニア祭

  もう一つの歴史・援協土地不法侵入事件

  SP日本祭りへアマゾンから初参加です

  こんな近くに別天地の島

  イガラッペーアスー、教育・社会・経済インフラの再整備  編集雑記

  シーリオ・デ・ナザレ

Peraí: Cultura japonesa em

destaque no Hangar

sumário

表紙 アマゾン河の水上生活  写真 堤 剛太

56 Julho de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

Outubro a Dezembro de 2010 . www.amazoniatipica.com.br

R$ 4,00

Cametá, a “Pérolado Tocantins”entre as 100melhorescidades doBrasil

CÍRIOS DA AMAZÔNIACírio de NossaSenhora deNazaréBelém - uma cidade inteiramovida pela fé MarianaInhangapi - o povo nas ruascelebrando a fé

Vigia - A mais antiga procissão paraense

Santa Izabel do Pará - 31 círios

PAPA-CHIBÉMapará:prato cheio ...

CONSULTORDekasseguisrecuperamimposto de renda ...

PERAÍCultura Japonesa emdestaque ...

CONTOS AMAZÔNICOSA procissão de Gurupáe o Contrato....

PEGADAS... Ervas místicas quecuram e trazem sorte

UM LUGAR AO SOLUma praia de areiasbranquíssimas...

INOVAR.COMUma peça teatralcom a cara do Pará...

Castanhal - Cidade Modelo dedesenvolvimento no Pará

Igarapé-Açu - Reestruturaçãoeducacional e sócio-economico

Natal de Benevides 2010Um presente para Você

Page 6: Revista Pan Amazônica

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PanAm: Como surgiu o projeto Natal de Benevides?Prefeito: Da nececidade de criar uma nova forma de geração de renda para a população e desen-volvimento sustentável para o mu-nicípio. Após uma visita ao natal de Gramado-RS, verifiquei que havia possibilidade de fazer o mesmo em nosso município. Para tanto, con-tratamos a mesma empresa (ECO DECOR) que havia criado a decoração em pet de Gramado para trabalhar em Benevides. Investimos na educa-ção ambiental e no envolvimento da comunidade para tranformar o período natalino em um produto de atração turística, que já no primeiro ano recebeu mais de 150 mil visitante, se tornando um grande sucesso na região norte do país. Geramos mais de 1000 empregos diretos dentro do even-to, onde foi dado prioridade aos moradores do município.

Linha direta com o PREFEITO DE BENEVIDES

“Além de gerar

emprego e renda, des-pertar a comunidade para a

preservação ambiental, incre-mentar a economia, promover o turismo, o Natal de Benevides deixa um legado de respeito ao próximo, boa vontade,

ousadia e reflexão.”

Um presente para você

PanAm: Quantas garrafas pets foram utilizadas em 2009 e quantas pode-rão ser utilizadas no corrente ano de 2010? Prefeito: Em 2009 foram utilizadas 250 mil garrafas. Para tanto, foi pro-movido um concurso junto às escolas e comunidades, premiando as que

recolhessem maior quantida-de de pet. Para cada 20

garrafas foi trocado por um cupom

dando direito a concorrer a prêmios. Para o corrente ano continuaremos

com a mesma promoção e

esperamos recolher muito mais em 2010.

PanAm: Em que consiste a decoração de Natal de Benevides?Prefeito: A decoração de Natal de Benevides consiste na transformação de garrafas pet em guirlandas, bolas, árvore de natal e outros enfeites natalinos.PanAm: O que o Sr. esperava com essas ações que mobilizaram a cidade?Prefeito: Com essas ações, a nossa administração buscou novas alterna-tivas de geração de renda através da educação ambiental, inclusão social e do envolvimento da sociedade. O Natal de 2009 foi o primeiro passo de

A preocupação com o ambiente natural tem crescido vertiginosamente na última década, em diferentes níveis, mas com um consenso: as reservas naturais não são eternas. Questões que o prefeito Edimauro Ramos de Farias tem trabalhado, como podemos perceber conforme conversa a seguir. O prefeito paraense sempre teve visão empreendedora, visionário, o que se reflete em sua gestão, pois sempre buscou capacitação da população para gerar renda e criar novas alternativas de desenvolvimento.

ENTREVISTA

Edimauro e Luzineide um largo projeto de conscientização ambiental e valorização do homem e dos produtos regionais que utiliza ele-mentos amazônicos, material reciclado e produtos da floresta.PanAm: Quais são os seus desafios para 2010?Prefeito: Fazer um natal ainda melhor, atrair mais investimentos para melhorar a infra-estrutura da cidade, novas empresas para inves-tir no município e gerar mais renda pra população. Além, é claro, de transformar o Natal de Benevides num evento consolidado, que possa crescer a cada ano e atrair turistas não só da região mas de todo o país até chegarmos a atrair os turistas internacionais. E já estamos traba-lhando para isso, em 2009 envol-vemos quase três mil pessoas no evento, utilizamos 250 mil garrafas pet na decoração e recebemos mais de 250 mil turistas. Neste ano de 2010 já utilizamos 500 mil garrafas recicladas e esperamos receber em torno de 300 mil visitantes. O pro-jeto é muito bonito e atrai não só pela decoração mas principalmente pelo projeto social que envolve enumeras famílias. Para tanto con-vidamos todos a vir conhecer nosso trabalho.

6 Outubro a dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

Page 7: Revista Pan Amazônica

Os brasileiros que trabalha-ram no Japão nos últimos cinco anos têm o direito

de restituir o Imposto de Renda descontado diretamente no hole-rite, de acordo com as normas da Receita Federal Japonesa.

Muitos dekasseguis por desconhecimento ou falta de infor-mação, deixam de fazer valer este direito.

O que muitos confundem é que a empreiteira onde trabalha-ram já o fez, mas trata-se do rece-bimento de um valor denominado como “Ajuste Anual de Retenção de Imposto de Renda, (conhecido no Japão como “Nenmatsu Choo-sei“) feito no final do ano, o que é diferente do Imposto de Renda efe-tivamente recolhido para a Receita Federal cujo valor normalmente é maior do que o que a empreiteira lhe devolveu.

A falta de informação faz com que a maioria perca o prazo

DEKASSEGUIS RECUPERAM IMPOSTO DE RENDA PAGO NO JAPÃO

para pleitear pela restituição, que é dos últimos cinco anos, conta-dos a partir da data de retorno ao Brasil. Para isso, é necessário juntar os documentos solicitados pelos fiscais japoneses e efetuar todos os cálculos necessários e justificar o pedido de restituição. Em muitos casos, os valores chegam a superar cifras de 15.000,00 reais.

Infelizmente, documentos importantes são desprezados pelos dekasseguis, como o comprovante anual de rendimento (gensen), de residência no Japão, e de remessas bancárias de dinheiro encaminha-das ao Brasil para manutenção fa-miliar de dependentes, tem dificul-tado sobremaneira a elaboração da declaração para restituir os valores retidos no Japão.

SHAKAI HOKENO dekassegui também tem

o direito de resgatar valores con-tribuídos ao SHAKAI HOKEN - Plano de Pensão Previdenciária (Kosei Nenkin), descontado dire-tamente do salário pela empresa empregadora. De acordo com a legislação japonesa, os trabalhado-res estrangeiros ao retornarem para

o seu país de origem (Brasil) e que tenham contribuído com o seguro aposentadoria por um período acima de 6 meses, po-dem resgatar 80% do valor con-tribuído enquanto estiveram no Japão, e o prazo para solicitar é de dois anos, contados a partir da data de retorno ao Brasil.

Quanto aos 20% retidos a título de Imposto de Renda, estes poderão ser recupera-dos integralmente, através de processo normal de restituição, portanto, por serem valores significativos não devem ser esquecidos ou desprezados.

Portanto, os valores retidos no Japão seja como Imposto de Renda ou na forma de Contribuição Previdenciária (Shakai Hoken) é fruto do seu trabalho e podem ser restituí-dos ou resgatados.

Shinji Jorge Nakaoka é Pós-graduado em Adm.Industrial, Consultor Tributário e Diretor Executivo da Daiwa [email protected](11) 5572-1717

DEKASSEGUIS

Page 8: Revista Pan Amazônica

8 Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

Mapará: prato cheio em Cametá

PAPA

CHIBÉ

Telefone: 91-3226-6969Rua Barão de Triunfo, 1380, esquina com a Av. 25 de Setembro

No dia 1º de março, a população brasileira comemora o Dia do

Trabalho e em Cemetá, oeste do Pará, é um dia muito especial, é o dia do mapará. Todos vão ao cais de manhã cedo para esperar os barcos pesqueiros e comprar o mapará. “As ruas ficam cheias com pessoas indo em direção ao cais. Às 16h, a cidade fica tomada pelo aroma do mapará, aquele cheiro de peixe gosto-so... ”, lembra Dmitryus Braga,

morador desse município. Ainda segundo Dmitryus, o mapará é tão esperado porque os cameta-enses passam três meses sem ver a cor desse peixe, devido ao seu período de defeso. “O cachorro “chora” porque passa fome, pois não sobram nem os ossos do mapará para eles. Também, há o outro mapará que possui o lombo negro, mas o nosso é azulado e muito gostoso”, acrescenta Dmitryus.

O mapará é peixe

IguArIAS dA AmAzôNIA

teleósteo, siluriforme, da família dos hipoftalmídeos (Hypophthal-mus edentatus), encontrado na Amazônia, principalmente no rio Tocantins, de dorso azulado, ventre esbranquiçado, e cuja carne é con-siderada de boa qualidade. Mapará é o peixe que tem em abundancia e por isso tornou-se, no decorrer da história de Cametá, um símbolo econômico, cultural e alimentar para a população.

Mapará pode ser saboreado cozido, frito, moqueado ou no lixo. Calma, não é o “lixo”, assim os came-taenses denominam o mapará cozido com ervas. O mapará moqueado é muito comum na mesa do cameta-ense.

Page 9: Revista Pan Amazônica

Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br 9

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INECADInstituto de Nutrição, Endoscopia e

Cirurgia do Aparelho Digestivo

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NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL

NUTROLOGIA

ENDOSCOPIA

GASTROSTOMIA

COLONOSCOPIA

Uma peça teatral com a cara do Pará: O Grupo experiência apresenta...

Verde Ver-o-PesoUma mistura de comédia,

teatro e sátira: o espetáculo “Verde Ver-o-Peso”, da As-

sociação Cultural Grupo Experiência foi apresentado nos dias 15 e 16 de outubro passado, no Teatro Margari-da Schiwazzappa, em Belém do Pará. É uma peça que já possui um publico cativo, afinal de contas, são mais de 28 anos em cartaz, conforme relata o diretor desse grupo, Geraldo Salles, paraense de Belém. Essa obra retrata com muito humor o cotidiano da maior feira da América Latina, a feira do Ver-o-Peso, na capital paraense.

O espetáculo Verde Ver-o-Peso surgiu da idéia de fazer uma peça teatral que tivesse a cara da cidade e que abrangesse os costumes, música, o sociocultural e os assuntos políticos do Pará, da Amazônia e Brasil, e Ver-

o-Peso porque é o cartão postal da cidade de Belém, explica o diretor Geraldo. Nesse período, Verde Ver-o-Peso sempre trabalhou com abordagens atuais com novos focos a cada montagem, relacionando os assuntos em pauta na ocasião com a rotina dessa feira ao ar livre.

O Grupo Expe-riência, que completa 40 anos de fundação em 2011, é famoso pela sua obra Verde Ver-o-Peso, mas há outras peças que também foram premiadas como “Mãe da Água”, “A terra é azul”, “Good-bye Pororoca”. Já se apresenta-ram em todo o estado do Pará, assim como em Bra-sília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. A

cantora de renome internacional Fafá de Belém teve participação no teatro experimental desse gru-po, além do ator global Cacá de Carvalho que participou em um dos espetáculos do mesmo.

O grupo é formado por cerca de 30 pessoas que traba-lham em variadas profissões como funcionários públicos, bancários, arte-educadores e outros. Para o corrente ano ainda está prevista uma peça de Natal e peças infantis em escolas.

ServiçoAssociação Cultural Grupo ExperiênciaTel.: 91-8310-8117/9639-0207Rua Ó de Almeida, 968, RedutoCEP: 66053-190 - Belém (PA)

Page 10: Revista Pan Amazônica

10 Outubro a dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

CONTOS

AMAZÔNICOS

* Walcyr Monteiro

Membro de diversas entidades Culturais como:

Instituto Histórico e Geográfico do Pará e Centro de Estudos do Folclore. Tem vários trabalhos pub-licados, inclusive em Portugal (Instituto Piaget) e no Japão (Shinseken), dos quais sobressaem-se Visagens e Assombrações de Belém, As Incríveis Histórias do Caboclo do Pará e a série Visagens, As-sobrações e Encantamentos da Amazônia, inclusive Histórias Japonesas Contadas na Amazônia.

Walcyr Monteiro:

Procissão, todo mundo sabe, é um ato religioso no

qual as pessoas e os líderes religiosos andam pelas ruas, rezando ou entoando cân-ticos. As procissões católi-cas geralmente conduzem imagens dos santos objetos da veneração. Nos países de fé católica as procissões são realizadas em comemoração a determinadas datas ou ainda festejando padroeiros dos povoados, das cidades, dos estados ou do pró-prio país. Algumas dessas procissões são bastante conhecidas, como é o caso do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará, ou ainda o de Nossa Senhora Aparecida, padro-eira do Brasil. Mas existem muitas outras realizadas pelo Brasil afora. Na Amazônia não podia ser diferente: cada lugar, cada povoado tem seu padroeiro e, conseqüentemente, suas procissões. Mas, às vezes, nem sempre as procissões são em homenagem ao san-to padroeiro...

- Em 1942 eu era soldado da Polícia Militar e estava destacado na cida-de de Gurupá. Sabe como é, não? A cidade não era grande e eu servia, junto com outro soldado, na dele-gacia local.

Quem assim vai falando é Francisco Rodrigues da Silva, mais conhecido por Velho, que, quando contou esta história, estava com 76 anos. Isto foi em 1997. E Velho prossegue.

- Uma noite estava dormindo na delegacia eu mais o dito soldado e o delegado. Lembro bem que era uma noite de sexta-feira e eu acordei para beber água. Resolvi sair um pouco. Abri a porta, andei uns passos e, quando estava quase no meio da rua, olhei para os lados. Que vejo? Uma procis-são. Sim senhor, uma procissão àquela hora da noite! Vinham rezando. Corri para dentro da delegacia e gritei: - Seu dele-gado, seu delegado... Vem uma procissão aí! Pôxa, a gente não sabia de nada! O senhor não avisou que a gente tinha que acompanhar a procissão?

O delegado exclamou,

todo apavorado: - Fecha a porta, fecha a porta. Isto não é procissão. É coisa do cemité-rio...!

Aí eu fechei a porta e fiquei olhando por uma brecha que tinha na parede. A procis-são deu a volta e passou perto da delegacia e foi embora. Eu pude ver que iam dois padres puxando as rezas... Fui dor-mir apavorado! Mal consegui dormir...!

De manhã cedo quando fomos tomar café na casa que nos servia, contei o que tinha acontecido. E então ficamos sabendo que a tal procissão sempre aparecia em Gurupá, em noites de sexta-feira...

Page 11: Revista Pan Amazônica

Nos arredores de um povoado, nas brenhas da Amazônia, vivia uma

velha viúva. Todos tinham um grande medo da “Viúva”, como a chamavam.

Ir na estradinha, todos iam. Mas entrar no ramal da “Viúva”, nem pensar.

Mas, a “Viúva” tinha arru-mado um novo marido. Um cara meio magro, meio maduro, que só saia da casa pra roça e isso sempre com o cachorro vira-lata, do finado marido.

Um belo dia a dona mor-te veio visitar a velha viúva. A viúva para não morrer naquela hora fez um trato com a funesta.

“Não me leve hoje, tenho pouco tempo de casada. Meu marido não está, nem mesmo meu cachorro. No quinto dia que a lua nova cair em uma sexta-feira treze a senhora pode voltar e levar a alma de quem estiver dentro da casa.”

A dona morte acenou com a foice e saiu entre névoa, raios e gemidos.

Quando o marido voltou para casa notou uma certa cuíra na mulher. Mas ela jurou que não era nada. Não quis contar ao marido o pacto feito com o “anjo ruim.”

Os dias passaram. Sema-nas passaram. Anos passaram. Luas passaram. Isso mesmo, tan-tas luas passaram que a mulher já não lembrara do “bendito” trato.

Os moradores do povoado diziam que ela tinha vendido a alma do primeiro marido e agora era a vez do marido novo. Este por sua vez não se importava com o que diziam, cuidava de suas plantações e especialmen-

te do seu amigo “Cão”, o velho vira-lata que agora tinha quem lhe desse carinho e comida. Eram amigos inseparáveis.

Sempre que caia lua nova na sexta-feira treze, o danado do cachorro não sossegava. Fazia de tudo para sair da casa e levar seu amigo fiel para longe dali. Tanto a velha viúva quanto o ma-rido não se apercebiam da razão da cuíra do animal.

Certa vez o pobre homem saiu para roça, como de costu-me, e já se aproximando a hora de voltar para a casa, chamou seu parceiro que não respon-dera. Ele repete o chamado e... nada. Então ele arruma suas coisas e sai em busca do amigo, pensando que era mais uma de suas brincadeiras de esconde-esconde. Não demorou e logo achou escondido em uma toca, embaixo de um velho tronco há muito caído. Carre-gou o animal, fez uns carinhos e pegaram o rumo de casa.

No caminho o cachorro fazia tudo para atrasar a viagem e o seu dono acredi-tava ser mais de suas brincadeiras.

Já no ramal próximo da casa o cachorro faz seu dono parar e entrar em um pequeno caminho à direita, andam um pouco e o cachorro se vira para a entrada do caminho e se senta olhando para o ramal e para seu dono que o entende e, também, se senta.

Ficam em silêncio como se

aguardando alguma coisa. A tardinha começa a se vestir de noite. De repente começam a ouvir passos, conversas, gargalhadas. Um verdadeiro alvoroço no ramal. A balbúr-dia vai crescendo à medida que se aproxima da casa.

O barulho parecia que ia parar quando já aumen-tava e parecia voltar pelo ramal, só que dessa vez mais rápido. Deu pra ver duas criaturas carregando a velha pelos braços e um enorme homem com pés de cabra que comandava a legião que subia até desapa-recer na escuridão da noite.

Era a “bendita” sexta-feira, treze, dia de lua nova.

O Contrato* Dmitryus Pompeu Braga

Dmitryus Pompeu Braga :Secretário de Cultura, Turismo e Desporto de Cametá; Pesquisador; Pedagogo e graduando em História.

Outubro a dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br 11

Page 12: Revista Pan Amazônica

CÍRIOS

DA

AMAZÔNIA

Círio de nossa senhora de nazaréBelém - uma cidade inteira movida pela fé Mariana“Vóis sois o lírio mimoso, do mais suave perfume...” (Trecho do Hino de Nossa Senhora de Nazaré)

Assim os devotos iniciam o louvor à Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraen-ses, na maior festa religiosa da América do Sul - Círio de Nazaré -, realizado no segundo domingo de outubro em Belém do Pará. Data de suma importância no calendário paraense, também considerado como o Natal do Pará. Período em que os papa-chibés (apelido que designa quem nasce no Pará) que não estão nesse estado, retornam e as famílias se reúnem tanto para rezar quanto para con-fraternizar em torno da mesa farta com maniçoba, pato no tucupi, vatapá, enfim iguarias paraenses.

Emoções diferentes tomam conta dos cerca de dois milhões e duzentos mil devotos, fiéis e seguidores que acompanharam a Imagem da Santa neste ano. Todo início

de outubro esses viajantes de toda localidade do Pará e do Brasil, assim como estrangeiros do mundo inteiro começam a chegar a essa capital cuja rede de hotelaria fica lotada. Não há quem possa expli-car essa corda de fé, simplesmente as pessoas vivem o Círio.

12 Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

Page 13: Revista Pan Amazônica

Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br 13

CÍriOs DA AMAZÔniA

A peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Nazaré,

na semana do Círio, começa na sexta-feira que antecede a grande procissão do segundo domin-go de outubro. No total são 11 procissões da quadra nazarena. A imagem sai da Basílica de Nazaré, no centro da capital paraense, até a igreja matriz do município de Ananindeua, na Região Metropo-

litana de Belém. No corrente ano, iniciou por volta das 9h. Ao longo de todo o percurso, Nossa Se-nhora, cuja imagem é conduzida em carro aberto, é saudada com chuvas de papel picado, pétalas de rosas, fogos de artifício, cânticos e orações. Mesmo em pé sob o sol escaldante, os fiéis aguardam pacientemente pela sua passagem.

Além da capital paraense, várias localidades do Pará realizam seu Círio como Santa Izabel do Pará, Bragança, Cametá, Macapazinho em Castanhal, Marabá, São João de

Pirabas, São Miguel do Guamá, Soure, Vigia e outros, assim como nos demais estados como São Sebastião do Rio de Janeiro, introduzido por Dom Orani João Tempesta, ex-arcebispo metropolitano de Belém e atual arcebispo daquela cidade. Mas dentre os citados, certamente a mais esplendida que congrega uma verdadeira avalanche de pessoas num espetáculo grandioso de homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, é a de Belém do Pará que reúne os romeiros numa

caminhada de fé pelas suas ruas de mangueiras seculares.

Sexta-feira: o início da peregrinação

Sábado: segundo dia de romaria

Depois de passar a noite na Igreja Matriz de Ananindeua,

a imagem, já na madrugada de sábado, é conduzida por mais uma procissão, a rodoviária. A procissão vai até o trapiche da Vila de Icoa-raci, distrito de Belém, de onde sai outra tradicional romaria. No seu trajeto, os fieis que acordaram de madrugada, formam vários aglome-rados desde cedo para homenagear, orar ou agradecer à Nossa Senhora de Nazaré.Romaria Fluvial que encanta quem participa

A Nossa Senhora dos para-enses é também a padroeira dos na-vegantes, ribeirinhos, da população que vive às margens dos igarapés, rios e baias. Por isso a romaria fluvial

é um dos mais esperados, belos e emocionantes momentos de devoção à virgem de Nossa Senho-ra de Nazaré. Também chamada de “Círio das Águas”, a Romaria Fluvial é realizada anual-mente pela Companhia Paraense de Turismo (Paratur) em parceria com a Diretoria da Festa de Nazaré. Essa procissão é realizada desde 1986, criada pela Paratur. Antes das 9 horas do dia 09 de outubro, o arcebispo metropolita-no de Belém, dom Alberto Taveira, levou a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré para o navio Gar-nier Sampaio, da Marinha do Brasil, ricamente ornamentado com flores,

balões e fitas coloridas. Essa embar-cação segue pela baía do Guajará, no entorno de Belém, seguida por cerca de quatro centenas de barcos, navios, lanchas, ferry boats e balsas também enfeitados.

De acordo com o presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), Luiz Souto, a equipe téc-

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CÍriOs DA AMAZÔniA

nica da Paratur em conjunto com a Diretoria da Festa de Nazaré trabalha para que esta grande festa religiosa transcorra nos conformes para todos os participantes assim como aos fiéis que assistem esse evento de fé. “A Romaria Fluvial é um marco de fé para a humanidade e que valoriza um elemento característico da região Amazônia: os rios. É uma forma de

dar oportunidade aos ribeirinhos para fazer parte desse momento único”, fala o Presidente da Paratur. Segundo estimativas do Departa-mento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 50 mil pessoas participa-ram dessa romaria.

As embarcações que acom-panham o Círio das Águas também participam de um concurso pro-movido pela Paratur, que escolhe a mais bela decoração. Segundo Jaqueline Alves, gerente geral da Paratur, há mais de 20 anos, essa companhia promove o Concurso de Embarcações que premia as que mais se destacaram em três quesitos: ornamentação religiosa, postura da tripulação, e obediência a horário

e percurso do trajeto. Com binó-culos, os cinco jurados analisam as embarcações, de dentro do barco da companhia. “Objetivo é divulgar a romaria e incentivar as embarcações a participarem, bem como cons-cientizar as pessoas que participam da importância das águas”, explica Jaqueline.

Às 11 horas, depois de per-correr 10 milhas náuticas, ou seja, aproximadamente 18 quilômetros, a imagem peregrina chegou à Escadi-nha do Cais do Porto, onde a virgem é recebida por uma multidão e com queima de fogos. Término do cortejo e a imagem é conduzida até o Co-légio Gentil Bittencourt, em Moto-Romaria, de onde sai à noite, para a Trasladação.

Trasladação: diversas homenagens

A procissão de Trasladação, que antecede a grande romaria

de Círio de Nazaré, é realizada no sábado que leva a imagem de Nossa Senhora de Nazaré até a Catedral da Sé, no bairro Cidade Velha, em Belém. uma missa foi celebrada com a participação do Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, no Colégio Gentil Bit-tencourt, às 16h30. O trajeto é o mesmo realizado no Círio, mas no sentido inverso. Como é realizada

à noite, a Trasladação é um espetáculo de cores e luzes.Homenagens: Neste ano, a Traslada-ção encerrou às 23h45, com a chega-da da imagem à Catedral da Sé. No trajeto, várias homenagens. O Banco da Amazônia inovou com a instala-ção de um painel eletrônico de LED onde houve a apresentação musical de corais e da grande atração nacional, Padre Fábio de Melo e o Banco do Brasil proporcionou um espetáculo de luz com a sua queima de fogos.

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CÍriOs DA AMAZÔniA

Círio de Nazaré que arrasta multidões

No segundo domingo de outubro, a procissão sai da Catedral

de Belém e segue até a Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem da Virgem fica exposta para veneração dos fiéis durante 15 dias. O percurso é de 4,6 quilômetros e já chegou a ser percorrido em nove horas e quinze minutos, como ocor-reu no ano de 2004, no mais longo Círio de toda a história.

Neste ano, 2,2 milhões de fiéis acompanharam o Círio de Na-zaré, pelas ruas do centro de Belém (PA), conforme dados da Dieese. As Forças Armadas e as polícias militar e civil utilizaram dez mil homens e mulheres, acrescidos de 12 mil voluntários da Cruz Verme-lha, para garantir a segurança dos romeiros. Só quem ali se encontra para sentir o quanto esses voluntá-rios socorrem e são indispensáveis para o melhor andamento da pro-cissão, pois muitos se ferem já que acompanham ajoelhados e outros se sentem mal ou desmaiam. Sra. Francisca Santos que acompanha o Círio há anos, diz que todos os anos são emoções diferentes e toda vez se comove com a imagem da

Santa e com a fé dos devotos.Um dos ícones do

Círio, a Corda do Cí-rio, com 400 metros

de comprimento e duas polegadas de diâmetro, pesa cerca de 600 qui-los, feita de sizal

(fibra vegetal), é uma espécie de

ligação entre o povo e a Virgem Maria. Milhares

de fiéis se juntam na condução da mesma, prestando assim, contas de seus compromissos de fé a Virgem ou

agradecendo pelas graças alcançadas. Os fiéis se compri-mem nessa corda ao redor da Imagem de Nossa Senhora e caminham com os pés descalços. Para acompanhar o Círio na Corda é necessário vitalida-de e para disputar

“Meu primeiro neto vi-

via doente e eu e minha família acompanhávamos o

Círio vestindo ele de anjinho e colocando uma vela de um

metro no Carro dos Milagres, durante sete anos. Hoje

graças a Deus ele é saudável”

esta honra, os fiéis costumam madru-gar no local de saída do Círio, onde a corda é estendida.

Há também pessoas que tentam aliviar a sede e o cansaço dos romeiros que seguem na Corda, distribuindo água.

Gerson Barros Barbosa foi um dos que distribuía essa água

com um amigo, no início. “Meu pri-meiro neto vivia doente e eu e minha família acompanhávamos o Círio vestindo ele de anjinho e colocando uma vela de um metro no Carro dos Milagres, durante sete anos. Hoje graças a Deus ele é saudável”, explica Gerson. Depois, ele se tornou um dos promesseiros que conduz a Corda. Isso há sete anos. “Enquanto estiver com saúde, assim como a mi-nha família, continuarei agradecendo até completar 50 anos, depois eu paro”, fala Gerson. Cada promesseiro tem uma história de fé e crença na Padroeira de Nazaré para narrar.

Inegável que todos que acompanham o Círio de Nazaré se surpreendem com a força da corrente de fé. O novo arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, também ficou impressionado com a devoção dos paraenses e também ao ver tanta gente nas ruas, uma demonstração de fé única, que não pode ser descrita, mas vivida.

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CÍriOs DA AMAZÔniA

Uma despedida repleta de emoção

O Recírio é o último momento do Círio de Nazaré. É quando os paraenses se despedem de sua padroeira, na segunda-feira, 15 dias após a grande procissão do Círio. A

imagem da Santa é conduzida em um andor pelas ruas ao redor da Praça Santuário e vai em direção à Capela do Colégio Gentil, onde ficará até o próximo Círio. Nesse dia, a cidade pára. Pela manhã, quando é realizada a procissão, nada funciona em Belém. O senti-mento que paira é de saudade.

CuriosidadesA palavra “Círio” tem origem na palavra latina “cereus” (de cera), que significa vela grande de cera.

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CÍriOs DA AMAZÔniA

A mais antiga procissão paraense da quadra nazarena

Círio de Vigia - reúne cerca de 80 mil devotos no corrente ano

No corrente ano, o 313º Círio de Vigia, conside-rado a devoção nazarena

mais antiga do estado do Pará, reuniu cerca de 80 mil pessoas. No segundo domingo de setembro, depois de percorrer cerca de cinco quilômetros, a imagem da Nossa Senhora de Nazaré foi recebida na Igreja Matriz Madre de Deus, por uma multidão de fiéis vigienses e peregrinos de outros pontos do

Brasil, atraídos pela contagiante manifestação da fé na cidade que emana história e cultura.

Os vigienses dizem com orgulho que o Círio de Vigia é anterior a de Belém, porque o ca-boclo teria encontrado a pequena imagem de Nazaré, a mesma que está em Belém, às margens do rio Guajará-Mirim. Conforme

historiadores, em uma das pro-cissões, o andor (peça em que a imagem da Santa é conduzida pelos romeiros) no qual se encontrava a imagem pegou fogo e ela foi levada por um sacerdote para essa capital onde permanece até os dias de hoje. História à parte, fato inegável é que o Círio de Nazaré é o maior acon-tecimento turístico do município, durante 15 dias.

Esse Círio mantém elemen-

tos tradicionais e diferenciados como o Carro dos Fogos; Carro dos Anjos; o Anjo do Brasil, simboli-zado por uma jovem montada em um cavalo; Carro dos Marujinhos; Carro dos Milagres; Guarda Mirim de Nazaré com 60 crianças e ado-lescentes de 6 a 16 anos e estu-dantes com bandeiras dos colégios do município deram um colorido especial à procissão. Bandas de mú-sica como a 31 de Agosto, a União Vigiense, a Big Band e a Isidoro de Castro que são referência nesse Estado, garantiram os cânticos em homenagem à Santa. Somando-se à berlinda está outro ícone da pro-cissão nazarena no Pará: a Corda. O acesso à Vigia, distante 90 km da capital paraense, é feito através das rodovias BR 316 e PA 140.

Mais de três mil devotos homenagearam São Vi-cente Férrer na manhã de

12 de setembro passado, em Inhan-gapi, a 91 quilômetros de Belém, no Pará. Apoiados na fé e na corda que puxa a berlinda, os devotos percor-reram cerca de cinco quilômetros. A romaria que teve a participação do prefeito desse município, José Alves Feitosa, transcorreu pelas principais ruas da cidade mostrando devoção no padroeiro. Queimas de fogos foram realizadas em paradas estraté-gicas para homenagear o Santo.

São Vicente Férrer, é consi-derado o “Anjo do Apocalipse”. Ele recebeu, durante uma visão, a ordem de Nosso Senhor para pregar pelo mundo inteiro a verdadeira Fé, sendo

favorecido largamente com o dom dos milagres. Um santo espanhol, aclamado e respeitado em Inhangapi. Uma prova que a fé não tem barrei-ras territoriais.

Inhangapi também é conheci-da como a capital paraense do açaí. O açaí é um dos frutos mais consu-midos pelos paraenses e para agregar maior valor à produção desse fruto, todo ano é realizado no mês de agosto o Festival do Açaí, um evento que reúne milhares de pessoas no espaço cultural da cidade, situado à beira do rio que dá nome ao municí-pio. O festival, além da importância econômica, cultural e social, expõe a necessidade de criar uma consciência ecológica em torno da cultura do açaí. O acesso é pela BR 136 que liga

Castanhal ao município de Inhanga-pi, a 91 quilômetros de Belém.

Fiéis de Inhangapi celebram o Círio

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18 Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

“A maior feira ao ar livre da América Latina” assim é co-nhecido o mercado do Ver-o-Peso de Belém do Pará, entre o meio turístico do Brasil e do mundo. Ver-o-Peso, com 35 mil m2 é passagem obrigatória para quem visita a cidade pela primeira vez, assim como as edificações histó-ricas da Catedral da Sé e Basílica de Nazaré, onde desenrolam os principais atos do Círio de Naza-ré; Museu Emílio Goeldi e Jardim

Botânico Bosque Rodrigues Alves pela suas riquezas da flona e flora na área urbana, Museu de Arte Sacra e do Círio pelo seu acervo histórico, entre muitos outros.

Sem dúvida, quem conhece de perto o mercado do Ver-o-Peso se encanta pela sua variedade de cores, formas e espécies. Ali, os visitantes encontram de tudo, desde as mais variadas frutas re-gionais frescas como uxi, graviola, cupuaçu, acerola, taperebá, muruci e abricó; temperos como cheiro-verde, chicória e cebolinha em um único maço para uso diário; peixes e carnes; verduras e legumes; maniva (folha moída de mandioca, principal ingrediente da iguaria tí-pica paraense chamada maniçoba); jambu e camarões frescos (para outro prato denominado “pato no tucupi” e “tacacá”) e camarões

secos para saborear com o açaí; fari-nha de mandioca de todas as tona-lidades e grãos. Tudo que não pode faltar na mesa paraense, alimentos, vegetais, até artesanato Marajoara, assim como as mais intrigantes ervas medicinais, místicas e aromáticas. Mandingas, encantarias e remédios para todos os males são atrações à parte nessa feira livre.

PEGADAS

ervas místicas, medicinais e aromáticas

Ervas místicas que curam e trazem sorte

Um verdadeiro mundo místico se desenvolve nas barracas de vendas

de ervas medicinais, usadas em rituais sagrados e em produção de raízes aromáticas, como o tradicional “cheiro-do-Pará” para perfumar os armários de roupas e ambientes. Todas as barracas de ervas são recheadas e decoradas

com os mais variados produtos regio-nais usados para tudo, principalmen-te para atrair sorte, dinheiro e amor.

São ervas naturais, cascas, cau-les, cremes e cheiros. “As simpatias são muitos procuradas principalmen-te por homens e mulheres da faixa etária de 30 e 40 anos”, fala Deuzari-na Correia, popularmente conhecida como dona Deuza, vendedora e co-

nhecedora das ervas naturais. Os nomes das ervas são os mais inusitados e intrigan-tes. Há os ilariantes como “segura-o-grande-amor”, “chega-te-à-mim”, “agarradi-nho”, “pega-não-me-larga”, “chora-nos-meus-pés”, “corre-atrás-de-mim”, entre muitos outros. “O banho de cheiro é uma tradição do

povo paraense que é usado para atrair coisas boas, energia positiva”, declara Deuza.

Vale tudo para ficar pertinho da pessoa amada e/ou ter saúde, além

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A paraense é natural de Soure, na Ilha do Marajó que chegou a Belém aos três anos com sua mãe, Dona Florinda e seus dois irmãos.

Ela aprendeu todo conheci-mento empírico sobre o manuseio das ervas com sua mãe que também herdou de sua avó. “Na época, pagávamos a taxa diária de estacio-namento pelo ponto da barraca e apenas cinco pessoas trabalhavam com ervas” fala Deuza. Ela cresceu no Ver-o-Peso, local onde começou a trabalhar em 1969.

Trabalhando há mais de 40 anos no Ver-o-Peso, Deuza Cheirosa acompanhou de perto as reformas e mudanças ali ocorridas. Em 1982 havia apenas 15 barracas de ervas. Em 1985, quando o velho Mercado de Ferro foi restaurado, contavam 25 barracas. A última reforma começou em 1999. Dois anos depois foram entregues os setores de ervas, horti-frutigrangeiros e caranguejos, quando existiam 80 pontos de ervas com 102 pessoas trabalhando.

Nessas transformações ocorre-ram muitas melhorias como explica Deuza: “Houve manutenção dos prédios históricos do Complexo e os ensinamentos sobre as ervas passados de geração em geração foram com-provados cientificamente por pesqui-sadores. Temos a tradição de repassar os conhecimentos de pai para filho. Tradição que nunca acaba. Eu re-passei como usar e manusear erva ao Carlos, meu filho que trabalha aqui comigo e mais dois filhos, além dos meus netos”.

200 dentre as ervas comercia-lizadas foram comprovadas cientifi-

camente que seus usos são benéficos à saúde. Por exemplo, a babosa como shampoo evita a queda de cabelos e ao natural, cura dor de estomago. A arueira serve para inflamação do últero. Unha de gato e casca de uxi amarelo são benéficos para mioma. Óleo de piqui para dor da garganta, repelente de insetos e combate as rugas. Copaíba para qualquer tipo de inflamação e ferimentos. Eles tem um exemplo real. Um trabalhador de 55 anos do setor de venda de ervas curou-se do câncer no fígado com o tratamento concomitante de ervas e da medicina, há quatro anos. Hoje ele está trabalhando em um colégio. As ervas tem o dom da cura, mas como prepará-las é muito importante para obter bons resultados, explica dona Deuza.

“As ervas respiram assim como a gente. Eu amava o Ver-o-Peso e continuo amando. Nossa cultura popular, os índigenas, as benzedei-ra, essa tradição de conhecimentos repassados de pai para filho, tudo é muito bonito e deve ser preservado”, finaliza Deuza Cheirosa.

de dinheiro. A erva pode ser “emace-rada” (ato de triturar com a palma da mão as folhas e deixar de molho em água) para o banho ou usada como perfume, explica Deuza. Ela faz parte da família “cheirosa”, pois sua avó assim como sua mãe sempre traba-lhou com ervas. Inclusive, foi a sua avó que fundou o setor de ervas nesse mercado do Ver-o-Peso. Provavel-mente, desde 1906 sua família traba-lha nessa Feira, relata Dona Deuza.

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Círios de santa izabel do ParáManifestação de fé que move a população izabelense

santa Izabel do Pará, situada a 38 km de distância da capital Belém, é uma das cidades paraenses católicas que se

caracteriza pela sua religiosidade. A cidade celebra 31 Círios anualmente: Círio de Nossa Senhora da Conceição do Itá no mês de maio, Círio de Santa Izabel e o de Nossa Senhora do Carmo em julho, Círio de Nossa Senhora da Conceição no último mês do ano, entre outros.

No Círio de Nossa Senhora da Conceição do Itá, no terceiro domingo de maio, a procissão parte do povoado da Vila do Carmo em direção à comunidade de Conceição do Itá, ambos situados na zona rural da cidade. Os devotos são pessoas que formam a corda de fé e se renova a cada ano, com romarias e homenagens.

No Círio de Santa Izabel, a padroeira do município, a berlinda parte do Colégio Antonio Lemos após uma homenagem e percorre as ruas do município, no primeiro domingo do mês de julho, perfazendo um trajeto de cerca de cinco quilômetros até a Igreja Matriz lotada de devotos, onde é celebrada a missa. Esse Círio teve início em

1945, por iniciativa do prefeito Antônio Pinheiro dos Santos. Apesar do sol escaldan-te, os fiéis seguem firme em louvor à Santa Izabel. No mesmo mês acontece também o Círio de Nossa Senhora do Carmo.

Em dezembro, os devotos da Vila de Caraparú, distrito de Santa Izabel do Pará, prestam homenagens a Nossa Senhora da Conceição. A celebração é marcada por

CÍRIOS

DA

AMAZÔNIA

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Círios de santa izabel do ParáManifestação de fé que move a população izabelense

uma romaria fluvial no leito do rio que empresta o nome ao distrito, um verdadeiro ato de fé católica. A devoção à Nossa Senhora da Concei-ção foi iniciada em 1905, por Sabino Ferreira de Souza, apenas com a reza de terço e ladainha. A primeira ima-gem da padroeira foi doada por um comerciante de Portugal.

Por que o nome de Santa Iza-bel?

Duas histórias constam nos registros históricos que explicam a origem do nome do município de Santa Izabel do Pará. A primeira, vinculada à devoção e culto a Santa Izabel, rainha católica de Portugal canonizada, cuja imagem foi levada pelo médico Dr. José Teixeira da Mata Bacelar ao local onde come-çaram a fazer novenas. Mais tarde surgiu o povoado que deu nome ao município.

A segunda é atribuída às virtu-des da companheira de Valentim José Ferreira, Izabel. Ele era encarregado das obras que se instalou com Izabel em Aratanha, onde formou um povoado, hoje município de Santa Izabel. Izabel era uma mulher muito caridosa. Ela dedicava-se com todo carinho ao tratamento dos trabalha-dores. Sem recursos médicos ela em-pregava remédios da selva. O seu zelo foi tão grande que os trabalhadores cognominaram de “Santa”. No dia 04, dia consagrado a Santa Izabel, os trabalhadores reuniram-se no arraial do povoado e fizeram uma festa. No auge dos festejos denominaram o povoado em homenagem a Isabel de Santa Izabel. Atualmente, Santa

Izabel do Pará conta com dois distritos: Americano e Carapa-rú. Recentemente incorporou-se à região metropolitana de Belém, trazendo mais benefício para a população izabelense.

Serviço:Prefeitura Municipal de Sta. IzabelEndereço: Av. Barão do Rio Branco, 1060

CEP: 68790-000, Santa Izabel do Pará (PA)Fone: 91-3744-1245Acesso Rodoviário: BR 316/ 38km de Belém e-mail: [email protected]

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www.nataldebenevides.com.br

Um presente para você

Benevides da Amazônia. Be-nevides do Pará dos rios, dos mananciais de água mineral.

Benevides das flores. E agora, tam-bém, Benevides do Natal.

O Natal de Benevides é um projeto de desenvolvimento susten-tável do Governo Municipal. Através desse Projeto, a Prefeitura investiu na educação ambiental para transformar o período natalino em um produto de atração turística para gerar empre-go e renda.

O projeto envolve mais de 14 mil alunos das escolas municipais bem como a comunidade, na coleta

de garrafas pet, a principal matéria-prima do cenário natalino. Ao mesmo tempo, capacita e oferece oportuni-dade de trabalho na Fábrica de Natal às pessoas desem-pregadas, oriundas do lixão bem como para a população. Durante cinco meses, mais de 60 pessoas transfor-

mam lixo em lindas e coloridas peças decorativas.

Em 2009, foram 250 mil garrafas pet que saíram das ruas, foram recicladas e transformadas em arvores gigantes de dois a 12 metros de altura, decoradas com bolas, velas, guirlandas, sino dos ventos, lumi-nárias, em um universo de folhas e flores.

O clima de Natal contagia a comunidade. Os voluntários se apresentam e os moradores contri-buem pintando e ornamentando suas

moradias. O evento proporciona empregos diretos para mais de mil pessoas. A construção civil mobiliza 250 trabalhadores para construção das novas atrações e na melhoria da infra-estrutura urbana do cen-tro da cidade. O evento mobiliza micro e médios empreendedores dos diversos setores econômicos de Benevides.

Mais de mil artistas partici-pam de uma intensa programação cultural com shows, coral, teatro, paradas natalinas, entre outros. A antiga estação rodoviária se trans-forma na Praça de Alimentação com restaurantes e músicas ao vivo.

Natal com consciência ambiental em Benevides - Garrafas PET se transformam em decoração natalina produzida pela comunidade

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Durante esse período, a segurança é reforçada, com vigilância nos estacio-namentos, forte sistema de segurança com monitoramento por câmeras e 250 homens; além de contar com unidades de saúde 24 horas e ambu-lâncias para atendimentos médicos, caso necessário.

O Presépio Gigante, uma das atrações mais visitadas, foi montado com peças de mais de dois metros de altura. Árvores gigantes se transforma-ram em obras de arte de fino acaba-mento, que confundiam os olhares. Dentre as diversas atrações, a mais popular para as crianças de todas as idades era a Casa do Noel, decorada com móveis de época, onde Papai e Mamãe Noel recebiam os visitantes.

Por meio desse grandioso projeto, Benevides transformou-se no centro das atenções do Pará no período das festas de final de ano. Para 2010 é aguardada mais de 350.000 pessoas.

“Além de gerar emprego e renda, despertar a comunidade para a preservação ambiental, incrementar a economia, promover o turismo, o Natal de Benevides deixa um legado de respeito ao próximo, boa vontade, ousadia e reflexão.” Edimauro Farias – Prefeito Municipal de Benevides.

Período de Natal de Benevides - 27 de novembro/2010 a 06 de janeiro/2011

Local de decoração Natalina 2010

Centro da cidade de Benevides e nos distritos de Benfica (orla), Santa Maria (avenida Central) e

Murinin (Praça Central).

Horários e Programação Cultural para 2010

De 19 às 24h, terça a domingo. Acender as luzes decorativas,

sonorização do ambiente através da rádio Natal, apresentação

de coral, desfile do Papai Noel, parada natalina com persona-gens do Natal, apresentação

de orquestras, teatro, cantores populares e música desenvolvidas

especificamente para o evento.

Capacitação de mão-de-obra para o evento

Cursos de culinária, higiene, em-preendedorismo, excelência no atendimento, garçons e recep-cionistas, para bem atender os

turistas e visitantes. Treinamento para 200 seguranças. Melhoria

da infra-estrutura de todo o centro urbano. Mobilização da comunidade para participar da coleta de garrafas, aplicar pin-turas, iluminar e decorar suas residencias. Regularização dos

feirantes e ambulantes do centro da cidade.

Cronograma

Prefeitura Municipal de BenevidesEndereço: Av. Joaquim Pereira Queiroz, 1 CEP: 68795-000, Benevides (PA)Fone: 91-3724-1128Acesso Rodoviário: BR 316/ 23km de BelémSite: www.nataldebenevides.com.br

PROJETO NATAL DE BENEVIDESIdealizador: Prefeito Edimauro Ramos de FariasExecução: Prefeitura Municipal de BenevidesProjeto técnico: Comissão Especial de Natal

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17 Julho de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

Igarapé-Açu: reestruturação educacional e socio-economico

Em 2009, Igarapé-Açu, uma tranqüila cidade com pouco mais de 33 mil habitantes, situ-ada no Nordeste paraense, empossou a pri-

meira prefeita Nikkei, Sandra Miki Uesugi, em seus 104 anos de emancipação. Atendendo aos anseios da população, a prefeita tem se empenhado para o desenvolvimento de seu município, honrando assim, seus compromissos como gestora. Algumas obras já foram inauguradas pela administração, como 11 microsistemas de abastecimento de água nas diversas agrovilas e povoados, construção de uma praça (Bairro Samaumeira), uma arena (Vila São Luis), em breve mais uma outra construção (Vila Porto seguro), reforma e adaptação de duas quadras poliesportivas (Vila de São Jorge e Prata), implantação de mais duas UBS’s (Bairro Colina e Pau-Cheiroso), e reconstrução e ampliação de um PSF (Vila do Prata), dentre outras obras.

Em consonância com a sua profissão como educadora, a prefeita tem dado atenção especial à educação, reformando e ampliando escolas nas zonas urbanas (01) e rural (04). Implantou também o Pró-Jovem urbano, Pró-Jovem campo, Brasil Alfa-betizado e Bolsa Trabalho. A Ação Social teve a sua contribuição relevante na atual gestão Municipal: mantém hoje os projetos PETI (Programa de Erra-dicação do Trabalho Infantil) e Guarda Mirim, este último em parceria com a Polícia Militar, que visa educar e resgatar a cidadania das crianças igarapea-çuenses. Ambos os projetos oferecem aulas de arte, esporte, reforço escolar nas disciplinas Português e Matemática. Foi implantado em 2009 o CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) no bairro São Cristóvão, que visa atender as famílias carentes com cursos de capacitação em culinária, artesanato, corte-costura, pintura, além dos serviços de assistência social e psicologia, que fazem acompa-nhamento semanal nas residências do bairro.

Durante a comemoração aos 103 anos de emancipação do município, foi festejado tam-bém os 80 anos de Imigração Japonesa na Amazônia, com a participação do cantor Joe Hirata (São Paulo) e do grupo de taiko da Associação Pan-Amazônia de Belém.

Projeto Guarda Mirim completa oito anos de educação e resgate da cidadania das nossas crianças (mais um projeto de parceria da Prefeitura Municipal e Policia Militar/PA)

CURIOSIDADE

O nome do município de Igarapé-Açu cor-responde à denominação do subafluente do Rio Marapanim, que banha o distrito-sede do município e que na língua indígena Nheegatu significa “grande caminho das canoas”.

Cultura

Cidadania

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Julho de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br 16

Igarapé-Açu: reestruturação educacional e socio-economico

Serviço:Prefeitura municipal de Igarapé-Açu Rua Barão do Rio Branco, 3913CEP: 68725-000, Igarapé-Açu - Pará – BrasilFone: (91) 3441-1203 / fax: (91) 3441-1375Site: www.prefeituraigarapeacu.pa.gov.br Acesso: Pela PA 127 e Br 316, distante 117 Km de Belém (PA)

Construção de três u.B.S.(unidade Básica de Saúde) no município de Igarapé-Açu: Vila de Santo Antonio do Prata, bairro da Colina e Comunidade do 40 no bairro Pau-Cheiroso. Hoje Igarapé-Açu conta com algumas especialidades como cardiologista, ginecologista, dermatologista, pediatra, ortopedista, fisioterapeuta, neurologista, fonoaudiólogo, nutricionista e cirurgia básica, além de ultrassonografia, eletrocar-diograma e raio-X.

Inauguração e ampliação da Escola “Moisés Lopes Braga” e entrega de uniformes escolares à comunidade Santa Maria da Pantoja.

Asfaltamento das ruas Barão do Rio Branco, 1º de Maio e Trav. Benjamin Constant, graças a emenda parlamentar do deputado Júnior Hage.

Saúde eduCação

infra-eStrutura

Comunidade do 40, bairro Pau-Cheiroso

Minha terra, meu lugar.

Reconstrução e ampliação da Escola Municipal “Manoel Henrique da Rocha” na Vila de Porto Seguro, com quatro salas de aula, um laboratório de informática, uma sala de leitura, área de recreação com rampas e ba-nheiros para cadeirante.

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Escolas municipais têm padrão de qualidade.

Ginásios construídos pela Prefeitura nos bairros.

Postos médicos nos bairros mais afastados.

Cidade que mais investe em informática no Pará.

Centro de Hemodiálise inaugurado pela Prefeitura.

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za Faltando pouco mais de dois anos

para o final do segundo mandato do prefeito Hélio Leite, em Cas-

tanhal, a cidade, no Nordeste paraen-se, tem sido um dos maiores exemplos de crescimento em todo o interior do Estado. Uma prova disso é o fato da Prefeitura continuar avançando no vo-lume de obras e ações, até porque, se-gundo o próprio prefeito Hélio Leite, “quem escolhe o seu governante espe-ra que ele trabalhe todos os dias, até o fim do governo”, analisa.

Na cidade os investimentos estão por toda parte. Para se ter uma idéia, só neste segundo semestre de 2010 16 novas obras serão entregues para a população das zonas urbana e rural. São, pelo menos, 12 novas escolas, um novo posto médico e dois laboratórios de informática. Com as inaugurações a cidade passa a ter, por exemplo, 28 laboratórios de informática nas escolas municipais, o que garante ao municí-pio o primeiro lugar no ranking das cidades paraenses com maior investi-mento em inclusão digital.

E investimento também é o que não falta na área de agricultura. Só este ano quatro Unidades Produti-vas de Mandioca já foram instaladas pela Prefeitura, que trabalha no mu-nicípio o plantio mecanizado em pro-priedades rurais coletivas, atenden-do atualmente cerca de 80 famílias e associações de produtores rurais em quatro agrovilas.

Os investimentos fazem de Castanhal uma cidade futurista, boa pra se viver e preparada para cres-cer ainda mais. E a determinação do prefeito Hélio Leite e do vice Ju-civaldo Nascimento é para que todas as secretarias municipais busquem o aperfeiçoamento das suas ações e procurem atender o cidadão com respeito e dignidade.

“Nós estamos buscando zelar cada compromisso assumido ao lon-go destes anos, adquirindo novo ma-quinário para poder cuidar melhor dos bairros, construindo novas esco-las, postos médicos, ginásios de es-portes, asfaltando ruas, e o mais im-portante: dialogando com todos que querem ver a cidade crescer ainda mais”, finaliza o prefeito Hélio Lei-te, que no primeiro semestre de 2010 investiu R$ 1 milhão na compra de uma pá-mecânica, uma retroescava-deira e uma motoniveladora. O novo maquinário possibilita a melhoria da infraestrutura dos bairros e garante vida nova para muitas famílias de Castanhal, a cidade modelo do Pará.

PREFEITURA DE CASTANHALPREFEITURA DE CASTANHALPREFEITO HÉLIO LEITE“Cidade vai continuar avançando”

Cidade modelo de desenvolvimento no Pará

Castanhal

Investimentos que vão da agricultura à inclusão social. E assim, Castanhal, no Nordeste do Estado, se consolida como principal pólo de desenvolvimento do Pará, atraindo novas indústrias e melhorando a qualidade de vida da população.

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CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO

Castanhal consolida vocação comercial

empresa de cosméticos do país, nacionalmente fechou os primeiros seis meses do ano com uma receita líquida consolida-da de R$ 2.298 milhões, o que representa um cres-cimento de 23% sobre o mesmo período do ano passado. Em julho deste ano a empresa anunciou a inauguração de dois novos Centros de Distri-buição; um em Uberlân-dia, em Minas Gerais, e o outro em Castanhal, no Pará. No CD da cidade modelo a Natura já em-prega 87 funcionários e começa a funcionar em outubro de 2010.

A Nestlé também instalou o seu Centro de Distribuição, fornecendo seus produtos para toda a Região Norte do Brasil, gerando novos postos de trabalho e renda para o município. Segundo o prefeito Hélio Leite, “Castanhal tem área da sobra, tem mão-de-obra qualificada, e incentivos fiscais para as empresas que desejarem se instalar

Nasce em Castanhal o mais estratégico Centro de Distri-

buição do Pará. Entronca-mento do interior paraense, a cidade é cortada pela ro-dovia BR-316, que liga Be-lém aos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Ja-neiro e Distrito Federal, en-tre outros estados brasilei-ros. Mas a cidade ainda tem ligação direta com a rodovia Pará-Maranhão, que liga o Pará a São Luis, Fortaleza e Recife, além de ser ponto de partida de pelo menos outras sete rodovias esta-duais. Outro ponto a favor de Castanhal é a pouca dis-tância do Porto e Aeroporto Internacional de Belém, e do Porto de Vila do Conde, em Barcarena.

Cidade industrializada , Castanhal tem mão-de-obra especializada para todos os setores da indústria, comér-cio e serviços. Não por acaso é referência na qualificação profissional e um dos prin-cipais pólos exportadores da região. Essa vocação rendeu à cidade, que beira a mar-gem de 200 mil habitantes, a implantação dos centros de distribuição da Natura, Nes-tlé e Armazém Matheus. A Natura, por exemplo, maior

no município e desfrutar de uma localização geo-gráfica privilegiada. As empresas que desejarem vir para Castanhal terão todo o apoio da Prefeitu-ra”, acrescenta.

Os incentivos da Pre-feitura, segundo a Secre-taria Municipal de Indús-tria, Comércio e Serviços, visam atrair novas indús-trias e fortalecer as já exis-tentes do município. Para se ter uma idéia, os frutos da mão de obra casta-nhalense estão, hoje, es-palhados nas prateleiras de todo o Brasil e até no exterior. A cidade é forte exportadora de aço, mas-sas e alimentos.

Além disso a Prefeitu-ra continua investindo na criação do Condomínio Empresarial de Casta-nhal, um projeto audacio-so, com uma área de 200 hectares, que vai contar com ruas pavimentadas, incentivos fiscais e doação da área para indústrias que desejem se instalar no município e garantir um lugar nesse projeto.

Fotos: divulgação

Cidade paraense é certeza de bons resultados.

Prefeitura investe na qualificação da mão-de-obra em Castanhal.

Nestlé e Natura implantaram seus CD’s em Castanhal

www.castanhal.pa.gov.br

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Cametá, a “Pérola do Tocantins” entre as 100 melhores cidades do Brasil

to do Prefeito em seus trabalhos pelo município. Só no setor da Educação, Cametá recebeu mais de 200 salas de aula, reformou mais de 100 escolas e há previsão de construção de mais 50 escolas em todo o município. A cidade está aproximadamente 90% asfaltada, praças, prédios históricos revitalizados, programas sociais desenvolvidos através da Assistência Social que tem à frente a primeira dama do município, Vanda Valen-te. Na Cultura há total apoio aos grupos de manifestação popular e eventos que oportunizam trabalhos de valorização ao artista e outros. Vale ressaltar que a maioria das obras por ele realizadas são viabilizadas com recursos próprios do município. Por tudo isso e muito mais que o Prefeito merece destaque especial ao falar sobre Cametá, cidade histórica do Brasil.

Sílvia Letícia Carvalho AlvesArte-educadora, pós-graduada em Estudos Culturais Amazônicos, assessora técnica da Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto de Cametá-Pa.

um dos títulos que Cametá ostenta é o de “Terra dos Notáveis” devido ao desempe-

nho de alguns filhos no Pará e em todo o Brasil, homens que se destacaram na política, na religião e no social. Dentre eles destaca-se o atual prefeito José Wal-doli Filgueira Valente que está à frente do município em seu terceiro mandato (1982-1988, 2005-2008 e 2009-2012), e ao longo de sua carreira sempre procu-rou divulgar Cametá em todo território nacional, prova desse reconhecimento é o título que receberá em Brasília por es-tar entre os 100 (cem) melhores prefei-tos do país. Também ocupa o cargo de vice-presidente da Associação Brasileira das Cidades Históricas, representando a Região Norte.

Grande liderança política no município, Waldoli tem uma história interessante, filho de famíla humilde, natural do interior de Cametá, cons-truiu sua trajetória política baseada na honestidade, diálogo, amizade, compro-misso e trabalho por esse povo que lhe confiou o cargo.

Graças a sua administração competente, o cametaense consegue visualizar as transformações da “Pérola doTocantins” em todos os setores sociais. Todas as secretarias recebem apoio dire-

“Só conseguimos a reeleição, porque a população de Cametá confia no nosso trabalho, graça à Deus. Na educação e saúde efetuamos grandes melhorias. Os nossos professores são altamente qualificados, com ensino superior completo. Temos consegui-do grandes conquistas, como o nosso Carnaval que é um dos melhores do Pará. A cidade é mais freqüentada, antes eram quatro ou cinco carros na travessia de uma balsa. Com o aumento da demanda, hoje temos quatro balsas por dia. São mudanças com melhorias e temos ainda mais dois anos, queremos fazer mais pelo município. A maior conquista é a de missão cumprida, mesmo que não tenhamos feito tudo, mas a maioria, porque 100% é muito difícil. Pelo menos, partimos de cabeça erguida com missão cumprida. Convido a todos a conhecer in loco a Pérola do Tocantins, Cametá!”

José Waldoli Filgueira Valente Prefeito de Cametá.

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Cametá, Patrimônio Histórico Nacional

Cametá, celeiro de homens notáveis.../Cametá tesouro de Arte infin-dável.../Cametá, linda pérola do Tocantins.../Cametá, natureza em forma de jardins.../sangue tupinambá povo guerreiro brioso altaneiro impõe seu valor.... ( Alberto Moía Mocbel-Poeta cametaense).

Os versos do poeta conseguem descrever o que é Cametá, belo

município situado a margem esquerda do Rio Tocantins que guarda 375 anos de história de um povo guerreiro, artista e notável. É uma das cidades mais antiga do estado do Pará e do Brasil. Possui uma grande ri-

queza histórica e cultural além de evidenciar em seu espaço um cenário na-tural de beleza ímpar típicas das cidades amazônicas.

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Suas origens estão intimamente ligadas a disputa de terras configuradas como novo continente que resultaram do

seu expansionismo europeu em fins de século XV e início do século XVI. No passado seu território era habitado por indígenas denominados “Caamutás”

que pertenciam ao grupo étnico dos Tupinambás. Atribui-se ao trabalho de dedicada catequese do Frei Cristóvão de São José, frade capuchinho, o episó-dio da fundação do primeiro povoado que passou a adquirir dinâmica social, populacional e econômica, a partir do qual se originou o Município, por volta do ano de 1620, denominado Vila de Santa Cruz dos Camutás. No ano de 1633, passa a ser batizada com

nome de Vila Viçosa de Santa Cruz de Camutá, sob a invocação de São João Batista.

No ano de 1637, passou a ser reconhecida como capitania. Nesse mesmo ano, precisamente em 28 de outubro, a célebre expedição de Pedro Teixeira, para realizar a grande

façanha de conquistar toda vasta Amazônia, partiu da praia local com cerca de 1.000 índios flecheiros, na sua primeira viagem.

Desde sua origem várias ordens religiosas já cuidaram da orientação espiri-tual em Cametá. Em 1643, os Capuchinhos de Santo Antônio foram substituídos pelos frades Carmeli-

tas que ficaram por aqui até 1655. de 1693 a 1759 os Capuchos da Piedade estiveram à frente da atividade não só religiosa, mas também na defesa dos interesses da ordem. Eles foram subs-tituídos em 1759 pelos Mercenários ou Mercedários que por lá ficaram até a expulsão patrocinada pelo Marquês de Pombal. Atualmente, a orientação religiosa católica romana é executada pela ordem de São Vicente de Paulo,

cujos religiosos exercem funções na área da educação, saúde e pastoral.

Cametá guarda em si nume-rosos episódios da história do Pará com ênfase na Cabanagem, único movimento no qual o povo paraense conseguiu chegar ao poder sob a liderança de Batista Cam-pos, Eduardo Angelim e os irmãos Vinagre, tal episódio é para Cametá bastante controverso. O principal questionamen-to dos historiadores é o fato do município ter sido palco de origem do movimento e, posterior-mente ter-se tornado foco da legalidade. Sendo que

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nesta ocasião foi instalado o governo legalista da Província na Câmara Munici-pal de Cametá. Justifica-se esse fato, pois um fi-lho da terra, Ân-gelo Correa era o vice-presidente da Província, e com o assassinato do presidente pelo movimento revolucionário, armou-se em Ca-metá o movimen-

to da legalidade, esquecendo-se assim os motivos que o originaram.

Padre Prudêncio, foi um dos grandes personagens da história da

legalidade no muni-cípio, pois agiu como um general na defesa da cidade que em nenhum momento foi dominada pelos cabanos, ao contrário da grande maioria das cidades paraenses, inclusive a capital. Eis um ponto contro-verso na história de Cametá: alguns se

orgulham da legalidade, outros lamen-tam devido às atrocidades cometidas pelas forças legalistas contra os caba-nos. Esse movimento de resistência fez com que as pessoas procurassem proteção contra o movimento cabano, assim a população da cidade aumen-tou com a chegada de várias famílias. Após a derrota da Cabanagem, Came-tá ganhou o título de Cidade Invicta – orgulho de uns poucos e vergonha

de muitos que acreditam no homem como agente de sua própria história. A cidade prosperou no passado graças às estreitas relações de seus filhos com os donos do poder. Destacando-se as benfeitorias conseguidas por Joaquim Siqueira, algumas perduram até os dias atuais. A Samaumeira é o símbolo desse período, pois segundo pesquisa-dores do município ela teria nascido de uma das estacas que serviam como trincheiras que protegeu a cidade do ataque dos cabanos.

Ainda sobre os momentos que marcaram a história da cidade está a forte epidemia denominada de Cólera- Morbus, em 1855 de caráter violentíssimo. Morria gente nas casas e nas ruas e o transporte dos mortos para o cemitério chegou a ser feito por meio de carroças de mori-bundos. Tal doença vitimou o então governador Dr. Ângelo Custódio que condoído com a sorte de seus conterrâneos

veio pessoalmente socorrê-los trazen-do médico e medicamentos necessá-rios, gesto que lhe custou a vida, pois contraiu a doença e veio a falecer em 25 de junho de 1855. Esse momento ficou registrado na tela de autoria do pintor Constantino Motta, pintada em 1858, a qual reproduz uma cena comovente da epidemia. É uma das pinturas mais antigas do Pará e hoje está em processo de restauração graças

ao convênio entre estado e município. No detalhe ao lado uma imagem da lápide onde estão os restos mor-tais do Dr. Ângelo Custó-dio Corrêa com figuras em alto relevo de doentes de cólera.

Na sua história, como Município, no ano de 1841, em 30 de abril, foi promulgada a Lei nº 87, que concedeu a Cametá a categoria de Comarca e, sete anos depois, através da

resolução nº 145, de 24 de outubro de 1848, lhe foi outorgado o reconheci-mento como cidade. Após a proclama-ção da República, o Governo Provisó-rio do Estado, através do Decreto nº 59, criou o Conselho e Intendência. Somente em 1930, através do Decreto nº 06, de quatro de novembro, foi con-firmada a condição de Cametá como Município, passando a existir como tal no quadro de ordenamento político-administrativo do Estado.

Vale ressaltar a presença estrangeira na sociedade cametaense nas primeiras décadas do século XX

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foi destacado pela colônia Hebraica que era constituída de comerciantes da praça e dispunha no município de sinagoga e cemitério, a colônia Libanesa, colônia Portuguesa, Italiana e Francesa. Também é marcante a pre-sença da mão de obra africana que está ligada a expansão da lavoura da cana-de-açúcar, que se estendeu ao longo do baixo Tocantins em meados do século XVIII, dessa presença resultou várias “comunidades negras rurais” que hoje estão se reconhecendo como remanes-centes dos antigos Quilombos.

A cidade de Cametá, além de estar cercada pela bela natureza amazônica, por ter uma história interessante e um povo simpático e hospitaleiro, possui uma grande ri-queza cultural. A cultura cametaense é marcada pela mistura de várias etnias. Tal influencia é nitidamente visível no jeito de ser cametaense que chama a atenção: pela sua forma de falar, cantar, dançar ou vestir. A própria culinária cametaense apresenta-se sob a forma de pratos tipicamente indí-genas como o saboroso “mapará com açaí”, sendo que esta iguaria pode ser saboreada de diversas forma como: mapará com lixo dentro, picolé de ma-pará, mapará de quitim, etc.. ou ainda a torta de camarão e a sopa de “aviú”, um minúsculo crustáceo próprio da região.

Muitos aspectos colocam a cidade de Cametá como uma grande opção turística sendo que em 2010 foi

classificada entre as 14 cidades turís-ticas do Pará com o título de Ame-tista. Mas não são apenas os atrativos naturais de suas praias ou as belezas da cidade que possui colossal arqui-tetônico, com imensos casarões, sobrados com azulejo português aqui destaca-se o Solar dos Braga, hoje residência dos Furtados, que é um símbolo do “boom” gomifero na Amazônia, marca o início da Belle Epoque que trouxe melhoramentos para os principais centros urbanos da Amazônia, como Belém, Manaus e Cametá. Suas igrejas históricas que tornam a visita obrigatória para quem deseja conhecer o que há de melhor no estado. Dois grandes eventos da cultura popular came-taense, conseguem atrair para essa cidade milhares de pessoas todos os anos: o carnaval e as festas juninas. O Carnaval por apresentar uma programação ímpar destacada pela presença dos blocos culturais como a Bicharada da Vila de Juaba, Grupos de Samba de Cacete, Grupos que fazem o Carnaval das Águas, que se integram com as Escolas de Samba, e blocos de abada que fazem concen-trações dançantes. As Festas Juninas com sua extensa programação é outro evento que conquista milha-res de espectadores que vem assistir concursos de Quadrilhas, Miss e apresentação dos grupos culturais e artistas da terra. Apesar das influên-cias do resto do país, o cametaense

não cansa de se nutrir das coisas da terra, a sua essência é que não lhe deixa partir. Nas últimas décadas o Municí-pio passou por alguns ciclos econô-micos, daqueles típicos da Amazônia. Assim, se favoreceu bastante dos ciclos da borracha e do cacau, mas o último com bastante importância foi a época da pimenta-do-reino, embora não caracterizada como tal. Esses ciclos favoreceram algumas melhorias nas condições de vida da população.

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Serviço:Prefeitura Municipal de CametáEndereço: Avenida Gentil Bitencourt, 1, CentroFone: (91) 9175-5409 / 8263-1882 / 8141-9915CEP: 68.400-000, Cametá (PA)Distância: 150km em linha reta da Capital, Belém. e-mail: [email protected]

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34 Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

PERAÍ

A IV edição do Amazô-nia Matsuri celebrou as riquezas da terra do sol

nascente, com o tema “Arigatô Pará”, em agradecimento ao povo paraense pela homenagem recebida na ocasião dos 80 anos da imigração japonesa no Pará, no ano passado. O primeiro dia do Matsuri, 16 de setembro, foi também comemorado o “Dia da Imigração Japonesa” instituído pelo Governo do Estado do Pará, no corrente ano.

O evento, em três dias, com um público aproximado

Cultura Japonesa em destaque no hangar

de 13 mil pessoas, mostrou um pouco da gastronomia, músicas, danças, artes marciais, cultura pop e tradicional, entre outros exem-plares da cultura oriental apresen-tados por artistas e profissionais locais, de São Paulo e Japão. A realização é da Associação Pan-Amazônia Nipo-Brasileira e Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.

Uma das atrações, o cantor de São Paulo Joe Hirata morou durante muitos anos no Japão, onde participou de alguns concur-sos de karaokê. Joe despontou em terras brasileiras após se apre-sentar em um programa de tevê, quando passou a ser mais conhe-cido pela comunidade Nikkei.

Outra atração muito aguar-dada no Matsuri é o grupo teatral Manjushaka, que se apresentou pela terceira vez em Belém. Fundado em 1995, eles fazem shows beneficentes pelos países da Ásia. O nome do grupo vem de uma antiga lenda japonesa, na qual manjushaka é uma flor branca que cresce no paraíso e que tem o poder de afastar maus espíritos.

Quem visitou esse Matsuri conheceu um dos traços mais

Quando os japoneses par-tiram de sua terra natal - o Japão - trouxeram em

suas bagagens seus costumes, seus hábitos alimentares, esporte, vestimentas, enfim, a sua cul-tura. Passado mais de 100 anos no Brasil e 80 na Amazônia, os nipônicos e seus descendentes

– os nikkeis de diferentes gerações - continuam divulgando sua cultura fora do país oriental. Um dos mais marcantes festivais anuais que eles ainda hoje guardam é o matsuri: uma festa protagonizada pela dança do 3 ou o bon-odori realizada no meses de julho e agosto no território japonês.

Essa dança, originariamente,

possui um cunho religioso, onde celebra-se durante o Dia dos Fi-nados, para apaziguar, confortar e prestar homenagem às almas dos que partiram. Em geral, o Bon-odori con-siste no yagura (espécie de andaime com telhado) onde se coloca o taiko (tambor japonês) e os participantes dançam ao som de música ritmado

marcantes da cultura milenar japonesa: o yukata, uma vestimenta muitas vezes confundida com o kimono. O Consulado Geral do Japão em Belém realizou uma demonstração sobre o yukata que se tornou popular entre os jovens japoneses e estrangeiros como a vestimenta japonesa de verão, por ser mais fácil vestir em compara-ção ao kimono, além do preço ser inferior.

Na oportunidade, Akira Kusunoki, cônsul do Japão em Belém, mostrou-se contente com a realização de mais uma edição do evento. Segundo Yuji Ikuta, presidente da Associação Pan-Amazônia, o tema deste ano não poderia ser outro. “Arigatô Pará é um agradecimento especial ao povo paraense que nos acolheu de forma calorosa nestes 80 anos de imigração japonesa na Amazônia”, disse.

Também, na solenidade de abertura foi entregue o diploma e a medalha “Mérito da Imigração Japonesa na Amazônia”, quando foram agraciados o presidente do Grupo Yamada, Junichiro Yamada, e a Governadora do Estado do Pará.

Bon-odori – dança que atrai os brasileiroseventos culturais nipo-brasileiros

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pelas batidas do taiko vestidos de yukata (vestimenta informal de verão) ou happi. Bon-odori em diferentes cidades

paraenses e na capital BelémNo Brasil a dança do bon ou

o bon-odori é executada em diferentes momentos, geralmente nos eventos culturais. Em Belém (PA) era apre-sentado na Semana do Japão, quando os presentes entravam na roda de

dança. Esse evento rea-lizado pela Associação Pan-Amazô-nia Nipo-Bra-sileira, devido à demanda crescente, há quatro anos é promovido tendo o Han-gar – Centro de Conven-

ções e Feiras da Amazônia (Hangar) como palco. A Semana do Japão se transformou em Amazônia Matsuri (festival).

O bon-odori de Tomé-Açu, terra que acolheu a primeira leva de imigrantes japoneses, é famoso pela sua peculiaridade. Nesse período, os filhos e netos dessa cidade retornam aos seus lugares de origem para rever as casas e a cidade em que cresceram.

O bon-odori de Tomé-Açu , distante 230 km da capital paraense, é realiza-do anualmente no mês de julho.

Natsu-Matsuri em língua japo-nesa significa literalmente Festival de Verão. É um evento quase que obrigatório também nas comunida-des nikkeis de Santa Izabel do Pará e Castanhal, distante 38 km e 70 km de Belém respectivamente. Eventos esses que nos últimos anos, vem crescendo no número de jovens, principalmente simpatizantes de animé/mangá (animação e histórias em quadrinhos de origem japonesa) os quais entram na roda de dança quando se tocam as músicas mais animadas como “Guiza guiza heart no komori uta”.

Passados mais de 80 anos des-de a primeira estada nas terras ama-zônicas, os japoneses podem sentir a transição latente da cultura japonesa sofrendo adaptação constante no cenário brasileiro.