revista pack 169 - setembro 2011

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www.pack.com.br ANO•13 SETEMBRO 2011 169 EMBALAGEM TECNOLOGIA DESIGN INOVAÇÃO R$ 15,00 ENTREVISTA Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, fala sobre o poder transformador dos consumidores na direção da sustentabilidade ESPECIAL EMBALAGENS DE VIDRO A indústria de embalagem de vidro tem um importante no segmento de alimentos e bebidas A conscientização para a mudança sustentável é o grande desafio para os atuais empreendedores. E isso implica no envolvimento de todos os elos da cadeia produtiva: da indústria ao consumidor. Aprenda com quem já está fazendo essa mudança SUSTENTABILIDADE

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Sustentabilidade - A conscientização para a mudança sustentável é o grande desafio para os atuais empreendedores.

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EMBALAGEM TECNOLOGIA DESIGN INOVAÇÃO

R $ 1 5 , 0 0

ENTREVISTAHelio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, fala sobre o poder transformador dos consumidores na direção da sustentabilidade

ESPECIAL EMBALAGENS DE VIDRO

A indústria de embalagem de vidro tem um importante

no segmento de alimentos e bebidas

A conscientização para a mudança sustentável é o grande desafi o para os atuais empreendedores. E isso implica no envolvimento de todos os elos da cadeia produtiva: da indústria ao consumidor. Aprenda com quem já está fazendo essa mudança

SUSTENTABILIDADE

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MARGARET HAYASAKIEDITORA-CHEFE | [email protected]

CARTA AO LEITOR

SAIR DO INSUSTENTÁVEL PARA O SUSTENTÁVEL É UMA TAREFA PARA TODOS

unca tão discutida como hoje, a sustentabilidade também ganhou enorme repercussão na mídia. Nos últimos três anos, a revista Pack tem desenvolvido uma edição especial sobre o assunto. E, a cada ano, o desafio é conti-nuar promovendo a reflexão dos nossos leitores, com uma nova

abordagem para o mundo da embalagem e da indústria de bens de consumo. Para isso, reunimos os mem-bros do Conselho Editorial da revista Pack que nos ajudaram a costurar os temas desta edição especial sobre sustentabilidade. Aprender a fazer a mudança no seu modelo de negó-cio para a sustentabilidade é um grande desafio que começa com a mudança de valores das empresas e com o envolvimento de todos os colaboradores e par-ceiros. Isso tem a ver com gestão da sustentabilidade. Ainda poucas empresas sabem como fazê-la, mas quem saiu na frente já colhe os frutos de sua inicia-tiva. A demanda por líderes sustentáveis aumentou no mercado. O desafio é como transformar um líder comum em um líder sustentável. Qual é o perfil desse novo líder que pode fazer a diferença para esse novo modelo de negócio? Esse é o assunto da reportagem de Ana Carolina Baili. A educação dos consumidores é tida como outro grande desafio-chave para ir em direção da susten-tabilidade. Cada um de nós pode fazer uma enorme diferença ao mudar hábitos simples de consumo, por exemplo, fechar a torneira ao escovar os dentes. Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, em entrevista à revista Pack, destacou que, ao fazer esse gesto, o consumidor economiza, ao longo de 70 anos, o equivalente a 180 caminhões pipa de água, cada um com 10 mil litros. Portanto, o potencial de redução é enorme. Ele falou sobre outros desafios para o consumo consciente que

incluem o envolvimento da indústria de embalagem e de bens de consumo. Como a indústria de bens de consumo pode impactar positivamente no comportamento dos consumidores? Muitas informações sustentáveis não são comunicadas de forma clara. Isso pode fazer toda a diferença na escolha deles na gôndola por produtos ambientalmente corretos. Mas, há empresas que o fazem muito bem, utilizando a rotulagem para conversar com os seus consumidores sobre sustentabilidade. Elas já saíram na frente, pois segundo a pesquisa do Instituto Akatu, 50% dos entrevistados leem rótulos. Um bom exemplo disso é a Natura, uma das entrevistadas na reportagem de Analice Fonseca Bonatto. Muito se fala que a sustentabilidade compreende o tripé meio ambiente, social e econômico. Mas, o que dizer então das sacolinhas plásticas descartáveis que se transformaram em vilãs do meio ambiente? Legislações proibitivas surgem a todo o momento em diferentes partes do Brasil. Parece um caminho sem volta. São Paulo vai retirar todas elas do mercado até 2015. O que vai acontecer com essa indústria de sacolinhas plásticas e os funcionários que vivem desse negócio? Será que proibir é a melhor solução? Esse é o assunto da reportagem de Analice Fonseca Bonatto que ouviu as entidades que representam o setor.Ainda no campo da responsabilidade social, a repórter Zulmira Felicio assina uma reportagem sobre a impor-tância de expandir o uso do braille nas embalagens de bens de consumo para promover a inclusão social de deficientes visuais, que mais do que o desejo de consumir, querem exercer a sua cidadania. Ela ouviu a experiência da Sadia que foi pioneira no uso do alfabe-to para conversar com esses consumidores especiais. Esses são exemplos a serem seguidos. Podemos apren-der com quem está promovendo a sustentabilidade e multiplicar essa mudança pelo nosso futuro comum: um planeta melhor.Até a próxima edição.

carta ao leitor

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MATÉRIAS16 ENTREVISTA

Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, revela que hoje 28% dos consumidores brasileiros estão nos dois níveis mais altos de consciência de consumo: engajado e consciente

24 ESPECIAL SUSTENTABILIDADEA educação é o caminho para conscientizar os consumidores a utilizar melhor os produtos e refl etir sobre os seus hábitos

28 ESPECIAL SUSTENTABILIDADE ROTULAGEMA importância de desenvolver uma comunicação adequada e capaz de orientar com efi cácia e clareza os consumidores sobre os ganhos ambientais

32 ESPECIAL SUSTENTABILIDADE GESTÃO DA SUSTENTABILIDADEO desafi o desses profi ssionais é converter práticas de negócios convencionais em estratégias ousadas para um planeta mais sustentável

36 ESPECIAL SUSTENTABILIDADE LOGÍSTICA REVERSAPara muitos a logística reversa de embalagem ainda parece uma operação complexa, mas tecnicamente ela é simples de ser colocada em prática.

42 ESPECIAL SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE SOCIALO uso da embalagem como inclusão social é a marca de empresas cidadãs que respeitam as diferenças

46 ESPECIAL SUSTENTABILIDADE IMPACTO ECONÔMICO E SOCIALA proibição da distribuição de sacolas plásticas no comércio coloca a embalagem na berlinda. Saiba como o veto pode afetar os produtores

50 ESPECIAL SUSTENTABILIDADE ARTIGOLincoln Seragini, diretor-presidente da Seragine Brand Innovation, destaca a importância da sustentabilidade como oportunidade para a reinvenção das embalagens

52 ESPECIAL EMBALAGENS DE VIDROA embalagem de vidro tem um importante papel na indústria de alimentos e de bebidas, no qual tem grande penetração

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ESPECIAL SUSTENTABILIDADE

O papel da indústria de bens de consumo

na transformação sustentável

SACOLAS PLÁSTICASO impacto econômico e social da sua proibição nos supermercados

ENTREVISTA“Consumir diferente

signifi ca sair do descartável e caminhar na

direção do durável”

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SEÇÕES6 AGENDA

7 PACK ONLINE

8 ATUALIDADES

15 POR DENTRO DAS LEIS

20 VANGUARDA

22 LANÇAMENTOS INTERNACIONAIS

58 NOTAS TÉCNICAS

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sumário

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6 EDITORA BANAS

agenda 62 anos

EMBALAGEM | TECNOLOGIA | DESIGN | INOVAÇÃO

Filiada à

É permitida a divulgação das informações contidas na revista desde que citada a fonte.PACK reserva-se o direito de publicar somente informações que considerar

relevantes e do interesse dos leitores da revista.

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FEIRAS NO BRASIL

FEIRAS NO EXTERIOR

EM DESTAQUEA 11ª edição da Andina-Pack, que será realizada de 8 a 11 de novembro, em Bogotá, na Colômbia, vai trazer pavilhões especializados, nos quais os visitantes poderão encontrar soluções para cada setor e produto. A feira vai trazer novidades em

automatização, robótica, controles de processos, efi ciência, redução de custos, segurança e sustentabilidade.

E-MAIL [email protected]

TELEFONE 11 3500-1925 | FAX 11 3500-1935

PARA SE CORRESPONDER COM A REDAÇÃO

Rua Edward Joseph, 122 – 11º andar – Edifício PassarelliSão Paulo-SP – CEP 05709-020EN

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DATA FEIRA LOCAL ORGANIZAÇÃO

De 20 a 23 de setembro de 2011

Envase Alimentek Centro Costa Salgueiro, Buenos Aires, Argentina

Instituto Argentino Del EnvaseTel.: (54-11) 4957-0350www.envase.org

De 26 a 28 de setembro de 2011

Pack Expo Las Vegas – Feira Internacional de Embalagem e Processos

Las Vegas Convention Center, Las Vegas, Estados Unidos

PMMITel.: (703) 243-8555www.packexpo.com

De 8 a 12 de outubro de 2011

Anuga – Feira Internacional de Alimentos

Koelnmesse, Colônia, Alemanha

Koelnmesse GmbHTel.: +49 (0) 1805204220www.anuga.com

De 8 a 11 de novembro de 2011

Andina-Pack – Feira Internacional de Embalagem

Bogotá, Colômbia PAFYCTel.: +57-1-5200155www.andinapack.com

DATA FEIRA LOCAL ORGANIZAÇÃO

De 20 a 23 de setembro de 2011

Ambiental Expo – Feira Internacional de Equipamentos, Produtos, Serviços e Tecnologias Ambientais

Pavilhão Azul do Expo Center Norte, São Paulo (SP)

Reed Exhibitions Alcantara MachadoTel.: (11) 3060-5001www.ambientalexpo.com.br

De 27 a 29 de setembro de 2011

Exposucata – Feira e Congresso Internacional de Negócios da Indústria da Reciclagem

Centro de Exposições Imigrantes, São Paulo (SP)

Revista Reciclagem ModernaTel.: (11) 5535-6695www.exposucata.com.br

De 3 a 5 de outubro de 2011

Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel

Transamérica Expo Center, São Paulo (SP)

ABTCPTel.: (11) 3874-2700www.abtcp2011.org.br

Dias 5 e 6 de outubro de 2011

Fórum Estratégico de Design – Consumidor 3.0: a nova consciência de consumo

Espaço Milenium, São Paulo (SP)

ABRETel.: (11) 3082-9722www.abre.org.br

De 8 a 11 de novembro de 2011

Fispal Tecnologia Nordeste – Feira Internacional de Embalagens, Processos e Logística para Indústrias de Alimentos e Bebidas

Centro de Convenções de Pernambuco, Recife (PE)

Brazil TradeShowsTel.:(11) 3598-7800www.fi spaltecnologianordeste.com.br

Cartas&E-mails

Ao contrário do que foi publicado na nota intitulada “Inspirada na temática festa”, na seção atualidades, a gramatura correta do pacote de biscoito Amori, da Richester, é 150 g e não 250 g.

Fundador: Geraldo Banas (1913 – 1999)

Publisher: Cristina Banas

Editora: Elizabetha Banas (1923 – 2007)

Editora-chefe: Margaret Hayasaki – [email protected]

Assessora Técnica: Assunta Camilo (FuturePack) – [email protected]

Revisão: Nazaré Baracho

Consultoria Técnica: Guilherme Sergio Maradine

Secretária: Sandra Gomes – [email protected]

Projeto gráfi co: Editora Banas

Produção: Luciano Tavares de Lima (gerente) – [email protected]

Designer: Ana Claudia Martins – [email protected]

Capa: Ana Claudia Martins – [email protected]

CONSELHO EDITORIALAssis Garcia – diretor do Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA; Eduardo Yugue

– gerente de embalagens da Nestlé; Geraldo Cardoso Guitti – presidente da Refrigerantes Convenção; Iorley Lisboa – gerente de embalagens do Wal-mart; João Batista Ferreira – CEO da J2B Innovation to Business; Lincoln Seragini – diretor – presidente da Seragini Farné; Luis Madi – diretor - geral do ITAL - Instituto de tecnologia de Alimentos; Nivaldo

Ferreira Lima – gerente de compras do McDonald´s Brasil

DEPARTAMENTO DE VENDAS

Executivos de Negócios – São PauloRajah Chahine

Tel.: (11) 3500-1900 – [email protected]áudio Alves Freire

Tel.: (11) 3500-1900 – [email protected]

Belo HorizonteM Lage Vendas e Representações. Contato: Marcio Lage

Av. Raja Gabaglia, 4000 – sl. 207 – CEP 30494-310 – Belo Horizonte-MGTel.: (31) 2127-3854 - (31) 9612-8028 – [email protected]

Rio de Janeiro Art Comunicação S/C Ltda. Contato: Francisco Neves

Rua Des. João Claudino Oliveira e Cruz, 50 – cj. 607 – CEP 22793-071 – Rio de Janeiro-RJTels.: (21) 2269-7760 – (11) 9943-5530 – Fax: (21) 3899-1274 – [email protected]

Rio Grande do Sul Interface Comunicação e Propaganda Ltda. Contato: Vera AnjosAv. Taquara, 193 – Cj. 406 – CEP 90460-210 – Porto Alegre-RS

Tel./Fax: (51) 3330–2878 – [email protected]

Paraná e Santa CatarinaPrint Technology Representações Comerciais Ltda.Contato: Gilberto Kugnharski/Marilisa da Rocha

Av. Luiz Xavier, 68 – 11ªand. – cj. 1118 – CEP 80020-020 – Curitiba-PR Tel. (41) 9942-2569 – [email protected] / [email protected]

São Paulo – InteriorAqueropita Intermediações de Negócios Ltda. Contato: Aparecida A. Stefani

Tel.: (16) 3413-2336 – Cel.: (11) 9647-0044 – Fax: (11) 3500-1935 – [email protected]

REPRESENTANTE INTERNACIONAL

Argentina15 de Noviembre 2547 – C1261 AAO –

Capital Federal – Republica Argentina

Tel.: (54-11) 4943-8500 – Fax y Mensajes: (54-11) 4943-8540

www.edigarnet.com

ACORDO DE COOPERAÇÃOPhone: +1 312/2221010 – www.packworld.com

Rua Edward Joseph, 122 – 11º andar – Edifício PassarelliJardim Suzana – São Paulo-SP – CEP 05709-020

CNPJ 60.432.796/0001-83 – I.E. 104.259.747.116, C.C.M. 1.249.632-4NOVO TELEFONE (11) 3500-1900

Impressão: IBEP Gráfi caCirculação nacional: Tiragem – 10 000 exemplares

Periodicidade: mensal

Assinatura: Anual (Brasil) = R$ 97,00 • Nº Avulso = R$ 15,00

SETEMBRO 2011PACK – EMBALAGEM | TECNOLOGIA | DESIGN | INOVAÇÃO

é uma publicação mensal da Editora Banas Ltda.

A PACK é dirigida aos profi ssionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens,

bem como prestadores de serviços relacionados à logística, design e todos os processos relacionados a indústrias de embalagem.

ERRAMOS

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7EDITORA BANAS

POR TATIANA GOMES | [email protected]

O SITE DA PACK TRAZ NOTICIÁRIO ATUALIZADO DIARIAMENTE, ARTIGOS EXCLUSIVOS E TUDO SOBRE O MERCADO DE EMBALAGEM. MAIS: VÍDEOS, FOTOS E A VERSÃO DIGITAL NA ÍNTEGRA DA EDIÇÃO DO MÊS, ALÉM DAS ANTERIORES!

www.pack.com.brnline

Toda semana, a newsletter entrega no seu e-mail as notícias mais importantes da indústria de embalagens. Cadastre-se no site!Acesse! www.banas.com.br/banasinforma

O NEWSLETTER SEMANAL DA INDÚSTRIA

[CONEXÃO WEB ] as mais lidas no pack.com.br

[DESTAQUES]

PERGUNTE, ELE RESPONDE!

Dúvidas sobre o mercado? Nossos consul-tores esclarecem os mais diversos temas do setor. Envie sua per-

gunta e leia as respostas para nossos internautas no Blog da Pack. E-mail [email protected]

Os anúncios desta edição acom-panhados dos ícones têm

informações extras no www.radarindustrial.com.br. Lá você encontra mais detalhes dos produtos, especificações técnicas e informações da empresa anunciante. Acesse! www.radarindustrial.com.br

Onde achar? http://www.pack.com.br/blog

RESULTADO AG O S T O / 2 0 1 1

Qual é a embalagem mais utilizada pela sua empresa?

NESTE MÊSInteraja! Confi ra a enquete do mês e vote na home do site!

Onde achar? http://www.pack.com.br

[ENQUETE ]

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Embalagem de papelão ondulado – (28,57%)

Embalagem plástica fl exível – (28,57%)

Embalagem plástica rígida – (14,29%)

Embalagem de papel cartão – (7,14%)

Embalagem de papel – (7,14%)

Embalagem de vidro – (7,14%)

Embalagem de aço – (7,14)

Embalagem de alumínio – (0,00%)

Onde achar? http://www.pack.com.br/maisnoticias.aspxFonte: Google Analytics* Período de 25/7/11 a 26/8/11

+ Confi ra a lista das dez notícias mais acessadas no site e as leia na íntegra!

Strawplast adota novas embalagens, criadas

pela Design InversoA catarinense Strawplast conta agora com novas embalagens, concebidas pelo escritório de design e gestão de marcas

Design Inverso, de Joinville. A mudança decorreu de um grande estudo das características do portfolio da companhia, que deu origem a duas novas marcas de mercado: LevNoLav e Festkids.

Embalagem do Café Santa Clara Clássico homenageia Círio de NazaréPara homenagear o Círio de Nazaré, maior manifes-tação religiosa do mundo e uma das mais tradicionais de Belém do Pará, as embalagens a vácuo e almofada 250g do Café Santa Clara Clássico ganharão nova rou-pagem e estarão caracterizadas nos pontos de vendas da região. É uma forma especial que o Café Santa Clara achou de estar próximo aos milhões de devotos.

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@EditoraBanas

facebook.com/editorabanas

A Braskem, a Fundação Espaço ECO e o Instituto Akatu apresentaram estudo que compara o uso de diferentes sacolas para o transporte de compra de supermercado e os impactoseconômicos e ambientais para cada alternativa.

1 Estudo inédito no Brasil sobre utilização de sacolas de supermercado oferece fundamentos científi cos para uma nova discussão sob

Análise do ciclo de vida amplia informações para o consumidor avaliar e escolher a sacola mais ecoefi- ciente de acordo com seu perfil.

2 Globalbev lança Amazoo, primeiro açaí cremoso em embalagem tetra pak

Globalbev lança Amazoo, o primeiro açaí cremoso.

3 Dudalina usa embalagem verde Empresa catarinense adere a mais uma ação de sustentabilidade.

4 Puríssima apresenta novas embalagens durante Feira do Empreendedor

O reposicionamento da marca leva em conta a redução de 15% de resina na fabricação de garrafas e a inclusão do sistema Braille nos produtos.

5 Danone reforça iniciativas sustentáveis com adoção de plástico verde

Embalagens de ACTIVIA e DANONINHO com a meta de reduzir em 30% as emissões de CO2.

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atualidades

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Novos elemeNtos icôNicos

a Castrol confiou à B+G designers o desenvolvimento do projeto de branding para reposicionar sua linha Magnatec, de óleos lubrificantes automotivos, com moléculas inteligentes que aderem ao motor, protegendo-o antes, durante e depois da partida. o trabalho envolveu desde diagnóstico e planejamento estra-tégico para criação do novo posicionamento Magnatec, mais desenvolvi-mento da arquitetura da linha, além da criação da nova identidade visual dos produtos, todo o material de PdV e, ainda, um kit de lançamento. “Com o objetivo de facilitar o entendimento do consumidor e do trade e fortalecer a marca Magnatec dentro do segmento, desenvolvemos uma nova hierarquia, realinhando os produtos Magnatec a partir da padronização de marcas, submarcas e novos elementos icônicos”, pontua Luís Bartolomei, diretor da B+G designers. B+G designers, tel.: (11) 5090-1460.

Da história em quaDriNhos para as embalageNs a Kimberly-Clark Brasil, multinacional do segmento de higiene pessoal e doméstica, apresenta a nova fralda descartável Huggies turma da Mônica Conforto dia e noite, que possui uma cobertura suave com toque tipo algodão, e oferece alta performance com a exclusiva cintura elástica nas costas, deixando o bebê muito mais confortável. o produto chega ao mercado em uma embalagem com exclusiva decoração baseada nos personagens da história em quadrinhos turma da Mônica. o design é assinado pela oz design. a embalagem é produzida em polietileno de baixa densidade (PEBd), com impressão em rotogravura, pela rotoplás. Kimberly-Clark Brasil, tel.: 0800-7095579.

cores e forma traDuzem bem-estar

A identidade visual das emba-lagens da linha de alimentos saudáveis Crispan e Semix da Kobber foi desenvolvida pela Pande Design. Ela traduz o conceito dos produtos em cores e formas que retratam o bem-estar. O branco predominante remete à saudabilidade. A janela integrada permite que o consumidor visu-alize o que vai levar para casa. Diferentes pratos simulam o modo de uso e ressaltam o appe-tite appeal. Os claims do painel principal destacam os principais benefícios. O visual agradou tanto que a Pande estendeu a mesma identidade para as barras de cereais, frutas e crocantes. As fotos destacam a textura e o sabor de cada produto, com o au-xílio do branco predominante. Pande Design, tel.: (11) 3849-9099.

apelo sauDável a Multdia apresenta mais uma novidade saudável com o lançamento da bebida láctea nutriday em pó com preparo instantâneo e alto rendimento. o produto é apresentado em uma embalagem tipo almofada de 200 gramas. Pode ser consumido quente ou frio, puro, com fru-tas ou com seu acompanhamento predileto. Esse projeto foi desenvolvido pela speranzini

design com a criação de inah olyntho e Maurício speranzini. a embalagem flexível foi desenvolvida pela Felinto. Speranzini Design, tel.: (11) 5685-8555.

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NoviDaDes Deliciosas

A empresa Moinhos Galópolis, tradicional em moagem de trigo, do sul do Brasil, está lançando uma nova linha de misturas para bolos e misturas especiais Roseflor que chegam às pratelei-ras em embalagens do tipo stand up pouch. As misturas para bolos 400g compreendem 10 sabores (nega maluca, chocolate, cenoura, baunilha, laranja, limão, aipim, milho, abacaxi e coco). Além de produtos como mistura para pão de ló, mistura para creme confeiteiro, mistura para cuca e mistura para sonho e grostoli em 400g. A embalagem de PET transparente mais polieti-leno (PE) pigmentado branco 80g/m2 foi impressa em flexografia pela Bazei Embalagens. Já o design da embalagem é assinado pelo designer Gustavo Spegiorin. Moinhos Galópolis, tel.: 0800-6429800.

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eDição comemorativa Para festejar o centenário da marca, a nivea lança versão especial de um de seus principais produtos: o hidratante corporal nivea Milk Hidratação intensiva, que chega em edição comemorativa 100 anos. a nova roupagem combina elementos visuais relacionados à famosa latinha azul, cria-da em 1911, com pequenas e delicadas esferas reunidas em meio a traços prateados que fazem menção à celebração de aniversário. o design do rótulo foi desenvolvido pela Criátomo. a embalagem e a tampa foram produzidas, res-pectivamente, pela Brasalpla e Weener Brasil. Já o rótulo pela Baumgarten.

Nivea, tel.: 0800-7764832.

sabor De moDerNiDaDe

a ajinomoto lança dois novos sabores da sopa individual Vono: frango ao toque de tomate e batata com cenoura. além disso, todas as embalagens da linha passaram por uma renovação visu-al, desenvolvida pela oz design, para facilitar a identificação com o consumidor no ponto de venda. o principal diferencial está no destaque às imagens dos ingre-dientes naturais que compõem a variedade de sabores, reforçando o appetite appeal. Para ajudar o consumidor a identificar os sabo-res, a embalagem apresenta uma faixa central, com cores bem defi-nidas e distintas. o nome da ver-são também mereceu destaque. a caneca, forte ícone relacionado à marca, ganhou mais destaque

para evidenciar toda a cremosidade da sopa e a presença de pedaços dos ingredientes, que também são um dife-rencial importante de Vono. a embalagem de PEt, alumínio e polietileno de baixa

densidade (PEBd) foi produzi-da pela inapel, com impressão em rotogravura. Ajinomoto, tel.: 0800-7049039.

9Editora Banas

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10 Editora Banas

Vaivém do mercadoANTilHAS ANUNCiA NOVO DiRETOR COMERCiAl antilhas anuncia Bruno Baptista como novo diretor comercial da empresa. o executivo retorna à empresa, após dois anos, como consultor de estratégia e marketing na Gs&Md – Gouvêa de souza. “nossa meta é duplicar o volume de negócios da empresa até 2015”, afirma o executivo.

RAUl CAPOZZi É NOMEADO DiRETOR COMERCiAl DA JOFER raul Capozzi é o novo diretor-comercial da Jofer Embalagens. o executivo será

responsável pelo crescimento contínuo das vendas, inovando em estratégias comerciais a fim de atender com excelência as necessidades de seus clientes e desenvolver novos negócios. também fazem parte de suas atribuições, dirigir mudanças na comunicação organizacional e nos planos ambientais aspirados pela empresa.

AlUiSiO FONSECA ASSUME DiRETORiA DE RECURSOS HUMANOS DA TETRA PAKaluisio Fonseca é o novo diretor de recursos humanos da tetra Pak

para o Brasil e américa Latina. o executivo chega com a missão de implantar a nova estratégia global de transformação, conhecida como Hr transformation, cujo foco principal é o desenvolvimento de pessoas. Fonseca ingressou na tetra Pak, em 1994, como diretor para o segmento de bebidas.

iBEMA TEM NOVO DiRETOR COMERCiAlHélio Henrique Bustamante é o novo diretor comercial da ibema Companhia Brasileira de Papel. o executivo possui

ampla experiência no mercado doméstico/exportações e vinha ocupando o cargo de gerente comercial da ibema. “a companhia vem crescendo muito, nos últimos anos, e a nossa meta é intensificar esse crescimento, fazendo com que a ibema assuma o papel de uma das melhores empresas do mercado”, finaliza o diretor.

notícias

demanda mundial de emba-lagem verde (embalagem reciclada, reutilizável e de-

gradável) deve crescer 5,7% ao ano, atingindo Us$ 212 bilhões em 2015. Embora o segmento de embalagem reciclada mantenha-se, de longe, como o principal tipo de produto, vai experimentar um crescimento baixo devido à maturidade de produtos, como latas metálicas e embalagens de vidro. Por outro lado, o crescimento da demanda acima da média é esperado para as embalagens degradáveis e reu-tilizáveis. Em particular, a demanda de embalagens degradáveis que deve continuar crescendo a uma taxa de dois dígitos anuais. É o que aponta o estudo desenvolvido pela Freedonia. os ganhos em embalagens recicla-das serão apoiados pelo aumento da atividade de coleta e da capacidade de processamento, juntamente com uma maior utilização de embalagens recicladas por empresas que buscam demonstrar responsabilidade ambien-tal e diferenciação de seus produtos. a demanda por embalagens reutilizáveis

Mercado mundial de embalagem verde vai movimentar US$ 212 bilhões em 2015

será impulsionada pela aceleração da atividade industrial global. o segmento de embalagem degradável vai conti-nuar a experimentar crescimento rápido, mas irá representar somente aproximadamente 1% de todo o mer-cado de embalagem verde até 2015. a região da Ásia/Pacífico terá cresci-mento acima da média e se manterá como o maior mercado regional do mundo devido a sua grande indús-tria de alimentos e de bebidas, que representa a principal aplicação para as embalagens verdes. Já as regiões da américa Central e américa do sul, Europa oriental e África/oriente Médio também vão experimentar cres-cimento acima da média, no entanto, a partir de bases menores (essas três regiões juntas responderam por apenas 12% da demanda global de embalagens verdes em 2010). Um crescimento rápido poderá ser visto na Ásia, especialmente na Índia, China e indonésia. outros países em desenvolvimento, como rússia, turquia, Brasil e México também devem ter crescimento saudável.

os Estados Unidos, que responderam por 23% das vendas globais, em 2010, é o maior mercado na-cional de embalagem verde do mundo, com uma ampla margem. outros mercados grandes e maduros são o Japão e ale-manha. apesar de o Japão se manter como um dos maiores mercados do mundo, o país vai ter a taxa de crescimento mais bai-xa até 2015. no en-tanto, boas oportuni-dades ainda poderão ser encontradas em países desenvolvidos, especialmente, para produtos com emba-lagens degradáveis.

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2005-2010

DEMANDA DE EMBALAGEM

VERDE

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EUROPAOCIDENTAL

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OUTRASREGIÕES

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2005 2010 2015

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11Editora Banas

notícias

epois de um crescimento de 10%, em 2010, a indústria brasileira de embalagem, este

ano, sofre uma desaceleração natural. no primeiro semestre de 2011, a pro-dução física de embalagem cresceu 2,98% em relação a igual período de 2010. no primeiro trimestre, a taxa de crescimento alcançou 5,01%, enquanto, no segundo, caiu para 0,98%. Para esse ano, a previsão de crescimento do setor é de 1%, com uma receita líquida de r$ 45 bilhões. Esses dados são do Estudo Macroeconômico da Embalagem aBrE/FGV realizado pela associação Brasileira de Embalagem. salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do instituto Brasi-leiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos últimos cinco anos, a indústria de embalagem teve um desem-penho muito similar ao da indústria em geral. no segundo trimestre de 2006 até o segundo trimestre de 2011, a indústria cresceu 13,61% e a indústria de embala-gem, 13,96%. “Elas estão cada vez mais próximas. no entanto, a produção física de embalagem e as vendas no varejo têm registrado um descolamento, principal-mente, em razão da importação de bens de consumo que chegam embalados ao Brasil”, afirma. “as importações de bens

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Dado é divulgado no Estudo Macroeconômico da Embalagem ABRE/FGV realizado pela Associação Brasileira de Embalagem

de consumo vêm crescendo em torno de 25% a 30% ao ano, muito maior do que a produção doméstica. isso é uma realidade de toda a indústria e não vai mudar num horizonte visível”, acredita.no primeiro semestre de 2011, a produ-ção física de embalagem desacelerou em comparação ao mesmo período de 2010, saindo de um crescimento de 15,57% para 2,98%. o setor de embalagem de madeira caiu de 24,63% para 15,83%; os setores de papel, papelão e cartão, de 11,42% para 1,45%; o setor de plástico, de 14,10% para 0,46%; o setor de vidro, de 14,18% para 11,69% e o setor de metal, de 23,89% para 4,38%. a desaceleração por conta das impor-tações de bens de consumo também chegou à indústria usuária de embalagem. a indústria de bebidas, por exemplo, registrou um crescimento negativo, no primeiro semestre de 2011, de -4,57% ante 15,97%, em relação ao mesmo perío-do do ano passado. todos os setores sofre-ram uma desaceleração no crescimento, no entanto, o segmento farmacêutico sofreu menos em relação aos demais, registrando um crescimento de 6,38% no primeiro semestre de 2011 ante 9,13% em 2010. Já o segmento de fumo saiu de um crescimento negativo de -11,19% no

Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas

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çãoReceita líquida do setor de

embalagem deve chegar a R$ 45,6 bilhões em 2011

primeiro semestre de 2010 para 7,01% no mesmo período deste ano. no primeiro semestre de 2011, as expor-tações diretas do setor de embalagem registram faturamento de Us$ 229.496 mil. Esse valor representa um cresci-mento de 24,99 % em relação ao mesmo período de 2010, que, segundo Quadros, reverte a queda registrada durante a crise econômica de 2008. o setor que mais avançou nas exportações é o de metálicas, com crescimento de 68,13% seguido do segmento de vidro, com 60,55%. nesse mesmo período, as importações de embalagens vazias tiveram um acréscimo de 20,25% com faturamento de Us$ 390.135 mil. Esses números indicam que a balança comercial do setor ficou defici-tária com Us$ 229.496 exportados contra Us$ 390.135 mil de importação. Entre os segmentos nos quais as importações de embalagens vazias estão impactando mais, estão os setores de papel, papelão e cartão, com 50,80%, seguido pelo setor de vidro, com 35,71% e plástico, com 20,30%. apesar do cenário de desaceleração da economia, a indústria de embalagem con-tinua otimista. o Estudo Macroeconô-mico aBrE/FGV aponta que, em 2011, 40% das indústrias pesquisadas devem fazer investimentos para expandir a capa-cidade produtiva, 36% preveem investi-mentos para aumentar a eficiência produ-tiva e 13%, investimentos para substituir máquinas e equipamentos. somente 11% das indústrias pesquisadas não preveem um programa de investimento.

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(R$ Mil)30.887.402

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Valor bruto da produçãorEcEita líquida dE VEndas

Fonte: IBGE/Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa (2009)Elaboração: FGV

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notícias

m 2010, o Brasil reciclou 282 mil toneladas de embalagens PEt pós-consumo, um crescimento

de 7,6% ante as 262 mil toneladas regis-tradas em 2009. Esse volume represen-tou um faturamento de r$ 1,18 bilhão, valor que já corresponde a 36% de todo o faturamento do setor de PEt no ano passado (embalagens PEt mais produtos reciclados), que foi de r$ 3,27 bilhões. os números fazem parte do 7º Censo da reciclagem do PEt no Brasil, divulgado em agosto, pela associação Brasileira de reciclagem do PEt (abipet). apesar do crescimento, a falta de coleta seletiva é apontada pela entidade como o principal entrave para a ampliação do vo-lume de reciclagem no País. ao considerar o período de 2000 a 2010, o índice de des-tinação adequada do PEt no Brasil teve um salto significativo, saindo de 26,3% para 56%. Mas de 2006 para cá, o cresci-mento do índice de destinação adequada do PEt desacelerou. (veja gráfico). segundo auri Marçon, presidente da abipet, as empresas do setor do PEt investiram em capacidade de reciclagem

Hoje as empresas recicladoras têm uma ociosidade de mais de 30% por falta de embalagem PET pós-consumo, afi rma Auri Marçon, presidente da Abipet

e inovação. Mas, será difícil continuar crescendo sem um sistema público de coleta seletiva que possibilite o retorno das embalagens pós-consumo à indústria.

Falta de coleta seletiva é um entrave para ampliação da reciclagem no Brasil

E rEciclagEm dE pEt (SOBRE NOVAS EMBAlAGENS)

Fonte: Noüs Consulting/Abipet

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Fonte: Noüs Consulting/Abipet

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TÊXTEiS

RESiNAS iNSATURADAS E AlQUÍDiCAS

EMBAlAGENS

lAMiNADOS E CHAPAS

FiTAS DE ARQUEAR

TUBOS

OUTROS

“Hoje, as empresas recicladoras têm uma ociosidade de mais de 30% por falta de PEt”, afirma. Leandro Fraga, diretor da noüs Consul-ting, empresa responsável pelo censo, afirma que o setor brasileiro de reciclagem de PEt é maduro. “atualmente, 91% das empresas recicladoras têm mais de cincos anos, ou seja, com grande chance de sobrevivência. Bem diferente do cená-rio de 2004, quando apenas 30% delas estavam nessa condição.” o volume de PEt reciclado alimenta uma indústria diversificada, onde o maior usuário continua sendo o setor têxtil, com 38% do total reciclado. Em seguida, estão as resinas insaturadas e alquídicas (19%), embalagens (17%), laminados e chapas (8%), fitas de arquear (7%), tubos (4%) e outros (7%). “a participação relativa do têxtil vem diminuindo por conta da maior diversificação das aplicações do PEt reci-clado. Para 41% das empresas recicladoras, o bottle to bottle é a aplicação que vai crescer mais”, revela Fraga.

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çãoQual é a importância de envolver

o consumidor através do design de embalagem?Utilizar todos os aspectos do design de embalagem para envolver o cliente está no cerne do trabalho da design Force.

O que mais te impressiona em embalagens inteligentes?Elas valorizam a interatividade. Enquanto nós usamos os aspectos visuais alinhados com a marca na embalagem – cores, gráficos, imagens, tipografia, estrutura da embalagem, e comunicação – há ferramentas muito interessantes disponíveis que não existiam no passado. aplicações inteligentes como o código Qr e 2d podem ser incorporados na embalagem. Consu-midores mais familiarizados com a mídia social simplesmente podem escanear a embalagem com o seu celular para ter mais informações sobre os produtos.

De que outra forma o código QR pode ser usado?os consumidores podem fazer o download de cupons ou participar de concursos e sorteios. os jovens consumidores podem escanear códi-gos para jogar. tudo isso conduz ao maior engajamento e interação com a marca. É mais divertido e os consu-midores se envolvem com a marca de uma forma mais significativa.

Em sua opinião, quais são as marcas que estão utilizando bem o QR?Gosto muito do que a Wild Crea-tions, fabricante de brinquedos, está fazendo com o Qr. os pais escaneam a embalagem e podem assistir vídeos de demonstração dos brinquedos no You tube, além de ler a opinião dos consumidores sobre os brinquedos. Varejistas como a toys r Us estão usando o código Qr para permitir aos clientes receber descontos quando eles tiram fotos do interior da sua loja. a nHL detroit

Ted Mininni, presidente da Design Force Inc.

red Wings utiliza o código Qr em seus programas que possibilitam aos fãs assistir vídeos. as possibilidades são infinitas.

Além de QR, que outras tecnologias estão surgindo em embalagens inteligentes?outra tecnologia interativa chamada realidade aumentada também é muito interessante. o programa Moo Vision da Ben & Jerry´s permite aos consumidores ter informações sobre o produto de uma maneira divertida, escaneando a embalagem. a tec-nologia snaptag™ da spyderLynk nem exige aplicações especiais, a identidade da marca na embalagem é uma porta móvel. os consumidores simplesmente tiram uma foto da etiqueta do produto e enviam para o telefone que aparece na embalagem para conversar com a marca.

Com informações mais detalha-das disponíveis por meio dessas novas tecnologias, você acredita que a comunicação na embalagem vai diminuir?não. isso ainda é de vital impor-tância para estabelecer uma hierar-quia de comunicação na embalagem que vende a marca e o produto de uma maneira diferenciada para o seu público-alvo.

*Texto extraído da revista Packaging World

entrevista

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por dentro das leis

Copo desCartável pode ser proibido no ComérCio e em órgãos públiCos

Preocupado com a produção e o acúmulo de lixo não reciclável em Belo Horizonte

(MG), o vereador Sergio Fernando Pinho Tavares (PHS) apresentou dois projetos de lei para proibir o uso de copos de plástico não-recicláveis no comércio e em órgãos

públicos da capital mineira.“Essa medida visa a reduzir o impacto ambiental causado pela enorme quantidade de copos usados em larga escala por bares e restaurantes e que são despe-jados pelo poder público nos aterros sanitários”, defende o autor dos projetos.

O PL 1755/11 proíbe os estabelecimentos comer-ciais da cidade de venderem qualquer bebida em copos de plástico descartáveis. Já o PL 1776/11 é destinado a proibir o uso do material nos Poderes Executivo e Legislativo Municipal, bem como nos órgãos da administração direta e indireta. De acordo com as duas propostas, serão permitidos apenas os copos descartáveis feitos de material biodegradável.

laCre inviolável para todas as embalagens entregues em domiCílio

A Câmara de Cuiabá (MT) aprovou uma lei que obriga a utilização de lacre inviolável em todas as embalagens de alimentos entregues em domicílio, para consumo imediato, como pizzas, sanduíches e similares.

A lei de autoria do vereador Deucimar Silva (PP) tem o objetivo de impedir que o consumidor final receba seus produtos violados, ou contaminados, por pessoas que não participam do preparo. “O lacre irá garantir ainda que os alimentos se mantenham saborosos, com aroma e temperatura”, explica.

Todo alimento terá, obrigatoriamente, um lacre, que pode ser de adesivo plástico ou papel, para proteger os alimentos. Os lacres deverão ter a característica de violados, caso o sejam, visivel-mente, para identificação de qualquer avaria pelo consumidor.

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entrevista

O fenômeno da consciência do consumo é recente

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Atualmente, 28% dos consumidores brasileiros estão nos dois níveis mais altos de consciência no consumo: engajado e consciente

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evou muito tempo para o consumo consciente fazer par-te da prática diária de Helio Mattar, diretor-presidente do instituto akatu pelo Consumo Consciente. Ele começou a lidar com o consumo consciente em 2001, no instituto akatu, que, em 2003, criou uma pesquisa sobre o assunto. “o resultado do meu teste revelou que era engajado no ní-vel mais baixo e levei mais cinco anos para me tornar um

consumidor consciente. É um processo de internalizar e, isso, eu chamo de po-der transformador contido no ato de consumo. É você se convencer de que esse poder está lá”, ressalta o executivo. Em entrevista à revista Pack, Helio Mattar fala sobre os desafios para expandir o consumo consciente e o impacto disso no varejo, na indústria de bens de consumo e de embalagem.

PACK: A população e o consumo crescem mais do que a capacidade de regene-ração dos recursos naturais. Qual é a importância do consumo consciente nesse contexto e como ela pode transformar o comportamento dos consumidores?

MATTAR: Para o equilíbrio dos sistemas naturais haveria três possibilidades. a primeira seria a mudança tecnológica; a segunda, as políticas governamentais e a terceira seria a mudança de comportamento do consumidor. Quanto à pri-meira, se a gente analisa o fato de que hoje já se consome 50% a mais do que a terra é capaz de regenerar, quando apenas 16% da população mundial consome 78% do total do consumo. isso significa que, se a gente fosse dar esse modelo de consumo para a população global, seriam necessários cinco planetas. Como a gente só tem um planeta, precisaria de um ganho de produtividade de 80%. isso é inviável, pois é muito em longo prazo. Portanto, a tecnologia sozinha não resolve. Já as políticas governamentais têm uma dificuldade porque o governo é fortemente pressionado pelos interesses econômicos atuais. Então para se conse-guir políticas que vão de fato à direção da sustentabilidade é preciso um grande esforço da sociedade civil que deve estar conscientizada para a necessidade da sustentabilidade. se a sociedade já estivesse sensibilizada, não precisaria de um esforço para mudança do modelo de consumo. Ela ainda não está sensibilizada a ponto de pressionar o governo nessa direção. Portanto, essa terceira alternativa é o consumo consciente, como instrumento pelo qual as pessoas percebem o impacto do ato de consumo. Percebem que cada pessoa ao longo da sua vida vai ter um forte impacto e decide agir no seu próximo consumo. Vale dizer que, quando ela age no seu próprio consumo, não está agindo sozinha, está agindo por ela, pela sua família, é exemplo para amigos e para comunidade, além disso, ainda pode mobilizar pessoas para agir daquela forma. Ela pode multiplicar essa mobilização. Com consumo consciente, as mudanças tecnológicas e a política governamental, por exemplo, a Política nacional de resíduos sólidos (Pnrs) consegue-se encaminhar mais rapidamente para a sustentabilidade.

PACK: O consumo consciente ainda está engatinhando?

MATTAR: não. o instituto akatu já realizou três pesquisas sobre consumo consciente em 2003, 2006 e 2010. Em 2003, analisamos aproximadamente 150 comportamentos de consumo para identificar quais permitiriam segmentar o consumidor segundo a sua consciência. Chegamos a 13 comportamentos divi-didos em quatro grupos – economia, planejamento, compra sustentável e com-portamento de reciclagem – que, dependendo de quanto o consumidor pratica de fato no seu dia a dia, ele vai ser mais ou menos consciente. Qual é a diferença entre os dois níveis mais altos e os dois níveis mais baixos. os consumidores que estão no nível mais alto de consciência praticam entre 8 e 13 comportamentos de consumo, cujo impacto vai ser de longo prazo e vai ser no coletivo. os consumi- dores indiferentes e iniciantes tendem a praticar comportamentos de consumo

em benefício próprio e de curto prazo. atualmente, 28% dos consumidores brasileiros estão nos dois níveis mais altos de consciência no consumo. ao todo são quatro níveis: consciente, engajado, iniciante e indiferente. nesses dois primeiros níveis, que são o engajado e o consciente, estão os 28% - 5% conscientes e 23% engajados - dos consumidores de todas as classes sociais. dos 5% de consumidores que estão no nível mais alto de consciência, 67% pertencem às classes C e d. Esse índice, em 2003, era de 57%, repre-sentando um crescimento de 10%, ou seja, houve um ganho de consciência nas classes C e d. a mídia de massa explica esse crescimento. a pesquisa de orçamento familiar do instituto Brasileiro de Geografia (iBGE) mostra que hoje 97% da população brasileira tem televisão ou acesso à televisão. a pesquisa do akatu também revela que 88% da população brasileira tem acesso à internet. Metade deles tem acesso em casa e no escritório e a outra metade tem acesso no escritório e em lan house. Questões como a sustentabi-lidade aparecem na rede não com esse nome. 16% da população brasileira, na pesquisa de 2010, revelou saber o que quer dizer sustentabilidade. 84% não sabiam o que quer dizer susten-tabilidade, dos quais, metade acredita que sabe o que é sustentabilidade, mas o que eles sabem é algo totalmente errado. Eles não sabem o que significa a palavra sustentabilidade, mas sabem muito bem o que significa o efeito da sustentabilidade. se a gente fala aquecimento global, mais de 90% sabe o que é. a sustentabilidade, como um termo abstrato, é desconhecida pelas pessoas. aí é necessário o trabalho de educação.

PACK: O consumidor tem se tornado mais consciente?

MATTAR: não. Quando a gente fez a pesquisa pela primeira vez em 2003, o resultado foi 5% mais consciente, e esse índice não mudou. Qual é a diferença entre o primeiro 5% e o outro: 500 mil pessoas a mais. o percentual de engaja-

Margaret Hayasaki

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ou menos. tem mais a ver com consu-mir diferente e por razões diferentes. Consumir diferente significa sair do descartável e caminhar na direção do durável. sair daquilo que é produzido globalmente e ir para produções mais locais. sair do uso individual e ir para o uso coletivo. sair do fóssil para o reno-vável. sair do lixo e ir para reutilização e para reciclagem. sair do desperdício e ir para o aproveitamento integral. isso tudo não reduz o bem-estar dos consumidores. Por exemplo, o brasileiro joga fora, em média, 1/3 dos alimentos perecíveis que ele compra. Mas, ele poderia utilizar as folhas que não estão tão bonitas; as cascas; as sementes; os talos ou as frutas para fazer torta, bolo, geleia, sopa. E é alimento do mesmo jeito. só que a gente joga no lixo. se a gente fizesse isso, sobraria dinheiro para comprar produto orgânico. as pessoas não compram alimentos orgâ-nicos porque é muito caro. no futuro, os consumidores vão pagar com a saúde e com a limpeza do meio ambiente.

PACK: Nos Estados Unidos, uma loja vai vender alimentos sem embalagem. O que o senhor acha disso?

MATTAR: acho uma ótima ideia. no futuro, o consumidor não vai levar só a sua vasilha para leite, mas para xampu, enfim, para tudo aquilo que é líquido. Ele vai chegar em casa e colocar num dispenser que sai um pouquinho só de

PACK: A indústria de bens de consumo e o varejo têm um papel muito importante nesse processo de educação?

MATTAR: Eles podem fazer dois trabalhos. Um deles é a edu-cação do consumidor. trata-se de um trabalho de longo prazo, justamente, mostrando que o consumidor tem poder transformador no seu ato de consumo. o outro é de criar a comunidade do consumidor consciente, como fez a Uni-lever, que criou uma comuni-dade, reunindo 70 mil pesso-as, em que a única atração são as ações de sustentabilida-de. além disso, o varejo consegue dar informação. o Walmart, que também é nosso parceiro, está exigindo dos seus parceiros a realização de ações sustentáveis. Em 2010, foram lançados 10 produtos com características de sus-tentabilidade. Esse ano, 13 produtos. Parte dessas características está na área de embalagem. Por exemplo, tornar a embalagem mais leve ou como a Coca-Cola, que vai lançar uma garrafa twist, permitindo diminuir muito o seu volu-me e, portanto, mais embalagens serão transportadas. são ações relativamente simples. as indústrias e o varejo podem ajudar. Eles têm que se unir para educar e informar o consumidor para que ele seja mais consciente. Hoje, eles não fazem tanto assim, mas começam a fazer. Eles podem fazer muita diferen-ça, pois chegam à casa de milhares de consumidores. nós fizemos um cálculo outro dia. se todo mundo no Brasil que consome o amaciante diluído de 2 litros passasse a utilizar o produto concentrado, em oito anos, os consu-midores deixariam de descartar uma lata de lixo do tamanho do estádio do Maracanã. imagina o efeito disso sobre o aterro sanitário se essas embalagens não são recicladas.

PACK: Vivemos numa sociedade consu-mista. Como é possível consumir mais e ser consciente?

MATTAR: Para resolver essa equação não tem tanto a ver com consumir mais

dos era 38%, e, em 2010, caiu para 23%. Podemos dizer que as pessoas estão menos conscientes? não. o fenômeno da consciência do consumo é recente. Então, quando muda muito significati-vamente a situação econômica, como é o caso do período de 2003 a 2010, com queda de juros e desemprego, crédito mais longo e a sua expansão, as pessoas tendem a consumir mais a não ser que elas estejam mais conscientes. Por isso, é que o índice de 38% caiu para 23%, enquanto os 5% se mantêm, mesmo com a força do consumo.

PACK: Quais são os desafios para que os consumidores passem a fazer esco-lhas mais conscientes?

MATTAR: o primeiro desafio é fazer as pessoas perceberem que elas têm um poder transformador por meio do seu hábito de consumo. Hoje, quando elas sabem que o consumo tem impacto, a reação delas é: eu sei que tem impacto só que o meu impacto vai ser tão pe-queninho que eu não vou sair da minha zona de conforto para fazer diferente, pois não vai fazer diferença nenhuma. Então, é preciso mostrar para as pessoas que hoje nós consumimos, em média, por pessoa, três vezes mais do que a gente consumia há 50 anos. E vivemos muito mais do que no passado.ao longo da vida, isso tem um enorme impacto. Por exemplo, se uma pessoa que mora em um edifício, ao escovar os dentes fechasse a torneira, ao longo de 70 anos, ela poderá economizar 180 caminhões pipa de água (com 10 mil litros de água cada). isso dá 1 milhão e 800 mil litros de água o equivalente a ¾ de uma piscina olímpica. imagine então o que significa tomar banho, lavar a louça, a roupa, o carro, o chão, tudo com a torneira aberta. o potencial de redução é enorme, e uma única pessoa pode fazer uma enorme diferença. as pessoas precisam se mobilizar para sair da zona de conforto. o segundo desafio, muito importante, é que elas ao fazer a mu-dança, passem a pertencer a um grupo de consumidores mais conscientes. se elas não passarem a pertencer, a força da publicidade e a pressão social vão fazer com que elas voltem a consumir de maneira inconsciente. o terceiro desafio é a informação. os consumi- dores querem comprar um produto com a menor pegada de carbono possí-vel, mas não têm essa informação.

O primeiro desafio é fazer as pessoas perceberem que elas têm um poder transformador por meio do seu hábito de consumo

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produto, ou seja, vou usar o produto com mais eficiência.

PACK: Mas isso não é fim da indústria de embalagem?

MATTAR: Vai ser o início de uma indústria de embalagens duráveis e reutilizáveis. a indústria de embala-gem vai deixar de ter a função apenas de embalar. Ela vai ter que pensar no ato de embalar e como aquilo que ela está fornecendo para embalar pode ser usado depois na reutilização. É outro tipo de indústria, na qual ela passa a ser uma indústria de bens de consumo diretamente. Eu vou comprar esse produto porque a embalagem permite fácil transporte e envase. a embalagem não vai desaparecer por uma segunda razão. Por que hoje 16% da população mundial consome 78% do consumo total. Quando os outros 84% da popu-lação mundial passar a consumir, todos eles vão precisar de embalagem. se hoje há 2 bilhões de pessoas consumindo e usando embalagem descartável. Vamos passar a ter 7 ou 9 bilhões de pessoas consumindo embalagem durável, em 2050, que custa mais caro do que a embalagem descartável e que, portan-to, deixa mais margem para a indústria. Então é outra indústria. Quem conse-guir se adaptar mais rápido e ocupar esse espaço mais rápido vai ganhar mais rápido. Vai ser também um novo varejo. tudo vai ser novo. Vai ser um admirável mundo novo.

PACK: Os consumidores brasileiros praticam o consumo consciente de embalagens?

MATTAR: o que a gente sabe é que a embalagem é uma preocupação do consumidor. agora, a preocupação que nós temos é que hoje o consumi-dor pensa assim: mais embalagem é ruim. Menos embalagem é bom. se a gente pensar genericamente, é verdade porque a embalagem vai ser usada uma vez e ser jogada fora, de preferência, reciclada. Mas ela só é usada uma vez. Mas, a embalagem tem a função de preservação do produto adquirido. Por isso, ela pode significar menos desper-dício porque aumenta a vida útil do produto. Esse equilíbrio no caso da embalagem é muito difícil porque o consumidor não tem a informação. Ele não sabe dessa história de que mais

embalagem, eventualmente, é mais du-rabilidade. se ele pegar dois produtos, um com mais embalagem e outro com menos, o mesmo produto, ele compra o produto com menos embalagem. Essa tende a ser a percepção do consumidor porque gera menos lixo. Pois transporta menos embalagens para o supermer-cado, menos embalagens para o aterro sanitário ou para reciclagem. recicla menos também. a reciclagem consome energia, água etc. Então, o consumidor pode não ter a percepção com o detalhe que estou dando, mas ele tem a per-cepção de que mais embalagem é pior. Em alguns casos, pode não ser, mas é difícil caracterizar. Voltamos então para educação e informação. Papel da indústria, do varejo e do próprio setor de embalagem.

PACK: É preciso informar, mas o consumidor lê rótulo?

MATTAR: segundo a pesquisa do akatu, aproximadamente 50% da população lê rótulo. É um caminho para cons-cientizar os consumidores. Mas, é preciso que essa informação seja dada de forma direta e simples. E vai ser um caminho inclusive competitivo. as empresas que uti-lizam embalagem se dispuserem a dar mais informa-ção, com o tempo, vão se tornar mais competitivas. o consumidor vai querer comprar um determinado produto porque naquela embalagem tem informação e na outra não tem.

PACK: Hoje o consumidor já prestigia as empresas que são mais amigas do meio ambiente?

MATTAR: as nossas pesquisas indicam que 30% dos consumidores buscam informações sobre a prática social e ambiental das empresas. Uma pesquisa do iBoPE indica que mais de 60% dos consumidores brasileiros trocariam a sua marca preferida se soubessem que ela está poluindo o meio ambiente. Então, as informações dos consumi- dores são fortes. nós temos uma pesquisa que revela que 37% dos consu-midores pagariam mais por um produto

que preserva o meio ambiente. Fizemos a pesquisa por várias faixas de preço, a disposição de pagar é praticamente a mesma.

PACK: Em sua opinião, quais são os desafios do Akatu daqui para frente?

MATTAR: Podemos falar em dois cami-nhos. Um é o caminho da educação e o outro, da comunicação. no caminho da educação, o desafio é fazer com que essa geração que está vindo já chegue ao mercado com outra visão de consumo, e para isso, é preciso entrar na educação formal. nós entramos, temos hoje dois modelos, que são complementares. Estamos expandindo esse esforço para disponibilizar uma metodologia para todas as escolas brasileiras. a gente espera ser bem-sucedido nisso até 2013. Esse é o grande desafio: educar a crian-ça brasileira para outro tipo de consu-mo: o consumo mais consciente. do outro lado, eu digo que é um desafio de comunicação, porque não estamos mais falando de crianças e jovens, portanto, não existe um local. Para os adultos, nós falamos muito em empresas. Por exemplo, um dos nossos parceiros é o

Walmart. na épo-ca que nós inicia-mos um projeto de sensibilização e mobi l ização dos funcionários, a empresa tinha 65 mil funcioná-rios em 370 lojas em 17 estados brasileiros. nós

fizemos um programa de formação e capacitação de 3200 multiplicadores de todos esses estados e lojas. desenvolve-mos uma metodologia, e eles levaram o consumo consciente para todos os demais funcionários da rede varejista. Foi muito bem-sucedido. agora, esta-mos começando a treinar os funcio-nários para serem multiplicadores nas suas famílias e depois nas comunidades. Gostaríamos de encontrar um caminho que, por meio dos colaboradores de uma empresa, conseguíssemos chegar à comunidade. ainda não consegui-mos encontrar esse caminho. nas redes digitais, até esse momento, a gente não pode dizer que sabemos mobilizar e criar uma comunidade. Estamos nos esforçando.

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O primeiro desafio é fazer as pessoas perceberem que elas têm um poder transformador por meio do seu hábito de consumo

As nossas pesquisas indicam que 30% dos consumidores buscam informação sobre a prática social e ambiental das empresas

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Da ReDação

Um novo conceito de embalagem para massa corrida

Brasilata investe mais de R$ 2 milhões no desenvolvimento do Barricaço, que chega ao mercado com o lançamento da massa corrida Super Leve, produzida pela Anjo, de Criciúma (SC)

Parcela importante do mercado de massa corrida tem buscado embalagens de menor custo, especialmente, para atendimento do mercado de menor renda. na busca dessa redução de custo, várias embalagens alternativas foram lançadas, como a barrica de papelão. de olho nessa demanda do mercado de produtos químicos, a Brasilata desenvolveu uma barrica de aço. após dois anos de exaustivas pesquisas e testes, além de aquisição de máquinas e equipamentos, e investimentos superiores

a r$ 2 milhões, a empresa chegou a uma nova embalagem que recebeu o nome de Barricaço. Para obtenção de uma embalagem competitiva, a folha de aço foi dramaticamente reduzida. Enquanto o balde normal de aço utiliza folha de espessura 0,34 mm, o Barricaço é produzido com folha de aço de espessura 0,22 mm, possibilitando uma redução de mais de 35% no peso da embalagem, que pesa 770 gramas com a tampa. devido a essa redução, é uma embalagem de preço competitivo, mas a Brasilata não revela números. a nova embalagem não possui a mesma resistência de uma lata de aço e essa foi a razão para a adoção de um nome diferente, evitando a comparação com a lata.

O Barricaço é produzido com folha de aço de espessura 0,22 mm, possibilitando uma redução de mais de 35% no peso da embalagem

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INFORMAÇÕES

BRASIlAtA tel.: (11) 3871-8500 | www.brasilata.com.br

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Antonio Carlos teixeira, CEO da Brasilata

Essa diferença é informada aos con-sumidores na embalagem com uma litografia vermelha na tampa especial onde é salientada a maior fragilidade da embalagem e os cuidados que de-vem ser observados com o transporte e armazenamento. a tampa traz impres-sas, na cor vermelha, as instruções de manuseio para orientar os operadores de produção bem como os lojistas da revenda especializada e pintores. Para o desenvolvimento do novo conceito de embalagem para mas-sa corrida, a Brasilata investiu em tecnologias para expansão da folha fina para aplicação de frisos, visando a aumentar a resistência às quedas e para fabricação da tampa com trava. “o principal desafio foi descobrir a menor espessura de folha de aço que pudesse resistir ao transporte e armazenamento. Várias tentativas foram feitas até a obtenção da folha de 0,22mm”, afirma antonio Carlos teixeira, CEo da Brasilata. apesar de menos resistente do que a lata, o Barricaço oferece uma série de vantagens. não necessita da utilização de saco plástico interno (e, portanto, é uma embalagem mais sustentá-vel), além de ser 100% reciclável.

totalmente resis-tente à umidade e ao molhamento de depósitos e de obras, a embala-gem possui uma estética altamente valorizada pela litografia na folha de aço. Por ser uma embalagem rígida, ela não estufa e, por ser de aço, não absorve umidade durante todo o ciclo de uso da massa corrida. Facilita ainda o total aproveitamento do produto pastoso e permite envase rápido nas linhas de enchimento. “Podem ser envasados cinco barricaços por minuto. no caso da barrica de papelão com saco plás-tico, esta velocidade cai para 2,5 por minuto pela dificuldade em envasar o saco plástico e amarrá-lo depois”, explica teixeira. Ele acrescenta: “não há necessidade de investimentos

nas linhas de envase existentes para utilizar o Barricaço, apenas pequenos ajustes, que a assistência técnica da Brasilata efetua.”submetido a vários testes de qualida-de, o Barricaço se mostrou perfeita-mente adequado para o suprimento de mercados locais e para construtoras, uma vez que suporta bem o transporte em curtas distâncias.

O principal desafio foi descobrir a menor espessura da folha de aço que pudesse resistir ao transporte e armazenamento

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lançamentos internacionais

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100% De pet reciclaDo

Com o objetivo de se tornar líder em inovação e sustentabilidade ambiental, a PepsiCo Beverages Canada acaba de anunciar a introdução da garrafa 7UP EcoGreen.trata-se da primeira garrafa de refrigerante feita com 100% de PEt reciclado. o desenvolvimento dessa embalagem representa uma conquista significativa para a PepsiCo e um avanço para o setor de bebidas, no Canadá, porque a companhia identificou uma solução para a tecnologia existente, que une as melhores fontes de PEt reciclado e técnicas de processa-mento best-in-classe para produzir PEt 100% reciclado, de grau alimentício, de alta qualidade. “depois de três anos de pesquisa e desenvolvimento, nós descobrimos a solução ideal para desenvolver comercialmente uma garrafa de refrigerante feita com PEt 100% reciclado”, afirma richard Glover, presidente da PepsiCo Beverages Canada. a garrafa é produzida em várias plantas fabris da companhia, no Canadá. Ela investiu Us$ 1 milhão em melhorias nas fábricas, incluindo os sistemas de manipulação de resinas e sistemas de inspeção. Em longo prazo, a PepsiCo Beverages Canada pretende ampliar o uso da garrafa de PEt 100% reciclado. atualmente, a companhia é líder de mercado, incorporando 10% de PEt reciclado em garrafas

de refrigerantes no Canadá e nos Estados Unidos. PepsiCo Canada, www.pepsico.ca

conveniência na abertura

a indústria de produtos de consumo agora tem um novo nível de conveniência para apli-cações de envase a quente e retort, como sopa, bebidas nutritivas, café e chá, com a ajuda da tampa ideal Closure® 40 mm, desenvolvida pela Crown Closures americas, uma unidade de negócios da Crown Holdings. Compatível com embalagens plásticas e de vidro, a tampa entrega performance de barreira superior, fácil abertura e diferenciação de marca no ponto de venda. o mecanismo de abertura de dois estágios separa a força necessária para superar o atrito entre a rosca e a embalagem, facilitando ainda mais a abertura para os consumidores. o design da tampa também cria múltiplas oportunida-des para as marcas que desejam se diferenciar na prateleira. Logos, mensagens e valores nutricionais podem ser impressos no disco de metal e diferentes sabores podem ser comu-nicados com uma faixa plástica colorida distinta. a tampa é totalmente reciclável, permitindo aos consumidores descartá-la no mesmo sistema de reciclagem de outras embalagens. Crown Holdings, tel.: (740) 681-6577 www.crowncork.com

Melhor experiência De uso Do proDuto

a Westland Horticulture modernizou a embalagem da linha de produtos para controle de plantas daninhas. o desafio foi desenvolver uma embalagem inte-grada que oferecesse ao consumidor vários benefícios para melhorar a sua experiência de uso do produto. isso incluiu tampa resistente às crianças, um bico, uma tampa dosadora e um anel de EPE para eliminar o desperdício. a rPC

design trabalhou em parceria com a Westland Horticulture no design da embalagem. a tampa foi produzida e fornecida diretamente pela rPC Halstead e a embalagem pela rPC Llanstri-sant. a seção de dosagem foi desenhada com algumas modificações para ser usada como uma tampa de uma peça. a embalagem é soprada em polietileno de alta densidade (PEad) e o formato de uso amigável permite fácil manuseio por con-sumidores destros ou canhotos. Ela é decorada com um rótulo termoencolhível impresso em alta qualidade. RPC Containers, tel.: +44 (0) 1787 473224.

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extreMaMente versátilEspecialistas em inovar na área de amostras e miniembalagens, a Aptar Beauty + Home e a Bioplan – Socoplan realizaram uma parceria para a fabri-cação e comercialização da Cosm´in, uma miniembalagem com sistema de distribuição: uma cápsula que combina a praticidade e a facilidade de aplicação de um pote com a flexibilidade e superfície de comunicação de um sachê. Cosm´in pode ser utilizada para amostras e venda

de miniprodutos ou como embalagem de viagem, o que a torna extremamente versátil. Também pode ser utilizada para uma ampla gama de ações promocio-nais: unidade de testes ou para uso diário; verdadeira ferramenta de comunicação que pode ser oferecida na loja ou na mala direta; ampla superfície de impressão permite a personalização com imagem do fabricante ou mensagens do produto.

Aptar Beauty+Home, tel.: +1 8154770424, Bioplan Socoplan, tel.: +19087537300.

praticiDaDe e apelo De venDa

Para o lançamento do novo snack halal, a Ethni´Cook descobriu uma receita testada para oferecer conve-niência e frescor na embalagem de Cryovac BdF soft com fácil abertura. Utilizando a embalagem da Cryovac desde a fundação da companhia, em 2008, a empresa francesa vai utilizar a dinâmica solução de abertura para um novo hambúrger de peixe e o sanduíche croque monsieur que vai ao micro-ondas. a solução escolhida representa a última geração em filme barreira encolhível antifog, resistente e fino, que pode ser facilmente aberto, sem facas ou tesouras. as vantagens de praticidade complemen-tam as fortes possibilidades de apresentação e a compatibilidade do equipa-mento. todos esses fatores são chaves para o sucesso dos produtos, com seus tamanhos relativamente pequenos (120-140 gramas por unidade) e a forte ne-cessidade de diferenciação no ponto de venda. Cryovac, tel.; +454485-3714.

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A educação é o caminho para conscientizar os consumidores a utilizar melhor os produtos e refl etir sobre os seus hábitos. A indústria de bens de consumo pode fazer uma grande diferença nessa mudança

É preciso mudar para o futuro do negócio e do planeta

O lucro é e sempre será a razão de ser de toda empresa. Hoje, mais do que em qualquer outro tempo, o desafio do mundo corporativo é continuar crescendo sem impactar o meio ambiente. E o desafio da sociedade é mudar o seu com-portamento de consumo. Como continuar consumindo e ser sustentável? É preciso educar os consumidores para o consumo consciente. Aí entra o papel da indústria de bens de consumo que pode fazer uma grande diferença nessa

transformação sustentável.

Muito além de criar valor para os consumidores produzindo e distribuindo produtos, a indústria de bens de consumo pode educar os consumidores para utilizar melhor os produtos e para refletir sobre os hábitos de consumo. Muitas já saíram na frente.

Não se faz uma revolução sustentável no modelo de negócio de uma empresa sem a participação efetiva de seus colaboradores e parceiros. “A indústria de bens de consumo tem importante papel na orientação e educação da sociedade devido à sua relevância na cadeia de valor, desde a relação com os fornecedores até a entrega ao consumidor final”, explica Malu Nunes, gerente de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade do Grupo Boticário.

É importante que as empresas sejam protagonistas dessa transformação sustentável. “Na gestão empresarial, muitas ferramentas são utilizadas para melhorar o desem-penho. A indústria precisa interagir com o consumidor para que a utilização dos bens seja o mais sustentável possível, o que inclui seu uso e descarte de resíduos”, acentua Michel Henrique R. Santos, gerente corporativo de sustentabilidade da

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verdes, valorizando as em-presas que possuem produ-tos voltados a esse mercado. “O papel da indústria é de-tectar essas ondas e se adap-tar no sentido de oferecer produtos alinhados com essa nova perspectiva e que re-almente entregue produtos sustentáveis do começo ao fim e não apenas prometa – como algumas empresas do mercado fazem”, alfineta.

COMPRA COM MAIS CONSCIÊNCIA E RESPONSABILIDADEO Grupo Boticário busca integrar a sustentabilidade em sua estratégia, atuando por meio dos processos e decisões e acredita que essa postura contribui para promover a quali-dade de vida dos consumidores e minimizar os impactos ambientais de sua atividade. Um exemplo que envolve as escolhas mais conscientes do consumidor está na adoção de produtos com refil – desde 2006, O Boticário, uma das marcas de consu-mo do Grupo Boticário, oferece essa opção. “O processo de fabricação dessas embalagens utiliza quanti-dade menor de recursos naturais do que os necessários para a produção das embalagens dos produtos regu-lares. Por esse motivo, oferecer o refil contribui para redução do impacto ambiental, além de ser uma opção de reposição de produto mais eco-nômica para o consumidor”, explica Malu. “O refil também incentiva o consumo responsável em tempos em que há uma conscientização maior das pessoas em relação à preservação do meio ambiente”, acrescenta.

A Bunge, atuando do campo à mesa, traz segurança em cada um de seus produtos por ter acesso à sua origem, desde a matéria-prima. “Procura-mos comunicar sobre os atributos de sustentabilidade em todos os momentos de contato com o con-sumidor. Ao oferecermos produtos com qualidade, ao publicarmos um relatório completo de sustentabili-dade e ao trabalharmos em parceria em toda a cadeia de valor, buscamos sensibilizar os públicos de nosso rela-cionamento para que a sustentabili-dade esteja sempre na pauta”, revela Santos. “As escolhas não precisam ser verdes necessariamente, pois isso pode implicar em ideologias. Mas queremos que as escolhas sejam conscientes e embasadas no que de melhor estamos fazendo para o ambiente e sociedade”, acrescenta o executivo.

Para ajudar os consumidores a comprar com mais consciência e responsabilidade, a GTex Brasil desenvolveu a linha 100% biodegra-dável de produtos de higiene e lim-peza Amazon H2O, composta por lava-louça, sabão em pó, amaciante

Michel Henrique R. Santos, gerente corporativo de sustentabilidade da Bunge Brasil

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Bunge Brasil. “Comunicar, estabe-lecer parcerias e garantir produtos de origem sustentável são questões-chave para as empresas hoje em dia. E é importante que o consumidor também assuma seu papel e exerça cidadania”, acrescenta.

A indústria precisa estar alinhada às tendências de consumo mundial. “É notável o boom que está acontecen-do em busca do consumo consciente, escolhas e hábitos sustentáveis e mu-dança de atitude – buscando sem-pre o ser ecologicamente correto”, ressalta Maurício Giamellaro, CEO da GTex Brasil. Segundo ele, pes-quisas de institutos renomados comprovam que cada vez mais os consumidores buscam produtos

A indústria precisa interagir com o consumidor para que a utilização dos bens seja o mais sustentável possível, o que inclui seu uso e descarte de resíduos

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No Grupo Boticário, segundo Malu, as decisões e iniciativas são orienta-das para considerar as questões am-bientais e sociais juntamente com as metas de crescimento e rentabi-lidade do negócio. Os princípios e as práticas relacionados à sustentabili-dade integram de forma prática os processos operacionais e decisórios da empresa. Um bom exemplo disso, segundo ela, é a criação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Na-tureza há mais de 20 anos, em uma época em que pouco se falava sobre consciência de preservação como forma de sustentabilidade social e ambiental. “Além disso, são desen-volvidas iniciativas como o Programa de Gestão da Sustentabilidade para Fornecedores, que os incentiva à re-flexão e à adoção de práticas efetivas favorecendo toda a cadeia de valor; o Programa de Gestão da Sustentabili-dade para Franqueados O Boticário, que mobiliza e direciona os esforços da Rede de Franquias na incorpo-ração da sustentabilidade em seu modelo de gestão”, completa.

e sabão de coco. “A decomposição dos produtos após o uso ocorre em apenas 21 dias”, diz Giamellaro. “O lava-louça e o amaciante estão disponíveis em embalagem refil que elimina o uso de plástico, rótulo e tampa. Alguns produtos possuem embalagens fabricadas com até 85% menos plástico que as regu-lares. Além disso, a empresa criou páginas nas redes sociais e apoia o blog “De Bem com o Planeta”, que publica dicas de incentivo para os consumidores cuidarem do planeta”, conta o CEO.

Para o Grupo Boticário, contribuir na conscientização do consumidor não é simplesmente um negócio ou um apelo mercadológico. “O Gru-po fundamentou seu crescimento em valores sólidos que refletem a preocupação e contribuição com o desenvolvimento social e preserva-ção do meio ambiente, tendo como essência a prática de relações éticas com todas as partes interessadas, valorizando o ser humano, contri-buindo para o desenvolvimento da sociedade e respeitando o meio ambiente”, conceitua Malu. “Nos comprometemos a reduzir os im-pactos ambientais do processo pro-dutivo, compatibilizando o cresci-mento socioeconômico com a ade-quada conservação do meio am-biente”, continua.

Na opinião de Santos, da Bunge Brasil, o maior retorno ao ajudar a mudar a consciência dos consumi-dores seria o de respeito ao meio ambiente. “Naturalmente, sempre existem nichos de mercado que podem ser explorados com oportu-nidades específicas. Mas o trabalho de sensibilização visa a promover o desenvolvimento de toda a socieda-de. O que precisamos é ter produ-tos que se enquadrem à demanda mundial de alimentos, gerados com responsabilidade desde sua concep-ção. Assim, há ganhos para a imagem da empresa, aumenta-se a confiança do consumidor e, como retorno aos negócios, a preferência. Fecha-se o círculo virtuoso da sustentabilida-de”, ensina o executivo.

SER SUSTENTÁVEL É UM BOM NEGÓCIO

É possível manter o crescimento do volume de vendas e de produção e melhorar o impacto ambiental. “É possível e necessário. A Bunge Brasil trabalha na melhoria constante de seus processos, com foco na exce-lência operacional e perenidade das atividades em um futuro de longo prazo”, destaca Santos. Hoje, a em-presa coleciona marcos importantes, como a utilização de mais de 80% de matriz energética renovável em suas operações. “Para se ter uma ideia, a média mundial é de apenas 14% de energia renovável. Em 2010, a empresa consolidou seu enfoque de desenvolvimento em segmentos de energia mais limpa e renovável. Com isso, saímos de mercados com maior potencial poluidor e passa-mos a investir mais em bioenergia. A redução das emissões, devido a essa mudança, foi de 38% em 2010”, enfatiza o gerente corporativo de sustentabilidade.

Malu Nunes, gerente de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade do Grupo Boticário

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A indústria de bens de consumo tem importante papel na orientação e educação da sociedade devido à sua relevância na cadeia de valor

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INFORMAÇÕES

BUNGE ALIMENTOS tel.: (11) 3741-5550 | www.bunge.com.br

GRUPO BOTICÁRIO tel.: 0800-413011 | www.grupoboticario.com.br

GTEX BRASIL tel.: (11) 2102-0150 | www.gtexbrasil.com.br

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O PAPEL DA EMBALAGEM A embalagem é um canal de co-municação com o consumidor. No caso da marca O Boticário, por exemplo, além da opção de refis, o consumidor tem o Programa de Reciclagem de Embalagens, que o incentiva a devolver, nas lojas da rede, as embalagens após o uso. “O objetivo é estimular os consumido-res a devolverem as embalagens de O Boticário na loja, após o consumo do produto”, diz Malu. A iniciativa contribui para a redução do impacto ambiental e oferece alternativas para a reciclagem e uso consciente dos recursos naturais. “Uma vez retor-nada, a embalagem é descaracte-rizada e encaminhada para a reci-clagem”, acrescenta.

As lojas O Boticário contam com urnas para depósito das embala-gens vazias, que se-guem para parceiros: empresas gerenciadoras de resíduos e coope-rativas de catadores previamente analisadas e cadastradas por O Boticário. Em 2010, todas as lojas O Boticá-rio foram contempladas pelo programa. “A cobertura inclui mais de 1.600 municípios no País. Com a iniciativa, a marca envol-ve a rede de lojas, franqueados, consultoras e colaboradores, além dos consumidores, mobilizando diversos públicos na responsabili-dade de contribuir com a preser-vação do meio ambiente”, enfatiza a executiva.

Existe toda uma tecnologia por trás de cada embalagem da Bunge Brasil. “Hoje temos uma embalagem ex-clusiva, biodegradável, no mercado de margarinas e isso foi resultado de muita pesquisa, visto que é elaborada 100% com fontes renová-veis. É muito mais confortante ao consumidor considerar que, após o consumo, o impacto ambiental do resíduo não será maléfico ao meio em que vivemos”, afirma Santos. Na embalagem, também, podem ser colocadas informações rele-

vantes sobre o que o consumidor pode fazer para evitar descarte inadequa-do e valorizar o trabalho daqueles que, no final desse ciclo, reverterão aquele resíduo em matéria-prima. “Isso é importante, pois gera empre-go e renda. Mas, para isso, deve-se fazer o descarte correto e ter acesso à coleta seletiva”, pondera.

OS DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO DE SOLUÇÕES SUSTENTÁVEISO maior desafio do Grupo Boticário é alinhar os diversos stakeholders que se relacionam com o negócio à estratégia de sustentabilidade definida e às práticas dos valores da empresa. “Para isso, são desenvol-vidas ações que visam a contribuir para o negócio, junto aos diferentes parceiros com o que a empresa se relaciona, incluindo os fornece-

dores de emba-lagens”, revela Malu. “Para esse público em es-pecial, desen-volvemos ações de análise de ciclo de vida das embalagens e o Programa

de Gestão de Sustentabilidade para Fornecedores – iniciativa que direciona esforços da cadeia de abastecimento para a inserção da sustentabilidade, alinhados às estra-tégias do Grupo Boticário, contri-buindo para identificar oportuni-dades, gerir riscos e agregar valor ao negócio”, acrescenta.

Na opinião de Giamellaro, da GTex Brasil, o desafio é buscar o que há de mais moderno em termos de tecnologia sustentável. “No caso da embalagem sachê do sabão em pó Amazon, por exemplo, somos a primeira empresa de higiene e limpeza que utiliza o aditivo oxi-biodegradável na fabricação do material de embalagem: reduzindo a sua degradação de 300 anos (em-balagens comuns) para apenas 2 anos”, salienta.

“E importante que todos exerçam suas funções, focando em projetos

Maurício Giamellaro, CEO da GTex Brasil

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que permitam o menor impacto ambiental possível”, ressalta Santos, da Bunge Brasil. Ele acrescenta: “Os fornecedores de embalagem tam-bém podem auxiliar na indústria da reciclagem, trabalhando na tecnolo-gia e nos incentivos suficientes para o desenvolvimento de embalagens mais leves e, preferencialmente, de fontes renováveis. É um desafio, mas é o que o mundo espera hoje.” Es-sas indústrias de bens de consumo estão promovendo a mudança para a sustentabilidade. Que elas sirvam de exemplo para multiplicar essa transformação sustentável.

O desafi o é buscar o que há de mais moderno em termos de tecnologia sustentável

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lém da falta de comunicação de boas ações, outro grande problema apontado por designers entrevistados pela revista Pack é a informação, às vezes, tão genérica, que confunde mais ainda os consumidores. Segundo Elisa Quartim, consultora em design sustentável, a questão ainda é complicada, pois muitas empresas já desen-volvem ações para melhorá-las, mas não as comunicam. São informações importantes, muitas vezes, restritas

ao ‘mundinho’ da embalagem. Além de perderem grandes oportunidades, segundo Gisela Schulzinger, sócia-diretora da Haus+Packing e professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), muitas empresas, quando comunicam, não fazem isso de maneira clara.

Com informações simples e corretas, o consumidor pode analisar e fazer relações que o farão se decidir pela compra. “Quando ele vê a quanti-dade de material informada, por exemplo, então pensa como será possível reciclá-lo etc e pode decidir melhor sobre a escolha do produto”, analisa Elisa. Há também empresas que querem comunicar e daí criam seus próprios selos, mas a comunicação fica confusa. Ela cita, por exemplo, informações genéricas

A embalagem pode conscientizar os consumidores

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Que o desenvolvimento de embalagens sustentáveis hoje é estratégico para o negócio das empresas, já é sabido. Mas será que compreendem a importância de desenvolver uma comunicação adequada e capaz de orientar com efi cácia e clareza os consumidores sobre os ganhos ambientais?

ANALICE FONSECA BONATTO

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como ‘embalagem amiga do meio ambiente’ ou outras irrelevantes, colocadas apenas porque estão na moda. Entretanto, o consu-midor já olha com descon-fiança essas ações. Assim, toda informação deve ser verificável e transparente.

Algumas empresas já con-seguem passar de forma simples ao consumidor os meandros de suas inova-ções ambientais. A multi-nacional americana Sara Lee Cafés desenvolveu o Pilão Origem, este ano, na segunda edição do projeto Ponta a Ponta do

Walmart. O consumidor, já acostu-mado com o vermelho marcante da embalagem, hoje tem um produto que utiliza 70% menos tinta na sua impressão.

Assim, com a proposta de mini-mizar os impactos ambientais em todo o ciclo produ-tivo, houve a redu-ção de emissão de CO2 no transporte de papelão - caixas confeccionadas de papelão ondulado 100% reciclado, com certificação Forest Stewardship Council (FSC) -, de filme plástico nas embalagens, de água, entre outros recursos. Além de informar as cer-tificações – FSC, a classificação na

categoria de café Superior pelo Pro-grama de Qualidade do café da ABIC e ter 60% de café com selo UTZ Respon-sabilidade Social, a embalagem traz ainda informações quanto ao uso de sobras e resí-duos pós-preparo.

CONCEITO E EFICIÊNCIA DA EMBALAGEM

Também é fundamental comunicar a eficiência do produto sustentável. Isabella Brumatti, do departamen-to de marketing da Santher, em-

presa que também participou do projeto da rede de supermer-cados Walmart com o Snob Eco, conta que o produto de-senvolvido é mais compacto, com mais folhas por rolo.

Assim, além de conseguir economia de espaço, há menor descarte de subprodutos como o filme plástico e o papel cartão do tubete. O consumidor, ao invés de comprar duas embalagens da linha tradicional, cada uma com dois rolos de 120 folhas, pode comprar uma embalagem com três.

A empresa, que recicla mais de 60 milhões de quilos de papéis de pós-consumo por ano em seu processo produtivo, aposta na embalagem como a maneira mais efetiva dessa mensagem chegar ao consumidor. “Muitos consumidores serão impacta-dos pelos veículos de comunicação, mas a embalagem tem alcance superior.”

Embalagem utiliza 70% menos tinta na sua impressão

Conceito e efi ciência do Snob Eco traduzidos na embalagem

Muitos consumidores serão impactados pelos veículos de comunicação, mas a embalagem tem alcance superior

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percentual de material recicladodaquela matéria-prima que compõe a embalagem e faz ponderada da massa total dela para poder colocar o percentual ali.

O segundo indicador tem a ver com o quanto daquela embalagem pode ser reciclada e o terceiro, com o número de refilagens. “Fizemos uma avaliação do tempo de vida médio de cada embalagem no instante em que o consumidor a pega.” Os três indicadores são para o consumidor compreender a preocupação da em-presa com a questão da reutilização da embalagem.

Sobre o porquê de muitas empresas não publicarem seus indicadores, segundo ele, a Natura faz um modelo de cálculo da extração da matéria-prima até o descarte. Mas podem exis-tir empresas que fazem, por exem-plo, uma avaliação porta adentro. “É um controle mais reduzido que pode dar uma visão de um impacto muito menor e que não necessariamente é. Por isso, muitas empresas aca-bam com receio de publicar seus indicadores de forma especí-fica. A Natura os publica, mas de forma global.”

O TRABALHO COM AS EMPRESAS

Segundo Elisa Quartim, quando as empresas fazem algum tipo de mudança, querem comuni-car, mas não necessariamente conseguem passar no brie-fing exatamente como vão comunicar e muitos designers ainda não estão preparados. Por-que começou a se discutir isto recentemente. No Europa, por exemplo, a lei que regula os resíduos sólidos já é mais antiga.

Assim, tanto fornecedores quanto designers de lá já foram atrás disso há mais tempo. Aqui a discussão é mais recente e, só agora, com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, municípios e empresas serão obrigados a criar programas de manejo e proteção ambiental.

A questão para Luiz Morikio, diretor de criação da SPO Design, é ética. E para as ações se desenrolarem os empresários devem perceber isto. “Se o dono da empresa estabelece este parâmetro, é mais fácil todos seguirem, mas se não é a cabeça do negócio desenvolvendo isto, as inicia-tivas ficam paradas”, avalia.

“Cada vez mais tentamos mostrar às empresas o quanto esta questão é importante”, ressalta Gisela Schul-zinger. Mas, segundo ela, os argumen-tos dos empresários sempre esbarram no preço e na falta de valorização dos consumidores. Quando o consumidor valorizar, irá pagar, mas antes é preciso comunicar. “Se isto for só um tru-que para se diferenciar, daí não dará

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Emiliano Barelli, gerente de desenvolvimento de embalagem da Natura

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Desde 2007, a Natura utiliza tabela ambiental com informações relativas a três principais indicadores associados à embalagem e outros três à fórmulaFo

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Portanto, segundo ela, uma das grandes preocupações da empresa era traduzir o conceito e a eficiência do produto na embalagem. Para isso, os ícones e as informações foram cuidadosamente planejados.

A Santher buscou a certificação FSC. No verso, o consumidor encontra uma explicação mais detalhada do produto, como seus principais usos dentro de casa, o descarte da embala-gem e a importância da certificação.

Questionada como a empresa avalia o recebimento do produto pelos consumidores, Isabella ressalta que o produto foi lançado em julho deste ano, mas os produtos que participaram da primeira edição do projeto da rede de supermer-cados apresentaram um cresci-mento em volume de 40% na rede. “Isto mostra que o consumidor está mais atendo para produtos que ofereçam diferenciais relevantes.”

TABELA AMBIENTAL

Uma das empresas reconhecidas por levar ao consumidor informa-ções sobre sustentabilidade é a Natura. Segundo Emiliano Barelli, gerente de desenvolvimento de em-balagem da empresa, desde 2007, existe a tabela ambiental que traz informações relativas a três principais indicadores associados à embalagem e outros três, à fórmula.

O gerente explica que em relação à embalagem o primeiro indicador que aparece na tabela e em todas as embalagens desde que haja espaço para imprimir, caso con-trário são encontradas no site, é o percentual de material reciclado. Assim, a empresa tem diretrizes em que são definidas o que é material reciclado pós-consumo e, por meio de uma parceria com os fornecedores, avalia o

Fizemos uma avaliação do tempo de vida médio de cada embalagem no instante em que o consumidor a pega

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certo mesmo. Assim, buscamos mostrar cada vez mais o valor que isso pode trazer para a marca e principalmente comunicar de forma

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Gisela Schulzinger, sócia-diretora da Haus+Packing

INFORMAÇÕES

CONAR tel.: (11) 3284-8880 | www.conar.org.br

HAUS+PACKINGtel.: (11) 3074-6611 | www.hausmaispacking.com.br

NATURA tel.: 0800-115566 | www.natura.net

SARA LEE www.saralee.com

SANTHER tel.: (11) 3030-0200 | www.santher.com.br

SPO DESIGN tel.: (11) 3168-9166 | www.spodesign.com.br

correta, ou seja, sair da linguagem técnica.” Para ela, é um conjunto de ações, mas é a oportunidade de a embalagem ser porta-voz do que a empresa desenvolve.

NOVAS NORMAS SOBRE SUSTENTABILIDADE NA PUBLICIDADE

O Conselho Nacional de Autorre-gulamentação Publicitária (Conar) divulgou novas normas para a pu-blicidade que contenha apelos de sustentabilidade. Elas entraram em vigor em 1º de agosto e valem para todos os meios de comunicação. Segundo dados divulgados no site do conselho, o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária já apresentava recomendações sobre o tema, mas foram revisadas e reunidas no artigo 36.

O sentido geral da nova norma visa a reduzir informações que confun-dam os consumidores e condena

anúncios que estimulem o desres-peito ao meio ambiente. Assim, o Código recomenda que a menção à sustentabilidade em publicidade obedeça a critérios de veracidade, exatidão, pertinência e relevância. As informações aos consumidores devem ser exatas e precisas, expres-sas de forma clara e em linguagem compreensível. Além disso, devem ter relação com os processos de produção e comercialização dos produtos e serviços anunciados.

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sustentabilidade se tornou uma vantagem competitiva, e as empresas que já entenderam isso estão largando na frente, integrando a sustentabilidade em seus modelos de negócio, produtos e posicionamentos. “Mesmo que os retornos tangíveis não ocorram no contexto atual, com certeza, os investimentos em sustentabilidade irão fazer a diferença para a sobrevivência das empresas. Por isso, têm aumentado dentro das organizações a procura e a valorização de profissionais com a visão e energia

necessárias para catalisar as mudanças para a sustentabilidade e as caracte-rísticas de liderança necessárias para conduzi-las”, explica Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Isso se reflete nas instituições que ministram cursos específicos para formar líderes sustentáveis. “O mercado começou a ver a necessidade de ter no seu quadro de funcionários um gestor de sustentabilidade. Não simplesmente adaptar alguém e sim ter um profissional com essa qualificação. É o gestor que amarra corretamente a entrada desse setor na empresa. Ele que transforma a visão e as ações da empresa. É a pessoa adequada para promover essa mudança sem volta”, diz Mário Monzoni, professor e coordenador do curso Master de Gestão em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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O desafi o desses profi ssionais é converter práticas de negócios convencionais em estratégias ousadas para um planeta mais sustentável

Novos gestores para um novo modelo de negócios

“O gestor é de suma importância para os negócios da empresa, e esse profissional age de maneira estra-tégica, redesenhando o mercado, considerando o presente e o futuro e reavaliando os modelos de produção. É esse profissional que possui o co-nhecimento sobre desenvolvimento sustentável e que levará a empresa a romper com paradigmas antigos para atingir um modelo inovador e responsável de gestão sustentável, ou seja, que considere que os resul-tados da empresa sejam medidos em termos sociais, ambientais e econômicos”, diz Flávia Moraes, sócia-diretora da FCM Consultoria em Sustentabilidade.

Gerenciar a sustentabilidade em empresas é uma tarefa complexa que exige um profissional dedicado

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ANA CAROLINA BAILI

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a analisar todos os impactos gerados pelas atividades da empresa. Ou seja, é preciso gerenciar compras de matérias-primas, desenvolvimento de fornecedores, produção, design de embalagens, distribuição, comu-nicação, vendas etc., com foco na saúde pública, no uso responsável de recursos naturais, nas oportunidades de negócios sustentáveis e na dife-renciação em um mercado que está se consolidando. “O papel principal do gestor de sustentabilidade é ser o agente de transformação dentro da empresa no que se refere ao modo como ela se relaciona com seus stakeholders e os padrões éticos que permeiam esses relacionamentos. O foco central desse profissional é a gestão dos impactos que os produtos e serviços da empresa

podem gerar direta ou indireta-mente”, revela Marina.

Para cumprir essas tarefas, segundo ela, o gestor de sustentabilidade deve entender o papel da empresa no complexo sistema formado pela cadeia produtiva, que envolve todos os setores com os quais a empresa se relaciona, interna e externamente (consumidores finais, organiza-ções da sociedade civil, meio ambi-ente, governo, mídia, empregados, distribuidores, organizações inter-nacionais). “Para este profissional é fundamental entender a força e a responsabilidade que a empresa exerce nesse sistema e tomar as decisões para que ela colabore para a sustentabilidade”, acentua a presidente do Conselho Empresa-rial Brasileiro para o Desenvol-vimento Sustentável.

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

Um modelo de empresa na gestão da sustentabilidade é a Unilever. Uma das pioneiras e um exemplo a ser se-guido. Desde 2003, a companhia man-tém um setor de sustentabilidade, que há dois anos, criou um comitê que tem foco ma-cro. Ele não olha só projetos da área de sustentabi-lidade, define os projetos a serem implantados e vê ideias de outros setores. “O processo de implantação do setor de sustentabilidade tem que vir em duas fases. A primeira vem de reunir uma equipe dedicada que olhe os processos de manufatura, matéria-prima, entre outros, e não só a sustentabilidade. Não adianta ter diversas ações externas se o interno não tiver bem trabalhado. Tem que ter primeiro uma estrutura bem identificada e quais são suas neces-sidades. Para ai sim irmos para um

segundo plano e começar a pôr em prática as ações”, diz Juliana Nunes, diretora de assuntos coorporativos e sustentabilidade da Unilever.

Entre as principais mudanças feitas na empresa, como resultado do setor de sustentabilidade na área de embalagens, está a redução dos custos e do seu impacto no meio

ambiente. É o caso de dois lançamentos da empresa. Um é a embalagem menor para os amaciantes Comfort e Fofo, com o lançamento das versões de 2 litros do amaciante diluído para a versão de 500

ml. As principais vantagens foram: 37% de redução do consumo de plástico para a produção da emba-lagem; e a mesma porcentagem de redução na quantidade de resíduo sólido no pós-consumo. No trans-porte, isso significa 63% de redução do consumo de papel na caixa de papelão utilizada no transporte. No caso da embalagem refil, gera ainda mais economia para consumidoras e benefícios ao meio ambiente, com redução de 85% de embalagem plás-tica em sua produção versus garrafa do amaciante tradicional 2L.

Juliana Nunes, diretora de assuntos coorporativos e sustentabilidade da Unilever

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A fi gura do gestor é fundamental. No início da fase de implantação é ele que irá administrar a coleta de informações

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INFORMAÇÕES

CEBDS www.cebds.org.br

FCM CONSULTORIA tel.: (11) 3744-0477 | www.fcmconsultoria.com.br

FGV tel.: (11) 3799-3342 | www.fgv.br

UNILEVER tel.: 0800-7079911 | www.unilever.com.br

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Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável

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çãoOutro lançamento é o Omo Líquido

Super Concentrado em garrafa de 315ml, 630ml e atualmente e 1050 litros, lançado esse ano. Essa nova versão contribui para o ambiente pelo fato de ser concentrado. Isso gera um consumo significativa-mente menor de água, embalagens e transporte, com capacidade de reduzir tanto a emissão de gases relacionados ao efeito estufa como os resíduos/desperdícios. E não é só isso, a embalagem em si já traz benefícios, pois seus componentes são recicláveis. A tampa é polipro-pileno, o frasco é polietileno e o rótulo é PET.

O exemplo mostra que a Unilever se reinventou e dá a chave para o sucesso de muitas outras empresas. A preocupação com embalagens não fica só nesses lançamentos. Hoje, todas as embalagens são de plás-tico reciclável. A tinta dos rótulos dos produtos não contém metais pesados, o material de confecção é de polietileno e à base de água que

também é reciclável. Outra iniciativa é o projeto Estações de Reciclagem Pão de Açúcar-Unilever, em que todo material reciclável coletado nas estações é doado para cooperativas, e então, volta ao ciclo produtivo. “A figura do gestor é fundamental. No início da fase de implantação é ele que irá administrar a coleta de infor-mações nos setores. Verificar a admi-nistração de impactos diretos. Num segundo momento se forma a equipe. É essencial pra isso uma pessoa for-mada para começar a transformação do conceito”, diz Juliana.

Incorporar a temática da sustentabi-lidade na gestão empresarial é a prin-cipal forma de garantir mudanças efetivas nos métodos produtivos do setor privado. “A demanda por pro-fissionais especializados é crescente, pois a economia verde está cada vez mais incorporada no core business da empresa. Sustentabilidade é um caminho sem volta para a nossa sociedade”, finaliza Marina.

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Regresso do bem

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Para muitos a logística reversa de embalagem ainda parece uma operação complexa, mas tecnicamente ela é simples de ser colocada em prática. O retorno da embalagem à origem é um caminho sem volta para o bem do planeta

Um importante passo em direção da sustentabilidade é a logística reversa, principal instrumento da Política nacional de resíduos sólidos (Pnrs), sancionada em agosto do ano passado, que visa a garantir maior eficácia no descarte e na reciclagem do lixo. Mas o que é logística reversa? a sua dinâmica começa no momento em que o produto é produzido, se estende ao ato da compra e reinicia o ciclo quando é devolvido para ser

reinserido na sua cadeia produtiva ou como matéria-prima em outra indústria. a sua implantação é simples. no entanto, a logística reversa ainda é vista como um processo de alto custo. segundo Edson Carillo, membro do conselho de ética da associação Brasileira de Logística (aslog), por conta do elevado custo do transporte em relação ao custo do produto, a indústria ainda não adotou a logística reversa. “Já se fala de logística reversa há mais de cinco anos, mas ela ganhou um nível mais relevante com a sanção da Pnrs que vai penalizar quem descumprir a legislação e com a conscientização da população”, afirma. “a logística reversa pode ser utilizada pelas empresas responsáveis como uma estratégia mercadológica para aumentar as vendas, pois passarão a ser vistas pelo mercado com outros olhos”, acrescenta Carillo.

a logística reversa também é vista como uma excelente oportunidade de crescimento dos negócios para o setor, já que, segundo Carillo, existem poucas empresas especializadas. “Po-deríamos ter cadeias de retorno mais direcio-nadas, por exemplo, para eletroeletrônicos, plástico etc. o lixo já não é tão desprezível. tem um valor importante”, continua.

Um benchmarking de logística reversa de embalagens é o da lata de alumínio. o setor implantou o sistema, na década de 80, e hoje o índice de reciclagem coloca o Brasil no topo do mundo. Em 2010, o País reciclou 98,2%. Esse índice poderia ser superior a 100% se as estatísticas considerassem a reciclagem das

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Henio de Nicola, coordenador da comissão de reciclagem da Abal

latas de alumínio importadas. Henio de nicola, coordenador da comissão de reciclagem da associa-ção Brasileira do alumínio (abal), afirma que a cadeia de coleta da lata de alumínio já é uma solução que pode ser seguida por outras cadeias de embalagem. o sucesso do modelo, segundo ele, está no fato de ter sido pioneira na implantação da logística reversa que envolve todos

A cadeida de coleta da lata de alumínio pode ser seguida por outras cadeias de embalagem

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os elos da cadeia – supermercado, envasador, fabricante da lata, fabri-cante da chapa, indústria de fun-dição e catador– além de ser uma cadeia produtiva que se paga. “ou-tro fator importante é o trabalho de conscientização sobre a reciclagem nas escolas de ensino fundamental realizado pela abal. além disso, o alumínio tem excelente valor agre-gado. Ele é um material que quando reciclado consegue remunerar todos os elos da cadeia – do catador até a indústria de fundição”, acentua o coordenador de reciclagem.

da década de 80 para cá, o mode-lo de logística reversa de latas de alumínio vem sendo aperfeiçoado em função da alteração do perfil da coleta. a estratificação dos elos da cadeia mudou. “os catadores, as onGs e cooperativas, que estão na base da pirâmide, vêm sendo pressionados pela concorrência com condomínios e edifícios que enviam diretamente a lata de alumínio para o comerciante de sucatas”, explica nicola. Por conta disso, essa base diminuiu, mas com a sanção da Política nacional de resíduos sólidos, o coordenador de reciclagem acredita que ela é

uma grande oportunidade para recuperar esse terreno perdido, pois a legislação tem um cunho social. “as cooperativas têm que se aperfei-çoar mais para conseguir concorrer com esse elo intermediário, mas elas não têm como arcar com o custo de prensar e transportar a sucata”, afirma.

a solução para esse entrave, se-gundo ele, é que as prefeituras de grandes capitais ajudassem as cooperativas de reciclagem. nicola cita o caso da prefeitura de natal (rn), que vai financiar os custos de uma grande cooperativa local, principalmente, na parte logística para ajudá-la a realizar a coleta seletiva. “Esse é o primeiro pas-so para realizar o trabalho e um modelo a ser seguido”, conclui.

OUTROS EXEMPLOS

outros segmentos de embalagem ainda estão ingressando no mundo da logística reversa. É o caso da indústria de embalagem de aço. a associação Brasileira da Emba-

lagem de aço (abeaço) anunciou recentemente a inauguração de um centro modelo de logística reversa, na região da Grande são Paulo, que deve ser inaugurado ainda este ano. nos primeiros meses, o centro modelo de logística reversa terá capacidade de receber cerca de duas mil toneladas por mês.

Com o centro modelo de logística reversa, o objetivo da abeaço é estimular o valor da sucata (lata de aço), contribuindo com coopera-tivas e catadores e investir em edu-cação ambiental conscientizando a população para o descarte correto

das embalagens de aço pós-consu-mo. Hoje, são reciclados no Brasil, aproximadamente 47% das embala-gens de aço. a projeção é aumentar esse percentual para 70% dentro de cinco anos, com a construção de novos centros.

outro exemplo é o da antilhas Em-balagens que desenvolveu um mode-lo de logística reversa de embalagens para varejistas. Lançado em maio deste ano, o projeto Embalagem Viva vai atender inicialmente so-mente lojistas da grande são Paulo. o projeto começou a ganhar forma, no ano passado, dentro do comitê de inovação de embalagens. Claudia Barbosa sia, gerente de marketing e planejamento da antilhas, conta que numa das reuniões do comitê nasceu a ideia de oferecer mais um serviço aos seus clientes, mas alinha-do a Pnrs. “trata-se de um serviço adicional sem impacto em custo, pois a retirada das embalagens acontece no momento da entrega das novas embalagens”, explica.

Para o projeto, a antilhas realizou

Em dois casos pontuais realizados no Etna e no Boticário, o projeto recolheu 35 mil quilos de embalagem

Claudia Barbosa Sia, gerente de marketing e planejamento da Antilhas

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um investimento interno para reciclagem e separação do resíduo em sua planta fabril. “o projeto foi apresentado para todos os clientes da empresa, mas ainda é preciso a adequação das redes de lojas para ampliar a adesão à logística reversa. Em dois casos pontuais realizados no Etna e no Boticário, o projeto

recolheu 35 mil quilos de embala-gem”, revela Claudia.

segundo danilo Belarmino, coorde-nador de sustentabilidade da anti-lhas, o material coletado é revertido para o instituto Papel de Menino (iPM) - que transforma lixo em arte e trabalha na reinserção social de jovens que cumprem medida

socioeducativa na Fundação Casa (antiga Febem) -, mas também be-neficia a cooperativa de reciclagem avemare. Esse é o modelo que deve ser adotado num futuro próximo, em outras regiões do Brasil, como rio de Janeiro, Espírito santo, Minas Gerais e o sul. (M.H.)

O material coletado é revertido para o Instituto Papel de Menino e Cooperativa Avemare

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INFORMAÇÕES

ABAL tel.: (11) 5904-6450 | www.abal.org.br

ABEAÇO tel.: (11)3842-9512 | www.abeaco.org.br

ANTILHAS tel.: (11)4152-1100 | www.antilhas.com.br

ASLOG tel.: (11)3668-5513 | www.aslog.or.br

Daniel Belarmino, coordenador de sustentabilidade da Antilhas

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Componente obrigatório para os mais diversos artigos de uso e de consumo, a embalagem nos dias atuais – muito mais do que um invólucro do produto – pode carregar outra importante missão: promover a inclusão social. Atualmente, muitas indústrias de bens de consumo têm tomado a dianteira no que se refere à responsabilidade social. Criar embala-gem sob o rótulo “responsabilidade social” não é

tarefa fácil. É um desafio constante. É dentro desse mesmo cenário que são desenvolvidas as embalagens com sistema em braille que proporcionam aos deficientes visuais o acesso aos produtos de forma segura, com informações de uso, manuseio e consumo.

Muito mais do que o desejo de consumir, os deficientes visuais querem exercer a cidadania. Tem decepção maior para um adolescente que vai ao supermercado comprar um Ferrero Rocher e, ao chegar a casa, descobrir que adquiriu outro chocolate? Esta foi apenas uma das muitas questões apontadas pelos alunos do 8º ano, do Instituto de Cegos Padre Chico (IPC), quando vão às compras. “Aqui eles são orientados a serem indepen-dentes, ativos, exigir os seus direitos”, explica a diretora Ana Pires. Entidade filantrópica instituída em 1928, o IPC atende crianças do pré ao 9º ano, na faixa de 5 anos a 16/17 anos, faz um trabalho de estimulação precoce para bebês de 0 a 3 anos, incluindo familiares, e ministra cursos de informática para adultos.

A professora do 2º ano do IPC, Eliana A. F. da Silva lembra que, antigamente,

É necessário expandir

a cidadania

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especial sustentabilidade responsabilidade social

O uso da embalagem como inclusão social é a marca de empresas cidadãs que respeitam as diferenças. Hoje o uso do braille já pode ser visto em muitos produtos, mas ainda há uma janela de oportunidades para multiplicar essa transformação social

ZULMIRA FELÍCIO

o deficiente físico ficava encostado, escondido dentro de casa. “Antes tínhamos uma visão de que ele (deficiente) tinha que se preparar para a sociedade, o que não corres-ponde com a realidade atual. Haja vista as mudanças que ocorreram a fim de driblar as barreiras arquite-tônicas, como as guias rebaixadas das calçadas, o piso tátil, os meios de transporte público adaptados, os semáforos sonoros. São pequenos exemplos do muito que ainda deve ser feito”, aponta Anna Miceli, coordenadora pedagógica do IPC, reforçando que a impressão em braille nas embalagens dos produtos é um dos avanços que precisa ser estendido aos demais setores da cadeia produtiva. Hoje o alfabeto se encontra em relógios e alguns produtos de beleza, cosméticos, vinhos, comestíveis, remédios e produtos de limpeza, entre outros.

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SEGURANÇA EM CASA

Trazer constantemente para a pauta de discussão as questões referentes à acessibilidade. Esta é uma das ações desenvolvidas pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre) em conjunto com entidades que trabalham em prol do deficiente visual, como também com órgãos de defesa do consumidor. São balizados estudos que procuram identificar o hábito de vida e o consumo dessas pessoas, as carências e a demanda na hora da compra.

A pessoa portadora de necessidades especiais não pode ficar à margem da sociedade. “Ela tem direito ao acesso aos produtos de forma se-gura, com informações de manuseio e consumo”, diz Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre. A mes-ma segurança que ela adquire no ato da compra, pelo fato de

encontrar produtos com inscrição em braille, tem que ser estendida ao ambiente familiar, quando muitas vezes o deficiente visual se encon-tra sozinho. Ao fazer uso de um remédio, por exemplo, ele precisa ter certeza de que está protegendo sua saúde, através do medicamento correto e seu uso.

Há 15 anos, o Laboratório Aché foi pioneiro ao lançar o sistema braille em suas embalagens, muito em-bora somente em 2010, os rótulos passassem a ser o padrão legal no Brasil com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 71). Desde 2006, o laboratório criou a bula em áudio, sendo o CD enviado gratuitamente pelo correio. Ainda, dentro dessa linha de pioneirismo, o Aché acaba de desenvolver o manual Aplicando Braille em Embalagens Secundárias e as Novas Exigências da RDC 71.

Com informações sobre deficiência visual, a cartilha traz a história do alfabeto Braille e orientações sobre a correta adequação à (RDC) 71, publicada em 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A RDC 71 estabelece regras e diretrizes para a rotula-gem que visam garantir o acesso à informação segura e adequada em prol do uso racional de medi-camentos, sendo válida para todos os fabricantes.

OBRIGATORIEDADE

Em agosto, a Comissão de Defesa do Consumidor aprovou o Projeto de Lei 2385/07, da deputada Ana Arraes (PSB-PE), que obriga as em-presas produtoras de medicamentos, alimentos e material de limpeza a utilizarem a escrita em braille nas embalagens de seus produtos para fornecer informações básicas

A impressão em braille nas embalagens dos produtos é um dos avanços que precisa ser estendido aos demais setores da cadeia produtiva

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sobre uso e prazo de fabricação e validade.

De acordo com deputado Roberto Santiago (PV-SP), relator do proje-to, não consta a exigência de forne-cimento de informações relevantes em braille nas normas legais e infralegais sobre rotulagem, emba-lagem e publicidade de alimentos, medicamentos e saneantes. Em caráter conclusivo, o projeto será analisado pelas comissões de Segu-ridade Social e Família; e de Cons-tituição e Justiça e de Cidadania.Não existe legislação federal no Brasil que determine a obrigato-riedade da embalagem em braille para alimentos, apenas para medi-camentos. “Entretanto, desde 2000, a Sadia orgulha-se do pioneirismo mundial ao lançar embalagens com inscrições em braille, atitude logo foi seguida por outras companhias, inclusive estrangeiras”, afirma Álvaro Azanha, gerente P&D de embalagens da BRF - Brasil Foods, que detém a marca Sadia.

Na época, a inscrição em braille foi adotada a partir da sugestão de um deficiente visual, funcionário da empresa durante 13 anos. No início do projeto, a Sadia acreditava que a identificação em braille seria útil no momento da compra do produto.

Entretanto, descobriu que a inscri-ção exerce um importante papel no uso doméstico. “Tivemos diversas ligações do Serviço de Informação ao Consumidor (SIC) de consu-midores elogiando a iniciativa, por ter conferido maior autonomia ao deficiente visual quando no preparo do produto em casa. A embalagem de Strogonoff de Frango, por exem-plo, é idêntica à de uma Lasanha (cartucho e bandeja), somente diferenciada pela impressão. No caso de um deficiente visual querer escolher entre um e outro, somente saberia qual era o produto após o aquecimento”, informa o gerente.

Azanha explica que hoje todas as embalagens em cartucho trazem a marca da empresa, o telefone SIC, o tipo e o peso do produto

em braille. O Hot Pocket Pizza, que ganhou o prêmio do World Packaging Organization (WPO) como a embalagem mais inovadora do mundo de 2009, também tem informações em braille no fundo da embalagem.

FÁCIL ACESSO À TECNOLOGIA PARA INCLUSÃO SOCIAL

Todas as embalagens em cartão da Sadia apresentam o sistema braille. No caso das embalagens de cartão (cartuchos), os pontos que identificam os caracteres são adi-cionados na etapa de corte e vinco. A inclusão do sistema não implicou em custos adicionais à embalagem

até porque não se trata de outra embalagem, uma vez que apenas agrega o componente da infor-mação em braille. “Entretanto, trata-se de uma embalagem mais sustentável do ponto de vista social. Sob o aspecto da reciclabilidade, é tão susten-tável quanto a embalagem que não tem a inscrição”, reforça Azanha.

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Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre

especial sustentabilidade responsabilidade social

Sadia foi pioneira no uso da embalagem como inclusão social de defi cientes visuais

Temos tecnologia diferenciada, efi ciência no sistema de produção e sem desperdício do produto, porém tudo isso tem um impacto no custo

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De uma forma geral, o sistema braille é muito bem-aceito na apli-cação em papel cartão e cartucho. Hoje, trabalha-se para seu uso em outros materiais. “Na edição da FCE Cosmetique 2011 foi lançada uma bisnaga plástica com leitura em braille”, diz Luciana, da Abre, desta-cando que em termos de tecnologia a indústria brasileira está muito bem estruturada. “Temos tecnologia diferenciada, eficiência no sistema de produção e sem desperdício (do produto), porém, tudo isso tem um impacto no custo, e metade da nossa população tem como critério o preço do produto”, define. Esse é o grande desafio da indústria nacional: criar embalagens viáveis e que não impac-te com o custo e o meio ambiente.

Recém-divu lgado, o Estudo Macroe-conômico da Embala-gem da Abre, em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que a produção física de em-balagem cresceu 2,98% no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2010. No primeiro trimestre, a taxa de cresci-mento alcançou 5,01%, enquanto, no segundo, caiu para 0,98%. Esse número representa uma expansão de 4,18% entre junho de 2010 e junho de 2011 (12 meses).

Os números de desempenho do setor somados aos dados do Censo IBGE - que apontam 148 mil cegos no País -, servem como referência de que há espaço no mercado para o crescimento de embalagem com sistema em braille e muitos novos consumidores a serem conquistados e “da sua importância, contribuindo para a autonomia dos deficientes visuais”, finaliza Anna Miceli do Instituto de Cegos Padre Chico.

INFORMAÇÕES

ABRE tel.: (11) 3082-9722 | www.abre.org.br

BRASIL FOODS tel.: (11) 2322-5000 | www.brasilfoods.com

IPC tel.: (11) 2274-4611 | www.padrechico.org.br

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especial sustentabilidade impacto econômico e social

sustentabilidade não é apenas ambiental. Ela envolve o tripé: meio ambiente, social e econômico. Assim, a revista Pack ouviu representantes da indústria da embala-gem flexível e sindicatos para saber se a proibição ao uso de sacolinhas plásticas no comércio já está impactando as produtoras de sacolas plásticas do mercado nacional que geram renda e emprego.

Os prognósticos ainda são incertos nessa área, mas o impacto dessa medida recai no setor produtivo, cerca de 200 empresas no país fabricam sacolas plásticas, afetando negativamente a atividade e o emprego. “Toda a cadeia produtiva será afetada em troca de algo que não está bem explicado, já que a sacola plástica representa 0,2% do resíduo sólido urbano do país”, avalia Alfredo Schmitt, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief).

Segundo o presidente, pode haver demissões na indústria que gera 16 mil empregos diretos apenas na produção de sacolas para supermercado e 30 mil para todo o segmento de sacolas no Brasil. “Considerando os empregos indiretos, talvez ultrapasse 100 mil. Assim, algumas empresas correm o risco até mesmo de fechar”, avalia Schmitt.

A questão ainda está sendo discutida no Brasil, mas algumas regiões, como Xanxerê, cidade da região oeste de Santa Catarina, Jundiaí (SP) e Belo Horizonte (MG), entre outras, já baniram ou fizeram parcerias com o comércio para deses-timular a distribuição de sacolinhas plásticas. A capital mineira, por exemplo,

implementou a Lei Municipal 9.529 desde abril. Lá a opção encontrada pelo consumidor no comércio são as sacolas biodegradáveis vendidas ao preço de R$ 0,19 ou as retornáveis.

A reportagem da revista Pack entrou em contato com a Associação Brasi-leira de Supermercados (Abras) e o Ministério do Meio Ambiente para ouvir o posicionamento delas sobre o impacto da proibição das sacolinhas plásticas, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.

PERDA DE PRODUTIVIDADE

Alceu Lorenzon do Sindicato da Indústria de Material Plástico do oeste de Santa Catarina (Sindiplast/SC) conta que a proibição reduziu o consumo de sacolas plásticas em mais de 80% em Xanxerê (SC), município que há cerca de dois anos adotou a medida. Hoje o consu-midor da região usa sacola retornável

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Sacolinhas plásticas na berlindaA proibição da distribuição de sacolas plásticas no comércio coloca a embalagem na berlinda. Saiba como o veto, sem levar em conta o impacto social e econômico, pode afetar os produtores

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Alfredo Schmitt, presidente da Abief

ou compra a sacolinha para levar as compras feitas nas grandes redes de supermercado.

Embora os fabricantes de Xan-xerê vendam para outras regiões, a queda no consumo, de acordo com Lorenzon, levou a perda de produ-tividade, faturamento e emprego. Segundo ele, as empresas estão dimi-nuindo ou se adaptando para produzir para outros segmentos, como sacos para lixo.

“Dessa forma, a competição aumen-ta porque muitas empresas estão indo para segmentos iguais”, diz Lorenzon, que também é diretor da Alcaplas, empresa que fornece matéria-prima para o fabricante de sacolas plásticas. Ainda, segundo ele, a empresa teve uma redução de uns15% na produção. A redução não foi maior, pois, além de Santa Cata-rina, fornecem para o Rio Grande do Sul e Paraná.

SETOR ESTAGNADO

Em Belo Horizonte (MG) onde a regra vale desde abril, de acordo com Vandeir Messias Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas e Famacêuticas de BH e região, não houve ainda demissões, porém a medida frustrou a perspectiva de crescimento do setor. “Para o fim do ano, a expectativa era de crescimento, mas agora ficará estável e sem contratações.”

QUESTÃO ECONÔMICA

Em São Paulo, a proibição do uso de sacolas plásticas na cidade de São Paulo entra em vigor no dia 1º de janeiro de 2012 e prevê multa ou licença comercial suspensa para quem desrespeitar a regra. O coordenador da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Lourival Batista Pereira diz que já houve diminuição da produção e tam-bém algumas demissões. Por causa de algumas ações das grandes

redes para desestimular a distri-buição das sacolinhas, como um dia sem sacolinhas.

Para ele, a questão não é ambiental, mas, sim, econômica. “O cliente terá de pagar R$ 0,19 pela embalagem, assim, a medida aumenta a renta-bilidade dos varejistas. Os clientes também terão de comprar mais sacos de lixos, porque muitas sacolinhas são reutilizadas nas residências.”

MATÉRIA-PRIMA

As sacolinhas são feitas de polietileno de alta densidade (PEAD), material também usado na fabricação de embalagens para alimentos, ração, cosméticos, brinquedos, frascos para produtos químicos de higiene e limpeza, tubo de gás, telas de som-breamento (usadas em estaciona-mentos e na construção civil), entre outros produtos.

Alfredo Schmitt, presidente da Abief, lembra que outras alterna-tivas de matéria-prima esbarram em questões como o abastecimento. “O plástico biodegradável é um ma-terial produzido na Alemanha, e a disponibilidade é de 1.200 toneladas/ano, ou seja, 100 toneladas/mês. Somente a cidade de São Paulo a cada dois dias consome esta quantidade. Portanto, não há oferta suficiente de matéria-prima.”

As sacolas de plástico oxidegradável, já usadas em alguns supermercados, apresentam estudos divergentes quanto à sua utilização. “Acho teme-rário tomar partido sem um completo conhecimento do assunto. E ainda as sacolas retornáveis de supermercados são suscetíveis à contaminação.”

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSUMO RESPONSÁVEL

As entidades do setor continuam o trabalho de educação ambiental da

população. Para eles, utilização e descarte corretos das sacolas plásticas estão associados ao comportamento do consumidor. Por meio de cam-panhas, a Abief defende a conscien-tização sobre o uso sustentável de sacolas plásticas.

O Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), juntamente com o Instituto Nacional do Plás-tico (INP) e a Abief, promove o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que incentiva o consumo adequado des-sas embalagens, sem o desperdício.

“Mesmo com 39 milhões de pessoas mudando de classe social, ou seja, au-mentado o seu poder aquisitivo, nos últimos cincos anos, conseguimos reduzir em quase 4 bilhões o nú-mero de sacolas plásticas utilizadas. Isto significa que nosso programa é adequado. Estamos no caminho certo”, diz Schmitt. O consumo de sacolas no país caiu de 17,9 bilhões para 14 bilhões, após as campanhas.

Pode haver demissões na indústria que gera 16 mil empregos diretos apenas na produção de sacolas para supermercado e 30 mil para todo o segmento de sacolas no Brasil

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especial sustentabilidade impacto econômico e social

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Segundo a entidade, o progra-ma objetiva ultrapasar 30% de redu-ção no uso de sacolas plásticas até 2012.

Além da população, segundo Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, o programa consiste em educar a indústria para que fabri-quem sacolas dentro das determi-nações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e também o varejo.

Nesta fase o caixa do supermer-cado recebe treinamento para que oriente os consumidores sobre a

melhor forma de usar o produto sem desperdiçá-lo. Bahiense defen-de que as sacolas plásticas sejam fabricadas com a qualidade exigida pela norma - sacolas mais resis-tentes - porque inibem a prática de se colocar uma sacola dentro da outra ou usar apenas a metade de sua capacidade.

Ele ainda defende que o problema não é a sacolinha, mas o desperdí-cio e o descarte inadequado. Além disso, não existe uma política ade-quada de reciclagem de resíduos pós-consumo que crie condições

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ção A discussão em torno da melhor alternativa de uso de sacolas

acaba de ganhar um importante argumento científi co. Trata-se de um estudo comparativo inédito sobre a ecoefi ciência do uso de diferentes tipos de sacolas de supermercado, bem como os impactos econômicos e ambientais, que foi realizado pela Fundação Espaço Eco. O estudo foi encomendado pela Braskem, fabricante de resinas termoplásticas, e teve o apoio do Instituto Akatu. Foi analisado o ciclo de vida de algumas opções de sacolas disponíveis no mercado brasileiro, entre elas, algumas descartáveis (de polietileno tradicional, de polietileno de cana-de-açúcar e as aditivadas com promotor de oxibiodegradação) e algumas retornáveis, como papel, ráfi a, tecido e TNT (tecido não tecido).

As alternativas de sacolas foram avaliadas para um período de um ano, considerando vários cenários, envolvendo maior

ou menor volume de compras, maior ou menor frequência de idas ao supermercado, maior ou menor frequência de descarte do lixo, tipo de matéria-prima utilizada na produção das sacolas, capacidade de carga, custo de cada sacola, número de vezes em que é utilizada, reutilização ou não da sacola como saco de lixo e envio ou não da sacola para reciclagem. “Foram feitas análises para diversos cenários e identifi cadas duas tendências. Por um lado, sacolas descartáveis de plástico apresentaram melhor ecoefi ciência nas situações que os consumidores têm menor volume de compras, maior frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo maior, que garanta o reuso das sacolas plásticas para o descarte desse lixo. Por outro lado, sacolas retornáveis de tecido ou de plástico apresentaram melhor ecoefi ciência nas situações em que os consumidores têm maior volume de compras, menor frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo menor, com baixa compra de sacos para condicionar o lixo”, afi rma Sonia Chapman, diretora-presidente da Fundação Espaço Eco.

Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, afi rma: “O estudo muda a maneira como o consumidor vai escolher a sacola de supermercado visando a minimizar o impacto negativo e melhorar o impacto positivo.” Segundo ele, o mais importante é conscientizar e educar o consumidor do que proibir o uso das sacolas plásticas.

“Com esse estudo, buscamos incentivar uma discussão informada sobre o tema e ao mesmo tempo motivar uma visão abrangente e científi ca sobre os diversos impactos ambientais associados aos hábitos de transporte de compras de supermercados. Precisamos informar o consumidor para que ele se sinta mais seguro na hora de decidir que sacola utilizar”, diz Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem. “Quem ganha com essa análise e com a decisão correta do consumidor é a natureza e, por decorrência, a sociedade”, afi rma. Segundo o executivo, o uso do ACV está em contínuo aprimoramento na Braskem, com o envolvimento de diferentes áreas da empresa. “Hoje a análise é utilizada para fortalecer o relacionamento com os clientes. O nosso objetivo é nos tornar um líder mundial em química sustentável até 2020”, fi naliza. (M.H.)

Da esquerda para direita: Sonia Chapman, diretora-presidente da Fundação Espaço Eco, Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem, Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, e Emiliano Graziano, gerente de ecoefi ciência da Fundação Espaço Eco

para que menos materiais que podem ser reutilizados acabem nos lixões e aterros.

Mesmo com muitas leis surgindo para proibir o uso das sacolas plás-ticas, para Bahiense, a substituição das sacolas plásticas não parece um caminho sem volta no mercado brasileiro. “A situação está sendo cada vez mais esclarecida, as discus-sões começam a ganhar força nos âmbitos social, ambiental e econô-mico. Assim, muitos estão reavali-ando suas posições.” (A.B.)

BRASKEM APRESENTA ESTUDO INÉDITO SOBRE UTILIZAÇÃO DE SACOLAS DE SUPERMERCADO

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No início da Revolução Industrial, a embalagem tinha um papel mais voltado à proteção. Os produtos e as embalagens eram mais duráveis, pouco artísti-cas e a prioridade era a segurança na entrega das mercadorias. A comunicação visual era muito restrita, na qual predominavam as informações de origem e escassas instruções de uso. As embalagens, após sua função primária, tinham outros usos. Nada era

desperdiçado. Essa foi a era da Arte Industrial.

Com o nascimento do supermercado e o aumento da concorrência, além da proteção, a embalagem assumiu o papel de vendedor e, com isso, o design atrativo passou a ser o grande valor. Iniciou-se a era da Forma e Função e da sedução, porque a lei era vencer a concorrência e fechar a venda. Foi a época de ouro da estética e da funcionalidade da embalagem. Essa foi considerada a era do Desenho Industrial.

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especial sustentabilidade artigo

As eras evolutivas do design. Na invenção de novas embalagens, tanto em seus tipos, materiais, processos e funções está a grande oportunidade para os cientistas e designers

LINCOLN SERAGINI*

Embalagem sustentável: uma nova era para o design

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Unt prat. Ip exerostie dit utet inos dunt lore faccumEmbalagem reduz em 25% o espaço

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A partir dos anos 90, a embalagem passou a desempenhar as funções de identidade da marca, entrando na era do Branding, incorporando as experiências e a emoção da marca. Com o aumento do poder das grandes redes de varejo, surgiu, entretanto, um paradoxo, no qual os atributos de valor da embalagem passaram a ser reféns do preço e da quantidade. Qualidade, estéti-ca, acabamento, conveniências e sofisticação encontraram seu li-mite em função do preço baixo que foi acentuado com o crescimento das marcas próprias, que tam-bém forçaram a queda dos preços.Naturalmente essa afirmativa se aplica mais à categoria dos produtos de massa do que aos de luxo. Simul-taneamente a esse fenômeno, devi-do ao crescimento da população e do consumismo mundial, cresceu a conscientização das questões de preservação do planeta. Prova dis-so é o acontecimento da histórica reunião Rio 92, que teve, como marco, a definição do Desenvolvi-mento Sustentável embasado no tripé socioeconômico e ambien-tal, que fundamenta até hoje as

políticas e as ações nesse campo. Nascia assim o conceito de Sus-tentabilidade, e com ele, no que diz respeito à embalagem, que é classificada como um resíduo sólido dentro da ótica ambiental surgiu, em consequência, a Embalagem Sustentável. Assim, estamos viven-do a era do Design Sustentável.

A EVOLUÇÃO DO DESIGN SUSTENTÁVEL

Como evolução, identifico três categorias do design sustentável:

A atual, que predomina desde o início, de melho-ria das embalagens, com diminuição dos pesos, dimensões, espessuras, menos tintas e verni-zes, com componentes não-tóxicos e de menor consumo de energia em toda a cadeia produtiva e transpor-te, incluindo agora a logística rever-sa, e fontes renováveis de matérias-primas e energia. São mantidos, entretanto, a estrutura e o aspecto geral. A grande contribuição e a meta dessa filosofia seriam a otimização das embalagens existentes, sendo já, este objetivo, um grande ganho para a sociedade.

A segunda categoria, pouco prati-cada ainda, é a da mudança evolu-tiva, utilizando tipos, materiais e processos existentes para novos pro-dutos, como também para produtos existentes, resultando em ganhos mais expressivos. Um exemplo ilus-trativo (ver fotos) dessa categoria é o projeto do estudante Andrew Kim, denominado Eco Cokem, que num exercício acadêmico, portanto por enquanto um projeto teórico, mas que serve de exemplo. Ele concebeu uma alternativa de recipiente para o refrigerante da Coca-Cola. Essa embalagem reduz em 25% o espaço ocupado quando está cheia e, após o uso, por sua construção, permite o seu amassamento, reduzindo em 66% o espaço para o descarte.No mundo, a Coca-Cola consome

dezenas de milhões litros de água/ano. Em 10 anos, a empresa esti-ma, que esse número será dobrado (conforme um compromisso da companhia ela promete devolver para o planeta igual quantidade). Para não focar somente no sistema Coca-Cola, essa situação se aplica-ria a todos os fabricantes, na qual as oportunidades de mudanças sejam relevantes. Num futuro próximo, as empresas, por mais icônicas que sejam suas embalagens, não resistirão, na sequência, a pressões

da sociedade, do con-sumidor e, finalmente, da legislação. Vai che-gar a o dia em que as decisões ambientais de relevância não fica-rão apenas nas mãos dos fabricantes.

A terceira categoria é a mais desafiadora e a de maior potencial de inovação. A invenção de novas embalagens, tanto em seus tipos, materiais, processos e funções. Aqui justamente está a grande oportunidade para os cien-tistas e designers. Esta etapa exigirá, além de conhecimento novo, nova visão e mentalidade para mudanças dos padrões. Enfim, as embalagens precisarão ser reinventadas para o bem da humanidade.

As embalagens precisarão ser reinventadas para o bem da humanidade

*Lincoln Seragini é diretor-presidente da Seragini Brand Innovation.

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Ela é popular no mercado de bebidas e alimentos

especial embalagens de vidro

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indústria de alimentos e de bebidas é um importante negócio para o mercado de embalagens de vidro, que tem apresentado muitos desenvolvimentos tecnoló- gicos, visando atender a demanda do setor. Para a multinacional Verallia, o segmento de maior representa-tividade é o de garrafas para cervejas, no qual a empresa tem uma participação entre 30% e 35% do mercado total de embalagens de vidro. Paulo dias, diretor-comercial

da empresa, afirma que a indústria de vidros vem trabalhando forte no sentido de reinventar as embalagens. “temos lançado novas garrafas e potes que

valorizam e diferenciam os produtos dos nossos clientes. Podemos citar o lançamento da família de garrafas para sucos de uva integrais e da garrafa de leite”, afirma. outro ponto importante, segundo o executivo, é o impacto da

embalagem no meio ambiente. Em 2010, a Verallia lançou a linha de garrafas Ecova, inicialmente para vinhos, que são garrafas que mantêm os mesmos padrões estéticos e de qualidade das garrafas padrão, consumindo menos recursos na sua fabricação. “o conceito está sendo expan-dido para outros segmentos e vamos continuar até que toda nossa linha de produtos esteja adaptada a esse novo conceito”, diz.

a operação da multinacional americana owens-illinois no Brasil representa cerca de 60% das vendas na américa Latina e 9% do faturamento mundial.

do total de vendas, a divisão de alimentos representa 25%, cervejas 40%, alcoólicos 30% e farmacêuticos 5%. alexandre Macário, gerente de marke-ting e vendas para divisão de alimentos da owens-illinois Brasil, afirma que as embalagens de vidro existem há três mil anos e sempre estiveram associadas à segurança para o armazenamento, beleza e preservação do sabor e, é assim, até hoje. “Com o aumento do poder de compra da classe C, é interessante notar que em nosso País, o setor de alimentos e bebidas ainda é

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A embalagem de vidro tem um importante papel nesse segmento, no qual tem grande penetração, valorizando os produtos de consumo

aspiracional para grande parte do consumidor, fazendo com que a demanda por embalagens com maior valor agregado aumente ano após ano e a preferência tem sido por embalagens que propor-cionam maior shelf life, preservam as características originais e o sabor dos alimentos e bebidas e, tudo isso, com design”, destaca o executivo.

a brasileira Vidroporto também tem

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Paulo Dias, diretor-comercial da Verallia

Verallia desenvolve embalagens de vidro que valorizam os produtos

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vidro a produtos de qualidade supe-rior, e muitas vezes, o consumidor está disposto a pagar um pouco mais pelo produto que está envasado em uma embalagem de vidro”, opina dias, da Verallia. além disso, segundo o diretor-comercial, o vidro é trans-parente, inerte e impermeável, conservando melhor o odor e o aroma, pois não permite a entrada ou saída de nada após o processo de envase e fechamento. “E podemos ver exatamente o que vamos con-sumir”, conclui.

Uma das maiores dificuldades en-contradas pela indústria alimen-tícia é a comoditização entre os produtos de uma mesma categoria. “E uma das vantagens das embala-gens de vidro é que elas permitem

maior diferenciação do produto na gôndola, possibilitando ao consu-midor visualizar o que irá consumir, além de vislumbrar a qualidade do produto”, explica Macário, da owens-illinois. outras caracte-rísticas do vidro que auxiliam no crescimento desse nicho e que têm a escolha pelo produto em vidro são a possibilidade de retorno e de recicla-gem que o vidro oferece. “Um pote de vidro pode ser reutilizado, uma garrafa pode retornar ao engarrafa-dor sem haver qualquer ônus na fa-bricação de uma nova embalagem e o vidro é 100% reciclável”, ressalta.

Um case de sucesso da divisão de alimentos da o-i é o da Conservas olé, que até 2005, possuía apenas 5% de market share. “a empresa uti-lizava apenas lata em seu portfolio de vegetais, por este motivo, tinha dificuldade em praticar preços mais compatíveis com os custos e inves-timentos necessários à melhoria de qualidade de seu produto. Quando iniciamos o trabalho junto a olé, tínhamos como desafio desenvolver embalagens que se aproximassem

do custo da embalagem no tipo lata recravada, com tampa de fácil abertura e com visualização do conteúdo, diferenciação na gôndola, e conceitos como sustentabilidade e reutilização da embalagem te-riam que ser construídos junto aos consumidores”, explica.

“após o lançamento dos produtos com as embalagens de vidro o-i, posicionados cerca de 8% a 10% acima da média, foi possível notar que a olé, em cinco anos, passou de 5% para 13% de participação de mercado, crescimento acima da média da categoria. Esse aumen-to significativo chamou a aten-ção da concorrência que também passou a comercializar vegetais em embalagens de vidro, incluindo essa categoria em seus portfolios”, comemora Macário.

Tendências de uso da embalagem de vidro

Existem hoje uma tendência, ou uma busca de diferenciação dos produtos, e uma segmentação cada vez maior do mercado. “Por poder

no mercado de bebidas um impor-tante negócio desde a sua fundação. Hoje, os segmentos de cachaça e cerveja responde por 50% das vendas da empresa. “recentemente, ini-ciamos a produção de alguns itens destinados à indústria alimentícia e que vem demonstrando poten-cial para crescimento”, antecipa Gian Bortone, diretor de mercado da Vidroporto.

Já a nadir Figueiredo tem o foco de atuação no segmento de embalagem de vidro para o mercado de alimen-tos, como palmito, pepino, requeijão, conservas, doces e geleias. “Mais do que atender a demanda da indústria, a embalagem de vidro está acompa-nhando a evolução do consumidor. o consumidor atual é mais exigente. Quer ter garantia de qualidade no produto adquirido. E, além disso, dá atenção a questões mais amplas como a sustentabilidade”, conceitua Luiz Pontes, gerente de embalagens de vidro da nadir Figueiredo. “a indústria também está buscando a redução de custos e melhoria dos serviços”, complementa.

conTribuindo para o sucesso na gôndola

além de ser essencial ao produto, a embalagem de vidro tem ajudado no sucesso da comercialização de alimentos e bebidas. “o consumi-dor tem a consciência de que os produtos com melhor sabor estão na embalagem de vidro e os players do mercado, como aviação, danúbio, itambé e Latco sabem aproveitar a embalagem, seja entregando ao consumidor um copo diferen-ciado ou uma decoração atrativa”, enfoca Pontes.

Uma embalagem adequada é funda-mental para o sucesso do produto, mas é difícil atribuir um peso para cada um dos elementos do marke-ting mix. “a embalagem de vidro passa para o produto uma imagem premium, que não consegue ser replicada por nenhum outro mate-rial. associamos a embalagem de

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Gian Bortone, diretor de mercado da Vidroporto

Hoje os segmentos de cachaça e cerveja respondem por 50% das vendas

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INFORMAÇÕES

NADIR FIGUEIREDO tel.: (11) 2967-8800 | www.nadir.com.br

OWENS-ILLINOIS tel.: (11) 2542-8000 | www.oidobrasil.com.br

VERALLIA tel.: (11) 2246-7214 | www.verallia.com.br

VIDROPORTO tel.: (19) 3589-3199 | www.vidroporto.com.br

assumir uma infinidade de formatos diferentes, a embalagem de vidro atende perfeitamen-te a essa exigência. a imagem premium do vidro permite também que as em-presas reposicionem seus produtos, me-lhorando as mar-gens do negócio. Vamos ver cada vez mais produtos de melhor qualidade em embalagens de vidro mais leves, com design diferen-ciado”, enfoca o diretor-comercial da Verallia.

na opinião de Macário, da owens-illinois, a indústria vidreira está em um momento de se diferenciar, que não seja pelo preço. “desta forma, buscamos desenvolver embalagens que proporcionem um benefício extra. Por isso, apostamos em em-balagens exclusivas, reutilizáveis e que possam construir marcas e possibilitem identificar o produto a exemplo do que acontece com a Coca-Cola, tabasco, Água Perrier etc”, diz. “de acordo com o insti-tuto Faith Popcorn’s Brainreserve, há cinco fatores que direcionarão o consumo de alimentos e bebidas nos próximos anos do ponto de vista do

consumidor final: sustentabilidade, estilo de vida, segurança, saudabili-dade e conveniência, e a o-i acredita que as embalagens de vidro possuem características que permitem aos produtos embalados encaixarem-se em todas elas”, conclui.

“as tendências de sustentabili-dade, de proteção ao produto, da total condição de reciclagem, da manutenção das características principais de bebidas e alimentos evidenciam que a embalagem de vidro continuará crescendo de acor-do com o bom potencial brasileiro de desenvolvimento”, garante Bortone. “devido à melhoria nas condições de compras dos consumidores e, como consequência, o aumento no grau de exigência na qualidade de bebidas e alimentos, alguns itens que, no passado, migraram para outros tipos

de embalagens com custos inferiores, notamos um movi-mento visando ao retorno da utilização de frascos e garrafas de vidro”, prevê o diretor de mercado.

Para o gerente de embalagens de vidro da nadir Figueiredo existe a tendência da segmentação. “todo material tem e terá seu espaço, mas o vidro ganha força com a Política nacional de resí-duos sólidos e com a maior conscien-tização do consumidor. a tendência é o crescimento de produtos emba-lados em vidro. o que já podemos ver em países desenvolvidos, como a alemanha”, finaliza. (M.H.)

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Alexandre Macário, gerente de marketing e vendas para divisão de alimentos da Owens-Illinois Brasil

Apostamos em embalagens exclusivas, reutilizáveis e que possam construir marcas

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Instituto Beleza Natural, especializado em estética e salões de cabeleireiros para atender cabelos cacheados, que, mais tarde, lançou a empresa de cosméticos Cor Brasil. Essas iniciativas começaram por volta de 1995. Depois outras empresas, também do Rio de Janeiro, do polo de Nova Iguaçu, como Niely (linha Afro) e Embeleze investiram em linhas específicas.Em São Paulo, no polo de Diadema, a Amend desenvolveu a linha Gold Black e a Nazca, de São Bernardo do Campo, apresentou a linha Origem e a linha Sfera para alisamento e coloração. A Niasi lançou um produto na mesma linha, o FluidGel. Nem na região Nordeste do Brasil, há produtos com esse apelo!O interessante é que a grande maioria dos produtos se apresenta de forma tímida. Somente a Niely utiliza a palavra afro na comunicação da embalagem. Outras marcas usam a foto de uma modelo negra ou morena. Os demais colocam apenas “para pele morena” sem explicar ou explorar. Seria preconceito ou medo de uma repercussão negativa? Impressiona o fato de só encontrarmos um desodorante (Rexona) e nenhum curativo para pele escura nem uma cera depilatória, entre tantos produtos, que poderíamos pensar. Há uma enorme oportunidade de mercado! Quem apostar sairá na frente.

artigo

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO*

PRODUTOS ÉTNICOSNO PAÍS DA DIVERSIDADE CULTURAL

Há muito tempo, andando num centro comercial, em Essen, na Alemanha encontrei uma loja de produtos pessoais (quase uma perfumaria) que só

comercializava produtos para negros. O fato chamou-me atenção, pois aqui no Brasil nunca havia visto loja com tal propósito. Desde então, sempre observo algumas iniciativas para atender grupos étnicos definidos. Na França, há lojas que vendem produtos para imigrantes do Oriente Médio, judeus, entre outros. Nos Estados Unidos, também podemos encontrar o comércio de produtos regionais ou para imigrantes hispanos, muçulmanos, judeus e outras minorias.No Brasil, existem algumas lojas de produtos importados, que atendem consumidores que gostam de produtos diferenciados, ou em alguns bairros específicos, como o da Liberdade, em São Paulo, onde o comércio atende a colônia nipônica e outros orientais aqui radicados.No máximo, encontramos, na periferia, as lojas de “produtos do norte” ou “nordestinos” para atender os migrantes. Elas se resumem a entregar alguns produtos alimentícios regionais, grande parte in natura, temperos e algumas bebidas, como a cajuína ou as cachaças regionais.No censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou-se que o Brasil tem 190.755.799

habitantes, dos quais 14.517.961 são pretos e 82.277.333, pardos. Fato confirmado pelo simples olhar na maioria das nossas ruas. Porém, quando chegamos às gôndolas, os produtos oferecidos não refletem essa diversidade.A população negra (ou afrodescendente) cresce em importância à medida que aumenta a sua renda salarial. Essa conquista veio em grande parte pela possibilidade que muitos deles tiveram de melhorar a escolaridade com iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) criado pelo governo federal, em 2004, que concede bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica em instituições privadas de educação superior. E, claro, pelo esforço de gente valorosa e trabalhadora.Quando observamos a categoria de produtos pessoais, não vemos refletido esse crescimento. É a categoria que mais cresce e na qual, com certeza, caberiam produtos específicos, uma vez que a pele e os cabelos afros demandam cuidados específicos.Muitas empresas usam o slogan “visão global, atendimento local”, porém poucas oferecem produtos para esse público tão representativo no Brasil. A Unilever foi uma das primeiras a lançar um creme hidratante para pele morena. Recentemente, a Garnier também lançou um produto similar. Poucas empresas têm sabonetes específicos. Só encontramos um desenvolvido pela Colgate Palmolive.

Muitas empresas nacionais, mais atentas,

entenderam e começaram a produzir produtos dedicados. Um grande e pioneiro exemplo foi o do

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* Assunta Napolitano Camilo é diretora do Instituto de Embalagens e da consultoria FuturePack

Considerando a nossa diversidade étnica e o que encontramos nas nossas prateleiras, constatamos que há muito espaço para quem se propor a atender os diferentes grupos

A grande maioria dos produtos étnicos se apresenta de forma tímida

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notas técnicas

CONJUNTO TAMPOGRÁFICO

A Wutzl desenvolveu um conjunto tampográfico para impressão de tampas PET com capacidade de produção de até 18 mil peças/hora. É equipado com pré-tratamento de superfície por efeito corona e sistema de alimentação inovador e eficiente. Possui funcionamento suave em um conjunto compacto.

WUTZL Sistemas de Impressão Ltda.Tel.: (11) 2457-4247 | [email protected]

MÁQUINA TERMOFORMADORA

A máquina termoformadora Speedformer KMD 80 da Kiefel representa uma abordagem totalmente atualizada no projeto de uma nova geração de máquinas.

Este novo conceito permite aos clientes uma redução nos custos de produção de componentes termoformados em até 10%. Isto é possível graças à recuperação de energia e consequentemente um consumo de energia menor, velocidade operacional

material dependente de até 65 ciclos por minuto, redução de consumo de material por meio da utilização otimizada da área de moldagem e um sistema inovador de transporte de filme que utiliza uma área de 600 x 800 mm. Um moderno sistema de controle integrado é usado com o Simotion fornecido pela Siemens. Esse sistema integrado para posicionamento e um CLP colocado dire-tamente no servo oferecem um mínimo de ciclos/tempo com resultados funcionais otimizados.

KIEFEL do Brasil Equipamentos Ltda. Tel.: (11) 3033-5910 | www.kiefel.com.br

IMPRESSORA

Ideal para pequenas e médias empresas, a impressora VersaCAMM VS-300 da Roland apresenta saída de impressão de 76 cm. Entre os benefícios estão impressão e recorte integrados, ou seja, as duas operações são realizadas pelo próprio equipamento, de forma automática. Com isso, embala-gens, cartazes, cardápios, convites, folhetos, banners, fotos, etiquetas e outros impressos saem da impressora completamente acabados e com definição de 1440 dpi. Possui novo sistema de rebobinamento automático e produção de trabalhos com impressão e recorte de contorno em um único dispositivo, cabeça de impressão de oito canais.

ROLAND DG.www.rolanddg.com.br

SISTEMA DE PROTEÇÃO E MEDIÇÃO

O sistema de proteção e medição Psenvip da Pilz monitora com ótica, baseada em LED, todo processo de dobragem. Instalado na parede superior da dobradeira, o sistema identifica o menor corpo estranho até 2 mm - no campo de proteção entre a unidade de transmissão e de recepção, permitindo um trabalho produtivo com toda segurança. Para isso, o Psenvip registra os dados de comando relevantes na operação de dobra: não apenas a chapa é identificada, mas também o ângulo de flexão é determinado automaticamente e visualizado por uma indi-cação em display integrada. Pode ser aplicado com sistemas de comando programáveis PSS ou com o sistema de segurança multifuncional PNOZmulti.

PILZ do Brasil Sistemas Eletrônicos de Segurança e Automação Industrial Ltda. Tel.: (11) 4126-7290 | [email protected]

IMPRESSORA PORTÁTIL DE ETIQUETAS

Fornecedora global de soluções para im-pressão de etiquetas e recibos, a Datamax O´Neil apresenta a RL4, uma impressora portátil de etiquetas desenvol-vida para atender as necessi-dades de operadores logísticos e da indústria em geral, com ênfase para alimentos, me-dicamentos, eletroeletrônica etc. Oferece maior largura útil de impressão com 4”, além de facilidade para usar e vem pronta para integração com outras linguagens de códigos de barras e protocolos de co-municação, dispensando longo período para reprogramações e facilitando a opção por essa nova tecnologia. Permite o uso em cintos ou instalada em empilhadeiras e carrinhos.

DATAMAX O´NEIL Corporation. Tel.: (11) 3825-0690.

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notas técnicas

INJETORA

A injetora BS200, da linha Sinitron-Borchê, comer-cializada pela Meggaplástico, possui servomotor que proporciona até 80% de economia de energia. Ela pode ter três especificações diferentes (A/B ou C). Possui também unidade de injeção com diâmetro do parafuso de 45, 50 ou 60 m e opera com volume máximo de injeção de 389, 481 e 692 cm3; peso máximo de injeção de 365, 452 e 650 g em poliestireno; velocidade de injeção de 110 mm/s; pressão máxima de injeção 2180, 1760 e 1230 kg/cm3 e curso d e 245 mm. No conjunto de fechamento destacam-se a fabricação com joelheiras duplas convergentes, com cinco pontos de articulações cada, combinando altas velocidades de fechamento e abertura com grande suavidade de travamento. Admite força de fechamento de 200 toneladas.

MEGGA Tecnologia Com. Máquinas Ltda. Tel.: (11) 5180-3555 | [email protected]

CAIXA PLÁSTICA COM ALTURA DIFERENCIADA

Desenvolvida pela Unipac para ser encaixada em qual-quer tipo de palete padrão, a caixa plástica 6450 possui

altura de 500 mm. Por ter formato cônico na dimensão padrão de 600 x 400 mm, ela facilita o empilhamento e amplia a capacidade de armazenagem e movimentação

(até 20 kg), atendendo diversos segmentos industriais. Esse formato cônico também facilita a logística reversa, pois

possibilita o encaixe de várias caixas, uma dentro da outra, ocupando menor espaço para retorno. Conta ainda com tampa que pode ser lacrada para evitar a entrada de água e pó e possibilita o uso de cintas de amarração para maior segurança logística.

UNIPAC – Grupo Jacto. Tel.: (11) 4166-4260 | www.unipac.com.br

SOPRADORA AUTOMÁTICA DE PET

A sopradora Romi PET 230 automática com duas cavidades é indicada para sopro de preformas com alta produção de frascos e garrafas para linha de bebidas, cosméticos, limpeza e frascos de uso geral. Pode operar com capacidade de produção de frascos e garrafas de até 3 litros. A máquina foi apresentada

durante a Brasilplast, em março último, operando com preformas de PET de 17 gramas para garrafas de não

carbonatados até meio litro, com produção estimada de 2600 garrafas/hora.

Indústrias ROMI S/A. Tel.: (19) 3455-9000 | [email protected]

CODIFICADORA A LASER

Compacta, a codificadora a laser Videojet Laser 3010 CO2 dispõe de sistema intuitivo com interface sensível ao toque que permite a criação de mensa-gens de maneira fácil e rápida. É mais leve codificadora laser do mercado, pesando ape-nas 7 kg. Pode marcar textos alfanuméricos, dados variáveis (número de série, data, hora, turno, datamatrix 2D), códigos de barra, logos, símbolos e ele-mentos gráficos em diversos produtos como etiquetas, em-balagens de papelão ou cartão, papel, plástico, vidro e madeira. Dependendo da lente utilizada, o campo de marcação pode ser de até 126x87 mm de área dis-ponível. A instalação e integra-ção são feitas de forma rápida e fácil, tanto com um sistema autônomo em um suporte mó-vel ou diretamente utilizando suportes opcionais.

VIDEOJET do Brasil Comércio de Equipamentos Industriais Ltda. Tel.: (11) 4689-7273 | www.videojet.com

IMPRESSORA UV

A Dotrix Modular da Agfa é um equipamento UV com tecnologia de jato de tinta e entrada com bobina que atende as necessidades do setor gráfico comercial e de embalagens. Flexível, a impressora permite configurações variadas, podendo trabalhar com padrão quatro cores CMYK, como com a expansão para seis cores (adicionando o laranja e o violeta). Essa mistura de cores permite atingir 90% dos tons especiais Pantone. É possível ainda trabalhar com uma quinta unidade para cores especiais, como prata, dourado, ou ainda, branco. Opera com velocidade de 32 m/min e largura de impressão máxima de 63 cm.

AGFA GEVAERT do Brasil Ltda. Tel.: (11) 4745-8360 | [email protected]

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notas técnicas

ADITIVO PARA ESPUMAS DE POLIURETANO

O aditivo Tegostab® B 8247 da Evonik é um estabilizador versá-til e de alta potência com carac-terísticas de processabilidade superiores. Isso proporciona excelente compatibilidade para vários padrões de espumas fle-xíveis com retardantes de cha-mas. É recomendado para for-mulações sensíveis a defeitos como, por exemplo, rachos.

EVONIK Degussa Brasil Ltda. Tel.: (11) 3146-4170 | www.evonik.com.br

ENVASADORA

A envasadora, modelo PR4000, da Pro-máquina, foi desenvolvida para envase de produtos líquidos e viscosos em embala-gens de gotas. Possui dosagem eletrônica que possibilita ótima precisão, set-up rápido sem ferramentas e com troca simples de formato e interface eletrônica homem-máquina. As tampas são alimentadas de fora para dentro e dessa forma não criam movimentação interna de partículas no equipamento. O avançado sistema de torque magnético na aplicação da tampa de rosca permite maior segurança no processo.

PROMÁQUINA Indústria Mecânica Ltda. Tel.: (11) 3686-6722 | [email protected]

MÁQUINA DE INJEÇÃO-ESTIRAMENTO E SOPRO

A máquina de injeção-estiramento e sopro, da Aoki, possui sistema de reciclagem de ar que armazena o ar de sopro usado em um tan-

que e o reutiliza como ar de operação, além de sistema de ciclo rápido que abre ou fecha simultaneamente o molde injeção de preformas a fim de reduzir o ciclo seco em aproximadamente 2 segundos. O molde de sopro reforçado pode resistir à pressão de até

3Mpa, permitindo a moldagem de embalagens de formatos bastante complexos. A pressão de injeção 25% maior permite uma estabilidade

de processo na injeção de preformas de paredes finas de até 1,9 mm. Um sistema traz a unidade de sopro para fora da máquina, facilitando a troca de moldes. Isto previne danificações nos moldes e torna as trocas muito mais simples.

AOKI TECHNICAL LABORATORY BRASIL Ltda. Tel.: (11) 4071-4385 | [email protected]

SOFTWARE DE GESTÃO

O módulo de orçamento do softwa-re de gestão Webgraf Light da Cal-cgraf promete ajudar as gráficas a tirarem o melhor proveito de seus contatos com clientes e possíveis clientes, agilizando a elaboração e o envio de orçamentos. Autoexpli-cativo, o sistema guia o usuário no preenchimento das informações, tanto cadastrais quanto sobre os serviços que a empresa realiza. Feito isso, o usuário já pode fazer seu primeiro orçamento.

CALCGRAF Informática e Consultoria Ltda. Tel.: (11) 3885-0500 | www.calcgraf.com.br

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legislação e a programas específicos.

Dada a importância social da reciclagem de embalagem, esse assunto merece, por parte da sociedade brasileira, das entidades governamentais e, especialmente, das prefeituras, que são o poder público mais próximo dessa questão, uma maior preocupação e um tratamento condizente aos importantes benefícios que a reciclagem pode trazer para o meio ambiente e para toda a sociedade.

A preocupação com o destino dessa população carente precisa estar presente em todas as iniciativas que propõem soluções para essa questão, seja na forma de legislação ou ações governamentais, para que elas não se vejam, de repente, privadas de seu sustento.

O Brasil tem muito a ganhar com a reciclagem de embalagens, tanto do ponto de vista ambiental, como também, principalmente, do ponto de vista social.

informe publicitário

FABIO MESTRINER*

A IMPORTÂNCIA SOCIAL DA RECICLAGEM DA EMBALAGEM

Felizmente, já existe, nos meios empresariais brasileiros, a compreensão da importância da embalagem para agregar valor e melhorar a competitividade de

seus produtos. A sociedade de consumo em nosso país também já se conscientizou dessa importância, pois 86% dos gêneros alimentícios e produtos de higiene e limpeza são comercializados no sistema de autosserviço, no qual a embalagem desempenha um papel preponderante. Mesmo assim, a embalagem tem sido vítima de ataques violentos, desferidos de todos os lados, com ou sem fundamento.

É preciso colocar esse debate num patamar mais qualificado de discussão e lembrar que a embalagem existe para atender as necessidades e os anseios da sociedade, e ela pode perfeitamente desempenhar seu papel sem agredir o meio ambiente, com uma gestão adequada de seu pós-consumo. Os países mais desenvolvidos já desenvolveram soluções bastante eficientes para a destinação de suas embalagens.

Devemos nos preocupar com esse tema, pois ele entrou na pauta para ficar e vem ganhado importância entre as preocupações dos consumidores, mas a indústria de embalagem e as empresas usuárias precisam afirmar sempre a função social da embalagem e lembrar aos consumidores que a embalagem responde por menos de 10% do impacto ambiental dos alimentos, segundo revelou um estudo realizado com a indústria de alimentos da Inglaterra.

Devemos focar na sustentabilidade do “produto” e não da embalagem isoladamente. Uma grande multinacional que não permitiu citá-la nominalmente realizou um estudo abrangente com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 de todos os seus produtos e descobriu que a embalagem representava apenas 1% das emissões. Essa descoberta fez com

que ela focasse em seus produtos e não nas embalagens. É preciso mudar o foco das discussões sobre sustentablidade que colocam a embalagem como elemento nocivo ao meio ambiente.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) pretende promover a melhor gestão dos resíduos sólidos urbanos, na qual a embalagem está incluída. Também será encaminhada, nessa legislação, uma questão crucial, que é a coleta seletiva e o encaminhamento do que foi coletado para reciclagem adequada pela indústria.

Agora, falta à sociedade brasileira se conscientizar da importância social da reciclagem de embalagens. Trata-se de uma atividade capaz de gerar uma enorme quantidade de valor, trabalho e renda para pessoas sem qualificação profissional que obtêm o seu sustento do recolhimento de embalagens vazias, que são comercializadas para depósitos de sucatas.

Estudos recentes indicam que o número de catadores espalhados pelo Brasil está quase alcançando a casa de um milhão de pessoas. Essa atividade impulsionada pelo trabalho de centenas de cooperativas, ongs e entidades, que procuram instrumentalizar e ajudar o trabalho dessas pessoas, vem ganhando contornos bastante expressivos do ponto de vista social.A Escola Superior de Propaganda (ESPM) criou um curso para ensinar os conceitos corretos sobre a sustentabilidade como forma de contribuir para a elevação da qualidade desse debate.Responsável pela organização e representação da indústria de embalagem, a Associação Brasileira de Embalagem (Abre) acompanha de perto esse movimento e possui um Comitê de Meio Ambiente e Sustentabilidade que atua nessa área, propondo soluções e interagindo com as entidades públicas e governamentais nas questões ligadas à

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*Fabio Mestriner* é coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem – ESPM, professor do curso de pós-graduação em Engenharia de Embalagem – Mauá e coordenador do Comitê de Estudos Estratégicos – ABRE

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painel de negócios embalagens, máquinas, equipamentos e acessórios

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PBEditora Banas66 Editora Banas

índice de anunciantesíndice de anunciantes

página empresa site página empresa site

55 ............. ABEAÇO ..........................................www.abeaco.org.br

3ª Capa .... ABRE ....................................................www.abre.org.br

59 ............. ANUGA ................................................ www.anuga.com

15 ............. ATCO .................................................. www.atco.com.br

41 ............. BOX PRINT .....................................www.boxprint.ind.br

21 ............. BP FILMES ..................................www.bpfilmes.com.br

4ª Capa .... BRASKEM ...................................www.braskem.com.br

57 ............. COGNEX .................................www.cognex.com/plusid

61 ............. EMBALA SP ..........................www.expoembala.com.br

49 ............. FESTO ...............................................www.festo.com.br

65 ............. IGARATIBA ..................................www.igaratiba.com.br

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65 ............. INTERTEC ........................... www.intertecequip.com.br

35 .............. METALGRÁFICA RENNER. .www.metalgraficarenner.com.br

39 ............. MILLIKEN...........................www.millikenchemical.com

65 ............. MOLTEC .........................................www.moltec.com.br

14 ............. NEO ALUMINIO .....................www.neoaluminio.com.br

31 ............. PAKTECH ..................................www.paktech-opi.com

23 .............PH-FIT ................................................... www.ph-fit.com

40 ............. REDUTEP ..................................... www.redutep.com.br

45 ............. SELOVAC .....................................www.selovac.com.br

5 ............... SIG COMBIBLOC.............................. www.sig.biz/brasil

62 ............. STRAPET ....................................... www.strapet.com.br

34 ............. TECHNOPACK ........................www.technopack.com.br

62 ............. TRANSERG ................................. www.transerg.com.br

2ª Capa .... VERALLIA ......................................www.verallia.com.br

13 ............. VIDEOJET ..........................................www.videojet.com

34 ............. VIDROPORTO ...........................www.vidroporto.com.br

.................. EMBALAGENS ...www.institutodeembalagens.com.br

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