revista ntu urbano ed. 1
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Revista NTU Urbano Ed.: 1TRANSCRIPT
Ano 1, nº 1Jan / Fev 2013
ntu.org.br
Brasil vai inaugurar 250 km de BRT em 2014
Sete capitais se preparam para operar os novos sistemas. Mais mil quilômetros devem ser implantados até 2016 18
EduArdo PAEs,
PrEfEito rEElEito
do rio dE JAnEiro,
concEdE
EntrEvistA
ExclusivA
08
EmPrEsAs dE
trAnsPortE PodEm
AdErir Ao sEguro
PArA motoristAs A
bAixo custo
16
A vErdAdE
inconvEniEntE
sobrE os AumEntos
dAs tArifAs do
trAnsPortE
colEtivo urbAno
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ISSN: 2317-1960
2 Revista NtU URbaNo
É assim quea sua empresa enxerga quem utiliza os cartões de benefícios tarifários?Então chegou a horade usar o Sigom Vision.
A utilização indevida dos benefícios tarifários ocorre em aproximadamente 25% das transações pagas por meio de cartões de gratuidade. Para acabar com esse problema, operadores de transporte da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro já trabalham com o Sigom Vision. E você, o que está esperando para aumentar o seu faturamento utilizando tecnologia de ponta?
SIGOM VISION . O reconhecimento facial confiável que faltava para a sua empresa.
5 5 3 1 3 5 1 6 5 2 0 0W W W. E M P R E S A 1 . C O M . B R
Revista NtU URbaNo 3
É assim quea sua empresa enxerga quem utiliza os cartões de benefícios tarifários?Então chegou a horade usar o Sigom Vision.
A utilização indevida dos benefícios tarifários ocorre em aproximadamente 25% das transações pagas por meio de cartões de gratuidade. Para acabar com esse problema, operadores de transporte da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro já trabalham com o Sigom Vision. E você, o que está esperando para aumentar o seu faturamento utilizando tecnologia de ponta?
SIGOM VISION . O reconhecimento facial confiável que faltava para a sua empresa.
5 5 3 1 3 5 1 6 5 2 0 0W W W. E M P R E S A 1 . C O M . B R
novinha em folhapretende expandir as boas práticas do setor, disseminar conhecimento, incentivar a troca de experiências e discutir as novas tendências e solu-ções para o transporte público.
Nesta primeira edição, a Revista NTU Urbano apresenta um panora-ma dos principais temas em debate atualmente. A matéria de capa discorre sobre os sistemas BRT pre-vistos para serem inaugurados até a Copa do mundo. A expectativa do setor é que esses projetos se tornem o início de uma nova era na mobili-dade urbana brasileira.
Também poderão ser conferidas matérias sobre as boas práticas ado-tadas por empresas de transporte público, a opinião de colunistas que vão colaborar em cada edição, uma entrevista com prefeito do Rio de Janeiro sobre o sucesso do BRT já em operação e alguns fatos em destaque no transporte público do Brasil e do mundo.
Acreditamos estar diante de um instrumento que, além de contribuir para o desenvolvimento de uma mo-bilidade urbana de maior qualidade e eficiência, vai estimular um debate necessário e urgente sobre as ações a serem adotadas para melhorar a qua-lidade de vida de todos os brasileiros.
Boa leitura!
Em 1992, a NTU lançou a pri-meira edição do informati-vo NTU Urbano. Ao longo desses anos, o periódico
levou aos leitores as principais in-formações acerca do setor de trans-portes urbanos. Foram 180 edições. Cerca de três mil notícias. Mais de um milhão de impressões.
Quando o primeiro número foi lan-çado, os leitores eram apenas os empresários e gestores das empre-sas de transporte público urbano. A lista não passava de 500 destinatá-rios. Aos poucos, o informativo foi ganhando popularidade e conquis-tando novos públicos. Hoje, mais de 10 mil pessoas recebem a publi-cação e cerca de 1.800 a acessam digitalmente no site da associação.
E com o tempo, ele foi adequando o seu formato e conteúdo aos anseios e expectativas dos seus leitores. De preto e branco a colorido, de tabloide a compacto, de setorial a nacional. Após 20 anos, é chegado o momento de o periódico se ajustar ao formato de revista para propor-cionar ao seu público um acesso mais completo às ações e informa-ções que cercam transporte público urbano brasileiro.
A publicação passará a ter periodi-cidade bimestral e vai trazer maior diversidade de assuntos. A revista
EdiToRial
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SUMÁRio
OpiniãO da nTU OtávIO vIeIra Da CuNha FIlhO
A verdade inconveniente sobre os aumentos das tarifas do transporte coletivo urbano
enTReviSTaEduardo Paes, prefeito reeleito do Rio de Janeiro, fala sobre
o BRT carioca, suas vantagens, resultados e perspectivas.
BOaS pRÁTiCaS12 Saúde e bem-estar para trabalhadores do transporte público
14 Transporte coletivo investe em sustentabilidade
nTU eM aÇãOEmpresas podem aderir ao seguro para motoristas a baixo custo
CapaBrasil vai inaugurar mais de 250 quilômetros de BRT em 2014
MOBiLidade SUSTenTÁveLIntegração entre bicicleta e transporte público já se torna realidade no país
SeGURanÇa viÁRiaAlerta nos corredores de BRT do Rio de Janeiro
aCOnTeCe naS eMpReSaSAliança Transportes coleciona prêmios por valorização do trabalhador
paRada OBRiGaTÓRiaFique por dentro das novidades do setor de transporte urbano
diÁLOGO TÉCniCO POr aNDré DaNtaS
A efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana
peLO MUndOConheça as novidades e soluções de mobilidade adotadas mundo afora
eMBaRQUe neSSa ideia POr luIS aNtONIO lINDau
Um futuro promissor para o transporte urbano
aRTiGO POr euDO laraNjeIraS COSta
Sem mobilização não há mobilidade
pOnTO de ÔniBUS POr aDamO BazaNI
Jovens americanos adotam o transporte público como estilo de vida
#nTUReCOMendaDicas de livros, sites, aplicativos e vídeos sobre transporte
Diretoria executiva
otávio vieira da cunha Filho
Presidente
Marcos Bicalho dos Santos
Diretor Administrativo e Institucional
andré Dantas
Diretor Técnico
SAUS Q. 1, Bloco J, Ed. CNT 9º andar, Ala A
Brasília - DF CEP 70.070-944
Tel.: +55 61 2103-9293
E-mail: [email protected]
Site: www.ntu.org.br
Editora responsável
Bárbara renault (DF 7048 JP)
Editora assistente
Hellen tôrres (DF 9553 JP)
Colaboradora
Maria carolina lopes
Diagramação
Duo Design
Impressão
Gráfica executiva
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SiGa a Ntu NaS reDeS SociaiSwww.twitter.com/ntunoticias
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6 Revista NtU URbaNo
opinião da nTU
Os aumentos das tarifas do transporte coletivo urbano são simplesmen-te o resultado do ciclo
vicioso que ocorre porque o trans-porte público torna-se cada vez menos competitivo em relação ao transporte privado e atrai cada vez menos passageiros pagantes, que dividem custos crescentes. Ciclo este perpetuado e negligenciado ao longo dos últimos anos. Essa é uma verdade que poucos entendem e/ou querem entender, principalmente, porque ela é ao mesmo tempo com-plexa e desafiadora.
A complexidade decorre das re-lações de interdependência entre os custos dos insumos, número de passageiros pagantes, processo de desenvolvimento urbano e a atra-tividade do modo de transporte privado. Por outro lado, o caráter desafiador refere-se à dificuldade de implantar uma política pública de longo prazo para o transporte co-letivo urbano. Obviamente, essa si-tuação gera um reflexo direto sobre os valores das tarifas, pois os opera-dores do transporte coletivo urbano têm que alcançar o equilíbrio eco-nômico-financeiro para manter os serviços ofertados à população.
Em termos práticos, existem diver-sos indicadores que demonstram a existência, perpetuação e negligên-cia em relação a esse ciclo vicioso. Segundo levantamento da NTU, rea-lizado em 2012, nos últimos 17 anos
Autor: otávio vieira da cunha Filho (*)
A verdade inconveniente sobre os aumentosdas tarifas do transporte coletivo urbano
a tarifa média nacional ponderada aumentou 36%. Diversos fatores contribuíram para esse aumento, entre eles, a redução de mais de 25% da quantidade de passageiros trans-portados; o nível de gratuidades, que alcançou média nacional de 25% dos passageiros; e, a incidência de carga tributária de 22% do valor da tarifa. Paradoxalmente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revela que os subsídios dire-tos ao transporte individual são 11 ve-zes maiores do que aqueles conce-didos ao transporte público urbano.
São Paulo e do Rio de Janeiro que os aumentos das tarifas não fossem realizados, pois contribuiriam signi-ficativamente para o impacto infla-cionário indesejado.
Assim como Al Gore, que apontou para a necessidade de encarar as evidências do aquecimento global e as consequências potencialmente devastadoras, a verdade inconve-
* otávio cuNHa é presidente
executivo da Associação
Nacional das Empresas de
Transportes Urbanos (NTU)
Infelizmente, essa verdade inconve-niente e os fatos que demonstram o ciclo vicioso são colocados em segundo plano no debate com a sociedade. Frequentemente, o foco é o índice de reajuste da tarifa, que é sempre questionado e considerado injusto, pois contribui para o au-mento dos custos de deslocamen-tos das famílias brasileiras. Con-forme foi amplamente noticiado pela imprensa, a Presidenta Dilma Rousseff solicitou aos prefeitos de
niente sobre os aumentos das tarifas dos ônibus precisa ser enfrentada sem hipocrisia. Enquanto não esti-vermos dispostos a criar um ciclo virtuoso para o transporte coletivo urbano, estaremos tropeçando nos aumentos da tarifa e em reclama-ções de todas as partes. A criação de um ciclo virtuoso depende dire-tamente da priorização do trans-porte público associada a políticas de redução de impostos e tributos incidentes sobre a tarifa.
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8 Revista NtU URbaNo
“um sonho de décadas”
Fotos: João Paulo engelbrecht e Divulgação Prefeitura do rio de Janeiro
EnTREviSTa
NESTA ENTREvISTA ExClUSIvA AO Ntu urBaNo, O PREFEITO REElEITO DO RIO DE JANEIRO, eDuarDo PaeS, ExPlICA OS MOTIvOS PARA A
ESCOlHA DO BRT E SUAS vANTAGENS, RESUlTADOS E PERSPECTIvAS.
Quando assumiu a pre-feitura do Rio de Ja-neiro em seu primeiro mandato, em 2009,
um dos primeiros atos de Eduardo Paes à frente da cidade foi come-çar a desenhar um plano para im-
plantação do bilhete único para os transportes. Era apenas o primeiro passo para uma grande cami-nhada, que já enxergava o Rio de Janeiro como uma das principais cidades participantes dos grandes eventos nacionais.
Revista NtU URbaNo 9
EnTREviSTa
nTU URBanO – pOR QUe O BRT FOi eSCOLhidO COMO apOSTa paRa MeLhORaR a MOBiLidade URBana nO RiO de JaneiRO?eDuarDo PaeS - A escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 surgiu como uma janela de oportunidades para realizar proje-tos que nunca saíram do papel e que são fundamentais para melhorar a mobilidade urbana da cidade. Ao mesmo tempo, há a questão do pra-zo. Estamos aproveitando os Jogos Olímpicos para fazer o que a cidade precisa dentro do cronograma esta-belecido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). As obras do BRT são muito mais rápidas do que as do metrô, por exemplo, e o custo é bem menor. Até 2016, o Rio contará com quatro corredores exclusivos para ônibus articulados, que vão integrar toda a cidade: Transoeste (que já está em funcionamento desde julho de 2012), Transcarioca, Transolímpi-ca e Transbrasil.
Além de receber alguns jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, o Rio de Janeiro também será sede dos Jogos Olímpicos de 2016, receberá a Jornada Mundial da Juventude (este ano), foi sede dos Jogos Mundiais Militares (2011) e também da Conferência Rio + 20 (2012). O desafio era, e continua sendo, bem claro: oferecer trans-porte de qualidade tanto para a população da cidade como também para grupos de estrangeiros, que es-tão acostumados a uma mobilidade urbana eficiente e com capilaridade.
A aposta no BRT (trânsito rápido de ônibus, na sigla em inglês) já se mos-trou acertada: com a inauguração do Transoeste e a implantação dos corredores exclusivos em diversas partes da cidade, o índice de apro-vação da população em relação a estas medidas alcançou 90%. Ao final de sua gestão, a cidade terá mais de 150km de BRT e corredores exclusivos, que serão responsáveis pela integração total dos transpor-tes na cidade, “um sonho de déca-das”, na opinião do prefeito.
“AS OBRAS DO BRT
SãO MUITO MAIS
RáPIDAS DO QUE
AS DO METRô, POR
ExEMPlO, E O CUSTO
é BEM MENOR. ATé
2016, O RIO CONTARá
COM QUATRO
CORREDORES
ExClUSIvOS
PARA ôNIBUS
ARTICUlADOS, QUE
vãO INTEGRAR TODA
A CIDADE..”
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EnTREviSTa
nTU URBanO – QUaiS aS pRinCipaiS vanTaGenS da adOÇãO dO BRT peLO RiO de JaneiRO?PaeS - Além da questão do custo e do curto prazo das obras, o BRT produz um efeito altamente positivo para a cidade: regiões por onde passam os corredores expressos se transformam em novos polos de desenvolvimento residencial e econômico. A implan-tação dos BRT, que têm capacidade média para 140 passageiros por viagem, permite também a retirada gradual dos ônibus comuns das ruas. Com a redução da frota, os engarrafa-mentos serão menores e a mobilidade da população maior.
nTU URBanO – QUe TipO de ReSULTadOS JÁ FORaM OBTidOS a paRTiR da iMpLanTaÇãO dO BRT TRanSOeSTe?PaeS - A Transoeste liga os bairros de Campo Grande e Santa Cruz à Barra da Tijuca, num total de 56km, em que os passageiros costuma-vam sofrer em longos congestio-namentos. Com a implantação do BRT, que atualmente transporta 78 mil pessoas por dia, houve uma re-dução de 50% no tempo do trajeto. Uma pesquisa apontou um índice de 90% de satisfação dos usuários. Outro aspecto importante é o am-biental. Hoje, há menos veículos circulando na região porque as pessoas preferem usar o BRT, que ainda emite menos gases poluentes por ser movido a biodiesel.
nTU URBanO – JÁ exiSTe inTeRaÇãO enTRe O BRT e OUTROS MOdaiS de TRanSpORTe URBanO?PaeS - A Transoeste está integrada ao sistema de trens em Santa Cruz, rece-be os passageiros dos ônibus das li-
nhas alimentadoras dos diversos bair-ros da Zona Oeste, e estará conectada com a Transolímpica e a Transcarioca e com a linha 4 do metrô.
nTU URBanO – O RiO aTUaLMenTe TeM UM COMpLexO SiSTeMa de TRanSpORTe púBLiCO, COnTandO COM BaRCaS, ÔniBUS, BRT, MeTRÔ, BOnde, enTRe OUTROS. QUaL a iMpORTânCia dO BRT denTRO deSSe SiSTeMa e COMO Se dÁ a inTeRaÇãO enTRe OS diveRSOS MOdaiS?PaeS - O sistema de BRT será res-ponsável pela integração total dos transportes na cidade, um sonho de décadas. A Transolímpica, por exem-plo, terá conexões com as demais linhas de BRT e com os trens, em Deodoro. A Transcarioca também estará interligada aos outros BRTs, a estações de trem e de metrô e ao Ae-roporto Internacional Tom Jobim. E a Transbrasil estará conectada à rede
ferroviária, a estações da Transolím-pica e da Transcarioca, à via Dutra e ao Aeroporto Santos Dumont. O Rio de Janeiro finalmente estará integra-do através de um sistema de trans-portes de qualidade e barato, através do Bilhete Único Carioca.
nTU URBanO – aS deMaiS OBRaS de BRT nO RJ eSTãO denTRO dO CROnOGRaMa?PaeS - Todas as obras estão dentro do cronograma.
nTU URBanO – QUaL a pReviSãO de OpeRaÇãO deSSeS nOvOS SiSTeMaS BRT?PaeS - Antes da Copa do Mundo, já teremos mais uma nova via para ônibus expressos de alta capacidade (BRT) em operação: a Transcarioca. Ela vai ligar a Barra da Tijuca ao Aero-porto Internacional Tom Jobim, que passará a ter uma opção de trans-porte rápido, em calha segregada, para seus passageiros. A conclusão da obra está prevista para o fim deste
EnTREviSTa
RaiO-x dOS SiSTeMaS BRT dO RiO de JaneiRO
transoeste
INAUGURADO EMJUlHO DE 2012
transcarioca
ESTIMADA PARAO FIM DE 2013
transolímpica
ESTIMADA PARAO FIM DE 2015
transbrasil
AINDA NãOINICIADA
ano, início de 2014. A via terá 39km e atenderá 400 mil pessoas por dia. A Transolímpica, com 23km, ligará o Recreio dos Bandeirantes a Deodoro, vai transportar 100 mil passageiros por dia e ficará pronta no fim de 2015. Já a Transbrasil, que seguirá por 32km da Avenida Brasil entre Deo-doro e o Centro, estará concluída no início de 2016 e terá capacidade para 900 mil usuários por dia. nTU URBanO – QUaL a expeCTaTiva eM ReLaÇãO aO SiSTeMa de TRanSpORTeS da Cidade apÓS a COnCLUSãO de TOdaS aS LinhaS?PaeS - Hoje, apenas 18% da popula-ção do Rio tem acesso ao transpor-te de massa. Em 2016, quando os quatro corredores BRT já estiverem inaugurados, esse número chegará a 63%. vamos mudar a mobilidade de cariocas e visitantes pela cidade e melhorar as condições de quem usa o transporte público no Rio. O nos-so objetivo é fazer, além de Jogos Olímpicos excelentes, uma profunda transformação no Rio.
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“HOJE, APENAS 18%
DA POPUlAçãO DO
RIO TEM ACESSO
AO TRANSPORTE
DE MASSA. EM 2016,
QUANDO OS QUATRO
CORREDORES BRT
Já ESTIvEREM
INAUGURADOS, ESSE
NÚMERO CHEGARá
A 63%.”
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BoaS pRÁTicaS
saúde e bem-estarpara trabalhadores dotransporte públicoPRáTICAS DE ERGONOMIA, SAlA DE FISIOTERAPIA E CADEIRAS ADAPTADAS SãO AlGUMAS DAS SOlUçõES ENCONTRADAS PElAS EMPRESAS PARA MElHORAR A vIDA DOS FUNCIONáRIOS
O mundo corporativo já se deu conta da impor-tância da saúde e do bem-estar dos trabalha-
dores, principalmente, para o suces-so dos negócios. Com as empresas de transporte coletivo urbano, a rea-lidade não é diferente. Atualmente, a busca por soluções que garantam um ambiente de trabalho saudável pode ser encontrada de Norte a Sul do país.
A ideia é cada vez mais reduzir aci-dentes, problemas de saúde e doen-ças profissionais desencadeados pelo trabalho que possam ocorrer pela atividade cotidiana constante e repetida, além de evitar as faltas no trabalho por motivo de doença, que comprometem a saúde do trabalha-dor e da própria empresa.
Para a fisioterapeuta do trabalho e ergonomista certificada pela Asso-ciação Brasileira de Ergonomia lucy Mara Baú, é comum a queixa de mo-toristas e cobradores de ônibus de desconfortos por ficarem sentados por várias horas na mesma posição e nem sempre na postura adequada.
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Segundo a especialista, existem soluções que podem ser adotadas para a melhoria da saúde e bem-es-tar dos funcionários da empresa. “No caso deles, é preciso orientar para o uso correto do encosto da ca-deira”, explica lucy.
Além dos trabalhos específicos com os funcionários, como exercí-cios de distensionamento, micro-pausa, postura compensativa e de aquecimento antes do início da jor-nada de trabalho, a fisioterapeuta revela que a principal mudança tem que ser nos hábitos dos próprios empregados. “Precisamos estimu-lar esses profissionais a mudarem certos hábitos que eles têm fora do ambiente de trabalho”.
CenTRO de FiSiOTeRapia
A solução encontrada pela viação Nossa Senhora de lourdes, do Rio de Janeiro (RJ), foi a implementa-ção de um Centro de Fisioterapia no pátio da instituição. Segundo a empresa, desde 2005, quando foi inaugurado o centro, houve uma grande redução dos problemas laborais como dores na coluna, no joelho e nas articulações, principal-mente de motoristas e cobradores. “Percebemos isso pela redução do número de colaboradores afasta-dos e com dispensas por motivo de saúde”, diz a fisioterapeuta de em-presa, Adriane lopes.
Hoje, o Centro de Fisioterapia dis-põe de uma sala com aparelhos indi-cados como: infravermelho, ultras-som e ondas curtas. Além de realizar tratamentos de cinesioterapia (feito com thera-band, semelhante a uma
BoaS pRÁTicaS
fita adesiva colorida) e crioterapia. “Contamos com quatro profissionais de saúde (uma fisioterapeuta, dois médicos do trabalho e uma técnica de en-fermagem). O centro funciona duas vezes por semana das 9h às 17h e atende cerca de 200 pacientes por mês”, relata Adriane.
SaiBa MaiS
CineSiOTeRapiaConjunto de atividades físicas com finalidade terapêutica.
CRiOTeRapiaProcesso terapêutico baseado em aplicações de gelo,neve carbônica e outros meios de frio intenso.
CadeiRa SpaGheTTi
A Pedrosa Transportes, que atua no estado de Pernambuco, tinha um problema com o revestimento sintético das cadeiras dos ônibus. O material impedia a troca de calor com o meio ambiente e prejudi-cava os motoristas e cobradores. O calor da região e o desconforto sentido pelos colaboradores foram alguns dos motivos que levaram à substituição dos assentos con-vencionais por outros com fibras de nylon, mais conhecidas como cadeiras Spaghetti.
A mudança, ocorrida em 2008, eli-minou as queixas e foi muito bem re-
cebida por motoristas e cobradores. “Além de ser confortável e ergonô-mica, ela permite aeração, evitando o calor excessivo do nosso clima quente do nordeste”, avalia o diretor executivo da Pedrosa Transportes, Antero Frederico Mota Parahyba.
A empresa, que possui frota de 128 veículos, 270 motoristas e 270 co-bradores, ficou em primeiro lugar na região metropolitana do Recife na última Pesquisa de Satisfação feita pelo Instituto Harrop, e está entre as 15 melhores empresas para se tra-balhar em Pernambuco, segundo o Instituto Great Place to Work.
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BoaS pRÁTicaS
A prática de atividades e ações sustentáveis dentro de empresas de vários seg-mentos tem sido importan-
te para suprir as necessidades atuais da sociedade sem comprometer o futuro das próximas gerações. é esse o pensamento que orienta as empre-sas de transporte coletivo urbano na busca de soluções inovadoras para garantir uma melhor qualidade de vida para todos.
Exemplo disso foi o trabalho realiza-do pela Transportadora Itamaracá, de Recife (PE), que criou o Projeto Ecodiesel, em 2008. Desde o lança-mento até 2012, a empresa conse-guiu um aumento do rendimento do óleo diesel da frota em 5,7%, passan-do de 2,63 para 2,78 quilômetros por litro. “Além da melhora na qualidade
transporte coletivo investe
em sustentabilidade
EMPRESAS DE ôNIBUS IMPlEMENTAM PROJETOS SUSTENTávEIS COM RETORNO GARANTIDO EM CURTO PRAZO
dos nossos serviços, o projeto regis-trou em 2012 uma economia de mais de 550 mil litros de combustível, o equivalente a cerca de R$ 1 milhão. Isso representa menor consumo de recursos naturais, menor poluição ao meio ambiente e aumento na vida útil de componentes dos veí-culos”, detalha Felipe Arruda, do Núcleo de Excelência Operacional da Transportadora Itamaracá.
O Ecodiesel foi apontado pelo órgão certificador Bureau veritas Certifica-
tion como um diferencial da empre-sa, logo que a Itamaracá Transportes conquistou a ISO 14001 - Meio Am-biente, em fevereiro de 2010.
Já a empresa capixaba Granvitur Fretamento e Turismo, preocupada com os resíduos e o lixo gerados pela manutenção da frota, criou um programa de educação ambiental para conscientização dos colabo-radores da empresa quanto à con-servação do meio ambiente, tendo como princípio a segregação dos
pROJeTO eCOdieSeL: traNSPOrtaDOra ItamaraCá OBteve em 4 aNOS um aumeNtO De 5,7% DO reNDImeNtO DO óleO DIeSel Da FrOta, PaSSaNDO De 2,63 Para 2,78 quIlômetrOS POr lItrO. uma eCONOmIa De maIS De 550 mIl lItrOS De COmBuStível, O equIvaleNte a CerCa De r$ 1 mIlhãO.
BoaS pRÁTicaS
resíduos na sua origem, sua correta destinação e o consumo conscien-te. O Projeto Coletiva – fusão dos nomes “Coleta” e “Seletiva” – já conseguiu resultados tangíveis em curto prazo, principalmente, de oti-mização do processo.
A estratégia inicial foi privilegiar a durabilidade e a vida útil estendida na aquisição de peças, produtos e componentes, inclusive pelo fato de que alguns destes produtos são contaminantes e requerem cuidados especiais em seu manuseio, segre-gação e descarte. Nos outros seto-res, foram identificados resíduos com alto potencial de reciclagem, como papel, plástico, papelão, etc, gerando uma estratégia específica de atuação com foco em reciclagem.
A partir de novembro de 2009, a empresa passou a gerar uma recei-ta mensal de R$920,00 e deixou de enviar 22 toneladas/ano de lixo aos aterros. Além dos números expres-sivos, a Granvitur também celebra o valor intangível alcançado pelas boas práticas de conservação do meio ambiente a partir da recicla-gem desses materiais (que outrora eram considerados lixo), da contri-buição para o aumento da vida útil dos aterros, e da educação e cons-cientização dos colaboradores para que sejam multiplicadores também em seus lares.
“é uma vitória abraçar um proje-to de caráter socioambiental que trouxe como resultado a redução do impacto ambiental e conseguir obter não só os resultados que a equipe esperava, como também ser reconhecido”, celebra a colabora-dora da Granvitur Bianca Maestri.
deSpOLUiR
Em 2007, a Confederação Na-cional do Transporte (CNT) e o Sest/Senat lançaram o Despo-luir, programa voluntário para promover o engajamento de transportadores de passageiros e de cargas, caminhoneiros au-tônomos, taxistas e a sociedade em ações de conservação do meio ambiente. Segundo a CNT, em dezembro de 2012 o índice de aprovação dos veículos do setor foi de 90,85%. A entidade acompanha mensalmente os ní-veis de emissão de poluentes das empresas por meio do programa Despoluir, desde a sua criação.
veículos sempre em bom estado de conservação. Desde 2007 a Confederação aferiu mais de 87 mil veículos.
Para a CNT, as metas do Despo-luir para os próximos anos são de implementar novos projetos, ampliar os trabalhos já realiza-dos e aumentar as atividades de educação ambiental oferecidas aos trabalhadores do setor. De acordo com a CNT, além da busca pela redução das emissões du-rante o transporte, é importante que as empresas implantem atividades de gestão ambiental, como reuso de água, melhor ges-tão dos insumos e resíduos, etc. A instituição ressalta que as ações do Despoluir ajudam as empre-sas a obterem seus certificados ambientais, como o ISO 14.000, melhorando a imagem das com-panhias perante a sociedade.
Além dos benefícios diretos para o meio ambiente e à quali-dade de vida da população, as ações de conscientização dos agentes envolvidos têm como consequência a redução de custos, o aumento da eficiência operacional das empresas e a melhoria do relacionamento com órgãos fiscalizadores.
atualmeNte PartICIPam DO PrOgrama CerCa De 800 emPreSaS De traNSPOrte COletIvO urBaNO, além Da ParCerIa De 11 FeDeraçõeS De traNSPOrte De PaSSageIrOS.
A CNT destaca que tem obser-vado uma melhora significativa, o que demonstra a importância do programa e a preocupação das empresas em manter seus
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Fo
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TRABAlHO DE AFERIçãO vEICUlAR EM ôNIBUS
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nTU EM ação
Conhecida pela polêmica em torno da jornada de trabalho dos motoristas, a lei 12.619 de 2012, que
regulamentou a profissão, tornou obrigatório o seguro destinado à co-bertura de riscos pessoais inerentes à atividade para o condutor, seja ele autônomo ou celetista. De acordo com a nova legislação, o benefício deve cobrir os riscos pessoais ine-rentes à atividade. O valor mínimo da apólice deve ser de dez vezes o piso salarial da categoria ou o mon-tante superior fixado em acordo coletivo de trabalho.
a IDeIa De CrIar uma mODalIDaDe De SegurO eSPeCíFICa Para OS emPreSárIOS DO SetOr SurgIu Da NeCeSSIDaDe De eNCONtrar um SIStema maIS BaratO e eFICIeNte, CaPaz De aBraNger um graNDe NúmerO De PrOFISSIONaIS.
Empresas podem aderir ao seguro
para motoristas a baixo custo
lEGISlAçãO TORNOU OBRIGATóRIO O SEGURO, QUE PREvê APólICE DE DEZ vEZES OPISO SAlARIAl DA CATEGORIA. SEGURADORA OFERECE TRêS CATEGORIAS DE PlANOS.
Para auxiliar as empresas a cumpri-rem a lei, a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a Associação Nacional dos Transportes Urbanos
(NTU), a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) e a Associação Nacional do Transporte de Cargas e
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nTU EM ação
FiQUe de OLhO
A lei 12.619 de 2012, responsável por
regulamentar a profissão de motoris-
tas determina que todos os trabalha-
dores neste setor tenham um seguro
destinado à cobertura de riscos pes-
soais inerentes à atividade.
confira as especificidadesdesse benefício:
• é de responsabilidade
do empregador;
• Obrigatório para todos
os profissionais;
• O valor mínimo da apólice é de dez
vezes o piso salarial da categoria.
COMpaRaTivO de pLanOS
COBeRTURaS pLanO i pLanO ii pLanO iii
Morte acidental
invalidez permanente por acidente
Morte natural ou acidental
assistência funeral
verba rescisória
logística (NTC) estabeleceram um convênio junto à Nobre Seguradora. Para contratar o serviço, basta que, além de credenciada à CNT, a em-presa tenha motoristas em seu qua-dro. Profissionais autônomos tam-bém podem aderir a essa apólice.
O presidente da NTU, Otávio Cunha, explica que a ideia de criar uma modalidade de seguro específica para as empresas do setor surgiu da necessidade de encontrar um sis-tema mais barato e eficiente capaz de abranger um grande número de profissionais. “Buscamos uma segu-radora que considerasse a massa de beneficiários para ter um preço mais barato e acessível”, resume. Segun-do ele, a operacionalização do siste-ma é muito simples. E, como várias empresas já trabalham com seguros de alguma forma, o interessado no serviço poderá comparar com as de-mais seguradoras as vantagens do contrato com a Nobre Seguradora.
“via de regra, as empresas já têm seguro de alguma forma, seja o Se-guro de Danos Pessoais Causados por veículos Automotores de vias Terrestres (DPvAT) ou tantos outros tipos. Portanto, no momento da renovação, as empresas poderão consultar o seu corretor de confian-ça para comparar as propostas”, salienta o presidente da NTU.
Cunha acredita ser difícil superar essa apólice “por força da massa de segurados que a Nobre vai ter”. “é uma questão comercial de quem pode fazer o melhor preço”, explica. O formato dessa apólice permite que qualquer corretor entre em contato com a seguradora e faça uma nego-ciação. A proposta já está disponível no site da Nobre Seguradora (www.seguromotorista.com.br), onde é possível simular o cálculo do custo médio por trabalhador em três pla-nos, conforme o quadro abaixo.
O diretor comercial da Nobre Se-guradora, José de Sousa Barbosa, esclarece que o valor é indexado ao salário base da categoria, que varia entre R$ 900 e R$ 2 mil. Ele destaca que a Nobre é especializada no seg-mento de transporte e que há incenti-vos para ampliar o tipo de cobertura. “Na contratação do seguro de vida e acidentes pessoais, os custos estão com significativa redução”, ressalta.
Algumas empresas já negociaram o dispositivo em convenções cole-tivas e contam até com o benefício mais amplo, que inclui aposenta-doria por invalidez. O empresário Dimas Humberto, da Auto viação São José, conta que no Ceará o se-guro já faz parte da rotina dos moto-ristas e dos empregadores.
“é uma segurança a mais para o pro-fissional e também para a empresa. é um mecanismo de valorização da vida. Em Fortaleza, os profissionais não vão perceber esse avanço, mas a partir do momento em que o go-verno torna essa medida obrigató-ria, ela ganha uma escala em que se consegue espaço para o setor nego-ciar”, afirma.
Fonte: Nobre Seguradora
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18 Revista NtU URbaNo
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Do projeto abstrato às pis-tas concretas. Após qua-tro anos do lançamento do Programa de Acelera-
ção do Crescimento “PAC Copa do Mundo”, é assim que, em breve, sete cidades brasileiras, que irão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014, poderão resumir os longos meses de investimentos na moderna, efi-ciente e sustentável mobilidade ur-bana tão sonhada pelos brasileiros.
Desde 2009, o Governo Federal já disponibilizou R$ 51 bilhões para a infraestrutura do transporte público e da mobilidade urbana de forma geral. Os recursos foram disponibi-lizados por meio dos PACs Copa do Mundo, Mobilidade Grandes Cida-des e Mobilidade Médias Cidades. Hoje, parte dessa verba está sendo utilizada na implantação de corre-dores exclusivos de ônibus e siste-mas rápidos de ônibus, os conheci-dos BRT (Bus Rapid Transit).
Até 2014, a previsão é de inaugurar cerca de 250 quilômetros de novas linhas de BRT nas cidades de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curiti-
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brasil vai inaugurar mais de 250 quilômetros de
brt em 2014BElO HORIZONTE, BRASílIA, CURITIBA, FORTAlEZA, RECIFE, RIO DE JANEIRO E
PORTO AlEGRE PRETENDEM INICIAR NOvAS OPERAçõES EM SISTEMAS BRT NOS PRóxIMOS MESES. ATé 2016, MAIS MIl QUIlôMETROS DEvEM SER IMPlANTADOS
até 2016 SerãO INauguraDOS 1.272 quIlômetrOS De COrreDOreS exCluSIvOS Para ôNIBuS. SerãO NOve mIl NOvOS ôNIBuS em OPeraçãO, 442 eStaçõeS e 60 termINaIS. tuDO ISSO BeNeFICIará O traNSPOrte De maIS De 57 mIlhõeS De BraSIleIrOS.
ba (PR), Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). Até 2016, 25 cidades brasilei-ras estarão com o foco na implanta-ção desses sistemas que prometem revolucionar a mobilidade urbana nessas cidades e inspirar outras ci-dades a investirem nessa solução.
No total, serão 113 projetos, sendo 53 de BRT com 697 km de extensão e 60 de corredores exclusivos, que somarão 575 km. Juntos, esses pro-jetos totalizam 1.272 km de vias para os ônibus circularem livres e com eficiência. Serão nove mil veículos BRT, operando em 442 estações e 60 terminais. Tudo isso em benefício de mais de 57 milhões de brasileiros.
BRaSíLia
Mesmo não estando no cronogra-ma das obras de mobilidade urba-na para a Copa de 2014, a capital federal tem previsão de finalizar as obras do Expresso DF, sistema que ligará as regiões administrativas de Santa Maria, Gama, Park Way ao Plano Piloto - centro de Brasília- até dezembro de 2013. Com 43 km de
20 Revista NtU URbaNo
extensão, o sistema terá capacida-de diária de transportar cerca de 200 mil passageiros. Ao todo, serão 15 estações com embarque em nível e 15 passarelas para a segurança de travessia dos pedestres.
Quando em operação, o BRT do Distrito Federal prevê uma redução no tempo de viagem de 90 para 40 minutos. O monitoramento da frota, feito pelo Centro de Controle Operacional (CCO), ajudará no con-trole do tempo do percurso e tam-bém em casos de emergências. O novo sistema terá ramais no Gama (8,7km de extensão) e em Santa Maria (5,3km). O trecho se tornará único a partir de um ponto de en-contro na BR-040, a 27,8km de dois pontos de desembarque no Plano Piloto (terminal Asa Sul e rodoviá-ria do Plano Piloto).
BeLO hORizOnTe
Outros projetos que estão em dia e devem ser inaugurados no primei-ro semestre de 2014 são os de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A cida-de toca quatro obras de BRT previs-tas na matriz de responsabilidades para a Copa do Mundo.
As quatro obras são: corredor Antô-nio Carlos/Pedro I, corredor Carlos luz/Pedro II, corredor área Central
e corredor Cristiano Machado. Serão 41,6 quilômetros com mais de 60 es-tações e cerca de 420 ônibus. A de-manda diária estimada é de 750 mil passageiros em todos os corredores.
O caso de Belo Horizonte é tão po-sitivo que foi usado recentemente como exemplo pelo juiz federal Mar-llon Sousa em uma decisão contra as obras do veículo leve sobre Trilhos (vlT) de Cuiabá (MT), que visava a construção e implantação do modal. Na decisão, o magistrado destacou que, se Belo Horizonte, que tem 2,4 milhões de habitantes, adotou o BRT, não há justificativa para Cuiabá es-colher o vlT, que é um modelo mais oneroso para o poder público.
Segundo o diretor-presidente da BH-Trans, Ramon victor César, em cada corredor o sistema contará com li-nhas expressas e paradoras. Haverá ainda linhas interligando os corredo-res de BRT com os demais da cidade. “O BRT será expandido progressiva-mente para outros corredores que justifique a implantação de média/alta capacidade, conforme previsto no Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte. Estamos concluin-do o projeto na avenida Pedro II e o próximo a ser desenvolvido será o da avenida Amazonas. O plano prevê que toda a rede seja implantada até 2020”, afirma César.
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CURiTiBa
Cidade pioneira na concepção dos sistemas BRT, Curitiba, vai expan-dir a linha verde, o BRT brasileiro mais conhecido do mundo. O cor-redor, que hoje possui 22 km em sua extensão, já está em fase de construção de mais 3 km. O pro-jeto também contempla o fecha-mento lateral das estações tubos com vidros de película interna, ca-paz de reduzir a incidência de luz solar e aumentar o conforto térmi-co. As estações possuem sistemas de captação de águas de chuva, que serão utilizadas para a limpe-za das instalações.
Com recursos do PAC da Copa e contrapartidas, a extensão da li-nha verde Sul tem custo estimado de R$ 15,5 milhões e previsão de ser entregue à população até maio de 2014, conforme ofício entregue em dezembro de 2012 pela prefeitura da capital paranaense ao Ministério das Cidades. Por falta de repasse de recursos, as obras haviam sido paradas, mas foram retomadas em janeiro de 2013.
Atualmente, Curitiba opera com uma rede de transporte totalmente inte-grada formando um sistema comple-to de BRT com 81 km de extensão de corredores e ainda com a previsão de inauguração – em maio de 2014 – do Corredor Aeroporto Rodoviá-ria (15 km) e a reforma do Corredor Avenida Cândido de Abreu (1,1 km).
FORTaLeza
A prefeitura de Fortaleza, no Ceará, criou recentemente uma secretaria especial para a Copa do Mundo. A cidade deve receber dois jogos da seleção brasileira no Mundial. O
CAPITAl MINEIRA
vAI INAUGURAR
MAIS DE 40 kM
DE CORREDORES
ExClUSIvOS PARA
ôNIBUS
Revista NtU URbaNo 21
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órgão vai acompanhar as obras e tentar resolver os problemas de lo-gística que envolvem a criação dos corredores exclusivos para a im-plantação dos sistemas BRT.
Em um mês, a secretaria iniciou o acompanhamento semanal dos ór-gãos, instituições e empresas en-volvidas. “Entre eles, estão o des-locamento de linhas telefônicas, postes de iluminação pública e gás que não estavam previstos nem no projeto inicial nem no orçamento”, explica o secretário recém-nomea-do Domingos Neto. As obras agora se concentrarão nas etapas de alar-gamento, terraplanagem, pavimen-tação, urbanização, paisagismo e sinalização de vias.
Na capital cearense, são quatro projetos de BRT nas avenidas Dedé Brasil, Paulino Rocha, Alberto Cra-veiro e Raul Barbosa, que totali-zam 20 quilômetros de extensão. Serão 52 novas estações com de-manda diária estimada em 245 mil pessoas no total. Nos horários de pico, cada corredor atenderá a uma demanda concentrada que varia de 6 a 11 mil pessoas.
Segundo Domingos Neto, o projeto foi pensado não só para atender a rede hoteleira e turística, mas para facilitar o deslocamento em toda a cidade, deixando um legado para as próximas gerações. “As vias que dão acesso à região onde se loca-liza o setor hoteleiro, o aeroporto e o estádio Castelão estão nesse fluxo. Também estão regiões muito afetadas por congestionamentos. Tratam-se de vias que ligam os lo-cais de maior fluxo, onde as pes-soas trabalham, aos bairros dormi-tórios. O legado fica para a cidade, sem dúvida”, explica.
ReCiFe
Os projetos dos três sistemas BRT previstos para a cidade de Recife fa-zem parte das obras de infraestrutu-ra de mobilidade urbana destinadas à Copa do Mundo de 2014. Juntos, somam cerca de 50 quilômetros de vias exclusivas para ônibus. Ao longo de todo o sistema, serão im-plantadas ciclovias com o objetivo de estimular a integração com o transporte público. Os corredores previstos para serem entregues até o Mundial são o Norte/Sul, o leste/Oeste e o Corredor Ramal da Copa.
O corredor Norte/Sul conta com dois trechos, sendo o primeiro já em obra com 33,2 km (de Igarassu até o Centro da Cidade), previsto para se-tembro de 2013, e com investimento de R$ 151 milhões. Esse trecho terá 33 estações e vai beneficiar cerca de 180 mil passageiros por dia quando estiver concluído. O segundo trecho, do Tacaruna até o Terminal de Joana Bezerra, cerca de 4,8 km de exten-são, terá sua obra iniciada ainda nes-te trimestre e contará com 9 esta-ções de embarque e desembarque. O investimento para esse trecho é de R$ 110 milhões. A obra será en-tregue em dezembro de 2014.
O corredor leste/Oeste, previsto para fevereiro de 2014 terá 12,3 km de extensão e um investimento de R$ 145 milhões, beneficiando a re-
gião metropolitana de Recife, por meio da interligação da Avenida Caxangá à Cidade da Copa. Isso será feito por meio da UR-7, em São lourenço da Mata, onde o BRT atenderá o terminal e a estação de metrô a serem inaugurados. Outro corredor que ficará pronto até 2014 será o Ramal da Copa. Com investimento de R$ 131 mi-lhões, o Ramal tem 6,3 km de ex-tensão e também vai operar com o sistema BRT ou o Transporte Rápido por ônibus (TRO), como é chamado em Recife. Sua principal função é levar à população usuá-ria de ônibus até a Arena da Copa. Sua primeira fase (ramal interno) será entregue em abril de 2013. Em junho, para a Copa das Confedera-ções, outro trecho estará concluído e em dezembro deste ano, todo o Ramal será entregue. Serão benefi-ciados 20 mil passageiros/dia.
RiO de JaneiRO
Outra cidade que está com os pro-jetos adiantados visando melhorias de mobilidade tanto para os even-tos esportivos quando para a popu-lação é o Rio de Janeiro. Em 2012, foi inaugurado o BRT Transoeste com 31 estações. O corredor tem 56 km de extensão total e liga a Bar-ra da Tijuca à Santa Cruz e Campo Grande com capacidade para trans-portar 220 mil passageiros por dia.
RECIFE DEvE
INAUGURAR O BRT
NORTE/SUl PARA
BENEFICIAR 180 MIl
PESSOAS
22 Revista NtU URbaNo
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A previsão é que até agosto deste ano o corredor esteja funcionando completamente com as 53 esta-ções previstas. Até agora, o projeto já atingiu o objetivo de reduzir pela metade o tempo de viagem do ca-rioca nessa região. Além do Tran-soeste, o Transcarioca também está previsto para ser concluído em 2013. A linha terá 41 km de extensão, 46 estações e capacidade máxima para transportar 400 mil pessoas por dia.
O BRT Transcarioca vai ligar o Ae-roporto Internacional Antônio Car-los Jobim até a Barra da Tijuca, passando pela Penha e a Ilha do Governador. Nesse trecho, está sen-do construída a Ponte Estaiada da Ilha do Governador, que será usada exclusivamente pelos ônibus. Serão 400 metros de ponte construídos ao lado do atual acesso sobre a Baía de Guanabara.
A expectativa é de grande redução no tempo de viagem. De acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro, o trajeto entre a Ilha do Governa-dor e Santa Cruz, que é de até três horas em horário de pico, poderá ser feito em 50 minutos com os no-vos corredores.
O diretor de Comunicação e Marke-ting da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Esta-
do do Rio de Janeiro (Fetranspor), Paulo Fraga, lembra que essa rapi-dez do deslocamento é o que faz do BRT um exemplo mundial para solução em transporte. “Na verda-de, o BRT é uma tendência mundial. Hoje, se você for parar para analisar, os grandes projetos de mobilidade urbana no mundo estão focados no BRT. E, se você for comparar, o cus-to para implantação da malha ferro-viária e metroviária é muito alto. Por isso, o BRT é tão viável”, justifica.
pORTO aLeGRe
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é mais uma cidade que está melho-rando sua mobilidade urbana por meio do BRT. A capital já possui três corredores - Protásio Alves, Bento Gonçalves e João Pessoa -, que serão modernizados e um novo corredor, o Padre Cacique, será im-
plantado. Juntos, esses corredores farão parte de um sistema tron-co-alimentador formando uma rede estrutural destinada a racionalizar e integrar o sistema de transporte público coletivo da cidade.
A cidade reinaugura até agosto des-te ano os corredores adaptados para BRT João Pessoa, Protásio Alves e Bento Gonçalves. O projeto com os três corredores prevê 17,2 quilôme-tros somando custos no valor de 199,5 milhões com desapropriações.
Na Avenida Bento Gonçalves a ade-quação será entre os terminais Aze-nha e o Terminal Antônio de Carva-lho, numa extensão aproximada de 6,5 km, e com previsão de 12 esta-ções de embarque e desembarque.
O corredor da Avenida Protásio Alves está localizado entre a Rua Sarmen-to leite e a Rua Saturnino de Brito numa extensão de aproximadamente 7,5 km, com previsão de 14 estações de embarque e desembarque.
Já o corredor da Avenida João Pessoa terá a adequação no tre-cho compreendido entre a Avenida Azenha e Avenida Salgado Filho com extensão aproximada de 3,2 km, com previsão de 8 estações e 1 estação de integração multimodal.
BRT TRANSCARIOCA
TERá UMA PONTE
ExClUSIvA PARA OS
ôNIBUS.
PORTO AlEGRE ESTá
MODERNIZANDO
OS CORREDORES
ExClUSIvOS PARA
INAUGURAR BRT
NESTE ANO
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capa
GanhOS de MOBiLidade
Os projetos de mobilidade contribuirão para a melhoria dos principais indicadores de qualidade do transporte público. Entre eles:•Aumento de 2% ao
ano dos passageiros transportados;
•Transferência superior a 20% das viagens do transporte individual para o coletivo;
•Redução de 40% no tempo de viagem;
•Aumento de 78% na velocidade média nos corredores;
•Aumento significativo de confiabilidade dos serviços.
Fonte: ITDP, 2008; FTA, 2006;
pROJeTOS de BRT pReviSTOS paRa COnCLUSãO aTÉ 2014
ciDaDe correDor Km DeMaNDa Diária De PaSSaGeiroS*
Belo Horizonte Corredor Antônio Carlos/Pedro I 16 350 mil
Belo Horizonte Corredor Pedro II/ Carlos luz 12 Não informado
Belo Horizonte Corredor área Central 7,6 135 mil
Belo Horizonte Corredor Cristiano Machado 6 250 mil
Brasília Expresso DF 43 220 mil
curitiba Expansão linha verde 3 22 mil
curitiba Corredor Aeroporto Rodoviária 15 Não informado
curitiba Corredor Avenida Cândido de Abreu 1,1 Não informado
Fortaleza Avenida Dedé Brasil 7 49 mil
Fortaleza Av. Alberto Craveiro 2,5 49 mil
Fortaleza Av. Paulino Rocha 3,5 59,3 mil
Fortaleza Raul Barbosa 7 88,5 mil
recife Corredor Norte Sul 38 180 mil
recife Corredor leste Oeste 12,3 126 mil
recife Ramal da Copa 6,3 20 mil
rio de Janeiro Transcarioca 41 400 mil
Porto alegre Corredor João Pessoa 3,2 55,5 mil
Porto alegre Corredor Bento Gonçalves 6,5 Não informado
Porto alegre Corredor Protásio Alves 7,5 Não informado
total 253 2 milhões
Fonte: NTU / Portal da Transparência do Governo Federal / Consórcio BRT-Sul
*Estimativa.
de OLhO naS OBRaS
A NTU lançou em 2012 o projeto BRT Brasil no intuito de acompanhar a im-plantação desses projetos no Brasil. O monitoramento é realizado por uma rede técnica, composta por profis-sionais das empresas de transportes associadas e dos órgãos públicos envolvidos nas implantações do BRT. Essa rede alimenta o banco de dados da NTU, que pode ser consultada em www.brtbrasil.org.br.
O presidente da NTU, Otávio Cunha, lembra que em todo o Brasil serão 1.272 quilômetros de corredores. Isso representa investimentos pri-vados em veículos e sistemas in-teligentes com monitoramento da
operação em tempo real, por GPS, e gerenciamento por meio do Cen-tro de Controle Operacional (CCO). “Estamos falando em R$ 8 bilhões de investimentos privados, 521 esta-ções e 60 terminais”, ressalta.
Cunha destaca que a priorização do transporte público coletivo em detrimento do individual é a solu-ção para melhorar a mobilidade nas cidades. Ele lembra que é possível, num sistema BRT, com ônibus arti-culados e biarticulados, atingir de-mandas de 40 a 45 mil passageiros por hora e por sentido. “Poucos metrôs no mundo operam com essa capacidade. você consegue melho-rar muito a qualidade do transporte
e as viagens vão ser muito mais rá-pidas”, aponta.
A qualidade, eficiência e seguran-ça, aliados à maior velocidade co-mercial, vai estimular o usuário do transporte público individual moto-rizado a migrar para esse sistema. A expectativa é que haja uma trans-ferência em torno de 20% para o transporte coletivo. “O BRT é uma invenção brasileira que ganhou o mundo, presente em mais de 145 cidades. O maior conforto e a rapi-dez proporcionados pelo BRT cer-tamente convencerão o usuário do automóvel a usar o transporte pú-blico como uma boa opção de des-locamento”, opina.
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Job: 330125 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 330125-05225-ANUN BUSAO LOW ENTRY 42X275_pag001.pdfRegistro: 106629 -- Data: 13:44:41 24/01/2013
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Job: 330125 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 330125-05225-ANUN BUSAO LOW ENTRY 42X275_pag001.pdfRegistro: 106629 -- Data: 13:44:41 24/01/2013
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MoBilidadE SUSTEnTÁvEl
integração entre bicicleta e transporte
público já se torna realidade no país
MODElOS DO RIO DE JANEIRO E SOROCABA SãO ExEMPlOS PARA O PAíS. A lEI DA MOBIlIDADE URBANA TEM COMO DIRETRIZ A INTEGRAçãO DOS MEIOS NãO MOTORIZADOS AO TRANSPORTE PÚBlICO COlETIvO.
A preocupação com a saúde e a busca de novos meios de deslocamento tem fei-to mais pessoas usarem a
bicicleta como uma alternativa ao automóvel. A exemplo de cidades como Barcelona, na Espanha, e Paris, na França, que incentivam o uso da bicicleta, algumas cidades brasileiras já possuem projetos que disponibili-zam bikes para a população. O obje-tivo é que os cidadãos usem o modal como uma forma de integração com o transporte público coletivo.
O Rio de Janeiro é um bom exemplo a ser citado. De acordo com a organi-zação não governamental Transpor-te Alternativo, que monitora o siste-ma na cidade, 600 mil pessoas usam a bicicleta na região metropolitana. A cidade possui 270 quilômetros de ciclovia - a maior malha do país - e mantém o projeto Bike Rio, que aluga bicicletas para a população. O princi-pal atrativo do projeto é o preço. Um passe no valor de R$ 10 dá direito ao uso das bicicletas por um mês. São 60 estações e 600 bicicletas em di-versos pontos da cidade.
Com um projeto mais ousado, a ci-dade de Sorocaba (SP) lançou em 2012 o IntegraBike. Trata-se de um empréstimo de bikes para os cida-dãos usarem somente na cidade. São 152 bicicletas distribuídas em 15 estações. O projeto possui mais de cinco mil usuários cadastrados. A média é três viagens por dia para cada bicicleta. Um dos requisitos para usufruir d veículo é possuir um dos cartões do serviço de trans-porte coletivo. Isso garante que o cidadão use a bicicleta integrada ao transporte público.
Esses projetos têm inspirado diversas cidades a implantar essa solução de mobilidade. Em funcionamento há dois meses, o Projeto Bike Santos, no litoral de São Paulo, já possui aproxi-madamente 19.500 usuários cadas-
a INtegraçãO eNtre ôNIBuS e BICICleta vaI aO eNCONtrO DOS PreCeItOS De mOBIlIDaDe SuSteNtável e PrINCIPalmeNte em ateNDImeNtOS aS DIretrIzeS Da POlítICa NaCIONal De mOBIlIDaDe urBaNa.
trados e quase 42 mil viagens nesse período. O mesmo sucesso já pode ser confirmado em outras cidades do estado de São Paulo, como Campinas e São Caetano do Sul, além de Porto Alegre (RS) e Recife (PE).
PROJETO INTEGRABIkE, DE SOROCABA
(SP), é ExEMPlO DE INTEGRAçãO DAS
BICIClETAS COM O TRANSPORTE PÚBlICO
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ivul
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ão
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MoBilidadE SUSTEnTÁvEl
inTeGRaÇãO
A mobilidade sustentável tem des-pertado o interesse de pessoas que usam a bicicleta em outros locais do país, mas gostariam de ver uma inte-gração mais efetiva entre a bicicleta e o ônibus. O diretor de Transportes da empresa de Trânsito e Trans-portes de Sorocaba (Urbes), Celso Bersi, ressalta que, na cidade, a in-tegração entre ônibus e bicicleta vai ao encontro dos preceitos de mobi-lidade sustentável e principalmente em atendimentos as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Ur-bana. “O serviço contratado garante a locação de bicicletas reservas e a execução de manutenções preven-tivas e corretivas, além da disponi-bilidade de software específico do programa”, conclui.
O radialista Daniel Abreu Aragão, que começou a usar a bicicleta como meio de transporte há pouco tempo em Brasília, espera que a cidade implante projetos e campa-nhas que integrem mais de um mo-dal. “O ideal é a gente poder chegar até o terminal, pegar um ônibus até a próxima cidade e alugar uma bi-cicleta. Brasília é uma cidade plana. Isso favorece muito o uso da bicicle-ta, mas é preciso estrutura para que a gente consiga integrar os meios de transporte”, sugere.
Daniel abandonou o carro e passou a usar o transporte coletivo em con-junto com a bicicleta. “São 20 km entre o trabalho e a minha casa. Um trajeto que hoje faço em 45 minutos, antes eu levava até uma hora em ho-rários de pico”, explica. Ele sugere que as cidades invistam em projetos como do Rio de Janeiro e Sorocoba. “O investimento em bicicletários também é uma excelente alternativa.
Ao contrário do paraciclo, que tem na maioria das cidades, o bicicletário é uma sala segura, onde você tem estrutura para deixá-las ali”, explica.
O plano do Governo do Distrito Fe-deral é construir 600 quilômetros de ciclovias integradas ao transporte público até 2014.
TeCnOLOGia
Conheça alguns apps quepodem ajudar na mobilidadeurbana sustentável
Bikerio, BikeSampa e BikePoaO usuário paga uma adesão de R$ 10, acessa os
mapas das estações, compra passes de aluguel
de bicicleta e destrava a bike para o uso. via-
gens de até meia hora são gratuitas, após esse
prazo são cobrados R$ 5 a cada 30 minutos.
Strava e Map My runé possível transformar a bicicleta em um GPS.
O percurso é transformado em um gráfico de
desempenho. Assim, além de fugir do trânsito, é
possível acompanhar os benefícios para a saúde.
WazeO usuário tanto de transporte público como
bicicleta pode descobrir os pontos de conges-
tionamento da cidade e fugir dos acidentes.
Assim, dá para optar pela melhor linha de ôni-
bus e trecho para utilizar a bike.
ride off carbonoO app mostra quanto de CO2 o usuário emite ro-
dando de carro e o quanto pode reduzir andan-
do de ônibus ou bicicleta. Basta abrir o aplicati-
vo quando estiver na rua para realizar o cálculo.
eCOCâMaRa
A Câmara dos Deputados, em Brasília, implantou o Programa de Mo-bilidade Sustentável, em que oferece uma infraestrutura interna que permita que seus funcionários utilizem algum meio de transporte sustentável, proporcionando melhores condições e mais conforto àqueles que optarem por uma forma alternativa de mobilidade. A Casa dispõe de 40 armários individualizados em vestiários para os funcionários que utilizam a bicicleta ou outro meio não motorizado como meio de transporte para chegar ao trabalho.
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DANIEl PEDAlA 40kM PARA IR E vOlTAR
DO TRABAlHO EM BRASílIA
SEgURança viÁRia
Alerta nos corredores de
brt do rio de Janeiro
AUTORIDADES DA CIDADE ESTUDAM MEDIDAS PARA REDUZIR ACIDENTES JUNTO AO ôNIBUS RáPIDO TRANSOESTE. CAMPANHAS EDUCATIvAS SãO A PRINCIPAl APOSTA.
Desde que começou a ope-rar, em julho de 2012, o BRT Transoeste, do Rio de Ja-neiro, obteve um marco
importante: 90% de aprovação da po-pulação. Mas junto à comemoração, veio também a preocupação com o alto número de acidentes, atropela-mentos, mortos e feridos nas vias do ônibus rápido carioca e adjacências.
A maior parte dos incidentes regis-trados, no entanto, é decorrente da falta de costume e conhecimento sobre a operação dos corredores de ônibus rápidos e ainda do descum-primento de normas de trânsito por motoristas (que fazem retornos em locais inadequados, muitas vezes invadindo o corredor exclusivo do Transoeste) e pedestres (que atra-vessam os corredores fora das faixas e longe dos semáforos). A região já era notória pelos registros de aci-dentes a atropelamentos antes do BRT e apesar de campanhas educa-tivas prévias à sua implantação, os acidentes não foram evitados.
edUCaÇãO
Preocupadas com o risco à popula-ção, as autoridades cariocas estão se movendo para evitar os acidentes e, principalmente, educar motoristas
e pedestres para um bom convívio com os ônibus rápidos do BRT. A Secretaria Municipal de Transportes, por meio da CET-Rio, vem promo-vendo várias ações para evitar os aci-dentes ao longo do corredor e entor-no do BRT Transoeste: panfletagens educativas; implantação de placas para pedestres e ciclistas não utiliza-rem o corredor expresso; visitas a 26 escolas da rede municipal situadas no entorno do corredor expresso (de Alvorada até Santa Cruz), com pa-lestras e colocação de cartazes. Em outubro de 2012, foram iniciadas visi-tas a outras escolas em ouros trechos do BRT. Além disso, a campanha foi intensificada com cartazes externos nos ônibus (Busdoor).
“Este ano a Prefeitura do Rio dará início a um novo projeto de edu-cação no trânsito. Os trabalhos já estão sendo desenvolvidos e espe-ramos obter o mesmo sucesso con-quistado pela cidade de Bogotá (Colômbia), que conseguiu reduzir irregularidades no trânsito com apoio de mímicos, sensibilizando pedestres e motoristas”, afirma o secretário de Transportes, Carlos Roberto Osório. A aposta na edu-cação é reforçada pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
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OUTRaS MedidaS de SeGURanÇa adOTadaS
•visitas aos centros comerciais da área, com infor-mações e a distribuição de cartazes alertando para o perigo da travessia fora da faixa.
•Panfletagem para pedestres nas faixas.•Confecção, pelo Centro de Educação para o Trânsi-
to da CET-Rio, de cartilhas com dicas de segurança para pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas.
•Produção de spots sobre a travessia segura de pedestres para veiculação em rádios comunitá-rias de Santa Cruz.
•Criação de um modelo de placa que indica a proi-bição de pedestres e ciclistas na faixa exclusiva do BRT (cerca de 100 unidades já foram implantadas).
• Implantação de novas travessias com semáforos para aumentar a segurança dos pedestres que de-sejam cruzar a Av. das Américas.
• Instalação de cercas-vivas com vegetação ao lon-go dos canteiros centrais nos pontos críticos para conter a travessia irregular de pedestres.
•Remanejamento de pontos de ônibus para locais próximos às travessias sinalizadas.
SEgURança viÁRia
COnSeLhOS
Segundo Alexandre Castro, gerente-geral do BRT Transoeste, medidas punitivas têm pouca eficácia. “é necessário trabalhar a educação e a cultura das pessoas, por isso aposta-mos em campanhas educativas em escolas da região e nas proximidades das estações, divulgação com apoio da imprensa, entre outros”, avalia Castro.
O fato de o BRT englobar 53% do to-tal dos investimentos e financiamen-tos federais de mobilidade urbana para a Copa do Mundo 2014 faz que a experiência do Rio de Janeiro seja uma vitrine para os demais estados.
O gerente-geral do BRT alerta para alguns detalhes importantes. “é preferível, sempre que possível, que os corredores expressos utilizem interseções em desnível, em vez de cruzamentos com semáforo, já que a maioria dos acidentes ocorre quando motoristas de automóveis avançam o sinal ou fazem conver-sões proibidas. Passarelas e passa-gens subterrâneas para pedestres também são importantes, além de gradeamento, nas proximidades das estações para desmotivar travessias em pontos de riscos. Um planeja-mento paisagístico também pode ser utilizado com este fim, com a vantagem de harmonizar o corredor ao entorno”, detalha Castro.
meDIDaS PuNItIvaS SãO aS meNOS eFICazeS. POr ISSO, é NeCeSSárIO traBalhar a eDuCaçãO e a Cultura DaS PeSSOaS, aPOStaNDO em PaNFletageNS eDuCatIvaS; ImPlaNtaçãO De PlaCaS Para PeDeStreS e CIClIStaS NãO utIlIzarem O COrreDOr exPreSSO; vISItaS a eSCOlaS Da regIãO e NaS PrOxImIDaDeS DaS eStaçõeS; DIvulgaçãO COm aPOIO Da ImPreNSa e CamPaNhaS De altO ImPaCtO COm ImageNS DOS aCIDeNteS.
paCTO peLa vida
Em novembro de 2012, a NTU aderiu à campanha “Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela vida”, do Ministério das Cidades, com o objetivo de conscientizar os moto-ristas de ônibus sobre os perigos do trânsito e melhorar a imagem e segurança do serviço de transporte coletivo brasileiro. Nos ônibus urbanos, a NTU promoverá a divulgação da campanha em busdoor e cartazes internos nos veículos.
30 Revista NtU URbaNo
aconTEcE naS EMpRESaS
Valorizar o trabalhador é uma forma de levar exce-lência à prestação do servi-ço de transporte. Por acre-
ditar nisso, a Aliança Transportes, empresa de Fortaleza (CE), acumula prêmios e certificados na área. Em 2012, foram três reconhecimentos importantes. O grande destaque foi a premiação “Melhores Empresas para Trabalhar”, promovido pela consul-toria Great Place to Work (GPTW) em 49 países e com apoio do jornal O Povo, em que apenas 40 empresas do estado foram selecionadas.
Aliança transportes coleciona prêmiospor valorização do trabalhador
COM PROJETOS DE SAÚDE, SEGURANçA DO TRABAlHO E EDUCAçãO, A EMPRESA DETRANSPORTE é CONSIDERADA UMA DAS MElHORES EMPRESAS PARA TRABAlHAR NO CEARá
Nesse ano, a empresa também foi agraciada com os prêmios “Empresa 100%”, entregue a empresas que não tiveram nenhuma multa aplicada pe-los órgãos fiscalizadores e cujas fro-tas foram aprovadas pelo Despoluir, e “Melhoria da Qualidade do AR”, o qual foi conquistado pela segunda
vez consecutiva. Ambas as premia-ções são concedidos pela Federação das Empresas de Transportes do Ceará, Piauí e Maranhão (Cepimar).
O sócio-diretor da Aliança, Gustavo Andrade Pessoa, ensina que o ca-minho para o sucesso vai além de
“O CamINhO Para O SuCeSSO vaI além De maNter OS SalárIOS em DIa e um BOm PrOgrama De CarreIra. tuDO COmeça NO PlaNejameNtO aNual Da emPreSa”. guStavO aNDraDe, SóCIO-DIretOr Da alIaNça.
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Revista NtU URbaNo 31
aconTEcE naS EMpRESaS
manter os salários em dia e um bom programa de carreira. O profissional explica que tudo começa no plane-jamento anual da empresa. Nessa etapa, os gestores reúnem tudo que foi colhido durante o ano para um realinhamento de prioridades. “Diariamente, a postura de todos os gestores é a de colocar-se a dispo-sição para a escuta de insatisfações ou de sugestões para a melhoria dos nossos processos”.
Essa avaliação também inclui alte-rações nas rotinas de Recursos Hu-manos, o que é sentido diretamente pelos funcionários da empresa. O motorista Cláudio Roberto lino Carneiro conta que o principal di-ferencial é a desburocratização. “A diferença na Aliança é que o nosso acesso ao gerente é totalmente aberto. Eles não colocam burocra-cia. Isso facilita muito”, afirma.
Além de ouvir as insatisfações dos funcionários por meio dos gestores, a empresa oferece benefícios que garantem a valorização profissional. Entre eles, estão: plano de saúde, odontológico, seguro de vida, car-tão de crédito, tíquete alimentação, cesta básica e convênios com bancos para financiamento de empréstimos.
Saúde e BeM-eSTaR
Por meio do programa “Pra ser + Presente”, a empresa realiza proje-tos com foco social e na saúde dos funcionários. O “Pra ser + Presente/ Atestados”, por exemplo, verifica as condições de moradia, alimentação e saúde do colaborador afastado e ofe-rece a ajuda necessária, que pode in-cluir remédios, orientação, marcação de consulta e carro para translado. Já no “Pra ser + Presente/ Nascimen-
tos”, a empresa celebra o nascimento dos filhos de funcionários.
Pensando na saúde daqueles que trabalham diretamente com o trans-porte, a empresa firmou uma par-ceria com o curso de fisioterapia da faculdade Christus, que realiza estu-dos sobre doenças profissionais.
edUCaÇãO
Além de ouvir as críticas e criar ro-tinas para dirimir eventuais insatis-fações dos funcionários, a empresa atua para incentivar o crescimento profissional. A Aliança subsidia no mínimo 50% dos investimentos fei-tos em educação profissional, gra-duação tradicional e tecnológica, além de 100% da educação formal.
A empresa também criou a Escola de Formação de Motoristas, que é um centro formador dos profissionais. A aliança também mantém um acervo de mais de 500 livros na sala de leitu-ra “Nirley Parra Pessoa”. A sala é um espaço reservado para a pesquisa, o estudo e os momentos de folga de todos os colaboradores. A biblio-teca conta também com clássicos da literatura nacional e estrangeira, livros técnicos, poesias e literatura de cordel. “O espaço reflete a importân-cia que os gestores da Aliança dão à cultura, pois acreditam que o conhe-cimento tem o poder de transformar vidas”, conclui Gustavo Pessoa.
Cláudio Carneiro conta que a união de todas as atividades traz bem es-tar e mais motivação. “Eu participo das atividades de esporte, lazer, saúde. Todos esses eventos que a empresa faz eu participo. Sempre me consulto com fisioterapeuta, participo de palestra. Isso faz dife-rença”, conta.
pRÊMiOS e CeRTiFiCadOS
• Melhores empresas para trabalhar – 2012
• Empresa 100% - 2012
• Prêmio Cearense de Melhoria da Qualidade
do Ar – 2011/2012
• Prêmio Cearense de Melhoria da Qualidade
do Ar – 2010/2011
• Prêmio Cearense de Melhoria da Qualidade
do Ar – 2009/2010
pROGRaMaS de SUCeSSO
Pra Ser + PreSeNte/ ateStaDoS
Apoio ao colaborador afastado com remédios,
orientação, marcação de consulta e translado
Pra Ser + PreSeNte/ NaSciMeNtoS
Celebração do nascimento
dos filhos de funcionários
eScola De ForMação De MotoriStaS
Centro formador dos profissionais
Sala De leitura
Acervo de mais de 500 livros em um espaço
reservado para pesquisa e estudo
AlIANçA INvESTE EM EDUCAçãO FORMAl E
PROFISSIONAl DOS SEUS COlABORADORES.
32 Revista NtU URbaNo
aUMenTO dOÓLeO dieSeL
O aumento do óleo diesel anunciado pelo governo federal em janeiro de 2013 reafirma que é urgente à ado-ção de um regime especial de preços para esse combustível consumido pelo setor. Em 2012, o governo fe-deral promoveu dois aumentos no preço deste insumo, que, ao longo da última década, saltou de 10% para 20% na composição dos custos do transporte urbano. Essas ações vão contra a própria lei da Mobilidade Ur-bana (n° 12.587/2012), aprovada para priorizar o transporte público urbano e melhorar a mobilidade e a qualida-de de vida das pessoas. O alto custo do óleo diesel dificulta o desenvolvi-mento setorial e retarda ainda mais o processo de excelência no serviço.
paRada oBRigaTóRia
CapaCiTaÇãO paRaCOndUziR ÔniBUS
Para evitar os desgastes excessivos dos veículos e de peças automotivas dos ônibus causados por condutores que não estejam bem treinados para a função, a Unitrans (Transnacional e Reunidas Transportes) está promo-vendo de janeiro a abril de 2013, em João Pessoa, um treinamento para que 400 motoristas recebam orien-tações sobre como amenizar os im-pactos e aproveitar melhor as novas tecnologias dos veículos modernos. O curso está sendo ministrado na sede da Unitrans nos turnos da ma-nhã e da tarde. A primeira turma foi formada por 188 motoristas.
MOBiLidade na COpa dO MUndO
Manaus e Curitiba estão revendo os seus planos de mobilidade urbana previstos para a Copa do Mundo de 2014. Isso porque os projetos não ficarão prontos a tempo e novas soluções de curto prazo e boa qualidade deverão ser implanta-das. Na capital amazona, a proposta é investir mais no transporte público por ônibus. As obras do monotrilho e do BRT continuam a ser executadas pelo go-verno estadual e devem receber verba do PAC Mobilidade Urbana, que não tem exigência de conclusão até julho de 2014. Já Curitiba criou uma comissão para reavaliar os prazos e projetos em execução, entre eles dois corredores expres-sos, a linha verde Sul e a implantação do Sistema Integrado de Mobilidade.
4,04,34,64,1
4,24,44,44,0
4,24,44,43,9
3,84,04,43,8
MaiS pRiORidade aOTRanSpORTe COLeTivO
Uma pesquisa encomendada ao Ibope pela “Rede Nossa São Paulo” revela que os paulistanos não estão muito contentes com a falta de “cuidados” ao transporte pú-blico e trânsito da cidade. Os dados mostram que os usuários estão insatisfeitos com a falta de priorização ao transporte coletivo, tendo uma variação negativa de 4% em 2012 em comparação a 2011. A falta de soluções para diminuição do trânsito na cidade também ficou com nota mais baixa, e esse fator explica a mesma insatisfa-ção em relação ao tempo de espera dos ônibus, que teve queda de 5% em 2012 em relação ao ano anterior. A pes-quisa foi divulgada no dia 16 de janeiro de 2013 e ouviu 1.512 pessoas. As notas variaram de 0 a 10.
TRanSpORTe / TRânSiTO (mOBIlIDaDe)SATISFAçãO MéDIA COM A áREA
2009: 4,0 | 2010: 4,2 | 2011: 4,3 | 2012: 4,0
Tempo de espera nospontos de ônibus
Soluções para diminuiro trânsito da cidade
Prioridade ao transportecoletivo no sistema viário
Tempo de deslocamentona cidade
Fonte: Ibope
Estamos nos primeiros pas-sos em direção à efetiva-ção da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Essa
caminhada foi iniciada há muitos anos e alcançou um marco histórico com a sanção presidencial da lei nº 12.587, em janeiro de 2012. Naquele momento, o foco de todos os setores envolvidos na discussão e elabora-ção da lei voltou-se para o desafio de converter o documento legal em realidade. Esse processo é notada-mente complexo e trabalhoso porque compreende uma profunda reestru-turação das relações entre os atores envolvidos e a adoção gradual e sis-têmica de conceitos, diretrizes e ins-trumentos de planejamento e gestão de sistemas de transporte urbano.
Desde a sanção, a sociedade civil or-ganizada e uma série de indivíduos atuam de forma diversificada para propagar os 28 artigos da lei. Além das entrevistas, artigos e reporta-gens nos meios de comunicação, destacam-se os Seminários Regio-nais organizados pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), que reuniram a comuni-dade e técnicos em Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), São luís (MA) e Goiânia (GO). Esforços também foram realizados para preparar pu-blicações, tais como o Comunicado Técnico nº 128 do Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (IPEA), a
diÁlogo Técnico
andré Dantas, PhD, diretor técnico da NTU
A efetivação da Política nacional de mobilidade urbana
cartilha explicativa da Frente Nacio-nal de Prefeitos (FNP), e o caderno técnico de Boas Práticas da NTU.
Houve também a produção de uma obra intitulada “Comentários à lei de Mobilidade Urbana – lei nº 12.587/12 – Essencialidade, susten-tabilidade, princípios e condicio-nantes do direito à mobilidade”, de autoria do advogado Geraldo Spag-no. Essas iniciativas resultam em um conjunto de conhecimento com-partilhado e discutido, que pode ter papel fundamental na sensibilização dos técnicos, grupos sociais e políti-cos quanto à importância e urgência no cumprimento da lei.
Os próximos dois anos serão direcio-nados para a concepção, discussão e implantação dos Planos de Mobi-lidade Urbana. Trata-se de um do-cumento de caráter estratégico, que deve ser formulado pelos municípios com população superior a 20 mil ha-bitantes. Diferentemente dos planos diretores outrora concebidos, que focavam nas propostas de interven-ções na infraestrutura e nos serviços de transporte público coletivo, o Pla-no de Mobilidade deve contemplar a gestão do deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano, conside-rando principalmente os aspectos institucionais, de financiamento e os conflitos sociais relativos à ocupação dos espaços públicos.
Já existe um exemplo de Plano de Mobilidade que busca atender os re-querimentos da lei nº 12.587. Trata-se do PlanMob-BH, que foi publica-do pela Prefeitura de Belo Horizonte em outubro de 2012. Na verdade, o PlanMob-BH já vinha sendo traba-lhado nos últimos anos e representa o conjunto de ações de planejamen-to realizadas pelo órgão gestor local (BHTRANS). Essa é uma caracterís-tica importante, pois indica que o plano de mobilidade não é o resulta-do de uma iniciativa isolada.
No contexto nacional, pode-se afir-mar que a combinação harmônica de esforços, de recursos e de ins-tituições será crítica para garantir que os Planos de Mobilidade Urbana se transformem na concretização da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Contando com o apoio da União, espera-se que os demais en-tes federativos e a sociedade civil possam superar quaisquer diferen-ças e divergências para que ações coordenadas sejam efetivadas. Em função da urgência e importância da mobilidade urbana, o ideal seria que todos os envolvidos trabalhas-sem juntos em grupos executivos, que poderiam viabilizar os diversos requisitos legais de acordo com o contexto local e/ou metropolitano. Dessa forma, a situação exige que comecemos a trabalhar sem hesita-ções quaisquer.
Revista NtU URbaNo 33
34 Revista NtU URbaNo
pElo MUndo
China
MÉxiCO
TRanSpORTe púBLiCO COnTRa a pOLUiÇãO
Os níveis críticos de poluição do ar em Pequim soaram o alarme de
prioridade ao transporte coletivo. Em janeiro deste ano, o gover-
no chinês solicitou aos cidadãos que os automóveis particulares
ficassem em casa e o transporte público fosse priorizado. Foram
instalados postos de transporte a cada 500 metros. Além disso,
determinou-se que a percentagem do transporte público deveria
representar pelo menos 60% do deslocamento dos cidadãos.
pRÊMiO de SUSTenTaBiLidade
O Metrobús, sistema BRT da Cidade do Mé-
xico, e outros projetos na área de mobilidade
urbana sustentável levaram a capital mexicana
a conquistar o prêmio “Sustainable Transport
Award”, no dia 15 de janeiro, em Washington,
nos Estados Unidos.
O prêmio é concedido anualmente na reu-
nião do Transportation Research Board
(TRB), um dos encontros mais prestigiados
dos transportes e mobilidade no mundo. As
cidades brasileiras do Rio de Janeiro (com
o BRT Transoeste) e Belo Horizonte (com
eSTÔnia
100% GRÁTiS
O governo chinês isentará impostos para compra dos veículos para
transporte público até o ano 2015 e vai providenciar um desconto
no preço da eletricidade para as empresas que fazem a operação
do transporte sobre trilho.
As medidas foram tomadas após a capital chinesa chegar a 993 mi-
crogramas de material particulado de 2,5 micras (MP2,5) por metro
cúbico, muito acima dos níveis de 25 microgramas por metro cúbico
que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável.
uma rede de ciclovias) se candidataram à
premiação. Além delas, concorreram lviv
(Ucrânia), Bremen(Alemanha), Cidade da
Guatemala (Guatemala), Dubai (Emirados
árabes), Carolina do Sul (Estados Unidos) e
Rosário (Argentina).
Desde 1º de janeiro de 2013, a capital da Es-
tônia, Tallinn, oferece 100% de gratuidade no
transporte público. Com a medida, cerca de
420 mil moradores terão direito ao benefício.
A iniciativa foi adotada sob o argumento de
que as receitas obtidas com as tarifas pagavam
apenas um terço do custo total do transporte,
sendo o restante subsidiado pelo Estado. Além
de serem insuficientes, as tarifas também de-
sencorajavam usuários.
Então, o governo local resolveu subsidiar inte-
gralmente o custo do sistema de transportes
públicos. Com tarifa zero, mais pessoas co-
meçaram a andar de ônibus, o que melhorou o
trânsito. Tallin possui hoje 63 linhas de ônibus,
nove de trólebus e quatro de vlT (veículos
leves sobre Trilhos).
Revista NtU URbaNo 35
EMBaRQUE nESSa idEia
O futuro do setor de trans-portes começou a ser reescrito em 2012. O do-cumento O futuro que
queremos1, consolidado ao fim da Rio + 20, inclui expressamente a impor-tância de investimentos em transpor-tes direcionados ao desenvolvimento sustentável para que as nações pos-sam atingir os objetivos estabelecidos durante a conferência. é um grande avanço, pois há 10 anos, na última con-ferência de desenvolvimento global, em Johanesburgo, o transporte ficou fora da agenda e dos Objetivos de de-senvolvimento do milênio2.
Tão importante quanto ter o trans-porte na agenda global é ver o com-prometimento assumido em con-junto pelos bancos multilaterais de desenvolvimento, também na Rio +20. Ao destinarem 175 bilhões de dólares para projetos de transporte sustentável, ao longo dos próximos 10 anos, sinalizam o caminho para os grandes bancos nacionais de desen-volvimento. Estima-se o investimen-to global atual em infraestrutura de transportes como sendo da ordem de um trilhão de dólares. A maior parte desse investimento é destinada para aumentar a oferta de espaço viário aos automóveis. A decisão dos bancos multilaterais retira o foco do automóvel e o dirige às pessoas.
A população mundial deve ultrapas-sar 9 bilhões de pessoas em 2050,
luis antonio lindau, PhD, presidente da EMBARQ Brasil
um futuropromissor para o
transporte urbano
75% habitando zonas urbanas. A ten-dência é de que o número de veículos cresça vertiginosamente, saltando dos atuais um bilhão para três bilhões, uma escala de frota incompatível com um planeta já sofre as consequên-cias da falta de sustentabilidade. Em suma, não podemos continuar reféns do automóvel ao decidir investimen-tos que promovam o seu próprio crescimento e, assim, comprometam o futuro das nossas cidades.
Precisamos ser mais inteligentes na destinação dos recursos. A mudan-ça de paradigma passa por entender que os investimentos devem estar voltados para o crescimento econô-mico ambientalmente sustentável das cidades. Assim fez o Banco de Desenvolvimento Asiático com a Ini-ciativa Transporte Sustentável3, um programa de assistência técnica e crédito para projetos de transporte na ásia e no Pacífico.
Investimentos no transporte sus-tentável não irão apenas melhorar a forma como as pessoas se movem pelas cidades, mas também oferecer boas condições de acesso e mobi-lidade a todos os extratos da popu-lação. Como diz Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, uma cidade desenvolvida não é aquela onde os pobres andam de carro, mas sim aquela onde até os mais ricos andam de transporte coletivo. Além disso, o investimento no transporte susten-tável deve estar direcionado para au-mentar a segurança viária e reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. vale lembrar que o setor de transpor-te responde por aproximadamente um quarto das emissões energéticas globais de CO2 equivalente.
Existe um bom caminho ainda a ser trilhado para que o espaço urbano seja construído para as pessoas e não para os carros, como discutido no último Transforming Transportation4. O próximo passo é desenvolver me-canismos eficientes e contar com um monitoramento independente para medir o impacto dos investimentos em transporte sustentável.
NotaS
1 http://www.uncsd2012.org/content/do-cuments/727The%20Future%20We%20Want%2019%20June%201230pm.pdf
2 http://www.objetivosdomilenio.org.br/
3 http://www.adb.org/publications/sustain-able-transport-initiative-overview
4 http://www.transformingtransportation.org/
uma CIDaDe DeSeNvOlvIDa NãO é aquela ONDe OS POBreS aNDam De CarrO, maS SIm aquela ONDe até OS maIS rICOS aNDam De traNSPOrte COletIvO. O INveStImeNtO NO traNSPOrte SuSteNtável Deve eStar DIreCIONaDO Para aumeNtar a SeguraNça vIárIa e reDuzIr aS emISSõeS DOS gaSeS De eFeItO eStuFa.
36 Revista NtU URbaNo
aRTigo
Espera-se para os próximos meses um quadro de difi-culdades, no mínimo, preo-cupante no horizonte dos
municípios brasileiros.
Dentre algumas delas, podemos ci-tar: queda de receitas, redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios, comprometimento do caixa com dívidas herdadas de exercícios anteriores, novas obriga-ções legais, o novo salário mínimo e os pisos salariais de várias categorias profissionais que entram em vigor.
As perspectivas de novas receitas ou de qualquer incremento no caixa dos municípios brasileiros não são muito animadoras, consideradas a prorrogação da redução do IPI dos automóveis e dos eletrodomésticos e a redução das tarifas de energia elétrica, ambas concedidas pelo Governo Federal e cujo impacto nos repasses às Prefeituras é imediato.
logo, o que vem por aí são dias de poucos recursos financeiros e demandas crescentes e comple-xas. Diante desse cenário, há um segmento que precisa de atenção igualmente especial à dedicada a setores como saúde, educação ou
Autor: eudo laranjeiras costa (*)
sem mobilização não há mobilidade
pagamento de pessoal por parte dos prefeitos: a mobilidade urbana, um dos poucos serviços de compe-tência exclusiva dos municípios que acabou se tornando um problema de proporções gigantescas por falta de prioridade política.
Em contraponto a outros serviços essenciais que demandam altos in-vestimentos e, muitas vezes, não ob-tém o mesmo reconhecimento por parte da opinião pública, o que se aplica em mobilidade urbana impac-ta positivamente na vida das cidades e na imagem do gestor municipal. é por meio da mobilidade urbana que o poder público assegura ao cidadão o direito constitucional de ir e vir.
A realidade das cidades brasileiras, entretanto, demonstra que temos andado na contramão desse objeti-vo. O volume crescente de veículos em circulação, num espaço cada vez mais limitado, vem provocando congestionamentos intermináveis e
inevitáveis, situação que se agrava em função de um traço de nossa cultura: privilegiamos o transporte individual em detrimento do coleti-vo e, com essa inversão de valores, sofremos todos, cidades e cidadãos.
Com a falta de novas vias para es-coar o tráfego de carros e de obras que favoreçam a livre circulação do transporte coletivo, principalmente dos ônibus, penaliza-se o trabalha-dor e a população mais carente, que depende desse meio para se deslo-car e deteriora-se, ainda mais, a qua-lidade de vida nas cidades.
O transporte, o trânsito e todas as questões relacionadas à mobilida-de urbana são urgentes e precisam ser tratadas de forma imediata, responsável e equilibrada, sob o ponto de vista técnico, sem paixões políticas ou arroubos ideológicos, obedecendo a uma nova lógica con-trária a que se pratica atualmente. Esse é um movimento que precisa da participação de todos. Gestores públicos, empresários, trabalhado-res, sindicatos, entidades de classes, movimentos sociais, políticos e ci-dadãos precisam estar juntos nessa luta para fazer da lei da Mobilidade Urbana (Nº 12.587/2012) uma reali-dade. Melhor para as cidades e para todos quem nelas vivem.
* euDo laraNJeiraS coSta é empresário
e presidente da Federação das Empresas de
Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor).
O vOlume CreSCeNte De veíCulOS em CIrCulaçãO, Num eSPaçO
CaDa vez maIS lImItaDO, vem PrOvOCaNDO CONgeStIONameNtOS
INtermINáveIS e INevItáveIS, SItuaçãO que Se agrava em FuNçãO
De um traçO De NOSSa Cultura: PrIvIlegIamOS O traNSPOrte
INDIvIDual em DetrImeNtO DO COletIvO e, COm eSSa INverSãO De
valOreS, SOFremOS tODOS, CIDaDeS e CIDaDãOS.
Os jovens hoje protestam em diversas cidades brasileiras contra o valor das tarifas de ôni-bus. E não há de se tirar a razão da juventude, pois, para o bolso do trabalhador, as passa-
gens são caras mesmo.
Mas não adianta reivindicar por tarifas menores se não houver também uma reivindicação por prioridade ao transporte público. é isso o que deixará mais baixos os custos do sistema e, por consequência, o valor das pas-sagens mais próximo da realidade do trabalhador.
Uma pesquisa da Universidade em Michigan, nos Esta-dos Unidos, revela que, devido aos investimentos em transportes, os jovens norte-americanos têm se inte-ressado menos por carros, em comparação a décadas passadas. Mas, no país norte-americano, há uma rede de metrô e de corredores de ônibus que satisfaz as necessi-dades de deslocamentos.
Considerada a terra do culto ao automóvel, os Estados Unidos têm se conscientizado que o transporte indivi-dual torna as cidades impraticáveis e impedem o direito básico do ir e vir das pessoas com liberdade, devido aos congestionamentos e ao mau uso do espaço urbano.
E essa consciência tem sido despertada nas novas ge-rações. De acordo com o levantamento da Universidade de Michigan, menos jovens estão dispostos a comprar carros. Além da recessão econômica dos últimos quatro anos, maior consciência ambiental e a praticidade estão entre os motivos. A população, em especial a mais jo-vem, entende que é mais rápido, prático e barato se des-locar de transporte público.
Dados do instituto de pesquisas norte-americano CNW mostram que hoje o público de 21 a 34 anos que possui carro responde por 27% do mercado de automóveis. Em
ponTo dE ôniBUS
adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN especializado em transportes e blogueiro
Jovens americanosadotam o transporte
público como estilo de vida
1985, essa fatia era de 38%. Ainda de acordo com a Uni-versidade de Michigan, em 1983, apenas 8% dos jovens entre 21 e 34 anos não tinham carta de habilitação. Em 2008, esse número saltou para 18%.
Obviamente que, além da crise econômica, o aumento da população não deve ser descartado. Mas chama a atenção que o perfil de deslocamento tem mudado, mesmo entre jovens que possuem veículos próprios: 24% se deslocam de bicicleta e mais de 50% dos que têm carros optam pelo transporte coletivo no dia a dia.
Numa época em que, com razão, a juventude brasileira tem se queixado das altas tarifas dos transportes públi-cos, é importante destacar que, quando o setor recebe prioridade, ele não oferece apenas serviços melhores, mas mais baratos também, mesmo que após um certo prazo de sua implantação.
ônibus que trafegam mais rapidamente em espaços exclusivos gastam menos combustível, peças, pneus. Além disso, um único veículo faz mais viagens. Ou seja, o custo final diminuiu. Basta depois o poder público fiscalizar e conceder os aumentos de acordo com a va-riação justa dos custos.
Ninguém precisa abolir o carro de suas vidas, mas o transporte público nas cidades é uma questão de inteli-gência. Ocupar menos espaços com carros para sobrar mais espaços para pessoas.
PeSquISa NOS eua revela que jOveNS eStãO uSaNDO meNOS CarrOS. NO BraSIl, a teNDêNCIa SerIa a meSma Se O traNSPOrte COletIvO reCeBeSSe PrIOrIDaDe NOS INveStImeNtOS PúBlICOS.
Revista NtU URbaNo 37
38 Revista NtU URbaNo
appsMOOviT(iOS, Android, gratuito)
O aplicativo funciona como uma comunidade e
ajuda a traçar a melhor rota entre os diferentes
tipos de transporte públicos (ônibus, trem, me-
trô) de acordo com relatos, em tempo real, de
outros usuários. No Brasil, está disponível nas
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
livros“MOBiLidade -hiSTÓRiaS eM MOviMenTO”
O livro, lançado em 2012 para comemorar
os 30 anos da MobiBrasil (antiga Rodoviária
Metropolitana - RME), relata os momentos
marcantes da história da empresa que co-
meçou em 1982, quando foram iniciadas as
operações de transporte coletivo da RME,
nos municípios de São lourenço da Mata,
Camaragibe e Recife e hoje opera nas cidades
do Recife, São Paulo, Diadema e Sorocaba.
A obra foi publicada pela Editora Olhares e
conta com um material fotográfico detalhado
de André Nazareth sobre o dia a dia da mobili-
dade urbana feita por ônibus.
“MaRCOpOLO, SUaviaGeM COMeÇa aQUi”
A história de como a empresa do sul do Brasil se
tornou uma das maiores fabricantes de ônibus
do mundo foi escrita pelo presidente da Marco-
polo, Paulo Bellini. Com mais de 300 páginas, o
livro reúne entrevistas e histórias contadas por
mais de 90 participantes, mostra a trajetória
da empresa e busca disseminar a cultura Mar-
copolo em todos os países e fábricas ao redor
do mundo. O livro foi lançado em dezembro de
2012 pelas editoras Elsevier e Campus.
SitesMOBiLize BRaSiLwww.mobilizebrasil.org.br
Com conteúdo exclusivo sobre mobilidade
urbana, o portal tem o objetivo de estimular
o debate público sobre Mobilidade Urbana
Sustentável e disseminar uma cultura cidadã,
participativa, em benefício da qualidade de
vida nas cidades. Além de notícias factuais
e amplas reportagens sobre o tema, o am-
biente virtual também traz um catálogo de
estudos, publicações e estatísticas sobre o
setor. O portal é uma iniciativa da Associação
Abaporu, uma entidade que atua nas áreas de
educação, cultura e cidadania.
#nTUREcoMEnda
The CiTy Fix BRaSiLwww.thecityfixbrasil.com
lançado em 2011, o site apresenta notícias de
transporte sustentável, pesquisa e soluções
de “melhores práticas” de cidades do mundo
todo. A proposta é conectar uma rede global
de escritores e especialistas em transporte,
incluindo engenheiros, empreendedores,
planejadores urbanos e pesquisadores, que
exploram ambiental e socialmente diferentes
formas de tornar as cidades lugares melhores
para se viver. O site é produzido pela Embarq
Brasil, uma ONG internacional que auxilia
governos e empresas no desenvolvimento e
implantação de soluções sustentáveis para a
mobilidade urbana.
ÔniBUS CURiTiBa(iOS, gratuito)
Com o app, o usuário consulta os horário de
ônibus de Curitiba e região metropolitana
sem a necessidade de conexão com internet. é
possível visualizar linhas, pontos e horários de
ônibus na cidade. Basta sincronizar/atualizar a
base dele antes de sair de casa ou do trabalho.
Todas as informações presentes no App são
retiradas do site oficial da URBS.
Revista NtU URbaNo 39
Mobilidade SuStentávelpara uM braSil CoMpetitivo
aGende-SeA Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU)e a Marcelo Fontana
Promoções e Eventos realizam em parceria o Seminário nacional ntu e a Feira transpúblico.
3, 4 e 5 de JulhoTransamérica Expo Center - São Paulo - Brasil
as áreas de estandes estão abertas para reserva e comercialização.Escolha já o local de exposição de seus produtos eserviços e garanta seu lugar na Transpúblico 2013.
&
Mais informações sobre os estandes:
(11) 5096-8104
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