revista mineira de engenharia - 23ª edição

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Ano 5 | Edição 23| Março - Abril | 2014 MEDALHA LUCAS LOPES Ivan Müller Botelho é o homenageado ENTREVISTA Luiz Henrique de Castro Carvalho, Diretor de Geração e Transmissão da Cemig CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM Defensoria Pública vai prestar assistência jurídica aos processos ARTIGOS | NOTÍCIAS DO SETOR | ENERGIA EM MINAS E MUITO MAIS O que a Capital de Minas ganha com a Copa do Mundo?

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Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

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Page 1: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Ano 5 | Edição 23| Março - Abril | 2014

MEDALHA LUCAS LOPES Ivan MüllerBotelho é o homenageado

ENTREVISTA Luiz Henrique de Castro Carvalho,Diretor de Geração eTransmissão da Cemig

CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEMDefensoria Públicavai prestar assistênciajurídica aos processos

ARTIGOS | NOTÍCIAS DO SETOR | ENERGIA EM MINAS E MUITO MAIS

O que a Capital de Minas ganha com a Copa do Mundo?

Page 2: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

FAÇA A ESCOLHA CERTA

Na hora de preencher a ART no

campo (entidade de classe) escolha

a SME - Sociedade Mineira de

Engenheiros através do código 0086.

Assim, você apoia a SME para re-

presentar a engenharia mineira e

oferecer melhores serviços para você!

ART‑0086

www.sme.org.brSociedade Mineira de EngenheirosCompromisso com as soluções para um futuro

sustentável da engenharia e bem‑estar social.

Page 3: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

A Copa de 2014 se aproxima aumen-

tando as expectativas e os debates,

principalmente quanto ao legado

desse megaevento esportivo. Mas,

não é tarefa simples medir os impac-

tos econômicos por se tratar de um

acontec imento que requer um

esforço enorme do país que sedia os

jogos com gastos elevados, a maior

parte deles financiada pelo estado.

Para os jogos no Brasil, a estimativa ini-

cial no plano de investimentos nas cida-

des-sede totalizava R$ 25,6 bilhões em:

mobilidade urbana, aeroportos, moder-

nização de estádios, segurança, teleco-

municações e turismo, entre outros.

Além de políticas públicas potencializa-

das pela Copa, de Energia, Qualificação

pelo Pronatec e Hotelaria, conforme

transcrição no site do governo federal

brasileiro sobre a Copa do Mundo de

2014 (http://www.copa2014.gov.br/).

A justificativa para tamanho volume de

recursos, em um país com desigualda-

des sociais profundas, é que esses inves-

timentos resultariam em benefícios

para a população. Não há, contudo, con-

senso em relação a esses resultados daí

nossa preocupação e de outros setores

da sociedade. A preocupação é que

haja mais custos do que benefícios.

Essa apreensão é acentuada a cada dia

pelas informações veiculadas, quase

que diariamente, pela imprensa de

problemas em obras, atrasos na exe-

cução de projetos; cenas diárias

de dificuldades extremas vividas pela

população no transporte urbano, as

péssimas condições das rodovias bra-

sileiras e dos serviços aeroportuários.

Além de problemas sociais estruturais

(saúde precária, déficit de moradia,

educação de baixa qualidade, falta de

segurança, etc.).

Na área econômica, a existência de pro-

blemas que emperram a vida do país, a

exemplo da falta de políticas estrutu-

rantes de longo prazo que permitam

que os investidores/empreendedores

atuem em atividades produtivas e não

especulativas, a corrupção endêmica, a

burocracia, entre outros fatores.

Os especialistas observam que a Copa

do Mundo de futebol é um evento

ímpar, que vai muito além dos grama-

dos, atingindo a economia, a política e a

vida da população. Nos gramados cru-

zaremos os dedos para que a seleção

canarinho demonstre sua superioridade

perante os adversários. Do lado de fora

deles, a torcida será maior ainda para

que os esforços engendrados (leia-se

investimentos custeados pelo estado

que certamente teriam maior resultado

em setores essenciais) não tragam mais

danos para uma economia que dá sinais

de desaceleração; para que o monstro

inflacionário não seja reanimado e que

as desigualdades fiscais, regionais e sociais

não sejam realimentadas e acentuadas.

Um dos grandes desafios que temos

hoje é pensar o desenvolvimento de

forma integrada, assegurando bons in-

dicadores econômicos e sociais. Para

isso o governo precisa cumprir seu

papel, criando condições para que haja

crescimento econômico e desenvolvi-

mento. O objetivo principal dos dirigen-

tes e gestores não pode ser apenas

preparar bem as cidades brasileiras para

a Copa de 2014 e para as Olimpíadas,

em 2016, o que ainda não temos cer-

teza se ocorrerá no Brasil. Mas, desen-

volver o país, em todos os aspectos,

para as próximas décadas, porque de-

pois de junho teremos que adminis-

trar em duas direções possíveis: das

perdas ou ganhos.

3

EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

A Copa do Mundo e o futuro do País

Ailton Ricaldoni Lobo

Presidente da SME

Page 4: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

4

Compromisso com Você!

A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de sua

equipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos para

atender cada vez mais e melhor a cada um dos associados.

Em seus 83 anos de existência, a

SME trabalha para integrar, desen-

volver e valorizar a Engenharia, a

Arquitetura, a Agronomia e seus

profissionais, contribuindo para o

aprimoramento tecnológico, cien-

tífico, sociocultural e econômico.

Produtos e Serviços

Em nosso site há uma série de pro-

dutos e serviços como cursos, palestras, seminários,

eventos e uma extensa gama de convênios que você

poderá desfrutar.

São descontos de até 20% em academias, empresas auto-

motivas, de artigos de decoração, buffets, clubes, consultó-

rios, cursos de idiomas, empresas de turismo, faculdades,

floriculturas, gráficas, informática, laboratórios, óticas, pla-

nejamento financeiro, seguros, serviços fotográficos, hotéis,

beleza e estética, dentre outros.

Compromisso com o Futuro

Aprimoramento profissional e inova-

ção tecnológica também têm sido

uma das grandes bandeiras da SME

para oferecer os melhores produtos

e serviços para você e sua família.

Por meio de nosso site, da revista,

dos eventos e da participação nas

redes sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais, um canal

aberto para ouvir suas sugestões e para representar seu

interesse.

Seja um associado da SME

Mais informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou [email protected]

PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo

VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima Gusmão

José Luiz Nobre Ribeiro

Victório Duque Semionato

Alexandre Francisco Maia Bueno

Délcio Antônio Duarte (in Memorian)

DIRETORESLuiz Felipe de Farias

Diogo de Souza Coimbra

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Marcílio César de Andrade

Alessandro Fernandes Moreira

José Flávio Gomes

Fabiano Soares Panissi

Janaína Maria França dos Anjos

Normando Virgílio Borges Alves

Clemenceau Chiabi Saliba Júnior

SUPERINTENDENTE José Ciro Mota

CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela de Sant'Anna

Teodomiro Diniz Camargos

Jorge Pereira Raggi

Flavio Marques Lisbôa Campos

Rodrigo Octavio Coutinho Filho

Paulo Safady Simão

José Luiz Gattás Hallak

Alberto Enrique Dávila Bravo

Cláudia Teresa Pereira Pires

Márcio Tadeu Pedrosa

Sílvio Antônio Soares Nazaré

Felix Ricardo Gonçalves Moutinho

Levindo Eduardo Coelho Neto

Fernando Henrique Schüffner Neto

Ivan Ribeiro de Oliveira

CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva

Nilton Andrade Chaves

Carlos Gutemberg Junqueira Alvim

Alexandre Rocha Resende

Wanderley Alvarenga Bastos Júnior

CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Janaína Maria França dos Anjos

Fabiano Soares Panissi

José Ciro Mota

Ronaldo José Lima Gusmão

Coordenador EditorialJosé Ciro Mota

Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira

MG 05203 JP

Publicação | SMESociedade Mineira de Engenheiros

Av. Álvares Cabral, 1600 | 3º andar

Santo Agostinho

Belo Horizonte | Minas Gerais

CEP - 30170-001

Tel. (31) 3292 3962

[email protected]

Revisão EditorialJalmelice Luz

MG 3365 JP

Projeto Gráfico Blog Comunicação

Marcelo Távora

[email protected]

(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Depto. Comercial | Vendas Blog Comunicação

[email protected]

(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral

Distribuição GratuitaVia Correios e Instituições parceiras

Contato [email protected]

ApoioPublicação

Page 5: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

12ENTREVISTA

Luiz Henrique de

Castro Carvalho,

Diretor de Geração e

Transmissão da Cemig

16POLÍTICA

Alberto Pinto Coelho

assume o governo 42

SICEPOT-MG

Nova sede

26MEDALHA LUCAS LOPES

Ivan Müller Botelho

é o agraciado este ano

ARTIGO | ENERGIA

Arnaldo Jardim,

Deputado federal PPS-SP

32INFRAESTRUTURA

Legados da Copa

do Mundo para a

capital Mineira

38

44

ARTIGO CBMM

Parceria na capacitação

e desenvolvimento humano

24

46ENTREVISTA

José Carlos de Mattos,

Presidente da Gasmig20

MESTRES DA ENGENHARIA

Marcos Pinotti Barbosa18ENERGIA ALTERNATIVA

Seminário destaca

potencial da bioeletricidade

48CREA-MG

Câmara de Mediação e

Arbitragem (CMA)

56 ARTIGO

Vicente Soares Neto

SME ESPECIAL

Márcio Damazio Trindade

52NOVOS ENGENHEIROS

Paulo Cézar Pereira Corrêa

Page 6: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

6

DIRETORIA 2014

Augusto Celso Franco DrummondPresidente

Alexandre Francisco Maia BuenoVice-Presidente

José Ciro MotaVice-Presidente

Luiz Henrique de Castro CarvalhoVice-Presidente

Marita Arêas de Souza Tavares Vice-Presidente

Virginia Campos de OliveiraVice-Presidente

Alexandre Rocha ResendeDiretor

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Diretora

Fabiano Soares PanissiDiretor

Humberto Rodrigues Falcão Diretor

Janaína Maria França dos AnjosDiretora

José Andrade NeivaDiretor

Krisdany Vinicius Santosde Magalhães Cavalcante Diretor

Marcelo Monachesi GaioDiretor

Túlio Marcus Machado AlvesDiretor

Túlio Tamietti Prado GalhanoDiretor

CONSELHO DELIBERATIVO 2014

Ailton Ricaldoni Lobo

Presidente

ConselheirosAlberto Enrique Dávila Bravo

Carlos Eustáquio Marteleto

Eduardo Paoliello

Fernando Henrique Schuffner Neto

Flávio Marques Lisbôa Campos

Francisco Maia Neto

Jorge Pereira Raggi

José Luiz Gattás Hallak

José Raimundo Dias Fonseca

Levindo Eduardo Coelho Neto

Luiz Celso Oliveira Andrade

Paulo Henrique Pinheiro

de Vasconcelos

Rodrigo Octávio Coutinho Filho

Wilson Chaves Júnior

CONSELHO

FISCAL

Carlos Gutemberg Junqueira Alvim

Presidente

ConselheirosAlexandre Heringer Lisboa

João José Figueiredo de Oliveira

José Eduardo Starling Soares

Marcelo Aguiar de Campos

MOMENTO ATITUDE

A SME elegeu nova Diretoria Executiva, Conselhos Deliberativo e Fiscal, para o triênio

2014/2017, no dia 7 de maio de 2014, com chapa única ‘Momento Atitude’ encabeçada pelo Engenheiro eletricista Augusto Celso Franco Drummond. Confira

A Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro)

realizará, entre os dias 20 a 22 de maio de 2014, em Aracaju.

O Encontro Nacional de Coordenadores de Cursos de

Engenharia de Produção (ENCEP). O tema deste ano será a

"Engenharia de Produção Sem Fronteiras: demandas internas

e externas por profissionais capacitados." É o principal

evento orientado à integração entre profissionais do ensino

na área de Engenharia de Produção no país. Reúne, habitual-

mente, a quase totalidade dos coordenadores de cursos de

graduação e de pós-graduação da área, constituindo-se no

principal evento de planejamento das atividades de ensino e

pesquisa realizadas no âmbito dos cursos de Engenharia de

Produção. Mais informações. www.abepro.org.br.

Encontro nacional

Resíduos sólidos

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizará, nos dias 19 e 20 de agosto, no

Rio de Janeiro, a terceira edição do CNI Sustentabilidade em comemoração aos quatro

anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que é um marco legal para as

empresas na área ambiental. Com a participação de especialistas nacionais e internacio-

nais, O objetivo é apontar tendências, desafios e oportunidades de negócios decorrentes da implantação da PNRS no

cenário de transição para o desenvolvimento sustentável. Na programação está previsto a realização de talk show com

Thomas Heller professor da Universidade de Stanford e Prêmio Nobel da Paz 2007 (em parceria com Al Gore). O evento

é aberto ao público, mediante prévia inscrição em junho. Mais informações: www.portaldaindustria.com.br .

CHAPA MOMENTO ATITUDE

Page 7: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

7

Gestores, profissionais e pesquisado-

res do segmento de energias renová-

veis são o público alvo do Minas

Meeting 2014 – Renewable Energies -

Fórum de Energia Renovável, que será

realizado em Belo Horizonte nos dias

3 e 4 de junho, durante a programa-

ção da Semana do Meio Ambiente.

Na ordem do dia, o evento visa pro-

mover a interação de conhecimento

entre os atores institucionais do Es-

tado, envolvidos com o planejamento

e pesquisa sobre energia renovável,

construir a apresentar a Carta de

Belo Horizonte e, ainda, apresentar di-

versos estudos que incentivam a im-

plementação e/ou ampliação do uso

dessas fontes, bem como analisar os

ganhos socioeconômicos e ambientais

para Minas Gerais.

O coordenador do Fórum e ana-

lista ambienal da Gerência de

Energia e Mudanças Climáticas da

FEAM, Wilson Pereira Barbosa

Filho, afirma que a concepção do

evento deu-se durante um curso

de planejamento energético orga-

nizado pela Fundação. “Lá conver-

samos muito sobre a necessidade

de intensificar as discussões

sobre o tema a partir da união de

todos os segmentos envolvidos”,

destaca.

Além da apresentação de diversos

projetos de pesquisa sobre poten-

cial energético e uso de energias

renováveis no Estado, o Fórum

também vai apresentar a nova edição

da Carta de Belo Horizonte, que

está sendo construída pela SME,

com recomendações e previsões

sobre o futuro energético da capital

mineira.

Os pesquisadores da FEAM vão

apresentar uma versão parcial do

Plano de Energia e Mudança Cli-

mática, que deve ser concluído no

final de 2014. “Estamos adiantados

no capítulo sobre potencial das

energias renováveis”, adianta o

coordenador. Outro projeto de

grande interesse é a matriz de

energia territorial.

O evento é uma iniciativa da Fun-

dação Estadual do Meio Am-

biente (FEAM) em parceria com

autoridades, Banco de Desenvolvi-

mento de Minas Gerais (BDMG),

Organização das Nações Unidas

para o Desenvolvimento Indus-

trial (UNIDO/ONU), Instituto Terra,

Ministério das Relações Exteriores,

Empresa de Pesquisa Energética,

Agência Nacional de Energia Elé-

trica, Banco Nacional de Desenvol-

vimento Econômico e Social (BNDES),

Associação Brasileira da Indústria

Elétrica e Eletrônica (ABINEE),

Enviroconsult, COPPE/UFRJ, Socie-

dade Mineira de Engenheiros (SME),

Environmental Protection Agency

(EPA), Associação Brasileira de Ener-

gia Eólica (ABEEólica), IBMEC,

Centro Federal de Educação Tecno-

lógica (CEFET), Engenho – Pesquisa,

Desenvolvimento e Consultoria,

Kyocera Solar e Companhia Energética

de Minas Gerais (CEMIG).

Com foco na necessidade de introduzir o uso do sistema

operacional Android em automóveis, pesquisadores do La-

boratório iMobilis, da Universidade Federal de Ouro Preto

(UFOP), desenvolveram uma metodologia para fazer com

que o sistema se inicie mais rapidamente, fornecendo, assim,

informações de forma mais ágil e dando mais segurança aos

motoristas. Em testes de laboratório, conseguiu-se reduzir

o tempo médio de inicialização do sistema operacional

Android (em um celular, por exemplo) de 40 segundos para

5 segundos. Os próximos passos estão relacionados à eco-

nomia de energia. O trabalho foi desenvolvido por meio do

projeto Nexus em parceria com a empresa Seva Eletrônica.

A companhia forneceu o hardware, enquanto os membros

do laboratório customizaram o software e propuseram a

metodologia. Os resultados foram publicados no III Simpó-

sio Brasileiro de Engenharia de Sistemas Computacionais,

realizado em novembro do ano passado pelos profes-

sores Vicente Amorim e Ricardo Rabelo.

Pesquisa

Fórum de Energia Renovável

Os interessados podem se

inscrever pelo e-mail:

[email protected].

Fórum de Energia Renovável

3 e 4 de junho

Page 8: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

8

Conselho Federal

SME Cultural

A Associação Brasileira de Pontes

e Estruturas (ABPE) e a Associa-

ção Brasileira de Engenharia e

Consultoria Estrutural (ABECE)

realizam, em maio deste ano, o VII

Congresso Brasileiro de Pontes e

Estruturas. O evento abordará em

especial os 40 anos da construção

da Ponte Presidente Costa e Silva,

a famosa Ponte Rio-Niterói, que liga os dois municípios desde

1974. Segundo as entidades organizadoras, elas não poderiam

deixar de comemorar o marco da en-

genharia nacional que a obra repre-

senta. Com 13 quilômetros de

extensão e 72 metros de altura no tre-

cho do vão central, desde a sua inau-

guração já passaram por ela mais de

um bilhão e meio de veículos, de

acordo com as estatísticas produzidas

pela concessionária da Ponte. O evento

acontecerá em Copacabana, entre os dias 21 a 23 de maio.

Mais informações: www.cbpe2014.com.br

O Crea-Minas realiza, no dia 14 de maio de

2014, eleição para conselheiro federal na mo-

dalidade de elétrica. O prazo para registro de

candidatura foi encerrado no dia 18 de feve-

reiro. A Chapa 1 “Trabalho, Respeito e

Valorização Profissional” é composta pelos

engenheiros eletricistas Krisdany Vinícius

Santos de Magalhães Cavalcante e Marita

Arêas de Souza Tavares, que é vice-presidente da SME.

Outra chapa confirmada é formada pelo engenheiro ele-

tricista Raul Otávio da Silva e o engenheiro

eletricista e de Segurança do Trabalho João

José Magalhães Soares.

A eleição será realizada na sede do Crea-

Minas em Belo Horizonte e em todas as

Inspetorias do estado, das 9h às 19h. O

Crea-Minas poderá instalar, se solicitado,

urnas em empresas e faculdades. Podem votar todos os

profissionais registrados e em dia com o Conselho Regional.

No mês de junho, durante os jogos da

Copa do Mundo as palestras progra-

madas para o Curso de Atualização

Cultural para a Mulher serão ministra-

das às terças-feiras e às quartas-feiras

com vagas limitadas. Coordenado por

Heloisa Paiva de Oliveira Costa, o

curso está no 33º ano de atividades ininter-

ruptas oferecendo palestras, bate-papos

sobre as diversas áreas do conhecimento e

está aberto à participação de mulheres

de todas as idades, formação e bagagem

cultural. Mais informações pelo e-mail:

[email protected].

VII Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas

O presidente da SME, Ailton Ricaldoni Lobo, recebeu do diretor de SAS Certifica-

dora, Carlos Henrique Rocha Figueiredo, uma placa comemorativa dos 15 anos

de atuação da empresa, a única em Minas Gerais acreditada pelo Instituto Nacional

de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) para certificação de Sistemas

de Gestão. A SAS é responsável pela certificação de mais de três mil empresas no

Brasil e no exterior, sendo a maioria das empresas do setor de construção civil.

A SME integra o Conselho de Certificação da empresa.

Homenagem

Page 9: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

9

O presidente da Comissão de Telecomunicações e In-

formática, engenheiro Vicente Soares Neto, lança novo

livro sobre o tema Sistema de Comunicação de Dados,

pela editora Érika. No cenário atual de mudanças pro-

fundas das tecnologias analógicas para digitais, esta publi-

cação situa o leitor nesse contexto de forma sistêmica. O

autor destaca nessa edição conceitos do processo de in-

formação, considerando os pontos referentes à represen-

tação dos sinais e sistemas, bem como a teoria da

probabilidade e os processos aleatórios. Além disso, o livro

abrange a teoria da informação e a codificação de sinais. Tam-

bém trata dos sistemas de modulação (em

amplitude, frequência e fase) e das modula-

ções que envolvem os sistemas digitais. O

autor comenta, ainda, sobre ruído e técnicas

de transmissão que são muito importantes

no entendimento das comunicações.

Como desafio ao leitor são formuladas

questões para discussão em cada capí-

tulo, visando fomentar a pesquisa e o

processo de aprendizado para cada uma

das matérias apresentadas.

Encontro técnico

O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias

de Engenharia de Minas Gerais (IBAPE-MG)

realiza, no mês de maio, o I Encontro Técnico

de 2014, na sede do CREA-MG. Haverá pales-

tra do engenheiro e advogado Francisco Maia

Neto sobre o tema: A Atual Realidade

das Perícias Judiciais e Perspectivas com o

Novo Código de Processo Civil. Mais in-

formações: www.ibape-mg.com.br/.

O empresário Leonardo Fares Menhem é o novo presidente da Fumsoft – Sociedade

Mineira de Software. Ele foi eleito para o período de 2014/2017, sucedendo Thiago

Turchetti Maia, que estava à frente da Fumsoft desde 2011. Fares é graduado em

Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações pela Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais e em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Atualmente é Presidente da Concert Technologies S/A.

Participe envie notícias e novidades para: [email protected]

Sistemas inteligentes e transportes

Será realizado no período de 19 a 21 de maio o XII Simpósio Ítalo-Bra-

sileiro de engenharia Sanitária e Ambiental – Gestão Integrada, Avanços

Tecnológicos e Regulação, na cidade de Natal (RN). O Simpósio é uma

iniciativa da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

(ABES), juntamente com a Associazione Nazionale di Ingegneria Sanita-

ria Ambientale (ANDIS), da Itália. O evento ocorre alternadamente,

em ambos os países e, ao longo de 30 anos, consolidou-se com um

dos principais eventos para debates e atualização profissional

entre especialistas brasileiros e europeus. Mais informações pelo site:

http://www.abes-dn.org.br/.

Fumsoft

A Associação Brasileira de Engenharia e

Ciências Mecânica (ABCM) realizará, de

10 a 15 de agosto/14, o Congresso

Nacional de Engenharia Mecânica

(CONEM), em Uberlândia (MG).

O objetivo do evento é contribuir para

descentralizar e melhor distribuir os co-

nhecimentos em tecnologia e inovação da Engenharia e

Ciências Mecânicas no Brasil. A próxima edição do

CONEM está sendo organizada pela Faculdade de Enge-

nharia Mecânica da UFU, com o apoio do Departamento

de Engenharia Mecânica da UFTM. Mais informações

http://www.abcm.org.br/conem2014/.

Congresso Nacional de Engenharia Mecânica

Simpósio Ítalo-Brasileiro

Leonardo Fares Menhem, presidente da Fumsoft

Page 10: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição
Page 11: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Estamos conectados pela mesma energia. Para o Lucas,

crescimento é um marco na sua vida. Para o Grupo

Energisa, crescimento é passar a atuar em todas as regiões

do país com atividades de geração, distribuição, serviços

e comercialização. É ter cerca de 10 mil profissionais

focados em atender às necessidades de energia do Lucas

e de outras 15 milhões de pessoas em 788 municípios.

Acesse www.grupoenergisa.com.br e saiba mais.

Temos 109 anos de história e agora somos um dos seis maiores

grupos de distribuição de energia elétrica do Brasil, atendendo

6 milhões de clientes, por meio de 13 distribuidoras.

com você

Page 12: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

12

ENTREVISTA | LUIZ HENRIQUE DE CASTRO CARVALHO

Qual a capacidade de geração e distribuição da

Cemig na atualidade? Há algum projeto de expansão

da empresa para 2014?

Em termos de geração de energia, considerando sua

participação em consórcios, a Cemig conta hoje com

um parque composto por 70 usinas, sendo 64 hidre-

létricas, 3 termelétricas e 3 eólicas. Juntas, estas usi-

nas somam atualmente uma capacidade instalada de

7.157 MW, sendo capazes de produzir 4.376 MW

médios de energia.

Pelo lado da distribuição, a empresa conta com uma

área de concessão superior ao território da França.

São 510.744km de linhas de distribuição, 11 milhões

de consumidores em 744 municípios.

Esses números somados às demais participações da

Cemig em grandes empresas como a Light, Renova,

Norte Energia (UHE Belo Monte), Santo Antônio

Energia e Taesa fazem da Cemig a maior empresa in-

tegrada de energia do Brasil.

Para 2014 a empresa continuará avaliando a viabili-

dade das diversas oportunidades de expansão. Seja

através de aquisições, fusões ou participações em lei-

lões do Governo Federal. O crescimento sustentável

é a principal meta do Plano Diretor da Companhia.

2013 foi um ano de revisão de custos para a Cemig

para se manter competitiva. A empresa alcançou esse

objetivo? Como?

Realmente a política de renovação de concessões do

Governo Federal obrigou a empresa a rever sua es-

tratégia. A Cemig renovou a concessão das linhas de

Transmissão. Quanto à geração de energia não ade-

rimos à renovação de 18 usinas hidrelétricas, devido

à proposta do Governo Federal não nos parecer viá-

vel do ponto de vista técnico-econômico.

Diante desse cenário foi necessário preparar a

Cemig para a devolução desses empreendimentos

ao Poder Concedente.

Com uma área de concessão superior ao terri-

tórioda França, a Companhia Energética de Minas

Gerais (Cemig) continuará avaliando novas oportunida-

desde expansão neste ano, seja por meio de aquisições,

fusões ou mesmo participações em leilões do governo federal.

É dessa forma que a organização pretende cumprir a principal meta

do seu Plano Diretor que é o crescimento sustentável.

Os investimentos em fontes alternativas de energia fazem parte do negócio Cemig para este

exercício. Sem perder o foco na energia hidrelétrica, a empresa continua a pesquisar e a fazer

aportes especialmente em energia eólica para expandir ainda mais o parque gerador e utilizar recursos

renováveis e tecnologias que acarretem o menor impacto no meio ambiente.

Page 13: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

13

Visando adequar os custos a essa

nova realidade foi criado um plano

de incentivo para aposentadoria de

empregados elegíveis a desliga-

mento. Também foi feita a contra-

tação de consultoria externa de

modo a ajustar os processos inter-

nos, bem como reorganizar a es-

trutura de diversas áreas da

empresa, buscando a máxima efi-

ciência.

O fato é que essas mudanças afe-

tarão o mercado de energia no

Brasil em médio prazo. Todas as

empresas estão tendo que se rea-

dequar e será necessário um prazo

para que isso aconteça.

A Cemig vem pesquisando e

investindo em alternativas

energéticas, especialmente

energia eólica, como forma

de expandir o parque gerador,

utilizando recursos renováveis

e tecnologias que acarretem

o menor impacto no

meio ambiente.

Luiz Henrique

de Castro Carvalho,

Diretor de Geração

e Transmissão da Cemig

Page 14: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

14

ENTREVISTA | LUIZ HENRIQUE DE CASTRO CARVALHO

Os investimentos da Cemig em

fontes alternativas de energia

estão aumentando? Qual a previ-

são para 2014? A Cemig está

pronta para incluir, no seu portfó-

lio de produtos e serviços, as

energias alternativas?

As principais áreas de negócio da

Cemig são geração, transmissão,

comercialização e distribuição de

energia elétrica e soluções ener-

géticas. Possui também investimen-

tos em exploração e distribuição

de gás natural e em transmissão

de dados. Sem perder o foco

na energia hidrelétrica, a Cemig

vem pesquisando e investindo em

alternativas energéticas, especial-

mente energia eólica, como forma

de expandir o parque gerador, uti-

lizando recursos renováveis e tec-

nologias que acarretem o menor

impacto no meio ambiente.

A Renova Energia, empresa em

que o Grupo Cemig possui parti-

cipação, é líder na geração de

energia eólica contratada do Brasil

e uma das maiores no segmento

de energias renováveis. A Compa-

nhia tem investido fortemente na

geração eólica e possui o maior

parque eólico da América Latina, o

Complexo Alto Sertão I, inaugu-

rado em 2012, no estado da Bahia.

O empreendimento é considerado

um case de sucesso internacional

devido ao modelo de execução

utilizado na implantação dos 14

parques eólicos com 184 aeroge-

radores e capacidade de geração

igual a 294 MW, suficientes para

abastecer aproximadamente 1 mi-

lhão de residências.

Atualmente, a Renova está em

processo de construção do Com-

plexo Alto Sertão II, também no

estado da Bahia, com investimen-

tos de R$ 1,4 bilhão, compreen-

dendo 15 parques eólicos com

230 aerogeradores e 386 MW de

capacidade de geração de energia.

Os 2 empreendimentos juntos

irão gerar mais de 700 MW de

energia – quantidade suficiente

para abastecer mais de 6 milhões

de pessoas.

Ainda em novas fontes de energia,

a Cemig aprovou o investimento

de 4 milhões de euros na constru-

ção de uma usina solar fotovol-

taica sobre a cobertura do Estádio

Mineirão, em Belo Horizonte. A

usina solar fotovoltaica deverá ter

uma potência de 1,2 MW pico, for-

necendo energia para o estádio e

para venda ao mercado. Em 2012,

iniciou a construção de uma usina

solar experimental de 3,3 MWp

em Sete Lagoas, uma parceria

entre a Cemig, a empresa espa-

nhola Solaria, a Universidade Fede-

ral de Minas Gerais – UFMG e a

Fundação de Amparo à Pesquisa

no Estado de Minas Gerais – Fape-

mig no âmbito do programa Aneel

de incentivo à pesquisa.

Paralelamente à construção, foi de-

senvolvido o Projeto de Mecanismo

de Desenvolvimento Limpo, apro-

vado junto ao Governo Brasileiro

em 17/12/2012 e encaminhado para

United Nations Framework Con-

vention on Climate Change –

UFNCCC para registro, validação e

futura comercialização dos créditos

de carbono no mercado europeu.

Com o objetivo de mapear o po-

tencial energético e identificar os

melhores sítios para estimular a

atração e implantação de em-

preendimentos solares em Minas

Gerais, foi desenvolvido o Atlas

Solarimétrico. O material oferece

informações solarimétricas para

todos os municípios mineiros,

um ranking de regiões de maior

potencial, subsídios para pes-

quisa e desenvolvimento tecno-

lógico, assim como implantações

de empreendimentos solares.

Foram investidos R$ 2,85 milhões

e o trabalho resultou em 5 novas

estações climatológicas nos muni-

cípios de Diamantina, Jaíba, Para-

catu, Sete Lagoas e Uberlândia.

Page 15: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

15

Como a Cemig pretende partici-

par do “Programa do Governo”

do Estado que oferece incentivos

para a cadeia produtiva do setor

de energias alternativas?

O Decreto 46296 de 14/08/2013

apresenta o Programa Mineiro

de Energia Renovável que tem

por objetivo promover e incen-

tivar a produção e consumo de

energia de fontes renováveis e

contribuir com o desenvolvi-

mento sustentável.

Entende-se por energia renovável

a energia produzida através de

fontes solar, eólica, biomassa, bio-

gás e hidráulica proveniente de

usinas com capacidade instalada

inferior a 30 MW.

Serão oferecidos incentivos fiscais

e tributários, bem como linhas de

créditos especiais para a implan-

tação desses empreendimentos.

Toda a cadeia de produção

desde as obras civis, produção

de peças e equipamentos, cone-

xão com a rede elétrica, geração

e consumo da energia renovável

será beneficiada.

Este tipo de incentivo é muito

bem vindo uma vez que estas

fontes ainda não são capazes de

competir, em viabilidade econô-

mica, com as grandes usinas hidre-

létricas e termelétricas movidas a

combustível fóssil.

É uma atitude pioneira do Go-

verno do Estado de Minas Gerais.

Precisamos aguardar a regulamen-

tação deste decreto, que trará

mais detalhes sobre como serão

operacionalizados esses incenti-

vos e, a partir de então, identificar

boas oportunidades tanto para a

Cemig quanto para o Estado de

Minas Gerais.

Na sua opinião, transformar as

energias alternativas em produto

competitivo é algo possível no

Brasil? O que falta? Qual o desafio

de Minas Gerais nesse contexto?

Sim.A exploração da geração por

fontes alternativas está em

grande crescimento e desenvol-

vimento no país e no mundo. Es-

pera-se que a geração por fontes

eólicas, por exemplo, aumente

sua representatividade na matriz

energética Brasileira dos atuais

2% para 7% nos próximos 4

anos. A redução do investi-

mento inicial e custo operacio-

nal associado ao crescimento

tecnológico estão fazendo com

que estes projetos se tornem

cada vez mais competitivos com

outras fontes de geração de

energia.

Minas Gerais já deu um grande

salto com a promulgação do

Decreto 46.296 estabelecendo o

Programa Mineiro de Energia

Renovável. Se conjugarmos

este instrumento de lei com os

recém-publicados Atlas Eólico

(2010) e Solarimétrico (2012) do

Estado de Minas Gerais podemos

perceber que existe um grande

potencial de crescimento para o

Estado, no médio prazo. Esse

crescimento está atrelado a gran-

des investimentos e oportunida-

des de desenvolvimento, o que

traz um diferencial competitivo

significativo para o Estado e para

a população mineira de um modo

geral.

A Renova Energia, empresa em que o Grupo Cemig possui

participação, é líder na geração de energia eólica contratada

do Brasil e uma das maiores no segmento de energias

renováveis e possui o maior parque eólico da América Latina.

Page 16: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

16

Projetos como o metrô leve e o Ro-

doanel Norte, esse último com edi-

tal previsto para maio, estão entre

os planos do novo governador de

Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho

(PP) até 1º de janeiro de 2015.

Ele substituiu Antônio Augusto

Anastasia, possível candidato ao

Senado nas próximas eleições.

A cerimônia de transmissão do

cargo foi realizada no dia 4 de abril,

no Palácio da Liberdade, antiga sede

do governo do Estado, em Belo Ho-

rizonte. “Estamos prontos para se-

guir em frente. Este ano, Minas vai

oferecer ao país o que há de me-

lhor", disse o novo governador.

A mudança também afetou o secre-

tariado. Das 17 pastas, nove perma-

neceram com seus respectivos

titulares e oito já têm novos ocu-

pantes. Entre eles o engenheiro ita-

birano Fabrício Torres Sampaio, até

então adjunto da Secretaria de

Transportes e Obras Públicas

(Setop), considerada estratégica

pelo governo do Estado. Ele

substituiu Carlos Melles (DEM) e

garante que dará continuidade aos

projetos em execução pelo governo

do Estado. “Temos grandes proje-

tos”, ressalta. Foram nomeados,

ainda, seis dirigentes de órgãos e ins-

tituições estaduais.

O governador explicou como foi

feita a indicação dos novos secretá-

rios. "A formação de governo não é

uma escolha de ordem pessoal mas

a busca da competência e do espí-

rito público. Guiado por esses prin-

cípios e ouvindo os partidos que

compõem a aliança do governo, é

que buscamos a nova formação de

governo". Por ora, segundo Alberto

Pinto Coelho, não há previsão de

mudanças no comando de autar-

quias, fundações e empresas estatais.

Pinto Coelho garantiu que vai con-

tinuar as diretrizes do governo

Anastasia. "É um governo que da

continuidade, que tem o mesmo

norte, a mesma filosofia, os mesmos

princípios e naturalmente, o que nós

pretendemos é levar a cabo até de-

zembro deste ano o legado deixado

pelo governador Antônio Anastasia,

naturalmente, imprimindo nosso

ritmo às demandas da sociedade e

buscando dar a serenidade aos pro-

gramas e ações do governo",

declara.

BIOGRAFIA

Alberto Pinto Coelho nasceu no dia

3 de outubro de 1945, no município

de Rio Verde (GO). Graduado em

Administração de Empresas, Alberto

Pinto Coelho acumulou mais de 30

anos de experiência no setor de te-

lecomunicações, dos quais 27 anos

como gestor de empresa pública.

Em 1994, Alberto Pinto Coelho ele-

geu-se deputado estadual pelo Par-

tido Progressista (PP) e cumpriu

quatro mandatos consecutivos. Ele

foi também presidente da Assem-

bleia Legislativa de Minas Gerais,

eleito em 2007 e reeleito em 2009.

Em outubro de 2010, Alberto Pinto

Coelho foi eleito vice-governador

na chapa encabeçada por Antonio

Anastasia. Alberto Pinto Coelho é

casado com a pedagoga Célia Pinto

Coelho. Tem quatro filhos: Alberto,

Alexandre, Daniel e Paula. O go-

vernador tem também três netos:

Miguel, Alberto e Arthur.

Alberto Pinto Coelho assume governocom projetos de mobilidade urbana

REGISTRO | GOVERNO DE MINAS

Page 17: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

ie.fwwww.

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melhor. e

privadas que atuam ao lado dos empresários mineiros para que a indús

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privadas que atuam ao lado dos empresários mineiros para que a indús

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profissional. O Sistema FIEMG é mais

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privadas que atuam ao lado dos empresários mineiros para que a indús

IELe CIEMG , FIEMGG,é AI,

inovação.e tecnologia É

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São cinco organizações. IEL

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Page 18: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

MESTRES DA ENGENHARIA | MARCOS PINOTTI BARBOSA

Vocação. Essa é a palavra que de-

fine a escolha do engenheiro me-

cânico formado pela Universidade

Estadual de Campinas (Unicamp),

em 1989, Marcos Pinotti Barbosa,

pela vida acadêmica. Para ele, que

é considerado um dos maiores in-

ventores do país, devido ao nú-

mero de projetos e patentes

registradas, a Engenharia é uma

área ao mesmo tempo facinante e

ao mesmo tempo difícil e que, por

isso, a formação dos profissionais

envolve o aprendizado de ferra-

mentas matemáticas complexas

para a resolução de problemas

práticos.

“O engenheiro é aquele profissio-

nal que, apesar da complexidade

dos problemas, ele tem que fazer

acontecer. E, por este motivo, al-

guém tem que ensiná-los a fazer

isso”, ressalta. A alma de pesquisa-

dor foi revelada antes mesmo da

graduação. No estágio que fez na

Bosch do Brasil, em Campinas, ele

estava envolvido em uma atividade

de pesquisa aplicada com a Uni-

camp, e descobriu que essa seria

realmente a sua área de atuação,

ao lado da Universidade.

Desde 1989, com a sua primeira

experiência como professor de in-

formática em uma pequena facul-

dade de Itú (SP), ele chegou a

coordenador do curso de Proces-

samento de Dados. Anos depois in-

terrompeu a carreira de professor

para se dedicar ao mestrado e

doutorado em Engenharia Mecâ-

nica, também pela Unicamp.

Em 1997, ingressou na UFMG-

como professor associado, ondele-

ciona as seguintes disciplinas:

Mecânicados Fluídos, Biomimética

e Princípios de Bioengenharia, na

Graduação; Fenômenos de Trans-

porte para Bioengenharia e

Técnicas de Medição em Calor e

Fluídos, na pós- graduação. Pinotti

também coordena o Laboratório

de Bioengenharia (Lab-Bio) com

atuação nas áreas de engenharia

cardiovascular, biofotônica, tecno-

logia assistida e biomecânica e o

Laboratório de Pesquisa Aplicada a

Neurovisão (Lapan), em parceria

com o Hospital dos Olhos – Clínica

Dr. Ricardo Guimarães, onde de-

senvolve trabalhos nas áreas de

neurociêncais, visão neural, proces-

sos de cognição e tecnologia da in-

formação aplicada a neurociências.

“O importante de ser professor é

ser lembrado pelos seus alunos

como a pessoa que o fez aprender

algo novo e, principalmente, o fez

aprender a pensar de forma mais

organizada, abrindo os horizontes

para novos conhecimentos. Faço o

melhor para transmitir isso aos

meus alunos”, destaca.

Mas o professor também se lem-

bra dos seus mestres. “Gosto sem-

pre de lembrar dos professores

que, ao longo da minha formação,

me ajudaram a descobrir novos

horizontes: Inês Joekes (Instituto de

Química da UNICAMP), Kamal

Ismail (Faculdade de Engenharia

Mecânica, UNICAMP), Enrico To-

masini (Dipartimento di Mecca-

nica, Università Politecnica delle

Marche, Ancona, Itália) e Domingo

Braile (Cirurgia Cardiovascular,

UNICAMP). O legado de ser pro-

fessor é fazer o melhor para ser

reconhecido um dia como impor-

tante para a formação de um pro-

fissional”, aponta.

Para Pinotti, merecer a atenção

dos alunos e constatar que eles

aprenderam a essência do que foi

ensinado são as melhores partes

de ser professor. Da mesma forma,

reencontros também são momen-

tos igualmente especiais.

“Formar engenheiros é dar uma

caixa de ferramentas a um menino

e dar as instruções de uso. Eles fi-

carão mais ou menos hábeis em

cada uma destas ferramentas

18

Pesquisa é a base do conhecimento

Page 19: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

dependendo da competência com

que foi feito o processo de transmis-

são deste conhecimento. Formar

novos engenheiros é uma atividade

de imensa responsabilidade e, por

isso, deve ser tratada com grande

prioridade”, analisa o professor.

O engenheiro defende que, em

função da evolução tecnológica, o

conhecimento adquirido na univer-

sidade pode ficar obsoleto rapida-

mente. Isso justifica o esforço

constante dos cursos de Engenha-

ria para se manterem atualizados.

No entanto, é importante dar ao

estudante da área o conheci-

mento sólido dos fundamentos e

ensiná-lo a desenvolver a habili-

dade de questionar e adquirir

novos conhecimentos

“Existe sempre a pressão da indústria

para formar engenheiros cada vez

mais especializados para atender a

demandas específicas e urgentes, mas,

por outro lado, é sempre sábio dar

uma formação em que o futuro enge-

nheiro consiga se adaptar à evolução

da tecnologia. Existe espaço para as

duas linhas de pensamento. O que é

mais importante em um curso de En-

genharia é ensinar os futuros profis-

sionais a resolver problemas, com

ética, utilizando o melhor da técnica,

preocupado com o bem estar da so-

ciedade e com mínimo impacto na

natureza”, avalia.

Essa diretriz que parece ser bem

moderna, mas foi pela primeira vez

proferida pelo professor de enge-

nharia mecânica Osborne Reynolds,

em 1899, em Manchester, na Ingla-

terra, em um discurso sobre como

deveriam ser formados os novos

engenheiros.

Por isso, o mestre lembra que a Enge-

nharia requer grande responsabili-

dade, pois está diretamente ligada ao

processo de desenvolvimento do país.

“Se se utilizarem bem o que lhes foi

ensinado e agirem com ética e preo-

cupação com a sociedade e com o

meio ambiente vocês serão os prota-

gonistas de um país melhor. Parabéns

pela escolha de serem engenheiros,

vocês irão construir o futuro”, re-

sume. E finaliza com a definição do

fundador do Jet Propulsion Labora-

tory (JPL) na CalTech, um importante

laboratório da NASA, Theodore Von

Kármán: “O cientista descobre o

desconhecido, o engenheiro constrói

o que não existia”.

19

“Formar engenheiros é dar uma

caixa de ferramentas a um menino

e dar as instruções de uso. Eles

ficarão mais ou menos hábeis em

cada uma destas ferramentas

dependendo da competência

com que foi feito o processo de

transmissão deste conhecimento.

Marcos Pinotti Barbosa, professor, inventor e engenheiro mecânico formado pela Unicamp

Page 20: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Que investimentos a Gasmig fará

para ampliar a oferta do produto e

sua distribuição?

Nós temos investido na expansão

da rede ano após ano, o que explica

os recordes anuais de forneci-

mento de gás natural ao mercado

mineiro. Em quatro anos, a Compa-

nhia mais do que dobrou em exten-

são de rede, que hoje conta com

mais de 800 quilômetros espalha-

dos pela Região Metropolitana de

BH, Campo das Vertentes, Sul de

Minas e Vale do Aço. Nesse mo-

mento, por exemplo, estamos co-

memorando a chegada do gás

natural veicular aos postos de duas

novas praças no Estado: Poços de

Caldas e Ipatinga.

Que projetos o Senhor apontaria

como prioritários dentro das pro-

postas da empresa?

Sem dúvida, são os projetos cuja

oferta de gás natural traga indús-

trias, empregos e desenvolvi-

mento para Minas Gerais, que é o

caso do Gasoduto do Triângulo,

que terá como cliente âncora a

nova fábrica de fertilizantes da

Petrobras. Outro exemplo é a ci-

dade de Pouso Alegre, onde provi-

denciamos a chegada do gás natural

no estado liquefeito, transportado

por carretas, para que pudesse

atender a uma nova fábrica de má-

quinas pesadas. Já se tem notícia

que o novo negócio atraiu mais 25

empreendimentos para a cidade e,

certamente, dispor da oferta de gás

natural é um diferencial competi-

tivo em qualquer localidade.

Quais os planos para a expansão da

malha de gasodutos e o que o senhor

poderia detalhar como realizações?

O nosso maior projeto, no mo-

mento, é implantar o gasoduto

do Triângulo Mineiro. Vamos

construir cerca de 450 quilôme-

tros de gasoduto, inaugurando a

atuação da Gasmig em vários

municípios ao longo deste tra-

jeto. O outro é a capilarização

das redes de gás natural pela re-

gião Centro Sul da capital, assim

como já ocorre nas maiores ca-

pitais do país. É por essas redes

subterrâneas que o gás natural já

2020

ENERGIA | GASMIG

Gasmig expande rede de

fornecimento para atrair

indústrias para Minas

A utilização do gás natural representa 3% da ma-

triz energética de Minas. No Brasil corresponde

a 9% de toda a energia usada. Aumentar a

participação do gás na matriz energética do

Estado é mais que um desafio para a Gasmig,

uma oportunidade de negócios que tem como base

um grande potencial de crescimento. Para tanto,

os investimentos previstos são aqueles que au-

mentam a oferta do gás natural, sobretudo para

atrair novas indústrias para Minas Gerais, como

adianta o presidente da Companhia de Gás de

Minas Gerais (Gasmig), José Carlos de Mattos.

Page 21: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

2121

começou a chegar a milhares

de residências e estabeleci-

mentos comerciais ao longo

da cidade, como fizemos em

Lourdes e no Santo Agosti-

nho e já tem expansão pre-

vista para Funcionários, Sion,

Belvedere , Vi la da Serra e

Buritis, dentre outros.

Quais as principais metas do pro-

grama Gestão Estratégica dos

Recursos e Ações do Estado?

A Gestão Estratégica de Recur-

sos e Ações (GERAES) refere-

se a um portfólio de projetos

prioritários definidos pela

Administração do Governo de

Minas para o desenvolvimento

social e econômico do Estado,

reunindo todo o aparato esta-

dual em torno deste objetivo

comum. Na prática, a Gasmig

está inserida no projeto estru-

turador ‘Energia para o Desen-

volvimento’,cuja finalidade é

diversificar a matriz energética

de Minas.

“Na prática, a Gasmig está inserida no projeto

estruturador ‘Energia para o Desenvolvimento’, cuja

finalidade é diversificar a matriz energética de Minas”.

Page 22: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

22

ENERGIA | GASMIG

Todas as questões abordadas aqui demonstram como

temos atuado pelo alcance do que nos foi proposto

– levar gás natural onde houver demanda por desen-

volvimento, expandir a utilização do energético,

substituindo fontes poluentes e criar novos merca-

dos que permitam que o gás ocupe uma posição de

maior destaque na matriz mineira.

A Gasmig atende a duas usinas termelétricas perten-

centes à Petrobras: a Termelétrica de Juiz de Fora e a

Usina Termelétrica Aureliano Chaves, em Ibirité.

Qual a importância dessa produção diante de possí-

veis riscos de racionamento de energia decorrente

da queda do nível de água das usinas hidrelétricas?

O sistema elétrico brasileiro é constituído de um

parque gerador predominantemente hídrico. De um

lado, este sistema tem o mérito de constituir uma

das matrizes energéticas mais limpas do mundo, mas,

por outro, expõe o país a uma dependência excessiva

quanto ao regime de chuvas e é aí que entram as usi-

nas térmicas a gás, atuando em complementação à

hidrelétrica para trazer segurança ao sistema. Porém,

por diversas circunstâncias, o desenvolvimento deste

parque termelétrico impôs um custo alto para a

energia gerada a partir do gás natural. No futuro, es-

peramos que as reservas terrestres já identificadas

em diversas partes do país e, inclusive, em Minas, pos-

sam fomentar a produção termelétrica a gás, a exem-

plo do que ocorre largamente nos Estados Unidos,

onde há um boom de usinas termelétricas construí-

das junto às reservas de gás de xisto.

Quais as tecnologias para a geração de energia

alternativa que a Gasmig oferece para atender a alta

na demanda de consumo de energia elétrica?

O sistema elétrico brasileiro é constituído de um parque ge-

rador predominantemente hídrico. De um lado, este sistema

tem o mérito de constituir uma das matrizes energéticas

mais limpas do mundo, mas, por outro, expõe o país a uma

dependência excessiva quanto ao regime de chuvas e é aí que

entram as usinas térmicas a gás, atuando em complementação

à hidrelétrica para trazer segurança ao sistema.

““

Page 23: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

23

Estamos trabalhando para desen-

volver o mercado de cogeração a

gás no Estado. Além do baixo

custo de kWh de eletricidade

produzido, a técnica possibilita as

mais diversas aplicações. As in-

dústrias com alto consumo de

energia elétrica são as maiores

beneficiadas. Isso porque, com a

cogeração, as empresas produ-

zem a sua própria energia, redu-

zindo a dependência em relação

ao sistema elétrico nacional. A co-

geração é interessante para in-

dústrias que precisam de vapor

ou resfriamento no seu processo

produtivo, como os setores têxtil,

farmacêutico e de produção de

borracha e estabelecimentos

com unidades centrais de condi-

cionamento de ar e centrais de

aquecimento de água, como

shopping centers, hipermercados,

edifícios comerciais, hotéis, clu-

bes, hospitais, aeroportos, etc. O

primeiro projeto de cogeração a

gás no Estado vai ser inaugurado

na nova unidade de produção de

refrigerantes da Femsa, em Ita-

birito. Além da eletricidade, o

processo vai produzir vapor, re-

frigeração e CO2, que será usado

na composição dos refrigerantes,

o que torna a tecnologia ainda

mais eficiente.

A presença do profissional de En-

genharia na Gasmig é marcante.

Como o Senhor vê o papel des-

ses profissionais na perspectiva

do desenvolvimento do estado e

da engenharia?

A força de trabalho da Gasmig

é formada, predominantemente,

por profissionais das mais varia-

das Engenharias. Essa é, sem dú-

vida, uma das profissões mais ver-

sáteis do mercado de trabalho,

capaz de atuar com excelência

em quaisquer dos três setores da

economia.

Nós temos na Gasmig engenhei-

ros eletricistas, químicos, civis, de

segurança, etc, atuando na área

técnica, na área administrativa e,

principalmente, na área comercial,

onde seus conhecimentos espe-

cializados são de suma importân-

cia à captação de bons negócios

e ao atendimento personalizado

aos nossos clientes.

Acredito que, na medida em que

a economia do país vai se tor-

nando cada vez mais complexa e

madura, fica clara a imprescindi-

bilidade do engenheiro para o

progresso econômico, social e

ambiental.

José Carlos

de Mattos,

Presidente

da Gasmig

Page 24: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

24

ARTIGO | ENERGIA

É grave a crise! A falta de chuvas

e a decisão intempestiva tomada

no início do ano passado pela

Presidente da República, de forçar

a redução nas contas de luz, cau-

saram sérios problemas de sus-

tentação econômica ao setor

elétrico e vão promover fortes

aumentos de tarifas no futuro.

Desde os meses finais de 2012 o

País está pagando uma conta bi-

lionária às usinas térmicas para

complementar a queda do forne-

cimento das hidrelétricas.

Os apagões frequentes, de graus

variados, evidenciam falhas no sis-

tema elétrico brasileiro que está

sendo mais exigido do que deve

e carece de investimentos e ma-

nutenção de que necessita. As

exigências sobre a rede elétrica

do País estão maiores por causa

do atraso crônico do setor. Dos

projetos de linhas de transmissão

com obras em andamento, 69%

não serão entregues nos prazos

contratuais. O atraso médio dos

empreendimentos de transmissão

é de um ano, o de geração é de

oito meses e o das subestações,

de seis meses, segundo o Instituto

Acende Brasil.

Infelizmente, a política energética

brasileira esta errática, pontual e

tem sido administrada de olho

nas eleições, com discursos que

se esfarelam na frente dos cida-

dãos quando as luzes se apagam

de repente. É quando fica evi-

dente a causa dos apagões. A

Medida Provisória (MP) 579,

transformada na Lei nº 12.783 em

11 de janeiro de 2013, que trata

da renovação das concessões da

geração e transmissão de energia,

desestimulou os investimentos

em manutenção e segurança, de-

sestabilizou o setor elétrico e

nem mesmo conseguiu garantir

de maneira adequada um cami-

nho correto para gerenciar valo-

res mais baixos de tarifas.

Durante os debates daquela MP

no Parlamento apresentei várias

emendas destinadas exatamente a

evitar o que estamos vivendo

hoje. Mas como em outros casos,

o governo federal com mão de

ferro impôs sua vontade e está in-

comodando os brasileiros e nos

causando prejuízos periódicos.

Tudo exatamente ao contrário do

que anunciou a presidente, em ja-

neiro de 2013, em rede nacional

de rádio e televisão: que o Brasil

tinha energia suficiente para o

presente e para o futuro, “sem ne-

nhum risco de racionamento ou

qualquer tipo de estrangulamento,

no curto, médio ou no longo

prazo”. E que a conta de luz teria

uma redução de 18% para as resi-

dências e de até 32% para as in-

dústrias, agricultura, comércio e

serviços.

As empresas de transmissão de

energia reduziram os investimen-

tos previstos para melhoria da efi-

ciência e segurança das redes do

sistema elétrico porque estão

quase à mingua depois das deci-

sões intervencionistas do governo.

A crise estrutural, entretanto é

ainda mais grave. Ninguém hoje

pode dizer que haverá raciona-

mento, mas a probabilidade está

aumentando, embora o sistema

devesse estar dimensionado para

suportar situações extremas

A nota fiscal da demagogiavirá com preço alto

Page 25: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Arnaldo Jardim,

Deputado federal PPS-SP,

presidente da Frente

Parlamentar em Defesa

da Infraestrutura

Nacional e membro da

Comissão de Minas e

Energia da Câmara

Federal

25

como a que estamos vivendo. Se-

gundo a Consultoria PSR, o risco

de racionamento que era de

0,6%, em cinco de janeiro pas-

sado, chegou a 42,7%, em 17 de

março último.

Os erros de planejamento invia-

bilizaram novos projetos de Pe-

quenas Centrais Hidrelétricas

(PCHs) enquanto a energia

oriunda da biomassa foi despre-

zada. Assim, essas fontes muito

mais econômicas do que as tér-

micas definharam enquanto pode-

riam estar agora fazendo toda a

diferença. Sabemos todos, que

acompanhamos a área de perto,

que os programas de controle e

os estudos de apoio ao cumpri-

mento das tarefas do Operador

Nacional do Sistema (ONS), que

administra todo o setor elétrico,

estão desatualizados e defasados.

A sociedade padece com a falta

de transparência do Comitê de

Monitoramento do Setor Elétrico

(CMSE).

Falta planejamento decente e

confiável – exatamente na área

em que a presidente ostenta onze

anos de experiência de gerência

pública – e as ações de médio

prazo são contraditórias com os

objetivos e metas desenhados

pela EPE. Aqui também, no setor

de energia, passamos a viver sob

o pesado tacape da insegurança

jurídica.

Falta transparência na política

energética. Há muito tempo soli-

cito informações sobre pautas,

análises e decisões do Comitê de

Monitoramento do Setor Elétrico

(CMSE) e até hoje não chegaram.

Por qual razão o governo não

deixa divulgar esses conteúdos

aos cidadãos se até as decisões

do Comitê de Política Monetária

(Copom) se tornam públicas jus-

tamente pela responsabilidade de

manter o País informado?

Andamos de fasto. As mudanças

dos últimos anos estão sujando

nossa matriz energética pela ro-

tina intensiva do uso das ter-

moelétricas nas situações de

escassez de hidroeletricidade.

O governo federal está renegando

o enorme potencial da bioeletri-

cidade, da mesma forma como

está matando a participação da

cultura e da indústria canavieiras

no perfil de utilização de combus-

tíveis. O setor elétrico está de-

pendente de dinheiro do Estado:

um enorme recuo institucional,

político e econômico para o País.

O governo federal está jogando

para as urnas, mas de forma dis-

simulada com os cidadãos. Os

centavos de economia nas con-

tas de luz de hoje – que produ-

zem mais consumo e geram mais

estresse em todo o sistema –

podem render bons votos para

a presidente e seus aliados em

outubro. Mas a nota fiscal da

demagogia terá preço muito

alto para a Nação, de 2015 em

diante.

Arnaldo Jardim, Dep. Federal PPS-SP

[email protected]

www.arnaldojardim.com.br

Facebook: Deputado Arnaldo Jardim

Twitter: @arnaldojardim

Page 26: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

26

Ivan Müller Botelho é o agraciado com a Medalha Lucas Lopes em 2014

ineiro de Leopoldina, na Zona da Mata, o engenheiro eletricista graduado pela

University of Miami, Ivan Müller Botelho, é o profissional da área de Energia a

ser agraciado com a Medalha Lucas Lopes, neste ano.

A solenidade de entrega da medalha e do diploma será realizada no dia 12 de

maio, a partir das 20 horas, no Ouro Minas Palace Hotel, em Belo Horizonte.

A honraria foi criada pela Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) para

reconhecer o mérito dos profissionais que atuam no segmento de Energia.

Presidente do Conselho de Administração do Grupo Energisa, uma das grandes

players do mercado nacional, o engenheiro é testemunha da evolução do setor

de energia no país.

Page 27: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

27

Como foi sua trajetória profis-

sional no Grupo Energisa. Quais

foram suas experiências também

fora da companhia?

Entre 1954 e 1957 cursei Enge-

nharia Elétrica na University of

Miami. Antes de ingressar na

Companhia Força e Luz Catagua-

zes-Leopoldina, empresa que deu

origem ao Grupo Energisa, em

1957, fiz estágio na EBASCO (En-

terprise Bond and Share Co).

Quando iniciei na companhia há

57 anos, havia na empresa apenas

três engenheiros: meu pai,

Ormeo Junqueira Botelho, um

engenheiro já idoso chamado

Walter Werneck, e eu. A compa-

nhia atendia 30.000 consumido-

res e faturava 60 GWh/ano de

energia. Eu fazia de tudo, Distri-

buição, Geração, Operação, Ma-

nutenção e Construção de Redes

e Linhas, Combate a Perdas e

Comercial!

Assumi a direção operacional

na década de 60 e, em 1977,

recebi das mãos de meu pai o

cargo de presidente-executivo.

Em 1990 passei à presidência

do Conselho de Administra-

ção. Acompanho de perto os

planos, projetos e resultados

das empresas e gosto de visitar

cada uma delas, conhecer os

colaboradores e seus dirigentes.

Ao longo de sua carreira, quais

foram os momentos mais mar-

cantes de sua profissionalização?

Participei dos principais proces-

sos de modernização e consoli-

dação da companhia, que cresceu

e saiu de uma esfera municipal

para nacional. Tenho muito or-

gulho de ver a empresa crescer

e ter atingindo a relevância que

tem hoje. Fruto de muito traba-

lho e competência de milhares

de pessoas que se dedicaram a

companhia ao longo de todo

esse tempo. Para sobreviver e

crescer ao longo de 109 anos,

sempre procuramos nos diferen-

ciar pela eficiência e práticas mo-

dernas e inovadoras no setor,

sem descuidar do humano e do

cliente.

São muitas as passagens que

marcaram estes 57 anos de

Energisa, começando pela remo-

delação da usina Maurício em

1958. Também participei do pro-

jeto e construção de inúmeras

linhas de transmissão. Fomos

pioneiros no Brasil na nova era

de construção de PCHs, com a

inauguração da PCH Glória em

Muriaé, em 1983. A partir daí não

paramos mais e foram 17 PCHs

construídas e repotencializadas.

Ainda em geração, desenvolve-

mos e construímos a primeira

termelétrica a gás natural do es-

tado de Minas Gerais em Juiz de

Fora, concluída em 2001, em

pleno racionamento.

Automatizamos subestações no

inicio da década de 90 e implan-

tamos sistemas geo-referencia-

dos na mesma época, sendo uma

das primeiras distribuidoras do

Brasil a fazê-lo.

Outro ponto que me recordo foi

nossa primeira tentativa de ex-

pandir o nosso território de

concessão de distribuição: fiz

uma oferta para compra da Light

em 1977 e também pela Cia Mi-

neira de Eletricidade que atendia

Juiz de Fora; por duas vezes fra-

cassamos. Mas, ficou a vontade

de ampliar nossa atuação na dis-

tribuição, persistimos e alcança-

mos nosso objetivo.

Conseguimos as privatizações da

ENERGIPE, CELB, SAELPA entre

1997 e 2000, e recentemente,

adquirimos as empresas do

GRUPO REDE. Com isso, entre

1996 e 2014, crescemos a nossa

base de clientes 16 vezes!

Page 28: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

28

Que conselhos ou sugestões o se-

nhor daria hoje, aos jovens enge-

nheiros e executivos do setor que

estão construindo suas carreiras?

Aprender SEMPRE, para poder

empreender! Sempre alguém sabe

mais que nós. Um Engenheiro tem

que ser curioso e criativo! O que

norteia a minha carreira como

Engenheiro é o apego às soluções

simples e com muita objetividade,

embora não necessariamente

precise ser simples demais.

Hoje fala-se muito em crise,

risco de racionamento e de apa-

gão. Como o senhor vê o futuro

do setor elétrico no país e que

contribuições a Energisa pode

fazer nesse cenário?

Somos um país com uma matriz

energética predominantemente

hidroelétrica, portanto limpa e re-

novável. Entretanto, é preocu-

pante que estejamos limitando a

construção de novas hidrelétricas

a apenas usinas a fio-d’agua.

Além disso, temos que nos preca-

vermos contra os ciclos de anos

hidrologicamente desfavoráveis e

incentivar outras fontes renováveis

como a eólica, solar e biomassa. O

Brasil tem uma abundância de fon-

tes renováveis que se complemen-

tam com as hidrelétricas, o que é

uma grande dádiva que deve ser

aproveitada. Mas é importante que

haja um modelo em que a expan-

são destas fontes seja possível

com sinais adequados de preço

para elas deslancharem. Também é

necessário que o processo de li-

cenciamento e autorizações para

construção de geradoras seja mais

ágil, com menos custos, levando

em conta que estas fontes são ne-

cessárias. A preocupação com

meio ambiente deve ser sempre

contemplada, mas sem inviabilizar

a construção de usinas de fontes

renováveis. A alternativa atual de

dependência de usinas térmicas

com alto custo e altamente po-

luentes é um contrassenso e

deveria ser melhor planejada.

Na Energisa focamos nos segmen-

tos de geração renovável, de pe-

quenas centrais (PCHs), térmica

cogeração a biomassa de cana, usi-

nas eólicas e também uma usina

solar, assim que for possível.

“Aprender sempre, para poder em-

preender! Sempre alguém sabe mais

que nós. Um Engenheiro tem que ser

curioso e criativo! O que norteia a

minha carreira como Engenheiro é o

apego às soluções simples e com

muita objetividade, embora não neces-

sariamente precise ser simples demais.

Page 29: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

29

O senhor acredita que o Brasil

está avançando no campo da ino-

vação tecnológica e pesquisa no

setor elétrico?

Precisamos investir mais no longo

prazo. Investir em novas tecnolo-

gias de geração renováveis é mais

barato que construir usinas a die-

sel ou óleo combustível, quase

todo importado.

Vivemos no mundo atual onde há

escassez de água, de energia e de

outros recursos naturais. E isso

deveria ser o estímulo para

transformarmos a nossa econo-

mia em uma economia baseada

em tecnologias que permitem

economizar água e gerar energia

mais eficientemente de diversas

fontes. O Brasil poderia liderar

o mundo nesta área, mas falta

visão e uma política para tal.

Algo que penso poderia ser es-

timulado pelo governo e pelos

empresários.

Na sua opinião, quais seriam os

grandes desafios e as alternativas

para o setor elétrico brasileiro?

Encontrar fontes de energias sus-

tentáveis e voltar a construir usinas

hidroelétricas com reservatórios

capazes de armazenar água para

sustentar geração nos períodos

secos. Perdemos esta capacidade

de armazenagem. Isso está nos cus-

tando muito caro agora e nos cus-

tará ainda mais no futuro.

Temos que pensar em como re-

solver os problemas técnicos ad-

vindos da inserção das fontes

intermitentes como as eólicas

no sistema interligado, pensar

como armazenar energia de

forma mais barata. Nossas di-

mensões continentais envolvem

grandes desafios para a trans-

missão, que tem que ser robusta

e ampliada.

Precisamos também rever o atual

modelo do setor. Ao mesmo

tempo, buscar a modicidade para

os consumidores e promover o

realismo tarifário e sinais de pre-

ços adequados para que seja per-

mitida a expansão e a segurança

energética do país com capitais

majoritariamente privados.

Em um mercado globalizado, com

acirramento de concorrências,

surgem novas questões, a exem-

plo da preocupação ambiental.

Qual seria a abordagem metodo-

lógica ou quais seriam as aborda-

gens para a execução de projetos

de investimento no setor que o

senhor atua?

Preocupação ambiental que

evite as atividades predatórias

todos devemos ter, mas o radi-

calismo tem que ser abando-

nado. Países ditos de primeiro

mundo exauriram suas fontes

hidro há muitos anos. Nós

contamos com muitos recursos

naturais que podem ainda ser

desenvolvidos sem destruir o

meio ambiente. Por exemplo,

nós penamos 10 anos para

obter permissão ambiental por

uma simples PCH. Há muitas

PCHs que têm impacto mínimo

ambiental e que podem ser

construídas.

Temos um potencial de biomassa

que é impressionante, somos um

país tropical aonde o combustí-

vel verde é abundante. No en-

tanto, vemos o sucateamento de

toda uma indústria de etanol

com políticas equivocadas de

subsídio à gasolina e outros

combustíveis poluentes. Com

isso, o Brasil perde competitivi-

dade no cenário globalizado.

O processo de licenciamento am-

biental deveria ser mais simplifi-

cado na proporção do impacto.

Hoje há uma multitude de órgãos

que competem no licenciamento,

há conflitos de esferas estaduais e

federais. O processo é difícil e pou-

cos se aventuram ou têm condição

de seguir e, com isso, encarecem e

postergam a entrada de fontes lim-

pas e mais eficientes. Em seu lugar,

entram as térmicas a óleo, algo que

não consigo entender.

Não tenho uma solução para o

assunto, mas imagino que nós,

brasileiros, devemos acordar um

processo menos complexo e

custoso. Espero que ainda nesta

geração.

Page 30: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Gerar energia limpa e renovável é um compromisso da Eletrobras. A maior parte da energia elétrica produzida pela empresa vem de fontes assim.

Fotografe o QR Code e saiba mais sobre a Eletrobras. eletrobras.com

Page 31: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

A Eletrobras é uma das maiores geradoras de energia elétrica do país. Bom saber que boa parte dessa

energia provém de fontes limpas e renováveis. Para tanto, além de usar a hidreletricidade, uma das

fontes mais limpas que existem, a Eletrobras está envolvida em projetos de geração eólica, solar

que f izeram da matriz elétrica brasileira uma das mais renováveis do mundo industrializado.

É por isso que o trabalho da Eletrobras tem uma importância do tamanho do Brasil.

Por meio do Proinfa – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas – ,

41 projetos de energia eólica saíram do papel e fomentaram

que era incipiente no país até então.

Também graças ao programa,

ao todo, 19 térmicas de biomassa, movidas a partir do bagaço da cana,

da casca de arroz e de resíduos da

com o apoio da Eletrobras.

tecnologia de painéis fotovoltaicos.

Page 32: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

COPA | INFRAESTRUTURA

32

Além dos estádios

cheios e das festas,

ainda há grande ex-

pectativa do Brasil

em relação ao legado da Copa do

Mundo Fifa 2014 para as cidades-

sede.Muitas das obras incluídas no

programa apresentado à entidade,

em 2007, não foram nem iniciadas,

como a expansão do metrô de

Belo Horizonte. A reforma do

Aeroporto Internacional Tancredo

Neves, em curso, não será finalizada

até junho, quando o Brasil começa

a receber uma população estimada

em 2,5 milhões de turistas de todo

o mundo.

As áreas consideradas estratégicas,

Transporte, Telecomunicações e Tu-

rismo são os segmentos que, teo-

ricamente, deveriam receber mais

aportes em função do evento.

De acordo com o coordenador

do Núcleo de Infraestrutura e

Logística da FDC, professor Paulo

Renato, as coisas não estão fun-

cionando dessa forma. Mesmo

assim, Belo Horizonte, junta-

mente com Rio de Janeiro e For-

taleza, é uma das cidades-sede

que mais vai lucrar com o evento

nos próximos 20 anos, se souber

aproveitar a oportunidade que

terá início em junho.

“Sem dúvida, os primeiros legados

são os estádios que foram reforma-

dos e/ou construídos. O Mineirão vai

atrair para Belo Horizonte grandes

eventos culturais e artísticos e, ainda,

jogos internacionais. Sem dúvida, o

Complexo Mineirão está mais apa-

relhado que antes”, observa.

A área de serviços será bastante

beneficiada com esse tipo de mo-

vimento, como ressalta o enge-

nheiro e presidente da Associação

Comercial e Empresarial de Minas

(ACMinas ), Roberto Luciano Fa-

gundes. “Há muita expectativa de

que as iniciativas empreendidas

em função dos jogos da Copa do

Legados da Copa do Mundo paraBelo Horizonte

Melhorias, mesmo que pontuais,

são positivas para a cidade e

a imagem do estado.

Page 33: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

33

Mundo, em Belo Horizonte, resul-

tem num legado positivo. Incluem-se,

entre essas iniciativas, as interven-

ções viárias, como o BRT, a consoli-

dação da capital como polo turístico,

especialmente de eventos e de ne-

gócios, a revitalização do Aeroporto

Internacional e os próprios esforços

dispendidos pelo governo de Minas

em favor da diversificação da eco-

nomia estadual, por exemplo”,

destaca o dirigente.

Todas as obras já feitas são extre-

mamente importantes para assegu-

rar a permanência dos efeitos da

Copa, que apesar de ter duração de

um mês, pode ter papel catalisador

para empreendimentos futuros.

Por essa perspectiva, completa Fa-

gundes, espera-se que o comércio

realmente perceba a oportunidade

e aproveite da melhor forma, inves-

tindo na capacitação de mão de

obra e na qualidade dos serviços

para perenizar os avanços no aten-

dimento e, consequentemente, no

desenvolvimento do setor.

Roberto Fagundes,

engenheiro e

presidente

da ACMinas

Page 34: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Considerando que a vocação

econômica de Belo Horizonte é

o setor de serviços, a Copa do

Mundo da Fifa 2014 representa

grande oportunidade para que a

capital mineira conquiste espaço

na preferência turística nacional,

como confirma o professor Paulo

Renato.

O caos do trânsito é um pro-

blema que a população de Belo

Horizonte gostaria de ver resol-

vido com as obras propostas para

a Copa do Mundo. Mas, segundo

o professor, o país perdeu a opor-

tunidade de fazer – e também de

concluir – as obras propostas du-

rante a candidatura do país. “A

falta de projetos e de recursos

públicos foram determinantes”,

afirma.

Na área de mobilidade, da pro-

messa do metrô o que ficou para

Belo Horizonte é o BRT, que, em

alguns trechos da cidade, não fi-

cará pronto em junho. “Mas

existe a vantagem de criar o con-

ceito de corredores para o trans-

porte coletivo. Esse legado é

importante porque, a partir de

agora, a cidade e a Região Me-

tropolitana não poderão mais

escapar do tema transporte co-

letivo”, prevê.

Ainda na área de transportes, até

que enfim as rodovias ocupam o

lugar de destaque que sempre

mereceram. “Não é apenas por

causa da Copa do Mundo mas

pelo que virá depois em segmen-

tos como turismo, indústria e

agronegócios”, aponta o profes-

sor. A concessão para a iniciativa

privada representa a garantia da

melhoria dos serviços prestados.

Na mesma linha, o Aeroporto In-

ternacional Tancredo Neves, cuja

administração foi concedida à ini-

ciativa privada, também deve pas-

sar pelas adequações que, há

anos, têm sido alardeadas.

“Não há dúvida de que o Brasil

prometeu muito mais que pode-

ria entregar e substituiu no prin-

cípio, o planejamento de longo

prazo pela euforia. Colocamos na

COPA | INFRAESTRUTURA

34

Colocamos na matriz de responsabilidade o que nunca foi feito historicamente e

achávamos que faríamos em seis anos, um país de primeiro mundo. Desse projeto

todo, o que vamos entregar de primeiro mundo mesmo são os estádios, constata o

professor. Em custos, essas obras ultrapassaram em 50% o orçamento inicial.

““Paulo Renato,

professor e coordenador

do Núcleo de Infraestrutura

e Logística da FDC

Page 35: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

matriz de responsabilidade o que

nunca foi feito historicamente e

achávamos que faríamos em seis

anos, um país de primeiro mundo.

Desse projeto todo, o que vamos

entregar de primeiro mundo

mesmo são os estádios, constata

o professor. Em custos, essas

obras ultrapassaram em 50% o

orçamento inicial.

Em relação à área de Telecomuni-

cações, a ampliação da oferta de

serviços não deve se perpetuar

após a Copa do Mundo da Fifa. E

tudo isso, novamente, pela falta de

planejamento. “Perdemos oportu-

nidades”, aponta o professor. A

primeira fase – infraestrutura – é

a compra de capacidade, ou seja,

de equipamentos e sistemas que

demandam prazos alargados em

função do prazo de entrega, con-

siderando que os grandes forne-

cedores são mundiais.

A segunda etapa, explica o Paulo

Renato, é o software e a oferta

do serviço propriamente dito.

“Isso envolve inteligência, siste-

mas e recursos humanos (RH).

Preparar tudo isso demanda mais

tempo que o necessário para a

área de infraestrutura”, alega. Por

isso, a estrutura será montada

para atender apenas as necessida-

des de transmissão de dados e voz

do evento, como instalações tem-

porárias. O risco é o país entregar

a pior imagem em termos de Tele-

com, nos estádios e na cidade.

Especificamente em Belo Hori-

zonte, a rede de fibra óptica teve

aumento de 31%, passando de

219 km para 287 km de exten-

são, para beneficiar 106 órgãos

da administração municipal. O

número de pontos de acesso

gratuitos à internet (wifi) au-

mentou nas praças e parques da

cidade. O Mineirão está pas-

sando por obras complementa-

res, no valor de R$ 50 milhões,

para adequação da área de TI,

entre outras. Afinal, a competi-

ção deve ser transmitida para

todo o mundo. Em suma, os pro-

jetos em curso confirmam que

as intervenções são localizadas.

O setor turístico pode ser be-

neficiado desde que exista pla-

nejamento. “É preciso pensar a

Copa do Mundo Fifa 2014 a

longo prazo. Esse será, inclusive,

o diferencial de Belo Horizonte

em relação a outras cidades-

sede. O evento é apenas o início

de um processo ou uma opor-

tunidade para abrir novos negó-

cios”, afirma.

Ainda no segmento de Turismo,

Belo Horizonte está se equi-

pando com novas unidades ho-

teleiras. No entanto, dos 73 es-

tabelecimentos combinado em

2010 entre a Prefeitura Munici-

pal da capital mineira e a indús-

tria de hotéis, representada pela

seção mineira da Associação

Brasileira da Indústria de Hotéis

(ABIH-MG), apenas 27 devem

estar em atividade para a Copa

do Mundo. Há, ainda, 42 em

obras.

“A cidade pode fazer um movi-

mento que não seja pautado

pela especulação de preços. Se

conseguir oferecer aos turistas

domésticos e ao público inter-

nopreços razoáveis, a imagem da

cidade será preservada e valori-

zada no futuro. Acho que muitas

cidades-sede terão imagem com-

pletamente arranhada por querer

ganhar dinheiro rápido e a qual-

quer custo, apenas durante o

evento. Belo Horizonte e Minas

Gerais têm que pensar a longo

prazo”, recomenda.

Pesquisas de mercado compro-

vam que a guerra de preços já

começou. Pesquisa realizada

pelo site Mercado Mineiro cons-

tatou que a variação na tabela

das diárias, durante a competi-

ção, é de 466,67% na compara-

ção com os preços praticados

atualmente.

35

Page 36: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

O secretário municipal Extraor-

dinário para a Copa do Mundo

da Prefeitura de Belo Horizonte,

Camillo Fraga, é otimista em re-

lação aos legados do evento

para a capital mineira. “Além das

melhorias que serão percebidas

pela população, como as obras

de mobilidade, a instalação da

nova sinalização viária, a revita-

lização dos centros de atendi-

mento ao turista e a ampliação

da rede de fibra óptica e dos

pontos wi-fi, há também ganhos

intangíveis como a oportuni-

dade de ampliar a visibilidade da

cidade no cenário mundial”,

enumera.

Setores como saúde, segurança,

mobilidade, turismo, limpeza ur-

bana, hotelaria, serviços de ali-

mentação e voluntariado serão

testados durante o evento e

terão que trabalhar de forma

integrada. “Há alguns anos, a

Prefeitura de Belo Horizonte

promove a cidade como um des-

tino de negócios em todas as

ações de internacionalização e

em todas as oportunidades de

divulgação dentro e fora do

país”, ressalta o secretário.

Com isso, o perfil do município

tem mudado. Diversos festivais

internacionais são realizados na

cidade e os mega shows interna-

cionais também consideram

Belo Horizonte como parte da

turnê de apresentações. “Tudo

isso contribui para estimular a

vinda de novos eventos para a

capital mineira e manter a média

de ocupação nos hotéis após a

Copa”, aposta.

Na avaliação do presidente do

Conselho de Política Econômica

da Federação das Indústrias do

Estado de Minas Gerais (Fiemg),

engenheiro civil Lincoln Gonçal-

ves Fernandes, Belo Horizonte

precisava fazer as obras que estão

em curso. “A crise das metrópo-

les é mundial e Belo Horizonte

não tem como fugir”, ressalta.

A solução para o transporte – o

sistema BRT, batizado de MOVE

– não é a única disponível. O pro-

jeto de ampliação do metrô e a

implantação do metrô leve são

obras aguardadas pela população.

“São carências que, independente

da Copa do Mundo, a cidade já

apresenta”, lembra.

Diversos festivais internacionais são realizados na cidade de Belo Horizonte como

parte da turnê de apresentações isso contribui para estimular a vinda de novos even-

tos para a capital mineira e manter a média de ocupação nos hotéis após a Copa.

““Camillo Fraga, secretário

municipal Extraordinário

para a Copa do Mundo

COPA | INFRAESTRUTURA

36

Page 37: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Para o engenheiro, o país tentou, sem sucesso, usar a

Copa do Mundo como mote para incluir os proble-

mas de infraestrutura na agenda das cidades-sede.

Tudo, no entanto, está se resolvendo por meio da

concessão dos serviços públicos à iniciativa privada.

Assim, com mais dois anos de obras e doses extras

de paciência, por parte dos usuários, o Aeroporto In-

ternacional Trancredo Neves deverá se adequar para

atender às atuais demandas. “Órgãos como Infraero,

DNIT e CBTU estão falidos no Brasil”, avalia.

Na área hoteleira, a carência absoluta de leitos, foi

revertida pela iniciativa privada. O que não se pode

fazer é “parar no tempo”. O trabalho de captação

de eventos e turistas deve ser intensificado após a

Copa. “Se fizermos um bom trabalho na Copa,

vamos mostrar o Brasil para o mundo e promover

o crescimento da indústria do turismo que ainda é

muito fraca. O turista que vier e for bem tratado

será o nosso multiplicador”, afirma Fernandes.

Vereador de Belo Horizonte, Pedro Luiz Neves

Victer Ananias (PT), ou Pedro Patrus como é mais

conhecido, afirma que o grande legado deixado

pela Copa do Mundo para a capital mineira é a

possibilidade de consolidar a sua imagem no ce-

nário internacional. “Belo Horizonte não será a

mesma após a competição pois teremos nossa

cultura, história e tradição projetadas para o

mundo e fortalecer, entre outros segmentos, o tu-

rismo de negócios”, aponta.

Em termos econômicos, segmentos como hote-

laria, construção civil, mobilidade urbana e tele-

comunicações serão os grandes beneficiados.

“É preciso ressaltar que o governo federal e a

administração municipal priorizaram no plane-

jamento da Copa de 2014 o interesse das

grandes empresas. Prova disso é que o Minei-

rão ainda está em obras e o BRT ainda não

terminaram”, conclui.

Lincoln Fernandes,

presidente do

Conselho de

Política Econômica

da FIEMG

Pedro Patrus,

Vereador (PT) de

Belo Horizonte

37

Page 38: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

38

CBMM | CAPACITAÇÃO

Depois de quase dois anos desde

seu lançamento, uma iniciativa de

promoção da pesquisa avançada

na área de Engenharia de Mate-

riais começa a gerar os primeiros

frutos em Minas Gerais. Criado

pela Companhia Brasileira de

Metalurgia e Mineração – CBMM

em parceria com o Centro de

Tecnologia SENAI/CETEC, do

Serviço Nacional de Aprendizado

Industrial, o programa está

apoiando o desenvolvimento de

projetos em nível de mestrado e

doutorado, principalmente junto

à Escola de Minas da Universidade

Federal de Ouro Preto ( UFOP).

O programa, ligado à Rede Temá-

tica em Engenharia de Materiais -

REDEMAT, também conta com a

participação da Universidade do

Estado de Minas Gerais (UEMG) e

já teve seu primeiro caso de su-

cesso. Apresentada no segundo

semestre de 2013, a dissertação

sobre os efeitos do Nióbio na duc-

tilidade a quente do aço inoxidável

marcou a conclusão do mestrado

do estudante Adir Garcia Reis.

O trabalho teve a orientação da

professora Margareth Spangler

Andrade, diretora do Instituto de

Inovação em Metalurgia e Ligas

Especiais do SENAI/CETEC. Es-

tabelecida em 2011, a instituição

resultou de um convênio entre o

governo de Minas Gerais e a Fe-

deração das Indústrias do Estado

(FIEMG), através do qual o SENAI

assumiu as atividades de pesquisa

e serviços tecnológicos então con-

trolados pela Fundação Centro

Tecnológico Estadual (CETEC).

Para o pesquisador Adir, Reis, agora

Mestre em Engenharia de Materiais,

o programa na REDEDMAT-UFOP

possibilitou grande contribuição à

sua formação acadêmica. Em sua

dissertação, ele também agradece

à CBMM “pela bolsa de estudos e

pelo suporte financeiro”. Além de

Adir, três outros estudantes de-

senvolvem seus projetos com

apoio da CBMM, com trabalhos

também ligados a aplicações do

Nióbio a materiais como os aços

inoxidáveis.

CBMM estimula parceria indústria-academia

Page 39: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

39

Todos os projetos contam com a

orientação da professora Marga-

reth Spangler, especialista na área

de Engenharia de Materiais e

Metalúrgica com atuação desta-

cada, entre outros, na microsco-

pia eletrônica. A ferramenta é

fundamental na análise de experi-

mentos dos trabalhos desenvolvi-

dos pelos participantes do pro-

grama, como o estudante Nilo

Nogueira da Silva. Já em fase de

conclusão de seu mestrado, ele

deve fazer a defesa de sua disser-

tação agora em março, também

concentrando sua pesquisa em

aplicações estruturais de aços

microligados ao Nióbio.

O programa foi estabelecido em

março de 2012, fruto de um

Convênio de Cooperação entre

a CBMM e o SENAI/CETEC.

O objetivo da parceria é a reali-

zação de projetos de pesquisa em

áreas de tecnologia de produção

e aplicação de aços, sobretudo

com a utilização de ferro nióbio.

Os dois outros projetos devem

ser concluídos em breve, ambos li-

gados a estudos de doutorado.

Os trabalhos estão igualmente

sob a coordenação da professora

Margareth Spangler e um deles é

fruto de pesquisa da estudante

Flávia Vieira Braga, que investiga a

influência do Nióbio na qualidade

superficial dos aços inoxidáveis

ferríticos.

Preparando-se para a obtenção

do título de Doutora em Enge-

nharia de Materiais Flávia deverá

fazer sua defesa de tese em março

de 2015. A conclusão do douto-

rado é mais uma meta cumprida

no Programa de Pós-Graduação

em Engenharia de Materiais da

REDEMAT, que também prepara

mais um futuro doutor na área,

o estudante Tiago Evangelista

Gomes. Atualmente em fase de

conclusão de sua pesquisa e reda-

ção de tese, Tiago concentra seus

estudos na influência do Nióbio

na ductilidade a quente em aço

inoxidável duplex.

Page 40: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

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genharia em benefício da sociedade. Elaboram trabalhos técnicos e pro‑

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Page 41: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

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Page 42: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

42

Pede-me dinâmica jorna-

lista que responda a algu-

mas perguntas a orientar

o que seria um breve re-

lato de minha história,

meu relacionamento com a SME,

meu exercício da Presidência da

entidade e opiniões sobre o asso-

ciativismo.

Ora, dado meu jeito de ser, não me

preocupa muito minha história ou o

que se realizou em meu mandato,

antes sim o a quanto estamos e o

muito que os engenheiros podem

construir pelo desenvolvimento pá-

trio, mormente através de uma so-

ciedade como a nossa.

A Engenharia me veio como decor-

rência normal de uma carreira que

poderia dizer familiar, dado minhas

origens. Meu bisavô foi um dos cinco

professores que iniciaram com Gor-

ceix a famosa Escola de Minas de

Ouro Preto, na qual posteriormente

se graduaram meu avô, meu pai, vá-

rios tios e parentes próximos.

Naquela Escola, fui um dos doze

aprovados no vestibular, que,

àquele tempo, aprovava conheci-

mento e não, como hoje, no mais

das vezes a incompetência dos go-

vernos em prestigiar a educação

tenta se ocultar através da distin-

ção de raça, cor e sexo. Fato é que,

após cursar os três primeiros anos

em Ouro Preto, já desejando iniciar

minha carreira, transferi-me para a

Escola de Engenharia da UFMG,

onde me graduei em engenharia

civil, em 1962.

A SME me chegou desde os tempos

escolares, guardando com carinho

até hoje minha carteira de sócio as-

pirante, tempos em que nos marca-

ram as horas dançantes e as

aspirações a um dia ostentarmos seu

escudo no testemunho de já sermos

engenheiros e sócios efetivos.

Daí ter estado sempre em contacto

com a SME, desde o espaço anexo ao

Automóvel Clube até o prédio novo

devido principalmente ao esforço do

engenheiro Tárcio Primo Belém Bar-

bosa, lutador recentemente falecido.

E talvez , por estar sempre presente

aos eventos e solenidades, ocupando

finalmente mandato no Conselho

Fiscal, recebi o convite de um grupo

de amigos para ocupar o cargo de

Presidente.

Recebi o cargo em período bastante di-

fícil, o nosso prédio estava alugado a

uma entidade escolar e com dívidas

que reputo normais, pelo aprendizado

no mandato, face à necessidade de en-

frentar os eventos esperados pela

classe, infelizmente bastante ausente na

hora de ajudar a mantê-la. Mas nos aco-

lhemos em área disponível pelo CREA,

entidade nascida dentro da SME, como

nos bons tempos outras iniciativas em

Minas nela se engendraram.

Assim, graças à inestimável ajuda de

empresas diversas, pudemos aos

poucos livrar-nos do deficit e conse-

guir um programa de trabalho para

manter nossas características de so-

ciedade na vanguarda da engenharia

mineira e caminhar pari passu com o

desenvolvimento do Estado.

Saliento ainda que, via processo judi-

cial, conseguimos a retomada da

nossa sede que , vazia e silenciosa,

aguarda ainda um movimento de só-

cios e empresas a retorná-la à dese-

jada ocupação real e volta aos anos

de intensa movimentação. Este um

dos planos que, iniciado com a reto-

mada, não pude concretizar, mas

tenho certeza haverá de acontecer

pela união dos que amamos a SME.

SME ESPECIAL | MÁRCIO DAMAZIO TRINDADE

Defesa da Engenharia e associativismo levado a sério

Page 43: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

43

Fato é que, a despeito dos empeci-

lhos, conseguimos com a inestimá-

vel colaboração de alguns diretores,

sócios e membros de Comissões

Técnicas, levar à frente nossos al-

moços 12h30 , criando também o

jantar 19h30 , pela maior facilidade

de horário, onde pontificaram per-

sonalidades e temas diversos, que

não importa enumerar, realizar o

frequentado Ponto e Contraponto.

Valeria aqui sobressair nossas cola-

borações ao Plano Nacional de Lo-

gística e Transporte e à questão das

Balanças Rodoviárias, merecedoras

de elogios pelo Ministério de Trans-

portes, nossos estudos sobre Cen-

tro de Tecnologia, a mais antiga Usina

de Ferro no Brasil e o Modelo para

Minas Gerais acerca de Telecomuni-

cações, além de muitos outros, no

decorrer das reuniões de comissões

técnicas.

De nossa época ainda, o ressurgi-

mento de iniciativas que haviam

sido deixadas por motivos que não

vêm ao caso, como o Congresso In-

ternacional de Metalurgia, levado

para São Paulo e por nós retomado,

mas que infelizmente também não

teve sequência, após o que levamos

com grande sucesso em Ouro

Preto. Mesmo esta revista, que en-

contramos com publicação sus-

pensa, a fizemos retornar com o

aspecto e apresentação que hoje re-

cebemos e esperamos continue

com a fortaleza de seus artigos

sempre esperados e se torne ban-

deira de nossas ideias e valores.

Muitos outros planos foram divulga-

dos e registramos à espera que o

avançar dos anos e a sequência de

mandatos os realizem pelo con-

teúdo que encerram , discutidos e

aprovados nas comissões. Assim, por

exemplo, o Programa de Treina-

mento em Serviço, o Programa de

Interiorização da SME, o da SME

como Alavancadora de Inovação

Tecnológica, que hoje ganhou

corpo em várias entidades e até

mesmo a criação de um Instituto

do Conhecimento da Engenharia.

Assim, lutando pela manutenção do

nosso dia a dia, acreditando ser mais

que tempo de reunirmo-nos ao

invés de desassociara-nos, como

vem ocorrendo, pela abertura fre-

quente de novas entidades, no final

de nosso mandato, por uma série

de cafés da manhã, outra iniciativa

que promovemos, buscamos diri-

gentes de representações de ramos

diversos da Engenharia, apregoando

nossa união na defesa de ideais co-

muns e engrandecedores da Pátria,

porquanto é de nossa profissão a

base para todo e qualquer desen-

volvimento brasileiro que se pre-

tenda.

Os novos engenheiros devem se

chegar às entidades que verdadei-

ramente os representem, buscar

dos mais antigos a experiência que

possam transmitir, emprestar-lhes

a energia criadora que trazem con-

sigo para , juntos, buscar a realiza-

ção dos sonhos que ficaram para

trás perdidos pelas dificuldades da

vida e dos sonhos que se estendem

à frente pelo entusiasmo dos que

iniciam sua carreira.

Portanto, a presença do enge-

nheiro em todas as eras e ativida-

des, sobretudo em associações

como a SME, é ponto de partida

obrigatório. É hora de fortalecer e

renovar a engenharia brasileira!

Márcio Damazio Trindade

Márcio Damazio

Trindade, engenheiro e

ex-presidente da SME

Page 44: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Mais de 25 anos após o início da ge-

ração de eletricidade pelas usinas

sucroenergéticas brasileiras para a

grade de distribuição, a bioeletrici-

dade continua a ser uma energia re-

novável, sustentável, abundante e

pouco valorizada. Para discutir for-

mas de mudar essa realidade, o pro-

grama de comunicação do setor

sucroenergético que envolve sindi-

catos e fornecedores, agora em par-

ceria com a Frente Parlamentar pela

Valorização do Setor Sucroenergé-

tico e a Comissão de Minas e Ener-

gia da Câmara dos Deputados,

promoveu o seminário “1º de abril:

O dia da verdade sobre a bioeletri-

cidade,” no dia 4 de abril.

Especialistas, empresários do setor,

autoridades e representantes de or-

ganizações não-governamentais

(ONGs) e do legislativo participa-

ram do evento que, em três painéis,

apresentou diversas propostas para

ampliar a participação da bioeletri-

cidade na matriz energética brasi-

leira. O presidente do Sindicato da

Indústria de Fabricação do Álcool

no Estado de Minas Gerais (Siamig-

MG), Mário Campos, participou do

seminário.

Apesar do interesse do governo em

ampliar o escopo de fontes de ener-

gias renováveis, o setor sucroener-

gético ainda não dispõe de uma

política de longo prazo para a bio-

eletricidade, que inclua esse produto

em leilões. “Hoje a bioeletricidade

tem que concorrer nos leilões mis-

tos, que desconsideram suas exter-

nalidades como energia limpa (sem

emissões ou transtornos ambien-

tais), produzida entre abril e dezem-

bro, no período mais seco do ano,

quando acontece a moagem da cana

de açúcar, nas regiões Sudeste e

Centro-Oeste, onde ficam os maio-

res centros de consumo, o que pos-

sibilita, ainda, reduzir custos e as per-

das de transmissão”, enfatiza. Há

que se considerar, ainda, a descen-

tralização da produção, no interior

do país.

Apesar de tantos diferenciais com-

petitivos, o que existe hoje é um ce-

nário de desestímulo da produção

em função dos baixos preços con-

seguidos nos leilões, com efeito ne-

gativo sobre os investimentos em

novas usinas e também na expansão

e modernização dos processos pro-

dutivos, para gastar menos energia

no processo produtivo apara ter

uma sobra para comercialização.

“Caso houvesse incentivos, o

setor teria a capacidade para res-

ponder de forma rápida ao au-

mento de geração de energia para

o sistema”, garante o dirigente.

Basta dizer que o setor entrega ao

sistema nacional de energia (SIN)

1.700 MW médios, porém, existe

44

ENERGIA ALTERNATIVA

Seminário destaca potencial da bioeletricidade

Page 45: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

um potencial de aumento a curto

e médio prazo para 5.000 MW,

caso fossem atendidas as necessi-

dades do setor, principalmente,

quanto aos preços nos leilões.

Uma usina não vive somente da

produção de bioeletricidade. Se-

gundo Campos, a implantação de

políticas que interfiram na produ-

ção e comercialização do etanol,

por exemplo, impactam significati-

vamente a saúde financeira das em-

presas e diretamente os projetos

de cogeração de energia elétrica.

“Enquanto o governo segura o

preço da gasolina e impede a com-

petitividade do etanol no mercado

nacional, empresas do setor fecham

em todo o país”, avalia.

No plano decenal de energia do go-

verno federal a biomassa cresceria

na matriz energética para 8000

MW em 2022. “Infelizmente pela

falta de incentivo e aumento da ca-

pacidade de investimento isso não

será concretizado pois a estimativa

de capacidade de geração para este

ano é de 22 mil MW, usando o ba-

gaço e a palha da cana”, garante

Campos.

O setor quer despertar a so-

c iedade para a importância da

bioeletricidade para o país, ao de-

monstrar o potencial dessa fonte

energética em um cenário de re-

servatórios baixos e risco de racio-

namento de energia elétrica. Mais

que isso, movimentar a atividade

também abre oportunidades de

empregos para diversos profissio-

nais, incluindo-se aí os engenheiros

que podem trabalhar na operação

e também na área de consultoria

nessa cadeia produtiva.

Projetos como o metrô leve e o

Rodoanel Norte, esse último com

edital previsto para maio, estão

entre os planos do novo governa-

dor de Minas Gerais, Alberto

Pinto Coelho (PP) até 1º de

janeiro de 2015. Ele substituiu An-

tônio Augusto Anastasia, possível

candidato ao Senado nas próxi-

mas eleições.

45

Mário Campos,

presidente do

Siamig-MG

Caso houvesse

incentivos, o

setor teria a

capacidade para

responder de

forma rápida

ao aumento de

geração de

energia para

o sistema.

Mário Campos

Page 46: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

A nova sede do Sindicato da Indústria da Construção

Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), pre-

sidido por Alberto Salum, foi inaugurada em de março

último, em um evento bastante prestigiado. Cerca de

900 convidados participaram da solenidade. Entre os

presentes, o governador Antonio Anastasia, o vice-go-

vernador Alberto Pinto Coelho à época, o presidente

da Assembléia Dinis Pinheiro, o prefeito Márcio La-

cerda, além de outras autoridades.

O prédio, que já é uma das mais bem estruturadas

sedes de entidades de classe do País, atenderá os as-

sociados da entidade e, em breve, a população. Um

dos destaques da nova casa é o seu auditório com ca-

pacidade para 300 pessoas que poderá se tornar mais

um espaço cultural para os belorizontinos. Localizado

na avenida Barão Homem de Melo, 3090, Estoril, com

aproximadamente 15.500m² de área construída , o

prédio segue os conceitos da sustentabilidade e tem

uma estrutura administrativa moderna, com três au-

ditórios, salas multiusos, espaço para exposições do

setor, área gourmet e estacionamento com 300 vagas.

O presidente do Sicepot-MG, Alberto Salum, disse

que a entidade cresceu muitos nesses 46 anos de his-

tória e, cada vez mais, sua estrutura física foi se tor-

nando pequena para as necessidades dos associados

e para a própria prestação de serviços. “A nova sede

será um salto qualitativo no atendimento aos empre-

sários e um upgrade nas suas instalações, com o objetivo

de propiciar maior comodidade, conforto e aporte

tecnológico de ponta para os associados e demais

players do mercado, que poderão inclusive realizar

seus treinamentos no local”, pontua.

46

SICEPOT-MG

DA

NIE

L M

AN

SU

R

Nova sede do Sicepot-MG revela força do setor construtor

Page 47: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Segundo Alberto Salum, a nova sede

do Sicepot-MG é um prédio que

marca arquitetonicamente a avenida

em que está inserido pela sua pujança

dimensional e multiplicidade de fun-

ções a que se propõe: atendimento

diversificado, atividades sociocultu-

rais e de responsabilidade cultural

para toda a sociedade. O presidente

ressalta ainda a preocupação do Sin-

dicato com a sustentabilidade e qua-

lidade da edificação. “Estes dois itens

foram prerrogativas fundamentais

para a execução do projeto, uma vez

que somos uma entidade do setor da

Construção”, ratifica.

A arquiteta Ana Machado responsável

pelo projeto explica que usou o forte

lado institucional do Sicepot-MG para a

concepção da obra e projetou um es-

paço voltado para a sociedade, com

transparência em sua fachada. Através

de um hall de vidro, o ambiente recebe

iluminação e ventilação natural além de

criar “um caráter de visibilidade, que

gera um aspecto convidativo para a edi-

ficação”, explica.

Segundo a arquiteta, a construção foi di-

vidida por usos privados, semiprivados,

públicos e de serviços. O térreo abriga

foyer, recepção, auditório, uma grande

galeria, espaços de convenções e expo-

sições. Esses espaços permitirão maior

circulação do público sem interferência

nas atividades diárias do sindicato. Já as

áreas de trabalho foram projetadas em

vãos livres, com pisos flutuantes. No en-

trepiso estão todas as instalações, dutos

e cabeamentos, gerando espaços flexí-

veis e de fácil adaptação a novos usos. A

área de serviços se encontra isolada e

conectada ao estacionamento. Este

setor foi desenvolvido para atender a

demandas corriqueiras e a todas as ati-

vidades sociais, comerciais e culturais

desenvolvidas pelo Sindicato.

A nova sede contempla também a arte

mineira, representada por peças dos ar-

tistas plásticos Jorge dos Anjos, que de-

senvolveu para o foyer e que pode ser

vista da rua um painel em aço cortenho,

material que remete à Construção

Pesada, e Fernando Velloso, que instalou

painéis variados em cada pavimento e

na antessala da presidência.

47

A SEDE NO ESTORIL

5.500M² DE ÁREA

MODERNA E SUSTENTÁVEL

3 AUDITÓRIOS,

SALAS MULTIUSOS,

ESPAÇO PARA EXPOSIÇÕES

ÁREA GOURMET

ESTACIONAMENTO P/ 300 VAGAS.

Alberto Salum,

presidente do

Sicepot-MG

Page 48: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Processos de conciliação instaura-

dos junto à Câmara de Mediação e

Arbitragem (CMA) do Conselho Re-

gional de Engenharia e Agronomia

(Crea-Minas) contam, a partir deste

ano, com os serviços da Defensoria

Pública do Estado de Minas Gerais.

O órgão público prestará assistên-

cia jurídica aos procedimentos de

conciliação da CMA/Crea-Minas

nos litígios que envolvam, direta ou

indiretamente, as áreas tecnológi-

cas, garantindo, assim, a assistên-

cia de um defensor público para a

defesa da parte que não possuir

advogado.

“Vimos a necessidade de selar esse

convênio ao perceber um desequi-

líbrio jurídico entre os envolvidos.

Alguns dos nossos casos são entre

empresas e pessoas humildes, que

não possuem condições de arcar

com as despesas de um advogado”,

afirma a diretora executiva da

CMA, Camila Linhares. Ela enfatiza

que a atuação da Defensoria Pública

na justiça privada, conforme pre-

visto no convênio, é iniciativa iné-

dita no Brasil.

O convênio entre as instituições irá

contribuir, também, para desafogar o

Judiciário. Processos relacionados às

profissões de base tecnológica, regu-

lamentadas pelo Crea-Minas, que

cheguem à Defensoria Pública, serão

encaminhados, se for do interesse

das partes, à CMA para uma tenta-

tiva prévia de conciliação. “Processos

que poderiam se arrastar por anos

até serem julgados na justiça

comum, ganham rapidez e apoio

técnico ao serem apreciados pela

conciliação, mediação ou arbitragem,

alternativas mais viáveis ao judiciário

estatal”, conta o presidente da

Câmara de Mediação e Arbitragem

(CMA) do Crea-Minas, engenheiro

civil Clémenceau Chiabi Saliba Jr.

Segundo ele, existe a possibilidade

de direcionar para a Câmara proces-

sos da área tecnológica em trâmite

no judiciário e que estejam parados

há muitos anos, à espera de julga-

mento. “São cerca de 200 mil casos

aguardando realização de perícia.

Através do convênio, a Defensoria

Pública de Minas Gerais poderá en-

caminhar à CMA alguns desses pro-

cessos, oferecendo às partes, além

do suporte jurídico, uma tentativa de

conciliação intermediada por técni-

cos na tentativa de solução desses

conflitos, com segurança e rapidez

para as partes envolvidas”, explica o

engenheiro.

48

CREA | CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM (CMA)

Crea-Minas assina convênio

com a Defensoria Pública

Clémenceau Chiabi

Saliba Júnior,

Engenheiro Civil

O termo prevê assistência jurídica aos procedimentos

de conciliação que envolvam a área tecnológica.

Page 49: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

49

Para o presidente do Crea-Minas,

engenheiro civil Jobson Andrade

“essa parceria é de extrema impor-

tância para a resolução dos conflitos

que envolvem a área tecnológica, re-

forçando, mais uma vez, o compro-

metimento do Conselho com os

temas de interesse social”. A defen-

sora pública geral do Estado, Andréa

Abritta, não esconde o entusiasmo

em relação ao convênio. “Não pode-

mos falar da modernidade do di-

reito sem passar pelos processos de

mediação, conciliação e arbitragem.

Estamos orgulhosos dessa parceria”,

afirma.

Atuação

Inaugurada em 2012, a Câmara de

Mediação e Arbitragem do Crea-

Minas atua na resolução de conflitos

das áreas que envolvam profissões de

base tecnológica, regulamentadas pelo

Crea. Em 2013, dos 1.052 processos

administrados pela CMA/Crea-Minas,

75 foram conciliatórios de interesse

social, com sucesso de aproximada-

mente 90%. O tempo médio para a

solução dos processos é de 80 dias,

sendo que o fator maior de morosi-

dade é o contato com as partes en-

volvidas.

A CMA/Crea-Minas funciona de

segunda a sexta-feira, das 8 às 17

horas, na sede do Conselho, à Avenida

Alvares Cabral, 1600.

Jobson Andrade,

presidente do Crea-Minas

Page 50: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

50

Negociação:

É um processo em que duas ou mais partes, com

interesses comuns e antagônicos, se reúnem para

confrontar e discutir propostas explícitas com o ob-

jetivo de alcançar um acordo." (Berlew, 2011)

O processo de negociação será sempre a via pri-

mária de entendimento entre as partes, podendo

ocorrer sob o patrocínio da CMA.

A CMA utiliza dos procedimentos de negociação

para auxiliar ao leigo, profissional ou empresa na

regularização junto ao Crea-Minas.

Conciliação

Outra modalidade de procedimento amigável de

resolução de conflitos, em que o Conciliador terá

por funções, conduzir as partes a um acordo, me-

diante sugestão de propostas e soluções para a

controvérsia em questão.

A CMA oferece aos seus usuários uma conciliação

especializada em que o conciliador têm conheci-

mento técnico no objeto da controvérsia, e, se

necessário for, também realizada visita in loco

para auxiliar às partes na melhor solução da

controvérsia.

Antes das sessões de conciliação às partes são

convidadas à manifestarem por escrito, com an-

tecedência, sobre as alegações uma das outras,

visando facilitar o entendimento pessoalmente.

Mediação

É um procedimento amigável de resolução de

conflitos, que tem como protagonistas às pró-

prias partes na busca de uma solução consensual

para a controvérsia. Nesse caso, o mediador

tem a função de aproximar, auxiliar e facilitar a

comunicação das partes, para que solucionem

suas divergências e construam, por si próprias,

seus acordos com base nos seus interesses.

Arbitragem

Procedimento adequado de resolução de contro-

vérsias, regulado pela Lei Federal nº. 9.307/96, que

permite às partes, quando do surgimento de um

litígio oriundo de uma relação contratual, a esco-

lha de uma terceira pessoa, capaz, independente e

imparcial, especialista no conflito em questão, de-

nominada Árbitro, para resolver o impasse.

Qualquer questão que verse sobre direitos patri-

moniais disponíveis, ou seja, direitos nos quais as

partes podem transacionar, podem ser objeto de

arbitragem.

As sentenças arbitrais são títulos executivos ju-

diciais equiparadas para fins de direito às senten-

ças judiciais.

São vantagens do instituto da arbitragem a celeri-

dade, a especialidade dos árbitros, a autonomia da

vontade das partes e a confidenciabilidade.

CREA | CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM (CMA)

Entenda os processos que a CMA conduz:

Page 51: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

UMA HISTÓRIA DE SONHOS E REALIZAÇÕES.

O Grupo Orguel é uma holding composta por7 empresas que atuam na construção, indústria, mineração, infraestrutura e óleo e gás. São mais de 2 mil funcionários, 80

Com a grande contribuição dos colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros, alcançou o reconhecimento do mercado brasileiro, e o que era um sonho se tornou uma história de sucesso, com respeito e dedicação às pessoas, muito trabalho e fé em Deus.

locação de equipamentos para construção.

responsabilidade para continuar na busca constante por soluções que facilitem o trabalho dos nossos clientes.

Grupo Orguel 50 anos.A gente ainda tem muita história pela frente.

Page 52: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

52

Nnascido em Brasí-

lia, o engenheiro

mecânico Paulo

Cézar Pereira

Corrêa passou

parte da sua infância e adolescência

em Minas Gerais. Por isso, quando

retornou para a capital federal,

levou consigo muitos legados, entre

os quais ele mesmo destaca a pai-

xão pelo Clube Atlético Mineiro.

Formado pela Universidade de Brasí-

lia (UnB), atuando na área e feliz

pela sua escolha, conta que a Enge-

nharia não foi sempre a primeira

opção. Embora fosse excelente

aluno das matérias de Exatas, Paulo

Cézar sonhou em ser advogado.

Isso até um professor de Física e

também engenheiro mecânico, dar

o ultimato.“Meu amigo, sai dessa!

O seu caminho de sucesso é outro”,

disse. Só assim ele se convenceu.

As histórias relatadas pelo irmão

mais velho, na época estudante da

UnB também fizeram com que ele

decidisse mudar de rumo aos 45

minutos do segundo tempo.

Quando ingressou na UnB, apai-

xonou-se pela Engenharia. “Eu

acreditava que a gente poderia

revolucionar o mundo”, declara.

Apaixonado pela Fórmula 1, ele

queria trabalhar com aerodinâ-

mica. Como a instituição tem di-

versos projetos de extensão na

área, ele optou pela Draco Volans,

uma equipe de aerodesign que

projeta uma aeronave para parti-

cipar de competições anuais no

país. Dessa temporada ele tem di-

versas histórias para contar.

Uma delas foi quando ele se tornou

líder da equipe de aerodinâmica.

“Fomos convidados para entrar em

um projeto da UnB para fazer um

Veículo Aéreo Não Tripulado

(VANT) para o Ibama. A aeronave

deveria ser simples, leve, com alta au-

tonomia, e deveria carregar um peso

X para poder acoplar uma câmera e

monitorar possíveis queimadas, entre

outras coisas. “Naquela época –

2011 - eu fiquei bem dividido, porque

eu era apaixonado pelo que eu fazia,

pela equipe, e pra ingressar eu teria

que abrir mão da Draco. Acabei

decidindo pelo que poderia ser

melhor pra mim e fui”, lembra.

O projeto foi bom e rendeu as

primeiras publicações de artigos.

Um deles em um congresso interna-

cional no Rio de Janeiro. No

ano seguinte, a “ficha caiu” e Paulo

constatou que não existe mercado

de trabalho para um engenheiro que

não queira mexer com manutenção

de ar condicionado ou manutenção

predial. Foi aí que surgiu a Orion. Ele

se candidatou para a vaga e foi aceito

para trabalhar como estagiário de

manutenção em um dos contratos

da empresa até início de 2013. “Nos

primeiros meses daquele ano eu re-

cebi um convite pra trabalhar em

outro departamento da empresa, o

de Data Centers. Achei o máximo

por causa da tecnologia”, comenta.

Jovem profissional aposta no potencial transformador da Engenharia

NOVOS ENGENHEIROS | PAULO CÉZAR PEREIRA CORRÊA

Page 53: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

53

Mas a melhor parte é que a em-

presa vislumbrava usar a metodolo-

gia de CFD em Data Centers. Dessa

forma poderia-se entender todo o

escoamento de ar interno à sala e

otimizar o sistema de climatização.

Dependendo das proporções da

sala, o gasto energético pode chegar

na casa de milhões por ano. Como

o engenheiro já conhecia a ferra-

menta, foi convidado para auxiliar

no desenvolvimento dessa nova

frente de negócio. Essa é a área em

que atua no momento.

“Minha carreira está só começando,

mas está crescendo muito rápido.

Os projetos que fiz na UnB me leva-

ram para programas de iniciação

científica que, além de estudos e ar-

tigos, me renderam boas oportuni-

dades de trabalho, como a atual”,

afirma. Mas ele quer ser o melhor

engenheiro que puder, para garantir

o futuro da carreira.

Membro da Society of Automotive

Engineers (SAE) por dois anos, ele

é associado à Américan Society of

Heating, Refrigerating and Air-Con-

ditioning Enginers (ASHRAE) para

ter acesso a artigos e materiais de

estudo. “Já tenho alguns planos futu-

ros, como cursos de PMI, MBA, ou

outra coisa do gênero, a ideia seria

complementar a minha formação

acadêmica. As escolas de Engenha-

ria no Brasil formam excelentes

profissionais em âmbito de projeto.

Mas, uma coisa que eu percebi ao

ingressar no mercado de trabalho

foi a carência que essa metodologia

tem quanto à gestão empresarial,

e trabalho de liderança de equipe”,

adianta.

Nas horas de lazer ele não dispensa

uma saída com os amigos, uma par-

tida de vôlei de areia e a tradicional

corrida. “Sou viciado em filmes e sé-

ries de TV e música. Estou sempre

lendo blogs e sites de notícias de

tecnologia”, enumera.

Paulo Cézar é membro da Society of Automotive Engineers

(SAE) e associado à Américan Society of Heating, Refrigerating and

Air-Conditioning Enginers (ASHRAE) o que facilita o relaciona-

mento e integração nesses grupos e o acesso a artigos e materiais

de estudo. Tem planos futuros como cursos de PMI e MBA no

segmento de atuação.

As escolas de Engenharia

no Brasil formam excelen-

tes profissionais em âmbito

de projeto. Mas, uma coisa

que percebi ao ingressar

no mercado de trabalho foi

a carência que essa meto-

dologia tem quanto à ges-

tão empresarial, e trabalho

de liderança de equipe

““

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Page 55: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

Elemento essencial em todos os

processos de evolução da socie-

dade, a Engenharia é uma ciência e

uma prática em constante aprimo-

ramento. Os seus diversos ramos

são propulsores do desenvolvimento

tecnológico e socioeconômico. Por

isso, a figura do engenheiro é indis-

pensável aos países que pretendem

exercer papel de destaque no

mapa geopolítico.

A capacidade de inovação de uma nação

depende de vários fatores, entre eles a

quantidade dos profissionais de Engenha-

ria. Estimativas da Financiadora de Estu-

dos e Projetos (Finep) apontam que o

Brasil tem cerca de 600 mil engenheiros,

o equivalente a seis para cada grupo de

mil trabalhadores. Nos Estados Unidos e

no Japão essa proporção é de 25 para

cada mil pessoas economicamente ativas.

E essa conjuntura não é por falta de de-

manda. Segundo estudos do Instituto de

Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), até

2020, o País deve criar mais de 660 mil

postos de trabalho para engenheiros. En-

tretanto, não basta apenas quantidade, é

preciso qualidade.

Hoje, o engenheiro deve ser versátil, pos-

suir uma visão sistêmica e saber identifi-

car oportunidades. Por isso, torna-se

estratégico ter engenheiros múltiplos,

principalmente na construção civil, um

dos motores da economia brasileira.

Projetar edificações inteligentes e sus-

tentáveis, bem como participar da estru-

turação do espaço urbano das cidades

demanda ao setor um novo profissional

da Engenharia, que deve antever deman-

das, criar tendências e formular produtos

e soluções para necessidades que ainda

são insipientes, mas que estarão consoli-

das daqui a cinco, dez, 20 ou 30 anos.

Isso implica, também, na necessidade de

profissionais que se destacam pela ca-

pacidade de gestão e liderar processos

de pesquisa e desenvolvimento na área

energética.

Assim, a Medalha Lucas Lopes, conce-

dida pela Sociedade Mineira de Enge-

nheiros, é mais uma iniciativa que lança

luz sobre nomes que, com seu trabalho,

promoveram o desenvolvimento do

País. Enfim, a Medalha Lucas Lopes é uma

justa homenagem a quem se propõe a

reinventar a Engenharia e o futuro do

Brasil todos os dias.

ARTIGO

O futuro vem por meio da

criação e desenvolvimento

da Engenharia

Por Luiz Fernando Pires*

*Luiz Fernando Pires é Engenheiro Civil pela Universi-dade Federal Fluminense – UFF/RJ (1972), Pós-gra-duado em Marketing pela Escola Superior dePropaganda e Marketing ESPM/RJ. Trabalhou como Ge-rente Técnico da Superintendência da COSIPA-Cuba-tão/SP (1973/1977). Foi Diretor da IESA – InternacionalEngenharia SA (1977/1994). Atualmente é Presidentee Controlador da MBR - Mascarenhas Barbosa RoscoeS.A – Construções, presidente do Sindicato da Indústriada Construção Civil no Estado de Minas Gerais – SIN-DUSCON-MG em sua segunda gestão, vice-presidenteda Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais– FIEMG e membro do Conselho de Administração daCâmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC.

Luiz Fernando

Pires, presidente do

SINDUSCON-MG

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ARTIGO

Durante estes últimos 41 anos, desde

que me graduei em 1972 pelo Insti-

tuto Nacional de Telecomunicações

– INATEL, tenho presenciado vários

fatos, que de alguma forma, tiveram

a minha atenção e sem sombra de

dúvidas estão marcadas em minha

mente, durante todo este período.

Um deles ocorreu na pequena e agradável

cidade de Pimenta, no Oeste do Estado de

Minas Gerais, quando estávamos implan-

tando a telefonia fixa em 1976. Deparamos

com um fato inusitado: o aparelho telefô-

nico instalado em uma das residências, de

família da classe média alta, não apresen-

tava defeito, entretanto mesmo após a

identificação característica que o usuário

havia atendido a ligação, este ainda perma-

necia mudo. Fomos até o local e, para

nossa surpresa, o aparelho estava embru-

lhado em um pano de prato e carinhosa-

mente depositado dentro de um guarda

comida. Para o nosso espanto, além deste

acontecimento, os moradores daquela

casa tinham vergonha em falar ao telefone.

Um outro episódio que pôde ser cons-

tatado, dentre os vários momentos vivi-

dos, ocorreu quando visitava uma família

importante em Campo Belo e o telefone

tocou. Estávamos todos na sala de jantar,

pois naquele tempo não havia sala de

estar. O anfitrião levantou-se da cadeira,

dirigiu até o telefone, com a vós impos-

tada falou: quem fala? Todos na sala fi-

caram quietos esperando até que a

conversa terminasse.

Estes dois exemplos refletem o como

tem sido a importância das telecomuni-

cações para o cená-

rio das pessoas que

vivem no Brasil.

Após 16 anos passa-

dos do processo de

privatização ocor-

rido no Brasil em

1997, a importância

das telecomunica-

ções não tem sido diferente. A massifi-

cação do uso de celulares no Brasil é

impressionante, chegamos a marca de

245 milhões, a banda larga (mesmo não

sendo tão banda larga assim) chega ao

número de 94 milhões de acessos, nú-

meros que atendem a uma população

de 199 milhões de habitantes, somente

para ressaltar estes 3 indicadores.

Sem dúvida, para o brasileiro as teleco-

municações jogam um papel fundamental

para o cotidiano de nossas vidas, pas-

sando até mesmo a ocupar um lugar com

tamanho destaque, onde é muito raro,

encontrarmos pessoas “desconectadas”

hoje em dia.

O objetivo deste artigo não é o de

fazer um estudo sobre a Antropologia

das Telecomunicações no Meio da So-

ciedade, que possibilitaria até mesmo

uma tese de mestrado, mas enfocar o

momento desafiador para as empresas

que utilizam as telecomunicações como

meio de desenvolvimento para os seus

negócios.

Neste cenário, já vivido pelos EUA e

países da Europa, não é novo, e hoje es-

tamos revivendo a história já vivida por

outras nações.

Precisamos nos colocar dentro das

mentes da alta direção e entender a fi-

losofia pragmática desenvolvida pelas

operadoras de telecomunicações, bem

do povo brasileiro, cedido através de

concessão governamental a estas em-

presas.

Mesmo que o índice de qualidade des-

tas operadoras não atenda a demanda

das expectativas da sociedade, alcan-

çando recordes cada vez maiores de in-

satisfação, nos órgãos de defesa do

consumidor o fato não é de se estra-

nhar. Qual é a premissa utilizada para a

gerência destas empresas? Simples-

mente o lucro.

Na época da privatização o cenário foi

composto de área geográfica destinada

a cada tipo de concessão, isto é, cada

serviço concedido a exploração pelas

empresas de telecomunicações, deti-

nham uma determinada área de atua-

ção. Por exemplo, o Estado de São

Paulo seria um território, cuja conces-

são foi para a Telefônica, para operar a

telefonia fixa. Assim ocorreu para os

demais serviços.

Após cumprirem as metas de universa-

lização as empresas concessionárias,

O Momento Desafiador

para as Empresas

Vicente Soares Neto

Vicente Soares Neto,

engenheiro Eletricista

e Diretor da Lynce

Consultoria

Page 57: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição
Page 58: Revista Mineira de Engenharia - 23ª Edição

bem como as espelhos, poderiam

atuar em outras regiões, provocando

uma maior competição no setor. Até

este ponto, o modelo, apesar de algumas

ressalvas estava muito bom.

Um novo passo foi dado, propiciando

que todas as empresas pudessem ven-

der serviços denominados de “triple

play”, isto é, a venda de comunicações de

voz, dados e imagem. O processo não

parou, e uma nova modalidade de venda

denominada de “quadruple play” foi co-

locada em prática. Agora, estas empre-

sas poderiam vender serviços de voz,

dados e imagem, com mobilidade.

Somadas a ampliação da área geográfica

e ao aumento do número de serviços a

serem prestados pelas mesma opera-

dora, um fato novo tem ocorrido: a

“fusão” de empresas.

A conseqüência de todas estas ações

tem minimizado a concorrência e pro-

porcionado um aumento acirrado do

“market share” nos serviços ofertados,

causando, evidentemente, a sua baixa

qualidade. E, para concluir, o atendi-

mento, ainda está longe de cobrir todo

o território nacional, tendo sido inves-

tido recursos financeiro nas regiões

onde massivamente a demanda é mais

pronunciada.

Para o segmento de serviço de acesso a

internet, o Ministério das Comunica-

ções, tem modelado um plano que po-

derá alcançar resultados significativos,

proporcionando permissão às pequenas

empresas e disponibilizando acessos a

baixo custo através da Telebrás, empresa

recém reativada.

Por outro lado, como isto tem afetado

as empresas, que necessitam de serviços

de telecomunicações para suportarem

as suas atividades?

Citando como exemplo alguns seg-

mentos econômicos de fundamental

importância para a macroeconomia

brasileira, como por exemplo, a mine-

ração, energia, ferrovias, agricultura e

onde outros segmentos poderiam

também estar incluídos: nos locais de

operação das empresas que atuam

com esta característica, faltam sinais

de celular, telefonia fixa, rede de dados

e até mesmo internet ou deixam

muito a desejar. Estamos falando de

serviços fixos, e o que dizer dos com

mobilidade?

Uma saída somente pode ser praticada

por estas empresas responsáveis pela

macroeconomia. Construção de rede de

telecomunicações própria. E..., isto é

uma verdade. Investimentos vultosos

têm sido disponibilizados, desviando re-

cursos da atividade fim para uma ativi-

dade suporte.

Causa impacto mais forte ainda, o fato

de que na gama de serviços privados

ofertados pela Agência Nacional de Te-

lecomunicações – ANATEL, os quais

possibilitam a construção de rede pró-

pria, não há frequências disponíveis para

licenciamento de serviços “quadrupleplay”.

Agrava-se ainda mais a situação para a

construção de rede própria a premissa

de venda de bandas de freqüência regu-

lamentadas por área, para exploração

comercial e não para uso privado.

O momento é desafiador para as em-

presas que necessitam de serviços e

redes de telecomunicações que possi-

bilitem a convergência, pois não há esta

facilidade disponível nas normas e reso-

luções brasileiras. Todo o plano foi e esta

sendo desenvolvido para atender as

empresas concessionárias de telecomu-

nicações e, pouca importância se tem

dados às empresas geradoras de perfor-

mance macroeconômica.

Há somente um caminho a percorrer

dentro das premissas apresentadas.

Como resultado da união das empresas,

sejam elas pequenas médias ou grandes,

a apresentação de um pleito junto aos

órgãos competentes no Brasil, como o

Ministério das Comunicações e Agência

Nacional de Telecomunicações, no sen-

tido de tecnicamente buscarem em

conjunto, uma solução eficaz, que per-

mita suportar as necessidades de comu-

nicação destas empresas. Este é um

processo desafiador.

ARTIGO

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