revista mineira de engenharia - 19ª edição
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Revista Mineira de Engenharia - 19ª EdiçãoTRANSCRIPT
Ano 4 | Edição 19 | Junho - Julho 2013
ENERGIA SOLAR:
O DESAFIO DE TRANSFORMAR
PROJETOS EM PRODUTOS
ENTREVISTAFernando Henrique Schüffner Neto seráagraciado com a Medalha Lucas Lopes
SANEAMENTOCREA e Funasa vãocapacitar profissionais para atuar em municípios
PRÊMIO SME DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA EINOVAÇÃOInscrições abertas PRÊMIO SME
CT&I 2013
ARTIGOS | INOVAÇÃO | MOBILIDADE | GESTÃO DE PROJETOS E MUITO MAIS
PÓS-GRADUAÇÃO E MBABELO HORIZONTE
PÓS-GRADUAÇÃO: Gestão de Pro je tos | Ges tão de Pro je tos em Cons t rução e Montagem | Ges tão de Cus tos | Engenhar ia de Cus tos e Orçamento | Engenhar ia de P lane jamento | Engenhar ia Log ís t i ca | Engenhar ia de Produção Enxu ta | Engenhar ia de Processos | Engenhar ia Ambien ta l I n tegrada | Engenhar ia de So f tware | Engenhar ia de Supr imentos | Engenhar ia de VendasAdmin is t ração de Compras | Aná l ise de Negóc ios e da In formação | Engenhar ia da Inovação e Melhor ia Cont ínua | Gestão e Tecno log ia da In formação. MBA: Ges tão de P ro j e tos | Ges tão de Negóc ios | Admin i s t r ação de P ro j e tos | Ges tão de Negóc ios e Tecno log i a da I n fo rmação.
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A Companhia Energética de Minas Ge-
rais – Cemig - é um dos mais sólidos e
importantes grupos do segmento de
energia do Brasil, tendo alcançado a
posição de maior empresa em valor de
mercado no setor de energia elétrica
no País. Esta é uma constatação cor-
rente nas informações relativas ao tra-
balho da empresa e uma apresentação
costumeira quanto ao desempenho da
companhia. Portanto, seria pratica-
mente impossível retratar neste es-
paço a importância dessa empresa na
vida da população. Mas, pretendemos
nos ater a um aspecto da história da
Cemig que é o seu pioneirismo na-
quilo que se propõe a fazer: contri-
buir para o desenvolvimento de Minas
e nacional, elevando a qualidade de
vida da população, metas intimamente
relacionadas com a concepção de
produção e uso da energia.
Com uma equipe de profissionais alta-
mente qualificados e gestão compe-
tente, a Cemig ao longo das últimas
décadas, vem atendendo às transfor-
mações rápidas e novas exigências do
mundo globalizado. Alguns dados de-
monstram todo o esforço e investi-
mento que têm sido feitos. Além de
atuar nas áreas de geração, transmis-
são e distribuição de energia, nos seg-
mentos de gás natural e telecomunica-
ções, a Cemig é referência na
economia global reconhecida por sua
atuação sustentável.
É responsável pela operação da maior
rede de distribuição de energia elétrica
da América do Sul e uma das quatro
maiores do mundo. Ela atual em 23 es-
tados brasileirtos, com mais de 100
empresas e participação em 15 con-
sórcios. Referencia internacional no
setor de energia com investimentos
maciços em inovação e tecnologia, de-
monstrando seu pioneirismo na im-
plantação, em 1994, no município de
Gouveia, a primeira usina eólica elé-
trica da America Latina conectada ao
Grid. Seguindo a política de investi-
mentos em fontes renováveis de ener-
gia, a Cemig adquiriu recentemente
participação acionária em três parques
eólicos da Energimp S.A. (Impsa), com
capacidade instalada de 99,6 mega-
watts, no Ceará, e, o controle societá-
rio da RENOVA por intermédio da
Light, também com fortes investimen-
tos em energia eólica nos estados do
Rio de Janeiro e Bahia. Além disso, de-
senvolve pesquisas e projetos para a
produção e isso do biodiesel, geração
de energia a partir de resíduos sólidos
urbanos, produção de células combus-
tíveis de alta temperatura e outras tec-
nologias de geração distribuída.
Esses são dados de pioneirismo e efi-
ciência que garantem à empresa, entre
outros aspectos, a posição que ocupa
de liderança no mercado global. A
Cemig coloca em movimento todo o
seu potencial humano, tecnológico e
políticas adequadas para produzir o in-
sumo que é vital para a sociedade hu-
mana. A qualidade de vida e a própria
sobrevivência das populações nos di-
versos pontos do estado de Minas Ge-
rais dependem dessa concepção de
produção e uso da energia.
Devemos, portanto, parabenizar a em-
presa, por meio de seus dirigentes e
funcionários, e reconhecer o trabalho
da Cemig como algo indispensável ao
funcionamento da vida social e para o
crescimento econômico de Minas e do
Brasil. É necessário reconhecer que
essa interdependência entre uma em-
presa e a sociedade, de forma saudável
e produtiva, cresce ao longo do tempo,
se modifica, sendo um dos fatores de-
terminantes para o desenvolvimento
de uma Nação.
3
EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE
Ailton Ricaldoni Lobo
Presidente da SME
Décadas de pioneirismo e investimentos naprodução de energia
4
PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo
VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima Gusmão
José Luiz Nobre Ribeiro
Victório Duque Semionato
Alexandre Francisco Maia Bueno
Délcio Antônio Duarte
DIRETORESLuiz Felipe de Farias
Diogo de Souza Coimbra
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz
Marcílio César de Andrade
Alessandro Fernandes Moreira
José Flávio Gomes
Fabiano Soares Panissi
Janaína Maria França dos Anjos
Normando Virgílio Borges Alves
Clemenceau Chiabi Saliba Júnior
SUPERINTENDENTE José Ciro Mota
CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela de Sant'Anna
Teodomiro Diniz Camargos
Jorge Pereira Raggi
Flavio Marques Lisbôa Campos
Rodrigo Octavio Coutinho Filho
Paulo Safady Simão
José Luiz Gattás Hallak
Alberto Enrique Dávila Bravo
Cláudia Teresa Pereira Pires
Márcio Tadeu Pedrosa
Sílvio Antônio Soares Nazaré
Felix Ricardo Gonçalves Moutinho
Levindo Eduardo Coelho Neto
Fernando Henrique Schuffner Neto
Ivan Ribeiro de Oliveira
CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva
Nilton Andrade Chaves
Carlos Gutemberg Junqueira Alvim
Alexandre Rocha Resende
Wanderley Alvarenga Bastos Júnior
CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz
Janaína Maria França dos Anjos
Fabiano Soares Panissi
José Ciro Mota
Ronaldo José Lima Gusmão
Coordenador EditorialRonaldo José Lima Gusmão
Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira
MG 05203 JP
Projeto Gráfico Blog Comunicação
Marcelo Távora
marcelo@@blogconsult.com.br
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Belo Horizonte | Minas Gerais
CEP - 30350-750
(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590
Depto. Comercial | Vendas Blog Comunicação
(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590
Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral
Distribuição GratuitaVia Correios e Instituições parceiras
Publicação | SMESociedade Mineira de Engenheiros
Av. Álvares Cabral, 1600 | 3º andar
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Belo Horizonte | Minas Gerais
CEP - 30170-001
Tel. (31) 3292 3962
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10ENTREVISTA
Fernando Henrique
Schüffner Neto
20CAPA
Tecnologia de energia
fotovoltaica
42
ENGENHARIA & GESTÃO Artigo | Ronaldo Gusmão
40SANEAMENTO
Convênio CREA e
Funasa para capacitar
profissionais
MESTRES DA ENGENHARIA
Guilherme Brandão
Federman
46ARTIGO INOVAÇÃO
José Henrique Diniz
8
34
CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS
Engenharia em destaque
18
36A CRISE DE ENERGIA
NO BRASIL
Artigo | José Goldemberg56
PRÊMIO SME DE
CIÊNCIA, TECNOLOGIA
E INOVAÇÃO6
ENGENHEIROS NA POLÍTICA
Luiz Sávio de Souza Cruz (PMDB)
e José Tarcísio Caixeta (PT)
48PREVENÇÃO
NA CONSTRUÇÃO
A saída para evitar prejuízos
54CONSTRUÇÃO
CBIC e Antac
apresentam projeto de
inovação da construção
MOBILIDADE | METRÔ LEVE
Artigo de Luiz Otávio Silva
Portela
52NOVOS ENGENHEIROS
Thiago Meira Raydan
rg.br
CT&I | PRÊMIO SME DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
6
Para uma boa formação profissional, além do empenho,
da concentração nos livros e aulas ministradas, requer a
feitura de muitas pesquisas acadêmicas, um tanto de ou-
sadia e criatividade. Com o propósito de estimular essas
práticas e qualidades, a Sociedade Mineira de Engenheiros
– SME abriu inscrição gratuita para
o Prêmio SME de Ciência, Tecnolo-
gia e Inovação 2013 para os estu-
dantes regularmente matriculados
nos cursos de graduação de insti-
tuições de ensino superior em
Minas Gerais nas áreas de Enge-
nharia, Arquitetura e Agronomia.
Já na 22ª edição, o Prêmio SME foi
instituído com base em legislação
e normas do Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia – CON-
FEA, do Conselho Regional de En-
genharia e Agronomia de Minas
Gerais – CREA-MG e do Conselho
de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU-BR. Os in-
teressados têm prazo até 9 de setembro/2013 para for-
malizar a inscrição e entregar os trabalhos. Não serão
aceitos trabalhos enviados por e-mail, nem postados após
a data limite divulgada no cronograma do Prêmio. Na his-
tória do prêmio, mais de 1500 trabalhos passaram por
avaliações rigorosas. A solenidade de premiação ocorre,
anualmente, no mês de novembro.
De acordo com o regulamento do Prêmio SME de Ciên-
cia, Tecnologia e Inovação, os participantes têm que apre-
sentar trabalhos técnico-científicos com no máximo de
50 laudas (páginas), formatado de acordo com as Normas
da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Os processos de avaliação, classificação e premiação serão
conduzidos pela Comissão Organizadora do Prêmio.
Os inscritos poderão concorrer individualmente ou em
grupo com um ou mais trabalhos. Para os trabalhos téc-
nico-científicos apresentados em grupo, poderão partici-
par estudantes de outras profissões
regularmente matriculados em cur-
sos de graduação em Minas, desde
que o líder do grupo seja um estu-
dante das profissões de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia.
Os vencedores receberão certifica-
dos e premiações pecuniárias. Os au-
tores de trabalhos que tenham se
destacado, mas que não ficaram entre
os premiados serão prestigiados com
menção honrosa. A cada ano, é con-
cedido um prêmio especial para a Ins-
tituição de Ensino Superior (IES) que
tiver o maior número de trabalhos
classificados para a última fase de avaliação. Caso tenha
mais de uma instituição de ensino relacionada ao mesmo
trabalho, concorrerá somente a instituição do líder do
trabalho.
O formulário oficial do Prêmio SME de Ciência, Tecnolo-
gia e Inovação está disponível no site: www.sme.org.br
ou pode ser solicitado pelo e-mail [email protected].
Os candidatos deverão entregar pessoalmente e postar
os trabalhos até 09 de setembro de 2013, data limite para
inscrição e entrega de documentos, na sede da
SME, na Av. Álvares Cabral, 1.600/3º andar – Lourdes,
no horário de 9h às 16h30.
Inscrições abertas para a 22ª edição do Prêmio
Jéssica Andrade Prata ganhou 1º lugar
na edição do prêmio SME CT&I em 2012
8
CAPACITAÇÃO | ENGENHARIA
Com meta de conceder 45 mil
bolsas de estudo para estudantes
universitários e cientistas brasilei-
ros neste ano, o programa Ciên-
cia sem Fronteiras vai abrir novas
chamadas para graduação sanduí-
che no Canadá, Alemanha, Estados
Unidos, Hungria e Japão.
As inscrições vão de 4 de junho a
8 de julho no site www.ciencia-
semfronteiras.com.br. Os bolsis-
tas selecionados iniciarão suas
atividades no exterior a partir de
meados de 2014. Para participar
da seleção, o estudante deverá
possuir nota do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) igual ou
acima de 600 pontos em teste
realizado após 2009.
Estudantes e pesquisadores das
Engenharias e demais áreas tec-
nológicas devem ficar atentos
para mais essa chamada. Das bol-
sas concedidas até abril deste
ano, 20.115 foram implementadas.
Delas, 7.701 foram para esses
segmentos do conhecimento.
Das bolsas, 14.447 para cursos de
graduação sanduíche no exterior,
3.273 para doutorado sanduíche
no exterior. Há, também, 641 pes-
soas fazendo doutorado e 1.721
matriculados no pós-doutorado.
As quatro bolsas restantes são
para outras modalidades de pro-
gramas de intercâmbio.
Bolsas para Engenharias e áreas tecnológicas lideram o ranking no país e em Minas
Ciência sem Fronteiras
9
Minas Gerais foi o segundo Estado com mais
bolsas concedidas, totalizando 3.157, delas
1.458 para as Engenharias e área tecnológica.
São Paulo, na primeira posição, ficou com 4.980.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
foi a segunda instituição de ensino brasileira a
enviar mais bolsistas para o exterior, com 872
participantes. Deles 303 são oriundos das áreas
de Engenharia e tecnologia.
Principal programa do governo federal de mo-
bilidade acadêmica no exterior, o Ciência sem
Fronteiras concedeu 41.133 bolsas desde sua
criação, em 2011. Desse total, 23.851 estudantes
foram aprovados no ano passado. Outros
17.282 candidatos foram selecionados em cha-
madas este ano.
Criado com a meta de oferecer 101 mil bolsas
de estudo no exterior em quatro anos, o Ciên-
cia sem Fronteiras mantém parcerias em 35 paí-
ses. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos
Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI) e do Ministério da Educação (MEC),
por meio de suas respectivas instituições de fo-
mento – CNPq e Capes –, e Secretarias de
Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.
O programa quer atrair pesquisadores do
exterior que queiram se fixar no Brasil ou
estabelecer parcerias com os cientistas brasi-
leiros nas áreas prioritárias definidas bem como
criar oportunidade para que pesquisadores de
empresas recebam treinamento especializado
no exterior.
Até o momento, Estados Unidos da América
(EUA), Portugal, França, Espanha, Canadá,
Reino Unido, Alemanha, Austrália, Itália e
Holanda são os dez países que mais recebe-
ram estudantes brasileiros. O objetivo do go-
verno federal é promover o avanço da ciência,
tecnologia, inovação e competitividade indus-
trial por meio do intercâmbio internacional
de estudantes e cientistas brasileiros. Para
todos esses destinos, o maior número de bol-
sas concedidas foi para Engenharia e áreas
tecnológicas.
A presidente Dilma Rousseff inclui o Programa
Ciência sem Fronteiras em todos os encontros
políticos com chefes de governo de outros paí-
ses. Entre eles o presidente da Alemanha,
Joachim Gauck e o vice-presidente dos EUA,
Joe Biden, que visitaram o Brasil em maio.
- Ter nacionalidade brasileira;
- Estudar em uma universidade no Brasil que
tenha aderido ao programa;
- É preciso ter concluído ao menos 20% e
no máximo 90% do currículo previsto para
seu curso;
- Estar matriculado em uma graduação
dentro das áreas de prioridade determina-
das pelo programa;
- Proficiência em inglês TOEFL IBT ou IELTS.
Caso o estudante não tenha essas certifica-
ções, poderá solicitar também uma bolsa
para fazer até 25 semanas de curso de inglês
e, em seguida, começar a sua Graduação
Sanduíche;
- Assumir o compromisso de permanecer
no Brasil pelo dobro do período em
que esteve no exterior como bolsista.
PRÉ-REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO:
10
ENTREVISTA | FERNANDO HENRIQUE SCHÜFFNER NETO
Agraciado com a Medalha Lucas
Lopes neste ano, o engenheiro
eletricista com mestrado em
Automação e Controle e MBA
em Gestão de Negócios, Fer-
nando Henrique Schüffner Neto,
é um dos executivos mais impor-
tantes da Companhia Energética
de Minas Gerais (Cemig), como
diretor de Desenvolvimento de
Negócios, uma área considerada
estratégica para o negócio.
“O nosso desafio, hoje, é buscar
caminhos para manter a compa-
nhia no patamar em que se encon-
tra”, adianta. Admirado por seus
pares e respeitado pelas equipes
com as quais tem trabalhado
ao longo da carreira construída na
Cemig, ele está à procura de
novos ativos no Brasil, embora
não descarte a oportunidade de
investir fora do país. Tudo isso
para driblar os efeitos negativos
da lei 12.783 – antiga Medida Pro-
visória 579 que, até 2017, vai
ret i rar 18 usinas da empresa
e parte do lucro da companhia.
O gosto pelo setor de energia co-
meçou na infância, quando ele já
pensava em ser engenheiro e tes-
tava sua habilidade consertando
os eletrodomésticos. Casado e pai
de dois filhos, dos quais um enge-
nheiro eletricista, Schüffner é um
profissional diferenciado, pois sabe
tratar de negócios com a mesma
desenvoltura com que cuida das
pessoas que estão ao seu redor.
A cerimônia de entrega da Meda-
lha Lucas Lopes será no dia 11 de
junho, no auditório da Cemig.
Quando foi trabalhar na Cemig e
porque decidiu construir uma car-
reira nesta empresa?
Estou na Cemig desde 1985 e es-
colhi fazer parte da Cemig pelo
fato de ela ser referência no setor
elétrico brasileiro, além de saber
que a concessionária sempre teve
a prática de reconhecimento dos
seus funcionários.
Como funcionário de carreira
da Cemig, tive vários desafios
e oportunidade de passar por
diversas áreas da Companhia.
Dessa forma, atuei nas principais
áreas, tendo começado no centro
de operações do sistema elétrico,
que envolve as usinas e linhas de
transmissão, depois na área de dis-
tribuição, quando retornei a minha
cidade natal, Teófilo Otoni, já
como gerente, tendo alcançado o
cargo de diretor de Geração e
Transmissão, depois o de Distri-
buição e Comercialização e, atual-
mente, de Desenvolvimento de
Negócios.
Como analisa o setor de energia
nacional hoje?
O potencial dos ventos, a incidên-
cia de raios solares durante o ano
inteiro e o grande volume de ma-
Fernando Henrique Schüffner Neto, umdos executivos mais importantes da Cemigé agraciado com a Medalha Lucas Lopes
teriais orgânicos produzidos no
País, que servem como biomassa,
são promessas para que o Brasil
se mantenha na liderança da gera-
ção de energia limpa e renovável
para as próximas décadas. A ma-
triz elétrica brasileira, por sua ca-
racterística única, é, hoje, 92%
renovável, com cerca de 85% da
energia produzida provenientes
de usinas hidrelétricas, e 7%, de
biomassa residual (principalmente
bagaço de cana-de-açúcar).
Dados da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) mostram que,
em 2020, as fontes de energia al-
ternativas serão responsáveis por
16% da geração no País. A partici-
pação é três vezes maior do que
o que foi gerado em 2010, quando
as fontes renováveis não tradicio-
nais, como as hidrelétricas, contri-
buíram com 8% da produção.
Hoje, o potencial para produção de
energia elétrica a partir de fontes al-
ternativas chega a ser duas vezes
maior que o seu potencial hidrelé-
trico. Projetos de usinas eólicas,
assim como os de geração solar,
estão entre as prioridades da Cemig
para aumentar, ainda mais a matriz
energética limpa no Estado e no País.
Nesse contexto, quais os desafios
da Cemig e da diretoria de Novos
Negócios que o Sr. têm gerido
com grande competência?
Nos últimos anos o Grupo Cemig
tem vivido um notável crescimento.
Adquiriu novos ativos em vários se-
tores e atividades relacionados ao
seu negócio. Hoje, integram o
Grupo empresas das mais diversas,
como Cemig Telecom, Gasmig,
Taesa, Axxiom, Light e Renova. O
crescimento está acontecendo de
forma consistente, por meio de
gestão eficiente, investimento em
inovação, sustentação em diversos
negócios e busca constante por
novas oportunidades.
O setor elétrico brasileiro está
em um momento de transição
pelo fato da lei 12.783 – antiga
Medida Provisória 579. A Cemig,
desde o primeiro momento, foi a
favor do programa do Governo
Federal de reduzir o custo da
energia para a população e a in-
dústria. No entanto, os valores
oferecidos, principalmente, na
questão da Geração, não eram su-
ficientes. Os contratos impõem às
empresas toda a responsabilidade
em função de problemas de ope-
ração, danos ambientais e outros.
Por isso, não renovamos os con-
tratos de concessões de 18 usi-
nas, pois colocaria em risco a
grande preocupação da Cemig de
continuar prestando um serviço
de qualidade e segurança à popu-
lação de Minas Gerais e para o sis-
tema interligado nacional. Mas o
setor elétrico é um grande mer-
cado para todos os profissionais e
um setor vital para o crescimento
e desenvolvimento de nosso País.
12
ENTREVISTA | FERNANDO HENRIQUE SCHÜFFNER NETO
O Sr. considera que Minas Ge-
rais é uma referência na pes-
quisa energética? Por que?
Entre os maiores grupos de
energia no Brasil, a Cemig vem
alinhando, cada vez mais, a
Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) à estratégia empresarial
de crescimento com sustenta-
bilidade. As pesquisas estão
saindo do campo teórico para
se tornar realidade.
Pioneira brasileira na primeira
conexão de uma usina eólica
ao Sistema Elétrico Interligado,
a Cemig mantém ao longo dos
últimos anos estudos e investi-
mentos na geração eólica.Des-
tacamos o Atlas Eólico, que
mapeou o potencial eólico de
todo o Estado de Minas Gerais,
da ordem de 40 GW, sinali-
zando os locais promissores
para a implantação de novos
empreendimentos. O Grupo
Cemig é o segundo maior
gerador de energia eólica no
Brasil, com destaque para a
Renova Energia, detentora do
maior complexo eólico da
América Latina, localizado na
Região Central da Bahia. A
Cemig passou a fazer parte do
grupo de controle da Renova
em 2011, por meio da Light.
Além disso, a Companhia ad-
quiriu, em 2009, 49% da parti-
cipação societária em três
parques eólicos (já em pleno
funcionamento) de proprie-
dade da Energimp S.A. localiza-
dos no Ceará, com potência
total de cerca de 100 MW e in-
vestimento de R$ 213 milhões.
Além disso, a Cemig desenvolve
pesquisas e projetos para pro-
dução e uso de biodiesel, gera-
ção de energia a partir de
resíduos sólidos urbanos, pro-
dução de células combustíveis
de alta temperatura e outras
tecnologias de geração distri-
buída. Em 2012, iniciamos a co-
mercialização de energia gerada
por meio do biogás composto
por metano e gás carbônico,
produzido pela decomposição
de lixo de aterro sanitário.
Com o projeto Cidades do
Futuro, a Cemig está testando
a funcionalidade das Redes
Inteteligentes, que mudarão
a forma como a sociedade
consome energia. E já mantém
projetos de desenvolvimento
limpo que a capacitam a obter
e comercializar créditos de
carbono.
Por fim, a Cemig desenvolveu
o Atlas Solarimétrico, que
apresenta estudos para a de-
terminação do potencial de
energia solar do Estado e da
localização das melhores inci-
dências de radiação, para a
identificação de melhores al-
ternativas de aproveitamento
dessa fonte primária de ener-
gia e para a inserção dessa
energia na matriz energética
considerando seus aspectos
de sazonalidade, variabilidade e
disponibilidade diária.
Hoje, o potencial para produção de energia elétrica
a partir de fontes alternativas chega a ser duas
vezes maior que o seu potencial hidrelétrico.
13
A sustentabilidade está definitiva-
mente incorporada às práticas do
Grupo. Várias alternativas energé-
ticas estão sendo desenvolvidas si-
multaneamente, com destaque
para as energias solar e eólica. E
importantes programas ambien-
tais já mostram resultados.
Na dimensão social, o Grupo
Cemig tem reafirmado o seu com-
promisso de crescer para oferecer
melhores condições de vida a esta
e às próximas gerações. Progra-
mas sociais e culturais mantidos
pelo Grupo impactam positiva-
mente nossa sociedade.
E, paralelamente, estão sendo im-
plantados novos e modernos canais
de atendimento ao consumidor.
Além de garantir a sustentabilidade
da Empresa e perpetuar sua força,
essa expansão aumenta a presença
da marca. O Grupo Cemig, antes si-
nônimo de energia hidrelétrica,
aproxima-se agora das energias al-
ternativas, das telecomunicações, do
mercado de gás natural, das solu-
ções em TI, de milhões de novos
clientes e consumidores e do seleto
clube das empresas globais.
O que significa para o Sr. receber a
Medalha Lucas Lopes?
É uma grande felicidade receber a
condecoração que tem como pa-
trono o engenheiro Lucas Lopes
que deu início a essa corporação a
qual sempre tive o orgulho de per-
tencer e a qual tenho a honra de di-
rigir agora na missão de participar,
diretamente, da expansão e amplia-
ção de suas atividades no Brasil e
também no exterior, onde já atua-
mos no Chile, com uma linha de
transmissão.
Divido essa homenagem com todos
os profissionais que, de alguma
forma, contribuíram para o desen-
volvimento da minha carreira na
Cemig. Eu agradeço a eles por me
ensinarem tanto.
Divido essa homenagem com todos os profissio-
nais que, de alguma forma, contribuíram para o
desenvolvimento da minha carreira na Cemig.
Eu agradeço a eles por me ensinarem tanto.
““
14
O 12º Congresso de Materiais, Tecnologia e Meio Am-
biente da Construção será realizado pelo Sinduscon-MG,
nos próximos dias 19 e 20 de junho, no Expominas. O con-
gresso, que integra a programação do Minascon/Construir
Minas 2013, que vai acontecer de 19 a 22 de junho/2013,
abordará temas relacionados aos diversos sistemas cons-
trutivos, inovações tenológicas, desempenho e sustentabi-
lidade no setor da construção. Mais informações pelos
telefones: (31) 3253 2687/2683. www.sinduscon-mg.org.br
Sustentabilidade da construção
Engenharia sanitária e ambiental
Educação e trabalho
A empresa Furnas subsidiária da Centrais
Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobras, vin-
culada ao Ministério de Minas e Energia,
lança em seu perfil no Facebook, a campa-
nha #GeraçãoEnergia. O público-alvo do
projeto não é segmentado por faixas etá-
rias, e sim por suas atitudes. De acordo
com o texto promocional da empresa, a
“GeraçãoEnergia” é quem se “preocupa
com a natureza; gosta de esportes, busca
qualidade de vida e saúde; valoriza o Brasil,
os brasileiros e principalmente seus cola-
boradores; tem energia para aproveitar a
vida e quer estar sempre conectada ao
que acontece no mundo”. Os interessados
poderão compartilhar posts e obter infor-
mações de várias iniciativas da empresa. In-
formações: www.furnas.com.br
A Associação Brasileira de Engenha-
ria Sanitária e Ambiental (ABES)
anuncia a realização do 27º Con-
gresso Brasileiro de Engenharia Sani-
tária e Ambiental, que terá como
tema central “Saneamento, Ambiente
e Sociedade: Entre a gestão, a política
e a tecnologia”, a ser realizado no
Centro de Convenções de Goiânia, de 15 a 19 de se-
tembro de 2013, Goiânia/GO. O 27º CBESA -
Congresso Brasileiro de Enge-
nharia Sanitária e Ambiental terá
em sua programação painéis,
mesas redondas, apresentação
de trabalhos técnicos, Campeo-
nato de Operadores, Olimpíada
Jovens Profissionais do Sanea-
mento, visitas técnicas, e a X FI-
TABES, a maior feira de exposições do segmento.
Informações: http://www.abes-dn.org.br
A Confederação Nacional da In-
dústria (CNI) lançará, em setem-
bro, o documento Educação para
o Mundo do Trabalho, que reunirá
propostas do setor para o sistema
educacional brasileiro. Nele, será
apresentando um amplo diagnós-
tico sobre como a baixa qualidade
da educação básica impacta a pro-
dutividade do país e também uma
série de soluções de curto prazo
para essa realidade. Nos próximos
meses, o conteúdo será discutido
pelas federações das indústrias nos
estados e por especialistas.
O objetivo é reunir o maior nú-
mero de atores qualificados em
torno da proposta que atinge
todos os setores, a exemplo da en-
genharia. Mais informações pelo
site: www.cni.org.br
“GeraçãoEnergia” na rede social
15
Às vésperas de sediar a Copa das Confederações, será rea-
lizado nos dias 12 e 13 de junho, no Centro Empresarial
Rio, o 4º Seminário Sistemas Inteligentes de Transportes
(ITS 2013). O evento é promovido pela Planeja & Informa
Comunicação e Marketing, com apoio da Universidade do
Estado do Rio de janeiro (UERJ), e tem por objetivo deba-
ter novos meios de se pensar a mobilidade urbana, unindo
recursos de informação e comunicação telemática e fer-
ramentas de gerenciamento dos transportes, através dos
chamados Sistemas Inteligentes de Transportes. O plano de
ação do Rio de Janeiro para a modernização tecnológica
do sistema de transporte e a melhoraria da mobilidade ur-
bana vai ser o tema da palestra do secretário municipal de
Transportes da Cidade do Rio de Janeiro, Carlos Roberto
Osório. Mais informações: (21) 2262-9401 / 2244-6211ou
pelo site: www. embarqbrasil.org/node/786
Arbitragem e Construção
Com o intuito de debater temas importantes relacionados à arbitragem em obras
e serviços de engenharia, a CMA/CREA-MG juntou-se ao Instituto Brasileiro de
Direito da Construção (IBDiC) e ao Comitê brasileiro de Avaliações e Perícias
de Engenharia (IBAPE-MG) para realizar o Seminário Nacional Arbitragem &
Construção, nos dias 10 e 11 de junho, na sede do CREA-MG, em Belo Hori-
zonte. Informações: www.crea-mg.org.br
HP lança site para capacitar professor em ciência, tecnologia, engenharia e matemática
Foi inaugurada pela Basf nessa terça-feira (28) em São Paulo, a primeira Casa de
Eficiência Energética (Casa E) no Brasil. A construção pretende mostrar ao mer-
cado soluções e produtos inovadores desenvolvidos para tornar as construções
mais sustentáveis e eficientes. Com um investimento de R$ 3 milhões, o projeto
apresenta soluções para redução do consumo de água, energia e emissão de CO2.
De acordo com a Basf, a economia de energia da casa chega a quase 70% graças
ao uso de materiais diferenciados.
Os blocos são de poliestireno expandido que proporcionam isolamento térmico.
Já nas paredes, espumas especiais foram aplicadas para dar maior conforto acústico
e térmico. No processo de construção ainda foram utilizados tintas, vernizes e adesivos com pigmentos especiais que atuam no
controle da temperatura e que também contribuem para um menor gasto de energia.
Participe envie notícias e novidades para: [email protected]
Sistemas inteligentes e transportes
12 e 13 de junho, no Centro Empresarial Rio
A HP Catalyst Academy, afirmou ele, foi uma forma de favorecer uma parte essencial da
engrenagem necessária para se oferecer experiências únicas de aprendizado: o professor.
A Ferramenta digital voltada para a capacitação de professores na área de Stem – sigla que,
em inglês, significa ciência, tecnologia, engenharia e matemática. A solução que a HP en-
controu foi formatar cursos curtos e oficinas com um viés voltado à prática. Confira a lista
no site http://catalyst.navigator.nmc.org/academy/courses) estarão disponíveis gratuita-
mente na HP Catalyst Academy,Fonte: http://porvir.org
Fonte: http://www.basf.com.br
Basf inaugura sua primeira Casa de Eficiência Energética no Brasil
NA VIDA DE UMA EMPRESA CENTENÁRIA, 365 DIAS PODEM SER QUASE NADA. OU QUASE TUDO.
Para a Light, 365 dias podem ser 365 oportunidades
para aprender a cada hora, a cada desafi o.
São 365 chances de erguer relações mais sustentáveis
e duradouras com seus clientes. São, acima de tudo,
365 novas possibilidades de olhar
para o futuro e construir um mundo melhor.
Confi ra o Relatório de Sustentabilidade 2012: www.relatoriolight.com.br
MESTRES DA ENGENHARIA | GUILHERME BRANDÃO FEDERMAN
Muitos profissionais conseguem conciliar a carreira
e a docência. Para o engenheiro civil pela Escola de
Engenharia da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), em 1969, e advogado pela mesma
instituição, graduado em 1990, Guilherme Brandão
Federman, 68 anos, essas duas atividades são, in-
clusive, complementares.
Embora tenha deixado as salas de aulas dos cursos
de graduação neste ano, depois de 42 anos de ati-
vidades na docência, ele continua trabalhando na
área de Engenharia de Avaliação, Perícias de Enge-
nharia, Vistorias Cautelares, Inspeções Pre-
diais e Arbitramentos. Sempre que encontra
seminários e congressos nas suas áreas de interesse
reserva tempo na agenda para se atualizar. “Sempre
tem algo novo para aprender”, afirma o professor.
Foi com esse espírito que ele se tornou, mais que
professor, um mestre. Como profissional da Enge-
nharia Civil, Guilherme Federman usou a expe-
riência que acumulou ao longo da carreira para
ajudar a formar novos profissionais. Na docência,
procurou sempre variar de disciplinas, para que
não cair na rotina.
Assim, percorreu salas de aula da UFMG, no ICEX
e na Escola de Engenharia, no IPUC da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC
Minas) e na Escola de Engenharia Kennedy. Entre
os conteúdos estão Geometria analítica, Cálculo I,
II, II e IV, Cálculo Numérico, Estatística e Probabili-
dades, Planejamento e Gerenciamento das Cons-
truções, Gestão Empresarial, Legislação Profissional
e Segurança do Trabalho.
O gosto pela sala de aula aumentou com o tempo.
Paralelamente a docência da graduação, ele também
ministrou cursos de Engenharia de Avaliações e
Pericias em diversos locais do país e não rejeitou a
oportunidade de frequentar a graduação de Direito
como professor. “Como sempre trabalhei com
Engenharia, fui um professor com prática profis-
sional, com vivência de canteiro de obras, plane-
jamentos, e orçamentos”, avalia.
A experiência classista também foi um diferencial
do professor, que sempre participou das discus-
sões da sua área de atuação, seja na Sociedade Mi-
neira de Engenheiros (SME) ou como conselheiro
do Conselho Regional de Engenharia e Agrono-
mia de Minas Gerais (CREA-MG) por muitos
anos. A Associação dos Ex-Alunos da Escola de
Engenharia da UFMG (AEAEEUFMG) também
conta com a sua presença e participação ativa.
“Durante muitos anos, eu levava as turmas para
fazer o primeiro contato com o Conselho”, resgata.
18
Balanço positivo da docência depois
de 42 anos de atividades e aprendizados
O balanço da carreira como professor é muito
positivo. “Cheguei a dar aulas de régua de cálculo
até cursos virtuais. Como professor tive mais de
4 mil alunos, muitos deles meus amigos até hoje”,
ressalta. Foi distinguido diversas vezes como pa-
raninfo das turmas, patrono e professor homena-
geado. Em 2008 recebeu a Medalha do Mérito do
IPUC e em 2011, a Medalha do Mérito do CREA-MG,
por bons serviços prestados à Engenharia.
Para ele, os profissionais que pretendem se dedi-
car à docência experimentam um momento pro-
missor para essa carreira. “A qualidade de ensino
tem melhorado com o desenvolvimento tecno-
lógico. Esses profissionais devem se preparar para
os cursos de pós-graduação, mas não podem se
esquecer da prática”, enfatiza.
19
““ A qualidade de ensino tem melhorado com o desenvolvimento
tecnológico. Esses profissionais devem se preparar para os cursos
de pós-graduação, mas não podem se esquecer da prática.
Ainauguração da Usina
Solar Fotovoltaica (USF)
do estádio Governa-
dor Magalhães Pinto
– Mineirão, em maio último, rea-
quece a discussão sobre o uso
de fontes energéticas renová-
veis no país. O projeto do go-
verno do Estado por meio da
Companhia Energética de Minas
Gerais (Cemig), intitulado Minei-
rão Solar 2014, deve chegar a ou-
tros estádios e ginásios mineiros.
No caso do Mineirão, a potência
instalada é de 1,42 MWp, com cerca
de 6 mil módulos fotovoltaicos. A
energia gerada será injetada na
rede de distribuição da Cemig por
meio da subestação de alimenta-
ção do estádio, sendo que 10% re-
tornará para a concessionária
Minas Arena, para utilização no
empreendimento.
A energia produzida é suficiente
para atender, aproximadamente,
900 residências de médio porte. O
projeto demandou investimento
de R$ 10 milhões, dos quais 80%
provenientes do Banco de Desen-
volvimento da Alemanha (Kredi-
tanstalt für Wiederaufbau (KfW).
A USF Mineirinho, com potência
de 1,1 MWp, está em processo de
elaboração de edital. Os dois pro-
jetos foram inspiradas nos está-
dios de Freiburg, considerada a
capital solar da Alemanha, e de
Berna, na Suíça que foi uma das
sedes da Eurocopa 2008.
As USFs podem ter outros forma-
tos. A captação da radiação solar
pode ser por meio de placas ins-
taladas na cobertura de estaciona-
mentos para veículos e no telhado
de centros de convenção, entre
outros locais. Projetos do gênero
espalham-se por todo o mundo,
2020
TECNOLOGIA | ENERGIA SOLAR
Pesquisas pretendem elevara oferta da tecnologia deenergia fotovoltaica
2121
nos países que já despertaram
para a necessidade de investir,
de forma efetiva, em fontes
energéticas alternativas.
O gerente de Alternativas Ener-
géticas da Companhia Energé-
tica de Minas Gerais (Cemig),
engenheiro civil com MBA em
Gestão de Negócios e Gestão
de Projetos e especialização em
Gestão da Inovação e Conheci-
mento, Marco Aurélio Dumont
Porto, explica que embora a
matriz energética seja quase
que na sua totalidade renovável,
a companhia reconhece que
é imprescindível pesquisar e
incentivar o uso de fontes
alternativas, entre elas a solar.
“O país ainda não despertou
para a necessidade de usar al-
ternativas energéticas. Porém,
com as questões ambientais e
sociais limitando a construção
de grandes reservatórios, que
são a garantia de todo o Sis-
tema Interligado Brasileiro,
pode ser que, no futuro, o país
pague um preço alto por essa
decisão”, adverte.
O uso dessa tecnologia, para o
aquecimento de água é bastante
popular. Nesse segmento, Belo
Horizonte é considerada a ca-
pital nacional do uso da energia
solar em casas, edifícios, pisci-
nas, hospitais e hotéis com
mais de três mil painéis solares,
média oito vezes maior que a
nacional.
Grande parte dos lançamentos
imobiliários já inclui esse sis-
tema de geração de energia. Em
2007, a Prefeitura Municipal de
Belo Horizonte (PBH) aprovou
a lei nº 9.415, que institui a po-
lítica municipal de incentivo ao
uso de formas alternativas de
energia, tais como a energia
solar e a energia a gás. A partir
de 2009, a legislação prevê a
mudança no critério de pon-
tuação para avaliação do imó-
vel para fins de cálculo do
Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU), com redução
do valor devido.
A energia produzida no estádio do Mineirão é suficiente para atender, aproximadamente, 900 residências de médio porte.
22
TECNOLOGIA | ENERGIA SOLAR
Em consequência, Minas
Gerais tornou-se a sede
de diversas empresas
que atuam no seg-
mento de tecnologia
solar para aqueci-
mento (energia solar
térmica), concentrando
40% das companhias
do setor. A área acu-
mulada de coletores
solares em Minas Gerais,
alcançou 1,9 milhão de m² em
2010, que representa 1.571 GWh
de energia evitada e equivale a
18,5% do consumo de energia
elétrica do setor residencial no
Estado.
Mas o grande desafio do país, e
consequentemente de Minas Ge-
rais, é usar os raios solares para
gerar energia elétrica. De acordo
com Marco Aurélio Porto, esse
não é um tema novo para a
Cemig. A empresa já instalou mi-
lhares de sistemas fotovoltaicos
para eletrificação de centros co-
munitários, escolas e residências
rurais.
Pesquisas nas áreas de produção
de células solares em parceria
com o CETEC e o desenvolvi-
mento de sistemas de pequeno
porte conectados à rede estão
entre as iniciativas da estatal.
Em 2002, a empresa construiu o
primeiro protótipo de termelé-
trica solar do Brasil de 10kWe,
que se encontra no Campus I
do CEFET-MG. Foram usados
materiais disponíveis no mer-
cado nacional e concentradores
cilíndrico-parabólicos para a
captação de energia. Esses cole-
tores funcionam refletindo a luz
do sol, que eleva a temperatura
do equipamento, gerando vapor e
energia. Atualmente três módulos
de 12 m de comprimentos estão
construídos e testados.
Os projetos continuam. Desde ja-
neiro deste ano, está em fase de
implantação a Usina Ex-
perimental de Geração
Solar Fotovoltaica, locali-
zada em Sete Lagoas.
Quando concluída, será a
maior usina do gênero
no Brasil, com 3,3 MWp
de pico em painéis foto-
voltaicos, com capaci-
dade de abastecer até
3500 residências, além
de ser um dos mais bem
estruturado centro de pesquisa
em sistemas fotovoltaicos do
mundo.
Construída no âmbito do pro-
grama de P&D Cemig Aneel, o
projeto tem na sua equipe execu-
tora a empresa espanhola Solaria
e dezenas de pesquisadores da
UFMG. Entre os parceiros estão a
Fapemig. A Prefeitura de Sete La-
goas doou o terreno para a loca-
ção da Plataforma Experimental,
de cerca de 8 hectares. Com custo
de aproximadamente R$ 40 mi-
lhões, dos quais R$ 27 milhões de
da Cemig, terá duração de cinco
anos e será o primeiro projeto de
pesquisa do país que culminará na
construção de uma usina comer-
cial de geração de eletricidade.
23
Há, ainda, dois projetos em anda-
mento relacionados à Chamada
Estratégica 013 da ANEEL. O
primeiro, em parceria com a TBE
e Efficientia, empresas do grupo
Cemig, UFMG e Copel e TBE que
através da implantação de um “te-
lhado” solar em uma empresa a
ser escolhida possam ser estuda-
das fundamentalmente as questões
mercadológicas, com o intuito de
descobrir as lacunas de custo e
preço da geração fotovoltaica no
Brasil, considerando sua disponibi-
lidade, aspectos técnicos, tributá-
rios, regulatórios e comerciais.
O outro, em parceria com di-
versas empresa encabeçadas
por Furnas, visa a instalação de
uma usina de 3,0 MWp em con-
dições climáticas extremas, no
semiárido de Minas Gerais e o
desenvolvimento de tecnologia
nacional de alguns elementos do
sistema de geração.
A adoção da energia solar como
alternativa para geração de ener-
gia elétrica ganhou mais uma
aliada. A regulação 482 da Agên-
cia Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) permite que o consumi-
dor instale sistemas fotovoltaicos
de pequeno porte em residên-
cias, comércios e indústrias para
gerar sua própria energia. Pela
regra, se a unidade consumidora
registrar produção excedente,
ela é exportada para a rede da
distribuidora e poderá ser utili-
zado posteriormente na forma
de créditos na conta de luz.
No entanto, essa possibilidade
deve ser avaliada previamente,
por um estudo de viabilidade
econômica, que cai requerer a
medição local da radiação solar
por, pelo menos, três anos.
Porém, ainda assim, esta análise é
perfeitamente útil para a locação
dessas estações de medição,
como recomenda o “Atlas Solari-
métrico de Minas Gerais”, pro-
duto de um projeto de P&D
lançado pela Cemig, com mapea-
mento detalhado do potencial
do Estado para a construção de
empreendimento solares.
Nós, como engenheiros, somos obrigados a pensar em todas essas
questões, ambientais, mercadológicas, tecnológicas e até culturais
porque somos também formadores de opiniões. Contribuir para
a mudança e implantação de leis que incentivem o uso de energias
renováveis e por consequência deixar um planeta menos sofrido
aos nossos filho.
““
Marco Aurélio Dumont Porto, engenheiro
civil com MBA em Gestão de Negócios e
Gestão de Projetos e especialização em
Gestão da Inovação e Conhecimento
24
TECNOLOGIA | ENERGIA SOLAR
O documento também consi-
dera o acesso aos locais, as
condições topográficas, as dis-
tâncias às linhas de transmissão
e aos centros de carga e identi-
fica macrorregiões favoráveis a
este tipo de aproveitamento
energético.
Além de reunir informações
técnicas, o estudo classificou as
áreas mais promissoras no Es-
tado para a implantação de usi-
nas solares fotovoltaicas. São
elas a microrregião de Janaúba,
no Norte do Estado, a micro-
rregião de Januária, no Médio
São Francisco, a microrregião
de Pirapora e Unaí, norte/no-
roeste de Minas Gerais , assim
como a microrregião de Pira-
pora e Paracatu, a microrregião
de Curvelo e Três Marias, no
centro e, ainda, a microrregião
de Patrocínio e Araxá, no Triân-
gulo e Alto Paranaíba.
A regulação 482 da Aneel permite que o consumidor instale
sistemas fotovoltaicos de pequeno porte em residências,
comércios e indústrias para gerar sua própria energia
Infográfico Alexandre Affonso : revistapesquisa.fapesp.br/2012/12/10/cidades-do-futuro/
25
Gargalos
Embora apresente ótimos níveis de radiação solar
e consequente potencial para a exploração, o país
ainda precisa evoluir bastante se quiser incorporar
a energia fotovoltaica à rede elétrica nacional.
Políticas de incentivo e desenvolvimento de tec-
nologia nacional para esses projetos são medidas
que podem tornar esse sistema mais atraente e
menos oneroso para os consumidores.
O Brasil tem grandes jazidas de silício, princi-
palmente em Minas Gerais, mas não existe tec-
nologia para purificá-lo ao grau solar. Como em
outras áreas, o país exporta e posteriormente
importa o insumo beneficiado por um valor in-
finitamente superior.
Pelo fato de ainda ser uma tecnologia recente
e em processo de desenvolvimento, não há
muitos engenheiros graduados nessa área. Os
cursos de Engenharia de Energia são recentes
na capital mineira. “Nós, como engenheiros,
somos obrigados a pensar em todas essas
questões, ambientais, mercadológicas, tecnoló-
gicas e até culturais porque somos também
formadores de opiniões. Contribuir para a mu-
dança e implantação de leis que incentivem o
uso de energias renováveis e por conse-
quência deixar um planeta menos sofrido aos
nossos filhos”, recomenda Porto.
Mesmo assim a indústria do setor está disposta
a investir. A Associação Brasileira da Indústria
Elétrica Eletrônica (Abinee) apresentou o docu-
mento “Propostas para Inserção da Energia
Solar Fotovoltaica na Matriz Elétrica Brasi-
leira”, fruto do trabalho do Grupo Setorial de
Sistemas Fotovoltaicos, no âmbito da área de
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia
Elétrica (GTD) constituída pela entidade em
2010 como resposta a uma provocação da
Coordenação de Energias Renováveis do
Ministério de Minas e Energia, que constatou a
inexistência de um interlocutor que represen-
tasse o segmento.
O fruto dos encontros realizados pelas em-
presas do setor é o panorama da geração fo-
tovoltaica no mundo e a potencialidade de
implantação efetiva no Brasil, por meio de po-
líticas específicas para o segmento, conside-
rado bastante promissor. Isso demonstra de
forma inequívoca o grande interesse que o
tema desperta, consolidando o GS-Fotovol-
taico em um fórum qualificado e privilegiado
no diálogo com o governo em busca de alter-
nativas para o desenvolvimento do setor fo-
tovoltaico no país.
A Abinee considera necessário desenvolver a
cadeia produtiva de sistemas fotovoltaicos no
Brasil de forma adequada e progressiva. Infeliz-
mente, ainda essa possibilidade depende de
contrapartida da demanda, ou seja, da orien-
tação que o governo dará ao setor energético
brasileiro.
TECNOLOGIA | ENERGIA SOLAR
26
A engenheira eletricista, mestre
em Engenharia Nuclear, doutora
em Engenharia Mecânica e pro-
fessora do curso de Engenharia
de Energia da Pontifícia Univer-
sidade Católica de Minas Gerais
(PUC Minas), Ângela Menin Tei-
xeira de Souza, afirma que o au-
mento do uso da energia solar
para geração de energia fotovol-
taica é questão de tempo. “A re-
volução está acontecendo
lentamente. No futuro teremos
que usar todos os recursos
energéticos disponíveis, já que a
demanda por energia elétrica
está aumentando muito em fun-
ção do número de eletroeletrô-
nicos que usamos no dia a dia”,
ressalta.
No entanto, energia é, mais que
uma questão conceitual, um pro-
duto a ser desenvolvido e co-
mercializado. A tecnologia solar
não foge a essa regra. Para viabi-
lizar esse sistema, é preciso tec-
nologia e preço competitivo. No
Brasil, o foco foi sempre a ener-
gia hidráulica que, inclusive, ofe-
rece benefícios para seus
usuários. No entanto, o governo
federal tem incentivado o uso
das fontes alternativas que,
mesmo sendo mais onerosas
para o usuário, trazem benefícios
a médio e longo prazo.
“No caso da energia solar, esse
processo não está pronto e aca-
bado. Os sistemas estão em
constante aprimoramento para
que aumentar o desempenho e
reduzir o custo. Estamos experi-
mentando materiais novos, inclu-
sive”, explica.
As perspectivas para o futuro
são muito positivas, segundo a
professora. Vencida a barreira
mercadológica do produto, a ge-
ração fotovoltaica ficará mais
acessível ao consumidor comum
e, sobretudo àquele que mora
em locais onde a rede da Cemig
ainda não chega. Atualmente,
nessas regiões, as urnas eletrôni-
cas são ligadas por meio dessa
fonte nos dias de votação. Mas
esse uso pode ser ampliado.
A revolução está acontecendo lentamente. No futuro teremos
que usar todos os recursos energéticos disponíveis, já que a
demanda por energia elétrica está aumentando muito em fun-
ção do número de eletroeletrônicos que usamos no dia a dia.
““
Ângela Menin Teixeira de Souza engenheira
eletricista, mestre em Engenharia Nuclear,
doutora em Engenharia Mecânica e profes-
sora do curso de Engenharia de Energia da
PUC Minas
28
“Se 28% da energia gerada pela
Alemanha é solar, porque o Bra-
sil, um país que recebe a luz solar
durante todo o ano não faz tam-
bém?”, provoca o diretor de
Desenvolvimento de Projetos e
CPO da Braxenergy Desenvolvi-
mento de Projetos de Energia
Ltda., Alfredo (Fred) Jordan.
Para o empresário, a indefinição
quanto ao marco regulatório da
energia elétrica, pelo governo fe-
deral, é um dos problemas que
impedem o desenvolvimento do
setor no país. Em outras pala-
vras, se não há regras claras, não
há, também, parâmetros para es-
tabelecer um ambiente competi-
tivo nessa área. Um bom sinal foi
o anúncio de um leilão de ener-
gia solar no primeiro semestre
de 2014. No entanto, mudanças
podem acontecer já que essa
data foi modificada duas vezes.
Mesmo assim, a cadeia produtiva
tem evoluído consideravelmente.
“Os projetos de usinas fotovol-
taicas tiveram redução de custos
nos últimos 10 anos”, enfatiza. Há
materiais que oferecem melhor
custo/benefício em desempenho
e custo de manutenção. No en-
tanto, determinados produtos,
exportados da China com tecno-
logia e preços bastante competi-
tivos, ainda inibem a iniciativa da
indústria nacional, principalmente
pelo fator custo.
Há que se considerar, também,
que as usinas fotovoltaicas não
são aquele tipo de solução popu-
lar, “para todos”, embora essa
seja a ideia “vendida” à socie-
dade. De acordo com o empre-
sário, há condições que devem
ser respeitadas para uma instala-
ção do gênero de energia que é
complementar a outra fonte.
A primeira delas é a medição da
radiação solar na área de inte-
resse. O agreste nordestino é a
melhor região do mundo para
esse tipo de projeto. Minas Ge-
rais, mesmo nas regiões de maior
incidência solar, não tem o mesmo
potencial, como destaca Jordan.
O terreno de interesse deve ser
razoavelmente plano o que reduz
os custos com terraplanagem.
A proximidade com uma linha de
transmissão de energia elétrica
também é muito importante,
bem como a disponibilidade de
água. “A eficiência da energia fo-
tovoltaica é muito melhor que de
um parque eólico. O terreno ne-
cessário para instalação é bem
menor”, analisa.
Alfredo Jordan, diretor de
Desenvolvimento de Projetos
e CPO da Braxenergy
Desenvolvimento de
Projetos de Energia
TECNOLOGIA | ENERGIA SOLAR
29
Infográfico Alexandre Affonso : revistapesquisa.fapesp.br/2012/12/10/cidades-do-futuro/
GESTÃO INTELIGENTE Smart grid vai facilitar a conexão de energias renováveis ainda pouco utiliza-
das, como a solar e a eólica, inclusive com a geração do próprio consumidor
Smart grid não é um sistema, e sim um conceitode rede dotadade tecnologias digitais que oferece mais eficiência e confiabilidade
TECNOLOGIA | ENERGIA SOLAR
Energia fotovoltaica na América Latina
Embora a energia renovável
figure somente 16% da pro-
dução mundial, há aproxi-
madamente 1.320 GW de
capacidade de energia re-
novável no mundo, empre-
gando cerca de 3,5 milhões
de pessoas.
Alguns países da América
Latina, incluindo México,
Argentina e Colômbia de-
senvolveram mapas de ir-
radiação solar para
mostrar onde a energia
solar é mais adequada, e
para encorajar o desenvol-
vimento da indústria. Há
benefícios diretos e indire-
tos relacionados à forma-
ção de uma indústria de
energia renovável. Entre
eles a economia de energia
e de dinheiro.
Em termos de disponibili-
dade e potencial, a energia
solar possui um papel im-
portante na América Latina,
Caribe e, também, no
mundo. O U.S. Department
of Energy (DOE) afirma que
em uma hora a superfície da
Terra recebe luz solar sufi-
ciente para abastecer todas
as necessidades elétricas do
planeta durante um ano.
A atratividade para investi-
mento nos países da América
Latina está significativamente
espalhada. Chile, México e
Brasil lideram enquanto que
Venezuela, Jamaica e Equador
ficam para trás. Esta ampla di-
fusão é parcialmente resul-
tado de uma variação no
apoio político existente nes-
tes países.
Enquanto Venezuela, Jamaica
e Colômbia não tem ne-
nhum apoio político, outros
países na região, como
Chile, possuem uma meta
política explicita com rela-
ção à energia renovável e
exigem geradores de ener-
gia para atender cotas míni-
mas.
Enquanto um sistema de
cota pode não atender a ne-
cessidade de apoio específico
ao PV, o fato de alguns países
latinos americanos terem de-
finido metas políticas de
energia renovável ajudará a
tornar acessível o potencial
na região.
Pré-requisitos legais como
permissão para conexão a
rede de sistemas PV tem
evoluído em países impor-
tantes como México e Chile.
A capacidade instalada na
América Latina comprova
que há grande possibilidade
de crescimento.
30
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Luiz Sávio de Souza Cruz é deputado estadual pelo
PMDB e graduado em Engenharia Metalúrgica pela UFMG
34
Oserviço público sempre atraiu a
atenção de engenheiros. Muitos
deles ingressam na política, para ter
a autonomia necessária para defen-
der suas causas. Na Assembléia Legislativa de Minas
Gerais (ALMG), o deputado estadual pelo PMDB e
vice-líder da bancada Luiz Sávio de Souza Cruz é
graduado em Engenharia Metalúrgica pela Universi-
dade Federal de Minas Gerais, com especialização
em Engenharia Ambiental e, ainda, professor licen-
ciado dessa matéria na Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e de Física e
Química do Colégio Santo Antônio.
A política, para ele era uma “velha conhecida”. “A polí-
tica foi consequência de mais de uma coisa. Meu pai foi
deputado durante vários mandatos e eu não tive em
casa um exemplo negativo da ação política”, ressalta.
Ele ingressou na política depois da sua atuação no
CETEC, como representante das universidades no pro-
cesso de discussão da lei estadual de meio ambiente.
Ele também tinha, na bagagem, a participação no Con-
selho Municipal de Meio Ambiente (Comam). “Eu via
que algumas decisões não eram norteadas pela parte
técnica. O peso político das opiniões acabava viabili-
zando as decisões”, comenta.
O início da trajetória política de Luiz Sávio Souza Cruz
foi na Câmara Municipal de Belo Horizonte, como ve-
reador de Belo Horizonte, em 1992. Em 1996, ele foi o
terceiro mais votado da capital e chegou a presidência
da Câmara. No ano seguinte, fez a reforma administra-
tiva que reduziu de R$ 41 milhões para R$ 37 milhões
os custos do legislativo municipal em dois anos.
ENGENHARIA | ENGENHEIROS NA POLÍTICA
““O diferencial do engenheiro na política é a
capacidade de administrar, a intimidade
com os números e o feeling para trabalhar
com recursos financeiros e também com
tempo, para fazer o melhor possível.
Formação na engenharia ajuda na gestão pública
35
Vereador José Tarcísio Caixeta (PT),
engenheiro de Minas pela UFMG
““Tudo isso se deu a partir da compreensão
que eu tinha, a princípio, de que era neces-
sário participar da luta por democracia e
liberdade e, mais tarde, em favor da execu-
ção de políticas públicas que contribuíssem
para a melhoria das condições de vida dos
belo-horizontinos.
Em 1998, ele foi eleito deputado
estadual e convidado pelo então
governador Itamar Franco para as-
sumir a Secretaria de Administra-
ção e Recursos Humanos, com
base na sua experiência bem-suce-
dida no legislativo municipal.
Depois ele foi secretário de Plane-
jamento e Gestão e retornou para
a ALMG como líder do governo.
Depois de uma pausa como su-
plente em 2002, ele retornou à
casa em 2005, tendo sido reeleito
em 2006 e 2010, sempre atuando
nas comissões de meio ambiente
e energia, áreas da Engenharia.
“O diferencial do engenheiro na po-
lítica é a capacidade de administrar,
a intimidade com os números e o
feeling para trabalhar com recursos
financeiros e também com tempo,
para fazer o melhor possível”, re-
sume. Por isso o deputado afirma
que a participação de engenheiros
na política é sempre positiva.
Belo Horizonte também precisa de
engenheiros. O vereador José Tarcí-
sio Caixeta (PT), em seu quarto
mandato na Câmara Municipal da
capital é engenheiro de Minas pela
UFMG e especialista em Engenharia
Sanitária e Engenharia de Segurança,
também pela instituição, em 1983.
“Minha militância política vem desde
o movimento estudantil e prosseguiu
no Sindicato dos Engenheiros do Es-
tado de Minas Gerais (Senge-MG),
Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia de Minas Gerais (CREA-
MG) e Sociedade Mineira de Enge-
nheiros (SME)”, lista. Em 1995, foi
convidado pelo então prefeito Pa-
trus Ananias para ser o secretário
de Indústria e Comércio da capital.
Na gestão de Célio de Castro, assu-
miu a Sudecap e a Urbel.
Em seguida, disputou uma vaga na
Câmara e venceu a eleição para ve-
reador. “Tudo isso se deu a partir da
compreensão que eu tinha, a prin-
cípio, de que era necessário partici-
par da luta por democracia e liber-
dade e, mais tarde, em favor da
execução de políticas públicas que
contribuíssem para a melhoria das
condições de vida dos belo-hori-
zontinos”, enfatiza.
Para o vereador, um engenheiro,
quando ingressa na política, tem a
oportunidade de colocar a disposi-
ção da sociedade conhecimentos
para a formulação do planejamento
das políticas públicas, principalmente
em obras de infraestrutura, urbani-
zação e intervenções profundas em
vilas e favelas da cidade, entre outros.
Entre as bandeiras de luta do verea-
dor Tarcísio Caixeta estão a univer-
salização do acesso ao saneamento
(água, esgoto e destinação correta de
resíduos), por moradia digna e por
soluções de transporte adequadas à
solução dos graves problemas de
mobilidade urbana que uma cidade
como Belo Horizonte possui.
36
ARTIGO | ENGENHARIA & GESTÃO
OBrasil viveu na dé-
cada passada um
processo de esta-
bilização da eco-
nomia e atração de investimentos,
e mais recentemente os investi-
mentos ficaram mais difíceis em
função da crise global de 2008 e a
volta da inflação nos últimos anos.
Isto significa que deveríamos fazer
mais com menos recursos, e não
é o que está acontecendo com
inúmeros projetos (empreendi-
mentos) de infraestrutura, de mo-
bilidade urbana, saneamento e
obras para a copa do mundo, para
citar alguns.
Estamos presenciando, via os
meios de comunicação, o caos
logístico no Brasil: nos portos,
aeroportos e rodovias, os atra-
sos nos estádios de futebol e
principalmente o estouro nos
custos das obras públicas. É in-
concebível e inaceitável um es-
tádio de futebol, uma usina
hidrelétrica, uma obra de trans-
posição ficar 50% mais caro do
que o previsto. Mais uma vez
nós os contribuintes vamos
pagar a conta.
Melhores práticas até mesmo
metodologias em gestão de pro-
jetos existem, necessitamos de
melhores práticas nas questões
políticas que afetam diretamente
os projetos.
Precisamos, sim, evoluir em ges-
tão de projetos. A pesquisa divul-
gada, em fevereiro de 2013, com
o nome “Maturidade Brasil
2012”, coordenada pelo respei-
tado professor e consultor Darci
Prado, apresenta resultados com
relação à maturidade em geren-
ciamento de projetos, em gover-
nos, ONGs e diversas empresas
de vários setores da economia, e
demonstra que o nível de matu-
ridade da gestão de projetos
contribui diretamente para os
resultados do negócio. A maturi-
dade está ligada à capacidade das
organizações de gerenciarem os
seus projetos com sucesso, isto
é, no escopo, prazo, custo e qua-
lidade acertados!
Gestão de Projetos BrasilRonaldo Gusmão, vice-presidente da SME
37
Numa escala de 1 a 5, a pesquisa
mostra que a maturidade média
das empresas brasileiras alcançou
2,60, portanto temos muito que
evoluir. O nível 1 é o estágio inicial,
2-conhecido, 3-padronizado, 4-ge-
renciado e 5-otimizado, ou seja, es-
tamos entre os níveis conhecido e
padronizado e a conclusão é que
ainda temos um enorme caminho
pela frente para atingirmos o nível
ideal que é o otimizado. Pela pes-
quisa realizada somente 0,5% das
organizações encontram-se neste
patamar, e próximo deste estagio
existem apenas 9,4% das organiza-
ções com seus projetos sendo ge-
renciados de maneira adequada.
A pesquisa de maturidade apre-
senta informações, ainda mais
preocupantes, para o setor de tec-
nologia da informação que evoluiu
pouco em relação a 2008, pois re-
velam que somente 57,5% dos
projetos de TI foram totalmente
bem sucedidos, 14% estouraram
os custos e 22% atrasaram seus
projetos. Para a indústria da cons-
trução somente 49,5% dos proje-
tos tiveram sucesso total, 16%
estouraram o orçado e 24% atra-
saram seus projetos. Isto é extre-
mamente alarmante para as em-
presas que dependem de proje-
tos, uma vez que a pesquisa
ressalta a ligação direta e certa
dependência entre se ter maturi-
dade e ter sucesso nos negócios.
Em outra pesquisa realizada pelo
Ietec, em julho de 2012, durante o
15º Seminário Nacional de Gestão
de Projetos, constatou-se um
avanço tímido no uso de metodo-
logias para gerenciamento de pro-
jetos. Hoje o conceito de gestão
de projetos faz parte da estraté-
gia de 84% das empresas parti-
cipantes, em 2008, era 83%.
Atualmente, 71% utilizam algum
método para priorizar projetos,
antes era 64%. Percebe-se que
66% das empresas utilizavam pa-
drões e procedimentos em 2008,
agora 80% utilizam. O avanço mais
significativo era que somente 29%
das empresas tinham a metodolo-
gia implementada. Hoje, 80% pos-
suem metodologias de projeto em
sua organização. Mas os proble-
mas continuam os mesmos, isto é,
o não cumprimento de prazos
(28%) e problemas relativos a cus-
tos (15%) continua no rol das fa-
lhas cometidas pelas empresas,
assim como as habilidades profis-
sionais mais valorizadas, em 2008,
são as mesmas de hoje: liderança e
comunicação.
Muito trabalho e aperfeiçoamento
eram o que as empresas preten-
diam fazer em meados de 2012,
desenvolvimento e/ou revisão de
metodologia de gerenciamento de
projetos, implementação de indica-
dores de desempenho e adoção de
ferramentas de gerenciamento de
projetos.
As melhores práticas em gestão
de projetos devem ser imperio-
sas neste momento da economia
brasileira, os escopos dos proje-
tos não podem sofrer alterações
políticas, que implique em altera-
ção dos custos ou na qualidade
dos mesmos, os prazos devem
ser cumpridos rigorosamente
por todos. A boa governança em
projetos serve tanto para os go-
vernos, para nossas empresas pú-
blicas e principalmente para
nossas empresas privadas que
competem num mundo cada vez
mais globalizado.
Obs.: As pesquisas citadas estão
disponíveis em techoje.com.br
É inconcebível e inaceitávelum estádio de futebol, umausina hidrelétrica, uma obrade transposição ficar 50%mais caro do que o previsto.
““Ronaldo
Gusmão,
vice-presidente
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40
O Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia de Minas Gerais
(CREA-MG) firmou convênio com a
Fundação Nacional de Saúde (Fu-
nasa), no valor de R$ 3,5 milhões
para a promoção de cursos de capa-
citação/qualificação sobre os planos
municipais de saneamento básico.
A entidade também vai oferecer
apoio e supervisão a 100 cidades mi-
neiras de até 50 mil habitantes para
a elaboração desses documentos. O
início dos trabalhos será no segundo
semestre deste ano.
O fiscal do convênio da parte do
CREA-MG, Renato Chaves, explica
que a iniciativa é fruto da demanda
da lei federal nº 11.445/2007, que es-
tabelece as diretrizes nacionais para
o saneamento básico e para a polí-
tica federal dessa área e, ainda, exige
que todos os municípios do país te-
nham seus planos de saneamento
básico e de estudo comprovando a
viabilidade técnica e econômico-fi-
nanceira da prestação integral dos
serviços, nos termos do respectivo
documento. “A questão é que mui-
tos dos municípios ainda não têm
seus planos porque não dispõem de
profissionais qualificados para fazer
os projetos nos moldes da legisla-
ção”, destaca.
Para a primeira etapa do projeto,
que terá validade até dezembro de
2014, a Funasa vai selecionar 100
municípios nas 10 regionais do
CREA-MG. É provável que o nú-
mero de cidades atendidas au-
mente até o final do prazo. A
Região Metropolitana de Belo Ho-
rizonte (RMBH) não será contem-
plada porque, para essas áreas há
regras específicas. Segundo o fiscal,
a capacitação será feita em três
etapas, por meio de oficinas para os
profissionais interessados, além de
apoio e supervisão técnica na ela-
boração dos planos.
Para formar as equipes responsáveis
pelas oficinas, o CREA-MG realizou
processo seletivo simplificado para
contratar instrutores e equipe de
apoio, totalizando 28 pessoas, dos
quais 11 engenheiros. “Como são
equipes multidisciplinares também
contratamos administradores e cien-
tistas sociais. O plano não é apenas
de Engenharia, pois tem a participa-
ção da comunidade local e engloba
questões de impacto social”, explica
Chaves. Os consórcios intermunici-
pais de saúde também fazem parte
do convênio.
Os planos deverão contemplar os
quatro pilares do saneamento básico:
tratamento de água, tratamento de
esgoto, tratamento e coleta de resí-
duos e, ainda, destinação de águas
pluviais, visando a melhoria da quali-
dade de vida da população, como
prevê a legislação sobre a matéria.
Segundo o fiscal, a área de Enge-
nharia de Projetos tem um campo
vasto, principalmente na área pú-
blica, onde as iniciativas das admi-
nistrações estadual e municipal
dependem de planos bem elabora-
dos para pleitear recursos junto ao
governo federal. “O mercado bra-
sileiro está muito carente desse
profissional especializado, princi-
palmente na área de saneamento”,
considera.
CREA-MG capacitará profissionais
para a área de projetos de saneamento
SANEAMENTO | CAPACITAÇÃO
Renato Chaves,
fiscal do convênio
do CREA-MG
Dando continuidade ao que foi publi-
cado na Edição de maio/junho de
2012, apresentamos aqui mais algu-
mas considerações sobre o Metrô
Leve como alternativa para o trans-
porte de passageiros em grandes
centros urbanos.
O início da idéia da utilização do
modal Metrô Leve – Configuração
Monotrilho surgiu quando preocu-
pados com a situação caótica em
que se encontra o trânsito de veí-
culos na cidade de Belo Horizonte,
nos perguntamos : “A implantação
de um Metrô Leve é uma boa alter-
nativa para o sistema de transporte
de massa em Belo Horizonte?”
A resposta foi “sim, é uma boa alter-
nativa para o sistema de transporte de
massa em Belo Horizonte.”
Podemos simplificadamente justificar
conforme discriminado a seguir.
1) SITUAÇÃO ATUAL DAS
GRANDES CIDADES
- vias urbanas coletoras e arteriais
congestionadas em horários de maior
movimento (horários de pico pela
manhã e à noite);
- transporte por ônibus é insuficiente
para atender a todos em horários de
maior movimento (horários de pico
pela manhã e à noite);
- número de automóveis (veículos de
passeio) aumenta dia a dia, sem parar
e não há como frear esse cresci-
mento;
- “falta espaço no chão” para tantos
veículos (automóveis, ônibus, motos e
caminhões);
- o alargamento das vias atuais é difícil
em termos dos altos valores das
áreas a desapropriar, hoje todas edifi-
cadas, dos prejuízos sociais e econô-
micos que sempre ocorrem e do
tempo necessário para concluir todo
um processo de desapropriação;
- faltam recursos financeiros aos ór-
gãos públicos para investir em solu-
ções de transporte (e outras
também);
- precisamos de alternativa de solu-
ção que não ocupe mais ainda nossas
vias de transporte em sua superfície.
2) PRIMEIRA CONCLUSÃO
Para fazer face às questões apresen-
tadas, só temos 2 alternativas, a
saber :
- usar o espaço “abaixo do chão”, ou
- usar o espaço “acima do chão”.
Dessa forma, não serão consideradas
aqui outras soluções “no chão”, do
tipo VLT ou BRT, aqui consideradas
inadequadas.
42
ARTIGO | MOBILIDADE
O METRÔ LEVE:
ALTERNATIVA VIÁVEL
Luiz Otávio Silva Portela
Luiz Otávio Silva Portela,
engenheiro civil, membro da
Comissão de Transportes da SME e
da Comissão de Infraestrutura da
Câmara de Comércio França Brasil.
Esse, em nosso entender, tem sido um
dos fatores que é esquecido pelas au-
toridades de Belo Horizonte e de
Minas Gerais, que a cada dia tentam
achar soluções que sempre ocupam
muito e cada vez mais espaço no chão.
Resta ser definido qual o melhor e
mais conveniente modal de trans-
porte a ser implantado acima do chão
ou abaixo do chão.
3) USAR O ESPAÇO
“ABAIXO DO CHÃO”
Em nossa opinião, sem considerar os
aspectos econômicos, tal solução, no
caso o metrô, é a melhor, de maior
capacidade, sem poluição visual, at-
mosférica e sonora.
Entretanto, é de alto custo e, de-
pendendo do seu traçado, interfe-
rências subterrâneas podem causar
uma elevação ainda maior do custo
de implantação.
Avalia-se o custo de implantação do
Metrô da ordem de 450 milhões de
reais por quilômetro de via (informa-
ção obtida a partir da construção do
atual prolongamento da linha de
metrô do Rio de Janeiro).
É também uma solução que demanda
um período de implantação bastante
longo (1 km em 4 anos) e precisamos
de soluções rápidas, pois o caos já
está instalado nos horários de pico.
No nosso caso de Belo Horizonte,
cidade com relevo montanhoso, um
metrô subterrâneo implicaria tam-
bém em algumas estações bastante
profundas, o que seria também um
fator de acréscimo de custo e de
prazo.
4) USAR O ESPAÇO
“ACIMA DO CHÃO”
Tal alternativa pode ainda se subdividir
em 2 tipos distintos, dependendo do
tipo de veículo a considerar.
O primeiro tipo seria a via elevada em
forma de viaduto implantado sobre
canteiro central e/ou lateral, para utili-
zação de veículo do tipo ônibus ou o
denominado BRT (um dos exemplos
da cidade de São Paulo).
Nesse caso, a estrutura do viaduto (ta-
buleiro e pilares) para circulação dos
veículos em mão dupla, teria dimen-
sões avantajadas, de grande custo de
execução, o que implicaria muitas
vezes em falta de espaço nos referidos
canteiros, para implantação dos pilares,
levando ainda à necessidade de desa-
propriações de imóveis, para alarga-
mento da via e, consequentemente,
aumento de custo.
Como ônibus e BRT são movidos
com motores de combustão in-
terna, haverá um acréscimo de po-
luição atmosférica e sonora ao
longo do trajeto.
Em nossa opinião a poluição visual
também ocorrerá, uma vez a pe-
sada estrutura de um viaduto com
2 faixas de tráfego e dos próprios
veículos de maior porte que nele
trafegarão.
O segundo tipo seria também de
uma via elevada implantada sobre
canteiro central e/ou lateral, para
utilização de veículo do tipo Metrô
Leve (Monotrilho ou Monorail).
Nesse caso, como o veículo é de
baixo peso, de menores dimensões
e tem caminho fixo, a estrutura ne-
cessária para um trajeto também
em mão dupla é muito mais leve e
esbelta, se adequando melhor ao es-
paço reduzido nos canteiros dispo-
níveis na cidade, sem necessidade de
alargamento de pista da via.
Nota-se, que as reduzidas dimen-
sões das estruturas de apoio e
circulação do Metrô Leve, possi-
bilitam a utilização de peças pré-
moldadas, sem a necessidade de
cimbramentos /escoramentos ne-
cessários para a concretagem das
estruturas “ in loco” e que também
exigem um espaço para serem ins-
talados na via, reduzindo sua capa-
cidade hoje já esgotada e causando
grande interferência durante sua
execução.
Como o veículo Metrô Leve é tra-
cionado com motor elétrico, não
haverá acréscimo de poluição at-
mosférica e sonora ao longo do tra-
jeto, sendo ambientalmente correto.
43
44
ARTIGO | MOBILIDADE
Em nossa opinião, a poluição visual
nesse caso é bem menor, até pela apa-
rência moderna dos veículos utilizados.
As 2 primeiras linhas de Metrô Leve
que estão sendo executadas no Brasil
estão situadas na cidade de São Paulo
(vale a pena visitar).
Entre as possibilidades aqui citadas
para solução “acima do chão”, função
das dimensões das estruturas de cada
uma e da possibilidade de desapro-
priação citada, podemos também afir-
mar que a solução com utilização do
veículo tipo BRT é a que demanda
maior tempo de execução.
No caso do Metrô Leve, como citado
anteriormente, as estruturas necessá-
rias são menores e mais leves, adequa-
das a serem executadas em peças
pré-moldadas, sem necessidade do es-
paço necessário para concretagem “inloco”, mais adequadas também às redu-
zidas larguras dos canteiros das aveni-
das em Belo Horizonte. A implantação
de 1 km de Metrô Leve tem uma du-
ração de obra da ordem de 1 ano.
Assim, em termos de prazo de exe-
cução, a solução mais interessante é
aquela “acima do chão” com a utiliza-
ção de veículo do tipo Metrô Leve.
Em termos de operação, a solução
“acima do chão” com utilização de
VLT ou BRT utiliza operador (mo-
torista), enquanto a operação do
Metrô Leve dispensa o operador
(motorista), sendo totalmente auto-
mática e computadorizada. Ainda
em termos de operação, o Metrô
Leve por trafegar acima do chão
não sofre a interferência de cruza-
mentos de vias, de sinais de trânsito
e de engarrafamentos.
Em termos de operação a solução em
Metrô Leve também é mais vantajosa.
Um veículo do tipo BRT tem em
geral capacidade média de 160 passa-
geiros (Manual de BRT – Ministério
das Cidades – pág 80).
Uma composição de veículos do tipo
Metrô Leve, com 4 vagões (podendo
ser aumentado esse número) é da
ordem de 300 a 550 passageiros
(informação de dois dos fabricantes).
O número de passageiros a transpor-
tar por dia será função do número de
veículos a operar para cada tipo.
Note-se ser necessário um nú-
mero maior de veículos do tipo
BRT para transportar um mesmo
número de passageiros de uma
única composição do Metrô Leve
(no caso com 4 vagões).
Em termos de capacidade, a solu-
ção em Metrô Leve também é mais
vantajosa.
O custo de implantação do Metrô
Leve é avaliado da ordem de 85
milhões de reais o quilômetro de
via.
Em termos de custo de implanta-
ção a solução em Metrô Leve tam-
bém é mais vantajosa.
5 . CONCLUSÃO FINAL
A solução acima do chão com o
modal Metrô Leve, em nosso enten-
der é a mais interessante, a mais
conveniente e a mais factível de uti-
lizar os grandes corredores de
transporte existentes para o trans-
porte de massa, devidamente inte-
grada aos demais modais já
existentes, inclusive fazendo prolon-
gamento da atual linha de Metrô
(exemplo de São Paulo).
Linha 17 – Ouro - Metrô de São Paulo (abril/2013) Linha 15 – Prata - Metrô de São Paulo (abril/2013)
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http://www.metro.sp.gov.br/obras/monotrilho-linha-15-prata/video-apresentacao.aspx
http://www.metro.sp.gov.br/obras/linha-17-ouro/index.aspx
Oconceito de Inovação já é um con-
senso. Trata-se da união de criativi-
dade, com atitude e resultado.
Criatividade, representada pela
ideias, pelo novo. Atitude, pela ação,
empreendedorismo. Resultado, tangível ou intangível,
nas esferas econômico-financeiras e sócio-ambientais.
Dessa forma, inovação é instrumento de sustentabili-
dade empresarial. Sem resultados, não há inovação.
No entanto, ainda hoje é fruto de debates a questão
se inovação tecnológica refere-se apenas criação de
novos produtos/serviços e processos ou se a melho-
ria contínua de algo pré-existente também é inovação.
Há uma linha tênue entre os conceitos de Inovação
Incremental e de Melhoria Contínua. Mas, ainda hoje,
muitos não compreendem a diferença entre ambas.
Elas caminham juntas, se complementam, mas diferem
em diversos aspectos extremamente relevantes.
Essa discussão se sustenta na medida em que as em-
presas, muitas vezes, não compreendem que podem
usar de linhas de crédito dos governos federais, esta-
duais e municipais para melhorar um produto que já
comercializam. Os empresários ainda acham que só
há investimentos em inovação se algo novo for o pro-
duto final. E, com essa ideia errônea, deixam de usu-
fruir de linhas de crédito e, no final das contas, deixam
de lucrar com um auxílio legítimo da esfera pública.
Em muitos aspectos, a inovação incremental se asse-
melha à melhoria contínua e vice-versa. Uma coisa,
porém, é certa: tanto a melhoria contínua quanto a
inovação incremental são fundamentais para otimiza-
ção do desempenho empresarial, contribuindo para o
aumento da competitividade das empresas e, conse-
quentemente, para a melhoria dos resultados da or-
ganização.
46
ARTIGO | JOSÉ HENRIQUE DINIZ
Inovação incremental e melhoria contínuaDiferentes, mas fundamentais para otimização do
desempenho empresarial, contribuindo para o
aumento da competitividade das empresas
47
Para compreendermos as sutis diferenças entre elas,
é necessário relembrar as origens de cada uma. De
forma simplificada, podemos dizer que:
• Inovação é fruto da criatividade e do ato de em-
preender. É uma ideia que, bem trabalhada, gera resul-
tados econômico-financeiros e/ou socioambientais.
É implementação da ideia ao mercado – seja mercado
interno ou externo.
É início da comercialização de um produto/serviço
novo ou que possua significativa melhoria. Mas vale,
sempre, a máxima: uma inovação só se realiza se chegar
ao mercado e acarretar resultados. Lembre-se: novas
ideias surgem a todo momento. O que difere as pes-
soas criativas das empreendedoras é a capacidade de
direcionar suas ideias para a produção de resultados;
• Qualidade, em linhas gerais, é a eficiência e eficácia
no atendimento a todas as partes interessadas no
projeto, aos seus diversos stakeholders. Claro que
essa percepção, de melhora do cenário, deve vir por
parte destes mesmos stakeholders;
• Embora não seja algo que rompa com os paradig-
mas vigentes, nem agregue funções inexistentes ante-
riormente, o que convencionou chamar de Inovação
Incremental inclui algo novo ou significativamente me-
lhorado, sem, no entanto, alterar as funções básicas
originais do produto ou serviço em questão. Ela causa
impacto significativo na empresa e no mercado e cria
vantagem competitiva no médio e longo prazos para
a empresa que a adota;
• Melhoria Contínua: do japonês Kaizen (boa mu-
dança), é afeita à qualidade e ao desempenho, bus-
cando de forma proativa a solução de problemas e
desafios, onde o objetivo final, sempre, é a busca da
“perfeição” do produto/serviço, aumentando sua se-
gurança, otimizando sua qualidade e promovendo a
satisfação dos clientes e demais stakeholders envol-
vidos no processo. Tal aspecto busca manter a com-
petitividade empresarial e, em geral, tem foco no
curto prazo, devido à competitividade inerente ao
mercado.
Assim, se diferenciam claramente a Inovação Incre-
mental e a Melhoria Contínua. No entanto, é claro que
há pontos de consonância entre os conceitos, princi-
palmente no que se refere à busca de melhores índices
de produtividade e resultados, imediatos ou não.
E tais indicadores, nos dias atuais, são o que diferem
as empresas que crescem e se consolidam daquelas
fadadas à extinção.
José Henrique Diniz,
ex-cooordenador do Prêmio SME
de ciência, tecnologia e inovação
Ideias surgem a todo momento. O que difere as
pessoas criativas das empreendedoras é a capacidade de
direcionar suas ideias para a produção de resultados.
““
48
ARTIGO | PREVENÇÃO NA CONSTRUÇÃO
Vistorias Cautelares: Prevenção para Construtores
Cautelar está ligado ao substantivo
feminino cautela, que é o mesmo
que prevenção. Isto quer dizer que
com um simples trabalho preven-
tivo, pode-se evitar muitos proble-
mas com a vizinhança durante e
depois do término de uma obra.
A partir desta observação vamos
relatar uma experiência que é fre-
quente na atividade dos profissionais
de engenharia. Recentemente, um
cliente reformou um apartamento
recém-adquirido. Durante as obras,
teve várias reclamações de vizinhos,
pois haviam aparecido trincas em
quase todo o prédio, que era de al-
venaria auto-portante. Não vamos
detalhar o caso, mas além de ter que
modificar sua obra e consertar vá-
rios apartamentos, gastando mais
que o inicialmente previsto, recebeu
reclamações de problemas que não
eram de sua responsabilidade, o que
gera até hoje certo mal estar com
alguns vizinhos.
Imaginamos que vários dos leitores,
ao construir onde há um grande nú-
mero de residências, já receberam
reclamações da vizinhança, especial-
mente sobre o aparecimento de
trincas, quando da execução das
fundações ou movimentação de
terra. E o pior: algumas dessas recla-
mações sem nenhuma razão, e em
alguns casos chegando até a esfera
judicial, onde processos são onero-
sos e demandam tempo, podendo
inclusive levar ao embargo da obra,
provocando atrasos irrecuperáveis
no cronograma.
Mas há uma saída para evitar tais
aborrecimentos: as vistorias caute-
lares. Uma vistoria cautelar deve ser
realizada antes do início da obra por
um engenheiro civil ou arquiteto,
com especialização em perícias de
engenharia, e tem como objetivo
mostrar o estado momentâneo de
determinado imóvel, verificando
suas características construtivas,
conservação e explicitando se já
existem defeitos ou vícios constru-
tivos, até aquela data, com croquis,
fotos e texto técnico dos vários de-
feitos observados, como as trincas,
infiltrações, eflorescências, abati-
mento de pisos, etc. Acompanhado
da devida ART – Anotação de Res-
ponsabilidade Técnica, registrada no
CREA.
Essas vistorias cautelares devem
ser efetuadas nos diversos imóveis
que circundam o terreno, onde
será erguida a edificação ou, no
caso de prédio, nos apartamentos
vizinhos a uma reforma. Esse pro-
cedimento demonstra o respeito e
responsabilidade da construtora
perante a vizinhança, estabelecendo
um clima de confiança entre as par-
tes. Isto é necessário, pois se sabe
que durante a execução de uma
obra, vários incômodos são gera-
dos aos seus vizinhos.
Existem duas formas de vistorias
cautelares: judiciais ou extrajudi-
ciais. As judiciais são requeridas por
pelo menos uma das partes. Nesse
caso, as partes litigantes tem que
contratar advogados, arcar com
custos do perito indicado pelo juiz
e ainda, caso seja necessário, con-
tratar um perito assistente técnico,
de confiança, para acompanhar o
perito do juiz em seus trabalhos.
49
Esse processo cautelar servirá como
prova em caso de futura ação inde-
nizatória.
Já as vistorias extrajudiciais são fei-
tas através da contratação de peri-
tos em engenharia, pela construtora
ou por algum vizinho, cujos respec-
tivos laudos deverão ser expedidos,
preferencialmente, em duas vias e
rubricados pelas partes envolvidas
(construtora e vizinho). Ou entre-
gue por meio de correspondência
que comprove a aceitação dos fatos
relatados no laudo, sendo necessá-
rio um laudo para cada imóvel vizi-
nho à construção.
Existe ainda uma outra forma extra-
judicial de realizar tais vistorias, mas
com valor legal: A vistoria cautelar
arbitral, onde as partes em comum
acordo procuram por uma câmara
de arbitragem reconhecida e, em
consenso, indicam um perito mem-
bro da lista de árbitros da área de en-
genharia, para realizar tal vistoria
cautelar.
Finalmente, espera-se do enge-
nheiro ou arquiteto perito, mesmo
que tenha sido contratado pela
construtora, que apresente um
lado isento, de acordo com o Có-
digo de Ética Profissional do sis-
tema CONFEA/CREA, e que seja
preparado de acordo com as nor-
mas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT, especial-
mente a NBR 13.752 – Norma Bra-
sileira de Perícias de Engenharia na
Construção Civil.
Desse modo, a obra poderá trans-
correr normalmente, resguardando a
construtora de futuros problemas ju-
diciais, por má fé em alguns casos,e,
ainda, caso ocorra algum dano ao vi-
zinho, que a construtora possa cor-
rigi-lo naturalmente, mantendo o
bom relacionamento, num prazo ne-
gociado entre as partes, que não
atrapalhe o bom andamento da obra.
Clémenceau Chiabi Saliba Júnior eGuilherme Brandão Federman Engenheiros Civis
Vistorias cautelares devem ser efetuadas nos diversosimóveis que circundam o terreno, onde será erguida a edi-ficação ou, no caso de prédio, nos apartamentos vizinhosa uma reforma. Esse procedimento demonstra o respeitoe responsabilidade da construtora perante a vizinhança,estabelecendo um clima de confiança entre as partes.
Engenheiro Civil,
Clémenceau Chiabi Saliba Júnior
O SISTEMA FIEMG TRABALHA PARA DESENVOLVERA INDÚSTRIAE PARA MELHORARA SUA VIDA.
V
O
o
e
O
T
a
p
A
Você sabe o que é o Sistema FIEMG?
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ou seja, é como se ele fosse uma grande
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52
Aos 20 anos, o estudante de Enge-
nharia Ambiental da Universidade Fe-
deral de Minas Gerais (UFMG),
Thiago Meira Raydan, é um empreen-
dedor social de sucesso. Diretor da
organização não governamental
(ONG) Engenheiros da Alegria, fun-
dada em 2011 por ele e um grupo de
colegas da faculdade que decidiram
sair da intenção para praticar a trans-
formação social, ele conseguiu a fa-
çanha de reunir 600 voluntários para
fazer a reforma da creche Pupileira
Ernani Agrícola, em Belo Horizonte,
em maio deste ano. A instituição
atende a 296 crianças.
O resultado dessa intervenção é que
o estacionamento cheio de entulho
deu lugar a uma trilha ecológica. Da
mesma forma, o porão que funcio-
nava como depósito de lixo foi
aberto para que todos possam usá-
lo, como um “cantinho da paz”. A cre-
che também ganhou um solário e
fachada nova e o muro, branco, foi
todo coberto por desenhos. En-
quanto parte da equipe trabalhava na
reforma, outra divertia as crianças.
Pais, funcionários e moradores da co-
munidade também ajudaram na ação.
“Eu acredito muito no potencial de
transformador social do profissio-
nal de Engenharia. É nesse profissio-
nal que eu confio grande parte da
mudança do cenário da minha ci-
dade e do mundo. Se redirecionar-
mos o nosso conhecimento para a
inovação e transformação social,
nós veremos um mundo melhor e
cada vez mais igualitário. A tecnolo-
gia e as novas invenções científicas
devem estar sempre conectadas
com a melhoria da educação, saúde
e da igualdade social do nosso país,
do nosso mundo”, aponta.
Como é aluno de uma universidade
pública, Thiago Raydan acredita que
não é preciso ter o diploma para dar
a merecida contrapartida à socie-
dade, que paga pela formação profis-
sional de tantos jovens brasileiros.
“A sociedade confia em nós e é
esse compromisso com a sociedade
que me dá um gosto especial pela
profissão que escolhi”, destaca.
Para ele, a escolha da Engenharia
Ambiental foi a mais acertada, já
que o seu propósito e construir
um mundo onde o ambiente e o
ser humano caminhem de ma-
neira sustentável e com uma rela-
ção mutuamente saudável. Diante
desse cenário, a área demanda por
pesquisas e inovação tecnológica
o futuro das próximas gerações.
“Foi diante desse desafio que eu
confiei na Engenhara como bom
meio para buscar essa essa trans-
formação”, completa.
O nome Engenheiros da Alegria foi
criado pela crença de que toda pes-
soa tem o dom de ser um constru-
tor de sorrisos. “Compartilhar
felicidade com outras pessoas é
algo vital para que nós também se-
jamos felizes”, reflete o estudante.
Estudante da UFMGaposta no potencial transformador da Engenharia
NOVOS ENGENHEIROS | THIAGO MEIRA RAYDAN
53
Atualmente a ONG Engenheiros da Alegria tem três tipos
de projetos. As “Visitas Alegreiras” levam sorrisos para co-
munidades, creches, escolas, asilos e hospitais, por meio
da fantasia e da arte do palhaço. O “Coletivo Feliz Ci-
dade” promove intervenções ur-
banas para levar um pouco mais
de amor para as ruas da capital
mineira. Há, ainda, o “Jogo
Oasis”. Desenvolvido pelo Insti-
tuto Elos, é aplicado por jovens
empreendedores em diversas
partes do mundo, com o obje-
tivo de realizar sonhos de co-
munidades, buscando acolher
suas belezas, talentos e recursos
para que as transformações acon-
teçam.
“A mobilização sempre ocorre
por meio de grupo e nunca de
uma só pessoa. A mobilização na
creche Pupileira Ernani Agrícola foi feita através do Jogo
Oasis. Nós recebemos um grande apoio do volunta-
riado justamente porque a ideia de mudar o mundo
com suas próprias mãos é algo que todos temos. Basta
uma oportunidade para começarmos”, analisa.
Embora o foco da ONG sejam estudantes e graduados
em Engenharia, não há restrição para a adesão de novos
voluntários de todas as idades. De acordo com Raydan, a
motivação para continuar o trabalho é reencontrar as co-
munidades depois das inter-
venções e constatar que as
pessoas estão mais alegres e
realizadas. “Vamos lá para dar
alegria para a comunidade,
mas recebemos essa alegria
na mesma medida”, aponta.
Para fazer os projetos, a En-
genheiros da Alegria faz par-
cerias com empresas e
instituições. Para a creche Pu-
pileira, os apoiadores foram a
Tintas Coral, a Atlas e o Ins-
tituto Elos, sem os quais a in-
tervenção não seria possível.
Como o trabalho nunca acaba, a
equipe de voluntários da ONG planeja retornar à creche
Sementes do Amanhã, primeira que foi visitada pelo grupo,
para construir uma quadra de futebol para as crianças. “Vai
ser um prazer enorme voltar ao local onde a nossa história
começou”, conclui o estudante.
Thiago Meira Raydan, estudante de Engenharia Ambiental pela UFMG e Diretor da ONG, Engenheiros da Alegria.
A mobilização sempre ocorre por meio
de grupo e nunca de uma só pessoa. A
mobilização na creche Pupileira Ernani
Agrícola foi feita através do Jogo Oasis.
Nós recebemos um grande apoio do
voluntariado justamente porque a ideia
de mudar o mundo com suas próprias
mãos é algo que todos temos. Basta
uma oportunidade para começarmos.
““
A inovação tecnológica tornou-se,
nos últimos anos, uma demanda fun-
damental e estratégica para toda a
cadeia produtiva da Indústria da
Construção. Cada dia mais, as anti-
gas técnicas construtivas, intensas
em mão de obra – e por isso extre-
mamente artesanais – vão cedendo
espaço para novos procedimentos
e materiais que incorporam a ino-
vação e a sustentabilidade.
A falta de mão de obra qualificada,
a pressão pela redução de perdas
de materiais durante a construção,
a demanda da sociedade por em-
preendimentos com menor custo
de manutenção, entre outros fato-
res, têm exigido que as construto-
ras lancem mão do que há de mais
moderno hoje para a produção de
moradias, edifícios comerciais,
obras de infraestrutura entre outras.
Entretanto, elevar o nível de desen-
volvimento do setor da construção
no Brasil passa pela solução de uma
gama variada e intricada de desafios.
Desde o aspecto tributário que hoje
desestimula a adoção de novos mé-
todos construtivos, até a grade cur-
ricular dos cursos de arquitetura e
urbanismo que precisa ser ampla-
mente revista.
Nesse contexto, a Câmara Brasileira
da Indústria da Construção (CBIC) e
a Associação Nacional de Tecnologia
do Ambiente Construído (Antac)
apresentaram, no dia 28 de maio, em
Brasília, documento que apresenta
propostas de estratégias para a for-
mulação de uma política de Ciência,
Tecnologia e Inovação para a Indús-
tria da Construção Civil.
Fruto de estudo conduzido pelas duas
entidades, em oficinas realizadas em
diversos Estados com mais de 300
participantes, o documento apresenta
quais são os principais obstáculos que
impedem o desenvolvimento dos
programas de fomento às pesquisas
consideradas estratégicas para o setor.
Entre eles, distanciamento entre aca-
demia e mercado e entre a academia
e o setor público; falta de integração
entre agentes do setor; dificuldade
de acesso ao conhecimento; con-
servadorismo dos agentes do
setor; visão de curto prazo das em-
presas do setor; limitações da base
legal de estímulo a Ciência, Tecno-
logia & Inovação; emprego de me-
canismo inadequado de avaliação da
pesquisa voltada à inovação tecnoló-
gica realizada pela academia; indispo-
nibilidade de dados de apoio a C,T&I,
e carência e aplicação limitada de re-
gulamentos e normas inibindo a
C,T&I.
O presidente da CBIC, Paulo Safady
Simão, afirma que o setor da cons-
trução civil carece, em caráter de
urgência, de um programa de inova-
ção tecnológica por estar defasada,
embora experimente momento de
grande expansão. “Temos que ino-
var e modernizar a atividade. Esse
projeto apresenta diretrizes impor-
tantes em todas as áreas do negó-
cio, desde as operacionais até a legal
e tributária”, enfatiza.
Ainda conforme o dirigente, o
plano do setor pretende fortalecer
o projeto do governo federal na
área de inovação e desenvolvi-
mento tecnológico, que configura-
se como o maior desafio do país na
atualidade.
CBIC e Antac apresentam projeto deinovação da construção civil brasileira
CONSTRUÇÃO | INOVAÇÃO
54
Presidente da
CBIC, Paulo
Safady Simão
55
56
ARTIGO | ENERGIA NO BRASIL
As causas da crise de eletricidade
que enfrentamos têm sido ampla-
mente discutidas na imprensa e
parecem ser bem compreendidas:
a expansão do sistema de hidrelé-
tricas – a principal fonte de energia
elétrica no Brasil – tem sido feita
nas últimas décadas em usinas a fio
d’água, ou seja, sem reservatórios
que as mantenham em funciona-
mento em período de estiagem
prolongadas.
Isso não é culpa do atual governo,
mas da incapacidade geral dos go-
vernos, que, desde 1990, não se es-
tabelecem um diálogo maduro
com os ambientalistas e os movi-
mentos sociais contrários à cons-
trução de barragens para a
formação de reservatórios. A opo-
sição ao governo FHC estimulou
esses movimentos e paga agora o
preço elevado que deles resultou.
Várias organizações ambientalis-
tas, como a WWF Brasil, tentaram
iniciar esse diálogo, mas suas pro-
postas foram recebidas com indi-
ferença, apesar de razoáveis:
escolher na Amazônia as bacias hi-
drográficas nas quais barragens e
hidrelétricas poderiam ser cons-
truídas e preservar outras bacias.
Atualmente os reservatórios
estão praticamente no mesmo
nível de 2001 e certamente tería-
mos um racionamento se não fos-
sem as termoelétricas, que usam
gás, óleo combustível e até carvão.
Sua construção foi iniciada no fim
do governo FHC e o governo
Lula/Dilma Rousseff deu-lhes an-
damento. Mas a energia gerada por
elas é muito mais cara e poluente
do que a das hidrelétricas.
Mesmo assim, o risco de raciona-
mento não foi afastado, porque
todas as termoelétricas disponí-
veis já foram acionadas e se a seca
continuar faltará energia. A razão
para tal é simples: as alternativas
de geração de eletricidade dispo-
níveis – que são as usinas eólicas
(movidas pela força do vento) e as
termoelétricas queimando bagaço
– não foram estimuladas pelo go-
verno, no fundo, por motivos ideo-
lógicos.
A partir de 2002, o governo de-
cidiu expandir o parque gerador
de eletricidade através de lei-
lões que a Empresa de Planeja-
mento Energético (EPE) realiza.
Recebem as concessões as em-
presas que apresentam preços
mais baixos para a energia pro-
duzida, seja hidrelétrica, térmica,
eólica ou solar. A justificativa
para esse procedimento é: ga-
rantir a “modicidade tarifária”,
ou seja, preço baixo, que, em
tese, favoreceria as camadas
mais pobres da população.
Essa é uma visão equivocada.
Por motivos técnicos, diferentes
formas de gerar eletricidade
têm custos diferentes. Se a
energia eólica gerada no Estado
do Piauí for consumida no Rio
de Janeiro, são necessárias li-
nhas de transmissão. Além disso,
gerar eletricidade para ricos e
para pobres custa o mesmo.
Se o governo deseja fazer progra-
mas sociais com eletricidade, deve
fazê-lo na venda, não na geração.
Foi isso que o governo Franco
A CRISE DE ENERGIA NO
BRASIL E SUAS SOLUÇÕES
José Goldemberg
Montoro fez em São Paulo (1982), estendendo as
redes de eletricidade às favelas e cobrando preços
reduzidos dos seus habitantes.
Ao nivelar nos leilões da EPE todas as formas de
energia, o governo tornou inviável, na prática, o uso
de bagaço de cana para gerar eletricidade em
grande escala em São Paulo. Essa energia pode até
ser um pouco mais cara do que a das hidrelétricas,
mas está próxima aos centros de consumo, redu-
zindo os custos de transmissão.
Apesar dos esforços do governo paulista, menos
de 20% do potencial do bagaço de cana-de-açúcar
– que é comparável à potência da Usina de Itaipu
– está sendo utilizado, por causa da falta de inte-
resse do governo federal. O que torna a situação
ainda mais paradoxal é que a ideologia da “modici-
dade tarifária” levou o governo a usar térmicas a
gás, cujo custo da eletricidade é cerca de três vezes
superior à média nacional.
Os problemas que enfrentamos na área de energia
elétrica não serão resolvidos com medidas intem-
pestivas como a Medida Provisória 579 e a redução
forçada de cerca de 20% nas tarifas, que está tor-
nando o Sistema Eletrobrás e outras empresas ge-
radoras inviáveis. Como foi feita, essa medida tem
claramente um conteúdo demagógico e o Tesouro
Nacional – ou seja, toda a população brasileira –
pagará por ela. Vamos ter agora, além da Bolsa-Fa-
mília, uma “bolsa-eletricidade”, que só beneficiará
grandes indústrias eletrointensivas.
As consequências negativas da MP 579 já são eviden-
tes na queda do valor das empresas, que terão mais
e mais dificuldades para investir. Como consequência,
dará origem a mais “interrupções de fornecimento”,
na linguagem oficial.
Soluções para a crise atual existem.
No curto prazo, é preciso remover os obstáculos
para que a eletricidade do bagaço de cana-de-açú-
car possa competir nos leilões da EPE e tomar pro-
vidências para completar a ligação de centrais
eólicas ao sistema de transmissão.
No longo prazo, é preciso reanalisar o planejamento
de novas hidrelétricas – incluindo reservatórios
adequados de água – e acelerar medidas de racio-
nalização do uso de eletricidade, até agora voluntá-
rias. Não basta, por exemplo, etiquetar geladeiras
alertando os compradores sobre quais são os mo-
delos mais eficientes, é necessário proibir a comer-
cialização das geladeiras com alto consumo de
energia, como fazem muitos países.
Um pouco mais de competência na área energética
é do que o país precisa agora.
José Goldemberg, professor, físico e membro da
Academia Brasileira de Ciências. Foi reitor da USP,
presidente da Sociedade Brasileira de Física, se-
cretário da Ciência e Tecnologia, ministro da Edu-
cação e secretário do Meio Ambiente. Em 2000
recebeu o Prêmio Ambiental Volvo e em 2008 o
Prêmio Planeta Azul, concedido pela Asahi Glass
Foundation, considerado um dos maiores da área
do meio ambiente.
57
José Goldemberg, professor,
físico e membro da Academia
Brasileira de Ciências
A Arca de Noé já era
uma República bas-
tante antiga quando
lá fui morar em com-
panhia de Aristides
Plastino (Turma de
1942), Zé Pistolé
(que faleceu ainda
estudante em Ita-
jubá) e o então Sar-
gento Euclides
Cintra (que se tor-
nou um ilustre
homem público, va-
loroso e eficiente
Deputado por várias
legislaturas).
Fim de linha no sistema de distribuição de energia elé-
trica naquela região, a República era a última casa a ca-
minho da Santa Casa, que era alimentada por outro
circuito. Com um “gato” no relógio de medição e uma
gambiarra que levava energia até a casa da lavadeira que
morava logo ao lado, tínhamos nossas roupas passadas e
luz à vontade, sem custos, até que a Companhia Sul Mi-
neira de Eletricidade nos pegou. Para evitar nova fraude,
a empresa retirou o relógio de dentro da República e
colocou-o no alto do poste em frente à casa. Porém, des-
cobrimos que segundo o contrato de distribuição de
força e luz, a Companhia seria obrigada a colocar outro
relógio dentro de casa, para que o consumidor pudesse
acompanhar o controle
de seu consumo. Trama-
mos então uma nova es-
tratégia. Colocamos
lâmpadas de apenas 15
watts e passamos a estu-
dar em outras Repúbli-
cas, para que o consumo
continuasse mínimo.
Com o contrato nas
mãos fomos à Sul Mi-
neira, insistindo para que
fosse colocado outro re-
lógio dentro de casa e
que se verificasse a me-
dição para constatar
nosso baixo consumo. Depois de mandar um funcionário
por várias vezes – que se via obrigado a levar a escada e
subir no topo do poste para acessar o medidor – a em-
presa decidiu atender nosso insistente pedido. Era o que
queríamos! Orientados pelo Prof. João Luiz Rennó,
aprendemos nova técnica para o “gato” que fazia voltar
a medição dos dois relógios, e assim continuamos a fran-
quear a energia para a nossa lavadeira e a gastar luz à
vontade.
Essa era uma luta constante da Companhia Sul Mineira
com a estudantada de Itajubá, que só teve fim quando
meu ilustre colega de turma, João Basptista Ricci, passou
a ser engenheiro da empresa e, conhecendo nossos tru-
ques, acabou com todos os “gatos”.
58
Par ticipe e envie seu “causo” para jornal [email protected]
CAUSOS DA ENGENHARIA
OS “GATOS” DAS REPÚBLICAS
Causo de Calistrato Borges de Muros (Turma de 1945 da UNIFEI) falecido em 2009.
Calistrato foi um dos pioneiros na área de Telecomunicações do país; Diretor Técnico, Vice-presidente e Presidente de várias Teles; professor na EFEI, PUC-MG, UFMG
e INATEL, instituição em que foi Vice-Reitor e liderou a área técnica após o falecimento de seu fundador, o Prof. José Nogueira Leite; na SME
foi Coordenador da Comissão Técnica de Telecomunicações e seu representante no CREA-MG como Conselheiro.
"História enviada pela Engenheira Marita Arêas de Souza Tavares".
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