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Meu Dinheiro Revista AGORA É A VEZ DELAS 000 - Ano 01 - Abril 2013

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Trabalho Interdisciplinar do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

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Page 1: Revista "Meu Dinheiro"

Meu Dinheiro

Rev

ista

AgorA é A vez

DeLAS

000 - Ano 01 - Abril 2013

Page 2: Revista "Meu Dinheiro"

2 / Meu Dinheiro Abril 2013

editorial

Esta edição da Meu Di-nheiro comenta o preço do tomate que esteve nas alturas. O valor do produto rendeu as-

sunto por mais de duas semanas, além de muitas piadas nas redes sociais. Alguns economistas arris-cam dizer que o custo excessivo do fruto é um sinal claro de que a in-flação está voltando. Mas o minis-tro da fazenda, Guido Mantega, declarou ao O Globo, que a eco-nomia brasileira está longe de so-frer grandes desgastes. Ele apon-tou as condições climáticas desfa-voráveis para a agricultura como fator importante na elevação dos preços.

A reação do ministro e de muitos veículos informativos está ligada a experiências econômicas traumáti-cas causadas pelas taxas inflacio-nárias, que chegaram a 12,5%, há 15 anos, e tornaram a temática de-licada para a mídia e até mesmo para os governantes. Exibir um quadro real da economia brasileira é cada vez mais difícil para quem deseja tratar da questão. Por isso, a tendência geral é demostrar, de forma reducionista, oscilações que

apontem para o renascimento de uma estagnação financeira, englo-bando juros exorbitantes e baixas taxas de crescimento.

Além disso, as disputas políti-cas afastam, ainda mais, a possibi-lidade de análises sérias embasa-das em quadros históricos e com-parações internacionais. Sem falar, na desconsideração do perfil de consumo do brasileiro. O tomate é a “bola da vez”, ele é só mais um pretexto para repetição de estatís-ticas que apontam um palco eco-nômico “mal das pernas”.

A Meu Dinheiro quer fazer dife-rente. Este número quer apresen-tar, em linguagem coloquial e es-clarecedora, as novas perspecti-vas de um país, que por algumas semanas comprou menos toma-tes, mas que em 2012 aumentou 13,5%, de sua taxa de consumo geral, de acordo com pesquisa da IPC Marketing Editora. Fora o crescimento, em dez anos, de 45% da economia, segundo o instituto FOCUS. Considera-se ainda, o ce-nário econômico global, o desen-volvimento de potências como os Estados Unidos que, acostumados a crescer de 3% a 4%, avançaram

apenas 2%, em 2012, segundo da-dos do FMI (Fundo Monetário In-ternacional). No mesmo viés está a América Latina que, dos anuncia-dos 4,3% de desenvolvimento eco-nômico, alcançou apenas 3,2%, para o Estudo Econômico da Amé-rica Latina e do Caribe.

Os dados indicam que os proble-mas financeiros do Brasil não exis-tem de forma isolada, muito me-nos, são méritos puramente políti-cos. Há de se julgar crises financei-ras, tão mal retratadas nos últimos tempos, bem como nossa iden-tidade de subdesenvolvimento. Neste sentido, é historicamente ar-bitrário encontrarmos redes de in-formação que veiculam manchetes como a seguinte: crescimento eco-nômico dos EUA, apesar da crise, será superior ao do Brasil.

O fato é que a economia brasi-leira ainda não representa a maior força do cenário geoeconômico mundial, contudo, ela afastou-se uma de estagnação de décadas e produziu novas relações de com-pra e venda, além de iniciativas preciosas de empreendedorismo e produção de tecnologia. E isso, afi-nal, não dispensa comentários.

NeM iNflação, NeM cliMa

Diagramação: KLEBER COSTA

Page 3: Revista "Meu Dinheiro"

3Abril 2013 Meu Dinheiro / Diagramação: KLEBER COSTA

04 SoBe e DeSce 04 Piadas sobre o alto preço do tomate nas redes sociais 06 Tomate é substituído por outros alimentos 06 Valores mais baixos na hora de comprar o tomate

08 Governo reajusta tarifas do transporte público 10 Benefícios do transporte público também aumentam 12 Tarifa das barcas voltam a subir

14 Combustíveis foram reajustados seis vezes em um ano 16 Vai de álcool ou gasolina?

17 Governo autoriza reajuste nos medicamentos

18 Previsão do novo salário mínimo

20 MeRcaDo 20 Sobram vagas, falta qualificação

22 Copa e Olimpíadas geram novos empregos

24 Grandes eventos provocam aumentos no custo de vida

25 Entrevista de emprego: o que fazer

26 ecoNoMia 26 Empreendedorismo com responsabilidade ambiental

30 Restaurante mistura conhecimento, gastronomia e sustentabilidade

32 DoSSiÊ ecoNÔMico 32 A vez delas

33 Elas têm remuneração inferior

35 A cara do mercado

36 Lugar de Mulher é onde ela quiser

38 fica a Dica 38 Como utilizar bem o seu cartão de crédito

41 No embalo da temporada de descontos

42 TRaDUZiNDo 42 Dólar e Inflação

43 empreendedor Destaque 43 Sucesso na venda de churrasquinho

expediente

eDiToRa De TeXTo e cHefe De RePoRTaGeM: Bruna Rodrigues - [email protected] De DeSiGN e foToGRafia: Kleber Costa - [email protected]

RePoRTaGeNS e foToGRafiaS: Bruna Rodrigues, Kleber Costa e Yuri Neri

Arte Capa: Kleber CostaTiragem: 01 Exemplar

Page 4: Revista "Meu Dinheiro"

4 / Meu Dinheiro Abril 2013

Sobe e Desce

PiaDaS SoBRe o alTo PReço Do ToMaTe GaNHaRaM aS ReDeS SociaiS

Reproduções: Internet

Diagramação: KLEBER COSTA

KLeBer CoSTA

As piadas caíram no gosto popular, e nem mesmo a presidenta Dilma Rousseff escapou de ser criticada nas charges

Page 5: Revista "Meu Dinheiro"

5Abril 2013 Meu Dinheiro /

Quem ainda não viu ou ouviu por aí pelo menos uma piadinha no último mês sobre o alto valor do tomate? Seja em outdoors, comerciais ou na internet, em especial nas redes sociais, o fato é que

“nunca antes na história deste país”, já disse o ex-presidente Lula, se falou tanto sobre o fruto.

E mais comentado do que qualquer celebridade de novela ou estrela hollywoodiana, o vegetal ganhou fama nos últimos dias devido ao seu alto valor, pois desde março de 2012, até o mês passado, o preço dele subiu 122,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão que apura a in-flação oficial do Brasil.

O tomate, por conta de seus constantes aumentos, mesmo após apresentar quedas em seu valor, deixou de ser lembrado pelos benefícios traz, como seu po-der antioxidante e anticancerígeno, e foi substituído na mesa dos consumidores inúmeras vezes. Além disso, tornou-se ícone para os economistas ilustrarem os ín-dices elevados da inflação brasileira. O novo vilão da economia – o bolso do consumidor que o diga – che-gou a ser vendido por mais de R$ 10 o quilo, na cidade do Rio de Janeiro, em meados de abril. E isto gerou uma série de publicidades criativas e piadinhas disse-minadas nas redes sociais. Confira algumas:

Comicamente, em algumas imagens, o tomate passa a ter valor maior do que, por exemplo, um dos melhores smartphones do mercado mundial, e ele também pode ser trocado por um apartamento no lo-

cal que tem o metro quadrado (m²) mais valorizado do País, no bairro do Leblon, no Rio, custando R$ 20.451.

Já na ilustração anterior, ganhar um pedaço do ve-getal, em substituição ao anel, no pedido de noivado, deixa a moça bastante surpresa e emocionada, será que ela é doida em não aceitar o compromisso?

Nem mesmo a máfia da novelas das nove, “Salve Jorge”, da Tv Globo, escapou de ser alvo dos famosos memes. Na figura, a vilã Lívia Marini, interpretada pela atriz Cláudia Raia, aparece falando com um de seus mafiosos para dar início a um novo “negócio”: o tráfico de tomates. Na outra imagem, roubar caixas de tomate se tornou mais rentável do que caixas eletrônicos.

Na publicidade, uma rede de hipermercados sugere que seus clientes comprem tomate, pois seu preço está irresistível, sendo vendido de R$ 8,99 por ape-nas R$ 3,98, e façam um lanche chamado bauru, que tem o fruto; e não o simples misto quente, que não leva o vegetal em seus ingredientes. Outros produtos tam-bém tiveram suas imagens associadas ao tomate.

Reprodução: Internet

Reprodução: Internet

Reprodução: Internet

Diagramação: KLEBER COSTA

Meme de Lívia Marini é um dos mais compartilhados nas redes sociais

As piadas com o fruto são feitas inclusive com problemas do BrasilUma série de memes criticando o valor do tomate foram espalhados na rede

Page 6: Revista "Meu Dinheiro"

6 / Meu Dinheiro Abril 2013

ToMaTe é SUBSTiTUíDo PoR oUTRoS aliMeNToS NaS RefeiçõeS Do BRaSileiRo

ValoReS MaiS BaiXoS Na HoRa De coMPRaR o ToMaTe

Diagramação: KLEBER COSTA

KLeBer CoSTA

KLeBer CoSTA

Sobe e Desce

Por conta do seu alto preço, o tomate sumiu dos pratos dos brasilei-ros, nos últimos meses, durante as refeições.

Isso porque o consumidor está pensando mais na hora de levar o alimento para casa, portanto, para não perder seus nutrientes e bene-fícios a solução foi substituí-lo.

A coordenadora do Restaurante Universitário (RU), da Universi-

dade Federal Rural do Rio de Ja-neiro (UFRRJ), Campus Seropé-dica, Matildes das Dores de Oli-veira Carneiro, disse que durante alguns pratos que necessitam le-var o caldo do tomate foram modi-ficados:

— Nos molhos do macarrão e da carne assada, por exemplo, esta-mos colocando alguns condimen-tos, como: açafrão e urucum, que se aproximam da coloração da-

quele que é feito exclusivamente com o tomate. Assim, a diferença é praticamente imperceptível.

Mas existe ainda a necessidade de se obter em outros vegetais, os mesmos nutrientes do tomate, principalmente o antioxidante cha-mado licopeno. Segundo a nutricio-nista do RU-UFRRJ Campus Nova Iguaçu, Elaine Ibrahim de Freitas Rocha, a substância é facilmente encontrada em verduras, legumes e frutas que tenham coloração va-riando entre o amarelo e vermelho.

— O licopeno é anticancerígeno e antioxidante, e é o responsável pela coloração avermelhada em certos alimentos como a melancia, a cenoura e a goiaba. Logo, eles também possuem essa mesma substância e valor nutricional do que o tomate — destaca a nutricio-nista. — Ainda podemos utilizar a abobora, o caqui, o morango e a berinjela, por exemplo.

Outra dica da nutricionista é usar a criatividade na hora de mon-tar as refeições do dia-a-dia, afinal de contas faz bem não só para a saúde, mas para o bolso, também.

Apelidado de “vilão da inflação”, devido a seu alto preço, o tomate começa a ser vendido mais barato em todo o

país, é o que aponta o Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a entidade, o re-cuo no valor do fruto foi de até 75% chegando a valores em média, no

Brasil, de R$ 5,98, R$ 1 mais caro para esta época do ano.

Ainda segundo o IBGE, a oferta aumentou em 10% nas duas úl-timas semanas, o que contri-

Foto: KLEBER COSTA

Substância antioxidade pode ser facilmente encontrados em outros vegetais de cores avermelhadas

Page 7: Revista "Meu Dinheiro"

7Abril 2013 Meu Dinheiro / Diagramação: KLEBER COSTA

Foto: KLEBER COSTA

buiu para a queda. Em entrevista ao jornal on-line ESHOJE, do Espírito Santo, o economista da Compa-nhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Flávio Godas, disse que a substituição do produto pelos brasileiros justifica a baixa no valor do fruto. “O principal fator que contribuiu para a derrubada dos preços foi a atitude do consumidor, que reduziu as compras e trocou o tomate pelo molho industriali-

zado”, afirma.Duas grandes redes de hipermercados, ao disputa-

rem forças, chegaram a vender o vegetal por R$ 2,50 o quilo (Walmart) e R$ 2,48 (Carrefour); algo bom para o consumidor, que volta a ter o produto na mesa. A ex-pectativa do economista da Ceagesp é que entre os meses de maio e junho o valor do tomate deve variar em R$ 4 e R$ 6.

Tomate já pode ser encontrado no mercado com preço considerado estável para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)

Page 8: Revista "Meu Dinheiro"

8 / Meu Dinheiro Abril 2013

GoVeRNo ReajUSTa TaRifaS Do TRaNSPoRTe PúBlico

Diagramação: KLEBER COSTA

KLeBer CoSTA

Sobe e Desce

Ano novo, passagens mais caras. É este um dos presentes que mi-lhares de cariocas e flu-minenses ganham após o Réveillon. Os cidadãos que utilizam o sistema de transporte público con-vivem bem com esta re-alidade, e, em 2013, não foi diferente. Até o mês de abril todas as modali-dades de locomoção so-freram reajuste: ônibus, trens, metrô, barcas e, consequentemente, vans e kom-bis, mesmo irregulares. Até os benefícios, como: Bilhete Único Carioca e Bilhete Único Intermunicipal, que ga-rantem descontos no transporte público da Região Me-tropolitana do Rio, tiveram aumento.

No dia 2 de abril, a tarifa das barcas, que transpor-tam os usuários pela Baía de Guanabara entre o Rio de Janeiro e Niterói, foi reajustada pelo governador Sérgio Cabral. O valor comum subiu R$ 0,30, indo de R$ 4,50 para R$ 4,80, e o reajuste vale também para o benefício Bilhete Único das Barcas, reajustado em R$ 0,20 che-gando ao valor de R$3,30, sendo permitido, neste caso, o embarque em qualquer ônibus municipal em até uma

hora, sem custos adicio-nais para o passageiro.

A Agência Reguladora dos Serviços de Trans-porte Público no Estado do Rio (Agetransp) infor-mou que o reajuste é re-ferente à correção infla-cionária dos últimos 12 meses, calculado atra-vés do Índice Nacional de Preços ao Consumi-dor Amplo (IPCA). A me-dida gerou diversas rea-

ções e, inclusive, movimentou um grupo de parlamenta-res que procuraram o Ministério Público Estadual para pedir a intervenção da Agetransp. Os vereadores de Ni-terói também se movimentaram e realizam, desde o dia 5 de março, audiências, na câmara municipal, para dis-cutir sobre o aumento.

Julia Barbosa e Bárbara Souza utilizam as barcas, de segunda a sexta, para a ida e volta da Universidade Fe-deral Fluminense (UFF), em Niterói. As universitárias do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental consideram o reajuste abusivo e desnecessário:

— O serviço não é dos melhores: a barca sempre está cheia e o valor está muito caro. Fico indignada com

Foto: KLEBER COSTA

Desde o dia 2 de abril, os usuários pagam novos valores nas barcas e no metrô

Page 9: Revista "Meu Dinheiro"

9Abril 2013 Meu Dinheiro / Diagramação: KLEBER COSTA

esse novo aumento. Há um ano, a passagem ficou muito mais cara, quase dobrou o preço — comenta a estudante Julia.

Já a outra estudante diz que a volta para o Rio de Janeiro se torna é mais dramática:

— Durante a noite, o que não é bom fica ainda pior, pois eles co-locam uma barca velha no horário em que saímos da faculdade. Uma amiga minha teve o celular roubado enquanto voltava do trabalho, por volta das 21 hrs.

Os reajustes feitos, desde a pri-vatização do serviço, em 1998, che-gam a um valor 533,33% maior se comparado à primeira tarifa cobrada com a privatização do serviço, que na época era de R$0,90.

Atualmente, segundo informa-ções do jornal EXTRA, o meio aqua-

viário entre o Rio e Niterói, é a lo-comoção de passageiros mais cara oferecida no Estado. Além disso, a passagem paga nas barcas é a se-gunda mais alta em todo o mundo, neste tipo de modalidade de trans-porte público.

TARIFA DO METRÔ TAMBÉM FOI REAJUSTADA EM ABRIL

Assim como as barcas, o me-trô também teve seu valor reajus-tado no último dia 2. Os 650 mil pas-sageiros, que utilizam o transporte diariamente, vão desembolsar mais R$ 0,30 por passagem, pagando R$ 3,50. O aumento de 9,37% foi autorizado pela Agetransp.

A elevação nos preços não para

por aí, pois a Prefeitura pegou ca-rona com o Estado e também rea-justou a tarifa da maioria das inte-grações com o metrô. Das 19 li-nhas expressas, que dão suporte ao sistema ferroviário, apenas duas não tiveram aumento. São as liga-ções rápidas do metrô na superfí-cie, extensões rodoviárias do ser-viço entre a Gávea e as estações Botafogo e Siqueira Campos. Já as outras 17 tiveram um reajuste que variou de 5,74% a 7,22%, indo de R$ 4 para R$ 4,15 a mais ba-rata e de R$ 4,10 para R$ 4,35 a mais cara; ou seja R$ 0,15 e R$ 0,25 de aumento respectivamente.

O reajuste anual da tarifa unitária do metrô é medido pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas, entre os meses de janeiro de 2012 e de 2013.

Foto

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Com cerca de 650 mil clientes por dia, empresa que detém a concessão do transporte metroviário do Rio passa a arrecadar R$ 195.000 a mais diariamente, após reajuste

Page 10: Revista "Meu Dinheiro"

BeNefícioS qUe ReDUZeM a TaRifa Do TRaNSPoRTe PúBlico TaMBéM TiVeRaM aUMeNToS

Diagramação: KLEBER COSTA

KLeBer CoSTA

Sobe e Desce

Conforme as tendências, nada animadoras, desde o primeiro dia útil do ano, os usuá-rios que utilizam o benefício de integração do transporte público da cidade do Rio de Janeiro com as outras 19 cidades que com-

põem a Região Metropolitana estão pagando mais caro para utilizar o sistema. Isto porque o governador do es-tado, Sérgio Cabral, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, autorizaram os aumentos dos valores dos benefícios Bi-lhete Único Intermunicipal (BU) e Bilhete Único Carioca (BUC), respectivamente.

No BUC, o usuário pagava, antes do reajuste de 5,45%, o valor de R$ 2,75, R$ 0,15 mais caro do que os atuais R$ 2,90. O valor do cartão que permite a integra-ção ônibus municipal com os trens também aumentou, e o novo valor é: R$ 4,05.

No caso dos ônibus, quem utiliza o transporte durante todos os dias na ida e na volta pagará no ano R$ 54 a mais se comparado à tarifa anterior. Seriam quase 20 passagens a mais se o valor se mantivesse em R$ 2,75.

Já o BU teve um reajuste ainda mais salgado: o au-mento foi de 5,53%. Com ele, o usuário pagava antes a tarifa de R$4,95, que agora custa R$5,20. Para utilizar o serviço, deve-se adquirir um cartão RioCard e habili-tá-lo para a modalidade Bilhete Único. Assim, o passa-geiro consegue reduções tarifárias e pode realizar ainda um transbordo em no máximo duas horas e meia, mas, pelo menos um ônibus deve ser intermunicipal.

A técnica em enfermagem Lourdes de Almeida mora em Alcântara, Bairro de São Gonçalo, na Região Metro-politana do Rio de Janeiro. Ela trabalha em um hospi-tal na capital fluminense, e diariamente utiliza o Bilhete Único Intermunicipal para ir e voltar do serviço. Ela não deixa para trás o seu cartão do BU para economizar du-rante as suas viagens.

— O benefício é essencial para um maior rendimento do meu orçamento. Por dia, sem ele, eu gastaria cerca de R$ 20 — comenta Lourdes. Já com ele, o meu gasto cai pela metade.

Segundo a técnica em enfermagem, mesmo após o reajuste dos benefícios de redução na tarifa do trans-porte, ainda é válido utilizá-los para economizar no bolso. Mensalmente ela poupa, com o BU, R$ 300; em um ano são cerca de R$ 3.600.

Foto: KLEBER COSTA

Para economizar, o usuário do transporte público no Rio de Janeiro

possui os dois cartões do Bilhete Único: o Intermunicipal para garantir

a baldiação entre duas cidades, e o Municipal que permite um trans-

pordo em ônibus, trem, metrô, barcas ou vans da capital fluminense

Page 11: Revista "Meu Dinheiro"

11Abril 2013 Meu Dinheiro /

Diagramação: KLEBER COSTA

As cidades que compõem a região metropolitana são: Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Ita-boraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mangaratiba, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá.

O novo valor do Bilhete Único Intermunicipal foi cal-culado a partir do Índice Nacional de Preços ao Con-sumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE e utilizado desde 2010 pelo governo como base para os reajus-tes das tarifas de ônibus intermunicipais – cujas passa-gens têm peso maior no cálculo do benefício.

Page 12: Revista "Meu Dinheiro"

12 / Meu Dinheiro Abril 2013

aPóS UM aUMeNTo De 60%, TaRifaS DaS BaRcaS VolTaM a SUBiR

Diagramação: KLEBER COSTA

Sobe e Desce

em 2012, os usuários protestaram contra o reajuste do valor

Page 13: Revista "Meu Dinheiro"

13Abril 2013 Meu Dinheiro /

aPóS UM aUMeNTo De 60%, TaRifaS DaS BaRcaS VolTaM a SUBiR

Diagramação: KLEBER COSTA

KLeBer CoSTA

Um ano após o espantoso aumento na tarifa das Barcas, que ligam o Rio de Janeiro à cidade de Niterói pela Baía de Guanabara, o serviço volta a ter novo reajuste chegando ao valor de R$ 4,80. A inflação do transporte em 2013 foi de

6,66%, bem menor do aplicado no ano anterior, 60%.Após o anúncio do reajuste, diversas manifestações

aconteceram nas estações de embarque e desembarque das barcas, em Niterói e no Rio de Janeiro. Um desses pro-testos aconteceu no dia 28 de fevereiro de 2012, e reuniu cerca de 500 pessoas na estação Araribóia, em Niterói. Os manifestantes usaram máscaras, apitos e cartazes para mostrar a insatisfação com o aumento da tarifa, no entanto, o reajuste se manteve.

em 2012, os usuários protestaram contra o reajuste do valorFoto: KLEBER COSTA

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As maiores insatisfações dos usuários das barcas, principalmente na linha entre a capital fluminense e a cidade de Niterói, são a superlotação e a

falta de segurança que existe dentro dos veículos durante a noite Usuário das barcas, na estação Praça XV, observa atentamente a notificação do reajuste das tarifas

Após reajuste de 60% na tarifa das barcas em 2012, passageiros fizeram diversos protestos nas estações

Page 14: Revista "Meu Dinheiro"

14 / Meu Dinheiro Abril 2013

coMBUSTíVeiS foRaM ReajUSTaDoS SeiS VeZeS eM UM aNo

Diagramação: KLEBER COSTA

KLeBer CoSTA

Sobe e Desce

Quem optou por uti-lizar o próprio veí-culo para se loco-mover, em vez do transporte público,

também está pagando mais caro por isso. Somente nos últimos 12 meses, o preço dos combustí-veis foi reajustado seis vezes, e o

pior: os motoristas não se dão conta dos aumentos, porque o repasse do valor feito nas bombas sobe centavo por centavo.

Somente neste ano, o valor da gaso-lina comum subiu 6,6%, já o óleo diesel aumentou 5,5%. A Petrobras informou, em nota, que este último reajuste leva em conta a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado inter-nacional em uma perspectiva de médio e longo prazos.

Fazendo as contas fica fácil perce-ber os repasses dos aumentos. Atual-mente, o preço médio da gasolina na cidade do Rio de Janeiro está em R$ 3,08, conforme o site Preço dos Com-bustíveis (www.precodoscombusti-veis.com.br). Antes do reajuste de ja-

neiro, esse valor era de R$ 2,89, R$ 0,19 mais barato; e em junho esse

valor era ainda menor chegando a ser vendido em média por R$ 2,68. O aumento total chega à casa dos R$ 0,40, isto é: 14,92% de reajustes somente nos 12 úl-

timos meses.O mesmo aconteceu com o

óleo diesel. Considerando o preço médio, o combustível su-

biu de R$ 2,04 em junho do ano passado para os atu-ais R$2,25, ou seja, au-

mento de R$ 0,21 e um rea-juste real de 10,29%.

O site Preço dos Combustíveis ainda

Motoristas também não escaparam da série de aumentos e pagam mais caro por comodidade e conforto

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Page 15: Revista "Meu Dinheiro"

15Abril 2013 Meu Dinheiro /

coMBUSTíVeiS foRaM ReajUSTaDoS SeiS VeZeS eM UM aNo

Diagramação: KLEBER COSTA

revela a diferença entre alguns pos-tos do Rio de Janeiro. No caso da gasolina, o valor atual varia cerca de R$ 0,44 e o diesel a incrível di-ferença d ne R$ 0,71. Portanto, pes-quisar ainda pode garantir que você rode mais pagando menos.

ETANOL TAMBÉM É REAJUS-TADO E PREÇO DESAGRADA

A MOTORISTAS

Após o reajuste da gasolina, o etanol também teve o seu valor au-mentado e, além disso, o período de entressafra e a maior demanda pelo produto são outros fatores determi-nantes para a alta no preço. Assim como os outros combustíveis, o ál-cool também vem sendo reajustado de forma mascarada pelos postos, mas, desde fevereiro, o motorista está pagando mais caro, até 8,5%, é o que revela um levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás

Natural e Biocombustíveis (ANP).No Rio de Janeiro, o valor médio

do etanol custa R$ 2,28. Antes do reajuste, esse valor era de R$ 2,10,

R$ 0,18 mais barato. Ainda segundo o site Preço dos Combustíveis, a di-ferença no valor do etanol chega a R$ 0,84 dependendo dos postos.

Motoristas também não escaparam da série de aumentos e pagam mais caro por comodidade e conforto

Foto: BRUnA RODRIgUES

Reprodução: Internet

A importação de combustíveis é outro fator de elevação dos preços

Pesquisar onde abastecer pode ser importante, pois a diferença entre postos chega a R$ 0,84 no Rio

Page 16: Revista "Meu Dinheiro"

16 / Meu Dinheiro Abril 2013

Diagramação: KLEBER COSTA

Vai De álcool oU GaSoliNa?DoNoS De VeícUloS fleX PoDeM ecoNoMiZaR aiNDa MaiS

KLeBer CoSTA

Saiba como descobrir qual dos combustíveis está mais em conta para o seu bolso

Para carros flex é preciso ter cautela ao escolher a forma de abastecer. A principal diferença de preços e vantagens entre os dois combustíveis está na proporção preço X desempenho. Para o etanol ser mais vantajoso do que a gasolina, o preço do litro tem que custar até 70% do litro da gasolina.

Faça você mesmo o cálculo de forma rápida e simples: basta dividir o valor do litro do etanol pelo da gasolina. Se o resultado for menor que 0,7, abasteça com álcool, se maior, escolha o outro com-

bustível. Tomando como exemplo os valores médios na cidade do Rio de Janeiro, temos o seguinte resultado:

(r$ 2,28) eTANoL X gASoLINA (r$ 3,08)

reSULTADo

A divisão do primeiro pelo segundo é 0,74.

ou seja, maior que 0,7. Logo, está mais vantajoso, de modo geral, no rio, abastecer com gasolina.

Page 17: Revista "Meu Dinheiro"

17Abril 2013 Meu Dinheiro /

genéricos continuam sendo uma opção de qualidade para quem quer economizar, mesmo após o reajuste

A aposentada Lucita Graciana de Paula, de 64 anos, já sentiu no bolso o aumento no medicamento que usa para controle da pressão alta. Como já é costume, a cada ano, o mês de março, é desti-nado ao reajuste no valor dos remédios, e em 2013 não poderia ser diferente. Desde o dia 31 do mês anterior, os novos valores estão valendo oficialmente em todo o território brasileiro. O índice de au-mento, neste ano, pode chegar a 6,31%, pois os medicamentos foram dividi-

dos em três categorias, e para cada uma delas existe um grau de reajuste. Confira abaixo como eles foram divididos:

Categoria 1: A categoria é definida por possuir a maior participação de genéricos no mercado e o seu índice de aumento é de 6,31%, maior reajuste;

Categoria 2: Esta foi definida pela menor participação de genéricos no mercado, seu índice de reajuste é de 4,5%;

Categoria 3: Por fim, nesta categoria estão os medicamentos onde há menor concorrência de mercado, o reajuste aqui é de 2,7%.

O reajuste contou com a participação de quatro ministérios em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (An-

visa) e é aplicado a todos os medicamentos com valor ta-belado pelo governo federal, inclusive os genéricos,

que, mesmo com o aumento, ainda continuarão sendo uma opção para quem quer qualidade

com um preço mais em conta.Dona Lucita tem que comprar

mensalmente, duas caixas do me-dicamento para o controle da hiper-tensão. Cada caixa custava aproxi-madamente R$ 120, ou seja, cerca de R$ 240 eram destina-dos a compra do remédio para evitar a pressão alta. Agora, após o reajuste, ela está desembolsando R$ 15,14 a mais, isto é R$ 255,14, o que representa 37,61% de sua aposen-tadoria de R$678.

— O meu salário já é pouco, e tenho que tirar uma grande parcela para os meus remédios. Por conta disso, eu estou trabalhando informalmente em uma fábrica de luvas, como costureira, para conseguir pagar todas as minhas contas — revela a senhora. — Se o governo cedesse esse medica-mento, não haveria a necessidade de eu trabalhar, já estou muito cansada, mas, infelizmente, não tem outro jeito.

A medida afeta a todos os brasileiros, mas em especial àqueles que fazem uso de medicamentos continuamente. Vale ressaltar ainda que fica a critério das farmácias, quanto do reajuste, enviado pelos laboratórios, cada uma irá repas-sar para o consumidor no preço final dos medicamentos. Portanto, o aumento pode ser maior ou menor em cada dro-

garia, por isso a dica é: pesquisar.

Foto: B

RUnA RODRIgUES

GoVeRNo aUToRiZa ReajUSTe De aTé 6,31% NoS PReçoS DoS MeDicaMeNToS

KLeBer CoSTA

Diagramação: KLEBER COSTA

“Se o governo cedesse esse

medicamento, não haveria a

necessidade de eu trabalhar, já estou

muito cansada, mas, infelizmente,

não tem outro jeito.”

LUCITA grACIANA aposentada

63 anos

Page 18: Revista "Meu Dinheiro"

18 / Meu Dinheiro Abril 2013

Diagramação: KLEBER COSTA

Sobe e Desce

GoVeRNo aNUNcia PReViSão PaRa o SaláRio MíNiMo De 2014

KLeBer CoSTA

O Ministério do Planejamento divulgou no último dia 15, a previsão para o salário mínimo a partir do ano que vem. O va-lor deve ser reajustado em 6,19% saindo dos atuais R$ 678,00 e indo para R$

719,48, isto é, R$ 41,48 de aumento. Esta expectativa consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, que já foi enviada pelo Executivo (Pre-sidência) ao Congresso Nacional para passar por vota-ção. Caso aprovada, o valor entra em vigor a partir de janeiro do próximo ano.

Os critérios dos cálculos que determinam o salário mínimo são dois: o percentual de crescimento do Pro-duto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes – o de 2012 foi de 0,9% descontada a inflação – e os dados forne-cidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), relacionados com a taxa da inflação deste ano. Os dois indicadores medem o crescimento da renda do país, além do aumento do custo de vida do trabalhador brasileiro. Por conta, principalmente dos indicadores do INPC e da inflação oficial, cuja previsão para este ano é de 5,2%, o salário mínimo de 2014 deve variar.

O Ministério do Planejamento informou ainda a pre-visão dos salários mínimos de 2015 (R$ 778,17) e 2016

(R$ 849,78). Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 48 milhões de pessoas têm sua renda vinculada ao valor do salário mínimo e, portanto, serão diretamente bene-ficiadas com o aumento.

INFLAÇÃO E PIB

O governo apresentou também, no dia 15, a sua previsão para o crescimento do PIB – a soma de to-dos os bens e serviços produzidos no país – que deve ser de 3,5% para este ano e de 4,5 em 2014. Já sobre a inflação, preocupação da sociedade brasileira, de-verá ter uma variação de 4,5%, em 2014. Na semana anterior, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Con-sumidor Amplo (IPCA), que apresentou uma variação de 0,47% em março – taxa inferior à registrada no mês anterior, de 0,60%.

Mas no acumulado dos últimos 12 meses, até março, a taxa de inflação é de 6,59%, acima do teto estabe-lecido pelo Banco Central que é de 6,5%, dois pontos percentuais acima do centro da meta que é de 4,5%.

o valor de r$ 719,48 deve ser alterado com a atualização de novos indicadores que auxiliam no cálculo

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19Abril 2013 Meu Dinheiro /

Diagramação: KLEBER COSTA

MaioR Do qUe a iNflação

A oficialização do atual salário mínimo re-presenta a continuação de um projeto de distribuição de renda e melhora da quali-dade de vida dos trabalhadores iniciado na gestão presidencial anterior, do ex-pre-

sidente Luiz Inácio Lula da Silva. A remuneração mí-nima de 2013 garantiu aos brasileiros um ajuste até mesmo acima do que foi previsto na Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) de 2012, que estimava um valor de R$667,75.

O salário mínimo deste ano teve um reajuste de 9%, valor acima ao da inflação oficial de 5,84%, chegando ao valor de R$ 678, são R$ 56 a mais que o trabalha-dor tem no bolso, desde janeiro. Ou seja, o salário mí-nimo em vigor teve um aumento real, e não apenas um ajuste que o readequaria à inflação.

Com um aumento real no salário mínimo, reajustado acima da inflação, o brasileiro adquiriu maior poder de compra

Foto: BRUnA RODRIgUES

Page 20: Revista "Meu Dinheiro"

20 / Meu Dinheiro Abril 2013

Mercado

O Brasil possui um vasto histórico de desemprego. Em 2002 e taxa de de-sempregados atin-

giu a marca de 12,6%, a terceira maior da América Latina, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Mas este cenário está mudando, prova disto é o es-tudo do IBGE que constatou, em 2012, que apensas 5,5% da popu-lação economicamente ativa está sem emprego- a menor porcenta-gem da história.

Segundo o instituto, o número médio de 1,338 milhão de desem-pregados no ano passado foi 6,1% menor do que em 2011, o corres-pondente a 88 mil pessoas a me-nos nessa condição. O número de ocupados, estimado em 22,956 mi-lhões, cresceu 2,2% no ano - um

acréscimo de aproximadamente 500 mil vagas. E 11,3 milhões de trabalhadores tinham carteira as-sinada. Além disso, aumentou de 48,5% para 49,2% a participação de empregados formais no total de ocupados.

Sheila Gomes, 25 anos, é for-mada em Recursos Humanos pela Universidade de São Paulo (USP). Ela explica que ter uma formação, faz toda a diferença:

— O candidato tem que ter algo pra oferecer que não seja só sua

SoBRaM VaGaS, falTa qUalifição

Diagramação: BRUnA RODRIgUES

BrUNA roDrIgUeS

Queda na taxa de desemprego representa melhorias na economia em áreas como a inflação

Imagem: BRUnA RODRIgUES

Page 21: Revista "Meu Dinheiro"

21Abril 2013 Meu Dinheiro / Diagramação: BRUnA RODRIgUES

mão de obra — afirma a especialista. Ser formado em instituições públicas, pra muitas empresas, faz a dife-rença. Em grande parte é quesito de eliminação. Se não for formado em uma pública, que seja particular de nome, de referência.

O problema fica mais grave ao constatar que a exi-gência de escolarização ainda é pequena. Grande parte dos empregos oferecidos pelo Sistema Nacional de Emprego são para níveis médio e técnico. A verifi-cação confirma a Pesquisa Nacional de por Amostras de Domicílios (Pnad), que apontou a existência de 13

milhões de analfabetos no Brasil.A pedagoga Luara Silva comenta que a não é fácil

resolver a questão de letramento, mas destaca as op-ções oferecidas, nos últimos anos:

— A Educação de Jovens e Adultos (Eja) é uma ótima opção para quem deseja escolarizar-se — ex-plica a educadora. A título de profissionalização, o Ser-viço de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço de Aprendizagem Comercial (Senac) ofertam cursos gra-tuitos em vários níveis de mercado, em alguns cursos, o jovem ainda consegue um emprego de aprendiz.

Sistema nacional de Empregos oferece vagas em diversos níveis de escolaridade, mas muitas oportunidades não são preenchidas por falta de formação

Foto

: BRU

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ODR

IgUE

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Page 22: Revista "Meu Dinheiro"

22 / Meu Dinheiro Abril 2013

coPa e oliMPíaDaS DeVeM GeRaR 7,5 MilHõeS De eMPReGoS

BrUNA roDrIgUeS e YUrI NerI

Mercado

Copa do Mundo em 2014. Olimpíadas em 2016. Nos próximos anos, eventos espor-tivos de grande porte

não faltarão. Mas o Brasil terá que mexer em aeroportos, rodoviárias, hotéis, restaurantes e em muitas outras questões para receber atle-tas e turistas de todo o mundo. Isso exige investimento em infraestru-tura e, principalmente, mão-de-o-bra capacitada.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas Projetos, a pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), reve-

lou que cerca de 5,7 milhões de empregos serão gerados. O Arco Metropolitano é um dos grandes empreendimentos a oferecer pos-tos de trabalho. Iniciadas em 2008, as obras estavam previstas para ser concluídas em dezembro de 2010. A construção é uma parceria dos governos estadual e federal. A ligação com o Porto de Itaguaí e a duplicação da BR-493 (Magé-Manilha), até o entron-camento com a BR-101,

em Itaboraí, foram incluídas na se-gunda fase do Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC2).

Só em Seropédica, na baixada fluminense, 2 mil vagas foram pre-enchidas. A cidade está desenvol-vendo, também, um pro-jeto chamado Sero-pédica 30

obras do Arco Metropolitano, em Seropédica, abriram 2 mil postos de trabalho

Diagramação: BRUnA RODRIgUES

Page 23: Revista "Meu Dinheiro"

23Abril 2013 Meu Dinheiro /

coPa e oliMPíaDaS DeVeM GeRaR 7,5 MilHõeS De eMPReGoS

Arco que passará por oito município da Baixada Fluminense e já possui 60% de suas obras concluidas e beneficiará cidades como: Seropédica, Japeri, nova Iguaçu, Itaguai, Queimados e Duque de Caxias.

Diagramação: BRUnA RODRIgUES

anos, que tem como coordenador

Foto: BRUnA RODRIgUES

Page 24: Revista "Meu Dinheiro"

24 / Meu Dinheiro Abril 2013

o arquiteto Guilherme Takeda. O secretário de obras, Caio Ferreira, destaca que os grandes eventos auxiliaram na elaboração de planos estratégicos para melhoria do mu-nicípio:

— Seropédica esteve estagnada por muitos anos, agora estamos crescendo e acredito que isto é co-mum a outras cidades do Rio de Ja-neiro e do Brasil.

Até o fim da construção 100 mil serviços serão gerados benefi-ciando diversas cidades como: Ita-boraí, Queimados e Nova Iguaçu.

TURISMO É ÁREA MAIS FAVORECIDA COM EVENTOS

As Copas e as Olimpíadas no Brasil beneficiarão cerca de de 90 os setores, segundo especialistas. Mas para isso a qualificação é cada vez mais necessária e o próprio go-verno vem qualificando profissio-

nais para serem voluntários em di-versas áreas. Rener Pinheiro é um desses voluntários.

— Ainda que seja sem remune-ração é uma grande oportunidade de ser parte de um grande evento, de ajudar de alguma forma, fora a experiência única que você vive — explica ele.

Uma pesquisa feita pela Ernest e Young sobre lucros gerados pe-los grandes eventos, estima-se que com as Copas e a Olimpíada no Brasil, os investimentos irão gerar uma renda de cerca de R$ 63,48 bilhões, especialmente nos setores

de turismo e serviços.Um mapeamento feito pelo Ser-

viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mostra quais são os nove setores da economia que mais oferecem oportunidades de negócios para as pequenas empresas nas 12 cida-des – sede da Copa do Mundo de 2014: turismo, produção associada ao turismo (que inclui gastronomia, artesanato e toda a economia cria-tiva), tecnologia da informação e comunicação, construção civil, co-mercio varejista, serviços, têxtil e vestuário e agronegócio.

Diagramação: KLEBER COSTA

Mercado

GRaNDeS eVeNToS PRoVocaM aUMeNToS No cUSTo De ViDa DoS caRiocaSBrUNA roDrIgUeS e KLeBer CoSTA

Devido à Copa das Con-federações, às Olimpí-adas e à Jornada Mun-dial da Juventude, o mercado imobiliário no

Rio de Janeiro está a todo vapor. Com os projetos de novos estádios, aliado as promessas de melhoria em infraestruturas e transportes, a previsão é que os imóveis cario-cas tenham uma valorização de até 50% acima da inflação, em cinco anos, segundo a Associação de Di-

Foto: BRUnA RODRIgUES

Devido aos grandes eventos, imóveis são alugados antes mesmo de término da construção

Mais de 100 mil empregos serão gerados até o fim das obras do arco rodoviário

Foto: BRUnA RODRIgUES

Page 25: Revista "Meu Dinheiro"

25Abril 2013 Meu Dinheiro / Diagramação: KLEBER COSTA

eNTReViSTa De eMPReGo: o qUe faZeR PaRa Não eRRaR

BrUNA roDrIgUeS

Sobressair-se numa en-trevista pode fazer a di-ferença na hora de con-seguir a tão sonhada vaga de emprego. Para

a especialista em recursos huma-nos Marília Pereira, atender os re-quisitos básicos do entrevistador nem sempre é o suficiente:

— O candidato precisa chamar atenção para suas qualidades, de forma discreta, mas com criativi-dade.

Pesquisar informações sobre a empresa do qual está concorrendo à vaga também é essencial, além de preparar possíveis respostas para perguntas comuns, utilizadas em quase todas as seleções.

— Pode-se perguntar, por exem-plo, qual seu maior interesse em

trabalhar nesta empresa? Este é o tipo de questão que é preciso ter na ponta da língua — alerta Marí-lia Pereira.

Outra dica importante é men-cionar a carreira profissional de maneira organizada, feito um pe-

queno roteiro, em ordem cronoló-gica. Além de investir em uma lin-guagem formal e um visual básico.

— O ideal em situações avaliati-vas é nunca pecar pelo exagero no marketing pessoal e nas roupas — finaliza a especialista.

rigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi).E não é somente as moradias que ficarão mais ca-

ras, a economista, Patrícia Vivas da Silva Fontes, ex-plica que o ritmo de dos preços será crescente em todo tipo de serviços.

— Alimentação, hotéis e restaurantes, tudo vai au-mentar, garante a Patrícia.

Segundo ela, as regiões próximas também sofrerão os impactos econômicos.

— Os valores vão subir nas cidades vizinhas porque as localidades centrais estão saturadas — comenta a economista.

Mas o terror do consumidor terá um fim. Patrícia destaca que os aumentos são decorrentes das novas perspectivas de desenvolvimento.

— O Rio de Janeiro vive um novo momento, a ten-dência com o tempo é de uma estabilização econô-mica — garante a especialista.

Falar a verdade e citar experiências profissionais contribui para um entrevista de sucesso

Reprodução: Internet

Alta de preço dos alimentos no Rio de Janeiro assusta consumidor

Foto

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ODR

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Page 26: Revista "Meu Dinheiro"

26 / Meu Dinheiro Abril 2013

eConomia

eMPReeNDeDoRiSMo e SUSTeNTaBiliDaDe No Mel PRoDUZiDo No MUNicíPio De iTacURUçá

Diagramação: BRUnA RODRIgUES

Sebastião dos Santos Filho é o único apicultor de abelhas nativas do Brasil, o mel produzido por elas é utilizado na alta culinária de hotéis de luxo na Cidade Maravilhosa

Foto: KLEBER COSTA

Page 27: Revista "Meu Dinheiro"

27Abril 2013 Meu Dinheiro /

Preservação ao Meio Ambiente. Essa é a bandeira do produtor rural, Sebastião dos Santos Filho. Proprietário do primeiro en-treposto de mel de Seropédica a Paraty, o Sítio Nosso Sonho, em Itacuruçá, Santos

diz ter encontrado nas abelhas uma nova forma de en-carar o mundo dos negócios:

— Quando eu comecei nem imaginava ganhar di-nheiro com o mel, na verdade, gostei do trabalho das abelhas e desenvolvi atividades de pesquisa e capa-citação.

Cansado da rotina acelerada de proprietário de au-topeças, o apicultor teve a ideia do empreendimento inédito em todo o Estado do Rio de Janeiro. Para ele, a melhor forma de lucrar é trabalhar em prol da natu-reza e da sustentabilidade:

— Tudo aqui é, primeiramente, pelo planeta. Não é a toa que o mel artesanal se chama Biodiversidade.

Com o apoio da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Santos fabrica o primeiro mel na-tivo legalizado pelo Ministério da Agricultura. Conhe-cido por seu sabor menos açucarado, o produto é uti-lizado por hotéis de luxo, na cidade do Rio de Janeiro, e por pessoas que trabalham com alta gastronomia.

— É um artigo de raridade, por isso, demora tempo e determinação técnica para ser extraído. A higiene é redobrada devido ao alto índice de umidade, próprio da espécie geradora, exigindo que o material passe por um lento processo até chegar às prateleiras do co-

mércio — comenta o produtor.Tanto empenho, resulta em um mel diferenciado,

não só para o paladar, mas para o bolso do consumi-dor, que paga R$20 pela garrafinha de 60 gramas. En-quanto, o mel tradicional, também comercializado pelo apicultor, é vendido por R$ 10,00 cada meio quilo.

Além disso, Santos fabrica sabonetes, provenien-tes de matéria prima da colmeias, e comercializa plan-tas. Ele conta ser muito fácil reproduzir materiais orgâ-nicos, devido a presença das abelhas:

— O trabalho com as espécies africana, ápis e na-tiva facilita a polinização de todo e qualquer tipo de le-guminosas, frutos e flores.

Para subsidiar o empreendimento, o apicultor con-tou com o apoio do Governo Federal, a partir do Pro-jeto Prosperar Agricultura Familiar, que auxilia os pro-dutores da agroindústria. O programa concede finan-ciamentos para investimento e custeio de atividades de agrocultivo familiar no valor de 50 mil e 150 mil, res-pectivamente, com recursos do Fundes (Fundo de De-senvolvimento Econômico e Social) e Pronaf Agroin-dústria, financiados por meio do Banco do Brasil.

O investimento certamente valeu a pena. Atual-mente, o produtor rural tem 49 criadouros e recolhe 200 kg de mel comum e 12 kg do mel especial, por mês. Os produtos do Sítio Nosso Sonho, podem ser encontrados no comércio da região metropolitana e na baixada do RJ, como o Mercado Vitória e o Mercado Costa Verde.

eMPReeNDeDoRiSMo e SUSTeNTaBiliDaDe No Mel PRoDUZiDo No MUNicíPio De iTacURUçá

Diagramação: BRUnA RODRIgUES

BrUNA roDrIgUeS e KLeBer CoSTA

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28 / Meu Dinheiro Abril 2013Diagramação: KLEBER COSTA

eConomia

Foto: Kleber Costa

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29Abril 2013 Meu Dinheiro / Diagramação: BRUnA RODRIgUES

PRojeTo ofeRece oPoRTUNiDaDe De fiNaNciaMeNTo a PeqUeNoS PRoDUToReS RURaiSBrUNA roDrIgUeS

O Prosperar é uma iniciativa do governo federal, em parceria com o Banco do Brasil, que tem o objetivo de incentivar a agricultura familiar e a pecuária de pe-queno porte. A ideia é custear 7% do

projeto de pequenos e médios empreendedores ru-rais, limitado ao valor de R$ 50.000, por beneficiário.

Para propostas individuais o valor de investimento é de até R$ 15.000, enquanto para planos grupais, de

até R$ 150.000, o custeio é limitado em R$ 45.000. A taxa de juros é de 2% ao ano, cobrados mensalmente.

No entanto, usufruir desta facilidade financeira exige que o empreendedor apresente um projeto que atenda as normas técnicas de higiene, produção e cir-culação no mercado.

As garantias de pagamento são feitas através do penhor de máquinas e equipamentos adquiridos com o programa, ou de bens pessoais.

Porta imagensPor Kleber Costa

Sebastião dos Santos Filho comenta que as abelhas nativas realizam uma polinização bastante eficaz, ajudando no ecossistema do seu sítio

Page 30: Revista "Meu Dinheiro"

30 / Meu Dinheiro Abril 2013Diagramação: BRUnA RODRIgUES

eConomia

Foto: BRUnA RODRIgUES

Lucy Pinto, Beatriz Rangel, Frank Russo, Bruna Preciosa, João Paulo vasconcelos, Pablo Lima e Rosa Amélia são funcionários da Associação Erva Doce de Autogestão

Page 31: Revista "Meu Dinheiro"

31Abril 2013 Meu Dinheiro / Diagramação: BRUnA RODRIgUES

ReSTaURaNTe MiSTURa coNHeciMeNTo, aliMeNTação SaUDáVel e SUSTeNTaBiliDaDeBrUNA roDrIgUeS

Pequeno e aconchegante, estes são os adje-tivos corretos para descrever o Erva Doce. Relíquia especial da Universidade Fede-ral Rural do Rio de Janeiro, o restaurante é uma ótima opção para os adeptos de uma

alimentação saudável e barata. As opções gastronô-micas são totalmente vegetarianas e incluem alimen-tos orgânicos variados e saborosos.

Fundado em 1994, o Erva Doce é uma associação de autogestão não lucrativa composta por estudan-tes da universidade. O colaborador do restaurante Ian Martim destaca que o principal objetivo é oferecer aos clientes uma alimentação orgânica e diferente:

— O preço da refeição é de R$ 6,00 e utilizamos o dinheiro arrecadado para gerir o espaço e pagar a co-zinheira, afirma o servente.

Ele diz que cerca de 60 pessoas almoçam e que o local tem feito muito sucesso.

— O plano é abrir frequentemente durante a noite e oferecer alguns lanches, conta.

É pelas mãos de Dona Luci Pinto dos Santos que os clientes degustam legumes, sucos e doces prepa-rados da maneira mais natural possível. Os ingredien-tes utilizados são produtos diretos da natureza e o se-gredo é utilizar as opções de verduras e frutas da es-tação. O almoço, que começa a ser servido sempre ao meio-dia, tem como propaganda o talento da chefe de cozinha e o aroma que toma conta de todos os lugares ao redor do refeitório.

A estudante de bela artes Juliana Borges diz adorar o restaurante, justamente, pelo aspecto cultural.

— A comida é leve e o sabor é garantido, mas o clima é impagável, brinca a aluna.

Já para estudante de ciências sociais Taina Frei-tas, o que distingue o local é a oferta de alimentação completamente natural.

— É o único restaurante popular que proporciona comida vegetariana, em Seropédica, comenta.

GENUINIDADE ACADêMICA

Além de ser uma alternativa de alimentação, o Erva Doce também apoia e produz projetos culturais e eventos relacionados, principalmente, a música. Para isso a associação promove eventos esporádicos, no período noturno, como festas e exposições de artes. Dentre os acontecimentos mais conhecidos está a “Pizzada”, que consiste em um rodízio de pizza com molhos e massas especiais, também vegetarianos. A iguaria é apreciada por muitos estudantes e morado-res de Seropédica.

As exposições artísticas acontecem, geralmente, em parceria com o curso de belas artes da UFRRJ e as apresentações musicais privilegiam artistas locais. A ideia é conjugar a comida gostosa com elementos significativos, como música, leitura e artesanato e ofe-recer a todos que visitam um espaço de alimentação, entretenimento e conhecimento.

Estudantes e moradores de Seropédica frequêntam o restaurante de comida orgânica

Foto: BRUnA RODRIgUES

Page 32: Revista "Meu Dinheiro"

32 / Meu Dinheiro Abril 2013

Dossiê econômico

A empresária Paola Sa-pience começou a vender pizzas na rua aos 17 anos após ter descoberto que es-

tava grávida. Com a ajuda das ir-mãs Paloma Sapience e Bruna Sa-pience, a empreendedora montou um pequeno restaurante que, hoje, se transformou em uma franquia

de pizzarias, no interior do estado do Rio de Janeiro. Ela é mais um exemplo de que as mulheres toma-ram conta do mercado de trabalho. As brasileiras abandonaram de vez o perfil doméstico e movimentaram R$ 717 bilhões, em 2012, segundo dados do Instituto Data Popular.

A mão-de-obra feminina tam-bém é mais qualificada. O úl-

timo Censo realizado pelo Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE) revela que na po-pulação masculina de 25 anos ou mais de idade, o percentual de ho-mens sem instrução ou com o fun-damental incompleto foi de 50,8% e o daqueles com pelo menos o superior de graduação completo, 9,9%, enquanto que, na população feminina, esses indicadores foram 47,8% e 12,5%, respectivamente.

Além disso, elas estão atuando, cada vez mais, em “profissões masculinas”. A estudante de Arqui-tetura Jéssica Policiano comenta que escolheu a profissão por gosto e devido as grandes oportunidades de emprego.

— Na nossa área muita gente acha que as mulheres só enten-dem de decorações interiores e isso, com certeza, tem certo teor de preconceito. Mas nós também sabemos gerenciar uma obra — explica a futura arquiteta.

E ela não é a única, a proporção feminina entre engenheiros, por exemplo, aumentou foi de 5% para 11%. Entre os motoristas o cresci-

a VeZ DelaS

Diagramação: KLEBER COSTA

BrUNA roDrIgUeS

As irmãs Sapience são um exemplo da atuação feminina no mercado empreendedor

Foto: BRUnA RODRIgUES

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33Abril 2013 Meu Dinheiro /

mento foi de 0,2% para 1,4%. Sem falar campo do em-preendedorismo, um estudo da Global Entrepreneur-ship Monitor (GEM) em 2010 mostra que as mulheres

são metade dos empreendedores brasileiros (49,3%), o que representa 10,4 milhões de mulheres coman-dando suas empresas.

Elas representam mais da metade da população e do eleitorado, tem maior nível de escolaridade e são quase 50% da população economicamente ativa do Brasil. As mulheres venceram as amarras da cinta liga, o desconforto dos vestidos e o preconceito. Mas ainda, recebem 30% a menos que os homens para ocupar cargos semelhantes, segundo o Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA).

Elas também não chegaram a 20% nos cargos de maior nível hierárquico no Parlamento, nos governos municipais e estaduais, nas secretarias do primeiro escalão do Poder Executivo, no Judiciário, nos sindi-catos e até nas reitorias.

Essas desigualdades fazem parte de um quadro muito maior que envolve as questões de gênero do Brasil. A cada dois minutos cinco mulheres são espan-cadas, segundo a Fundação Perseu Abramo/ Sesc. O departamento mais recente do levantamento Justiça concluiu que 311 mil mulheres são vítimas de estupro, por ano. O estudo do IBGE, em 2012, revelou que mais de 400 mil casos de gravidez na adolescência. Cerca de 200 mil brasileiras morrem, por ano, devido a abor-

tos ilegais, segundo dados Organização das Nações Unidas (ONU).

Sem falar nos estigmas culturais que expõem o corpo feminino em diversas propagandas ofertando-o como um produto a ser conquistado ou comprado. E nas mulheres que “se metem em política” e são obri-gadas a ouvir comentários sobre seu tailleur, ao invés de seu desempenho governamental.

Apesar de tantas adversidades, somente em 2007 foi criada a Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, a nível federal. E só em 2010 ele-geu-se a primeira, e por que não, presidenta de um país em que a população feminina é seis milhões de pessoas maior que a masculina.

De fato, o espaço feminino ainda é limitado e aquela constituição federal que preza por direitos iguais, inde-pendente de classe, cor ou sexo, ainda está longe de ser cumprida. As estatísticas estão por aí, contudo, nú-meros devem apenas auxiliar na construção de ações sociopolíticas que alteram de vez as realidades de opressão, violência e desigualdade que, por sinal, es-tão muito além do contra cheque.

e o SaláRio DaS MUlHeReS, óH!

Diagramação: KLEBER COSTA

BrUNA roDrIgUeS

Foto: BRUnA RODRIgUES

Uma boa oportunidade para mulheres que dese-jam ingressar em áreas profissionais ocupadas por homens é a campanha “Mulheres que Ino-

vam”, do governo federal. Com essa iniciativa pretende-se desenvolver a autonomia econômica da população fe-minina, incentivando-as a se qualificar em cursos gratui-tos, voltados para os setores que estão em expansão, como a construção civil.

Dentre as chances de capacitação está o Pronatec Bra-sil sem Miséria que oferta vagas de qualificação profis-sional em cursos de auxiliar administrativo, operador de computador, eletricista instalador predial de baixa ten-são, recepcionista, costureiro, entre outros. Atualmente, as mulheres representam cerca de 70% de seus alunos.A pizzaria Express foi o ponto de partida para o investimento na franquia

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34 / Meu Dinheiro Abril 2013Diagramação: BRUnA RODRIgUES

Dossiê econômico

Foto: BRUnA RODRIgUES Perfil

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35Abril 2013 Meu Dinheiro / Diagramação: BRUnA RODRIgUES

a caRa Do MeRcaDoBrUNA roDrIgUeS

Quem olha para o sorriso e a humildade de dona Maria de Lourdes Alves, de 67 anos, não imagina a disposição e a criati-vidade dela para o trabalho. Produtora fa-mosa de balas de coco caseiras, a em-

preendedora guarda na simplicidade de suas palavras o segredo para o sucesso de uma pequena empresa: a simpatia e a disponibilidade.

A pele marcada por pintas é fruto de longas cami-nhadas exposta ao sol. Por 30 anos Lourdes bateu de porta em porta, sem qualquer tipo de condução, car-regando grandes sacolas recheadas de mais de 40 kg de bala. Ela atribui, inclusive, parte de seu bom su-cedimento ao esforço de divulgar o produto pessoal-mente e com simpatia:

— Não se deve ter vergonha de suar a camisa — aconselha Lourdes.

A trajetória de empreendedorismo começou quando a produtora ficou viúva e se viu totalmente sem renda para criar os quatro filhos, na época, adolescentes. Ela conta que tentou vender diversas mercadorias, como coxinhas e cocadas. Mas o lucro dos quitutes não era suficiente para manter a família, então a em-presária resolveu apostar na receita de bala oferecida pelo seu tio, Alvino Teodoro Alves.

A fórmula do doce demorou a funcionar, mas com alguns “ajustes secretos” tornou-se um grande su-cesso em várias cidades do sul do Rio de Janeiro. A filha mais velha, Sirleide Alves Rodrigues, comenta emocionada que a grande qualidade da mãe é ser per-sistente e batalhadora.

— Alavancar a empresa foi difícil, mas ela nunca desistiu — diz a primogênita.

Tanto esforço rendeu parcerias em mais de 15 lo-jas, além do que a empresária considera o maior te-souro, seus quatro netos. O neto Marlon Rodrigues, diz que a avó é muito carinhosa e animada. O mesmo sentimento é compartilhado pela neta Rayenne Rodri-gues que não se cansa de dizer o quanto a vovó é in-teligente e cozinha bem.

— Tudo que ela faz é gostoso, mas o feijão é mara-vilhoso — brinca a jovem.

Quanto aos negócios, Lourdes é enfática: não existe mágica para ganhar dinheiro, muito menos, para en-trar no mercado. Para ela, os requisitos básicos advêm do conhecimento e do prazer:

— Eu sempre gostei de trabalhar com pessoas, por isso, entrar no universo das vendas trouxe-me gran-des perspectivas.

A empreendedora destaca que não é preciso ter grandes quantias em dinheiro, nem vender mercado-rias de alto valor:

— No começo, eu vendia pacotes com duzentas balas a apenas R$1,50, atualmente, a mesma quanti-dade é repassada por R$7,50 para o consumidor; bom e barato como todo mundo gosta.

E não é atoa que a mãe, avó e empresária car-rega um sorriso fácil e uma grande espontaneidade na forma de gesticular. Lourdes se considera uma grande vitoriosa e não se cansa de frisar que os bons ventos de sua vida financeira é fruto de uma equilibrada tra-jetória pessoal.

— Família e amigos são essenciais na conquista de qualquer objetivo — finaliza a empresária.

A empreendedora considera que as relações afetivas são fundamentais para o sucesso

Foto: BRUnA RODRIgUES

Page 36: Revista "Meu Dinheiro"

36 / Meu Dinheiro Abril 2013

entrevista

Inês é taxativa quando se trata da atuação feminina na economia: elas devem exercer todas as profis-sões. A deputada estadual, que é autora do projeto de lei que estabeleceu a Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher no Rio de Janeiro, comenta

as ações positivas voltadas para os direitos femininos e os problemas ainda enfrentados pelo gênero.

Meu Dinheiro (MD) - Qual é o papel da Comissão de Mulheres da Alerj?

Deputada (D) - Como todas as comissões perma-nentes da Alerj, a Comissão dos Direitos da Mulher dá parecer sobre os projetos dos diversos deputados que tratam sobre o direito das mulheres, apresenta proje-tos e faz audiências públicas dentro e fora da assem-bleia legislativa.

Ainda sobre a responsabilidade da comissão, en-contra-se o Disque SOS Mulher - 0800.2820.119 que presta informações sobre o assunto e o Programa “Toda Mulher” que toda segunda-feira às 21 horas vai ao ar pela TV Alerj no canal 12 da NET.

MD - No que se refere ao mercado de trabalho quais

interferências a comissão tem realizado?D - Temos discutido o assunto e em breve mar-

caremos uma audiência pública, pois as mulheres ainda ganham 70% do salário dos homens, mesmo exercendo a mesma função. Estamos ob-servando também que, embora as mulheres estudem mais, elas nem sempre atuam no mercado, embora isso tenha avançado nos últimos anos.

MD - E o que você pensa do fato de as mulheres receberem menos que os homens, mesmo ocupando funções similares?

D - Isto é fruto de uma cons-tituição machista da sociedade que ao longo dos séculos colo-cou a mulher à margem da so-ciedade e em trabalhos mais penosos e menos valori-zados financeiramente, como os domésticos e as fun-ções relacionadas ao cuidado.

lUGaR De MUlHeR é oNDe ela qUiSeR

Diagramação: BRUnA RODRIgUES

BrUNA roDrIgUeS

Presidente da Comissão direitos da Mulher na Assembleia Legislativa do rio de Janeiro, Inês Pandeló, comenta o papel feminino no mercado de trabalho

“Embora as mulheres

estudem mais, elas nem sempre

atuam no mercado.”

INÊS PANDeLÓdeputada estadual

54 anos

Page 37: Revista "Meu Dinheiro"

37Abril 2013 Meu Dinheiro /

MD - Quais as vitórias conquistadas nos últimos anos a respeito do papel feminino na economia?

D - A aprovação da PEC das domésticas foi a última vi-tória importante, pois 90% da categoria é formada por mu-lheres que, em maioria, não possuíam os benefícios das demais categorias. O direito a creche também é uma con-quista importante, embora ainda não seja cumprido inte-gralmente por todos os empre-gadores.

MD - Que projetos da lei a senhora e seus colegas depu-tados já elaboraram a respeito deste assunto?

D - O assunto de salários e trabalho encaixa melhor na legislação federal, mas te-mos apresentado outros projetos, como o que dá di-reito a grávida de fazer o teste físico em concursos após o fim do período de resguardo. Antes, ela tinha

de realizar a avaliação ou desistir do cargo.

MD - Considerando o histórico de lutas feministas o que ainda precisa ser mudado?

D - A cultura machista da sociedade, pois é por ela que dissemina todas as discriminações, preconceitos e violências contra a mulher.

MD - Qual a maior dificuldade para resolução des-tes problemas?

D - A cultura, pois ela demora séculos para ser mu-dada, por mais que tenhamos avançado ainda precisa-mos caminhar muito nesta direção.

MD - Como, em sua opinião, a universidade e ou-tros setores educativos podem ajudar na entrada da mulher no mercado de trabalho?

D - A discussão sobre os direitos da mulher, o de-bate sobre os problemas enfrentados, quando pau-tado, principalmente, nos bancos escolares e nas uni-versidades formam novos cidadãos e cidadãs. Isto gera consciência e consequentemente uma nova so-ciedade que, com certeza, influenciará em todos os setores, inclusive no mercado do trabalho.

Diagramação: BRUnA RODRIgUES

“As mulheres ainda ganham

70% do salário dos homens,

mesmo exercendo a mesma função.”

INÊS PANDeLÓdeputada estadual

54 anos

Foto: BRUnA RODRIgUES

A deputada Inês Pandeló defende a participação da mulher em todas as profissões e setores da economia

Page 38: Revista "Meu Dinheiro"

38 / Meu Dinheiro Abril 2013

Fica a Dica

Cada vez mais brasi-leiros têm feito uso do cartão de crédito como forma de pa-gamento. 26,4% é

a taxa que representa quanto essa forma de pagamento consumiu do salário das famílias brasileiras no ano pas-sado, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Car-tões de Crédito e Servi-ços (Abecs), um cresci-mento de 10% ao longo de cinco anos. Um dos motivos que justificam esse aumento é a facili-dade das compras online através do uso do car-tão, uma grande econo-mia no tempo que se le-varia para ir a uma loja, por exem-

plo. Na mesma pesquisa, a Abecs apontou o crescimento no número de brasileiros que usam de forma adequada o cartão de crédito: de 2011 para 2012, subiu em 3% esse

percentual, elevando a taxa para 29%, mais ainda é grande o nú-mero de pessoas que se endividam pelo uso inadequado.

Os economistas costumam dividir as pessoas que utilizam cartão de crédito em dois grupos: um grupo que utiliza o cartão por-que não têm dinheiro disponível em suas contas bancárias para pagar suas compras; o segundo grupo uti-liza o crédito de forma

responsável, comprando apenas

o que podem pagar e no fim do mês pagam não só a taxa mínima do cartão, mas a conta na íntegra, podendo inclusive ganhar recom-pensas da administradora do car-tão para tudo o que eles poderiam ter comprado em dinheiro. Os usu-ários do segundo grupo são mino-ria. Sônia Maria, 39 anos, faz parte do segundo grupo.

— Se você não souber adminis-trar bem seus gastos, vai se enro-lando e adquirindo cada vez mais dívidas — explica ela.

Maria já se endividou no cartão por pagar apenas a fatura mínima. Essa é uma das situações mais co-muns que levam usuários de car-tão a ficarem no vermelho.

— Eu costumava pagar ape-nas a fatura mínima do cartão até que no final do ano eu devia o do-bro do que eu gastei — explica Ma-ria. Tive que renegociar tudo com

cRéDiTo fácil alaVaNca NúMeRo De eNDiViDaDoS

Diagramação: KLEBER COSTA

YUrI NerI

Consumidor não se planeja e acaba tomando um susto quando chega a fatura

“ Se você não souber

administrar bem seus gastos, vai se enrolando e

adquirindo cada vez mais dívidas.”

SÔNIA MArIAatendente

39 anos

Page 39: Revista "Meu Dinheiro"

39Abril 2013 Meu Dinheiro /

o banco.Independente da administradora (Visa, Mastercard

ou American Express), todos tem os mesmos benefí-cios com poucas variações. A maior diferença entre eles são os serviços que oferecem, dividindo os car-tões em: Gold, Platinum ou Black. Christian Barbosa, em um de seus livros sobre o assunto explica esses vários benefícios.

• PARA QUEM VIAJA: os cartões oferecem seguro viagem, seguro para locação de carros no exterior e até assistência médica.

• PARA ECONOMIZAR SEU TEMPO: há um ser-viço especial chamado concierge. Esse serviço se as-semelha a uma secretária eletrônica: Se você quiser saber informações sobre os melhores preços de uma viagem, reservar pacotes turísticos, saber de restau-rantes existentes no local, a “secretária eletrônica” deste serviço te passa rapidamente todas as informa-ções. Barbosa cita um exemplo: “como estou firme e forte no tênis, toda vez que vou viajar e terei um tem-pinho livre eu ligo para o concierge e peço que procu-rem quadras perto do hotel onde vou ficar. Em geral, vem um serviço primoroso, com preços, horários dis-poníveis e até valores de taxi para chegar até lá”. O serviço de concierge só é disponível para cartões Pla-tinum ou Black.

O portal Educação Financeira é um dos mais reco-

mendados pelos economistas às pessoas que utilizam cartão de crédito por conter dicas sobre seu bom uso. Destacamos aqui algumas dessas dicas:

• COLOQUE NO PAPEL TODOS OS SEUS GAS-TOS: não meça esforços na hora de anotar cada com-pra, cada conta, absolutamente todos os gastos que você tenha feito ao longo do mês no cartão de crédito. Esse é o primeiro, e talvez o mais importante passo, para você equilibrar suas contas e não adquirir novas dívidas no futuro.

• FIQUE ATENTO AS PROPAGANDAS: as em-presas gastam uma boa parte dos seus lucros com marketing para conquistar novos clientes e fazer com que os antigos gastem ainda mais dinheiro. Eles não se preocupam com o quanto você tem para gastar, já que o crédito é uma forma de pagamento livre que in-depende se você tem ou não dinheiro para pagar no momento. Estar ciente que as administradoras fazem todo tipo de publicidade para influencia-lo permite que você esteja em uma posição melhor para controlar seus gastos.

• TENHA COMPROMETIMENTO: faça escolhas sá-bias. “se todo mundo fizesse escolhas com base no seu melhor interesse financeiro, mais pessoas seriam ricas”. Se você decidir ter controle dos seus gastos, você consegue, basta se comprometer.

• CONSOLIDE SEUS EXTRATOS: muitas pessoas

Diagramação: KLEBER COSTA

Foto: YURI nERI

Utilizar dois cartões pode ser uma grande armadilha para o consumidor, o ideal é trabalhar apenas com um para despesas urgentes

Page 40: Revista "Meu Dinheiro"

40 / Meu Dinheiro Abril 2013

têm mais de um cartão de crédito, alguns deles com ta-xas de juros altíssimas. Ter todas as contas concentra-das em apenas um cartão de crédito, com juros baixos, pode ajudar a controlar os gastos.

• PAGUE SOMENTE EM DINHEIRO: No momento em que você consegue parar de usar um cartão, pa-gue todo o saldo devedor com o primeiro dinheiro dis-ponível. Não espere o mês seguinte para pagar, faça o quanto antes, senão os juros continuarão sendo cobra-dos e a dívida continuará crescendo.

• DESTRUA OS CARTÕES DE CRÉDITO: destrua os cartões de crédito que você parar de usar. Se você não tem mais o cartão você não usa: é simples. Ter o cartão por perto é uma tentação para você usá-lo.

• MANERE O USO DO CARTÃO QUE SOBROU: esse cartão não deve ser usado nunca para compras, por exemplo, mas sim para emergências e pagamen-tos importantes. Cartão de crédito ajuda muito quando você precisa usar um dinheiro que voe não tem no mo-mento, mas uma hora esse dinheiro terá que apare-cer para pagar a fatura então tenha controle para que a fatura não venha mais cara do que você tem condi-ções de pagar.

• TENHA UM FUNDO DE EMERGÊNCIA: situações inesperadas sempre surgem e devemos estar prepa-rados para elas. Quando há dinheiro envolvido, isso faz toda a diferença. Você pode criar um fundo abrindo uma conta de poupança com alto rendimento. Cerca de 6 meses de poupança já farão você ter um bom dinheiro guardado. Evite sempre gastar mais do que você ganha porque nesse caso nem mesmo um fundo de emergência te ajudará. “Lembre-se: um fundo de emergência é somente para uma emergência de ver-dade”. Uma das situações mais comuns e erradas que acontecem é mexer no dinheiro emergencial em situ-ações diversas, que nem são urgentes. Na hora que você realmente precisar, estará sem dinheiro.

• PAGUE O SALDO: Essa é uma das lições mais im-

portantes: sempre que dinheiro no fundo emergencial. Assim como quebrar o cartão evita de usá-lo, pagar o saldo imediatamente evita de usar o dinheiro com ou-tros gastos, muitas vezes compras.

• VERIFIQUE MENSALMENTE SEU PROGRESSO: se você seguir corretamente as dicas, no final do mês terá economizado um bom dinheiro no fundo de emer-gência e terá quitado suas dívidas, ou seja, verá seu saldo bancário aumentando e sua fatura do cartão de crédito diminuindo. Lembre-se: anote os gastos. Man-tenha no papel o controle.

São muitas as propagandas de benefícios que o crédito oferece. Lojas oferecem diversas promoções, benefícios e descontos na compra no cartão, além da facilidade da compra online, sem ter que sair de casa. É muito comum nos acostumarmos com as facilidades e só pensar depois que a fatura chega. É importante se planejar e controlar o impulso de gastar. O cartão de crédito pode ser muito útil, mas se não for bem usado traz muita dor de cabeça. Edenilson Vieira é um exem-plo disso: perdeu o emprego há pouco tempo e dei-xou de pagar as faturas do cartão de crédito e agora a administradora do cartão tem ameaçado penhorar os bens dele.

— Tenho sido cobrado dia e noite por essa dívida, mas desde que perdi o emprego não tenho como pa-gar — diz Edenilson. Fui ao Procon e eles me disseram que não podem me cobrar se o caso ainda não tiver ido parar na justiça.

João Souza, operador de empilhadeira até o ano passado, também perdeu o emprego e agora não tem como pagar o cartão, mas no caso dele a operadora fez o desconto automático na conta corrente dele. João não teve como reclamar com a administradora porque ele havia autorizado o débito automático quando fez a adesão ao serviço de crédito.

— Eu tentei negociar com o banco a dívida, mas não consegui. Fui no Procon e eles me disseram que

Diagramação: KLEBER COSTA

Fica a Dica

Reprodução: Internet

As operadoras visa e MasterCard são as mais utilizadas pelos brasileiros

Page 41: Revista "Meu Dinheiro"

41Abril 2013 Meu Dinheiro /

Diagramação: KLEBER COSTA

Como a revista deste mês dá destaque es-pecial às mulheres, a dica é para elas que adoram compor os looks de acordo com as tendências da moda. Nada melhor que comprar em uma boa liquidação. Na úl-

tima temporada de descontos, lojas de todo país ofe-receram reduções de até 70% no valor de suas peças.

Segundo o consultor de moda Thiago Rocha, o

ideal é preferir peças básicas, os famosos coringas, que servem para qualquer ocasião. Sinal verde tam-bém para as cores básicas, como os tons pastéis, e os acessórios retrô.

— Aqueles acessórios, há pouco, considerados ca-fonas terão novamente seu momento de glamour. Não tenha medo de investir, muito menos de tirá-los do fundo do armário — aconselha o estilista.

No eMBalo Da TeMPoRaDa De DeScoNToSBrUNA roDrIgUeS

o banco, que é o responsável pelo meu cartão de cré-dito, podia descontar o dinheiro da minha conta porque já estava previamente acertado — contou ele.

O Procon alerta os consumidores que aderem ao uso do cartão de crédito para que fiquem atentos a vá-rios aspectos na hora de aceitar o serviço: o consu-midor deve inicialmente comparar a taxa de juros co-brada pelos diferentes bancos, colocando na ponta do lápis qual compensa mais; deve ficar atento também à forma de pagamento que está sendo acertada entre ele e a administradora do cartão – seja ela um banco ou qualquer outra instituição financeira; é muito co-mum clientes que, ao pedir o serviço, aderem ao paga-

mento em débito automático e não percebem e, no dia de pagar a fatura, são surpreendidos.

Foi o que aconteceu com Marco Paulo, 23 anos, que aderiu ao serviço do crédito e acabou se enrolando com as contas.

— Usei o crédito no primeiro mês e paguei só a fa-tura mínima – conta ele. No segundo mês a conta veio cobrando o que usei no mês atual mais o que não pa-guei no mês anterior e os juros. Como não tinha como pagar, o banco fez um débito automático na minha conta pra cobrir o crédito e acabei entrando no che-que especial, e os juros são muito mais altos e a dívida acabou se tornando bem maior.

FOTO: BRUnA RODRIgUES

Aproveitar os descontos pode ser uma boa opção para andar na moda sem prejudicar o bolso

Page 42: Revista "Meu Dinheiro"

42 / Meu Dinheiro Abril 2013

Diagramação: KLEBER COSTA

Com o crescimento da economia brasileira há uma atração de grande de capital es-trangeiro para o nosso

país. Assim, o Brasil passa a rece-ber grandes remessas de dólar, o que faz com que o preço da moeda caia (quanto mais dólar disponível no mercado, menor seu valor, uma tendência natural para algo que é muito fácil de ser encontrado em qualquer lugar). Isso significa que o nosso país está recebendo muito investimento estrangeiro o que faz com que a queda no preço do dó-lar seja uma boa notícia pro Brasil – e receber investimento estrangeiro tem sido cada vez mais comum uma vez que as taxas de juros no país são muito altas, uma das mais altas do mundo, segundo o Banco Mun-

dial, fazendo com que o lucro para os empresários que investem seu dinheiro aqui seja alto. Mas na con-tramão desse cenário há os expor-tadores brasileiros que não se be-neficiam com a queda do dólar, isso porque assim os produtos estran-geiros – taxados em dólar – ficam mais baratos com o dólar desvalo-rizado e os produtos brasileiros, por sua vez, ficam mais caros tanto aqui quanto no exterior, já que o Real, a nossa moeda, consequentemente, fica supervalorizado e isso dificulta as exportações de produtos brasi-leiros. Os produtos brasileiros mais caros com o real valorizado ficam menos competitivos frente a outros países cujas moedas não estão tão valorizadas. Consequentemente, o número de produtos importados no Brasil aumenta e muitas empresas

que não dão conta de competir com as estrangeiras fecham as portas fazendo com que uma outra taxa fi-que elevada: a do desemprego.

O dólar em baixa ajuda ainda no controle da inflação, que é o au-mento persistente e generalizado no valor dos preços. Quando a in-flação chega a zero dizemos que houve uma estabilidade nos preços.

Devido aos baixos preços dos importados, os concorrentes abai-xam os preços dos produtos nacio-nais para seus negócios poderem sobreviver. Quando a inflação está muito alta, o governo intervém no mercado retirando dinheiro de cir-culação para que haja mais dólar do que real disponível. Assim o dó-lar fica barato, os produtos importa-dos também e os nossos seguem a mesma tendência.

DólaR e iNflação: qUal a Relação eNTRe eleS?BrUNA roDrIgUeS e YUrI NerI

Traduzindo

Page 43: Revista "Meu Dinheiro"

43Abril 2013 Meu Dinheiro /

Diagramação: KLEBER COSTA

Leandro Ferreira da Costa mantém a família de cinco filhos vendendo o famoso Churrasqui-nho do Grande, em Seropédica. Segundo o empreendedor, tudo começou quando ele foi visitar seu pai que estava doente e viu um se-

nhor vendendo a guloseima em frente ao hospital. A ideia deu certo e hoje o churrasco faz o maior su-

cesso entre os seropedicenses.. Vendido por R$ 2,50, o espetinho conquistou fregueses fixos. O cliente Renato Lima diz que o diferencial da carne está no tempero.

— Não há churrasco melhor em por aqui, acredito que nem pelo Rio de Janeiro — elogia Lima.

O marketing do negócio também faz toda diferença. Costa associa seus dois metros de altura com o tama-

nho de seu produto. O re-sultado é que o espetinho virou ponto de referência para quem quer comer e encontrar as ruas próxi-mas à churrasqueira.

O empreendedor faz mistério sobre as suas qualidades na gastro-nomia, e revela apenas o gosto pelo ofício. Ele confessa que o trabalho rende bem, o suficiente para criar os filhos e fa-zer planos para o futuro.

Pretendo contratar ou-tras pessoas para ven-der o churrasquinho em outros pontos da cidade, afirma Costa.

SUceSSo Na VeNDa De cHURRaSqUiNHoBrUNA roDrIgUeS

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O churrasco de Leandro Ferreira tornou-se uma sensação, em Seropédica, na Baixada Fluminense

empreendedor Destaque

Page 44: Revista "Meu Dinheiro"

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