revista mais automotive 81

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81 R$ 11,50 Mais Automotive ANO 14 #81 Aula prática A revista do empresário da reparação GESTORES DA REPARAÇÃO REVELAM ESTRATÉGIAS PARA ENCONTRAR MÃO DE OBRA QUALIFICADA GOVERNADOR DE SÃO PAULO VETA LEI QUE REGULAMENTARIA AS OFICINAS NO ESTADO VEJA QUAIS ESTADOS IRÃO ADOTAR A INSPEÇÃO AMBIENTAL NO ANO QUE VEM capa automotive 81.indd 1 12/9/2011 17:44:44

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A revista Mais Automotive é uma publicação bimestral da Editora Novo Meio Ltda., de circulação dirigida aos proprietários de centros automotivos,centros de reparação, concessionárias de veículos nacionais e importados e seus clientes. Tem como objetivo divulgar notícias, opiniões e abordar temas que venham contribuir para o desenvolvimento do setor.

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81R$ 11,50

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A revista do empresário da reparação

GESTORES DA REPARAÇÃO REVELAM ESTRATÉGIAS PARA ENCONTRAR MÃO DE OBRA QUALIFICADA

GOVERNADOR DE SÃO PAULO VETA LEI QUE REGULAMENTARIA AS OFICINASNO ESTADO

VEJA QUAIS ESTADOS IRÃO ADOTAR A

INSPEÇÃO AMBIENTAL NO ANO QUE VEM

capa automotive 81.indd 1 12/9/2011 17:44:44

Page 2: Revista Mais Automotive 81

Job: 00334-023 -- Empresa: M&C Saatchi F&Q -- Arquivo: 00344-023-Rev Mais Automotive 205x275_pag001.pdfRegistro: 43572 -- Data: 15:47:34 29/08/2011

Page 3: Revista Mais Automotive 81

www.maisautomotive.com.br

Ano 14 #81 2011Distribuição nacional

A revista Mais Automotive é uma publicação bimestral da Editora Novo Meio Ltda., de circulação dirigida aos proprietários de centros automotivos, centros de reparação, concessionárias de veículos nacionais e importados e seus clientes. Tem como objetivo divulgar notícias, opiniões e abordar temas que venham contribuir para o desenvolvimento do setor.

diretor responsável Ricardo Carvalho Cruz

redaçã[email protected]:Claudio Milanrepórteres:Larissa Andrade ePatrícia Malta de Alencar

editoraçã[email protected] gráfi co e direção de arte:Sérgio Parise Jr.designer gráfi co:Ivan Ordonhaassistente de arte:Priscila Wu

[email protected] comercial:Paulo Roberto de Oliveirarepresentação comercial:Rafael Cury Bergamini ME

[email protected]ção de marketing edesenvolvimento de negócios:Carla Nórciaassistentes:Bruna Pascucci e Claudia Paulinoestagiária:Alessandra Siqueira

[email protected]

[email protected]áclito Kunzendorff

jornalista responsável Claudio Milan (MTb 22.834)

Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação à qualidade e veracidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

AUDITADOPELO INSTITUTO VERIFICADORDE CIRCULAÇÃO

AO LEITOR

diretor geralRicardo Carvalho [email protected]

diretor de jornalismoClaudio [email protected]

diretor comercialPaulo Roberto de [email protected]

direção de marketing edesenvolvimento de negóciosCarla Nó[email protected]

fale com a gente

nosso endereçoRua São Tomé, 119 – 11º e 12º andares Vila Olímpia 04551-080 - São Paulo - SPFone/Fax: (11) 3089-0155

RedaçãoDúvidas, críticas e sugestões a respeito das informações editoriais publicadas na revista. Envie releases com os lançamentos de sua empresa e notícias que merecem ser divulgadas ao [email protected]: (11) 3089-0168

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MarketingVincule sua marca aos proje-tos e eventos mais criativos e importantes do mercado de autopeças e reposição. Informe-se sobre reprints das reportagens publicadas na [email protected]: (11) 3089-0159

AssinaturaAssine a Mais Automotive e receba em primeira mão informações sobre a evolução do mercado brasileiro de reparação e conheça fer-ramentas para garantir o crescimento de sua empresa. Receba os números atrasados para completar a sua coleção. Informe-se sobre as van-tagens do Clube do [email protected] São PauloFones: (11) 3089-0155Outras regiões:0800 55 6247

Recursos humanosVenha trabalhar com a gente e encontre espaço para mostrar seu [email protected]/Fax: (11) 3089-0155

www.novomeio.com.br 3

Reviravolta e surpresa

O mercado foi pego de surpresa com o veto do governador de São Paulo,

Geraldo Alckmin, à lei que regulamentaria a atividade das ofi cinas mecânicas em

São Paulo. A aprovação da lei pela Assembleia Legislativa paulista, em 25 de maio

último, foi recebida com entusiasmo pelas lideranças do setor e ninguém esperava

pela reviravolta que a proposta acabou experimentando no Poder Executivo.

Nesta edição, mostramos as razões que levaram o governador Alckmin

a vetar a lei. A nós, leigos, surpreende o número de inconstitucionalidades

apontadas pelo despacho assinado pelo chefe do Executivo paulista –

considerando-se que o projeto havia passado pelas devidas instâncias de

apreciação durante seu processo de tramitação.

Mas, apesar da frustração momentânea, a ideia permanece viva. Além

da possibilidade, por enquanto remota, de reverter a situação na própria

Assembleia Legislativa, agora a proposta é partir para a esfera nacional, a

partir do apoio de congressistas em Brasília. A Mais Automotive, como faz

desde 2008, quando o projeto de lei paulista foi tema de reportagem de capa,

vai continuar acompanhando a evolução dessa proposta, importante para

regulamentar uma atividade que é fundamental para a economia brasileira –

e igualmente determinante para a própria segurança do consumidor fi nal.

Enquanto isso, seguimos nossa rotina de informar os empresários e gestores

da reparação automotiva sobre as oportunidades de evolução e aprimoramento

de seus negócios. Nesta edição, apresentamos alguns exemplos de indústrias de

autopeças e sistemas automotivos que investiram em centros de treinamento

para qualifi car os profi ssionais do segmento. Uma estratégia louvável em um

mercado que cada vez mais depende de mão de obra capacitada, detentora de

conhecimentos sólidos, capazes de permitir a manutenção e reparação dos a

cada dia mais complexos sistemas veiculares embarcados.

Mão de obra esta que representa um desafi o crescente para os gestores

da reparação, como mostra outra reportagem que você vai ler nesta edição.

Conversamos com empresários do segmento para saber que caminhos

estão trilhando para repor a perda de bons profi ssionais em suas equipes ou

simplesmente preencher novas vagas abertas pela demanda em expansão.

Demanda que deverá crescer ainda mais no ano que vem, quando novos

estados irão aderir à inspeção ambiental, outro assunto de nossas páginas.

Esse foi um breve resumo dos temas que você começa a acompanhar a

seguir, assuntos que elegemos para este nosso novo encontro. E não deixe

de interagir com nossa redação para sugerir os assuntos que você quer ler na

Mais Automotive. Escreva para [email protected] e faça valer seu,

para nós sagrado, direito de expressão.

Claudio [email protected]

Editorial MA 81.indd 3 12/9/2011 10:39:37

Page 4: Revista Mais Automotive 81

SUMÁRIO

4

Capa

Sérgio Parise Jr.

NestaEDIÇÃO

06164850515254586061

MAIS ESSASUSTENTABILIDADECOMPORTAMENTOIQAADMINISTRAÇÃOSINDIREPAFÓRUMMAIS CARROAUTOMOBILISMOMAIS EQUIPAMENTOS

Rede de Ofi cinas do Alto Tietê comemora oito anos com foco no empreendedorismo.

Gestores da reparação contam como encontram mão de obra qualifi cada.

Governador de São Paulo veta lei de regulamentação das

oficinas no estado.

Indústrias de autopeças investem em centros de

treinamento para qualifi car e fi delizar reparadores.

Obrigatoriedade da certifi cação pelo Inmetro chega a mais

peças de reposição.

34

Estados divulgam Planos de Controle

da Poluição Veicular e anunciam

inspeção em 2012.

24Gestores da reparação

28

12 20

42

Sumario MA 81.indd 4 13/9/2011 10:32:46

Page 5: Revista Mais Automotive 81

Untitled-2 1 20/5/2011 15:26:50

Page 6: Revista Mais Automotive 81

6

MAIS ESSA

6

De olhos

Uma das inovações imple-

mentadas pela Ford em alguns

de seus modelos mundiais é o

“Driver Alert”. Usando avançada

tecnologia e algoritmos sofi stica-

dos, ele analisa o comportamento

do motorista e dispara um aviso

ao detectar sinais de sonolência

ou direção irregular. O sistema é

composto de uma pequena câmera

frontal conectada a um computa-

dor de bordo. A câmera fi ca mon-

tada na parte de trás dos retroviso-

res e é programada para identifi car

as faixas de ambos os lados da

pista. O computador monitora a

A Autho Mix lança novos produtos nas

linhas de bieletas e bombas-d’água. As duas

linhas passam a integrar um portfólio de mil

itens para o mercado de reposição. Os vare-

jistas e aplicadores que quiserem conhecer

mais os produtos Autho Mix podem entrar

em contato com o serviço de atendimento

pelo telefone (11) 2168-6110, pelo e-mail

[email protected] ou diretamente nas

fi liais das distribuidoras Roles e RPR.

A Nytron e o Senai de Belo Horizonte

(MG) fi rmaram parceria com o objetivo de

formar profi ssionais interessados em sin-

cronismo de motor. O curso é ministrado

por instrutores do Senai e a Nytron e forne-

ce material didático, ferramental específi co

e motores. Haverá aulas práticas e teóricas

sobre princípios de funcionamento do mo-

tor do ciclo Otto e Diesel; tipos e caracte-

rísticas do sistema de sincronismo e diagra-

ma de válvulas; tipos de correias dentadas,

principais problemas, causas e soluções;

importância da utilização das ferramentas

nos motores modernos e das regulagens

de válvulas para o fl uxograma do motor;

importância do sincronismo para o desem-

penho do motor e emissões de poluentes;

e dicas para evitar erros de montagem.

Formação profi ssional

Bieletase bombas

Ford implementa sistema de alerta aos motoristas com sono ao volante

As novidades, como as bombas-d’água, integram um portfólio total de mais de mil itens

As novidades, como as bombas-d’água, integram um portfólio total de mais de mil itens

O Sindimotor e a Associação Paulista

de Retífi ca de Motores (Aparem) assina-

ram acordo com a Agência de Fomento

Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento

para oferecer às retífi cas e reparadoras

de motores uma linha de crédito especí-

fi ca para a compra de máquinas, ferra-

mentas e equipamentos novos. A Nossa

Caixa Desenvolvimento é um banco de

desenvolvimento do Governo do Esta-

do de São Paulo que tem por objetivo

fomentar os negócios e que oferece

aos empresários paulistas, do setor de

retífi ca e reparação de motores, linhas

de crédito para a aquisição de novos

maquinários, com taxas de juros mui-

to atraentes (a partir de 0,65% ao mês

mais IPC/Fipe), e longos prazos para

pagamento, que podem chegar até 60

meses. Através da Nossa Caixa Desen-

volvimento também é possível aos asso-

ciados das entidades solicitarem a linha

de crédito do Programa BNDES de Sus-

tentação de Investimento (PSI).

Crédito para retíficas

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Page 7: Revista Mais Automotive 81

A Decar, que atua com a marca própria

DC no mercado de autopeças, apresentou

as linhas de cubos de roda, de atuadores

hidráulicos e o kit eixo comando válvulas

(93337976) para Corsa, Celta e Prisma 1.0

8V 06, todos equipados com motor VHCE

Flexpower. Confeccionada em aço forjado e

em conformidade com as especifi cações das

montadoras, a linha de cubos de roda se di-

ferencia dos similares encontrados no mer-

cado de reposição, que são dominados por

cubos de roda fabricados em ferro fundido

nodular. A linha de atuadores hidráulicos de

embreagem passa por testes constantes de

estanqueidade e durabilidade. E os kits de

eixos de comando surgem em duas versões:

completa, com os tuchos

do motor, e parcial,

sem tuchos.

Lançamentos em série

estrada à frente e prevê onde o

carro deveria estar posicionado

em relação às faixas. Ele compara

essa medida com a posição real do

veículo e, se a diferença for gran-

de, dispara um aviso. Primeiro,

aparece uma mensagem de texto

no painel de instrumentos, acom-

panhada de um alerta sonoro de

dez segundos. Se o motorista con-

tinua mostrando comportamento

inseguro, é ativado um aviso mais

forte, que o motorista precisa

responder apertando um botão.

A tecnologia está disponível nas

novas gerações dos modelos

Focus, Mondeo, S-MAX e Galaxy,

recentemente lançadas na Europa

e ainda indisponíveis no Brasil.

Atuador hidráulico está entre as novidades apresentadas

abertos

A TMD Friction do Brasil apresentou

ao mercado de reposição novas pasti-

lhas de freio dianteiras da marca Cobreq

para 16 modelos da Fiat, montadora da

qual é fornecedora de produtos origi-

nais. As aplicações são as seguintes:

Punto (todos):

a partir (>) de julho de 2009;

Idea 1.4: > julho de 2009;

Idea 1.8: > maio de 2010;

Palio 1.8: > julho de 2009;

Palio Weekend 1.8:

> julho de 2009;

Siena 1.8: > julho de 2009;

Strada 1.8: > julho de 2009;

Doblò: > novembro de 2009;

Stilo 1.8: > fevereiro de 2010;

Uno Mille Economy:

> outubro de 2010;

Uno Mille Economy Way:

> agosto de 2010;

Fiorino: > julho de 2010;

Bravo Essence 1.8 16V:

> dezembro de 2010;

Bravo Essence 1.8 16V Dualogic:

> dezembro de 2010;

Bravo Absolute 1.8 16V:

> dezembro de 2010.

Pastilhas Fiat

Fabricante fornece para linha de montagem da montadora italiana

7

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Page 8: Revista Mais Automotive 81

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MAIS ESSA

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Apesar da resistência de muitos reparadores às montadoras francesas, Citröen se destacou no CAR Group 2011

Reciclagem de vidros

Está em trâmite na Assembleia

Legislativa do Estado do Paraná

o Projeto de Lei nº 524/2011, do

deputado estadual Gilberto Ribei-

ro (PSB-PR), que trata da correta

destinação dos vidros automoti-

vos inutilizados, material de difícil

decomposição e que representa

sérios riscos ao meio ambiente.

“Atualmente, apenas 5% das mais

de 5 mil toneladas de para-brisas

que são depositados na natureza

mensalmente são reciclados”, co-

menta Kleber Carreira, presidente

do Instituto Autoglass, voltado à

reciclagem e educação socioam-

biental. A entidade comemora a

iniciativa do deputado. Segundo

ele, a situação é preocupante em

face do crescimento da frota. “Se

considerarmos que a idade média

da frota passou de 8 anos e 10

meses em 2009 para 8 anos e 8

meses em 2010, o problema da

reciclagem de vidros se agrava e,

o pior, nada está sendo feito para

adequar a situação”. Na esfera

federal, tramita o Projeto de Lei

nº 477/2009, do então senador

Gerson Camata, já aprovado no

Senado em 2010 e que, atualmen-

te, está em análise na Comissão

de Meio Ambiente e Desenvolvi-

mento Sustentável (CMADS).

Ranking de reparabilidadeO Cesvi Brasil (Centro de Experi-

mentação e Segurança Viária) divul-

gou os melhores colocados no CAR

Group 2011 – índice que avalia o custo

e o tempo de reparo de um veículo. O

índice de reparabilidade é atualizado

anualmente devido às alterações dos

valores da cesta básica de peças e à

entrada de novos veículos no ranking.

A Citroën e a Volkswagen foram as

montadoras que mais se destacaram

nesse ano. A definição utilizada para

esse índice vem do fato de que os

veículos são classificados em grupos.

Cada grupo representa uma faixa de

valores relacionados a seu custo pon-

derado de reparo. Em uma escala de

10 a 60, quanto melhor a reparabilida-

de, menor será o número do grupo de

classificação do veículo. Os premiados

de 2011 de acordo com cada catego-

ria foram:

Hatch compacto – C3 HB (Citroën), Ka

(Ford) e Novo Fox (Volkswagen).

Hatch compacto off-road – Sandero

Stepway (Renault).

Hatch médio – Bravo (Fiat).

Hatch médio off-road – SX4 (Suzuki).

Minivan compacta – C3 Picasso (Citroën).

Minivan média – C4 Picasso (Citroën).

Picape compacta – Nova Saveiro Cabine

Simples (Volkswagen).

Picape média – S10 Cabine Simples

(Chevrolet).

Sedan compacto – Novo Polo Sedan

(Volkswagen).

Sedan médio – C4 Pallas (Citroën).

SW compacto – Novo SpaceFox

(Volkswagen).

SW médio – Mégane Grand Tour

(Renault).

Utilitário – Transit Furgão Curto (Ford).

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Page 9: Revista Mais Automotive 81

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O Grupo Sogefi está comple-

tando 30 anos. Em meio às come-

morações, a empresa reservou

duas novidades para o mercado

de reposição brasileiro. A primeira

é o lançamento da linha de Filtros

do Óleo High Performance FRAM,

produto que apresenta durabilidade

20% maior do que os fi ltros tradi-

cionais. De acordo com o fabricante,

o benefício é resultado da alta tec-

nologia de plissagem presente no

material, que permite uma área de

fi ltragem maior. A outra novidade

é a chegada ao mercado brasileiro

da marca Purfl ux, super premium, já

consolidada internacionalmente e

com atuação destacada na Europa.

A empresa explica que estes produ-

tos, que concentram alta tecnologia,

terão foco no mercado de reposição

para a frota de veículos importados.

Novidadesno aniversário

A TRW lançou a caixa Cilindro Mestre +

Fluido para Freio Grátis, uma embalagem

promocional que traz um frasco de 200 ml

de Fluido para Freio DOT3 grátis. Com a

iniciativa, além de proporcionar praticidade

ao reparador, a empresa pretende incenti-

var os procedimentos corretos, uma vez

que, para realizar a manutenção em freios,

o aplicador também deve trocar o fl uido. O

produto já está disponível no mercado com

quatro códigos diferentes, para atender a

diversos modelos das marcas Fiat e GM.

Cilindro

mestre

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Page 10: Revista Mais Automotive 81

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MAIS ESSA

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Motores de partida

Vedando vazamentos

A Delco Remy apresenta

novos componentes origi-

nais para a manutenção dos

motores de partida. São eles

a bobina de campo e porta-

escovas para as séries 38MT e

39MT – 12 e 24V; e carcaça com

bobina e porta-escovas para a

linha 29MT – 12 e 24V. Com es-

tes itens, o reparo dos motores

de partida torna-se ainda mais

ágil, evitando que veículos

e máquinas fi quem parados,

perdendo tempo e dinheiro.

A Rislone passa a oferecer nos

mercados da América do Sul e

Central seu selante para sistemas de

arrefecimento de veículos. O Liquid

Copper Block Seal and Radiator

Stop Leak é formulado para vedar

grandes vazamentos de sistemas de

resfriamento de juntas, radiadores,

núcleos do calefator, coletores de

admissão, blocos, cabeçotes e bu-

jões. Basta despejar o conteúdo do

frasco no radiador, deixar o motor

em marcha lenta por cinco minutos,

esfriar e complementar com líquido

refrigerante. O produto pode ser

usado em qualquer veículo refrige-

rado a água, sem necessidade de

retirar o anticongelante.

Parceriano posto

Sistema híbrido

A Bosch agora é fornecedora ex-

clusiva de palhetas e baterias para a

Jet Oil, franquia automotiva dos pos-

tos Ipiranga. Os consumidores já po-

dem encontrar nas mais de 660 unida-

des da rede em todo o país as linhas

completas de baterias Silver e palhetas

ECO, Twin e Aerotwin. “Há, ainda,

previsão de futuramente fornecer-

mos equipamentos de diagnose para

baterias, fluido de freio e sistema de

ar-condicionado, o que vai ocorrer, ini-

cialmente, num piloto realizado na ci-

dade do Rio de Janeiro”, revela Denis

Lima, coordenador de Trade Marketing

de Palhetas e Baterias.

A Ford e a Toyota anunciaram parce-

ria para o desenvolvimento de um novo e

avançado sistema híbrido para picapes e uti-

litários esportivos. As duas empresas se des-

tacam no cenário mundial pelos resultados

que vêm obtendo com a tecnologia. Ago-

ra, assumem o compromisso de colaborar,

como parceiras igualitárias, em um novo sis-

tema híbrido que leve o consumo efi ciente

de combustível da tecnologia híbrida para

um novo grupo de consumidores de picapes

e utilitários esportivos, sem comprometer o

desempenho que eles esperam desses veí-

culos. As montadoras entendem que a co-

laboração permitirá trazer a solução híbrida

para os consumidores de forma mais rápida

e com custo mais acessível do que se traba-

lhassem sozinhas. Dentro do acordo, ambas

irão reunir o melhor da tecnologia híbrida

e o conhecimento desenvolvido por cada

uma de forma independente para a criação

de um sistema híbrido conjunto, que será

usado em picapes de tração traseira, para

lançamento no fi nal da década.

SUVs e picapes Ford e Toyota dividirão nova tecnologia híbrida

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Page 11: Revista Mais Automotive 81

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Page 12: Revista Mais Automotive 81

12

QUALIDADE

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de segurançaNovos padrões

Por Patrícia Malta de Alencar [email protected] Ilustração Ivan Ordonha

Inmetro publica nova portaria incluindo mais oito autope-ças na lista de certificação compulsória pelo instituto

Qualidade MA 81.indd 12 8/9/2011 14:32:08

Page 13: Revista Mais Automotive 81

13

om o objetivo de garantir um pa-

drão de qualidade mínimo para

as autopeças vendidas no Brasil,

o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial) vem

estabelecendo a obrigatoriedade da certi-

fi cação para diferentes componentes auto-

motivos, o que obriga fabricantes e impor-

tadores a cumprir uma série de requisitos.

A portaria 301, de 21 de julho de 2011,

tornou compulsória a certifi cação dos se-

guintes itens para o mercado de reposição:

amortecedores de suspensão, bombas elé-

tricas de combustível, buzinas, pistões de

liga leve de alumínio, pinos e anéis de trava,

anéis de pistão, bronzinas e lâmpadas.

O selo será obrigatório para os produ-

tos a serem aplicados em veículos fabrica-

dos ou importados a partir de 1º de janeiro

de 2000, fi cando isentos os componentes

para linha de montagem e recall. Com isso,

a medida atenderá a 71% da frota circu-

lante. A iniciativa faz parte das ações de

combate à pirataria e de incentivo à manu-

tenção preventiva promovidas pelo GMA,

o Grupo de Manutenção Automotiva.

QUALIDADE

O Inmetro certifi ca esses componen-

tes para garantir ao consumidor a qua-

lidade imprescindível à função que cada

uma das peças exerce no veículo, pois é

missão do instituto prover essa confi ança

à sociedade. Antônio Carlos Bento, coor-

denador do GMA, vê a certifi cação como

extremamente importante. “A ideia cen-

tral é balizar a produção das autopeças.

Queremos assegurar ao consumidor que

a peça colocada em seu carro foi produ-

zida obedecendo aos requisitos mais bási-

cos de segurança e de maneira uniforme.

- O Comitê Brasileiro de Avaliação

da Conformidade, um conselho

assessor do Inmetro, defi ne quais

serão os itens que entrarão no plano

de regulamentação, de acordo as

prioridades do instituto.

- São estudadas as normas técni-

cas sobre o assunto, nacionais e

internacionais, para a elaboração

do regulamento.

- O instituto realiza diversos testes para

garantir a adequação aos quesitos

estipulados: avaliação em laboratório,

rastreabilidade no sistema de qualida-

de, auditoria, fi scalização do mercado

e visitação periódica às fábricas.

- O fabricante recebe um atestado que

lhe permite comercializar o componen-

te certifi cado e um selo, que deverá

ser gravado ou colado em cada peça

fabricada ou na sua embalagem.

- Resta à fi scalização inibir o

comércio ilegal das peças que não

possuírem o selo.

Como o Inmetro desenvolve a certificação

C E ainda posiciona o Brasil num nível que a

nossa frota exige porque a certifi cação de

produtos já era prevista em outros países,

na União Europeia, nos Estados Unidos,

Austrália e até na vizinha Argentina”.

No caso das autopeças, ninguém dis-

cute a necessidade de oferecer ao con-

sumidor apenas produtos de qualidade

– até porque a segurança deve sempre

estar em primeiro lugar –, mas existem

diferentes níveis de qualidade. “Eu acho

que nós temos um bom trabalho pela

frente para fazer o consumidor se acos-

tumar com essa ideia. O cuidado que ele

tem que tomar é, ao comprar uma peça,

exigir a certifi cação”, alerta Bento.

“O primeiro impacto da medida será

inibir a importação de porcarias, colocan-

do todo e qualquer tipo de fabricante no

mesmo patamar. Quem quiser fazer uma

autopeça, vai ter que se certifi car. Há um

impacto, então, para o consumidor fi nal,

de melhoria da qualidade. Com isso, ele

vai se sentir mais seguro. Em agosto, por

exemplo, houve um acidente que foi muito

rumoroso no ABC paulista. Escaparam as

rodas de um caminhão e isso matou duas

pessoas. Ninguém foi fazer uma inspeção

para ver por que essas rodas se soltaram.

Mas já imaginou se a gente descobrir que

são rodas não homologadas, que foram

fabricadas com um padrão de qualidade e

manufatura inadequado, como costuma

acontecer?”, questiona Bento.

O Instituto já tem regulamentadas as

certifi cações de conformidade para catali-

sadores, rodas automotivas, fl uidos de freio

e vidros de segurança. Estão em processo

de regulamentação baterias chumbo-ácido

para automóveis e motocicletas; terminais

e barras de direção; e pastilhas e lonas de

freios. Essas autopeças já “estão no forno”,

segundo Bento. “Nosso objetivo é certifi car

o maior número possível de produtos. Então

temos um longo trabalho pela frente, mas

vamos priorizar os itens de segurança”.

Qualidade MA 81.indd 13 8/9/2011 14:32:27

Page 14: Revista Mais Automotive 81

14

QUALIDADE

14

CATALISADOR

A peça foi o primeiro item auto-

mobilístico a ser certifi cado de forma

compulsória pelo Inmetro. A obriga-

toriedade começou a vigorar em abril

deste ano, o que signifi ca que desde

então não podem mais ser vendidos

no mercado nacional catalisadores

sem o selo do Inmetro. Já o regula-

mento para as rodas de aço e alumí-

nio entra em vigor em 19 de novem-

bro deste ano, quando, então, todo

item fabricado ou importado terá que

atender às normas respectivas. E a

partir de julho de 2014, esse novo rol

de peças também não poderá mais ser

de nenhuma forma comercializado.

Para não incorrer em ilegalidade, o

coordenador do GMA recomenda aos

empresários do mercado de reposi-

ção que cuidem do seu estoque. “Para

a fi scalização do Inmetro, encontrar

uma peça em estoque depois do pra-

zo será considerado ilegal”. No caso

do catalisador, que já está enquadrado

na certifi cação compulsória, recente-

mente houve uma apreensão em um

distribuidor que tinha 400 peças no es-

toque. “Ele perdeu tudo. Quem ainda

tem, neste momento, eu espero que,

para a sorte fi nanceira do seu negócio,

não tenha produto estocado que dure

até julho de 2013 [prazo para elimina-

ção dos estoques], o que seria uma in-

sanidade, ter dois anos de estoque, e

quando estiver chegando perto dessa

data, precisa começar a gerenciar isso

direitinho”, afi rma Bento.

O Instituto de Pesos e Medidas do

Estado de São Paulo (Ipem-SP) foi o

responsável pela “Operação Conver-

sor Catalítico”, que fi scalizou a venda

de catalisadores sem o selo do Inmetro

em 36 estabelecimentos comerciais na

Grande São Paulo, em 8 de junho. Do

total, oito foram autuados. No interior

do estado, foram 9 das 39 lojas visita-

das em 26 de julho. A “Operação Con-

versor Catalítico Interior” foi realizada

em Bauru, Campinas, Ribeirão Preto,

São José dos Campos e São José do Rio

Preto. Dos 858 produtos verifi cados,

106 estavam irregulares.

Além da fi scalização ativa, Bento

lembra que é possível fazer denúncias.

“O fabricante tem todo o interesse que

a certifi cação entre o mais rápido pos-

sível. Então, se alguém detectar algu-

ma irregularidade, podemos fazer isso

chegar até o Inmetro. As autoridades

aduaneiras também estão instruídas”.

O coordenador do GMA afi rma que

o grupo tem se esforçado para pul-

verizar essa informação entre todos

os segmentos do mercado, “para que

quando chegue a hora, ninguém mos-

tre estranheza”, afi rma.

REPARAÇÃO

Para Cesar Samos, dono da Me-

cânica do Gato e também diretor do

Sindirepa-SP, a certifi cação vai disci-

plinar o mercado. “Hoje temos muita

gente importando peça, então você

encontra o produto de um fabricante

tradicional, com determinado padrão

de qualidade, por um valor ‘x’, e outro

por um valor dez vezes mais barato.

Portaria 346, de 3 de outubro de 2008

• Conversores catalíticos (catalisador)

Portaria 445, de 19 de novembro

de 2010

• Rodas

Portaria 78, de 3 de fevereiro de 2011

• Fluido para freios

Portaria 246, de 30 de maio de 2011

• Vidro de segurança temperado

Portaria 301, 21 de julho de 2011

• Amortecedores de suspensão

• Bombas elétricas de combustível (Otto)

• Buzinas ou similares

• Pistões de liga leve de alumínio

• Pinos e anéis de trava (retenção)

• Anéis de pistão

• Bronzinas

• Lâmpadas

Produtos já regulamentados

Cesar Samos, proprietário da Mecânica do Gato e diretor do Sindirepa-SP

Div

ulga

ção

Qualidade MA 81.indd 14 8/9/2011 14:32:48

Page 15: Revista Mais Automotive 81

151515

Para o consumidor é a mesma coisa, mas

quando você instala a peça, você vê que

não é”. Quem deve fazer o fi ltro, portanto,

é a própria ofi cina. “Às vezes, o consumi-

dor pressiona o mecânico; e em algumas

ofi cinas menores, o próprio cliente acaba

trazendo as peças. Agora a certifi cação

vai até ajudar na hora de argumentar, pois

você vai poder falar que essa peça tem de-

terminado valor porque é uma peça com

qualidade certifi cada”, afi rma Samos.

Quanto à qualidade e ao preço, Samos

alega não ter sentido nenhuma diferença,

uma vez que já trabalhava com marcas

boas de catalisadores. “Pra gente não

mudou nada, mas você vê que o cliente

que comprou aí pelo mercado começa a

perceber que existe diferença. Já tivemos

vários casos aqui, principalmente no ano

passado, de clientes que chegavam com

um catalisador novo que não funcionava,

de marcas desconhecidas, que não têm

compromisso com a qualidade. Eles tive-

ram que gastar duas vezes”.

Para Marcos Papandrea, proprietário da

Ica Scap, o selo do Inmetro vai somente di-

minuir a pirataria. “Mesmo com o certifi ca-

do, ainda aparece alguma coisa, pois se fal-

sifi ca tudo, não é? Eu, graças a Deus, sei de

quem eu compro. Mas tem loja ‘fundo de

quintal’ que trabalha com qualquer coisa”.

Ele vê refl exo do selo no preço, mas

acha que o consumidor entende. Já o pro-

cesso de substituição, para o especialista,

que troca de 30 a 40 catalisadores por mês,

não teve qualquer impacto. “Eu não tinha

mais em estoque porque fui trocando aos

poucos, já que demorou um ano para re-

gulamentar a certifi cação, então os antigos

foram saindo da loja. Mas fi cam com um

ano de garantia do mesmo jeito”, afi rma.

O empresário vem tentando aten-

der cada vez melhor seu cliente, lhe

explicando sobre a certificação, para

se diferenciar dos profissionais que

fazem “trambicagem”. “Tem muita

gente sendo enganada. Tem mecânico

que joga pedrinha no catalisador para

dizer que está estragado, tira e fica

com a peça boa, colocando uma pior.

Aí eles reformam o catalisador por

fora, pintam e põem no carro de ou-

tro, dizendo que é novo. Para mim isso

é roubo. O bom mesmo era, quando

a pessoa trocar por um novo, levar o

velho embora. Tem sempre que procu-

rar a peça com o selo do Inmetro, com

o certificado de garantia da fábrica, a

nota fiscal da loja e, quando for trocar,

levar o usado embora!”.

PRAZOS

Agora, cabe ao mercado se adaptar.

“O reparador tem, de um lado, o cuidado

com o seu negócio, que é não ter em es-

toque peças não certifi cadas, e do outro,

a responsabilidade com a qualidade da

manutenção do veículo do cliente. Então

A cada portaria publicada pelo Inmetro, incluindo novos itens na certifi cação com-

pulsória, estes são os prazos que devem ser atendidos pelo mercado:

• Para fabricação e importação: 18 meses

• Para fabricantes e importadores esgotarem seus estoques antigos: 24 meses

• Para varejistas e atacadistas comercializarem: 36 meses

Prazos de adequação do mercado

ele é o maior interessado em utilizar uma

peça de boa procedência”, explica Bento.

O reparador que instala uma peça sem

qualidade, que pode causar um acidente

de trânsito, pode ser legalmente respon-

sabilizado pelas consequências do ato.

Samos também acha importante a

divulgação da certificação. “O consu-

midor não presta atenção nisso, fica

só na discussão de preços. Depois que

aprova o orçamento, acabamos não

tendo abertura para essa discussão.

Mas era bom divulgar para os mecâ-

nicos também, para que eles fiquem

atentos e para a proteção deles mes-

mos, da garantia do trabalho dele”.

Para os novos produtos listados na por-

taria 301/11, os prazo de adaptação às no-

vas regras funcionarão da seguinte forma:

a fabricação e importação destas peças, a

partir de janeiro de 2013, deverão necessa-

riamente atender aos requisitos do Inmetro;

a comercialização de fabricantes e importa-

dores para o mercado de reposição deverá

atender à portaria a partir de julho de 2013;

e do varejo para o reparador ou para o con-

sumidor fi nal, a partir de julho de 2014.

Qualidade MA 81.indd 15 8/9/2011 14:32:51

Page 16: Revista Mais Automotive 81

16

SUSTENTABILIDADESUSTENTABILIDADE

16

gramaverde

ma parceria com a

revendedora Bellen-

zier Pneus permitiu à

Goodyear inaugurar

em Gravataí, no Rio Grande do

Sul, sua primeira unidade de

baixo impacto ambiental. Os

investimentos da loja vão desde a

reutilização da água da chuva até o

incentivo do uso de bicicleta como

transporte dos funcionários que mo-

ram perto do trabalho. A novidade,

segundo Miguel Dantas, gerente de

sustentabilidade da Goodyear do

Brasil, está alinhada com a estraté-

gia da empresa. “Estamos falando

de algo que pode reduzir os impac-

tos que geramos no meio ambiente

e ainda traduzir isso em um benefí-

cio econômico para o negócio, que

resvala também para benefícios so-

ciais”, afi rma o gerente.

Por Patrícia Malta de [email protected]

Fotos Divulgação

URevendedora da Goodyear inaugura

primeira loja de baixo impacto ambiental da

marca, em Gravataí (RS)

como a

Sustentabilidade MA 81.indd 16 12/9/2011 17:21:10

Page 17: Revista Mais Automotive 81

17

Nilva Bellenzier, diretora da

Bellenzier Pneus, que engloba

12 centros automotivos, cinco

truckcenters, três recapadoras e

outros 21 credenciados, teve um

insight quando decidiu abrir a loja

de Gravataí, na RS-118, uma via

de bastante movimento, que liga

toda a região do Vale dos Sinos a

Porto Alegre e à BR-101. “A gen-

te vinha acompanhando, através

da Goodyear, a conscientização

que ela foi promovendo em re-

lação ao meio ambiente. Então

eles confeccionaram um manual

de boas práticas e quando eu o

recebi pensei, ‘Eu vou fazer uma

loja nova, por que não fazer den-

tro dessa concepção?’”.

Nilva contatou a Goodyear,

que ofereceu suporte por meio

de uma consultoria, e chamou

também dois estudantes da Uni-

versidade do Rio Grande do Sul,

que elaboraram o projeto da

loja-conceito. “Eles pensaram

em tudo o que podíamos fazer

para diminuirmos ao máximo o

impacto ambiental e promover

a sustentabilidade. Eles amplia-

ram a concepção que tínha-

mos”, afi rma Nilva.

DIA A DIA

Foram muitos os conceitos

implantados na loja-modelo da

Bellenzier. O não desperdício é um

deles, praticado por meio da reutili-

zação da água da chuva e gerando

uma economia de 30 mil litros por

mês. Três caixas-d’água sob o solo

captam a água escoada pelo telha-

do verde e pelos pisos de grama ou

de concreto drenante, que permi-

tem maior absorção pelo solo. Essa

água é aproveitada principalmente

nos sanitários, na limpeza do piso

interno e para regar as áreas ver-

des. O telhado verde proporciona

conforto térmico, melhorando as

condições termoacústicas no inver-

no e no verão, elimina CO2 e ainda

serve de suporte para ninhos de

pássaros. “Essa prática do telhado

verde está se espalhando ao redor

do mundo, principalmente na Eu-

ropa”, explica Dantas.

Nos painéis da fachada são

utilizadas lâmpadas de LED – que

economizam até 90% mais ener-

gia que as comuns – e no espaço

interno, opções também mais eco-

nômicas, além de sensores de apro-

ximação em depósitos e banheiros.

Vidros duplos nas janelas também

contribuem para a redução do con-

sumo de energia elétrica, ameni-

zando o frio e o calor no ambiente

interno. As portas da loja, um dos

poucos materiais em madeira, são

certifi cadas pelo Conselho Brasileiro

de Manejo Florestal (FSC). “Quan-

do nós fi zemos a obra, tivemos a

preocupação de utilizar madeiras

de refl orestamento,

além de selecionar

as empresas que

prestaram serviços

por serem éticas e

terem preocupação

com a preservação

do meio ambien-

te”, lembra Nilva.

A Bellenzier fez

o plantio de árvores

nativas ao redor da

loja e construiu um bicicletário para

seus funcionários. “Estimulamos os

que moram mais próximos a virem

de bicicleta”, explica Nilva. Os fun-

cionários são os responsáveis pela

coleta seletiva do lixo e pela reci-

clagem dos subprodutos da reca-

pagem. “Essas são ferramentas de

negócios que temos para atender

nossos clientes. Diretamente, elas

17

100% dos funcionários da Goodyear receberam educação sobre o tema sustentabilidade, começando pelo presidente até o ‘chão de fábrica’Miguel Dantas, gerente de sustentabilidade da Goodyear do Brasil

17

Nilva Bellenzier, diretora da Bellenzier Pneus

Sustentabilidade MA 81.indd 17 12/9/2011 17:21:41

Page 18: Revista Mais Automotive 81

18

SUSTENTABILIDADE

18

proporcionam um prolongamento

da vida útil do pneu, o que faz com

que você tenha menos necessida-

de de ir ao meio ambiente retirar

matéria-prima e utilizar energia na

produção de novos produtos. En-

tão as ferramentas de gestão den-

tro da loja também

corroboram esse

posicionamento

da Goodyear de

trabalhar a susten-

tabilidade”, explica

Dantas.

Para Nilva, esse

é um trabalho que

tem que ser cons-

truído: “Nós es-

tamos educando.

Temos feito pales-

tras com todos os

funcionários, de

todas as nossas lojas, para criar

essa consciência dentro da empre-

sa. Já no ano passado, quando fi -

zemos a convenção da Bellenzier,

que reúne toda a rede, trouxemos

o Miguel Dantas e fi zemos pales-

tras, procurando conscientizá-los.

Já fi zemos melhorias nos processos,

mas se eu disser que já está 100%

eu estaria mentindo. Estamos cons-

truindo isso. Os funcionários vão

criando uma consciência e também

levam isso para suas famílias”.

REFERÊNCIA

Agora, Nilva pretende expan-

dir o projeto para toda a rede. “À

medida que formos fazendo lojas

novas, esse passou a ser um pa-

drão; para as que já estão em fun-

cionamento, faremos adaptações.

Por exemplo, em quase todas as

lojas já trocamos a iluminação in-

terna; e quando reformarmos a

fachada, vamos trocar as lâmpa-

das por LED e usaremos tintas com

menos produtos químicos. Gra-

dativamente iremos nos adaptan-

do”. Dantas explica que toda vez

que uma revenda manifesta inte-

resse em abrir uma nova agência,

tudo é construído a quatro mãos.

“A gente quer que mais parceiros

nossos sigam esse caminho”.

O custo da loja, segundo Nilva,

cresceu em torno de 15% sobre

o valor original da obra. “Mas em

menos de três anos a gente tira a

diferença com a economia gerada,

depois, para o resto da vida, vai ser

lucro. Temos que considerar que

desde o início já é um lucro para

o planeta também”, afi rma. Para

Dantas, essa loja é um refl exo da

fi losofi a da Goodyear, que sempre

teve como estratégia trazer a sus-

tentabilidade para dentro do negó-

cio. “Nós temos um manual de boas

práticas para as nossas revendas. A

Bellenzier queria fazer a diferença

na região em que atua e a empre-

sa coaduna com a nossa fi losofi a”.

Mas o gerente explica que eles não

colocam pré-requisitos para os re-

vendedores. “Nosso jeito de fazer é

por meio do engajamento. Quando

a gente percebe que nossos par-

ceiros têm o mesmo olhar que a

gente, disponibilizamos facilidades

para que eles venham para o nosso

caminho”, afi rma Dantas.

Segundo ele, é importante

que a loja sirva de exemplo para

os demais parceiros da empresa e

também para a sociedade como

um todo. “Sustentabilidade é

um dos nossos valores e isso se

traduz de várias formas, do pon-

to de vista dos produtos e das

ferramentas de gestão. Isso está

dentro do nosso business. Esta-

mos há três anos em um proces-

so, que em março concluímos,

em que 100% dos funcionários

da Goodyear receberam educa-

ção sobre o tema sustentabilida-

de, começando pelo presidente

até o ‘chão de fábrica’”. Nessa

seara, a educação e o engaja-

mento, com certeza, são os mo-

tores da sociedade.

À medida que fomos fazendo lojas novas, esse passou a ser um

padrão; para as que já estão em funcionamento, faremos adaptações

Nilva Bellenzier, diretora da Bellenzier Pneus

Miguel Dantas, gerente de

sustentabilidade da Goodyear do Brasil

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Page 19: Revista Mais Automotive 81

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Page 20: Revista Mais Automotive 81

20

REPARAÇÃOREPARAÇÃO

Segundo Douglas Tadeu de Carva-

lho, analista de projetos do Sebrae-SP

e gestor desse novo projeto, a cadeia

de comércio e serviços automotivos é

prioridade da entidade, conforme esta-

belece o plano plurianual programado

até 2015. “O Romat surgiu no Empre-

ender, em uma parceria do Sebrae com

a Facesp e a Associação Comercial. Para

esse projeto precisávamos de grupos

maduros porque construímos para eles

um projeto específi co de conhecimento

em gestão”, afi rma o analista.

20

ODouglas Tadeu de Carvalho, analista

de projetos do Sebrae-SP e gestor

do novo projeto que benefi cia o

grupo Romat

Choque de gestão

grupo Romat (Rede de Ofi-

cinas Mecânicas do Alto

Tietê) é fruto do Projeto

Empreender do Sebrae-SP. Criado há

oito anos, hoje conta com cerca de

20 integrantes das cidades de Ferraz

de Vasconcelos (SP) e seus arredores.

Neste ano, os empresários ganharam

mais uma iniciativa do Sebrae. Ainda

sem nome, o projeto, que terá dura-

ção até o fim de 2011, prevê oficinas,

missões, consultoria e um evento de

captação de mercado.

Por Patrícia Malta de Alencar [email protected]

Fotos Divulgação

A Rede de Ofi cinas Mecânicas do Alto Tietêcomemora seu oitavo aniversário investindo em melhorias

20

de gestãode gestãoChoque de gestãoChoque

Reparação MA 81.indd 20 8/9/2011 17:22:09

Page 21: Revista Mais Automotive 81

212121

PROGRAMAÇÃO

O projeto contempla três ofi cinas de

empreendedorismo, fl uxo de caixa e mer-

cado. “São temas ligados à gestão que a

gente quer que os empresários prestem

atenção. A ofi cina de empreendedorismo

é para tratar a parte comportamental do

empresário e conhecer as características do

empreendedor; a de fl uxo de caixa é para

que ele dê a devida importância à parte

fi nanceira da empresa – às vezes escuta-

mos o empresário falando: ‘puxa, entrou

dinheiro, mas no fi nal do mês a gente não

vê onde esse dinheiro foi parar’. Isso ocorre

porque ele não tem controle e não sabe se

o negócio está tendo lucro ou prejuízo; e

na ofi cina de mercado a gente o prepara

para conhecer o cliente e os quatro Ps: Pro-

duto, Praça, Preço e Promoção. Também

alinhamos o serviço que ele presta empi-

ricamente, sem conhecer seu cliente e seu

mercado”, explica Carvalho.

Além das ofi cinas, são realiza-

das duas missões empresariais, como

benchmarking. Uma foi a ida do grupo

ao Encontro Regional de Reparadores em

Birigui, para que eles pudessem trocar

ideias; e a outra ainda não aconteceu,

mas pode tanto ser a visita a uma fábrica

quanto a participação em uma feira do

setor. É também promovido um evento

de acesso a mercado, que será o Check

Up Solidário. Durante o evento, que pro-

vavelmente será realizado em outubro,

participam os parceiros do grupo, que

montam um posto para cada item a ser

avaliado no carro, como amortecedor e

injeção. “Essa é uma ação de acesso a

mercado, para converter os participantes

em clientes. Mas é solidário também por-

que o que se cobra para fazer o check

up são alimentos, que depois são doados

para casas benefi centes”, diz o gestor.

Por fi m, são realizadas consultorias

NAN (negócio a negócio) – que consis-

tem em pelo menos três consultas indi-

viduais em cada empresa e, depois, uma

consultoria coletiva, que abordará desde

fi nanças até o marketing. “O NAN come-

ça com um levantamento e diagnóstico

dos processos de gestão da empresa,

quanto à liderança, fi nanças, marketing,

estoque, etc. Eles já preencheram os da-

dos, eu vou tabular e, então, visitar as

empresas para passar um prognóstico”.

CONTINUIDADE

Este novo projeto é mais amplo

que o Romat, porque poderá agregar

mais empresas e dará continuidade ao

Empreender com a diferença, segundo

Carvalho, que neste há um resultado

a ser alcançado no fi nal. “No início do

projeto foi feita uma medição, a T-0,

Integrantes do Romat participam de aulas de empreendedorismo

Reparadores integrantes do Romat ao lado da agente do Projeto Empreender, Débora Assis (de azul)

Reparação MA 81.indd 21 8/9/2011 17:22:18

Page 22: Revista Mais Automotive 81

22

REPARAÇÃOREPARAÇÃO

22

em que a gente pediu para eles apron-

tarem quantos clientes tinham, quanto

tiveram de receita, etc., para que pu-

déssemos estabelecer alguns indicado-

res. Ao fi nal do projeto, vamos medir

de novo esses mesmos indicadores

(T-1), para verifi car, então, qual foi o

resultado, se evoluímos, se as medidas

foram efetivas ou não. Essa metodolo-

gia nós chamamos de Gestão Estratégi-

ca Orientada para Resultados”.

Débora Assis, agente do Projeto

Empreender, pelo qual o Romat foi

criado, explica que este projeto ini-

cial do Sebrae tinha como foco reunir

empresas do mesmo ramo para que,

juntas, fizessem o que não podiam fa-

zer sozinhas, como promover palestras

de capacitação do interesse deles, por

exemplo. “O foco principal era apren-

der a gerir o negócio, porque eles são

ótimos mecânicos, mas não são em-

presários. Pegamos essas dificuldades

individuais e trabalhamos dentro do

grupo. Temos pessoas que são ótimas

em gestão dentro do grupo e outras

que não, então eles podem se ajudar”,

explica a agente.

Hoje o Romat não tem mais o apoio

financeiro inicial do Sebrae no Projeto

Empreender, mas Assis continua com

o grupo, sendo paga pela Associação

Comercial. “O grupo já tem um caixa

hoje e tem parceiros também, como

as empresas que patrocinam o Check

Up”, completa. Para este novo projeto

do Sebrae, que ainda não tem nome,

o valor orçado do financiamento foi

de R$ 75 mil a R$ 150 mil. As ações

programadas devem acontecer até o

final deste ano, mas a ideia de Carva-

lho é que o grupo continue no projeto

em 2012.

FEEDBACK

“O grupo teve sucesso nesses oito

anos. Tivemos desistências também, mas

muitos voltaram depois que entenderam

como é trabalhar em conjunto”, diz Dé-

bora Assis. Para Carvalho, os empresários

Chiquinho, que faz parte do grupo desde o início, leva motivação para

todos com o seu sucesso

já perceberam a importância de participar.

“Nesse grupo temos o Chiquinho, que foi

campeão do premio MPE Brasil no ano pas-

sado, representando o estado de São Paulo

na categoria comércio. O sucesso que ele

tem obtido é muito importante para o res-

to porque leva motivação para todo mun-

do, incentiva a competitividade”.

“Temos ofi cinas em vários patama-

res, algumas mais antigas, que estão

num patamar excelente, como o Chiqui-

nho, e gente que ainda está começan-

do. O Chiquinho está no grupo desde o

início e, como líder, leva os pequenos,

alertando sobre o que eles têm que fazer

para crescerem. Então, todo mundo que

entra no grupo só ganha, não tem nada

a perder”, complementa Assis. Francisco

Severiano Alves, o Chiquinho, da Mecâ-

nica Chiquinho, concorda. “Já passou

um monte de gente no grupo, mas eu

continuo lá. Alguns saíram pela difi cul-

dade de acompanhar as reuniões e de

mostrar resultados frente às cobranças

que o gestor do grupo faz”.

O erro, segundo ele, é a pressa em

ver resultados: “Muitos pensam que,

por estar no projeto, terão resultados

Reparação MA 81.indd 22 8/9/2011 17:22:28

Page 23: Revista Mais Automotive 81

23

acontece na ofi cina. Na segunda vez que

voltei para o grupo é que eu consegui

ver realmente que isso fazia diferença,

que parcerias dão certo”, afi rma Mo-

rais. O presidente do grupo percebe sua

evolução, principalmente na parte de

controle de dados e na gestão fi nancei-

ra. “Eu fazia as coisas de uma maneira e

através das palestras consegui melhorar,

assim tudo fi cou bem mais fácil”.

Para Chiquinho, a participação do Se-

brae é sempre no sentido de ver o sucesso

do microempreendedor. “Se ele aposta

no empreendedor, tem tudo para esse

empresário colher bons resultados. No

mercado competitivo que estamos hoje,

se não tiver uma boa gestão, boa quali-

dade, você fi ca para trás”. E o prêmio é

o resultado desse investimento. “Signifi ca

que estou aplicando uma boa gestão na

empresa. O que eu aprendo, coloco em

prática e isso me dá resultados, me torna

competidor. Esse prêmio mostra para os

outros integrantes do grupo aonde eles

podem chegar”, completa o empresário.

Mas fi cam os alertas dos mais expe-

riente para os novatos: “Tem gente que

entra e quer ver resultado imediato, mas

a gente não consegue isso, consegue re-

sultados a médio e longo prazo”, reforça

Morais. “O empresário precisa gostar do

que faz e aplicar o que aprender. Uma

boa parte dos empresários não aplica”, o

que não resolve nada, alerta Chiquinho,

com razão. No próximo ano, Douglas

Carvalho, gestor do Sebrae, acredita que

o projeto continuará ativo, agregando

novos empresários da região do Sebrae

Tietê, que reúne os municípios de Biritiba

Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema,

Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá,

Salesópolis e Suzano.

2323

Para o proprietário da Show Motor Automotiva, é preciso enxergar os concorrentes como parceiros, não

como “leões”

Alex Fabiano de Morais, atual presidente do Romat (à dir.) e sua

equipe na Show Motor

em um ano. Mas de dois anos para fren-

te é que eles começam a ter resultado.

A maioria deles não fi ca por isso”. O

empresário premiado está animado com

o novo projeto e acredita que quanto

mais pessoas participarem, melhor será.

Com Alex Fabiano de Morais, pro-

prietário da Show Motor Automotiva e

atual presidente do Romat, a história foi

um pouco diferente. Ele entrou, saiu do

grupo e retornou há cerca de cinco anos.

“No primeiro momento eu saí porque

não consegui enxergar a necessidade de

fazer parcerias, eu achava que o mundo

era leão comendo leão, mas depois eu

percebi que o pessoal estava lá realmen-

te tentando ajudar porque tem mercado

e carro para todo mundo trabalhar sosse-

gado sem haver concorrência”.

Os integrantes do grupo se ajudam

cotidianamente para tentar aprimorar a

gestão do seu negócio. “A gente tem

essa aproximação, essa liberdade de

conversar no dia a dia sobre tudo o que

Reparação MA 81.indd 23 8/9/2011 17:22:43

Page 24: Revista Mais Automotive 81

24

LEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃO

24

Marcha a ré do Executivo

Por Patrícia Malta de [email protected]

Fotos Divulgação

AAprovada pela Assembleia Legislativa paulista e comemorada

pelo mercado, lei de regulamentação das

oficinas acaba vetada pelo governador sob

a justificativa de inconstitucionalidades

diversas

pós comemorar a aprova-

ção, por votação unânime

na Assembleia Legislativa de

São Paulo, do projeto de lei

322/08, que regulamentava a atuação das

ofi cinas mecânicas no estado, o mercado

foi surpreendido com o veto do governa-

dor Geraldo Alckmin, que não sancionou a

lei. A chegada de um instrumento que pro-

porcionaria organização ao segmento, ga-

rantindo mais segurança ao consumidor e

valorizando os empresários que trabalham

com seriedade, mereceu ampla cobertura

da edição 80 da Mais Automotive.

No despacho da autoridade, foram

apontadas diversas justifi cativas para o veto

total. Antonio Fiola, presidente do Sindicato

da Indústria de Reparação de Veículos do Es-

tado de São Paulo (Sindirepa-SP), avalia que

a negativa foi uma “tremenda frustração”.

“Num país que tem tantas leis desnecessá-

rias e depois de passar por todas as comis-

sões da Assembleia, por todos os deputados

estaduais, chegar no governador e sofrer o

veto é muito triste”, afi rmou o representan-

te dos reparadores. O projeto de lei tinha

como objetivo melhorar a qualifi cação da

mão de obra do setor, bem como garantir

maior qualidade de serviços aos consumi-

dores. Segundo Fiola, os estabelecimentos

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Page 25: Revista Mais Automotive 81

25

em atividade não teriam difi culdades para

se adequar às exigências, então a medida

apenas inibiria a abertura e funcionamento

das ofi cinas “boca de lixo”.

O presidente do Sindicato não se

sente derrotado, porém, e seguirá com a

iniciativa. “No despacho do governador

você pode ver que a alegação mais forte

é a de que o projeto deveria ser nacional,

o que nos motiva. Nós vamos entrar em

Brasília. Estamos contatando alguns de-

putados federais, mas ainda não temos

um nome que vai abraçar o projeto”.

O autor do projeto de lei, deputado

Olimpio Gomes, lamentou o veto sem

perder o bom humor, e anunciou que

também seguirá tentando a aprovação do

projeto ainda na esfera estadual: “Aqui

na Assembleia Legislativa a gente já tem

até uma máxima: só não tem projeto ve-

tado quem não tem projeto”.

ARGUIÇÃO

O governador do estado de São Paulo,

Geraldo Alckmin, levantou diversas razões

para justifi car o veto ao projeto de lei nº

322/08. Elencamos, a seguir, cada um dos

apontamentos constantes no despacho.

O primeiro deles é que o es-

tado não teria competência

para legislar sobre matérias

reservadas à União. Neste caso enquadram-

se os dispositivos sobre os direitos dos con-

sumidores; sobre a fi xação de requisitos de

qualifi cação profi ssional; e sobre a invoca-

ção de responsabilidade civil e penal.

A restrição ao exercício da

atividade profi ssional foi

um ponto considerado in-

constitucional, uma vez que a Constituição

Federal “considera livre o exercício de qual-

quer trabalho, ofício ou profi ssão, atendi-

das as qualifi cações profi ssionais que a lei

estabelecer” – nesse caso, o que a lei fede-

ral competente estabelecer.

A obrigação de fi xação em

local visível ao consumidor

do atestado de legalidade

sindical patronal e do certifi cado atestan-

do o cumprimento da lei emitido pelo

respectivo sindicato – estabelecendo san-

ção em caso de descumprimento de seus

preceitos –, viola, segundo o despacho,

frontalmente “a liberdade de associação

profi ssional ou sindical” prevista na Car-

ta Magna. A atribuição da fi scalização da

lei aos sindicatos também é incompatível

com a prescrição constitucional de que

a essas entidades cabe, ao con-

trário, “a defesa dos direitos

e interesses da categoria”.

O valor míni-

mo da multa,

previsto no

projeto, foi de R$ 500 e, o

máximo, R$ 10 mil. O

Código de Defesa

do Consumidor,

porém, determi-

na que a multa

seja graduada

em montante

não inferior a

200 e não

superior a

3 milhões de vezes o valor do IPCA-e

(Índice Nacional de Preços ao Consu-

midor Amplo Especial), que substituiu a

antiga UFIR. Isso quer dizer que o valor

da multa deveria ser estabelecido entre

R$ 442,49 e R$ 6.337.285,64.

A atribuição de poder

sancionatório administra-

tivo à Polícia Militar, para

elaboração de autos de infração visando

à imposição de multa, tampouco está de

acordo com a sua competência prevista

constitucionalmente, que é a de preser-

vação da ordem pública. Sem falar no es-

tabelecimento de prazo de 90 dias para

que o Poder Executivo regulamente a lei,

o que também iria de encontro à legisla-

ção e jurisprudência vigentes.

Por fi m, o governa-

dor chama a aten-

ção para o fato de

a matéria já estar, em parte, dis-

ciplinada: “O Código de Defesa

do Consumidor considera prática

abusiva a colocação no mercado

de consumo de servi-

ço em desacordo

com as normas

expedidas pelos

órgãos ofi ciais

competen-

tes ou pela

Associa-

Deputado Olimpio Gomes, autor do projeto vetado pelo governador Geraldo Alckmin

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Page 26: Revista Mais Automotive 81

26

LEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃO

26

ção Brasileira de Normas Técnicas ou ou-

tra entidade credenciada pelo Conselho

Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial (Conmetro)”.

FUTURO

Apesar dessas observações, fi ca claro

que o projeto não foi, portanto, contesta-

do em seu fi m último, que é exigir a qualifi -

cação profi ssional dos que atuam no setor,

mas foi, por outro lado, pela forma como a

proposta foi colocada. “Meu trabalho ago-

ra é tentar derrubar o veto aqui na Assem-

bleia Legislativa”, afi rma o deputado. Após

o veto, o projeto retorna à Assembleia e

é designado um relator. Para Olímpio Go-

mes, seja qual for o relator, como a votação

do projeto foi unânime, este parlamentar

teria que ser coerente com o voto anterior

e fazer um relatório refutando o veto do

governador para que o projeto seja nova-

mente apreciado no plenário.

Neste caso, se a maioria dos deputados

entender de novo que o projeto é válido,

a própria Assembleia Legislativa, na fi gura

do seu presidente, sanciona a lei e a põe

em execução. “Mas nós temos quase 400

vetos na fi la para serem apreciados antes

do meu. Então, eu não posso ter falsas ex-

pectativas que isso possa acontecer em 15

dias ou um mês. Vou ter que lutar, brigar,

espernear e tentar chegar na opinião públi-

ca para ela ajudar a pressionar”, alega.

Para complicar ainda mais, o deputa-

do lembra que existe na casa uma questão

política. “Na Assembleia Legislativa, hoje,

o governo tem a maioria, 66 dos 94

deputados são da sua base aliada,

que votam qualquer coisa que ele

queira ou não votam o que ele não

quiser. Então, esses mesmos que

aprovaram meu projeto seriam capazes,

agora, de rejeitá-lo, mantendo o veto do

governador”. Para Gomes, o estado per-

deu a oportunidade de valorizar a vida: “A

lei inibiria o trabalho de indivíduos despre-

parados que, ao mexer num veículo, po-

dem decretar uma sentença de morte para

uma família alguns quilômetros depois”.

Quanto aos itens pontualmente ar-

guidos pelo governador para justifi car o

veto, o deputado Olímpio Gomes não tem

preocupação. “Se você for a uma livraria,

vai encontrar uma pilha de livros jurídicos

dizendo que você pode fazer uma coisa e

uma pilha dizendo que não pode. O go-

verno pegou a pilha dizendo que não

pode. Se você for na ótica do go-

verno do estado de São Paulo, a

única coisa que você vai aprovar

na Assembleia Legislativa é projetinho com

nome de escola, nome de prédio público e

coisas assim, ornamentais. O projeto é fac-

tível, tem pertinência legal e constitucional

e não está ferindo o sistema federativo”.

A Mais Automotive continuará acompa-

nhando o trâmite do projeto na Assembleia

do estado de São Paulo e na

Câmara, para manter os

leitores atualizados.

- A ofi cina precisaria ter “um res-

ponsável operacional pelos serviços

executados nos veículos automoto-

res”, que assumiria o serviço pres-

tado pela ofi cina perante a lei, com

responsabilidade civil e criminal; e

também “um profi ssional que atenda

os requisitos de capacitação de

norma técnica expedida pela ABNT”,

ou seja, que dispõe sobre os critérios

mínimos de nível de escolaridade,

capacitação e tempo de experiência

para a sua qualifi cação,

mas essas duas exigências

poderiam ser cumpridas

por uma pessoa só.

- Os serviços realizados nas ofi cinas te-

riam que atender às normas da ABNT; os

equipamentos utilizados, às exigências

do Inmetro, bem como às especifi cações

técnicas dos fabricantes de autopeças.

- As ofi cinas deveriam possuir o ates-

tado de legalidade sindical patronal

e o certifi cado de cumprimento dos

dispositivos desta lei fi xados em local

visível ao consumidor.

- A fi scalização do cumprimento desta

lei seria feito pela Polícia Militar ou, uma

vez fi rmados convênios entre o estado e

os municípios, por guardas municipais.

O que o projeto de lei nº 322/08 previa

Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP

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Page 27: Revista Mais Automotive 81

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Page 28: Revista Mais Automotive 81

28

GESTÃOGESTÃO

28

Procuram-se

ão de obra qualificada

sempre foi um desafio

para a reparação inde-

pendente, mas a situ-

ação se agravou com a chegada dos

veículos eletrônicos na década de 90,

exigindo um conhecimento que mui-

tos mecânicos não tinham – até hoje,

nem todos têm, pois há certa resis-

tência ou até mesmo falta de recursos

financeiros ou tempo para voltar às

salas de aula.

Com o mercado aquecido, a

situação se torna ainda mais delicada,

já que há uma demanda crescente por

esses profissionais e poucos estão dis-

poníveis, levando as oficinas a assedia-

rem os funcionários umas das outras

e, ao mesmo tempo, investirem mais

em seus mecânicos para mantê-los.

Para pequenas e médias empresas, es-

ses são desafios contundentes, afinal,

grande parte do sucesso do negócio

está exatamente nas mãos da equipe.

Este é um cenário que não se res-

tringe ao setor automotivo, conforme

explica a sócia-diretora da Consultoria

Especializada em Gestão Organizacio-

M

Ofi cinas revelam suas estratégias para encontrar profi ssionais qualifi cados, um desafi o cada vez

maior para os gestores do segmento

nal TOP PRIME, Sandra Estefan. “Qual-

quer que seja o porte da empresa, está

cada vez mais difícil montar uma equipe

em que se possa reter os colaboradores

ou até mesmo buscá-los no mercado.

Raramente atendo uma empresa em

que os funcionários não estão olhando

o mercado. Hoje é muito comum você

ver pessoas que fi cam no máximo seis

meses em cada emprego”.

Para a administradora da Mecânica

Kyodai, Elaine Endo, a primeira difi cul-

dade surge antes mesmo da contrata-

ção desse profi ssional; a barreira inicial

Principal formador de profi ssionais para

a reparação automotiva, o Senai também

faz a ponte entre seus alunos e o mercado

de trabalho. Ciente da grande demanda

por reparadores, o coordenador de cursos

do Senai Conde José Vicente de Azevedo

(SP), Valdir de Jesus, conta que a escola

dá preferência para os alunos encaminha-

dos por ofi cinas ou concessionárias no

momento da seleção para os cursos de

aprendizagem, que duram dois anos e são

voltados a jovens de 14 a 23 anos. “Eles

podem ser encaminhados por empresas

ou até contratados durante o curso ou ao

término. Damos preferência para alunos

encaminhados por essas empresas porque

sabemos que eles serão aproveitados”. No

último processo seletivo, 19 das 32 vagas

foram preenchidas por esses alunos.

Valdir de Jesus conta que as outras vagas

são oferecidas para a comunidade e os

candidatos interessados passam por um

processo seletivo. “A concorrência é

muito grande, entra aquele que tem melhor

escolaridade, que é o aluno de classe média.

Só que a pessoa faz o curso, mas não quer

seguir a carreira de mecânico, serve como

um trampolim para fazer um curso de enge-

nharia ou tecnólogo. Muitos fazem porque

o pai entende que o Senai vai dar uma boa

Senai aproxima estudantes do mercado

Gestão MA 81.indd 28 12/9/2011 17:27:24

Page 29: Revista Mais Automotive 81

292929

Por Larissa Andrade [email protected] Divulgação

é chegar até ele. “Quando precisamos

de um mecânico, vamos até o Senai ou

procuramos pela internet, mas pela in-

ternet não temos muito retorno porque

esses profi ssionais não usam muito essa

ferramenta”. Elaine diz que nem as

tradicionais agências de emprego são

muito efetivas nesse segmento, fazen-

do com que a ofi cina tenha um grande

desafi o para que as vagas em aberto

na empresa cheguem ao conhecimento

dos profi ssionais interessados.

Elaine ainda compara o segmento

com o de empregadas domésticas, que

contam com agências que não só fa-

zem essa ligação entre o empregador

e o empregado, mas também verifi cam

referências e se o perfi l desejado se en-

caixa com o dos candidatos. Ou seja, o

contratante já tem alguma segurança

no momento de contratar, quando,

Senai aproxima estudantes do mercado

Entre em contato com o Senai

Conde José Vicente de Azevedo (SP)

• Orientadora profissional

Ana Carolina

[email protected]

• Coordenador de estágio

Eduardo Pedreira

[email protected]

• Coordenador de cursos

Valdir de Jesus

[email protected]

• Em outros estados, confira o site:

www.senai.br

base para ele”. Com isso, até mesmo na escola

responsável pela formação há dispersão.

Além do curso de aprendizagem, o Senai

oferece o curso técnico, também gratuito e

com dois anos de formação. O técnico tem

uma formação mais ampla, que engloba desde

a matéria-prima utilizada no veiculo, passa pelo

processo de fabricação das autopeças, monta-

gem e também o pós-venda.

Esses dois cursos, chamados de regulares,

contam com cerca de 1.000 a 1.100 alunos.

Esses estudantes são bastante assediados

pelas empresas, que entram em contato com

os coordenadores de estágio, responsáveis por

fazer a ponte. “O grupo Sinal, da Fiat, já veio

duas vezes aqui esse ano com uma lista de

vagas que vai desde auxiliar mecânico até assis-

tente administrativo. Eles ofereceram 80 vagas

e preencheram todas com o pessoal do Senai.

Alguns acabaram de entrar na escola, mas

eles sabem que já são diferenciados”. O GOE,

Grupo de Ofi cinas Especializadas, também deve

organizar um mutirão como esse em breve.

Jesus diz que “para o curso de aprendizagem e

técnico, só não sai empregado quem não quer”.

A demanda é tão grande que, no passado, as

empresas chegavam à escola procurando estu-

dantes que estavam se formando; agora, elas

já estão de olho em quem acabou de ingressar.

“Já querem garantir esse aluno”.

bons mecânicos

Gestão MA 81.indd 29 12/9/2011 17:27:25

Page 30: Revista Mais Automotive 81

30

GESTÃO

30

to e os candidatos são encaminhados

através da central do sistema. “O que

dá mais retorno para gente é o classi-

fi cado. Preferimos uma pessoa neutra,

porque às vezes os mais experientes já

vêm com vícios. O número de candi-

datos é grande, mas os que atendem

nossas necessidades são poucos. Se eu

colocar um anúncio no jornal, vão apa-

recer uns 30, mas os que conhecem um

scanner são dois ou três, isso se apare-

cer algum”, diz Lima.

Para o proprietário do Pit Stop Car

Center, com duas lojas em Salvador

(BA), Nilton Soares, o jeito mais efi-

ciente de chegar ao reparador é o SIM

(Sistema de Intermediação de Mão de

Obra), uma iniciativa do governo esta-

dual que funciona no mesmo modelo

do SINE. Além disso, ele anuncia em

jornais e procura indicações no Senai

da região. “Pelo jornal, só consegui-

Além de oferecer

qualifi cação, Senai funciona

como ponte entre os alunos

e o mercado

Apagão de mão de obra é generalizado

muito profi ssional que é só ‘trocador de

peça’. Para suspensão e motor não é

tão difícil encontrar”, conta o encarre-

gado de ofi cina Carlos Alberto de Lima,

da Silcar. Para contratar um novo fun-

cionário, o estabelecimento recorre a

indicações, classifi cados no jornal e ao

SINE (Sistema Nacional de Emprego),

um programa do governo em que as

empresas indicam suas vagas em aber-

no caso da reparação automotiva, mui-

tas vezes o candidato diz ter um conhe-

cimento que na verdade não tem.

COMUNICAÇÃO

Em Brasília, o maior problema é

exatamente encontrar profi ssionais

atualizados. “Nossa principal difi cul-

dade é injeção eletrônica, porque tem

A imprensa brasileira tem noticiado nos

últimos meses a dificuldade enfrentada

por empresas de diferentes setores para

o preenchimento de vagas em suas equi-

pes de profissionais. A pesquisa “O que

falta ao trabalhador brasileiro”, realizada

recentemente pela Federação das Indús-

trias do Estado do Rio de Janeiro, mos-

trou que 60,9% das empresas pretendem

aumentar o quadro de funcionário nos

próximos meses. No entanto, o estudo

também constatou que, deste grupo,

53% não tiveram sucesso na tentativa de

preencher parte dos postos de trabalho

nos últimos seis meses.

Para o presidente da ISA Distrito 4 (coli-

gada à International Society Automation),

Jorge Ramos, uma parcela da responsa-

bilidade por esse apagão no país é do

governo. “Claro que existiu falha do go-

verno, porque no Brasil os investimentos

das empresas são muito guiados pelos

investimentos governamentais”.

Um exemplo recorrente na mídia são os

engenheiros. “Tem gente muito expe-

riente se aposentando e tem gente se

formando, mas falta o profissional médio,

que já tenha alguma experiência. Esse

problema não tem sido contornado e

ocorre uma sobrecarga dos colabora-

dores existentes”, diz Ramos. Segundo

dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Eco-

nômica Aplicada), se a economia crescer

3% até 2015, haverá demanda para

1,168 milhão de engenheiros, enquanto

o número de diplomados será de apenas

1,099 milhão. Caso o crescimento seja

de 7% ao ano, o déficit será de quase

700 mil profissionais.

Gestão MA 81.indd 30 12/9/2011 17:27:28

Page 31: Revista Mais Automotive 81

31313131313131313131313131313131

mos uma ou duas respostas. E, às ve-

zes, ainda aparecem dificuldades como

o candidato garantir que tem determi-

nada qualificação e, na verdade, não

tê-la. Outro caminho é a procura por

pessoas indicadas”, conta.

A especialista Sandra Estefan diz

que, nessa área, relacionamento é fun-

damental. “Para esse perfi l de profi s-

sional, agências não são o meio ideal.

É um tipo de profi ssional que você

vai buscar em campo, a partir de um

networking, através de contato com

outros profi ssionais e também indo até

os cursos profi ssionalizantes, onde es-

tão as pessoas que têm interesse em se

aprimorar, e aí você oferece uma vaga,

por exemplo, anunciando em painéis”.

Sandra explica que, embora os me-

cânicos ainda não estejam tão presen-

tes na internet, não se deve ignorar

esse meio. “Há pessoas conectadas

à internet que podem divulgar tais

vagas, como os filhos desses profis-

sionais”. Anunciar as oportunidades

nos perfis da empresa em redes sociais

pode ser uma boa alternativa, assim o

empresário atinge fornecedores, co-

laboradores e clientes, expandindo a

rede que receberá a informação.

SELEÇÃO

Depois de atrair os candidatos à

empresa, é o momento de selecionar

o profissional ideal, tarefa que requer

tempo, paciência e preparação. Não

adianta contratar o primeiro interessa-

do que aparecer só porque a oficina

está com muito movimento, é neces-

sário verificar se o candidato atende as

exigências técnicas e se tem um perfil

adequado à visão da empresa, confor-

me alerta a consultora Sandra Estefan.

“Eu aconselho muito o teste prático

para todo tipo de profissional. Se você

precisa de uma pessoa técnica, tem

que aplicar alguns testes para saber

até onde ela pode evoluir, porque às

vezes ela não tem todo o conhecimen-

to, mas tem potencial”.

Encontrar um candidato que talvez

não tenha tantos conhecimentos prá-

ticos, mas esteja disposto a aprender,

também não é tão simples. “Aqui em

Salvador é muito normal a dificuldade

para contratar, porque o pessoal, além

de desqualificado, é desinteressado.

Quando você oferece treinamento,

muitos não percebem que estão

Ofi cinas devem fazer testes práticos antes da contratação

Gestão MA 81.indd 31 12/9/2011 17:27:37

Page 32: Revista Mais Automotive 81

32

GESTÃO

32

tendo oportunidade de aprender, a

maioria acha que aprender é fazer um

favor para o dono da oficina”, diz Nil-

ton Soares, do Pit Stop Car Center.

No sul do país, a situação não é tão

diferente. O proprietário da Mecânica

Schifelbein, Cesar Schifelbein, diz que

isso vem acontecendo principalmente

por conta da transformação pela qual

o mercado vem passando. Se, antes, as

oficinas eram um negócio que passava

de pais para filhos, hoje a segunda ge-

ração já não mostra interesse em se-

guir na mesma área. “O Senai prepara

os jovens, mas há um grande desin-

teresse e, a cada cem, apenas um vai

evoluir nesse meio. E esse um é absor-

vido muito rápido devido à grande de-

manda”. Com uma estrutura enxuta, o

empresário decidiu investir na forma-

ção de um jovem interessado na área

quando seu único funcionário saiu da

empresa. “Ele trabalhava de telemoto

e fez um curso no Senai. Estava deci-

dido a entrar no mercado e começou

a procurar as oficinas. Muitas vezes,

foi recusado porque não tinha expe-

riência, mas demonstrou um interesse

muito grande e ganhou credibilidade

comigo. Ele foi se preparando e nós

fomos dando oportunidades”.

Se o candidato apresenta o conhe-

cimento técnico adequado e compro-

va isso através dos testes realizados,

o empresário deve analisar se o perfil

do profissional também se encaixa ao

que a empresa deseja. Muitos encon-

tram dificuldade em fazer essa avalia-

ção, já que possuem apenas uma visão

mais técnica do negócio. No entanto,

essa iniciativa é fundamental e pode

representar a garantia do sucesso da

parceria que está começando. Afinal,

se o empresário contrata um mecâni-

co com perfil mais individualista, por

exemplo, será que ele estará dispo-

nível para ajudar os colegas

quando necessário?

Para essa avaliação,

a especialista Sandra

Estefan recomenda

a contratação de

uma consultoria,

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego.

tram dificuldade em fazer essa avalia-

ção, já que possuem apenas uma visão

14,0

12,0

10,0

8,0

6,0

4,0

2,0

0,0

11,9

2002

2003

12,8

2004

11,2

2005

9,5

2007

9,5

2006

10,8

2008

8,1

2009

8,0

2010

6,96,0

2011

A taxa de desocupação de julho de 2011 foi estimada em 6% para o

conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. O índice,

o menor apurado para o mês de julho desde 2002, mostra que é cada

vez menor o contingente de profissionais disponíveis no mercado de

trabalho, o que reforça a dificuldade para o preenchimento de vagas

em todos os setores da economia, inclusive o automotivo e seus

diferentes segmentos.

Veja no gráfico abaixo a evolução da taxa de descocupação

nos meses de julho para o conjunto das seis regiões

metropolitanas pesquisadas.

Número dedesempregados

em queda

Gestão MA 81.indd 32 12/9/2011 17:27:38

Page 33: Revista Mais Automotive 81

33

mesmo que a ofi cina seja de peque-

no porte. “O que costumamos fazer

com nossos clientes é a formatação

da equipe. Aconselho contratar uma

consultoria porque será uma visão

externa. E o ideal é ter uma pessoa

de fora já selecionando, acompanha-

da de uma pessoa da área adminis-

trativa da empresa, as duas vendo se

o candidato tem o perfi l adequado.

Não vejo a parte técnica como pri-

meiro critério, porque, às vezes, o

profi ssional não tem todo o conheci-

mento, mas tem potencial”.

TREINAMENTO

Com a difi culdade de encontrar

profi ssionais qualifi cados no merca-

do, não sobram muitas opções para

a ofi cina que procura funcionários: a

saída é treinar e investir. Nilton Soa-

res, proprietário do centro automo-

tivo Pit Stop, de Salvador, é um entre

os que mudaram a visão em relação

ao tema. “Eu não tenho a cultura

de treinar, mas estou passando a fa-

zer isso”. Ainda assim, ele diz que

o funcionário não costuma valorizar

essa iniciativa da empresa.

Para Sandra Estefan, o caminho

é exatamente esse. “As empresas

não têm alternativa. Eu não acho

desvantagem treinar o pessoal. É

verdade que há o risco do profis-

sional sair, mas se a oficina fizer de

maneira adequada, estimulante e

souber reter, estará investindo em

um treinamento que é muito es-

pecífico. A gente vê muito isso em

concessionárias, onde as fábricas

fazem treinamentos bastante técni-

cos”, compara.

O gaúcho César Schifelbein vem

treinando sua equipe e não se arre-

pende. Mas, além de possibilitar que

o funcionário realize treinamentos e

esteja constantemente atualizado, ele

também investe na fi delização desse

profi ssional. “Para o rapaz que tra-

balha conosco, sempre procuramos

dar remuneração compatível dentro

das nossas possibilidades. Investimos

nele, proporcionamos conhecimento

para que veja retorno e estamos pro-

curando transformá-lo num profi ssio-

nal. Damos preferência para ele por-

que ele investe na gente também”.

Já Soares, da Pit Stop, oferece

comissões para mecânicos de algu-

mas áreas por serviços realizados.

Assim, ele os mantém motivados

e a estratégia também serve de in-

centivo para que aqueles que ainda

não possuem determinado conhe-

cimento técnico passem a buscá-

lo. A consultora Sandra Estefan

diz que a retenção dos talentos é

mesmo responsabilidade da empre-

sa. “Você precisa oferecer benefí-

cios. Quando se trata de funcioná-

rio de nível operacional, é preciso

oferecer benefícios de fato, como

assistência médica, mas de forma

diferenciada, um plano que possa

oferecer para a família”.

A especialista também indica

planos de incentivo e ações de

integração, como um churras-

co mensal, aluguel de qua-

dra de futebol, atitudes

que possam mostrar que

a empresa valoriza suas

pessoas. E essa valo-

rização é fundamen-

tal. Afinal, não muito

longe da sua oficina

pode haver um con-

corrente à espera de

uma oportunidade

para levar o capital

mais valioso de

seu negócio.

3333

souber reter, estará investindo em

um treinamento que é muito es-

centivo para que aqueles que ainda

não possuem determinado conhe-

rio de nível operacional, é preciso

oferecer benefícios de fato, como

assistência médica, mas de forma

diferenciada, um plano que possa

oferecer para a família”.

A especialista também indica

planos de incentivo e ações de

integração, como um churras-

co mensal, aluguel de qua-

dra de futebol, atitudes

que possam mostrar que

a empresa valoriza suas

pessoas. E essa valo-

rização é fundamen-

tal. Afinal, não muito

longe da sua oficina

pode haver um con-

corrente à espera de

uma oportunidade

33

Chegar até os reparadores é um dos desafi os da Mecânica Kyodai

Gestão MA 81.indd 33 12/9/2011 17:27:41

Page 34: Revista Mais Automotive 81

34

CAPA

34

AIndústrias investem em centros de

treinamento para levar reparadores

para dentro da fábrica e ensinar

sobre seus sistemas e produtos

Sala de aula prática

Por Larissa Andrade e Patrícia Malta de Alencar

[email protected] Fotos Divulgação e Novo Meio

discussão sobre a falta de

acesso dos reparadores às

informações técnicas sobre

sistemas e produtos auto-

motivos é uma queixa antiga dos repa-

radores, especialmente quanto ao con-

teúdo de propriedade das montadoras.

Do lado das indústrias de autopeças, a

realização de cursos e treinamentos

minimiza o problema. Melhor ainda

quando esse conhecimento é transfe-

rido na própria fábrica, nos centros de

treinamento dessas empresas.

O que começou com visitas em campo,

na ofi cina do cliente, está se expan-

dindo para a criação de unidades na

própria indústria, com aulas teóricas

e práticas intensivas, aproveitando a

estrutura do fabricante para a trans-

ferência desse valioso conteúdo.

Por trás dessa postura, está uma via

de duas mãos: ao passo que o mecâ-

nico sente-se mais seguro, com infor-

mações de primeira mão da indústria,

esta ganha aproximação e fi deli-

zação de seus clientes, além de um

melhor tratamento do seu produto, o

que resultará em menos retornos de

garantia, promovendo uma melhor

imagem da empresa no mercado.

CAPA

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Page 35: Revista Mais Automotive 81

3535

ATITUDE

Especialista em injeção eletrônica, a Pi-

vatto Car, localizada em São Bernardo do

Campo (SP), costuma receber convites para

participar dos cursos nos centros de treina-

mento das indústrias. Mas quando eles não

chegam, o sócio-proprietário, Gabryel Elias,

corre atrás. “Algumas indústrias enviam as

informações sobre os treinamentos e de

outras nós vamos atrás. Como somos espe-

cialistas em injeção, recebemos informações

sobre os cursos dessa área. A frequência va-

ria, mas temos normalmente um por mês”.

Um dos CTs onde a equipe da Pivatto

já marcou presença é o da Bosch, que tem

50 anos de tradição no país. O primeiro CT

da indústria fi cava na planta antiga, mas foi

transferido para Campinas em 1974. Mun-

dialmente, a fabricante tem 44 centros de

treinamento em 36 países. A estrutura no

Brasil chama a atenção: são quase 800 m2

com quatro salas teóricas e três boxes práti-

3535

Monroe Axios oferece treinamentos sobre amortecedores e peças de borracha para suspensão

Na Bosch, foco do treinamento é a parte

prática, já que o reparador é um profi ssional sinestésico

cos. “Existem muitos equipamentos e ban-

cadas de teste das mais modernas. A Bosch

tem a preocupação de ter todos os equipa-

mentos comercializados no CT, que incluem

a linha undercar, analisadores de gases,

scanners e simuladores para freios hidráu-

licos em ABS”, diz a chefe de Treinamento

Técnico e Comercial da divisão Automotive

Aftermarket da Bosch, Lucia Cuque.

No CT da Bosch, o reparador encon-

tra cursos presenciais de equipamentos de

diagnóstico e de sistemas, além de seminá-

rios, que funcionam como um treinamen-

to conceitual em que são apresentadas as

tecnologias da marca. Cuque explica que o

catálogo de treinamento é oferecido de ma-

neira irrestrita para o mercado, exceto o cur-

so de common-rail, aberto exclusivamente

a quem adquiriu o ferramental para esse

sistema. “Os cursos variam de oito a 32 ho-

ras e o número de alunos é um diferencial:

de cinco a nove participantes no máximo.

Trabalhamos em células de três alunos para

cada equipamento ou procedimento”.

Robson Lima Barbosa, supervisor da

área técnica da ofi cina Mary Rei, de Salva-

dor (BA), visitou a fábrica da Bosch em Ca-

maçari (BA) neste ano, mas não teve chan-

ce ainda de conhecer o CT. “Lá a gente só

aprendeu como se faz uma vela e recebeu

alguns conhecimentos técnicos sobre a li-

nha de produção”. O que ele queria, po-

rém, eram informações sobre a prática da

reparação propriamente. “Os defeitos que

só a fábrica tem acesso”, diz. Mas ele acha

que a visita valeu a pena, mesmo assim.

“Sempre é interessante e o patrão incenti-

va que a gente vá. Normalmente eu vou e

depois repasso a informação para todos”.

São 15 pessoas na ofi cina em que Barbosa

trabalha, mas é ele quem transmite o que

aprendeu para os funcionários das três

unidades da Mary Rei.

DINAMISMO

Oferecer a oportunidade de realizar

um treinamento prático também é um

dos objetivos dos Centros de Treinamen-

to e Desenvolvimento Monroe e Monroe

Axios, conhecidos como Cetedem. O pri-

meiro, localizado na fábrica de Mogi Mi-

rim (SP), já tem mais de 20 anos de his-

Na Bosch, em 2011, 683 alunos

passaram pelo programa até o

mês de julho.

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Page 36: Revista Mais Automotive 81

36

CAPA

3636

tória e envolve amortecedores, enquanto

o segundo, em Cotia (SP), foi inaugurado

em 2000 e enfoca as peças de borracha

para suspensão. “Esses centros possuem

uma sala com capacidade para 50 alunos

e nós também temos um local para trei-

namento prático, com protótipos, porque

a melhor linguagem para o reparador é a

prática”, explica o coordenador de Treina-

mento Técnico, Juliano Caretta.

São quatro os treinamentos oferecidos

nos dois Cetedem. Aquele voltado ao apli-

cador tem duração média de dois dias e foi

desenvolvido pensando em profi ssionais

que já conhecem o produto e as técnicas de

manuseio e instalação. Outro treinamento

que também pode ser realizado pelo apli-

cador é o de analista de garantia, que tem

como principal objetivo ajudar o profi ssional

a detectar possíveis defeitos na peça.

E o principal diferencial do CT é exa-

tamente esse: contar com uma estrutu-

ra que permite o treinamento prático,

já que os cursos pontuais, realizados

de maneira itinerante, costumam ter

apenas a parte teórica. Lucia diferencia:

“um forma, o outro informa”.

Na Tecfi l, os conhecimentos prático e

teórico também são unifi cados. O centro de

treinamento propriamente abriu somente

em abril deste ano, na sede da fábrica, em

Guarulhos (SP), mas, antes disso, palestras

e treinamentos presenciais já eram praxe na

empresa. “Antes tínhamos um treinamen-

to que incluía uma apresentação e os repa-

radores rodavam a fábrica inteira, linha por

linha, para saber como é que faz o fi ltro, a

importância de fazer a troca na hora corre-

ta e de olhar o manual do carro. Aí surgiu

a ideia de a gente dar um pouco mais de

dinamismo para esses treinamentos. En-

tão precisávamos de uma área para fazer

os testes nos fi ltros, porque antes a gente

sempre tinha que correr para postos ou tro-

cas de óleo parceiros para fazer a demons-

tração”, explica Simone Minhoto Queirós,

supervisora de marketing da Tecfi l.

O CT possui 300 m², um elevador para

automóveis e outro para motos, além de

um arsenal de equipamentos e ferramentas

específi cas para a troca de fi ltros. O espaço

foi criado como um modelo de ofi cina, para

que os reparadores percebam a importância

da organização e limpeza do ambiente, que

tem, ainda, áreas de segurança demarca-

das, pia próxima do local de trabalho, sala

de espera, banheiros feminino e masculino

e uma TV que é utilizada para apresentar

vídeos institucionais e material de apoio ao

curso. O novo treinamento mostra como

retirar um fi ltro antigo e colocar o novo, uti-

lizando as ferramentas adequadas e descar-

tando corretamente o resíduo do óleo usa-

do e do óleo novo. A importância, Roberto

Rualonga, gerente de assistência técnica

O CT da Mahle possui 22 tipos de motores a diesel, álcool, gasolina, fl ex e eletrônico

Na Tecfi l, os reparadores apredem

a trocar os fi ltros de óleo, ar, combustível e

ar-condicionado

Na fábrica da Tecfi l já foram

treinados 11 mil profi ssio-

nais; no novo CT, desde abril

deste ano, passaram mais de

cem reparadores.

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Page 37: Revista Mais Automotive 81

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da Tecfi l, explica. “A troca errada pode até

fundir o motor”. Este mesmo treinamento

também é feito pela equipe de campo , nas

ofi cinas visitadas pelo Brasil todo.

Aberto ao público, seja o mecânico,

o chefe de ofi cina, o dono ou o frentista

do posto de combustível, os inscritos são

convidados inclusive a trazer peças com

defeitos ou que tiveram difi culdade de

tirar ou colocar, para que sejam avaliadas

na prática. A maioria dos participantes

ainda é de São Paulo, pela proximidade,

mas Rualonga afi rma que tem aumentado

a procura por reparadores de outros esta-

dos, e a supervisora de marketing com-

plementa informando que, se houver um

grupo grande interessado, de fora de São

Paulo, a empresa pode auxiliar no trans-

porte. As aulas são divididas por veículos

de determinada montadora e participam

até 20 pessoas por aula. O treinamento

dura cerca de seis horas e inclui café da

manhã, almoço, brindes e um certifi cado.

Na Mahle Metal Leve, o Centro de Trei-

namento de Motores, localizado na unida-

de de São Bernardo do Campo (SP), há 12

anos oferece cursos para mecânicos, clientes

e colaboradores. O objetivo, segundo a em-

presa, é divulgar as peças e ensinar a aplica-

ção correta em cada motor. O curso envolve

aulas teóricas e práticas ministradas pelo

instrutor Antônio Carlos Ferreira, com carga

horária de 16 horas para mecânicos e oito

horas para os demais. O CT possui 22 tipos

de motores das novas gerações de veículos

a gasolina, diesel, álcool, eletrônicos, fl ex e,

recentemente, incluiu motocicletas.

O professor, que há mais de 40 anos

passa a sua experiência aos aplicadores,

deixa os alunos montarem e desmonta-

rem o motor e os ensina sobre o funcio-

namento das peças dentro do propulsor.

O curso é bem prático e trabalha com o

dia a dia dos mecânicos. A ação gera um

resultado positivo ao passo que ajuda os

profi ssionais a tirarem dúvidas de como

aplicar as peças e como utilizar as ferra-

mentas de forma adequada.

Os mecânicos interessados no curso

devem procurar um dos distribuidores

Diante da difi culdade dos próprios clientes em realizar a manuten-

ção dos veículos em suas ofi cinas, o empresário Alexandre Lima,

proprietário da Auto Peças Universitária (RS), decidiu investir em

informação técnica. “Há 15 anos, com o advento da injeção eletrônica,

percebemos que tanto os mecânicos como os balconistas precisavam

estar atualizados. Então, começamos uma parceria com o Senai para

oferecer treinamento subsidiado. Essa parceria durou dez anos”.

Mas a demanda continuava crescendo e Lima decidiu criar o

Centro de Treinamento Apul, que hoje conta com três locais fi xos

(Santa Maria, São Leopoldo e Porto Alegre), e dois vendedores

que percorrem o estado do Rio Grande do Sul palestrando. “Exis-

tem poucas iniciativas da indústria, geralmente concentradas nos

grandes distribuidores. O varejo e o mecânico estão esquecidos e

para o pessoal do interior é ainda mais difícil”.

No primeiro semestre de 2011, foram realizados 31 cursos em

16 cidades, que reuniram 486 profi ssionais. Três especialistas

ministram os cursos e cada um dos centros de treinamento

conta com scanner, analisador de gases, equipamento de

limpeza de bico, opacímetro e osciloscópio.

Varejo também aposta em CT

Desde 2000 foram realizados 776

treinamentos no CT da Mahle:

8.977 alunos participaram.

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38

CAPA

38

da marca para solicitar o treinamento.

O curso de motores contribui com a

capacitação profi ssional e a padronização

das práticas de manutenção de motores. À

Mahle, traz a segurança de estar treinando

os profi ssionais aplicadores das suas peças.

Fecha-se, assim, um ciclo de qualidade.

PÚBLICO-ALVO

Embora seja importante participar dos

treinamentos promovidos pelas indústrias, o

empresário da reparação acaba desfalcado

quando a ofi cina está cheia. Por isso, muitas

vezes, ele mesmo prefere se deslocar. Mas

quando o proprietário exerce apenas uma

função administrativa e não é o chefe da

ofi cina, esse conhecimento técnico pode

se perder no caminho. Gabryel Elias conta

que, na Pivatto, “quem mais participa des-

ses cursos é o chefe de ofi cina, que repassa

as informações para os outros”.

Para as indústrias, o cenário ainda é

um pouco diferente, mas vem mudando.

“Eu consigo separar dois públicos bem

distintos. Na linha leve normalmente é o

proprietário da ofi cina quem vem, o que é

uma pena. No caso da linha diesel, quem

vem é o reparador. Na leve eles têm uma

estrutura menor, então talvez exista uma

preocupação maior do proprietário de ser o

multiplicador”, diz Lucia Cuque. Na Mon-

roe Axios, foram promovidas mudanças no

curso para evitar essa situação.“O proprie-

38

tário da ofi cina era quem repassava a infor-

mação. Quando dividimos os treinamentos

por função, em 2005, isso diminuiu um

pouco e eles preferem mandar o profi ssio-

nal da área. Hoje temos uma linguagem

específi ca para cada profi ssional”.

É o caso do chefe de ofi cina do Cen-

tro Automotivo Podium, José Geraldo

do Carmo, de São Paulo (SP), que já

fez diversos treinamentos. Ele visitou as

fábricas da Bosch, MK e Baterias Mou-

ra, onde fez treinamentos específi cos.

Carmo fi ca sabendo das oportunidades

pelo próprio vendedor, que ao visitar a

ofi cina faz o convite à equipe. Mas ele

também faz uma crítica. “Lá a gente

aprende mais a parte teórica da mecâ-

nica. Tem prática também,

mas prática mesmo você

só aprende no dia a dia

da ofi cina”, opina. Carmo

se encarrega de transmitir

o conhecimento adquirido

para os demais funcioná-

rios. Às vezes ele perde o

dia inteiro de trabalho, mas

o patrão, segundo ele, “é o

que mais o incentiva”. “Eu

acho interessante apren-

der. Hoje em dia, temos

que estar sempre atualizados porque

muita coisa muda rapidamente”.

Por conta da localização, a maioria

dos participantes é das regiões sul e

sudeste do Brasil. “Os únicos que não

recebemos são os do norte e nordeste,

pelo alto custo de passagem e desloca-

mento. Então nós vamos até lá com o

mesmo nível de informação, mas sem

a parte prática”, relata Juliano Caretta.

Já na Bosch, os visitantes que frequen-

tam cursos do ciclo Otto são, princi-

palmente, de São Paulo, Mato Grosso,

Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do

Sul; enquanto o ciclo Diesel atrai repa-

radores de todo país.

Para atender os clientes estabeleci-

Se sua empresa dispõe de um centro de treina-

mento para atender os reparadores, envie as

informações para a redação da Mais Automoti-

ve pelo e-mail [email protected]

Divulgue seu CT

Cetedem, da Monroe, conta com protótipos para aulas práticas

No Cetedem da Monroe, cerca

de 2.500 pessoas participam dos

cursos todos os anos.

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Page 39: Revista Mais Automotive 81

39393939

indústrias, há outros que nem chegam a ser

informados sobre a realização desses even-

tos, como é o caso do proprietário da Me-

cânica e Guincho Araújo, Ricardo Araújo de

Almeida. “É difícil nos chamarem, só quan-

do tem um produto novo e vão apresentá-

lo. Tenho 25 anos de experiência no ramo e

sei que isso é escasso”, lamenta.

Quem fi ca de fora, sente. Sidney Go-

mes do Amaral, um dos mecânicos da

Auto Center 686, localizada em Andaraí

(RJ), acha pouca a oferta de cursos e trei-

namentos disponíveis. “Eu já fui à NGK e à

Bosch há alguns anos. Mas treinamento de

injeção eletrônica, que é a minha área espe-

cífi ca, no Rio de Janeiro, não tem. Todos os

cursos do Senai que existem eu já fi z, e eles

não colocam nada novo. Para aprender, eu

compro manuais. É dessa forma que eu te-

nho feito requalifi cação há anos”. Ele sente

falta dessas oportunidades e aproveita para

fazer uma crítica. “A indústria, em minha

opinião, fecha o mercado de uma forma

que você tem que fi car catando informação

de um lado para o outro. Convidam para

conhecer a fábrica, mas, chegando lá, dão

palestra, não curso específi co”.

Outros, como Emerson Nei de Moura,

do Wilson Centro Automotivo, de Porto

Alegre (RS), nem fi cam sabendo. “Eu nunca

estive numa fábrica, mas se tivesse abertura

da indústria, com certeza eu iria”, afi rma.

Para divulgar seus cursos, a Monroe

utiliza, principalmente, seus consultores,

que visitam as lojas da rede e oferecem

o treinamento; por conta disso, a maior

parte dos “alunos” faz parte do Programa

Monroe Club, mas os cursos também che-

gam ao reparador independente. A Bosch

desenvolve um catálogo de treinamentos,

que é distribuído para toda rede de ofi cinas

Bosch e para alunos que compareceram

A Alfatest, fabricante de scanners, opacímetros, recicladores de ar-

condicionado, etc., já teve um CT aberto para o mercado, mas hoje volta-

se para a sua própria clientela. “Tínhamos uma escola, que durou uns dez

anos. Naquele espaço, passaram mais de 25 mil mecânicos. Hoje, damos

aulas somente para nossos clientes aprenderem a usar os produtos que

comercializamos”, explica o supervisor de Pós-Vendas da empresa, Raffa-

ele Ventieri Neto. Para ele, o que mudou é que, naquela época, o mercado

era carente desse tipo de conhecimento, enquanto hoje escolas como o

Senai se encarregam de formar e informar os reparadores. A eles, então,

fi cou o cuidado de dar uma atenção maior para os próprios clientes. “Te-

mos uma sala de treinamento com recursos audiovisuais para 30 alunos

por vez; e uma baia com todos os equipamentos, onde ensinamos em

cima de situações do dia a dia do reparador”.

dos em regiões mais afastadas, as indústrias

apostam em palestras regionais, realizadas

em hotéis ou espaços oferecidos por dis-

tribuidores, por exemplo. Por outro lado,

mesmo aqueles que estão próximos não

podem se afastar muito tempo de suas fun-

ções. Para equilibrar essa equação, a Bosch

desenvolveu uma solução. “Aqui eles têm

oportunidade de diagnosticar, reparar o

produto, testar, desmontar, montar. O que

fi zemos para minimizar o tempo deles lon-

ge da ofi cina foi tirar a parte do conteúdo

teórico e criar os cursos online para que eles

façam isso antes de vir para cá. O aplicador

é um profi ssional sinestésico, ele precisa to-

car a peça, realizar o procedimento”.

DIVULGAÇÃO

Se alguns reparadores vêm aproveitan-

do ao máximo os cursos oferecidos pelas

Indústria de equipamentos foca nos próprios clientes

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Page 40: Revista Mais Automotive 81

40

CAPA

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ao CT anteriormente, além de divulgar um

e-mail marketing. A agenda de cursos tam-

bém está disponível no site da empresa.

Os sindicatos da área têm importante

participação na promoção dos treinamen-

tos. Enio Guido Raupp, presidente do Sin-

direpa-RS, explica que eles, que estão dis-

tantes de muitas indústrias – grande parte

localizada em São Paulo – promovem ciclos

de dicas e novidades. “Temos uma parceria

muito boa com o Senai, que tem salas de

aula pelo interior. Nós conseguimos ocupar

essas salas e levamos representantes das fá-

bricas para falarem sobre as novidades da

indústria de peças e tecnologia. Participam

as fábricas que querem que o reparador te-

nha consciência e, com isso, o uso da garan-

tia diminui muito”, afi rma o presidente.

Eles criaram uma “câmara dos fabri-

cantes”, da qual participam indústrias

como Bosch, NGK e Fras-le, trazendo seus

técnicos para os cursos gratuitos. Se não

for assim, Raupp acredita que o acesso à

informação fi ca difícil. “Teríamos que orga-

nizar caravanas para ir a São Paulo, Minas

Gerais. E todo mecânico independente

é um microempresário, se ele sai da em-

presa, ele para de trabalhar. É também por

isso que fazemos essas reuniões noturnas

ou aos sábados, durante o dia. A gente

sempre tem que se adequar a eles para

que consigam participar”, completa.

FEEDBACK

Como principais resultados dessa

iniciativa, as indústrias apontam a fi deli-

zação do reparador, um relacionamento

mais próximo com a ponta da cadeia e re-

dução na garantia por aplicação incorreta.

“O aplicador é o formador de opinião, é

quem representa o produto no mercado.

Se tiver informação, ele consegue rever-

ter uma situação em que o cliente pede

uma peça de outra marca”, ressalta Julia-

no Caretta. O coordenador conta que o

reparador dá um feedback imediato após

o treinamento ao preencher uma fi cha de

avaliação. “O resultado mostra que 98%

avaliam o curso como ótimo ou bom”.

Na Bosch, Lucia Cuque diz que a

resposta dos reparadores aos cursos

realizados no CT também é positiva.

“Se eles vêm fazer treinamento de sis-

Bosch

www.superprofi ssionaisbosch.com.br,

[email protected]

ou (19) 2103-1419

Monroe e Monroe Axios

www.sa-tenneco-automotive.com

Tecfi l

www.treinamentotecfi l.com.br

ou 0800-11-6964

Mahle

www.br.mahle.com

Como participar dos treinamentos

tema, têm contato com equipamento

de diagnóstico e scanner que muitas

vezes não têm na oficina, então conse-

guem ver o que está acontecendo no

mercado. Outra coisa interessante é

que ele toma conhecimento de outros

programas disponíveis, então às vezes

pede para ficar”, conta Lucia Coque.

O sucesso do CT em Campinas é tan-

to que a Bosch já planeja desenvolver

centros regionais, mas não antecipa

onde eles serão instalados ou quando

acontecerá a inauguração.

Na Tecfi l, a inauguração do CT foi

uma resposta à solicitação do merca-

do. “O curso realizado dentro da fá-

brica traz mais confi ança para os par-

ticipantes”, afi rma Rualonga; e, para

Queirós, o outro lado da moeda é mes-

mo a aproximação com o cliente. “As

pessoas que vêm não necessariamente

utilizam o nosso produto. Mas é uma

oportunidade de mostrá-lo, alguns fi -

cam conhecendo nessa ação”.

Trazer o reparador para dentro da in-

dústria é, portanto, uma iniciativa em que

tanto os fabricantes quanto os profi ssionais

saem ganhando. E quando a distribuição

de benefícios é equilibrada, o próprio mer-

cado como um todo sai fortalecido.

Tecfi l treina todos os funcionários da fábrica para que conheçam os produtos da marca

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Page 41: Revista Mais Automotive 81

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Page 42: Revista Mais Automotive 81

42

INSPEÇÃOINSPEÇÃO

42

nacional

mercado brasileiro de

manutenção automoti-

va aguarda, com gran-

de expectativa, que as

maiores cidades do país implemen-

tem, a partir do ano que vem, seus

programas de Inspeção Ambien-

tal Veicular. O prazo estabelecido

Por Larissa [email protected]

Foto Divulgação

O pelo Conama

(Conselho Na-

cional de Meio

Ambiente) para o início das visto-

rias é abril de 2012 e 11 estados já

confirmaram que vão inspecionar

suas frotas – ou parte delas.

Como o objetivo da inspeção é

garantir que as emissões da frota es-

tejam dentro dos parâmetros estabe-

lecidos pela legislação, apenas as loca-

lidades em que se constatou impacto

importante das emissões veiculares na

poluição do ar estão instituindo a IAV

– aquelas que ainda não registraram

esse impacto de maneira agressiva po-

cional de Meio

Inspeção

Planos de Controle de Poluição Veicular divulgados em todo o Brasil mostram que Inspeção

Ambiental Veicular deve chegar a 11 estados

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Page 43: Revista Mais Automotive 81

43

como tratar a poluição veicular no

estado. E os estados que apontarem

a necessidade de inspeção têm até

25 de abril para fazê-la. As conversas

foram bem claras em relação ao pra-

zo”, explica Sabrina.

Em alguns estados, já foi confi r-

mado que a inspeção não ocorrerá

– pelo menos nos próximos anos.

“Muitas vezes, até pela frota ser pe-

quena, avançar para um programa

de inspeção não seria pertinente”,

explica Sabrina. Nesses estados, ou-

tras soluções foram propostas, como

o incentivo ao uso do transporte

público e a criação de ciclovias.

Naqueles em que a inspeção co-

meça no próximo ano, os empresá-

rios e gestores da reparação devem

se preparar para uma nova deman-

da, que certamente se concretizará.

A seguir, você fi ca sabendo quais

são os estados que pretendem im-

plantar a Inspeção Ambiental Veicu-

lar, ou I/M, como ferramenta para o

controle da poluição do ar.

derão adotar outras iniciativas para

melhorar a qualidade do ar.

Exatamente para determinar as

estratégias de cada estado no con-

trole dos poluentes emitidos pela

frota circulante, o Conama esta-

beleceu que cada estado brasileiro

seria obrigado a desenvolver um

PCPV (Plano de Controle de Polui-

ção Veicular) indicando tamanho

e características da frota, monito-

ramentos sobre a qualidade do ar,

além de um Inventário de Fontes

Móveis. O prazo para a entrega

desse documento venceu no último

dia 30 de junho.

NEGÓCIOS

A divulgação dos PCPVs estaduais

tem sido acompanhada atentamen-

te pelo mercado de manutenção au-

tomotiva, já que, a exemplo do que

acontece na cidade de São Paulo,

a implantação de um programa de

inspeção resulta em forte aqueci-

mento do setor. Na capital paulista,

pesquisa realizada pelo Sindirepa-

SP mostra que a Inspeção Ambien-

tal Veicular provocou um aumento

de 36% no movimento das ofi cinas

ouvidas – um número signifi cativo

que deve se refl etir nos estados que

estabelecerem em seus PCPVs a ado-

ção do chamado I/M – Programa de

Inspeção e Manutenção.

De acordo com a Abema (Associa-

ção Brasileira de Entidades Estaduais

de Meio Ambiente), todos os estados

brasileiros já tinham entregado seus

PCPVs até meados de julho, com ex-

ceção do Amapá, Pará e Roraima.

4343

ANDAMENTO

Entre os PCPVs apresentados, o

do Rio Grande do Sul foi considerado

referência. Desde então, a engenhei-

ra química Sabrina Feltes – que inte-

gra a equipe técnica do plano – vem

participando de ofi cinas com outros

estados do país para ajudá-los na

elaboração de seus planos. “Alguns

estados vinham tendo difi culdades

em relação ao Inventário de Fontes

Móveis e ao plano propriamente

dito. Tanto é que o prazo de entre-

ga foi até prorrogado, terminando

agora em junho. Nós estivemos em

Brasília para uma ofi cina técnica

e avançamos quanto à elaboração

dos inventários. Também disponibi-

lizamos ferramentas para fazer os

cálculos. Em um segundo momento,

na própria ofi cina, Rudolf Noronha,

gerente de Qualidade do Ar, do Mi-

nistério do Meio Ambiente, deixou

claro que o inventário não era o

plano, pois o plano deveria mostrar

Fonte: IBGE e Departamento Nacional de Trânsito (dados de maio de 2009)

São Paulo 18,3 milhões

Minas Gerais 6,0 milhões

Paraná 4,5 milhões

Rio Grande do Sul 4,3 milhões

Rio de Janeiro 3,9 milhões

Maiores frotas do país

Inspeção MA 81.indd 43 12/9/2011 17:33:55

Page 44: Revista Mais Automotive 81

44

INSPEÇÃOINSPEÇÃO

44

Aprovado em agosto, o PCPV goiano

estabelece que toda a frota auto-

motiva do estado será avaliada e os

veículos reprovados terão até 15 dias

para se adequar às exigências. As cida-

des com mais de 20 mil veículos terão

instalações fi xas de análise e serão

polos regionais. Contudo, nas regiões

norte, nordeste e oeste do estado,

as cidades-polo serão defi nidas por

questões geográfi cas. O objetivo é que

cada um desses centros de avaliação

cubra um raio de 90 quilômetros. Ao

todo, 28 cidades-polo vão cobrir 97,8%

de toda a frota estadual. O restante

será atendido por unidades móveis de

controle da poluição veicular.

Haverá agora um processo de licitação

para contratação da empresa que rea-

lizará o serviço de inspeção. O Detran

será parceiro da Semarh no processo

e só concederá o documento anual do

veículo após ter a aprovação do nível

de poluentes que ele emitir. O PCPV

ainda não foi divulgado e as infor-

mações foram passadas em nota pela

assessoria de imprensa.

GOIÁS

Aprovado no fi nal do ano passado, o

PCPV gaúcho é bastante abrangente

tanto no que se refere ao inventário de

gases poluentes por veículos quanto

nas soluções propostas. Mas ainda há

indefi nições sobre o funcionamento da

I/M (Inspeção e Manutenção de Veículos).

Ainda não foi estabelecido, por exemplo,

quem será o responsável pela implanta-

ção do programa: se o próprio governo

ou empresa privada a ser selecionada por

licitação. De qualquer forma, a I/M co-

meçará em dezembro de 2011 e deverá

abranger todo o estado – em etapas já

estabelecidas pelo plano. Na primeira,

serão inspecionados veículos dos ciclos

Diesel e Otto e motos da região metropo-

litana de Porto Alegre, fabricados entre

1997 e 2010. No ano seguinte serão

englobadas as regiões de Serra, Missões

e Central, ampliando para a frota fabri-

cada entre 1987 e 2011. A última fase,

que inclui 100% da frota do estado, será

implementada em 2013.

RIO GRANDE DO SUL

0

1 milhão

2 milhões

3 milhões

4 milhões

5 milhões

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

Progressão da frota em circulação

O PCPV foi publicado em 1º de

julho e aponta a necessidade

da I/M (Inspeção e Manuten-

ção de Veículos). Um dos mo-

tivos é a alta participação de

veículos a diesel na frota total,

já que a economia é baseada

no agronegócio. A frota do

estado é estimada em 747 mil

veículos. As microrregiões de

Campo Grande e Dourado con-

centram, juntas, 62% da frota,

e são responsáveis por 60%

das emissões de poluentes. A

I/M começará em abril de 2012

com a frota circulante total dos

municípios da microrregião de

Campo Grande; em janeiro de

2013, atingirá as microrregiões

de Dourados e Três Lagoas; e,

em 2014, todos os veículos do

estado passarão pela inspeção.

MATO GROSSO DO SUL

Font

e: P

CPV

Rio

Gra

nde

do S

ul

Inspeção MA 81.indd 44 12/9/2011 17:34:13

Page 45: Revista Mais Automotive 81

454545

Publicado em maio deste ano, o PCPV pa-

ranaense estabelece a implantação da I/M

no estado. Segundo dados do Detran/PR de

março de 2010, o número total de veículos

no estado é de 5,1 milhões; e só a capital

concentra 1,2 milhão de veículos. Em dez

anos, a frota mais que dobrou de tamanho.

Para identifi car os focos de emissões de

poluentes, o plano foi divido em cinco

macrorregiões: litoral, região metropoli-

tana de Curitiba, região de Ponta Grossa,

região de Londrina e região de Marin-

gá; sendo que a região metropolitana

concentra 36% da frota do estado e, por

conta disso, registra índices mais altos de

emissão de poluentes (28% do total). A

região metropolitana é prioritária para

implantação da I/M, mas cada município

defi nirá a frota-alvo submetida.

Embora a lei determine 25 de abril como

prazo, o PCPV paranaense estabelece que

a I/M começará em 2013 na região me-

tropolitana de Curitiba (para municípios

com frota superior a 25 mil veículos) ape-

nas para veículos diesel licenciados entre

1970 e 2011. No ano seguinte, incluirá

veículos do ciclo Otto e motocicletas licen-

ciados entre 2005 e 2012. O cronograma

estabelece que apenas em 2018 todas as

regiões serão abrangidas.

A inspeção será anual e obrigatória,

além de estar vinculada ao processo de

licenciamento do veículo.

PARANÁ

Progressão da frota em circulação

0

1 milhão

2 milhões

3 milhões

4 milhões

5 milhões

6 milhões

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

Com frota de 1,2 milhão, sendo os automóveis 52%

desse total, o Espírito Santo viu o número de veículos

mais do que dobrar entre 2001 e 2010. A região me-

tropolitana, formada por Cariacica, Viana, Vila Velha,

Vitória e Serra, concentra 44,7% da frota do estado e,

por conta disso, é considerada prioritária na implanta-

ção da I/M.

A frota alvo inicial é formada por veículos diesel, veículos

da frota do governo e táxis, com fabricação entre 1995

e 2010. Três anos após o início dessa primeira fase, será

feita uma avaliação que demonstrará os resultados e

decidirá sobre uma possível ampliação do programa, seja

quanto à região de abrangência ou quanto à frota alvo.

A inspeção ambiental fi cará a cargo do Detran/ES, que

também será responsável pela suspensão do licencia-

mento dos veículos reprovados.

ESPÍRITO SANTO

Font

e: P

CPV

Par

aná

Inspeção MA 81.indd 45 12/9/2011 17:34:26

Page 46: Revista Mais Automotive 81

46

INSPEÇÃOINSPEÇÃO

46

Com pouco mais de 5 milhões de veículos li-

cenciados em 2010, a frota do Rio de Janeiro

vem registrando crescimento de cerca de 5%

nos últimos anos. A maior parte (2,7 milhões

de veículos) é movida a gasolina, 789 mil são

fl ex e 788 mil são movidos a GNV.

O PCPV do estado estabelece que todos

os veículos licenciados no Rio de Janeiro

devem fazer a inspeção no licenciamento,

inclusive motos. No caso dos veículos de

uso intensivo – incluindo-se nesta categoria

ônibus; micro-ônibus; caminhões; veículos de

aluguel e veículos com capacidade superior

a cinco passageiros –, a aprovação no teste

de emissão de gases é obrigatória para o

licenciamento. Para os demais veículos, que

não forem aprovados no teste de emissão,

deverá constar no Certifi cado de Registro e

Licenciamento de Veículo o termo “Gases

Inapto”. Os veículos que não estão incluídos

como de uso intensivo só estão obrigados à

medição de gases poluentes a partir do seu

terceiro licenciamento anual.

Um dos principais diferenciais da inspeção

no Rio de Janeiro está na análise visual de

componentes de segurança, como condi-

ções das lanternas, farol, pneu, limpador

de para-brisa, etc. No caso de reprovação

em qualquer um destes itens, o veículo é

reprovado e deverá corrigir o problema,

voltando para uma nova inspeção num

prazo de até 30 dias. Só após aprovação

na inspeção visual é que o veículo passa

pela inspeção de emissões.

A inspeção já acontecia no Rio de Janeiro

em toda a frota desde 2010. O estado conta

com 49 centros de inspeção, sendo que al-

guns devem passar por mudanças para aten-

der às regras estabelecidas pelo Conama.

Rio de Janeiro

0

1 milhão

2 milhões

3 milhões

4 milhões

5 milhões

6 milhões

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Progressão da frota em circulação

PARAÍBAO PCPV já foi enviado ao Ministério do Meio Ambiente

e inclui a realização da I/M. A frota do estado é de

cerca de 700 mil veículos, que devem ser submetidos

à inspeção a partir do segundo emplacamento. As ve-

rifi cações serão realizadas por uma empresa privada,

selecionada por meio de licitação.

De acordo com informações divulgadas pelo

G1, o PCPV de Sergipe prevê a implantação da

I/M até dezembro de 2013, mas isso dependerá

de haver dados sobre a qualidade do ar, de

estruturação de bancos de dados sobre a frota,

análise econômica e análise de emissões.

SERGIPE

Font

e: P

CPV

Rio

de

Jane

iro

Inspeção MA 81.indd 46 12/9/2011 17:34:40

Page 47: Revista Mais Automotive 81

474747

O estado já havia publicado seu PCPV no ano passado,

que determinava a implantação da I/M nas cidades de

Belo Horizonte, Contagem e Betim, que registram a

maior frota da região metropolitana. Atualmente, Minas

tem a segunda maior frota do país, com 6,5 milhões de

veículos, sendo 65,9% automóveis. Após a realização

de um estudo de emissão de poluentes atmosféricos

de fontes fi xas (empreendimentos) e móveis (veículos

automotores), verifi cou-se que, na capital mineira, 98%

dos poluentes emitidos são de responsabilidade dos

veículos, índice extremamente elevado.

MINAS GERAIS Progressão da frota por tipo de veículo

Fonte: Denatran (2010)

0

1 milhão

2 milhões

3 milhões

4 milhões

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

Automóvel Motocicleta Pesados (Diesel)

O PCPV do estado foi publicado

em junho e revela que a frota é de

400 mil veículos, sendo a metade

formada por motos e 30%, automó-

veis. Apenas seis cidades têm frota

superior a 15 mil veículos. De acor-

do com o PCPV, todos os veículos em

uso passarão pela inspeção anual-

mente. Os detalhes de implantação

do programa serão conhecidos a

partir da conclusão do edital, previs-

ta para janeiro de 2012. O objetivo

do estado é já prever também a

inspeção de segurança.

TOCANTINS

0

100 mil

200 mil

300 mil

400 mil

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Progressão da frota por tipo de veículo

Fonte: Denatran (2011)

Automóvel MotocicletaCaminhonete

A Companhia Ambiental

do Estado de São Paulo

(Cetesb) elaborou um

PCPV que prevê a inspe-

ção veicular, segundo a

assessoria de imprensa

do órgão. O documento,

no entanto, ainda não

foi divulgado. São Paulo

tem a maior frota do

país, com mais de 18,3

milhões de veículos, e

já adota a inspeção em

caráter obrigatório na ca-

pital. Alguns outros mu-

nicípios já têm iniciativas

em caráter educativo.

SÃO PAULO

Inspeção MA 81.indd 47 12/9/2011 17:34:54

Page 48: Revista Mais Automotive 81

COMPORTAMENTO

48

Vânia Lúcia de Oliveira

ontar uma equipe de trabalho requer inves-

timento, competência e muita dedicação,

pois à medida que os projetos tornam-se

mais complexos, as pessoas tendem a ser mais exigidas. É

comum constatarmos que as tendências do mercado e as

necessidades dos consumidores favorecem uma avaliação

contínua dos perfi s dos profi ssionais de nossos quadros e os

que serão necessários para obtenção dos resultados.

Os chamados GAPs são identifi cados como indicadores que

mostram a distância entre o que temos e os profi ssionais que

precisaremos desenvolver. Nesta análise os “não concordo”

precisam ser identifi cados de forma cuidadosa, pois podem

infl uenciar o envolvimento dos demais membros da equipe,

comprometendo a motivação e a visão de futuro de todos.

Colaboradores que demonstram descontentamento com

a empresa e julgam-se injustiçados por ela tornam-se obs-

táculos para toda a equipe, pois tudo que fazem passa a

ser medido sob a forma de recompensa salarial.

Acreditam que ganham pouco pelo que fazem e reivindi-

cam melhorias a cada novo desafi o ou projeto apresenta-

do, comparando-se a outros colaboradores. Além de fal-

tarem com ética profi ssional, pois avaliam o trabalho dos

outros, deixando de olhar para o seu próprio desenvolvi-

mento, criam comparações que geram a desvalorização

e a competição interna, ou, ainda, geram descrédito em

relação à política de cargos e salários da empresa. Seus

objetivos individuais sobrepõem-se aos da organização.

As empresas que trabalham com este perfil de profis-

sionais podem se tornar reféns deles. Ter um profis-

sional magoado ou ressentido tem seu preço. Muitas

vezes é melhor pagar para não tê-lo.

Os “não concordo” sugam nossas energias, pois estamos

sempre tentando convencê-los de algo que não desejam

acreditar. Assim, por mais difícil que seja, é melhor desligar

o profi ssional antes que ele se torne um descontente injus-

tiçado perante seus colegas de trabalho.

As empresas precisam de equipes que possuam propósitos

coletivos e atuem de forma que se complementem em suas

atribuições, reconhecendo as competências uns dos outros,

sem invejarem as conquistas obtidas individualmente.

Cito inveja como um sentimento que diminui o mérito do

outro, avaliando-o como de menor importância no pro-

cesso. Existem aqueles que, ao contrário da inveja, sentem

admiração e respeito pelo colega e inspiram-se nele.

Neste caso, os “não concordo” podem ser pessoas que

trazem uma visão diferente e contribuem para inovações e

melhorias, reconhecendo as qualidades de seus pares.

Esses não mencionam nomes ao defender seu ponto

de vista; ao contrário dos “não concordo”, que sempre

discordam do que o outro está fazendo ou falando,

procurando sempre ter razão ao invés de buscar resul-

tados para a empresa.

M

[email protected]

telefones: (12) 9126-0413 / (12) 3917-3336.Vânia Lúcia de Oliveira é consultora organizacional, MBA em gestão estratégica de pessoas e executive coach pela Sociedade Brasileira de Coaching

CONCORDAM...Eles não

Vania MA 81.indd 48 12/9/2011 17:39:29

Page 49: Revista Mais Automotive 81

novo catálogo de produtos 2012

confira alguns lançamentos

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2 MC.indd 1 5/7/2011 10:50:38

Page 50: Revista Mais Automotive 81

50

m agosto, o IQA (Instituto da Qua-

lidade Automotiva) realizou em

São Paulo a cerimônia de posse

da Diretoria Executiva, Conselho Diretor e

Conselho Fiscal para o biênio 2011 – 2013.

Na Diretoria Executiva, Marcio Migues

foi reeleito, por unanimidade, para a Presi-

dência do Instituto, que tem novo diretor:

Edson Brasil, do Sindipeças e Delphi. No

Conselho Diretor, a novidade é a eleição de

Sérgio Pin como presidente, cargo ocupado

até então por Ali El Hage, que se aposenta

do Instituto após 12 anos de atuação.

Ao fi nal da cerimônia de posse da nova

diretoria, Ali El Hage foi homenageado pelos

serviços prestados no desenvolvimento da

qualidade no setor. “O IQA cresceu muito

graças ao trabalho do Ali, e temos muito a

agradecer a ele”, afi rmou Marcio Migues.

Feliz pelas realizações, Ali El Hage se des-

pediu com a certeza de ter plantado uma boa

semente, que germinou e em breve trará os

frutos que sempre desejou. “Deixo um ins-

tituto estruturado, forte, saudável e melhor

preparado. Já conseguimos ampliar as certifi -

cações compulsórias para um maior número

de componentes de segurança e agora só

falta a inspeção técnica veicular para atingir

o sonho da segurança veicular no trânsito”,

disse El Hage em discurso de despedida.

NOTÍCIAS DA QUALIDADE

E

Div

ulga

ção

Nem todos os treinamentos oferecidos

no mercado são iguais. No caso das nor-

mas VDA-QMC, que regem os padrões

de qualidade de processos e produtos

automotivos das montadoras e indús-

trias de autopeças alemãs, apenas o IQA

é representante ofi cial para ministrar os

treinamentos no Brasil e Argentina. Os

treinamentos em VDA ministrados pelo

IQA são ofi ciais e equivalentes aos rea-

lizados na Alemanha, pela própria VDA.

Segundo Alexandre Xavier, gerente de

Novos Negócios do IQA, as vantagens de

investir em um treinamento ofi cial são

diversas, mas a principal é a certeza

de conhecer a norma tal como ela é

ensinada na Alemanha. “Nossos instru-

tores são homologados pela VDA, e o

treinamento está 100% alinhado com as

necessidades das montadoras atuantes

no Brasil”. Outra vantagem é contar com

um certifi cado VDA-QMC/IQA válido e

reconhecido internacionalmente, além

de um registro internacional, a Carteiri-

nha VDA-QMC. Os treinamentos ocorrem

a partir de setembro de 2011.

Treinamentos das normas VDA

Diretoria empossada atuará ao longo do biênio 2011 – 2013

Marcio Migues foi reeleito, por unanimidade, para a presidência do Instituto da Qualidade Automotiva

Toma possediretoria do IQA

IQA MA 81.indd 50 12/9/2011 10:05:54

Page 51: Revista Mais Automotive 81

ADMINISTRAÇÃOADMINISTRAÇÃO

www.anthropos.com.br

Luiz Marins

im Collins, um dos mais importantes pen-

sadores da administração moderna, é o

autor da frase abaixo. De fato, pessoas

excelentes excedem a sua súmula de atri-

buição. Não fazem somente o que é exigido.

Elas assumem responsabilidades.

É importante lembrar que uma pessoa responsá-

vel é aquela que “responde” pelas coisas. Não

dá desculpas. Não se exime de fazer o que tem

que ser feito para que um objetivo seja atingi-

do. E como é responsável, faz tudo dentro dos

limites da ética.

Pessoas responsáveis têm perseverança. Não

desistem. Elas ultrapassam seus limites. Não

choram. Passam do plano do choro ao plano da

ação e modificam a realidade.

Por isso, temos hoje a exigência de trabalhar

com gente excelente em nossas empresas. Com

um mercado de muitos concorrentes, qualida-

de semelhante e preços similares, vencerão as

empresas que tiverem funcionários excelentes,

capazes de surpreender e encantar clientes,

com produtos e serviços que façam os clientes

optarem por ela.

Gente excelente anda o quilômetro extra. Faz

mais do que a maioria: faz a diferença. São

pessoas que se comprometem com o sucesso

de cada cliente, de cada fornecedor, de cada

colega de trabalho. Esse comprometimento res-

ponsável é a marca das pessoas que foram con-

taminadas pelo vírus da excelência.

E o mais importante é que pessoas excelentes,

comprometidas e responsáveis são mais feli-

zes, porque têm o reconhecimento das outras

pessoas; porque têm a consciência tranquila de

ter ido além do simples cumprimento da função,

porque têm o espírito de servir. Como são mais

felizes, trabalham com mais alegria e como tra-

balham com mais alegria são promovidas com

maior rapidez — e eis aí uma das razões pelas

quais pessoas excelentes e responsáveis têm sem-

pre mais sucesso na vida pessoal e profi ssional.

E você? Tem um emprego ou responsabilidade?

Pense nisso. Sucesso!

J

“Gente excelente não tem emprego.

TEM TRABALHO”

Luiz Marins é diretor da Anthropos Consulting

51

Marins MA 81.indd 51 12/9/2011 10:31:04

Page 52: Revista Mais Automotive 81

52

leva o documento já assinado pela ins-

tituição de ensino.

As empresas com até dez funcioná-

rios podem contratar um estagiário de

ensino médio. No caso do quadro de

colaboradores ser superior a dez empre-

gados, a proporção permitida é de 20%

do total de profi ssionais. Com relação

ao estágio de nível técnico, não há limi-

te para contratação de estagiários.

Para saber mais e preencher o ca-

dastro, acesse o link direto do portal

de empresas do CIEE www.empresas.

ciee.org.br/portal/empresas/ ou entre

em contato com a central de atendi-

mento pelo telefone (11) 3046-8222.

É importante que a oficina mencione

que é associada ao Sindirepa-SP.

52

Sindirepa-SP fi rmou convê-

nio com o CIEE – Centro de

Integração Empresa-Escola,

instituição fi lantrópica de assistência so-

cial que atua em âmbito nacional com

mais de 330 unidades voltadas ao de-

senvolvimento de programas de estágio.

A iniciativa vai facilitar a contratação de

estagiários pelas ofi cinas nas mais dife-

rentes áreas, como administrativa e téc-

nica, incluindo profi ssionais da reparação,

além de permitir que o setor de reparação

forme a sua mão de obra especializada

com a vantagem de desonerar a folha de

pagamento, uma vez que o estágio não

gera vínculo trabalhista. Desta forma, o

empregador pode rescindir o contrato a

qualquer momento sem nenhum ônus.

por Redação Novo Meio [email protected]

Além da versão impressa, o Sindirepa-SP também disponibiliza os fascículos em seu portal (www.sindirepa-sp.org.br) para download gratuito.

OSindirepa-SP faz convênio com CIEE que viabiliza

contratação de estagiários nas ofi cinas

O CIEE facilita o trâmite e a con-

tratação do estudante e tem como

proposta oferecer condições especiais

às empresas associadas ao Sindirepa-

SP, com 20% de desconto do valor da

contribuição mensal (sujeita a reajuste

anual pelo IGPM), custo que a empre-

sa desembolsa mensalmente por esta-

giário contratado.

PROCEDIMENTO

A empresa entra em contato com

o CIEE, preenche o cadastro e o con-

sultor faz uma visita ao local do está-

gio para avaliar o perfil da vaga. Após

o empresário escolher o candidato, o

CIEE prepara o contrato e o estagiário

SINDIREPA-SP

Oficinas de APRENDIZADO

Sindirepa MA 81.indd 52 12/9/2011 10:12:17

Page 53: Revista Mais Automotive 81

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Page 54: Revista Mais Automotive 81

54

FÓRUM

ais de 60 empresários,

gestores e profi ssionais da

reposição automotiva bra-

sileira se reuniram em São Paulo para a

primeira edição do Fórum Novo Meio

Sincopeças Sindirepa de 2011.

O evento teve como tema uma questão

que interessa a todos: “Para onde caminha

o mercado?”. A ideia surgiu das oscilações

de negócios verifi cadas nos últimos meses,

especialmente nos segmentos de indústria

e distribuição, que têm assistido a momen-

tos de redução nas vendas ao mesmo tem-

54

Por Claudio Milan ePatrícia Malta de Alencar

[email protected] Divulgação

MFórum realizado em parceria pela

Editora Novo Meio, Sincopeças-SP e Sindirepa-SP discute os rumos

da reposição independente

po em que varejos e ofi cinas continuam

com movimento aquecido.

Por isso, um dos pontos de partida

do fórum foi discutir alternativas para a

cadeia de negócios da reposição inde-

pendente. Para enriquecer esse debate,

o evento foi aberto com uma apresenta-

ção da professora Edith Wagner, diretora

da Pró-Marketing Inteligência de mer-

cado. Oferecendo complemento ao as-

sunto, o convidado seguinte foi Rodrigo

Carneiro, vice-presidente da Associação

Nacional dos Distribuidores de Autope-

Mercado

Fórum MA 81.indd 54 12/9/2011 10:27:55

Page 55: Revista Mais Automotive 81

555555

em debate

Um dos assuntos mais discutidos no fórum foi

a chegada ao Brasil da rede norte-americana

de varejos de autopeças AutoZone.

O mercado brasileiro tem assistido à queda

da informalidade, impulsionada por medidas

como a Substituição Tributária e o Sped fi scal.

Essa transformação pavimentou o caminho

para a chegada dos gingantes internacionais.

“A AutoZone está no Brasil porque percebeu

que o momento é adequado. No passado,

redes como a Midas não progrediram aqui

porque o timing estava inadequado. A Midas

quis consolidar uma rede de aplicação num

momento em que o mercado proporcionava

muita vantagem para quem trabalhava infor-

malmente. Hoje, essas vantagens sumiram”,

analisou Rodrigo Carneiro, da Andap.

Apesar de propiciar o desembarque de

fortes concorrentes, ninguém no fórum

questionou os benefícios que a formalização

trouxe ao mercado. “É melhor a gente ter um

concorrente que trabalha de forma clara do

que aquele que vai do seu lado com práticas

obscuras. A concorrência da AutoZone vem

para levar nosso mercado a um estágio de

desenvolvimento maior do que atravessamos

hoje. E isso é refl exo do desenvolvimento

do mercado. Nesta sala há varejistas que

continuarão crescendo”, disse Francisco De

La Torre, presidente do Sincopeças-SP.

Gigante internacional

ças – segmento que tem sido bastante

afetado pelas transformações na cadeia.

As exposições foram enriquecidas pelas

participações do presidente da Andap,

Renato Giannini, e pelo presidente do

Sincopeças-SP, Francisco De La Torre.

O próximo evento, que terá o mes-

mo tema, será realizado em 17 de outu-

bro na cidade de São José do Rio Preto,

interior de São Paulo. As inscrições são

gratuitas e os empresários da reparação

interessados em participar do fórum de-

vem entrar em contato com a redação

da revista Mais Automotive pelo e-mail

[email protected].

Fórum MA 81.indd 55 12/9/2011 10:28:08

Page 56: Revista Mais Automotive 81

56

FÓRUM

56

A quebra da cadeia de negócios rígida e

vertical do mercado de reposição inde-

pendente de autopeças é um fenômeno

antigo, mas que ainda não foi perfeitamen-

te assimilado por todos os participantes

do setor. Na abertura do I Fórum Novo

Meio Sincopeças Sindirepa de 2011, a

professora e diretora da Pró-Marketing

Inteligência de Mercado e Consultoria

em Marketing, Edith Wagner, apresentou

modelos para a organização da cadeia.

Agente logístico é alternativa

Os empresários de toda a cadeia inde-

pendente precisam gerir melhor seus

negócios. Esta foi uma das principais men-

sagens da apresentação do vice-presidente

da Andap, Rodrigo Carneiro, no Fórum

Novo Meio Sincopeças Sindirepa.

O executivo mostrou diferentes caminhos

para a formação de redes no setor e

destacou a necessidade urgente de orga-

nizar o mercado a aprimorar a gestão das

empresas. “As indústrias estão se matando

entre si. A distribuição vem tendo um nível

de desinteligência notório na comercializa-

ção dos produtos. E o varejo precisa ter

um nível de articulação melhor e buscar

alternativas para se fortalecer”.

Rodrigo Carneiro lembrou que o mercado

tem destruído valor nos últimos anos, o

que tem resultado em baixa remuneração

para todos. E, ao analisar os formatos

bem-sucedidos de franquias no Brasil,

aproveitou para exemplificar seu ponto

de vista. “A Casa do Pão de Queijo é um

case fantástico. Você vai a uma loja ou

quiosque no shopping, no aeroporto ou

na rodoviária, come um pão de queijo,

toma um capuccino e paga R$ 12.

Quanto custa um disco de freio do Corsa?

R$ 8? Você paga R$ 12 por um café e um

pão de queijo e faz isso satisfeito. É uma

decisão sua. Já a troca do disco você faz

às vezes porque não dá mais para ‘dar

passe’. Porque o passe no disco de freio,

que acontecia muito antes, hoje está

mais caro que o disco de freio. Vejam

o quanto a gente destruiu de valor no

nosso negócio”.

Reposição destrói valor

Vice-presidente da Andap alertou para redução drástica das margens e a necessidade de gerir melhor os negócios no setor

Fórum MA 81.indd 56 12/9/2011 10:28:23

Page 57: Revista Mais Automotive 81

575757

Um dos diferenciais do Fórum

Novo Meio Sincopeças Sindi-

repa é reunir formadores de

opinião de todos os elos da

cadeia de reposição automo-

tiva. Presentes entre os mais

de 60 participantes do evento,

os empresários da reparação

contribuíram para enriquecer

os debates, trazendo questões

importantes de seu dia a dia.

“Atualmente, apenas 3% dos

meus clientes compram a

peça na loja e trazem para

minha ofi cina instalar. Nos 97%

restantes eu compro a peça

e tenho minha margem. Eu

preciso de informação técnica.

É preciso fazer um link entre

fábrica, distribuidor e ofi cina.

Temos uma enorme difi culdade

para saber o código da peça.

E eu tenho que dizer que o

site Reparador Fiat para nós,

de ofi cina, é uma maravilha.

Agora, os distribuidores e

fabricantes têm esses códigos.

Falta estabelecer esse link com

os reparadores”, cobrou Pedro

Scopino, da Auto Mecânica

Scopino. “Até porque quem

fi nancia todo esse setor são as

ofi cinas, quem arca com o par-

celamento ao consumidor fi nal

são as ofi cinas. Nós estamos fi -

nanciando”, acrescentou Silvio

Ricardo Cândido, da Peghasus

Powered Motors.

Para Rodrigo Carneiro, é

importante discutir sobre quem

faz o fi nanciamento desse

segmento. “Até quando se

suporta isso? É uma questão a

ser analisada com profundida-

de e clareza. Sobre a falta de

informação, se somos um dos

maiores mercados automotivos

do mundo, como ainda não

temos um sistema de informa-

ções preciso? É evidente que

necessitamos de um sistema

de informação que nos propor-

cione confi abilidade, credibi-

lidade, que demande menos

para a garantia, que contribua

para a prestação de uma boa

qualidade de serviço. Mas

isso não existe no mercado

brasileiro ainda. Aí a AutoZone

pode preocupar, porque ela

vem com o seu sistema de

informações, porque ela tem”.

Troca de conhecimento

Presença de empresários da reparação ampliou abrangência do debate

Fórum MA 81.indd 57 12/9/2011 10:28:43

Page 58: Revista Mais Automotive 81

NOVA geração

Apresentada em agosto, a linha 2012 da Ranger traz

poucas novidades. Mas isso vai mudar. No ano que vem,

a Ford começa a fabricar na Argentina a nova geração da

picape, que já fez muito sucesso no mercado brasileiro e

hoje está fora de combate diante de uma concorrência mo-

derna. Exibido recentemente no Salão de Buenos Aires, o

modelo trazia o novo motor common rail Duratorq TDCi

2.2, o mais compacto da nova família de propulsores diesel

da marca. Ele rende 126 hp de potência e oferece torque

de 330 Nm. Esse será o principal motor oferecido no mer-

cado brasileiro. Na Austrália, onde a nova Ranger já é ven-

dida, ainda há duas outras opções: o Duratorq TDCi 3.2 e o

Duratec 2,5, este a gasolina. Já a transmissão será manual

de seis velocidades. A alavanca de câmbio curta, similar à

dos automóveis, é posicionada ergonomicamente no con-

sole central e reforça a esportividade da picape. A caixa de

transferência com controle eletrônico permite selecionar a

tração 4x2 ou 4x4 por meio de um botão no painel.

Foto

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o

MAIS CARRO

58

Ford prepara mudanças radicais para a Ranger

A GM está promovendo uma renovação

em sua linha. Os cansados Vectra, Astra e

Corsa estão se despedindo do mercado. O

primeiro será substituído pelo Cruze. Para

o lugar dos outros dois, vem aí o Cobalt,

que deve chegar às concessionárias da

marca no máximo até novembro. Porém,

na comparação com os antecessores, é pos-

sível que, a princípio, falte motor. Embora

a GM não tenha anunciado os detalhes téc-

nicos do novo modelo, especula-se que ele

virá, inicialmente, com o 1.4 de 102 cv que

equipa, entre outros, o Ágile. Desenvolvi-

do pela engenharia da General Motors do

Brasil, o Cobalt será produzido na planta

de São Caetano do Sul (SP). A montadora

destacou que um dos principais atrativos

do carro será o espaço interno.Conceito apresentado no Salão de Buenos Aires será base para o Cobalt brasileiro

AREJANDO a casa

Mais carro MA 812.indd 58 12/9/2011 17:39:57

Page 59: Revista Mais Automotive 81

MAIS CARRO

59

Espaço DE SOBRACarros grandes são tradição da Chrysler no Brasil

desde a década de 70, quando produzia aqui a linha

Dodge Dart e suas variações. Em 1993, a marca inaugu-

rou o segmento das minivans espaçosas, com a Voya-

ger. Agora, está de volta ao segmento com a Chrysler

Town & Country, líder de mercado nos Estados Unidos.

Importada do Canadá e oferecida aqui apenas na ver-

são Limited, irá custar cerca de R$ 174 mil. Para mover

um carro grande, um grande motor. A T&C terá o Pen-

tastar V6 de 3,6-litros que desenvolve 283 cv de potên-

cia e 353 Nm de torque. A transmissão automática de

seis marchas é item de série. E, para garantir a satisfa-

ção dos passageiros em viagens, a minivan conta com

duas telas de DVD com fones sem fi o, entrada auxiliar

para equipamentos eletrônicos, disco rígido de 30 GB

e sistema multimídia com acionamento por comando

de voz e tela touchscreen. A montadora espera vender

200 unidades até o fi nal do ano e 800 em 2012. Chrysler volta ao segmento das minivans espaçosas

Após o bom desempenho do J3, a JAC

Motors apresenta seu segundo modelo para

o mercado brasileiro: a minivan J6. O novo

carro chega com amplo espaço de bagagem

– segundo a JAC, o maior porta-malas do Bra-

sil – e interessantes soluções internas para pro-

porcionar melhor conforto dos passageiros.

São duas versões: com cinco e sete lugares.

Essa última, denominada Diamond, não está

disponível na China e foi desenvolvida pela

operação brasileira. Ambas vêm de série com

itens como ar-condicionado com regulagem

eletrônica de temperatura, freios com ABS e

sistema EBD, air bag duplo, pneus 205/55 aro

16”, faróis de neblina dianteiros e traseiros e

sensor de estacionamento. O J6 é equipado

com motor de quatro cilindros, 2.0 DOHC 16V,

que desenvolve 136 cv de potência.J6 é a nova aposta da

JAC para o Brasil

MINIVAN chinesa

Mais carro MA 812.indd 59 12/9/2011 17:40:02

Page 60: Revista Mais Automotive 81

60

Nonô Figueiredo

Nonô Figueiredo é piloto da equipe Cosan Mobil Super Racing da Copa Caixa Stock Car.

Stock Car V8 é a principal categoria do au-

tomobilismo brasileiro, com provas transmi-

tidas pela maior rede de televisão do país.

Quem acompanha as provas pela TV ou frequenta os au-

tódromos, talvez não se dê conta do quanto essa catego-

ria evoluiu desde que foi criada, em 1979.

No início, o grid era formado apenas pelos resistentes Chevrolet

Opala, equipados com o conhecido motor 4.1 de seis cilindros

em linha. Ainda que preparados, eram relativamente seme-

lhantes aos modelos de rua. No fi nal da década de 80, os car-

ros ganharam uma carenagem um pouco mais aerodinâmica,

mas lá ainda estavam os velhos Opala. Depois vieram os Ome-

ga, em substituição aos modelos pioneiros. O grande passo de

evolução foi dado em 2003, quando chegaram os motores V8

norte-americanos, com potência limitada a 450 cavalos. No-

vas montadoras entraram para a categoria, como Volkswagen,

Peugeot e Mitsubishi. Hoje, um moderno carro de Stock Car

não lembra em nada os clássicos Opala dos anos 70.

A mesma evolução experimentada pela categoria foi vivenciada

pelos reparadores. Ao longo do tempo, os conhecidos carbura-

dores deram lugar à injeção eletrônica – e a eletrônica embar-

cada se espalhou por todos os cantos do veículo.

Assim como os pilotos e mecânicos do automobilismo tive-

ram que evoluir para acompanhar as mudanças impostas à

Stock Car no decorrer de sua existência, os reparadores e

empresários da manutenção de veículos foram obrigados

também a buscar atualização, rever seus conhecimentos e

traçar novas estratégias de negócios, assim como nós hoje

traçamos diferentes estratégias de corrida.

O automobilismo nada mais é do que um refl exo das trans-

formações tecnológicas e conceituais que verifi camos no

universo automotivo, incluindo o mercado de manutenção.

Se é verdade que as pistas são um laboratório para a evolu-

ção do automóvel, também é fato que toda essa evolução

tecnológica precisa ser acompanhada por aqueles que de-

pendem do carro para sua sobrevivência.

Como piloto, acompanho atentamente as novidades de-

senvolvidas para meu carro, muitas vezes tendo que ade-

quar meu estilo de pilotagem às evoluções criadas por

meus engenheiros e projetistas. Só assim é possível atingir

os resultados propostos pelo time.

O mesmo desafi o é imposto diariamente aos empresários da

manutenção veicular. Acompanhar a evolução muitas vezes

signifi ca rever conceitos e estar aberto às mudanças. Afi nal,

ninguém quer correr o risco de fi car para trás, seja nas pistas,

seja no mundo dos negócios.

A

Na velocidade DA EVOLUÇÃO

nono@nonofi gueiredo.com.br

AUTOMOBILISMO

Nono automobilismo 80.indd 60 12/9/2011 10:34:21

Page 61: Revista Mais Automotive 81

39#

a evolução da sua ofi cina começa aqui

Nesta edição

Softwares de gestão auxiliam empresários a gerenciar a ofi cina e impactam na fi delização do cliente

Mais Equipamentos MA 81.indd 1 12/9/2011 17:40:33

Page 62: Revista Mais Automotive 81

2

Soft wares alertam reparadores sobre a necessidade de manutenção preventiva de veículos do cliente e atendem à legislação tributária

Por Larissa Andrade [email protected] Fotos Divulgação

GESTÃO profissional

á sete anos, o país contava

com 119,5 mil ofi cinas, nú-

mero que caiu para 92,1 mil

no ano passado; enquanto nesse mesmo

intervalo de tempo, o número de auto-

móveis passou de 24 para 37 milhões,

alta de 54%. Embora os números mos-

trem movimentos contrários, eles revelam

que o mercado de reparação vem se con-

centrando, sobrando cada vez menos es-

paço para a gestão amadora do negócio.

Para se adequar às novas práticas e exi-

gências, o empresário teve que investir

em qualifi cação, equipamentos e tam-

bém na gestão, visando aumentar a pro-

dutividade e a profi ssionalização de todos

os processos e procedimentos. A infor-

matização do estabelecimento foi inevitá-

vel, abrindo campo para o surgimento de

softwares desenvolvidos especialmente

para as ofi cinas, capazes não apenas de

emitir ordens de serviço, mas que atuas-

sem também indicando o momento da

manutenção preventiva, aliando as ques-

tões contábeis, entre outros fatores perti-

nentes ao negócio. “O perfi l das ofi cinas

mudou muito para atender as inovações

tecnológicas do mercado. Tínhamos mui-

tos clientes que eram conhecidos como

‘boca de porco’ e que usavam software

para emitir OS e NF para quem pedia. A

visão de gestão chegava no ‘contas a pa-

gar/receber’ e, na melhor das hipóteses,

fl uxo de caixa. Hoje, existem mais de 50

softwares para ofi cinas e metade com

versões gratuitas, isso para demonstrar o

grau de comoditização que alcançou esse

recurso”, explica o diretor da Work Mo-

tor, Marco Antonio del Corso.

Mas ele alerta que grande parte desses

softwares gratuitos, disponíveis inclu-

sive para download pela internet, não

é homologada para a emissão do ECF

(cupom fi scal), que é obrigatório em

todo o país. “Claro que existe muita

diferença entre os estados com relação

à fi scalização, mas alguns como Minas

Gerais e Paraná estão sendo muito rígi-

dos nessa cobrança”.

Esse é um dos pontos aos quais o empre-

sário da reparação deve estar atento no

momento de compra de um software de

gestão, mas também não é o único. Im-

plantação, treinamento, suporte, cotação

de preço junto aos fornecedores e com-

pra online, possibilidade de customização

de acordo com o porte da ofi cina, entre

outros aspectos devem ser analisados.

Veja a seguir exemplos de softwares para

ofi cinas disponíveis no mercado brasileiro.

SUPER OFICINA

Com mais de cem clientes no país, o

Super Ofi cina oferece pacote de treina-

mento presencial e a distância para os

clientes, focando no treinamento EAD

pela fl exibilidade de horários. O produ-

to foi desenvolvido para o segmento

automotivo, podendo atender ofi cinas,

concessionárias e lojas de autopeças e

tem como diferencial um banco de da-

dos robusto open source “fi rebird”, que

garante segurança e reduz a chance de

corrupção de dados.

O Super Ofi cina é customizado confor-

me a realidade dos processos da empre-

sa. “Sabemos que em cada empresa há

um método de trabalho. Existem aqueles

métodos padrão, mas nosso diferencial é

adaptar o produto e se uma evolução é

desenvolvida, todos recebem essa me-

lhoria sistêmica e de processo”, explica

Super Ofi cina é software customizado de acordo com os processos da empresa

H

Mais Equipamentos MA 81.indd 2 12/9/2011 17:40:37

Page 63: Revista Mais Automotive 81

3

o diretor, Leonardo Lobo.

O sistema possui módulos financeiro,

de estoque e vendas, além de módulo

que exporta para NFe e módulo já cre-

denciado e homologado para o PAF-ECF.

“Exporta-se a NFe em ‘txt’ para o emis-

sor NFe gratuito do governo ou trabalho

integrado com Acbr Monitor (Projeto

OpenSource). Como o Super Oficina é

um software administrativo, ele prepara

todas as informações pertinentes ao go-

verno conforme sua exigibilidade e ex-

porta essas informações para softwares

de apoio. Usamos o software gratuito da

Receita porque o mesmo está em cons-

tante manutenção, e o banco de dados

do sistema possui todas as informações

dessas notas emitidas em conformidade

com seus estoques e informações finan-

ceiras”, ressalta.

Quando o assunto é manutenção pre-

ventiva, o software envia alertas e in-

forma a situação atual do veículo ou

componente de acordo com os dados

cadastrados quando o veículo entra no

pátio da oficina. “É recolhida sua quilo-

metragem e há uma base de dados de

perfis do veículo (componentes, peças,

serviços, etc.) previamente cadastrada e

sua respectiva ‘vida útil’. Estes dados são

diariamente checados e confrontados

com o veículo do cliente”.

Para micro e pequenas empresas, com

até 15 computadores, a implantação

varia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, com

mensalidades de R$ 150 a R$ 270 e tam-

bém manutenção do PAF-ECF, que está

em torno de R$ 380 anuais.

ULTRACAR

A empresa tem 20 anos de atuação na

área de informatização do setor auto-

motivo e uma equipe de 40 colabora-

dores que atende oficinas mecânicas,

funilaria, pintura e centros automotivos.

Atualmente, são mais de 2 mil clientes

no Brasil. A solução efetua todos os con-

troles administrativo e financeiro, com

recursos que vão desde controle de or-

dem e serviço até Sped Fiscal, compras

online, produtividade online e Módu-

lo IQA. Além disso, a Ultracar também

conta com o projeto Web Site, ou seja, a

empresa desenvolve um site para a ofici-

na de acordo com modelos já estabeleci-

dos, adequando ao perfil da empresa.

Também é oferecido um treinamento di-

reto na oficina, que varia de cinco a dez

dias, dependendo da necessidade. Poste-

riormente, há um suporte técnico por te-

lefone e MSN, que é disponibilizado tam-

bém por acesso remoto, onde o técnico

visualiza a tela do cliente em tempo real.

Entre os módulos disponíveis, há alguns

que se destacam, como o “Produtividade

online” (disponibilizado apenas para o

Software Express Funilaria). “Sua função

Ultracar oferece desde módulo de Gestão do Cliente até Compras Online

é acompanhar o veículo sendo reparado

dentro da oficina, mostrando para qual-

quer usuário onde o carro está, quem

está trabalhando nele, se faltam peças

ou está esperando autorização de com-

plementar, se está atrasado em relação à

data de entrega, entre outras funções”,

explica o diretor, Fábio Moraes.

Há também o serviço de Compras

Online, que permite uma comuni-

cação direta com fornecedores pre-

viamente cadastrados, agilizando o

trabalho do responsável por compras

da oficina. E a Ultracar também ofe-

rece o Módulo IQA, desenvolvido em

parceria com o instituto, que possi-

bilita às oficinas se qualificarem para

as certificações e auditorias do IQA.

O módulo Gestão do Cliente faz

o monitoramento da manutenção

preventiva pelos serviços realizados

e pelas peças trocadas, além de es-

treitar o relacionamento com o clien-

te convidando-o, por e-mail, a fazer

uma troca de óleo ou para lhe desejar

feliz aniversário, por exemplo.

São oferecidos três sistemas pela empre-

sa: Express Mecânica, Express Funilaria e

Padrão, atendendo empresas de peque-

no, médio e grande porte. O custo varia

de acordo com o tamanho da oficina e

são oferecidos descontos para aquelas

sindicalizadas ou relacionadas a alguma

entidade com que a Ultracar tem parce-

Mais Equipamentos MA 81.indd 3 12/9/2011 17:40:42

Page 64: Revista Mais Automotive 81

4

ria. O sistema Padrão é aquele disponibi-

lizado pelo PID (veja mais no box).

WORKMOTOR

Com mais de 15 anos de tradição e

3 mil clientes no país, o diferencial

do WorkMotor é ser o único softwa-

re automotivo homologado PAF-ECF

credenciado em todas as secretarias

estaduais do Brasil. Exatamente por

conta da questão tributária, o diretor,

Marco Antonio del Corso, conta que

o treinamento para novos clientes é

fundamental. “Com as mudanças tri-

butárias – ECF, Sintegra, SPED, NFe,

NFSe –, as dúvidas são muito grandes

nesse mercado, que é formado por

micro e pequenas empresas. Sem o

devido treinamento ele não consegue

implantar o sistema”. A empresa ofe-

rece um pacote de horas em treina-

mentos e vídeos explicativos.

Projetado para atender todos os depar-

tamentos da oficina, o software con-

templa o atendimento, que envolve o

cadastro do cliente, carro, orçamento/

OS; estoque, que é integrado com o ca-

tálogo eletrônico Guia de Peças; contas

a receber e contas a pagar; compras,

integrado com o CotaJÁ (trazendo em

uma tabela as melhores condições de

compra); financeiro e CRM. “O Guia

de Peças é um catálogo eletrônico que

tem a lista de peças do distribuidor

junto com as informações do catálogo

da fábrica, e essas informações podem

ser importadas para dentro do Work-

Motor. E o CotaJÁ é uma ferramenta

de cotação onde o WorkMotor manda

a necessidade de compra da oficina,

online, para ser cotada nos fornecedo-

res de preferência da oficina e organiza

tudo numa tabela. Esses recursos são

Workmotor integra ferramentas que prometem aumentar o faturamento do negócio

gratuitos para os usuários do WorkMo-

tor”, explica del Corso.

Para provar que o software traz re-

sultados práticos no faturamento da

oficina e tranquilizar o empresário da

reparação, a empresa lançou o Desa-

fio WorkMotor. Se a oficina colocar os

dados do cliente corretamente (dados

de revisões e garantias) e avisá-lo que

o QueridoCarro estará disponível gra-

tuitamente para o cliente, se fizer uma

campanha (e-mail marketing, mala di-

reta, telefonemas) por bimestre com

base no CRM e se 30% das compras

forem cotadas no CotaJÁ, caso o em-

presário não recupere o valor do sof-

tware em um ano, esse valor é devolvi-

do. “Nosso objetivo é deixá-lo seguro

na aquisição e é obvio que com essas

ações ele não vai só recuperar o inves-

timento, mas aumentar o faturamento

significativamente, além da imagem da

empresa e da fidelidade dos clientes”.

O valor do software varia de acordo

com o número de usuários/computado-

res. Para uma oficina com dois compu-

tadores, a versão Plus com cupom fiscal

custa R$ 1.960 e pode ser paga em até

24 vezes pelo cartão BNDES.

Ciente da importância da informati-

zação dos reparadores, o Sindirepa-

SP firmou há alguns anos uma par-

ceria com a Ultracar e lançou o PID

(Programa de Inclusão Digital). “A

oficina recebe o Software Ultracar

Padrão sem nenhum custo imediato

e nem posterior. Em contrapartida, a

oficina deve ser filiada ao Sindirepa

e estar com suas mensalidades

em dia. A intenção principal é fazer

com que as pequenas empresas

possam ter acesso a um sistema

de gestão e comecem um processo

de organização e documentação

das informações que passam pela

oficina. A NFe já é uma obrigação,

mas antes mesmo disso é impor-

tante a oficina iniciar o processo de

informatização. Desta preocupação

nasceu o PID”, explica o diretor da

Ultracar, Fabio Moraes.

O software auxilia o gestor da em-

presa a controlar finanças, estoque,

orçamentos, peças e serviços; e

as oficinas passam a participar

de um grupo de empresas que

trocam experiências sobre gestão e

organização. O projeto funcionou tão

bem que hoje já há parcerias entre

a Ultracar e os Sindirepas de Minas

Gerais, Ponta Grossa (PR) e Pará.

Parceria com os Sindirepas

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Page 65: Revista Mais Automotive 81

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