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Ano 2 Setembro 2005

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04os jovens, a universidade e a cidadeD. António Marcelino

06sucesso académico no ensinosuperior estratégias de promoçãoProf. José Tavares

12porque foi einstein importante?2005: ano internacional da físicaProf. José F. F. Mendes

16biologia na noitedivulgando ciência saindo à noiteProf. Amadeu Soares

18casos de sucessoantigos alunos da ua com carreiras bemsucedidas

32projecto infogenmedua uniformiza informação sobre doençasgenéticas raras

34prevenção das cheias em estudo na uadepartamento de ambiente eordenamento define estratégias

36projecto fameua adere a projecto europeu que fazconvergir estratégias científicas paramateriais híbridos e cerâmicos

38numa parceria entre a ua e a siemenssiemens instala laboratório

40instituto de investigação da uaCâmara Municipal de Aveiro atribuimedalha municipal de mérito científico

41rede SUDcomua acolhe sede de rede de cidadaniaactiva transnacional dos países domediterrâneo sul

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42novos mestrados na área doambientearranque neste ano lectivo

45comissão directiva relançaassociação dos antigos alunos da uaeleições previstas para o início desteano lectivo

46antigos alunosengenharia electrónica e telecomunicações

47saídas revitalizadasengenharia mecânica reconhecida pelaordem dos engenheiros

48publicaçõesda comunidade académica

54fórum 3eempresas e candidatos ao mercado detrabalho concentraram-se na ua

58ua comemorou dia da universidadeemoção, orgulho e alegria marcaramcerimónia de entrega de diplomas

61aauav comemora 27º aniversáriogabinete de apoio à direcção nesteano lectivo

62presidente da república na uaparceiras para a inovação em debate

64escola superior de saúde da uafinalistas proclamaram compromisso

66fábrica reabre com novidadesMariano Gago marcou presença nascomemorações do primeiro aniversário

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A reflexão sobre os jovens, com acomplexidade que lhes é própria,dadas as mudanças culturais que sevão operando de modo generalizado econstante, poderá fazer-se com algumaobjectividade quando se estabelecemalgumas referências concretas. Nestecaso, a Universidade e a Cidadeservem de horizonte ao que se podedizer, sem pruridos de exaustão, sobrejovens concretos que por aqui passam.

Não creio que seja fácil, ou mesmopossível, uma visão alargada dofenómeno juvenil actual e local, tantossão os aspectos e a fugacidade dosmesmos a entrecruzarem-se e aempurrarem-se mutuamente. O ontemda gente nova fica cada vez mais longee o seu hoje mal se pode apreciar, tãodepressa ele se esfuma do nossohorizonte.

Os jovens estão marcados pela fluidezdos seus traços, pelas interrogaçõesdo seu presente e do seu futuro, pelodifícil enquadramento social das suaspessoas e vidas, pela dificuldades quetêm de enfrentar, pela incompreensãoque respiram, por vezes, à sua volta e,em muitos casos, pelos nós interioresque os tolhem a eles próprios. Muitos“andam no vento”, como disse FernandoNamora de seus netos e das novasgerações. As opções vitais têm de asfazer tantas vezes em horizontesreduzidos e em espaços de incerteza.Quando a falta de esperança ou aindiferença os não feriu, lá vão rompendo,corajosamente, o nevoeiro do tempo eos obstáculos do caminho, fazendo aafirmação de quem não desiste de serprotagonista e de procurar rumo paraa vida.

D. António MarcelinoBispo de Aveiro

e a cidade

os jovens,a universidade

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Milhares de jovens travam, entre nós,as suas batalhas no dia a dia, naUniversidade e no meio ambiente quea Cidade lhes proporciona. Por umlado, a exigência normal de um trabalhosério e com regras, que nunca sepode dispensar, mormente quando háconsciência de que a vida só vale apena se se vive de modo responsávele tem horizontes de esperança. Poroutro lado, necessita de um climasocial indispensável, que tanto podeser equilibrante, como convidativo aalguma alienação.

A ligação Universidade – Cidade deveser estruturante para os jovens queaqui estudam e vivem. Não se trata dejustaposição de realidades concretasou de simples alternativa, marcadapelo ritmo “trabalho – lazer”, mas deespaços e realidades complementarese interdependentes.

Insiste-se hoje em considerar nos meiosurbanos a necessidade, a importância eo valor humanizante das “cidades” noseio da “cidade”, sem o que a massacome a pessoa. Creio que pode seresta uma perspectiva válida para oproblema em causa, se se têm emconta a autonomia, as exigências e asregras próprias da Universidade e suaindispensabilidade, em confronto como fluido próprio da Cidade, com assuas propostas e apetências, dificul-dades e oportunidades. Por um lado,a ocasião de personalização, mediantea estruturação do pensamento, o rigordo método, o horizonte do necessário,a descoberta do valor da equipa oudo grupo em trabalho, a experiênciado progresso pessoal e intelectual.Por outro lado, o calor do acolhimentopessoal, a interrelação conseguida, aconvivialidade enriquecedora, oespaço do lazer necessário, o contacto

4 5 os jovens, a universidade e a cidade

com a história que permanece viva, emseus aspectos culturais, geográficos ehumanos.É curioso verificar, na hora da despedida,os laços afectivos que tanto a Univer-sidade como a Cidade geraram ereforçaram nos jovens que por aquipassaram e viveram, ainda que só porum tempo. Alguns laços tão fortes quejá nem deixam partir.

O prestígio da Universidade e o calorhumano da Cidade casam bem entresi, a favor dos jovens que vieram aAveiro qualificar-se para a vida. Muitosdeles o dizem de muitos modos.Ainda bem. Há que manter sempreviva esta ligação mútua.

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José TavaresProfessor do Departamento de Ciênciasda Educação da UA

A intenção de aplicar o conhecimento que vinha sendo adquirido

através de investigações em curso na formação surgiu durante

o ano lectivo de 2002/2003. A disciplina de Estratégias de

Promoção do Sucesso Académico no Ensino Superior (EPSAES)

foi criada como uma opção livre, com o objectivo de levar os

alunos a reflectir sobre as suas próprias estratégias de estudo,

de trabalho, de aprendizagem, de lazer e de bem-estar físico,

biológico, social, cultural e humano, no sentido de mobilizar as

suas capacidades para um maior sucesso académico.

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estratégias de promoção do

no ensino superioruma opção livre

sucesso académico

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Implementação da disciplina deEPSAESNo ano lectivo 2004/2005 (1º ano deleccionação) inscreveram-se 35 alunosque frequentaram a EPSAES. Osobjectivos que se estabeleceramcomo meta a alcançar com estadisciplina foram os seguintes: (1)Identificar estratégias que possibilitemaos alunos, professores e instituiçõesum maior sucesso académico; (2)Repensar os processos de ensino,organização e gestão, realização eavaliação da formação, da investigaçãoe inovação; (3) Desenvolver sessõescom a participação de alunos, docen-tes e investigadores sobre o conjuntode temas propostos (abaixo enumeradose descritos); (4) Fomentar o debateentre todos os interventores de ummodo interactivo e inovador, com oapoio das TIC; (5) Transpor as capaci-dades e competências desenvolvidase adquiridas para outras situaçõessemelhantes da vida académica dosestudantes.

A avaliação proposta e aceite pelosalunos dividiu-se em duas partes edesenvolveu-se nos seguintes moldes:· Avaliação contínua. Durante osseminários dedicados aos cinco temas,os alunos, em grupo, realizaramreflexões críticas sobre aquilo queaprenderam nos seminários e de queforma puderam ou poderão utilizaresse conhecimento para fomentar oseu sucesso académico. Estas reflexõesforam apresentadas e discutidas nascinco últimas sessões da disciplina.Cada grupo apresentou a sua reflexãosobre cada tema (5 minutos) seguidade uma discussão conjunta. O valordesta componente foi de 40% daavaliação final.· Avaliação periódica. Teste em-linha(recorrendo à plataforma Blackboard)com 10 perguntas (escolha múltipla).Foram também dadas, em papel,quatro perguntas de desenvolvimentoe destas escolhidas duas. O pesodesta componente foi de 60% daavaliação final.Os materiais de apoio foram sendodisponibilizados na plataforma dee-learning Blackboard. As funcionali-dades da plataforma de comunicação àdistância, os fora ou salas de discussão

e os Chat, não foram muito utilizadosvisto se ter privilegiado a interacçãopresencial entre os alunos, a equipadocente e de investigação. As áreasmais consultadas no Blackboard forama “Área de conteúdo” com 74% dototal de acessos e os “Avisos” com14%. Os acessos deram-se sobretudonos fins-de-semana e dias seguintesàs aulas, sendo as horas de maiorafluência as 10h00 e as 16h00.

TemáticasAs temáticas que agora se apresentamforam desenvolvidas durante o 1ºsemestre do ano lectivo 2004/2005.Tratam-se de temáticas em construção,na medida em que serão adaptadas àsnecessidades dos alunos e moldadas deacordo com as suas sugestões, obser-vações críticas e re-análise da equipade investigação-formação, e que sedescrevem sucintamente a seguir:

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0. Contextualização da investigaçãoNestas sessões discutiram-se efixaram-se os aspectos relativos aofuncionamento da disciplina EPSAES,como a metodologia e a avaliação.Explanou-se o contexto teórico queenvolvia as temáticas a desenvolverpor cada docente em cada uma dassessões dos módulos de formação.Foram ainda fomentadas a discussão ea reflexão acerca de alguns conceitosbásicos que integram o próprio nomeda disciplina, como: (1) estratégias eoutros conceitos afins; (2) sucessoacadémico; (3) ensino superior.

1. Ritmo de sono e vigília emestudantes universitários e sucessoacadémicoCom este módulo pretendeu-se queos estudantes: (1) adquirissem conheci-mentos básicos acerca do sono e doritmo sono-vigília; (2) reconhecessema importância de uma boa noite desono para a optimização do funciona-mento diurno (não só em termos dedesempenho académico mas tambémde bem-estar pessoal); (3) conhecessemas regras básicas para uma adequada

higiene de sono; (4) tivessem oportuni-dade de conhecer os seus padrões desono-vigília e algumas característicasindividuais associadas aos ritmoscircadianos; (5) detectassem aspectosmenos adequados aos seus hábitosde sono; (6) reflectissem sobre aselecção, tendo em conta o seu casopessoal, as medidas mais ajustadaspara melhorar a sua higiene de sono;(7) delineassem uma estratégia paraaplicar tais medidas.Para além dos conhecimentos teóricos,os participantes tiveram exercíciospráticos para poderem avaliar os seuspadrões de sono e tipo diurno, atravésde questionários de auto-resposta, ede preencher um “Diário de sono”durante sete dias que serviu depoispara discussão. Propôs-se ainda aosestudantes que, com base nos conheci-mentos adquiridos, identificassemaspectos positivos vs. “problemáticos”dos seus hábitos de sono, parapoderem reflectir sobre as medidasmais apropriadas a pôr em prática,com o objectivo de melhorar os seushábitos de sono. Foi ainda propostoaos alunos que quisessem avaliarmais objectivamente o seu sono autilização de actígrafos.

2. Literacias e sucesso académicoCom este módulo pretendeu-se realizaro diagnóstico e a análise da competênciados alunos relativamente ao desenvol-vimento de estratégias específicas deleitura, compreensão e escrita e reflectirsobre a associação entre o desenvol-vimento destas estratégias e odesempenho e sucesso académicos.As actividades realizadas visavam,sobretudo, a análise de aspectosrelacionados com a variedade deestratégias, definição de conteúdos eobjectivos a atingir, aspectos a ter emconta aquando da utilização de cadaestratégia específica, etapas a seguir,cuidados a ter antes, durante e depoisde cada actividade, regras, implicaçõese utilidade para o dia-a-dia do estudantedo ensino superior.Com base nas noções de ensino estra-tégico e de monitorização, procurouseguir-se uma abordagem combinadade leitura e escrita partindo da noçãode que as actividades de formação sedeverão basear no desenvolvimento desituações de resolução de problemase sua transposição para o contexto deformação de situações de aprendiza-gem que os alunos enfrentam no seudia-a-dia.

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3. Técnicas de discurso e apresen-tação de trabalhosEste módulo teve como objectivodesenvolver e melhorar a capacidadedos alunos discursarem em público.As competências adquiridas poderãoser utilizadas nas várias disciplinascurriculares, permitindo ao aluno umamaior dinâmica na apresentação detrabalhos orais. Foi dada aos alunos aoportunidade de estudar estratégiaspara superar o medo de falar, assimcomo de adquirir algumas pistas paramelhor estruturar o discurso com orecurso a meios audiovisuais.Aplicar técnicas discursivas na prepara-ção de um discurso informativo/oupersuasivo (por exemplo, como adequaro discurso à audiência, como envolvero público, como recorrer a fontes dosdados para uma maior credibilidadedo discurso, como preparar previamen-te um outline); aplicar eficazmentemateriais audiovisuais num discurso;levar o aluno a observar e a observar-se,para uma melhoria real da comunicaçãoperante o grupo; promover, através devivências práticas, a autoconfiança e asegurança de forma a falar diante deum grupo de pessoas com persuasão,convicção e satisfação; dominar regras,

códigos e técnicas que permitamformular mensagens claras, com impactona audiência, foram algumas dascompetências que se pretendeu desen-volver nos estudantes.

4. Experiências de aprendizagem eauto-regulação académicasEste módulo foi construído sobre asconclusões de algumas das maisrecentes investigações sobre o processoda aprendizagem auto-regulada.Durante as sessões, reflectiu-se acercade situações quotidianas da vidaacadémica dos estudantes, tentandoencontrar possíveis respostas àsquestões do “que fazer?” (analisar astarefas, fixar objectivos e planear);“como fazer?” (seleccionar e usar asestratégias mais apropriadas); “porquêfazer?” (seleccionar e usar as estraté-gias motivacionais mais adequadas);e, “com que resultados?” (monitorizaçãoe auto-avaliação dos desempenhos).As questões, “quando?”, “com quem?”e “onde?” foram também importantes aonível da gestão estrutural dos tempos,ambiente, espaços e outros recursos(ajudas) disponíveis. Aproveitou-separa discutir e analisar a aprendizagem

estratégica no contexto de ensinosuperior contrastando a hetero e aauto-regulação e apontando quais ascondições e opções que permitem aoestudante optar entre uma ou maishipóteses.

5. Promoção da saúde e bem-estarno ensino superiorEste módulo teve como base umconjunto de investigações e módulosde formação realizados na Universidadede Aveiro ao longo dos anos lectivosde 2002/2003 e 2003/2004, com vistaà promoção do desenvolvimentopessoal e educação para a saúde,avaliados pelos alunos como sendode grande actualidade e utilidade.Abordaram-se como estratégias depromoção do sucesso académico, aapresentação e explicação do ModeloCognitivo-Comportamental do Stressee da Ansiedade aos Exames (para asocialização do estudante com omesmo e a compreensão dos processosque contribuem para a manutençãodas dificuldades referidas), a Identifica-ção e Reestruturação dos PensamentosAutomáticos Negativos (para ensinar oestudante a pensar melhor, através daidentificação dos PAN e das suas

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implicações no comportamento, atravésda identificação e correcção de errosno processamento de informação) e oRelaxamento Muscular com Imagina-ção Mental (para que o estudanteaprendesse a minimizar os níveis destresse que sente).

Resultados e suas implicações –Avaliação da disciplinaO trabalho desenvolvido nas aulassobre os diferentes módulos e aparticipação dos alunos permitiram quea disciplina fosse encarada como umtodo que promove o desenvolvimentoacadémico e pessoal, tendo-se obtidoníveis de assiduidade elevados aolongo de todo o semestre.A avaliação contínua esteve directamen-te relacionada com o trabalho realizadodurante o período de aulas. A médiada avaliação contínua (Média=16.0;DP=0.7) afigurou-se como ligeiramentemais elevada do que a média referenteà avaliação do exame (Média=15.6;DP= 1.6). A média da avaliação finalfoi de 15.8 valores (DP=1.0).

Opiniões dos alunosUma das preocupações constantes daequipa docente envolvida na lecciona-ção da disciplina EPSAES era saberqual a opinião dos alunos acerca dametodologia adoptada. Já na rectafinal do semestre, foi pedido a todosos discentes da disciplina que respon-dessem a um questionário em linha(alojado na Blackboard), intitulado de“Diagnóstico – Intervenção – Observa-ção”. O questionário foi constituído por12 questões de resposta fechada, aque os alunos deviam responderrecorrendo a uma escala tipo likert emseis pontos (1 – “Não se aplica nada amim” a 6 – “Aplica-se completamentea mim”), e uma pergunta de respostaaberta, para Comentários/Sugestõessem limitação de espaço para resposta.Na tabela 1 são apresentados osresultados da análise do questionárioem linha.Os alunos consideraram que as estraté-gias apresentadas pela equipa docente

contribuíram claramente para a promo-ção do sucesso académico (item 4:Média=5.1, DP=1.0) e que os temas ea organização modular da disciplinaforam ao encontro das suas reaisnecessidades enquanto estudantes(item 3: Média=5.0, DP=1.0; item 8:Média=5.0, DP=1.0).Consideraram também que as aborda-gens utilizadas pela equipa de docên-cia e investigação foram interessantese motivadoras (item 2: Média=4.8,DP=0.8). A discussão e interacçãodesencadeadas nas sessões dadisciplina foram consideradas comofactores positivos da disciplina e queefectivamente contribuíram para a suaaprendizagem e desenvolvimento(item 5: Média=4.6, DP=1.1; item 6:Média=4.8, DP=0.9).A organização da disciplina deEPSAES permitiu aos alunos pensaremem novas formas de organização egestão curricular, aliás 93.4% dosalunos responderam acima do nível 3no item 7.Os aspectos menos positivos estiveramrelacionados com o acesso aoBlackboard (item 12: Média=4.5, DP=1.6;).O facto dos alunos não terem umacesso fácil à Internet pode estardirectamente relacionado com o Depar-tamento de origem dos alunos. Outrodos pontos menos positivos prendeu-se com os processos de avaliação dadisciplina (item 9: Média=4.0, DP=1.0),aliás, muito referido pelos alunos nasrespostas à pergunta aberta.Relativamente aos Comentários/Suges-tões escritos pelos alunos, de formaanónima, no questionário “Diagnóstico– Intervenção – Observação”, a suaapresentação e análise será divididaem 3 tópicos que ressaltaram damaioria de comentários: 1. Pertinênciada disciplina nos primeiros anos doensino universitário; 2. Sistema deAvaliação; e 3. Apreciação Global.Relativamente à primeira questão,encontrámos um quase consenso noque concerne à necessidade/utilidadede uma disciplina desta natureza emanos iniciais do plano curricular detodas as licenciaturas. Vários foram osalunos que defenderam que “se estes

conhecimentos tivessem sido transmi-tidos no primeiro ou segundo ano delicenciatura, teria sido um contributoimportante para o percurso académicoe talvez factor motivador para a licen-ciatura (…)”*, que “esta cadeira seriamais benéfica se fosse leccionada noprimeiro ano da universidade”*, que“seria mais útil aos alunos que quandoentram para a universidade, por vezes,não encontram os métodos de estudoadequados e mudam certamente asua rotina diária”*, ou mesmo que“deveria ser do 1º ano, uma vez quevários dos módulos, apesar de úteis,teriam sido fundamentais aquando doingresso no ensino superior.”*Sobre esta questão existem algunsfactores a ponderar. Um dos maisimportantes, dada a sua dependência daorganização institucional, prende-secom a (im)possibilidade de os alunosde licenciaturas da Universidade deAveiro poderem frequentar disciplinasde opção livre. Esta possibilidade édefinida pelos coordenadores daslicenciaturas bem como a altura emque se poderão/deverão inscrever nasmesmas. Grande parte das licenciaturasda Universidade de Aveiro só permitea frequência de opções livres em anosmais avançados da formação dosalunos. No plano curricular daslicenciaturas existem espaços pré-definidos para este tipo de disciplinas,o que significa que antes os discentesnão poderão cursar as mesmas, nãoobstante o facto de, em anos anteriores,considerarem importante para a suaformação, a frequência de disciplinasde opção livre.Outra ideia salientada por uma boaparte dos estudantes da disciplinarelacionou-se com o sistema deavaliação estabelecido. Alguns alunosconsideraram que o peso das suascomponentes deveria ser diferente,por exemplo, “40% para o exame e60% para o trabalho, uma vez queeste último é elaborado ao longo dosemestre e requer um maior empenhodo aluno”* Outros criticaram o factode “os trabalhos realizados ao longo

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do semestre valerem tão pouco emrelação ao exame (…)”*, considerandoque “foi, sem dúvida alguma, com elesque aprendemos e desenvolvemos asnossas capacidades de que tanto sefalou nestas aulas (…)”*. Apesar de terhavido a percepção dos alunos do seuenriquecimento pessoal, no decursodas aulas, não deixaram de lembrar“um único senão: o método de avalia-ção (…)”*. Segundo a sua opinião“muitas horas foram despendidas naelaboração de trabalhos escritos,reflexões, apresentações orais paraque no final estes sejam apenas 40%da nota final (…) ”*.A equipa envolvida na docência dadisciplina considera que o examepermite uma noção mais concreta dotrabalho individual de cada aluno. Oaluno que se aplicou durante o semestre,e foi realizando as reflexões ao longodeste, conhecerá bem a matéria eestará melhor preparado para responderàs questões que lhe são apresentadasno exame.Apesar destas opiniões/sugestõesdos alunos, a equipa docente concluiuque a sua apreciação global foi bastan-te positiva. “(…) Esta disciplina foimuito interessante e muito além dasminhas expectativas. A ideia que faziadesta disciplina não correspondia emnada ao que aconteceu, ou seja foi umasurpresa muito agradável para mim.O corpo docente conseguiu em poucassessões dar aos estudantes o maisimportante de cada módulo.”* Todos

os alunos que manifestaram a suaopinião, não obstante alguns pontosespecíficos cuja modificação sugeriram,demonstraram uma elevada satisfaçãofinal decorrente da sua frequência.Frases como “adorei a disciplina, aliásnunca pensei que fosse tão interessante.Os meus parabéns! Os professoresforam excelentes e os temas desenvolvi-dos também!”*, ou “aprendi muitascoisas importantes para um bomdesempenho académico e, futuramente,profissional”*, ou ainda “consideroesta disciplina uma das mais interes-santes e proveitosas comparativamenteàs que fazem parte do meu currículo”*, foram referidas por bastantes alunosnas suas apreciações. Considerandoa interactividade e a fomentação dodebate com os alunos, objectivosdesta disciplina, poder-se-á afirmar queo saldo foi muito positivo, a avaliar porfrases como: “senti que aprendi muitocom esta cadeira, uma vez que osmódulos apresentados eram bastanteinteressantes e até certo ponto inova-dores para mim. As aulas foraminteractivas e dinâmicas”* e “Esperoque a disciplina prossiga e continue aajudar os alunos a reflectirem nasestratégias para o seu sucesso.”*.

ConclusõesUma das conclusões que emerge destasexperiências científico-pedagógicas,aliás, em consonância com a opiniãode outras equipas de formação einvestigação que se preocupam comproblemas desta natureza, é que elas só

são possíveis se dispuserem de equipasde investigação e de formação quesejam capazes de se organizar etrabalhar em conjunto e que disponhamde meios adequados. Caso estespressupostos não sejam garantidostudo se torna extremamente trabalhosoe complicado, ficando, desde logo, oseu possível sucesso comprometido.Outra reflexão desta abordagem liga-secom as estratégias de promoção quevisam o sucesso académico. A integra-ção nos curricula de disciplinas que vãoao encontro das necessidades dosalunos e que os capacitem para agir elidar de forma mais adequada e eficazcom situações da vida de todos os dias,torna-se indispensável, considerando ocrescente preenchimento do tempoextra-curricular com outras actividades.A concluir acresce dizer que a criaçãodesta disciplina e a sua implementaçãonos moldes que foram apresentadossó foi possível em virtude do esforçode uma equipa de investigadores doprojecto Estratégias de Promoção doSucesso Académico no Ensino Supe-rior/Strategies for Promoting Successin Higher Education (EPSAES/SPASHE),financiado no âmbito do ProgramaSapiens da Fundação para a Ciência epara a Tecnologia.

* As frases assinaladas são de discentes de EPSAES

retiradas da parte de Comentários/Sugestões do

questionário “diagnóstico – intervenção – observação”.

Item Média DP1 Estou motivado para a disciplina de EPSAES 4.7 0.92 As abordagens adoptadas são interessantes e motivadoras 4.8 0.83 Os temas vão ao encontro das minhas necessidades enquanto estudante do ensino superior 5.0 1.04 Considero as estratégias apresentadas importantes para a promoção do sucesso académico 5.1 1.05 A discussão nas sessões contribuiu para a minha aprendizagem e desenvolvimento 4.6 1.16 A interacção desencadeada foi um factor positivo nesta disciplina 4.8 0.97 A estrutura modular desta disciplina fez-me pensar em novas formas de organização e gestão curricular 4.6 1.18 A organização da disciplina em módulos foi adequada 5.0 1.09 Os processos de avaliação são adequados 4.0 1.410 A utilização do Blackboard facilita a minha aprendizagem 4.9 1.211 Sinto facilidade na utilização desta plataforma 4.9 1.212 Tenho acesso fácil ao Blackboard 4.5 1.6

Tabela 1. Médias e desvios-padrão das respostas a cada um dos itens do questionário (n=32)

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José F. F. MendesProfessor do Departamento de Física

2005: ano internacional da física

porque foi Einstein importante?

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Foi a 16 de Outubro de 2003 que aUNESCO, na 58.ª Assembleia-Geral daONU, declarou o ano de 2005 comosendo o Ano Internacional da Física.

Mas o que é o ano internacional daFísica e porquê? Trata-se de umacelebração a nível mundial da Física eda sua importância nas nossas vidas.A Física contribuiu, ao longo do séculopassado, tanto para o progresso daCiência em geral, como para a tecnolo-gia. Mas não só. O seu impacto teve,tem e continuará a ter consequênciasincríveis ao nível da sociedade noseu todo.Albert Einstein (1879-1955), físicoalemão, foi um dos que mais contribuiunesse sentido. Em 1905, Albert Einstein,com apenas 26 anos, publicou cincoartigos que revolucionaram a Física. Éeste feito considerado o annus mirabilisda Física que levou a que seja comemo-rado em 2005 e a nível mundial o AnoInternacional da Física. Como disse,foi em 1905 que Einstein publicoucinco dos mais importantes trabalhosde todas as suas contribuições para aCiência, com os quais abalou algunsdos pilares da Física até então bemestabelecida – pensava-se! Um simples

funcionário do serviço de patentesSuíço revolucionou o mundo. Estestrabalhos foram de tal modo revolucio-nários que a Física e a sociedade emgeral nunca mais foram os mesmos…As suas contribuições foram de talmodo importantes que foram as precur-soras de grande parte das teorias queatravessaram o século passado, FísicaEstatística, Mecânica Quântica e Teoriada Relatividade (restrita e geral) e assuas ideias unificadoras ainda hoje sãoum problema em aberto. Comparávelsomente com os anos de 1665 e 1666,quando Isaac Newton apresentoucontribuições importantíssimas comoa lei da gravitação e a óptica.

Os famosos artigos…O primeiro artigo deste ano miraculosofoi publicado a 17 de Março com otítulo Über einen die Erzeugung undUmwandlung des Lichtes betreffendenheuristischen Standpunkt (“Sobre umponto de vista heurístico sobre ageração e transformação da luz”).Entre os cinco, este foi o único conside-rado revolucionário pelo próprioEinstein. É neste artigo que Einsteinformula a lei do efeito fotoeléctrico,fazendo uso da constante de Planck

A palavra “progresso’’ não teráqualquer sentido enquanto houvercrianças infelizes.A. Einstein

para definir o quantum de energia dofotão, uma partícula associada à luz.Este trabalho retoma a interpretaçãocorpuscular da luz, uma ideia defen-dida por Isaac Newton e que foraabandonada depois dos efeitos deinterferência observados por ThomasYoung (1801). Foi Heinrich RudolfHertz, cientista alemão, que observou,em 1887, que a incidência de luzsobre um objecto metálico provocavauma corrente eléctrica; mais tarde, em1900, Philipp Lenard, também alemão,ao estudar as cargas libertadas pormetais quando iluminados com radiação,descobriu que estas eram electrões…Estes foram passos cruciais para ateoria do efeito fotoeléctrico (1905).Fica assim percebido o processo deinteracção matéria/radiação. Foi devidoa este estudo que Einstein recebeu oprémio Nobel da Física em 1921. Semque nos apercebamos, são inúmerasas aplicações deste efeito (em célulasfotoeléctricas) no nosso dia-a-dia:sistemas de segurança, controlo dedispositivos, câmaras de televisão,vídeo e fotografia, etc…O segundo artigo é de 11 de Maio,Über die von der molekulartheoretischenTheorie der Wärme geforderte

12 13 porque foi einstein importante?

”“

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Bewegung von in ruhenden Flüssigkeitensuspendierten Teilchen (“Sobre omovimento de partículas suspensasem fluidos em repouso, como postuladopela teoria molecular do calor”), hojeconhecido por movimento browniano,descrito pela primeira vez em 1828,pelo botânico Robert Brown queobservou que o pólen de diversasplantas se movimentavam na águacom um movimento errático.O terceiro artigo, 30 de Junho, ZurElektrodynamik bewegter Körper(“Sobre a electrodinâmica dos corposem movimento”) é o primeiro trabalhosobre a teoria da relatividade restrita.Outros cientistas estiveram tambémperto de ser os criadores desta teoria,como Poincaré e Lorentz, mas foiEinstein que deu o passo vital, ao ter-se desprendido da ideia do éter. Ateoria de Eisntein veio reformular ideiasantigas de espaço e tempo, tornando--as entidades ligadas: o espaço-tempo.Seguem-se as ideias associadas aoconceito de simultaneidade, de dilata-ção dos tempos e contracção dosespaços, etc. A utilização hoje doGlobal Position System (GPS) seriaineficiente sem o uso dos conceitosde relatividade (os relógios nos satéli-

tes andam alguns micro-segundos maislentos do que os da Terra; como a luzse desloca a uma velocidade enorme,isto pode significar umas boas centenasde metros de imprecisão).

No quarto artigo, 27 de Setembro, Istdie Trägheit eines Körpers von seinemEnergieinhalt abhängig? (“A inércia deum corpo depende da sua energia?”)Einstein propõe a sua famosa equaçãoE=mc2. Este artigo é importante pormuitas razões, boas e más. E tudoporque esta simples equação, talvez amais famosa de todas as equações daFísica, teve consequências medonhas.Estou a pensar na bomba atómica.Mas as boas razões foram tambémmuito importantes. Senão veja-se: osprincípios de conservação da massa(Lavoisier) e da energia (Leibnitz),estavam na base de toda a Física (eQuímica) Clássica, mas ao mesmotempo desligados. Lavoisier “verificou”que a massa de um sistema, duranteuma transformação química, permanececonstante, isto é, a massa dos reagen-tes é igual à massa dos produtos dareacção. A equação de Einstein veiomostrar que existe uma equivalênciaentre massa e energia e portanto que

estes princípios até então fundamentais(conservação da massa e energia)estavam errados. Einstein mostrouque, quando um corpo emite luz, estetorna-se mais leve, ou seja, o equivalentea esta energia foi perdido sob a formade massa do corpo. Note-se queEinstein, quando escreve originalmenteesta equação, escreve m = E/c2, ouseja, tentou explicar o conceito demassa em termos de energia. Aliás, otítulo do artigo era uma questão –“depende a inércia de um corpo doseu conteúdo energético?” Esta visãojoga em seu favor, pois sempre seassumiu um homem pacifista e asconsequências menos pacifistas destaequação não foram intrinsecamenteda sua vontade.E o quinto, de 19 de Dezembro, é nova-mente sobre o movimento browniano.Ainda em 1905, conclui a sua tese dedoutoramento (Eine neue Bestimmungder Moleküldimensionen: Sobre umanova determinação das dimensõesmoleculares) que foi entregue à Universi-dade de Zurique, e que dedicou aoseu grande amigo Marcel Grossmann.

Estes e outros trabalhos que se seguiramrapidamente colocaram Einstein num

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lugar de destaque no panorama mundialda Ciência, e não é por acaso quecomeça a ser nomeado pelos seuspares em 1910, para o Prémio Nobel.Foi, à excepção de 1915, semprenomeado, até que finalmente a 9 deDezembro de 1922 é outorgado aEinstein o prémio Nobel de 1921 (quetinha sido adiado) e a N. Bohr o de 1922.Mas as suas contribuições não termina-ram em 1905. Em 1916 propôs a Teoriada Relatividade Geral – a generalizaçãoda teoria da gravitação de Newton. Porexemplo, também o aparecimento doLASER se deve a ele, ao ter proposto ateoria da emissão de radiação estimulada.

E já agora em Aveiro, o que estáacontecer e até que ponto pode istoser importante?A Sociedade Portuguesa de Física(SPF) tem levado a cabo um conjuntode iniciativas no sentido de promover,a nível nacional, actividades quedespertem os jovens para a Ciência,em particular para a Física.O Departamento de Física da Universi-dade de Aveiro não quis deixar de seassociar a esta manifestação públicae promoveu um conjunto de activida-des, algumas delas ainda a decorrer.

As mais marcantes foram o lançamentode 2005 balões no centro de Aveiropor jovens a 18 de Março, data de nasci-mento de Albert Einstein. Decorreuainda um primeiro ciclo de dez palestrasdedicadas a Einstein. O Departamentotem estado aberto em permanênciapara ser visitado por grupos de estu-dantes do Ensino Básico e Secundário,e, em simultâneo, tem vindo a realizarpalestras em várias Escolas. Foitambém desenvolvido pelo FISUA(grupo de jovens estudantes de Física)um conjunto de quatro palestras parao grande público, que decorreu noCentro de Congressos, designadas“Horizontes da Física”.

O Departamento de Física foi um dosparceiros na produção da exposiçãoitinerante – FÍSICA VIVA, que tevecomo objectivo principal levar a Físicajunto do público em centros comerciais.Em Julho inaugurou-se ainda umaexposição bibliográfica, na bibliotecada UA, por um período de três meses,também dedicada a Einstein, e quepode ser visitada até 2 de Outubro.

José Fernando Ferreira Mendes é Professor

Associado com Agregação no Departamento de

Física da Universidade de Aveiro onde também

exerce actualmente as funções de Presidente do

Conselho Directivo. É licenciado em Física pela

Universidade do Porto e Doutorado pela mesma

Universidade em 1995. Teve oportunidade de

realizar trabalho científico em várias Universidades

(Oxford, Genebra, S. Paulo, Boston, Nancy entre

outras). Fez um pós-doutoramento na Universidade

de Boston e foi Professor Convidado na Universidade

Henry Poincaré, França. De entre várias bolsas e

prémios destaca-se o Prémio Gulbenkian Ciência

2004. É autor de mais de 50 artigos em revistas

internacionais, vários capítulos de livros e um livro na

prestigiada editora, Oxford University Press, Evolution

of Networks: from biological nets to the Internet and

WWW, em co-autoria com Serguei Dorogovtsev

(investigador da Universidade de Aveiro e Instituto

Ioffe, St. Petersburgo, Rússia). Recentemente foi

convidado pela Comissão Europeia para fazer parte

de um livro onde aparecerão 40 investigadores

europeus no sentido de promover a ciência.

porque foi einstein importante?

…esta simples equação,talvez a mais famosa de todasas equações da Física, teveconsequências medonhas.”

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divulgando ciência

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biologia na noitesaindo à noite

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No sossego de uma noite de Primavera,já lá vão uns anos, a Biologia saltouos muros da Universidade e do seuDepartamento e rumou à cidade.Passeou, bebeu uns copos, ouviumúsica acabando a noite, como muitosoutros (as) no Olaria Bar. De facto, desdehá quatro anos a esta parte que oCiclo de Conferências Biologia naNoite entrou no hábito dos universitáriosde Aveiro bem como no público emgeral. Investigadores, músicos, estudan-tes, professores ou qualquer cidadãocurioso têm a possibilidade de vivernoites verdadeiramente alternativas nacidade de Aveiro, onde o convívio numbar, as noites temáticas de música dejazz, blues e ritmos latinos são bonspretextos para conversas noite dentrosobre a Biologia e a Sociedade. Esteciclo de conferência abertas Biologiana Noite, que este ano teve a suaquarta edição, consiste em conferên-cias seguidas de debate, com duraçãototal máxima de 120 minutos (até 60minutos para a conferência, seguidode um período de perguntas e respostas,de modo a não ultrapassar o tempomáximo total de 120 minutos). No finaldas conferências é efectuada umapequena sessão de música, no bar/restaurante anexo ao Centro Cultural ede Congressos. De realçar que esteano o ciclo contou, para além do jáhabitual apoio da Câmara Municipalde Aveiro e do Olaria Bar, com oprestimoso apoio da Fábrica deCiência Viva de Aveiro, tendo sidoenglobado no programa de actividadesdo 1º ano da Fábrica, que teve bastantesactividades com a Biologia como temaglobal como foram, por exemplo, aexposição “Os Genes e a Alimentação”,aberta entre Setembro de 2004 e 30 deJunho de 2005, a exposição fotográfica“Fotógrafos da Vida Selvagem ‘05”,um exclusivo nacional, aberta emMaio e Junho deste ano, para além devárias palestras e saídas de campo.Os nossos objectivos com a realizaçãodeste Ciclo de Conferências, utilizando

este formato, na altura original, forama divulgação da ciência, particularmentedas Ciências Biológicas, e o desafiode abrir horizontes. O conjunto deoradores que temos apresentado aolongo dos anos tem sido uma garantiade qualidade científica e comunicacional.Pensamos que o objectivo da divulga-ção da Ciência foi largamente ultrapas-sado, dada a adesão do público, paranós surpreendentemente elevada.De facto, desde uma audiência médiade 420 (sim, quatrocentos e vinte!)participantes na 1ª edição do Ciclo atéa uma audiência média de 600 (exacto,seiscentos!) participantes na ediçãodeste ano, a participação do públicotem sido uma crescente e enormesurpresa, ultrapassando as nossasmelhores expectativas.Nesta quarta edição da Biologia naNoite foi nossa intenção continuar adar a conhecer mais um pouco do quese faz no mundo da Biologia, quais assuas implicações no nosso dia-a-diae, também, abrir um pouco o véu domuito, e bom, que se vai fazendo cápor casa, aspecto muitas vezes pornós descurado e por muitos ignorado.A primeira conferência foi-nos apresen-tada por uma equipa de Biólogos daUniversidade de Aveiro, uma estreiacomo oradores do ciclo, acompanhadospor um nosso colaborador e amigo delonga data, o Dr. Jorge Paiva. Nelafalou-se de um projecto que o Departa-mento de Biologia tem a decorrernuma zona geográfica do Mundo quemuito nos tem tocado: Timor-Leste.Sendo este o Ano Internacional daFísica, quisemos mostrar o que aFísica pode ganhar dos ensinamentosda Biologia e vice-versa. Assim,convidámos um reputado físico daUniversidade de Coimbra, a todos ostítulos excelente divulgador de Ciência,o Doutor Carlos Fiolhais, para nosfalar, na nossa segunda conferência,das estreitas conexões entre a Biologiae a Física ao longo do tempo e nointeressante futuro que se antevê.A terceira conferência abordou um

Amadeu SoaresPresidente do Conselho Directivo doDepartamento de Biologia e Coordenadorda “Biologia na Noite”

aspecto que a todos muito interessa:as questões da Biologia da ReproduçãoHumana, com particular incidêncianos porquês da infertilidade masculinae feminina. Foi nosso orador o DoutorMário Sousa, da Universidade doPorto, reconhecido cientista e pioneironesta área.Esta Biologia na Noite 4 terminou comuma conferência exemplificativa decomo os conhecimentos podemfacilmente saltar de um ambienteeminentemente científico, como o dasrevistas científicas de grande nível eprestígio (Nature, Science, …), paraum outro nitidamente mais popular efotográfico. Nesta palestra, proferidapor um professor da casa, o DoutorAntónio Correia, foram focados e exem-plificados como a investigação emmicrobiologia tem sido rápida e, porvezes, surpreendentemente, transpostapara aspectos que têm a ver com asaúde ou a estética das pessoas.

O Ciclo deste ano terminou com apromessa de voltar para o ano, já comum programa provisório definido,apresentado com todos os riscos deum programa definido com mais deum ano de antecedência, que inclui aparticipação dos Doutores HenriqueQueiroga (Universidade de Aveiro),Sobrinho Simões (Universidade doPorto), Mia Couto (escritor, biólogo,moçambicano) e Amadeu Soares(Universidade de Aveiro), com palestrascomo “Ventos, Marés e Caranguejos”,“Genes e Ambiente: do Super-Homemao Popeye”, “Mitos e Lendas naConservação da Natureza” e “Os Gargalosda Biodiversidade”. Terminou, ainda,com a promessa de uma surpresa queo deixou de ser: a mais que prováveledição de um livro contendo umasúmula, por vezes adaptada, pois aspalestras não foram gravadas, do queforam as palestras das primeiras cincoedições da Biologia na Noite.

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carreiras

Ana Paula Canha

bem sucedidas

Isabel LeitãoCarlos Balsas

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Ana Paula Canha, Maria da Graça Vicente, Isabel Leitão, Carlos Balsas e Helena Lencastre são cinco

antigos alunos da Universidade de Aveiro com percursos profissionais de referência. Licenciada em

Biologia, Ana Paula Canha está a dar aulas na Escola Secundária de Odemira, onde, como

coordenadora do Clube de Ciências da Escola, já fez os seus alunos investigadores ganhar vários

prémios. Graça Vicente formou-se em Química e, nos EUA, centra a sua investigação na descoberta de

novos compostos para o tratamento do cancro da cabeça. Isabel Leitão foi uma das primeiras

licenciadas em Engenharia do Ambiente mas descobriu que, afinal, a sua verdadeira vocação era o

teatro. Nesta arte, já completou 23 anos de carreira. Mais novos são Carlos Balsas e Helena Lencastre.

O primeiro licenciou-se em Planeamento Regional e Urbano e é hoje especialista em transportes

sustentáveis nos Estados Unidos da América. A segunda faz parte da primeira fornalha de licenciados

em Matemática Aplicada e Computação. Enveredou pelo empreendedorismo e criou a MultiDados.

carreiras bem sucedidas

s

Helena LencastreMaria da Graça Vicente

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Ana Paula Canhaem odemira há jovens investigadores graças a bióloga formada pela ua

O entusiasmo e dedicação que Ana Paula Canha, 40 anos, imprime

às mil e uma actividades em que se envolve é impossível de

descrever em apenas duas páginas. Licenciou-se em Biologia pela

Universidade de Aveiro, em 1986. Logo depois aceitou o desafio do

pai e partiu para Vila Nova de Milfontes, onde começou por converter

salinas de pequena dimensão em pisciculturas. A determinada altura,

o gosto pelo ensino falou mais alto e hoje dedica a maior parte do

tempo à Escola Secundária de Odemira, onde para além de

professora é coordenadora do Clube BIGEO. Foi sob a sua

orientação que este Clube de Ciências da Escola desenvolveu um

projecto de investigação várias vezes premiado, que já teve honras de

publicação na National Geographic Magazine – Portugal.

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Dois dos alunos de Ana Paula Canhaestavam envolvidos num projecto quevisava comparar a alimentação dacoruja das torres em diferentes locaisdo concelho de Odemira, quandodescobriram que uma das corujasestudadas comia mais Microtuscabrerae (ratos de campo) que qualqueroutro rato que encontrasse. Este estra-nho resultado foi suficiente para logoos entusiasmar a estudar esta espécierara de ratos de campo. Ao fim de trêsanos de investigação em campo, asdescobertas que fizeram sobre estemicromamífero, que apenas existe naPenínsula Ibérica, mereceram a atençãodo país, a publicação do artigo “Microtuscabrerae em Odemira” na NationalGeographic Magazine – Portugal e aatribuição de vários prémios emPortugal e no estrangeiro.

Orgulhosa pelo feito, Ana Paula Canhadiz, contudo, ter de admitir não tersido este, o projecto profissional quegostaria de destacar quando questionadasobre o que mais gozo lhe dá realizar.“O desafio que considero mais interes-sante, ninguém vê nem avalia, só valemesmo para meu gozo pessoal. Étransformar o bolo intragável que todosestamos habituados a ouvir falar(programas muito extensos, poucotempo para os dar, alunos com faltade bases, salas de aula desajustadas,falta de meios…) e conseguir, simulta-neamente, que os alunos:(1) aprendam sem fazer aquele ar de“quando é que toca para isto acabar”;(2) o façam num ambiente animado ebem-disposto; (3) sempre com umacomponente prática indispensável.Isto é mais difícil que desenvolver osprojectos com que temos ganhoprémios, mas dá-me um gozo enormesair de casa mais cedo para ir à Ribeirado Torgal apanhar umas planarias ouumas hidras para as aulas ou chegar àsala com umas flores fantásticas paradissecarmos…”

Um desafio diferente cada diaDepois de ter estado sete anos noColégio de Milfontes e um na EB 2/3Damião de Odemira, Ana Paula Canhaestá há 10 a dar aulas de diferentesdisciplinas da área de Biologia, naEscola Secundária de Odemira, umaescola que diz estimular e apoiar quemtrabalha. Ao mesmo tempo, coordenao Clube de Ciências da Escola e dirigeas instalações dos laboratórios deBiologia. Passa, por isso, os dias inteirosna escola, não deixa de ir frequentementecom os alunos para o campo paraacompanhar as actividades do BIGEO,e ainda tem tempo para outras quan-tas actividades e, claro, para a família.

Seja como for, Ana Paula não searrepende da opção que tomouquando abandonou o trabalho naspisciculturas para se dedicar ao ensino.Logo que se licenciou na UA foi viverpara Vila Nova de Milfontes, onde o paitinha umas salinas. Na altura tinhamsurgido apoios comunitários e incenti-vos à conversão de salinas de pequenaárea (pouco rentáveis) em pisciculturas.Entretanto casou com um Químico,também formado pela UA, e ao mesmotempo que desenvolviam e tentavamaprovar os projectos para a piscicultura,ela dava umas aulas e ele estagiava naPetrogal.

“Na época, a piscicultura em águasalgada, ao contrário da de água doce,dava os primeiros passos em Portugal.Em 1992 já tínhamos dois projectos deestações de crescimento executados ena manga uma maternidade (estaçãode reprodução de peixes). O trabalhocomeçou a apertar e contratámos maisuma bióloga. Não tinha sentidocontinuar a dar aulas com tantotrabalho nas pisciculturas e na estaçãode reprodução. Com o nascimento doprimeiro dos meus três filhos repenseia minha vida. O trabalho na empresaera demasiado absorvente e implicavasaídas frequentes para o estrangeiro.Por outro lado, estava completamenteapaixonada pelas aulas… De repente,não conseguia admitir a ideia de deixara escola. Foi uma opção que me

carreiras bem sucedidas

custou tomar mas da qual nunca mearrependi: deixei a empresa e dediquei-me só à Escola.”

Ana Paula Canha confessa que nuncatinha pensado seguir uma carreiraligada ao ensino. “Sempre gostei detrês coisas: literatura, desenho ebiologia. A literatura é a minha compa-nheira indispensável em férias, viagense tempo livre; o desenho o meu hobby,embora ilustrações minhas já tenhamsido publicadas. Restou a Biologia queacabei por tirar na UA porque vivia emAveiro. Até hoje acho que foi a escolhamais acertada. A UA deu-me umaexcelente preparação, a nível deconhecimentos e competênciaspráticas, e as amizades que fiz naUniversidade revelaram-se importantestambém a nível profissional. Não tenhodúvida que a minha turma foi a maisfantástica que já passou pela Universi-dade de Aveiro. Éramos meia dúzia degatos-pingados, mas muito unidos,muito interessados no curso e cheiosde energia. Também os professores memarcaram pela positiva e o modelo deensino, muito prático, experimental,inovador e exigente, deu-me umaexcelente preparação. A UA é hojeuma universidade muito aberta para oexterior (empresas, instituições),inovadora, sempre na linha da frenteem novas tecnologias. Está instaladanum campus lindíssimo, sem paraleloem Portugal, tem um corpo docentefantástico e excelentes condições detrabalho. Não me canso de a aconse-lhar aos meus alunos.”

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Os feitos do BIGEO – Clube de Ciências da

Escola Secundária de Odemira

O BIGEO promove uma série de actividades

regulares. Entre elas estão as saídas de campo

orientadas por Ana Paula Canha, sobre temáticas

tão variadas como a fauna, a flora, a conservação

da natureza…. Com base no que aprendem nestas

saídas de campo, os alunos de Ana Paula orientam

depois saídas de campo com crianças, desde o

Infantário até ao 6º ano, para transmitirem o que

aprenderam. Outra das actividades em que o

Clube se envolve regularmente é o jornal de parede

e o Museu de História Natural “nome pomposo que

damos a um conjunto de vitrinas com alguns dos

tesouros que encontramos nas nossas saídas:

plumadas, ninhos, esqueletos montados…”,

esclarece Ana Paula.

Mas o Clube tem também uma outra vocação:

apoiar os alunos (todos com mais de 15 anos, a

maioria pré-universitários) que queiram desenvolver

um projecto mais sério de investigação.

Foi um destes trabalhos que saiu na National

Geographic Magazine.

Um resultado surpreendente

Conta Ana Paula que em 2001 teve um grupo de

alunos que estava a estudar regurgitações de

coruja das torres. “Eram apaixonados por aves mas

acabaram a estudar mamíferos… É que entretanto

descobriram que uma das corujas que estavam a

estudar comia mais Microtus cabrerae que

qualquer outro rato, o que era no mínimo estranho,

uma vez que este micromamífero é raro.

Contactámos a Universidade de Évora, onde eu

sabia que se estudava este rato. O Doutor António

Mira veio cá verificar estes dados estranhos e

animou-nos a estudar o local à volta do poiso da

coruja, porque devia haver colónias abundantes

deste rato. O local era um palheiro num monte, no

meio de uma herdade plantada com montado de

sobro e pastagens para gado ovino. Armámo-nos

de tendas de campismo e pedimos autorização

aos rendeiros da herdade para montarmos

acampamento por ali. A Universidade de Évora

emprestou-nos armadilhas e ensinou-nos os

procedimentos a fazer com os ratos.

Logo no primeiro acampamento descobrimos dez

colónias e capturámos seis ratos, o que parece

pouco para quem não sabe que esta espécie é tão

rara e difícil de capturar, mas na realidade foi um

feito importante. Entre Outubro de 2001 e Agosto

de 2002 iniciámos ciclos regulares de armadilhagem

(quatro dias e noites consecutivos de dois em dois

meses). Usámos dois tipos de armadilhas. Os ratos

capturados foram anestesiados, medidos e

pesados. Foram registadas as características

relativas ao sexo e estado de actividade sexual.

Depois foram libertados no mesmo local”. Terminada

esta primeira fase do projecto, premiada com o 1º

lugar em dois concursos (Concurso Europeu para

Jovens Cientistas e Concurso Europeu para Jovens

Investigadores na Área do Ambiente) e com um

prémio de Melhor Defesa e Apresentação do

Projecto na Feira de Ciência em Viena de Áustria),

os alunos entusiasmaram-se para continuar com

um novo método: telemetria. Isto implicava

comprar transmissores para aplicar aos ratos e um

receptor para os podermos seguir. Pedimos apoios

a mais de dez entidades e empresas porque se

tratava de material muito caro. Graças a algumas

empresas, mas sobretudo à Fundação Calouste

Gulbenkian, foi possível realizar mais um ano de

estudo com telemetria.

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22 23 carreiras bem sucedidas

Os resultados comprovaram que o Microtus

cabrerae, ao contrário do que se pensava antes,

pode percorrer grandes distâncias (pelo menos

3Km) à procura de locais com erva verde e alta,

condição indispensável à instalação de uma

colónia. Comparando com outra espécies de

micromamíferos, Microtus cabrerae mostra

marcados hábitos diurnos, com predominância

para o amanhecer. Algumas condições descritas na

bibliografia como essenciais para a sobrevivência

desta espécie não existem na zona estudada,

como é o caso de zonas de elevada humidade

edáfica durante todo o ano. Descobriram que os

ratos encontram soluções alternativas: por

exemplo, migração para o leito da ribeira durante o

Verão. Comprovaram ainda que, ao contrário do

que acontece em Espanha, em Portugal esta

espécie permanece sexualmente activa entre

Outubro e Junho.

Feita a descoberta e apresentados os resultados,

Ana Paula Canha lembra os momentos que passou

nas investigações que duraram cerca de dois anos.

“As condições de vida no campo eram mínimas,

tomávamos banho turco dentro das tendas, à noite

uma fogueira dava luz e aquecia,… mas depois,

com o tempo, fomos melhorando a logística dos

acampamentos. De qualquer maneira o ânimo do

grupo de alunos foi sempre excepcional. Como

fazíamos acampamentos regulares, calhava ir para

o campo com temperaturas abrasadoras mas

também com um frio terrível. Uma vez, em Abril de

2002, havia uma chuva imparável, os campos

estavam todos alagados e montar tendas era

impossível. Telefonei ao grupo de alunos e tentei

adiar o acampamento. Resposta intransigente:

“vamos, vamos e vamos, a professora arranja

sempre solução para tudo, não é desta que nos vai

falhar. Nós temos de ver o que fazem os ratinhos

nestas circunstâncias…” Bem, lá tive que arranjar

uma solução: pedi emprestada a escola primária de

um lugar ali perto (Bicos) e foi lá que pernoitámos.

Fizemos o trabalho de campo durante três dias

debaixo de chuva; foi dos acampamentos mais

animados que tivemos!”

Ana Paula adianta ainda que no momento estão a

dar início a dois projectos novos, um de campo

(sobre sobreiros) e outro mais de laboratório

(microbiologia). “Não posso deixar de dizer que

tenho recorrido várias vezes a antigos colegas

meus que estão a trabalhar no Departamento de

Biologia da UA, para tirar dúvidas, etc. A Rosinha

Pinho, do Herbário, tem sido uma ajuda preciosa

na Botânica. A todos eles agradeço o apoio e

amizade.”

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Carlos Balsasno país dos automóveis vive um especialista em transportes sustentáveis

Carlos José Lopes Balsas, 33 anos, licenciou-se em Planeamento

Regional e Urbano na UA, em 1995. Antes de terminar o curso

passou pela experiência Erasmus, na Holanda, e nunca mais pôs

de parte a ideia de viver no estrangeiro, tendo já trabalhado e/ou

vivido em cerca de 12 países. Durante o Verão de 96 realizou um

estágio de Verão em Planeamento de Transportes na cidade de

Cambridge – Massachusetts. Pouco depois, concluiu mestrado e

doutoramento em Planeamento Regional pela Universidade de

Massachusetts em Amherst – EUA – e actualmente é professor

assistente na Escola de Planeamento da Universidade Estadual do

Arizona; faz investigação no Phoenix Urban Research Laboratory,

colabora em projectos de consultadoria e tem pesquisas a

decorrer no Japão, Alemanha e Brasil. Com dois livros publicados

pelo Ministério da Economia português, o regresso a Portugal

ainda não está anunciado.

Da Figueira da Foz, Carlos Balsaschegou à Universidade de Aveiro parafrequentar a única licenciatura do paísexclusivamente dedicada ao Planea-mento Regional e Urbano. “Foi umaescolha natural, sendo eu da Figueira. Abeleza e qualidade de vida de Aveiroatraiu-me e a qualidade dos professoresda UA também. Aliás, tenho quesalientar dois deles: o Prof. PompílioSouto, que me incutiu os métodos detrabalho que distinguem o planeamentodas profissões afins, e a Prof. TeresaAndresen que me influenciou a virestudar para os Estados Unidos. Hojesou da opinião de que a UA é umainstituição com um potencial tremendo.É com muito gosto que digo pelomundo fora que tenho uma licenciaturaem Planeamento Regional e Urbanopela Universidade de Aveiro”.Carlos Balsas terminou o curso na UAem Dezembro de 1995 e em Janeirocomeçou o seu mestrado. Um estágiode Verão em Massachustts, ondetrabalhou em projectos de planeamentocicloviário na cidade (plano de gestãode transportes, inclusão de pistas debicicletas em arruamentos principais,projectos de acalmia de tráfego) foi oseu primeiro emprego. Desde então não

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parou mais. Foi investigador visitante naUniversidade de Macau; planeador detransportes na cidade de Stockton(Califórnia), onde desenvolveu um planoestratégico de transportes públicos,baseado num sistema de transportesinteligentes; consultor do observatóriodo comércio do Ministério da Economia.“Fiz o primeiro de três exames dedoutoramento, no dia 11 de Setembrode 2001. Quando às 9h00 entrei paraa sala, pensava que um helicóptero deturismo tinha chocado com uma dastorres gémeas. Três horas depoisdisseram-me que os EUA estavam aser atacados por terroristas e que auniversidade ia fechar”.Durante o programa de doutoramento,escreveu uma série de artigos sobreurbanismo comercial, transportes susten-táveis, planeamento urbano em Macau,preservação do património histórico-cultural, revitalização de frentes de água.A sua tese mostrou que as parceriaspúblico-privadas são necessárias para agestão de centros urbanos de sucesso.“Estudei uma série de parceriasestrangeiras e analisei o desenrolar darevitalização da baixa do Porto noâmbito da Capital Europeia da Culturaem 2001”.Terminado o Doutoramento, CarlosBalsas passou ainda pela Faculdade deArquitectura e Urbanismo da Univer-sidade de São Paulo, Brasil, onde foiprofessor convidado e deu palestras emuniversidades tão prestigiadas comoHarvard, Bauhaus (Alemanha), Tóquio(Japão), etc. “Antes de aceitar ficar a daraulas aqui na Universidade Estadual doArizona, fui convidado para entrevistas deemprego em Portugal, Canadá, Inglaterrae Austrália e recusei um pós-doutoramentona prestigiada universidade doMassachusetts Institute of Technology”.Na verdade, Carlos Balsas diz quenunca lhe tinha passado pela cabeça irpara o Estados Unidos. Sempre pensouem Inglaterra mas a influência da Prof.Teresa Andresen, o gosto que tem peladescoberta de novas culturas, e aoportunidade de estudar numas dasmelhores universidades americanasfalaram mais alto. “Cheguei aos

Estados Unidos em Janeiro de 1996com uma bolsa de estudo da FundaçãoLuso Americana para o Desenvolvimento(FLAD) e uma vontade enorme deaprender tudo sobre planeamentourbano nos EUA. A bolsa da Fundaçãopara a Ciência e Tecnologia foi funda-mental para poder pesquisar as minhasáreas de interesse, escrever uma sériede artigos, participar em conferênciasinternacionais e terminar o meu programade doutoramento.”Toda a área de investigação de CarlosBalsas se centra na regeneração/revitali-zação urbana, transportes sustentáveis(transportes públicos, bicicletas e andara pé) e planeamento internacional. “Aochegar aos EUA apercebi-me dasconsequências nefastas que um desen-volvimento suburbano excessivo podeter sobre o centro das cidades. Os EUAcom os seus emblemáticos ShoppingMalls, Mc’Donnalds, auto-estradas eautomóveis por todo o lado, oferecemquase tantas lições do que não se devefazer em termos urbanísticos comoensinamentos positivos. Constatei, comreflexões e estudos de caso em Portugale noutras partes do mundo, que estetipo de desenvolvimento/estilos deplanear cidades e modos de vida estãoa ser importados por outros países comconsequências menos positivas emmuitos dos casos. Estas reflexões influen-ciaram a escolha dos tópicos para asminhas teses de pós-graduação”.

Experiências fabulosasDesde que saiu de Portugal, há 10anos, Carlos Balsas já trabalhou e/ouviveu em cerca de 12 países. As aulasna área de planeamento que dá aosseus alunos de licenciatura e mestradona Arizona State University e os seusrestantes projectos preenchem aomáximo o seu dia-a-dia mas fazem-nosentir extremamente realizado. “Daraulas e ajudar os alunos a aprender poreles mesmos são experiênciasfabulosas. Adoro a liberdade académicapara poder investigar aquilo que maisgosto e a existência de recursosfinanceiros, humanos e de equipamentopara levar a bom porto as minhaspesquisas”.

Carlos Balsas não hesita quando revelaque 95% dos projectos em que seenvolveu até hoje lhe deram um enormegozo. “A minha vivência na Holandamostrou-me que é possívelinfraestruturar cidades que respeitam edão prioridade a quem se desloca a pé,de bicicleta e de transportes públicos.Em 1995 defendi um projecto de fim delicenciatura que mostrou que erapossível planear uma rede de pistascicláveis na cidade de Aveiro e montarum programa de promoção deste modode deslocação sustentável. Anos maistarde, a Bicicleta de Utilização Gratuitade Aveiro (BUGA) viria mostrar a todosque isso era possível. Em 2000, foi commuito prazer que me voluntariei paraensinar uma das primeiras disciplinasde planeamento cicloviário e detransportes sustentáveis a alunos demestrado em urbanismo e arquitecturapaisagista nos EUA – o país dosautomóveis. Mais recentemente, adoreicoordenar uma disciplina de projecto deplaneamento urbano em que os alunostiveram que preparar um plano derevitalização do centro administrativo-governamental da cidade de Phoenix –Arizona. As recomendações dos meusalunos para o “governamental malldistrict”, em Phoenix, estão a serestudadas pela governadora do estadopara possível implementação aquandoda celebração do centenário do estadodo Arizona, em 2012.Quanto a projectos para o futuro,Carlos Balsas pretende fazer umaanálise das consequências nefastas dasuburbanização excessiva e da elevadadependência automóvel para a saúdepública, assim como da relevância daactividade de planeamento na criaçãode cidades mais saudáveis.Regressar a Portugal não está agora nosseus horizontes, tanto mais que acaboude casar com uma Japonesa que está afazer um MBA na Universidade ondelecciona. Contudo, admite estar muitointeressado em acompanhar o desen-volvimento urbano em Portugal epromover o trabalho dos profissionaisportugueses.

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De Aveiro, a escolha pela UA pareciaóbvia mas não foi assim. Graça Vicente,que, no secundário, sempre preferiuas disciplinas de matemática, química,física, geologia e biologia, decidiuseguir um curso de química, masantes de se candidatar ao ensinosuperior visitou os departamentos dequímica da Universidade de Aveiro eda Universidade do Porto. “Naquelaaltura, a minha irmã estudava psicolo-gia na Universidade do Porto. Eu opteipela UA porque era uma universidademais nova e com melhores laboratórios.Hoje considero-a uma das melhoresuniversidades do país e como antigaaluna da Universidade de Aveiroreconheço que me deu as basessuficientes para fazer o doutoramentonos Estados Unidos”.

Foi, de resto, o projecto de Doutoramentoque desenvolveu na University ofCalifornia Davis, nos EUA, que GraçaVicente diz ter sido o que mais gozolhe deu realizar até hoje. “O meutrabalho de doutoramento em QuímicaOrgânica resultou em dez artigoscientíficos publicados, para além daminha tese de doutoramento. Tenho

Maria da Graça Vicenteà descoberta de novos compostos para o tratamento do cancro da cabeça

Em 1986 concluiu, na Universidade de Aveiro, a licenciatura

em Química. De então para cá, Maria da Graça Henriques

Vicente, 40 anos, tem vindo a desenvolver uma carreira na

área da docência universitária e investigação de novos

compostos para o tratamento do cancro e outras doenças.

Nos últimos 19 anos viveu em Davis, na Califórnia, em Dijon

(França), em Geneve (Suiça), em Oeiras e em Aveiro. Voltou a

Davis e, mais recentemente, fixou-se em Baton Rouge, Louisiana,

nos EUA. Agora, como Charles H. Barré Distinguished

Professor of Chemistry, dá aulas de Química Orgânica e dedica

grande parte do tempo ao seu grupo de investigação na

Louisiana State University.

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que admitir que os EUA é um dospaíses com mais equipamento efinanciamento para a investigação.”.

Já Doutorada foi, em 91, para aUniversité de Bourgogne, em Dijon(França), como Maître de ConférenceInvité, onde deu aulas práticas e fezinvestigação na síntese de pirrois eporficenos. Pouco depois realizoupós-doutoramento na síntese e estudosde trioxanonas, no Departamento deQuímica da Universidade de Genéve,na Suiça. Entre Janeiro de 1993 eFevereiro de 1998 fixou-se em Portugal.Primeiro, esteve uns meses no Institutode Tecnologia Química e Biológica, emOeiras, a fazer outro pós-doutoramentona síntese enzimática de produtosnaturais; depois, regressou à Universi-dade de Aveiro, como professoraauxiliar. “No Departamento de Químicada UA dei aulas, fiz investigação naárea de síntese de pirrois, porfirinas eoutros compostos, e orientei alunosde licenciatura (projecto), de mestradoe de doutoramento. Durante esteperíodo publiquei oito artigos científicos,incluindo um artigo de revisão para aRevista Portuguesa de Química, eobtive da JNICT/PBIC, da PRAXIS eda NATO/CRG, financiamento parainvestigação.”

O percurso profissional de Graça Vicentepassou ainda mais uma vez pelaUniversity of California Davis, ondecomo Lecturer deu aulas de químicaorgânica e fez investigação na síntesede porfirinas, até que lhe foi oferecidoo cargo de Assistant Adjunct Professor,simultaneamente no Department ofChemistry da University of CaliforniaDavis e no Department of NeurologicalSurgery da University of California DavisMedical School. “Desempenhei estecargo até Julho de 2001 e durante esteperíodo obtive financiamento para inves-tigação do United States Departmentof Energy, publiquei 12 artigos científicose um capítulo de um livro. Fiz investiga-ção na síntese de compostos de boropara aplicação na terapia de capturade neutrões pelo boro, para o trata-mento do cancro da cabeça”.

Depois de ter aceitado a posição deAssociate Professor, no Department ofChemistry da Louisiana State University,em Agosto de 2004, obteve o Tenure –uma espécie de agregação – e setemeses mais tarde ganhou o título deCharles H. Barré Distinguished Professorof Chemistry. “Desde 2001 que o meutrabalho na Louisiana State University, sedivide entre a docência e a investigação.Consegui financiamento para investi-gação dos National Institutes of Health(NIH) e National Science Foundation(NSF), e nos últimos quatro anospubliquei 30 artigos científicos e doiscapítulos de livros.

Resultados da investigaçãoMuito realizada e feliz, Graça Vicentepretende continuar na Louisiana StateUniversity a dar aulas e a realizartrabalho de investigação na área denovos compostos para a cura docancro da cabeça e de várias doenças.“A minha investigação resultou nadescoberta de vários novos compostosque se têm mostrado activos no trata-mento do cancro da cabeça, atravésde duas terapias binárias: a terapiafotodinâmica (PDT – photodynamictherapy) e a terapia de captura deneutrões pelo boro (BNCT – boronneutron capture therapy). A PDT usaluz (geralmente luz vermelha, de compri-mento de onda entre 600-800 nm)para activar um composto que é retidoselectivamente nos tumores, enquantoque a BNCT usa neutrões de baixaenergia (chamados thermal ou epithemal)para a activação do composto.”.

Explica Graça Vicente que, para ocancro da cabeça, os melhoresresultados têm sido obtidos usando“ou só BNCT (com um composto ricoem boro, e com a propriedade de seacumular selectivamente no tumor) ouentão uma combinação de BNCT ePDT, usando apenas um composto,com as propriedades de poder seractivado pela luz ou por neutrões debaixa energia, rico em boro e comacumulação selectiva no tumor.

A PDT está actualmente a ser usada,nos EUA, Canadá e vários países daEuropa, para o tratamento do cancrodos pulmões e esófago, mas por si sónão é usada para o cancro da cabeça,devido à pouca penetração da luzatravés do crânio/cérebro. A BNCTusa neutrões de baixa energia queconseguem penetrar aproximadamente10 vezes mais do que a luz, atravésdo crânio/cérebro, e assim permitemactivar os compostos que se encon-tram acumulados no tumor malignodentro da cabeça.”.

A investigação de Graça Vicenteconsiste na síntese de compostosricos em boro e activos em BNCT ouem BNCT + PDT para o tratamento docancro da cabeça. “Nós não só sinteti-zamos os compostos, como tambémos testamos/comparamos em estudos,usando células vivas (células humanasde cancro da cabeça) e animais (ratos)com tumores intracraneanos (gliomas)que simulam glioblastomas humanos.Estes nossos estudos em células eanimais permitem distinguir os compos-tos mais activos, assim como relacionara estrutura química dos compostoscom a actividade biológica e compre-ender/estudar os mecanismos deacção biológica. Estes conhecimentoslevam à descoberta de compostoscada vez mais activos para o tratamentodo cancro da cabeça.”.

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Isabel Maria Leitão de Pinhovinte e três anos de carreira ligada ao teatro

A conhecida actriz Isabel Leitão, 47 anos, foi uma das primeiras licenciadas em

Engenharia do Ambiente pela Universidade de Aveiro. A verdadeira vocação, descobriu-a

no final do curso, quando se tornou membro fundador do Grupo Experimental de

Teatro da Universidade de Aveiro (GRETUA). Desde então, a arte de representar nunca

mais lhe saiu da cabeça. Acabou o curso em 1981 e partiu imediatamente para Lisboa

para estudar teatro.

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A escolha por Engenharia do Ambientenão teve para Isabel Leitão um motivoespecial. Na altura em que entrou naUA, o curso nem sequer existia e, porisso, começou por frequentar o bacha-relato em Ciências do Ambiente.“Gostava de estudar tudo, e aindagosto. E nessa altura, gostava de tudoe de nada em especial. Talvez devesseter sido médica, pela perspectiva deuma carreira profissional científica ehumanista. Mas os valores da ecologiae da conservação do ambiente tambémme seduziram. Sempre me sentiresponsável pelo futuro”.

Com a remodelação do curso emEngenharia do Ambiente e a existênciade um ano de transição, Isabel Leitãoacabou por andar na UA durante seisanos, sem ter chumbado nenhum. E foiprecisamente no penúltimo ano quesurgiu a oportunidade, através daAssociação Académica, de frequentarum workshop de iniciação teatral “Foiassim que foi criado o GRETUA, quedescobri a minha vocação, e que nuncamais hesitei quanto ao que queriafazer na vida. Acabei o curso para teruma ferramenta de trabalho e vim paraLisboa estudar teatro. Nessa altura, talcomo hoje, tudo se conjugava. O meuamor pelos livros e pela poesia, pelamúsica e pelas partituras vocais, pelafilosofia e pela matemática, pela biolo-gia e pela cosmologia, pelas artes dapintura e da escultura e pela natureza…”

Da UA, dos colegas da altura, dosprofessores e das suas qualidadestécnicas, científicas e humanas guardaas melhores recordações. “Gostei daformação que adquiri, apesar de estara trabalhar numa área um tanto diferen-te. Mas o que mais me marcou talveztenha sido esse tempo tão especial deresponsabilidade irresponsável, deconvívio intenso e despertares emocio-nados. Na altura cheguei a pensar: sepudesse ser assim para sempre…”

Mas, obviamente, não podia. IsabelLeitão ainda trabalhou cerca de umano na Direcção Geral da Qualidadedo Ambiente (o Ministério do Ambienteainda não existia) e até diz lamentarter decepcionado a pessoa que acontratou, e que tinha sido seu profes-sor na UA, mas só pensava no teatro.Em 1982 foi convidada para substituirno espectáculo “A Excepção e aRegra” de B. Brecht, da Companhiade Teatro de Almada/Grupo de Campo-lide, uma actriz que estava já no finaldo seu tempo de gravidez e não podiaactuar. Acabou por aceitar o convitepara integrar o elenco da companhiacomo actriz. “Trabalhei nesta companhiaquatro anos, depois fui para o Teatroda Rainha e depois… por aí fora. Jásão 23 anos de carreira. Como otempo passa!”

São assim as verdadeiras paixões!Diz Isabel Leitão que o que sempre aseduziu no teatro foram as capacida-des interpretativas. “Levei muito tempoaté me considerar uma actriz, ou seja,capaz de disponibilizar e utilizar osmeus recursos pessoais (corpo, aparelhovocal, memória afectiva, controlo deemoções, referências culturais, intelecto),com o objectivo de produzir um objectode natureza artística. O percurso quetenho feito é pessoal e significa aprocura de um estilo.”.

Agora a trabalhar no Teatro Extremo, oseu dia-a-dia nunca é igual. “Temosum calendário de espectáculos quecumprimos. Os ensaios estão sempresujeitos a alterações devido à naturezados processos envolvidos. Depois, háas digressões nacionais e no estran-geiro… As dramaturgias e os processosde construção de textos, que sãofeitos pela noite dentro. As residênciasartísticas, as reuniões com o poderlocal e o poder central. As acçõesreivindicativas e de solidariedade. Astarefas burocráticas e de elaboraçãode projectos e candidaturas. O traba-lho nunca está feito. Não nos regemospor um número de horas de trabalhopor dia. Actualmente, no Teatro Extremo,

temos realizado seminários e tertúliasonde abordamos o tema Arte, Educa-ção e Sociedade – a Educação pelaArte. Do quão gratificante que têmsido estas oficinas, para quem asfrequenta e para quem as organiza,são testemunho as relações artísticasque se criam, tão intensas e pessoais.É um trabalho muito envolvente queexige dedicação mas que muito merealiza. Tenho o imenso privilégio defazer o que gosto.”

Isabel Leitão não destaca um dosprojectos em que esteve envolvida.Houve, obviamente, espectáculos quelhe correram muito bem e em queobteve muito sucesso mas, refere, “aarte que eu pratico tem uma naturezatão efémera, que faz do próprio êxitoum acontecimento banal e transitório.Ocorre-me dizer que o que me deumais gozo realizar é aquilo que aindanão fiz e pretendo fazer. Tenho sauda-des do futuro!”

Seja como for, projectos não lhe faltam.Para além da criação de uma novacompanhia de teatro vocacionadapara um trabalho de qualidade para ainfância, Isabel Leitão não escondetambém a vontade de vir a abordar asrelações Arte/Política/Ciência/Religião,em espectáculos teatrais.

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Helena Lencastre“o segredo está em fazer do sucesso dos nossos clientes o nosso próprio sucesso”

Helena Lencastre Oliveira, 34 anos, faz parte do primeiro grupo de alunos

licenciados em Matemática Aplicada e Computação pela Universidade de

Aveiro. Formou-se em 1997 e logo depois lançou uma empresa na área

da estatística e consultadoria de Marketing, com três colegas de curso e

uma colega de Marketing. A MultiDados está sedeada em Aveiro e a sua

carteira de clientes inclui já empresas de diferentes ramos e variados

pontos do país e Angola. A Optimus, a Segafredo e o Banco Espírito

Santo de Angola, são apenas alguns exemplos.

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Foi logo no 6º ano de escolaridade queHelena Lencastre se encantou pelaMatemática e decidiu que a suacarreira teria de incluir esta área. Naescola que frequentou em Aveiro, teveum excelente professor de matemáticaa quem ainda hoje reconhece umaquota-parte de responsabilidade pelaárea de estudos que veio a seguir.

Chegado o momento de se candidatarao ensino superior, todas as suasopções foram para cursos de Matemá-tica. “O ensino nunca me cativou. Porisso, porque era de Aveiro e porque,em 92, a licenciatura em MatemáticaAplicada e Computação (MAC) aindanão existia na UA, a minha primeiraopção acabou por ser Matemática”.Por ironia do destino ou não, nessemesmo ano lectivo, o curso sofreu umaremodelação e Helena Lencastreacabou por fazer parte do primeirogrupo de licenciados em MatemáticaAplicada e Computação da Universi-dade de Aveiro.

Daí à criação da MultiDados foram doispassos. Com três colegas do mesmocurso e uma de Marketing arriscaramlançar uma empresa na área daestatística e da consultoria demarketing. “Hoje somos apenas duassócias, eu de Estatística, e a FlorbelaBorges, de Marketing. Especializámo--nos nestas duas grandes áreas deactuação e actualmente, para além determos a sede da empresa em Aveiro,por trás da Loja do Cidadão, possuímosdelegações em Lisboa e em Viseu.

A MultiDados é uma das únicasempresas do país que faz toda a parteestatística. Quer isto dizer que “desdea colocação de uma equipa para traba-lho de campo em Portugal e nas Ilhas,ao tratamento de dados e elaboraçãode relatórios, fazemos tudo. Desde1998 que temos vindo a consolidar osnossos conhecimentos e a aumentar onosso leque de produtos e serviços,sendo a nossa carteira de clientesactualmente constituída por empresas

das mais diversas áreas de todo opaís e de Angola, como por exemplo,Banco Espírito Santo de Angola,Optimus, MyBrand, Segafredo, Cibal,Cerages, entre muitas outras”.

Diz Helena Lencastre que a MultiDadosapostou também no serviço de consul-toria de marketing. “Damos apoio àsempresas no seu crescimento, nadivulgação de novos produtos e/ouserviços, na gestão das marcas, daimagem, no incremento das vendas, naangariação de novos clientes e na suafidelização. No fundo, estamos conti-nuamente a fazer do sucesso dos nossosclientes, o nosso próprio sucesso!”.

Como Chief Executive Officer daempresa, esta antiga aluna de Matemá-tica Aplicada e Computação não temmãos a medir. “Para além da parte degestão (administrativa e financeira),efectuo e/ou supervisiono todos osserviços relacionados com estatística,telemarketing, avaliação de eventos,estudos de mercado, etc.”. Sem olharao número de horas que diariamentededica à empresa, diz que o importan-te é cumprir todos os prazos assumidoscom os clientes, de modo a que a suasatisfação esteja sempre assegurada.“Toda a equipa da MultiDados, consti-tuída por cerca de trinta pessoas,entre fixos e colaboradores, é unida ebem formada, incluindo todos oscomerciais e inquiridores que efectuamo trabalho de campo. Trabalhamospara que os nossos clientes fiquemsatisfeitos e damos um toque pessoala todos os serviços que prestamos,por isso a qualidade do nosso trabalhotem vindo a ser cada vez maisreconhecido”.

A UA é a melhor Universidade do paísAssumindo-se bastante realizada pelotrabalho que há sete anos vem desen-volvendo na MultiDados com empenhoe dedicação, não esconde que entreos seus objectivos está a constanteevolução pessoal e o crescimento daempresa. “Estou a trabalhar na áreaque mais gosto e, por isso, todos osprojectos em que me envolvo me dão

carreiras bem sucedidas

prazer e motivação. Cada caso é umcaso e com cada um aprendemos aver mais além. Este constante ultrapas-sar de fronteiras leva-nos a querer seruma empresa cada vez mais completae profissional. Passo a passo, estamosa tornar o nome da MultiDados maisconhecido e reconhecido, tanto emPortugal como no estrangeiro. Prestesa divulgar novos produtos e serviços,começamos recentemente a estabe-lecer contactos com empresas daAmérica do Sul. Abrir uma filial noNorte do país, também não está forade questão. Queremos crescer, masde forma correcta e devidamentesustentada. É para isso que trabalha-mos todos os dias com empenho equalidade”

Helena Lencastre não esquece tambémos anos que passou na UA e especial-mente o decisivo papel que assumiu,na orientação profissional da suacarreira, o seu então Prof. CarlosFerreira, agora docente no Departamen-to de Economia, Gestão e EngenhariaIndustrial. “Se não fosse o Prof. CarlosFerreira, não tinha tido a possibilidadede frequentar um estágio pelo PRODEP,nem teria tanto gosto por estatística.A ele devo também o facto de terparticipado num congresso da CLAD,com a apresentação de um trabalho, etodas as boas indicações no arranqueda MultiDados. Para além disso, tivetambém a sorte de ter tido uns compa-nheiros de curso extraordinários. Foina Universidade de Aveiro, com todoo seu bom ambiente e condições, quefiquei motivada para aplicar os conheci-mentos que adquiri no curso.E recomendo a todos que tirem umcurso na Universidade de Aveiro,porque, para mim, enquanto Aveirensee ex-aluna, é a melhor universidadedo país!”

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projecto infogenmedua uniformiza informação sobre doenças

genéticas raras

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Não era a falta de informação a princi-pal preocupação dos profissionais desaúde que normalmente lidam com asdoenças genéticas raras. Uma dasprincipais dificuldades era a ausênciade um sistema que uniformizasse todoo conhecimento genético e médicoaté agora obtido.

Neste sentido, a Universidade deAveiro, através do Grupo de Bioinformá-tica do Laboratório de Sistemas deInformação e Telemática do IEETA, ede uma parceria que envolveu oInstituto de Saúde Carlos III, de Madrid,a Universidade Politécnica de Madrid,a Universidade de Linkoping e oparceiro industrial Stab, desenvolveuum portal virtual que integra toda ainformação genética e médica existen-te em múltiplas bases de dadospúblicas. Recorrendo a este ambienteintegrado, os clínicos podem alcançare relacionar os dados disponíveis naInternet sobre as quase duas mildoenças genéticas raras já existentes.

“A informação genética está dissemina-da por um conjunto de bases de dadosde utilização gratuita e pesquisável nainternet, com interesse sobretudopara biólogos e bioinformáticos, masmuitas vezes eles não sabem comoprocurar esta informação, que éaltamente dinâmica e está sempre emevolução”, explicou o Prof. AntónioSousa Pereira, coordenador do projecto.“Com a descodificação do genomahumano, a informação genética docidadão tem cada vez mais relevânciano estudo do seu estado de saúde epredisposição para determinadasdoenças. Neste contexto, propusemo--nos desenvolver uma ferramenta quepermitisse integrar essa informação,com ênfase na área das doençasgenéticas raras”, acrescentou.

Para além de facilitar a identificação, oacesso, a integração e a recuperaçãoda informação genética e médicadispersa na Internet através de fontesheterogéneas, este novo sistema facilitaa troca e a unificação das terminologiasmédicas e genéticas no domínio de

doenças genéticas raras, contribuindopara o progresso da medicina molecu-lar e das outras disciplinas da saúde.“Em muito menos tempo a informaçãogenética pode ser adicionada aosregistos médicos, transformando-seem fontes mais fiáveis para estudosda população em termos genéticos,que auxiliarão os médicos na procurade tratamentos e prescrições maispersonalizadas para os seus pacientes”,realçou o investigador.

Diagnóstico neonatalPara criar esta ferramenta e esteambiente que permita aos médicosextrair a informação da web de umaforma dirigida, a equipa de investiga-ção, coordenada pela UA, envolveuespecialistas nas áreas da genética eda bioinformática. A partir das sinergiascriadas foi desenvolvida, também, nocontexto deste projecto, a aplicaçãoNeoscreen. Este software, comoexplicou o Prof. José Luís Oliveira, daequipa de investigação, “é um produtoque surgiu como um spin-off do pro-jecto e que permite fazer um rastreiode doenças neo-natais. O Neoscreenanalisa de forma automática os níveisde determinadas moléculas indiciadorasde doença e determina imediatamente,com base em regras previamenteestabelecidas pelos investigadores etécnicos do Instituto de GenéticaMédica, quais são as crianças quepotencialmente poderão sofrer dedeterminada doença”.

Ficha técnica

Coordenação

António Sousa Pereira, IEETA/Departamento de

Electrónica e Telecomunicações da UA

Entidades parceiras

Universidade de Aveiro, Portugal

Instituto de Saúde Carlos III (ISCIII), Madrid, Espanha

Universidade Politécnica de Madrid, Espanha

Linkoepings Universitet, Suécia

STAB Vida, Portugal

Equipa da UA envolvida

José Luís Oliveira, Manuel Santos, Gaspar Dias,

Miguel Pinheiro, Ilídio Oliveira, Patrícia Rocha,

Daniel Polónia, Carlos Costa

Embora classificadas de “raras”, estão já

diagnosticadas mais de duas mil doenças

genéticas deste tipo. Porque são

invulgares, a informação sobre elas é

escassa e encontra-se muitas vezes

dispersa. Com o objectivo de uniformizar

toda a informação genética e clínica

existente até este momento sobre este

tipo de doenças, a Universidade de

Aveiro coordenou uma equipa de

investigação que desenvolveu um

conjunto de ferramentas de unificação de

informação biomédica. Uma das soluções

desenvolvidas na Universidade de Aveiro

foi o portal diseasecard.org, que permite

integrar num cartão virtual por cada

doença rara, toda a informação existente

sobre os sintomas, os genes associados

e as causas que as podem originar.

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em estudo na ua

departamento de ambiente e ordenamento define estratégias

Quase 20 anos de estudos e váriosprojectos de investigação que analisa-ram os efeitos da mudança do clima edo uso do solo sobre a disponibilidadeda água, em várias áreas de Portugal,mais concretamente Mação e a Serrado Caramulo, de Espanha, de Marrocose da Tunísia permitem já ao Departa-mento de Ambiente e Ordenamento daUA apresentar um conjunto de medidasessenciais para a prevenção das cheias.

A frequência, a localização e a intensi-dade das cheias variam em funçãodas diferenças sazonais e regionais daprecipitação e de outras condiçõesatmosféricas, bem como de alteraçõesclimáticas a longo prazo. No entanto,a acção humana também desempenhaum papel importante. Os incêndios, adesflorestação das regiões serranas eas técnicas utilizadas na preparaçãodos terrenos para as novas plantações,fazem desaparecer a vegetação, tornamo solo árido, repelindo e evitando quea água se infiltre, acelerando assim oescorrimento superficial. O resultado éo aumento da probabilidade deocorrência de uma cheia.

As cheias extremas são o tipo de catástrofe natural mais

comum na Europa. Os cenários apontam para que as

alterações climáticas, incluindo a crescente intensidade das

chuvadas fortes, venham a tornar ainda mais frequente a

ocorrência de cheias fluviais extremas em certas regiões. É,

por isso, urgente adoptar medidas que permitam prever as

cheias e a mitigação dos seus efeitos. A estudar o fenómeno

há quase vinte anos, o Departamento de Ambiente e

Ordenamento da UA apresenta algumas estratégias

fundamentais para o combater.

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prevenção das cheias

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Segundo a Professora Celeste Coelho,investigadora e docente no Departamentode Ambiente e Ordenamento da UA,esta situação só se resolve com umagestão integrada dos recursos hídricos.“Em termos da gestão da água háduas coisas a ressalvar. Por um lado,as alterações climáticas, e por outro,as alterações no uso do solo. A gestãoda água tem que ser uma gestãointegrada. Deve integrar o ordenamentodo território com a gestão dos recursoshídricos, envolvendo todas as entidadesligadas à água e articulando os váriosinstrumentos e as várias medidas depolítica”.

Mas, as estratégias não devem ficarpor aí. As conclusões dos estudoslevados a cabo apontam também paraa necessidade de se continuar a recolherinformação sobre esta temática, parti-lhá-la entre as várias entidades etransmiti-la a quem dela precisa. Éurgente a criação de regulamentos econdicionantes ao uso do solo na baciahidrográfica, em geral, e em particularna área urbana de forma a minimizaros impactos negativos.

“Durante as nossas investigações,analisámos os instrumentos de gestãodos recursos hídricos, nomeadamenteo plano nacional da água, os planosde bacia hidrográfica e os planosdirectores municipais, para avaliar sehavia alguma articulação entre osplanos da bacia hidrográfica e oordenamento do território. A conclusãoa que chegámos foi a de que, emboraa legislação vigente já o recomende,na prática não há articulação de espécienenhuma. Isso é grave. Qualquermedida que venha a ser tomada paraa resolução do problema das cheiaspressupõe obrigatoriamente uma articu-lação entre as entidades competentes”,ressalvou a investigadora.

Uso do solo e alterações climáticas:variáveis decisivasMEDchange e CLIMED foram osprojectos de investigação mais recenteslevados a cabo pelo Departamento deAmbiente e Ordenamento na área dascheias. O primeiro relacionou-as com asalterações do uso do solo e o segundodebruçou-se sobre as mudanças doclima. Financiados pela ComissãoEuropeia, ambos os projectos envolve-ram parceiros das zonas mais secasdo Mediterrâneo, como é o caso deEspanha, Tunísia e Marrocos.

Em Portugal, para além de Mação ePortel, foi estudo de caso a Serra doCaramulo, mais concretamente Águeda,uma das cidades portuguesas maisafectadas pelas cheias. Os resultadosvieram confirmar a importância dasalterações climáticas e do uso do solopara colmatar o problema e auxiliar nadefinição de algumas estratégias eprocedimentos a adoptar num futuropróximo.

“Desde 1986, após o grande incêndioda Serra do Caramulo, temos mantidoquase em contínuo o registo de dadosmeteorológicos, hidrológicos e deperdas de solo em bacias hidrográficasexperimentais. Verificamos que quandohá as chuvadas fortes e concentradas,imediatamente após a ocorrência deincêndios, há uma subida muito rápidada altura da água nos ribeiros da Serrae nos Rios Águeda e Alfusqueiro. Nãoé por acaso que para jusante o perigode cheias em Águeda aumenta deuma forma exponencial. O mesmoacontece a seguir àqueles anos muitosecos, como este, em que os solosrepelem a água e a própria faunaaquática e terrestre, primordial para arecuperação dos ecossistemas do solo,desaparece. Todos estes factoresconjugados fazem diminuir a percenta-gem de infiltração da água das chuvasno solo e favorecem o escorrimentosuperficial”.

Este cenário agrava-se quando as chuvassão mais concentradas e mais raras.O impacto sobre os solos é mais forte,

aumentando a erosão e diminuindo acapacidade de resposta dos rios.“Aquilo que se espera é que se astendências das alterações climáticasse mantiverem, e atendendo a que oclima de Portugal se caracteriza porter grande variabilidade interanual dachuva (anos secos e anos chuvosos) euma tendência generalizada para umaprecipitação abaixo da média, o riscode haver cheias e inundações contínuasé muito maior”, alertou a investigadora,acrescentando que “é urgente por issodefinir um conjunto de estratégias,instrumentos e técnicas de boas práti-cas para que se encontrem medidasadequadas à gestão da água emrelação ao uso e gestão do território”.

Neste sentido, o Departamento deAmbiente e Ordenamento iniciou umnovo projecto, o INUNDA – Actions--Pilote de Prevention des Risquesd’Inondation dans les Zones FortementUrbanisées , no âmbito do programaINTERREG-3C, com o intuito depropor um conjunto de regulamentose condicionantes ao uso do solo nasáreas urbanas, inundáveis, de forma aminimizar os seus impactos negativos.

Ficha técnica

Coordenação

Celeste Coelho, Departamento de Ambiente e

Ordenamento da UA

Entidades parceiras

Departamento de Ambiente e Ordenamento da

Universidade de Aveiro

Faculté des Lettres et Sciences Humaines da

Université Mohammed V

Soil & Land Use Department da ALTERRA Green

World Research

Institute National Agronomique de Tunisie

Equipa da UA envolvida

Carlos Borrego, Alfredo Rocha, Ana Isabel Miranda,

António Dinis Ferreira, Jan Jacob Keiser, Anne

Karine Boulet, Anabela Carvalho, Sandra Valente,

Teresa Carvalho, Isabel Alves, Ana Cristina Carvalho,

Luísa Pinho e Helena Martins

34 35 prevenção das cheias em estudo na ua

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Page 38: Revista Linhas 04

Linhas setembro ‘05

As Ciências Biológicas e o domínio de investigação em materiais avançados são

duas das áreas com mais importância em termos de progresso científico e

tecnológico do séc. XXI. Contribuirão, com certeza, para uma melhoria da

qualidade de vida, aumentando o bem-estar dos cidadãos. Para uma

participação activa neste domínio, a Universidade de Aveiro, através do seu

Laboratório Associado CICECO, junta-se ao FAME, uma rede de excelência

europeia na matéria, tendo sempre em vista a vanguarda tecnológica.

ua adere a projecto europeu que faz convergirestratégias científicas para materiais híbridos e cerâmicos

é a base do fame

Linhas setembro ‘05

procedimentos e teorias nauniformidade de

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O CICECO, Centro de Investigaçãoem Materiais Cerâmicos e Compósitos,foi criado na Universidade de Aveirono início de 2002. Este Centro deInvestigação não só pretende contribuiractivamente para o desenvolvimentoda economia regional como assume opapel de centro de excelência, a nívelnacional e internacional, na área dosmateriais cerâmicos e compósitos.Recentemente, juntou-se, no âmbitoda evolução e da internacionalizaçãode procedimentos, a uma rede deexcelência europeia, a FAME(Functionalised Advanced Materialsand Engineering of Hybrids andCeramics), contribuindo para aplanificação de um mestrado europeu,a catalogação de materiais físicosdisponíveis para utilização na rede e oknow-how resultante da investigaçãodesenvolvida nos projectos que temem mãos.

Esta rede de excelência consiste numinstrumento que vem integrar compe-tências de alguns dos melhorescientistas a nível mundial no domíniodos materiais funcionais avançados,híbridos (orgânicos – inorgânicos) ecerâmicos. Vem portanto suprir umafragmentação que se vinha observan-do na comunidade europeia, constituin-do de raiz equipas multidisciplinares,capazes de questionar as metodologiasde investigação convencionais. Osnovos materiais funcionais a desenvol-ver oferecem, potencialmente, muitasvantagens: funções inteligentes,portabilidade melhorada (através daminiaturização e do maior número defunções por unidade de massa), econo-mia de matérias-primas e de energia,menor peso e menor impacto ambiental.

O contexto deste projecto europeuinsere-se no enorme incremento dainvestigação em materiais híbridosnos últimos 10 anos, beneficiando daintegração do melhor de três mundos:o inorgânico, o orgânico e o biológico(estratégia dita bottom up). Por outrolado, a investigação em materiaiscerâmicos está bem estabelecida,concentrando hoje esforços no scaling

down de dispositivos funcionais(estratégia top down).A capacidade de desenhar moléculase materiais, para desempenhar funçõesdesejadas que permitam substituirestruturas e componentes tradicionaismais complexos e volumosos, terá umprofundo impacto no desenvolvimentoe na distribuição de produtos.

FAME contará com três grandesconjuntos de actividades, como oPrograma visando a integração earticulação dos vários grupos, oPrograma de investigação (consistindona concepção e no desenvolvimentode projectos de investigação multidisci-plinares, promovendo a interacçãoentre químicos, físicos, biólogos, teóricos,cientistas de materiais e engenheiros)e, por fim, o Programa de formação edisseminação do conhecimento quecompreende um novo MestradoEuropeu conjunto (incluindo acçõesde e-learning à distância), e acçõesjunto do cidadão.

Esta rede permitirá criar, no final docontrato e através destas actividades,o “Instituto Europeu de MateriaisFuncionais”, o qual deverá liderar ainvestigação desenvolvida neste campo,que é de uma enorme importânciaestratégica para as tecnologias deponta emergentes. Tem como metasprincipais, a curto, médio e longoprazo: propor novos métodos e proces-sos de investigação inovadores; criargrupos de trabalho interdisciplinares emulticulturais e, finalmente, conceberprogramas de formação e de divulga-ção de Ciência.

Fazem parte da equipa de trabalhocerca de 190 investigadores e 60alunos de doutoramento de setepaíses europeus: Alemanha, Bélgica,Espanha, França, Israel, Portugal eReino Unido. Trinta companhiasmanifestaram já o seu interesse emparticipar nas acções de investigaçãoe formação a promover. O financiamentopara este Projecto vem do SextoPrograma Quadro, prioridade 3, daComissão Europeia.

s na europa

36 37 projecto fame

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Laboratório de Imagiologia/Siemensdota ua de tecnologias de topo naárea da imagiologia médicaA instalação, na Escola Superior deSaúde da Universidade de Aveiro(ESSUA), do Laboratório de Imagiolo-gia/Siemens resulta de um protocoloassinado em Julho de 2003, entre aUA e a Siemens S.A. – Siemens MedicalSolutions, Health Services – com vistaao estabelecimento de uma colaboraçãoconcreta no domínio da Formação eInvestigação em Pós-ProcessamentoDigital de Imagem Clínica.Este novo laboratório de investigação,ensino e formação, equipado com 10estações de trabalho dotadas dasmais avançadas ferramentas desoftware para pós-processamentodigital de imagem clínica, vai permitirassegurar uma preparação adequadados profissionais de saúde chamadosa utilizar as novas tecnologias digitaisno apoio ao diagnóstico médico.

Para a Reitora da Universidade deAveiro, Prof. Helena Nazaré, estainfra-estrutura representa “mais umimportante passo na intervenção dainstituição no domínio das Ciências e

Em Abril deste ano foi inaugurado o novo Laboratório de

Imagiologia da Universidade de Aveiro. Graças a um

protocolo assinado em Julho de 2003, entre a UA e a

Siemens S.A. – Siemens Medical Solutions, Health Services,

com vista ao estabelecimento de uma colaboração

concreta no domínio da Formação e Investigação em Pós-

Processamento Digital de Imagem Clínica, a Escola Superior

de Saúde passou a dispor de mais uma infra-estrutura

tecnológica de topo na área da Imagiologia Médica.

numa parceria entre a

setembro ‘05

ua e a siemens

Linhas

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colocam ao país em tempos próximos,uma estratégica na qual a Siemens vaicontinuar a insistir, numa parceria coma universidade e centros de investigação.“Estamos rapidamente a passar daEvidence based medicine para a erada Information Based Medicine. Nãosó teremos grandes desenvolvimentosem áreas como a genética, mas tam-bém na biotecnologia e sistemas deinformação, que modificarão a práticaclínica dos nossos dias, originandouma opção sobre sistemas de saúde euma pratica clínica que terá necessaria-mente de ser centrada no doente, masque vai obrigar a mais diagnósticos,mais rápidos, mais fiáveis, sem erros,não evasivos, que terão, implicaçõessistémicas óbvias. Para garantir resul-tados clínicos operacionais e financeiros,de qualidade e de excelência, tal sóserá possível através da automatizaçãode processos e tecnologia médicainovadora, que integrem informaçãoclínica, administrativa e financeira, comsistemas de informação de elevadasperformances. Este laboratório vemde encontro a esta nova realidade”,acrescentou o Eng. Rui Brandão.Para além do Presidente da Adminis-tração Regional de Saúde do Centro,Dr. Fernando Andrade, que estevepresente em representação do Ministroda Saúde, Prof. Correia de Campos,marcaram também presença osPresidentes da Administração dosHospitais de Santo António (Porto),Hospital Universitário de Coimbra,Infante D. Pedro (Aveiro), Hospital S.Teotónio (Viseu) e o Hospital S. Sebas-tião (Santa Maria da Feira), bem comoo Director do Centro de Saúde deAveiro, entre outras entidades ligadasà saúde.

A encerrar a cerimónia de inauguração,os convidados tiveram a oportunidadede efectuar uma visita ao Laboratórioe assistir a uma aula de imagiologia.

laboratório de imagiologia

Tecnologias da Saúde, prosseguindo omodelo adoptado de forte interligaçãoentre as actividades de formação,investigação e cooperação empresarial,e permitindo a incorporação das maisrecentes tecnologias no percursoformativo dos futuros profissionais desaúde”.

Uma infra-estrutura que vem reforçaras competências da UA na área dasaúde e reafirmar a vontade de verconcretizada a sua pretensão deformar e criar licenciaturas nas áreasda biomedicina e na área da medicinapropriamente dita, a par das parceriasde sucesso que a UA tem conseguidoestabelecer com hospitais, centros desaúde, e a direcção regional de saúdede Aveiro, como referiu a Reitora daUA. “Nunca é demais reforçar ointeresse que representa, para umaUniversidade, poder colaborar de umaforma muito estreita com centros deaplicação do conhecimento criado.Actualmente a Siemens, quiçá, farámais do que isso, criará ela própriaconhecimento em muitas áreas”.O Administrador da Siemens, S.A.,Eng. Rui Brandão, aproveitou a ocasiãopara reafirmar o empenho da Siemensna formação de futuros profissionais eno desafio que tal representa, e salientaro compromisso com a inovaçãoatravés das oportunidades de investi-gação e desenvolvimento que estelaboratório oferece. “Desta parceriaresulta, pela primeira vez em Portugal,o facto de no quadro formativo, ostécnicos da saúde terem à sua disposi-ção em laboratório a mais inovadoratecnologia de processamento deimagem, que, associada a um currículoteórico-prático moderno, terá comoresultado profissionais altamentequalificados, para um cada vez maiscomplexo mundo da saúde e excelentescondições para a prática de investiga-ção e pós-graduação”.

Este laboratório permitirá preparar osfuturos profissionais e reeducar osexistentes para os desafios que se

Siemens instala núcleo de investiga-ção e desenvolvimento na área dastelecomunicações na UAPara além do Laboratório de Imagiolo-gia, instalado na Escola Superior deSaúde da UA, a Siemens tem instaladotambém no campus de Santiago, desdeo iníco do ano, um núcleo de Investiga-ção e Desenvolvimento na área dastelecomunicações, que integra cercade 10 investigadores. A decisão surgiuna sequência de uma visita da empresaà UA e de um protocolo de colaboraçãoestabelecido entre as duas entidades.Durante a visita, o Director da SiemensSA, Eng. João Picoito, referiu-se aoprivilégio que representa para aempresa o desenvolvimento de projectoscom a Universidade de Aveiro, salien-tando que a UA se tem mostradosempre aberta e disponível, assumindofrequentemente um papel pro-activonesta relação de cooperação, “o quereflecte a sua posição progressista noque respeita à ligação com o tecidoempresarial”.Apesar da Siemens SA ter em cursoprojectos de cooperação com diversasuniversidades portuguesas, ficou claroque a Universidade de Aveiro e aSiemens SA têm todas as condiçõesde virem a participar em conjunto emprojectos internacionais, no âmbito deprogramas europeus.Assente ficou, também, que a UArepresenta para a Siemens SA umimportante pólo de recrutamento depessoal altamente especializado e quea empresa está disposta a fornecer oseu know-how e estrutura relativamenteao processo de registo de patentes.Recorde-se que o protocolo assinadoentre a UA e a Siemens SA visa ainstalação de um laboratório de I&Dna área de telecomunicações, particu-larmente na área das comunicaçõesópticas e móveis. Neste sentido, osprimeiros membros deste laboratórioestão já na UA desde o início do ano,prevendo a Siemens SA, a expansãodeste número de colaboradores paraalgumas dezenas, no decorrer dospróximos dois anos, logo que sejamencontradas as soluções para a suainstalação no Campus da UA.

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A excelência da investigação realizadana Universidade de Aveiro é constan-temente confirmada pelos resultadosdas sucessivas avaliações externasefectuadas às 15 unidades de investiga-ção e três Laboratórios Associadosdesta Universidade, bem como pelosnumerosos prémios, nacionais einternacionais, atribuídos a investiga-dores da Universidade de Aveiro.Este Instituto contribui para desenvolveruma maior articulação entre o sistemade ensino e o sistema de investigação,numa perspectiva de renovação doensino pós-graduado, nas mais diversasáreas: Electrónica, Telecomunicaçõese Telemática; Materiais; Ambiente eMar; Tecnologia Mecânica e Automação;Formação de Formadores; Física;Química; Matemática; Biologia; Línguase Culturas; Comunicação e Arte e,mais recentemente, nas áreas daCompetitividade Empresarial e daGovernança e Políticas Públicas.Neste sentido, e considerando tambémo papel desempenhado pelo Institutode Investigação da UA na formaçãoavançada de recursos humanos,designadamente através da concessãode bolsas de doutoramento, no recruta-

mento de investigadores de elevadomérito científico e no apoio à realizaçãode projectos de investigação e àdotação das equipas com equipamentocientífico, componentes imprescindí-veis a uma investigação de qualidade,a Câmara Municipal de Aveiro deliberouatribuir-lhe a Medalha Municipal deMérito Científico em 2005.Para o Prof. Francisco Vaz, a criaçãodeste galardão municipal de méritocientífico revela a importância que aedilidade aveirense tem vindo a atribuirà Ciência e ao impacto que o seuincremento pode ter no desenvolvimento,bem-estar e competitividade da região.Assumindo que a distinção é atribuídaàs 18 Unidades que constituem oInstituto de Investigação e aos 1200investigadores, técnicos e bolseirosque nelas trabalham, o Vice-Reitorpara a Investigação Científica refereque é propósito da UA afirmar-seinternacionalmente, contribuindo paraa promoção da região. “Não serãopois estranhas as ligações a muitasentidades públicas e privadas deAveiro. Não podemos deixar de distin-guir a Câmara Municipal de Aveiro eempresas como a PT Inovação. Um

instituto de investigação da ua recebeumedalha municipal de mérito científico

O Instituto de Investigação da Universidade de Aveiro foi distinguido, no passado dia 12 de Maio –

Dia do Município – com a Medalha Municipal de Mérito Científico. Atribuída durante a sessão

solene de entrega de distinções honoríficas a personalidades e entidades do Município, este

galardão foi entregue ao Vice-Reitor, Prof. Francisco Vaz. O Instituto de Investigação da

Universidade de Aveiro, criado em 1994, tem desempenhado um papel fundamental na promoção

da pluridisciplinaridade e no desenvolvimento da investigação, respondendo às necessidades

específicas da sociedade.

bom exemplo está no abrangenteprojecto Aveiro Digital. No futuro,estamos certos que continuaremos acontar com a Câmara Municipal deAveiro e esta Câmara com a Universi-dade, para novos projectos e iniciativasque permitam que a investigação desen-volvida contribua alargadamente parao progresso da cidade e da Região”.

12 de maiopaços do concelho

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A ousadia de integrar na sua missão aformação Cívica e Cultural dos alunose a existência de uma unidade deinvestigação relacionada com a temá-tica, foram dois aspectos determinantesna escolha da Universidade de Aveiropara acolher a sede da SUDcom, umarede transnacional de mobilização decidadãos activos do mediterrâneo Sul.

O convite para que Portugal e Espanhaformassem um movimento paralelo aum já existente no Norte da Europa – oNordicom, destinado a combater oimpacto negativo dos Media na culturae valores morais da sociedade, partiudo Presidente do Governo Espanhol.A Universidade de Aveiro aceitou odesafio e já deu os primeiros passospara a criação deste laboratório depesquisa, que à semelhança da redeanáloga no norte da Europa, pretendecriar inter-relações e interacções queco-produzam a organização de actua-ções de promoção e de defesa devalores do Humano, subjacentes àConvenção dos Direitos da Criança eda Declaração Universal dos Direitosdo Homem, incrementando, atravésda comunicação, a inter-compreensãoentre culturas e sociedades dos países

do Mediterrâneo Sul.São também seus objectivos cooperarna transacção de experiências e deconhecimento científico sobre osmedia, as crianças e os jovens, difun-dindo e co-produzindo estratégias deactuação e de experiência, fomentar acooperação na análise da informaçãodifundida e transaccionada e investigarsobre os discursos dos media e dosseus efeitos nos diferentes públicos,contribuindo como instrumento emédium simbólico de actuação nacomunicação nos media e com os media.Com o slogan “Pensar é Agir a Soluçãoé Interagir”, a Rede SUDcom permitirácriar, através da dinamização da Univer-

sidade de Aveiro, um Centro Informativode Investigação, de Intervenção eFormação sobre os Media e Comunica-ção, procurando estabelecer e fortaleceros laços entre os diferentes países econsolidar a ligação com o CentroInternacional UNESCO e o Centro daRede NORDICOM para a investigaçãosobre os Media, as Crianças e oJovens, com especial atenção para aviolência nos media. A estratégia aseguir baseia-se na co-produção emobilização humana e social.

A sessão de apresentação ocorreu nopassado dia 18 de Abril, na Universidadede Aveiro. Para além da coordenadorado projecto, Prof. Conceição Lopes,do Administrador dos Serviços deAcção Social da UA, Mestre HélderCastanheira, esteve presente a DoutoraMaria Barroso, Presidente da SUDcom,que referiu tratar-se de “uma rede poucoformal que actua em contextos racio-nais livres, desenvolvendo espontâneae socialmente entendimentos queaprofundem os laços afectivos, paraalém dos já existentes, nas comunida-des reais e virtuais de referência. Osistema da rede pretende ser um serviçopúblico de comunicação e informação,

ua acolhe sede de rede de cidadania activatransnacional dos países do mediterrâneo sul

A Universidade de Aveiro acolhe, desde

o início deste ano, a sede da Rede

SUDcom, uma rede de cidadania transna-

cional de países e comunidades do

Mediterrâneo Sul, presidida pela Doutora

Maria Barroso Soares e dinamizada pela

Universidade de Aveiro, que visa investigar

e reflectir sobre as relações e interacções

entre a comunicação e a violência.

orquestrado pela co-operação decidadãos, que irão construir vínculosque dão sentido à necessidade erealização de actuações sobre aproblemática dos Média, particularmentedos seus efeitos nas crianças”.

Como salientou a coordenadora doprojecto, Prof. Doutora ConceiçãoLopes, “a rede orienta-se simbolica-mente pela metáfora dos três A’s damanifestação da comunicação in-equipa:Afeição, Argumentação e Actuação.São três A’s de manifestação daracionalidade e do fundamento dareflexão crítica e activa para a proble-mática de comunicar violência. A rede

visa contribuir para a afirmação devalores éticos e apela para os contextosde recepção e para as práticas culturaise sociais em que os media se orientam,devendo assumir como finalidade aconvivialidade para a intercompreensãoe não para a violência”. Para a Prof.Conceição Lopes “a SUDcom é umadiferença comum. Não é ainda umprojecto bem definido, nem uma visãoa ser adoptada por qualquer pessoa,mas sim, uma malha de projectos aadoptar de forma diferente, orientando--se pelos 3 A’s. Mais do que dever ser,é preferível estar na rede. E estapreferência implica-nos a todos”.De acordo com Hélder Castanheira,administrador para a área social daUA, “o trabalho científico desenvolvidopela NORDICOM tem vindo a seraproveitado a nível estadual, porONG´s e universidades. Pretende-seque a SUDcom faça agora o mesmo eque os governos dos países que aintegram utilizem o seu trabalho emdecisões formais”. De acordo com amesma fonte, está previsto que noinício do próximo ano lectivo as activi-dades da Rede estejam já perfeitamentedelineadas e que em breve estejamdisponível em http://www.sudcom-ua.pt

rede SUDcom

rede sudcomlaboratório de imagiologia

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Linhas setembro ‘05

O Programa de Formação Pós-Graduadaem Ciências e Engenharia do Ambienteque engloba a criação dos cursos demestrado em Energia e Gestão doAmbiente; Gestão e Tratamento deResíduos; Qualidade e Tratamento deÁguas e Efluentes e respectivosCursos de Formação Especializada deCurta, Média e Longa Duração reflecte,por um lado, a aposta do Departamentode Ambiente e Ordenamento na áreadas tecnologias para resolver osproblemas ambientais e, por outro,contempla as alterações do enquadra-mento profissional tradicional e adesejável aproximação entre a Univer-sidade e a sociedade.

Por sua vez, o Programa de FormaçãoPós-Graduada em Saúde e RiscoAmbiental, que engloba o Mestrado emSaúde e Risco Ambiental, respectivosCursos de Formação Especializada eainda vários outros tipos de Cursos deFormação Especializada de Curta,Média e Longa Duração, justifica-sedesde logo pela relação entre a qualida-de do ambiente e a saúde.A deterioração do ambiente e osacidentes ambientais de origem huma-na estão frequentemente associados a

problemas de saúde, estimando-seque nos países industrializados 20% dasdoenças registadas sejam imputáveisa factores ambientais.

Mestrado em Energia e Gestão doAmbienteO Curso de Mestrado em Energia eGestão do Ambiente tem como objec-tivo fundamental fornecer uma visãointegrada do binómio ambiente-energia,numa perspectiva eminentementeprática. Pretende-se, deste modo, quea frequência deste mestrado permitaaos alunos abordar problemas que osprofissionais de engenharia sãonormalmente solicitados a resolver.O curso pretende, especificamente,proporcionar aos alunos conhecimentosteóricos e práticos sobre termodinâ-mica aplicada e transmissão de calor;conhecimentos sobre sistemas degestão ambiental, designadamente asnormas internacionais necessárias àobtenção da certificação ambiental;capacidade para modelar sistemasdinâmicos, em particular nas áreas daprodução/distribuição/consumo deenergia e dos ecossistemas, e, emgeral, uma visão integrada dosproblemas de energia e ambiente.São assim destinatários deste curso,os licenciados em Engenharia doAmbiente, Engenharia Química, Engenha-ria Mecânica, e Engenharia Física.O mestrado terá a duração de quatrosemestres e é composto por um cursode especialização e pela elaboração ediscussão de uma dissertação. O Graude Mestre em Energia e Gestão doAmbiente será conferido pela UA aosalunos que, tendo sido aprovados nocurso de especialização, sejam aprova-dos também nas provas públicas dadiscussão da dissertação.Refira-se que a aprovação na partecurricular do curso de mestrado (12unidades de crédito) dará lugar à atribui-ção de um diploma de curso de formaçãoespecializada de longa duração. Osinteressados podem ainda optar porfrequentar o Curso de FormaçãoEspecializada de Curta Duração (duasdas disciplinas obrigatórias do curso/quatro Unidades de crédito); ou o

Quatro novos cursos de mestrado

– Energia e Gestão do Ambiente;

Gestão e Tratamento de Resíduos;

Qualidade e Tratamento de

Águas e Efluentes; e Saúde e

Risco Ambiental – assim como os

cursos de formação especializada

a estes mestrados associados

começam a funcionar já neste

ano lectivo.

novos mestrados na áreado ambiente criados na ua

arranque neste ano lectivo

Linhas setembro ‘05

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Curso de Formação Especializada deMedia Duração (quatro disciplinas/8Unidades de crédito).

Mestrado em Gestão e Tratamentode ResíduosO Mestrado em Gestão e Tratamentode Resíduos tem por objectivo geral aactualização e formação especializadatendo em vista credenciar técnicospara a realização de operações degestão de resíduos relacionadas coma implementação da regulamentaçãonacional e europeia. Sendo reconhecidoque a gestão e tratamento de resíduosconsome importantes recursos econó-micos e ambientais que urge minimizar,o entendimento deste assunto deveráter em conta a necessidade do desen-volvimento sustentável e também anecessidade de melhorar a competiti-vidade nacional.Neste sentido, são objectivos específi-cos desta formação, o enquadramentonormativo e legal aplicável à gestãodos resíduos; o conhecimento deprocessos e técnicas que permitam aselecção dos procedimentos maisadequados para gerir os diferentestipos de resíduos; o conhecimento douso de materiais, tecnologias de fabricoou procedimentos de rotina ambiental-mente adequados numa perspectivade prevenção e controlo integrados dapoluição; o conhecimento sobreprocessos e técnicas de tratamento evalorização aplicadas aos diferentestipos de resíduos (urbanos, industriais,hospitalares, agrícolas), bem comodas respectivas características opera-cionais que permitam a selecção datecnologia mais apropriada a cadacaso; as noções sobre o enquadramentoda gestão de resíduos no âmbito dasustentabilidade económica, ambien-tal e social.O público-alvo deste curso inclui ostécnicos possuidores de grau delicenciatura em diferentes áreas ouactividades profissionais de Engenhariado Ambiente, Engenharia Química,Engenharia Mecânica, e Engenhariade Materiais e licenciaturas afins.O curso apresenta também particularinteresse para os profissionais licencia-

dos que operam nas áreas de projectode sistemas e de operação de sistemasde gestão de resíduos (urbanos,industriais, hospitalares, agrícolas),nomeadamente, quadros de empresasque realizam a recolha, o transporte, aarmazenagem, o tratamento, a valoriza-ção e a eliminação de resíduos; técnicosde serviços públicos na área doambiente; técnicos ligados aos serviçosde higiene e salubridade das autarquias,às comissões de coordenação edesenvolvimento regional e aos servi-ços centrais de tutela do Ambientecom responsabilidade no que respeitaaos procedimentos de gestão deresíduos urbanos ao nível municipal eintermunicipal e, ainda, aos técnicosligados è concepção de novos produtose de produtos de embalagem (arqui-tectos, engenheiros, designers).O mestrado terá a duração de quatrosemestres e é composto por um cursode especialização e pela elaboração ediscussão de uma dissertação. O Graude Mestre em Gestão e Tratamento deResíduos será conferido pela UA aosalunos que, tendo sido aprovados nocurso de especialização, sejam aprova-dos também nas provas públicas dadiscussão da dissertação.Refira-se que a aprovação na partecurricular do curso de mestrado (16unidades de crédito) dará lugar àatribuição de um diploma de curso deformação especializada de longaduração. Os interessados podemainda optar por frequentar o Curso deFormação Especializada de CurtaDuração (seis Unidades de crédito); ouo Curso de Formação Especializadade Media Duração (10 Unidades decrédito).

Mestrado em Qualidade e Tratamentode Águas e EfluentesO curso de Mestrado em Qualidade eTratamento de Águas e Efluentes visaformar profissionais e investigadorescom intervenção no domínio dasciências e da engenharia do ambiente,bem como desenvolver competênciasnas metodologias e práticas de inves-tigação, no âmbito da poluição daágua e dos recursos hídricos, no que

42 43 novos mestrados na área do ambiente

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Linhas setembro ‘05

diz respeito às tecnologias de tratamentode efluentes, na gestão dos recursoshídricos, na interpretação interdiscipli–nar das áreas de formação envolvidas,na intervenção em ambiente industrial,na interpretação de dados daqualidade da água e na avaliação deimpactes ambientais.São, assim, destinatários deste cursocom uma forte componente de formaçãotécnica, os licenciados em Engenhariado Ambiente, Engenharia Química,Engenharia Mecânica, Engenharia deMateriais, Engenharia Civil, EngenhariaCerâmica e Vidro e cursos de engenha-ria afins; os profissionais em áreas degestão de recursos hídricos, avaliaçãode impactos sobre os recursos hídricos,tratamentos de águas e efluentes; ostécnicos de superiores da Administra-ção pública e autárquica, e osresponsáveis e quadros de empresaspúblicas e privadas.O mestrado terá a duração de quatrosemestres e é composto por um cursode especialização e pela elaboração ediscussão de uma dissertação. O Graude Mestre em Gestão e Tratamento deResíduos será conferido pela UA aosalunos que, tendo sido aprovados nocurso de especialização, sejam apro-vados também nas provas públicas dadiscussão da dissertação.Este curso de Mestrado compreendeuma componente escolar à qual corres-ponde, no todo ou em parte, Cursosde Formação Especializada (CFE’s).Os CEF’s sustentados no mestrado emQualidade e Tratamento de Águas eEfluentes organizam-se em curta, médiaou longa duração e pretendem possibi-litar uma formação técnica por perfisde formação nas áreas de Tratamentode Águas e Efluentes; Poluição eQualidade da Água; Operação e Controlode ETA/ETAR; Operação e Gestão deETA/ETAR; Qualidade e Tratamento deÁguas e Efluentes

Mestrado em Saúde e RiscoAmbientalO Mestrado em Saúde e Risco Ambien-tal será interdisciplinar e interinstitucional,visando contribuir para a redução dodéfice da sociedade portuguesa no

que concerne à participação responsá-vel na construção do conhecimento etomada de decisão em Saúde Ambien-tal, através da formação, do treino eda investigação neste domínio deactividade.A finalidade deste curso de mestradoé promover o desenvolvimento decompetências que permitam:· definir prioridades na área da saúdeambiental, baseadas nas inter-relaçõesfundamentais entre o ambiente naturale humanizado e a saúde;· discutir criticamente os princípios deanálise inerentes à tomada de decisãoe a sua aplicação à avaliação de riscoambiental;· consubstanciar conhecimentos eexperiência em gestão ambiental eprevenção em saúde ambiental;· mobilizar conhecimentos que possibi-litem a integração em projectos deinvestigação e desenvolvimento nasáreas científicas afins.Deste modo, são destinatários destemestrado os licenciados com formaçãoe/ou experiência profissional na áreada saúde, engenharia e áreas afins,provenientes da indústria, instituiçõesacadémicas, de investigação, serviçospúblicos governamentais, ou cominteresse técnico-científico pelasactividades em Saúde Ambiental.O mestrado terá a duração de quatrosemestres e é composto por um cursode especialização (16 unidades decrédito) e pela elaboração e discussãode uma dissertação. O Grau de Mestreem Saúde e Risco Ambiental seráconferido pela UA aos alunos que, tendosido aprovados no curso de especiali-zação, sejam aprovados também nasprovas públicas da discussão dadissertação.A componente escolar deste curso demestrado corresponde em todo ou emparte a Cursos de Formação Especiali-zada. Os CFE em Saúde e RiscoAmbiental organizam-se segundo osistema de unidades de crédito porárea científica (Ciências e Tecnologiasda Saúde; Ciências Aplicadas aoAmbiente; Biologia; Ciências Sociais;Química), correspondendo o CFE decurta duração a quatro disciplinas do

Mestrado em Saúde e Risco Ambiental,totalizando no mínimo quatro unidadesde crédito; o CFE de média duração asete disciplinas deste mestrado totali-zando no mínimo oito unidades decrédito; e o CFE de longa duração a14 disciplinas, totalizando no mínimo16 unidades de crédito.

Última fase termina a 19 de Novembro

Pós-graduação com candidaturas abertas

Até 19 de Novembro, está aberta a última fase de

candidaturas para os Mestrados em Geoquímica,

Análise Social e Administração da Educação e

Criação Artística Contemporânea (biénio 2005/

2007) e para os Cursos de Formação Especializada

em Criação Artística Contemporânea, Comunicação

e Multimédia (Média duração), Comunicações

Móveis (Média duração) e Sistemas de Informação

(Média duração) (2005/2006).

As informações sobre os prazos de candidatura

para os vários Mestrados e CFE´s poderão ser

obtidas por consulta do site do Instituto de

Formação Pós-Graduada em www.posgrad.ua.pt.

Os procedimentos para a formalização de candida-

turas estão definidos nos Editais de Abertura dos

respectivos Cursos, os quais podem ser consultados

em www.sac.ua.pt/pg_editais.asp

As candidaturas aos Cursos de Mestrado e CFE´s

deverão ser efectuadas via Internet, através do

seguinte endereço: http://paco.ua.pt

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44 45

Em funções desde o passado anolectivo, a nova Comissão Directiva daAssociação dos Antigos Alunos daUniversidade de Aveiro tem comoPresidente Cláudia Luz e como Vice--presidente António José Ribeiro. AnaRaquel Xambre, Ana Patrícia Ângelo eNuno Dias são os 1º, 2º e 3º vogaisdesta nova Comissão.A Comissão Directiva foi eleita emAssembleia Geral, por um período de18 meses, com o principal objectivo derelançar a actividade da AAAUA e depreparar o terreno para a realização deeleições, como explicou o Presidenteda Mesa da Assembleia Geral, “existehoje uma coincidência de factores queconstitui uma oportunidade única pararelançar a actividade da nossa associa-ção; existe a disponibilidade de algunsantigos alunos para integrar cargosdirectivos; existe interesse da UA emretomar a antiga colaboração entre asduas instituições, agora no âmbito dapromoção de estágios profissionais; e,não menos importante, subsiste avontade de muitos sócios em contribuir,ainda que não em cargos directivos,para a manutenção e desenvolvimentoda AAAUA. Não existindo uma Direcçãoem efectividade de funções e não

estando garantidas as condiçõesmínimas para a realização de eleições,são concedidos a esta Comissão tantoos poderes como os deveres previstosestatutariamente para a Direcção daAAAUA”.Actualizar a base de dados com oscontactos dos antigos alunos da UA,cerca de 1 390 sócios, e alargar o seuuniverso, de forma a mobilizar osalunos que se graduaram nos últimosanos e aqueles que virão a graduar-senos próximos, e revitalizar a página deInternet da Associação são algumasdas prioridades desta Comissão, paraalém dos aspectos previstos nosestatutos, nomeadamente a realizaçãode um encontro anual.Os novos órgãos já entraram em acção,começando por reorganizar a sede daAAAUA e reactivando a conta de e-mailda AAAUA ([email protected]). Foi, ainda,verificada a situação do pagamentodas quotas por parte dos associados eforam estabelecidos alguns contactospreliminares com algumas organizações(AAUAv, SASUA, CICUA) para transmitiros objectivos e estabelecer futurasrelações de parceria. Para além destasmedidas, a Comissão iniciou já o traba-lho de reestruturação da página web,

comissão directiva relançaassociação dos antigos alunos da ua

Uma Comissão Directiva, presidida pela antiga aluna

de Planeamento Regional e Urbano, Cláudia Luz, foi

eleita na Assembleia-Geral da Associação dos

Antigos Alunos da Universidade de Aveiro, em

Outubro passado. À nova Comissão cabe, nesta

fase, relançar a actividade da associação e criar as

condições operacionais que permitam a realização

de eleições no prazo de um ano.

e acordou, ainda, com a Directora daBiblioteca da UA a possibilidade dossócios (que apresentem o cartão desócio com a indicação das quotasregularizadas) poderem usufruir gratui-tamente dos seus serviços.Em Dezembro, procedeu-se à assinaturade um Protocolo entre a UA e aAssociação de Antigos Alunos, durantea Cerimónia Comemorativa do 31ºAniversário da UA, para a manutençãoe reforço dos laços existentes entre aUniversidade e os seus antigos alunosmediante múltiplas actividades decooperação. Um passo importantepara a actividade da AAAUA, já que“os Antigos Alunos da UA formam umuniverso bastante alargado, estesconstituem os melhores embaixadoresda Universidade e podem ter um papelactivo nesta área. Neste sentido, aAAAUA deve funcionar como elo deligação entre a UA e esses antigosalunos”, conforme referiu Cláudia Luz.A Associação dos Antigos Alunos daUniversidade de Aveiro (AAAUA) estácontactável pelo e-mail: [email protected] aguarda o contacto de todos osantigos estudantes da UA.

eleita por unanimidade

44 45 antigos alunos da ua

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“Cerca de 15 anos depois daquelemítico primeiro dia, no Sábado, 9 deJulho de 2005, reuniram-se na Univer-sidade de Aveiro 25 ex-alunos do Cursode Electrónica e Telecomunicações,caloiros no ano de 1990 e respectivasfamílias. Este encontro surgiu noseguimento de contactos via e-mail([email protected]), onde se criou peloefeito de rede uma lista de colegas.Actualmente existe uma lista dedistribuição de e-mail com perto de 60ex-alunos inscritos em http://nocturno.org/cgi-bin/mailman/listinfo/et90.

O encontro começou com um beloalmoço de confraternização no restau-rante da UA, contando com a presençada Presidente da Comissão Directivada Associação de Antigos Alunos,Cláudia Luz.

Nesta reunião foi interessante constatarque grande parte ou mesmo a globali-dade dos alunos que terminaram ocurso estão empregados, cobrindo umagrande área da Engenharia, desde oEnsino Universitário e Politécnico,passando pelos operadores de Teleco-municações (engenharia e contacto comclientes) até à indústria aeronáutica.

de engenharia electrónica e telecomunicações de regresso à ua

Em Julho deste ano, os antigos alunos da UA, caloiros de 1990, do curso de Engenharia

Electrónica e Telecomunicações, reencontraram-se. Recordar as vivências académicas e conhecer

os percursos profissionais dos colegas, num ambiente de confraternização e de troca de

experiências, foi o principal intuito deste encontro, que incluiu um almoço e uma visita a

algumas infra-estruturas da UA. Um regresso ao passado muito salutar, como nos conta Raquel

Madureira, um dos elementos organizadores deste primeiro encontro.

Vários colegas já constituíram famílias,cujos rebentos revelam o bem-estar, aestabilidade e florescimento de umageração que nesta escola nasceu.

Durante a visita, foi ainda realizada umabreve apresentação da associação dealunos de ETT, na qual foi, mais umavez, salutar a troca de experiências. Aíos antigos alunos, na sua maioria,defenderam a continuação do ensino daengenharia em Portugal com componen-tes básicas fortes em matemática efísica e alguma componente de gestãode recursos humanos e de projectos.A forte e profunda componente técnicacom que os alunos de ET se habituarama trabalhar, ofereceu uma base deraciocínio e abstracção mental quepermite, tal como convém a qualquerengenheiro, o poder da versatilidade,capacidade de integração e abrangênciade novas tarefas, desafios e projectos.Deste modo, será altamente positivo emotivador para as gerações futuras, osentimento transmitido por estes ex-alunos, aos quais a Universidade deAveiro forneceu os inputs necessáriospara os exigentes desafios do mercado,altamente competitivo, das Telecomuni-cações.

Finalmente, e com o gentil apoio deCristina Simões, dos Serviços deRelações Externas da UA, foramrealizadas visitas ao edifício da novareitoria e ao complexo pedagógico...Contamos não esperar mais 15 anospara novo encontro, ou então corremoso risco de aproveitar esse mesmo diapara matricular os nossos filhos comocaloiros! Pois é… é que passa tãodepressa… e não há tempo como ode estudante!!!”

Raquel Madureira

antigos alunos

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O curso de Engenharia Mecânicateve o seu início de actividades noano lectivo de 1994/95. Com cincoanos lectivos de frequência obrigatóriae com um regime de funcionamentodiurno, o curso é ministrado peloDepartamento de Engenharia Mecânicada UA.

Proporciona uma formação marcada-mente prática e experimental emáreas como a mecânica de precisão,concepção e fabrico assistido porcomputador e robótica, que são, semdúvida, áreas promissoras e com possi-bilidade de maior impacto internacional.O núcleo central da formação ministradaassenta em quatro grandes áreas daEngenharia Mecânica: TecnologiaMecânica, Automação, MecânicaAplicada e Projecto Mecânico, Térmicae Fluidos.

engenharia mecânica reconhecida pela ordem dos engenheiros

A licenciatura em Engenharia Mecânica da Universidade de

Aveiro foi oficialmente reconhecida pela Ordem dos Engenheiros.

Uma nova mais-valia para os alunos de um dos cursos da UA

mais procurados pelo mercado de trabalho.

saídas revitalizadas

Quanto às saídas profissionais, osLicenciados em Engenharia Mecânicaencontram possibilidade de integraçãoem todos os ramos da indústria portu-guesa, sobretudo na qualidade deresponsáveis pelos sectores de fabrico,manutenção, gestão e projecto. Amaioria destes profissionais temencontrado colocação em empresasdos mais diversos sectores. Aliás, sãocada vez mais as próprias empresas acontactar a Universidade para contra-tar novos profissionais, muitas vezesmesmo antes da conclusão do curso.

46 47 saída revitalizada

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Linhas setembro ‘05

Publicações

Este livro, publicado no Brasil em Novembrode 2004, resulta de um trabalho conjunto deuma investigadora brasileira – Maria LauraP. Barbosa Franco, Professora do Programade Estudos Pós-Graduados em Psicologiada Educação da Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo – e de investigadoresdo Departamento de Ciências da Educaçãoda Universidade de Aveiro – Luís Pardal,Alexandre Ventura e Carlos Dias. Os autoresconduziram a sua investigação no sentidode aprofundarem a discussão sobre ostrajectos do ensino técnico e profissional noBrasil e em Portugal, respeitando a especifi-cidade e a dimensão dos problemas de cadaum dos países. Procurou-se assim, num trabalhocom características marcadamente teóricase históricas, identificar os condicionamentos,os sentidos e as lógicas que influenciaramos modos como ambas as sociedades desen-volveram a formação profissional da suajuventude. Esta publicação teve o apoio doPrograma de Pós-Graduação em Educação:Psicologia da Educação, daquela Universidadebrasileira, e da Unidade de Investigação“Construção do Conhecimento Pedagógiconos Sistemas de Formação”, da UA.

Autores Luís Pardal, Alexandre Ventura eCarlos Dias, docentes no Departamento deCiências da Educação da UA, e Maria LauraP. Barbosa Franco, Professora do Programade Estudos Pós-Graduados em Psicologiada Educação da Pontifícia UniversidadeCatólica de São PauloEdição Autores Associados, Campinas –São Paulo.ISBN 8574960977

O lugar de relevo que Branquinho daFonseca (1905-1974) ocupa na culturaportuguesa do século XX foi o impulsonecessário para que António ManuelFerreira, docente no Departamento deLínguas e Culturas da UA, lhe dedicasseuma das suas mais recentes obras “ArteMaior:Os Contos de Branquinho da Fonseca”.Escritor polifacetado, Branquinho da Fonsecadeixou uma obra literária composta por textoslíricos, dramáticos e narrativos. É, porém, noconto que o escritor atinge o mais elevadomérito. A vocação contística de Branquinhomanifesta-se não só na sua obra narrativacomo também na poesia – nomeadamentenos poemas em prosa publicados em revistasliterárias -, nos textos dramáticos, e mesmono romance. A estética do conto insinua-se,assim, em toda a obra do autor, funcionandocomo um princípio de coesão discursiva,indiciador de uma similar confluência nodomínio dos temas e dos meios derepresentação.António Manuel Ferreira é professor naUniversidade de Aveiro. Dirige a revistaForma Breve, uma publicação do Departa-mento de Línguas e Culturas da UA queprivilegia os estudos sobre o conto.

Autor António Manuel Ferreira, docente noDepartamento de Línguas e Culturas da UAEdição Imprensa Nacional – Casa daMoedaISBN 9722712322

Ensino Médio e Ensino Técnico noBrasil e em Portugal: raízeshistóricas e panorama actual

Arte Maior: os Contos de Branquinhoda Fonseca

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48 49 publicações

Saiu em Março o mais recente livro dadocente do Departamento de Comunicaçãoe Arte, Fátima Pombo. Tem por título “Ascordas” e é o segundo romance de umatrilogia que a autora iniciou com “O Desenha-dor”, em 2003. Ao longo das 240 páginas de“As Cordas”, Fátima Pombo reúne um conjuntode personagens que mostram grandesdificuldades em sair das tocas pessoais.Fátima Pombo é natural de Aveiro, ondenasceu em 1964. Actualmente reside noPorto, onde se licenciou em Filosofia efrequentou o Conservatório de Música,executando o violoncelo. Passou também porCoimbra, onde concluiu o mestrado emFilosofia Contemporânea, e na Alemanhapreparou a tese de doutoramento subordi-nada ao tema “A fenomenologia e a experiênciaestética”. Hoje, é docente de Estética eEstética Musical no Departamento deComunicação e Arte da Universidade deAveiro. Tem vários artigos publicados emantologias e revistas da especialidade,nacionais e estrangeiras e é autora, entreoutros títulos de âmbito ensaístico e biográ-fico, de “Guilhermina Suggia ou o ViolonceloLuxuriante”, editado em português e inglêsem 1993, e do livro de ensaios “Traços deMúsica”, de 2001, também traduzido emespanhol. “O Desenhador” é, no entanto, asua primeira obra de ficção, tendo merecido,entre mais de uma centena de obras aconcurso, o Prémio Fnac / Teorema de 2002.

Autora Fátima Pombo, docente no Departa-mento de Comunicação e Arte da UAEdição Editorial TeoremaISBN 9726956064

A desenvolver actualmente a sua docência ea sua investigação na área dos estudosliterários e em particular da literatura depotencial recepção infantil, a antiga alunada Licenciatura em Ensino de Português eInglês e, posteriormente, do Mestrado emEstudos Portugueses da Universidade deAveiro, Sara Reis da Silva, acaba de publicaro livro “Dez Réis de Gente… e de Livros”.A obra reúne um conjunto de textos críticosacerca de livros infanto-juvenis, originalmentedestinados a um público de ouvintes eleitores de uma rádio e de um jornal regionais,a quem Sara Reis da Silva pretendeu desper-tar o gosto pelos livros e pela leitura literáriaEstes breves “ensaios” surgem, por isso,num registo intencionalmente coloquial epróximo do seu destinatário.Sara Reis da Silva está a preparar actualmen-te uma dissertação de doutoramento acercada Literatura Portuguesa para a Infância,designadamente sobre a obra de ManuelAntónio Pina, e participa também noprojecto de investigação “Literatura Infantil eEducação para a Literacia” do Centro deInvestigação em Literacia e Bem-Estar daCriança (LIBEC), no âmbito do qual temproferido diversas comunicações emencontros científicos nacionais e internacio-nais e publicado vários artigos. Em 2002editou o ensaio “A Identidade Ibérica emMiguel Torga”.

Edição Editorial CaminhoAutora Sara Reis da Silva, antiga aluna da UAISBN 9722116800

As Cordas Dez Réis de Gente… e de Livros

“Leitura e Compreensão Escrita no 1º Ciclodo Ensino Básico: Algumas SugestõesDidácticas” pretende levar professores efuturos professores do 1º Ciclo do EnsinoBásico a reflectir sobre a importância dacompreensão na leitura e a tomar contactocom algumas sugestões para uma aborda-gem em sala de aula mais conforme com asactuais directrizes do sistema educativoportuguês.Com este intuito, são apresentados algunsdados teóricos actualizados e resultados deestudos de pequena dimensão levados acabo com futuros professores do 1º Ciclodo Ensino Básico, em contexto de sala deaula, contando com o apoio de professoresem exercício, esperando-se que a suaconsulta venha a ser igualmente útil paraprofessores de línguas, em geral, e deLíngua Portuguesa, em particular, noutrosníveis de ensino, sendo também aconselhávelpara professores de outras disciplinas.

Autora Cristina Manuela Sá, docente noDepartamento de Didáctica e TecnologiaEducativa da UAEdição Universidade de AveiroISBN 9737891411

Leitura e Compreensão Escrita no1º Ciclo do Ensino Básico: AlgumasSugestões Didácticas

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do Departamento de Ambiente e Ordenamentoda Universidade de Aveiro, coordenado peloProf. Doutor Carlos Borrego e pela ProfªDoutora Ana Isabel Miranda.

Autoras Ana Isabel Miranda e CarlosBorrego, docentes no Departamento deAmbiente e Ordenamento, e Ana MargaridaCosta, bolseira de doutoramento no Departa-mento de Ambiente e OrdenamentoEdição Universidade de AveiroISBN 9727891489

O livro “Educação em Línguas em ContextoEscolar: da intervenção à reflexão” é oresultado de trabalhos desenvolvidos noâmbito do Laboratório Aberto para a Apren-dizagem de Línguas (LALE), estrutura doCentro de Investigação Didáctica e Tecnolo-gia na Formação de Formadores (CIDTFF)da Universidade de Aveiro, cuja grandefinalidade tem sido construir conhecimentosobre as questões que se colocam à educa-ção em línguas no quadro europeu, emgeral, e no português, em particular.Apresenta-se este primeiro número da sérieReflexões dos Cadernos do LALE comoespaço de divulgação de percursos deeducação em línguas em contexto escolarportuguês, constituídos como forças mobili-zadoras de uma reflexão que importa fazersobre o papel e os modos de ensino e deaprendizagem de línguas nas sociedadesactuais. Para além de uma breve apresen-tação do LALE, suas finalidades e projectos,existem, neste caderno, cinco trabalhos deinvestigadoras em Didáctica de Línguas,percorrendo diferentes níveis de ensino (doEnsino Básico ao Ensino Superior, incluindoa formação inicial de professores) e temáticasque se articulam em torno da necessidadede desenvolvermos uma competência decomunicação verbal em várias línguas.

Coordenadoras Ana Isabel Andrade e MariaHelena de Araújo e Sá, docentes no Departa-mento de Didáctica e Tecnologia Educativada UAEdição Aveiro, Universidade de AveiroISBN 9727891462

Educação em Línguas em ContextoEscolar: da Intervenção à Reflexão

Transportes Sustentáveis para aCidade do Futuro

Inserido no contexto do projecto SUTRA –Sustainable Urban Transportation for theCity of Tomorrow (EVK4-CT-1999-00013),que contribuiu para a definição de estratégiase metodologias de planeamento urbano,especialmente no que diz respeito aotransporte urbano sustentável, “TransportesSustentáveis para a Cidade do Futuro”apresenta como principais objectivos odesenvolvimento de uma abordagem consis-tentes para análise da mobilidade em áreasurbanas, o apoio ao desenvolvimento urbanoe a definição de estratégias para a construçãoda cidade sustentável do futuro.O estudo baseia-se na integração de conceitossócio-económicos, ambientais e tecnológicos,no desenvolvimento e aplicação de metodo-logias para melhoria da previsão e gestãodos transportes e suporte à decisão política.Neste livro são, igualmente, apresentadaspossíveis linhas orientadoras para o desenvol-vimento futuro da cidade de Lisboa e de umsistema de transportes urbano sustentável.SUTRA – Sustainable Urban Transportationfor the City of Tomorrow (EVK4-CT-1999-00013) foi a designação encontrada paraum projecto financiado pela ComissãoEuropeia no âmbito do 5º Programa-Quadrode Investigação e Desenvolvimento da UE eintegrado na Key Action City of Tomorrowand Cultural Heritage, para representarPortugal foi convidado o Grupo de Emissões,Modelação e Alterações Climáticas (GEMAC),

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50 51 publicações

Políticas e Gestão Localda Educação

Elaborado por Jorge Adelino Costa, AntónioNeto-Mendes e Alexandre Ventura, docentesdo Departamento de Ciências da Educação,“Políticas e Gestão Local da Educação” temcomo tema central a emergência do localcomo locus de tomada de decisão emeducação. Aqui se encontra informaçãoactual, pertinente e aprofundada sobre aparticipação das autarquias na administraçãoda educação, as questões que a descentra-lização suscita em matéria de alteração dosquadros tradicionais de regulação da educa-ção, a complexidade da relação das escolascom os contextos locais e com as famílias eos desafios contraditórios que se colocamaos professores como profissionais daeducação.Quem procurar informação com um carizmais aplicado não verá defraudadas as suasexpectativas, encontrando ao longo dassuas 400 páginas um conjunto de relatosde estudos sobre a reorganização da redeescolar, o processo de criação e desenvolvi-mento dos agrupamentos de escolas, opapel do concelho municipal de educação,a educação de adultos, a liderança nasescolas, a formação de professores, ostresse dos professores, a participação dospais no desenvolvimento do currículo dosseus filhos, a escola e o desenvolvimentolocal, a gestão estratégica e as avaliaçõesdo desempenho, a intervenção precoce eoutras temáticas de grande oportunidade.Trata-se de uma publicação que interessa auma audiência vasta e diversificada, nomeada-mente estudantes e professores que realizam

o seu percurso académico (graduação epós-graduação), mas igualmente a todosaqueles que ocupam cargos de direcção egestão, seja na administração pública(escolas, autarquias) seja em instituiçõesprivadas, de solidariedade social e outras.

Autores Jorge Adelino Costa, AntónioNeto-Mendes e Alexandre Ventura, docentesno Departamento de Ciências da Educaçãoda UAEdição Universidade de AveiroISBN 9727891454

O livro Transversalidades em Didáctica deLínguas, que agora se apresenta para umdiálogo com os leitores, advém da vontadede divulgar e tornar acessíveis os resultadosdas investigações efectuadas no âmbito do1º Mestrado em Didáctica de Línguas realizadona Universidade de Aveiro (Departamento deDidáctica e Tecnologia Educativa, em colabo-ração com o Departamento de Línguas eCulturas), em 1998-2000. O título do livropretende evidenciar uma ideia que estevepresente na concepção do Mestrado, e quetraduz a convicção relativa ao potencial detransferabilidade na aprendizagem de elemen-tos linguísticos e culturais. Estudos como oque o Centro de Investigação Didáctica e Tecno-logia na Formação de Formadores agoradisponibiliza revestem-se da originalidadede darem voz conjunta a investigadores e aprofessores em contexto académico nosentido de, no âmbito da 1ª edição doMestrado em Didáctica de Línguas da UA,produzirem uma reflexão mais rica e maisfundamentada sobre estas temáticas esobre o seu impacto no ensino de Línguase na formação dos professores e supervisoresque nele intervêm. Com esta obra, os autorespretendem que venha a ser ela própriaobjecto de uma utilização crítica e reflexiva.Tal é a lógica editorial que subjaz à publicaçãoda Colecção Estudos Temáticos, da qual seapresenta agora o segundo número.

Coordenadores Maria Helena Araújo e Sá,Maria Helena Ançã e António Moreira,Departamento de Didáctica e TecnologiaEducativa da UAEdição Universidade de AveiroISBN 9727891276

Transversalidades em Didácticadas Línguas. Estudos Temáticos 2

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O Boletim “Horizontes Sociais”, cujo primeironúmero foi publicado em 2001, constitui omeio normal e regular de divulgação dainformação processada pelo ObservatórioPermanente de Desenvolvimento Social deAveiro, pretendendo ser um barómetro daconjuntura social da cidade e concelho. O5º volume conta com artigos em cincoáreas: painel de família, protecção social,saúde, imigrantes e educação. Com umaperiodicidade anual, esta revista destina-se,em geral, à comunidade aveirense e, emparticular, aos profissionais de saúde eacção social que exercem a sua actividadejunto da população socialmente mais vulne-rável do concelho. Apresenta informaçãosemi-elaborada e sem grande tratamentoanalítico, embora rigorosa, pretendendo-seque seja acessível a toda a população e útilpara quem tem a responsabilidade de intervirno âmbito do desenvolvimento social noconcelho de Aveiro. Foi concebida como uminstrumento para o conhecimento das mudan-ças sociais, facilitador da implementação deestratégias de intervenção ajustadas a essastransformações. De facto, no âmbito do desen-volvimento social, a observação continuada dascondições de vida dos indivíduos e dasfamílias, dos problemas que enfrentam e dasmedidas destinadas a combatê-los revela-seuma estratégia decisiva e fecunda, dada aextrema variabilidade dos fenómenos sociais.

Coordenadores Liliana Sousa e PedroHespanha, Observatório Permanente deDesenvolvimento Social da UAEdição Universidade de AveiroISSN 16450906

Horizontes Sociais Ensaios Anticlericais

“Os textos aqui reunidos tentam aproximar-seda experiência anticlerical portuguesa,sondando-a sem obsessão de nenhumaortodoxia, com liberdade de ânimo e vontadede compreender. Utilizam instrumentos eprocessos habitualmente organizados pelainstituição disciplinar como saber histórico,sociológico, linguístico, retórico e filosófico.Situam claramente a temática anticlerical naesfera das complexas instâncias em que sejogam as relações de poder. No pressupostode que o anticlericalismo dá que pensar, aproposta de Ensaios Anticlericais é, simples-mente, a de contribuir para tal com um pequenoexercício de reflexão.”O autor desta obra é doutorado em Filosofiae Professor Catedrático da Universidade deAveiro. Coordena, no Centro de Línguas eCulturas desta universidade, a linha deinvestigação que estuda o anticlericalismoportuguês. É autor de Spinoza – A Utopiada Razão (Lisboa, Vega, 1993); Percursosdo 0itocentismo Português (Aveiro, Universi-dade de Aveiro, 1998); e coordenador de OAnticlericalismo Português: História eDiscurso (Aveiro, Centro de Línguas eCulturas, 2), e de Variações sobre TemaAnticlerical (Aveiro, Centro de Línguas eCulturas, 2004).

Autor Luís Machado Abreu, docente noDepartamento de Línguas e Culturas da UAEdição Roma EditoraISSN 9728490607

Viver@matemática

Viver@matemática é o título do novo manualescolar para o 6º ano de escolaridade, editadonuma parceria entre o Projecto MatemáticaEnsino da Universidade de Aveiro (UA) e aeditora “Folha Cultural”. Assumindo-secomo inovador, este livro poderá seradoptado pelas escolas nacionais já a partirdeste ano lectivo. Aos autores docentes devários graus do ensino básico, juntou-se asupervisão científica dos Professores daUA, Maria Paula Oliveira, João David Vieirae António Batel Anjo. De acordo com oProf. Batel Anjo, coordenador do ProjectoMatemática Ensino, este manual introduz,com exemplos motivadores, os diferentestópicos do programa do 6º ano, levando osalunos a aprender conceitos de uma formaprática. “As várias propostas de trabalhoapresentadas no manual apelam a umacompreensão pela discussão entre alunos eprofessores, combatendo, assim, a mecani-zação dos processos de resolução.” A resoluçãode problemas está bem patente em todo omanual, apelando a alunos e professoresque discutam cada pormenor das situaçõespropostas. Para além de integrar osconhecimentos que os alunos adquiriramnos anos anteriores, este manual tem aindaum outro atractivo – a Internet.

Autores Ana Maria Carneiro, AntónioCarneiro, Maria José Albergaria e Ofélia Sá,com supervisão de Maria Paula Oliveira,João David Vieira e António Batel Anjo,docentes no Departamento de Matemáticada UAEdição Editora Folha CulturalISSN 9728101619

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52 publicações

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Linhas setembro ‘05

concentraram-se na ua

A primeira edição do Fórum 3E – Emprego, Empresas e Empreendedorismo

(5ª edição da Feira de Emprego) realizou-se em Maio, na Universidade de

Aveiro. Ao todo estiveram representadas em stand, nas apresentações,

workshops ou conferências, 19 empresas, o IEFP, o Programa EURES e a

ANJE. Ao mesmo tempo, outras tantas empresas visitaram as actividades

preparadas pelos departamentos e travaram conhecimento com as vantagens

da transferência de inovação e conhecimento para o mundo empresarial.

Entre recém-licenciados e alunos finalistas à procura de emprego, o Fórum

recebeu cerca de três mil visitantes.

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empresas e candidatosao mercado de trabalho

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“Foi uma iniciativa extraordinária, comuma taxa de sucesso para a empresaque nunca tinha calculado”, afirmouMarina Meneses, responsável peladelegação comercial e recursos humanosda Industrial Laborum. A ideia é partilha-da pela maioria das empresas presentesno Fórum 3E que receberam em média,sem contar com as candidaturaspreenchidas online, 90 currículos dealunos finalistas e recém-licenciadosda Universidade de Aveiro e de outrasinstituições de ensino superior.Por outro lado, a maioria das apresenta-ções levadas a cabo pelas empresasjuntou os alunos cuja formação estavadirectamente relacionada com o ramode actividade das empresas e osworkshops tiveram lotação esgotada.De acordo com os representantes doIEFP, tanto os alunos que passarampelo stand como aqueles que participa-ram no workshop que promoveramestavam manifestamente interessados.

Para além do formato da anterior Feirade Emprego, o Fórum 3E incluiu aindaum programa específico para os empre-sários. O Departamento de EngenhariaCerâmica e do Vidro, por exemplo,promoveu sessões de divulgação paramostrar as mais-valias que a microsco-pia electrónica pode dar às indústrias erecebeu a visita de dezenas deempresários, enquanto o Departamentode Comunicação e Arte montou umaexposição onde mostrou, por intermédiodo design, o aproveitamento que poderáser feito de produtos e marcas portu-guesas extintas ou em vias de o ser.

Durante os três dias do Fórum 3E, osresponsáveis pelas empresas presentesem stand, bem como os alunos erecém-licenciados que por ali passaramderam a sua opinião sobre uma inicia-tiva que visa proporcionar oportunidadesde estágios e emprego aos estudantesfinalistas da UA e promover o contactodirecto entre estes candidatos e omercado de trabalho.

A opinião dos participantesMarina Meneses, responsável peladelegação comercial e recursos

humanos da Industrial Laborum, umaempresa fabricante de equipamentode laboratório, com sede em Albergaria-a-Velha, classifica o Fórum 3E comouma iniciativa extraordinária, com umataxa de sucesso para empresa quenunca tinha calculado.“Sabia que a nossa presença na UA iacorrer muito bem mas não tão bemquanto correu. Encontrei pessoas fabu-losas que estão a apresentar as suascandidaturas, cheias de fôlego e paixãopara iniciar uma carreira e fazeremparte do grupo da empresa, agora emfase de reestruturação e inovação.Acabei por, neste Fórum, conseguirrecrutar dois licenciados, um para a áreada qualidade, outro para desenvolver umnovo projecto da empresa: a criaçãodos pólos de formação que vamosinstalar para promovermos formaçãoem parceria com outras entidades.”.Aos vários candidatos que passaram noFórum 3E e que não conseguiramimediatamente emprego, Marina Mene-ses deixa um conselho: “Não procurememprego mas sim uma carreira. AIndustrial Laborum permite fazer essacarreira, mas procurem o que exacta-mente gostam e sabem fazer. Às vezesé preciso paciência para se conseguir.O desânimo não leva a lado nenhum!”

Ana Pinguinha, Técnica de Recrutamen-to e Selecção da Siemens, diz que oFórum 3E foi bastante bem organizado,lamentando apenas que tenha havidomenor adesão dos recém-licenciadosà iniciativa do que aquela com quecontava. “Seja como for, os visitantesda área de engenharia electrónica –os que mais procuraram informaçõessobre a Siemens – ficaram a conhecermelhor a empresa, o trabalho quedesenvolve e as necessidades derecursos humanos.”

Sara Melo, Técnica operacional daNorgarante, uma empresa situada noPorto que presta garantias para o bomcumprimento de obrigações assumidaspelas Empresas perante terceiros,justifica a presença no Fórum 3E pelaabertura em breve de uma delegaçãoem Aveiro e consequente necessidade

de se dar a conhecer.“Vamos precisar de um licenciado naárea de economia e gestão paratrabalhar com um analista financeiro eno futuro assumir este cargo aqui nadelegação. Neste sentido, nada melhordo que vir à UA conhecer de pertoeventuais candidatos. O interesse dosfinalistas pela empresa aumentousubstancialmente depois da apresen-tação que tivemos oportunidade defazer aqui na Universidade e possoadiantar que recebemos um conjunto decurrículos que agora vamos analisaratentamente”.

Cláudia Ferreira, Técnica de RecursosHumanos no Departamento de Recruta-mento e Selecção da InfineonTechnologies, explica a presença noFórum 3E. “Decidimos participar paramelhor divulgarmos a empresa juntodos alunos finalistas da UA e identificarpotenciais candidatos nas áreas deengenharias, contabilidade, gestão eeconomia. São estas as nossas necessi-dades actuais”. O elevado número decurrículos recolhidos nos três dias queestiveram na UA, leva a empresa aconsiderar a sua presença como positiva.

A Multilabor é uma empresa nova, quefaz parte do grupo Select/Vedior.Cristiana Matos, Técnica de Recruta-mento da Multilabor, não hesitou emconsiderar a participação no eventocomo positiva. “A divulgação daempresa e a recolha de candidaturasna zona de Aveiro foi o motivo essencialda participação neste Fórum, poistínhamos interesses um pouco emtodas as áreas. Tivemos uma boaadesão ao stand e, portanto, o balançoda participação no Fórum 3E é positivo”.

Por seu lado, Dora Silva, responsávelpelo stand da Rede Eures (EURopeanEmployment Services), diz que apresença na UA foi uma oportunidadepara prestar informações aos alunossobre a Rede Eures. “Aproveitámospara demonstrar a grande carteira deofertas de emprego (cerca de 240 milem toda a Europa) que a Rede disponi-biliza. Consideramos que houve

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interesse qualitativo de muitos alunose gostaríamos de colaborar de formamais estreita com a UA.”

A opinião dos visitantesCarlos Aires, 27 anos, licenciado emEngenharia Geológica, visitou o Fórum3E com a ideia de procurar emprego e,quem sabe, encontrar uma oportunidadepara mostrar o seu valor num mercadocada vez mais competitivo. “Já tenhoexperiência profissional e considero queeventos como este são importantespara quem procura um lugar no mercadode trabalho. É uma forma de os finalis-tas e recém-licenciados conheceremmelhor as empresas e ficarem a sabero perfil de colaboradores efectivamentenecessários. Ainda bem que actual-mente há mais iniciativas deste género.”

A terminar a sua licenciatura emEngenharia Industrial na UniversidadeCatólica da Figueira das Foz, AndreaFigueiredo está a realizar um estágiocurricular numa empresa de Águeda.Foi a conselho do seu orientador deestágio, antigo aluno de Engenharia eGestão Industrial da UA, que veiovisitar o Fórum 3E. “Estou a contactaras empresas presentes para conheceras que desconhecia e para saber queperspectivas de emprego têm para aminha área. É uma iniciativa muitopositiva para quem quer entrar nomercado de trabalho, até porque nospermite saber exactamente o trabalhoque cada potencial empregador desen-volve. Embora o mercado de trabalhoesteja um pouco saturado em todas asáreas, achei que as empresas presentesno Fórum estavam receptivas a receberjovens competentes e dinâmicos.

Tiago Rodrigues, 23 anos, aluno do 5ºano de Engenharia e Gestão Industrialda UA, acabou recentemente umestágio curricular e está já a começara dar tudo por tudo para entrar nomercado de trabalho. “Considero estainiciativa excelente para os alunos queestão a terminar o curso ou já seformaram. É uma enorme ajuda paranos lançarmos no mercado de trabalhoe o fazermos de uma forma mais positi-va, pois são as próprias empresas queestão disponíveis para nos procurar, oque nos facilita em muito a vida.Infelizmente, acabei por visitar o Fórumum pouco à pressa. Lamento que asempresas presentes não abranjamtodas as áreas de formação da Univer-sidade mas reconheço que a presençadas que não têm de facto necessidadesde recrutamento só levantariam falsasexpectativas.”

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ua comemorou dia da universidade

O Dia da Universidade foi assinalado a 28 de Maio, com a entrega de

1360 diplomas e 22 bolsas de mérito. A cerimónia contou com as

intervenções da Reitora e da Presidente da Associação Académica, e

ainda com a animação da Magna Tuna Cartola. As comemorações de um

dos mais importantes dias da vida académica terminaram à noite com o

Concerto UniVersus.

emoção, orgulho e alegria marcaramcerimónia de entrega de diplomas

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Pouco passava das 09h00 da manhãe já o movimento junto ao local ondese iria realizar a cerimónia de entregade diplomas fazia antever que aenorme tenda montada na alamedauniversitária especialmente para oefeito era perfeita para acolher diploma-dos, familiares, amigos, comunidadeacadémica e convidados.A sessão de entrega de diplomascomeçou pouco depois das 10h30,com a intervenção da Reitora, Prof.Helena Nazaré, a dirigir-se aos novosdiplomados para lhes dizer que sãoeles os melhores embaixadores daUniversidade de Aveiro e que poderãocontar sempre com a instituição paraultrapassar os desafios e continuar aaprender ao longo da vida.“Nunca é demais enfatizar a nossapreocupação com a qualidade dopercurso formativo do aluno, proporcio-nando-lhe competências transversaise transdisciplinaridade em adição aoconhecimento especializado”, afirmou,adiantando que só desta forma serápossível promover a empregabilidadee a mobilidade consentâneas com oEspaço Europeu do Ensino Europeu,inerente ao Processo de Bolonha.No seu discurso, a Reitora referiu-setambém à necessidade de qualificaçãoda população activa e consequentecriação de um “sistema de vasoscomunicantes entre os vários tipos deformação: politécnica, universitária eoutros programas de formação pós--secundária” e, como habitualmente,prestou contas do caminho percorridodurante o ano lectivo 2004/2005 quechegava ao fim.

Neste sentido, lembrou a contínuadinâmica e qualidade da investigaçãoque coloca a UA em primeiro lugar noranking nacional, tendo levado aUniversidade a apostar no recrutamentode investigadores de elevado méritoem áreas estratégicas; o início dareorganização da oferta formativaassociada ao Processo de Bolonha,que motivou a criação de um grupode trabalho cuja missão passa peloaconselhamento para a correctaimplementação deste Processo na

UA; e deu a conhecer as várias medidastomadas com vista à constante promo-ção do sucesso escolar, atracção dealunos de qualidade e inserção profis-sional dos diplomados.

Por fim, a Reitora fez saber que a UAatribuiu, este ano, especial relevo auma das suas missões: a cooperaçãocom a sociedade, salientando a impor-tância das parcerias com outrasentidades e os esforços desenvolvidosno alargamento do leque de oferta deformação no norte do distrito. “Estáprevisto para Setembro o início doprimeiro curso da Escola Superior AveiroNorte em Oliveira de Azeméis, o Bacha-relato em Tecnologia de Produção eDesign do Produto. Nesta nova Escolae à semelhança do que acontece naEscola Superior de Tecnologia e Gestãode Águeda, implementaremos umnovo modelo de aprendizagem baseadoem projectos”, adiantou.

Quem também felicitou os novosdiplomados pela Universidade deAveiro foi a Presidente da AssociaçãoAcadémica da Universidade de Aveiro.“A entrega de diplomas significa, emconcordância, a acreditação dequalidade, a recompensa do esforçodispendido e, sobretudo, o passe parauma nova etapa”.

Na sua intervenção, Rosa Nogueiralembrou que à dedicação intrínsecados estudantes, os esforços da frequên-cia de um curso no ensino superiorsão cada vez mais complexos, exces-sivos e desproporcionados. “Face àdesresponsabilização do Estado, osestudantes são confrontados com adesmesurada desobrigação da tutelae a sobrecarga do seu esforço e dassuas famílias” alertou, acrescentando:“Os esforços e a qualidade, ao invésde serem premiados pelos órgãos doGoverno, têm-se traduzido na penali-zação e na redução do financiamento”.

Terminados os discursos e entreguesas 22 bolsas de mérito, os 12 diplomasde agregação, 53 de doutoramento,149 de mestrado, e 1146 de licencia-

tura, bacharelato e complemento deformação, o almoço oferecido aosnovos graduados foi pretexto pararever histórias antigas e combinarnovos encontros. O dia ficou completocom a actuação de Mário Lúcio (umdos mais prestigiados músicos deCabo Verde) que, em palco com LuísRepresas, Tamango, Mano Preto e umgrupo de batucadeiras estrearammundialmente o concerto Uni/Versus.

Emoções ao rubroJacinta Oliveira não cabia em si decontente. Foi uma das 22 alunaspremiadas com uma bolsa de méritopor ter sido a melhor aluna da licencia-tura em Biologia. Já Pedro Fonseca,de Português Inglês, Nuno Gomes, deEngenharia Electrónica e Telecomuni-cações, Rita Bastião, de Economia, ePedro Nunes, de Engenharia doAmbiente estavam de regresso à UApara receberem os seus diplomas delicenciatura, rever colegas e lembraros bons momentos da vida estudantil.

Orgulho e felicidade por receber Bolsa de Mérito

Jacinta Oliveira, 22 anos, acabou de se licenciar

em Biologia. Para o ano recebe o diploma mas na

cerimónia deste ano foi uma das 22 estudantes

premiadas com bolsas de mérito por ter sido a

melhor aluna de Biologia. Teve média de 16, no 4º

ano da sua licenciatura.

“Sinto-me muito orgulhosa e extremamente feliz

pelo meu esforço, pelo esforço que os meus pais

fizeram para me manter a estudar, e reconhecida

pelos meus amigos que muito me ajudaram ao

longo do curso. Posso mesmo dizer que para além

do meu esforço pessoal, tanto a minha família

como os meus amigos e os óptimos profissionais

da UA, designadamente o meu orientador de

estágio, foram decisivos em tudo o que consegui

até hoje”.

Foram as excelentes referências a nível nacional

que a Universidade tinha que a levou a optar por

estudar em Aveiro. “Sempre ouvi dizer que a UA e

o curso de Biologia aqui ministrado era um dos

melhores do país, por isso não hesitei e posso

afirmar que estou muito satisfeita com a Universidade

e com o curso”. Jacinta realizou um estágio de

investigação no Departamento de Biologia e admite

o regresso à investigação para realização de

Doutoramento. “Quero vir a desenvolver investigação

com aplicação na sociedade”.

ua comemorou dia da universidade

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Não tenho dúvidas em aconselhar a UA aos

meus amigos

Pedro Fonseca, 26 anos, veio da Covilhã para

Aveiro onde se licenciou em Português Inglês. Ao

contrário da maioria dos seus colegas, não está

totalmente inactivo. Começou a dar formação num

Centro de Formação da Covilhã e promete não

desistir de se candidatar para leccionar numa

qualquer escola do país.

Sem colocar de lado a hipótese de vir a tirar uma

pós-graduação, reconhece que o dia de entrega de

diplomas marcou já o fim de uma etapa de vida

muito importante. “Pelo conhecimento que tenho

de outras universidades, considero a UA uma

universidade bastante dinâmica, desenvolvida e

integrada num contexto regional muito acolhedor e

com grandes perspectivas de desenvolvimento.

Por isso não tenho dúvidas em aconselhar os meus

amigos a vir estudar para a Universidade de Aveiro”.

Engenheiros Electrónicos da UA são bem

vistos no mercado de trabalho

Nuno Gomes, 24 anos, é de Espinho e licenciou-se

em Engenharia Electrónica e Telecomunicações. A

proximidade do seu local de residência aliado a

tudo de positivo que ouvia sobre a Universidade de

Aveiro levou-o a não hesitar quando chegou à

altura de se candidatar ao ensino superior.

A desenvolver software de telecomunicações numa

empresa em Lisboa, diz que bastou candidatar-se

para quatro meses depois de ter concluído o curso

ser chamado a integrar a empresa onde agora

trabalha. “É mais ou menos o tempo de espera que

um licenciado em Engenharia Electrónica e

Telecomunicações pela Universidade de Aveiro

demora a entrar no mercado de trabalho. São

licenciados bem vistos pelo mercado”.

Com um misto de alegria e nostalgia, diz que o

regresso à UA para receber o diploma o faz

recordar bons momentos. “Da UA guardo a

camaradagem, o bom ambiente, a qualidade do

curso de electrónica… Considero a UA uma das

melhores universidades do país”.

Reputação da UA facilita a nossa integração

no mercado de trabalho

Rita Bastião, 22 anos, licenciou-se em Economia.

Está a terminar um estágio profissional numa das

empresas do grupo Salvador Caetano, e já foi

convidada a integrar a holding do grupo. A escolha

por Economia na UA foi simples: proximidade de

casa (é de Aveiro), o facto de ser um curso novo e

de ter boas referências.

“Um reconhecimento por todo o esforço que

fizemos”. É assim que Rita encara a entrega do seu

diploma de licenciatura. “Já tenho imensas

saudades da Universidade. Julgo que acontece o

mesmo a todos. Quando andamos a estudar

temos pressa em terminar o curso mas quando

começamos a trabalhar, só sentimos saudades de

tudo o que fazíamos quando estudávamos”. Talvez

por isso não hesita em afirmar que está nos seus

horizontes vir a fazer doutoramento na área de

finanças ou economia da empresa. Para Rita, “a

UA é uma universidade excelente em todos os

aspectos e a sua reputação facilita-nos o acesso

ao mercado de trabalho.”.

A UA é a melhor universidade do país

Pedro Nunes, 29 anos, licenciou-se em Engenharia

do Ambiente. Abrunhosa, como é conhecido na

Tuna Universitária de Aveiro, está a trabalhar como

Director Comercial numa empresa de Cacia.

A UA não foi a sua primeira escolha, mas passado

uma semana de aqui ter chegado já estava

totalmente integrado. “Foi uma grande surpresa.

Quando vim de Lisboa para Aveiro não conhecia

ninguém mas aqui encontrei amigos para toda a

vida. Além disso, a UA tem excelentes condições.

Com a Tuna Universitária de Aveiro tive

oportunidade de conhecer muitas universidades e

posso garantir que a nossa está muito acima de

qualquer outra universidade do país. Creio que o

mesmo se passa relativamente ao curso. A formação

que os engenheiros do ambiente adquirem na UA é

mais abrangente e versátil, permitindo-nos trabalhar

na área das águas, resíduos, ar, economia,

matemáticas. Julgo mesmo que nos prepara para

trabalhar em qualquer ramo. É, aliás, o meu caso já

que não estou a exercer engenharia do ambiente

pura, mas na empresa trabalho com a área de

produção, produtividade, questões ambientais…”

Pedro Nunes confessa que é a música que mais o

realiza. “Descobri-o aqui na Universidade. Foi aqui

que aprendi a tocar e a cantar” Para além de continuar

na Tuna, integra a banda “Rapinas do Bairro” que

tem vindo a actuar em bares da cidade de Aveiro.

Cerimónia de entrega de medalhasaos funcionários da UANa véspera do Dia da Universidade, aReitora da Universidade de Aveiro,Prof. Maria Helena Nazaré, foi umas das74 medalhadas, na tradicional cerimóniade entrega de medalhas aos funcioná-rios que completaram 10, 20, 25 e 30anos de serviço na instituição. Naocasião foi também entregue o PrémioRui Galiano, ao funcionário FernandoCoutinho Machado, da Divisão dosRecursos Humanos.

Antes de receber a medalha dos seus30 anos de serviço na UA, a Prof.Helena Nazaré usou da palavra para,como Reitora, realçar quão é necessárioo esforço dos 1141 funcionáriosdocentes e não docentes da Universi-dade de Aveiro para ultrapassar osdesafios inerentes ao alargamento damissão da Universidade e abertura anovos públicos.

Durante o seu discurso, a Reitoraanunciou também que foram já despa-chados os processos de reclassificaçãopendentes e abertos alguns concursospara promoção na carreira, mas adian-tou: “A Universidade de Aveiro não éimune às dificuldades que se vivemactualmente no nosso país. Assim, nãose prevê para breve o alargamento doquadro, que já se encontra preenchidoquase totalmente”.

Discursos na íntegra da Reitora no Dia da

Universidade disponível em: http://www.adm.ua.pt/

sre/textos/pdf/diplomas28_05_2005.pdf e da

Presidente da AAUAv em: http://www.adm.ua.pt/

sre/textos/pdf/discurso_pres_aaua.pdf

Discurso na íntegra da Reitora no Dia de Entrega

de Medalhas disponível em http://www.adm.ua.pt/

sre/textos/pdf/medalhas_2005.pdf

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A direcção da AAUAv prepara para esteano, ainda, um conjunto de alteraçõesao seu modelo de funcionamento,concebido depois de conhecido umrelatório elaborado pela empresa querealizou uma auditoria à Associação.

Vai ser criado o Gabinete de Apoio àDirecção, que será constituído por doisfuncionários profissionais, cuja remune-ração deverá ser assegurada em parceriacom a Reitoria da Universidade de Aveiro.A nova estrutura encarregar-se-á dotrabalho de contabilidade da AAUAv,que actualmente é realizado pelospróprios alunos que compõem osórgãos sociais da Associação Académica.Como explicou Rosa Nogueira, durantea cerimónia, “no início do próximo anolectivo, haverá condições de, interna-mente, assegurar um trabalhoadministrativo e financeiro contínuo erigoroso que traduzirá uma imagemcredível e fiável da direcção e dosnúcleos da AAUAv junto de todas asinstituições que se relacionam directaou indirectamente com esta instituição”.Uma mudança que advém do relatóriofeito pela empresa que realizou a audi-toria, o qual recomenda à instituição

que proceda a uma “redefinição dosseus procedimentos administrativos efinanceiros”.Rever o regulamento da AAUAv eassegurar formação aos dirigentes dosnúcleos associativos são outras propos-tas que a direcção chefiada por RosaNogueira quer pôr em prática aindadurante o actual mandato.A AAUAv assinalou também o seuaniversário com a celebração de proto-colos de cooperação com a Associaçãodos Antigos Alunos da Universidade deAveiro, Associação de Estudantes doISCAA e Associação de Estudantes deGestão e Engenharia Industrial. Foramainda entregues prémios aos melhoresnúcleos e dirigentes, nomeadamenteBionúcleo (Melhor Núcleo Cultural),Basquetebol (Melhor Núcleo Desporti-vo), Ambiente (Melhor Núcleo de Curso),Tiago Castro (Melhor Dirigente Cultural),Ricardo Carvalho (Melhor DirigenteDesportivo), Bruno Marques (MelhorDirigente de Curso), “Salta” (MelhorActividade, GRETUA) e Abel de CarvalhoCoutinho (Prémio Dedicação). FernandoMostardinha, António Maio e o PadreAlexandre, do Centro Universitário Fée Cultura receberam mençõeshonrosas.

e cria gabinete de apoio à direcçãoAté ao final do ano, a Associação

Académica da Universidade de

Aveiro (AAUAv) vai criar um

Gabinete de Apoio à Direcção,

que irá funcionar com dois

profissionais remunerados. Esta é

uma das novidades reveladas

por Rosa Nogueira, a presidente

daquele organismo, nas celebra-

ções de mais um aniversário da

AAUAv.

aauav comemora 27º aniversário

aauav comemorou 27º aniversário60 61

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presidente da república promoveudebate sobre parcerias para a inovaçãoNo âmbito da iniciativa presidencial sobre Inovação e Competitividade que levou, em

finais de Junho, o Presidente da República a visitar unidades empresariais e instituições

ligadas à inovação tecnológica nas regiões Norte e Centro do país, a Universidade

de Aveiro foi a instituição escolhida para acolher o debate sobre “Parcerias para a

inovação” e encerrar um programa de três dias.

em junho, na ua

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O debate reuniu na UA um conjuntoalargado de empresários, gestores,técnicos e universitários com intervençãoprática na área da inovação, procurousistematizar questões e propor vias deresolução satisfatória da equação“Inovação/Competitividade”.

Moderado pela Reitora, Prof. MariaHelena Nazaré, o debate contou comas intervenções do Vice-Reitor, Prof.Francisco Vaz, do Dr. Carlos da SilvaCosta, membro do Conselho deAdministração da Caixa Geral deDepósitos e Vice-Presidente do HighLevel Group Manufuture, e do ProfessorMário Rui Silva, docente da Faculdadede Economia do Porto e investigadordo CEDRES.

No momento em que são conhecidasas dificuldades que a economia portu-guesa tem de enfrentar num quadrointernacional fortemente competitivo emuito exigente em termos de moderni-zação tecnológica, esta iniciativapresidencial teve por objectivo chamara atenção dos portugueses para algunsexemplos reveladores da capacidadecolectiva nacional, através de uma

mobilização criteriosa e inteligente derecursos, competências e sentido derisco, de criar riqueza, produzir comqualidade e participar activamentenum processo de desenvolvimentotecnológico que é cada vez maisglobalizado.

Na sua reflexão final, o Presidente daRepública deu a conhecer as conclu-sões que tirou durante os três dias emque visitou a região e começou porsalientar o facto de estar particular-mente contente por ter encontradotantos licenciados pela Universidadede Aveiro nas fábricas que visitou,considerando este facto “um contributomuito importante para o futuro dasindústrias”.

Na UA, o Presidente disse que “notecido empresarial português, háexemplos de iniciativas empresariaisreveladoras de uma elevada capaci-dade de afirmação dos nossosempreendedores no mercado interna-cional (…)”, salientando, entre outrosaspectos, “a participação das unidadesde investigação e desenvolvimento edos centros de ensino de excelênciano processo de inovação empresariale no aperfeiçoamento da qualidadedos serviços públicos” que, sublinha,

presidente da república na ua

“é já hoje em Portugal uma realidadeincontornável, a que, entretanto,importa dar o necessário apoio e relevo,tendo em vista a efectiva disseminaçãodos resultados alcançados no conjuntoda economia e sociedade portuguesas”.

O Presidente da República, Dr. JorgeSampaio, terminou a sua intervençãoalertando para o facto de que continuaráa assumir como uma das suas priorida-des “conhecer e dar a conhecerempresas e centros de promoção dainovação”, já que as encara como umestímulo para o desenvolvimento do país.

Por seu turno, chamado a intervir nodebate “Parcerias para a Inovação”, oVice-Reitor da UA para a Investigação,Inovação e Assuntos Científicos, Prof.Francisco Vaz, deu a conhecer aoPresidente da República, bem como atodos os empresários e restantesentidades presentes no auditório daReitoria, as diversas acções de coope-ração que a UA tem estabelecido como exterior e deu alguns exemplos deparcerias de sucesso, na área dasTelecomunicações, Industria Cerâmica,ensino.

Ao concluir, o Prof. Francisco Vazadmitiu: “Embora tenhamos algumaexperiência positiva na formação deparcerias com as empresas, não meposso considerar satisfeito. Muitomais pode e deve ser feito. A formaçãode uma parceria entre a Universidadede Aveiro, as autarquias e empresasda região poderá permitir o lançamentode iniciativas que levem a umaafirmação da cidade e região a nívelinternacional, criando condições paraatrair empresas nacionais e estrangeirasque possam criar emprego qualificadocom as consequentes vantagens nodesenvolvimento.”

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escola superior de saúdefinalistas proclamaram “compromisso”

Os primeiros finalistas da Escola Superior de Saúde

da Universidade de Aveiro (ESSUA) proclamaram o

seu Compromisso como profissionais de saúde, numa

cerimónia que decorreu a 23 de Junho, no auditório

da Reitoria da Universidade de Aveiro, e marcou o

arranque de mais uma comemoração de grande

significado para toda a Universidade.

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sessão de encerramento dos cursos da

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Reitora, Director da ESSUA, represen-tante dos docentes da Escola e oscinco alunos representantes dos cincocursos que já lançaram os primeirosgraduados para o mercado de trabalhoressaltaram o valor de uma cerimóniaque assinalou o percurso dos primeirosgraduados por uma escola que, apesarde nova, tem vindo a granjear prestígio.Na verdade, a mais-valia da formaçãona ESSUA tem sido traduzida pelaimagem que os seus estudantes têmdeixado nos centros de estágio ondeefectuaram a sua prática profissional,bem como pela elevada aceitação queestão a ter no mercado profissional desaúde, onde a maioria tem já trabalhoassegurado.Na abertura da sessão, a Reitora, Prof.Maria Helena Nazaré, lembrou que aconcretização do programa das Ciên-cias da Saúde se iniciou com a criação,em 2001, da Escola Superior de Saúdeda Universidade de Aveiro, onde éministrada formação em Enfermagem,Fisioterapia, Gerontologia, Radiologia,Radioterapia e Terapia da Fala. “Aconstrução deste projecto tem sido dascoisas mais complexas e aliciantes aque temos consagrado esforços na UA.A Escola é uma realidade, evidenciagrande dinamismo aliada a enormeexigência pela qualidade da formação.É um orgulho para a UA contar com ela”.

A Reitora dirigiu-se também aosestudantes para lhes dizer que possuemcompetências científicas e técnicasque constituem a melhor referência dae à Universidade. “A vossa capacidadecomo cidadãos, só o vosso percursoe vida o poderá atestar. Creio quelevais convosco os instrumentosnecessários para prosseguir comêxito. Esperamos que voltem sempre aesta Escola para reforço do vossocaminho de aprendizagem ao longo davida, demandados pelo ritmo e exigên-cias da actual sociedade. O compro-misso que irão de seguida assumir éum momento de expressão pública deuma atitude que, estou certa, já interio-rizaram e que estará presente ao longode todo o vosso percurso profissional.Contem sempre com esta vossaUniversidade”.Como Director da ESSUA, o Prof.Nelson Rocha salientou a qualidadedos alunos da Escola, cuja provaassenta na facilidade com que grandenúmero de alunos conseguiu empregologo que terminou o curso. No entanto,não deixou de alertar para a necessi-dade da ESSUA manter o elevadograu de exigência e qualidade para,face à concorrência, garantir a empre-gabilidade de todos os profissionaisde saúde que nela se formam.Em representação do corpo docente

da Escola, o Dr. Rui Costa agradeceuà UA ter iniciado a formação na áreada saúde. “O trabalho de equipa que aEscola tem desenvolvido resultou nummodelo de formação que deu os seusfrutos e hoje temos o primeiro conjuntode profissionais qualificados, quelevam a imagem da Escola para oexterior. Neste momento podemosdizer que muitos dos nossos alunosterminaram o curso no dia 17 deJunho e no dia 20 já estavam a trabalhar.Este pode ser um bom indicador daqualidade dos nossos cursos”.Pedro Sardo, representante dos alunosde Enfermagem, Andreia Rocha, emnome dos alunos de Fisioterapia,Bruno Figueiredo, em representaçãodos alunos de Radiologia, Marta Domin-gues, representante dos estudantesde Terapia da Fala e Vera Vieira, emrepresentação dos estudantes deRadioterapia lembraram, para além daformação técnica, a importância dosvalores humanos que aprenderam nosseus respectivos cursos e não esque-ceram a responsabilidade de seremagora, para o exterior, a cara da EscolaSuperior de Saúde da Universidade deAveiro. Todos foram unânimes emafirmar que os anos que passaram naUA se traduziram em crescimentopessoal, intelectual e social. Agora asua missão passa por capitalizar todoo potencial que adquiriram e servir, comoexcelentes profissionais de saúde,todos os cidadãos sem excepção.No ano lectivo de 2004/2005, terminama sua licenciatura 122 estudantes, dosquais 38 alunos do curso de Enferma-gem, 31 de Fisioterapia, 31 deRadiologia e 22 de Radioterapia. Aonível dos bacharelatos, finalizaram oseu curso 61 estudantes, sendo 21 deFisioterapia, 21 de Radiologia, dois deRadioterapia e 17 de Terapia da Fala.A Escola Superior de Saúde lecciona oCurso de Licenciatura em Enfermagem,os Cursos de Licenciaturas Bi-etápicasem Fisioterapia, Radiologia, Radiote-rapia, Terapia da Fala e Gerontologia eo Curso de Complemento de Formaçãoem Enfermagem.

finalistas proclamam compromisso

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mariano gago marcou presença nas comemorações

do primeiro aniversário da fábrica – centro ciência viva

fábrica reabre com novidades

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. Mariano

Gago, esteve a 1 de Julho na Fábrica de Ciência Viva para participar

nas comemorações do primeiro aniversário deste Centro de Ciência

Viva. Depois de em Julho e Agosto ter estado encerrada para a

realização de pequenas obras de reparação, a Fábrica já está

preparada para oferecer ao público mais actividades, novas

exposições e algumas novidades.

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66 67 fábrica reabriu com novidades

Aproximar tanto o meio académicocomo a ciência da sociedade emgeral é um dos grandes objectivos daFábrica – um Centro de Ciência Vivaque resulta de uma parceria entre aCâmara Municipal, Fundação JoãoJacinto de Magalhães e Universidadede Aveiro. Por isso, e depois dosucesso alcançado no primeiro anocom o conjunto de actividades quepreencheram as salas da antigafábrica de moagens de Aveiro, melhorartodos os dias é um lema semprepresente na Fábrica.

No seu primeiro ano de funcionamento,a Fábrica de Ciência Viva foi visitadapor mais de 30 mil pessoas. O Prof.Paulo Trincão, docente da UA edirector deste Centro de Ciência Viva,não tem dúvidas de que as expecta-tivas de todos foram superadas. “Foium ano muito rico, que nos fezaprender imenso e que nos permiteestar ainda mais preparados parafazer parte da rede de Centros de

Ciência Viva e, sobretudo, paratermos a aspiração de ajudar a queessa rede seja cada vez mais rica,inovadora e diferente. O público e osnossos parceiros ajudaram-nos aacreditar que este projecto era possível.Hoje sentimo-nos com mais forçapara encarar o próximo ano, comnovidades e outras formas de comu-nicar ciência. Estamos a fazer parceriascom outros centros, com as Universi-dades do Porto e Lisboa, o que provaque o que fazemos tem um interessemais amplo do que a nossa própriapretensão tinha de início”.

Quem fez questão de se associar àscomemorações do primeiro aniversárioda Fábrica de Ciência Viva, foi oMinistro Mariano Gago que visitoupela primeira vez a Fábrica e conheceude perto um projecto que não hesitouem classificar de extremamenteinteressante. “Fiquei muito impressio-nado com o projecto, que envolveuma recuperação, com sentido dehumor e simplicidade, de um edifíciofabril e que constitui uma contribuiçãomuito interessante à lista de edifícios

que são os centros de Ciência Vivano país. A impressão com que se ficaquando se está neste espaço éfortíssima, por isso peço que esteespaço nunca se banalize”.

Acompanhado pelo Prof. Paulo Trincão,pela Directora da Agência CiênciaViva, Dra. Rosália Vargas, pela Reitorada Universidade, Prof. Helena Nazaré,e pelos Governador Civil e Presidenteda Câmara, o Ministro percorreutodas as actividades e exposiçõesque a Fábrica oferece ao público como objectivo de aproximar a Ciência daSociedade. Um excerto da divertidapeça de teatro “Reunião de Professoresque Interpretam Planetas” antecedeuum momento mais sério: o pedido àReitora da UA para que faça a UA eos responsáveis pelas restantesuniversidades e institutos públicos,perceber que devem apostar nacultura científica. “Na esmagadoramaioria dos casos, a cultura científicanão está no centro das preocupaçõesdas universidades. É preciso que aorganização universitária queira acultura científica, seja generosa paraela, tenha consciência que é trabalhouniversitário e que os recursos dasuniversidades são também para acultura científica”, advertiu o Ministro.

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