revista leque #1

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UM EXPERI( MENTO EDI( TORIAL DO UNIVERSO FURTACOR 1

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Experimento editorial da Furtacor. A Revista Leque vem como uma experiência com seus clientes, mostrando o universo Furtacor por trás dos seus produtos.

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Page 1: Revista Leque #1

UM EXPERI(MENTO EDI(TORIAL DO UNIVERSO FURTACOR1

Page 2: Revista Leque #1

A revista Leque é um experimento editorial da marca Furtacor. Nasce a partir do conceito de que uma marca é muito mais do que seus produtos, é uma combinação mágica das fi losofi as dos seus clientes, das histórias incríveis dos seus criadores, do universo que entorna a criação dos seus produtos e de toda informação de-liciosa que nos alimenta todos os dias. A Leque é um ventilador editorial de textos, fotos, músicas, fi lmes,

ilustrações e diversão.

Essa publicação não tens fi ns lucrativos. A Leque é onde repousa nossos sonhos, desejos e pensamentos, por isso, merecem ser compartilhados e entregues de

corpo e alma.

todo o conteÚdo É de responsabilidade de seus autores e nem sempre irão compartilHar da mesma opinião da marca furtacor. alguns teXtos são livres para reproduÇão. essa obra É licenciada pelo creative commons.

AtribuiÇão – Não Comercial – CompartilHa Igual CC BY-NC-SA

Esta licenÇa permite que outros remiXem, faÇam tWeak e construam sobre o esse trabalHo não comercialmente, contanto que atribuam crÉdito a ele

e licenciem as novas criaÇões sob os mesmos termos.

Page 3: Revista Leque #1

PROJETO CRIADO

E DIAGRAMADO

POR JOÃO FAISSAL,

IMAGINÁRIA.

editorial por

rita braga.

capa

fotografias de

cris&dani

COLABORADORES

arthur pessoa, brÁulio tavares,

fernando trevas, tiago araÚJO,

ÍNDICE

EXPE(DiEN(TE

EN(TRE(VISTA

ge(léia geral

trevas no cinema

verso & prosa

muito além dos jardins

Música pessoaL

LINK

cozinha das meninas

LEIA!

EDITORIAL

on the road

SOCIEDA(DE ALTER(NATIVA

Page 4: Revista Leque #1

EN�TRE�VISTACOMjosé RUFI(NO1

Page 5: Revista Leque #1

Zé Rufino, Quando criança qual era a resposta que você dava aquela clássica pergunta (O que você vai ser quando crescer(?Respondia logo que ia ser geólogo e um pouco mais crescido já respondia que ia ser paleontólogo. Desde cedo já gostava das ciências da natureza e fui uma espécie de pequeno naturalista, sempre investigando os terrenos por onde andava, coletando ro-chas, minerais, fósseis, sementes, ossos, folhas velhas, besouros e todo tipo de coisas estranhas. Adorava livros velhos e viajava nas fi guras de vulcões, nas estampas de insetos e de todo tipo de assunto da natureza e de viagens de exploradores.

sempre investigando os terrenos por onde andava, coletando ro-chas, minerais, fósseis, sementes, ossos, folhas velhas, besouros e todo tipo de coisas estranhas. Adorava livros velhos e viajava nas fi guras de vulcões, nas estampas de insetos e de todo tipo de assunto da natureza e de viagens de exploradores.

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MAS PERAÍ... JÁ COMEçOU A ENTREVISTA E NEM APRESENTOU O RAPAZ? QUE FALTA DE COMPOSTURA, MENINO! FALE LOGO, vÁ! APRESENTE O MOçO!

!osé Rufino vive e trabalha em João Pessoa. Desenvolveu sua jornada ar-

tística passando da poesia para a poesia-visual e, em seguida, para a arte-postal e desenhos, nos anos 80. O universo do declínio das plantações de cana-de--açúcar no Brasil conduziu seu trabalho inicial em de-senhos e instalações com mobiliário e documentos de família e institucionais. Filho de ativistas políticos presos pela ditadura do regime militar brasileiro nos anos 60, o artista é também muito conhecido

pelos seus impressionan-tes trabalhos de caráter político. Ultimamente, tem realizado incursões na linguagem cinemato-gráfica e desenvolve cada vez mais um trabalho mis-to de monotipias/móveis/objetos e instalações. O diálogo dicotômico entre memória e esquecimento contamina seu trabalho por completo.

Em 2012 participou na SP-Arte, Divortium Aqua-rum na Sala A Contem-porânea, no CCBB/Rio de Janeiro; Em 2011, expôs a obra 28.01.79 no 12º Fes-tival de Areia, em Areia--PB; e Divortium Aquarum,

como artista convidado do Prêmio Energisa de Artes visuais, em João Pessoa-PB; Em 2010, expôs Aenigma na Galeria Mi-lan em São Paulo; Blots & Figments, no Museu Andy Warhol, em Pittsburgh, EUA; e Faustus, no Palácio da Aclamação, em Sal-vador. Participou da 25ª Bienal Internacional de São Paulo e de exposições coletivas como Caminhos do Contemporâneo, no Paço Imperial (Rio de Janeiro), ambas em 2002; da ARCO – Feira Internacional de Arte Contemporânea, em Madri, Espanha, em 2001; e de L’Art dans le Monde,

no Pont Alexandre III, Paris, em 2000. Realizou exposições individuais na galeria Virgílio em São Paulo, no ano de 2008; na Galeria Amparo 60 e no Museu de Arte Contempo-rânea (MAC) de Niterói, em 2005; no Museu Vale, Vila Velha – ES, em 2003; na Adriana Penteado Arte Contemporânea, São Pau-lo, em 1998; e no Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro, em 1996. As in-vestigações mais recentes do artista tratam da falên-cia irreversível do corpo e das memórias.

J

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Em que momento você se descobriu ou se

reconheceu artista?

Você é realmente um cara multifacetado. Artista, geólogo,

professor, escritor, poeta, colecionador, historiador (me

corrija se omiti ou confundi algo...( Como é conviver com tantas facetas e administrar harmoniosamente tudo isso?

Essa descoberta aconteceu enquanto morava no Recife, nos anos 80. Era a época de aprofundar minha compreensão do mundo e da existência, de me envolver com os movimentos políticos e,

especialmente, artísticos. Na mesma medida em que avançava nos processos da ciência, cursan-do Geologia, também sentia necessidade de me

expressar, o que veio primeiro através da poesia, seguida pela poesia visual e arte postal, para,

finalmente, ainda nos anos 80, entrar no campo dos desenhos e das pinturas. A arte veio para

completar, para me oferecer uma possibilidade de transgressão do estado das coisas. A paixão pela literatura ajudou muito a botar fervura na

minha capacidade criativa. Era um caldo grosso de desejos e ideais, misturado com João Cabral

de Melo Neto, Manoel Bandeira, Ezra Pound, irmãos Campos, Gabriel Garcia Marques, Borges

e tantos outros.

Aos poucos fui desenvolvendo estratégias de pensamento e trabalho. O fato de ser um pesqui-

sador ajuda muito a organizar, planejar e esco-lher métodos de trabalho. Hoje, cada uma das

minhas atividades alimenta as outras, comple-menta, transforma. Claro que, do ponto de vista

prático, o trabalho de pesquisador e professor é muito mais cheio de regras e procedimentos,

mas o artista também segue um curso, também tem certos métodos e interesses, desde os estéti-

cos até os políticos.

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Qual o momento mais importante ou marcante de sua carreira?

Você é um artista reconhecido internacionalmente, um cosmopolita, como é ser artista na Paraíba?

Acho que esse momento acontece continuamen-te, em cada nova obra, em cada desafio, em cada momento de dúvida sobre uma determinada escultura, instalação ou desenho. Acontece em cada momento de repensar a função da arte, em cada necessidade de reinventar tudo, de recome-çar, mesmo quando ninguém percebe que isso está acontecendo. O trabalho de arte é cheio de prazeres e conflitos e é preciso acreditar que cada pequena obra carrega a possibilidade de uma pequena revolução.

Em alguns pontos é difícil sob aspectos técni-cos e de logística de trabalho, especialmente transporte de obras, e também pela falta de um ambiente favorável ao diálogo e à visibilidade da produção. A arte contemporânea ainda não encontra um ambiente favorável na Paraíba. Ela pode ser perigosa para as instituições, pois pode fazer pensar, pode trazer questionamentos incô-modos para quem está no poder. Por isso se dá mais espaço às categorias mais populares, como arte primitiva ou armorial. Mesmo assim, morar e produzir a maior parte das minhas obras na Paraíba é algo que eu não posso abrir mão, pois é isso que me permite um mergulho mais parti-cular e mais silencioso. É aqui que eu encontro os elementos principais que trazem a potência que eu preciso para meu trabalho.

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Fale um pouco sobre projetos passados e futuros...

Tenho pensado muito em maneiras de reto-mar os trabalhos sobre desaparecidos políti-cos, iniciados no come-ço da década passada. A criação da Comissão

da Verdade quase me força a retomar o tema e pode ser que eu reto-me a instalação Plas-matio. Pode ser que eu recomece a escavação desse período grotesco

da nossa história. Para-lelamente, darei conti-nuidade à produção de obras para os projetos já agendados para São Paulo, Rio de Janeiro, Berlim, Porto e Recife,

além da conclusão de meu primeiro roman-ce.

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Qual a pergunta que nunca lhe fizeram mas você tem a maior vontade de responder?

Nunca me perguntaram por que eu sou artista, pelo menos eu não me lembro e tampouco saberia responder. No entanto, tenho a maior vontade de saber dizer claramente porque faço trabalhos de arte. Às vezes chego perto de pensar que é algo quase patológico, já que parece completamente vital. Eu poderia, certamente, viver sem arte, mas ai não saberia dizer o que seria a vida.

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VERSO&PROSA

2por tiago araÚJO

imagem por iam ogi, flickr

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é você?é a primeira vezque te escrevo.vê.vê?(uso até as costas da mãonisso)nisso que começousabe-deus-ondee hoje,que parece ou virou,a tampa do meu crushminha escolha e desejo.tanto inacabar dedetalhesdescobertas casuaiscausuaistanta corfurta-me cortroca meu som

deixa cheiro e melodiae palavras (tão novas, virgens e desca-beladas).misturam-se os trêsno dégradé da memóriae viram o novo.lembrado tantoque fosse melhorque a partir de agora,se chamasse vintage.e toda hora não quero dizer nunca.não por necessidadepor um não-se-apresse , não-se-avexeou paixões assim.

mas, apenas por ser.

talvez ficartalvez cinema,rádio ou tvtalvez, outra vez.quantas mais. todas mais.e tambémpelo seu jeito no dizê –seus colares astro-ancestrais –ecom certeza,por ser você.

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imagem por pedro ribeiro simões, flickr

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G rav

idade

aqui até as duas luas que você enxerga nada mais é verossímil. Nada é tão sin-cero. Nada mais é impossível. Daqui até as duas luas que você enxerga, eu não vejo o absurdo. Só a verdade. E os baús

que nunca se fecham. Daqui até as duas luas que você enxerga, eu sou a espiral que não existe e também as ondas que se cruzam. Sou o vapor de velhas estações de trem, um fantasma que atravessa os vagões procuran-do seus pares, ou até os ímpares.

Daqui até as duas luas que você enxerga somos João e Maria. Às vezes, Pedro e o Lobo, o cordeirinho com sede e o leão faminto. Mas somos a resistência do ar, a gravidade, e todas as leis de Newton ou qualquer outro que tenha pensado sobre tais impossibilidades. Daqui até as duas luas que você enxerga, existe um corredor. Crivado de luz e existência. E tantos passados. E hastes flexíveis como a memória. E um carro parado na rua sendo observado por um vizinho que não teve tempo de pegar a câmera e filmar a obscenidade que sua boca despejava no meu corpo. Daqui até as duas luas que você enxerga, só havia um momento.

Tempo o bastante para a língua dizer o arrepio que carreguei em minha cueca pelo resto da noite. Pelo resto da vida e pelo tempo que mantive a sensação dos seus lábios e gostos e cheiros. Daqui até as duas luas que você enxerga, a música era a ligação e o barulho que nunca acaba. Nunca enjoa e nunca sente falta. Daqui até as duas luas que você enxerga, e eu não du-vido disso, havia mais demônios que no inferno e mais nomes do que as palavras escritas em todos os escritos sagrados, hebraicos, hindus, mandarins, escandinavos, gregos e maias. Daqui até as duas luas que você enxer-

ga só o calor sentia saudade, só o medo perdia a vai-dade, só havia sentidos. Nunca sentimentos. Mas não eram as luas, não era a espiral e menos ainda um carro parado na rua. Eram faíscas de cabelos cinza se fun-dindo aos cor-de-abóbora. Daqui até as duas luas que você enxerga (queria eu enxergar assim), queria ver tudo dobrado. Queria duplicar o número de estrelas, triplicar os grãos de areia das praias que nunca fomos, queria quadriplicar as moléculas do ar que me rodeava e não queria mais nada. Só isso. Daqui até as duas luas que você enxerga o tempo era tão elástico que mesmo o chiclete derretido no asfalto ou as bitucas que se acu-mulavam no pulmão eram os nutrientes da madrugada que começava a nos vestir. Daqui até as duas luas que você enxerga o eterno retorno não era mistério algum para qualquer filósofo com um leve retardo mental. E tantos eram os Robespierres cortando as cabeças dos franceses, gauleses, neandertais, nazistas e africanos em guerra no século quatorze, que ninguém sentia a surpresa do fato que nunca acabava e tampouco a ojeri-za que um dia a moral pensou sentir. Daqui até as duas luas que você enxerga éramos só nós dois. Éramos a voz e seu dono vivendo em guerra de pratos, e facas, e mãos sobre o jeans ressecado pelos séculos da sua pró-pria essência, e dedos sob calcinhas. Lambendo o mel da falta de inocência e cheirando os dedos por horas e dias. Daqui até as duas luas que você enxergava, eu não via nada, não sentia nada, e tudo o que havia era só a lua nova, cheia talvez, cegando meus pensamentos, queimando meus olhos com frieza e sendo a mesma superfície cheia de pegadas da NASA, um dragão e um cavaleiro.

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LINKpor brÁulio tavares

imagem por rosino, flickr

eXtraído do mundofantasmo.blogspot.com.br

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orge Luis Borges fala, em seu conto “Tlön, Uqbar, Orbis Tertius”, de um planeta fantástico em que as coisas são criadas pelo pensamento. Por exemplo: Fulano perde uma caneta no escritório e

pede aos colegas que a procurem. Depois, percebe que tinha deixado a caneta em casa, mas esquece de avisar. Um dos amigos, movido pela expectativa de que a cane-ta está no escritório, encontra-a e entrega ao dono, que agora tem duas canetas idênticas. Em outro exemplo, ele fala de uma expedição arqueológica em que os tra-balhadores recebem uma descrição prévia dos artefatos que se espera desenterrar ali; eles são encontrados, mas sempre com alguma defi ciência, devido aos ruídos de comunicação no processo. Encontram, por exemplo, moedas enferrujadas que têm gravada uma data poste-rior à da escavação.

Oscar Wilde, que muito infl uenciou Borges, dizia com razão que é mais frequente a vida imitar a Arte do que o contrário. Vejam por exemplo o caso do fi lme O Falcão Maltês, o clássico do fi lme policial “noir” dirigido por John Huston. O falcão é uma estátua negra que se diz valer mais de 2 milhões de dólares, e pela qual os indivíduos traem e assassinam uns aos outros durante uma hora e meia. Era um fi lme “B”, estreia do diretor (Huston só tinha trabalhado até então como roteirista). Humphrey Bogart, que interpreta o detetive Sam Spa-de, fez o fi lme inteiro usando suas próprias roupas, de tão minguado que era o orçamento. Para o falcão foram

confeccionadas algumas estátuas de cobre, outras de resina (mais leves). A fabricação de todas elas juntas custou cerca de 700 dólares. Estas estatuetas valem hoje cerca de 2 milhões de dólares, ou seja, exatamente o que o falcão valia no fi lme (e mais, também, do que o orçamento completo do fi lme). Por que? Contêm jóias, tesouros? Não: contêm (na frase famosa de Sam Spade que encerra o fi lme) “a matéria de que os sonhos são feitos”.

Todas as riquezas humanas são riquezas simbólicas. Valem porque acreditamos que valem. Um cheque ou uma nota de 100 reais só valem isto por uma conven-ção, um acordo tácito. O papel de que são feitos não pode valer tanto. Os falcões valem porque o fi lme tor-nou-se (indiretamente; não foi feito com este propósito) um enorme comercial despertando nas pessoas o dese-jo de possuí-los, porque se tornaram símbolos de algo famoso. É o nosso desejo que os torna reais, em primei-ro lugar, e depois os torna valiosos.

Uma frase famosa de G. K. Chesterton diz que “os romanos não amavam Roma porque ela era uma gran-de cidade; ela se tornou uma grande cidade porque eles a amaram”. É o sonho nosso que projetamos nas coisas que as faz crescer de importância e de valor. A Bolsa de Valores, p. ex., surgiu de início como uma aferição do valor das empresas, e depois virou um sistema de avaliação que depende mais do estado de espírito de compradores e vendedores (seus sonhos, expectativas e ilusões) do que da solidez da empresa em si.

J

A MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA A MATÉRIA A MATÉRIA A MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA DOS SONHOSA MATÉRIA A MATÉRIA A MATÉRIA A MATÉRIA A MATÉRIA A MATÉRIA A MATÉRIA A MATÉRIA

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4EDI(

TO(

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L4ED

I(TO

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estilista rita bragafotos por cris&dani

maquiagem de alyssonmodelaram camila sales, josy silva, sara lorena,

marcos vinícius e joão faissalobrigado a ramon, krysna, fadas,

gnomos e duendes do quintal

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MAKING OF

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MAKING OF

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imagem por duald flip flop, flickr

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geléia geral5

nossa caixinha de surpresas e delÍcias apanhadas pelo mundo.

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mÁS(CA(

RAS DE

COR(DA

geléia geral

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mÁS(CA(

RAS DE

COR(DA

chado pelo Pinterest, o rosto disforme me lembrou o Elephant Man, do David Lynch. As combinações de cores e os detalhes da costura do tecido me dei-xaram curioso. Quando visitei a página

do projeto, me deparei com esse depoimento: “Mesmo parecendo que essas máscaras dizem algo, isso aca-bou começando por um experimento. Eu queria ver se, costurando uma corda, poderia transformá-la em um tapete plano. Invés de plano, o tapete acabou ganhando curvas. Quando estava prestes a abandonar o processo, Vladi veio com a ideia de transformá-las em máscaras. As possibilidades são infinitas, estou vendo novas más-caras todos os dias.”

Bertjan Pot é um design de produtos holandês com um material experimental incrível. Vale a pena uma visita na sua casinha: www.bertjanpot.nl

A

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geléia geral

gavetas

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gavetas

Gavetas. O que guardam tan-to nas gavetas? De tantos tamanhos, cores, materiais, maçanetas, formas, espaços... guardam memórias, anotações, objetos, papéis, documentos, e tudo mais que você conse-guir colocar dentro delas. São pequenos universos onde nos reencontramos, onde descobri-mos e revelamos. Salvador Dali amava as gavetas e dizia home-nageando uma grande des-coberta sua, a Psicanálise: “A única diferença entre a Grécia imortal e a época contemporâ-nea é Freud, que descobriu que o corpo humano, que era pura-mente neoplatónico na época dos Gregos, está hoje cheio de gavetas secretas que só a psica-nálise é capaz de abrir”. E suas gavetas? Que guardam?

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muito alÉm dos

jardins

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PI(TAYA ou dra(gon(fruit

á pelas bandas da Tailândia, vietnã, Laos... Ele é vulgarmente chamado pelo nome de “Dragon fruit”. Está sempre presente nas barraquinhas de sucos que enchem as ruas de Bangkok, Luangpra-

bang, Hanoi... E enchem também os nossos olhos, nos deixando de água na boca com tantas cores, sabores, texturas e perfumes...

Mas por aqui o tal do dragon fruit se traveste de Pi-taya, e não dá tanta pinta assim. É meio metido a besta e só é encontrado nos grandes supermercados, desses que tem de um tudo, ou então nas ceasas das grandes cidades. Eu por acaso tenho uns pezinhos no meu quin-tal e um deles já tá dando os primeiros frutos. Além de lindos são tão charmosos... Tem o amarelo, o vermelho e branco por dentro, e o todo vermelho, cada um mais colorido do que o outro... Mas aqui pra nós, ele é muito mais bonito do que gostoso e lembra um pouquinho uma alcachofra? Ou será que eu tô viajando... Ah! Es-sas frutas exóticas me fascinam, me piram!

Hylocereus undatus

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O velho e bom Melão de São Caetano

á no nosso quintal nasceu um pé de melão de São caetano. Era todo tímido, pequenininho... De repente cresceu, enramou pelo muro, subiu nas paredes e está vigoroso e belo, principalmente

quando seus frutos amadurescem e se abrem mostran-do aqueles sementes de um vermelho vivo. Então resol-vi mostrar aqui as suas características e propriedades terapêuticas.

É uma belíssima trepadeira de origem Africana, bas-tante comum no Brasil. Os frutos são comestíveis e a planta tem muitas propriedades medicinais. Na Índia é utilizado para fabricar cerveja e na Europa, prepara--se um famoso picles (conserva). As folhas retiram manchas da roupa.

Descrição da planta: Trepadeira de até 5 metros dota-da de gavinhas, apresenta caule fino e sulcado de cor verde. As folhas são alternas, com 5 a 7 lobos sinuados, dentados e opacos, sustentados por longos pecíolos. As flores são solitárias, com 5 pétalas, de cor amarelo--palida. Os frutos são bagas amarelo douradas que divide-se em três compartimentos, contendo sementes envolvidas por substância vermelha comestível. Os frutos jovens podem ser comidos crus em saladas, já os maiores podem ser fritos ou cosidos, não esquecendo de tirar as sementes.

Propriedades Medicinais: As folhas servem para regula-rizar o fluxo menstrual, combatem a leucorréia e ali-viam as cólicas intestinais, além de exterminar vermes intestinais. As folhas transformadas em suco agem contra sarna e afecções da pele. Tem propriedades antidiabéticas, antileucêmica, antitumoral e antiviral. Usada também no Tratamento da anemia e hemorrói-das. A polpa das sementes misturada com vaselina, converte-se num poderoso ungüento que faz supurar tumores, furúnculos e abscessos etc…

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Momordica charantia

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Momordica charantia

imagem por rosino, flickr

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7imagem por martin soler, flickr

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7CozinhaCozinha

MeninasMeninasdas

por rita baiana

e azulejos psicodélicos. Com um abajur li-lás, pra afastar os mosquitos. Uma chaleira sempre quente. Panelas de cobre reluzen-tes. Pinguim em cima da geladeira. A fru-teira cheia de frutas frescas. Um bom vinho

respirando, pra brindar com os amigos. Peixes e mariscos no freezer, para o almoço de domingo... Cheiro de alho, ervas, cebola, flores, manjericão, gengibre, dendê, pimenta, leite de coco, açafrão... Um monte de cositas colhidas no quintal... A cozinha da nossa casa é puro coração.

A cozinha das meninas é assim mesmo, arejada, criativa e saborosa. Cheia de cores, liberdade, bom humor, alegria, me-mórias afetivas... E janelas, e portas, sempre abertas!

Essa é nossa proposta, trazer pra cá um pouco do que a gente compartilha no dia a dia, além de muitas receitas inte-ressantes garimpadas pelos “cooking class” mundo afora, pelas cozinhas de nossas avós e tias, enfim, um Leque de aventuras gastronômicas...

Então vamos começar pela receita mais fácil, e rapidinha, aquela que não pode faltar nos festejos de última hora...

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GUA(CA(MO(LE

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Ingredientes01 abacate grande e maduro01 tomate bem vermelhinho01 pimentão pequeno ( pode ser amarelo, ver-de ou vermelho, lembrando que o verde é de sabor mais forte, né?)01 pimenta dedo de moça sem sementes, (ou jalapeña, ou mesmo malagueta. Mas tome cuidado com a malagueta, arde mais!)01 cebola média ou grande02 talinhos de cebolinha verde 02 limões médios01 pitada de sal

Modo de preparoPique bem picadinho o tomate, a cebola, o pimentão, e a cebolinha verde. Amasse bas-tante o abacate com um garfo até ficar bem homogêneo, pique a pimenta bem picadinha ou então amasse-a. Misture tudo, esprema os limões, coloque o sal e mexa bastante. En-feite com um galhinho de salsa, se preferir mais picante, jogue uma pimentinha ralada por cima. Então sirva com uns tacos, ou en-tão com Doritos mesmo... Convide os amigos e festeje a vida. Olé!!! Viva el méxico!

Ah! Se tiver mais de cinco pessoas, ou se a larica for grande, dobre a receita!

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ISTAMBUL, turquiaISTAMBUL, turquia

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BALIK EKMEK

imperdível fazer um passeio de barco pelo estreito de Bósforo, e na volta (ou na ida) comer um sanduíche enorme e bem baratinho, de peixe grelhado, o tal famoso “Balik Ekmek”, com picles

e chá, no cais do porto. A estrutura é super simples, bancos de madeira bem baixinhos, mesas pequenas, não rola álcool, os sanduíches são feitos dentro dos barcos e servidos no cais, por uns pescadores de rou-pas exóticas, no meio do povão, um barulho dana-do de vozes gritadas em turco. A gente não entende bulhufas mas é tão caótico e divertido... Sem contar que o sanduba é delicioso, o visual ao redor é massa, e a gente se mistura geral com as pessoas do lugar... Recomendamos!

É

UMA DELÍCIA EM ISTAMBUL

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99trevas no

cinema

por FERNANDO TREVAS

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O cineasta que veio do Norte

cinema nos cativa pela sua capacidade de contar histórias emocionantes, mas também por revelar pessoas, paisagens e situ-

ações distantes do nosso cotidiano. O documentário cinematográfi co, gênero

que ganha cada vez mais espectadores, nos convida a conhecer de perto um novo mun-do. É o caso dos fi lmes do cineasta canaden-se Pierre Perrault, nome quase desconheci-do no Brasil, e que terá sua obra exibido em algumas das nossas cidades.

Perrault (1927-1999) fi lmou as várias fa-ces da vida do Quebec, a parte francesa do Canadá. Em sua obra agricultores, pescado-res, indígenas, antropólogos e arqueólogos, através das suas experiências de trabalho e de vida contam como se forma uma nação, com suas riquezas e suas contradições.

Em uma série de fi lmes dedicados a uma região agrícola do norte do Quebec, Perrault acompanha a luta de Hauris Lalancette. Du-rante a crise econômica da década de 1930, o pai de Hauris, assim como outros desem-pregados das grandes cidades, foi incenti-vado a migrar e tornar-se produtor rural.

Hauris cresceu em uma fazenda, e contra inúmeras difi culdades lutou para mantê-la. Na década de 1970, o governo canadense de-cidiu transformar as fazendas em grandes fl orestas de pinheiros, matéria-prima para as fábricas de papel.

O que parece ser um simples relato da vida econômica e social do Quebec torna-se um drama humano de grande comoção na série de fi lmes do chamado Ciclo de Abitibi.

Hauris, um personagem verdadeiramen-te fascinante, nos convida a compartilhar sua luta por uma vida simples em uma fa-zenda, que torna-se um sonho cada vez mais distante.

O

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Elvis Boamorte e os Boas

Vidas

MÚ(MÚ(MÚ(MÚ(SICA SICA SICA SICA SICA Elvis SICA Elvis

Boamorte SICA Boamorte e os Boas SICA e os Boas

VidasSICA Vidas

PES(PES(PES(SOAL

Vem da capital sergipana uma das ótimas revelações da nova música independente nordestina. Elvis Boamorte e os Boas

Vidas faz um som dançante e bem executado, com letras inteligentes, carregando no sotaque infl uências musicais

que vão de Fela Kuti ao Clube da Esquina, passando por Luis Gonzaga e Jorge Bem. Formado por Elvis Boamorte (Voz e guitarra); Allen Alencar (Guitarra e vocal); Rafael Findans

(Baixo); Gustavo Furiba (Bateria) e Vinicius Bigjohn (teclado e vocal) o grupo se prepara agora para lançar o seu primeiro álbum e junto com outra revelação que vem de Aracajú, o vis-ceral duo The Baggios, representam a nova cena musical do menor Estado brasileiro, mostrando que em termos de som,

tamanho não é mesmo documento.

por arthur pessoa

www.myspace.com/elvisboamorteeosboavidas

10

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LEIA!

LUIS FERNANDO VERISSIMOCOLEÇÃO LITERATURA OU MORTE

COMPANHIA DAS LETRAS1A. EDIÇÃO, 2000

133 PÁGINAS

Borges e os Orangotangos

Eternos

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Page 58: Revista Leque #1

raphael venâncio tem 23 anos, toca teclado na famosa banda los pimbiñas e é louco por filmes românticos! seu ator preferido é mel gibson e adora comer uma saborosa

salada de atum! raphael é dos meninos tímidos que conquistam nossos corações com poeminhas e serenatas.

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