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PUBLISHED JUST FOR ANO 3 - EDIÇÃO 9 2012 • 10 PROGRAMAS EM SIDNEY O PUB INGLÊS COM PEGADA FRANCESA A SÃO PAULO DE ANDRE CRESPO BEBER, COMER E REZAR NO SUL DA FRANÇA NOMAD, O NOVO PONTO HYPE EM NY

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Edição 9 da Revista Just For Published

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• 10 PROGRAMAS EM SIDNEY

• O PUB INGLÊS COM PEGADA FRANCESA

• A SÃO PAULO DE ANDRE CRESPO

• BEBER, COMER E REZAR NO SUL DA FRANÇA

• NOMAD, O NOVO PONTO HYPE EM NY

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NEW YORK LONDON PARIS MADRID SAO PAULO MEXICO DUBAI BARCELONA MIAMI SAN DIEGO SEVILLA GRANADA MALLORCA CANCÚN ARUBA BILBAO LISBOA WARSAW BUENOS AIRES LAS VEGAS BAHREIN DALLAS PANAMÁ BOCA RATÓN LOS CABOS KUWAIT PORTO VALENCIA JEDDAH HOUSTON BEIRUT CARACAS QATAR

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NEW YORK LONDON PARIS MADRID SAO PAULO MEXICO DUBAI BARCELONA MIAMI SAN DIEGO SEVILLA GRANADA MALLORCA CANCÚN ARUBA BILBAO LISBOA WARSAW BUENOS AIRES LAS VEGAS BAHREIN DALLAS PANAMÁ BOCA RATÓN LOS CABOS KUWAIT PORTO VALENCIA JEDDAH HOUSTON BEIRUT CARACAS QATAR

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JUST IN CASECaso você queira alterar seu nome, seu endereço, dar sugestões,

manifestar-se ou deixar de receber esta publicação, entre em

contato com [email protected]

A ARTE FLUIU

Lembro-me de uma defi nição de Leonardo da Vinci que li em algum almanaque de frases sobre arte. “A arte diz o ‘indizível’, exprime o ‘inexprimível’, traduz o ‘intraduzí-vel’”, dizia ele. E isso me faz pensar que Leonardo fi caria boquiaberto com a quantidade de expressões de arte exis-tentes hoje em dia. Na gastronomia, na moda, nas artes plásticas, na literatura ou no cinema pode-se dizer que a inspiração de um artista nos faz sair do lugar comum ao tentar “exprimir o ‘inexprimível’”.

Nesta edição de JUST for colocamos mais tintas (per-dão pelo trocadilho simplório) neste propósito. Embora a arte sempre tenha sido contemplada em nossa revista, neste número fomos mais enfáticos irradiando sua pre-sença em vários setores. Primeiro, unimos a moda (como negar a genialidade de um Yves Saint Laurent?) às artes plásticas. E foi assim: levamos telas enormes do jovem artista plástico Andre Crespo para um estúdio onde as lentes do fotógrafo Renam Christofoletti estavam. Uni-mos a isso a “interferência” exuberante da top model Ca-roline Ribeiro... Nem é preciso dizer que tanto o editorial de moda quanto a capa pela qual você acaba de passar emprestaram uma atmosfera sedutora à edição, o que nos levou a transpirar arte em todas as outras seções. Tanto na cobertura do evento anual no sul da França que une gastronomia e igrejas históricas como na paixão com que Ricardo Castilho, diretor da revista Prazeres da Mesa, des-creve as alegrias do malte uísque. Nas deliciosas defi ni-ções de gêneros do cinema do roteirista Lusa Silvestre; na história da Galeria Arte Brasileira, por Camila Duarte; ou na bem-humorada passagem do repórter Bruno Lazaretti pelo pub do interior da Inglaterra que, graças a misturas como Guinness com mariscos, ganhou duas estrelas Mi-chelin. Cada colaborador (veja alguns deles ao lado) deu seu toque de Leonardo para a edição. Toques que procu-raram traduzir a você, sentado aí nesse sofá, o que muitas vezes poderia ser ‘intraduzível’.

Boa leitura!

JUST for: Quem recebe não divulga. Quem lê, enriquece.

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PARA ANUNCIARTel. +5511 3815-1557Diretor Executivo – Doron SadkaCel. +5511 [email protected]

Produção Gráfica – Doron Centralde Compras Gráficas, tel. +5511 [email protected] IMPRESSÃO E ACABAMENTOVan Moorsel Gráfica e Editora

A revis ta não se res pon sa bi li za pelos con cei tos emi ti dos nos arti gos assi na dos. As pes soas não lis ta das no expe dien te não estão auto ri za das a falar em nome da revis ta ou a reti rar qual quer tipo de mate rial sem pré via auto ri za ção emi ti da por carta timbrada da reda ção.

Esta revista é uma publi ca ção da 4 Capas Conteúdo e MundoA - Gestão em Comunicação de Luxo, dis tri buí da via correio exclu si va men te aos moradores da Vila Nova Conceição e Jardins

VENDA PROIBIDA

CONSELHO EDITORIALDoron Sadka, Georges Schnyder e Mariella Lazaretti

Diretor Executivo – Georges [email protected] Editorial – Mariella [email protected] de Publicidade – Ruth Nó[email protected] de Arte – Ana Lucia Caldas - [email protected] Santos - [email protected]

COLABORARAM NESTA EDI ÇÃO: Bruno Lazaretti, Camila Duarte, Luciana Bianchi, István Wessel, Karin Dauch, Lillian Vidigal, Lusa Silvestre (texto); Fabio Santos, Ricardo D´Angelo (fotos); Drica Cruz (stylist), Patrícia Calazans (revisão)

Projeto Gráfico: 4 Capas Conteúdo

Rua Andrade Fernandes, 283 CEP 05449-050, São Paulo, SP Telefax: (11) 3023-5509E-mail: [email protected]

RENAM CHRISTOFOLETTI: as tintas da moda

PÁGINA 52

WESSEL E O CHEF DO CUT: a arte de cutelar carnePÁGINA 36

LUSA: relaxe que é comédia

PÁGINA 68

LILLIAN: entre a cruz

e o garfo

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A presente Instituição aderiu ao Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para a Atividade de Private Banking no Mercado Doméstico.

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12. TenTaçõesDuas roDas - O estilo Diesel sobre duas rodas; a bolsa--joia da Hermés; a bicicleta sustentável da Smart e o colar Antonio Bernardo.

20. JusT To KnowVista Do alto - Guatemala e Belize da janela de um heli-cóptero; Renata Aschar vive perfumada; Las Leñas em ban-co quádruplo; a coleção de edredons da mãe e da filha; iQ, o menor carro para 3 pessoas e meia; a paixão que move a Galeria Arte Brasileira.

32. Ícone Guinness, VinheDos ou carne - O único pub do mun-do com duas estrelas Michelin; Marqués de Riscal, o telhado maluco de Frank Gehry; a arte de servir churrasco no Cut.

38. Tecnoalô, olha o passarinho - Smartphone com projetor, carregador sustentável, a câmera fotográfica Leica.

40. BeBero cão enGarrafaDo - A trajetória do verdadeiro uísque escocês, fiel amigo do homem.

42. Lugarum bairro pra chamar De seu - De Brown Zone, re-gião esquecida de Manhattan, a NoMad quentíssima.

46. sidneya Vibe Dos canGurus - As 10 atrações imperdíveis da cidade mais hype da Austrália.

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52. Modacenas urbanas - De Andre Crespo para uma mulher da metrópole.

62. JusT whoa bela Do pará - Caroline Ribeiro gosta mesmo é de Secos e Molhados.

64. PerfiLDesajustaDo e feliz - Andre Crespo descobriu seu ta-lento fazendo caricaturas no período escolar.

68. cineMacaDê a cena Do beijo? - Ligue os pontos e descubra o gênero de cada filme.

72. ViageMentre a cruz e o Garfo - A festa de gastronomia e igrejas medievais no Languedoc-Rossillon.

78. caLendárioDe macbeth a tim burton - Atrações e festivais cultu-rais imperdíveis durante os meses de julho e agosto.

82. cLicKatraVés Da Gaiola - As cores de Paraisópolis na foto de Renata Castello Branco.

FOTO capa renam christofoletti EDIÇÃO Drica cruz/ abá mgt

brinco H. STErnVestido VITOr ZErbInaTO

título da tela cIDaDE DOS SOnHOSmedida 140 x 140 cm

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es “SPECIALLY MADE FOR U” com a numeração de edição limitada atrás do assento do passageiro

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Diesel em Duas roDasA Monster Diesel é a filha italiana nascida da união da Ducati, fabricante de motos, com a Diesel, grife de jeans. Seu design “urbano-chique-militar” foi a interpretação de Stefano Rosso, filho do fundador da Diesel para a moto Ducati Monster 1100 EVO. O quadro, as rodas, as tampas do motor, o sistema de escape e bifurcações receberam a pintura em verde fosco. Já as pinças de freio dianteiro rece-beram um amarelo chocante, que faz referência ao modelo da marca. A motocicleta tem uma grava-ção a laser do Moicano Diesel, logotipo da grife, no tanque de combustível, e “SPECIALLY MADE FOR U”, em uma placa com a numeração de edi-ção limitada atrás do assento do passageiro – que pode ser personalizada com o nome do cliente. A Diesel também lança uma coleção de roupas inspi-rada em motociclistas militares. São jaquetas slim fit, camisetas, moletons, calças em denim cru com cinco bolsos e muitos acessórios. A Monster Diesel estará disponível nas lojas da Ducati a partir de julho, mas a marca já aceita encomendas. Valor sob consulta. www.ducati.com

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es Kelly vira joiaA grife Hermès lançou a mais nova integrante de sua coleção de it bags. Em parceria com o designer de joias Pierry Hardy, a bolsa Kelly, um dos maiores sucessos de todos os tem-pos da grife, criada em homenagem à atriz Grace Kelly, foi redesenhada em versão de joia. São quatro mode-los em ouro rosa e branco, cravejados com 1160 diamantes de 90 quilates. O pequeno tesouro é para poucos. Cada peça está à venda por 1,5 milhão de euros e ainda exige decisão rápida de compra: serão fabricadas apenas três de cada modelo, ou seja, 12 unidades e ponto. A função bolsa está quase des-cartada: tem apenas 15 centímetros de altura e foi desenhada para ser usa-da como bracelete. As bolsas levaram mais de dois anos para chegarem ao mercado e podem ser encomendadas no site www.hermes.com

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PEDALADAS ELÉTRICASPegando a onda de veículos hí-bridos, as bicicletas elétricas são a bola da vez. A Smart, fabricante de minicarros, lançou o seu mo-delo de ebike, que tem a pedala-da impulsionada por um motor elétrico de 0,27 cv de potência. Os quatro níveis de energia que impulsionam esse motor podem ser defi nidos em um painel de controle removível, que também informa a carga da bateria, a distância percorrida, o tempo de duração do passeio e a velocidade média alcançada. A ebike pode chegar até 99,7 km e pesa 26 kg. E se a bateria do iPod acabar no meio do caminho, ela pode ser recarreg ada pela energia da bici-cleta por USB. O preço de lança-mento é 2.495 libras e está dis-ponível nas cores branca, verde, cinza e laranja. www.smart.com

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colheita de diamantes

O designer Antonio Bernardo acaba de lançar a coleção que ele chama de “Momento da

Colheita”. São 40 novas peças que celebram a criação, os meses de trabalho e a “colheita”

da produção final, assim como acontece na natureza. Essa ideia de transformação e

movimento está presente na nova coleção da joalheria, seja pela ilusão de ótica derivada do polimento ou pelas curvaturas nas peças. As pedras são protagonistas em boa parte da coleção. No colar Soft, 87 diamantes

emoldurados em ouro se repetem linearmente, formando uma composição geométrica e

regular (R$ 92.300). www.antoniobernardo.com.br

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o Blue Hole , com água em temperatura

constante de 25oC; as

pirâmides de El Mirador (acima)

e os masheños (alto, à direita):

itinerários sob medida

e diversas espécies de ani-mais marinhos. A água den-tro da caverna permanece com uma temperatura quase constante, de cerca de 25ºC, e a visibilidade geralmente excede os 45 metros. Blue Hole faz parte do Patrimô-nio Mundial e foi revelado por Jacques-Yves Cousteau como um dos 10 melhores lugares para mergulhar.

O valor do pacote é, em média, US$ 1000 por pessoa por dia, incluindo hospeda-gem em hotel de luxo, pen-são completa, traslados, voos internos e todos os passeios. Os mergulhos não estão in-clusos no pacote, mas po-dem ser providenciados pela empresa, assim como safáris, trekkings, cavalgadas, golfe e pesca esportiva.

rês vulcões e um só destino: Guatemala. E para não correr riscos, o melhor mesmo é apreciar a bela vista

do alto, da janela de um helicóptero. Os vulcões que ro-deiam a cidade de Antigua Guatemala são um espetáculo e uma das opções de passeio que a Via Venture oferece. A empresa é especializada em tours aéreos pelos pontos turís-ticos da Guatemala, Belize e Honduras.

Os passeios são montados de acordo com a preferência de cada cliente. Além dos vulcões, os turistas podem apreciar a vista de Chichicastenango, cidade com casas de telhado vermelho e ruas estreitas, lotadas de visitantes e vendedores de artesanato maia. Os masheños, cidadãos de Chichicaste-nango, são famosos por serem adeptos de uma ecumênica religiosidade maia e católica, que se revela na igreja de São Tomás, erguida sobre um templo do período pré-colombiano.

Conhecer as pirâmides construídas pelos maias no sítio arqueológico de El Mirador também faz parte do roteiro da Via Venture. Localizado na região de El Petén, o sítio abriga cerca de 30 construções, entre plataformas e grandes pirâ-mides em forma de escadarias, como o templo de La Danta, com 72 metros de altura. Outras duas que se destacam são El Tigre e Los Monos, que contêm provas da presença das civilizações maias pré-clássicas.

O turista que escolher visitar Belize tem uma opção a mais de passeio. A grande atração do pequeno país é o re-cife Blue Hole. Uma piscina natural com caverna submersa de mais de 120 metros de profundidade que abriga corais

Vi do alTo e me dei bemGuatemala e Belize ficam muito mais Bonitas vistas das alturas

www.viaventure.com

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publicitária paulistana Renata Ashcar tornou-se uma das maiores especialistas em perfumes do Brasil quase por acaso. Entre inúmeros temas que poderia escolher para

apresentar um trabalho de conclusão de curso, na faculdade de publicidade, escolheu criar uma linha de perfumes. Ficou impregnada.

Em 97, Renata tornou-se agente de Pierre Dinand no Brasil. Dinand, um dos mais famosos de-signers franceses de frascos, autor das embalagens de Opium, Calandre, Eternity e Azzaro, convi-dou-a para participar de uma exposição sobre o tema no Japão. Foi aí que Renata, animadíssima inicialmente, enfiou a viola no saco para a exposição, porque percebeu que não havia registros no Brasil. Em compensação, decidiu fazer um livro a respeito. Três anos de pesquisas depois nasceu Brasilessência: a cultura do perfume. “Este livro acabou servindo como base para a criação do Espaço do Perfume em 2004, montado em Curitiba e transferido para São Paulo em 2010”, diz ela.

Ele está situado na frente à faculdade Santa Marcelina de Moda, em Perdizes, São Paulo. O Espaço promove pesquisas, desenvolve produtos, tem o maior material iconográfico e de pesquisa sobre perfumes. Para desenvolver o museu, Renata passou um período na Europa se aprofundando nas pesquisas em relação às marcas, antiguidades e principais fatos relacionados ao assunto. Muitas peças foram doadas pelas próprias marcas e colaboradores do projeto, distri-buidoras de perfumes nacionais e internacionais. Além de peças que pertencem à Renata, uma respeitável parte do acervo do museu pertence ao fundador do O Boticário, Dr. Miguel Krigsner.

Um dos frascos mais antigos em exposição é um de vidro fenício de cerca de 1400 aC. Outra peça superinteressante é o frasco usado por Napoleão Bonaparte para transportar sua colônia favorita nas botas durante as guerras.

Renata adora dividir seu conhecimento organizando seminários sobre história e origem dos perfumes para profissionais da área e interessados sobre o tema. No momento, está envolvida em um grande projeto ministrando aulas para deficientes visuais na Fundação Dorina Nowil, preparando a primeira turma de avaliadores olfativos. “Levando em conta que os deficientes visuais têm o olfato mais apurado que o nosso, essa profissão é similar a de degustadores de vinhos, só que com cheiros”, ela diz. Em outubro ela parte para a França, levando um grupo para conhecer a rota do perfume, com visitas aos grandes museus, às lojas especializadas e aos ju

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Como Renata ashCaR paRtiu de um tRabalho de ConClusão de

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campos de lavanda em Gras-se. “O Brasil é hoje o primeiro mercado mundial em consu-mo de perfumes, e esse ma-ravilhoso universo pode ser ricamente explorado através de ensinamentos”, diz. E para impregnar a todos como ela mesma foi, Renata costu-ma citar o trecho do livro O Perfume, de Patrick Suskind, que diz: “As pessoas podem fechar os olhos diante da grandeza, do assustador, da beleza, podem tapar os ou-vidos diante de uma melodia ou de palavras sedutoras, mas não podem escapar ao aroma. Ele é o irmão da respiração, penetra nas pessoas, elas não podem escapar-lhe caso quei-ram viver. Bem dentro delas vai o aroma, diretamente para o coração – que faz a distinção entre atração e re-pulsa, horror e prazer, entre o amor e o ódio”.

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programação esquenta na estação de esqui Las Leñas neste inverno. Competidores vão

suar a camisa pelos troféus do Campeonato Brasi-leiro Amador de Ski e Snowboard. A temporada que abre no final de junho terá ainda a inaugura-ção de um novo lift, que reduz o tempo de espera para a subida ao topo das pistas. O novo Minerva é um teleférico do tipo quádruplo fixo, com 1.190 metros de comprimento, que permite acesso inde-pendente da base, para esquiadores que não que-rem perder tempo longe da emoção das pistas.

O Valle de Las Leñas está a 1.200 quilômetros de Buenos Aires, bem no meio da Cordilheira dos Andes, e é considerado um dos mais importantes centros de esqui e snowboard da América do Sul. A qualidade da neve, a topografia e a segurança são alguns dos pontos que fazem sua fama na prática do esporte. A base está localizada a 2.240 metros de altura acima do nível do mar, e o topo, a 3.430 metros. São 30 pistas e um snowpark destinado aos visitantes que preferem o estilo livre. O parque ocu-

pa uma área de 17.500 hectares, possui 13 meios de elevação e capacidade aproximada de transporte de 12.100 esquiadores por hora.

Para os loucos de pedra, mais propriamente “loucos de neve”, Las Leñas conta com uma das descidas ininterruptas mais longas do mundo. Apolo, Neptuno e Venus formam o percurso to-tal de 7.050 metros.

O Campeonato Brasileiro Amador de Ski e Snowboard começa no dia de 28 de julho e vai até 4 de agosto e pode ser disputado por apaixo-nados de todas as idades e níveis de experiência.

Para os iniciantes ou os que querem aproveitar o passeio de uma maneira mais relaxante, o Valle de Las Leñas oferece um pós-pista caloroso, com boa gastronomia, vinhos, cafeterias e hospedagem de luxo. A temporada de esqui costuma ser boa de junho a outubro. Pacotes a partir de US$ 3.800 por pessoa em apartamento duplo com passagens aéreas, traslado do aeroporto ao vale, sete noites de hospedagem e lift livre.

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Ao lado, o novo lift Minerva. Abaixo, a base

da estação Las Leñas

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Sempre cabe mais um, desde que sejam 4. O minicarro foi projetado pela Toyota, em 2009, na confi guração 3+1. Isso mesmo. São três lugares para adultos e um para uma pessoa franzina, com medidas de uma criança, ou um japonês dos pequenos.

Com três metros de comprimento e 1,60 m de largu-ra, foi sucesso de vendas no Japão. Claro: fácil de es-tacionar e capaz de transportar a família inteira. Em uma cidade com pouco espaço, é tudo de bom! Che-gou aos Estados Unidos apenas neste ano, mas para enfrentar a concorrência, teve que mudar sua iden-tidade. Está sendo produzido pela montadora Scion, que projetou uma versão mais “moderninha” para conquistar o público jovem. Ganhou para-choques de design mais suave e rodas em alumínio com a logo da Scion. Por dentro, tela de LCD com controle de áudio e informações para navegação.

E se bater ou capotar neste espaço justo? Todo mundo vira arroz de sushi? Não. O pequeno possui 11 airbags na série top da linha, tornando-se uma almofadona macia. Há airbags para a cabeça e joelhos do condutor e do passageiro da frente, nas laterais de cortina, no assento do banco e, pela primeira vez, na janela traseira. O modelo tem motor 1.3, câmbio automático de quatro marchas e consumo médio de gasolina de 16 km/l. A Scion anunciou que o iQ terá uma versão EV, com motor totalmente elétrico.

O preço é de carro popular brasileiro. E tem mais. Para comover os jovens corações americanos, a mon-tadora criou uma promoção genial: ao pagar pelo Scion iQ o valor de US$ 15.995, o cliente ganha um Play Station Vita equipado com o jogo Motor Storm RC, pronto pra jogar. Por que só lá, hein?

CORAÇÃODE MÃEO IQ É O MENOR CARRO

DO MUNDO PARA QUATRO

OCUPANTES. OU QUASE!

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nicas. É assim que a arquiteta e designer Inês Aquino define as peças da coleção que desen-

volveu com a parceria de sua filha Lina. São tapeça-rias para paredes e edredons costurados e pintados à mão. A mãe diz que a filha gostava de uma arte des-de pequena: “Ela sempre pintou e desenhou muito bem. Depois que voltou de São Paulo, onde cursou faculdade de Moda, aprendeu comigo as técnicas de pintura em tecido”. Elas são de Ribeirão Preto, onde Inês manuseia os pincéis desde 1983 e cria coleções para a Companhia de Tapetes Ocidentais.

O processo de fabricação de suas peças é inteira-mente manual. As cores e os desenhos são defini-dos primeiro. A inspiração para as pinturas vem de pesquisas, viagens, memórias, humor e fantasias de mãe e filha, integrados à cultura e às raízes na-cionais. “São peças impregnadas de alma e afeto com uma linguagem bem brasileira, sofisticada e descontraída, porque é assim o nosso viver con-temporâneo”, diz Inês.

A pintura é o segundo passo. Depois do desenho criado, é definida a paleta de cores. As tintas em acrílico são preparadas com diferentes pigmentos até atingir o tom exato, e os desenhos são tingidos nos tecidos em 100% algodão. É chegada a hora da costura. As cores são somadas ao preciosismo da costura no matelassê de contorno. Da forma mais tradicional, o fio da costura utilizado é da mesma cor do desenho de fundo, dando volume e destaque às figuras criadas. O processo inteiro, entre criação de croquis, desenvolvimento de cores, costura e ma-telassê, leva, aproximadamente, um mês para cada peça de oito metros quadrados.

Tudo pensado, selecionado e pintado pelas duas juntas. “O resultado e a energia foram tão bons que resolvemos montar uma exposição. Como mãe, foi um privilégio passarmos esse tempo produzindo jun-tas entre conversas, música e muito astral”, diz.

As peças de Inês e Lina estão expostas durante o mês de junho na Sala Cultural Design Brasil, em Ri-beirão Preto, e estão à venda por preços a partir de R$ 3800. Tapeçarias e edredons personalizados podem ser encomendados por R$ 600 o metro quadrado.

afeto e tintas

no pontomãe e filha criam coleção

de edredons e tapeçarias

únicas pintadas à mão

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Design Brasil – Tel.: 16 3911 9394

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PRÊMIO LOJISTAA L S HOP

ELEITA PELOS CONSUMIDORES A MELHOR JOALHERIA DE 2011

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Julio Okubo - JUST FOR - Abril 2012 copy.pdf 1 26/03/2012 14:20:53

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ada de coisinhas, lembrancinhas ou pequenos suvenires. “Na galeria, é

tudo muito especial: é a nata da Arte Popu-lar Brasileira”, diz a fundadora Dona Célia Gomes Dias. Mais do que isso, a Galeria Arte Brasileira é um bastião da cidade. Um dos poucos pontos dos Jardins que não foi engolido por uma grife estrangeira ou bu-tique de moda. A galeria oferece, há quase 100 anos obras de artesãos e artistas nacio-nais genuínos. Presentes verdadeiros para estrangeiros de bom gosto é o que a família gosta de vender desde sua fundação. Nada é réplica made in china. São peças singu-lares, que representam a alma brasileira, feitas por grandes artistas ou pequenos ar-tesãos de vários pontos do Brasil.

Tudo começou em 1924 com o sogro dela, João Gomes Dias, imigrante por-tuguês que trabalhava como alfaiate no centro da cidade. Assim que chegou, apaixonou-se imediatamente pelos ca-valinhos de barro, bois-bumbás e pedras brasileiras da artesania nacional. Comer-ciante nato, passou a vender em seu ate-liê presentes e lembranças de artesãos do país, expondo os produtos na vitrine de sua loja. Em pouco tempo, João já tinha seis lojas de suvenires espalhadas pelo Centro de São Paulo, uma para cada um de seus seis filhos. O caçula, que leva o mesmo nome do pai, hoje aos 87 anos, falando pouco e escutando com dificul-dade, foi o único que permaneceu com a loja deixada pelo pai. E é ele quem a abre e fecha, regularmente, às nove da manhã. A única coisa que mudou em sua rotina foi o endereço. Em 1976, Seu João e Dona Célia, com quem é casado há 58 anos, decidiram fechar a loja do Largo do Arouche e transferi-la para a Alameda Lorena, onde moravam.

Com a ideia de uma instituição que va-lorizasse o artista, o artesão e a arte popu-lar brasileira, Dona Célia fundou na loja uma galeria de Arte Primitiva Brasileira ou Arte Naïf. Nas décadas de 80 e 90, ela realizou exposições e vernissagens dos quadros coloridos dos principais artistas da época, caracterizados por temas singe-los e de poucos elementos ou por qualida-

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a Paixão Pelos genuínos artesãos da terra atravessa a terceira geração da família gomes

dias, em 90 anos de galeria arte Brasileira

amor de

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reTraTos do brasil

NUNCIATA STEFANO

a paulistana começou a a pintar em 1971. expôs em capitais brasileiras, na frança, Holanda e inglaterra. usa técnica de óleo sobre tela. Pinta espaços fl oridos e rurais.

JOSÉ BEZERRA

Pernambucano escultor de peças em madeira. com um facão ou serrote na mão, árvores caídas, troncos e raízes dão origem às suas fi guras. a inspiração vem do cotidiano em meio à aridez do vale do catimbau.

NENÊ CAVALCANTI

ainda criança, a paraibana transformava barro em animais e brinquedos. as bonecas gordas são sua marca e seu trabalho é reconhecido internacionalmente.

EDGAR CALHADO

nascido em olímpia, os trabalhos em pintura com óleo e acrílico sobre tela, guache e nanquim sobre papel exploram seus temas favoritos: volta à infância, vegetações agrícolas e motivos rurais.

IZABEL MENDES

mineira do vale do jequitinhonha, izabel imitava a mãe, que era louceira e se dedicava à produção de cerâmica utilitária. Passou a modelar em barro vermelho animais e bonecas, pintava-os de branco e vendia para sustentar a família.

MESTRE GALDINO

a arte do ceramista e poeta pernambucano se transformava em pequenos bonecos de barro. Para cada um, ele escrevia uma história.

des encontradas em obras de pintores formados pelas Belas Artes. “Hoje já não promovo mais exposições, mas tenho um acervo e consignações de quadros da arte primitiva”, diz ela. Na galeria, há obras de Nunciata Stefano e Edgar Calhado. “Além de trabalhar com Célia, temos uma amizade de anos. A galeria é uma ampla janela para o reconhecimento do nosso trabalho”, diz o pintor Edgar Calhado.

“Todos os quadros que envio para a Galeria são vendidos imediatamente, não param empilhados dois dias”, diz ele. Na verdade, um único quadro de Edgar não foi vendido até hoje: o Barqueiro. E por um motivo simples: foi um presente do ar-tista para Cláudia, fi lha do casal que assumiu o negócio com o irmão Fabio. É ela quem vasculha lugarejos e visita ateliês pelo país em busca de arte genuinamente brasileira. Fabio faz o trabalho administrativo.

A loja é dividida em dois pavimentos. No andar debai-xo fi cam os presentes e pequenas peças, como imagens religiosas, artigos indígenas, toalhas, jogos americanos de renda fi lé e de bilro, redes, biojoias de artistas modernos e peças em pedras nacionais.

O segundo andar é repleto de peças para decoração e para os apreciadores da arte brasileira: quadros e esculturas de Izabel Mendes, José Bezerra, Nenê Cavalcanti e do saudoso

ceramista Mestre Galdino. “Essas são as fi guras fantásticas do Mestre”, diz Cláudia, apontando para os bonecos de ce-râmica . “Cada boneco ganhava uma história escrita pelo seu criador”, conta.

Dona Célia não abre mão de um horário para chegar e cuidar do desempenho da loja e das funcionárias de con-fi ança. “Elas estão aqui há 15 anos”, diz. Relações longevas e afetivas nesta casa não faltam. José Rinaldo Castro de Santi, um dos artistas exclusivos da galeria, declara: “Deveria existir mais gente como ela no mundo, que dá valor ao nosso trabalho. Não há espaço como este , nos conhecemos há 30 anos e só trabalho com ela”, diz o pintor.

Aos 82 anos, ela reclama de osteoporose, mas que não pa-rece problema algum quando se trata de subir para o segun-do andar, sua parte preferida. “É daqui que eu gosto. É neste espaço que as peças grandes, especiais e diferenciadas fi cam. Tenho um carinho enorme pelos artistas e artesãos da terra. É um amor de brasileiro para brasileiro”, diz emocionada.

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E xistem três tipos de pessoas que conhecem a cidadezinha britânica de Marlow: as que dormi-ram demais no trem que vai para oeste partindo de Londres, as que pegaram a saída errada na

estrada M40 entre Oxford e a capital, e as que já ouviram falar do The Hand & Flowers, o primeiro e único pub do mundo a receber duas estrelas do Guia Michelin em 2012.

O galardão colocou o pub no mesmo páreo de restaurantes como o The London, de Gordon Ramsay, e transformou a public house na atração número 1 da cidade, ultrapassando muito a casa onde viveu a escritora Mary Shelley e a ponte levadiça construída em 1832.

À primeira vista, o The H&F é menos um pub do que um gastropub: a mesas com taças e talheres de prata ofuscam os meros quatro metros de bar, e os garçons altamente treinados estariam decidida-mente fora de lugar em uma taverna de marinheiros. Mais importante, porém, é que a culinária está mais encostada nos fundamentos da cozinha francesa do que nos batentes meio bárbaros da cozinha

ChEErs, MonsiEur!o the hand & FLowers é o único puB do mundo com duas

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Francesa com o espírito hospitaLeiro da taverna Bretã

Molho béarnaise e Guinness: pratos

elaborados com técnica francesa, mas com

produtos nacionais

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33The Hand & Flowers - www.thehandandflowers.co.uk

britânica. “Meu treinamento foi em restaurantes franceses, então os caldos, molhos e a técnica vêm dali”, diz Tom Ker-ridge, idealizador e chef do The Hand & Flowers. “Mas em contrapartida, todos os ingredientes são britânicos. Carnes, peixes... Até as trufas são daqui!” O resultado é um menu no qual convivem pacificamente a culinária das duas nações rivais. Os mariscos meunière, franceses até a medula, são co-bertos com espuma de cerveja Guinness, símbolo da Irlanda. O bife proveniente do condado inglês de Lancashire é servido com uma generosa avalanche de molho béarnaise. O suflê de maracujá com sorvete de lima é coberto com toffee derretido e seria capaz de acabar a Guerra dos Cem Anos no decorrer de uma sobremesa.

Se é verdade que a elaborada culinária do The H&F o dis-tancia dos demais pubs britânicos, também é verdade que algo na atmosfera do lugar o impede de ser chamado de “res-taurante”. E isso é uma coisa boa. Intencional, segundo Tom: “Quando criamos este lugar, eu e minha mulher pensamos: `Que tipo de lugar nós gostaríamos de frequentar nos nossos dias de folga?’ E é isso. Um pub em que você pode entrar de jeans e tênis, tomar cerveja e comer pato com batatas fritas sem pagar 180 libras por isso”, explica o chef, em um tom de

voz inesperadamente suave. “Olhe para mim! Eu sou um in-glês careca de 1,80 m e 160 quilos. Sou o típico frequentador de pubs. Fui feito pra este lugar”, bravateia às gargalhadas.

A hospitalidade para ele é uma questão de filosofia. Como o é não esconder suas origens de Gloucester, cidade humilde do oeste da Inglaterra. Aos 20 anos, Tom mudou-se para Londres, onde trabalhou com chefs localmente conhecidos até ir parar na cozinha do Adlards, restaurante com uma estrela Miche-lin da cidade de Norwich, leste da Inglaterra. Depois que seu projeto de abrir um restaurante no centro de Londres foi por água abaixo antes de sair da prancheta, Tom decidiu fazer jus às suas raízes. “Eu e meu irmão não nos falamos muito. Ele continua em Gloucester. Saiu da escola aos 15 anos e até hoje, aos 35, ainda trabalha no mesmo armazém na cidade”, revela o grandalhão. “Para mim, é importante que uma pessoa como ele possa entrar no meu estabelecimento e não sentir vergonha de estar aqui. Não quero que ele se sinta fora de lugar.” E não se sentiria. Nada está deslocado no The Hand & Flowers. Especialmente as duas estrelas Michelin.

“Queria um pub onde eu pudesse ir de jeans comer pato com fritas e tomar cerveja sem pagar 180 libras por isso.”Tom Kerridge, idealizador e chef do pub

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criado por Frank Gehry, o hotel marqués de

riscal é uma obra maGníFica e perturbadora

entre construções do século XiX

A cAsA do Arco-íris

Q uem conhece a rota dos vinhos espanhois, certamente já passou por Elciego. A cidade abriga as principais bodegas produtoras da região de Rioja. Mais do que

vinícolas e as melhores variedades da bebida, a região oferece uma paisagem bucólica pontuada pela cultura e construções medievais. Em uma área de 100 mil metros quadrados está a vinícola Herederos Marqués de Riscal, construída em 1858.

O vilarejo faz parte do Project 2000, um plano estratégico da Marqués de Riscal que cria uma ponte imaginária entre o século XIX e XXI, mesclando tradição e modernidade, em prol do bom vinho e da tradição espanhola. O plano era construir uma estrutura moderníssima com novas tecnolo-

gias, mas sem se desfazer da paisagem e da cultura locais. Assim surgiu o desconcertante Hotel Marqués de Riscal – a Luxury Collection, inaugurado em 2006. Erguido em parceria com o grupo Starwood Hotels & Resorts, foi projetado por Frank Owen Gehry, mesmo arquiteto do Museu Guggenheim de Bilbao. Gehry

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www.marquesderiscal.com

criou o edifício de luxo, mas que poderia ter sido tirado de um desenho animado, de tão fantasioso e perturbador. Sua forma ondulante e assimétrica chama atenção para si a quilômetros de distância, mas destaca-se com a expansão luminosa de um arco-íris, vinhedos, igrejas e casas de um bege cor de pedra ao redor.

O telhado em chapas de aço e titânio em formato de ondas refletem luzes coloridas. As paredes e pisos acompanharam o desenho disforme. Dos 43 quartos de luxo construídos, ape-nas 10 são suítes, todos diferentes entre si: cada um ofere-ce variados pontos de vista para a cidade. Foi Gehry quem também projetou o design dos restaurantes, salas e quartos, combinando couro, madeira maciça e mármore. O principal restaurante do hotel, o Marqués de Riscal, foi premiado pelo guia Michelin e oferece culinária basca tradicional com in-fluência francesa supervisionada pelo chef Francis Paniego.

As diárias custam a partir de 500 euros, com café da ma-nhã. Um cardápio com tratamentos de beleza e relaxamento a base de vinho também é um dos atrativos do hotel, assina-do pelo Spa Vinothérapie® Caudalie Marqués de Riscal.

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As telhas de aço e titânio (acima) refletem um arco íris sobre a cidade medieval (à esquerda). Na página ao lado, a adega centenária e o interior de uma das suítes

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uando comecei a ler sobre o “über chef” austro-ame-ricano Wolfgang Puck tive uma sensação esquisita de déjà vu, ou melhor déjà lu (já lido). Parecia mais

uma daquelas histórias do menino que ajudava a mãe chefe de cozinha a quebrar ovos quando, súbito, se transforma em famoso cozinheiro. É o tipo de história que leio com bastante reticência. Mas creio que Puck, a celebridade, me impres-sionou pelo que conseguiu executar em um restaurante de carnes. Já fui a muitos em minha vida, sobretudo desta es-pecialidade, que é meu negócio. Mas nossa ida ao CUT no 45 Park Lane, foi especial, por inúmeras razões.

Primeiro por ser Londres, cidade extraordinária, com qua-se nenhuma tradição em churrascaria – que é o que CUT é, inclusive no nome (“corte” em inglês). Depois, onde ele está hospedado, o Hotel 45 Park Lane. O hotel da Rede Dorchester, inaugurado há alguns meses, foi Playboy Clube nos anos 70 e residência de seu proprietário - que sempre soube das coi-sas e morava em frente ao Hyde Park, privilégio de poucos.

Trata-se de um hotel de 49 apartamentos, todos de frente para as árvores do parque, cuja recepção fica meio escondida, à esquerda de quem entra, em uma linda sala de estar en-vidraçada. Enquanto esperávamos arrumar nossa mesa, nos dirigimos a um charmoso bar por uma longa escada que acaba em uma espécie de loft no alto do pé-direito duplo do térreo. Música marcante, pouca luz e gente bonita. Muitos drinks di-ferentes, baseados em alcoóis sérios e bons (como as diversas marcas de Gin). Particularmente chamativo é o drink de infu-são de erva-cidreira, conhecida por suas qualidades relaxantes.

A cArne é forteo que esperar de uma churrascarIa em londres, concebIda por

um chef celebrIdade amerIcano? nosso especIalIsta em carnes

foI ao cut e não sentIu falta nenhuma da atmosfera dos pampas

Pouco depois fomos conduzidos ao salão do restaurante. Interessante notar que um restaurante de carnes grelhadas (eufemismo para nossa churrascaria), não necessariamen-te precisa lembrar campo, fazenda, curral, pampas, etc. No caso do CUT, o longo e elegante salão é dividido por corti-nas drapeadas, dando a sensação acolhedora de se estar em um jantar na casa de amigos.

Mesmo com a Libra Esterlina cotada por volta dos R$ 3, os preços do cardápio não assustam frequentadores de restau-rantes paulistanos. Tudo bem! São Paulo é para profissionais!

As carnes são simplesmente perfeitas desde a apresentação até a maciez, suculência e ponto. Um garçom nos entrega o cardápio e, na sequência, outro se aproxima trazendo as amostras das carnes. Ele nos apresenta umas seis ou sete pe-ças de 1,5 kg aproximadamente, dispostas em uma bandeja. Elas vêm embrulhadas meticulosamente em panos de algo-dão brancos e pretos. De fora está apenas a face de cada car-ne, mostrando sua apetitosa cor vermelho claro. Ele aponta cada um dos cortes explicando que as embrulhadas em preto são da raça japonesa Wagyu, importada da região de Arau-canía, no Chile; e a cruza de Wagyu com Black Angus vem de Darling Downs, Queensland, Austrália. As envoltas em pano branco são Angus USDA Prime*, de Creekstone Farms, Arkansas City ou de Devon, sudoeste da Grã-Bretanha.

Com todo o cuidado para que não haja surpresas quanto ao sabor e maciez, pode-se escolher entre as carnes matura-das por 35 ou 28 dias. Tudo com muito cuidado e atenção. O tempo para a escolha é o que for preciso. O cardápio oferece

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Carnes envoltas em tecidos brancos e pretos, diferenciando procedência e maturação: escolha na bandeja (à esquerda)

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ainda uma opção atraente: degustação de New York Strip Loin, que para nós seria o popular bife de chorizo, como nossos vi-zinhos o chamam. Vêm aproximadamente 100 g do Angus americano, 100 g do bri-tânico e 50 g da cruza australiana de Black Angus com Wagyu.

Esta degustação é mais cara (55 libras), mas 280 g de strip loin de Black Angus ame-ricano custa 33 libras, ou seja, 100 reais. Os acompanhamentos têm o preço daqui: em média, R$ 15 a 18. Não é barato, e se custa como aqui, alguma coisa está errada. Aqui.

Mas ainda não contei das entradas, que por si só já seriam um ótimo jantar. De-gustamos o sashimi de Wagyu com fatias fi nas de rabanete picante; um delicioso “fl an” de tutano de boi (tomara que meu cardiologista não esteja lendo), carpaccio de vieiras escocesas e minihambúrgeres Wagyu com uma fi na fatia de Emmenta-ler. O serviço corretíssimo teve ainda um plus com a simpatia do chef em ação, Da-vid McIntyre, que nos recebeu na cozinha e na presença do diretor Alex Resnik, que fez questão de vir nos felicitar à mesa.

*usda prime – é a melhor classifi cação de carcaças apon-tada pelo ministério da agricultura dos estados unidos.

Restaurante CUT – Hotel 45 Park LaneReservas pelo

telefone +44 (0) 20 7493 4554 ou e-mail

[email protected]

o salão comprido e elegante dividido por cortinas

(à direita); o chef David McIntyre (abaixo); o endereço

que já foi Playboy Club (abaixo, à direita)

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SEGURANÇA NA VOZJá imaginou perder o pendrive com arquivos pessoais? E se alguém en-contrar? Melhor nem pensar. A em-presa nova-iorquina Hammacher Schlemmer lançou o pendrive USB que permite proteger o acesso aos ar-quivos por comando de voz. Ele ainda consegue identifi car o usuário, mes-mo que ele esteja rouco, gripado ou resfriado. A única versão fabricada é a de 8 GB, vendida por US$ 49,95. www.hammacher.comTE

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CANIVETENO TRIPÉPara quem tem espírito aventurei-ro e quer registrá-lo em boas fotos, a Gerber, uma cutelaria americana, lançou um canivete multiuso. São 12 funções em um aparelho só. Além de cortar, serrar abrir, apertar e enroscar, a ferramenta pode ser usada como um tripé para câmeras fotográfi cas e smartphones. Foram instaladas duas “pernas” dobráveis em uma das ba-ses do canivete, permitindo que a parte da frente forme o tripé. Medin-do 10 cm de comprimento (fechado) e pesando164 gramas, o supercani-vete cabe no bolso e custa US$ 64. www.gerbergear.com

CARREGADOR VERDETecnologia sustentável. Essa é a fra-se do momento. A empresa holan-desa A-Solar já desenvolveu a sua com o Power Dock, um carregador de aparelhos com iOS, sistema ope-racional da Apple que usa a energia solar. Trata-se de uma pequena cai-xinha preta emborrachada que pode carregar uma bateria de 6000 mAh (miliampère-hora). O carregador ar-mazena energia e tem entrada USB para carregar outros aparelhos. À venda por € 79. www.a-solar.eu

SMART PROJETORMais uma função para os celulares inteligentes. A Samsung lançou o Galaxy Beam, smartphone com pro-jetor integrado. Pode ser usado para a reprodução de fotos e vídeos arma-zenados. Sua tela possui 4 polegadas, a câmera traseira é de 5 MP capaz de gravar vídeos em HD (720 P), além de câmera frontal de 1.3 MP. São 8 GB de memória interna e sistema operacional Android 2.3. O Galaxy Beam chega ao Brasil em julho, custando R$ 1.700. www.samsung.com

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CONEXÃO SEM FIOJá que a maioria das mídias pode ser conectada à internet sem precisar de fi os, estava passando da hora de apre-sentarem uma tecnologia dessas em fones de ouvido. E foi isso que a Koss fez. A americana anunciou a linha de fones com conectividade Wi-Fi capaz de acessar e repro-duzir músicas direto da rede. São dois modelos da linha Striva: o interno, chamado TAP, e o externo, PRO, que vêm acompanhados por um servidor miniatura e com o Striva Access Point, ponte de acesso sem fi os para converter mú-sica de um smartphone ou computador. O Striva PRO está à venda por US$ 450, e o TAP por US$ 500. www.koss.com

ATÉ DEBAIXO D’ÁGUATG-1 iHS Tough. Esse é o nome complicado do lança-mento da Olympus, uma câmera fotográfi ca digital dife-rente. Fina e leve, tem design robusto e suporta pancadas fortes e mergulhos de até 12 metros de profundidade. Vem com a tecnologia OLED, de 610 mil pixels de resolução, zoom óptico de 4x e tela de três polegadas. As pré-vendas para julho já podem ser feitas pelo site por US$ 399.99. www.olympusamerica.com

OLHE A PAISAGEM, SE PUDERA Leica, em parceria com a grife francesa Hermès, lançou a M9-P, câmera exclusi-va para apreciadores de fotos e elegância à moda antiga. A câmera e os acessórios são feitos à mão em titanium e customiza-dos em couro de vitelo, embalados em uma caixa e uma bolsa para guardar. O difícil vai ser parar de admirá-la e focar na pai-sagem. São dois modelos de kits. O primei-ro contém a Leica MP-9 e uma lente Leica Summilux-M 50 mm f/1.4 ASPH. Foram fabricadas 300 peças a US$ 25 mil cada uma. O outro kit, além da câmera, contém um livro-álbum com 200 fotos em preto e branco capturadas por Jean Louis Dumas, ex-presidente da Hermès, com a sua anti-ga Leica M. Esse box vem também com três lentes: uma Leica Summicron-M 28 mm f/2 ASPH, uma Leica Noctilux-M 50 mm f/0.95 ASPH e uma Leica APO-Summicron-M 90 mm f/2 ASPH. São apenas 100 caixas, disponíveis em junho a US$ 50 mil cada. www.leica-camera.com

sica de um smartphone ou computador. O Striva PRO está à venda por US$ 450, e o TAP por US$ 500. www.koss.com

OLHE A PAISAGEM,

A Leica, em parceria com a grife francesa Hermès, lançou a M9-P, câmera exclusi-va para apreciadores de fotos e elegância à moda antiga. A câmera e os acessórios

e customiza-dos em couro de vitelo, embalados em uma caixa e uma bolsa para guardar. O difícil vai ser parar de admirá-la e focar na pai-sagem. São dois modelos de kits. O primei-ro contém a Leica MP-9 e uma lente Leica Summilux-M 50 mm f/1.4 ASPH. Foram fabricadas 300 peças a US$ 25 mil cada uma. O outro kit, além da câmera, contém um livro-álbum com 200 fotos em preto e branco capturadas por Jean Louis Dumas, ex-presidente da Hermès, com a sua anti-ga Leica M. Esse box vem também com três lentes: uma Leica Summicron-M 28 mm f/2 ASPH, uma Leica Noctilux-M 50 mm f/0.95

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FIEL eM certos MoMentos,

PrinciPalMente

Para relaXar, UMa

dose de UÍsQUe É a

coMPanhia PerFeita

por ricardo castilhofotos ricardo d´angelo

BEBER

COMPANHEIROCom sua brilhante cor dourada, lembrando o mel, sabor marcante e de personalidade única,o uísque escocês faz a alegria de seus apreciadores há mais de cinco séculos. O primeiro registro sobre a bebida data precisamente de 8 de agosto de 1494. E não trata propriamente dos prazeres proporcionados por essa bebida, que é uma das mais sublimes maravilhas produzidas pelo homem, mas sim de impostos estipulados pelo Tesouro Público Escocês. O documento especifi ca o suprimen-to de eight bolls of malt para que um certo frei John Cor produzisse a acqua vitae, ou uisgue beatha, que, em gaélico, o idioma dos celtas da Grã-Bretanha e da Irlanda, signifi ca água da vida. Graças a esse registro acredita-se que o uísque – a exemplo de muitas outras bebidas, como o champanhe e alguns licores – tenha surgido nos mosteiros, com a doce desculpa de ser utilizado em tratamentos medicinais e como elixir da vida eterna. Extraofi cialmente, porém, sabe-se que a arte de destilar já era praticada há muito mais tempo pelos celtas, na Escócia e na Irlanda. Aliás, esses dois países reivindicam para si a descoberta da bebida. Uma dúvida capaz de durar eternamente.

A história mais difundida é a de que a arte de destilar teria surgido na Irlanda, no século V, e emi-

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grado com missionários cristãos para os mosteiros escoceses pelo litoral oeste, na direção das terras altas. O certo é que, nesses longos e deliciosos anos, a Escócia se tornou a pátria do uísque, abrigando harmonicamente centenas de chaminés das destilarias com sua paisagem bucólica, repleta de ruínas de antiquíssimos castelos, lagos e rios de água cristalina. Uma água puríssima, que corre sobre a turfa, o solo esponjoso que serve como combustível para defumar a cevada, a generosa matéria-prima dos maltes.

Até 1853, a Escócia tinha um só tipo de uísque, o single malte. A destilaria Usher’s foi responsável pelo surgimento de outras variedades. Como vendeu um volume superior ao que poderia produzir, precisou recorrer aos vizinhos, comprando-lhes malte que misturou ao seu, resultando daí o chamado vatted (veja o quadro ao lado). A Usher’s, além disso, desenvolveu o processo de destilação em alambiques de coluna, utilizado para a obtenção do álcool de grão, o grain uísque. Ao mesmo tempo em que desenvolviam a des-tilação dessa nova bebida, os escoceses passaram a expor-tá-la. Perceberam que os consumidores gostavam de um uísque mais leve e mais barato.

Para atender a essa preferência, as destilarias começa-ram, em 1865, a experimentar misturas de malte uísque e uísque de grão. Surgia assim o blended scotch uísque. O sucesso dessa mistura resultou na criação da Blending Act, a Lei da Mistura. É nessa parte da história que entra a figura mais importante no processo da produção atual da bebida, o master blender. Ele é o responsável pela produção do blended e faz isso apenas por meio do olfato, obser-vando o ponto de maturação de cada uísque. Ele pode ser comparado a um artista que combina diversos maltes com a harmonia perfeita de quem se espera que faça a mesma obra de arte todos os anos.

A Arte de envelhecerO envelhecimento é a parte mais importante da elabora-ção da bebida. Depois de destilado, o uísque é transparen-te como a vodca ou o gim. Com a maturação nos barris, adquire cor e aroma de carvalho e frutas, entre outros. De acordo com o tempo de envelhecimento, os uísques rece-bem uma classificação definida por lei. Os conhecidos como standard, que não trazem no rótulo o tempo de envelhe-cimento, devem ter em sua composição bebidas com no mínimo três anos de descanso em barris de carvalho. No caso dos uísques envelhecidos – oito, 12 ou 15 anos, por exemplo –, é exigido que o malte mais novo da composição tenha no mínimo a idade que vem estampada no rótulo. Já o single malte, como o nome indica, é único. Vale lembrar, porém, que um uísque envelhecido não é necessariamente o melhor. Sua qualidade não está ligada ao tempo de enve-lhecimento, mas sim a um blend perfeito.

Agora que você já sabe um pouco da história do nobre destilado, escolha sua marca e, como dizem os escoceses em gaélico: “Slainthe”. Ou, simplesmente: “Saúde”.

por ricardo castilhofotos ricardo d´angelo

A bebida logo depois de destilada e a turfa, solo que serve como combustível para defumar a cevada

As destilarias escocesas são bem-equipadas e modernas e gozam de grande prestígio internacional

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por karin dauch

ou como a brown zone, uma área decadente e esquecida de

manhattan transformou-se no ponto quente da big apple

NoMadistarevolução

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ova York é acelerada. Dizem que ela nunca dorme e desperta sempre renovada. Prova disso é o renasci-mento de um bairro que durante o último século ficou fora do radar até mesmo dos nova-iorquinos. NoMad era o destino de sacoleiros à procura de bijuterias, perucas,

balangandãs e objetos reluzentes com paetês e purpurina para uso na confecção de fantasias. Quer dizer, as lojinhas no estilo 25 de Março continuam dominando a fachada da vizinhança ao longo da 5a Avenida e Broadway, entre as ruas 23 e 30, mas a área ganhou novo status e foi batizada como se deve. Por falta de nome ou importância, até pouco tempo atrás a região era conhecida como Brown Zone, por ser representada por um retângulo marrom nos mapas dos táxis.

Há três anos, o empreendedor Andrew Zobler teve a visão de oportunidade: investiu na região levando para a área o Ace Hotel e batizando a área marrom de NoMad. Trata-se de um acrônimo que referencia sua localização geográfica, a abreviação de North of Madison Square Park. Ou seja, de um deserto “no man’s land” – a vizinhança agora conhecida como NoMad – tornou-se um point hype e desejável.

Os quarteirões nobres da área, na altura das ruas 24, 28 e 30, dão uma prévia do que virá no mais novo e falado bairro de Manhattan. O empório gour-met Eataly, do chef Mario Batali, instalou-se em frente ao Madison Square Park. Embora tenha sido criticado na escolha da área, o `megachef` acabou

NAcima, o estilo industrial-chic do lobby do Ace HotelÀ esquerda, um dos ambientes do The NoMad Hotel que servem as criações do chef suíço Daniel Humm. No alto, a cúpula sobre o prédio construído em 1903, que servirá de sala para 10 pessoas no bar da cobertura

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mostrando que sua escolha fora assertiva e tornou-se referência de sucesso. A casa vive lotada, atrai milhares de turistas e locais ao conglomerado culinário que abriga cinco restaurantes, uma cervejaria ao ar livre e produtos de altíssima qualidade im-portados da Itália. A Opening Ceremony, uma loja multimarcas, adorada pela clien-tela fashion, seguiu a tendência e abriu ali ao lado uma loja. No entanto, o umbigo hype dos cinco quarteirões que deram lugar às vitrines de janelas altas e roupas mo-dernas e ousadas é o Ace Hotel. Na rua 29, a entrada principal para o lobby é agora sinônimo de endereço cool, em cujos sofás de couro escuro, portadores de iPads e iPhones passam a tarde bebericando e conversando. O negócio foi tão bom que Zobler fez uma declaração de amor ao bairro e inaugurou em abril passado, outro hotel, mais novo e imponente: The NoMad Hotel.

Decorado pelo parisiense Jacques Garcia, que assina o Hotel Costes, da Saint-Honoré, em Paris, o NoMad é uma ode ao romantismo francês, começando pelo prédio, uma construção centenária no estilo Bellas Artes. A atmosfera glamorosa de uma era passa-

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No The NoMad Hotel, toda a

marcenaria foi feita em mogno maciço.

A escada em caracol da biblioteca foi

importada do sul da França. A lareira

é a original de um castelo francês. Ao lado, Daniel

Humm, chef e proprietário do

restaurante NoMad

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da está nos detalhes das banheiras com pezinhos em todos os 168 quartos, na lareira de 400 anos trazida da França e nos móveis forrados de veludo vermelho. Porém, está sobretudo na concepção filosófica do espaço: foi feita uma curadoria para mon-tar a biblioteca notável – e verdadeira –, que se estende por uma parede de pé duplo. “Imaginamos o que uma jovem parisiense que se muda para NY no final do século XVIII à procura de aventura escolheria para ler”, afirma Zobler. Em busca do espí-rito clássico dos hotéis europeus, o empreendedor concebeu também o restaurante, e chamou para ser seu sócio o estrelado Daniel Humm, também chef e proprietário do Eleven Madison, que acaba de ser guindado ao décimo lugar na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo e de ganhar duas estrelas no Guia Michelin. O res-taurante NoMad é dividido em vários ambientes para garantir “o nível de intimidade aconchegante que só se tem em residências”. “O estilo autêntico da construção foi o ponto de partida perfeito para que Jacques Garcia recriasse um ambiente inspirado no apartamento que morava quando jovem”, diz Zobler.

O conjunto arquitetônico original facilita a sensação de ter sido transportado para Paris na Belle Époque. A Maison Kitsuné, loja da marca francesa que ocupa o espaço ao lado do lobby, na esquina da rua 28, transborda desta atmosfera do chão de taco de madeira ao pé-direito alto e das amplas janelas de estilo burguês.

Em breve, Zobler promete a abertura de um bar no terraço da cobertura, com vista privilegiada para o Empire State, e uma íntima saleta para 10 pessoas sob uma restau-rada e imponente cúpula de bronze.

Apesar de esses lugares ainda serem microcosmos num bairro em ascensão, a tendência é que outros se agreguem à revolução `nomadista`. Antes de o SoHo se tornar o que conhecemos hoje, a região estava caindo aos pedaços, e seus prédios, ameaçados de demolição pela prefeitura. O apelido, abreviação de South of Hous-ton, foi criado durante uma campanha para salvar o bairro na década de 60. E se o SoHo serve como exemplo do ciclo de regeneração urbana da vibrante Nova York, então a atual ressuscitação de NoMad será um sucesso. O melhor a fazer é correr hoje para se hospedar no que há de mais elegante e luxuoso na cidade que nunca dorme, porque amanhã ela vai acordar renovada – e mais cara.

A primeira filial americana da Maison Kitsuné transporta sua clientela até uma charmosa butique em paris.

Andrew Zobler (acima) investiu pesado na região com os hotéis Ace e NoMad e batizou a área.

Ace Hotelwww.acehotel.com/newyork

20 west 29th street

tel.: 212 679 2222

tHe NoMAd Hotelwww.thenomadhotel.com

1170  Broadway & 28th street  

tel.: 212 796 1500

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Sidney

10PROGRAMAS BACANASna cidade mais hipada da

AUSTRÁLIA

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Page 47: Revista Just For

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por Luciana Bianchi

Linda, organizada e com uma

viBe incríveL, Sidney

é um paraíSo hedoniSta...

Crave Festival: as velas magníficas da opera

House se acendem para 1 mês de atividades

...Esta é a opinião geral de quem visita a cidade mais po- pulosa da Austrália. Cosmo- polita por excelência, Sidney transformou o multiculturalismo em identidade e é uma das poucas cidades que consegue unir o funcionalismo ao clima constante de férias. “Somos herdeiros de cri-minosos britânicos. Talvez por isso nossa expressão pre-dileta seja no worries”, nos diz o cineasta e empresário John Fink, enquanto prepara uma paella gigante (versão australiana) para os amigos no jardim de sua casa.

Rodeada de parques nacionais e considerada uma das cidades portuárias mais belas do mundo, Sidney consegue cativar os turistas de todas as idades e gos-tos. Praia, arte, esporte e gastronomia ocupam um es-paço central na cidade. Esta é a terra onde rugby, crí-quete e futebol são sinônimos de religião, onde se pega onda após o trabalho e onde bares e restaurantes estão lotados de segunda a domingo. Para Joanna Savill, apresentadora de TV australiana que falou à JUST for sobre Sidney, o segredo da cidade é oferecer um estilo de vida global de grande metrópole, com o espírito de comunidade das cidades pequenas.

“Há aqui vida cultural intensa e uma rota gastro-nômica que adquiriu fama internacional nos últimos anos. No entanto, pode-se escapar para uma praia tranquila para relaxar em poucos minutos”, diz ela. Pudemos comprovar as palavras de Savill nas ruas de Sidney. Os australianos, ou aussies, são provavelmente um dos povos mais relax do planeta. O desejo de curtir a vida ao máximo é imperativo em Sidney. Essa men-talidade easy going é demonstrada de diversas formas, seja nas cédulas de dólar australiano à prova d’agua – muito práticas na hora de ir à praia – ou no andar descalço pelas ruas, mesmo em localidades distantes da praia. Os australianos também adoram encurtar as palavras e criar novas expressões. Não se assuste se alguém lhe oferecer um “barbie” ou se pedir para es-perar um “mo”, pois são as versões curtas de churrasco (barbecue) e momento, respectivamente.

Sidney tem açougues que parecem butiques de grife, galeria de arte ao ar livre e à beira da praia e um festival gourmet que dura 1 mês. Para os que querem conhe-cer esta cidade incrível, a melhor época do ano é outubro, quando o Crave Sydney International Food Festival agita a cidade durante o mês todo com programações culturais, eventos culinários ao ar livre e muita festa. Nas próximas páginas, 10 programas imperdíveis em Sidney:Fo

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a Ópera de SidneyTombada pela Unesco como Patri-mônio Mundial, a Opera House é uma das maiores obras arquitetô-nicas do século XX. O teatro, que se tornou o cartão-postal da cida-de, é também a marca registrada da Austrália. Obra consagradora do dinamarquês Jørn Utzon, que levou 16 anos para ser fi nalizada. Com programação de mais de 450 espetáculos por ano, o gigantes-co teatro apresenta óperas, balés, peças de teatro e os mais variados shows. Dica hype: fazer uma visi-ta VIP de 2 horas para conhecer os bastidores tomando um café da manhã no camarim onde fi cam as grandes celebridades.

www.sydneyoperahouse.com

um paSSeio ineSQuecíveL de bondi a coogeeSão 6 km de passeio com uma vista inesquecível – 2 horas de caminhada, com várias paradas para se refrescar no caminho. Cafés, restaurantes e bares legais estão ao longo desse trajeto.

http://us.sydney.com/town/bondi_beach/bondi_to_coogee_coastal_Walk/info.aspx

Sidney

a gaLeria À beira da praia “Esculturas à beira do mar” é o nome da maior exposição de arte do mundo ao ar livre. As escultu-ras são distribuídas entre a praia de Bondi e Tamarama e fi cam ex-postas do dia 18 de outubro ao dia 4 de novembro. No ano passado, mais de 500 mil visitantes pude-ram admirar as 100 obras de artis-tas australianos e internacionais! Um espetáculo único que coincide com o Crave Festival.

www.sculpturebythesea.com

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comer & beber Sidney é famosa por seus restaurantes, bares, mercados e lojas de delicatessen. Sempre é bom comprar e ticar uma a uma as dicas do Sydney Morning Herald Good Food Gui-de. E seguir as sugestões da JUST for para quem vai visitar a cidade por alguns dias:

4• CAFÉ DA MANHA no bill grangerO chef é o Jamie Oliver australiano e o café da manhã é inesquecível – panquecas, geléias, pães artesanais e muffi ns apaixonantes. www.bills.com.au

• ALMOÇO no restaurante Quay

Premiado como o melhor restaurante da Austrália e na 29a posição no ranking mundial da lista ‘The World’s 50 Best Restaurants’, vale a visita. A cozinha contemporânea do chef Peter Guilmore tem como cenário a Opera House, que pode ser vista pela janela. www.quay.com.au

• AULA DE COZINHA E DEGUSTAÇÃONinguém espera encontrar um paraíso culinário dentro de um shopping center, mas o chef, Justin North, conse-guiu a façanha. A melhor loja de delicatessen da cidade, a Quarter Twenty Oneque, que oferece aulas de cozinha e de-gustações, está lá. Uma confeitaria e um bistrô fazem par-te do paraíso do chef. O Becasse é o ponto de encontro de celebridades. “Criamos um universo paralelo”, diz North.www.quartertwentyone.com.au - www.becasse.com.au

• CAFÉ DA TARDE no bourke Street bakeryUma portinhola com mesinhas de madeira na entrada e uma fi la quilométrica na rua para comprar pães e doces?

É a Bourke Bakery, famosa por suas tarteletes, pães ar-tesanais e massas folhadas. Os dois padeiros são autores do livro que se tornou uma bíblia foodie e têm 4 lojas na cidade. www.bourkestreetbakery.com.au

• HAPPY HOUR no gardel’s barA churrascaria argentina é o hotspot de Sidney na happy hour. Muitos não resistem ao cheirinho da lenha queimada e da carne assada e acabam esticando o belisquete do bar fi cando para o jantar porteño. www.gardelsbar.com

• JANTAR COM AMIGOS no Sepia

O ex-chef de Tetsuya Wakuda, o mais famoso chef da Aus-trália, ultrapassou seu mestre. Hoje, Martin Benn possui uma legião de gourmets regulares no novo Sepia. Pratos belíssimos, preços moderados e um dos melhores sommeliers da cidade fazem do cool restaurante um templo gastronômico. Foi eleito como o restaurante do ano pelo SMH Good Food Guide de Sidney. www.sepiarestaurant.com.au

• JANTAR no restaurante marque

O restaurante mais original de Sidney consegue expressar a identidade culinária australiana como nenhum outro. O chef é o genial Mark Best. Delicioso e imperdível. The best! http://marquerestaurant.com.au/

• A SAIDEIRA no Wine LibraryEste é o melhor endereço para comprar e ter as melhores dicas sobre vinhos. É possível provar de vinhos biodinâ-micos a rótulos famosos e aprender muito sobre os vinhos australianos bebendo e conversando com os especialistas do bar. http://wine-library.com.au/

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compraS no WESTFIELD Como o brasileiro, o australia-no também adora um shopping center. Em Sidney, o Westfi eld é o paraíso das compras, com lojas Nike a Christian Louboutin, cafés, bares chiques, lojas de delicatessen e restaurantes. É fácil fi car o dia todo dentro deste shopping sem ter vontade de voltar ao hotel.

www.westfi eld.com.au

muSeu de arte contemporÂneaReaberto no fi nal de março após uma reforma de mais de 50 milhões de dóla-res, o museu é agora também um centro de artes contemporâneas e aprendiza-do criativo. Parte da Bienal de Sidney será apresentada entre junho e setembro em dois andares do MCA. Diversas exposições de artistas australianos e in-ternacionais serão apresentadas entre outubro e dezembro, culminando com a maior exposição de Anish Kapoor apresentada até hoje na Austrália.

www.mca.com.au

CRAVE FESTIVAL internacionaLGastronomia é um tema tão impor-tante para os aussies como esporte e cultura. Outubro é o melhor mês do ano para o assunto. O Crave Festival é o único do mundo que transforma toda a cidade em um grande circuito culinário e cultural por 30 dias. São eventos com chefs e escritores sempre surpreendentes. Como um jantar exclusivo dentro de uma fabulosa joalheria de pé-rolas ou um piquenique em uma ponte pública. Mercados asiáticos funcionam no meio da noite nos parques, assim como churrascos, fi lmes, exposições de arte, competi-ções de fotografi a e até um café da manhã à beira da praia com 10 mil pessoas e uma orquestra ao vivo para ver o nascer do sol. O Crave oferece a cada ano novas surpresas tornando-se uma experiência cul-tural memorável. Muitas atividades são gratuitas, outras só com reser-vas antecipadas. A b ilheteria abre no dia 12 de agosto.

www.cravesydney.com

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churchiLL- uma butiQue Que vocÊ nunca viuUm açougue que mais parece uma butique Louis Vuitton. O Victor Churchill é um negócio de família que data de 1876, e hoje é consi-derado por muitos especialistas o açougue mais famoso do mundo. Parece loja de designer de moda. Dentro não se sente o cheiro de carne, devido a um sistema espe-cial de circulação de ar. Atrás de uma vitrine, elegantes açougueiros trabalham cortando carne sobre to-ras de madeira. As peças de carne maturam em outra vitrine enorme, onde a parede é feita com tijolos de sal do Himalaia. O melhor kobe beef do mundo pode ser comprado no Churchill, e os presuntos são fa-tiados em máquinas históricas res-tauradas. A loja já ganhou vários prêmios internacionais de design. Você certamente nunca viu um açougue como este! Vale a visita.

www.victorchurchill.com

8taronga zooSejamos sinceros...todo turista que vai à Austrália quer ver um cangu-ru e um coala. Em Sidney, o zooló-gico Taronga oferece, além das vi-sitas para observação dos animais, um passeio que se transforma em viagem. A fl ora e fauna australia-nas são contadas sob a perspectiva de guias aborígines. Para os que compram o passe do dia, é possível matar a vontade de segurar um co-ala (que é uma graça!) e tirar uma foto de lembrança. Programão para turista nenhum botar defeito!

www.taronga.org.au

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Para quem sempre sonhou em sur-far e nunca teve a oportunidade de aprender, a escola Sydney Surf ofe-rece pacotes variados. O curso rápido para iniciantes garante que o alu-no conseguirá pegar a sua primeira onda após uma hora de curso (em que posição é outra conversa). Os surfcamps duram de 2 a 5 dias. Os professores são profi ssionais e ex--campeões de surfe e oferecem não só aulas técnicas, mas também aulas de etiqueta na água.

www.sydneysurf.com.au

10APRENDER A SURFAR

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A MuLHEr

NAMEtrÓPoLE

Brincos dryZumEstola gloria coelHoVestido barbara belaAnéis H stern

Título da tela subindo a rua augustaMedida 280 x 200 cm (diptico)

Brincos dryZunEstola gloria coelHoVestido barbara belaAnéis H.stern

Título da tela subindo a rua augustaMedida 280 x 200 cm (díptico)

JUST BEAUTIFUL

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A MULHER

NAMETRÓPOLE

FOTOS RENAM CHRISTOFOLETTI EDIÇÃO DRICA CRUZ/ ABÁ MGT BELEZA THEO CARIASCOM CAROL RIBEIRO E OBRAS DE ANDRÉ CRESPO

SOB A EFERVESCÊNCIA DA CIDADE PULSAMCORES E FORMAS QUE JOGAM TODAS AS LUZES SOBRE VOCÊ

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JUST BEAUTIFUL

Camisa Vitor ZerbinatoVestido FH por Fause Haten

Anel H.stern

Título da tela quando a cHuVa cai (detalHe)Medida 280 x 200 cm (díptico)

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Cabeça acerVo daVi ramos para r. rosnerBlusa armani excHangeMacacão espaço FasHionAnel H. stern

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Brincos dryZunCasaco Kate spade

Pulseiras Vania nielsen para lia souZaSaia max mara

Título da tela madrugadaMedida 280 x 200 cm (díptico)

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futuro óculos alexandreHercHcoVitcH para garimpo

cHicBrincos patricia centurion

Vestido Kate spadeCasaco maria bonita

Luvas Juliana Jabour

Título da tela massaMedida 200 x 150 cm

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JUST BEAUTIFUL

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Look acquastudioBrincos e pulseira H.stern

Título da tela madrugadaMedida 280 x 200 cm (díptico)

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Brincos ViVaraCasaco Vitor Zerbinato

Legging stella mccartney para adidasBota gloria coelHo

Joelheira x-seVen para centauro

JUST BEAUTIFUL

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Camisa acquastudioCasaco r.rosner

Calça acquastudioAnel H.stern

Título da tela madrugada (detalHe)Medida 280 x 200 cm (díptico)

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Page 59: Revista Just For

Brincos dryZunCasaco armani excHangeVestido cHristian dior

Título da tela quando a cHuVa caiMedida 280 x 200 cm (díptico)

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JUST BEAUTIFUL

Casaco tigresseCamisa daslu

Anéis H.sternColar otaVio giora

Saia barbara belaBotas lança perFume

Título da tela subindo a rua augustaMedida 280 x 200 cm (díptico)

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direção executiVa e direção de arte: Felipe Tadeu - Mangaba produções

produção: FáTiMa sosa e bia saueia – Mangaba produções

produção de moda: saToMi Maeda e Fernanda MaranHo

artista plástico: andre Crespo

tratamento de imagens: daniela liberal

agradecimentosaCquasTudio (11) 3223 2133alexandre HerCHCoviTCH (11) 3063 2888ax arMani exCHange (11) 3062 2660barbara bela (31) 3291 0773CHrisTian dior (11) 3061 9299daslu (11) 3044 2490dryzun 0300 115 0100Fause HaTen (11) 3062 2240gariMpo CHiC www.gariMpoCHiC.CoMgloria CoelHo (11) 3186 5765H.sTern 0800 022 7442Juliana Jabour (11) 3823 2365KaTe spade (11) 3081 5721lança perFuMe ConCepT 0300 140 6900lia souza (11) 3062 3877Maria boniTa (11) 3068 6500Max Mara (11) 3062-0617oTavio giora (11) 3663 3463paTriCia CenTurion (11) 3061 1548r.rosner (11) 3129 5685Talie nK (11) 3897 2600Tigresse (11) 3052 2338viTor zerbinaTo (11) 3061 0145

Brincos H.sternVestido talie nKAnéis H.stern, patricia centurion e dryZun

Título da tela massaMedida 200 x 150 cm

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bio

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linda, curiosa, fã da banda secos e molhados e do discovery

channel, caroline ribeiro se impõe como apresentadora do semanal

it mtv, sem abandonar seu caso de amor com as lentes fotográficas

uando ela posa para lentes fotográficas exigentes como as de Renam Christofoletti, tudo ao redor fica mais escuro. Toda luz está nela, emanando dela. O corpo e a altura de sílfide, o olhar de índia amazônica, a discrição elegante, a conversa honesta e sem afetações fazem

de Caroline Ribeiro uma personalidade com atrativos que vão além da passarela. Aos 16 anos venceu o concurso Elite Model Look. E de Belém do Pará, sua cidade natal, a garota ganhou espaço internacional, primeiro no Japão e depois em Nova York. Sua carreira deslanchou de vez quando passou a desfilar para a Gucci e Yves Saint Laurent, a convite do estilista Tom Ford. Foi a escolhida para substituir Cindy Crawford na campanha da Revlon e, em 2000, integrou-se ao time de “angels”, da Victoria’s Secret.

O nascimento de João Felipe, hoje com 8 anos e 1,50 metro de altura, não aumentou uma polegada seu manequim 38.

Carol Ribeiro adora Belém, e, consequentemente, a Fafá e a comida do chef Thiago Castanho, do Reman-so do Bosque. “Ele transforma os pratos típicos da região com pitadas de sofisticação. Ele faz uma caldei-rada de peixe deliciosa”, diz. Em seu iPod há música popular brasileira de Maria Bethânia e – pasme! – a lendária e improvável banda Secos e Molhados. Ah, claro, sua diva Fafá de Belém também embala seu dia.

Depois de 17 anos de passarelas, Carol está entrando no quarto ano como apresentadora da MTV e desde 2010 à frente do programa It MTV. “Reestreamos no dia 4 de junho e, este ano, o programa está mais a minha cara. Estamos falando de música, moda e comportamento. Procuramos pessoas e casos diferentes”, diz. Mas a paixão dela pela fotografia é recíproca: as lentes amam esta mulher.

Risonha e elegante Caroline Ribeiro é altamente profissional. Posou sem desgrudar do smartphone e mandando atualizações nas redes sociais. Ela tem compromisso com um grupo respeitável de se-guidores. Só no Twitter são quase 46 mil. Essas e mais curiosidades da “Carol dos bastidores” foram respondidas em um bate-bola rápido nos intervalos entre uma foto e outra.

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Paraenseessência

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Caroline ribeiro durante a maquiagem (na página à esquerda) e sessão de fotos para JUst for clicadas por renam ChristofolettiQual seu livro de cabeceira?

Não tenho um livro de cabeceira. Começo a ler uns cinco de uma vez e vou revezando. Estou lendo O Caderno de Maya, da Isabel Allende, e A Sombra e o Vento, de Carlos Ruiz Zafón.

Qual filme você elegeria como “seu” filme de todos os tempos? Por incrível que pareça não me lembro dos nomes dos fil-mes a que assisto, mas sou capaz de eleger diversos filmes bons. Um deles é aquele com o Will Smith e seu filho (à Procura da Felicidade). Achei lindo!

Quais grifes entram no seu guarda-roupa? Não tenho grifes preferidas. Uso peças que me caem bem e te-nham um bom corte. Gucci, Armani, André Lima e Alexandre Herchcovitch sempre têm ótimos cortes. Posso dizer que um blazer preto é fundamental que toda mulher tenha no armário. E tento compor looks básicos com acessórios transados. Sou assim: experimento, gosto e compro. Corro do óbvio.

O que não pode faltar na sua geladeira? Queijo branco.

Qual seu ponto fraco? Cigarro.

O que você assiste na TV? Amo documentários como os da Discovery Channel. E as-sisto bastante a programas de auditório e talk shows. Acho que é a melhor maneira de nos mantermos informados e de uma maneira divertida. Sabemos o que está acontecendo na política e o que está rolando na internet.

Qual seu hobby? Estar com a família e ler. Não gosto de ficar parada. Tenho que me mexer sempre.

Você desistiu das passarelas? Não desisti. Só estou fazendo menos desfiles. Optei por não fazer de biquíni e é neste momento que saem as co-leções de verão. Estou conciliando outros trabalhos como modelo e as gravações da MTV.

a carreira de modelo tem data de validade? Depende das escolhas que fazemos. Você direciona para aquilo que você quer, mas não acaba.

Você já experimentou a carreira de modelo e a de apresentadora. Qual você prefere? Prefiro agora o que estou produzindo mais, que é como apresentadora. Estou curtindo e o programa tem um pouco da minha alma. Estou fazendo aquilo que gosto de fazer. Preparando pautas mais politizadas e descobrindo pessoas, culturas, arte e moda. O primeiro ano foi muito complicado, mas agora estou muito feliz com o meu trabalho.

se houvesse uma máquina do tempo e você pudesse refazer coisas do seu passado, o que você gostaria de mudar ou que tivesse sido diferente? Nada. Eu não mudaria nada e não gostaria que nada tives-se sido diferente. Acho que as coisas estão no seu lugar. Se você mudar alguma coisa, outras podem mudar também e gerar consequências. Deixa tudo como está!

se o mundo realmente fosse acabar em dezembro deste ano (não vai, não se preocupe), que providência você tomaria? Então, deixa acabar! Vou vivendo até lá. Acho que faz parte do nosso destino. Prefiro deixar as coisas acontecerem como têm de acontecer.

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perfil

Andre Crespo, o ArtistA que vem

gAnhAndo o mundo Com suAs CenAs

urbAnAs, emprestA umA AtmosferA

fog Ao editoriAl de modA

grandes telas, algumas com quase três metros, que aguardam embru-lhadas em plástico-bolha pela transportadora que viria no dia seguinte para levá-las para uma exposição. As paredes da sala do apartamento da Vila Madalena, que ele transformou em estúdio, estão todas tomadas por suas obras. Há mais outras em pé, no chão, e uma no cavalete ainda em fase de finalização. Um PowerMac de tela grande fica ao lado da janela, perto de uma bancada cheia de pinceis e tintas.

Tudo aqui é harmônico. A playlist toca jazz, folk, MPB, bossa nova, música turca, francesa e mais um pouco de tudo. O caos é organizado a ponto de Crespo entrar num dos quartos, onde todo o seu acervo está guardado, e encontrar imediatamente o que procura. As telas de tama-nhos variados ficam empilhadas, uma atrás da outra, tomando de uma parede a outra, sobrando apenas um estreito corredor para passagem. No alto, há prateleiras com mais pinturas, ainda enroladas. É sua mu-lher, Cinthia, quem o ajuda na organização e catalogação das obras.

Dono de gestos amplos, Andre Crespo joga para trás uma mecha do cabelo escuro que insiste em cair sobre os olhos enquanto ele conta, com um copo de uísque on the rocks na mão, sobre o próximo projeto, que une moda e arte. São quadros grandes. Alguns duplos. Serão foto-grafados num estúdio de pé-direito alto com a modelo e apresentadora Carolina Ribeiro. Sim, este editorial que você vê na págína 52. As telas foram feitas para esta sessão fotográfica de JUST for. Os toques finais foram feitos na hora das fotos. O trabalho vai virar uma exposição

por lilliAn vidigAl fotos fábio sAntos

que falam

O hall de entrada onde andre Crespo nos recebe já transborda arte, tomado por

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perfil

foi na escola que Crespo aprendeu que o encanto causado pela sua arte tinha poder: uma caricatura irônica no momento certo, etéreos retratos das meninas mais bonitas, um desenho caprichado no meio da aula e voilà!

Crespo em ação e suas obras: cores, atmosfera e encantos urbanos

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colecionadores, marchands, galeristas e curadores.Hoje, ao falar de seu trabalho, Andre Crespo passa uma

sensação de equilíbrio. Já é maduro e ainda é jovem. Não há arrogância nem prepotência no seu discurso. Nem hu-mildade excessiva ou modéstia. Não é metódico ao extre-mo, muito menos desleixado. Tem técnica, mas não perde a espontaneidade. Ele soube aprimorar seu talento. Encara com naturalidade o reconhecimento crescente. E deixa que seu trabalho fale por si.

As primeiras grandes encomendas vieram de aficionados por carros, motos, cavalos, jogos de polo e de golfe. Viram que o detalhismo de Crespo era capaz de, com belas man-chas de cor, retratar o ronco de um motor, a tensão em cada músculo do cavalo e do cavaleiro durante um jogo ou a velocidade da grama e da terra que voam junto com a bola. Crespo depois usou essa força em quadros que fez para si, representando as jogadas do time de futebol favorito e o fervor da torcida. Pintou também marinas e mulheres.

Mas o que o tornou célebre foram as paisagens urbanas. Principalmente de São Paulo, que é por onde ele transita, e também de cidades da Europa e do litoral brasileiro. As cores são vibrantes. A pincelada, gestual. As pinturas são baseadas em fotos que ele mesmo faz, com o olhar de quem já trabalhou com cinema. Dialoga com a cena. Acrescenta elementos imaginários, elimina o que não é estético. Pinta o que viu e o que sentiu. E contagia quem vê as telas com as mesmas sensações. Consegue pintar o “astral” de um mo-mento. A vibração. A temperatura. Quase os sons. Os cheiros. Alegria, melancolia, talvez um leve pilequinho. Até o estado de espírito transparece ali, em traços soltos e imprecisos. Em cores que podem não ser as reais, mas são as que me-lhor traduzem a atmosfera. Ao olhar para uma tela de Crespo, vestimos seus olhos. 67

online, na edição de JUST for iPad, onde os leitores poderão clicar nos quadros para comprá-los.

Já se passaram quase 10 anos desde a sua primeira exposi-ção individual, aos 25 anos. De lá para cá, já expôs, ao lado de grandes nomes da arte contemporânea, em dezenas de museus e galerias do mundo, incluindo o Louvre.

Foi na escola que Crespo aprendeu que o encanto causado pela sua arte tinha poder: uma caricatura irônica no momento certo, etéreos retratos das meninas mais bonitas, um desenho caprichado no meio da aula e voilà! Estava enturmado, ar-rancava suspiros das garotas e ganhava a simpatia dos pro-fessores... Até que era expulso e começava tudo outra vez na escola seguinte. Num curto período da adolescência, chegou a se achar “O Artista”. Dedicou esse período aos experimentos: pintura sobre trapos de malha, mistura de tintas, técnicas in-compatíveis e estilos que não eram bem o seu. Até que se en-controu. Não chegou a terminar a faculdade de Artes Plásticas na FAAP, mas seguiu um obstinado aprendizado extra-aca-dêmico, absorvendo tudo o que podia dos pintores veteranos que conhecia e trabalhando duro como assistente de Newton Mesquita, que o introduziu efetivamente no mundo das artes e de quem herdou muito do estilo e da técnica.

Andre Crespo não precisou matar ninguém dentro de si para fazer nascer o artista, porque já nasceu artista. Não houve revolução. Apenas revelação. Não fez loucuras. Não passou fome. Não teve briga na família quando se afastou da indús-tria do cinema publicitário para se dedicar exclusivamente à sua arte. Não houve ruptura. Tudo aconteceu gradativamente, por puro mérito, conforme as encomendas aumentavam e os convites para exposições exigiam viagens. Mais do que pro-curar o sucesso, era a arte quem o procurava, por meio de

www.andrecrespo.com

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NÃO ME EU GOSTOENGANA QUENÃO ME EU GOSTOENGANA QUE

68POR LUSA SILVESTRE

NINGUÉM GOSTA DE PAGAR PARA ASSISTIR A UMA HISTÓ-

RIA DE AMOR DOCINHA E SE VER ESPREMIDO DE TERROR

NA CADEIRA. POR ISSO, CADA GÊNERO CINEMATOGRÁFI-

CO SEGUE UMA MATEMÁTICA DE CLICHÊS QUE NORTEIAM

UMA OBRA PARA O SUCESSO. ENTENDA A SEGUIR A FÓR-

MULA QUE FEZ DESSES FILMES ÍCONES DE SUA ESPÉCIE

CINEMA

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eres humanos gostam de pen-sar em gavetinhas. Adoram olhar para a arte, por exemplo, e encaixar o que viram no ar-

mário cultural que se formou ao longo da própria vida. Seres humanos precisam ouvir uma música e entender que gostam dela porque é samba. Funciona com mú-sicas, com quadros, com livros, com tea-tro e – claro – com cinema.

Com cinema, as tais gavetinhas são as “convenções do gênero”. São as regrinhas – os truques, vai – que determinam se o filme é terror, comédia, aventura, roman-ce, e por aí vai. Assim sendo, filme de terror tem seus truques: ter um padre, ou crianças silenciosas, ou uma casa aban-donada cercada por neve e ursos famin-tos, etc e tal. As convenções existem por-que a própria plateia espera ver isso num filme. Cada gênero tem seus fãs e clichês, e essa relação plateia/convenções é exa-tamente por onde o cinema de bilheteria trafega. Ninguém gosta de ser enganado. Ninguém gosta de pagar vintão pra ver uma história de amor docinha e ser sur-preendido por sangue e monstros aliení-genas. Vamos lembrar que A Tragédia de Romeu e Julieta tem esse nome para avi-sar a plateia e críticos de que é pra levar lencinhos ao teatro.

Hollywood, que foge do imprevisível como o diabo foge da cruz (outro cli-chê do terror), adora essas gavetinhas. Porque daí se sabe direitinho onde o filme se encaixa como produto, qual o público, as coisas que o roteiro precisa ter. Os produtores pegam, literalmente, o texto e vão ticando as convenções do gênero tal e qual fazemos diante da banca de fruta na hora da feira.

Isso não é feio. Pelo contrário: ajuda um filme a funcionar, ajuda a gente a ir sempre nos filmes de que mais gostamos com a certeza de sermos felizes. No cine-mão de Hollywood, os produtores só não querem controlar a qualidade da pipoca.

As gAvetinhAs de cAdA umRegra geral: todo filme tem a famosa força opositora, aquele desafio que o protagonista precisa enfrentar durante a trama (e superar, no caso do final feliz). A partir disso, cada gênero resolve esse confronto à sua maneira.

S

Gata em teto de Zinco Quente, com Paul Newman e Liz TaylorAqui temos o melodrama clássico, gênero mais comum às novelas – mas que quando benfeito, funciona pacas no cinema. Melodrama tem várias forças opositoras: traição, doenças terminais, mulheres grávidas de meios-irmãos, travestis – enfim, o mais sofrido e apelati-vo `chororô` que se pode produzir. Hoje, Almodóvar pratica o gênero como ninguém, trazendo-o mais para comédia. Os clichês são tão exagerados que acabam provocando o riso – intencionalmente.

Melodrama

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cinema

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c

o Senhor doS anéiS, com Elijah Wood, Ian McKellen and Viggo MortensenAventura sempre tem a mais famosa força opositora de todas – o vilão. Por consequência, sempre terá também o mocinho perfeito e a mocinha indefesa. A mitologia tem alimentado o gênero com sábios, menestréis, gurus e tudo o mais que possa ajudar a contar histórias. O clichê básico do gênero é a tal “jornada do herói”, ou seja: o herói saindo pelo mundo em busca de aventuras e enfrentando os piores desafios. E vencendo, claro! Porque Hollywood não gosta de surpresas.

o iluminado, com Jack NicholsonUm dos maiores filmes de medo de todos os tempos. Tem a loucura, as alucinações, a criança, o guru, o pretenso salvador, o terror se dando em casa (o ambiente mais seguro de todos, supostamente). Em resumo: o pacote completo de convenções do gênero. E ainda conta com a incrível atuação de Jack Nicholson como o maluco de olhos esbu-galhados e machado na mão. Imperdível! Perto dele, Jason parece a Noviça Rebelde.

Aventura

Terror

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Quem Vai Ficar com mary?, com cameron diaz, matt dillon e Ben StillerTudo aquilo que faz rir é bem-recebido na comédia. Que acabou, por causa dessa liberdade em parir vários subgê-neros. Comédia romântica tem casalzinho normalmente se formando só no fim da história, comédia de faculdade tem mulher pelada, e por aí vai. Quem vai ficar com Mary? trouxe ao mundo um novo subgênero: a comédia politica-mente incorreta. Tem escatologias, piadas com deficientes, piadas sexistas e, principalmente, tem graça.

Comédia

aS PonteS de madiSon, com clint eastwood e meryl StreepAh, o amor... é tão lindo! Mas não para Hollywwod. Filme do tipo romance precisa ter a força opositora impedindo o amor – e, no caso deste, é o fato de ela ser casada. As Pontes de Madison tem esse sofrimento, aliado à incrível performance dos atores. Aliás, diga-se de passagem, neste filme, o elenco escapa do clichê: os atores estão já com cinquentinha nas costas. Normal-mente o amor tem que ocorrer entre pessoas novas, siliconadas e de dentição perfeita.

Romance

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viagem

Fomos ver como

os produtores

de vinhos

da região do

Languedoc-

-roussiLLon

bancam a

restauração

do patrimônio

histórico LocaL

com um LeiLão

apoteótico

Vinho,igrejas eCarnaVal

por LiLLian VidigaL

A Basílica de Saint Nazaire, em Carcassonne

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73

Haja vinho para conseguir harmonizar carnaval com igrejas medievais, cinema e alta-gastronomia. E não é que tudo se encaixa com naturalidade no Languedoc-Roussillon? A re-gião no sul da França, também conhecida como Pays d’Oc, produz sozinha mais vinho que os Estados Unidos. Antes de

plantar lavanda e fazer perfumes, os occitanos já plantavam uvas e produziam bons vi-nhos nas terras aos pés dos Pirineus e às margens do Mar Mediterrâneo. Mas foi só nos anos 80 que um grupo seleto de produtores da área ao redor da cidade de Limoux se uniu para criar a cooperativa Sieur d’Arques, que trouxe novo significado para seus vinhos.

Juntos, eles fazem o espumante Première Bulle, que significa “a primeira bolha”. É que há registros de 1531 de que foi ali, nas caves da abadia de Saint Hillaire, que monges beneditinos viram com surpresa seus vinhos feitos da uva blanquette passa-rem por uma segunda fermentação na garrafa, ganhando uma fina perlage faiscante. Nascia o primeiro vinho espumante da França. Aprimoraram o método e criaram o que hoje é conhecido como Blanquette De Limoux. Dizem ainda que mais de 100 anos depois, Dom Pérignon foi o jovem monge que ali, antes de se instalar na região de Champagne, usou o mesmo método com as uvas pinot noir. Foi então que ele disse: “Venham ver, estou bebendo estrelas”.

Além dos vinhos, outras grandes estrelas do Pays d’Oc são suas igrejas medievais. Cada vilarejo tem a sua. Pequenina e singela ou grandiosa e imponente. Poucas têm registros históricos precisos. As datas de construção variam do ano 1000 ao século XIV. Algumas são de pedra rústica; outras, ricamente esculpidas. Vitrais iluminam seus interiores com uma profusão de cores, paz e história. E sempre há um sino, no alto de um campanário, que toca ao longe, precisamente, como sempre tocou ao longo de todos estes séculos. Foram esses campanários – clochers, em francês – que inspiraram a cooperativa Sieur d’Arques a criar os vinhos Toques et Clochers (chapéus de chef e campanários). Cada rótulo leva o nome do clocher mais próximo ao seu terroir e é as-sinado pelo produtor. São 60 vinhos, representando 44 clochers. Desde 1990, a divisão de vinhos da Sotheby’s organiza um leilão internacional da safra, ainda nas barricas. É o segundo maior leilão de vinhos da França, depois do de Borgonha. E a cada ano, parte da renda do leilão é cedida pelos produtores e revertida para a restauração de um campanário. Já foram doados mais de 1,5 milhão de euros, que restauraram 21 igrejas.

Maquetes das igrejas da

região seguem em procissão

pela cidade de Antugnac, abrindo

a festa popular

Ao lado, degustação do espumante première Bulle e Claude Troisgros cai no samba, depois do sucesso do jantar de gala

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viagem

bonecos da sétima arteTradicionalmente, um dia antes do leilão, a cidade que foi beneficiada pela renda do ano anterior faz uma festa de rua com música, comidas típicas regionais e – claro – muito vi-nho. É uma forma de agradecer e retribuir, mostrando o que está sendo feito. O governo costuma aproveitar a oportuni-dade para dar uma atenção especial à cidade, investindo na restauração de pontes, iluminação e calçamento para que no dia da festa tudo esteja tinindo.

Este ano, os 320 habitantes de Antugnac, cidadezinha in-crustada nos Pirineus, viram suas ruas tomadas por quase 40 mil pessoas, vindas de todas as partes do mundo. Elegeram como tema o Cinema e enfeitaram canteiros e esquinas com bonecos feitos por eles mesmos, representando cenas me-moráveis de clássicos da sétima arte. A festa começa à tarde com um desfile das outras 21 cidades que já tiveram seus clochers restaurados: ao som de uma banda tradicional, uma maquete de cada igreja atravessa o vilarejo, levada por re-presentantes da sua cidade vestidos com trajes medievais. Ao

término do cortejo, bandas jovens de diversos estilos mostravam seu som em palcos improvisados. A cada esquina havia uma barraquinha com um vinho e um prato regional: ostras frescas, cassoulet, pato, moules et frites, queijos artesanais e outras iguarias. A alegria segue noite adentro, sem hora para terminar.

Mas no dia seguinte as degustações “sérias” começam cedo na sede da Sieur d’Arques. Compradores do mundo todo ex-perimentam amostras dos vinhos que serão leiloados à tarde, servidas pessoalmente pelos respectivos produtores. As pro-vas são um exercício de “futurologia”, já que os vinhos são retirados diretamente das barricas, ainda sem terem passado pelo amadurecimento em garrafa. Os compradores são ex-perts em identificar quais notas do caráter do vinho prova-velmente sobressairão. O que é salinidade nesta etapa pode com o tempo se revelar uma fresca mineralidade. Além dis-so, o que se experimenta ali são dezenas de vinhos que são muito semelhantes: são todos 100% chardonnay, da mesma safra, com processo de vinificação idêntico e de terroirs vi-zinhos, mas com características distintas, devido aos ventos oceânicos ou mediterrâneos que incidem sobre uns e outros e à altitude e umidade da terra. Mesmo assim, há os vinhos que todos os anos se destacam pela prenotável elegância e alcançam recordes de valor.

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frança

três chefs e um sommelier brasileiros na françaO leilão teve início depois de um almoço formal para os compradores com a presença da Barone-sa Philippine de Rothschild, produtora dos únicos vinhos tintos da Sieur d’Arques. Em fila e ves-tido com a gravata-símbolo da Sieur d’Arques, cada produtor atravessou a plateia solenemente levando um estandarte com o nome do clocher que seu vinho representava, ao som dramático de Carmina Burana. Sentaram-se atrás dos leiloeiros para ouvir o discurso de abertura e se levantavam quando era o seu vinho que estava sendo dispu-tado, agradecendo com uma deferência após o lance final. O barril do Clocher Serpent, assinado por André Cavailles, foi arrematado por € 8.800. Uma barganha, já que no passado o restauran-te Alain Ducasse comprou o mesmo vinho por € 12.500. Genericamente, há uma valorização de cerca de 10% ao ano no valor médio de cada bar-rica. Sorte da igrejas medievais.

O evento sempre esteve relacionado ao Carna-val, já que o jantar de gala encerra o Carnaval de Limoux – o mais longo do planeta, comemo-rado todos os fins de semana, desde o Carnaval propriamente dito até o Domingo de Ramos. É uma tradição secular, intrinsicamente ligada à agricultura, que comemora o fim do inverno. Mas é um carnaval europeu, com palhaços de máscaras melancólicas, música provinciana e uma dancinha comportada com varetas, que simboliza a maceração das uvas.

Pois neste ano, Toques et Clochers ganhou um toque de ̀ ziriguidum`. Pela primeira vez, decidiram homenagear um país, e este país foi o Brasil. Tal-vez pela curiosidade pelo nosso carnaval não tão longo, mas incomparavelmente grandioso, talvez pela crescente participação de compradores brasi-leiros nos leilões, ou talvez simplesmente porque o Brasil está na moda. Quem fez o discurso de aber-tura do leilão foi a chef brasileira Roberta Sudbra-ck. O jantar de gala que encerra o evento é sempre feito por um chef três estrelas Michelin. Já que no Brasil não há a classificação, foram chamadas três grandes estrelas da gastronomia para dividir as panelas: Roberta e os chefs franco-cariocas Ro-land Villard e Claude Troisgros – que teve a ajuda do filho Thomas e cujo pai, Pierre, cozinhou na primeira edição do evento, em 1990. E foi Dionísio Chaves, o jovem e consagrado sommelier carioca, quem presidiu as degustações e escolheu os vinhos Sieur d’Arques harmonizados com o menu de qua-tro tempos preparado pelos chefs.

Foi um sucesso: os 900 convidados encheram a pista de dança antes mesmo da sobremesa e segui-ram sambando até o amanhecer. A noite se encerrou com um cafezinho Ipanema Coffees e levou nota 10 nos quesitos enredo, evolução e harmonia.

900 convidados encheram a pista de dança

A cidade de Carcassonne

vista de fora, ao entardecer

À esquerda e abaixo, o sommelier brasileiro Dionísio Chaves recebe aplausos no leilão da safra 2011. Abaixo, a Basílica de Saint Nazaire

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a região vale uma visita

viagem

domaine d’auriacrelais et château requintado, instalado num palacete de quartos amplos no meio de um parque com campo de golfe, piscina e quadras de tênis.

www.domaine-d-auriac.com+33 (0) 4 68 25 72 22

HôteL de La citéconstruído no início do século XX dentro da cidade murada e frequentemente restaurado, o hotel ganhou sua quinta estrela em 2010.

www.hoteldelacite.fr/+33 (0) 4 68 71 98 71

Le donjonum três estrelas dentro da cidade, pertencente à cadeia Best Western. confortável e bem-localizado.

www.hotel-donjon.fr/+ 33 (0)4 68 11 23 00

Le Parco restaurante do chef Franck Putelat leva três estrelas no guia michelin e expressa a liberdade de suas criações em menus emocionais.

www.restaurantleparcfranckputelat.fr+33 (0) 04.68.71.80.80

re

sta

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an

te

sh

ot

éis

restaurant du domaine d’auriactradicional e requintado, funciona no hotel de mesmo nome, sob a batuta do estrelado chef Philippe ducos.

www.domaine-d-auriac.com/menus.php?v=1+33 (0) 4 68 25 72 22

La BarBacanecomandado pelo chef jérome ryon, mantém sua estrela michelin desde 1ue a conquistou, em 2002.

www.hoteldelacite.fr/ restaurants/la-barbacane+33 (0) 4 68 71 98 71

Além das 44 igrejas em pequenos vilarejos bucólicos, espa-lhados pela paisagem agrícola, há no Languedoc-Roussillon uma verdadeira joia cuja origem remonta há 3 mil anos. É a cidade murada de Carcassonne, Patrimônio Mundial pela Unesco. Uma pequena elevação à beira do rio Aude, que já foi ocupada por celtas e visigodos e na Idade Média foi fortifi-

cada com muros duplos de pedra, quando ganhou um castelo e uma imponente catedral. Serviu de prisão durante a guerra e depois caiu no esquecimento, até que foi redescoberta por turistas ingleses. Hoje é o segundo destino turístico mais visi-tado da França. Tem menos de 100 habitantes residentes, mas recebe milhares de famílias e grupos escolares todos os dias.

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publi editorial

Um acessório de moda qUe

scolher armações de óculos parece uma tarefa tão fácil como comprar uma camiseta, um par de sapatos ou uma

bermuda: escolheu, experimentou, levou. Nada mais distante da realidade. No sistema personalizado de atendimento, to-das as características dos clientes são observadas para que os óculos respeitem rigorosamente cada perfil. Criado nos anos 1970 por Miguel Giannini, a estética ótica analisa todas as dimensões do rosto, tipo de personalidade e estilo do suposto cliente em função dos dados do receituário prescrito pelo oftalmologista. “Nem sempre podemos usar o modelo de ar-mação que desejamos”, diz o esteta ótico e designer Miguel Giannini, “porque elementos técnicos de ótica devem se aliar à estética da face em uma só armação”.

Trocando em miúdos, quando o cliente chega à ótica, sua única preocupação é entregar o receituário. Todo o restante é responsabilidade de Miguel e seus consultores porque, na verdade, quem escolhe o modelo e o tipo de lentes adequado é o atendente. Após a leitura dos dados técnicos escritos, Miguel já sabe o que pode ou não indicar como sugestão. “Graus altos exigem armações com aros pequenos. Quanto menos peso carregarmos sobre o rosto, melhor, porque a pele sobre o nariz é frágil e não deve ser sobrecarregada com peso extra”, explica detalhadamente Giannini, há mais de 40 anos líder no mercado ótico nacional. A peça deve ser leve, con-fortável e atender às necessidades de cada pessoa.

A partir de uma análise rápida da altura e largura do nariz e da altura das sobrancelhas, meio caminho já foi percorrido em busca da armação perfeita. “As pessoas acreditam que o elemento determinante para a escolha do modelo resume-

transforma o visUal-se ao formato do rosto. Errado. O formato é apenas um dos dados a ser considerado na escolha da armação, que inclui cor dos olhos, altura dos malares, cor dos cabelos e largura da testa”, descreve Giannini, responsável pelo visual dos úl-timos quatro presidentes da República.

A cor ou tonalidade da armação também é um fator impor-tante na seleção de um par de óculos, “porque há clientes com personalidades introvertidas, que preferem peças discretas, quase diluídas; já outros preferem cores e modelos descolados”, ressalta o esteta ótico, que já atende os netos dos seus primeiros clientes da loja acanhada no centro co-mercial de São Paulo.

Todo esse trabalho de pesqui-sa e análise do perfil de clien-te refere-se à escolha de óculos com lentes de grau. Para solares, não há tanto detalhe a ser observado. “Ao contrário”, diz Miguel, ”armações para óculos escuros preferencialmente devem ser maiores para proteger olhos e pálpebras dos raios solares, causadores de diversas doenças oculares importan-tes, como a catarata, que não tem tratamento, ape-nas solução cirúrgica.” As lentes escuras eliminam em até 100% a luminosidade solar porque recebem de fábrica camadas de filtros protetores contra raios ultravioleta, altamente perniciosos ao ser humano até em dias frios e nublados.

“quanto menos peso carregarmos sobre o rosto, melhor, porque a pele sobre o nariz é frágil e não deve ser sobrecarregada com peso extra.” migUel giannini

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Tim Burton em Exposição – São mais de 500 trabalhos realizados pelo iconoplasta Tim Burton, que vão de esboços, caricaturas e desenhos a premiados fi lmes produzidos e dirigidos por ele. A mesma mostra do criador de Edward Mãos de Tesoura e da animação de A Noiva Cadáver esteve no MoMA, em Nova York, em 2009. A exposição fi ca em cartaz até o dia 5 de agosto na La Cinémathèque Française, em Paris. Entradas: € 11.Informações: www.cinematheque.fr

Fashion Collection e Comme des Garçons - White Drama: Duas exposições imperdíveis no Musée Galliera, em Paris. São mais de 70 peças, entre vestidos e casacos de alta-costura, criadas por Cristóbal Balenciaga entre 1937 e 1968. A coleção foi doada ao museu pelos apaixonados pela moda e pela família, em homenagem aos 40 anos da morte do estilista. No mesmo local também estão expostas criações da estilista Rei Kawakubo, da grife Comme des Garçons, feitas para o desfi le do verão 2012. A estilista apostou em uma coleção completamente branca, que destaca as etapas da vida: nascimento, casamento, morte e transcendência. Em exposição até o dia 7 de outubro. Entradas: € 6.Informações: www.paris.fr

cale

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tiM BurtonEM Exposição5 ago

7 MarcristÓBal BalEnciaga E rEi KaWaKuBo7 out

exPosiÇão mestres da desordem

Figuras de 300 bruxos de vudu, demônios, deuses e xamãs retratam a ordem imperfeita, o controle do caos e da catarse. Magia, rituais sagrados e festas populares de diversas culturas e tradições para conter o caos e estabelecer o equilíbrio da desordem no mundo estão em cartaz até o dia 29 de julho, no Musée du Quai Branly, em Paris. Entradas: € 13,70. Informações:www.quaibranly.fr

29 Jul

Bellini, tiCiano e lotto

Pintores norte –italianos da Accademia Carrara Bergamo – A exposição vai até 3 de setembro no Metropolitan Museu de Nova York e apresenta obras dos principais artistas dos séculos XVIII e XIX. Sob a curadoria de Andrea Bayer e Cristina Maria Rodeschini, diretora da Accademia Carrara Bergamo. Entradas: US$25. Informações: www.metmuseum.org

15 Mai 3 sEt

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Tempo de fotografia no espaço Oi Futuro Flamengo. Vários artistas/fotógrafos têm seus trabalhos na galeria até dia 15 de julho. A artista visual Regina Vater faz uma retrospectiva de suas obras dividindo-as em quatro ecologias – social, ambiental, (trans)midiática e mental. Bang é a exposição de Ana Vitória Mussi e retrata a condição da imagem no mundo contemporâneo e nossa submissão a seus poderes. As obras de Bill Lundberg também estão em cartaz no Oi Futuro. Conhecido por ser um dos pioneiros na arte da video-instalação em artes plásticas, ele exibe seu trabalho “filme-escultura”.Informações: www.oifuturo.org.br

Spring Season – Os bailarinos da ABT retornam aos palcos do Metropolitan Opera House para mais uma temporada. O destaque é a nova produção de John Cranko, Onegin, com a música de Tchaikovsky. Os balés Giselle, La Bayadère, Romeu e Julieta e Lago dos Cisnes também estão na programação. A temporada vai até o dia 7 de julho. Ingressos entre US$ 25 e US$ 245.Informações e programação: www.abt.org ou www.metoperafamily.org

Quatro Ecologias, Bang E Bill lundBErg

15 Jul

22 Mai

aMEricanBallEt thEatrE spring sEason7 Jul

14 Mai

Visões de Guerra

As obras do pintor Lasar Segall ganham espaço no Centro da Cultura Judaica. A exposição apresenta o caderno Visões de Guerra, produzido pelo artista entre 1940 e 1943. São 75 desenhos aquarelados de imagens dramáticas do cenário de guerra. A mostra vai até o dia 12 de agosto. Entrada gratuita.Informações: www.culturajudaica.org.br

12 ago17 Mai

Christer strömholm: les amies de PlaCe BlanChe

Um dos grandes fotógrafos do século XX, o sueco Christer Strömholm tem seu trabalho mais polêmico em exposição no International Center of Photography, em Nova York. A mostra apresenta fotos de transexuais, conhecidas “damas da noite”, feitas em Paris na década de 1960. Em cartaz até o dia 2 de setembro. Entradas: US$ 12.Informações:www.icp.org

15 Mai 2 sEt

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Amantes de ópera, façam fila. O festival apresenta os espetáculos Don Giovanni, Aida, Carmen, Romeu e Julieta, Turandot e Tosca, programados em três atrações para cada dia. Os ingressos custam de € 47 a € 242 por dia. As apresentações vão até o dia 22 de setembro na Fondazione Arena di Verona - Via Roma 7/d - 37121 Verona.Informações e programação: www.arena.it

Belas mulheres foram retratadas por pintores e escultores franceses. Mas você sabe quem foram? Misia Godebska foi uma dessas musas inspiradoras. Figura lendária do cenário artístico francês da Belle Époque nos anos 20, pintada por Bonnard, Vuillard, Vallotton, Toulouse-Lautrec e Renoir. Foi amiga e confidente da estilista Coco Chanel, do poeta Jean Cocteau e do músico Igor Stravinsky, além dos bailarinos Sergei Diaghilev e Vaslav Nijinsky, do Balé Russo, companhia que Misia patrocionou por mais de 10 anos. A exposição multidisciplinar, que reúne retratos, obras, documentos e contas de artistas contemporâneos inspirados pela “Rainha de Paris”, fica em cartaz até dia 9 de setembro no Musée d’Orsay. Entradas: € 9.Informações: www.musee-orsay.fr

90º FEstivalarEna di vErona22 sEt

ExposiçãoMisia, QuEEnoF paris9 sEt

46º FestiVal de Jazz de montreux

O Brasil mostra o seu jazz no festival de Montreux. Adriana Calcanhotto e Luiz Melodia estão escalados para se apresentarem na cidade do belo lago. Buddy Guy e Bob Dylan também estão na programação, que vai até o dia 14 de julho. Os ingressos vão de 82 a 240 francos suíços (aproximadamente € 68 e € 200) por dia.Informações e programação: www.montreuxjazzfestival.com

maCBeth

Estrelado por Marcelo Antony, a peça Macbeth ficará em cartaz no Teatro Vivo até 22 de julho. Um homem incapaz de lidar com sua natureza ambiciosa e, instigado pela cruel esposa, passa de herói a tirano, capaz de cometer um assassinato para chegar ao poder. Como feito na época do autor Shakespeare, Gabriel Villela monta a peça só com atores homens. Entradas: sextas e domingos, R$ 50; sábados, R$ 70.Informações:www.vivo.com.br

29 Jun 14 Jul

22 Jul

cale

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roGer Waters tour

Quem perdeu a apresentação no Brasil poderá conferir em Nova York o espetáculo da turnê The Wall, do ex-Pink Floyd Roger Waters. O momento especial do espetáculo acontece na canção Fallen Loved Ones, em que fotografias e histórias de pessoas que perderam suas vidas em guerras, incluindo o pai do cantor, Eric, são apresentadas no telão. Roger fará apresentações nos dias 21e 28 de junho e 6 e 7 de julho. As entradas custam entre US$ 55 e US$ 268. Informações: www.tour.rogerwaters.com

21 Jun 7 Jul

2 Jun

12 Jun

1 Jun

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Depois de passar por Minas Gerais, o Museu de Arte de São Paulo recebe a mostra que exibe várias versões da obra de Caravaggio. Ele foi um dos artistas mais copiados e também copiou suas próprias obras, mas nunca à perfeição. As obras originais e as réplicas ficam em cartaz até o dia 23 de setembro. Entradas: R$15.Informações: www.masp.art.br

Dia 18 de agosto é a data marcada para premiar as melhores produções cinematográficas nacionais e da América Latina com o Kikito de Ouro. Os preparativos e os eventos que envolvem a premiação começam antes, com exibição de filmes e debates.Informações: www.festivaldegramado.net

caravaggiono Masp23 sEt

26 Jul

40º FEstivaldE cinEMadE graMado18 ago

43º FestiVal internaCional de inVerno de CamPos do Jordão

O frio é só um detalhe, porque até o dia 29 de julho a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo já está com a programação completa para o festival. Sob a regência de Marin Alsop, Sir Richard Armstrong e Giancarlo Guerrero serão mais de 60 concertos em Campos do Jordão e na Sala São Paulo.Informações e programação: www.festivalcamposdojordao.org.br

30 Jun 29 Jul

4 Jul

Festa literária internaCional de Paraty

Nesta edição de comemoração pelos 10 anos da festa, o homenageado será Carlos Drummond de Andrade. Zuenir Ventura já confirmou presença, e Luis Fernando Veríssimo é quem abre a conferência na noite do dia 4. Ian McEwan e a americana Jennifer Egan, que escreveu A Visita Cruel do Tempo, ganhadora do Prêmio Pulitzer, fazem parte de uma das mesas mais aguardadas. A Flip vai até o dia 8 de julho. Os ingressos custam entre R$ 10 e R$ 40, dependendo da tenda visitada.Informações e programação:www.flip.org.br 10 ago

8 Jul

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CliC

kRenata Castello BRanCoA fotógrafa e publicitária paulista é especialista em retratos corporativos e de políticos, mas sua paixão é en-contrar beleza nas comunidades populares. Já participou de exposições individuais e publicou um livro com fotografias sobre a paisagem de Heliópolis, em São Paulo. Este e mais 94 registros fazem parte da exposição Paraisópolis, uma cidade dentro da outra, em cartaz no Sesc Pompeia. www.renatacastellobranco.com.br

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