revista jubileu 160 anos

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Material impresso para a comemoração dos 160 anos da Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora.

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Page 1: Revista Jubileu 160 anos
Page 2: Revista Jubileu 160 anos

Editorial

Apenas uma pergunta eu poderia fazer neste mo-mento. O que escrever sobre o Jubileu dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora nos tempos de hoje? Certamente as respostas seriam muitas, mas a forma é apenas uma. O chamado de um homem que deixou tudo para servir a Deus e ao próximo. O bem-aventura-do Pedro Friedhofen.

Falar deste Jubileu é o mesmo que entrar na linha do tempo e resgatar a história deste homem que, com o seu sim, continua vivo nas nossas vidas, por meio de nossa missão. A mística deste homem sintetiza uma vida voltada para o bem do próximo segundo os conselhos evangélicos.

As comemorações do Jubileu são a oportunidade de aprofundarmos a mística do nosso fundador, no con-texto de seus ideais, dedicar-nos, com todo fervor, ao serviço da caridade cristã e permanecer a nossa missão no mundo.

Do projeto de vida do nosso fundador nasceu a definição de nossa identidade enquanto Congregação e de nossa missão no mundo. Foi no olhar apaixonado pela humanidade, pelos jovens e pelos doentes que o

bem aventurado Pedro Friedhofen canalizou seu amor a Cristo.

Numa meditação renovada e jubilosa, fomos con-vidados a participar da obra redentora de Cristo no mundo por meio do carisma da Congregação, levando alento aos corações conturbados, no meio dos doentes deixados pelo nosso pai espiritual Ir. Pedro Friedhofen, e assim, podemos repetir como o salmista: “Como agra-decerei ao Senhor tudo quanto Ele nos deu?” (Sal 116b 115, 12-13).

Neste tempo jubilar é o momento que o nossos olhos podem contemplar toda graça que até aqui podemos ver, a graça do Espírito de Deus sobre nós, e de certo modo decifrar ao longo desses anos, o que Espírito nos conduziu até aqui. A comemoração do nosso Jubileu dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, por sua vez nos afirma que estamos em comunhão com os demais Irmãos em todo mundo, sendo orquestrado em uma só canção e um só ritmo. Por isto é nossa obrigação lançar-nos para o futuro que nos espera.

Em 21 de junho de 1850 começava algo totalmente novo, uma nova forma de amar a Deus e fazer o seu reino acontecer neste mundo, onde Ir. Pedro Friedhofen deu início a uma obra direcionada aos cuidados às pessoas necessitadas, dando-lhes a dimensão de apoio e forta-lecendo cada pessoa que por ele passava e precisasse de apoio. Para compreender o amor é necessário com-preender o amor de Cristo, que excede todo entendi-mento e o Ir. Pedro compreendeu de forma heróica este entendimento.

“Assim na terra como no céu” este é o tema escolhido para este jubileu dos 160 anos de nossa Congregação. É neste espírito de unidade fraterna que convidamos a to-dos a participarem deste momento de graça e gratidão a Deus, por tudo que tens feito em nossas vidas, e ao Ir. Pedro Friedhofen que continua vivo no nosso meio através do carisma da Congregação.

Convido a você caro leitor a conhecer um pouco des-ta história por meio da leitura da revista deste Jubileu.

Deus vos abençoe,

Ir. Martinho Araujo Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora

Page 3: Revista Jubileu 160 anos

Nur eine Frage könnte ich in diesem Augenblick stellen: Was soll ich über das Jubiläum der Barmherzigen Brüder von Maria Hilf in der heutigen Zeit schreiben? Sicherlich würde ich viele Antworten finden, aber alle würden sie auf das Gleiche hinaus laufen. Der Ruf eines Menschen, der alles zurück gelassen hat, um Gott und dem Nächsten zu dienen. Der Selige Peter Fried-hofen.

Über dieses Jubiläum zu schreiben bedeutet, die Linie der Zeit aufzugreifen und die Lebensgeschichte dieses Mannes zu erzählen, der mit seinem Jawort in unserer Zeit über unsere Sendung weiterlebt. Die Mystik dieses Mannes verkörpert ein Leben für das Wohlergehen des Nächsten im Sinne der evan-gelischen Räte.

Die Jubiläumsfeierlichkeiten sind die Gelegenheit zur Vertiefung der Mystik um unseren Begründer im Sinne seiner Ideale und zu unserer Hingabe, mit unserem ganzen innerli-chen Feuer, zum Dienst der christlichen Nächstenliebe und zur Weiterführung unseres Auftrags in dieser Welt.

Dem Lebensprojekt unseres Gründers ist die Definition un-serer Identität als Brüdergemeinschaft und unseres Auftrags entsprungen. Aus dem liebenden Blick für die Menschheit, für die Jugend und für die Kranken hat der Selige Peter Friedhofen seine Liebe zu Christus hergeleitet.

Bei einer erneuerten und frohlockenden Betrachtung werden wir eingeladen, über das Charisma der Kongregation am befreienden Werk Christi teilzuhaben und den unruhigen Herzen inmitten der Kranken Segen und Ruhe zu spenden, und auch um mit unserem geistlichen Vater Peter Friedhofen die Worte des Psalmisten zu wiederholen: “Wie kann ich dem Her-rn vergelten, was er für uns getan hat?” (Psalm 116, 13). Dieses Jubiläumsjahr ist der Augenblick, in dem es uns vergönnt ist,

den ganzen Segen zu betrachten, den ganzen Segen, den der Heilige Geist über uns ausschüttet und auf gewisse Weise zu entziffern, wie der Heilige Geist uns bis hierher geführt hat. Die Jubiläumsfeierlichkeiten der Barmherzigen Brüder von Maria Hilf bestätigen, dass wir mit allen Brüdern auf der ganzen Welt verbunden sind, in einer einzigen Hymne und in einem einzigen Rhythmus. Deshalb ist es unsere Pflicht, uns der Zukunft zuzu-wenden, die bereits auf uns wartet.

Am 21 Juni 1850 hat etwas gänzlich Neues begonnen, eine neue Form der Gottesliebe und eine neue Form, sein Reich auf dieser Erde wahr werden zu lassen, wo Br. Peter Friedhofen ein neues Werk ins Leben rief, ein Werk für notleidende Menschen, das ihnen die Dimension der Unterstützung gab und alle Men-schen bestärkte, die sie nötig hatten. Um die Liebe zu verstehen ist es notwendig, die Liebe Christi zu verstehen, die aller Ver-nunft spottet. Br. Peter hat sich dieses Verständnis auf herois-che Weise angeeignet.

„So im Himmel wie auf Erden“ lautet das Motto für das Ju-biläum des 160.jährigen Bestehens unserer Gemeinschaft. In diesem Sinne brüderlicher Gemeinschaft laden wir alle ein, an diesem Augenblick des Segens und der Dankbarkeit teilzuha-ben. Wir möchten Gott für alles danken, was in unserem Le-ben passiert und Br. Peter Friedhofen gedenken, der mit seinem Charisma in uns und unserer Kongregation weiterlebt.

Ich labe Sie ein, lieber Leser, mit der Lektüre dieses Jubiläu-msmagazins ein wenig über diese Geschichte zu erfahren.

Möge Gott uns alle segnen.

Br. Martinho Araujo Kongregation der Barmherzigen Brüder von Maria Hilf

Leitartíkel

Page 4: Revista Jubileu 160 anos

Cuidados com a saúde é o carisma da Congregação 6

Um pouco de Friedhofen e a Congregação 9

A história de cada um... 10

Os preparativos para o Jubileu em 2010 12

Os Desafios da Congregação na era pós-moderna 16

Fizeram parte dessa história 17

Palavras-chave da Congregação, de A a Z 20

expedienteCoordenador do Jubileu dos 160

anosIrmão Martinho Araujo

Conselho EditorialIrmão Martinho AraujoIrmão Rafael Carregosa

Ana Paula PelissariRoberto Kennedy Spinola

Jornalista ResponsávelAna Paula Pelissari

MarketingRoberto Kennedy Spinola

RevisãoClaudia Roberta Foltran Silva

Tradução em AlemãoPaulo Oesterle

Projeto Gráfico / DiagramaçãoMajestade Propaganda

FotografiaAcervo da Congregação dos Irmãos

da Misericórdia de Maria AuxiliadoraBulla Jr.

AgradecimentosDom Jaime Luiz Coelho

Dom Anuar BattistiIrmã Calixta Im Moore

Pe. Darci MaximinuPe. Geraldo Schneider

Aos Irmãos: Rafael Carregosa, Mathias Lacerda, Gabriel Martins, Orlando Soibert, Lucas Moreira e

Inácio Cunha.

ImpressãoGráfica Regente

Tiragem2.000 exemplares

Índice

Uma vocação, opção e chamado de vida

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Os Irmãos no Brasil e no Mundo, uma vida consagrada.

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No Brasil tudo começou na Santa Casa

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Page 5: Revista Jubileu 160 anos

A Palavra doSuperior GeralCom seu empenho em favor dos pobres, doentes e pessoas

desfavorecidas em nossa sociedade, Pedro Friedhofen deu um testemunho convincente de sua fé, que até hoje age nos hospitais e instituições sociais do grupo empresarial dos Irmãos da Miseri-córdia (Nome oficial da Instituição: Barmherzige Brüder Trier e.V.”), grupo BBT. Este testemunho se manifesta por meio das ações dos Irmãos e dos nossos colaboradores. Pedro Friedhofen, enquanto fundador, iniciador e “empreendedor” da caridade, nos deu um exemplo impressionante de como podemos preencher com vida a missão cristã da caridade, mesmo com recursos simples, mas com muita iniciativa e coragem.

Nesta tradição e com esta motivação, a iniciativa caritativa de Pedro Friedhofen continua a “viver” nos dias atuais. Até hoje é visível externamente em pinturas, esculturas ou nomes que reme-tem diretamente ao fundador da Ordem, mas muito mais visível nas ações bem concretas de todos aqueles que fizeram da mesma ideia, da mesma motivação de Pedro Friedhofen, o seu ideal profissional ou voluntário, em favor das pessoas que nos foram confiadas.

“A vida de Pedro Friedhofen é tão atual e futurista como a própria Boa Nova de Jesus”. Estas foram as palavras do Papa João Paulo II há 25 anos, por ocasião da beatificação de Pedro Friedhofen. Esta vida é sinônimo da missão de Jesus, de voltar-se ao próximo, de amar a Deus e a seu semelhante como a si próprio. As nossas insti-tuições devem ser mensuradas por essa missão e essa atualidade sempre renovadas. Eu avalio que nós e nossas instituições estamos trilhando um bom caminho. Não se trata simplesmente de avaliar “o que fazemos”, pois muitos outros fazem as mesmas coisas.

Em nossa missão cristã, temos de nos ocupar muito mais com a questão de “como” a realizamos. Nós a concretizamos sim-plesmente a partir desta missão cristã, e queremos realizá-la de tal modo que outros possam reconhecer e viver esta missão em nosso agir, bem de acordo com o nosso lema: Competência e caridade a serviço da humanidade!

Irmão Pedro BergSuperior Geral da Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora

Texto extraído de uma entrevista realizada na Alemanha com Irmão Pedro Berg.Anm.: Der Text wurde einem in Deutschland mit Bruder Peter Berg geführten Gespräch entnommen.

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Gesundheitsdienste sind das Charisma der Kongregation

ZUSAMMENFASSUNG

Die Erkenntnis, dass die Betreuung von notleidenden Menschen ein Auftrag für ihn war, ergab sich sehr früh im Leben des Seli-gen Bruder Peter Friedhofen, Begründer der Barmherzigen Brüder von Maria-Hilf. In seinem von der Nächstenliebe gezeich-neten Leben fühlte der Geistliche sehr bald seine Berufung durch Gott, wo er bemerkte, dass sein Leben der geistlichen Entwicklung gewidmet sein würde, und sich zusätzlich der Pflege und der Versorgung von Kranken und Notleidenden hingab.

Heute, 160 Jahre nach der Gründung des Ordens, erklärt uns Brüder Rafael, dass der Schwerpunkt der Arbeit der Brüder in der Versorgung von Kranken liegt, d. h., aller jen-er Menschen, die ihres routinemässigen Leb-ens entbehren müssen. Das Ziel ist, zusammen mit den unzähligen Mitarbeitern der sozialen und karitativen Einrichtungen der Kongre-gation die heilende Sendung Jesu zu Gun-sten von kranken uns sozial benachteiligten Menschen in Taten umzusetzen. Die Brüder stehen auch im Dienste der Umsetzung einer Glaubens-, Lebens- und Arbeitsgemeinschaft im Sinne des Heiligen Augustinus der „Kirche im Kleinen“ und in der Verwirklichung der Gastfreundlichkeit und der Aufnahme.

A descoberta de que o trabalho com as pessoas necessitadas era uma mis-são, aconteceu cedo para o fundador da Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, Beato Irmão Pedro Friedhofen. Com uma vida marcada pela dedicação ao próximo, o religioso sentiu o chamado de Deus ainda jovem, onde percebeu que a vida deveria ser voltada para o crescimento espiritual, além de prestar assistência em saúde e ajudar à aqueles que precisassem.

Irmão Rafael Carregosa, membro da Congregação no Brasil relata que Friedhofen, como já havia se dedicado aos cuidados da família do irmão, que deixou dez filhos órfãos e uma viúva, desenvolveu esse zelo pelo próximo. “Ele tinha uma preocupação em trazer as pessoas para o caminho do bem na oração, na conduta e procurar mostrar o certo”, conta.

Hoje, após 160 anos da fundação da Congregação, Irmão Rafael explica que os Irmãos têm como objetivo maior o trabalho com os doentes, ou seja, todas as pessoas que se vêem privadas da roti-na natural da vida. Cada irmão tem uma profissão, seja de enfermeiro, fisiotera-peuta, assistente social ou de outras áre-as de atuação em assistência de saúde.

O conhecimento técnico e o constante aperfeiçoamento de cada um, também fazem a diferença para que o carisma da Congregação seja mantido, é uma exigência do mundo atual. Entretanto, Carregosa, ressalta que nunca um Irmão pode esquecer-se do lado religioso, pois é preciso trabalhar o corpo e a alma do paciente.

Para Irmão Rafael, outro fato que marca o carisma são os desafios da vida religiosa e da manutenção desse ideal da Congregação, que mudam de acordo com a época em que se vive. Ele diz que é por este motivo que o apoio religioso e o seguimento de uma vida espiritualizada devem fazer parte de quem presta cuida-dos à saúde.

A meta é estar disponível, junta-mente com os inúmeros colaboradores das instituições da Congregação, sociais e caritativas, a favor de pessoas pobres, doentes e socialmente desfavorecidas, de modo a concretizar a missão curativa de Jesus. Os Irmãos estão a serviço tam-bém na concretização da comunidade da fé, da vida e do trabalho de Santo Agostinho como “Igreja nas pequenas coisas” e na prática da hospitalidade e do acolhimento. ■

Cuidados com a saúde é o carisma da Congregação

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Uma vocação, opção e chamado de vida

A Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora realiza um trabalho voltado para a formação de novos Irmãos, para que a missão de Pedro Friedhofen se perpetue. Sendo assim, em Maringá, o trabalho com os vocacionados, assim chamados aqueles que de-cidem seguir a vida religiosa, mas ainda não fizeram votos, é coordenado por um dos membros da Congre-gação, Irmão Rafael Carregosa. No convento de São Luiz Gonzaga, um trabalho voltado ao constante estudo da religião e a vivencia do dia-a-dia de um Irmão acontece para que os jovens que pretendem ingressar nessa vida tenham certeza da escolha que farão.

A decisão para entrar na vida religiosa acontece se-gundo Irmão Rafael, por meio de um chamado divino. Carregosa diz que para ter essa certeza o primeiro passo é se questionar se está realmente feliz. Caso acredite que é na vida religiosa que está o que necessita para viver é importante ter em mente que o que rege essa escolha é a renúncia. “Não posso fazer tudo que fazia lá fora, é uma escolha de entrega diária para viver esse carisma”. Por este motivo trazer novos vocacionados tem sido um desafio, pois aqueles que pretendem viver nesse carisma precisam obter um novo sentido de ser, ajudando ao próximo e entregando a sua vida a Deus.

Sem dúvidas, requer esforço, dedicação e entrega. Quando os jovens sentem que é a hora parte-se, então, para a comunicação por meio de cartas, e-mails ou visi-tas, por um período de um ano. Esse processo, interme-diado por Irmão Mathias Lacerda, se faz necessário para que aquele que pretende ser religioso tenha a certeza de que escolheu o caminho certo. Lacerda procura nesse período mostrar aos jovens um pouco da rotina dos re-ligiosos, para que eles tenham de fato certeza de que é esse o caminho que pretendem seguir.

Para ser um Irmão é preciso ter claro a necessidade de se viver em comunhão fraterna. Essa vida no espírito

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do amor fraterno é o assunto de que se ocupa a regra de Santo Agostinho e, portanto, é conceito fundamen-tal da espiritualidade da Ordem dos Irmãos. De acordo com o Conselho Geral da Irmandade, a regra Agostini-ana, a forma de vida e as diretrizes, são não apenas normas importantes, mas dons de graça, que Deus con-cede e que os Irmãos querem dar es-paço na vida intelectual e espiritual.

Para Irmão Lucas Moreira, vo-cacionado da Congregação, desde o ventre materno Deus escolhe e

chama cada um para uma missão. Ele explica que a alma anseia pelo amor que só Deus pode dar e passa a buscá-la incansavelmente e a cada instante. “Santo Agostinho diz que nossa alma só encontrará repouso quando descansar em Deus, e esse nosso Senhor usa meios para tocar e chamar a serviço do reino”, conta Moreira.

Extraído da Constituição dos Irmãos da Misericórdia:

“Vocês, que formam uma comu-nidade monástica, ficam encarre-

gados de realizar o seguinte em sua vida: Primeiramente vocês deverão conviver em harmonia como “um coração e uma alma” (Atos 4,32) no caminho para Deus...” (Regra de Santo Agostinho, 1) - “A comunidade monástica deve procurar ser, em feliz convívio, um coração e uma alma na oração, no trabalho, no sofrimento e na divisão de seus bens, mirando-se no exemplo dos primeiros cristãos ao tempo dos Apóstolos (Forma de Vida, 729) ■

Eine Berufung, eine Lebensform ZUSAMMENFASSUNG

Die Kongregation der Barmher-zigen Brüder von Maria-Hilf betreibt ein Werk zur Ausbildung von jungen Brüdern im Sinne der Weiterführung von Peter Friedhofens Sendung. In diesem Sinne werden in Maringá die Berufenen, also jene Menschen, die sich für ein geistlichen Leben entschei-den, jedoch noch keine Profess abgel-egt haben, von einem der Mitglieder der Gemeinschaft, Bruder Rafael Car-regosa betreut. Im Konvent São Luiz Gonzaga findet eine kontinuierliche Hingabe zum Studium der Religion und dem täglichen Leben eines Bruders statt, so dass die Anwärter auf diese Lebensform die Richtigkeit dieser ihrer Entscheidung erkennen können.

Ohne Zweifel ist dies gleichbe-deutend mit Anstrengung, Widmung und Hingabe. Wenn die Jungen dann fühlen, dass die Zeit dafür reif ist, wird in einen Kommunikationsabschnitt mit Briefwechsel, E-Mails und Besuchen übergewechselt. Dies wird so ein Jahr lang geführt. Dieser Abschnitt, der von Brüder Mathias Lacerda koordiniert wird, ist grundlegend dafür, dass der Geistliche Sicherheit darüber hat, dass er den rechten Weg eingeschlagen hat. In dieser Zeit sucht Bruder Lacerda den jungen Männern ein wenig von der Routine der Geistlichen zu vermitteln, damit sie Sicherheit darüber erlangen, dass sie auch wirklich diesen Lebens-weg gehen möchten.

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O empenho em favor dos pobres, doen-tes e pessoas desfavorecidas pela sociedade é parte do testemunho de fé que Pedro Friedhofen deixou, e que até hoje é visto por meio das ações sociais que os Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora e to-dos os colaboradores das instituições regi-das por eles, realizam no cotidiano de uma vida religiosa, repleta de dedicação ao próximo. Irmão Gabriel Martins conta que o Beato, que teve uma história de vida difícil, deixou o exemplo de que com iniciativa e coragem podem-se rea-lizar grandes obras de caridade, mesmo que com recursos simples.

De acordo com Irmão Gabriel Mar-tins, Pedro Friedhofen sentia-se triste quando notava que existia uma pessoa desprovida de bens materiais e do sa-cramento da fé. “Além da preocupação com o bem físico, psíquico e espiritual, ele se preo-cupava com a comu-nidade e tinha total confiança a Deus e, em especial, a Maria, Nossa Senhora”, explica Irmão Gabriel.

Seu ideal era o de seguir a Cristo em co-munhão, amar aos homens em ações e ver-dades e assim tornar visível a boa nova do amor de Deus para com o ser humano. Por isto, dedicou-se principalmente aos pobres,

fracos e doentes, procurando companhei-ros que juntos com ele quisessem enfrentar a obra de misericórdia, em favor de pessoas necessitadas.

Durante sua vida, em meados do Século XIX, ele era uma das maiores personali-dades da cidade, um religioso que tinha o olhar atento para os necessitados. Pedro

Friedhofen comparti-lhava sua vida com pes-soas pobres e doentes, em seu pequeno con-vento, situado na rua “Florinspfaffengasse”, bem no centro da ci-dade velha.

Friedhofen, segun-do Irmão Gabriel, dei-xou para os Irmãos a regra de Santo Agos-tinho, onde o ideal fundamental é de amor a comunidade. Para os agostinianos todos devem viver unânimes em casa e ter uma só alma e um só coração orientados para Deus. Além dis-so, a regra diz que é preciso orar em comu-nidade com orações fixadas para as horas e tempos de cada dia. A responsabilidade e o serviço também devem

ser mútuos. Deve-se trabalhar a caridade e a correção fraterna, amor na autoridade e na obediência, e por fim, todos devem ser movidos pela caridade, como apaixonados pela beleza espiritual.

Sinais visíveis na história da cidade A casa em que o Beato Pedro faleceu,

em 1860, ainda está de pé, assim como a Capela, pequena e bonita, de cuja cons-trução participou em 1866. Na Igreja em que se deu a vestição de Friedhofen em 1851 está o seu relicário, guardado no Altar da Mãe de Deus, na lateral direita da Igreja de Nossa Senhora.

Os cidadãos de Koblenz, na Alemanha, se orgulham e são gratos pelo fato de Pedro Friedhofen ter vivido e atuado ali. Os seguidores do Beato continuam o seu trabalho em todos os hospitais admi-nistrados pelos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, sempre sob a proteção de Maria, Mãe de Deus.

Exemplo de vida Pedro Friedhofen ajudou a criar os oito

filhos de seu finado irmão, Jacob, além de sustentar a viúva dele. Trabalhava como limpador de chaminés, uma profissão árdua que lhe trouxe a pneumonia. A pobreza estava presente no dia-a-dia de Friedhofen que tirava de seu sustento para honrar o compromisso de cuidar da família de Jacob. ■

Um pouco de Friedhofen e a Congregação

Ein wenig über Friedhofen und die KongregationZUSAMMENFASSUNG

Der Einsatz zu Gunsten der armen, kranken und von der Gesellschaft benachteiligten Menschen ist das von Peter Friedhofen hinterlassene Glaubenszeugnis, das durch das Wirken im tagtäglichen Glaubensleben der Barmherzigen Brüder von Maria-Hilf und aller Mitarbeiter ihrer Einrichtungen bis heute sichtbar ist. Der Selige, der ein schw-eres Leben geführt hat, hat uns gezeigt, dass man mit Initiative und Mut auch große karitative Werke mit den einfachsten Mitteln aufbauen kann.

Sein Ideal war die Nachfolge Christi in Gemeinschaft, die Liebe zu Gunsten der Menschen, das sich in Werken und Wahrheiten ausdrückte, die Verwirklichung der guten Nachricht der Liebe Gottes zu den Menschen. Deshalb sein Einsatz hauptsäch-lich zu Gunsten der Armen, Schwachen und Kranken. Hierzu suchte er sich Wegbe-gleiter, um mit ihm das Barmherzigkeitswerk anzupacken, um für die notleidenden Menschen da zu sein.

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A HISTÓRIA DE CADA UM...Para cada Irmão que hoje faz parte da Congregação no Brasil e no mundo, o chamado aconteceu com o mesmo foco, porém, de formas distintas.

Irmão Orlando Soibert sen-tiu que esse era seu caminho aos 17 anos. Mais tarde, aos 27 anos, por meio do contato de sua mãe com um padre, in-gressou de vez na vida religio-sa e neste ano completa trinta anos de uma vida dedicada a Deus. Ele relata que não es-colheria outra forma de viver e que está muito feliz com a vida de Irmão.

Quanto ao Irmão Rafael Carregosa, o chamado veio na juventude, ele que participava de um grupo de jovens, re-cebeu o convite de um padre para ir a um encontro vocacional. Ele foi e es-teve acompanhado por dois anos para ter a certeza de que era aquilo que queria para a sua vida. Entretanto, as dúvidas e o medo o seguraram por um tempo. Mas Irmão Rafael continuou estudando e sempre ligado a área da saúde, fez uma experiência com a Con-gregação e assim teve a certeza de esse era seu caminho.

Irmão Martinho Araujo, membro da Irmandade há 10 anos, espelhou-se em Madre Teresa de Calcutá. Ele percebeu que precisava dedicar sua vida aos mais pobres e necessitados. Com essa meta, descobriu a Congregação por meio de uma revista vocacional e decidiu seguir uma vida de en-trega ao próximo. Este Irmão escolheu como profissão o serviço social por acreditar ser uma vida que o aproximava mais dos pobres.

Desde criança, Irmão Lucas Moreira conta que já participava da vida religiosa acompan-hado dos pais, e conforme foi crescendo sen-tiu vontade de se aprofundar para ir à busca de servir o reino de Deus. Ele explica que es-colheu estar próximo dos preferidos de Deus, que são os pobres. Irmão Lucas está no no-viciado e diz que pretende seguir a profissão de psicólogo para ajudar a manutenção do carisma da Congregação.

Já para Irmão Mathias Lacerda, a es-colha aconteceu depois de dar-se conta de que a faltava alguma coisa para ser completo. Ele trabalhava com teatro e via que precisava de um sentido maior na vida. Um dia, ele encontrou uma revista direcionada para as vocações religiosas e sentiu que o carisma da Congregação se encaixava com o seu estilo. O irmão que hoje tem como formação acadêmica a fi-sioterapia, viu nessa profissão uma forma de auxiliar os mais necessitados, assim como o Beato Irmão Pedro Friedhofen fez por meio da enfermagem.

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Page 11: Revista Jubileu 160 anos

Brüder Orlando Soibert zum Beispiel fühlte mit 17 Jahren, dass dies sein Weg werden sollte. Später, in seinem 27. Leben-sjahr, trat er über einen Kontakt seiner Mutter zu einem Pater endgültig in das religiöse Leben ein. Dieses Jahr feiert er das dreißigjährige Jubiläum eines gottgeweihten Lebens. Zurück blickend erzählt er, dass er sich auch heute kein anderes Leben vorstellen könne und bekundet, sehr glücklich als Bruder zu le-ben.

Bruder Mathias Lacerda wiederum traf seine Entschei-dung, nachdem ihm klar geworden war, dass ihm zur irgend et-was zur Vervollkommnung fehlte. Er spielte Theater und merkte, dass er nach einem größeren Sinn für sein Leben suchte. Eines Tages fand er eine Zeitschrift, die sich mit der religiösen Berufung befasste und fühlte, dass das Charisma der Kongregation sich mit seinem Stil deckte. Dieser Bruder ist heute Diplom-Physiothera-peut. In diesem Beruf sah er die Möglichkeit, den Notleidenden behilflich zu sein, genau so wie der Selige Bruder Peter Friedhofen es einst über die Krankenpflege getan hat.

Brüder Martinho Araújo, seit 10 Jahren in der Kongrega-tion, hat sich Mutter Teresa von Kalkutta zum Vorbild genom-men. Er merkte, dass er sein Leben den Ärmsten und Notlei-denden widmen musste. Mit diesem Ziel vor Augen entdeckte er die Kongregation über eine Zeitschrift für religiöse Berufung und entschloss sich, einem Leben der Nächstenliebe nachzugehen. Dieser Bruder ging der Sozialarbeit nach, da er glaubte, den Ar-men mit diesem Beruf hilfreich näher zu kommen.

Für Brüder Rafael Carregosa kam der Ruf schon in der Jugend, als er bei einer Jugendgruppe mitwirkte. Er folgte der Einladung des Pfarrers zu einem Berufungstreffen. Er ließ sich zwei Jahre lang begleiten und beraten, um sicher zu sein, dass

er auch auf dem richtigen Weg war. Zweifel und Ängste hielten ihn jedoch für eine Zeit lang gefangen. Bruder Rafael beharrte jedoch in seinen Studien im Bereich der Gesundheit, machte eine Erfahrung in der Kongregation und kam so zu dem Schluss, dass dies auch wirklich sein Lebensweg ist.

Bruder Lucas Moreira erzählt, dass er von klein auf in Be-gleitung seiner Eltern am geistlichen Leben teilnahm. Mit dem Heranwachsen fühlte er den Wunsch, sich zu vertiefen und sich auf die Suche nach dem Reich Gottes zu machen. Er erzählt uns, dass er sich entschlossen hat, den von Gottes meistgeliebten Menschen, den Armen, nahe zu sein. Bruder Lucas befindet sich im Noviziat und sagt, dass er der Psychologie nachgehen möchte, um auf diese Weise dazu beizutragen, das Charisma der Kongre-gation aufrecht zu erhalten.

Bruder Gabriel Martins hat auch seit frühester Kindheit den Wunsch gehegt, ein Geistlicher zu werden. Er hat immer viele geistlichen Bücher gelesen und eine katholische Schule besucht, wo er Kontakt zum Werk der Schwestern hatte. Als er sich im Al-ter von 30 Jahren entschloss, in die Kongregation einzutreten, studierte er bereits Sozialarbeit. Heute ist Bruder Gabriel bereits 20 Jahre in der Gemeinschaft. Ein Geistlicher zu sein bedeutet für ihn einfach, Christus zu folgen.

Brüder Inácio Cunha wollte schon immer der Kirche dienen, aber nicht als Pater. Er konnte sich nur schwer dazu entscheiden, einem religiösen Leben zu folgen, aber nur, bis er in seinem Hei-matort Bekanntschaft zu einem deutschen Pater knüpfte. Von diesem ließ er sich beraten. Bei ihm fand er zu seiner Berufung und die Möglichkeit, ein Bruder zu werden, ließ seine letzten Zweifel verwehen. Für ihn war die Berufung maßgebend.

Die Geschichte jedes einzelnen...Für jeden Brüder, der heute Teil der Kongregation in Brasilien und in der Welt ist, ge-schah die Berufung mit dem gleichen Schwerpunkt, jedoch auf verschiedene Arten.

Irmão Inácio Cunha sem-pre quis servir a Igreja, mas não por meio do sacerdó-cio, entretanto, a tomada da decisão para seguir a vida religiosa foi incerta até o momento em que entrou em contato com um Padre Alemão de sua cidade. Foi então que fez o acompan-hamento e se encantou pela vida religiosa, onde ser Irmão lhe chamou a aten-ção. Para ele, sem dúvidas, a vocação falou mais alto.

Irmão Gabriel Mar-tins também sentiu desde pequeno a vocação especial de ser religioso, além de ler muito os livros monásticos e estudar em colégio religioso, onde teve contato com o trabalho das freiras. Aos 30 anos, ele entrou para Con-gregação já cursando serviço social. Hoje, faz 20 anos que Irmão Gabriel está na Con-gregação e para ele ser re-ligioso é seguir e se espelhar em Jesus Cristo.

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Page 12: Revista Jubileu 160 anos

Esperado por todos, dentre religio-sos, colaboradores e parceiros, o Jubileu da Congregação dos Irmãos da Miseri-córdia, marcado pela comemoração de 160 anos de história, trouxe expectativa e a exigência de uma celebração que de fato marcasse época e apresentasse para os participantes outro lado da vida religiosa, um lado mais profundo, que somente alguém que muito fez para o próximo poderia ter, tal como foi com Pedro Friedhofen, Beato fundador da Ir-mandade, com a finalidade de despertar nos religiosos o grande bem da forma de vida que escolheram.

Os Irmãos tinham como intuito en-volver todas as instituições que atuam no mundo e unir todos em um elo de força, amor e esperança. A meta de inte-grar a todos tinha um único objetivo, que se resume em uma ação: difundir a vida

e obra de Pedro Friedhofen. Em busca da concretização desse sonho, foram de-senvolvidos trabalhos na busca de novos vocacionados e novos seguidores do Be-

ato. Um documentário que relata toda a trajetória da Congregação foi produzido, além de muitas missas pelo mundo com intenções voltadas para a disseminação do carisma de Friedhofen.

Em todos os países em que os se-guidores de Irmão Pedro estão, acon-teceram grandes festas para a comuni-dade cristã. Irmão Mathias que esteve presente na comemoração da cidade de Trier, na Alemanha, relata que se sentiu admirado com a fé e devoção de todos por Irmão Pedro Friedhofen.

Sem dúvidas, foi uma comemoração a altura deste grande homem que não mediu esforços para que o trabalho de apoio aos mais necessitados fosse di-fundido. Um trabalho que uniu todos os Irmãos do mundo em uma corrente de oração para que o carisma da Congre-gação jamais se perca. ■

Os preparativos para o Jubileu em 2010

Die Vorbereitungen auf das Jubiläumsjahr 2010 Das von Geistlichen, Mitarbeitern und Partnern lang erwartete Jubiläumsjahr der Barmherzigen Brüder von Maria-Hilf ist nun

da. Die Erwartungen um die Festlichkeiten zum 160.jährigen Bestehen der Gemeinschaft waren sehr hoch und forderten eine Fei-erlichkeit, die diesem Datum gebührte und den Beteiligten eine andere Seite des geistlichen Lebens offenbarte, eine zugleich tiefere Seite, wie sie nur jemand wie Peter Friedhofen, der Selige Gründer der Gemeinschaft haben konnte.

Die Brüder haben sich zum Ziel gesetzt, ihre Einrichtungen weltweit in diese Feierlichkeiten einzubeziehen und so alle in einer Kette der Kraft, der Liebe und der Hoffnung zu vereinen. Die Integration aller Einrichtungen hat eine einzige Verwirklichung zum Ziel: Die Verbreitung des Lebens und des Werkes von Peter Friedhofen.

Bei der Umsetzung dieses Traumes wurden neue Aktionen zur Anwerbung junger Berufener und neuer Nachfolgern des Seligen Bruders Peter Friedhofen gestartet. Es wurde ein Dokumentar mit dem gesamten Werdegang der Kongregation erstellt. Des Weit-eren wurden weltweit Gottesdienste und Feierlichkeiten abgehalten, um das Charisma von Peter Friedhofen zu verbreiten.

In allen Ländern, in denen die Nachfolger von Bruder Peter tätig sind, wurden große Festlichkeiten für die christliche Gemein-schaft abgehalten. Brüder Mathias, der an den Feierlichkeiten in Trier teilgenommen hat, berichtet, dass er sehr angetan ist vom Glauben und von der Frömmigkeit aller Brüder um den Seligen Bruder Peter Friedhofen.

Ohne Zweifel hat es sich um eine Feier gehandelt, die diesem großen Mann alle Ehre tut, und in der keine Mühen gescheut wurden, dieses Hilfswerk zu Gunsten der benachteiligten Menschen zu verkünden. Diese Arbeit vereint alle Brüder der Welt in einer großen Gebetskette mit der Fürbitte, das Charisma der Kongregation möge niemals verloren gehen.

Irmão Mathias e Martinho durante viagem a Alemanha para as festividades do Jubileu de 160 anos.

Irmãos em oração pelos 160 anos de fundação da Congregação.

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O ponto central de espiritualidade dos Irmãos é o Cristo que cura e dá vida. Por meio da comunhão viva com Ele, os religio-sos acreditam que estão ao mesmo tempo, em viva comunhão com os homens. Sim-bolicamente esta comunhão se materializa na celebração da Eucaristia. Para os Irmãos ela é o ponto alto e o centro de toda a vida.

A Congregação dos Irmãos da Miseri-córdia de Maria Auxiliadora acredita que os chamados três Conselhos Evangélicos, que prometem obedecer por meio dos votos que fazem, mostram que eles, enquanto seres humanos, não podem encontrar a re-alização definitiva e completa dos grandes sonhos somente nas coisas terrenas. Eles se mantêm abertos para Deus e as pessoas que os rodeiam.

Os votos que os Irmãos realizam são de pobreza, obediência e castidade celiba-tária, ou seja, estão livres de preocupações com propriedade e segurança, de senti-mentos egoístas em torno de si mesmos e da procura por reconhecimento e amor, pois seguem com o amor dedicado a Deus. Desta forma, eles estão aptos para uma vida de entrega e doação.

Outro aspecto importante é a forma como se chamam os Irmãos, pois é assim o tratamento, por conta de Cristo que os chamou para uma comunidade de Irmãos – “Irmãos da Misericórdia”, pelas obras de misericórdia que realizam junto aos neces-sitados.

Uma missão exemplar está a serviço do mundo, por meio dos Irmãos, onde seguir a Cristo é o caminho, a verdade e a vida. Com isso, a serviço da comunidade, os re-ligiosos se dedicam a caridade cristã, sem contar que a vocação religiosa de Irmão da Misericórdia constitui segundo as diretrizes da Congregação, como forma para não se negligenciar a competência profissional e poder sob todos os aspectos cuidar dos doentes da melhor maneira possível.

Extraído da Constituição dos Irmãos da Misericórdia:

“Respondemos ao Senhor pela nossa consagração de votos que – renovados dia-riamente – colocam a nossa pessoa inteira e todo nosso agir à disposição de uma vida consagrada a Deus em castidade, pobreza e obediência”. (Forma de Vida, 302).

“Consideramos que, por meio de nos-sos votos, nos entregamos inteiramente a Deus, usamos agora todas as nossas habi-lidades, forças e interesses para que o Seu Reino de Amor na Terra se espalhe cada vez mais.” (Forma de Vida, 212).

“Vivemos com Cristo, voltados ao mundo, para contribuirmos para o aper-feiçoamento da Criação...” (forma de Vida, 211) - “Na terra, Cristo se dedicou pre-ferencialmente aos pobres, fracos e doen-tes. Em seu nome e por sua ordem nós Irmãos continuamos, aqui e agora, este seu serviço”. (Forma de Vida, 201) – “Como Congregação Fraterna – com o Senhor ao nosso centro – somos uma representação da Igreja, na qual Cristo dá continuidade à sua obra salvífica, levando tudo à sua con-sumação.” (Forma de Vida, 503). ■

Os Irmãos no Brasil e no Mundo, uma vida consagrada.

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Die Brüder in Brasilien und in der Welt, ein geweihtes Leben.

Die Brüder der Kongregation der Barmherzigen Brüder von Maria Hilf glau-ben, dass die drei evangelischen Räte, die sie über die abgelegten Gelübde zu befolgen gelo-ben, ihnen zeigen, dass die endgültige und voll-ständige Erfüllung der großen menschlichen Träume nicht ausschließlich in den irdischen Din-gen liegt. Sie halten sich offen für Gott und für die Menschen.

Die Brüder legen die Gelübde der Armut, des Gehorsams und der ehelosen Keuschheit ab, das heißt, sie sollen frei sein von den Sorgen um Besitz und Sicherheit, von eigennützigen Gedanken um sich selbst und von der Suche nach Anerkennung und Liebe, denn sie fol-gen einer Gott gewidmeten Liebe. Sie sind also bereit für ein Leben der Entsagung und der Hingabe.

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O ano Jubilar da Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxi-liadora tem como grande desafio dar continuidade a aquilo que o funda-dor implantou há 160 anos, bem como acompanhar a realidade do mundo que se vive que é da tecnologia e da globali-zação, conforme esclarece Irmão Gabriel Martins.

Para se adaptar a essa mudança, desde quando Irmão Pedro Friedhofen fundou a Irmandade, os Irmãos procuram se atu-alizar constantemente por meio dos es-tudos. Para Irmão Gabriel “o jovem que ingressa na Congregação hoje representa um grande desafio, pois ele já entra com características desse mundo da tecnolo-gia e para despertar o interesse dele pela vida religiosa é preciso se aperfeiçoar cons-tantemente”.

De acordo com Irmão Orlando Soibert, os Irmãos estão se reduzindo no mundo e no Brasil. “Está mais difícil de encontrar jo-vens que queiram seguir esse caminho, o que é lamentável, visto que é uma vocação extremamente gratificante e feliz”, conta Soibert.

Irmão Gabriel, entretanto, também diz que apesar dessas dificuldades, existe algo maior, conforme os escritos do Beato Irmão Pedro Friedhofen, onde se ressalta que as Congregações nunca acabarão se for da vontade de Deus. “Já dizia o nosso fundador: no futuro poderíamos ser um pequeno grupo de Irmãos, mas se fosse da vontade divina continuaríamos o carisma que ele implantou anos atrás”, relata.

“As dificuldades podem até surgir e serem as mais diversas, contudo, nós Irmãos estamos firmes em nossa fé de que a missão que Friedhofen nos deixou não acabará, pois é um carisma muito bonito e que salva vidas”, conclui Irmão Orlando. ■

Die Herausforderungen an die Brüder in der post-modernen Zeit

Im Jubiläumsjahr der Barmherzigen Brüder von Maria Hilf stellt sich die große Herausforderung, das vor 160 Jahren vom Gründer begonnene Werk fortzuführen und dabei mit der aktuellen Realität der Technol-ogie und der Globalisierung schrittzuhalten. Die Brüderschaft hat auch die Aussage des Seligen Brüder Pedro Friedhofen vor Au-gen, „dass wir in Zukunft eine kleine Gruppe Brüder sein können, die aber, wenn es Gottes Wille ist, das vor Jahren begonnene Werk weiterzuführen vermögen“.

Os desafios dos Irmãos na era pós-moderna

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Muitos passaram pela Congregação dos Irmãos da Misericór-dia de Maria Auxiliadora, alguns permanecem até hoje firmes em um ideal e na luta para que o carisma da Congregação seja man-tido. Outros decidiram seguir outros caminhos, mas sem perder a essência de Pedro Friedhofen. O que importa é que todos fizeram e fazem parte deste ideal com um testemunho de verdadeira fé.

Um bom exemplo é o pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, Padre Darci Maximinu de Oliveira, que aos 17 anos começou sua vida religiosa na Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Ma-ria Auxiliadora. O religioso se formou em enfermagem e iniciou sua vocação dentro da Congregação dos Irmãos da Misericórdia em 1970. Ele expressa muito carinho pelo carisma de Friedhofen e conta que em sua paróquia, o Beato se faz presente a todo o momento.

“O carisma de Pedro Friedhofen voltado ao doente e ao po-bre, além do acolhimento e a vida de simplicidade que ele tinha, me fez pensar que deveria procurar essa Congregação”, diz Padre Darci. Ele ainda conta que o período de formação que passou na Congregação foi muito rico, com uma espiritualidade profunda de Santo Agostinho.

Padre Geraldo Schneider, capelão da pastoral da esperança em Maringá, também já foi da Congregação. O religioso, que nas-ceu na Alemanha, conheceu a Irmandade aos 17 anos e aos pou-cos foi se aprofundando a respeito do carisma, para então tomar a decisão de dedicar-se à vida religiosa. “Peguei o trem, estava nevando no dia, e fui rumo a Trier, onde me receberam muito bem”, relembra.

Apesar de admirar a Congregação, Padre Geraldo, ao chegar ao Brasil, percebeu que existia uma carência maior de padres na cidade de Maringá e assim decidiu entrar no seminário. Entre-tanto, tudo que aprendeu como Irmão da Misericórdia de Maria Auxiliadora ficou marcado em sua vida. “Foi uma escola, aprendi a fé para desenvolver melhor as virtudes, estatutos e carisma da Congregação”, conclui Schneider. ■

Fizeram parte dessa história

Teil der Geschichte

Viele Brüder der Kongregation haben hier ihren Dienst verse-hen; einige von ihnen setzen sich bis heute dafür ein, dass uns dieses Werk und das Charisma der Brüderschaft erhalten bleibt. Andere wiederum haben sich dazu entschlossen, andere Wege zu gehen, ohne jedoch die Essenz Peter Friedhofens aus den Au-gen zu verlieren. Was wirklich zählt ist, dass alle Teil dieses Ideals als ein Zeugnis des wahren Glaubens waren oder es noch sind.

Zwei bedeutende Beispiele dazu sind die Pater Darci Maxi-minu de Oliveira, Pfarrer der “Erzengel-Michael-Kirche” und Ger-aldo (Gerhard) Schneider, Kaplan der Hoffnungspastorale von Maringá. Beide tun kund, dass trotz ihrer Berufung als Pater sie die Gegenwart des Seligen Peter Friedhofen in sich tragen.

Padre Darci Maximinu de Oliveira quando ainda era Irmão perto de sua família.

Padre Geraldo Schneider quando chegou ao Brasil.

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No Brasil tudo começou na Santa Casa

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O que era uma pequena cons-trução em madeira em 1953, trans-formou-se em um ambulatório para servir aos pobres. A aquisição havia sido feita pela Igreja da cidade, na época chamada de Santíssima Trin-dade. Os Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora já estavam neste início de trabalho, que mais tarde viria a ser a Santa Casa de Maringá.

Alguns anos depois, em 1957, chegou a Maringá Dom Jaime Luiz Coelho para assumir a Arquidiocese da cidade como Arcebispo. Dom Jaime conta que quando chegou, a Santa Casa já estava um pouco ampli-ada e foi uma grande obra que ele conheceu logo de início. “Então eu vi que o trabalho dos Irmãos na Santa Casa seria extraordinário”, conta.

A diocese de Maringá realizou al-gumas ampliações, entretanto, mais adiante, Dom Jaime viu que seria melhor que a administração fosse re-passada aos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora. Ele diz: “Isso foi uma coisa muito boa porque os Irmãos ficaram conosco, eles con-tinuaram, e hoje nós temos esse belo hospital”.

Nesse tempo de trabalho no Brasil antes e depois de ser passada a ad-minis-tração aos Irmãos, médicos, en-fermeiros, religiosos e colaboradores,

ajudaram na manutenção de um ideal onde o doente, além de rece-ber cuidados técnicos, teve todo apoio espiritual. Irmã Calixta, foi uma dessas pessoas que por muitos anos exerceu sua vocação no hospi-tal, e conta que se fosse mais nova e pudesse começar na Santa Casa de novo, começaria.

A importância de uma institui-ção enraizada aos princípios cris-tãos é confirmada a cada dia. Para o arcebispo de Maringá e presidente de honra da Santa Casa, não existe saúde e nem medicina se não exis-tir fé. “A presença de um religioso,

que externamente mostra também o seu significado através de um hábito diferente, o respeito e o reconheci-mento diante de uma oração tem efeito imensamente grande”, afirma Dom Anuar.

É diante dessa perspectiva, que a Santa Casa de Maringá tem buscado a cada dia fortalecer a história que começou há 56 anos em Maringá e que também por meio dos Irmãos da Misericórdia tem evoluído gradati-vamente, e neste ano completa 160 anos de manutenção de um carisma voltado a saúde, o bem mais precioso do ser humano. ■

In Brasilien hat alles mit der Santa Casa begonnen

Was 1953 ein kleiner Holzbau war, hat sich in ein Ambulatorium zur Armenbetreuung ver-wandelt. Es war eine Anschaffung der Stadtkirche, die in jener Zeit den Namen “Santíssima Trindade“ („Heilige Dreifaltigkeit“) trug. Am Anfang dieses Werkes, das später die Santa Casa von Maringá sein sollte, befanden sich bereits die Barmherzi-gen Brüder con Maria Hilf.

Einige Jahre später, in 1957, kam Dom Jaime Luiz Coelho nach Maringá, um die hiesige Diözese als Erzbischof zu übernehmen. Dom Jaime erzählt uns, dass bei seiner Ankunft die Santa Casa bereits zu einem Werk ausgebaut war, das er gleich zu Beginn kennen lernte. „Ich sah sofort, dass die Brüder in der Santa Casa ein außerorden-tliches Werk errichteten“, erzählt er.

Irmãos da Misericórdia, Dom Jaime e autoridades durante uma inauguração da Santa Casa de Maringá.

O começo da Santa Casa de Maringá.

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A ASSociAção “BArmherzige Brüder Trier e. V.” A Associação “Barmherzige Brüder Trier e. V.” foi criada pela Congre-gação para ser a representante jurídica e a operadora de suas ins-tituições, com o fim imediato de concretizar a missão da Congre-gação, qual seja o serviço caritativo em favor do ser humano e como testemunho vivo da Boa Nova de Jesus nos tempos atuais.

C cApíTulo gerAlO Capítulo Geral é a instância de-liberativa, fiscalizadora e orienta-dora máxima da Congregação. É subdividido em Capítulo Eleitoral e Capítulo Material. O Capítulo Elei-toral cuida da eleição da direção da Ordem (Superior Geral, quatro as-sistentes gerais, secretário geral e ecônomo geral). O Capítulo Materi-al cuida da fiscalização da Forma de Vida, da evolução das perspectivas de futuro e do esclarecimento de questões sobre a espiritualidade e atribuições da Congregação. O Capí-tulo Geral é convocado a cada seis anos pelo Superior Geral.

cASTidAde, celiBAToAo lado da obediência e da pobreza, a castidade celibatária é um dos três votos dos Irmãos da Misericór-dia de Maria Auxiliadora. Castidade celibatária não significa meramente pureza sexual ou renúncia à sexuali-dade e ao casamento, mas a postura

de sensibilidade e capacidade amo-rosa em relação a todo tipo de vida, uma postura que deverá frutificar em favor de Deus e sua criação.

cicO Codex Iuris Canonici - em portu-guês “Código de Direito Canônico” é a coletânea de leis da Igreja Católica Romana no âmbito latino.

clAuSurAEspaço próprio, privativo dentro do Convento, onde estranhos, normal-mente, não têm acesso.

comuNidAde de SerViçoSSignifica a totalidade de todos os Irmãos e colaboradores nas institui-ções da Associação “Barmherzige Brüder Trier e.V.”.

coNgregAção ou FrATerNi-dAde moNáSTicAUma Congregação ou Irmandade é uma comunidade de vida de ho-mens ou mulheres, formada sob uma regra ou por constituições, que se ligam às suas Formas de Vida por meio de votos e levam uma vida consagrada (Vita consecrata) em co-munidade, normalmente num con-vento. Fraternidades monásticas de origem mais recente geralmente são denominadas Congregações. Os Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora são uma Congregação Papal desde 1905.

coNSelho gerAlO Conselho Geral é formado pelos quatro assistentes gerais e, em assun-tos econômicos, pelo ecônomo geral. Apóia o Superior Geral na gestão da Congregação e por esse motivo é de-nominado também de “Direção Geral”.

Schlüsselwörter der Kongregation, von A bis ZAnm.: Text aus der Zeitschrift Forum, gedruckt und herausgegeben in Deutschland.Obs.: Texto extraído da Revista Fórum, editada e impressa na Alemanha.

Palavras-chave da Congregação, de A a ZPequeno glossário dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, extraído da Revista Fórum de publicação da Alemanha.

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coNSelhoS eVANgélicoSDão nome àquelas instruções (“con-selhos”) de Jesus considerados marcos importantes para uma vida consagrada ao seu seguimento. O conceito “Evangélico” significa, neste contexto, “de acordo com o Evangelho”. São observados prin-cipalmente por pessoas que se de-cidem pela vida consagrada (Vita consecrata), que em seus votos se obrigam a viver segundo os conse-lhos evangélicos da pobreza (Mateus 19, 21), da obediência (Mateus 20, 26) e da castidade celibatária (Ma-teus 19, 12).

coNSTiTuiçõeSSob o termo constituições, enten-demos o resumo escrito dos obje-tivos, dos modos de comportamen-to e regras de uma Congregação Monástica. As constituições tratam em primeira linha do modo de vida monástico. A base é formada pelos Conselhos Evangélicos da pobreza (propriedade comunitária), da casti-dade celibatária e da obediência. Além da Regra de Santo Agostinho, os Irmãos da Misericórdia têm cons-tituições próprias, reconhecidas pela Igreja. Regra e constituições juntas são denominadas “Forma de Vida”.

coNVeNToComunidade doméstica dos Irmãos nas diversas localidades.

E ecôNomo gerAlO ecônomo gerencia e conduz os bens da Congregação segundo o espírito de pobreza. Num relatório anual, informa sobre a situação econômica da Congregação.

eScApulárioDenominação dada a uma tira de tecido larga, que se estende sobre peito e costas até os pés. O escapu-lário é entregue por ocasião dos primeiros votos e é parte do traje monástico.

eSpiriTuAlidAdeÉ “... o comportamento básico da dedicação do ser humano a Deus e sua causa ...” e “... uma grandeza tão multifacetada como a própria vida e tão múltipla quanto as possibi-lidades de relacionar-se com Deus” (g. Greshake).

F FmmAÉ a abreviatura, em latim, da ex-pressão “Fratres Misericordiae Ma-ria Auxiliatricis”, isto é “Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora”.

FormA de VidAPara os Irmãos da Misericórdia, “Forma de Vida” é a unidade forma-da pelas constituições e pela Regra de Santo Agostinho.

FriedhoFeN, peTerFundou em 1850, aos 31 anos de idade, a Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, na cidade de Weitersburg, perto de Koblenz.

H háBiToOutro nome ao traje monástico dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora. É usado como expressão de unidade fraterna e reconhecimento externo e público da vida consagrada a Deus (Vita con-secrata). É composta por uma túnica preta ou branca, colarinho branco, escapulário, cinto e cruz.

horA médiAA oração conjunta dos Irmãos ao meio dia.

I iNTereSSAdoHomem que se interes-sa pela Congregação e busca informações a seu respeito.

irmãoTítulo dado a um homem que vive numa Congregação religiosa de Irmãos.

irmãoS dA miSericór-diA de mAriA AuxiliAdo-rANome da Congregação, desejado pela fundador Pedro Friedhofen e confirmado pela Igreja. Existem ain-da outras Ordens masculinas dentro da Igreja Católica, que são chamados de Irmãos da Misericórdia. Trata-

se de Ordens Religiosas que atuam predominantemente no setor social-caritativo.

J JuNiorAToO juniorato tem início imediata-mente após o noviciato e é uma fase probatória e continuidade de formação, que em geral dura cinco anos. Os fundamentos criados du-rante o noviciato são aprofundados e aprimorados. O objetivo do junio-rato é a conexão com Deus e com a Congregação, através dos votos per-pétuos.

L lAudeSA oração matutina comunitária dos Irmãos

liTurgiA dAS horASOrações comunitárias dos Irmãos de um convento, em horário pré-fixado de acordo com determinados textos: Laudes, Hora Média, Vésperas.

M mAriA AuxiliAdorATítulo sob a qual os Irmãos da Miseri-córdia de Maria Auxiliadora adoram

a Mãe de Deus, na forma idealizada pelo fundador Pedro Friedhofen. A fes-ta de “Maria, Auxiliadora dos Cristãos” é celebrada em 24 de maio. Nesse dia,

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os Irmãos celebram sua Padroeira.

meSTre do JuNiorAToUm Irmão, nomeado pelo Superior competente para a consultoria e acompanhamentos aos Co-Irmãos do Juniorato.

meSTre doS NoViçoSUm Irmão encarregado da formação e acompanhamentos dos noviços

miSSão moNáSTicAToda Congregação ou fraternidade monástica tem uma missão concre-ta a cumprir no âmbito da igreja. No caso dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, essa missão é o serviço em favor de pessoas pobres, idosas doentes e necessitadas e - de acordo com a Regra de Santo Agos-tinho - na vivência de uma comuni-dade fundamentada em Deus.

N “Neuer Geist” (“Novo espíri-to”)Nome da revista publicada pelos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, com 4 edições anuais. O título remonta a uma carta de Pedro Friedhofen em que procurar convencer o secretário episcopal de sua ideia de fundar uma comu-nidade totalmente nova, dotada de “novo ardor, novo espírito e novos impulsos”.

Nome religioSoNo início do noviciado e até a vestição, o noviço recebe um nome religioso, que pode ser o de seu ba-tismo ou um novo nome.

NoViciAdoO período de experiência de dois anos dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora que se segue o postulado. Tem início com a vestição e termina com a consagração dos primeiros votos temporários de dois anos.

NoViçoHomem que se encontra no período de formação denominado noviciato e que ainda não consagrou votos.

O oBediêNciAAo lado da castidade celibatária e da pobreza, a obediência representa

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um dos três votos que os Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora consagram. Obediência tem relação com ouvir uns aos outros e abrange várias dimensões: ouvir a si próprio (reconhecer as próprias aptidões e estar preparado a usá-las, reconhe-cer e aceitar os limites de si próprio), ouvir a Deus e sua vontade, ouvir o seu semelhante (na comunidade de vida, na comunidade de seus seme-lhantes e na comunidade de fé), ouvir os sinais dos tempos e da vida na res-ponsabilidade para com Deus, com o ser humano e para consigo mesmo.

P pASTorAl VocAcioNAlÉ um modo de incentivar vocações religiosas através da oração, da publicidade, de conversas pessoais e aclaramento da motivação dos inte-ressados.

pATroNo ou pAdroeiroOs padroeiros da Congregação são São João de Deus (8 de março), São José (19 de março), São Luiz Gon-zaga (21 de junho), o Beato Pedro Friedhofen (23 de junho) e Santo Agosti-nho (28 de agosto).

poBrezAAlém da castidade celibatária e da obediência, a pobreza é um dos três votos que os Irmãos da Miseri-córdia de Maria Auxiliadora con-sagram. Ser pobre significa viver numa comu-nhão de bens que se estende a todos os âmbitos da vida (alimentação, moradia, renda, for-mação ...). Livres da preocupação com bens materiais, os Irmãos po-dem abrir-se mais às necessidades do ser humano.

poSTulANTAdoPrimeiro período de preparo de um homem para a admissão ao novi-ciado e, portanto, à vida em uma Congregação religiosa ou fraterni-dade monástica. Via de regra tem a duração de seis meses.PostulanteHomem que se encontra na fase do postulantado e se prepara para o noviciato.

R recreAçãoPeríodo conjunto de lazer dos Irmãos.

reFeiTórioEspaço comunitário do Convento em que são tomadas as refeições. Faz parte da clausura.

regrAToda Congregação ou Irmandade Monástica vive segundo uma Regra. Os Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora vivem segundo a Regra de Santo Agostinho, que trata da con-cretização de uma Irmandade santa, fundamentada em Deus. O exemplo a ser seguido é o da primeira comu-nidade de vida e bens dos primeiros cristãos em Jerusalém.

S SANTo AgoSTiNhoAgostino de Hipona (354 a 430) é um dos mais relevantes doutrinadores cristãos no limiar entre a Antigui-dade e a Idade Média. Inicialmente foi orador em Tagaste, Cartago, Roma e Milão. Foi batizado em Milão em 387, consagrado sacerdote em 391. De 395 até sua morte foi Bispo em Hipona Régia, no norte da África. Em torno do ano 397 redigiu a Regra para a sua Congregação Monástica. Também os Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora vivem segundo a Regra de Santo Agostinho.

SecreTário gerAlApóia o Superior Geral em sua gestão e lavra as atas das reuniões do Con-selho Geral. São de responsabilidade do secretário geral, colocar ordem e guardar todos os documentos e pro-cessos relativos à Congregação. Além disso, é encarregado da crônica da Congregação.

Superior gerAlÉ o superior máximo da Congregação, que lhe dá o impulso para a concre-tização de sua missão na Igreja e no mundo. É ele quem conduz e dirige a Congregação em conjunto com o Conselho Geral.

SuperiorSuperior de cada comunidade monás-tica (convento), responsável pelos Irmãos e seus assuntos.Superior doméSTicoCargo ocupado por Irmão ou – partir do ano de 200 – também por colabo-radores com qualificação condizente, que representa a Congregação em seu papel de mantenedora de insti-tuições sociais e caritativas (hospi-

tais, instituições de auxílio a idosos e deficientes) em seu respectivo órgão administrativo.

V VéSperASA oração vespertina comunitária dos Irmãos.

VeSTiçãoApós o Postulado, o Noviço recebe o sua túnica (Hábito), um nome monás-tico e uma Forma de Vida. Com a vestição tem início o Noviciado.

ViTA coNSecrATANum sentido mais restrito, “vita con-secrata” designa um modo de vida no qual o fiel “se consagra a Deus e à missão salvífica da Igreja através da profissão, reconhecida e orde-nada pela Igreja, de seguimento dos Conselhos Evangélicos através de vo-tos ou outros meios especiais” (CIC, cânone 207, § 2°).

VocAçãoVocação no sentido bíblico significa ouvir o chamado de Deus e segui-lo, por exemplo como cristão filiado a uma Ordem. A vocação não é “mere-cida” ou “feita em casa”, ela vem de Deus. A pessoa vocacionada respon-de ao chamado interior por livre e es-pontânea vontade.

VoToSOs votos (em latim "professio” = profissão de fé) são a promessa públi-ca de um candidato (noviço) em uma Congregação Cristã ou Irmandade Monástica, de viver segundo os Con-selhos Evangélicos, subalterno a um Irmão Superior, de acordo com uma Regra. Promessa pública a Deus e à Congregação dos Irmãos da Miseri-córdia de Maria Auxiliadora de viver pobre, casto e obediente na Congre-gação. Via de regra os votos são en-tregues por dois anos (primeiros vo-tos), depois por três anos (renovação dos votos) e em seguida prometidos para a vida toda (votos perpétuos).

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