revista interação 9ª edição

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A Revista Interação é uma publicação semestral do Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD/UFPI), com o objetivo de divulgar a Educação a Distância no Piauí. O ano de 2007 marcou o lançamento da 1ª edição. Com um formato informativo, a Revista Interação traz à sociedade acadêmica e aos interessados em geral, notícias com temáticas atuais e relevantes, ensaios sobre EaD, entrevista, eventos, dicas de leituras e recomendações de links. Para mostrar o avanço da qualidade do ensino oferecido pelo CEAD/UFPI, a 9ª edição da Revista Interação destaca a qualificação do corpo docente e servidores, em programas de pós-graduação stricto sensu em nível de doutorado e mestrado. Deste modo, a Interação reafirma o estímulo ao conhecimento, à pesquisa e à extensão com a divulgação de novos temas e talentos relativos à Educação a Distância. Esses são os maiores compromissos do CEAD/UFPI junto à sociedade.

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Page 1: Revista Interação 9ª edição

Foto: Fotomontagem

/Antonio Filho

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Page 3: Revista Interação 9ª edição

ExpedienteINTERAÇÃO - EDIÇÃO 09

ANO 7 - N. 2014.1Publicação semestral produzida pelo Setor de Produção

de Material Didático e pela Assessoria de Comunicação do Centro de Educação Aberta e a Distância - CEAD/UFPI

Reitor da UFPIProf. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes

Vice-reitora da UFPIProfa. Dra. Nadir do Nascimento Nogueira

Diretor do Centro de Educação Aberta e a Distância/Coordenador da UAB na UFPI

Prof. Dr. Gildásio Guedes Fernandes

Vice-diretor do CEAD/UFPIProf. Dr. Milton Batista da Silva

Coordenadora Adjunta da UAB na UFPILiana Rosa Brito

Coordenadoras da RevistaKarine de Sousa Santiago

Thays Fernanda Silva Pessoa

Equipe ResponsávelAntonio F. de Carvalho Filho

Karine de Sousa SantiagoKerignaldo Júnior

Thays Fernanda Silva Pessoa

ColaboradoresDjane Oliveira de Brito

Zilda Vieira Chaves

Projeto Gráfico e DiagramaçãoAntonio F. de Carvalho Filho

Kerignaldo Júnior

FotografiasAntonio F. de Carvalho Filho

Karine de Sousa SantiagoThays Fernanda Silva Pessoa

Arte e CapaAntonio F. de Carvalho FilhoThays Fernanda Silva Pessoa

RevisãoMaria da Conceição de Souza Santos

Sônia Maria Ferreira LimaGildásio Guedes Fernandes

PareceristasAmada de Cássia Campos ReisArnaldo Oliveira Souza Júnior

Davi da SilvaLívia Fernanda Nery da Silva

Ronaldo Matos Albano

Conselho EditorialAntonella Maria das Chagas SousaFrancisco Tavares de Miranda Filho

José Vanderlei CarneiroKeylla Maria de Sá Urtiga AitaMaria Goreth de Sousa Varão

ApoioCoordenadoria de Comunicação

Social da UFPI (CoordCom)

A procura pela especialização profissional aumentou em todo o Brasil, o que desencadeou o aumento das ofertas de programas de pós-graduação – que incluem mestrado acadêmico, mestrado profissionalizante e doutorado. Essa realidade chegou à Educação a Distância e se reflete na qualidade do ensino oferecido. O Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD/UFPI) confirma a qualidade do ensino, por meio de professores qualificados e capacitados.

Com o objetivo de mostrar esse avanço, a 9ª edição da Revista Interação destaca a qualificação do corpo docente e dos servidores que foram bem sucedidos em programas de pós-graduação stricto sensu, em nível de doutorado e de mestrado, além de apresentar temas relevantes sobre Educação a Distância para toda a sociedade.

Nesta edição, os leitores poderão conferir ensaios temáticos com enfoque central nas novas perspectivas da Educação a Distância. Os textos proporcionam reflexões que representam, para o CEAD, o compromisso efetivo com a qualidade do ensino e da aprendizagem na modalidade EaD, bem como instrumentos para a melhoria da eficiência e da eficácia do ensino a distância.

Aborda, também, as atividades, os eventos, as palestras, os simpósios desenvolvidos nos Polos, e a participação dos coordenadores de cursos do CEAD/UFPI no I Fórum Nacional das Áreas do Sistema Universidade Aberta do Brasil, ocorrido em Belo Horizonte, e o VIII de Coordenadores de cursos e de polos de apoio presencial, realizado em Teresina (PI).

“Desafios e propostas da educação no Brasil” é o tema da entrevista principal com os docentes: Prof.ª Dr.ª Márcia Ângela Aguiar (UFPE/Presidente ANPAE), Prof. Dr. Antônio Carlos Maciel (Coordenador PPGE/UNIR), e a Prof.ª Dr.ª Suely Aparecida Mascarenhas (UFAM).

Com a finalidade de mostrar a história de superação de um aluno de EaD, a Revista Interação traz o “Perfil do Aluno”, que evidencia a história da aluna “Sandrinha”, do curso de Ciências Biológicas do Polo de Simões.

Boa leitura!

Editorial

Page 4: Revista Interação 9ª edição

Sumário Professores e técnicos do ceAd/UfPi

AmPliAm qUAlificAção ProfissionAl

18 CA

PA

ENSAIOS

A digitAlizAção e A edUcAção A distânciARafael Fernandes de Mesquita

A edUcAção A distânciA cAPAcitAndo médicos PArA trAbAlhAr em Atenção PrimáriA em

Saúde (aPS) no eStado do Piauí Por meio da UnAsUs/ ProVAb

Lis Cardoso Marinho Medeiros

AlgUns obstácUlos AtUAis dAs Ações de edUcAção A distânciA: romPendo fronteirAs

no PiauíElenice Monte Alvarenga

concePções dos tUtores do cUrso Licenciatura em ciênciaS BioLógicaS (cead/

uFPi) SoBre eadLuzia Áurea Bezerra Albano Barbosa

o estágio nA edUcAção A distânciA: contribUições PArA A formAção docente

Ana Bolena de França Silva

o PAPel do comPUtAdor nA edUcAção e os desAfios dAs escolAs contemPorâneAs

Marília Gabriela Mendes do Chantal Nunes

ProPostAs PArA o Uso efetiVo dA PlAtAformA de ensino A distânciA Por AlUnos de

graduação e PóS-graduação.Albenir Rêgo Barbosa

edUcAção A distânciA: UmA reAlidAde PróximADiana Nogueira Cruz

temPo de leitUrA em eadMaria do Socorro de Andrade Ferreira

SEÇÕES

encontro de coordenAdores

UfPi: AmPliAção de cUrsos

esPeciAlizAções

eVentos em ead

entreVistA

VestibUlAr ead 2014

Perfil do AlUno

interAção recomendA

fórUm UAb

reconhecimento

formAção

dicA de liVros

imPortAnte

giro nos Polos

589

111421

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CEAD/UFPI promoveu o VIII Encontro de Coordenadores de polos UAB

O Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD/UFPI) promo-veu o VIII Encontro de Coordena-dores de polos UAB, em dezembro de 2013, no auditório do Centro. Os coordenadores de polo pre-sentes assistiram a palestras sobre Educação a Distância e puderam expor problemas e soluções para a EaD.

O Diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes, reali-zou a abertura do evento dando

boas-vindas e exibiu um vídeo re-ferente às atividades desenvolvidas pelo CEAD/UFPI ao longo dos anos. “A maior importância desse encontro é a troca de experiên-cias. São 30 polos, com realidades diferentes”, ressalta o Prof. Gildá-sio Guedes.

O Reitor da Universidade Esta-dual do Piauí (UESPI), Prof. Dr. Nouga Cardoso, foi convidado para proferir a palestra “Ponto de vista sobre EaD no Piauí”. “É sem-pre bom participar de um grupo de discussões como esse, pois po-demos socializar os avanços e os conceitos das práticas de ensino a distancia, além das demandas que não foram atendidas ou supera-das”, afirma o Prof. Nouga Cardo-so.

A coordenadora do polo UAB de Simões, Prof.ª Maria do Socor-ro Bento Reis (Dudu), avaliou o

evento de forma positiva: “Esses encontros são muitos vantajosos, pois além de refletirmos e discutir-mos sobre as temáticas inerentes à EaD, também compartilhamos experiências e angústias”, destaca.

Para o coordenador do polo UAB de Castelo do Piauí, Prof. Francisco Matos, o Encontro é um momento de socializar os pro-blemas que surgem no dia a dia do polo, e uma oportunidade de apontar as soluções e de traçar as estratégias para o ano de 2014, em especial para o Vestibular do CEAD/UFPI.

Diretora do NEAD/UESPI, Profª. Drª. Márcia Percília; Diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes; Reitor

da UESPI, Prof. Dr. Nouga Cardoso e Vice-diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Milton Batista

CEAD

Por Karine Santiago e Thays Pessoa

Revista Interação ● Edição 9

Coordenadores de polo e de curso do CEAD/UFPI participaram do Encontro

Diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes e Coordenadores de curso do Centro

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As mudanças do mundo con-temporâneo, especialmente aque-las derivadas da evolução tecnoló-gica e atribuídas à informatização das atividades humanas, provocam efeitos diversos nas relações entre pessoas, no ambiente de trabalho, na sua vida social e no modo como todos os processos são desenvolvi-dos nesses espaços. Já não se pen-sa – ou sequer se fala –, em um escritório, em uma casa, em uma sala de aula, sem a presença de algum artefato tecnológico conec-tado às redes de comunicação glo-bais. É cada vez mais constante e ininterrupta a associação da força

humana à capacidade tecnológi-ca para as mais variadas atividades diárias, o uso de computadores, celulares, tablets etc.

Para Lévy (2009), a virtualização extrapola os encostes da informati-zação, hoje vivenciada pelo mundo como um todo, mesmo que em al-guns países ou regiões a realidade de acesso às tecnologias da infor-mática seja efetuada com maior ou menor facilidade. Assim, criam-se novos espaços, novos ambientes de interação, onde não há necessida-de da convivência em uma mesma localidade geográfica. Aqui a geo-grafia só interfere no idioma e nos aspectos culturais, pois os chats, as redes sociais e outras ferramentas possibilitam o contato simultâneo com indivíduos que estão distan-tes, tomando por referência a dis-tância territorial. Cadoz (1997, p. 87) afirma que “[...] cada indiví-duo pode estar com todos os ou-tros sem lá estar corporalmente [...]”, em um lócus digital em que se calcorreiam espaços sem luga-res, na companhia de pessoas afas-tadas, mas com irrestrita convicção de sua realidade.

Nesse contexto, emerge a Edu-cação a Distância, impulsionada pela necessidade de sujeitos que, por limitações de tempo, de recur-sos financeiros, ou de acesso a ins-tituições de ensino, não alcançam formação profissional, técnica ou

em níveis superiores. Há aprovei-tamento das ambiências propi-ciadas pela evolução tecnológica para suprir essas necessidades. Nos novos espaços, o tempo tem sua unidade sem a obrigatoriedade da unidade do lugar, pois a relação entre indivíduos pode ser simul-tânea mesmo que estejam distan-tes entre si, além das ações serem contínuas, apesar de sua duração descontínua, porquanto a comuni-cação possa ser efetivada por troca de e-mails, ou outros tipos de men-sagens, sem a necessidade de res-posta tão logo apresentada.

O professor, figura ímpar e fun-damental no processo de ensino e de aprendizagem, assim como o aluno, também tem suas ações mo-dificadas, adaptadas a esse contex-to. Ao estudante é dada a respon-sabilidade de se tornar mais ativo, mais ávido por conhecimentos, ao tempo que é desafiado a ser sujei-to do seu próprio aprendizado. Ao professor, é dada a incumbência de atualizar-se, fazer valer os re-cursos que tem à sua disposição. Alguns aspectos intrínsecos à vir-tualização auxiliam esse processo, já que a informatização não di-minui a importância ou interesse pela leitura, mas os eleva. Como ledor de uma página virtual, a imersão na imagem é atividade di-nâmica, cada palavra pode suscitar novas buscas, hiperlinks que abrem

Rafael Fernandes de MesquitaBacharel em Administração - CEAD/UFPIMestrando do Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Universidade de Fortaleza – UniforEspecialista em Docência SuperiorTecnólogo e MBA em Recursos Humanos

[email protected]

Revista Interação ● Edição 96

A digitalização e a Educação a Distância

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Page 7: Revista Interação 9ª edição

acessos a outras novas páginas, li-vres e disponíveis a bel-prazer da criatividade daqueles que operam a máquina.

A humanidade, conforme Lévy (2009), foi constituída em pro-gresso análogo à virtualização, por meio de três processos distintos: o desenvolvimento da linguagem, como virtualização de memórias, de intenções, de símbolos, possi-bilitando a compreensão dos re-ceptores das mensagens; a técnica, uma extensão do corpo humano que possibilita melhor desempe-nho nas atividades diárias; e, como terceiro processo, a criação das instituições, convenções sociais que transformam as relações entre indivíduos.

Sabendo que a Educação a Dis-tância utiliza-se de técnicas que intermedeiam a linguagem para o alcance do seu fim: a formação de pessoas a partir de seu desen-volvimento educacional, a con-temporaneidade da educação – o contexto atual do ensino a distân-cia –, seria a evolução natural do desenvolvimento da humanidade, seguindo seus mesmos pressupos-tos de constituição? Ao que Lévy (2009) afirma: talvez. O compu-tador seria apenas mais um meio de representação de imagens, pois mesmo no Paleolítico, já era possí-vel virtualizar figuras em inscrições

que hoje são denominadas rupes-tres. As salas de aulas são comple-mentadas por ambientes virtuais de aprendizagem. O quadro negro evoluiu, tornou-se a lousa digital. O giz, o pincel, o papel e a caneta, aos poucos, estão se tornando ins-trumentos obscuros e os softwares já são mais frequentemente usados quando se vai planejar e elaborar uma apresentação de seminário. Quem ainda usa a cartolina? O pa-pel cartão? Quão frequente seria seu uso? Seria interessante investi-gar a presença desses artefatos no dia a dia da nova instituição de en-sino, sem afirmar que ele não exis-ta, pois se sabe que ainda há quem faça seu uso.

Além desses aspectos mais ope-racionais, torna-se imprescindível, também, analisar os novos sujeitos dessa realidade virtual do ensino. Como já exposto previamente, o professor e o aluno são os indiví-duos que tanto farão uso dos novos espaços quanto se tornarão seus instrumentos constituintes. A in-ternet e as redes sociais compõem o cenário de desenvolvimento des-te mundo e o papel das universi-dades, essencialmente por serem instituições formadoras de capital humano extremamente qualifica-do, que é ampliado à medida que se amplia, também, seu alcance.

O meio digital já vem

apontando para uma tendên-cia à centralidade da imagem nas comunicações, para novas formas de relacionamento in-terpessoal, de ampliação dos sentidos do tempo e do espa-ço, para outras relações de tra-balho e para a conectividade ininterrupta. Precisamos, pois, refletir sobre como a educação deve lidar com isso, de modo a fazer parte integrante e agenti-va desse mundo, antes que esse mundo seja coisa do passado. (GOMES, 2013, p. 22).

Portanto, conforme Gomes (2013), fazer parte da realidade já não é opção de escolha. De uma ou outra forma, a evolução tecno-lógica mundial impulsiona mudan-ças e torna, aos poucos, obsoletos aqueles que não correspondem ou acompanham seus avanços. E, as-sim, toda informação, todo conhe-cimento, todos os recursos virtuais disponíveis para a consecução da mais variadas atividades de ensino, estão à margem de um clique.

REFERÊNCIAS

CADOZ, C. Realidade virtual. São Paulo: Editora Ática, 1997.

GOMES, L. F. EaD no Brasil: pers-pectivas e desafios. Avaliação, v. 18, n.1, p. 13-22, mar., 2013.

LÉVY, P. O que é virtual? 1. ed. São Paulo: Editora 34, 2009.

Revista Interação ● Edição 97

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8Revista Interação ● Edição 9

Concluído um ano de gestão do Reitor, Professor Doutor José Arimatéia Dantas Lopes, e da Vi-ce-reitora, Professora Doutora Nadir Nogueira, a Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação (PRPG) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) apresenta conquistas que focalizam a formação continuada para alunos egressos da graduação e a ampliação do índice de qualifi-cação docente da Instituição. Em 2013, as funções da então Pró-Rei-toria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG/UFPI) passaram ao en-cargo da PRPG e da Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPESQ), ficando a primeira (PRPG) encarregada de conduzir administrativamente os Programas de Pós-Graduação (PPG) da UFPI.

De acordo com o Pró-reitor de Pós-Graduação, Professor Doutor Helder Nunes Cunha, a divisão da PRPPG em PRPG e PROPESQ foi benéfica para a Universidade à medida que otimizou o tratamen-to dos PPGs. Mais tempo e dis-ponibilidade para o acompanha-mento dos programas foi um dos aspectos positivos do período de gestão apontado pelo Pró-reitor.

“A Pró-reitoria de Pós-Gradua-ção recebeu novas instalações loca-lizadas ao lado da Pró-reitoria de Administração e recursos foram aprovados para os PPGs, a exem-plo de seis milhões de reais aprova-dos para alguns programas de pós-graduação inscritos no Edital do Fundo de Infraestrutura (CT-IN-FRA) da Agência Brasileira da Ino-vação (FINEP), no qual Parnaíba e Bom Jesus foram contemplados. Este foi um ano promissor para a Pós-graduação da UFPI”, afirma o professor.

Ao todo, 34 programas de pós-graduação (doutorados, mestra-dos, cursos de especialização e re-sidências) constavam do registro

da UFPI com reconhecimento da CAPES em 2013. No último ano de gestão, esses números cresce-ram. “Foram aprovados o Doutora-do em Agronomia e o Doutorado em Enfermagem; o Mestrado em

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

SITUAÇÃO

Direito Eleitoral / Convênio EJE

Em funcionamento

Direito Privado / Convênio ESMEPI

Em funcionamento

Direito Público / Convênio ESMEPI

Em funcionamento

Gestão Estratégica de Pessoas / CCHL

Em funcionamento

Ortodontia / CCS Em funcionamento

Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais / CCS

Em funcionamento

Atividade Física e Saúde / CCS

Fase de Seleção

Educação Integral / CCE

Em funcionamento

Docência na Educação Infantil / CCE

Em funcionamento

Música: Musicoterapia / CCE

Fase de Matrícula

Gestão Escolar / CCE Fase de Matrícula

Coordenação Pedagógica / CCE

Fase de Seleção

Automação de Processos Industriais / CT

Fase de Seleção

Práticas Projectuais em Arquitetura e Engenharia / CT

Fase de Seleção

TOTAL 14

Por Carolina Oliveira

DADOS CURSOS LATO SENSU - 2013

Pró-Reitor de Pós-Graduação da UFPI, Prof. Dr. Helder Cunha

UFPI investe na ampliação de cursos de pós-graduação

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Page 9: Revista Interação 9ª edição

9Revista Interação ● Edição 9

RESIDÊNCIAS SITUAÇÃO

Residência Médica Em funcionamento

Residência Médica Veterinária

Em funcionamento

TOTAL 2

RESIDÊNCIAS EM ÁREA MULTIPROFISSIONAL

SITUAÇÃO

Residência em Enfermagem Obstétrica

Em funcionamento

Residência em Cirurgias e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais

Em funcionamento

TOTAL 2

O Pró-Reitor acrescenta outra mudança que marcou a PRPG no primeiro ano de gestão do Profes-sor Doutor José Arimatéia Lopes: “Reativamos o Fórum dos Coor-denadores de Pós-graduação da UFPI. Estamos promovendo a alte-ração de muitas resoluções da área de Pós-graduação da UFPI, por exemplo, o caso da resolução de

afastamento para pós-doutorado;

resolução de regulamentação de

estágio-docência; resolução sobre

exame de proficiência para ingres-

so nos PPG; resolução do progra-

ma de capacitação interna. Tudo

está sendo discutido com o Fórum

e com uma equipe de trabalho da

Adufpi”.

Ciências Biomédicas (Parnaíba) e o Mestrado Profissional em Artes e Musicologia (Parnaíba) encon-tram-se em diligência; e mais de dez propostas de especializações foram enviadas à CAPES”, pontua o professor Helder Cunha.

Projeto do prédio próprio destinado ao Mestrado e ao Doutorado em Enfermagem (já em construção)

Informações acesse: www.cead.ufpi.br

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A educação a distância capacitando médicos para trabalhar em Atenção

Primária em Saúde (APS) no estado do Piauí através da UNASUS/ PROVAB

10Revista Interação ● Edição 9

O Governo Brasileiro tem tra-balhado, na última década, na consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) estabelecendo nor-mas que fortalecem cada vez mais suas ações no território nacional. A Portaria n. 2.488, de 21 de outu-bro de 2011, aprova a Política Na-cional de Atenção Básica diz que:

A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e

coletivo, que abrange a promo-ção e a proteção da saúde, a pre-venção de agravos, o diagnósti-co, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manuten-ção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção inte-gral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicio-nantes de saúde das coletivida-des (BRASIL, 2011).

A Educação Permanente apre-senta-se com estratégia para o al-cance dos objetivos previstos, pois estabelece a superação para os de-safios enfrentados no processo de trabalho, envolvendo práticas que possam ser definidas por múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de poder, planejamento e organização do trabalho etc.) e por meio do ensino a distância, democratiza o acesso ao conheci-mento, levando educação e o aces-so à informação, por meio de cur-sos, para todos os agentes do SUS.

A aprendizagem significativa es-timula e valoriza o profissional de saúde que atua em equipes multi-profissionais no âmbito da Aten-ção Básica e da Estratégia de Saú-de da Família, além de levá-las para localidades com maior carência

para este serviço. Com esse objeti-vo o Ministério da Saúde lançou, em conjunto com o Ministério da Educação, a portaria interminis-terial n. 2.087, de 1º de setembro de 2011, que instituiu o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (PROVAB) ao co-tidiano brasileiro.

O PROVAB prevê atuação des-tes profissionais por 12 meses, su-pervisionados por uma instituição de ensino, sendo obrigatória a par-ticipação em curso de especializa-ção em Atenção Básica. Semanal-mente, o profissional terá 32 horas de atividades práticas nas Unida-des Básicas de Saúde e 8 horas no curso de especialização.

O curso de especialização é mi-nistrado por 12 das 16 instituições que compõem a Rede UNA-SUS, que apoia a promoção da forma-ção e a qualificação à distância gra-tuitamente.

Como parte das ações de apoio ao PROVAB, a UNA-SUS desenvol-veu um Web Portfólio, ambiente de interação que reúne as ativida-des desenvolvidas por todos os par-ticipantes do PROVAB, disponível no link: http://moodle.unasus.gov.br/provab2013.

A Educação a Distância capacitando médicos para trabalhar em Atenção

Primária em Saúde (APS) no estado do Piauí através da UNASUS/ PROVAB

Lis Cardoso Marinho MedeirosEnfermeira e dentista – UFPI Mestra em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos – UFPB Doutora em Enfermagem – UFRJ Professora UFPI/CCS/Departamento de Biofísica e Fisiologia/NUEPES/CEAD, Coordenadora de Tutoria do curso de Especialização de Gestão em Saúde PNAP/Coordenadora do NUEPES

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11Revista Interação ● Edição 9

O PROVAB acontece desde 2012. Nesse ano, foram aproxima-damente 312 profissionais médi-cos inseridos nas equipes da ESF em todos os estados brasileiros. No ano de 2013, este número passou para mais de 4.000 médicos em todo Brasil. No Piauí, esse número foi de 12 médicos em 2012 e atual-mente 102 médicos.Os municípios que possuem médicos do PROVAB no Piauí estão localizados de norte a sul do estado.

Como a formação acadêmi-ca dos médicos não os qualifica para a APS e o PROVAB insere-se no contexto da ESF o MS, para o segundo edital, estipulou a obri-gatoriedade do curso de Especiali-zação em Saúde da Família. Como são muitos municípios e médicos, a única estratégia viável para esta

capacitação foi pelo ensino a dis-tância. No Piauí, o curso é minis-trado pela UFPel ( Universidade Federal de Pelotas).

O curso é totalmente a distân-cia e prevê quatro meses de inter-venção como atividade do Traba-lho de Conclusão de Curso (TCC). O médico é obrigado a intervir na Atenção Básica para poder con-cluir seu TCC. Isso demonstra a potencialidade que é o ensino a distância promovendo habilida-des e competências do profissio-nal médico para melhor assistir a população dentro da ESF. Se não fosse pelo ensino a distância, seria inviável pelas condições geográfi-cas e de distribuição.

Deve-se fazer referência ao apoio logístico da UAB/UFPI a

todos os médicos do PROVAB no estado do Piauí, pois os polos ins-talados nos municípios são supor-tes que viabilizam o cumprimento das atividades dos trabalhadores na Especialização. Tem município, como Gilbués, a mais de 600 Km de distância de Teresina, que o polo foi disponibilizado 24 h para os profissionais acessarem o curso e cumprirem suas atividades.

Concluiu-se que a Educação a Distância, neste modelo de capa-citação em gestão, caracteriza-se como um instrumento de apoio ao SUS para formar trabalhadores voltados para atenção básica e que a parceria com a UAB/UFPI foi de grande relevância para viabilizar este processo de formação.

A Educação a Distância (EaD) está em expansão no Piauí e no Brasil, com isso, a procura dos pesquisadores, docentes, estudantes por eventos acadêmicos dentro e fora do país também cresce. Atualmente, existem congressos, fóruns, encontros e simpósios que discutem diversos assuntos ligados a esses campos de estudo.

Confira e participe dos principais eventos nacionais e internacionais sobre Educação a Distân-cia e Tecnologias da Informação e Comunicação.

09 a 13/06/2014XV Encuentro Internacional Virtual Educa Peru 2014Lima – Peruhttp://virtualeduca.org/encuentros/peru

25 a 27/06/20145 th International Conference on New Horizons in Education – INTE 2014Paris – FrançaSite: http:www.int-e.net

05 a 08/08/201411º Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância - ESUDFlorianópolis - Santa Catarina Site: http://esud2014.nute.ufsc.br/

06 a 09/10/201420º. CIAED – Congresso Internacional ABED de Educação a DistânciaCuritiba - Paraná Site: http://www.abed.org/congresso2014/

Eventos em EaD

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12Revista Interação ● Edição 9

Os princípios da Educação a Distância (EaD) devem estar em consonância com os quatro pilares da educação, definidos no Rela-tório da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI (DELORS, 1999). Esses pilares, não somente possibilitam a forma-ção de conhecimento, mas, princi-palmente, tornam o aluno capaz de explorar o conteúdo, enrique-cer seu aprendizado e adaptar suas experiências e seus conhecimentos

adquiridos. Dessa forma, a educa-ção deve basear-se em quatro mo-dalidades de aprendizagem funda-mentais: o aprender a conhecer; o aprender a fazer; o aprender a viver juntos; e o aprender a ser (DELORS, 1999). Para atender a isso, atualmente, no contexto de aprimoramento das ações de EaD no Brasil, observam-se ainda algu-mas barreiras a serem suplantadas, de modo a garantir uma atuação mais eficaz dos atores do ensino a distância. Nesse sentido, busca-se, neste ensaio, uma sumarização de tais dificuldades, com destaque para o aspecto sobre o qual o esta-do do Piauí tornou-se especialista: o rompimento de fronteiras (geo-gráficas e infraestruturais) na pro-moção da EaD.

Inicialmente, é preciso desta-car que, como a EaD desempenha hoje papéis múltiplos, que vão desde a atualização de conheci-mentos específicos, complemen-tação da transmissão presencial de conhecimentos, até a formação profissional, é de extrema impor-tância a adequação da plataforma escolhida aos objetivos do curso a ser desenvolvido e ao perfil do público-alvo em questão. Além dis-so, a filosofia de utilização das es-tratégias EaD embasa-se na teoria

construtivista, que compreende a origem do conhecimento na in-teração do sujeito com o objeto. Nesse ponto, depara-se nas pri-meiras dificuldades da difusão da EaD, pois, segundo Leal (2011), a principal mudança paradigmá-tica necessária em cursos de EaD deve ocorrer na própria estrutura pedagógica, que não deve apenas transpor para o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) velhos conceitos pedagógicos arraigados, mas sim modificá-los em função do novo objetivo de sua aplicação. Esse, talvez, seria o maior desafio dos ambientes EaD atualmente, uma vez que demandam uma es-tratégia de abordagem diferencia-da, centrada no construtivismo. Assim, a produtividade em um AVA depende invariavelmente da existência de um comportamen-to de mediação social, no qual se prioriza não apenas o conteúdo, mas também os mediadores ins-trumentais, isto é, os meios pelos quais será realizada a transmissão do conhecimento, além da atua-ção dos próprios agentes sociais (público-alvo) e da observação de suas peculiaridades (COLL; MAR-CHESI, 1996).

No processo de desenvolvimen-to de um projeto de EaD, deve-se,

Alguns obstáculos atuais das ações de Educação a Distância: rompendo

fronteiras no Piauí

Elenice Monte AlvarengaBacharela e Licenciada emCiências Biológicas - UNICAMPEspecialista em Gerenciamento de Recursos Ambientais - IFPIMestra em Biologia Celular e Estrutura - UNICAMPProfessora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - IFPI

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ainda, conceber a definição da teo-ria de aprendizagem que irá nor-tear as atividades do grupo. Assim, uma vez definidos os objetivos a se-rem atingidos e o público-alvo em questão, deve-se definir quais se-rão os meios (aspectos das teorias de aprendizagem aplicados) para alcançá-los. Desse modo, é impor-tante que no processo de desenvol-vimento de um projeto de EaD se considere os aspectos de cada teo-ria e se atenha àqueles que melhor se adaptem aos objetivos propostos pelo projeto (COLL; MARCHESI, 1996). Entretanto, nota-se que muitos projetos de ensino à distân-cia se eximem de tal necessidade e se mostram pouco articulados, do ponto de vista pedagógico, o que prejudica severamente o processo de apropriação de conhecimento pelos alunos.

Como barreira última a ser transposta, pode-se também citar a existência de dificuldades de ordem infraestrutural, principal-mente no que se refere ao acesso às tecnologias, e até mesmo de or-dem geográfica, que, nos rincões

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do país, tendem a dificultar a im-plantação de cursos a distância, e, na hipótese da instalação desses, tendem a tornar grande a evasão dos alunos nesses cursos. É nesse aspecto que, atualmente, o estado do Piauí vem despontando como referência no cenário da EaD, oferecendo cursos técnicos, supe-riores e de pós-graduação lato sen-su a distância nas mais distintas e longínquas localidades no Estado. Nesse cenário, destaca-se a rele-vância da Universidade Federal do Piauí (UFPI), oferecendo cursos de graduação e pós-graduação lato sensu em diversas áreas, como Ad-ministração, Biologia e Matemáti-ca. Seguindo a linha de oferta de cursos, a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) também vem am-pliando a oferta de vagas em cur-sos superiores e de pós-graduação em Pedagogia, Biologia e outras áreas. Ao longo dos anos, o núme-ro de alunos vem crescendo e para acompanhar o ritmo da ascensão da EaD no estado, o Instituto Fede-ral de Educação, Ciência e Tecno-logia do Piauí (IFPI) também vem dando sua contribuição, oferecen-do cursos técnicos a distância nas áreas de Meio Ambiente, Adminis-tração, Serviços Públicos e outros. No que se refere às políticas de ex-pansão do número de vagas e do escopo de atuação do IFPI na sea-ra da EaD, em 2013, o IFPI firmou diversas parcerias com prefeituras municipais para a criação de po-los para o oferecimento de cursos a distância, inclusive em cidades e regiões do estado do Piauí que não dispõem de infraestrutura própria

do IFPI para o oferecimento dos cursos, o que capilarizou a oferta de cursos, corroborando a relevân-cia da atuação do Instituto e garan-tindo o acesso de centenas de pes-soas ao ensino público, gratuito e de qualidade, mesmo nas regiões mais distantes e isoladas do estado do Piauí.

Assim, observa-se que a maio-ria dos atuais obstáculos próprios ao desenvolvimento das ações de Educação a Distância podem fa-cilmente ser suplantados pela sim-ples reflexão acerca dos aspectos pedagógicos que permeiam tais ações e/ou pelo empenho nos processos de difusão dos cursos de Educação a Distância, à despeito das dificuldades materiais e estru-turais encontradas.

REFERÊNCIAS

COLL, César Palácios; MARCHE-SI, Jesus. Desenvolvimento psico-lógico e educação: Psicologia da educação. v. 2. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da educação. In: ______. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortezo, 1999. p. 89-102.

LEAL, Regina Barros. A importân-cia do Tutor no processo de apren-dizagem a distância. Universidade de Fortaleza/FINOR. 6p. Revista Iberoamericana de Educacion. (ISSN:1681-5653). Disponível em: <www.rieoei.org/deloslecto-res/947Barros.PDF>. Acesso em: 29 nov. 2013.

O Piauí vem despontando

como referência no cenário da

EaD, oferecendo cursos técnicos, superiores e de pós-graduação

lato sensu

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Em entrevista à Revista Intera-ção, os professores Antônio Carlos Maciel, coordenador do Progra-ma de Pós-Graduação em Educa-ção da Universidade Federal de Rondônia; Márcia Ângela Aguiar, presidente da Associação Nacio-nal de Política e Administração da Educação (Anpae/UFPE); e Remi Castioni, professor-pesquisador da Faculdade de Educação da Univer-sidade de Brasília (UnB), falaram sobre os desafios e as propostas de melhoria da educação no Brasil, com enfoque na graduação e na pós-graduação.

Desafios do sistema educacional brasileiro

Prof.ª Dr.ª Márcia Ângela Aguiar - UFPE

[email protected]

1) Quais os desafios da educação no Brasil? Em sua opinião quais as soluções?

Uma delas é a organização do sistema nacional de educação que é um desafio muito grande e que exige a efetivação de um regime de colaboração, talvez esse seja o nosso maior desafio. E um dos pro-blemas que a gente se defronta é a descontinuidade dessas políticas. O não entendimento de que é pre-ciso ter uma articulação mais forte entre as diversas esferas (a união, o estado e os municípios) para garantir melhor qualificação aos profissionais da educação também é um grande desafio. Apesar dos avanços, acredito que deve existir a consolidação da formação e da qualificação profissional dos edu-cadores.

2) E a Educação a Distância?

Hoje a Educação a Distância tem assumido uma grande mis-são na formação dos profissionais. Eu acredito que o Ministério da Educação, por meio de progra-mas como o PROINFO, tem con-tribuído para a expansão e a me-lhoria da EaD no país. Eu acho que já existe uma massa crítica no Brasil e que isso se reflete inclu-sive no âmbito dos programas de pós-graduação. Assim, acho que a Universidade pública está preocu-pada com o alcance e a dimensão da EaD, isso para que ela seja de qualidade e garanta uma forma-ção sólida, consistente em todos os âmbitos (da graduação e da pós).

Então, eu deposito esperança de que a universidade pública, a par-tir da consolidação que se observa no campo da educação a distancia, sirva como um elemento de refe-rência para o que está sendo feito, muitas vezes, no setor privado.

As diferenças educacionais nas regiões brasileiras

Prof. Dr. Antônio Carlos Maciel - UNIR [email protected]

1) Como está a educação no país, em especial, na região Nordeste?

Nós vivemos em uma política de desenvolvimento nacional, que é extremamente desigual, concen-tradora e colonialista. Os índices na educação básica são horríveis. Das 100 melhores escolas da edu-cação básica, 90% se encontram nas regiões Sudeste e Sul do país, com destaque muito grande para o

Desafios e propostas da educação no Brasil

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Entrevista

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Sudeste. No ensino superior, a coi-sa é um pouco menos, mas ainda continuam essas disparidades que influenciam no desenvolvimento do país. Porque temos que pensar nesse desenvolvimento em função da concorrência internacional, num desenvolvimento mais unifi-cado, em vez de ficar centralizado no eixo sudeste-sul.

2) Quais as propostas para a me-lhoria da educação no país, em es-pecial, na região Nordeste?

Eu penso que a função funda-mental é a implantação da escola de educação integral, pois essa educação é uma proposta que vem para melhorar significativamente a desigualdade em termos educa-cionais no país. O Piauí, por exem-plo, tem uma proposta de educa-ção integral e isso vai melhorar a educação no estado.

3) Em relação a EaD, qual sua opi-nião sobre essa modalidade de en-sino?

A Educação a Distância é uma iniciativa que tem uma ótima in-tenção no sentido de atender as demandas que não são atendidas pelo ensino regular, mas temos problemas, estruturalmente, que estão longe de ser solucionados. O primeiro deles é a contratação de professores efetivos para a Educa-ção a Distância. Hoje, nossos pro-fessores atendem o ensino regular e a distancia. A EaD não tem um programa para a contratação de professores e isso é um problema para a educação nas regiões Norte e Nordeste, que já sofrem com a de-fasagem de professores. A segunda

questão é de estrutura, nós temos que construir uma estrutura para a EaD. O terceiro é construir, no âmbito da graduação, uma cultu-ra de educação, pois não temos a cultura de estudar sem tutores, so-zinhos.

Pós-graduação no Brasil: conquistas e desafios

Prof. Dr. Remi Castioni - UnB

[email protected]

1) Quais os desafios da pós-gra-duação nas regiões Norte, Nordes-te e Centro-Oeste?

Nos últimos anos, a pós-gradua-ção avançou, significativamente, no Brasil. Em 2013, houve um cres-cimento acentuado dos programas de mestrado e de doutorado e, as-sim, maior formação de mestres e doutores, o que se verifica é que ainda há uma densa expansão. A pós-graduação está muito con-centrada no Sul e no Sudeste do país em detrimento das demais regiões. Mesmo assim, nas regiões

Norte, Nordeste e Centro-Oeste encontramos mestres e doutores formados. Nas regiões Norte, Nor-deste e Centro-Oeste, o problema da expansão da pós-graduação é que ela não tem sido acompanha-da de apoio suficiente à pesquisa, inovação, que, basicamente, são as bolsas de produtividade e os edi-tais do CNPQ. O Sul e o Sudes-te, no caso da área da educação, concentram 87% das bolsas e as demais regiões têm que se con-tentar com 13%. Então, é uma dis-paridade muito grande quando o orçamento da União já disciplina que 30% das ações de fomento de-vam ser concentradas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Há necessidade de maior articula-ção dos programas nessas regiões para fazer chegar a essa necessida-de a quem decide as bolsas, quem decide as avaliações dos editais de que essas regiões têm que ser be-neficiadas.

2) Quais as propostas para melho-rar a pós-graduação nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste?

A pós-graduação avançou no Brasil mas, ainda temos um siste-ma que concentra no Sul e no Su-deste a maior parte do fomento a pesquisa.

Primeiro precisamos mudar o sistema de avaliação que con-cede as bolsas. Eu falo de mudar os chamados comitês assessores, construir grupos de pesquisa mais sólidos, que possam apoiar as ini-ciativas dos estados dessas regiões e orientar os projetos às reais ne-cessidades dessas regiões.

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Por Karine Santiago e Thays Pessoa

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Este ensaio é parte da disserta-ção de mestrado intitulada “Polí-ticas e Programas em Educação a Distância: o curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas no Centro de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Piauí (CEAD/UFPI)”. Trata-se de um recorte do texto dissertati-vo que aborda as concepções so-bre EaD dos tutores do curso. A pesquisa foi realizada ao longo do ano de 2008 e início de 2009. Na abordagem metodológica do tipo

qualitativa, por meio do estudo de caso descritivo, buscou-se investi-gar a formação de professores na modalidade EaD no contexto do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, na modalidade a dis-tância do CEAD/UFPI.

Ao propor a participação dos tutores desempenhando diversas tarefas, a organização acadêmica, pedagógica e curricular do Curso instituiu o modelo tutorial para o processo de formação inicial de ní-vel superior na área de Ciências, na modalidade a distância. Pesquisas indicam que o modelo tutorial é o que mais orienta cursos nessa mo-dalidade. Nesse modelo, a figura do tutor é relevante para compor a tríade de sujeitos responsáveis pelo processo de ensino-aprendi-zagem: professor – tutor – aluno. O tutor é quem se apresenta mui-tas vezes como o sujeito mais con-creto com quem os alunos podem trocar ideias e conhecimentos, dia-logar e conversar e, por que não, contar amenidades e compartilhar experiências cotidianas. De acor-do com a Coordenação do Curso, os tutores selecionados e capaci-tados desenvolvem as seguintes atribuições: comentar os trabalhos realizados pelos alunos; corrigir as avaliações dos estudantes, sob a

supervisão do professor coordena-dor da disciplina; ajudá-los a com-preender os materiais do curso por meio das discussões e explica-ções; responder às questões sobre a instituição; ajudar os alunos a planejar seus trabalhos; organizar círculos de estudos; fornecer in-formações por telefone, fac-símile e e-mail; atualizar informações sobre o progresso dos estudantes; for-necer feedback aos coordenadores sobre os materiais dos cursos e as dificuldades dos estudantes e ser-vir de intermediário entre a insti-tuição e os alunos.

A Pesquisa e as Concepções sobre EaD dos Tutores

O curso de Licenciatura em Ciências Biológicas (UAPI) é ofer-tado nos polos de Buriti dos Lopes (50 vagas), Canto do Buriti (50 va-gas), Gilbués (50 vagas) e Simões (50 vagas), totalizando uma oferta de 200 vagas. Cada polo tem qua-tro tutores, sendo dois presenciais e dois a distância.

A pesquisa envolveu os 16 tuto-res que atuam nos Módulos I e II. Os questionários foram enviados através de e-mail aos 16 tutores; desses 12 foram respondidos e en-viados de volta, o que representa uma amostra de 75% dos tutores. Os dados oriundos da questão

Revista Interação ● Edição 9

Luzia Áurea Bezerra Albano BarbosaGraduada em Pedagogia - UFPIEspecialista em Ensino - UFPIEspecialista em Educação a Distância - SENAC/MAMestra em Ensino de Ciênciase Matemática - ULBRA/RSProfessora Educação Básica, Técnica e Tecnológica/IFPI

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Concepções dos Tutores do CursoLicenciatura em Ciências Biológicas

(CEAD/UFPI) sobre EaD

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aberta sobre as concepções de EaD foram expressos por meio de cinco palavras ou expressões que os tuto-res associam à EaD. Essa categoria foi dividida em quatro subcatego-rias de concepções: Natureza Filo-sófica, Natureza Epistemológica, Natureza Didático-Pedagógica e Natureza Profissional.

Na subcategoria Concepções de Natureza Filosófica, das expres-sões/palavras manifestadas por 11,6% dos tutores, apenas um dos tutores citou a expressão “inclu-são social”, que é um dos objetivos gerais que orientam as políticas educacionais no processo de ex-pansão da EaD no Brasil. Na sub-categoria Concepções de Natureza Epistemológica, manifestados por 18,3% dos tutores, estão todas as palavras e/ou expressões relati-vas aos conhecimentos científicos e tecnológicos correlacionadas à EAD. Na subcategoria Concepções de Natureza Didático-Pedagógica, 56,7% dos tutores correlaciona-ram EaD a palavras e/ou expres-sões pertinentes ao processo de ensino-aprendizagem e à metodo-logia dessa modalidade de ensino. Observou-se que a ênfase foi dada aos recursos e ferramentas dentre os aspectos metodológicos, o que é coerente com o que mais caracte-riza a EaD como uma modalidade de ensino. Na subcategoria Con-cepções de Natureza Profissional, 13,4% dos tutores realizaram uma correspondência entre EaD a pa-lavras e/ou expressões, tais como: “qualificação”, “dedicação”, “res-ponsabilidade”, “compromisso”,

“disponibilidade” e “capacitação”.

Após análise dos dados or-ganizados por categoria, observou-se que na perspectiva dos tutores a concepção de EaD está direta-mente relacionada aos aspectos di-dático-metodológicos conforme o Decreto n. 5.622/2005 Art. 1º que caracteriza a Educação a Distância como:

Modalidade educacional na qual a mediação didático-peda-gógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnolo-gias de informação e comuni-cação, com estudantes e profes-sores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tem-pos diversos. (BRASIL, 2009).

Pouca relevância foi dada aos fundamentos filosóficos da edu-cação e sua finalidade univer-sal que conforme a LDB, Lei n. 9.394/1996 “Art. 2º “[...] o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da ci-dadania e sua qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 2009).

Conclui-se que a equipe de tu-tores do Curso está preparada, pois há a preocupação em contri-buir e desempenhar a função que lhe foi confiada pelo CEAD/UFPI. Refazendo a trajetória da pesquisa, depreende-se que os dados coleta-dos e analisados são um recorte de

um momento inédito na história da educação piauiense e cujo po-tencial de investigação não se esgo-ta nestas considerações finais.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regula-menta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm>. Acesso em: 20 abr.2009.

______. Lei de Diretrizes e Ba-ses da Educação Nacional. Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponí-vel em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf>. Acesso em: 20 abr.2009.

- UFPI. Conselho de Ensino, Pes-quisa e Extensão. Aprova o Projeto Pedagógico do Curso Licenciatura em Ciências Biológicas, na modali-dade a distância. Resolução n. 182, 31 de agosto de 2007.

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A procura pela qualificação profissional aumentou em todo o Brasil, além do eixo Rio-São Paulo. De acordo com o Centro de Ges-tão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social ligada ao Mi-nistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), entre 1996 e 2011, o número de mestres no país passou de 13.219 para 55.047, com o crescimento de 312%. As institui-ções de ensino federais formaram 20.142 mestres em 2009, enquanto as estaduais formaram 9.712, e as particulares, 8.696.

A demanda por profissionais com titulação ocasionou o cresci-mento da oferta de programas de pós-graduação stricto sensu, que in-cluem mestrado acadêmico, mes-trado profissionalizante e doutora-do. O Centro de Educação Aberta

e a Distância (CEAD/UFPI) con-firma qualidade do ensino a dis-tância, por meio de professores qualificados e capacitados. Hoje, o Centro possui sete professores com inicialização no doutorado e cinco técnicos no mestrado.

Em 2013, a coordenadora do Curso de Letras Inglês do CEAD/UFPI, Prof.ª Dr.ª Lívia Nery re-cebeu o título de doutora em Ciências da Comunicação, pela

Universidade do Vale do Rio dos Si-nos (UNISINOS). O doutorado foi iniciado em 2010 e tem como tema a “Comunicação e Educação: apro-priações, interações e produções comunicacionais dos estudantes de EAD no semiárido piauiense”. “Esse trabalho é inédito e impor-tante para o CEAD/UFPI, pois irá contribuir para avaliar a interação no ensino a distância e as táticas utilizadas pelos alunos. Também

Professores e técnicos do CEAD/UFPI ampliam qualificação profissional

“A principal dificuldade é a de conciliar o doutorado e a carga de trabalho”. Prof. Me. Eliesé Rodrigues, doutorando em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais pela Universidade Estadual de Maringá – DINTER.

“Para um professor universitário, um doutorado é fundamental, pois é a oportunidade de se qualificar e de se aprofundar numa área de pesquisa, integrando-se a debates com outros colegas de diversas partes do mundo. Do ponto de vista institucional, o doutorado ajuda na oferta de um ensino de melhor qualidade e é um indicativo para o desenvolvimento de pesquisa, fundamental para a excelência de uma instituição de ensino superior”. Prof. Me. José Elielton, doutorando em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

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Por Karine Santiago e Thays Pessoa

Prof. Dr. Arnaldo Oliveira Souza Júnior

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Profa. Dra. Lívia Nery

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apontamos algumas dificuldades nesse processo, como a infraestru-tura de internet banda larga nos Polos”, explica a coordenadora. Os avanços tecnológicos e as novas mídias digitais fazem da EaD uma modalidade interativa e essa temá-tica tem sido pesquisada com fre-quência. Para o Prof. Dr. Arnaldo Oliveira Souza Júnior, que recebeu o título de doutorado pela UFPI/UNISINOS, “o doutorado de viés comunicacional permite reflexões sobre entendimento de processos educacionais que utilizam mídias digitais, plataformas e protocolos de comunicação, pois como já é sabido, educação é também comu-nicação”, comenta o professor.

Apoio do CEAD/UFPI para a qualificação

A qualidade do ensino ofereci-do por uma instituição depende, também, da qualificação do cor-po docente. Como apoio à quali-ficação, o CEAD/UFPI concede aos servidores a carta de anuên-cia, conforme determina a lei n.

8.112/90. O documento formaliza a liberação total ou parcial de 20 horas semanais, para que o servi-dor possa se dedicar ao programa de mestrado ou de doutorado.

Para o diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes, a qua-lificação proporciona ganhos ao servidor, à instituição na qual ele trabalha e à comunidade. Segun-do ele, os professores e técnicos do CEAD/UFPI são liberados, em cumprimento à legislação, além de outras formas de apoio. “Buscamos apoiar nossos servidores, por meio de um contato constante entre o CEAD/UFPI e os funcionários,

para saber sobre o andamento do mestrado ou do doutorado e das dificuldades do processo”, ressalta o Prof. Gildásio Guedes.

O técnico de laboratório do CEAD/UFPI, Ricardo Barbosa, teve o apoio do Centro para rea-lizar seu mestrado em Ciência dos Materiais. “Com a contribuição da atual administração do CEAD/UFPI e sua representatividade no CONSUN (Conselho Superior da UFPI), houve a liberação sema-nal de 20 horas das minhas atri-buições. São ações como essa que impulsionam os profissionais para uma especialização”, afirma o téc-nico Ricardo.

“Para um professor universitário, um doutorado é fundamental, pois é a oportunidade de se qualificar e de se aprofundar numa área de pesquisa, integrando-se a debates com outros colegas de diversas partes do mundo. Do ponto de vista institucional, o doutorado ajuda na oferta de um ensino de melhor qualidade e é um indicativo para o desenvolvimento de pesquisa, fundamental para a excelência de uma instituição de ensino superior”. Prof. Me. José Elielton, doutorando em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

“A realização de um mestrado é um sonho pessoal como também um reconhecimento pelos esforços na melhoria do lado profissional. Com o mestrado, poderei participar mais ativamente na elaboração e no desenvolvimento dos TCCs de nossos alunos, uma vez que poderei orientá-los. Sem contar que a experiência adquirida será única e se refletirá na melhoria da qualidade de nossos trabalhos e publicações. ”. (Solranny Costa e Silva, técnica de laboratório do CEAD/UFPI e mestranda em Biomateriais pela UFPI).

Técnico de Laboratório Ricardo Barbosa Prof. Me. Cledinaldo Leal

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Fotos: Ascom - CEAD/UFPI

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De acordo com o Prof. Me. Cledinaldo Leal, doutorando em Ecologia e Recursos Naturais na Universidade Federal do Ceará (UFC), o CEAD se coloca sempre a favor da qualificação tanto dos do-centes quanto dos técnicos, o que mostra o interesse no crescimen-to da instituição como um todo. “A qualificação gera estímulos ao docente, que traz novidades em ensino e pesquisa de ponta para a instituição e assim há um ganho

de qualidade por parte dos futuros profissionais egressos do centro”.

A procura pela pós-graduação é

o reflexo da valorização do profis-sional especializado no campo de trabalho. A Prof.ª Me. Georgina Lustosa iniciou o doutorado em Ciências da Educação na Universi-dade de Coimbra. Para ela, “inves-tir no processo formativo é sempre muito importante, tanto para si mesmo, como pessoa, como pro-fissional e, logicamente, para a ins-tituição da qual você faz parte”.

Certificação

Os benefícios da certificação são inúmeros, como afirma o Prof. Me. João Benício: “acredito que

com o título de doutor irei melho-rar minha participação no CEAD, no que diz respeito ao Ensino de graduação, Ensino de Pós-gradua-ção, elaboração e apresentação de projetos aos órgãos de fomento”.

A certificação de doutorado enriquece muito o currículo de qualquer profissional, sobretudo no magistério superior, no qual a

busca por titulação é algo impres-cindível. Para a Prof.ª Me. Keylla Urtiga, “o CEAD, como Centro de Ensino a Distância da UFPI, ga-nhará mais reconhecimento e cre-dibilidade com a qualificação do seu corpo docente. É necessário

“Os alunos dos mais diversos rincões do Piauí sairão ganhando com novas propostas e experiências de ensino, pesquisa e extensão, ajudando em um bom nivelamento do alunado entre todos os polos, além de experiências trazidas dos centros de ensino em que os professores fizeram doutorado”. Prof. Me. Leonardo Sousa, doutorando em Engenharia Elétrica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie – SP.

“Com a qualificação de mestre, contribuirei para uma melhor prática profissional no CEAD. Atualmente, trabalho na área

administrativa da instituição, mas com essa qualificação poderei

ajudar o lado educacional do curso de Ciências Biológicas, já

que minha especialização será na área de genética”. Ubirajara

Santana, técnico do CEAD/UFPI e mestrando em Recursos

Genéticos pela UFPI.

Prof.ª Me. Georgina Lustosa

Prof. Me. João Benício

Prof.ª Me. Keylla Urtiga

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enfatizar também que sempre te-mos total apoio e incentivo da di-reção do centro para que nos aper-feiçoemos continuamente”.

Desafios e expectativas da qualificação

São muitos os obstáculos en-frentados pelos que buscam a pós-graduação. Mas nem só de di-ficuldades se faz uma qualificação. Os desafios constroem e agregam novos conhecimentos e trazem be-nefícios para todos. Para os profes-sores, a qualificação profissional é um importante benefício para aprimorar conhecimentos, apro-fundar pesquisa, criar um nível de excelência docente, estimular o desenvolvimento de projetos que envolvam o corpo discente, além de gerar dividendos para a comu-nidade. Somando-se a isso, o en-sino a distancia só tende a crescer no Estado com a qualificação dos docentes e técnicos.

“Meu pré-projeto é ‘O tópico discursivo como princípio organizador do discurso nos fóruns de EaD’. Pretendo contribuir com a EaD de um modo geral, pois se os objetivos propostos forem alcançados, irei divulgar e propor a aplicação dos resultados nos demais cursos, e não somente ao curso de Letras Português”. Djane Brito, técnica do CEAD/UFPI e mestranda em Letras – Estudos de Linguagem – pela UFPI.

“Tenho que conciliar aula/trabalho/estudo. É um pouco cansativo no início, mas o organismo acaba se adaptando”. Evangelina da Silva Sousa, técnica administrativa do CEAD/UFPI e Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela UFPI.

Confira a tabela de professores e técnicos

do CEAD/UFPI em qualificação

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Arnaldo OliveiraDoutor em Ciências da Comunicação- Processos midiáticos

UNISINOS

Cledinaldo Borges Leal Doutorando em Ecologia e Recursos Naturais UFC

Djane Brito Mestranda em Letras – Estudos de linguagem UFPI

Eliesé RodriguesDoutorando em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais

Universidade Estadual de Maringá (DINTER)

Evangelina da Silva SousaMestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente

UFPI

Georgina Quaresma Doutoranda em Ciências da Educação

Universidade de Coimbra – Portugal.

João Benício de Melo NetoDoutorando em Métodos de Programação Max-Linear em Otimização

UFRJ

José Elielton Doutorando em Filosofia PUCRS

Keylla Urtiga Doutoranda em Biotecnologia

Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO)

Leonardo Sousa Doutorando em Engenharia Elétrica

Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

Lívia Nery Doutora em Ciências da Comunicação UNISINOS

Ricardo Barbosa de Sousa Mestrando em Ciência dos Materiais UFPI

Solranny Costa e Silva Mestranda em Biomateriais UFPI

Ubirajara Santana Mestrando em Genética e Melhoramento UFPI

Fotos: Ascom - CEAD/UFPI

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Refletir sobre os aportes do Es-tágio tem sido a preocupação de vários estudiosos e pesquisadores que ressaltam nos cursos de peda-gogia, a proposta de superação da dicotomia entre a teoria e a práti-ca.

Podemos afirmar que apenas com o advento da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a arti-culação entre a teoria e a prática, passou a ser um dos fundamentos legais para a formação dos profis-sionais da educação, amparada

pelo Conselho Nacional de Educa-ção (CNE), que define as diretri-zes curriculares para os cursos de graduação no Brasil.

Considerando a expansão e o reconhecimento que a EAD tem alcançado, democratizando o en-sino, podemos afirmar que o mes-mo vem desenvolvendo uma nova forma de aprendizado com resul-tados amplamente comprovados.

Dessa forma analisamos quais contribuições o campo de Estágio tem proporcionado a formação docente, observando as discussões e interações presentes nos fóruns de duas alunas, do Curso de Pe-dagogia, na disciplina de estágio supervisionado no polo de Apoio Presencial da cidade de Pio IX.

Podemos ressaltar que o Está-gio Supervisionado EAD-UFPI, tem o objetivo precípuo de fomen-tar o desenvolvimento docente e aproximar os acadêmicos do curso de Pedagogia das experiências sig-nificativas, presente no contexto educacional, analisando os limites e desafios que englobam a ação docente.

De acordo com Lima (2012), a compreensão da prática docen-te, como parte do fenômeno edu-cativo, envolve uma percepção atenta dos processos de ensinar e de aprender, incluindo uma

autoavaliação do estagiário sobre o sentido e o significado do Estágio em sua vida e formação.

Considerando o avanço tecno-lógico e a forma com que o conhe-cimento se propaga, não podemos afirmar que um profissional está satisfatoriamente formado após o curso de graduação, pois a exigên-cia na sociedade vigente exige um profissional que esteja apto a fazer inovações, qualificar-se, desenvol-ver pesquisar, fomentar projetos, que seja capaz de solucionar con-flitos, tecer reflexões, lidar com a diversidade cultural e trabalhar a inclusão no ambiente escolar.

Conforme os registros dos alu-nos nos fóruns e interações por meio da plataforma moodle, per-cebemos a aproximação da práxis educativa, presente nos discursos selecionados dos alunos do polo de Pio IX, acerca da concepção de estágio supervisionado.

Estágio Supervisionado é de grande valia para nós futuros pedagogos, esse é o momento de aliarmos a teoria com a práti-ca, e vivenciarmos experiências únicas. Cada passo é muito im-portante desde as orientações práticas, a observação, a partici-pação, e a regência em si. É o momento de aplicar as nossas habilidades e os nossos conhe-cimentos adquiridos ao longo

O Estágio na Educação a Distância: contribuições para a formação docente

O Estágio na Educação a Distância: contribuições para a formação docente

Revista Interação ● Edição 9

Ana Bolena de França SilvaPedagoga - FAPEspecialista em Docência pela UFPITutora do Curso de Pedagogia da UAPI/UFPISecretária do Curso de Sistema de Informação na UFPI

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do nosso curso, e ao mesmo tempo ampliarmos, aprimorar nossas atitudes profissionais, experimentar o convívio com os alunos, com os professores, diretor coordenador, zelador, enfim com todos os profissio-nais envolvidos com a edu-cação, além de aprendermos com as experiências de todos que já trabalham a mais tem-po na área, nos ajuda a traçar caminhos que possibilitem um melhor desempenho em nossa atuação como pedagogos, nos permite planejar, orientar, ava-liar, enfim desenvolver as nossas potencialidades como educa-dor. (Aluna do polo de Pio IX)

O estágio é um meio que pode levar o acadêmico a identifi-car novas e variadas estratégias para solucionar problemas que

muitas vezes ele nem imaginava encontrar na sua área profis-sional. Ele passa a desenvolver mais o raciocínio, a capacidade e o espírito crítico, além da li-berdade do uso da criatividade.

(Aluna do polo de Pio IX)

Dessa forma, podemos identi-ficar nas reflexões dos alunos que o estágio supervisionado no curso de pedagogia se desenha como um espaço socializador de experiên-cias, propiciando o conhecimento, a interação trazendo para a discus-são pontos relevantes entre o escri-to e o vivido, contribuindo para a busca da formação docente.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional – LDBN 9394, Brasília. MEC, 1996. Dispo-nível em : <http: portal.mec.gov.br/arquivo/pdf/1db.pdf>.Acesso em: 10 de jul.2013.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação Resolução CNE/CP 01, de 18 de fev. de 2002. Dispo-nível em http://www.cmconsul-toria.com.br/legislação/reso-luções/2002/res 2002 0001 CP retificação formação professores.pdf.> Acesso em: 20 de novembro 2013.

LIMA, Maria Socorro Lucena. Es-tágio e aprendizagem da profissão docente. Brasília: Liber livro, 2012.

Revista Interação ● Edição 9

No dia 18 de março de 2014, a Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio do Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD), lançou o edital do Vestibular 2014 na modalidade a distância. A solenidade aconteceu no Salão Nobre da UFPI e contou com a presença do Reitor da UFPI, Prof. Dr. Arimatéia Dantas, Diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes, Secretário de Educação do Estado, Átila Lira, Ex-reitor da UFPI, Luís Júnior, e de Coordenadores de polos e cursos do CEAD/UFPI.

Este é o maior vestibular da história da EaD no Estado. São 6.825 vagas para 15 cursos de graduação, em 33 polos de apoio presencial, sendo 31 no Piauí e dois na Bahia (Campo Alegre e Juazeiro). Atualmente, o CEAD/UFPI oferece cursos a distância em 33 polos UAB no Piauí e atende mais de 6 mil alunos.

Lançamento do edital Vestibular do CEAD/UFPI com 6.825 vagas

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Perfil do Aluno de EADEscolher uma única história de

superação entre os estudantes da Educação a Distância, não é tare-fa das mais fáceis, diante de tantos casos que presenciamos no coti-diano dos polos. Seriam muitos ca-sos para contar, e que, talvez, aju-dariam muitos a reagir diante das situações que a vida impõe.

A estudante Sandra Nonato, a Sandrinha, é um desses exemplos de forte superação na EaD. Aluna da Licenciatura em Ciências Bio-lógicas, do Polo de Simões, é defi-ciente física e, apesar disso, conse-gue conciliar muito bem o curso, a fé, os amigos e a família. Órfã de mãe, Sandra se dedica aos afazeres domésticos e ao Programa Institu-cional de Bolsa de Iniciação à Do-cência (PIBID), ao qual abraçou

com amor, sendo destaque nas ati-vidades que desenvolve e na Uni-versidade.

Até hoje, nada a impediu de desenvolver qualquer atividade. No Polo de Simões, Sandrinha é conhecida por sua alegria conta-giante e pela vontade de apren-der. “Todos os dias agradeço a Deus por Ele ter me mandado essa oportunidade. Hoje sou uma uni-versitária, só tenho a crescer. Com a entrada na Universidade, já reali-zei outra conquista, que é o PIBID, bolsa que me tem proporcionado muitas experiências. Vivo feliz, apesar de ter uma vida limitada, mas tenho motivos para sorrir, te-nho amigos queridos, tenho famí-lia e minha faculdade,” ressalta a aluna Sandra.

A história da aluna Sandrinha deixa-nos a lição da jovem meni-na que não se deixou abalar pelos obstáculos da vida, além de causar admiração e orgulho em todos que fazem o CEAD/UFPI.

Revista Interação ● Edição 9

Sandra NonatoGraduanda em Ciências Biológicas

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Administraçãowww.administradores.com.br

Administração Públicawww.enap.gov.br

Biologiawww.todabiologia.com

Físicawww.brasilescola.com/fisica

Filosofiabibonline.ufpi.br/acervo/home.asp

Letras Inglêspos.fflch.usp.br/taxonomy/term/33

Letras Portuguêswww.periodicos.letras.ufmg.br

Matemáticapessoal.sercomtel.com.br/matematica/

Pedagogiawww.fvc.org.br/estudos-e-pesquisas/

Químicawww.profpc.com.br/

Sistemas de Informaçãowww.edubrazuca.com.br

Interação recomenda:

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Coordenadores de Cursos do CEAD/UFPI debateram EaD no I Fórum Nacional UAB

Coordenadores de Cursos e professores do Centro de Educa-ção Aberta e a Distância (CEAD/UFPI) participaram do I Fórum Nacional das Áreas do Sistema Universidade Aberta do Brasil. O evento aconteceu de 23 a 25 de ou-tubro de 2013, em Belo Horizonte – MG, com os objetivos de sociali-zar informações para instituciona-lização da Educação a Distância, de discutir temas estratégicos, e de articular a interação das áreas.

Durante o evento, coordena-dores de Cursos da modalidade EaD, de 88 Instituições de Ensino, compartilharam avanços, desafios e ações desenvolvidas. Represen-tando o CEAD/UFPI, participa-ram do evento: o coordenador do curso de Especialização em Gestão Pública Municipal (PNAP), Prof. Me. Francisco Tavares, e o coorde-nador acadêmico, Prof. Dr. Isidro Fortaleza; a coordenadora do cur-so de Pedagogia, Prof.ª Dr.ª Vera Lúcia Oliveira; a coordenadora do curso de Ciências Biológicas, Prof.ª Dr.ª Maria da Conceição Prado; o coordenador de tutoria do curso de Filosofia, Prof. Me. Dayvid Magalhães; o coordenador do curso de Matemática, Prof. Me. João Benício; e o coordenador do curso de Letras Português, Prof. Dr. José Vanderlei Carneiro.

O coordenador do curso de

Especialização em Gestão Pública Municipal do PNAP/CEAD, Prof. Me. Francisco Tavares informou que, durante o evento, os coorde-nadores de cursos realizaram bre-ve exposição dos objetivos e, pos-teriormente, cada área manifestou problemas e sugeriu soluções. “A importância de participar repre-sentando o CEAD/UFPI, está na possibilidade de trocar ideias com colegas de outras regiões, já que o Fórum reuniu coordenadores de todo o Brasil, Universidades Federais e Estaduais e Institutos

Federais. Esses eventos devem ser repetidos para que possamos nos integrar e melhorar nosso traba-lho à frente da Educação a Distân-cia”, destaca o coordenador.

Para a coordenadora do curso de Ciências Biológicas do CEAD/UFPI, Prof.ª Dr.ª Conceição Prado, o I Fórum da UAB foi um momen-to ímpar de debate com professo-res das mais diversas áreas. “O que achei mais interessante foi poder rever e discutir conteúdos, como a evasão dos alunos de EaD”, infor-ma.

Revista Interação ● Edição 9

CEAD

Por Karine Santiago

Foto superior: Coordenadora do curso de Biologia, Profª Drª Conceição Prado; Coordenadora do curso de Pedagogia, Profª Drª Vera Lúcia Costa e Coordenador do curso de Química, Prof. Dr. Davi da Silva. Foto inferior

esquerda: Coordenador do Curso de Letras Português, Prof. Dr. José Vanderley Carneiro, Profª Drª Maria Goreth de Sousa Varão e Coordenador de Tutoria do Curso de Filosofia, Prof. Me. Dayvid Magalhães. Foto inferior direita:

Coordenador do curso de Especialização em Gestão Pública Municipal, Prof. Me. Franscisco Tavares.

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Revista Interação ● Edição 9

A Educação a Distância tem como um dos seus objetivos apre-sentar de forma contextualizada o novo modelo de educação, no qual as novas tecnologias da infor-mação e da comunicação, através da internet, contribuem para a aprendizagem.

As transformações da Educação a Distância possibilitam redefinir o papel do professor, e compreender as transformações da aprendiza-gem na sociedade da informação, a aquisição de saberes, o papel do

tutor e a formação de profissionais da área.

O computador, símbolo e prin-cipal instrumento do avanço tec-nológico, não pode mais ser ig-norado pela escola. No entanto, o desafio é colocar todo o potencial dessa tecnologia a serviço do aper-feiçoamento do processo educa-cional, aliando-a ao projeto da es-cola com o objetivo de preparar o futuro cidadão.

Nessa perspectiva, cabem re-flexões sobre: o repensar a educa-ção e o pensar a escola na era da informação. O conhecimento só tem valor se tiver produtividade, se você souber o que fazer dele, em seu favor e em favor da sociedade.

De acordo com Ilma Veiga (1995, p. 98), “[...] a escola deve assumir a função de proporcionar às camadas populares, através de um ensino efetivo, instrumentos que lhes permitam conquistar me-lhores condições de participação cultural e política e reivindicação social”.

Numa práxis renovadora, o computador é uma ferramenta enriquecedora de saberes nos pro-cessos pedagógicos que deve possi-bilitar a integração em ambientes informatizados de aprendizagem.

Um ambiente informatizado de aprendizagem requer infor-mação, tecnologia e agentes de aprendizagem. Deve possibilitar ao aluno a aquisição de conteúdos necessários à sua formação, mas também o desenvolvimento de no-vas habilidades para sua inserção e atuação no mercado de trabalho.

A informática, por si só, não é resolução dos problemas que se apresentam na educação. An-tes deste pensar, porém, devemos

O papel do computador na educação e os desafios das escolas

contemporâneas

Marília Gabriela Mendes do Chantal NunesGraduada em Psicologia- Faculdade Santo Agostinho - FSAAluna da Especialização em Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior - Escola Superior Aberta do Brasil - ESAB.

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A escola precisa desenvolver

procedimentos educacionais,

em que o aluno, mediado

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conhecimento, age e cria

possibilidades de mudanças

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Revista Interação ● Edição 9

estar conscientes de que os pro-blemas sociais e pedagógicos que atormentam as escolas são bem maiores e anteriores aos tecnoló-gicos ou da área da informática.

É importante um pensar e re-pensar as práticas pedagógicas adotadas nas escolas. A escola precisa desenvolver procedimen-tos educacionais, em que o aluno, mediado pela ação do professor, constrói o conhecimento, age e cria possibilidades de mudanças sociais.

Para que ocorram transforma-ções, um novo olhar acerca do processo ensino-aprendizagem deve acontecer, pois o aluno não é mais mero receptor de conteú-do definidos pelo professor, mas é aquele que se relaciona e interage com o saber.

Para que o uso do computador tenha sucesso, não é preciso que se crie uma disciplina específica na área de informática, com professo-res de informática. Ele deve ser in-

troduzido como

ferramenta de trabalho acessível aos professores e alunos nos diver-sos componentes curriculares.

Conforme defende Paiva (2008) uma aprendizagem, ao mesmo tempo, individual e cole-tiva, dá-se por meio da interação e da negociação de sentidos com os outros e com o material com o qual também interagem.

Nesse sentido, a mediação tec-nológica tem efeito de inclusão dos participantes no processo de uma aprendizagem mútua. A questão do uso da informática nas escolas é muito mais uma questão pedagógica, educacional, do que de computadores.

Segundo Moran (2004), as mo-dalidades de cursos serão extre-mamente variadas, flexíveis e “cus-tomizadas”, isto é, adaptadas ao perfil e momento de cada aluno. Não se falará daqui a dez ou quin-ze anos em cursos presenciais e cursos a distância. Os cursos serão extremamente flexíveis no tempo, no espaço, na metodologia, na ges-tão de tecnologias, na avaliação.

É importante destacar que, neste cenário, quanto menor

for a criança mais tempo per-manecerá junto às outras,

fisicamente, para apren-der a conviver, a intera-

gir, a viver em grupo. O meio virtual para

as crianças será complementar a educação. Mas, à medida que elas forem crescendo, aumentará tam-bém o grau de virtualização audio-visual da aprendizagem. Na fase adulta, o predomínio do audiovi-sual virtual será muito mais forte.

É difícil prever o futuro, por-que ele não se desenvolve linear-mente. Na educação, contudo, é mais fácil antecipar algumas pers-pectivas. A educação será cada vez mais importante para as pessoas, corporações, países, para o mun-do como um todo. Com as tecno-logias cada vez mais rápidas e in-tegradas, o conceito de presença e distância se altera profundamente, e as formas de ensinar e aprender também.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Escola Superior Aberta do Brasil. Vila Velha, ES. LTDA 2007.

MORAN, José M. Tendências da educação on-line no Brasil. Dis-ponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/tendencias.htm.> Acesso em: 6 abr. 2008.

PAIVA, Vera L. M. O. Derrubando paredes e construindo comunida-de de aprendizagem. Disponível em: < http://www.geocities.com.veramenezes/paredes.htm.> Aces-so em: 13 abr. 2008.

VEIGA, Ilma P. A. Projeto Políti-co-Pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995.

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Page 28: Revista Interação 9ª edição

Revista Interação ● Edição 9

A partir da chamada pública (através do edital n. 01, de 16 de dezembro de 2005) para a seleção e oferecimento de cursos supe-riores em instituições federais de ensino superior na modalidade de Educação a Distância para o “Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB, firmou-se consórcio, inicialmente, entre a Universidade Federal do Piauí-UFPI e o Banco do Brasil, oferecendo em caráter experimental 500 vagas para o Pro-jeto Piloto do curso de Administra-ção, em oito polos e com o apoio

do governo estadual e dos respec-tivos municípios.

Alguns anos depois, a Univer-sidade Estadual do Piauí UESPI e Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Piauí IFPI passaram a fazer parte dessa empreitada. O ensino a distância no Piauí tem evoluído e atualmen-te soma vários cursos técnicos, de graduação e pós-graduação nas três instituições de ensino citadas, em mais de 50 polos (podendo existir mais de um polo por cida-de).

Dessa forma, é necessária a bus-ca por ferramentas não só de difu-são, haja vista que já existem vagas nos mais diferentes cursos, mas de bom estabelecimento da modali-dade de ensino na consecução de uma formação de qualidade para os egressos ao mercado de traba-lho.

As universidades brasileiras passaram a se dedicar à pesqui-sa e à oferta de cursos superio-res a distância e ao uso de novas

tecnologias a partir de 1994 com a expansão do uso da internet nas universidades. Alguns anos depois, com a lei de diretrizes e bases da educação, o ensino a distancia foi oficializado como modalidade váli-da e equivalente para todos os ní-veis de ensino.

Já em 2006, no Piauí, a modali-dade de ensino ganhou um impul-so a partir da criação do Centro de Educação a Distância (CEAD/UFPI) com a oferta de 500 vagas para o curso de Bacharelado em Administração em oito polos: Te-resina, Parnaíba, Picos, Floriano, Bom Jesus, Esperantina, Piripiri e São Raimundo Nonato.

Não obstante, o desenvolvi-mento das atividades de ensino à distância não prescindem das mes-mas finalidades do ensino presen-cial, a diferença está no uso de um canal de interação – a internet –, próprio do ensino à distância que moderniza , dinamiza e revolucio-na o ensino de graduação e pós-graduação no estado do Piauí.

As plataformas de interação para o ensino de graduação e pós-graduação dos sistemas de ensino à distância possuem os mais diferen-tes recursos disponíveis para pos-sibilitar um ensino de qualidade e

Propostas para o uso efetivo da plataforma de ensino a distância por

alunos de graduação e pós-graduação

Albenir Rêgo BarbosaBacharel em Administração - UFPIEspecialista em Contabilidade Pública e Orçamento Público - CEUT; Especialista em Gestão Pública - UFPI.

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A diferença está no uso de

um canal de interação

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Revista Interação ● Edição 9

na mesma proporção que a moda-lidade presencial. O uso racional e metodologicamente adequado desses recursos, sejam eles huma-nos ou virtuais, próprios da plata-forma como os fóruns, chats, vídeos e textos, podem ser de grande va-lia para resultados mais positivos.

O questionamento que paira é: Como criar um vínculo adequado entre o aluno e o sistema disponí-vel? O aluno atualmente parece utilizar a plataforma como lhe con-vém (o que é fator importante no processo pela própria liberdade de interação que o ambiente virtual de aprendizagem proporciona). No uso do e-mail é assim. Inclusive muita gente normalmente apenas lê mensagens recebidas por e-mail e assim, é desconhecedor dos mais diferentes recursos que estão ali disponíveis.

Seria exatamente o que ocorre

no uso da plataforma pelos alunos de graduação e pós-graduação? O aluno criou um entendimento do uso da plataforma de interação? Em redes sociais como o facebook é sabido que existe uma linguagem própria de interação (quem não sabe postar um texto é quase um inconveniente na rede). Seria ne-cessário o estabelecimento desta linguagem também para o ensino à distância através das plataformas de interação?

Destarte, é importante que seja criado um vínculo entre o aluno e a plataforma no sentido de estabe-lecer um uso efetivo da plataforma de interação. O aluno deve acessar os fóruns, os chats, o calendário disponível, os espaços reservados para notícias e também propor a interação. E isso deve ocorrer periodicamente e estabelecen-do-se uma linguagem própria e

adequada para que esse vínculo seja efetivado.

REFERÊNCIAS

ALVES, Lynn; NOVA, Cristiane.Educação a Distância: Limites e Possibilidades. Texto publicado no livro Educação à distância: uma nova concepção de aprendizado e interatividade. São Paulo: Futura, 2003. p. 5-27.

BRASIL/MEC/ Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, MEC, dez./1996 Disponí-vel em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em 20 nov. 2013.

FERNANDES, Gildásio Guedes. In-trodução a Educação a Distância. Teresina: EDUFPI/UAPI: 2010. 120 p. Disponível em: <http://www.nead.ufsj.edu.br/portal/ima-ges/docs/edital2005.pdf>. Acesso em 20 jan. 2014.

O curso de Matemática do Centro de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Piauí foi reconhecido em março de 2014.

Após o reconhecimento, a comissão do Instituto Nacional dos Estudos e Pesquisas (INEP), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), visitou os polos de Redenção do Gurguéia e Gilbués que oferecem o curso de matemática. As notas obtidas na avaliação foram 3 e 4, respectivamente, considerando a escala de 1 a 5.

Para a coordenação da Licenciatura em Matemática, o conceito estabelecido pela comissão é bastante significativo e os dados revelam o cenário importante da qualidade dos seus professores e tutores.

Comissão designada pelo INEP/MEC reuniu-se com o Reitor da UFPI, Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes; Vice Reitora, Prof.ª Dr.ª Nadir Nogueira; Diretor do CEAD,

Prof. Dr. Gildásio Guedes; Coordenador do Curso de Matemática, Prof. Me. João Benício e demais professores representantes da Instituição.

Curso de matemática do CEAD recebe nota 4 do INEP/MEC

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Page 30: Revista Interação 9ª edição

Revista Interação ● Edição 9

Educação a Distância: uma Realidade Próxima

A Educação a Distância é con-

siderada por muitos como uma no-

vidade proporcionada pelo ad-

vento da tecnologia da informação

e da comunicação. A EaD oportu-

niza a iniciação e ou continuação

de formação acadêmica ou profis-

sional em várias áreas do conheci-

mento, na medida em que não se

faz necessário o deslocamento fí-

sico de pessoas de suas cidades de

origem.

Os primeiros passos na sociali-zação do conhecimento a distân-cia foram dados já em 1939 com a criação do Instituto Rádio-monitor que através de transmissão radiofô-nica, oportunizava uma formação utilizando programas educativos e cursos técnicos. Segundo Piaget, o ensino a distância é uma forma do estudante desenvolver sua autono-mia, pois, nesta forma de educar há uma mudança na relação entre o discente e o docente. O primeiro torna-se o protagonista da apren-dizagem, e, ao outro, cabe a o pa-pel de facilitar e mediar à relação do educando com o conhecimen-to, apenas apontando os caminhos e não ditando regras.

Dois pontos merecem especial atenção no que diz respeito ao avanço da qualidade na EaD: o nível de qualificação dos tutores e o compromisso com a aprendiza-gem por parte dos estudantes.

Na EaD, possibilitada pelos recursos multimídias, o tutor in-terage diretamente com o aluno através de mensagens e fóruns de discussões, bem como através das aulas presenciais. Cabe a este pro-fissional orientar a participação dos discentes nas tarefas e ativida-des propostas, além de tirar dú-vidas e avaliar a participação dos mesmos.

O trabalho de tutoria é diversi-ficado e exige muito do profissio-nal. Segundo artigo publicado na Revista Nova Escola (novembro de 2009, ANO XXIV Nº 227), é exigi-da, por lei, uma formação muito baixa, a única exigência é ser for-mado na área em atuam há pelo menos dois anos. A quantidade de professores qualificados não é sufi-ciente para atender à demanda de ensino a distância, e isso termina dando chance a pessoas sem a qua-lificação necessária para ministrar aulas em um curso universitário.

A respeito do compromisso com a aprendizagem, percebe-se que o aluno de EaD chega ao ensino superior com dificuldades para vivenciar a autonomia que a modalidade de ensino necessita. A superação das dificuldades exige muito esforço por parte do aluno, visto que a sua produção é avaliada diariamente pelos tutores, através do ambiente virtual de aprendiza-gem.

Portanto, o objetivo final da EaD é contribuir para mudar o quadro social do país, através da democratização de uma educação de qualidade. Espera-se que pro-fessores-tutores e os alunos cum-pram bem e com responsabilidade seus papéis, tornando o Brasil uma referência na EaD.

Diana Nogueira CruzPós- graduada em Gestão e Supervisão EscolarUniversidade Federal do PiauíCoordenadora de Pedagógica na Secretaria Municipal de Educação de São Miguel do Tapuio-PI e Tutora a Distância do CEAD/UFPI do curso de Pedagogia no Polo de Simplício Mendes

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Revista Interação ● Edição 9

De janeiro a março de 2014, a Universidade Federal do Piauí (UFPI), através do Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD), realizou solenidades de formaturas dos cursos de Pedago-gia e de Administração Pública. Ao formar um total de 459 profis-sionais aptos ao mercado de traba-lho, o CEAD/UFPI cumpre o seu papel de consolidar o Ensino a Dis-tância no Piauí.

Do curso de Licenciatura em Pedagogia, 232 alunos alcançaram o sonho de concluir o ensino su-perior e saíram da Universidade qualificados e preparados para o

mercado de trabalho. As forma-turas aconteceram nos polos UAB de Floriano, Simplício Mendes, Corrente, Inhuma, Alegrete do Piauí, Simões e Marcos Parente. O Diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes, participou ati-vamente das solenidades e presti-giou os novos profissionais.

O curso de Administração Pú-blica formou 227 alunos nos polos UAB de Simplício Mendes, Bom Jesus, Teresina, Floriano e Picos.

Com a realização das forma-turas, os cursos oferecidos pelo CEAD/UFPI cumprem com o ob-jetivo de formar alunos aptos para

o mercado de trabalho e de aten-der às necessidades da população, com um ensino público gratuito e de qualidade.

O Diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes, agrade-ceu aos tutores, professores, coor-denadores de polos e ao pessoal de apoio pelo envolvimento nas atividades pedagógicas: “Reconhe-cemos também o esforço conjunto da equipe coordenada pelo profes-sor João Carlos Teatini na UAB/DED/CAPES, para atingir nossos objetivos, como instituição do sis-tema Universidade Aberta do Bra-sil”, acrescentou.

CEAD/UFPI forma 459 profissionais preparados para o mercado de trabalho

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Por Karine Santiago

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Revista Interação ● Edição 9

Tempo de Leitura em EaD

Com o objetivo de uma incursão reflexiva sobre o assunto, neste en-saio, pretendemos mostrar como a leitura, ferramenta fundamental para a aprendizagem em qualquer modalidade de ensino, pode ser otimizada da mesma forma que para um aluno de graduação pre-sencial sendo necessário, para que ela ocorra, apenas dedicar tempo para praticar essa leitura de forma consciente.

Na antiguidade, a materiali-dade do poder concentrava-se no monarca, o rei. Todavia, desde que o poder perdeu seu status na figura

1 Este é o início de um texto (Rojo, 2002) mais detalhado sobre currículo de Língua Portugue-sa e desenvolvimento de leitura, que figura em Freitas & Costas (Org.).

do soberano ele entranhou por to-dos os seguimentos sociais pelos quais o homem faz uso da língua. A língua é um elemento transocial, responsável pelo transporte do po-der (Cf. BARTHES, 2005).

Aspecto relevante entre estu-diosos de todas as áreas é a necessi-dade da leitura. Assim, Rojo1, uma das maiores estudiosas dessa ques-tão no país pontua: “Ler é melhor que estudar”, que é opinião unani-me entre intelectuais e, ainda, que a escola não tem produzido alunos proficientes na leitura.

Conforme Rojo (2004), exis-tem procedimentos que podem maximizar a produtividade leitora e, assim, preencher essa lacuna, herança do período escolar da educação básica. Destacaremos aqui algumas que julgamos mais relevantes, correspondentes ao es-tágio da graduação.

Ativação de conhecimentos de mun-do – anterior à leitura existe o seu conhecimento de mundo, que deve estar constantemente sendo colocado em relação ao texto do

autor. Caso essa estratégia venha falhar, fará uso da estratégia se-guinte.

Procedimentos de inferência – a inferência é um aspecto do racio-cínio no qual o leitor apreende a partir do posto, o que está dito no enunciado de uma sentença é pos-sível a inferência, mas somente a partir do dado linguístico.

Predição – procedimento que é feito a partir do suporte do texto, fotografias, ilustrações e título do texto ou das sessões do texto. Pro-cedimento capaz de dar celerida-de à leitura. Segundo Frank Smith (1889) é uma espécie de “jogo de adivinhação”.

Checagem de hipóteses – na medi-da em que a leitura avança, o leitor vai procurando checar suas hipóte-ses, ou seja, confirmar ou descon-firmar seus conhecimentos prévios acerca da leitura (primeira estraté-gia), suas inferências e predições.

Generalizações – A melhor ma-neira de guardar um texto na me-mória é fazê-lo em forma de sínte-se (Cf. ROJO, 2004). Assim, após a primeira leitura, faz-se uma segun-da leitura, destacando as partes consideradas relevantes, a partir delas, escrevemos a síntese.

A breve exposição didática ob-jetiva apenas uma reflexão que orienta para uma prática mais cui-dadosa no ato de ler. “Somente

Maria do Socorro de Andrade FerreiraLicenciada em Letras Português (UESPI)Mestranda em Estudos linguísticos (UFPI)Tutora no CEAD/UFPI

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Ler é melhor que

estudar

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A ARTE DE GERENCIAR SERVIÇOS

Este livro é uma leitura indispensável para aqueles que desejam se atualizar e descobrir os pontos fundamentais e as diferenças entre a gestão de serviços e a de produtos. Nele, o autor utiliza exemplos e resultados corporativos reais, em uma linguagem clara e objetiva. Prestar serviços é uma arte e não uma ciência. É o segredo do sucesso de qualquer empresa. E este livro mostra que serviços é a arte do detalhe. Afinal, o básico qualquer empresa oferece. Os detalhes é que impressionam, atraem e mantém o cliente e garantem o sucesso. O autor, Alexandre Freire, apresenta, com concretude visível, os dois

pilares de uma empresa de serviços: Pessoas e Processos, exemplificando-os com personagens e situações da vida real, baseados nas necessidades dos clientes e sua satisfação. Sem dúvida, “A Arte de Gerenciar Serviços” é uma obra de sucesso para aqueles que buscam solidificar o aperfeiçoamento profissional, o que reflete diretamente no crescimento pessoal. Afinal, um profissional só se diferencia no mercado de trabalho se for uma pessoa em constante busca de seu aperfeiçoamento pessoal.

TRABALHO DOCENTE: SABERES E PRÁTICAS

“Trabalho docente: saberes e práticas” é um livro que possibilita ao leitor, iniciante ou não, acesso às discussões e às reflexões profícuas acerca da mobilização de saberes docentes e de práticas pedagógicas em cursos de Educação a Distância. Com uma linguagem de fácil compreensão, a autora Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira ancora a sua análise em eixos tematizadores: pontos fundamentais e históricos da Educação a Distância; aspectos metodológicos para trabalho com narrativas virtuais; e, finalmente, a mobilização de saberes no trabalho docente em cursos EaD no processo de construção do conhecimento. É importante frisar que esta obra, além de ser resultado de pesquisa em nível de mestrado, adquire marcas e contornos também das experiências da autora, no que se refere ao trabalho docente em cursos EaD, de quando esteve à frente do Setor de Produção de Material Didático, junto ao Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD/UFPI) e de publicações de artigos e de textos sobre a temática EaD. Recomendamos a leitura do livro, porque contribui sobremaneira para o crescimento e a qualidade das discussões acerca da Educação a Distância.

DICAS DE LIVROS

Revista Interação ● Edição 9

posso extrair sentido do mundo em termos do que já sei” (SMITH, 1989, p. 23). Tudo o que sabemos e/ pretendemos saber, depende da experiência que temos com o objeto do conhecimento. Acerca da leitura, Smith completa o nosso raciocínio: “À medida que lemos, [...] estamos constantemente fa-zendo perguntas, e, se somos ca-pazes de encontrar respostas para tais perguntas, então compreende-mos.” (1989, p. 35).

A breve incursão teórica rati-ficou a leitura como ferramenta fundamental que o discente deve possuir entre outras característi-cas, pois o instrumentaliza para a independência quanto aos estudos e, assim, mais do que prosseguir nos estudos, como prevê a LDB2, poder alcançar a cidadania plena que é, pois, detentora de elemen-tos trans-sociais que fazem circular o poder, a língua por meio do tex-to escrito.

REFERÊNCIAS

BARTHES, Roland. Aula. 16 ed. São Paulo: Cultrix, 2005.

SMITH, Frank. Compreendendo a leitura: análise psicolinguistica da leitura e do aprender a ler. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

ROJO, Roxane. Letramento e ca-pacidades de leitura para a cidada-nia. São Paulo: SEE: CENP, 2004. Texto apresentado em Congresso realizado em maio de 2004.

2 Lei n. 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

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Representantes da Universidade do México firmam parceria com CEAD/UFPI

Os professores Alfonso Romero de La O e Julio Cortez Jaimes e os alunos Carlos Armando Morillon e Tatiana Rivero, da Universidad Au-tónoma de Guerrero, em Acapul-co, no México, visitaram o Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD/UFPI) e foram recebi-dos pelo Diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes, por pro-fessores e funcionários do Centro.

A visita teve como objetivo for-talecer os laços de intercâmbio entre estudantes e docentes. O es-tudante Hugo de Andrade Júnior, discente do curso de Administra-ção do CEAD/UFPI, Polo UAB de Água Branca, realizou o inter-câmbio na Universidad Autónoma de Guerrero e foi mediador dessa visita.

Durante o encontro, aconteceu uma palestra sobre a implantação da Universidade Aberta do Brasil no Piauí; a estrutura dos Polos em Educação a Distância e dos Cursos; além da apresentação do funcio-namento da Plataforma Moodle.

PARCERIA

Segundo o Diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes, há muito interesse em firmar par-ceria e manter intercâmbio pre-sencial e a distância entre profes-sores e alunos: “os representantes da Universidad Autónoma de

Guerrero vieram conhecer a mo-dalidade com o objetivo de reali-zar a implantação dessa, utilizando as experiências mexicanas e brasi-leiras. Queremos estimular a troca de experiências e assim consolidar a EaD no CEAD e na Universidad Autónoma de Guerrero”, acres-centa.

O professor mexicano Julio Cortez afirmou que o intercâmbio proposto entre as duas Universi-dades promove um estímulo para que a administração da Universi-dad Autónoma de Guerrero inicie um projeto similar de implantação da modalidade a distância, que será conhecida como Universidad Virtual no México. “Percebemos que a Educação a Distância dá re-sultados e, no México, vai contri-buir para dar acesso à Educação Superior aos mexicanos que vivem longe dos centros educacionais e até fora do país”, ratifica.

Alfonso Romero, professor me-xicano, informou que alguns dos projetos da Universidade Aber-ta do Brasil (UAB), por meio do CEAD/UFPI, serão aplicados na Universidad de Guerrero. “Firma-remos convênio binacional, entre a nossa Universidade e a UAB, através do CEAD/UFPI. Espera-mos que haja envolvimento entre os reitores, diretores e professores

das duas Universidades”. afirmou.

Sobre a Universidad Autónoma de Guerrero

Além de professores, Alfonso Romero e Julio Cortez Jaimes são Diretores da “Unidad Académica de Contaduría Y Admnistración”, da Universidad Autónoma de Guerrero.

A Universidad de Guerrero é a 4ª maior Universidade do México, com mais de 30 mil estudantes nas mais diversas áreas do conheci-mento.

Importante

Por Karine Santiago e Thays Pessoa

Representantes da Universidad Autónoma de Guerrero; Diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr.

Gildásio Guedes; professores e funcionários do Centro e aluno do Curso de Administração,

Hugo de Andrade Júnior

Aluno da Universidad de Guerrero, Carlos Mo-rillon; Professores Julio Cortez e Alfonso Romero

e aluna Tatiana Rivero

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Revista Interação ● Edição 8

Palestra “Educação a Distância na Prática e Teoria” no polo UAB de Paes Landim

Projetos desenvolvidos pelo curso da Matemática em Piracuruca

1 Exposição de Artes no Polo UAB de Jaicós

Palestra “Vinícius de Moraes” no Polo UAB de Monsenhor Gil

No dia 27 de dezembro de 2013, o professor Gildásio Guedes, diretor do CEAD/UFPI, realizou uma visita técnica ao polo UAB de Paes Landim, município situado a 305 km de Teresina. Na oportunidade, ele participou da comemoração do aniversário de 51 anos de Paes Landim, na qual ministrou a palestra “Educação a Distância na Prática e Teoria”, na Câmara de Vereadores da-quele município. Segundo o professor Gildásio, a palestra tratou a respeito do funcionamento da EaD, bem como dos avanços e desafios para os alunos e professores dessa modalidade de ensino.

No Polo de Piracuruca, em novembro de 2013, foi desenvolvido o “Projeto Jogos Matemáticos”, vinculado à disciplina Estágio Su-pervisionado IV, coordenado pelo professor Luiz Gonzaga Pires e orientado pela professora-tutora Norma Cavalcanti, ambos do cur-so de matemática na modalidade EaD. O Projeto teve como um dos objetivos estimular o processo cognitivo dos alunos do Ensino Médio, da Escola Hesíchia de Sousa Brito, para o aprendizado da Matemática de forma lúdica, recreativa e divertida.

O curso de Pedagogia, do Polo UAB de Jaicós, promoveu a I Ex-posição de Artes na Comunidade. O evento tem parceria da Secre-taria Municipal da Juventude, Cultura, Esporte, Lazer e Turismo de Jaicós.

O Polo de Monsenhor Gil promoveu a palestra “Vinícius de Mo-raes: o encontro da literatura com a canção popular”, no dia 30 de novembro de 2013. A palestra, proferida pelo professor mestre Alfre-do Werney e pelo professor e músico Bruno Farias, contou com a pre-sença do professor Gildásio Guedes, diretor do CEAD/UFPI. O evento teve como objetivo comemorar o centenário de nascimento do poeta e compositor Vinícius de Moraes, cumprindo, ainda, a finalidade de integrar as Atividades Complementares dos cursos ofertados no Polo.

GIRO NOS POLOS

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