revista inport - olimpíadas 2016

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Edição 17 | JANEIRO E FEVEREIRO DE 2016 SEGURANÇA PORTUÁRIA Praticagem é modelo de sucesso em SC NAVIOS SERVIRãO COMO HOTéIS PARA ATLETAS OLIMPÍADAS 2016 CABOTAGEM Serviço vem crescendo no País CONPORTOS SEM PAPEL Projeto quer modernizar o sistema atual

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Olimpíadas 2016 - Navios servirão como hotéis para atletas

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  • Edio 17 | JANEIRO E FEVEREIRO DE 2016

    SEGURANA PORTURIAPraticagem modelo

    de sucesso em SC

    NAVIOS SERVIRO COmO hOTIS PARA ATlETAS

    OLIMPADAS 2016

    CABOTAGEmServio vem

    crescendo no Pas

    CONPORTOS SEm PAPElProjeto quer modernizar

    o sistema atual

  • POR 0002 13JG AN REV INPORT 420x265MM.pdf 1 26/10/15 09:41

  • POR 0002 13JG AN REV INPORT 420x265MM.pdf 1 26/10/15 09:41

  • ndice

    CAPAFoto: Pier Mau, DivulgaoLocal: Rio de Janeiro

    ExPEDIENTE

    Revista INPORT

    Rua Capito Euclides de Castro, 268 - CoqueirosFlorianpolis/SC - I 48 3248 1676www.editoracrie.com.br

    Jornalismo e Redao:Aline Arajo (DRT/SC 4048)[email protected]

    Administrao e Comercial:Gabriela [email protected] I 48 3248 1676 / 9617 3840

    Web Design e Suporte::Ramon [email protected]

    Distribuio:NACIONAl

    Criao e Diagramao:Ana Sofia Carreo de Oliveira (DRT/SC 4709)[email protected]

    22ITAPO Novos equipamentos chegam no Terminal

    26 SEGURANAZanardo comemora 40 anos em 2016

    24FERTISANTAExpectativa de movimentar 600 mil Toneladas em 2016

    30CONPORTOS SEm PAPEl Programa quer diminuir o nmero de folhas impressas

    36SAO FRANCISCO DO SUl Porto completa 60 anos

    Colaboram com essa edio as assessorias dos Terminais da Portonave, Itapo e Rio Grande e dos Portos de Imbituba e So Francisco do Sul.

    COlUNAS

    Osvaldo Agripino de Castro Junior

    46Reinaldo Garcia

    Duarte

    4944milene Zerek

    Capraro

    20BARRA DO RIO Tem Plano de Segurana aprovado

    21ImBITUBA Comemora nmeros de 2015

    18ADUANA FRANCESAVisita Santa Catarina

    16PORTONAVE Uma das melhores empresas para se trabalhar em SC

    10ImBITUBARecebe visita de empresa noroeguesa

    12SEGURANA DA NAVEGAOPraticagem reconhecida no Estado

    CAPA

    40RIO GRANDE Terminal faz parceria para o mercado de gros

    42CABOTAGEm Servio vem crescendo no Pas

    41CBES Sistemas de segurana realizados pela empresa so aprovados

    Edio 17 | JANEIRO E FEVEREIRO DE 2016

    SEGURANA PORTURIAPraticagem modelo

    de sucesso em SC

    NAVIOS SERVIRO COMO HOTIS PARA ATLETAS

    OLIMPADAS 2016

    CABOTAGEMServio vem

    crescendo no Pas

    CONPORTOS SEM PAPELProjeto quer modernizar

    o sistema atual

    38 JOGOS OlmPICOS Atletas ficaro hospedados em navios

    48PUBlICAES Doutor em harvard lana livro sobre temas porturios34

    ENTREVISTAmaria Teresa BustamantePres. da Cmara de Comrcio Exterior da FIESC

  • editorial

    BeM-vInDO 2016O ano comeou e com ele vem a espe-rana de tempos melhores. 2015 foi o ano em que a palavra crise aparecia a cada esquina, a cada roda de amigos, no trabalho, em casa, enfim, 365 dias que muitos torciam para terminar logo. Agora, com o ano novo, chegam novas promessas, novos planos, novos sonhos e porque no novas expectativas? A Inport traz nessa primeira edio do ano boas notcias para comear 2016 com o p direito. Vamos mostrar o es-quema de segurana martima para os Jogos Olmpicos no Rio de Janeiro. Na-vios serviro como hotis para atletas e comisso tcnica. Por isso, o Pier Mau est se preparando h um bom tempo para essa misso. A Revista tambm fala sobre investimen-tos. Uma empresa noroeguesa, atrada pelo Porto de Imbituba e o que a regio

    Sul do Estado tem a oferecer, est inte-ressada em abrir uma fbrica na Cidade. As negociaes caminham e at uma carta de intenes foi enviada ao Gover-nador de Santa Catarina. Tambm mostraremos uma reportagem especial sobre a cabotagem no Pas. Especialistas afirmam que o servio lucrativo mas ainda pouco divulga-do e conhecido no Brasil. E mesmo tendo crescido nos ltimos anos, h um esforo expressivo de empresas que querem difundir ainda mais essa prtica por aqui. Alm dessas, muitas outras matrias es-peciais para deixar, voc leitor da Inport, ainda mais informado sobre o mundo porturio e tudo o que ele abrange.

    BOA LeITURA!

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  • PORTOS PBLICOS E PRIVADOS e Recintos Alfandegados

    DIVERSOS CASES DE SUCESSO

    ATENDENDO A LEGISLAO DO

    ISPS Code E PARA RECINTOS ALFANDEGADOS

    VIGILNCIA ELETRNICA

    CONTROLE DE ACESSO DE PESSOAS E VECULO

    > Sala de Monitoramento

    > Unidade de Segurana

    > Projetos de Iluminao

    > Rede Eltrica Comercial

    > Sistema de Antenas

    > Rdio e WiFi

    > Datacenter

    > Servidores

    > Redes lgicas

    > Sistema Backup

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  • PORTOS PBLICOS E PRIVADOS e Recintos Alfandegados

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  • PORTO DE IMBITUBA

    FOTO JOAO BATISTA COElhO JUNIOR

    RECEBE REPRESENTANTES DE EmPRESA NORUEGUESA

    O Porto de Imbituba recebeu no final do ms de de-zembro representantes da Companhia de Desenvol-vimento do Estado de Santa Catarina CODESC, da Companhia de Gs de Santa Catarina SCGs e empresrios da Proso Management empresa norueguesa interessada em se instalar na cidade para atuar no ramo fabricao de contineres para o transporte de gs natural liquefeito (GNL).Na visita, a Comitiva conheceu a rea do cais, a estrutura porturia e assistiu a uma apresentao do porto. Aps isso, seguiu para uma reunio na Cmara de Vereadores onde a empresa exps o projeto de instalao na rea da Zona de Processa-mento de Exportao (ZPE) de Imbituba, projeo de investimento, gerao de emprego, entre outros temas. Inclusive uma carta de intenes j foi entre-gue ao Governo do Estado. A comitiva norueguesa est conhecendo a cidade, o porto e a rea em que pretende se instalar para viabilizar seu projeto, onde pretende aplicar 3,5 bilhes de dlares, salienta o Vice-governador, Eduardo Pinho Moreira.Alm dele, estavam presentes o prefeito municipal, Jaison Cardoso e o vice, Elsio Sgrott, vereadores e representantes da classe empresarial do municpio. Se concretizado, o projeto de instalao da fbrica prev o investimento de US$ 3,5 bilhes numa rea de 19 hectares.Todo o projeto ser concludo aps uma srie de reunies, encontros e visitas, alm dos levantamen-tos de estudo ambiental e de negcios. O municpio de Imbituba tem uma importante rea para investi-mento as margens da BR-101 e um condomnio que vem se estruturando cada vez mais, alm de uma condio econmica bastante favorvel e organiza-da, o que nos d crdito para atrair sempre novos investidores e estamos abertos ao que for realmente de interesse para a cidade, salienta Jaison.

    Comitiva discutiu pontos do projeto na cmara de vereadores

    Comitiva tambm se reuniu na prefeitura para saber mais detalhes do projeto

    Prefeito Jaison recebeu o Vice-governador e noruegueses

    10 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    portos e terminais

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  • Mesmo diante de um cenrio desfavorvel, devido s peculiaridades dos acessos nuticos, o Estado se destaca nessa rea.

    SANTA CATARINA TEM MODELO DE SUCESSO NA PRATICAGEM

    seGUrana da naVeGao

    12 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    Para especialistas o bom desem-penho de Santa Catarina na rea da praticagem se deve a sinergia entre Marinha, Autoridades Por-turias, Praticagens e Terminais. Alm disso, o modelo catarinense o mais usual nas atividades por-turias em prtica no mundo hoje - servio privado e independente com a regulao e fiscalizao da Marinha. O modelo tem garantido ndices de eficincia bastante competitivos em termos mundiais.Um exemplo dessa eficincia o fato de aps o Programa Na-cional de Dragagens do PAC-1 em 2011, a Autoridade Porturia de So Francisco do Sul ser uma das primeiras no Brasil a autori-zar incrementos nos parmetros operacionais, dando uma rpida resposta ao investimento pblico.As Praticagens de So Francisco/Itapo, Itaja/Navegantes e Im-bituba destacam-se no cenrio nacional pelos investimentos rea-lizados em treinamentos dos seus Prticos em simuladores de ma-nobras e de emergncias, aquisi-o de modernos equipamentos,

    tais como lanchas, auxlios ele-trnicos navegao e comuni-caes. Pode-se dizer que San-ta Catarina est em boas mos quando o assunto praticagem. Mas se por um lado, o servio no Estado tenta driblar as adversida-des e ainda garantir um bom ser-vio, por outro, no Brasil, o ce-nrio no o mesmo. O Diretor-presiden-te de Praticagem no Porto de So Francisco do sul, Mrcio Pessoa Fausto de Souza, diz que de forma geral, os aces-sos nuticos aos Portos brasileiros esto defasados em relao ao porte de navios que frequenta a costa. Parte disso por causa da grande inrcia histrica do Bra-sil em adaptar sua infraestrutura ou mant-la. E alerta: o problema no s no Pas e sim, uma reali-dade mundial.

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    Para ele, a concorrncia entre as grandes em-presas de navegao e as estratgias comer-ciais visando a economia em escala, levam essas corporaes a construir navios cada vez maiores e isso faz com que os Portos, muitas vezes com dinheiro pblico, como o caso do Brasil, tenham que se adaptar atravs de draga-gens e obras de engenharia para continuarem competitivos. Os portos esto se submetendo a uma estratgia das empresas de navegao que pode no ser interessante ou trazer saldo econmico positivo para o Brasil, diz Mrcio. Ele ainda conta que hoje os Portos catarinen-ses e brasileiros operam navios cujo porte no adequado s principais Recomenda-es Tcnicas a respeito desse assunto. As Praticagens dos Portos catarinenses, atravs de sua assessoria tcnica, investimentos em equipamentos e treinamento e participao em Estudos Nuticos e simulaes computa-cionais, tm desempenhado papel fundamen-tal junto s Autoridades Martimas, Porturias e terminais privados para que esta defasa-gem seja mitigada com responsabilidade, enquanto no h uma adequao dos acessos nuticos, diz Mrcio.

    Os acessos nuticos aos Portos catarinenses so tecnicamente desafiadores e de elevado grau de dificuldade. O baixo ndice de acidentes ou incidentes refora o papel fundamental do Prtico neste processo.

    A soluo? Para Mrcio existe uma srie de quesitos que precisam ser avaliados. Entre eles, a capacidade de manuteno das con-dies do acesso, atravs de dragagens per-manentes de manuteno e agilidade para os investimentos. Aguardamos por dois anos a concluso do processo administrativo para as dragagens de manuteno ora em curso. Basi-camente pendncias administrativas e pendn-cias no licenciamento ambiental. Sem desmere-cer ou desqualificar o importantssimo trabalho dos rgos ambientais, acredito que a probabi-lidade crescente de um encalhe no canal asso-reado neste perodo de espera pela dragagem representou um grande risco ambiental talvez no avaliado, diz Mrcio. E para complementar o quadro, ainda existem

    manifestaes tanto dos operadores de navegao de longo curso quando

    na cabotagem de que os pre-os praticados no seriam

    competitivos. Para Mario Cezar de Aguiar, Pri-

    meiro vice-presidente da FIESC e Presi-dente da Cmara para Assuntos de Transporte e Lo-gstica da FIESC, a praticagem trata-se de um servio essencial

    e essa uma dis-cusso tcnica que

    deve ser muito bem avaliada.

    4 O Prtico um profissional aquavirio que existe em todos os acessos

    nuticos do mundo e que proporciona eficincia e garante a segurana das operaes dos navios durante a

    navegao em guas restritas.

    4 O Prtico possui slido conhecimento tcnico-profissional da navegao em guas restritas e conhece a fundo as peculiaridades da regio em que trabalha, tais como as variaes de correntes, ventos,

    mars e profundidades. A sua experincia acumulada e a repetio garantem no s a segurana dos navios em sua navegao, mas

    tambm a segurana dos Portos e terminais, do patrimnio pblico e privado ao longo das margens e a preservao do

    Meio Ambiente. O servio de Praticagem tem o Estado como seu nico cliente e os navios como

    usurios deste servio.

  • 14 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    A FIESC, em reunio da Cmara de Transporte e Logstica deu oportunidade aos representan-tes da praticagem de Santa Catarina para apre-sentarem seus posicionamentos. Temos por prtica ouvir todos os lados e de acordo com pesquisa sobre cabotagem que realizamos, o Presidente da Associao Brasileira de Cabo-tagem em sua participao afirmou que a prati-cagem no Brasil obrigatria e no regulada o que equivaleria a um monoplio no regulado, e que os preos praticados esto entre os mais altos do mundo. Este assunto est em pauta na FIESC e o que mais importante: tambm no parlamento, e deve ser tratado com base tc-nica. Destacamos o trabalho realizado pela Subcomisso de Portos e Vias Navegveis na qual temos como relator o Deputado catarinen-se Edinho Bez que est com uma agenda bas-tante significativa e o que mais importante est dando a oportunidade para que todos os atores coloquem seu posicionamento, revela Mario.Sobre os acessos porturios, Mario diz que essa uma questo essencial para a competitivida-de dos nossos portos e da indstria, por isso, a FIESC elaborou o documento Agenda Portos Catarinenses 2015-2017. Uma das principais demandas apresentadas so as adequaes nos acessos e reas de operao para atender os navios que estaro operando na costa brasi-leira, cujas caractersticas foram definidas por intermdio de duas oficinas realizadas no m-bito da Cmara de Transporte e Logstica, da FIESC: 366 metros de cumprimento, 52 metros de boca 2 15,5 metros de calado operacional. Esta situao exige com prioridade adequa-es nos canais de acesso, beros, bacias de evoluo e malha viria terrestre precisamos dos nossos principais eixos rodovirios com maior eficincia e segurana assim como di-versificar a nossa matriz de transporte. Por isso tambm entendemos que os projetos ferrovia litornea e leste oeste so estratgicos para co-

    nectar um dos mais eficientes complexos por-turios do Brasil e Amrica Latina com a malha nacional, diz Mario.Mesmo com a falta de infraestrutura nos acessos, o Servio de Praticagem no Brasil est situado, pelos seus ndices de segurana, entre os mais eficazes do Mundo. Segundo a Associao Internacional de Clubes de Prote-o Mtua dos Armadores (International Group of P&I Clubs) o ndice de acidentes com Prti-cos a bordo no Brasil de apenas 0,002% (dois milsimos por cento), similar ao dos Estados Unidos, mesmo com as gritantes diferenas de recursos e de infraestrutura.

    O Servio em So Francisco do Sul

    Atualmente, est sendo realizada uma dragagem de manuteno no canal de acesso do Porto de So Fran-cisco do Sul. De acordo com o Diretor-presidente de Praticagem no Porto de So Francisco do sul, Mrcio Fausto de Souza, no hou-ve nenhuma alterao do projeto a fim de adapt-lo aos navios de grande porte que atendem ao Ter-minal Porto de Itapo. Em Itapo se opera os maiores conteineiros que frequentam a costa brasileira (comprimento mximo 333m e boca mxima 48m) e isto um privilgio de poucos portos brasileiros, a despeito de termos o canal de acesso mais estreito e tecnicamente desfavo-rvel, devido ao seu design. Isto sempre um motivo de orgulho para a Praticagem, mas tam-bm uma preocupao, pois aumenta nossa responsabilidade, diz Mrcio.

    seGUrana da naVeGao

  • Hoje, h projetos e estudos em curso enco-mendados pelo Porto de Itapo e Terminal de Santa Catarina (TESC) visando adequao do acesso nutico. Acredito que quando houver recursos largaremos na frente dos demais Por-tos brasileiros. Em paralelo nossa Praticagem est investindo na construo da sua sede, onde pretendemos ampliar nossa capacida-de de Coordenao, Comunicaes e Opera-o de Trfego, o que poder trazer, no futuro, ganhos operacionais a todos. Temos tambm novos terminais e investimentos no horizonte, como o caso do TGSC, TGB e Estaleiro CMO. Pessoalmente acredito que a Baa Babitonga possui vantagens geogrficas e no seu material humano que favorecem o protagonismo. A Prati-cagem So Francisco est altura do desafio, conclui Mrcio.

    A praticagem tem um papel fundamental nos portos e no diferente em Imbituba. O por-to, que est situado em uma enseada de mar aberto, no epicentro da regio Sul, sem limita-es geogrficas ou profundidade (hoje com 15,0m), bacia de evoluo de 660 metros, operacional o ano todo. De acordo com o Gerente Comercial da Santos Brasil em Imbituba, Rodrigo Dall Orsoletta, Imbi-tuba sai na frente em relao praticagem pois possui um dos calados mais profundos do Sul do Pas: com 14,5 metros, possvel receber navios de 366 metros de comprimento capaz de transportar cerca de 10.000 TEU. A relao en-

    tre a Santos Brasil e a Praticagem de Imbituba tem como objetivos mtuos buscar o melhor ser-vio, as melhores prticas para os armadores, aliado a custos competitivos, diz Rodrigo.E ainda h outra vantagem: por ser um porto de guas abertas e abrigadas, a taxa de assorea-mento muito baixa, reduzindo o custo de ma-nuteno a praticamente zero.

    O Servio em Imbituba

    Acima o Porto de So Francisco do Sul onde est sendo realizada uma

    dragagem de manuteno no canalde acesso e abaixo o Porto de

    Imbituba que hoje possui um dos calados mais profundos do Sul

    do Pas: com 14,5 metros

    FOTO PORTO SAO FRANCISCO DO SUl, DIVUlGAOFOTO PORTO Im

    BITUBA, DIVUlGAO

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  • 16 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    Em 2015, o porto subiu duas posies no ranking do Instituto Great Place To Work (GPTW), que pesquisa o clima organizacional com entrevistas respondidas pelos prprios colaboradores sobre e o ambiente de trabalho. A empresa passou da 10 para a 8 colo-cao entre as 30 melhores empresas para se tra-balhar em Santa Catarina.O levantamento feito por meio de question-rios distribudos entre os colaboradores com mais de trs meses de trabalho, em que so avaliados: Credibilidade; Respeito; Imparcialidade; Orgulho; e Camaradagem. Na Portonave, o quesito com a maior avaliao dos colaboradores foi o Orgulho, que recebeu nota 85, em uma escala de 1 a 100. A gerente de Recursos Humanos, Alessandra Santos, destacou a importncia da avaliao. Para ns no s a premiao que vale a pena, mas principal-mente o resultado que essa pesquisa nos traz. Trabalhamos as informaes gerais, apontadas pelos colaboradores como feedback, junto as equi-pes e depois com os gestores, de forma a buscar melhorias, comemorou.Um dos valores da empresa o reconhecimento do nosso colaborador, que ele se sinta parte do pro-cesso e que tenha conosco um vnculo muito pr-ximo. Essa conquista mostra que os colaboradores acreditam que o Terminal um projeto de todos, destaca o diretor-superintendente administrativo Osmari de Castilho Ribas.Edson Ramos, operador de TT, afirmou que um orgulho fazer parte da equipe Portonave. Esse pr-mio representa a satisfao que temos de trabalhar em uma empresa que preza pela profissionalizao e valorizao dos colaboradores, oferecendo todos os treinamentos pertinentes ao trabalho desenvolvi-do e incentivando o estudo, afirmou ele.

    UmA DAS mElhORES EmPRESAS PARA SE TRABAlhAR Em SANTA CATARINA

    PORTONAVE

    portos e terminais

    Outras PremiaesNo final de 2015, a Portonave recebeu o Prmio Maio-res do Transporte & Melhores do Transporte, como a melhor empresa na modalidade Terminais Porturios. A iniciativa foi promovida pelas revistas Transporte Moderno e Technibus, com base nas demonstra-es financeiras de 2014. Outro reconhecimento veio com a conquista do Prmio Fritz Mller, promovido pela Fundao do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma). A empresa foi vencedora na categoria ges-to socioambiental, com o case Nossa Praia.Ele prev a Recuperao e Proteo da Orla de Na-vegantes, por meio da recuperao da restinga com o plantio de milhares de novas mudas de rvores nativas, a retirada de espcies exticas, a elimina-o das estruturas de concretos que interferem no ecossistema e a implantao de uma ciclovia ao lon-go da orla martima.

    Prmio Fritz mller

    FOTO PORTONAVE, DIVUlGACAO

  • seGUrana martima

    VISITA SANTA CATARINA

    ADIDO DA ADUANA FRANCESA

    FOTO mARCElO PASqUAlETTI

    O Adido Aduaneiro da Frana no Brasil, Nicolas Masson, visitou as cidades de Itaja e Florianpolis

    A integrao da segurana martima e porturia pr-tica recente na Comunidade Internacional. Somente aps os atentados de 11 de setembro que o mundo despertou para a falta de um padro de segurana nessa rea. Desde que assumiu a Coordenao da CESPORTOS, h seis anos, Reinaldo Garcia Duarte, realiza diversas aes em prol da troca de conhe-cimento sobre o tema entre Santa Catarina e outros pases. E mais uma vez essa integrao aconteceu com a visita do Adido Aduaneiro na Frana no Brasil, Nicolas Masson, no Estado. Atravs de um amigo em comum, Marcelo Pasqualetti, que foi Adido Policial do Brasil na Frana, podemos realizar esse encontro que considero extremamente importante para a Seguran-a Porturia do Pas, diz Reinaldo. Alm de conhecer algumas instalaes porturias ca-tarinenses, Reinaldo apresentou um panorama geral da atuao da CESPORTOS, apontando comparativos com o Porto de Le Havre, na Frana, onde uma Comi-tiva Catarinense de Segurana Porturia realizou em 2012 uma visita tcnica oficial no local. Em sua compo-sio a CESPORTOS conta com representantes da Re-ceita Federal, que no Brasil tambm exerce a funo de Aduana, por isso o trabalho da Comisso sempre leva em conta as exigncias dela, uma vez que o espao fsico de atuao dos dois rgos sempre o mesmo assim como, as reas certificadas como cumpridoras do ISPS Code tambm so reas alfandegadas pela Receita Federal, diz Reinaldo.A aduana francesa, ao contrrio da Receita Federal (aduana brasileira), possui atribuies de polcia, po-dendo realizar e lavrar prises. Em razo disso, h uma tradio na represso ao trfico de drogas nos portos,

    com resultados mais expressivos do que organismos policiais propriamente ditos daquele pas. Dessa for-ma, o Ncleo de Polcia Martima em Florianpolis, re-presentada pelo seu Chefe, Anderson Arias Moreira, tambm acompanhou Nicolas em toda sua visita. Aqui ele pode conhecer as lanchas do NEPOM e a sede nutica do Ncleo, alm de visitar a cidade de Itaja, um dos mais importantes polos nuticos do Pas onde um passeio pelo rio Itaja a fez com que o Adido francs tivesse uma exata noo do referido Complexo Porturio, diz Arias. A Polcia Federal, atravs dos Nepom's, atua nos por-tos brasileiros e tem por atribuio o combate a vrios ilcitos transnacionais (trfico de drogas, contraban-do, descaminho, entre outros) que entram por portos e terminais porturios brasileiros. A aduana francesa tem tradio no combate a esses crimes, da a impor-tncia dessa integrao, que pode ser feita tanto na rea de inteligncia como em outras, que esto sendo analisadas, diz Arias.

    18 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

  • 19

    Misso EconmicaConsiste em prestar ajuda e assessoria tcnica s empresas brasileiras.

    OperacionalAjuda a reforar as relaes com as foras brasileiras responsveis pela luta contra o trfico de produtos proibidos e fortemente tributados (drogas, armas, cigarros e lavagem de dinheiro, por exemplo).

    TcnicaTem como objetivo implementar intercmbios de formaes, experincias e boas prticas em relao a procedimentos aduaneiros (programa OEA da Receita Federal, Porto sem Papel, Janela nica, etc.) ou de tcnicas de luta contra a fraude (Programas Passenger Name Record, tcnicas de seleo e de fiscalizao dos contineres, dos navios de comrcio e recreio, tcnicas de controle e de seleo dos passageiros e do frete areo, entre outros).

    ATuAO dO POsTO dA AduANA

    de acordo com Nicolas Masson, Adido da Frana no Brasil, a misso do posto da aduana aqui no Pas gira em torno de trs eixos.

    1

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    3

    Apenas uma cooperao forte em matria opera-cional e de inteligncia pode permitir reforar a luta contra os grandes trficos em escala global. No po-demos nos esquecer de que a Europa continua sendo o primeiro destino mundial em matria de cocana e a Amrica do Sul o primeiro produtor, revela Nicolas.O Adido tambm conta o que achou do trabalho em Santa Catarina. Aqui os meios so mais limitados do que em outros pases, mas a Polcia Martima traba-lha de forma complementar com a Marinha do Brasil. Alm disso, procura estruturar-se em rede com os demais NEPOMs, estratgia que para mim refora a sua eficcia. Acho pertinente lanarmos vrias coo-peraes tcnicas e operacionais em matria de con-trole das embarcaes comerciais e de recreio, em particular, diz Nicolas. E a visita ter novos desdobramentos. Em relao segurana martima foram iniciadas as tratativas para realizao de cursos das Unidades de Policiamento Martimo e, na rea da CESPORTOS, tambm ficou como meta para 2016 uma troca de conhecimentos e experincias na rea de inteligncia porturia. Temos uma enorme carncia de padres de suspeio para apurao de crimes praticados mediante utilizao de nossas instalaes porturias e por conta do exagera-do volume de cargas entrando e saindo do pas pelos nossos portos, sem um critrio tcnico, a preveno e a represso dos crimes praticados em portos ficam consideravelmente prejudicadas, por isso, a parceria com a Aduana Francesa pode nos ajudar a acelerar o aprimoramento das tcnicas investigativas que hoje aplicamos nessa rea, conclui Reinaldo.

    Temos uma enorme carncia de padres de suspeio para apurao de crimes praticados mediante utilizao de nossas instalaes porturias. A preveno e a represso dos crimes praticados em portos ficam consideravelmente prejudicadas, por isso, a parceria com a Aduana Francesa pode nos ajudar a acelerar o aprimoramento das tcnicas investigativas que hoje aplicamos nessa rea.- Reinaldo Garcia Duarte, Coordenador da CESPORTOS

  • No final do ms de dezembro a homologao do Plano de Segurana Porturio do Terminal Barra do Rio foi publicado no DOU. Na prtica isso sig-nifica que a CONPORTOS homologou a aprovao do Plano de Segurana feito pela CESPORTOS/SC e tambm a Recomendao da Comisso para a expedio da DC (Declarao de Cumprimento do ISPS Code). A partir de agora o Terminal est habi-litado perante a IMO para atuar no transporte marti-mo internacional.O caminho at chegar homologao foi longo e rduo, de acordo com o Diretor de Operaes do Terminal, Srgio Colodel. Aps receber a outorga da ANTAQ para iniciar o processo, o Terminal Barra do Rio contratou uma O.S. (Organizao de Segurana) empresa credenciada pela CONPORTOS para reali-zar a avaliao de risco e para elaborar os planos de segurana para os terminais e porto brasileiros. Iniciamos o Plano de Segurana j na concep-o do Projeto do Terminal Barra do Rio com o apoio do Consultor Hans Kuchenbecker, da HNS. Com isso obtivemos qualidade em aquisio de equipamentos e alocao dos mesmos com resultados expressivos na segurana do prprio Terminal e atendimentos as exigncias da CONPOR-TOS, diz Colodel. Durante a execuo das obras de engenharia seguiu paralelamente a obras de infraestrutura de T.I. e de segurana executadas pela empresa CBES Engenharia. Nessa etapa, por solicitao do Ter-minal, o Coordenador da CESPORTOS/SC, Reinal-do Garcia Duarte, realizou vrias visitas de acom-panhamento dos trabalhos de infraestrutura de segurana e de elaborao do Plano de Segurana com o propsito de verificar se todas as exigncias

    do ISPS Code estavam sendo atendidas, como for-ma de acelerar o processo de aprovao aps a concluso das obras.15 dias depois de concluda as obras a CESPOR-TOS/SC j havia aprovado o estudo de Avaliao de Risco e o Plano de Segurana do Terminal Barra do Rio, um prazo recorde por conta dessa interao en-tre Terminal Barra do Rio, a Empresas de Engenha-ria, a Organizao de Segurana com a Comisso. Isso demonstra a conscientizao por parte Comu-nidade Porturia Catarinense da importncia da im-plementao de todas as exigncias do ISPS Code e da obteno da Certificao de Cumprimento DC, diz Reinaldo.

    20 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    portos e terminais

    Para obter a Certificao Internacional, a Instalao Porturia obrigada a implementar todas as diretrizes do IsPs Code, j essas, devem estar detalhadamente descritas no Plano de segurana. Assim, a Equipe de Inspeo da CEsPORTOs/sC visita a Instalao Porturia e verifica se todas as exigncias do IsPs Code esto efetivamente sendo atendidas. depois disso, o Coordenador da CEsPORTOs elabora um Relatrio Circunstanciado informando CONPORTOs que o Terminal teve seu plano aprovado previamente e que ele est totalmente implementado, cumprindo assim, integralmente as diretrizes do IsPs Code. somente no final do Relatrio o Coordenador sugere que a CONPORTOs emita a declarao de Cumprimento - dC.

    O Terminal o mais novo a receber a certificao da CONPORTOS

    DE SEGURANA APROVADO

    BARRA DO RIO TEM PLANO

    COMO APROvAdO O PsPP:

  • COmEmORA Em 2015

    PORTO DE IMBITUBA

    O Porto de Imbituba encerrou o ano de 2015 com crescimento no volume de cargas movimentadas em relao ao ano anterior. S no ms de dezem-bro, foram movimentadas mais de 374 mil tonela-das, a maior movimentao mensal do ano. O re-sultado de 2015 chegou ao nmero de 3.391.084 toneladas e 230 navios atendidos. Para o Porto de Imbituba, este crescimento muito significativo, pois, em um ano em que a economia brasileira sofreu quedas vertiginosas nos indicado-res econmicos, superar os patamares conquis-tados em 2014 demonstra o comprometimento da administrao com o desenvolvimento do Porto de Imbituba.

    Vale destacar que este crescimento foi alavan-cado principalmente pela exportao de granis agrcolas (soja, milho e sorgo). Alm disso, os m-ritos desta vitria devem ser compartilhados com toda a comunidade porturia, em especial funcio-nrios, clientes, arrendatrios, operadores e traba-lhadores porturios. Para a Administrao do Porto fica a plena convic-o que 2016 ser um ano extremamente positivo e que Imbituba est preparada para enfrentar os desafios impostos pelo cenrio econmico, conso-lidando o Porto de Imbituba como uma das princi-pais solues logsticas do sul do pas.

    Instalao porturia encerrou o ano com crescimento na movimentao de cargas

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  • TERMINAL PORTO ITAPO

    22 I REVISTA INPORT IEDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    portos e terminais

    Nova plataforma de equipamentos coloca o Terminal como um dos mais bem equipados do Pas

    RECEBE DOIS NOVOS PORTINERES E SEIS NOVOS RTGS

    O Terminal Porto Itapo inicia o ano de 2016 com uma grande notcia e mostra que o Terminal est preparado para enfrentar um ano que ser de gran-des desafios. Em janeiro atracou no Terminal o na-vio Zen Hua 19, que desembarcou os mais novos equipamentos do Porto Itapo. So dois Portineres e seis RTGs que incrementaro ainda mais a capa-cidade operacional do Terminal.Em uma viagem da China at o Brasil, foram mais de 40 dias de muita expectativa. A encomenda dos equipamentos j estava prevista desde o incio das operaes do Terminal em 2011, e foi ratifica-da no fim de 2013. Para que os equipamentos es-tivessem prontos foram 10 meses de fabricao na

    Indstria ZPMC, a mesma que produziu os outros quatro Portineres e 11 RTGs que j estavam em operao em Itapo.A diferena desses novos equipamentos, espe-cialmente, em relao aos Portineres, so as di-menses das lanas que alcanam at 65 metros, 10 metros a mais que os Portineres que estavam em operao, o que significa o atendimento dos grandes navios que operam em guas brasilei-ras, alm das novas embarcaes que tendem a aportar no Pas que, alm de maior comprimento, tambm possuem largura maior, superando 60 me-tros em alguns casos.

  • 23

    Com este incremento, a partir de agora, o Porto Ita-po possui seis Portineres e 17 RTGs, o que o faz figurar entre os portos mais bem equipados do Pas, contribuindo ainda mais para a agilidade e eficin-cia das operaes no Terminal.Embora o ano de 2015 tenha apresentado muitos desafios comerciais e estruturais, o Terminal conse-guiu superar sua movimentao de contineres em cerca de 10% em relao a 2014, ultrapassando a marca de 320 mil unidades. Em termos de eficin-cia, o ndice que registra a agilidade na movimen-tao de cargas por hora, o MPH (Movimentos Por Hora), ficou em 83,9, um dos melhores do mundo. Agora, com os novos equipamentos a tendncia que este ndice se torne ainda maior.Para o Presidente do Porto Itapo, Patrcio Junior, a aquisio dos novos equipamentos trar mais qualidade e eficincia operacional aos Clientes do Terminal. Estamos num mercado altamente compe-titivo e, para nos destacarmos precisamos oferecer ao mercado o que podemos fazer de melhor. Temos a Baa da Babitonga como um grande ativo, um time altamente qualificado, e agora estamos com nossa capacidade operacional, em termos de equipamen-tos, completa para esta fase do Porto Itapo.Patrcio destaca ainda que em 2016 o trabalho e a dedicao sero a base para enfrentar um ano de

    incertezas polticas e econmicas no Pas, contu-do, a sociedade no pode estacionar a espera de decises complexas emitidas longe de nosso dia a dia. A iniciativa privada e a sociedade civil so os agentes mais importantes na atual situao de nosso Pas. Precisamos assumir esse protagonismo investindo e acreditando que podemos fazer a dife-rena. O Porto Itapo mantem sua estratgia de in-vestimento justamente por dar crdito ao mercado e ao esprito empreendedor da sociedade, destaca.A instalao completa dos equipamentos deve ser finalizada em at duas semanas, e os novos Portineres e RTGs comearo a operar ainda no ms de janeiro deste ano.

    Chegada dos novos equipamentos, vindos da China, no Terminal Porto Itapo

    FOTO TERmINAl PORTO ITAPOA, DIVUlGAO

  • 24 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    portos e terminais

    2015 foi um ano de profundas transformaes na Fer-tisanta. A primeira indstria de Fertilizantes de San-ta Catarina mudou o quadro societrio da empresa: hoje 75% dela pertence a gigante belga Manuchar, e os outros 25% controlado pelo empresrio Beto Martins. Com essa mudana a empresa passou por uma srie de reformulaes tanto na parte comercial quanto estrutural. Ao longo dos 24 anos de existncia, a Fertisanta uma das trs nicas indstrias nesse Setor no Esta-do e com o incio da exportao de gros em 2013 mais uma vez provou que pioneira em vrias reas.

    Esse foi o ano em que o Porto de Imbituba exportou gros pela primeira vez em toda a sua histria. Con-seguimos fazer isso de uma forma totalmente revolu-cionria. No tnhamos equipamentos modernos para esse tipo de operao, mas os nmeros surpreende-ram: conseguimos fazer uma prancha de 7000 tonela-das de gros quando o mnimo exigido era de 4000. E isso chamou a ateno do mercado nacional, lembra Beto Martins, Scio da Fertisanta. A empresa tem grandes planos para esse ano: iniciar a obra do terminal graneleiro com um sistema total-mente automatizado que vai desde a recepo at a

    PERSPECTIVA mOVImENTAR 600 mIl TONElADAS DE GRANEl Em 2016

    FERTISANTA :

    FOTO FERTISANTA, DIVUlGAO

  • FOTO COPAGRO, DIVUlGAO

    A Fertisanta tem uma capacidade esttica de movimentar

    s para gros, com a parceria realizada com a Copagro, alm de outras

    unidades que a empresa possui na cidade, esse nmero dobra e pode chegar a

    60.000 toneladas

    140.000 toneladas

    expedio. Com isso se espera uma maior produtivi-dade e menos desperdcio do produto. O armazm dever ter capacidade esttica mnima de 85.000 to-neladas. Sem contar a qualidade do produto, j que quanto menos contato ns temos com o gro melhor a qualidade dele, diz Beto. A maior meta da Fertisanta ajudar o Porto de Imbi-tuba a no ser apenas uma opo paliativa para gar-galos em outros portos do Brasil, e sim ser fidelizado pelo mercado. O Brasil cresce em 3% o seu volume de carga anualmente, isso significa trs milhes de toneladas a mais por ano, mas no existe um porto novo sendo construdo por ano para atender toda essa demanda, revela Beto. E para que Imbituba seja a primeira opo preciso investimentos. E eles esto vindo com toda fora em 2016. Aps fechar um contrato de cinco anos com um gran-de player nacional do mercado de gros, a Fertisanta deve movimentar at 2021 trs milhes de toneladas de gros no mnimo - em funo desse compro-misso. Dessa forma, uma parceria foi firmada com a Copagro. A Cooperativa que tem matriz em Tubaro, sul do Estado, tem uma filial em Imbituba. Na cidade porturia ela possui uma estrutura adequada para a armazenagem dos gros. Conta com uma moderna

    estrutura de pesagem, recepo, descarga, transfe-rncia, armazenagem e expedio de gros com ca-pacidade de receber at 4.000 toneladas e expedir at 8.000 toneladas de cereais, diariamente, alm de armazenar 72.000 toneladas.Para Dionisio Bressan, Presidente da Copagro, a par-ceria com a Fertisanta representa a oportunidade de, conjuntamente, contriburem para a solidificao do Porto de Imbituba como estrutura de movimentao de cereais para exportao e importao. O negcio muito interessante para ambas, mas , antes de tudo, fator de desenvolvimento regional, diz Dionisio. Hoje a Fertisanta tem uma capacidade esttica de movimentar 60.000 toneladas s para gros, com a parceria realizada com a Copagro, alm de outras uni-dades que a empresa possui na cidade, esse nmero dobra e pode chegar a 140 mil toneladas, ou seja: possvel armazenar dois navios inteiros com esse es-pao. A Copagro j atua aqui em Imbituba h oito anos e a melhor opo para a operao de gros no Municpio. Nossa expectativa movimentar 600 mil toneladas em 2016, com diversos produtos como gros, fertilizante, minrio e outros, mas conforme for a nossa performance e as reaes do mercado, este nmero pode aumentar, comemora Beto.

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  • 26 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    seGUrana

    Presente nos trs estados do sul do Pas, com 21 unidades de negcios, o Grupo Zanardo composto por diversas empresas na rea da segurana

    40 ANOS Em 2016

    GRUPO ZANARDO COMEMORA

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    O Formado por diversas empresas no ramo da segurana, o Grupo Zanardo tem muito que comemorar em 2016. Alm do crescimento das empresas, ele completa 40 anos e est cada dia mais ampliando o leque de clientes na rea porturia. E toda histria de su-cesso tem um incio. A do Grupo Za-nardo foi h 40 anos, quando um dos fundadores, Ivan Zanardo, viu a oportu-nidade de empreender na exigncia do Ministrio para que os bancos imple-mentassem postos de vigilncias em todas as agncias do Pas.

    No incio a expectativa era fechar contratos de vigilncia com as agncias bancrias da regio Oeste de santa Catarina, posteriormente os contratos foram se estendendo no s por outras regies do sul do Brasil, mas tambm para outros setores do mercado como a indstria e o comrcio.- Ivan Zanardo

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    O Grupo uma empresa familiar. No incio tudo era gerenciado por Ivan Zanardo. Quando a empresa comeou a ganhar uma proporo maior e trilhar o caminho do sucesso alcana-do hoje, os filhos entraram na organizao. So eles que compem atualmente a Diretoria e o Conselho de Administrao do Grupo, entre eles Marcos Zanardo. As principais dificuldades ao longo do ca-minho foram principalmente com a burocra-cia excessiva nos processos de registros dos vigilantes, armas e outros, alm da dificuldade em capacitar os vigilantes com cursos al-tura do padro de qualidade exigido desde o comeo na prestao de servios do Grupo Zanardo, diz Ivan Zanardo que hoje Diretor Presidente do Grupo.E para que uma empresa esteja sempre fren-te no competitivo mercado so necessrios constantes investimentos. Ao longo do tempo eles foram se tornando rotina no Grupo. Entre os mais expressivos esto a aquisio de sedes prprias, alm da aquisio de toda a frota, hoje composta por mais de 150 veculos espalhados pelos trs estados do Sul do Brasil. Hoje os in-vestimentos se concentram em capacitao de colaboradores e qualidade para aumentar cada vez mais o nvel de satisfao dos clientes com os servios prestados, diz Ivan Zanardo. Ivan ainda revela que o Grupo iniciou com um nmero pequeno de vigilantes, j que eles su-priam apenas as necessidades dos contratos firmados. Hoje a realidade diferente: o grupo conta com mais de 3.000 colaboradores nas mais variadas funes, entre eles vigilantes, monitores, atendentes de alarme, serventes, co-peiras, porteiros, digitadores, entre outros.O Grupo hoje formado por vrias empresas. Primeiro foi criada a ONSEG VIGILNCIA, para fornecer servios de vigilncia armada e desar-mada ao setor bancrio, indstrias e comrcio. Posteriormente foi criada a ONSEG SISTEMAS,

    com o intuito de fornecer monitoramento eletr-nico e venda de equipamentos de segurana eletrnica, sendo criada a central de opera-es do Grupo Zanardo, de onde se monitoram os alarmes e os circuitos fechados de televi-so dos clientes. Depois disso o grupo iniciou a prestao de servios terceirizados espe-cializados com a criao da ONSERV e da ONSERVICE, englobando mais de 60 funes que podem ser exercidas pelos seus colabora-dores, com foco principal na limpeza profissional. A ltima das empresas a ser criada foi a ONSAT, que na verdade um brao da empre-sa de sistemas eletrnicos, porm com foco no rastreamento veicular.O Grupo tambm estendeu suas atividades para a rea porturia. Ivan Zanardo diz que esse setor significa um ponto fundamental e es-tratgico para a interao, tanto nacional quanto internacional, do mercado brasileiro, em todos os setores. A maior parte das exportaes e im-portaes brasileiras passa pelo setor porturio, sem ele impossvel garantir que tenhamos re-laes comerciais fortes e competitivas perante aos atuais cenrios da economia mundial e bra-sileira. uma honra para o Grupo Zanardo fazer parte do cotidiano do setor porturio no Brasil, at pelo desenvolvimento que este setor propor-ciona as empresas do Grupo, diz Ivan.

    2016 ser um ano especial para o Grupo Zanardo. Comemorar 40 anos de histria um privilgio para poucas empresas, e isso s possvel atravs da dedicao diria de todos os colaboradores e de todo o esforo desprendido dos que fazem parte dessa histria de sucesso.

  • SocialSeg o novo produto do GrupoPensando sempre em inovao, o Grupo Za-nardo possui uma plataforma tecnolgica ino-vadora no Pas. Ela possibilita aos moradores de uma determinada regio, trocarem informa-es em tempo real para realizar medidas pre-ventivas e de cuidado pblico em seu territrio pelo simples exerccio da cidadania: trata-se do SocialSeg.A plataforma faz parte de uma abordagem ino-vadora no mercado j que valoriza aes de Cidadania e Segurana para a reduo de cri-mes e perturbaes sociais em conjunto com

    os moradores, utilizando e compartilhando in-formaes por meio de rede social e aplicativo que pode ser acessado via WEB, em seu com-putador, notebook, tablet ou celular. O objetivo trabalhar em 100% com aes preventivas.O modelo de segurana comunitria antigo e vem se expandindo de modo tmido no Brasil desde o ano 2000 pela iniciativa dos estados brasileiros atravs dos conselhos de seguran-a comunitria (CONSEGs). A SocialSeg entre-tanto iniciou as atividades com esta roupagem no ano de 2015.

    28 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    O Grupo Zanardo completa 40 anos com destaque s empresas voltadas para a rea de segurana

    A socialseg uma tecnologia que tem a proposta inovadora de integrar os vizinhos em um programa completo de segurana comunitria, sempre com tecnologia, inteligncia operacional e muita interao em redes sociais e aplicativo. Consiste na implantao de um sistema baseado no acesso de imagens em tempo real, obtidas atravs de modernas cmeras IP instaladas em sua rua e a conexo de todos os vizinhos e empresa de segurana em um grupo social via web.

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    Para saber mais acesse o site www.grupozanardo.com.br I e-mail: [email protected]

    seGUrana

  • Rua Arnoldo Lopez Gonzaga, 507 Barra do Rio - Itaja - SC - CEP 88.305-570

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  • Com ele a inteno otimizar o trabalho da Segurana Porturia Brasileira, alm de contribuir com o meio ambiente

    PROJETO CONPORTOS SEM PAPEL

    tecnoloGia

    30 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    Com o avano na rea tecnolgica e, princi-palmente, a preocupao cada dia maior com o meio ambiente algumas aes esto sendo constantemente pensadas pela populao mundial para que se evite o desperdcio de pa-pel. Nos rgos pblicos o cenrio no dife-rente. O projeto pioneiro na rea porturia em relao a esse assunto foi o Porto sem Papel que comeou em 2011 e teve como objetivo principal reunir em um nico meio de gesto as informaes e a documentao necessrias para agilizar a anlise e a liberao das merca-dorias no mbito dos portos brasileiros. A SEP/PR implantou o projeto nos 34 portos pblicos, eliminando mais de 140 formulrios em papel que foram convertidos para um nico docu-mento eletrnico. Depois desse avano agora a vez do Projeto CONPORTOS sem papel ser apresentado para o Poder Pblico. O idealizador da ideia, Reinaldo Garcia Duar-te, Coordenador da CESPORTOS/SC, afirma que o efetivo reduzido da CONPORTOS - Co-misso Nacional de Segurana Pblica nos Portos, Terminais e Vias Navegveis - e a no dedicao exclusiva dos membros das Comisses estaduais exigem uma otimizao no emprego da fora de trabalho na segurana

    pblica porturia brasileira. Segundo Reinaldo Duarte a criao de uma fer-ramenta voltada para a Inteligncia Porturia e Martima essencial para que se possa criar um Banco de Dados com todas as informaes sobre as Instalaes Porturias Brasileiras. En-tre elas esto as atividades desenvolvidas nas instalaes porturias, plantas das suas re-as, mapas dos pontos vulnerveis, descrio de todo as os equipamentos de segurana e vigilncias utilizados, indicaes e formas de controle remoto das atividades de segurana, indicao de redundncia dos sistemas, rotas dos navios (origem e destinos) e rotas de aces-so por terra e gua. Do ponto de vista operacional, o fim do regis-tro de informaes na forma impressa e a ado-o de acessos somente mediante senhas num sistema totalmente digitalizado certamente re-verter numa maior agilidade e na elevao do nvel de segurana do Sistema de Segurana Porturia Brasileira, j que o Projeto CSP trar um incremento ainda maior na confidencialida-de das informaes disponibilizadas pelas Ins-talaes Porturias CONPORTOS e s CES-PORTOS, diz Reinaldo.

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    31

    A CONPORTOs trabalha com o objetivo de implementar uma segurana porturia nacional. A ela compete regulamentar e implementar um sistema de preveno e represso aos atos ilcitos, coordenar as aes dos rgos

    pblicos que atuam na rea de segurana pblica nos portos, terminais e nas vias navegveis e tambm elaborar e implementar os projetos de

    segurana pblica porturia no Brasil.

    Em santa Catarina so mais de

    somente no processo de certificao das instalaes porturias.

    20 mil folhas impressas

    214 mil folhas impressasJ na projeo nacional so mais de

    contando com os EARs e PsPPs: e todas elas devem ser arquivadas na CONPORTOs com sede em Braslia.

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  • 32 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    Economia de papel De acordo com Reinaldo, analisando os ar-quivos da CESPORTOS/SC, apurou-se que, em mdia, um EAR composto de 200 folhas (A-4) acrescido de cerca de outras 50 folhas em forma de anexo. J um PSPP raramente se faz com menos de 300 folhas, alm das tambm mais de 50 folhas na forma de anexo. Ou seja, apenas para se manter um EAR e um PSPP atualizados so necessrias mais de 600 folhas de papel. Santa Catarina conta hoje com 17 instalaes porturias, certificadas ou em processo de cer-tificao. Isso significa a leitura e a anlise de 10.200 folhas (A-4) impressas. E no s isso, aps a anlise e as devidas correes serem feitas preciso reimprimir tudo. Considerando que so 21 Comisses Esta-duais no territrio nacional, e tomando por base essa mesma mdia, teremos em uma projeo nacional, uma demanda mdia de 214.200 folhas impressas para que os EARs e PSPPs de todas as instalaes porturias brasileiras estejam devidamente revisados e atualizados, uma verdadeira montanha de papel que dever ser arquivada na sede CONPORTOS em Braslia.No devemos esquecer que essas mesmas 214.200 folhas estaro, na forma de via da CESPORTOS, arquivadas em suas respecti-

    vas unidades da federao, assim como outras 214.200 folhas estaro arquivadas nas instala-es porturias, j que um documento obri-gatrio para as instalaes certificadas. Por-tanto, com a implementao do Projeto CSP, deixaremos de imprimir uma mdia de 642.600 folhas (A-4) a cada ciclo de reviso e atualiza-o dos EARs e PSPP dos Portos e Terminais Brasileiros diz Reinaldo. Com a proposta do Projeto, cada Terminal pos-suir uma pgina no Sistema CSP que ter uma forma de difuso semelhante adotada nos Sistemas de Inteligncia da Polcia Federal e de outras foras policiais pelo Pas. Em 2014, Reinaldo Duarte fez a apresentao e a defesa do Projeto para o Presidente da CONPORTOS e para a Secretria Nacional de Segurana Pblica do Ministrio da Justia. Apesar de o Projeto ter sido recebido com mui-to entusiasmo pela cpula da Segurana Portu-ria em Braslia, ele pouco caminhou rumo sua efetiva implantao, mesmo demonstrada sua viabilidade tcnica, operacional e financei-ra, e ainda, representar melhorias relevantes na questo do sigilo das informaes de seguran-a que hoje circulam na forma impressa, por isso, uma das metas da CESPORTOS/SC para 2016 tentar agendar uma nova reunio em Braslia para sugerir a retomada desse impor-tante Projeto. conclui Reinaldo.

    tecnoloGia

  • entreVista

    Em entrevista Revista Inport, Maria Teresa Bustamante*, Presidente da Cmara de Comrcio Exterior da FIESC fala sobre a desvalorizao cambial, alta do dlar, falta de incentivos estaduais e federais no setor e revela como o mercado espera o ano de 2016.

    Em SANTA CATARINA TIVERAm qUEDA Em 2015

    IMPORTACOES E EXPORTAES

    34 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    Como a senhora avalia o ano de 2015 em relao s exportaes e importaes em Santa Catarina?MTB: A desvalorizao cambial no se refletiu num aumento de exportaes, a situao interna de deteriorao da economia em mercados, como, Rssia, China e Argentina impactaram fortemente.

    Quais os produtos que mais cresceram na rea da exportao?MTB: A estatstica sinaliza que madeira, mveis e cermica. Papel e Celulose.

    E quais os produtos tiveram queda nessa rea?MTB: Principalmente, no mercado de produtos alimentcios, como, o de carnes e soja e nos industriais podemos sinalizar uma reduo acen-tuada no setor de mquinas, equipamentos e apa-relhos eletrodomsticos, eltricos e mecnicos. O cenrio em SC conforme a estatstica da Fiesc que, entre janeiro e novembro de 2015, a balana comercial acumule um dficit de US$ 4,8 bilhes, saldo negativo menor que o registrado em igual perodo de 2015 (US$ 6,5 bilhes). As exporta-es somaram de US$ 7,06 bilhes, retrao de 15,1% sobre igual perodo de 2014. As importa-es somaram US$ 11,9 bilhes, queda de 20% sobre o mesmo perodo anterior.

    A desvalorizao cambial no se refletiu num aumento de exportaes, a situao interna de deteriorao da economia em mercados, como, Rssia, China e Argentina impactaram fortemente.

    FOTO FERNANDO WIllADINO

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    * Maria Teresa Bustamante Mestre e Doutora em Administrao e Ps-graduada em Comrcio Internacional. Participou ao longo da carreira de diversas entidades importantes do Pas e hoje

    Presidente da Cmara de Comrcio Exterior da FIESC

    No que impactaria estradas com mais in-fraestrutura para o setor?MTB: Reduziria o custo de acesso aos pontos de embarque (portos/aeroportos; fronteiras), ofereceria maior garantia em cumprimento de prazos e acesso aos locais de embarque; per-mitiria atrair investimentos para a construo de warehouse beira das estradas promovendo de um lado desenvolvimento local e de outro ofere-cendo meios de armazenamento e logstica mo-derna; reduziria o custo de manuteno da frota de transporte, entre outras.

    Quais as expectativas para 2016?MTB: Com a continuidade do crescimento do mercado americano os produtos catarinenses ampliaro sua fatia de participao, uma reto-mada lenta do mercado argentino, e investimen-to na abertura de outros mercados. Espera-se um equilbrio entre maior utilizao de insumos nacionais, reduo das importaes, e ainda, aumento do valor agregado do produto exporta-do sempre visando apresentar produtos dentro do conceito da cadeia de valor agregado.

    Algo mais para ressaltar?MTB: A Cmara de Comrcio Exterior - FIESC - que presido ter como foco instigar os em-presrios a investir na melhoria e aperfeioa-mento no uso dos regimes aduaneiros, como, draw-back e outros para aumentar sua compe-titividade, especialmente, buscar a habilitao como Operador Econmico Autorizado colabo-rando na reduo dos custos operacionais e oferecendo maior autonomia e flexibilidade nos processos de importao/exportao. Igual-mente, investir em usar as linhas de fomento e subveno econmica para aumentar o grau de inovao na cadeia de produo.

    A alta do dlar em algum momento favo-receu o cenrio?MTB: Essa alta ficou prejudicada pelas desva-lorizaes ocorridas nos mercados emergentes, mas, no se pode avaliar exclusivamente o dlar como nico instrumento para pensar a melhoria da competitividade do exportador brasileiro necessrio contar com a determinao clara de polticas e/ou planos voltados para alavancar o comrcio exterior ao longo da cadeia de produ-o, venda, exportao, alianas estratgicas, inovao e outras medidas fundamentais para o desenvolvimento do comrcio exterior.

    E quais foram as maiores dificuldades en-contradas por causa da desvalorizao do real?MTB: A tendncia macia dos clientes no ex-terior em obter reduo imediata nos preos praticados, e o custo excessivo de insumos importados impactando na cadeia de valor na produo. A reverso para compra de insumos nacionais um processo lento e considerando o custo Brasil e o mapa de dificuldades econmi-cas e financeiras que o pas vivencia no uma soluo a curto prazo, embora, seja benvinda para resgatar o papel da indstria nacional.

    Houve incentivos do governo nas reas de exportao e importao em Santa Catarina?MTB: No h nenhum incentivo nem estadual e nem federal para qualquer uma das reas de atuao, pior do que no ter incentivos no ter rumo, polticas e/ou planos, porque, o lanado, neste ano, ainda est por decolar.

    Como a senhora avalia os gargalos logs-ticos no Estado?MTB: Continuam sendo o Calcanhar de Aqui-les e adquirindo contornos cada vez mais di-fceis uma vez que com as chuvas muitas das estradas esto uma peneira, com isso aumenta o custo logstico acrescido do custo do tempo e do dinheiro.

  • portos e terminais

    36 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    Ao completar 60 anos, o Porto de So Francisco do Sul vive uma fase de pleno desenvolvimento. Consolidado como o 2 maior porto brasileiro em movimentao de carga no conteinerizada e o 8 maior do Brasil em movimentao, o Porto de So Francisco do Sul responsvel por 40% de toda a movimentao porturia catarinense. Com agili-dade e eficincia nos servios prestados, todos os anos o Porto recebe 30% dos navios que atracam nos portos do Estado.Os nmeros positivos permitem o planejamento de aportes e ajustes capazes de impulsionar ainda mais o crescimento. Se a movimentao de cargas cresce, passa a ser primordial a realizao de proje-tos que possam assegurar as operaes de impor-tao e exportao, comenta o Presidente do Porto de So Francisco do Sul, Paulo Csar Crtes Corsi.Entre os investimentos est a construo de um novo bero. Atualmente, o Porto tem 7 beros de atracao, mas a Secretaria dos Portos da Presidn-cia da Repblica autorizou a realizao de Estudos de Viabilidade Tcnica, Econmica e Ambiental para o arrendamento do 8 bero, o n 401. De-

    pois de concludo, previso para 2017, esse bero dever aumentar a movimentao em 4 milhes de toneladas por ano.Alm disso, est previsto o investimento de cerca de R$ 10 milhes para melhorias de infraestrutura. A qualificao do sistema de segurana uma das prioridades. Sero feitos investimentos no sistema de monitoramento por cmeras e na tecnologia do controle de acessos. Alm disso, haver obras para melhorar o sistema de iluminao de todo por-to, incluindo a readequao de sua subestao de energia prpria. Como o Porto tem sido superavit-rio, temos condies de investir recursos prprios nessas melhorias, explica o Presidente. Ele projeta tambm obras na sede administrativa.O Porto de So Francisco do Sul movimenta granel de exportao e de importao, continer e carga geral conteinerizada e no conteinerizada. Adminis-trado pelo Governo do Estado de Santa Catarina, autarquia renovada por mais 25 anos, at 2.039, o Porto cumpre um papel de autoridade porturia, ou seja, responsvel pela gesto operacional das ati-vidades porturias.

    COmPlETA 60 ANOS Em PlENO DESENVOlVImENTO

    PORTO DE SO FRANCISCO DO SUL

    FOTO PORTO SAO FRANCISCO DO SUl, DIVUlGAOA previso que sejam investidos cerca de R$ 10 milhes para melhorias de infraestrutura

  • lOCO O

    A

  • seGUrana portUria

    38 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    O Terminal de Cruzeiros do Pier Mau, no Rio de Janeiro, uma das instalaes porturias brasileiras certificadas em conformidade com as diretrizes do ISPS Code, apto para receber as embarcaes

    Localizado no porto organizado do Rio de Janeiro, o Terminal de Cruzeiros do Pier Mau, foi escolhido para receber dois navios de passageiros: o NCL Ge-taway e o Silver Cloud que serviro como hotis para acomodar os atletas do NBA e representantes das Federa-es Internacionais, Comits Olmpicos Nacionais, patrocinadores e do Rio2016 durante os Jogos Olmpicos. Para Alexandre Arantes de Menezes, Coordenador da Oficina Temtica dos Portos no mbito dos Jogos Rio 2016, o maior desafio em relao se-gurana nessa rea o de conscientizar as instituies envolvidas de que esses navios recebam apenas clientes legiti-mados no mbito dos Jogos Rio 2016, dessa forma, a instalao porturia possui e deve respeitar as diretrizes e normas de segurana contidas em seu respectivo plano de segurana pblica porturia, em conformidade ao ISPS Code e s Resolues da CONPOR-TOS, diz Menezes. Toda a segurana do Evento pela par-te martima est sendo montada em conformidade com Plano Estratgico de Segurana Integrada (PESI) e com o Plano Ttico Integrado de Segurana Pblica e Defesa Civil (PTI), de acordo com Menezes. Com este cenrio, vem

    sendo elaborado o Plano Integrado de Segurana e Ordenamento Urbano do Terminal de Cruzeiros do Pier Mau (PISOU PMC), documento que estabe-lece as aes integradas de seguran-a que sero realizadas durante todas as fases operacionais dos Jogos Rio 2016. Da mesma forma, vem sendo elaborado o Protocolo Operacional Integrado de Segurana dos Portos, o qual define as aes institucionais, os recursos disponveis e os meios empre-gados para esta grande operao de segurana integrada. A execuo da Operao de Seguran-a Pblica e Defesa Civil dos Jogos Rio 2016 ser realizada a partir dos esfor-os coordenados e integrados de di-versas instituies de segurana das esferas federal, estadual e municipal, que desenvolvero atividades de acor-do com suas atribuies constitucio-nais e legais. Alm delas atuaro na segurana dos Jogos, dentro de suas competncias constitucionais e legais, outros rgos, agncias e empresas, como: Ministrio da Defesa, Agncia Brasileira de Inteligncia, Empresa Olmpica Municipal, Autorida-de Pblica Olmpica e o Comit Organizador dos Jogos Rio 2016.

  • 39

    localizado no porto organizado do Rio de Janeiro, o Terminal de Cruzeiros do Pier mau foi escolhido para receber dois navios de passageiros que serviro como hotis durante os Jogos Olmpicos.

    FOTO PIER mAU, DIVUlGAO

    Mesmo estando situado em uma rea relativamente imune ao do terroris-mo, o Brasil deve estar atento a poss-veis ameaas por conta da participa-o de pases que tradicionalmente so alvos em potencial de ataques terroris-tas. De acordo com Menezes, os ata-ques que atingiram Paris aumentaram o alerta, mas no alteraram a estratgia antiterrorismo para os Jogos Olmpicos. Nesse sentido, o Governo Federal cria-r o Centro Integrado de Enfrentamento ao Terrorismo (CIANT) que contar com policiais da rea de inteligncia de di-versos pases atuando especificamente no enfrentamento ao terrorismo, revela Menezes.

    um contingente estimado em mais de 85 mil homens - sendo

    47 mil de segurana, defesa civil e ordenamento urbano e 38 mil

    das Foras Armadas - est sendo preparado para garantir a segurana.

    O perodo operacional dos Jogos Rio 2016 para todas as reas compreende o perodo de 05 de julho a 26 de setembro de 2016. de forma

    especfica, no Porto do Rio de Janeiro, o perodo ser de 01 a 31 de agosto de 2016, compreendendo

    o perodo de atracao dos navios.

    A operao especfica para os Jogos Rio2016 vem sendo arquitetada e adequada h dois anos,

    alinhada com a experincia dos planos que viabilizaram a Copa das Confederaes, a Rio +20, os Jogos Mundiais Militares, a Jornada

    Mundial da Juventude e a Copa do Mundo 2014.

    Alexandre Arantes de Menezes foi designado para coordenar a Oficina Temtica dos Portos no mbito dos Jogos Rio 2016. Ele que j representou o Ministrio da Justia na CCA-IMO e nas reunies do Comit de segurana Martima da IMO, em Londres, no perodo de 2004 a 2012, tambm foi Presidente da CONPORTOs por quatro anos e desde

    2012 Assessor na secretaria Extraordinria de segurana para Grandes Eventos do Ministrio da Justia (sEsGE/MJ). Bacharel em Cincia Navais, direito e Especialista em segurana Pblica, Alexandre afirma que o maior desafio dessa nova

    funo adequar a operao dos Jogos Rio2016 aos planos regulamentares de segurana da instalao porturia. Mas as expectativas so as melhores possveis. O desafio complexo, as demandas so variadas, mas tenho certeza no sucesso do trabalho, baseado na integrao de esforos e na competncia dos integrantes do grupo, conclui Menezes.

  • 40 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    portos e terminais

    A movimentao de soja, que tradicionalmente ocorre em navios graneleiros de carga solta, cada vez mais tem aderido tendncia de conteinei-rizao e o Tecon Rio Grande tem atuado fortemente no setor. Apenas no comeo de outubro de 2015, por exemplo, o terminal embarcou mil toneladas do produto, por meio de parcerias firmadas para estufagem de gros em Cruz Alta (RS). O volume, equivalente a 80 TEU (twenty feet equivalent unit), foi movimentado para a Louis Dreyfus Commodities e teve como destino a sia.At o final de novembro do ano passado o Tecon movimentou 2.674 TEU de gros e a previso, para esse ano, que este nmero continue a crescer, a partir da movimentao de novas cargas con-teineirizadas em Cruz Alta. O Tecon Rio Grande tem trabalhado para o embarque de novas cargas agrcolas. Neste ano, trabalhamos com soja, fare-lo de soja e trigo rao para diversos destinos, com embarques regulares. Para 2016 a perspec-tiva que possamos manter e at ampliar os em-barques nestes mesmos moldes. O Terminal vem fazendo esforos para se projetar, cada vez mais, como um canal de embarque de cargas agrcolas em contineres, oferecendo alternativas logsticas acessveis para nossos clientes e para a economia do Rio Grande do Sul, antecipa Thierry Rios, diretor comercial do Tecon Rio Grande.Dentre as vantagens do transporte via continer est a facilidade de acesso a mercados que tra-balham com volumes menores, trazendo facilidade na distribuio, reduo de custos, alm do melhor aproveitamento dos gros que no sofrem alter-aes por condies climticas.

    Operao em parceria com Terminal de Cruz Alta garante estufagem de soja para exportao

    RIO GRANDE

    TECON

    O Terminal Tecon Rio Grande embarcou at o final do ano passado 2.674 TEU de gros

    Sobre o Tecon Rio GrandeO Tecon Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul, um dos mais importantes terminais de con-tineres da Amrica Latina. Empresa subsidiria do Grupo Wilson Sons, o Tecon est em atividade no Porto de Rio Grande desde 1997, quando venceu a licitao para administrar o terminal de contineres. Neste perodo, vem operando as principais linhas de navegao que escalam o Pas. Tem cerca de trs mil importadores e exportadores, tendo se tornado fundamental para o desenvolvimento econmico do Estado. A Wilson Sons, com mais de 175 anos de tradio no segmento, a terceira maior operadora de terminais de contineres do Brasil, pois alm do Tecon Rio Grande, opera tambm o Terminal de Sal-vador. As principais atividades da Wilson Sons com-preendem: terminais porturios, rebocagem, logsti-ca, agenciamento martimo, offshore e estaleiros.

    FOTO TECON RIO GRANDE, DIVUlGAO

  • seGUrana portUria

    SISTEmAS DE SEGURANA

    CESPORTOS APROVA

    Em 2015, aps finalizar os projetos do Terminal Barra do Rio, na Cidade de Itaja, e da Agil, no Porto de Imbituba, o colegiado da Comisso Esta-dual de Segurana Pblica nos Portos, Terminais e Vias Navegveis de Santa Catarina (CESPOR-TOS/SC), atravs do Coordenador Reinaldo Gar-cia Duarte, aprovou os trabalhos realizados pela CBES nos dois locais. A Empresa sediada em Florianpolis (SC) realizou o estudo e implantou todo o sistema de CFTV e controle de acesso de pessoas dentro das recomendaes do Cdigo ISPS. A aprovao s foi possvel com a entre-ga de toda a documentao exigida e a realiza-o de inspeo e atendimento s exigncias da CONPORTOS, RFB e ANTAQ. Nos dois locais, toda a rede lgica foi dimensio-nada para atender os requisitos tcnicos de trans-misso dos equipamentos instalados, bem como

    todo o permetro monitorado. Nosso trabalho garantir um sistema eficaz de segurana em ins-talaes porturias, diz Wagner Gonalves Cas-tanheira, Diretor da CBES. Desde 2012 a CBES vem desenvolvendo tra-balhos na rea Porturia em nvel Nacional, de acordo com as proposies e recomendaes do Cdigo Internacional para a Proteo de navios e Instalaes Porturias adotado pela Resoluo n 03/2003 da CONPORTOS. O propsito funda-mental o de implementar sistemas de proteo, preveno e represso aos atos ilcitos para que os navios e as instalaes porturias se tornem mais seguros. Alm das obras na Agil e no Terminal Barra do Rio, a CBES est implementando o Sistema de Segurana na Santos Brasil e na Fertisanta, termi-nais situados dentro do Porto de Imbituba.

    Eles foram feitos no Terminal Barra do Rio, em Itaja, e Agil, em Imbituba, pela empresa catarinense CBES

    FOTO CBES, DIVUlGAO

    A CBES realizou o estudo e implantou todo o sistema de CFTV e controle de acesso de pessoas dentro das recomendaes do Cdigo ISPS.

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  • 42 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    Mesmo com as dificuldades encontradas, o servio est a cada dia ganhando mais espao no Pas

    CRESCENDOCABOTAGEM VEM

    NO BRASIL

    diminuio das viagens de caminho pelas pssimas condies das estradas brasileiras;

    Maior segurana das cargas; 15% mais econmico do que o transporte rodovirio para

    mdias e longas distncias; Elimina viagens de caminho nas estradas brasileiras,

    reduzindo consideravelmente a emisso de gases causadores do efeito estufa;

    Evita-se o deslocamento por longas distncias e longos perodos de tempo, beneficiando motoristas rodovirios

    O desenvolvimento da Cabotagem no Brasil foi bem representado nos oito primeiros meses de 2015 no Porto de

    santos, onde foi registrado um crescimento recorde de

    30% A cabotagem vem crescendo no Pas. Dados da ABTP Associao Brasileira dos Terminais Porturios apontam que nos oito primeiros meses de 2015 as operaes de cabota-gem registraram crescimento recorde no

    Porto de Santos: de 30%. E no s isso, o servio apresenta diversas vantagens como a

    diminuio das viagens de caminho pelas pssimas condies das estradas brasi-

    leiras, a maior segurana das cargas, alm de ser 15% mais econmico do que o transporte rodovirio para m-

    dias e longas distncias. De acordo com Marcus Voloch, Gerente da Mercosul and Cabotage Services da Hamburg Sd Brasil e Aliana Navega-o e Logstica, a cabotagem tambm ajuda o meio ambiente. A empresa, por exemplo, a cada semana elimina cerca de 2.500 viagens de caminho nas estradas brasileiras, reduzindo consideravelmente a emisso de gases causadores do efeito estufa.Para ele tambm existe o efeito social. Isso porque ao invs de um caminho - e seus motoristas efe-tuarem um transporte por vrios dias e milhares de quilmetros, a Cabotagem requer dois transportes curtos, entre a fbrica do embarcador e o porto mais prximo e, no destino, entre o porto de descarga e o recebedor. Com isso, evita-se o deslocamento por longas distncias e longos perodos de tempo, fa-zendo com que os motoristas possam passar mais

    vANTAGENs dA CABOTAGEM

    cabotaGem

  • tempo perto de suas famlias e o caminho faa mais viagens, porm mais curtas.A cabotagem tambm lucrativa, porm o grande vilo, e o que faz com que as viagens de longo cur-so ainda sejam mais atrativas, o preo do combus-tvel. O utilizado em navios (bunker), por exemplo, paga ICMS, PIS e Cofins no caso da Cabotagem, ao passo que navios de longo curso so isentos desse imposto. Outra vantagem do Longo Curso a utilizao de tripulao estrangeira, cujos custos so consideravelmente mais baixos do que os da tripulao Brasileira.Alm dessas existem algumas outras dificuldades encontradas no servio. Para Marcus Voloch o pouco conhe-cimento da cabotagem propriamente dita, pelas empresas brasileiras um desafio. Nosso Pas cresceu baseado numa matriz de transporte voltada ao ro-dovirio e essa a cultura nas empresas. Brincamos internamente que nosso trabalho praticamente uma catequizao, mostrando as vantagens e economias geradas pela cabotagem, diz Marcus. A segunda grande dificuldade deriva da primeira: o transporte por cabotagem acaba por exigir das empresas um pouco mais de planejamento em sua cadeia logstica: ao passo que o caminho est a al-gumas horas de distncia, o navio passa pelo porto uma vez por semana; em alguns casos, duas vezes por semana. Portanto, a cadeia logstica pre-cisa estar preparada para essa frequncia e o transit-time um pouco mais extenso do que o transporte rodovirio. Feitas as contas, as empresas acabam por encontrar um equilbrio saudvel entre Cabotagem e Rodovirio, utilizan-do as vantagens que existem nos dois modais de maneira racional. J Com rela-o infraestrutura e burocracia, ainda existem diversas dificuldades. A carga de cabotagem, ao passar pelo porto, tratada como carga de longo

    curso, demandando uma srie de documentos e procedimentos que no deveriam ser aplicados movimentao domstica de carga. Podemos citar como exemplo a necessidade de averbao no Sis-carga/Siscomex, sistema da Receita Federal voltado ao comrcio exterior. Existe uma srie de pequenas dificuldades que poderia ser resolvida com peque-nas aes do governo, diz Marcus. Hoje, o transporte de cabotagem responsvel por 28% do volume movimentado pela Aliana. E Esse volume vem crescendo ano a ano. Mas para

    isso a empresa vem adotando estratgias. Ela tem feito h muitos anos um cons-

    tante trabalho de conscientizao junto s grandes e mdias empresas brasi-leiras mostrando as vantagens do uso do modal martimo.

    Mais recentemente ajustamos nos-sa frota com investimentos pesados em

    novos navios, maiores, mais econmicos e mais adequados realidade dos portos brasi-

    leiros. Com esse investimento, da ordem de 700 mi-lhes de reais, conseguimos ampliar nossa cober-tura territorial, oferecendo mais alternativas para os clientes interessados em utilizar a cabotagem. Em paralelo cobertura de mercado, ampliamos nossa oferta de servios, de forma que a Aliana gerencia todo o processo de transporte, desde a coleta na fbrica do embarcador at a entrega no armazm do recebedor e todas as etapas aqui includas, re-

    vela Marcus. E Apesar do cenrio recessivo em que se encontra o Brasil, a empresa

    espera crescer 5% em 2016.Para Wilen Manteli, Diretor-presidente da ABTP, uma das estratgias para que a cabotagem se torne mais atrativa

    aumentar a eficincia e a produtividade dos portos. As principais dificuldades so

    o excesso e a complexidade da burocracia exigida para o transporte aquavirio e um modelo

    de gesto do trabalho porturio muito oneroso, alm de anacrnico, diz Manteli.

    43

  • A IMPORTNCIA DO DIREITO PORTURIO

    A importncia das relaes do Direito Portu-rio com outros Direitos de suma relevncia, em especial dinmica dos Portos e essen-cial ao desenvolvimento social e econmico do Pas. Ocorre a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade do Direito Porturio com outros ramos do Direito, e ainda o desdobra-mento e influncia do mesmo em diversos ra-mos ao mesmo tempo. Exemplo: a concesso dos portos tem a competncia derivada do Direito Constitucional, enquanto as regras de obrigaes contratuais so criadas por atos administrativos e encontram-se fundamenta-das no Direito Administrativo, cuja regulao exercida pelo Direito Regulatrio.

    O Direito Porturio relaciona-se com o Direito Ambiental no ponto de vista do Bilogo, nos estudos da zona costeira, as reas no entor-no dos portos, entre outras. O Direito Porturio relaciona-se com o Direito Administrativo em todos os setores relacionados a concesses, autorizaes e atos administrativos. Alm des-tas reas j citadas, o Direito Porturio tambm se relaciona com o Direito Civil, Direito Empre-sarial, Direito Penal, com o Direito do Traba-lho, dentre outras reas. O Direito Ambiental do Trabalho aquele que analisa a parte fsica do local de trabalho, a sade do trabalhador, a harmonia profissional, o ambiente biolgico, o ambiente jurdico.

    mIlENE ZEREk CAPRAROAdvogada Integrante do MUZIO ADVOCACIA Paranagu/PR

    colUna

    44 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    E SUA RElAO COm OUTROS RAmOS DO DIREITOS

    Quando necessrio licenciar um empreendi-mento porturio preciso anlise do poten-cial poluidor do mesmo, sendo assim, feita solicitao dos estudos de impacto ambiental e seus respectivos relatrios de impacto am-biental (EIA/RIMA). A depender da localiza-o, ainda solicitado o estudo de impacto de vizinhana (EIV), que est previsto no Estatuto das Cidades.

    O Direito Imobilirio relaciona-se com o Portu-rio pela necessidade de maiores esclareci-mentos sobre as reas de proteo ambiental e zoneamento ecolgico econmico ZEE, lembrando tambm do relacionamento prxi-mo deste ramo do direito com o Direito Inter-nacional e tambm com os Direitos Humanos.

    Muitas empresas multinacionais investem no pas, mas possuem pouco conhecimento da legislao nacional atinente a rea por-turia. Mas, a temtica porturia atualmente apresenta-se emergente em todo o mundo, assim como tambm a transversalidade dos assuntos abordados. Sendo assim, abre-se uma vasta gama de oportunidades e discus-ses, uma viso globalizada em termos por-turios possibilitar a todos os agentes envol-vidos no setor uma atuao profissional de forma mais realista e comprometida com os interesses gerais.

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  • 46 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    DIREITO E LOGSTICA PORTURIA

    As infraestruturas martima e porturia so a principal conexo de uma economia domstica com o exterior. Nesse cenrio, relevante o Estado como indutor do desenvolvimento do setor porturio, porque demanda grandes investimentos e prazos maiores de amortiza-o. Esse ambiente exige que o regulador possibilite negcios atrativos com segurana jurdica para o em-presrio privado, que s investir se tiver rentabilidade. Alm disso, deve proporcionar previsibilidade, modi-cidade e servios de qualidade aos usurios. Enfim, a ao estatal deve equilibrar esse mercado, o que no havia com o Decreto n. 6.620/2008, inibidor de investimentos privados, ao determinar a prepondern-cia de carga prpria aos terminais privativos de uso misto. Essa norma e outros fatores levaram o Gover-no Federal a aperfeioar o marco regulatrio do setor com a edio da MP n. 595/2012, convertida na Lei n. 12.815/2013 - Lei Nacional dos Portos - e o Decreto n. 8.033/2013. A regulao do setor um processo a ser construdo diariamente com a participao de todos os atores, especialmente governo, terminais pblicos e privados, armadores, agentes intermedirios e usurios, sob co-ordenao da Antaq. Isso implica efetivar os princpios da segurana jurdica, da concorrncia e dos usurios.Nesse ramo, a falta de regulao do armador estran-geiro, tomador de servio dos terminais (e no usu-rio como alguns defendem) e prestador de servios aos usurios, tem prejudicado o equilbrio do setor, especialmente terminais pblicos e privados, usu-rios e despachantes aduaneiros. Mudar esse cenrio (para melhor) exige uma ao junto Antaq, TCU, Cade e MPF, beneficiando terminais e empresas

    brasileiras de navegao brasileiras (EBN), em de-corrncia dos dois regimes jurdicos criados pela An-taq, violando a isonomia na concorrncia, privilegian-do o armador estrangeiro em detrimento da EBN.

    Pelo fato deste ramo de atividade lidar com altos va-lores envolvidos na movimentao e operao portu-ria, o tema da responsabilidade civil e administrati-va, pela grande interdependncia entre esses dois temas devem ser tratados juntamente com o Direito Martimo, porque ainda so desconhecidos do nos-so Direito Porturio. Por isso, urge a necessidade de se tratar de temas do Direito Porturio ainda pouco explorados como a arribada e omisso de porto, que so institutos diversos, mas que, em regra, geram res-ponsabilidades para o transportador martimo, e no para os terminais ou usurios. Por derradeiro, relevante discutir sobre a arbitragem martima e porturia, suas caractersticas principais, e a possibilidades de uso para reduzir os custos no se-tor. Ademais, a maioria dos problemas do setor portu-rio exige solues por meio de dilogo permanente e aes coordenadas. Eles no decorrem do porto, mas da falta de uma regulao estatal eficaz dos mais de vinte rgos pblicos de governo (federal, estadual e municipal) que interferem no setor. Essas solues so possveis no novo marco regulatrio. A atividade porturia necessita sair desse cenrio per-meado pelos fundamentos comerciais, muitas vezes ultrapassados, para um novo cenrio luz de uma conscincia jurdica mais ampla sobre essa ativi-dade como um todo, efetivando a modernidade da Nova Lei dos Portos e reduzindo os custos de transa-o da nossa logstica.

    ADVOGADO OSVAlDO AGRIPINO DE CASTRO JUNIOR Ps-Doutor em Regulao dos Transportes e Portos - harvard UniversityAgripino & Ferreira Advocacia - [email protected]

    colUna

    46 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

  • pUblicaes

    48 I REVISTA INPORT I EDIO 17 I JANEIRO E FEVEREIRO

    Atuando no setor h 35 anos, o Advogado e professor da Univali e da UFSC, Osvaldo Agripino, que foi Piloto de navios mercantes (1983-87), j atuou em vrias po-sies: do lado do armador, como tripulante de navios, e desde 1992, como Consultor de operadores logsticos, terminais, importadores, exportadores, agentes intermedirios e despachantes aduaneiros. Pela ampla experincia no setor, Agripino tem obser-vado um descompasso entre as normas criadas e a sua efetividade. Preocupado com tal problema e visando contribuir para a efetividade do Novo Marco Regulatrio, Agripi-no decidiu publicar o livro Direito Porturio e a Nova Regulao. Com prefcio do Advogado e Professor do Mestrado e Doutorado em Direito da UFPR, Egon Bockmann, e Introduo Especial do Advogado e Pro-fessor do Mestrado e Doutorado em Cincia Jurdica da Univali, Cesar Pasold, o livro possui seis captulos e 486 pginas e foi publicado pela Aduaneiras. J o livro Contratos Martimos: Responsabilidade Ci-vil, com 548 pginas, tambm publicado pela Adu-aneiras, est estruturado do geral para o particular. Seus primeiros captulos introduzem o leitor ao Direito Martimo e Direito Porturio e, a seguir, contextuali-zam-nas no mbito de reas contguas do Direito. A maior parte do livro trata de aspectos particulares de ambos os temas: arbitragem, impactos da Con-veno de Viena de 1980, negcios imobilirios, exa-me de diversos tipos de contratos (fornecimento de contineres, afretamento, salvamento, concesso e arrendamento porturio, trabalho porturio, cruzeiro, etc.). E finalmente examina questes concretas: uma anlise da responsabilidade civil e sua limitao, res-

    ponsabilidade do transportador, reviso e reajuste ta-rifrio e reequilbrio econmico-financeiro. Em ambos os livros o pblico-alvo so os armadores, operadores de terminais porturios, usurios, opera-dores de logstica, porturios, advogados, engenhei-ros, agentes martimos, seguradoras, prestadores de servios porturios, despachantes aduaneiros, aqua-virios e agentes reguladores do setor.Para saber mais sobre os dois livros basta acessar o site www.multieditoras.com.br

    Osvaldo Agripino, Ps-Doutor em Regulao dos Transportes e Portos pela Universidade de Harvard, lanou duas obras no Tribunal Martimo no Rio de Janeiro

    lANA DOIS lIVROS

    ESPECIALISTA EM TEMAS PORTURIOS

    Os livros direito Porturio e a Nova Regulao e Contratos Martimos: Responsabilidade Civil so frutos de trs anos de pesquisas do Advogado e Especialista em temas porturios e martimos, Osvaldo Agripino. O primeiro analisa a Reforma

    Porturia no Brasil, e o segundo, organizado por Agripino, com autores de renome, aborda, em 17 captulos, contratos relevantes para o transporte martimo e atividade porturia.

  • AVAlIAO DE RISCO DAS INSTAlAES PORTURIAS

    ISPS CODE

    Aps a adoo do ISPS Code pela Organizao Ma-rtima Internacional IMO, em 2002, como resposta aos atentados de 11 de setembro e a uma eventual possibilidade de ataque terrorista em portos ameri-canos, exigiu-se uma padronizao de procedimen-tos na segurana porturia mundial e tambm se passou a exigir dessas instalaes uma padroniza-o na realizao dos seus processos de estudo de avaliao de risco. Sob a gide desse novo Cdigo, no Brasil, as Organizaes de Segurana, empresas credenciadas pela CONPORTOS como especializa-das para elaborar os Planos de Segurana Porturia, esto obrigadas a, mediante uso de uma metodolo-gia de avaliao de riscos, apontarem possveis atos que possam ameaar a segurana de bens mveis e infraestrutura, identificar e avaliar a vulnerabilidade de uma instalao porturia em relao a um inci-dente de segurana. Durante esse processo de anlise, alm da identi-ficao das possveis ameaas aos bens mveis e infraestrutura, deve-se verificar a probabilidade de sua ocorrncia, a fim de estabelecer e priorizar medi-das de segurana a serem indicadas como preven-o ou resposta mitigadora. Essa anlise de risco deve envolver consultas s autoridades em relao s estruturas adjacentes instalao porturia que possam lhe oferecer risco de danos ou serem uitli-zadas para causar danos intalao, ou servirem de ponto de observao ou ainda como meio para desviar a ateno.O objetivo desse processo de avaliao a identi-ficao, seleo e priorizao de contramedidas eficazes na reduo da vulnerabilidade identificada

    e apontada pela Organizao de Segurana, com o objetivo fundamental de se assegurar que sejam em-pregadas as medidas de segurana capazes de mi-nimizar a vulnerabilidade da instalao porturia, ou da interface navio/porto durante o perodo atracado, reduzindo ao mximo a possibilidade da ocorrncia de incidentes de segurana.Esse estudo de avaliao de risco uma anlise das condies de segurana da instalao porturia nos parmetros estabelecidos pelo ISPS Code e na con-formidade com o estabelecido no Anexo I da Reso-luo 10 da CONPORTOS, que tem como propsito fundamental implementar um sistema de segurana que previna e reprima quaisquer atos ilcitos, de for-ma que para cada rea que que a Resoluo 10 de-terminou que fosse contemplada nesses estudos de avaliao de risco seja devidamente avaliada quanto aos seus antecedentes d rea da segurana, situ-ao atual de cada uma dessas reas, indicao da das vulnerabilidades verificadas, apontamento dos risco de incidentes possveis, indicao dos progra-mas de segurana j existentes para, ao final, a Or-ganizao de Segurana contratada indicar os pro-cedimentos e contramedidas recomendados que, depois de aprovado pela Cesportos, devero ser inseridos no Plano de Segurana e devero ser su-ficientes para evitar ou mitigar os efeitos de um inci-dente de segurana na instalao porturia avaliada.Por essas razes a eficcia de um Plano de Seguran-a, dos seus procedimentos e de todo o sistema de segurana implementado por uma instalao portu-ria depende de um bom e metdico estudo de ava-liao de risco.

    REINAlDO GARCIA DUARTEBacharel em Direito com Especializao em Segurana Pblica e Expert em ISPS Code

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    colUna