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urna biométrica: brasil na vanguarda da identificação digital iccyber segurança virtual é tema de debates ric comitê gestor agiliza implantação idigital - Revista da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital - Ano 01 - Número 03 - outubro/novembro/dezembro de 2010 abrid linha do tempo mostra os três anos da associação

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Revista idigital 3 - outubro, novembro e dezembro de 2010

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Page 1: Revista idigital 3

urna biométrica: brasil na vanguarda da identificação digital

iccyber segurança virtual é tema de debates

ric comitê gestor agiliza implantação

idigital - Revista da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital - Ano 01 - Número 03 - outubro/novembro/dezembro de 2010

abridlinha do tempo mostra os três anos da associação

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 3

Depois De liDerar a

informatização Das

eleições, Brasil volta

a ser pioneiro com a

implantação Da urna

Biométrica

revista Da associação Brasileira Das empresas De tecnoloGia em iDentificação DiGital - aBriD

26 . caPa

20 . iccyber

44 . WorkshoPs

Grupo criado para organizar o RIC define formato da nova identidade brasileira

Evento reúne em Brasília especialistas mundiais em combate ao crime cibernético

Encontros regionais preparam institutos de identificação para chegada do RIC

12 . comitê gestor

06. eu faço ParteAbrid faz três anos de sucesso

40. haitiBrasil pode levar experiência do Registro Civil a país atingido por terremoto

50 . CASOS de sucesso52. datacardConsistência na padronização facilita a conferência de documentos autênticos

60. gemaltoSuécia lidera a vanguarda da revolução digital

64. morPhoRússia adere ao acordo europeu do tacógrafo digital

66. lasercardDocumento ganha novos itens de segurança

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 5

a terceira edição da idigital chega às suas

mãos quase ao mesmo tempo em que os pri-

meiros brasileiros passam a ter o mais seguro,

eficiente e completo documento de identificação

produzido no país, o registro de identidade civil

(ric). muita coisa aconteceu desde quase 15 anos

atrás, quando especialistas começaram a discutir

um modelo para substituir a cédula de identidade

implantada no início do século passado, e o fim

desse ano, data prevista para o início da emissão

dos cartões ric.

vale ressaltar, no entanto, o grande avanço no

processo registrado este ano, com eventos como

o decreto do marco regulatório do ric, a implan-

tação e posse dos integrantes do comitê Gestor

do sistema nacional de registro de identificação

civil e a resolução que detalha as especificações

técnicas do novo registro de identidade. tudo isso

foi acompanhado de perto pela nossa revista.

nesta edição, conheça também os detalhes dos

workshops promovidos pelo conselho nacional de

Diretores de Órgãos de identificação (conadi). os

eventos, patrocinados pela aBriD, aconteceram

nas cinco regiões do país para efetivar a implan-

tação do ric. o ritmo é acelerado, já temos locais

definidos para o projeto-piloto e, em questão de

dias, o ric passa a circular. o cartão adotado pelo

Brasil é inovador e certamente desperta a atenção

de outros países, como você pode conferir na re-

portagem sobre o Green card norte-americano.

a idigital ainda traz neste número uma maté-

ria especial sobre as eleições brasileiras. Há alguns

anos o país é referência mundial em votações

informatizadas, mas agora deu o passo definiti-

vo rumo ao futuro em tecnologia de identificação

digital: a biometria. no pleito deste ano, sessenta

municípios utilizaram a urna biométrica, que afasta

de vez qualquer possibilidade de um eleitor votar

por outro.

aproveite a leitura!

célio ribeiro, presidente da aBriD

idigital é uma publicação da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital (Abrid).

PRESIDENTE: Célio RibeiroDIRETOR DE IDENTIfICAçãO DIgITAl: Edson RezendeJORNAlISTAS: Iara Rabelo MTB 8502/DF, Luciana Magarão MTB 8894/DF, Mariana Rosa, Bianca Klüppel, Valquíria Lima MTB 8880/DFfOTOgRAfIA: Carlos Teixeira / Eduardo Braz / Elza Fiúza / Genivaldo Carvalho / Iara Rabelo / Luciana Magarão / Mariana Rosa Nelson Jr / Sebastião Pedra / U.Dettmar / Valquíria LimaJORNAlISTA RESPONSávEl: Marcio Peixto MTB 4169/DFTIRAgEm: 2.500 exemplaresPERIODICIDADE: trimestralCONTATO: (61) 3326 2828PROJETO gRáfICO E DIAgRAmAçãO: Infólio Comunicação - www.infoliocom.com - (61) 3326 3414

(Os cases e artigos assinados não refletem o pensamento nem a linha editorial da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores)

Palavra do Presidente

eXPediente

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A Associação Brasileira das Em-presas de Tecnologia em Identificação Digital, ABRID, tem muitos motivos para comemorar. Já são 39 associadas em três anos de muitas conquistas. Com a missão de representar as maio-res e melhores empresas do seguimen-to, a Associação é destaque na busca de soluções que utilizem tecnologias de identificação digital.

Integração é o pilar da ABRID.

A entidade atua para garantir a sinergia entre as associadas e para am-

pliar o relacionamento do setor com os mercados público e privado. Sempre atenta a novas tendências e em busca de desafios, a ABRID participa de gran-des projetos, como o do Registro de Identidade Civil, RIC, que vai mudar a vida do Brasil e trazer mais cidadania para os brasileiros.

Com tantos bons motivos, não podíamos deixar esta data passar em branco.

Parabéns ABRID pelos três anos de sucesso.

39 conexões entre você e o futuro

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8 | digital

Assinatura de Protocolo de Intenções com a Fenappi

10SET

26-28SET

16OUT

18DEZ

19DEZ

2007

Participação no IX Congresso Brasileiro de Identificação,

Perícia Papiloscópica e Necropapiloscópica no IV Encontro de Diretores de

Institutos de Identificação em Porto Velho (RO).

Assinatura de protocolo de intenções com 22 Institutos

de Identificação

Assinatura de Protocolo de Intenções com a Abrapol

Três anos de sucessoFundação da ABRID

Assinatura de Protocolo de Intenções com a Funpf

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 9

Encontro Nacional de Identificação

08-11JUL

16SET

25SET

- 11OUT

11NOV

2008

Patrocínio e palestra no 6° Fórum de Certificação Digital (CertForum), promovido pelo ITI

Organização do workshop A Certificação Digital no Cartão RIC, realizado pelo INI e ITI

Realização do Seminário Internacional de Segurança em Documentos de Identificação

Participação no X Seminário Internacional de Documentoscopia, no Rio Grande do Sul

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10 | digital2009

Congresso Internacional de Biometria,

realizado na Argentina

27-29ABR

23-25SET

21-23OUT

11MAI

25NOV

Assinatura de Acordo de Cooperação Técnica com o ITI para realização do 7° CertForum

Participação no Cards 2009Participação e patrocínio do ICCyber, maior evento de perícias em crimes cibernéticos da América Latina

30SET

-02OUT

Participação e patrocínio do X Congresso Brasileiro de Identificação, Perícias Papiloscópicas e Necropapiloscópicas

Congresso da Cidadania Digital e doação de um item de segurança para o RIC com o apoio do governo suíço

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 112010

2° Congresso da Cidadania Digital

Apoio ao ECM

Show

Participação no Cards 2010

16 e 17/09 - II Congresso Nacional de Necropapiloscopia e I Encontro Nacional sobre Pessoas Desaparecidas e Desastre de Massa

15 a 18/09 - Participação e patrocínio do ICCyber, maior evento de perícias em crimes cibernéticos da América Latina

08 ABR

06 MA

I26-28 A

BR

15-18 SET16-17 SET28-29 SET30 SET

14 OU

T27 O

UT

19 NO

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16 NO

V

30 NO

V

08-10 JUN

11 JUN

20 MA

I

30 JUN

05 AG

O07 A

GO

17 AG

O

8° CertForum etapa Belo H

orizonte

8° CertForum etapa Rio de Janeiro

8° Certforum etapa Recife

8° Certforum etapa São Paulo

Célio Ribeiro recebe homenagem

da Polícia Federal

ABRID

participa da reunião do Comitê G

estor do RICPresidente da A

BRID participa da inauguração de linhas de produção da CM

B

Célio Ribeiro é agraciado com m

edalha Mérito Legislativo 2010 Recife

São Paulo

Brasília

Belém

Célio Ribeiro ganha o ID

People Awards

Curitiba

Apoio e patrocínio dos workshops do RIC

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12 | digital

» mINISTRO DA JuSTIçA, luIz PAulO BARRETO, ImPlANTA O COmITê gESTOR DO RIC

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comitê gestor do ric inicia atividades e JÁ tem estados definidos Para ProJeto-Piloto

A cada dia a nova iden-tidade do brasileiro dá um passo firme rumo à realidade. Depois

do decreto de criação do Registro de Identidade Civil (RIC), assina-do em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em agosto o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, deu posse aos integrantes do Comitê Gestor do Sistema Na-cional de Registro de Identificação Civil. O grupo, criado em maio

pelo mesmo decreto presidencial número 7.166, é responsável pela gestão do RIC.

O novo registro civil vai cen-tralizar em um cartão com número único informações como título de eleitor e CPF. Os dados serão ar-mazenados em dois chips. Um de-les é sem contato e permite ao RIC funcionar como um documento de viagem no padrão ICAO (Comitê Internacional da Aviação Civil, na sigla em inglês).

o novo reGistro civil vai centralizar em um cartão com número único informações como título De eleitor e cpf. os DaDos serão armazenaDos em Dois cHips

O Registro de Identidade Civil começa a sair do papel para transformar a vida do cidadão com a oferta de serviços variados e, principalmente, garantia de segurança

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O outro chip tem con-tato e garante armazena-mento de dados, além de suporte para aplicativos, o que amplia a utilização do RIC – a aparência é seme-lhante à de um cartão de crédito – para acesso a servi-ços privados ou públicos. A garantia é do coordenador do Comitê Gestor, Rafael

Favetti: “O chip pode ter chaves para várias coisas, de cadastro na previdência a parcerias público-privadas”. A intenção do Ministério da Justiça, que coordena o pro-cesso, é emitir os primeiros cartões RIC ainda em 2010.

O formato do Regis-tro de Identidade Civil foi discutido por cerca de uma década pelos especialistas. A base da identificação do cidadão continua a ser a impressão digital – o úni-co meio identificador que

» SOlENIDADE DE ImPlANTAçãO REuNIu REPRESENTANTES DO COmITê gESTOR

a projeção Do ministério Da justiça é De que até 2019

toDo ciDaDão Brasileiro tenHa na carteira ou na

Bolsa o novo ric

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» RAfAEl fAvETTI, SECRETáRIO ExECuTIvO DO mINISTéRIO DA JuSTIçA

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 15

O Comitê Gestor é composto por um representante dos seguintes órgãos:

• ministério da justiça

• ministério da Defesa

• ministério da fazenda

• ministério do planejamento, orçamento e Gestão

• ministério do trabalho e emprego

• ministério da previdência social

• ministério do Desenvolvimento social e combate à fome

• ministério da saúde

• ministério das cidades

• ministério do Desenvolvimento agrário

• secretaria de Direitos Humanos da presidência da república

• casa civil da presidência da república

• instituto nacional de tecnologia da informação

• também têm direito de participar do comitê Gestor um represen-

tante por região geográfica de órgãos de identificação civil estadual

ou distrital e integrantes do sistema nacional de registro de iden-

tificação civil, bem como do instituto nacional de identificação do

Departamento de polícia federal. ficou definido que o tocantins é

o representante do norte, a Bahia do nordeste, o paraná do sul, o

espírito santo do sudeste e o Df pela região centro-oeste.

»» Ministro»da»justiça»apresenta»o»cartão»ric

atinge os três princípios básicos da perenidade, imutabilidade e variabilidade. Mas se alguém lembrou da sujeira da tinta no velho modelo de coleta das impressões, pode esquecer o inconveniente: tudo vai ser digital. As impressões digita-lizadas vão compor um banco de dados nacional gerido pelo Ministério da Justiça.

Um dos grandes diferen-ciais do RIC é a segurança. O modelo adotado pelo Brasil é considerado o mais moderno do mundo e torna praticamen-te impossível adulterações ou falsificações. Esta é uma novi-dade importantíssima em um país no qual, de acordo com dados da Polícia Federal, mais de 70% dos golpes em bancos e no comércio são originários de carteiras de identidade falsas. Assim, o Registro mais seguro terá ainda impactos financei-ros, já que só a Federação Bra-sileira dos Bancos (Febraban) estima gastos anuais de cerca de R$ 1,5 bilhão no trabalho de combate às fraudes eletrônicas.

A imagem brasileira no exterior também será reforça-da positivamente com o fim das fraudes praticadas com os documentos antigos. O novo registro impede, por exemplo, que uma pessoa tenha diver-sas carteiras de identidade de vários estados brasileiros com números diferentes. Criar um documento aceito no exterior, aliás, é uma das metas do Co-mitê Gestor, que determinou o total atendimento das especifi-cações da norma da ICAO.

Ao empossar o Comitê Gestor, o ministro Luiz Pau-lo Barreto ressaltou o grande avanço em relação ao modelo atual da cédula de identidade,

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16 | digital

implantado no início do século passa-do. “A tecnologia deu um salto extra-ordinário no Brasil e no mundo, pois naquela época não tínhamos uma série de recursos que hoje existem e permitem uma segurança necessária, principalmente quando tratamos do documento mais comum ao exercí-cio da cidadania, que é a cédula de identidade”, enfa-tizou. A projeção do Ministério da Justiça é de que até 2019 todo cidadão brasileiro tenha na carteira ou na bolsa o novo RIC. O cus-to do projeto está estimado em apro-ximadamente R$ 1,4 bilhão.

» PRImEIRA REuNIãOLogo após a implantação, o

Comitê Gestor realizou em Bra-sília o encontro inaugural. Os in-

tegrantes, indicados por diversos ministérios e entidades (confira a relação na pág. 15), iniciaram os trabalhos com força total, já defi-nindo que tipo de dados vão ser inseridos no Registro de Identi-dade Civil. As informações foram

agrupadas em obrigatórias e op-tativas.

Entre os dados que vão necessaria-mente constar no RIC estão nome, data/local de nas-cimento, naciona-lidade, sexo e filia-ção, além de foto, assinatura, impres-são digital do ane-lar direito, órgão emissor, local/data de expedição e va-

lidade do cartão. Já o número do an-tigo RG, título de eleitor e CPF são optativos. O dono do RIC também pode escolher por divulgar detalhes como tipo sanguíneo e opção pela

doação ou não de órgãos.Os gestores do RIC decidiram

ainda que o cartão seja emitido com um código de leitura óptica chama-do MRZ. É um padrão de seguran-ça já utilizado em outros países com uma sequência de caracteres dispos-tos em três linhas. O MRZ facilita a identificação do proprietário do documento e o acesso aos dados re-gistrados no chip. “Com esse código, o RIC terá um padrão internacional e será compatível com mecanismos de identificação de outros locais do mundo. O objetivo do MRZ é tor-nar mais rápido o trâmite de identi-ficação das pessoas e, por isso, o RIC poderá ser utilizado para ingresso em locais de grande circulação, como es-tádios, aeroportos e postos de imi-gração”, reforçou o coordenador do Comitê, Rafael Favetti.

O Comitê Gestor voltou a se reunir em setembro, quando apro-vou a certificação digital do RIC e as localidades candidatas a participar do projeto piloto do cartão. A defi-nição veio em outubro: Distrito Fe-

» DA ESquERDA PARA A DIREITA: luIz PAulO BARRETO, mINISTRO DA JuSTIçA, RICARDO lEwANDOwSkI, PRESIDENTE DO TSE E luIz fERNANDO CORRêA, DIRETOR gERAl DA POlíCIA fEDERAl

tse assina acorDo para

inteGrar o sistema

nacional De reGistro De

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deral, Bahia e Rio de Janeiro, além de quatro municípios nos estados de Goiás, Tocantins, Rio Grande do Norte e Per-nambuco.

A meta do governo é emi-tir dois milhões de RICs no pri-meiro ano de imp l an t a ç ão . Mas já agora em 2010 se-riam confeccio-nados 100 mil unidades. DF, Bahia e Rio de Janeiro serão contemplados com 20 mil cada. Os outros 40 mil cartões vão ser distri-buídos entre os municípios de Hidrolândia (GO), Rio Sono (TO), Nísia Floresta (RN) e Ilha de Itama-racá (PE).

A escolha destes locais não foi aleatória. O grupo de especialistas do Comitê Gestor selecionou os es-tados com base nas condições técni-cas para emissão da nova identidade,

como a interoperabilidade entre os sistemas usados para identificação das digitais. Já as quatro cidades fo-

ram definidas porque foram contempladas no cadastramen-to biométrico realizado pelo Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE).

O Ministé-rio da Justiça já assinou acordo de cooperação técnica com o TSE para ter acesso aos da-dos biométricos e biográficos de 64 municípios em 23 estados. Todas as infor-mações podem

ser usadas no projeto piloto junta-mente com os estados candidatos.

» ACORDOS COm O TSEDentro da programação que vai

fazer do RIC o principal documento do brasileiro, um importante acordo foi firmado em setembro. Pelo docu-

mento assinado pelo ministro Luiz Paulo Barreto e pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, o TSE passa a inte-grar o Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil.

Com a adesão, o Tribunal vai dis-ponibilizar os cadastros biométrico e biográfico dos eleitores para a imple-mentação do Registro de Identidade Civil. Dados como as impressões di-gitais, fotografia e assinatura dos elei-tores serão repassados ao Ministério da Justiça, que emitirá um documen-to com o número único do RIC para cada eleitor.

Outros acordos firmados em se-tembro, desta vez entre Ministério da Justiça, TSE e também Polícia Federal, preveem o aumento da se-gurança nas eleições e parceria para apurar eventuais crimes eleitorais. O Tribunal terá acesso aos sistemas do Laboratório de Tecnologia do Ministério da Justiça para apurar denúncias de lavagem de dinheiro, fraudes e desvios em financiamento em campanhas. Além disso, o TSE e a Polícia Federal vão trabalhar em conjunto na condução de inquéritos sobre crimes eleitorais e na seguran-ça das eleições (leia reportagem so-bre as eleições na página 26).

o ciDaDão poDe escolHer por DivulGar

DetalHes como tipo sanGuíneo

e opção pela Doação ou

não De ÓrGãos, informações

que serão reGistraDas

no ric

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18 | digital

EspEcificaçõEstécnicas do Ric

A Resolução nº 2 do Comitê Gestor do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil, publicada no Diário Oficial em 10 de setembro último, define as especificações técnicas para produção do RIC. Confira as principais regras:• Formato: 85,6 +/- 0,12 mm de largura;

53,98 +/- 0,05 mm de altura; 0,76 +/- 0,08 mm de espessura; cantos arredondados com o raio de 3,18 +/- 0,30 mm.

• O material para a confecção do cartão deverá ser 100% policarbonato, em todas as camadas, cujas características finais de resistência mecânica, ou seja, após a laminação, estejam de acordo com a norma ISO IEC 7816 - 1. A laminação do cartão deve ser fosca, exceto na área determinada para a aplicação da tinta antiescâner.

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Desenhoestilizado do mapa do brasil

Fotografiagravada a laser integrada ao fundo do cartão

OCR-Bcódigo na zona de leitor mecânico - Mrz

DOVdispositivo óptico variável

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Relevotátil com desenho

estilizado

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 19

elementos pré-impressos:• Armas da República;• Textos "República Federativa do Brasil", "Ministério da Justiça",

"Registro de Identidade Civil" e "Tem fé pública e validade em todo o território nacional - Decreto Nº 7.166 DE 05/05/2010";

• Dizeres indicativos dos campos dos dados variáveis (nome, sexo, nacionalidade, data de nascimento, data de validade, número RIC, documento de origem, RG/UF, CPF, NIS, título de eleitor, filiação, naturalidade, órgão emissor, local de expedição, data de expedição, observações);

• Desenhos de fundo;• Área destinada para gravação em laser da impressão datiloscópica

do titular.

DaDos variáveis:• Personalização dos campos dos dados variáveis do titular;• Fotografia do titular (normal e efeito fantasma);• Impressão datiloscópica do anelar direito do titular;• Assinatura digitalizada do titular;• Código da unidade da federação emissora do documento

(integrado à impressão com tinta anti-escâner);• Imagens do MLI (da sigla em inglês de Multiple Laser Image);• Código OCR - B na Zona de Leitura Mecânica (MRZ na

sigla em inglês de Machine Readable Zone);• Número RIC replicado sobre a borda inferior do DOV (dis-

positivo óptico variável);• Número de série do cartão.

impressões Gráficas De seGurança:• Desenho estilizado do mapa

do Brasil, em verde, com efeito numismático, combinado com fundo de segurança com gui-lhoches e desenhos geométricos (anverso);

• Box com linhas de fundo (campo do número RIC do anverso);

• Microtextos positivos com a sigla "RIC" de forma repetitiva e intercalada, combinados com o fundo de segurança duplex azul/cinza com efeito íris azul/verde/azul (anverso);

• Área destinada à impressão da fotografia do titular forman-do um degradê harmonioso e sobrepondo parcialmente o fundo de segurança, proporcio-nando uma imagem de fundo integrada (anverso);

• Armas da República combina-do com o fundo de segurança duplex azul/cinza com efeito íris azul/verde/azul, com gui-lhoches e microtextos "Registro de Identidade Civil" e "RIC", com erro técnico, repetitivos e intercalados (reverso);

• Microtexto em linha contendo a inscrição "RRegistro de Iden-tidade Civil" de forma repetiti-va (reverso);

• Área do MRZ (na sigla em inglês de Machine Readable Zone) com fundo de segurança constituído de linhas em for-mato geométrico, compondo a palavra "RIC" em efeito dissi-mulado, de forma repetitiva e intercalada.

elementos De seGurança:• DOV (Dispositivo Óptico Variável) híbrido (parte transparente

e parte metalizado) com efeitos ópticos difrativos de permutação de desenhos e cores, sobrepondo-se parcialmente à fotografia do titular e trazendo imagem estilizada do Selo Nacional, a inscrição "BRASIL" e a replicação do nº RIC gravado a laser;

• MLI (da sigla em inglês de Multiple Laser Image) composto por foto e assinatura do titular, nº RIC e unidade federativa, todos gravados a laser;

• Gravação a laser com relevo tátil do nº RIC (campo do número RIC do anverso);

• Imagem de segurança oculta com a inscrição "RIC", visível so-mente por refração da luz;

• Relevo tátil com desenho estilizado, formado no processo de lami-nação do cartão;

• Fotografia fantasma do titular, gravada a laser.

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A ICCyber discute anualmente o combate a crimes cibernéticos com policiais, pesquisadores,

universidades e empresas do setor

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22 | digital

Especialistas brasileiros e in-ternacionais discutiram em Brasília a segurança virtual durante a ICCyber, Con-

ferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos. O evento, promovido pela Associação Brasilei-ra de Especialistas em Alta Tecnolo-gia (Abeat), está na sétima edição e aconteceu entre 15 e 17 de setembro.

A mesa de abertura contou com as presenças do diretor geral da Polícia Fede-ral, Luiz Fernando Corrêa, do presi-dente da Abeat, Paulo Quintiliano da Silva, do adido Policial da Em-baixada dos Estados Unidos, David Brassanene, do diretor Técnico-cien-tífico da Polícia Federal, Paulo Ro-berto Fagundes, da superintendente da Polícia Federal no DF, Mara Tole-do de Santana, do gerente Nacional de Segurança Tecnológica da Caixa

Econômica Federal, Roberto Ma-lheiros, e do presidente da Fundação Polícia Federal de Apoio ao Ensino e Pesquisa, Sandro Avelar.

O diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, enfatizou a importância da ICCyber na divulgação do conheci-mento no combate ao crime virtual. “Esse encontro tem um papel tam-

bém na estrutura da Polícia Federal, porque temos o prazer de ser refe-rência mundial em ciência policial e precisamos divulgar o que é produ-zido. Temos parcerias com agências do mundo inteiro e também dos estados, o que consolida a imagem e a capacidade operacional”, deta-lhou. O entrosamento da Polícia Fe-

deral com entidades semelhantes foi confirmado pelo adido Policial dos Estados Unidos, David Brassanene: “Para nós do FBI essa relação com a Polícia Federal é importante, porque nossas forças policiais são integradas. Muitas vezes jornalistas me pergun-tam qual é a diferença entre a Polícia Federal brasileira e o FBI, a única

diferença é que a Po-lícia Federal e o FBI atuam em países di-ferentes. A experiên-cia, o conhecimento, a capacidade, todo o trabalho policial, são iguais.”

O presidente da Abeat, Paulo Quintiliano, reforçou a troca de conhecimento entre os diversos participantes da ICCyber – peritos, policiais, pesquisadores e representantes de empresas, entre outros. “Aqui são discutidos assuntos entre palestrantes de diversas agên-cias do Brasil e de outros países, que apresentam novas técnicas, ferra-

luiz fernanDo corrêa enfatizou a importância Da iccyBer na DivulGação Do conHecimento no comBate ao crime virtual

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 23

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3

» 1 - DA ESquERDA PARA A DIREITA: ROBERTO mAlhEIROS, gERENTE NACIONAl DE SEguRANçA TECNOlógICA DA CAIxA ECONômICA fEDERAl, PAulO ROBERTO fAguNDES, DIRETOR TéCNICO-CIENTífICO DA POlíCIA fEDERAl, PAulO quINTIlIANO, PRESIDENTE DA ASSOCIAçãO BRASIlEIRA DE ESPECIAlISTAS Em AlTA TECNOlOgIA, luIz fERNANDO CORRêA, DIRETOR gERAl DA POlíCIA fEDERAl, DAvID BRASSANENE, ADIDO POlICIAl DA EmBAIxADA DOS ESTADOS uNIDOS, mARA TOlEDO DE SANTANA, SuPERINTENDENTE DA POlíCIA fEDERAl NO Df, E SANDRO AvElAR, PRESIDENTE DA fuNDAçãO POlíCIA fEDERAl DE APOIO AO ENSINO E PESquISA.; 2 - CREDENCIAmENTO DOS PARTICIPANTES ; 3 - STAND DA ABRID NO EvENTO

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mentas, apresentam estudos de caso, detalhes de operações. Tudo isso dis-semina o conhecimento e facilita o trabalho das pessoas e agências”, ex-plicou. Segundo Quinti-liano, o Brasil está bem posicionado no cenário internacional de comba-te ao crime cibernético. “A Polícia Federal conta com as ferramentas mais modernas que existem nessa área. Além disso, conta com profissionais, peritos es-pecializados e promove a capacitação da equipe”, disse.

As discussões da Conferência foram centralizadas em cinco temas,

como crimes no espaço cibernético e cooperação policial internacional

(confira o detalhamento ao lado). O encontro contou ainda com o Expo ICCyber, espaço onde companhias e entidades da área de tecnologia e computação forense ampliaram o contato com o público. Participaram do Expo ICCyber as empresas Ac-

cessData, B2T, Berkana, Cellebrite, Guidance, ICS, Micro Systemation,

Netwitness, Rimage, Sep-tier e Techbiz.

A Associação Brasi-lieira das Empresas de Tecnologia em Identi-ficação Digital também esteve entre os exposito-res do evento. Além do stand, a ABRID foi um

dos patrocinadores da ICCyber. O presidente da Associação, Célio Ribeiro, destacou a importância da Conferência. “Eventos como a ICCyber reforçam a segurança em toda a rede de atuação no espaço ci-bernético, que tem tudo a ver com o

eventos como a iccyBer reforçam a seGurança em toDa a reDe De atuação no espaço ciBernético

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24 | digital

negócio de nossas associadas. Mais do que uma obrigação, é um prazer para a ABRID oferecer apoio a um evento como este”, concluiu.

» BANCOS E CARTõESA segurança do sistema bancá-

rios online e do uso de cartões, como os de débito e crédito, estiveram en-tre os principais temas das palestras e debates da ICCyber. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) já investe aproximadamente R$ 1,5 bilhão por ano no combate às fraudes ele-trônicas. Mesmo assim, ressaltou o presidente da Abeat, Paulo Quintilia-no, os bancos são mui-to bem-vindos à mesa de discussões. “Apesar de os bancos já terem uma segurança muito forte, os des-vios de recursos de forma criminosa acontecem. Então, é importante a participação dos bancos e da Febra-ban, e eles sempre nos apoiam, para que essa discussão seja a mais ampla possível, com a troca de experiências e de informações visando combater esse tipo de crime”, afirmou.

De acordo com o assessor da Diretoria de Gestão da Segurança do Banco do Brasil, Antônio Di-mitrov, as fraudes eletrônicas têm texto e contexto. “A pessoa já está meio desconfiada do parceiro ou da parceira, daí recebe um e-mail anunciando as fotos da traição, pronto! Clicou lá, o bandido ins-tala o programa espião no com-putador”, exemplificou. Dimitrov acrescentou que não existe progra-ma milagroso em segurança ban-

cária: “Segurança é um processo. Você precisa de diversas soluções, níveis de proteção, e os bancos es-tão atuando.”

Na mesma linha, Marcelo Câ-mara, da Diretoria de Prevenção a Fraudes da Febraran, confirmou que não existe segurança 100%. “Isso tem de estar na cabeça de todo

mundo, não existe a 'bala de prata'. Então, o nosso trabalho não acaba nunca, segurança está sempre sen-do buscada. Segurança é um estado, hoje estou seguro. Também é uma moeda de troca, você tem de trocar a segurança por alguma coisa, ou usa-bilidade, ou tempo, ou alguma faci-lidade, ou dinheiro”, detalhou.

E foi justamente para ampliar a segurança no sistema bancário onli-ne que a Polícia Federal e a Febraban firmaram uma importante parceria.

O Projeto Tentáculos, que já conta com a adesão de alguns dos principais bancos do país e espera incluir todas as ins-tituições em poucos meses, cria um banco de dados de crimes eletrônicos. “É uma base nacional de fraudes nos canais de internet banking

e clonagem de cartões e, com isso, permite desenvolver uma estratégia nacional de combate a este tipo de delito”, adiantou o chefe da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, Carlos Sobral.

Um exemplo prático do sucesso do Projeto Tentáculos foi a Opera-ção Puerpério, realizada no Mara-

a feBraBan já investe aproximaDamente r$ 1,5 BilHão por ano no comBate às frauDes eletrônicas

» DA ESquERDA PARA DIREITA : luIz fERNANDO CORRêA, DIRETOR gERAl DA POlíCIA fEDERAl, CélIO RIBEIRO, PRESIDENTE DA ABRID, PAulO ROBERTO fAguNDES, DIRETOR TéCNICO CIENTífICO DA POlíCIA fEDERAl E PAulO quINTIlIANO, PRESIDENTE DA ABEAT

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Temas debatidos durante a ICCyber 2010

1 - Crimes no espaço ci-bernético: Exploração sexual de crianças pela internet; fraudes contra entidades financeiras; ter-rorismo cibernético; divulgação de informações criminosas por meio da internet.

2 – Direito eletrônico: Legis-lação brasileira de crimes ciber-néticos; legislação internacional e comparada de crimes cibernéticos.

3 – Cooperação policial in-ternacional: Atuação das redes de cooperação policial internacional; alternativas para a melhoria da co-operação policial internacional.

4 – Computação forense: Investigação digital; análise de sistemas em operação; ocultação, descoberta e recuperação de da-dos; preservação, armazenamen-to e análise de evidências digitais;

prevenção, detecção e monito-ramento de botnets; técnicas fo-renses; perícias em redes sem fio e P2P; ferramentas e ensino de computação forense; análise de código malicioso; desenvolvi-mento de software seguro.

5 – Tecnologias correlatas aplicadas: Criptologia; biometria; segurança de redes e de informa-ção; inteligência artificial; redes neurais artificiais; reconhecimen-to de padrões; reconhecimento de sinais; prevenção e detecção de intrusões, processamento de imagens; visão computacional.

Orgulho é que ao longo de três séculos, conquistamos o res-peito dos clientes e da sociedade brasileira, suprindo-os sempre com produtos de segurança e alta qualidade, compatíveis com os mais exigentes padrões internacio-nais e com profundo respeito ao

Meio Ambiente, ressalta Denucci.Para manter a política de se-

gurança, a Casa da Moeda criou um Departamento de garantia da Qualidade (DEPGQ), que alcan-çou recentemente a Certificação ISO 9001:2000, ao utilizar mo-dernas tecnologias para Controle de Qualidade de matérias-pri-mas, materiais e produtos utiliza-dos nos laboratórios

A conquista do título de Au-toridade Certificadora é avanço significativo no processo produ-tivo de documentos seguros no Brasil. De acordo com o presi-dente da instituição, o trabalho da CMB depende diretamente do alto grau de segurança e confiabi-lidade. “Por isso, o investimento em tecnologia é imprescindível, principalmente nesta era digital, e quem ganha é a sociedade bra-sileira”, afirmou Denucci.

nhão, que prendeu a quadrilha responsável por prejuízo de R$ 2 milhões em 202 fraudes a clien-tes da Caixa em 17 estados bra-sileiros entre 2009 e 2010, todas feitas a partir do mesmo compu-tador. A grande diferença é que, antes da base de dados, seriam instalados 202 inquéritos, um para cada uma das ocorrências na delegacia da área da agência ban-cária atacada. Agora, a partir das informações enviadas à PF pelo banco – é preciso autorização do correntista para o repasse dos

dados – o sistema fez a vincula-ção dos golpes e somente um in-quérito foi aberto no Maranhão, onde estava o computador usado pelos bandidos.

A parceria entre a Polícia Fe-deral e a Febraban acaba com a sobreposição no trabalho de in-vestigação, garantindo sinergia e agilidade na identificação e prisão dos fraudadores. A expectativa é de que o Tentáculos ajude a re-duzir os R$ 900 milhões perdidos por ano em fraudes eletrônicas, se-gundo a Febraban.

» PAulO quINTIlIANO E CélIO RIBEIRO vISITAm O STAND DA ABRID

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Eleições ficam ainda mais modernas e seguras em 2010

por Luciana Magarão, Bianca Klüppel e Mariana Rosa

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Brasil é o único país do mundo a identificar o cidadão pela digital na hora do voto. Novo sistema é mais confiável e seguro

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D epois de se tornar refe-rência mundial ao ado-tar a urna eletrônica em 1996, o Brasil dá mais

um salto tecnológico com a implan-tação da urna biométrica. O equipa-mento identifica o eleitor pelas im-pressões digitais. A promessa é que a urna acabará com qualquer possibili-dade de uma pessoa votar por outra.

Os primeiros testes foram feitos nas eleições de 2008, em três cida-des. No pleito deste ano, o sistema foi implantado em 60 municípios. As duas etapas são importantes por-que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quer checar todas as possibi-lidades de erro.

Segundo o secretário de Tec-nologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, até 2018 a urna biométrica estará em todos os 5,5 mil municípios. A mudança teve re-percussão internacional: o Brasil foi procurado por mais de 50 países e já assinou acordos de cooperação téc-nica, por exemplo, com Argentina, Paraguai, Mé-xico, Equador e República Do-minicana.

Atualmen-te, o país é o

terceiro do planeta em número de eleitores, atrás de Índia e Estados Unidos. Para atender a 130 milhões de pessoas com direito a voto, o TSE precisa de uma estrutura com 2 mi-lhões de mesários em 400 mil seções eleitorais. E esse número aumenta 5% em média por eleição.

Janino afirma que o país optou pela identificação por impressão di-gital por se tratar de um processo ágil e seguro. A nova urna vai garantir a unicidade do cidadão e a lisura das eleições.

» O PROCESSOAinda de acordo com o secre-

tário, para criar o novo cadastro de eleitores com base em dados biomé-tricos, o TSE exigiu vários pareceres técnicos dos peritos da Polícia Fe-deral. O esforço teve como objetivo assegurar a eficiência do sistema de coleta de digitais e proteger o voto do cidadão.

O chefe de Divisão do Institu-to Nacional de Identificação (INI) da Polícia Federal, Lander Miranda, atesta a individualidade da digital. Segundo ele, dos mais de 6 bilhões de habitantes do planeta ninguém tem impressões digitais iguais, por isso o modelo é tão seguro.

Para adotar o sistema, o país terá de investir cerca de R$ 485 milhões em equipamentos em oito anos. O treinamento de pessoal está incluído no orçamento de cada Tribunal Re-gional Eleitoral (TRE). De acordo com Miranda, os papiloscopistas – es-pecialistas em identificação das digi-tais – foram os responsáveis pelo trei-namento dos funcionários do TSE.

Esses funcionários atuam como multiplicadores, repassando o co-nhecimento aos demais envolvidos na captura das digitais nos TREs. A coleta adequada é parte importan-te do processo, pois é a partir desse registro que o eleitor desbloqueia a urna para votar. Os dados coletados

no recadastramento são enviados para um banco de dados da Polícia Federal e, depois de processados, ar-mazenados no TSE.

» O quE muDAO título de eleitor permanece

o mesmo, muda a maneira como o voto é liberado. A urna biométrica é liberada pela conferência automática da impressão digital. O mesário con-firma se a pessoa que está votando é a mesma cadastrada pelo número do título e foto armazenada no sistema.

Caso uma digital não seja reco-nhecida, a abertura da urna será feita pelo mesário por meio da conferência dos dados biográficos e título de elei-tor. Se ficar provado que a digital do eleitor coletada na hora do voto não é a arquivada no banco de dados, será aberto um protocolo de investigação e o eleitor pode ter o título suspenso. O rigor na fiscalização, avalia Janino, ajuda a coibir a fraude do mesário.

» RECADASTRAmENTOPara as eleições deste ano o TSE

comprou 2 mil kits com leitor bio-métrico, máquina fotográfica e pro-grama para captura das digitais. Um investimento de R$ 23 milhões. Tam-bém foi assinado um acordo de coo-peração técnica entre TSE, Ministério da Justiça e INI para utilização do Sis-tema Automatizado de Identificação de Impressões Digitais (Afis). O Afis é um software que verifica se os dados coletados são únicos ou se há dupli-cidade. Segundo Janino, o acordo foi feito porque a compra de um sistema exclusivo para o TSE custaria US$ 3 por registro, com investimento total de US$ 500 milhões.

Os municípios escolhidos para a primeira fase da implantação da biometria foram aqueles onde os eleitores teriam de fazer o recadas-tramento bienal obrigatório previs-to na Lei 9.504/97.

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SECRETáRIO DE TECNOlOgIA DA

INfORmAçãO DO TSE

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O s primeiros testes com as urnas biométricas foram feitos pelo TSE em 2008, em São João

Batista (SC), Colorado do Oeste (RO) e Fátima do Sul (MS). “As cidades foram escolhidas porque têm características climáticas, eco-nômicas e culturais distintas. Esses fatores influenciam na captura das impressões digitais e ajudaram a testar o equipamento”, afirma Ja-nino.

As cidades selecionadas também deveriam estar próximas das capitais para reduzir custos e facilitar a logís-tica. O TSE usou a estrutura dos car-tórios eleitorais de cada cidade como apoio. Deu certo: naquele ano, cerca de 45 mil pessoas votaram usando a tecnologia.

O processo de recadastramen-to começou em 2007, quando o TSE deslocou parte da equipe de informática e multiplicadores para os municípios. “Os representantes do Tribunal abordavam as pesso-as dizendo que era uma novidade, que não havia em nenhum lugar do mundo. O povo ficava curioso e fazia o recadastramento”, conta o chefe de cartório de Fátima do Sul (MS), Flávio Nichikuma. “O reca-dastramento normal é feito em me-nos de um minuto. Com a biometria passou a demorar quase 20. Cada dia era um aprendizado. A gente media a distância para tirar a foto, o enqua-

dramento, o jeito de capturar a im-pressão digital e até como lidar com quem tem deficiência nos dedos”, lembra Nichikuma.

A diretora pedagógica Marta Oli-veira morava em Prudente (SP) e mudou para Fátima do Sul. Já se recadastrou e votou pelo novo sis-tema. “Acho importante o aper-feiçoamento da tecnologia, mas as pessoas não sabem bem para que serve”, lamenta.

Em São João Batista (SC), en-tre março e abril de 2008, cerca de 16 mil eleitores tiveram o títu-lo atualizado. Vanderlei Correa, chefe do cartório eleitoral, conta que a cidade tratou o recadastramento com pompa. “A promessa da biometria ati-vou a curiosidade das autoridades e da mídia. Era a primeira vez que viam equipamentos como aqueles”, diz.

A advogada Roseane Catarina recorda que alguns eleitores ficaram trêmulos na hora do recadastramen-

to, com medo da no-vidade. Até entre os jovens houve estra-nheza. Lucas Israel, 17 na época, é um exemplo. O rapaz fi-cou sabendo da nova urna quando foi tirar o título. “Ninguém

passou na minha escola explicando essa tal de biometria”, brinca ao se referir ao termo.

Em junho de 2008, a cidade ca-tarinense fez uma simulação com a participação de 2 mil eleitores para testar as novas urnas. O resultado foi que cada eleitor gastou 20% a menos do tempo normal para votar.

no começo, o sistema causou estranhamento

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» COlORADO DO OESTE - RO: gINáSIO PREPARADO PARA O

RECADASTRAmENTO

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P ara fazer o cadastra-mento dos eleitores, o TSE adquiriu um con-junto de equipamen-

tos batizado de KitBio. Trata-se de uma ferramenta desenvolvida pela Akiyama, empresa de soluções tecnológicas com sede em Curiti-ba (PR). O grupo foi contratado, por meio de licitação, para fabricar 2 mil kits para a primeira fase do processo eleitoral. Para o projeto piloto foram distribuídos 57 Kits Biométricos. Foram 23 para Fáti-ma do Sul, 16 para São João Ba-tista e 18 para Colorado do Oeste.

O kit é composto por uma maleta contendo máquina fotográfica, fonte de energia, conjunto de flash, mini estú-dio fotográfico com assento e um leitor biométrico (scanner de digitais), o Real Scan D, equipamento certificado pelos peritos do FBI (Federal Bureau of Inves-tigation), a Polícia Federal americana.

Entre funcionários e terceirizados a Akiyama conta com cerca de 300 pes-soas para a fabricação do kit. Para o di-retor, Ismael Akiyama, o TSE deu um grande passo na adoção da identifica-ção biométrica. “O governo iniciou uma nova etapa da democratização: a cibercidadania”, acredita o diretor.

fbi certificou aParelho usado no recadastramento

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» kITBIO: umA REvOluçãO NAS ElEIçOES BRASIlEIRAS

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Um acordo de colabo-ração técnica entre o Brasil e a França es-tabelecido pela Lei nº

10.201/01, que visava prover a Po-lícia Federal de sistemas de infor-mação e de modernas ferramentas de tecnologia da informação é que possibilitou ao grupo Sagem, em-presa francesa responsável por so-luções de segurança em tecnologia, trazer o Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digi-tais (Afis) há 12 anos para o país. Mas só no governo Lula, em 2003, que o software foi ativado no país. No Brasil e América Latina a Sa-gem hoje é representada pela Iafis.

Outro acordo de cooperação téc-nica entre o TSE e o INI foi necessário para cercar o sistema de proteções le-

gais e tecnológicas. A Iafis readaptou o software inicial às necessidades do Tribunal. Para atender ao órgão era indispensável que o software coletas-se os dados biográficos e biométricos de cada cidadão. Isto é, nome, sobre-nome, data de nascimento, coleta de digitais e fotografia em alta resolução. Com essas adaptações o sistema pos-sibilita a construção de um banco de dados com impressões digitais e fotos de quase todos os cidadãos brasileiros.

O Afis pode trabalhar tanto on line quanto off line. Os TREs hoje trabalham de maneira off line. Pas-sam os dois turnos do expediente fa-zendo recadastramento e no fim do dia, essas informações são passadas por meio de um DVD para a central de informações onde são checadas as possíveis duplicidades dos dados.

O armazenamento dos dados é feito em DVD seguindo padrões inter-nacionais do Nist (National Institute of Standards and Technology). “Mesmo que alguém consiga abrir o arquivo, a pessoa não tem como ler a informação, pois ela só aparece se for aberto na cen-tral do Afis. Fora do sistema o arquivo aparece criptografado”, explica o diretor geral da Iafis, Fernando Cassina.

Hoje no Brasil, o Afis tem uma base civil que inclui todas as pessoas que estão tirando passaporte, o banco de dados criminal e todos os estran-geiros que moram no País. “O siste-ma é recomendado para todos os pro-jetos que necessitem checar, por meio da caracterização e conferência das pessoas, os dados biométricos. Para esses projetos o sistema Afis é eficaz e funciona”, conclui Cassina.

banco de dados da Polícia federal darÁ suPorte ao sistema

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» BASE DO SISTEmA AfIS POlíCIA fEDERAl - Df

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Em 1893, entraram em cena as urnas de madeira, que foram substituídas, em 1940, pelas urnas de ferro. Segundo o se-

cretário de tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral, Giuseppe Dutra Janino, somente 10 anos depois é que as urnas de lona foram adotadas. “Até hoje, em caso de pane das urnas eletrônicas, as urnas de lona são utiliza-das”, explica.

A evolução para urna eletrônica come-

çou em 1985, quando foi aprovada a lei nº 7.444. Porém, só no ano 2000 é que o novo método foi utilizado para eleger prefeitos e vereadores. “A tecnologia só atingiu a totalidade do País em 2002, quando o Bra-sil votou para presidente”, lembra Janino.

Entre os benefícios que a urna ele-trônica agrega, o mais relevante é a agilidade na entrega dos resultados. O secretário do TSE afirma que nas elei-ções 2008 o resultado total da contagem de votos em todo território brasileiro foi concluído em duas horas e meia.

urnas mudaram ao longo do temPo

urna de madeira e metal (1893)

saco de recolhimento de votos

urna eletrônica (2000)

urna biométrica (2010)

urna de lona (1950)

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Dos 60 municípios espa-lhados por todas as re-giões brasileiras, onde o sistema foi implantado

este ano, Nuporanga foi escolhido para representar São Paulo. A cidade tem cerca de 7 mil habitantes, se-gundo o censo do Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2007, e está a 400 quilômetro da capital.

O chefe do cartório eleitoral, Ed-mir Francisco Pereira, e seis repre-sentantes da sede do Tribunal Regio-nal Eleitoral de São Paulo (TRE/SP) passaram por treinamento de uma semana em Brasília. O juiz eleitoral da cidade criou um agendamento e durante quatro meses os cidadãos

puderam consultar, em cinco postos, o horário e o local marcado para o recadastramento. Os eleitores foram organizados por ordem alfabética, e o atendimento foi de 14 pessoas em média, por hora.

“Por ser uma coisa nova, era es-perado que tivéssemos algum pro-blema com a internet, mas foi tudo muito tranquilo”, explica Pereira. A funcionária do cartório, Francine Cristina Faria, se orgulha de ter par-ticipado do processo. “É muito bom trabalhar aqui. Como é uma novida-de, as pessoas concordam com tudo e, por exemplo, quando o sistema falhava, não se importavam de vol-tar outro dia”, conta.

Para Pereira, a urna biométrica

vai acabar de vez com as denúncias constantes de que votos foram re-gistrados em nome de pessoas mor-tas. “Não tem chance dessa fraude acontecer. A identificação é certa. O cadastro passa a ser nacional e isso é outra ótima vantagem”, afirma o chefe do cartório de Nuporanga.

Em Hidrolândia (GO), o reca-dastramento de moradores acon-teceu no fim de 2009. O chefe de cartório, Fernando Kazuto Sado e o analista judiciário Daniel Kenji Sano foram capacitados em Goi-ânia para recadastrar a população. Segundo Sado, mesmo com pouco tempo para o recadastramento, foi tudo muito tranquilo. “Só nos úl-timos dias ficou mais tumultuado.

recadastramento obrigatório

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» hIDROlâNDIA - gO : AlDECINDA lEvA A fIlhA luCIANA PARA TIRAR O TíTulO DE ElEITOR

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O que é normal”, afirma o chefe de cartório de Hidrolândia. No município, durante o recadastra-mento, 25% dos títulos foram cancelados, um índice conside-rado baixo pelo TRE.

Incentivada pela mãe, Lucia-na da Paz de Jesus, 16, requereu o título. “Essa experiência é óti-ma. Estava morrendo de ansie-dade para votar pela primeira vez”, comemora Luciana. A mãe e a moça viajaram uma hora e meia no ônibus e andaram mais meia hora para chegar ao cartó-rio eleitoral. “Moramos no mu-nicípio de Garavelo Sul, mas não me importo com a distância por-que ela tem que votar. É impor-tante. Trouxe meus outros filhos e agora é a vez dela”, se orgulha Adelcina da Paz de Jesus.

eleições em números

Para a fase inicial foram

compradas 250 mil urnas

Até 2018 a substituição total, será

de 500 mil urnas

Investimento total é de cerca de

R$ 312,5 milhões

Para a fase inicial das eleições,

foram comprados 2 mil KitsBio

Para 2018, a previsão é a compra

de mais 13 mil Kits totalizando

15 mil

Investimento de cerca de

R$ 172,5 milhões

Existem 190 milhões de brasileiros

130 milhões são eleitores aptos2 milhões de brasileiros trabalham nas eleições

Existem 5.560 municípios nos

8,5 milhões de km² do país

As urnas biométricas foram

testadas em 3 municípios no projeto piloto

Para a primeira fase, 60 municípios foram selecionados

Ao todo são 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs)

O Brasil tem 3 mil cartórios e 400 mil seções eleitorais

100% das seções eleitorais são informatizadas

Existem 27 partidos concorrendo nas eleições deste ano

Em uma eleição municipal são em

média 500 mil candidatos

A divulgação do resultado demora

em média entre 2 e 3 horas

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» A EquIPE DO CARTóRIO DE NuPORANgA-SP: DA

ESquERDA PARA à DIREITA fRANCINE CRISTINA fARIA,

EDmIR fRANCISCO PEREIRA E luCAS TADEu DE mElO

» SISTEmA DE RECADASTRAmENTO DO TSE

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 35

É numa construção mo-desta, onde funcionava o depósito de uma em-presa de refrigerantes

que são fabricadas as urnas eleitorais mais modernas do mundo. A Die-bold Procomp empresa do ramo de tecnologia da informação, instalada no Brasil há 25 anos, presta serviço para o TSE desde 1998. Ao todo, 400 pessoas trabalham no local, em dois turnos. O inspetor da fábrica, Marcelo Costa de Oliveira, acredita que a presença da Diebold no Brasil é muito importante para a consoli-dação do novo sistema de votação.

Há um grande contraste entre o aporte tecnológico da fábrica e a simplicidade de um município do interior de Minas Gerais. Santa Rita do Sapucaí fica na região Sul, divisa com São Paulo, e tem pouco mais de 36 mil habitantes, de acordo com o censo de 2007 do IBGE.

A cidade é considerada um dos pólos industriais do estado. Mais de 200 fábricas compõem a Associação Industrial e o Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale Eletrônico (Sindvel). Em Santa Rita do Sapucaí funciona o Instituto Nacional de Telecomuni-cações (Inatel). Fundado em 1965, é pioneiro no ensino e na pesquisa es-pecializada em engenharia elétrica e

de telecomunicações no Brasil. Ainda assim, nessa cidade anda-se de carroça, as ruas são de paralelepípedo e os táxis não têm taxímetro.

O acesso à fábrica é controlado por um rigoroso sistema de seguran-ça. A finalidade é evitar o vazamento de informações sigilosas. “É muito complicado para nós deixarmos al-guém entrar sem a autorização do

TSE”, diz o diretor da Diebold Pro-comp, Lucas Costa. Representantes do TSE acompanham de perto todo o processo de confecção das urnas e o acesso à fábrica. As urnas são su-pervisionadas pelos agentes de Brasí-lia, antes mesmo de ficarem prontas. O passo seguinte, antes de serem aprovadas, é deixar o equipamento “votando” por oito horas seguidas.

um segredo guardado a sete chaves

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o que é a imPressão

digital

a impressão digital, ou da-tilograma, é uma carac-terística única de cada pessoa. “É o desenho

que representa a combinação das cris-tas papilares, as elevações da pele, e os

sulcos interpapilares, a região entre as cristas papilares, que podem ser encontradas nas palmas das mãos”, explica o papiloscopista da Polícia

Federal, Alexandre Donicci. Essa particularidade física, para ser usada

como característica biométrica, pre-cisa atender a princípios como o da perenidade, variabilidade e classifi-cabilidade.

A perenidade está relacionada com o tempo em que a pessoa carrega o tra-

ço biológico sem que este seja modifi-cado até o fim da vida. A variabilidade é

associada ao fato de que cada pessoa tem uma característica diferente da outra. E a

classificabilidade é aquela que permite a clas-sificação de modo único de cada indivíduo. Um dos

primeiros pesquisadores a estudar a impressão digital foi o italiano Marcello Malpighi (1628-1694).

Porém, foi apenas em 1892 que o antropólogo in-glês Francis Galton publicou a primeira classificação dos tipos de impressão digital conhecidos também como “detalhes de Galton” muitos utilizados até hoje. Galton provou por meio de pesquisas que as impres-sões digitais não mudam durante a vida de um indiví-duo e nenhuma digital é exatamente igual à outra.

No Brasil, a impressão digital começou a ser utiliza-da em 1903, trazida na época pelo diretor do Gabinete de Identificação e Estatística do Distrito Federal, Félix Pacheco, para a “identificação dos delinquentes”. Mas só quem obteve o registro após 1912 teve a identidade emitida pelo Instituto Félix Pacheco (IFP).

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1824Pela Constituição só podem votar ho-mens maiores de 25 anos (21 anos, se casados ou oficiais militares, indepen-dente da idade se clérigo ou bacharel). Mulheres e escravos não votam.

1875Criado o primeiro título de eleitor.

1881As eleições para a Câmara de Deputa-dos, Senado e Assembleias passam a ser de maneira direta. Criação da Lei Saraiva, para instituir o Título de Eleitor.

1889Fim da comprovação de renda para ser eleitor. Redução para 21 anos para vo-tar. Exigência de se saber ler e escrever para ter o direito de votar.

1932O código eleitoral concede o direito de voto às mulheres. Criação da Justiça Eleitoral.

1934Redução da idade mínima para ser elei-tor, 18 anos.

cronologia da história das eleiçÕes no brasil

1937 a 1945Suspensão das eleições, por causa do Golpe de Estado.

1945Mais de 10% da população foram as urnas. Eleições multipartidárias para presidente.

1955Cédulas oficiais são utilizadas pela pri-meira vez nas eleições para presidên-cia.

1965Suspensão das eleições para presiden-te e fechamento de antigos partidos.

1966Suspensão das eleições para governa-dor e prefeito da capital.

1980Fundação de novos partidos.

1985Concessão do direito de voto aos anal-fabetos. Registro de novos partidos, en-tre eles os comunistas.

1988Voto facultativo para jovens de 16 e 17 anos.

1989Volta das eleições diretas para presi-dente. Primeira eleição para o Executivo que usa a regra dos dois turnos.

1996A urna eletrônica é usada em 57 municípios.

2000Primeira eleição em que todos os eleito-res votam na urna eletrônica para vere-adores e prefeitos.

2008Começam os testes com as urnas bio-métricas.

201060 municípios brasileiros começam a votar pela urna biométrica.

* Jairo Nicolau - História do Voto no Brasil

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eXPeriência brasileira de identificação digital Para

o haiti

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Em apoio a projeto do Supremo Tribunal Federal e em parceria com a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/BR), a entidade pode ajudar no recadastramento biométrico dos haitianos

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Fome, morte, destruição, miséria, caos, perda da cidadania e da identi-dade. Assim ficou a si-

tuação do Haiti após o terremoto do último 4 de janeiro. O país, que é o mais pobre das Américas e já sofria com a situação política e humanitária, ficou em estado de calamidade. O Brasil, que já estava presente no Haiti como integrante da missão da Or-ganização das Nações Unidas (ONU), tem sido um dos principais atores na ajuda interna-cional. Dentro do apoio oferecido aos haitianos, está o modelo de re-gistro civil e notarial brasileiro.

A proposta do projeto, iniciado em outubro e com duração previs-ta de 12 meses, partiu do Supremo

Tribunal Federal (STF) e da minis-tra Carmem Lúcia, que juntamente com a Anoreg/BR, podem vir a fir-mar um acordo de cooperação téc-nica com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e com a Associa-ção Brasileira das Empresas de Tec-nologia em Identificação Digital. A

ABRID poderá contribuir com a experiência do cadastramento biométrico da população. “Va-mos procurar le-var para o Haiti nossa expertise e conhecimento em biometria e identificação di-

gital”, adianta Célio Ribeiro, presi-dente da ABRID.

O presidente da Anoreg/BR, Rogério Bacellar, enfatiza que a in-tenção é implantar um sistema se-melhante ao brasileiro, que oferece o registro civil, notariado e registro

de imóveis. “O sistema brasileiro tem um modelo que já foi copiado por países como a Rússia e a Chi-na, mas este é o primeiro projeto que vamos a outro país implantar”, afirma Bacellar.

» PRImEIRO CONTATOA viagem do grupo para o iní-

cio do projeto deve ocorrer ainda em 2010. Na primeira etapa dos tra-balhos, que será realizada por uma equipe de voluntários, vai ser feito o reconhecimento dos pontos críticos, identificação da documentação exis-tente no país e um posterior desen-volvimento de estratégias para a iden-tificação dos habitantes. “Buscamos trabalhar para registrar toda a popu-lação para que os habitantes tenham acesso a cidadania”, ressalta Bacellar.

A continuidade do projeto será feita por meio de outras equipes que foram treinadas para prosseguir as atividades no Haiti e tentar atender a maior parte dos 2 milhões de habi-tantes da capital, Porto Príncipe.

o Brasil, que já estava presente

no Haiti, é um Dos principais

atores na ajuDa internacional.

» ROgéRIO BACEllAR PRESIDENTE DA ANOREg/BR E CélIO

RIBEIRO PRESIDENTE DA ABRID

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História do registro civilA necessidade de tornar público os atos e negócios jurídicos remonta a antiguidade. Na Babilônia, por exemplo, por meio do Código de Hamurabi, a propriedade imobiliária era objeto de proteção especial dos homens e dos deuses. Há inscrições em pedras, com figuras e divindades ou nomes tutelares e, embaixo, atos reais de doação de terras, especificando-lhe os limites. A propriedade era já reconhecida socialmente assim como os clãs e nomes de famílias, elementos distintivos na sociedade local. Os escribas também eram peça importante nas sociedades antigas. Para os hebreus, a classe dos escribas já era valorizada por fazer registros importantes para a administração pública e pode ser encontrada em Gênesis XXIII, 18. Eles também aparecem no Direito Egípcio. Na Roma antiga, já podemos encontrar a figura do serbens (escrevente) e do tabularis (notário). No Direito Canônico foram estabelecidas as formalidades e publicidade dos atos jurídicos e o Papa Gregório IX usou pela primeira vez a palavra nota para designar a escrita primordial e original.

O registro civil no Brasil No Brasil a lei que regulamenta o Registro Civil é a de número 6.015 de 31 de dezembro de 1973, intitulada Lei dos Registros Públicos. Este trabalho fica a cargo de profissionais de direito que prestam serviço público por delegação do Poder Público. Eles são responsáveis por registrar os principais fatos da vida civil de uma pessoa natural, como o nascimento, o casamento e o óbito.Estes registros são feitos em livros numerados de forma sequencial, precedidos de uma letra de acordo com a natureza do registro ("A" para nascimento, "B" para casamento, "B-Aux" para casamento religioso com efeitos civis, "C" para óbitos, "E" para outros registros). Feito o registro, é expedida no mesmo momento uma certidão, que é a primeira via. Legalmente, uma pessoa só existe quando foi registrada. Ainda hoje, o Brasil possui um alto índice de sub-registro, ou seja, muitas crianças não são registradas civilmente nos ofícios de registro civil até os primeiros 45 dias de vida. Esta situação foi sensivelmente atenuada com a aprovação da lei 9.534 de 10 de dezembro de 1997 que determinou a gratuidade universal do registro de nascimento. Segundo o IBGE o indicador passou, entre 2001 e 2006, de 23% para 12,7%.

O registro civil é essencial para o cidadão

• matricular-se na escola;

• participar de programas sociais (saúde, assistência social, INSS);

• trabalhar com carteira assinada;

• casar-se;

• votar;

• requerer documentos de identidade e CPF.

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WorkshoPs regionais PreParam estados Para a imPlantação do ric

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diretores de institutos de identificação debatem implantação do ric

Com apoio e patrocínio da ABRID, o Conse-lho Nacional de Di-retores de Órgãos de

Identificação (Conadi) promoveu, de setembro a novembro, uma sé-rie de workshops para discutir a implantação do Registro de Identi-dade Civil (RIC), a nova identida-de dos brasileiros.

Os encontros aconteceram em todas as regiões do país (confira lo-cais e datas na tabela) e contaram

com a participação de representante dos Institutos de Identificação e Se-cretarias de Segurança dos estados, do Instituto Nacional de Identifica-ção (INI), do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), do Comitê Gestor do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil, do Conadi e da ABRID.

Os workshops tiveram objetivos importantes para o processo de utili-zação do cartão RIC, como apresen-tar a realidade nos estados e dissemi-

nar informações sobre o Registro. O Ministério da Justiça divulgou em setembro no Diário Oficial as especi-ficações do cartão, que conterá dois chips e certificado digital. Ainda este ano, prevê o governo, serão emitidas cerca de 100 mil unidades.

Para o vice-presidente do Co-nadi, Jandir Carneiro Leão, os workshops, além de divulgarem os detalhes do novo Registro Civil, esclareceram dúvidas a respeito do papel das instituições no projeto

Encontros regionais reúnem representantes dos estados e de órgãos nacionais para detalhar o novo Registro de Identidade Civil

»» Mesa»de»abertura»do»

workshop»de»recife-pe

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RIC. “Detalhamos, por exemplo, como vai ser a participa-ção do TSE e de que forma se dará a parceria que pre-tende se estabelecer com os Institu-tos de Identificação. Outro ponto importante é que conhecemos as diferentes realidades de cada estado e o que está sendo desenvolvido em cada um deles”, afirmou. O secre-tário-executivo do Comitê Gestor do RIC, Paulo Ayran, reforçou a importância dos encontros: “A tro-ca de informações, o esclarecimento de dúvidas técnicas, a aproximação entre os diretores e, principalmente, o equilíbrio de conhecimento  fo-ram as principais contribuições”.

Os representantes dos estados também reconheceram a necessida-de de reuniões como os workshops. “Nós estamos nos informando e aprendendo sobre o RIC, que é um projeto importantíssimo e que está em curso, mas tem suas complexi-dades e são necessários esclareci-mentos”, admitiu o diretor do Insti-tuto de Identificação de São Paulo, Carlos Sequeira. O diretor do Insti-tuto de Identificação do DF, Carlos César Saraiva, classificou os eventos como essenciais: “É um momento único que a gente tem para debater, para discutir, tirar algumas dúvidas e aparar arestas”.

O diretor de Infraestrutura de Chavwes Públicas do ITI, Maurício Coelho, defendeu o compartilha-mento de informações sobre os usos e benefícios da tecnologia: “Ainda é necessária uma campanha de escla-recimentos. Nestes workshops esta-

mos fazendo isso com os órgãos de Identificação e, em seguida, isso será feito com toda a sociedade”. Para o diretor geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Côrrea, o debate nos workshops regionais é importante para preparar o país para uma gran-de demanda. “Eu não acredito que o Brasil usará os nove anos previstos (para implantação total do RIC). O cidadão não permitirá, a sociedade civil organizada vai querer isso com muito mais velocidade”, alertou.

Já o diretor de Identificação Digital da ABRID, Edson Rezende de Oliveira, destacou as vantagens da nova identidade. “O RIC é a revolução cidadã. Por meio dele, o brasileiro terá acesso a diversos ser-viços, além das garantias de segu-rança oferecidas por um documento biométrico e digital”, comemorou. E o presidente da Associação, Cé-lio Ribeiro, constata o sucesso da iniciativa: “A chegada do RIC é um processo que a cada dia ganha ritmo acelerado. Os encontros re-gionais fazem parte deste processo e são essenciais, porque permitem a divulgação do know-how, o debate e a troca de conhecimento entre os Institutos de Identificação e demais entidades envolvidas”.

Os Workshops Regionais tam-bém contaram com apoio das asso-ciadas ABRID Akiyama, Antheus Tecnologia, Datacard, Gemalto, GD Burti, Iafis do Brasil, Ice Cartões, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Intelcav, Montreal Informáti-ca, Oberthur e Safran Morpho.

» PARTICIPANTES REuNIDOS PARA DEBATE NO wORkShOP DE CuRITIBA-PR

RIC: WORKSHOPS REGIONAIS

ETAPA LOCAL DATANordeste Recife 30 de setembro

Sudeste São Paulo 14 de outubro

Centro-oeste Brasília 27 de outubro

Norte Belém 19 de novembro

Sul Curitiba 30 de novembro

» EDSON REzENDE,

DIRETOR DE IDENTIfICAçãO

DIgITAl DA ABRID

» CIDADES POR ONDE O wORkShOP SOBRE O RIC PASSOu

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Flashes dos workshops regionaisfotos: eduardo braz, genivaldo Carvalho, MárCio peixoto e valquíria liMa

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CASOSDE SuCESSO

Tecn

olo

gia

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Cada empresa

tem uma história

que reflete a forma

única encontrada por

seus sócios, diretores

e funcionários na

busca por soluções, pela

implantação de processos

e desenvolvimento de

tecnologias. É a soma de um

conjunto de fatores que faz de

cada empresa, cada grupo, cada

corporação um caso de sucesso.

Resumir todas essas histórias em

um único texto não seria justo para

quem desenvolveu tudo isso, nem

para o leitor, que perderia conteúdo,

a essência da história e a oportunidade

de apreender informações que podem

provocar mudanças, auxiliar na tomada de

decisões, no planejamento do futuro. É por

isso que a revista idigital abre espaço para

que as associadas Abrid dividam seus casos de

sucesso com você.

Boa leitura.

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ResumoAo examinar documentos de

identificação, os fiscais tentam “de-tectar as diferenças”. Muitas vezes eles têm apenas alguns segundos para de-terminar se um documento tem um aspecto diferente de outro, genuíno, e para decidir se a diferença é suspei-ta. Para que o processo de fiscalização seja eficiente, documentos verdadeiros devem ter uma aparência conhecida e padronizada, ou seja, todos os docu-mentos verdadeiros têm de ser seme-lhantes o bastante entre si. Isso exige coerência nos materiais utilizados, na produção, na tecnologia para captura de dados e na personalização. Este ar-tigo comenta os desafios encontrados numa produção consistente de identi-ficações idênticas.

PalavRas-chaveDocumentos verdadeiros, consis-

tência, documentos idênticos, caracte-rísticas de segurança, personalização.

AbstrActWhen examining identity docu-

ments, inspectors look to “spot of diffe-rence”. They may only have a few se-conds to determine whether a document looks different to a genuine document and if this difference is suspicious. For the inspection process to be effective, the genuine documents must have a kno-wn and fixed appearance. That is, all genuine documents must be sufficiently similar to each other. This requires con-sistency of materials, of manufacturing, of data capture technology and of perso-nalization. This article looks at the chal-lenges encountered in the production of consistently identical IDs.

KeywordsGenuine document, consistency,

identical documents, security features, personalize documents.

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identificaçÕes idênticas: uniformidade na Produção e emissão

Ao examinar documen-tos de identificação, os fiscais tentam “de-tectar as diferenças”.

Muitas vezes eles têm apenas al-guns segundos para determinar se um documento tem um aspecto diferente de outro, genuíno, e para decidir se a diferença é suspeita. Para que o processo de fiscalização seja eficiente, documentos verda-deiros devem ter uma aparência conhecida e padronizada, ou seja, todos os documentos verdadeiros têm de ser semelhantes o bastan-te entre si. Isso exige coerência nos materiais utilizados, na produção, na tecnologia para captura de da-dos e na personalização. Este arti-go comenta os desafios encontra-dos numa produção consistente de identificações idênticas.

» A ImPORTâNCIA DE DOCumENTOS IDêNTICOS

A essência da impressão segura é a produção em massa de documen-tos idênticos, quer sejam cédulas bancárias, passaportes ou ingressos para a final da Copa do Mundo. Do-cumentos genuínos precisam todos ter a mesma aparência, de forma que falsificações – que invariavelmente contêm pequenas imperfeições – possam ser identificadas. A rigor, as pessoas que fiscalizam documentos de identificação estão tentando “de-tectar as diferenças”. Quase sempre esses especialistas têm apenas poucos segundos para determinar se um do-cumento aparenta ser diferente de uma identificação verdadeira – e se a pessoa que apresenta o documento é a portadora legal da identificação e da nacionalidade mostradas.

Para determinar a autenticidade de um documento, é de grande valia que o fiscal tenha conhecimentos, de preferência razoavelmente deta-lhados, sobre o design e as caracte-rísticas de um documento genuíno. Evidentemente, nem sempre isso é possível. Em geral, fiscais que traba-lham em contato direto com o pú-blico não têm a chance de comparar um documento que pareça estranho a uma amostra ou fonte de referên-cia. Em vez disso, esses profissionais precisam lançar mão da própria ex-periência e de seus conhecimentos de todo o processo de produção de documentos seguros. Por exemplo: quase todos os passaportes e docu-mentos de viagem têm uma diagra-mação coerente e familiar que segue as normas da ICAO, e uma área para leitura por máquina (machine rea-dable zone, ou MRZ). Esse tipo de identificação também costuma ter

Nick NugeNt

caso

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recursos básicos e padronizados de segurança, como

marcas d’água e impressão calcográ-fica no papel em que o documento será emitido. Além disso, os fiscais contam com a experiência para deter-minar a qualidade das características encontradas em um documento que lhes seja desconhecido. A impressão calcográfica é real? A qualidade da impressão está de acordo com os pa-drões esperados naquele documento? Ao mesmo tempo, os fiscais intera-gem com o portador da identificação, observam seu comportamento e com-param sua aparência com os dados biográficos textuais e visuais.

Normalmente há um documen-to de referência no escritório admi-nistrativo. Considere, por exemplo, uma amostra física, um exemplo ou

uma imagem de uma fonte de refe-rência, possivelmente um banco de dados online (como o Keesing Do-cument Checker). Isso permite uma comparação mais detalhada, espe-cialmente de documentos suspeitos.

É fundamental que um docu-mento genuíno de uma série ou mo-delo específico tenha uma aparência fixa, mesmo que o documento pro-priamente dito não seja imediata-mente familiar. Quando isso não ocorre e documentos verdadeiros dentro de uma determinada série exibem uma gama de características variáveis, a realização de uma compa-ração precisa torna-se extremamente difícil. A capacidade de julgamento dos profissionais que analisam os documentos fica prejudicada por dúvidas: as diferenças nos documen-tos genuínos podem ser atribuídas a

instabilidades no processo de produ-ção, ou seriam indícios que “dedu-ram” uma falsificação? Quando se pretende que o processo de inspeção funcione adequadamente, não pode haver espaço para dúvidas.

É preciso lembrar que alguns fiscais podem ter pouco ou nenhum treinamento formal sobre docu-mentos. O funcionário que trabalha como caixa de banco e recebe um passaporte ou uma carteira de mo-torista de alguém que deseja abrir uma conta precisa tomar uma deci-são delicada no que diz respeito à au-tenticidade da identificação que lhe é apresentada. Isso fica ainda mais complicado quando o documento genuíno tem uma variedade de as-pectos visuais.

Uma personalização coerente é particularmente importante na luta

» fiG 01 ElES SãO IguAIS?

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contra alterações fraudulen-tas, de forma que incoerên-cias na aparência dos dados possam ser identificadas como indícios de adultera-ção, e não como resultado de uma variação descontrolada no processo genuíno de per-sonalização.

» A CRIAçãO DE DOCumENTOS IDêNTICOS

Semelhanças entre docu-mentos genuínos não são de-terminadas apenas pelo olho humano, em condições em que haja luz natural. Na ver-dade, as características que tornam documentos idênticos devem prevalecer no espectro invisível, e também quando as imagens são ampliadas. Um termo cunhado recentemente – “forensically identical”, ou “idêntico do ponto de vista fo-rense” – refere-se a documentos que “não podem ser diferencia-dos pelo olho humano, ou em ampliações de até 12 vezes. Em ampliações mais detalhadas, os documentos podem parecer diferentes”. A figura 1 mos-tra dois pares de documentos ampliados aproximadamente cinco vezes.

Mas então como é pos-sível fazer uma produção em massa de documentos idênti-cos? Por definição, o processo de produção de documentos seguros não é algo simples. Caso contrário, seria fácil para um falsificador copiar o processo e, portanto, o do-cumento. Há muitas etapas envolvidas na criação de um documento de identificação, e cada uma delas deve ser minuciosamente examina-da, além de passar por um rígido controle para garantir

a produção de documentos idênticos. Para as etapas 1-6, é necessário contar com um ambiente de alta segurança.

1. Design2. Osubstrato,aimpres-sãoeoutrascaracterísticasdesegurança3. Acabamento dos do-cumentosbase,embranco4. Registro e tratamentodosdadosbiográficos5. Personalização6. Acabamento dos do-cumentospersonalizados7. “Usonormal”

» DESIgNO design de documentos

pode ter grande impacto so-bre a capacidade de perceber ou não pequenas diferenças. Nossos olhos e dedos são fer-ramentas poderosas, capazes de detectar variações sutis de cor ou posição, bem como so-fisticadas características táteis no substrato do documento. O registro das características e dos elementos impressos do documento, tanto entre si quanto em relação ao próprio documento, pode ser simpli-ficado caso o documento seja resultado de um design bem planejado. Para que o proces-so do design seja mais efetivo, o designer deve ter conhe-cimentos consideráveis dos processos de impressão e aca-bamento que serão usados na fase de produção. Além disso, ao criar um design é preciso levar em conta os desafios de produção da vida real.

Evidentemente, designs que sejam facilmente produ-zidos em massa promovem não apenas uniformidade, mas também facilitam a vida dos falsificadores.

» fiG 02 TESTES NO lABORATóRIO DE CONTROlE DE quAlIDADE, uTIlIzANDO ESPECTROfOTômETROS (NO AlTO), DENSITômETROS (NO mEIO) E mICROSCóPIOS (EmBAIxO)

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» SuBSTRATO, ImPRESSãO E OuTRAS CARACTERíSTICAS DE SEguRANçA

A chave para produzir docu-mentos-base idênticos é estabele-cer especificações rigorosas e ao mesmo tempo realistas para os componentes e processos envol-vidos, e respeitar essas especifi-cações realizando procedimentos contínuos de Controle de Quali-dade. Variações em cor, posição e aparência dos elementos são mini-mizadas quando se estabelece um controle sobre as matérias-primas e os processos de produção do do-cumento, incluindo a impressão e estampagem a quente.

A composição e as propriedades físicas do substrato podem, além de afetar a própria aparência, ter im-pacto também sobre o aspecto visual da personalização subsequente. Esta questão será abordada no subitem personalização.

Ao longo dos últimos 20 anos, o surgimento de câmeras de alta re-solução e de poderosos sistemas de compatibilidade de padrões abriram

as portas para verificações alinhadas de homogeneidade de impressão, que podem ser realizadas em alta velocidade. Os sistemas de feedback permitem corrigir automaticamente a posição e a densidade dos elemen-tos impressos, no próprio momento da impressão. Além disso, é possível retirar amostras para controle de qualidade, que passarão por uma bateria de testes em laboratório, uti-lizando espectrofotômetros, densitô-metros, microscópios de compara-ção etc. Isso garante que as (rígidas) especificações sejam seguidas (figura 2). É essencial realizar uma calibra-ção regular do equipamento de con-trole de qualidade.

Ainda que as novas tecnologias tenham ajudado a automatizar os processos de produção do substrato e de impressão segura, elas não substi-tuíram por completo o olhar apura-do e experiente do operador de má-quina, do gráfico ou do supervisor que toma decisões imediatas durante o processo, relacionadas à aceitabi-lidade de uma amostra de substrato ou a uma prova de impressão.

» ACABAmENTO DOS DOCumENTOS BASE, Em BRANCO

O acabamento dos documentos base envolve uma série de proces-sos, incluindo a guilhotinagem e a perfuração. No caso de passaportes, o processo de acabamento é parti-cularmente complexo, e envolve a comparação das páginas, a inserção de aspectos adicionais, a costura, a dobra e a colagem das páginas, bem como a perfuração. Imprecisões ou erros em qualquer parte desses pro-cessos resultarão em documentos não-idênticos, mesmo que o contro-le do substrato e da etapa prévia de impressão tenha sido perfeitos.

Um controle falho dos processos de acabamento pode ter um impacto considerável nas etapas posteriores da personalização. A probabilidade de haver problemas de alimentação no hardware de personalização é maior quando se processa um lote de passaportes com acabamento ir-regular do que quando se trabalha com um lote cuja costura, dobra e perfuração tenham sido homogêneas e cuidadosas (figura 3). Se o compor-

» fiG 03 ENTREgA DOS PASSAPORTES

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tamento das cadernetas varia duran-te a etapa de personalização, realizar uma personalização idêntica torna-se um desafio ainda maior. O trata-mento, o registro, o alinhamento e até a qualidade da impressão – tudo isso pode ser afetado. O mesmo vale para cartões de identificação: para proteger uma personalização homo-gênea e adequadamente registrada, esses cartões devem ser cortados e perfurados com grande precisão.

» REgISTRO E TRATAmENTO DOS DADOS BIOméTRICOS

O registro envolve a captura eletrônica da imagem facial e de de-talhes pessoais do solicitante. Essa etapa pode incluir ainda a captura de outros dados biométricos, como impressões digitais ou íris.

A informação variável em um documento de identificação costuma ser chamada de “dado biométrico”. Todos os dados biométricos devem ser capturados e armazenados no do-cumento de acordo com as especifi-cações e diretrizes determinadas no Documento 9303 da ICAO. Antes que os dados biométricos sejam inse-ridos em um documento em branco na etapa da personalização, eles pre-cisam ser capturados no momento do registro. Para que a aparência das imagens personalizadas seja idênti-

ca, os parâmetros de captura, compressão e armazenamento tam-bém devem ter uma correspondência. Des-sa forma, as imagens disponíveis para personalização terão resolução e aparência equivalentes, permitindo a produção de um resultado idêntico.

» PERSONAlIzAçãODocumentos de identificação

costumam ser personalizados utili-zando-se uma de quatro técnicas: im-pressão a jato de tinta, gravação a la-ser, impressão com toner eletro-foto-gráfico ou termo-transferência. Uma inesperada diferença na aparência dos dados de personalização pode chamar a atenção dos fiscais para a existência de uma falsificação ou adulteração fraudulenta. Considere, por exem-plo, fontes que não correspondem ou dados biométricos que tenham sido personalizados utilizando impressão a jato de tinta em vez de toner ou termo-transferência. Documentos al-tamente visados podem disparar aler-tas que conduzam os fiscais a indícios específicos de ataque.

Uma forma importante de prote-ger documentos contra falsificações e alterações é garantir que os dados da personalização sejam “idênticos do ponto de vista forense”, ou seja, os

documentos não podem ser diferen-ciados pelo olho humano ou a um nível aceito de ampliação (por exem-plo, 12 vezes). No passado, a perso-nalização idêntica do ponto de vista forense tinha um custo proibitivo ou era lenta demais – os órgãos emisso-res de documentos de identificação tendiam a abrir mão desse aspecto. Atualmente, no entanto, os fornece-dores de sistemas de personalização oferecem esquemas escalonáveis e modulares que produzem documen-tos compatíveis sem ser penalizados por custos elevados ou baixa veloci-dade de produção.

Um pré-requisito essencial para uma personalização idêntica é o uso de mecanismos idênticos de impres-são entre os sistemas. Por exemplo: é pouco provável que um cartão gravado em um sistema X de laser desktop seja idêntico do ponto de vista forense a um cartão gravado em um sistema Y de laser por volume. Evidentemente, isso também ocorre quando se faz uso de dispositivos de jato de tinta. As tecnologias já exis-tentes muitas vezes sofrem com a pressão de tecnologias “mais novas,

» fiG 04 RECONhECImENTO óTICO DE CARACTERES Num TExTO AmPlIADO 15

vEzES. NOTE A PRESENçA DAS CORES CIANO, mAgENTA E AmARElO NA ImAgEm à DIREITA

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as alterem.Os parâmetros

que definem o resultado produzido pela gravação a laser são ainda mais variados e complexos, e também de-vem ser fixos (sem que pessoas não-autorizadas possam alterá-los).

Ainda que se utilizem os mesmos mecanismos de impressão, os mesmos drivers e as mesmas configurações, o resultado da produção pode não ser idêntico. O tratamento do documento pela máquina e dentro dela afeta a dis-tância dos elementos impressos, a pla-neza do documento, a estabilidade da velocidade do cabeçote de impressão etc. Consequentemente, estas e outras variáveis do hardware devem ser con-troladas para que se atinja o resultado desejado.

Vamos considerar rapidamente o efeito da cor. Os sistemas de per-sonalização de cor utilizam me-canismos de im-pressão CMYK para produzir uma impressão full color. Tanto a composição da tinta usada no jato de tinta quanto a fita para termo-transferência e o

toner afe-tam a cor, e todos

esses elementos devem passar por um controle rigoroso para garantir que haja correspondência entre os documentos finais. Um aspecto tal-vez ainda mais sutil é a composição química da tinta ou do toner, que determina a qualidade da impressão sobreposta feita pelo sistema nas im-pressões de segurança no documento base. Um sistema CMYK de persona-lização pode garantir uma correspon-dência de cores e ainda assim reagir de forma diferente à impressão de segu-rança subjacente (e, como resultado, falhar na hora de imprimir documen-tos idênticos).

Mesmo que todos os parâme-tros do sistema sejam controlados e apresentem correspondência, a interação com o substrato será im-previsível se o próprio substrato apresenta variações. As proprie-

rápidas, baratas e melhores”. Entre-tanto, a introdução das mais recen-tes tecnologias também pode acabar criando múltiplas gerações de meca-nismos de impressão dentro de um mesmo sistema.

De qualquer forma, o uso de sistemas idênticos de impressão não representa, de modo algum, uma garantia de produção de resultados idênticos. Para atingir a correspon-dência, é preciso configurar corre-tamente uma série de parâmetros de impressão, incluindo o driver de impressão (versão e configura-ções). Tanto as configurações básicas (modo de impressão, dpi e compo-sição de preto) quanto as avançadas (como a seleção de um algoritmo es-pecífico para correção de cor) devem ser coerentes e fixas. A figura 4 mos-tra a diferença entre uma impressão com preto puro e outra com CMYK (ciano, magenta, amarelo e preto). O acesso às configurações deve ser restrito, para evitar que operadores e outros funcionários administrativos

» fiG 05 lAmINADO hOlOgRáfICO

» fiG 06 RASPAgEm DE gElO Em um DOCumENTO DE IDENTIfICAçãO

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dades do substrato devem ser ho-mogêneas de um lote para outro, e não podem ser afetadas pelo arma-zenamento. Quando o papel não atende às especificações, as dife-renças de firmeza, porosidade, ab-sorção e composição terão impacto sobre a impressão a jato de tinta. Da mesma maneira, a menos que a construção das diversas cama-das do policarbonato seja idêntica e homogênea, o sombreamento, a qualidade e até mesmo a cor da gravação poderão variar.

Historicamente, a emissão por embaixadas demonstrou ser o maior desafio para uma personalização homogênea. Talvez os baixos volu-mes de emissão das embaixadas não justifiquem o alto custo de sistemas especializados de personalização. Na prática, os passaportes emitidos por embaixadas raramente apresentam uma correspondência com aqueles produzidos no país de origem. Há um movimento em defesa da pa-dronização das práticas de trabalho nas embaixadas para a produção de “documentos de emergência” que não sejam idênticos ao passaporte completo. É provável que tais docu-mentos teriam poucas páginas para vistos, e sua validade seria inferior a um ano. Eles teriam de incorpo-rar uma imagem digital criada por uma impressora de escritório, e não poderiam incluir os componentes eletrônicos. Ao apresentar este “do-cumento de emergência”, o portador provavelmente passaria por um es-crutínio minucioso, e estaria sujeito a uma entrevista adicional.

» ACABAmENTO DE DOCumENTOS PERSONAlIzADOS

O processo de acabamento para passaportes e documentos de iden-tificação pode incluir a laminação (figura 5), a guilhotinagem e a perfu-ração. Nos processos de acabamento

em fábricas, são utilizados equipa-mentos sofisticados e ferramentas especializadas – como os laminados, frequentemente holográficos. Nos casos em que o acabamento dos do-cumentos ocorre no ambiente de um escritório, é preciso utilizar equipa-mento de qualidade, processos e pro-cedimentos rigorosamente controla-dos. O ideal é que cada documento terminado passe por uma inspeção visual. Da mesma maneira, a preci-são das dimensões e as características que permitem a leitura por máquina devem ser verificadas para garantir que todos os padrões necessários es-tão sendo respeitados.

» “uSO NORmAl”A forma como as pessoas guar-

dam, carregam, utilizam e até mes-mo maltratam seus documentos de identificação foge ao controle do ór-gão emissor (figura 6). De maneira geral, as pessoas não cuidam tão bem de seus documentos de identificação quanto cuidam de cartões bancários – que tendem a ser utilizados com maior frequência.

Enquanto cartões de tamanho ID-1 costumam ficar protegidos por carteiras, um passaporte de tamanho ID-3 provavelmente será carrega-do sem proteção em uma bolsa ou num bolso, e é até mesmo possível que alguém se sente sobre ele duran-te muitas horas, como, por exemplo, em um voo de longa distância.

O período de validade também traz consequências. Enquanto car-tões de banco expiram após dois ou três anos, carteiras de motorista e passaportes costumam ser válidos por cinco ou dez anos.

A combinação de um trata-mento descuidado com um perío-do mais longo de validade significa que passaportes e documentos de identificação têm de ser duráveis. Ainda que documentos seguros não sejam feitos para ser lavados,

isso ocorre com alguma frequên-cia. Isso afeta a aparência e pode resultar também em perda da lami-nação ou da clareza da impressão, além de possivelmente aumentar o brilho UV (os alvejantes óticos do sabão em pó aderem ao papel).

Os fiscais precisam ser capazes de distinguir entre alterações acidentais e deliberadas em um documento, até porque ambas têm aspectos ex-tremamente similares. Para auxiliar os fiscais, o design e a construção do documento devem ser equilibrados, permitindo que a identificação seja utilizada por muitos anos em condi-ções normais – e, ao mesmo tempo, deixando claros quaisquer sinais de tentativas de adulteração.

Paradoxalmente, um documen-to que guarda um aspecto novo du-rante toda sua vida útil pode enganar os fiscais (que invariavelmente pro-curam um nível condizente de des-gaste). Mais uma vez, é preciso con-tar com conhecimento e experiência.

soBre o autor

Nick Nugent é formado em Quí-mica Aplicada pela Politécnica de Lan-chester, da Universidade de Coventry, Inglaterra. Ele trabalhou durante 23 anos na empresa De La Rue com de-senvolvimento de produtos e gerencia-mento de projetos nas áreas de moeda e identificação de documentos. Nick entrou para a Datacard em 2007, e vem usando sua vasta experiência no mercado de segurança de documentos para orientar o desenvolvimento de produtos e prestar consultoria a gover-nos e integradores na seleção e implan-tação de uma segurança para passapor-tes e cartões de identificação que seja eficiente do ponto de vista de custos.

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ResumoDesde ouvir música na inter-

net até renovar uma receita médi-ca, a tecnologia digital vem se tor-nando parte de nossa rotina. Nesse relatório, perguntamos por que a Suécia está tão avançada em termos de inovação digital e estudamos o impacto da nova tecnologia em serviços de banco, saúde, gover-no e transporte. Além disso, com a tecnologia evoluindo em ritmo acelerado, pedimos a especialistas digitais e a empreendedores para prever algumas das mudanças que estão por vir.

PalavRas - chaveTecnologia digital, documen-

tos eletrônicos, desenvolvimento, saúde, internet, segurança, banco móvel, banco eletrônico, transpor-te, inovação digital, governo.

AbstrActFrom listening to music on the

internet to renewing a prescription, digital technology is becoming part of our daily lives. In this report, we ask why Sweden is so advanced when it comes to digital innovation and explore the impact of new technology on banking, healthcare, government and transport. Plus, with technology continuing to evolve at a rapid pace, we ask digital experts and entrepre-neurs to predict some of the changes that lie ahead.

keYWoRDsDigital tecnology, e-documents,

development, health, internet, se-curity, mobile banking, e-banking, transport, digital inovation, public sector.

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» SImPlIfICANDO A vIDA

A expressão “governo eletrônico” parece tira-da do livro “1984”, de George Orwell. Mas,

na verdade, não há nada a temer: quando funciona bem, o governo eletrônico simplifica a vida para você.

O plano de ação para o governo eletrônico da Suécia pretende criar “a administração mais simples do mun-do”, reduzindo o trabalho e dando ao cidadão acesso imediato aos ser-viços sem ter que ir aos escritórios municipais. Ele quer simplificar ao máximo para a população o exercício dos direitos civis e o cumprimento das obrigações. Como? Aproveitan-do ao máximo a tecnologia digital.

Nesse case, estudamos os recur-sos utilizados pela Suécia para estar tão avançada em termos de inovação digital e o impacto da nova tecnolo-gia em serviços de banco, saúde, go-verno e transporte. Pedimos a espe-cialistas digitais e a empreendedores para preverem algumas das mudan-ças que estão por vir.

» NEm TANTA TRIBuTAçãO AfINAl

Um bom exemplo disso é o serviço de declaração de imposto de renda. Tudo o que os contri-buintes suecos têm de fazer é informar um número através de um telefonema ou uma mensa-gem de texto, ou marcar uma caixa do site da autoridade fiscal. Há vários anos o governo começou a sim-plificar as declarações fiscais através da coleta de informações so-bre os rendimentos, pagamentos de im-postos, bens, extratos bancários e outras infor-mações públicas de todos, e em seguida compilando para os cidadãos o formulário de declaração de imposto de renda. Desde então, o traba-lho para a maioria das pessoas se restringiu à assinatura de um formulário pré-preenchido. Só este ano, mais de quatro milhões de suecos fizeram isto.

de olho no futuro

caso

Porque a Suécia está na vanguarda da revolução digital

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» CElulAR, muITO mAIS quE um TElEfONE

A Suécia é líder mundial em ino-vação pelo celular. Estocolmo e Oslo recentemente se tornaram as duas primeiras cidades do mundo com disponibilidade pública de redes 4G (também conhecidas como LTE, do inglês Long Term Evolution). Trocar uma conexão doméstica de banda larga de cerca de 15 Mbps para uma rede 4G é mais ou menos como tro-car uma motoca por uma Ferrari.

O que isso significa em termos práticos é a possibilidade de ter vi-deoconferência e televisão em tem-po real no celular, acesso a inter-net de alta velocidade, e-banking e serviços de localização e navegação em tempo real usando aplicativos como o Google Earth.

» O PODER DO TExTOA compra de bilhetes e de pro-

dutos usando o celular (chama-das de mTicketing e mPayment) passou a prevalecer. Uma simples mensagem de texto permite com-prar passagens de ônibus e trem, ou reservar uma aula na academia de ginástica. Depois, você só pre-cisa mostrar ao inspetor o ticket eletrônico no celular quando você estiver no trem.

» O méDICO DIgITAl vERá vOCê AgORA

Você precisa da opinião de um médico sobre alguma situa-ção? Ou talvez você queira com-parar centros de saúde de sua região e saber o que outros usu-ários pensam deles. Seja como for, o www.1177.se estará lá para ajudar. Trata-se de um site de serviços públicos que forne-ce informações sobre saúde: é a primeira rede desse gênero no mundo.

O endereço eletrônico é um recurso que qualquer cidadão pode

usar quando precisar de opinião profissional sobre cuidados e doenças, sempre que estiver no país. Ele está estrei-tamente ligado ao atendimento tele-fônico 1177, já que ambos têm como base o mesmo banco de dados médicos.

» SERvIçOS DE SAúDE CRuzANDO AS fRONTEIRAS

Um dos resultados des-sa iniciativa é a Visão Geral Nacional de Pacientes (NPÖ – www.npö.nu), um novo por-tal que permite aos médicos e ao

pessoal da área de saúde ler os regis-tros dos pacientes em diferentes mu-nicípios e condados.

Os médicos se conectam usando o cartão eletrônico SITHS para garan-tir sigilo absoluto durante o manuseio de dados do paciente (isto somente acontecerá com o consentimento do próprio paciente). A medida eleva a segurança para os pacientes e facilita o trabalho da equipe médica, além de reduzir o tempo de espera.

“É um alívio eu não precisar fa-lar com minha médica sempre que preciso renovar a receita de um re-médio. Basta usar meu código pesso-al e enviar para a médica uma men-sagem on-line. A farmácia já deixa tudo pronto para eu buscar no dia seguinte”, relata Monica Nilsson, 52 anos, jornalista freelancer, sobre a fa-cilidade da medicina digital.

» SAlvA-vIDAS DIgITAIS DE ESTOCOlmO

Outra inovação é o projeto SMS-Livräddare, ou salva-vidas com men-sagem de texto. Todos os anos, 900

moradores de Estocolmo têm um ataque cardíaco quando estão fora do alcance de um hospi-tal. A maioria não sobrevive.

Em abril de 2010, o hospital Södersjukhuset e o Instituto Ka-

coisas leGais para fazer com o celular1| Pagamento móvel – Basta

movimentar seu telefone em frente de um leitor especial

2| Reconhecimento facial – Aponte seu telefone para al-guém para obter os detalhes de contato da pessoa

3| Realidade aumentada – Acrescenta camadas de da-dos ao vídeo ao vivo no seu telefone

4| Jogos sociais – Jogue com seus amigos enquanto esti-ver em trânsito

5| Videoconferência – Você pode ver seus amigos en-quanto conversa com eles

6| Assinatura móvel – Para se-gurança ao usar serviços de banco

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 63

rolinska lançaram o SMSLivrädda-re, no qual as pessoas de Estocolmo com conhecimento em ressuscitação cardiopulmonar (CPR), por meio de uma mensagem de texto, dirigem-se ao local da vítima e utilizam suas habilidades para ajudar. Até agora, cerca de 1.000 potenciais salva-vidas já se inscreveram, o que demonstra nitidamente como a tecnologia pode ser usada de formas nunca antes se-quer imaginadas.

» O BANCO DO fuTuRO, hOJEPara falar sobre o banco móvel,

Martin Ogarp, especialista em aná-lises e suporte estratégico no banco Nordea, explica que na Suécia os bancos estão a cada dia mais virtuais. “Nossa filosofia, e o ponto de parti-da da iniciativa de banco eletrônico do Nordea, é que todas as interações com o banco devem ser realizadas do jeito que o cliente quiser”, afirma ele.

Com essa finalidade, o Nordea de-senvolveu um conjunto completo de soluções de segurança, todas com base em um token fornecidas pela Todos, membro do grupo Gemalto. O token é integrado com um cartão inteligente e os clientes podem usá-lo não só para acessar o serviço de banco eletrônico do Nordea, mas também para fazer declaração de imposto on-line, relató-rios médicos para o Försäkringskassan (agência de previdência social) e fazer

compras pela internet, através da solu-ção 3D Secure.

» mANTENDO SEu DINhEIRO Em SEguRANçA

O banco on-line reduziu o incô-modo de ter de ir a uma agência, ficando mais fácil para o cliente realizar tanto transações como transferências bancárias. Porém, os clientes precisam ter certeza de que seu dinheiro está seguro. “A maioria dos nossos concorrentes está usando o certificado do Bank ID para serviços bancários eletrô-nicos em telefones celulares, mas nós preferimos evitar o armaze-namento de informações pessoais no celular. Pois não há nenhuma proteção ou controle de ambien-te de software em um celular, por isso é bem melhor quando o apli-cativo reside no cartão SIM, que é um ambiente seguro e confiá-vel, no qual tais serviços são exe-cutados.”

» O PODER DO CIDADãODepois de ver todos estes

recursos criados para facilitar a vida do cidadão, o empreende-dor digital Rick Falkvinge avalia as razões para a Suécia ser uma incubadora de tecnologia. Para ele, isto acontece pois o governo apoia a curiosidade, a abertura e a

vontade de experiementar, por meio da inclusão digital, proposta pelas novas tecnologias. “Nós não vemos o desenvolvimento como ameaça; pelo contrário, nós tiramos proveito dele”, conclui Falkvinge.

sÓ para o ciDaDão...

Cinco coisas úteis que os cidadãos suecos podem fazer on-line:1| Requerer benefícios de previdência social;2| Matricular-se no ensino superior;3| Solicitar uma cópia da certidão de nascimento;4| Relatar um roubo para a polícia;5| Procurar empregos através dos escritórios locais

de trabalho.

E cinco serviços eletrônicos para empresas:1| Registrar uma nova empresa;2| Fazer formulários de declaração de mercadorias;3| Gerenciar as contribuições sociais para funcioná-

rios;4| Fazer declarações do equivalente ao ICMS;5| Enviar dados para os serviços de estatísticas.

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64 | digital

caso

maRcelo BelliNi

ResumoA Rússia está introduzindo o

tacógrafo digital, como parte do Acordo Europeu Relativo ao Traba-lho das Tripulações dos Veículos que Efetuam Transportes Rodoviários Internacionais (AETR), que estabe-lece os horários em que os motoris-tas podem estar ao volante ou os ho-rários em que têm que descansar. A Morpho (grupo Safran), empresa especialista em smart cards, está for-necendo os cartões necessários para o emissor de cartão russo.

PalavRas-chaveMorpho, cartões de tacófrafos

digitais, smart cards, Grupo Sa-fran.

AbstrActRussia is introducing the digi-

tal tachograph as part of the Eu-ropean Agreement Concerning the Work of Crews of Vehicles Engaged in International Road Transport (AETR), which sets out the hours in which drivers may work and the times they are required to rest. Morpho (Safran Group), a com-pany specializing in smart cards, is supplying the cards needed for the Russian card issuer.

KeywordsMorpho, digital tachograph car-

ds, smart cards, Safran Group

A Rússia está introduzin-do o tacógrafo digital, como parte do Acordo Europeu Relativo ao

Trabalho das Tripulações dos Veí-culos que Efetuam Transportes Ro-doviários Internacionais (AETR), que estabelece os horários em que os motoristas podem estar ao volante ou os horários em que têm que des-

cansar.  A Morpho (grupo Safran), empresa especialista em smart cards, está fornecendo os cartões necessá-rios para o emissor de cartão russo.

A Morpho produz os cartões de tacógrafo digital em sua fábri-ca em Flintbek, Alemanha, um dos mais modernos centros de smart cards do mundo.  A homologação dos cartões é feita pelo Serviço

Federal Alemão de Circulação de Automóveis e todos os certifica-dos necessários são examinados. A segurança dos cartões e sua inte-roperabilidade com vários tacógra-fos digitais foram confirmadas de forma independente pelo Instituto Federal Alemão para Segurança da Informação (BSI) e pelo laborató-rio da União Europeia, em Ispra, Itália, respectivamente. Os cartões são personalizados na filial russa da

morPho fornece cartÕes de tacógrafos digitais Para a rússia

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 65

empresa, em Zelenograd, que tem um ambiente de produção com a certificação de segurança necessária e é também o Centro de Confiança Nacional, que fornece os certifica-dos eletrônicos para os cartões.

“Nosso ‘know-how’ na produ-ção de cartões e na personalização de cartões de identificação e nossa experiência na realização de proje-tos complexos convenceram a au-toridade emissora de cartão russa a usar nossos cartões de tacógrafo”,

disse Holm Neuhäusser, diretor da filial russa da Morpho e-Docu-ments Division.

Jacques van Zijp, diretor de Vendas de Documentos de Iden-tificação na Morpho, comentou: “Isso agora faz da Rússia o déci-mo segundo país da Europa a im-plantar tecnologia de tacógrafo da Morpho.  A confiança que tantas autoridades governamentais têm demonstrado em nossa tecnologia e a especialidade de projeto fortale-

cem a nossa posição como empresa líder em soluções de identificação altamente seguras”.

» mAIS SEguRANçA NAS RODOvIAS

A fim de aumentar a segurança nas estradas europeias e harmonizar as condições de trabalho dos cami-nhoneiros em todo o continente, a Comissão Europeia decidiu subs-tituir o sistema baseado em papel para veículos comerciais, com um peso total superior a 3,5 toneladas, e ônibus com mais de nove lugares, pelo tacógrafo digital, que registra de forma confiável as velocidades e os tempos em que os conduto-res estão ao volante ou em descan-so. O sistema do tacógrafo digital é composto essencialmente por dois componentes: a unidade de veículo (UVE) e quatro tipos diferentes de smart cards. 

O tacógrafo é baseado na tec-nologia de ponta interoperável que permite que todos os componen-tes do sistema sejam utilizados em toda a Europa. Além do cartão do condutor, há também um smar-tcard para a polícia e para as au-toridades de supervisão, um cartão de empresa para companhias de lo-gística e um cartão de serviço para oficinas. A solução da Morpho pre-enche todos os requisitos de segu-rança exigidos pela UE, incluindo o Nível da Garantia da Avaliação de Critério Comum 4+ (Common Criteria EAL4 +), e é compatível com a UE, podendo assim ser uti-lizada internacionalmente. A Mor-pho fornece tecnologia de tacógra-fo digital para o Reino Unido, Po-lônia, França, Suécia, Dinamarca, Noruega, Islândia, Hungria, Lu-xemburgo, Países Baixos, Repúbli-ca Checa e para a Rússia.

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Page 67: Revista idigital 3

sonho americanoO Green Card, que nos anos 90 chegou a ser vendido por 15 mil dólares no mercado paralelo, é hoje um dos documentos de identificação mais seguros do mundo

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68 | digital

Imagemholográfica

Personalizaçãoa laser em relevo

Personalizaçãoa laser em preto

e relevo

Gravaçãoa laser em formato de

onda

Foto a laserem preto e branco

Impressão alaser em preto

Assinaturagravada a laser

Digitalgravada a laser

Sensor deidentificação por frequência de rádio

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P ara quem não é dos Es-tados Unidos, o ameri-can dream tem nome: Green Card. É desta

forma que é conhecido o Cartão de Residente Permanente, que garan-te permanência legal de estrangei-ros nos Estados Unidos. Com ele, o imigrante assegura o direito de viver no país sem ser incomodado pelos lendários agentes da imigra-ção. O Green Card é considerado pela consultoria Frost & Sullivan um dos documentos de identidade mais seguros do mundo.

Mas se esta é a realidade atual, nem sempre o Green Card foi refe-rência em segurança. Até meados da década de 1990, o governo norte-americano estava às voltas com a grande quantidade de falsificações do documento. Os falsários chega-ram a despejar no mercado milha-res de unidades – há especulações não-oficiais de que o número che-gue, na verdade, a milhões. Havia, efetivamente, um mercado paralelo de emissão do Green Card. O pre-

ço de um documento chegava a até 15 mil dólares na mão dos bandi-dos mais especializados, que pro-duziam as imitações mais confiáveis.

O problema em questão era: como produzir o Green Card de for-ma eficiente e segura para impedir a clonagem ou a mera reprodução? O objetivo imediato das autoridades era criar um documento o mais resistente

possível a fraudes com armazenamen-to portátil e seguro de dados. E não era tudo. O governo norte-americano tinha exigências secundárias, como durabilidade, agilidade para a emissão e autenticação visual confiável em si-

tuações onde o uso de leitores eletrô-nicos nem sempre estaria disponível. Nos EUA, em mais de 90% dos casos a conferência de identidade é feita vi-sualmente por um agente da lei.

Foi com este panorama que, em 1996, a LaserCard entrou em cena. A empresa, atualmente responsável pela emissão de documentos de identidade em países como Arábia Saudita, Costa

Rica, Índia e Itália, foi escolhida para desenvolver e implantar o que hoje é chamada de primeira geração do Gre-en Card. O vice-presidente de Vendas para as Américas da LaserCard, Kevin McKenna, explica que o cartão lan-

SERiA inTERESSAnTE SE nOS ESTADOS UniDOS A GEnTE TiVESSE UM DOCUMEnTO úniCO DE iDEnTiFiCAçãO

nACiOnAL, COMO ESSE qUE ESTá SEnDO iMPLAnTADO nO BRASiL

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outubro - novembro - dezembro 2010 | 69

Código MRZgravado a laser

Número de sérieindividual gravado a laser

Hologramapersonalizado de alta definição

Fotografiadigital de alta definição

çado em 1998 acabou com as falsifi-cações. “Várias camadas de segurança foram usadas. Os falsificadores tinham um mercado lucrativo e a solução pro-posta por nós há 12 anos simplesmen-te acabou com este mercado”, relata.

Desde a implantação, a Laser-Card emitiu mais de 20 milhões de Green Cards sem qualquer caso de falsificação ou de comprometi-mento da segurança digital do car-tão. Nem por isso a empresa se aco-modou. Em maio passado, come-çou a ser emitida a nova geração do Green Card, que conta com várias novidades relativas à segurança.

A parte frontal do Green Card contém uma fotografia digital e uma impressão digital do usuário, protegi-das por uma camada laminada holo-gráfica e, portanto, mais resistentes a adulteração. O verso do cartão apre-senta uma mídia óptica de segurança com uma versão gravada a laser e le-gível a olho nu das informações con-tidas no rosto do cartão, incluindo a fotografia do titular, nome, assinatura, data de nascimento e número de regis-

tro de estrangeiro. Essas informações não podem ser apagadas ou alteradas. Além disso, o retrato, os dados demo-gráficos e a impressão digital do titular são codificados digitalmente na mídia óptica e só podem ser lidos por um lei-tor especialmente projetado.

O processo de gravação de dados no Green Card é fisicamente irrever-sível. Uma das diferenças é a inclu-são de um holograma personalizado. Outra novidade é o uso de microi-magens do rosto dos presidentes nor-te-americanos e também das bandei-ras dos estados. Há ainda uma tarja óptica de 2,86 megabytes, capacida-de mais do que suficiente para conter todas as informações demográficas e biométricas necessárias, além de po-der ser atualizada quando preciso. A possibilidade de atualização dos da-dos é muito importante, já que uma das vantagens do Green Card é a vida útil de 10 anos.

Somadas, todas essas caracte-rísticas eliminam qualquer possi-bilidade de falsificação confiável. “As novas medidas de segurança

são facilmente visualizadas e tão complexas que tornam a falsifica-ção simplesmente inviável. O cus-to é proibitivo para os bandidos”, comemora Kevin McKenna.

McKenna esteve no Brasil em setembro pela primeira vez. Segun-do ele, o país é uma das potências econômicas do mundo e a Laser-Card está de olho neste mercado em expansão. “Eu preciso apren-der português”, fala, em tom sério e preocupado. A LaserCard já faz parte da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Iden-tificação Digital. Em visita à sede da ABRID, em Brasília, o executivo norte-americano elogiou o modelo adotado para o Registro de Identi-dade Civil. Segundo ele, o RIC é um projeto ambicioso que garante segurança ao cidadão brasileiro e deve servir de modelo para outros países. “Seria interessante se nos Estados Unidos a gente tivesse um documento único de identificação nacional, como esse que está sendo implantado no Brasil”, avalia.

Endereçogravado a laser, para devolução, em caso de perda pelo titular

Código de barrascom o número de série gravado a laser

Faixa ótica com informações digitais como foto, em alta resolução, assinatura e impressão digital

Page 70: Revista idigital 3

PÁgina reservada Para a matéria do

O presidente da ABRID, Cé-

lio Ribeiro, ganhou o prêmio ID Awards 2010 na categoria ID Awards Leadership. A premiação fez parte do Congresso Internacional ID World, realizado em novembro deste ano em Milão na Itália, que teve como foco o reconhecimento das principais lideran-

ças mundiais na área de identificação digital.

Célio Ribeiro, recebeu sua indicação por demons-trar relevante liderança para o mercado brasi-leiro de Identificação Digital na presidência

da ABRID. De acordo com os organizadores do

congresso, a coordenação de esforços de Ribeiro junto aos setores pú-

blicos e privados brasileiros resultou no Registro de Identidade Ci-vil (RIC), que não só foi legalmente aprovado, mas regulamentado em um padrão

que vai utilizar tecnologia de ponta em identificação digital na confecção de 160 milhões de cartões para os cidadãos brasileiros em um período de seis a oito anos.

Além da premiação de importantes autoridades em identificação digital o evento, o mais impor-tante da agenda de tecnologia em identificação digital mundial, contou com exposições, fóruns, espaço para intercâmbio e conferências. No debate central desta edição estiveram as tecnologias de identificação

digital via wireless e a segurança da identificação. Nas palestras ainda houve foco em cidadania digital, controle de fronteiras, inovação, mercados emergentes e no futuro da identificação digital.

Presidente da abrid vence o id awards

Page 71: Revista idigital 3
Page 72: Revista idigital 3

Segurança Digital é o negócio da Morpho

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