revista extra bella

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ANGELINA JOLIE Tratamentos que funcionam mesmo. Quem fez conta! A ORDEM AGORA É SER MUITO FEMININA SEXY LADY Celulite Free Fique de olho e não perca tempo. Use já! Óculos e relógios LANÇAMENTOS MAIS ESPERADOS E BEST-SELLERS INTERNACIONAIS ESPECIAL PERFUMES JULIA ROBERTS EM SEU MELHOR MOMENTO JULIA IN LOVE “Pessoalmente não me sinto menos mulher. Me sinto mais forte e tomei uma decisão importante que não diminui em nada minha feminilidade”

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Trabalho acadêmico. Lecionado pelas disciplinas: Design Editorial e Tipografia. Em conjunto: Yan Cucco Regua

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Page 1: Revista Extra Bella

ANGELINA JOLIE

Tratamentos que funcionam mesmo.

Quem fez conta!

A ORDEM AGORA É

SER MUITO FEMININA

SEXY LADY

Celulite Free

Fique de olho e não perca tempo. Use já!

Óculos e relógios

LANÇAMENTOS MAIS ESPERADOSE BEST-SELLERS INTERNACIONAIS

ESPECIAL PERFUMES

JULIA ROBERTS EM SEU MELHOR MOMENTO

JULIA INLOVE

“Pessoalmente não me sinto menos mulher. Me sinto mais

forte e tomei uma decisão importante que não diminui

em nada minha feminilidade”

Page 2: Revista Extra Bella

It people94 Talitha GettyO ícone da moda Soho chic.

Repórter Avant Garde100 O mundo encantado de Jum NakaoAs criações de sonho do designer.

104 De primeira!A segunda marca de Lino Villaventura.

107 40 Anos de Cavali.Comemoração de primeira.

112 O rei do streetAlexander Wang aumenta a sua linha T.

Homem142 Javier BardemO ator está mais apaixonante que nunca.Atitude

147 Anos incríveisO sucesso da série Mad Men

Moda226 Jogo de damaSaia rodada, cintura marcada… Be a lady!

236 Ela neosurfPeças inspiradas nas roupas das mulheres surfistas.

Décor260 Estilo MáximoO olhar do francês Ora-Ito

Gourmet264 Le ChefChico Ferreira faz comida francesa sem frescura

Viagem268 Sagrada CatalunhaO charme da região dividida entre a França e a Es-panha.

Na capa179 Especial óculos e relógiosPara todas as ocasiões.

Sumário

Page 3: Revista Extra Bella

Beleza136 Guerra declaradaAcabe com a celulite

211 Especial perfumesNova fragrâncias e embalagens.

Moda115 Modos de usarOs anos 1950, 60 e 70 em looks atuais.

Star172 Julia in loveJulia Roberts em seu melhor momento.

172 Angelina JolieAngelina Jolie anuncia ter retirado seios para evitar câncer

Page 4: Revista Extra Bella

GUERRADECLARADA

Você, como 99% das mulheres, deve ter – adivinhe?

– celulite. Antes de escolher os biquínis e os maiôs da

temporada, leia os depoimentos de quem luta contra o problema

e está ganhando a batalha.Por: Por Manuela Biz e Bel Ascenso / Fotos Paul Empson/Elin Skohagen/IMG

Se quase todas somos atingidas por esse mal, a solução é identifi car as causas e enfrentá-las com tudo que temos à disposição, concorda? Você já deve saber, mas não custa relembrar: predisposição genética, alterações hormo-

nais, uso de anticoncepcionais, sedentarismo, stress, tabagismo e maus hábitos alimentares – ufa! – são fatores que causam o efeito de casca de laranja. Vamos ser sinceras: não dá para se livrar completa e defi nitivamente da celulite, mas é possível amenizar sua aparência. Para isso, nada melhor do que agir em várias frentes. Sim, continuam valendo alimentação saudável, exercícios físicos regu-lares, cremes específi cos e tratamentos com aparelhos – tanto os já consagrados como os novos, que prometem combater com mais efi cácia os terríveis furinhos. Veja a seguir as armas usadas por algumas mulheres contra a inimiga.

GUERRADECLARADA

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Page 5: Revista Extra Bella

Drenagem linfática + Pilates

“ Não vivo sem drenagem linfática. A diferença no inchaço do corpo, depois de cada sessão, é mui-

to grande e as ondulações, antes bem pronunciadas, foram amenizadas depois de seis visitas à terapeuta corporal. Para estimular ainda mais o efeito na região das pernas e dos glúteos, pratico pilates duas vezes por semana.” Alessandra Hruby, 38 anos, relações-públicas, Porto Alegre.

“O primeiro passo para atacar as on-dulações nas coxas e no bumbum foi aderir a um treino em uma aca-

demia especializada em circuito. A aula tem apenas 30 minutos, mas é muito in-tensa, não se para um minuto. Os exercí-cios são repetitivos, nada divertidos, mas valewu! Em um mês, perdi 3 kg. Parti para a segunda etapa: ganhar tônus. Fiz dez sessões, duas ou três vezes por semana, de estimulação russa, que não doeu, pois a intensidade dos choques é controlada. Depois de tudo isso, perce-bi a redução de quase 70% na celulite de coxas e glúteos e ganhei firmeza nas pernas. Também uso diariamente o Bye Bye Celulite, da Nivea, para melhorar a textura e a firmeza da pele.”Laila Cury,

22 anos, estudante, São Paulo.ão Paulo.

“Sempre apelei para um milhão de coisas para combater o efei-to de casca de laranja e acho que

compensa. Costumo investir em bons cremes, como o da Adcos, para usar diariamente e em sessões semanais de drenagem linfática. Já me submeti à estimulação russa, duas vezes por se-mana, por um mês, em um ‘projeto ve-rão’. O tratamento deixou a musculatura das minhas pernas mais definida e di-minuiu muito a flacidez. A intensidade

Circuito + Estimulação Russa

+ Creme

Creme + Drenagem + Estimulação

Russa

“Apesar de ser magra e fazer mus-culação três vezes por semana, os furinhos teimavam em aparecer

na parte interna das coxas. Optei pelo aparelho Velashape por indicação do meu dermatologista. O programa, com oito sessões de 40 minutos, cada uma, me surpreendeu – tive 80% de melhora! Não senti dor e vi a diferença a partir da sexta visita à clínica. Também gostei do efeito Cinderela que o equipamen-to dá – a pele fica firme –, ideal para o dia em que a gente quer deixar as per-nas de fora. Claudia Costa Almeida, 29 anos, defensora pública, Belo Horizonte.

Velashape

ExercíciosAeróbicos + Creme

“Tenho furos visíveis, aqueles que aparecem mesmo sem pressionar a pele. Já tentei de tudo, mas percebi

que o que conta é ser metódica. Vou à academia três vezes por semana e com-bino 30 minutos de exercícios aeróbicos com um treino específico para pernas e bumbum. Outro fator importante é usar os cremes de tratamento e não deixá-los no armário. Não sou fiel a marcas, mas os produtos da Nivea e L’Oréal Paris têm um ótimo custo/benefício. Alter-nei os dois por duas semanas, todos os dias, de manhã e à noite, e minha pele ficou 50% mais firme e lisinha. Quan-do paro de usar, o aspecto casca de laranja volta.” Juliana Aprigio de Oli-veira, 30 anos, professora, São Paulo.

Dieta + Manthus + Velashape

“Estou seguindo uma dieta com o objetivo de queimar gordura e di-minuir os furinhos que apareceram

por causa do aumento de peso. Para

da corrente elétrica do aparelho de es-timulação é regulável, então não sofri durante o tratamento.” Daniela Cardo-so, 33 anos, publicitária, Porto Alegre.

“Depois de ter meus dois filhos, os furinhos se acentuaram, assim como a flacidez e a gordura loca-

lizada. Meu problema é a falta de tem-po para cuidar do corpo. Em um mês de tratamento, fazendo duas sessões semanais com o aparelho Manthus, aliadas à prática de spinning duas ve-zes por semana, minhas roupas ficaram folgadas e o tônus muscular aumentou muito e mais rápido, principalmente nas coxas e no bumbum. Senti um pe-queno desconforto com o equipamento, mas valeu a pena.” Nagila Godinho, 40 anos, advogada, Belo Horizonte.

“Tento fazer pelo menos uma ses-são de massagem modeladora ou uma de drenagem linfática uma

vez por semana e uso diariamente o cre-me redutor da Adcos para amenizar as ondulações no bumbum e nas pernas. Já experimentei sessões de carboxite-rapia em uma clínica — a pele ficou lisa, mas, depois de um mês, resolvi parar porque o método era muito dolo-rido. Na verdade, o que mais gostei foi fazer um pacote de oito sessões, com-binando Manthus com drenagem lin-fática. Não senti nenhuma dor, só um leve formigamento, e tive a redução de 80% de flacidez e celulite!” Marina Amaral, 25 anos, advogada, São Paulo.

Manthus + Spinning

Massagem + Carboxiterapia

+ Manthus

acelerar o processo, fiz um pacote de oito sessões com o Manthus, que não me causou dor, só um leve aquecimen-to. Não acreditava muito em aparelhos, mas, por sugestão da minha dermato-logista, decidi experimentar e gostei. Agora resolvi incluir no meu programa outro aparelho, o Velashape. Na segun-da sessão (preciso fazer mais seis), per-cebi uma redução no aspecto de casca de laranja e senti a pele do bumbum e das coxas mais firme.” Cecília Frei-tas, 30 anos, advogada, Rio de Janeiro.

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Page 6: Revista Extra Bella

VelashapeAssocia a luz infravermelha com ra-diofrequência bipolar e sucção para quebrar as moléculas de gordura pelo calor. Há uma versão mais nova, o Ve-lashape Plus, com potência maior. Sessões: de oito a 12, duas por se-mana. Preço por sessão: 300 reais.Associa a luz infravermelha com ra-diofrequência bipolar e sucção para quebrar as moléculas de gordura pelo calor. Há uma versão mais nova, o Ve-lashape Plus, com potência maior. Sessões: de oito a 12, duas por se-

mana. Preço por sessão: 300 reais.

Estimulação Russa Também conhecida como corrente rus-sa, é um estímulo elétrico com intensi-dade regulável, que causa a contração dos músculos. Ativa a microcirculação, amenizando o aspecto da celulite, e dá firmeza à região de glúteos, coxas e ab-dômen. Sessões: pelo menos dez, duas ou três por semana. Preço por paco-

te (dez sessões): a partir de 400 reais.

ManthusEsse equipamento computadorizado utiliza terapias combinadas — um po-tente emissor de ultrassom, que que-bra as células de gordura, e a corrente elétrica, para estimular a ação dos va-sos linfáticos. Sessões: são necessárias cerca de oito, uma ou duas por semana. Preço por sessão: a partir de 300 reais.

Carboxiterapia Injeção de gás carbônico na cama-da subcutânea da pele, com o objeti-vo de aumentar a circulação, reduzir a gordura e eliminar líquidos. Para minimizar a dor, há uma versão do tratamento com gás aquecido. Ses-sões: de oito a dez, uma por semana. Preço por sessão: de 80 a 150 reais.Novas e poderosas máquinasAlém dos tratamentos mencionados nesta reportagem, os especialisatas sugerem, para furos e ondulações vi-síveis, os seguintes procedimentos:

Accent UltraIndicado para reduzir medidas e me-lhorar a flacidez, tem como efeito cola-teral a redução da celulite. O aparelho aquece a pele em profundidade, que-brando as moléculas de gordura e esti-mulando a formação das fibras de colá-geno. Sessões: cerca de quatro, uma por

semana. Preço por sessão: 500 reais.

Apollo A radiofrequência do aparelho pro-move a quebra do tecido fibroso da pele e a regeneração do colágeno, di-minuindo furos, ondulações e flaci-dez. Sessões: cerca de seis, uma por semana. Preço por sessão: 500 reais.

Powershape

Laser, sucção e radiofrequência reunidos em um único aparelho. Esse trio ativa a circulação sanguínea, combate os furi-nhos e estimula a produção de colágeno e de fibras elásticas. Sessões: oito, duas por semana. Preço por sessão: 300 reais.

Smoothshapes

Uma luz específica aumenta a permea-bilidade da célula adiposa e as ondas do laser de diodo quebram a gordura no seu interior. Os rolos e a sucção ga-rantem a penetração do laser e da luz e movem a gordura para o sistema linfá-tico, eliminando-a. Sessões: pelo menos oito, uma ou duas vezes por semana. Preço por sessão: a partir de 300 reais.

* Preços pesquisados em setembro de 2010

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Julia LoveinComo a protagonista de Comer, Rezar, Amar, Julia Roberts esbanja carisma e parece ter entrado definitivamente a melhor fase da sua vida.POR WILL BLYTHE | FOTOS TOM MUNRO

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Não são muitas as atrizes que che-garam ao patamar de Julia Roberts. Linda, carismática e segura, ela é ca-paz de arrastar multidões às salas de cinema independentemente do filme. Imagine, então, quando a história é a adaptação de um best-seller mundial? O livro Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert, figurava havia tempos no pri-meiro lugar das listas de mais vendidos em todo o mundo quando anunciaram a versão cinematográfica dessa história de autodescobrimento. E quem melhor para viver a protagonista do que Julia?

O ex-marido da escritora, Michael Cooper, que prepara sua resposta sobre a própria iluminação pós-casamento no livro Displaced, deve estar queimando neurônios para encontrar um ator à altura para fazer contraponto a Julia – isso, cla-ro, se sua história também acabar indo para as telonas. Estamos em Malibu, em um restaurantezinho na Pacific Coast Highway, perto da casa de Julia. Nem bem começo a entrevista, chega uma mensagem de texto do marido da atriz, o diretor de fotografia Danny Moder, que ela conheceu no set de A Mexicana, em 2000. Eles têm três filhos, Phinnaeus e Hazel, gêmeos de 5 anos e meio, e Henry

Daniel, 3. “Temos sorte de nos amarmos tanto que explodimos e formamos mais três pedaços”, conta. Então, lê a mensa-gem em voz alta: “Sinto muito saber que seu dia foi tão ruim (ela, de fato, chegou meio irritada, vindo de uma longa sessão de fotos), queria estar com você”. Quer dizer que vocês são o tipo de casal que troca mensagens de texto o tempo todo? “Não. Normalmente, nós só ficamos nos agarrando”, ela diz. “Mas ele está em Toronto, trabalhando em um filme.”

Comer, Rezar, Amar é uma história corajosa de autodescobrimento: uma re-lação e um casamento desastrosos, que são redimidos por meio de muita comida na Itália, meditação na Índia e, final-mente, amor em Bali — ao lado de um brasileiro atencioso e de coração parti-do, que diz coisas como: “Quantas vezes mais eu vou ter que dormir antes de você voltar para mim?”, “Estou gostando de me apaixonar por você, querida” e “Pa-rece tão natural, mas, na verdade, não me sinto assim em relação a ninguém há quase 30 anos”. O filme é fiel ao quo-ciente de romance de conto de fadas do livro. Mas, de acordo com Gilbert, Julia foi esperta em mudar o foco da narrativa de uma busca espiritual para uma história a respeito de como é difícil superar uma desilusão amorosa. “Afi-nal, por quanto tempo dá para ver uma pessoa meditando?”, disse a escritora.

A história, em muitos aspectos, faz paralelo com a própria trajetória de Ju-

lia. Quando seu agente lhe enviou o livro de Gilbert, a atriz estava feliz no casamento e tinha acabado de ter um fi-lho. E, apesar de “estar determinada a não gostar de uma coisa só porque todo mundo gosta”, ela se sentou na frente da janela para ler e se apaixonou. Tal-vez tenha se apaixonado por aquilo que milhões de mulheres adoraram no livro. Comer, Rezar, Amar fala sobre ser fiel a uma voz interna que faz a gente fugir de uma relação ruim, que nos permite comer muito macarrão, que sanciona a busca solitária pela sabedoria e que aca-ba com a chegada de um amor duradou-ro. “Você reza hoje em dia?”, pergunto. “Rezo sim”, ela responde. Julia explica que seus pais se divorciaram quan-do ela era pequena. “A minha mãe era católica, e meu pai, batista. Eu aprecio o catolicismo – me faz pensar em ovos mexidos e rosquinhas esfareladas. Mas a quietude, a reverência silenciosa, não é isso que eu sou. Então, a ideia batis-ta – o apreço expressivo pela reunião, pela comunidade – é o que eu entendo. Envolver-me na vida espiritual com os meus filhos faz todo o sentido desde que esses dois elementos estejam presentes.”

“Que vida espiritual é essa?” “É mui-to hinduísta”, ela responde e se inclina na minha direção para mostrar os cola-res hindus que tem ao redor do pescoço. “Em família, nós vamos ao templo e en-toamos mantras e rezamos. Posso dizer que sou uma hinduísta praticante”, diz.

“Quero que meus filhos saibam quando estou brava,quando estou feliz. O rosto da gente conta uma história”

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Na cosmologia hinduísta, o Universo é criado e destruído de maneira perpé-tua, algo parecido com a carreira dos atores de Hollywood. A alma pode re-nascer em dúzias de outros corpos. Ju-lia observa a filha, por exemplo, e sente a presença de outra alma, mais velha. “Hazel se senta de um jeito específico”, ela diz, “e eu sei que há alguém ali que eu não tive o prazer de conhecer, que tinha o costume de se sentar daquele jeito.” A atriz não hesita quando per-gunto se ela se lembra de alguma vida passada. “Com certeza, fui uma campo-nesa revolucionária”, fala com a mesma naturalidade de alguém que descreve o trajeto de casa para o trabalho. Talvez seja mais preciso dizer que a primei-ra religião de Julia é o ofício de atuar.

Levando em conta sua família, ela entrou no ramo com naturalidade, como se tivesse sido criada em uma trupe de ciganos ou funcionários de parque de diversões. Hoje, aos 42 anos, está com a idade do pai quando ele morreu. Na época, ela tinha 9 anos. Foi criada em Smyrna, no estado da Geórgia. Seu pai vendia aspiradores, e a mãe era secre-tária e depois virou corretora de imó-veis. A paixão da família, no entanto, era o teatro, e a mãe gerenciava uma oficina de atores em Atlanta. Ela acre-dita que o pai iria se orgulhar dela: “Fi-caria maravilhado de me ver no show business, mas ele tinha objetivos mais elevados. Era mais literário, escritor”. Julia é a mais nova de três irmãos.

Quando adolescente, conta, não foi nem um pouco rebelde. Aliás, ela se descreve como “adequadamente passi-va”. Não fez teatro no ensino médio, mas se apaixonou por atuação depois que um professor passou o filme Becket, o Favo-rito do Rei (1964), com Richard Burton e Peter O’Toole. Depois de terminar a es-cola, foi atrás da irmã, com quem tinha dividido o quarto em casa durante 12 anos, em Greenwich Village, Nova York, onde alugaram um apartamento em King Street. Julia trabalhava na loja Athlete’s Foot da Broadway com a 77th Street. Ela não frequentou um curso de atuação, mas não demorou muito até causar sensação em Três Mulheres, Três Amores (1988), como uma moça do interior que traba-lhava em uma pizzaria. Então, em 1990,

assumiu o papel que faria sua fama, o da prostituta divertida e de coração aber-to que se relaciona com o executivo de classe alta representado por Richard Gere em Uma Linda Mulher – perfor-mance que fez o historiador do cinema David Thomson classificar a personagem dela como “o tipo de prostituta adorável que qualquer homem de respeito poderia levar à ópera e mandar para a faculda-de”. O consenso, desde então, é o de que Julia está na lista dos atores americanos – com Tom Cruise – que se conectam diretamente com o público, utilizando uma força de personalidade que a câme-ra reconhece primeiro e a massa adora. Estima-se que os filmes dela tenham ar-

recadado mais de 2,3 bilhões de dólares. Talvez para se adiantar às críticas, Julia censure sua falta de técnica de atuação sempre que eu pergunto a respeito de es-colhas que ela fez em uma cena especí-fica. “Eu não tenho técnica”, ela diz. “E não tem nada mais chato do que atores que se reúnem para falar de atuação.” Mas ela completa: “Se alguém chegasse para mim e dissesse que sabe exatamen-te o que eu estou fazendo, eu imploraria

para que nunca me explicasse porque eu poderia acabar com tudo em segundos”. É verdade que o carisma de Julia é mo-numental, diz Ryan Murphy, diretor de Comer, Rezar, Amar e criador da série de TV Glee, mas ele argumenta que seu talento de atriz não pode ser subestima-do. “Ela conhece cada luz, cada ângulo. Nunca fiz mais do que dois takes com ela. Se eu dizia: ‘Quero que você cho-re e que a lágrima chegue até o meio da sua bochecha’, ela respondia: ‘Sem pro-blema’. Ela é tecnicamente brilhante.”

Existe um quê de moleca em Julia — ela solta a todo momento a risada que ouvi tantas vezes em filmes, aque-la gargalhada que as pessoas acham

que ela força, da mesma maneira que acreditam que criou seu sorriso. Ela é o tipo de garota capaz de andar com meninos, brincar com eles e, então, sur-preendê-los com o fato de ter se transfor-mado em uma linda mulher. No set de Comer, Rezar, Amar, Julia se deleitou com o esforço de seu colega espanhol Javier Bardem de fazer um sotaque bra-sileiro convincente. “Nós nos conecta-mos por meio do humor”, diz Bardem.

“É uma pena vivermos em uma

sociedade tãodismorfa, em que

as mulheres nem se dão a

oportunidade de ver o rosto com mais idade”

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“Algumas palavras são engraçadas para ela. A maneira como eu digo en-lightenment (iluminaão). Ela passava o dia inteiro fazendo piada com aque-la palavra. Existe uma relação baca-na da mulher que faz piada com o ho-mem e do homem que gosta do fato de a mulher fazer piada com ele. Significa que ela se importa com você.” Bar-dem, por sua vez, gostava de fazer Ju-lia dar risada ao se fingir de Al Pacino.

Menciono um artigo que li em que diretores de elenco reclamam de estar tendo dificuldade para encontrar atores que não acabaram de fazer aplicação com toxina botulínica, limitando suas expressões, diz Julia. “Quero ter ideia de como vai ser minha aparência antes de corrigir as imperfeições.” E completa: “Quero que meus filhos saibam quando estou brava, quando estou feliz. O ros-to da gente conta uma história”, reflete. “E não deve ser a respeito do seu trajeto até o consultório do médico.” Envelhe-cer, ela afirma, “é uma combinação de genética e de apoio cheio de amor – ou da amiga que diz: ‘Porra, você está de piada?’ Ficar mais velha e encarar a mortalidade abriga os medos adequa-dos para mim. Mas os meus medos estão mais ligados ao fato de ser mãe. A gente faz essas pessoas e as ama e quer que fi-quem perto de você mil anos e quer estar lá para dar apoio a elas pelos mil anos”.

Nesse ponto da noite, com a névoa do Pacífico ao redor do restaurante, as con-fissões chegam fácil, em uma intimidade do tipo que acontece entre estranhos em uma longa viagem noturna de avião ou ônibus. Nós nos pegamos falando a res-peito da forma inesperada que a vida é capaz de assumir e que a gente só vai entender muitos anos depois. “Quan-do você acaba em um casamento feliz, percebe que até os relacionamentos malfadados trabalharam lindamente para fazer voce chegar até ele”, diz a atriz. “Acho que Julia passou a vida toda buscando algum tipo de paz”, diz o ator Richard Jenkins, que vive o texano que contracena com ela na parte indiana de Comer, Rezar, Amar. “E agora ela per-cebe que encontrou e se sente grata.”

A família de Julia é o bastião contra o mundo superficial de Hollywood. A atriz está naquele universo, mas não faz par-

te dele. Seu “casulo de amigas”, como ela coloca, vem do backstage do cine-ma. São as esposas dos colegas e dosv amigos do marido. “As pessoas acham que a vida é de algum modo diferente para um ator”, diz. “Elas projetam um contexto mais radical sobre a gente: ou sou absolutamente infeliz ou nunca fui tão feliz, ou estou totalmente apaixona-da ou completamente desencantada com o amor... Mas todo mundo passa pelas mesmas coisas.” Eu me lembro de uma frase que Ryan Murphy me disse a res-peito de Julia: “Ela não tem o narcisis-mo que a maior parte das atrizes tem. Na Índia, as mulheres, nos menores vi-larejos, sabiam quem ela era porque ti-

nham assistido a Uma Linda Mulher. E ela segurava a mão delas e conversava sobre os filhos. Seu dom é a empatia”.

Durante a entrevista, quando não es-tava tirando uma da minha cara, ela per-guntava sobre os meus irmãos, a minha

vocação, os meus livros preferidos, a mi-nha vida amorosa e até o meu signo (“Eu sou de Escorpião”, ela diz, “mas não do tipo que dá vontade de matar.”). Falo a ela sobre caminhar no bosque do Bronx, pássaros negros, pântanos. Ela me fala de sua fazenda no Novo México, do de-serto, de seu casamento. Assuntos co-muns, de pessoas comuns... Parece que Julia deseja que todos fiquem bem, até mesmo uma pessoa que estará com ela apenas uma noite, como é o meu caso. Ela se inclina para bem perto do grava-dor e deixa um recado inesperado para a minha namorada: “Case com ele”. Pare-ce que ela não deseja que eu fique à de-riva. E diz: “Não foi Sócrates quem disse

que, para a vida de um homem ser com-pleta, ele precisa fazer três coisas: escre-ver um livro, construir uma casa e criar um filho?” Sócrates disse isso? Não faço ideia. Mas foi o que Julia Roberts falou antes de partir pela noite da Califórnia.

“Quando você acaba em um casamento feliz, percebe que até os relacionamentosmalfadados trabalha-ram lindamente para fazer voce chegar até ele”

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ANGELINA JOLIE

Pessoalmente não me sinto menos mulher.

Me sinto mais forte e tomei uma decisão importante que

não diminui em nada minha feminilidade”

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A atriz americana Angelina Jolie declarou no do-mingo que está “maravilhosamente bem” e mui-to emocionada com o apoio do público depois de anunciar que passou por uma dupla mastectomia para prevenir o alto risco de sofrer um câncer de mama. A atriz, que compareceu à pré-estreia em Londres de “Guerra Mundial Z”, de Marc Fors-ter, protagonizado pelo marido Brad Pitt, declarou que estava orgulhosa por sua decisão ter provo-cado um debate público. “Fiquei comovida por falar sobre isto”, declarou em sua primeira apari-ção pública desde o anúncio da cirurgia em maio.

Angelina Jolie, de 37 anos, disse ainda que está feliz de constatar que as questões sobre a saúde das mulheres alcançam uma dimensão mundial.

“Isto é muito por agradecer depois de ter perdido minha mãe por esta mesma doença. Também recebi o carinhoso apoio de muitas pessoas”, completou. A

mãe de Angelina Jolie, Marcheline Bertrand, faleceu vítima de câncer de ovário aos 56 anos e sua tia Debbie Martin também morreu, na sema-na passada, vítima de um câncer de mama.Brad Pitt afirmou que a decisão de Jolie estreitou os la-ços na família. “Quero dizer que para nós o belo é que a vida segue”, disse. A atriz declarou que o marido é “um homem e pai maravilhoso”. “Te-nho muita, muita sorte”, afirmou. Depois de pas-sar pela operação e uma reconstrução mamária, a filha do ator John Voight declarou que o risco de câncer de mama agora é de 5%. Antes os médicos calculavam o risco de câncer de mama em 87% e de 50% para câncer de ovário. Angelina Jolie disse que optou pela cirurgia para não privar os seis filhos, com idades entre 5 e 12 anos, da mãe.

Primeira apariçãoAngelina Jolie desfilou no tapetevermelho ao

lado de seu marido Brad Pitt, que estava divul-gando seu novo filme, “Guerra Mundial Z”, neste domingo (2) em Londres. Esta é a primeira par-ticipação da atriz em um evento após ter feito o anúncio de sua dupla mastectomia para evitar o câncer de mama. No dia 20 de maio, Jolie foi fotografada em Los Angeles dentro de um carro,

“Não é fácil para nenhuma mulher

tratar disso. Achei muito corajoso de uma mulher como ela levantar essa dis-

cussão”

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quando ia para uma sessão de fotos com sua família. Depois de retirar os seios, a atriz, que ainda tem 50% de chance de desenvolver câncer ovariano por causa do “defeito” no gene chama-do BRCA1, planeja remover também os ovários.

Jolie, cuja mãe, Marcheline Bertrand, morreu em 2007, aos 56, após uma batalha de dez anos con-tra o câncer de ovário, voltou a trabalhar em seu próximo projeto cinematográfico quatro dias após remover o tecido mamário e reconstruir os seios.

Retirada da mamaA atriz Angelina Jolie anun-

ciou nesta terça-feira (14) que fez uma mastectomia dupla, a cirurgia de retirada total das mamas, por prevenção, sem es-tar com um tumor. Nestes casos preventivos, a intervenção é controvertida e divide a opinião de especialistas. A revelação foi publicada em um artigo no jornal americano The New York Times intitulado ‘Minha escol-ha médica’. A estrela de Hol-lywood, de 37 anos, tomou a decisão depois de fazer exam-es que detectaram a presença de uma mutação genética que pode provocar câncer.

De acordo com o texto, os médicos estimaram as chanc-es de câncer de mama em 87% e de ovário em 50%. Foram três meses de procedimen-tos médicos até o processo de retirada total e reconstrução dos seios, concluídos no final

de abril. Angelina ressalta que quis fazer a reve-lação para mostrar às mulheres que decidir pela mastectomia não é fácil, mas ela está muito feliz com a escolha.“Não é fácil para nenhuma mulher tratar disso. Achei muito corajoso de uma mul-her como ela levantar essa discussão”, aponta a jornalista Flávia Oliveira. Para ela, toda mul-her, ao saber da notícia, pensou no que faria se soubesse das chances de desenvolver a doença.

“Isto é muito por agradecer depois de ter perdido minhamãe por esta mesma doença. Também recebi o carinhoso apoio de muitaspessoas”

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