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Exclusiva Ano 1 - N˚ 1 - Junho 2008 Distribuição gratuita A história de uma mulher que decidiu ser monja e que contraria a agitação do nosso tempo A VIDA ATRÁS DA CLAUSURA A VIDA ATRÁS DA CLAUSURA A história de uma mulher que decidiu ser monja e que contraria a agitação do nosso tempo Pág.06 Pág.06 Cidadão poupador Saiba se o Uberabense é pão duro ou uma pessoa segura. pág.10 Nos bancos de um táxi Conheça o turismo na terra de Dona Beja Pág. 13 Solidariedade Hospital Dr. Hélio Angotti ganha ala de pediatria. Pág.16

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revista experimental do alunos do 4° período de jornalismo da Uniube

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ExclusivaAno 1 - N˚ 1 - Junho 2008 Distribuição gratuita

A história de uma mulher que decidiu ser monja e que contraria a agitação do nosso tempo

A VIDA ATRÁS DA CLAUSURA A VIDA ATRÁS DA CLAUSURA A história de uma mulher que decidiu ser monja e que contraria a agitação do nosso tempo

Pág.06Pág.06

Cidadão poupadorSaiba se o Uberabense épão duro ou uma pessoa segura.pág.10

Nos bancos de um táxiConheça o turismo na terra de Dona BejaPág. 13

SolidariedadeHospital Dr. Hélio Angotti ganha ala de pediatria.Pág.16

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EDITORIAL | A voz de contadores de histórias.................................................................3

CULTURA| Festival de Cinema movimenta Góias Velho...................................................4

HISTÓRIA DE VIDA | .......................................................................................................6

ECONOMIA | .....................................................................................................................10

TURISMO |............................................................................................................................13

SOLIDARIEDADE | ........................................................................................................16

MODA| ...................................................................................................................................18

NOITE | ...................................................................................................................................19

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UNIUBE - UNIVERSIDADE DE UBERABA • reitor: Marcelo Palmério • pró-reitora acadêmica: Inara Barbosa Pena Elias

REVISTA ELABORADA PELOS ESTUDANTES DO 4º E 5º PERÍODO DO CURSO DE jORNALISMO UNIUBEcoordenação de curso: Raul Osório Vargas • professsoras: Celi Camargo e Indiara Ferreira

editores chefes: Luiz Maurício Pereira• diagramação: Graziella Tavares e Leonardo Vilelarevisão: Diego Pierazzo e Alessandra Cobo Almeida• foto de capa: tobias ferraz • arte de capa: graziella tavares e leonardo vilela

ExCLUSIVA • impressão: Copiadora Copy Art (2 exemplares)contato: Avenida Nenê Sabino, 1801 - Campus Universitário II - 38055-500- UBERABA - MG | [email protected]

Exclusiva

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Leveza. A busca para consegui--la nos textos a fim de chegar ao estilo magazine exigido para as re-vistas de conteúdo diversificado nos colocou “numa sinuca de bi-co”. Como reunir informações va-riadas e organizá-las para que se tornem saborosas aos olhos do lei-tor? A resposta teremos daqui há uns dez, talvez vinte anos, quando formos profissionais formados pela faculdade e surrados pelo merca-do. Nossa tentativa de trazer algo que seja utilizado por nossos leito-res no dia-a-dia (leia a matéria so-bre o Uberabense Poupador e viaje com nossa seção de turismo) ou na hora de refletir o motivo da própria existência humana (confira a repor-tagem sobre voluntariado), nos deixa orgulhosos em unir assuntos tão diferentes.

A matéria de capa traz a história de vida de uma freira, que vive re-clusa há mais de meio século e de-dica sua vida à religião e às obras de assistência social. E produzi-la foi um desafio à parte. Com tantas regras que cercam a clausura, foi necessário apelar para as “amiza-des” e conseguir chegar até nossa fonte. Daí em diante um conflito éti-co nos levou a uma verdadeira ne-gociação turca para conseguir a publicação do texto apresentado nesta edição. Do outro lado da ci-dade, encontramos uma rua, se-guida de uma ponta a outra por ba-res que atendem aos mais variados e exóticos gostos.

Descobrimos que o uberabense se mostra conservador na hora de gastar seu dinheiro, que para eco-nomizar nas roupas sem perder a classe e a elegância é possível re-correr à brechós espalhados pela cidade. Percebemos que a falta de dinheiro nos motiva a inovar na ho-ra de prestar serviços e que esses serviços podem ser bem-sucedi-dos e tornarem-se referência turís-tica para uma cidade.

Assuntos tão sérios, que são que-brados pelas mais recentes “fofo-cas”, no bom sentido da palavra, se é que ele existe, e tornam a leitura leve e porque não, engraçada.

Esta é a nossa primeira revista e porque não acreditar ser a pri-meira de muitas? Aqui está reuni-do o fruto do esforço, da dedica-ção e do suor de repórteres que em breve estarão engrenados no mer-cado do jornalismo. Nas próximas páginas encontraremos defeitos, erros, desconfigurações, que cer-tamente se perderão na medida em que evoluirmos profissional-mente. Lembrando sempre que a base para um grande desenvolvi-mento depende também da nossa ousadia em descobrir coisas no-

Carta do Editor

vas, irmos em busca do difícil, do inesperado e por fim, do exclusivo.

Que nos encontremos daqui há dez anos, depois da surra, para que juntos façamos um balanço desta edição e vejamos se conse-guimos entender o pensamento dos leitores. Poderemos até produ-zir novas edições, mas essa em es-pecial será sempre Exclusiva. E que você leitor esteja vivo daqui há dez anos para poder ler a edição “Revista e Atualizada” da nossa magazine.

Bom humor...

concentração...

e trabalho é o quenão falta na nossa redação!

Equipe responsável pelas editorias e reportagens discutem sobre a revista

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O Festival Internacional de Ci-nema e Vídeo Ambiental (FICA) comemora dez anos em 2008, premiando os melhores docu-mentários nacionais e internacio-nais que abordam essa temática. O evento que ocorre anualmente levou cerca de 200.000 para a pequena cidade de Goiás, e inje-tou cultura movimentando o co-tidiano do município de pouco mais de 24.000 habitantes du-rante seis dias de festival.

O festival, de repercussão in-ternacional, recebeu 446 pelícu-las de 42 países, das quais foram selecionados 22 filmes - 14 inter-nacionais e 8 nacionais – que concorreram à premiação. Os

filmes concorrentes foram apre-sentados na segunda semana de junho, no Cine Teatro Joaquim e no Cinemão no Empório Sebrae/Fica, onde os jurados votaram para que a premiação de R$ 240 mil pudesse ser distribuída aos vencedores.

Premiados O vencedor do prêmio princi-

pal do Fica desse ano foi o filme Jaglavak, o príncipe dos insetos, de Jerôme Raynaud (França), que narra à história das formigas Jaglavak da África, e recebeu o Troféu Cora Coralina, como a melhor obra do festival, e o prê-mio máximo em dinheiro, no va-lor de R$ 50 mil. Como melhor filme da Mostra da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD), ganhou “O pesadelo é azul”, de Ângelo Lima que fala sobre o acidente nuclear do cé-sio 137 em Goiânia na década de 80. E o vencedor como o melhor

10º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental movimenta Goiás Velho

Evento agita antiga capital do estado de Goiás e atrai participan-tes de diversos países

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filme do estado de Goiás foi pre-miado o curta Benzeduras de Adriana Rodrigues e que mostra parte da fé brasileira e do traba-lho das benzedeiras.

Paralelamente à mostra com-petitiva, foram exibidos outros fil-mes brasileiros, como na Mostra Cacá Diegues, com os filmes “O Maior Amor do Mundo”, “Deus é Brasileiro”, “Quilombo” e “Or-feu”. E também foram apresenta-dos filmes dos cineastas Laís Bo-dansky (Chega de Saudade); Maria Letícia (O Amigo Invisível); João Batista de Andrade e Jean--Claude Bernardeth (Liberdade de Imprensa).

Várias atividades foram envol-vidas nessa edição como o Pro-jeto Fica Limpo que envolveu músicos, com tambores de ma-terial reciclado dançarinos e ca-tadores, que trabalharam em conjunto. Enquanto músicos e dançarinos alegravam as ruas to-cando e dançando, os catadores

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limpavam a cidade, todos uni-formizados com a camiseta do projeto.

Além disso, foram realizadas atrações artísticas como shows de Luiz Melodia e da Banda Ca-chorro Grande. E apresentadas peças de teatro no colégio Lyceu de Goiás. A concorrida progra-mação teve também oficinas de arte para crianças, exposições, fóruns, seminários, debates, lan-çamento de livros, oficinas e cur-sos sobre cinema e meio ambien-te. O ponto auge ocorreu quan-do os cineastas participaram de mesa redonda para debate com participantes sobre os filmes concorrentes. No Empório Se-brae/Fica foi também foi realiza-da a mostra ABD da Associação Brasileira de Documentaristas com filmes do estado de Goiás. O Fica é resultado de uma par-ceria da Agência de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Age-pel) e do Governo do Estado de Goiás.

Foram realizadas oficinas de vários temas com renomados profissionais e estudiosos do ci-nema, como Felipe Lacerda, res-ponsável pela montagem de fil-mes como Central do Brasil e Terra Estrangeira; Stela Senra - autora do livro “O último jornalis-ta”; Aristides Emanuel Pereira - Ph.D. em Filosofia pela Universi-dade de Tohoku no Japão, entre outros.

O berço de Cora Coralina A cidade de Goiás que abriga

o festival desde seu lançamento, é também conhecida como Goi-ás Velho por ser a antiga capital do estado de Goiás – e detém o título de patrimônio da humani-dade dado pela Unesco, por sua arquitetura do começo do século XVIII. A cidade é conhecida tam-bém por se a terra da escritora Cora Coralina e do ator Murilo Rosa. Pequeno município de aproximadamente 24.472 habi-tantes, de acordo com o último censo do IBGE, e encantadora e acolhedora nos mínimos deta-lhes de toda sua simplicidade, e carinhosamente chamada de pe-queno presépio por seus mora-dores.

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O cineasta e seu maior amor do mundo, o cinema

Ao entrar no site www.carlos-diegues.com.br, de Carlos Die-gues ou Cacá Diegues como é mais conhecido, ao som de Chi-co Buarque e a canção “Sempre” começamos a entender um pou-co da visão do famoso cineasta alagoano, de alma carioca. Du-rante o 10º Fica ele foi duplamen-te homenageado com um prêmio pelo conjunto de sua obra - é um dos inventores do cinema novo brasileiro, juntamente com Glau-ber Rocha, Paulo César Sarace-ni, Joaquim Pedro de Andrade e outros. E com a exibição de seus filmes na Mostra Cacá Diegues de 11 a 13 de junho.

Os filmes “O Maior Amor do Mundo”, “Deus é Brasileiro”, “Or-feu” e “Quilombo”, exibidos no Cine Teatro São Joaquim, foram aplaudidos de pé pelo públi-co no final das sessões. Após a exibição do primeiro filme, Cacá debateu com o público sobre seu amor e compromisso com o cinema; e contou um pouco da história cinematográfica do país.

Diegues é antes de tudo um apaixonado pela sétima arte e ressalta o valor do cinema em sua vida. O cineasta envolve a platéia ao falar de seu compromisso éti-co de fazer do cinema - “Tenho um compromisso moral ao fazer um filme. Ele é um instrumento

público. Mexo com a cabeça das pessoas, e interfiro na realidade do meu país, do tempo em que vivo. Então tenho uma respon-sabilidade que procuro traduzir com meus pensamentos.”

Em “O maior amor do mun-do”, José Wilker faz o persona-gem principal, um astrofísico de sucesso que volta ao Brasil para receber um prêmio, e descobre um sofrer de um câncer terminal. A forma que o cineasta aborda o protagonista que mesmo à beira da morte se descobre cheio de vida, revela muito do seu olhar - “Eu não acho que o mundo vai acabar amanhã, acredito na vida. Amo as pessoas e meus perso-nagens. Interesso-me pelos dra-mas dos seres humanos.”

E encerra cobrando postu-ras do governo para aumentar o acesso aos filmes. “Cinema no Brasil virou cultura de boutique, é por isso que a pirataria é um fenômeno. Não sou contra a pi-rataria. Não é uma questão po-licial, mas social. Pessoas com-pram dvd pirata porque desejam consumir um produto para o qual não têm acesso. Deveriam fazer dvds mais baratos para competir com os piratas. Estou cansado de defender junto a Agência Na-cional do Cinema, Ancine, ações para atender o povo brasileiro.” No final do debate Cacá foi mais uma vez ovacionado pelo público com gritos de Bravo! e pedidos de autógrafos.

Cacá distribue autográfos depois da exibição de seus filmes na mostraCacá distribue autográfos depois da exibição de seus filmes na mostra

Mostra Cacá Diegues no Fica

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A história de uma mulher que de-

cidiu ser monja, e que contraria a agitação do

nosso tempo

Uma só conversa com Irmã Maria Antônia muda os con-ceitos de realização pessoal. Sua imagem transpira lucidez e serenidade, passa mensagens de firmeza e superação. Alegria e segurança de uma mulher que aos 87 anos, não poupa gestos nobres às pessoas que a pro-curam no Mosteiro da Imacu-lada Conceição em Uberaba.

Na clausura, há seis déca-das, ao contrário do que pensa-mos aqui fora, sua vida é cheia de realizações. Escrever sem-pre foi um hábito. Mas com pouca visão, como conseguir essa proeza? Não hesitou. Pe-diu uma máquina de escrever. Foi doada por uma amiga de Recife. A pequena máquina,

Por: Roseli LaraFoto: Roseli Lara

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A VIDA ATRÁS DA CLAUSURA

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desses modelos bem antigos, acabou rendendo muito. Nela, Irmã Maria Antonia fez seus reg-istros durante 16 anos no claus-tro. Sobre a história da velha máquina, Irmã Maria Antônia registrou: “Estando sofrendo sérios problemas visuais e im-possibilitada de ler e escrever por prescrição médica, escrevi um bilhetinho a Santo Antônio no qual pedia-lhe uma máquina de escrever e o coloquei de-baixo de uma imagem. Pou-cos dias depois, em primeiro de janeiro de 1959, recebi esta máquina doada por Dª. Laura Pereira Cruz. Nela, datilografei desde 1960 a 1976, todo trab-alho de divulgação do culto de pró-canonização de nossa Fun-dadora Santa Beatriz. ” Lá mesmo no Mosteiro, se co-locou também a escrever poe-sias, publicadas em cinco livros e quatro CDs. Com a venda dos livros, atendeu a muitos pobres que a ela recorreram. Não se sabe, nem se saberá o número exato.

Firme em seus propósitos, sua saúde fragilizada, não a im-pede de manter a Obra de Santa beatriz. Cesta básica, para 130 famílias todo mês. Providência tomada, sem sair dos limites do mosteiro. Discreta, como a vida que assumiu, insiste no anoni-mato. Impossível, porém não falar dela, depois de ter olhado sua imagem e de ter penetrado

nos segredos de sua mansidão decidida.

Por trás dos muros

O dia dessa mulher de esta-tura pequena, é cheio de ativi-dades, horários rigorosos. Mes-mo com quase 90 anos começa ao amanhecer e não para mais.

Dia desses, foi ela supervi-sionar a obra de uma capela, mesmo sem enxergar com os olhos. Foi durante, uma das rá-pidas saída do monastério. De-ixar a clausura, mesmo que seja por algumas horas, só com au-torização da madre e algumas vezes, só com autorização de Roma. Com o abrandamento das re-gras na clausura, é fácil encon-trá-la na roda, um equipamento antigo, feito de madeira, que separa as monjas do mundo externo.

Já é possível também vê-la no locutório. É lugarzinho pequeno, atrás de uma grade. Quando está bem de saúde, pega um tipo de elevador que poucas pessoas viram, e desce ao locutório. Sem a cortina escura, que antes escondia o rosto das monjas, hoje é pos-sível abraçá-la, contemplar seu amplo sorrido e ouvir seus con-solos. Não pense ser ela, uma alien-ada. Que nada. Sabe muito do que ocorre no mundo. Se corre-sponde com pessoas do Brasil

e do exterior. Quis dia desses saber: “O que acontecerá se a cana tomar conta das terras, antes cultivadas para produzir comida. O que comerá o mun-do?” Perguntou preocupada. O livro de São Francis-co e a vocação

Maria Antônia de Alencar considera Uberaba sua terra, mas veio de longe. Veio de onde ser mais que gentil é próprio do povo. Seus pais de Exu, Pernambuco, viram Maria de Lourdes de Alencar sair de casa aos 24 anos Tomou uma decisão que só cabe às mul-heres de coragem incomum. Não foi por fuga, nem por falta de opção. Decidiu ser monja. Nunca sentiu vontade de casar, mas desde pequena bus-cava as crianças do sertão per-nambucano e as levava para a fazenda do pai, no pé da Serra de Araripe, onde ensinava a catequese.

Lá mesmo em Exu, sentia grande entusiasmo em ser “Fil-ha de Maria”, mas a confirma-ção veio de uma oração a São Francisco. “Fiz um voto, que se São Francisco despertasse em mim a vocação, seria uma franciscana. Então, meio por acaso ganhei um livro sobre a vida do santo e descobri que queria mesmo ser freira. Nada me impediu de realizar minha promessa,” revela.

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A VIDA ATRÁS DA CLAUSURA

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Saiu então do mundo, mas não deixou de viver. Ingressou na ordem em 1.945. Pouco tem-po depois de se tornar monja em Sorocaba, São Paulo, sua vida tomaria outro rumo. As monjas, além de assumir uma vida de clausura, assumem também um lugar onde ficarão para sempre.

Uberaba, endereços na cabeça

Ainda jovem, Irmã Antônia veio então em definitivo para Uberaba. Junto vieram mais

seis religiosas. Sete mulheres que fundaram o mais novo Mo-steiro da Ordem da Imaculada. Primeiro foi o mosteiro da Rua Gonçalves Dias e depois o mais conhecido, o mosteiro da Afon-so Rato.

Como ficou pequeno, as ir-mãs ainda vivas foram para o atual mosteiro junto ao San-tuário da Medalha Milagrosa.

É hoje a última fundadora viva. As demais já se foram, inclusive Irmã Virgínea, cujos restos mortais estão intactos, no Santuário da Medalha Mila-grosa.

Quem sai com ela não faz es-forço para encontrar endereços. Parece até que Irmã Antônia tem um GPs na cabeça. Conhece as ruas, sem enxergar. Manda cartas a centenas de pessoas e dita de cabeça os endereços.

Nos deu escritos inéditos que estão no forno para lançamento de um novo livro. Aceitou, a muito custo, que seja uma auto-biografia. Vai contar detalhes de um sim dito a cada dia, sem ver muito além.

Resume o futuro de forma objetiva “o trabalho continua to-dos os dias.”

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( POESIA ) SEGREDO DO AMOR

Por entre vales e montes,O Amado se esconde,No segredo do amor.A alma O procura,Imersa em torturaSem medo e temor. E tendo encontrado,O seu Bem Amado,Seu Deus e Senhor.Cessaram os desejos,Nem abraços nem beijos,Só quer o Amor. Mil favores e graças,Derramando Ele passa,Com toda efusão.Fica a alma ferida,De amor consumida,Na contemplação.

Ir. Maria Antônia de Alencar, OICUberaba, 21/02/2007

Recortes de escritosnão-publicados:

“Sem conhecer os desíg-nios e caminhos da Providên-cia Divina, nos anos de 1959 e de 1960 preparava-me para uma grande missão. Tendo sido operada de descola-mento da retina do olho direi-to, no dia 16 de outubro de 1959, na Santa Casa de São Paulo, impossibilitada de fa-zer esforços físicos e proibida de ler e escrever. Depois de ganhar a máquina, que veio de avião, ganhei também o método e sozinha aprendi a escrever. Escrevi a história de Santa Beatriz, ou melhor, “ Uma Alma Celestial”, “ Os

Sete Gozos celestiais da Bem--Aventurada Madre Beatriz e a Consagração das Concepcio-nistas à sua Santa Fundadora. Por motivos particulares não fo-ram publicados, mas esperei a hora de Deus, porque quando Deus quer, Deus age.”

“Uma gráfica amiga editou gratuitamente, os primeiros livri-nhos, do trabalho que eu fize-ra anos antes. Uma bondosas amigas andavam pela cidade, passando aqueles livrinhos, que embora cheios de erro, foram bem acolhidos, pelo en-canto da vida da santa. Duran-te quatorze anos consecutivos devotamente, noite e dia, quase cega, gastei uma máquina de

escrever, nesse bendito traba-lho, unindo meus esforços e orações a todas as monjas do Brasil e do mundo inteiro, po-rém, o Senhor me gratificou centuplicadamente, conce-dendo-me a graça e a imen-sa alegria de planejar e dirigir a Festa de Canonização de minha Santa Mãe Beatriz, no dia 03 de outubro de 1976. Com todo esse esforço visu-al e emocional, contra toda prescrição médica, continuo enxergando milagrosamente e a missão não terminou. O trabalho continua todos os dias. “

Ir. Maria Antônia de Alencar – OIC

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Pão-duro, miserável ou seguro?

Por: Tobias FerrazFotos: Tobias Ferraz

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O aviso: “Quem guarda, tem”; a precavida: “O seguro morreu de velho”; e a advertência: “Saben-do usar não vai faltar” são frases de efeito que ecoam com ampli-tude e se propagam no compor-tamento financeiro da população uberabense. “O uberabense é um poupador pela própria natureza, por excelência e de fato”. A afir-mação pode ser facilmente cons-tatada com uma rápida visita aos gerentes das instituições bancá-rias da cidade. Na agência de um dos principais bancos privados do país, localizada no centro de Uberaba, essa natureza é eviden-te. “Setenta por cento das aplica-ções tem como destino a cader-neta de poupança e trinta por cento em outros fundos. É um po-vo conservador com suas finan-ças, faz aplicações de menor ris-co”, constata com propriedade Lauro José Gomes, administra-dor de empresas, bancário há 19 anos e guardião das economias de muitos poupadores convictos.

Sérgio Silva Martins, 48 anos, é economista, professor da FCETM - Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro e também bancário há 24 anos. Sérgio é um estudioso contumaz,

lança um olhar de cientista e ela-bora enunciados sobre a “antro-pologia financeira” dos conterrâ-neos. “O ato de poupar está liga-do à cultura da cidade. Saber lidar com finanças é uma filosofia de vida, quando você traz a filosofia financeira para dentro de casa, se adota um estilo de vida. Será pre-ciso fazer contas, ter noções de

juros, prazo, crédito e aprender a usar um caderno”, afirma o pro-fessor “Serjão”, apelido pelo qual é conhecido pelos 1,90 metro de altura. Serjão fala de finanças com a mesma entonação que um poeta e cita comparações e exem-plos com a empolgação dos gran-des educadores. “O sujeito que faz poupança, muitas vezes leva uma vida espartana em casa e pratica o que se chama de 'col-chão de liquidez' que nada mais

Entender a forma co-mo as pessoas lidam

com o dinheiropode ser indiscreto, é questionar sobre a intimidade mone-tária do cidadão. Como a movimentação bancáriaé uma atividade formal, o volume de dinheiro inje-tado nos bancos deixa de ser tratado como se-gredo de alcova emostra aspectos pitorescos de uma sociedade.

é do que aquela reserva em di-nheiro destinada a uma situação de emergência. É comum nas agências bancárias a abertura de contas-poupança conjuntas en-tre mãe e filhos e mães e filhas. Essa prática passa de geração para geração independente de classe social”, conclui reflexivo.

Exemplos de poupadores in-corrigíveis não faltam na cidade. Fazendo uso do código de ética para manter o sigilo bancário, Serjão conta um exemplo pecu-liar. “Tem um vendedor ambulan-te muito conhecido que formou dois filhos na faculdade. É uma pessoa exemplar, que não rece-beu educação superior, mas que sabe muito bem lidar com o di-nheiro”.

Orlando Urbano, 68 anos, do-no de táxi e motorista de ônibus aposentado é outro bom exemplo dos “benefícios que a cultura da poupança” trazem para a tranqüi-lidade financeira na maturidade. Ele fala com relevância sobre o fato de gastar sempre menos do que se ganha. “Eu trabalhei du-rante mais de vinte anos em uma empresa de ônibus levando pas-sageiros por todo esse Brasil. Nas paradas os donos de restauran-

“Setenta por cento das aplicações tem como

destino a caderneta de poupança e trinta por

cento em outros fundos.”

Lauro José Gomes, administrador de empresas

O bancário Lauro José Gomes comprova que o uberabense prefere a segurança financeira para sua vida

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Orlando Urbano soube lidar com o dinheiro ganho no ônibus e no táxi, sem-pre aproveitando as oportunidades de negócio.

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Laércio Sampaio tem cuidado com seu dinheiro, e lembra-se do tempo em que tê-lo não era tão comum.

tes me davam maços de cigarro, mas como nunca fumei, pegava os maços e vendia para um co-nhecido. Esse dinheiro extra me ajudou a comprar o táxi quando aposentei”, relata o simpático e sempre bem humorado taxista.

Laércio Sampaio, 66 anos, ad-ministrador de empresas e pro-fessor universitário é outro exem-plo clássico. De origem humilde e o mais velho de uma família de cinco irmãos, começou a traba-lhar cedo, aos 12 anos e é muito grato pela lição financeira dada pelo pai, um ferroviário da então Empresa Mogiana de Estrada de Ferro. “Quando recebi meu pri-meiro salário, cheguei em casa todo empolgado e meu pai disse que com esse dinheiro eu tinha que dar como entrada na compra de um terreno. Foi a melhor coisa que fiz”. Hoje, aposentado, o pro-fessor Laércio é dono de vários imóveis na cidade, ajudou nos estudos dos irmãos mais novos,

tem três filhos com nível superior e pode se dar ao luxo de rir dos apertos vividos na infância e ado-lescência.

Para o atento e observador Sérgio Silva Martins, essa vacina de precaução financeira não tem contra indicação e nem efeitos colaterais indesejáveis para a economia local. “Se comparar-mos com Uberlândia, constata-mos que Uberaba não tem a au-dácia profissional dos vizinhos, o empresário uberabense é mais tímido. Se por um lado existe o poupador arraigado, por outro la-do esse dinheiro fica bloqueado, sem circular no mercado”. Mas o mercado uberabense se mantém através da habilidade de atrair in-vestidores externos, sem pertur-bar a tradição da cidade.

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Foto: Arquivo pessoal

Jornalismo de baixo orça-mento e turismo de baixo cus-to: com este mote quatro alu-nos do curso de Comunicação da Uniube partiram para uma aventura regional: passar um final de semana na cachoeira Véu das Noivas, em Buritizal – SP, logo depois da travessia do Rio Grande, 130 quilômetros percorridos de bicicleta no per-curso ida e volta.

Michelle Parron, Verônica

“Jornalismo biker, biker jornalismo, ou será pedalismo”?

O professor André Azevedo foi convidado para palestrar durante uma conferência na ci-dade de Coimbra, em Portugal. O evento foi realizado nos dias 18, 19, 20 e 21 de junho na Uni-versidade de Coimbra e contou com a presença de estudantes de doutorados de vários países do mundo. O Brasil foi repre-sentado por vinte e nove convi-dados, dentre eles, o professor da Uniube André Azevedo que discursou sobre As Ciências Humanas na era da distração: a apropriação dos média nos processos de investigação e de construção de sentido do mun-do social.

A tese relata como o espaço público se tornou uma imensa revista multimédia, repleta de apelos mercadológicos. Dis-farçado de multiculturalismo, o capitalismo contemporâneo consolida um discurso publici-tário que relaciona a cidadania e a identidade ao consumo de-senfreado. Com o surgimento do controle remoto, o inevitável surgimento do zapping (a mu-dança contínua por inúmeras programações televisivas) e da era da distração, um tempo marcado pela busca por entre-tenimento ininterrupto e suas conseqüências. Com isso, a de-fesa das Ciências Sociais e Hu-manas nesse contexto e como elas interagem com essa nova linguagem e tecnologia da co-municação e ao mesmo tempo interferindo neste processo mediático de construção de sentido do mundo social. Para-béns, professor André!

Zapping

Por: Beatriz Adriano

Boaventura, Diego Aragão e Vini-cius Ribeiro; duas jornalistas e dois publicitários encararam o velho estilo mochilão e decidi-ram pedalar até a cachoeira. A idéia era fazer uma reportagem sobre fazer um passeio de férias sem gastar muito dinheiro. Ini-ciativa, aventura, imprevistos; os detalhes todos, só lendo a re-portagem na edição de férias do Revelação.

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As dificuldades da vida e o jeitinho mineiro inovam o turismo das terras de Beja

O céu sempre azul, o clima agradável e sua bela paisa-gem já encantam a todos que visitam a acolhedora cidade de Araxá. O local, tradiciona-lmente conhecido pelos seus doces, monumentos históricos, águas minerais, len-das da famosa Dona Beja e pelo Complexo do Grande Hotel do Barreiro vem com o passar dos anos au-mentando suas atra-ções turísticas e ofer-ecendo várias opções de lazer aos visitantes.

As Grutas do Monge e das Andorinhas, a Serra da Venta-nia, o Horizonte Perdido. Essas são apenas algumas das atra-

ções ainda pouco conhecidas, mas que vem chamando aten-ção dos turistas.

A quantidade de visitantes que procuravam informações históricas sobre os tradicionais pontos turísticos de Araxá e tin-ham curiosidade de conhecer as outras belas atrações da ci-dade despertou a criatividade e a inteligência de um jovem mo-

torista de táxi. O rapaz criou um tipo de serviço que hoje atrai at-enções à parte. O Guia Taxi, “in-ventado” pelo então estudante Flávio Gonçalves Campos leva

os turistas a passeios guiados e mostra que com criatividade e esforço é possível inovar.

Para Flávio, a idéia de cri-ar um serviço diferenciado começou pela necessidade que os turistas encontravam para conhecer de perto os diversos pontos turísticos da região. “Os visitantes não queriam somente ir até o local, mas sim levar com eles a história que ali se preserva. Além do tradicional, novidades de Araxá como os esportes radicais, por exem-plo, estão surgindo e atraindo novos turistas”. Os pontos de visitação da cidade não con-tam com guias especializados na história da região, há pou-cos anos a prefeitura da cidade instalou um centro de infor-mações turísticas, que orienta como chegar aos locais. “A pri-meira vez estávamos perdidos

“A maior prioridade é o bom tratamento e atenção aos

turistas”

Flávio Gonçalves Campos, taxista

Por: Caio AurelianoDiego BartelliSaulo Aguiar

Foto: Diego Bartelli

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na cidade, quando chegamos no centro de informações eles me explicaram como chegar ao Barreiro, mas foi muito ruim não ter ninguém para explicar como tudo aquilo foi construído”, a frase, parte da belo-horizontina Romilda Queiroz, que vem à ci-dade pela quarta vez, e desde a segunda visita utiliza o guia-taxi.

“A maior prioridade é o bom tratamento e atenção aos turis-tas. Esta atitude é um cartão de boas vindas para essas pes-soas, e por ser o primeiro conta-to delas na cidade, nada melhor que recebê-los de braços aber-tos. O tratamento especial cabe em qualquer situação”, ressalta o jovem empresário, que encon-trou no Guia Taxi uma atividade lucrativa. Um “pacote” básico de visitação não sai por menos de R$80.00, e inclui visitas aos pontos turísticos tradicionais do

município e uma passada pelas principais lojas de artesanatos e doces.

A satisfação da turista Magali dos Santos reflete bem a qualidade do serviço “Desde que cheguei, percebi que aqui é uma cidade limpa e linda. Os pontos tradicionais de Araxá como o Grande Hotel, o túmu-lo da lendária Dona Beja, e o museu Calmon Barreto eu já conhecia, mas não conhecia a historia deles. O guia me levou exatamente aos pontos certos, que sempre tive a curiosidade de conhecer, mas nunca tive oportunidade e me deu mais informações sobre a historia de Araxá. Não perdi tempo, e paguei por um preço justo”, conta à funcionária pública de 48 anos que insiste na im-portância de se terem guias nos lugares históricos.

O estudante goiano Woston

Ferreira, praticante de rapel en-controu na cidade um grande campo para prática do esporte. “Quando conheci Araxá, há quatro anos, não praticava rapel e acabei conhecendo a pista do Horizonte Perdido por uma sug-estão do Flavio. Me apaixonei pelo local e conseqüentemente pelo esporte e me tornei um praticante assíduo. Esse trab-alho do Guia Táxi é importante para os turistas conhecerem as diversas opções de lazer que Araxá proporciona”.

O sucesso e a fama ganha-das pelo taxista chegou aos ou-vidos da prefeitura da cidade, o secretário de desenvolvimento econômico, turismo e parce-rias, Leandro Haddad, conta que este tipo de trabalho é fun-damental para o turismo e para economia da cidade “é um em-preendedor que se torna um ali-ado para o turismo da cidade”.

Foto: Reprodução

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Voluntários inauguram nova pediatria

Após 1 ano da entrega do setor de quimioterapia, associação conclui andar para as crianças

A Associação dos Voluntários no Combate ao Câncer irá inau-gurar na próxima semana mais um setor destinado as interna-ções dos pacientes portadores de câncer no Hospital “Dr. Hélio Angotti”. A nova ala será desti-nada as internações de crian-ças e adolescentes de 0 a 18, que fazem tratamento no hos-pital, tanto de Uberaba quanto das cidades pertencentes a esta regional de saúde.

A pediatria foi projetada com acomodações apropriadas, com pisos e paredes desen-hados por um artista plástico com paisagens que trazem paz e tranqüilidade, pois os temas das pinturas são os animais e a natureza. “É a realização de um sonho! Tudo isto foi ideal-izado pensando no desejo de favorecer o conforto e a digni-dade durante a hospitalização dessas crianças que já sofrem tanto com o estigma do cânc-er”, diz dona Zuleika Acedo

Lyrio, atual presidente da asso-ciação de voluntários.

Os tratamentos realizados pelas crianças no hospital, cirurgias, radioterapia e qui-mioterapia, quando necessi-tam de internação, estas são feitas ainda na pediatria antiga localizada na primeira torre do hospital Hélio Angotti, numa construção que abriga tam-bém leitos de pacientes adul-tos, ocupando todos, o mesmo pavimento. De acordo com uma portaria do ministério da saúde (SUS) as idades consideradas como pediatria estão dentro da faixa etária acima citada nesta especialidade médica.

O setor contará com doze leitos equipados com materiais adquiridos pela associação de voluntários, com acomodações para acompanhantes, banhei-ros exclusivos por quarto, área de recreação com televisão, vídeo game, DVD, musico te-rapia, jogos educativos e rec-reativos. A equipe que trabal-hará no novo pavimento será multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiras, técnicos em enfermagem, nutricionista, psicóloga, terapeuta ocupacio-nal, todos trabalhando no aten-dimento e conforto dos pacien-tes e familiares.

A enfermeira supervisora, Sandra Mara Vieira Resende Sil-va, especialista em oncologia, educação e saúde, refere-se ao andar como um empreendi-mento que visa o trabalho con-sciente, especializado e prin-

cipalmente humanizado. “Se fala muito de humanização na saúde como um todo hoje. Em todos os congressos, cursos, encontros que realizamos, é colocada em pauta a human-ização; e esta nova pediatria veio concretizar o anseio de fa-vorecer o tratamento das crian-ças portadoras de câncer, sem deixá-las ainda mais afastadas da sua própria infância, que já ficará tão dolorosa e triste com um tratamento longo como este feito aqui na instituição”.

Todo este empenho está sen-do concluído exatamente 1 ano após a inauguração do setor de quimioterapia ambulatorial, entregue à comunidade numa solenidade onde comparece-ram colaboradores filantrópi-cos, políticos, imprensa e representantes de entidades. Desta vez toda a sociedade de Uberaba está sendo convoca-da a participar da inauguração da pediatria, que terá ainda, data a ser definida e divulgada pela associação. Mas sabe-se que será na ultima quinze-na do mês de junho, mês de santo Antônio, o santo casa-menteiro, porém, este junho de 2008 será especialmente o mês de São Nicolau, que te-ria salvado várias crianças de situações tenebrosas, além de ser dono de intenso amor com seus semelhantes. Acabou se tornando o padroeiro das cri-anças.

Marcos Rogério de Freitas

Frente do Hospital Dr. Hélio Angotti

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Corredor da pediatria do Hospital Dr. Hélio Angotti

Fotos: Tobias Ferraz

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Enfermeira Sandra Maracom um dos equipamentos de tratamento, adquirido para o hospital

Enfermeira Sandra Maracom um dos equipamentos de tratamento, adquirido para o hospital

Voluntária da Assossiação no setor de pediatria do hospital

Voluntária da Assossiação no setor de pediatria do hospital

Corredor da pediatria do Hospital Dr. Hélio Angotti

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Se alguém perguntasse às pessoas pelas ruas o que se-ria um brechó, várias respond-eriam que é um lugar feio, sujo, com roupas esquisitas e bem fora da moda. No entanto, ao conhecer bem alguns estabe-lecimentos desse segmento, podemos observar que os co-merciantes estão investindo em decoração, bom estado das peças, e a procura de marcas com melhores preços para os consumidores.

A universitária Eliane Apa-recida Silveira, entrou pela pri-meira vez em um brechó com a intenção de encontrar uma rou-pa para uma festa brega e ficou encantada com o que viu. “Pen-sei que só iria achar roupas que a minha avó usava, mas havia muitas peças atuais e lindas”.

Os brechós sempre existi-ram, desde a pechincha da igreja até lojas renomadas, principalmente na cidade de São Paulo, onde os donos de brechós de Uberaba vão bus-car suas mercadorias.

Paulo Sérgio Nascimento, dono de um brechó no centro da cidade, começou a investir nesse mercado há 8 anos. A idéia surgiu quando passeava pelos brechós de São Paulo e acharam a idéia interessante. Quando veio morar em Ubera-ba a primeira coisa que fez foi montar um brechó.

Paulo é estilista especialista em vestidos de noivas, alguns adquiridos em brechó, que são por ele customizados e refor-

mados. Para ele, o fascínio do brechó é encontrar peças úni-cas de marcas famosas a um preço mais acessível a todos os públicos. Ele conta que al-gumas clientes encomendam roupas de grandes grifes para eles e os mesmos quando chegam a Uberaba ligam di-reto para elas, ou vão até suas residências levar as roupas.

Vanda Alves da Silva, dona de um brechó no bairro Boa Vista, diz ter trabalhado com roupas novas, mas os procedi-mentos burocráticos com in-termediários, impostos e notas fiscais, não faziam com que a atividade desse um lucro sufici-ente.

“Trabalho há muitos anos com brechó porque tudo que entra é lucro nunca ninguém me deve e eu não devo a nin-guém”. Ela viaja para Campi-nas de 3 em 3 meses, a pro-cura de suas roupas preferidas, entre elas, vestidos dos anos 60 e 70 que gosta de colocar para aluguel de casamentos e festas bregas, que podem ser alugadas ou vendidas. No seu estabelecimento encontramos peças com valor mínimo de 0,50 centavos a R$200,00.

Vanda diz que a procura maior é no final do ano por causa das formaturas e em junho com as roupas de festas juninas. Durante o ano, roupas de crianças, sapatos, roupas comuns para trabalhadores também tem saída garantida. “Homens procuram muita calça jeans para trabalhar e as mul-heres roupas para as crianças

Brechó Onde a moda do brega e do chique se encontram

Por: Mafalda VeroneziAngelly Moreira

irem a escola”. Mas na hora de ir às com-

pras, o assunto é sério con-ta Vanda. “Pensávamos que comprar roupas para revender em um brechío é tarefa fácil. Em todos os casos os donos dos brechós quando vão com-prar suas roupas observam a condição da peça, higiene e conservação, para a compra, antes de expor na loja as peças são todas lavadas, algumas reformadas e passadas” diz. Várias peças, chegam a ser vendidas à 5 reais.

O perfil do consumidor é variável dependendo da inten-ção. Paulo diz que pessoas mais simples procuram brechós pela necessidade, e aquelas com maior condição financeira procuram garimpar grandes marcas.

Segundo os donos, o lugar é freqüentado por pessoas de to-das as classes sociais.

Foto: AngellyMoreira

Modelo com roupa do bechó de Paulo

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Alguns compreendem os es-tilos como o rock, o reggae, o pop, tudo como sendo MPB. Outros, quando se fala em MPB, lembram apenas dos grandes nomes como Tom Jobim, Elis Re-gina, Chico Buarque, Milton Nas-cimento, Gal Costa, João Bosco, Ivan Lins, Vinícius de Moraes, entre tantos outros. Cabe a cada um pensar no sentido literal de MPB (Música Popular Brasileira) e escolher quais estilos colocar dentro do seu caldeirão musical.

O Fabrício é um bairro atípico em Uberaba, possuem seis bar-zinhos muito próximos uns dos outros. Por esse motivo, Jorge Henrique Prata Soares, Prat-inha, idealizador do Festival do Chapadão de Música Popular Brasileira, em Uberaba, passou a denominá-los de circuito MPB. Os bares MPBeco, Archimedes,

Berlim e Marquinho’s Vídeo Bar, passaram a ser parceiros do Fes-tival do Chapadão em 2008. E agora, mais um entra pra turma, o mais novo bar do circuito, inau-gurado no início do mês, o Roma Art Bar Café, que além de ser um barzinho como os outros com música ao vivo, serve também, café da manhã, almoço e jantar.

Todos decorados de forma melodiosa, cada um com sua particularidade e criatividade, vejo que as pessoas se sentem aconchegadas. Paredes cheias de quadros, fotografias de músi-cos consagrados, discos antigos, tudo disposto harmoniosamente.

De repente, os garçons começam a levar pedidos escri-tos em guardanapos de papel e as pessoas interagem entre si e com o músico. Cantam junto, aplaudem, se emocio-

nam. “Esse pessoal respira cul-tura, cultiva e pratica o hábito de ouvir música boa. Eu só espero que esses empresários tenham sempre condições e interesse de manter a música ao vivo”, diz o músico Alexandre Saad, sobre o circuito MPB.

As pessoas que freqüentam esses lugares, em sua maioria, escolhem o bar pelo músico que está tocando e não pelo bar em si. É feito “o circuito” completo. Depois de ver todas as opções e analisar o “cardápio musical”, escolhe-se a música a se ouvir e não o bar a se sentar.

Som de barzinhoPor: Marina Rabelo

Ao comparar o comportamen-to das pessoas que ouvem MPB com, por exemplo, pessoas que ouvem música sertaneja, Regina Maria Gonçalves, proprietária do MPBeco, percebe uma grande diferença. Ela diz que as pessoas que vão ao bar dela, sentam ali para apreciar a música, cantar junto, bater um papo com ami-gos e até mesmo para namorar. “Já as que saem para ouvir o ser-tanejo fazem muita baderna, ar-ruaça, cantam muito alto, atrap-alham as outras mesas”, avalia. Foi até por este motivo que ela escolheu a MPB como estilo pro seu bar.

Mas como as opiniões diver-gem muito quando o assunto é esse, em conversa com o músi-

co Fernando Borges, que além de outros estilos, toca Jazz com seu trio no Archimedes às segun-das- feiras, ele me surpreende ao comparar o comportamento das tribos que ouvem o sertanejo, com o comportamento das que ouvem o Jazz. “Acho que o pú-blico do sertanejo é mais aten-cioso. As pessoas saem de casa e falam pra todo mundo que vão ouvir Jazz, porque é chique! Fa-zem cara de pseudo-intelectuais e tá tudo certo! Ou caem aqui de pára-quedas, não sabem o que está acontecendo, e ficam pedindo pra abaixar o volume. Já o pessoal que vai pro sertão não, eles vão pra ouvir aquilo lá, eles vão pra dançar aquele tipo de música”, conta Fernando.

Comportamento MusicalEle ressalta ainda que, quan-

do acontece de fazer um show em uma sala apropriada, onde as pessoas vão ali pra ouvir e ver apenas o show, aí sim, elas prestam atenção. Agora, quando vai tocar em barzinho, “indepen-dente do estilo”, as pessoas não prestam muita atenção.

Como o som não pode ser muito alto, fica apenas de fundo musical e as pessoas acabam falando mais alto que a música. “Agora imagina você tocando, expondo o seu melhor, sua alma, você é uma ferida aberta ali, e o cara tá na sua frente nem aí? Poxa, isso me estressa”, comple-menta Fernando.

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