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PRAGA O Destino Mágico da Europa “Precisamos Utilizar a Inteligência Estratégica” MAIS: MARCO MACIEL - PAULO PAIM - CELSO RUSSOMANO - BRUNELLI - EDINHO BEZ - LEONARDO BOFF GEOPOLÍTICA & TURISMO Ano II | Nº 9 | 2008 | R$ 8,90 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Turismo e Responsabilidade Socioambiental João Luiz Moreira

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Nona edição da Revista Estação Brasil com a coluna Turismo Social de Alex Paniago

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Page 1: Revista Estação Brasil edição 9

PRAGA O Destino Mágico da Europa

“Precisamos Utilizar a Inteligência Estratégica”

MAis: MARCO MACiEL - PAULO PAiM - CELsO RUssOMANO - BRUNELLi - EDiNHO BEZ - LEONARDO BOFF

GEOPOLÍTICA & TURISMO

Ano

II |

Nº 9

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| R$

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MiNisTÉRiO DO MEiO AMBiENTETurismo e Responsabilidade Socioambiental

João Luiz Moreira

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Beto de SáDiretor Geral

edito

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DIRETOR GERALJorge Alberto de Sá

[email protected]

DIRETORA COMERCIALStella Maris Teles

[email protected]

DIRETOR DE REDAÇÃOHeitor Humberto Andrade - MS 365

[email protected]

EDITORArtur Hugen

[email protected]@gmail.com

DIRETOR EXECUTIVOKiko Moreira

[email protected]

CONSELHO EDITORIALCarlos Alberto de Sá

José Maria Samarco NetoMário Jorge Richa

Sérgio TerraPaulo Tim

DIRETOR DE ARTEToni Lucena

[email protected]

EDITOR DE ARTEQuico

[email protected]

REVISORLuís Eduardo da Silva

[email protected]

FOTOGRAFIACristiano D’ Moura

Alex PaniagoGilberto Soares

ATENDIMENTO EXECUTIVORoberto Leal

Cláudio Emmanuel

CONSULTOR JURÍDICOFernando José Motta Ferreira

COLABORADORESMarco MacielMárcia LimaPaulo Paim

Otávio DemasiPedro Alves

Celso RussomanoAlexandre Oliveira

Joacir da Costa e SilvaJosé Bonifácio dos Santos

Antonello MonardoÉlcio Vieira

Rubens BrunelliEdmilson Figueiredo

José CordeiroEdinho Bez

MaharajaLeonardo Boff

CONTATOHotel Nacional – Galeria – Lojas 6/7

CEP: 70.322-900 Brasília – DF – Brasil

Fone/ fax: + 55 61 [email protected]

REPRESENTANTES COMERCIAISBrasília - Sá Publicidade - 61 3201.0071Goiânia - Sá Publicidade - 62 3281.7608

Porto Alegre - Conde Sul - NS&A - 51 3366.0400

CORRESPONDENTE Estados do Paraná e Santa Catarina

Ideal Press ComunicaçãoAlameda Dr. Carlos de Carvalho, 68

7º andar - sala 701 - Curitiba - PR41 3078.5932 - 3078.5833

[email protected]

A Lei do Turismo é Realidade!

As Olimpíadas de Pequim evidenciaram um mundo em turbilhão. O planeta gira na velocidade fantástica. Não importa a distância, os acontecimen-tos estão presentes on-line. A Terra é mesmo “uma aldeia”.

A população mundial só pode estar perplexa com o cenário da revolução tecnológica, enquanto se adapta a ela e aos costumes e geografias dos lugares em que ainda não esteve, que ainda não conhece. Pra onde nos dirigimos, onde vamos parar mesmo? Dirigimo-nos a aqui mesmo, onde tudo está, no lin-do Planeta Azul, Água, Terra. Todos os lugares são realmente belos, e os povos, bons!

A moda, a medicina, o transporte, a alimentação, a agricultura, o comportamento humano em todos os lugares nos têm transformado em platéia diante do maior inesperado. Ninguém tem o condão do dia de amanhã, é verdade. No entanto, estamos serenos aqui na Revista Estação Brasil, pois somos otimistas: vemos o futuro radioso, especialmente com o vigor da Lei Geral do Turismo.

Está acenado para nós o desenvolvimento do turismo sustentável, agora com os auspícios da Lei 11.771/08. Ela orienta a atividade que nos aproxi-ma todos os povos, distribui de modo equânime as riquezas e alenta com a satisfação às comunidades. Especialmente no Brasil, estamos contentes com o que representa esta regulamentação.

Sabemos que o destino do nosso País é a Paz e a Prosperidade, com todas as nações. Nosso caráter sincrético e miscigenado nos fa-cilita agirmos no sentido do bem comum e da harmonia.

Somos um território livre de ódios e dominações. Construímos um país com dignidade e felicida-de, ao trabalharmos as soluções para o que são os desafios que re-presentam ainda testes para a nos-sa criatividade.

O nosso negócio é viajar sem-pre. Viajamos para a boa comu-nicação, o bom relacionamento de todos os povos, de todos os lugares!

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Lei do Turismo

Precisamos Utilizar a inteligência Estratégica!

Mais Emprego, Melhor Qualidade de Vida

Logística e Marketing no Turismo de Negócios

Direitos do Turista

Deputado Brunelli Vistoria as Condições Ecológicas do Lago Paranoá

Acessibilidade . Um Direito de Todos

Uma Nova Era para o Turismo no Brasil

Vá a Praga, ao Menos Uma Vez na Vida

Turismo e Responsabilidade socioambiental

Turismo social

serramar, Um Novo Horizonte para o Turismo Brasileiro

Qual é a Felicidade Possível

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Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.

Capa: Toni Lucena

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Marco MacielSenador (DEM-PE)

Da Academia Brasileira de LetrasLei do

Turismo

O tema foi ampla e intensamente discutido nas duas casas do Congresso Nacional, tanto na Câmara quanto no Senado. O mais importante, com a participação não só de parlamentares, mas das principais lideranças do setor turístico, uma área estratégica.

A votação foi muito significativa, na sua aprova-ção no Senado. Espero que, agora, ela se converta em um plano concreto de ações. Afinal, uma coisa é a palavra, outra, a implementação.

Pacto TríduoÉ bom lembrar que o Brasil é uma República

Federativa, isto é, o Poder se dá em três níveis na União: o Governo Federal e suas instituições, Congresso Nacional, Poder Judiciário etc.; os 26 Estados da Federação mais o Distrito Federal, onde está a capital da República; e, finalmente, os municí-pios, em torno de 5.600.

Nós praticamos no país o Pacto do Federalis-mo Tríduo – União, Estados e Municípios. Dessa forma, é fundamental que, em relação ao turismo, exista a percepção clara de que somos um Estado Federativo, onde as ações devem se desdobrar entre os diversos entes da Federação, aproveitando a vocação de cada cidade, município, estado ou região. O Brasil se divide em grandes regiões, ou seja, a Região Amazônica, a Nordestina, o Centro-Oeste, o Sudeste e o Sul. São cinco as grandes regiões do país. Mas o IBGE já cogita, no futuro, em criar mais uma sexta região, que seria o Noroeste, nucleada a partir de Rondônia, esta parte nacional mais próxima dos nossos vizinhos setentrionais.

Bicentenário da IndependênciaA História é essencial para a compreensão de

um país. Os Romanos já diziam que a Historia Majistra Est, ou seja: “A História é Mestra”. E nós

não podemos pensar o Brasil, com as dimensões que temos, sem olhar sua história, até para explorar os seus dispositivos, tentar corrigir rumos que não sejam os que esperamos para o País.

A História, cada vez mais, tem impacto na área do Turismo. Por isso, sugeri a criação de uma Comissão Federal e a formação de Comis-sões Estaduais e Municipais, que pensem o bicen-tenário da nossa Independência, que será em 2022. Isso deverá oportunizar uma série de Simpósios e outros eventos, para pensarmos o país que estamos a construir. Debates dessa natureza, sobre nossa história e a atividade do turismo, certamente criarão condições para que a sociedade brasileira reflita conjuntamente sobre o que nós queremos para o futuro!

Lusófonos A partir de 2009, começa a valer o Acordo

Ortográfico da Língua Portuguesa, que busca unifi-car o escrito nos oito países que falam o idioma – Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. A unificação ortográfica visa, dentre outros objeti-vos, facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre os diversos países, e divulgar mais amplamente o idioma e a literatura em Língua Portu-guesa. O esforço dos países lusófonos para unificar a Língua Portuguesa traz benefícios para todos.

Não se pretende, é natural, limitar as transfor-mações do idioma, porque elas são incontíveis. As línguas são próprias dos seus usuários. Elas se mantêm ou modificam no próprio ritmo das culturas que representam. O que se visa no acordo ortográ-fico são as convergências fundamentais, antes que as divergências eventuais se convertam em definitivas, e assim nos separem para sempre.

O fato mais importante no turismo em 2008 foi a aprovação da ‘Lei Geral do Turismo’. Ela estabelece o consenso de que precisamos realizar um Plano integrado no Brasil

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Precisamos Usar a inteligência Estratégica!Quando alguém vai assistir a um jogo de futebol, essa pessoa vai viver a cidade, se hospedar, se

alimentar, comprar souvenirs e presentes. isto é “turismo”. Qualquer atividade que o visitante faça, além de ver o espetáculo, o futebol, é turismo. A mídia, a publicidade, a gestão, os ingressos, as

comunicações e a hotelaria dão o suporte. O assunto que move uma Copa do Mundo é o big business. O foco é o esporte, mas onde está o resultado mais importante, senão no management, que realiza o fluxo de negócios, e na hospitalidade, que cativa o turista? Essa é a opinião do presidente da Confederação Brasileira de Conventions & Visitors Bureaux (CBC&VB), João Luiz Moreira. Em entrevista exclusiva ao jornalista Artur Hugen, ele fala sobre o grande negócio do mundo moderno, o turismo e os seus desdobramentos

entrevista

Estação Brasil: Qual o papel da Confederação nos negócios do turismo?

João Luiz Moreira: A atividade da Confederação, que reúne federações estaduais e conventions bureaux, é a representativi-dade dos interesses do sistema da rede brasileira de CBC&VB e do Instituto Brasil de Marketing de Destinos, que formam uma unidade de negócios, mas que são atividades independen-tes. O Instituto deve estar perfeitamente atualizado, dentro do moderno conceito, que abrange as entidades hoje setorizadas de eventos, centros de convenções, feiras, marketing promo-cional, e nós próprios. Fazemos um grande esforço para estar-mos unidos, mas não é bem assim que acontece. A despeito da sinalização, pelo segmento empresarial do Conselho Nacional de Turismo, de que precisamos evoluir nessa direção.

Estação Brasil: Como assim?

João Luiz Moreira: Na realidade, quem faz eventos cuida de eventos; quem é CBC&VB cuida de seus interesses, e assim é com quem faz feiras, marketing promocional, hotel, ou seja, são todos organismos isolados, que necessitam de uma coorde-nação. Mais que isso, precisam de operar juntos, de coopera-ção. Precisamos todos trabalhar juntos. A Confederação é uma entidade transversal a tudo isso. Estamos trabalhando há mais de dois anos sobre destinos, somos especialistas em destinos. Veja o exemplo de uma cidade como Brasília, ou qualquer outra. A Confederação tem o dever de ajudar os órgãos públi-cos e privados a cuidar do trânsito, da hotelaria, da captação, do atendimento gastronômico, da segurança alimentar – junto com a Abrasel, que é a Associação Brasileira de Empresas de

Gastronomia e Laser. A cidade tem que estar totalmente prepa-rada para receber os visitantes.

Estação Brasil: E a sinergia na aglutinação das ações?

João Luiz Moreira: No movimento que está em curso, tivemos a percepção de que esses organismos, que trabalham de forma muito próxima, precisam ter melhor articulação entre si, e mais cooperação. No foco, temos o objetivo de trabalhar como Marketing de Destinos. Não individualmente, mas coleti-vamente. Concluímos, agora há pouco, o planejamento do Estatuto para o Instituto. Anteriormente focávamos apenas em CBC&VB, mas agora passamos a aglutinar todas as entidades em Marketing de Destinos. Ou seja, vamos convidar todos os atores de um destino a pensarem nas suas atrações, para a capta-ção de eventos e de visitantes – trabalhando com as ferramentas de Marketing de Destinos.

Estação Brasil: O que é, e como funciona, o Instituto Brasil de Marketing de Destinos?

João Luiz Moreira: Na primeira fase, caberá ao Instituto infor-mar, educar e orientar o visitante. Para isso, precisamos envolver experts em viagens, mídia e promoção. Depois, o Marketing de Destinos trabalhará com promoção e venda direta ao visitan-te. Precisamos desenvolver equipes de vendas, acertar com os organizadores locais a maneira de organizar e operar tal evento, além de trabalhar com expositores e conferencistas. A segunda fase é mostrar como são realizadas as vendas dessas conven-ções, como trabalhar com os organizadores externos, a forma-tação de pacotes, tours, famtours, grupos, e como podemos

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realizar a renegociação de viagens. A terceira fase será entre-gar os serviços aos visitantes, em parceria com as companhias aéreas, transportadores, hospedagem, atrações, serviços locais e infra-estrutura. Por fim, como desenvolver o destino com os governos locais, com os sócios dessa indústria e os líderes da comunidade? Esses são os papéis principais – do ponto de vista do visitante. Essa a concepção que o Instituto de Marketing de Destinos começa a trabalhar, a partir de agora.

Estação Brasil: As diferenças e performances de atuação da CBC&VB e do Instituto Brasil de Marketing de Destinos (IBMD)?

João Luiz Moreira: A Confederação é um órgão institucio-nal de representação, e o IBMD é um órgão de negócios e de desenvolvimento da indústria, por meio de quatro pontos: o primeiro, informar, educar e orientar o visitante; o segundo, promover e vender ao visitante; o terceiro, entregar os serviços ao visitante; por fim, o quarto, o desenvolvimento do destino.

Estação Brasil: Quais os caminhos a serem percorridos para alcançar os objetivos expostos?

João Luiz Moreira: O primeiro caminho é chamar a todos, e mostrar esta nova visão. A própria Destinations Association International (Dmak) realizou uma pesquisa com a Dmak Foundation, que mostra efetivamente como é recomendável atuar no Marketing de Desti-nos. É uma entidade que aprofundou estudos nesse sentido, analisou a tradição e a transição do marketing, e sua transformação para ferra-menta mais eficiente ainda, nos próximos dez anos.

Estação Brasil: Sustentabilidade para essas ações?

João Luiz Moreira: Nós vamos chamar as pessoas e as entida-des, que hoje tendem a trabalhar de forma isolada e exclusiva. Vamos trabalhar com quatro enfoques. Todos estaremos ali dentro. Se trabalharmos com informação, educação e orienta-ção ao visitante, teremos como resultado o foco específico de destino. Vamos aliar a experiência de experts em viagens, para atuar junto à mídia, para aglutinar as áreas de promoção. É necessária atenção especial àquela mídia que está um pouco afastada da área de turismo. Nós temos uma mídia de turismo de ótima qualidade, mas precisamos melhorar a nossa capaci-dade de formar opinião. A grande mídia, que tem maior acesso ao provável futuro cliente, nacional ou internacional, ainda não abriu o espaço devido ao turismo. Ela não coloca os fatos turís-ticos no cotidiano das pessoas, não destaca o setor como uma indústria forte, que hoje responde por mais de 11% do PIB mundial.

Estação Brasil: Como tornar a grande mídia parceira do turismo?

João Luiz Moreira: Os assuntos que ocupam grandes espaços da mídia diária são política, economia, criminalidade e esportes. Nós entendemos que turismo é um negócio muitís-simo importante, que deve ganhar mais espaço nos noticiários cotidianos. Quando me refiro às ferramentas do novo desen-volvimento do destino, de promoção e venda, precisamos trabalhar em equipes, na comercialização de convenções e feiras, com os organizadores locais e internacionais, além de ensinar a operar os eventos, pacotes, grupos, expositores de conferências, revendas de viagens. Fazemos isso muito bem hoje. Mas precisamos ter mais cuidado com a parte de entrega

dos serviços aos visitantes. Aí, sim, a gente tem ainda um longo caminho a percorrer.

Estação Brasil: Como otimizar o negócio turístico no país?

João Luiz Moreira: Nem todos os agentes entenderam muito bem o funcionamento da indústria. Percebemos que a Infraero, por exemplo, não tem a visão do turismo. Os aeroportos brasileiros têm problemas, que podem ser facil-mente resolvidos, basta que haja um pouco de boa vontade: banheiros que não têm sabonetes, nem papéis adequados para secar as mãos, assentos inadequados nos saguões de espera, falta ar-condicionado, serviços precários de alto-falan-tes (em alguns casos, a gente muito mal consegue ouvir as informações) etc.

O Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, para citar apenas um, muito solicitado, está vergonhoso, com o mau cheiro concentrado de uréia, o maior de que se tem notícia... Deveria existir uma visão de turismo, a ser aplicada na

administração aeroportuária, pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aero-Portuária (Infraero). A Infraero, em determinado momen-to, ainda perceberá que é um dos maiores instrumentos do Marketing do Destino. Há três anos, o Presidente da República sugeriu que os aeroportos também sejam utilizados para divul-gação e promoção dos destinos brasileiros. Até o momento, no entanto, não se conseguiu fazer isso, porque as áreas da empresa estão puramen-te comerciais, onde estão instalados apenas bancos e lojas que rendem dinheiro. O que nem é necessariamente errado, mas que pode ser equilibrado com as outras necessidades impor-tantes. Afinal, a Infraero é uma empresa públi-ca. Assim, porque não se usam alguns pontos estratégicos dos aeroportos para promoção dos destinos, prioridade absoluta deste grande fator de desenvolvimento nacional?

Estação Brasil: O senhor falou em aliados, parceiros, enfim?

João Luiz Moreira: Hoje existe uma grande corrente benefi-ciária da cadeia do turismo, como os bancos, especialmen-te, mas que não fazem investimento no setor. Se o turismo consegue mobilizar somas consideráveis, em todo o país, e se os bancos não têm participado dos investimentos, é neces-sário articularmos melhor tal mecanismo. Existem milhares de beneficiários do turismo, mas quem são os sócios desta indústria hoje? Se analisarmos outros países, vários setores, a exemplo da indústria, comércio, transportes, bancos, investem no turismo. No Brasil, estamos ainda absolutamente longe dessa realidade.

Estação Brasil: Quanto representam os negócios do turismo no mundo? E no Brasil?

João Luiz Moreira: O turismo na economia representa 11% do PIB mundial. No Brasil, apenas 3,5%. Paises desenvolvidos, Espanha, Alemanha, como exemplos, atuam com seus Minis-térios de Relações Exteriores com foco no turismo, que concen-tra uma das principais metas de negócios. No Brasil, no entan-to, não está assim. Estamos na contramão da história, fechados, ainda batendo pé na reciprocidade dos vistos, dificultando a entrada de norte-americanos e canadenses, neozelandeses, australianos, que precisam emitir visto para vir para o Brasil. Se nós imaginarmos um casal de americanos, com um filho, eles pagam uma taxa de US$ 300 só para tirar o visto. Com esse dinheiro, eles podem passar uma semana no Caribe; por

acaso, o nosso principal concorrente. O Ministério de Relações Exteriores do Brasil precisa entender que o turismo necessita de promoção internacional, já que ele gera os fluxos dos recursos. Outros paises criam regras de facilitação de acesso ao turista, e usam o seu turismo com o mote de conhecimento, como fizeram os americanos na década de 50. Com o American Way of Life, eles utilizaram os atrativos do cinema, da música, das belezas naturais, para incentivar o turismo no país.

Estação Brasil: Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016, a preparação, a qualificação de pessoas para atender a esses megaeventos?

João Luiz Moreira: O aspecto qualificação é muito grave, mas é só uma parte da necessidade. O Ministério do Turismo (MTur) já tem feito algumas ações. Assinou convênios com o Senac e outras entidades, para capacitar pessoas. Mas vejamos o outro lado: realizamos os jogos Pan-Americanos, e o que sobrou da infra-estrutura? Ficou dividido entre alguns clubes, pois não foi criado um ente gestor da infra-estrutura construída. Foram realizados investimen-tos de milhares de dólares na preparação de equipamentos para o evento e, de lá para cá, não houve seqüência, o Rio de Janeiro não incorporou aquela infra-estrutura, pois lá não existe um órgão de turismo público-privado que cuide da ocupação, da manutenção, da gestão, da utilização e do desenvolvimento daquelas obras. Um documento vai para a prefeitura, outro vai sabe-se lá pra onde... Não é função do governo fazer isso, e também não é função do Comitê Olímpico. Isso é função do setor privado. Vamos ver o exemplo de Barcelona que, por meio de órgãos públicos e privados, utiliza todos os equipamentos das Olimpíadas de 2000. Eles desenvolveram uma política de continuidade. No Brasil, até o momento, fracassamos nisso.

Estação Brasil: Mas, e a questão dos estádios e infra-estru-tura, que requerem investimentos pesados?

João Luiz Moreira: Nós precisamos construir novos estádios, porque a maioria dos estádios brasileiros estão errados quanto à orientação solar indicada pela FIFA, por causa das transmis-sões de TV. E a gente sabe a demora que é construir no Brasil. Ainda estamos a seis anos da Copa, dá tempo para preparar-mos tudo. No caso da China, dois anos antes, já estava tudo pronto. Será que nós teremos esta infra-estrutura pronta em 2014? E os aeroportos necessários, será que os teremos prontos para a Copa? Segundo, não temos metrôs para os estádios. O transporte no Brasil é concessionado. Será que esses empresá-rios estão dispostos a investir na ampliação de suas frotas de ônibus? É óbvio que serão necessários recursos públicos para financiamentos do setor. Ou seja, nós só vamos fazer uma Copa do Mundo porque o Governo paga, senão, não sairia, já que ninguém do setor privado demonstra interesse, disposição para o investimento. Na China, para realizar os Jogos Olímpicos, 13 segmentos patrocinaram, que foram selecionados dentre aqueles com o menor índice de poluição.

Estação Brasil: Como dimensionar todas essas questões, se faltam acomodações, infra-estrutura, quase tudo?

João Luiz Moreira: Eu comentava a questão da Copa do Mundo, que terá várias sedes, e não vejo grandes problemas. Mas, para as Olimpíadas, já existe um grande impasse: é necessário hospedar as pessoas, é preciso construir habitações, mas o setor hoteleiro carioca não quer construir mais, porque, se construir, vai aumentar

a oferta, e assim diminuir a capacidade de ocupação. O que fazer? É o Governo que tem que bancar? Vai construir Vilas Olímpicas, criar condições, para depois fazer o que com elas? Onde é que estão os bancos? Durante os Jogos Pan-Americanos, foi criado um sistema de comunicação via táxi. Terminaram os jogos, aquela Central não funcio-nou mais, e o motorista não aprendeu nem uma dezena de palavras estrangeiras... Ninguém aprendeu. Os jogos Pan-Americanos passaram, e não ficou nada do que foi feito. O que será que vai acontecer com a Copa? Será que vai ficar alguma coisa dela? Construiremos obras fantásti-cas, e depois não saberemos lhes dar destino convenien-te? Temos que mudar os conceitos.

Estação Brasil: Exemplos internacionais?

João Luiz Moreira: Encerrou há pouco tempo a Feira Mundial de Zaragosa. O setor público espanhol investiu E$ 5 milhões, e o setor privado, E$ 30 milhões. Para dar

continuidade ao espaço, como ponto de eventos, eles passam a realizar anual-mente um grande debate sobre o tema “Água”, a grande discussão mundial. No entanto, qual o país que tem mais água no mundo, não é o Brasil?...

Estação Brasil: Alternativas de ações?

João Luiz Moreira: Planejamento, visão estratégica. Infelizmente, nós brasileiros não trabalhamos, até hoje, esta visão. Por isso, não temos inteligência competitiva. Olhamos até o fato e, acabou o fato, não fazemos mais nada. O MTur tem a competência de exercer uma lideran-ça de preparar os destinos, com o Marketing de Destinos. O MTur já

promoveu, com um grupo, uma visita à África do Sul, para ver o que os sul-africanos estão fazendo. Também, o governo já promoveu um encontro no Rio, com os maiores experts, para tratar sobre o tema “Planejamento Estratégico”. Aguardamos que venham boas ações da nossa administração.

Estação Brasil: É o MTur que deve coordenar estas ações?

João Luiz Moreira: O MTur investe na capacitação de pessoas. Isso demonstra que existe a inteligência de prepa-rar o pessoal que vai receber o visitante. Outras ações, que envolvem consultorias, são caras. Mas são inteligência diferenciada, estratégica, pois existe o compromisso sério. Vejamos o exemplo da China que, ao aumentar mais duas raias nas piscinas, e também na altura do volume da água, possibilitou que todos os recordes foram batidos, por causa do menor atrito dos nadadores com a água. Isso é inteli-gência, gente pensando! Quando a pessoa usa uma roupa que quase a faz flutuar na água, isso é inteligência aplica-da. É essa inteligência que precisamos aproveitar, pois ela cria novas estratégias. Hoje existe uma visão distorcida de imaginar que só o Governo deve bancar tudo, e que todo mundo deve, ou pode, dar a sua opinião. Na realidade, as coisas precisam ser diferentes disso. Precisamos priorita-riamente evitar os desperdícios, os prejuízos. Temos que criar organismos, entes públicos e privados, que condu-zam os eventos, que dêem continuidade à utilização dos equipamentos agregados – a exemplo do que aconte-ce em outras partes do mundo.

Os aeroportos brasileiros têm problemas, que podem ser facilmente resolvidos, basta que haja um pouco de boa vontade

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As centrais sindicais e confederações de trabalha-dores iniciaram uma campanha para que o Congresso Nacional aprove proposta de emenda à Constituição, de minha autoria, em parceria com o senador Inácio Arruda, de redução da jornada de trabalho, das atuais 44 horas semanais para 40 horas, sem redução de salários.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) anunciou oficialmente que participa da campanha. As Pastorais Sociais e as Paróquias serão orientadas a colher assinaturas entre os fiéis em apoio à aprovação da mudança constitucional.

São palavras de Dom Dimas Lara, secretário-geral da CNBB: “É uma causa justa, que se propõe a beneficiar a maioria e a incluir mais brasileiros no mercado formal de trabalho.” E prossegue: “Eu me entusiasmei pessoal-mente com a idéia e consultei todos os integrantes do Conselho Episcopal de Pastoral, que a aprovaram.”

A redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, é uma antiga reivindicação do movimento sindi-cal brasileiro que, mais uma vez, se mostra consciente da sua função de lutar por um país mais justo e solidá-rio. Acredito que o nosso país está maduro o suficiente para implantar esta medida.

Existem várias pesquisas sobre a redução da jorna-da de trabalho como forma imediata para a criação de novos empregos, para uma melhor distribuição de renda e, conseqüentemente, para a melhoria das condições de vida do nosso povo.

Conforme o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), a redução de jornada pode gerar de imediato cerca de 3 milhões de novos postos de trabalho. Num segundo momento, com a redução de uma hora por ano, até chegarmos a 36 horas semanais, podem ser criados aproximadamente 7 milhões de empregos.

É claro que, para potencializar a criação de novos empregos, a redução da jornada de trabalho deve vir acompanhada de medidas como o fim das horas extras e do banco de horas.

A experiência da redução de jornada de 39 horas

semanais para 35 horas foi feita na França pelo gover-no de Lionel Jospin (1997–2002). Foram criados um milhão de empregos. O exemplo francês trouxe benefí-cio pois, além da geração de mais empregos, foi capaz de reduzir os custos das empresas, por meio da diminui-ção de contribuições.

É preciso que todos entendam que a redução de jornada só representará uma vitória se for fruto do entendimento entre empregados, empregadores e governo, pois o país decente que queremos está baseado na humanização das relações de trabalho, onde todos podem sair vencedores.

O empresariado brasileiro necessita de incentivos para a produção, mas também da redução de custos. Deve, por exemplo, ser transferida parte dos encargos sobre a folha para o faturamento. Com isso, toda a socie-dade assume a sua responsabilidade com o social, e os empreendedores não terão ônus por gerarem novos empregos. Já os empregados, que são a força viva do trabalho, necessitam de uma nova e maior participação no sistema, para ter uma vida digna.

É certo que teremos avanços. As empresas se capita-lizarão mais e, obviamente, investirão também mais em postos de trabalho.

É bom enfatizar que com a redução da jornada teremos menos acidentes de trabalho. Também os traba-lhadores poderão se preparar melhor para conviver com as novas tecnologias. Eles terão assim um tempo maior para ficar com suas famílias. Ainda, fortaleceremos o ciclo natural da economia, incrementando o mercado interno.

O objetivo principal desta discussão é fazer com que representantes do Executivo, Legislativo, empresá-rios e trabalhadores encontrem, juntos, alternativas que contemplem as aspirações do conjunto da sociedade, para que tenhamos um Brasil melhor para todos.

É importante lembrar que, quanto mais pessoas estiverem trabalhando, mais a Previdência será benefi-ciada, o que irá garantir um salário decente para os aposentados.

Paulo PaimSenador (PT-RS)

Mais Emprego, Melhor Qualidade de Vida

A redução do horário da jornada de trabalho, em uma hora por ano, pode gerar de imedia-to cerca de três milhões de novos empregos. Quando chegarmos a 36 horas semanais, poderão ser finalmente criados mais sete milhões de novos postos de trabalho

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O importante filão do Turismo de Negócios preci-sa estar estruturado em amplo planejamento, rígidos controles e adequada integração dos atores, de modo a otimizar os serviços e produtos oferecidos, para realizar a máxima satisfação do cliente. Isto visa ampliar receitas, mídias, e reduzir a sazonalidade nos núcleos receptores, os centros de eventos, feiras, hotéis, e daí por diante. É um trabalho de equipe, de longa duração, às vezes. Essa logística e marketing objetivam a mais ampla qualidade nos serviços, com o aumento, diversificação e geração de fluxos de curto, médio e longo prazos.

Na logística, é necessário ter-se dados completos, precisos e diversificados, com todo tipo de informação e detalhamento técnico da infra-estrutura urbana e regio-nal – aeroportos, portos, rodovias, segurança, saúde, legislação, dentre outros. Já na estrutura turística, a quantidade de leitos e sua diversificação, preços, tarifas, normas de reservas, equipamentos, capacidade de todos os locais para eventos, feiras, shows, rodeios etc., sem se descuidar de levantamento dos serviços de transporte, equipamentos diversos, tradução, qualidade, quanti-dade e diversidade da mão-de-obra local e regional, passando pelos serviços indiretos, auxiliares e comple-mentares, são objeto de observação especial sempre.

Nossa atenção se estende também às estatísticas qualitativas e quantitativas, bancos de dados, fotos, mapas, materiais promocionais. Uma ampla varredura deve ser feita no potencial de compras, entretenimentos,

Otávio DemasiConsultor de turismo

Jornalista Mtb 32548

vida noturna, cultural, esportiva, e em toda a estrutura-ção do receptivo, mormente quanto aos roteiros, nas 24 horas do dia, todos os dias, incluindo as possibilidades regionais. O cuidado deve ser constante com treinamen-to e reciclagem, assim como a análise dos calendários de outros núcleos receptores, com seus preços, vantagens, serviços, aspectos diferenciais, diversificação de oferta de bens e serviços.

A comercialização tem início com os resultados tabulados e a prospecção de eventos, seja no âmbito estadual, nacional ou internacional, e é proporcional ao potencial receptivo. Vários instrumentos estão dispo-níveis, como viagens de familiarização, técnicas, ações integradas, em eventos diversos, ou segmentadas, visan-do nichos específicos de mercado. Deve ser considerada a capacidade criativa da propaganda, com a utilização de peças publicitárias, o que inclui os anúncios nas mídias mais diversificadas, o aproveitamento da inter-net, tudo se espraiando em planos de ações calcados nas relações públicas, voltados à sensibilização de formado-res de opinião e junto a quem decide. É um ciclo virtu-oso, contínuo, complexo, mas altamente lucrativo. Na obtenção do(s) financiamento(s) está a mágica do gato.

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O desenvolvimento sustentável visa promover o crescimento econômico local – sem destruir o meio ambiente.

Politicamente, o desenvolvimento sustentá-vel prega a possível edificação das comunidades humanas sustentáveis. Dizendo em outras palavras, tais comunidades procuram alcançar um padrão de organização avançado, e conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação do meio ambiente. O sentido de desenvolver sustentabilidade deve ser compreendido como um processo dinâmico associa-do à manutenção dos ecossistemas, e ao mesmo tempo assegurando o futuro da humanidade.

De acordo com Barbier, desenvolvimento econô-mico sustentável diz respeito diretamente à melhoria do nível de vida dos pobres, a qual pode ser medida quantitativamente em termos de aumento de alimen-tação, renda real, serviços educacionais e de saúde, saneamento e abastecimento de água, entre outros; e não diz respeito somente ao crescimento econômi-co no nível de agregação nacional. Em termos gerais, o objetivo primeiro é reduzir a pobreza absoluta do mundo através de providenciar meios de vida seguros e permanentes, que minimizem a exaustão de recur-sos, a degradação ambiental, a disrupção da cultura e a instabilidade social.

Em um passado próximo, realizou-se a Confe-rência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a CNUMAD, ocorrida no Rio de Janeiro, onde o conceito de desenvolvimento susten-tável consolidou-se como uma diretriz para a trans-formação de rumos no desenvolvimento planetário. Em tal conferência foram elaborados e aprovados, através dos representantes oficiais dos países, como também das organizações participantes do encontro, cinco documentos principais: Carta da Terra, que posteriormente foi batizada de Declaração do Rio,

Declaração sobre Florestas, Convenção sobre Diversi-dade Biológica, Convenção do Quadro sobre Mudan-ças Climáticas e Agenda 21.

É importante nortear que a Declaração do Rio tinha como meta maior estabelecer acordos inter-nacionais, que respeitassem os anseios de todos, bem como assegurassem a integridade do sistema global de ecologia e desenvolvimento. Já a Agenda 21 apresentava diversos compromissos afirmados pelas nações presentes, que assumiram o compro-misso de adotar em suas políticas públicas diretri-zes que conduziriam rumo ao desenvolvimen-to sustentável, enfocando problemas ambientais comuns, ou seja, poluição, mudanças climáticas, agricultura sustentável, desertificação, entre outros. Assim, o desenvolvimento sustentável constitui-se num instrumento de melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, na medida que se opõe ao modelo de desenvolvimento predatório, que aniquila o meio ambiente e conseqüentemente a qualidade de vida de todos. Portanto, o modelo tendencial de funda-mentar idéias de sustentabilidade tem que sair da visão macroeconômica e se fundir a cada indiví-duo, como se fosse uma Agenda 21, mas com uma hierarquia contrária: em vez de países se unirem, estados; em vez de municípios, comunidades; em vez de bairros, o grupo de amigos, e o próprio eu. A condição primordial para um país promover o desenvolvimento sustentável, sobretudo em econo-mia, depende dos recursos naturais, e a devastação do meio ambiente é inserida diretamente em seus cálculos econômicos.

Desenvolvimento sustentável

O grande Triunfo das Pessoas e Cidades

Pedro Alves Moreira Filho

Bacharel em Administração PúblicaConsultor em captação

de recursos públicos

Contato: (62) 8522.4037site: www.consultoriastaff.com.br e-mail: [email protected]

Desde os anos 80, fala-se de desenvolvimento sustentável, com base em documento elaborado por instituição ligada à ONU

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O que importa, na verdade, é que os anúncios, da mesma forma que o contrato, obrigam o forne-cedor a cumprir a oferta. Isso significa que, na hipótese de o consumidor adquirir um pacote turístico com informações e ofertas veiculadas na mídia, o fornecedor estará comprometido a prestar o integral cumprimento da oferta, independente-mente de constar todo o seu teor no contrato.

Sempre que puder, antes de adquirir pacotes turísticos, o consumidor deve se informar sobre a idoneidade da empresa onde pretende fechar negócio, verificar se ela é cadastrada na Embratur, se é associada à Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), e ainda se está incluída no cadastro de maus fornecedores dos Procons. Deve se informar também sobre os preços, as formas de pagamento, os juros, e as condições de cancela-mento e cobrança de multa por desistência.

No contrato devem constar todas as informa-ções acertadas verbalmente sobre as condições gerais dos serviços oferecidos. Isso é uma seguran-ça para o consumidor, caso ele tenha problemas de descumprimento dos serviços por parte da agência, ou do operador de turismo, durante a viagem.

A agência ou operadora deve fornecer por escri-to, para o consu-midor, os roteiros turísticos e as demais observa-ções a eles relati-vas. Tudo irá integrar o contra-to de serviços.

Direitos do Turista

Celso RussomanoJornalista, deputado federal

e ativista de Movimentos de Defesa do Consumidor

É bom lembrar que o prazo para reclamar dos problemas em viagens turísticas é de 30 (trinta) dias, já que pacote de viagem é um serviço não-durável.

As principais recomendações para o consumi-dor antes de fechar negócio são: solicitar previa-mente um orçamento detalhado dos serviços de turismo que pretende contratar; ler com atenção os contratos, ou condições gerais ou especiais de qualquer oferta de serviço, antes de aceitá-los; exigir por escrito o roteiro, as paradas, as visitas e as programações do pacote; escolher sempre as casas de shows, bares, restaurantes, lanchonetes, hotéis e similares que possuam cópia do cardápio, ou preços dos serviços, na parte externa do estabelecimento; consultar os órgãos competentes, em caso de dúvida sobre a empresa, e verificar sempre a duração exata da excursão e o tempo de permanência em cada localidade a ser visitada, considerando que, nos dias de chegada e de saída, as opções de lazer ficam prejudicadas, em razão do pouco tempo.

Obs.: Em muitos países, ainda é exigido um visto consular para autorizar a entrada do

turista em seu território; por isso, o consu-

midor deve se informar se é necessário o visto nos países que for visitar.

No mais, boa viagem!

O Código de Defesa do Consumidor criou uma nova figura jurídica, que imprime natureza contratual ao material publicitário, sejam os anúncios veiculados pela televisão, rádio, jornal, folhetos ou prospectos

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O deputado distrital Rubens Brunelli (DEM-DF), em companhia do capitão da Barca Brasília, Edmilson Figueiredo,

e da reportagem da Revista ESTAÇÃO BRASIL, navegam no Lago Paranoá, com o objetivo de familiarização com as suas águas.

Figueiredo é um empreendedor que disponibi-liza aos turistas e aos brasilienses um passeio

tranqüilo, com música ao vivo e shows culturais, inclusive infantis, aos finais de semana, saindo do atracadouro do Bay Parque Hotel, com uma bela vista do Palácio da Alvorada, passando por baixo da Ponte JK, para seguir até o Pontão Sul.

O capitão emociona-se ao falar sobre o Paranoá, quando diz que “A experiência de navegar é impressionante. A água é um bem indispensável

Deputado Brunelli Vistoria as Condições Ecológicas do Lago Paranoá

para a consecução da vida. Na Barca Brasília, mantemos vivo o contato com a história do lago, com a cultura produzida em Brasília, com o prazer da culinária da nossa cozinha, e realiza-mos uma nova leitura da cidade. Fazemos uma navegação silenciosa, com emissão de poluentes sob rigoroso controle, buscando conscientizar todos os navegantes para a importância de ofere-cermos condições de perpetuação deste magní-fico cenário”, diz.

Brunelli foi informado pelo capitão de que boa parte dos barcos que circulam no Paranoá não dispõem de equipamentos, nem de local adequado, para o recolhimento do lixo gerado no interior dos que ali navegam, ou dos que estão ancorados. Por sua vez, o deputado mostrou-se impressionado com a realidade explanada pelo capitão, e prometeu mobilizar seus pares na Câmara Legislativa para definir pontos prioritários de ação, para efetivar as soluções para a despoluição das águas, que hoje estão poluídas em torno de 10%, mas índice que pode ser reduzido a zero.

Designer QuicoFotos Cristiano D’Moura

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Existem nas nossas edificações verdadeiras barrei-ras arquitetônicas, que prejudicam ou impossibi-litam o livre trânsito de pessoas com dificuldades

de locomoção. Felizmente um desenho universal para as construções pode resolver esse problema. Trata-se de um modo de concepção de espaços e produtos que acomoda as pessoas dos mais diversos padrões e condições, adéqua ambientes e produtos para que sejam mais compreensíveis, e inter-relaciona produtos e ambien-tes – que devem ser consi-derados no todo, não mais como partes isoladas.

As pessoas com mobili-dade reduzida, temporá-ria ou permanentemente, idosas, e também crianças, gestantes, lactantes, obesas e aquelas com crianças de colo, entre outras, são credoras de espaços públicos e sistemas de transporte e comunica-ção adaptados, na arquitetura dos espaços urbanos. Adaptar e adequar esses espaços e equipamentos públicos, para utilização por parte dessas pessoas, não se trata de concessão, mas de prioridade de atendi-mento, conforme as Leis Federais 10.048 e 10.098, aprovadas em 2000. É grande a dívida social para com as pessoas com tais dificuldades.

O Brasil engatinha na área, enquanto outros países, a exemplo dos Estados Unidos, Canadá ou Inglater-ra, dentre outros daqueles mais evoluídos, dispõem de opções de destinos e habitações realmente acessí-veis a pessoas com deficiência. Mas já começam a surgir iniciativas de inclusão semelhantes aqui. Como exemplo, o Turismo Acessível é objeto de um Convê-

nio entre o Ministério do Turismo, a Prefeitura de Socorro (SP) – um dos pólos de turismo de aventura mais importantes do interior paulista –, a Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais (AVAPE) e o programa Aventura Segura, na criação do projeto Socorro Acessível, para tornar a cidade o primeiro desti-no turístico do país totalmente adaptado às pessoas com

deficiência. A AVAPE é uma iniciativa

da maior importância, pois oferece serviços de diagnós-tico de acessibilidade, mapeamento em municípios, palestras de sensibilização e qualificação para atendimen-to a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, e também disponibiliza o selo de Estabelecimento Acessí-vel a prestadores de serviços turísticos, de apoio e ativida-des de aventura, na região de Socorro. Arquitetos e técni-

cos em inclusão realizam diversas ações para acessi-bilidade, entre as quais a instalação de sinais sonoros nos semáforos e a construção e adaptação de rampas de acesso em locais públicos, ruas, praças e museus. A Associação funciona em 14 Unidades, localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

A norma técnica NBR 9.050 prevê os hotéis e pousadas com 5 % de suas acomodações adapta-das para atender a pessoas com deficiência. Assim, a arquitetura deve ter em vista a criação dos espaços acessíveis, e as normas técnicas funcionam como roteiros para a criatividade. A transformação do processo de ensino é a próxima etapa.

Há cerca de um ano, está implementada a

Federação Nacional das AVAPEs (FENAVAPE), na finalidade de expansão para todas as regiões do país. “A FENAVAPE nasceu com o objetivo de se tornar um organismo voltado a colaborar para a definição de políticas nacionais e articular, junto ao poder público e entidades privadas, os meios para a inclu-são social e o exercício da cidadania da pessoa com deficiência em nosso país”, informa o presidente da entidade, Marcos Gonçalves. A Federação deve estimular e promover estudos e pesquisas sobre deficiências, oferecer assessoria técnica e científi-ca às entidades afiliadas, e também representá-las, no Brasil e no exterior, de modo a conferir a todas maior representatividade. O presidente também afirma que promover a qualidade de vida das pesso-as com deficiência, e fazer o acompanhamento siste-mático de toda a rede AVAPE, é o maior objetivo da FENAVAPE. A instituição projeta ampliar o funcio-namento de 14 para 31 Unidades, em três anos, no país (www.avape.org.br).

No Distrito FederalEncontra-se em fase final de instalação a Praça

da Inclusão Total, na Praça Pedro Roque, no Núcleo Bandeirante. Trata-se de um espaço modelo de lazer, ao lado da Biblioteca, voltado para a educa-ção e reabilitação motora em área pública, para as pessoas com deficiência motora, auditiva ou visual, ou aquelas com mobilidade reduzida, além de idosos, grávidas, crianças, para sua interação natural – sem constrangimento –, no contato direto com a comunidade, em atividades comuns a todos da cidade. O projeto se pauta pelas orientações do Guia de Acessibilidade, Edificação e Urbanização, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio

Ambiente do GDF, para inauguração parcial já no final do ano.

São contemplados um parque infantil; chafariz interativo para banho, de estimulação sensorial com o elemento água; quiosque educativo, de orientação para os equipamentos e serviços ofere-cidos; horta orgânica de experimentação senso-rial, para consumo e venda dos produtos; minici-clovia educativa de cadeirantes e ciclistas; circuito da terceira idade, com aparelhos fisioterapêuticos; circuito de reabilitação motora, com equipamen-tos adequados; mesas e bancos para jogos, damas, dominó, xadrez e cartas; coreto para apresentações e eventos; banheiros públicos autônomos acessí-veis; paisagismo nativo e sensorial; piso podotátil e de alerta nos diversos locais da Praça; Biblioteca acessível, que inclui computadores adaptados a diversas deficiências – tudo conforme o desenho universal.

O projeto segue o princípio da sustentabili-dade ambiental, e tem o objetivo de despertar a consciência ecológica e a preservação do ecossis-tema do cerrado. Utiliza materiais ecologicamen-te corretos e inclui o reaproveitamento da água pluvial e a coleta seletiva do lixo. Parcerias são firmadas, no âmbito governamental, com ONGs e Associações diversas. Além da utilização local, os produtos da horta ecológica serão também comercializados com os visitantes, de modo a garantir a sustentabilidade econômica da Praça da Inclusão Total.

O Distrito Federal dá muito importante exemplo nacional, com esta implantação, de resg ate do direito social das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Acessibilidade. Um Direito de Todos

Integração social

O livre acesso é um direito da cidadania. As alternativas para utilizar os equipamentos urbanos devem incluir a todos, com segurança e autonomia, nas edificações e mobiliários, transportes, sistemas e meios de comunicação, com especial atenção para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida

Por Luís EduardoDesigner Toni Lucena

Praça da Inclusão Total

Na quarta-feira 9/7, a solenidade de promulgação do projeto de decreto legislativo que aprova o texto da Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência.

Alex Paniago

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na Semana Mundial do Turismo a Lei Geral do Turismo (LGT), nº 11.771/2008. Mais que um marco regulatório para a cadeia prestadora de serviços turísticos, a nova legislação representa o reconhecimento da força do turismo como alavanca para o desenvolvimento econômico e social, por sua capacidade de geração de emprego e renda em todas as regiões do país. Atualmente, 6,3 milhões de pessoas vivem das atividades que envolvem o setor. A lei contempla um ambiente favorável aos investimentos e à continuidade de políticas públicas.

Em pronunciamento durante o Ato, realizado no Palácio do Planalto, o presidente Lula disse aos presentes, pessoas e entidades da mais alta representatividade do trade turístico brasileiro que, a partir daquele momento, Luiz Barretto estava oficialmente empossado no cargo de ministro do Turismo. O público saudou com aplausos a decisão do presidente, demonstrando que Barretto é bem-vindo à frente do Turismo, que contribui hoje com 3,5% do PIB nacional.

A LGT institui a Política Nacional de Turismo, que será regida pelo Plano Nacional de Turismo (PNT). O PNT contém os macroprogramas, dentre os quais o de regionalização, que prioriza 65 destinos turísticos nos 26 estados e no DF. Esses devem receber investimentos e se tornarem pontos de atração, para aumentarem a quantidade de viagens. A previsão é chegar a 2010 com a marca de 217 milhões de brasileiros praticando o turismo no país. O texto ainda abre a possibilidade para que gestores de empresas recebam dinheiro público para aplicação na melhoria das instalações, na qualificação profissional e em novos investimentos. O projeto também prevê multa de R$ 350 mil a R$ 3 milhões para as empresas que descumprirem as normas estabelecidas na LGT, além da perda do cadastro da empresa e da suspensão das suas atividades.

Como vai funcionar A lei regulamentará as atividades prestadoras de serviços

turísticos – meios de hospedagem, agências de turismo, transportadoras turísticas, organizadoras de eventos, parques temáticos e outras, que exercem atividades reconhecidas pelo MTur. Serão estabelecidas as regras de fiscalização dos serviços turísticos, e também definidas infrações e penalidades, além de programas de qualificação e capacitação da mão-de-obra

que envolve o setor.Vetos à LGT A lei sancionada pelo presidente Lula deveria ser um

novo alento para os empresários do setor, mas acabou frustrando grande parte deles depois de vetos assinados pelo chefe do Executivo. Um deles, e talvez o principal, impede que a atividade turística se caracterize como exportadora e, assim, que usufruísse dos benefícios fiscais concedidos às empresas desse tipo. A decisão do presidente decepcionou os representantes dos principais setores do turismo, principalmente agências de viagens e operadoras. Se o veto não existisse, os benefícios fiscais trariam uma desoneração de impostos significativa para os empresários, além de incentivo ao receptivo internacional, aumento de fluxo e conseqüente redução dos custos. A decisão de tornar a atividade exportadora foi amadurecida no Conselho Nacional de Turismo e, depois da aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado, os representantes do setor estavam confiantes. Afinal, em todos os lugares do mundo, o turismo já é uma atividade considerada tipo exportação, que traz divisas estrangeiras.

O parágrafo sexto do artigo 27 também foi vetado. Ele dizia serem as agências de turismo responsáveis objetivamente pela intermediação ou execução direta dos serviços ofertados e, solidariamente, pelos serviços de fornecedores que não puderem ser identificados, ou, se estrangeiros, que não possuírem representantes no país. Agora a lei deixa em aberto a responsabilidade solidária dos agentes a todos os fornecedores.

O artigo 17, que trata da troca de informações entre fundos governamentais e o Ministério do Turismo, relativas à tramitação de projetos turísticos e de operações financeiras, também entrou na lista de vetos. O artigo 20, parágrafo terceiro, que trata da reaplicação dos saldos do Fundo Gestor do Turismo (Fungetur), e o artigo 46, que considerava como receita bruta dos serviços de intermediação o valor da comissão recebida dos fornecedores, e não o valor total, como acontece hoje, também foram vetados. A definição de intermediação, no entanto, continua resguardada.

Opiniões de autoridades e empresários Paulo Octávio – vice-governador do DF: O Brasil é

Uma Nova Era para o Turismo no Brasil

imaturo não valorizando o turismo. A lei passa a reconhecer esta atividade econômica importante, hoje, que emprega mais de 10% da força produtiva mundial. Ela reforça a idéia e a capacidade do Brasil e de Brasília para sediar uma Olimpíada. A cidade oferece melhores condições do que as outras candidatas. Sua localização é estratégica, no centro do país, com a facilidade do acesso ao Aeroporto JK, próximo aos hotéis, estádios e centros de convenções, onde estarão os atletas e turistas. Teremos oportunidade de mostrar as obras maravilhosas da arquitetura de Oscar Niemeyer, Lúcio Costa. A cidade tem infra-estrutura adequada, é dinâmica, cheia de luz, enquanto nós temos a obrigação de apresentá-la ao mundo, especialmente como sede da Olimpíada no Brasil, em 2016.

Carlos Alberto Ferreira – presidente do Conselho da Abav Nacional: Sobre os vetos pelo presidente, entendo que nós agentes de viagem não podemos ser penalizados, por exemplo, no caso dos transportes aéreos, serviço concedido pelo governo, que a ele cabe fiscalizar. As agências de viagem são responsáveis pelos serviços que contrata. A companhia aérea é concessão do Estado; para outros serviços, assim como o da hotelaria, existem leis específicas. O consumidor não será prejudicado, pois poderá acionar, na Justiça, eventuais falhas nos serviços, e aí entra a responsabilidade solidária, pois a lei consolida todas as atividades do turismo. Antes não havia um entendimento amplo do negócio, que envolve em torno de 54 atividades. Essa lei, portanto, dá plena consciência do que representa o turismo na economia, e diz ao consumidor claramente quem é o responsável, e porquê.

Senador Adelmir Santana (DEM–DF): A efetivação do ministro Luiz Barretto coroou de êxito a sansão da LGT, que define claramente os caminhos que o turismo brasileiro tem a percorrer.

Senadora Lúcia Vânia (PMDB–GO): Acredito que, depois deste marco regulatório, todo o setor envolvido terá mais confiança em realizar investimentos. Os ministérios terão que agir em conjunto no desenvolvimento da infra-estrutura. Enfim, ela vai ordenar tudo o que foi construído nos últimos anos.

Empresário Guilherme Paulus, diretor-presidente da Holding CVC: Para nós que trabalhamos com turismo, a lei é uma grande vitória. Travamos uma luta incessante e conjunta, até chegarmos a esse momento. A efetivação do ministro Luiz Barretto consolida todas as nossas ações. Lula foi hábil em agilizar os instrumentos adequados ao desenvolvimento do turismo. Agora, vamos ao trabalho, como ele mesmo disse.

Consultor de Turismo Milton Zuanazzi: O país se ressentia pela falta desse marco regulatório. Trata-se de uma luta antiga do turismo, que cresceu muito depois de

2003, com a criação do Ministério do Turismo, que hoje se efetivou.

Deputada Lídice da Mata (PT-BA): A lei define toda a atividade turística no Brasil, regulamentando seu exercício, definindo o que é tarefa do governo e o que é tarefa da iniciativa privada, o que cada setor tem a fazer, mas principalmente fortalecendo, no papel, a ação fiscalizadora do Poder Público.

Jeanine Pires, presidente da Embratur: A comemoração da LGT não acontece só por parte de quem trabalha no turismo, mas também por parte do consumidor. A lei promulgada

possibilita a construção de novas oportunidades de desenvolvimento para o turismo interno. No plano internacional, ganhamos um grande impulso. O lançamento mundial da campanha promocional do Turismo Brasileiro, em Nova York, foi um grande sucesso, inclusive com a presença do presidente Lula. Agora vamos levá-la também para os outros países. É um novo e muito auspicioso momento para a atividade turística no Brasil.

João Luiz dos Santos Moreira, presidente da CBC&VB: Foi um momento histórico, fantástico! Acredito que os aplausos, quando o presidente confirmou Luiz Barretto como ministro do Turismo, foram uma demonstração clara de que o trade turístico o apóia. A LGT não é o instrumento ideal, mas ela regulariza a atividade e cria as suas condições de legalidade e fiscalização conseqüente, além de possibilitar o seu desenvolvimento.

Eraldo Alves da Cruz, assessor para Assuntos Institucionais e de Turismo da CNC: A LGT já era esperada, e este é um momento importantíssimo para todos nós. A partir de agora, podemos definir melhor os seus rumos, com a legalidade do que funcionava na informalidade. É um ponto de referência legislativo, para darmos continuidade ao negócio, com ainda maior ênfase.

Airton Pereira, Secretário Nacional de Políticas de Turismo do MTur: O turismo estava regulado por um conjunto de normas e decretos, e agora irá funcionar com a nova lei, que regulamenta o setor. Ela traz mais segurança para os legisladores e os consumidores, ao garantir, além de novos investimentos no setor, a geração de empregos e renda nos municípios, estados e país.

Por Artur HugenDesigner Toni Lucena

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JALO, Agência de Viagens, com atuação de liderança no setor do

turismo da capital federal, abre caminhos e mostra como vencer os desafios, ao realizar ações sociais, de forma prática, junto a comunidades caren-tes. Reunindo entidades formadoras de opinião e a Administração de Varjão, o empresário e pastor João

Alexandre de Lima Olivei-ra (diretor) quer levar solidariedade àquela comunidade, e incentivar mudanças na avaliação que aquelas pessoas fazem de sí mesmas. A idéia é levantar a auto-estima delas, motivando-as ao pleno resgate de sua dignidade e sonhos.

Alexandre conta com o apoio da Administradora do GDF no Varjão, Sra. Luiza Helena Werneck, e também das igrejas representadas na localidade. O diretor da JALO tem realizado um trabalho de conscientização das agências e operadoras de turismo, hotéis e entidades do setor, em todo o DF, de empenharem a sua colaboração para concre-

tizar esses objetivos, pois, como se sabe, a comunidade

de Varjão é extremamente carente.Apadrinhe uma famíliaAlexandre tem mantido contato com pessoas que

possam ajudar uma família com cestas básicas, material escolar, brinquedos, financiamento de cursos profissio-nalizantes, dentre outras necessidades a serem supridas. Existem cerca de 450 agências de viagens em Brasília. Diz ele: “Se houvesse apenas 10% desse número de agências realizando doações de duas cestas básicas, chegaríamos a 90 cestas/mês, o que seria de grande valor para as famílias beneficiadas.”

Primeiro EmpregoOutra linha de ação vem sendo desenvolvida junto ao

mercado de trabalho, na busca da oportunidade de estágios, contratações de menores aprendizes, secretárias etc.

O projeto Barraco Zero visa a busca de doações de sobras de material de construção. A idéia é vender o material arrecadado para a comunidade a preço simbólico, e assim oportunizar que as pessoas comprem o material necessário para a construção de sua tão sonhada casa própria. Ele acredita que é possível demover o concei-to devastador de que tudo deve ser dado de graça, o que serve para criar pessoas dependentes e desacreditadas de seu próprio potencial.

Segundo Alexandre, a Administração de Varjão poderia

Jalo Viagens, Vencendo o Desafio de Praticar Ações sociais

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se responsabilizar pela coleta e armazenagem do material. Para isso, seria necessária a contratação de pessoa para a separação e venda do material arrecadado. “Estaríamos gerando renda para quem estivesse envolvido no processo, e ainda haveria uma receita para investimentos em outros projetos para a comunidade, como creches e oficinas de trabalho, por exemplo.”

Profissional LegalO projeto Contrate um Profissional Legal, com infor-

mações de marceneiros, bombeiros, eletricistas, pedreiros, e muitos outros profissionais, realizará um cadastro junto à Administração Regional de Varjão, que poderá admiti-los ao seu quadro de colaboradores, após análise de seus currículos de vida. Os demais profissionais aprovados serão divulga-dos pela Administração em um banco de dados, que estará disponível no site do Varjão, com segurança e credibilidade.

O objetivo é realizar uma ação de impacto, dando exemplo para que outras comunidades do entorno venham buscar informações para desenvolver projetos similares, em suas cidades. Alexandre Oliveira pondera que “este não é um projeto político, e sim de cidadania, onde se fazem necessá-rias ações imediatas. Não existe outro interesse que vá além da busca pela melhoria da expectativa de vida das pessoas, através da valorização e do regaste do ser humano.”

A Jalo Viagens é uma empresa focada em turismo inter-nacional, que tem parcerias com operadoras no Brasil e exterior, dentre as quais se destacam:

BEST DESTINATIONS-Turismo exótico: China, África, Emirados Árabes etc.

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-Turismo internacional em geral, com excelente foco de assistência em viagens de negócios, que elabora roteiros de acordo com a necessidade do cliente - www.interrio.com.br

LEXUS VIAGENS-Viagens nacionais e internacionais, principalmente de

turismo religioso, especialista em caravanas para Israel.

Administradora apóia ações de incentivo aos moradores de Varjão

A Administradora Regional do GDF na locali-dade de Varjão, Luiza Helena Werneck, diz que a cidade é muito jovem, e voltada para os jovens. “Nós temos 2.800 jovens aqui no Varjão. Então nós temos que agir de acordo com as necessidades mais prementes da comunidade.” E continua: “Só vai parar na droga quem não tem cabeça boa, quem deixa a cabeça vazia e quem a gente não conseguiu despertar para o encanto da vida.”

Luiza Werneck diz ainda que “o nosso trabalho é acolher crianças de quatro a 22 anos e envolvê-las numa seqüência de atividades, onde elas não possam pensar em nada que não seja estudo, esporte e cultura”. “Existe deslei-xo de algumas pessoas, que deixam o lixo acumulado, por vários dias, num canto da casa, mas às vezes a gente está exigindo valores que elas nunca tiveram”, pondera. “É impor-tante lembrar que as crianças eram extremamente agressivas, inclusive, quase batendo nas professoras. Felizmente, houve uma mudança radical, e hoje é bem diferente. É preciso ver que gracinhas se torna-ram esses meninos e meninas, alunos da Escola de Varjão. Subimos onze pontos, e agora somos a Escola que mais cresceu no DF”, diz.

“Para isso tornar-se realidade – diz Luiza –, conta-mos com o apoio de parceiros importantes, como a Marinha, que reformou toda a Escola; a Gasol, que ampliou a Biblioteca e disponibilizou computado-res para os alunos; houve doação de mapas; além da ajuda de outros parceiros, que também contri-buíram com ações comunitárias, enfim, trazendo um novo ânimo aos professores. Com essas motiva-ções, os professores voltaram a encantar os alunos. Assim, o desânimo inicial de sermos, segundo o IDEB, a última Escola de Brasília, estimulou a vonta-de de trabalharmos muito e, hoje, conquistamos a alegria de estarmos acima da Escolinha da 308 Sul e da Escola do Cruzeiro. Para nós, tudo isso é muito gratificante, porque a comunidade correspondeu, em todos os sentidos”, declara.

Luiza Werneck enfatiza ainda que o governa-dor Arruda está desenvolvendo o progresso dentro de um “Governo da Legalidade”, mas acredita que “são necessários mais incentivos ao empreendedo-rismo, especialmente em projetos como os da Jalo Viagens”. “São projetos dessa natureza que, com o apoio de todos, estaremos realizando, na verdade, construindo, uma nova realidade para a comunida-de de Varjão”, conclui a administradora.

Mais informações:(61) 3963.4780 - www.jaloviagens.com.br

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1 - Como é o trabalho com a leitura das mãos? Como é feito? Tem base em quê?

Na verdade, a interpretação das linhas das mãos começou há 4.500 anos, na Índia, como uma parte da Medicina Ayurvédica e dos Vedas. Depois passou por uma evolução natural, até que chegou à Europa. Há uma história mal-contada a respeito disso, que foi quando os ciganos levaram a leitura de mãos como um processo de “adivinhação”, chamado de Quiromancia. Mas o certo foi quando começou se chamar de “Quiro-logia” o estudo das mãos. Isso levou a se utilizar a datiloscopia como meio de identificação. Hoje em dia, as impressões digitais se usam no mundo inteiro em passaportes e documentos, em geral. Em 1944, Julius Spier e Carl Jung apresentaram uma tese afirmando que as mãos mostram características da personalidade de um individuo.

Essa tese se tornou livro: The hands of children.Decidi dar continuidade a esse trabalho, e acabou

surgindo a Psicoquirologia, que reúne conhecimentos de genética, psicologia, datiloscopia e gemoterapia.

2 - De que forma a leitura das mãos contribui na vida das pessoas?

A leitura de mãos pode ajudar uma pessoa a se compreender melhor. É uma arma de autoconhecimen-to, que permite, de forma rápida e precisa, diagnosticar os verdadeiros bloqueios e qualidades de uma pessoa. A Psicoquirologia sustenta que o individuo é um “Sistema Existencial Responsável” (S.E.R.), e que mantém o meio ambiente dentro do seu controle emocional, mesmo que inconscientemente. A partir do momento que uma pessoa conhece as verdadeiras causas do problema, começa o processo de correção da mente e do meio ambiente, gerando uma harmonia entre ambos. Isso condiz com o ditado hindu: “O conhecimento cura.”

3 - O que a leitura das mãos pode revelar sobre a vida de cada um de nós? Que tipos de barreiras podem ser superadas?

Tudo na vida é provocado, seja por nós, ou por outras pessoas, ou pela própria natureza mas, no final das contas, quem decide diante dos estímulos exter-nos somos nós mesmos. Escolhemos nossas parcerias, amizades etc. Escolhemos o lugar para viver, escolhe-mos a nossa fé etc. Podemos não escolher quando crian-ças, mas a vida nos leva a tomar decisões. Isso se chama livre-arbítrio, e todas as religiões do mundo falam disso. A mão de uma pessoa pode revelar todos os diversos aspectos da sua vida: profissional, financeiro, sentimen-tal, amoroso, saúde, viagens etc.

Mas, como toda técnica, só o diagnóstico não cura. Dessa maneira, utilizamos a gemoterapia e a alphaterapia

para nos ajudar a resolver e superar as barreiras.

4 - Quem precisa de leitura de mãos?

Quem procura?Toda pessoa que

deseje ser feliz e queira de verdade superar as dificul-

dades deve conhecer a Psicoquirologia. Por esse motivo, muitos cientistas, políticos, artistas, empresários e pessoas em geral nos procuram.

5 - Quando a leitura das mãos deve ser indica-da? Pode também contribuir para ajudar a desco-brir algum problema de saúde e curar?

Nós tivemos vários casos onde a Psicoquirologia transformou a vida de várias pessoas, tanto na saúde física quanto na emocional e espiritual. Mas nós não consideramos que a Psicoquirologia seja a causa da cura. Simplesmente dá à pessoa elementos para transformar a vida, melhorar o aspecto emocional e espiritual de quem quer melhorar. Por exemplo, muitas pessoas têm problemas econômicos, que não são derivados de problemas profissionais ou finan-ceiros, mas sim produtos de problemas emocionais.

Certa vez, atendi a uma mulher com câncer nos olhos e, quando vi as mãos dela, não aparecia problema de saúde e, sim, problema sentimental. Quando manifestei a ela minha opinião, ela confir-mou que tinha 32 anos de casada, que havia cumpri-do seu dever como mãe e esposa, mas que vinha apanhando durante 32 anos do marido. Quando perguntei: “Como uma mulher forte como você aceitou isso?” Ela me respondeu que se sentia forte porque soube guardar seu sofrimento e, sempre que queria chorar, se encerrava no banheiro. Ela afirmou com orgulho: “Nunca ninguém viu minhas lágri-mas!” Então, eu indaguei: “E por que então gerou um câncer no lugar onde escondia as lágrimas?”

Aí ela começou a chorar, sem poder se conter, e a partir de então começou o seu processo de cura. Três meses depois, veio me visitar, com os olhos desin-chados e com novo laudo médico, confirmando a cura.

6 - Deixe uma mensagem para o leitor!Apenas gostaria pedir ao leitor que pense nisto:“Não é seu aquilo que você tem.Só é seu aquilo que você dá!”

Está em lançamento atualmente o GÊNESIS – Palavra por Palavra, Primeira Parte – A CRIAÇÃO (ver em www.livrodegenesis.com.br, para aquisição ou comentários). O mais recente livro do autor, com o patrocínio do Governo da Bahia e da Livraria Cultura, traz o texto original do Livro de Gênesis, no idioma Hebraico, com um extraordinário trabalho de transliteração, de tradução e pronúncia de cada palavra para o Português Brasileiro atual, em fácil compreensão. O livro ainda contém os “Significados de Maharaja”, que explicam os textos, remontan-do-os à época em que foram escritos. Acompanha ainda um CD com músicas inéditas para meditação no Gênesis, compostas, produzidas e interpretadas pelo autor.

Contato: (61) 9273.0520 / 8161.1228Site: www.maharaja.kit.netE-mail: [email protected]@livrodegenesis.com.br

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A Escola Classe Quatro Núcleo Bandeirante está reali-zando um trabalho exemplar, com nova diretoria, profes-sores, servidores e parceiros, todos unidos para bem atender aos alunos do ensino fundamental, de seis anos até a quarta série. “Toda gestão das Escolas da Rede Pública de Distrito Federal está baseada na gestão compartilhada, mas a nossa equipe (composta este ano) está motivada em democratizar todas as decisões pragmáticas e teóricas, contribuindo para otimizar e tornar atrativo o ambiente escolar”, explica o diretor Estanislau Souza Rezende.

Rezende diz que “nesses dez anos de magistério públi-co no DF percebo no atual contexto um esforço conjunto de todos em busca de uma melhor qualidade de ensino nas Escolas Públicas, como por exemplo a implementa-ção, por parte da Secretaria de Educação, de programas e projetos inovadores como o Ciência em Foco, que estimula a aprendizagem, e o PDAF, um programa de descentraliza-ção dos recursos financeiros, que dará mais autonomia para as Escolas administrarem seus gastos”. Diz ainda que os profissionais da educação estão engajados na busca do aperfeiçoamento, e que freqüentam cursos de capacitação, “pelo menos os da nossa Escola”, brinca o diretor.

A Escola atende mais de 450 alunos em dois turnos, a partir dos seis anos de idade, até o quarto ano do Ensino Fundamental. São 14 professores regentes bem gabari-tados, que orientam 14 turmas. “Nossa Escola atende a um grupo bem heterogêneo de alunos, inclusive a alunos com necessidades especiais, promovendo a integração e o respeito às diferenças”, afirma o diretor Estanislau. Ele diz ainda que a Escola, através de projetos interventivos, atua com os alunos com dificuldades de aprendizagem e com defasagem idade/série, e que dispõe de salas de orien-tação educacional que desenvolvem projetos de valoriza-ção, auto-estima e combate à violência; sala de recursos, que atende aos alunos que possuem necessidades especi-ais com atividades específicas para o desenvolvimento

cognitivo, social e afetivo; e a Biblioteca, onde é realizado o projeto Sala de Leitura, que estimula o prazer e o hábito da leitura .

A Escola Classe Quatro prioriza a qualidade de ensino aliada ao prazer de aprender, e conta com todos os funcionários para alcançar esse objetivo. “Uma Escola limpa, um lanche caprichado e um ambiente acolhe-dor são a cara da nossa Escola”, orgulha-se o diretor. Ele também diz que recebe muito apoio da Diretoria Regional de Ensino do Núcleo Bandeirante, que através de seus núcleos e direção oferece, dentro das possibilidades, aparato pedagógico, administrativo e material para as muitas necessidades da Unidade de Ensino, mas enfatiza que “existem muitos desafios a superar, e que na maioria das vezes nós mesmos colocamos a mão na massa”.

A Escola desenvolve projetos com a participação dos próprios professores, a exemplo de Dança Cigana, Psico-motricidade, Leitura etc. Contamos ainda com outro programa importante, a Capoeira, um projeto da Regional de Ensino, que conta com professor da própria Secretaria de Educação, oferecido no período noturno, a partir de 18h30, com duração de uma hora, às terças e quintas-fei-ras. Os outros projetos funcionam na hora da Regência de Aula. “Agradeço a todos e especialmente à minha equipe de direção, que na figura de minhas amigas Regiane Alves, Cláudia Borges, Kátia Selenita, Cláucia Araújo e Patrícia Nunes, desempenha vital papel para o sucesso da Escola”, finaliza Resende.

Serviços: Escola Classe Quatro Núcleo BandeiranteEndereço: 2ª Avenida, entre os blocos 440/540Horário de Funcionamento: matutino, vespertino, e cursos de Dança Cigana, Mamulengo e Capoeira, às terças e quintas-feiras, das 18h30 às 19h30.Quem tiver interesse em ser parceiro da Escola, entre em contato através do telefone (61) 3901.4332.

Escola Classe Quatro Realiza Trabalho Exemplar

Foto Gilberto Soares

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“ Vá a Praga ao Menos Uma Vez na Vida!”

A capital da República Tcheca é uma das mais belas cidades da Europa. Com cerca de 1,3 mi-lhão de habitantes, tem apenas 500 quilômetros

quadrados – um terço do tamanho da cidade de São Paulo, por exemplo. Igrejas fabulosas, torres góticas monumentais, templos barrocos belíssimos, pontes românticas, cúpulas douradas ou esverdeadas, torres medievais, quase tudo bem perto de um rio bonito, o Moldávia (ou Vlatav, na língua “esquisita” deles). Podemos encontrar jardins, ruas largas, edifícios hi-permodernos, caramanchões, torreões, pérgulas, pavi-lhões, estátuas de todos os tipos, palácios, palacetes, casarões, teatros, salas de concerto, museus, galerias... Uma cidade extremamente equipada e fotogênica, para o interesse turístico e cultural.

Até parece mesmo que todos os arquitetos do mun-

do passaram por Praga, ou exibindo suas obras, ou ad-mirando as dos outros. O bom gosto da arte aplicada na arquitetura e na ornamentação da cidade tem ma-nutenção, conservação e renovação que se equipara à de Paris, e fica a anos-luz à frente de Roma e Veneza.

No passado, Praga não era apenas uma cidade e, sim, quatro. Seus atuais bairros eram cidades diferen-tes, comandadas por um castelo: Mala Strana (a cida-de pequena), Staré Mesto (cidade velha), Nové Mesto (cidade nova) e Josefov (bairro judeu) – unificadas no século 18.

O antigo centro do Reino da Boêmia, hoje chamado de Cidade Velha, é um dos mais bem preservados de toda a Europa. Praga é uma das poucas cidades européias que não foram bombardea-das durante as duas grandes guerras mundiais, fascinan-do a todos pelo seu charme e história.

O que ver – Um dos prin-cipais atrativos é o Castelo de Praga (Krumlovsky Zámek), mas a cidade ainda reserva outros passeios maravi-lhosos, de preferência a pé. Não deixe de ver a Ponte Carlos (Karluv Most), a Praça Central (Staromestke Namesti), onde fica o famoso Relógio Astronômico da Prefeitura da Cidade Velha, a Igreja do Menino Jesus de Praga, o Bairro Judeu (Josefov), a Igreja de Nossa Senhora Diante de Tyn e a Praça Venceslau.

O Castelo – A história da cidade se confunde com a do castelo, construído no século 9 pelo príncipe Borijov. Ocupa uma área superior a 72,5 mil m², e é considerado pelo Guiness Book como o maior castelo do mundo. O atual castelo foi construído em cima das ruínas de outro, bem mais antigo, resultado de inúme-ras reformas, ao longo dos reinados.

Outros atrativos:Catedral de São Vito – em estilo gótico, a cate-

dral é sem dúvida a construção mais impressionante do castelo. Iniciada em 1344, durante o reinado de Charles 4°, a obra só foi concluída no século 19.

Palácio Real – O seu interior é decorado com alguns móveis de madeira. Nas paredes e tetos, brasões coloridos mostram as diferentes etapas da vida da família real. O palácio foi residência de reis e príncipes, entre os séculos 11 e 17.

Basílica de São Jorge – Fundada pelo príncipe Vratislau, em 920, a igreja, em estilo predominantemente

romântico, é a mais bem preservada da Europa. O in-terior já passou por diversas restaurações, e o estilo foi mudado várias vezes. No século 17, ganhou a fachada barroca, que preserva até hoje. Junto à Basílica, fica o Convento de São Jorge, o mais antigo da Boêmia, fundado em 973, que hoje abriga uma coleção de arte maneirista e barroca da Boêmia.

Viela Dourada – É um conjunto de pequenas casas

coloridas, construídas no final do século 16, para abrigar os guardas do castelo, na época do Rei Rodolfo 2°, mas,

segundo uma lenda, as casas teriam sido construídas na verdade para abrigar os alqui-mistas do rei. Um século mais tarde, passou a ser usada pelos ourives da cidade, e atualmen-te as casas são ocupadas por lojas, onde se podem comprar artesanatos, livros, e até os fa-mosos cristais da Boêmia.

Palácio Strernberg –

Abriga um excelente acervo de arte européia da Galeria

Nacional, como obras da arte medieval italiana, telas napolitanas dos séculos 17 e 18, e também outras relí-quias holandesas e flamengas. O castelo ainda reserva um agradável passeio pelos jardins e pelo Palácio Real de Verão, ambos criados em 1535 por Ferdinando 1°.

Ponte Carlos (Karluv Most) – Construída a pedido do rei Carlos 4°, a obra foi iniciada em 1357. Seguindo o estilo gótico, ao longo de seus 520 metros, existem réplicas de estátuas góticas e barrocas de santos cató-licos. A atração é a estátua de São João Nepomuceno, onde fiéis e turistas passam a mão e fazem pedidos. Artistas de todos os tipos aproveitam o movimento de turistas para expor suas obras e tocar instrumentos, enquanto outros fazem caricaturas e retratos a lápis. Da ponte, é possível vislumbrar uma bela vista da cidade. A data de sua inauguração (09/07/1357, às 5h31) foi escolhida por Carlos IV, segundo conceitos da Cabala e da Astrologia, que garantiriam ser de muita força. A ponte até hoje é ponto de encontro de inúmeros casais, que acreditam na magia especial do lugar.

Praça Central (Staromestke Namesti) – É ponto de partida da maioria dos roteiros que se fazem na ci-dade, e onde é possível alugar carruagens para um pas-seio romântico pelas antigas ruas de Praga. Bares ocu-pam o calçadão, e oferecem cervejas de várias marcas. Apesar de tantos atrativos, o que mais chama a atenção no lugar são o Relógio Astronômico e o Calendário da Torre da Prefeitura da Cidade Velha. O relógio marca o tempo em três calendários diferentes, o da antiga Boê-

A capital da República Tcheca é uma das mais belas da Europa. Com cerca de 1,3 milhão de habitantes, tem apenas 500 quilômetros quadrados – um terço do tamanho da cidade de são Paulo

Fotos e texto Élcio Vieira

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mia, o babilônico e o romano (atual), além de mostrar o movimento da Lua e do Sol por meio dos doze signos do zodíaco. Multidões, a cada hora cheia, assistem a figuras articuladas mecanicamente, que aparecem em duas janelinhas. Um esqueleto, representando a Mor-te, é quem aciona o carrilhão, por onde passam os 12 Apóstolos, seguindo São Pedro.

Igreja de Nossa Senhora Diante de Tyn – Sua belíssima construção, iniciada em 1365, com campa-nários góticos, chama a atenção de quem passeia pela Praça Central.

Igreja do Menino Jesus de Praga – É nesta peque-na e simples igreja, se comparada a outras na cidade, que está a imagem, feita de cera, do Menino Jesus de Praga. Hoje em dia, a igreja tornou-se lugar de pere-grinações, devido aos milagres realizados pelo Menino Jesus.

Bairro Judeu (Josefov) – O local fica a uns cinco mi-nutos a pé da Praça Central, e reúne seis das mais antigas si-nagogas da Europa. A mais famosa e mais antiga do con-tinente é a Starono-vá, construída em 1270. A construção gótica foi uma das

primeiras do estilo na cidade, e sobreviveu a incêndios, demolições e massacres anti-semitas, servindo várias vezes de abrigo à comunidade.

Karlovy Vary – A mais bela das cidades-balneário

européias, um palco victoriano de jardins, esculturas e mananciais, com jorros que se elevam até a 12 metros de altura.

O Castelo de KONO-PISTE – Considerado um dos mais importantes da República Tcheca, foi cons-truído entre os séculos 13 e 14.

A República Tcheca re-almente é fascinante, não só Praga, mas a maioria das cidades desse maravilho-so país: Mariasnske Lanze, Tabor, Ceske Budejovice, Cesky Krumlov, Jindrichuv, Hradec, Telc, Brno... Você certamente vai se encantar, e descobrir que a República Tcheca é inesquecível! “Vá a Praga pelo menos uma vez na vida!”

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O turismo é uma atividade extremamente rica, que permite vivenciar a Nature-za, conhecer lugares, contato com

novas pessoas, com a singularidade de seus valores sociais e manifestações artísticas. Ele aproxima povos, culturas e nações. Pode ser uma das mais transformadoras experiências humanas, tanto para o turista quanto para a comunidade que o recebe. Reciprocidade e respeito nesse relacionamento são condi-ções essenciais para que a atividade turística ocorra da forma mais harmoniosa, de modo a gerar benefícios para todos.

O turista não se dá conta, muitas vezes, de que seu comportamento de consumo e atitu-des podem interferir diretamente na qualida-de do meio ambiente e na vida das pessoas com quem ele tem contato. É cada vez mais importante que o turista reconheça o seu papel como um agente que pode contribuir para o desenvolvimento sustentável do desti-no turístico, ao buscar uma interação saudá-vel com a Natureza e com as diferentes formas de expressão das sociedades que o recebem.

sustentabilidade Ambiental

A Sustentabilidade Ambiental no Turismo reflete o desenvolvimento de uma política de estratégias e ações contínuas, que promo-vem a preservação do meio ambiente e evitam a degradação dos recursos naturais, de cuja manutenção

depende o desenvol-vimento desta ativi-dade. Esta idéia se aplica a qualquer outro segmen-to do setor, em qualquer escala, principalmen-te aos aspec-tos econômico, cultural e social, igualmente necessários de cuidado especial.

A construção da sustentabilidade ambien-tal depende do respeito às diretrizes básicas dos órgãos ambientais, em todas as suas instâncias, do envolvimento dos atores que proporcionem melhorias no aspecto ambien-tal, na adoção de práticas sustentáveis, valorização, conservação e preservação da fauna, flora e demais patrimônios naturais, na adequada utilização desses recursos.

O turismo é a maior atividade econômica mundial, apontada como alternativa capaz de promover a valorização e a conservação do patrimônio ambiental, além de ser uma das mais viáveis estratégias para a promo-ção do desenvolvimento sustentável. O setor emprega hoje no mundo cerca de 200 milhões de pessoas, direta ou indiretamente,

o que corresponde a 10 % da força de trabalho global, que gera US$ 4 trilhões, ou seja, 10 % do PIB mundial (OMT).

Talvez o turismo seja a ativi-

dade onde atualmente se operam as mais importantes mudanças, no que diz respeito à incorporação do conceito de desenvolvi-mento sustentável. Cresceu a consciência ambiental dos empresários e dos turistas, e o turismo é provavelmente a atividade mais impactada pelo processo de degradação dos ativos ambientais, decorrente das ativida-des econômicas. Desmatamentos e perda da biodiversidade – em razão da expansão das atividades agropecuárias, principalmente –, queimadas, com extinção de espécies da flora e da fauna, resíduos, mudanças climá-ticas, tudo isso afeta sobremodo a principal fonte de recursos do setor, que é o ambiente natural.

Sustentabilidade Ambiental do Turismo no Brasil

Seguindo a tendência de crescimento mundial, no Brasil, o turis-mo se posiciona como uma importante alternativa de desenvolvimento econômi-co, que avança em busca de espaços naturais prote-gidos. As políticas do atual governo promovem um crescimento pujante da atividade turística, como o comprovam os notáveis índices de desempenho das receitas cambiais do turismo no Balanço de Pagamentos, além da aprovação da LGT atualmente, a Lei Geral do Turismo.

Há que se acompanhar os custos ambien-tais dos impactos gerados pela atividade, que na maioria dos casos ainda é desen-volvida sem um planejamento ambiental e turístico adequados, a despeito dos esforços implementados por alguns setores do poder público (MMA e MTUR) e privado. Urge compatibilizar as políticas ambientais e de

turismo para reduzir os impactos ambien-tais negativos: emissão de gases de efeito estufa pela atividade; descaracterização das paisagens naturais; supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais; ocupação desordenada de áreas públicas e ambientalmente frágeis; geração excessiva de resíduos; adensamento demográfico e territorial; poluição das águas; perturbação de fauna; poluição visual (vanda-lismo); compactação do solo, com a erosão de trilhas; poluição sonora; tráfico de fauna e flora silvestres (biopirataria); e a crescen-te pressão sobre remanescentes ambientais sensíveis, que para serem visitados depen-dem do manejo adequado da visitação.

Alguns elos da cadeia produtiva do turis-mo reconhecem os benefícios da conservação ambiental para a competitividade do setor, e lideram uma tendência clara de busca crescen-te pela adoção de parâmetros de sustenta-

bilidade, nas iniciativas e estratégias de negócios turísticos, em especial no ecoturismo. Já são encontráveis, em setores da hotelaria, práticas de gestão ambiental voltadas para reduzir o consumo de água e energia, implemen-tação da coleta seletiva e reciclagem. Igualmente importantes são as ações de capacitação e de peque-nas infra-estruturas, que

vêm sendo empreendidas para prestar servi-ços que atendam a requisitos ambientais.

A grande maioria dos empreendedores

ECOTURISMO

Turismo e Responsabilidade socioambiental

Por Luís EduardoDesigner: Quico

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Para saber mais:

Ministério do Meio Ambiente

Secretaria de Extrativismo e Desenvolvi-mento Rural Sustentável

Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável

Programa de Apoio ao Ecoturismo e à Sustentabilidade Ambiental do Turismo – Proecotur

E-mail: [email protected] – www.mma.gov.br – Fone: (61) 3317-1413

Lembre-se – em suas viagens:

•Valorize as manifestações culturais e res-peite os hábitos e costumes das populações locais

•Ao visitar ambientes naturais, deixe tudo da forma como encontrou, e leve de volta todo o lixo que produzir

•Dê preferência aos alimentos e produtos regionais ou locais

•Priorize os serviços turísticos locais que adotam práticas de gestão ambiental (hos-pedagem, alimentação, operadores, guias, transportes)

•Participe! Envolva-se! Dê a sua contribui-ção para o projeto!

•Férias Sustentáveis – Campanha Passa-porte Verde

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parece ainda infelizmente subestimar o potencial de efetivo impacto da ativida-de sobre o meio ambiente, e sobre a perda de compe-titividade que tal impac-to ocasiona aos produ-tos e destinos turísticos. Para agravar a situação, faltam investimentos, e os recursos orçamentá-rios e humanos dispo-níveis não condizem com as necessidades para a eficaz imple-

mentação de instrumentos de ordenamento dos fluxos turís-ticos, para controlar e monito-rar o uso desses espaços.

Os Ministérios do Meio Ambiente e do Turismo, no entanto, firmaram um acordo de cooperação técnica, que resultou em comprometimento das duas pastas com a imple-

mentação de ações para melhorar a susten-tabilidade ambiental, que compatibilizem as estratégias de crescimento com a conserva-ção ambiental, além de cuidado especial com as paisagens naturais, as principais fontes de recursos para a prática do turismo, no Brasil.

Essa iniciativa de cooperação bilateral tem como eixo central a implementação de uma agenda ambiental específica, para ordenar e fomentar a gestão pública e privada do setor de turismo, de forma a gerar alternativas sustentáveis para os impactos sociais, cultu-rais e ambientais negativos, decorrentes do desenvolvimento desta atividade, de modo a criar empregos e oportunidades de desenvol-vimento compatíveis com a conservação dos ecossistemas e do espaço urbano.

As ações do MMA para o desenvolvimento do Ecoturismo e a sustentabilidade Ambiental da Atividade Turística

- Programa de Desenvolvimento do Ecoturis-mo na Amazônia Legal – Proecotur- Apoio a Projetos de Ecoturismo de Base Comunitária- Implantação do Sistema de Informações Geográficas para o Ecoturismo – Sigecotur- Capacitação e disseminação de Práticas Sustentáveis para o ecoturismo e turismo

sustentável- Implementação do Projeto Férias Sustentá-veis e Campanha Passa-porte Verde- Apoio à implementa-ção do Componente de Turismo Sustentável do Programa de Revitalização da Bacia do Rio São Francisco- Agenda Ambiental para o Turismo

Campanha global de conscientização

A Campanha Passaporte Verde é uma iniciativa global que visa estimular o turista a adotar uma atitude de consumo responsável, de forma a reduzir os impactos negativos do seu comportamento e de suas escolhas sobre o meio ambiente e a cultura dos destinos que visita.

A Campanha faz parte do projeto Férias Sustentáveis, desenvolvido no âmbito da Força Tarefa Internacional para o Desenvol-vimento do Turismo Sustentável (FTI-DTS), liderada pelo governo francês. Ancorada no Plano de Implementação da Conferência Internacional de Meio Ambiente e Desen-volvimento de Johannesburgo, a FTI-DTS é uma iniciativa voluntária, com a participação do Brasil entre seus 20 países-membros. No Brasil, o projeto é coordenado pelo Minis-tério do Meio Ambiente, pelo Ministério do Turismo e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Conta com o apoio do Ministério da Educação, Gover-no do Estado do Rio de Janeiro, Prefeitura Municipal de Paraty (RJ) e outros parceiros locais e nacionais.

Para transformar Paraty em um municí-pio turístico sustentável

A cidade de Paraty foi escolhida como destino piloto da Campanha Global por causa da destaca-da riqueza de seu patrimônio histórico, cultural e natural, expressa nos modos de vida da população local, e pela sua vocação para o turismo de natureza, rural e cultural. Serão promo-vidas várias estratégias de c o m u n i c a -

ção, entre elas o lançamento de um site nacional e de ações de formação e educação ambiental, que visam promover o diálogo entre os diversos segmentos sociais e institucionais na região.

Projetos de Ecoturismo de Base Comuni-tária

As manifestações etnoculturais, o modo de vida, a hospitalidade das comunidades e a beleza das paisagens naturais colocam o Brasil como um dos mais promissores mercados mundiais para o desenvolvimento deste tipo de ecoturismo. As experiências de ecoturismo de base comunitária dão seus primeiros passos no Brasil e, para que se consolidem como atividade econômica viável, dependem de políticas públi-cas que valorizem os conhecimentos, saberes e tradições das comunidades, e estimulem o empreendedorismo social no processo de trans-formação da rica sociobiodiversidade em produ-tos ecoturísticos, de peculiaridade brasileira.

Objetivos

A Carteira de Projetos de Ecoturismo de Base Comunitária tem o objetivo geral de promo-ver o desenvolvimento do ecoturismo de base comunitária em áreas naturais de interesse turístico, ao apoiar iniciativas que conciliem a conservação ambiental, o manejo sustentável dos recursos naturais e a geração de trabalho e renda para as comunidades tradicionais e locais.

A Carteira visa especificamente promover a sustentabilidade ambiental nas atividades de ecoturismo; contribuir para a sustentabilidade social e econômica das comunidades; valorizar os conhecimentos, saberes, tradições e recursos locais e promover a participação comunitária nos processos de planejamento, gestão e opera-ção da atividade; promover a educação ambien-tal; consolidar experiências de ecoturismo de base comunitária, com vistas à construção de referências; gerar e promover intercâmbio de

conhecimentos para as comuni-dades, sociedade civil e setores governamentais sobre o ecotu-rismo comunitário; fortalecer a capacidade de organização e articulação de instituições

e comunidades tradicionais; além de apoiar o desenvolvimento de arranjos produtivos locais sustentáveis relacio-nados às atividades ecoturísticas.

Beneficiários

A Carteira foi criada para apoiar comuni-dades e/ou grupos comunitários que desen-volvem atividades relacionadas ao ecoturis-mo, especialmente aqueles que vivem em áreas naturais, áreas rurais e Unidades de Conservação e seus entornos.

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Ao se fazer esse simples pedido, não dá para imaginar a complexidade do processo necessário, do cultivo do precioso grão até a saída do líquido dourado e aromático, derramado sobre a xícara.

Tal e qual a feitura de um bom vinho, são necessárias várias etapas na elaboração de um café de qualidade.

Tudo começa na escolha das variedades mais adequadas para aquele solo. É o terroir que determina qual variedade dará uma boa bebida ou não. É o que agrega valor, tanto ao café quanto ao vinho de determinada região, que é demarcada e controlada.

De nada interessa ter um excelente solo, se não forem controla-das as pragas comuns à lavoura, e se não for feita a correção adequa-da das necessidades nutricionais de cada parte do cafezal.

Se o clima cooperar, havendo chuvas no período necessário ao desenvolvimento dos grãos, a planta dará inúmeros frutos, caso contrário, só onde se investir maciçamente em irrigação haverá uma colheita adequada, em quantidade e qualidade. Pelos mesmos motivos, muitas vezes, não temos determinado vinho numa determinada safra, pois ele precisa de uma altíssima qualidade das uvas, para que seja feito.

Na colheita, igualmente ao que acontece em relação às uvas, deve-se esperar o amadurecimento ideal das bagas, para haver uma concentração maior de açúcares na bebida.

No mesmo dia da colheita, deve-se proces-sar as cerejas, evitando-se assim a indesejável e descontrolada fermentação antes do tempo.

Até aqui, todo o processo é semelhante ao vinho. Nesse caso, a uva fermentada gera o vinho, que será armazenado em tonéis, de preferência de carvalho, onde amadurecerá, e depois será engarrafado puro, no caso dos varietais, ou misturado (assemblage), como os melhores vinhos do Velho Mundo.

No caso do café, está apenas começando a elaboração de uma fina bebida. Os grãos precisam descansar em tulhas de madeira, por

algum tempo. Após, será feito o blend (mistura/miscela), procurando-se o que há de melhor em cada variedade, harmonizando-se aroma, sabor, dulçor, acidez e amargor, da forma mais equilibrada e agradável ao paladar.

No próximo passo, temos a torra. Nela vamos elevar vagarosamente a temperatura do grão, procu-rando caramelizar seus açúcares, sem queimá-los. Evita-se assim também a liberação de seus óleos aromáticos, que darão as fragrâncias de frutas, os sabores perceptíveis e facilmente reconhecíveis nas bebidas especiais.

Aparentemente, acabou o processo. Porém, aqui começa a transformação do sólido em líqui-do. Tudo o que foi feito até agora será enaltecido, diminuído ou estragado na tiragem do líquido da máquina.

Deve-se aqui completar os quatro “M” necessários à elaboração de uma boa bebida.

Mistura (miscela/blend), Moagem, Máquina e Mão do operador (barista); este que, devidamente trein-

ado, consegue extrair tudo de melhor que existe no café, regulando a granulometria, quantidade, compacta-

ção do pó e tempo de extração da bebida.Se todo o processo for feito com dedicação, esmero e

paixão, o resultado será uma explosão de fragrâncias e sabores, que permanecerá na boca mesmo após deglutir o precioso líquido

(aftertaste/retrogosto).Por isso, ao pedir: “Um espresso, por favor!”, lembre-se de

toda a trajetória percorrida, admire a linda cor do creme doura-do depositado sobre o quente e negro líquido, e melhore a sua

pedida, imitando os italianos, aqueles que melhor sabem apreciar um bom café. Peça, então: “Um ristretto, por

favor!” De preferência, duplo, pois assim você estará bebendo a essência do café, concentra-

da em meros 15 a 20 ml de puro deleite.

Bom proveito!

Antonello MonardoBarista, empresário

[email protected] www.monardo.com.br

Um Espresso, Por Favor!

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José CordeiroCorrespondente de Paraná e

Santa Catarina

O golfe vem sendo fator de lazer e atração turística cada vez mais constante

Golfe Uma Nova Forma de Fazer Turismo no Brasil

Até há bem pouco tempo existiam poucos campos de golfe no Brasil. Hoje a prática do golfe não só tornou-se uma saudável maneira de lazer, mas também uma verdadeira atração turística. Haja vista o número de hotéis, notadamente os resorts, que possuem seu campo de golfe, e com freqüência bastante significativa.

A conquista da maneira saudável de ficar em

forma é o que descobre o brasileiro, na busca da qualidade de vida, ao praticar esportes coletivos, a exemplo da paixão nacional, o futebol, ou indi-viduais, as caminhadas, corridas ou longas horas em academias, dentre muitas atividades. O mun-do artístico e empresarial descobriu na prática do golfe o melhor resultado para o combate ao es-tresse.

A questão principal não é empunhar um taco e sair desesperado para fazer um hole-in-one, acer-tar o buraco em uma única tacada, partindo do tee box. Homens, mulheres, sozinhos, em duplas ou em grupos, de posse de tacos, pequenas bolinhas brancas, muita energia e disposição, encontram junto à natureza o elixir para combater o desgaste do dia a dia.

Outro fator importante para esses praticantes são as oportunidades que o golfe proporciona. Além de consumir relaxadamente, em média qua-tro horas para percorrer aproximadamente seis quilômetros, em caminhada lenta, conhecer novas pessoas, fazer amigos, e ainda muitos negócios.

O jogador de golfe é por natureza um bom vivã que confraterniza em harmonia com a natu-reza, consome o melhor da boa mesa, sempre em ótima companhia, regada ao que há de melhor em oferta de bebidas.

O golfe há muito se pratica no Brasil, mas somente agora explode em adesão e oferta de campos. Por esses motivos, novos milionários empreendimentos estão sendo oferecidos atra-vés de clubes de golfistas, condomínios e em hotéis e resorts.

No Brasil, há mais de 50 campos que abri-gam campeonatos ou torneios para profissio-nais com alto desempenho, e muitas competi-ções para amadores, estimados em mais de 20 mil golfistas, que podem ser de relacionamento ou confraternização.

Em Santa Catarina há dois campos em ope-ração. Resort Plaza Itapema & Spa e Joinville Country Club, ambos com 9 buracos cada. O Resort Plaza Itapema & Spa, além de ser o pri-meiro Resort brasileiro, é o que construiu, no ano de 1975, o primeiro campo de golfe em hotel. Filiado à Federação Paranaense de Gol-fe, conta com 9 buracos, em lugar paradisíaco, entre a Serra do Mar e o Oceano Atlântico, às margens da BR–101, no Km 144, município de Itapema-SC.

O campo do Plaza Itapema é o mais procura-do pelos jogadores do Estado e pelos estrangei-ros, quando a negócio ou lazer em Santa Catari-na. Com objetivo de deixá-lo mais competitivo, a administração do complexo está provocando melhorias em vários buracos, que serão amplia-dos com a construção de novos teens e greens.

O campo Plaza Itapema Golfe & Resort está inserido no circuito “Conheça o Brasil Jogando Golfe”, organizado pela Confederação Brasileira de Golfe (CBG). É um bom exemplo da evolu-ção da prática golfista em nosso país.

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Alex Paniago

O Rei Pelé recebe a medalha “Heróis de 1958” das mãos do Presidente Lula, no Palácio do Planalto.

Fernanda Montenegro dividiu a Medalha do Mérito Euvaldo Lodi com Dulcina de Moraes. / As superdamas da justiça e do teatro brasileiros, Ellen Gracie e Fernanda Montenegro, em flagrante amizade, conversaram antes da solenidade. / Armando e Mônica Monteiro (pres. CNI) com Antônio Carlos Silva (ass. Imp.). / Nosso vice-presidente José de Alencar participa da cerimônia, para sorte de Jorge Gerdau Johannpeter. / O presidente do Congresso Nacional, Garibaldi Alves Filho, entrega a Medalha Euvaldo Lodi ao senador remido Jarbas Passarinho. / O presidente da CNI entrega a honraria post mortem de Roberto Marinho para seu filho João Roberto Marinho.

A Amazônia é e continuará brasileira graças à genialidade de nosso corpo diplomático. Seja exaltada a competente batuta de Celso Amorim. A importância de uma entrevista coletiva dos ministros das Relações Exteriores da Colômbia (Jaime Bermúdez) e do Brasil pode ser medida em 21 anos, que é o tempo necessário para conhecer todos os seus municípios, visitando um por dia.

O chefe do cerimonial do Itamaraty, Rui Casaes, com o presidente da Lituânia, Valdas Adamkus, em visita oficial, um de seus últimos trabalhos no cargo. Os Dragões da Independência, sempre presentes.

Os Reis Roberto Carlos, no Centro de convenções Ulisses Guimarães, e Pelé, no Palácio do Planalto.

Ricardo Teixeira (CBF), gov. José

Roberto Arruda (DF) e o Presidente

da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Brasília a cada movimento do Itamaraty consolida sua posição como capital da América do Sul e sua liderança mundial em dezenas de temas, que vão da saúde à educação, do comércio à ações sociais. Os Embaixadores aqui acreditados dedicam sempre um carinho especial a suas datas nacionais. / Os Jornalistas Mara e Gilberto Amaral ladeando a embaixadora Farida Jaïdi (Marrocos). / O deputado presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia cumprimenta o embaixador venezuelano Julio Garcia Montoya, ao lado do Ministro da Defesa Nelson Jobim. / Embaixador

Antoine e Marie Pouillieute (França) ladeando nosso vice-presidente José de Alencar e Mariza Campos Gomes da Silva, com Nelson Jobim. / Embaixador Bali e Lina Moniaga (Indonésia).

No país do Futebol, Copa do Mundo é coisa mais do que séria. As orações desta edição da Revista Estação Brasil são dedicadas ao bom andamento dos preparativos para que o Brasil seja o melhor anfitrião possível. O Turismo irá ganhar, trará melhor qualidade de vida e novos postos de trabalho.

Capitaneada por Armando Monteiro, a CNI reuniu em seu 70º aniversário o elenco de maior qualidade em 2008, na Capital da República

Comunidade Diplomática

Turismo social

Ministério do Turismo, criação e uma das meninas dos olhos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, perde seu ministro interino, com a efetivação de Luiz Barretto. Em time ganhando, Lula não mexe!

Paulo Okamotto (SEBRAE), atento ao discurso de nosso ministro, que aponta para uma de suas estratégias em ação: “Incentivar o Turismo Doméstico”, aproveitando o sucesso da inclusão social e o crescimento da classe média.

A superexecutiva Jeanine Pires (pres. Embratur), a primeira mulher a ocupar tão importante cargo, o dep. Marcelo Teixeira (CE) e Airton Pereira (sec. de Pol. Tur – Mtur).

Os olhos de águia da jornalista Sônia Carneiro (representante Governo da Bahia).

Airton Pereira (secretário nacional de Políticas de Turismo - Mtur), deputada Lídice da Mata, Flávio Ribeiro (ass. jurídico – CBC&VB), Margareth Pizzatto (pres. ABRACCEF), Eraldo Alves da Cruz (ass. inst. Turismo – CNC), Jeanine Pires (pres. Embratur), João Luiz dos Santos Moreira (pres. Confederção Nacional dos Convention & Visitors Bureaux) e Eleotério Nan Souza (pres. CBC&VB – São Luís – MA).

O Presidente da República,

sen. Lúcia Vânia e Bismarck

Maia (sec. do Turismo–CE).

Os veteranos Antônio Oliveira Santos (pres. CNC) e dep. Albano Franco (ex-pres. da CNI).

Sempre comemorado, o primeiro ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, abraça o empresário Guilherme Paulus.

Armando Campos Arruda Mello (diretor da União Brasileira de Feiras – UBRAFE), deputada Lídice da Mata e Airton Pereira (secretário Nacional de Políticas de Turismo).

Margareth Pizzatto (presidente da ABRACCEF), Eraldo Alves da Cruz, João Luiz dos Santos Moreira, Eleotério Nan Souza e Hernani Castro Jr. (vice-pres. FCBC&VB de Minas Gerais).

Orlando de Souza (pres. CBC&VB – São Paulo) e Eraldo Alves da Cruz, talento brasileiro, o homem certo no lugar certo.

Sempre ativos, deputado federal Rodrigo Rollemberg (DF), a querida senadora Lúcia Vânia e nosso senador novaiorquense Adelmir Santana.

Em momentos especiais como esse, políticos mostram a que vieram, construindo a segurança jurídica para que o setor receba os investimentos que merece.

Promulgação da Lei Geral do Turismo

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A moda gera valores consideráveis em todo o mundo, de modo geral e, no Brasil, espe-cialmente em Brasília. A empresária diz: “Esta é uma vertente de negócios da capital federal que descobrimos. Brasília é uma cidade nova, e eu tenho uma visão empresarial do segmento de moda. A partir de 2005, realizamos a primeira edição do evento CFW e, segundo dados da FIBRA, Federação das Indústrias do Distrito Federal, o segmento que mais cresceu foi o de vestuário, mas também o de turismo. Ou seja, a partir da moda, propor-cionamos mais dignidade à população do DF, bem como movimentamos a infra-estrutura turística local.”

Em relação ao empreendedorismo e à moda criada no Distrito Federal, segundo ela: “O CFW tem várias fases: a dos novos estilistas, que a gente lança no mercado, e as fábricas do DF, que tiveram um crescimento substancial, além das multimarcas. Em 2008, nós realizamos o Capital Fashion Business, com foco na sustentabilidade. Estivemos no Rock in Rio, Lisboa, promovendo o evento, em cooperativas e com as marcas que trabalham com sustentabilidade, o que foi um grande sucesso. Nós queremos mostrar aos consumidores que os produtos feitos no Centro-Oeste são diferenciados, que existe uma preocupação com o meio ambiente, e que aqui há também uma abrangência social muito importante. Estamos mobilizando a mídia internacional para o foco Brasília, que, além de ser a capital federal, tem a renda per capita mais alta do país. Todas as embaixadas e o poder federal estão aqui, o que propor-

ciona uma visibilidade ampla. Somados todos os componentes, e com

o apoio de entidades importantes, enfim, nós mostramos, cada vez mais, que a moda brasileira tem um papel fundamental no mercado internacional.”

As novidades apresentadas em 2008 destacam produtos ligados à ecologia, explica, dizendo que “as surpresas para os participantes este ano foram na qualidade do trabalho, isto é, o luxo a partir do lixo, com a reciclagem de tampinhas de latas de cerveja, de refrigerantes, por exemplo, que realizam nas roupas e acessórios um realce fantástico. É uma moda que reflete responsabilidade social. É uma moda coerente, e nós queremos que ela seja muito mais do que somente vestimenta.”

Falando sobre a presença de compradores

internacionais, a empresária lembra que “é a primeira experiência nesse sentido, mas contamos com o apoio de entidades do setor. Trouxemos dez jornalistas internacionais para sentir a aceitação, o que eles e seus leitores estavam pensando da moda criada no DF, diferente, criativa, original, com qualidade e a preocupação ambiental. Entendemos que foi um momento ideal para trazermos os compradores internacionais, não só para mostrar o que estamos fazendo, mas também gerar negócios e divisas para nossa balança comercial.”

Ela diz como se sente ao trabalhar com

pessoas da comunidade, e também com famosos do mundo fashion. “Realizar o CFW

Capital Fashion Week Gera Riquezas, mas sobretudo Dignidade

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é muito difícil. Unir todos os segmentos, para mostrar o valor que temos, é como costurar uma colcha de crochê. A cidade sai um pouco do foco de capital política, e se torna um grande pólo de moda. É uma cultura nova que surge, que a gente percebe nos cursos de moda das faculdades, além do crescimento significativo do setor, a partir do CFW.”

Márcia comenta seu contato com os anônimos e famosos, no evento: “Sempre converso com os empresários das marcas que desfilam, mostrando que é fundamental

que a gente conte com uma celebridade na passarela, a cada desfile, inclusive

para servir como referência para as pessoas que assistem.” Além dos grandes estilistas, tem os modelos.

Assim, o evento é também ótima oportunidade para as meninas serem ‘achadas’ por algum dos caçadores de novos talentos.

Para Márcia Lima, Brasília

ainda é uma jovem cidade. Porém, já vive um futuro brilhante. “É incrível como Brasília cresce. Hoje temos 2,5 milhões de habitantes, mas com uma qualidade de vida fantástica. Espero que em 2010 a gente possa realizar uma edição do CFW que preste uma grande homenagem a esta capital maravilhosa. Hoje já somos um grande pólo de moda, mas espero sermos ainda mais respeitados. Afinal, somos o terceiro maior evento de moda do país, e isso traz ainda mais ânimo à cidade.”

Márcia diz que

“a responsabilidade aumenta, pois o público

prestigia, indo ao Centro de Convenções, o que demonstra

que acredita nos valores da sociedade e no potencial da moda brasiliense. Sobretudo é impor-tante dizer que o CFW significa riquezas, que traz prestígio para a cidade, por causa do trabalho criativo que premia, que deixa todo mundo animado e satisfeito, com a auto-estima realmente lá em cima!”

A empresária brasiliense de moda e economista Márcia Lima falou à Revista Estação Brasil sobre o sucesso da terceira edição do Capital Fashion Week, recentemente realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A criatividade fez despontarem novos talentos, como acontece a cada ano

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CACHAÇA, Enfim o Reconhecimento deste Ícone do Brasil.A Cachaça Brasileira Está em Alta, Novos Tempos!

Fruto de melhoria da qualidade do produto, aliado a embalagens mais atraentes e informativas, a cachaça vem despontando como um must de consumo no Brasil!

De tanto ouvirem falar que ela é um sucesso no exterior, as novas gerações de brasileiros resolveram experimentar a pinga, e gostaram! Passou a ser bebida presente em eventos finos e paramentados! Deixou de ser vergonha o brinde com cachaça, e os que entendem da bebida agora são alvo da atenção de todos. Pode-se dizer que a cachaça saiu da “cozinha” para ter lugar de honra na “sala de visitas”.

Recentemente, em um evento badalado de Brasília, na melhor academia de fitness, tivemos a satisfação de ver a preferência dos jovens pela pinga, deixando de lado outras bebidas como a tequila, saquê, uísque e vodka!

Em casamentos, aniversários e batizados, já se vê na mesa de café, e até circulando nas bandejas dos garçons, a nossa garbosa “branquinha”, em um sinal dos tempos de que o estigma de bebida ruim ficou para trás.

É certo que só as melhores marcas estão neste rol, pois o consumidor ainda desconfia de produtos mais simples e baratos, mas já consome pura a nossa bebida nacional!

Estão dando resultado os esforços dos fabri-cantes que, reunidos na CÂMARA SETORIAL DA CACHAÇA, do Ministério da Agricultura, têm feito um trabalho especial para que a bebida volte a atrair o consumidor, com toda a excelência que ela tem.

A CONFRARIA CLUBE DA CACHAÇA, que completou sua centésima degustação mensal em junho último, também tem feito um grande esforço para isto. Imagine que até lançamento de cachaça na CASA COR já houve, em sofisticado evento de decoração! Sem contar que, pioneiramente, uma instituição militar naval serviu em um coquetel cachaças de qualidade, deixando os “reds” de lado!

São sinais claros e espontâneos do consumidor, de que a cachaça voltou para ficar, na preferência do consumidor brasileiro, que sabe o que é bom, e

tem nível intelectual. Isso é uma vitória para todos nós, pois gera empregos aqui, e destaca algo que o Brasil fabrica com tanto carinho! Como disse um grande poeta, a cachaça é “como se fosse o sangue do Brasil”.

Por isto, caro leitor, em um próximo evento que for, não se sinta surpreendido se tiver “pinga” disponível e, se não tiver, pergunte por que não tem. Estará certamente dando uma declaração de estar em dia com o “mundo civilizado”, e ajudando a difundir, ou melhor, a retomar este costume tão nosso, que é beber uma “pinguinha” antes das refeições, como aperitivo, e outra depois, como digestivo!

Caso deseje manter contato conosco, visite o site www.cccachaca.com.

José Bonifácio dos SantosFundador e presidente da Confraria

Clube da Cachaça de Brasília,Administrador de Empresas e

Relações Internacionais na New York University

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É um roteiro exuberante, em qualquer estação, que só não se tornou um destino internacional pela ausência de infra-estrutura turística adequada. É esta lacuna que o projeto Serramar pretende cobrir, integrando o litoral ao planalto, formando assim um roteiro turístico completo e de grande diversidade.

Das águas termais e avistagem das baleias Franca ao ecoturismo, turismo rural e de inverno, esse projeto prevê a interligação de Lages, no coração do planalto serrano, a Laguna, município de imenso legado histórico e cultural, situado no litoral sul catarinense.

O Serramar, que pretende integrar também a serra gaúcha, é de imenso valor ao turismo nacional, pois agre-ga em seu roteiro de opções – além de maravilhas como o litoral nordestino, lençóis maranhenses, Amazônia, Pan-tanal, cidades históricas mineiras e fluminenses etc. – um pouco do Brasil que poucos lá fora conhecem, e que vão buscar em países vizinhos como Argentina e Chile.

Não é exagero dizer que o projeto Serramar, quando implementado, irá mudar em definitivo a realidade de uma região prejudicada pela sazonalidade do turismo. A falta de alternativas viárias é um dos fatores que mais di-ficultam a visitação ao planalto e ao litoral sul. Com infra-estrutura completa, será um destino inigualável no país, levando o turista da praia ao clima de campo e serra em pouco mais de duas horas.

Somente em Santa Catarina, o projeto Serramar en-volve 43 municípios, cada um com amplo potencial para enriquecer essa rota – seja no setor de compras e serviços de Tubarão, nas termas de Gravatal, na importân-cia histórica de Laguna, no recente pólo vinícola de São Joaquim ou nos hotéis-fazenda de Bom Jardim e Lages, dentre outros.

Por conhecer a riqueza natural da região, e vislum-brar, desde já, o que este projeto pode fazer, é que reuni-mos forças políticas, econômicas e sociais em prol do Ser-

ramar. As bancadas federais de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul atuam em conjunto no Congresso para sensibilizar o governo federal para este importante pro-jeto, que tem especial atenção deste deputado.

O governo catarinense já conta com R$ 60 milhões do orçamento para obras de infra-estrutura (sinalização, melhoria da malha rodoviária), e os gaúchos já destina-ram outros R$ 90 milhões no programa de interligação com a serra catarinense.

Não há dúvidas que, daqui a seis anos, quando o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014, a região en-volvida neste projeto chamará muito a atenção dos turistas europeus, árabes e asiáticos, que estarão no país. Ainda mais que a Copa acontece em pleno mês de julho, oferecendo uma visão de inverno jamais imaginada para um país tropical.

Os maiores desafios estão sendo vencidos: a construção da BR–285, entre a BR–116, em Vacaria (RS), e Sombrio (SC), na BR–101; a estrada da Serra do Faxinal, entre Praia Grande (SC) e Cambará do Sul (RS), passando pelo canyon do Itaimbézinho; a ligação “Caminhos da Neve”, entre São Joaquim (SC) e Bom Jesus (RS) e a “Rota dos Canyons do Brasil”, entre Bom Jardim da Serra (SC) e São José dos Ausentes (RS).

Das águas termais e avistagem das baleias Fran-ca ao ecoturismo, turismo rural e de inverno, este projeto prevê a interligação de Lages, no coração do planalto serrano, a Laguna, município de imenso legado histórico e cultural, situado no litoral sul catarinense.

O Serramar, que pretende integrar também a ser-ra gaúcha, é de imenso valor ao turismo nacional, e deve agregar ao roteiro de opções um pouco do Brasil que poucos lá fora conhecem – e vão buscar em países vizinhos como Argentina e Chile.

serramar, Um Novo Horizonte para o Turismo Brasileiro

Edinho BezDeputado Federal (SC)

Vice-líder do PMDB

Menos de 200 quilômetros separam as praias do litoral sul da região onde a neve e a geada são visitas constantes, a cada inverno. Mas, o maior desafio é a ligação asfáltica entre as Serras Gaúcha e Catarinense, para desenvolver esse grande atrativo turístico nacional

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Leonardo BoffTeólogo

Com cacos de ciência e de psicologia se procura oferecer uma fórmula infalível para alcançar “a vida que você sem-pre sonhou”. Confrontada, entretanto, com o curso irre-fragável das coisas, ela se mostra insustentável e falaciosa. Curiosamente, a maioria dos que buscam a felicidade in-tui que não pode encontrá-la na ciência pura, ou nalgum centro tecnológico. Vai a um pai ou mãe de santo, ou a um centro espírita, ou freqüenta um grupo carismático, con-sulta um guru, ou lê o horóscopo, ou estuda o I-Ching...

soas, com o seu próprio coração e com Deus. Essa relação com o diferente lhe permite a troca, o enriquecimento e a transformação. Deste jogo de relações, nasce a felicidade ou a infelicidade, na proporção da qualidade destes relaciona-mentos. Fora da relação, não há felicidade possível.

Mas isso não basta. Importa viver um sentido profundo de justa medida no quadro da concreta condição humana. Esta é feita de realizações e de frustrações, de violência e de carinho, de monotonia do cotidiano e de emergências sur-preendentes, de saúde, de doença e, por fim, de morte.

Ser feliz é encontrar a justa medida em relação a es-tas polarizações. Daí nasce um equilíbrio criativo: sem ser pessimista demais porque vê as sombras, nem otimista de-mais porque percebe as luzes. Ser concretamente realista, assumindo criativamente a incompletude da vida humana, tentando, dia a dia, escrever direito por linhas tortas.

A felicidade depende desta atitude, especialmente quando nos confrontamos com os limites incontornáveis, como, por exemplo, as frustrações e a morte. De nada adi-anta ser revoltado ou resignado, mas tudo muda se formos criativos: fazer dos limites fontes de energia e de cresci-mento. É o que chamamos de resiliência: a arte de tirar vantagens das dificuldades e dos fracassos.

Aqui tem seu lugar um sentido espiritual da vida, sem o qual a felicidade não se sustenta a médio e a longo prazo. Então aparece que a morte não é inimiga da vida, mas um salto rumo a uma outra ordem mais alta. Se nos sentimos na palma das mãos de Deus, serenamos. Morrer é mer-gulhar na Fonte. Desta forma, como diz Pedro Demo, um pensador que no Brasil melhor estudou a Dialética da Feli-cidade (em três volumes, pela Vozes): “Se não dá para trazer o céu para a terra, pelo menos podemos aproximar o céu da terra.” Eis a singela e possível felicidade que podemos penosamente conquistar como filhos e filhas de Adão e Eva decaídos.

Qual é a Felicidade Possível

a vida que você sempre sonhou”

Tem consciência de que a produção da felicidade não está na razão analítica e calculatória, mas na razão sensível e na inteligência emocional e cordial. Isso porque a felicidade deve vir de dentro, do coração e da sensibilidade.

Para dizer logo, sem outras mediações, não se pode ir direto à felicidade. Quem o faz é quase sempre infeliz. A fe-licidade resulta de algo anterior: da essência do ser humano e de um sentido de justa medida em tudo.

A essência do ser humano reside na capacidade de relações. Ele é um nó de relações, uma espécie de rizoma, cujas raízes apontam para todas as direções. Só se realiza quando ativa continuamente sua panrelacionalidade, com o universo, com a natureza, com a sociedade, com as pes-

“A felicidade é um dos bens mais ansiados pelo ser humano. Mas não pode ser comprada, nem no mercado, nem na bolsa, nem nos bancos. Apesar disso, ao redor dela se criou toda uma indústria, que vem sob o nome de “auto-ajuda”

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