revista estação aeroporto #10

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Ano I - #010 - Distribuição gratuita Turismo | Cultura | Moda | Beleza | Comportamento | Arquitetura | Tecnologia | Gastronomia | Vinhos Documentário “Só Dez Por Cento É Mentira” lança olhar sobre cosmogonia literária do poeta Manoel de Barros Artesão das palavras Especial Arte popular de norte a sul do país FOLCLORE

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Nesta edição: A poesia de Manoel de Barros inspira o filme "Só dez por cento" é mentira"; o folclore brasileiro e todas suas camadas de norte a sul do país.

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Ano I - #010 - Distribuição gratuita

Turismo | Cultura | Moda | Beleza | Comportamento | Arquitetura | Tecnologia | Gastronomia | Vinhos

Documentário “Só Dez Por Cento É Mentira” lança olhar sobre cosmogonia literária do poeta Manoel de Barros

Artesão das palavras

Especial

Arte popular de norte a sul do país

FOLCLORE

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O inverno vem chegando ao fim, é o que diz o ca-lendário. Olha que este ano ele mandou bem.

Trouxe o tão esperado frio e judiou bastante da gente. Para mim, além de tudo, trouxe uns quilinhos a mais... Mesmo assim, acho que vou sentir falta dele, de respirar aquele arzinho gelado, bem típico da estação.

Ai que delícia sentir a pele ser tocada pelo frio, poder se aquecer com gorros e cachecóis. Como é bom tomar vinho com esse friozinho; comer queijos, “foundues” e chocolates... Dormir com edredom de plumas. No frio, o sono costuma ser mais intenso e dá muita preguiça de levantar. É preciso fazer um movimento brusco e sair da cama de uma vez, senão: adeus compromissos!

Agosto é um mês extremamente folclórico, nasce com o estigma de ser “o mês do desgosto”, segundo diz a tradição. Por isso, antes mesmo de virar a folhinha do calendário, já começo a tomar os devidos cuidados, ati-tudes de prevenção! Vale tudo: figa, banho de sal grosso, oração...

E neste ano, com a crise que o mundo vem passando, somada ao fantasma dessa tal gripe suína, que continua

a nos assombrar, os cuidados devem ser dobrados.Ai, ai, se até agora 2009 já vem sendo um ano de

tantas dificuldades, imagin e se agosto vem com este desgosto todo... Acho que vou torcer é para que o frio continue, ceder para a preguiça e ficar na minha cama, que vou ganhar muito mais!

Nossa, isto soou como pessimismo... Apaga!E nada melhor do que espairecer a cabeça com uma

boa leitura. Neste mês nossas pautas estão caprichadas: laureando nossas páginas está o poeta Manoel de Bar-ros, capaz de fazer da poesia um artesanato.

E nesse clima artístico, falamos também do folclore brasileiro país afora.

Diz o ditado que somos o que pensamos. Então, que venha o sol! Vamos à luta destemida, à VITÓRIA e à VIDA! “Bora”! Como dizem os mineiros...

Beijos, fiquem com Deus!

Narriman

Expediente

Editorial

Redação:Rua: Anita Garibaldi 79 sala 606 - Centro Execu-tivo Miguel Daux - Florianópolis (SC)Tel. (48) [email protected]

Diretora:Narriman [email protected]

Conselho editorial:Guilherme MirandaNarriman ChedeDani FerreraRodrigo Brasil

MarketingGuilherme [email protected]

Jornalista responsável:Rodrigo Brasil - MTB SC-02811 [email protected]

Editores:Dani Ferrera (cultura e entretenimento)[email protected]

Samira Campos (Moda)www.estilosamiracampos.com.br

Colunistas:Syomara [email protected] [email protected] [email protected]

Diagramação:Rodrigo Kurtz [email protected]

Colaboradores:Matheus AlvesBruna SplitterFabiane ArcoverdeMônica PetroskiFord Models Santa CatarinaEscritório Samira Campos Vídeo e ComunicaçãoPriscila Bernardi

Comercial:

BrasíliaAlberto Moreira Rosa Neto.SCS quadra 02 bloco DEdifício Oscar Niemayer,1002Fone (61) [email protected]

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GoiâniaGisella Silva Oliveira Fone (62) 9979-6413 [email protected]

CuritibaMirian LinsRua: Senador Xavier da Silva,488 conj 808Fone (41) 3232-3466paraná@centralcomunicacao.com.br

FlorianópolisEnilson TartariFones (48) 8466 0339 / (48) 8436 [email protected]

A revista Estação Aeroporto é uma publicação da E EDITORA LTDA ME - Revistas. Rua Jerônimo Coelho, 293, Sala 201 - CEP 88010-030 - Flo-rianópolis, SC. (48) 3222 1840.

Siga-nos também no Twitter: www.twitter.com/estacao

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Sumário

08 Horizontes10 Mimos12 Lugares por onde andei14 Beleza16 Turismo Internacional18 Espetáculo22 Habitat24 Entrevista28 Capa34 Tecnologia

36 Cultura48 Desembarque54 Velocidade56 Gastronomia59 Vinhos60 Moda69 Sexo70 Mais Estação76 Estação Final79 Crônica

28Manoel

de Barros

70Folclore

20Barca dos

livros

60Moda

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HorizontesSantuário ecológico Mato Grosso do Sul

Um dos ecossistemas mais preservados do planeta, o pantanal do Mato Grosso do Sul proporciona ao

visitante contato próximo com a natureza exuberante. Aproximadamente 650 espécies de aves, 240 de pei-xes, 50 de répteis e 80 de mamíferos vivem na região. Capivaras, tuiuiús, papagaios, jacarés, capivaras, araras, carcarás, veados e sucuris podem ser vistos facilmente ao ar livre. Além disso, o Pantanal apresenta uma grande diversidade na flora, com palmeiras, orquídeas, fafeno, taboa e centenas de outras espécies.

A capital do Estado, Campo Grande, que completa 137 anos no dia 26 de agosto, possui muitos parques e praças com áreas verdes. A av. Afonso Pena, no centro, guarda atrações como o Shopping Campo Grande e o Parque das Nações Indígenas.

Uma boa dica é visitar o Museu das Culturas Dom Bos-co, localizado no Parque (Av. das Nações Indígenas, das 8h às 18h, de terça a domingo. Entrada R$ 2,50), que abriga uma ótima coleção de mais de dez mil insetos, além de exposições de artesanato e ornamentos indí-genas.

Também vale visitar a Feira Central (Av. Calógeras & Rua 14 de Junho, a partir das 5h, às quartas e sextas, e a partir das 10h, aos sábados, tel.: 3324-8129), um merca-do a céu aberto com comida e artigos variados e muitas

tendas gastronômicas.No Pantanal Sul, o destaque fica por conta da Estrada

Parque do Pantanal. São 117 km em estrada de terra e 87 pontes de madeira – muitas delas em estado precá-rio –, que ligam Corumbá ao Buraco das Piranhas. Se o passeio for feito de carro, é possível observar inúmeros animais selvagens durante o percurso.

Corumbá, situada a 403 km de Campo Grande, perto da fronteira com a Bolívia, é uma cidade portuária às margens do rio Paraguai. Passeios curtos de barco pelo rio podem ser feitos a partir da Base Fluvial de Ladário, e agências de turismo organizam viagens mais longas com paradas para pesca.

Artesanato local pode ser encontrado na Casa do Arte-são (Rua Dom Aquino, 405, das 8h30 às 11h e das 13h30 às 17h, de segunda a sábado), situado numa antiga pri-são convertida em espaço cultural.

A melhor época para visitar o Pantanal mato-gros-sense é de maio a setembro, quando chove menos. Nos meses de março a abril, quando as águas começam a baixar, a observação da fauna torna-se melhor. A pesca na região é permitida somente entre março e outubro. Na época das chuvas, entre outubro e fevereiro, o calor é intenso e a Rodovia Transpantaneira fica praticamente intransitável.

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Refúgio de fauna e flora riquíssima, o Pantanal mato-grossense é a maior planície alagada do planeta.

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Mais informações:Fundação de Turismo: www.turismo.ms.gov.br

Acima, em sentido horário: tuiuiús sob lua do pôr-do-sol, artesanato local e paisagem próxima a Campo Grande.

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MimosArt Déco para os pés

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O glamour do movimento europeu Art déco, tão popular nos loucos anos 20, inspirou a coleção de verão 2010 da grife paulista de sapatos Santa Lolla.O efeito déco nos sapatos traz arabescos dourados, detalhes simétricos, arquitetônicos e minimalistas, tudo isso junto de cores metalizadas como bronze, prata e dourado.Mais informações: Santa Lolla – Floripa Shopping

Deu Branco

Os tons de branco e nude invadem o guarda-roupa de verão e conferem suavidade aos looks quentes. Bolsas e sandálias de cores clarinhas e com detalhes em vime são aposta da grife de acessórios SAAD. Em Florianópolis, as peças da mar-ca podem ser encontradas nas lojas Tida.Mais informações: www.saad.ind.br

Joias com seda

Braceletes coloridos feitos em prata e seda pura pinta-da à mão. O trabalho original foi criado pela designer de joias catarinense Letícia Portella em parceria com a artista plástica Sabine Van Rooij. As pinturas, por serem feitas de forma artesanal, tornam as peças únicas e exclusivas. Os mimos foram confeccionados em prata e em degradês de vermelho, verde e amarelo.Mais informações: Letica Portella [email protected]

Délavé

Hit do anos 90, o jeans délavé, aquele bem clarinho, volta com tudo no ve-rão 2010. A grife paulista Le Lis Blanc investe na tendência e traz modelos larguinhos, de barra virada e detona-dos. O jeans lavado tem tudo a ver com os dias quentes, além de ser uma boa companhia para os tons de nude, fluor, além do preto e branco - algumas das cores que vão estar em alta na próxima estação.Mais informações:www.lelisblanc.com.br

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Deu Branco

Treinar ou correr!

O lançamento SelectRide da Reebok traz um grande dife-rencial para os esportistas – um exclusivo sistema de amor-tecimento que pode ser manipulado por meio de uma tecla e regulado conforme a vontade do consumidor – treinar ou correr. O sistema de amortecimento SelectRide funciona da se-guinte forma – optando por RUN, após algumas passadas, o atleta sente o tênis inflar, aumentando assim a capacidade de amortecimento, ideal para a prática de running com mais estabilidade e segurança. Preço sugerido: R$ 599,90

Elegância sob medida

A Alfaiataria Paramount - especializada na confecção de ternos em lã fria Collezionne Paramount, feitos su misura, (sob medida, em italiano), com alta tecnologia de corte, mo-delagem e acabamento personalizado por mestres alfaia-tes – apresenta mais uma opção de excelência para os seus clientes. São os tecidos ingleses Thomas Maison, disponíveis para camisas feitas sob medida pela Alfaiataria.Reconhecidos mundialmente por serem usados na confec-ção das vestimentas oficiais da realeza britânica e espanho-la, os tecidos da marca passam a dar charme e elegância aos brasileiros que primam pela exclusividade e bom gosto. O luxo custa R$ 490,00 (Thomas Maison) e R$ 690,00 (DJ Anderson), com exceção de um dos tecidos da cartela, com custo de R$ 790,00. As camisas são entregues em embala-gem especial com selo de garantia, atestando a originalida-de e autenticidade dos tecidos. Mais informações: www.alfaiatariaparamount.com.br

Camisas Alfaiataria Para-mount com tecido Thomas Maison R$ 490,00

Segredos de família

A Secrets de Famille, marca de móveis e objetos de inspiração francesa, comandada pela con-dessa Bettina d´Archemont, empresta o charme de suas peças à Casa Cor 2009, participando dos ambientes do arquiteto João Armentano, do de-signer de interiores Fabio Galeazzo e da arquite-ta Ana Lucia Siciliano.Dentre os produtos da marca que podem ser conferidos na mostra, destaque para lançamen-tos como a Luminária de Navio, R$ 4.440,00

É só ligar na tomada (ou no carro) e você não precisa mais se preocupar com todo aquele gelo derretido, ou um vinho quente.O climatizador de vinhos mantém as garrafas de vinho na temperatura ideal por horas.Selecione uma das temperaturas pré-programadas (variando de 2,8ºC a 50ºC) e o LED acenderá para indicar que seu vinho está gelando ou es-quentando.Preço sugerido: R$ 399,00

Mais informações: www.mevolution.com.br

Climatizador

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Lugares por onde andeiExotismo da Ilha Mauritius Por Marcio Ribeiro Jr.

Batizada em homenagem ao príncipe holandês Maurício de Nassau, a Ilha Mauritius é um dos pa-

raísos exóticos do oceano Índico que tive oportunidade de conhecer.

Devido à sua localização estratégica para a navegação comercial e militar (próxima a Madagascar - costa oes-te da África), Mauritius foi colonizada pelos holandeses, que não contavam com as fortes tempestades tropicais e foram forçados a abandonar a ilha, deixando-a para os franceses. Atualmente ela é uma república independen-te, porém traços dessa herança cultural europeia estão por toda parte.

A maior parte dos turistas que visita Mauritius é atra-ída pelo clima quente e sua exuberante beleza natural, com praias de águas claras e areias de um branco im-pressionante. Lugar ideal para os amantes de esportes aquáticos como surfe, vela, pesca oceânica, e principal-mente o mergulho.

As diferentes regiões da ilha oferecem uma varieda-de de passeios maravilhosos, como a viagem de barco até a “Ile aux Cerfs”, ou “Ilha dos Cervos”, as ruínas do forte holandês - cenário de batalhas épicas, e o mercado

central em Port Louis (capital de Mauritius), com frutas e especiarias típicas do país.

A ilha é famosa também por ter sido lar de uma das últimas aves pré-históricas a ser extinta, o simpático Dodô (uma espécie de galinha robusta), que está repre-sentada em quase todo artesanato local.

Em minha segunda visita a Mauritius, tive sorte de presenciar o Thaipoosam Cavadee, um festival religioso tamil - uma das vertentes do hinduísmo -, no qual os fiéis demonstram toda sua fé e gratidão ao Deus Muru-ga, perfurando o corpo com agulhas e ganchos presos a pesados templos de madeira.

À primeira vista a cena é chocante, mas, observando com cuidado e compreendendo um pouco mais os fun-damentos da complexa religião hindu, percebe-se que essas atitudes são carregadas de amor e devoção.

Depois de tanta informação e novidade, nada melhor do que se jogar em uma das confortáveis cadeiras de praia do luxuoso resort One&Only Le Saint Géran, refú-gio de celebridades de Hollywood e poderosos xeques árabes, e curtir o espetacular pôr do sol à beira-mar.

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Pôr do sol em Mauritius.

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Sombra e água fresca e ao lado a imagem do Deus Muruga.

Demonstração de fé no Thaipoosam Cavadee.

Acima: Marcio Ribeiro Jr. seguindo a procissão. Abaixo: Praia do resort

One&Only Le Saint Géran.

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Beleza Lançamentos para elaEcologicamente correto

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oNo Chateau d’Estoublon, no Vale Baux da Provence, são cultivadas as oliveiras que simbolizam a paz, a força, a fertilidade e a longevidade. Durante o verão, é feita no local a colheita das azeitonas, que depois de prensadas produzem um rico e nutritivo óleo. A L’Occitane foi buscar nesse vale da França o principal ingrediente para compor os novos produtos da Linha Oliva: sabonete, creme de ducha, creme hidratante luminoso (edição limitada) e leite corporal. O óleo de oliva é conhecido pelas proprie-dades hidratantes, regeneradoras e suavizantes, além de suas características antioxidantes, e pode ser utilizado em produtos para o rosto, corpo e cabelo.Importante: A linha Oliva da L’Occitane é enriquecida com óleo de oliva de origem controlada (AOC), que garante o cuidado desde a colheita até o beneficiamento dos pro-dutos, além de respeitar as tradições das comunidades

locais. Todos os produtos da Linha podem ser usados diariamente, pois são livres de parabenos, substâncias amplamente utilizadas como conservantes de produtos cosméticos. Os itens trazem ainda em sua composição extratos orgânicos das folhas da oliveira, que mantêm a umidade natural da pele, e água de oliva orgânica, que garante uma pele radiante e hidratada.

Preço sugerido: R$ 161,00

Creme Hidratante Luminoso Oliva - Enriquecido com manteiga de oliva e karité, óleo de oliva e extrato de folha de oliva orgânica, este creme nutre e hidrata a pele, além de deixá-la levemente perfumada e iluminada com micropartícu-las cintilantes.

Cores do verão

A coleção Mineral Beauty, da Boticário, cobre e disfarça pequenas imperfeições de maneira suave e com fácil aplicação, deixando a pele aveludada, com efeito lumi-noso e natural. Livre de conservantes e fragrâncias, Mineral Beauty é indicada para todos os tipos de pele, inclusive as mais sensíveis, o que foi comprovado pela empresa por meio de testes dermatológicos e oftalmológicos. -Mineral Beauty Lip Gloss Brilho LabialPreço Sugerido: R$ 27,90 -Batom Mineral Beauty - Edição Limitada Preço Sugerido: R$ 27,90

Unânime

Se existe um perfume que os homens se lembram de ter sentido nas mulheres, é só fazer uma enquete, entre eles constará certamente o Angel. Criado pelo estilista francês Thierry Mugler, possui notas de baunilha, choco-late, frutas vermelhas e caramelo.Além do perfume, que vem conquistando os rapazes des-de 1992, a marca acaba de lançar um perfume para os cabelos (R$ 180) e um hidratante corporal (R$ 660).Ambos com uma molécula exclusiva que aumenta o poder de difusão do perfume. Ou seja, o cheirinho bom fica na pele por muito mais tempo.Mais informações:SAC: 0800-7043440

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Lançamentos para ele

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Kits exclusivos

No mês de agosto, nas compras acima de R$ 250,00 em produtos das Linhas Masculinas, Verbena e Red Rice, o consumidor leva para casa um vinho Côtes - Du - Rhône Parallèlle 45 e uma charmosa embalagem. A L’Occitane, multinacional francesa de cosméticos, reservou ainda al-gumas sugestões de presentes que prometem agradar a todos os tipos de homens. São produtos das linhas Eau de Baux, L’Occitan, que contempla todo o processo de cuidados do barbear ao banho; Red Rice, para cuidados diários da pele; e Verbena, para um banho revitalizante e refrescante.

Preço Sugerido: a partir de R$ 250,00.

Homem contemporâneo

Connexion Woods foi criado especialmente para homens contemporâneos que desafiam limites e vivem em bus-ca de novas aventuras e emoções.Sua fragrância possui notas cítricas aromáticas frescas, toques de zimbro, sálvia, louro açafrão, uma perfeita sinfonia de notas de lavandas nobres e gerânio e um delicioso fundo amadeirado com notas de patchouli, sândalo e musgo de carvalho. Seu frasco possui um design refinado e moderno, inspi-rado nas matas brasileiras. Mais informações: www.boticario.com.br

Praticidade e frescor

Fa, marca presente no Brasil desde 2005 com sua linha de desodorantes, lança um produto para o mercado de higiene masculina no Brasil, o Fa Shower Gel. Com fórmula diferenciada, Fa Shower Gel foi elaborado para ser usado tanto como gel de banho como xampu, atendendo à preferência dos homens por um produto que ofereça praticidade.Testado dermatologicamente e desenvolvido com alta tecnologia, Fa Shower Gel possui pH neutro e oferece hidratação e uma sensação única de prazer e frescor, proporcionando bem-estar durante o dia todo.Com mais de um bilhão de usuários em todo mundo, Fa Shower Gel está dispo-nível em duas versões no Brasil: Fa For Men Energizing Shower Gel e Fa For Men Spicy Black Shower Gel. Mais informações: www.frajo.com.br

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Canadá

Turismo internacionalPaisagem multicultural do Canadá

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Canadá é sinônimo de natureza. Florestas, cordilhei-ras, lagos, rios e ilhas dominam quase toda a sua pai-sagem virgem. Com três oceanos e 244.000km de lito-ral, o país é um paraíso para os amantes da natureza. 5.500km separam as duas costas, em uma grande ex-tensão que abrange regiões de tundra, geleiras, sava-na e montanhas como a espetacular Rocky Mountains.

O Canadá possui sete regiões, cada qual com um clima e paisagem diferentes: a costa do Pacífico, onde fica a ilha de Vancouver e a cidade de Victoria; as cor-dilheiras, onde se encontram as montanhas mais al-tas do país e o Monte Logan, situado na maior calota glacial ao sul do círculo ártico; as pradarias; o Escudo Canadense; os Grandes Lagos, os Apalaches, no Atlân-tico; e o Ártico.

Não deixe de conhecer os parques nacionais Banff, Jasper e Lake Louise, que abrigam animais como ursos, alces, coiotes e veados em suas montanhas, além de geleiras, fontes termais, lagos e quedas d´água. Para quem quer viajar conhecer as Montanhas Rochosas, a viagem de trem permite curtir a paisagem de lagos pinheiros cobertos de neve, montanhas e um pôr-do-sol inesquecível.

Segundo maior país do mundo, perdendo em exten-são apenas para a Federação Russa, o Canadá figura entre os países com mais elevado índice de desenvol-vimento humano do planeta. A população canadense é de cerca de 33 milhões de habitantes, espalhados por uma ampla extensão geográfica, o que confere ao Canadá um dos menores índices de densidade popu-lacional do mundo, de 2,9 pessoas/km2. Vancouver, na Colúmbia Britânica, vem sendo apontada como a cidade com melhor qualidade de vida do mundo.

Uma boa parte dos canadenses tem ascendência inglesa e francesa. Povos do mundo todo estabelece-ram-se no país, juntando-se aos nativos indígenas e, no Ártico, aos esquimós, tornando-o um país verda-deiramente multicultural. O Canadá é um país bilíngue com duas línguas oficiais, o inglês (58,5%) e o francês (22,6%). A maioria dos canadenses (80%) vive nas grandes cidades: Toronto (5,4 milhões), Montreal (3,6 mi) e Vancouver (2,2 mi).

Seus invernos são úmidos e frios, com temperatura média entre 7ºC em Vancouver e -1ºC em Toronto. O verão é quente, com temperatura média de 25ºC e chuvas moderadas.

A culinária canadense mistura a base nativa com a influência de diversas comunidades de colonizadores que chegaram a essa terra com o passar dos séculos. Só em Toronto então misturadas mais de 60 comuni-dades, apesar de a chinesa e italiana serem a de maior

presença em relação a gastronomia. Os visitantes não vão querer perder as inúmeras opções de museus e atracões culturais da cidade, além das sofisticadas op-ções de instalações esportivas e reservas naturais e das agitadas atrações noturnas que cativam jovens e adultos de todas as tribos.

De sofisticados wine bars a modernas baladas, que vão desde o sofisticado Ivy, um complexo de bar, bo-ate e restaurante com lounges, na movimentada Ge-orge Street, a restaurantes étnicos como o Bavarian Bier Café, indo a pontos de gastronomia única como

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o Doyles, que oferece seus pratos de frutos do mar com a bela vista da marina de Watson’s Bay. De ‘The Rocks’ a Harbour Bridge, ou da Opera House à Oxford Street, a cidade proporciona uma atmosfera excitante com muito estilo.

O Canadá é também muito procurado por entusias-tas dos esportes. O hóquei no gelo é o esporte mais popular do país, dividindo adeptos com outros esportes de inverno, tais como esqui cross-country, esqui alpi-no, snowboard, etc. Nas outras estações do ano, outras modalidades são praticadas, incluindo beisebol, fute-bol e futebol americano, natação, basquete, curling, iatismo, windsurf, golfe e muitos outros.

Com todas essas opções de entretenimento, cultura e educação de alto nível, não surpreende a grande e constante procura de brasileiros por visitar, estudar ou morar em Sydney, e se torna quase comum escutar um pouco de português pelas ruas da cidade, assim como diversos outros sons provenientes de outras línguas.

A predileção Brasileira por Sydney tem muito a ver também com a questão das condições climáticas simi-lares a regiões brasileiras, como o sul do Brasil. A tem-peratura de Sydney chega aos 40 graus e proporciona

dias ensolarados no verão, período em que abriga tu-ristas em busca de belas praias. No inverno, no entan-to, as temperaturas descem a pontos um pouco acima de zero, proporcionando noites frias e às vezes úmidas.

Para quem quer estudar na Austrália, existe uma variedade de escolas de idiomas e cursos profissiona-lizantes de alto nível, além dos tradicionais cursos de especialização e pós-graduação em renomadas univer-sidades, que recebem estudantes de todas as partes do mundo. Centros de idiomas localizados nas próprias universidades são altamente recomendados para os interessados em aprender o inglês e em seguida in-gressar em uma universidade australiana.

Interação cultural e hospitalidade são parte da vida dos australianos. Todas essas facilidades fazem da Austrália um destino bem atraente para os jovens que buscam tranquilidade e qualidade de vida.

Fonte: Embaixada do Canadá.

Mais informações:Ministério do Turismo: www.tourism.gov.on.ca

Ao lado: Parque Nacional Banff, em Alberta. Abaixo: Lobo do ártico e obra Canada Geese, do artista Michael Snow, exposta no Toronto Eaton Centre.

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Por Joana Hostein*. Tradução de Tatiana Sartori

EspetáculoUma orquestra francesa no coração de Minas Gerais

A Brass Band Mediterranée – BB Med para os ínti-mos–, um grupo musical da região de Nice (a Cos-

ta Azul da França ao sudeste do país), acaba de terminar um roteiro de cinco apresentações no calendário de co-memorações do Ano da França no Brasil. Os dez dias de turnée da BB Med foram concluídos com a imagem de uma banda completa, um grupo musical unido.

Os 30 músicos foram recebidos muito bem pelo público brasileiro. Tudo começou por São João Del Rey, onde eles apresentaram, pela primeira vez no Brasil, o seu espetáculo “La nef des fous” (“A nau dos in-sensatos”).

“Nunca tivemos uma recepção tão boa na Fran-ça como tivemos aqui no Brasil. Recebemos vários aplausos, choros, pedidos de autógrafos, fotos, vários fãs. Foi muito gratificante!”, afirma Olivier Mauny, músico do BB Med. “Nunca esquecerei as lágrimas de uma adolescente de 12-13 anos, sentada no colo de sua avó, quando começou a tocar “Arioso”, de Bach. O público daqui nos passou muita emoção”, completa.

Foi a recepção dos brasileiros, sim, o que mais marcou a viagem musical dos franceses, em meio a tantos concertos diferentes. A Orquestra também com certeza recordará do charme das vilas históricas que visitaram e se tornaram palco de suas apresentações em Minas Gerais.

Tiradentes, Ouro Preto, Mariana, com suas escultu-ras de pedra-sabão e várias igrejas barrocas; Sabará e o teatro antigo, o museu Inhotim e seus inúmeros

cisnes. “Eu tenho realmente a impressão de que os motoristas de ônibus aqui acreditam ter um pouco do espírito corredor como o de Ayrton Sena”, nos con-ta um outro músico, que ficou impressionado com a desenvoltura dos motoristas ao volante nas estradas sinuosas da região. Ele disse que, toda vez que en-travam amontoados no ônibus, ele rezava para que chegassem ao próximo destino sãos e salvos!

A BB Med passou grande parte do tempo conhe-cendo cada pedacinho de Minas Gerais. Último des-tino, última apresentação – O museu aberto do Inho-tim. O grupo entra em cena pela última vez em terras brasileiras. Na ocasião, interpretaram o repertório deles de maior sucesso, “La marche endiablée”, de Sparke, além da melodia “De Guello”, de Tiomkim, e várias outras melodias especialmente adaptadas para uma orquestra composta unicamente de instrumen-tos de metais, como o Brass Band Mediterranée. “Este pode ser o motivo da originalidade do nosso conjun-to, que mexeu com os brasileiros”, diz Gérard Hostein, o maestro da orquestra. Muitos tinham os olhos que brilhavam quando viram, alguns pela primeira vez, instrumentos dourados completamente diferentes dos tradicionais.

* Jornalista franco-brasileira, residente em Bruxe-

las, Bélgica, e correspondente da Radio France Inter-nacionale.

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SocialModa incentiva a leitura

As causas sociais estão no alvo da moda no Brasil. Cada vez mais, as semanas de moda levam um

tema social às passarelas, que logo passa a ser veiculado por todos os meios de comunicação. Essa é uma maneira criativa de aproveitar a visibilidade e a publicidade da moda para incentivar causas sociais e destacar as impor-tâncias de cada luta.

Santa Catarina não fica para trás quando o assunto é responsabilidade social. A exemplo de marcas nacionais, a empresária Carla Seemann Schütz, da loja infantil Petit-Pavé, está incentivando a leitura na sua estreia como esti-lista. O projeto “Histórias na Barca dos Livros”, realizado na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, serviu de inspiração para a linha de festa Fais la Fetê – faça a festa, em francês.

Com vestidinhos românticos, saias amplas em modela-gem godê e cintura marcada por pregas, a coleção criada por Carla Seemann foi apresentada na 13ª edição do Don-na Fashion DC, no Shopping Beiramar, no último dia 21 de agosto.

Em gorgurinho, tafetá, tule francês e de seda, levemen-te acetinados, os vestidos são cheios de babados e laços ultra charmosos. Para as festas diurnas, os looks foram pro-duzidos em piquê casinha de abelha e tricoline de puro algodão.

Na cartela de cores, muitos tons de rosa, branco e lilás

contrastam com o azul-marinho e o vermelho. A alfaiataria retrô é destaque nas peças dos meninos,

com calças compridas e curtas, gravatas borboletas e tradi-cionais. Os trajes foram produzidos em microfibra térmica, fibra de bambu e linho.

Navegando por meio da cultura

“Histórias na Barca dos Livros” é uma biblioteca viva, ao ar livre e em meio às águas da Lagoa. Nesse ambiente lúdico, crianças e adultos embarcam numa viagem encan-tadora pela literatura, com narração de histórias, leituras e música. O projeto tem um conceito inovador, pois alia na-tureza, arte e cultura, tendo como objetivo maior incentivar o hábito da leitura nas crianças.

Carla se diz encantada pelo trabalho. “Como há tem-pos me apaixonei por este projeto único, minha primeira coleção não poderia ter outro tema a não ser a Barca da Leitura”, confessa. Para a empresária, a barca “é uma ex-periência incrível e muito pitoresca, que os pais não po-dem deixar de proporcionar a seus pequenos”. As parlen-das - pequenos textos em verso e prosa - declamadas na Barca da Leitura estampam os forros das roupas, em meio aos delicados poás.

Por Nathalia Diniz

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A atividade é mensal e acontece aos domingos, quan-do a barca deixa o trapiche da Lagoa. Segundo a gestora de cultura do projeto, Inaiara Wilke, a barca está sempre cheia. Cerca de 150 pessoas participam, em três horários diferentes. “As crianças sempre acabam voltando, para se cadastrar e participar de outras atividades, trazendo, inclu-sive, os pais”, ressalta Inaiara.

“Histórias na Barca dos Livros” é mantida pela Socie-dade Amantes da Leitura, uma entidade sem fins lucrati-vos formada em 2003. Em fevereiro de 2007, a sociedade inaugurou sua sede fixa com uma biblioteca aberta diaria-mente para toda a comunidade na Lagoa da Conceição. Na localidade, vivem cerca de 40 mil pessoas, com aproxima-damente 20 mil crianças e jovens em idade escolar.

Em dois anos de atividade, a Biblioteca Barca dos Livros já se tornou referência na área. O acervo com mais de oito mil obras já catalogadas (três mil estão em fase de cata-logação) é consultado por duas mil pessoas ao mês. Entre os títulos já disponíveis, encontram-se livros de literatura, poesia, teatro, artes, periódicos, etc. Para ser um associado da biblioteca, basta fazer a carteirinha, que custa R$1,00.

Segundo Inaiara, a meta atual é adquirir um barco para chegar às comunidades ribeirinhas cujo único acesso é pela via aquática, como a Costa da Lagoa. Com o cha-

mado “barco-biblioteca”, uma biblioteca itinerante espe-cialmente adaptada, seria cumprido um roteiro de visitas emprestando livros e recolhendo as devoluções. Com mais esse veículo, “seria possível ampliar em 50% o número de pessoas beneficiadas com atividades de incentivo à leitu-ra”, salienta a gestora. Para tanto, a entidade trabalha na captação de recursos e pretende adquiri-lo ainda este ano.

Outra atividade desenvolvida pela Sociedade é intitula-da “Escola vai à Barca”, em que alunos da rede pública e privada conhecem semanalmente o acervo e participam da narração de histórias e recebem sugestões de leitura. Nessa ação, participam também grupos de lares de acolhi-mento, asilos, associações comunitárias, entre outros.

No fim de cada mês, é a vez dos adultos se reunirem no “Sarau de Histórias”, com a presença de contadores convi-dados. A novidade é que o público também tem espaço e quem quiser pode contar outra história.

Mais informações: www.amantesdaleitura.org

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Foto: Matheus Alves

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HabitatClássico norte-americano

O Charleston Place se encontra no coração de uma das cidades mais românticas dos Estados Unidos,

Charleston, na Carolina do Sul. Inaugurado em 1888 e reformado em 2003, é considerado “um dos melhores lugares do mundo para se hospedar” pelos leitores do guia Condé Nast Traveler.

O hotel preserva o estilo e a arquitetura de Charleston, uma das cidades portuárias mais antigas dos EUA. O visi-tante se vê transportado a um lugar mágico e atemporal, rodeado de estreitas ruas de paralelepípedo, carruagens puxadas por cavalos, charmosas lojas de antiguidades, finos restaurantes, sofisticadas galerias e espetaculares casas antebellum do século XIX.

Nas palavras do New York Times: “Com uma locali-zação privilegiada, dois restaurantes de primeira e uma piscina interna e externa, este navio gêmeo do Cipriani de Veneza facilmente encabeça a lista dos melhores ho-téis de Charleston”.

Os quartos possuem acomodações decoradas magni-

ficamente com móveis tradicionais de mogno, roupas de cama com tecido de texturas ricas e banheiros espaçosos com banheiras de mármore italiano e torneiras de cobre.

As salas do andar do club apresentam um sofistica-do design neo-tradicional americano com reprodução de pinturas antigas. O restaurante Palmetto Cafe, casual e ao mesmo tempo elegante, tem vista para um pátio luxuoso com uma fonte de bronze circular e um jardim imponente.

Os hóspedes podem relaxar e manter-se em forma no spa do Charleston Place, que oferece serviços como massagens com pedras quentes e aromaterapia, shiat-su, Thai, além de massagens neuromusculares e para grávidas. Além disso, o spa incorpora uma piscina que se funde com o horizonte, com um teto de cristal re-trátil. O hotel possui ainda espaçosa banheira de ofurô, sauna, piscina infantil e quadra de tênis no terraço da cobertura.

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Charleston Place | USA

Riveria Rooftop em Charleston, e ao lado o salão de bailes

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Serviço:Charleston Place205 Meeting StreetCharleston, SC, USAwww.charlestonplace.com

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À esquerda, quarto com vista. Abaixo, banheira de luxo na Manager’s Suite, detalhe do quarto (esquerda) e restaurante (direita).

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Jennifer Hudson

por Dani Ferrera

O importante é ser feliz

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Estação Aeroporto: Como foi viver Rosaleen?Jennifer Hudson: Ela é maravilhosa, de caráter forte, inter-pretá-la foi um grande desafio, por ser um grande perso-nagem. Rosaleen tem 20 anos, mora em um cômodo no quintal da casa onde Lily e seu pai T Ray vivem. Ela não tem família e é uma pessoa forte e franca. Seu grande objetivo é ser respeitada, e para isto acha que se tornar eleitora já é um grande passo.

Fale um pouco da experiência em trabalhar com todas essas grandes atrizes.Mesmo tendo ganhado uma infinidade de prêmios, eu ainda sou uma novata, mas tudo pra mim tem sido um

grande aprendizado. No set eu ficava sentada observando Sophie, ela é uma atriz surpreendente, eu só queria ser como ela. Queen já atua há algum tempo. Embora seja mais velha que Dakota, foi com ela que eu mais aprendi durante as filmagens.Com exceção de Sophie e Dakota, eram três cantoras no set. Sentiu falta de música durante as filmagens?Durante os intervalos eu vivia zumbindo alguma coisa, Queen também puxava alguma canção e todas cantáva-mos juntas. May, o personagem de Sophie, era a única que cantava durante suas crises. Nossa presença às vezes a intimidava, ela dizia: “não sou uma cantora”. Acredito que nosso incentivo e suporte ajudaram de alguma forma.

A vida da minha entrevistada é cheia de altos e bai-xos. Nascida em uma família humilde de Chicago,

em 9 de setembro de 1981, Jennifer Kate Hudson começou a cantar no coral da igreja batista onde sua família congre-gava quando ainda era criança. Dona de uma poderosa voz que alcança inacreditáveis quatro oitavas, ela ocupou o lugar de sua avó. Não demorou muito para Jennifer ser descoberta. Antes da fama, integrou a equipe do cruzeiro Disney Wonder e protagonizou uma produção local, “Big River”, que na verdade foi um pontapé inicial para seu maior desafio, “American Idol”.

Jennifer fez história durante a terceira temporada do reality show com a maior audiência da história da TV americana. Sua performance para a canção “Circle of Life”, de Elton John, fez com que Randy Jackson trou-xesse Jennifer para o grupo dos 12 finalistas. A pedra no cami-nho dela foi outro jurado, Simon Cowell, que naquela temporada coroou outra grande estrela, Fan-tasia Barrino.Mais aquilo foi ape-nas o começo para nossa estrela. “Dreamgirls” foi lançado para ala-vancar a carreira de Beyoncé (po-bre Beyoncé). Mal sabia ela que sua antagonista roubaria a cena e todos os prêmios que encontras-se pela frente. Hudson encarnou com maestria um personagem rico, sua performance arrebata-dora como Effie White chamou a atenção da crítica especializada para o talento dela em frente as câmeras. A carga dramática que ela empregou durante a interpre-tação de “And I Am Tell You I’m

Not Going fez com que a revista Variety comparasse sua atuação a estrelas como Bette Midler em “A Rosa” e Barbra Streisend em “Funny Girl”. Ela recebeu merecida-mente por sua Effiem um Globo de Ouro como melhor atriz coadjuvante e um Oscar na mesma categoria, feito alcançado apenas por Hattie McDaniel, por “E o Vento Levou” e Woopie Goldberg, por “Ghost - Do Outro Lado da Vida”.Na sequência, ela participou de “Sex and The City - O filme”, no papel de uma assistente de Carrie (Sarah Jessica Parker),como não poderia deixar de ser ,o filme,foi um grande sucesso e uma continuação está em andamento.

Seu próximo desafio foi viver nas telas uma mulher determinada na América de 1960, onde a segregação predominava. Na companhia de Dakota Fanning, Queen

Latifa, Alicia Keys e Sophie Oko-nedo, ela estrela “A Vida Secreta das Abelhas”, filme baseado no best seller de Sue Monk Kidd.

Tragédia

No dia 24 de Outubro de 2008, sua mãe, irmão e sobrinho foram brutalmente assassinados. O prin-cipal suspeito, seu cunhado, teria sido motivado por ciúmes. A vida de Jennifer tomou um rumo ines-perado. Com um filme para lançar, um disco pronto e uma turnê em andamento, ela teve que parar para respirar e repensar sua vida.

Nesta entrevista, Jennifer fala sobre carreira, Oscar, fama, futuro, influências e, claro, “A Vida Secre-ta das Abelhas”.

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Como foi trabalhar com Dakota?Eu realmente amo Dakota, ela é tão nova mas de grande maturidade, nós desenvolvemos uma forma de comuni-cação muito boa e foi muito bom trabalhar com ela.

Por que escolheu este projeto?Tenho uma equipe que me ajuda muito na escolha de meus trabalhos. Meu agente também é responsável, ele é a primeira pessoa a receber o roteiro. No caso de “A Vida Secreta das Abelhas”, eu queria muito fazer, e “Sex and The City” também. O conflito da minha personagem foi o ponto de partida para a escolha.Quando comecei minha pesquisa para o filme, percebi que, embora os anos 1960 parecessem tão distantes da minha realidade, na verdade muitos pontos abordados no filme são atuais. O filme também aborda algo interessan-te, que é a irmandade e a unidade entre aquelas mulhe-res. Cada um dos personagens tem seus problemas - Lily tem problemas com o pai, Rosaleen também é cheia de problemas, e de repente elas encontram algo na casa cor -de-rosa. Mesmo com as diferenças, elas vislumbram uma perspectiva positiva para suas vidas, e isso é interessante. Naquela época na América havia divisões entre seres hu-manos. E não importava o que acontecia fora, dentro da casa a diferença racial não existia, o que existia ali era o amor pelo próximo.

Foi difícil encontrar Rosaleen dentro de você?Não foi difícil encontrar esse personagem, tive a sorte de ter Gina como diretora. Antes do início das filmagens Dakota e eu nos encontramos em uma loja de conveni-ência em Burgaw, na Carolina do Norte, com o objetivo de comprar dez itens para uma refeição. Dakota foi aten-dida com respeito, enquanto eu fui totalmente ignorada, e pior, maltratada por todos os funcionários. Perguntei a um deles onde poderia encontrar cartões de aniversário e ele não respondeu. Fui acusada de roubo e pediram para que eu esvaziasse os bolsos. Não conseguia acre-ditar no que ouvia. Eu dizia: “Você está falando sério, o que está acontecendo?” Dakota veio me ajudar, o aten-dente foi amável com ela e um monstro comigo. O pior foi quando sentei para comer em uma das mesas e um cliente disse para o funcionário: “Tire essa negra daqui, estou tentando comer”. Claro que fiquei muito brava com toda a situação, e só depois descobri que tudo foi com-binado com a diretora, para mostrar o que era realmente a segregação. Então entendi por que ela dizia: “Não bata em ninguém”.

E a preparação do elenco?Gina gosta de autenticidade, por isso, todos passaram por

algum treinamento. Alicia foi aprender a tocar violoncelo, Queen, Dakota e Tristan, que interpreta Zackary, tiveram aulas de apicultura. Eu tive que fazer muita pesquisa, pois o meu era o único personagem que vivia o verdadeiro significado da segregação. A cena em que sou espanca-da, por exemplo, foi muito forte pra mim, foi chocante e assustador, eu não tive dublê para a cena, foi muito difícil lutar contra três homens, despejei ali uma carga emocio-nal muito grande. Mas o resultado ficou incrível.

Qual foi seu aprendizado com o filme?Uma coisa é você ler sobre a segregação, outra é viver. Por mais que fosse ficção, foi muito doloroso saber que um dia negros não podiam nem falar com um branco em público. Durante minha pesquisa, vi pela janela uma menina negra lendo um livro com um garoto branco. Essa foi uma das cenas mais bonitas pra mim.

O que mudou em sua vida após a vitória no Oscar em 2007?Sabe que até agora eu não acredito que ganhei, ainda mais com todas aquelas pessoas maravilhosas que eu ad-miro muito. O que mudou foi minha autoconfiança. Isso melhorou muito.

Quais são seus próximos projetos para o cinema?Tenho alguns roteiros em vista, estou em negociação para viver Winnie Mandela em um filme sobre Nelson Mande-la. Só em falar no filme fico com frio na barriga, será outra grande experiência. Mas continuo a cantar.

Podemos esperar mais um filme musical?Acho que vem por aí uma cinebiografia de Aretha Franklin, até falei com ela que adoraria interpretá-la,vamos esperar.

Onde busca forças e inspiração para sua carreira e vida pessoal?Em muitas pessoas e situações. Viver Rosaleen neste fil-me foi uma grande inspiração. Sempre admirei pessoas como Aretha Franklin, Queen Latifa, Beyoncé, Steve Won-der, Gladys Knight e Temptations. Imagine se alguma vez passou pela minha cabeça receber um Grammy Award das mãos de Whitney Houston. E hoje eu estou em um filme com Queen Latifa e Alicia Keys, isso é uma loucura pra mim.

Você acredita na existência de uma barreira racial para mulheres no cinema?Claro que existem barreiras raciais, não só no cinema, mas em todas as áreas de trabalho. Claro que em boa parte os trabalhos para negros é limitado, esse foi outro moti-

EntrevistaJennifer Hudson

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vo pelo qual lutei para trabalhar em “A Vida Secreta das Abelhas”, por ter um elenco poderoso e em sua maioria composto por negros, isso faz com que consigamos pavi-mentar o caminho para uma geração futura.

Sendo você de origem humilde, é difícil trabalhar a fama? Costumo dizer que sou a mesma garota de Chicago. Ve-nho realmente de uma família muito pobre. Após todo o

sucesso, e principalmente o Oscar, algumas pessoas, acha-vam que eu mudaria. Continuo frequentando os mesmos lugares, imagine se vou mudar meu jeito de ser só porque ganhei um Oscar. Gosto muito da fama e principalmente do que ela me proporciona, mas poderia viver feliz sem ela. Comecei minha carreira cantando em um cruzeiro da Disney, e se disser que era infeliz estaria mentindo. Amo fazer filmes e cantar, não mudei nada, continuo a mesma Jennifer, uma batalhadora em busca de um sonho.

Page 28: Revista Estação Aeroporto #10

CapaCosmogonia literária de Manoel de Barros

Por Rodrigo Brasil

Em sua artesania literária, o poeta mato-grossense Manoel de Barros reinventa as palavras, a si mes-

mo, a paisagem íntima. Seu pantanal é o das palavras, ambiente formado por uma linguagem própria, onde ganham voz seres ínfimos e obsoletos. Uma litania de pedras, aves, caramujos, insetos, crianças descalças e homens desenganados. Palavras que o poeta recria, sub-verte, amanhece, faz enlouquecer.

Embora sua obra seja identificada com certo regio-nalismo, Manoel, assim como Guimarães Rosa, dialoga com a tradição erudita e os temas universais, sobrepu-

jando em muito os valores locais. Nas palavras do autor: “tudo que não invento é falso” ou “noventa por cento do que escrevo é invenção”. Não por acaso, seus três livros mais recentes se chamam Memórias Inventadas.

Foi tateando sobre esse terreno lodoso que o diretor Pedro Cezar filmou o documentário “Só Dez Por Cento É Mentira”, que alterna sequências de entrevistas com o escritor, versos de sua obra e depoimentos de conhe-cedores de sua poesia. A produção evita a narrativa tra-dicional, construída a partir de convenções biográficas, para priorizar a estética e o visual, com a proposta de

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criar uma atmosfera imagética que remeta ao universo do escritor.

O documentário, contemplado com o patrocínio da Petrobras a partir do Edital para Longa Metragens de Baixo Orçamento, foi produzido e finalizado em vídeo digital e construído de forma quase artesanal pelos rea-lizadores. O filme tem sido apresentado em festivais de cinema, e será exibido na 32ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em setembro (ver serviço), e de-pois terá seu lançamento oficial nos cinemas em meados de novembro.

Andanças de assovio

Manoel de Barros nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, em 1916. Passou sua infância em Corumbá e viveu parte da vida no Rio de Janeiro. Escreveu seu primeiro poema aos 19 anos, mas sua revelação poética ocorreu aos 13 anos de idade, quando ainda estudava no Colégio São José dos Irmãos Maristas, no Rio.

Quando jovem, viajou pela América Latina e morou mui-tos anos com os índios chiquititos, da Bolívia, com os quais gostava de tomar chicha - uma aguardente de milho - e pescar. “Só dei trabalho e angústias pra meus pais. Morei de mendigo e pária em todos os lugares da Bolívia e do Peru. Morei nos lugares mais decadentes por gosto de imitar os lagartos e as pedras.”

Essa vivência influenciou muito sua poesia. “Eu tinha fascinação pelas línguas primitivas indígenas. Eles, primeiro que a gente, fizeram árvore virar tatu, criança nascer de ár-vore. O poeta é um inocente ligado a essas coisas primitivas, apesar dos estudamentos”, comenta.

Manoel formou-se em direito e viajou para vários outros lugares do mundo – chegou inclusive a viver em Nova York, Paris, Itália e Portugal. Em 1937, lançou seu primeiro livro, Poemas Concebidos sem Pecado. Embora sua poesia crono-logicamente pertença à geração de 45, seguiu rumo próprio. “Eles queriam tornar a linguagem uma coisa imaculada. Sou um estuprador da gramática”.

No início da década de 50, voltou para o Pantanal de sua infância e de seus ancestrais. Assumiu definitivamente a fazenda que fora de seus pais, onde conciliou as atividades de fazendeiro e poeta. Plantou cercas, acordou cedo e tra-balhou muito. Hoje aos 92 anos e 20 livros publicados, mora em Campo Grande (MS) e é o autor do gênero poesia que mais vende livros no Brasil. Recebeu vários prêmios, entre eles dois Prêmios Jabuti, Nestlé de Literatura e Prêmio APCA de melhor poesia.

Manoel tem como influências autores como Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Augusto dos Anjos, Manuel

Bandeira, Fernando Pessoa, Camões e Padre Vieira. Dos es-trangeiros, Rimbaud, Baudelaire, Mallarmé, Pascal, Montes-quieu, Rabelais e Proust. Também gosta de literatura de lín-gua inglesa, especialmente T. S. Eliot, Ezra Pound e Stephen Spender. Gosta de ouvir música - especialmente Brahms. Admira o cinema de Federico Fellini, Michelangelo Antonio-ni, Vittorio de Sica, Jim Jarmusch. Considera Charles Chaplin o gênio do século. Sou um sujeito cheio de recantos./ Os desvãos me constam./ Tem hora leio avencas./ Tem hora, Proust./ Ouço aves e beethovens./ Gosto de Bola-Sete e Charles Chaplin./ O dia vai morrer aberto em mim.

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Entrevista com Pedro Cezar

Pedro Cezar, diretor e roteirista de “Só Dez Por Cento é Mentira”, também é jornalista e tem dois livros de po-esia publicados. Além de realizar diversos trabalhos em publicidade e documentários em vídeo, produziu, dirigiu e roteirizou o filme “Fábio Fabuloso” (2004), vencedor dos prêmios de melhor documentário pelo júri popular no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro de 2004; da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2004; e do Prêmio Bravo Prime de Cultura 2005 Melhor Filme Nacional. A seguir, entrevista sobre o documen-tário.

Estação Aeroporto: Como se deu sua aproximação com a obra de Manoel de Barros?Pedro Cezar: Oficialmente se deu quando um amigo me presenteou, em 1996, com o Livro Sobre Nada. Mas na verdade minha aproximação com a obra de Manoel se deu espiritualmente muito antes. Quando era criança costumava ver o horizonte gritando aos peixes: vocês não vêm pular corda ? Ao que os peixes respondiam : prefiro dar cambalhotas no tronco das ondas. Naque-la época eu já pressentia que esse mundo logo logo haveria de ser confirmado em versos. Já havia aí uma consanguinidade entre nossas nuvens.

Como ele é visto em Campo Grande? É muito popular e reconhecido, as pessoas em geral conhecem? Ele par-ticipa de eventos literários na cidade ou se mantém mais retraído?Manoel não é visto em Campo Grande. Ele passa a vida em seu “escritório de ser inútil” criando galinhas. De vez em quando lê jornal, vê tv, ouve música e dá uma volta olímpica no quintal de sua casa. Fora isso leva uma vida extremamente familiar com sua esposa Stella e seu filho Pedro. A filha Martha e os netos também estão sempre por lá.Descobri andando por Campo Grande que Manoel é nome de Avenida, nome de prédio e seus versos apare-cem em cardápios de restaurantes. Os taxistas do bairro sabem onde fica a casa do Poeta. Manoel nunca me falou nada disso. Ele gosta mesmo é de contar desvan-tagem.

Quais são, a seu ver, as cenas mais interessantes do documentário, o registro que considera mais valioso?Sou suspeito. Gosto de tudo que Manoel fala, mesmo sabendo que “a palavra oral não dá rascunho”, como ele próprio adverte por escrito. De todo modo, é muito revelador assisti-lo se autodenominar “ruína” em frente às câmeras e despido de maiores truques de edição.

Sei que não foi fácil convencer Manoel a participar.

Você conseguiu deixá-lo à vontade diante das câme-ras? Ou ele continua desmaiando diante de um micro-fone ou de uma câmera, como, segundo ele, costuma-va fazer?A primeira entrevista (a mais difícil de conseguir) foi uma conversa que fluiu durante 40 minutos sem inter-rupção. Ao final desses 40 minutos, Manoel disse: “che-ga, tá bom.” Eu desliguei a câmera, tomamos um suco e conversamos potocas por mais cinco minutinhos. Fui embora e quando voltei cedo pela noite com alguns bombons de presente para agradecê-lo pessoalmente e tomar um drinque sem qualquer traquitana tecnológica, sua mulher me informou que “ele não aguentou e foi dormir antes da hora”, pois tivera que tomar um calman-te para poder falar diante da câmera na entrevista. Fiquei constrangido e grato. Sou um sujeito de sorte.

Como se dá essa relação entre mentira e verdade, me-mória e invenção no documentário?Estávamos o tempo inteiro legitimados pela biografia in-ventada pelo Poeta. E nesse sentido fomos extremamen-te fiéis. Inventamos personagens (“noventa por cento do que escrevo é invenção”), fizemos alusões (“verso não é para explicar, mas para aludir”) e mentimos fotografica-mente (“poesia não é um fenômeno de paisagem; é um fenômeno de linguagem”), por meio de alguns truques de imagem. Sobre mentira, verdade e invenção, sugiro assistir ao que o próprio Manoel diz sobre tudo isso no filme.

Como você avalia o reconhecimento e a projeção que a obra de Manoel tem no país?Devagar e sempre ele vem conquistando o coração de todos. É impressionante. Quem lê Manoel incorpora que “as coisas não querem mais ser vistas por pessoas razo-áveis”. E o leitor sai por aí encantado, contaminando o seu mundo. É um contágio mais poderoso que qualquer gripe suína ou dengue. Sabemos que o boca a boca é bem mais veloz.

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“Fomos rever o poste.O mesmo poste de quando a gente brincava de piquee de esconder.Agora ele estava tão verdinho!O corpo recoberto de limo e borboletas.Eu quis filmar o abandono do poste.O seu estar parado.O seu não ter voz.O seu não ter sequer mãos para se pronunciar comas mãos.Penso que a natureza o adotara em árvore.Porque eu bem cheguei de ouvir arrulos de passarinhosque um dia teriam cantado entre as suas folhas.Tentei transcrever para flauta a ternura dos arrulos.Mas o mato era mudo.Agora o poste se inclina para o chão – como alguémque procurasse o chão para repouso.Tivemos saudades de nós.”

Canção do ver, Parte 8

Alfama é uma palavra escura e de olhos baixos.Ela pode ser o germe de uma apagada existência.Só trolhas e andarilhos poderão achá-la.Palavras têm espessuras várias: vou-lhes ao nu, aofóssil, ao ouro que trazem da boca do chão.Andei nas pedras negras de Alfama.Errante e preso por uma fonte recôndita.Sob aqueles sobrados sujos vi os arcanos com flor!

Retrato quase apagado em que se pode ver perfeita-mente nada, parte IV

Eu sou o medo da lucidezChoveu na palavra onde eu estava.Eu via a natureza como quem a veste.Eu me fechava com espumas.Formigas vesúvias dormiam por baixo de trampas.Peguei umas idéias com as mãos - como a peixes.Nem era muito que eu me arrumasse por versos.Aquele arame do horizonteQue separava o morro do céu estava rubro.Um rengo estacionou entre duas frases.Uma descorQuase uma ilação do branco.Tinha um palor atormentado a hora.O pato dejetava liquidamente ali.

O Guardador das Águas, parte IX

Trechos de poemas

CapaCenas do filme “Só Dez Por

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Obras

• Poemas concebidos sem pecado - 1937• Face imóvel - 1942• Poesias - 1956• Compêndio para uso dos pássaros - 1960 • Gramática expositiva do chão - 1966• Matéria de poesia - 1970• Arranjos para assobio - 1980 • Livro de pré-coisas - 1985• O guardador de águas - 1989 • Gramática expositiva do chão - poesia quase toda - 1990 • Concerto a céu aberto para solo de aves - 1993• Livro de ignorãças - 1993• Livro sobre nada -1996• Ensaios fotográficos - 2000 • Exercícios de ser criança - 2000 • O fazedor de amanhecer - 2001 • Tratado geral das grandezas do ínfimo - 2001• Para encontrar o azul eu uso pássaros - 2003• Memórias Inventadas - Infância - 2003• Cantigas por um passarinho à toa - 2003 • Encantador de palavras- Edição de portuguesa - 2000 • Les paroles sans limite - Edição francesa - 2003• Todo lo que no invento es falso - Antologia na Espanha - 2003 • Águas - 2001• Das Buch der Unwissenheiten - Edição da revista alemã Alkzent - 1996 • Poemas rupestres - 2004• Memórias inventadas I - 2005 • Memórias inventadas II - 2006 • Memórias inventadas III - 2007

Serviço:O que: “Só 10% É Mentira” na 32ª Mostra Internacional de Cinema de São PauloOnde e quando: 18/10 (Sab.), 21h - Espaço Unibanco Augusta 3 (Rua Augusta, 1475); 20/10, 16h30 hs. - Uniban-co Arteplex 3 (Shopping Frei Caneca, 569 - 3ºpiso, sala 3); 26/10, 21h - Unibanco Arteplex 2 (Shopping Frei Caneca, 569 - 3ºpiso, sala 2) Mais informações: www.sodezporcentoementira.com.br

Capa“O que eu gostaria de fazer é um livro sobre nada. Foi o que escreveu Flaubert a uma sua amiga em 1852. Li nas Cartas exemplares organizadas por Duda Machado. Ali se vê que o nada de Flaubert não seria o nada existencial, o nada metafísico. Ele queria o livro que não tem quase tema e se sustente só pelo estilo. Mas o nada de meu livro é nada mesmo. É coisa nenhuma por escrito: um alarme para o silêncio, um abridor de amanhecer, pessoa apropriada para pedras, o parafuso de veludo, etc, etc. O que eu queria era fazer brinquedos com as palavras. Fazer coisas desúteis. O nada mesmo. Tudo que use o abandono por dentro e por fora.”

Manoel de Barros, no “Pretexto” de Livro Sobre Nada.

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TecnologiaBlu-ray para festas

A Sony lança nova linha Blu-ray Changers, capaz de tocar até 400 discos, além de CDs e DVDs comuns. Os aparelhos São ideais para festas regadas a música e videoclipes, cuja reprodução pode ser programada de acordo com a vontade do DJ. O modelo top de linha é o BDP-CX7000ES, que tem saída de vídeo em 1080p a 60 ou 24 quadros por segundo e pode ser ligado a uma rede doméstica por meio da conexão RS232. A saída de áudio é 7.1 canais, e o processador de vídeo (SuperBit Mapping) analisa o sinal bit por bit, segundo o fabricante. Faz ainda upscaling de DVDs comuns para a resolução máxima de 1080p. A partir de agosto, os novos players estarão à venda no site internacional da loja Sony Style: www.sonystyle.com. Preço: não divulgado.

Celular musical

A Sony Ericsson apresenta o W395 – seu novo celular slider da linha Walkman, que foi feito pra quem busca um aparelho Mid-End com um bom suporte para músicas. Possui tela de duas polegadas com resolução de 176×220 pixels, câmera de dois Megapixels com entrada para cartões M2 (Memory Stick Micro), para suprir seus mínimos 10MB de memória interna, além de estação de rádio FM. O aparelho vem com fone de ouvido stereo HPM-64 e também um cartão de 1GB.Preço: Cerca de R$ 599,00. Mais informações: www.sonystyle.com

Dispense o guia

Prático e compacto, o altímetro/barômetro RA123, da Ore-gon Scientific, possui forma de mosquetão, para acompanhá-lo em suas aventuras ao ar livre. O aparelho informa sobre a altitude até 9000 metros, mede a pressão atmosférica, e ainda possui bússola. Preço: R$ 499. Mais informações: www.oregoscientific.com.br

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Fotos: Divulgação

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Celular esportivo

O novo Motorola W7 Active Edition possui contador de pas-sos, personal trainer, silenciador de chamadas (ou músicas), entre outros recursos para ajudá-lo a manter-se em forma. O aparelho oferece entrada para cartão microSD (até 8 GB) e vem com aplicativos MotoID e Midomi, que reconhecem a música que você canta ou que é tocada no ambiente. Tem ainda aplicativo para o Last.FM e atalho para o velho e bom Facebook. Preço médio: R$ 549.

Padrão digital

A nova linha Time Machine, da LG, traz TVs de plasma e LCD com o middleware Ginga, que deverá ser oficializado como padrão de interatividade para a TV Digital no Brasil. O sistema deverá ser regulamentado pela Anatel até o final do ano. Os usuários poderão baixar o software diretamente no aparelho, que já possui conversor embutido para recepção de TV Digital aberta. Com isso, diz a LG, será possível acessar conteúdos interativos transmitidos pelas emissoras. Preço: não divulgado.

Canon que filma em HD

Ligeiramente maior que um maço de cigarros, a SX200 IS, da Canon, é equipada com sensor de 12,1 megapixels e capaz de capturar imagens de até 4.000 x 3.000 pixels (4:3) ou 4.000 x 2.248 pixels (16:9), com ou sem estabilização de imagem (lens shift). Entre os recursos mais curiosos, estão o detector de piscadela (Blink Detection) que não tira retratos de uma pessoa com olhos fechados ou o disparador por de-tecção de face (Face Self-Timer), em que o tempo somente começa a contar quando a câmera percebe a presença de uma nova face, por exemplo, numa foto de grupo. O preço sugerido da SX200 IS para o usuário final é de R$ 1.599. Mais informações: 0800-7035446

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Cultura - teatroEm busca de “Moby Dick”

Moby Dick, o clássico (e caudaloso) livro do escritor norte-americano Herman Melville, ganha uma

bela adaptação para os palcos feita pelo diretor Aderbal Freire-Filho, que já transpôs para o teatro os romances “A mulher carioca aos 22 anos”, de João de Minas, “O que diz Molero”, de Dinis Machado, e, mais recentemen-te, “O Púcaro Búlgaro”, de Campos de Carvalho – todos bem-sucedidos e fartamente premiados. A montagem é estrelada por Chico Diaz, Isio Ghelman, Orã Figueiredo e André Mattos. O patrocínio é da Petrobras.

Definido como um ‘romance infinito’ pelo escritor ar-gentino Jorge Luis Borges, por suas muitas interpretações e os diversos gêneros pelos quais transita em suas mais de 600 páginas e 135 capítulos, a monumental obra so-bre a obsessão do capitão de um baleeiro pelo cachalote que lhe arrancara a perna é um dos livros mais adapta-dos da história. “Não queria me ater apenas à aventu-ra, como faz a maioria das adaptações. Queria também enveredar por suas muitas digressões, ser científico ou filosófico quando o romance o é, apontar sentidos quan-do ele aponta”, explica Aderbal. E o diretor teve também que deixar de lado a transcrição literal do texto, como fez na trilogia dos ‘romances-em-cena’, “o que levaria a uma peça com três dias de duração”, brinca. “Moby Dick é uma obra única. Não há outros romances que explo-rem tantas possibilidades literárias, a narrativa, o drama,

a poesia, a história, a ciência, etc. Eu queria beber nessa riqueza do livro”, entusiasma-se.

Na montagem desse romance, Aderbal não fez ape-nas uma dramaturgia cênica. Para compor o espetáculo de duas horas, fez, de fato, uma adaptação: retrabalhou dramaticamente o texto, escreveu cenas, criou canções, etc. A trilha original, aliás, leva a assinatura de um par-ceiro constante em seus trabalhos, o compositor e multi-instrumentista Tato Taborda.

Em alguns momentos, o humor presente no romance é ressaltado indiretamente na adaptação: a menção ao Brasil no livro é o mote para a criação de uma breve digressão sobre o país, por meio da citação de livros re-ais, como a irreverente História do Brasil pelo método confuso, de Mendes Fradique, ou um verso de Castro Alves. “Mas apesar de ser um corte no grande universo do romance, o espírito da adaptação é de fidelidade ao original”, deixa claro o diretor.

O que: “Moby Dick”Onde: Teatro Poeira, Rua São João Batista, 104, Botafogo, Rio de Janeiro (RJ). Tel: 21 2537-8053Quando: quinta, sexta e sábado, 21h, e domingo, 19h. Até 23 de novembroQuanto: quinta e sexta R$ 40. Sábado e domingo R$ 50. Vendas pela internet: www.ingresso.com

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Cultura - teatroFragmentos de Shakespeare

Cardênio, peça escrita a partir do fragmento de uma peça perdida de William Shakespeare pelo profes-

sor de Harvard Stephen Greenblat, em parceria com o dramaturgo norte-americano Charles Mee, está sendo encenada por grupos diferentes em 20 cidades do mun-do inteiro. No Brasil, o espetáculo é apresentado pelo grupo Folias, com direção de Marco Antonio Rodrigues.

De fato, há registros da estreia de uma peça chama-da Cardênio no Globe Theatre, no dia 20 de junho de 1613, escrita a quatro mãos por William Shakespeare e seu jovem assistente John Fletcher. Ao que tudo indica, o manuscrito se perdeu antes da primeira compilação das obras do bardo, em 1623.

Em 1727, Lewis Theobald teria encontrado o original e o adaptado no espetáculo “Dupla Falsidade”, que agora serviu de base para o projeto de Greenblat. Também fo-ram utilizados alguns capítulos do livro Dom Quixote, de Miguel de Cervantes.

No Brasil, a adaptação de Reinaldo Maia a partir da tradução de Fernando Paz preserva a fábula, mas propõe outra estrutura para o texto, mantendo os trechos atri-buídos a Shakespeare. O espetáculo conta com direção

musical de Bruno Perilo, cenário e figurinos de Cássio Brasil e preparação corporal de Joana Mattei.

A história é contada a partir do dia do casamento de Anselmo e Camila. Para comprovar a fidelidade da noiva, Anselmo pede ao seu melhor amigo, Will, que seduza a moça. Para complicar, chegam ao local da peça, sem avisar, os pais do noivo, Alfred e Luísa, um casal de ato-res que escolheu o mesmo local da festa para gravar um piloto para uma minissérie baseada em “Cardênio”, de Shakespeare. Anselmo tenta impedir as gravações, mas acaba vendo no episódio uma oportunidade para testar a fidelidade da amada, ao fazer com que Camila e o amigo façam o par romântico da minissérie, os personagens Cardênio e Luscinda.

O que: CardênioOnde: Galpão do Folias, Rua Ana Cintra, 213, Santa Cecí-lia, São Paulo, Tel: 11 3361-2223Quando: De quinta a sábado, 21h, e domingo, 0h. De 11/6 a 30/8Quanto: R$ 30.

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Cultura - músicaHein?

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Cadillac Records

O que: Cadillac Records (Álbum)Artistas: VáriosQuanto: 39,90Lançamento: Sony Music

A trilha sonora original do filme Cadillac Records, que chega às lojas em álbum du-plo, traz clássicos do Jazz e do R&B americano como “My Babe” (Willie Dixon), “No

particular place to go” (Chuck Berry) e “I’m Your Hoochie Coochie Man” (Willie Dixon), interpretadas pelos atores Columbus Short, Mos Def e Jeffrey Wright, respectivamente. Na atmosfera dos agitados anos 50, em Chicago, o filme mostra o nascimento de uma das mais importantes gravadoras da black music americana.

De cabelos curtos, a cantora e atriz Beyoncé precisou mudar radicalmente o visual para se parecer com Etta James. No filme, ela interpreta as canções “At Last”, “I’d Rather Go Blind”, “Once in a Lifetime”, “Trust in me” e “All I could do was cry”, que também estão na trilha sonora.

Já se passaram dois anos desde a estreia de Ana Cañas em disco, o que torna a espera impossível e a fissura, incontrolável. “Hein?” é título de seu novo trabalho e também

a pergunta que desfia em 12 faixas, delírios de uma Ana naturalmente inseminada pelo rock e seus antepassados, doce e convulsiva quando canta e compõe. “Caso eu fique viva, só quero diversão”, avisa ela, em “Na medida do impossível”, canção que bem poderia ser uma espécie de declaração de princípios do trabalho. Com uma voz que é passaporte para todo abuso que der na telha, Ana Cañas não se presta a somente confirmar o bom resultado de seu primeiro álbum, “Amor e caos”, de 2007. “Hein?” começa com “Na multidão”, que funde humores e ironias roqueiros. Indispensável!

O que: Hein? (Álbum)Artista: Ana CañasQuanto: R$30,00Lançamento: Sony Music

Música Popular Brasileira

O que: Palavra (En) Cantada (DVD duplo)Quanto: R$49,90 Lançamento: Paramount Home

Palavra (En) Cantada percorre uma viagem na história do cancioneiro brasileiro com um olhar especial para a relação entre poesia e música. Dos poetas provençais

ao rap, do carnaval de rua aos poetas do morro, da bossa nova ao tropicalismo, o filme traça um panorama da música brasileira até os dias de hoje, costurando depoimentos emocionantes, performances musicais e surpreendente pesquisa de imagens. A maioria das entrevistas foi realizada na casa dos entrevistados, em atmosfera intimista. Poemas de Fernando Pessoa, João Cabral de Melo Neto, Hilda Hilst e pérolas de nossos grandes compositores conduzem o roteiro deste maravilhoso documentário. Entre as músicas do filme estão “Choro Bandido” (Chico Buarque/Edu Lobo), “Alegria, Alegria” (Caetano Ve-loso), “Alvorada” (Cartola).

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Cultura - música

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Alegria, Alegria

Demi Lovato

O que: Here We Go Again (Álbum)Artista: Demi LovatoQuanto: R$25,00Lançamento: Universal Music

Demi Lovato acaba de lançar Here We Go Again, com músicas bastante pessoais, como a irresistível e animada faixa título, o hard-rock “Got Dynamite”, e a perfei-

ção pop confessional de “Solo”. A multitalentosa adolescente de 16 anos se tornou um nome conhecido graças a sucessos da TV – seus papéis na série do Disney Channel “Sunny Entre Estrelas” (Sonny With a Chance) e o filme “Camp Rock”. O material de Here We Go Again mostrou sua evolução a passos largos, especialmente em “Every Time You Lie”. Com uma batida mais rápida, mas misturada com dor, a música tem uma quantidade suficiente do soul britânico dos anos 60 no mesmo estilo de Duffy e Adele”. Ela também oferece letras inspiradoras, como na poderosa “Everything You’re Not”.

17 Again

O que: Trilha Sonora 17 Again. (Álbum)Quanto: R$25,00Lançamento: Universal Music

O álbum conta com 13 músicas e traz para os fãs um pôster do ator e cantor Zac Efron. A trilha reúne estilos e artistas variados, como Vincent Vincent and the

Villains (On my Own”), The Kooks “(“Naive”), Cat Power (“The Greatest”), Koll and the Gang (“Cherish”), Young MC (“Bust a Move”) e The Virgins (“Rich Girls”). O longa metra-gem conta a história de Mike, que, depois de 20 anos, volta a ter 17 anos, desencadean-do uma série de situações inusitadas com a esposa e os filhos numa comédia deliciosa para toda a família.

O que: Alegria (Álbum)Artista: Beatriz AzevedoQuanto: R$35,00Lançamento: Biscoito Fino

Alegria é um álbum fascinante, por tudo que traz em termos de inventividade, graça, delicadeza, vigor e coragem. Poesia à flor da pele. Beatriz Azevedo tem

uma artimanha toda própria de fundir música & literatura sem sobrepujar uma à outra. Seus achados impressionam especialmente pelo impacto que causam nos tacanhos dias de hoje. É arte que devolve ao Brasil o tesão e a beleza reivindicados pela insurreição de 1922, com uma nova atitude. Utiliza elementos da Tropicália, mas o faz de maneira renovadora, surpreendendo. É pós-Itamar Assumpção e preza pela delicadeza. Cativa o ci-dadão desde a primeira dentição. O trabalho conta com as participações especiais de Tom Zé, cantando “Pelo Buraco”, e Vinicius Cantuária, cantando “Alegria”, música composta em parceria com Beatriz. O CD reúne grandes músicos brasileiros, como Bocato, Cristóvão Bastos, Jorge Hélder, Carlo Bala, Chacal, Guilherme Kastrup.

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Cultura - cinemaO Contador de Histórias

Minas Gerais, anos 70. Nascido em uma favela de Belo Horizonte, filho caçula de dez irmãos, Ro-

berto Carlos Ramos, aos seis anos de idade, foi ‘escolhi-do’ pela mãe para ser interno em uma instituição oficial que, segundo a propaganda da TV, preparava crianças para serem ‘médicos, advogados, engenheiros’.

A realidade se revelou, no entanto, bastante diferen-te para o menino até então criado em uma família e dotado de pródiga imaginação. Apesar das dificuldades em ser alfabetizado, o pequeno Roberto logo apren-deu as leis da sobrevivência na instituição: problema de aprendizado rendia um biscoito, falar palavrão impunha moral, fingir doença, um naco extra de comida. Para dri-blar a adversidade, Roberto usa seu melhor instrumen-to: a incrível capacidade de criar situações e imagens para transformar a realidade. Em visita à instituição, a pedagoga francesa Margherit Duvas (Maria de Medei-ros) aproxima-se de Roberto com duas expressões que jamais lhe foram dirigidas – ‘com licença’ e ‘por favor’. Este foi o começo de uma emocionante e bem-sucedi-da história de afeto e dedicação que rendem frutos até hoje: Roberto Carlos Ramos, formado em pedagogia, é

considerado um dos melhores contadores de história do mundo. Depois voltou à instituição em que cresceu – mas como professor. Já adotou mais de 20 meninos de rua, muitos, de início, ‘irrecuperáveis’, como ele foi. Luiz Villaça prova de uma vez ser um dos grandes diretores de sua geração, orquestrando esse filme emocionante.

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A Vida Secreta das Abelhas

Proprietária de uma criação de abelhas e uma em-presa de apicultura, August Boatwright (Queen La-

tifah) administra os negócios e também a casa com mão firme, mas é amorosa com suas irmãs, June (Alicia Keys) uma professora de música, e a inocente May (Sophie Okonedo). A rotina das irmãs Boatwright é interrompida quando Lily Owens (Dakota Fanning), de 14 anos, e sua tutora Rosaleen (Jennifer Hudson) aparecem à porta bus-cando refúgio. Lily, uma adolescente solitária assombra-da pela culpa por sua participação no tiro acidental que vitimou sua mãe, foge da fazenda de pêssegos de pro-

priedade do pai viúvo e amargurado (Paul Bettany), que não demonstra gentileza nem compaixão por ela. Depois de fugir com Rosaleen para Tiburon, Carolina do Sul, um lugar cercado pelo mistério e com uma forte ligação com a mãe de Lily, é imediatamente tomada sob as asas de August Boatwright como sua nova aprendiz de apiculto-ra. Lá ela recebe um lugar confortável para explorar e, pela primeira vez na vida, ficar sossegada. Como uma jovem que está desabrochando e deixou o lugar que an-tes chamava de lar, Lily encontra inesperadamente seu verdadeiro lar e a família por que sempre ansiou.

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Cultura - cinema

Absurdamente Bom

A comédia “Bruno” é o novo filme do ator Sacha Baron Cohen, criador do aclamado “Borat”, um

grande sucesso de critica e bi-lheteria em 2007. Sacha con-segue superar todo e qualquer comediante neste longa, graças à sua facilidade para irritar seu interlocutor com brincadeiras e grosserias. Com piadas de bai-xíssimo calão, este é o tipo de filme que você não consegue se perdoar por rir das piadas. Estão na tela piadas sobre ju-deus, homossexuais, negros, entre outras barbaridades, ma-gistralmente orquestradas por Cohen (diga-se de passagem). O filme conta a história de Bru-no, um repórter de moda que, após constantes fracassos na Áustria, resolve se mudar para os EUA e alcançar o estrelato. Destaque para as participações inacreditáveis de Paula Abdul, numa sequência hilária, sem falar de uma constelação ina-creditável cantando uma músi-ca no estilo “We are the World”. Filme para poucos.

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Rindo a tôa

Lola (Christa Theret) tem quinze anos e não vê a hora de encontrar seus amigos na volta das férias.

Porém, quando ela termina seu namoro com Arthur (Fé-lix Moati), seu melhor amigo, Maël (Jérémy Kapon), pa-rece ser o único que a entende, e aos poucos os dois se apaixonam. Enquanto isso, Anne (Sophie Marceau), mãe de Lol, que após ter mais um caso com seu ex-marido conhece um charmoso policial, “acidentalmente” lê o di-ário da filha, percebendo o quanto a comunicação entre mãe e filha está problemática. Dessa forma, Anne faz de tudo para se aproximar de Lol (seu apelido, que significa Laughing Out Loud), inclusive tentando salvar a banda de rock de Maël... Em um mundo cercado por Ipods e MSN, Lol e seus amigos vivem as emoções do colégio e pro-curam viver a vida de seu jeito, falando uma linguagem típica de mensagens de textos, e vivendo com seus pais divorciados e não tão liberais como parecem.

Se Beber, Não Case

Dois dias antes do seu casamento, Doug (Justin Bar-tha) e três amigos, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed

Helmes) e Alan (Zach Galifianakis), vão de carro a Las Ve-gas, para passar uma noite inesquecível. Mas quando os três padrinhos de casamento acordam no dia seguinte, explodindo de dor de cabeça, não conseguem se lem-brar de nada. O luxuoso quarto de hotel está um caos e o noivo simplesmente desapareceu. Sem a menor idéia do que pode ter acontecido e correndo contra o tem-po, o trio precisa refazer os passos da noite anterior até descobrir quando as coisas começaram a desandar e, de preferência, levar Doug de volta a Los Angeles a tempo para o casamento. O problema é que, quanto mais eles descobrem, mais percebem o quanto estão encrencados. O filme é um grande sucesso de bilheteria e público nos EUA e chega agora ao Brasil. Imperdível.

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ABC da BauhausCultura - literatura

A Bauhaus foi uma escola alemã de design, arqui-tetura e artes plásticas que movimentou a área

de 1919 a 1933. Sua importância é inegável - tanto pelo nível técnico que atingiu e mais ainda pelas referências vanguardistas que deixou. E como em todos os estudos a raiz é o principal caminho, foi a partir dela que a Bauhaus montou os princípios da função design.

A razão para tamanha importância foram os profes-sores e os alunos que passaram por ali, deixando um legado precioso para as próximas gerações. Entre eles Wassily Kandinsky, Paul Klee, Josef Albers, Herbert Bayer, Laszló Moholy-Nagy e Max Bill – mestres que transcre-veram a intensa produção pessoal de obras para a teoria.

Os organizadores Ellen Lupton e J. Abbott Miller tra-zem em “ABC da Bauhaus” uma coletânea de textos rica-mente ilustrados de influentes designers, que remontam a história e os estudos da escola.

O livro faz parte de uma coleção, iniciada há cinco anos pela excelente editora Cosac Naify, que explora a herança do design gráfico. Os outros volumes são “Pen-sar com tipos” (2006), “Novos fundamentos do design” (2008) e “Eu que fiz” (2008).

Segredos dos Roteiros da Disney

Jason Surrell é um dos autores de vários espetácu-los para a Walt Disney Imagineering – a empresa

que cria todos os shows dos parques temáticos –, e tam-bém um dos milhares de apaixonados pela mitologia da maior fábrica de sonhos mundial.

Em “Os Segredos dos Roteiros da Disney”, Surrell faz um estudo da história do Walt Disney Studios e seu cria-dor – o que também torna a obra uma valiosa lição de marketing empresarial -, para depois embarcar na análi-se dos roteiros dos filmes que tanto amamos.

O livro é dividido em três fases: inspiração (onde ele fala sobre o nascimento da ideia e sobre o uso de contos de fadas, mitos e lendas e a técnica consagrada pelo tempo de contar uma velha história de uma nova manei-ra); transpiração (sobre o ato de escrever, desenvolver heróis que tenham credibilidade, a importância dos su-benredos e dos personagens de apoio, os artifícios para aprofundar a trama e as reviravoltas que alinhavam a história), e finalmente o clímax (que é onde se faz a crítica ao próprio trabalho e também se autodescobre).

Entre os capítulos existem inúmeras citações do pai de Mickey Mouse, que tornam o livro ainda mais interes-sante, incentivador e relevante sob a ótica empresarial do cinema.

Por Rodrigo Kurtz

O que: Os Segredos dos Roteiros da DisneyAutor: Jason SurrellPáginas: 228Quanto: R$ 35,90Lançamento: Panda Books

O que: ABC da BauhausAutores: Ellen Lupton e J. Abbott Miller (Organizadores)Páginas: 72Quanto: R$ 55,00Lançamento: Cosac Naify

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A Hora da Estrela

Talvez a mais famosa obra de Clarice Lispector, “A Hora da Estrela“ chega às livrarias com um novo

projeto gráfico. Célebre por ser o último livro escrito por ela antes de sua morte, em 1977 e, principalmente por despertar pesadas perguntas existencialistas. Aquelas perguntas que todos nós nos fazemos em algum mo-mento da vida, aqui realizadas de uma maneira miste-riosa e tocante.

Nas linhas doloridas de Lispector conhecemos Maca-béa - o ser humano nivelado em sua forma mais pa-tética, que em diversos momentos somos induzidos a detestar, e em outros um ser por quem não podemos deixar de ter compaixão -, uma nordestina à margem da sociedade, que desconhece os sentimentos inerentes a nós, como felicidade e tristeza.

Parte primordial da coleção de obras de Lispector sen-do lançadas pela Editora Rocco, “A Hora da Estrela“ é respiração e sufocamento do início ao final. Um livro para ser lido com carinho e devagar - para que não se perca nenhuma de suas belas nuances e cores. Clarice Lispec-tor em sua melhor e mais axiomática forma. Mais informações: www.claricelispector.com.br

Vermelho

A partir da história de uma menina que se diverte fazendo bolos de terra no quintal de casa, é pos-

sível ensinar às crianças diferentes formas de retribuição e compensações. De uma maneira delicada e deliciosa, o livro mostra que nem tudo o que queremos chega a nós da forma que esperávamos, e essa é a grande lição desse pequenino livro da Editora 34.

A autora Maria Tereza nasceu na cidade de São Paulo, em 1974. Escritora, compositora e atriz ne-gra, já trabalhou como garçonete, vendedora, re-cepcionista e segurança. Publicou os livros de po-esia “Ruídos” (2004) e “Negrices em flor” (2007) e teve uma canção, “Mar interior”, gravada pelos cantores Celso Sim e Rubi.

Andrés Sandoval nasceu no Chile em 1973 e formou-se em Arquitetura pela USP em 1999. Após trabalhar com cenografia e cinema, publicou seu primeiro livro como ilus-trador em 2002. Já foi indicado ao Prêmio Jabuti por seus desenhos para “O mundo de cabeça para baixo”, de Rodri-go Montoya (2002), e “Amazonas, no coração encantado da floresta”, de Thiago de Mello (2003). Participou de ex-posições e workshops na Bienal de Ilustração de Bratislava. Ilustra a seção “Esquina”, da revista Piauí.Mais informações: www.andressandoval.com

O que: A Hora da EstrelaAutor: Clarice LispectorPáginas: 88Quanto: R$ 20,00Lançamento: Rocco

O que: VermelhoAutor: Maria Tereza e ilustrações de Andrés Sandoval Páginas: 24Quanto: R$ 24,00Lançamento: Editora 34

Cultura - literatura

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Cultura - dvdSeda Pura

Woody Allen em Boa FormaCom o luxuoso visual do Mediterrâneo e a sensualidade de Barcelo-

na, Vicky Cristina Barcelona é uma engraçada e liberal celebração do amor e todas as suas configurações. Woody Allen brinda seus fãs com uma comédia deliciosa, bem temperada com atuações magistrais de atores de peso, como Patrícia Clarkson, Kevin Dunn e Rebecca Hall. O filme foi feito sob medida para a dupla Javier Bardem e Penélope Cruz - sua atuação como a destemperada Maria Helena rendeu a ela um Globo de Ouro e um Oscar como melhor atriz coadjuvante.

O que: Vicky Cristina BarcelonaQuanto: R$129,90Lançamento: Universal Pictures

Nancy Botwin (Mary-Louise Parker), aquela mãe que vende maco-nha, torce no futebol dos filhos e é querida por todos, está de volta

na 4ª temporada completa do sucesso WEEDS. Na última vez que a vimos, o negócio de Nancy - e sua casa - estavam se desfazendo em fumaça. Então, o clã dos Botwins se mudou para perto da fronteira para recomeçar a vida com mudinhas novas. A vida está verdejante novamente nesta subversiva e instigante comédia. Série premiadíssima que você pode levar pra casa.

O que: Weeds 4ª TemporadaQuanto: R$ 59,90Lançamento: Sony Home

Eureka 3ª temporadaNos anos que se seguiram após a 2ª Guerra Mundial, o governo

dos Estados Unidos reuniu os maiores gênios da ciência (e suas famílias) em uma pequena cidade do noroeste chamada Eureka. É lá que são realizados os maiores experimentos e pesquisas ultra-secretas do mundo. Um lugar onde qualquer coisa imaginável pode acontecer (e as inimagináveis também), e onde a vida cotidiana varia entre inovações revolucionárias e o caos total. O xerife Jack Carter (Colin Ferguson), que foi obrigado a permanecer na cidade logo depois que seu carro quebrou, con-tinua enfrentando diversas aventuras dentro da lúdica Eureka,que acerta o tom das suas histórias graças ao elenco formado por Colin Ferguson, Salli Richardson-Whitfield, Joe Morton, Erica Cerra, Ed Quinn, Jordan Hinson e Neil Grayston.

O que: Eureka 3ª temporadaQuanto: Apenas para locaçãoLançamento: Imagem Filmes

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Cultura - dvd

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Velozes e Furiosos 4

Ousadia, velocidade, adrenalina e carros possantes. Esses ingredien-tes voltam com toda força no mais recente capítulo da franquia

“Velozes e Furiosos”, iniciada em 2001 e turbinada pelos atores Vin Diesel e Paul Walker, que nas edições posteriore deixaram de contracenar juntos. Mas agora eles voltaram, e estão dispostos a conduzir as máquinas mais rápidas e ferozes do mundo.

Quando um crime os faz voltar para Los Angeles, o ex-condenado fu-gitivo Dom Toretto (Vin Diesel) reacende a rivalidade com o agente Brian O´Connor (Paul Walker).

O que: “Velozes e Furiosos 4”Quanto: Apenas para locaçãoLançamento: Universal Pictures

Ela vai ter um BebêAngela (Heather Graham) e Curtis (Jerry O’Connell) têm um relaciona-

mento apaixonado, uma bela casa e carreiras de sucesso, até que uma inesperada gravidez os coloca numa montanha-russa de nove meses. Agora eles precisam lidar com ciúme e suspeita com a chefe (Lara Flynn Boyle) mandona de Angela e ainda todo o drama causado por um “feliz” casal de amigos Danny (Johnn Corbett) e Sylvie (Katie Finneran). Esta é a trama de “Bebê a Bordo”, uma deliciosa comedia romântica para aquecer as noites de inverno. Corra para a locadora.

O que: “Bebê a Bordo”Quanto: Apenas para locaçãoLançamento: Paramount Home

Atração FatalCom muito estilo e sensualidade, “Atração Fatal” empolga o público

com a assustadora história de um romance casual transformado em tra-gédia. Michael Douglas interpreta Dan Dallagher, um advogado de Nova York que tem um caso com a sedutora Alex Forrest (Glenn Close), quando sua esposa (Anne Archer) está fora. Mais tarde, Dan, achando que foi um equívoco, considera o caso encerrado. Mas Alex não aceita ser ignorada. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca... Nem que isso signifique destruir a família de Dan para ficar com ele.

O que: “Atração Fatal” (Blu-Ray)Quanto: R$89,90Lançamento: Paramount Home

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Cultura - artes plásticasProdução em massa de Allan McCollum

A partir de 18 de agosto, todo o espaço da Luciana Brito Galeria estará reservado com exclusividade ao artista

norte-americano Allan McCollum. Em sua primeira exibição individual no Brasil, os trabalhos poderão ser apreciados por meio de uma visão geral de suas obras mais significativas. Serão elas: Glossies, Plaster Surrogates, Perfect Vehicles, The Dog from Pompei, Each and Every One of You, Shapes Pro-ject.

O diferencial do artista é seu método de produção em massa, que possibilita uma criação de vários objetos seme-lhantes, porém únicos. O melhor exemplo disso é a obra The Dog from Pompei. Mas qual a mensagem artística disso? Ora, “não há nada mais comum do que ser único, afinal, todos no planeta são”.

Sua obra passa pelos detalhes da vida cotidiana, apa-rentemente aleatórios. Pedaços de informação visual que deixamos de notar. McCollum consegue nossa atenção ao reproduzi-los em grandes quantidades.

Desde os anos 80, ao criar Glossies e Plaster Surrogates, que essas teorias tomaram conta dele e passaram a ser sua principal fonte de pesquisa.

Em Glossies, o artista manifesta seu interesse por foto-grafia pela primeira vez. São aquarelas negras de formato retangular que preenchem quase toda a folha, exceto por finas margens brancas. Cada textura é única, embora todas se pareçam.

Os Perfect Vehicles, vasos que foram criados com deter-

Serviço:O que: Mostra de Allan McCollumOnde: Luciana Brito Galeria, Rua Gomes de Carvalho, 842, Vila Olímpia - Tel.: (11) 3842 0634Quando: De 27/8 a 910 de 2009Horário: terça a sexta-feira, 10h às 19h; sábados, 11h às 17h

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oPerfect Vehicles, 1987/88, explicita o medo da morte, enquanto Plaster Surrogates, 1982/83 (ao lado), são

“pinturas genéricas“.

minada variedade de cores, de forma que, embora idênticos em forma, impossibilitam a formação de dois grupos iguais com base em quantidade e cor. Radicalmente disfuncionais, lacrados, eles remetem a urnas funerárias. O artista explica: “É provavelmente evidente em meu trabalho que eu sofro alguma preocupação com a ausência e com a morte. Có-pias são sempre sobre algo que está ausente, e desta forma eles carregam um sentimento de luto, morte ou perda. (...) Cheguei a sentir que um molde funciona automaticamente como um símbolo para um modelo original ausente, por exemplo, de uma forma que é especialmente visceral”. Neste sentido, um dos melhores exemplos é The Dog from Pompei.

Já Each and Every One of You é uma compilação dos 1200 nomes mais populares nos Estados Unidos (600 nomes masculinos, 600 nomes femininos). A intenção do artista é invocar sentimentos e memórias com o mais simples e vago dos meios – o nome. Allan McCollum, destaque na 28ª. Bienal Internacional de São Paulo, é um dos artistas concei-tuais mais importantes da cena mundial.

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o Glossies, 1980, aquarela sobre papel e filme plástico laminado autoadesivo (peças únicas).Abaixo, The Dog From Pompei, 1991, vista da

instalação no Sprengel Museum.

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DesembarqueMesopotâmia do Nordeste

Teresina é a única capital do Nordeste que não pos-sui litoral. Mas essa ausência foi compensada pela

natureza com dois rios generosos que a banham: o Par-naíba e o Poty. Por essa característica, há quem chame a capital piauiense de Mesopotâmia do Nordeste.

A presença dos rios é marcante na vida dos teresinen-ses. A origem da cidade está ligada ao rio Poty, que deu nome à Vila Nova do Poty, depois denominada Teresina, em homenagem à Imperatriz Teresa Cristina, mulher de Dom Pedro II.

Na zona norte da cidade, os dois rios se unem e se transformam num só leito em direção ao Atlântico. O es-petáculo, de rara beleza, forma o encontro das águas. No lugar há um parque ambiental, com mirante, para que a paisagem possa ser apreciada bem de perto.

A contemplação da natureza, a pesca e o artesanato em cerâmica são atrações que encantam o turista. Na Central do Artesanato (Praça Dom Pedro II, Tel. 86 221-3368, das 8h às 18h, durante a semana, e de 9h às 15h, nos fins de semana), é possível encontrar o rico artesa-nato de Teresina, com suas peças de cerâmica, artigos de couro, rendas, além de comidas típicas feitas de plantas nativas como genipapo, caju e buriti.

Além das águas, o verde é outro elemento natural que

caracteriza a cidade, a tal ponto que fez com que o po-eta Coelho Neto a batizasse carinhosamente de “Cidade Verde”. A denominação tem sua razão de ser. Teresina é cercada por praças e parques arborizados com grande variedade de espécies.

As plantas ajudam a amenizar o clima quente de uma cidade onde é sempre verão, embora haja uma estação chuvosa bem definida entre dezembro e abril. Mesmo com as chuvas, porém, há um calor constante aquecen-do as ruas e o coração de um povo que é, acima de tudo, hospitaleiro.

Vale a pena visitar também o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, a 440 quilôme-tros da Capital. O local preserva milhares de inscrições pré-históricas com até 12 mil anos gravadas em pare-dões de rocha. As pinturas representam aspectos do dia a dia, ritos e cerimônias dos antigos habitantes da re-gião, além de figuras de animais, alguns já extintos. As pinturas rupestres e os objetos achados podem ser vistos em alguns dos sítios arqueológicos abertos à visitação.

Saiba mais:Prefeitura de Teresina: www.teresina.pi.gov.brPiauí Turismo: www.piemtur.pi.gov.br

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Bumba-meu-boi é uma das manifestações tradicionais do Piauí.

Teresina | Piauí

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Acima: União dos rios Parnaíba e Poty. Esquerda: Igreja de Teresina.

À esquerda: Pedra Furada, no Parque Nacional Serra da Capivara. Abaixo, pássaros em árvore do mesmo parque.

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O conjunto de quedas das Cataratas do Iguaçu é uma das maravilhas naturais do planeta. A pala-

vra Iguaçu significa “água grande”, na etimologia tupi-guarani, nome adequado para definir a grandiosidade das cataratas, que reúnem 275 cachoeiras com altura média de 60m. Junto com as cidades argentinas Ciudad Del Est e Puerto Iguassu, o local é um dos maiores pólos de turismo cultural da América do Sul.

Foz oferece muitas atrações, como o Parque Nacional do Iguassu, uma das mais belas reservas ecológicas do mundo, com 225 mil hectares. Trilhas ladeadas pela vis-tosa floresta subtropical levam às passarelas e mirantes para a observação das cataratas. Visitantes podem fazer um passeio de barco pelas corredeiras das Cataratas no emocionante Macuco Safári. Destaque para o mirante localizado bem próximo da queda Garganta do Diabo – com 90m de altura -, no lado argentino do Parque.

Foz conta ainda com um Centro de Visitantes, ônibus elétrico e o Porto das Canoas, um espaço com lojas de suvenires e restaurante panorâmico. Dispõe também de um campo de golfe de nível internacional. Há ainda o Ecomuseu, o Zoológico do Bosque Guarani e o Marco das Três Fronteiras, local onde os territórios de Brasil, Argen-tina e Paraguai se encontram.

Outro passeio interessante é a visita à Usina Hidre-létrica de Itaipu – a maior do mundo em sua categoria – para conhecer sua gigantesca dimensão. Há também o Parque das Aves, onde viveiros abrigam centenas de

exemplares de numerosas espécies dos cinco continen-tes.

Do outro lado do rio, na cidade paraguaia de Ciudad del Leste - que faz divisa com Foz -, pode-se comprar artigos importados com isenção de taxas até os valores determinados pela Receita Federal brasileira.

Natureza preservada Criado em 10 de janeiro de 1939 e tombado Patrimô-

nio Natural da Humanidade, o Parque Nacional do Iguaçu conserva área de Mata Atlântica com grande diversida-de de flora e fauna. Lá vivem cerca de 350 espécies de aves, 250 de borboletas e 50 de mamíferos - algumas das quais ameaçadas de extinção, como a onça-pintada e o papagaio-de-peito-roxo. Possui locais apropriados para rafting, rapel e arvorismo.

Seu museu possui acervo com exemplares de animais empalhados, mostras minerais, espécimes vegetais, material etnográfico regional e objetos indígenas. Exter-namente, em frente ao Museu, há uma escadaria com aproximadamente mil metros de extensão que desce até a margem do rio Iguaçu.

O parque funciona de terça a domingo, das 9h às 17h; e segunda, das 13h às 17h. Ingressos são cobrados indi-vidualmente – R$ 20 adultos e R$ 5 crianças. Há também uma taxa pelo veículo.

DesembarqueExuberância da natureza Foz do Iguaçu | Paraná

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Cataratas do Iguaçu são um símbolo da exuberância natural

do Brasil.

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Saiba mais:Parque Nacional do Iguaçu: Tel.: 41 3251-4400 ou www.cataratasdoiguacu.com.br.

Acima: Vista do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Abaixo: Palácio Teresa Cristina, sede da prefeitura de Teresópolis.

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Alcântara, no Maranhão, guarda um conjunto de mais de 300 construções coloniais, entre sobra-

dos, igrejas e palácios. São heranças do período de ouro da vila, no século XVIII, quando teve seu apogeu com as lavouras de cana-de-açúcar e de algodão. Algumas residências antigas que pertenceram aos barões ainda exibem marcas da ostentação, como sacadas de ferro, mirantes e azulejos trazidos de Portugal.

No século XVII, foram aí construídos os primeiros en-genhos de cana-de-açúcar, o que transformou a cidade num pólo produtor de gêneros alimentícios e facilitou o surgimento de uma elite econômica, política e intelec-tual. Os prédios e monumentos que ainda se mantêm preservados foram construídos a partir do século XVIII.

Com a decadência da cultura do algodão, Alcântara estagnou e seus ricos moradores a abandonaram. Hoje possui pouco mais de 20 mil habitantes. A sua impor-tância cultural e histórica para o País fez com que fosse considerada Cidade-Monumento em 1948.

Entre seus templos, a igreja do Carmo chama a aten-ção pelo altar-mor com talhas douradas típicas do barro-co. O incremento fica por conta dos painéis de azulejos portugueses, das esculturas nos altares e da portada em pedra lioz.

Os pontos turísticos locais podem ser visitados a pé, durante passeios tranquilos pelas suas calçadas de pe-

dra. As praias da cidade têm águas escuras, porém, ofe-recem banhos refrescantes, além de boas caminhadas na areia. Indo de barco, a partir de São Luís, os atrativos começam logo no Porto do Jacaré, subindo a ladeira com o mesmo nome, que conduz ao coração da cidade, onde se encontram as ruínas da igreja Matriz.

O Pelourinho, local onde eram exibidos e castigados os criminosos, é um dos mais importantes atrativos lo-cais. Decorado com as armas do império, é hoje o mais bem conservado do País.

Artesanato de palha e de madeira pode ser encon-trado em barracas e lojas no Centro da cidade (rua das Mercês, 452, das 8h às 12h e das 14h às 16h). Não deixe de experimentar os doces de espécie, feitos de coco, en-contrados nas barracas e lojas na mesma rua.

Em contraste com o antigo, a localidade também abri-ga, desde os anos 1980, uma mostra da moderna tecno-logia aeroespacial. A sete quilômetros dali está instalada uma das mais modernas bases espaciais da América La-tina, onde são desenvolvidos projetos para lançamento de satélites.

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Ruínas da Igreja Matriz da cidade, que foi aban-donada por boa parte de seus moradores após a

decadência da cultura do algodão.

DesembarqueA cidade que parou no tempo Alcântara | Maranhão

Saiba mais:Prefeitura Municipal de Alcântara - 82 3218-8017Informações Turísticas - 98 3337- 1140Cais da Praia Grande - 98 3222-6081

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Conhecida como “a cidade que parou no tempo”, Alcântara guarda belo conjunto de

casarões coloniais.

Praias da região têm águas escuras, porém oferecem banhos refrescantes e

boas caminhadas na areia.

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VelocidadeNova geração dos automóveis Palio Weekend Elétrico

O Palio Weekend Elétrico, primeiro carro elétrico brasileiro, foi desenvolvido por meio de uma par-

ceria entre a Fiat, a hidrelétrica Itaipu Binacional e a em-presa suíça KWO. Movido apenas a eletricidade, o veículo está equipado com um motor que gera potência máxima de 15 Kw (20 cv) e torque máximo de 50 Nm (5,1 kgfm). Sua energia provém de uma bateria de níquel, situada no fundo do porta-malas. Sua autonomia é de 120 km e demora oito horas para ser recarregada em qualquer tomada de três pinos e 220V, comuns em boa parte das casas e garagens.

A primeira coisa que chama a atenção é o silêncio. Você vira a chave e a impressão que tem é de que o carro ainda está desligado, mas o mostrador no painel indica carga da bateria e dá informações complementa-res de tensão, temperatura e corrente. O motor, importa-do da Suíça, gera torque máximo de 5,1 kgfm já a partir dos primeiros instantes. O carro responde prontamente às solicitações do acelerador, sai rápido nos faróis e ga-nha velocidade adequada ao fluxo do tráfego, além de não poluir.

O propulsor, refrigerado a água, tem pequenas di-mensões e pesa somente 41,5 kg, deixando espaço li-vre dentro do capô. No entanto, a bateria de níquel que

o alimenta pesa cerca de 165 kg e ocupa praticamente todo o espaço do porta-malas. Os principais componen-tes químicos que a compõem são sais (cloretos de só-dio e níquel) e outros metais, o que a torna quase que 100% reciclável, além de não conter nenhuma substân-cia tóxica ou nociva à saúde.

Externamente idêntica às demais versões, a We-ekend elétrica pesa apenas 56 kg a mais. O veículo é capaz de acelerar de 0 a 60 km/h em 9 segundos e atingir velocidade máxima de 100 km/h. Números inferiores aos veículos com motorização 1.0 a álcool ou gasolina, mas suficiente para um bom desempenho em uso urbano.

No interior, em vez da tradicional alavanca de mu-danças de marchas, há um artefato do tipo joystick que pode ser posicionado em três posições – drive, neutro e ré. Se você plugar na parede em horário de tarifa reduzida, o custo por quilômetro rodado fica baixíssimo, como se ele fizesse 60 km/l de gasolina.

Falta tornar seu preço mais acessível e aumentar sua produção. Até agora já foram entregues 21 veículos, e a meta é produzir 50 unidades até julho de 2010, quando se completa a primeira fase do projeto. O carro será comercializado por cerca de R$ 145 mil.

Propulsor tem pequenas dimensões, pesa 41,5 kg e deixa espaço de sobra dentro do capô dianteiro do veículo.

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VelocidadeReferência de luxo Phantom 500 HT e Fly

Os apaixonados por lanchas que procuram um bar-co de 50 pés não devem pensar duas vezes antes

de optar pelas Phantom 500 HT e Fly, desenvolvidas pelo Schaefer Yachts, estaleiro localizado em Palhoça, na Gran-de Florianópolis. Famoso pelo seu gigantesco teto solar, que transforma o convés principal num terraço, a 500 HT pode acomodar até seis pessoas e um marinheiro para pernoite e 15 pessoas, mais um tripulante, durante um passeio.

O modelo acaba de ganhar um maravilhoso teto so-lar de vidro com reforços em fibra de carbono, além de um painel totalmente remodelado e com instrumentos reposicionados, com direção mais central. Já a Fly é uma opção que dispõe de um fly bridge, cobertura que pro-porciona visibilidade única aos passageiros. Algo como uma lancha duplex.

A atenção ao luxo permeia todo o projeto das Phan-tom 500, que inclui quatro TVs de LCD, home theater, sofás de couro, mesa de jantar, cozinha com forno em-butido e ar-condicionado, além de uma churrasqueira elétrica na plataforma de popa.

“Tudo foi pensado para oferecer o máximo de con-forto, potência e navegabilidade para uma embarcação

deste perfil”, explica Márcio Schaefer, designer e proprie-tário do estaleiro.

Este apuro despertou o interesse de diversos consu-midores ao redor do planeta, fazendo com que pedidos de exportação não parem de chegar à empresa, líder nacional nos barcos de 50 pés ou inferiores – a Schaefer Yachts exporta até para países de tradição náutica mile-nar, como Noruega e Suécia.

Designer: Márcio Schaefer

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GastronomiaBistrô autêntico

O primeiro bistrô Le Vin, na Alameda Tietê, nos Jar-dins, em São Paulo, completou oito anos em 2008

e com certeza pode comemorar a data com muito or-gulho. Afinal são oito anos de casa cheia, com muitos frequentadores fiéis. E, fato raro em restaurantes de alto padrão, se espalha hoje por quatro endereços, três em São Paulo e um no Rio, e com expectativa de chegar a outras capitais brasileiras, como Brasília, e também abrir uma filial nos Estados Unidos.

O Le Vin foi criado pelo casal de restaurateurs Francis-co Barroso e Nancy Mattos, com o objetivo de ser uma versão bistrô do sofisticado restaurante que possuíam na época e que fez história em São Paulo, o Café Antique. A fórmula que encontraram para a nova casa foi fazer um autêntico bistrô, combinando a clássica cozinha francesa com um ambiente charmoso e descontraído, decorado com fotos antigas da família dos proprietários e reprodu-zindo o aconchego de um lar.

O cardápio é amplo e abrange de sanduíches e tarti-nes a elaborados pratos principais, que incluem o ravioli de confit de canard a l’orange (ravioles com pato ao mo-lho de laranja); risotos de morue (bacalhau) ou crevettes (camarões); Poisson du jour rôtie au four a l’oriental, riz integral (peixe do dia assado com arroz integral e molho oriental); steak tartar com batatas fritas; filet de boeuf grillé a la moutarde (filé grelhado com molho de mos-tarda) ou rognon de veau a la moutarde (rins de vitela com molho de mostarda). Entre as sobremesas, a salada de frutas aromatizadas com chips de hortelã é uma boa opção menos calórica , porém fica difícil resistir ao oeu-fs a la neige (ovos nevados), profiteroles, e ao genuíno petit gâteau da casa.

No Rio, o maior sucesso tem sido o cassoulet, o que Barroso até estranha, considerando o clima quente da ci-dade. Em São Paulo, a preferência é o magret de carnad (peito de pato assado com batatas gratinadas)

Tudo isso como convém a um bistrô - e o próprio Nome Le Vin indica - vem regado a vinhos de uma carta muito bem elaborada, que privilegia os franceses, argen-tinos e chilenos. Além dos bistrôs, faz parte do grupo a Le Vin Patisserie, que funciona, desde 2001, ao lado da primeira unidade na Alameda Tietê. A patisserie, sob o comando do chef pâtissier francês Henri Schaeffer, além de fornecer todos os pães e sobremesas, é uma opção para todas as horas do dia, seja para tomar um chá ou café com pães frescos, ou para uma taça de champagne com doces maravilhosos. Na vitrine, pequenos confeitos e salgados em miniatura, mini croissants, mini pães de chocolate, mini folheados de passa e outras variedades são verdadeiras tentações; ninguém passa por lá incó-lume.

Serviço:Le Vin Bistro Jardins - Alameda Tietê, 184, São Paulo. Tel.: (11) 3081- 3924Le Vin Bistro Itaim - R. Paes de Araujo, 137, São Paulo. Tel.: (11) 3168-3037Le Vin Bistrô Higienópolis – Rua Armando Penteado, 25, São Paulo. Tel.: (11) 3668 7400.

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Referência gastronômica em Belo Horizonte, a casa oferece uma autêntica pizza, de fina espessura e sabores exóticos. Inaugurada em 2002, mais do que pizzaria, a Marília é, ainda, um divertido e descontraído espaço para se estar, a qualquer momento: gente bonita, música agradável, DJs exclusivos, que animam o ambiente, gastronomia única. Além dos cerca de 40 sabores de pizzas, feitas em forno à lenha, a Marília conquista também pela variedade de antipastos. Combinação ideal para sua bela carta de vinhos, com 70 rótulos nacionais e importados. O ambiente exibe sofisticação em nobres materiais, beleza do artesanato mineiro, conforto por todos os lados. A combinação perfeita entre o clássico, o rústico e o contemporâneo. E mais: massas e saladas exclusivas que fazem de qualquer noite um supremo deleite! Conheça as unidades Marília Lourdes e Marília Sion.

Horário de funcionamento:

Diariamente | 18h à 1h

Rua Marília de Dirceu, 18931- 3275 2027

Rua Montes Claros, 52631- 2551 4844

Marília PizzeriaSofisticação e sabor em um mesmo lugar

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VinhosBordeaux Gerson Lopes

Bordeaux tem o mais extenso vinhedo de deno-minação da França (115.000 hectares). De clima

(e centenas de microclimas) temperado, integrado nos distintos solos, dando origem a uma diversidade de “ter-roirs”. Limitada a oeste pelo mar, a região é atravessada pelos rios Gironde e Garonne. Na sua margem direita, o solo é mais de argila, onde desenvolve melhor a Mer-lot, enquanto, na margem esquerda, predomina o solo calcário, constituído por “graves”(como é conhecido aqui os solos de cascalhos e areia), o melhor habitat para a Cabernet Sauvignon. Essa uva é uma das últimas a amadurecer, portanto, esse fenômeno é favorecido pelos “graves”, que têm grande poder de acumulação de calor, ajudando na sua maturação.

Os vinhos tintos de Bordeaux são o resultado de uma mistura de variedades de uvas, sendo clássico o cha-mado corte bordalês, combinando Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc. Além dessas, podem fazer parte a Petit Verdot (entra em proporções muito pequenas) e a Malbec, quase completamente desaparecida em Bor-deaux (1 a 2% do vinhedo). Sendo a margem esquerda do Gironde a terra da Cabernet Sauvignon e a margem direita, a da Merlot.

Entre os brancos, em proporções mais ou menos iguais, combinam Sauvignon Blanc (que confere o fres-cor) e Semillon (dá a estrutura e longevidade) na produ-ção de fantásticos vinhos capazes (alguns) de competir com os grandes Montrachets, os brancos mais famosos da Borgonha.

Em Sauternes, a artista principal é a uva Semillón, podendo ter como coadjuvante a Sauvignon Blanc e a Muscadelle. Aqui se produz um dos mais famosos vinhos doces do planeta - o Château d’Yquem, com produção tão baixa que dizem que se gasta um copo de vinho por pé de uva.

Sauternes possui microclima muito especial, que fa-vorece a botritização. O fenômeno da botritização, em que as uvas são atacadas pelo fungo Botrytis cinerea, fazendo com que os bagos se concentrem, enruguem e seus sumos se tornem mais açucarados, constitui um fator de qualidade nos vinhos doces em que acontece a “podridão nobre”(sinônimo de botritização). Com isso, ocorre a possibilidade de produzir, na fermentação, um álcool superior, que é o glicerol, que dá a característica untuosidade ao vinho. Se não fosse o fungo, haveria a formação de outro álcool, sem a untuosidade.

Médoc, Graves (Pessac-Léognam) e Sauternes com-põem as regiões mais famosas da margem esquerda, ao passo que Saint Émilion, Pomerol e Canon-Fronsac seriam as principais da margem direita.

Médoc, a mais famosa delas, está ligada aos grandes

Gerson LopesEditor do site www.vinhoesexualidade.com.br;Colunista do jornal Estado de Minas sobre vinhos (“In Vino Veritas”);Colaborador da revista Wine Style (www.winestyle.com.br).

“châteaux”, assim como a célebre classificação de 1855. Têm em Margaux, Saint-Julien, Pauillac e Saint-Estèphe as quatro apelações mais famosas, porém, outras duas – Listrac e Moulis – se encontram em franca ascensão.

Graves, a terra dos grandes brancos secos de Borde-aux, é também onde se produz o famoso Haut-Brion, o único tinto fora de Médoc que entrou na classificação de 1855, como “premiers crus”.

A margem direita, com as suas principais regiões – Saint-Emilion, Pomerol e Canon-Fronsac –, tem também as suas particularidades. Especial atenção deve ser dada a Canon-Fronsac, no quesito qualidade-preço de seus vinhos. Château Ausone e Château Cheval Blanc consti-tuem os vinhos do topo da pirâmide em St. Émilion. Po-merol, separada de St. Émilion por uma rua, é a apelação de Bordeaux que produz os mais aveludados e sensuais vinhos. Não tem uma classificação oficial e é conhecida como o local onde se produz o Pétrus, legendário, caro e cobiçado vinho.

É uma oportunidade inesquecível para aqueles que irão degustar um grande Bordeaux. Tente descobrir es-ses diferentes prazeres fazendo uma degustação às ce-gas de vinhos de diferentes sub-regiões de Bordeaux e comprove.

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Moda

Exageradas, em diversas formas, compri-mentos e cores, as maxi joias voltam à

cena, ganham status de peça mais importante no look e surgem como marca registrada de fashionistas. As statement jewellery, como são conhecidas no mundo da moda, têm mesmo a função de falar por quem as usa. Elas dizem tudo! Protagonistas do verão, as joias têm o poder de transformar qualquer roupinha bási-ca em estrela de primeira grandeza! Quanto maior, melhor! Na falta de joias grandes, a dica é abusar na quantidade. E vale até misturar materiais e estilos.

Joias que são o MÁXImopor Gabriela Tanuri

Vestido chiffon verde Le Lis Blanc; Sandália dourada Le Lis Blanc para Tida; Anel e brinco de diamantes com turmali-na, braceletes de ouro branco, ouro e diamantes e pulsei-ras em elo de ouro formando colares, todos Lanzara Joias.

Fotografia: Matheus AlvesAssistente de fotografia: Bruna SplitterBeleza: Fabiane ArcoverdeStyling: Mônica PetruskiCasting: Ford Models Santa CatarinaProdução Executiva: Gabriela TanuriAgradecimentos: Teatro Álvaro de Carvalho

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Vestido tule bordado Andrea Marques para PW Label; maxi-colar pérola cinza,

cristal, pérola branca e quartzo rosa Letícia Portela; pulseiras em pérola Letícia Porte-la; brincos e anel em quartzo rutilado gra-fite com diamantes, anel com diamantes

e pérola; anel com lapidação em baguete e com lapidação princess Lanzara.

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Vestido cava americana com floral em chiffon maquinetado off-white Juliana Jabour para PW Label; maxi-colar em pérola dourada com pérola branca, madrepérola, cristal, feixo com água-marine lei-tosa; brinco de cristal e ametista; sandália com textura de cobra Le Lis Blanc; anel retangular de prata com madrepérola, anel triangular de prata com cristal, anel de prata com amazonita, anel de prata com citrino e rodolita Letícia Portela.

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Vestido preto com babados em chiffon Le Lis Blanc; pérolas com maxi-pingente de ágata e moldura em prata Letícia Portela; sandália em cetim prata com detalhe em verniz Raphaela Booz; anel de pérola com diamantes, anel de coração em ouro fosco e anel quadrado em ouro fosco Lanzara.

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Vestido com babados pregas macho georgete

de seda liso goiaba Juliana Jabour para PW Label;

sandália em couro caramelo Juliana Jabour para PW La-

bel; maxi-colar pérola cinza, cristal, quartzo cherry, feixo

em cristal; bracelete pérolas e cristais Animale para Tida;

anel rubi indiano com dia-mantes, brincos ouro branco

com onix, rubi e diamante Lanzara.

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SexoO homem e sua saúde sexual

Quando falo ou escrevo sobre o amor, sempre me lembro de uma música que diz que quando a

gente ama a gente cuida. Amor é cuidado com outro, porém exige que primeiro cuidemos de nós mesmos. Portanto, amor é auto-cuidado, inclusive com a saúde. Pode-se dizer que a saúde sexual (sexualidade, saúde genital, prevenção de câncer prostático ou outra parte nos genitais, como pênis, etc) é um dos “departamentos’ da saúde.

E os homens cuidam de sua saúde sexual? Atuam da mesma maneira que as mulheres, que desde a adoles-cência, de um modo geral, procuram a ajuda do gineco-logista?

Seria um bom momento, aproveitando que recente-mente tivemos o “dia do homem” e o “dia dos pais”, para darmos um basta ao NÃO como respostas às per-guntas acima.

As dúvidas (aos pais) podem aparecer desde a infân-cia, como o temor do pênis pequeno, porém é na adoles-cência que inseguranças, mitos e fantasmas permeiam a vida do garoto. Só para ficar com um exemplo: a gine-comastia, ou crescimento de uma ou ambas as mamas, é um fenômeno muito comum entre os meninos que estão passando pela puberdade. Alguns mitos cercam a ginecomastia masculina, e o mais comum é o de que o crescimento das mamas é consequência de masturbação excessiva. Definitivamente, são fenômenos sem relação de causa e efeito, mas eles acontecem praticamente no mesmo momento da vida dos meninos.

É muito importante frisar que a preocupação com corpo e saúde pelo homem deve ser uma constante na vida. É importante que se procure um urologista para esclarecer as dúvidas, fazer as orientações cabíveis, e, se necessário, um exame clínico adequado.

Ele (o homem) cresce e o fantasma dos problemas sexuais o assusta. Entre os jovens, a queixa mais comum é a de ejaculação precoce (ou rápida), e em homens de 40 ou mais anos é a de disfunção erétil (DE), antigamen-te chamada de “impotência”.

Muitos homens acham constrangedor conversar sobre a dificuldade de ereção ou outro problema sexual com seus médicos. Entre as razões que podem levar um ho-mem a não procurar tratamento, estão a vergonha (de admitir o problema), o tabu e a falta de informação so-bre o tratamento.

É importante que o homem busque ajuda o mais cedo possível. Muitas vezes, junto com a DE, pode existir ou-tras doenças importantes, como a hipertensão arterial, diabetes, dentre outras, que ele ainda não sabia. E mais ainda, segundo a World Association for Sexual Health (Associação Mundial de Saúde Sexual), a DE é um pre-ditor ou marcador de alto risco de doença cardiovascular em homens com hipertensão, ou seja, se você é hiper-tenso e começou a ter dificuldades para ter ou manter ereção, tem um maior risco de desenvolver infarto ou outros problemas vasculares se comparado com a po-pulação geral. Mais um motivo para que busque ajuda especializada tão logo perceba o problema.

Da mesma maneira que a mulher faz prevenção indo periodicamente ao ginecologista, o homem pode apro-veitar e ir ao urologista, particularmente se ele tem 40 ou mais anos, para cuidar de sua saúde prostática.

Gerson LopesMédico, com atuação em sexologia, coordenador do departamento de Medicina Sexual do Hospital Mater Dei/BH/MG e do projeto “Sexualidade com Qualidade”, da Associação Saber (www.ongsa-ber.org.br - 0800.7744.525).

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Mais ESTAÇÃOFolclore - Arte viva de um povo

Apresentação do grupo folclórico no Largo do Cruzei-ro de São Francisco, diante da fachada do Convento de São Francisco, no Pelourinho, centro Histórico de Salvador (BA).

Bloco Pierrot Tradição de Plataforma

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O multiculturalismo e a vastidão geográfica do Bra-sil proporcionaram o surgimento de um folclore

riquíssimo e variado, nas mais diversas regiões do país. O folclore é a expressão de uma cultura, a soma dos costumes e tradições de um povo. Artistas e estudio-sos como o escritor Mário de Andrade e o historiador Câmara Cascudo buscaram no folclore e na cultura po-pular o instrumento para aprofundar seu conhecimento sobre a realidade do Brasil e de nosso povo. Conhecê-lo e estudá-lo contribui para que se mantenha vivo. No dia 22 de agosto, quando se comemora mundialmente o Dia do Folclore, temos mais um estímulo para lembrar es-sas tradições populares que expressam nossa identidade como nenhuma outra.

O folclore inclui mitos, lendas, brincadeiras, festas, artesanato, danças, música, provérbios, entre muitas ou-tras formas de expressão. A arte e cultura popular se traduzem em cores ricas e vibrantes por meio do bumba-meu-boi, das caboclinhas, cavalhadas, ciranda, congada, cordões de Bicho, fandango, mamulengo, maracatu, pastoril, quilombo, reisado. “Trata-se da expressão mais pura da alma da pessoa. Em cada região, as pessoas ex-pressam seus hábitos e costumes de um jeito. E todo mundo faz folclore, mesmo que não esteja consciente disso – expressões populares e crendices são alguns dos aspectos mais flagrantes”, diz o museólogo e folclorista catarinense Gelci José Coelho, o Peninha.

Essas manifestações são encontradas em diferentes regiões do país, onde adquirem nomes e formas varia-das. Um bom exemplo é o do Bumba-meu-boi, que ori-ginou no início do século XVIII nos engenhos e fazendas de gado do Nordeste brasileiro, e se disseminou para várias partes do país, do Sudeste até o Sul. Trata-se de

um auto popular com danças, cantos e declamações, que fala da vida, morte e ressurreição de um boi. A presença do boi é tão forte que inclusive os modernistas quiseram transformá-lo num símbolo nacional. No festival folclóri-co da cidade de Parintins (a cerca de 300 km de Manaus) no Amazonas, o bumba-meu-boi tornou-se uma festa muito popular, a ponto de reunir perto de 40 mil pessoas para ver e participar da disputa dos dois bois, o Garan-tido, representado pelo vermelho, e o Caprichoso, pelo azul. “O fascínio com o boi é universal e tem raízes muito profundas. Quando o homem domesticou o touro, isso teve um impacto muito grande para a civilização, por sua força de trabalho e importância para a alimentação. Por isso foi o boi transformado em um deus-animal”, co-menta Peninha.

A palavra “folclore” foi criada, em 22 de agosto 1846, pelo pesquisador de cultura europeia e antiquário inglês William John Thoms (1803-1885), para denominar um campo de estudos até então identificado como “antigui-dades populares” ou “literatura popular”. Essa proposta foi publicada no jornal londrino “The Atheneum”. Thoms escolheu duas palavras de origem saxônica: “Folk”, que significa povo, e “Lore”, que significa saber; formando assim o “folk-lore”, ou a “sabedoria do povo”. A seguir, registros de algumas manifestações folclóricas de nosso país.

Folguedos é um festival realizado no mês de julho na região de Teresina (PI), considerado o folclore mais ativo da região. Entre as danças que são apresentadas, destacam-se o Bumba-meu-Boi e a Quadrilha. O Bumba-meu-boi conta a história da Catirina, mulher de Chico Vaqueiro, que, quando doente, deseja comer a língua do boi mais bonito da cidade.

Folguedos

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A tradição se mantém no Maranhão desde o século XVIII e arrasta a população local e visitantes por todos os cantos de São Luís, nos meses de junho e julho. É uma espécie de ópera popular, cujo conteúdo se desenvolve em torno da lenda do fazendeiro que tinha um boi de raça, muito belo e querido por todos, e que inclusive sabia dançar.

Festa do Bumba-Meu-Boi

Mais ESTAÇÃO

Festival de Parintins

O Festival de Parintins, realizado desde 1964, no Ama-zonas, é um espetáculo de cores e ritmos caracterizado pela rivalidade entre as torcidas dos bois Caprichoso e Garantido, que se duelam em uma frenética dança que contagia o público presente.

Homem vestido a caráter para festa do Bumba-Meu-Boi

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Fotos: Embratur/ Divulgação

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O Maracatu nasceu originalmente em Olinda, Pernambuco, mas hoje está presente em vários estados brasileiros. O mais remoto registro sobre maracatu data de 1711. Inicialmente uma manifestação religiosa negra, homenageando Nossa Senhora do Rosário, sempre terminava com um batuque no adro da igreja. Com o tempo, o maracatu foi perdendo sua conotação religiosa e transformando-se em mais um folgue-do carnavalesco. Porém, muitos grupos mantêm esses rituais religiosos.

Há uma presença forte dessa origem mística na maneira com que se dança o Maracatu, que lembra as danças do can-domblé baiano. Os caboclos de lança, com seus mantos colo-ridos, a lança de fios compridos e uma flor na boca, alegram o desfile. Baianas e Damas do Paço têm coreografias especiais. A orquestra é composta somente de percussão, com tambo-res, chocalhos, agogôs, alfaias, atabaques, baquetas e apitos.

Maracatu

Os bonecos gigantes constituem uma atração à parte no carnaval de Olinda, uma cidade tradicionalmente conhecida pelo seu carnaval de rua e pela participação do povo nos blocos, clubes e troças. Na terça-feira de carnaval tradicionalmente acontece o desfile de cerca de 90 bone-cos gigantes organizados pelo bonequeiro Silvio Botelho. O desfile começas às 11h, e segue pelas principais ruas da cidade alta.

Desfile de bonecos gigantes em Olinda

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A maior atração turística de Barbalha, cidade localizada no Vale do Cariri, em Fortaleza (CE), é a Festa de Santo Antonio, também conhecida como Festa do Pau da Bandeira. O evento, uma tradição de cerca de 200 anos, acontece em junho e reúne o que há de melhor do folclore da cidade - como os grupos de Reisado, Penitentes e Zabumbas.

Festa do Pau da Bandeira

Bandas cabaçais, reisados, pastoris e até grupos de penitentes formam o cortejo da Festa do Pau da Bandeira de Barbalha. A ci-dade é uma espécie de ‘pé de serra’ fundada no século 18 e conhecida por sua arquitetura antiga, seus parques ecológicos, balneários, artesanato e festas populares.

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Introduzida no Brasil pelos padres je-suítas com a função de catequizar índios e escravos, a festa das Cavalhadas é uma tradição que, desde 1820, mobiliza e emo-ciona a população de Pirenópolis (GO).

Cavalhadas

Casacas artesanais usadas pelas bandas de Congo, ritmo folclórico típico da região de Serra (ES), com influência de sons africanos. Inicialmente a população da cidade era composta de colonizadores portugueses que aqui estabelece-ram seus engenhos, trazendo escravos negros para o trabalho braçal, além dos indígenas. O ritmo percussivo utiliza instrumentos como casaca, tambor, triângulo, chocalho, bumbo e cuíca.

Congo

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Bianco Loungeby Angelo Santos

Estação Final by Syomara [email protected]

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Café Riso

Luciano Martins Skin for fun

by Marcelo Schmoeller

Nicolla Formagi

e Rodrigo Santoro

Flavia Tirloni

Maryeva Oliveira

Wandér Weege e o cheff Vitor Gomes

Vera Rita Bigliazzi, Luis Grassia e José Wilker

Marina Schondermark

Luciano Martins

Tata e Debora Salvadori

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37 Festival de Cinema de Gramado

Maurício Perucci, Diretor Regional da Claro; Alemir Coletto, presidente do Festival; e Cristina Schettert

Viviane Pasmanter

Dira Paes

Patrícia Travassos

Ângelo Paes Leme

Simone Spoladore

Larissa Maciel Jonatas Faro Lucinha Lins

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CrônicaA saga de Dom Juan e Krika Raul Caldas Filho

O gato malhado e robusto começou a apa-recer sub-repticiamente em nosso quintal,

com um miado rouco e estridente, que o distin-guia dos gatos domésticos, o persian e peludo Kiri e a plebéia Krika, com suas cores branca, bege e marrom. Ela, por sua vez, havia sido recolhida, alguns meses antes, de um terreno baldio das pro-ximidades, após uma noite de súplicas agudas e intermitentes.

Ocorria que, quando o forasteiro deu o ar de sua graça, Krika entrava no seu primeiro período de cio, o que foi percebido pelo apurado olfato do gato de rua, que - devido à circunstância de sua aparição - acabou recebendo o epíteto de Dom Juan. Sem o nosso consentimento, Krika aceitou a corte do pre-tendente e não demorou muito para que ela re-velasse - como naqueles filmes americanos anti-gos: “I’m gonna have a baby!” (ou muitos babies.)

Como a família não estava disposta a enfren-tar uma ninhada de novos gatinhos, Krika, que não tinha pruridos religiosos, foi logo enviada ao veterinário, que impediu o nascimento dos fu-turos filhotes e esterilizou-a (será que se farão ouvir algumas vozes moralistas e indignadas, politicamente corretas?). Ela, porém, de nada reclamou e continuou feliz, saltitante e sape-ca, com seus miadinhos cativantes e carinhosos.

Aconteceu, porém, que, mesmo com o fim do romance, Dom Juan (designação agora defini-tivamente incorporada à sua figura) não perdeu o hábito de continuar frequentando a casa, es-pecialmente depois que descobriu uma abertura na vidraça da varanda, que possibilitava a sua ida até a área de serviço, local destinado ao re-feitório dos outros gatos. Quando os pratos apa-reciam “limpos e ariados”, como se dizia em tempos idos na Ilha de Santa Catarina, era por-que Dom Juan havia participado da refeição. E a cota da ração Cat Chow teve que ser ampliada.

Com o passar do tempo, Dom Juan estabeleceu uma coexistência pacífica com os gatos caseiros

(ele e Krika tornaram-se apenas “bons amigos”) e acabamos nos acostumando com o seu miado lamentoso e a sua presença no nosso território. Já havia até uma cadeira na varanda preparada para ele dormir nas noites de inverno. Com um com-portamento antes arisco - estava sempre pronto a se escapulir -, já recebia as carícias das minhas fi-lhas, para desagrado da esposa, a única que não o aceitava, devido a visitas furtivas à cozinha, na ca-lada da noite, em busca de algum alimento extra.

Às vezes desaparecia por alguns dias, não desmerecendo a sua condição de gato de rua e, para fazer jus a sua denominação, decerto dedi-cava-se a algumas conquistas amorosas pelos ar-redores. Até que sentimos a sua falta por mais de uma semana, o que nos pareceu estranho.

Então soubemos pelo jardineiro o que acontece-ra. Numa certa manhã, Dom Juan deparou-se com um hostil pit-bull, que havia fugido dos seus do-mínios por descuido de alguém. Mesmo com toda a sua agilidade felina, Dom Juan não conseguiu escapar das garras e dos dentes do cão furioso e acabou trucidado. Encontraram-no morto e larga-do num meio-fio. Foi mais uma vítima dessa raça selvagem (e não devidamente controlada por pro-prietários ignorantes), que tantos danos têm cau-sado pelo Brasil afora, especialmente em crianças.

***

Algum tempo depois, a violência urbana, na for-ma de um automóvel, atingiu a própria Krika. Pu-lando o muro, num final de tarde, para uma incur-são na vizinhança, não teve a chance de escapar da sanha neurótica de um cretino que entrou na nossa rua em velocidade muita acima do normal.

Da mesma forma que Romeu e Julie-ta, pois, tanto Dom Juan, quanto Krika tive-ram um fim trágico. O que me leva a conside-rar que o destino dos felinos, assim como o dos seres humanos, é também imprevisível.

RAUL CALDAS FILHOJornalista, cronista e ficcionista.www.raulcaldasfilho.com.brcontato@raulcaldasfilho.com.br

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Atardecer en el río Maribel Mora Curriao*

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Una garza blancadesafía la tarde.

Su figura inmóvildesborda el horizonte.

El último rayo de luzhuye sigiloso por el río.

La tierra respira hondopara seguir viviendo.

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*A autora é poeta mapuche (povo indígena da região centro-sul do Chile e do sudoeste da Argentina) e estudante de doutorado em Estudos Americanos na Universidade de Santiago do Chile. É coautora do libro El Pozo Negro y otros relatos mapuche (2001) e participou de diversas antologias. O poema pertence ao livro inédito Perrimontun (palavra que em mapudungun designa as visões ou os augúrios).

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O que você precisa saberpara se proteger da Influenza A(H1N1).

Outras informações:

A Influenza A(H1N1) é uma doença respiratória aguda e a transmissão ocorre de pessoa a pessoa, principalmente por meio de tosse, espirro ou contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas.

Como se pega a nova gripe?Da mesma forma da gripe comum: pelo espirro, tosse ou contato indireto com secreções respiratórias de quem está infectado.

O que fazer para não pegar a nova gripe?Com medidas simples você pode se prevenir. Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com lenço descartável. Lave sempre as mãos com água e sabão. Não compartilhe copos, toalhas e outros objetos pessoais.

Quando procurar o atendimento médico?Se você estiver com febre acima de 38ºC, tosse, acompanhada ou não de dor de garganta, procure o seu médico ou a unidade de saúde mais próxima. Persistindo os sintomas, retorne imediatamente a uma unidade de saúde.E atenção! Ninguém deve tomar medicamentos sem indicação médica. A automedicação pode ser prejudicial à saúde.

A nova gripe é muito perigosa?Até agora, os casos registrados no Brasil e no mundo apresentam complicações iguais às da gripe comum. A grande maioria já está curada e retomou suas atividades normais.

A nova gripe tem tratamento?Tem sim. A rede do Sistema Único de Saúde (SUS) está preparada para atender os casos e tratar, quando indicado. Em caso de suspeita, procure seu médico ou uma unidade de saúde.

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Não compartilhar alimentos, copos,toalhas e objetosde uso pessoal.

Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com lenço

descartável.

Lavar as mãos frequentemente com

água e sabão, especialmente depoisde tossir ou espirrar.

Pessoas com qualquergripe devem evitar

ambientes fechadose com aglomeração

de pessoas.

Procure o seu médico oua unidade de saúde maispróxima em caso de gripe

para diagnóstico etratamento adequados.

Não usar medicamentos sem orientação médica.

A automedicaçãopode ser

prejudicial à saúde.

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