revista especial do 2º/1º gcc - esquadrão aranha

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1 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC Jubileu de Ametista 2º/1º GCC 55 anos de Vigilância, Trabalho e Ação

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Revista Especial comemorando o 55º aniversário do 2º/1º GCC - Esquadrão Aranha

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Page 1: Revista Especial do 2º/1º GCC - Esquadrão Aranha

1JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Jubileu de AmetistaJubileu de Ametista

2º/1º GCC

55 anos de Vigilância, Trabalho e Ação

Page 2: Revista Especial do 2º/1º GCC - Esquadrão Aranha

2 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Revista Especial Comemorativa ao Jubileu de Ametistado Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC – Esquadrão Aranha)

Diretor-Geral:

Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso

Comandante do 2º/1º GCC:

Major-Aviador Sidnei Nascimento de Souza

Assessor de Comunicação Social do DECEA:

Coronel-Aviador Reformado Paullo Sérgio Barbosa Esteves

Oficial de Comunicação Social do 2º/1º GCC:

Segundo Tenente Especialista em Comunicações Rogério de Oliveira Lima

Edição:

Daisy Meireles (RJ 21523 JP)

Diagramação e Infografia:Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)Fotografias & Capa:2S BFT Sérgio R. Rodrigues; S2 Lucas dos Santos Koszeniewski; S2 Vagner H. da Silva e Arquivos da Secretaria do Comando do 2º/1º GCCContatos: Intraer: www.21gcc.intraer - Email: [email protected] / [email protected]: (51) 3462-5348Editado em novembrobro/2011Fotolito e Impressão:Ingrafoto

Índice

Campanha BVR – uma missão importante

O enigma do Radar Tridimensional Transportável MRCS-403

Um espírito guerreiro

Sistema de Telecomunicações Marathon

Radar de Vigilância Aérea e “Terrestre”

A História do Controlee Alarme

Expediente

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11

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25

7252011

Page 3: Revista Especial do 2º/1º GCC - Esquadrão Aranha

3JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Editorial

Vigilância, trabalho e açãoA história do Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de

Comunicações e Controle (2°/1° GCC) começa com a criação e ativação, no final de 1956, do Segundo Esquadrão de Controle e Alarme (2° ECA).

Com equipamentos valvulados, grandes, pesados, barracas de lona e um sistema de comunicações precário, o 2° ECA cumpria, brilhantemente, a missão de manter-se alerta, fazendo soar o alarme ao menor sinal de invasão e controlar aviões e artilharia no ataque ao inimigo.

Ao longo desses 55 anos de gloriosa existência, as válvulas deram lugar aos circuitos integrados, as comunicações entraram na era do satélite, shelters climatizados em lugares de barracas de lona e a sede administrativa do Esquadrão Aranha recebeu melhorias significativas com reformas e ampliação. Porém, permanece imutável a decisão tomada de manter-se alerta, vetorando entre trevas ou luz, legada a todos os integrantes, valorosos guerreiros Aranhas, que fizeram e fazem a história desse Esquadrão.

Operando o radar MRCS-403, o 2°/1° GCC prepara seu sítio e qualifica os técnicos para mais um avanço, o Radar 3D transportável TPS B-34, que hoje é utilizado na região Amazônica. Paralelo a tecnologia, também o Teatro de Operações evoluiu e o Esquadrão Aranha, em campanha conjunta com o Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAv), prepara seus controladores e também outros de vários Esquadrões, para combater além do alcance da visão, Beyond Visual Range (BVR).

Nesse Esquadrão, tudo é planejado e executado com dedicação e amor à profissão militar. Instalar, operar e manter, mesmo com os óbices encontrados, torna-nos mais eficientes e demonstram o nível de conhecimento e comprometimento das várias especialidades que se dedicam ao sacerdócio da missão de controle e alarme.

“Vigilância, trabalho e ação” é o grito uníssono que ecoa e cadencia os passos dos dedicados homens e mulheres que um dia juraram servir à Pátria e cumprem seu juramento, diuturnamente, vigilantes em defesa do Brasil.

Nesse Esquadrão, demonstramos todo o nosso amor ao Brasil, integrados na Defesa Aérea e garantindo a paz.

É nessa tônica que convido você, leitor, a conhecer e admirar o Esquadrão Aranha. Espero que, ao ler essa Edição Especial, que comemora os 55 anos de glórias e conquistas, sinta a mesma alegria e entusiasmo que nós, Aranhas, sentimos pelo Esquadrão e pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Segundo Tenente Especialista em Comunicações ROGÉRIO de Oliveira LimaOficial de Comunicação Social do 2º/1º GCC – Esquadrão Aranha

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4 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Aos 55 anos, o Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC) comemora –com seus 55 militares e seu Comandante, Major Sidnei, um oficial experiente em Operações Militares e no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro – a vitória de ter herdado a perspicácia do Segundo Esquadrão de Controle e Alarme (2º ECA) em suas missões de guerra, sejam reais ou de treinamento.

Operando e mantendo os meios transportáveis de Controle e Alarme Aerotáticos, nos locais desprovidos de meios para estes fins, ou naqueles em que os equipamentos fixos e/ou o pessoal existentes sejam insuficientes para atender às necessidades das Operações Aéreas, o 2º/1º GCC segue cumprindo sua missão como herança operacional do 2º ECA.

Testemunha dessas missões é a história do Esquadrão Aranha. Algumas missões silenciosas, quando necessárias, outras bradadas pelos seus integrantes guerreiros Aranhas, que se orgulham das vitórias alcançadas.

Neste Jubileu de Ametista, recordamos o hino do 2º ECA, que revela a disciplina e a coesão como lema do Esquadrão, e a canção do 2º/1º GCC, que proclama a tradução do seu lema de força: vigilância, trabalho e ação. Assim, convictos de seus preceitos, se compactuam na missão singular de bem servir à Nação.

Neste universo atual, o Esquadrão Aranha vem se aperfeiçoando e crescendo. E assim é que deve ser. É na atualidade que os Aranhas dão seus voos, mas sempre presos às raízes de controle e alarme do 2º ECA. Assim, eles se reconhecem, nos valores sedimentados e na visão atual.

Parabenizo aos Guerreiros Aranhas por, ao receberem a herança do 2º ECA, seguirem com fidelidade seus preceitos, não deixando de inovar e aprimorar – aproveitando as oportunidades de manutenção e atualização – sem esquecer de seus antecessores, homenageando-os nessa grande festa em edição especial, contando e resgatando suas memórias do tempo de lutas e do tempo de vitórias, valorizando seus antepassados guerreiros e companheiros.

ESQUADRÃO ARANHAHerança incorporada do 2º ECA

Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges CardosoDiretor-Geral do DECEA

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5JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Ao planejar a redação desta mensagem, imaginei que manteria o foco narrativo de um observador externo, já que nunca fui efetivo da Unidade. Todavia, pesquisando a história do Esquadrão Aranha, percebi que vivenciamos algumas passagens gloriosas, as quais me aproximam da emoção dos aniversariantes, me permitem testemunhar seu profissionalismo e entusiasmo e, até, profetizar sucesso em seu futuro.

Aliás, esse seria um bom trocadilho para começar – sua origem a partir do desmembramento do 1º ECA (Esquadrão Profeta), em 1956; poderia também tratar da época em que foi renomeado para 2º/1º GCC, após a criação do 1º GCC, no início da década de 80.

Entretanto, considerando que há outras páginas nesta revista dedicadas a relatar o passado longínquo, vou me abster de versar sobre as quatro décadas iniciais e me permitir um salto para a “Operação Presença na Amazônia”, de 1996, realizada em Cruzeiro do Sul, no Acre. Eu, que era efetivo do 4º/1º GCC na época, assinei meus primeiros relatórios de policiamento do espaço aéreo, dividindo turnos ininterruptos no shelter operacional do MRCS-403 com outros militares de ambos os Esquadrões; a equipe técnica se desdobrava para conservar a disponibilidade do sistema elevada e a equipe de Comunicação Social, idem com o moral.

Já neste milênio, os Exercícios Pampa, Charrua e Laçador seguiram ao pioneiro Cruzeiro do Sul (CRUZEX I), todos eles realizados com Força Aérea Componente na sede do 2º/1º GCC, sob comando unificado no padrão multinacional da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN). Nunca foi fácil, mas diversos desafios técnicos, operacionais e administrativos foram superados, de modo que, atualmente, o Esquadrão é referência para sustentação a operações aéreas desta monta.

Completando 55 anos de existência, o Esquadrão Aranha demonstra vitalidade e vigor para continuar despontando no âmbito da Força Aérea, em termos de operacionalidade e de estrutura técnica-administrativa, o que há de ser obtido com o constante aperfeiçoamento de processos e, em breve, com a atualização tecnológica de suporte.

É, pois, momento de celebrar solenemente o passado de realizações primorosas, reconhecer o mérito presente e projetar um próspero desenvolvimento organizacional, que certamente virá com a manutenção do espírito guerreiro e empreendedor de nossos antecessores.

Aranhas, parabéns e obrigado!

ESQUADRÃO ARANHAProfissionalismo & Entusiasmo

Tenente-Coronel-Aviador Carlos Henrique AFONSO SilvaComandante do 1º GCC

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6 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

A emoção em comemorações de datas natalícias é sempre acompanhada de belas lembranças, histórias e estórias, que, por vezes, acabam virando lendas, acompanhando-nos prazerosamente para sempre. Não seria diferente para os 55 anos do Esquadrão Aranha.

Em 1956, alguns honrados integrantes do 1º ECA, já reconhecido como Esquadrão Profeta, foram escolhidos para apoiar a criação do 2º ECA. Chegando às instalações da Base Aérea de Canoas (BACO), próximos do local definido para a Pedra Fundamental do Esquadrão, vieram os primeiros comentários:

- Puxa vida! A gente sai do 1º ECA, um “Esquadrão Cercado de Aipim” e vem parar num “Esquadrão Cercado de Aranhas”! Olhem só o tamanho dessa caranguejeira subindo no meu pé!

Este comentário traduz o carinho que nossos pioneiros nutriam pela história que eles estavam por iniciar. Cabe lembrar que o 1º ECA, mesmo sendo batizado como o Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme, era conhecido à época como o Esquadrão Cercado de Aipim, devido às famosas plantações do tubérculo na Base Aérea de Santa Cruz (BASC).

Assim nascia, nas instalações da BACO, o Segundo Esquadrão de Controle e Alarme - o Esquadrão Aranha. Contudo, indiferentemente se o ECA de Canoas seria cercado de Aipim ou de Aranhas, o certo é que, este ECA também significaria o Esquadrão Cercado de Amigos.

Atualmente, o Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC), com muita devoção, resgata a sua própria história e a de seus antecessores. Entende que a transformação do 2º ECA no 2º/1º GCC não mudou sua essência ou personalidade, pois como em nossa canção, permanecemos argutos e silentes.

O Guerreiro e a Guerreira Aranha são homens e mulheres que se mantêm exaustivamente em seus limites físicos e mentais sem ultrapassar a tênue linha que separa a Coragem da Loucura, a Evolução da Revolução, o Orgulho da Soberba ou a Humildade da Submissão. Com Disciplina e Fé, cumpre sua missão sem esperar reconhecimento, satisfazendo-se, pura e simplesmente, com o retorno seguro de todos os seus integrantes, prontos para o próximo deslocamento.

Neste Jubileu de Ametista - sábios, fortes e belos 55 anos de existência o Esquadrão Aranha reconhece e agradece todo o apoio despendido pelo DECEA, que nos proporciona a funcionalidade necessária para o cumprimento de nossa missão; ao Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC - Esquadrão Mestre), cuja sapiência nos mantém no justo e correto caminho para elevarmos cada vez mais a satisfação em fazer parte do Braço Armado do DECEA; aos nossos irmãos dos Esquadrões Profeta, Morcego, Mangrulho e Zagal, que sempre nos apoiam nos deveres de casa, demonstrando a real fraternidade e solidariedade entre os Esquadrões subordinados ao 1º GCC; a BACO e seu Grupo de Serviços de Base, pelo incansável apoio a todas as necessidades dos Aranhas e pela sincera amizade desenvolvida, fortalecida e sedimentada com o passar do tempo; aos Aranhas do Passado, Presente e Porvir, porque a “Família Aracnídea” não pode ter fim; e, por fim e mais importante, nosso agradecimento a Deus, como Grande Criador de tudo que nos rodeia e que tudo proporciona para que sejamos melhores para conosco, com a Família, com a Pátria e com toda a humanidade.

Venturosos aqueles que reconhecem ou conhecem um Guerreiro Aranha!

ARANHAUm Esquadrão Cercado de Amigos

Major-Aviador SIDNEI Nascimento de SouzaComandante do 2º/1º GCC – Esquadrão Aranha

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7JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Um espírito

Entrevista

Coronel-Aviador R1 Enio Von Marées

Um espírito

Coronel-Aviador R1 Enio Von Marées

guerreiro

Como atuava o 2º ECA na épo-ca do seu comando?

Nas manobras da época, o Segun-do Esquadrão de Controle e Alarme (2ºECA) era tudo. Funcionava como Sala de Tráfego Militar, fazia o QAM (hoje METAR), transmitia as informa-ções ao Controle de Porto Alegre, dava briefi ngs e cumpria a missão de con-trole, mesmo com as comunicações muito defi citárias da época. Hoje, com a comunicação via satélite, você fala com o mundo todo, mas na época, a gente fi cava feliz quando Cruz Alta (RS) nos escutava. Devido a essa precarie-dade, existia uma grande interação en-tre aviadores, controladores e técnicos, formando uma verdadeira equipe. Tro-cávamos informações sobre o tempo

e, principalmente solicitando auxílio de coordenação com o controle, pois eram frequentes as falhas de comu-nicações. Assim, um recorria ao outro para voar e controlar. O congraçamen-to em terra era uma coisa fabulosa, as Unidades Aéreas e o 2º ECA formavam uma família. Havia uma interação mui-to grande, até para reposição de peças e equipamentos com auxílio dos pilo-tos.

Quais equipamentos o 2º ECA dispunha na época para cum-prir a missão?

Possuíamos o Rádio ART 13, utiliza-do em aeronaves após a II Guerra Mun-dial, VHF e o Recalada. Não tínhamos nenhum tipo de radar na época. Nos

vangloriávamos de possuir um rádio VHF com 10 canais, que bastava aper-tar um botão e a frequência mudava. Era inédito, pois na época sintonizar uma frequência era muito difi cultoso. O importante é que se posicionasse no tempo e no espaço. Só para dar um exemplo, o Douglas C-47 do Quin-to Esquadrão de Transporte Aéreo (5º ETA) foi o primeiro a ter uma espuma no acento do piloto. Isso fazia muita diferença em uma viagem de Porto Alegre ao Rio de Janeiro. Foi o primeiro Douglas a usar fonia para falar com o Galeão e ainda havia comida quente a bordo. A autonomia do Douglas era de oito horas e a do 5º ETA tinha 11 horas e 50 minutos. Canoas (RS) sempre teve Unidades diferenciadas.

Nas dependências do 2º/1º GCC, recebemos o sexto Comandante do 2º ECA para uma entrevista. O resultado foi um presente para os Aranhas, um pouco da nossa história ficou registrado nessas páginas.

Por: Segundo Tenente Rogério, Primeiro Sargento Bueno e Terceiro Sargento SampaioPor: Segundo Tenente Rogério, Primeiro Sargento Bueno e Terceiro Sargento Sampaio

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8 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

E o moral dos comandados?Eu já comandei outras Unidades,

mas o 2º ECA tinha uma particulari-dade: era uma das mais coesas que eu convivi. Acho que foi até por causa do sofrimento, pois não tínhamos gente suficiente e, com equipamentos defi-citários, fazíamos “das tripas coração” para a missão sair, sempre com sucesso e superação. Virávamos dia e noite até ter tudo pronto para a manobra e com empenho máximo de todos. Tínhamos um espírito guerreiro no 2º ECA. E isso foi legado ao 2º/1º GCC. Tudo o que é feito hoje no Esquadrão Aranha é he-rança do 2º ECA. Havia uma preocupa-ção muito grande com a parte social também. O Coronel Spalding (oitavo comandante) criou o “Canto do Spal-ding’’, onde o 2º ECA passou a fazer os churrascos. Aqui no Sul tudo começa assim: primeiro se pensa na churras-queira, depois nas instalações ao redor.

Então os senhores eram ousa-dos?

Muito. Uma vez, por causa do mau tempo, fizeram dois Douglas pousar em Porto Alegre. No dia seguinte, o Capitão Ronald Eduardo Jaeckel, hoje Tenente-Brigadeiro, primeiro Coman-dante do 5º ETA, convidou-me para acompanhá-lo no traslado. Aproveita-mos e fizemos um elemento de Dou-glas. Então, chegando aqui eu disse ao Jaeckel que íamos puxar um pill off. A torre Canoas solicitou a confirmação do procedimento, mas já era tarde e nós assim o fizemos. Outros tempos. Se

fosse hoje, já estaríamos presos. Muita ousadia a nossa. Nas solenidades dis-putávamos quem ia passar mais baixo sobre o palanque das autoridades, eles ficavam furiosos. A gente guardava horas de voo para a Semana da Asa. Enchíamos os céus de Porto Alegre e Canoas. Hoje não se vê mais isso.

O que o senhor encontrou quando chegou ao 2º ECA?

Já tinha esse prédio administrativo e o almoxarifado, local em que ficava todo o material da II Guerra, e os cami-nhões que o 2º ECA utilizava na época. No prédio administrativo construí uma sala da estar. Mandei colocar um piso todo branco que estava em voga na época. O pessoal chegava com o but todo sujo de barro e ficava uma sujeira

só. A gente vai aprendendo com os er-ros e acertos. Hoje, graças a Deus, sou arquiteto.

Como era o apoio da Base?O 2º ECA era uma Unidade sedia-

da, porém não tinha toda a atenção devida. Tivemos que batalhar para o pessoal entender que éramos uma Unidade igual às outras. O efetivo era pequeno, mas se desdobrava para fa-zer frente. Esse espírito aguerrido de sempre cumprir a missão, mesmo com dificuldade, sempre foi cultivado pelo 2º ECA. Assim, firmamos a personali-dade jurídica do Esquadrão. Certa vez, tinha uma reunião marcada no Quinto Comando Aéreo Regional (COMAR V) com o Brigadeiro Faria Lima. Solicitei, então, à BACO, uma viatura, mas foi ne-gado o pedido, dizendo que o 2° ECA era apenas um hóspede da Base. Fui até o 5º ETA, entrei no Douglas, deco-lei e pousei no COMAR. O Brigadeiro ficou muito bravo, mas eu justifiquei, dizendo: “Brigadeiro, por falta de apoio e para evitar atrasos, vim voando”.

Como eram o planejamento e o gerenciamento das manobras?

Não existia um sistema como hoje, com o 1° GCC coordenando as ações dos Esquadrões subordinados. Tínha-mos contato com o 1° ECA, mas ele ficava no Rio de Janeiro, perto de Uni-dade de Caça e do então Ministério da Aeronáutica. Assim, ele tinha facilidade para conseguir equipamentos antes de nós. A comunicação era difícil e usáva-

Rádio ART-13

Jipe Operacional do 2º ECA

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9JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

mos a telefonista para efetuar as liga-ções de longa distância. A grande novi-dade em termos de comunicação aqui era o Termofax (fax com papel térmi-co), que ficava na sala do Comandan-te da BACO, Coronel Vinícius. Aí você pode imaginar a nossa dificuldade e das demais Unidades Sediadas.

Com essa precariedade nas comunicações, como o 2º ECA operava em sede?

Tínhamos o Setor de Comunicações com os ART 13, mesmo equipamento rádio dos C-47. Era um grande equipa-mento valvulado, funcionando em có-digo Morse e, bem calibrado, podia-se falar em fonia. O 5º ETA possuía os úni-cos dois Douglas que falavam em fonia. O operador de radiocomunicação qua-se morria para sintonizar a frequência certa. Mas nós tínhamos o “safa onça”, também conhecido como recalada ou VHF/DF. Era um radar sonoro. Fazia-se a penetração e os procedimentos de descida com ele. Usava-se assim: “safa onça, safa onça, pampa 05 para con-tagem”. O controlador respondia e o piloto começava a falar: “aaaaaaahh...” - como se fosse um exame de gargan-ta. O Controlador ia sintonizando, até chegar ao nulo e marcava. Iniciavam-se nova contagem e nova marcação. Então, sabíamos se estávamos indo ou vindo da estação emissora do sinal. O 2º ECA vetorava desta forma e os pilo-tos desciam das aeronaves roucos. O recalada era considerado pelos aviado-res um equipamento de precisão e fun-

cionava muito bem. Quando chegou o ILS, então, foi fabuloso!

Já havia preocupação com es-tágios ou cursos de capacita-ção?

O que eu falava da valorização do 2º ECA é que com esses equipamentos fa-zíamos o apoio da aviação de caça em manobra. Nós conseguimos também que os nossos controladores operas-sem o radar e o Centro Porto Alegre. Nada oficializado, somente no coman-do do Olmedo, sétimo comandante, conseguimos sedimentar esse proce-dimento, essa valorização profissio-nal. O primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1°/14° GAv) decolava para o tiro aéreo em Traman-daí (RS) e a torre passava o controle para uma frequência usada, exclusiva-mente, para tráfego militar (operada por um militar do 2° ECA, que ocupava uma sala dentro do Controle de Porto Alegre). Na concepção atual, seria um console do Centro de Operações Mili-tares (COpM), mas na época era muito rudimentar. Operamos muito tempo assim, mas era o suficiente para nós, pois dava personalidade jurídica ao 2º ECA e valorizava nossos especialistas.

E a ideia do trailer de comuni-cações?

Quando assumi o comando do 2º ECA, encontrei equipamentos da II Guerra Mundial, ainda guardados no Esquadrão. O Comandante Aerotático, Brigadeiro Silas Rodrigues, veio nos vi-

sitar e mostrei as sucatas na garagem. Eu disse que precisava de dinheiro para tocar um projeto. “Não invisto dinheiro em coisa velha”, retrucou ele. Respondi que isso era bom e mostrei-lhe o pro-jeto do trailer de comunicações. Ele examinou e autorizou. Fizemos conta-to com a Turiscar, uma empresa de São Leopoldo (RS) e construímos – além do trailer de comunicações - o jipe ope-racional. O trailer apoiava a manobra, pois levávamos barracas pesadas de lona, geradores, antenas e outros equi-pamentos. Isso demandava uns dois ou três dias para o 2º ECA dar o “pronto”. O jipe, todo equipado, com uma antena chicote, descia do C-130 rebocando o trailer e já operava VHF no aeródromo. No trailer, dávamos partida no gerador e pronto, tudo estava montado. As-sim, ganhamos mobilidade e rapidez para atender a aviação e ainda tempo para montar a estrutura de barracas sem comprometer a operação. Só o 2º ECA tinha essa mobilidade. O trai-ler foi uma invenção caseira. Nossa missão era o apoio de comunicações às Unidades Aéreas. Os equipamentos atendiam as necessidades dos vetores da época. Nosso efetivo era de apro-ximadamente 50 militares, mas com pouca especialização. Cinco oficiais apenas e ainda voavam em várias Uni-dades. Nosso pessoal graduado era quase todo de Comunicações. Então, despontavam os talentos individuais, já que não havia um plano estratégico de controle como atualmente. Por isso a ideia do trailer, arquitetada e conce-

Operadores de rádio do 2º ECA

Trailer de comunicações do 2° ECA

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10 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Inovação estratégica

bida devido a nossa necessidade de prestar o mais rápido possível o con-trole de aeródromo e estabelecer con-tato entre a Base e as Unidades Aéreas. Não existia cobrança sobre o 2º ECA, evoluímos porque sentimos a necessi-dade de melhorar, de ser mais ágil e de prestar o melhor apoio, sempre com o espírito inovador e focado na missão de bem servir.

O trabalho do Esquadrão era reconhecido?

Sem o 2º ECA não havia manobra e todos reconheciam isso, principalmente por ser uma Unidade que buscava sem-pre inovar, com melhorias. E essas infor-mações correm o mundo. Era comum se dizer: “não se preocupe, o 2º ECA dá um jeito”. Fazíamos de tudo, mas sempre que possível, com um toque de bom humor. O Esquadrão, certa ocasião, instalou um sistema de som na Base Aérea. Para fazer os testes, falamos com o Comandante do Grupo de Serviços da Base (GSB) da Base e foi autorizado. Colocamos, então, aque-la música do Waldick Soriano: “Eu não sou cachorro não”, todos os dias, bem alto. Não deu outra: o Comandante da Base mandou me chamar. “O meu pessoal es-

tava fazendo casamento de impedância” – justifiquei. Como ele não entendia nada do assunto, ficou em silêncio. Assim, foi uma semana de “boa” música na Base.

Qual a sua mensagem para o Esquadrão?

Fui o sexto Comandante do 2º ECA, de 7 de abril de 1975 a 1º de dezem-bro de 1977. E contei aqui nessa en-

trevista, algumas histórias do meu comando, que deixo como presente para vocês, Aranhas. Fico muito feliz em saber que estão preocupados em resgatar a história do Esquadrão e reconheço o trabalho brilhante que vocês fizeram. A sede do 2º/1º GCC está muito bonita e bem cuidada. Parabéns pelos 55 anos. Continuem nesse caminho. Felicidades!

Caminhão da Segunda Guerra

Equipe da entrevista com o Cel R1 Marées

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11JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Sair da condição de presa levou nossos antepassados a desenvolverem habilidades que melhoraram sua capaci-dade de reação, gerando medidas efetivas diante dos pe-rigos. Expandir o alcance de seus membros com artefatos para ataque e defesa e ampliar a sua percepção sensorial garantiram a sobrevivência.

Estar alerta, atento às movimentações hostis à sua per-manência, sempre exigiu esforços além de seus atributos inatos. Ao interpretar a natureza, colocou-se como obser-vador em locais mais elevados e, para ouvir, usou utensí-lios que melhor captavam os sons.

Desde então, o homem movimenta-se na história em busca de soluções que lhe garantam a obtenção dos co-nhecimentos tático e estratégico para reduzir ou anular potenciais ameaças.

O surgimento do Radar

O radar permitiu ao homem detectar e localizar objetos além do seu horizonte visual, o que se mostrou decisivo na Segunda Guerra Mundial, quando o avião foi arma decisi-va nos confrontos.

Em 1930, o Ministério da Aeronáutica da Inglaterra de-cidiu estabelecer um comitê para estudo científi co de de-fesa aérea do país. Os termos do edital diziam especifi ca-mente “ (...) considerar até que ponto os avanços da ciência e do conhecimento tecnológico podem ser utilizados para reforçar e fortalecer os métodos atualmente disponíveis de defesa contra ataque hostil de aviões”.

Com base nessa política, foi apresentado um dos expe-rimentos, já utilizado durante a Primeira Guerra Mundial, porém com dimensões maiores (pratos com 40m de diâ-metro), que visava à detecção dos aviões pela captação de

A história doControle e Alarme

Por Capitão Especialista em Suprimentos Gilmar SANTANA

Uma das primeiras

tentativas, espelhos que

captavam sons

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12 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

som. Na sua construção, eram utilizados enormes espelhos acústicos com microfones em seus pontos focais. Mas na manhã da demonstração para o Ministério da Aeronáutica da Inglaterra, o experimento deixou os operadores com-pletamente surdos, pois captaram o som de um chocalho de um carrinho, que distribuía leite nas proximidades.

Diante do fracasso, pois captava e ampliava todo o tipo de som, foi cogitada a ideia de usar raios para matar ou incapacitar pessoas e incinerar aviões. Como os estudos com ondas de rádio estavam adiantados, foi proposta a possibilidade de desenvolver um Death Ray Radio, capaz de derreter metal ou incapacitar um piloto.

Em 1935, Robert Watson-Watts, com base nos experi-mentos sobre a radiação eletromagnética de Hertz e Huel-smeyer, relatou que não havia possibilidade de alcançar esses efeitos destrutivos, mas que a energia refletida da aeronave poderia ser detectável. Lançado o projeto, a li-mitação para desenvolver o radar estava em se obter uma fonte poderosa o suficiente para emitir raios para distin-guir e identificar objetos a longa distância e em desenvol-ver sistemas capazes de detectar o retorno dessas ondas.

Muitos milhões de libras foram direcionados para o seu desenvolvimento. Em 1938, o resultado desse investimen-to já estava em operação e se chamou Chain Home Radar Station, composta de torres de 60m, que podiam detectar aeronaves voando a 500 pés (152 m), em intervalos de até 110 milhas (177 Km).

O Controle e o Alarme na Segunda Guerra Mundial – A Batalha da Grã-Bretanha

O radar revelou-se capaz de identificar dados relaciona-dos às quatro dimensões de um alvo:

- distância (pelo tempo decorrido entre a emissão e re-cepção do eco);

- tamanho (de acordo com a forma e o comportamento visual do sinal);

- posição (com uma antena direcional chamada goniô-metro);

- altitude (conseguido com a conexão entre várias ante-nas, sendo este o dado mais difícil de obter).

No período 1934-1939, oito nações desenvolviam, de forma independente e em grande segredo, os sistemas deste tipo: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, URSS, Japão, Holanda, França e Itália. A Grã-Bretanha, adicional-mente, compartilhava os conhecimentos de suas pesqui-sas com outras nações do Commonwealth: Austrália, Cana-dá, Nova Zelândia, e África do Sul, e esses países também desenvolveram seus próprios modelos de radar. Durante a guerra, a Hungria foi adicionada a esta lista.

A utilização mais significativa do emprego do radar ocor-

reu durante a Batalha da Grã-Bretanha. De julho a outubro de 1940, na maior das batalhas aéreas da história, ingleses e alemães fizeram um combate envolvendo mais de três mil aeronaves.

A supremacia aérea alemã poderia impor outra dimen-são ao número de baixas durante o confronto, se não fos-se o sistema de comunicação da Inglaterra, composto por 51 estações de radar. Esse sistema, distribuído ao sul e ao leste da ilha, foi ignorado pelos alemães, que desconhe-ciam a utilidade das torres, pois, até então, usavam o radar somente para melhorar a precisão dos disparos. Esse des-cuido foi preponderante para que os ingleses alertassem a população e preparassem a sua defesa, conseguindo vitó-rias sucessivas até a finalização da Batalha.

O ataque a Pearl Harbor - a ausência do alarme

No dia 7 de dezembro de 1941, em Pearl Harbor, os japo-neses impuseram uma das maiores derrotas aos EUA. Oito couraçados, três contratorpedeiros e oito navios auxiliares haviam sido imobilizados, totalizando 300 mil toneladas.

As Chain Home não valeram a

atenção da Luftwaffe

e foram decisivas

para a vitória dos

ingleses

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13JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

As instalações e os campos de aviação fo-ram destruídos com a perda total de 96 aviões e outros 63 avariados. As baixas humanas somaram 2.335 militares. Sete couraçados ancorados ao longo da mar-gem sul da Ilha Ford foram danificados.

Ao todo, participaram 353 aviões de vários tipos, que decolavam de porta-avi-ões, constituindo a maior concentração aeronaval da história até aquela data.

Mas, se os americanos estavam equi-pados com radares SCR-270, os mais mo-dernos da época, o que levou à tamanha catástrofe?

Segundo relatório, um operador inex-periente, que havia chegado há uma semana, não soube interpretar o ataque maciço dos japoneses. Pensou tratar-se de uma aeronave B-17 em operação na área, e isso contribuiu para a surpresa do ataque.

Após o ataque japonês, a Inglaterra concordou em enviar Watson-Watt aos Estados Unidos para assessorar os mili-tares na tecnologia de defesa. Em parti-cular, Watson-Watt dirigiu a atenção para a falta de compreensão, em todos os ní-veis, das capacidades do radar.

1950 – 1985

Os Esquadrões de Controle e Alarme

Em 1950, na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), foi criado o Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme (1° ECA), com a missão de constituir-se na Unidade Básica do Grupo de Controle Aerotático. O objetivo era manter e operar os centros de controle num teatro de operações. Com seus radares de vigilância, apoiava, principalmente, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça, como um centro de controle fixo.

A incorporação das aeronaves T-33 no 1°/14° GAv, sediado na Base Aérea de Canoas (BACO), trouxe a necessidade da criação do Segundo Esquadrão de Controle e Alarme (2° ECA), o que foi efetivado em 1956. Com seus radares e mais um acervo que permitiria o cumprimento da missão de apoio a unidades aéreas deslocadas, o Esquadrão Aranha reunia, na sua essência, a disposição em manter-se sempre alerta, com seus homens e radares, para fazer soar o alarme ao menor sinal de in-vasão de suas fronteiras e controlar aeronaves e artilharia no ataque ao inimigo.

Como missão de destaque do Esquadrão Aranha, cita-se o seu em-prego como instrumento para garantia dos pilares constitucionais e da segurança nacional, isto após a Revolução de Março (1964/1965), quan-do participou ativamente das operações contra Insurreição, na região de Foz de Iguaçu (oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul).

Para gerenciar logisticamente (com o treinamento de recursos hu-manos e a provisão de equipamentos) e operacionalmente (com o em-prego tático e estratégico no teatro de operações) é criado - em 1982 - o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), o Esquadrão Mestre, que reúne sob a sua égide os Profetas (1°/1° GCC), os Aranhas (2°/1° GCC), os Morcegos (3°/1° GCC), os Mangrulhos (4°/1° GCC) e os Zagais (5°/1° GCC).

Em 1985, foi promovida uma reformulação, inclusive com a mudança da denominação dos 1º e 2º ECAs. Passaram a ser Esquadrões de Co-municação e Controle, sendo que a missão de Controle e Alarme do 1° ECA, agora 1°/1° GCC, foi transferida para a Base Aérea de Santa Maria (BASM), onde foi criado o 4°/1° GCC - Esquadrão Mangrulho. Em seu acervo, o Radar MRCS 403 para realizar missão semelhante ao 2° ECA (2°/1° GCC).

2º ECA em missão

Um dos radares SRC da série 270, que guarneciam Pearl Harbor. Possuia a vantagem de ser móvel, sendo fabricados 794 aparelhos entre 1939 e 1944

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14 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Galeria dos E x -Comandantes

Major-AviadorFrancisco G.X. Alcantara9 Mar 1959 a 6 Mai 1961

Major-Aviador José de Magalhães

Rabiço Junior8 Jun 1964 a 1º Mar 1966

Major-AviadorJoel Rocio

28 Mar 1966 a 14 Jun 1966

Major-AviadorJaques da Silva Porto

14 Jun 1966 a 16 Jun 1967

Major-AviadorJoão de S. Rangel Filho

26 Jun 1972 a 3 Mar 1975

Major-Aviador Reinaldo Peixe Lima

27 Jan 1982 a 25 jan 1984

Major-AviadorLuiz Nogueira Galetto

25 Jan 1984 a 30 Jan 1986

Major-AviadorDomingos Pimpão Filho

30 Jan 1986 a 21 Jan 1988

Major-AviadorAilton dos Santos Pohlmann 21 Jan 1988 a 26 Jan 1990

Major-AviadorEnio Von Marées

7 Abr 1975 a 1º Dez 1977

Major-AviadorManoel W. G. Olmedo

1º Dez 1977 a 30 Jan 1980

Major-AviadorJose R. Spalding Correa

30 Jan 1980 a 27 Jan 1982

14 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Page 15: Revista Especial do 2º/1º GCC - Esquadrão Aranha

15JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Galeria dos E x -Comandantes

Major-AviadorRonald Boabaid Rego

26 Jan 1990 a 22 Jan 1992

Major-AviadorWagner Miggiorin

22 Jan 1992 a 26 Jan 1994

Major-AviadorJose Canelas

Guilherme da Silva26 Jan 1994 a 15 Jan 1996

Major-AviadorLucio Nei Rivera da Silva15 Jan 1996 a 30 Jan 1998

Major-AviadorJosé Alves Candez Neto

30 Jan 1998 a 18 Fev 1999

Major-AviadorAndré Luiz Maia Baruffaldi11 Jan 2006 a 30 Jan 2008

Major-AviadorRamiro Kirsch Pinheiro

30 Jan 2008 a 18 Dez 2009

Major-AviadorLuis Augusto Brusch Terres

18 Fev 1999 a 4 Jan 2002

Major-AviadorSylvio Rubens Naccaratto Jr.

4 Jan 2002 a 8 Fev 2004

Major-AviadorLuiz Augusto Esteves Kubrak

8 Fev 2004 a 11 Jan 2006

15JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

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16 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

“Nenhum homem será um grande líder se quizer fazer tudo sozinho, ou se quiser receber todo o crédito só para ele”

Page 17: Revista Especial do 2º/1º GCC - Esquadrão Aranha

17JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

“Nenhum homem será um grande líder se quizer fazer tudo sozinho, ou se quiser receber todo o crédito só para ele”ou se quiser receber todo o crédito só para ele”Andrew Carnegie

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18 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Hino e Heráldica do 2º ECALetra:Wilson Dantur

Música:Pedro Reinaldo Klein

Escudo Português, com duas faixas em verde e amarelo emoldurando-o e alargando-se na altura do Chefe, onde se transformam em duas faixas retas, que servem de fundo para a inscri-ção “FAB 2º ECA” em preto.

Em campo azul, um mapa do Brasil em pers-pectiva e cor amarela, coberto por uma teia de aranha que simboliza a rede de comunicações. Com vértice no sul do País em direção ao norte emanam oito linhas divergentes, simbolizando o feixe de ondas do radar.

A aranha, em negro, simboliza a capacidade do 2º ECA de estender sua rede em qualquer direção.

O Segundo Esquadrão de ControleTem noção de elevado valor.Sempre avisa e previne o perigoCom moral, com fibra e vigor.

A missão que a FAB nos confiaHaveremos sempre de cumprir,Demonstrando a nossa galhardiaCom bravura ao inimigo repelir.

Disciplina e coesãoÉ o lema do nosso Esquadrão.Trabalhar pela grandeza da FABÉ nossa sublime missão.

Na deteção de nossos radares,No controle de interceptação,Nos sinais de nosso alarme,Defendemos a grande Nação.

Sobre a pátria altaneiraTremula a nossa Bandeira,Sagrado pavilhão.Salve Força Aérea BrasileiraTu que és sempre a primeiraNa vigilância da Nação.

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19JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Dominando as terras e mares Desde Ícaro o homem pressenteÉ mister o controle dos aresNa missão de voar, permanente

Dos pampas da Pátria emergenteNosso grupo atento se lançaTal a aranha arguta e silenteA sua presa na teia alcança

(estribilho)Vetorar entre trevas ou luzQuer na paz ou na guerra o aviãoNosso lema de força traduzVigilância, trabalho e ação

Guarnecendo este céu cor de anilE cumprindo tão nobre missão

Sempre tendo o nome Brasil (bis)Expressão da maior vibração

(estribilho)Vetorar entre trevas ou luzQuer na paz ou na guerra o aviãoNosso lema de força traduzVigilância, trabalho e ação

Canção e Heráldica doCanção e HeráldicaCanção e Heráldica

2º/1º GCC

Escudo francês, com o Chefe em blau (azul ultramar), representando um dos vários tons dos metais dos equipamentos da Unidade, em função da prudência, abnegação e conhecimento que os mesmos exigem do homem para sua operação. Carrega, ainda, a sigla do 2º/1º GCC, em prata (branco), ladeada à Destra e à Sinistra por duas estrelas cadentes também em prata, represen-tando os dois antigos Esquadrões (1º e 2º ECA), de onde surgiu o atual Grupo.

Campo em blau (azul cerúleo), tendo à Destra, abaixo do Chefe, o Gládio Alado em jalne (ama-relo), símbolo da Força Aérea Brasileira. No franco sinistro aparece um Escopo - Radar em prata, sensor básico do Esquadrão, que possibilita a vigilância e a interceptação aérea. Sobreposto ao radar, aparece uma aranha em sable (preto), simbolizando a proficiência com que é realizada a missão básica do Esquadrão, ou seja, o con-trole aéreo, sempre cumprido com efetividade de estender uma teia capaz de aprisionar todos os insetos ao seu redor. Partindo do Contrachefe, em direção à Sinistra do Chefe, aparece à trajetória de uma aeronave, ambas em prata, dirigindo-se com precisão para destruir outra aeronave ini-miga em sable. A trajetória apresenta-se frisada em golpes (vermelho), significando este esmalte o espírito guerreiro do militar do 2º/1º GCC.

Contorna o escudo um Filete em jalne, desig-nativo do Comando de Oficial Superior da Força Aérea Brasileira.

Letra:Major-Aviador Luiz Nogueira GalettoPrimeiro Tenente Especialista em Comunicações Faustino Machado da SilvaPrimeiro Sargento Básico em Comunicações Cláudio José SeibelMúsica:Primeiro Sargento Músico Tiago Ribas

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20 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

É com este desafi o que nos deparamos quando cruzamos os olhos com o veterano MRCS-403, seus três shelters (TX, RX e Cooling) e sua antena imponente e robusta.

Suspensa no alto de sua torre, nos observa tal qual um grande rei no alto do seu castelo e, quando desce, ombreia – lado a lado - com seus técnicos, da mesma forma como aconteceu em São Joaquim (SC), na Operação Morro da Igreja. Atolados no barro, passamos frio, poucas horas de sono, mas cumprimos a missão.

O enigma do Radar

O primeiro contato com este formidável radar é algo que impressiona, põe o técnico a pensar e o chama para um desafio ao estilo enigma da esfinge: decifra-me ou te devoro

O enigma do RadarTridimensionalTransportável MRCS- 403

Segundo Sargento Básico em Eletrônica Vagner de Souza BOLDTEncarregado da Seção de Radiodeterminação do 2º/1º GCC

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21JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Em Laguna (SC), na Operação FAEX X, mais um chamado operacional, portou-se como um guri faceiro, pronto e ligeiro. Em Pelotas (RS), na Ope-ração Laçador, o teatro operacional solicitou que se portasse como um taura, a sentinela avançada no extremo sul do País.

Mostrou que está pronto para o combate, mas que os anos começaram a pesar. A vida é um eterno desafio ao qual nunca devemos ignorar ou fugir. Assim como a vida, o nosso velho radar nos propõe um desafio, quando encaramos suas 400 cartas espalhadas em seus cinco gabinetes dentro do RX.

Se fosse apenas isto, estaríamos bem encami-nhados em suas panes, mas temos ainda a nossa querida e única IU - pequeno gabinete que nos revela grandes surpresas.

E o que dizer do nosso prisma e tracking unit softwares, que - como uma criança pequena - re-quer um cuidado especial e paterno!? Mas isto é apenas um pedaço deste grande mundo chama-do MRCS-403.

Ao entrarmos no shelter TX, os 40 mil volts do transmissor assustam o mais precavido dos téc-nicos. De forma inexplicável, nos seduz e nos põe a divagar sobre o seu intrínseco e complexo fun-cionamento.

Quando subimos os degraus de sua torre, para acessar sua antena, descobrimos que dentro dela existe um mundo completamente estranho, seus defasadores a diodo (128) e a ferrite (32) junto com um emaranhado de guias de onda, nos re-mete ao tempo dos grandes exploradores, des-cobrindo novos mundos.

Como na vida, este desafio nos faz crescer, nos ensina e nos mostra a cada momento que o ines-perado está nos cercando e nos chamando para resolvê-lo. É o velho enigma “decifra-me ou te devoro”.

- Obrigado, velho companheiro, por ceder seus equipamentos para que possamos nos aperfeiço-ar e crescer como especialistas.

Page 22: Revista Especial do 2º/1º GCC - Esquadrão Aranha

22 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Inicialmente, os equipamentos utilizados destinavam-se às comunicações terra-avião e, esporadicamente, em algu-mas operações fazia-se necessário a comunicação com o centro de controle.

Com a chegada dos Sistemas de Radar Transportáveis, surgiram outras necessidades de comunicações, as quais até o ano de 2003 necessitavam, obrigatoriamente, de contratação junto às concessionárias locais e seus presta-dores de serviço, de canais dedicados de telecomunica-

ções (Linhas Privativas - LP) para poderem se conectar aos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) e/ou órgãos apoiados.

Só através das LP era possível o envio das informações radar e do enlace telefônico e, via de regra, limitado so-mente a uma linha ou ramal do CINDACTA. Esse sistema, portanto, era muito dispendioso, de difícil execução e pou-co efi ciente, pois implicava na contratação de uma pres-tadora de serviço civil, bem como haver a disponibilidade

Sistema de

Garantia da confiabilidade ao Sistema de Telecomunicações Militar e a aproximação com o estado da arte

TelecomunicaçõesMarathon

Desde a criação do Segundo Esquadrão de Controle e Alarme (2° ECA) até os dias atuais, a Seção de Telecomunicações do Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2°/1° GCC) vem apoiando as operações aéreas, fornecendo as comunicações necessárias ao bom desempenho destas

Por Suboficial Especialista em Eletrônica da Reserva Remunerada Ademir Jacó STARUCKAuxiliar da Seção de Telecomunicações

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23JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

de canais compatíveis e com a qualidade exigida na locali-dade da operação, coordenação esta que demandava algo em torno de 45 dias.

As operações aéreas ficavam cada vez mais complexas e exigiam maior utilização de meios de comunicação. Com a modernização do Shelter OPS-403, iniciou-se a utilização sistêmica de antenas transportáveis do Sistema Telesat, propiciando a desvinculação da Força da atuação de co-laboradores externos em atividades técnicas de interesse militar.

Porém, a demanda por canais de comunicações tornou-se cada vez maior, exigindo o aumento da capacidade para o tráfego de informações, dados e voz, sendo que as atuais antenas transportáveis não possuem tantos recursos técni-cos para apoiarem e atenderem plenamente as exigências das operações militares de médio e de grande porte, além de demandarem muito tempo para sua configuração.

A otimização da canalização disponível tornou-se indis-pensável e iminente, tangenciando a urgência. No segun-do semestre de 2007, durante as Operações COMDAEX e CHARRUA, realizadas na Região Sul do Brasil, foram em-pregados os equipamentos Multiplexadores Estatísticos – MUX, marca Marathon. Esses dispositivos permitiram o tráfego simultâneo de sinais provenientes de quatro esta-ções radar, de telefonia, de telecomando de estações de VHF e de UHF, além de garantir o acesso e a operação das redes Intraer e Internet, integrando-se à central de voz SITTI, instalada no Shelter OPS-403.

A redução do número de portadoras satelitais tornou-se significativa devido ao alcance da otimização da banda disponibilizada e pela capacidade de compressão (com-pactação) das informações propiciada por este equipa-mento.

Além da notável redução do número de portadoras necessárias para o enlace satelital, o ganho tecnológico e operacional é evidenciado na apreciação dos seguintes fatores agregados:

• o incremento substancial no número de linhas telefôni-cas possíveis de serem disponibilizadas;

• a capacidade de trafegar sinais de naturezas distintas, de dados e de voz, em um mesmo canal;

• a exigência de apenas um MODEM e de uma TIM em cada link utilizado na rede;

• a facilidade de configuração de todo o sistema, inclusi-ve remotamente;

• a possibilidade de customização do MUX para atender a demanda imposta e a característica técnico-operacio-nal de cada órgão apoiado.

Os ganhos advindos com a viabilização e o emprego dessa tecnologia são refletidos diretamente nos campos técnico e operacional, além da redução significativa no número de equipamentos, garantindo confiabilidade ao sistema de telecomunicações militar e o aproximando do estado da arte.

O emprego de equipamentos que processam estatistica-mente as informações propicia, ainda, um considerável e indiscutível ganho técnico para a implementação de uma infraestrutura necessária ao suporte às operações militares de vulto, além de uma racionalização no emprego dos re-cursos disponíveis.

A redução de custos, a confiabilidade, a disponibilidade e a qualidade demonstradas por esta solução é o grande diferencial perante o sistema vigente.

Atualmente, o equipamento MUX Marathon faz par-te integrante do sistema de telecomunicações do 2º/1º GCC, sendo utilizado de maneira permanente e conec-tando (através do Sistema Telesat) o shelter OPS-403 ao CINDACTA II.

A equipe de telecomunicações S4-4 está estudando a possibilidade deste equipamento se conectar atra-vés da Intraer ou mesmo pela Internet. Desta maneira, contribuirá para a correta, segura e eficaz condução de operações militares.

Mux Marathon instalado no CINDACTA II

Mux Marathon instalado e operando no Shelter Técnico do 2º/1º GCC

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24 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC24 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

No ano de 2006, após a revitalização do radar MRCS 403, na Itália, e a concretização do shelter OPS M do 2°/1° GCC, o Esquadrão Aranha reativou seu Centro Diretor Aerotático, possibilitando controlar, formar controladores e conduzir operações militares utilizando sinais radares da região para aumentar a capacidade de detecção.

Atualmente, a missão operacional mais importante do Esquadrão é a Campanha  BVR (Beyond Visual Range), realizada com o Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAv), com duração de cinco semanas.

Os treinamentos visam aprimorar técnicas de combate, utilizando armamento de última geração, como: mísseis ativos, semiativos e infravermelhos.

A missão é planejada de maneira que a parte ofensiva seja controlada através do shelter de controle OPS M do 2º/1º GCC e a parte defensiva através do Segundo Centro de Operações Militares (COpM 2).

No início de cada  missão, os controladores do Esquadrão Aranha  participam do briefing in loco, onde todas as táticas aplicadas são repassadas para o controlador utilizá-las durante o controle do voo.

Com o apoio do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC),  um equipamento de videoconferência é instalado para que os pilotos do 1º/14º  GAv passem, também,  todas as informações das táticas para os controladores do  COpM 2. 

Após o término do briefing,  os controladores ocupam os consoles e aguardam as decolagens das aeronaves para iniciar os combates nas áreas de instrução.

O Esquadrão oferece oportunidade  aos  demais Órgãos de Controle de Operações Militares, fins possibilitar  a oportunidade de treinar o seu efetivo operacional,  para  as  diversas operações  planejadas pelo Comando da Aeronáutica (COMAER).

Por Capitão-Aviador Rodrigo Caldeira MAGIOLIChefe da Seção de Operações do 2º/1º GCC

Campanha BVRCampanha BVRuma missão

importante

24 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

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25JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

A participação de nosso Esquadrão no Exercício Militar FAEX VI (em conjunto com a Segunda Força Aérea – FAeII), em outubro de 2004, foi um sucesso operacional, mas, no início, tinha tudo para dar errado. Dados os pontos de inte-resse da missão, e após uma exaustiva precursora, chega-mos à conclusão de que a localização estratégica de nosso radar de vigilância aérea transportável, o MARS-402, só poderia acontecer em apenas dois pontos do litoral cata-rinense. Um deles era um sítio isolado e próximo à cidade de Barra do Sul (SC) e o outro, na própria praia da referida cidade, como segunda e desesperada opção.

Um mês depois, chegamos à cidade em comboio sob uma intensa e prolongada chuva. E fi cou impossível de instalar o radar no sítio, pois este já se encontrava alagado, com o barro atolado até quase o joelho. Quase também não deu para instalar os equipamentos na praia, já que é extremamente difícil conseguir, em um ambiente areno-so e encharcado, um terreno que suportasse, sem ceder, o peso da antena do MARS-402.

Entre vários contratempos e restrições técnicas, conseguimos, com muito suor e dedicação, instalar o radar, as barracas de campanha, e os equipamentos

de comunicação, entre a praia e a rodovia costaneira.Todo esse imbróglio da montagem de nosso sítio des-

pertou muitos olhares curiosos e, rápido como um projétil defl agrado, logo surgiram histórias curiosas sobre a razão de estarmos ali. Mas, pensando um pouco a respeito, ha-via certo fundamento no pensamento da população local. Afi nal de contas, chegamos num dia chuvoso, na calada da noite, viemos em comboio e escoltados pela Polícia Rodo-viária Federal.

No primeiro dia de mobilização no local, ao cercarmos o perímetro, levantamos uma placa de trânsito que devia estar caída há tempos. Para a população, devia ser uma operação conjunta com a Polícia, com um radar móvel, a fi m de fi char todos aqueles que passassem acima da velo-cidade permitida.

Pelo sim, pelo não, durante todo o período que fi camos ali, ninguém ousou encarar o nosso “radar terrestre”. Ao avistarem de longe o radar, os motoristas já reduziam a ve-locidade. Dado este “aproveitamento de missão” inespera-do, entre muitas risadas, pensamos até em um slogan para o nosso radar: “MARS-402 – Intrépido vigilante dos céus e das estradas de nosso Brasil!”

Radar de

Na vida da caserna, muitas ações de manobras militares são executadas, tendo-se em vista a persecução de um dado objetivo principal e alguns secundários simultaneamente. No jargão militar, constitui-se o famoso “aproveitamento de missão”. Muitas vezes, alguns objetivos são alcançados de forma inusitada e outros, ainda, são totalmente inesperados.

vigilância aérea e “terrestre”

Por Segundo Sargento Básico em Eletrônica Wagner MOGERES de SouzaSeção de Radiodeterminação do 2º/1º GCC

Por Segundo Sargento Básico em Eletrônica Wagner MOGERES de SouzaSeção de Radiodeterminação do 2º/1º GCC

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26 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

O Esquadrão AranhaO Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC) está sediado na Base Aérea de Canoas (BACO), município do Rio Grande do Sul (RS)

Canoas é sinônimo de economia forte e de povo traba-lhador. A cidade, fundada em 1939, possui o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho. Vizinha da capital Por-to Alegre, a cidade é sede de grandes empresas nacionais e multinacionais, como a Refi naria Alberto Pasqualini (Refap), Springer Carrier e AGCO do Brasil, além de nomes fortes nos ramos de gás, metal-mecânico e elétrico.

A educação desponta como novo setor. A cidade tem a segunda maior rede de ensino do Estado do RS. São escolas públicas, particulares e três universidades.

É o município mais populoso da Região Metropolitana, com 323.827 habitantes (ano 2010), segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE) do RS.

Canoas é uma cidade estratégica por abrigar em seu ter-ritório a sede do Quinto Comando Aéreo Regional (COMAR V), o Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO) e a BACO.

A BACO foi criada em 21 de agosto de 1944 e está, estra-

tegicamente, localizada no sul do País, obedecendo às ne-cessidades da segurança nacional. Em pleno Estado Novo, a BACO se projetou no cenário nacional, quando recebeu a incumbência de concentrar todos os aviões P-40 da FAB, consagrando-se, assim, como o último reduto dos “Tigres Voadores”.

Com a missão de prover o competente apoio às Unidades Aéreas e Unidades de Aeronáutica que nela operam ou que nela estejam sediadas, a BACO conta com um efetivo de pessoal distribuído em esquadrões, com atribuições espe-cifi cadas em regimento interno. Fazem parte do complexo operacional em atividade na BACO, as seguintes Unidades Sediadas: Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Canoas (BINFAE-CO), Primeiro Esquadrão do Décimo Quar-to Grupo de Aviação (1º/14º GAv), o Quinto Esquadrão de Transporte Aéreo (5º ETA), o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canoas (DTCEA-CO) e o 2º/1º GCC.

Praça do AviãoBase Aérea de Canoas

26 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

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27JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC 27JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Após o término da II Guerra Mundial, a Força Aérea Brasileira viu-se diante da ne-cessidade de atualizar a condução das suas operações aerotáticas e de Defesa Aérea, em decorrência da nova invenção que re-volucionava a aviação militar: o radar.

Com base na experiência de forças aére-as estrangeiras que utilizavam esse equi-pamento, foram ativados os Esquadrões de Controle e Alarme. Criado em 20 de no-vembro de 1956, o Segundo Esquadrão de Controle e Alarme (2º ECA) iniciou suas ati-vidades em 1º de dezembro desse mesmo ano, como uma unidade básica de controle de operações de defesa aérea e de contro-le aerotático.

Sediado na BACO e subordinado opera-cionalmente ao Comando Aerotático, o 2º ECA tinha como missão apoiar as ativida-des dos Gloster Meteor F-8 e dos TF-7 ope-rados pelo 1º/14º GAv.

Bem vindo ao Esquadrão Aranha

Interior Sede Administrativa

Capão das Guajuviras

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28 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC28 JUBILEU DE AMETISTA - 2º/1º GCC

Churrasco do Costelão - sob os comandos do Sargento Boldt

Obliteração Selo Comemorativo 55 anos

Autoridades presentes no Churrasco do Costelão

Obliteração Selo Comemorativo 55 anos

Desde o início de suas atividades, o 2º ECA teve como uma de suas características prin-cipais a mobilidade. Com seus equipamen-tos de comunicações, barracas, geradores e viaturas, o Esquadrão cumpria, a qualquer hora e de qualquer lugar, a sua missão de controle aéreo e alarme antecipado.

Com a criação do 1º Grupo de Comunica-ções e Controle (1º GCC) em 8 de junho de 1982, o 2º ECA passou a subordinação da-quele Grupo e, em 11 de setembro de 1985, passou a denominar-se 2º/1º GCC, com a missão de instalar, operar e manter os equi-pamentos aerotransportáveis de controle e alarme aerotático, apoiando às unidades aé-reas e antiaéreas na missão de vigilância do espaço aéreo.

Atualmente os equipamentos aerotrans-portáveis: radar tridimensional, equipamen-tos de comunicações, consoles de visualiza-ção, sistema de tratamento de dados e radar

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Construção da Cancha de Bocha

Reconstrução do galpão das Guajuviras

Laboratório de idiomas

de baixa cobertura, garantem ao Sistema de Controle Aerotático e ao Esquadrão Aranha, maior efi cácia no controle aéreo e alarme antecipado, proporcionando às unidades apoia-das um crescente potencial opera-cional e permitindo, inclusive, que elas operem em diferentes cenários táticos ou dentro de um Teatro de Operações com a máxima efi cácia e segurança.

Recentemente, o sítio do 2º/1º GCC passou por mudanças estruturais signifi cativas. Foi construído o novo prédio da guarda, com instalações modernas e adequadas para prover a necessária segurança aos equipa-

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Salão Histórico

Campanha BVR

Galeria das Taças Aranhas

Campanha BVR

Salão Histórico

Galeria das Taças Aranhas

mentos e pessoal. O prédio adminis-trativo, totalmente reformado, conta com uma nova sala de estar, salão histórico, laboratório de idiomas e seções reformadas. No CPD foi cons-truído um piso suspenso e conta com climatização adequada para os servi-dores. O prédio técnico foi reestrutu-rado e a garagem recebeu piso novo, cobertura e equipamentos. Também sofreram reformas o prédio do supri-mento, os banheiros, os vestiários e a área de lazer (Capão das Guajuvi-ras). Tais implementos contribuem na melhoria da qualidade de vida no trabalho e refl etem na excelência do cumprimento da missão atribuída ao Esquadrão Aranha.

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Manutenção e reparos na KF

Instrução de operação do Munk

Presidente Dilma Roussef fazendo a imposição da OMA

Formatura de 54 anos

Laboratório de Eletrônica

Comandante do 1ºGCC prestigiando a entrega da OMA

Manutenção e reparos na KF

Formatura de 54 anos

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