revista espaço cidadão # 03

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Santo Antônio da Platina - PR – ano I – nº 3 – Janeiro de 2008 Revista de circulação trimestral VENDA PROIBIDA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA A Família na Era da Comunicação Global RESPONSABILIDADE SOCIAL Se quisermos melhorar nosso ambiente, precisamos mudar o modo como organizamos nossas prioridades RECICLE. SEPARE O PAPEL CORRETAMENTE. EDUCAÇÃO Quanto mais cedo a questão ambiental for abordada com as crianças, maiores as chances de despertar a consciência pela preservação A tecnologia está permitindo que tenhamos acesso à comunicação num estágio nunca imaginado. Como isso influencia a convivência familiar?

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Revista Espaço Cidadão. A revista com conteúdo sério e transparente

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Page 1: Revista Espaço Cidadão # 03

Santo Antônio da Platina - PR – ano I – nº 3 – Janeiro de 2008

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A Família na Era daComunicação Global

Responsabilidade socialSe quisermos melhorar nosso ambiente, precisamos mudar o modo como organizamos nossas prioridades

Recicle. SepaRe o papel coRRetamente.

educaçãoQuanto mais cedoa questão ambiental for abordada com as crianças, maiores as chances de despertar a consciência pela preservação

a tecnologia está permitindo que

tenhamos acesso à comunicação

num estágio nunca imaginado.

como isso influencia a convivência

familiar?

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Estas são as empresas parceiras do Copadesc e do Credinorte que contribuíram para que chegássemos mais perto do objetivo de melhorar a

qualidade de vida do nosso próximo e do nosso meio ambiente.Obrigado pela oportunidade de ter vocês como empresas parceiras dos nossos projetos

Nossos mais sinceros agradecimentos aos colaboradores, voluntários e às empresas que não mediram esforços para juntos alcançarmos esta parte importante do Projeto Espaço

Cidadão, criando condição de realizar muitas atividades no decorrer de 2007 e 2008.

2000 Veículos – A c ImóVeIs & cobrAnçAs – ÁgIle equIpAmentos odontológIcos – AlIne lImA mAlhArIA – Angus cAsA de cArnes – AndréIA tecIdos – ArAmon ArtIgos relIgIosos – Auto peçAs beIrA rIo – Auto peçAs 2l – Auto peçAs JóIA – Auto peçAs ZAnIn – bellAdonA FórmulAs – bIoAnÁlIse lAborAtórIo – boberg ImobIlIÁrIA – bordIgnon mAterIAIs de construção – boy lAnches – cAFeZão – cArpAthyA consultorIA & AssessorIA – cAsA de tIntAs sAntos – cAsA do doce – cAsA FogAçA – cAsA são FernAndes – chAmArIZ modAs – cheIro Verde – clInImed – cIA do sorrIso drA. VeruschkA boss VIeIrA – clínIcA de olhos sAntA rItA de cÁssIA – coFermAq – commA – contAto´s despAchAnte – cores pAInéIs publIcItÁrIos – cosmétIcos cArVAlho – denorpI – dJ noVIdAdes – dIAgson – dIscAluZ cAsA de cArnes – dr. Augusto FoggIAto – dr. clAudIneI de olIVeIrA – dr. Jorge gArrIdo – dr. mArcelo s. mAchAdo – dr. mArIo Alberto hArtog pombo – dr. mÁrIo gândArA AdVocAcIA – drA. AnA clÁudIA mendes dutrA Frose – empresA prIncesA do norte – extInpel – gÁs 2 Irmãos – gAsosA pArAnAense – gesso prolAr – gIselle presentes – gleIde presentes – grÁFIcA AltIZAnI – FAnorpI – FArmAcem – FArmAcentro – FArmÁcIA sAntA tereZInhA – FAtor humAno – FAZendA sAntA clArA – Forest brAZIl – FotolAser grÁFIcA & edItorA – hrs bAIão – hotel kAnôA – Ielrys conFecção e IndústrIA – ImobIlIÁrIA pIoneIrA – ImobIlIÁrIA portAl do sol – Import seguros – IpIrAngA cAlçAdos – JAIme F. mendes ArquIteturA – JAVé nessI lIVrArIA e conFecções – Jl dIesel – lAborAtórIo drA. glAIr – lA VIe en rose – luIZA VIllAge hotel – lumI cosmétIcos – mAlhArIA duAs nAções – purA mAnhA – mAq new – mh consultorIA empresArIAl – moleJão truck center – móVeIs AdelIno – nêgo bAterIAs e escApAmentos – on–lIne InFormÁtIcA – óptIcA plAtInense – óptIcA são José – ourIcAr cheVrolet – pAnIFIcAdorA e conFeItArIA sAntA tereZInhA – pAnIFIcAdorA FreepAn – pedrão buFFet grIll – pApelArIA AquArelA – pApelArIA noVo mundo – pArAíso do bebê – people school – pIlotte pneus – pIZZArIA bAyukA – plAt-med – plAtIAço – plAtIFerro – plAtIpIso – plAtturbo – preFerencIAl centro de FormAção de condutores – regIstro de ImóVeIs – rope yAmAhA – sAmp FIAt – schmIdt hondA – sIstemA FIep de bAndeIrAntes e sAnto AntônIo dA plAtInA – sp InFormÁtIcA – supermercAdos AVenIdA – supermercAdo bom preço – tArFIl – terApêutIcA orAl – toldos plAtInA – Vp – VIdrAçArIA plAtInense

Page 3: Revista Espaço Cidadão # 03

3www.copadesc.org.br Janeiro de 2008 ESPAço CIdAdão

queles que vêem televisão, ouvem rádio, lêem jornais e revistas, sentem, entristecidos, que a pátria está enferma. as suas enfermidades são conhecidas

do povo brasileiro, como são conhecidos tam-bém os remédios para a sua cura. Mas, por paradoxal que pareça, embora os remédios sejam conhecidos, os que deviam usá-los em benefício do país, por conveniência ou falta de coragem se recusam, deixando que as enfermidades cresçam e se agravem, pro-vocando a descrença, a agonia e o desespero da população brasileira.

as mazelas que provocam a debilidade das nossas estruturas econômica, sociais, políticas, educacionais etc., não passam despercebidas nem ao mais humilde cida-dão, que manifesta nas rodas populares, nas conversas cotidianas a sua apreensão e o seu desencanto pelo comportamento dos homens que governam o nosso país. não é necessária muita argúcia nem muito talento para cons-tatar as nossas enfermidades. basta que se olhe, por exemplo, a criança abandonada, o miserável que procura alimento na lata de lixo, o que estende a mão à caridade alheia, o que vive debaixo da ponte, no barraco, no cortiço, o que dorme na calçada, o dependen-te do INSS, que passa a noite na fila mendi-gando uma receita médica. Que se olhem os assaltos, as chacinas etc. acrescentem-se ainda as grandes mazelas do desemprego, do salário mínimo miserável e humilhante,

da carência de moradia, educação, saúde, do analfabetismo e, por fim, as repugnantes e condenáveis trapaças do protecionismo político, que tantos males provoca e tanto envergonha a sociedade.

diga-se que, não obstante a grande lição e exemplo contemplados no resultado das últimas eleições, com raríssimas exceções os eleitos continuam comportando-se com total desprezo e indiferença ante tantas e indese-jáveis enfermidades. pelo que se observa, não se sensibilizaram. antes, pelo contrário. Teimam em perpetuar a prática de certas patifarias já tão conhecidas e odiadas pela opi-nião popular, menosprezando a grande lição da democracia, mentindo ao povo, usando e abusando da falsa modéstia, desrespeitando as promessas, fazendo uso do egoísmo e da avareza. continuam a omitir-se na luta pelos humildes, pela erradicação da fome e da misé-ria, a usar a mesma arrogância e prepotência, abandonando os carentes, desprezando os pobres e os amigos. continuam a esquecer a mão operária que ara a terra, que forja o aço, que tece o pano, que fabrica o pão. continu-am a imaginar que só eles têm direito a ler jornal e revista, ouvir rádio e televisão. Que só eles têm direito à riqueza, à segurança, ao salário polpudo e escandaloso, às belezas da pátria. continuam esquecendo-se que devem respeitar não somente a mão da luva e o corpo perfumado, mas muito mais, a mão do calo e o odor do trabalho. Teimam em desrespeitar

o voto livre da democracia, da liberdade, da soberania do cidadão brasileiro. Teimam em ignorar que enquanto eles se deleitam na mesa luxuosa e abundante, há alguém, como já afirmei, removendo o lixo do latão em busca de alguma coisa que lhe mate a fome.

Fiz, numa oportunidade, uma entrevista a uma rádio, algumas manifestações de ad-vertência para a responsabilidade dos novos eleitos, repetindo-as agora de forma expressa que se cuidem os falsos governantes, os desonestos, os corruptos, os mentirosos, os malversadores dos recursos públicos finan-ceiros, gerados pelo suor e sacrifício dos bons brasileiros. Que reflitam sobre os seus procedimentos e seus conceitos políticos. o povo está atento e não perdoará. aqueles que dilapidarem o nosso dinheiro e as nossas riquezas, terão um dia, certamente que prestar contas de seus abusos. o povo espera que se instale definitivamente na nossa Pátria a moral e a decência. Temos fé que aqueles que escondem com a aparência de mansos, mazelas e maldades da alma, sejam logo identificados e definitivamente condenados ao repúdio popular. Este é um sábio e eficaz remédio para eliminar as enfermidades da pátria.

Jorge da silva PimentaExtraído do livro

Retrato de um Emigrante

espaço do cidadão

aenfermidades da pátria

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ESPAço CIdAdão Janeiro de 2008 www.copadesc.org.br4

espaço dos 3 podeRes

artigo 2º do código Florestal tem como finalidade precípua proteger a cobertura vegetal. Elenca expressamente a floresta de preservação permanente como aquelas situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água.

Nesse sentido correto afirmar que tais florestas não podem ser manejadas de forma a sofrerem cor-tes rasos. E como umas das finalidades é a proteção do solo dos processos erosivos, a preservação da fauna e dea flora, apesar de que esta área não tem finalidade econômica, é o melhor investimento àquele que visa garantir, através da preservação des-tas, o bem estar da população, num sentido amplo.

Toda ação contrária ao solo modifica sua estrutura e perde as propriedades físico-químicas capazes de garantir a retenção de água. a vegeta-ção existente ao longo dos rios funciona como um obstáculo natural ao escoamento das águas, que ficam retidas e são absorvidas, em grande parte, pela mata, evitando que uma quantidade exagerada de partículas sólidas sejam arrastadas e depositadas no leito dos rios.

além de evitar o assoreamento do leito dos rios, a mata ciliar consiste num ecossistema peculiar que abriga uma diversidade florística e faunística de vi-tal importância para o equilíbrio de toda uma região.

além de proteger indiretamente a fauna aquática, posto evitar o transporte de resíduos de agrotóxicos, o que, na ausência da mata ciliar, são arrastados para os rios ocasionando, não raras vezes, a morte de peixes em função da poluição que provoca.

os efeitos catastróficos, provocados pela supressão da mata ciliar, não se restringem aos limites geográficos da área em que está localizado o dano, vindo a atingir dimensões regionais e quiçá supranacionais.

em decorrência da característica de alta ferti-lidade natural do solo paranaense, as terras foram, a partir dos anos 50, desbravadas rapidamente. Tal processo culminou na prática monoculturista que ao longo dos anos acabou por provocar o fenômeno da degradação ambiental, que em termos de redução da cobertura florestal, erosão, baixa no índice de fertilidade do solo, comprometeu seriamente os níveis de disponibilidade hídrica e qualidade das águas de superfície.

as florestas de preservação permanente exis-tentes ao longo dos rios, assim consideradas pelo único efeito do que dispõe o código Florestal de-vem existir obrigatoriamente nos locais indicados, no presente caso ao longo dos rios, sendo que o poder público não pode permitir sua destruição.

Ademais, pode-se afirmar que, estamos diante

mata ciliar ereserva legal

oa prática monoculturista, nas terras paranaenses, a partir dos anos 50, com o rápido desbravamento, acabou por provocar a degradação ambiental, que em termos de redução da cobertura florestal, erosão, baixa no índice de fertilidade do solo, comprometeu seriamente os níveis de disponibilidade hídrica e qualidade das águas de superfície.

fundamentose importância

Page 5: Revista Espaço Cidadão # 03

5www.copadesc.org.br Janeiro de 2008 ESPAço CIdAdão

do ônus real, ou seja, obrigação que limita a fruição e a disposição da propriedade. Repre-senta direito sobre coisa alheia e prevalece erga omnes.

no ônus real, o titular da coisa responde pelo cumprimento de obrigações constituídas antes da aquisição do seu direito.

constitui, assim, uma obrigação inerente, que adere à ela, que a segue, como a sombra persegue o corpo.

É uma obrigação que acompanha a coisa, como um peso (ônus) que recai sobre seu valor ativo, conforme a lei Federal nº 4.771/65.

por sua vez o artigo 44, inciso i, da lei Federal 4.771/65 (Vide Medida provisória nº 2166-67, de 24 de agosto de 2001), assim dispõe:

“Art. 44. O proprietário ou possuidor de imóvel rural com área de floresta nativa, na-tural, primitiva ou regenerada ou outra forma de vegetação nativa em extensão inferior ao estabelecido nos incisos I, II, III e IV do art. 16, ressalvado o disposto nos seus §§ 5º e 6º, deve adotar as seguintes alternativas, isoladas ou conjuntamente:

I – recompor a reserva legal de sua pro-priedade mediante o plantio, a cada 3 (três) anos, de no mínimo 1/10 (um décimo) da área total necessária à sua complementação, com espécies nativas, de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ambiental estadual competente.”

Ressalta-se que dano ambiental é de caráter permanente e, portanto, deve ser reparado o mais depressa possível. Afinal, se assim não ocorrer, seus efeitos poderão ser sentidos muito tempo depois por toda a sociedade, podendo inclusive atingir proporções municipais, esta-duais, federais e, quiçá, internacionais.

notório que o uso indiscriminado dos re-cursos naturais provocam seqüelas que inexo-ravelmente vêm a se manifestar. a inexistência da área de reserva legal bem como a supressão da mata ciliar implica numa série considerável de danos ambientais, dentre os quais podemos elencar, a priori:

a) FaVoReciMenTo de pRocessos eRosiVos, causando seu assoReaMen-To, o que compromete a sustentação do leito do rio e facilita a ocorrência de inundações,

já que ausente a vegetação responsável pelo equilíbrio hídrico da região:

b) desTRuição da Fauna, o que afeta de forma radical espécies silvestres, entre outras.

a perda, em termos ambientais, mormente no que diz respeito à biodiversidade, é muitís-simo superior a eventuais ganhos econômicos que a exploração de área de reserva legal e de preservação permanente possam acarretar. o quadro é do clássico confronto entre o interesse econômico particular e o interesse público e coletivo na preservação ambiental.

o desenvolvimento de qualquer atividade que possa ser fonte de maiores lesões am-bientais em área de preservação permanente deve ser objeto do mais rigoroso estudo, e sua recuperação é de incomensurável impor-tância, posto que seus efeitos atingem toda a coletividade.

impedir a regeneração da floresta de preservação permanente nativa é fazer com que, no decorrer do tempo, extinguam-se as vegetações de proteção permanente e restem apenas as florestas plantadas.

Tendo em vista a dificuldade de reparação dos danos ambietais, a questão ambiental recebeu novo reforço no país com a edição da lei Federal nº 9605/98, que trata dos crimes ambientais, dedicando capítulo aos crimes contra a flora. Entre eles destacamos:

“Artigo 38 – Destruir ou danificar flores-ta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:

“Artigo 48 – Impedir ou dificultar a rege-narção natural de florestas e demais formas de vegetação.

“Artigo 50 – Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas protetoras de mangues, objeto de especial preservação.”

com o escopo de minimizar os danos decorrentes da destruição das matas ciliares, o estado do paraná vem desenvolvendo um programa pioneiro de recuperação de áreas de mananciais de abastecimento público, visando a melhoria da qualidade da água servida à po-pulação. para o Ministério público, não bastava apenas a recuperação dos rios utilizados como

mananciais para abastecimento público e sim, conjuntamente, promover o replantio das matas ciliares e de reserva florestal legal degradadas em nosso estado.

o Ministério público, entendendo a neces-sidade de não ingressar apenas ações indviduais contra eventuais agressores ao meio ambiente, passou, então, a promover reuniões conjuntas com os funcionários públicos encarregados destes programas, a secretaria de agricultura, a secretaria de Meio ambiente e prefeituras Municipais, com o fim de prestarem os es-clarecimentos necessários aos agricultores da importância dessas áreas, da preservação dos recursos hídricos e a melhoria da qualidade dos recursos naturais em geral.

sensibilizados, os agricultores aderiram aos termos de compromisso, ou acordos com o Ministério público, comprometendo-se a recuperar essas áreas, em prazos bem peque-nos, com início imediato, e execução final em quatro ou cinco anos, dependendo da extensão das propriedades.

uma das modalidades aceitas é a de aban-dono das áreas visando a regeneração natural, com acompanhamento do órgão ambiental, e, se necessário, o reflorestamento. Fato consu-mado em alguns rios é o aumento de vazão e a melhoria da qualidade da água.

Pode-se afirmar que a atuação do Ministé-rio público vem sendo bastante elogiada e vem, juntamente com os demais órgãos do estado, colaborando para a recuperação dessas áreas, contribuindo para a melhoria da qualidade dos recursos hídricos e a conscientização da comunidade para a preservação desses locais, sem que se precise, necessariamente, recorrer à via judicial para a consecução desses objetivos.

Diante de tudo o que foi exposto, fica claro que a preservação das matas ciliares, bem como o respeito à reserva florestal legal são medidas imprescindíveis para a manutenção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Versão resumida do Texto original MATA CILIAR E RESERVA LEGAL - FUNdAMENToS E IMPoRTÂNCIA.Leia o texto completo no nosso site:www.copadesc.org.br

Dr. saint-Clair Honorato santosProcurador de Justiça

Page 6: Revista Espaço Cidadão # 03

Índice

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espaçocidadãorevista

PRoDução:

CoPaDEsC - Consórcio para Proteção e desenvolvimento Sustentável e Sociocultural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas CNPJ 05.947.410/0001-68

CREDiNoRtE - Sociedade de Microcrédito, Pesquisa, Empreendedorismo e desenvolvimento Sustentável do Norte PioneiroCNPJ 06.145.187/0001-06

PRoJEto GRÁFiCo E DiaGRaMação:Alessandro Mendes dutra, João Geraldo Frose

CoNsELHos:CoPAdESC - Alessandro Mendes dutra, Ieda Maria da Veiga Franco Reis, João Geraldo Frose, Maria das Graças Ferreira de Campos Zurlo, Tarcísio BoikoCREdINoRTE - João Geraldo Frose

Jornalista Responsável:Kátia Kertzman MTb nº 2247/09/27 PR

CoNtato: (43) [email protected]@copadesc.org.brwww.copadesc.org.br

6 ESPAço CIdAdão Janeiro de 2008

04 espaço dos 3 poderes Procurador de Justiça Dr. Saint-Clair Honorato Santos aborda sobre o tema polêmico: mata ciliar

10 meio ambiente Quando o capital sobrepõe em importância à sobrevivência humana

13 SaúdeResultado de uma sobrecarga constante e ininterrupta na rotina diária, o estresse é o grande vilão da vida moderna

16 cidadaniaConsiderando-se que a cidadania é uma questão de postura para toda a sociedade, qual é o papel do cristianismo no Brasil?

18 legislaçãoO planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito

21 adolescentes iAdolescência e o Ato Infracional, responsabilidade do Estado e da sociedade?

24 adolescentes iiOs filhos só querem um pai para conviver, dialogar, brincar, mas em vez disso, é quase preciso marcar hora

26 Família iEm todas as famílias, independentemente da sociedade, cada membro ocupa determinada posição ou tem determinado estatuto, como por exemplo, marido, mulher, filho ou irmão, sendo orientados por papéis

28 Família ii Mesmo sabendo que os valores modernos desestruturam muitas famí-lias, Deus tem um projeto que possibilita uma estabilidade familiar

30 meio ambiente Educar crianças é infinitamente mais fácil que educar adultos, mas a melhor forma de educação é aquela que acontece pelo exemplo

33 Responsabilidade SocialAborda o tema de concertando o homem concerta-se o mundo

36 crianças Programa - Buscando A Excelência no Ensino na visão do Projeto Espaço Cidadão

38 inclusão SocialAborda o Projeto Liberdade Assistida e Prestação de Serviços para a comunidade de Santo Antônio da Platina

39 instituições Apresenta a Entidade Provopar e suas ações

41 esporteO discurso de que o esporte pode incluir os excluídos tem uma forte conotação ideológica por trás

j a n e i R o / 2 008

Page 7: Revista Espaço Cidadão # 03

7www.copadesc.org.br Janeiro de 2008 ESPAço CIdAdão

minha Sagabacia HidRogRáFica

7

uando seus ancestrais começaram povoar esta região, eu já tinha perdido na linha do tempo a noção de idade.

e fui recebendo a todos com muito ca-rinho, sem distinção de raça, cor, credo ou posição social.

saciei a sede e a fome de muitos que chegavam cheios de esperança na conquista de uma vida melhor.

Quantos sonhos!... Quando a ferrovia chegou, foi uma

festa só!Havia gente capaz de cavalgar um dia

inteiro, só pra ver de perto como era esse “tal de trem”.

e o progresso acontecia!... chegavam famílias de outros estados

e, até países! e iam criando raízes por aqui! eu gostava de ver o entusiasmo daquele

povo! Hoje, depois de tantos anos daquele tem-

po em que eu era formoso e forte, continuo dando o máximo de mim, sem nunca esmo-recer ou demonstrar má vontade. contudo, a ignorância tem me atingido de tal forma

que já não é somente a minha beleza que está comprometida. estou correndo risco de vida mesmo!

Muitos companheiros que sempre vive-ram a meu lado, estão desaparecendo sem que eu possa fazer nada! isso, além de muito triste, ainda me enfraquece mais!

Fico estarrecido, vendo pessoas que mesmo dependendo de mim para seu lazer e sobrevivência, agem como tolos, não ven-do que causando a minha morte, morrerão comigo!

Mas, ainda tenho esperança! e ela resi-de naqueles que têm consciência da minha importância e lutam para manter-me vivo.

Tenho, sobretudo, a esperança de que consigam sensibilizar a comunidade e, que esta por sua vez cobre das autoridades com-petentes, ações concretas e positivas para que as leis criadas para minha defesa, não sejam letras mortas!

Quem sou?...Ora, é fácil identificar-me! Meu registro

de nascimento é de siqueira campos onde, de uma forma um tanto tímida, começo minhas atividades. atuo também nos mu-

nicípios de Quatiguá, Joaquim Távora, carlópolis, santo antônio da platina, Ja-carezinho, cujo nome me agrada, e termino meu trabalho quando entrego o serviço ao meu irmão maior, o Rio das cinzas, lá no município da barra do Jacaré, cujo nome é uma homenagem.

como já percebeu, eu sou o Rio Jacaré.espero que você integre o grupo dos

esclarecidos na luta pela recuperação e preservação da minha mata ciliar e das dos meus afluentes.

conto com você para evitar que conti-nuem jogando lixo e esgoto no meu leito!

conto com você para vencer o assorea-mento que poderá matar-me de vez!

conto com você para proteger minha fauna!

conto com você, especialmente para que um dia seus netos possam desfrutar-me como seus ancestrais o fizeram no passado!

conto com você!

Colaborou: Lázaro alves

um grito de socorro por aquele que é um personagem importante na memória e no cotidiano de todos os cidadãos deste rincão paranaense

Q

Page 8: Revista Espaço Cidadão # 03

no caMinHo

8 ESPAço CIdAdão Janeiro de 2008 www.copadesc.org.br

Algumas razões para preservar as Matas Ciliares:• Reter/filtrar resíduos de agroquímicos evitando a

poluição dos cursos d’água;• proteger contra o assoreamento dos rios e evitar

enchentes;• Formar corredores para as biodiversidades ciliares;• conservar o solo;• auxiliar no controle biológico das pragas;• equilibrar o clima;• Melhorar a qualidade do ar, água e solo;• Manter a harmonia da paisagem;• Melhorar a qualidade de vida.

O que acontece se o rio não estiver protegida com a mata ciliar.• perda de qualidade da água;• erosão e perda de nutrientes do solo;• aumento de pragas das lavouras;• assoreamento dos rios e enchentes;• alterações e desequilíbrios climáticos (chuva e au-

mento da temperatura);• Redução da atividade pesqueira.

Encontramos ainda na Mata Ciliar:• Flores• grama• pequenos insetos• Répteis• Mamíferos• e muitos mais.

A importância da mata ciliarMata ciliar é a formação vegetal localizada nas

margens dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes. Também é conhecida como mata de galeria, mata de várzea, vegetação ou floresta ripária. Considerada pelo código Florestal Federal, lei Federal nº 4.771/65, como “área de preservação permanente”, com diversas funções ambientais, devendo respeitar uma extensão específica de acordo com a largura do rio, lago, represa ou nascente.

a ausência da mata ciliar faz com que a água da chuva escoe sobre a superfície, não permitindo sua infiltração e armazenamento no lençol freático. Com isso, reduzem-se as nascentes, os córregos, os rios e os riachos.

Erosão e Assoreamentoa mata ciliar é uma proteção natural contra o as-

soreamento. sem ela, a erosão das margens leva terra para dentro do rio, tornando-o barrento e dificultando a entrada da luz solar.

Pragas na lavouraa ausência ou a redução da mata ciliar pode pro-

vocar o aparecimento de pragas e doenças na lavoura e outros prejuízos econômicos às propriedades rurais.

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Page 9: Revista Espaço Cidadão # 03

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ItambaracáAndirá

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JacarezinhoBandeirantes

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Guapirama

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Jaguariaíva

VentaniaSengês

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Piraí do Sul

Quatiguá

Carlópolis

Santa RibeirãoAmélia

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HISTÓRIAo município de Jacarezinho faz parte da

amunorpi - associação dos Municípios do norte pioneiro.

as primeiras tentativas de coloniza-ção conhecidas datam do século passado. constitui-se um dos primeiros pólos de desenvolvimento agrícola do estado, e sua colonização foi realizada por fluminenses, paulistas e mineiros.

a riqueza maior provém, até hoje, do setor agropecuário. no início, a era do café. posteriormente, houve a substituição do café pelas lavouras de cana-de-açúcar e pastagens. novos produtos com cotação no mercado externo e interno como a soja, o algodão e o trigo vieram a partir da década de 70.

criado através da lei n°522, de 02 de abril de 1900, recebeu inicialmente o nome de nova alcântara.

em 03 de março de 1903, através da lei n°471, recebeu o nome de Jacarezinho.

DADOS GERAIS

GEOPOlíTICA:possui uma área de 602,526 km² repre-

sentando 0,3023 % do estado, 0,1069 % da região e 0,0071 % de todo o território brasileiro.

localiza-se a uma latitude 23°09’39” sul e a uma longitude 49°58’08” oeste, estando a uma altitude de 435 m. sua po-pulação estimada em 2005 era de 38.853 habitantes.

possue clima subtropical Úmido Meso-térmico, verões quentes com tendência de concentração das chuvas (temperatura média superior a 22° c), invernos com geadas pou-co freqüentes (temperatura média inferior a 18° C), sem estação seca definida.

DISTânCIAS:capital: 392 kmporto de paranaguá: 483 kmaeroporto mais próximo: 153 km(londrina)

DEMOGRAfIA dados do censo – 2000 População Total: 39.625urbana: 33.515 Rural: 6.110 Homens: 19.490 Mulheres: 20.135

EnSInO PúblICOFundamental: 7.148 matrículasMédio: 1.812 matrículas

EnSInO PARTICulARFundamental: 320 matrículasMédio: 152 matrículas

ECOnOMIA

InDICADORESÍndice de desenvolvimento Humano • (idH-M): 0,782• idH-M Renda: 0,716 • idH-M longevidade: 0,759 • idH-M educação: 0,872

SETOR

nº Total de Estabeleci-mentos no Município

Participa-ção % emrelação à

associação

Indústria 81 0,09

Comércio Varejista

463 0,11

Comércio Atacadista

30 0,09

Serviços 109 0,13

cidades & Região

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Quando o capitalsobrepõe em importância a sobrevivência humana

Do protocolo de Kyoto de 1992 ao documento final da conferência de bali, agora, 15 anos se passaram emuito foi esclarecido e discutido. e neste período

nunca antes se lançou tanto co2 na atmosfera.

t eMpeRaTuRas aTingindo exTReMos nunca vistos pelo homem contemporâneo. chuvas torrenciais. Ventos impetuosos que arrasam países inteiros e inundações dilu-vianas. cotidiano doloroso, porém real. e, segundo pesqui-sas, se nada for feito tragédias ainda maiores ocorrerão nas

próximas décadas.o aquecimento global esta se tornando real não apenas

para os pólos e geleiras, mas também para o cidadão comum de grandes centros urbanos. a temperatura cai, a temperatura sobe. chove. Frio intenso, sol escaldante. Tudo isso em semanas. nada de estação do ano. esses limites, de acordo com estudo de especialistas, já foram transpostos como conseqüência da emis-são excessiva de carbono (dióxido de carbono) para a atmosfera.

soluções para combater o aquecimento global são fáceis! impedir essa liberação de co2 para a atmosfera e pronto!! Mas por que não fazem isso? o que nós, adultos, estamos fazendo com o mundo em que vivemos, será que não estamos pensando no futuro das nossas proles? e que esse aquecimento global pode dificultar a sobrevivência de toda a raça humana e que inclusive nossos empregos podem ser afetados?

estudos indicam que os países em desenvolvimento, como o Brasil, e outros onde a explosão demográfica é alta, como a Índia e china, serão os maiores prejudicados.

Meio aMbienTe

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o aumento da concentração de gases de efeito estufa (com maior importância para o dióxido de carbono) vem se mostrando o causador do aquecimento global, desde que o ser humano passou a queimar intensivamente os combustíveis fósseis que estavam estocados abaixo da crosta terrestre.

Mesmo com as dúvidas que ainda pousem sobre o rigor cientí-fico em provar a relação entre as ações antrópicas e o aquecimento global, os modelos matemáticos têm comprovado esta relação dia após dia.

Então, se ações do homem influenciam o aquecimento global e se o protocolo de Kyoto de 1992 falhou em resolver isto, o que os países estão negociando? na verdade, a lógica de negociações internacionais nem sempre caminha na mesma linha da solução prática e objetiva que muito desejamos. a solução almejada através do protocolo de Kyoto era a de criar um novo modo de pensar a matriz energética global. isto é, direcionar os esforços de pesquisa não para a busca de novos poços de petróleo, mas sim para a busca de energias renováveis como a biomassa, a solar, a eólica e outras, chamadas de Mecanismo de desenvolvimento limpo.

como vimos, o objetivo do protocolo de Kyoto era criar um mundo onde a melhor qualidade de vida não fosse automaticamente relacionada ao maior consumo de combustíveis fósseis. a mobili-zação do mercado financeiro, infelizmente insensível e avessa até o presente momento às iniciativas para redução dos níveis de co2, devido a um modelo de desenvolvimento equivocado ambiental-mente, se faz necessária urgentemente devido à complexidade de relações que a vida moderna traz. de nada adianta olhar o meio ambiente sem olhar o homem na complexidade de sua sociedade.

atualmente, são poucas as perspectivas para a solução do proble-ma. investir na redução dos chamados “gases estufa” pode reduzir os prejuízos, mas não saná-los. além deles, crescem problemas graves e que também tem interferência nesse contexto, como os desmatamentos, os incêndios, o crescimento das fronteiras agrícolas.

só nos resta esperar que onde o protocolo de Kyoto falhou, a conferência de bali, realizada na indonésia, com participação mundial, possa conscientizar e criar políticas mais efetivas na proteção do meio ambiente.

A SOCIEDADE fAzEnDO SuA PARTE:

• Incentivar as pessoas a deixar seus carros em casa e usa a carona;

• Melhoria e segurança no sistema de transporte coletivo;

• Recolhimento de condicionadores de ar, geladeiras e outros produtos que usam CFC;

• Melhor planejamento das cidades, buscando a harmonia entre a natureza e a urbanização;

• Maior controle e fiscalização sobre desmatamentos e incêndios nas matas e florestas;

• Proteção e conservação dos parques

ecológicos;

• Incentivo à população para plantar árvores;

• Campanhas de conscientização da população para os riscos da poluição;

• Cooperação com as entidades de proteção ambiental.

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uem não gosta de saborear uma deliciosa porção de batatas fritas ou um pastelzinho frito? pois é, no entanto, poucos se preocupam com o destino que é dado ao óleo que

sobra da fritura e que depois não pode ser reutilizado.

“eu realmente não sabia o que fazer com o óleo, antes eu jogava no ralo da pia da cozinha, mas sempre ficava com a impres-são de estar fazendo algo errado.” a dúvida quanto à destinação do óleo de fritura -- ou óleo sujo -- é mais comum do que se pensa. sem informação adequada, o mais comum é o produto ser despejado na pia, mas de acordo com ambientalistas essa prática é altamente poluidora.

o óleo pode causar prejuízos irreversí-veis ao meio ambiente, principalmente aos rios. um litro de óleo contamina cerca de 1 milhão de litros de água. esse volume de água é suficiente para o consumo de uma pessoa durante o período de 14 anos.

nos rios, a presença do óleo é facilmente perceptível. O óleo flutua sobre a água, já que é mais leve e não se mistura. o óleo cria uma barreira na superfície que dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água, o que compromete a base da cadeia alimentar aquática. a falta de oxigênio pode extermi-nar com os fitoplânctons, espécie de algas microscópicas.

a forma correta é guardar e doar para o uma entidade que possa aproveita esse óleo para fazer sabão.

além de causar mau cheiro, o óleo, quando descartado na pia aumenta conside-ravelmente as dificuldades referentes ao tra-tamento de esgoto. o lançamento de detritos impregnados de gordura na rede de esgotos acaba provocando a incrustação nas paredes da tubulação e a conseqüente obstrução das redes coletoras.

o copadesc, que edita a Revista espaço cidadão, está elaborando um projeto que será oferecido para as organizações não--governamentais da região.

para o óleo que se acumula nas residên-cias, uma boa saída pode ser a produção do sabão caseiro. a forma é armazenar o resíduo em garrafas plásticas, como àquelas de refrigerante ou na mesma embalagem de origem, para posterior doação. algumas prefeituras de grandes cidades já coletam o óleo para reciclagem e algumas associações privadas até fornecem um tambor especial para a separação. informe-se em sua cidade sobre sobre locais de coleta.

Sabão caseiro viraalternativa ecológica

uma saída simples, ecologicamente cor-reta e que ainda pode render algum dinheiro. esta pode ser a forma para reaproveitar o óleo utilizado na fritura do dia-a-dia.

uma receita pode produzir até 42 pedras de sabão. o preço médio de venda unitário é de R$ 0,50, ou seja, renda de até R$ 20 para quem fabrica.

as despesas com os ingredientes não ultrapassam R$ 6, o que representa um lucro de R$ 14 por receita.

Quem já usou o produto garante sua qualidade na lavagem da louça, roupas de tecidos mais resistentes, como calça jeans, e sujeiras mais grossas. dá um brilho maior, muito maior às panelas e louças. além disso, facilita a retirada da graxa dos tecidos. para aqueles que não sabem o que fazer com o óleo que se acumula em casa, esta pode ser uma boa opção.

A receita do sabão

Ingredientes: - 5 litros de óleo usado e coado- 1 copo americano de fubá- 500 ml de detergente líquido de coco- 1 litro de soda cáustica líqüida- 1 litro de água fervente

Modo de Preparo:em um balde grande, coloque o óleo coado, junte o fubá, o detergente, a soda cáustica e mexa bem. depois de misturados acrescente a água fervente e continue mexendo por 40 minutos sem parar. coloque a massa na forma e deixe descansar por 10 dias, até endurecer. se for colocar em um recipiente único, corte no formato deseja-do antes de a barra endurecer completamente.

Onde vai parar nossoóleo derramado?do sabor do alimento cozido ao desabor do rio poluído: 1 litro de óleo de cozinha polui 1 milhão de litros de água.

Q

Meio aMbienTe

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s a Ú d e

egundo a Fisiologia, o estresse é definido como um conjunto de reações do organismo frente a situações de emergência ou uma continuidade de respostas (estresse crônico) a todas as soli-citações que lhe são feitas. Qualquer estímulo

provoca um reflexo ou uma resposta biológica do organismo para lidar com as situações. na linguagem corriqueira da vida moderna, porém, a palavra estresse assumiu um novo sentido: a ela associamos a idéia de aflição, desconforto e adversidade. Conseqüência direta do ritmo de vida frenético que a modernidade exige de nós, o estresse é um distúrbio experimentado por todas as esferas e classes sociais.

o estresse é a vitória do desequilíbrio.

Entrando em colapsoo comportamento social é o meio que adotamos

para realizar nossas necessidades e estas são estabe-lecidas conforme o nível de consciência de cada indi-víduo. Temos livre arbítrio, portanto somos os únicos responsáveis pela qualidade de vida que levamos.

a sociedade como um todo também parece estar preocupada em debater e apontar soluções para que o bem estar dos indivíduos seja atingido. este é um tema sempre em pauta em constante discussão nas

diferentes instituições: governo, empresas, pessoas, todos engajados em promover uma qualidade de vida melhor. a crescente insatisfação em relação a esse assunto indica que algo vai mal e que o atual modo de vida adotado pelas pessoas não é o mais adequado para uma existência saudável, não é simples e fácil nem tampouco sustentado por um senso apropriado de valores, capaz de dar a devida importância a todos os aspectos da vida prática.

cansaço, desânimo, irritação, insatisfação são algumas das perturbações que marcam presença na vida do homem na atualidade - um forte indício de que as escolhas feitas seguem um padrão mais com-plicado ou que a vida é conduzida pelo meio mais difícil. se a vida é um fardo, parece estar tudo errado e confuso, significa que o padrão estabelecido deve mudar. Mesmo porque, apesar de nossa resistência, vai mudar do mesmo jeito e de qualquer maneira, porque as mudanças são inevitáveis.

o estilo de vida adotado tem sido a causa de tanto desequilíbrio, implicando na necessidade de revê-lo imediatamente. a intensidade dos estímulos provoca-dos pelas opções do homem moderno exige do sistema nervoso constantes e prolongadas reações. Mas, como o corpo tem seu limite, mantendo-se a sobrecarga, o

a bomba que explode dentro de vocêResultado de uma sobrecarga constante e ininterrupta na rotina diária, o estresse é o grande vilão da vida moderna. com ele, aparecem vários outros problemas que afetam todas as áreas da vida das pessoas, do desempenho profissional ao convívio social.

S

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s a Ú d e

colapso é inevitável.uma rotina agitada, na busca pela realização pessoal e pro-

fissional. Fadiga e cansaço constantes, perturbações do sono e problemas de memória são sintomas considerados normais, simples indicadores de uma atividade profissional exigente. É como se tais sintomas, e não a ausência deles, fosse o estado de normalidade do homem bem sucedido profissionalmente. No entanto, persistindo a sobrecarga, mais cedo ou mais tarde, o organismo entra em uma fase de total exaustão, desencadeando doenças, principalmente cardiovasculares.

Tensão, medo, angústia, ansiedade, depressão são alguns males que revelam o alto grau de excitação mental que tem atormentado as pessoas. Habitualmente, esses males são controlados por intervenção medicamentosa que trata dos sintomas - como se fosse a pílula da felicidade instantânea - mais jamais eliminará a causa do problema.

se avaliarmos os índices crescentes de doenças relaciona-das ao estresse, perceberemos que o quadro geral é alarmante. É o que mostra uma recente pesquisa sobre a hipertensão no brasil, onde 43% com 40 anos ou mais sofrem da doença.

É preciso tomar uma atitude e não, simplesmente, ver se com o tempo esta situação vai melhorar. precisamos descobrir urgentemente qual é a chave para se ter a tão sonhada qualidade de vida e inverter o processo que impulsiona o indivíduo a viver uma vida em constante luta. não precisamos lutar tanto e tão desesperadamente por um lugar ao sol. precisamos, sim, saber como viver melhor e progredir, mantendo a saúde física e mental intactas.

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tensão, medo, angústia, ansiedade, depressão são alguns males que revelam o alto grau de excitação mental que tem atormentado as pessoas

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no fundo, é tudo muito simples. basta apenas olharmos ao nosso redor para observarmos que a vida é sustentada por ciclos de atividade e descanso. atuamos durante o dia e descansamos à noite. essa é uma lei da vida, da natureza. o corpo necessita de descanso e por isso sentimos sono. ao le-vantarmos pela manhã, sentimos o corpo revitalizado, a mente mais clara, ou seja, nosso corpo está preparado e pronto para mais um dia de atividade. não é possível mudar isso.

Mas o homem moderno “inventou” que não se pode perder tempo e não passou a dar a devida importância ao descanso em sua vida. É lógico que quanto mais descansarmos, mais dispostos e revigorados ficaremos e a produtividade em nosso trabalho aumentará. Entretanto, descansar mais não significa necessariamente dormir 12 horas por dia. a indicação de 8 horas é o suficiente, mas é preciso dormir bem. Porém, os indivíduos se deparam com outro fato: estão estressados demais para dormir.

basta alguns segundos para lembrar de alguém que se queixa de noites mal-dormidas. Há uma grande dificuldade em adormecer, manter o sono ou acordar com a reconfortante sensação de ter repousado. estas pessoas são as vítimas de in-sônia. se o sistema nervoso não é capaz de eliminar o cansaço diário, o mesmo vai se acumulando, dia após dia, e um quadro de intensa exaustão se estabelece, porque, na próxima noite de sono o corpo não conseguirá eliminar o que restou da noite anterior, somado à carga do dia que passou. É preciso aliviar a barra, descansar mais.

Todo o individuo é impelido a agir por comandos do pensamento. pensamos, e então o corpo executa as diretrizes da mente. se os pensamentos são confusos e desordenados, o corpo se exaure e não realiza nada. nossa experiência, então, é a do desconforto causado pelos fracassos, frustrações e decepções que temos ao longo da vida.

por outro lado, a clareza de pensamento, a mente em alerta e sentimentos mais profundos, impulsionam o indivíduo a ter uma atividade bem-sucedida, além de desenvolver a consci-ência, que é o centro de controle do ser humano.

drª selma beccari de oliveiraEspecialista em odontogeriatria

dr. Luiz Roberto de oliveiraEspecialista em Prótese dental e oclusão

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as oportunidades anteriores tratamos de dois temas atinentes à cidadania. no primeiro buscamos compreender o que é a cidadania e o segundo sobre o que é o exercício da cidadania. agora, nesta terceira oportuni-

dade, conversaremos sobre o cristianismo e a cidadania.

É fato incontestável que o brasil é um país cristão. aliás, trata-se da nação onde está concentrada a maior população que confessa o catolicismo romano como sua denominação, conforme apontam diversas pesquisas. a par disso é nítido o crescimento da vertente cristã evangélica e que é composta por históricos, tradicionais, pentecostais e neo-pentecostais, calvinistas e arminianos, congregacionais e episcopais, dentre tantas subdivisões.

contudo, uma pergunta se faz: se os cristãos,

num abrir e fechar de olhos, sem qualquer ex-plicação lógica, simplesmente desaparecessem do território nacional, será que a nação sentiria a sua falta? ou seja, os seguidores do caminho realmente fazem alguma diferença no brasil e para o brasil? o pobre, o ferido, o abandona-do, os velhinhos das filas do INSS, as nossas crianças-meninas do brasil que têm seus corpos usados e abusados no litoral por americanos, italianos, alemães, franceses, portugueses, sim, eles sentiriam a falta dos cristãos do brasil, fos-sem eles católicos ou evangélicos? a população como um todo, enganada que é diariamente por uma das classes políticas mais corruptas de toda a história da República, perceberia o “sumiço” dos cristãos?

Qual seria a reação de um cristão se ouvisse algum dia: “Afinal de contas, que raio de cris-

O Cristianismo Brasileiro e a Cidadania

nconsiderando-se que a cidadania é uma questão de postura para

toda a sociedade, qual é o papel do cristianismo no brasil?

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tianismo é esse que vocês professam? ele tem olhos, mas não vê, tem ouvidos, nas não ouve, tem boca, porém, não fala?”.

algum brasileiro poderia dizer, com razão, “Vocês, os cristãos, não fazem qualquer diferença no brasil e para o brasil”. ele estaria sendo justo com tal afirmação?

considerando-se que a cidadania é uma questão de postura para toda a so-ciedade, qual é o papel do cristianismo no brasil? o supremo concílio presbi-teriano faz alguma diferença? a cnbb é uma voz profética no brasil? o colégio episcopal Metodista enfrenta a vergonha nacional? a convenção batista é uma for-ça a favor do povo? e a liderança nacional da igreja luterana? e a assembléia de deus? e as demais denominações?

a verdade, amigos, é que as lideran-ças cristãs nacionais são meros órgãos protocolares diante da triste realidade do brasil. essa liderança tem olhos, mas não vê, tem ouvidos, mas não ouve, tem boca, mas não fala. É tal qual a rainha da inglaterra: um mero protocolo, pois, quem de fato dirige a nação como lhe apetece é um primeiro-ministro.

Que fique claro uma coisa. Não se está aqui criticando o cristianismo em sua essência, aquele um das escrituras, o ensinado por Jesus de nazaré. a pro-posta é “o cristianismo brasileiro e a cidadania”.

por outro lado, cada vez mais as pes-soas descrêem das instituições. Especifi-camente quanto aos poderes constituídos a situação então é calamitosa. o poder executivo, nos três níveis, há muito é visto pela população como um centro de corrupção; quanto ao legislativo, tam-bém nos três níveis já não se tem mais o que falar. o que restava para o cidadão era o Judiciário, porém, com os últimos escândalos...

e onde estão os que se dizem a “vox dei” na face da terra? o que foi feito dos cristãos valorosos que enfrentavam poderes por causa do amor que tinham ao povo da terra onde nasceram? Morreram

os profetas cristãos brasileiros nos tempos de hoje? o povo não tem mais a quem buscar. o cristianismo deveria defender, lutar e morrer pelos que não sabem se defender, pelos que não têm boca para falar, olhos para ver e ouvidos para ouvir.

a fé cristã professa, em última análise, o amor ao senhor deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. e essa máxima só tem sentido real caso se traduza no exercício da cidadania, da verdadeira cidadania. e os cristãos do brasil fazem isso? os cristãos do brasil são influência? Boa influência? Efetiva influência?

as lideranças cristãs nacionais, todas elas, ouso pensar que sem exceção, de-saprenderam sofrer. não querem pagar o preço para conduzirem seus rebanhos rumo a uma mudança nacional, a uma grande mudança ética e moral. não há profetas na terra “brasilis”.

É tempo de uma revolução na fé cristã do brasil. o cristianismo verde-amarelo precisa dizer a que veio, ser prático, entrar em campo, em nome dos brasileiros do presente e dos que ainda hão de nascer. eles precisam saber que os cristãos, os verdadeiros, mesmo que poucos, pelo menos se esforçaram e lutaram de todo coração pela Verdade.

por outro lado, essa revolução não começará a partir das lideranças cristãs nacionais, visto que seus Qgs não sabem mais tocar suas trombetas nas ruas e para as ruas – se é que as tocaram algum dia

–, logo, cabe aos cristãos das igrejas, das pequenas igrejas do brasil, dos peque-nos grupos, iniciarem a mudança. ela começará de baixo para cima. aliás, esta é a verdadeira mudança: a que ocorre de baixo para cima.

nesse sentido é curioso observar que a fé cristã tem em seu cerne uma marca muito interessante: o senhor deus tem o “costume” de fazer coisas espantosas, maravilhosas, tremendas, sempre com poucos, com fracos, com a minoria, com o que não é, onde não se vê grande intelec-to, força, poder ou glória. ele faz nascer força a quem não tem força e cria vigor do nada; junta doze homens iletrados e, pelo seu próprio poder, revoluciona a história dos homens...

Por fim, o verdadeiro cristianismo, o das escrituras, é o que melhor traduz a cidadania e o seu exercício em toda a sua complexidade. os cristãos têm tudo para serem a alavanca da grande mudança do brasil. a nação tem de tudo, produz de tudo, todavia, está morrendo de tanta corrupção e maldade que correm por suas ruas. este é o tempo do verdadeiro cris-tianismo dizer o que veio fazer no brasil; o que veio fazer pelo povo do brasil; o que veio fazer para enfrentar o mal que assola o brasil.

“soli deo glloria”

Dr. João antônio santa RosaAdvogado

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oi na constituição Federal de 1934 que o legislador se preocupou com a proteção da família e sua formação quando, no artigo 144, declarou expressamente que a família

legítima estava sob a proteção do estado. em seu artigo 124, estabeleceu proteção especial às famílias numerosas: a família constituída pelo casamento, indissolúvel está sob a proteção especial do estado. Às famílias numerosas serão atribuídas compensa-ções, na proporção de seus encargos.

na constituição Federal de 1937 foi inserido idêntico princípio, no artigo 164, quando estabele-ceu: É obrigatória, em todo o território nacional, a assistência à maternidade, à infância e à adolescên-cia. a lei instituirá o amparo das famílias de prole numerosa.

a mesma preocupação persistiu na constituição de 1946 quando estatuiu no artigo 164: É obri-gatória, em todo território nacional, a assistência à maternidade, à infância e à adolescência. a lei instituirá o amparo das famílias de prole numerosa.

Vê-se que nas constituições de 1934, 1937 e 1946 o legislador constituinte fixava expressamente todo amparo às famílias de prole numerosa, isto de-vido ao fato de que em nosso país havia necessitava de uma expansão demográfica maior. Havia interesse do estado em estimular a procriação.

Já na carta constitucional de 1967, com a devida emenda nº 01, de 1969, não se falou mais deste in-centivo, pois se encontrava nosso país com grandes dificuldades financeiras, com um alto índice infla-cionário e com uma explosão demográfica enorme.

com isso, devido à existência de uma procria-ção desordenada., a situação do brasil começou a se agravar.

em razão destes problemas foi que a carta cons-titucional de 1988 passou a regular o planejamento familiar, que, inserido no texto constitucional, ficou regulado com a devida participação do estado, mas

de livre decisão do casal, tendo como princípios a dignidade da pessoa humana e a paternidade res-ponsável . Como se pode verificar, o planejamento familiar foi algo inédito na história das constituições brasileiras!

a consagração do direito ao planejamento fa-miliar está explícita no § 7º, do artigo 226, capítulo Vii, da atual carta Magna:

Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamen-to familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais e privadas.

nesse parágrafo, estão estabelecidas as diretri-zes a ser obedecidas pelo legislador ordinário, que não deve vincular direito e acesso aos serviços de planejamento familiar às políticas de controle demo-gráfico. Entre estas diretrizes figuram, claramente, a liberdade de decisão do casal e a responsabilidade do estado em prover recursos educacionais e cien-tíficos para o exercício desse direito.

assim foi que, para regular o presente parágra-fo, criou-se a lei 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que, de forma nítida, balizou a política brasileira do planejamento familiar nos seguintes pontos:

o planejamento familiar é direito de todo o ci-dadão... (art. 1º)...entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecun-didade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal (art. 2º).

o planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma visão de atendimento global e integral à saúde (art. 3º, caput).

o planejamento familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso

Planejamento Familiar: direito e responsabilidade

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Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao estado propiciar recursos educacionais

e científicos para o exercício desse direito.

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igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade. (art. 4º)

a intenção de se regular o planejamento familiar no texto constitucional e na lei ordinária foi no sentido de conscientização do povo, através de orientações, de que a paternidade e/ou a maternidade devem ser responsáveis e conscientes.

ora, se a constituição da República declara que o estado tem o dever de proteger especialmente a família, requer-se, com isso, uma avaliação ética, na medida em que tal afirmação está condicionada ao respeito da dig-nidade da pessoa humana e da paternidade responsável, princípios de conteúdo essencialmente éticos.

luiz alberto david araujo e Vidal serrano nunes Júnior comentam sobre o assunto:

o planejamento familiar deve ter como fundamento a dignidade da pessoa humana e o princípio da paternidade responsável. portanto, devem ser interpretados os dois fundamentos para que sejam identificados os regramentos da livre decisão do casal.

(...)de qualquer forma, o estado deve, ordinariamente,

tratar de fornecer recursos educacionais e científicos para o exercício do direito ao planejamento familiar. Fica proi-bida qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

apesar de se estipular a participação do estado no planejamento familiar, o mesmo fica proibido de mani-pular medidas coercitivas na determinação da família ou na escolha da quantidade de filhos.

deve-se interpretar amplamente tal dispositivo enten-dendo que, dentro do planejamento familiar, deve o casal fixar o número de filhos de acordo com suas possibilidades financeiras para que possa criá-los sem privá-los de uma boa educação, habitação, saúde e alimentação sadia.

luiz alberto david araujo e Vidal serrano nunes Júnior , depois de dizerem que “o casal pode decidir livremente sobre o planejamento familiar. deve, para tal decisão, obedecer aos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável”, questionam:

i) inexistindo tais pressupostos na decisão do casal (que é livre), como encarar a questão?

ii) poderia o estado, sem que houvesse paternidade responsável, ingerir-se no planejamento familiar? inegá-vel que a expressão ‘paternidade responsável’ é ampla, mas, em casos limites, não se poderia falar em ingerência do estado?

somos do posicionamento, de que o estado não pode-ria ingerir no planejamento familiar, caso não houvesse o princípio da paternidade responsável. entendemos que a iniciativa de tal controle constituiria indébita intromissão da autoridade do estado, pois a decisão na quantidade de filhos que o casal pretende obter é de responsabilidade exclusiva dos cônjuges.

Pinto Ferreira , afirmando ser o planejamento familiar uma matéria polêmica e importante na sociedade atual, comenta:

o planejamento familiar é matéria polêmica e

importante na sociedade atual. a nossa constituição determina que o planejamento familiar é livre decisão do casal, fundamentando-se nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável. assim sendo, o casal escolhe com liberdade o número de filhos e planejamento familiar. o texto constitucional proíbe ao estado a manipulação de qualquer medida coercitiva para determinar o planejamento familiar ou o número de filhos.

o papel do estado no planejamento familiar é o de criar programas de esclarecimentos educacionais e científicos, divulgando-os para todas as classes sociais, principalmente às camadas mais pobres, fornecendo, ainda, medicamentos destinados ao controle de filhos.

entendemos não haver possibilidade de o estado intervir no planejamento familiar, pois estaria contrarian-do o princípio básico da constituição Federal de 1988, inserido no § 7º, do artigo 226. deve, apenas, como já dito anteriormente, fornecer medidas educativas, utilizando--se da persuasão e não de medidas punitivas. dentro do atual modelo da constituição é impossível utilizar-se de medidas punitivas, a não ser que fosse alterado o figurino democrático de nossa carta Magna, pois o princípio da dignidade da pessoa humana inserido no artigo em ques-tão é princípio fundamental, encontrado no inciso iii, do artigo 1º, da atual constituição Federal, sendo considerado cláusula pétrea.

sobre o tema, o egrégio Tribunal de Justiça do paraná, já se pronunciou:

agravo - ação de indenização por danos morais e físicos - intervenção médica (laqueadura tubária) não au-torizada - legitimidade do marido para, em conjunto com a mulher, propor a ação - documentos requisitados - prova desnecessária - indeferimento - Questão não decidida no despacho saneador - impossibilidade de apreciação em grau recursal - agravo não provido.

se o planejamento familiar é um direito de livre decisão do casal, assegurado constitucionalmente (art. 226, parágrafo 7º, cf), é forçoso reconhecer que a des-necessária e desautorizada intervenção médica que veio a impossibilitar a mulher de procriar afeta diretamente o direito do casal, causando-lhe, em tese, danos morais. daí surge o legítimo interesse moral do marido quanto à pretensão de ressarcimento de danos. desnecessária a requisição de documentos comprobatórios da renda do casal, posto que o direito ao planejamento familiar não depende da condição econômica da família e não são

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eles meios idôneos para apuração do valor indenizatório. Questão não apreciada no despacho saneador, não pode ser resolvida na instância superior.”

entendemos que no brasil não há necessidade de medidas puni-tivas, pois, a partir do momento que se passou a regular tal norma, a maioria da população passou a respeitá-la, não apenas por ser uma lei, mas principalmente pelo momento em que o nosso país está ameaçado pela recessão, devido ao seu estado sócio-econômico.

a necessidade de controlar a fecundidade não é problema só no brasil, pois há países, como china, que proíbe o casal de gerar mais de dois filhos, sob pena de sofrer sanções.

Estamos convivendo, atualmente, com uma série de dificuldades relacionadas com a distribuição de riquezas, assistência médica e educação, tanto que encontramos pais em filas de médicos e escolas por vários dias, tentando uma vaga para seu filho.

o planejamento familiar deveria ser realizado com base em um criterioso controle de fecundidade, respeitando a livre decisão do casal, mas orientando juridicamente quanto à paternidade e à maternidade conscientes.

o brasil já evoluiu muito em relação a esta questão, pois há tempos os casais não se preocupavam com o controle da natalida-de, tanto que era normal encontrar famílias numerosas, com mais de dez filhos. Hoje, em razão de vários fatores, já citados, houve conscientização por parte dos cônjuges que, por livre decisão, geram no máximo três filhos, sendo muito comum encontrar casais com um único herdeiro.

José carlos cal garcia também colabora para a discussão:planejamento familiar, assim é um planejamento global da co-

munidade familiar e não somente uma limitação de filhos. De outra parte, a vedação de prática coercitiva, qualquer espécie, pelo estado ou por entidades privadas, não pode levar a completa abstenção, principalmente, pelo poder público. ao contrário, o estado deve assegurar o acesso à informação sobre os métodos anticoncepcio-nais, mostrando as vantagens e desvantagens de cada um, desde que não abortivos ou que não impliquem esterilidade definitiva e indiscriminada do homem e da mulher.

pelo princípio da “paternidade responsável”, quis o legislador constituinte colocar fim à existência de direitos dos filhos desvin-culados do estado de filiação. Igualou os pais no que se refere à responsabilidade paterna.

É importante destacar que a constituição Federal de 1988 não impôs obrigação para os pais assumirem a paternidade dos filhos. isso não seria possível fazer, pois estaria contrariando a idéia consti-tucional de “paternidade responsável”, que deve ser entendida como uma relação de carinho, de amor, de autodoação e gratuidade, rela-ções estas que não necessitam de coação para assumir a paternidade.

eduardo de oliveira leite , com brilhantismo, expõe:pai e mãe ou se é por decisão pessoal e livre, ou simplesmente

não se é. Mas o que o novo texto constitucional não pode aceitar – e nisto deu amostras de intenso realismo, mesmo sacrificando noções tradicionais do direito de família brasileiro – é que o ato irresponsá-vel de pôr um novo ser no mundo possa, sob alegação legal (como ocorria até então) furtar-se das responsabilidades daí decorrentes. Mesmo que este pai não queira assumir a paternidade confirmada pelo nascimento, a responsabilidade existente em relação ao filho, passa a existir desde a data do nascimento. Toda criança que nasce é, necessariamente, filha de um homem e de uma mulher. E, como filho, insere-se na ordem jurídica e dela terá todo o apoio.

Vê-se que, o artigo 226, parágrafo 7º, da constituição Federal de 1988, instituiu o que ficou conhecido como “paternidade res-ponsável” a igualdade dos filhos perante a lei, independentemente de serem filhos gerados no casamento ou não. Por sua vez, o art. 229, da constituição Federal de 1988 ao estabelecer que “os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”, efetivamente alçou o dever de alimentar como direito constitucional.

assim, toda criança que não possua quem assuma sua paterni-dade, pode buscar, através de seu representante, a proteção judicial através de uma ação denominada investigação de paternidade a ser cumulada com alimentos. um dos requisitos fundamentais desta ação é que a parte tenha certeza da paternidade, sob pena de ser, posteriormente, processada por danos materiais e morais.

Drª Flávia Maria da Costa boberg Nader,advogada e empresária, especialista em direito Civil,

mestre em direito, professora de direito Civil do Cursode direito da Fanorpi, coordenadora do curso de

direito da Fanorpi.

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sociedade contemporânea vivencia um certo pânico social diante dos crescentes índices de criminalidade e violência, pro-pagados, de forma sensacionalista, pelos meios de comunicação. envolvidos no

“mundo da criminalidade”, também, inclui-se nesta preocupação nacional os adolescentes autores de ato infracional, uma vez que se refere a um ato contrário ao direito, portanto, ilícito e julgado pela lei, embora apresente peculiarida-des asseguradas pelo estatuto da criança e do adolescente (eca).

neste contexto de pânico social, em virtude da incidência de violência e criminalidade, a so-ciedade reivindica segurança pública, e o estado apropria-se desta mazela social, criando formas “alternativas” de combate à criminalidade, retro-cedendo as práticas reducionistas e coercitivas, ao invés de estancar o problema em sua origem, referindo-se neste sentido aos projetos de lei com o objetivo de redução da idade penal para os 16 anos, tramitando no congresso nacional.

Especificamente, no que tange aos adolescen-tes infratores há uma tendência reducionista de culpabilizar o envolvimento desta população para o aumento da criminalidade, embora os índices no brasil, revelados pelo Movimento nacional de direitos Humanos, registrem que os adolescentes são mais vítimas de homicídios do que acusados, numa relação de um para quatro. não obstante, percebe-se que os homicídios praticados contra crianças e adolescentes e sua utilização no tráfico de drogas ou nas redes de prostituição infanto-

-juvenil não encontram na mídia o mesmo grau de indignação e clamor social quanto à incidên-cia de casos em que o adolescente é o infrator, conseqüência do sensacionalismo dos meios de comunicação e reflexo da visão societária dema-siadamente repressora e punitiva.

dados publicados pelo Ministério da Justiça (2005) revelam que dos crimes praticados no país somente 10% são atribuídos a adolescentes, sendo que, deste percentual, 78% são infrações cometidas contra o patrimônio, 50% são furtos e 8% atentam contra a vida. em síntese, segundo informação da associação brasileira de Magis-trados e promotores da infância e Juventude, menos de 3% dos crimes violentos são praticados por adolescentes.

a preocupação política e social com as crianças e jovens no brasil mobiliza debates, assembléias e conferências públicas, porém com ênfase na perspectiva dos problemas das drogas, da prostituição, do ato infracional, da gravidez precoce..., muito mais do que para a reflexão so-bre ações preventivas e planejamento de políticas públicas que assegurem à posteridade infanto--juvenil um cenário feliz e saudável a partir da intervenção na origem destas mazelas sociais.

Verifica-se a tendência política e social de intervir sobre a materialidade do problema sem, no entanto, investigar sua procedência, fazendo crer com hipocrisia que sua resolução efetiva-se simplesmente através de leis e decretos, desar-ticulados das necessidades evidenciadas junto à população infanto-juvenil brasileira.

Adolescência e oAto Infracional, responsabilidadedo Estado e da sociedade? Ato Infracional - ação praticada por criança ou adolescente, caracterizada na lei como crime ou contravenção penal. de acordo com o estatuto da criança e do adolescente e com o código penal, os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ou seja, não poderão ser condenados.

a ao adolescente que praticar ato infracional poderão ser aplicadas as medidas sócio-educativas previstas no artigo 112 do eca: advertência, obrigação de reparar o dano; prestação de serviços à comunidade; liberdade assistida; internação em regime de semiliberdade; internação em estabelecimento educacional.

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Ressalta-se que o problema da violência atinge de maneira mais preocupante o jovem, ou como autor da infração ou como vítima, sobretudo pressionado du-plamente pela falta de oportunidades no mercado de trabalho e pelos fascínios de uma sociedade monetizada e consumista. Através de estudos podemos afirmar que o homicídio é a primeira causa “mortis” de adolescente no brasil, registrado em terceiro lugar no ranking mundial. acrescentamos que a delinqüência juvenil representa menos de 10% dos atos infracionais praticados no país em comparação às infrações praticadas por imputáveis. consideradas estas questões, percebe-se que o adolescente e o jovem são sobretudo vítimas, longe de representarem majoritariamente os vitimizadores.

É sobremodo importante ressaltarmos que, embora a violência possua correlações complexas, não se pode negar a sua associação com a falta de perspectivas de in-serção social e negação de direitos, tornando a juventude vulnerável à criminalidade e à cooptação para atividades ilegais. portanto, a violência relaciona-se à expressão jurídica da desigualdade social, ou seja, à desigualdade de direitos.

essa falta de perspectiva, enfatizamos como sendo bloqueios de mecanismos tradicionais de ascensão, con-siderando-se a herança (sucessão de patrimônio familiar) e a escolarização. estando bloqueados esses mecanismos, explicamos que se gera uma permanente tensão entre ‘querer estar’ e a ‘possibilidade de estar’, inserido numa situação minimamente digna, configurando-se essa tensão como um dos motivos em que muitos jovens optam por uma via mais fácil de ascensão, mesmo que através de atividades ilegais. Daí a afirmação que ser jovem é viver uma situação perigosa. por outro lado, a “mídia” tende a propagar o rol incomensurável de bens a ser consumidos, atraindo o desejo dos adolescentes, embora a realidade revele potencial consumidor somente para uma irrisória parcela populacional, uma vez que a desigualdade não per-mite acesso a esses bens à grande maioria da população.

assinalamos que, para determinadas pessoas, as condições reais de vida se apresentam tão adversas (e insuperáveis pelos meios considerados legais e legítimos) que acabam impulsionando (especialmente tratando-se de adolescentes) à prática de atos anti-sociais.

porém, salientamos que o acesso do adolescente à prática do delito não se dá por opção pessoal, mas por determinação de ordem econômica, social, cultural e

política, num contexto de desigualdades que produzem a miséria. Neste contexto, o adolescente configura-se depósito da culpa social, gestada na miséria, na corrupção e na impunidade, marcada pela indiferença e omissão do estado e da sociedade.

salientamos, ainda, que a problemática do ato infra-cional demanda referenciar a complexidade de fatores que o circundam, uma vez que não basta insistir em atitudes saudosistas de uma sociedade livre e segura, aumentando os muros das cidades, a blindagem dos carros, reivindican-do o sistema de pena de morte, o aumento dos presídios, a intensificação e aumento de segurança pública e particular, a redução da idade penal... É preciso fomentar propostas alternativas que afastem as crianças e adolescentes da criminalidade, reivindicar políticas públicas de amparo à população infanto-juvenil, dispondo de espaços de lazer e profissionalização que garantam sua ocupação, preservando-os da ameaça das drogas e do mundo do crime e que estas políticas atendam às necessidades so-ciais de suas famílias.

Verifica-se que apenas a lei não garante o direito, ou seja, a existência da lei não significa sua efetividade prática. É o que ocorre com a maioria dos adolescentes autores de ato infracional, na medida em que se tornam alvo do sistema de justiça somente pela via da infração, e não pela pressuposição de serem cidadãos de direito, ainda que previstos em lei.

pensamos que a lei, uma vez legitimada pelo estado, não assegura a resolutividade da questão problematizada, uma vez que é preciso dispor de condições para que cum-primento e aplicabilidade da mesma sejam assegurados. ou seja, a normativa legal depende de estrutura técnica e financeira para que seja efetivada, depende de investi-mento, precisa deixar a condição abstrata e documental e inserir-se na prática. pressupõe-se desta forma que, se a lei em congruência com a prática assegurasse a plena garantia dos direitos das crianças e adolescentes estabe-lecidos no estatuto da criança e do adolescente (eca), muitos problemas sociais seriam evitados, muitas infra-ções deixariam de ser cometidas, sobretudo delitos contra o patrimônio. se não faltassem o alimento, a educação, o vestuário, o acompanhamento familiar, a profissionaliza-ção..., muitos furtos seriam evitados, muitas vidas seriam poupadas, o tráfico recrutaria muito menos crianças e jovens para seu ‘império’ de ilegalidades. não obstante, o poder executivo não criou condições para a materiali-

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além destas, poderão ser aplicadas as medidas de proteção previstas no artigo 101, incisos i a Vi do eca: encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; orientação, apoio e acompanhamento temporários; matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; e inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos.

dade dos princípios do eca, sobretudo no que se refere aos direitos fundamentais da população infanto-juvenil, embora esta lei já esteja ‘no auge de sua adolescência’, ou seja, após 17 anos de sua promulgação.

a aplicabilidade da norma, na área da infância e adolescência, exige atenção prioritária da sociedade, através de suas instituições, mormente a família e o estado, para a garantia de políticas públicas eficazes no atendimento às demandas da população infanto-juvenil, sobretudo no que se refere à educação formal, profissionalização ou ini-ciação ao trabalho, saúde, lazer e condições de moradia. É preciso assegurar recursos públicos e investimento público-privado para que sejam materializadas essas políticas sociais, pressupondo assegurar condições dignas de sobrevivência a todas as crianças e adolescentes brasileiros, configurando-se como medida profilática para a não ocorrên-cia de ato infracional.

Ressalta-se a importância da profissiona-lização do adolescente e, também, da viabi-lização de espaços de lazer e entretenimento sadios, alternativos ao tempo livre desse público-alvo, retirando-o no ‘lazer artifi-cial’ do coquetel de drogas lícitas e ilícitas. contudo, faz-se necessário assegurar a par-ticipação do estado, família e comunidade, considerando-se a necessidade de recursos, apoio técnico e fortalecimento da rede de atendimento à infância e adolescência de forma integrada e unívoca.

necessita-se efetivar uma rede de aten-dimento, integrando os órgãos do sistema de segurança (polícia Militar e civil), o sistema de Justiça (Juizados da infância e Juventude, Ministério público, defensoria), o sistema de atendimento (assistência social, conselho Municipal dos direitos da criança e do adolescente, conselho Tutelar, entidades prestadoras de serviço...) e a so-ciedade em geral para a efetiva garantia de direitos ao adolescente infrator, pressupondo sua conseqüente reinserção na vida social.

acreditamos que a viabilização e execu-ção de políticas públicas que reduzam a con-centração de renda, a exclusão, o desempre-go e as desigualdades sociais representam alternativas eficazes diante do problema do ato infracional, em detrimento de iniciativas paliativas de institucionalização.

Este desafio convoca a todas as pessoas que acreditam no potencial transformador da juventude, sobretudo daqueles marcados pela autoria de ato infracional, em razão de que é possível mudar esta realidade com o intuito de construirmos uma sociedade que assegure políticas públicas eficazes e garantam realmente os direitos em prol da qualidade de vida dos seus cidadãos.

portanto, a minimização e, por que não dizer, o cessar de ocorrências de ato infra-cional na infância e adolescência, implica assegurar direitos! e, assim sendo, que a adolescência persevere em suas intensas transformações de forma segura e saudá-vel a caminho da juventude, delineando gradativamente a formação de um cidadão adulto, pleno de seus direitos de cidadania e responsabilidade, em prol de uma socie-dade mais participativa, humana e justa, que reserve um futuro próspero às suas crianças e adolescentes.

presidente prudente (sp), 1º de novembro de 2007.

Dr. Claudinei de Paula Coelhoé advogado especialista em direito Público

e direito Constitucional Aplicado,sócio-presidente do escritório

de Paula Coelho & Azevedo- Advocacia e Assessoria, diretor da organização

Contatos despachante e presidente de honra do diretório Acadêmico 3 de Agosto

da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade do oeste Paulista (Unoeste).

Colaboração do Dr. Juliano de Paula azevedo, advogado, especializando em

Educação Especial, sócio do escritório de Paula Coelho & Azevedo- Advocacia e

Assessoria.

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plano de deus é que a família seja um lugar de refúgio e segurança, permanecendo firme sob pressões. Ela deve ser um lugar onde os seus membros possam atingir maturidade, compartilhando de coisas boas e diversão. Há muitos exemplos disto na bíblia. como você

pode verificar no Salmo 128.Há também muitos depoimentos verídicos de pais que deixaram suas

famílias em segundo plano e que hoje se arrependem amargamente. Confira um deles:

AlERTA DE uM PAI... o pai moderno, muitas vezes perplexo e angustiado, passa a vida

inteira correndo como um louco em busca do futuro e esquecendo-se do agora. nessa luta, renuncia ao presente. com prazer e orgulho, a cada ano preenche sua declaração de bens para o imposto de renda. cada nova linha acrescida foi produto de muito trabalho. lotes, casas, apartamentos, sítio, casa de praia, automóvel do ano, tudo isso custou dias, semanas, meses de luta, mas ele está sedimentando o futuro de sua família. se partir de repente, já cumpriu sua missão e não vai deixá-la desamparada

para ir escrevendo, cada vez mais linhas na sua relação de bens, ele não se contenta com um emprego. É preciso ter dois ou três, vender parte das férias, levar serviço para casa. É um tal de viajar, almoçar fora, fazer reuniões, preencher a agenda, etc..., afinal, um executivo dinâmico não

a Família Guiadapor Deus é um porto Seguro Os filhos só querem um pai para conviver, dialogar,brincar, mas em vez disso, é quase preciso marcar hora

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pode fraquejar.esse homem se esquece de que a ver-

dadeira declaração de bens, o valor que efetivamente conta, está em outra página do formulário do imposto de Renda – na-quelas modestas linhas, quase escondidas, onde se lê: relação de dependentes. são os filhos que colocou no mundo, a quem deve dedicar o melhor do seu tempo

Os filhos, novos demais, não estão interessados em propriedades e no au-mento da renda. eles só querem um pai para conviver, dialogar, brincar. os anos passam, os meninos crescem, e o pai nem percebe, porque se entregou de tal forma à construção do futuro, que não participou de suas pequenas alegrias; não os levou ou os buscou no colégio; nunca foi a uma festa infantil; não teve tempo para assistir a coroação de sua filha como Rainha da primavera. um executivo não deve des-viar sua atenção para essas bobagens. são coisas para desocupados

Há filhos órfãos de pais vivos porque estão “entregues” – o pai, para um lado a mãe, para outro e a família desintegrada, sem amor, sem diálogo, sem convivência. É esta convivência que solidifica a fra-ternidade entre irmãos, abre caminho no coração, elimina problemas e resolve as coisas na base do entendimento. Há irmãos crescendo como verdadeiros estranhos, que só se encontram de passagem em casa. e para ver os pais, é quase preciso marcar hora

depois de uma dramática experiência pessoal e familiar vivida, a mensagem que tenho para dar é: não há tempo melhor aplicado do que aquele destinado aos filhos. Dos 18 anos de casados, passei 15 absorvido por muitas tarefas, envolvido em várias ocupações e totalmente entregue a um objetivo único e prioritário: construir o futuro para três filhos e minha mulher.

isso me custou longos afastamentos de casa; viagens, estágios, cursos, plantões no jornal, madrugadas no estúdio da televisão... uma vida sempre agitada, tormentosa e apaixonante, na dedicação à profissão – que foi, na verdade, mais do que minha família. agora, estou aqui com o resultado de tanto esforço: construí o futuro penosamente, e não sei o que fazer com ele, depois da perda de luiz otávio e priscila de que vale tudo que juntei, se esses filhos não estão mais aqui, para apro-veitar isso com a gente? se o resultado de 30 anos de trabalho fosse consumido agora por um incêndio e, desses bens todos, não restasse mais do que cinzas, isso não teria a menor importância; não ia provocar o menor abalo em nossa vida, porque a es-cala de valores mudou e o dinheiro passou a ter peso mínimo e relativo em tudo. se o dinheiro não foi capaz de comprar a cura do meu filho que se drogou e morreu; não foi capaz de evitar que minha filhinha saísse de casa e se prostituísse, e dela não tenho notícias, para que serve? para que ser escravo dele

eu trocaria – explodindo de felici-dade – todas as linhas de declaração de bens por duas únicas que tive que retirar da relação de dependentes: os nomes de luiz otávio e de priscila. e como doeu retirar essas linhas na declaração de 1986, no ano base de 1985. luiz otávio morreu aos 14 anos e priscila fugiu um mês antes de completar 15.

(extraído do atuação nº 118, pág. 4 de nov/dez 2002)

ainda há tempo, invista na sua família, dedique mais tempo a ela, pois é seu bem mais precioso.

Pastor Junior Araújo

Depois de uma dramática experiência pessoal e familiar vivida, a mensagem que tenho para dar é: não há tempo melhor aplicado do que aquele destinado aos filhos.

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amília, podemos encontrar nas entrelinhas sinônimos, dos quais podemos colocar: amor, carinho, união, doação, etc. e ainda podemos citar salvação, pois foi no seio de uma família que nosso salvador Jesus cristo, veio a nós. uma das mais importantes vocações hoje, é a de uma mulher e um homem

constituírem uma família, sabemos da importância das vocações eclesiásticas religiosas e de tantas outras, mas a vocação de formar uma família é fundamental para a continuação da humanidade. È da formação e vocação destes pais e mães que será criada os próximos vocacionados a constituírem uma família, então vem a pergunta: o que estamos fazendo para que a escolha, destes futuros formadores de novas famílias, sejam firmes e que tenham certeza de suas escolhas?

o nosso dia-a-dia devemos ainda mais nos ater as “verdades que salvam”, convictamente assumirmos a responsabilidade de sermos a “pequena igreja de cristo”, e voltarmos nossos esforços na formação de nosso filhos para as palavras de Deus, começando a fazer a leitura diária da palavra de deus, com toda a família reunida em oração. Trazer esta palavra para o nosso dia-a-dia, é árduo principalmente com meios de comunicação e propagandas que não nos ajudam, mas a graça divina pode agir em nossas vidas e realizar prodígios. Mas devemos mudar o estilo de vida, deixando a convivência entre os membros da família saudável e fortalecendo ainda mais os laços que nos cercam.

a sagrada Família de nazaré é nossa inspiração, assumindo como pai e Mãe do Filho de deus, tendo a responsabilidade de

Relatos deum pai inquietoem todas as famílias, independentemente da sociedade, cada membro ocupa determinada posição ou tem determinado estatuto, como por exemplo, marido, mulher, filho ou irmão, sendo orientados por papéis. Papéis estes que não são mais do que “as expectativas de comportamento, de obrigações e de direitos que estão associados a uma dada posição na família ou no grupo social

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guardar na fragilidade de criança, prote-gendo o próprio cristo em seus primeiros passos, alimentando-o e cuidando de suas necessidades. Filho é graça de deus, e devemos ter o mesmo compromisso com Deus pois é um de Seus filhos que ele nos dá a responsabilidade. Quantos casais dobram seus joelhos e pedem a Graça de ter um filho, e tantos tem essa graça dentro de casa e não zelam por ela, e pior ainda pedem outras – se não são capazes de cuidar desta divina graça por que deus os concederia outra? Se filhos são Graça de Deus nós também somos graça, e como tal devemos passar isso a nossos filhos e membros da família através do exemplo, da oração e do amor. o amor entre o casal deve ser demonstrado diariamente e sempre que possível, pois esta demonstração trará aos olhos dos filhos o aconchego e o sentimento de um lugar santo e de paz. como pode alguém promover a guerra se viveu sempre em ambiente de paz? É o que devemos esperar de quem vive em paz. nos respeitar mutu-amente como seres humanos, que tem suas fragilidades, falhas, praticando o exercício do perdão, da compreensão, do momento de diálogo que tantos casamentos têm sal-vo, sabendo assim o que de melhor um e outro pode se doar para que a convivência se torne benção para a família. Viver na graça não é fácil, pois vivemos em oração contínua, sem vacilar um só instante, para que não nos afastemos de deus, e nós que somos povo santo e pecador, que sintamos sempre a necessidade da confissão perante ao pecado e que nos sintamos arrependidos e não voltemos a reincidi-lo. não devemos nos conformar com as coisas do mundo, pois é isso que o inimigo quer, que tornemos em nossas consciências que tudo é normal, para que ele possa transformar nós que somos a imagem e semelhança de deus em derro-tados e tripudiar sobre nós. devemos fazer forte esta “pequena igreja” chamada família, pois ela é a riqueza do mundo, pensemos como seria o mundo se toda família tivesse a consciência da responsabilidade do que é ser família. Façamos nossa parte como casal,

como cristãos e como pais, o benefício será benção sobre benção derramados não só sobre nós mas em toda a comunidade.

Devemos ser firmes quanto ao que é exposto nos programas de televisão, de-monstrando atitudes e hábitos que não são comum até mesmo aos ateus, pois nem eles praticariam tais barbaridades. e o que vemos são famílias inundadas neste mundo que nos tenta demonstrar que tudo pode, que é possível, doa a quem doer.

devemos acordar e sabermos com quem nossos filhos se relacionam de manhã, a tarde e a noite. Quem são seus amigos, e principalmente dobrarmos nossos joelhos e orar, pedir, e interceder, para que sejamos conduzidos pelo espírito santo em nossa caminhada.

devemos participar das missas com nos-sos filhos, mostrando que isso sim é prática semanal em nossas vidas. Que lermos a pala-vra e a trazermos para nossas vidas também é saudável e necessário. ninguém disse que seria fácil, o senhor disse: “tome sua cruz e me siga” e assim devemos proceder.

os homens sempre acham o diálogo entre o marido e esposa uma coisa extrema-mente chata, uma perda de tempo, mas digo: é o que salva o casamento e a família. casa-mento é renúncia, é partilha, e é consciência de que o outro é humano igual a você com sentimentos, medos e que precisam de apoio e muitas vezes um ombro amigo. Mulher que não dá o ombro ao marido para que ele possa ter seu momento de fragilidade ele o fará num balcão de “boteco”. e também o marido que não dá atenção a sua família corre o risco de sua filha buscar atenção em outros homens, de seu filho encontrar um traficante atencioso e de sua esposa cair em depressão e angústia. a única e concreta chance de nossas famílias serem salvas é no caminho de Deus, para isso devemos ficar atentos aos sinais que aparecem sem cessar no andar dos dias de nossas famílias.

Dr. antônio Donizete da silva Godoy,farmacêutico

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alomão ao escrever o salmo 127 diz que “herança do senhor são nossos filhos” e “como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos da mocidade” (v.3 e 4). Ao comentar sobre esse texto, o dr. ary parreira (pediatra e trabalha com

famílias na igreja Metodista central de londrina) disse: “nós condicionamos nossos filhos a serem benditos ou malditos” e isso é uma realidade; porque nossos filhos (como as flechas) irão da direção que nós orientarmos. Mesmo que se desviem um pouco, a direção certa eles já receberam “ensine a criança no caminho em que deve andar, e, ainda que for velho, não se desviará dele” provérbios 22:6.

Mesmo sabendo que os valores modernos desestruturam muitas famílias, deus tem um projeto que possibilita uma estabilidade familiar. na verdade, o sonho de deus ao criar o homem e a mulher não mudou; o desejo de deus expresso na sua palavra é o mesmo até hoje: “... em ti, serão benditas (abençoadas) todas as famílias da terra” gênesis 12:3.

a bíblia mostra as responsabilidades de cada membro da família: marido e esposa I Pedro 3 – Efésios 5; filhos Efésios 6 e etc.

nosso lar, além de necessitar da bênção de deus “se o Senhor não edificar a casa em vão trabalha os que a edificam”

“Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus,....”

I João 3:1

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Filhos sãobons gravadores...Mas péssimosintérpretes...

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salmo 127:1, é o espaço para o desenvolvimento do casal e “trei-namento” dos filhos. Pensando nisso, algumas coisas não podem faltar nesse “treinamento”:

a) Temor do senhor – (levar deus a sério) “o temor do senhor é o principio do saber...” provérbios1:7. não é ter medo de deus, mas ensinarmos que deus é real e sua palavra é viva. se você como pai ensinar que deus não está só na igreja, você já ensinou muito ao seu filho.

b) Integridade – Deixe se filho conhecer seu discurso pela sua vida.

c) paciência – um vez li um artigo que dizia o seguinte: “aquele que é um cristão em casa, será um cristão em qualquer lugar”. nós achamos tempo para fazer o que gostamos; encontrei uma pessoa que jogava futebol da 1 às 2 “da madrugada”! ganhe tempo ouvindo seu filho.

d) Lembre-se que seu filho é um bom gravador (e suas pilhas nunca acabam). no livro “carta ao meu pai”, de Franz Kafka, você encontra um dos maiores “tristemunhos” na relação pai-e-filho; você encontra textos como estes:

“Meus escritos travam de você (pai), neles eu expunha as queixas que não podia fazer no seu peito” - “Você me pergunta o por quê tenho medo de você... como de costume, não sei responder...” – “bastava estar feliz com alguma coisa que ouvia seu suspiro irônico: -Já vi melhor! um meneio de cabeça e uma frase: -Você vem me contar isso... Mas que acontecimento...” – “não era só com idéias, mas também com pessoas. uma vez o judeu lowy teve que pagar por isso, o senhor o chamou de inseto daninho sem conhecê-lo” - “Quando adolescente, eu não entendia como o senhor que não tinha nada do judaísmo podia me recriminar pelo meu que era igual ao seu... Você ia ao Templo 4 vezes por ano e ficava próximo dos indiferentes e dos que não levavam nada a sério.” - “no Templo eu tinha muito medo, porque o senhor me disse que o Rabino poderia me chamar para ler o Torah (primeiros 5 livros da bíblia) na frente...”

o psicólogo guilherme Falcão disse: “nós como pais precisa-mos tomar muito cuidado com o que falamos ou quando comenta-mos sobre algum acontecimento... porque conforme trabalhamos ensinamos os nossos filhos a agir da mesma forma”.

e) e a nossa “babá eletrônica”? Que ensina brincadeirinhas, joguinhos, musiquinhas e formam o estilo de vida dos nossos fi-lhos? Você convida quem para entrar em sua casa? Responda essa pergunta antes de orientar os horários que seu filho poderá ficar na frente da TV ou computador...

f) “beijai o Filho para que não se irrite, e não pereçais no caminho...”salmos 2:12. alguém já disse: 5 abraços por dia se vive bem. 8 se vive melhor. 12 se tem sucesso na vida. abraçar nos nossos filhos trazem saúde, cura... Eles não vão precisar buscar isso fora de casa; deixe-os perceber que eles são amados, aceitos... não deixe o seu amor na teoria”.

Não é fácil treinar os filhos, não é mesmo? E sem Jesus essa tarefa é impossível : “disse Jesus: sem mim nada podeis fazer.” João 15:5. Mas se o Senhor edificar a sua vida você realizará um bom treinamento.

Que deus nos abençoe.

Pastor Fernando César Monteiro

Rua João Chede, 1835 - CICCuritiba - PR - CEP 81170-220

fone: 41 3347-0015fax: 41 3347-9447

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e d u c a ç ã o

quantidade de informações que che-gam de todas as partes a respeito das agressões ambientais, dos riscos para esta e para as futuras gerações que habitam nosso planeta, tem mostrado

a relevância deste tema nos dias atuais. na verdade, o tema não é assim tão atual, há muito tempo os mais variados movi-mentos de defesa do meio ambiente vêm denunciando as agressões e os riscos do uso indiscriminado dos recursos naturais. Mas só agora, com o aparecimento de mudanças climáticas acentuadas, com a indefinição das estações, com os inconvenientes que chegam com as secas em algumas regiões, as chuvas excessivas em outras, é que nos demos conta da gravidade do que vem ocorrendo ao nosso redor.

infelizmente, apesar de reconhecermos a existência e a gravidade do problema, ações realmente significativas para mudar este panorama ainda são poucas e levarão muito tempo para ser implantadas.

por quê? porque nós seres humanos não fomos educados na arte da preserva-ção, da construção e do respeito ao bem comum, e esta educação é demorada, não se realiza simplesmente pela informação ou pelo medo das catástrofes ou das predi-ções assustadoras do futuro, mas sim pela reflexão e pela conscientização que levam à mudança. com uma educação profunda

e conscientizadora, perceberemos o apren-dizado sendo colocado em prática nas situações cotidianas, ocasionando a grande transformação do espaço em que vivemos.

neste caso, podemos dizer que a educa-ção ambiental se processa da mesma forma que a alfabetização. não dá para iniciar o processo da leitura se não se conhece o universo das letras e a mágica relação exis-tente entre elas. a criança, quando iniciada no processo de alfabetização redescobre o mundo em que vive e passa a participar dele com maior autonomia, pois começa a entender que esse processo lhe abre portas para a inclusão num espaço que antes só po-dia ser dominados pelos leitores. o espaço cultura toma-se muito mais amplo após o domínio dos códigos reinantes na sociedade que o constrói.

se transferirmos esta imagem para a educação ambiental, poderemos dizer que, da mesma forma, nós participamos de um universo único de riquezas, que não pode-mos acessar de maneira adequada por falta do conhecimento essencial sobre elas. e como podemos adquirir este conhecimento, se a maioria de nós não consegue sequer perceber a conseqüência de suas ações para o equilíbrio deste planeta onde vivemos?

o trabalho da educação ambiental precisa ser iniciado primeiramente pela conscientização de nosso papel como moradores do planeta. precisamos educar nossas crianças para que elas atuem como

meio ambiente:a resposta está na Educação

a

A questão ambiental está em alta por uma razão simples: necessidade de sobrevivência. Quanto mais cedo o tema for abordado com as crianças, maiores as chances de despertar a consciência pela preservação. Por isso, a educação para uma vida sustentável deve começar já na pré-escola. O objetivo é observar e explorar o meio ambiente com curiosidade, percebendo-se como ser integrante, dependente, transformador e, acima de tudo, que tem atitudes de conservação.

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agentes transformadores. precisamos questionar e discutir o grau de responsabilidade que terão que assumir em troca deste conhecimento. aí reside nossa missão, aproximá-las da realidade, encantá--las com o espetáculo da vida e transformá-las em pessoas comprometidas com o espaço em que residem. cada vez que ensinamos uma criança a plantar e cuidar de uma árvore, tomando conta de seu crescimento, ficando responsável por aguá-la, visitá-la, esta ação vai muito além de simplesmente plantar uma árvore, ela significa assumir sua cota de responsabilidade no mundo em que vive. o amor à vida é aprendido com as lições de amor que a criança recebe da família, do círculo social onde vive.

Mas quem não tem amor pode ensinar a amar? pode a família e a sociedade que desconhece seu papel na preservação ambiental ensinar seus filhos para que promovam a mudança?

o número de campanhas e apelos na mídia foi muito intensificado nos dias de hoje, e os meios de comunicação tem mantido em destaque os alertas sobre os riscos causados pelo desenvolvimento humano. a maioria das pessoas tem acesso a es-sas informações, mas continuam agindo como se morassem em outro planeta, como se não tivessem ligação alguma com os fatos em questão.

Repararam o lixo deixado no chão após o “des-file cívico” de sete de setembro? Belo exemplo de cidadania, de amor à pátria! e quem estava lá? nós, cidadãos, que nos propomos a educar nossas crian-ças para que venham a ser o futuro de nosso país, e hoje devido à globalização, para que venham a ser o futuro de nosso planeta. educar como, se nem aprendemos a ser responsáveis pelo lixo que produ-zimos? como ensinar a amar e cuidar das árvores se as mudas plantadas ao longo das avenidas foram

arrancadas pelas pessoas que ali passaram? como ensinar o amor aos seres vivos se abandonamos cachorros e gatos pelas ruas? se podamos de forma indiscriminada árvores em frente às nossas casas. se jogamos nos nossos lixões e aterros, papéis, plásticos, vidros que podem durar por anos? se ain-da jogamos esgoto nos nossos rios? se consumimos excessivamente e poluímos indiscriminadamente? se os fumantes não se responsabilizam ao menos pelas suas bitucas de cigarro?

Educar crianças é infinitamente mais fácil que educar adultos, mas a melhor forma de educação é aquela que acontece pelo exemplo.

uma educação afetiva, amorosa, baseada na ação de adultos responsáveis, comprometidos e conscientes de seu papel ético na sociedade é muito mais eficiente que as informações, as manchetes assustadoras, as multas e as punições. portanto, a grande revolução ambiental que pode transformar este mundo e preservá-lo para as futuras gerações é aquela que começa no quintal de nossa casa. É aquela que se

processa no cuidado com que destinamos nosso lixo para a reciclagem. É no incentivo que oferece-mos a nossos filhos para que cuidem do espaço em que vivem, para que ajudem a cuidar das árvores de nossa rua ou que nos ajudem a plantar uma se elas não existem em frente à nossa casa. a expe-riência de plantar uma árvore com nossos filhos e netos é única, equivale a deixar um memorial vivo na história de nossa passagem por este lindo “planeta azul”.

ieda Maria da Veiga Franco ReisProfessora e Psicóloga

pode a família e a sociedade que desconhece seu papel na preservação ambiental ensinar seus filhos para que promovam a mudança?

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Ações no trânsito: educação e segurança

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ções de educação para o trânsito, ninguém duvida, constituem-se, hoje, numa grande necessidade em nossa sociedade. os números trágicos de

vítimas e de acidentes estão a exigir que sejam realizadas e intensificadas, alcançando um número maior de pessoas.

nesta edição apresentaremos alguns dados que levam-nos a refletir sobre o uso ou não do cinto de segurança.

pela lei Federal de nº 9503 de 23 de se-tembro de 1997 é obrigatório o uso do cinto de segurança, mas vemos no nosso dia-a-dia que muitos motoristas e passageiros não se dão conta da necessidade em cumprir a lei, tanto no âmbito legal como no de segurança individual e coletiva dentro do veículo.

apresentamos algumas estatísticas que podem alertar sobre a necessidade do uso do cinto de segurança e que pode muitas vezes salvar vidas.• 8 em cada 10 pessoas que não usavam

cinto de segurança morrem em acidentes com pelo menos um dos veículos a menos de 20 km/h.

• Se você estiver sem cinto de segurança, a força dos braços só é eficaz para evitar que você se machuque dentro do carro se ele estiver a 10Km/h.

• Se o veículo estiver a 40 km/h, o motorista sem cinto de segurança pode ser atirado violentamente contra o pára-brisa ou ar-remessado para fora do carro.

• O uso de equipamento de segurança, como

bebê-conforto, cadeirinhas, booster e cin-tos de segurança de três pontos, reduzem em 70% os riscos de mortes e lesões graves em crianças num acidente de trânsito.

• Num acidente, se a criança estiver sem cin-to de segurança, ela é arremessada contra o pára-brisa podendo sofrer traumatismo craniano e lesão na medula que causam tetraplegia.

• Duas crianças não podem dividir o mes-mo cinto de segurança, pois num caso de colisão, o impacto pode fazer uma delas esmagar a outra.

• Mulheres esperando bebês devem sempre usar o cinto de segurança, mas este não pode ser colocado sobre a barriga, de modo a não pressionar o bebê.

educação no TRânsiTo

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em qualquer modelo, toda transformação externa começa pela interna. portanto se quisermos melhorar nosso ambiente, precisamos mudar o modo como organizamos nossas prioridades.

Responsabilidade social

s novos modelos de gestão utilizados por algumas empresas estão incorporando ações de da Responsabilidade social em suas práticas no dia-a dia. normalmente quando se ouve falar da Responsabilidade social logo se pensa no meio ambiente ou naquelas atividades de final ano realizado nas creches e

outras instituições sociais. convém ressaltar que atitudes socialmente responsáveis vão muito, além disso. para ilustrar vou escrever uma pequena história:

O Mapa do Mundo

Um certo dia o pai teve de levar o seu filho de seis anos para o escritório onde trabalhava. enquanto se dirigia para lá pensava: o que vou fazer para este menino ficar quieto ?. Ao chegar lá observou uma revista que estava sobre sua mesa, nela existia a figura do Mapa do Mundo. Pegou a figura, cortou em vários pedaços e depois entregou ao seu filho dizendo:

– Filho está aqui um quebra cabeça com o mapa do mundo, vamos ver se você consegue montar.

– legal pai , vai ser rapidinho, o senhor vai ver.

o

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Por onde começaa transformação ?

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Responsabilidade social

Olhou para seu filho sorrindo e pensou “ Vai demorar muito, não é nada fácil montar o mapa do mundo. alguns minutos ouve a voz do menino :

– paie , terminei !!! – Mas já, como você conseguiu ser tão

rápido assim?– pai , enquanto o senhor cortava o mapa

observei a figura de um homem que estava no verso da folha então primeiro montei a figura do homem e assim o mapa mundo estava pronto.

Adaptada a partir do Livro Parábolas que Transformam Vidas – Pe Marcelo Rossi

assim como esse garoto que montou o mundo a partir da figura de homem, somente será possível transformar o mundo em que vivemos quando ocorrer mudanças nos ho-mens e mulheres que habitam nele.

Responsabilidade Social a Responsabilidade social deve come-

çar com atitudes pessoais. não é de hoje que se fala nisso, porém tem-se tendência de transferir a responsabilidade para os outros. a transformação precisa começar em mim , em você caro leitor, temos que assumir nossa parte. pequenas atitudes como: não jogar papel na rua, selecionar o lixo, evitar o desperdício de água, energia elétrica e alimentos. em nossas relações pessoais

usar de educação, sinceridade, honestidade, compromisso e evitar a violência.

certas situações inadequadas, erradas que presenciamos no nosso dia-a-dia aca-bam se tornando normais, é preciso ter coragem de mudar. Vou citar um exemplo: a grande preocupação com os jovens é o consumo da droga, e não percebemos que a pior droga (muitas vezes até incentivamos) é o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, destaca-se ainda que está ocorrendo em to-das as classes sociais. constantemente abri-mos o jornal e temos notícias de acidentes com automóveis causados pela embriaguez onde muitos jovens perdem sua vidas.

precisamos recuperar alguns valores em nossa maneira de relacionar-se com os outros e transferir para o dia-a-dia de nossos negócios, de nossas atividades profissionais. o termo de desenvolvimento sustentável não deve ser aplicado somente nas ações relacionadas ao meio ambiente, mas princi-palmente no ambiente social onde estamos inseridos. Menos violência, muito menos ou nada de corrupção, honestidade, compro-misso, união interesse coletivo certamente garantirá a sociedade justa e saudável. o que eu e você podemos mudar ? Vamos começar agora, não deixe para depois.

tarcisio boikoGraduado em Administração de Empresas

pela Fanorpi. [email protected]

Responsabilidade pessoal é o dever de cada indivíduo de fazer o que quer, o que pode e o que consegue, se possível independentemente das tendências de grupo, arcando com as conseqüências de suas decisões.zé Rodrix, autor e compositor

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35www.copadesc.org.br Janeiro de 2008 ESPAço CIdAdão

QUALIFICAÇÃOEmpresa regional investe emcursos gratuitos paramelhoria de mão-de-obraEscola Profissionalizante Antônio Bordignon oferece alguns cursos para quem atua na construção civil. Não desperdice a oportunidade de melhorar sua atividade e agradar seus clientes. Pense nisso!

ocê já deve ter ouvido esta frase algum dia: “qualificar profissionais para um mercado de trabalho diferenciado”. Este é o objetivo da Escola Profissio-

nalizante antônio bordignon que começou suas atividades em londrina e, em santo antônio da platina, desde 11 de julho de 2007. De lá pra cá mais de 40 profissionais e iniciantes já concluíram cursos e, no seu dia-a-dia, estão colocando em prática detalhes importantes do que aprenderam e aumentando sua renda.

a escola dá oportunidade para que pes-soas de diferentes idades ligadas à constru-ção civil, tenham condições de colocar em prática seu trabalho com a certeza de que estão fazendo o melhor serviço possível e, com isso, criando e ao mesmo tempo, for-talecendo, um relacionamento de identidade sólida com seus clientes.

a ousadia da escola bordignon não se resume a oferecer um curso, mas, propor-cionar condições para que o profissional da construção civil se satisfaça com a satisfação de seu cliente. não há algo mais desagradável que terminar um serviço e ouvir do cliente que não ficou do jeito que foi combinado ou que o serviço ficou ruim. Tem-se aí interrompida a confiança e criado um desgaste da credibilidade do profissional

da construção junto ao contratante.se você quer aprimorar seus conheci-

mentos e descobrir novos métodos de exe-cutar um determinado serviço com melhor qualidade venha até a loja bordignon e faça sua inscrição, gratuitamente. são 128 horas/aulas distribuídas de segundas às sextas--feiras, das 19h30 às 22h e ministradas por respeitados profissionais do setor. O mesmo curso, sendo realizado através de unidades vinculadas a Federações de indústrias, não sai por menos de R$ 300 em municípios do interior do estado. em cidades maiores o valor é bem superior.

além de não pagar absolutamente nada o interessante é que você aprende, aperfeiçoa-se, ganha um kit e, ao final do curso, recebe o certificado que o credencia a chegar a uma obra de cabeça erguida e ciente de que pode fazer o melhor para quem o contratou.

Serviço:a escola profissionalizante antônio

bordignon disponibiliza os seguintes cur-sos: encanador, azulejista, aperfeiçoamento para azulejista, pintura decorativa, eletricis-ta e pedreiro.

Fonte: Bordignon Materiais de Construção

V

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Revista espaço cidadão é uma proposta para arrecadar fundos para o Projeto Espaço Cidadão. o objetivo do projeto, e de tantos outros promovidos pelo co-padesc ou por outras organizações não-

-governamentais (ong), é melhorar a qua-lidade de vida do homem tanto no ambiente onde vive, quanto no meio ambiente que entendemos como natureza, ecossistema etc.

a primeira ação é desenvolver o projeto junto aos alunos das escolas públicas, que compreendem as salas de aula, o pátio das escolas, suas casas e seu mundo. a idéia é criar um espaço físico que estará aberto dia-riamente, inclusive aos sábados e domingos. As atividades nos finais de semana serão dedicadas para toda comunidade praticar esportes, artes entre outras, unindo a família em práticas saudáveis e instrutivas.

Também está previsto que o espaço cidadão promoverá oficina de teatro, musicalização e dança, a fim de resgatar a sensibilidade de todos os sentidos.

outras áreas poderão fazer parte com a colaboração do trabalho de voluntários como: antropólogos, advogados, enge-nheiros, administradores de empresa, entre outros.

Programa - buscandoA excelência no ensino

Foca as atenções para o bem-estar do aluno, compreendendo os seus desenvolvi-mentos sociais, educacionais, psicossociais, pedagógicos e comportamentais.

as atividades de ação no espaço contarão com profissionais contratados, que propor-cionarão, dentro do programa buscando a excelência no ensino:• atendimento de assistência social• atendimento Fonoaudiológico• atendimento pedagógico• atendimento psico-pedagógico• atendimento psicológico

Outras ações e atividades:• programa de inclusão digital para dar

aos alunos a oportunidade de conhecer e aprender a trabalhar com a informática, em especial com o computador.

• educação ambiental• Teatro• dança• Música• esporte

Programa da copaDeScbusca a excelência no ensino

c R i a n ç a

a

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37www.copadesc.org.br Janeiro de 2008 ESPAço CIdAdão

EDuCAÇÃO PARA A CIDADAnIA: O COnHECIMEnTO COMO InSTRuMEnTO POlíTICODE lIbERTAÇÃO

a formação do ser humano começa na família. ali, tem início um processo de hu-manização e libertação; é um caminho que busca fazer da criança um ser civilizado, e bem cedo a escola participa desse processo.

com o conhecimento adquirido na es-cola, o aluno se prepara para a vida. passa a ter o poder de se transformar e de modificar o mundo onde vive.

educar é um ato que visa à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência política. a educação escolar, além de ensinar o conhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoas para o exercício da cidadania. a cidadania é entendida como o acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade, e ainda significa o exercício pleno dos direi-tos e deveres previstos pela constituição da República.

o copadesc procura participar na edu-cação das crianças brasileiras através de seus projetos, visto que todos estão direta ou indiretamente voltados para o aluno e para a criança e adolescente, sem se esquecer do adulto e de toda a comunidade.

a proposta é criar modelos mais atuantes, próximos da realidade e comprometido com a cidadania.

o Projeto Espaço Cidadão irá propor um novo paradigma educacional e oferecer às escolas e à população um modelo de edu-cação mais atuante e comprometido com a formação da cidadania dos educandos.

procurará ser uma importante ferramenta de trabalho para os professores, abrindo no-vas portas de conhecimento e aprendizado. assim, mais do que ensinar o conteúdo da disciplina escolar, o professor terá um aliado para formar cidadãos conscientes e prepara-dos para enfrentar os desafios da sociedade contemporânea.

com isso, o projeto passará a englobar as questões sociais, denominadas temas transversais. são elas:• Ética• Meio ambiente• pluralidade• cultura• saúde• orientação sexual• Trabalho e consumo• Família e limites• Violência doméstica• Relações interpessoais e auto-estima• aids e doenças sexualmente

transmissíveis• saneamento• planejamento Familiar

• cidadania• Meio-ambiente e Reciclagem• drogas

a inclusão destes assuntos abre novos caminhos para a formação dos alunos e aos pais.

Espaço do Cidadãoesclarecer ao cidadão seus direitos e

deveres e também dos governantes. Terá canais de interatividade, para estabelecer uma comunicação mais dinâmica com o cidadão.

Sala do Cidadãoperiodicamente, uma autoridade, per-

sonalidade ou cidadão de destaque poderá debater assuntos relevantes à sua área de atuação como cidadão.

Grupo de Discussãoo grupo de discussão do projeto espaço

cidadão será um espaço democrático de reflexão sobre vários assuntos relevantes à administração privada e pública, com espaço para todos poderem indicar um tema para discutir.

Conferência Espaço Cidadão

o projeto espaço cidadão fará ciclos de palestras de interesse geral para a comu-nidade.

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inclusão social

projeto liberdade assistidae prestação de Serviçosà comunidade de S.a.p.

indiscutível o papel preponderante do grupo familiar no estabelecimento de uma sociedade saudável e competente, uma vez que a família é a primeira e principal formadora e orientadora de cidadãos conscientes e equilibrados. desta forma

nenhum trabalho social tem resultados efetivos se não for fundamentado no atendimento prioritário à família.

dentro desta concepção nasceu o projeto liber-dade assistida e prestação de serviços à comunidade em s.a.p, o qual, em consonância com o estatuto da criança e do adolescente, recebe adolescentes que em virtude de conflito com a lei estão em situação de risco e precisam de medida de proteção. os encaminhamen-tos ao projeto liberdade assistida. e e prestação de serviços à comunidade, são feitos via judicial e tem o acompanhamento do Ministério publico.

o trabalho se organiza em torno do atendimento á família com atenção especial para o adolescente, no que se refere à escola, orientação para o trabalho e intervenções na área de saúde. para tanto o projeto consta com dois psicólogos, uma psicopedagoga, um assistente social e dois orientadores.

o atendimento à família se dá através de visitas domiciliares realizadas pela assistente social e orien-tador educacional, onde são verificadas “in loco” as condições gerais de vida do grupo familiar e quais in-tervenções podem ser feitas. o grupo familiar também participa da Terapia comunitária, onde são discutidas suas necessidades de reorganização e de orientação para resolver questões do cotidiano.

Tanto os adolescentes encaminhados para liber-

dade assistida como os para prestação de serviços á comunidade participam de várias atividades desen-volvidas dentro do projeto como: execução de artesa-natos organizados por uma orientadora, dinâmica de grupo e atendimento psicológico individual, discussão de filmes cujos temas priorizem o desenvolvimento da cidadania e orientação para inserção no mundo do trabalho. através de uma parceria com o senai, são encaminhados para ensino profissionalizante os que possuem aptidão para os cursos ofertados. Quanto ao ensino regular ou os desenvolvidos para jovens e adultos com atraso de escolaridade, são inseridos na rede pública e recebem orientação psicopedagógica, quando necessário, dentro do projeto

adolescentes que devem prestar serviço à comu-nidade podem ser encaminhados a várias instituições que os recebem por algumas horas por semana. como já aconteceu com o projeto bóia-Fria, lar Jesus adolescente, asilo são Francisco de assis, Viveiro Municipal, escolas Municipais e abrigo de Menores.

a possibilidade de desenvolver este projeto nos é dada através de parceiros como a sociedade espírita Jesus de nazareno que nos forneceu o local, o con-selho Municipal de assistência social e o conselho Municipal da criança e do adolescente que dispo-nibilizam os recursos econômicos, o senai que nos oferta vagas em seus cursos, as instituições que recebem nossos jovens e voluntários, auxiliando com sua experiência e disponibilidade.

Áurea Maria Ribeiro Chagas,psicóloga e coordenadora do P.L.A e P.S.C

É

o atendimento à família se dá

através de visitas domiciliares

realizadas pela assistente social

e orientador educacional

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i n s T i T u i ç õ e s

provopar - entidade tematuação marcante na região

provopar é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que age em parceria com o governos federal, estadual e municipal e a sociedade civil orga-nizada.

o principal objetivo do provopar é pro-mover a melhoria da qualidade de vida e a valorização das populações com baixo índice de desenvolvimento humano (idH), visua-lizando programas e ações que possibilitem a sua sustentação, através de programas de geração de renda, garantindo sua inclusão social.

ao mesmo tempo também são desen-volvidas ações emergenciais e campanhas que mobilizam a sociedade a participar e colaborar, para promover dentro da política municipal de assistência social formas de fortalecer a população carente através de subsídios e a não depender mais de ações de caráter assistencial.

os recursos para todas estas ações do provopar são provenientes das seguintes fontes:

• Convênio com fundo Municipal de assistência social

• Convênio com o Governo Federal• Campanhas em parceria em parceria

com a sociedade civilFundado em santo antônio da platina em

1997, com grande inserção na comunidade, desenvolve várias atividades e projetos.

o projeto Viver Feliz atende 100 crian-ças, de sete a 14 anos, em atividades de

contra-turno social, acompanhamento educa-tivo, atividades lúdicas, no horário inverso ao horário escolar, disponibilizando atendimen-to integral para que as mães possam trabalhar.

o projeto amanhã oferta cursos de informática e corte costura para 40 pessoas, possibilitando assim qualificação profissio-nal, e orientação para inserção no mercado de trabalho.

o convênio com o governo Federal, atra-vés do Ministério do desenvolvimento social faz a contratação de profissionais da equipe do centro de Referência da assistência so-cial - cRas, sendo dois assistentes sociais e uma psicóloga para atendimento das famílias referenciadas no programa bolsa Família.

Há também campanhas para a arrecada-ção de roupas, sapatos e agasalhos durante todo o ano, com o seu ápice na campanha do agasalho que é realizada anualmente, além do recebimento de doações e encaminhamento de móveis, eletrodomésticos, colchões para família carentes.

disponibiliza também espaço físico e recursos, para o atendimento das famílias atendidas no programa estadual leite das crianças, que atende atualmente no muni-cípio de santo antônio da platina, 1.000 famílias carentes, distribuindo diariamente 1.129 litros de leite, para crianças de seis meses a três anos, com um litro de leite para cada criança.

e a casa lar, que funciona como abrigo temporário, para crianças de até 12 anos,

em situação de risco, que são encaminhadas através do conselho Tutelar e promotoria da Infância, a fim de terem seus direitos resguardados, para atendimento de suas famí-lias, com o intuito de reverter a situação que causou o abrigamento provisório, quando da possibilidade deste fato, para que as mesmas se reintegrem a sua família natural e, quando determinado judicialmente, fica com a guarda provisória até encaminhamento para adoção em família substituta.

o provopar recebe apoio e colaboração de várias entidades, empresários, comercian-tes e da própria comunidade. o Rotary club de nossa cidade muito tem colaborado co-nosco, fazendo doações de móveis, colchões e inaladores, além do calor humano junto às crianças, fato que nos dá força e coragem para levar adiante este trabalho na esperança de um mundo melhor.

Dora M. Guimarães oliveiraPresidente do Provopar

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Lions Clube: meioséculo de atuaçãona comunidade.

lions clube de santo antônio da platina foi fundado em 16 de junho de 1954. É um clube de serviço que nesses 43 anos de existência tem cumprido os seus objetivos com grande desempe-nho, ajudando as instituições carentes da melhor

maneira possível. o levantamento de fundos, para melhor ajudar àqueles que necessitam, é feito, principalmente, durante a realização da eFapi e em outras campanhas, tais como: chá beneficente, jantar italiano, feijoada ...

este ano, no dia 27 de fevereiro, fundamos o leo clube que é constituído de jovens e que vão trazer um novo alento aos sócios do clube, com a sua juventude e a sua vontade de trabalhar para o próximo. É um clube pertencente ao lions internacional, mas é independente nas suas ações.

o trabalho social do lions clube tem sido bastante eficiente com as visitas semanais que as nossas doma-doras (nome dado às esposas dos leões) realizam, siste-maticamente, no asilo são Francisco levando alegria e distração aos velhinhos daquela instituição.

no ano de 2004, preocupados com a falta de amparo às pessoas mais necessitadas, fundamos um banco orto-pédico que tem por finalidade fornecer, por empréstimo, cadeira-de-rodas, cadeira-de-banho, andador e muletas àqueles que precisam usar qualquer desses aparelhos por tempo determinado. o banco ortopédico, que era, inicialmente, mais uma atividade social do lions, se transformou em carro chefe, dando muita alegria à todos que desejam contribuir para o bem estar da sociedade; tanto é que a fundação do mesmo deu-se com um núme-ro insignificante de aparelhos, mas que no decorrer do tempo foi exigindo, graças á procura, uma necessidade muito maior. de três cadeiras doadas, contamos com de-

zesseis, que ainda é um número pequeno, mas a intenção do club é adquirir uma quantidade bem maior, para servir a coletividade. a doação dos aparelhos que compõem o banco ortopédico foi feita pelo próprio clube, com recursos advindos de campanhas, por companheiros, por industriais e por políticos, interessados no bem comum.

o lions clube tem com a escola Municipal “prof Wilma longo” um pacto de solidariedade, que visa manter um trabalho que não é de ajuda financeira, mas, sim, de atividades pedagógicas, ou seja, realizar durante o ano letivo palestras, plantio de árvores, participação em desfiles cívicos, etc.

o lions club de santo antônio da platina já forneceu para o distrito ld6, ao qual pertencemos, dois governa-dores de lions: benedito cardoso da silveira(1982/1983) e José barboza Filho(2006/2007).

durante o ano leonístico realizamos a campanha do “cartaz da paz”, que se resume numa valorização de crianças com até treze anos, matriculada na escola, na atividade criativa de confecção de cartaz. no ano de 2006 tivemos uma criança com treze anos de idade, residente em cidade gaúcha, paraná, que, após vários julgamentos, recebeu o prêmio internacional do “cartaz da paz”, na cidade de illinois - estados unidos, o que foi muita honra para todos os leões do brasil, principalmente, do ld6.

além disso, o lions internacional desenvolve uma campanha chamada “sigHTFiRsT ii” que é a luta contra a cegueira, que os lions clubes do Mundo todo desenvolvam um chamado contra a escuridão que atinge grande quantidade de pessoas e para que este planeta se tome um lugar melhor de se viver.

por tudo o que realizamos é que portamos, com muito orgulho, na lapela, o distintivo do lions.

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i n s T i T u i ç õ e s

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o esporte como fator de inclusão socialo discurso de que o esporte pode incluir os excluídos tem uma forte conotação ideológica por trás

V ivemos uma época realmente difícil! e, mais do que isso, cega e cínica. sempre que ouvimos falar ou lemos algo que coloca o esporte como fator principal

para incluir os socialmente excluídos, vem sempre um sentimento que mescla tristeza, raiva e indignação. É difícil entender como alguém pode ser incluído socialmente prati-cando esporte e sem educação! as escolas públicas, em geral, onde estuda a maioria da população de crianças e jovens desse país, estão quase todas falidas nas suas estruturas materiais e humanas para desenvolver bons trabalhos físicos. além da grande maioria das escolas públicas estarem carentes de infra-estrutura, também sentem a necessidade de mais professores atendendo a demanda dos alunos. infelizmente os alunos da rede pública não têm a noção da precariedade que se encontra o desenvolvimento esportivo em comparação às escolas particulares que investem nesta área.

o copadesc, que edita a Revista espaço cidadão, não está para criticar o sistema, porém vemos que os defensores do esporte como substituto da educação (esse é que de-veria ser o slogan) não devem estar preocupa-dos com isso, pois por mais abandonada que uma escola esteja, sempre tem um campinho, ou uma cancha para se jogar uma bolinha. sendo assim, o problema está resolvido.

se o físico albert einstein nascesse hoje no brasil e fosse de família pobre, prova-velmente nós teríamos um ótimo atleta e deixaríamos de conhecer um dos maiores cientistas de todos os tempos. Quem sabe ele não seria um novo guga, e nós vibra-ríamos com suas paralelas; ou quem sabe até um novo Romário, e nós viveríamos novamente toda aquela emoção, angústia e ansiedade pelo seu milésimo gol. o máximo que poderíamos perder seria um cientista que, simplesmente, mudou o mundo. Mas quem se importa com isso?

Vivemos na sociedade do espetáculo, onde o que importa são os gols, os pontos, as braçadas, os saltos e, obviamente, a inclu-são social através do esporte, não podemos esquecer.

a verdade, é que é muito mais fácil mani-pular um grupo enorme de pessoas adestradas física e mentalmente, do que manipular uma única pessoa que tenha uma capacidade de reflexão, senso crítico e um alto grau de conhecimento. e isso só quem proporciona é o estudo de qualidade.

Mas do ponto de vista do Mercado, esta entidade divinizada que nos comanda e go-

verna com sua mão invisível, não há porquê e nem pra quê investir na educação e na formação das crianças e adolescentes porque simplesmente não haverá emprego para eles na arena do mercado de trabalho. isso vale, principalmente, para os filhos da pobreza e da miséria que, por não terem condições de acompanhar as atualizações técnicas, eletrô-nicas, em informática, etc., que são constan-temente exigidas em empregos públicos e privados, seria um dinheiro jogado fora, ou, para usar um jargão do próprio Mercado, um mau investimento.

Mas, por outro lado, é muito perigoso deixar toda uma geração sem perspectiva de um futuro imediato ou de longo prazo. daí a crueldade que se faz com o esporte porque,

coloca-se numa atividade que tem o objetivo de educar, disciplinar e formar o corpo, a res-ponsabilidade de educar, disciplinar e formar a mente, a consciência cidadã. por isso esse discurso, que se repete exaustivamente, de que o esporte forma o cidadão quando, na verdade, somente a educação através da es-crita, da leitura, da sala de aula, da arte, etc. tem essa capacidade de formar o morador da cidade, aquele que participa da vida política, econômica e social de sua comunidade e, conseqüentemente, de seu país.

o esporte é um importante fator coadju-vante nesse processo, mas nunca o principal. provavelmente, se os gregos da antigüidade ouvissem um disparate tão grande como esse do esporte que forma o cidadão, eles iriam rir de nós, já que a principal preocupação da paidéia grega era a de formar cidadãos conscientes da sua importância para a polis, no sentido de que através de críticas e novas idéias eles ajudassem a trazer soluções para os problemas de sua cidade, além de também buscarem respostas para as inquietações e dúvidas do espírito humano em relação ao sentido da vida.

Talvez isso nos ajude a explicar porque vivemos hoje numa sociedade tão vazia de valores éticos e morais, de conceitos e de tradições. o grande homem, o ídolo, não é mais aquele grande escritor, político, cien-tista, guerreiro, etc., mas sim, um jogador de futebol, um vencedor do big brother, uma modelo de passarela, etc.

Homens e mulheres que têm a coragem e a capacidade de mudar e transformar o mundo. É disso que necessitamos hoje, mas talvez eles estejam ocupados demais com suas tarefas de superar marcas, fazer gols, marcar pontos ou se preparando para a nova edição de algum reality show.

Adaptado por João Geraldo FroseFonte: http://www.midiaindependente.org

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Se o físico albert einstein nascesse hoje no Brasil e fosse

de família pobre, provavelmente nós teríamos um ótimo atletae deixaríamos de conhecer um

dos maiores cientistasde todos os tempos

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c o M u n i d a d e

Fazendo a diferença,para um mundo melhor.

U m grupo formado de mulheres de diversos segmentos da comunidade platinense está dando uma lição de solidariedade. É o trabalho de alimen-

tação das mães das crianças internadas na enfermaria da pediatria do Hospital nossa senhora da saúde.

o trabalho nasceu quando uma mãe, que teve sua criança internada em quarto particular, percebeu que muitas das mães que tinham suas crianças internadas não tinham como se alimentar, algumas por morarem longe ou em outra localidade, outras por não ter condições financeiras para comprar alimentação, e outras por não ter como sair do hospital, pois não tinham outra pessoa para acompanhar seus filhos no internamento nem por alguns minutos.

o hospital oferece refeição às crianças internadas, no entanto as mães que acom-panham seus filhos no internamento não desfrutam desse benefício. assim, apesar de estar em um momento difícil com seu filho, nossa amiga não deixou de observar as necessidades das outras pessoas, e se dispôs a organizar um grupo que pudesse levar o jantar às mães da pediatria.

são trinta e uma pessoas que já têm pré-agendado o seu dia para levar o jantar. cada pessoa escolhe o cardápio, compra o alimento, prepara e leva ao hospital. assim não é gerada despesa alguma para o Hospital. Pelo contrário, este é beneficia-do, pois as mães são fortalecidas através da alimentação e conseguem ânimo para cuidar de seus filhos.

a colaboração da médica pediatra carla Raquel foi essencial, pois viabilizou a en-trada no hospital e também providenciou pratos, talheres e o local para que as mães pudessem se alimentar.

este trabalho só tem sido possível pelo comprometimento das pessoas envolvidas, que têm como objetivo o bem-estar daqueles que sofrem.

o que tem sido feito é quase nada, mas se cada um fizer um pouquinho, muitos serão beneficiados. Precisamos abrir nos-sos olhos às necessidades daqueles que nos cercam.

Colaborou silvana Domingues

de almeida Chagas

Trabalho voluntário de alimentação para mães anima enfermaria da unidade de pediatria em santo antônio da platina

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Cada um fazendo sua parte,construindo uma sociedade participativa

EDuCAÇÃO AMbIEnTAlnA ESCOlA

O que éÉ um programa onde o aluno é confronta-do com valores sobre a cidade com o meio ambiente e o meio onde vive. A escola aten-dida recebe materiais específicos para a gestão do lixo como: lixeiras recicláveis no pátio, lixeiras em todas as dependências, lixeiras externas para o depósito do lixo gerado. Alunos da 1ª à 6ª série recebem acompanhamento onde assuntos do meio ambiente são tratados na sala de aula e também pela importância que cada um deve ter com o ambiente onde vive além da Revistinha Turminha Cidadã, também do Copadesc. O que é esperadoUma melhora do relacionamento do aluno com o seu meio ambiente (sala de aula, esco-la em geral) e também acréscimos de valores para o professor.O aluno faz deste meio ambiente e este cui-dado se estende para todos os lugares que vivem.

DIREITOS E CIDADAnIA

O que éÉ um programa aberto aos alunos de cada es-cola atendida pelo programa e o aluno pode escolher qual a atividade queira participar como esporte, inclusão social, leitura, etc.Nestas ações o aluno recebe atendimento psico-social, físico e motor. A ação acontece no contra-turno escolar do aluno. O que é esperadoO aluno terá sua vaga garantida quando ele fizer a sua parte, tendo a freqüência assídua na escola, cuidados com a higiene pessoal, cuidado com o uniforme e pertences escolar, bom desempenho escolar de acordo com sua capacidade, entre outros.

MEIO AMbIEnTE E CIDADAnIA

O que éEste programa atenderá toda a comunidade, onde a Associações farão à coleta dos mate-riais separados e com potencial para serem reciclados. Materiais educativos serão distribuídos nas lojas parceiras do Projeto Integração e Cida-dania do Copadesc. O Copadesc está insta-lando lixeiras em diversos pontos da cidade

de Santo Antônio da Platina acreditando que todos têm o direito de jogar seu lixo numa lixeira. As casas que participam no projeto recebe-rão sacolas apropriadas para a separação do seu lixo produzido. O que é esperadoQue toda a comunidade participe do projeto Como participarSeparando o lixo e de forma voluntária conta-tar a APHP ou a ARR-Vida para o seu recolhi-mento. Contribuindo de forma financeira com o Programa.

RESPOnSAbIlIDADESOCIAl E CIDADAnIA

O que éÉ um espaço onde a empresa parceira dos projetos do Copadesc poderá mostrar seu lado social. O Copadesc apóia as empresas que participam com projetos voltados à comunidade onde elas atuam. O que é esperadoQue todas as empresas, independentes do seu ramo participem de forma ativa, procu-rando melhorar o meio ambiente e o am-biente onde estão inseridas.

Acesse nosso site: copadesc.org.br

Informações: (43) [email protected]

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