revista embalagemmarca 075 - novembro 2005

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Edição de novembro de 2005 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.com

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Sem vaticínios tresloucadosa próxima edição, EMBALAGEMMAR-CA encerrará o ano

com uma reportagem de capa que, em sete anos sucessivos de publicação, se consoli-dou como um documento aguardado pelos profissio-nais da cadeia de embala-gem. Refiro-me ao tema Tendências e Perspectivas, modesta tentativa de aju-dar as empresas do setor no planejamento do exercício seguinte, usualmente feito neste período. Interpreto a expectativa em relação a esse serviço, por nós desen-volvido com base no vasto volume de informações que chega à revista no dia-a-dia,

como indício de que temos mantido bom equilíbrio: não ficamos na obviedade nem extrapolamos para vaticí-nios tresloucados.Na verdade, costumamos cercar-nos de todos os cuidados, para fazer proje-ções seguras. A cada ano, ao repassarmos o trabalho apresentado doze meses antes, observamos que, no geral, temos acertado, pois nossos prognósticos não têm sido disparatados. Isso tem sido obtido gra-ças à crescente profissio-nalização da equipe e a sua intimidade cada vez maior com o setor.Em resposta à qualidade de

informação que a revista oferece, leitores e anun-ciantes têm nos brindado com inestimável apoio, o qual retribuímos com mais investimento destinado a aperfeiçoar o produto. Nessa linha, acabamos de ampliar a equipe com a con-tratação de Lívia Deorsola, jovem jornalista que certa-mente contribuirá, com o esforço e o talento demons-trados em curto período de convívio com a redação, para reforçar ainda mais o conceito em que o público tem EMBALAGEMMARCA, o de ser a revista mais com-pleta do setor.Até dezembro.

Observamos que nossos prognósticosnão têm sidodisparatados. Issotem sido obtidograças à crescenteprofissionalizaçãoda equipe e a suaintimidade cada vez maior com o setor

Wilson Palhares

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CelulósicasCartuchos de papel cartão eno-brecem sabonetes Lux Luxo sem alterar seu preço nas gôndolas

MateriaisTetra Pak e Poly-Vac investem para conseguir nacos do mercado de alimentos sensíveis

PlásticasGarrafas de PET substituem as embalagens de vidro nos isotônicos Gatorade

AlimentosEmbalagens são a estratégia usada em um mecado acirrado pela chegada da argentina Arcor

Metálicas Coca-Cola é lançada em garrafa de alumínio, numa edição espe-cial para casas noturnas

Pack ExpoPack Expo Las Vegas 2005 apresenta o melhor desempenho de sua história

Food serviceConsumo de queijos processa-dos cresce, modernizando sistemas de acondicionamento

FlexíveisNovo fabricante de ração para cachorros evidencia movimenta-ções no setor de embalagens

Entrevista: José Ricardo RorizDiretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp comenta o impacto da nanotecnologia na indústria de embalagens

MercadoNestlé relança Leite Ninho em embalagem com formato de balde de ordenha

Matérias-primasResinas especiais garantem mais resistência às sacolas tipo camiseta – e melhor imagem de marca aos supermercados

Label ExpoMais novidades apresentadas durante a feira européia de con-versão e impressão de rótulos

Índice de AnunciantesRelação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição

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nº 75 • novembro 2005Diretor de Redação

Wilson [email protected]

ReportagemFlávio Palhares

[email protected] Kamio

[email protected] Haberli Silva

[email protected] Deorsola

Departamento de ArteCarlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)

[email protected]é Hiroshi Taniguti (Assistente)

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Karin TrojanWagner Ferreira

Circulação e AssinaturasMarcella de Freitas Monteiro

[email protected] anual: R$ 90,00

Público-AlvoEM BA LA GEM MAR CA é di ri gi da a pro fis sio nais que ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia e su per vi são em em pre sas integrantes da ca deia de em ba la gem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colo-cados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.

Filiada ao

Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Filiada à

www.embalagemmarca.com.br

O con teú do edi to rial de EM BA LA GEM MAR CA é res guar da do por di rei tos au to rais. Não é per-mi ti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle-tem ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.

74 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

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64 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

26 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

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3 Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor

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6 Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

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Reportagem de capa:Embalagens de VidroPreços represados dos plásticos e recentes casos de sucesso reavivam o interesse de diversas indústrias pelos recipientes de vidro

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6 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

Em comemoração aos 50 anos da marca Etti, responsável por 20% do faturamento da Parmalat, a empresa lançou o ExtratoFácil, integrante da linha de produtos à base de tomate Salsaretti. Além dos incrementos do novo molho – de consistência mais cremosa, de acordo com a empresa –, toda a linha traz novidades de layout em suas caixas assépticas, de 370g, e latas, de 350g. Com o intuito de destacar os pro-dutos nas gôndolas, o design pas-sou a apresentar os ingredientes dos molhos na impressão da lata, agora feita diretamente no invó-lucro pelo processo de litografia.

Segundo o gerente de marketing de vegetais da Parmalat, Luciano Dualib Uvo, a alteração acarreta uniformidade na apresentação final da embalagem porque reduz a variação de qualidade da impressão – antes feita em rótulos de papel –, além de adi-cionar brilho ao resultado final. A uniformização da identidade visual dos atomatados visa fixar o conceito de “família repleta de sabores”, conforme explica Uvo. A agência responsável pelo desenvolvimento é a Pandesign. As latas são fornecidas pela Metalúrgica Prada, e as caixinhas são da Tetra Pak.

Salsaretti ganha novo visual

De olho na chegada do verão, a Divisão de Alimentos da Unilever reformulou o visual de sua linha de refrescos em pó Frisco (ver-sões standard e light), comercia-lizada em sachês da Embalagens Flexíveis Diadema. Procurada, a Unilever não informou a agência de design responsável pelo projeto.

Frisco repaginado para o verão

Toddy também em sachê individualA fim de conquistar consumido-res de 12 a 17 anos, a PepsiCo está lançando uma nova exten-são de linha de Toddy. Trata-se do Toddy Tentações, novidade que combina o achocolatado em pó com pedaços de cookies e confeitos. Em duas variantes, o produto chega ao mercado em cartuchos de papel cartão da Igel, que contêm cinco sachês 30g – cada porção prepara um copo de 200ml. Quem produz os envelopes é a catarinense Inplac. O design é da Narita Associados.

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Grupo Suissa moderniza rótulosAs linhas de desodorantes squeeze da Topper e da Suissa, do Grupo Suissa, ganharam novos rótulos em Heat Transfer da Technopack. Os consumidores podem escolher entre as fragrâncias Amazonian, Brisa Tropical, Frescor da Manhã, Flores da Primavera, Naturalle, Toque de

Lavanda e Odor de Rosas, na linha Suissa, e Athletics, Explosion, Special Sports e Sense, na linha Topper. Cada variante é identificada por uma cor. As embalagens, de polie-tileno, são fabricadas pela Vibraço. O design dos rótulos é assinado pela própria Suissa.

A Salware estende para todo o Brasil a versão de 20 gramas do chocolate diet branco, que era comercializado apenas no Paraná. O produto fez sucesso no estado do Sul, e segundo pesquisa da empresa, 20 gramas de chocolate diet é a quantia ideal para ser

consumida diariamente pelas pes-soas que não querem abusar das calorias.A embalagem do tablete de 20g foi desenvolvida pela designer Juliana Dissenha e é impressa em hot stamping dourado pela Gráfica Mertens, de Curitiba.

Porção que não engorda

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Caixa de bombons da Garoto é redesenhadaA tradicional caixa de bombons da Garoto foi moder-nizada, e o logotipo da marca ganhou volume. A cor continua a mesma: amarela. Ganharam destaque na caixa as embalagens dos bombons, que também foram redesenhadas. O novo desenho foi desenvolvido pela FutureBrand. Os estojos são produ-zidos em papel cartão triplex pela Brasilgrafica.

Embalagem para brincarA Klabin apresentou na Expofruit 2005, que ocorreu de 20 a 22 de outubro em Mossoró, no Rio Grande do Norte, as embalagens para frutas que viram brinquedo. Os dois modelos de caixa de papelão ondulado que se transformam

em ônibus e no perso-nagem infantil “Bocão Papaia” podem ser usados para mamão e manga. O objetivo das embalagens é incen-tivar o consumo de frutas entre as crianças. As caixas foram desen-volvidas pela própria Klabin.

A Gomes da Costa dá continuidade ao cresci-mento de sua linha de produtos e lança o atum claro na versão Natural (light), em água, opção leve para o atum em óleo. As embalagens de aço produzidas pela

Metalúrgica Prada receberam um atrativo para o consumidor: os rótulos são impres-sos em papel metaliza-do – dourado para o atum em óleo e prata para o natural – pela Gráfica 43.

Escovas ganham novo blister

Rótulo metalizado para atum Gomes da Costa

A Bitufo revitalizou as embala-gens de sua linha econômica de escovas dentais. Os blisters são produzidos pela Vilac em papel couché de 85g/m2, com verniz ter-mosselável. São embalagens

para escovas, fio dental e kit odontológico, entre outros produtos. Para os rótulos, a Vilac possui uma impressora digital HP Indigo Press WS 2000, que possibilita atender a pequenas e médias tiragens.

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No verão, Kibon com menos caloriasÀs vésperas do início do verão, esta-ção do ano em que a indústria de sorvete faz a festa, com 70% das vendas do período, a Kibon, divisão da Unilever, antecipa lançamentos e coloca no mercado novos sabores e produtos com calorias zero e sem adição de açúcar, além de tipos refor-mulados, agora em potes de 2 litros. A empresa detém 70% do mercado de picolés e cones, e 54% das tortas e massas. Talvez pela instabi-lidade do clima dos últimos tempos, Paola Cortaza,

diretora de marketing da marca, espera apenas que os números sejam mantidos, mas não declarou expec-tativas amplificadas para a época mais quente do ano. “Pretendemos continuar com essa fatia, que já é sig-nificativa”, avalia. O investimento para a temporada 2005/2006 chega aos 30 milhões de reais e inclui forte campa-nha publicitária. As embalagens não sofreram grandes alterações, mas os Sabores do Brasil (linha Carte d´Or), que recriam em sorvete sobremesas tipicamente brasileiras, como o bri-gadeiro e o doce de abóbora com coco, ganham em transparência

nos potes de plástico. Nos rótulos, predominam as cores verde e ama-

rela. Outras novidades são o Kibon Cornetto ChocMix, a volta do clássico Sonho de Valsa (em parceria com a Kraft Foods) e da linha Light. Apesar do calor habitual – um pouco ameno ultimamente, é verdade –, o Brasil ainda é visto como um mercado a ser mais explorado; afinal, apenas 2,8 litros de sorvete são consumidos por pessoa a cada ano. No Chile, país de clima muito mais fresco, o consu-mo chega a 6 litros por ano para cada habitante, segundo dados informados pela Kibon.

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Com apelo à conveniência de uso e ao consumo em porções individuais, está no mercado a nova embalagem stand-up pouch de Nutry MiniMix, da paranaense Nutrimental, com 10 unidades de mini-barras de cereais de 12 gramas, em sete sabores. Desenvolvida pela Komatsu Design, de São Paulo, os sachês são fornecidos pela Milplast, convertedora situada em São José dos Pinhais (PR).

Barras de cereais em stand-up pouch

A Coty coloca no mercado brasileiro os desodorantes Adidas Active Body Care for Women, linha de desodo-rantes com a tecnologia SmartTech, inovação que introduz o conceito de “desodorantes inteligentes” no país. De acordo com a empresa, os deso-dorantes agem conforme a neces-sidade do corpo, e o ingrediente ativo encapsulado em micro-esferas que são liberadas gradualmente, de acordo com o aumento da ativi-

dade do corpo. As embalagens do aerossol são de alumínio, fabricadas pela Exal Packaging e pela Rexam, nos Estados Unidos. Os frascos do roll-on, produzidos pela mexicana MC Plasticos são de polietileno de alta densidade e as tampas de poli-propileno, com rótulos da também mexicana Flexo Print. O design segue a linha da Adidas International, adaptado ao mercado nacional.

Design adaptado ao mercado brasileiro

O novo projeto gráfico do chá pronto para beber Nestea, da Coca-Cola, preserva a cor azul como elemento identifi-cador, na versão regular do produto. O prata de fundo, para a versão light, retoma o padrão já adotado para os

produtos da linha light da Coca-Cola Brasil. As embalagens, desenvol-vidas pela Oz Design, mostram um copo de chá visto de cima, e têm uma onda, na parte superior, que identifica, pela cor, a variação dos sabores limão, pêssego,

tangerina e maracujá. Nestea está disponível em latas de 340ml, for-necidas pela Rexam, e

em garrafas de PET de 1,5l nos sabores pêsse-go, limão, pêssego light e limão light.

Nestea tem novo projeto gráfico

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As novas cervejas sazonais de sempreA Cervejaria Baden Baden, de Campos do Jordão (SP), lança a Celebration Verão 2006, uma cerveja sazonal que integra seu time de cervejas especiais. A edição de 2006 dá seqüência à linha Celebration, que possui cer-vejas especiais para o inverno e o verão. A edição deste ano é uma cerveja do tipo weiss, elaborada com maltes de cevada e trigo. A cervejaria coloca no mercado também a Christmas Beer, bebida que foi lançada no ano passado apenas para a época de Natal. É um produto do tipo ale, levemente frisante. As garrafas são fabricadas pela Saint-Gobain, com rótulos da Soft Color e tampas da Tapon Corona. O desenho é da M Design.

Sobre a embalagem da maionese SoyaA redação recebeu do sr. Gian Piero Bortone, gerente de vendas da Premiumplastic Embalagens, correio eletrônico afirmando não corresponder à realidade a infor-mação contida no título de nota publicada na página 8 da edição anterior de EMBALAGEMMARCA (“Maionese Soya sai do PET para o vidro”). Sintetizamos a mensagem: “A Bunge (antiga Sanbra /Santista), tinha a maionese marca Maionegg’s em vidro, passan-do por volta de 1998 a comer-cializá-la em potes de poli-propileno. Aproximadamente em 2001 voltou para o vidro e, mais recentemente houve a troca da marca Maionegg’s para Soya e Delícia (ambas em vidro). Ou seja, essas marcas nunca trabalharam com PET, como descrito na reporta-gem. Isso demonstra uma visão tendenciosa ou fonte de informações incorretas?”.

R: Tratou-se simplesmente de uma informação equivocada, devido à pressa na apuração. Como é norma em EMBALAGEMMARCA, registramos as correções de nossos erros sempre que identificados e pedimos desculpas aos leitores. Quanto à referência a “visão tendenciosa”, acreditamos que as 75 edições sucessivas de EMBALAGEMMARCA são uma demonstração suficiente de nossa postura imparcial e ética.

Maionegg’s em vidro, passan-do por volta de 1998 a comer-

propileno. Aproximadamente

para Soya e Delícia (ambas em

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mudança das embalagens de toda a linha de sabonetes Lux Luxo, da Unilever, traz uma questão que parece fazer parte da própria gênese da marca, responsável por uma fatia de 32,6%

do mercado: o luxo. Não que a substituição dos flow packs de polipropileno bi-orientado (BOPP) por cartuchos de papel cartão configure uma reformulação radical. Mas, aliada à campanha publicitária, que pela primeira vez em muitos anos não traz o rosto de uma celebridade (uma das últimas personalidades a ilustrar a divulgação do produto foi a modelo Gisele Bündchen, em 2003), ela traduz a tentativa de ampliar a gama de consumidoras da marca. Ou seja, envereda pela senda do “luxo acessível”, agregando valor ao produto sem exagerar nos custos. “Os sabonetes estão mais modernos, e a idéia é democratizar os produtos de luxo, deixando-os ao alcance do consumo de massa”, diz Mara Pezotti, gerente de marketing de sabonetes da Unilever.

Como o intuito é penetrar em diversas classes sociais, apesar da nova embalagem o preço dos sabonetes da linha reformulada – que inclui três novas variantes, com as fragrâncias de chocolate, pétalas de rosas e guaraná –, foi mantido em menos de 1 real. “Graças a extensas negociações com os fornecedores”, revela Mara, “conseguimos oferecer um sabonete de luxo por 85 centavos”. Foram necessários dois anos para adaptar os ingredientes e contratar fornecedores, conta a gerente de desenvolvimento de embalagens da Lux, Claudia Bugni. Na opinião da executiva, as maiores vantagens da substituição são agregar valor ao produto, oferecer maior proteção aos sabonetes e destacá-los no ponto-de-venda.

As embalagens dos novos produtos, criadas pela agência inglesa Lippa Pearce e adaptadas ao mercado nacional pela brasileira Rex Design, são fornecidas pela Impressora Paranaense, do grupo Dixie Toga. Segundo o designer Gustavo Piqueira, da Rex, as caixinhas de cartão e a volta do nome Luxo à marca foram adotadas apenas no Brasil – daí as adaptações de tamanho e material, além da criação da variante regional Lux Suave, de cor roxa.

Entre reformulação da marca e comunicação, foram gastos 30 milhões de reais, investimento à altura de um mercado que produz cerca de 200 000 toneladas e que movimenta quase 1,5 bilhão de reais por ano, segundo estimativas. As pesquisas de desenvolvimento duraram dois anos e 3 000 brasileiras foram ouvidas para que se chegasse à mescla de gastronomia e cosmética, prática que se afina a uma tendência mundial, como aponta a perfumista francesa e criadora das novas fragrâncias, Isabelle Abram, da Givaudan.

celulósicas >>> higiene pessoal

AUnilever revigora imagem dos sabonetes Lux com cartuchos de papel cartão

Luxo com custo aceitável

REFORMULAÇÃO - A nova linha de sabonetes Lux Luxo dispensa rostos famosos, mas traz emba-lagens mais sofisticadas

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Impressora Paranaense(4l) 275-5132www.dixietoga.com.br

Rex Design(11) 3862-5121www.rexnet.com.br

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reportagem de capa >>> embalagens de vidro

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Interessereaceso

Preços volúveis dos plásticos (re)valorizam o vidro e inspiram discussões sobre os efeitos das

mudanças de embalagem para a imagem das marcasPor Guilherme Kamio

viés de alta do petróleo e a incerteza dos seus preços futuros vêm fazendo mais que inflacionar as bombas de gasolina e embalar as vendas de automóveis flex.

Evocados em planilhas e reuniões, eles já reavivam os apelos de embalagens que, nos últimos anos, vinham sendo preteridas por plásticos nas mais variadas pontas de gôndola. Tome-se o caso dos recipientes de vidro. Abalados pela sanha da redu-ção de custos industriais e pelas guerras de preço no varejo, eles passaram a perder, sucessivamente, clientelas em categorias como alimentos, bebidas, medicamentos e até em cosméticos. Sucede que após terminar 2004 em queda de 11%, a produ-ção dessas embalagens cresceu 4,6% e 9,6% nos dois primeiros trimestres deste ano, radiografa um balanço da Fundação Getúlio Vargas (FGV) feito a pedido da Abre – Associação Brasileira de Embalagem. Os últimos três meses, de acordo com o setor vidreiro, também sorriram aos negócios de garrafas, potes, frascos e afins.

“Hoje, sem preços represados, temos maior competitividade com outros materiais de embala-gem que no passado, e ela só não é maior porque o dólar baixo atenua em parte a alta do petró-leo”, pontifica Alexandre Marchezini, diretor de vendas e marketing da Owens-Illinois do Brasil (antiga Cisper), grande vidraria instalada no país. “Acreditamos que a estabilidade econômica e algum crescimento na renda também venham favorecen-do o cenário melhor”, interpreta Paulo Drummond, diretor comercial da CIV – Companhia Industrial de Vidros, baseada em Recife. Para se ter idéia, o refluxo de negócios em embalagens dos últimos meses até inspirou a Owens-Illinois a lan-çar uma campanha publicitária que estapeia os plásticos com luva de pelica através do mote “todo mundo está migrando para o vidro”.

viés de alta do petróleo e a incerteza dos seus preços futuros vêm fazendo mais que inflacionar as bombas de gasolina e embalar as vendas de automóveis flex.

Evocados em planilhas e reuniões, eles já reavivam O

(antiga Cisper), grande vidraria instalada no país.

A produção de embalagens de vidro

no Brasil cresceu

4,6%no primeiro trimestre e

9,6%no segundo

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Um dos casos emblemáticos dessa (re)valorização das embalagens de vidro vem da Bunge Alimentos. Usuária maciça de emba-lagens plásticas, produzidas em linhas pró-prias, a empresa acaba de bancar a reestréia de sua maionese Soya, lançada em 2003 em potes plásticos, em vidro da Owens-Illinois. O reposicionamento rema contra a debandada de marcas de maioneses para os plásticos, puxada há cerca de dois anos pela líder de mercado Hellmann’s, da Unilever. “O consumidor con-sidera o vidro imbatível em higiene e nobreza para o acondicionamento de maioneses”, sus-tenta Marchezini, aludindo aos resultados de uma pesquisa sobre percepção de embalagens de maionese encomendada pela O-I ao institu-to de pesquisas Ipsos, meses atrás. Em outros segmentos, entretanto, as marcas notórias, ou de referência, têm contribuído com a escalada do vidro. É o caso da Coca-Cola, que de cerca de dois anos para cá está reativando sua família de garrafas retornáveis de vidro, investindo forte para que elas ultrapassem a participação de 30% em seu packaging mix.

Reuso pode ser lucrativoOcorre que o colosso americano em refrige-rantes descobriu a duras penas, com o ataque das tubaínas encilhadas nas garrafas de PET difundidas por ela própria no país, que o vai-vém dos vasilhames revertia para si em reserva de mercado. Embora a Coca-Cola não divulgue números, Marchezini confirma: o desempenho das vendas das novas retornáveis da Coca-Cola, incluídas as marcas Fanta e Kuat, surpre-ende, principalmente as das garrafas de 1 litro e de 1,25 litro.

Os principais atributos técnicos e de marketing proporcionados pela embalagem de vidro

Transparente e elegante: o consumidor vê o que com-pra. Os produtos ganham uma imagem nobre, sofisti-cada e confiável.

Higiênico: o vidro é fabrica-do com elementos naturais, protegendo os produtos durante mais tempo e dis-pensando conservantes.

Inerte: o vidro não reage quimicamente. Por ser neu-tro, os produtos não sofrem alterações de sabor ou de qualidade.

Versátil: formas, cores e tamanhos são detalhes que fazem diferença no ponto-de-venda.

Múltiplo uso: as embala-gens de vidro podem ser reaproveitadas.

Prático: após o uso, o pro-duto pode ser retampado, caso não seja consumido em sua totalidade.

Resistente: mudanças brus-cas de temperatura, cargas verticais e umidade não são problema para as embala-gens de vidro.

Microondas: pode ser usado diretamente no forno de microondas.

Impermeável: por não ser poroso, o vidro funciona como uma barreira contra qualquer agente exterior, mantendo assim os produ-tos frescos, aumentando o shelf life em relação a outros tipos de embalagens.

Tradicionais e atuais ao mesmo tempo

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Outro importante produto esteado no vidro, para o qual se aventava, em conversas de bas-tidores, a corrida para as alternativas plásticas, mostra como não se pode ignorar a força da identificação do consumidor com embalagens clássicas. Trata-se do Nescafé, que está che-gando ao mercado numa edição limitada, em quatro potes de vidro fabricados pela O-I e pela Saint-Gobain com decorações especiais. Em alto relevo, os novos potes do café solúvel da Nestlé trazem referências a produtos como café, pimenta, sal e farinha, de modo a suge-rir às donas de casa itens para reabastecer os potes quando vazios. “O objetivo da promoção é agregar valor à marca através do principal recipiente de Nescafé, que é o pote de vidro”, explica Enrique Granados, gerente de marke-ting de Cafés da Nestlé, aludindo ao apelo de reutilização intrínseco dos recipientes de vidro.

Esse atributo, aliás, tem sido jogado para escanteio pelas principais marcas de requeijão do país, que bateram em revoada para as emba-lagens plásticas (embora haja quem considere, não sem razão, que na verdade esses requeijões não deixaram o vidro; nas palavras de um diri-gente de vidraria, a apresentação em plástico

CONTRAMÃO – Maionese Soya

deixou o plástico e adotou o vidro

RETORNO – Coca-Cola rein-veste no vaivém do vidroFO

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reflete o downgrade desses matinais, que nem se chamam mais requeijões, e sim “especialida-des lácteas com requeijão cremoso” – ou seja, a rigor, transformaram-se em outros produtos). O setor vidreiro, porém, vê indícios de que o copo de vidro persevera como embalagem prezada pelo consumidor. A Nadir Figueiredo defende essa bandeira. Dois anos atrás, os copos de requeijão aquinhoavam 50% de seu volume de produção. Hoje, esse percentual é de 35%. Segundo a Nadir, boa parte dos consumidores chiou com a ida dos requeijões para os plásticos, tanto é que uma linha de copos com o mesmo perfil dos de requeijão, lançada neste ano, faz sucesso em sua divisão de ativos de mesa (ver EMBALAGEMMARCA nº 71, julho de 2005).

O que também passa recibo da força dessas embalagens como referência da categoria é que, como uma brigada de resistência, alguns fabricantes de requeijão – requeijões, mesmo, e não “especialidades” – continuam na apresen-tação tradicional. São os casos de marcas como Itambé, Danúbio (Vigor), Aviação e Copocrem (Catupiry). Há poucas semanas, a Nadir ganhou até um novo cliente nessa área, o requeijão do laticínio Coronata. “O copo de vidro oferece flexibilidade, fato comprovado por promoções feitas nos últimos anos com decorações dife-renciadas, é bem visto pelo consumidor e de fato enobrece produtos”, diz um profissional de marketing de uma fábrica de requeijões que pede para não ser identificado. “No entanto, as direções das fábricas alegam que os plásticos barateiam o custo do produto, o que é vital para penetrar nas classes de baixa renda”. Em con-trapartida, a Nadir reafirma a competitividade

REFIL – Nestlé aposta na reutilização dos potes especiais de Nescafé e sugere reposições (foto no topo)

RESISTÊNCIA – Nadir Figueiredo perdeu gran-des clientes em requei-jões, mas tem atraído novas marcas, como a Coronata

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dos copos, ressaltando um exemplo recente: o sucesso do relançamento da pasta de avelã com chocolate Nutella, da Ferrero do Brasil, que trocou o pote de plástico por copos de vidro com alto apelo como utensílio doméstico.

Mas não é apenas na competição direta com contratipos plásticos que os recipientes de vidro ensaiam uma volta por cima. As vidrarias vêm sendo sondadas quanto a possibilidades de atendimento até em nichos blindados da volu-bilidade das altas das resinas termoplásticas. Exemplo é dado pelo segmento de conservas, que de meses para cá tem convertido linhas antes fiadas em latas de aço para potes de vidro. Nos casos da Owens-Illinois e da Saint-Gobain, esse movimento acontece a reboque de investi-mentos de duas importantes marcas dessa área, a Quero e a Olé, que migraram das latas para potes de vidro em itens como ervilhas, milho verde e seleta de legumes. “Acreditamos que esse é um mercado que pode render altos volu-mes de negócios nos próximos anos”, sentencia André Liberali, gerente de vendas e marketing da Saint-Gobain Embalagens.

Empurrão das cervejasA subsidiária brasileira da vidraria francesa também acusa bons ventos em seus negócios em embalagens, especialmente garrafas para bebidas. “O momento de dinamismo do mer-cado de cervejas tem ajudado muito”, aponta Liberali. A Saint-Gobain é a fornecedora, por exemplo, da embalagem da mais nova variante

da cerveja premium Bohemia, a Confraria: uma garrafa com pintura vitrificada, que lhe pro-porciona aparência de cerâmica (destacada em EMBALAGEMMARCA nº 73, setembro de 2005). “O vidro também vem sendo a opção número um das ascendentes microcervejarias, pelo seu inquestionável apelo de distinção”, salienta André Liberali.

Cervejas, a propósito, vêm igualmente aque-cendo as fornadas da O-I. Depois dos sucessos recentes da Skol Beats e da Skol Big Neck, “produtos demonstrativos das possibilidades de inovação em formato de garrafas”, nas palavras de Alexandre Marchezini, a AmBev está se apoiando em long necks da O-I para o início da

Muitas indústrias interessadas em lançar produtos em emba-lagens de vidro ou estudando a possibilidade de migrar linhas já existentes para elas têm a seguinte preocupação: o setor vidreiro será capaz de aten-dê-las? O questionamento faz sentido ao se consultar estatís-ticas da Abividro – Associação Brasileira Técnica das Indústrias Automáticas de Vidro. Uma tabela no website dessa entidade de classe dá conta de uma dimi-nuição da capacidade instalada no segmento de embalagens. Se em 1999 a capacidade era

de 1,497 milhão de toneladas por ano, em 2004 ela foi de 1,277 milhão de toneladas. As vidrarias, no entanto, asseguram que têm punch para atender aumentos de escala. “Não há risco algum de demanda repri-mida”, diz Alexandre Marchezini, diretor de vendas e marketing da Owens-Illinois do Brasil. André Liberali, gerente de vendas e marketing de embalagens da Saint-Gobain, faz coro, ao lem-brar que as capacidades dos fornos são constantemente revi-sadas pelas vidrarias, de modo a apresentarem “folga para cinco

ou dez anos”. A Wheaton, por sua vez, informa que possui um forno estepe, capaz de aumen-tar sua produção anual, hoje de 800 000 frascos, em 25%. Fator que também contribui para desanuviar previsões de desabas-tecimento no mercado doméstico é o dólar baixo, que têm reprimi-do exportações. “Nossas vendas para o exterior vinham num gran-de embalo, tendo aumentado 30% nos últimos três anos, mas tivemos de tirar o pé por causa do câmbio desfavorável”, situa Renato Massara Jr., diretor comercial da Wheaton.

Não haverá demanda reprimida, garantem vidrarias

AQUECIMENTO – Bebidas têm exigido novas (e sofisticadas)

garrafas da Saint-Gobain, como as dos sucos

Brisk e da água Vittalev, decoradas com rótulos

termoencolhíveis, e a da Bohemia Confraria, com

quê de cerâmica

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AÇÃO

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comercialização da Brahma no exterior e para a distribuição da marca belga Stella Artois no mercado nacional.

No balcão da Saint-Gobain, outras searas de bebidas que têm rendido inte-ressantes embalagens, ultimamente, são as de sucos prontos – na qual se destaca a garrafa da linha de sucos Brisk, da mineira Agrofruit – e de águas mine-rais – com a garrafa da Vittalev, água da paranaense Spaipa, uma das maio-res engarrafadoras de Coca-Cola do país. Ambas as garrafas têm shapes exclusivos (e, vale dizer, são decoradas com rótulos termoencolhíveis, numa conjugação em crescimento mundo afora). As vinícolas do Sul são outras clientes emergentes da Saint-Gobain. Chancelas de vinhos, como a Miolo, e de champanhes, como a De Gréville, estão entre as principais freguesas dessa área, informa Liberali.

Sintomas não apenas da boa relação entre vidro e indústrias de bebidas, mas também de

que o momento favorável ao vidro não se restringe ao eixo Sul-Sudeste, vêm da nordestina CIV, que con-centra boa parte dos negócios em embalagem nas suas cercanias. Entre os recentes casos de destaque está o da nova garrafa do rum Montilla, da Pernod Ricard, bebida que goza de 94% de share em sua categoria no Nordeste. “O shape foi atualizado, e agora traz linhas mais modernas, arredondadas e atraentes, como forma de aumentar o impacto no ponto-de-venda”, diz Paulo Drummond. Quem assina a reformulação visual dessa embalagem é a 100% Design. Outra garrafa recém-lançada foi a Touriga, para atender à crescente demanda de vinícolas do Vale do São Francisco. “Ela possui cor âmbar, seguindo a

tradição das embalagens de renomados vinhos europeus”, conta Drummond.

Para pegar carona no crescimento das exportações, a CIV também acaba de desen-

CONSERVAS – Quero e Olé relançaram ervilha

e milho em vidro

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volver uma linha de garrafas para cachaça, de 700ml – “volume exigido pelos europeus”, nas palavras de Drummond –, e uma nova garrafa de 300ml para sucos prontos, com boca larga, “desenvolvida com olhos no mercado americano”, explica o dirigente da vidraria pernambucana.

Vaidade sopra frascosPerdas e reconquistas de negócios, em emba-lagens de vidro, não são exclusividades das raias das garrafas, potes e copos. Pegue-se o exemplo da Wheaton do Brasil. Com o avanço dos frascos de PET e dos blisters de alumínio, sua carteira de clientes da área farmacêutica emagreceu.

Munida de visão, a vidraria resolveu inves-tir pesado em recipientes de alto valor agrega-do. Para começar, transformou uma das linhas produtivas de sua planta no ABC paulista em sala limpa. Bingo. A disparada do mercado de cosméticos no país deu ânimo à estratégia de adição de valor aos seus frascos. Para se ter idéia, só no último ano e meio o faturamento da Wheaton evo-luiu 20%. “Os pedidos têm crescido prin-cipalmente nas áreas de colônias, cremes de tratamento de pele e cosméticos mascu-

linos”, conta Renato Massara Jr., diretor comercial da vidraria. Ele conta que os gastos em tecnologia de decoração de frascos feitos nos últimos anos vieram ao encon-tro da sofisticação dos perfu-

mes e produtos de beleza nacionais lançados pelos seus principais clientes, a Avon, a Natura e O Boticário. Deste último, Massara pinça um recen-te lançamento em frasco de alto apuro: o Rhea, pri-meiro perfume feminino no mundo feito à base de álcool vínico.

De olho numa ten-dência candente no setor nacional de cosméticos, a segmentação de linhas, a

Wheaton acaba de adquirir a operação de decoração de

100% Design(11) 3032-5100www.100porcento.net

Abividro(11) 3255-3033www.abividro.org.br

CIV(81) 3272-4484www.civ.com.br

Nadir Figueiredo0800 55 2010www.nadir.com.br

Owens-Illinois do Brasil(11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

Saint-Gobain Embalagens(11) 3874-7482www.sgembalagens.com.br

Wheaton(11) 4355-1800www.wheatonbrasil.com.br

vidros da Mega Plast. Até a consolidação da incorporação dos novos ativos à divisão

de decoração de frascos já existente na empre-sa, a Wheaton Decor, prevista para o fim deste ano, Massara acredita num investimento total de 6 milhões de reais. A jogada da Wheaton se deve basicamente a dois fatores. De um lado, a decoração de alto valor é considerada elemento crucial para as exportações – não só da clientela, mas também de frascos vazios. O outro motivo é decorrente das veredas de marketing em per-furmaria. “Ocorre que muitas extensões de linha estão sendo lançadas nos mesmos modelos de frascos dos produtos guarda-chuva, só que com decorações diferenciadas”, observa Massara.

Recentes exemplos dessa vertente, vindos do cliente O Boticário, são o frasco da colônia Quasar Fire, cuja pintura vermelha em degradê substitui a azul do Quasar standard, e o frasco da Linda Brasil, no qual uma pintura verde e ama-rela substitui a decoração do Linda tradicional. “Esses casos, somados aos que vêm se avolu-mando em alimentos e bebidas, só evidenciam como, a despeito de a competição hoje ser imen-sa, com diversos materiais disputando os mes-mos mercados, a embalagem de vidro está atual e atrativa como nunca”, sentencia Massara.

(Colaborou Livia Deorsola)

PRESTÍGIO – Crescimento da Wheaton se escora em frascos mais esmerados,

como o do perfume Rhea (à dir.), e nas

segmentações de linha, como o Linda Brasil (abaixo), derivação

do Linda

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CURVAS – Garrafa do rum Montilla, feita

pela CIV: mais atual

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22 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

or décadas dominado pelas latas e pelos potes de vidro, o mercado nacional de embalagens para alimentos

sensíveis e de alta acidez se transfor-

mou em objeto de assédio, de meses para cá, de avançadas estruturas plás-ticas flexíveis. Agora, novos jogadores estão entrando para valer na briga por negócios nessa área: a gigante em caixi-

nhas longa vida Tetra Pak e a Poly-Vac, pioneira na produção de embalagens termoformadas de polipropileno. Nas próximas páginas, EMBALAGEMMARCA detalha essas duas investidas.

materiais >>> alimentos

P

Depois das flexíveis, caixinhas longa vida e potes termoformados assediammercado de alimentos sensíveis, tradicional reduto das latas e do vidro

E cresce a companhia

APELO – Fácil abertura, feita só com as mãos (abaixo), é um grande trunfo da Recart

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AÇÃOproveitando a ocasião da Food

Pack 2005, feira de embalagens para a indústria alimentícia ocor-rida em São Paulo entre o fim

de agosto e o início de setembro, a Tetra Pak promoveu o début no Brasil da Tetra Recart, uma caixinha à qual a alcunha de longuíssima vida cai bem. Explica-se. Ela é a primeira cartonada asséptica retortable da carteira de embalagens da empresa, ou seja, é capaz de suportar, após seu enchimento, a esterilização do conteúdo por autoclave, sob altas temperaturas – condição sine qua non para a distribuição sem refrigeração de itens alimentícios como sopas com peda-ços, vegetais em conserva, rações úmidas e refeições prontas.

Com paredes compostas por nove cama-das intercaladas de papel cartão, folha de alumínio e plástico (polietileno) em vez das seis das caixinhas convencionais, a Recart garante uma vida de prateleira de até dois anos ao seu conteúdo. De modo a garantir a percepção de valor pelo consumidor, a novidade incorpora um sistema de fácil abertura, fiado em micro-per-furações a laser na aba que fecha o seu topo. Para acessar o produto acondicionado, o consumidor destaca a aba utilizando somente as mãos, sem a necessidade do auxílio de objetos cortan-tes (veja o infográfico).De início, a Tetra Recart estará disponível nos volumes de 300ml, 400ml e 500ml, em duas linhas de produção form-fill-seal com

Chega a Tetra retortableA

cadências distintas. Na configuração mais veloz dos equipamentos é possível pro-cessar até 24 000 embalagens por hora (até 100 milhões de embalagens por

ano). No que diz respeito às possibili-dades de design gráfico, a Tetra Pak informa que a Tetra Recart permite

qualidade superior de impressão, com registros com qualidade fotográfica.

A subsidiária brasileira da multinacio-nal sueca de embalagens frisa também o apelo ambiental da novidade: ela responde

COURO GROSSO Em vez das tradicionais seis camadas, paredes da Recart possuem nove

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diretor de desenvolvimento de negócios da Tetra Pak. Segundo ele, a Recart já está sendo utilizada com sucesso na Europa, em linhas de feijões e vegetais em conserva da francesa Bonduelle (na foto na página anterior), nos Estados Unidos e no México, em chili e outros produtos da culinária mexicana.

por apenas 4% do peso total dos produtos – e é reciclável. “Ainda estamos mapeando possibilidades de negócio com a Recart, mas vale dizer que ela vem sendo objeto de grande curiosidade e de consultas nas últimas sema-nas, até de setores que não imaginávamos chance de interesse”, diz Eduardo Eisler,

Em meados de 2002, a Tetra Pak anunciou a intenção de difundir no Brasil o uso de sua caixinha Tetra Rex na área de alimentos sólidos. À ocasião, a idéia fora adotada pela paulista Dori Alimentos em linhas de con-feitos e salgadinhos (veja EMBALAGEMMARCA nº 48, junho de 2002). A sugestão de uso prostrou no país. Lá fora, porém, não. Veja-se o caso da espanhola SIRO. Ela acaba de lançar os snacks Rio em caixinhas Tetra Rex Slim, de 1,5 litro, com o fechamento FlipClip, uma espécie de clipe plástico, e uma janela transparente, que permite aos consumidores visualizar o produto. Outro tira-gosto da SIRO, o Try, no sabor pizza, tam-bém está debutando nas gôndolas espanholas em caixi-nha Tetra Rex Slim, de 1 litro, com o FlipClip.

Por aqui não foi para a frente. Lá fora, foi

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

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24 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

Termoformados longa vidaoram dois anos de pesquisas e testes até a paulistana Poly-Vac, importante transformadora de embalagens plásticas, concluir o

projeto daquela que anuncia como a primeira linha de recipientes termoformados de alta barreira do país. Sob o nome comercial Poly-Life, as novas embalagens são formadas a partir de uma chapa plástica especial, em que uma camada de EVOH (copolímero de etile-no e álcool vinílico) é ensanduichada entre duas de polipropileno (PP). Resultado: os alimentos acondicionados ganham uma avan-çada proteção à umidade e ao oxigênio. “Até agora o mercado nacional era órfão desse tipo de embalagem”, conta Antonio Carlos Silva Junior, gerente comercial da Poly-Vac.

Segundo ele, a inovação substitui com vantagens as embalagens hoje utilizadas em mercados como os de alimentos em conserva e de derivados de tomate. “Além de garantir alta produtividade no envase a quente desses itens, os potes Poly-Life não quebram, não amassam nem enferrujam”, diz o executivo, cotejando os atributos da nova cria com pontos conside-rados negativos das embalagens que ela visa enfrentar – potes de vidro, flexíveis e latas de aço. Geléias, frutas, sucos, patês, refeições pré-preparadas e rações também estão na mira. Ambiciosa, a perspectiva da Poly-Vac é conquistar 20% desses mercados em dois anos. “O diferencial da Poly-Life será o custo, mais atrativo que o dos materiais concorren-tes”, diz Antonio Junior, suscitando ganhos logísticos pelos fatos de os potes serem leves e telescopáveis (permitirem encaixes).

A adaptação da Poly-Life a linhas já exis-tentes de embalagens concorrentes, garante

F

sua fornecedora, depende apenas de pequenos ajustes, para os quais é dada toda a assistência técnica. A novidade em embalagens pode ser utilizada para a comercialização de produ-tos distribuídos sob temperatura ambiente, refrigerados ou congelados, e já conta com laudos do Cetea – Centro de Tecnologia de Embalagens para Alimentos do ITAL – Instituto de Tecnologia de Alimentos, de Campinas (SP), atestando sua adequação à conservação de alimentos por prazos prolon-gados, sendo que a shelf-life será dimensiona-da conforme a necessidade de cada produto. Quanto às possibilidades de formatos e decora-ção, a Poly-Vac informa que a Poly-Life pode ser desenvolvida com desenhos personaliza-dos, transparente ou colorida, e ser entregue impressa ou sem impressão, para a utilização de rótulos ou luvas. “Queremos que a marca Poly-Life se torne sinônimo desse conceito de embalagem”, remata Antonio Junior.

Poly-Vac(11) 5541-9988www.poly-vac.com.br

ESTRUTURA – Embalagens Poly-Life são termoformadas a partir de chapas que conjugam polipropileno com EVOH

MAIOR VIDA – Potes comuns (à esq.), permitem grande

contato do alimento acondicionado com

oxigênio e umidade,o que acelera sua oxidação; barreira

nos novos potes da Poly-Vac diminui essa

interação, prolongando a validade dos produtosBarreiraNormal

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Câmbio com data marcadaA direção do grupo Tetra Laval informou que o sueco Dennis Jönsson irá assumir como CEO mundial da Tetra Pak em 1º de janeiro de 2006. A decisão deve-se ao fato de que Nick Shreiber, atual CEO da multinacional, anunciou que irá se desligar do cargo, após cinco anos de gestão. Jönsson já foi alto-executivo da Tetra Pak no Panamá, nos Estados Unidos e no México.

Energia limpaA alemã Hofmühl será a primeira cer-vejaria do mundo a funcionar com ener-gia solar. Num acordo firmado durante a feira de negócios Drinktec 2005, a empresa terá uma nova fábrica proje-tada pela produtora de equipamentos Krones. A energia solar irá aquecer a água utilizada para dissolver o malte e o lúpulo na fabricação de cerveja, que é geralmente baseado em gás.

Prêmio ao plasmaO projeto de reciclagem de caixinhas longa vida por plasma, nacional e iné-dito no mundo, recebeu o Prêmio CNI 2005, da Confederação Nacional da Indústria, na categoria Desenvolvimento Sustentável, modalidade Produção Mais Limpa. A planta de plasma, situada em Piracicaba (SP) e aberta em maio, é fruto de uma parceria entre Klabin, Tetra Pak, Alcoa e TSL Ambiental.

Recomendação pelo socialA C-Pack Creative Packaging é a primei-ra empresa fabricante de tubos plásticos da região Sul do Brasil a ser recomenda-da à certificação pela Norma SA8000 – Responsabilidade Social, que busca a garantia dos direitos básicos dos tra-balhadores e a melhoria contínua das condições do ambiente de trabalho.

Olhar aos dezResponsável por diversos trabalhos em design, sendo os mais recentes a refor-mulação das embalagens da Aspirina, da Bayer, e a criação das embalagens da nova linha de lanternas Rayovac, a agência OlhoGráfico está completando dez anos. Segundo a diretora Maria Elisa Tendolini, a empresa quer explorar o segmento de construção de marcas.

“Em muitos países há uma forte atuação das instituições de ensino, formando profissionais e estimulando o desenvolvimento de projetos de interesse da indústria. Precisamos fazer o mesmo aqui, já que a embalagem representa hoje 10% do faturamento das empresas”

De Antônio Carlos Dantas Cabral, do Instituto Mauá de Tecnologia, sobre o

papel a ser exercido pelo Comitê de Educação, recém lançado pela Abre –

Associação Brasileira de Embalagem. Cabral será o coordenador da divisão.

Nova flip top dois em umA Crown Tampas está lançando no mercado nacional um novo modelo de tampa oval, do tipo flip top, para o fechamento de frascos de itens de higiene pessoal – xampus, condi-cionadores e cremes, por exemplo. Conforme explica a área de marke-ting da fornecedora, a novidade é

dois em um: permite aos produtos serem expostos de forma regular ou top side down (de cabeça para baixo). Disponível nos orifícios de 3mm e 6,3mm, a tampa pode ser desenvolvida com cores especiais.(11) 5054-4013www.crowntampas.com.br

Ciclo Sustentável é o nome do

programa lançado no início

de outubro pela Coopercaixa

– Cooperativa Paulistana de

Caixas e Chapas de Papelão

Ondulado e a Cooperlínia, de

Paulínia (SP), para promover a

integração dos fornecedores

de matérias-primas (aparas de

papelão) com os fabricantes

dos produtos finais (chapas e

caixas de papelão). A meta é

eliminar processos e custos

intermediários, gerando ganhos

econômicos, sociais e ambien-

tais para toda a cadeia envol-

vida. Em evento de lançamento

do programa, os ministros Luiz

Marinho, do Trabalho, e Luiz

Dulci, da Assessoria Especial

da Presidência, prometeram

apoio do governo à iniciativa.

(11) 4644-1190www.coopercaixa.com.br

Papelão com programa de cooperativas

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28 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

Triunvirato lidera lembrança de marcasDentre todas as marcas, indepen-dentemente de categoria, Omo, Coca-Cola e Nestlé foram aquelas mais lembradas pelo consumidor bra-sileiro em 2005. As três foram as tops das tops na 15ª edição da pesquisa Top Of Mind, realizada pelo instituto Datafolha e pelo diário Folha de S. Paulo. O índice de recall de marcas, dividido em 40 categorias, baseou-se em 5 085 entrevistas em todo o país. A mais recente versão do estudo faz

deferência às sete marcas que desde a primeira edição, em 1991, vence-ram suas categorias: Volkswagen, em automóveis; Philips, em eletro-eletrô-nicos; Coca-Cola, em refrigerantes; Hellmann’s, em maioneses; Omo, em sabões em pó; Kibon, em sorvetes; e Doriana, em margarinas (todas as últimas quatro, a propósito, perten-centes à Unilever).http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2005/topofmind

Triunvirato lidera lembrança de marcasdeferência às sete marcas que desde

ram suas categorias: Volkswagen, em automóveis; Philips, em eletro-eletrô-

Hellmann’s, em maioneses; Omo, em

Há cinco anos no mercado de xíca-ras descartáveis para café, a paulista Small Cup estréia agora na área de potes descartáveis para sobremesas. Disponíveis nas cores verde, rosa, azul e amarela e nos tamanhos de 250ml,

300ml e 400ml, os potes são produzi-dos em PET cristal. A Small Cup infor-ma possuir representantes em todo o território nacional.(19) 3295-1286 • www.smallcup.com.br

Sobremesas em suportes cristalinos

Produtora de embalagens do tipo bag-in-box, a Embaquim acaba de criar uma variante específica para a exportação de sebo. O Flextainer é uma bolsa plástica gigante, de seis camadas, com capacidade para armazenar 24 000 quilos de produto. Mede 4,5 metros de largura por 7,5 metros de compri-mento e sua matéria-prima básica

é o polietileno linear de última geração. “Apostamos que com a questão da febre aftosa o sebo se torne um item muito mais expor-tável e importante para os frigorífi-cos em termos de preço”, entende Ronaldo Canteiro, presidente da Embaquim.(11) 272-7263www.embaquim.com.br

Exportação de sebo com bag próprio

A agência paulistana 100% Design criou um livro com uma coleção de seus trabalhos, incluindo diversos casos detalhados de desenvol-vimento de embalagens. Com o nome de Olhar 100% – Perfil Estratégico, o portfólio, com 120 páginas, foi lançado durante um evento promovido no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em meados de outubro. Fundada há quatro anos, a 100% Design já ganhou prêmios internacio-nais como o How’s International Design Competition e do London International Advertising Design Awards.(11) 3032-5100www.100porcento.net

Livro condensa design da 100%

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30 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

o Brasil, quando se pensa em bebida isotônica, a imagem de garrafas de vidro bojudas iden-tificadas com a marca Gatorade

vem à cabeça de muitos consumidores. Em que pese a força de tal associação, essa bebi-da, criada para repor a energia dos atletas de um time de futebol americano da Flórida e prestes a completar 18 anos no Brasil, onde detém share de quase 77% no mercado de isotônicos (dado da ACNielsen), acaba de aposentar as garrafas de vidro de 473ml e aderir a novas, de PET, de 500ml.

Segundo a PepsiCo, a controladora da marca, a leveza e o novo desenho da garrafa permitem que ela seja carregada de modo conveniente, sem o risco de cair e quebrar. “Em lugares como a praia e as escolas a gar-rafa de plástico é muito mais segura”, argu-menta Graziela Vitiello, gerente de marketing de Gatorade. “A novidade permite à marca entrar em novos espaços”.

Uma amostra da importância da subs-tituição de embalagem é a forte campanha publicitária, lastreada em diversos meios de comunicação. Na televisão, um comer-cial mostra as garrafas intactas mesmo após caírem no chão. Mídias de ambiente aberto,

como bancas de jornal, bike banners, aero-doors e relógios de rua serão exploradas na cidade do Rio de Janeiro, para aproximar a novidade dos freqüentadores das praias. Outdoors e anúncios em cinemas e em gran-des revistas completam o rol de ações.

A fornecedora da nova embalagem plás-tica de Gatorade é a Amcor PET Packaging – empresa que, cerca de dois anos atrás, também participou da substituição de reci-pientes de vidro pelos de PET no caso de uma outra marca de referência em sua cate-goria, a maionese Hellmann’s, da Unilever. Os rótulos roll-fed de BOPP (polipropileno bi-orientado) são produzidos pela Inapel e têm concepção gráfica da Oficina d´Design. Na parte de fechamento, as novas garrafas inquebráveis adotam tampas plásticas de rosca e selos de vedação por indução.

A PepsiCo não revela o valor investido na estratégia. Sabe-se, porém, que a expectativa em torno das vendas da nova apresentação é grande. Ao lado das batatas fritas da Elma Chips, Gatorade teve grande mérito no fatu-ramento 13% maior da PepsiCo no terceiro trimestre de 2005, em comparação com o mesmo período de 2004. A receita passou de 7,26 bilhões para 8,18 bilhões de dólares.

plásticas >>> isotônicos

NPara explorar apelo da segurança, Gatorade troca vidro por garrafa de PET

Agora ela é inquebrável

Insatisfeito com formulações e apre-sentações das bebidas isotônicas da praça, o americano Mark Jensen, um atleta e ex-funcionário da Nike, apostou na pró-atividade e criou a sua própria, a Gleukos. Em relação à fórmula, apostou num concentrado de glicose – substância que provê energia de forma quase instantânea aos atletas, pois é absorvida pelos músculos e pela corrente sanguínea sem necessitar ser digerida. Quanto à embalagem, recorreu ao expertise da

Ampac Flexibles, que criou um stand-up pouch sintonizado com exigências dos atletas. Seu perfil, parecido ao de uma ampulheta, o torna ergonômico e fácil de guardar no bolso ou em cintos para jogging. O consumo da bebida é facilitado por uma válvula antivaza-mentos, recoberta por uma tampa do tipo sport cap, a EZ Turn Cap, da Seaquist Closures. “O pouch que cria-mos é 80% mais leve e ocupa 50% menos espaço do que as embalagens rígidas”, compara Jensen.

Com a visão de quem entende

Ampac Packaging+1 (513) 671-1777www.ampaconline.com

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AÇÃO

ENERGIA – Para a PepsiCo, “PET abrirá novos espaços à bebida”

Inapel(11) 6462-8800www.inapel.com.br

Amcor PET Packaging(11) [email protected]

Oficina d´Design(11) 5051-8844www.oficinaddesign.com.br

Seaquist Closures(11) 4143-8900www.seaquistclosures.com

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32 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

e o Natal é época de rituais e tradi-ções, um de seus maiores símbolos gastronômicos, o panetone, é uma espécie de arauto de novidades,

tanto em termos de paladar quanto em apre-sentação visual. Ao mesmo tempo em que a variedade de sabores e combinações demons-tra não ter limites, o apelo das embalagens revela um esforço dos fabricantes para seguir a linha das inovações. O diferencial nas gôn-dolas não é facilmente alcançado e, nessa luta, o mercado passa a ser ainda mais disputado com a investida de peso da argentina Arcor,

que encerra 2005 com fabri-cação de panetones em ter-ritório brasileiro.

Até o ano passado, os panetones eram importa-dos do país vizinho e che-gavam até aqui, já finali-zados e acondicionados, apenas por meio de dis-tribuidores e pela Venda Direta Arcor. Se antes o produto vinha com

DNA inteiramente argen-tino, incluindo as embalagens,

agora o processo será quase total-mente brasileiro, exceto o fornecimento

de embalagens. Parte delas continuará vindo da Argentina, mas volumes, valores e nomes não são divulgados pela empresa.

Com a adoção do endereço brasileiro na produção, os panetones que chegam ao varejo

Ssofreram reformulações. “Mudamos o produ-to e, portanto, a embalagem também apresenta dimensões e layout novos”, conta Gabriel Porciani, gerente de marketing dos negócios de chocolates e panetones da Arcor. Os pane-tones são apresentados em caixas de papel cartão, em bolsa de polipropileno bi-orientado (BOPP), e em lata de folha-de-flandres.

A estratégia da empresa consiste em ala-vancar duas marcas de biscoitos advindas da Danone: Triunfo e Aymoré. A empreitada ganhou força em 2004, quando a companhia e a Danone fizeram uma fusão na área de biscoitos, somando uma receita líquida de 300 milhões de dólares, aproximadamente.

Segundo Porciani, as marcas não serão dis-tribuídas de maneira uniforme em todo o país. “Para aproveitar a força dos nomes em cada região, Triunfo terá como foco os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro; Aymoré, o Estado de Minas Gerais, e os panetones Arcor serão comercializados nacionalmente, mas com maior foco na região Sul”, explica.

“Quanto à logística, ganhamos tempo para distribuição e maior flexibilidade em nossas negociações”, resume o executivo. A expecta-tiva é que a Arcor consiga enfrentar a gigante Bauducco, detentora de mais de 70% do mer-cado nacional. Para tanto, foram investidos 3 milhões de reais na criação da linha de produção em Campinas (SP) e outros 1,5 milhão serão empregados em marketing. Foram necessários sete meses até que a linha de produção estivesse em fun-

FEITO AQUI –A argentina Arcor investiu R$ 3 milhões na linha brasileira, que inclui as marcas Triunfo e Aymoré

Com produção brasileira, a argentina

Arcor tenta abocanhar parte do mercado

de panetones, dominado pela Bauducco

Por Livia Deorsola

Disputa pela maior fatia

alimentos >>> panetones

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novembro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 33

cionamento no Brasil. Sem revelar números sobre a participação no mercado, a Arcor diz apenas que quer aumentar em quatro vezes as vendas de panetones, em relação a 2004.

Mercado de gigantesA dimensão do mercado brasileiro de paneto-nes justifica os altos investimentos. Embora o consumo anual per capita seja baixo, se comparado a outros países – apenas 300 gra-mas por habitante, inferior aos 650 gramas consumidos pelos argentinos e aos 2 quilos pelos italianos –, o Brasil já é o segundo maior produtor do mundo desse tipo de bolo, atrás apenas da Itália.

Atenta a esse cenário e à chegada da con-corrente, a Bauducco afirma lançar a maior promoção de Natal já feita antes. Em cada embalagem promocional de 500 gramas de panetones e chocotones, desenvolvida pela 100% Design, o consumidor ganhará um míni Papai Noel – dentre os seis modelos colecionáveis –, que pode ser pendurado em árvores natalinas. O papel cartão utilizado nas embalagens é fornecido por duas empresas: Klabin e Suzano. No primeiro caso, o material é certificado pelo Forest Stewardship Council (FSC), e leva a marca Klafold. A Bauducco também coloca em circulação as tradicio-nais latas amarelas, que, a cada ano, trazem um layout diferente e, por isso, também são colecionáveis. De acordo com Débora Vasconcellos Micchi, gerente de marketing de sazonais (Natal e Páscoa) da Bauducco e da Visconti, as latas, fornecidas pela Aro, Tapon Corona e Metalgráfica Itaquá, dão um tom mais sofisticado ao produto e atraem, todo ano, consumidores (especialmente mulheres) mais tradicionalistas.

PROMOÇÃO – Papai-Noel colecionável da Bauducco promete ser a maior ação promocional da marca

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34 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

A marca Visconti, com pre-ços até 20% mais baixos, também recebeu reformulações nas embala-gens, assinadas agora pela agência Sart/Dreamker: os logotipos foram padronizados e as cores foram sepa-radas por sabor. “Até o ano passado, os invólucros não tinham identidade bem definida, mas agora trabalhamos isso a partir da estratégia de color code”, informa a gerente. O processo de reformulação teve iní-cio com as colombas pascais, na Páscoa. Por causa da boa aceitação, a ação se repete agora. Além disso, a empresa credita às embalagens fundamental papel quando o assunto são as linhas sazonais, já que elas não dispõem de todo o ano para que sejam trabalhadas e, por-tanto, devem atrair a atenção do consumidor com maior velocidade.

Há sete décadas no mercado e na contramão das altas tira-gens, a Di Cunto, a mais antiga produtora de panetones e doces da América Latina, não altera suas características artesanais e mantém a distribuição concen-trada em quatro lojas na cidade de São Paulo. O resto do Brasil recebe os produtos por meio dos revendedores espalhados pelo país, todos atendidos por uma central de vendas. Ao todo, são 280 000 panetones a cada temporada natalina.

Além dos lançamentos de novos sabores, o investimento da empresa familiar para este Natal está na embalagem come-morativa dos 70 anos: uma edi-ção especial e limitada de pane-tone de 1 quilo, acondicionado em lata decorada, ainda não finalizada. A embalagem é for-necida pela Metalgráfica Itaquá e desenhada pela Benchmark. A idéia é oferecer um presente aos consumidores que, segundo Marco Alfredo Di Cunto, diretor da empresa, se mantêm fiéis

por causa do modo de produção diferenciado, “artesanal e que respeita as receitas italianas originais”, acredita. “Justamente por se tratar de uma empresa muito tradicional, onde a qualida-de dos produtos é um dos gran-des atributos de venda, a emba-lagem tem o importante papel de agregar valor aos produtos”, completa. Tradicionalmente é utilizada uma de papel cartão, impressa pela Gráfica Romiti, com design desenvolvido pela própria Di Cunto.

Aro(11) 6462-1700www.aro.com.br

Benchmark(11) 3057-1222www.bench.com.br

Brasilgráfica(11) 4133-7777www.brasilgrafica.com.br

100% Design & Comunicação(11) 3032-5100www.100porcento.net Klabin(11) 3046 5800www.klabin.com.br

Metalgráfica Itaquá(11) 4648-2699www.metalurgicaitaqua.com.br

Nilpel(11) 2191-2300 www.nilpel.com.br

Gráfica Romiti(11) [email protected]

Sart/Dreamker(11) 3887-4133www.sart.com.br

Suzano Papel e Celulose(11) 3037-9000www.suzano.com.br

Tapon Corona(11) 3835-8662www.tapon-corona.com.br

Os produtos voltados ao público infan-til, bom propulsor da venda de panetones, apresentam ilustrações dos personagens dos desenhos animados Procurando Nemo e Os Incríveis, em parceria com a Disney/Pixar. As embalagens das duas marcas são impressas pela Brasilgráfica e pela Nilpel, também com papel cartão da Suzano e da Klabin.

A Pandurata Alimentos, controladora da Bauducco e da Visconti, espera que o resul-tado dos 5 milhões de reais investidos entre ponto-de-venda e mídia sejam revertidos em aumento de 8% nas vendas este ano, cerca de 28 milhões de unidades. A estimativa, diz a gerente de marketing, nada tem a ver com a atuação da concorrente recém-aterrissada. Apesar disso, ela admite serem os produtos Visconti os concorrentes diretos da Arcor,

por causa dos patamares de preço. “Mas temos a tradição de mais de cinqüenta anos a nosso favor e, ao mesmo tempo, a nova linha de embalagens demonstra que a marca

tem vitalidade”, avalia Débora.

REFORMULAÇÃO –logotipos padroniza dos e cores separa-das por sabor

COLEÇÃO - Embalagens mais sofisticadas trazem, a cada ano, layout diferente, o que agrada colecionadores

Nos 70 anos da Di Cunto, uma lata para comemorar

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36 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

maior ícone da Coca-Cola – a garrafa contour – ganhou ares de modernidade e aparece agora em nova versão de 250ml, de

alumínio, o mais recente must da área de bebidas (ver EMBALAGEMMARCA nº 74, de outubro de 2005). A iniciativa foi fundo na força de recall do formato: em nenhum dos cinco modelos aprovados da garrafa aparece a marca Coca-Cola.

O projeto foi lançado com o objetivo de atingir os jovens “antenados”, que freqüentam casas noturnas – únicos locais onde a embalagem será ven-dida – e podem pagar mais por uma garrafa especial. Os escritórios escolhidos, batiza-dos pela companhia de M5 (“Magnificent 5”, ou os “5 Magníficos”), foram o inglês

metálicas >>> bebidas

O

Garrafa para a “balada”

The Designers Republic, representando a Europa, o brasileiro Lobo, na América do Sul, o americano MK12, na América do Norte, o japo-nês Caviar, para a Ásia, e o sul-africano Rex & Tennant McKay, para a África.

A Coca-Cola deu a eles carta branca para que usassem

a garrafa como “tela”. A única exigência foi a utilização da onda que integra a logomarca, presente em todas as embalagens da bebida que é o carro-chefe da multinacional. A gar-rafa de alumínio, sem recortes ou emendas, é decorada com impressão feita com tinta especial, que destaca elementos dos desenhos quando expostos à luz negra usada nas casas noturnas. É produzida pela Exal, nos Estados Unidos, de onde é despachada para os paí-ses em que ocorre a promoção. No Brasil, a tampa, tipo crown, é fornecida pela Aro.

Para colecionarCada modelo da garrafa deve ficar no merca-do durante três ou quatro meses. Em seguida, será dado espaço a novas versões, todas com edições limitadas, que deverão ocorrer até o final do próximo ano. “Não há prazo para o fim do projeto, que pode ser estendido para

Coca-Cola usa embalagem de alumínio com design artístico para conquistar jovens

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FORMATO – Garrafas de alumínio com decorações

especiais apostam na remissão à icônica embalagem contour. Da esquerda para a direita,

criações da Rex, Caviar, MK 12 e Lobo. Na página ao lado,

The Design Republic

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outubro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 37

2007”, diz a diretora de marketing da Coca-Cola Brasil, Mônica Horcades. A expectativa é que os consumidores colecionem as gar-rafas, como já acontece com outros itens da Coca-Cola.

A primeira embalagem da série, à venda no país desde 21 de outubro, foi criada pelo escritório The Designers Republic, e seu gra-fismo remete aos anos 70. A segunda versão é a criada pelo estúdio brasileiro Lobo e deve chegar ao mercado no início de 2006. “Como é um projeto mundial, escolhemos a realida-de brasileira, usando São Paulo como cenário para mostrar que é possível achar bele-za onde aparentemente não existe”, explica Mateus de Paula Santos, diretor de criação e sócio da Lobo.

Além da decoração da embalagem, a pro-posta inclui videoclipes para boates com trilhas sonoras especiais. O Projeto M5 foi lançado simultaneamente na Itália, na Espanha, na Alemanha, no México e nos Estados Unidos. No Brasil, a novidade chega a mais de sessen-ta casas noturnas das principais capitais.

Aro(11) 6412 7207www.aro.com.br

Exal (Argentina)+54 (2322) 496-226www.exal.com

DESTAQUE – Tinta especial faz garrafa brilhar sob efeito de luz negra

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40 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005 2005

araíso da jogatina, Las Vegas também se consolidou, de alguns anos para

cá, como principal endereço de eventos corporativos na Costa Oeste americana. Não à toa, o número cada vez maior de feiras de negócios, convenções, congressos, simpósios e que tais lá realizados – no ano pas-sado eles foram mais de 2 300 – revela em boa medida por que essa cintilante cidade, encrava-da no deserto de Nevada, é a que mais cresce em solo ianque. Tal cenário explica por que o local tornou-se a aposta do PMMI – Packaging Machinery Manufacturers Institute, união dos fabricantes ame-ricanos de maquinário de embala-gem, para sediar o contrapeso geo-gráfico à Pack Expo de Chicago, feira de negócios lotada no extremo oposto dos Estados Unidos. Além da localização e da infra-estrutura, Vegas ainda proporciona aos profis-sionais dessa cadeia unir o útil ao agradável, ou seja, packaging com gambling (embalagem com jogo).

Revezando-se com a co-irmã de Chicago, que é sempre organizada nos anos pares, a Pack Expo Las Vegas assistiu em 2005 à melhor edição de seus dez anos de vida. Os resultados do show, ocorrido entre os dias 26 e 29 de setembro, inspi-raram projeções ousadas. “Dentro de alguns anos a versão de Vegas poderá superar em importância a de Chicago”, especula Bob Risley, presidente do conselho do PMMI. O otimismo dessa previsão advém de uma razão simples: comparada à de 2003, a edição de 2005 da feira

feira >>> pack expo las vegas ‘05

PCom crescimento, versão da Costa Oeste da feira americana de embalagem Pack Expo aproxima-se da irmã de Chicago

Uma aposta sem riscos em Las Vegas

evoluiu dois dígitos percentuais em praticamente todos os quesitos. Os 21 907 visitantes significaram um público 19% maior que o da edição passada. A visitação de estrangeiros cresceu 22%. De 933 expositores, em 2003, passou-se para 1 149 expo-

Por Guilherme Kamio, enviado especial a Las Vegas

Oeste americana. Não à toa, o número cada vez maior de feiras de negócios, convenções, congressos, simpósios e que tais lá realizados – no ano pas-sado eles foram mais de 2 300 – revela em boa medida por que essa cintilante cidade, encrava-da no deserto de Nevada, é a que mais cresce em solo ianque. Tal cenário explica por que o local tornou-se a aposta do PMMI – Packaging Machinery Manufacturers

Por Guilherme Kamio, enviado especial a Las Vegas

sitores, ou 23% a mais de estandes. A área do evento também expandiu 14%, passando para 483 000 metros quadrados. Outro destaque do even-to, inédito nas versões anteriores da Pack Expo, foi o serviço My PackExpo.

Feira virtual ajuda a realSintoma da tão propalada eficiência americana, o My PackExpo consis-tia numa espécie de comunidade on-line que integrava todas as empresas expositoras a todos os visitantes nele inscritos, facilitando buscas de produtos e serviços específicos e funcionando como ferramenta para a integração e a socialização de profissionais da cadeia de emba-lagem com interesses comuns – o networking velho de guerra.

Dessa forma, o público podia estruturar uma agenda de compro-missos para a feira antes de sua rea-lização, acessando o My PackExpo

PackExpo.

Feira virtual ajuda a realSintoma da tão propalada eficiência americana, o My PackExpo consis-tia numa espécie de comunidade on-line que integrava todas as empresas expositoras a todos os visitantes nele inscritos, facilitando buscas de produtos e serviços específicos e funcionando como ferramenta para a integração e a socialização de profissionais da cadeia de emba-lagem com interesses comuns – o networking velho de guerra.

estruturar uma agenda de compro-missos para a feira antes de sua rea-lização, acessando o My PackExpo INTERAÇÃO – O serviço My PackExpo provia informações on-line ao público

ASSIDUIDADE – A visitação da Pack Expo Las Vegas aumentou 19% em relação à edição anterior, realizada em 2003

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Com crescimento, versão da Costa Oeste da feira americana de embalagem Pack Expo aproxima-se da irmã de Chicago

Uma aposta sem riscos em Las Vegasatravés da internet. Ou então, uma vez den-tro dos pavilhões do Las Vegas Convention Center, buscar produtos e informações de eventos paralelos em quiosques computadorizados.

Vale dizer que, em termos de inovações e novidades, muitas das companhias com estan-de na Pack Expo de Las Vegas requentaram lan-çamentos da última edi-ção da Pack Expo de Chicago. É compreensível. Afinal, menos de um ano separou a realização desses dois eventos. Em termos de ten-dências gerais, percebeu-se entre os fornecedores de máquinas um recrudescimento da necessidade de entrega de equipamentos de emba-lagem mais inteligentes, seguros, confiáveis e flexíveis – tudo num só pacote. Um exemplo de força disso foi dado pela Bosch Rexroth. A empresa escolheu a Pack Expo Las Vegas para anunciar a introdu-

ção da tecnologia GenNext em suas máquinas.

Passo adiante da tecnologia Gen 3, ela consiste em equipamentos baseados em módulos inteligen-tes, que descentralizam centros de comando e permitem integrações harmônicas entre atuadores servo-eletrônicos, hidráulicos, pneumáti-cos e lineares, abrindo novas possi-bilidades de configurações de linhas nas indústrias. Resumo da ópera: a garantia de trocas de serviço, setups e cadências produtivas mais

velozes.A propósito da onda

de bens de capital mais versáteis, cabe ressal-tar que flexibilidade já não é uma possibilidade e sim uma característi-ca destacada na maio-ria das máquinas que foram expostas na feira. A Krones, por exemplo, sublinhava esse ponto em todas as vedetes de seu estande, como a rotuladora modular Solomodul. Sua flexibi-NOVA GERAÇÃO – GenNext, união de tecnologias e de constru-

ções modulares da Bosch Rexroth, promete maior eficiência

POLIVALÊNCIA – Krones mostrou rotuladora que abarca vários sistemas de aplicação

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lidade é garantida por um sistema de estações intercambiáveis de rotulagem, o que lhe permite abranger múltiplas técnicas de aplicação – etiquetas apli-cadas com cola fria, auto-ade-sivos, rótulos roll-fed de BOPP aplicados com hot-melt e man-gas (wrap-around) pré-cortadas aplicadas com hot-melt. “Isso torna o modelo ideal para quem oferece serviços de terceiriza-ção de decoração de embalagens”, situa Konnie Brenneman, relações-públicas da subsidiária americana da Krones.

Os destaques do balcão concor-rente da KHS seguiam o mesmo moto. Veja-se o caso da Roland HS15. Dedicada à aplicação de rótu-los wrap-around, ela é capaz de tra-balhar com recipientes de qualquer formato, assevera a KHS. Ademais, incorpora um sistema de troca fácil, do tipo tool-less (sem ferramental).

Aliás, a propósito de rotulagem observa-se que os rótulos termoen-colhíveis continuam a se desenvol-ver com força nos Estados Unidos, atingindo a cada dia novas catego-rias de produto. Como exemplo, a convertedora de rótulos Seal-It sublinhou em seu estande os rótu-los desenvolvidos para os frascos

de vidro dos molhos para saladas da marca Stallone. De PVC, os rótulos são impressos em dez cores em rotogravura, mostrando que o padrão de aceitação de qualidade desse tipo de decoração está a cada dia mais exigente.

Destaques em proteçãoNo quesito proteção de produtos, duas soluções inventivas chamaram a atenção durante a feira. A primeira delas foi o Instapak Quick Room Temperature, uma moderna alter-nativa a espumas e ao poliestireno expandido para o preenchimento de espaços vazios e proteção de conte-údos de embalagens de transporte.

Criado pelo grupo Sealed Air (com subsidiária no Brasil), ele consis-te numa espécie de travesseiro que

contém dois líquidos químicos especiais. Ao se massage-ar com as mãos as extre-midades do conjunto, os componentes se misturam, permitindo a moldagem do

produto às formas do produto protegido. O Instapack já fora

apresentado meses atrás, mas requeria o aquecimento do conte-

údo para a mistura dos dois com-ponentes. Agora, o processo pode ser feito à temperatura ambiente.

A outra solução foi apresentada pela Multisorb: uma nova versão do FreshMax, “seqüestrador” de oxi-gênio para embalagens de alimentos em for-mato de etiqueta auto-adesiva. Dedicado a estender o frescor e a evitar a proliferação de fungos e bactérias, o absorvente no inte-rior da etiqueta pos-sui forma sólida, o que evita contaminação de produtos caso ela seja acidentalmente danificada. “O novo FreshMax possui uma estrutura que garante alta adesão à camada selante de bandejas e outros filmes laminados”, afirma John Solomon, da área de desenvolvimento de negócios da Multisorb.

Como não poderia deixar de ser, por seu impacto recente nas indús-trias americanas, equipamentos foca-dos na tecnologia de identificação por radiofreqüência (RFID) também tiveram grande espaço no evento. Dentre as companhias que apresen-taram novidades nessa área e pos-suem representação ativa no Brasil, a Markem, provedora americana de

INSTAPAK – Sistema inovador de proteção agora dispensa calor

SHELF LIFE – Multisorb apresentou absor-ventes de oxigênio em auto-adesivos

FREQÜÊNCIA – Nova geração de equipa-mentos para RFID foi destaque da Markem

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outubro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 43

soluções em identificação de produ-tos e codificação, promoveu a estréia de uma nova gravadora/aplicadora de etiquetas RFID de alta velocida-de, a Série 800. Capaz de etiquetar até 100 caixas por minuto, o equi-pamento permite integração com os principais softwares RFID existentes no mercado e é compatível com o EPCglobal Gen 2, nova geração do padrão regulamentar de aplicação de RFID em sistemas de rastreamento e administração de inventário.

Convite aos brasileirosA despeito das novidades em emba-lagens e máquinas – algumas, aliás, serão tema de cobertura em próxi-mas edições de EMBALAGEMMARCA – e do desempenho inédito da feira, houve um fato a se lamentar: a baixa participação brasileira.

Excluindo-se as presenças de alguns (poucos) profissionais de representações locais de companhias americanas, o Brasil só deu as caras em Las Vegas num estande insti-tucional da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos e numa exposição de premiados no último Prêmio de Design & Embalagem da Abre – Associação Brasileira de Embalagem. “Convidamos os brasileiros a partici-

par mais do próximo evento, em 2007, até porque o clima quente de Las Vegas é muito parecido com o do Brasil”, brincou, ao fim do evento, o presidente do PMMI, Charles Yuska. Em suma, os organizadores enten-dem que, para os brasileiros envol-vidos com o setor de embalagem, a versão ensolarada da Pack Expo é – diferentemente dos jogos de azar que vicejam em Las Vegas – uma aposta desprovida de risco.

APURO – Impressão de rótulos termoencolhí-veis mostra acelerado avanço no exterior

Bosch Rexroth(11) 4075-9070www.boschrexroth.com.br

KHS(11) 6951-8343www.khs.com.br

Krones(11) 4075-9500 www.krones.com.br

Markem(11) 5641-8949 www.markem.ind.br

Multisorbwww.multisorb.com

Seal-Itwww.sealitinc.com

Sealed Air(11) 3833-2600www.sealedair.com/br

PMMI+ 52 (55) 5545-4254www.pmmi.org

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44 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

ão é difícil ouvir profissionais do mercado de food service afirman-do que a indústria de embalagem ainda não entrou em sintonia com o

segmento. Sistemas de acondicionamento pensa-dos para grandes cozinhas industriais, mas nem sempre adequados a estabelecimentos menores, como padarias, pequenos restaurantes, lancho-netes e rotisserias, estão entre os causadores de queixas. É provável que essa alegação seja plausível. Todavia, mais e mais empresas de embalagem parecem perceber as necessidades do mercado de food service, cuja participação na indústria de alimentos cresce sem parar.

Exemplo do uso de acondicionamentos con-venientes e práticos está sendo dado pela Gvinah, indústria de alimento que vem se especializando na produção de queijos processados. Em busca da liderança desse apetitoso setor, puxado pelo mercado de fast-food e pela indústria de pratos prontos, a empresa acaba de reformular as emba-lagens da sua linha Jammy. Nela os destaques são as misturas lácteas cremosas com frango, e os queijos processados com provolone, orégano e pimenta, que podem ser usados no preparo de sanduíches e pizzas.

Diferenciado-se das embalagens de poliéster disseminadas na categoria, a empresa investiu numa estrutura coextrusada composta de polie-tileno, adesivo e náilon. Além de boa resistência mecânica, o filme foi escolhido por preservar de modo satisfatório os alimentos da ação de agentes externos. “Embalagens de poliéster nem sempre apresentam as características de barrei-ra a oxigênio necessárias”, diz Pedro Saraiva, diretor da Descartável Embalagens, empresa que fornece os sistemas de acondicionamento.

Podendo ser submetido a elevadas tempe-raturas sem apresentar modificações em suas características, o filme de polietileno e náilon também se adaptou ao processo de envase, que

food service >>> lácteos

N

Fabricante de queijos proces-sados investe em coextrusão

Barreiraà altura

ocorre a aproximadamente 90º C. Saraiva infor-ma que existem outros materiais com boas carac-terísticas de barreira para acondicionamento de queijos processados. Mas, sob outros critérios, essas alternativas não se revelaram adequadas. Um dos materiais descartados foi o EVOH (copolímero de etileno e álcool vinílico). “Ele apresenta pouca resistência mecânica e custo muito alto”, afirma Saraiva.

Impresso diretamente nos filmes em flexo-grafia, o projeto gráfico das novas embalagens da marca Jammy foi desenvolvido pelo designer Fabio Albuquerque, da agência Gráfico & Web. De acordo com David Kaplan, diretor de marke-ting da Gvinah, as embalagens representam entre 3% e 5% do custo final da nova linha de queijos processados da empresa. Nos cálculos da Abiq – Associação Brasileira das Indústrias de Queijo, o mercado brasileiro de queijos processados movimenta 10 000 toneladas por ano, e deverá crescer 6% em 2005.

Descartável Embalagenswww.descartavel.com.br(11) 5633-5678

Gráfico & [email protected]

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RESISTÊNCIA – Compostas de náilon e polietileno, embala-gens dos queijos Jammy podem ser submetidas a altas temperaturas

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46 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

ova evidência do dina-mismo que contagia o mercado brasileiro de pet food e, por conseqüência,

a cadeia de embalagens especializada nesse setor. Maior produtora flumi-nense de fubá, a indústria Granfino estreou no mercado de rações para cachorro, investindo 7 milhões de reais na construção de uma nova fábrica e em ações de promoção da recém-lançada marca Grancão. “Foi um investimento alto, mas realizado na hora certa”, diz Felipe Lantimant, gerente de marketing da Granfino. Segundo ele, a empresa foi benefi-ciada pela baixa do preço do milho, produto essencial na produção de sua linha de ração. Frente aos bons resul-tados obtidos no mercado de pet food, para o ano que vem a Granfino já pla-neja o lançamento da linha Grancat, de ração para gatos.

No caso da linha Grancão, a empresa buscou alinhar-se à exigên-cia por sofisticação visual que tem caracterizado o segmento de rações para animais domésticos. Nesse sen-tido, decidiu imprimir as embalagens dos novos produtos em oito cores. O fornecedor dos sistemas de acondi-cionamento é a Incoplast, considera-da um dos principais convertedores de sacarias do mercado brasileiro de pet food. “Crescemos nesse segmen-to porque investimos muito em pré-impressão e clicheria, além de ter-mos apostado em novas impressoras e equipamentos de coextrusão que produzem filmes com três e cinco camadas”, diz Marcelo Schlickmann, diretor da Incopolast.

Filmes PET vêm aíDois tipos de material são utilizados na nova linha de rações da Granfino:

flexíveis >>> pet food

NFabricante de fubá debuta no mercado de rações com embalagens apuradas

Ataque na hora certa

polietileno (PE) e polipropileno bi-orientado (BOPP). Como explica o diretor da Incoplast, por questões de custo essas são as resinas mais uti-lizadas no mercado de pet food. A empresa, entretanto, tem trabalhado para disseminar, principalmente entre fabricantes de rações premium, sua linha Incopet, de filmes PET. Segundo Marcelo Schlickmann, a marca busca explorar os apelos da maior resis-

www.incoplast.com.br(48) 631-3000

PREOCUPAÇÃO VISUAL – Embalagens da linha são impressas em oito cores pela Incoplast

tência mecânica e de barreiras mais eficientes a gases, umidade e odor.

“Esse material foi desenvolvi-do após anos de pesquisas”, conta o executivo. “Infelizmente, porém, surgiram produtos vendidos como similares, mas que apresentam falsas barreiras.” Com três fábricas no país, a Incoplast dedica apenas a planta de Santa Catarina ao ramo de emba-lagens para ração. Nessa unidade, o mercado de pet food responde por 20% da produção. A empresa recen-temente começou a atuar na região Nordeste do país, onde está inves-tindo em máquinas de rotogravura para atender setores como os de café, biscoitos e chocolates. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais, o consu-mo brasileiro de rações para animais de pequeno e médio portes quintupli-cou nos últimos oito anos, e o Brasil produziu no ano passado 1,4 milhão de toneladas de ração.

Consumo brasileiro de rações para animais

de pequeno e médio portes aumentou

vezes nos últimos oito anos

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48 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

“Logo as embalagens irãoconversar com o consumidor”

entrevista >>> José Ricardo Roriz

á foi dito que a nanotecnologia é a ciência do século 21. Ao trabalhar no nível molecular, manipulando materiais com dimensões milha-res de vezes menores que o diâmetro de um fio de cabelo, seu impacto na vida moderna

seria comparável ao da tecnologia nuclear, dos aviões supersônicos, da internet ou até mesmo do telefone celular. É difícil prever, em todas as suas vertentes, as mudanças que a nanotecnologia causará no cotidiano de empresas e pessoas. Mas sabe-se que o campo para aplicações indus-triais de materiais elaborados com precisão molecular é imenso. Um dos setores produtivos que mais interessam os cientistas e empresas por trás das pesquisas envolvendo nanotecnologia é a cadeia de embalagem. Tintas que mudam de cor para indicar alterações indese-jadas na composição de produtos acondicionados, filmes, papéis e materiais plásticos mais resistentes, com visuais chamativos e texturas diferenciadas, ou ainda dotados de barreiras praticamente intransponíveis a gases, umidade e luz. Esses são alguns exemplos de aplicações de nanotec-nologia no mercado de embalagem. Nesta entrevista, José Ricardo Roriz, diretor do departamento de competitivida-de e tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), fala sobre essas possibilidades com o know-how de quem ajudou a organizar em junho último o Nanotec 2005, primeiro evento brasileiro para tratar de nanotecnologia aplicada à indústria.Embora o tema evoque cenários futuristas, o encontro, organizado em conjunto com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), provou que a nano-tecnologia não está tão distante no tempo. No campo dos materiais têxteis, por exemplo, os cientistas já afirmam ser possível produzir roupas que não amassam, não mancham

e ainda processam informação. No setor de cosméticos, os desenvolvimentos com nanotecnologia vêm contribuindo para o lançamento de novas fragrâncias e de formulações que prometem revolucionar mercados como o de cremes anti-sinais. Na indústria de embalagem também não faltam provas de que a adoção de materiais elaborados com a técnica é imi-nente. A Braskem anunciou investimento de 3,5 milhões de dólares em um projeto de desenvolvimento de novas resi-nas plásticas que devem ser lançadas em 2006. A Rhodia-Ster, por sua vez, foi parceira de um projeto desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), cujo objetivo é oferecer uma embalagem plástica que aumente a durabilidade de alimentos e bebidas. Mais recentemente, a Suzano Petroquímica anunciou que deverá lançar em pou-cos meses no Brasil uma resina de polipropileno produzida à base de nanotecnologia, que será oferecida às indústrias usuárias de embalagens de alimentos e para a produção de peças plásticas usadas no setor automobilístico. Acumulando suas funções na Fiesp com o cargo de dire-tor-superintendente da Unidade Polipropileno da própria Suzano Petroquímica, José Ricardo Roriz também comenta na entrevista a seguir formas de a indústria nacional ganhar competitividade a partir das pesquisas de nanotecnologia que vêm sendo desenvolvidas no Brasil. E lembra que, para o país crescer efetivamente nessa área, é preciso incentivar como nunca parcerias entre universidades e empresas.

Há meios de prever o impacto da nanotecnologia na indústria? O que se sabe é que a nanotecnologia é a que vai ter maior impacto no desenvolvimento de produtos inovadores nos próximos anos. É estimado que, em 2010, mais da metade

José Ricardo Roriz, diretor do departamento de

competitividade e tecnologia da Fiesp, analisa o

impacto da nanotecnologia no setor de embalagens, e

aponta meios para fortalecer essas pesquisas no país

J

DIV

ULG

AÇÃO

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novembro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 49

dos produtos conhecidos apresentará características que os tornarão diferentes daquilo que são hoje. A nanotecnologia surge como o principal agente de inovação desses novos produtos. O impacto será grande, e a velocidade com que a nanotecnologia vai se desenvolver nos próximos anos será muito maior do que de outras tecnologias já conhecidas no mundo acadêmico e científico.

Qual a importância da nanotecnologia no mercado de embalagens?Hoje boa parte das embalagens é passiva, exercendo sobretu-do a função de acondicionar os produtos. A grande função da nanotecnologia nesse setor será fazer as embalagens conver-sarem com o consumidor, como se fossem embalagens inte-ligentes. Isso será possível, por exemplo, com o uso de mar-cadores para comunicar ao consumidor o tempo de validade de determinado produto. Uma tinta de embalagem elaborada com nanotecnologia pode mudar de cor, por exemplo, para acusar uma modificação não desejável no produto acondicio-nado. Outro: quando um suco de laranja começar a oxidar, a embalagem terá um marcador que muda de cor, através da tinta, ou através do próprio material de embalagem, feito com nanomoléculas. Uma outra possibilidade são os materiais que aumentam o tempo de prateleira dos produtos. Enfim, a embalagem hoje tem uma função muito passiva. Com a nano-

tecnologia, serão desenvolvidas embalagens inteligentes, que passam informações para o consumidor.

Em linhas gerais, a nanotecnologia ainda é vista como algo do futuro. O senhor acha que esses desenvolvimen-tos podem disseminar-se industrialmente antes do que se espera? Ou eles ainda estão numa fase de maturação?No caso da Suzano, o lançamento de uma resina de poli-propileno elaborada com nanotecnologia está previsto para os próximos seis meses. Mas as empresas enfrentam hoje grandes dificuldades nesse setor. De um lado, nem sempre há equipamentos capazes de trabalhar com nanomolécu-las. Os microscópios e outros equipamentos e produtos são extremamente caros, e hoje nem todas as empresas têm acesso a eles. Também é reduzido o número de universidades com equipamento adequado para isso. No lado das indústrias, a dificuldade é investir em processos produtivos onde seja possível ancorar as nanomoléculas nos produtos. Esse, eu diria, é o X da questão. Transpostas essas dificuldades, as empresas poderão operacionalmente colocar seus produtos no mercado.

Os desenvolvimentos envolvendo nanotecnologia priori-zam algum material específico?No mundo, o setor de plásticos responde por quase 45%

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50 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

dos desenvolvimentos envolvendo nanotecnologia. Outro setor que já tem muitos produtos desenvolvidos é o de cos-méticos. Cremes anti-sinais, novas fragrâncias, texturas, enfim, as possibilidades da nanotecnologia no mercado de cosméticos são bastante amplas.

De maneira geral, materiais mais resistentes, com melhor apelo visual ou rápida degradação acabam custando mais caro. A nano-tecnologia traz a possibilidade de reduzir custos?Não vejo a nanotecnologia como um fator que, em curto prazo, possa reduzir custos. Mas no ciclo de vida de uma embalagem ela poderá redu-zir custos, pois será possível aumen-tar o tempo de armazenagem do pro-duto. A nanotecnologia na verdade vai agregar valor ao produto. Mas, a médio e longo prazos, a nano-tecnologia pode ser definida como um fator de redução de custos. Isso porque será possível trabalhar com resistência mecânica, resistência a impacto, produtos mais rígidos. Com isso será possível reduzir a espessura da parede e o peso das embalagens.

Boa parte das resinas elaboradas com nanotecnologia está sendo des-tinada ao mercado de filmes plásti-cos. O senhor diria que nesse setor as novidades nanotecnológicas tendem a ser mais nume-rosas do que nas áreas de sopro e injeção?O mercado de filmes flexíveis, principalmente para acon-dicionamento de alimentos, é sem dúvida um dos alvos desse tipo de material. Mas não o único. Com esse tipo de desenvolvimento, as empresas podem melhorar a bar-reira de oxigênio para aumentar a shelf-life dos produtos acondicionados. As possibilidades são amplas. No caso da Suzano, outro mercado em vista é o automotivo.

Sabe-se que adesivos industriais também estão na mira dos pesquisadores que trabalham com nanotecnologia. Quais outras especialidades químicas podem se beneficiar da técnica?As principais aplicações serão a mudança de cor, através do material da embalagem ou do uso de tintas especiais. Também há possibilidades em termos de mudança de textu-ra e barreiras a gases, principalmente gás carbônico e oxigê-nio. Na área automotiva, a nanotecnologia permite oferecer produtos mais rígidos, com maior resistência mecânica.

Já existe uma discussão sobre o impacto da nanotecnolo-gia no setor de maquinário. É possível prever os efeitos dos materiais elaborados com precisão molecular na indústria de máquinas industriais em geral, e de máquinas de embalagem em particular?Os efeitos maiores serão na parte de sensores, que dão velocidade, e na parte de moldes, com produtos mais resis-

tentes. Mas os efeitos maiores serão na própria embalagem, que deixará de ser passiva, e passará a interagir com o consumidor. Em máquinas, até onde vejo e até onde sei, as mudan-ças ficarão concentradas nos sensores de velocidade e nos revestimentos de moldes. Mas é claro que os desen-volvimentos se multiplicam e, em curto espaço de tempo, já veremos máquinas trabalhando com materiais elaborados com nanotecnologia. Qual a posição aproximada do Brasil no ranking internacional de pesqui-sas ligadas a nanotecnologia?Praticamente todas as universidades brasileiras que trabalham com tecno-logia já formaram núcleos para desen-volvimento da nanotecnologia. Como exemplos, podemos citar Unesp, Unicamp, FEI e Universidade Federal do Rio de Janeiro. Recentemente, a Fiesp e o IEDI patrocinaram uma feira, a Nanotec 2005, que tinha entre

seus objetivos divulgar nanotecnologia para as empresas que ainda não conheciam. Outra meta foi reunir os princi-pais cientistas que estão trabalhando com esse assunto, além de expoentes mundiais da nanotecnologia para interagirem com a comunidade científica aqui no Brasil. Esse foi sem dúvida um marco da nanotecnologia no Brasil. Percebemos que está crescendo o número de empresas que consideram importante aumentar os investimentos em nanotecnologia. No governo os avanços também são perceptíveis. Hoje, no ministério de Ciência e Tecnologia já existe uma área especificamente voltada para o desenvolvimento de nano-tecnologia no Brasil. A Fiesp tem promovido discussões sobre políticas mais agressivas de incentivo a pesquisas de temas como nano-tecnologia, que trazem diversas possibilidades e oportuni-dades para as indústrias. Além de aumentar o investimen-to público, o que o país deve fazer para que esse tipo de atividade científica consolide-se?O sistema brasileiro para incentivo a pesquisa e desenvolvi-

“Uma tinta ou mesmo

o material de embalagem

elaborado com nano-

tecnologia podem mudar

de cor para acusar uma

modificação não desejável

no produto acondicionado.

(...) O mercado de filmes

flexíveis para alimentos

é um dos principais alvos

desse tipo de material”

entrevista >>> José Ricardo Roriz

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novembro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 51

mento é muito complexo e falta informação para as empre-sas sobre como os fundos de pesquisa em tecnologia podem ajudá-las, no sentido de haver financiamento para inovações. Uma das coisas que estão pendentes é a regulamentação da lei da inovação. Por sinal, na chamada MP do Bem havia algo relativo a inovação, mas sabemos que esse projeto, infelizmente, voltou à estaca zero. Os programas existem, mas é muito complexo utilizar financiamentos governa-mentais para incentivo à inovação. E a nanotecnologia cai na vala comum das inovações. É fundamental que para uma tecnologia nova como essa – onde, embora as perspectivas sejam amplas, o risco envolvido é grande, até porque muitas pesquisas saem do zero – os incentivos governamentais, hoje difusos, sejam simplificados. Principalmente para as médias e pequenas empresas, onde acontece boa parte das inovações. As parcerias entre universidades e grandes empresas têm avançado, mas de forma ainda muito tímida quando comparado a países desenvolvidos, onde a relação entre empresas e o meio acadêmico é muito distante em relação ao que se vê no Brasil. Considerando que temos um bom time de cientistas dedi-cados a nanotecnologia, o que é preciso fazer para que essa condição efetivamente favoreça a competitividade da indústria nacional?É preciso em primeiro lugar determinar a demanda de mercado por novos produtos. A partir daí devem ser identificados os focos de atuação em pesquisa, para que a tarefa seja feita conjuntamente entre as empresas e o meio acadêmico. Hoje, essas duas correntes atuam de maneira separada. Muitas vezes as empresas olham sob o ponto de vista comercial de curto prazo. Por sua vez, o meio acadê-mico se prende ao médio e ao longo prazos, ficando dis-tante da realidade de mercado. É importante haver união entre essas duas correntes, para que as tecnologias tenham viabilidade comercial no futuro. Os pedidos de patentes envolvendo projetos brasileiros ligados a nanotecnologia vêm crescendo? O número ainda é muito pequeno, principalmente quando comparado com Estados Unidos, Japão e Alemanha, que são os países que mais investem em nanotecnologia. O que posso dizer é que, pela realização da primeira edição da Nanotec, onde toda a comunidade científica, empresas e governo se reuniram em torno desse assunto, 2005 pode ser considerado o ano da nanotecnologia no Brasil. Inclusive lá foi lançada a Carta São Paulo de Nanotecnologia, e uma série de ações foi deflagrada. O número de empresas que estão desenvolvendo nanotecnologia no Brasil ainda é muito baixo. Mas para os próximos dois ou três anos, tendo em vista todas essas ações que foram disparadas, acho que teremos muitas surpresas agradáveis, inclusive do lado das patentes.

O futuro da mídiaacaba de chegar.

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52 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

resente no Brasil há 82 anos, o Leite Ninho, um dos mais tradicionais pro-dutos da multinacional suíça Nestlé, tem duas novas versões de embala-

gem, que marcam radical mudança em relação à tradicional lata cilíndrica: uma lata expandida, com formato que remete às leiteiras utilizadas em fazendas, com alça e tudo, e um sachê lami-nado, de poliéster, alumínio e polietileno.

O recipiente de aço, cujo perfil foi desenvol-vido em parceria com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), tem quatro versões com diferen-tes desenhos e capacidade para 1,1 quilo (crian-ças brincando, vacas, mãe lendo histórias para os filhos e uma fazendinha). A inovação ocorre na esteira de uma anterior, que resultou em grande êxito no esforço da siderúrgica para ampliar a participação do aço no mercado de embalagens: a lata do Leite Moça com “cintura”.

A Nestlé não revela números sobre o desem-penho do produto, mas segundo Antonio Carlos Teixeira Álvares, presidente do Sindicato da

mercado >>> leite em pó

P

Lembrança da fazendaIndústria de Estamparia e Metais do Estado de São Paulo (Siemesp), “essa é provavelmente, no mundo, a primeira lata com shape para produto de grandes volumes de venda”. Embora presente em ampla variedade em outros países, “todas essas latas expandidas têm tiragens limitadas”.

É esse, aliás, o caso das próprias “latas-leitei-ras” do Ninho, cujo projeto visual foi desenvol-vido pela agência Pandesign. Terão edição limi-tada, mas a empresa já prepara novos desenhos, que devem ser lançados nos próximos meses. Esta é a mudança mais radical que a embalagem do produto sofre desde 1923, quando estreou no mercado brasileiro. Alterações anteriores ocorre-ram, mas ficaram restritas aos rótulos, ao tama-nho das latas e ao sistema de fechamento.

Quanto à outra novidade, o lançamento do Leite Ninho em sachês de 26 gramas, visa con-quistar o público de menor poder aquisitivo. Essa versão da embalagem será comercializada apenas em alguns Estados do Nordeste, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. O objetivo da

Leite Ninho muda formato da embalagem pela primeira vez desde 1923Por Flávio Palhares

LATASEXPANDIDAS - Após asquatro versõesiniciais, outrasserão lançadas

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outubro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 53

400 gramas. Deve-se supor que esse consumidor não está preocupado – talvez nem lhe ocorra isso – com o fato de pagar proporcionalmente mais pelo produto na embalagem flexível. Para ele, o que conta é o que pode gastar efetivamente.

Os sachês, produzidos pela Santa Rosa Embalagens Flexíveis, vão ficar em definitivo no mercado e serão comercializados exclusi-vamente pelo pequeno varejo e por lojas de conveniência.

empresa é colocar no mercado um produto de alta conveniência e baixo custo para o consu-midor, de modo a aumentar o mercado de Leite Ninho, hoje concentrado nas classes A e B.

O lançamento vem na vertente da crescente percepção da indústria e do varejo de que as classes C, D e E são uma atraente possibilidade de expansão do consumo. Diferentes pesquisas mostram que parcela expressiva de consumido-ras dessas camadas compra produtos de marca, em diferentes categorias, no empenho de oferecer “o melhor” para a família. Há mesmo citações de que, no caso específico do leite, mães de baixo poder aquisitivo adquirem os tipos mais baratos para a família em geral, mas fazem questão de levar a marca Ninho para o bebê.

O fato é que, se o consumidor pertencente àquelas faixas não tem condições de adquirir uma lata diferenciada de 1,1 quilo de Ninho, pode eventualmente comprar uma porção corres-pondente a 1/42 disso, ou 1/15 de uma lata tradi-cional de 400 gramas. Pode fazer isso pagando 49 centavos pelo sachê de 26 gramas, ao passo que desembolsaria 6 reais, em média, por uma lata de

CSN(11) 3049 7222www.csn.com.br

Pandesign(11) 3849 9099www.pande.com.br

Santa Rosa Embalagens Flexíveis(11) 3622 2300www.santarosaembalagens.com.br

SACHÊS INDIVIDUAIS - Objetivo é conquistar o consumidor de baixo poder de compra

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54 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

ão bastassem os incontáveis desa-fios que seguidamente se apre-sentam para os transformadores de resinas plásticas, outros mais

são colocados num drama vivido por donos de supermercados. Tendo nas sacolas tipo boca-de-caixa, ou camisetas, praticamente a única mídia disponível para divulgação de sua marca, muitos desses estabelecimentos se defrontam com dificuldades financeiras para recorrer a elas. “No período de expansão do negócio, depois da divulgação boca a boca, foi esse veículo que nos tornou mais conhe-cidos na região”, conta Antônio Moura, dono de duas lojas num bairro da periferia de São Paulo, que atendem cerca de 5 000 pessoas por mês. “Mas hoje a verba está curta e não dá mais para imprimir as sacolas”, ele diz. A saída é utilizar produtos padrão, sem logotipo ou qualquer elemento impresso.

O que sucede com o pequeno supermer-cado de Moura se repete com incontáveis outros estabelecimentos do mesmo porte, mas levanta indagações sobre um problema que não deixa de afetar também as redes gigantes: a questão da qualidade do material

matérias-primas >>> resinas

N

Fina resistênciaMais seguras e com baixa espessura, as sacolas tipo camiseta são importante ferramenta de divulgação dos supermercadosPor Livia Deorsola

Os desenvolvimentos mais avançados em termos de resis-tência obtidos pela indústria de resinas têm conseguido firmar espaço na indústria transfor-madora, com bons resultados em 2004. Segundo dados da Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química, o consu-mo de resinas termoplásticas naquele ano foi de 4,2 milhões de toneladas. As petroquí-micas não divulgam quanto desse montante corresponde às especiarias, mas garantem

que representam boa parte do lucro. Para se ter uma idéia da importância do material, das cinco unidades da IPQ localiza-das no Pólo Petroquímico de Triunfo (RS), três são voltadas à produção de PEAD, com uma capacidade instalada de 400 mil toneladas por ano.A Abiquim informa que o consu-mo aparente (soma da produção nacional com as importações) da matéria-prima, medido de janeiro a setembro de 2005, foi de aproximadamente 2,8

milhões de toneladas. A redu-ção de 0,67% em relação ao mesmo período em 2004 é atribuída pela instituição à elevada taxa de juros e à entrada de produtos plásticos vindos da China. Por sua vez, a ABIEF – Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) aponta para problemas na aquisição das resi-nas termoplásticas por conta do aumento do consumo interno, comum em fim de ano, e da alta nos preços da matéria-prima.

Bons resultados, mas problemas com preços, juros, China...

STU

DIO

AG

– A

ND

GOD

OY

ECONOMIA – Sacolas mais

resistentes significam menos

desperdício na hora de embalar

as compras

Abief(11) 3032-4092www.abief.com.br

Abiquim(11) 2148-4700www.abiquim.com.br

Braskem(11) 3443-9999www.braskem.com.br

Ipiranga(51) 3216-4449www.ipq.com.br

Plastivida(11) 5505-0521www.plastivida.org.br

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outubro 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 55

plástico de suas sacolas. Por mais verba de que disponham para publicidade, nas mais nobres mídias, é nesse meio de transporte de mercadorias que vai sua marca. Como no caso dos recipientes rotulados dos produtos que comercializam, é a sacola – a embala-gem do supermercado – que leva e divulga diretamente a bandeira da casa. A imagem desse item cantado em prosa e verso como “maior patrimônio de qualquer empresa” estará arranhada sempre que acontecer a célebre cena das compras indo ao chão após a sacola arrebentar.

Para evitar esse tipo de dano, é comum os consumidores, quando não os caixas e empa-cotadores, utilizarem mais de uma sacola para suportar o peso com segurança, aumen-tando assim os gastos e desperdiçando mate-rial. É compreensível que isso ocorra quando as sacolas não se adequam às orientações da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas para resistência do material. Um – a rigor, apenas o primeiro – dos desafios para transformadores é, portanto, alcançar a alta resistência do plástico sem aumentar a espessura do filme.

EspecialidadesPara tanto, a indústria petroquímica tem incre-mentado as especificidades das resinas termo-plásticas, de modo que a resistência mecânica das sacolas evite estouros. Além de aplicar em commodities, tem investido na produ-ção de especialidades, como faz a Ipiranga Petroquímica. A par do GM 9450 F, um polie-tileno de alta densidade (PEAD), desenvolvi-do para o segmento de extrusão de filme de alta massa molar, já consagrado no mercado, a IPQ comercializa, desde o ano passado, a resi-na Maxi Film, um PEAD capaz de produzir um filme de alta tenacidade e resistência até 50% superior (ver EMBALAGEM- MARCA nº 54, de fevereiro de 2004). Segundo Jayme Moura, gerente de desenvolvimento de produtos da IPQ, a receita possui aditivos superiores e é possível produzir sacolas com espessura até 20% menor.

Na linha das resinas de alto desempenho, a Braskem atua com o HF-0147 e o ES 300, PEADs que também prometem boa soldabili-dade e elevada resistência mecânica à tração e ao rasgo. “A sacola é considerada pelos

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supermercadistas como custo adi-cional ao negócio e, portan-to, sofre forte impacto durante as negociações entre os supermercados e os fornecedores”, avalia Fabiano Zanatta, engenhei-ro de aplicação da Braskem. Para ele, a busca incessante na redução de custo das sacolas vem provocando perda da compe-titividade dos transformadores e da qualidade final do produto.

Ante esse quadro, o que parece é que o segundo desafio para os transformadores, no caso das sacolas-camiseta, é uma questão de comunicação. Eles precisam convencer o varejo de que, enquanto virem nas sacolas em que os clientes levam sua marca para casa como custo e não como valor, estarão estimulando o desperdício. Talvez uma boa saída seja melhorar a resistência das sacolas

e fazer essa informação chegar a todos os envolvidos no ato final da saída das merca-dorias nos check-outs: caixas, empacotado-res e consumidores.

Sacolas tipo camiseta mais resistentes propiciam um bene-fício que vai além do econômico. Profissionais da área petroquí-mica e ambiental ouvidos pela reportagem concordam em afir-mar que o aumento da resistên-cia do filme, aliado a espessuras menores, diminui a quantidade de plástico destinado ao lixo. “Ao evitar o uso de duas ou mais sacolas para a embalagem das compras, menos plástico é joga-do fora”, afirma Daniel Fleischer, da gerência de marketing da IPQ. “As sacolas de melhor qua-lidade são reutilizadas, mesmo que seja para comportar lixo doméstico, o que já ajuda bas-tante”, acrescenta Sílvia Rolim, assessora técnica da Plastivida – Instituto Sócio-ambiental dos Plásticos. Dentre as possibilidades, a reciclagem do plástico é uma preocupação da cadeia produto-ra, embora existam entraves a transpor. “Tudo depende de uma

eficiente coleta seletiva e de uma cultura da reciclagem”, pondera Sílvia. “Os supermercados não podem garantir que as sacolas retornarão para ser recicladas”, ela argumenta. Apesar das dificuldades na coleta, a asses-sora da Plastivida informa que a demanda pelo plástico pós-con-sumo é de 100%, esbarrando, apenas, na falta de fornecimento contínuo de matéria-prima, outro reflexo da escassez de sistemas de coleta seletiva. Outra dificul-dade é a ausência do código de identificação das resinas, exigido por norma da ABNT. Este item dificulta a separação dos dife-rentes tipos de plásticos, cujas características físicas e de degra-dação térmica são diversas. No Brasil, a reciclagem mecâni-ca é a mais comum. Os descar-tes plásticos são convertidos em grânulos que podem ser reuti-lizados na produção de outros produtos, como solados, pisos, mangueiras, componentes de

automóveis, fibras e embalagens não-alimentícias. O grande pro-blema, entretanto, é diminuir o impacto das embalagens plásti-cas que são jogadas diretamen-te no meio ambiente. Uma das soluções apontadas é a fabri-cação de plásticos degradáveis ou biodegradáveis, caminho que ainda não é consenso. “O resul-tado da degradação é o compos-to, mas, no Brasil, temos menos de 1% de compostagem”, afirma Sílvia. “Cientificamente não está confirmado se a degradação do plástico é vantagem para a natu-reza. Os aditivos usados para a quebra da cadeia de polímeros chegam à natureza de qual-quer forma”, considera Daniel Fleischer.A combinação entre a recicla-gem mecânica, uma eficiente coleta seletiva e o uso adequado dos aterros sanitários são as medidas apontadas como ideais para que a questão avance, con-clui Sílvia Rolim.

Melhor qualidade, menos resíduos

NO LUGAR CERTO - A reutilização das sacolas e a reciclagem do plástico diminuem

o impacto sobre o meio ambiente

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onforme anunciado na cobertura exclusiva da Labelexpo Europe, feita na edição anterior de EMBALAGEMMARCA pela equipe da revista enviada a Bruxelas, a seguir são apresentados

mais alguns destaques da feira realizada no final de setem-

bro último. Com este serviço, complementa-se a cobertura, de modo a oferecer aos leitores que não tiveram opor-tunidade de visitar o evento um panorama praticamente completo dos mais importantes lançamentos relacionados à cadeia de rotulagem ali ocorridos.

Produtos selecionados pela equipe de EmbalagemMarca durante a Labelexpo

C

Mais de Bruxelas

58 >>> EmbalagemMarca >>> outubro 2005

A suíça Müller Martini apos-tou suas fichas na Altaprinta-V, impressora offset cujo grande apelo é a flexibilidade. O equipa-mento trabalha com formatos continuamente variáveis, pois as mudanças de serviço são feitas apenas com a troca de cilindros (chapa e blanqueta), que podem ter diâmetros diferentes, e não de todo o cassete – uma operação que, segundo a empresa, pode ser feita em menos de cinco minutos e sem o uso de ferramentas.Focada nos segmentos de impres-são de alta qualidade, a impresso-ra possui sistema de entintagem com catorze rolos, garantindo a consistência no fluxo da tinta mesmo trabalhando em altas velocidades. O equipamento tem nos baixos custos das chapas e na alta qualidade de impressão argumentos interessantes para abocanhar fatias do mercado de rótulos, que (quando se imprime

em bobinas) é atualmente domi-nado pelas impressoras flexográ-ficas. A Müller Martini acredita que a evolução das tintas UV per-mitirá ainda a migração de alguns trabalhos hoje realizados em roto-gravura para o sistema offset, mais flexível.Disponível em duas larguras (520mm e 740mm), a impresso-ra pode chegar, segundo informa o fabricante, à velocidade de até 365 metros por minuto. Indicada para a conversão de auto-ade-sivos e embalagens flexíveis, a Altaprinta-V pretende ocupar espaço também no efervescente mercado de rótulos termoencolhí-veis. Isso porque, dotada de servo motor para garantir o registro e de um sistema de refrigeração, a máquina torna-se apropriada para a impressão em substratos sensí-veis à temperatura.www.mullermartini.com No Brasil: (11) 3613-1002

Flexibilidade de formatos

ALTAPRINTA-V: Trocas de cilindros ao invés do cassete, e configuração para atender o mercado de termoencolhíveis

O avanço da tecnologia digital impõe mudanças também na área de aca-bamentos. Para cortar formatos diferenciados na mesma bobina, a italiana Cartes Equipment dispo-nibiliza três versões da sua Laser 350, máquina que usa feixes de laser para fazer meio-corte, corte inteiro e até picotes em bobinas de

diferentes materiais. A versão mais simples, com feixe de 200 watts, corta até 20 metros de papel (34 metros de polipropileno) por minuto. Já o equipamento Dual Laser, com dois feixes de 200 watts, chega a cortar 55 metros de papel (60 de polipropileno) por minuto.www.cartes.it • + 39 0376 511 511

Sem facas, cortes ilimitados

Produtos selecionados pela equipe de EmbalagemMarca durante a Labelexpo

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AÇÃO

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60 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

Soluções de impres-são de dados variáveis também puderam ser vistas na Labelexpo. Um dos destaques nesse segmento foi a K200 (foto), produto que puxa a série K, da Domino. A K200 é uma codificadora DOD (drop on demand, termo em inglês que indica que a tinta só é liberada quando necessário), capaz de imprimir até 90 metros por minuto com a resolução de 316 dpi. Como pode agrupar múltiplas cabe-ças de impressão, o equipamento permite aumentar a área possí-vel de impressão, o que o credencia a imprimir outras informações além dos dados vari-áveis, ou mesmo dife-rentes tipos de dados variáveis em áreas distintas da etiqueta ou cartão. Essa caracte-

rística é o que diferen-cia o modelo de seus predecessores.Com um Editor GT, tec-nologia de controle da Domino que opera em plataforma Windows XP, é possível coman-dar até oito cabeças de impressão de K200. Com o mesmo contro-lador, podem-se usar outras impressoras da Série A e da Série K conectadas, imprimindo partes diferentes do mesmo trabalho. www.domino.com No Brasil: (11) 3048-0147

A suíça Lüscher Flexo aprovei-tou a Labelexpo para lançar dois novos produtos. O primeiro é uma solução “digital positiva”, a FlexPose!direct 250L, grava-dora de chapas elastoméricas e

Positivo e negativo

No atraente mercado potencial criado pelos sistemas de identifi-cação por rádio fre-qüência, ou RFID, são muitas as empresas que prometem reduzir o custo das etiquetas. Com um equipamento que, simultaneamente, produz a antena (com um foil) e aplica o chip, num processo bobi-na a bobina, a alemã Arccure atraiu a aten-ção dos interessados nesse assunto. Batizada de RFID Process

Solution, a máquina (na verdade, ainda apenas um conceito, já que o equipamento só estará disponível no segundo trimestre de 2006) promete produzir até 40 000 inlays por hora.O processo consiste na colocação do chip no clichê que fará a aplicação do foil para formar a antena. Os chips são conectados e fixados por meio de um adesivo UV.www.arccure.de+49 (0) 29 41 28 62 31

Em busca de soluções O diferencial está na cabeça

poliméricas por exposição direta a laser voltada para os merca-dos de flexo (grava, inclusive, camisas), letterpress e serigrafia rotativa. Com extensão de grava-ção de 600mm, o equipamento foi desenvolvido especialmente para o mercado de rótulos. O fabricante promete alta qualidade de gravação, com impressão de pontos de 1% a 175lpi.O segundo produto apresentado pela Lüscher, também focado no mercado de rótulos, é uma solução “digital negativa”. Trata-se da FlexPose!, máquina de gravação de chapas para equi-

pamentos offset, letterpress e flexo por exposição a raios infra-vermelhos – processo que faz as vezes do filme negativo na gravação convencional. O design da FlexPose! permite a gravação de chapas de diversos tamanhos e torna desnecessária a fixação delas no tambor. www.luescher.com +44 (0)1844 267000

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Focada na área de pré-pro-dução de embalagens e rótu-los, a belga Esko-Graphics apresentou a Kongsberg XF10, equipamento baseado na mesa de corte e vinco Kongsberg, mas com dimen-sões menores. Dirigida aos mercados de impressões especiais, como o de sina-lização, a XF10 pode ser utilizada na produção de protótipos de embalagens

de papel cartão. A área de trabalho da mesa é de 800mm x 1100mm (aceita materiais nas dimensões de 900x1200mm).Simultaneamente, a empre-sa lançou a i-XF10, uma versão da mesa dedicada ao corte de materiais impres-sos digitalmente. Os desta-ques da i-XF10 ficam por conta da alimentação (em folhas cortadas ou em bobi-

nas) e da precisão no registro, garantida pela câmera MGE i-cut, ferramenta que mede as marcas de

corte em cada peça impressa,

compensando even-tuais distorções no

material.www.esko-graphics.comNo Brasil: (11) 5522-5999

Esko-Graphics XF10

Com o crescimento do uso de camisas nas impressoras flexográficas como forma de reduzir os tempos de setup nas trocas de serviço, a tecnologia de pré-impressão tem avançado a pas-sos largos. A DuPont, por exemplo, desenvolveu o seu conhecido Cyrel, que agora é encontrado também na versão Cyrel Round – uma solução completa de produção digital de sle-eves. O fotopolímero é gravado em CtP (Computer to Plate), com alta resolução e a velocidades de até 8m2 por hora. O uso de camisas reduz o tempo de montagem, diminui as possibilidades de erro e acaba com as emendas – o que elimina o balanço do cilindro pro-duzido nas montagens convencionais, aumentando velocidade e qualidade nos serviços impressos.www.dupont.comNo Brasil: (11) 4166-8751

Camisas para acabar com as emendas

Conversa de softwares

Diferentemente do informado na página 20 da edição 74 (cobertu-ra da Labelexpo Europe 2005), a impressora Varyflex, da italiana Omet, imprime substratos com espessuras que variam de 12 a 600 micra. Já o modelo Flexy S, citado na página 18 da mesma edição, é capaz de imprimir substratos com espessuras entre 20 e 350 micra.

Retificação

Provedora de softwares de pré-impressão, a belga Artwork Systems desenvol-veu, especificamente para os mercados de embalagens e rótulos, o sistema de gerenciamento de fluxos de trabalho Odystar 2.5. Uma das vantagens do software propalada pelo fabricante é o plug-in inPDF, que melhora a troca de arquivos do Adobe Illustrator CS com ambientes de pré-impressão PDF – impedindo, por exemplo, que informações como layers e links de imagens se per-cam quando um arquivo feito em

Illustrator é convertido em PDF. A justificativa para a criação do inPDF é que hoje, segundo estimativas do fabri-cante, oito em cada dez tra-balhos de design de embala-gem são feitos no programa Illustrator.www.artwork-systems.comNo Brasil: (11) 3932 3875

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LaureadaA Suzano Papel e Celulose foi eleita, pelo segundo ano consecutivo, vice-campeã do Prêmio Abrasca de Melhor Relatório Anual. Com o tema “80 anos de Inovação e Desenvolvimento”, o Relatório Anual 2004 da Suzano dispu-tou com 72 inscritos. “O Prêmio Abrasca tem grande relevância no mercado de capitais, pois avalia de forma inde-pendente a qualidade, abrangência e objetividade do conteúdo da principal peça de divulgação de informações ao mercado”, diz Bernardo Szpigel, diretor financeiro e de relações com investido-res da empresa.

CarreiraA Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo, iniciou as inscrições para seu curso de pós-graduação em design, produção e tecnologia gráfica. O prazo vai até 23 de dezembro, e os interessados podem inscrever-se pelo site www.anhembi.br ou pessoalmente, no Campus Morumbi. O início das aulas está previsto para 11 de março de 2006. O curso dura três semestres, sendo um deles dedicado à elaboração da monografia.

Fixando raízesA SPP-Nemo, distribuidora multimarcas de papel e artigos gráficos, apresen-tou seu portfólio de produtos durante o 13º Congraf - Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica, que aconteceu em Recife, em outubro último. “Foi uma oportunidade de fixarmos nos-sas raízes no mercado pernambucano, onde recentemente inauguramos nossa primeira filial, em Recife, e temos tido grande sucesso de vendas”, disse Marco Antonio de Oliveira, gerente geral de distribuição da SPP-Nemo.

SensaçõesA VSP Papéis Especiais promoveu em outubro um coquetel de lançamento de seu novo showroom. No evento foram lançadas as novas coleções de papéis especiais pertencentes à linha Sensações. Dela fazem parte produtos como os papéis aromatizados Scents, disponíveis no varejo e no atacado, além das famílias Sparkle (com brilho fosforescente), Colorplac (com a gra-matura mais fina para uso em papela-rias), e os papéis artesanais feitos com material reciclado, folhas de bananeira e bagaço de cana.

Papéis gráficos e editoriais integradosA Votorantim Celulose e Papel (VCP) reformulou as embalagens de suas linhas de papel couché e offset. Destinados aos mercados gráfico e editorial, os produtos foram agrupa-dos sob uma mesma identidade visual. “Constatamos que, além de transmitir o conceito de solução completa, uma única embalagem para os quatro tipos de papéis couché e offset representaria facilidade para a estocagem dos produtos nos clientes”, explica Darcio Berni, gestor de produtos papéis gráficos

da VCP. Desenvolvido pela agência Müller Camacho, o novo visual está presente nas versões bobina e resma.www.vcp.com.br • (11) 3269-4000

Representante brasileira da italiana Demak, que fabrica equipamentos de resinagem em poliuretano, a Blumak anunciou a venda de uma dessas máquinas para a Tog Adesivos, empresa especializada na produção de etiquetas. O modelo adquirido foi a Demak LCE Supporter Junior

Vacuum, que possui sistema automá-tico de limpeza, mesa aplicadora a vácuo e possibilita a atuação de até dez bicos injetores. “O equipamento servirá para a produção de adesi-vos mais voltados para a indústria, devido às características da etiqueta resinada”, diz Yuji Tsuruda, diretor da Tog. “Estamos animados com a utili-zação da máquina e já estudamos a possibilidade de adquirir outra dentro de no máximo um ano.” As máquinas para aplicação de poliuretano permi-tem resinar etiquetas com diferentes formatos, evitando a formação de bolhas. Segundo a Blumak, a tecno-logia gera uma aplicação homogê-nea, sem perdas na produção.www.blumak.com.br(11) 3338-2722

A força da resinagem em poliuretano

Gigante da celulose ataca no sulA sueco-finlandesa Stora Enso pretende ampliar sua atuação na América Latina instalando uma fábri-ca de celulose no Rio Grande do Sul. A planta deve ser erguida em algum dos diferentes municípios onde a empresa começará a instalar a sua base florestal de eucalipto, que ficará concentrada na fronteira oeste do estado. A idéia é comprar 100 000 hectares para plantio até o final de

2006. Não há informações precisas sobre o valor investido, mas a Stora Enso informou que o porte do projeto é semelhante ao da Veracel, joint-venture entre a empresa e a Aracruz, que recebeu 1,2 bilhão de dólares de investimento e tem capacidade para produzir cerca de 900 mil toneladas por ano de celulose. www.storaenso.comNo Brasil: (11) 3065-5200

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A multinacional americana RR Donnelley Moore apresentou ao mer-cado brasileiro seu novo núcleo de impressão digital, instalado na unidade de Barueri (SP). Voltada ao mercado editorial, a iniciativa demandou investi-

mento inicial de 1,5 milhão de dólares, e deverá gerar nos próximos dois anos 3 milhões de dólares em faturamento. Com cinco unidades industriais no Brasil e cerca de 1 600 funcionários, a empresa pretende faturar este ano no país aproximadamente 300 milhões de reais. O Brasil é o principal mercado da empresa na América Latina, sendo responsável por 4% do total de negó-cios em todo o mundo. Formulários, etiquetas, listas telefônicas e docu-mentos fazem parte de seu negócio. www.rrdonnelleymoore.com.br(11) 2104-4000

RodandoA Xerox realizou em outubro um road-show com apresentações temáticas para os segmentos de artes gráficas e produção de impressos. O evento pas-sou por Ribeirão Preto (SP) e Curitiba (PR), e teve entre seus objetivos a difusão da estratégia mundial da Xerox para o mercado gráfico e a identifica-ção de oportunidades de negócio para gráficas, birôs e agências de criação. A empresa também apresentou suas fer-ramentas de integração para ambientes de impressão e a nova impressora colorida DC250.

Abrindo as portasA Gráfica Santa Cruz, localizada em Mendes (RJ), realizou open house para clientes e parceiros conhecerem sua mais nova aquisição: a impressora Roland 500, da MAN. Com capaci-dade produtiva de 18 000 folhas por hora, a máquina foi comercializada pela Intergrafica. Especializada no ramo de embalagens de papel e cartão, com média de produção de 160 toneladas/mês, a Gráfica Santa Cruz fornece para indústrias alimentícias, cosméticas, quí-micas e laboratórios.

Grandes formatosA Canon do Brasil lançou os modelos ImagePROGRAF W6400 e W8400 de impressoras jato de tinta de grande formato. Os produtos são voltados a profissionais de criação interessados em processar e imprimir suas peças em grande formato, e trazem a proposta de oferecer impressões rápidas e de alta qualidade.

Santher troca comandoA fabricante de papéis Santher, que atua na área de embalagens com pro-dutos para rótulos, etiquetas e sachês, está mudando de comando. O novo presidente da empresa será Antonio Werneck. Vindo da Unilever, onde tra-balhou por doze anos, e ex-presidente da Reckit Benckiser, Werneck será o segundo executivo a ocupar a posi-ção após 64 anos de gestão familiar. Além da área de embalagem, que responde por 20% do faturamento da empresa, a Santher tem 75% de seu faturamento, de 800 milhões de reais previstos para este ano, oriundos da venda de lenços, guardanapos e papel higiênico.

Cadeia de in-mold labels unida na EuropaFoi realizada em Amsterdã, Holanda, nos dias 26 e 27 de outubro, a 13ª edição do In-Mold Labeling Conference. Lançado em 1992, o evento é considerado o primeiro a dedicar-se exclusivamente ao sistema in-mold de decoração de embalagens, em que rótulos são aplicados em moldes plásticos no momento em que eles são soprados ou injetados. O encontro debateu tendências pro-dutivas e de mercado dos in-mold labels. Um dos conferencistas foi Ronald B. Shultz, presidente da RBS Technologies e considerado um dos maiores especialistas no assunto. Em sua apresentação, Shultz comen-tou novas técnicas de conversão e impressão de rótulos in-mold, as diferenças entre esse processo e os

Novo fôlego para a tecnologia digital

sistemas comuns de injeção e sopro, além de tendências em materiais e tintas apropriados a esse tipo de rótulo. O In-Mold Labeling Conference deste ano também marcou o início de uma fase de transição do evento, cujos direitos recentemente foram negociados entre a RBS Technologies e a AWA Conferences, que até 2008 deverá ser responsável em caráter exclusivo por sua organização.

Especializada no segmento de embala-gens, a Ápice Artes Gráficas, sediada em São Caetano do Sul (SP), adquiriu o CtP Xpose 130 fabricado pela suíça Lüscher. A capacidade de gravação do equipamento é de doze chapas por hora. No Brasil, a linha Lüscher é comercializada pela Gutenberg. www.apice.ind.br • (11) 4221-7000www.gutenberg.com.br • (11) 3225-4400

Investindo em pré-impressão

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no mínimo a mais nova indústria de laminação de materiais auto-adesivos para impressão de rótulos no

Brasil: desde março deste ano, está em operação a Flexcoat Produtos Adesivos Ltda., organização de capital 100% nacional com sede em Louveira, a 100 quilômetros de São Paulo. Segundo seu diretor comercial, Maurício Médici, a empresa nasceu com o objetivo de ser “uma alternativa segura na América Latina às fornecedoras de matéria-prima já estabelecidas, em especial à Avery Dennison”, gigante de origem americana e presente no Brasil, dona da prestigiada marca Fasson.

Na verdade, a idéia de fundar essa empresa surgiu entre os acionistas da Prodesmaq, de Vinhedo (SP), uma das maiores convertedoras brasileiras de auto-adesivos, em 2002, ano em que se deu a fusão, em âmbito glo-bal, das megafabricantes mundiais da área de bases para auto-adesivos Avery Dennison e JAC. Instaladas com fábri-cas no país, ambas se revezavam no primeiro e no segundo lugares como fornecedores ao mercado local. Com a fusão, uma pergunta surgiu naturalmente entre os sócios, conta Maurício Médici: “Quem será o segundo fornecedor?”.

De acordo com o relato do executi-vo, depois de visitarem os principais for-

Recém-inaugurada, Flexcoat entra firme na área de laminação

É

Uma nova alternativa

necedores locais, chegaram à conclusão de que não teriam o respaldo necessário. “Dentro das perspectivas da Prodesmaq, de oferecer permanentemente novos produtos ao mercado, chegou-se à con-clusão de que nenhum fornecedor, nem mesmo a Avery Dennison, tinha con-dições de atendimento adequado, por tratar-se de produtos diferenciados”, ele afirma. Em suma, ficaram sem resposta àquela pergunta crucial. “Só então, pela primeira vez desde 1976, ano de início das atividades da Prodesmaq, os acio-nistas passaram a pensar em entrar na atividade de laminação”, lembra Clélia De Marco, coordenadora de marketing da convertedora de auto-adesivos.

Indagaram-se então: “Como a Pro-

desmaq gostaria que fosse esse supri-dor?”. A resposta foi uma espécie de conjunto de regras destinadas ao aten-dimento de quatro condições básicas: 1) teria de ser um fornecedor sintonizado com a tecnologia de ponta no setor de auto-adesivos; 2) precisaria ter flexibili-dade (daí o nome da empresa) na produ-ção e no atendimento; 3) precisaria ser ético; 4) precisaria enxergar os conver-tedores, seus potenciais clientes, como extensão do negócio de laminação.

Neste último aspecto, Clélia e Maurício fazem questão de ressaltar que Flexcoat e Prodesmaq, embora tenham os mesmos acionistas, são empresas absolutamente independentes, dedica-das a atender sua clientela de acordo com as especificidades de cada uma. “São fábricas diferentes, em cidades diferentes e com objetivos diferentes”, afirma o diretor comercial da lamina-dora. Clélia acrescenta: “Na prática, foi criada uma alternativa de fornecimento para a Prodesmaq, a fim de colocar em prática tudo o que a empresa via como oportunidade de mercado”. O certo é que, tomada a decisão de instalar a plan-ta, iniciou-se a fase de pesquisas mais concretas, com visitas a fornecedores e a fabricantes de auto-adesivos, em

A PLANTA – Em terreno de 56 000m2, 8 000m2 construídos, sendo 5 000 de área fabril

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COATER SUÍÇO-ALEMÃO BMB – Capacidade de produção de 72 milhões de m2/ano

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outros países. Em 2003 foram fechadas as compras dos equipamentos e do terre-no em Louveira. Um ano e 10 milhões de dólares de investimento depois, ali, numa área de 56 000m², foram erguidos 8 000m² de área construída, 5 000 dos quais destinados ao espaço fabril.

Com um coater suíço-alemão BMB, descrito pela empresa como um dos equi-pamentos de laminação mais modernos e flexíveis da América Latina, a Flexcoat tem capacidade produção de 72 milhões de m²/ano. A máquina é monitorada 24 horas por dia, por computador, pelo fabricante, de maneira que eventuais anormalidades em seu desempenho são imediatamente corrigidas. “Essa lamina-dora pode produzir com adesivo acrílico ou com hot melt, um benefício de equi-pamento que no momento somente a Flexcoat e a Avery Dennison oferecem no Brasil”, destaca Maurício Médici.

Embora hoje produza apenas uma parcela de seu potencial – do qual cerca de 250 000m² são consumidos men-salmente pela Prodesmaq –, já existe espaço reservado para a instalação de uma segunda laminadora. “A estimati-va desse mercado é de 240 milhões de metros quadrados por ano hoje e pode crescer muito mais, dependendo de fato-res como a melhora da distribuição de renda no país”, acredita o executivo.

A nova provedora de bases planeja investir no desenvolvimento de papéis e filmes especiais. Para isso, além do bem equipado laboratório de que dispõe inter-namente (ver quadro), conta com um “laboratório” de homologação de cre-

dibilidade comprovada – a Prodesmaq. Os produtos criados são encaminhados à convertedora, para teste. Se não apro-vados, voltam para a Flexcoat, com indi-cações de pontos a melhorar. É assim até que seja aprovado plenamente.

Nesse processo, segundo ele conta, “materiais Flexcoat já foram homolo-gados por importantes empresas consu-midoras finais, que os estão usando com vantagens sobre os utilizados anterior-mente em suas linhas de produção”. Em maio último, por exemplo, uma indústria de medicamentos cujo nome não é reve-lado homologou o produto Flex Farma 5024 PET23 para toda sua linha de fras-cos que utilizam rótulos auto-adesivos. Trata-se de um papel couché branco, com liner de poliéster e um adesivo permanente especialmente desenvolvido para a indústria farmacêutica, adequado para a rotulagem automática de frascos de vidro ou poliolefina de pequeno diâ-metro. Segundo o fabricante, a resistên-cia do poliéster à tração é muito maior que a do papel e a do polipropileno.

Esse atributo contribui para elevar a produtividade de duas maneiras: aumen-ta a performance das máquinas automá-ticas de alta velocidade e possibilita a inclusão de maior número de rótulos por bobina. Vale dizer que são necessárias menos paradas de máquina para trocas de bobinas. Para comparar, Maurício cita números: a espessura do liner é de 23 micra, enquanto a de papel glassine é de 50, e permite rotular 350 frascos por minuto, contra 220 na outra tecnologia. “Ademais, é mais barato e é reciclável.”

A FÁBRICA EM SÍNTESE

• 200 m² de área de P&D mais laboratório

• Pressão positiva e temperatura e umidade controladas segundo nor-mas da Finat no laboratório

• Sala de engenharia e controle da produção

• Todas as matérias-primas contro-ladas, a começar por espectrofo-tômetro de infra-vermelho (“único em empresa de auto-adesivo no Brasil”)

• Auditório

• Freezer de 30 graus negativos para testes de produtos de baixa temperatura

• Estufa de 250 graus positivos para testes de alta temperatura

• 3 máquinas de corte de bobinas

• 20 armadilhas luminosas contra insetos em toda a fábrica

• Processo integralmente sem solventes

• Efluentes tratados antes de irem para a rede de esgotos

• 2 geradores diesel, para uso em eventuais apagões

Como deu certo, a tecnologia foi adaptada, com a marca Flex Gloss, para rótulos de produtos de higiene e limpe-za. Já foi adotada pela L’Oréal, em sua linha Garnier Colorama de xampus e condicionadores (Flex Gloss HS 1027 PET23) e pela Bombril, nos amacian-tes Mon Bijou (Flex Gloss HS 5024 PET23). “Outras usuárias estão testando nossos produtos”, afirma Médici. Para que o façam, as bobinas de amostras são fornecidas em caixas de papelão com alça, “uma inovação no mercado”, segundo o executivo. Ele informa, em resposta à pergunta da reportagem sobre como outras gráficas convertedoras estão recebendo a notícia do parentesco da Flexcoat e da Prodesmaq: “O retorno é muito positivo, o mercado percebe que são duas empresas independentes” – e garante que a Flexcoat já está fornecen-do para alguns convertedores.

LABORATÓRIO – Entre os equipamentos de ponta, um espectrofotômetro para testar matérias-primas

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72 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2005

Anunciante Página Telefone Site3M 53 0800-132333 www.3m.com.br

Altec 33 (11) 4053-2900 www.altec.com.br

Antilhas 57 (11) 4152-1100 www.antilhas.com.br

Asterisco 7 (11) 295-2200 www.etiquetasasterisco.com.br

Avery Dennison 2ª capa (19) 3876-7600 www.averydennison.com

Baumgarten Carton 37 (47) 321-6666 www.baumgarten.com.br

Braga 59 (19) 3897-9720 www.braga.com.br

Brasil Multimídia 11 (11) 5678-7798 www.brasilmultimidia.com.br

Braskem 4ª capa (11) 3443-9999 www.braskem.com.br

CIV 35 (11) 2172-7400 www.civ.com.br

Colacril 61 (44) 3518-3500 www.colacril.com.br

Congraf 38-39 (11) 5563-3466 www.congraf.com.br

Embala Nordeste 67 (11) 5184-1515 www.embalaweb.com.br

Fispal 71 (11) 5694-2666 www.fispal.com

Flexcoat 63 (19) 3848-4303 www.flexcoat.com.br

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Ipiranga Petroquímica 47 (51) 3216-4612 www.ipiranga.com.br

Kromos 3ª capa (19) 3879-9500 www.kromos.com.br

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Poly-Vac Sobrecapa e 5 (11) 5541-9988 www.poly-vac.com.br

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Riopol 25 (21) 2157-7777 www.riopol.com.br

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Simbios Pack 9 (11) 5687-1781 www.simbios-pack.com.br

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TSI 51 (11) 3686-1311 www.tsi-newelco.com.br

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Wheaton 29 (11) 4355-1800 www.wheatonbrasil.com.br

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A imagem transmitida pelas embalagens tem influenciado, e muito, o comporta-mento dos consumidores na efetivação de uma compra. É por esse motivo que os profissionais desta área têm, a cada dia, inovado mais e mais. Assim são os profissionais da Kromos, que se especializaram em pré-impressão e impressão de rótulos e etiquetas auto-adesivas, a fim de ajudar nossos clientes a criar um diferencial na venda de seus produtos.

É com este intuito que a Kromos se identifica com a revista EmbalagemMarca. Ambas possuem os mesmos objetivos: buscar, desenvolver e disseminar tecnolo-gia, elevando, dessa maneira, a condição da qualidade no Brasil.

Para nós, EmbalagemMarca é um parceiro indispensável em nosso fortalecimento no mercado. Queremos fazer parte não só do presente, mas do futuro crescimento da revista e do mercado.

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Almanaque

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VOCÊ SABIA?A alemã Henkel, que este ano

completa 129 anos de fundação e cinqüenta de Brasil, lançou

em 1907 o primeiro sabão em pó do mundo, o Persil, até hoje

marca fortíssima na Europa. Começou como fabricante de alvejante, derivando para os

adesivos ao começar a produzir o material para selar as emba-lagens de seus produtos. Hoje é

líder mundial em adesivos.

As cabras e o “vinho da Arábia”As suspeitas de que o consumo de café pode fazer mal à saúde declinaram, mas a controvérsia em torno da origem da bebida continua forte como um bom expresso. A despeito da falta de consenso, uma história curio-sa envolvendo um pastor que viveu na Abissínia (atual Etiópia) é a mais aceita para explicar o surgimento do hábito de tomar café. Seu nome era Kaldi. Certo dia ele notou que seu rebanho de cabras esta-va saltitando, e tinha energia para percorrer distân-cias maiores. Ao obser-var os animais, o pastor percebeu que muitos mastigavam frutos de coloração amarelo-aver-melhada, que nasciam em arbustos existentes nos próprios campos de pastoreio. Kaldi comentou a descoberta com um monge da região. O religioso levou as frutas ao monastério, e come-çou a consumi-las na forma de infu-

são. Percebeu que a bebida o ajudava a resistir ao sono em suas longas jor-nadas de oração. A notícia se espalhou,

criando uma demanda para a bebida. Essa histó-ria é sustentada por evi-

dências de que o café foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâ-micos no Iêmen (atual

Arábia). O fato é que a planta de café é originária

da região central da África. Foi na Arábia, entretanto, que a

cultura de café se propagou – daí a denominação coffe arabica (nome científico de uma das mais impor-tantes espécies de café). Já a palavra café viria de Kaffa, local de origem da planta, ou ainda da palavra árabe gahwa, que significa vinho. Por

esse motivo, o café era conhecido como “vinho da Arábia” quando chegou à Europa no século XIV.(Baseado no site da ABIC)

PAY TÁ VIROU...A cidade paulista de Águas da Prata, que empresta seu nome à famosa marca de água mine-

ral oriunda de fonte local, é assim chamada devido a uma forma errada de pronunciar a denominação origi-nal em tupi-guarani: “pay tá”, ou “água dependurada”. Era como os indíge-nas designavam as estalactites

formadas devido à alta minerali-zação da água

que brotava das nascentes.

Trocar de carreira pode mesmo valer à pena. Floren-Louis Heidsieck vivia de vender roupas, mas acabou fun-dando uma das mais reconhecidas marcas de cham-panhe da França, a Piper-Heidsieck. A mudança come-çou em uma de suas jorna-das como caixeiro viajante. Ao visitar Reims, cidade da região de Champagne onde estão instalados os princi-pais produtores de vinho espumante do mundo, Heidsieck considerou dedi-car-se à vinicultura. Consta que, em pouco tempo, tornou-se um enólogo com apreciadores como a rai-

nha Maria Antonieta. O aval impulsionou o lançamento da Maison Heidsieck, em

1785. O prenome Piper, no entanto, só foi adotado após a morte de Floren-Louis, em 1828. Sobrinho de seu fundador, o herdeiro da

vinícola tinha como sócio um primo chamado Henri Piper, que viajava para pro-mover a marca. O esforço foi recompensado: diversas cortes européias fizeram da Maison Heidsieck seu fornecedor oficial de cham-panhe. Nelas, a bebida era conhecida como “Heidsieck from Piper”. Daí para Piper-Heidsieck foi um pulo, impul-

sionado pelo casamento entre Henri e a viúva de Florens-Louis... Controlada desde os anos 1980 pelo grupo Rémy Cointreau, a marca Piper-Heidsieck pas-sou por uma ampla reforma visual em 1997, quando adotou o vermelho como cor padrão de seus rótulos e embalagens.

Uma guinada profissional que deu certo

çou em uma de suas jorna-

da Maison Heidsieck, em

só foi adotado após a morte de

de seu fundador, o herdeiro da

vinícola tinha como sócio

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