revista embalagemmarca 062 - outubro 2004

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Ano VI • Nº 62 • Outubro 2004 • R$ 9,00 CAPA IMPRESSA EM PAPELCARTÃO ART PREMIUM NOVO 250g/m 2 , TERMOLAMINADA PELA LAMIMAX COM FILME PROLAM ® www.embalagemmarca.com.br

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Edição de outubro de 2004 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.com

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Page 1: Revista EmbalagemMarca 062 - Outubro 2004

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www.embalagemmarca.com.br

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A inovação ganhando corpoleitura da reporta-gem de capa destaedição, sobre águas

minerais, de autoria deLeandro Haberli, mostraque, aparentemente, cresceo número de empresas dosegmento inclinadas a pôrem prática um procedimen-to a que parecia resistir. Osengarrafadores (pelo menosparte deles) demonstramperceber o forte potencialvendedor das boas embala-gens. Certamente terãomuito a ganhar se persis-tirem nesse rumo.A aparente inclinação para amelhora das embalagenstransparece também em ou-tras áreas. Entre os exem-

plos mostrados nestaedição, em textos de Gui-lherme Kamio, destacam-seimportantes novidades nocampo das metálicas, comoo lançamento do primeirorecipiente de alumínio paraalimentos no Brasil, a radi-cal mudança da centenárialata de aço do Leite Moça,agora expandida e litrogra-fada, e a multiplicação deformatos no segmento deaerossóis.Na cadeia de identificação erotulagem a movimentaçãoé mais e mais intensa, com apossível entrada de novosplayers nacionais e interna-cionais no mercado e comos já instalados tratando de

se fortalecer.Traduzindo o reconheci-mento da importância e dopotencial de crescimentoque tem a cadeia de identifi-cação e rotulagem, EMBALA-GEMMARCA foi à LabelexpoAmericas, em Chicago, paradetectar tendências, mostrarlançamentos e inovações emmateriais, equipamentos eserviços. Aliás, foi o únicoveículo informativo brasi-leiro presente a esse que éum dos principais aconteci-mentos do segmento. A re-portagem de Marcos Palha-res contribui para que a se-ção Rotulagem esteja maisdensa e ainda mais informa-tiva do que de costume.

A

EMBALAGEMMARCA, única revistaespecializada brasileirapresente naLabelexpo Americas, emChicago, mostratendências enovidades na área de rotulagem

Wilson Palhares

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Entrevista:Olegário AraújoGerente de contas daACNielsen discute os resultados da mais recentepesquisa do instituto sobremarcas próprias no país

InovaçãoO tradicional Leite Moçaganha lata expandida, com perfil diferenciado

8 MateriaisLata de alumínio para alimentos fabricada no país estréia em pescados

InternacionalGarrafa de alumínio é utilizada pela primeira vez em larga escala no mercado de cervejas

RotulagemCobertura da LabelexpoAmericas mostra que indús-tria brasileira de rótulosestá entre as mais moder-nas do mundo. Em consumoper capita, entretanto, paísainda tem muito a evoluir

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34FO

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nº 62 • outubro 2004

20

Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Leandro Haberli [email protected]

Maria Luisa Neves

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

[email protected]

Assistente de ArteJosé Hiroshi Taniguti

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Karin TrojanWagner Ferreira

Circulação e AssinaturasMarcella de Freitas Monteiro

[email protected] anual: R$ 90,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Filiada ao

Esta revista foi impressa em Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2 (capa) e papel Image Mate 90g/m2 (miolo), fabricados pela

Ripasa S/A Celulose e Papel, em harmonia com o meio ambiente.

Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466Laminação: Lamimax Tel.: (11) 3644-4128

Filme da laminação: Prolam Tel.: (11) 3611-3400

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Filiada à

www.embalagemmarca.com.brO conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

3 EditorialA essência da edição do mês, nas palavras do editor

57 DisplayLançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

60 PanoramaMovimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos

62 Painel GráficoNovidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens

66 AlmanaqueFatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

A capa desta edição foi impressa em Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2, da Ripasa, termolaminada com filme Prolam® aplicado pela Lamimax.

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6 Espaço AbertoOpiniões, críticas e sugestões dos nossos leitores

34 RotulagemFornecedores de laminados para auto-adesivos se movimentam

50 EstratégiaEastman busca parceiros empreendores no Brasil

52 TecnologiaLatas expandidas crescem no mercado de aerossóis

Reportagemde capa:ÁguasMineraisQueda no vo-lumeengarrafado,ocorridaapós longoperíodo deexpansão,acentuapapel daembala-gem navalorizaçãodo setor

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Flexíveis e gráficas em geral

Tenho recebido inúmeros e-mailsenaltecendo o artigo de autoria deLeandro Haberli e a entrevista queconcedi (“A flexografia ainda vaiconcorrer com o off-set”, EMBALA-GEMMARCA nº 61, setembro-2004).É sinal de que a revista causa im-pacto no mercado. Mais uma vezobrigado pela oportunidade e para-béns pelo sucesso.

Assis KavaguchiVice-presidente executivo e

presidente da comissão técnicaAbflexo/FTA-Brasil

São Paulo, SP

Recebi EMBALAGEMMARCA desetembro último e quero dar para-béns à equipe pela excelente cober-tura sobre o mercado de embala-gens em geral. São trabalhos comoesse que valorizam o setor das artesgráficas no Brasil. É a revista maisbem planejada e mais rica em con-teúdo que recebo.

Ezequiel Rebelo FernandezDiretor

Cliart ClichêsSão Paulo, SP

Tenho acompanhado todas as edi-ções de EMBALAGEMMARCA e queroparabenizá-los pelo excelente traba-lho. Com o propósito de colaborarcom matérias para essa estimadarevista gostaria de informá-los que

o segmento das empresas de emba-lagens flexíveis é muito carente desoluções (com aderência) de siste-mas integrados. Há onze anos nomercado, a Loguin é especialista naárea, desenvolvendo soluções degestão para indústrias de embala-gens e indústrias gráficas. Ficamosà disposição para contribuir cominformações para o público darevista.

Olavo Ribeiro Diretor

Loguin SistemasSão Paulo, SP

Aproveitamento em aulas

A revista EMBALAGEMMARCA éconstantemente aproveitada emnossas aulas. Assuntos e entrevistasatualizadas com o que o mercadoestá apresentando permitem aosalunos e professores do curso umótimo nível de conhecimento.

Renato Bordenousky FilhoProfessor de

tecnologia de embalagemPUC PR - Curso de Desenho Industrial

Curitiba, PR

Excelente para o setor

A reportagem sobre a mudança deembalagens da Bayer (EMBALA-GEMMARCA nº 61, setembro/2004)ficou muito bacana. Aliás, a revista,como um todo, vem crescendomuito em conteúdo, o que é exce-lente para o setor.

Águeda Sáez Pérez ZabiskyZGraph DesignSão Paulo, SP

Devassa é da Packaging

A reportagem “Um viva às dife-rentes”, da edição de setembro de2004 de EMBALAGEMMARCA, trou-xe informações equivocadas sobrea cerveja Devassa. O rótulo dessacerveja foi concebido pela Packa-ging Design & Marketing no ano de2002, e não pela McCann-Erick-son, como citado no texto. A Packa-

6 >>>>>> EmbalagemMarca >>>>>> oouuttuubbrroo 22000044

Redação: Rua Arcílio Martins, 53

CEP 04718-040 • São Paulo, SP

Tel (11) 5181-6533

Fax (11) 5182-9463

[email protected]

As mensagens recebidas porcarta, e-mail ou fax poderão tertrechos não essenciais elimina-

dos, em função do es-paçodisponível, de modo a dar omaior número possível de

oportunidades aos leitores. Asmensagens poderão também

ser inseridas no site da revista(www.embalagemmarca.com.br).

Mensagens para EMBALAGEMMARCA

ging Design & Marketing se envol-veu em todo processo criativo nodesenvolvimento da Devassa – dacriação do nome da cerveja, ao es-tudo de gôndolas e da concorrência,até sua inserção no mercado cario-ca. Lamentamos o equívoco, já quea cerveja aparece em destaque namatéria e é um case de sucesso daPackaging Design & Marketing. Nomais, parabenizamos pela excelentequalidade gráfica de EMBALAGEM-MARCA e seu empenho em produzirinformações relevantes para o mer-cado de embalagens.

Jefferson BarrosPackaging Design & Marketing

Rio de Janeiro, RJ

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“A função da marca própriaé gerar lealdade no varejo”

entrevista >>> Olegário Araújo

o início de setembro, o instituto ACNielsenlançou a mais completa pesquisa sobremarcas próprias no Brasil. Realizada desde1994 como parte de um levantamento maisamplo, o Estudo Anual de Marcas, ela se

tornou uma importante referência sobre o fenômeno dosrótulos de redes de varejo, que vem ajudando a inflamardiscussões em torno do eventual enfraquecimento dasmarcas líderes. Ao detectar as categorias em que as mar-cas próprias avançam com mais força, além de traçar umminucioso perfil de quem as consome no país, o estudotraz dados surpreendentes, especialmente para aquelesque ainda crêem que os itens vendidos com as bandeirasdo varejo invariavelmente apresentam qualidade e preçobem inferiores aos das marcas mais conhecidas.Para discutir os dados da pesquisa, EMBALAGEMMARCA

conversou com Olegário Araújo, gerente de contas daACNielsen. Responsável por traduzir os números doestudo, Araújo afirma que as marcas próprias estão numafase de transição no país. Nesse processo, ele diz, o preçodos rótulos de varejo deixou de ser o atributo mais impor-tante, e a qualidade ganha importância crescente entre oscritérios de escolha. "As marcas próprias se tornarampara as cadeias de varejo uma maneira não só de atrair,mas de reter consumidores", analisa.

De maneira geral, o crescimento das marcas própriascoloca em xeque a fidelidade dos consumidores às mar-cas líderes. Em que medida o novo estudo do institutoACNielsen confirma essa percepção? Os dados da pesquisa devem ser interpretados tendo emconsideração os momentos econômicos em que foramobtidos. Os consumidores foram ouvidos em julho de

2003, quando o Brasil atravessava um período de acentu-ada queda do poder de compra, em que os índices dedesemprego bateram recordes. Essa situação reorientouem vários aspectos o comportamento do consumidor,exigindo grande racionalização. Não seria exagero, porexemplo, compará-la ao período da crise energética de2001. Além disso, nos últimos dez anos houve uma quedade renda de 19% no Brasil em termos reais. Paralelamente,o consumidor teve de lidar com a alta das tarifas públicas,além de gastar cada vez mais com serviços que antes prati-camente não existiam, como Internet e telefonia celular.Nesse contexto, é preciso encontrar saídas para adequar asdespesas ao orçamento. A pesquisa mostra que o consu-midor está disposto a sair de sua marca de preferência, nãoimporta qual seja, e experimentar outras coisas. É naturalque nessas situações isso aconteça. Toda vez que o con-sumidor precisa racionalizar o consumo, ele mexe nasmarcas. Mas com a retomada econômica, ele volta às suasmarcas de preferência. Isso é indiscutível. O quecomeçamos a notar, no entanto, é que está aumentando aparcela da população que experimenta a marca mais bara-ta e, quando conclui que ela dá os mesmos resultados eapresenta a mesma performance, não volta mais à marcaque comprava antes. Ou seja, em termos de comportamen-to de consumo, as pessoas começam a assimilar aquilo queinicialmente foram forçadas a fazer.

A pesquisa aponta que 46% dos consumidores não tro-cam sua marca própria preferida por outra de menorvalor, enquanto 45% dos que compram produtos demarca própria, e gostam, substituem o que compravamantes. Já existem consumidores fiéis às marcas própriasno Brasil?

Olegário Araújo, gerente de contas da ACNielsen,

fala sobre os principais resultados do

10º Estudo de Marcas Próprias, que acaba

de ser lançado pela empresa no Brasil

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Sim, pelo menos em algumas categorias. Mas para queisso ocorra, a marca própria precisa percorrer um longocaminho. É necessário lembrar que ela surgiu como umaalternativa extremamente econômica, sob a forma deprodutos genéricos, desprovidos de marca e de qualquertipo de preocupação com a imagem. Porém, a pesquisamostra que o consumidor já não enxerga a marca própriaapenas como um item de menorpreço. A percepção em relação aesse tipo de produto está mudan-do: o consumidor já identifica edá cada vez mais valor aos atribu-tos de qualidade das marcaspróprias. Isso fica claro quandoperguntamos aos consumidores seas marcas próprias valem o quecustam. Este ano, 66% dos con-sumidores, contra 62% napesquisa passada, responderamque sim.

A idéia de que o principal papeldas marcas próprias é ajudar ossupermercados a obter condiçõesde compra mais favoráveis comseus fornecedores continua fazen-do sentido? Sim, mas o foco maior hoje é atrairo consumidor, utilizando-as paratorná-lo leal à bandeira da rede.Hoje, o desafio do varejo não éapenas atrair, mas principalmentereter o consumidor. Para isso é preciso oferecer algo dife-renciado. No cenário atual, a chance de o varejo criar umalealdade com o consumidor vai basicamente pelas marcaspróprias e pelos produtos frescos. Esses são os diferenciaismais importantes porque, na essência, os supermercadossão muito parecidos. A marca própria adquiriu essa novaatribuição, entre outros fatores, porque o desafio do vare-jista hoje é aumentar suas vendas num cenário em que onúmero de lojas cresce mais rápido do que o número deconsumidores.

É comprovado que as grandes marcas consagradas,líderes de vendas, funcionam como produtos-âncoras naslojas. Supõe-se que muitos consumidores não as subs-tituem por outras, menos ainda por marcas de redes. Ovarejo não estaria de certa forma trabalhando contra siao concorrer – em geral com preços menores – com asmarcas líderes?Não, pois a marca própria está sendo reposicionada, nãoapenas com produtos de qualidade maior, mas também

com embalagens mais funcionais e atraentes. Um dadointeressante do estudo que fizemos revela que mais de70% dos consumidores acreditam que as marcas própriasestão no mesmo patamar de qualidade das marcas maisconhecidas. Ou seja, quando o varejo vai lançar umamarca própria, ele já não está pensando apenas em preço,e o consumidor já detectou essa mudança estratégica.

Como o senhor avalia o papel daembalagem nesse processo dereposicionamento? Há um dado interessante napesquisa sobre esse assunto. Namédia, 72% dos consumidores demarcas próprias ouvidos afirmamque a qualidade das embalagens éigual à dos demais produtos. Esseíndice é mais alto em alguns mer-cados específicos. Está acima damédia, por exemplo, em PortoAlegre, Curitiba e São Paulo.Essas diferenças ocorrem porque,de maneira geral, as marcaspróprias estão em diferentes está-gios. De qualquer maneira, essedado confirma o fato de que asmarcas próprias brasileiras jáentraram na fase em que o fatordeterminante da compra não éapenas o preço. É o binômio preçoe qualidade. E quando se fala emqualidade, a embalagem é sem

dúvida um fator muito importante.

O estudo fala sobre a história das marcas próprias noBrasil. Gostaria que o senhor comentasse esse aspecto.As marcas próprias começaram no Brasil na década de70. Naquele período, elas estavam no que chamamos de“fase dos genéricos”. Eram produtos com embalagensmuito simples, que nem sequer identificavam as redes devarejo a que pertenciam. Já no final dos anos 80, começodos anos 90, o setor de marcas próprias ingressou numestágio definido como “quase-brand”. O foco era apenasno preço, com uma baixíssima preocupação comimagem. De alguns anos para cá, o mercado de marcaspróprias no Brasil entrou numa fase intermediária, paraatender um consumidor que busca um produto compreço justo, mas também com qualidade. Esse novocenário decorre de um movimento das próprias redes devarejo. Elas perceberam que é preciso investir em quali-dade para não correr o risco de promover um processo decanibalização no varejo. Nesse sentido, os supermerca-

“Na pesquisa deste ano

66% dos consumidores

responderam que as

marcas próprias valem

o quanto custam, e mais

de 70% acreditam que as

marcas próprias, incluindo

suas embalagens, estão

no mesmo patamar de

qualidade das marcas

mais conhecidas”

entrevista >>> Olegário Araújo

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dos despertaram para a necessidade de manter umpadrão de qualidade. Afinal, se o consumidor das clas-ses mais baixas arriscar comprar um produto de marcaprópria, e não gostar, ele possivelmente deixará de fazeressa aposta numa próxima compra. As redes de varejotêm uma imagem a zelar.

Considerando esse processo de transição, o senhoracredita que haverá um dia em que a qualidade setornará o fator decisivo para a compra de um artigo demarca própria?Já há casos em que isso ocorre. Embora minoritários, taisexemplos mostram que existe uma tendência por partedas redes de varejo de investir em produtos capazes detornar os consumidores leais às suas bandeiras. NoComitê de Marcas Próprias da Abras (AssociaçãoBrasileira dos Supermercadistas), que reúne os fabri-cantes dos produtos de marca própria, esse movimento émuito perceptível. Os empresários do setor estão anima-dos com a possibilidade de produzir itens com mais valore qualidade. Uma outra tendência importante é que essasempresas começam a fornecer para diferentes supermer-cados, sem depender de uma única bandeira. São indíciosde que as marcas próprias estão evoluindo.

Segundo a pesquisa, o maior percentual de consumidoresde marcas próprias está nas classes A e B (59%),enquanto na classe C, apenas 49% dos consumidorescompram produtos com as chancelas dos supermercados.Esse dado não o surpreendeu? Não, porque ele reflete um fato já conhecido pelo setor:no geral, os consumidores de marca própria têm maisacesso à informação. Trata-se de um consumidor que lê aembalagem, avalia a procedência dos produtos, busca,enfim, se informar mais sobre o que está comprando. Eletambém interpreta a presença da bandeira de um super-mercado num rótulo como uma garantia de qualidade. Osegundo indicativo dessa estatística é que as pessoas daclasse C nem sempre podem arriscar a compra de um pro-duto de qualidade duvidosa, pois têm um orçamentomuito apertado. Isso não significa, porém, que as marcaspróprias podem apostar unicamente nas classes A e B.Embora o maior percentual de consumidores de marcaspróprias esteja no topo da pirâmide, os maiores volumesde negócios correspondem às classes C, D e E, que hojesomam 76% da população brasileira, segundo o IBGE. Alógica, portanto, é olhar para esse grande volume, que,embora compre menos individualmente, representa agrande parte do bolo.

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A pesquisa revela que na visão de muitos consumidores osortimento das marcas próprias já é igual ao das marcasconvencionais. Isso corresponde à realidade?No geral, o número de itens de marcas próprias nossupermercados tem permanecido estável nos últimos trêsanos, mas há categorias em que a presença delas estácrescendo. Exemplos são os itens não-alimentares, comoprodutos têxteis, eletro-eletrôni-cos e de higiene pessoal. Alémdisso, o número de marcas dentrodas categorias vem crescendo,num indício de que as cadeiasestão investindo em diferenciais eem segmentação. Em algunssetores específicos essa tendênciaé ainda mais visível. No atacado,por exemplo, o número de catego-rias de marcas próprias passou de173, em 2003, para 196 agora.Também cresceu o número deitens de marcas próprias nas dro-garias. Por outro lado, diminuiuem limpeza doméstica. Portanto,os atacados e as drogarias estãoaumentando o lançamento demarcas próprias, enquanto ossupermercados mostram umaestabilidade maior. Nas drogariaso número de itens de marcaspróprias saiu de 296 três anosatrás, para 596 em 2004. De certaforma isso é natural, pois essescanais despertaram para as marcas próprias há muitomenos tempo do que os supermercados.

Ficou famoso o dado de que na Inglaterra as marcaspróprias chegam a ter 70% de participação no varejo. Osenhor acredita que isso pode vir a acontecer no Brasil?Qual a participação desse tipo de produto no país hoje?As marcas próprias correspondem hoje a 5,5% do varejobrasileiro. Sem dúvida ainda é uma participação pequenaquando comparada à de outros países. Sobre tendênciasfuturas, um trabalho que a ACNielsen fez com a Abrastraz algumas perspectivas. O estudo mostrou que nos últi-mos três anos o varejo de modo geral não cresceu noBrasil. O único crescimento das vendas em volume, nesseperíodo, foi registrado no pequeno varejo, isto é, nossupermercados de até nove check-outs, e nas lojas de far-macosméticos. De 2001 para 2002, porém, as lojas comvinte ou mais check-outs apresentaram queda de vendas.É por isso que as marcas próprias, que se concentram nasgrandes redes, não cresceram nos últimos anos. Mas não

é possível prever se essa tendência permanecerá daquipara frente. De todo modo, o cenário das marcas própriasna Europa ainda deve ser visto como algo distante darealidade brasileira.

Apenas dez categorias de produtos detêm quase 50% dasvendas de marcas próprias. Por que existe essa concen-

tração?Inicialmente, porque essas catego-rias geram volumes de vendamaior. Além disso, essa concentra-ção reflete de certa forma a histó-ria das marcas próprias no Brasil.Essas dez categorias são compos-tas basicamente por commodities,itens com os quais a marca própriacomeçou. Por outro lado, são cate-gorias tecnologicamente mais pró-ximas às redes de supermercado.Mas é interessante notar que as ca-tegorias em que as marcas própriasestão avançando com mais forçanão têm essas características. Bonsexemplos são os sucos e chásprontos, capuccino, café solúvel eanti-séptico bucal. Não são com-modities, e mesmo assim têm mos-trado grande tendência de cresci-mento no setor, tanto em valorquanto em volume.

Mesmo quando se decepcionamcom uma marca própria, 67% dos consumidores conti-nuam dispostos a experimentar produtos de outras redesde varejo. Como esse índice tem evoluído, e o que ele re-presenta?Esse número está estável, e mostra uma característicaimportante do consumidor brasileiro: ele está aberto aexperimentos, a coisas novas, mesmo que já tenha tidouma experiência desagradável. Esse é um espaço que oconsumidor tem para descobrir novas formas de econo-mia. Essa predisposição revela que o mercado de marcaspróprias está consolidado, e também mostra que, se osupermercado quiser usar seus próprios produtos comoatrativos para sua bandeira, ele não pode abrir mão daqualidade.

Embora a qualidade esteja se tornando o fator mais deci-sivo na escolha pela marca própria, a pesquisa revela,por outro lado, que o preço também teve sua importânciaaumentada enquanto critério de decisão. Essa relaçãonão parece antagônica?

“Os fornecedores de

marcas próprias estão

animados com a

possibilidade de produzir

itens com mais valor e

qualidade. Muitos se

especializaram nesse

mercado, fornecem para

diferentes redes de varejo,

e não pensam em lançar

suas próprias marcas”

entrevista >>> Olegário Araújo

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Na verdade a pesquisa mostra que a qualidade estádeixando de ser um dos motivos para que os consumi-dores não comprem marca própria. Em vez disso, aparcela que não compra marca própria de jeito nenhum,correspondente hoje a cerca de 30% dos consumidores,entende que a diferença de preço entre a marca própria ea marca mais conhecida não justifica a escolha. Além demostrar que existem diferentes consumidores, essaaparente contradição nada mais faz do que indicar que amarca própria está deixando de ser a alternativa maisbarata das gôndolas. A grande questão dos varejistas é: aolançar uma marca própria, qual o tipo de imagem que euquero passar para o consumidor? Não existe uma estraté-gia certa ou errada. Tudo depende do tipo de público queo supermercado espera atingir.

O possível avanço das marcas próprias até um ponto emque se tornem hegemônicas indicaria que tem fundamen-to a corriqueira afirmação de que “as marcas estão mor-rendo” ou “vão morrer”?Anos atrás, se comentava que as salas de cinema iamacabar. O que se vê hoje é exatamente o contrário: emSão Paulo, o número de salas praticamente triplicou emanos recentes. Com o avanço da microinformática, tam-

bém se comentava que o papel ia morrer: hoje nósimprimimos muito mais do que antes. Nessa linha deraciocínio, podemos afirmar que as marcas também nãovão morrer. O que existe de tempos em tempos, e a criseé certamente um momento desses, é uma reflexão porparte do consumidor, que se pergunta se aquele produtovale o quanto custa. E em muitos casos a realidade oimpele a momentaneamente mudar de marca. Mas noprimeiro momento de retomada do consumo, a grandemaioria volta para as marcas preferidas. A queda do poderaquisitivo muda padrões de consumo, mas é um errosubestimar a capacidade de agregar valor ao produto dasmarcas líderes, e até mesmo de diminuir as margens deganho quando necessário. Mesmo quando pensamos emmarcas líderes que perderam participação nos últimosanos, na maioria das vezes isso não significa que elasestão vendendo menos, mas que a participação relativadelas diminuiu. Isso ocorre por vários motivos: o poderaquisitivo médio da população vem caindo, as tecnolo-gias produtivas estão mais acessíveis, e, muito impor-tante, o consumidor hoje tem muitas opções de preço,diferentemente do que se via há uma década . Não é umacoisa tão preto e branco. É preciso pensar em diferentesperspectivas para não ter uma visão unilateral.

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CONGRAF

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CONGRAF

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inovação >>> aço

enhum país produz e consometanto leite condensado quantoo Brasil do brigadeiro e deuma série de outras populares

iguarias que levam o produto. Essedoce mercado, como outros de commo-dities, tem abrigado uma competição fe-roz, cujos resultados são a diminuiçãodas diferenças de qualidade entre marcasconcorrentes e guerras de preços que re-duzem margens dos fabricantes ao pó.Diante desse cenário, existe espaço parainvestir pesado em fortalecimento de mar-ca? Para a Nestlé, sim. Tanto é que Moçanão é mais aquela.

Marca de maior tradição no mercadode leite condensado e responsável peloproduto mais vendido da multinacio-nal suíça no país, ela está chegando àsgôndolas remoçada, saída de umaoperação plástica sem precedentesem seus 83 anos de Brasil.

Sua silhueta agora está repleta decurvas, mais feminina, com uma ver-dadeira cintura de pilão. Mérito quenão é de nenhum estrelado cirurgião,mas de uma operação sinérgica entre aNestlé e a cadeia de valor por trás donovo “corpo” do produto – uma lata deaço expandida, com perfil sinuoso ex-clusivo da marca.

Entrega de maior valor“A embalagem única agrega maior valor aoLeite Moça, diferenciando-o ainda mais emrelação aos concorrentes”, diz a Unidade deProdutos Lácteos da Nestlé. “A marca já étop of mind da categoria e usada por muitosconsumidores como sinônimo de leite con-densado”, lembra a Unidade, “mas mesmoassim há possibilidade de incrementar os vo-lumes vendidos e ampliar market share, vistoque um maior número de pessoas estará dis-posto a consumir um produto que entrega umvalor muito superior ao dos concorrentes.”

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Uma tradição remoçada

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AÇÃO

Para driblar “commoditização” do mercado, Leite Moça ganha lata expandida

O projeto de modernização da embala-gem consumiu cerca de dois anos. Na tare-fa, a Nestlé destacou equipes de desenvolvi-mento de embalagem, engenharia, marke-ting e pesquisa. Esses times trabalharam emconjunto com a CSN em diversas frentes.Foi a companhia siderúrgica quem levou àNestlé, cerca de três anos atrás, a propostade adotar latas com perfis exclusivos. Sinalverde dado à inovação, e decidido que elaseria implantada inicialmente no LeiteMoça, a equipe da Nestlé estruturou o novoformato da latinha. A CSN assessorou aNestlé na reestruturação de sua planta de

CINTURA – Lata expandida exigiu projeto de quase dois anos entre Nestlé e CSN

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Montes Claros (MG), onde o Moça é fabri-cado, indicando a máquina a ser adquiridapara expandir as latinhas – da suíça Ober-burg Engineering – e transmitindo o exper-tise do processo por meio de seu departa-mento de projetos especiais.

Antes de ganharem a “cintura”, formadapor força mecânica, através da intrusão deuma ferramenta da máquina expansora emseu interior, as latas são comuns, de três pe-ças e formato cilíndrico. Seu único diferen-cial é a matéria-prima, uma folha metálicaespecial da CSN que atende pelo nome T59.“Trata-se de uma folha com têmpera dife-renciada e adequada à produção de latas ex-pandidas”, informa Sérgio Iunis, gerente demarketing de embalagens da CSN e diretoradministrativo da Abeaço (Associação Bra-sileira da Embalagem de Aço).

Na transição para o formato diferencia-do, a identidade visual da versão anterior doproduto, já com a figura da camponesa esti-lizada com traços mais modernos (trabalhoassinado pela Pandesign), foi mantida. ANestlé apenas a adaptou aos novos contor-nos da lata. Todavia, a latinha ganhou aindauma outra mudança de natureza estética: orótulo envolvente de papel, desde sempre osuporte gráfico do produto, foi abandonado.A partir de agora, toda a comunicação serádiretamente impressa na lata, por litografia

Abeaço(11) 3842-9512www.abeaco.org.br

CSN(11) 3049-7100www.csn.com.br

Oberburg Engineering+41 34 427 3333www.packsysglobal.com

Pandesign(11) 3849-9099www.pande.com.br

– inclusive as tradicionais receitas que aNestlé costuma estampar no verso dessaembalagem.

Mais: como um apelo à coleção, a primei-ra série de latas produzidas trará um selo deprimeira edição e um poema dedicado aosconsumidores da marca. Segundo a Nestlé, alata expandida não acarretará alteração depreço final ao consumidor nem de volume doproduto (395g). Se garante que não haverárepasse, por outro lado a empresa não revelaa quantia desembolsada no projeto. “Sópodemos dizer que é o maior investimento namarca Leite Moça dos últimos três anos”,dizem os profissionais da Unidade deLácteos. Garantem também que o novo for-mato não incorre em desvantagens aos

processos logísticos. “Fizemos testescom a nova lata em todas as áreas e osresultados foram positivos.”

Para dar visibilidade ao “novoproduto”, uma campanha de comuni-cação foi encomendada à agênciaMcCann Erickson. Em tempo: o ser-viço de dicas de preparo de quitutes,ferramenta encampada para reforçar a

fidelidade das donas-de-casa ao produto, foirenovado e ampliado. Seu nome, agora, é“Fale com Moça”. Pelo novo corpo, cheiode curvas, é de se esperar que o assédio àMoça de fato aumente.

TRADIÇÃO – Lata de aço acompanha o leite condensado da Nestlé desde quando ele era importado (na foto à esquerda). Em 1921, o produto...

...ganhou a marca Moça, e de lá para cá sofreu uma série de reformulações visuais. Agora, pela primeira vez, embalagem muda de formato

83 anos no mercado

44% de share emleites condensados

8 latas consumidas por segundo

Moça no Brasil

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reportagem de capa >>> mercado

Água mineral: consumo cade m tempos de generalizada descon-fiança em relação à preservação deaqüíferos e mananciais, e de proje-ções cada vez mais iminentes de

escassez no abastecimento de água, não chegaa surpreender a multiplicação de balançosmostrando a categoria de água mineral comouma das que mais crescem no varejo de todo omundo. No jargão de quem se dedica a estudaro comportamento do consumidor e entender osmovimentos das gôndolas, trata-se de um pro-duto candente. Em outras palavras, nos últimosanos as vendas de águas minerais têm crescidomuito acima da média.

Na contramão do cenário internacional, en-tretanto, o mercado brasileiro interrompeu noano passado um dos maiores ciclos de expan-são de toda a sua história. Após um decênio emque a média de crescimento atingiu 20% anu-ais, em 2003, ano marcado por tímida presen-ça do verão em diferentes regiões do país, ovolume de água mineral engarrafada caiu1,2%, passando de 4,318 para 4,268 bilhões delitros, segundo o Departamento Nacional deProdução Mineral (DNPM). Em suma, naque-le ano, o que subia como um meteoro ficoumais parecido com uma estrela cadente.

Apesar do resultado negativo, há motivospara crer que as oportunidades de crescimento

Após histórico ciclo de crescimento, volume da bebida engarrafada caiu 1,2% no ano Por Leandro Haberli

continuam latentes no mercado brasileiro deágua mineral, não apenas para produtores edistribuidores, mas também para fornecedoresde embalagens, equipamentos, acessórios eserviços. Entre outros fatores, isso se explicapelo fato de que o Brasil tem nada menos doque 30% dos recursos de água mineral do pla-neta, mas ostenta índices de consumo per capi-ta muito mais baixos que o de países europeus,e também inferiores ao de outras nações latino-americanas. Além disso, a água mineral quebrota nas fontes e nascentes do país é reconhe-cida como uma das mais puras e benéficas domundo, detalhe que por si só abre ótimas opor-tunidades para a indústria nacional se projetarno crescente mercado internacional.

Porém, para retomar de forma sustentávelo rumo do crescimento, os produtores brasilei-ros perceberam que é preciso valorizar suasmarcas, comunicando e ressaltando seus atri-butos aos consumidores, sejam eles brasileirosou de qualquer parte do mundo. Esse tipo depreocupação, que já havia começado a ganharcurso no auge do crescimento do setor, agoraparece ter atingido um grau maior de amadure-cimento. A fim de reverter a diminuição dasachatadas margens de ganho, a indústria deáguas minerais aprimora cada vez mais o de-senvolvimento de produtos segmentados, aten-

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oouuttuubbrroo 22000044 <<<<<< EmbalagemMarca <<<<<< 21

nte, oportunidades latentespassado. Para retomar o crescimento, setor consagra diferenciação pela embalagem

dendo com sucesso crescente públicos maisexigentes e ocasiões específicas de consumo.

Além dos produtores e consumidores,quem se beneficia disso é a cadeia de emba-lagem, que já tem no setor imensa demanda desistemas, matérias-primas e acessórios deacondicionamento, rotulagem e fechamento.“Com o crescimento acentuado da concorrên-cia, a tendência é a diferenciação pela emba-lagem desempenhar papel ainda mais centralno nosso mercado”, observa César Dib, diretorda Lindoya Verão e vice-presidente da Abinam(Associação Brasileira da Indústria de ÁguasMinerais).

Em busca de valorO movimento de sofisticação e segmentaçãonão se justifica apenas para posicionar as mar-cas nacionais em pé de igualdade com as es-trangeiras, que nos últimos anos conquistaramimportantes fatias do varejo brasileiro com osuporte inegável de embalagens bem trabalha-das e vendedoras. Ocorre que, apesar do des-lumbrante crescimento dos últimos anos –147,8% em volume apenas entre 1997 e2003 –, o faturamento da indústria brasileirade águas minerais evoluiu apenas 8,8% nomesmo período, segundo dados da ACNielsen.

Além de evidenciar a crescente informali-

dade do mercado brasileiro, em que as vintemaiores empresas detêm pouco mais de 40%das vendas, tamanha desproporção mostra oque especialistas já detectaram há algumtempo: com a multiplicação de pequenos en-garrafadores e distribuidores, a oferta de águamineral cresceu além da demanda, num pro-cesso que provocou o acirramento de corrosi-va guerra de preços, sobretudo no mercado degarrafões plásticos retornáveis.

Para reverter esse quadro, as principaismarcas estão investindo em novidades que vãoalém de produtos destinados a consumidoresexigentes e canais de venda mais lucrativos,como hotéis, bares, restaurantes e academiasde ginástica. Embora esse tipo de estratégiacontinue em alta, surgiram no mercado brasi-leiro outras mais recentes. Exemplos são aságuas funcionais, que possuem nutrientes vol-

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200ml 0,3%350ml 4%600ml 8%1250ml 4%1500ml 20,7%

2 litros 2%5 litros 5%10 litros 3%20 litros 53%

Participação de cada tipo de embalagemno mercado brasileiro de águas minerais*

*Em volume

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tados à saúde do consumidor, e as, por assimdizer, “águas etárias” – aquelas destinadas apúblicos com faixas específicas de idade.

Neste último caso a Lindoya Verão saiu nafrente ao lançar a primeira água infantil dopaís, a Lindoya Verão Kids, que acompanha kitde jogos e passatempo. Segundo o diretor daempresa, esse tipo de produto já é comum emoutros países, porque, para espanto da maioriados pais, existem muitas crianças que preferemágua a refrigerantes e sucos. “Na Europa, já háaté águas minerais específicas para bebês, quevêm com refil para encaixar o bico da mama-deira”, exemplifica César Gib.

Voltada a crianças mais velhas, com idadeentre cinco e doze anos, a Lindoya Verão Kidsé vendida em garrafas de 240ml, próprias parasede e mãos menores que as de adultos. Feitasde PET, as embalagens são sopradas na própriaempresa, e têm rótulo impresso pela GráficaBandeirantes, com tampas plásticas rosqueá-veis da Alcoa. “Quisemos rejuvenescer a mar-ca e reforçar nosso mix de produtos, mostran-do que água não é um produto tão sem graça”,define o diretor da Lindoya Verão.

No campo das exportações, em que a in-dústria brasileira de águas minerais parece en-contrar dificuldades ainda maiores em levar osconsumidores a perceber a qualidade de seusprodutos, também há bons exemplos da contri-buição que as embalagens podem exercernesse sentido. Um dos mais ilustrativos talvezseja o da paranaense Ouro Fino, que detém40% do mercado da região Sul do país.

A empresa desenvolveu um programa devendas aos Estados Unidos para o qual criouuma marca de visível sofisticação, a Ouro FinoPremium. Segundo Augusto Mocellin, presi-dente do conselho administrativo, a idéia nas-ceu como um processo experimental, visandogerar experiência em operações no exterior. Oprojeto demandou inicialmente 1,2 milhão dedólares, a maior parte em modernização deequipamentos e processos de produção, con-forme as exigências do mercado americano.

Igualmente necessário foi o desenvolvi-mento de uma embalagem especial, projetoque absorveu cerca de 300 mil dólares. Comdesign criado pela Escola Superior de Propa-ganda e Marketing (ESPM), de São Paulo, a

O desaquecimento do merca-do de água mineral engarrafa-da não teve reflexos apenasno setor de garrafões retorná-veis. Na área de rótulos, ReneBrunelli, gerente comercial daSol PP, observa que algumasempresas abandonaram osmagazines feitos de polipropi-leno bi-orientado (BOPP), eaplicados com hot melt, retor-nando aos mais econômicos esimples rótulos de papel.

“Mas a expectativa é que essemovimento se inverta com aretomada do crescimento nosetor”, acredita Brunelli,acrescentando que o magazi-ne “agrega muito mais valorque o rótulo de papel, e nãoexige grandes investimentosem maquinário”.Importante fornecedora derótulos de BOPP para o mer-cado de bebidas, a SOL PPfaz parte do Grupo Sol, quetambém atua com filmes la-minados para embalagens fle-xíveis. No mercado de rótulosa empresa acaba de anunciarparceria estratégica com aPP Print, convertedora insta-lada em Varginha (MG), queproduz rótulos para diversosengarrafadores de água mi-neral.Um dos focos da parceriaserá nos chamados roll la-

bels, rótulos também feitosde BOPP, que se tornarammuito comuns em garrafasPET de refrigerantes. Aplica-do com cola a partir de bobi-nas, o roll label envolve asembalagens como cintas(processo conhecido comowrap-around), e tambémapresenta boas perspectivasno segmento de águas mine-rais. “Com a crescente oferta deequipamentos nacionais deaplicação, os engarrafadoresmenores também poderãomigrar para o roll label, quejá está presente na maioriadas marcas mais tradicio-nais”, avalia o gerente da SolPP. Dentre as empresas quedesenvolveram no país equi-pamentos para aplicação des-se tipo de rótulo estão no-mes como a JPJ e a Narita.

Novos equipamentos disseminam rótulos mais sofisticados

Com lançamento específico para

crianças, Lindoya Verãoquer mostrar que “água não é um

produto tão sem graça”

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marca Ouro Fino Premium é vendida em gar-rafas de vidro de 330ml da Owens-Illinois doBrasil (ex-Cisper), com rótulos plásticos ter-moencolhíveis da Sleever International e tam-pa rosqueável de alumínio produzida pela sub-sidiária alemã da Alcoa.

Fuga dos formatos padronizadosEmpresas de menor projeção no mercado na-cional também têm investido em embalagensaprimoradas, mostrando que regionalizaçãonão é sinônimo de apresentação desleixada. Éo caso da Ipanema Indústria e Comércio deBebidas, de Sandovalina (SP), que produz aágua Via Natural. Um dos vencedores daedição 2004 do Prêmio Abre de Design & Em-balagem, o produto teve seu planejamentovisual a cargo da 100% Design.

Vendida em São Paulo, Paraná e MatoGrosso do Sul, a marca Via Natural tem no for-mato de suas garrafas, sopradas em equipa-mentos da Sig Beverages, a partir de pré-for-mas PET da Petropar Embalagens, um forteapelo de diferenciação. Caracterizado por con-

tornos orgânicos e ergométricos, o design es-trutural ressalta a cintura delgada das garrafas,sob a qual os rótulos do tipo wrap-around, pro-duzidos em filme de BOPP pela EmbalagensFlexíveis Diadema, são aplicados. “Quisemosmostrar que as embalagens de águas mineraisnão precisam ter todas o mesmo formato”, dizHamilton Diniz Prado, diretor da Ipanema.

O mesmo conceito é aplicado nas garrafasde 330ml, 505ml, e 1 litro, nas versões com esem gás. O próximo passo da empresa é lançarembalagens descartáveis de 5 litros, tambémfeitas de PET. Por sinal, esse tipo de acondicio-namento parece ser uma das bolas da vez nomercado de águas minerais. Sabe-se que empaíses como Estados Unidos, México e Cana-dá os garrafões descartáveis dominam boa par-te das prateleiras dos supermercados. Emborapraticamente todos os grandes produtores bra-sileiros de água mineral já contem com essetipo de embalagem, alguns fatores ainda difi-cultam sua difusão no país.

“A maior parte das empresas tem moldespróprios e sopradoras in-house”, diz Irineu Sa-

Paranaense Ouro finoinvestiu em marca

premium para entrar nomercado norte-americano

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lata, gerente comercial da Amcor, que há pou-co mais de um ano vem importando pré-for-mas PET, injetadas já com alça, para produçãode garrafões retangulares de 5 litros. Outra di-ficuldade ligada à venda desse tipo de produto,prossegue o gerente da Amcor, é a grande par-ticipação de empresas informais no setor.“Muitos fornecedores usam máquinas semi-automáticas, não trabalham com nota fiscal, ejogam as margens de todo o mercado para bai-xo”, queixa-se.

Semelhantes problemas têm se mostradoainda mais presentes no nicho dos garrafõesretornáveis, basicamente em virtude da multi-plicação de pequenas distribuidoras de águasminerais, que trabalham quase que exclusiva-mente com esse tipo de embalagem. Um dosmais visíveis sinais desse processo de pulveri-zação possivelmente tenha partido da Greif,multinacional americana que assumiu noBrasil a operação da Van-Leer, companhia deorigem holandesa representante de um dosmaiores grupos de transformação de garrafõesplásticos para água mineral do mundo. Recen-

Soluções práticas e que não pe-sem no custo final dos produtos.Essa é uma das tendências naárea de sistemas de fechamentopara águas minerais, como com-provam lançamentos recentes fei-tos por dois nomes conhecidos doramo, a Politeno e a Alcoa. Noprimeiro caso, a empresa desen-volveu uma tampa que dispensa ouso de liner de vedação em garra-fas de bebidas carbonatadas,como refrigerantes e água mine-ral com gás, por exemplo. O se-gredo do produto está na suamatéria-prima, a resina IH-57. Se-gundo a empresa, trata-se deuma especialidade química feita àbase de polietileno de alta densi-dade (PEAD), que substitui comvantagens o polipropileno (PP) naprodução de tampas para bebidase alimentos. “A resina IH-57 é umcopolímero base buteno capaz degerar produtos de alta qualidadecom maior produtividade e meno-

res custos”, diz Vicente Silva, ge-rente de desenvolvimento e assis-tência técnica da Politeno.Já a Alcoa CSI Brasil, divisão damultinacional americana Alcoa vol-tada à produção de tampas metá-licas e plásticas, começou a pro-duzir neste mês, em sua fábricade Alphaville (SP), um modelo detampa plástica para garrafas PETde água mineral sem gás com ta-manho inovador. Em vez dos tradi-cionais 28mm, a Aqua Lok, comoé chamada, tem 26mm de diâme-tro. O principal objetivo da mudan-ça é reduzir custos para as engar-rafadoras. A lógica é simples: comtampas menores, gasta-se menosmatéria-prima – no caso, polipropi-

leno (PP), que é fornecido à Alcoaprincipalmente pela Ipiranga Pe-troquímica, empresa do grupo Ipi-ranga, e pela Polibrasil, joint-ven-ture entre a Basell Polyolefins e ogrupo Suzano.Apesar da necessidade de adap-tação das linhas de produção dasgarrafas, que precisam ter garga-lo menor para receber a AquaLok 26mm, Rodolfo Haenni, ana-lista comercial da Alcoa, acreditaque o mercado absorverá rapida-mente a novidade. “Trata-se deuma medida muita difundida emoutros mercados, e que já des-pertou o interesse de grande par-te dos engarrafadores brasilei-ros”, adianta Haenni.

Novos lançamentos de tampas revelam foco nos custos

Via Natural, com rótulos wrap-arounde molde exclusivo: distribuiçãoregional, visual caprichado

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Enquanto não existem leis tor-nando obrigatórios padrões enormas para os recipientes re-tornáveis de água mineral, a in-dústria de embalagens desenvol-

ve cada vez mais soluções paraque os engarrafadores forneçamgarantias sobre a procedênciade seus produtos. Uma delas é oSistema Seguro e Prático da SPPlásticos, que já foi adotado porempresas como a Lindoya Verão.Específico para garrafões retor-náveis, o produto é composto detampa plástica dotada de rótulotermoselado, sob o qual há umaválvula. Uma das funções destedispositivo é fazer com que aágua só saia da embalagemquando o garrafão estiver encai-xado no adaptador do suporte.Outra é não permitir que a águaentre em contato com a parteexterna do garrafão, evitandodessa forma eventuais contami-nações. “Mesmo com o selo reti-rado, o garrafão volta para afonte lacrado”, fala Sônia Cipolla,

da área comercial daSP Plásticos. “Isso difi-culta falsificações”,completa ela. Lacres feitos de filmesplásticos também setornaram uma boa me-dida para evitar contra-fações no mercado degarrafões retornáveisde água mineral.Exemplo é a linha delacres pré-formadosda Propak, desenvol-vida para ser aplica-da sobre as tampas das embala-gens. Dotados de fitilho para faci-litar a abertura, os produtos po-dem ser fornecidos com a marcadas empresas já impressa, e tam-bém com recursos avançadoscontra falsificação, como hologra-fia, por exemplo.

Acessórios podem garantir procedência dos garrafões

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Carlos Alberto Lancia, presidente da entidade.Além de defender que as donas das marcas

assumam essa cadeia de valor, passando a res-ponder pela manutenção dos garrafões retorná-veis, a Abinam vem se movimentando para fa-zer valer uma série de medidas destinadas anormatizar o uso desse tipo de embalagens.Uma delas é estabelecer um tempo máximo devida útil dos garrafões, a princípio estipuladoem três anos, ou cinqüenta viagens. “Para osfornecedores de resinas esse tipo de medida éobviamente muito bem-vinda”, anima-se Mar-cos Pinhel, gerente de contas da Voridian, divi-são da companhia química Eastman que forne-ce matérias-primas para a produção de garrafase pré-formas de embalagens PET.

Mobilizações como essa reforçam a tese deque há espaço para a cadeia de embalagemcrescer no mercado brasileiro de água mineral.Basta dizer que nem mesmo no ano passado aprodução do setor registrou queda. Conside-rando também a demanda oriunda das indús-trias de alimentos e bebidas, a produção naverdade subiu, alcançando 5,7 bilhões de li-tros. Mesmo assim, a relação do consumoanual por habitante, como já se disse, continuamuito baixa: 25 litros, contra 152 no México,por exemplo. Seja como for, na parte de aces-sórios, serviços, equipamentos e matérias-pri-mas de embalagem, é difícil contestar o fato deque o mercado brasileiro de águas mineraisdispõe do que há de mais moderno no mundo .Ao menos sob esse ponto de vista, o setor temtudo para retomar seu ciclo de expansão.

* Incluindo todas as categorias de águas envasadas

O Brasil no mercado mundial de águas minerais FO

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Países Volume Consumo Volume Consumo Volume Consumo(milhões per capita (milhões per capita (milhões per capitade litros) de litros) de litros)

Brasil 4.320 25 4.700 27 5.100 29

Itália 8.752 154 9.082 157 9.354 160

Alemanha 7.732 104 7.943 109 8.260 112

Áustria 642 85 661 86 680 92

Estados Unidos* 19.870 70 22.000 77 24.200 86

França 6.506 137 6.701 139 6.969 140

Portugal 478 71 854 75 866 78

México 15.462 152 16.900 157 18.250 162

temente a empresa decidiu descontinuar a pro-dução dessa linha no país, alegando que a in-formalidade e a guerra de preços conduziram osetor para um beco de resultados abaixo dosesperados. “A partir de agora nos concentrare-mos no mercado de tambores e baldes de açopara produtos químicos, farmacêuticos e ali-mentícios”, esclarece Flavio Carneiro, supervi-sor de marketing e vendas da Greif.

O problema, na visão da Abinam, é quemuitos empresários simplesmente relegam aosdistribuidores a opção sobre tipo e condiçõesde embalagens, formas de transporte e méto-dos de armazenamento. “Com isso, muitas em-presas abandonam suas marcas no mercado,deixando-as expostas a mazelas que podemcomprometer a qualidade dos produtos”, diz

Garrafão retornávelproduzido com resinada Voridian: segmentopode ser normatizado em breve

100% Design(11) 3032-5100www.100porcento.net

Alcoa0800 159888www.alcoa.com.br

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materiais >>> alumínio

uando se difundiu para valer entrerefrigerantes e cervejas nacionais,no início da década de 90, a lata dealumínio absorveu grande espaço

da lata de aço, até então o padrão em embala-gem metálica para essas bebidas. Agora, a la-tinha de alumínio está mirandoum outro segmento deprodutos de altíssimogiro no qual a lata deaço goza de expressi-va atuação: o de ali-mentos, mais especifi-camente o de pescadosem conserva.

Ocorre que a pri-meira lata de alumíniopara produtos alimentí-cios fabricada no Brasilacaba de ser revelada, eseu aporte está acontecen-do justamente na seara dos pesca-dos, através do Atum Light Sólido da marcaPescador, produto da Femepe, de Navegantes(SC), terceira maior indústria de pescados en-latados do país.

O lançamento é resultado de uma parceriafechada entre a Femepe e a Alcan, que gastoutrês anos no desenvolvimento de uma chapade alumínio especial para a nova embalagem(a propósito, EMBALAGEMMARCA reportou oandamento desse projeto da Alcan já naedição nº 44, de abril de 2003). Com fins mer-cadológicos, a nova matéria-prima ganhouaté uma marca: Alu.Can.

Maior percepção“Levamos em conta a necessidade de desen-volver uma solução que não exigisse gran-des investimentos para adaptação das linhasde produção já existentes nas indústrias”,conta Adriana Stecca, gerente de marketingde produtos laminados da Alcan. Segundoela, a lata de alumínio irá proporcionar im-portantes diferenciais para o acondiciona-

Com lata nacional, alumínio quer bisar sucesso em bebidas nos pescados

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Repeteco em peixes?mento de pescados. “Além de não enferru-jar, a nova lata possibilitará consistênciamais firme do peixe e maior percepção deseu sabor, pois ela não interfere nas proprie-dades naturais do alimento.”

Em termos de shelf life, não haverá mu-dança. A lata de alumínio,

como a de aço, garantedois anos de vida aopescado. Contudo,como o alumínio éum material maiscaro que o aço, opreço do produtopara o consumidor fi-nal deverá sofrer umacréscimo de até 20centavos. Um incre-mento justificável pe-

las vantagens da novalata, afirmam as parceiras.

Para transmitir essa noção aoconsumidor, um folheto informativo sobre anova embalagem irá acompanhar cada latinhados três primeiros lotes do Atum Light Pesca-dor. Tal iniciativa faz parte das ações de mar-keting que, ao lado do desenvolvimento doproduto e da adaptação da linha de produçãoda Femepe, fecham um pacote de investimen-tos de 2 milhões de reais, dividido igualitaria-mente entre as parceiras. “Estamos felizes desermos pioneiros ao lançarmos esse novoconceito no mercado”, diz Jorge Mauro, ge-rente comercial da Femepe.

A nova latinha, por ora disponível somen-te no volume de 170g, será fabricada na me-talgráfica própria da Femepe, cuja produçãotambém abastece com embalagens as outrasmarcas de pescados trabalhados pela empresa– Alcyon, Navegantes, Costa Brava e MarAzul. De início, o volume de produção men-sal será de 300 000 latas. As linhas de latas deaço não serão descontinuadas, pelo menos emcurto prazo, informa a Femepe. “Mas nossaintenção é estender a lata de alumínio às ou-

MIGRAÇÃO – Femepepretende trocar gradati-vamente as latas de açode seus pescados pelasde alumínio, produzidascom uma nova chapa daAlcan, a Alu.Can (abaixo,o logotipo do material)

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tras versões de atum da marca Pescador já apartir do início de 2005”, adianta Mauro, cer-to de que a nova embalagem poderá elevar ofaturamento da empresa, já neste ano, para100 milhões de reais – 33% a mais que em2003. Diz a Alcan que a Femepe terá exclusi-vidade no uso da lata de alumínio para pesca-dos “durante um período de maturação daembalagem nesse mercado”.

Bom sinal da pesquisaPara o début em pescados, a lata de alumínioganhou um rótulo de papel metalizado con-vertido pela Baumgarten e com visual assina-do pela agência paulistana G.A_com.

Ele foi projetado com base em uma pes-quisa encomendada pela Alcan à consultoriaInterScience, que entrevistou 618 consumi-dores de atum em São Paulo, Rio de Janeiroe Curitiba. Segundo os resultados do estudo,95% dos entrevistados avaliaram positiva-mente o novo produto, dizendo que ele “dávontade de comer”. No entender de AdrianaStecca, “isso já significa aprovação da emba-lagem”. Tem-se aí, no mínimo, um primeiropasso para que, como aconteceu com osrefrigerantes e cervejas, a lata de alumíniopara alimentos também conquiste os brasilei-ros. “É essa a nossa expectativa”, reforça aexecutiva da Alcan.

Em evento de apresentação doatum em lata de alumínio para a im-prensa, ocorrido no início de setem-bro, a Alcan sinalizou que a próximainvestida da nova embalagem deveocorrer no segmento de pet food,mais especificamente em rações se-cas. “É um mercado que olhamosem curto prazo, até porque a latautilizada é similar à dos pescados”,afirmou Adriana Stecca, gerente demarketing de produtos laminadosda Alcan. “Iremos buscar outrosmercados no próximo ano.”

Próximo alvo: rações

Alcan(11) 5503-0722www.alcan.com.br

Baumgarten(47) 321-6666www.baumgarten.com.br

G.A_com(11) [email protected]

InterScience(11) 3759-4777www.interscience.com.br

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AÇÃO

A Peklimar, uma das maiores in-dústrias alimentícias da Polônia,está lançando uma nova linha derefeições prontas comercializadaem bandejas termoformadas de400ml fabricadas pela inglesaRPC Bebo Corby, divisão do gru-po RPC, maior fabricante euro-péia de embalagens plásticas rígi-das. Com estrutura que combinaduas camadas de polipropileno e

uma de EVOH, as bandejas, sela-das com uma película de alumí-nio, preservam os alimentos porum ano sob temperatura ambien-te. O aquecimento das refeiçõespode ser feito em banho-maria ouem forno de microondas. Para sedestacarem nos pontos-de-venda,as bandejas são ainda envolvidaspor uma luva de papel cartão.www.rpc-containers.co.uk

Bandejas de vida longa

O Just Cavalli, da grife italianaRoberto Cavalli, é mais umperfume que está apostandonuma embalagem cuja estru-tura destaca o uso do GlassPolymer (“polímero de vidro”)da Eastman, dedicado a simu-lar as propriedades do vidro.Na verdade, o frasco é forma-do por diferentes partes inte-gradas: um miolo de vidro, umombro de resina e um exoes-queleto feito com o polímeroda Eastman, mais especifica-mente o copoliéster EastarAN014. O frasco é produzidopela italiana G. Candiani. www.eastman.com

Nova vitrine para o polímero-vidro

A divisão LiquidPackaging Systems daDuPont introduziu re-centemente na Índiauma nova solução emembalagem com filmede alta barreira para oacondicionamento de

leite pelo processo depasteurização UHT(ultra high temperatu-re, o mesmo utilizadonas caixinhas longavida). Desse modo, aembalagem flexívelpode preservar o leite

por dois meses emtemperatura ambiente.A primeira marca aaderir à solução daDuPont foi a Gagan,do laticínio AmritFoods.www.dupont.com

Em vez de utilizar copos de policarbona-to para vender suas cervejas nos festi-vais europeus de verão, como tradicio-nalmente faz, a cervejaria belga AlkenMaes decidiu bancar uma novidade em2004: copos de degradação acelerada,fabricados com o NatureWorks PLA, bio-polímero derivado de milho da CargillDow. Cerca de 1,5 milhão de copos des-se material foram distribuídos em even-tos públicos entre os meses de junho ejulho. Os copos foram produzidos pelaHuhtamaki, que anunciou que o PLAserá estrela de sua linha BioWare deembalagens amigáveis ao ambiente, aser lançada ainda em 2004.

www.huhtamaki.comwww.natureworkspla.com

O copo amigo

Líquido sagrado com nova solução

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o dilema entre qual embalagemutilizar para gerar mais vendas novarejo, a latinha de alumínio ou agarrafa de vidro long neck, a cer-

vejaria americana Pittsburgh resolveu ficarcom as duas – porém não como diversas con-correntes, que colocam no mercado versões deum mesmo produto nessas duas apresenta-ções. Ao mesmo tempo, pode-se também in-terpretar que ela não escolheu nenhuma delas.Que se explique o jogo de palavras: a fim deincrementar as vendas de sua cerveja IronCity, a companhia acaba de relançá-la em gar-rafas de alumínio, embalagens que conjugama leveza, a resistência e a conveniência das la-tas metálicas com o apelo premium e o forma-to das garrafinhas de vidro. É a primeira utili-zação dessa embalagem para uma bebida detão alto giro em nível mundial.

A garrafa da Iron City, com volume deaproximadamente 360ml (12 onças líquidasna medida-padrão americana), poderá ser en-contrada nos supermercados de trinta das cin-qüenta unidades federativas dos Estados Uni-dos. Para a fornecedora da embalagem, a CCL

Garrafa de alumínio tem primeiro uso em grande escala na seara das cervejas

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O maior gole do cantil

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ULG

AÇÃO

Uma nova técnica de decoração delatas para bebidas, desenvolvidapela Ball Packaging Europe (antigaSchmalbach-Lubeca), está fazendobarulho nos mercados europeus. Éa impressão waterless, um siste-ma offset especial que não requerágua ou umidade, ao contrário dasvias tradicionais, e permite obtergravações ultra-sofisticadas. “Elapermite a reprodução de degradêscomplexos e de fotos em alta reso-lução, ampliando o escopo criativode nossos clientes”, explica RobMiles, vice-presidente de marketingda Ball Packaging Europe. “Ade-mais, por se basear na quadricro-mia, a novidade garante a geração

de uma vasta gama de cores”. Emjulho, latinhas de aço decoradascom o processo waterless pude-ram ser vistas numa edição limita-da da cerveja belga Jupileer, da In-terbrew. Um mês depois, a Heine-ken as utilizou numa série comemo-rativa do centenário de sua cervejaespanhola Cruzcampo (na foto aolado). Os usos pioneiros da impres-são waterless em ações de curtaduração não se dão à toa. Atual-mente a Ball consegue produzirapenas tiragens limitadas de latasdecoradas por esse processo.“Será possível fornecer maioresquantidades num futuro próximo”,promete Miles.

Sem água, impressão mais refinada

ESTOURO – Primeiras 20 000 caixas da Iron City

em garrafa de alumínio esgotaram-se em um dia

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propósito, a Pittsburgh é uma parceira de lon-ga data da Alcoa para o lançamento de inova-ções em embalagens: em 1962, elas lançarama primeira lata de alumínio para bebidas comabertura do tipo pull-top, a precursora diretados atuais sistemas utilizados mundo aforanessa embalagem). “Vale também dizer querealizamos testes com consumidores e elesacharam o visual do alumínio cool. Tudo issoirá gerar uma tremenda visibilidade à nossamarca num segmento altamente competitivo”,aponta Piccirilli.

A julgar pelo impacto causado no lança-mento do produto, a expectativa do executivoda Pittsburgh está se concretizando. Uma levainicial de 20 000 caixas da novidade, distribuí-da no dia 24 de agosto, se esgotou nas lojas emmenos de 24 horas. No dia seguinte, com a re-percussão do lançamento, a imagem da novacerveja foi a mais acessada no serviço Yahoo!News, na Internet. “A resposta tem sido im-pressionante. Já recebemos inúmeras consul-tas sobre o produto de todo o país, assim comodo Reino Unido, da Irlanda, do Canadá e atédo Brasil”, conta Piccirilli.

Container, a aposta da Pittsburgh representa ofim de uma novela. A companhia iniciou oprojeto da garrafa de alumínio em 1989, co-meçou a produzi-la no ano seguinte, bancoualgumas experiências em edições limitadas nomercado de bebidas em 2002 e agora, final-mente, firmou um contrato de longo prazo. “Édifícil acreditar como o alumínio se tornou amelhor coisa para a Iron City”, brinca EdMartin, vice-presidente de vendas e marketingda CCL, numa alusão ao fato de “iron”, em in-glês, significar ferro.

“Ganhamos uma garrafa ‘inquebrável’,passível de ser novamente fechada depois deaberta, pois ela possui tampa twist-off, e quemantém a cerveja gelada por mais tempo queo vidro”, afirma Joseph Piccirilli, vice-presi-dente da Pittsburgh Brewing Company. Deacordo com Kevin Lowery, porta-voz da Al-coa, a fornecedora do alumínio utilizado nagarrafa, ela é produzida com o triplo de alumí-nio de uma lata de cerveja convencional, oque lhe proporciona isolamento térmico supe-rior, mantendo a cerveja gelada por cerca de50 minutos a mais que uma garrafa de vidro (a

Alcoa(11) 5509-0275www.alcoa.com.br

Ball Packaging Europewww.ball-europe.com

CCL Containerwww.cclind.com

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alvez não representem ainda o es-plendor do tão esperado “boom”do segmento de rótulos auto-adesi-vos no Brasil, mas sem dúvida são

indícios significativos de que alguma coisaimportante está para acontecer em breve. Naverdade, fatos importantes já estão ocorren-do, na forma de intensa movimentação nomercado de fornecedores de laminados paraesse sistema de rotulagem no país. Afora a in-corporação da JAC pela Avery Dennison emâmbito mundial, há algum tempo, basta lem-brar, no campo dos grandes players interna-cionais, o recente acordo de distribuição deprodutos da Arconvert, do grupo italiano Fe-drigoni, com a Gafor Distribuidora e a inten-ção manifestada durante a Labelexpo Ameri-cas, em Chicago, pela finlandesa Raflatac dereforçar sua presença na América do Sul – evi-dentemente passando pelo Brasil.

“Estamos presentes em todos os continen-tes do mundo, menos na América do Sul, oque torna lógico o nosso interesse pela re-gião”, declarou a EMBALAGEMMARCA MikaSillanpää, vice-presidente senior de Desenvol-vimento Estratégico da empresa. Ele observou, contudo,que os planos de expansão não devem ser anunciados an-tes do final deste ano, e que a forma de entrada na regiãoainda está em aberto, podendo ser concretizada com aaquisição de uma empresa local ou com o aumento gra-dual da presença da Raflatac nos mercados sul-america-nos, passando pela instalação de um centro de distribuiçãoe posterior construção de uma fábrica. “Está tudo em aber-to, mas temos efetivo interesse no mercado brasileiro,dada a sua importância na América Latina”, afirmou.

Além fronteiras – Pelo ruído e pela vibração do solo,pode-se sentir também que, além da marcha de mamutestransnacionais, elefantes nacionais – de porte menor, po-rém igualmente respeitáveis – não estão deixando por me-nos. À parte rumores e conversas a boca pequena sobre opossível ingresso de novos participantes na banda dosfornecedores, algumas das principais empresas demons-tram estar tratando de consolidar posições, investindo emtecnologia e em treinamento. Ao mesmo tempo intensifi-cam ações com vistas a estreitar o relacionamento com

Movimento é intenso na área de laminados para rótulos auto-adesivosPor Wilson Palhares

T

Mamutes e elefantes

clientes e potenciais clientes, não só nos limites do territó-rio brasileiro, mas também além fronteiras.Única laminadora brasileira a expor na Labelexpo Ameri-cas, a Colacril, por exemplo, ratificou no evento seu inte-resse na expansão internacional, com maior volume de ex-portações para países da América Latina, onde já tem for-te presença, e da América do Norte, da África e da Euro-pa. “Na Labelexpo Americas procuramos parceiros paradistribuir nossos produtos nos mercados do norte, porta deentrada para o mercado americano”, confirma Fábio Fon-seca, diretor de negócios internacionais da empresa.

No mês em que completou vinte anos de fundação, se-tembro último, a Colacril foi a empresa escolhida por EM-BALAGEMMARCA para aprofundar ainda mais a ampla co-bertura que desde sua primeira edição dá ao setor. Com areportagem a seguir, a revista inaugura, em sua seçãoRotulagem, a rubrica Perfil. Em edições futuras, nela se-rão apresentadas outras empresas do setor.

Bobina em máquina delaminação numa fábricada Raflatac: planos para

presença na América do Sul

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ULG

AÇÃO/

RAFL

ATA

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Avery Dennison/JAC(19) 3876-7600www.averydennison.com

Colacril(11) 6982-6900www.colacril.com.br

Raflatac (Texxud)(11) [email protected]

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maior e mais moderna indústria demateriais auto-adesivos da AméricaLatina.” É assim que Valdir ArjonaGaspar, diretor presidente da Cola-

cril – Auto-adesivos Paraná, descreve a empre-sa aos convidados que conduz nas visitas à mo-derna fábrica de produtos laminados, em papel eem filmes, destinados aos mercados de rotula-gem primária, promocional, automação comer-cial e industrial situada em Campo Mourão, noParaná. Instalada numa área de 50 mil metrosquadrados com muito verde e instalações bemcuidadas, no centro geográfico do Mercosul, “éa única fábrica do ramo no Brasil construída apartir de zero, com tudo zero quilometro”, enfa-tiza o empresário.

Ele tem bons motivos para brandir essa classificação. Oprincipal equipamento produtivo da unidade é uma avança-da BMB (Bachofen + Meier Ag Bülach), monitorada inin-terruptamente pelo fabricante, na Suíça, através de um com-putador dedicado a essa função. A máquina siliconiza e ade-siva em linha o material que irá servir de base para a im-pressão de rótulos, em bobinas ou em folhas. Segundo Val-dir A. Gaspar, além de ganhos em produtividade, entre asvantagens de não haver interrupção para que o material sejatrabalhado em outros equipamentos estão a perfeita repeti-tividade e o controle do processo, o que impede oscilaçõesna qualidade final do produto.

A BMB, nas palavras do industrial, é “a melhor lamina-dora do mundo e, no caso específico, a mais moderna doBrasil”. Foi adquirida nos termos da filosofia “investir noque há de mais avançado em tecnologia”, ele explica. “Pro-dutos que rodam em equipamentos de última geração nãosão os mesmos que rodam em equipamentos antigos”, diz.A explicação: “Equipamento moderno exige insumos de úl-tima geração, como adesivos solventless, papéis adequados,

com maior resistência a rasgos e melhor resultado de im-pressão, e filmes de qualidade superior, com maior transpa-rência.” Nessa linha, o processo de siliconização é total-mente computadorizado, tornando possível alterar com pre-cisão a formulação dos silicones com a máquina em movi-mento. Assim, há ganhos de qualidade e redução de perdas.

Sem solvente – Atendendo à orientação de manter aempresa em dia com o estado da arte, o executivo afirmaque, entre outros procedimentos, a Colacril foi inovadorano Brasil em vários pontos, a começar pela adoção de tec-nologia de siliconização solventless, ou sem solvente. Noprocesso produtivo, esse procedimento, além de ambiental-mente correto por não emitir grandes quantidades de sol-ventes na atmosfera, resulta em benefícios como segurançapara os operadores e para as instalações. Isso porque nãoapresenta os riscos contidos em solventes inflamáveis. Ade-mais, garante uniformidade e precisão na força de destaca-mento do frontal auto-adesivo do protetor (liner), proprie-dade conhecida como “força do release”.

Valdir A. Gaspar destaca também, entre as iniciativasinovadoras da Colacril, a adesivação pelo processo “vario-gravure”, que garante a aplicação do adesivo de formaconstante e sem falhas. Acresce que, nesse processo, a ten-são, a reumidificação em papéis, as temperaturas de cura eoutros detalhes são 100% monitorados por controles auto-matizados.

O acabamento do material auto-adesivo é um ponto queo industrial destaca com igual ênfase. No caso de bobinas,ele aponta, “é feito em modernas rebobinadeiras, com ten-são e alinhamento altamente precisos”. Nesse formato, oproduto pode ser personalizado para cada cliente. Já as fo-lhas “são cortadas com altíssima precisão em equipamentosque ajudam a garantir a planicidade e o não sangramento de

Em dia com o estado da arteA“

A BMB em ação na fábrica daColacril em Campo Mourão (PR):on line 24 horas com a Suíça

FOTO

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Fachada daindústria:“Tudo zero,a partirde zero”

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adesivos pelas bordas”. Esse procedimento integra o pro-grama Perda Zero da empresa, cujo prato de resistência é apossibilidade de atender pedidos nas larguras determinadaspelos clientes. Para garantir que as mais exigentes especifi-cações sejam atendidas, um laboratório que opera ininter-ruptamente monitora a qualidade de todos os materiais, des-de o recebimento das matérias-primas até o acabamento.

Especial destaque é dado também ao recém-criado Cen-tro de Desenvolvimento e Especialidades, uma área indus-trial separada das máquinas de produção em larga escala –“mas ainda assim com altas capacidades em termos de vo-lume” – e dedicada ao desenvolvimento de novos produtose novas tecnologias. Nesse centro há a possibilidade deatender pedidos de pequenas quantidades de materiais espe-ciais, desenhados e produzidos para necessidades específi-cas, difíceis de ser atendidas com produtos de linha.

Para completar, na hora de entregar os materiais a Cola-cril conta com frota própria de caminhões, “dotados de lo-gística integrada”. Com essa expressão, Valdir A. Gaspardefine as plataformas elevatórias eletrônicas instaladas nosveículos, que dispensam o uso de empilhadeiras, nem sem-pre disponíveis em gráficas convertedoras de menor porte,por exemplo. Frotas terceirizadas, na opinião dele, “nãooferecem a mesma qualidade de serviço”. Os motoristas e

A Colacril, segundo seu presi-dente, se empenha pela integra-ção da cadeia de auto-adesivos.Na ponta do atendimento, criouapostilas de treinamento e jádistribuiu mais de 10 000 fitasde vídeo ensinando a aplicar,manusear e armazenar ade-quadamente o produto. Oobjetivo da iniciativa é refor-çar junto ao usuário o con-ceito e os benefícios do rótu-lo auto-adesivo.

Os fornecedores têm espaçoprivilegiado na empresa: umshow-room temático de1 000m2, com stands perma-nentes de apresentação dos in-sumos utilizados na produção,

com amostras e painéis explica-tivos. Nesse espaço os visitan-tes podem conhecer a cadeiaprodutiva dos laminados e tercontato direto com os proces-sos dos fornecedores, “cujas

marcas são avais de credi-bilidade aos produtos Cola-cril”. Já têm estandes mon-tados a BASF, a Rhodia (sili-cones) e a Votorantim Celu-lose e Papel. A Ripasa já ini-ciou a montagem do seu.

Integração de cadeia produtiva, na prática

ajudantes de caminhões da Colacril, exemplifica, são trei-nados para deixar o material onde o cliente determina, “nãosimplesmente no pátio”. Um centro de distribuição estrate-gicamente localizado em São Paulo agiliza a logística.

Por tudo isso, o industrial diz sentir-se lisonjeado quan-do visitantes estrangeiros se surpreeendem ao ver uma fá-brica na América Latina com os padrões da sua empresa.Mas diz-se “muito mais satisfeito por dar aos clientes a ga-rantia de fornecimento de quantidades industriais que osconcorrentes não conseguem”. Ele vê nisso “a nacionaliza-ção e a auto-suficiência dos insumos brasileiros para auto-adesivos”. Nesse sentido, conclui, “a Colacril é um patri-mônio tecnológico do segmento, a serviço do mercado”.

Vista aérea da fábrica: 50 mil metros quadrados de área com muito verde e boa conservação

O laboratório: análise desde a matéria-prima até o acabamento

perfil

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rotulagem tem muito para crescer noBrasil. Essa constatação, comum nasanálises feitas por profissionais e em-presários envolvidos com a atividade no

país, provavelmente foi reforçada na visão de visitan-tes brasileiros ao Centro de Convenções Donald E.Stephens, em Chicago, onde ocorreu a LabelexpoAmericas, de 13 a 16 de setembro último. Mas umaanálise mais profunda revela que, na área específicade conversão de rótulos e etiquetas, a indústria bra-sileira não está muito distante da instalada em paísesmais desenvolvidos, ao menos em termos de quali-dade e de atualização tecnológica. Na verdade, osplayers locais estão sintonizados com as principaistendências – e vários até contando com equipamen-tos de ponta, o chamado “estado da arte”.

A história muda de figura quando o assunto é ta-manho de mercado. Ante o gigantismo de um lado eo nanismo de outro (o nosso), reforça-se a noção doenorme potencial de crescimento do mercado brasi-leiro. Bastaria, como lembraram alguns visitantes,resolver a questão da melhora do rendimento médioda população e da distribuição da renda…

Nos Estados Unidos, país que prima pelos even-tos e pelo consumo em megadimensões, a Labelex-po Americas, focada em rótulos, ostenta números defazer inveja a qualquer empresa. A feira de Chicagoreuniu mais de 400 expositores e atraiu quase 13 000visitantes interessados em fazer negócios. Comomercado potencial têm à disposição um volume deconsumo de auto-adesivos per capita seis a dez ve-zes maior que o brasileiro, que fica em algo próximoa modesto 1,5 metro por pessoa/ano.

Caminho natural?Nas visitas aos estandes e nas conversas com visitan-tes e expositores, maneira direta e eficaz de detectartendências, a dificuldade principal foi definir se asinclinações mais consistentes apontam para rumosespecíficos do mercado americano ou se serão trilhasa ser percorridas por aqui também. Embora quase in-variavelmente o que ocorre lá se reproduza no Brasildepois de algum tempo, não se pode esquecer que oconsumidor norte-americano médio tem maior capa-cidade de absorver os custos de produtos com apre-sentação mais sofisticada do que a esmagadoramaioria dos brasileiros. Dessa forma, possivelmenteaquilo que é moda (no sentido estatístico da palavra)nos Estados Unidos se restrinja a nichos de mercadonestas bandas.

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Bem armado mas nanicoA

Para a Colacril, esta primeira participação como expositora naLabel Expo Americas, em Chicago, teve o objetivo principal de

consolidar ainda mais nossa presença internacional. Atualmente, ex-portamos para doze países da América do Sul, da Europa e da Ásia,e estamos despontando como uma das principais potências globais nofornecimento de materiais auto-adesivos em vários continentes.O fato de estarmos presentes nesta que é uma das maiores feirasmundiais do segmento de rotulagem coloca o Brasil em posição dedestaque, já que o país possui uma das maiores indústrias de mate-riais auto-adesivos do mundo, com qualidade e tecnologia de classemundial. O fato de estarmos exportando, com excelente aceitação,para mercados exigentes e consolidados como o Europeu certificaque estamos no caminho certo quanto à qualidade de nossos mate-riais, desenvolvimentos e estratégias de mercado.A feira foi muito importante para nós, pois o próximo e principal focona área de exportação da Colacril é o mercado norte-americano, ondeem breve começaremos a operar. Nossos planos incluem Estados Uni-dos, México e Canadá, países com os quais tivemos muitos contatos ede onde vieram muitos de nossos visitantes durante a feira.

Fabio Fonseca, diretor denegócios internacionais da Colacril(11) 6982-6900www.colacril.com.br

Labelexpo faz lembrar que em tecnologia derótulos o Brasil vai bem. Já em consumo…

Por Marcos Palhares, de Chicago

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O caso dos filmes squeezable, capazes de aliar atransparência do BOPP à flexibilidade do PE, é ilus-trativo. Vedete destacada entre os fornecedores debase para auto-adesivos durante a Labelexpo, esta-vam presentes em incontáveis amostras de rotulagemde bisnagas plásticas, indicando o constante cresci-mento do que já é uma prática muito comum nosEUA. Já a possibilidade de seu uso tornar-se um êxi-to no Brasil ainda depende da presença maior daspróprias bisnagas nas gôndolas.

Em todo caso, vale mostrar as movimentações domercado de rotulagem na maior economia do mundo,mesmo que boa parte delas já seja familiar aos em-presários brasileiros. EMBALAGEMMARCA, única re-presentante da imprensa brasileira presente ao even-to, resume a seguir o que pôde observar no evento emChicago. Apresenta, também, a opinião de profissio-nais brasileiros que lá estiveram.

Convergência de bandasÉ interessante notar que a Labelexpo deste ano,segundo os organizadores, registrou, em relação àsedições anteriores, maior presença de convertedoresusuários de equipamentos de banda larga e de máqui-nas planas. Buscavam informações, idéias e tecnolo-gia tanto de banda média quanto de banda estreita. Nosentido contrário, fornecedores tradicionalmente fo-cados em banda larga apresentavam soluções de ban-da média, procurando atrair o público, ainda compos-to majoritariamente por usuários de banda estreita.

Isso denota a tendência, notada em anos recentes,de busca dos convertedores por flexibilidade. A ban-da estreita já faz incursões em áreas como a produçãode cartuchos, graças ao notável avanço na qualidadeda flexografia e à crescente oferta de impressoras hí-bridas, como as da F-Line, apresentadas pela Nilpeterem Chicago.

No mesmo sentido, pôde-se observar entre os ex-positores oferta mais ampla de soluções para rótulosque não o auto-adesivo, refletindo uma nova realida-de de mercado – a de que um mesmo convertedoratenda às demandas de seus clientes-chave por dife-rentes sistemas de rotulagem. Assim, a Labelexpo ca-racterizou-se, por exemplo, pela presença maisexpressiva de tecnologias para in-mold, termoenco-lhíveis e roll-fed do que a registrada em anos anterio-res.Especificamente no mundo dos auto-adesivos,

VERSATILIDADE – Cada vezmais, impressoras como a

F3, da Nilpeter, permitem combinar diferentes sistemas

de impressão

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Diferentemente das suas outras edições, a Labelexpo desteano foi marcada mais por novidades no setor de suprimentos

do que propriamente em máquinas. Por parte da Raflatac foi apre-sentado o Novo Raflex, um filme de BOPP com características de ma-leabilidade próximas ao PE que mantém as qualidades inerentes aopolipropileno, tanto em espessura como em transparência. Falandoem espessura, aliás, outro lançamento da Raflatac na Labelexpo foium filme de BOPP com 30 micra, com suporte de PET de 30 micra,trazendo vantagens em volume e excepcional transparência.

João Lukosevicius e Susana Silingauskas,diretores da Texxud Ltda. (agente da Raflatac no Brasil)(11) 3167-2341 • [email protected]

fica claro que o mercado de laminação anda movi-mentado. Inúmeros lançamentos foram feitos por fa-bricantes de bases para rótulos, hoje preocupados emoferecer especialidades para fugir da comoditização.Essa tendência vem se confirmando em toda a cadeiados plásticos, partindo dos fabricantes de resinas e seestendendo até os fornecedores de filmes e laminado-res. Mais uma vez, emerge a pergunta: é tambémuma realidade no Brasil, onde as margens comprimi-das não oferecem muito espaço para soluções demaior valor agregado? A resposta parece ser positiva.

Base aliadaContribuindo para o avanço dos substratos há umasérie de inovações às vezes invisíveis aos olhos dospróprios convertedores, mas de resultados sensíveisna linha de produção e no custo final dos rótulos im-pressos. São inovações em liners, silicones, tintas epreparação de filmes para impressão, que resultamem base melhor e facilitam o trabalho de conversão.Para ficar num só exemplo: a Dow Corning lançou alinha de silicones solventless Syl Off, que reduz opeso da platina no custo final do produto sem preju-dicar seu desempenho.

A bola da vezMerece destaque especial a área de identificação. Éraro encontrar, entre os convertedores, quem não es-teja acompanhando o acelerado desenvolvimento datecnologia de rádio-freqüência, sintetizada pela siglaRFID (do inglês Radio Frequecy Identification).

Na Labelexpo, além de fornecedores de equipa-mentos de aplicação do inlay (o chip com a antena)nos rótulos, era claro o esforço da indústria para ba-ratear a tecnologia. Tintas condutivas, que com o au-

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APOSTA – Transparência de BOPPe flexibilidade do PE são os

trunfos dos filmes squeezable,como o Novo Raflex, da Raflatac

Com a economia aparentemente de volta ao crescimento, a La-belexpo é a exposição que mais atende às nossas expectativas

na busca por investimentos em tecnologia de valor agregado, soluçõesinovadoras e melhoria no atendimento aos clientes, uma vez que tem ofoco voltado ao mercado de rótulos, que é o nosso produto principal.Quem acompanha a Labelexpo todos os anos pode não perceber, mashá sempre melhorias em tecnologia, processos e soluções que nospermitem visualizar uma maneira de atender o mercado com produ-tos de impacto visual, a custo competitivo e dentro dos mínimos pra-zos de entrega que hoje são comuns.Entre as inovações e tendências que a Labelexpo apresentou, destacoo avanço da tecnologia RFID/Smart Label, talvez o principal desenvol-vimento em andamento, cuja aplicação pode revolucionar a cadeia defornecimento com suas vantagens e habilidades em identificar e for-necer informações de produtos, controlar fluxo de materiais, raciona-lizar controles, evitar roubos e automatizar processos. Estaria o códi-go de barras com os dias contados? Outro campo que vem crescen-do rapidamente é a impressão digital, com máquinas cada vez maisindustriais e confiáveis, com a promessa de ser economicamente viá-vel para pequenas tiragens, e ideal para respostas rápidas, de altaqualidade e com possibilidade de aplicação de dados variáveis. O cus-to dos insumos ainda é a principal dúvida.A exposição também é uma oportunidade de estar em contato com asmáquinas impressoras de rótulos dos mais conceituados fabricantes,sempre inovando para atender às necessidades de trocas rápidas, mé-dias tiragens e baixo custo, uma tendência de mercado que há anosvem motivando e exigindo as melhorias que buscamos. Além disso, oleque de aplicações dessas máquinas vem crescendo cada vez mais,atendendo não só as necessidades de impressão de materiais auto-adesivos, mas também de filmes flexíveis, filmes termo-encolhíveis, car-tões etc. É a flexibilidade necessária para transformar um convertedorem fornecedor de soluções em rotulagem e embalagem.Enfim, é um evento que, além de tudo isso, permite estreitar relacio-namentos com os fornecedores e somar todos os elementos para sepreparar para o futuro e buscar um posicionamento adequado paraesse desafio.

Alexandre Chatziefstratiou, Diretor industrial da Prakolar Rótulos Auto-Adesivos(11) 6291-6033 • www.prakolar.com.br

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xílio de estações de serigrafia podem fazer as vezesda antena, eram uma das possibilidades aventadaspara que se chegue ao sonhado RFID de 5 centavosde dólar. Falta, contudo, uma solução para o proble-ma da aplicação dos chips nas antenas impressas,uma vez que a precisão é imprescindível para o bomfuncionamento do sistema.

Prova de que as etiquetas inteligentes estão emevidência foi a realização, em Chicago, de uma con-ferência e uma feira dedicados ao assunto, na mesmaépoca da Labelexpo (veja quadro na pág. anterior).

Antes de Bruxelas, o BrasilDado o ritmo acelerado do desenvolvimento das tec-nologias de conversão, pode-se prever que a próxi-ma edição da Labelexpo, a realizar-se em Bruxelasem setembro de 2005, será palco de muitas novida-des. Enquanto isso, cabe à cadeia de rotulagem man-ter-se atualizada, sob risco de perda de competitivi-dade num mundo cada vez mais globalizado.

Uma boa oportunidade para isso será o LatinAmerican Label Summit, agendado para 17 e 18 demaio de 2005 em São Paulo. Segunda edição de umevento lançado este ano no México (verEMBALAGEMMARCA nº 59, julho/2004), o LatinAmerican Label Summit pretende reunir converte-dores de toda a América Latina para discutir tendên-cias e novidades. Na condição de revista brasileiraque mais profundamente cobre o tema rotulagem,EMBALAGEMMARCA foi convidada para ser a apoia-dora oficial do evento no Brasil.

A Labelexpo é uma feira totalmentevoltada para o ramo gráfico no seg-

mento de rótulos, etiquetas e outros mate-riais para embalagem com infinitas utilidades.Ela oferece várias oportunidades para quemestá iniciando no ramo gráfico de convertedo-res, e novidades para melhorar aqueles quejá possuem prática no mercado. É visível apreocupação dos expositores em fornecer so-luções em máquinas, materiais e softwares,melhorando a qualidade e facilitando o dia-a-dia do convertedor.O evento é necessário para o ramo gráficode convertedores, mas deveria ser realizadosó uma vez por ano, revezando os países.Com certeza teríamos mais novidades.

Celso Henrique AngimahtzSoft Color Etiquetas Adesivas Ltda.(11) 6726-3000 • www.softcolors.com.br

Apresentamos uma nova tecnologia, chamada Ciba Prime IT,para tratamento de superfícies plásticas. Não se trata de

um primer, mas de um tratamento que modifica permanentementea superfície do plástico. Isso garante compatibilidade universal e as-segura adesão otimizada em todos os tipos de substratos plásticos,como BOPP, PET, PE, PVC e PA.Como materiais plásticos têm baixas propriedades de molhabilidadee adesão, dificultam a aplicação de tintas, adesivos e vernizes. Tra-tamentos de superfície convencionais para melhorar estas proprie-dades são pouco estáveis e não garantem que a modificação da su-perfície seja homogênea, além de poderem afetar as propriedadesquímicas ou físicas do filme. No caso dos primers tradicionais tam-bém há desvantagens, já que exigem um tipo de primer para cadasubstrato. Além disso, a camada do primer pode interferir nas pro-priedades ópticas do filme.O Ciba Prime IT pode ser usado para impressão e laminação deembalagens rígidas ou flexíveis, smart cards, rótulos, etiquetas eimpressões comerciais. O produto pode ser encontrado em duasversões (base solvente e base água), e tem excelente compatibilida-de tanto com tintas e adesivos de cura UV como com sistemasbase água. Outra vantagem é que os substratos tratados com oPrime IT têm tempo de estocagem praticamente ilimitado, desdeque sejam protegidos da exposição à luz UV.Escolhemos a Labelexpo Americas para ser o palco do lançamentodessa nova tecnologia para a América Latina e NAFTA. Além de in-troduzir a nova tecnologia e mostrar o seu potencial, iniciamos pro-missores contatos e futuras parcerias na região.

Ana Paula Perroni Laloe, Ciba Especialidades Químicas(11) 5532-7425 • www.cibasc.com/primeit

A Comprint esteve presente na Labelexpo Americas 2004 comsua equipe de vendas que atua diretamente no mercado de ro-

tulagem no Brasil. Uma de nossas representadas é a HP, que apre-sentou neste evento a WS4050, impressora offset digital que permi-te impressão de até 7 cores e que trabalha bobina-bobina. O que a di-ferencia do modelo anterior, o WS4000, é o fato de poder imprimir,entre outros, substratos transparentes com espessura minima de 15micra, ampliando assim seu range de atuação e aplicação.No stand também estavam presentes alguns parceiros da HP nestalinha industrial, tais como a Omega, que mostrou sua solução deacabamento com corte a laser.É sempre muito importante nossa presença neste tipo de evento,pois vários empresários brasileiros visitam a feira, e a impressão di-gital hoje já é uma realidade para o nosso mercado, com tendênciade crescimento contínuo.

Alessandra Jobb, Comprint(11) 3371-3394www.comprint.com.br

EVOLUÇÃO – WS4050da HP tem maior range de atuação

que o modelo anterior

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Nossa intenção na Labelexpo foi apresentar, pela primeiravez nas Américas, o Twin Cut da OMET. Trata-se de um sis-

tema de conversão em linha que, ao contrário dos sistemas conven-cionais, é formado por duas estações de corte idênticas, com os ci-lindros porta-ferramentas de diâmetro igual ao tamanho total do de-senvolvimento de impressão da máquina, que tem 838,6mm. Essasduas estações de corte trabalham em conjunto comandadas peloPLC da máquina, e como contam também com transmissão porservo-motores, os cilindros literalmente lêem o comprimento de cor-te do serviço específico, e cada um desce para posição de corte namedida exata do produto. Depois, os cilindros levantam e adiantam-se para o próximo corte ou meio corte. Nesse meio tempo, a bandaestá correndo e o segundo cilindro desce para cortar o produto ain-da sem corte.Em resumo, é como se você tivesse um flat bed die cutting com ve-locidade de 150 metros por minuto. A grande vantagem deste sis-tema é que não é mais necessária a compra de um conjunto de ci-lindros de corte. Há também economia na confecção das facas,pois pode-se encomendar as facas no tamanho exato do serviçosem a necessidade de completar o diâmetro total do cilindro. Comovantagem adicional, qualquer das estações pode ser eletronicamen-te desconectada, e pode funcionar como uma unidade convencionalde corte, se necessário. Esse sistema dá uma vantagem muitogrande ao convertedor que pode escolher quais serviços podem serfeitos no modo Twin Cut ou convencional.

Lucas Woodyatt, Gerente Vendas Conversão da Gämmerler Ltda.

A Matan apresentou em Chicago a sua nova versão da im-

pressora digital Spring, chamada SpringPRO, que, além de

seis cores, vem configurada com Sistema Variprint para impres-

são de dados variáveis. Isso inclui a possibilidade de importar ban-

cos de dados do Excel e de outros aplicativos, mesclando informa-

ções por etiqueta impressa com textos, numeração, código de

barras, e imagens em traço e policromia, com possibilidade de po-

sicionamento randômico ou determinado das imagens, além de ro-

tação com progressão. A SprinPRO vem também com Sistema Va-

riflex de reimpressão em registro, que permite reimprimir bobinas

pré-impressas em outras máquinas com dados variáveis ou com

mais seis cores sobre o material já impresso, tudo em registro.

Assim, a impressora tem a capacidade de imprimir até doze co-

res, se necessário. Outro diferencial do equipamento é o sistema

de otimização dos ribbons de impressão. Células eletrônicas moni-

toram cada cabeçote de impressão, verificando a metragem de

cada cor que não foi utilizada e possibilitando ao convertedor fazer

um rewind dos ribbons não utilizados. Assim, obtem-se grande

economia da única matéria-prima utilizada no equipamento, que

são os ribbons termotransferíveis.

Miguel Troccoli, Diretor Comercial da Gämmerler Ltda.

”“

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Uma tecnologia que chega com forçaSe a intensidade com que um tema é discutido puderservir de medida para a importância do assuntonuma cadeia produtiva, pode-se dizer que as tecnolo-gias de identificação estão assumindo posição dedestaque no mundo das embalagens e da rotulagem.Em setembro, apenas em Chicago, três grandeseventos trataram do assunto. Alguns dias antes daLabelexpo Americas, que contou com expositoresdedicados ao tema, o centro de convenções DonaldE. Stephens abrigou uma conferência específica so-bre embalagens Inteligentes, a Smart Packaging

2004. No evento ocorrido nos dias 8 e 9 de setem-bro foram discutidas as mais recentes inovações naárea.Entre os dias 13 e 15 do mesmo mês, o Navy Pierrecebeu a edição 2004 da Frontline Expo, conside-rado o maior evento norte-americano na área deAuto-ID e RFID. A Frontline foi analisada por DouglasMiyazato, da área de desenvolvimento de RFID daTorres Etiquetas, um dos profissionais brasileirosque mais têm acompanhado o desenvolvimento des-sas tecnologias. Abaixo, a opinião de Miyazato.

Fui às feiras Labelexpo e Frontline (ver abaixo) para conheceras últimas novidades na área de etiquetas normais e RFID.

Na Labelexpo, as vedetes eram os aplicadores de inlay sob etiqueta eas máquinas laser plateless (não precisam de clichê para impressãonem de facas rotativas para corte). Essas últimas apelam para a bai-xa necessidade de consumíveis. Bastam o gás para alimentação do la-ser e a troca do cilindro uma vez por ano. Pode ser economicamenteviável se considerarmos o volume de facas rotativas e clichês flexo-gráficos adquiridos durante os anos. Nessas máquinas, desenha-se afaca e a arte no computador, exporta-se e imprime-se. São verdadei-ros equipamentos de CAM (Computer-Aided-Manufacturing).Quanto às aplicadoras de inlay, a Melzer e a Bielomatik expuseramsuas soluções ao vivo. A Melzer apresentou uma máquina versátil,que permite a inserção de até quatro carreiras de etiquetas inteligen-tes ao mesmo tempo, enquanto a Bielomatik produz apenas uma.Ambas possuem um mecanismo de teste e separação dos inlays de-feituosos, recurso indispensável para os tags de 915 Mhz. O conceitoda Bielomatik é a modularização (ver EMBALAGEMMARCA nº 61, setem-bro/2004), tendo o modelo básico 9 módulos, mas podendo chegar

a 18 módulos, a serem acres-centados de acordo com a ne-cessidade.

Douglas MiyazatoDesenvolvimento de RFIDTorres Etiquetas

RFID – Tintas condutivas aplicadascom serigrafia estão entre asalternativas aventadas parareduzir custo de tags

A Frontline trouxe finalmente os pro-dutos 915 Mhz EPC-compliant. AAlien, a Texas e a Rafsec eram as prin-cipais fornecedoras de inlay e leitoras.Fabricantes de componentes, como aPhilips (com o seu U-Code), STMicroe-lectronics, Atmel e Inpinj tambémmarcaram presença. Datamax, Prin-tronics e Intermec mostraram impres-soras de código de barras com RFIDencoding, a Intermec e HHP, coletoresde dados com leitores para etiquetas,e a Sensormatic, sistema automático

de aplicação de etiquetas em caixastotalmente adaptado para as necessi-dades do EPC. Basicamente, as má-quinas aplicam etiquetas em um siste-ma de esteiras, com dois diferenciaisimportantes. Num, verificam a integri-dade do chip e, se for detectada algu-ma falha, separam a etiqueta, permi-tindo retorno ao fabricante. O outrodiferencial é um sistema pneumáticoque regula a força de aplicação da eti-queta na caixa, reduzindo assim os ris-cos de danificá-la. A Sensormatic ain-

da mostrou seus leitores dual-bandpara 13.56 Mhs e 915 Mhz.A Verisign despontou como provedorade soluções EPC, aproveitando-se desua conceituada reputação na área desegurança corporativa. A gigante IBMe a Seeburguer exibiram suas solu-ções dedicadas à integração do EPCao B2B, WMS, entre outros sistemascorporativos. Havia várias empresasoferecendo sistemas completos paraa área de logística, todas elas focadasno mercado americano.

MODULAR – Aplicadora de inlays da Bielomatik pode ser ampliada

Fui à Labelexpo Americas em buscade novos produtos e novos contatos.

A DRW é uma empresa de pequeno porte,mas com crescimento constante nos últi-mos dois anos. Esperava ver tecnologiasque se diferenciassem das que temos dispo-níveis no Brasil, mas vi que estamos bematualizados. Nesse sentido, a única coisaque me chamou a atenção foram as etique-tas RFID. Esse é um mercado que chegarárápido ao Brasil, mas no início ficará restri-to às grandes empresas, pois o custo aindaé muito elevado.Percebi também um grande avanço dos fil-mes sintéticos, o que é muito importantepara a natureza.

Denis Piedade, diretor da DRW(11) 3903-1888 • www.drw.com.br

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Na Labelexpo a Ko-Pack reconfirmou o uso dotambor central na impressão de filmes em banda

estreita, inclusive os termo-encolhíveis, pois o tamborcentral facilita a manutenção de registro e a operaçãonesses substratos. A empresa desenvolveu, além do tra-dicional sistema letterpress, uma solução para impres-são flexográfica com qualquer tipo de tinta UV, baseágua ou solvente. O tambor central é resfriado, garantin-do que o substrato não aqueça na secagem ou na curaUV. A alta tecnologia da Ko-Pack garante imprimir em al-tas velocidades e realizar trocas rápidas, o que é muitoimportante para quem imprime filmes para tiragens mé-dias e pequenas. O equipamento mostrado na feira foi a400-F, uma impressora de doze cores, com dois tambo-res centrais de seis cores cada um e possibilidades delaminação e acabamento em linha.Fernando BortolimCoras do Brasil(11) 5507-7010www.coras.com.br

A Labelexpo é um dos grandes acontecimentosmundiais do segmento, onde se conferem os últi-

mos lançamentos e novidades. Nós da Avery Dennisoncontamos com a presença de convertedores do mundotodo, e temos sempre a satisfação de receber os clien-tes brasileiros em nosso stand. No ano em que comemo-ra os 50 anos da marca Fasson, além de novos serviçosa empresa promoveu na feira inúmeras soluções inovado-ras em auto-adesivos, como RFID, produtos para impres-são digital, de segurança e farmacêuticos, novos filmespara rotulagem primária e aplicações duráveis.Como destaque, tivemos o lançamento do adesivo Fas-son®C0196, especialmente desenvolvido para aplicaçõesde baixíssimas temperaturas e resistência a processoscriogênicos (que utilizam nitrogênio líqüido para aplicaçõeshospitalares, biológicas e farmacêuticas). Três diferentesconstruções estão disponívies com o novo adesivo, resis-tente a temperaturas entre -196oC e 90oC, além de ou-tras aplicações críticas como estocagem em gelo seco (-80oC), autoclave, processos de radiação gama e resis-tência química a inúmeras substâncias.

Jorge Orejuela, gerente geral, Roberto Aspis, gerentecomercial, e Isabela Monteiro Galli, gerente de marketingAvery Dennison0800-701-7660 • www.averydennison.com.br

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Participar de eventos internacionais técnicos e de negócios émuito importante em vários sentidos. Uma ressalva: no aspec-

to tecnológico, acho que uma feira realizada a cada ano, como a La-belexpo Americas, que se alterna com a de Bruxelas, na Bélgica, nãomostra avanços substanciais que justifiquem o investimento. É o con-trário, por exemplo, da Drupa, realizada a intervalos maiores, de qua-tro anos. Isso permite que nela se reflita o amadurecimento tecnológi-co conquistado nesse espaço de tempo. Mesmo assim, na Labelexposempre aparecem coisas novas. Agora, por exemplo, a maior delasfoi a etiqueta inteligente, que de tão badalada já não é novidade.Enviamos quatro pessoas a Chicago porque essa feira é muito maisimportante para se acompanhar tendências, sobretudo as estratégi-cas. Funciona como uma bússola: sabe-se aonde vai dar, mas não sepercebe exatamente quais os passos para chegar lá. Ali detectam-seindícios, sugestões, e isso vale muito.Um ponto forte da feira é a chance de fazer contato com grandes li-deranças, para identificar os rumos futuros do setor e para saber seos caminhos que estamos seguindo são os corretos. Em conversascom presidentes de grandes empresas internacionais é possível identi-ficar estratégias, e só nesses eventos é que se conseguem essescontatos. Fora daí é difícil encontrar e conversar com o presidente daFasson, com o presidente da Raflatac, por exemplo.Nessas feiras pode-se constatar que, com sua imensa população, oBrasil ainda consome pouco rótulo auto-adesivo, e reforça-se o interes-se em mudar o quadro. Quando se volta para casa encontra-se a capa-cidade instalada parada, por falta de poder aquisitivo da população. Se servir de consolo, assim se evidencia de forma ainda mais clara ogrande vão aberto para crescer e para sermos desenvolvidos.

Ronaldo Baumgarten, Presidente da Baumgarten Gráfica(47) 321-6666 • www.baumgarten.com.br

A Labelexpo Americas é o eventomais importante para convertedores

de banda estreita no mercado americano.Como em outros anos, a Stork marcou pre-sença com seus produtos voltados paraeste mercado, ou seja, para Serigrafia Ro-tativa, Preparação de Tintas, Gravação Di-reta para Polímeros de Flexo, Anilox e Slee-ves. Como lançamento apresentou o Cabe-çote de Serigrafia Rotativo alternativo, RSICompact. Fácil de integrar às máquinasexistentes e com menor valor de investi-mento, este equipamento foi projetado paraatingir mercados com menor disponibilidadede recursos, mas que necessitam de altaqualidade em seus produtos.

Paulo R Ruffini, Stork Prints Brasil(19) 3437 1315 • www.stork.com

”A Codimag apresentou os sistemas“Semi-Rotativo Letterpress e Water-

less”, que crescem mais que os rotativos naEuropa e na Ásia, em função da grande de-manda por pedidos de pequenas e médias ti-ragens em rótulos auto-adesivos. Em compa-ração com outros processos, a impressãoem “Waterless” permite melhor qualidade deimpressão para quadricromias finas.Possibilita também trocas e acertos em pou-cos minutos, com mínimo desperdício e altaqualidade mesmo em trabalhos complexos epequenas tiragens. A serigrafia semi-rotativaé exclusividade da Codimag em parceria comStork. O formato das matrizes é sempre omesmo, dispensando jogos de diferentes me-didas. Basta programar a impressora que oformato se ajusta. A estação de meio cortee hot stamping trabalha também no sistemasemi-rotativo com facas flexíveis, permitindoter matrizes com custos muito menores ecom desperdício mínimo da película.A máquina apresentada na feira imprimiaum rótulo de vinho num papel texturizado,em quatro cores “offset waterless” policro-mia fina, com serigrafia semi-rotativa, vernizflexo com reserva, hot stamping com clichêde magnésio e impressão em alto-relevo,com produção média de 50 mil rótulos porhora. Fazia-se então a troca por outro tra-balho totalmente diferente em BOPP trans-parente, com tempo de troca de 16min, econsumo de menos de 70 metros linearespara acertar o serviço.

Gustavo Virginillo, Coras do Brasil(11) 5507-7010 • www.coras.com.br

A Inkmaker apresentou o equipamento A32 lançado este anopara produção de tintas para banda estreita base água, solven-

te ou UV, com capacidade para armazenamento de até 32 bases, do-sagem em recipientes de 2 litros até 25 litros e precisão de até 0,1grama. As bases podem ser armazenadas em canisters de 12 litroscom agitador, baldes ou tambores de 200 litros. Outro equipamento di-vulgado foi o P18, dirigido a produtores e impressores que pretendamproduzir tinta na própria fábrica (in-plant). É utilizado para tintas baseágua ou solvente. O P18 é capaz de armazenar até dezoito bases maisum solvente e fazer a mistura em baldes de 20 quilos com a precisãode 1 grama por base dosada. As bases podem ser armazenadas emtambores de 200 litros ou tanques, cada qual equipado com sua bom-ba pneumática para o transporte do fluído desde o recipiente ondeestá armazenado até o cabeçote. Ambos os equipamentos são total-mente automáticos, permitem a repetibilidade das cores, produção justin time e não contaminam o meio ambiente.

Sergio Pêra, Diretor de Vendas da Inkmaker do Brasil(11) 5055-2013”

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estratégia >>> empreendedorismo

té por suas adversidades econômi-cas, o Brasil é pródigo em criativi-dade empresarial. Mais de 95% dasvagas de trabalho criadas estão em

novas empresas, e o país ocupa a sexta posi-ção no ranking das nações mais empreendedo-ras do mundo. Essa vocação inovadora esbar-ra, porém, em conhecidos percalços, como adesalentadora escassez de crédito. Mas fatorescomo carência de assessoria mercadológica ede conhecimentos técnicos também compro-metem o amadurecimento de muitos projetos,além de contribuir para que apenas cinco emcada 10 000 empresas brasileiras tenham pers-pectiva de crescer, enquanto a média globalsupera a marca de vinte por 10 000 empresas.

Munida desses e de outros dados sobreempreendedorismo no Brasil, a companhiaquímica Eastman, que atua no mercado deembalagens desenvolvendo polímeros paraprodução de frascos e recipientes plásticos,está investindo em soluções tecnológicas eapostando em parcerias para identificar e via-bilizar projetos promissores no mercado bra-sileiro. A idéia, sintetiza Pedro Fortes, execu-tivo que assumiu há pouco o posto de geren-te-geral da Eastman no Mercosul, é captar pe-quenos e médios empresários que possuamboas idéias, mas “sejam desprovidos de apoiotecnológico e financeiro”.

Relevância estratégicaAs atividades que a empresa espera fomentarsão as mais variadas possíveis. Entre elas, épossível citar o desenvolvimento de produtosligados ao agronegócio, novos materiais e so-luções de acondicionamento de cosméticos,alimentos e bebidas, além de um amplo lequede alternativas nas áreas química, de biotec-nologia e energia. “Queremos investir em em-presas estrategicamente relevantes, que te-nham potencial de gerar retorno financeiro”,traduz Fortes, lembrando que o estímulo a no-vos negócios é uma diretriz antiga na matrizamericana da companhia.

Companhia química faz parcerias para estimular empreendedorismo no país

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À caça de boas idéias

Uma das ferramentas de que aEastman dispõe no Brasil para ras-trear parceiros inovadores é a Inter-net. A empresa hospedou em seu siteo Innovation Center, uma espécie decanal de relacionamento virtual que permite,entre outras formas de contato, o envio deprojetos para avaliação técnica. As idéias quechamarem mais atenção poderão receber su-porte tecnológico, além de aporte de capital eassessoria de mercado. Estes dois últimosserviços serão prestados por um fundo de ca-pital de risco, o Rio Bravo Investimentos, epor uma organização de apoio a empreende-dores, o Instituto Empreender Endeavor.

Para anunciar essas parcerias a Eastmanorganizou um evento no Aeroclube de Jundiaí(SP) no final de agosto último. Num hangarforam feitas palestras da diretora do InstitutoEndeavor, Marília Rocca, e do sócio-funda-dor do Rio Bravo Investimentos, Paulo Bilyk.“No Brasil a maior parte dos novos empreen-dimentos acontece apenas por necessidade”,diz Marília Rocca, do Endeavor, palavra quesignifica empenho em inglês. “Precisamosfomentar no país o empreendedorismo basea-do em oportunidade e inovação, que efetiva-mente gera postos de trabalho de qualidade”,ela completa. A considerar a estimativa deque há mais desempregados com diploma doque trabalhadores analfabetos no Brasil, essaespécie de cultura empreendedora merecetodo o tipo de incentivo.

NONONON –nononononoononononononononononononononononoononononononono

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AÇÃO

Eastman(11) [email protected]

Instituto EmpreenderEndeavor(11) 3167-1311www.endeavor.org.br

Rio Bravo Investimentos(11) 2107-6600www.riobravo.com.br

CANAL DIRETO – ferra-menta de relacionamentovirtual permite o enviode projetos pela Internet

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tecnologia >>> aço

nquanto a ditadura da imagemcada vez mais impõe às pessoas si-lhuetas esguias, a contramão é atendência no campo das embala-

gens metálicas. Nele, fugir da uniformidadetornou-se um imperativo. Acontece que, res-pondendo ao anseio das indústrias por reci-pientes de formatos impactantes, que desta-quem seus produtos nas gôndolas, quiçá tor-nando-se valiosos patrimônios de marca, astecnologias de produção de latas expandidas,com perfis diferenciados, estão em franco de-senvolvimento. Para se ter idéia, até um seg-mento da metalurgia de embalagens especial-mente carente de diversidade de formatos, o

Tecnologias de expansão prometem revigorar as latas para aerossóis

E

Fim da mesmice no arde latas de aço para aerossóis, desde semprepreso ao desenho cilíndrico, começa a se be-neficiar dessas modernidades.

No início de 2003, a companhia francesaQuadrimex lançou sua linha Arbre Vert de de-sodorizantes para ambientes em latas expan-didas. Pouco depois, a bandeira varejista bri-tânica Tesco seguiu a onda na sua linha decosméticos Skin Wisdom. No fim do ano pas-sado, o spray modelador para cabelos Com-pact, da espanhola Giorgi, utilizou latinhasbojudas para fortalecer sua imagem de produ-to concentrado. Meses atrás, a Brunel, grandefabricante francesa de produtos de limpezadoméstica, colocou no mercado sua linha dedesodorizantes para ambientes Ambianced’Ailleurs em inovadoras latinhas com for-mato de pêra. Tais embalagens renderam àempresa um Oscar da Embalagem durante oúltimo salão parisiense Emballage, em no-vembro de 2003, e, mais recentemente, o prê-mio da categoria aerossóis do Metal Awards,promovido pela Associação dos Fabricantesde Embalagens Metálicas (MPMA) do ReinoUnido.

Por água ou arTodos esses lançamentos valeram-se de umatecnologia denominada “hidroformagem”(hydroforming), detida pela multinacionalamericana U.S. Can Corporation (USC),maior produtora de latas para aerossóis nosEstados Unidos e segunda maior da Europa.Nela, latas de três peças são posicionadas emmoldes com o formato final desejado e expan-didas por meio de água pressurizada. Colabo-ra com o processo o uso de uma chapa de açoespecial, desenvolvida pela Arcelor. “Ganha-mos embalagens práticas, ergonômicas e alta-mente atrativas”, diz Olivier Vanlerberghe,gerente de marketing da Brunel. “Elas custampor volta de 20% a mais que uma lata tradicio-nal, mas nossos resultados nos pontos-de-ven-da têm sido compensatórios.”

Nos Estados Unidos, as latas expandidaspara aerossóis vêm igualmente impulsionan-

TALISMÃ – Brunelfaturou prêmios pelalata expandida de seudesodorizante

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do lançamentos inovadores. Há cerca de umano estreou por lá a primeira lata com forma-to assimétrico produzida em larga escala. Elafoi utilizada pelo famoso lubrificante e desen-gripante multiuso WD-40 para celebrar seu50º aniversário e tentar solucionar uma gran-de dor de cabeça vivida pela sua fabricante:as falsificações na China. Segundo a empresa,nesse país o WD-40 goza de uma participaçãode mercado próxima dos 50%, porém suasversões “fake” abocanham outros 25%.

“Os falsificadores são muito inteligentesna cópia de designs tradicionais de embala-gens, mas o shape assimétrico é extremamen-te difícil de ser reproduzido”, comenta MikeFreeman, presidente da WD-40. “Com ele osconsumidores serão capazes de diferenciarfacilmente as embalagens genuínas das fal-sas.” Para a obtenção de sua lata exclusiva,“embarrigada”, a WD-40 utilizou uma tecno-logia de expansão concorrente à da USC, de-senvolvida pela gigante americana CrownCork & Seal. Ela funciona a partir de soproem alta pressão – a criação dos formatos se dápor meio de ar comprimido. “Por sabermosque o WD-40 é um item comprado por impul-so, nossa proposta com a lata expandida éagarrar o olhar dos consumidores”, revela opresidente da WD-40. “Assim não só aumen-tamos vendas, mas também fortalecemos alealdade à nossa marca.”

Brasil poderia ter,mas ainda não temQuando as latas expandidas para aeros-sol irão aparecer no Brasil? Ainda nãose sabe, mas não por dificuldade deacesso a know-how produtivo. “Conse-guir tecnologia não seria problema”,aponta Carlos Viterbo, gerente de mar-keting da Brasilata, uma das duas úni-cas produtoras de latas para aerossóisno país. “O problema é que atualmentese vive um paradoxo: em geral, o mer-cado quer inovações sem aumento decustos.” O outro player da área, aPrada, também sinaliza a possibilidadede se desenvolver parcerias de inovaçãonesse campo. “Mas, pelos investimen-tos necessários, elas não podem serações spot”, explica Marcelo Dinhi, domarketing da Prada. “Temos chapa deaço adequada para essa aplicação”, dizSérgio Iunis, gerente de marketing deembalagens da CSN. Os discursos deViterbo e Dinhi se afinam ainda emoutro ponto: o de que a indústria decosméticos tem tudo para capitanear aintrodução da novidade no país.

Arcelorwww.arcelor.com

Brasilata(11) 3871-8500www.brasilata.com.br

Crown Cork & Sealwww.crowncork.com

CSN(11) 3049-7100www.csn.com.br

Prada(11) 5682-1000www.prada.com.br

U.S. Can Corporationwww.usceurope.com

SOPRO – Crown Cork& Seal aposta naexpansão de lataspor ar comprimido

GARANTIA – Lataassimétrica ajudou oWD-40 a combaterfalsificações na China

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O Moinho Arapongas, que atua noramo de alimentos derivados demilho, farinha de trigo e massas,acaba de ingressar no segmentode misturas prontas, com o lança-mento da marca Agradinho. O pri-meiro lançamento é uma linha demistura pronta para bolos.O nome do produto é uma tentati-va de resgatar a sensação debolo brasileiro, caseiro, feito comcarinho para agradar as pessoas.A Oz Design foi a agência contra-tada para desenvolver a novamarca e criar as embalagens. Ostand-up pouch é fabricado pelaShellmar em BOPP metalizado.

Agradinho resgata bolos caseiros

A Mabel está lançando o projeto“Cara Nova”, com a reformulaçãodas embalagens de seus biscoitos.Além do projeto gráfico, desen-volvido pela Haus Design, foi feitauma revisão das estruturas dasembalagens.Nas linhas Cream Cracker, Águae Sal, Leite, Maizena e Maria (to-das de 200g) e Recheados asembalagens agora são de Bopptransparente e metalizado, forne-cidas pela Cepalgo e pela Plasco.Para as embalagens de 400g dos

biscoitos Cream Cracker, Água e Sal,Maizena e Maria foi adotado o Bopptransparente + Cepex da Cepalgo.

“Cara Nova” na Mabel

Um café expresso torrado e moídoem embalagem alto vácuo, nas ver-sões 500g e 250g, indicado para opreparo com coador, é o produto quea indústria Café Canecão, de Campi-nas, está colocando no mercado bra-sileiro. O Café Canecão Exportação,que a empresa já exporta com onome “Best Brazilian Coffee Cane-cão”, é produzido com 100% degrãos arábica e torração média. A caixinha de papel duplex foi desen-volvida pela Spaço Publicidade e é

produzida pela gráfica Amago. Dentroda caixinha há uma embalagem flexí-vel metalizada, produzida pela SantaRosa Embalagens, sem nenhuma im-pressão.

Café expresso para coador

Vinda do alto da Serra de Tere-sópolis, no Rio de Janeiro, acervejaria Lokal Bier, que estácompletando um ano e meio deexistência, desenvolveu uma li-

nha escura da sua cervejapilsen, que tem previsão delançamento para o fim des-te ano. O produto seráacondicionado em garrafade vidro de 355ml fabrica-da pela Owens-Illinois, comtampas da Aro. Os rótulosem papel couché são dagráfica Rami, com designdesenvolvido pelo marke-ting da Lokal Bier.

Lokal Bier terá cerveja escura Para agradar o público masculino,

principalmente o chamado �metros-

sexual� O Boticário criou o perfume

Malbec, que tem o nome de um tipo

de uva, utiliza o álcool de vinho em

sua composição.

As embalagens exploram as cores do

vinho tinto. O frasco de vidro e o

cartucho de papel cartão têm im-

pressão em hot stamping prateado,

que no cartucho simula um rótulo.

Para valorizar este diferencial, a

frase �Reservas Especial O Boticá-

rio�, foi aplicada no cartucho.

O frasco de vidro de cor vinho,

com fundo espesso é fabricado

pela Wheaton. A tampa de surlin

com anéis de metal é da Augros

e o cartucho é fornecido pela Box

Print. O projeto da embalagem é da

a10 Design.

O Boticário tem reserva especial

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Vejo EmbalagemMarca como uma revista de conteúdomuito bem elaborado, que se aprofunda em temas de in-teresse para o setor de embalagem. As reportagens con-seguem sempre apresentar um enfoque diferente dasoutras publicações da área. Além do enfoque inusitado,as matérias costumam oferecer um amplo panorama, eisso é muito útil.

Em conversas com outros profissionais do setor, o quese percebe é que, se não for a mais lida, a revista é, semdúvida, muito lida e sempre comentada. Invariavelmen-te as referências a EmbalagemMarca são de que é umarevista importante e muito respeitada. Portanto, anun-ciar nela é estar presente num veículo com credibilidadee no ambiente que interessa. O feedback que temos naAntilhas é de que, por ser efetivamente lida, Embala-gemMarca dá retorno.

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Novidades em conservasA Brascen (Brasil CentralAlimentos) lança 11 pro-dutos de uma só vez. Aempresa de Goiânia pro-duz palmitos em diversasapresentações: inteiro,picado, em rodelas e atépalmito carpaccio. Ospalmitos são extraídosprincipalmente da pal-meira real australiana,da pupunha, do açaí eda guariroba. A Brascencomercializa ainda con-servas de pepino corni-chon e minimilho. Os produtos chegam ao

mercado em potes de vi-dro fornecidos pela SaintGobain com tampas daWhite Cap. Os rótulos“no label look” são daNovelprint. O design foifeito na própria Brascen.

As conservas já podemser encontradas nos su-permercados de São Pau-lo, Goiás, Minas Gerais eDistrito Federal, e até ofinal do ano estarão emtodo mercado nacional.

A marca Mucilon da Nestlé, acabade ser revitalizada. O projeto, daFutureBrand, teve como objetivo re-forçar a visibilidade e o dinamismoda marca que agora também incor-pora toda a linha de cereais infantis

da Nestlé.A tradicional bandeira laranja carac-terística de Mucilon foi remodeladae agora possui formas arredonda-das e tridimensionais e a tipografiaganhou maior legibilidade. Asembalagens também sofreram mo-dificações: as fotos dos ingredien-tes e do mingau ganharam maiordestaque reforçando o apelo infan-til. A lata de aço é fabricada pelaprópria Nestlé, com matéria-primada CSN. O fabricantes das tampassão a Sonoco e a Mondicap.

Mucilon com visual renovado

Para celebrar uma dataespecial ou comemora-ção, as empresas já po-dem lançar sua própriacerveja, com rótulo espe-cial e a escolha de umdos tipos fabricados pelaBaden Baden, para pro-mover a imagem da com-panhia com alto retornoinstitucional.As edições são limitadas,com o número mínimo decinco mil garrafas. A entre-

ga é prevista para 60 dias.O Grande Hotel de Cam-pos do Jordão foi o pri-meiro a ter a própria cer-veja em comemoraçãoaos seus 60 anos. Para aocasião, foi desenvolvidauma Bitter Ale, cervejapouco mais amarga que aale padrão. Os rótulos sãoproduzidos pela Soft Co-lor, as garrafas pela SaintGobain e as tampas pelaTapon Corona.

Cerveja personalizada

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60 >>>>>> EmbalagemMarca >>>>>> oouuttuubbrroo 22000044

Quarto prêmio da Tetra Pak

O processo de transformação do plásti-

co e do alumínio de suas embalagens

pós-consumo em telhas para a constru-

ção civil rendeu à Tetra Pak um troféu,

na categoria Produto, do prêmio Plane-

ta Casa. Atualmente onze empresas

produzem essas telhas no país. É o

quarto prêmio que a Tetra Pak ganha

este ano na área ambiental – os outros

foram o Mérito Ambiental da Fiesp, o

primeiro lugar no Ecodesign e o prêmio

Superecologia.

Aquecimento

Refletindo o aquecimento da economia,

o setor de papelão ondulado vendeu

186 800 toneladas em agosto, 20,6% a

mais em relação ao mesmo mês em

2003. De janeiro a agosto, o setor cres-

ceu 13,9%, com vendas de 1,395 mi-

lhão de toneladas. “Esperamos recupe-

rar as perdas de 2003”, diz Paulo Sér-

gio Peres, presidente da ABPO – Asso-

ciação Brasileira do Papelão Ondulado.

Divulgar faz bem

Como parte da campanha “Porque se

sujar faz bem”, a Unilever irá lançar

três versões de caixas de 1kg e de 500g

de Omo decoradas em seus versos com

pinturas, mosaicos e grafites dos aten-

didos pela ONG paulistana Projeto

Aprendiz. As edições limitadas devem

ficar um ano no mercado.

Bertin em cosméticos

O Grupo Bertin, maior exportador de

carne bovina do país, comprou a marca

OX Cosméticos, conhecida por utilizar

tutano de boi em seus produtos. Líder

no fornecimento de sebo bovino para a

indústria de itens de higiene e limpeza,

a Bertin também fechou parceria com a

Unisoap, dona da marca Francis, para

ser sua fornecedora exclusiva de sebo e

massa base para sabonetes.

Nadir exporta mais...

A Nadir Figueiredo deve fechar o ano

exportando 20% de sua produção total,

5% a mais que em 2003. Nos primeiros

seis meses deste ano, o lucro consoli-

dado da vidraria aumentou 90% em

comparação com o mesmo período de

2003, somando R$ 8,09 milhões.

Dez anos de ações “pro bono”A Fundação Orsa, braço de açõesno Terceiro Setor do Grupo Orsa,grande fabricante de embalagensde papelão ondulado, completou 10anos. Nesse período, a Fundaçãoinvestiu mais de 52 milhões dereais em cerca de 70 programas eprojetos espalhados pelo Brasilpara promover a formação integralda criança e do adolescente em si-tuações de risco pessoal e social.Atualmente, ela possui 766 profis-sionais e realiza mais de 1 milhãode atendimentos por ano. Seus re-cursos são garantidos pelo repassede 1% do faturamento bruto das

empresas do Grupo Orsa. “Precisá-vamos retribuir o que já havíamosganhado”, diz Sergio Amoroso, pre-sidente do Grupo Orsa.(11) 4182-8880www.fundacaoorsa.org.br

Expectativa de retomada no fim do anoNo primeiro semestre deste ano osetor de embalagens registrou umaqueda média do volume de produ-ção de 4% em relação ao mesmoperíodo de 2003. O número fazparte de um balanço recém-divul-gado pela ABRE – Associação Bra-sileira de Embalagem, baseadonuma pesquisa semestral realizadapelo economista Salomão Quadros,coordenador de análises econômi-cas da IBRE/FGV. Segundo ele, háa expectativa de que o volume pro-dutivo aumente 4% até o fim do

ano, o que zeraria as perdas em re-lação ao exercício anterior. Os pri-meiros seis meses de 2004 tam-bém proporcionaram ao segmentomaiores exportações, que evoluí-ram aproximadamente 9,5% em re-lação ao primeiro semestre do anopassado, e fizeram-no contratarmais: foram gerados 7 000 empre-gos diretos e indiretos nas indús-trias fabricantes de embalagens,um acréscimo de 4,8% em relaçãoao ano passado.

(11) 3082-9722 • www.abre.org.br

Para logísticas de carga fracionadaA Kaufmann, fornecedora de equipa-mentos para movimentação de car-gas, está lançando o transportadorMoveflex motorizado, projetado paratrabalhar com embalagens de dimen-sões variadas, sejam de fundo planoou complexo. O equipamento podeser utilizado na montagem de contêi-

neres, em cargas e descargas de ca-minhões e em outros processos demovimentação, sendo ideal para alogística de carga fracionada. “Éuma tendência em processos detransporte em detrimento das cargasdispostas em paletes, que requeremmaiores espaços, custos e tempo demanuseio”, afirma Giuseppe Corsi,engenheiro da Kaufmann. O equipa-mento incorpora detalhes de projetoque permitem expandi-lo, contraí-lo,fazer curvas e movê-lo. Fora de uso,ele pode ser dobrado, ocupando umquarto de seu tamanho estendido.

(11) 3758-5654 • www.kaufmann.com.br

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Sem mudanças no formato, podehaver inovação nas embala-gens – em termos de tec-nologia, novos materiais,insumos avançados,adição de benefíciospara o usuário emesmo tudo isso ealgo mais somado –,mas ela talvez nãoseja percebida se nãohouver novidade tam-bém formal. Essa foiuma das conclusõesrecorrentes manifesta-das a EMBALAGEMMARCA porvários dentre os mais de500 participantes do 11ºCongresso Brasileiro de Em-balagem, promovido pela ABRE –Associação Brasileira de Embala-gem, dias 22 e 23 de setembro úl-timo, no Hotel Renaissance, emSão Paulo.Tendo por tema central a “Embala-gem em Tempos de Inovação”, tan-to nas palestras técnicas quantonas de mercado, os conferencis-tas, brasileiros e convidados es-trangeiros, ressaltaram a necessi-dade de inovar como forma deatender às expectativas dos con-sumidores em relação às embala-gens e, assim, conquistá-los paraas marcas. Obviamente, nãoobstante a força que possa ter umnovo perfil, que quebre tradições eparadigmas de embalagens tradi-cionais, não se tratou de banir de-mais atributos que possam seragregados por recursos como re-formas apenas visuais, uso de co-res, materiais mais resistentes eatraentes e – mãe de todos osapelos de marketing – a conve-niência de uso. Mas, como sinteti-zou o presidente da ABRE, FabioMestriner, “toda mudança deve serapresentada de forma inovadora,pois a melhor maneira de tornar a

Na forma, a inovação percebida

inovação reconhecida é através doformato”.Segundo ele, o tema foi adotadopara esta edição do congresso pelofato de que “inovar é a forma maiseficaz para se tornar compreensí-vel para o consumidor o avanço datecnologia e do estado da arte naindústria”. Mestriner considera tam-bém que a embalagem, com a qualo consumidor tem o primeiro conta-to direto com o produto, é o melhorinstrumento para isso. “Uma dasgrandes lições que pudemos tirardo evento é que precisamos usarmais e melhor o potencial de comu-nicação das embalagens, sua forçacomo mídia”, disse.Em entrevista coletiva que prece-deu a abertura do congresso, a di-retoria da ABRE divulgou balançodo setor referente ao primeiro se-mestre de 2004, dados econômi-cos do segmento e projeções parao ano, contidos em estudo realiza-do pelo economista Salomão Qua-dros, coordenador de análises eco-nômicas da Fundação Getúlio Var-gas (ver página ao lado).

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Incursão acionáriaAdministradora gestora de inves-timentos por ativos, a norte-americana Alliance Capital Mana-gement anunciou a compra de11,72% das ações preferenciais(sem direito a voto) da SuzanoBahia Sul Papel e Celulose. A Alliance também divulgou queadquiriu 7,98% das ações prefe-renciais da VCP (Votorantim Ce-lulose e Papel) � fatia referente a1,328 bilhão de ações PN.

Cuidando da prata da casaO projeto de fitoterapia desen-volvido pela Klabin para seus co-laboradores da unidade de MonteAlegre, em Telêmaco Borba (PR),venceu a categoria Benefícios do1º Prêmio Vida Profissional, pro-movido pela Sodexho Pass emreconhecimento a práticas degestão de recursos humanos. Oprojeto consiste na distribuiçãode medicamentos produzidoscom plantas presentes nas reser-vas florestais da própria Klabin.

Rendez-vous gráficoA KSR Distribuidora - unidade denegócios da Votorantim Celulose ePapel (VCP) - está ampliando seuprograma de relacionamento como segmento gráfico. Uma das ati-vidades que serão incrementadasé o "Encontro com os Gráficos",evento composto de palestras téc-nicas e de negócio. O mais recen-te deles aconteceu em Manaus(AM), em setembro último.

Private EquityO fundo de investimentos euro-peu CVC Capital Partners anun-ciou no último dia 30 de setem-bro a aquisição da divisão de tin-tas e sistemas de impressão daBasf, composta pela BASFDrucksysteme GmbH e outrascompanhias gráficas do grupoalemão. Segundo comunicado doCVC, o negócio inclui também aunidade de produção de pigmen-tos de impressão localizada emXangai, China. Os valores datransação, que ainda está emprocesso de aprovação por ór-gãos reguladores, não foram re-velados.

A subsidiária americana da KBA -Koenig & Bauer AG anunciou duran-te a Graph Expo/Converting Expo,realizada em Chicago, no início deoutubro, o lançamento da nova ver-são de seu conhecido modelo Rapi-da 105, que pode ser usado para im-pressão de plásticos, cartões e pa-péis. Além de alterações no de-sign externo, a nova versão foiprojetada para imprimir até18 000 folhas/hora. Segundo aempresa, somada a diferentescaracterísticas operacionais emelhoras na engenharia doscomponentes, essa velocidaderepresenta um aumento de pro-dutividade de 20% em relaçãoaos modelos anteriores. Comconfiguração seis cores, a má-

quina é dotada ainda do novo siste-ma de corte Qualitronic II, equipadocom sistema de vídeo-inspeção de-senvolvido para detectar folhas comformatos imperfeitos e outros proble-mas no processo produtivo. www.kba-print.com (+ 49) 9 31 9 09-0

KBA anuncia nova Rapida 105

A ABTCP – Associação BrasileiraTécnica de Celulose e Papel lan-çou em setembro último o livro “AHistória da Indústria de Celulose ePapel no Brasil”, que traça em 150páginas uma linha cronológica daevolução do setor, começando peloperíodo imperial. Rica em ilustra-ções, a obra levou três anos depesquisa, tem acabamento de luxo,e traz informações válidas paraprofissionais da área e curiosos em

geral. Exemplo: osetor de celulose epapel é hoje res-ponsável por nadamenos do que 11%de tudo o que é ex-portado pelo país.O livro pode ser ad-quirido diretamentena entidade.

www.abtcp.org.br(11) 3874-2733

História da celulose documentada

A belga Esko Graphics recente-mente anunciou o que definiu como“ajustes estratégicos” em seus ne-gócios. A partir de agora a compa-nhia dará mais importância ao mer-cado de embalagem, oferecendosoluções que combinem equipa-mentos e softwares sob medidapara seus clientes. No segmentode impressão, a idéia é focar nofornecimento de programas deworkflow, além de dispositivos esistemas de CtP (Computer-to-Pla-

te) e CtUP (Computer-to-UV-Plate).A guinada estratégica, diz Kim Gra-ven-Nielsen, presidente e CEO daempresa, foi tomada com base nasavaliações feitas da indústria gráfi-ca a partir da participação da em-presa na mais recente Drupa, reali-zada em maio último. Atualmente, omercado de embalagens corres-ponde a 60% do faturamento daempresa.

+32 9 216 92 11info.eur@esko_graphics.com

Foco nas embalagens

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Especializada na produção deembalagens cartonadas, a Ápice Ar-tes Gráficas anunciou a compra deuma nova impressora Roland 700.Com recursos para impressão planaem seis cores mais verniz baseágua online, o equipamento permitiuà empresa aumentar sua capacida-de instalada em 1 000 toneladasmensais. Muito usada nas gráficasde cartonagem, a Roland 700 impri-me até 15 000 folhas por hora, etem sistema de transmissão de da-dos por fibras óticas. Para trabalhosque requerem economia de recur-

sos, a Roland 700 vem munida dedois softwares LCS para diminuiçãoda cobertura de tinta durante a im-pressão. Já o sistema de troca dechapas (Direct Drive) conta commotores independentes no cilindroporta-chapas, característica queproporciona trocas simultâneas detodas as unidades de impressão,enquanto a máquina faz a lavagemdas blanquetas. Segundo a empre-sa, esse processo reduz em até30% o tempo gasto na substituiçãodesse tipo de acessório. www.apice.ind.br � (11) 4221-7000

Cartonagem high-tech

Mais uma prova do interesse euro-peu pela indústria brasileira de pa-pel e celulose aconteceu no iníciode setembro, quando nove mem-bros do Comitê de Indústria e Co-mércio da Suécia visitaram a unida-de de Eunápolis (BA) da Veracel.Acompanhados pelo presidente daDivisão Latino-Americana da StoraEnso, Nils Grafström, e de outros

representantes da empresa, os par-lamentares suecos conheceram asobras de construção da nova fábricade celulose, além da Estação Vera-cruz - reserva particular do patrimô-nio natural da empresa, e de um deseus núcleos de ações sociais, oSer Criança.

www.veracel.com.br(73) 3166-8000

Suecos na Bahia

A Drent Goebel anunciou ter conse-guido na Europa e nos EstadosUnidos o direito de uso exclusivo so-bre a tecnologia VSOP (VariableSleeve Offset Printing). Segundo aempresa, essa técnica permite quesleeves dos mais diferentes tama-nhos possam ser adaptados em pro-cessos de off-set. Com isso, diz RobSchellekens, diretor de vendas emarketing da empresa, a tecnologiapermite que os cilindros combinemas vantagens do off-set às da flexo-

grafia e da rotogravura. “Desde afase de desenvolvimento, quandocomeçamos a ver os primeiros resul-tados do VSOP, sabíamos que deve-ríamos utilizar a tecnologia como umdiferencial competitivo”, completa oexecutivo da Drent Goebel. Ainda deacordo com Schellekens, a patenteestá assegurada nos Estados Uni-dos, Suíça, Alemanha, Holanda, Es-panha, France, Inglaterra e Itália.

www.drent-goebel.com+31 (0) 313 671 911

Tecnologia VSOP agora sob patente

Tecnologia VSOP permite adaptação de sleevescom tamanhos variáveis nas máquinas off-set

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64 >>>>>> EmbalagemMarca >>>>>> oouuttuubbrroo 22000044

A Microservice ampliou a parceriade distribuição que mantém coma Fujifilm desde 1982. SegundoDonizete de Melo, coordenadorde vendas da unidade de artesgráficas, a empresa se tornou adistribuidora exclusiva no Brasilda linha de insumos gráficos damarca japonesa. Isso significaque seu portfólio de pré-impres-são, que já conta, entre outrassoluções, com equipamentos deautomatização dos processos degravação de chapas, agora tam-bém terá produtos como scan-ners, filmes e chapas paragravação.A expectativa é que a inclusãodos insumos de pre-printing au-mente entre 15% e 20% as ven-das da unidade de artes gráficasda Microservice em um ano. A di-visão é a segunda maior dentroda empresa, perdendo apenaspara a produção de mídias digi-tais, especialmente CDs e DVDs.A inclusão dos insumos de pré-im-pressão marca também a criaçãode uma nova política de relaciona-mento da Microservice com suarede de revendas. A idéia, segun-do Donizete de Melo, "é estreitaro relacionamento com os atuaiscanais de distribuição e venda,ampliando a rede de revendas ede pontos de suporte técnico". Também fazem parte dessa es-tratégia investimentos em moder-nização do centro de distribuiçãode Barueri (SP). “Já conseguimosatender a pedidos de insumosem até 24 horas no Estado deSão Paulo, e em até 48 horaspara qualquer lugar do país”,conclui Melo.

www.microservidigital.com(11) 3959-1300

Novos insumos depré-impressão daFujifilm no Brasil

Lá fora os primeiros indícios de queo mercado gráfico começou a supe-rar a estagnação dos dois últimosanos vieram com a Drupa. Sob ostatus de principal encontro de pro-fissionais gráficos do mundo, a maisrecente edição da feira alemã, reali-zada em maio último, foi marcadapela retomada da perspectiva decrescimento global no setor. NoBrasil, contudo, aindafaltavam provas de queo mercado gráfico estádefinitivamente deixan-do para trás os recen-tes tempos de raciona-lização. Felizmente tal ausênciade sinais positivos pa-rece ter se encerradoem setembro último,quando foram divulgados no país di-ferentes balanços projetando pers-pectivas favoráveis para a cadeiagráfica nacional. O primeiro delesveio com a chancela de uma dasprincipais fabricantes de equipamen-tos gráficos do mundo, a multina-cional alemã Heidelberg. Durante três dias, a empresa reali-zou em São Paulo um evento naacademia que mantém na EscolaTheobaldo de Nigris, em parceriacom o Senai-SP. Na ocasião, alémde demonstrar o funcionamento dasprincipais soluções lançadas em seuestande na Drupa 2004 (verEMBALAGEMMARCA 58, página 74), aempresa aproveitou para fazer proje-ções sobre suas vendas no Brasil.Segundo Dieter Brandt, presidenteda empresa para a América do Sul,a Heidelberg espera crescer 10%no país até o final do ano fiscal quese encerra em março de 2005. Emsuas palavras, trata-se de um resul-tado “salutar”, sobretudo quando seconsidera que mundialmente a pre-visão da empresa é crescer a meta-de disso.

A estimativa superior é creditada aum conjunto de fatores. Inicialmente,lembra Brandt, o PIB brasileiro foi4,2% maior no primeiro semestre de2004 na comparação com o mesmoperíodo de 2003. “Depois de crescerapenas 1,3% no ano passado, o PIBda América Latina deverá aumentar4,6% em 2004”, comemora o presi-dente da Heidelberg para a América

do Sul.Além dos indicativos deretomada macroeconô-mica, as projeções daHeidelberg se baseiamem estimativas da Asso-ciação Brasileira da In-dústria Gráfica (Abigraf).Em evento também or-ganizado no último mêsde setembro, a entidade

calcula que, destacando-se da es-tagnação dos exercícios anteriores,o setor gráfico brasileiro cresceu7,8% durante o primeiro semestredeste ano. O balanço foi apresenta-do pelo presidente da Abigraf, MárioCésar de Camargo, que recentemen-te também assumiu a presidência doSindicato das Indústrias Gráficas noEstado de São Paulo (Sindigraf-SP). Umas das principais metas do novopresidente do Sindigraf-SP é elevara produtividade anual do setor portrabalhador, hoje na faixa de 25 mildólares, enquanto nos Estados Uni-dos a relação é de 150 mil dólares."Além da retomada econômica, aqualificação de maior número de pro-fissionais, em parceria com os sindi-catos da categoria, é extremamenteimportante para aumentar a produti-vidade da indústria gráfica no País",conclui Camargo.

Abigraf : (11) 5087-7777www.abigraf.com.br

Heidelberg: (11) 5525-4500www.br.heidelberg.com

Bons presságios animam cadeia gráfica

Segundo a Abigraf, o

mercado gráficobrasileiro cresceu

7,8% durante o primeiro semestre deste ano

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Almanaque

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Após trabalhar com sucesso duran-te os primeiros anos do século 20nos Estados Unidos, na Noruega ena Suécia, o padeiro e confeiteiroVilhelm Huhtamäki regressou àFinlândia, sua terra natal. Resol-veu, então, iniciar o primogênito deseus dez filhos, Heikki (ao lado),na arte da confeitaria. Para tanto,enviou-o em 1917, aos 17 anos deidade, a uma escola de aprendizesde ofício em São Petersburgo, naRússia. No entanto, logo eclodiu aRevolução Bolchevique no país e ojovem se viu testemunha de um dosepisódios mais importantes da His-tória contemporânea. Dois anos depois, ele conseguiusair do país pela Sibéria e rumou aoJapão. De lá retornou à Finlândia,onde publicou um livro sobre suasaventuras, casou-se com a filha deum rico industrial local e resolveumontar um negócio: uma fábrica deembalagens com seu sobrenome. A

Das marcas sinônimos de produtosPoucos devem saber, mas fórmicanão é designação genérica daque-les laminados decorativos utiliza-dos como acabamento em mobíliae na construção civil. Trata-se, naverdade, de mais um dos incontá-veis casos em que uma marca, detão notória, acabou virando sinô-nimo do produto.A Formica foiuma invenção de1913 do enge-nheiro america-no Dan J. O’Co-nor. No início, ela surgiu comomatéria-prima para a construçãode isolantes elétricos. À época, omaterial comumente utilizadopara tal fim era a mica. O produ-

to era um substituto para a mica,ou “for mica”, no inglês, e daí onome. Anos mais tarde, a Formicapassou a ser utilizada nos lamina-dos decorativos, que, gradual-mente, tornaram-se o principalnegócio da fabricante, ou corebusiness, como reza a língua

inglesa. No Bra-sil, a detentora datecnologia e dosdireitos de uso damarca (que, re-gistre-se, figura-

va entre as dez mais conhecidasno mundo no fim dos anos 80) é apaulista Formiline Indústria deLaminados, líder do mercadonacional de… fórmica.

Pioneirismosda Unilever no Brasil

essa altura, Heikki nem sequer ti-nha 20 anos. Hoje, a Huhtamaki éuma das multinacionais mais in-fluentes da área de embalagens. Ofundador morreu em 1970. Entresuas peripécias, não houve umaviagem ao Brasil. Sua companhia,porém, a fez: ela chegou aqui em1999, através da incorporação daBrasholanda, produtora de reci-pientes plásticos termoformados einjetados.

Embalagens, seqüência dasaventuras venturosas

� Seu xampu Vinólia foi o

primeiro a ser acondicionado em embalagem

plástica no Brasil.

� Seu sabão empó Brilhantefoi o primeiro

a utilizarembalagem

plástica flexível.

� Sua marca Pomodoro foi a

primeira no segmento de

polpa de tomate a utilizar

caixinha longavida no país.

1984

� Sua marcaDoriana foi a primeira do mercadobrasileiro

de margarinascremosas.

1966

1998

1970

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