revista embalagemmarca 036 - agosto 2002

51
Ano IV • Nº 36 • Agosto 2002 • R$ 6,00 www.embalagemmarca.com.br Técnicas e acessórios de embalagem podem acabar com a festa dos produtos falsos MERCADO DE TINTAS AGITADO DESAFIA FORNECEDORES PIRATARIA

Upload: embalagemmarca

Post on 11-Jun-2015

1.141 views

Category:

Documents


15 download

DESCRIPTION

Edição de agosto de 2002 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.comEsta edição está incompleta, sem alguns dos anúncios, pois foi recuperada de um arquivo muito antigo. Ainda assim é possível ler as matérias.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

Ano IV • Nº 36 • Agosto 2002 • R$ 6,00

www.embalagemmarca.com.br

Técnicas e acessórios de embalagem podemacabar com a festa dos produtos falsos

MERCADO DE TINTAS AGITADO DESAFIA FORNECEDORES

PIRATARIA

36capa 20/08/02 09:57 Page 2

Page 2: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

leitura das duas re-portagens mais ex-

tensas desta edição, sobrepirataria de produtos e so-bre a segmentação do mer-cado de tintas imobiliárias,feitas respectivamente porLeandro Haberli e Gui-lherme Kamio, são dois in-teressantes estímulos paraquem quiser, além de seinformar, refletir sobrequestões de otimismo oude pessimismo.Vivemos num país que temnão só nas próprias maze-las, mas também na situa-ção e na atuação de vizi-nhos e parceiros comer-ciais mais distantes, incon-táveis razões para acreditarque o mundo vai acabar. Oque nos prometia e quantonos frustra o Mercosul?Sob que porrete teremosde engolir a Alca, ou ser-mos engolidos por ela? Oque nos imporá o FMI? Asrespostas são ruins, ruins.Mas, ao mesmo tempo, sa-bemos ser este um paíscom enorme potencial parase realizar, a começar queestá localizado num conti-nente sem par em riquezasde todo tipo, incluindo umfantástico mercado consu-midor potencial. Aí estãodois resumidos lados darealidade que tanto podemnos levar à depressãoquanto à euforia.O que devemos aceitar?Que “o Brasil não tem jei-to”? Que “o país é ótimo,mas seus governantes nãoprestam”? Que “o povo (aíincluídos empresários, po-líticos, intelectuais, todos

nós) é incompetente”? De-vemos nos acomodar noufanismo que faz deste omais antigo “país do futu-ro”? Deixar o barco vogarcorrenteza abaixo, acredi-tando que “Deus é brasilei-ro”, rezando para que dêlogo “um jeito nas coisas”?Pois bem. É refletindo so-bre esses abissais proble-mas – justamente no mo-mento em que se debate ofuturo político do país,com muita gente se dei-xando levar pela balela deque, “seja qual for o presi-dente eleito, ele não vaiconseguir tirar o país dacrise” –, que convém aten-tar para o mundo real,como o das citadas repor-tagens. Aí se verá que te-mos bons motivos paranão dar cabo da vida.Elas são, a meu ver, umaespécie de receita para nãose matar, ou pelo menospara não se deixar matar.Mostram que, por maioresque sejam os problemassurgidos no mundo dos ne-gócios, eles são sempreenfrentados. Nos casos es-pecíficos, isso é feito comsoluções criativas, em queprodutos, marcas e merca-dos são devidamente de-fendidos por materiais einsumos relacionados coma embalagem. Pensa-se en-tão que, não fosse assim, opaís há muito teria deixadode existir. Conclui-se, tam-bém, que “não há bem quenão se acabe nem mal quesempre dure”, como diz asabedoria popular. Ou, deforma mais elaborada,

como afirmou um filósofo,“o ser humano só se pro-põe problemas que poderesolver”.É verdade que a Históriamostra não ser essa umaverdade absoluta, mesmoporque isso não existe.Aliás, talvez tenha sido acrença em verdades supos-tamente absolutas que le-vou, sim, países, nações eculturas a desaparecerem.Mas é da natureza humanaresistir. Se muitas nações eculturas desapareceram foipor terem sido subjugadas.Isso se dá, muitas vezes,graças à força bruta, à su-perioridade tecnológica, àperfídia dos concorrentes.Mas não se daria se nãohouvesse ingenuidade depovos e conivência de go-vernantes que aceitaramengolir as falsas verdadesque lhes impingiram.São coisas que me permitopensar, sem a pretensão desugerir o mesmo a nin-guém, nestes tempos decampanha eleitoral. Até se-tembro.

Wilson Palhares

PS: Chamo mais uma veza atenção, com ênfase paraesta edição, para o fato deque os anúncios e informespublicitários veiculadosem EMBALAGEMMARCA

são apresentados de ma-neira a não haver sobrepo-sição com outros. Assim, oimpacto das mensagenspublicitárias é maior, e oinvestimento dos anun-ciantes é valorizado.

Receita para não se matar

A

Nações sumiram,subjugadas, mastambém devido àingenuidade dospovos e à conivên-cia de governantes

4 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

36editorial 19/08/02 16:45 Page 4

Page 3: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ENTREVISTA:LUIZ ANTÔNIO PEIXOTOPresidente daAssociação deMarketing Promocional(Ampro) fala sobre possibilidades dasações promocionais no fortalecimento das marcas

CAPA: PIRATARIASelos de segurança,fibras especiais parapapel cartão, filmes sensíveis a calor e outras soluções antipirataria deembalagem podem

evitar prejuízoscom roubo

de marcas

FEIRAFCE e HBA passamimunes à crise do dólar

DESIGNL’acqua di Fioriredesenha embalagensde linha infantil

MARKETINGEstudo francês prevêtendências-chave dasembalagens no futuro

10 30

40

52

Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Leandro [email protected]

Thays [email protected]

ColaboradoresJosué Machado e Luiz Antonio Maciel

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Wagner Ferreira

Circulação e AssinaturasMarcella de Freitas Monteiro

[email protected] anual (11 exemplares): R$ 60,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Tiragem desta edição7 500 exemplares

Filiada ao

Impressa em papel couché mate 95 g/m2 (miolo) e

couché brilho 150 g/m2 (capa)da Cia. Suzano de Papel e Celulose

Impressão: Grande ABC

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.brO conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

24 Tintas

Fabricantes investem em embala-gens cada vez mais atraentes

50 Eventos

Importância das feiras de negócioé progressiva, com ou sem crise

15 Qualidade

Politeno cumpre requisitos degerenciamento ambiental

14 Resinas

Grupo Vitopel inaugura sua quintalinha de BOPP na América Latina

47 Estudo

ABRE traça perfil do design deembalagem tupiniquim

66 Almanaque

Fatos e curiosidades do mundodas marcas e das embalagens

65 Livros

Marcas e design são temas delivros comentados nesta edição

56 Aço

Fusão Corus/CSN cria quartamaior siderúrgica do mundo

36 Making of

Detalhes do inovador sistema defechamento do desodorante Axe

42 Prêmio

Suzano lança Prêmio MaxFeffer de Design Gráfico

16

ILU

ST

RA

ÇÃ

O D

E C

AP

A:

CA

RLO

S G

US

TAV

O C

UR

AD

O

agosto 2002

36sumario 20/08/02 10:03 Page 1

Page 4: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

Em nome da Castelo e em nossonome, gostaríamos de parabenizarEMBALAGEMMARCA pela excelentereportagem Além da Saladinha, pu-blicada na seção Making of da edi-ção de junho último, onde o lança-mento do Vinagre Balsâmico daCastelo foi retratado desde a elabo-ração do design da garrafa até o pro-duto final. Parabéns também ao re-pórter Leandro Haberli pela qualida-de do texto.

Edécio Roncon / Vera Graça Roncon & Graça Comunicações

Campinas, SP

Guilherme, Leandro e PalharesFoi com grande satisfação que rece-

Redação: Rua Arcílio Martins, 53

CEP 04718-040 • São Paulo, SP

Tel (11) 5181-6533

Fax (11) 5182-9463

[email protected]

As mensagens recebidas por carta, e-

mail ou fax poderão ter trechos não es-

senciais eliminados, em função do es-

paço disponível, de modo a dar maior

número possível de oportunidades aos

leitores. As mensagens poderão tam-

bém ser inseridas no site da revista

(www.embalagemmarca.com.br).

MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA

bemos, eu, a Inês e toda a equipe daSinimplast, a edição de EMBALA-GEMMARCA de junho de 2002, ondefoi publicada uma matéria sobre aempresa. Queremos dividir com vo-cês a alegria de todos nós em ver pu-blicada essa reportagem. Recebam,de toda a nossa equipe, cumprimen-tos pela qualidade da matéria. Para-béns à BLOCO DE COMUNICAÇÃO,que mais uma vez demonstra que éuma empresa atuante no seu seg-mento e referência de excelênciaquando o assunto é embalagem.

Cristiano Leal PassosGerente de marketing

Sinimplast Indústria e ComércioDiadema, SP

CORREÇÕESNa edição de junho da revista (nº 34),notamos um pequeno engano na gra-fia do nome de nosso cliente na pági-na 39 (Painel Grafico) : o correto éGrif Etiquetas (saiu grafado Grife).

Claudio OgawaComprint

São Paulo, SP

O número de telefone da Kronessaiu errado na reportagem de cober-tura da Fispal (nº 35, julho/2002)

onde nossa empresa é citada na pági-na 26. O número correto é (11)4075.9500.

Maria Lúcia Pereira da SilvaMarketing

Krones S/ASão Paulo, SP

Na reportagem sobre novidadesapresentadas na Brasilpack, na se-ção Painel Gráfico da edição nº 34(junho/2002), o número do telefoneda Digicon saiu sem o prefixo deDDD. O número completo é (11)4191-9488.

Estendendo uma discussão já colocada em pauta em edi-ções anteriores de EMBALAGEMMARCA, realizamos, emnosso site, uma enquete sobre o tema “Há lugar para tan-ta feira?”. O objetivo foi saber se, na opinião de empre-sários e profissionais da área, a cadeia de embalagem su-porta a atual quantidade de feiras especializadas ou de al-guma forma ligadas ao tema.Para promover a interação, um sucinto formulário, naforma de uma janela “pop-up”, permaneceu no site portrinta dias. Ao término do levantamento, havíamos rece-bido exatamente 200 respostas, e ainda continuavam achegar retornos dos leitores, aos quais agradecemos pelacolaboração.No cômputo geral, 59% das opiniões foram de que oatual número de feiras de negócios não se justifica. Auma pergunta posterior, sobre se tais eventos deveriam

Há lugar para tanta feira?Consulta de EMBALAGEMMARCA pela web sinaliza sobreposição

distanciar-se mais no tempo, 68% responderam que sim. Talcrescimento da porcentagem é explicado pelo fato de que al-guns não acreditam que o número de eventos seja inadequa-do, mas que deveriam ter sua periodicidade alterada. No for-mulário da pesquisa também havia um campo para comen-tários dos participantes, alguns dos quais aparecem no sitewww.embalagemmarca.com.br, na seção Edição do mês.Como não foi perguntado se poderíamos utilizar os comen-tários com assinatura, os autores não estão identificados.EMBALAGEMMARCA promoverá novas enquetes na web.Para tanto, contamos com a colaboração dos leitores da re-vista e freqüentadores de nosso endereço virtual não só pormeio de respostas. A redação está de portas abertas para o re-cebimento de sugestões de temas a serem colocados em dis-cussão.Veja mais sobre feiras, nesta edição, na página 50.

enquete

8 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

36cartas 19/08/02 16:41 Page 8

Page 5: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

10 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

s promoções ganham crescenteimportância dentro dos planos demarketing dos fabricantes debens de consumo. Com isso,vêm consumindo boa parte deorçamentos que historicamente

sempre penderam para as campanhas publi-citárias, sobretudo as de amplo alcance, queutilizam as mídias de massa como meio.As razões para essa migração, de acordocom Luiz Antônio Peixoto, presidente daAssociação de Marketing Promocional(Ampro), são o reconhecimento crescentedas ações promocionais como elemento es-tratégico, não só para vender, mas tambémpara comunicar e fortalecer a marca, e a ne-cessidade de as empresas construírem rela-cionamentos mais estreitos e individuaiscom o consumidor. Ademais, segundo ele, aorganização do mercado promocional vemcontribuindo para a sua valorização.Com ampla vivência em marketing – foicliente, publicitário em agências como Al-map e Artplan e depois entrou no mercadopromocional –, uma passagem como docen-te da Escola Superior de Propaganda e Mar-keting (ESPM) e atualmente dividindo seucargo na Ampro com serviços de consulto-ria, Peixoto conversou com EMBALAGEM-MARCA sobre o panorama da valorização desua área e em que nível a embalagem vemcontribuindo com as promoções.

Na atual situação de marasmo do mercadobrasileiro, nota-se que as indústrias de bensde consumo têm direcionado boa parte deesforços para as promoções. O que justificaesse fenômeno? Está havendo um redirecionamento de ver-bas de comunicação em mídia para as açõespromocionais. Esse aumento de investimen-tos é uma tendência que não é de hoje e nemsó do Brasil, é mundial. Isso acontece por-que só a publicidade tradicional, a mídia demassa, não é suficiente para compor o ciclode comunicação e venda de um produto. Eleprecisa de reforço, de merchandising, de de-gustação, de uma série de outros itens quecompõem o marketing promocional.

A

LUIZ ANTÔNIO PEIXOTO,

presidente da

Associação de Marketing

Promocional (Ampro),

discute o crescimento

das ações promocionais,

seu papel como

ativadoras de marcas

e suas dobradinhas

com a embalagem

entrevista

DIV

ULG

ÃO

“Promoção também constrói”

36entrevista 19/08/02 15:48 Page 10

Page 6: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

Partindo desse raciocínio, parece haveruma função estratégica do marketing pro-mocional como ferramenta de comunica-ção, algo mais que uma simples tentativade vender da maneira mais tradicional,com a promoção no ponto-de-venda...Sim. Mais e mais os clientes encaram asações promocionais como ferramentas es-tratégicas e não táticas, como antigamente –uma saída para escoar um estoque, porexemplo. Daí essa migração cada vez maiordas verbas, pois o empresariado vem perce-bendo que o marketing promocional ativaas marcas, as reforçam, tem um papel im-portante no composto de comunicação damarca, que é o mix de ferramentasque vão sendo criadas para promo-ver e vender os produtos de maneiramais eficaz. Cada ferramenta temsua especificidade e contribui para aconstrução da marca. O setor de pro-paganda fez campanha institucionalno ano passado enfatizando que apublicidade constrói marcas, o que éverdade. Mas não é uma prerrogati-va só dela. Há outras ferramentasque fazem essa soma acontecer.

Essa crescente conscientização temse revertido na prática? Os clientesestão fazendo um planejamento depromoções ou ainda predominam asações avulsas, os jobs?Nas grandes empresas essa cons-ciência é forte. Elas sempre contem-plam as promoções, o marketing de incen-tivo, em seus marketing plans. Isso estácrescendo, na medida em que os clientescomeçam a utilizar as ferramentas adequa-damente e através de profissionais e empre-sas competentes, que lhes mostram que elassão importantes e absolutamente técnicas.Passou-se o tempo de usá-las esporadica-mente, e através de qualquer pessoa que sevenda como profissional de promoções. Épor isso que estamos lutando, na Ampro,pela valorização e pela normatização do se-tor. Por ser um campo novo, precisamosnos unir e trabalhar para gerar valor.

Dentro do composto citado pelo senhor,quais seriam os benefícios que o marketing

promocional traz às marcas?Ele ajuda a fortalecer a marca na medidaem que também divulga o produto, o colo-ca no ponto-de-venda, o evidencia no mo-mento de decisão de compra. Neste sentido,vale lembrar das pesquisas que apontamque 85% das decisões de compra se dão noponto-de-venda. Ele é uma ferramenta deação, de fazer com que o consumidor se de-cida por aquela marca, através da demons-tração de um alimento, por exemplo. Oconsumidor não se contenta com o que vêna TV, precisa sentir o produto. Conceitual-mente, é isso: enquanto a propaganda vaifalar com todo mundo, nós temos que falar

individualmente. No mundo inteiro, acomunicação deixa de ser de massapara ser uma comunicação direciona-da, mais personalizada. Isso é umatendência. E essa personalização sóse dá através do uso de ferramentasespecíficas, seja no PDV, via internet,ou via e-mail, entre outras alternati-vas. A grande mídia de massa ainda émuito usada, é importante, mas asempresas querem conhecer cada diamais o seu consumidor.

Que tipos de ações essa necessidadede comunicação mais precisa e indi-vidualizada vem gerando?Não costumo citar ações específicas,mas posso exemplificar generica-mente. Em produtos como bebidas,atualmente procura-se fugir dos

meios tradicionais de degustação, daquelasblitze simples, para se criar um espaço, umcenário específico sobre determinado tema.Hoje vê-se que as campanhas são temáticase não mais esporádicas – uma apresentaçãode produto na praia em janeiro, por exem-plo. Criam-se eventos sobre o tema, quepercorrem o Brasil, geram tráfego e experi-mentação e criam a imagem da marca tam-bém. Se lembrarmos das campanhas de ve-rão antigas e compararmos com as de hoje,veremos que atualmente há sempre os linkscom alguma coisa que lhes possa agregarvalor: música, esportes, dança etc. A preo-cupação, hoje, é não levar ao consumidorsó o produto, mas um algo a mais que pos-sa conquistá-lo, para conseguir residual.

ago 2002 • EMBALAGEMMARCA – 11

O aumento de investimentosem promoções

é uma tendênciamundial. Só a

publicidade tradicio-nal, a mídia de mas-sa, não é suficiente

para compor o ciclo de comunica-ção e venda de um

produto. Ele precisade reforço

36entrevista 19/08/02 15:48 Page 11

Page 7: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

12 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

fissionalizada, haverá problemas. Pode-sefazer uma boa campanha publicitária, umbom marketing direto, um bom merchandi-sing com degustação, mas se a embalagemnão estiver à altura disso tudo ela pode aca-bar com o plano, desmotivar a compra. No-vas tecnologias, como o avanço dos auto-adesivos, vêm contribuindo muito com amodernização das promoções.

De modo geral, vem havendo sinergia notrabalho entre as agências de marketingpromocional e os fornecedores de embala-gens?Existe essa sinergia, e cada vez mais ela é

necessária. Se houver dinamismo, aodesenvolver uma ação promocional,no relacionamento com o fornecedorde embalagem, isso soma. Havendoo casamento entre uma campanhapublicitária, formas de promoção euma embalagem que apresente oconceito da ação, a chance de suces-so é muito maior. Essas áreas deve-rão estar progressivamente mais inte-gradas. Os clientes estão detectandoa necessidade de fazer seus diversosfornecedores trabalharem em con-junto. Afinal, o objetivo é um só:vender. Está claro para o mercadoque a embalagem faz parte da estra-tégia. E, como dizem hoje, não bastaque esses elos sejam muito bons; elestêm de ser ótimos.

Considerando a atual conjunturaeconômica brasileira – desemprego, altado dólar, falta de boas perspectivas de cres-cimento, retração da massa salarial etc. –,em que é possível inovar em marketing pro-mocional, além de promoções do tipo“compre 2 e leve 3”, sorteios e outrasações tradicionais?Cabe aos profissionais buscar alternativas.Afinal, somos todos criativos, não? (risos)No Brasil temos muitas restrições a campa-nhas que envolvam sorteios, há legislação arespeito, que é necessária, é claro, mas quelimita muito. Vemos, no dia a dia, coisasabsolutamente criativas, inovadoras, tantona área promocional como nas áreas de em-balagem e publicidade. Essa busca pelainovação é infinita e necessária.

Mas, no desespero para vender, não podeocorrer o risco de as empresas priorizaremdemais as promoções, quase dar exclusivi-dade a elas? Isso não poderia se transfor-mar numa ameaça às marcas, que têm deser construídas com qualidade de produto,confiabilidade e outros atributos e ações?A empresa organizada, que possui um mar-keting plan ajustado, sabe muito bem darpesos e valores às ações. É evidente que, seuma empresa só faz propaganda, vai se res-sentir da necessidade de outras ações epode perder terreno no ponto-de-venda; sesó faz ações no PDV, muito provavelmentevai estar perdendo terreno na sua comuni-cação de marca. É uma questão dedosagem, de sazonalidade, de estra-tégias para determinados momentos.Em certas horas fica claro que a ne-cessidade de se estar no PDV émaior do que em outras.

Explicando melhor a pergunta ante-rior: se o produto é turbinado combrindes e tem seu preço reduzidocomo atrativo no ponto-de-venda, oconsumidor não poderia passar acomprá-lo basicamente por isso, emdetrimento da marca?Claro. Mas as estratégias precisamestar bem definidas, precisam ter co-meço, meio e fim. Imaginemos queum brinquedo saia com uma promo-ção em uma época-chave, como oDia das Crianças. Após o período depromoção, ele volta à sua apresenta-ção standard, à sua comunicação normal.Uma ação não pode estender-se por um anointeiro, senão perde seu caráter estratégico.

Qual a importância das embalagens frenteao crescimento das ações promocionais,nas quais elas estariam incluídas?A embalagem hoje é um item promocional,um diferencial no PDV. Uma boa embala-gem, hoje, já é meio caminho andado parase garantir a compra, e por isso há uma sé-rie de embalagens diferenciadas, atrativas.O desenvolvimento da indústria de embala-gem vem acompanhando essa tendência decomunicação como composto, na qual tudofaz parte de um mix. Se alguma parte da ca-deia de comunicação não estiver bem pro-

Pode-se fazer uma boa campanha

publicitária, umbom marketing direto, um bom

merchandising comdegustação, mas sea embalagem não

estiver à altura disso tudo ela

pode acabar com o plano, desmotivar

a compra

36entrevista 19/08/02 15:48 Page 12

Page 8: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ma promis-sora jogadano merca-do brasilei-

ro de embalagens flexí-veis foi recentementeanunciada pelo GrupoVitopel, que inaugurouem agosto sua segundalinha local de produçãode filmes de polipropile-no biorientado (BOPP),anunciada como a “maismoderna do mundo”.Concorrendo no seg-mento com a Votocel,do grupo Votorantim, e a Polo Filmes, per-tencente à petroquímica Unigel, a Vitopelpassou a ter capacidade produtiva de 63,5mil toneladas/ano. O investimento declara-do na nova linha, situada em Mauá (SP), foide 40 milhões de dólares.

Fundada há 21 anos pela fabricante ar-gentina de candies Arcor, da qual se desli-gou em 2000, quando passou a ser contro-lada por dois fundos de investimento (JPMorgan/Chase Manhattan e DLJ/CreditSuisse), a Vitopel conta com outras três li-nhas de produção de filmes flexíveis paraembalagens, todas localizadas na Argenti-na, na Província de Córdoba. Com a novaestrutura, a unidade brasileira passa a repre-sentar, mesmo com número inferior de li-nhas, quase 60% da capacidade produtivado grupo, ou 36 mil toneladas/ano. Os fil-mes de polipropileno biorientado são utili-zados principalmente na produção de em-balagens flexíveis para alimentos e produ-tos de higiene e limpeza, além de serviremde substrato para fabricantes e convertedo-res de rótulos adesivos para bebidas.

Com presença direta no Brasil desde1997, quando comprou a planta de Mauá daPolibrasil, num negócio que à época foianunciado em 25 milhões de dólares, a Vi-

14 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

resinas

U

Uma aposta de vultoGrupo Vitopel investe alto em nova linha de filmes de BOPP

topel espera aproveitar oatual cenário cambialbrasileiro para fomentarações de exportação. Aexemplo do que ocorrena Argentina, a empresatem como meta destinar30% da produção brasi-leira a mercados exter-nos, com destaque paraEstados Unidos, Espa-nha, México e Ásia.Dois lotes iniciais já se-guiram para a AméricaCentral e para a China.

“Do ponto de vistatecnológico, a nova linha foi uma resposta àcrescente demanda do mercado, inclusiveinternacional, por filmes com espessurascada vez menores, e que possam ser traba-lhados em baixas temperaturas de selagem”,diz Washington Pereyra, diretor de opera-ções da Vitopel no Brasil. A empresa aguar-da a chegada de um equipamento para me-talização dos filmes. Na Argentina, tecnolo-gia semelhante é responsável pelo acaba-mento de 12% da produção, segundo o dire-tor industrial Daniel Antonio Homobono.

Além de positiva para o pool de cerca de200 empresas, entre convertedores e indús-trias usuárias de embalagens, atendidas pelaVitopel, a ampliação da capacidade produti-va da unidade paulista foi especialmente ce-lebrada por seus dois fornecedores da maté-ria-prima dos filmes de BOPP (homopolí-mero), as petroquímicas OPP e a própriaPolibrasil. Além de representantes dessasempresas, compareceram à inauguração oprefeito de Mauá, Oswaldo Dias, e o secre-tário de Ciência e Tecnologia do governo deSão Paulo, Ruy Altenfelder, que destacou aimportância do investimento, num momen-to em que “os arautos do pessimismo e osmaus investidores apostam na redução pro-dutiva da industria brasileira”.

Vitopelwww.vitopel.com(11) 4977-7280

Politenowww.politeno.com.br(11) 3704-6900F

OT

OS

: D

IVU

LGA

ÇÃ

O

36vitopel 19/08/02 18:07 Page 14

Page 9: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

qualidade

Cada vez mais lastreada entre consumidores, a preo-cupação ecológica começa a se difundir também naárea produtiva. O setor de transformação de plásticos éum dos que lutam para demonstrar que tem consciênciae interesses preservacionistas. Dentre outros casos, issofica claro quando se analisa o histórico recente da Poli-teno, empresa que produz 340 mil toneladas anuais deresinas termoplásticas. Ela acaba de conseguir a certifi-cação internacional ISO 14001, que estabelece requisi-tos para o gerenciamento ambiental das empresas.

Além de demonstrar que é uma companhia preocu-pada com o ambiente, isso contribuirá com outra metada indústria instalada no Pólo Petroquímico de Cama-çari (BA): elevar sua capacidade produtiva para 400mil toneladas/ano. Assim, a Politeno ficará mais próxi-ma de conquistar mais uma parcela do mercado internoaté 2003, como afirma o diretor superintendente da em-presa, Jaime Sartori. A certificação na norma ISO14001 pelo Bureau Veritas Quality International(BVQI), é resultado da política ambiental adotada pela

Politeno tem ISO 14001Politeno há dois anos, quando adequou suas instalaçõespara reduzir o impacto da produção nos ecossistemas lo-cais e a possibilidade de danos ecológicos.

Para tanto, a empresa investiu, só no ano passado,mais de 387 mil reais. Melhorias no sistema de coleta deóleo, pavimentação e construção de diques para prote-ção do solo, aquisição de kits de segurança, redução dageração/emissão de resíduos sólidos e coleta seletiva delixo em todos os setores da planta industrial foram algu-mas das mudanças adotadas para o ajuste à norma.

36vitopel 19/08/02 18:07 Page 15

Page 10: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

uatro anos atrás, o Brasiltambém passou por uma fi-nal de Copa do Mundo e vi-veu semelhante clima de

eleição presidencial. No papel da desva-lorização do real, que vem minando oânimo do país seguidamente em2002, havia à época talvez umúnico assunto capaz de ocupartanto espaço como o futebol e a dis-puta nas urnas: a produção e distribui-ção de remédios falsos. Abarcando de pí-lulas anticoncepcionais a medicamen-tos para doenças graves, o episódio re-velou que a pirataria e o roubo de mar-cas são feitos por cri-minosos que não ti-tubeiam antes depôr em risco a segu-rança ou o bem-estar alheio.

Porém, por nem sempre revelar todoseu potencial corrosivo, a falsificação deprodutos é daquelas questões que susci-tam mais pontos de ponderação do que osque saltam à primeira vista. Quem pensanos empregos formais que dei-xam de ser criados, ou naperda de arrecadação,quando compra –para citar uma víti-ma quase folclóri-ca da indústria pi-rata – um “genuí-no” Rolex de 15reais? Lastreados nosmais diferentes merca-dos, casos como essemostram que, apesar dosdanos sociais e dos prejuí-zos ao consumidor, os ris-cos da contrafação suge-rem proporções muito maiscatastróficas em outro cam-po, o das marcas.

reportagem de capa

Q

Pirataria tem curaTecnologias de embalagem previnem dores de cabeça da contrafação

Se não bastassem as perdas de ima-gem, do ponto de vista jurídico há quemsustente que a existência de cópias fazpresumir alguma responsabilidade da

empresa dona da marca roubada, queteria o dever de zelo e vigi-lância sobre a produção e dis-tribuição de seus produtos. É

uma interpretação polêmica,mas o fato é que, resultado ou não

de omissão, ser vítima da pirataria ésempre desastroso.

Mesmo que feitosem fábricas clan-destinas commáquinas sur-

preendentemente velozes,os piratas não apresentam

os mesmos resultados de seupar original. Isso quando suas emba-lagens não vêm pela metade ou sim-plesmente vazias. Nas duas hipóte-ses, a confiança do consumidor éatingida em cheio.

Antídotos indicadosPara mitigar o anseio preventivode quem teme ou já enfrentou essaterrível enxaqueca, multiplicou-se nos últimos anos a oferta deprodutos, serviços e, sobretudo,

tecnologias voltadas a suavizar a im-pressionante onda mundial de pirataria.Em comum, todas as soluções têm a em-balagem como principal meio de aplica-ção e, por conseqüência, princípio ativodos mais receitados contra o flagelo doroubo de marcas.

Além dos famosos selos holográficosde autenticação, as empresas que com-põem o já chamado mercado de proteçãode marcas oferecem tintas reativas, im-pressões em micro texto, filmes ter-mo-sensíveis, fibras especiais para

Por Leandro Haberli

16 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

ILU

ST

RA

ÇÃ

O:

CA

RLO

S G

US

TAV

O C

UR

AD

O

36piratas 19/08/02 21:04 Page 16

Page 11: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ago 2002 • EMBALAGEMMARCA – 17

papel cartão, projetos com marcasd´água, rótulos dotados de microships,entre outras tecnologias que tenham al-gum efeito profilático sobre a iminenteinvasão pirata. Esses antídotos tambémentram em campo quando o assunto é se-gurança no ponto-de-venda, para o qualhá crescente número de tecnologias deembalagem específicas para prover solu-ções antifurto e antiviolação.

Tamanho do prejuízoInvestir nas soluções antipirataria podeser vantajoso ante o alto custo de açõesjudiciais para o fechamento de fábricasclandestinas, ou mesmo de investigaçõespara detectar a origem dos clones. Mas agrande razão para o boom das embala-gens anticontrafação parece ser a pro-gressiva percepção de que não adianta re-clamar fiscalização e punição aos falsá-rios. Entre produtos tão distintos comopeças de automóveis, roupas, relógios,óculos, alimentos, defensivos agrícolas,artigos eletrônicos, CDs, cosméticos, per-fumes, softwares e componentes de com-putadores, estima-se que a indústria dacontrafação já movimenta no Brasil pertode 1,5% do PIB, ou 20 bilhões de dólarespor ano. Nesse contexto, de novo ônusprodutivo, prevenção contra o roubo demarcas passou a ser avaliada como umamedida de sobrevivência.

Um dos maiores mercados consu-midores de embalagens antipiratariaé exatamente o de medicamentos.

Além do fator risco, os investimentos aísão impulsionados por dispositivos le-gais, como a determinação da impressãode símbolos, com tinta especial, em to-das as embalagens secundárias dos me-dicamentos destinados ao varejo no Bra-sil. Conhecida como “raspadinha”, pelasemelhança com o modelo lotérico, ouimpressão coin reactive (do inglês, rea-tiva a moedas), esse sistema tem orien-tado grandes fabricantes de tintas espe-ciais em direção à cadeia brasileira deembalagem.

Um bom exemplo pode ser conferidono trabalho do grupo suíço Sicpa, grandefornecedor mundial de tintas especiaispara bancos centrais, casas da moeda ecertificados de autenticação de comprade ações. Como outras empresas dessesetor, de uns anos para cá a Sicpa perce-beu que o segmento de conversão de em-balagem é um excelente filão para seusprodutos. Para conquistá-lo, adquiriu re-

Rolex se tornou,a contragosto, vítima folclórica doroubo de marcas

Cartucho de medicamentocom tinta reativa a metal

da Sicpa: autenticidade

ST

UD

IO A

G –

AN

DR

É G

OD

OY

FO

TO

S:

DIV

ULG

ÃO

36piratas 19/08/02 21:04 Page 17

Page 12: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

18 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

centemente a companhia americana Kro-macorp International, com faturamentoanual superior a 60 milhões de dólares.

“Com esse negócio, a Sicpa desenvol-veu um grande portfólio de tecnologias esoluções para embalagem”, diz Peter Mu-lheran, CEO (Chief Executive Officer) epresidente da empresa. No Brasil, suas

tintas especiais já são vistas em diver-sas embalagens de remédios. Um

caso recente é o do medicamentoEpocler, da Whitehall, que teveseu cartucho reprojetado pelaagência a10 design. O produtosegue a determinação legal e

conta com impressão feita comtinta reativa a metal em sua emba-

lagem secundária. Quando a super-fície é raspada por um objeto metáli-

co, surge o logotipo do laboratório,abaixo da palavra “Qualidade”.

Ao largo do crescente mercado detintas reativas, o setor de selos holográ-ficos de segurança, chamados também

de dispositivos ópticos variáveis, oudovs, está especialmente movimentadopelo aumento da demanda por embala-gens antipirataria. Segundo especialistas,a holografia pode assegurar a autentica-ção das marcas porque não usa sistemasconvencionais de impressão, de modoque reproduções via scanners ou fotocó-pias são facilmente detectáveis.

Aliados ocultosUma das empresas desse setor é a alemãKurz, que tem representação no Brasil hámais de trinta anos. Fernando SiqueiraMota, gerente para América Latina da di-visão de segurança, observa que as linhasholográficas da Kurz possuem inúmerosprodutos, de simples auto-adesivos pro-mocionais a sofisticados sistemas de se-gurança, dotados de grande quantidadede informações ocultas. Os hologramasmais modernos podem ter micro ou nanotextos, perfurações, numerações seqüen-ciais, códigos de barras e outras caracte-

Rota dos clonesDona da cola Super Bonder, a Henkel, fabricante alemã de adesivos,foi há pouco incomodada por uma cefaléia causada por produtos pira-tas. Seus problemas com contrafação começaram com escassos ca-sos de blisters e bisnagas falsificadas, descobertos à venda em pape-larias e bazares de São Paulo. Em pouco tempo, o fenômeno se am-pliou, e a empresa percebeu que estava diante de uma grande quadri-lha de contrabando, que já ameaçava a imagem da sua marca mais co-nhecida. Além de investir em embalagens mais modernas, a Henkel partiu paraestancar a fonte do problema. Optou por atuar em conjunto com a Re-ceita Federal, e contratou uma empresa de segurança, que identificou

o caminho percorrido pelos piratas: fabri-cadas na China especificamente para omercado brasileiro, as cópias da SuperBonder iam para Hong Kong, de lá para oParaguai, e só então seguiam por terrapara o Brasil.Pelo menos na origem, não se trata deum itinerário desconhecido. Na Europatambém há dados confirmando que a Chi-na concentra boa parte da indústria mun-dial da contrafação. Em 1997, as autorida-des aduaneiras francesas constataramque, de todos os produtos falsificadosapreendidos, quase 30% eram fabricadoslá (ver gráfico).

AdesivoSuperBonder falsoapreendidono Porto de Santos

País de origem dosprodutos falsos

China " 29,38%

Hong Kong "" 19,99%

Itália "" 8,05%

Turquia "" 3,55%

Vietnã "" 3,25%

EUA"" 3,06%

Tailândia "" 2,10%

Paquistão "" 1,47%

Taiwan "" 1,44%

Outros "" 32,70%

FO

NT

E:

UN

IÃO

DO

S F

AB

RIC

AN

TE

S F

RA

NC

ES

ES

36piratas 19/08/02 21:04 Page 18

Page 13: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

20 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

rísticas de complexa reprodução. “Con-tabilizando os danos que suas marcas po-dem sofrer, as empresas hoje sabem quevale a pena investir em ações antipirata-ria”, diz o executivo da Kurz, que acabade fechar um contrato de fornecimentode selos de segurança com a Adipec (As-sociação dos Importadores de Perfumese Cosméticos).

Casos bem-sucedidosOutra companhia importante do setor deholografia é a OpSec Security Technolo-gies, que tem origem britânica. No Bra-sil, ela oferece vasto portfólio de selosauto-adesivos de segurança, além de li-nhas para uso governamental, compos-tas por laminados transparentes e outrossistemas de autenticação de cédulas. Naárea privada, a empresa contabiliza ca-ses de sucesso relativamente antigos.Um deles remete ao fornecimento de eti-quetas holográficas para as embalagensdos disjuntores elétricos da Siemens, cu-jos blisters contam, há quatro anos, comselos da OpSec.

“Desde então, houve uma redução dereclamações de 95% no departamento deatendimento ao consumidor, e as vendasde disjuntores da Siemens cresceram27%”, afirma Lísias Guimarães Alcânta-ra, diretor-superintendente da OpSec noBrasil. Outro caso observado pelo exe-

cutivo é o dos isqueiros, mercado noqual a venda de produtos piratas já batena casa de 40 milhões de unidades porano, só no Brasil. A OpSec irá fornecer,até o final do ano, selos de segurançapara as maiores marcas do setor no país,Bic e Criquet.

Ainda na área de holografia, quemestá começando a trazer sua linha para oBrasil é a DuPont. Neste caso, embora oargumento principal de vendas tambémseja a segurança, a gigante de especiali-dades químicas oferece tais produtospara fins promocionais, inclusive emdisplays e embalagens. Segundo ostécnicos da DuPont, seus hologra-mas são produzidos em filmes fo-topoliméricos, que aliam efeitosvisuais atraentes, graças à im-pressão em duas ou três di-

Adesivos de segurança daOpSec: aumentode vendas eredução de reclamações

ACIMA – Fibra “em movimento”AO LADO – Aparelho detector que faz parte da tecnologiaPolarisafeABAIXO – Fibras comuns e especiais, lado a lado (1) Sem filtro, ambas brilham (2) Com raios UV filtrados pelo aparelho,apenas fibras especiais têmdestaque (3) Com rotação do filtro, distinção é garantida (4)

1 3

2 4

36piratas 19/08/02 21:05 Page 20

Page 14: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

mensões, à garantia de autenticação econtrole de licenças.

Nos maços de cigarro, produto queespecialmente no Brasil traga amargasparcelas da indústria da contrafação, osselos de segurança também se notabili-zam. Bastante conhecida pelo forneci-mento de embalagens flexíveis e lamina-dos técnicos para a indústria farmacêuti-ca, a Hueck Folien tem atuado comgrandes fabricantes de cigarros nos Esta-dos Unidos. Em algumas cigarrette ma-chines americanas, as embalagens já sãovendidas com uma pequena tira de filmede polipropileno, para atestar que a car-tela é genuína.

Algumas opções de segurança anti-contrafação denotam um futurismo im-pressionante. É o caso da tecnologia Po-larisafe, desenvolvida por uma empresasuíça do mercado de papéis especiais, aLandQart, e já disponível no Brasil. Re-sumidamente, o sistema utiliza fibras es-peciais para a elaboração do papel.Quando expostas a um mecanismo deidentificação, as fibras brilham e dão aimpressão de que se movimentam, demodo a permitir identificar a veracidadenão só de embalagens, como também decédulas e documentos.

As soluções tacitamente empregadasem embalagens para aumentar a seguran-ça contra a pirataria advêm, de maneirageral, do mercado de autenticidade de do-cumentos e cédulas. Concorrendo com osistema de fibras está exatamente a tradi-cional marca d´água, bastante conhecidapor seu emprego em notas de dinheiro.

Papel com marca d’água antipirataria,da sueca Iggesund Paperboard

DuPont (11) 4166-8858www.dupont.com.br

Hueck Folien+49 (0) 9618-7210www.hueckfolien.com

Iggesund Paperboardwww.iggesundpaperboard.com

Kurz do Brasil(11) 3611-2100www.kurz.de

Landqart(11) 5531-5303www.landqart.com

Musée de la Contrefaçonwww.unifab.com

OpSec(11) 3207-5800www.opsec.com

Sicpawww.sicpa.com

Wipackwww.wipack.com

36piratas 19/08/02 21:05 Page 21

Page 15: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

Para aplicação em papel cartão de emba-lagens, as empresas que fornecem essetipo de solução, como a sueca IggesundPaperboard, afirmam que se trata de umatecnologia mais barata que as concorren-tes, inclusive os circuitos eletrônicos in-tegrados aos rótulos dos produtos.

Na área de filmes especiais tambémhá soluções interessantes para conter agana dos gatunos de marcas. A venda desubstratos que mudam de cor conformea temperatura é tendência na Europa,onde a procura por soluções para emba-lagens flexíveis antipirataria é cada vezmaior. A alemã Wipack é uma das em-presas desse mercado. Ela argumentaque as funções ativas dos filmespermitem que o consumidorcertifique-se da autenticida-de dos produtos apenas to-cando a embalagem, cujacor se altera conforme ofluxo de calor.

A temperatura do bolsotambém pode esquentarquando se pensa nos investi-mentos requeridos pelas em-balagens antipirataria. Pelo me-nos por enquanto, boa parte dassoluções parece restrita a produ-tos de alto ou razoável valor agre-gado. Mas da mesma forma queatingiu outras atividades crimino-sas, a onda de banalização pareceter chegado à pirataria. Hoje, vá-

rias marcas de produtos de alto giro ebaixo custo são atormentadas pelo flage-lo da contrafação. Nesse cenário, nãoresta às empresas outra alternativa senão combater os piratas, e para isso asembalagens tornam-se a cada dia umaliado mais eficaz.

Piratas premiumA pirataria de produtos parece já fazer parte do chama-do custo-Brasil. Fabricantes de computadores pessoaiscomo a IBM desistiram do mercado brasileiro por consi-derar não haver nele condições de disputa com o cha-mado gray market, ou mercado-cinza, jargão para se re-ferir ao comércio que sonega impostos.Mas, ao contrário do que se pensa, a epidemia de pro-dutos clandestinos não está restrita ao Terceiro Mundo.Associações internacionais anticontrafação calculamque nada menos do que 6% de todo o comércio feito noplaneta engordam os bolsos de quem atua com estetipo de contravenção. Não há dúvidas de que o proble-ma também incide em países com consideráveis recur-sos para combatê-lo.Berço dos perfumes e cosméticos mais desejados domundo, pode-se dizer que a França é uma das vítimas

ricas da indústria pirata. Prova disso foi a criação, pelaUnião dos Fabricantes Franceses, do altamente visita-do Musée de la Contrefaçon, ou Museu da Contrafação,em Paris. Ele contém abrangente acervo de produtosfranceses clonados ao longo dos anos, além de apre-sentar mostras temporárias sobre mercados específi-cos da pirataria. Já Chinatown, o tradicional centro de quinquilharias fal-sificadas de Nova York, está mudando seu foco de ne-gócios. Além de manter a venda de pechinchas falsasque normalmente não custam mais do que 20 dólares, aindústria da cópia ilegal por lá está se especializandonos já chamados piratas premium. São itens como bol-sas quase-Gucci de 500 dólares, que, pelo preço, de-vem ser ostentadas apenas por freqüentadores assí-duos de endereços chiques da Big Apple.

Filmes quemudam de cor

conforme fluxo térmico: tendência

na Europa

Dada a extensão e a importância do tema

pirataria, combinadas com a escassez de

espaço, a reportagem sobre soluções an-

tifurto e antiviolação de embalagens pla-

nejada para sair nesta edição foi adiada

para a próxima. Da mesma forma será pu-

blicado, na íntegra, um artigo sobre roubo

de marcas, de autoria de Norberto Pado-

van, Security Solutions Manager, Latin

America, da Westvaco Brand Security

(WBS), de Stamford, Connecticut, EUA. A

redação entendeu que, dessa forma, os

leitores terão um serviço muito mais am-

plo para ajudá-los a evitar prejuízos com a

ação dos amigos do alheio.

22 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

36piratas 19/08/02 21:05 Page 22

Page 16: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

brasilata 19/08/02 20:34 Page 1

Page 17: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

uem pintou a casa pela últi-ma vez há alguns bons anospode hoje tomar um susto aoir comprar tintas imobiliá-

rias. Se na ocasião do último retoque amaior dificuldade era escolher cores, oconsumidor está descobrindo – geral-mente pego de surpresa, já que não setrata de um produto de compra freqüente– que esse mercado tem se sofisticadomuito. Com tintas laváveis, de texturasdiferenciadas, inodoras, antialérgicas,antibacterianas, para decorar superfíciese ambientes específicos, entre tantas ou-tras, hoje a decisão de compra se apóianuma balança em que critérios técnicos eestéticos são quase eqüitativos.

Essa segmentação deve-se muito àcrescente exigência do consumidor, pa-ralelamente ao refinamento dos concei-tos de decoração imobiliária, e à compe-titividade industrial acirrada – houveuma pulverização de mercado causadapelo surgimento de novos fabricantes,principalmente pequenos, focados em li-nhas de apelo popular. “Com o aumentodo poder de compra do con-sumidor, advindo da esta-bilização da moeda, oproduto se abriu às clas-ses de menor renda”, co-menta Dílson Ferreira, pre-sidente da Associação Bra-sileira dos Fabricantes deTintas (Abrafati).

Frente a tais movimen-tos, não restou às empresas demaior tradição outro caminho se-não investir pesado em diferencia-ção, sobretudo posicionando pro-dutos com apelo premium. Resul-tado: necessidade de mais tipos deembalagens, diferenciadas, comoparte da estratégia de reforço de

24 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

tintas

Q

Duro cenáriocolorido

Sofisticação em tintas

imobiliárias desafia

indústria fornecedora

de embalagens

imagem. “Precisamos manter acesa a va-lorização que o consumidor dá à marca”,diz Marta Messa, gerente de produto daunidade de tintas imobiliárias da Basf-Suvinil. “A embalagem é um dos meiosde comunicação direta com o consumi-dor, e deve ser bem trabalhada com o ob-jetivo de reforçar a imagem de qualidadesuperior.”

Em conseqüência de tal cenário, osfornecedores de embalagens para tintas,principalmente às metalúrgicas, que res-pondem pelas latas, hegemônicas nessemercado, enfrentam desafios cada vezmaiores.

Otimizar é preciso“A segmentação gerou perda de escala,num panorama em que as tiragens dimi-nuíram e o volume de vendas não acom-panhou essa tendência de pulverização”,analisa Tetsuya Higashi, gerente comer-cial da área de produtos químicos daCia. Metalúrgica Prada. Por sua vez, An-tônio Carlos Teixeira, superintendente

Por Guilherme Kamio

ST

UD

IO A

G –

AN

DR

É G

OD

OY

Profusão de detalhes e cores

nas latas da Prada:arma dos clientes

para fortalecer a marca

36tintas 19/08/02 17:07 Page 24

Page 18: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ago 2002 • EMBALAGEMMARCA – 25

de outra grande fornecedora do segmen-to, a Brasilata, constata que, “com osclientes lançando novos e novos produ-tos, estreitou-se o gargalo da litografia.”

Tal observação não se refere apenas àquantidade de modelos de rótulos a setrabalhar, mas também à qualidade deles.“Antes, predominavam as decorações emquatro cores”, lembra Higashi, da Prada.“Hoje, as embalagens dos grandes clien-tes têm em média sete, oito cores”, eleaponta. “Como aumentam as comprasfeitas pelo dono da casa, sobretudo coma difusão dos home centers, preocupa-mo-nos em passar uma forma mais fácilde entendimento do produto, com fotosda superfície ou do ambiente em que atinta pode ser utilizada”, explica EuláliaNavarro Ramos, gerente de produto daAkzo Nobel-Tintas Ipiranga.

Para dar conta dessa nova realidadede mercado, as metalúrgicas vêm respon-dendo com aperfeiçoamentos em produ-ção, logística e relacionamento com osclientes. Uma conseqüência comum àsgrandes do segmento, surgida dessa ne-cessidade de maior dinamismo industrial

acentuada na década de 90, foi a adoçãodo sistema kanban – método de produçãocriado no Japão para otimizar ao máximoo trabalho e possibilitar entregas just-in-time, rechaçando desperdícios.

Na Prada, as linhas de litografia estãotrabalhando em regime de tempo inte-gral, embora com alguma capacidadeociosa, para contemplar as necessidadesdos clientes. Com a implantação do siste-ma full-time no parque litográfico, houveganho de capacidade instalada de aproxi-madamente 30%. Ademais, alguns ban-cos litográficos foram assumidos, dimi-nuindo os estoques de embalagensacabadas dos clientes. “Nossa capacidadeinstalada de litografia nos dá certa flexi-

Especialização, caminho longe de terminarConsumidores e cadeia de embalagem que se prepa-rem. Segundo os principais fabricantes de tintas, a so-fisticação do mercado, tanto em produto como em em-balagem, tende a ganhar relevância ainda maior nospróximos anos. “A tendência é uma aproximação comos mercados internacionais, nos quais as tintas combase água, incipientes no Brasil, dominam”, explica Eu-lália Navarro Ramos, da Akzo Nobel/Tintas Ipiranga.“Essa abertura vai gerar uma diferenciação ainda maior

em embalagem”, diz ela. A profissional entende, ainda,que se acentuará ainda mais a necessidade de o seg-mento refinar a comunicação com o consumidor final,“falando com ele numa linguagem menos técnica e maisdireta”. Na Basf-Suvinil, a opinião é semelhante. “A evo-lução do mercado é uma constante, e os consumidoresestão amadurecendo”, diz a gerente de produto MartaMessa, baseando-se nas freqüentes pesquisas de mer-cado feitas pela empresa.

ST

UD

IO A

G –

AN

DR

É G

OD

OY

DIV

ULG

ÃO

Biplus, da Brasilata,está chegando ao

mercado mexicano

Após extensão de linhas e lançamento de sistemas inovadores, Brasilata quer investir em parque litográfico

36tintas 19/08/02 17:07 Page 25

Page 19: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

26 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

bilidade para produzir embalagens a to-que de caixa”, diz Reinaldo dos Santos,coordenador de vendas da área de tintasda Prada.

Na Brasilata, busca-se flexibilizar aprodução com técnicas de praxe, já que,mesmo com uma política de investimen-tos constantes no parque litográfico, oatual cenário macroeconômico não é fa-vorável. “Estamos de olho nas novas ten-dências que vão permitir troca rápida, oque deverá revolucionar os conceitos delitografia, mas os custos ainda são proi-bitivos”, afirma Teixeira. Da mesma for-ma, a Litográfica Uberlândia/LitografiaValença, que entrou no mercado de tintashá apenas três meses, com latas de 18 li-tros, tem usado cautela em torno dos in-vestimentos. “Uma linha diferenciada deserviços é essencial para atender essemercado, e a estamos montando aos pou-cos, com pé no chão”, define RubneiRosa, gerente comercial da empresa.

Praticidade ajudaOutra variável da embalagem que temrecebido gordas fichas das metalúrgicasé a busca de sistemas e formatos mais

práticos, tendo em mente o aumento daparticipação dos consumidores finais nacompra de tintas. Na Brasilata, exemplosjá bem conhecidos são os fechamentosPlus e Biplus, que, aliás, estão desembar-cando no México, através de um acordocom o Grupo Zapata, maior fabricantelocal de embalagens metálicas. Somada àinovação, essa difusão tecnológica ren-deu recentemente à empresa mais umlaurel, o prêmio Brasil Premium, do Mi-nistério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, no fim de junho.

Baldes querem maisApesar de terem participação ainda pequena no merca-do de tintas imobiliárias, em torno de 5%, as embala-gens plásticas – baldes de polietileno ou polipropileno– antevêem uma luta mais parelha com a lata de açoem médio prazo. Por enquanto, uma presença larga nosegmento é inibida por alegações dos usuários quantoao custo, razoável apenas em tiragens altas, à qualida-de de impressão, difícil de rivalizar com a capacidadelitográfica e os efeitos metalizados próprios das latas,e aos limites de empilhamento.Frente à alegação de custo mais elevado, as transfor-madoras de plástico dizem ser difícil competir com alata sem os mesmos incentivos fiscais. Em decoração,“a rotulagem in-mold tem um forte apelo, e também épossível imprimir baldes em oito ou dez cores”, defen-de Josué Nemetz, gerente comercial da gaúcha Mapla.Na Bomix, outra empresa do segmento, uma impresso-ra off-set especial chegará em setembro. Então, afirmaMarcus Zippinotti, gerente da filial paulista da empre-sa, “atacaremos com maior força o segmento de tin-tas”. Por fim, quanto ao problema do empilhamento, os pro-fissionais lembram que, em compensação, há vanta-gens no armazenamento e no transporte, pois os bal-

des são encaixáveis. “Ademais, as indústrias de tintasnão levam em consideração as perdas com avarias,que nas latas são maiores que nos baldes plásticos”,argumenta Zippinotti. Apesar de os negócios na áreaainda serem tímidos, as empresas não perdem o oti-mismo. “O plástico é uma grande alternativa às empre-sas que queiram realmente inovar”, acredita Nemetz,da Mapla. E, como ressalta Zippinotti, “se for conside-rado o que acontece nos mercados externos, há umbom potencial de crescimento”.

DIV

ULG

ÃO

DIV

ULG

ÃO

Variedade em formatose volumes de lataspara tintas da Prada

Linha da Bomix, que aposta em crescimento

36tintas 19/08/02 17:07 Page 26

Page 20: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

No quesito inovação, a Prada tambémse movimenta. A lata com aberturamaior, com 210mm de diâmetro, ideali-zada para facilitar o manuseio, encontra-se em fase final de implantação nas lin-has de produção da Basf-Suvinil. Ela ga-nhou, recentemente, o Prêmio ABRE deDesign de Embalagem e um WorldStars,premiação da World Packaging Associa-tion (WPO).

Diante da necessidade de encarar vo-lumes cada vez menores, maior qualida-de de prazos, serviço diferenciado em de-senvolvimento e aperfeiçoamento de fe-chamentos, o pensamento dos fornecedo-res, fica longe do negativismo. Em umponto, todos concordam. São movimen-tos que, de um lado, trazem maiores difi-culdades, mas bons para o mercado emsi, que não pode ficar acomodado. Trata-se, em suma, de um contexto que força osfornecedores a estar em constante desen-volvimento.

Bomix(11) 5031-3873

Brasilata(11) 3871-8500www.brasilata.com.br

Cia. Metalúrgica Prada(11) 5682-1000www.prada.com.br

Litográfica Uberlândia/Litografia Valença(21) [email protected]

Mapla(51) 477-1695

DIV

ULG

ÃO

Lata com abertura maior da Prada,desenvolvida em sinergia com a

Basf-Suvinil: apesar de ainda não terestreado no mercado, já colecionaprêmios de reconhecimento pelo

ganho em praticidade

36tintas 19/08/02 17:08 Page 27

Page 21: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

O uso de adesivos sem solventes está cau-sando uma verdadeira revolução na indús-tria de embalagens.

Como vem acontecendo no mundo inteiro,cada vez mais esse tema estará presente noBrasil.

O assunto é tão importante que a Liofol, lí-der absoluta nesse mercado, sente-se naobrigação de compartilhar um pouco deseu conhecimento sobre ele com o as em-presas e profissionais da cadeia brasileirade embalagem.

Por isso oferece, nas próximas páginas, aíntegra de recente palestra de seu DiretorTécnico de Desenvolvimento de Mercado eServiços Técnicos, dr. Hans-Georg Kinzel-mann, sobre o tema.

Ao cumprir o compromisso que assumiuconsigo mesma de sempre informar seusclientes sobre o que existe de mais avança-do na área de adesivos, a Liofol tambémdescreve um pouco do que está por trás desua liderança: inovação tecnológica, altaqualidade, experiência e versatilidade.

ADESIVOS SEM SOLVENTES

PARA LAMINAÇÃO

Média-alta performance

Performance standard Média performance

Alta performance

Henkel Ltda. • Av. das Nações Unidas, 10 989 • 2º andar • 04578-000 • São Paulo, SPTel.: (11) 3848-2442 • Fax: (11) 3848-2444 • www.henkel.com.br

Liofol 19/08/02 14:28 Page 1

Page 22: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

Henkel KGaADr. Hans-Georg KinzelmannDiretor Técnico LiofolDesenvolvimento de Mercado e Serviços Técnicos

ADESIVOS PARA LAMINAÇÃO

DE EMBALAGENS

DE ALIMENTOS SEGURAS

Consumidores, especialmente em todos os países industria-lizados, estão cada vez mais preocupados com a potencialcontaminação química e microbiológica de alimentos. Noque diz respeito a embalagens flexíveis, existem regulamen-tações para a Europa e os Estados Unidos com foco nosadesivos de laminação empregados.Em muitos países, regulamentações para embalagens paraalimentos seguras têm em comum requisitos tais como osformulados no “Framework Directive 89/109/ECC”, que emseu Artigo 2 determina:“Materiais de embalagem têm que ser fabricados de tal for-ma que, sob as condições de uso, nenhum componenteserá transferido para o alimento, o qual...

...seja um risco potencial para a saúde humana,

...mude a composição do alimento,

...influencie as propriedades organolépticas.”Hoje, a 89/109/ECC está inserida nas regulamentações na-cionais de todos os países da Comunidade Européia.Outras diretivas da ECC estão incorporando a estrutura dediretivas, como segue:82/711/EEC e 97/48/EEC descrevem as regras básicas para ainvestigação da migração de produtos desde os materiaisplásticos (da embalagem) até os alimentos. Dependendodas condições de uso, as condições de teste (quais simula-dores de alimentos, tempo de contato e temperatura) sãodefinidas.Testes de migração são efetuados com simuladores de ali-mentos dependendo do tipo de alimento, como descrito na85/572/EEC.Em geral, são empregados os seguintes simuladores:

• Alimentos ácidos " 3% de ácido acético• Alimentos aquosos " água• Alimentos com mais de 5% de etanol " 10% de etanol• alimentos gordurosos " azeite de oliva ou substitutos

como isooctano (5-60ºC), etanol a 95% ou Polyphenyleno-xid (Tenax, 100-175ºC).Antes do teste deve ser considerada a possibilidade de umareação química do simulador de alimento com o produtopotencialmente extraível, o que poderia desqualificar o si-mulador de alimento dependendo das condições de teste edo método de detecção.Definições similares podem ser encontradas no “Code ofFederal Regulations of the Food and Drug Administration”,no parágrafo 176.170.

Assim como o §175.300 do FDA regulamenta materiais emcontato direto com alimentos, a Diretiva Européia 90/128 eemendas definem monomeros e matérias-primas para a fa-bricação de plásticos para embalagens em contato diretocom alimentos. Adesivos, assim como tintas de impressão,vernizes, filmes de alumínio e papel estão excluídos da90/128, mas desde que não existe regulamentação algumapara adesivos de laminação tal como a FDA §175.105 paracontato indireto com alimentos, ainda faz sentido conside-rar a lista de matérias primas da 90/128/EEC para formula-ções de adesivos. A lista de matérias primas inclui muitosdiisocianatos, como os usados para adesivos de laminaçãopoliuretânicos. O regulamento especifica para todos os dii-socianatos um limite específico de 1mg NCO/Kg no plástico[QM(T)] e a Norma Européia 13130-8 descreve um métodode teste para a determinação de NCO em plásticos.

Quão apropriado é o QM(T) = 1mgNCO/Kg de plásticopara prevenir a contaminação potencial do alimento?

É bem conhecido que isocianatos reagem com água –oriunda de muitos alimentos - para formar aminas. Aminasdevem ser consideradas como produtos da decomposiçãode isocianatos como regulamentado na 90/128/EEC. São es-pecialmente interessantes as aminas aromáticas provenien-tes de isocianatos aromáticos com um limite de migraçãoespecífica em alimentos definido como não detectável. OComitê Científico Europeu para Alimentos (SCF) estabeleceurecentemente para aminas aromáticas um limite de detec-ção em alimentos de DL = 20 ppb (partes por bilhão), tole-rância analítica incluída, o qual foi editado na 6a emendapara 90/128/EEC. Sem nenhum método de teste em especialem mente, a EEC considera uma tolerância analítica de100%. Assim sendo, o limite prático real para aminas aro-máticas é de 10 ppb.Vamos assumir que uma embalagem flexível de plásticocontenha o limite máximo tolerável de 1mg NCO/Kg. Sobcondições típicas de uso, uma bolsa de PET-12/PE-60 de400 cm3 pesa 3g e é envasada com 100ml de alimento. Con-siderando o pior caso, todo isocianato seria transferidopara o alimento, formando aminas. Para o MDI, isocianatocomumente utilizado, 90 ppb de amina em forma de MDAseriam geradas. Tal quantidade fazer parte do alimento nãoé considerada segura e é questionável se o limite de 1mg

Liofol 19/08/02 14:28 Page 2

Page 23: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

NCO/Kg numa embalagem flexível provê em todos os casos asegurança para embalagens de alimentos requerida na es-trutura diretiva 89/109/EEC. Em adição precisamos conside-rar que a limitação QM(T) para NCO foi dirigida a plásticoscom uma distribuição homogênea de isocianatos e nãopara duas ou mais camadas de uma estrutura combinadade plásticos com uma fina camada de adesivo poliuretâni-co. Entrementes as autoridades da EEC identificaram o pro-blema, e em futuras emendas da diretiva 90/128/EEC serádefinido um limite para isocianatos relacionado com a áreada superfície de 6dm2.

Em lugar da determinação de isocianatos em plásticos, aregulamentação alemã para alimentos já em 1984 forneciaum método de teste para a detecção específica de aminasaromáticas em simuladores de alimentos aquosos. Devidoà reação de 95% etanol com isocianatos ou azeite de olivacom aminas, estes simuladores são inadequados para adetecção específica de aminas aromáticas. A recomendação28a para poliuretanos da regulamentação alemã requerque a quantidade de amina aromática esteja abaixo do li-mite de detecção do melhor método disponível. A regula-mentação faz referência a um método de teste com limitede detecção de 27,5ppb. Uma melhoria recente devido auma etapa de concentração reduziu este limite para 2ppb.O código de regulamentação federal FDA §175.105 regula-menta especificamente adesivos em contato indireto comalimentos. É de responsabilidade do fabricante do adesivoformular adesivos a partir de matérias-primas menciona-das na lista positiva. Em adição a regulamentação requerque o adesivo esteja separado do alimento via uma barrei-ra funcional, que é de responsabilidade do convertedor.Uma taxa de risco baseada na dose virtualmente segurapara aminas aromáticas considerando um fator de consu-mo de 5% para alimento de uma embalagem flexível de-monstra que o método de teste alemão com limite de de-tecção de 2ppb é uma ferramenta excelente para determi-nar as propriedades funcionais de barreira de um filme se-parando o adesivo e o alimento, com respeito a aminasaromáticas geradas desde isocianatos aromáticos livresprovenientes do adesivo poliuretânico não totalmente reti-culado. Se não considerarmos o fator de segurança de 1/10na taxa de risco, teremos o DL Europeu = 20ppb.

Muitas fontes potenciais para a contaminação química dealimentos em contato com embalagens flexíveis devem serconsideradas. Fontes óbvias no contato direto com alimen-to são filmes selantes e vernizes selantes a frio ou quente(“Heat Seal Coating” e “Cold Seal Coating”). Em adição, com-ponentes da camada externa dos filmes, vernizes, tintas deimpressão e adesivos de laminação em contato indiretocom alimentos podem da mesma forma serem transferidos.No caso de adesivos de laminação, em geral pode aconte-cer migração através da camada selante até o alimentodesde que estejam presentes componentes de baixo pesomolecular na camada do adesivo. Para sistema reativos, oadesivo totalmente reticulado ou curado não mais repre-senta uma fonte de produtos químicos perigosos e está emtotal concordância com as exigências da estrutura diretiva

89/109/EEC e as exigências de barreira funcional da FDA§175.105.

Como determinar se um adesivo está totalmente curado?

O controle de qualidade num convertedor típico checa aspropriedades físicas de um laminado para provar sua fun-cionalidade para processamento seguinte. A performancede um laminado mesmo para os mais altos requisitos nãoé uma indicação de um adesivo curado e sem impurezas debaixo peso molecular, fonte potencial para contaminaçãodo alimento. Somente um teste adicional de migração sobas condições de uso detectando contaminantes em poten-cial num simulador de alimento responderá à questão dacura total.

Os adesivos para laminação de embalagens flexíveis de ali-mentos mais comuns no mundo todo estão baseados naquímica dos poliuretanos na forma de sistemas de um edois componentes. A parte isocianato do adesivo semprecontém mais ou menos isocianato monomérico livre, oqual no caso de adesi-vos bi-componentessão combinados comum endurecedor termi-nado em hidroxila fun-cional previamente aoprocesso de conversão.A cura do adesivocombinando dois subs-tratos flexíveis aconte-ce no rolo. O poliureta-no totalmente curado éinofensivo em contatoindireto com alimentoe o laminado está pronto para o uso.

O que pode acontecer se adesivos poliuretânicos não total-mente curados ainda contêm isocianatos monoméricos li-vres e entram em contato direto com o alimento?

Isocianatos monoméricos livres provenientes de um adesi-vo não totalmente curado podem migrar para o alimento,formar aminas a partir da reação com a água fornecidapelo alimento, as quais no caso de aminas aromáticas sãoconsideradas um perigo potencial à saúde humana. Migração de aminas aromáticas de um adesivo PUR nãototalmente curado é uma preocupação para embalagensenvasadas com alimentos gordurosos ou úmidos taiscomo classificados na diretiva Européia 85/572/EEC e FDA§176.170. É opinião da FDA (alimento tipo VIII) e da EC quetestes de migração não são exigidos para laminados enva-sados com alimentos secos assim como definidos nas re-gulamentações mencionadas acima. Isto significa que ali-mento seco está seguro em relação à migração? A respostaé não, devido a recentes achados mostrando que especial-mente voláteis numa embalagem podem ser transferidossobre o alimento seco. Portanto devem ser esperadas mu-danças na futura emenda 85/572/EEC.

Full-service: a Henkel oferece ampla variedade de adesivos para fins específicos

Liofol 19/08/02 14:28 Page 3

Page 24: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

free com tempos de cura mais curtos para segurança nocontato indireto com alimentos. Já está com produção localna América do Sul o adesivo Henkel Liofol 9526/9727, umtípico adesivo de baixa viscosidade com comportamentomigratório de um adesivo solventfree universal superandoem performance todos os sistemas de segunda geraçãoconcorrentes com respeito à segurança. Hoje, somente aHenkel pode oferecer uma linha completa de adesivos po-liuretânicos solventfree para laminação de terceira geração,quarta geração e universal modificados base isocianatoaromático para estruturas filme/filme e filme/folha de alu-mínio de baixa, média e até alta performance, os quaiscombinam tempos de cura comercialmente aceitáveis comrelação à performance física e segurança ao alimento. A ex-celente performance dos poliuretanos em combinação comos métodos de teste estabelecidos são fatores importantespara a funcionalidade de uma embalagem flexível em con-formidade com a estrutura diretiva 89/109/EEC, que exigeque nenhum componente que possa trazer perigo para asaúde humana seja transferido para o alimento.Alternativas são os sistemas de adesivos mistosde isocianatos alifático/aromático oupuro isocianato alifático. Corrente-mente em desenvolvimento estãoos sistemas de adesivos não ba-seados em isocianatos, assimcomo os sistemas com cura porfeixe de elétrons (electron-beam)e por cura UV. Como mencio-nado anteriormente, tambémpara sistemas alternativos com-ponentes migratórios devem serconsiderados e determinados pre-viamente ao contato do la-minado com alimento. Emadição à introdução destessistemas no mercado, méto-dos de teste práticos e vali-dados para impurezas debaixo peso molecular sãonecessários.

Não devemos esquecer de mencionar que as mesmas con-siderações com relação à cura e à segurança dos alimentosaplicam-se igualmente para sistemas de adesivos PUR con-tendo solventes (solventbased), mas sistemas baseados namesma química como os adesivos solventfree de laminação

de segunda geração não existem.Como descrito para adesivos sol-ventfree, hoje existem disponíveisadesivos de dois componentes sol-ventbased com mecanismos decura padrão e modificado.

Em geral temos que considerar que filmes selantes não for-necem uma barreira funcional para aminas migratórias,mesmo filmes não coextrudados contendo EVOH. Em adi-ção a migração deve ser considerada em todas as tempera-turas, até mesmo à temperatura ambiente e abaixo.

No caso de adesivos para laminação poliuretânicos, quaissão os fatores que influenciam o tempo de cura de um la-minado até que ele esteja seguro para o contato indiretocom alimentos?

A concentração de isocianato monomérico livre parece serum fator óbvio, mas o mecanismo de cura é realmente demaior influência. O mecanismo de cura somente trabalhaadequadamente em combinação com a proporção de mis-tura recomendada. Outros fatores são, por exemplo, a umi-dade especialmente sob as condições de laminação, a tem-peratura sob a qual a bobina recém laminada é estocada,as propriedades de barreira do filme selante e até mesmodo tipo de camada externa do filme.Para a cura de um adesivo numa situação ideal a perfor-mance do laminado e a segurança para contato indiretocom alimentos são alcançadas ao mesmo tempo.

Existem diferenças entre adesivos para laminação poliure-tânicos?

Para estruturas de baixa e média performance filme/filme efilme/folha de alumínio laminados com adesivos isentos desolvente (“solventfree”) de primeira e segunda geração a re-sistência física do laminado é quase sempre atingida antesque o adesivo esteja livre de aminas migratórias potenciais.Já quinze anos atrás a Henkel introduziu a terceira geraçãode adesivos solventfree, o que reduziu dramaticamente otempo de cura com relação a aminas migratórias poten-ciais. Melhoria de igual porte é representada nos anos re-centes pelos adesivos da quarta geração, baseada na redu-ção nas quantidades de isocianato monomérico livre emrelação aos sistemas da terceira geração. Ambos sistemassão aplicados a 70-80ºC e requerem pré-aquecimento daporção-NCO prévio ao uso na operação de conversão.Se olharmos para as necessidades globais de mercado paraadesivos solventfree para embalagens flexíveis, os converte-dores estão principalmente interessados em sistemas deampla gama de aplicação, fáceis de manusear, com bomdesempenho em máquina e cura rápida com respeito àperformance física e segurança para o alimento. Os esfor-ços sustentáveis de pesquisa e desen-volvimento da Henkel resultaram naintrodução no mercado de adesivossolventfree para laminação universais,que combinam a fácil manipulação dasegunda geração de adesivos solvent-

Visão em microscópio infra-vermelho e aplicação sem solvente

Liofol 19/08/02 14:28 Page 4

Page 25: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

INFORME PUBLICITÁRIO

Um conceito de Dentre os inúmeros fatos significativos registrados na HBASouth America/FCE Pharma 2002, feira conjunta especializadade fornecedores para as indústrias cosmética e farmacêuticarealizada em São Paulo de 31 de julho a 2 de agosto último,o stand da Wheaton foi, se não o mais expressivo, segura-mente o mais comentado.Na verdade, como parte das comemorações do 50º aniver-sário da empresa, o que se viu nos 600m2 ocupados pelasindústrias do Grupo Wheaton foi mais do que um stand,apesar de sua grandiosidade. Aquele espaço exprimiu umconceito de relacionamento – com o tempo, com o am-biente, com clientes enquanto empresas e, principal-

mente, enquanto pessoas.

VIAGEM NO TEMPOO clima lembrava pouco a atmosfera impessoal dos espaçoscostumeiramente montados em eventos de negócios, a come-çar pela entrada. No stand da Wheaton, esta se dava por um“Túnel do Tempo”, cuja boca estava envolvida numa névoa (degelo seco) que, como nos filmes de cinema, evocava uma via-gem ao passado.Atravessando-se essa nuvem, entrava-se num corredor comvitrines de ambos os lados – a primeira parte do “túnel” –, nasquais estavam expostos os mais antigos frascos de perfumefabricados pela Wheaton. Vindos da coleção de Fábio Amster-dam, de São Bernardo do Campo (SP), e do acervo da própriafábrica, alguns desses frascos, como o Cavalo de Xadrez, oCavalinho de Carrossel, o Padre Cícero e o Totem, da Avon, e aÂnfora, de O Boticário, são hoje clássicos disputadíssimos pe-los colecionadores.Percorrendo-se a curva do “túnel”, um vestíbulo em que se faziauma espécie de transição para tempos mais recentes, desemboca-va-se na “Sala do Futuro”, onde estavam expostos os lançamentostop de linha das três empresas do grupo – Farmacap, fabricantede tampas de borracha para o setor farmacêutico; Viton, voltadaao mercado de em-balagens plásticaspara cosméticos efarmacêuticos; eWheaton Brasil, pro-dutora de frascos devidro para ambos ossetores e de objetosde uso doméstico,também de vidro.

Ponto alto das comemorações de seu Jubileu de O

wheaton 22/08/02 20:52 Page 1

Page 26: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

relacionamentoUma TV de plasma, de tela plana, mostrava as fábricas em ação, enquanto pro-jetores de laser davam movimento, em estilo high-tech, ao logotipo da Wheaton.“A idéia, nesse espaço, era remeter o visitante ao futuro, mostrando que a Whea-ton já está inserida nele”, diz Renato Massara, diretor comercial da empresa.

ATRAÇÕES NA PRAÇASó então o visitante ingressava no stand propriamente dito. Aí, outra surpresa.O amplo espaço reconstituía o ambiente de uma praça dos anos 50 em SãoPaulo. Nas paredes, três gigantografias reproduziam a Ladeira Porto Geral, aavenida Paulista e a avenida São João, em São Paulo de tempos mais amenose convidativos. Uma quarta foto ampliada em tamanho gigante mostrava aprimeira fábrica da Wheaton, no bairro do Jabaquara.A sensação de espaço aberto e de retorno no tempo era reforçada pela concep-ção e pela arquitetura do stand, uma moderna tenda cujo teto era de Lycra, fazen-do o papel de “céu” da praça. Mudando intermitentemente de cor por efeitos deluz, eram imitadas as alterações reais ocorridas durante o dia no céu.A praça contava ainda com um bar, jardins (nos quais estavamdispostas amostras de produtos), chafarizes em funcionamento,bancos e um coreto. Neste, à noite, ao final de cada jornada da fei-ra, revezavam-se uma banda de jazz e o conjunto de serestas Tro-vadores Urbanos. Durante o dia, o ambiente era animado e deco-rado por um mágico, um tocador de realejo e uma estátua viva.Além dessas atrações, o maior sucesso coube aos artesãos quetrabalhavam ao vivo, por trás de uma cortina de vidro blindado,moldando objetos de vidro.Para que esses profissionais pudessem mostrar seu trabalho e aplasticidade do vidro, foram montados no stand dois fornos, queoperaram ininterruptamente à temperatura de 1 200ºC. Isso envol-veu o trabalho e a atenção de dez pessoas, incluindo técnicos,bombeiros, foguistas, engenheiros e os artesãos.Esse conjunto de atividades, ou pelo menos parte delas, como lembra Massara,tinha tudo a ver com o ambiente da fabricação de vidro: água, areia, fogo evento, este simbolizado no próprio conceito de ar livre da praça. A rigor, nãohouve quem não se deixasse entusiasmar e aplaudir a harmonia conseguidaentre ambiente e atividades nele realizadas.Porém, mais do que o êxito e os elogios motivados pela originalidade e pelacriatividade do stand, o que mais a Wheaton comemora ao festejar seus pri-meiros cinqüenta anos de existência no Brasil é ter conseguido, naquele es-paço, estreitar seu relacionamento com os mais de 5 000 clientes e amigosque o visitaram.Sua equipe saiu de lá convencida de que conseguiu, assim, demonstrar maisuma vez, de forma agradável e diferenciada, que o eixo de sua filosofia deatuação é a proximidade com os clientes, expressa numa frase que é um com-promisso: “Wheaton sempre perto de você”.

e Ouro, stand da Wheaton é sucesso na HBA/FCE

Wheaton do Brasil Ind. e Com. Ltda.

Av. Álvaro Guimarães, 2502 • CEP 09810-010

São Bernardo do Campo, SP • Brasil

Tel.: (11) 4355-1800 • Fax: (11) 4355-1899

www.wheatonbrasil.com.br

wheaton 22/08/02 20:52 Page 2

Page 27: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

xpondo insumos e produtospredominantemente importa-dos, a HBA SouthAmerica e a FCE

Pharma, eventos que reúnem forne-cedores das indústrias de cosméti-cos e farmacêuticos, calharam nasemana em que a valorização dodólar sobre a moeda brasileira ge-rou um nível de apreensão há mui-to não detectado. Mas, a julgar pelonúmero de expositores e visitantes, a infe-liz simultaneidade de acontecimentos nãoteve grandes efeitos deletérios sobre o de-sempenho das feiras, que, a exemplo deedições anteriores, este ano foram realiza-das em conjunto, no Transamérica ExpoCenter, em São Paulo, entre os dias31 de julho e 2 agosto.

As feiras, que foram realizadastambém com a Analítica Latin Ameri-ca, contaram com mais de 400 exposi-tores, com presença considerávelde empresas estrangeiras, sobretu-do asiáticas. Ademais, cerca de 23 000 vi-sitantes conferiram as novidades apresenta-das, numa ampliação de 12% em relação a2001. “Mesmo com a alta do dólar, os ex-positores ficaram satisfeitos com os resul-tados comerciais e com o movimento daHBA e da FCE", garante Joris van Wijk,presidente da empresa que organiza taiseventos no Brasil, a VNU Business Media.

Analisando a participação das empresasde embalagem, a quase-imunidade da HBASouth America e da FCE Pharma no cená-

30 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

feira

E

Imunes ao dólarHBA e FCE crescem indiferentes a período de crise cambial

rio de escalada da moeda americana tam-bém transparece. A despeito dos proble-

mas macroeconômicos, houveexpressiva quantidade de lança-mentos de produtos e estratégiasdos players atuantes na cadeia dopackaging, vistos indistintamentenas duas feiras.

Novidades em frascos, tam-pas, lacres invioláveis, válvulaspump, bisnagas, blisters, filmes

flexíveis, rótulos auto-adesivos, tintas es-peciais e outras matérias-primas e insumosde embalagem não faltaram a essa espéciede vitrine dos setores farmacêutico e cos-mético, provando que o mercado de emba-lagem vem apresentando influência e par-ticipação cada vez maiores na cadeia defornecimento de tais indústrias.

A consolidação do evento no calen-dário de feiras de negócios também

pôde ser aferida pelos eventos parale-los realizados, com destaque

para o 16º Congresso Brasileiro deCosmetologia, promovido pela organiza-ção da HBA em parceira com a AssociaçãoBrasileira de Cosmetologia. O Prêmio deExcelência no Fornecimento para a Indús-tria Farmacêutica, realizado pela FCE epelo Sindusfarma (Sindicato da Indústriade Produtos Farmacêuticos no Estado deSão Paulo), também se firmou nesta quefoi a 7a edição das feiras no Brasil.

A seguir, EMBALAGEMMARCA destacaalguns dos lançamentos vistos nos doiseventos.

Por Guilherme Kamio e Leandro Haberli

36HBA-FCE 19/08/02 17:52 Page 30

Page 28: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ago 2002 • EMBALAGEMMARCA – 31

Flexíveis “cult”Quem se lembra das antigas embalagens de creme dental feitasde alumínio? Elas praticamente desapareceram nos últimosanos, dando lugar a tubos plásticos ou laminados que unem osdois materiais – plástico por fora, alumínio por dentro. Mas asbisnagas metálicas podem estar ressurgindo, pelo menos paraprodutos mais específicos, como os chamados cosmecêuticos,que unem princípios de itens de beleza ao de um medicamento.Em alguns casos, o tubo de alumínio pode voltar como uma em-balagem “cult”, prevê Valdivo Begalli, gerente de marketing daCeball Brasil, empresa da área de tubos flexíveis, que faz partedo grupo francês Pechiney. Além do revival desse sistema, aempresa mostrou na feira uma nova tampa flip-top própria parasuas linhas de embalagem. De recrave, a Cebalcap, como foi ba-tizada, só dá encaixe se alinhada à face do tubo. “Isso aumentaa exposição da marca”, observa Begalli. Outro item interessan-te é o Angle Aplicator, pequena bisnaga plástica que conta combico direcionador, e é própria para cosméticos e itens de ma-quiagem para lábios e olhos. “É extremamente prático, pois eli-mina o uso da haste de aplicação”, destaca o executivo. (11) 4723-4700www.ceballbrasil.com.br

Child Proof em 38mmA Budplas Moldes apresentou um item raro no mercado: umatampa de rosca, com mecanismo child proof, na medida de38mm, própria para frascos plásticos de produtos farmacêuticos.Comercializado pela SPL Dessecantes, o produto se diferenciaprincipalmente por sua dimensão, já que poucas tampas childproof alcançam o diâmetro de 38mm. Para acelerar o emprego donovo fechamento em futuros lançamentos, a SPL deverá investirem parcerias com os principais fabricantes de frascos com bocano diâmetro 38mm, como a Alcan, a Sinimplast e a Vedapack. (11) 4184-7297 • [email protected]

Dose única,aplicações múltiplasA italiana Lameplast mostrou sua am-pla linha de strips mono doses, que po-dem acondicionar tanto cosméticosquanto produtos farmacêuticos. “Em-bora seja um mercado importante paranós, as ações de amostragem represen-tam apenas um setor de potencial con-sumo para esse tipo de embalagem”,afirma Claudia Lodi, gerente de ven-das da empresa. Na área de cosméti-cos, um dos principais clientes da La-meplast é uma empresa espanhola, queusa as micro-bisnagas de dose únicapara acondicionar suas loções anti-ru-gas. “Acreditamos que, como ocorrena Europa, o Brasil tem grande poten-cial para embalagens mono dose”, si-naliza a gerente da Lameplast.+39 059 [email protected]

ST

UD

IO A

G

ST

UD

IO A

G

DIV

ULG

ÃO

36HBA-FCE 19/08/02 17:52 Page 31

Page 29: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

32 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

Quase tudo em casaO grupo franco-americano Seaquist Valois, espe-cializado em tampas, pumps e válvulas dosadoraspara os mercados de perfumaria, cosméticos e far-macêuticos, expôs seus planos de progressiva na-cionalização produtiva. “Muitos dos componentes ainda são importados”, comenta Moacir Camargo, di-retor-geral da empresa no Brasil. “Mas hoje temos total capacidade de repetir o padrão de qualidade vis-to lá fora nas linhas da nossa unidade brasileira.” Para gerar demanda suficiente para a produção na fábri-ca de Itapevi (SP), novos clientes vêm sendo prospectados, às vezes fora do espectro de mercado restritoàs marcas líderes. “Sobretudo na área de perfumes, nossos produtos são direcionados a itens de maior va-lor agregado, mas hoje atendemos muitas empresas pequenas, que se surpreendem por poder comprar co-nosco”, relata Camargo. A injeção dos atuadores, item das válvulas pump que é acionado para que o pro-duto seja expelido da embalagem, já vem sendo feita quase que totalmente no Brasil. “Com essa estraté-gia, poderemos oferecer preços ainda mais competitivos”, garante o diretor-geral da Seaquist Valois.(11) 4141-4344 • [email protected]

Frascos em novos diâmetrosDurante o evento, a Alcan Packagingdeu visibilidade aos seus mais recentesfrascos de PET para a indústria farma-cêutica, lançados nos volumes de 60ml,120ml, 200ml e 250ml. Produzidos pe-los sistemas de injeção ou estiramento,têm alta transparência e brilho, granderesistência ao impacto e são recicláveis.Além disso, a empresa garante gargalos isentos de rebarbas.(11) 4075-6519 • www.alcanpackaging.com

Onipresença e alta barreiraRepresentada pela empresa MedicalPackaging, integrante da divisãoHealth Care Flexibles, a gigante Re-xam, considerada a maior fabricantede latas para bebidas do mundo, apre-sentou suas linhas de embalagens hos-pitalar, odontológica, industrial e far-macêutica. Nos dois primeiros casos,os destaques foram envelopes flexí-veis assépticos auto e termo-seláveis.Também composta por envelopes, a li-nha industrial é voltada a artigos médi-co-hospitalares, e combina avançoscomo barreira microbiana a bons ní-veis de resistência mecânica. Um doscarros-chefes da empresa na área dehealth care, contudo, é a linha farma-cêutica, composta por filmes termo-formáveis transparentes, de alta bar-reira a umidade e próprios para com-posição de blisters de medicamentos.Um dos destaques é o filme Tyvek,que a Rexam utiliza sob licença daDuPont, detentora da patente.(11) 3819-0244www.rexammedical.com.br

Museu-estande-showA Wheaton aproveitou o evento para comemorar suas cinco dé-cadas de atuação no país. Ocupando 600m2, a área de exposiçãoda vidraria era uma das maiores das feiras, e contava com umaamostra bem ilustrativa e abrangente da história dos frascos defragrâncias no Brasil. Além de clássicos como as embalagens deperfume em formato de Padre Cícero, Cavalo de Xadrez e Totem,a empresa aproveitou para lembrar outros marcos de sua atuaçãobrasileira. Um deles foi o recebimento, na década de 90, do prê-mio internacional World Star, conquistado em conjunto com aNatura, graças aos frascos da linha Mamãe & Bebê. Além do ju-bileu de ouro, a vidraria Wheaton comemorou os prêmios de Me-lhor Fornecedor de Embalagens para a Indústria Cosmética, e ode Melhor Fornecedor de Embalagem de Vidro para a IndústriaFarmacêutica, este último conferido pelo Sindusfarma (Sindicatoda Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo).Além desses atrativos, o estande da vidraria consituiu-se ele pró-prio num show, dado a idéia conceitual de apresentar de formacriativa os quatro elementos básicos para a formação do vidro:água, areia, vento (sopro) e fogo. Para este, foram montados doisfornos funcionando a 1 200ºC, com artesãos moldando na horapeças artesanais e artísticas de diferentes formatos.(11) 4355-1899 • www.wheatonbrasil.com.br

FO

TO

S:

DIV

ULG

ÃO

36HBA-FCE 19/08/02 17:53 Page 32

Page 30: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

Ganho produtivo em blistersO Polybar, um novo tipo de barreiraplástica para blisters desenvolvido pelaempresa alemã VAW, está sendo intro-duzido ao mercado pela Graffo Para-naense de Embalagens. Trata-se deuma estrutura coextrudada, baseada naresina COC, da Ticona, que leva umacobertura de adesivo e polietileno.Isento de PVC e PVDC, o materialadapta-se às blistadeiras já existentesnas linhas de embalagem dos clientese, de acordo com Eduardo Colen Nu-nes, diretor da Graffo, “é ambiental-mente amigável e de custo atraente”.(41) [email protected]

Acionamento lateralA Pfeiffer apresentou, ainda comoprotótipo, um sistema de spray nasalcom mecanismo de aplicação lateraldo tipo alavanca. Tal invenção ren-deu à empresa um prêmio no Ger-man Packaging Award, o concursode embalagem mais prestigiado daAlemanha. Segundo RosemeireFrangiotti Martins, consultora de ne-gócios da empresa, o sistema propor-ciona ergonomia, pode ser usado emqualquer posição, tem mecanismochild proof e é uma alternativa para adiferenciação em medicamentos degôndola (OTC).(11) 5502-9990 • www.pfeiffer.de

36HBA-FCE 19/08/02 17:53 Page 33

Page 31: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

opularíssimo no Brasil, odesodorante em spray dotipo squeezable está ga-nhando apresentações mo-

dernas, que varrem qualquer complexode vira-lata que eles poderiam carregarpor serem versões mais econômicas.Exemplo disso é a nova embalagem dalinha Axe, da Unilever. Para dar umaresposta a uma parcela de consumidoresque dizia ser incômoda a presença datampa no conjunto do produto, a fabri-cante está inovando com uma embala-gem “sem chapéu”, que facilita bastan-te o manuseio pelo usuário. Em vez deduas mãos, agora apenas uma é neces-sária para a aplicação do desodorante.

Isso é possível graças ao modernosistema push-pull que foi incorporadoaos frascos, que integra as funções detampa e aplicador. Com ele, basta oconsumidor empurrar com o polegar

36 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

making of

P

Mãozinha aoconsumidor

Sistema push-pull donovo Axe eliminatampa e ajuda na

aplicação

uma pequena alavanca em sua parte su-perior, que tem leves ranhuras, e apertaro frasco, para direcionar o jato nas axi-las. Segundo a Unilever, a válvula donovo sistema garante uma melhor pul-verização e diminui a probabilidade deo líquido escorrer pelo corpo.

O interessante é que a tecnologia, ex-clusiva e patenteada pela multinacionalanglo-holandesa, foi desenvolvida aquino Brasil, por uma equipe interna lide-rada por Reginaldo Tavares, da área deprojetos de embalagens para desodoran-tes da Unilever. “O aplicador spray é omais vendido no Brasil, detendo 34% departicipação, mas até agora nenhumaempresa havia direcionado investimentopara essa embalagem”, sintetiza MarkWormser, gerente de marca da UnileverHigiene e Beleza. “Seguramente, agoratemos o spray mais moderno e diferen-ciado da categoria”.

Na linha remodeladacom o aplicador,

destaque tambémpara a decoração

FO

TO

: D

IVU

LGA

ÇÃ

O

36makingof 19/08/02 18:24 Page 36

Page 32: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ago 2002 • EMBALAGEMMARCA – 37

Apoio dos fornecedoresPara chegar até o resultado final, aequipe de Tavares trabalhou em siner-gia com os fornecedores dos compo-nentes da embalagem. No caso do apli-cador push-pull, a Globalpack pôs emandamento um projeto customizado,que levou cerca de dezoito meses parachegar ao fim. “Foi um imenso trabalhode laboratório”, afirma Élcio Pellegrini,vice-presidente comercial da Global-pack. “O leque de propriedades exigidoera composto pelo jato, que tinha queser vertical, uma vaporização específi-ca e a estanqueidade perfeita”, ele con-ta. “Além disso, tínhamos que ter sem-pre em mente o apelo visual e a questãode custos.”

Partindo de um molde piloto, as pe-ças plásticas foram extraídas para a de-finição do melhor ponto de manuseio dogatilho. Logo depois, vários protótiposforam concebidos, e sucederam-se ostestes de manuseio, transporte e estoca-gem do conjunto. O molde final daembalagem foi encomendado a umaempresa austríaca, e se adaptou poste-riormente à célula de montagem da Glo-balpack, em Vinhedo (SP), para a inje-ção e montagem em escala industrial.

Outro ponto nevrálgico do projetoera o casamento do conjunto superior

com o frasco, fabricado pela Sinimplastna unidade in-house mantida na fábricada Unilever, também na cidade de Vi-nhedo. “Como a nova tampa possui po-sição definida, com forma toda ondula-da, foi preciso encontrar uma relaçãode casamento com o frasco, para o en-caixe perfeito”, diz Ricardo David, ge-rente de engenharia da Sinimplast. Pel-legrini, da Globalpack, ressalta o esfor-ço conjunto com a Sinimplast para atin-gir o passo concordante da onda doaplicador com a rosca do corpo.

Didática da aplicaçãoDavid, por sua vez, ainda destaca nofrasco, feito a partir de uma blenda dePEAD com PEBD para atingir o efeitosqueezable, o rótulo, em heat transfer,aplicado pela sua empresa. “Ele temum acabamento opaco, que dá um efei-to bastante singular ao produto”.

Por fim, como os feitos não têmefeito sem divulgação, a Unilever, apósa obtenção do sistema, busca difundi-loao público, através de um plano de mí-dia já em andamento. “Como o Axespray é completamente diferente daembalagem que por décadas dominou omercado, um dos nossos objetivos é ode orientar o consumidor a usar o novoproduto”, arremata Mark Wormser.

Globalpack(11) 5641-5333www.globalpack.com.br

Sinimplast(11) 4061-8300www.sinimplast.com.br

O novo sistema push-pull em ação: primeiro, levanta-se a parte central do conjunto com o polegar (1); o

produto é direcionado e aplicado através do aperto no frasco (2); por fim, o aplicador volta à posição inicial,

com a ajuda das ranhuras existentes em sua parede

1 2 3

ST

UD

IO A

G –

AN

DR

É G

OD

OY

36makingof 19/08/02 18:24 Page 37

Page 33: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

Nada de cores indigentesA americana Pantone, criadora e produtora das escalas de cores usadas naindústria gráfica e no design, está lançando no Brasil o Color Cue, um detec-tor de cores portátil. Desenvolvido para auxiliar o processo criativo, o produtotraduz qualquer cor impressa – em uma superfície de, no mínimo, 8mm dediâmetro – nos valores Pantone, CMYK, RGB, HTML e Lab. Para isso, o apa-relho emite, sobre a superfície analisada, um feixe de luz branca pura e lêseu reflexo, identificando a cor. O resultado é uma referência bastante próxi-ma da cor analisada. Com esta informação, o usuário pode também, consul-tando a guia Pantone, obter suas variações.(11) 3242-6684 • [email protected]

Litografia sem fotolitoUm importante investimento acabade ser feito pela Metalúrgica Moco-ca, que produz 80 milhões de lataspor mês. Com a instalação de umCtP Xpose! Lüscher, a empresa é aprimeira metalgráfica do país a di-gitalizar seu processo de produçãolitográfica, eliminado a necessida-de de fotolitos. De acordo com Pe-ter Jungblut, diretor da Gutenberg,que comercializa o equipamentono Brasil, o sistema dá precisão su-perior de registro e maior agilida-de na hora de fazer pequenas alte-rações nas imagens ou nos textos.“Queremos atender as exigênciascada vez maiores de nossos clien-tes na melhora do visual das emba-lagens”, diz Ramon G. Sanchez,gerente de departamento da Moco-ca. “Com a eliminação do filme noprocesso de gravação das chapas,as imagens ganham maior nitidez equalidade, e mesmo as minúsculasletras utilizadas na embalagem po-dem ser impressas com uma defini-ção perfeita”, comenta Jungblut.Metalúrgica Mococa (19) 656-9300

Gutenberg (11) 3225-4400

www.gutenberg.com.br

Número 100 000 está no BrasilA Heidelberg entregou recentemente a 100 000ª unidade de impressão da

Printmaster GTO 52, como parte de uma impressora quatro cores, para a gráfi-

ca brasileira Logus Editora Gráfica, de Santo André (SP), em cerimônia realiza-

da durante um Tech Tour que contou com a presença de dezoito gráficas bra-

sileiras na Alemanha, toda a diretoria da Heidelberg e os operários da empresa

que fabrica a GTO. A Logus, resultado da fusão de duas gráficas no ABC pau-

lista, atua principalmente nos segmentos comercial e promocional. Com mais

de 60 000 unidades instaladas, a GTO 52 é a impressora offset mais vendida

no mundo. Seus principais mercados são Alemanha, Estados Unidos, China,

Brasil, Itália e Espanha. A GTO 52 imprime em formato 36cm x 52cm, que ficou

conhecido como “formato GTO”. www.heidelberg.com.br

Uma das mais renomadas

empresas de artes gráficas do

país, a Takano anunciou algu-

mas alterações administrati-

vas, como extensão dos in-

vestimentos de 20 milhões de

dólares feitos nos últimos dois

anos, para acelerar o cresci-

mento de seus negócios. Um

novo corpo diretivo foi forma-

do, com a nomeação de Ro-

berto Barbeiro como presiden-

te-executivo e Mario Nishiya-

ma como vice-presidente.

O fundador da empresa, Anto-

nio Takano, continua como

presidente do Conselho de

Administração do Grupo e do

Conselho Deliberativo do

Instituto Takano.

(11) 5694-9999

www.takano.com.br

Takano reestruturada

38 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

36painel 19/08/02 16:35 Page 38

Page 34: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

Toda a família listadaUm novo catálogo, contendo toda a linha de produtos, será lançado pelaBrasilcote em setembro. A empresa é especializada na produção de papéise cartolinas de altíssimo brilho e lisura, destinados à impressão de rótulosde bebidas, materiais de higiene e limpeza, cosméticos, produtos farmacêu-ticos, alimentos, linha escolar, linha editorial e de embalagens em geral.O catálogo é em tamanho ofício e terá lâminas impressas, contendo umaimagem e a especificação de cada tipo de papel e de papel cartão. Segun-do informa a área de marketing da Brasilcote, o principal objetivo da em-presa com o lançamento do catálogo é destacar a qualidade de seus pro-dutos, bem como o efeito da impressão sobre eles.(11) 4360-6211 • www.brasilcote.com.br

O grupo italiano Cerutti anun-

ciou a aquisição da empresa

americana Bernal Technologies,

especializada na fabricação de

facas rotativas para a produção

de cartuchos. Tal aquisição

consolida a presença do grupo

na indústria de conversão de

embalagens, especialmente na

produção em linha de cartu-

chos, impressos em rotogravu-

ra ou flexografia, para sucos e

leite assépticos, detergentes,

pasta de dentes, cereais e

achocolatados, entre outros.

Vale lembrar que o grupo já

havia adquirido anteriormente

a Flexotecnica, em 1995, a

Zerand, em 1998, e a Ibérica,

em 1999.

Com previsão de faturamento

de 250 milhões de euros em

2002, a Cerutti detém 56% do

mercado de grandes impresso-

ras para a impressão de revistas

e 32% do mercado de impres-

soras para embalagens flexíveis.

De acordo com a empresa, as

recentes aquisições vão lhe per-

mitir desempenhar também um

papel significativo na impressão

e conversão de cartuchos. No

Brasil, a Cerutti é representada

pela Charles/Brasil.

(11) 3815-1737

[email protected]

Grupo Cerutti adquire a Bernal

36painel 19/08/02 16:36 Page 39

Page 35: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

filão dos produtos voltadosao público infantil vem setransformando num dos maisatraentes geradores de recei-

ta para as empresas da área de cosméticose perfumaria. Um dos atestados disso é aquantidade de reformulações que ultima-mente vêm sendo feitas na apresentaçãode tais linhas, para tornar sua comunica-ção mais direta.

Entre esses recentes casos, destaca-seo do redesign da linha infantil da L’acquadi Fiori. Com um novo posicionamentode conceito estético, tornando-o menosgenérico e mais orientado ao público-alvo, a empresa conseguiu neste ano umaumento de 40% nas vendas em relaçãoao mesmo período quadrimestral (janeiroa abril) do ano anterior.

Coordenado pela Hi Design, o traba-lho de reformulação não se ateve apenasao desenvolvimento de um novo visual.Ele envolveu também a criação de umaembalagem secundária exclusiva, um

40 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

design

O

Otimização de custosRedesenho gera apelo visual e custos menores à L’acqua di Fiori

cartucho de papel cartão com aspectosinovadores. A partir do desenvolvimentode uma faca especial, chegou-se a um de-senho de cartucho que já possui um berçoa ele embutido – item que geralmente éacoplado separadamente e que representaum custo adicional ao conjunto. “Isso ga-rante ao usuário uma otimização gráfica ede montagem”, comenta Christian Klein,sócio-diretor da Hi Design.

Cavalo na janelaAlém do ganho estrutural com um cartu-cho que dispensa acessórios, o projetoconseguiu, ainda, garantir otimizaçãográfica – e de custos – ao bolar uma ma-neira de fazer com que todas as embala-gens da linha sejam obtidas a partir deuma única folha. Ou seja, cada folha aser impressa comporta uma unidade decada um dos cartuchos da linha.

Continuando na praia do corte e vin-co, os cartuchos trazem uma janela noformato de um cavalo marinho, em con-

FO

TO

S:

ST

UD

IO A

G –

AN

DR

É G

OD

OY

Janela especial donovo cartucho

permite a visualizaçãodo nome do produto

36design-lacqua 19/08/02 16:53 Page 40

Page 36: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ago 2002 • EMBALAGEMMARCA – 41

sonância com os ícones escolhidos paradar identidade à linha, os de animaismarinhos. “Dessa forma, a visualizaçãodo produto, seu nome e a designação ge-nérica são claros”, pondera Klein.

Para dar a resistência necessária nosmomentos logísticos e de manuseio docartucho por parte dos franqueados darede, decidiu-se pelo uso do papel cartãoTP Hi Bulky, da Suzano, com gramaturade 300g/m2. A fornecedora do papel, aliás,contribuiu no projeto, dando o suporte àsideias da agência. Para a impressão, a es-colhida foi a gráfica Lavezzo, pelo seu ex-pertise em embalagens para cosméticos.

No campo visual, partiu-se de um es-tudo de letterform para se criar o logotipoe um alfabeto vinculado à personalidadedo público infantil, para estampar os dize-res do cartucho e do rótulo. Este último,aliás, é um auto-adesivo transparente deplástico, feito pela Maxcor, que, combi-nado ao frasco plástico, da Rangel Herin-ger, confere efeito no label look à embala-gem. “O objetivo era o de compor um ce-nário, não só para caracterizar fortementeuma linha, mas também para fortalecer aexposição dos produtos no ponto-de-ven-da, possibilitando um arranjo de exposi-ção versátil”, conclui Klein.

Cia. Suzano(11) 3037-9446www.suzano.com.br

Hi Design(11) 251-5531www.hi-design.com.br

Lavezzo(11) 3612-2555www.lavezzo.com.br

Maxcor(31) 388-1599www.maxcor.com.br

Seaquist Valois (tampas)(11) [email protected]

Visual antigo da linha tinhacomunicação menos direcionada e predomínio de tons pastel

Berço, acoplado àestrutura cartonada,mantém produto nolugar e dispensa peça adicional

36design-lacqua 19/08/02 16:53 Page 41

Page 37: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

esigners de embalagem, produtores deagências de publicidade impressa, dire-tores de arte do mercado editorial e de-mais profissionais de criação envolvidos

com a indústria gráfica têm uma nova oportunidadede divulgar seu trabalho, além de ter suas aptidõesrecompensadas. Trata-se do recém-lançado PrêmioMax Feffer de Design Gráfico, iniciativa da Cia. Su-zano de Papel e Celulose. As inscrições vão até 8 denovembro próximo.

Além de homenagear seu fundador – e tambémincentivador das artes e da cultura do país (ver qua-dro) –, a empresa tem em vista a possibilidade de es-timular o uso de materiais de sua produção. Serãopremiados trabalhos gráficos impressos em dois pa-péis específicos criados pela Suzano: o Reciclato,primeiro papel reciclado produzido industrialmenteno Brasil, e o Supremo Duo Design, papel cartão quepermite impressões policromáticas de alta qualidadena frente e no verso.

Ao todo serão concedidos, no início de dezembrodeste ano, dezesseis prêmios, divididos em cinco cate-gorias – Embalagem, Editorial, Promocional, Corpora-tivo e Miscelânea. Além de prestígio ao portfólio, oPrêmio Max Feffer irá agregar valores expressivos àconta corrente dos ganhadores. O criador do trabalhovencedor de cada categoria receberá um prêmio de12 000 reais, e o segundo colocado levará 5 000 reais.

Em tempos de enxurrada de prêmios com caráterduvidoso, a lisura deste criado pela Suzano transparece,entre outros aspectos, na metodologia de escolha dos

42 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

prêmio

DSuzano lança prêmio para profissionais da área gráfica

ganhadores. Os trabalhos concorrentes serão julgadospor uma comissão de cinco profissionais atuantes nomercado de criação (Gilberto Strunck, Helga Miethke,Ricardo Ohtake, Rico Lins e Ronald Kapaz,), que tam-bém conta com uma curadora, a jornalista Ethel Leon.Além disso, o prêmio foi elaborado seguindo exigentesdiretrizes do renomado Icograda (abreviação em inglêsde Conselho Internacional de Designers Gráficos).

Convém ressaltar que a candidatura ao PrêmioMax Feffer é gratuita. É um detalhe que, além de es-timular a participação do maior número possível deconcorrentes, só reforça a impressão de que é umapremiação criada com rigorosos critérios de igualdadepara os eventuais concorrentes, e de ética no julga-mento dos trabalhos.

Talento à prova

Figura históricaEmbora sempre tenha tido umimenso potencial, em virtude de seuclima e geografia, o Brasil nemsempre foi um forte produtor de ce-lulose, como é hoje. Pode-se até di-zer que o histórico brasileiro nesseramo é recente, se comparado a ou-tros países. Até o início da décadade 50 do século passado, o Brasilera um mero importador da fibra.Foi naquele tempo que um grupo decientistas se dedicou a pesquisaruma tecnologia que acabou revolu-

cionando a fabricação de papel, noBrasil e no mundo: a extração decelulose a partir do eucalipto. Ogrupo era liderado pelo paulistanoMax Feffer, que durante anos foipresidente do Conselho e diretor daCia. Suzano de Papel e Celulose.Falecido no ano passado, aos 75anos, Feffer também se notabilizoupor sua atuação no cenário cultural.Na década de 70, foi secretário deEstado da Cultura, Ciência e Tecno-logia de São Paulo. Paralelamente,era sócio-fundador do Museu deArte Moderna de São Paulo (MAM),

além de ter sido membro do conse-lho da Sociedade de Cultura Artísti-ca. Não bastasse ter liderado umadas maiores companhias de papeldo mundo, Max Feffer deixou um le-gado de máximas e aforismos,como o de que “a vida que a gentequer depende apenas do que a gen-te faz.”

36premio 19/08/02 17:19 Page 42

Page 38: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ago 2002 • EMBALAGEMMARCA – 47

os vinte e poucos anos, osjovens enfrentam aquela sa-bida fase de afirmação eamadurecimento. Movi-

mento semelhante está acontecendocom o design de embalagem, que querfortalecer sua representatividade comosetor econômico e empresarial no país.Para tanto, um significativo passo aca-ba de ser dado pelo Comitê de Designda Associação Brasileira de Embala-gem (ABRE): a realização de uma iné-dita pesquisa setorial, que pela primei-ra vez proporciona uma leitura do de-sign de embalagem tupiniquim combase em números.

O escrutínio, realizado a partir dedados fornecidos pelas 37 agências in-tegrantes do Comitê, está servindo paraanalisar e propor formas de fomentar odesempenho do setor, pois se estimaque os serviços de design e embalagemmovimentam hoje cerca de 48 milhõesde dólares anuais, o que representará0,4% do faturamento da indústria deembalagem nacional prevista para2002. “Se considerarmos que o designde embalagem representa 1% da movi-mentação industrial nos Estados Uni-

estudo

A

Cases em númerosPela primeira vez, design de embalagem ganha um panorama setorial

dos, acreditamos haver espaço para do-brar o percentual de participação do se-tor no Brasil”, afirma Manoel Müller,coordenador do Comitê de Design daABRE e diretor da Müller Associados,que condensou a pesquisa em um ensaioque irá figurar no documento BrasilPack Trends 2005 versão 2002, organi-zado pelo Centro de Tecnologia em Em-balagens de Alimentos (CETEA).

Números difusosPelo estudo, 46% das empresas pesqui-sadas têm entre dois e cinco anos de ati-vidade, a chamada zona de risco demortalidade empresarial. No entanto,contrabalanceando essa proporção, 38%delas têm mais de dez anos, ou seja, já

O Comitê de Design da ABRE estádistribuindo um manual básicosobre a contratação de serviçosdos seus associados, buscandoinformar ao empresariado como,quando e por que utilizar o designde embalagem. Dividido em tópi-cos, o volume dá orientações quevão desde a abertura de uma con-corrência entre agências e comoanalisar um portfólio até comoacompanhar tecnicamente o an-damento do projeto solicitado.

Catecismo para as indústrias

GRÁFICO 1Número de projetos concluídos

Até 10 projetos no ano

Entre 10 e 20 projetos

Entre 20 e 30 projetos

Entre 30 e 40 projetos

Entre 40 e 50 projetos

Acima de 50 projetos

31%

23%15%

8%

8%

15%

36design 19/08/02 17:00 Page 47

Page 39: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

48 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

atravessaram os períodos mais críticosde estabelecimento do negócio. A maio-ria (61%) tem entre dez e vinte funcio-nários, e a receita líquida mais citada éa de até 500 mil reais por ano. Em mé-dia, o design de embalagem representa60% do total de receitas das agências,que invariavelmente atendem ainda aprojetos de criação ou renovação deidentidade visual, sinalização e outros.O número de projetos concluídos porano também é difuso (gráfico 1).

Quanto à natureza dos projetos, acriação de um novo rótulo é a atividademais solicitada às agências, sendo que asolicitação de novos formatos é menoscomum (gráfico 2). “Isso talvez ocorrapor fatores de custo, apesar da diminui-ção de custos relativos obtidos na con-fecção de moldes e pré-formas nos últi-mos cinco anos”, observa Müller. A se-gunda atividade mais pedida aos proje-tistas de embalagem é a adaptação deembalagens, sendo que 70% destes tra-balhos são de embalagens já existentesno Brasil – o restante advém de adapta-ções de projetos internacionais.

A mesma proporção é encontrada na

análise das marcas aplicadas aos proje-tos: 70% dos trabalhos envolvem mar-cas já existentes e 30% se prestam aolançamento de novas marcas. Para Mül-ler, “isso revela que a prática de exten-são de linhas vem sendo freqüente.”

Busca às nacionaisUm dado particularmente importante,de acordo com Müller, é o da participa-ção na receita líquida por origem dosclientes (gráfico 3). Os grandes estimu-ladores do mercado para as agênciassão as grandes empresas multinacio-nais, com 70% de participação. “A cul-tura em seus países de origem com-preende a dimensão e a importância dodesign de embalagem para a competiti-vidade dos produtos”, analisa Müller.

Tal aferição baliza um dos principaiscaminhos a serem tomados pelo setor, o deestender para as empresas nacionais os be-nefícios do design de embalagem, “princi-palmente para as pequenas e médias, quepossivelmente são mais carentes desse tipode serviço e pouco o utilizam”, pontifica ocoordenador do Comitê da ABRE.

GRÁFICO 2Natureza dos projetos

GRÁFICO 3Participação na receita líquida

por origem dos clientes

Criação de nova comunicação visual

Adaptação de uma embalagem existente

Criação de novo formato de embalagem

Multinacionais

Grande empresa nacional

Pequena e média empresa nacional

ABRE(11) 3082-9722www.comitedesign.abre.org.br

50%

17%

70%

25%

5%

33%

36design 19/08/02 17:00 Page 48

Page 40: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

Telefone: (11) 5181-6533 • Fax: (11) 5182-9463

modulos36 19/08/02 14:22 Page 1

Page 41: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

entre os variados meios de co-municação a que as empresaspodem recorrer, há aquelasque concentram toda sua verba

de mídia para participar como expositorasem feiras de negócios, cometendo o ele-mentar equívoco de “dar um tiro de ca-nhão” para – talvez – matar um bando depassarinhos. Se der certo, ótimo. Se não, aoinvés de uma boa caçada, o resultado poderesumir-se ao ato de espantar as “presas”.

Tirante a maneira deselegante de referir-se àquele que é sempre decantado como“parceiro” e como “rei” – isto é, o cliente –,fazer a coisa certa exige afinado critério naescolha do evento e no trato com o público.Ao detectar a necessidade das empresas deotimizarem seus investimentos nessa mídia,a Messe Frankfurt GmbH, uma das trêsmaiores empresas mundiais de feiras, pre-sente no Brasil desde 1993 e com filial des-de 1997, lançou no país os seminários e pa-lestras da Akademie Messe Frankfurt.

Trata-se de um setor especializado emoferecer essas atividades aos interessados“em realizar e participar de feiras com efi-ciência e sucesso”, segundo Monika Ar-nold, coordenadora da Akademie Messe noBrasil. São dois os seminários: Sucessocom Feiras no Exterior e Feiras de A a Z.Neles, os participantes recebem dicas paraotimizar os resultados de uma feira. Podem

50 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

eventos

DO momento é difícil, mas presença em feiras é muito importante

ser feitas também palestras sob medida e in-house, a pedido das empresas.

Os seminários e palestras são ministra-dos em São Paulo pela própria Monika, queé pós-graduada em marketing internacional,com base na experiência e em know-how demais de vinte anos da matriz da AkademieMesse, localizada em Frankfurt, na Alema-nha. Além de São Paulo, onde já ocorrem,em 2003 tais eventos serão levandos paraRio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Belo Ho-rizonte, Natal, Porto Alegre e Blumenau.

Força lá foraOutro ponto forte – aliás o mais forte – daMesse Frankfurt é sua atuação no exterior,principalmente em sua cidade-sede, Frank-furt. Para falar sobre a oportunidade repre-sentada por esse tipo de participação, seupresidente, Gerhard Gladitsch, reuniu-se re-centemente em São Paulo com empresáriose representantes da imprensa especializadaem diferentes segmentos de negócios emque o grupo atua. Ele relatou que, nos even-tos conduzidos pela Messe Frankfurt naAlemanha, estiveram representados no anopassado 51 expositores brasileiros. “Nestemomento, frente à situação tensa da econo-mia brasileira, cresce o significado das fei-ras como plataforma comercial”, disse.

De fato, o momento talvez coloque dúvi-das quanto à participação das empresascomo expositoras em feiras. Mas parece nãoser assim quanto à necessidade de visitá-las:no país, para conhecer o que ocorre aqui; noexterior, como forma dinâmica de entrar emcontato com novas tecnologias, potenciaisclientes ou parceiros internacionais.

Na pior das hipóteses, nas horas vagasaproveita-se para fazer turismo, otimizandoo valor do dinheiro, um forte argumentonestes tempos de dólares e euros voandorumo ao infinito – ou, mais apropriadamen-te, de real rolando ladeira abaixo. No casode Frankfurt, como lembrou Gladitsch, nin-guém terá do que se lamentar.

Vista frontal do Fórum da Messe Frankfurt

DIV

ULG

ÃO

Messe FrankfurtTel: (11) 3839-7257/7258Fax: (11) [email protected]

Vale a pena ir

36feiras 19/08/02 16:05 Page 50

Page 42: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ntrever projetos e tendênciasque poderão fazer a diferençanas gôndolas que serão visita-das por nossos netos e bisne-

tos. Cumprir essa tarefa de fôlego é o ob-jetivo do relatório Pack Vision, feito re-centemente pelo grupo europeu Scopes, apedido do salão francês Emballage (verEMBALAGEMMARCA nº 35). Baseado emanálises de cases de embalagem coletadosao redor do mundo, o estudo, do qual EM-BALAGEMMARCA foi a única revista brasi-leira a ter acesso, apresenta projeções rea-lísticas sobre o visual e a funcionalidadedos produtos daqui para a frente.

Para obter essa espécie de antevisãodas prateleiras de supermercados do futu-ro, os realizadores do estudo, os designersGerard Caron e Caróle Réfabert, identifi-caram e classificaram em ordem de impor-tância o que chamam de seis necessidades-chave dos consumidores de todos os tem-pos. Baseados nesses critérios, passaram arefletir sobre suas possíveis influênciasnos hábitos de consumo e nas estratégiasde lançamento de produtos dos anos que

52 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

marketing

E

Sem bola de cristalEstudo francês aponta rumos das embalagens no futuroPor Leandro Haberli, enviado especial a Paris

estão por vir. Sem a presunção de acertarna mosca, o estudo aponta tendências plau-síveis, até porque todas são comprovadasem projetos bem atuais de embalagem.

O problema é que as tais necessidades-chave dos consumidores acabaram defini-das de maneira exageradamente conceitual– individualidade, racionalidade, bem-es-tar, preocupação ambiental, rebeldia e refe-rências. Mesmo assim, o estudo é valiosopelo esforço de pesquisa e coleta de casos,e também merece atenção por ser sedimen-tado por números bastante recentes domercado mundial de embalagem.

Divisão do boloSegundo o Pack Vision, em 2001 a produ-ção global de embalagem movimentou305 bilhões de euros, ou 2% da economiamundial. Reforçando a idéia de que o con-sumo de embalagem é uma das referênciasmais confiáveis da movimentação de umaeconomia, o relatório lembra que no Japãoe nos Estados Unidos a média anual deconsumo de embalagem por habitante ésuperior a 400 dólares. Na América do Sulesse índice é menor que 50 dólares, e naEuropa gira em torno de 300 dólares (grá-fico à esquerda). Sozinhos, Estados Uni-dos e Europa Ocidental arrematam quase60% do mercado mundial de embalagem(gráfico na página seguinte).

Ainda nos números, o relatório faz ob-servações sobre alterações de padrõescomportamentais dos consumidores euro-peus nas últimas duas décadas, bem comosobre a mudança estrutural por que passa-ram os supermercados de lá nesse período.Segundo o Pack Vision, o tempo médio depermanência dos consumidores nos super-mercados franceses diminuiu de 1 hora emeia para 50 minutos, entre 1980 e 2000.No mesmo intervalo, as áreas de exposi-ção dos supermercados franceses cresce-E

STA

DO

SU

NID

OS

– 4

00

JA

O –

400

EU

RO

PA

– 3

00

AM

ÉR

ICA

DO

SU

L– 5

0

LE

ST

EE

UR

OP

EU

– 5

0

Consumo per capita de embalagem (em dólares)

FO

NT

E:

SC

OP

ES

36packvision 19/08/02 15:58 Page 52

Page 43: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ago 2002 • EMBALAGEMMARCA – 53

ram apenas 10%, ao passo que o númerode itens nas prateleiras foi ampliado em105% – a cada ano, 35 000 novos itens sãolançados em supermercados por lá.

Neste ponto caberia um parêntese so-bre o mercado brasileiro, e talvez o daAmérica Latina de uma forma geral (que oPack Vision não fez). No intervalo emquestão, o varejo do Brasil assistiu à for-mação, que na Europa e nos Estados Uni-dos já se havia dado em anos anteriores,das grandes redes hipermercadistas. Elasfomentaram o surgimento de novas cate-gorias de produto, além de difundir um nú-mero até então impensável de marcas nummesmo segmento. Assim, embora a áreamédia de exposição dos supermercadosbrasileiros tenha crescido muito mais que

10%, também vivemos por aqui uma ondade lançamentos cada vez mais impressio-nante de novos itens nos supermercados,fenômeno importantíssimo para a área deembalagem.

Presença japonesaVoltando ao estudo, na lista dos cases deembalagens eficientes e bem-planejadas, acuriosidade é a existência de um númeroconsiderável de produtos japoneses. Osdesigners que elaboraram o relatório paraa feira Emballage não fizeram maiores ex-planações sobre esse fato, mas a restriçãoa Europa, Estados Unidos e Japão entre oscases escolhidos reforça uma impressãocorrente de quem já visitou eventos de ne-gócio internacionais: mercados como obrasileiro ainda são ingenuamente ignora-dos em muitos dos estudos de marketingapresentados em tais ocasiões.

Para demonstrar a preocupação am-biental que deve nortear cada vez mais osprojetos de embalagem, foi escolhida amarca de sabão em pó Attack, sucesso devendas em Tóquio. Visando minimizar oimpacto ambiental do descarte das suasembalagens, o sabão japonês foi lançadonuma versão compacta que, mesmo utili-zando 80% menos material de embala-gem, rende o mesmo do que o vendido no

Participação de cada região nomercado mundial de embalagens

América do norteEuropa

Ásia – PacíficoJapão

América do SulResto do mundoLeste Europeu

30,1%

28,5%

14,3%

12,6%

6,3%5,6%2,6%

FO

NT

E:

MT

I, 19

99

Sabão em pó japonês: embalagem reduzida para

minimizar impacto ecológico

FO

TO

S:

DIV

ULG

ÃO

36packvision 19/08/02 15:58 Page 53

Page 44: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

54 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

cartucho de tamanho natural. Talvez sejamais uma questão de espaço do que depostura ecológica, mas, mesmo assim, aredução das embalagens, que tambémocorre em função do crescente públicosingle, é mesmo uma tendência inequívo-ca, perceptível não apenas no Japão.

Saciando desejosUma lata de saquê com sistema de auto-aquecimento foi outro case escolhido nopaís do sol nascente. O estudo relaciona aembalagem metálica com o que chama de“necessidade racional” dos consumidores.Nos produtos e em suas embalagens, issose refletiria em pequenas obviedades,como projetos mais funcionais, preocupa-dos em facilitar pequenas tarefas cotidia-nas e otimizar o tempo das pessoas. O de-sejo de bem-estar refletiria outra grandetendência do desenvolvimento de embala-gens. Para retratá-lo, os designers respon-sáveis pelo Pack Vision lamberam a pró-pria cria, ao explorar o case do shower gelfrancês Bourjois, cujo dispenser é dese-nhado para ser usado também como ummassageador.

Já para expressar a busca dos profissio-nais de embalagem por “saciar o desejo deindividualidade de seus consumidores”, oestudo se debruçou sobre a marca de águamineral Ty Nant, da Inglaterra. É de fato

Para ilustrar a buscapor funcionalidade,lata de saquê comsistema de auto-aquecimento

um caso interessanteno segmento de águaspremium. Olhando delonge, a garrafa da TyNant parece feita devidro. Somente to-cando-a é possívelverificar que, na ver-dade, a embalagem éplástica, soprada deforma que seus con-tornos remetam à imagem de um fio deágua contorcido.

Há outros exemplos de produtos queserviram de estudo de caso para os pesqui-sadores do Pack Vision. A partir deles, vema impressão de que muitas das hipótesessugeridas sobre o futuro da embalagem nomundo já se concretizaram em nossos dias.Por isso, mesmo sem fazer descobertassurpreendentes, o estudo consegue ir alémda mera futurologia mercadológica, esqui-vando-se do grande estraga-prazeres dosfalsos videntes: o imponderável.

Garrafa plásticatambém para águamineral premium

Shower gel e massageador no mesmo produto:

individualidade

Scopes+33 01 40 41 66 [email protected]@scopes.fr

36packvision 19/08/02 15:58 Page 54

Page 45: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

oatos sobre o interesse dogrupo anglo-holandês Corusna Companhia SiderúrgicaNacional (CSN) circulavam

no mercado nos últimos dois meses. Nodia 17 de julho o prenúncio se concreti-zou, com o que foi anunciado como umaassociação entre as empresas, envolven-do uma troca de ativos entre elas. Taloperação origina a quarta maior compa-nhia siderúrgica do mundo.

Pelos termos do acordo, será criadauma nova empresa, cujo presidente seráindicado pela Corus, cabendo ao empre-sário Benjamin Steinbruch, um dos maio-res acionistas da CSN, o posto de vice-presidente. Na CSN, a operação é encara-da como uma fusão, e não uma aquisiçãopelo grupo estrangeiro, e um dos argu-mentos que corroborariam essa interpre-tação é que o braço brasileiro ficará comum volume de ações superior a 25% docapital votante, o que lhe dará poder deveto nas reuniões de um futuro conselhode administração. Entretanto, já foi anun-ciado que a sede da nova companhia seráLondres e que a CSN será qualificadacomo subsidiária global.

De acordo com os balanços das duasassociadas, o novo player já nasce comum faturamento anual de 13,5 bilhões dedólares, dos quais 11,5 bilhões da Coruse cerca de 2 bilhões da CSN (faturamen-to em 2001). Atualmente, a Corus, quenasceu como resultado da fusão entre a

56 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

aço

B

Quarta maiorCorus passa a controlar CSN, numa operação de peso

inglesa British Steel e a holandesa Hoo-govens, tem ações negociadas nas bolsasde Londres, Amsterdã e Nova York. Elaspassarão a ser cotadas também em SãoPaulo. De acordo com a CSN, a fusão nãoacarretará demissões em sua planta deVolta Redonda (RJ).

Um processo de “dilligence” nas duasempresas já começou a ser coordenado.Agora, apenas a Arcelor (França), a Pos-co (Coréia) e a Nippon Steel (Japão) figu-ram à frente da nova companhia, de acor-do com o ranking da International Ironand Steel Institute, em que a CSN figura-va como 33ª do mundo.

Pouco antes do anúncio da associação com a Corus, a

CSN adquiriu formalmente o controle da Cia. Metalic

do Nordeste, única fábrica de latinhas de aço do país.

O conselho da CSN aprovou a compra da Metalic por

108,5 milhões de reais, aos quais ainda se somam dívi-

das a serem assumidas de 107 milhões de reais.

A Metalic, antes pertencente à família Steinbruch, do

Com Metalic, presença na transformaçãogrupo Vicunha, um dos donos da CSN, possui fábrica

no distrito industrial de Maracanaú, na Grande Fortale-

za (CE), e vende suas latas de aço para cervejarias e

indústrias de refrigerantes. Um comunicado da direto-

ria da CSN diz que a entrada da empresa no campo da

confecção de latas “cria as condições necessárias

para o desenvolvimento desse mercado no Brasil”.

36aco 19/08/02 15:42 Page 56

Page 46: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

58 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

Lata inteligente chega ao paísSucesso na última Copa do Mundo, alatinha de cerveja e refrigerante quegela a bebida em apenas quinze se-gundos deve estar à disposição da in-dústria brasileira ainda este ano. Cria-da pelo sul-coreano Suh Woo-Gil, elajá está sendo negociadapela empresa paranaenseIce Tec, representante daempresa coreana no país,com alguns fabricantes delatas e com as principaismarcas de cerveja e refri-gerante nacionais. “O Bra-sil será o segundo país areceber o produto”, contaJoão de Almeida Lira, daIce Tec.A latinha, que custou de-zesseis anos em pesquisas, tem em

seu interior uma serpentina de metalcom um gás refrigerador. Ele é libera-do no interior da serpentina quando oanel de abertura da lata é puxado e,em quinze segundos, a temperaturada serpentina cai de 30º C para 4º C,

gelando o conteúdo dalata. O sistema também jáestá sendo adaptado emgarrafas, que logo devemganhar o mercado. Segun-do Lira, a engenhoca temum custo reduzido. “O pre-ço de cada latinha podevariar entre 8 a 12 centa-vos de dólar. Uma lata co-mum custa em média 7centavos de dólar”.

(41) [email protected]

Destaque com efeito purpurinaA Prodesmaq, tradicional fornece-dora de rótulos auto-adesivos, estálançando uma nova tecnologia quedá um efeito especial de purpurinaaos rótulos. O efeito pode ser apli-cado nos diversos processos de im-pressão sobre filmes plásticos ou

papéis. Cosméticos, perfumes, bebi-das e rótulos promocionais são indi-cados pela Prodesmaq como merca-dos propícios para sua mais novainvenção. (19) 3876-9300

www.prodesmaq.com.br

Packing de cara nova na webUma das primeiras agências de

design a apostar na internet, a

Packing acaba de reformular seu

site, transformando-o num portal

de negócios. A partir de agora, os

clientes da empresa poderão

Novas cadeirasOsmar Zogbi assumiu, em 23 dejulho, a presidência da AssociaçãoBrasileira de Celulose e Papel(Bracelpa) para o biênio 2002-2004. O “ex”, Boris Tabacof, ocu-pará o cargo de presidente doConselho Deliberativo da entidade.

BicentenárioA gigante da área de especialida-des químicas DuPont comemorouno dia 19 de julho 200 anos deatividades. Fundada em 1802, napequena cidade de Wilmington,nos Estados Unidos, a companhiateve sua trajetória marcada pelodesenvolvimento de produtos eserviços que se destacaram emdiversos mercados – entre eles ode embalagem.

Ação da SolPara o benefício de cerca de 1,6milhão de crianças, a Sol Embala-gens doou cinco milhões de colhe-res-medida à Pastoral da Criança.A iniciativa exigiu investimentosde US$ 120 mil para a aquisição deuma máquina exclusiva no moldepara a fabricação das colheres.

ReeleitaA Oz Design recebeu, pelo segundoano consecutivo, o prêmio de me-lhor escritório de design do paísna eleição “Designers by Desig-ners”, cujos eleitores são profis-sionais do setor.

Volta à ativaUma antiga divisão de negóciosestá sendo reativada na Novel-print: a PAC – Produtos Auto-Co-lantes, que comercializa uma li-nha própria de materiais em papelcouché e off-set, em filmes deBOPP branco ou transparente. Osmateriais podem ser fornecidosaos convertedores em folhas oubobinas. Informações pelo tel.(11) 3768-4111.

acompanhar on-line o desenvolvi-

mento de seus projetos, através

do serviço Packing On-Line, me-

diante um exclusivo código de

acesso. “É um diferencial que cria

novas possibilidades de interação

entre agência e cliente, fazendo

com que o resultado e os benefí-

cios de nosso trabalho sejam in-

corporados mais rapidamente”,

define Fábio Mestriner, diretor

da Packing. O design e as ferra-

mentas do portal foram desenvol-

vidos pela Lighthouse Web Design

Studio.

www.packing.com.br

36panorama 19/08/02 16:11 Page 58

Page 47: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

60 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

Controle italianoO grupo italiano Mossi & Ghisolfi Fi-

nanziaria (M&G) anunciou que está

comprando da francesa Rhodia o

controle acionário (88,4% do capital)

da fabricante brasileira de resinas

PET Rhodia-ster. Com a aquisição,

aliada à construção da maior fábrica

de PET do mundo, em Altamira, no

México, a M&G se tornará a segun-

da maior produtora mundial de resi-

na PET e a maior da América Latina.

O negócio está sendo analisado pe-

las autoridades competentes e será

concluído em 30 de setembro.

As vendas globais da M&G giram

hoje em torno de um bilhão de dóla-

res anuais, e a expectativa é de che-

gar a 1,7 bilhão ou 1,8 bilhão de dó-

lares através de um plano de aquisi-

ções pelo mundo. Sua capacidade

total de produção, com a aquisição

da Rhodia-ster, subirá para cerca de

1,2 bilhão de toneladas anuais. “Tra-

ta-se de outro avanço significativo

para o grupo, dois anos após a

aquisição dos negócios de PET da

Shell”, resume Marco Ghisolfi, dire-

tor geral da Unidade de Polímeros

da M&G.

Além do PET, segmento no qual é lí-

der na América do Sul, tendo regis-

trado vendas de 337 milhões de eu-

ros em 2001, a Rhodia-ster tem se

notabilizado também pela fabrica-

ção de fibras de poliéster para a in-

dústria têxtil.

A criação de lá aquiComeçaram em julho, em São Paulo, os cursos da Mia-mi Ad School, escola voltada exclusivamente à criaçãopublicitária fundada há quase dez anos nos Estados Uni-dos e reconhecida internacionalmente como referênciaem ensino da área. A idéia foi implementada no paísgraças a uma parceria com a Escola Superior de Propa-ganda e Marketing (ESPM). www.masespm.com.br.

Liderança confirmadaEstá confirmado: o Brasilé o atual campeão mun-dial de reciclagem de la-tas de alumínio nos paí-ses em que essa ativida-de não é obrigatória porlei, com o índice de 85%,o que corresponde à reci-clagem de 119,5 mil tone-ladas de latas de alumí-nio, algo em torno denove bilhões de latinhas.Divulgado pela Associa-ção Brasileira do Alumínio(ABAL), o índice brasilei-ro, referente ao ano de2001, aguardava apenasa divulgação dos núme-

ros do Japão para com-provar sua liderança noranking. De acordo comos japoneses, tal índiceem 2001 ficou em 82,8%.O Japão, que liderou oranking de 1995 a 2000,vem crescendo historica-mente 1% ao ano. O Brasil, que em 1998superou pela primeira vezos Estados Unidos (65%contra 63%), vem apre-sentando crescimentomédio de 7,3%, registran-do índices de 73%(1999), 78% (2000) e85% (2001).

Uma das mais fortes empresas naárea de celulose, papel e embala-gens do país, a Rigesa está come-morando seus 60 anos de ativida-des. Fundada no dia 4 de agostode 1942 como Fábrica de PapelãoCampinas, a empresa foi adquiridaem 1953 pela americana WestvacoCorporation, hoje MeadWestvacoCorporation. Para marcar a data, aRigesa promoveu eventos e inau-gurou o Centro de Memória Rigesa,em Valinhos (SP), um espaço quereúne acervo fotográfico, equipa-mentos históricos, prêmios e docu-mentos, entre outros, que marcama trajetória da empresa. Um livro,intitulado “60 Anos Semeando Tra-dição”, também está sendo lança-do, como parte das comemorações.

www.rigesa.com.br

60 anos de Rigesa

A indústria de rótulos auto-adesivos Indexflex acaba

de mudar-se para instalações mais amplas. Segundo

comunicado da empresa, a mudança se deve à ne-

cessidade de acomodar novos investimentos (equi-

pamentos rotativos de última geração) e para melhor

atender seus clientes. O novo endereço da Indexflex

é: rua Antonio Nagib Ibrahim, 544 – Lapa – CEP

05036-060 – São Paulo, SP – Telefone: (11) 3611-7100

– e-mail: [email protected]

36panorama 19/08/02 16:11 Page 60

Page 48: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

62 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

PURILEV: PRIMEIRO ÓLEO COM AUTO-ADESIVOPara colocar o óleo Purilev em evi-dência, a Cargill Foods optou poruma solução diferente de seus con-correntes. A nova embalagem chegaàs prateleiras totalmente reformuladae com um rótulo auto-adesivo desen-volvido pela Novelprint. É o primeiroproduto do gênero a usar esse siste-ma. “Com as laterais à mostra, o con-sumidor enxerga melhor a pureza etransparência do óleo”, explica FlaviaMonteiro, gerente do departamentode marketing da Cargill Foods – Spe-cial Oils. Tradicionalmente, o merca-do adota o sleeve convencional nasembalagens de óleos comestíveis. O novo layout tem sombras e deta-lhes em dégradé. A peça foi impressapelo processo flexográfico em papelcouché e levou, além da aplicação doadesivo, um tratamento especial que

Petrópolis Athletic, a água mineral para desportistasA Empresa de Águas Petrópolis

Paulista colocou no mercado a Pe-

trópolis Athletic, uma água mine-

ral em embalagem de 510ml con-

cebida especialmente para o con-

sumo de desportistas. O lança-

mento acompanha uma tendência

mundial e se caracteriza pela pra-

ticidade que oferece a quem prati-

ca atividades físicas e precisa re-

por constantemente suas necessi-

dades de água.

A embalagem da Petrópolis Athle-

tic foi desenvolvida pelo Estúdio

protege o rótulo da oleosidade doproduto. A arte tem assinatura daagência B+G Designers.

de Design Renato Zurlini para fa-

vorecer o transporte e o consumo

por esse público. A garrafa de PET

flexível pode ser facilmente pres-

sionada com as mãos para se ob-

ter maior vazão de água em pou-

cos segundos, resiste a quedas e

não deforma. O design ergométri-

co da garrafa, com ranhuras verti-

cais e horizontais, evita que ela

deslize quando as mãos estão mo-

lhadas ou em movimento. O rótulo,

colocado acima da área de pegada,

é de material auto-adesivo que não

se descola mesmo quan-

do molhado. A pré-forma

da embalagem é da In-

gepet, e a garrafa é fa-

bricada pela própria Pe-

trópolis. O rótulo, com

tratamento especial de

verniz contra a umidade,

é da Adhespac. A tampa

sport cap é fabricada

nos Estados Unidos

pela Alcoa.

A Kovak Ice, lançada em gar-rafa long neck em fevereirodeste ano pelo Grupo Thoqui-no, ganha uma nova versão:lata slim de 250ml. Com a no-vidade, a empresa espera au-mentar em 35% as vendas dabebida nos primeiros 60 dias. Criada pela agência de publi-cidade carioca Percepttiva, anova embalagem da KovakIce, em lata, seguiu o mesmopadrão visual da garrafa longneck. As cores originais forammantidas. Segundo o publici-tário Eduardo Ribeiro, respon-sável pela criação junto comAndré Lima e Marcelo Montei-ro, o principal conceito foicriar um efeito visual que lembrasse uma a lata transparente, com o líquidoaparecendo.A produção inicial será de du-zentas mil latas por mês. Lançada em fevereiro desteano, a Kovak Ice em garrafa,um sucesso de vendas, jáatingiu a marca de 500 milunidades.

Kovak Ice ganhaversão em lata

36display 19/08/02 16:20 Page 62

Page 49: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

64 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

Urso na lata de Coca-ColaA fim de enfatizar sua campanhados ursos, a Coca-Cola pôs nomercado uma coleção de latas di-ferenciadas sobre o tema. Criadaspela Oz Design, as embalagensbuscam reforçar o apelo emocionaldestes personagens junto ao con-

sumidor."Os ursos são o destaque das no-vas embalagens, aparecendo emilustrações desenvolvidas a partirde cenas dos filmes criados para acampanha", explica Giovanni Van-nucchi, sócio-diretor da Oz.

Cereser tem novalinha de vinhos

A Viti-Vinícola Cereser, sedia-

da em Jundiaí, SP, está colo-

cando no mercado nacional

uma linha de vinhos tintos e

brancos com a marca Mose-

le Cereser. São vinhos jo-

vens, produzidos e en-

garrafados na Serra

Gaúcha. A rotulagem

e o desenvolvimento

da embalagem do

produto foram

especialmente produ-

zidos para agradar a

faixa de público a

que o Mosele Cereser

se destina.

A empresa, que inves-

tiu R$ 200 mil no lan-

çamento do Mosele

Cereser, prevê, numa

primeira fase, a comer-

cialização de 240 mil unidades.

A linha é composta pelos vinhos

tinto de mesa suave, tinto de mesa

seco, branco de mesa suave e

branco de mesa seco.

Sorvete para o frioAo seguir a tendência verificada no setor de cervejas,

que revolucionou o mercado com as bebidas especiais

de inverno, a Nestlé saiu na frente e lançou o Mega In-

verno, primeiro sorvete desenvolvido exclusivamente

para a estação mais fria do ano

O lançamento, uma edição limitada trabalhada com um

volume de produção de 80.000 litros, objetiva ampliar

as vendas do alimento no período e criar novos hábitos

de consumo, rompendo com a visão de que sorvete é

um produto direcionado apenas para o verão.

Mega Inverno, no sabor chocolate e rum com cobertura

chocolate crocante, tem embalagem em cartão, espe-

cialmente desenvolvida pela M Design, que destaca o

produto nas conservadoras. Ilustrações levemente

esfumaçadas compõem o fundo, enquanto a imagem

do produto é ressaltada em primeiro plano.

ADRIA INVESTE NA LINHA GRANO DURODisposta a reforçar a sua liderança no mercado nacional de massas, a Adria Alimentos

apresentou a nova linha Adria grano duro. Resultado de investimentos de cerca de

onze milhões de reais, aplicados em pesquisas, importação de equipamentos, ações

de marketing e merchandising, desenvolvimento de embalagem e produto, a nova li-

nha já está na rede varejista de São Paulo.

A empresa tem por meta chegar à liderança de

mercado nessa categoria em dois a três anos e

conquistar uma fatia considerável de um segmento

que, em 2001, movimentou 130 milhões de reais.

O design das embalagens foi baseado em pesquisa

realizada pelo Instituto InterScience com 320 consu-

midoras. Nada menos que 99% das entrevistadas

declararam que possuem interesse em experimentar o produto devido à embalagem;

39% acharam a embalagem Adria a mais atrativa da categoria e 46% associaram a

embalagem à idéia de que o produto é o melhor do segmento.

No verso de cada embalagem, há uma receita exclusiva elaborada por 12 jovens

chefs. No total, serão 100 receitas. As embalagens são fabricadas pela Flexcell.

36display 19/08/02 16:20 Page 64

Page 50: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

ago 2002 • EMBALAGEMMARCA – 65

irão os mais críticos que nãose deve dar crédito a resenhasde livros baseadas no que di-zem as orelhas das obras.

Damo-nos por previamente criticados eusamos aqui, pela concisão, o que diz aorelha de Marcas de A a Z, segundolivro de Rafael Sampaio, diretor edi-torial da revista About, depois do êxi-to de Propaganda de A a Z, para apre-sentar o volume: “O autor faz umacompleta viagem ao fascinante uni-verso das marcas, levando o leitor aconhecer os detalhes do processo deconstrução, manutenção e fortaleci-mento de marcas de todos os tipos –de pequenas empresas a conglomera-dos globais, de produtos de consumode massa a bens de produção, do co-mércio aos serviços, de itens unitáriosa vastas famílias”.

São nove capítulos, que constituem

livros

DViagem ao mundo das marcas

um roteiro para que empresas de todos osportes possam fazer da marca um poderosoinstrumento de diferenciação de seus pro-dutos ou serviços. Passo a passo, RafaelSampaio mostra que esse esforço começaainda na fase de organização da empresa, se

ela quiser capacitar-se a gerir suas mar-cas da forma mais produtiva. O livrotem seu foco voltado para a apresenta-ção e a exploração das técnicas de bran-ding, mas apresenta também conceitosa elas relacionados, além de analisar emprofundidade os mecanismos de melhoremprego da comunicação de marketingcomo ferramenta de construção e forta-lecimento de marcas. Para completar,relaciona uma biblioteca básica de ne-gócios, marketing e branding, e aindaum glossário de termos específicos des-se universo. Marcas de A a Z é publica-do pela Editora Campus e pode ser en-contrado em livrarias de todo o país.

O design no cotidianoma coletânea de crônicas so-bre design compõe o recém-lançado livro Designer não éPersonal Trainer, de autoria

da jornalista Adélia Borges. Os textos fo-ram publicados originalmente de abril de2000 a dezembro de 2001 na colunaContemporânea do Caderno Fim deSemana da Gazeta Mercantil. O de-sign – de móveis a roupas, de marcasa embalagens, de bens industriais a ar-tesanais – é o tema central, visto emsuas intersecções com assuntos corre-latos, tais como arte aplicada, inova-ção industrial, poluição visual, políti-cas culturais, consumo, comportamen-to e marketing.

“O viés é a observação do cotidianoe o tom é despretencioso, coloquial,quase uma conversa ao lado do fogãoenquanto se côa um café”, diz a autorana apresentação. No jornal, sua intençãofoi aumentar a percepção consciente das

pessoas sobre o design em seu dia-a-dia e, apartir daí, aumentar o conhecimento e o es-pírito crítico em relação a essa atividade deimportância crescente em nosso país. Combase no número de e-mails que a jornalistarecebia na “Gazeta Mercantil”, Adélia acre-

dita que o livro pode interessar não só aestudantes e profissionais de design,mas também aos usuários do design, ouseja, potencialmente, todos nós.

“Designer não é personal trainer”faz parte da Coleção Textos Design daEditora Rosari, que teve ainda lança-mentos de obras dos designers Alexan-dre Wollner (“Textos recentes e escri-tos históricos”), Claudio Ferlauto, (“Otipo da gráfica”), Claudio Rocha (“Pro-jeto tipográfico”) e Guto Lins (“Livroinfantil?”).

Pessoas interessadas em receber olivro em casa devem ligar para a Pró-Livros (11) 3864 -7477) ou acessar osite www.prolivros.com.br

U

36livros 19/08/02 16:26 Page 65

Page 51: Revista EmbalagemMarca 036 - Agosto 2002

AlmanaqueBisnaguinhas Seven Boys

naguinha foi o produtode maior sucesso. Em1985, os irmãos decidiram dividir os negócios. Jinko ficoucom a marca Seven Boyse Kiyotero adotou onome Panco. Por umacordo deles, a SevenBoys não pode atuar nosmercados de São Paulo

e Rio deJaneiro,regiões

controladaspela Panco.

A Seven Boys surgiuem Santos (SP). Em1950, os imigrantesjaponeses Jinko e Ki-yotero Yonamine co-meçaram a atuar noramo da panificação.A marca surgiu ins-pirada no número 7,considerado cabalís-tico no Japão, e napopulari-dade dapalavraboy. Desdea funda-ção, a bis-

66 – EMBALAGEMMARCA • ago 2002

Isso é que é marca monumental

Quem viaja pelas estradas da Espanha pode

observar a certos intervalos a presença de out-

doors que reproduzem a silhueta de um touro

negro, sem nada escrito mas identificado sem

vacilação pelos habitantes do país como “el

toro de Osborne”, símbolo de uma das mais

populares marcas de brandy, vinhos e vinhos

do Porto do país, produzidos pelas Bodegas

Osborne. São conservados pelo Estado, mas

não há promiscuidade.

Nos anos 80, o governo socialista proibiu a

instalação de outdoors nas estradas do país,

incluindo aqueles dos produtos Osborne com

formato de touro. Ocorre que o animal é con-

siderado um símbolo nacional da Espanha. Es-

panhóis de “más cepa” vêem no couro aberto

de um touro o mapa do país. Outros identifi-

cam, no contorno da Península Ibérica, a “ca-

beça do touro” no mapa da Europa. O fato é

que a retirada dos outdoors provocou tal en-

xurrada de cartas aos jornais, ao Poder Legis-

lativo e ao próprio rei que as placas tiveram

de ser recolocadas. A Osborne adorou. Embo-

ra a marca em si tivesse de sair, as placas ga-

nharam caráter de monumento nacional, com

o compromisso do governo de mantê-las em

perfeito estado, a suas expensas.

Embalagem mais que centenáriaNascido da crescente necessidade de empacotar e pro-

teger produtos, o papelão ondulado já tem mais de um

século de história e, apesar de consideráveis mudan-

ças, as embalagens modernas feitas com ele não são

tão diferentes das utilizadas há cem anos. Em 1856, os

ingleses Edward Charles Healey e Edward Ellis Allen ob-

tiveram a patente para o primeiro uso conhecido de pa-

pelão ondulado, aplicado em forro de chapéus. Entre-

tanto, esse não era o papelão ondulado que ficou co-

nhecido. Em 1871 foi registrado o primeiro uso do mate-

rial como embalagem: o americano Albert Jones obteve

uma patente para o uso do papelão ondulado para acon-

dicionar artigos frágeis, como garrafas e frascos. Três

anos depois, também nos Estados Unidos, Oliver Long

patenteou o conceito de unir uma folha lisa a um papel

corrugado, para fortalecer o material, criando o papelão

ondulado utilizado até hoje.

CAPA ÁREA DE COLAGEM

MIOLOCAPA

36almanaque 19/08/02 15:53 Page 1