revista domingo nº 609

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Revista semanal do Jornal de Fato

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Page 1: Revista domingo nº 609
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Jornal de Fato | DOMINGO, 23 de junho de 2013

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Editor – Nara Andrade• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Entre os dias 23 e 28 de julho, o Brasil sediará a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro (RJ). O evento marcará a pri-

meira visita do papa Francisco ao País.No entanto, um manual que será distribuído pela Con-

ferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) durante a Jornada está roubando a cena. Os dois milhões de exem-plares do Manual de Biotética para Jovens trata de temas polêmicos, como aborto e uso de métodos anticoncep-cionais.

DOMINGO conversou com representantes de grupos que têm pontos de vista diferentes em relação ao mate-rial.

Nesta segunda-feira, 24, é comemorado o Dia de São João, e dando sequência à série de matérias sobre os festejos juninos, traremos nesta edição material sobre mais um projeto desenvolvido durante a programação do Mossoró Cidade Junina 2013.

O projeto Brinquedos e Brincadeiras Populares, rea-lizado na Cidadela, ao lado da Capela de São Vicente, promove o resgate da cultura popular, com exposição de brinquedos e cantigas de roda que embalaram a nossa infância. O espaço encanta as crianças e proporciona aos pais uma divertida viagem ao passado.

Também, nesta edição, um pouco das ações desen-volvidas pela seccional do Rio Grande do Norte da Asso-ciação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RN), que lançou oficialmente em Mossoró a 5.ª edição do Congres-so de Gestão de Pessoas.

DOMINGO entrevistou o professor e escritor Welling-ton Pereira, que falou sobre a crônica na era do jornalis-mo digital.

Boa leitura, Nara Andrade

editorial

Bioética

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Prof

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En

tre

vis

taRevivendo a infância

Colunista Davi Moura: Brigadeiro de milho crocante

“Manual de Biotética para Jovens”, rouba a cena por tratar de temas polêmicos, como aborto

Rafael Demetrius:Motivos que levam à demissão por justa causa

Adoro comer

Bioética

Coluna

p4

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p6

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p9

Projeto Brinquedos e Brincadeiras resgata cultura popular, encanta crianças

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3Jornal de Fato | DOMINGO, 23 de junho de 2013

JOSÉ NICODEMOS*

conto

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Nova e bonita, altura na média da mulher brasileira, Celina apaixonou-se por um tipo

baixinho, branco, parecido ao pé da letra com um filhote de caburé, e que atendia pela alcunha de Bonito, pelo fato de as-sim imaginar-se. Se já tinha essa pre-tensão desfrutável, depois de Celina caída por ele, aí foi que lhe dobrou o convencimento. Mudou até o andar, ago-ra meio gingado, arqueando os ombros estreitos.

Celina apaixonada de correr doida, Bonito passou logo a vender-se caro, esquivando-se dela, pelo simples prazer orgulhoso e cheio de risos idiotas de vê-la bater as pernas pela rua, atrás dele. E fazia cara de bonitão quando alguém lhe dizia de Celina à procura dele, por tudo que era canto. Em tempo de arrancar os cabelos, que, longos e bonitos, quase lhe batiam na cintura de pilão, como era moda dizer.

Enfim se casaram, e Celina parecia ser a mulher mais feliz do mundo; ago-ra Bonito era seu homem, de papel pas-sado, e tudo. Quando o casal saía à rua, braços dados, a cabeça dele quase de-baixo dos sovacos dela, mais do que isso, ele, com aquela cara de filhote de cabu-ré, num desastrado contraste com o ros-to bonito de Celina, todos os olhares como que apedrejavam o mau gosto de-la – uma mulher tão bonita!

O TRAUMA DE CELINA

Havia risos de ironia incrédula nos olhos e nos lábios. Celina o percebia, mas sem qualquer constrangimento. Bonito, não; muito pelo contrário, via nos risos e olhares negativamente ad-mirados qualquer coisa assim como se fosse o reconhecimento visual de um casal fisicamente encaixado. E sorria-se, convencido.

Pois bem. Quando foi um dia, bem menos de ano do casamento, encontrei-me com Celina na rua, inusitadamente sozinha. Estranhei, mas não lhe pergun-tei pelo marido. E havia entre Celina e mim uma certa intimidade, por conta de trabalharmos na mesma repartição, anos, e no mesmo setor. .

E antes de mais nada, num sorriso largo de felicidade, foi logo me dizendo: “Você sabia que deixei Fulano (falou o

nome próprio) e estou vivendo com outro homem?”

Diante do meu espanto, era tão apai-xonada, completou: “Eu não sei explicar, quem sabe um psicólogo, o que foi mes-mo o pode ter acontecido na minha visão para eu ir me apaixonar por aquele ho-mem, e eu mesma ainda não consigo acreditar. E quando penso nisso, tenho ânsias de vômito, vontade até de me ma-tar, pode crer. Eu estava fora de mim mesma.”

“Tenho de procurar um psicólogo pa-ra livrar-me de vez desse trauma psico-lógico, essa vontade nem sei dizer de quê, não aguento mais.” Eu ali a ouvir-lhe o desabafo, sem achar palavras.

Fez cara de quem quer vomitar, ou parecido, e despediu-se. Estava, mesmo, mentalmente abatida.

Diante do meu espanto, era tão apaixonada, completou: “Eu não sei explicar, quem sabe um psicólogo

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4 Jornal de Fato | DOMINGO, 23 de junho de 2013

entrevista

Por José de Paiva Rebouç[email protected]

“Hoje, a crônica ocupa

maior destaque no jornalismo

do que a reportagem”

Professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Wellington Pereira é considerado um dos nomes mais importantes da literatura paraibana atual, com mais de dez livros publicados. Entre eles, “Crônica: arte do útil e do fútil”, um ensaio sobre a crônica no jornalismo impresso, e “Catálogo

ilustrado da vertigem humana”, seu quarto livro de contos. Em entrevista à revista DOMINGO, o escritor fala sobre a crônica na era do jornalismo digital e se a crônica é um gênero jornalístico ou literário. Ele disse ainda que atual-mente a crônica ocupa maior destaque no jornalismo do que a reportagem, já que no Brasil se criou uma tradição de que a reportagem é mais propícia ao jornal de domingo.

DOMINGO – Qual a situação da crô-nica no Brasil hoje e como o jornalismo vê a crônica depois da era digital?

WELLINGTON PEREIRA – Eu acho que a crônica se mantém ainda como um gênero muito forte, mesmo nas mídias digitais. Eu costumo até brincar com isso, a crônica é uma espécie de sesta da leitura jornalística, sesta ou sobremesa, no sentido estético, você lê a crônica para entender essa subjetivi-dade que predomina na vida cotidia-na quando o outro aspecto jornalístico mais informacional, mais referencial, trata apenas do sentido da racionali-dade, do método objetivo. Então, eu acho que a crônica se mantém ainda muito forte com uma nova geração de

cronistas e as pessoas que gostam de trabalhar com a literatura, de exercer a literatura, elas geralmente são apai-xonadas pela leitura de crônica. E a crônica no Brasil não entrou nesse rol de gêneros apenas referenciais; ela se tornou algo mais profundo, porque na própria divisão social do trabalho do jornalismo impresso o cronista é aque-le, usando uma linguagem mais pró-xima do senso comum, o cronista é o camisa 10 da linguagem, é o cara que tem habilidade para estetizar fatos so-ciais, para fazer releitura de fatos so-ciais, como Machado de Assis fez, por exemplo, sobre a Guerra de Canudos, numa crônica de 1896. Então eu acho que a crônica é um gênero temporal

independente dos formatos midiáticos, e se mantém muito forte.

O SENHOR publicou na sua disser-tação de mestrado que originou o livro “Crônica: arte do útil e do fútil”, tra-çando justamente esse entendimento de crônica, e em um momento o senhor coloca que muitos leem a crônica en-tendendo como um gênero jornalístico, como se a crônica só tivesse uma relação literária a partir do momento que está no livro. A crônica vai sempre atraves-sar essa dubiedade de entendimento?

EU DIRIA o seguinte: o que eu rei-vindiquei para a crônica foi sair dessa ambiguidade, desse processo um pouco maniqueísta, hora a crônica está no jor-

WELLINGTON PEREIRA

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entrevista

nalismo hora a crônica é literária, alguns livros já aparecem com o título crônica literária, ou a crônica seria a variação entre o artigo do jornal e o ensaio; eu já vi muito essa discussão. O que eu acho que a gente pode pensar, pelo menos em nível de Brasil, é que a crônica tem autonomia estética dentro do espaço jornalístico. Ela pode ser bem escrita desde que tenha efeitos estéticos, mas o que caracteriza essa crônica mesmo é o diálogo que ela faz a partir do ima-ginário das culturas. Ou seja, a crônica não é como a informação jornalística, ela não é a representação da represen-tação; a crônica é muito mais uma per-cepção das representações como todo bom escrito, como toda coisa bem es-crita, mas ela tem essa capacidade, por incrível que pareça e às vezes até con-traditória, de reordenar esteticamente esse tempo cronológico, por isso que eu defendo que não precisa dizer que a crônica é literária. Crônica é crônica. É um gênero narrativo que antecede essa postura classificatória tanto do jornalis-mo quanto da teoria literária.

PROFESSOR, neste momento apoca-líptico do jornal em que se discute mui-to talvez um jornalismo mais opinativo, a crônica poderia se tornar uma opção para se discutir problemas cotidianos?

PODE, sim, e eu acho que ela já faz isso. Veja bem: o grande problema da crônica é que em relação aos textos opi-nativos do jornalismo, é que a crônica não está sob o auspício do referencial. Mesmo os artigos opinativos, que pode-riam ser melhor exercitados, que tam-bém tem um problema, artigo opinati-vo não é função emotiva da linguagem, a mensagem não deve estar centrada no eu acho, eu considero. Quando se pensa em artigo opinativo no jornalis-mo, se poderia pensar que opinião no jornalismo é falar sobre aquilo que se fala, sobre aquilo que se diz. Opinar no jornalismo é ter uma posição diante do curso daquilo que passa, que está sen-do difundido. Por isso que tem os colu-nistas econômicos, os críticos literários, os críticos de cinema, de música. O que acontece é que a crônica não obedece esse padrão referencial de temporali-dade que rege o jornalismo. A base do jornalismo é a informação. Informar é você difundir dados, e necessariamen-te esses dados através de uma técnica narrativa podem se tornar uma forma de percepção ou não, ou apenas vinga-rem apenas como transferência de um polo a outro. A crônica faz uma coisa que é interessante: ela faz uma releitu-ra do fato internamente. A gente pode

pensar que a crônica tem uma função metalinguística no jornalismo porque ela traz essa vida cotidiana para o jornal sem a preocupação de determinar, essa vida cotidiana a partir de referências. E que referentes são esses? O referente do quando, da temporalidade, do onde, do lugar, são, talvez, os principais refe-rentes da linguagem informativa do jor-nalismo. Isso não quer dizer que exista só o jornalismo informativo. A crônica é esse gênero que traz a vida cotidiana para o jornal a partir do que a gente poderia chamar de uma fenomenolo-gia da comunicação. A crônica mostra como os fenômenos se apresentam em sociedade, mas com a habilidade mui-to nossa, muito da cultura brasileira, ela estetiza essas narrativas.

O SENHOR já falou que crônica é crônica, jornalismo é jornalismo. Mas quando se propõe a fazer um jornalis-mo literário, embora o senhor também discorde dessa afirmativa, também se caminha pela crônica quando se pensa em escrever a partir do olhar do re-pórter. O jornalista que se propõe a ser um jornalista literário se propõe tam-bém a ser um cronista?

MUITAS vezes, o que a gente chama de jornalismo literário são boas narrati-vas. São capacidades não anunciativas, mas capacidades enunciativas. Tem essa coisa de dizer que se você nar-ra um texto de forma competente, de que descrição e narração ajude a gen-te a perceber as teses que você quer defender, necessariamente isso não é literatura. Você pode ser um delegado de polícia e fazer um inquérito, aliás dizem que Rubem Fonseca é um bom contista porque organizou as narrativas como delegado de policia muito bem. Confunde-se muito literatura com boa narrativa. Boa narrativa existe, deve existir em qualquer área, e necessaria-mente isso não passaria pela crônica; passaria pela cultura do idioma, nossa formação de aprender a narrar.

O BRASILEIRO sempre gostou de crônica, embora no Brasil se venda muito romance, sobretudo romance estrangeiro. São os cronistas que são fenômeno de venda, por exemplo, Marta Medeiros, a própria Marina Co-lassanti, que já veio um pouco antes. Depois da Internet, do blog, o brasi-leiro passa a ler muito mais crônicas. A transposição da crônica para o livro está mais evidente agora, depois da rede social, do blog?

É MUITO interessante essa questão porque o ato de narrar, a construção

estética de um gênero independe da mídia. Então se tem nas novas mídias digitais uma ascensão de bons cronis-tas. Eu acho que o fato de a crônica permanecer, como o romance que é do final do século XIX, o cinema, que pou-ca gente se lembra que é um gênero burguês, e a gente adora cinema, o fato de a crônica estar em evidência mostra que, pela própria cultura do Brasil, pela própria formação etnográfica e etimoló-gica nossa, a gente entende esse apelo ao imaginário. Eu acho que isso mostra que a crônica, talvez, no jornalismo es-teja mais viva do que a reportagem.

POR QUE o senhor afirma isso?PORQUE a reportagem não pode

prescindir de um tempo de elaboração maior do que a notícia. A reportagem, em uma comparação grosso modo, está muito próxima ao romance, tem vários focos narrativos, tem vários persona-gens falando, vários modos de ocupação do narrador. No Brasil, criou-se uma tra-dição de que a reportagem é mais pro-pícia ao jornal de domingo, a gente vê poucas reportagens no jornal impresso, porque demanda tempo, coleta, análi-ses, forma de disseminação, a repor-tagem é mais complexa e a maioria do jornalismo hoje é um jornalismo muito informativo, informacional. Então, hoje a crônica ocupa maior destaque no jor-nalismo do que a reportagem.

EM 2012, o senhor lançou “Catá-logo ilustrado da vertigem humana”, que é um livro de contos. Como um estudioso de crônica acaba envere-dando para o conto?

PRIMEIRO, é uma paixão literária pelo conto, depois uma falta de habi-lidade para escrever crônicas. Já tive colunas em jornais, mas, no meu en-tender, como eu não sei tocar nenhum instrumento musical e não sei dese-nhar, e gostaria de ter aprendido, o conto para mim é minha forma, minha capacidade de interferir esteticamente na realidade. E como eu sou um leitor, adoro literatura, e gosto demais de li-teratura, acho que a literatura é uma grande brincadeira, um grande exer-cício lúdico. Então, quando eu escre-vo, eu escrevo com alegria, eu escrevo brincando. Por isso que eu gosto das frases curtas. Então, parodiando Cae-tano Veloso, que disse: como é bom to-car um instrumento, eu brinco dizen-do: como é bom escrever uma frase. Conto, para mim, é isso, algo que dá muito prazer em fazer, em poder brin-car com essa coisa da literatura e fazer releitura.

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Polêmica

O anúncio feito pela Conferên-cia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de que preten-

de distribuir dois milhões de exempla-res do Manual de Bioética para Jovens durante a Jornada Mundial da Juven-tude, que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro (RJ), já tem dado o que falar. Tudo porque a publicação produzida pela fundação francesa Jeròme Lejeune trata de temas polêmicos, como o uso de métodos an-ticoncepcionais, a continuação da gra-videz em caso de estupro, eutanásia e uso de células-tronco, com base nos dogmas católicos.

Utilizando linguagem científica, o manual classifica como abortivos o uso de pílulas anticoncepcionais e do dia seguinte, além do dispositivo intraute-rino (DIU), condenando a prática.

Além de condenar o uso de métodos

contraceptivos, o manual de sete capí-tulos, distribuídos em 65 páginas, não faz referência nem mesmo à prevenção das doenças sexualmente transmissí-veis, o que segundo os especialistas trata-se de um desserviço aos jovens, por não apresentar informações técni-cas.

Por sua vez, a Igreja Católica, atra-vés da assessoria da Comissão para a Vida e Família da CNBB, justifica que a iniciativa tem como objetivo pôr fim à banalização dos temas discutidos entre os jovens. Segundo a CNBB, a publica-ção traz fundamentos científicos, mas com uma abordagem fácil e baseada na ética cristã.

O presidente da Comissão para a Vida e Família da CNBB, dom João Car-los Petrini, bispo de Camaçari (BA), afirma que o objetivo da Igreja é fazer que os jovens que terão acesso ao ma-

nual divulguem essas informações em suas comunidades, suas paróquias e proponham discussões sobre os temas abordados.

BioéticaManual da Bioética para Jovens, que será distribuído durante a vinda do papa Francisco ao Brasil, já está dando o que falar

!Além de condenar o uso de métodos contraceptivos, o manual de sete capítulos, distribuídos em 65 páginas, não faz referência nem mesmo à prevenção das doenças sexualmente transmissíveis

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7Jornal de Fato | DOMINGO, 23 de junho de 2013

Polêmica

ABORTOO manual trata métodos contracep-

tivos, como as pílulas contraceptivas (as convencionais e a do dia seguinte) e o dispositivo intrauterino (DIU), como métodos abortivos, afirmando que a mentalidade contraceptiva representa a recusa da criança e conduz a aceitar mais facilmente o abortamento em ca-so de gravidez não desejada.

Além disso, o manual afirma que a contracepção favorece relações sexuais com parceiros múltiplos no quadro de relações instáveis, o que multiplica, de fato, as ocasiões de gravidez não assu-mida.

As informações presentes na publi-cação vão de encontro aos conhecimen-tos difundidos pela medicina, que ex-plica que o uso da pílula anticoncepcio-nal impede a ovulação, e sem ovulação não é possível haver a fecundação.

Já, a pílula do dia seguinte, que é usada em casos de estupro ou quando o método anticoncepcional falha, age alterando a liberação do óvulo, caso a mulher não tenha ovulado, ou alteran-do a parede do útero, para que o óvulo fecundado não possa se fixar, ou seja, impede a nidação.

O uso do DIU, por sua vez, também impede a fecundação, já que interfere no transporte do espermatozoide e po-de causar uma reação inflamatória do útero, o que também impede a nida-ção.

O manual também condena a inter-rupção da gravidez, mesmo que seja fruto de um estupro. Esse posiciona-mento é considerado por muitos espe-cialistas um retrocesso, já que no Brasil o aborto em casos de estupro é permi-tido por lei.

)) Padre Augusto Lívio, responsável por articular JMJ entre jovens da diocese de Mossoró

)) Jornada Mundial da Juventude marca primeira visita do papa Francisco ao Brasil

PONTOS DE VISTA DIVERGENTESA revista DOMINGO procurou re-

presentantes de diferentes correntes de pensamento para falar sobre a dis-tribuição do polêmico manual. Foi feito contato com ginecologistas, represen-tantes da Igreja Católica e do movimen-to feminista em Mossoró.

O representante da Igreja Católica, padre Augusto Lívio, responsável pela articulação da ida dos jovens das diver-sas paróquias da Diocese de Santa Lu-zia para a Jornada Mundial da Juven-tude, diz que cerca de 450 jovens inte-gram o grupo acompanhado pela equi-pe da diocese.

Padre Augusto Lívio explica que re-ceber um evento como a jornada repre-senta uma grande oportunidade para a

juventude estabelecer um contato sau-dável que comunica valores e experi-ência de fé, o que permite estimular o desenvolvimento da juventude.

“Esse evento estimula também a dimensão solidária dos participantes, o que contribui com a formação de va-lores cidadãos. Oferece ao País a opor-tunidade de refletir sobre a importância da juventude para a promoção da vida e de sua dignidade desde a concepção até o seu declínio”, comenta.

Sobre a polêmica em torno da dis-tribuição do Manual da Bioética para Jovens durante a realização da Jornada Mundial da Juventude, o padre afirma que a Igreja está diante de um sério desafio.

“Ainda não tive acesso ao texto do

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8 Jornal de Fato | DOMINGO, 23 de junho de 2013

Polêmica

manual, entretanto sei que ele tem a função de colaborar com a educação dos jovens, especialmente dos cristãos, em relação a todos esses temas à luz da fé da Igreja, que sempre procura a pro-moção da dignidade do ser humano em todas as suas dimensões”, frisa.

Para ele, o manual não é um desser-viço. Ao contrário. Ele vem trazer para o debate novas perspectivas para os temas que estão na pauta dentro desse campo; trazer um olhar que muitos que-rem ignorar e que diz respeito ao valor fundamental da vida humana e como ela deve ser tratada.

“Por exemplo: os que defendem o aborto partem do princípio da defesa do direito da mulher sobre seu corpo e tentam estabelecer um limite para considerar o embrião uma vida hu-mana ou não. A Igreja diz: ‘Um ho-mem e uma mulher só podem gerar outro ser humano’; por isso, desde a fecundação temos uma vida humana gerada.”

Já o Centro Feminista 8 de Março afirma que um setor da Igreja Católica, neste caso o Vaticano, tem pouco diá-logo com a realidade. Apenas segue dogmas sem nenhuma conexão com a realidade vivenciada pela juventude. Nesse caso, proibir esses métodos an-ticoncepcionais é entregar a juventude à própria sorte e, principalmente, au-mentar o número de gravidez indese-jada.

Para Conceição Dantas, coordena-dora do CF8 e integrante da coordena-ção nacional da Marcha Mundial das Mulheres, não adianta a Igreja continu-ar dizendo que é contra o sexo antes do casamento.

“A realidade é outra. Os jovens se relacionam com seus parceiros sem prevenção e adquirem doenças sexual-

mente transmissíveis e a gravidez in-desejada. Essa proibição é uma espécie de “falar para ninguém” ou “pregar no deserto”. Todos os métodos contracep-tivos são fundamentais para a liberda-de sexual de mulheres e homens. Os jovens católicos não seguem essa orien-tação e é importante que não sigam, para o bem da humanidade”, ressalta.

Nenhum dos médicos procurados pela revista DOMINGO aceitou falar sobre o assunto. Todos se recusaram, afirmando tratar-se de temas muito polêmicos e por não quererem se indis-por com a Igreja Católica, já que muitos dos pensamentos defendidos pela Igre-ja vão de encontro aos conhecimentos difundidos pela medicina.

)) Conceição Dantas, coordenadora do CF8

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9Jornal de Fato | DOMINGO, 23 de junho de 2013

Cidade Junina

Uma festa popular voltada para todos os públicos. Essa, com certeza, é a melhor definição

para o Mossoró Cidade Junina. O evento que sai apenas do universo do forró, rit-mo tradicional das festividades juninas, contempla amantes dos mais variados estilos musicais e conta com grande nú-mero de projetos voltados para públicos de todas as idades. Anualmente, um dos quase 30 projetos desenvolvidos parale-lamente dentro da programação do Mos-soró Cidade Junina tem se destacado: é o projeto Brinquedos e Brincadeiras Po-pulares, realizado dentro da Cidadela, um dos espaços mais disputados do cir-cuito festivo, localizado ao lado da Cape-la de São Vicente.

Idealizado pela professora aposen-tada da rede de educação do Estado Edna Paiva, que também é funcionaria do Município, o projeto, que neste ano completa 10 anos, começou de uma brincadeira.

“Eu e uma amiga nos caracterizamos e fomos para a Cidadela e começamos a brincar de roda com as crianças. Foi tudo por iniciativa própria. No ano se-guinte, foi feita uma exposição de brin-

quedos populares, só depois a Prefeitu-ra nos chamou e decidiu incorporar o projeto Brinquedos e Brincadeiras Po-pulares à programação do Mossoró Ci-dade Junina, quando foi criada a Brin-quedoteca”, conta.

A Brinquedoteca é a casinha ceno-gráfica da Cidadela, um espaço em que as crianças brincam de casinha. Neste ano, o espaço passou por uma ampliação e ganhou mais um ambiente, onde são realizadas as oficinas.

Na calçada da Brinquedoteca, são re-alizados os jogos educativos que desper-tam nos brincantes o raciocínio, a coor-denação motora, a noção de direção e a criatividade, além de valores, como o respeito aos demais participantes da brincadeira.

Na frente da Brinquedoteca tem um pátio, onde são realizadas as brinca-deiras de rua, com brinquedo e sem brinquedo. As brincadeiras sem brin-quedo são aquelas com cantigas de roda, amarelinha ou academia, tique, bandeirinha, anel estátua, toca do co-elho, e as brincadeiras com brinquedos são o aro e arame, corrida de saco, car-ro de lata, bola de pano, roladeira de

lata, corda, petecas e outras. “Tudo isso é uma novidade para as

crianças, que ficam encantadas. Tem criança que vem todas as noites. O pro-jeto resgata a cultura popular oriunda das regiões do País”, enfatiza.

O projeto também caiu no gosto dos adultos, que dividem experiências com seus filhos.

“Os pais chegam aqui e entram na brincadeira, revivem a infância. Dizem aos filhos que brincaram daquelas brin-cadeiras e com aqueles brinquedos”, comenta.

A idealizadora lembra que, nos dias dos santos juninos – Santo Antônio, São João e São Pedro –, são realizados mo-mentos de adivinhações, com “O que é, o que é?” e trava-línguas, além de brin-cadeiras competitivas, como dança das cadeiras, dança do limão, pesca da maçã na água. No último dia, serão escolhidos o casal caipira, a rainha e o rei e o inten-dente da Cidadela, que receberão faixas e prêmios.

Edna Paiva orienta que, nesse dia, os pais levem seus filhos caracteriza-dos, para poderem participar da com-petição.

Projeto Brinquedos e Brincadeiras Populares encanta crianças e proporciona aos pais uma divertida viagem ao passado

com o resgate da cultura popular

Revivendo ainfância

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# Brinquedos antigos

10 Jornal de Fato | DOMINGO, 23 de junho de 2013

Cidade Junina

# Programação diária

1.º - Brincadeira na rua utilizando brinquedos

2.º - Amarelinha e ou garrafão com a orientação das professoras

3.º - Pula corda individual e coletiva a critério do interesse da criança

4.º - Toca do Coelho com orientação das professoras

5.º - Terra e mar

6.º - Cantigas de roda

7.º - Competições

8.º - Passeio de burro-táxi

Horário das atividadesQuinta e sexta-feira: das 18h às 22hSábado e domingo: das 17h às 22h

Faixa etária idealBrinquedoteca (de 2 a 8 anos)Calçada (de 7 a 12 anos)Pátio (de 7 a 12 anos)oficinas (a partir de 8 anos)

Cronograma das oficinasPeteca (quinta-fera)Pipa (sexta-feira)Desenho (sábado)Bricolagem (domingo)

Atirei o pau no gatoPassarásFui na EspanhaTerezinha de JesusCai cai balãoCiranda cirandinhaEscravos de jóEu sou pobre, pobreSe esta rua fosse minhaMarcha soldadoRoda piãoSenhora dona sanchao cravo brigou com a rosaA canoa virouDona aranha

obs.: A ordem e o tempo das brincadeiras podem ser alterados de acordo com o interesse das crianças

Roladeira de lataPés de quenga de cocoCordaCarrinho de lataCarrinho de madeiraAro e arameRói-róiMané gostosoPiãoBambolê, telefone sem fioCarrinho de rolimãBola de gudePetecasBola de meiaBoliche de lata

Ca

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ga

s p

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ula

res

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11Jornal de Fato | DOMINGO, 23 de junho de 2013

Gestão de pessoas

Entre os dias 27 e 28 deste mês, Natal sediará mais uma edição do Congresso Sobre

Gestão de Pessoas do Rio Grande do Norte. O evento, promovido pela sec-cional RN da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RN), será realizado no Centro de Convenções.

Com o tema “Dividir conhecimento igual a multiplicar riquezas”, a entida-de tem como objetivo contribuir com a disseminação do conhecimento, que é a principal missão do sistema.

“O tema foi escolhido com um pro-pósito específico. Neste ano, a ideia é levar aos congressistas uma reflexão sobre o mundo ‘na era do conhecimen-to’, identificar e dividir o conhecimen-to concebido pelas pessoas, para mul-tiplicar riquezas, construir um caminho de sucesso, crescimento e desenvolvi-mento, contribuir para a transformação

da realidade local, gerando valor para os indivíduos, organizações e socieda-de”, explica.

Segundo a presidente da ABRH-RN, Martha de Sousa, a programação reu-nirá grandes nomes da área de gestão de pessoas em Natal.

Entre os participantes, estão: Osval-do de Oliveira, diretor geral do LinkedIn Brasil; Sônia Regina Hess de Souza, presidente da Dudalina; e Rogério Le-me, autor de oito livros sobre gestão de pessoas.

Todos podem participar do congres-so, que tem como público-alvo empre-sários, líderes, gestores de pessoas e estudantes da área.

Para participar do evento, os inte-ressados devem fazer a inscrição no site da associação (www.abrhrn.org.br). O valor da inscrição realizada até o dia 26 será diferenciado, já aqueles que

Seccional RN da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) promove V Congresso de Gestão de pessoas

Disseminação do Disseminação do conhecimento

deixarem para se inscrever no dia 27 pagarão um valor mais alto pela parti-cipação no congresso.

REGIONAL MOSSORÓCom o objetivo de ampliar as ações

desenvolvidas pela Associação Brasi-leira de Recursos Humanos (ABRH) no Rio Grande do Norte, a seccional RN da entidade promoveu um café da manhã para empresários, representantes de instituições e imprensa mossoroense, com o objetivo de lançar oficialmente o V Congresso sobre Gestão de Pessoas do RN para o público de Mossoró.

Durante o encontro, a presidente da ABRH-RN, Martha de Sousa, falou do interesse de criar uma regional da as-sociação na cidade de Mossoró, o que, segundo ela, possibilitaria a realização dos eventos que são realizados em Na-tal no interior do Estado.

“A seccional da ABRH é do Rio Gran-de do Norte e não apenas de Natal, e como Mossoró é a segunda cidade mais importante do Estado, temos o interes-se de criar uma regional da associação aqui”, comentou.

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Gestão de pessoas

AÇÕES DESENVOLVIDASCom 50 anos de atuação, a Associação

Brasileira de Recursos Humanos Nacio-nal é uma entidade não governamental sem fins lucrativos que nasceu da união de profissionais envolvidos com a causa de promover a área de recursos humanos como agente de transformação que con-tribui para a formação de organizações mais produtivas, melhores e mais cons-cientes do seu papel no contexto socio-econômico do País. No RN, a entidade foi fundada em 2008, sob a denominação Associação Brasileira de Recursos Hu-manos Seccional Rio Grande do Norte, e tem por finalidade o desenvolvimento de pessoas, organizações e sociedade, atra-vés da educação, cultura, apoio técnico e científico, capacitação, pesquisa, ativi-dades associativas e ação social.

A diretoria executiva da ABRH-RN é formada por Martha de Sousa (presiden-te), Hudson Vasconcelos (vice-presiden-te) e Edward de A. Mafaldo (vice-presi-dente financeiro). Já o Conselho Delibe-rativo é composto por Rose Câmara (presidente), Leonardo Galvão (vice-presidente) e Silvana Lúcia da Cruz Cos-ta Rocha (secretária). Todos eles se de-dicam voluntariamente à instituição.

Entre as ações desenvolvidas pela associação estão ações que estimulem a inclusão social no cenário das relações do trabalho, como encontros, reuniões, Congresso sobre Gestão de Pessoas, o Pizza com RH, além de participar de eventos nacionais, como o ABRH na Pra-ça e Ação Global.

)) Lançamento oficial do Congresso de Gestão de Pessoas em Mossoró

)) Martha de Sousa, presidente da ABRH-RN

# Saiba mais

Palestrantes

- Osvaldo de Oliveira, diretor-geral do LinkedIn Brasil- Sônia Regina Hess de Souza, presidente da Dudalina- Rogério Leme, autor de oito livros sobre gestão de pessoas- Eugênio Mussak, professor da FIA-USP e da Fundação Dom Cabral- Marcelo Arantes de Carvalho, vice-presidente de Pessoas, Organização, TI e Suprimentos na Braskem- Consuelo Aparecida Sielski Santos, chefe da Universidade Corporativa dos Correios- Guilhermo Santiago, diretor Royes Consultoria em Desenvolvimento Humano Ltda- Eduardo Shinyashiki, presidente da Sociedade Cre Ser Treinamentos- Magno Valença de Barros, gerente executivo da Universidade Corporativa Banco do Nordeste - Luísa Helena Pinheiro Spinelli, gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Petrobras

Investimento

Até dia 26/06Associado – R$ 480,00Não associado - R$ 672,00Estudante de graduação – R$ 336,00 Visitante (Expo Negócios) - 1kg de alimento não perecível

Dia 27/06Associado – R$ 570,00Não associado - R$ 798,00Estudante de graduação – R$ 399,00

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sua carreira

RAFAEL DEMETRIUS

xSer convidado para se desligar da empresa é um momen-to desagradável, mas inevitável em determinadas situa-ções. Entretanto, uma rescisão de contrato por justa

causa é um registro que muitos não desejam para a sua carreira. Em termos práticos, quando a dispensa é por justa causa, o em-pregado perde o direito a aviso prévio, 13.º e férias proporcionais, além de não receber a multa rescisória de 40% do Fundo de Ga-rantia do Tempo de Serviço (FGTS). Antes de assinar uma rescisão por justa causa, é imprescindível checar se o empregador possui provas, como boletins de ocorrência, testemunhas, advertências, suspensões ou e-mails que comprovem os atos do empregado, para evitar problemas trabalhistas. Na coluna de hoje, você vai conferir quais são os principais motivos que podem levar a uma dispensa por justa causa e o que cada um deles significa na práti-ca, segundo o artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho:

1 – Violar regras morais ou jurídicas – Por exemplo, roubar, marcar cartão de ponto de outro colega de trabalho ausente, justificar faltas com atestados médicos falsos, entre outros, são consi-derados atos de improbidade e justificam a justa causa segun-do a lei.

2 – Incontinência de conduta ou mau procedimento – Manter um com-portamento incompatível com as regras da sociedade e da empresa que coloque em risco a reputação do empregador ou impeçam a manutenção do vínculo empregatício. Exemplos desse tipo desde atos libidinosos dentro da empresa, a usar o veículo serviços do trabalho para benefício próprio sem au-torização do empregador.

3 – Negociação por conta própria ou sem permissão do empregador – Fa-zer uma negociação por conta própria sem pedir permissão para superiores, principalmente quando isso traz prejuízo para a companhia ou fortaleça a concorrência.

4 – Condenação criminal – Se o empregado tiver que cumprir pena na prisão, o empregador pode demiti-lo por justa causa. Mas para isso é preciso que o empregado seja condenado criminalmente com sentença que não caiba mais recurso. Nesse caso, a rescisão por justa causa se enquadra na justifi-cativa de que o empregado não poderá cumprir o seu contra-to de trabalho e não por causa da condenação em si.

5 – Desídia no desempenho da função – Repetir pequenas faltas leves, devido à negligência, preguiça, desleixo, má vontade, omissão, desatenção, entre outros habitualmente.

Motivos que levam à demissão por justa causa

6 – Embriaguez habitual ou em serviço – Se o empregado embriaga-se fora do horário de expediente, mas os efeitos do álcool ficam evidentes durante o período de trabalho, o emprega-dor pode caracterizar esse ato como falta grave. Mas, se o empregado se embriaga durante o período do expediente, a lei ampara uma demissão por justa causa. Por outro lado, algumas decisões judiciais têm levado em conta de que a embriaguez deve ser tratada como uma doença. Por conta disso, nesses casos, a justa causa muitas vezes não é aceita pela Justiça.

7 – Violação de segredo da empresa – Revelar informações confi-denciais sobre os negócios da empresa, ou outros assuntos relacionados à companhia, também pode determinar uma demissão por justa causa. A justificativa, para isso, é que a postura pode dar prejuízos para a empresa. Por outro lado, contar segredos pessoais dos gestores não caracteriza justa causa.

8 – Ato de indisciplina ou de insubordinação – Desobedecer ao che-fe seja a uma ordem específica, verbal ou escrita pode levar a rescisão do contrato e considerado um ato de indisciplina e insubordinação.

9 – Abandono de emprego – Não ir ao trabalho sem justificar e sem comunicar ao chefe durante um período superior a 30 dias pode caracterizar também uma justa causa. Mas a dis-pensa pode ocorrer em menos dias quando a empresa veri-fica que o empregado está realizando simultaneamente, trabalho para outro empregador no mesmo horário de tra-balho, gerando assim, incompatibilidade de horários. Reco-menda-se que a notificação seja efetuada por meio do Correio (telegrama fonado ou carta com Aviso de Recebimento – AR) ou pelo cartório e, não havendo qualquer manifestação por parte do empregado, a rescisão é automática após o prazo de 30 dias. Nesse caso, é importante salientar que caso o empregado justifique ou compareça na empresa após a so-licitação de justificativa, o prazo de 30 dias deverá ser re-começado.

10 – Ato lesivo da honra – Falar mal do chefe e dos colegas de trabalho, e agredir outra pessoa fisicamente pode levar à demissão por justa causa. A falta grave não depende de um ferimento ou lesão corporal. Essa falta pode ser realizada tanto dentro quanto fora da empresa, ao empregador ou a outras pessoas.

11 – Prática constante de jogos de azar – Jogar baralho ou qualquer outro jogo que dependa exclusivamente da sorte, é enqua-drado na categoria jogos de azar. A prática constante desses jogos ou jogar no ambiente de trabalho podem levar a dis-pensa, desde que atrapalhe o trabalho do empregado.

Crie um informativo para sua empresa – Uma ótima opção para a em-presa é criar informativos para os funcionários, esclarecendo os motivos passíveis de demissão por justa causa e evitando atos negativos na relação empregado e empregador.

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DAVI MOURA

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adoro comer

No almoço do Dia dos Namorados, após um almoço farto no Trattoria, encontramos um casal de amigos, Thiago e Alessandra. Resolvemos estender a comemoração juntos e tomar uma boa sobremesa lá na D’Sfrut, que fica no Centro, por trás do super-mercado Cidade. Lá, existe um sistema de pro-moções semanais, onde um determinado prato re-cebe desconto de 30%. O da vez foi a banana split. Engraçado que eu nunca havia provado tal doce, por mais comum que seja. Escolhi meus sorvetes sendo uma bola de ovomaltine, uma de doce de leite e outra de cocada. Fora castanha, cobertura de mo-rango e muito chantilly. Delícia!

Um dos lugares favoritos dos meus pais para se com-er aqui em Mossoró é o Real Botequim. Na semana passada, eu e minha velha fomos lá para comer o de sempre. Eu estava bem cheio, pra variar, mas fui por amor à profissão. Após fazer nosso pedido, eis que chega o garçom oferecendo um novo prato da casa, o Camarão Babalu. Tratam-se de 10 unidades de cama-rão empanado com catupiry. Pela bagatela de R$ 22,90, você come bastante e bem. Dica: peça ao gar-çom para trazer um molhinho, de preferência mos-tarda ou barbecue, que vai cair super bem.

Delícia da Semana na D'Sfrut

Prato novo no Real Botequim

Carta de vinhos na Temakeria San

Moda na Cozinha

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Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

No domingo eu estava a fim de comer uma massa feita no capricho. Ou seja: Gosto e Sabor. Ele fica umas 3 ruas por trás do Alto de São Manoel. Existem pratos caros e baratos, mas a minha escolha é sempre a pan-queca. Peço a de frango, que vem na tijelinha de bar-ro – mantendo sua temperatura adequada até o final – e muito espaguete bem molhado. O preço é cerca de R$ 16,00 e alimenta duas pessoas que comem nor-malmente. Como eu #AdoroComer, nunca divido com ninguém. Ah, peça batatas fritas para acompanhar e fechar com chave de ouro. Devo mencionar que, em-bora o local estivesse lotado, o atendimento e a de-mora do prato foi mínima, cumprindo o tempo que a garçonete indicou, coisa rara em Mossoró. Curti!

Ponto para o Gosto e Sabor

A Temakeria San aprimora seus serviços relacionados às bebidas da casa. O espaço especializado em gastro-nomia japonesa traz um novo atrativo aos clientes, ag-ora apresentando uma seleta carta de vinhos, com opções de origem nacional e importada. A equipe da casa espe-cializada recebeu consultoria da sommelier internacio-nal Fabiana Dall’Onder que esclareceu todos os detalhes sobre os itens presentes na carta, distribuídos entre fri-santes, espumantes, vinhos brancos e tintos. “Decidimos mostrar novidades aos nossos clientes, com a comer-cialização de vinhos brasileiros aos chilenos, fran-ceses, italianos, espanhóis, entre outros. Visitarei!

Inspiração para nossa Mossoró: há quase cinco anos atuando no segmento de panelas e utensílios para o mundo gourmet, os sócios Henrique Torres e Carlos Porto identificaram que a indústria desse setor mostra, através de seus produtos, que a cozinha passou a ser parte integrante da casa. Mais do que isso, ela ganhou status de cômodo e passou a ser um dos ambientes mais importantes e frequentados. A Moda na Cozinha abre as portas com cerca de 500 itens, entre panelas e utensílios, de diferentes marcas, além das marcas próprias. E não para por aí, a ideia é expandir e ter uma loja com produtos diferentes dos que o consu-midor encontra na lojas populares de varejo. “Se o produto estivar dentro do conceito da loja a gente encontra um lugar na prateleira”, fala Carlos Porto. Fica em São Paulo, dica pra quem for viajar: Rua Simão Alvares, 422 – Pinheiros.

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adoro comer adoro comer adoro comer adoro comer

Brigadeiro de milho crocanteINGREDIENTES MODO DE PREPARO

•No liquidificador, coloque todo o milho sem a água que o conserva e a lata de leite condensado. Bata bem para que não fiquem pedaços nem casquinhas de milho;•Em uma panela, derreta a manteiga e acrescente a mistura de milho com leite condensado;•Acrescente a canela em pó e misture bem. Nesse ponto, a canela vai ficar pretinha na mistura, mas ao final do processo, ela vai desaparecer e ficar em um tamanho mínimo. A porção de canela a ser colocada é bem pessoal, mas essa quantidade é a medida certa para que dê somente um sabor especial sem comprometer o sabor do milho;•Mexa tudo até dar o ponto de brigadeiro, sempre em fogo baixo, com muito cuidado para não queimar;•Despeje a mistura em um prato e reserve. 30 minutos depois, coloque na geladeira para dar o ponto certo;•Corte ou pique o chocolate ao leite em pedaços grandes. Reserve;• Quebre as castanhas em pedaços médios e pequenos para cobrir o brigadeiro. É interessante deixar os pedaços maiores para dar a crocância que o prato pede;•Cerca de 1h após colocar na geladeira, retire o para fazer as bolinhas;•Para o brigadeiro não grudar na mão, não use manteiga. Basta umidificar as mãos com água gelada;•Coloque um pedacinho de chocolate dentro e faça a bolinha, logo depois passando na castanha para finalizar;•Depois disso, é pronto para comer! Optei por bolinhas maiores, como se fosse um doce mesmo. O sabor não é doce demais, o que possibilita comer bastante.

•1 lata de milho verde•1 lata de leite condensado•1 colher de chá de canela em pó•1 colher de sopa de manteiga•Chocolate ao leite•Castanha de caju torrada sem sal

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