revista do mpsp

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1 Carreira PGJ entrega à Assembléia Legislativa projeto de lei Audiência Pública 95% aprovam iniciativa do MP/SP Entrevista Alexandre de Moraes, membro do Conselho Nacional de Justiça Votação Órgão especial rejeita criação da Procuradoria de Interesses Difusos III Congresso do Ministério Público Número de teses inscritas é recorde 20 anos da Lei de Ação Civil Pública Conheça histórias do MP/SP N o 1 agosto/2005

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Publicaçao desenvolvida para divulgaçao das açoes do Ministerio Publico do Estado de Sao Paulo

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Page 1: Revista do MPSP

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CarreiraPGJ entrega à Assembléia Legislativa projeto de lei

Audiência Pública95% aprovam iniciativa do MP/SP

EntrevistaAlexandre de Moraes, membro do Conselho Nacional de Justiça

VotaçãoÓrgão especial rejeita criação da Procuradoria de Interesses Difusos

III Congresso do Ministério PúblicoNúmero de teses inscritas é recorde

20 anos da Lei de Ação Civil PúblicaConheça histórias do MP/SP

N o 1 a g o s t o / 2 0 0 5

Page 2: Revista do MPSP

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E D I T O R I A L

Magnit volortis accum iureet, quisi.

Elis nit dip eraesent luptat praesto consent lam ad tionseq uipsusc incilis nonullandion vel dui

bla feumsandio consecte dolor ing endigniam, sit nim irillum doloborer augiametum vent

vulputat, voluptat ipit ad ea facilluptat. Delit il diam niscili quamet, velesen ismodolor sumsan

hendiat atum iure consequisim alit wisim eugueros nostion sectem veniam, veriureet nos nummy

num volorti onsequi blan enibh ex ex exercillam quissequamet dolorer iriurerit autetuero conulla

feu feu feu faccum aliquis ciliqui piscipit ulputem nulputatisit lum zzrit augait in eui eril utatio-

nullam autpat laore feu feuguero od eriliqu ipismod exerci blamcor in venibh ea autatue facip

ercipit lamconse tat. Borer aut wis dolore feugait nismoloEr aci esequis sissi. Ros num dionsed tin

er sequis deliquisit praesequat. Ip enim vel iliquisim eros at.

Xerit, corem quatuerat, susto et nullamet accum nim am, vendrem dionulla feu feugue facidunt

velestie feugueros nulput illam, sum num dolobor peraesequat vulput luptatie vel enim dolore ea

aute doloborperos digna ad min euis ad te min vendit incilit dolore tat ute vullutat. Duis niscinis

aliquate te feugue modip ea aliquis aliquisis am velesto core volor sit, quat, cor sum dolobore

exercilit alit ver amet eu faci tem quis niam iusto odo core ea conse elenim iriustin henim iure-

raessent ip exer sim illandre digna feui tat. Ut irilit accumsan vel ex exeros nulla feugue magnim

dolore dunt praestrud ea conum dolor sumsandiam eros at, si.

Lorperc incilit lum dolobor percidunt wisi bla aute tinim dolenim eum dolore dolore dolum acilit

alisim dolor iriureetue magnis eu faccummodip eugiam eugue dolessissim venit lummy num er

irilis dolore doloborerit ea feugiam, si.

Exercil dolessequi te do endionsed exer sectem dolenibh ea augue con utpatue riuscil iquipit

lutpati scidunt adignis ciduip et lum dolor ing essit vulla faccum in utat venit, consequisim ipit la

coreet, vel inisl ing ex eummy niat. Na at. Gait aut lor aut aliquatie modio odo odiat nibh euis aci

et, quat utpat ametuero dio dolortio dit nos alit lut praestrud tie molor illam er sum accummodig-

na am, sum voloboreetum nim velenibh endre mod ex eugue et, vulla feuis nostrud ex el utpat,

quat, quis alit luptatum dolortisisl ulla adit, velent ing et, si blandrem aci blan ex er sis eu faccums

“Xerit, corem

quatuerat, susto

et nullamet accum

nim am, ven-

drem dionulla feu

feugue facidunt

velestie feugueros

nulput illam, sum

num dolobor pe-

raesequat vulput

luptatie dolobor”

Rodrigo PinhoProcurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo

Page 3: Revista do MPSP

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Procuradoria Geral de Justiça ....................................................................... 4 e 5

Entrevista: Alexandre de Moraes ................................................................. 6 e 7

Promotoria de Justiça da Infância e Juventude .................................................. 8

Promotoria de Justiça de Urbanismo e Meio Ambiente ..................................... 9

Promotoria de Justiça do Consumidor .............................................................. 10

Promotoria de Justiça da Cidadania ................................................................. 11

Gaeco é assunto da mídia internacional .......................................................... 12

Promotoria de Justiça Criminal ......................................................................... 13

Promotoria de Justiça Cível .............................................................................. 13

Audiências Públicas são aprovadas por promotores ........................................ 14

Eventos ............................................................................................................. 15

Histórias do MP/SP ........................................................................................... 16

NESTA EDIÇÃO

EXPEDIENTEAssessoria Especial de Comunicação e Relações InstitucionaisRua Riachuelo, 115 - Centro- CEP 01007-000 - São Paulo/SP8º andar (Coordenação)3º andar, sala 313 (Redação)

Coordenação:Roberto Livianu - Promotor de Justiça

Edição, Reportagens e Fotos:Ana Paula de Lara Campos Prado (MTB 24170)Tel.:[email protected] Kiyomori Mori(MTB 37019)Tel.: [email protected]

Equipe:Maria de Fátima V. dos Santos SilvaTel.: [email protected]ângela Aparecida Cruz BarbosaTel.:[email protected]

Direção de Arte e Diagramação: Antonio Carlos [email protected]

Impressão:Spel Gráfica

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PGJ entrega à Assembléia Legislativa projeto de lei que reestrutura carreira do MP

O procurador-geral de Justiça, Rodrigo César Rebello Pinho, esteve em 30/06 na Assembléia Legislativa em audiência com o presidente da Casa, deputado Rodrigo Garcia, para apresentar ao Poder Legisla-tivo projeto de lei complementar que reestrutura a carreira do Minis-tério Público de 1ª Instância. O encontro contou com a participação dos deputados líderes dos partidos representados na Assembléia.

O projeto foi aprovado em reunião extraordinária do Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça, e é similar ao do-cumento apresentado pela Presidência do Tribunal de Justiça, em

tramitação na Assembléia.A proposta do Ministério Público será lida no plenário da Casa e,

em seguida, correrá o prazo de 5 (cinco) dias para apresentação de emendas pelos parlamentares.

Ambos os projetos – do Ministério Público e da Magistratura – de-verão ser apreciados depois do recesso parlamentar de julho.

Leia no site www.mp.sp.gov.br/spn/noticias/Noticia_30062005_181636.htm a íntegra do projeto

I – A favor:

01. Álvaro Augusto Fonseca de Arruda

02. Antonio Visconti

03. Claus Paione

04. Herberto Magalhães da Silveira Júnior

05. Irineu Penteado Neto

06. José Benedito Tarifa

07. José Luiz Abrantes

08. José Ricardo Peirão Rodrigues

09. Júlio César de Toledo Piza

10. Mágino Alves Barbosa Filho

11. Maria Aparecida Berti Cunha

12. Maria do Carmo Ponchon da Silva Purcini

13. Nelson Lacerda Gertel

14. Regina Helena da Silva Simões

15. Roberto João Elias

16. Rodrigo César Rebello Pinho

II – Contra:

01. Arnaldo Gonçalves

02. Daniel Prado da Silveira

03. Dráusio Lúcio Barreto

04. Eliana Montemagni

05. Fernando José Marques

06. Franco Caneva Júnior

07. Hideo Ozaki

08. Irineu Roberto da Costa Lopes

09. Jorge Luiz Ussier

10. José Roberto Garcia Durand

11. Márcio Cunha Berra

12. Maria Cristina Barreira de Oliveira

13. Marilisa Germano Bortolin

14. Pedro Franco de Campos

15. René Pereira de Carvalho

16. Vercingetorix de Castro Garms Júnior

17. Walter Paulo Sabella

Em reunião extraordinária realizada no dia 21/07, o Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça rejeitou, por maioria de votos, proposta da Procuradoria-Geral de Justiça de criação da Procuradoria de Justiça de Interesses Difusos e Coletivos, com atribuição para ofi-ciar, na Segunda Instância, nas ações civis públicas, ações populares e respectivos mandados de segurança e ações cautelares e incidentes, bem como nos processos relativos aos crimes ambientais, contra a or-dem econômica e contra as relações de consumo.

A proposta, que havia sido acolhida pela maioria da comissão ins-

tituída pelo próprio Órgão Especial para apreciar a matéria, recebeu os votos favoráveis de 16 procuradores de Justiça, enquanto 17 procura-dores de Justiça a rejeitaram.

Foi aprovada, ainda, a unificação das atuais 1ª e 2ª Procuradorias de Justiça em uma Procuradoria de Justiça Criminal e das atuais 4ª e 5ª Procuradorias de Justiça em uma Procuradoria de Justiça Cível.

Confira, a seguir, como votaram os integrantes do Órgão Especial quanto à proposta de criação da Procuradoria de Justiça de Interesses Difusos e Coletivos:

A íntegra da ata do site encontra-se no site: http://www.mp.sp.gov.br/spn/noticias/Reuxtra.doc

Órgão Especial rejeita criação da Procuradoria de Interesses Difusos

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Procurador-Geral recebe moradores de rua

Decorridos onze meses, mais de 300 pessoas lotaram o auditório Queiroz Filho, na sede do Ministério Público, no dia 19/07, para tratar da chacina dos moradores de rua.

O Procurador-Geral de Justiça recebeu os manifestantes, compostos pelo povo da rua, entidades sociais, pastorais e religiosos. Também estavam presentes o Cardeal Dom Cláu-dio Hummes, o Desembargador Antônio Carlos Malheiros, o Promotor Rodney Claide da Silva e o Padre Júlio Lancellotti.

O Procurador-Geral presidiu a cerimônia e deu a palavra para várias pessoas se manifestarem. O Cardeal de São Pau-lo cobrou mais agilidade da Justiça.

O Promotor Rodney afirmou que este caso é de difícil elucidação dos autores, dadas as circunstâncias das mortes. Ele destacou ser fundamental o MP contar com a colabora-ção dos moradores de rua. Colocou seu gabinete à disposi-ção, ofereceu sigilo e proteção às testemunhas.

Houve depoimentos espontâneos de várias pessoas, re-latando seus dramas, seus medos e experiências de viver na rua. O Procurador-Geral ressaltou que a população pode e deve contar com o Ministério Público.

O Cardeal comentou o resultado do encontro: “Saio da-qui mais esperançoso do que quando entrei”.

Deputados apresentam emendas a projetos de interesse do MP

Acolhendo sugestões da Procuradoria-Geral de Justiça, os deputados estaduais Arnaldo Jardim (PPS), Romeu Tuma, Jorge Caruso, Geraldo Lopes e Baleia Rossi (PMDB) apresenta-ram emendas a dois projetos de lei de interesse do Ministério Público que estão em tramitação na Assembléia Legislativa do Estado.

O primeiro dos projetos (PLC nº 7, de 2005), encaminhado pelo Tribunal de Contas do Estado, cria o Ministério Público de Contas, regulamentando, no Estado, o art. 130 da Constituição Federal. Uma das emendas, apresentada pelo deputado Romeu Tuma, acrescenta um artigo à proposta, prevendo que “se, no exercício de suas funções, os membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público da União ou do Estado para as pro-vidências cabíveis”.

O outro projeto (PL nº 277, de 2005), de autoria do depu-tado Adilson Barroso (PSC), reestrutura o Fundo Especial de Despesas do Tribunal de Justiça, acrescendo-lhe receitas hoje destinadas à Fazenda do Estado. O deputado Arnaldo Jardim apresentou ao projeto uma emenda, prevendo que 25% das custas judiciais – que, pelo proposta, seriam inteiramente des-tinadas ao Judiciário – sejam repassadas ao Fundo Especial de Despesas do Ministério Público.

Já os deputados Romeu Tuma, Jorge Caruso, Geraldo Lo-pes e Baleia Rossi, em nome da bancada do PMDB, apresen-taram quatro emendas ao projeto, provendo o Fundo Especial de Despesas do Ministério Público, além de outras, de 25% das novas receitas previstas na proposta do deputado Adilson Barroso – destacando-se, dentre elas, parcela dos emolumen-tos das serventias judiciais, dos bens e heranças jacentes, das fianças e das penas pecuniárias aplicadas nos processos cri-minais.

Ambos os projetos já deram entrada na Comissão de Cons-tituição e Justiça da Assembléia, onde serão analisados.

Cardeal Dom Cláudio Hummes e Padre

Júlio Lancelotti lideram visita ao MP/SP

Procurador-Geral visita Tupi Paulista

No dia 23/05, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, visitou os jovens da Febem que foram transferidos para Tupi Paulista. Também estiveram presentes o Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Infância e Juventude, procura-dor de Justiça Paulo Afonso Garrido de Paula, o promotor de Justiça, Marcelo Creste, e o juiz da infância e juventude local, Moisés Harley Alves Coutinho

Foi constatado que os jovens adultos estão em boas condições, apesar de estarem em um estabelecimento prisional. O Ministério Pú-blico de São Paulo reitera que essa medida foi deferida em condições de absoluta excepcionalidade, cujo prazo vence em 30 de setembro. Enquanto isso, o Estado se comprometeu a providenciar a construção de unidades menores que possam abrigar de forma regional e ade-quada os adolescentes internados.

Page 6: Revista do MPSP

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Alexandre de Moraes, membro

do Conselho Nacional de Justiça

MP – Como surgiu o convite para participar do CNJ? AM – No final do primeiro semestre do ano passado, eu organizei

aqui em São Paulo pela Secretaria da Justiça reuniões para tratar da reforma do Judiciário. Participaram o Senador José Jorge (PFL-PE), relator do projeto no Senado, os representantes dos Tribunais (Alça-da, TJ e Tribunal de Contas) da época, o então Procurador-Geral de Justiça, Luiz Antônio Marrey, o Presidente da OAB e representantes da Sociedade Civil. Surgiu, então, a idéia de que no CNJ não deve-ria ter apenas representantes políticos, mas também da Sociedade Civil. O risco que se temia era de transformar o CNJ em um prêmio de consolação para ex-políticos derrotados nas eleições, por isso a importância da participação da Sociedade Civil. Eu acabei receben-do apoio dos diversos segmentos da Sociedade Civil, do Governador e da AASP e minha candidatura surgiu naturalmente.

MP - Como foi a articulação para aprovar o seu nome?AM - O candidato oficial do Governo era o Sérgio Renault (Se-

cretário da Reforma do Judiciário), e o PDSB e o PFL apresentaram a minha candidatura, o que acabou politizando a decisão. Criou-se uma discussão política polarizada, como se fosse Governo contra a oposição, tanto que houve até uma terceira candidatura que nin-guém lembra. Na Câmara, meu nome foi aprovado em 04 de maio. Depois seguiu para a sabatina do Senado.

MP – E como foi a sabatina?AM – Foi uma politização exagerada, basta ver a TV Senado. Os

Senadores do PT passaram a fazer perguntas relacionadas com o Go-verno do Estado, nada a ver com o Conselho Nacional de Justiça. As perguntas eram totalmente políticas.

MP – Por exemplo?AM – “O que você está fazendo na Febem?”. Até para evitar esse

tipo de pergunta, eu tomei o cuidado de pedir a exoneração da Fe-bem antes da sabatina. Não havia incompatibilidade nenhuma, mas eu pedi para sair antes da sabatina para mostrar total isenção políti-ca. No final, eu tive 39 votos. Faltaram 2.

MP – O que você sentiu nesse momento, sem Febem e sem CNJ?AM – Houve uma quebra do jogo político. Além disso, ao mesmo

tempo da minha votação estava ocorrendo uma outra votação no Se-nado: a escolha da lista para o Conselho do Ministério Público. Isso impediu alguns Senadores de votarem. O exemplo que saiu mais na imprensa foi o do Romeu Tuma. O próprio presidente do Senado, Re-nan Calheiros, pediu para o Senador Tuma contar os votos da Lista do Conselho do MP no mesmo momento em que estava acontecendo a votação. Quando ele voltou para votar, já havia terminado. Ficou cla-ro que a votação não representava a vontade da maioria do Senado.

Alexandre de Moraes fala sobre o desafio de integrar o Conselho Nacional de Justiça Primeiro colocado no Concurso de Ingresso à Carreira do Ministério Público de São Paulo, Alexandre de Moraes, 36, foi Promotor de Justiça de 1991 a 2002. No MP, exerceu várias funções, entre elas a de Promotor de Justiça da Cidadania, de membro do Grupo de Atuação Especial da Saúde Pública e do Consumidor e de Assessor do Procurador Geral de Justiça (biênio 2000-2002).

Doutor em Direito do Estado e Livre-docente em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde também se graduou em 1990, Alexandre de Moraes tomou posse no CNJ em 14 de junho de 2005.De seu escritório em São Paulo, Alexandre con-versou com o MP sobre a controvérsia votação de seu nome para o CNJ, funções do Conselho e seu futuro político:

“Um dos fatores que me entusiasmaram a participar do Conselho é o ineditismo.

Este é o primeiro Conselho, e vai acabar ditando se o modelo vai dar certo ou não.”

E N T R E V I S T A

Page 7: Revista do MPSP

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“Às vezes a gente se preocupa mais em

escrever bonito, defender uma tese. Tem que

olhar também do lado de quem está esperando

fazer justiça, com rapidez e eficiência”

Independentemente disso, eu fui comunicado e passei a acompanhar pela TV Senado. Eu vi que tinha gerado um problema grande, mas a mim cabia só aguardar e respeitar a decisão, mesmo sabendo que não era decisão da maioria da casa.

MP – Daí houve aquela movimentação política para a nova votação...

AM – Houve por parte dos partidos que representavam a maio-ria, inclusive do Governo, do próprio PT. O líder do PT colocou desde o início a necessidade de uma nova votação. Por requeri-mento do próprio Senador Tuma, primeiro os senadores votaram se deveria haver uma nova votação, que foi aprovada, depois vo-taram de novo.

MP – Na época, os jornais informavam que a nova votação não estaria prevista no regimento interno, que isso teria sido uma invenção do Senado. Qual é a sua análise?

AM – É pacífico, até no Supremo Tribunal Federal, que quem inter-preta o regimento do Senado é o próprio Senado. Então, foi colocada uma questão de ordem pelo senador Romeu Tuma: “eu não pude votar porque estava cumprindo uma missão dada pelo Presidente do Senado. Eu fui impedido de votar”. Os outros senadores reconhece-ram que houve uma falha na votação e decidiram votar se deveria haver uma nova votação. Na verdade, eu acabei passando por três votações: na primeira, não houve quorum; na segunda, para decidir pela nova votação; e, na terceira, a minha nova votação propriamen-te dita, que aconteceu no dia 24.

MP - O senhor passou uma semana sem saber onde ia parar?AM – Fiquei acompanhando...

MP – Pensava em voltar para a Secretaria de Justiça?AM – Não. Quando eu saí para ocupar o Conselho, o Governador

convidou outro secretario (Hédio Silva Júnior). Não teria cabimento essa idéia de voltar. Eu fiquei aguardando para ver qual seria o desfecho. Se o desfecho fosse desfavorável, eu iria advogar normal-mente, continuaria a minha vida acadêmica.

MP – Voltaria ao MP?AM – O MP foi uma etapa importante da minha vida, mas foi

uma fase. Eu não tenho apego a cargos. Gosto de trabalhar não importa o cargo.

MP – Por que decidiu participar do CNJ?AM – Um dos fatores que me entusiasmaram a participar do

Conselho é o ineditismo. Este é o primeiro Conselho, e vai acabar ditando se o modelo vai dar certo ou não. Como vai funcionar? Será um conselho para realmente coordenar o judiciário, fiscalizar e auxiliar ou será um Conselho honorífico, para premiar pessoas e apenas colocar no currículo que foi “Conselheiro do CNJ”? O desa-fio é muito importante.

MP – Onde será a estrutura do CNJ?AM – A infra-estrutura será no próprio Supremo Tribunal Fede-

ral, no 6º andar do prédio. Enquanto o presidente do STF, que é o presidente do CNJ, não mandar um projeto de lei para a criação de cargos específicos para o Conselho, será realizado um convênio com o Supremo para os servidores do STF auxiliarem. Eu acho que tem que rapidamente ser composto um quadro de servidores, até

para mostrar que o Conselho não é uma comissão do Supremo, que é um órgão independente, separado de qualquer Tribunal.

MP – A dedicação será exclusiva?AM - Já preparamos um modelo de regimento, que foi enviado para

todos os conselheiros para acrescentar sugestões. A dedicação funcional é exclusiva, com exceção para os Ministros dos Tribunais Superiores. A exclusividade serve para evitar constrangimento entre os colegas de sua região. A nossa idéia é que haja um rodízio permanente dos conselheiros nas visitas de todos os tribunais no País para verificar as condições de gestão. Ninguém tem dúvida de que no começo o CNJ vai ser mais dis-ciplinar: as pessoas vão querer representar Juízes ou recorrer de decisões das corregedorias

MP – Quais outros papéis desempenhados pelo CNJ?AM – Um papel fundamental será a gestão administrativa. Hoje,

cada tribunal tem um método de gestão administrativa. Às vezes, em um mesmo Estado, cada Tribunal (Tribunal Regional do Trabalho em Campinas, Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo da Capital etc) tem métodos diferentes. No Estadual, por exemplo, são 26 Tribunais de Justiça, e a tramitação de um recurso no tribunal é cada um de uma forma, um regimento aqui outro ali. É claro que o CNJ nunca entrará na independência do Juiz na hora de julgar, mas o Conselho tem a função de dar mais eficiência para o Judiciário. A Justiça deve ser tratada como um serviço público, mas às vezes a gente se preocupa mais em escrever bonito, defender uma tese. Tem que olhar também do lado de quem está esperando fazer justiça, com rapidez e eficiência. O conselho não veio para politizar, mas para auxiliar. Tem muita coisa que dá para ser feito, desde que coisas menores, como o horário de funcionamento ao público do judiciário.

MP – O senhor não acha que falta nesse Conselho a presença de pessoas da sociedade externas ao mundo jurídico? Que tivesse alguém que representasse o próprio cidadão destinatário da jus-tiça, como um jornalista ou médico?

AM – Pedir a um jornalista ou psicólogo para regulamentar um ato administrativo com funcionamento do Tribunal seria mais ou menos como solicitar que eu ajudasse a regulamentar como funcionaria uma redação num jornal. Eu até poderia dar o meu palpite. O cidadão co-mum tem que participar por meio das ouvidorias. Nesse sentido, a decisão do MPSP de criar sua própria ouvidoria é importantíssima.

MP – Na época da eleição para prefeito, cogitou-se o seu nome para vice. Agora, o Serra é o mais cogitado para Presidente nas pesquisas. Se ele o convidar para uma candidatura na presidên-cia, o senhor aceita?

AM – Eu me colocaria à disposição. Eu não pediria, mas também não negaria um pedido. Eu acredito que a união do PFL e do PSDB é um projeto importante. Mas agora estou no Conselho e espero cumprir meus dois anos de mandato.

Page 8: Revista do MPSP

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Americana recebe novo núcleo de atendimento de adolescentes infratores

Edson Vidigal, presidente

do STJ, abre o seminário

A cidade de Americana recebeu no dia 29/4 uma nova unidade para atender adolescentes infratores. Instalado em um prédio de dois andares, o Naia (Núcleo de Atendimento Integrado de Adolescentes de Americana) oferece aos jovens, além de instalações adequadas de internação provisória, serviços de psicólogos, educadores e assisten-tes sociais. O espaço ainda conta com atividades pedagógicas, área de esporte e lazer.

“Começamos com um inquérito civil público e levamos mais de cinco anos para que o Naia saísse do papel e se tornasse realidade”, explica o promotor da Infância e Juventude Rodrigo Au-gusto de Oliveira, um dos responsáveis pelo projeto.

Até a inauguração do Naia, os infratores eram enviados à cadeia pública de Cosmópolis, onde ficavam em celas separadas dos adul-tos. “O objetivo é reintegrar o jovem infrator, com medidas sócio-educativas, e não simplesmente trancafiá-lo numa cela”, afirma o promotor.

A idéia agora, segundo Rodrigo, é transformar o Naia em um

centro de referência para a Infância e Juventude em Americana, ao integrar em um único espaço o MP, Justiça, ONGs de assistência ao menor, Conselho Tutelar e da Infância.

Situação de riscoO atendimento aos adolescentes e crianças também se estenderá

àqueles em situação de risco, que não praticaram infração, como nos casos de abandono pelos pais ou de evasão escolar.

No Naia, esses jovens receberão orientação de psicólogos e edu-cadores e poderão ainda prestar serviços à comunidade. “A interna-ção só deve acontecer em último caso. Nossa maior meta é educar e reintegrar o jovem na sociedade, preparando-o para retornar ao convívio social”, conclui Rodrigo.

O Naia é o resultado de um trabalho conjunto do Ministério Públi-co, OAB, Conselho Tutelar, Conselho de Direitos da Criança, Salesia-nos, Vara da Infância e Juventude, Polícia Civil, Prefeitura Municipal e a Secretaria Estadual de Justiça.

Debate dos 15 anos do ECA encerra com entrega da Carta de Brasília pela Justiça para a Infância e Juventude

A eficiência do Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu 15º aniversário de publicação, foi colocada em questão no debate “Quinze anos do Estatuto da Criança e do Adolescente – Avanços e desafios sob a ótica do Sis-

tema de Justiça”, que aconteceu no dia 11 de julho, no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O ministro Edson Vidigal, presidente do STJ, abriu o seminário afir-mando que as munições do Estatuto não têm sido ainda eficazes para vencer as mazelas a que as crianças e adolescentes brasileiros são sub-metidos. Segundo o ministro, o País está carente de políticas mais agres-sivas e menos paternalistas em favor desse segmento da população. “Não estaríamos falando a verdade para nós mesmos se proclamásse-mos aqui vitória total. Só ficar mudando conceitos, substituindo vocábu-los, amaciando frases, não leva a nada”, afirmou o ministro Vidigal.

A Promotora de Justiça Laila Said Abdel Qader Shukair, assessora do CAO da Infância e Juventude em São Paulo, destacou a importância da atuação conjunta dos atores que militam na área da Infância e Juventude para a efetivação desses direitos -e a participação do Judiciário para concretizar resultados. “As lutas que juízes, promotores de Justiça, advo-gados e defensores travam para implementar esses direitos encontram no STJ o reconhecimento da justiça para transformar a realidade brasi-leira”, afirma ela, que também é presidente em exercício da Associação Brasileira de Magistrados e Promotores da Infância e da Juventude.

BalançoUm dos momentos que chamaram a atenção durante o seminário

foi o discurso do Procurador de Justiça Paulo Afonso Garrido de Paula, coordenador do CAO da Infância e Juventude.

Garrido, que foi um dos autores do ECA, ressaltou que não aconte-cerão mudanças substanciais apenas criando novos textos legislativos. “A lei não transforma a realidade. O Estatuto deve ser percebido apenas como instrumento transformador”, destacou.

Ele ainda enfatizou o papel do Ministério Público na realização dos direitos da Criança e do Adolescente. “A parcela de Promotores de Justi-ça compromissados com a efetivação dos direitos da Criança e do Ado-lescente é ativa e empreendedora, revolucionária no sentido da trans-formação social.”

Carta de Brasília Para finalizar o evento, a ABMP (Associação Brasileira de Magistra-

dos e Promotores de Justiça da Infância e Juventude), entidade que con-grega Juízes e Promotores de Justiça da Infância e Juventude de todas as Comarcas, Procuradorias e Tribunais brasileiros, divulgou a Carta de Brasília pela Justiça para a Infância e Juventude. No documento, além de confirmar os avanços nos 15 anos da lei, os integrantes da ABMP desta-cam a importância e necessidade de continuar os progressos alcançados até então pelo ECA.

Saiba mais: Acesse a íntegra do discurso do Procurador de Justiça Paulo Afonso Garrido de Paula e a carta de Brasília no site:www.mp.sp.gov.br/spn/noticias/Noticia_18072005_172023.htm

I N F Â N C I A

Sand

ra Fa

do/ST

J

Page 9: Revista do MPSP

IPT e MP assinam convênio para cooperação técnico-científica

O CAO-Uma (Centro de Apoio Operacional de

Urbanismo e Meio Ambiente) lançou o quarto

volume da coleção “Temas de Direito Urbanístico”.

Fruto da parceria entre o Ministério Público de São

Paulo e a Imprensa Oficial de São Paulo (Imesp), o

livro, de 348 páginas, aborda assuntos como plano

diretor, desapropriação e regularização fundiária.

“A exemplo dos volumes anteriores, os quais

tiveram excelente aceitação de profissionais e

estudantes de Direito, o quarto volume trata

de vários aspectos do planejamento urbano,

enfocando agora a correta aplicação do Estatuto

da Cidade, que serve de pano de fundo desta

publicação”, afirma Daniel Fink, coordenador do

CAO-Uma.

A obra, com tiragem de 3 mil exemplares, pode ser

adquirida pelo site da Imesp (www.imesp.com.br)

por R$ 32.

O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) e o Ministério Público, por meio do Centro de Apoio Operacional de Urba-nismo e Meio Ambiente (CAO-Uma) renovaram,

no dia 05/07, convênio para cooperação técnico-científica nas áreas de meio ambiente, planejamento e desenvolvimento urbano.

Segundo o acordo, técnicos do IPT realizarão perícias, investigações e levantamentos especializados nos casos indicados pelo CAO-Uma.

“A implantação do plano de ação ambiental e urbanístico de 2005/2006 depende de parcerias confiáveis e tecnicamente consistentes como essa celebrada com o IPT”, afirma Daniel Fink, coordenador do CAO-Uma.

EstruturaCriado há mais de 100 anos, e ligado à Secretaria da Ciência, Tec-

nologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, o IPT situa-se numa área construída de 87 mil m² no campus da Cidade Uni-versitária, em São Paulo, onde trabalham cerca de 1.500 pessoas, sendo aproximadamente 450 pesquisadores.

Com o apoio de seus 71 laboratórios, das suas 51 seções técnicas e de equipes de pesquisa, são elaborados relatórios técnicos sobre diagnósti-cos, estudos e análises teórico-experimentais, entre outros serviços.

Liminar suspende dispositivos de lei sobre proteção ambiental

M E I O - A M B I E N T E

Está suspensa a norma que possibilita a retirada de vegetação de área de preservação permanente mediante autorização administrativa do órgão ambiental. A decisão foi do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Nelson Jobim, ao deferir liminar em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3540), proposta contra dispositivos do artigo 4º da Lei 4.771/65, modificada pela Medida Provisória 2166/01. A me-dida atende pedido da Procuradoria Geral da República.

Segundo argumentou a PGR, de acordo com a Constituição Federal (artigo 255, parágrafo 1º, III), somente a lei formal pode autorizar a alteração dos espaços territoriais especialmente protegidos. A institui-ção sustentou que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estaria prestes a autorizar, por meio de resolução, o gestor ambiental local a suprimir a vegetação de área de preservação permanente para fins de “empreendimento de mineração”, daí a necessidade de liminar.

Ao decidir, o ministro Jobim afirmou que a Constituição Federal im-põe ao Poder Público o dever de defender e proteger o meio ambiente para as presentes e futuras gerações (artigo 225, caput). Disse, ainda, que a reunião ordinária do Conama, nos dias 27 e 28 de julho, evidencia o “perigo da demora” se a medida liminar não fosse tomada.

Segundo o ministro, a extração de minério “causa danos irrepará-veis e irreversíveis ao meio ambiente, eis que a área em que a atividade for desenvolvida não voltará ao seu estado anterior, presente o pericu-lum in mora (perigo da demora)”.

A concessão da medida, disse Jobim, permitirá uma análise mais

aprofundada sobre o tema e, ao mesmo tempo, não impedirá o pereci-mento do direito de eventuais interessados na exploração ambiental.

O CAO-UMA compartilha do entendimento de que a MP n. 2.166-67/2001 é ato normativo administrativo inconstitucional.

Leia abaixo a decisão liminar deferida pelo presidente do STF:

EM 25/07/05 “(...) EM EXAME PRÉVIO VERIFICAM-SE PRESENTES OS PRESSUPOSTOS NECESSÁRIOS PARA O DEFERIMENTO DA MEDIDA CAU-TELAR. A INICIAL ANUCIA A PROXIMIDADE DA 78º REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONAMA, ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO DO SISNAMA - (...), QUE SERÁ REALIZADA NOS DIAS 27 E 28/07/05 (FLS. 17/20). OCORRE QUE, COM FUNDAMENTO NO ART. 4º DA MP ORA IMPUGNADA, O CONAMA, POR MEIO DE RESOLUÇÃO, PODE VIR A AUTORIZAR O GESTOR AMBIEN-TAL LOCAL A SUPRIMIR A VEGETAÇÃO DE UMA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, PARA FINS DE ‘EMPREENDIMENTO DE MINERAÇÃO’ (FL. 7) (...) ORA, A EXTRAÇÃO DE MINÉRIO CAUSA DANOS IRREPARÁVEIS E IRREVERSÍVEIS AO MEIO AMBIENTE, (...) PRESENTE POR ESTE MOTIVO O ‘PERICULUM IN MORA’. O ‘FUMUS BONI IURIS’ ENCONTRA-SE NA NORMA CONST... DAÍ QUE A CONCESSÃO DA MEDIDA PERMITIRÁ UMA ANÁLISE MAIS APROFUNDADA SOBRE O TEMA... ASSIM, DEFIRO O PEDIDO DE ME-DIDA CAUTELAR PARA SUSPENDER, ‘AD REFERENDUM’ DO PLENÁRIO, ATÉ O JULG. FINAL DA AÇÃO, A EFIC. DO ART. 4º, CAP., E §§ 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º E 7º DA LEI 4771/65.”Fonte: STF

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Inscrições: Cenacon. Rua Riachuelo, 115, 7º andar, sala 747, Centro,

São Paulo. Tels. 0/xx/11/3119-9844, 3119-9564, 3119-9562. E-mail: [email protected].

Local do evento: Auditório Tilene Almeida de Morais (rua Riachuelo, 115, 9º

andar, Centro, Capital, São Paulo). Data: 16 de agosto (terça-feira), das 9 às 12h30.

MP recebe jurista português em agosto para debate sobre cobrança de assinatura do serviço de telefonia

O Ministério Público do Estado de São Paulo ob-teve liminar no processo em face da Bradesco Saú-de S/A através de ação civil pública proposta pela Dra. Deborah Pierri, da Promotoria do Consumidor (processo n. 000.04.072946-0 - 22ª Vara Cível da Comarca da Capital). A decisão configurou-se

numa extensão da liminar que também proibiu aumento abusivo no ano de 2004.

A deliberação, que atendeu parcialmente ao pedido do MP/SP,

limitou o índice para os contratos individuais celebrados com a Bradesco antes da entrada em vigor da Lei 9656/98 ao patamar de 15,67% para 2005, proibindo cobrança retroativa, o que afrontaria o objeto da ação em curso.

O Ministério Público pretendia a adoção do mesmo índice fixado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os contra-tos posteriores à referida legislação (11,69%). O percentual adotado na nova decisão (15,67%) é oriundo de acordo celebrado administra-tivamente entre a Bradesco e a ANS em dezembro de 2004.

Deferida liminar que impede aumento abusivo da Bradesco Saúde S/A

C O N S U M I D O R

O Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Consumidor (Cenacon) promove, no próximo dia 16 de agosto, deba-te com o tema “Serviços Públicos Essenciais e Cobrança de Taxa de Assinatura do Serviço de Telefonia”.

O evento, que conta com a presença do presidente da Associação Portuguesa de Direito de Consumo (APDC), Mário Frota, se propõe a fazer um estudo paralelo entre a cobrança da taxa de assinatura do telefone no direito europeu e no direito brasileiro.

Segundo a Promotora de Justiça Maria da Glória Villaça Borin Ga-vião de Almeida, o objetivo do encontro é discutir um dos assuntos de maior interesse dos consumidores atualmente.

“Hoje em dia, mais de 60 mil ações individuais tramitam na Jus-tiça apenas contra a cobrança da assinatura da Telefônica de São Paulo, sem contar as ações coletivas do Ministério Público”, afirma.

Na oportunidade, serão questionados os aspectos jurídicos e prá-ticos dessa taxa, tendo em vista que, no Congresso Nacional, tramita projeto de lei visando regulamentar a questão.

O evento, que acontece na sede do MP, recebe inscrições até o dia 15 de agosto.

Programa: Abertura: Dr. RODRIGO CÉSAR REBELLO PINHO Procurador – Geral de Justiça do Estado de São Paulo Painel 1: Serviços Públicos Essenciais no Direito Europeu

e Proteção do Consumidor Dr. MÁRIO FROTA Presidente da Associação Portuguesa de Direito de Consumo

(APDC)

Painel 2: A Posição do Congresso Nacional Acerca da Cobrança de Taxa de Assinatura no Serviço de Telefonia

DEPUTADO FEDERAL LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara

dos Deputados

Debates: Dr GILBERTO NONAKAPromotoria de Justiça do Consumidor da Capital Dra. MARIA INÊS DOLCIRepresentante da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – PRO TESTEDra. DULCE SOARES PONTES DE LIMARepresentante do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - IDEC

Coordenação: Dr. MARCO ANTONIO ZANELLATOProcurador de Justiça Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Consumidor.

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IV Fórum Global de Combate à Corrupção conclui pela atuação conjunta

C I D A D A N I A

Após mais de nove horas de oficinas destinadas a debater a lavagem de dinheiro, em dois dias de discussões no IV Fórum Global de Combate à Corrupção, em Brasília, autoridades brasileiras e estrangeiras reafirmaram a necessidade de articulação entre os diferentes órgãos de governo para combater crimes relacionados a essa prática, incluindo o tráfico de drogas, contrabando de armas e evasão de divisas. As oficinas foram divididas em três sessões, sendo que em uma delas foi discutida exclusivamente a recuperação de ativos proveniente do crime de lavagem de dinheiro.

A secretária Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Cláudia Cha-gas, que presidiu a mesa da oficina “Lavagem de Dinheiro – Lições Apren-didas”, na quinta-feira (9), afirmou que instituições como a Polícia Federal, o Banco Central, a Receita Federal, o Ministério Público e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre outros, precisam trabalhar articulados para impedir a atuação das organizações criminosas. Os pro-motores de Justiça de São Paulo Silvio Antônio Marques e Marcelo Batlou-ni Mendroni também participaram como expositores dessa oficina.

“Uma instituição precisa da outra, já que possui profissionais com perfis que se completam numa ampla investigação do crime”, declarou o chefe do Departamento de Polícia de Cobourg, no Canadá, Gary Clement, em concordância com o raciocínio do governo brasileiro.

As autoridades concluíram, ainda, que a internacionalização do crime

obriga autoridades de países de todos os continentes a também atuarem em conjunto. Segundo Cláudia Chagas, a falta de colaboração entre eles inviabiliza o combate ao crime transnacional. “Felizmente, hoje existe um movimento mundial para que todos os países colaborem entre si na re-messa de informações e de provas que viabilizam as investigações inter-nacionais”.

Também participaram pelo MP de São Paulo os promotores de Justiça Carlos Gilberto Menezello Romani (relator na oficina de licitações públi-cas), Paulo César Correa Borges (relator da oficina de mensuração dos níveis de corrupção), Artur Pinto de Lemos Júnior, Ricardo Brites de Figuei-redo, Marcelo Duarte Daneluzzi, Sérgio Turra Sobrano e o Coordenador do Centro de Apoio da Cidadania, José Benedito Tarifa.

LicitaçõesOutro assunto que tomou conta dos debates foi a utilização da mo-

dalidade eletrônica nos pregões. Além de permitir a redução do tempo necessário na compra de bens e contratação de serviços, o método dimi-nui custos.

Um dos exemplos citados foi a Coréia do Sul, onde 93% das compras públicas (2004) foram realizadas por meio da Internet, somando a quantia de US$ 43 bilhões.

Em agosto, igualdade racial será tema de encontro no MP/SPO Centro de Apoio Operacional das Promo-

torias de Justiça da Cidadania (CAO da Cida-dania) organiza, no próximo dia 15 de agosto, debate sobre o tema “O Ministério Público e a Igualdade Racial”. O objetivo do encontro é estimular assuntos relativos à inclusão social entre promotores de Justiça.

Pelo Ministério Público, além do coorde-nador do CAO da Cidadania, José Benedito Tarifa, participam do encontro o Procurador-Geral de Justiça e o Promotor de Justiça Chris-tiano Jorge Santos.

O evento contará ainda com a presença do senador Paulo Renato Paim (PT/RS) e do Secretário de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, Hédio Silva Júnior.

Outros palestrantes serão: profº Timothy Martin Mulholland (vice-reitor da UNB), profº Hélio Santos (presidente do Instituto Brasilei-ro da Diversidade), Procurador de Justiça do Rio de Janeiro Augusto Henrique P. de Sou-za Werneck Martins (Secretário Municipal de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro).

Os interessados em participar do seminá-rio devem entrar em contato com o CAO da Cidadania (tel. 3119-9550 e 3119-9551).

Veja a programação completa ao lado:

09h00/09h10 Abertura: Rodrigo César Rebello Pinho Procurador-Geral de Justiça do Estado de

São Paulo

09h10/11h10 Painel: Ação Afirmativa e o Estatuto da

Igualdade Racial Senador Paulo Renato Paim (PT/RS) Hédio Silva Júnior

Mestre em Direito Processual Penal pela PUCSP

Doutor em Direito Constitucional pela PUCSP

Secretário de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo

11h10/12h00 Debates 14h00/16h00

Painel: Análise das Práticas de Inclusão Sócio-Racial Coordenação: José Benedito Tarifa Procurador de Justiça Coordenador do

Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Cidadania do Ministério Público do Estado de São Paulo

Participantes: Christiano Jorge Santos Promotor de Justiça da Capital Mestre e Doutorando em Direito Penal pela PUCSP Prof. Timothy Martin Mulholland Doutor em Psicologia pela Universidade de Pittsburgh (EUA) Vice-Reitor da Universidade de Brasília Prof. Hélio Santos Mestre em Finanças e Doutor em Administração pela USP Presidente do IBD - Instituto Brasileiro da Diversidade Augusto Henrique P. de Souza Werneck Martins Procurador do Estado do Rio de Janeiro Mestre em Direito pela PUCRJ Secretário Municipal de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro

16h00/17h00

Debates

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Investigações do Gaeco pautam mídia internacionalParceria Corinthias/MSI e casos de racismo no Orkut despertam atenção mundial

Não é apenas a mídia brasilei-ra que se interessa pelas ações do Ministério Público paulista. Apenas este ano, o MP/SP já rendeu repor-tagens para os principais jornais e revistas do mundo, entre eles o diário norte-americano New York Times, o argentino Clarín e a re-vista alemã Der Spiegel.

Considerada uma das mais im-portantes publicações européias, a Der Spiegel (edição 16/2005), por exemplo, dedicou uma re-portagem especial sobre a po-lêmica parceria da internacional MSI (Media Sport Investments) e o Sport Club Corinthians, alvo

de investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Es-pecial e Repressão ao Crime Organizado).

Segundo as investigações, que ganharam destaque na matéria, a máfia russa estaria usando o investimento no time de futebol, de cerca de US$ 52 milhões, para lavar dinheiro.

“Encaminhamos o resultado de nossas investigações para o Minis-tério Público Federal porque se trata de crime internacional”, afirma o promotor de Justiça José Reinaldo Guimarães Carneiro, que coman-dou o trabalho ao lado do também promotor de Justiça Roberto Porto.

Estados UnidosO New York Times (edição de 07/02), um dos principais jornais

do mundo, dedicou reportagem de meia página para mostrar a atuação dos promotores de Justiça do Gaeco. A matéria retrata a investigação das comunidades racistas no site de relacionamento Orkut (www.orkut.com) realizada pelos promotores de Justiça de São Paulo. “Recebemos a denúncia da ONG ABC Sem Racismo de que haveria diversas comunidades virtuais que divulgavam o racis-

mo”, conta o promotor de Justiça Christiano Santos.A maior dificuldade, segundo Santos, era fazer com que a em-

presa Google, proprietária do site Orkut e localizada nos Estados Unidos, retirasse essas comunidades do ar. A solução encontrada foi enfocar as investigações nos “donos” das comunidades e nos membros participantes. “Desta forma, conseguimos tirar rapida-mente mais de 100 comunidades racistas do ar e dois menores fo-ram encaminhados à vara da Infância e Juventude.”

Criado em dezembro de 1995, por ato do então procurador-

geral de Justiça José Emmanuel Burle Filho, o Gaeco completa

dez anos de uma história de sucesso.

Do fim da “Máfia dos Fiscais” ao combate ao PCC (Primeiro

Comando da Capital), o Gaeco se tornou notório na mídia por

enfrentar as principais organizações criminosas de São Paulo.

Formado por 28 promotores de Justiça (6 na Capital e 22

no interior), o grupo atua hoje em mais de 200 processos e

inquéritos apenas na cidade de São Paulo.

Na Grande São Paulo e no interior do Estado, onde o Gaeco

recebe a denominação de Gaerco (Grupo de Atuação Especial

Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado),

as unidades de investigação estão espalhadas nas cidades

de Santo André, Guarulhos, São José dos Campos, Campinas,

Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e

Santos. Em breve, as cidades de Araçatuba e Sorocaba também

devem receber unidades do grupo.

“Além de agentes próprios, o Gaeco conta com estrutura

individualizada, que inclui base de dados exclusiva e serviço de

informação privilegiada”, afirma o promotor de Justiça Roberto

Porto, que está no Gaeco desde 1998.

Contato: R. Minas Gerais, 316, 5º andar, tel. 11/3017-7784.

[email protected]

Gaeco completa dez anos

C R I M E O R G A N I Z A D O

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Ciclo de palestras na Bovespa discute funcionamento do mercado de ações

Seminário sobre crime organizado mobiliza promotores e procuradores de todo o Estado

No último dia 20 de maio aconteceu no auditório Queirós Filho, localizado no edifício sede do Ministério Público de São Paulo, o seminário “A Ação Integrada do Estado no Combate ao Crime Orga-nizado”. O evento, realizado pela Procuradoria-Geral de Justiça e o CAEX-Crim, teve início às 9h30 e se estendeu até o final da tarde.

No período da manhã, o Ministro Gilson Dipp, do Superior Tri-bunal de Justiça, discorreu sobre temas relativos ao seminário, en-tre eles o assunto “lavagem de dinheiro”.

Na parte da tarde, proferiram palestras a Secretária Nacional

de Justiça, Cláudia Chagas, e o diretor do Departamento de Re-cuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, Antenor Madruga, ambos do Ministério da Justiça.

Os 80 promotores e procuradores de Justiça de todo o Estado que participaram do seminário puderam assistir também a um estudo de caso concreto. Na ocasião, foi apresentada a inves-tigação de lavagem de dinheiro realizada em Serra Negra pelos promotores Michel Betenjane Romano e Gustavo Roberto Chain Pozzebon.

C R I M E

C Í V E L

Cerca de 100 integrantes do Ministério Público de São Paulo compareceram, no dia 13 de maio, ao audi-tório Abelardo de Vergueiro César, no prédio da Bol-sa de Valores de São Paulo (Bovespa), para discutir questões ligadas à estrutura e ao funcionamento do

mercado de ações, bolsa de valores e mercado de balcão organizado no Brasil.

A abertura do evento contou com a presença do presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, que destacou a atuação da Bolsa nas áreas sociais e o trabalho desenvolvido para desmisti-ficar o mercado de ações, como o ciclo de palestras oferecido aos Membros do Ministério Público. Na parte da manhã, o consultor jurídico da Bovespa Luiz Eduardo Martins Ferreira discorreu sobre a origem e história da Bovespa. Logo depois, o superintendente de operações da Bovespa, Ricardo Pinto Nogueira conversou sobre as formas e as principais características dos processos de apregoação de negócios.

Na parte da tarde, três palestras foram proferidas: “A Fiscali-zação e a Auditoria nas Operações Realizadas na Bovespa”, pelo

superintendente de auditoria da Bovespa, Odilson Lírio Moré, abor-dando crimes de lavagem de dinheiro e o uso indevido de informa-ção privilegiada (insider trading); “As Obrigações das Companhias Abertas Perante a CVM”, pela superintendente de assuntos legais da Bovespa, Nora Matilde Rachman; e “Funcionamento da Liquida-ção Física e Financeira de Operações”, pela diretora de operações da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia, Amarílis Prado Sardenberg.

Para o Promotor de Justiça Alberto Camiña Moreira, que parti-cipou dos trabalhos, os debates foram um sucesso. “As palestras foram claras e proporcionaram uma boa visão do funcionamento da Bolsa de Valores”, destaca.

Saiba mais:O Centro de Apoio Cível informa que o conteúdo das apresentações e as normas que regulam o mercado

encontram-se disponíveis no site www.mp.sp.gov.br

Análise de caso concreto

é realizada durante

seminário do CAEX-Crim

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95% dos promotores de Justiça afirmam aproveitar dados de Audiência PúblicaLevantamento foi realizado em seis cidades do interior com membros do MP que participaram do evento

Pesquisa realizada pela Assessoria Especial de Comunicação e Rela-ções Institucionais comprova a aceitação das Audiências Públicas pelos promotores de Justiça.

O estudo foi realizado nas cidades de Bauru (01/04), Taubaté (29/04), São José do Rio Preto (12/05), Sorocaba (19/05), Araçatuba (03/06) e Franca (16/06).

No total, 66 membros do Ministério Público até agora responderam às oito questões levantadas pela procuradoria-geral de Justiça. Dessas, seis eram perguntas com apenas duas alternativas de resposta (sim/não), as demais eram discursivas.

Para a questão “Acredita que os assuntos expostos serão aproveita-dos ou influenciarão na sua forma de atuação”, 95% dos promotores de Justiça responderam positivamente, apenas 3% negaram e outros 2% preferiram não responder.

“Os resultados comprovam a utilidade da Audiência Pública como elemento complementar da atuação dos membros da Instituição”, avalia o promotor de Justiça Roberto Livianu, coordenador da pesquisa.

Outro resultado animador foi a vontade de os promotores de Justiça contribuírem para a realização das próximas Audiências Públicas – 96% deles demonstraram interesse. “O cidadão é o destinatário final do ser-viço prestado pelo MP, por isso o promotor deve traçar suas ações aten-to às suas necessidades”, avalia o promotor de Justiça de Taubaté José Carlos de Oliveira Sampaio.

Segundo o promotor, o evento é ainda um ótimo mecanismo para quebrar um pouco a formalidade da Instituição. “A Audiência Pública, ao deslocar o procurador-geral de Justiça e parte de seu gabinete para o interior, serve também para aproximar a cúpula do MP dos promotores do interior. Assim, os próprios promotores podem levar as suas reivindi-cações diretamente ao PGJ, sem precisar de ofícios.”

Para Rodrigo Pinho, procurador-geral de Justiça, a Audiência Pública é um dos principais instrumentos para se colocar em prática o conceito de democracia participativa, previsto na Constituição. “A partir do que ouvimos da população, vamos traçar um plano de atuação eficaz para 2006 e que realmente atenda aos anseios da sociedade”, afirma.

Segundo Pinho, a tendência é que a experiência seja repetida nos próximos anos. “Todo o material levantado é bastante rico, ficamos im-pressionados com o interesse da população de participar do plano de atuação do MP em 2006.”

Apoio da sociedade civilA procuradoria-geral de Justiça também realizou levantamento se-

melhante com o público que assistiu às Audiências Públicas. Ao todo, 445 pessoas até o momento responderam espontaneamente à pesquisa e deram a sua avaliação dos eventos do Ministério Público no interior.

Para 96% dos participantes, a Audiência Pública é “um bom mecanis-mo para aproximar a sociedade civil do Ministério Público”. Outros 79% disseram que a Audiência Pública “atendeu às suas expectativas”.

A professora de serviço social da Unesp Victalina Pereira di Gianni, 68, avalia positivamente a iniciativa do Ministério Público. “Fiquei feliz por saber que o MP se encontra disponível à população. A utilidade da

Audiência Pública é inquestionável”, afirma.Outro dado interessante da pesquisa é a imagem que a sociedade

tem do promotor de Justiça, ainda bastante vinculada à atuação cri-minal. Dos entrevistados, 322 deles afirmaram que a “a área de maior interesse social para atuação do Ministério Público” é o “combate a cri-minalidade”. Segundo Livianu, isso se deve à própria história do MP. “O cidadão ainda tem aquela idéia de que o promotor de Justiça é o prota-gonista do júri para combater o crime. Nossa meta é associar a imagem do promotor de Justiça também à promoção de ações civis públicas na defesa de outros temas coletivos importantes, como a cidadania, con-sumidor e os portadores de deficiência”, explica.

As Audiências Públicas são abertas a quaisquer cidadãos, que po-dem apresentar suas sugestões diretamente aos promotores de justiça, oralmente ou por escrito. Para tanto, basta pedir a palavra durante o debate.

O evento conta com a participação dos Centros de Apoio Opera-cional do Ministério Público: Criminal, Cível, Cidadania, Consumidor, Infância e Juventude, Urbanismo e Meio Ambiente.

Até o fim deste ano, 13 Audiências Públicas terão sido realizadas em todo o Estado, incluindo a capital.

E S P E C I A L

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Promotor do Tribunal Supremo Espanhol abrirá III Congresso do Ministério Público

Debate sobre reforma do judiciário reúne cerca de 400 operadores do Direito

O promotor do Tribunal Supremo Espanhol (seção Criminal) An-tonio del Moral García será o conferencista na cerimônia de abertu-ra do III Congresso do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Sob o tema “O Ministério Pú-blico Frente à Criminalidade Trans-nacional: a Experiência Européia”, García dará início ao evento na ce-rimônia que acontece no dia 24/08, às 19h00, no Blue Tree Convention Ibirapuera.

Professor de direito penal econô-

mico do Instituto de Empresa desde 1985, García é doutor em Di-reito pela Universidad Complutense de Madri e autor de sete livros sobre Justiça.

O encontro acontece de 24 a 27 de agosto, no Hotel Blue Tree Convention Ibirapuera. Informações pelo telefone 11/5574-5789 ou pelo site: www.mp.sp.gov.br/congresso/3congressomp.htm. A par-ticipação no congresso é aberta à sociedade civil. Valor: R$ 130,00 (depósitos efetuados até 15/07) e R$ 150,00 (depósitos efetuados até a data do evento).

Apoio: Nossa Caixa. Co-realização: Instituto O Direito por um Planeta Verde.

E V E N T O S

Sob o tema “REFORMA DO JUDICIÁRIO – Justiça Paulista após a Emenda Constitucional nº 45”, cerca de 400 operadores do Direito, entre advogados, juízes e promotores de Justiça, se reuniram, entre os dias 30 e 31 de maio, na sede social da AASP para debater assuntos como gestão, orçamento, informatização e produtividade da Justiça.

O encontro foi promovido pela Associação dos Advogados de São Paulo, Ministério Público, Secretaria de Reforma do Judiciário do Mi-nistério da Justiça, Secretaria de Estado da Justiça e Defesa da Cidada-nia de São Paulo e o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

“O objetivo do evento foi contribuir com o aperfeiçoamento da Justiça paulista”, afirma o procurador-geral da Justiça, Rodrigo Pi-nho, que presidiu o primeiro painel de debates sobre o tema “Gestão e Orçamento”. Para Pinho, “a gestão eficiente do sistema de justiça exige atitude cada vez mais transparente e criativa aliada ao irrestri-to respeito às regras de responsabilidade fiscal orçamentária”.

Para a promotora de Justiça Tatiana Viggiani Bicudo, que parti-cipou do debate “Informatização e estatísticas da Justiça”, apenas a modernização da Justiça não basta. “É preciso avaliar alternativas para racionalizar a Justiça, como criar varas criminais especializadas e integrar as diversas bases de dados já existentes. Estas são me-didas que podem otimizar o tempo das investigações e aumentar a

eficiência da Justiça”. Pelo Ministério Público de São Paulo, participaram também dos

debates os promotores de Justiça Alberto Carlos Dib Júnior (“Gestão e orçamento”), Roberto Livianu (“A imprensa e a imagem do Judiciá-rio”) e o procurador de Justiça Fernando Grella Vieira (“A questão da produtividade na Justiça”).

Veja a programação do III congresso no site www.mp.sp.gov.br

Campanha de vacinação mobiliza o MP/SPA Procuradoria-Geral de Justiça, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, realizou campanha de vacinação contra gripe, tétano e difteria dirigida aos membros e funcionários do Ministério Público de São Paulo, da Capital e região metropolitana da grande São Paulo.

A vacinação aconteceu em 29 de junho último, quarta-feira, das 9h30 às 16h, no Auditório Queiroz Filho, no edifício sede do MP

em São Paulo e atingiu 687 pessoas.

A vacina contra a gripe é ministrada em dose única anual. Já as vacinas contra tétano e difteria são ministradas em 3 doses: 2 doses com intervalo de 30 dias e uma terceira dose com intervalo de 6 meses após a segunda, garantindo a imunização por um período de dez anos.

No dias 2 e 3 de agosto, a campanha de vacinação teve continuidade. A imunização ocorreu contra o tétano e difteria (2a dose) e a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).

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A vida imita a arte

O Óleo de Lorenzo é assim chamado em homenagem ao menino Lorenzo Odone, por-

tador da ALD, cujos pais, Augusto e Michaela Odone (de Maryland, EUA) descobriram

a fórmula que poderia conter o mal. A doença de Lorenzo foi diagnosticada em 1983,

época em que os médicos deram apenas dois anos de vida ao garoto, que estava com 6

anos de idade.

Após intensos estudos e pesquisas a respeito de neurologia e bioquímica, os pais de

Lorenzo descobriram que a combinação de ácidos graxos poderia conter o avanço da

Adrenoleucodistrofia. Surgia assim, o “Óleo de Lorenzo”.

A história dos Odone foi levada às telas de cinema no filme “Óleo de Lorenzo”, estrelado

por Susan Sarandon e Nick Nolte e indicado para duas categorias do Oscar: Melhor Atriz

(Susan Sarandon) e Melhor Roteiro Original.

Como o trabalho do MP/SP ajudou a manter a vida de um menino portador de uma doença rara

Mulher simples, Dona Cândida Paulina Costa, 33 anos, 3 filhos, é moradora de um bairro periférico do município de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo, e sobrevive com R$ 450 mensais oriundos da pensão do pai das crianças mais o auxílio doença do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

Mulher sofrida, ela perdeu um filho aos 7 anos de idade, vítima de Adrenoleucodistrofia (ALD), uma doença hereditária e rara. Pas-sada da mãe para o filho homem, a ALD tem início entre 5 e 10 anos de idade e acarreta uma progressiva degeneração neurológica com perda visual e locomotora, convulsões, insuficiência supra-renal e outras seqüelas.

Mãe dedicada, Dona Cândida abandonou o trabalho como fa-xineira para cuidar de G., de 8 anos, que há 2 anos sofre com as conseqüências da mesma doença que vitimou seu primogênito.

Se G. não teve o mesmo destino do irmão mais velho é porque sua mãe procurou auxílio em tempo de salvar a vida da criança. Re-conhecendo os mesmos sintomas da doença que matou seu primeiro filho, Dona Cândida consultou a geneticista Ana Maria Martins, da Universidade Federal de São Paulo, que receitou o chamado Óleo de Lorenzo, suplemento para manutenção da vida dos portadores de ALD (ver quadro abaixo).

Foi nesse momento que a mãe de G. recorreu à Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude do Município de Mogi das Cruzes. Sem recursos para comprar o medicamento importado, cujo kit com 6 frascos custa 400 dólares, Dona Cândida entrou em contato com o Promotor de Justiça Fernando Henrique de Moraes Araújo na espe-rança de encontrar uma forma de adquirir a substância que poderia estabilizar o quadro degenerativo que acometia pela segunda vez um filho seu. “Eu já tinha perdido um filho por falta de informação e orientação. De repente eu vi meu outro filho sadio se queixar de perda de visão, regredir até parar de andar e falar. Eu fiquei deses-perada”, relata.

O Óleo de Lorenzo só era utilizado pelo Hospital das Clínicas de Porto Alegre e, em razão disso, instalou-se inquérito civil para apu-ração sobre a disponibilidade de fornecimento da substância pela

rede SUS (Sistema Único de Saúde) do Município de Mogi das Cruzes e pelo Estado de São Paulo.

Através da Ação Civil Pública, o Ministério Público de São Paulo conseguiu que a Prefeitura de Mogi das Cruzes zelasse pelo forneci-mento do suplemento ao pequeno G. na forma prescrita pelo médico competente. Há um ano, Dona Cândida recebe em casa o medica-mento que estabilizou o quadro do menino, graças a liminar concedi-da pelo Tribunal de Justiça. “Se eu não tivesse conseguido o Óleo de Lorenzo para o meu filho, talvez ele nem estivesse mais aqui. Eu só posso agradecer ao Ministério Público por ter me ajudado”, declara a mãe do garoto.

A história de Lorenzo

Dona Cândida

e o Óleo de Lorenzo:

salvação da vida de G.

H I S T Ó R I A S D O M P / S P