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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA Homenagem e saudade Cezarinete Angelim, ex-presidente do TJAC, morre de problema cardíaco, aos 63 anos Conselho dos Tribunais reage contra a suspensão do repasse de verbas do duodécimo para a Justiça de Roraima EDIÇÃO 18 ANO IV / NOVEMBRO DE 2018 Encontro em Floripa TJ de Santa Catarina recebe o Conselho dos Tribunais de Justiça PELA AUTONOMIA FINANCEIRA DO

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Page 1: REVISTA DO CONSELHO morre de problema cardíaco, aos 63 ... · turma de 1978, e ingressou na Ma-gistratura Acreana em 18 de março de 1988. Cursou MBA em Gestão do Poder Judiciário,

REVISTA DO

CONSELHO D O S T R I B U N A I S D E J U S T I Ç A

Homenagem e saudadeCezarinete Angelim, ex-presidente do TJAC, morre de problema cardíaco, aos 63 anos

Conselho dos Tribunais reage contra a suspensão do repasse de verbas do duodécimo para a Justiça de Roraima

EDIÇÃO 18 ANO IV / NOVEMBRO DE 2018

Encontro em FloripaTJ de Santa Catarina recebe o Conselho dos Tribunais de Justiça

PELA AUTONOMIA FINANCEIRA DO

JUDICIÁRIO

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

DES. RODRIGO COLLAÇOPresidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC)

Em tempos nos quais têm sido razoavelmente comuns ques-tionamentos sobre o funciona-mento das instituições do país, compete àqueles indivíduos que as representam não apenas zelar pela ética e eficiência públicas, mas também assumir e infun-dir o compromisso pela preser-vação da integridade dos entes estatais no que toca às suas fun-ções primárias, à sua confiabi-lidade perante a sociedade e à sua autonomia.

A concepção, por evidente, abrange o Poder Judiciário. À medida que os brasileiros se conscientizam sobre seus direi-tos e sobre a forma de exercê--los, tanto mais passam a exigir da justiça que seja forte, respon-siva e ágil. Do mesmo modo, os subjugados à própria responsa-bilidade em razão de um proces-so judicial cada vez mais ques-tionam, mesmo que por ardil, a legitimidade das decisões que os desfavorecem, que dirá em situações que porventura atinjam alguém ou algum grupo de alto estrato. Natural, então, que numa ou noutra situação emerjam du-ras críticas ao Judiciário - que, malgrado por vezes possam de-correr de deficiências pontuais na prestação da atividade, também podem advir de má-fé ou de mera incompreensão.

Para além da função jurisdicio-nal intrínseca, há vezes em que a instituição da justiça é atacada abertamente. Não raro a classe

dos magistrados é achacada. Sua remuneração é estigmatizada. O duodécimo constitucional aos tribunais é criticado. O serviço prestado não é reconhecido. A autoridade de algumas decisões não é observada.

É por essa sua essência em lidar com conflitos e estar em conflito, sujeitando-se a investi-das a cada decisão proferida e a cada notícia que lhe diga res-peito, que a justiça jamais pode padecer em sua autonomia.

É de todos sabido que a or-dem constitucional e o ordena-mento legal proveem uma gama de instrumentos que afiançam a regular atividade jurisdicio-nal. Mas é a partir da união, da conscientização e da força dos magistrados que verdadeira-mente se pode garantir a inde-pendência do Poder Judiciário como pilar do estado democrá-tico de direito.

O Conselho dos Tribunais de Justiça, por sua natureza, por seus ideais e por constituir um relevante elo entre as justiças dos Estados, tem contribuído sobremaneira para um Judici-ário brasileiro independente. Quer seja ao defender com fer-vor princípios e prerrogativas institucionais e da magistratu-ra, quer ao fomentar a ampla integração e cooperação entre os Tribunais de Justiça do país, tem o Conselho um importante papel na consolidação da insti-tuição da justiça brasileira.

Justiça, instituição forte

APRESENTAÇÃO

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(...) é a partir da união, da conscientização e da força dos magistrados que verdadeiramente se pode garantir a independência do Poder Judiciário como pilar do estado democrático de direito.

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Uma justiça mais rápida, mais fraterna, a partir do ins-trumento da conciliação. Esse foi um dos legados deixado pela desembargadora Cezari-nete Angelim, que, de forma prematura, na madrugada do dia 23 de agosto deste ano, foi ao encontro de Deus.

Sem dúvidas, uma enor-me perda, não somente para a família do Poder Judici-ário Acreano, que ainda se sente impactada com sua partida,mas para toda a po-pulação do Estado do Acre, que, desde o final da década de 1980, quando Cezarinete ingressou na Magistratura, usufruía de suas decisões jus-tas e de um trabalho incansá-vel para uma maior aproxi-mação do poder público com o cidadão.

Era uma mulher de visão, de inteligência rara, que sem-pre acreditou na figura do juiz como um agente de transfor-mação, para uma maior efi-ciência no atendimento dos anseios e necessidades da so-ciedade.

Não por outro motivo que, quando assumiu a Presidência do Tribunal de Justiça do Acre,

para o Biênio 2015-2017, priorizou o fortalecimento dos programas sociais, no âm-bito da Instituição, e a inte-riorização das ações da Corte que presidia, com um único desiderato: a ampliação do acessoa à justiça pelo povo de seu amado Estado.

Era apaixonada pelo que fazia. Tratava seu gabinete, tanto no Primeiro e como no Segundo Grau, como sua própria casa, sem esconder o orgulho pela profissão que abraçou. Não raro, dela se ou-via "sou juíza".

A presença dela, o TJAC não tem mais, porém, a grande he-rança que deixou, em prol de uma Justiça mais confiante e operante para o cidadão, é eterna.

Tudo bem, querida, você se foi deste plano terrestre, mas continuará brilhando em qual-quer esfera, com sua grandeza.

Na memória, à amiga e cole-ga de trabalho você deixa gra-vado, além de grandes ensina-mentos e a beleza de seu amor pela Magistratura, o encanto de sua voz, ao interpretar os clássicos da música brasileira.

Sem chance de esquecer!

Tudo bem, querida!

DESA. DENISE BONFIMPresidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC)

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Era uma mulher de visão, de inteligência rara, que sempre acreditou na figura do juiz como um agente de transformação.

DESEMBARGADORA CEZARINETE ANGELIMHOMENAGEM

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Pela autonomiafinanceira

Conselho dos Tribunais de Justiça

condena corte de repasses

ao TJ de Roraima. PÁGINAS 14 E 15.

Em defesa da Constituição

Ministro Dias Toffoli afirma

que presidente eleito terá que

respeitar instituições. PÁGINA 23.

Luto na Justiçado Acre

TJAC perde a desembargadora

Cezarinete Angelim, ex-presidente

da Corte acriana. PÁGINAS 8 E 9.

EDITORA RESPONSÁVEL

EDITORA PRESERVAR LTDACNPJ : 14.936.539/0001-61

EDITOR RESPONSÁVEL

WALBERT MONTEIRO DRT 1095/PA

FOTOSASSESSORIAS DOS TRIBUNAIS

DE JUSTIÇA, CNJ, WIKIMEDIA, FREEIMAGES.

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NESTA EDIÇÃO

EXPEDIENTE

O paraíso das belas praias

Sede do 115º Encontro do Conselho dos Tribunais de Justiça, Florianópolis

tem praias magníficas e pontos turísticos famosos, como a ponte

Hercílio Luz. PÁGINAS 32 A 45.

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Tribunal de Justiça do Acre Desa. DENISE BONFIM(2017-2019)

Tribunal de Justiça de AlagoasDes. OTÁVIO LEÃO PRAXEDES(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Amapá Des. CARLOS TORK(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Amazonas Des. YEDO SIMÕES DE OLIVEIRA (2018-2020)

Tribunal de Justiça da Bahia Des. GESIVALDO BRITTO (2018-2019)

Tribunal de Justiça do Ceará Des. FRANCISCO GLADYSON PONTES(2017-2019)

Tribunal de Justiça do DF e Territórios Des. ROMÃO CÍCERO DE OLIVEIRA (2018-2020)

Tribunal de Justiça do Espírito Santo Des. SÉRGIO LUIZ TEIXEIRA GAMA(2018-2019)

Tribunal de Justiça de Goiás Des. GILBERTO MARQUES FILHO(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Maranhão Des. JOSÉ JOAQUIM FIGUEIREDO DOS ANJOS (2018-2019)

Tribunal de Justiça do Mato Grosso Des. RUI RAMOS RIBEIRO(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul Des. DIVONCIR SCHREINER MARAN(2017-2019)

Tribunal de Justiça de Minas Gerais Des. NELSON MISSIAS DE MORAIS(2018-2020)

Tribunal de Justiça do Pará Des. RICARDO FERREIRA NUNES(2017-2019)

Tribunal de Justiça da Paraíba Des. JOÁS DE BRITO PEREIRA FILHO(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Paraná Des. RENATO BRAGA BETTEGA(2017-2019)

Tribunal de Justiça de Pernambuco Des. ADALBERTO DE OLIVEIRA MELO (2018-2019)

Tribunal de Justiça do Piauí Des. ERIVAN JOSÉ DA SILVA LOPES(2016-2018)

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Des. MILTON FERNANDES DE SOUZA(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Des. EXPEDITO FERREIRA DE SOUZA(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Des. CARLOS EDUARDO ZIETLOW DURO (2018-2019)

Tribunal de Justiça de Rondônia Des. WALTER WALTENBERG SILVA JÚNIOR (2018-2019)

Tribunal de Justiça de Roraima Desa. ELAINE BIANCHI (2017-2019)

Tribunal de Justiça de Santa Catarina Des. RODRIGO COLLAÇO(2018-2019)

Tribunal de Justiça de São PauloDes. MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS (2018-2019)

Tribunal de Justiça de Sergipe Des. CEZÁRIO SIQUEIRA NETO (2017-2019)

Tribunal de Justiça do Tocantins Des. EURÍPEDES LAMOUNIER(2017-2019)

CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

REGIÃO NORTEDes. FLÁVIO HUMBERTO PASCARELLI LOPES (TJAM)

REGIÃO NORDESTEDes. CLEONES CARVALHO CUNHA (TJMA)

REGIÃO SUDESTEDes. PAULO DIMAS DE BELLIS MASCARETTI (TJSP)

REGIÃO SULDes. LUIZ FELIPE SILVEIRA DIFINI (TJRS)

REGIÃO CENTRO-OESTEDes. JOÃO MARIA LÓS (TJMS)

Des. JOSÉ FERNANDES FILHO Des. MARCUS ANTONIO DE SOUZA FAVER

Des. MILTON AUGUSTO DE BRITO NOBRE

CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

COMISSÃO EXECUTIVA

MEMBROS

Des. PAULO ROBERTO VASCONCELOS (TJPR)

Des. LEOBINO VALENTE CHAVES (TJGO)

Des. JOSÉ CARLOS MALTA MARQUES (TJAL)

Des. RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA (TJTO)

Des. RUI RAMOS RIBEIRO (TJMT)

Des. FREDERICO RICARDO DE ALMEIDA NEVES (TJPE)

Des. JOÁS DE BRITO PEREIRA FILHO (TJPB)

Desa. RENATO BRAGA BETTEGA (TJPR)

Des. LUIS ARAÚJO MENDONÇA (TJSE)

EX-PRESIDENTES

PRESIDENTE Des. PEDRO CARLOS

BITENCOURT MARCONDES (TJMG)

VICE-PRESIDENTES

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

A Justiça do Estado do Acre so-freu uma grande perda. Morreu na madrugada de 23 de agosto, em São Paulo, a desembargadora Ma-ria Cezarinete de Souza Augusto Angelim, ex-presidente do Tribu-nal de Justiça do Acre (TJAC), aos 63 anosde idade. A magistrada teve uma parada cardíaca depois de pas-sar por procedimento cirúrgico no Hospital de Beneficência Portugue-

sa. Segundo a assessoria do Tribu-nal de Justiça do Acre, Cezarinete estava de licença médica para tra-tamento de problema cardíaco.

A Associação dos Magistrados do Acre (Asmac) emitiu nota ainda durante a madrugada informando a morte de Cezarinete. O presiden-te da Asmac, Luis Vitório Camolez, tratou do traslado do corpo da ma-gistrada para o Acre.

Cezarinete exerceu o mandato de presidente do TJAC no biênio de 2015 a 2017, e também presi-diu a Asmac no biênio de 2003 a 2005.“Ela será lembrada sempre como uma profissional competen-te, exemplo para toda a socieda-de. Aos familiares e amigos, e em nome dos magistrados acrianos, a diretoria da Asmac apresenta suas condolências e oferece sua solida-riedade neste momento de dor”, diz nota assinada por Camolez.

A presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), desembargadora Denise Bonfim, decretou Luto Oficial, por três dias, em sinal de pesar pelo falecimento

ARQUIVO / TJAC

Desembargadora Cezarinete Angelim teve

uma passagem exemplar pela presidência do TJAC.

Justiça do Acre lamenta perda da desembargadora Cezarinete AngelimLUTO | Ex-presidente do TJAC morreu aos 63 anos, de problemas cardíacos

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

da desembargadora Cezarinete An-gelim.No documento (Decreto Nº 0453994/2018), a desembargadora--presidente determina, ainda, que a Bandeira Nacional e demais pavi-lhões, na sede do Tribunal de Justi-ça e nas demais Unidades do Poder Judiciário do Estado do Acre, fossem hasteadas a meio mastro.

A desembargadora Cezarinete Angelim manteve, desde que, há 30 anos, assumiu a função de membro da Magistratura Acriana, incansável luta pela pacificação social. A defesa pela conciliação como instrumento de consolidação de uma justiça mais rá-pida e fraterna sempre foi uma de suas maiores convicções.

Maria Cezarinete de Souza Au-gusto Angelim nasceu em Rio Bran-co (AC). Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Acre, na turma de 1978, e ingressou na Ma-gistratura Acreana em 18 de março de 1988. Cursou MBA em Gestão do Poder Judiciário, pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/Rio. Na data de 6 de fevereiro de 2015, assumiu a Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Acre, para o biênio de 2015 a 2017. Atualmente, exercia o cargo de vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AC).

Em 19 de março de 1990 foi promo-vida à Juíza de Direito Titular da Co-marca de Cruzeiro do Sul. Na mesma época, de 9 de fevereiro de 1989 a 3 de março de 1991, também exerceu a fun-ção de Juíza Eleitoral da 4ª Zona Elei-toral (Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Porto Walter). Poste-riormente, entre 5 de maio de 1994 e 27 de fevereiro de 1996, exerceu a função de Juíza Eleitoral da 1ª Zona Eleitoral do Estado (Rio Branco).

Na data de 9 de março de 1995 foi promovida à Juíza de Direito de Se-gunda Entrância. Foi integrada à En-trância Especial em 29 de fevereiro de 1996. Foi ainda titular da 2ª Vara

Desembargadora Cezarinete toma posse como vice-presidente do TRE-AC, em fevereiro de 2017.

ARQUIVO / TRE-AC

Cível da Comarca de Rio Branco.Ao longo da sua atuação como ma-

gistrada, a Juíza foi designada para implantar e coordenar o Sistema do Juizado Especial Cível, Turmas Re-cursais, Justiça Volante e Justiça So-bre Rodas no Estado do Acre; atuou como coordenadora geral dos Jui-zados Especiais Cível e Criminal do Estado do Acre; e coordenadora do concurso público para provimento de cargos efetivos do quadro per-manente de 1ª e 2ª Entrâncias, bem como da Secretaria do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (1995).

Também foi responsável técnica pela implantação da Justiça Volan-te do Estado do Amazonas; atuou como supervisora didática da Escola Superior da Magistratura do Esta-do do Acre – ESMAC, entre os anos 1997 e 1999; e no ano de 2001 idea-lizou o Programa Mutirão da Conci-liação/Programa Conciliar, do qual é coordenadora desde 2002.

No período de 1999 a 2002, atuou como membro efetivo da Turma Re-cursal Única dos Juizados Especiais do Estado do Acre. Já entre 2002 e 2004 atuou como membro efetivo da

1ª Turma Recursal dos Juizados Espe-ciais do Estado. De 2000 e 2002 tam-bém atuou como membro efetivo do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Acre – TRE/AC.

Na Associação dos Magistrados do Acre – ASMAC, Maria Cezarinete foi diretora social da entidade, de 1994 a 1996; primeira vice-presidente, entre 2001 e 2002; exerceu a presidência no biênio 2003-2005; e foi membro do Conselho da Comissão de Prerroga-tivas da Associação (2011-2012). No âmbito da Associação dos Magistra-dos Brasileiros – AMB, atuou como membro do Conselho Fiscal (2004-2007) e foi assessora da Presidência da Associação (2010-2012).

Em reconhecimento a sua atuação como magistrada, Cezarinete Angelim já foi condecorada com o Título Hono-rário de Cidadã Cruzeirense, concedido pela Câmara de Vereadores de Cruzeiro do Sul, e com a Comenda da Ordem da Seringueira, no grau Comendador, con-ferida pela Prefeitura Municipal de Rio Branco. Tomou posse como desembar-gadora do Tribunal de Justiça do Acre, em 13 de janeiro de 2012, tornando-se membro da Câmara Cível.

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ASCOM / TJRN

No Encontro de Natal, presidentes dos

Tribunais de Justiça analisaram o cenário

político nacional.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) sediou, na noite de 2 de agosto, o 114º En-contro do Conselho dos Tribunais de Justiça. A solenidade de abertura contou com a presença do presi-dente do Conselho, desembargador Pedro Carlos Bitencourt Marcon-des, do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, e do pre-sidente do TJRN, desembargador Expedito Ferreira. Também com-pareceram ao evento os presidentes

e desembargadores de tribunais da Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraíba, Espírito Santo, Santa Catarina, Ala-goas, Sergipe, Amazonas, Paraná, Acre, Mato Grosso do Sul, Rondô-nia, Roraima, Amapá e do Distrito Federal e Territórios.

O presidente do Conselho dos Tribunais de Justiça, desembargador Pedro Carlos Bitencourt Marcondes (TJMG), ressaltou em seu discurso

inaugural no 114º Encontro da enti-dade que o Poder Judiciário tem assu-mido as lacunas deixadas por outros poderes em um momento no qual o Brasil vive “tempos de incertezas polí-ticas e econômicas”. O magistrado ob-servou que a judicialização da política é responsável pelo ativismo que expõe a atividade jurídica à opinião popular.

Bitencourt afirmou ainda que o protagonismo da Justiça deve ser exercido com cautela e segurança. Para ele, há no país uma série de pautas relevantes para a socie-dade que são polêmicas e geram desgaste junto a opinião pública.

No 114º Encontro, presidentes de TJs defendem Justiça cautelosa e seguraINCERTEZAS | Desembargadores analisam críticas ao Judiciário brasileiro

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ASCOM / TJRN

O presidente do Conselho acrescen-tou que o mais importante é preser-var a democracia, ambiente no qual tudo mais pode avançar.

Em seu discurso, Pedro Bitencourt pontuou também que a Justiça brasi-leira preservará sua independência e continuará observando a Constituição, de forma soberana e sem pressões. Bi-tencourt saudou os desembargadores, juízes e servidores presentes ao acres-centar que o Encontro é mais um mo-mento para discutir os caminhos da Justiça e de fortalecimento das ações do Poder Judiciário em favor da sociedade e do desenvolvimento do Brasil.

O presidente do TJRN também reforçou a árdua missão do Judiciário na atualidade e destacou a necessida-de de promover uma Justiça cada vez mais célere aos cidadãos. "Conheço meus colegas e sei da capacidade e da determinação em criarmos hoje o Brasil que a sociedade espera para amanhã", pontuou o desembargador Expedito Ferreira.

MAGISTRADOS DISCUTEM NORMA SOBRE DISTRIBUIÇÃO DE SERVIDORES

Tema central do 114º Encontro do Conselho dos Tribunais de Justiça, a Resolução nº 219/2016 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) teve a sua im-plementação debatida pelos presiden-tes dos 27 Tribunais de Justiça do país. O normativo trata sobre a distribuição de servidores, de cargos em comissão e de funções de confiança nos órgãos do Poder Judiciário de primeiro e segun-do graus, visando a uma equalização da força de trabalho de acordo com a demanda processual. Cada presidente falou sobre as peculiaridades e dificul-dades em seu respectivo tribunal. Atu-almente, mais de 80% dos processos no Poder Judiciário brasileiro tramitam na primeira instância.

Em sua exposição, o conselheiro Francisco Luciano de Azevedo Fro-ta, do Conselho Nacional de Justiça

(CNJ), defendeu que o dispositivo não deve ser visto como uma imposição, mas uma proposta de soluções. A for-ma com que os tribunais irão traba-lhar as orientações é que deve ser alvo de um denominador comum, confor-me sugere o desembargador Pedro Bittencourt, atual presidente do Con-selho dos Tribunais."Deve existir um diálogo institucional, do conselho e dos tribunais", ressalta.

Para os desembargadores inte-grantes do Conselho, a resolução foi definida, por um lado, como a "grande política pública" do CNJ, mas, por outro lado deve ser seguida por um estudo orçamentário rígido, por cada tribunal, a fim de cumprir as suas orientações.

"Prioridade ao primeiro grau, para isso, nas metas da Resolução, não é, contudo, exclusividade. O segundo grau não pode ser parado ao avaliar a demanda de cada instância", defendeu o presidente do TJ do Amapá, desem-bargador Carlos Augusto Tork.

Distribuição de servidores também

entrou na pauta.

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Os desembargadores ainda des-tacaram a necessidade da resolu-ção levar em conta a "não judicia-lização" de demandas de execução fiscal, já que mutirões demandam uma grande quantidade de servi-dores, tanto no primeiro quanto no segundo graus.

"Está se tentando criar soluções eletrônicas para essas demandas. Mas, somos agradecidos pela dis-ponibilidade do diálogo", aponta o presidente do TJRJ, desembargador Milton de Souza.

O presidente do TJ de Pernambu-co, desembargador Adalberto Melo, propôs alternativas que equilibram as orientações da Resolução 219, como medidas digitais, desativação de co-marcas, dentre outras. "Foram algu-mas medidas que fizemos no TJPE", disse, ao sugerir a aplicação de "pesos" que a avaliem a demanda real do pri-meiro e do segundo graus. "Falo isso porque não é adequado comparar a sentença de um divórcio consensual, no primeiro grau, com a impetração

de um mandado de segurança, que são muitos nos tribunais. Uma equiva-lência nestes não é adequada. Vemos como uma saída a adoção de pesos ", acrescenta Melo.

Contudo, para os presidentes dos tribunais se faz ainda neces-sário rever alguns critérios adota-dos pela resolução, para a realoca-ção e distribuição de servidores. Medidas que atendam as metas do CNJ e também preservem, por um lado, os servidores.

"Fizemos a extinção de cargos no segundo grau e criação de outros no primeiro, bem como a redução de gratificações. Precisamos ver os cri-térios de complexidade do trabalho exercido e a respectiva remunera-ção. É a nossa sugestão", afirmou o presidente do TJCE, desembargador Gladyson Pontes.

"Tudo foi anotado. A resolução não é uma carta de imposições e pode ser alterada para unir os diálogos", defen-de o conselheiro do CNJ Francisco Azevedo Frota.

CONVÊNIO PERMITE INTERCÂMBIO INTERNACIONAL

Magistrados e servidores da Justi-ça Estadual de todo país terão a pos-sibilidade de participar de encontros e seminários no exterior a partir da assinatura de um convênio de coope-ração entre o Conselho dos Tribunais de Justiça do Brasil com o TJ de Per-nambuco, por meio de sua Escola da Magistratura (Esmape). A instituição mantém programas de integração com universidades de outros países, como Portugal, Espanha, Argentina e Esta-dos Unidos. O convênio foi assinado durante o 114º Encontro do Conselho dos Tribunais de Justiça e é uma forma de aprimorar o conhecimento jurídi-co e favorecer a troca de ideias entre as Cortes de Justiça internacionais. O Encontro acontece nesta sexta-feira (3), em Natal, e reúne os presidentes dos 27 Tribunais de Justiça do país. A assinatura foi um dos assuntos abor-dados durante o período vespertino, quando o Conselho passou a discutir

ASCOM / TJRN

Desembargadores analisaram a judicialização.

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

diversos assuntos referentes à magis-tratura nacional.

O presidente do TJPE, desembar-gador Adalberto de Oliveira Melo, se disse honrado em assinar um convê-nio de cooperação, através da Esmape, que possibilitará a troca de experiên-cias nos campos acadêmicos, cultu-ral e de pesquisa, com o objetivo de investir na formação continuada de magistrados e servidores. "Com isso, esperamos que a magistratura consi-ga avançar na prestação jurisdicional à sociedade que tanto necessita de justiça e confia em nossas institui-ções”. Finalizou agradecendo pela possibilidade de troca de intercâm-bio e convidou a todos os membros a conhecer a estrutura educacional da Esmape na área do Direito.

O diretor-geral da Esmape, desem-bargador Jones Figueirêdo Alves, tam-bém é ex-presidente do TJ de Pernam-buco, falou que a Escola recebe com muita alegria a intenção de assinatura do convênio porque possibilita que desembargadores, juízes e servidores de todos os Tribunais de Justiça do país possam compartilhar com a Es-mape da experiência acadêmica que a instituição desenvolveu ao longo dos 31 anos de atividades em prol do fo-mento científico e jurídico de magis-trados e servidores.

Jones Alves discorreu também so-bre programas de integração da escola com universidades de outros países e que o convênio possibilitará com que os membros do Conselho tenham ins-crições garantidas em eventos e cur-sos em todo o país, como também em eventos internacionais. Agradeceu e incentivou todas as Escolas de Magis-traturas a promoverem a cooperação acadêmica no país.

Além do convênio, os membros do Conselho também abordaram te-mas referentes ao Projeto de Emenda Constitucional nº 63/2003, que visa instituir a parcela indenizatória de va-lorização por tempo na Magistratura e Ministério Público. A discussão foi

Encontro de Natal viabilizou convênio que permite intercâmbio internacional.

Na mesa, presidentes dos Tribunais de Justiça avançaram na discussão de problemas nacionais.

ASCOM / TJRN

ASCOM / TJRN

iniciada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Ter-ritórios (TJDFT), Romão Cícero. Em sua fala, ele fez também homenagens ao jurista potiguar Amaro Cavalcanti, bem como ao folclorista e historiador Câmara Cascudo.

A presidente do TJ de Roraima, desembargadora Elaine Bianchi, le-vantou a questão da ausência de re-passe do duodécimo por parte dos go vernos estaduais para os Tribunais de

Justiça, mesmo sendo um determi-nação constitucional. “Eu penso que o Conselho é o local ideal para nós debatermos e pedir apoio para levar o tema para o Supremo tribunal Fe-deral para que esta verba passe a ser carimbada”, propôs.

Em seguida, o presidente do Con-selho dos Tribunais de Justiça do Bra-sil apresentou, em uma sessão reser-vada, uma prestação de contas de sua gestão frente ao órgão.

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

O presidente do Conselho dos Tribunais de Justiça do Brasil, de-sembargador Pedro Carlos Biten-court Marcondes (TJMG), declarou apoio ao Tribunal de Justiça de Ro-raima (TJRR) em função da crise ins-titucional provocada pelasuspensão de repasses financeiros do Governo do Estado para o Judiciário local. Pedro Bitencourt assinalou que a atividade jurisdicional é essencial à coexistência social e o não repasse

dos duodécimos necessários para a manutenção da máquina judici-ária prejudica o funcionamento da Justiça.“Tomamos conhecimento destes fatos e trabalharemos para restaurar o diálogo entre os Pode-res”, disse o magistrado.

A manifestação do desembar-gador Pedro Bitencourt ocorreu durante encontro de trabalho do Conselho de Tribunais de Justiça em Boa Vista. Segundo a presidente do

TJRR, desembargadora Elaine Bian-chi, o Governo do Estado de Rorai-ma deve mais de 30 milhões de reais ao Poder Judiciário. O valor corres-ponde à somatória referente a atra-sos no pagamento do duodécimo e, conforme informado pela dirigente do TJRR, o Executivo parcelou o va-lor do duodécimo do mês de janeiro em onze vezes. Os repasses come-çaram a ser feitos em fevereiro, mas foram suspensos em julho.

Durante entrevista coletiva, o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador Yedo Simões, disse que o Conselho de Tribunais pretende ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir

ANTONIO DINIZ / TJRR

Presidentedo Conselho,

desembargador Pedro Bitencourt, no encontro de trabalho

realizado em Boa Vista.

Conselho reagecontra a suspensão de repasses para a Justiça de RoraimaDUODÉCIMO | Em Boa Vista, presidentes defendem autonomia financeira dos TJs

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

ao TJRR os recursos a que, constitu-cionalmente, a instituição tem direito. “Anunciamos nosso apoio ao TJRR que vive una crise institucional em face da intransigência do Governo do Estado de Roraima em não discutir o orçamento público e não realizar o repasse de verbas a outros Poderes, dentre eles o Judiciário. Entendemos que, agindo assim, o Executivo que é apenas o guardião desses recursos, está agindo de forma intransigente, apropriando-se de algo que não lhe pertence. Isso, no entendimento do Conselho, não pode acontecer, pois o repasse de recursos é de extrema necessidade para a manutenção do sistema judiciário e a prestação juris-dicional à população”, afirmou o pre-sidente do TJAM.

Sobre a alegação de que o bloqueio judicial das contas do Governo Es-tadual estaria impedido o Executivo de pagar servidores e fornecedores, a presidente do TJRR afirmou que tais bloqueios representam menos de 30% de toda a receita, o que, segundo ela, não impediria que o Executivo pagas-se outras dívidas. A desembargadora salientou que, por esse motivo, o Go-verno Estadual não pode atribuir ao Poder Judiciário qualquer culpa por não estar pagando fornecedores ou servidores.

Conduzida pelo desembargador Pedro Carlos Bitencourt Marcondes (TJMG), a reunião de trabalho do Conselho de Tribunais de Justiça do País teve, ainda, a participação dos desembargadores Walter Waltenberg Silva (presidente do Tribunal de Justi-ça de Rondônia); Carlos Augusto Tork (Presidente do Tribunal de Justiça do Amapá), desembargadora Denise Bonfim (presidente do Tribunal de Justiça do Acre), da Major AdmaFran-ciane Gonzaga, representando o Tri-bunal de Justiça de Rondônia, além da anfitriã do encontro, desembargadora Elaine Bianchi (presidente do Tribu-nal de Justiça de Roraima (TJRR).

(Com informações do TJAM e TJRR)

STF DETERMINA AO GOVERNO DE RORAIMA QUE REPASSE DUODÉCIMOS AO TJRR

O ministro Marco Aurélio Melo, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nova medida liminar no Mandado de Segurança (MS) 35947 para determinar que o governo de Ro-raima repasse ao Tribunal de Justiça estadual (TJRR) os montantes inte-grais dos duodécimos de setembro a dezembro de 2018, conforme previs-tos em lei orçamentária. Em relação ao mês de setembro e à oitava parcela de janeiro deste ano, o relator deter-minou que o Banco do Brasil dispo-nibilize ao TJ-RR valores depositados em conta do Estado até o limite de R$ 22,9 milhões.

Em 31 de agosto deste ano, o mi-nistro Marco Aurélio deferiu limi-nar determinando o repasse do duo-décimo de agosto e da sétima parcela da cota de janeiro. Após reiterar o pronunciamento e ouvir as partes, determinou, em 18 de setembro, ante a ausência de solução conci-liada e a inobservância da cautelar, que fosse expedido ofício ao Banco do Brasil para que disponibilizas-se ao Judiciário estadual a quantia de R$ 22,9 milhões, depositada em conta do estado.

Por meio de petição no MS 35947, o TJRR requereu a concessão de nova

medida de urgência para garantir o repasse da cota duodecimal referente a setembro de 2018 e da oitava parcela da referente a janeiro, e pediu ainda extensão da liminar de modo a abran-ger os demais meses do ano. Segundo o relator, a controvérsia está relacio-nada à manutenção da autonomia ad-ministrativa e financeira do Judiciário. Ele cita o artigo 168 da Constituição Federal, que prevê que os recursos correspondentes às dotações orça-mentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Legislativo e Judiciá-rio, do Ministério Público e da Defen-soria Pública, serão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos.

“Surge quadro de recalcitrância do Poder Executivo relativamente aos repasses das cotas duodecimais. Igual-mente ao que verificado no tocante ao mês de agosto, ainda não houve a transferência referente a setembro, segundo consignado em certidão constante do processo, a qual tem fé pública. Mostra-se pertinente o pe-dido de concessão de nova medida acauteladora para abranger os meses restantes do ano, sendo igualmente adequada a providência voltada à co-municação ao Banco do Brasil quanto ao mês corrente”, concluiu o ministro Marco Aurélio. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

(Com informações do Conjur)

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NOVEMBRO 201816

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Durante as atividades do 114º En-contro do Conselho dos Tribunais de Justiça, em Natal, a juíza auxiliar da Corregedoria do Conselho Na-cional de Justiça (CNJ), Sandra Sil-vestre, apresentou aos presidentes dos tribunais estaduais as mudanças no sistema do Cadastro Nacional de Adoção (CNA). O novo sistema é fruto de uma mudança que já vinha sendo proposta por corregedores e presidentes de todo o país.

“Foi detectada a necessidade de 450 mudanças no sistema”, comen-tou Sandra. “Analisamos sistemas de excelência que estavam sendo uti-

lizados por alguns tribunais e esco-lhemos o sistema do Espírito Santo, que já tinha 400 das funcionalidades novas que pretendíamos implemen-tar”, disse a magistrada, para explicar a escolha do Sistema de Informação e Gerência da Adoção e do acolhi-mento no Espírito Santo (SIGA/ES), como modelo base.

O sistema agora também une o CNA ao Cadastro Nacional de Crian-ças Acolhidas (CNCA). Cinco estados já estão utilizando o sistema como um teste: São Paulo, Roraima, Santa Cata-rina, Espírito Santo e Bahia, que co-meçou a utilizar o sistema hoje.

A servidora do Tribunal de Justi-ça do Espírito Santo (TJES), Isabely Mota, apresentou o sistema para os presentes. A servidora explicou que o foco agora são as crianças e que a busca é de famílias para acolhê-las, não o contrário. O acesso ao sistema será para servidores, magistrados, defensores públicos e promotores, além disso famílias interessadas po-dem fazer um pré-cadastro, para fa-cilitar na hora de procurar a Vara de Infância da sua comarca. Para quem já está na fila de adoção, agora é mais rápido atualizar dados pessoais.

Além disso, o sistema notifica se a criança está apta à adoção e faz bus-cas automáticas por pretendentes diariamente. O novo CNA também tem sistema de alertas para os ma-gistrados e servidores, para dar mais celeridade a processos, criando uma rede de proteção mais eficaz para as crianças em acolhimento.

(Da assessoria do TJRN)

ARQUIVO CNJ

Sandra Silvestre, juíza auxiliar da Corregedoria

do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Cadastro Nacional de Adoção tem 400 mudanças em novo sistema FOCO | Missão é avançar na eficiência e ampliar o acolhimento de crianças

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NOVEMBRO 2018 17

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

FRED LOUREIRO/SECOM TJES

As comarcas de Colatina e São Mateus, situadas ao norte do Estado do Espírito Santo, passaram a contar com audiências de custódia. As duas comarcas funcionarão como polos de audiência de custódia, atendendo a pessoas de cidades próximas. Até o fim do ano, as audiências deverão estar implantadas em todo o terri-tório do Espírito Santo, seguindo o processo de interiorização do proce-dimento em curso no país.

As audiências de custódia, já pre-sentes em todas as capitais brasilei-

ras, foram implantadas pelo Con-selho Nacional de Justiça (CNJ) em 2015, por meio da Resolução CNJ 213. A norma determina a apresen-tação a uma autoridade do Poder Ju-diciário, dentro de 24 horas, de toda pessoa presa em flagrante delito.

O procedimento está previsto em tratados internacionais que o Brasil assinou, como a Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Durante a audiência, o juiz analisa a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação da con-

tinuidade da prisão ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cau-telares. O juiz pode também tomar conhecimento de eventuais ocorrên-cias de tortura ou de maus-tratos, entre outras irregularidades.

Diversos Estados estão em es-tágio avançado de implantação das audiências de custódia nas comarcas do interior, como São Paulo, Santa Catarina, Roraima, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Para o juiz Luís Ge-raldo Lanfredi, coordenador do De-partamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medi-das Socioeducativas, do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ), a expansão das audiências de custódia é um importante movimento para a consolidação dessa prática. “Estamos caminhando em direção à consoli-dação das audiências de custódia, ao aperfeiçoamento de sua metodologia e fortalecimento da atuação dos juí-zes em todo o país, consolidando os paradigmas definidos na Resolução CNJ 213”, diz Lanfredi.

(Do site do CNJ)

Audiência de custódia chega

ao interior do Espírito Santo.

Poder Judiciário amplia audiência de custódia noEspírito SantoINTERIORIZAÇÃO | Comarcas do Estado começam a cumprir normatização do CNJ

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NOVEMBRO 201818

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Com o objetivo de garantir a efe-tividade dos serviços no 1ª Grau de Jurisdição, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) vem implementando nos últimos anos diversas iniciati-vas, como reformas e construções de novos Fóruns, instalação de equipa-mentos e melhorias na segurança dos edifícios, renovação do mobili-ário e investimentos em tecnologia da informação. As ações, em seu conjunto, geram benefícios à po-pulação de todo o Paraná atendida pelas unidades judiciais e adminis-trativas em 161 Comarcas.

O Tribunal de Justiça conta atual-

mente com 225 edificações, em uma área total de cerca de 551 mil metros quadrados. Nos últimos anos as Co-marcas passaram por investimentos estruturais significativos, entre cons-truções de novos Fóruns, reformas e ampliações de edificações já existentes. Desde 2008 foram construídos novos Fóruns em 39 Comarcas (cerca de 25% do quantitativo atual), em uma área de 131.593,21 m².

Levando-se em conta o ano de con-clusão das obras, ao final desta gestão terão sido entregues 12 novos Fóruns à população paranaense. Além do Fórum Criminal e o dos Juizados Especiais no

novo Centro Judiciário, em Curitiba, houve a construção dos Fóruns de Ci-dade Gaúcha, Mallet, Marechal Cândi-do Rondon, Nova Fátima, Pato Branco, São João e Terra Roxa. Também estão sendo concluídas as obras dos Fóruns de Palmas, Rio Negro e Guaratuba.

Na capital, está prevista para 2019 a construção da segunda etapa do Centro Judiciário, que irá abrigar to-das as unidades de 1º Grau em Curi-tiba, com exceção das Varas Descen-tralizadas e da Vara de Adolescentes em Conflito com a Lei. Cinco novos Fóruns estão sendo construídos no interior do Paraná, nas Comarcas de Bela Vista do Paraíso, Goioerê, Mate-lândia, Marmeleiro e Palotina. Novas construções também estão previstas para as Comarcas de Ampére, Car-lópolis, Centenário do Sul, Corbélia, Joaquim Távora, Londrina, Maringá, Piraí do Sul, Ribeirão do Pinhal e Uraí.

ASCOM / TJPR

Tribunal deJustiça do Paraná (TJPR):

reformas para avançar na modernização.

TJPR investe emequipamentos e obra para melhorar o atendimentoREFORMAS | Primeira instância de atenção jurisdicional ganha prioridade no Paraná

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NOVEMBRO 2018 19

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

INVESTIMENTOSDesde o início do ano passado 182

contratações de serviços de engenha-ria foram realizadas pelo Tribunal de Justiça, entre projetos, obras, reformas, pequenos reparos e instalações de ar--condicionado e câmeras de seguran-ça. Todos esses contratos foram dire-cionados ao 1º Grau, no valor de R$ 62.250.325,88.

Do ponto de vista do balanço finan-ceiro, os investimentos em engenharia efetivamente pagos no período somam R$ 198.496.359,78. Desse montante, um valor expressivo foi investido em obras (R$ 174.054.033) e reparos (R$ 15.141.172,12) nas edificações do 1º Grau. Além disso, foram gastos mais de R$ 520 mil em circuitos fecha-dos de televisão (CFTV). Também houve investimentos na instalação e na manutenção de aparelhos de ar--condicionado (R$ 5.543.748,88), de elevadores (R$ 2.424.695,79) e de ge-radores (R$ 154.331,10).

SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS

O Tribunal de Justiça do Paraná tem realizado nos últimos anos investimentos significativos em Tecnologia da Infor-mação. Desde o início de 2017 os valo-res somam R$ 21.340.354,34 somente na primeira instância da Justiça estadual. Atualmente o sistema eletrônico ProJudi está implantado em todo o 1º Grau, e é utilizado para as novas ações em todas as competências, trazendo celeridade e efi-cácia para os serviços do Poder Judiciário.

Recursos significativos também fo-ram investidos desde o início do ano passado para garantir a segurança do ambiente tecnológico. Em 2017, dois dispositivos de armazenamento com capacidade de 1 PB (pentabyte) cada, o equivalente a 1 milhão de gigabytes, foram comprados para inserção de grandes arquivos dentro da plataforma do ProJudi. No ano passado teve início a construção da Sala Segura, que em conjunto com a Sala Cofre, agora ar-mazena servidores, unidades de backup

e equipamentos de rede, dispondo de um sistema de segurança robusto. Se houver uma falha em qualquer um dos equipamentos dentro dessas salas, não haverá interrupção no processamento das informações.

Além disso, diversas outras aquisições foram realizadas para atendimento das demandas do 1º Grau. Com o objetivo de garantir o desempenho das redes e a disponibilidade das informações, no ano passado foram adquiridos 80 switches, equipamentos que possibilitam a cone-xão de vários computadores em rede. Também foram entregues aos Fóruns da capital e do interior 2.750 computadores de mesa (desktops), 730 notebooks e 100 equipamentos de digitalização (scanners).

Com o objetivo de tornar a comu-nicação mais efetiva entre as unidades judiciais e também entre o TJPR e ou-tros órgãos, foram adquiridos 300 kits com webcam e sistema de som para sa-las de audiência. Outro fato importante é a expressiva redução de custos com a comunicação interna, pois a totalidade das chamadas telefônicas entre as 186 centrais do TJPR em todo o estado ago-ra são realizadas através da tecnologia Voice over Internet Protocol (VoIP).

Diversos outras soluções fo-ram implantadas para atendimento de projetos específicos no 1º Grau. Exemplos significativos são os siste-mas de gravação digital para 75 salas de audiências e 24 salas de audiência

para depoimento especial de crianças e adolescentes, e a aquisição de 199 aparelhos celulares para um projeto de intimação por WhatsApp nos Jui-zados Especiais, conferindo celerida-de e economia, com a redução do en-vio de cartas pelos Correios.

MATERIAIS E BENS PERMANENTES

Os investimentos do Tribunal de Justiça no 1º Grau também são con-sideráveis se consideradas as aqui-sições em materiais de consumo e bens permanentes. Entre o início de fevereiro de 2017 até o final de se-tembro desse ano foram gastos R$ 4.737.656,27 em materiais de con-sumo, garantindo a efetividade dos serviços das unidades judiciais.

Os Fóruns do TJPR, tanto na capital quanto no interior, também receberam nesse período diferentes peças de mo-biliário, como cadeiras, mesas e armá-rios para reposição ou para instalação em unidades novas. O valor total dessas aquisições foi de R$ 9.548.448,17.

Outras aquisições para o 1º Grau, sob responsabilidade do Departa-mento do Patrimônio, somam R$ 4.177.763,73. O valor total destinado à primeira instância do Poder Judiciário do Paraná ultrapassa o valor de R$ 18 milhões e representa 88,62% de todas as compras de materiais e bens permanen-tes do TJPR. (Do site do TJPR)

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NOVEMBRO 201820

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

EDUARDO NICHELE/TJRS

No TJRS, juízes analisaram litígios para

tentar acordos sem a abertura de processos.

Resolver um conflito antes que ele vire um processo judicial ou dar fim a uma ação por meio de um acordo, de forma consensual entre os envolvidos no problema. Essa é uma das missões do Judiciário que se intensificam na semana de esforço concentrado visando à conciliação.

A Justiça Estadual, a Justiça Fe-deral e a Justiça do Trabalho deram início, em 5 de novembro, a um mutirão de audiências de conci-liação em todo o Brasil. Durante

quatro dias ocorreram milhares de audiências e ações para divulgar a cultura do acordo.

A abertura da 13ª edição da Se-mana Nacional da Conciliação (SNC), em Porto Alegre, foi reali-zada no prédio do Tribunal Regio-nal do Trabalho da 4ª Região com a presença de representantes dos três Tribunais. A juíza de Direito Geneci Ribeiro de Campos, coordenado-ra do Cejusc (Centro Judiciário de Solução de Conflitos) Porto Alegre

(Cejusc POA), representou o Tribu-nal de Justiça do Rio Grande do Sul e falou sobre a importância do tra-balho em conjunto. "Estamos divi-didos por especificidades, mas o que serve para um, serve para o outro. O TJRS vem atuando de forma firme na conciliação e mediação. Já exis-tem 40 Cejuscs e outros ainda serão implantados. Queremos incentivar a autocomposição para motivar e preparar a sociedade jurídica; juízes, advogados e todos que compõem o sistema de justiça para compreender a importância desse trabalho", afirmou a Coordenadora do Cejusc POA.

Judiciário de todo o Brasil organiza mutirão em favor da conciliaçãoACORDO | TJRS agenda 235 sessões para resolver litígios sem processos

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NOVEMBRO 2018 21

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

"A JUSTIÇA É UMA SÓ", AFIRMOU A JUÍZA GENECI RIBEIRO DE CAMPOSNA ABERTURA DA SEMANA NACIONAL DA CONCILIAÇÃO

A magistrada ressaltou a forte atu-ação da conciliação na área dos confli-tos de família: "Não há solução melhor do que a solução mediada para estes casos". Ela ainda citou outros focos de atendimento do Tribunal de Justiça, como superendividamento e os con-flitos coletivos urbanos.

A juíza Geneci Ribeiro de Cam-pos também comentou os casos que envolvem a convivência em condo-mínios e que, por vezes, a mediação começa no Foro e se estende até os conjuntos habitacionais. Segundo ela, esse é um tema evidente em que a Justiça trabalha para a pacificação social. "Temos um forte foco no pré--processual, evitando que o conflito cresça, para não virar um processo. Trabalhamos na contracultura do litígio, preparando a sociedade para dialogar", resumiu a magistrada.

A solenidade de abertura também teve o pronunciamento do coordena-dor do Núcleo Permanente de Con-ciliação do TRT-RS, desembargador Ricardo Martins Costa; do coordena-dor do Sistema de Conciliação do TRF da 4ª Região, desembargador Rogério Favreto, e da presidente do TRT-RS, desembargadora Vania Cunha Mattos.

A pauta de audiências do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Porto Alegre agendou 235 sessões.

Nas Comarcas do Interior do Estado também estão programadas centenas de conciliações. Além dos Cejuscs, o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais De Solução de Conflitos (Nupemec) convocou os magistrados de todos os Foros para aturem na Semana Nacional da Con-ciliação. É possível buscar informa-

EDUARDO NICHELE/TJRS

ções diretamente no Foro da Co-marca onde as partes têm interesse em uma solução consensual para o conflito.

A Semana Nacional da Concilia-ção (SNC) é uma iniciativa do Con-selho Nacional da Justiça (CNJ) e nesta edição traz o tema Conciliar: a

decisão é nossa. A intenção é que as partes envolvidas em litígios procu-rem tomar a iniciativa de construir uma solução consensual.

(Da assessoria do TJRS)

Acima, desembargadora Vania Cunha Mattos discursa. Abaixo, reunião de conciliação.

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NOVEMBRO 201822

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

007 COMUNICAÇÃO

O presidente eleito Jair Bolsonaro disse que vai governar com a

Constituição na mão.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi eleito no domingo (28) presidente do Brasil. O novo presiden-te, que vai substituir Michel Temer, toma posse no dia 1º de janeiro de 2019 em solenidade no Congresso Nacional. O vice-presidente eleito é o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB).

Após a confirmação da eleição, Bolso-naro fez pronunciamento em sua resi-dência no Rio de Janeiro, divulgado em rede social, em que citou a Bíblia, cri-ticou a esquerda e disse que governará ao lado da Constituição. Ele também agradeceu aos médicos que cuidaram de sua saúde após o atentando à faca que sofreu em 6 de setembro.

PERFILJair Bolsonaro nasceu em 1955 no

município paulista de Glicério. É ca-sado pela terceira vez e tem cinco filhos, dos quais três são políticos – Flávio é deputado estadual pelo Rio e foi eleito senador no último dia 7; Eduardo foi reeleito deputa-do federal por São Paulo e Carlos é vereador no Rio de Janeiro.

Capitão reformado do Exército, Bolsonaro iniciou a trajetória política como vereador no Rio, em 1989. Em 1991, assumiu uma vaga na Câmara dos Deputados e foi reeleito desde en-tão, encontrando-se no sétimo manda-to. Nesse período, passou por diversos

partidos, até a filiação ao PSL em março deste ano, como parte da estratégia para disputar a Presidência da República.

Esta é a segunda vez, no período re-publicano, que um deputado federal é eleito presidente da República no curso do mandato. O primeiro foi Jânio Qua-dros, eleito para o Planalto em 1960, quando era deputado pelo Paraná.

O plano de governo de Bolsonaro propõe uma agenda conservadora nos costumes, com ênfase na segurança pú-blica, e liberal na economia, com pro-messas de reduzir os gastos públicos.

A campanha eleitoral ficou mar-cada pelo atentado contra Bolsona-ro, que foi esfaqueado na região do abdome pelo ajudante de pedrei-ro Adélio Bispo de Oliveira no dia 6 de setembro, durante agenda de campanha em Juiz de Fora (MG). O atentado levou o candidato a passar por duas cirurgias, e uma terceira está marcada para dezembro.

Presidente eleito garante que vai governar com a ConstituiçãoMETA | Jair Bolsonaro critica adversários, mas promete respeitar a Carta

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NOVEMBRO 2018 23

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

FERNANDO FRAZÃO / G.DETTMAR / AG.CNJ

O presidente do Supremo Tri-bunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou que o “momento é de ouvir” as propostas do presiden-te eleito Jair Bolsonaro. No dia 29, Toffoli conversou rapidamente com jornalistas após um evento em come-moração ao Dia do Servidor Público.

Dias Toffoli afirmou, no dia da votação do segundo turno, que o presidente eleito tem um compro-

misso inarredável com a Constitui-ção do Brasil. “O futuro presidente deve respeitar as instituições, deve respeitar a democracia, o Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário, o Congresso Nacional e o Poder Legislativo. E também ga-rantir a pluralidade política como está na Constituição. Respeitando também a oposição que se forma-rá. Aqueles que não lograrem êxito

devem ser respeitados também, porque a sociedade tem suas for-ças distintas e é o somatório que forma uma nação”, assinalu o mi-nistro. Toffoli disse que ligou para Bolsonaro para parabenizá-lo pela vitória. A posse está marcada para 1º de janeiro.

O presidente do STF disse que conheceu Bolsonaro nos anos 2000, quando trabalhava como assessor jurídico na Câmara dos Deputados e chegou a viajar com ele para partici-par do projeto do Sistema de Vigilân-cia da Amazônia (Sivam).

De acordo com o resultado final do segundo turno das eleições, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente da República com 55,13% dos votos válidos, o equivalente a 57,7 milhões de votos. O candidato do PT, Fer-nando Haddad, ficou em segundo lu-gar e recebeu 44,87% dos votos, que equivalem a 47 milhões. No primeiro turno, ocorrido no último dia 7, Bol-sonaro obteve 46,03% dos votos váli-dos e Haddad 29,28%.

(Da Agência Brasil)

Ministro Dias Toffoli ressaltou a importância do respeito às instituições.

Dias Toffoli diz que o momento é de ouvir as propostas de BolsonaroTRANSIÇÃO | Presidente do STF reforçou a defesa dos postulados constitucionais

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) sediou o “1º Workshop da Equalização da Força de Trabalho nos Tribunais de Justiça Brasilei-ros”. O evento foi realizado nos dias 5 e 6 de setembro, no Auditó-rio Pleno da Corte.

Representantes de 23 Tribunais de Justiça participaram do encon-tro, que teve como intuito apresen-

tar sugestões de aprimoramento frente às determinações da Reso-lução nº 219/2016 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A abertura do evento ficou a cargo do Presidente do Conselho dos Tribunais de Justiça, desem-bargador Pedro Carlos Bitencourt Marcondes. Durante o discurso, o desembargador afirmou que a

Resolução fixa regras gerais que nem sempre são de fácil aplicação nos Estados, já que não levam em consideração a situação pormenori-zada de cada região. “A intenção do evento é justamente levantar a pro-blemática de cada um dos Tribunais e, em seguida, diante da realidade de cada estado, pretendemos buscar soluções adequadas para o cumpri-mento da Resolução 219.”

Na oportunidade, Marcon-des agradeceu a acolhida do Tribunal de Justiça do Paraná. “Agradeço ao presidente Bettega e toda a diretoria do TJPR pelo empenho e dedicação na con-cretização deste encontro.”

ASCOM / TJPR

Reunião no TJPR teve como pauta central a Resolução 219 do

Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Representantes dos Tribunais avaliam Resolução 219/2016 do CNJWORKSHOP | Encontro estuda ajustes regionais para aplicação da norma

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ASCOM / TJPR

Presidente do Conselho, Pedro

Bitencourt (à esquerda), coordenou os debates sobre

a Resolução 219.

Por sua vez, o presidente do TJPR, desembargador Renato Braga Bettega, destacou que “é de extrema impor-tância essa troca de experiências, pois possibilitará o enfrentamento dessa questão visando uma solução plausí-vel a todos os tribunais”.

TRABALHOSAinda na manhã de quarta-feira

(5/9), os participantes apresentaram os problemas enfrentados pelos Tri-bunais no que tange à implementa-ção da Resolução 219. Na sequência, discutiram vários temas em separado, formando quatro grupos para traba-lhar frente aos assuntos: distribuição e a movimentação de servidores, agrupa-mento das unidades judiciárias seme-lhantes, alocação de cargos em comissão e de funções de confiança e a unificação das carreiras dos servidores.

Os debates se estenderam pela tarde e, ao final dos trabalhos, os grupos formataram propostas para deliberações.

ASSEMBLEIANa quinta-feira (6/9) pela manhã,

os magistrados e servidores dos tribu-nais se reuniram para elencar todas as propostas que foram elaboradas rela-tivas às quatro temáticas.

Durante a assembleia, todos vo-taram ponto a ponto sobre os apri-moramentos propostos e, opor-tunamente, as deliberações serão apresentadas ao Conselho Nacional de Justiça. Também foi proposto um novo evento para debater os resulta-dos daqui a quatro meses.

Ao encerrar o workshop o desem-bargador Pedro Marcondes ressaltou que os enunciados serão compilados pelo secretário-geral do Conselho dos Tribunais de Justiça, juiz João Teixeira de Matos Junior e, depois disso, serão disponibilizados para todos os Tribunais de Justiça. Na oportunidade, destacou a interati-vidade e o ativismo frente aos de-bates. “O evento superou as minhas expectativas”, finalizou.

PRESENÇAEstiveram presentes no evento

a 2ª Vice-Presidente do TJPR, De-sembargadora Lidia Maejima; o Pre-sidente da AMAPAR, Juiz Geraldo Dutra de Andrade Neto, e os Desem-bargadores Carlos Tork (Presiden-te do TJAP), Leonardo de Noronha Tavares (Vice-Presidente do TJPA), Serly Marcondes Alves (TJMT) e Valdeci Castellar Citon (TJRO). Ain-da representantes dos Tribunais de Justiça do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goi-ás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Nor-te, Rondônia, Roraima, Santa Cata-rina, Sergipe e Tocantins.

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O Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) escolheu, por unanimidade, os desembar-gadores Carlos Alberto da Rocha, Maria Helena Gargaglione Póvoas e Luiz Ferreira da Silva para exer-cerem os cargos de presidente, vice-presidente e corregedor-geral do TJ no biênio 2019-2020.

A eleição ocorreu durante sessão

administrativa, na quinta-feira, 11 de outubro. Apenas Carlos Alberto concorreu ao cargo de presidente.

Para o cargo de vice-presidente a única candidata também foi Maria Helena Gargaglione Póvoas. Para a Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), dois desembargadores se can-didataram: José Zuquim Nogueira e Luiz Ferreira da Silva, porém, du-

rante a sessão, Zuquim anunciou a sua desistência no pleito.

Além da eleição da nova direto-ria do Judiciário Estadual, também foram escolhidos os desembarga-dores que irão compor as comis-sões permanentes.

“Quero agradecer a confiança desse tribunal que está nesse momen-to sendo depositado primeiramente em mim como presidente, à desem-bargadora Maria Helena e ao desem-bargador Luiz Ferreira. Sempre a

OTMAR DE OLIVEIRA / TJMT

Desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha

vai comandar o TJMT no biênio 2019-2020.

Por unanimidade, Carlos Alberto da Rocha é eleito presidente do TJMTDIRETORIA | Também foram escolhidos a vice-presidente e o corregedor

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FOTOS: OTMAR DE OLIVEIRA / TJMT

A novadireção do TJMT (acima) e na foto oficial com o atual presidente, desembargador Rui Ramos Ribeiro.

gente tem visto não é uma disputa, mas há a votação, uma eleição e nessa opor-tunidade nós chegamos a um consenso e nesse momento o desembargador José Zuquim retirou sua candidatura e nós conseguimos fazer essa eleição de uma forma bem harmoniosa. E isso eu acho que tem um reflexo muito grande já doravante que o tribunal caminhará, numa harmonia e pensando sempre na sua obrigação de julgar, julgar bem, fa-zer justiça para a nossa população”, dis-se o novo presidente.

O atual presidente do TJMT, desem-bargador Rui Ramos Ribeiro, conduziu a eleição. Todos os 30 desembargadores do TJMT têm direito a voto. Aos desembar-gadores em exercício, ausentes por motivo justificado na sessão de escolha dos diri-gentes, é facultado votar por carta, em en-velope lacrado, entregue à Presidência até o início da sessão, resguardando-se o sigilo.

PERFILCARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA

Nasceu em 2 de maio de 1955, em São Paulo (SP). Tem graduação em Psicologia pelas Faculdades Farias Brito (hoje Univer-sidade de Guarulhos) e Ciências Jurídicas e Sociais pelas Faculdades Integradas de Guarulhos. Foi aprovado no concurso para o cargo de juiz substituto do Estado de Mato Grosso em 1985. Como juiz substituto pas-sou pelas comarcas de Nortelândia, Arená-polis, Porto dos Gaúchos, Juara, nobres, Ro-sário Oeste e São José do Rio Claro. Ocupou os cargos de juiz auxiliar da Presidência do TJMT e juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso. Em fevereiro de 2008 foi promovido para o cargo de de-sembargador do TJMT, assumindo a vaga com a aposentadoria do desembargador Ernani Vieira de Souza. Dentre as inú-meras atuações ao longo de 24 anos de magistratura estão: juiz eleitoral, juiz co-ordenador do Juizado Volante Ambiental (Juvam), juiz presidente da Segunda Tur-ma Recursal Cível dos Juizados Especiais de Mato Grosso e juiz membro do Tribunal Regional Eleitoral do Estado.

Desembargadora Maria Helena Gargaglione

Póvoas, vice-presidente eleita do TJMT.

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O Pleno do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) escolheu na quarta-feira, 10 de outubro, em eleição direta, os novos dirigentes do Judiciário paraen-

se para o biênio 2019/2021. O desem-bargador Leonardo de Noronha Tava-res, atual vice-presidente da Corte, foi o escolhido para exercer a Presidência

do TJPA. Foram eleitas também a de-sembargadora Célia Regina de Lima Pinheiro, para a Vice-Presidência, e as desembargadoras Maria de Na-zaré Saavedra Guimarães e Diracy Nunes Alves, respectivamente, para as corregedorias de Justiça das Co-marcas da Região Metropolitana de Belém e do Interior.

Para o Conselho da Magistratura, tiveram seus nomes referendados pelo

RICARDO LIMA / TJPA

Desembargadores Leonardo de Noronha Tavares e Célia Regina

de Lima Pinheiro, eleitos presidente e vice do TJPA.

DesembargadorLeonardo Tavares vai presidir o TJPA em 2019-2021GESTÃO | Magistrado defende prestação jurisdicional efetiva e célere

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RICARDO LIMA / TJPA

NO TJPA, nova direção. Abaixo, a mesa

coordenadora dos trabalhos.

Pleno os desembargadores Maria de Nazaré Silva Gouveia dos San-tos, Mairton Marques Carneiro, José Roberto Bezerra Maia Júnior e Rosi Maria Gomes de Farias. O Conselho é composto por quatro membros natos, que são o presi-dente, vice-presidente e correge-dores, mais os quatro magistrados eleitos diretamente pelo Pleno do TJPA. Os novos dirigentes e os novos integrantes do Conselho assumirão as funções no dia 1º de fevereiro de 2019.

O processo eleitoral observou o ritual regimental. Os candida-tos aos diferentes cargos direti-vos do TJPA se autoapresentaram após a abertura da sessão plená-ria, colocando-se à disposição oralmente para concorrer às vagas. A eleição seguiu a ordem de presidente, vice-presidente, corregedores (RMB e Interior), e membros do Conselho.

O presidente eleito, em agra-decimento, ressaltou a honra pela escolha do Pleno, destacando o compromisso de elevar o Judiciá-rio paraense, tornando a Justiça es-tadual ainda mais efetiva e célere. O magistrado, que já tem 40 anos de serviços prestados ao Judiciá-rio (10 como servidor e 30 como magistrado), considera-se prepa-rado “para assumir a nobre missão de administrar o Poder Judiciário do Estado do Pará, a fim de dar continuidade ao trabalho iniciado por meus antecessores, buscando a efetiva e célere prestação juris-dicional, fundada em uma gestão compartilhada com o intuito de fortalecer cada vez mais esta ins-tituição e atender às necessidades dos jurisdicionados”.

“Atuando como assessor de ma-gistrado, pude conhecer a realida-de dos servidores do Poder Judici-ário paraense e, como magistrado e juiz auxiliar da Presidência, co-nheci os desafios enfrentados pela magistratura estadual”, afirmou

o desembargador. Ele ressaltou ain-da que a sua experiência em diversos cargos do Judiciário, ao longo de sua atuação na Magistratura, lhe permitiu conhecer as diversidades e as proble-máticas que assinalam cada região do Estado. “Agora, como vice-presidente, tenho tido a oportunidade de conhe-cer e intervir na solução de problemas aqui enfrentados, tanto em primeira quanto em segunda instância”, com-plementou, afirmando que centrará suas atenções na celeridade processual

e melhoria de condições de trabalhos de servidores e magistrados para a melhor prestação jurisdicional.

A desembargadora Célia Regina, que atualmente é presidente do Tri-bunal Regional Eleitoral (TRE-PA), já tendo exercido as funções de vice-pre-sidente e corregedora do TRE, mani-festou-se em plenário para agradecer

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a confiança da Corte, colocando-se à disposição para colaborar e trabalhar da melhor maneira possível em prol da instituição. As desembargadoras Nazaré Saavedra e Diracy Alves, que também já exerceram as funções de corregedoras de Justiça das Comar-cas do Interior e da RMB, respectiva-mente em gestões anteriores, também agradeceram a escolha de seus nomes para as Corregedorias, destacando a importância do cargo que assumirão, considerando o caráter orientador e fiscalizador do órgão correicional. Ressaltaram também o constante diálogo que manterão com servido-res e magistrados. As magistradas ressaltaram o trabalho em parceria, conjunto, harmônico, como forma de enaltecer o Judiciário paraense e disponibilizar à sociedade uma Jus-tiça célere e eficiente.

Os desembargadores Milton No-bre, decano da Corte, e Raimundo Holanda também parabenizaram os

eleitos, desejando-lhes uma boa ad-ministração e as bênçãos de Deus e de Nossa Senhora de Nazaré para que exerçam uma gestão exitosa. Da mes-ma forma, o procurador Geral de Jus-tiça, Gilberto Valente, parabenizou os eleitos, desejando-lhes sucesso.

O presidente Ricardo Ferreira Nu-nes dirigiu-se os magistrados eleitos parabenizando-os, pedindo que todos ergam suas mãos em suas direções, ro-gando à Nossa Senhora que lhes pro-teja, lhes dê sabedoria e parcimônia para que exerçam da melhor maneira suas funções, elevando ainda mais o Judiciário paraense.

PERFIL

O desembargador Leonardo de Noronha Tavares ingressou na ma-gistratura em 1988, onde assumiu a Comarca de Breves. Em 1989, foi juiz titular da Comarca de Mãe do Rio. Pelo critério de merecimento, foi pro-movido para a 2ª entrância em 1990

e em 1993, foi promovido para a Co-marca de Belém (3ª entrância), assu-mindo a titularidade da 3ª Vara Penal da Capital. Passou pela 10º Vara Cível da Capital, respondeu pelo Juízo Es-pecial Cível e compôs a Turma Recur-sal dos Juizados Especiais entre 1999 e 2003. O magistrado foi convocado ao 2º grau para atuar na 1ª Câmara Cível Isolada e nas Câmaras Cíveis Reunidas. Entre 2002 e 2005, exerceu as funções como membro da Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (Ce-jai), além de se servir na função de Juiz Auxiliar da Presidência (2005/2006). Ascendeu ao desembargo, pelo critério de merecimento, em 14 de dezembro de 2005. Foi eleito vice-presidente e corre-gedor do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) em 2010 e presidente da Corte Eleitoral Estadual no biênio 2013/2014. Exerce atualmente a Vice--Presidência do TJPA.

(Coordenadoria de Imprensa/ Texto: Marinalda Ribeiro)

RICARDO LIMA / TJPA

Nova direção do TJPA, eleita para o biênio 2019-2021, com o

presidente da Amepa, juiz Sílvio Cesar dos

Santos Maria.

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O Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas elegeu, por aclamação, a cúpu-la do Judiciário estadual para o biênio 2019-2020, em sessão administrativa no dia 17 de julho. O desembargador Alcides Gusmão da Silva foi escolhido para ocupar a presidência no período.

Fernando Tourinho de Omena Sou-za será o corregedor-geral da Justiça, e Elisabeth Carvalho Nascimento será a vice-presidente. Os desembargadores Washington Luiz Damasceno Freitas e Celyrio Adamastor Tenório Accioly foram eleitos para compor e Conselho Estadual da Magistratura.

Alcides Gusmão, hoje presidente da 3ª Câmara Cível do TJ, agradeceu aos colegas pela escolha, assim como os demais eleitos. “Compete a nós pen-sarmos nos novos caminhos a perse-

guirmos aqui no Tribunal, esperamos sempre contar com a compreensão e ajuda dos senhores. Vamos arregaçar as mangas, fazer o nosso planejamento e partir para o trabalho. Pretendemos dar continuidade ao trabalho do de-sembargador Otávio Praxedes e, den-tro do possível, melhorar as condições do nosso Judiciário, cada vez mais”.

A desembargadora Elisabeth Car-valho, atualmente integrante da 2ª Câ-mara Cível, já foi presidente do TJAL entre 2009 e 2010, e vice-presidente no biênio 2005-2006. “Espero agora já com a experiência de ter passado pelo cargo, corresponder às expecta-tivas dos servidores, dos colegas, e da sociedade, principalmente.”

No momento integrante da 1ª Câmara Cível e diretor da Escola

Superior da Magistratura (Esmal), o desembargador Fernando Tourinho ressaltou o peso do cargo de correge-dor. “É uma responsabilidade muito grande e a gente a partir de hoje já começa a pensar no que pode me-lhorar nos serviços que prestamos. A Corregedoria precisará muito da As-sociação dos Magistrados de Alagoas (Almagis), bem como de todos os ser-vidores”, disse.

Atual presidente do TJAL, Otávio Leão Praxedes, teceu elogios aos pró-ximos gestores. “Gostaria de dizer da minha satisfação em ter conduzido o processo de sucessão sem obstáculos, e frisar que todos são colegas honrados e merecedores. As portas da Presidência estão abertas ao senhores.”

O juiz Ney Alcântara, presidente da Almagis, também congratulou a futura cúpula. “Que tenham uma ges-tão de excelência. Nós da Associação estaremos sempre à disposição dos senhores, no que for necessário.”

CAIO LOUREIRO / DICOM / TJAL

Desembargadores Fernando Tourinho,

Alcides Gusmão e Elisabeth Carvalho,

do TJAL.

Alcides Gusmão é eleito presidente do TJAL para o biênio 2019-2020AÇÃO | "Vamos fazer o nosso planejamento e partir para o trabalho”, disse Gusmão

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O Tribunal de Justiça de Santa catarina (TJSC), no ano em que completa 127 anos de instalação, vai receber os presidentes de to-dos os Tribunais de Justiça do país, nos dias 6 e 7 de dezembro de 2018, para o 115º Encontro do Conselho dos Tribunais de Justi-ça do Brasil. O evento será sedia-do em Florianópolis, capital do

Estado de Santa Catarina.A cúpula das justiças estaduais

terá a oportunidade de debater projetos, ações e propostas em busca da excelência na prestação jurisdicional. Na presidência do Conselho está o desembargador Pedro Carlos Bitencourt Mar-condes, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina, como anfitrião, busca reforçar seus objetivos voltados à promoção da defesa dos prin-cípios, das prerrogativas e das funções institucionais do Poder Judiciário, à integração das justi-ças dos Estados e ao intercâmbio de experiências funcionais e admi-nistrativas. Da mesma forma, as-sume como propósito auxiliar no fomento em comum dos estudos de temas jurídicos relevantes e da ampla cooperação entre os órgãos dos poderes constituídos. São es-sas, aliás, as diretrizes do próprio Conselho dos Tribunais de Justiça.

ASCOM / TJSC

ASCOM / TJSC

Encontrodo Conselho dos

Tribunais de Justiça marca passagem dos

127 anos do TJSC.

TJSC recebe o 115º Encontro do Conselho dos Tribunais de JustiçaREUNIÃO | Evento em Florianópolis vai discutir a prestação jurisdicional

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O presidente o STF, ministro Dias Toffoli, vai participar do Encontro.

O presidente do TJSC, desem-bargador Rodrigo Collaço, anteci-pou as boas-vindas aos convidados. "É com grande prazer que eu me dirijo aos senhores para desejar-lhes as boas--vindas ao 115º Encontro do Conselho dos Tribunais de Justiça, marcado para ocorrer em nossa aprazível e hospita-leira Florianópolis, nos dias 6 e 7 de dezembro deste ano.

Além de lhes dar ocasião de conhe-cer nossas belas paisagens e praias, pretendemos oferecer na programação oficial do evento palestras sobre temas de relevância, com oportunidades para atualização de conceitos e inovação de práticas, sempre com o objetivo de atender melhor ao jurisdicionado e ga-rantir a agilidade e efetividade da Justi-ça. Serão dois dias de muito conteúdo e intercâmbio!, destacou.

Dignificados por essa terceira oportunidade em que sediam o En-contro, os catarinenses anseiam re-ceber de braços abertos os dignos gestores das justiças estaduais de todo o país.

PROGRAMAÇÃO OFICIAL

6 DE DEZEMBRO(QUINTA-FEIRA)

18hDeslocamento do Majestic Palace Hotel para a sede do Tribunal de Justiça de Santa Catarina

19hSolenidade de aberturaLocal: Tribunal de Justiça - Sala de Sessões Ministro Teori Zavascki

21hJantar de abertura do eventoO jantar de abertura do evento será oferecido pela Fiesc - Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (www.fiesc.com.br) na sua sede administrativaLocal: Sede da Fiesc, Rodovia Admar Gonzaga, n. 2765, Florianópolis

7 DE DEZEMBRO (SEXTA-FEIRA)

9hCredenciamento e Abertura dos trabalhos

9h30minPalestra com Patricia Marins, Sócia-diretora do Grupo In PressLocal: Tribunal de Justiça Sala de Sessões Ministro Teori Zavascki

10h30min Assuntos internos

11h30min Apresentação pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - Fiesc do

Observatório da Indústria CatarinenseO Observatório da Indústria Catarinense é uma área da Fiesc voltada ao planejamento e desenvolvimento estratégico da indústria do Estado. Responsável por monitorar os principais fatores que afetam a competitividade industrial no Estado de Santa Catarina, o Observatório analisa o desempenho econômico e as tendências tecnológicas dos setores estratégicos, fornecendo informações para a tomada de decisões estratégicas, tanto na esfera estadual quanto regional.Local: Tribunal de Justiça Sala de Sessões Ministro Teori Zavascki

12h Almoço na sede do Tribunal de JustiçaLocal: Ático da Torre II14h - Assuntos internos (continuação)

16h30minCoffee Break

17hElaboração da Carta de Florianópolis/SC

17h30minPalestra com o Ministro do Supremo Tribunal Federal Dias ToffoliLocal: Tribunal de Justiça Sala de Sessões Ministro Teori Zavascki

21hCoquetel de encerramento do eventoLocal: Cobertura do Majestic Palace Hotel

ASCOM STF

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Redijo este texto a exatos nove meses da assunção da função de gestor do Poder Judiciário de Santa Catarina. Ao longo desse período de intenso aprendizado tenho cada vez mais assimilado a crença de que, a despeito da evolução já vista nas úl-timas décadas em diversos aspectos, a justiça brasileira ainda oferece um vasto espaço para a modernização, a

racionalidade e a transparência aos olhos dos cidadãos.

Foi com essa acepção voltada ao jurisdicionado, aliás, que incur-sionamos na seara administrativa ao consignarmos, já no discurso de posse em 2 de fevereiro deste ano, que “os rumos do Poder Judiciário não são assunto de interesse exclu-sivo de quem veste a toga. Muito ao

contrário. Compete a todos saber o modo com que a Justiça se conecta-rá à sociedade, quais respostas dará ao cidadão que precisa e pede a in-tervenção do estado para concreti-zar seu direito e afastar de si abusos e injustiças. Nossa visão é clara: pre-cisamos julgar mais e melhor.”

Há um anseio comum entre to-dos nós, magistrados e servidores, de que o Judiciário siga nesse rumo de constante aprimoramento da ati-vidade jurisdicional e de conscienti-zação da sociedade sobre o funcio-namento do Poder.

No âmbito de Santa Catarina, te-mos tomado uma gama de medidas dirigidas à agilidade, à simplificação

ASCOM / TJSC

TJSC investe em modernização para

elevar níveis de eficiência na prestação

jurisdicional.

Novos desafios para a Justiça: os constantes avanços em Santa CatarinaANÁLISE | Por Rodrigo Collaço, presidente do TJSC

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ASCOM / TJSC

e desburocratização e à restruturação tanto da atividade-fim quanto dos pro-cedimentos administrativos.

De plano, constatamos que, para a tomada de decisões mais precisas e coerentes, é necessário que a admi-nistração disponha de uma gama cada vez maior de dados suficientes e inte-ligíveis. Nesse cenário, recentemente investimos na aquisição de ferramentas mais amplas de business intelligence, a partir do que, com o auxílio de nossa assessoria de planejamento e de outros setores, temos avançado na busca e lei-tura mais detalhada e mais clara tanto de aspectos sensíveis da atividade jurisdi-cional quanto acerca do funcionamento interno do organismo estatal.

No que toca à atividade-fim, iden-tificamos que neste Estado, apesar da reconhecida produtividade individu-al dos juízes, há anos tem se formado uma alta taxa de congestionamento de processos, em especial na primei-ra instância com seus 2,7 milhões de ações judiciais (uma média de 7 mil por magistrado). Consideramos que, para além da alta litigiosidade da po-pulação catarinense – indicador este que, sob seu viés otimista, representa uma maior maturidade dos cidadãos na defesa de seus direitos –, era ne-cessário incrementar a força de tra-balho nos gabinetes dos juízes de di-reito. Assim, atendendo a uma antiga demanda da Associação de Magistra-dos Catarinenses, a atual gestão lo-grou encaminhar projeto de lei – hoje já sancionado pelo Executivo – de criação de novos cargos no quadro de pessoal, entre os quais se desta-cam 462 novas vagas de assessor jurídico para provimento paulatino (ainda neste exercício foram provi-das cem vagas).

Dentro desse esforço de reduzir o congestionamento de processos, fo-ram ajustadas e/ou inauguradas no-vas varas especializadas e regionais, bem assim foram ampliados e criados Centros Judiciários de Solução de

Conflitos e Cidadania (Cejuscs) – uni-dades responsáveis pela realização e gestão de sessões e audiências de con-ciliação e mediação. Também implan-tamos mecanismo para que magistra-dos passassem a ser informados sobre julgamentos de instâncias superiores que reformassem ou mantivessem suas próprias decisões.

Com o intuito de compilar e de tor-nar mais objetivas as regras internas, notadamente as de competência entre órgãos e as de procedimentos, ainda neste ano será submetido ao Órgão Especial da Corte o texto de um novo regimento interno do TJSC. Em breve também apresentaremos uma versão mais moderna e simplificada do regi-mento de custas. Antes disso, já vigem normas que aprimoraram a divisão de competências de determinados órgãos colegiados, e diversos órgãos administrativos foram aglutinados, extintos ou racionalizados.

Na área criminal, em atenção às di-

retrizes do STF e do CNJ houve a ex-pansão das audiências de custódia para todo o território catarinense.

Num projeto mais audacioso, te-mos dedicado esforços para viabilizar a substituição do atual sistema de ges-tão dos processos judiciais pelo eproc, desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Esse sistema, de funcionamento mais leve, eficaz e in-tuitivo, tenderá a melhorar sobrema-neira o dia a dia dos usuários internos e externos e a agilizar a tramitação de feitos, além de conferir ampla auto-nomia na definição de fluxos proces-suais, automações de rotinas e mode-los de expedientes. Quanto ao mais, a troca de sistemas gerará uma econo-mia aos cofres públicos de cerca de R$ 10 milhões por ano.

Fórum de Pomerode abriga um dos novos

Centros Judiciários de Solução de Conflitos e

Cidadania (Cejusc ).

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Igualmente no plano da informática, a administração aprofundou-se no es-tudo sobre a priorização das atividades nas esferas administrativa e judicial, de forma a estabelecer diretrizes por crité-rios concretos para o desenvolvimento de módulos e para o atendimento de outras tantas demandas.

No âmbito da estrutura administra-tiva do TJSC, uma das políticas implan-tadas diz respeito à descentralização da tomada de decisões. A então Secretaria Geral do Gabinete da Presidência foi convolada em três núcleos operacionais, cada qual com competência em determi-nadas áreas mas todos eles com funcio-namento colaborativo. Rotinas têm sido enxugadas em toda a cadeia de setores administrativos, e uma grande gama de procedimentos foi delegada a órgãos de hierarquia inferior em vários níveis.

Um dos principais motes da adminis-tração tem sido o diálogo institucional. Vá-rias questões originadas das diretorias são

resolvidas em reuniões semanais e quinze-nais, sem a necessidade da formalização de pedidos. Tem-se fomentado uma maior in-teração entre os diretores e a utilização da técnica dos pareceres referenciais, no senti-do de que a diretriz fixada em determinado caso seja replicada em situações idênticas sequentes sem necessidade de seguirem o mesmo trâmite burocrático. O foco na comunicação interna também resultou na iniciativa de se realizar a transmissão, ao vivo via intranet a todas as unidades do Judiciário catarinense, de um inovador programa periódico no qual a administra-ção e demais exercentes de funções afins expõem aos integrantes do Poder tanto a situação global da instituição quanto os cri-térios utilizados para a tomada de decisões sobre determinado tema. Passou-se ainda a divulgar mais informações ao público inter-no via mensagens eletrônicas.

Em paralelo, elaborou-se um novo plano de comunicação ao público exter-no – os jurisdicionados –, inclusive com

o incremento do corpo de jornalistas e a criação de assessorias regionais de im-prensa para suporte direto às comarcas do interior.

Essas e inúmeras outras providên-cias têm sido adotadas não só pela Presidência, como também têm sido largamente encampadas pelo Órgão Especial, pelas Vices, pela Corregedo-ria-Geral da Justiça e por variados ou-tros órgãos e setores, sempre mantida a abertura para o diálogo.

Todas essas ações, como dito, vêm da nossa intenção orgânica de tornar a prestação jurisdicional mais eficiente, transparente e racional. Ao darmos essa roupagem miramos atender à necessi-dade de constante evolução do Poder Judiciário, que deve o quanto possível aproximar-se da natural e cada vez mais rápida evolução da própria socie-dade brasileira. Daí dimana o enorme desafio de todo gestor público. Vontade e esforço para tanto não nos faltam.

ASCOM / TJSC

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Se você encontrar um guia turístico da década de 1980 ou 1990, ficará sabendo que há 42 praias em Florianópo-lis. Hoje, parte dos especialistas concorda que são 100, mas ainda não há consenso. São praias de água quente e calma, no norte da Ilha; praias de águas geladas e com ondas, no leste; praias mais selvagens e desertas no sul e sudeste. Não por acaso, a cidade recebeu o título de “melhor destino de praia no Brasil” na edição de 2018 do Prêmio Viagem e Turismo, que contou com a participação de cinco mil vo-tantes.

Engana-se, porém, quem pensa que a capital de San-ta Catarina é conhecida apenas por suas belas paisagens. Florianópolis – com quase 500 mil habitantes – é um polo tecnológico de referência e o capital gerado por esse setor

- 45% do PIB – é maior do que o proveniente do turismo. São 900 empresas de tecnologia que, juntas, faturam 5,4 bilhões por ano. Segundo a ONU, Florianópolis é a capital com a melhor qualidade de vida do Brasil e detém o quarto mais alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Não é preciso muita pesquisa ou muitas dicas para conhecer a cidade. Mesmo sem roteiro, é provável que você esbarre em alguma paisagem inesquecível, como a Lagoa da Conceição vista de cima do morro, onde se observam três praias, entre elas a Joaquina, pal-co de campeonatos internacionais de surfe, as dunas da praia com seus sandboards e o verde da Mata Atlânti-ca. Se você gosta de aventura e adrenalina, pode fazer um voo duplo de parapente e desfrutar a paisagem.

Ponte Hercílio Luz, Florianópolis: atração turística da capital catarinense.

O recanto das belas praias e dos passeios

inesquecíveisTURISMO | Assessoria do TJSC

ADELINO NETO

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Indo em direção ao norte da Ilha, você encontra Santo Antônio de Lisboa, uma das primeiras comunidades fundadas pelos imigrantes açorianos no século 18. Também no norte está a conhecida Jurerê Internacional, com boas opções de bares e restaurantes de dia ou à noite.

Do outro lado da ilha, você encontra o Ribeirão, outro símbolo da coloniza-ção açoriana, com sua igreja e casario centenário, seus pescadores, suas mesas de dominó à beira do mar e sua gastro-nomia à base de peixes, camarões e os-tras. A sensação que se tem, nessa parte da cidade, é que você voltou no tempo ou está no cenário de um filme.

Viagem no tempo você sente quando visita os sítios arqueológicos com sina-lizações rupestres – gravuras pré-histó-ricas na rocha – datadas de quatro mil anos. Esses tesouros você encontra na Praia do Santinho, na Ilha dos Corais e

na Ilha do Campeche. Essa última, reco-nhecida como patrimônio arqueológico brasileiro desde 2000, ocupa uma área de 500 metros quadrados no oceano Atlântico e possui a maior quantidade de monumentos rupestres do litoral do hemisfério sul.

O centro histórico da cidade é outro passeio imperdível. Conheça o Merca-do Público, principal ponto de encon-tro dos florianopolitanos nativos – os “manezinhos”, como são conhecidos. O mercado, com centenas de boxes, além peixarias, oferece lojas de artesanato, bares e bistrôs para todos os bolsos. Quase ao lado do Mercado está o Largo da Alfândega, prédio neoclássico cons-truído em 1875, sede da Associação Catarinense de Artistas Plásticos. Im-portante espaço cultural, com exposi-ções permanentes, há uma loja com boa diversidade de artesanato.

Poucos metros à frente do Largo da Alfândega, você avista a Ponte Hercílio Luz, cartão postal da cidade, a quarta maior ponte pênsil do mundo. Pró-ximo à ponte está o Forte Sant’Anna, construído pelos portugueses em 1765. Ainda no Centro está a Cate-dral Metropolitana, fundada em 1753, localizada em frente à Praça XV de Novembro. A praça foi palco de im-portantes manifestações políticas, como a ocorrida em 1979 contra a ditadura militar. Contado no curta--metragem Novembrada, dirigido pelo cineasta Eduardo Paredes, o episódio é motivo de orgulho para a maioria dos moradores da cidade. E é nessa praça que está a Figueira – ou-tro símbolo ilhéu. E não se esqueça de dar três voltas pela árvore porque, diz a lenda, isso traz sorte e faz com que você retorne várias vezes.

Largo da Alfândega.

ADELINO NETO

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Praia Mole, Florianópolis.

ADELINO NETO

A poucos metros desses dois mi-rantes está uma base para voo de pa-rapente. Um voo duplo pode ser uma boa opção em dia de vento sul/sudes-te (de fraco a moderado). Para voar, é preciso ter no mínimo 40 kg, e me-nores de 16 anos devem estar acom-panhados dos pais ou responsáveis. Não é necessário usar roupa especial, mas é indispensável o uso de tênis ou sapato fechado.

Descendo o morro, a caminho da Lagoa, entre à esquerda, em direção ao Canto dos Araçás, para visitar a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, construída em 1750 e tombada pelo Patrimônio Histórico em 1975. Caminhe pelo centrinho da Lagoa e pela avenida das Rendeiras. Há senhoras produ-zindo rendas de bilro em suas pe-

quenas lojas ao longo da avenida. “A arte das linhas”, como também é conhecida, foi trazida para a Ilha pelos colonizadores aço-rianos e é um dos símbolos da cidade. Com o passar do tempo, essa tradição vem diminuindo. Na mesma avenida, é possível fazer um passeio de escuna pela lagoa ou – se for verão – alu-gar caiaques e pedalinhos. Você pode ainda praticar windsurf, kite surf ou fazer um passeio em canoa havaiana.

Almoce em um restaurante tí-pico de frutos do mar na avenida das Rendeiras. Uma boa pedida é a tradicional sequência de camarão. Camarão ao bafo, frito e à mila-nesa acompanham casquinha de siri, peixe grelhado e arroz.

PRIMEIRO DIAA Lagoa da Conceição, no leste da

Ilha, é um dos lugares mais bonitos de Florianópolis. Para chegar, vindo do centro, você deve subir o Morro das Sete Curvas. Lá em cima, máquina fotográfi-ca nas mãos, tem-se uma visão panorâ-mica da Lagoa, das praias da Joaquina, Mole e Campeche, das dunas e de uma extensa faixa de Mata Atlântica.

O mirante público, bem no topo do morro, construído no ano 2000, pode ser visitado o dia todo e também à noi-te. O mirante mais antigo, privado, me-nos concorrido e com uma visão mais bonita, já na primeira curva de descida do morro, fica aberto das 9h30min às 19h, e é cercado por um bar e por lojas que vendem artigos turísticos.

ROTEIRO | Um guia para conhecer os pontos turísticos da capital catarinense

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ADEMIR SANTOS / WIKIMEDIA

A sequência serve duas pessoas e, em alguns restaurantes, é possí-vel escolher o tamanho do camarão. Os restaurantes do Canto da Lagoa também são conhecidos pelos “pratos comerciais”, que servem de duas a três pessoas por um preço acessível.

Curta o resto do dia na praia da Joaquina, uma das mais famosas e mais concorridas da Ilha. Há quiosques com sorvetes, sucos, coquetéis e outras bebidas na praia, além de alguns restaurantes que servem petiscos na areia. Há guarda-sóis e cadeiras para aluguel.

Quem quiser praticar sandboard (surfe na areia) nas dunas da Joaqui-na pode alugar pranchas com a Asso-ciação de Proteção e Preservação das Dunas (APPD). Praia, sol, lindas paisa-gens, boa comida, bons sucos e, para quem curte praticar esportes, voos de parapente, aulas de surfe e sandbor-ds. Esse é só o primeiro dia na Ilha de Santa Catarina.

SEGUNDO DIAA presença da cultura açoriana – da

arquitetura à gastronomia – é percep-tível por toda a Ilha. Mas é no Ribeirão da Ilha – no sul – onde ela permanece quase intocada. Siga pela rodovia Bal-dicero Filomeno, na direção sul. Na estrada que dá acesso ao local, observe os antigos engenhos de farinha, alguns ainda em atividade, e a paisagem rural em frente ao mar.

Não deixe de percorrer a pé o cen-tro histórico do Ribeirão. Você irá en-contrar casas açorianas centenárias, alinhadas e germinadas, de frente para uma praia de águas calmas e areias grossas. A Igreja Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão foi inaugurada em 1806, e ao lado funciona a loja Artes do Ribeirão, que reúne trabalhos de dezenas de artesãos locais.

O Ribeirão é um dos maiores produ-tores nacionais de ostras. Além disso, a

região concentra vários restaurantes com essa especialidade, que vai da ostra crua a pratos de ostras gratinadas ou doces, além de outros frutos do mar.

À tarde, ainda no sul, uma boa op-ção é o “Riozinho do Campeche”. Com quase 4 km de extensão, o Campeche fica entre a Joaquina e o Morro das Pedras, no leste da Ilha. Nos últimos anos, o que era uma única praia foi ganhando novos nomes: Campeche, Novo Campeche e Riozinho do Cam-peche, dependendo do ponto da praia.

As águas são frias e encontram-se com pequenas dunas e córregos. Nos anos 1920, a praia serviu como cam-po de pouso para aviões franceses que faziam o correio aéreo entre a Europa e a América. Um dos pilotos era o es-critor Antoine de Saint Exupéry. Em sua homenagem, a avenida principal do Campeche chama-se Pequeno Príncipe. Da praia, avista-se a Ilha do Campeche. Mas essa fica para outro dia.

Ribeirão da Ilha.

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TERCEIRO DIAPor um momento, esqueça as

praias e confira as atrações do cen-tro histórico da capital catarinense. Para começar, siga para o Mirante do Morro da Cruz, a 285 metros do nível do mar. Prepare-se para uma visão panorâmica do centro e do continente, avistando as pontes Her-cílio Luz, Colombo Salles e Pedro Ivo Campos, a Avenida Beira-Mar e vários bairros. Também é possível visualizar as ilhas de Ratones e as praias de Sambaqui, Cacupé e Da-niela. O mirante está ao lado de an-tenas e estúdios de rádio e TV, mas também é vizinho de uma faixa de mata nativa.

De lá, siga para a Ponte Hercílio Luz, inaugurada em 1926. Até aquele ano, só era possível chegar à Ilha em bar-cos. Com 821 metros de extensão e 339

metros de vão central, é a quarta maior ponte pênsil do mundo. A Hercílio Luz está fechada para reformas, mas pode ser contemplada da praça com mirante localizada na cabeceira insular.

Caminhe pelas ruas Filipe Schmidt, centro do comércio de rua da capital e ponto de encontro dos jogadores de dominó, quase todos nativos da cidade. Lembre-se: apesar de aparen-temente fechado, o manezinho adora contar histórias. Observe os sobrados oitocentistas da rua Fernando Macha-do e a Praça XV de Novembro.

A praça faz parte do núcleo históri-co de Florianópolis. Foi ali, em 1662, que o bandeirante paulista Fernão Dias Velho fundou a Vila Nossa Se-nhora do Desterro, que deu origem à cidade. É também na Praça XV que está a tradicional Figueira, lembrada por poetas ilhéus e inspiração para um dos times da capital, o Figueirense.

Muitas lendas envolvem a árvore, que nasceu no Largo da Matriz em 1871 e foi transplantada para a praça por vol-ta de 1891. Uma das lendas conta que é preciso dar três voltas ao redor do seu tronco para ter sorte e, também, voltar a Florianópolis. E os mais supersticiosos garantem que, para encontrar o amor verdadeiro, é preciso dar sete voltas em torno da árvore.

Em frente à praça está a Catedral de Nossa Senhora do Desterro, construída em 1773 e reformada e ampliada em 1922, quando foram construídas suas duas torres. A igreja abriga a escul-tura em madeira “Fuga para o Egito”, do austríaco Demetz Groeden, de 1902. Há várias opções de almoço no centro, desde refinados restaurantes das ruas Rafael Bandeira e Bocaiúva aos populares bufês por quilo. O Mer-cado Público também tem “boxes” que servem petiscos e almoço.

Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição da Lagoa.

ADELINO NETO

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À tarde, conheça Jurerê Internacio-nal, bairro no norte da Ilha a 23km do centro, sinônimo de qualidade de vida e bem-estar. Totalmente planejado e arbo-rizado, com casas sofisticadas e sem mu-ros, parques e shoppings a céu aberto, ba-res e restaurantes requintados, esse é um dos lugares mais valorizados do Brasil. Há duas décadas, o metro quadrado valia, em média, R$ 46 – hoje vale quase R$10 mil.

Tudo isso à beira do mar – porque, como estamos numa ilha, Jurerê é também uma praia. Com 3 km de extensão, de areia fina e branca e mar esverdeado, calmo e quente, o destino é procurado por famílias com crian-ças e para quem gosta de velejar. Quando uma reportagem do New York Times, em janeiro de 2009, disse que Florianópolis era uma mis-tura de Ibiza com Saint Tropez, é provável que estivesse se referindo, em primeiro lugar, a Ju-rerê Internacional.

QUARTO DIAReserve o quarto dia para conhe-

cer a Ilha do Campeche, eleita pelos turistas em pesquisa realizada pela internet como um dos melhores pas-seios para se fazer em Florianópolis. Da praia do Campeche e da Armação saem barcos de 20 em 20 minutos, a partir das 8h30 da manhã. A traves-sia em mar aberto dura de 25 a 35 minutos e é feita pela Associação de Pescadores. É importante ir cedo, pois há limite de turistas na ilha e somente 500 pessoas podem utilizar os barcos da Armação. É permitido ficar de quatro a cinco horas na ilha, e o passeio pode ser feito o ano intei-ro. Ligue no dia anterior para saber sobre as condições do mar.

A ilha, de mar azul cristalino, areias

brancas e coberta de mata atlântica, também é rica em inscrições rupestres datadas de quatro mil anos. Desde 2000, é tombada pelo Patrimônio Arqueoló-gico e Paisagístico Nacional. É possí-vel fazer trilhas para ver suas belezas naturais e tesouros arqueológicos, com guias que se apresentam logo na chegada dos barcos. Há restaurantes na praia servindo frutos do mar. Não esqueça de levar snorkel e nadadeiras para mergulhar.

De dezembro a março, algumas empresas também fazem passeios para a Ilha do Campeche, com barcos saindo do canal da Barra da Lagoa às 10h. A navegação dura uma hora e 15 minutos, passando pelo Farol e Costão da Barra, pelas praias da Ga-lheta, Mole, Joaquina e Campeche. O barco fica ancorado por três horas e

ADELINO NETO

Ilha do Campeche.

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meia, período em que também é pos-sível fazer trilhas e mergulho (pagos à parte). É necessário fazer reserva com antecedência.

Se as condições do mar não forem favoráveis, há outra opção de passeio de escuna em águas mais calmas, sain-do do centro de Florianópolis ou do norte. Há um trajeto que sai do cen-tro da capital (no trapiche embaixo da ponte Hercílio Luz) às 10h30 com re-torno às 16h30. O barco para nas ilhas de Ratones Grande, Anhatomirime Bahia dos Golfinhos (para o almoço) e faz uma pausa para banho no meio do percurso. Esse roteiro permite que se visitem as fortalezas das ilhas de Anhatomirim e Ratones Grande, construídas em 1739 e 1740 respec-tivamente. O mesmo roteiro pode ser feito com um barco que sai de Canas-vieiras às 10h30.

QUINTO DIAEntre Cacupé e Santo Antônio de

Lisboa fica o museu “O Mundo Ovo de Eli Heil” (mas não esqueça de agen-dar a visita). No espaço, há 2 mil obras da pintora, desenhista, escultora e ce-ramista catarinense, falecida em 2017. “A arte para mim é a expulsão dos seres contidos, doloridos, em gran-des quantidades num parto colorido”, dizia Heil, que usava em suas criações desde canos de PVC até tubos de tinta e saltos de sapato.

Siga para Santo Antônio de Lisboa, uma das mais antigas vilas da Ilha de Santa Cata-rina. Os primeiros colonizadores chegaram no final do século 17 e ainda é possível ver o casario do período colonial.

A igreja Nossa Senhora das Neces-sidades, construída entre 1750 e 1756, é um dos cartões-postais. Os barcos dos

pescadores também estão presentes na paisagem, afinal Santo Antônio ainda mantém sua tradição pesqueira. O lugar também se destaca na produção e venda de artesanato. A feira de Alfaias, montada aos domingos, atrai artistas e expositores de toda a região. Rendas, bordados, pa-tchwork e peças em cerâmica então entre os produtos vendidos.

Os peixes trazidos pelos pescadores, além das ostras e mariscos cultivados na praia, abastecem os restaurantes locais. Al-moce em um dos estabelecimentos à beira mar, ou então siga para Sambaqui, poucos quilômetros ao norte, ou para Cacupé, a alguns quilômetros na direção sul, onde há outras opções. Passe a tarde na praia da Lagoinha, ao lado de Ponta das Ca-nas, para um banho de mar. Você vai encontrar uma praia de águas quentes e calmas de baixa salinidade, pois dois rios desembocam no local.

ADELINO NETO

Foto de Santo Antônio de Lisboa.

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SEXTO DIACinco espécies de tartarugas mari-

nhas vivem nas águas da Ilha de Santa Catarina. Na praia da Barra da Lagoa, está instalada uma base do Projeto Ta-mar, que tem como objetivo diminuir o impacto da pesca artesanal e industrial sobre esses animais.

A área para visitação possui tanques com quatro espécies de tartarugas mari-nhas brasileiras, sala de vídeo, exposição de painéis fotográficos autoexplicativos sobre as tartarugas e loja do projeto Ta-mar. No local funciona ainda um centro

de reabilitação de tartarugas. A praia da Barra da Lagoa tem

areias finas e mar bem azul e de baixa salinidade, pois recebe as águas da La-goa da Conceição. Passeie pelo Farol da Barra e arredores. Todos os anos, no mês de junho, o lugar é cenário da Festa da Tainha.

Uma ótima opção para o almoço é pe-gar um barco e ir para a Costa da Lagoa. Vá até o centrinho da Lagoa da Concei-ção e, no trapiche ao lado da ponte, pegue uma baleeira que o levará à pequena vila de pescadores e nativos em meio à Mata Atlântica. Só é possível chegar ao local

de barco ou a pé. A Cooperbarco, coope-rativa de barqueiros, faz o transporte de moradores e turistas e a navegação dura cerca de 45 minutos.

O caminho da Costa da Lagoa é tom-bado como Patrimônio Histórico Cultu-ral. Almoce em um dos restaurantes do vilarejo, que ainda preserva o antigo ca-sario, sobrados, trilhas, riachos, pequenas praias e a beleza da lagoa. Não deixe de tomar um banho de cachoeira.

Se você não quiser voltar de barco, há uma trilha de baixo impacto, de cerca de duas horas, que vai da Costa até o centro da Lagoa.

ADELINO NETO

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NÚBIA DE RODRIGUES ARAÚJO / WIKIMEDIA

Lagoinha do Leste.

Barra da Lagoa

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SÉTIMO DIAImagine o seguinte cenário: praia

deserta em forma de S, mar azul, lagoa de água cristalina, riachos e uma Mata Atlântica inteiramente preservada. Tudo isso concentrado em pouco mais de 1 km de extensão . Esse lugar é a Lagoinha do Leste, eleita pelo guia Quatro Rodas a melhor praia de Florianópolis e uma das melhores do Brasil. Você pode chegar de barco, de helicóptero ou através de trilhas - que é a opção recomendada.

Há duas trilhas. Uma – mais difícil – começa na praia do Matadeiro, e a outra no Pântano do Sul. A trilha mais fácil, do Pântano, inicia na servidão Manoel

Pedro Oliveira. Caminha-se por quase uma hora. O percurso é curto, mas há desníveis acentuados, exigindo preparo físico. Há placas por todo o percurso e a orientação é fácil. Não deixe de levar protetor solar, boné, água e comida, pois a praia é inabitada e não há bares ou restaurantes.

Se você tem bastante fôlego, pode optar pela trilha do Matadeiro, com quatro quilômetros – a caminha-da pode durar mais de duas horas. É necessário o uso de calçados de bor-racha para evitar quedas nos costões. Na volta do passeio, almoce em um dos restaurantes do Pântano do Sul. O lugar tem tradição pesqueira e não

faltam frutos do mar no cardápio. Viajantes de todos os cantos do mun-

do dão quase sempre o mesmo conse-lho: a melhor maneira de se conhecer uma cidade é caminhando. Mas há ex-ceções e Florianópolis é uma delas. Para que você aproveite sua viagem ao má-ximo, deve conhecê-la de carro – pelo menos para ir de um bairro ao outro. Vá com calma, porque as estradas nem sempre estão em boas condições e há muito trânsito, principalmente no ve-rão. Utilize o carro, mas não economize nas caminhadas porque cada canto da Ilha, de 53 km de extensão, é uma des-coberta – basta ter olhos bem abertos e ouvidos bem atentos.

ADELINO NETO

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Referência histórica e excelência na

aplicação da JustiçaO SURGIMENTO

Quando houve a divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, o terri-tório sergipano pertencia à Bahia. Somente em 8 de julho de 1820, por meio de uma Carta Régia, Sergipe conseguiu sua emancipação políti-ca. A lei de 6 de março de 1835, em seu artigo 1º, criou na Província de Sergipe d’El Rei suas primeiras qua-tro Comarcas, que foram as de São Cristóvão (até então capital da Pro-víncia), Estância, Santo Amaro de Maroim e Vila Nova do Rio de São Francisco.

Em 1857, a Comarca de São Cristóvão foi transferida para Ara-caju, que tinha se tornado a nova capital em 1855. A Comarca de Aracaju, compreendia os municí-pios de São Cristóvão e Itaporan-ga. Mas foi a Constituição Estadual de 18 de maio de 1892 que criou o então Tribunal de Relação.

O artigo 38 da Constituição de 1892 determinava que o Tribunal de Relação do Estado de Sergipe seria composto por cinco magistrados, denominados desembargadores, e nomeados pelo Presidente do Esta-

do, entre os respectivos juízes de di-reito, por antiguidade absoluta.

O então Presidente do Estado, o Capitão de Engenheiros José Ca-lasans, pelo Decreto nº 40, de 26 de dezembro de 1892, formou o Tribunal com os seguintes juízes: Gustavo Gabriel Coelho Sampaio, João Batista da Costa Carvalho, Guilherme de Souza Campos, Francisco Alves Ribeiro Brito e José Sotero Vieira de Melo.

No dia 29 de dezembro de 1892, houve a primeira reunião do Tribunal de Relação, no Palacete da Assembleia

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FOTOS: ACERVO TJSE

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Tribunal de Relação, atual Memorial do Judiciário.

Legislativa, quando foi eleito como Pre-sidente do Tribunal o Desembargador João Batista da Costa Carvalho. Ele foi reeleito para o cargo em 1893 e 1894 permanecendo na chefia do Poder Ju-diciário sergipano até 25 de janeiro de 1895. Continuou na magistratura até 1897, quando se aposentou.

Em 1898, com a criação de mais duas vagas no Tribunal de Relação (Lei 279, de 25 de junho), foi elevado a sete o número de desembargadores. Com o argumento de “limitar a despe-sa pública ao estritamente necessário”, este número foi novamente reduzido a cinco, por força da Lei 396, de 29 de outubro de 1900.

Mediante o Decreto nº 76, de 03 de setembro de 1931, foi dada nova Or-ganização Judiciária ao Estado, trans-formando o Tribunal de Relação em Superior Tribunal de Justiça, composto por seis desembargadores, servindo um deles de Procurador-Geral do Estado.

Em 13 de março de 1935 foi alterada sua denominação e mais uma vez a sua compo-sição, que passou a denominar-se Corte de Apelação do Estado, com sete Desembar-gadores e um Procurador-Geral do Estado.

Em 1969, foi promulgada a Emen-da nº 2 à Constituição de 1967, au-mentando para nove o número dos

desembargadores do então Tribunal de Justiça, permitindo a elevação des-te número, por lei, mediante proposta do Tribunal de Justiça.

Quanto às instalações, o então Tri-bunal de Relação teve suas sessões realizadas no Palacete da Assembleia Legislativa até 1895. Depois, mudou-se

Memorial do Judiciário.

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ACERVO TJSE

Composição do Judiciário sergipano no início do século XX: José Jerônymo de Albuquerque (vice-presidente), Mário Augusto da Silva Guimarães (corregedor-geral da Justiça), Zepherino Lavènere Machado, Antonio César de Moura Castro, Paulo Vasco

Aragão, Alfredo Gaspar de Oliveira Mendonça, Olavo Accioloy de Moraes Cahet, João de Oliveira Silva e José Marçal Cavalcanti.

para o prédio situado na Praça Olím-pio Campos, esquina com a Rua Itapo-ranga, Centro de Aracaju. Atualmente, Memorial do Poder Judiciário do Esta-do de Sergipe.

Em 1930, o Governo entregou aos desembargadores um novo prédio, lo-calizado na mesma praça, que tinha sido antes destinado ao Grupo Escolar General Siqueira. No novo prédio, que atualmente sedia à Procuradoria-Geral do Estado, o Tribunal de Justiça de Ser-gipe funcionou por 49 anos. Somente em 1979, foi inaugurado o atual Palácio da Justiça, situado na Praça Fausto Cardoso, onde ainda funcionam a Presidência do Tribunal, Corregedoria e gabinetes dos Desembargadores.

PRÉDIOS E PATRONOS,MEMORIAL DO JUDICIÁRIO

A primeira sede própria do Tribunal de Relação de Sergipe começou a ser erguida em meados de 1892, na gestão

do Presidente do Estado José Calazans. O prédio foi inaugurado em 1895, pelo Presidente do Estado Oliveira Valadão. Está situado na esquina da Praça Olím-pio Campos com a Rua Itaporanga, no Centro de Aracaju, e desde 2004 abriga o Memorial do Judiciário.

O professor Fernando Porto classifi-cou o prédio como sendo do “estilo eclé-tico tardio”, destacando as grades de ferro importadas da Inglaterra, desenhadas em estilo art nouveau, postas no batente de cada janela. O conjunto arquitetônico é da linha neoclássica, expressado, dentre outros elementos, por possuir platibanda cheia com figuras de louça nos cantos.

Internamente o Palácio dispõe de quatro salas, duas no pavimento térreo e outras duas no pavimento superior; e o rés-do-chão, um vão único no subso-lo, onde, em 2004, foram encontrados antigos trilhos, possivelmente de uma companhia que possuía uma pequena lo-comotiva, com a qual fornecia materiais

para aterro e construção, segundo pes-quisas do escritor Luiz Antônio Barreto.

O antigo sobrado serviu de sede do Tribunal de Relação desde sua inaugura-ção até 1930, quando, o então Presidente do Estado, Manoel Corrêa Dantas en-tregou aos desembargadores uma nova sede, na mesma praça. Transferida a sede, o prédio chegou a abrigar a Che-fatura de Polícia, o Serviço de Água e Esgotos de Sergipe, o Instituto Históri-co e Geográfico de Sergipe, a Academia Sergipana de Letras, o Instituto de Mú-sica de Sergipe, o Juizado de Menores, o Fórum Desembargador Vasconcelos e o Arquivo do Poder Judiciário.

Em 2 de dezembro de 2004, após re-forma e restauração projetada pelo ar-quiteto baiano Itamar Baptista, o Palácio Sílvio Romero foi reinaugurado e nele instalado o Memorial do Poder Judiciá-rio de Sergipe. A obra foi uma das prin-cipais da gestão do então Presidente do TJSE, Desembargador Manuel Pascoal

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Composição do Tribunal de Relação, em 1920.

Nabuco D'Ávila. O trabalho conceitual do Memorial foi de responsabilidade do pesquisador Luiz Antônio Barreto.

Atualmente, o prédio é aberto à visita-ção pública, recebendo, cotidianamente, alunos de escolas públicas e particulares, tanto da capital quanto do interior, através do Projeto Formando Cidadãos. Também são realizadas no local exposições artísticas, bem como lançamentos de livros.

PATRONO: SÍLVIO ROMEROO prédio é denominado Palácio Sílvio

Romero em homenagem ao ilustríssimo e talentoso jurista sergipano. Nascido em Lagarto, em 21 de abril de 1851, filho de André Ramos Romero e Maria Joaquina Vasconcelos da Silveira Ramos Romero, Sílvio Romero fez os estudos preparatórios no Rio de Janeiro, nos anos de 1863 a 1867, no antigo Colégio Ateneu Fluminense. Cursou Direito na tradicional Faculdade de Direito do Recife, colando grau de ba-charel em 12 de novembro de 1873.

Silvio Romero, patrono do Memorial do Judiciário.

do Rio de Janeiro. Ingressou na políti-ca, no Governo de Campos Sales, sendo eleito Deputado Provincial e Federal por Sergipe. No último mandato, foi um dos relatores do Código Civil. Foi nomeado Juiz Municipal e de Órfãos em Parati, Rio de Janeiro, onde exerceu a judicatura até 1879.

Foi escritor, folclorista, historiador, crítico literário, jornalista e poeta. Entre as suas principais obras, estão A filosofia no Brasil: ensaio crítico, 1878; Doutrina contra doutrina; o evolucionismo e o positivismo no Brasil, 1894; Parlamen-tarismo e presidencialismo na Repúbli-ca brasileira: cartas ao conselheiro Rui Barbosa, 1893; Introdução à história da literatura brasileira, 1882; Etnolo-gia selvagem: estudo sobre a memória 'Região e raças selvagens do Brasil', 1875; Contos Populares do Brasil, 1885; A história do Brasil ensinada pela biografia dos seus heróis, 1892; entre muitos outros. Faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de julho de 1914.

Em 1874, foi nomeado Promotor Público da cidade de Estância (SE). Foi professor do Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, e um dos fundadores e professor de Filosofia do curso de Direito da Facul-dade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais

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PALÁCIO DA JUSTIÇA O Palácio da Justiça Tobias Bar-

reto de Menezes, na Praça Fausto Cardoso, atual sede do Judiciário sergipano, foi inaugurado em 21 de fevereiro de 1979. No local, existia antes um hotel. O presidente do Tribunal de Justiça da época era o Desembargador Antônio Xavier de Assis Júnior e o governador do Estado era José Rollemberg Leite. Assim que foi inaugurado, o Palá-cio da Justiça abrigou os gabinetes dos desembargadores, inúmeras varas e toda a parte administrativa do Poder Judiciário.

Havia no Palácio da Justiça To-bias Barreto de Menezes, inclusive, uma capela, sala para casamentos, onde hoje é a sede da Associação dos Magistrados de Sergipe (Amase); uma sala da OAB, entre outros seto-res. Os júris eram realizados no au-ditório. Mais uma vez o espaço ficou pequeno e a situação foi resolvida com a inauguração dos dois anexos ao Palácio, ambos na Rua Pacatuba. O Anexo I, denominado José Antô-nio de Andrade Goes, em 2002, e o Anexo II, Desembargador José Artê-mio Barreto, em 2008.

PATRONO: TOBIAS BARRETO

Tobias Barreto de Menezes, ba-charel em Direito, poeta, professor e pensador sergipano, nasceu na então Vila de Campos, atual Tobias Barreto, em 7 de junho de 1839. Foi para Bahia muito novo, onde chegou a entrar para o Seminário Arquiepiscopal. Depois, seguiu para Recife, onde lecionava latim e filoso-fia, enquanto estudava os preparató-rios para o curso de Direito. Uma vez formado, passou a lecionar na Faculdade de Direito do Recife, após o concurso de 1882.

Redigiu um jornal em alemão e comentou obras alemãs de autores

que renovavam a crítica religiosa, a Filosofia e o Direito. Publicou livros que marcaram a cultura brasileira, como Dias e Noites, que depois fo-ram reunidos em Obras Completas. Segundo o pesquisador Luiz Antônio Barreto, ninguém no Brasil superava Tobias Barreto como orador, crítico ou palestrante; além de conhecer a fundo os idiomas alemão, latim, fran-cês, inglês, italiano e russo. Na sua época, chegou a ser o brasileiro mais conhecido na Europa. Faleceu em 26 de julho de 1889, no Recife.

FÓRUM GUMERSINDO BESSA

Inaugurado em 31 de janeiro de 1997, o prédio tem uma área constru-ída de mais de 23 mil metros quadra-dos, sendo o maior fórum do Estado, localizado na entrada de Aracaju. Além dos cartórios e salas de audiências das inúmeras Varas, possui dois auditórios amplos, onde ocorrem os júris. No local estão a Central de Mandados da Grande Aracaju, salas de conciliação, de audiência de custódia, Central de Plantão Judicial, Perícia Judicial, bi-blioteca, lanchonete e um amplo esta-cionamento.

A construção do Bessa foi iniciada quando a Desembargadora Clara Leite de Rezende assumiu a Presidência do TJSE. Para ela, a principal Comarca do Estado tinha o seu funcionamento pre-judicado, pois as instalações, além de serem inadequadas, não possibilitavam a modernização dos serviços.

“Uma parte da Comarca de Aracaju funcionava no Palácio da Justiça e tínhamos mais treze prédios diferentes, onde funcionavam as diversas Varas. O terreno do Centro Administrativo Governador Augusto Franco foi doado pelo Estado durante a Presidência do Desembargador Luiz Rabelo

Construção do Fórum Gumersindo Bessa, inagurado em 1997.

Tobias Barreto.

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Leite. Depois, os Desembargadores-Presidentes José Nolasco e Aloísio de Abreu fizeram a planta e lutaram para conseguir a construção do Fórum”, lembrou a Desembargadora Clara.

De acordo com a engenheira que acompanhou a obra, Rúbia Teixeira, o projeto começou em 1993. “Era um an-seio dos advogados e magistrados ter um fórum que abrigasse toda a classe. E aí a Desembargadora Clara conseguiu fazer o processo licitatório e a sua contrata-ção em um prazo de 365 dias. Isso para uma obra de engenharia foi um recorde. Todo material utilizado foi o mais mo-derno, sempre visando ao bem-estar do servidor do Judiciário”, explicou Rúbia, lembrando que a construção passou por períodos de dificuldade, como o inverno e a descoberta de um rio perene próximo ao estacionamento.

“Nós também não tínhamos con-cluído a guarita. Que o prédio poderia funcionar sem a guarita, é evidente que poderia, porém também é evidente que a guarita ofereceria mais segurança. Mas o

prédio foi entregue completo. Com pen-dências superficiais, que no decorrer do uso você vai corrigindo, mas todo o mo-biliário pronto e escolhido com o maior carinho, cuidado e com uma vontade realmente de fazer uma obra a serviço de uma população que merecia por ter aguardado tanto tempo”, disse a Desem-bargadora Clara Leite.

PATRONO: GUMERSINDO BESSA

Magistrado, jornalista, deputado provincial e federal, Gumersindo de Araújo Bessa nasceu em Estância (SE), em 2 de fevereiro de 1857, filho de Ur-bano Joaquim Soledade e de Francisca Carolina de Araújo Bessa. Estudou hu-manidades na Bahia, seguindo depois para o Recife, onde se bacharelou em Direito, em 1885. Foi Promotor Públi-co em São Cristóvão e Juiz de Direito, tendo sido juiz dos casamentos de Ara-caju e membro do Tribunal de Apela-ção. Pediu demissão do cargo de Juiz para dedicar-se à advocacia e ao jorna-lismo. Foi deputado federal por Sergipe na legislatura 1909-1911.

Escreveu artigos e pareceres, des-tacando-se na defesa que fez em fa-vor dos acreanos, na questão movida pelo Estado do Amazonas, em 1906. Na ocasião, enfrentou Rui Barbosa na ação. Os argumentos utilizados pelo jurista sergipano foram tão ricos que ensejaram a expressão “bom à beça”, até

Sede do TJSE de 1930 a 1978, atual Procuradoria Geral do Estado.

Gumersindo Bessa.

ASCOM / TJSE

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hoje utilizada quando se quer dizer que algo tem um grau muito alto em qua-lidade ou quantidade. Em 1891, escre-veu um projeto de Constituição para Sergipe. Escreveu dezenas de livros, entre eles Que é Direito?,1885; Em mi-nha Defesa, 1910; Pela Imprensa e pelo Foro, 1916; entre outros. Faleceu no Engenho Mucuri, município de Nos-sa Senhora do Socorro (SE), em 24 de agosto de 1913.

Em 6 de abril de 2018, o TJSE inau-gurou a herma (busto e restos mortais) de Gumersindo Bessa no saguão de entrada do fórum que leva o nome do jurista, em Aracaju. Para a concretização da homenagem a Gumersindo Bessa foi assinado, em fevereiro de 2018, um ter-mo de doação entre o TJSE e a Academia Sergipana de Letras (ASL), que tinha a posse de um busto metálico e os restos mortais do jurista sergipano, que tam-bém é patrono da Cadeira nº 6 da ASL. A bisneta e a tataraneta de Gumersindo Bessa, respectivamente, Eliana e Karine Bessa Pinto, prestigiaram a solenidade.

O TJSE HOJEAtualmente, o Tribunal de Justiça

de Sergipe tem, em sua composição, 13Desembargadores, 145 Juízes e 3.072 servidores, entreefetivos, comis-sionados e estagiários de nível superior e médio. Todo esse pessoal atua em unidades jurisdicionais na capital e in-terior, além dos dois prédios adminis-

trativos que ficam anexos ao Palácio da Justiça, onde funcionam as Secretarias de Planejamento e Administração, Tec-nologia, de Finanças e Orçamento, Co-ordenadorias da Mulher e da Infância e Juventude, Escola Judicial de Sergipe (Ejuse), Centro Médico, entre outros.

Os diversos projetos de valorização do servidor – como o Bolsa Estudo;

Inauguração da herma de Gumersindo Bessa, em abril de 2018.

ASCOM / TJSE

ASCOM / TJSE

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Justiça Integrativa, que oferece sessões de reiki, yoga e pilates, além de grupos de acompanhamento com profissio-nais especializados para grávidas, fu-mantes e pessoas que desejam ter uma vida mais saudável; Clube de Descontos Mais TJSE, para magistrados e servido-res; premiação por projetos inovadores – impulsionam ainda mais uma presta-ção jurisdicional de excelência.

“Tudo é sempre muito planejado, o processo faz parte da missão da área. Usamos ferramentas que possibilitam conhecer a opinião do servidor sobre as ações voltadas para a melhoria da Ges-tão de Pessoas, como também as suges-tões. Sabemos que o desenvolvimento é um processo contínuo, mas é impor-tante destacar que o olhar da adminis-tração está voltado para apoiar projetos que possibilitem a valorização do servi-dor”, enfatizou Tânia Denise Fonseca, Diretora de Gestão de Pessoas do TJSE.

Em novembro de 2017, o TJSE foi o único Tribunal Estadual premiado na categoria Diamante do Selo Justiça em Números, como reconhecimento aos Tribunais que investem em excelência da gestão da informação e na qualida-de da prestação jurisdicional. O selo é uma premiação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a diamante é a mais alta categoria do prêmio. A honraria foi recebida pelo Presidente do TJSE, De-sembargador Cezário Siqueira Neto, durante o XI Encontro Nacional do Po-der Judiciário, em Brasília. Em 2016, o TJSE foi premiado com o Selo Ouro e, em 2015, com o Selo Prata.

Segundo o atual Presidente do Judi-ciário sergipano, o TJSE vem se aprimo-rando constantemente, somando todos os esforços para cumprir os requisitos exigidos pelo CNJ, como aumento do número de processos eletrônicos, prá-ticas sustentáveis, atenção à saúde de magistrados e servidores, priorização do 1º Grau, transparência, excelência na gestão de tecnologia da informação e gestão participativa. Fórum Gumersindo Bessa.

Palácio da Justiça Tobias Barreto.ASCOM / TJSE

ASCOM / TJSE

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COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL

Des. Cezário Siqueira NetoPresidente

Des. Ruy Pinheiro da Silva Vice-Presidente

Desa. Iolanda Santos GuimarãesCorregedoria-Geral da Justiça

DesembargadorCezário Siqueira Neto

Presidente do Tribunalde Justiça do Estado de Sergipe (2018-2019)

Des. Roberto Eugenio da Fonseca Porto

Des. Luiz Antônio Araújo Mendonça

Des. Osório de Araújo Ramos Filho

Des. Edson Ulisses de Melo

Des. Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima

Des. José dos Anjos

Des. Alberto Romeu Gouveia Leite

Desa. Elvira Maria de Almeida Silva

Des. Diógenes Barreto

Desa. Ana Lúcia Freire de Almeida dos Anjos

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UM CAMINHO SEM VOLTA

Por José Zeferino PedrozoPresidente da Federação da Agricultura

e Pecuária do Estado de Santa Catarina

(FAESC) e do Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural (SENAR/SC)

O Brasil está dando um exemplo ao mun-do que detém uma agricultura moder-na, eficiente e ecologicamente respon-

sável. O País produz 7% do alimento do planeta e, ao mesmo tempo, ostenta a segunda maior cobertura florestal do mundo, 12% da água doce existente e 20% da biodiversidade co-nhecida. Os produtores e empresários rurais demonstram crescente consciência, interesse e adesão aos propósitos de uma agricultura sem emissões porque compreendem a gravi-dade do fenômeno: o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, ao reter o calor recebido do sol, é responsável pelo aquecimento do planeta.

Praticamente todas as entidades do agro-negócio aderiram às metas de redução da emis-são de gases de efeito estufa perseguidas pelo Programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono – que busca reduzir a emissão de CO2, mantendo a alta produtividade agrícola e recuperando 15 mi-lhões de hectares de pastagens degradadas.

A consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura envolve uma série de ações, entre elas o financiamento para a recuperação de áreas e pastagens degradadas, implantação de sistemas orgânicos de produ-ção agropecuária, melhoria dos sistemas de

plantio direto na palha e de integração lavoura--pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta.

Além disso, objetiva a implantação, manu-tenção e manejo de florestas comerciais, in-clusive aquelas destinadas ao uso industrial ou à produção de carvão vegetal; adequação ou regularização das propriedades rurais frente à legislação ambiental, recuperação da reserva legal, de áreas de preservação permanente e o tratamento de dejetos e resíduos, entre outros, além da implantação de planos de manejo flo-restal sustentável.

O programa financia as práticas e tecnologias adequadas e sistemas produtivos eficientes que contribuem para a redução dos gases causadores do efeito estufa. Também garante ao produtor maior capacidade de pagamento, pois o crédito é oferecido com prazos de carência e de pagamen-to diferenciados, além de taxas de juros mais baixas. Essa medida é a primeira iniciativa do setor em larga escala e atende ao acordo voluntário firma-do pelo Brasil durante a Conferência da ONU sobre o Clima em Copenhague (dezembro de 2009) que estabeleceu uma série de ações de mitigação de gases de efeito estufa para o País.

Por essa razão, as entidades do agro-negócio reivindicam aos futuros governantes apoio à agricultura de baixo carbono, expan-dindo as ações públicas e privadas voltadas à assistência técnica, extensão rural e difusão de tecnologia em sinergia com outras fontes e mecanismos nacionais e internacionais. Pedem incentivos para a expansão agrícola e pecuária, bem como para a recuperação florestal, em áreas degradadas e de baixa aptidão agrícola por meio dos planos de investimento. O setor defende eliminar das cadeias produtivas bra-sileiras da produção oriunda de desmatamento ilegal ou de exploração ilegal, com a respon-sabilização dos compradores de produtos de base florestal ilegal e não rastreáveis. Esse é um caminho sem volta.

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