revista di rolê 8ª edição

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NOV/DEZ 2014 :: Revista Di Rolê :: 1

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Pedro Mariano é a capa desta 8ª edição, onde conta sobre a gravação de seu novo álbum, com a presença de uma orquestra e outros artistas. Leia aqui!

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EXPEDIENTEJornalistas: Ana Luiza Medeiros, Bianca Ramos, Cibele Moreira, Djenane Arraes, Ítalo Damasceno, Kirk Moreno, Priscilla Teles, Saulo de Castilho, Soloni Rampin, Tamara Martins e Vinícius Brandão. tradução: Julia Grazinoli e Pedro Bueno. FotograFia: Carlos Eduardo Jr., Ítalo Amorim, Pâmela Kissianne. ProJEto grÁFiCo E diagraMação: Amanda Viviele / Camilla Maia - Via 3A Comunicação www.3acomunicacao.com.br | 61 - 3546-9705 dEsignEr: Gueldon Brito. dirEtora EXECutiVa: Júlia Dalóia.

SUMÁ

RIO06| Leitura nossa de cada dia08| O cenário poético feito na cidade10| Tecnologia com mais definição traz novidade à população brasiliense14| Projeto resgata a história da educação no DF18| Caiu um pouquinho de tinta em BSB20| Fio condutor de alta precisão24| Consumo em busca da arte28| Um remédio chamado esporte30| Espécie de biblioteca móvel incentiva leitura dentro dos táxis de Brasília32| Restaurante mistura mágica a comidas tradicionais da Alemanha34| Cláudia Matarazzo: a expert em comportamento que ensina etiqueta sem frescura38| Malandro exemplar

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‘Era dia dos namorados e, nesta data, al-guns shoppings costumam promover atrações musicais... Sabia que conhecia aquela voz doce, sonora. Era ele, Pedro Camargo Mariano, ou somente Pedro Mariano, como é conhecido. Dono da voz que canta e encanta. Por isso, como admi-radora da trajetória profi ssional e da pes-soa especial que ele é, serei sempre alguém que sente enorme satisfação em ouvir e apreciar as músicas de Pedro Mariano.’

Antônia Marúzia, fã e admiradora do cantor.

Neste embalo de carinho, a revista Di Rolê tem a honra de apresentar um dos maiores cantores e compositores do Brasil em sua última capa do ano de 2014. Pedro Maria-no, fi lho de Elis Regina, tem característi-cas únicas de alguém com personalidade marcante e estilo próprio. Nesta edição, o leitor poderá conferir um pouco sobre o projeto do cantor com uma orquestra que passou por sete cidades, inclusive Brasília, e os planos de retomar a turnê em função do lançamento do DVD.

Considerada a maior expert em etiqueta do País, Cláudia Matarazzo é a estrela do bate papo realizado pela editoria Tribos nesta edição em que, carreira de sucesso e, claro, etiqueta, são os principais temas em foco.

Já ouviu falar em Bibliotáxi? Esta é a última novidade de uma cooperativa de táxis em Brasília, que adotou a ideia de oferecer uma mini biblioteca em seus veículos, enquanto levam os clientes ao seu destino. E não é que o negócio está bombando?!

Estas e outras notícias exclusivas você po-derá conferir na última edição especial de fi nal de ano da revista Di Rolê.

Boa leitura!Júlia Dalóia

Diretora ExecutivaRevista Di Rolê

/revistadirole | www.arevistadirole.com.br

ESPAÇO DO LEITORSe você leu a revista Di Rolê e tem opiniões e/ou suges-tões, agora pode expressar-se. Envie sua sugestão ou comentário acerca dos assuntos abordados na presente edição para: [email protected]

EDITORIAL

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09| The poetic scenario made in the city29| A medicine called sport

SUMM

ARY

www.serranagrafica.com [email protected] |

Impressão e Acabamento

61. 3591 3398 61. 3591 8769|

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! Literatura

LEITURA nossa de cada dia

Por Ana Luiza Medeiros

Sebos estão sendo revitalizados para uma versão online e moderna

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Até o mais ávido dos leitores sente aquela pon-tada no coração ao ver o valor total de suas compras no caixa de sua livraria favorita. Para quem tem o hábito de levar dois ou três volumes ao mês, esse ritual se torna cada vez mais doloroso, afi nal, esses poucos títulos são o sufi ciente para transformar dois dígitos em três, e o cartão de débito é muitas vezes

substituído pelo de crédito.

Diminuir o ritmo de suas leituras é sempre o último recurso a ser esgo-tado, pergunte a qualquer viciado em livraria, como nos reconhecemos no meio, carinhosamente. Muitos criaram entre os amigos círculos de leitura, repassando o mesmo exemplar de mão em mão até que todos o tenham lido, para que, só após o fi nal do processo, seja feita a tal “vaquinha” para adquirir o próximo. Outros passaram a fazer uso dos e-books, os livros vendidos em formato digital, de acesso imediato após a compra e de valor muito reduzido, se comparados à versão impressa.

Mas a solução que mais está chamando a atenção da comunidade con-sumidora de literatura em geral é o sebo. Velho conhecido dos maiores de trinta anos, os sebos caíram no esquecimento com a bolha digital, mas até o próprio foi transformado e repaginado para se adequar à nova geração de leitores, os acostumados com conteúdo gratuito online 24h, a um clique de distância. Os sebos online são um dos grandes res-ponsáveis pela nova leva de leitores de baixo orçamento, sem apego ao fato de estar comprando material novo, e que agora começa a enxergar valor não apenas no conteúdo das páginas, mas também nas manchas de descoloração e assinaturas que o volume ganhou ao longo dos anos.

Mas o apelo emocional não é o único. Os preços, indo muito além de um mero desconto, chegam a 95% sobre o preço de mercado em, mui-tas vezes, exemplares seminovos com garantia de satisfação. Um dos sites especializados com o maior acervo do Brasil, o estantevirtual.com.br, assegura a qualidade do livro, assim como a entrega dentro do prazo estipulado, com garantia de devolução do dinheiro em caso de extravio, ou caso o livreiro não cumpra com sua metade do acordo. Qualquer pessoa pode comprar ou vender seus livros nesse tipo de site, que co-leciona números impressionantes como, por exemplo, uma média de 11.000 exemplares vendidos todos os dias e acesso a mais de 12 milhões de títulos em português para atender a todos os gostos.

Com vendedores em todo o Brasil e mais de dois milhões de pesso-as cadastradas no sistema, é fácil acreditar que qualquer livro, ou quase qualquer um, pode ser encontrado por meio do serviço de sebo online. E com a comodidade de comprar com apenas alguns cliques e receber no conforto do seu lar, é ainda mais compreensível como a cultura do sebo, agora online, pode não só voltar à moda, como dominar o negócio da

venda de livros, restringindo assim o volume de exemplares novos vendidos nas livrarias.

Mais uma forma de contornar os gastos com a leitura nossa de cada dia, que está cada vez mais comum entre os internautas, é o serviço de trocas, disponibilizados e regulados por sites. Como exemplo, desta-camos o skoob, uma comunidade literária online, mais conhecida entre a tribo. O site, além de dispo-nibilizar uma página pessoal onde você pode dividir sua leitura atual, os volumes que já devorou, os seus preferidos, os que abandonou e etc, também oferece uma opção avan-çada de cadastro onde a comuni-dade pode interagir e trocar livros, criando assim uma espécie de cor-rente da leitura, utilizada pelos ca-dastrados, regulada pelo site.

E para quem gostaria de arriscar na compra, venda ou troca de li-vros usados online, mas sem se cadastrar em um site específi co, o bom e velho facebook está aí para facilitar a vida de quem quer fazer parte da comunidade. Basta pro-curar um grupo destinado a esse fi m e entrar na brincadeira. Mas lembre-se que as regulamentações e garantias de entrega podem não ser tão seguras. Tenha cuidado ao enviar exemplares pelo correio ba-seado apenas na palavra do colega, e procure saber da sua reputação dentro do grupo antes de fi nalizar o acordo. Outra dica é tentar fazer trocas com pessoas da sua cidade, facilitando assim que a transação ocorra pessoalmente e em um lo-cal de grande circulação de pesso-as, para garantir não só a entrega e recebimento dos dois livros, como principalmente a sua segurança.

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! Culture-se

O CENÁRIO POÉTICO FEITO NA CIDADEBrasília agrega uma vasta produção literária e atende

diversas áreas da cidadePor Cibele Moreira

Brasília que já foi denominada como a capital de todas as tribos - por abrigar uma variedade de manifestações culturais - possui também uma forte infl uência poética. Entre as esquinas da ci-dade é fácil ver alguma expressão artística. São intervenções urbanas, saraus, entre outras formas de expressar por meio das palavras, um senti-mento, acontecimento ou um momento vivido.

Para a poetisa Julianna Motter, colaboradora do coletivo Ex-estra-nhos, a poesia só se realiza do outro. “A minha obra só vai ter senti-do quando fi zer parte da vida de alguém”, comenta Motter, que tem parte do seu acervo espalhado pelas ruas da capital federal. Para ela, essa troca tem que existir. “E eu acho que faltam, em qualquer cida-de, esses espaços de suspiro, onde um poema pode proporcionar um sorriso a um passante, mudar o dia dele”, explica.

Além dos carimbos feitos por Julianna Motter, Brasília proporciona quase todos os dias da semana um espaço aberto para o falar poético. Os saraus presentes nas cidades satélites têm como principal objeti-

vo abrir as portas para um mo-vimento que tem ganhado cada vez mais força.

Misturando poesia, música e te-atro, o Sarau Radical, realizado bimestralmente desde 2003 em São Sebastião, integra a literatu-ra de protesto. “A arte não tem a obrigação de ter uma ligação direta com a política, é sim um ato de resistência, de descobrir a nossa palavra”, comenta Vinicius Borba, uma dos integrantes do Sarau Radical e do coletivo Radi-cais Livres S/A.

Segundo ele, a cena poética de Brasília está mais viva do que nunca. “Cada cidade promove

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ao menos um sarau por semes-tre. Planaltina, Guará, P Norte, Paranoá, Ceilândia, Samambaia e outros locais têm ambientes como esse”, afi rma Borba.

O itinerante Pipocando Poesia também faz parte desse cenário e passeia por diversos pontos do Distrito Federal com uma proposta interativa ao público. Criado por uma poetiza e pa-lhaça, Manuela Castelo Branco procurou um jeito de divulgar o próprio trabalho, arrumou um carrinho e resolveu misturar poesia e pipoca. “Eu fi cava en-vergonhada de vender. A ideia de trocar poesia por pipoca veio de repente”, comenta a artista.

Entre outras formas de propagar o poder das palavras, há a Bienal do B que acontece anualmen-te desde 2011 e coloca em cena uma ampla gama de artistas lo-cais. Na última edição, realizada em setembro deste ano, partici-param do encontro 100 poetas da cidade. Na programação, os brasilienses puderam se deleitar com diversas atrações, inclusi-ve com a participação de jovens talentos que demonstraram por meio da música e da poesia seus versos e rimas, declamados ao público presente.

É bonito ver a ascensão deste cenário artístico-cultural de Bra-sília, em meio a tantos talentos escondidos por entre as quadras planejadas e os bairros afastados. Se depender dos coletivos, esse movimento só crescerá, para disseminar cada vez mais arte e cultura.

THE POETIC SCENARIO IN THE CITYBrasília holds a vast set of literary works and they are present in several areas of the city

By Cibele MoreiraTranslated by Pedro Bueno

Brasília – which was once considered as the capital of all groups because of its variety of cultural expression – is strongly infl uenced by poetry. On the corners of the city, artistic works can be easily seen. Th ese are urban artistic expressions, soirées and many other ways of expressing feelings, events or moments through words.

For poet Julianna Motter, who collaborates on the collectif “Ex-estra-nhos”, poetry is only made for the others. “My works will only make sense when they become a part of someone’s life”, said Motter, who has part of her collection scattered around the streets of Brasília. For her, this exchange must exist. “And I think these breathtaking places, where a poem can make bystanders smile and change their day are missing”, explained Julianna Motter.

Besides the stamps made by Julianna Motter, Brasília provides almost every week a place for poetry. Th e soirées of the cities around Brasília make room for a movement which has become very popular.

Mixing poetry, music and drama, “Sarau Radical” (“Radical Soirée”), which takes place every two months since 2003 in São Sebastião, in-cludes protest literature. “Art does not necessarily need to be directly linked to politics, but it is an act of fi nding ‘our words’ and resistance indeed”, said Vinícius Borbaa, one of the participants of “Sarau Radi-cal” and “Radicais Livres S/A”.

According to him, poetry in Brasília is present like never before. “Each city promotes at least one soirée every semester. Planaltina, Guará, P. Norte, Paranoá, Ceilândia, Samambaia, and others have places like this”, said Borba.

Th e itinerant “Pipocando Poesia” is also part of this new movement and it goes to diff erent parts of the capital bringing an interactive option to the public. Created by Manuela Castelo Branco, poet and clown, she promoted her works with a little popcorn cart and then mixed poetry and popcorn. “I was shy to sell it [popcorn]. Th e idea of exchanging popcorn for poetry came in all of a sudden”, said Mrs. Castelo Branco.

Among other forms of spreading the power of words, “Bienal do B”, which takes place every year since 2011, brings a set of local artists. In its last edition in September of 2014, there were 100 poets from Brasília. Th e schedule of “Bienal do B” allowed Brasiliense people to enjoy several shows. In the aft ernoon, children wrote their verses and rhymes through poetry and music.

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! Cinema

TECNOLOGIA

COM MAIS DEFINIÇÃO TRAZ NOVIDADE

À POPULAÇÃO BRASILIENSEO shopping JK, na Ceilândia, tem a única sala de cinema

com tecnologia 4k da cidade

Por Vinícius Brandão

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Não era incomum ir ao cinema e ver a imagem borrada, com manchas, riscos e outras impurezas na tela. Desde a chegada do cinema digital, esses problemas desapareceram. A imagem tornou-se bem defi nida, sem manchas ou problemas como películas derreterem por conta do calor da lâm-pada do projetor. Não havia como avançar além disso... Era o que se pensava até a chegada da tec-

nologia 4K, que começou a ser utilizada em Brasília, em agosto de 2014.

O shopping JK, inaugurado na região administrativa de Ceilândia, em no-vembro de 2013, possui um complexo de cinemas de marca praticamente desconhecida. O Cinefl ix estava se expandindo pelo país e precisava entrar no mercado do Centro-Oeste. O shopping JK foi então uma oportunidade para inseri-lo com um diferencial ao local. O gerente geral do cinema, Plí-nio Mota, aponta a importância de entrar em um mercado próximo a um complexo da rede Cinemark, no Taguatinga Shopping.

Para garantir a vaga no JK shopping, os representantes do Cinefl ix tiveram que convencer o grupo Terral e Paulo Otávio a correrem o risco com uma marca desconhecida em seu edifício comercial. Para isso venderam a ideia de um cinema de qualidade, completamente digital e com a mais nova tec-nologia do mercado, o 4K.

Porém, a tecnologia não foi utilizada para as exibições até o mês de agosto, quando o número de fi lmes em 4K passaram a atender às demandas do pú-blico. Já foram exibidos Lucy, O Espetacular Homem-Aranha 2, Os Merce-nários 3, Livrai-nos do Mal e Maze Runner – Correr ou Morrer na defi nição.

De acordo com Mota, Paulo Otávio pretende abrir shoppings em Planal-tina, Águas Claras e Lago Sul. O plano envolve colocar a rede Cinefl ix em todos eles. No Lago Sul deverão ser quatro salas premium, com imagem em 4K e som surround 7.1, com mais caixas de áudio ao redor do espectador. No shopping JK, das seis salas, apenas uma é 4K.

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NÓS CUIDAMOS DA COMUNICAÇÃO VISUAL DA SUA EMPRESA

SOMOS MAIS QUE UM ESTÚDIO DE DESIGN.

Somos o Estúdio Caleidoscópio e queremos mudar sua experiência com comunicação visual.

Indenpendente do seu objetivo, nós defendemos que ele deve ser atingido com criatividade.

O projetor é mais avançado, com uma lente diferenciada para ser ca-paz de transmitir mais informações. A lâmpada requer o dobro da potên-cia das lâmpadas de fi lmes em 3D. Os fi lmes em 4K podem ser tanto em 2D quanto em 3D, e o preço dessas ses-sões é o mesmo das outras salas.

Infelizmente, como o público do shopping não gosta de fi lmes legen-dados, praticamente todas as sessões são dubladas. De acordo com Jona-thas da Costa Oliveira, gerente de plantão do cinema, as reclamações com fi lmes legendados eram muitas. Atualmente, colocam uma sessão legendada ocasionalmente. Ainda assim recebem reclamações dessas sessões, porque o público demanda por fi lmes dublados.

Após a entrevista, fomos convida-dos a assistir uma sessão com o 4K na sala 2, onde o fi lme era Livrai-nos do Mal. Foi possível notar uma me-lhoria considerável na imagem. O cinema digital atual passa a noção de que se vê uma imagem artifi cial. Com o 4K, a impressão é de que se olha por uma janela. Está mais pró-ximo da sensação de uma imagem real. Saímos da sessão imaginando como deve ser assistir a um fi lme em 3D naquela defi nição.

Entretanto, o fi lme era dublado. Como a mixagem de som perde muito da qualidade original com a reposição de vozes, o sistema de som surround 7.1 estava com varia-ção de decibéis muito alta. Os sons baixos pareciam sussurros e os altos estouravam. Uma pena!

Jonathas avisou que existem estudos para que a tecnologia 8K passe a ser usada no futuro. De acordo com ele, é o máximo de defi nição que o olho humano pode distinguir. Então, que o amanhã chegue logo.

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NÓS CUIDAMOS DA COMUNICAÇÃO VISUAL DA SUA EMPRESA

SOMOS MAIS QUE UM ESTÚDIO DE DESIGN.

Somos o Estúdio Caleidoscópio e queremos mudar sua experiência com comunicação visual.

Indenpendente do seu objetivo, nós defendemos que ele deve ser atingido com criatividade.

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! Educação

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PROJETO

A pesquisa já gerou livro, documentários e agora torna-se acessível em museu

Por Soloni Rampin

RESGATA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO DF

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Era uma vez uma cidade que nascia no meio do Brasil. Com ela, surgiam também novas formas de se pres-

tar serviços básicos. Brasília não queria, por exemplo, pensar a educação do jeito que todo o resto do país sempre pensou. A Capital Federal queria fazer diferente e ser um exemplo para o resto do país, por isso, com a ajuda de Anísio Teixeira, fez com que seus jovens, ainda no fi nal dos anos de 1950, vi-venciassem uma experiência edu-cacional integral e integradora. O ensino seria planejado desde as sé-ries de pré-escola até a graduação. A ideia de um centro educacional em tempo integral, tão defendida hoje, já era um ideal naquela épo-ca. E o resgate, preservação e dis-seminação dessa história, que são o ideal do Museu da Educação do Distrito Federal hoje.

! Nova educaçãoDe acordo com Eva Waisros Pereira, pesquisadora e coor-denadora do projeto “Educa-ção Pública no Distrito Federal (1957-1964): Origens de um projeto inovador”, o ensino pú-blico em Brasília foi idealizado por Anísio Teixeira, então pre-sidente do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP). “O Plano de Construções Escolares de Brasília pretendia correspon-der à modernidade de Brasília. Era um projeto inovador”, conta a professora.

Basicamente, o plano propunha que a escola não fosse apenas um

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local de disseminação do conhecimento teórico, mas também do práti-co e técnico, além de ser um ambiente de convívio social. Em cada qua-dra haveria um Jardim de Infância e uma Escola Classe, onde os alunos teriam aulas das matérias teóricas, como português e matemática e, a cada quatro quadras, haveria uma Escola Parque, para atender alunos de sete a 14 anos, com atividades artísticas, sociais, recreativas e de artes industriais – quase o ensino técnico de hoje. As Escolas Parques seriam complementares aos estudos das Escolas Classes e manteriam os jovens envolvidos com as atividades escolares durante todo o dia.

Já o ensino médio era “pensado quase como uma universidade, com cursos integrados. A primeira escola deste tipo foi a Elefante Branco. Também em tempo integral, lá havia clubes de interesse, como os cur-sos de música. E, seguido a isso, vinha a universidade. A Universidade de Brasília já estava no plano de Teixeira. Ele, desde as décadas de 1920, 1930, já pensava em revolucionar a educação no Brasil”, explica Eva.

! Primeira escolaCom a vinda de famílias de todos os cantos do Brasil para construir a nova capital, houve a necessidade de construir uma escola para as crianças que aqui estavam. Em outubro de 1957, inaugurou-se, na Candangolândia, o Grupo Escolar 1, o qual, mais tarde, receberia o nome de Júlia Kubitscheck – em homenagem à mãe de Juscelino – e cujo prédio, também idealizado por Oscar Niemeyer, se assemelhava ao do Catetinho, já apontando a relevância que a educação teria no Distrito Federal.

Para lecionar, primeiro, foram selecionadas professoras entre as espo-sas e fi lhas de quem já aqui estava, depois “foi realizado um concurso nacional rigorosíssimo para os professores virem para cá. Os selecio-nados eram jovens e considerou-se a vontade de mudar, de se envolver em um novo projeto de educação”, lembra a pesquisadora.

Apesar de seguir os preceitos de Anísio Teixeira, a escola só funcionou até 1969. Sua desativação foi o fi m defi nitivo de um projeto utópico que deixou sementes, mas não teve força frente ao governo militar. Na década de 1980, a escola, que até anos antes havia sido ocupada por moradores sem teto, foi totalmente destruída em um incêndio.

! O MuseuCom a fi nalidade de resgatar a história recente da educação no Distrito Federal, o grupo de pesquisa coordenado por Eva idealizou e conse-guiu recursos da UnB, do Governo do Distrito Federal e da Lei Rou-anet para reconstruir a escola Júlia Kubitscheck, próximo ao espaço

original e, assim, montar o Museu da Educação do Distrito Federal (MUDE) que pretende contar a história do plano educacional inovador nascido com Brasília.

“Colhemos depoimentos de pro-fessores e ex-alunos, primeiro em áudio, depois em vídeo. Tam-bém recebemos fotos e materiais guardados por essas pessoas. Além disso, pretendemos que o Museu seja vivo, com exposições multimídias para resgatar a his-tória desses pioneiros e fazer com que eles se reconheçam ao entrar no Museu”, diz a professora. O MUDE tem o projeto de conte-údo arquitetônico e museológico integrados, para que não apenas as mostras contem o passado, mas também o prédio em que ele será instalado. Após o período eleitoral, começam as licitações para sua construção.

“O plano de Anísio Teixeira dei-xou sementes. A ideia de educação integral é atualíssima. Mas é um novo contexto e ninguém volta ao passado. O que se faz é reconstruir, utilizar a experiência anterior para entender o presente e construir o futuro. Se você não tem passado, não tem chão”, fi naliza Eva. A fi na-lidade do MUDE é contar essa his-tória e ser um exemplo para todos e para sempre.

Conheça mais!

Livro: Nas asas de Brasília - Me-mórias de uma utopia educativa. Eva Waisros Pereira [et. al]. Brasí-lia: Universidade de Brasília. 2011.Documentários: Utopia da Edu-cação – Brasília 1956-1964 e Mu-seu da Educação.

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! Arte Urbana

CAIU UM POUQUINHO DE TINTA EM BSBDesenhos em paredes e muros tomam conta da capital, que

apresenta grandes artistas como no trecho Rio-SPPor Priscilla Teles

Grafi te, do italiano graffi ti, são inscrições feitas em paredes ou em superfícies que normal-mente não são previstas para essa fi nalidade. É a arte urbana que vem ganhando o mundo e que grita para que todos ouçam suas ideias. Representada por grandes nomes como Bas-quiat, Os Gêmeos, Banksy, Aryz e Trans, os desenhos além de colorir também contri-

buem para a conscientização de questões sociais.

Brasília, mesmo sendo uma cidade nova, conta com talentosos represen-tantes que já levam o graffi ti brasiliense para outras cidades e expandiram a expressão para linhas de roupas e objetos. Yong, de 28 anos, desde peque-no viu o pai desenhar e a “turma do bairro” a viver na onda da pichação. Com 19 anos começou a colocar em prática o seu hobbie favorito e não parou mais. Hoje, além de grafi teiro, o artista se encontrou profi ssional-mente como designer e ilustrador, o que se for parar para pensar está supe-rinterligado. Yong conta que “dos desenhos em paredes para as camisetas, adesivos e papéis de parede, foi uma transição natural”. “Quando você faz graffi ti tem acesso a lugares que normalmente não passaria, você tem olhos para detalhes da cidade como um beco, um viaduto, uma escadaria. As-sim você aprende a valorizar mais sua cidade. Brasília é minha inspiração,

minha casa!”, diz o artista. Com alguns projetos no forno, Yong se divide entre Brasília, Bogotá e uma exposição em Buenos Aires, como ele mesmo diz, “sempre estou pla-nejando algo”.

A brasiliense Brixx, 27 anos, ga-nhou as ruas de São Paulo com seus desenhos lúdicos e geométri-cos. “Em SP descobri a favela como um dos meus lugares preferidos. A recepção é sempre calorosa e as pessoas se sentem felizes com a interação que existe no cotidiano delas, é um grande prazer”, afi rma. A mulher com jeito de menina começou a colocar em prática a paixão pelo desenho aos 23 anos, quando no dia de seu aniversário presenteou-se com tintas das mais diversas cores. “Sou introvertida e

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senti a necessidade de poder me comunicar melhor com as pesso-as. Como ferramenta pra quebrar essa timidez, decidi pintar na rua por ser a maior exposição que eu poderia me submeter”, lembra a desenhista. Por ser mulher pas-sou por situações onde grafi teiros “davam desculpas para não dividir um muro”, mas foram minoria, conta. Sócia da marca 'Passarinho Colorido', juntamente com sua irmã, Dani Furtado, viu sua arte ultrapassar os muros para coleções de bolsas, roupas e outros mimos. A cada três meses a artista volta à Brasília para pintar, um hábito que não pretende mudar.

Da pichação à street art, foi assim que Rdoze, de 24 anos, trilhou seu caminho. Com incentivo do grafi teiro Pará, caiu nas graças da pintura de rua, mas a difi culdade fi nanceira lhe forçou a fi car três anos afastado. De volta à ativida-de passou a se concentrar em sua cidade, Recanto das Emas, porém sempre marca presença em encon-tros de outros estados para renovar

as inspirações. Com a necessidade de retorno fi nanceiro para continuar com a produção surgiu a 'Síndrome Criativa', marca de camisas, posters e telas que, em breve, ganhará uma loja itinerante e outra virtual. “As pes-soas sentem a necessidade de levar a obra para casa, gostamos de ver o resultado e como as elas valorizam essa parte do trabalho”. Sobre o interes-se do Governo pela arte desenvolvida no grupo, Rdoze explica que exis-tem vários editais que incentivam projetos na área de artes visuais, com o foco no graffi ti, mas o maior problema que artistas podem enfrentar é não ter um apoio de pessoas voltadas para a função, já que se torna difícil conciliar a produção cultural com a produção artística. “Uma realidade triste é que por conta da cena ser tão limitada para conseguir recurso e sobreviver de sua arte, o artista acaba tendo que se envolver em produção cultural, o que é muito desgastante”, desabafa o artista.

! O graffi ti socialAlém do comercial, alguns artistas do grafi tti participam de projetos so-ciais. É o caso do Rdoze, que dedica-se à Casa Cultural Síndrome Criati-va, cujo objetivo é difundir a arte na região administrativa do Recanto das Emas com sarau mensal, ofi cinas, cinema e debates gratuitos. A Casa é aberta para o desenvolvimento de projetos sociais e para tornar o relacio-namento das pessoas mais agradável por meio da arte. Viva a arte!

Conheça mais sobre o trabalho dos artistas entrevistados:

Yong: facebook.com/yongattackBrixx: facebook.com/brixx.furtado / www.passarinhocolorido.blogspot.com.brRdoze: facebook.com/rdozeConfi ra a programação da Casa Cultural: facebook.com/SindromeCriativa

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! Capa

FIO CONDUTOR DE ALTA

PRECISÃOEm projeto à frente de uma orquestra,

Pedro Mariano mostra talento na transformação do erudito e do fi no da

MPB em música acessível para todos os ouvidos

Por Djenane Arraes

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Foi-se o tempo em que para apresentar Pedro Mariano era preciso colocar o nome dos pais à frente. Sim, ele sempre será o fi lho de Elis Re-gina com o músico e arranjador César Camar-go Mariano, mas Pedro, quase 20 anos após o lançamento do primeiro trabalho, desfruta de uma carreira sólida e com identidade própria. São nove discos desde 1997, sendo que o mais

recente, Pedro Mariano e Orquestra, é um perfeito exemplo da complexidade e também da acessibilidade o trabalho desde que hoje é um dos cantores mais interessantes da música brasileira.Lançado neste ano pela Nau – selo próprio de Pedro Mariano –, com distribuição da Lab 344, Pedro Mariano e Orquestra apre-senta 16 faixas entre canções que já faziam parte do repertório, outras extraídas da discoteca particular do cantor e mais duas inéditas. “Eu tinha, num primeiro momento, uma lista das can-ções do meu repertório e outra de músicas de cabeceira: do meu repertório particular que eu não canto para ninguém”, disse Pe-dro. “Pensava em tirar alguma dessa lista e pontualmente colocar num disco e em outro para incrementar repertórios de projetos especiais. E esse é um projeto especial. Algumas já estavam na minha lista e outras foram aparecendo conforme procurava uma e encontrava outra. Todas valorizam a canção e a interpretação. Eu peguei músicas que conseguisse tirar força e intensidade”.

Há também duas canções inéditas. A primeira é “Sem Você Não Vou”, de Jair Oliveira (o Jairzinho para a galera que cresceu com o Balão Mágico). Essa foi um pedido de Pedro para Jair através de um telefonema. A segunda inédita, “Um Pouco Mais Perto”, de Ana Carolina, Chiara Civello e Edu Krieger, teve uma história mais casual. Pedro fez uma participação no show de Chiara em que também estava Ana Carolina. “A gente fi cou no camarim batendo altos papos. Eu contei para ela [Ana Carolina] sobre o meu projeto e no quanto achava que as composições dela eram próximas a linha de raciocínio que queria para esse disco: letras fortes, melodias intensas. Queria músicas para se jogar dentro, que são exorcizastes. As de Ana Carolina tem essa característica de lavar a alma. Daí, brinquei com ela: disse que tinha algumas músicas dela que gostava muito, mas se ela tivesse alguma per-dida por aí...” Ana Carolina tinha mesmo uma na manga. Duas semanas depois, Pedro recebeu um e-mail da cantora e compo-sitora com a seguinte mensagem: “vê se é esse aí o caminho.”

! Fio condutorNa entrevista exclusiva à revista Di Rolê!, brinquei com Pedro Mariano a respeito das minhas impressões sobre o projeto com

a orquestra. O disco conseguia navegar entre o mundo do jazz e das big bands, mas com o de-licioso pop de um Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band – o clássico dos Beatles eternizado também por conseguir agregar de forma quase perfeita a ele-tricidade do rock com arran-jos de orquestra. Foi a melhor defi nição que consegui expres-sar para defi nir a complexa so-noridade que conseguia des-cer tão bem aos ouvidos. São impressões que foram ao en-contro dos objetivos do cantor ao pensar no projeto.

“Isso era muito importante. Você tem que tirar proveito da orquestra para fazer algo que seja tão complexo quanto inteligível. Isso pode ser fácil de fazer quando se coloca no papel todos os choques har-mônicos possíveis que a teoria musical permite. Mas não era essa a ideia”, explicou Pedro Mariano. “A música não pode ser distorcida. Ela não pode receber um arranjo que o cara que está sentado na plateia não identifi que, ou que ele só faça lá no meio da música. Esse su-jeito vai pensar que tem uma coisa errada. Por que essa mú-sica não está descendo? Ele vai se sentir preterido dentro daquele contexto. Então eu fi z questão de valorizar as coisas que as pessoas já conhecem, mas também criar uma iden-tidade nova”.

Para isso, Pedro contou com a ajuda de um grupo de velhos amigos: pessoas que conhe-cem e trabalho junto com ele

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há anos. A direção musical do disco fi cou a cargo de Otávio de Moraes, que também teve a função de criar uma linha coesa para as sugestões de arranjos feitas por músicos como Marcelo Elias e Conrado Goys, que fazem parte da banda. “Dizia para eles: me surpreendam. Eu quero que vocês me apresentem um arranjo que eu diga ‘meu deus do céu, o que vocês fi zeram aqui?’ Eu quero ser surpreendido positivamente o tempo todo. Como sei da capacidade deles, isso casou muito bem. O Otávio traba-lhou o tempo todo no sentido de criar uma linha coesa entre eles. São canetas completamente diferentes, com características muito claras e distintas. Como eu sou o fi o condutor e é a minha história que vou contar, coube a mim e ao Otávio achar a quími-ca entre as canções, os arranjos e a orquestra”.h

O show deste projeto passou por sete cidades, inclusive em Brasília, mas há planos de re-tomar a turnê em função do lançamento do DVD. Para isso, Pedro Mariano conta com um esquema engenhoso. Como não é possível transportar toda uma orquestra de cidade em cidade, a produção é montada em cima de uma base enxuta. Além de Pedro e a banda, viajam com a equipe o maestro, que é o pró-prio Otávio de Moares, mais o primeiro trompete e o primeiro violino. O resto da orquestra é contratado no local.

Pedro explicou que o processo, assim como foi feito em Brasí-lia, é realizado por meio de ar-regimentadores, que montam o time de instrumentistas so-licitado, repassam as partituras e organizam a estrutura. En-saio? Somente um é necessário com a presença do maestro e da orquestra. “É o ensaio que chamamos de primeira leitura. Eles lêem, entendem como é o arranjo e, no dia seguinte, show. Tudo sem o menor problema. O músico erudito está acostu-mado com essa dinâmica. Isso é muito comum de acontecer e é um grande facilitador. Isso também traz um intercâmbio muito legal: conhecemos gran-des músicos nesses sete shows e provavelmente será dessa for-ma que vamos operacionalizar a futura turnê”, disse.

! Sou o que souPedro Mariano é artista que não se acomoda. O projeto

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com orquestra é só um dos inúmeros espe-ciais que ele elaborou e produziu. Em nove discos lançados, cantou canções que foram sucessos na voz de Elis Regina, mas tudo com o jeito dele. Na função de intérprete, procura não apenas investir em canções consagradas, como também dar voz a gente nova. Jair de Oliveira, Max de Castro e Wilson Simoninha – todos fi lhos de grandes artistas e que forma-ram parcerias importantes com Elis Regina –, são presenças habituais no repertório. Mas Pedro também abre frente e lança canções até então inéditas de vários outros compositores. Já fez disco ao vivo, um projeto em parceira com o pai em Piano e Voz, e ainda organizou uma espécie de tributo de vozes masculinas à mãe em Elis Por Eles. Isso sem falar nas inúmeras participações em projetos como a trilha da Ilha Rá-Tim-Bum. É uma carreira rica e expressiva que já lhe rendeu, inclusive, indicações ao Grammy Latino. Na contramão de um cenário cultural cada vez mais empo-brecido nas grandes mídias de comunicação, Pedro está na turma daqueles que resistem e sobrevivem fazendo arte sem conceições.

“A minha proposta de trabalho passa pela verdade. Eu não sou um artista inventado. Eu sou o que sou. O que você ouve nos meus dis-cos é a mais absoluta verdade daquilo que me proponho a fazer. Em função disso, você vai encontrar pessoas dispostas a ouvir esse tra-balho”, disparou Pedro, que faz fortes críticas ao monopólio cultural em função do consu-mo. Mas afi rma que há espaços e eles estão aí para serem preenchidos. Se a televisão e as rádios são meios cada vez mais estrangula-dos, Pedro acredita que a democratização da internet revelou uma efervescência cultural muito rica que faz o trabalho do artista cres-cer. Outro segredo de Pedro Mariano para continuar a se manter da música com suces-so? Continue fazendo coisas interessantes.

“A relação que você cria com o seu público é o que você vai ter de volta. Se eu começar a fa-zer releituras dos meus sucessos e a renegar o meu ideal artístico, que é sempre lançar mate-

rial novo e procurar gente nova, provavelmente o meu show só vai ter mais do mesmo. É ação e reação. Aquele que espera isso de mim vai se frustrar e não vai continuar ao meu lado. Em compensação, aquele que quer ouvir coisa nova, sabe que no Pedro Mariano ele pode buscar isso”. Que venham então sempre as boas novidades.

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O que tem levado shoppings centers fazerem cada vez mais exposições de arte em seus espaços?

Por Ítalo Damasceno

- Vamos ao shopping ver a exposição do Hélio oiticica?

O convite acima não causa mais estranhe-za a ninguém. Há tempos os “templos do consumo” deixaram de ser apenas locais de compras e se apresentam tam-bém como focos de cultura com o obje-tivo, além do comercial, de ser também uma opção de contato com a arte. Os shoppings centers, com a tendência de

mudar o clima de frios centros comerciais para ganhar cada vez mais uma cara de ambiente acolhedor e real opção de lazer, de-cidiram abrir espaços entre suas lojas e praças de alimentação para as - cada vez mais frequentes – exposições de fotografi as, pinturas, esculturas e até mesmo instalações. Se no início a pro-posta começou como alternativa na organização do espaço, hoje tem ganho cada vez mais destaque e conquistado o interesse de pessoas que frequentemente vão ao shopping apenas para apre-ciar as obras.

Para o artista, suas peças estarem em corredores abarrotados, em meio a gente carregando sacolas ao mesmo tempo que toma sundae de ovomaltine, lhes confere um resultado diferente das salas pouco populares de uma galeria. Elas terão um alcance consideravelmente maior e com um público mais diversifi cado, afi nal, nos espaços próprios, elas só serão vistas pelas pessoas que foram até lá com tal intenção, enquanto que, em um sho-pping, o artista perde o controle sobre sua audiência e tem a oportunidade de ser conhecido tanto pela criança que foi ape-nas para brincar no play, quanto pelo idoso que só queria tomar um café. Talvez, por conta do clima desses lugares e do espírito dos seus frequentadores, vários artistas veem com desconfi ança

levarem seus trabalhos até lá, pois há grande possibilidade de falta de interesse ou sim-plesmente de incompreensão. Entretanto, que ninguém se iluda com a abnegação que estes espaços são cedidos aos artistas. Interesses simbióti-cos mantêm esta relação entre os expositores e os shoppings. No caso do Brasília Shopping, todo ano há a escolha de um “conceito artístico”, com for-te peso do setor de marke-ting nesta decisão, que estará presente nas suas campanhas ao longo do período (dia das mães, dos pais, namorados, das crianças) e que culmina com uma exposição maior do artista ou obra que serviu de inspiração. Por exemplo, neste ano, o escolhido foi o PARAN-GOLÉ, obra que para ser vista é necessário vesti-la, de Hélio Oiticica. Também conta como critério uma preferência aos artistas locais, casando com a defi nição de um “shopping monumento”, que integraria o rol dos pontos arquitetônicos da capital.

EM BUSCA DA ARTE

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“Uma exposição no shopping quebra a rotina da obra e da pes-soa que por lá passa”, resumiu Renato Acha, artista, jornalista e curador. Renato diz que apesar de tudo partir do marketing do lugar que cede o espaço, é uma oportunidade rentável, inclusi-ve fi nanceiramente, ao artista e de tornar seu trabalho conhe-cido, de modo que podem surgir oportunidades para novos negócios, além da possibilidade de patrocínio para os artistas fazerem suas mostras naquele local. Apesar disso, o artista ressalta as limitações, sobretudo de montagem, dessas expo-sições, pois geralmente as praças de eventos ou de exposições não possuem paredes, o que demanda um enorme trabalho para adaptar o ambiente para uma adequada apresentação das obras, e a quase impossibilidade de uma iluminação acurada, pondo em risco o sucesso e a beleza do material. Por isso, a espécie de arte que mais tem chance de sucesso e possui apelo para público é a fotografi a.

Em consonância às opiniões de Renato, Maíra Garcia, gerente de marketing do Brasília Shopping, explica que, para poder expor lá, há um “fi ltro de acordo com as premissas e interesses do shopping como tipo de público, tema, disponibilidade” e, se for um projeto que já vem do artista, ainda há a análise dos custos e se o espaço oferecido pode abrigar as obras. Dentro destes critérios, estariam

abertos para receberem mate-riais dos mais variados tipos, necessitando apenas enviá-los para a análise do marketing e as datas desejadas.

O encontro do centro de co-mércio com o que há de mais etéreo no ser humano é uma coisa engraçada de se ver. Usar a arte para atrair consumidores, que muitas vezes são os alvos das fl echas mais afi adas atiradas pelo artista, pode ser uma faca de dois gumes onde ambos po-derão sair "cortados". No entan-to, estes dois vetores - o fi nan-ceiro e a arte - só atingem seus objetivos arriscando o mais alto que podem para conquistar o mesmo prêmio: o desejo huma-no. É por isso que esta parceria ainda vai render muito.

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! Esporte

UM REMÉDIO CHAMADO ESPORTEEm Brasília, a Vela Adaptada tem se revelado um esporte de estímulo ao

recomeço de atletas lesionados

Por Saulo de Castilho

Sofrer um acidente e fi car em uma cadeira de rodas com algumas limitações pode ser encarado como um obstáculo e motivo de tristeza para muitas pessoas. Essa não é a visão de quem descobriu a oportunidade de um recomeço e uma melhor qualidade de vida com o apoio do esporte.

Brasília conta com o Núcleo de Vela Adaptada que é voltado para pessoas com defi ciência, onde são oferecidas aulas te-óricas e práticas (gratuitas), além de contar com a ajuda de diversos voluntários para manter o projeto. Tudo começou em 2009 com a Federação Brasiliense de Vela Adaptada (FBVA), vinculada à Confe-deração Brasileira de Vela Adaptada (CBVA) e fi liada ao Comitê Pa-ralímpico Brasileiro (CPB), que efetivou em 2012 uma parceria com o Clube Cota Mil, em Brasília.

Para Bruno Pohl, coordenador técnico da FBVA e responsável pelo Pro-jeto, em 2013 um passo importante foi dado para este movimento. "A Agência Australiana para Desenvolvimento Internacional doou oito bar-cos por intermédio da Embaixada Australiana, o que nos deixou com dez barcos adaptados e possibilitou atender mais alunos. É uma atividade que ajuda no controle motor e equilíbrio dos praticantes", defi ne.

Atualmente, as aulas acontecem no período da manhã e atendem a vinte e dois alunos. Os planos são ampliar o número de vagas para

trinta até o fi m do ano, com aulas no período da tarde e uma tur-ma exclusiva para mulheres.

A Rede Sarah de Hospitais para Reabilitação tem participação no projeto com a indicação de atividades para os pacientes que se recuperam de lesões medu-lares decorrentes de acidentes automobilísticos e com armas brancas (objetos perfurantes),

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A MEDICINE CALLED SPORTIn Brasília, Vela Adaptada (“Adapted Sail”) has been an

encouragement to a new beginning for disabled athletes

Having an accident and depending on a wheel chair with limited moves can be seen as an obstacle and a reason for being sad by some. Th is is not the opi-nion of those who discovered a way to begin again and found quality of life in sports.

Brasília counts on the Núcleo de Vela Adaptada (“Adapted Sail Center”), which is special for di-

sabled people, where theoretical and practical (and free) classes are off ered, besides the support of several volunteers to keep the project running. Every-thing started in 2009 with the Federação Brasiliense de Vela Adaptada (FBVA) (“Brasiliense Adapted Sail Federation”) connected to Confederação Brasileira de Vela Adaptada (CBVA) (“Brazilian Adapted Sail Confederation”) which is also a branch of Comitê Paralímpico Brasileiro (“Brazilian Paralympic Com-mittee”) and became a partner of Cota Mil Club in 2012 in Brasília.

For Bruno Phol, technical coordinator of FBVA and one of the responsible for the project, a very important step was taken in 2013. “Th e Australian Agency for the International Development donated 8 boats with the assis-tance of the Australian Embassy, which gave us a total of 10 adapted boats and enabled us to have more participants. It is an activity which helps the development of coordination and balance of those who join it.” Nowadays, the classes take place in the morning and 22 participants attend it. Th ere are plans to increase the number of participants to 30 until the end of the year, with classes in the aft ernoon and a special group for women.

Th e Rede Sarah de Hospitais para Reabilitação (“Sarah Rehabilitation Hos-pitals”) have participated in the project by indicating activities for the pa-tients who recover from spinal cord injuries caused by accidents involving automobiles and sharp objects. Besides that, they off er appointments with the psychologist and physiotherapist. Th is hospital studies each lesion and develops exercises that should be done for each case.

In September, there was the Campeonato Brasiliense de Vela Adaptada (“Brasi-liense Adapted Sail Championship”) and the winners of the men’s and women’s categories were awarded a “scholarship” for athletes. Th e winners were Ana Pau-la Marques and Fabrício Amorim. “Aft er swimming, canoeing and practicing archery, I feel happy when I sail and I like to compete. It helps me forget problems because I do not feel stressed out when I am sailing”, says Ana Paula Marques.

Th e athlete still leaves an encouraging comment for those who had an acci-dent or lesion. “Sports help much and serve as a second chance, so we should not give up, even though we were injured. We need to go on…”

By Saulo de CastilhoTranslated by Pedro Bueno

além de oferecer tratamentos com psicólogo e fi sioterapeuta. O local realiza um estudo de caso em que é feita uma análise da lesão e o trabalho de exercí-cios que deverão ser desenvolvi-dos para cada caso.

No mês de setembro aconteceu o Campeonato Brasiliense de Vela Adaptada e os vencedores das ca-tegorias masculina e feminina rece-beram como incentivo duas bolsas-atleta. Os vencedores foram Ana Paula Marques e Fabrício Amorim.

"Depois de praticar natação, ca-noagem e tiro com arco, eu me sinto feliz com a vela e gosto de competir. Me ajuda a esquecer os problemas, não fi co de cabeça cheia quando estou velejando" afi rma Ana Paula Marques. A atleta ainda deixa um recado de estímulo para quem sofreu al-gum acidente ou lesão. "O espor-te ajuda muito, serve como uma segunda chance, não devemos desistir, mesmo com a lesão. Pre-cisamos seguir em frente...".

Mais informações sobre a Vela adaptada:

Quando: De terça à sábadoHorário: Pela manhã Onde: Clube Cota Mil - Setor de Clubes Sul (Trecho 2)Contato: 3225-4489

NOV/DEZ 2014 :: Revista Di Rolê :: 29Atleta de Vela Adaptada, Ana Paula Marques

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! Literatura

ESPÉCIE DE BIBLIOTECA MÓVEL INCENTIVA LEITURA DENTRO DOS TÁXIS DE BRASÍLIA

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O Bibliotáxi é uma novidade que disponibiliza livros nos automóveis e torna o trajeto mais proveitoso aos passageiros

Por Kirk Moreno

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O Bibliotáxi tem deixado o tempo gasto no trânsito mais produtivo. A ideia é bastante simples. De três a quatro livros são deixa-dos em uma sacola no banco de trás dos veículos. O passageiro gostando, pode levar para casa. A devolução pode ser feita em outro táxi cadastrado no serviço.

A iniciativa é inspirada na ideia de um jornalista que implantou este serviço nos transportes da Vila Madalena, em São Paulo. Apresenta-da pelo próprio inventor, a ideia foi abraçada pela Easy Táxi, empresa que desenvolveu o aplicativo de chamada de táxi, presente em cerca de 1.700 veículos cadastrados nesse tipo de transporte em Brasília. Deste número, 60% deles funcionam com o serviço de distribuição de livros. Até o fi m do ano a meta é que este percentual aumente para 70%.

Apesar de existir desde 2013, o projeto ainda surpreende alguns passageiros. A publicitária Gabriela Prado, 25 anos, já tinha ouvido comentários sobre o serviço, mas ainda não tinha utilizado. “Aqui em Brasília faço pouco uso de táxi e, talvez por isso, ainda não tinha encontrado o Bibliotáxi. Viajo com frequência para outras cidades e também não tinha visto. Acho a ideia muito bacana. É um bom passatempo na hora do trânsito. Eu já tenho até alguns livros para doação”, disse a jovem.

O projeto não se restringe só aos clientes. O motorista Diego Santana Melo, 33 anos, há cinco meses implantou o Bibliotáxi. Ele já leu clás-sicos como “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, e atualmente deixa guardado no porta-luvas o título “O Retorno do Jovem Príncipe”, do autor argentino A.G Roemmers. “Eu já tinha costume de ler. A maio-ria dos taxistas que não tem isso no carro é porque não tem esse cos-tume e acha o serviço desnecessário”, justifi ca Diego, que já viu uma

cliente chorar após ler uma parte da obra “A Distância Entre Nós” - que aborda o mundo familiar -, da indiana Th rity Umrigar.

No Brasil, o projeto está presen-te em 100 cidades e começou com uma doação de mais de 80 mil livros de uma livraria. Entre os principais títulos que podem ser encontrados nos táxis, está o best seller “A culpa é da estrelas“, de John Green. Para a continui-dade do projeto é importante que os passageiros devolvam as obras ou façam doações. “Para grandes doações, como de livrarias e editoras, pode-se entrar em contato com a Easy Táxi, que fará a distribuição dos livros. Já doações pequenas po-dem ser feitas direto para o ta-xista”, ressalta Camila Ferreira, representante da Easy táxi.

Quem quiser doar um número maior de livros deve entrar em contato pelo email [email protected]. Vale qualquer título, desde que não seja didá-tico ou técnico e esteja em boas condições. Doe livros!

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Diego Santana Melo

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! Quero Comer

RESTAURANTE MISTURA MÁGICA A COMIDAS TRADICIONAIS DA ALEMANHA Estabelecimento da cidade inova e oferece serviços diferenciados

aos consumidores brasiliensesPor Vinícius Brandão

O bistrô abriu há poucos minutos. Todos estão prontos para atender os vindou-ros clientes. Um deles já está sentado em sua mesa favorita com um prato e uma bebida. A música que toca no am-biente muda de um rock clássico do Led Zeppelin para uma música da tri-lha dos jogos da franquia Donkey Kong

Country. Se o som parece eclético, basta perceber que o cliente Luís Bogado está envolto em uma partida de Magic com um dos sócios-fundadores da loja, Felipe Amilton.

Junto com Plínio Gomes e Pedro Oliveira, Felipe abriu o Korugar Bistrô, um restaurante focado na culinária alemã. Eventualmente, devido a vivência com os clientes, o jogo de cartas Magic virou costume do lugar. Os três donos são praticantes do jogo de fan-

tasia e acabaram criando uma amizade com alguns clientes cativos com quem jogam sem-pre que tem a disponibilidade enquanto trabalham.

Luís mesmo admite que um dos diferenciais do local é o atendimento. De acordo com ele, um dos três donos está sempre presente e pronto para atender os clientes. “Acho que o único lugar do qual sou cliente fi el e estou sempre jun-to é esse bistrô. Com a minha namorada vou em lugares di-

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ferentes. Aqui estou sempre me reunindo com meus ami-gos”. Ele diz ter conhecido o Korugar porque um grupo de amigos encontrou o lugar por acaso, enquanto andavam pela rua. O nível do atendimento, o valor da comida e sua quali-dade foram motivos para virar clientes fi éis.

Felipe é formado em gastro-nomia pelo Iesb e montou o cardápio baseado na cozinha alemã, pela qual tem muita paixão. Uma parte está separa-da apenas para os pratos com linguiça. Os destaques são o Currywurst (linguiça frita e salteada com molho verme-lho de curry e batata frita) e o Trindade (com três variações de linguiças acompanhadas de batata cozida e mostarda escura). Ainda há opções de petiscos de croquete e pratos especiais como o Kassler (bis-teca suína defumada com riso-to de limão e purê de maçã ou de batata).

No quesito bebidas, o especialista é o Plínio, que utiliza sua experi-ência como barman para criar coquetéis. Os mais populares, surpre-endentemente, são os sem álcool. Um se chama Metroid (referência ao jogo clássico da Nintendo) e o outro Skywalker (uma versão sem álcool do tradicional Mojito que homenageia o protagonista de Star Wars). As referências da cultura popular não se resumem às bebi-das. O nome Korugar parece alemão, mas é o nome do planeta do personagem Sinestro, um dos vilões do herói Lanterna Verde.

O interesse dos donos para o futuro é manter a qualidade do atendi-mento que eles tanto prezam. A carta de cervejas segue o padrão de um deck de Magic, no qual o jogador pode remover e substituir fi gu-ras a seu bel prazer. A diferença é que trocam fi guras de cervejas, com suas características particulares, como preço e nacionalidade. Assim, eles controlam como o cardápio da bebida é apresentado e garantem que aquelas presentes no menu tenham, de fato, em estoque.

O preço médio da comida varia entre R$ 25 e R$ 40, um valor acessível, considerando a qualidade dos pratos apresentados. Os valores das cervejas já são um pouco mais 'salgados', levando em consideração o preço cobrado por algumas marcas importadas. Um ponto de encontro entre a cultura popular e a alta culinária. Pra alemão nenhum botar defeito. Se o cliente gosta de Magic, a satisfação é garantida. Mais informações:Korugar BistrôEndereço: 203 Norte, bloco C, loja 59Contato: 3326-6243contatokorugar.wix.com/korugarbistro

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CláudiaMatarazzo

! Tribos

Cláudia Matarazzoa expert em comportamento que ensina etiqueta sem frescura

Por Bianca Ramos

Como jornalista, Cláudia Mata-razzo foi reco-nhecida com vários prêmios de distintos ve-

ículos de comunicação. Como apresentadora e cantora ela en-cantou, mas foi como especialista em comportamento e etiqueta que ela consagrou-se. Autora de 16 livros sobre comportamento, etiqueta, moda e afi ns, ela hoje atua como consultora e bloguei-ra, podendo ostentar o título de maior expert em etiqueta do país.

Esbanjando educação e simpa-tia, que lhe são peculiares, ela respondeu as perguntas abaixo.

d.r: Você é jornalista por for-mação, mas já foi apresenta-dora de tV, cantora e chefe do cerimonial do governo de são Paulo por mais de 6 anos. atu-almente você atua como con-sultora, escritora, palestrante e blogueira, mas todas estas suas atividades estão diretamente ligadas à escolha que você fez. Em qual momento da sua vida e porque você optou por espe-cializar-se em comportamento e etiqueta?

C.M: Foi por acaso. Apresentava programas de variedades e cul-tura, e com isso acabava sempre comentando fatos do dia sob a ótica do comportamento. Em 1992 a Editora Melhoramentos me convidou para escrever um "Guia de Boas Maneiras", e como sempre fui mais informal, sugeri que fosse algo como “Etiqueta sem Frescura". Em 1993, quando foi publicado, chegou a vender oito edições em quatro meses.

Ao vir a Brasília para ministrar uma palestra sobre o novo conceito de luxo, ela concedeu-nos uma entrevista onde

falou sobre vários aspectos da etiqueta, mas sem perder a sua marca registrada: elegância com naturalidade

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CláudiaMatarazzo

Até hoje é o carro chefe de todos os títulos Sem Frescura. Desco-bri que o assunto é vastíssimo e não parei mais.

d.r: Conceitos como bom gos-to, educação comportamental e elegância, quer seja ao se por-tar ou vestir, estão diretamente ligados a questões sócio-econô-micas e culturais?

C.M: De forma alguma! A de-licadeza nasce com as pessoas, mas ela pode ser cultivada e aprendida mesmo por quem não nasceu ligado nisso e depois per-cebeu que era importante. A cor-tesia e a gentileza ajudam muitís-simo vida afora e são essenciais até mesmo para o crescimento profi ssional.

d.r: antigamente, muitos encaravam etiqueta de forma negativa ou até quase precon-ceituosa, ao associá-la erronea-mente à regras e manuais. Com o passar do tempo os conceitos mudaram e as pessoas entende-ram que etiqueta é um conceito mais do que necessário para convivermos de forma civiliza-da e em sociedade. de que for-ma você acredita que aconteceu esta conscientização?

C.M: Na década de 1960 houve um rompimento dessas regras com a revolução dos costumes e os hippies. Em 80 houve uma va-lorização exagerada das especia-lizações nos estudos e nos anos 90, com as novas tecnologias, as pessoas perderam a prática de conviver umas com as outras. Nesse momento as empresas co-meçaram a perceber que o seu

contingente de profi ssionais era muito mal preparado socialmente e pisava na bola por bobagens. Foi quando houve a retomada das no-ções de etiqueta - agora adaptada para as novas tecnologias e também usada como poderosa ferramenta profi ssional.

d.r: Você é um verdadeiro sucesso editorial ao somar 16 livros pu-blicados que abordam temas como: comportamento no trabalho, etiqueta dos relacionamentos amorosos, dos negócios, na política, etiqueta descomplicada para o dia a dia, entre tantos outros. a que você atribui o grande sucesso e reconhecimento conquistado ao abordar estes temas?

C.M: Gosto muito do que faço e acho que isso ajuda a estar sem-pre descobrindo novas formas de chegar às pessoas. Viajo por todo o Brasil - e é todo mesmo, já fui a Caicó, Seridó, Mossoró, Petrolina, Macapá e Porto Velho - e adoro! Tenho amigos que fui cultivando nesses 20 anos que são muito fi éis, e essa rede é preciosa.

d.r: Porque você decidiu criar um blog? Fale um pouco sobre o sem Frescura.

C.M: O blog é um pedido antigo de leitores de todo o Brasil e é uma forma democrática de disseminar tudo que falo, sem falar que estou achando divertido! Ele tem sete seções e é o primeiro que é acessível a cegos, defi cientes visuais - são mais de seis milhões no Brasil - que podem ler inclusive as fotos que postamos, pois temos o cuidado de descrevê-las uma a uma.

d.r: Estamos vivendo a era da tecnologia, do acesso cada vez mais facilitado às informações e do frisson causado pelas redes sociais. Você acredita que a etiqueta que vemos surgir hoje para atender as necessidades dos dias atuais pode ser considerada uma etiqueta moderna ou ela continua sendo o que sempre foi?

C.M: Em algumas coisas ela se modifi ca, como sites em que entramos na lista de presentes de noivos e damos vouchers, sessões de massa-gem, passeios de lua de mel, etc. Outras não mudam como o fato de que é horrendo pedir dinheiro como presente de casamento... Isso é só um exemplo.

d.r: Em 2013 você assumiu um programa diário em uma rádio onde dá dicas e responde dúvidas de ouvintes sobre comporta-mento, beleza, regras de etiqueta, moda, etc. Você acredita que a facilidade de acesso aos meios de comunicação e, consequente-mente, a democratização da informação, possibilitou um avanço no conceito de etiqueta?

C.M: Acredito piamente e trabalho muito pra isso. Amo rádio!

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d.r: Você já organizou recepções para chefes de estado, entre eles o presidente dos Estados unidos, george W Bush, para sua santi-dade, o Papa Bento XVi e para príncipes. Qual foi a situação mais delicada com a qual você já se deparou ao exercer o seu trabalho?

C.M: Foram tantas que escrevi o livro "Gafes no Palácio", onde relato boa parte delas, mas a recepção ao Papa Bento XVI foi a mais difícil pela grandiosidade do evento. Foram sete dias em São Paulo soman-do tudo - e tivemos que acompanhar e dar suporte.

d.r: Podemos afi rmar que atualmente existe um novo conceito de luxo? dê exemplos.

C.M: Sim. Ter tempo é sem dúvida um luxo que dinheiro não paga e está cada vez mais difícil, mas também existe um novo mercado do luxo que traz muita novidade por aí.

d.r: Etiqueta sempre será um tema atual?

C.M: Sempre! Se você quer viver bem e não apenas sobreviver e tam-bém se quiser ser lembrado e querido é preciso aprender a incorporar esses conceitos.

d.r: se pedissem a você para classifi car o brasileiro você diria que somos bons conhecedores e praticantes, de uma forma geral, da etiqueta comportamental ou acredita que ainda precisamos evo-luir muito para sermos considerados polidos?

C.M: Cada povo tem a sua forma de expressão, uns mais contidos outros mais afoitos, mas o único problema que considero é a extre-ma liberdade de expressão. O brasileiro considera normal abraçar

e beijar efusivamente seus con-vidados e, às vezes, assusta. Os britânicos (povo intocável) se assustam e os japoneses por sua vez, seguem a mesma linha, ou melhor, são mais contidos ain-da, mas passados dois dias na Bahia, já estão beijando como nós. Quando estamos compro-metidos com eventos sociais mantemos a regra básica do bom comportamento.

d.r: Quais são as gafes mais recorrentes que você costuma perceber, mas que podem ser fa-cilmente contornadas ou corrigi-das com um pouco mais de aten-ção, consciência e informação?

C.M: Trocar ou esquecer o nome, perguntar se a mulher está grávida, esse tipo de coisa é comum. Inferir parentesco ao in-terlocutor (“É sua fi lha?”; “É seu fi lho?”), na maioria das vezes, afi rmam ser sobrinha(o), mas na verdade são namorados.

d.r: aproveitando que estamos entrevistando uma expert em comportamento, gostaríamos de pedir três dicas sobre comporta-mento ou etiqueta que você mais costuma dar às pessoas.

C.M: Costumo dizer que elegân-cia passa por discrição - nunca é demais. Também aconselho as pessoas que se preservem mais e postem menos. Não é que não seja para postar, apenas é preciso fi ltrar o que se fala e posta. Fi-nalmente, acho que precisamos aprender a pisar no freio. Ter me-nos pressa e mais foco. Além de viver melhor, a gente transita com muito mais elegância pela vida.

e beijar efusivamente seus con-vidados e, às vezes, assusta. Os britânicos (povo intocável) se assustam e os japoneses por sua vez, seguem a mesma linha, ou melhor, são mais contidos ain-da, mas passados dois dias na Bahia, já estão beijando como nós. Quando estamos compro-metidos com eventos sociais mantemos a regra básica do bom comportamento.

d.r: Quais são as gafes mais recorrentes que você costuma perceber, mas que podem ser fa-cilmente contornadas ou corrigi-

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Cláudiaboa parte delas, mas a recepção ao Papa Bento XVI foi a mais difícil

Cláudiaboa parte delas, mas a recepção ao Papa Bento XVI foi a mais difícil pela grandiosidade do evento. Foram sete dias em São Paulo soman-Cláudiapela grandiosidade do evento. Foram sete dias em São Paulo soman-do tudo - e tivemos que acompanhar e dar suporte.Cláudiado tudo - e tivemos que acompanhar e dar suporte.

d.r: Podemos afi rmar que atualmente existe um novo conceito de Cláudiad.r: Podemos afi rmar que atualmente existe um novo conceito de luxo? dê exemplos. Cláudialuxo? dê exemplos.

C.M: Sim. Ter tempo é sem dúvida um luxo que dinheiro não paga e CláudiaC.M: Sim. Ter tempo é sem dúvida um luxo que dinheiro não paga e está cada vez mais difícil, mas também existe um novo mercado do Cláudiaestá cada vez mais difícil, mas também existe um novo mercado do luxo que traz muita novidade por aí.Cláudialuxo que traz muita novidade por aí.

comum. Inferir parentesco ao in-

Cláudiacomum. Inferir parentesco ao in-terlocutor (“É sua fi lha?”; “É seu Cláudiaterlocutor (“É sua fi lha?”; “É seu fi lho?”), na maioria das vezes, Cláudiafi lho?”), na maioria das vezes, afi rmam ser sobrinha(o), mas na Cláudiaafi rmam ser sobrinha(o), mas na verdade são namorados. Cláudiaverdade são namorados.

d.r: aproveitando que estamos Cláudiad.r: aproveitando que estamos entrevistando uma expert em Cláudiaentrevistando uma expert em comportamento, gostaríamos de Cláudiacomportamento, gostaríamos de pedir três dicas sobre comporta-Cláudiapedir três dicas sobre comporta-mento ou etiqueta que você mais Cláudiamento ou etiqueta que você mais

Matarazzod.r: Etiqueta sempre será um tema atual?Matarazzod.r: Etiqueta sempre será um tema atual?

C.M: Sempre! Se você quer viver bem e não apenas sobreviver e tam-MatarazzoC.M: Sempre! Se você quer viver bem e não apenas sobreviver e tam-bém se quiser ser lembrado e querido é preciso aprender a incorporar Matarazzobém se quiser ser lembrado e querido é preciso aprender a incorporar esses conceitos. Matarazzoesses conceitos.

d.r: se pedissem a você para classifi car o brasileiro você diria que Matarazzod.r: se pedissem a você para classifi car o brasileiro você diria que somos bons conhecedores e praticantes, de uma forma geral, da

Matarazzosomos bons conhecedores e praticantes, de uma forma geral, da

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Matarazzomento ou etiqueta que você mais costuma dar às pessoas.Matarazzocostuma dar às pessoas.

C.M: Costumo dizer que elegân-MatarazzoC.M: Costumo dizer que elegân-cia passa por discrição - nunca é Matarazzocia passa por discrição - nunca é demais. Também aconselho as Matarazzodemais. Também aconselho as pessoas que se preservem mais Matarazzopessoas que se preservem mais e postem menos. Não é que não Matarazzoe postem menos. Não é que não seja para postar, apenas é preciso

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! Palavras ao Vento

MALANDRO EXEMPLAR

Por Tamara Martins

(Não) Há razãopara se preocupar.A melodia segue

desde que o malandro seja exemplar.

Observa, sente o samba.Dança, mas nada satisfaz.“Deveria ter lustrado os

sapatos”,pensa o coitado.Pendura a conta,

balanceia,quase cai.

O sorriso no rosto...O chapéu desgastado...

Quase não lhe servem mais.Em sua bossa desajeitadaelegante e despropositada,sofre a dor pelos cantos,

Vielas escuras, madrugadasgente estranha.

Quer achar o que não se pode procurar.

Mal sabe ele...Ninguém o alertara.

Mas os arcos são sombras distantes,

fotografi as que não voltam mais.

Piscou, num instante,e não tinha mais nada.

Sem vida, nem navalha pra afi ar.

Limpa a poeira da pose,quebra o copo,

é expulso do bar.Já era,

O malandro exemplar.

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PIROGRAFIA: A ESCRITA FEITA DE FOGO.

Conheça meu trabalho:www.facebook.com/pages/Flávio-Araújo-Pirografi a-em-madeira