revista da tijuca – 01

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SALVE JORGE! O SANTO MAIS VENERADO PELOS CARIOCAS SALVE JORGE! O SANTO MAIS VENERADO PELOS CARIOCAS TIJUCA PÓS-UPP: UM BALANÇO POSITIVO TIJUCA PÓS-UPP: UM BALANÇO POSITIVO 101 ANOS 101 ANOS Ano I · número 01 · distribuição gratuita A PRAÇA FAZ A PRAÇA FAZ

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Edição número 01 da Revista da Tijuca – Abril de 2012.

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Page 1: Revista da Tijuca – 01

SALVE JORGE! O SANTO MAIS VENERADO PELOS

CARIOCAS

SALVE JORGE! O SANTO MAIS VENERADO PELOS

CARIOCAS

TIJUCA PÓS-UPP: UM BALANÇO

POSITIVO

TIJUCA PÓS-UPP: UM BALANÇO

POSITIVO

101 ANOS 101 ANOS

Ano I · número 01 · distribuição gratuita

A PRAÇA FAZA PRAÇA FAZ

Page 2: Revista da Tijuca – 01

SER TIJUCANO

É VIVER UM ETERNO CASO DE AMOR COM A TIJUCA!

Page 3: Revista da Tijuca – 01

SER TIJUCANO

É VIVER UM ETERNO CASO DE AMOR COM A TIJUCA!

ANUNCIE: (21) [email protected]

Page 4: Revista da Tijuca – 01

REVISTADATIJUCA 4

A Revista da Tijuca nasce com esse propósito de ser um espaço onde os assuntos de relevância do bairro, ou de interesse de quem vive aqui sejam conversados, discutidos, debatidos, divulgados, comentados.

Quando pensamos em como dar forma a esse sonho, o primeiro ponto colocado na mesa foi você, que nos lê agora. Pensamos em cada detalhe. Do tamanho das páginas e das fotos, da qualidade da impressão, dos textos acessíveis e informativos, dos assuntos que despertarão o seu interesse e até da melhor forma de fazer a revista chegar às suas mãos.

Claro que a gente sabe que nada evolui sozinho. Com a revista é assim também. A gente faz com capricho, você lê e nos dá sua opinião ou sugestão. Assim, a revista cresce; você fica bem informado e no final, quem ganha é a Tijuca com um espaço a mais para discutir o que precisa ser posto em debate.

Para essa primeira edição que sai justamente no mês do aniversário da praça, nada mais justo do que trazer esse ícone tijucano na capa. Seguindo o clima de festa, confirmamos em números o quanto está mais tranquilo morar por aqui na matéria Tijuca pós UPP. As obras do Maracanã, e a expectativa com a reabertura estão na matéria Sete meses sem o Maracanã. Para conhecer a Tijuca em sua história, raízes e ruas, trazemos as colunas Nossa Rua e Bem Contada que serão fixas ao longo de todas as edições. Tem ainda agenda cultural, diversão e um guia de como não se perder e aproveitar o máximo os encantos do nosso quintal de casa: a floresta da Tijuca.

Por hora é isso. Leia e nos conte o que achou.

Um abraço,

MARIA SOCORRO E SILVA

Uruguai – De onde vem esse nome?

NOSSA RUA

A PRIMEIRA DE MUITAS E MUITAS

Considerada o coração da Tijuca, a praça faz

aniversário. Saiba o que tem programado para a

comemoraração.

POIS É, EIS A PRIMEIRA EDIÇÃO DA REVISTA DA TIJUCA. SE ELA CHEGOU ATÉ VOCÊ, DAS DUAS UMA: VOCÊ É TIJUCANO OU RECEBEU O EXEMPLAR DE ALGUM MORADOR DO BAIRRO. MORAR NA GRANDE TIJUCA É A CONDIÇÃO PRIMÁRIA PARA SER O NOSSO LEITOR, AFINAL SE É PARA FALAR DA GENTE, É BOM QUE SEJA ENTRE OS NOSSOS. MEIO OLHO NO OLHO, CARA A CARA. SABE?

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08 ESPECIAL

Tudo sobre o dia de São Jorge

CAPA

Page 5: Revista da Tijuca – 01

REVISTADATIJUCA 5

Abril de 2012

EDITORA-CHEFEMaria Socorro e [email protected]

PRODUÇÃO Editora Caderno Amarelo

DESIGN E PROJETO GRÁFICOLucas Santos

FOTOGRAFIA DA CAPADaniel Strauch

COLABORADORESAlysson MiguelAna Carolina JacuáBelliza MonteDaniel StrauchGuido GomesMaurício Motta

REVISÃOMaria de Fátima e Silva Santos

[email protected]

DISTRIBUIÇÃO. Caderno Amarelo. Banca Antonio Rigido Duino e Antonieta - Jornais eRevistas

VISITE NOSSO SITEwww.revistadatijuca.com.br

FALE COM A [email protected](21) 3251 2621 - 2ª a 6ª das 9 às 18h.

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Uruguai – De onde vem esse nome?

NOSSA RUA

FICA A DICAAproveite o melhor da Floresta da Tijuca

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A Revista da Tijuca é uma publicação men-sal da Editora Caderno Amarelo. Nossos co-laboradores não têm responsabilidade com horário nem vínculo empregatício com a Revista da Tijuca ou a Caderno Amarelo.

DIA A DIA

Como está a obra do Maracanã

Fique por dentro da programação cultural

na Tijuca

DIVERSÃO

12DESTAQUE

O que melhorou depois da UPP

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REVISTADATIJUCA 6

| Mirante

EVENTO DEVE REUNIR MIL CICLISTAS

ECOAVENTURAS

CURTA E GANHE INGRESSOS

A Associação Comercial e Industrial da Tijuca (Acit) está programando para o início de junho o sétimo pedala Tijuca. A expecta-tiva é de que a ação reúna mil ciclistas. O evento, que é parte das comemo-rações do aniversário da praça, deve contar com parceria da prefeitura e do governo estadual, dentro dos programas Rio Estado da bicicleta e Rio cidade da bicicleta.

Ganhar ingressos para o espetáculo Comédia Cômica, em cartaz no Teatro Ziembinski, é fácil. Basta curtir nossa pá-gina no Facebook para participar do sorteio. São seis pares de ingressos para os dias 18/04 e 25/04. O espetáculo é um show de Stand Up Comedy. Diferente de tudo que você já viu - politicamente incorreto, ousado, participativo e divertido. Em cartaz todas as quartas do mês de abril. O resultado do sorteio será divulgado na própria fan page.

O Grupo Bio Mountain, em parceria com o Instituto Econação, promove trilhas guiadas para fãs de Trekking e querem conhecer as belezas do Rio de Janeiro. Mais informações:

www.biomountain.blogspot.com.br

Page 7: Revista da Tijuca – 01

REVISTADATIJUCA 7

SAÚDE BUCAL PARA TODOS

TÍTULO EM DESTAQUE

A Faculdade de Odontologia da Uerj realiza em torno de três mil atendimentos por semana em 13 especialidades. O trabalho, feito por alunos de graduação, especialização, mestrado, douto-rado e formação técnica, nas Clínicas Odontológicas de Ensino, é aberto ao público em geral. Os estudantes proporcionam um atendimento integral aos pacientes. Maiores informações pelo [email protected].

LIVRARIA NOVA

Ótima notícia para os amantes de livros e afins. A Tijuca vai ganhar uma nova livraria. A Luzes da Cidade abrirá no próxi-mo semestre, na galeria localizada no Edifício Caruzo, ali na Conde de Bonfim, 214. A Luzes da Cidade é uma livraria que trabalha com livros, cd´s, dvd´s e lp´s usados selecionados e apresen-tados de maneira inova-dora constituindo um acervo com grande sor-timento de artigos para leitura e audição de pri-meira qualidade.

ADOTE UM BICHINHO NA AFONSO PENAA campanha é realizada todo primeiro domingo de cada mês, e tem a atriz Lady Francisco como madrinha.

Para adotar é necessário ser maior de 18 anos, levar ori-ginal e cópia de comprovante de residência, identidade e segundo a organizadora, Dra. Andrea Lambert, mui-to amor e responsabilidade.

Quem quiser pode fazer doações de cobertores, toalhas, jornal, ração seca e úmida, coleiras e guias, produto de limpeza. medicamentos, comedouros, travesseiros e caminhas usadas para os animais em processo de ado-ção. Passa lá!

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REVISTADATIJUCA 8

| Especial

TEXTO Maurício Motta | FOTOS Guido Gomes

SALVE JORGE!EM 23 DE ABRIL,

“Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais”. Assim diz um

dos versos da música de autoria de Zeca Pagodinho. São Jorge é um santo popular muito vene-rado no Rio de Janeiro por ca-tólicos e também nas culturas afro-brasileiras. Não por acaso, o governador Sérgio Cabral de-cretou feriado estadual no dia 23 de abril. Desde 2002, o Muni-cípio paralisava as atividades, mas agora é o Estado inteiro.

Padroeiro em várias partes do mundo como Catalunha, Ge-órgia, Inglaterra, Lituânia, ci-

dade de Moscou e Portugal. No Brasil, é o protetor

dos escoteiros, do Sport Club Corin-

thians Paulista, além da Cava-laria do Exér-cito Brasileiro. Muitas escolas

de samba têm o Santo Guerreiro

como patrono.

Jorge nasceu na Ca-padócia, na Turquia e

herdou uma fortuna fa-miliar, mas resolveu doar tudo aos necessitados. Lu-

Page 9: Revista da Tijuca – 01

Antonio Rigido Duino e Antonietta

Rua Desembargador Izidro, 75 Cep: 20521-190

2278-2922

Jornais e Revistas

tou a favor do Cristianismo e bateu de frente com o Império Romano que tentou demovê--lo da fé torturando-o de várias maneiras. Chegou a converter a esposa do Imperador, talvez este tenha sido o motivo por ter sido degolado no dia 23 de abril de 303 em Nicomédia, na Turquia.

Não é raro vermos imagens de São Jorge por vários pontos do Rio de Janeiro. A adoração che-ga a ser impressionante. Tanto que o cantor Zeca Pagodinho já afirmou que o Santo Guerreiro é quem deveria ser o padroeiro da Cidade Maravilhosa. Oficial-mente é São Sebastião.

Na Tijuca não é diferente. Várias festividades acontecem pelo bairro. Na comunidade do Sal-gueiro, há uma tradicional roda de samba. A escola de samba Es-tácio de Sá promove uma feijoa-da, assim como a Império da Ti-juca - escola da qual São Jorge já foi tema com o enredo “O intré-pido Santo Guerreiro”, em 2007.

O 23 de abril é repleto de festa e tudo começa com o nascer do dia. Meia noite tem uma grande queima de fogos no Salgueiro

em homenagem ao santo. São aproximadamente dez minu-tos colorindo os céus tijucanos. A tradição teve início ainda na década de 80. Após os fogos, a comunidade já começa a se preparar para ir à igreja de São Jorge, no centro da cidade. Um dos organizadores da caravana é Jorge Calça Larga, que nasceu

em 23 de abril e cujo nome de batismo não foi escolhido por acaso. “Meu pai, Joaquim Case-miro sempre foi devoto e agora

estou passando as crenças para os meus filhos que são os res-ponsáveis pelo foguetório. É um espetáculo técnico e artesanal’’, comentou Jorge, filho do velho Calça Larga, falecido em 1964.

Ainda no Salgueiro, o jornalis-ta Gilberto Magalhães, autor do livro Coisas do Morro (2011) é um dos que não perdem uma missa para São Jorge. Ele coloca a vestimenta tradicional – ca-misa vermelha, calça branca e chapéu Panamá – e segue, junto com a Velha Guarda da Escola, rumo à igreja por volta das cin-co da manhã. Aproximadamen-te mil pessoas vão caminhando até o local. “O povo desce o mor-ro para orar e celebrar. Os fogos são para agradecer as preces atendidas e pedir mais prote-ção. A devoção ao santo é con-tagiante e emociona a todos’’, afirma o jornalista. Na frente do movimento, vêm os policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) garantindo a segurança dos presentes.

Quando os fiéis retornam ao Salgueiro, já está montada uma grande festa com muita música,

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Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, ten-do pés não me alcancem, ten-do mãos não me peguem, ten-do olhos não me enxerguem, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lan-ças se quebrarão sem ao meu corpo chegarem, cordas e cor-rentes se arrebentarão sem ao meu corpo amarrarem.

Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, a Vir-gem Maria de Nazaré, me cubra com o seu sagrado e di-vino manto, me protegendo em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua di-vina misericórdia e grande poder, seja o meu defensor contra as maldades e perse-guições dos meus inimigos.

E o Glorioso São Jorge, em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré, em nome da Falange do Divino Espí-rito Santo, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua gran-deza, do poder dos meus ini-migos carnais e espirituais, e todas as suas más influências, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar se quer que me pos-sa prejudicar. Assim seja com os poderes de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. Amém!

ORAÇÃO DE SÃO JORGE

comida gostosa, doces apetitosos e partidas de futebol nos cam-pos do morro. A comemoração é no Centro Cultural Calça Larga, a partir das dez da manhã. A li-gação de São Jorge com o Morro do Salgueiro começou através de movimentos afros, mães de santo e casas espirituais.

Há festa também na Império da Tijuca que promove a tradicio-nal feijoada com participação da bateria na quadra da escola.

Na Estácio de Sá, o dia de São Jorge também não passa em branco. A diretoria confirmou várias atrações na quadra. Pri-

O dia 23 de abril também re-percute no comércio tijucano. Uma casa de produtos religiosos localizada na Rua Maria Amá-lia, próximo à Rua Uruguai, lu-cra com a proximidade da data. Segundo a vendedora Adriana Nunes, quando se aproxima do feriado, os artigos, folhinhas, imagens e velas de São Jorge vendem muito. “Em nossa loja, nada sai mais do que os produ-

tos relacionados a São Jorge, mas quando chega o mês de abril, as vendas ainda aumentam em pelo menos 50%’’, afirmou.

Devoto, o comerciante Edson Silva dos Santos faz questão de agradecer a São Jorge os bons negócios e, diariamente, acen-de uma vela e enche um copo de cerveja para saudar Jorge da Capadócia.

DATA MOVIMENTA COMÉRCIO

meiro com a alvorada, às cinco da manhã. Logo depois, uma missa acompanhada de um café da manhã é oferecida para a comunidade. A partir das dez horas começam os shows. Estão confirmados os grupos de pago-de, formados por ritmistas da escola, Arte de Amar e Medalha de Ouro, além do cantor Luiz Camilo e da Banda Astral. Ga-rantia de música de qualidade e boa comida. Quem for prestigiar o evento, poderá se deliciar com feijoada, churrasco e uma sabo-rosa costela no bafo. E expecta-tiva de público é de três mil pes-soas.

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REVISTADATIJUCA 11

O tijucano Cézar Salles é daqueles devotos exem-plares. Morador da Tijuca desde sempre, a devo-ção começou bem cedo. Para honrar o santo, Cesinha, como é conhecido no bairro, resolveu eternizar a fé na pele e tatuou a imagem de São Jorge no braço. “Desde criança já tinha adoração pelo Pai Jorge. Tudo que peço, recebo uma res-posta positiva”, afirma. Dedicado, acende uma vela de sete dias todas as terças-feiras junto à imagem em tamanho grande que mantém em casa. “Peço por mim, amigos e familiares”, relata emocionado.

Ele é um também é um dos organizadores do Encontro dos Amigos, grupo que celebra missas todos os dias 23 na igreja de São Jorge, em Quin-tino. No dia do santo, acorda cedo e participa da alvorada em Quintino e depois vai direto para o Morro do Salgueiro, para as homenagens já pro-gramadas.

Um fato curioso que Cezar não esquece acon-teceu no dia de São Jorge. Para ele um milagre. “Certo dia, saí de casa bem atrasado para a Alvo-rada. A Tijuca é bem distante de Quintino. Era madrugada, mas sabia que não chegaria às cin-co da manhã. Peguei meu carro e para entrar no clima, coloquei um cd do Zeca Pagodinho e fui ouvindo a música ‘Ogum’. Do trajeto da minha casa à igreja, não peguei nenhum sinal verme-lho. Tudo deu certo e consegui chegar a tempo de pegar o início da missa. Fiz o percurso em 15 minutos. Foi o Santo que me abriu os caminhos. Com certeza’’, finaliza.

DEVOTO TRAZ O SANTO NA PELE E NO CORAÇÃO

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REVISTADATIJUCA 12

|

Na época da inaugura-ção da primeira UPP da Zona Norte, no morro

do Borel, há um ano e meio, a Tijuca via nascer um fio de espe-rança para a sua comunidade e moradores. Bairro considerado violento por ser rodeado de mor-ros e dominado pelo tráfico de drogas, durante anos foi cenário de crimes que aterrorizaram a cidade do Rio de Janeiro.

Hoje, cinco Unidades de Policias Pacificadoras depois, a história é outra e essa fama de bairro violento reflete um pas-sado que os tijucanos querem

ver cada dia mais longe da sua realidade. Com a pacificação, alguns números de ocorrên-cias que retratam a violência na região mudaram radical-mente, e para muito melhor.

Desde a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora do Borel, foram inaugura-das outras quatro na região, nas comunidades do Andaraí, Formiga, Salgueiro e Turano. Na época, a ocupação do cin-turão de morros que forma a Tijuca e arredores foi considera-da estratégica pela Secretaria de Segurança Pública por causa da

TEXTO Ana Carolina Jacuá | FOTOS Guido Gomes

localização do Maracanã, que será palco da final da Copa de 2014.

Mais do que se preparar para os eventos mundiais, os tijucanos querem nunca mais ter que car-regar o peso de morar em um bairro dominado pelo medo.

Alguns casos emblemáticos, como o do músico Marcelo Yuka, então baterista da Banda O Rappa, que ficou paraplégico ao levar três tiros quando tenta-va fugir de uma falsa blitz na es-quina das ruas Andrade Neves e José Higino, ficaram famosos e contribuíram para enfatizar em rede nacional a insegurança

PÓS UPPTIJUCA

Destaque

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REVISTADATIJUCA 13

AUMENTO

QUEDA

REGISTRO DE OCORRÊNCIAS

ROUBO DE CARROS

HOMICÍDIO DOLOSO

APREENSÃO DE ARMAS

6,22%

84%

75%80%

de viver por aqui. Outro crime que abalou a Tijuca ocorreu em 2003 quando a adolescente Gabriela Prado Maia Ribeiro foi morta após ser atingida durante uma troca de tiros entre um policial e ladrões na estação de metrô São Francisco Xavier. Hoje, Gabriela é nome de rua e realidade é outra.

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, ao todo, 908 ho-mens compõem os efetivos dessas unidades, que atendem a 61 mil moradores, e beneficiam milha-res de residentes do entorno. Com a ocupação dos morros e a expul-são do tráfico de drogas, os índices

Estatísticas/Ano 2006 2011Apreensão de armas 205 40

Apreensão de drogas 90 170

Roubo de veículos 1073 177

Roubos registrados 3235 1706

Tentativa de Homicídio 59 20

Homicídio doloso 40 10

Ocorrências registradas 11.014 11.699

RESULTADOSUM ANO E MEIO APÓS A INAUGURAÇÃO DA PRIMEIRA UPP DA TIJUCA, ESTAS SÃO AS PRINCIPAIS MUDANÇAS QUE OCORRERAM NO BAIRRO

Page 14: Revista da Tijuca – 01

REVISTADATIJUCA 14 ”“Acompanhei todas as fases pelas quais a Tijuca passou. Em minha juventude, a vida dos

moradores era calma e tranqüila, sem muitas preocupações com a violência urbana. Meu pai tinha comércio na região, por isso cresci no bairro. Não havia preocupação com a violência. Antes da presença do tráfico, as pessoas tinham mais segurança e liberdade. O Andaraí sempre foi tranqüilo. Quando saía de casa à noite, podia voltar de madrugada sem grandes preocupações. Minha mãe até deixava a porta aberta para eu entrar quando chegasse. Com o passar dos anos, a rotina do bairro foi mudando. O surgimento do tráfico trouxe insegurança para os moradores. Aos poucos as casas foram ganhando grades e muros cada vez mais altos. A violência foi aumentando e fazendo parte do dia a dia dos moradores. Eu via balas traçantes do meu terraço e sentia medo. Algumas vezes cheguei a me esconder dentro de casa. Com a ocupação dos morros pelas Unidades de Polícia Pacificadora, não tenho dúvidas que a segurança no bairro melhorou.

Os últimos dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública do Estado revelam as transformações pelas quais a Tijuca vem passando. Os núme-ros apontam melhorias signifi-cativas, que trazem de volta ao bairro uma tranquilidade que há muito tempo não existia na região.

Alguns crimes tiveram os seus índices diminuídos radical-mente, como roubo de veículos, por exemplo. Enquanto que o primeiro semestre de 2006 re-gistrou 1.073 ocorrências, no mesmo período de 2011 foram registradas apenas 177, repre-sentando queda de 84%. Para-lelamente, nos últimos cinco anos, o registro geral de ocorrên-cias na policia aumentou, pas-sando de 11.014 em 2006 para 11.699 em 2011.

As mudanças sentidas após a pacificação dessas comunida-des orgulham ainda mais os ti-jucanos, que sentem os reflexos da segurança e a valorização do bairro. Mais que números, a presença da Polícia Pacifica-dora trouxe de volta um bem ainda maior a todos os mora-dores: o direito à paz. Para o coordenador-geral de Polícia Pacificadora, coronel Rogério Seabra, a presença da Polícia em comunidades hoje, permite que a cidadania plena seja exerci-da. “Antes as pessoas exigiam o atendimento aos seus direitos e se dispunham a cumprir com suas obrigações, mas nenhum dos dois eram cumpridos. E esse é o grande ganho das UPPs: a garantia dos direitos e deveres de uma população. Isso é cida-dania”, destaca o coronel.

ESTATÍSTICAS DA PACIFICAÇÃO

de criminalidade na região fo-ram reduzidos. Além disso, em algumas áreas a população que ocupa os morros pôde des-frutar de serviços básicos, até então escassos, como água e es-goto. O crescimento do comér-cio e a valorização dos imóveis

também foram notórios. “Junto com a segurança, chegaram projetos sociais, melhorias es-truturais e as comunidades destacaram-se no turismo e na parte cultural”, ressalta a ca-pitã Alessandra Carvalhaes, comandante da UPP Formiga.

MAIS DE 200 MIL PESSOAS SÃO BENEFICIADAS DIRETA E INDIRETAMENTE COM AS UPPS DA TIJUCA

Sônia Coelho, 61 anos, aposentada. Nasceu no Andaraí e mora lá até hoje.

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REVISTADATIJUCA 15

BOREL Criação: 07/6/201035 mil moradores280 policiais

FORMIGACriação: 01/07/20115 mil moradores110 policiais

ANDARAÍCriação: 01/07/201110 mil moradores229 policiais

SALGUEIROCriação: 01/07/20114 mil moradores140 policiais

TURANOCriação: 01/07/201118 mil moradores180 policiais

Page 16: Revista da Tijuca – 01

REVISTADATIJUCA 16

| Nossa Rua

A rua Uruguai é uma reta de pouco mais de dois quilômetros que come-ça no rua Indiaçu - Andaraí, corta

algumas das principais vias da Tijuca como a Maxuell, Barão de Mesquita, Maracanã e Conde de Bonfim e morre no sopé da ladei-ra onde se inicia a Olegário Ma-riano.

É, sem dúvida, uma das princi-pais vias de acesso do Grajaú e Andaraí à Tijuca. Hoje, figura en-tre os mais importantes espaços residencial e comercial do bairro com estabelecimentos referência em gastronomia, automóveis, su-permercados, reforma e constru-ção.

Mas nem sempre foi assim. Tudo começou por volta de 1856, quando a rua foi aberta em home-nagem ao estadista Paulino José Soares de Sousa, Visconde de Uruguai. Os historia-dores dizem que nessa época, de rua só tinha mesmo o nome, por aquelas bandas o forte mesmo eram as pro-priedades rurais.

A homenagem com nome de rua foi um re-conhecimento ao homem político que atuou diretamente na gestão das alianças com os governos de Montevidéu e Entre-Rios. Foi ele que, no ano de 1852, organizou o corpo

A rua é uma das vitrines comerciais da Tijuca

TEXTO Maria Socorro e Silva | FOTOS Guido Gomes

URUGUAIRUA

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REVISTADATIJUCA 17

A Uruguai corta várias ruas movimentadas do bairro e

tem tráfego intenso de carros durante a maior parte do

tempo

diplomático brasileiro e estru-turou toda a política nacional de intervenção no Prata, contra as tiranias de Rosas, da Argenti-na, e Oribe, do Uruguai - a famo-sa guerra do Prata. O Visconde é, ainda hoje, considerado um dos maiores juristas brasileiros, es-pecialmente na área do Direito Público e Constitucional.

Atualmente a rua Uruguai está entre os alvos de comerciantes e marcas desejosas de investir na Tijuca. Novas casas comerciais surgem a cada dia, valorizando ainda mais o logradouro. Parte desse movimento pode ser atri-buído à chegada da nova esta-ção do metrô, prevista para 2014 que leva o nome da rua. Parte pode ser porque a Uruguai tem essa tradição de ser vitrine do bairro e chamar atenção.

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REVISTADATIJUCA 18

|

UMA JOVEM SENHORA DE

101 ANOSTEXTO Maria Socorro e Silva | FOTOS Guido Gomes

NO PRÓXIMO DIA 30, A PRAÇA SAENS PEÑA COMPLETA 101 ANOS DE HISTÓRIA. INTIMAMENTE LIGADA AO DIA-A-DIA DOS TIJUCANOS, A PRAÇA, COMO É CHAMADA, É UM LOCAL POR ONDE PASSAM DIARIAMENTE 200 MIL PESSOAS. MESMO COM TODAS AS CARÊNCIAS E NECESSIDADES DE MELHORIAS, JÁ REPAROU COMO É BONITA ESSA MENINA CENTENÁRIA?

| Capa

Page 19: Revista da Tijuca – 01

REVISTADATIJUCA 19

Abril é o mês de aniver-sário da Praça Saens Peña. São 101 anos

de uma história que começou lá pelos idos de antigamente, quando ali ainda era somente o largo da antiga fábrica de chitas, e se consolidou como um dos principais centros comerciais e públicos da Tijuca. Para muitos, o lugar é o ponto onde marcar

com os amigos para o joguinho da tarde, para outros, local de encontros e beijos de amor, para muitos, espaço de comércio e passagem. Para os tijucanos, aqueles de alma, simplesmen-te “a praça”. Uma senhora cen-tenária que, se fosse mais bem cuidada, passaria muito bem por uma mocinha recém-aden-trada na juventude.

Além do chafariz, há muito o que se vê para quem presta um pouco de atenção. Visão que foi facilitada pela retirada, após 15 anos, das grades que circunda-vam o perímetro. Por dia, cir-culam pelo local em torno de 200 mil pessoas, mais de 85 mil somente de usuárias do metrô. Cercada de comércio por quase todos os lados, tem em torno de 1.500 estabelecimentos entre lo-jas, escritórios e shoppings cen-ters. É lá que fica o Shopping 45, uma das referências tijucanas. Tem ainda o shopping 334 e as galerias Vitrine da Tijuca, Praça Saens Peña e Conde de Bonfim. Isso sem esquecer a tradicional feirinha que se instala nas sex-tas e sábados fazendo a alegria das consumidoras que vêm, muitas vezes de longe, em bus-ca das barracas de bolsas com modelos copiados das revistas. Ao redor disso tudo, cerca de 800 moradores têm o privilégio de serem vizinho da praça e estar, teoricamente, perto de tudo.

“A Saens Peña é das poucas pra-

ças da cidade, conhecida pela grande maioria dos cariocas. Se alguém fala que mora na Tijuca, a primeira pergunta é sempre ‘fica perto ou longe da praça?’, mesmo que a pessoa nunca te-nha estado no bairro”, comen-ta a arquiteta e professora Vera Dias. Estudiosa dos monumen-tos da cidade, Vera vê na praça um forte referencial de encon-tros de pessoas, de circulação de notícias, um espaço democráti-co, onde cada um, a seu tempo, frequenta e se atualiza sobre os acontecimentos.

Praça de muitas histórias e várias necessidades urgentes, como a manutenção da limpe-za, por exemplo. Cuidado neces-sário, muito mais por parte de quem utiliza, do que pelo poder público: a Companhia de Lim-peza Urbana (Comlurb) realiza três limpezas diárias. Mesmo assim, não é suficiente para dei-xar o ambiente em ordem todo o tempo. Ainda se vê muito lixo pelo chão. E entre bitucas de cigarro, copos descartáveis, pa-litos de picolé, papel amassado e outros lixinhos deixados por quem passa e até por quem sen-ta nos seus centenários bancos, é possível, com um olhar mais atento, ver beleza, principal-mente na hora que o chafariz está ligado.

A limpeza da praça interessa a muita gente. Tanto que será par-te de uma campanha a ser lan-

1911 1917NO DIA 30 DE ABRIL INAUGURA-SE A PRAÇA. NO LUGAR DO LARGO DA FÁBRICA DE CHITAS, UM ELEGANTE CORETO DE FERRO COM TRAÇOS ORIENTAIS É INSTALADO .

A PRAÇA SAENS PEÑA ESTÁ SITUADA NO TERRENO QUE PERTENCEU À CHÁCARA DA BARONESA DE MESQUITA. ANTES DE RECEBER ESSE NOME ERA CONHECIDA COMO LARGO DA FÁBRICA.

A PRAÇA RECEBE O NOME ATUAL EM HOMENAGEM AO PRESIDENTE DA ARGENTINA, ROQUE SÁENZ PEÑA (1910-1914). COM O TEMPO, PASSOU A SE CHAMAR APENAS SAENS PEÑA.

COMO TUDO COMEÇOU

Page 20: Revista da Tijuca – 01

1942 1947 1977INAUGURAÇÃO DO CINE OLINDA ONDE HOJE É O SHOPPING 45. COM 3.500 LUGARES ERA O MAIOR DA AMÉRICA DO SUL. NESSE TEMPO, A PRAÇA TINHA MAIS CINEMAS QUE A CINELÂNDIA. FOI DEMOLIDO EM 1970.

CRIADO O CHAFARIZ QUE EXISTE ATÉ HOJE. DE AUTORIA DO ARQUITETO AZEVEDO NETO, FOI INAUGURADO EM 22 DE NOVEMBRO DO MESMO ANO NA GESTÃO DO GOVERNADOR ANGELO MENDES DE MORAES.

CHEGA O METRÔ E COM ELE A PRAÇA SOFRE SÉRIAS INTERFERÊNCIAS: SAI O CORETO COLOCADO NA INAUGURAÇÃO DA PRAÇA E O CHAFARIZ É DESMONTADO.

na ocasião do aniversário, pela Associação Comercial e Indus-trial da Tijuca (Acit) em parceria com vários órgãos públicos, inti-tulada “A praça mais limpa do Rio de Janeiro”. Para começar, será feita uma campanha jun-to aos comerciantes do entorno para que doem lixo reciclável que seria naturalmente descar-tado. Segundo Jaime Miranda, presidente da Associação, será disposta uma estrutura para re-ceber esse material. “Tudo o que for coletado será doado para a Cooperativa de Catadores do Salgueiro”, informa.

COMEMORAÇÕES O ANO INTEIROLimpeza e ecologia serão a tôni-ca desse ano nas comemorações em torno do aniversário desse ícone tijucano. Mas, o aniversá-rio trará várias outras atividades que terão a praça como palco e se estenderão por todo ano. In-tituladas “ocupações”, as ações têm por objetivo levar os mora-dores a aproveitarem ativida-des culturais e esportivas. Com previsão de início para o mês de junho, a hora do happy hour das sextas serão dedicadas a mú-sica, teatro, cineclubes e poesia. As manhãs de domingo serão destinadas à pratica de esportes. Miranda informa que a Associa-ção está trabalhando junto com o Tijuca Tênis Clube para levar atividades como futebol, tênis de mesa, boxe e xadrez.

No final do mês de março, a Associa-ção Comercial e Industrial da Tijuca entregou um projeto de replantio e adequações dos jardins da Praça Saenz Peña, à Fundação Parques e Jardins solicitando: recuperação dos canteiros com novas plantas e gramas; abertura de novos cami-

nhos; colocação de 50 orquídeas em árvores do entorno da Praça.

O replantio se faz necessário, segun-do o ofício encaminhado junto com o projeto, porque após a retirada das grades e implementação das UPPs e da Unidades Ordem Pública (UOP),

NOVAS CORES E CAMINHOS

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1979 1996 2011O CHAFARIZ É REFEITO COM O MESMO JORRO E A PRAÇA MANTÉM SUAS CARACTERÍSTICAS DE ANTES DA OBRA DO METRÔ, INCLUSIVE O CANTEIRO AO REDOR DO CHAFARIZ E O PISO EM PEDRA PORTUGUESA.

GRADES E PORTÕES SÃO INSTALADOS. A PRAÇA PASSA A TER HORÁRIO LIMITE DE FREQUÊNCIA. RETIRA-SE O CANTEIRO, ALTERA-SE O DESENHO DE PISO E NO LUGAR DAS PEDRAS PORTUGUESAS SÃO COLOCADAS PLACAS DE GRANITO.

A PRAÇA COMPLETA 100 ANOS COM FESTA E HOMENAGENS. DEPOIS DE 15 ANOS, SÃO RETIRADAS AS GRADES E PORTÕES E A PRAÇA VOLTA A SER LIBERADA PARA TODOS EM QUALQUER HORÁRIO.

A PRAÇA E O TEMPOEra o começo do século XX e a necessidade de um local para so-cialização na Tijuca se fazia prioritário. Na época foi desenvolvi-do um projeto paisagístico a ser implantado no local onde estava a chácara do II desembargador Izidro, no bairro da Fábrica de Chitas. Era o começo da história da praça.

Em 1910 as obras começaram. Em pouco mais de um ano, o lo-gradouro foi inaugurado pelo prefeito do então Distrito Federal, Bento Ribeiro e recebeu esse nome para homenagear o presi-dente da Argentina, que visitara o Brasil no ano anterior.

Bonita, a praça logo caiu no gosto popular e passou a ser bem frequentada, principalmente pelos jovens após as missas do do-mingo, para flertes e paqueras. Existia um coreto, onde se apre-sentavam bandas de música e retretas e um Guignol, teatrinho importando da França, que exibia espetáculos com marionetes.

Depois vieram os cinemas que deram à praça o título de “Cine-lândia da Tijuca”. O primeiro foi o Cinema Tijuca (1909) onde hoje está uma galeria; em seguida veio o Cine Teatro América (1933); o Metro (1941), onde hoje está a loja C&A; o Olinda (1942), atual o shopping 45, que tinha 3.500 lugares e era o maior da América do Sul; o Carioca – hoje, uma igreja evangélica; o Eskie (1956), atualmente Casa e Vídeo; o Art Palácio (1960), hoje loja Leader; o Cine Santo Afonso, ao lado da igreja; o Britânia (1962) na Desem-bargador Izidro; o Cinema Um e Dois e o Rio (1965) - hoje Caixa Econômica Federal; o Studio Tijuca (1965) e o Bruni Tijuca (1968).

Em 1947 a praça passa pela sua primeira reforma. Chegam o cal-çamento, as pedras portuguesas e as plantas ornamentais.

Entre 1976 e 1982 chega o metrô e suas obras. A praça ganha uma estação, um novo traçado, mas perde muitas árvores fron-dosas e a maioria dos seus cinemas. Sem grande parte de suas atrações de lazer, perdeu muito de sua centralidade e passou a ser utilizado mais como corredor de passagem. Para piorar, em 1996 são instaladas grades e portões e a praça passa a ter horário limite de frequência. Nessa época são instalados novos brinque-dos infantis e um espaço para jogos de carta. Também há a troca das pedras portuguesas por placas de granito. As grades perma-necem por 15 anos, tendo sido removidas em dezembro de 2011.

os moradores da grande Tijuca passaram a frequentar e utilizar a Praça como área de lazer. A autoria, do paisagista Leonardo Hersen, é parte do projeto “Revitalização da Praça Saenz Peña”, autorizada pelo Prefeito Eduardo Paes no final do ano passado.

NOVAS CORES E CAMINHOS

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Nos dias atuais comprar um carro zero km é algo relativamente fácil. Mesmo sem se ter um centavo em mãos as instituições financeiras vêm facilitan-do financiamentos a perder de vista. Contudo, ad-quirir um veículo nessas condições pode sair mais caro do que se imagina, pois muitas vezes as em-presas que fazem os financia-mentos cobram indevidamen-te do consumidor várias taxas abusivas. Essa prática é mais comum do que se imagina e apenas com um olhar mais atento na hora de fechar um negócio desse tipo se percebe a conduta das empresas.

Taxa de abertura de crédito e taxa de emissão de cobrança são alguns exemplos de valo-res indevidos que as financei-ras cobram dos consumidores de forma equivocada. Vale mencionar que esse tipo de co-brança é proibida, pois faz com que o cliente pague por um produto que ele não adquiriu.

Para aqueles que financiaram veículos e não ob-servaram se as financeiras cobraram taxas inde-vidas a primeira coisa que se deve fazer é ter o contrato de financiamento em mãos, para depois procurar um advogado. Os valores indevidamen-te exigidos devem ser reavidos por meio de uma ação de repetição de indébito cumulada com da-nos morais.

É importante ainda ter em mente que por se tra-tar de uma ação que busca reaver quantias pagas que o consumidor não devia, que esse deve bus-cá-las receber em juízo dobradas. Por exemplo: se

no financiamento se pagou mil Reais de taxa de abertura de crédito, o consumidor deve buscar em juízo 2.000,00 (dois mil reais), mais juros e corre-ções. É, inclusive, o que vem sendo confirmado em vários julgados em primeira instância, segundo a jurisprudência do TJ do Rio de Janeiro.

Na maioria das vezes os que se sentirem preju-dicados em seus finan-ciamentos não precisam constituir um advogado. Isso devido esse tipo de ação quase sempre trami-tar nos juizados especiais cíveis com valores abaixo de 40 salários mínimos. Porém, não é o mais indi-cado, uma que há muitas taxas que podem estar sendo cobradas indevi-damente, e, nesses casos, um profissional da área jurídica se faz imprescin-dível para a análise mais minuciosa do contrato de

financiamento.

Como se observa, deve-se reprimir a prática das financeiras e receber de volta os valores pagos in-devidamente, vale a pena aos que se sentirem pre-judicados procurar os contratos de financiamentos antigos e buscar um profissional da área jurídica que possa analisar o documento para identificar alguma irregularidade, para, se for o caso, ingres-sar com a ação cabível.

| Direito

TAXAS ABUSIVAS NOS

FINANCIAMENTOS DE VEÍCULOS

ALYSSON MIGUEL

Os valores indevidamente exigidos podem ser reavidos por ação de repetição de indébito

Alysson Ricardo de Lima Miguel – OAB/PB 16.471

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DESBRAVANDO AFLORESTA

É impossível andar pelas ruas da Tijuca e não no-tar a cadeia de montanhas coberta pela mata atlântica que cerca o bairro. No entanto, a Flo-

resta da Tijuca é pouco conhecida por grande parte dos cariocas, fato esse facilmente resolvível com um passeio de carro pelo Parque Nacional da Tijuca em um dia do final de semana.

Além das imponentes montanhas, como o Pico da Tijuca, com 1.022 metros de altura, e da vegetação tropical, a Floresta da Tijuca não é apenas um belo contraste entre o meio urbano e a natureza, mas é também responsável por tornar o clima do bairro mais ameno, retendo a umidade com as suas matas e nascentes.

Com 3.972 hectares, o Parque Nacional da Tijuca é a terceira maior área verde urbana do Brasil, atrás ape-nas do Parque Estadual da Pedra Branca, que tam-bém está na cidade do Rio de Janeiro, e do Parque Estadual da Cantareira que se localiza na Zona Norte de São Paulo.

Entretanto, muito da fama e da importância da Flo-resta da Tijuca vem do seu fácil acesso e dos seus be-los mirantes, tanto em clareiras na estrada, como em seus diversos picos. Essa característica é explicada pela localização do Parque em uma região central, dividindo as zonas norte, sul e oeste do Rio de Janei-ro. O Parque Nacional da Tijuca é formado por três setores, a Floresta da Tijuca (Setor A), a Serra Carioca

(Setor B) e a Pedra Bonita/ Pedra da Gávea (Setor C).

Desde 2010 a frequência de visitantes ao setor A tem aumentado como consequência da instalação das unidades de polícia pacificadora (UPPs) nas comuni-dades carentes nos morros fronteiriços ao Parque. E apesar de haver poucos mirantes na estrada, nos fi-nais de semanas o Parque tem ficado bem cheio com grupos que se reúnem nas áreas de playground, pes-soas fazendo trilhas e turistas que vão conhecer essa reserva de mata que fica praticamente no quintal da Tijuca.

Para visitar o Setor A do Parque de carro, o melhor caminho é seguir pela a Estrada Velha da Tijuca em direção ao Alto da Boa Vista e passar pela Praça Afonso Viseu, onde está o pitoresco e aconchegante restaurante Bar da Pracinha. Este é um lugar ideal para tomar um delicioso café da manhã, antes da vi-sita ou devorar uma boa refeição após um passeio.

A entrada do parque está bem perto. Não tem erro, há uma estrada com sentido em mão única, e próxi-mo da entrada se encontra uma bela queda d´agua bem próximo a esta entrada, no Largo da Cascatinha. A cachoeira tem um lindo visual, mas não é permi-tido entrar, pois suas águas são usadas para o abas-tecimento da cidade. Neste espaço, encontra-se um estacionamento espaçoso, uma loja de souvenires, e ainda um belo restaurante, o Cascatinha, com uma espetacular vista da cachoeira.

Um passeio pelo setor A da Floresta da Tijuca atende a todos os gostos. É um programa leve, tranquilo, seguro e fácil. Ótimo para fazer com a família ou

amigos. Até para quem não é muito chegado a mato e bicho, vale se aventurar e descobrir que existe um paraíso, logo ali do lado

TEXTO Daniel Strauch | FOTOS Daniel Strauch e Guido Gomes

Especial

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No setor A, se concentram grande parte dos acessos à Flo-resta da Tijuca pelo Alto da Boa Vista. Este setor abriga belas paisagens, espaços com infraestrutura para pequeniques, tem um excelente Centro de Visitantes, é seguro, tem be-los mirantes, além de ser o endereço da sede administrati-va Parque Nacional da Tijuca. Contudo este é o setor me-nos conhecido, muito provavelmente porque os pontos turísticos mais famosos e mais visitados estão nos setores B (Corcovado e Paineiras) ou C (Pedra Bonita e Pedra da Gávea).

Todas as atrações são gratuitas. A visitação é das 8h às 17h, em qualquer dia da semana. A estrada é pavimentada e bem sinalizada.

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Seguindo a estrada, encontra-se a Capela Mayrink, construída durante o governo de D. Pedro II, em 1850, e mantida em um bom estado de conservação pelo Parque. Todo primeiro domingo do mês é cele-brada uma missa às 11 horas. Logo atrás da capela, encontra-se uma área de lazer ideal para um pique-nique, com bancos, fontes e brinquedos.

A estrada continua subindo, e leva a um amplo es-paço para confraternizações, com boas vagas para estacionar e cercado por árvores enormes, chamado Meu Recanto. E bem próximo deste lugar está o Cen-tro de Visitantes, que possui banheiros, bebedouros e uma excelente exposição permanente sobre o Par-que Nacional da Tijuca.

Mais adiante, ainda na estrada, há uma bifurcação: à direita está o caminho que leva a uma via antiga, cercada por mata fechada e trilhas, que terminará no Mirante Excelsior (611ms acima do mar), com uma bela vista de Niterói, do Centro do Rio e da Tijuca: à esquerda, a estrada continua passando pelo Barra-cão, que é a sede administrativa do Parque. Impor-tante gravar este local, pois é lá que o visitante deve dirigir-se para solicitar ajuda em caso de emergência ou para fazer alguma reclamação. Em frente a esta sede, há um pequeno espaço de playground, que é ligado por trilhas ao Meu Recanto.

Subindo a estrada, encontra-se o belo Lago das Fa-das. Um lago com peixes e tartarugas, cercado por jardins e com quatro eucaliptos em seu centro. Se forem paz e tranquilidade que o visitante procura, este é o lugar. Além de momentos de contemplação, dá para parar, comer e conversar nos bancos e mesas que ficam um pouco afastados, mas na mesma área.

Logo em seguida vem o restaurante A Floresta, que já foi a senzala de uma fazenda de café. Aqui há um estacionamento bem espaçoso, e você pode desfru-tar deliciosos pratos, em um casarão de estilo colo-nial. Atrás deste restaurante há uma trilha que em 20 minutos leva à Cachoeira das Almas, uma das poucas onde é permitido o banho.

Depois de subir um pouco mais a estrada, surgirá ou-tra bifurcação. À direita encontra-se o caminho para o Bom Retiro, uma área de lazer, com muitas vagas, brinquedos, banheiros, fontes e bancos. Há também um posto de controle para entrada das trilhas para os dois principais cumes do Setor A do Parque, o Bico do Papagaio e o Pico da Tijuca, o segundo mais alto da cidade (o primeiro é o Pico da Pedra Branca, mais alto por 2 metros).

Continuando a estrada para a esquerda, segue-se em direção à saída do Parque. E logo em seguida está o mirante Vista do Almirante, de onde se contempla os cumes da Pedra Bonita e a Pedra da Gávea. Mais adiante, se encontra mais uma área de playground, próximo à Gruta Paulo & Virgínia. Neste lugar há tri-lhas para pequenas cachoeiras e cavernas.

Descendo a estrada encontram-se largos, espaços e clareiras que possuem entradas de pequenas trilhas internas, como a Fazenda, o Bosque dos Eucaliptos e os Jardins dos Manacás. E ainda há o restaurante Os Esquilos, inaugurado em 1945, que possui uma boa infraestrutura, e é maior e mais movimentado do que os outros restaurantes do Parque.

Já quase na saída do Parque vem um lugar especial, o Açude da Solidão. Uma pequena represa, com águas calmas e com peixes e tartarugas. É difícil resistir a parar o carro e aproveitar um pouco o panorama do açude e a tranquilidade que o lugar transmite.

Para fechar com chave de ouro, visite o Museu do Açude. Uma casa linda com obras de arte por todos os lados. Lá é possível interagir com instalações de Hélio Oiticica, Iole de Freitas, Anna Maria Maioli-no, Lygia Pape, Nuno Ramos, José Rezende, Piotr Uklanski e Eduardo Coimbra. Os jardins são adorna-dos por azulejos e peças de louças portuguesas do sé-culo XIX. Há ainda uma coleção de arte oriental com exemplares raros de escultura chinesa, indiana e indochinesa, bem como porcelanas de procedências diversas. Bonito, o museu cumpre bem a proposta de aliar patrimônio cultural e natureza.

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Com certeza o carioca já está com saudades do Maracanã. Não tem como

não associar um domingo de sol com o estádio. Só que aquele que já foi um dia o “Maior do Mun-do” está fechado desde cinco de setembro do ano passado na partida entre Flamengo e San-tos, válida pela 19ª rodada do úl-timo Campeonato Brasileiro.

A previsão de retorno dos jogos de futebol é para fevereiro de 2013 e as obras andam em rit-mo acelerado. Inclusive, pode ser que a parte interna do está-dio esteja liberada em dezembro deste ano.

Os operários trabalham de se-gunda a sábado das 7 às 17 ho-ras. Chegou a ser especulado um terceiro turno de trabalho, mas ainda não foi necessário aumentar o número de profis-sionais que já chega a cerca de 2.700 pessoas.

Os operários que atuam no pro-jeto atualmente trabalham na instalação das peças da nova arquibancada, na estrutura co-

TEXTO Maurício Motta | FOTOS Divulgação

Dia a dia

MARACANÃ

nhecida como contraforte, a 14 metros da linha lateral do cam-po. Ao todo, 2.748 peças serão instaladas nas estruturas metá-licas e de concreto que serão er-guidas para atender às recomen-dações da Fifa.

Recomendações essas que tra-rão mudanças significativas. Uma das principais se refere ao tamanho. O local, que já abrigou mais de 173 mil espectadores na decisão da Copa do Mundo de 1950, terá sua capacidade máxi-ma de 76,5 mil torcedores.

Visando atender ao caderno de encargos da Fifa, o Consórcio Maracanã Rio 2014, terá que seguir uma lista de recomenda-ções, como cobertura do estádio, acessibilidade, construção de camarotes e área Vip’s com pa-drões internacionais, garantias de que não haverá obstáculos à visão do campo - pontos cegos - e aproximação das arquibanca-das com o campo.

SETE MESES SEM O

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Dentre as novidades, já podemos observar os primeiros degraus do nível inferior das arquiban-cadas, que está com a estrutura montada, o terreno aterrado e os pré-moldados instalados.

Segundo informes oficiais, di-vulgados pelo Governo do Rio de Janeiro essa etapa está adian-tada com base no cronograma das obras. O próximo passo será a construção dos novos camarotes.

A nova arquibancada começou a ser erguida em novembro, com a ajuda de quatro gruas que dão sustentação à montagem. A pre-visão de término é setembro de 2012. A área coberta do estádio, que será toda iluminada, pratica-mente dobrará. Passará de 24,35 mil m² para 47,35 mil m².

A torcida ficará separada do cam-po por uma mureta, o que vai facilitar ao espectador ter uma

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melhor visão do gramado. A rede de drenagem, que fica ao redor do campo, também já ga-nhou nova forma. O torcedor terá uma visão privilegiada, já a parte superior da arquibancada vai avançar 12 metros em dire-ção ao gramado, o que vai evitar pontos cegos.

Tombado pelo Instituto do Pa-trimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a fachada não poderá ser alterada. Os inves-timentos previstos, de acordo com a atualização da Matriz de Responsabilidades, somam R$ 883 milhões, dos quais R$ 400 milhões provenientes de finan-ciamento via BNDES. A nova arena terá 14 mil vagas de es-tacionamento, além de moder-nização nas lanchonetes e ba-nheiros no interior do estádio.

Mas não será apenas o Estádio Mário Filho que passará por reformas. Segundo o Secretário Municipal de Obras, Alexandre Pinto, um grande projeto de ur-banização da área externa será feito. Um investimento de R$ 109,5 milhões inclui a constru-ção de duas passarelas - cada uma com oito metros de largura - sobre as linhas férreas do me-trô e do trem, próximo à saída da UERJ, além de uma revita-lização total no entorno do es-tádio. Com as novas passarelas, será mais rápido o escoamento

de pessoas em dias de jogos, uma das exigên-

cias da Fifa. Segundo os respon-sáveis pelas obras, o trânsito não será prejudicado na construção das novidades. Os moradores das ruas próximas ao Maracanã agradecem.

A revitalização do entorno vai atingir a Avenida Maracanã, Rua Eurico Rabelo, Professor Manoel de Abreu, além da Ra-dial Oeste. A região ganhará uma nova ciclovia e uma área de recreação arborizada e ainda iluminação em LED, que segue os padrões de sustentabilidade do novo estádio. Os quiosques não fecharão quando a obra co-meçar na ciclovia do Maraca-nã, por sinal, essa foi umas das questões mais levantadas pelos moradores.

CRONOGRAMA ESTÁ DENTRO DO PRAZOA Fifa exige que tudo esteja pronto para a Copa das Confede-rações que servirá como evento--teste para a Copa do Mundo e será disputada entre os dias 15 e 30 de junho do próximo ano, mas a ideia é que já tenhamos o novo Maracanã durante o Cam-peonato Carioca de 2013.

Apesar da realização de duas greves - uma em agosto e outra em setembro, as obras do Mara-canã não foram prejudicadas. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral afirmou, em en-trevista coletiva, que o prazo para a entrega do estádio está “oficialmente” mantido, apesar de um ou outro atraso devido à paralisação dos funcionários em setembro.

Vale lembrar que a Calçada da Fama e o Museu estão aberto ao público pela entrada da Rua Eu-rico Rabelo diariamente de 9 às 19 horas.

Tempo da obra: 2 anos e meio.Capacidade máxima: 76,5 mil pessoasValor investido: R$ 859 milhõesÁrea coberta: 47,35 mil m²

23.500 lâmpadas

econômicas de led

3.860 alto-falantes

câmeras de segurança

360 monitores de TV

04 telões com 100 m2 de área de projeção

36 mil m2 de área

refrigerada

110 camarotes04 conjuntos de rampas16 elevadores12 escadas rolantesNova cobertura

50cm entre as cadeirasAssentos rebatíveis

14 mil vagas de

estacionamento

NOVIDADES

ESTRUTURA

O NOVO

MARACANÃ

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Inegavelmente considerado, um dos maiores pontos turísti-cos da Tijuca, era comum o mo-vimento de agências e turistas. Com as obras, a procura dimi-nuiu. Algumas empresas nem param mais no local, a não ser que alguém peça para tirar uma foto na Estátua do Belini, locali-zada na frente do estádio.

João Cabral é sócio de um bar na Rua Isidro de Figueiredo e disse que está tendo muito prejuízo. “Com o estádio sem jogos, as re-dondezas ficam desertas aos do-mingos. Espero que volte logo a ter futebol e, de preferência, que possamos vender bebidas alcoó-licas”, torce.

A abertura é desejo também do zelador Expedito Hipólito, vizi-nho do Maracanã há mais de 30 anos. “Tomara que com a refor-ma, venha também mais segu-rança, paz e tranquilidade para nós, moradores. Ultimamente, tinha muita confusão e acabava

TORCEDORES E COMERCIANTES ESPERAM FIM DAS OBRAS

sobrando para quem não tinha nada a ver com isso”. Hipólito não vai ao estádio desde 2004 com medo da violência.

Rogério Mansur, tijucano de 59 anos sonha com a seleção brasi-leira na final da Copa. “Será mui-to bom para os cariocas terem um novo Maracanã. Vou torcer muito para a Seleção Brasileira chegar à final para poder atuar no Rio de Janeiro e fazer a ale-gria do povo”, afirmou o torcedor que frequenta o estádio desde que tinha dois anos de idade.

O projeto de urbanização da área externa inclui a construção de duas

passarelas – cada uma com oito metros de largura –

sobre as linhas férreas do metrô e do trem, próximo à

saída da UERJ, além de uma revitalização total no entorno

do estádio.

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FALA TIJUCANO!Rock na Uruguai - Todos os sábados a partir da 16h. Rua Uruguai 131. Ingresso R$ 10. Para quem quiser maiores informações o telefone de contato é 2238-2049.

FALA TIJUFesta de S. Jorge - Dia 15/04 no América Futebol Clube (Campos Sales), churrasco com sorteio de brindes. Ingressos antecipados: ho-mem R$ 15,00; mulher R$ 10,00.

AGENDA CULTURAL

Samba no Tijuca Tênis Clube - Dia 21 de abril, a partir das 13h, o Grupo Samba de Enredo estará no Bar do Atleta (caramanchão), do Tijuca Tênis Clube - Rua Conde de Bonfim, 451. Inf.: 3294-9300. Entrada franca. O tradicio-nal grupo tem no repertório os maiores suces-sos das grandes escolas de samba do Rio, atra-vés dos tempos.

FALA TIJUCANO!Escola Carioca de dança - Ingressos R$ 15,00. Início 22h. 20/04 – Forró na Chinela e Zouk | 27/04 – Gafieira Social Clube e Baile de Samba | 28/04 – Baile de West Coast e Zouk. Barão de Mesquita, 482.

Diversão

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FALA TIJUPagode de mesa - Dia 23/04 na rua Pinto de Figueiredo, 26, tradicional pagode de mesa em homenagem a São Jorge. Entra-da franca. Paga somente o que consumir

Leão

Áries

Sagitário

Touro

Virgem

Capricórnio

Gêmeos

Libra

Aquário

Câncer

Escorpião

Peixes

HORÓSCOPOAGENDA CULTURAL

Apresentações musicais a R$ 1,00 - Todos as sextas e sábados, o Centro Municipal de Referência da Música Carioca recebe o programa Rio Música com apresentações de Choro e Jazz. Na Conde de Bonfim, 824. Sempre a partir das 19h30.

Vai Dar Caldo - Um even-to com muito tempero! 22/04 a partir das 16h no Monte Sinai (são Francisco Xavier, 104). Nes-ta edição, a musa do Funk: Anit-ta. Antecipado: Masculino: R$ 15,00 | Feminino: R$ 10,00. In-formações: 7882-1873.

Este mês você conseguirá atrair atenções dos outros com facilidade. No setor profissional, promessas não serão cumpridas. Beba mais água.

Você terá um mês agitado. Estabeleça prioridades e pense em si. No setor profissional tende a surgir algo novo. Na saúde se exercite mais.

Tente relaxar. Pensamento positivo é essencial este mês. No setor profissional virá novidades. Na saúde opte por uma alimentação mais equilibrada.

Direcione energia para responder aos seus compromissos. No setor profissional motive-se mais. Na saúde, que tal fazer uma pequena dieta?

Acredite mais noscaminhos que escolheu. No setor profissional terá de mudar algumas estratégias. Na saúde tente dormir mais.

Seu mês será muito divertido. Você está otimista. No setor profissional seja mais prudente. Na saúde tente recuperar energias.cansando mais.

Ouça a opinião das pessoas queridas. No setor profissional a sua motivação estará em alta. Na saúde preste atenção às costas.

Seus objetivos vãoganhar solidez. No setor profissional não perca mais tempo agarrado ao passado. Na saúde evite comidas calorias.

Reflexão e prudência são as palavras do mês. No setor profissional tudo se manterá estável. Na saúde use seu tempo livre para recuperar energias.

A sua experiência pode ser fundamental para ajudar os outros. No setor profissional mantenha o seu ritmo. Na saúde, descanse mais.

Terá um mês positivo, com muito para fazer. No setor profissional tudo tende a ser melhor. Na saúde podem surgir problemas reumáticos.

Terá de fazer escolhas ao longo deste mês. No setor profissional vai ter de esforçar-se mais do que o normal. Na saúde controle o seu peso.

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REVISTADATIJUCA 34REVISTADATIJUCA 34

O ano era 1565 e os franceses tinham acabado de serem expulsos do Rio de Janeiro. A cidade esta-va tomada pelos portugueses que chegaram para ocupar o território reconquistado. Como de praxe, vieram juntos os jesuítas, senhores da religião com missão de expandir o catolicismo e catequizar os índios na nova terra. Estácio de Sá, homem forte do governo português, tinha um problemão nas mãos: arrumar um espaço para os religiosos, para que estes pudessem viver e cumprir sua missão.

Naquele tempo, olhando para o horizonte só se via monta-nhas, mar e mata. Muita mata. Naquele momento Mem de Sá estufou o peito e sem tempo a perder doou uma faixa de terra que tinha como vértices os atu-ais bairros de São Cristovão, Ca-tumbi, Grajaú e Méier, e esten-dia-se pela floresta até chegar à lagoa da Tijuca, na Barra. Era o princípio da Tijuca, que os índios chamavam de “Tey-UC” e era terra que não acabava mais. Ob-viamente o Capitão-Mor já sabia que a Companhia de Jesus iria promover toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento da região.

A primeira providência dos jesuítas foi construir um templo. Nascia a igreja de São Francisco Xavier - edificada em 1583 no mesmo lugar em que ela se encontra hoje - além de três grandes engenhos de cana de açúcar (afinal era necessário ganhar dinheiro): Engenho Velho, Engenho Novo e São Cristovão. E como imaginado por Mem de Sá, os padres aterraram pântanos, construíram pontes, abriram estradas. Enfim, fizeram o serviço sujo que

os portugueses não queriam fazer, em troca de 200 anos de exploração da área e escravidão dos índios. A festa acabou em 1759, quando o Marquês de Pombal decidiu expulsá-los e reintegrar as terras.

De lá pra cá a Tijuca foi estruturada gradativa-mente. Passou de um bairro de chácaras de ricos e nobres, no século XIX, para um bairro com gran-de poder de industrialização no século seguinte. Nos últimos 150 anos o Rio de Janeiro cresceu e

desenvolveu-se e a Tijuca deu sua contribuição para esse crescimen-to. Aqui se instalaram fábricas de cervejas, tecidos e cigarros. As pri-meiras linhas de bondes da Amé-rica do Sul, seja de tração animal, seja elétrica, foram instaladas aqui. O antigo largo da fábrica de chitas se transformou em uma bo-nita e aprazível praça, que agora em abril comemora seus 101 anos e transformou-se no maior símbo-lo do bairro. A Tijuca teve o maior número de cinemas da cidade e o maior de todos da América do Sul, o Olinda, que tinha 3.500 lugares.

Bairro cheio de superlativos e de-talhes históricos que iremos, nes-

ta coluna, mês a mês, destrinchar. A Tijuca, único bairro com gentílico da cidade do Rio de Janeiro, cujo orgulho do bairro acompanha quem aqui nasceu, ou escolheu para morar, merece. Na próxi-ma, falaremos sobre os primeiros tijucanos e como tudo começou.

| Direito

ERA UMA VEZ

UM PÂNTANO...

GUIDO GOMES

Que englobava São Cristóvão, Catumbi, Grajaú, Méier, Floresta e chegava até a Barra

Guido Gomes – Tijucano do Ceará. Apaixonado por história e pela Tijuca

| Bem Contada

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