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REVISTA ANO 02 ED. 003/2017 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA A Engenharia a caminho de um mundo mais acessível Pág. 20 PORTAL DA TRANSPARÊNCIA FISCALIZAÇÃO ENTREVISTA: Ambiente virtual democratiza informações Investimentos na equipe de fiscais do Crea-TO gera resultados O bom gerenciamento da construção pode definir o futuro da obra PÁG 07 PÁG 10 PÁG 14

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ANO

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A Engenharia a caminho de um mundo mais acessívelPág. 20

PORTAL DATRANSPARÊNCIA

FISCALIZAÇÃO ENTREVISTA:

Ambiente virtual democratiza informações

Investimentos na equipe de fiscais do Crea-TO gera resultados

O bom gerenciamento da construção pode definir o futuro da obra

PÁG 07 PÁG 10 PÁG 14

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Para ficar bem preparado, vá direto à fonte.Lideranças profissionais, gestores públicos, pesquisadores, profissionais da área tecnológica e estudantes reunidos em várias cidades brasileiras discutem estratégias de manejo e preservação de

recursos hídricos e energéticos. São os eventos preparatórios da Engenharia e da Agronomia para o8º Fórum Mundial da Água realizados pelo Sistema Confea/Crea e Mútua. Participe você também.

29, 30/11 e 01/12São José dos Campos-SP

13 e 14/11Palmas-TO

14, 15 e 16/09Balneário Camboriú-SC

03, 04 e 05/10Cuiabá-MT

18, 19 e 20/10Juazeiro-BA

Confira a programação na sua cidade

Faça a sua inscrição: mundialagua.confea.org.br

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Nas próximas páginas da revista institucional do Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins - Crea-

TO, edição 03/2017, buscamos dar continuidade à meta

de sempre tratar de assuntos relevantes para a sociedade. Dentre os

destaques desta edição está a acessibilidade, tema atual e de grande

interesse para a população.

A acessibilidade deve ser tratada e trabalhada diariamente para

que a sociedade tenha consciência sobre a importância do assunto,

para que um mundo melhor, com mais igualdade e espaço para todos

seja construído a cada momento. Por essas e outras razões esta

publicação aborda o tema em uma matéria espetacular.

Outra grande conquista do Conselho este ano foi a implementação

do aplicativo para celular do Crea-TO. Esta ferramenta facilita a

comunicação do usuário com a entidade. Através do app, profissionais e

sociedade em geral poderão ter acesso a notícias do site oficial, a todos

os serviços oferecidos pela instituição e ainda contribuir indiretamente

com a fiscalização, através de denúncias de irregularidades.

A Lei de Acesso à Informação (LAI), também será abordada em

uma reportagem nesta edição, pois é essencial para a transparência

pública e democracia do país. Ciente disso o Crea-TO está cumprindo

com a legislação, e como mostramos nesta matéria, estabelece

seu Portal da Transparência, onde o cidadão tem acesso a todas as

informações do Conselho.

Desta vez um curso de especialização foi tema da nossa

entrevista ping pong, que tratou de Gerenciamento de Obras, Qualidade

e Desempenho da Construção. Convidamos um profissional com vasta

experiência na área e que atualmente dissemina o seu conhecimento

em sala de aula para gestores. Na conversa, o especialista Luís Cordeiro

falou sobre a importância da gestão na Engenharia e como uma

qualificação nessa área pode alavancar e trazer sucesso no mercado.

A principal atividade do Conselho têm avançado bastante nos

últimos meses. Este ano o setor de fiscalização participou de seminário

e treinamento para trocar experiências sobre a melhor forma de prestar

serviços à sociedade. E para que você conheça melhor as atividades do

Crea-TO, trouxemos uma matéria especial sobre as últimas conquistas

da fiscalização.

Concluindo o leque de bons conteúdos, elencamos alguns

destaques do maior evento da Engenharia e Agronomia do país.

Anualmente os profissionais se reúnem para compartilhar experiências

e saberes das áreas envolvidas. Confira então como foi a 74ª Semana

Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) e a participação dos

profissionais tocantinenses no evento.

Palavra do Presidente

Um abraço e boa leitura!

EXPEDIENTEDIRETORIAEng. Civil Marcelo Costa MaiaPRESIDENTE (2015-2017)Eng. Amb. Rafael Marcolino de Souza1º VICE PRESIDENTEEng. Mec. Lucas Wagner Araújo Camelo Rocha2º VICE PRESIDENTEEng. Agro. Romilton Brito de Paixão2º DIRETOR ADMINISTRATIVOEng. Civ. Elievan Marques dos Santos1º DIRETOR FINANCEIROEng. Geo. Fábio Lúcio Martins Júnior2º DIRETOR FINANCEIRO

CONSELHEIRO FEDERALEng. Elet. Carlos Batista das Neves

CONSELHEIROS TITULARESEng. Agro. João Alberto Rodrigues AragãoEng. Civ. Shirlene da Silva MartinsEng. Agro. Luiz Amado Pereira JúniorEng. Civ. Elievan Marques dos SantosEng. Civ. Luiz Fernando de Paula MachadoEng. Agro. Rafael Odebrecht Massaro

Eng. Agro. Romilton Brito de PaixãoEng. Elet. Carlos Humberto de Souza e SilvaEng. Elet. Dalmi Fábio da SilvaEng. Elet. Ibrahim Daoud EliasEng. Civ. Renato Neves dos SantosEng. Civ. Jefferson Jaime CassoliEng. Geo. Fábio Lúcio Martins JúniorEng. Agro. Ubiratan Carlos Barreto AraújoEng. Mec. Lucas Wagner Araújo Camelo RochaEng. Amb. Cassius Ferreira GariglioEng. Amb. Benjamin Frederico AndersEng. Amb. Rafael Marcolino de SouzaEng. Amb. Antônio Rodrigues da Silva NetoEng. Agro. Cid Tacaoca MuraishiEng. Civ. Milton Septimio Alves Neto

CONSELHEIROS SUPLENTESEng. Agro. Joseano Carvalho DouradoEng. Agro. Fernando Fernandes GarciaEng. Civ. Shirlene da Silva MartinsEng. Civ. Antônio Sávio FilhoEng. Civ. Marcione Nunes CoelhoEng. Agro. José Vieira JucáEng. Agro. Norton Rodrigues de Lellis

Eng. Elet. Paulo Cezar Monteiro da SilvaEng. Elet. Walter Brum de PaulaEng. Elet. Luis Augusto Alves SimãoEng. Civ. Jessica Nunes do CarmoEng. Civ. Fayad NetoEng. Geo. Regina Lúcia Ianes MartinsEng. Agro. João Barbosa FonsecaEng. Mec. Aliomar Silva BaymaEng. Amb. Loane Ariela Silva CavalcanteEng. Amb. André Cavalcante da SilvaEng. Amb. Tiago Araújo SodréEng. Amb. Túlio Martins DiasEng. Agro. Luis Henrique Froes MichelinEng. Civ. Roberta Maria Pereira Castro

ASS. DE COMUNICAÇÃO: Alyce MilhomemJORNALISTAS: Luana Fernanda e Cecília SantosPRODUÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO:Records Propaganda FOTOGRAFIA: Michel Rodrigues e Renata RamosIMPRESSÃO: Gráfica AliançaTIRAGEM: 3.000 exemplaresCONTATO: Telefone: (63) 3219 9800E-mail: [email protected] | www.crea-to.org.br

Eng. Amb. Rafael Marcolino de Souza Presidente em Exercício

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acessibilidade

Sumário

10

05 07

20

03 2514

74ªSoea

portal datransparência

fiscalização

Números de autos de infração refletem trabalho de fiscais do Crea-TO

A importância de um espaço onde todo cidadão tenha o direito de ir e vir

Crea-TO cria espaço virtual para divulgar informações

sobre Conselho

Semana reuniu profissionais da Engenharia e Agronomia de todo o país

Editorial TecnologiaEntrevista

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RC Tocantins

5

Uma das profissões que mais contribuem para

o progresso do Brasil reuniu-se com diversos

profissionais da área em um evento que aconteceu

na cidade de Belém no Pará para discutir ‘A responsabilidade

da Engenharia e da Agronomia para o desenvolvimento do país’,

durante a 74ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea).

O evento, que é realizado com apoio da Caixa de Assistência

aos Profissionais (Mútua), aconteceu entre os dias 08 e 11 de

agosto deste ano e contou com uma caravana de profissionais

tocantinenses e membros do Conselho Regional de Engenharia e

Agronomia do Tocantins - Crea-TO.

Ao todo, três mil e quinhentos profissionais da área

tecnológica de todo o Brasil participaram da 74ª Soea e se

reuniram para discutir assuntos como Mineração e o Meio

Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Recursos Hídricos,

Evolução do Sistema Confea/Crea, Energias Alternativas,

Ciências Atmosféricas, Inovação e muito mais. Foram palestras

e mesas redondas com especialistas renomados que debateram

temas atuais e de interesses da área tecnológica.

Quem participou da Semana e levou conhecimento na

bagagem foi o conselheiro do Crea-TO e engenheiro ambiental

Cassius Ferreira, que assistiu um debate sobre mineração.

“O tema é pertinente. Tenho observado que há uma grande

preocupação com as questões hídricas, que são uma constante

dentro desse processo tecnológico que engloba as várias

engenharias”, afirmou.

NOVIDADESProporcionar diálogos sobre assuntos novos e de vanguarda

também é um dos objetivos da Soea. A palestra ministrada pelo

engenheiro mecânico José Rizzo Hahn Filho sobre ‘A era da

internet industrial’ foi um bom exemplo disso.

Em sua explanação, Rizzo explicou a definição da internet

industrial: aquela que une a produtividade das máquinas com a

inteligência analítica dos softwares e a criatividade humana, ou

seja, que conecta os mundos cibernéticos e físicos.

Segundo o engenheiro, na prática, a internet industrial

permite que equipamentos e sistemas complexos sejam

consertados antes de apresentarem problemas com a

chamada ‘manutenção preditiva’. Este modelo seria então a

solução para erradicar problemas atuais de diversas áreas,

como cancelamentos de voos, panes em redes elétricas,

74ª Soea promove conhecimento e discute responsabilidade da Engenharia e Agronomia com o futuro do país

EVEN

TO

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 003/2017

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EVEN

TO

inconsistências em análises médicas e até mesmo pane de

veículos automotores.

Ele explicou que a internet industrial, ou a também

chamada de terceira revolução tecnológica, nasceu há três anos

nos Estados Unidos. Esse novo conceito e aplicação tecnológica

definirá o perfil do mercado corporativo nos próximos anos.

“Uma pesquisa da Universidade de Washington (EUA) mostrou

que 40% das empresas americanas vão desaparecer em dez anos

porque não conseguirão se adequar aos avanços tecnológicos”.

EMPODERAMENTO FEMININOE para acabar de vez com o clichê de que a Engenharia e a

Agronomia não são profissões para as mulheres, durante a Soea

foi realizado o Fórum de Equidade de Gênero e Raça em Belém.

A atividade promoveu um debate sobre a participação

feminina dentro do Sistema Confea/Crea e Mútua. A palestra

ficou por conta de Ana Constantina Sarmento, ex-conselheira

federal e a primeira mulher a ser vice-presidente do Confea.

SAINDO NA FRENTECom uma programação diversificada, que atende a

demanda dos profissionais e do mercado cada vez mais

especializado, a Soea é um momento de aprendizado para quem

participa do evento. É nisso que acredita o conselheiro federal,

Carlos Batista das Neves. Para ele, a Semana tem que ser muito

bem aproveitada.

“As principais tecnologias que a Engenharia adquire e

as ações tomadas recentemente são apresentadas na Soea,

por isso é muito importante que os profissionais venham e

participem de cada momento”, afirma o Carlos Batista.

Quem levou a máxima a sério foi a engenheira civil Suzy

Moreno, que assistiu várias palestras durante o evento. Para

ela, a profissão precisa ser globalizada e o engenheiro precisa

estar preparado para atuar nos quatro cantos do planeta. “É

necessário que haja uma base comum para que possamos ter

certeza de que o profissional tem capacidade de trabalhar em

qualquer lugar do mundo”.

STANDA delegação tocantinense contou com a participação de

cerca de 50 profissionais e teve um stand dentro do evento.

Assim como outros ambientes, o espaço era decorado com fotos

representativas do estado, no caso do Crea-TO, o destaque foi

para as imagens que representavam o Tocantins e as profissões

que o Conselho abrange.

De acordo com o presidente licenciado do Crea-TO, Marcelo

Costa Maia, que comandou a delegação durante a viagem, a

experiência é sempre um ganho para todos os profissionais que

participam da Soea.

“Sempre nos surpreendemos com cada edição. Com mais

palestras, mesas redondas com temas superinteressantes, além

de ter a representatividade de todos os estados brasileiros.

Sem contar com o apoio da Mútua que é fundamental para a

realização de um evento desse porte”, finaliza Marcelo.

Delegação tocantinense durante 74ª SOEA em Belém (PA)

Profissionais da Engenharia e Agronomia do Tocantins estiveram presentes no evento

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RC Tocantins

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Democratizar a informação. Disponibilizar dados

sobre receitas e despesas, viagens, orçamento,

auditorias, convênios e transferências, legislações,

licitações, contratos e muito mais. Instituído para cumprir uma

lei federal, o Portal da Transparência do Conselho Regional de

Engenharia e Agronomia do Tocantins - Crea-TO é um espaço

virtual para consulta do cidadão comum e do profissional.

Sancionada pela Presidência da República em 2011, a lei

12.527/2011 determina o direito constitucional dos cidadãos

às informações públicas relativas aos estados, municípios e

Distrito Federal.

Um entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU)

estabeleceu que, mesmo não integrando o Orçamento Geral da

União e serem regidos por suas leis de criação, os conselhos de

fiscalização profissional arrecadam contribuições parafiscais e

têm natureza autárquica, o que implica o respeito às normas e

princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública,

como a regra de concurso público para a admissão de pessoal, a

Lei de Licitações e o controle jurisdicional do TCU.

E no Crea-TO a Lei de Acesso à Informação (LAI) está

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TAL

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TRAN

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PORTAL DA TRANSPARÊNCIA É ESPAÇO VIRTUAL PARA COMPARTILHAMENTO DE

INFORMAÇÕES SOBRE O CREA-TO

Portal da Transparência do Crea-TO tem como objetivo divulgar informações sobre o órgão aos profissionais e população

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 003/2017

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sendo cumprida. Segundo Michael Francis, autoridade de

monitoramento da LAI e gerente administrativo do Conselho,

no espaço virtual dentro do site do órgão, são postadas todas

as informações públicas de direito fundamental do cidadão

para divulgação das atividades do Crea. Possibilitando assim,

a ampliação da participação popular e o fortalecimento dos

instrumentos de controle da gestão e da instituição.

“A LAI oportuniza que qualquer interessado apresente

pedido de acesso à informação aos órgãos públicos, autarquias,

fundações e empresas públicas ou mesmo às entidades privadas

que recebam recursos públicos. É a possibilidade do cidadão

exercer o controle social diretamente, sem intermédio dos

representantes. Estabelecemos o portal visando o atendimento

aos interesses sociais, à legislação relacionada e a diversos

acórdãos dos órgãos de controle, nesse sentido o Sistema

Confea/Crea estabeleceu no Manual de Aplicação da Lei de

Acesso à Informação, documento que padronizou a estrutura de

publicação e a periodicidade dos dados disponibilizados, uma

linguagem unificada no Sistema e a disponibilização de dados

de forma clara, objetiva e eficiente”, explica Michael.

NO SITEO Portal da Transparência do Conselho é dividido em

seções. Conforme o superintendente do Crea-TO, Carlos Adorno,

há espaços específicos para o profissional e áreas voltadas para

a consulta do público em geral.

“Aos profissionais são oferecidas informações da carta de

serviços do Conselho, com acesso aos demais Crea’s do Brasil.

Também há um link direto no site do Crea-TO onde é possível

registrar todas as atividades realizadas pelo profissional, bem

como a emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica

(ART). Cada profissional tem seu ambiente particular, onde só é

acessado com login e senha”, esclarece.

A criação do ambiente virtual foi uma exigência do

presidente licenciado da instituição, o engenheiro civil Marcelo

Costa Maia, e além dos dados contidos e abrigados dentro do

portal, é possível que tanto os profissionais, como o cidadão

comum, solicitem informações adicionais.

“A própria Lei de Acesso à Informação (LAI), determina

a criação de um ponto de contato entre a sociedade e o setor

público, que é o Serviço de Informações ao Cidadão (SIC).

Neste sentido, o SIC constitui uma ferramenta que permite aos

cidadãos acesso a informações adicionais sobre a

gestão do Crea-TO”, ressalta Michael.

DIÁLOGO COM O CIDADÃO De acordo com o monitor do Portal, caso a

informação desejada não for localizada pelo usuário

dentro do ambiente virtual, é possível navegar até

o ícone ‘Registre Seu Pedido’ e assim, o usuário

será direcionado a um sistema ou funcionalidade

que permite ao cidadão solicitar uma informação

específica. Outra opção é o preenchimento de um

formulário de requisição de dados, diretamente na

unidade do Crea-TO, junto ao Serviço de Informações

ao Cidadão.

Desde a implementação do Portal, o Crea atende

as regras da LAI, caracterizando as informações

principalmente em dois pontos: Transparência Ativa e

Transparência Passiva. Na primeira opção, o Conselho promove,

independentemente de requerimento, a divulgação em seu sítio

eletrônico na internet informações de interesse coletivo ou geral

por ele produzidas ou custodiadas.

Já na categoria Transparência Passiva, o Crea-TO institui o

Serviço de Informações ao Cidadão, com o objetivo de atender e

orientar o público quanto ao acesso aos dados e divulgar sobre

a tramitação de documentos nas unidades organizacionais, bem

como receber e registrar pedidos de acesso.

“No menu estão disponíveis informações sobre o Crea-

TO e temas de interesse da sociedade. O objetivo do Portal

é possibilitar ao cidadão acesso transparente e integral do

Sistema. Os tópicos ali distribuídos versam sobre temas como

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Espaço virtual do Portal da Transparência é dividido por abas e seções para consulta pública

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RC Tocantins

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a composição da instituição, orçamento, recursos humanos,

licitações, contratos e convênios, desempenho da gestão e

outros”, diz o monitor.

No Crea-TO, o Portal da Transparência foi estruturado

pela equipe administrativa do Conselho e o software de

disponibilização foi adquirido através de processo licitatório.

Para Carlos Adorno, o espaço garante a uniformidade dos

procedimentos no âmbito do Sistema Confea/Crea. “O Portal

leva a informação ao cidadão, demonstrando total transparência

na administração do órgão”.

PARA QUEM ACESSAE para os profissionais registrados junto ao Conselho é

importante que as ações do Crea-TO sejam marcadas pela

clareza e transparência. Para o engenheiro civil e conselheiro

suplente do órgão, Fayad Neto, o portal precisa disponibilizar

informações sobre como é distribuído o dinheiro recolhido

através dos serviços que são oferecidos pela instituição.

“Um grande questionamento feito pelos profissionais é

sobre como está sendo aplicado a verba que o Conselho recebe.

O Portal da Transparência vem para apresentar de forma clara

e detalhada os valores recebidos e distribuídos por meio do

pagamento dos servidores e investimentos feitos pelo Conselho.

Com isso, os profissionais têm como acompanhar os gastos

e podem cobrar da gestão melhorias e a aplicação em outros

serviços que beneficiem a classe”, pontua o engenheiro.

Para Fayad, os dados relativos ao Crea-TO, de maneira geral,

são de imprescindível divulgação e publicidade. Na opinião do

engenheiro, os profissionais precisam ficar atentos às ações

desenvolvidas pela entidade para fiscalizar o destino do dinheiro

que é recolhido pela instituição.

“Acredito que não exista uma informação que seja

importante de maneira isolada. Penso sim que o conjunto de

informações é significativo, pois permitem que os profissionais

possam fiscalizar como está sendo utilizada a verba recolhida.

Desta forma, cabe ao Crea-TO apresentar todos os gastos, desde

pagamento dos colaboradores incluso os impostos, até gastos

com materiais de escritório. Sem dúvida é o detalhamento das

informações e dos dados que permite um melhor entendimento

por parte dos profissionais”, afirma Fayad.

OBJETIVO Para o monitor do Portal da Transparência, Michael,

a clareza com relação aos dados públicos representa um

avanço enorme da legislação e reforça o comprometimento

das entidades com uma gestão sem nada para esconder. “A

Lei de Acesso à Informação é um marco para a democracia do

país. Ter acesso à informação é um direito civil conquistado

pela sociedade, que permite ao cidadão exercer seu papel

democrático com facilidade e transparência”, finaliza o monitor.

POR

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Com o objetivo de compartilhar informações, o Crea-TO criou o Portal da Transparência. Ele é dividido em 13 itens que são subdivididos por assuntos relativos ao Crea-TO. Quer fazer um tour? Então confere alguns itens e subitens dispostos no Portal da Transparência do Conselho:

• Institucional: Informações institucionais, compreendendo os órgãos colegiados, relação de autoridades (quem é quem), estrutura

organizacional e horários de atendimento;

• Legislação: Informações sobre a legislação que rege as atividades e o funcionamento do Conselho;

• Planejamento: Informações pertinentes aos programas, ações, projetos e obras executados, seus indicadores e resultados, bem como os

serviços oferecidos pelo Conselho;

• Auditorias: Informações sobre o resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle

interno e externo;

• Convênios e Transferências: Informações sobre os repasses e transferências de recursos financeiros efetuados pelo Conselho;

• Orçamento: Informações sobre os orçamentos e as reformulações orçamentárias do Conselho;

• Receitas e Despesas: Dados sobre a previsão, a arrecadação de receita pública, execução orçamentária e financeira detalhada da entidade;

• Viagens: Dados sobre as despesas com diárias, deslocamentos e passagens aéreas pagas em viagens a trabalho ou no interesse da entidade;

• Licitações e Contratos: Informações sobre licitações, atas de registro de preço e contratos realizados pelo Conselho;

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 003/2017

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Fiscalização do Crea-TOé sinônimo de resultadose planejamento

O ano ainda não terminou, mas a avaliação da

equipe de fiscalização do Conselho Regional de

Engenharia e Agronomia do Tocantins - Crea-TO

em relação ao trabalho realizado durante os meses que já se

passaram é positiva.

Tendo como principal missão a fiscalização de todas as

áreas ligadas ao Crea, para a equipe do órgão, o trabalho duro

vem dando resultados. Até o momento já foram registradas

812 autuações, com maior incidência relacionada à falta de

Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) pelos serviços.

Segundo a líder da fiscalização do Crea-TO, Lucivânia

Carvalho, a equipe da entidade atua inspecionando uma vasta

gama de profissões em todas as regiões do Estado, tanto nas

vistorias de rotina, quanto em visitas programadas a empresas

e órgãos públicos.

Este ano, Lucivânia ressalta o trabalho nas áreas de

Agronomia, Civil, Minas e Geologia, Elétrica, Mecânica e

Ambiental. Para ela, a atividade da equipe melhorou em relação

FISC

ALIZ

AÇÃO

Equipe de fiscais do Crea-TO durante treinamento junto ao Crea-GO que aconteceu na cidade de Goiânia

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RC Tocantins

11

ao ano passado, isso porque contou com mais modalidades

fiscalizadas.

“Ampliamos os horizontes nas atuações do dia a dia. Assim,

obtivemos uma queda nos números de autos de infrações, fruto

de maior conscientização dos fiscalizados. Em comparação ao

mesmo período do ano passado percebemos uma queda de 453

autuações. Em 2016 registramos 1265 autuações, enquanto em

2017 registramos 812”, pontuou a líder.

Os números deixam claro o trabalho que vem sendo

realizado. Foram 4032 relatórios em 2016 e 3371 em 2017, até

o momento. As atividades são consequência do empenho dos

servidores. O Conselho conta com oito profissionais no seu

quadro de fiscais, cinco lotados na sede de Palmas e três nas

Inspetorias de Guaraí, Araguaína e Paraíso do Tocantins que

fiscalizam todas as modalidades dentro do estado.

E para o trabalho ser convertido em resultados, de acordo

com Lucivânia, o investimento do Conselho em formação

e qualificação da equipe de profissionais que trabalham na

fiscalização, é com certeza um dos fatores que contribui para a

melhoria do desempenho da equipe.

“A oportunidade de aprimorar o conhecimento dos fiscais

através de intercâmbio entre os Crea’s, proporcionando uma

maior ampliação do conhecimento, compartilhando experiências

entre diversos sistemas e plataformas de fiscalização ajuda e

muito”, frisa a líder.

Além das vistorias, que fazem parte do calendário de

atividades do Conselho, o órgão também realiza fiscalizações

preventivas com objetivo de evitar infrações. Segundo Lucivânia

o Crea-TO está em processo de realização de convênios com

outros órgãos para que as informações obtidas possam ajudar

a fiscalização na hora de identificar as infrações cometidas no

âmbito da Engenharia e da Agronomia.

A líder do setor afirma que o apoio do Conselho Federal de

Engenharia e Agronomia (Confea) auxilia na atuação dos fiscais.

Uma linha específica de financiamento da entidade nacional

possibilitou a promoção da articulação com outras regionais

para a aplicação de novos métodos a partir de inovações

tecnológicas.

Também por meio de recursos do Conselho Federal,

através do Programa de Desenvolvimento Sustentável do

Sistema Confea/Crea e Mútua (Prodesu), o Crea-TO adquiriu

oito novos carros, que ajudaram a suprir as necessidades das

equipes. O investimento, que busca atingir resultados, tem como

objetivo atender as áreas mais afastadas do estado e assim, dar

melhores condições de deslocamento e trabalho aos fiscais do

Conselho.

“Os carros adquiridos são adequados à fiscalização urbana

e tem atendido as necessidades do dia a dia. Porém enfrentamos

dificuldades na zona rural, eles não se apresentaram de forma

100% adequada. Por isso temos à disposição duas camionetes

modelo L200 que são usadas para as fiscalizações de lavouras”.

EVENTOSAlém do investimento em veículos, o Crea-TO também vêm

apostando na formação dos fiscais. Em agosto deste ano, a

entidade promoveu um seminário com o tema ‘Fiscalização em

Cartórios’. O evento tratou da vistoria em cartórios em parceria

com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí,

com palestras de profissionais que compartilharam suas

experiências em cartórios extrajudiciais, sobre os procedimentos

metodológicos para a fiscalização e o planejamento das ações

do departamento.

“Foi uma troca de experiência para o Crea-TO observar

as boas práticas de fiscalização em cartório que já ocorrem no

Crea-PI. O evento contou com palestras e visitas técnicas em

campo. O seminário de fiscalização em cartórios e regularização

fundiária foi de suma importância, pois tratamos de uma

modalidade de fiscalização que está expandido cada vez mais”,

esclareceu Lucivânia.

TREINAMENTONa busca por aperfeiçoamento, este mês, a equipe de

fiscalização também participou de um treinamento junto ao

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de

Goiás para implantação de um novo modelo de planejamento e

controle através da plataforma ArcGis, que já é referência para

o órgão.

Clerisvan Souza, um dos fiscais que esteve em treinamento

em Goiânia, já está na torcida para que a ferramenta seja

implantada no Tocantins e utilizada também pelo departamento

daqui.

“Com ela daremos um salto de vários anos, pois a

modernização no trabalho de verificação das regularidades e

irregularidades pode ser otimizada, o que consequentemente

aumenta a produtividade. Este treinamento contribuiu para

a formação contínua no exercício da fiscalização. Foi um

FISC

ALIZ

AÇÃO

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 003/2017

12

intercâmbio para verificarmos as boas práticas daquele regional

no que diz respeito às visitas que eles fazem nas lavouras e

dispõem de uma ferramenta em tempo real. Esta qualificação foi

justamente pra verificarmos na prática este modelo”, explicou

Clerisvan.

NAS CÂMARASE além do trabalho junto ao próprio departamento de

fiscalização, a programação e a definição de como será a agenda

da equipe durante o ano é feita com o intermédio das Câmaras

Especializadas dentro do Crea-TO, que ao lado do setor, pensa e

discute a atuação destes profissionais.

É o caso da Câmara Especializada em Engenharia Civil

(CEEC) que participa ativamente das fiscalizações do Conselho.

De acordo com o coordenador da instância, Eng. Civil Luiz

Fernando de Paula Machado, as reuniões são realizadas

mensalmente com os fiscais sendo orientados e tirando dúvidas

com relação às fiscalizações executadas.

O coordenador explica que a CEEC possui como estratégia

um projeto, apresentado ainda no início do ano, com todas as

prerrogativas de fiscalização, conforme manda a legislação,

e que é cumprido durante o ano. “Estabelecemos as metas a

serem atingidas pelos fiscais, as quais nós acompanhamos

através de relatórios da gerência de fiscalização”.

Segundo o responsável, a expectativa da Câmara é cumprir

o planejamento apresentado anualmente, seguindo todas

as propostas apresentadas. “Com isso chegaremos ao final

de 2017 com nossa meta atingida e podendo ultrapassar o

previsto”.

ELÉTRICA E MECÂNICAPara o coordenador da Câmara de

Engenharia Elétrica e Mecânica

(CEEM), Eng. Eletr. Carlos

Humberto de Souza e Silva, que

também trabalha planejando as

ações da fiscalização, a CEEM foi

bem atuante. Foram realizadas

reuniões extraordinárias para

finalizar pendências, entre eles da

fiscalização, atrasadas há muito

tempo. Segundo ele, mais de 300

processos foram concluídos.

Além do mutirão, a CEEM

também realiza reuniões

constantes com a equipe de

fiscalização do Crea-TO com

o objetivo de dar andamento

à agenda programada. “As

câmaras especializadas coordenam a fiscalização para garantir

o exercício da profissão aos engenheiros que fazem parte do

Sistema Confea/Crea. Isso implica afirmar que o trabalho está

sendo feito como a sociedade espera e merece”, ressaltou

Carlos.

AGRONOMIAJá o coordenador da Câmara Especializada de Agronomia

(CEA), Ubiratan Carlos Barreto Araújo, lembra que a instância

compreende outras funções além da Agronomia, como

Engenharia Agrícola e Meteorologia. A CEA também tem o papel

de planejar a fiscalização nesses setores, tal como orientar o

Crea para a atuação nesse campo e no exercício profissional.

Uma das atribuições da Câmara é planejar e julgar os

processos autuados. “Na prática reunimos os conselheiros que

compõem a CEA, distribuímos os processos, eles fazem um

relato e eu como coordenador faço a decisão final, conforme

voto da maioria dos conselheiros. Tudo é fundamentado dentro

da lei e resolução do Confea”, explica.

FISC

ALIZ

AÇÃO

Fiscalização do CREA-TO busca firmar parceria com a CGJ para melhorar a prestação do serviço à sociedade

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RC Tocantins

13

Segundo o coordenador, a modalidade de Agronomia foi

responsável pelo aumento do número de processos devido a

intensificação das fiscalizações. Levando em consideração

o perfil do estado, voltado para a atividade agropecuária, a

modalidade tem crescido muito e consequentemente o índice de

atuação por parte do Conselho também.

“A Câmara tem buscado, além disso, tecnologias junto aos

outros conselhos e também convênios com os órgãos públicos

para aprimorar a fiscalização no Tocantins. A expectativa é que

até o final do ano tenhamos um índice significativo de processos

autuados. Assim garantimos um trabalho mais eficiente à

sociedade. Atualmente a Câmara tem tido um papel positivo junto

ao setor de fiscalização do Crea, buscando um entendimento

mútuo”, conclui.

PROGRAMAÇÃOMesmo com muito trabalho já executado, para os próximos

meses do ano o planejamento para a fiscalização do Conselho

é extenso e as expectativas são as melhores. De acordo com

Lucivânia, todas as metas traçadas deverão ser cumpridas e a

previsão é de um aumento de 15% no número dos relatórios,

com uma maior abrangência e atuação da fiscalização dentro

do Estado, como determina a Decisão Normativa 95/2012 do

Confea.

Segundo Clerisvan, os fiscais do Crea-TO têm cumprido

o planejamento pré-estabelecido, que é basicamente um

roteiro de viagens e um roteiro de fiscalização na sede. “Este

planejamento vem sendo seguido de forma criteriosa, pois

todas as metas estabelecidas foram enviadas para o Confea,

no programa de desenvolvimento da fiscalização que financiou

nossas atividades neste semestre. Devemos cumprir todas

as metas e até o presente momento estamos seguindo as

orientações previstas”.

Já conforme a líder da fiscalização, este ano, várias

modalidades estão previstas para serem vistoriadas e o

trabalho desempenhado, que tem como finalidade fiscalizar

o exercício dos profissionais de Engenharia, Agronomia,

Geologia, Geografia e Meteorologia, tanto de nível superior,

quanto técnico, impedindo assim a atuação de leigos,

garantindo mercado de trabalho aos profissionais legalmente

habilitados, resultando na segurança nos serviços prestados.

“A programação está fechada até a data do dia 15 de

dezembro de 2017. Faremos fiscalizações nas modalidades

Civil, Mecânica e Agronômica, nos meses de outubro, novembro

e dezembro. Queremos alcançar o percentual determinado

pelo Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da

Fiscalização dos Creas (Prodafisc) e temos como objetivo

manter o nível de crescimento atual superando as expectativas.

Com este trabalho a sociedade fica respaldada quanto ao

exercício ilegal da profissão da Engenharia. Assim, as atividades

são fiscalizadas para que todo serviço ou obra tenha a garantia

e segurança de acompanhamento técnico”, finalizou Lucivânia.

FISC

ALIZ

AÇÃO

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 003/2017

14

Entrevista:

Defensor e estimulador da busca do conhecimento, Luís Cordeiro de Barros Filho, atuou por 13 anos como engenheiro eletricista e

17 anos como gestor e professor. Formado pela Universidade Federal de Pernambuco, com mestrado em Engenharia de Sistemas/

Produção e aperfeiçoamento em Gestão da Manutenção pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP/Portugal),

Luís é professor de graduação e pós-graduação pela Universidade de Pernambuco (UPE). Além disso, também leciona nos cursos de pós-

graduação em Gestão de Obras e de Gestão de Projetos do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), em todo Brasil, inclusive no

Tocantins. Na entrevista a seguir o professor fala sobre a importância da gestão na Engenharia e como uma especialização nessa área pode

alavancar e trazer sucesso para o mercado da construção civil. Confira na íntegra:

MODALIDADE

PÓS-GRADUAÇÃOEM GESTÃODE OBRAS EPROJETOS

Do que se trata a especialização em Gerenciamento de Obras,

Qualidade e Desempenho?

As obras no Brasil têm sido algumas vezes muito mal feitas,

no ponto de vista de projeto, execução e até operação, manutenção

e uso. O usuário que está investindo um valor muito alto, toda uma

vida de trabalho, recebe a obra com rachaduras, problemas na área

hidráulica, estrutural, nas paredes laterais, pisos, cobertura e parte

elétrica. O Brasil tem tentado desenvolver uma melhor tecnologia na

construção civil. Só para termos uma ideia, em 2002 a perda nesse

setor no país era em torno de praticamente 30%, ou seja, a cada

três prédios construídos um era perdido em termos financeiros. O

gasto era maior, porque tinha desperdício, uso de material indevido,

falta de novas tecnologias, de organização e práticas gerenciais

diferenciadas por parte dos diretores e empresários. Todos sempre

com uma preocupação em fazer, não por menos e melhor. A obra

acabava sendo realizada a qualquer custo e o cliente pagando esse

preço. O processo era eficaz, mas não eficiente e efetivo. Todos

perdiam. Mas o mundo vem mudando e a sua competitividade cria

empresas mais inteligentes que tentam modificar isto, implantando

práticas de gestão inovadoras e reconhecidas no mundo, em especial

no Japão, desdobrando em eficiência e fazendo-se mais, melhor

e por menos, onde todos ganham, inclusive na redução/otimização

de custos. Por exemplo, um operário iria fazer uma alvenaria, ele

gastava duas a três horas em determinado trabalho, hoje você analisa

os termos em tempos e movimento, novos materiais e consegue-se

reduzir este valor em 30% além de menor desperdício de material e

Luís Cordeiro de Barros Filho, professor do curso de pós-graduação em Gestão de Obras e Gestão de Projetos do IPOG

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RC Tocantins

15

ENTR

EVIS

TAsatisfação do funcionário. É disso que se trata a especialização

de Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho. Ela

contribui com práticas gerenciais e técnicas para melhorar o

desempenho da empresa em todos os aspectos e diretamente

na rentabilidade, contribuindo significativamente na

sustentabilidade empresarial.

O gerenciamento traz um melhor planejamento da obra?

Não só da obra em si, mas em todos os processos

culminando nessa e no final para satisfação de todos, em

especial do investidor. Primeiro trabalha a gestão empresarial,

desde o comprometimento exemplar do dono da empresa,

passando por diretores, supervisores, a fim de obter bons

lucros, motivação da equipe até chegar ao planejamento da

obra e sua execução. De que forma? Para que ela seja feita em

um menor tempo possível, na melhor qualidade e no custo.

Dessa forma, o tempo da obra é reduzido, ou seja, melhora o

tempo, entrega no prazo, reduz o desperdício, elimina acidentes

de trabalho e causa mais motivação nos funcionários.

Com isso é possível ter uma visão estratégica do ponto de

vista gerencial até o dia-a-dia operacional. E não só isso, depois

é possível aplicar o Sistema Toyota de Produção (sistema

desenvolvido pela Toyota entre 1948 e 1975, que aumenta

a produtividade e a eficiência, evitando o desperdício). Ele é

usado não só em fábrica de automóveis, mas em toda fábrica

com produtos e serviços. Então há novos métodos para serem

utilizados dentro da obra para reduzir custos e tempo.

O profissional que opta por essa especialização está

preparado para quais desafios no mercado de trabalho?

Antigamente a Engenharia tinha uma deficiência muito

grande. Ela formava técnicos. Eu mesmo fui um excelente

engenheiro eletricista, mas um mau gestor. Os engenheiros

têm uma força muito grande de saber fazer, mas gerenciam

muito mal, com muito desperdício. Eram eficazes, faziam o

empreendimento, mas não eram eficientes, não faziam da

melhor maneira. Imagine os desperdícios, como não se tinha

concorrência de alto desempenho, ela era nivelada por baixo.

As melhores empresas eram ruins. Você precisa fazer o melhor,

ou seja, fazer mais, melhor e por menos. Está competindo em

alto desempenho. Aí se estiver em último você ainda é muito

bom. Imagine estar numa final olímpica e ser o último. Que

gratificação! As pessoas não entendem isso.

A vantagem desse curso é que ele complementa

a engenharia tecnicista, com a gestão em alto nível de

desempenho.

Como é possível fazer um bom gerenciamento de obras?

Como funciona isso na prática?

É no nascedouro. Imagina a criança no útero da mãe,

preparada, protegida e saudável. Se ela tiver ali no útero com as

emoções e fisicamente bem, já é o primeiro passo para ela ser

uma pessoa saudável durante sua vida toda.

Diria que similarmente uma obra, um produto, começam

bem no seu nascimento desde a concepção da especificação

técnica, do seu projeto básico, dos projetos executivos, da

realização da obra ou montagem do produto, até seu uso,

operação e manutenção. É a soma de todos os capitais

despendidos no suporte desse ativo desde a sua especificação,

passando pela operação até o fim da sua vida útil e desativação.

Como é possível reduzir custos e manter a qualidade de

desempenho operacional de uma obra?

A primeira questão é a qualidade do desempenho da obra,

que é usar materiais melhores e buscar inovação tecnológica

(toda empresa deveria prospectar novos materiais). Hoje é

possível ter materiais e métodos que fazem a obra com melhor

qualidade, menor custo e menor tempo. As empresas precisam

buscar a sua modernização tecnológica. Por outro lado a

direção deve definir o sistema da qualidade e/ou o modelo

de gestão empresarial, de preferência da excelência com a

implementação de melhores práticas, conseguindo direcionar

seus colaboradores para ações preventivas, estabelecendo

um modelo proativo e diferenciado para reduzir desperdícios

e obter mais lucro. Inclusive promovendo sustentabilidade

empresarial.

Tem que ter ambos compromissos: a tecnologia e a gestão.

Um sem o outro não adianta. Todo mundo pensa: “A gestão da

qualidade revolucionou o Japão”, Não é bem assim. Não foi

apenas a gestão da qualidade por meio de seus gurus, Deming,

Phillip Crosby, Juran, Ishikawa, Tagushi e etc, que mudou o

Hoje é possível ter materiais e métodos que fazem a obra com melhor qualidade, menor custo e menor tempo.

As empresas precisam buscar a sua modernização tecnológica.

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 003/2017

16

Japão. O Japão aprendeu gestão de qualidade e a praticou com

maestria, mas também mandou milhares de japoneses irem

para os Estados Unidos conhecerem tecnologia, informática,

computadores. Eles fizeram mestrados, doutorados, visitas

técnicas em fábricas etc. Fizeram de forma invisível. Por quê?

Por que só gerir é sonho, não se vai a lugar nenhum. E somente

tecnologia sem gestão, sem organização torna-se um desperdício

sem fim. Desta forma o mundo empresarial vai conhecer uma

empresa diferenciada e competitiva. Tudo isto deve ser feito com

ajuda de um consultor e com ênfase em resultados de médio e

longo prazo. Não se estabelece alto desempenho empresarial em

curto prazo.

Quais são os principais benefícios proporcionados pela

gestão de qualidade no setor da construção civil?

Como disse, a primeira coisa é evitar o desperdício. Em

2002 o desperdício na construção civil era em torno de 30%.

Sabe o que isso significa? Que o prédio vai custar 50% mais caro.

Então se alguém comprou um apartamento de R$1,5 milhão em

2002, esse valor deveria ter sido por R$1 milhão. Imagina uma

empresa sem qualidade, com 30% de desperdício e ofertando

apartamento por R$1,5 milhão não confiável e outra que tem

qualidade e vai ofertar por R$ 1 milhão com mais confiabilidade.

Acabei de provar que o mais barato é melhor, mais confiável.

Estamos comparando obras de mesmo porte, mesmo nível. A

empresa que tiver um sistema de gestão e de tecnologia com

boas práticas vai fazer melhor e mais barato. Então o que vai

acontecer? A competitividade do mercado vai ser avassaladora.

As empresas que não são competitivas vão cair fora do mercado,

porque elas estão com um desperdício tão grande que vão vender

um apartamento que não é bom, caro. Se o preço baixar, essa

empresa que vende por R$1,5 milhão vai estar fechada. A primeira

coisa é alinhar o sistema de gestão da qualidade à tecnologia, o

que vai possibilitar a sustentabilidade empresarial. A empresa

vai ter lucratividade em curto prazo e com as melhorias torna-

se forte e sobrevive em tempos de ameaças ou prosperando em

tempos de oportunidades. A qualidade assegura a rentabilidade,

além de tudo isso, motiva os funcionários. Uma empresa que está

sobrecarregada não usa os neurônios, não se planeja. A empresa

que tem qualidade vai usar o cérebro, vai refletir, analisar de uma

maneira muito mais tranquila.

Qual a visão que um bom profissional que se especializa

nessa área precisa ter?

Primeiro ele vai ter uma visão sistêmica, vai criar uma visão

gerencial e vai tirar o cérebro dele de tecnicista, mas pensar de

uma maneira sistêmica, porque a empresa é para dar lucros

e ter sucesso, caso contrário ela vai fechar. Vai mudar o seu

pensamento para uma forma mais sistêmica. A gente costuma

dizer que o engenheiro usa mais o lado esquerdo do cérebro, que

é racional, e usa muito pouco o direito, que é emocional. Quando

a gente trabalha gestão, trabalhamos também esse lado direito,

para que ele tenha mais emoção, sentimento, mais percepção.

Às vezes o engenheiro perde muito a percepção. Eu mesmo fiz

uma auto análise e percebi que há alguns anos era muito racional,

tecnicista e como hoje sou muito mais emocional, perceptivo

e criativo. O meu cérebro hoje está muito mais equilibrado.

Tenho mais consciência daquilo que está acontecendo nas

organizações, nas universidades, em todos os ambientes e até na

minha vida. Esse curso muda a forma de pensar. Nos faz ter uma

visão menos tecnicista e utilizar mais o lado emocional. Esta é

uma proposta de mudança para seus alunos e consequentemente

para sociedade. Com isso, o próprio homem vai se tornando

mais equilibrado, não só na área profissional, mas em todos os

campos da vida. Esta é uma forma muito inteligente de prevenir

uma sociedade doente.

Qual o perfil do engenheiro que busca especialização em

gerenciamento de obras?

Todas as áreas da Engenharia, Administração, Produção,

como também da Arquitetura. Já vi engenheiros agrônomos

fazerem o curso de gestão de projetos, porque quando ele faz um

reflorestamento envolve projeto, obra e manutenção. Nisso ele

tem que ter a visão do gerenciamento como um todo, ou seja,

ENTR

EVIS

TA

“É preciso entender que somos seres ignorantes, então tem bilhões de assuntos que não sei”

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RC Tocantins

17

do meio ambiente, da qualidade, seja da segurança, da saúde,

da utilização dos recursos e sua manutenção. Por quê? Porque

esses cursos montam um modelo de sustentabilidade para

qualquer área, principalmente a empresarial. Não somente para

nível superior, mas também para tecnólogos, de escola técnica,

estes também buscam aperfeiçoamento.

É um nicho com bastante crescimento no Brasil?

A tendência é crescer mais. Só para ter uma ideia, a norma

15.575 (Norma de Desempenho de 1-6) foi lançada há dois

anos. Você sabia que é obrigatório em todas as cidades do Brasil

aprovar qualquer prédio, qualquer edificação, com qualquer

número de pavimentos, somente se for aplicada essa norma?

Pois é, as prefeituras

continuam ignorantes.

Adicione-se a isso à

manutenção predial. Por

exemplo, quando você

compra um carro vem o

manual de manutenção e

você tem que cumprir sua

obrigação. Se você recebe

o prédio ele vem com o

manual de manutenção

das áreas comuns e do

apartamento. E você

tem que cumprir o que o

construtor indica, caso

contrário, o condomínio e o dono do apartamento perderão a

garantia. Veja então que o nicho é bastante grande, seja para

projetistas, para executores da obra ou para conservação e

manutenção. Tem uma gama muito grande de necessidades de

profissionais. Além da área de gestão que inclui administradores

e engenheiros de produção.

No Tocantins a procura é grande?

Não poderia afirmar ao certo, mas essa é a terceira

turma do curso. Diria que esses cursos de Gestão e Projetos,

de Gestão de Obras e de Gestão de Manutenção com certeza

são especializações que têm uma alta demanda. Já estou há

quatro anos e meio contratado pelo IPOG e diria que já tive

mais de 45 turmas no Brasil inteiro nessas áreas. Tenho dado

aula desde Manaus até Porto Alegre, Brasília, cidades grandes

como Uberlândia, Campina Grande, ou seja, o IPOG tem criado

uma rede de transmissão de conhecimento de alto nível. Os

cursos têm tido sucesso porque é uma demanda emergente. O

modelo de gestão vem para controlar, para fazer melhor. Vou

dar um exemplo: nós não temos Ministério da Saúde, nós temos

Ministério da Doença. Os médicos estão doentes, os hospitais

estão doentes, se a gente triplicar o dinheiro na Saúde não vai

mudar absolutamente nada, porque vamos triplicar o gasto

doença. Então a gestão pública também tem que ser melhorada.

Se você chegar a uma empresa de obras, projetos ou manutenção

e triplicar o dinheiro sem ter gestão você vai também triplicar o

desperdício. A demanda está muito grande. Por quê? Por que

as empresas estão percebendo que estão trabalhando demais

e estão tendo pouco lucro. O

certo é trabalhar planejado,

trabalhar bem, com tudo

nivelado para que a obra final

tenha sucesso.

Como é possível usar as

ideias do curso e inovações

na construção civil?

Primeiro colocar em

prática as normas, sejam

da ABNT, Comitê Brasileiro

CB2, de Engenharia Civil, as

normas regulamentadoras

da construção e também

as normas mundiais da

ISO (Organização Internacional de Normalização). Segundo:

você tem que buscar inovação, prospecção. É preciso ter um

colaborador, uma equipe na empresa que prospecte todos

os congressos mundiais de tecnologia, da construção civil e

informe também o que está acontecendo nas universidades.

Na área de gestão é preciso entender de normas. Sempre digo a

frase: “Como eu gostaria que a gestão mandasse nos gestores!”.

Se isso acontecesse, as empresas seriam outras.

Quais os projetos desenvolvidos no Brasil que são voltados

para essa especialidade?

No curso de projetos tem o Project Management Institute

(PMI), instituto de Gerenciamento de Projetos, instituição

mundial sediada nos EUA que criou um modelo de gestão da

excelência em projetos. Nessa área o curso desenvolve tudo

que está no Modelo de Gestão de Projetos. São 47 processos,

ENTR

EVIS

TA

A gente costuma dizer que o engenheiro usa mais o lado esquerdo do cérebro, que é racional, e usa muito pouco o direito, que é emocional. Quando a gente trabalha gestão, trabalhamos também esse lado direito, para que ele tenha mais emoção, sentimento, mais percepção.

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 003/2017

18

10 áreas de conhecimento e cinco grupos de processos que

formam a matriz de gerenciamento de projeto. O PMI tem uma

sede no Brasil e filiais em cada estado. Não tenho conhecimento

se em Palmas já existe, mas sugeri aos meus alunos que, caso

não tenha, eles criem por aqui. Já para obras, temos as normas

de desempenho, temos os Sistemas de Gestão já enfatizados

anteriormente. Para a Manutenção tem o Modelo de Gestão

Empresarial a Manutenção Produtiva Total (MTP), modelo de

Manutenção da JIPM-Japan Institute of Plant Maintenance,

sediada no Japão.

Como é possível levar novas tecnologias e inovações para

o mercado?

Ter pessoas na empresa que buscam a tecnologia, que

participam de congresso, que prospectam e busquem o estado

da arte e consequentemente o seu domínio tecnológico. Às vezes

o empresário da construção civil não coloca seus funcionários

para buscarem tecnologia, para participar de congressos

nacionais e internacionais. Quando ele faz esse tipo de coisa ele

não está agindo de forma inteligente, a partir do momento que o

funcionário conhece uma coisa nova, que vai fazer algo inovador

e mais rápido, a empresa vai ganhar mil vezes a mais em retorno

de investimento. O mesmo pode-se dizer para os sistemas e

modelos de gestão, sempre buscando as melhores práticas.

O que o profissional deve fazer para se manter qualificado?

Essa é uma área que cresce no país?

Primeiro deve investir em cursos de especialização, depois

ou concomitantemente, pode fazer cursos de baixa duração,

extensão, para casos específicos, devendo em algumas situações

ir para o mestrado e doutorado, dependendo dos seus desejos,

metas e interesses. O importante é fazer o que gosta, mas nunca

parar de aprender. O aprendizado é uma das coisas que Deus fez

para nos proporcionar alegria de viver, satisfação.

Ele tem que se formar e entrar logo em um curso de gestão,

obras ou manutenção. Depois definir seu foco, o profissional

precisa ter foco. Qual é o seu? Há alguns anos atrás andava feito

Charles Chaplin, não sabia se iria para a esquerda ou direita.

Não sabia se queria ser engenheiro ou

gestor e tomei a decisão de vir trabalhar

como profissional na área de gestão.

Antigamente a gente fazia curso de

Engenharia e não se fazia pós, às vezes

fazia mestrado. Hoje a pessoa se forma

e seu diploma de graduação não vale

absolutamente nada como profissional. O

diploma de graduação tem duração zero,

então é preciso entrar imediatamente em

um curso de pós. A vantagem de entrar em

uma especialização é porque é possível

definir melhor o seu foco. Onde eu quero

trabalhar? Em projetos? Em obras? Na

operação e manutenção? E quando os

graduados criam uma competência e se dedicam a isso eles não

precisam procurar emprego, podem ter outras oportunidades.

Quem procura emprego é quem não tem competência técnica.

O Brasil está lotado de empresas precisando de funcionários. Eu

mesmo fico procurando gente para trabalhar comigo para dar

consultoria e não acho. No Brasil a qualificação não é encontrada.

Por isso deve-se aprender sempre.

O mercado da construção civil teve o boom do crescimento,

no entanto, nos últimos dois anos, ele deu uma estagnada. Como

o senhor vê o futuro da área?

Nós somos um país grande. O Brasil não tem construído

muito. A gente tem deficiência em todas as áreas da construção,

seja nas rodovias, nas indústrias, em gestão das cidades. As

cidades são muito mal administradas. Mas o futuro da área é

fantástico. Existe a deficiência na gestão municipal, estadual

e federal e ainda tem deficiência em todos os setores privados

do mercado. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (Sebrae) tem contribuído para os minicursos, junto

ENTR

EVIS

TA

Professor e alunos do curso de pós-graduação em Gestão de Obras e Gestão de Projetos do IPOG

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RC Tocantins

19

com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do

Tocantins (Sinduscon). Se você pegar o IPOG e as universidades,

o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins

- Crea-TO e todas as entidades, você tem força. O presente é

promissor. Não gosto de falar de futuro promissor. O presente

é promissor. Temos que fazer algo agora. O Brasil não é o país

do futuro. O Brasil é o país do presente. Durante a crise você cria

oportunidades, nada melhor do que uma

crise financeira para que as empresas

mudem sua gestão. Nada melhor do

que engenheiros desempregados para

que eles busquem alternativas e sejam

melhores.

Agora falando um pouquinho sobre

o senhor, o que o fez se aperfeiçoar nessa

área? O senhor viu uma possibilidade

diferente de mercado ou seria porque a

demanda é crescente?

Gosto de estudar e aprender desde que nasci. Quebrava

todos os brinquedos para saber como eram. O aprendizado

para mim sempre foi vida, respiração, sinto me ignorante todos

os dias. Estudar e pôr em prática é vida. Até teve tempos que

exagerei. Hoje busco mais o equilíbrio e foco. Era engenheiro

e fui trabalhar na área de manutenção numa empresa, só que

não tinha especialização nessa área na Engenharia e foi então

que me senti deficiente, minha graduação não me ensinou

nada sobre este tema. Que ignorância senti, bom demais

não?! Uma grande oportunidade de aprendizado. Fui fazer um

mestrado para me desenvolver nessa área e gostei muito da

gestão e da manutenção. Desenvolvi, escrevi livros, participei

da Associação Brasileira de Manutenção (ABRAMAN) e a partir

daí fui desenvolvendo em algumas áreas, como gestão de

qualidade e gestão estratégica. São muitos trabalhos, práticas

e estudo. Tomei a decisão certa e me motivo com isso, quando

transformo o pensamento das pessoas me realizo. Muitos

alunos me disseram “o senhor foi inspirador para minha decisão

profissional”, bom ouvir isso, porque sinto que estou agregando

para sociedade.

Como é trabalhar com a educação continuada em uma área

específica?

Não diria só na específica, mas em todas as áreas. É

muito bom porque aprender eu acho que é uma das melhores

sensações do mundo e as pessoas têm que ser felizes. Você

precisa desenvolver sua profissão. Quando a gente buscar

desenvolver nossa profissão, estudar, se aperfeiçoar, entrar

nos detalhes, no refinamento a gente fica feliz. Só vamos ser

amorosos com determinadas pessoas, se formos felizes. Sou

feliz com minha profissão. Sou feliz em tudo.

O senhor atua somente na docência ou também divide o

tempo com a prática na profissão?

Hoje sou engenheiro em uma

empresa de energia elétrica e

sou docente em graduação, mas

recentemente estou saindo da

empresa justamente porque estou

me dedicando mais à educação e

à pesquisa. Isso me realiza mais.

Tenho quatro livros para lançar e

quero ver se agora esse projeto vai

para frente. Também gosto de me

dedicar ao trabalho social, quero também trabalhar com isso.

Sempre coloco para os alunos que devemos trabalhar o corpo,

a mente e o espírito. Este último deve sempre vir em primeiro

lugar.

Como ser didático em um assunto que parece tão

complexo?

Ser simples. A primeira coisa é simplicidade, a segunda

é ser amigo dos alunos. É preciso entender que somos seres

ignorantes, então tem bilhões de assuntos que eu não sei.

Temos que ser aprendizes. A gente tem que ter foco naquilo

que almejamos. Além de tudo, devemos colocar a teoria na

prática, ninguém tira o conhecimento a partir do momento que

ele vai para a prática. Alguns alunos perguntam: professor,

como o senhor sabe de tudo isso? Prática. Temos que mostrar

o conteúdo para os alunos de forma simples, amigável. Tento

ser didático, mostrar filmes e recursos visuais que tornam a aula

interessante. Gosto de me colocar ao lado deles nunca de forma

superior, pois eles também têm muito a me ensinar.

O senhor acredita que fez uma boa escolha ao se

especializar na área? Por quê?

Sim. Por que antes era somente um engenheiro eletricista e

depois que fui para a área de gestão, trabalho em qualquer ramo.

Tive um ótimo desenvolvimento que não acaba nunca mais. Sou

muito feliz.

Às vezes o empresário da construção civil não coloca seus funcionários para buscarem tecnologia, para participar de congressos nacionais, internacionais. Quando ele faz esse tipo de coisa ele não está agindo de forma inteligente, a partir do momento que o funcionário conhece uma coisa nova, que vai fazer algo inovador, a empresa vai ganhar mil vezes a mais em retorno de investimento.

ENTR

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 003/2017

20

“Para todas as dificuldades existem soluções e para

todas as limitações adaptações. Os impedimentos

poderão não existir quando as pessoas estão dispostas

a descobrir juntas a melhor forma de alcançar o que desejam”. Este

texto é de autoria da professora Lúcia Sodré, do Rio de Janeiro,

que é especialista em Educação Física Adaptada. A citação foi

transcrita no livro “Ir e Vir: acessibilidade, compromisso de cada

um”, do engenheiro civil Jary Castro.

A obra, lançada em 2013, faz um profundo mergulho na

direção da igualdade na diversidade e mostra as dificuldades

que pessoas com deficiência têm que enfrentar para a plena

realização de sua existência e por mais respeito em um mundo

que nem sempre é tão acessível.

A acessibilidade nada mais é do que possibilitar que todo

cidadão com deficiência, seja ela definitiva ou temporária, tenha

acesso a prédios, serviços e informação, de forma adequada,

segura e autônoma. Em outras palavras exercer o direito de ir e

vir, previsto na Constituição Federal. Para termos uma ideia, o

último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), realizado em 2010, apontou que 45,6 milhões de pessoas

no Brasil declararam ter ao menos um tipo de deficiência, o que

corresponde a 23,9% da população brasileira.

Dentro dessa estatística está o caso da dona Diva Macário,

88 anos. A aposentada, que mora em Palmas, foi vítima de uma

trombose em 2006 e teve que amputar a perna direita. De lá para

cá foi obrigada a se adaptar em uma cidade, que segundo ela, não

oferecia muita acessibilidade. “Não me sinto nada bem porque é

difícil a locomoção. Em alguns banheiros é complicado sair da

cadeira para o vaso sanitário e o caminho inverso”, contou.

A filha da cadeirante, a contadora Mirian Macário, afirma

ACES

SIBI

LID

ADE

O caminho que deve percorrer todos os pilares da inclusão

A aposentada Diva Macário e a filha, a contadora Mirian Macário

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que os banheiros em Palmas, tanto nos prédios públicos, como

privados, não oferecem o acesso ideal para o deficiente físico.

Outra dificuldade acontece quando elas precisam entrar em

algum comércio em Taquaralto, bairro localizado na região sul da

Capital, onde a aposentada mora.

“Na avenida Tocantins, por exemplo, algumas ruas foram

fechadas o que inviabiliza o acesso de cadeirantes porque não

existem rampas. Outras avenidas também não têm calçadas, o

que torna mais difícil entrar e se locomover dentro das lojas, que

também não são adaptadas. Muita coisa já mudou, mas muito

ainda tem que se fazer para melhorar a acessibilidade em Palmas.

Talvez as pessoas achem que não é importante uma rampa,

uma porta larga ou um banheiro adaptado para um deficiente

físico, mas só quando a gente tem um cadeirante em casa é que

conseguimos ver as dificuldades que essa falta de acesso pode

trazer para nossas vidas”, desabafou.

Seguindo os dados do IBGE, a maioria das pessoas com

deficiência vive em áreas urbanas, por isso, o tema vem ganhado

bastante destaque na construção civil. Já há alguns anos a

acessibilidade está entre as prioridades na pauta do Sistema

Confea/Crea e Mútua. Há dois anos foi criada a Comissão

Temática de Acessibilidade e Equipamentos (CTAE) no âmbito do

Confea – uma das primeiras comissões temáticas da entidade.

SELOParte dessa iniciativa é a criação de um selo de

acessibilidade, que foi lançado recentemente pelo Confea. A

iniciativa foi um passo para que obras de Engenharia passem

a ser chanceladas como acessíveis, considerando assim, que

esse conceito envolve também projetos e uso de tecnologias

assistidas pela internet e redes de transmissão similares, e

ainda desenhos e recomendações de mobilidade.

Segundo informações do Conselho Federal, a Comissão

Temática de Acessibilidade do Confea e dos Creas trabalham

para sistematizar procedimentos, com o objetivo de preparar

as entidades de classe vinculadas ao Sistema como agentes

de certificação. Desta forma, o engenheiro habilitado pela

entidade certificadora terá a competência para aplicar o Selo

da Engenharia Acessível nas obras adequadas às normas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A expectativa

do Conselho é que até abril de 2018 esteja sistematizado o projeto

de certificação e sejam firmados os acordos de cooperação com

órgãos de controle, como Tribunal de Contas da União (TCU) e

Ministério Público, para que a iniciativa passe a valer.

Para o engenheiro civil Jary Castro, atitudes como essa

mostram que as coisas estão melhorando. Segundo ele, há

alguns anos profissionais vem trabalhando em prol do direito

de locomoção das pessoas. “Nós temos várias ações, palestras,

workshops, distribuição de livros, cartilhas, para que possamos

conscientizar os profissionais do nosso Sistema, engenheiros

agrônomos, civis, tecnólogos e outros sobre a importância da

acessibilidade”, completou.

LEGISLAÇÃO O especialista ainda comenta que no Brasil existem muitas

leis federais, estaduais e municipais para a implantação e o

cumprimento das normas de acessibilidade. Um dos pontos mais

fortes dessa discussão, de acordo com ele, é a Lei da Inclusão

(LBI), que foi lançada em 2015 e sancionada em janeiro de 2016.

“Ela é uma referência, um divisor de águas para

implementação da acessibilidade. Junto com o poder público,

com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - Crea e

outros órgãos, estamos implementando esse assunto. O Brasil

está indo muito bem na parte legislativa, contudo, nós precisamos

que as leis sejam cumpridas, que o poder público, junto com a

tecnologia, no caso da Engenharia, possa melhorar a qualidade

de vida das pessoas que necessitam dessa atenção”, enfatizou.

O engenheiro explica que muita coisa já tem avançado no

país para garantir a acessibilidade plena em espaços públicos,

edificações e vias urbanas. Atualmente existe um normativo

técnico em vigor, a norma NBR 9050/2004, elaborada pela ABNT,

que trata sobre a acessibilidade na área civil. Ela foi elaborada no

Comitê Brasileiro de Acessibilidade.

“O profissional precisa atender as leis e normativos técnicos

trazidos por essa demanda. Temos várias normas ligadas ao tema.

Quando vamos fazer um elevador, por exemplo, alguma plataforma

horizontal ou vertical tem a norma que segue a mobilidade

urbana. Temos normativos para todas as necessidades. Caso o

profissional não cumpra, ele sofrerá sanções éticas do Sistema”,

lembrou. O especialista enfatiza que o Brasil é considerado o

segundo país com a melhor legislação voltada para pessoas com

deficiência, atrás apenas dos Estados Unidos.

CONSELHO“Estamos fazendo o nosso papel. A Engenharia tem

trabalhado muito forte nessa questão da acessibilidade. O

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Sistema Confea/Crea/Mútua tem intensificado muito isso

junto aos órgãos fiscalizadores. Tenho certeza que estamos

no caminho certo. Agora precisamos da vontade política dos

executivos, governadores e prefeitos para que eles possam

aplicar essas leis juntamente com o nosso conhecimento

técnico. Esse casamento da tecnologia, no caso as

engenharias, com o poder público, pode ser a solução ideal

para resolver o problema da acessibilidade do Brasil o mais

rápido possível”, ressaltou.

Por isso ele destaca que o profissional dessas áreas tem

um papel importantíssimo na construção civil, porque, para

Jary, é necessário atender às leis da acessibilidade, ainda

no momento da construção dos edifícios, respeitando as

normatizações. Isso implica, por exemplo, evitar fazer rampas

com as inclinações acima da norma, utilizar nos banheiros as

barras conforme o necessário e fazer as portas no tamanho

ideal para a circulação de uma pessoa com necessidades

especiais.

“Existem vários itens que são bem detalhados nas normas

para que o engenheiro possa construir uma casa, um prédio

ou um local de utilização pública. A construção civil é muito

importante e é responsabilidade do profissional executar

conforme a legislação”, frisou.

Ao projetar, o engenheiro civil pontua, mais uma vez, que

o profissional deve seguir as orientações da NBR9050 e as

outras normas ligadas à acessibilidade para que a construção

seja totalmente acessível. Isso com rampas, corrimão e piso

adequado, barra nos banheiros, identificação em braile para

pessoas com deficiência visual, piso com diferentes tons para

que pessoas com baixa visão possam ter o direito de ir e vir

com tranquilidade.

“São várias questões, que através de conhecimento,

temos feito esses esclarecimentos e as pessoas têm executado

e elaborado da melhor forma possível. O que observamos

é que alguns órgãos, principalmente os públicos, não têm

atendido as determinações da lei. Volto a dizer que é muito

importante essa parceria dos Creas com o poder público para

que possamos fazer essas leis serem cumpridas”, completou.

FISCALIZAÇÃO De acordo com o presidente em exercício do Crea-TO,

Rafael Marcolino de Souza, o Tocantins é um estado novo,

o que possibilita que as futuras construções ofereçam mais

acessibilidade, com respeito a todos os seres humanos que

precisam usufruir do espaço. “Temos que orientar e subsidiar

cada vez mais os profissionais envolvidos na construção das

edificações e obras em geral quanto à elaboração de projetos

que prevejam todas as questões de acessibilidade, fazendo

com isso uma obra de qualidade, eficiente e acessível, fugindo

de possíveis processos éticos que podem ser movidos pelo

proprietário ou até mesmo um usuário do local. Nosso papel

é conscientizar os profissionais da Engenharia e Agronomia e

toda sociedade em geral quanto à importância de atendimento

às normas vigentes que se referem à acessibilidade, de forma

a garantir o acesso a todas as pessoas com deficiência ou

mobilidade reduzida”, completou.

INCLUSÃOAcessibilidade não é somente para quem usa a cadeira

de rodas. Ela é mais do que isso. É preciso atender as pessoas

da melhor idade, grávidas, obesos, mães com o carrinho de

bebê, pessoas com nanismo, crianças, deficientes visuais e

surdos. Uma gama muito grande de cidadãos que precisam

da atenção da sociedade. Por isso, Jary Castro conta que

o símbolo universal da acessibilidade, que inicialmente foi

definido como uma cadeira de rodas, mudou para abranger

todas as deficiências.

“Isso aconteceu para que a gente possa orientar as

pessoas e desmistificar que a acessibilidade é apenas para

quem usa a cadeira de rodas. São vários tipos de pessoas que

precisam de atenção para que supra sua deficiência. Hoje não

dá para pensar em nenhum tipo de obra, reforma ou execução

de calçadas que não atenda a todos. Atualmente em torno de

25% da população brasileira têm algum tipo de deficiência,

isso corresponde a um quarto da população. E essa pessoa

tem uma família e se você multiplicar vai perceber que boa

parte da população precisa de acessibilidade na parte da

construção e da mobilidade”, esclareceu.

POLÍTICAS PÚBLICASJary acredita que no quesito legislação o Brasil está

à frente de muitos países, no entanto, na execução dessas

normas ainda é preciso de incentivo. “Já caminhamos muito,

mas ainda temos um longo caminho pela frente, porque

observamos pelas cidades do país, nesses 5.500 municípios,

que ainda existem problemas com calçadas, com rampas,

ACES

SIBI

LID

ADE

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com obras que não estão totalmente adequadas, com ônibus

em que as pessoas com deficiência não têm acesso, escolas

e universidades que não têm acessibilidade. Temos que

trabalhar muito. Esse é um trabalho diário, constante. Faço

uma analogia da acessibilidade com a do meio ambiente.

Temos que cuidar e trabalhar todos os dias para que tenhamos

um mundo melhor”, aposta.

SUPERAÇÃO“Sofri um acidente com 13 anos de idade. Fui atropelado

por uma carreta e tive a perna direita amputada. Continuei

estudando e trabalhando e me formei em engenharia civil”, o

relato é do funcionário público Jonathan Joaquim de Morais,

26 anos. Ele conta que o gosto pela área veio do pai que era

pedreiro e durante a vida se apaixonou pela construção.

Assim que se formou passou em um concurso público e há

três anos se mudou para Palmas.

Apesar das dificuldades, na opinião de Jonathan, Palmas

é uma cidade que evoluiu muito em relação à acessibilidade.

Segundo ele, existe uma preocupação do comércio, do Crea-

TO e da Prefeitura, na construção dos prédios públicos

municipais que estão sendo executados e reformados, além

da criação de espaços acessíveis para deficientes físicos nos

parques e praças da cidade.

“Eu que trabalho no planejamento de obras civis tenho

essa sensibilidade no assunto, não só por ser deficiente físico,

mas como profissional e servidor público que tenho que zelar

pelo bem estar da população. A questão da acessibilidade, no

contexto geral, não é fácil. Ela foi pensada há muito tempo,

mas vem sendo implantada de uma forma mais eficiente nos

últimos anos”, ponderou.

Ele destaca que Palmas é uma cidade nova e muitos

lugares já se preocuparam com o acesso dos deficientes

físicos. Seguindo o exemplo da dona Diva, ele também

lembra que já existem rampas e banheiros adaptados em

vários locais, mas em outros, o acesso para a pessoa com

necessidades especiais é muito difícil.

“É complicado para um deficiente físico, às vezes é

até constrangedor, ele ser apanhado no braço para ter

acesso a um determinado comércio, a um prédio, por não

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Jonathan Joaquim teve que superar as dificuldades após sofrer um acidente há 13 anos

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ter acessibilidade. Pode parecer algo sem importância, mas

para quem está passando pelo problema não é uma situação

legal. A acessibilidade para quem precisa, é extremamente

importante. Como é bom você chegar com uma cadeira de

rodas e poder acessar qualquer lugar”, comentou.

O jovem acredita que as coisas estão ganhando um novo

rumo na Capital e com o passar do tempo, a prefeitura e o

Crea-TO começarão a intensificar as discussões em torno

desta temática.

“Hoje para aprovar um projeto na prefeitura é preciso

atender a norma que trata da acessibilidade. Nos últimos anos

o Crea-TO intensificou a fiscalização e cobra do profissional

que atenda a norma. A partir do momento que todos cobram,

as pessoas também passam a ter sensibilidade. Atualmente

já percebemos que a prefeitura tem essa conscientização.

Prova disso é o recém-inaugurado Parque dos Povos

Indígenas, que já é acessível para o deficiente físico”,

observou.

O engenheiro ressalta que o principal problema hoje

é a pessoa com dificuldade de mobilidade, que envolve

não somente o deficiente físico. “O idoso, por exemplo,

tem dificuldade de acessar determinados locais, em usar

banheiros com falta de barras de apoio, lavatórios com

níveis elevados, vãos de corredores, portas. Tudo isso deve

ser pensado. Em um supermercado, por exemplo, não temos

muita coisa acessível. A pessoa com dificuldade locomotora

não consegue pegar um produto em prateleiras no alto.

É óbvio que não dá pra pegar tudo que foi construído e

transformar em locais acessíveis, às vezes até pela própria

estrutura executada que impossibilita, mas dá para pensar

de agora em diante e ter a sensibilidade para que as futuras

construções sejam projetadas respeitando todo cidadão que

precisa de acessibilidade”, concluiu.

EXPERIÊNCIAJary passou por duas vezes a experiência de sofrer

acidente de moto. A primeira aos 29 anos e a segunda aos 41,

que o fizeram refletir a respeito dos problemas que as pessoas

portadoras de deficiências encontram no seu deslocamento.

Essa consciência cresceu também através da sua vivência

familiar, porque na sua casa duas tias tinham deficiência, uma

física, outra mental.

Tudo isso estimulou o engenheiro a assumir o

compromisso de trabalhar em prol das pessoas que

precisavam de inclusão. Entre muitas iniciativas, ele decidiu

recentemente escrever um livro que alertasse a todos sobre

a questão da acessibilidade. Até mesmo como uma forma de

combate ao preconceito com quem necessita dessa ajuda.

“O preconceito pode ser trabalhado com a educação.

Como meu pai sempre disse: a educação é a solução. Através

dela é possível quebrar os paradigmas, os preconceitos e

fazer a inclusão. Isso já está sendo feito. Se observamos,

conseguimos ver esse avanço da inclusão das pessoas nas

escolas, nas universidades, nos transportes. Já temos locais

para pessoas com deficiência, obesos, enfim já conseguimos

muito, mas o trabalho é constante. É diário”, finalizou.

ACES

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Jonathan hoje é engenheiro civil e funcionário público

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Aplicativo do Crea-TO facilita fiscalização e aproxima profissional do Conselho

TEC

NO

LOG

IA

Com o objetivo de cumprir a missão maior do

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

do Tocantins Crea-TO, que é a fiscalização do

exercício profissional, o órgão criou um aplicativo para que,

tanto profissionais, quanto população em geral possam realizar

a fiscalização indireta através de denúncias.

O aplicativo foi desenvolvido pela equipe da Tecnologia da

Informação (TI) do Crea-TO em parceria com profissionais do

Crea-AC. Disponível na Play Store para download gratuito (em

breve também na App Store), o app fomenta o compartilhamento

de informações e denúncias de forma consciente.

“Todos poderão utilizar o aplicativo como mais uma

ferramenta de combate às diversas ilegalidades encontradas

por nossos agentes de fiscalização”, pondera o gerente de

fiscalização do Conselho, Saulo Almeida.

Da parceria entre Conselhos poderão surgir novas

atualizações que serão desenvolvidas pelo Crea-AC e TO. De

acordo com o gerente de Tecnologia da Informação do Conselho

no Tocantins, Marcus Vinícius Mendes, o app começou no

Acre e foi trazido para o Estado após uma conversa entre os

presidentes de ambos os conselhos.

O aplicativo possui duas formas de você acessar, tanto

pelo ambiente público, quanto pelo restrito. No espaço aberto

e coletivo é possível ter acesso as notícias sobre o Conselho

com informações atualizadas sobre o Crea-TO. Neste ambiente

virtual também é possível realizar a fiscalização indireta através

de denúncias, sua principal ferramenta.

“Qualquer cidadão pode chegar em uma obra, verificar se

ela tem ou não um engenheiro responsável e fazer a denúncia

tirando a foto. Pela sua localização, todas as informações são

transmitidas para o setor de fiscalização do Conselho que vai

receber e verificar”, explica o gerente.

Já em outro ambiente, o acesso é restrito aos profissionais

registrados junto ao Conselho. Ou seja, segundo Marcus

Vinícius quem já tem acesso ao sistema interno do Crea

também vai ter acesso pelo aplicativo.

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Por meio deste acesso os profissionais podem gerar

protocolo, acompanhar os que já estão cadastrados, acessar

documentos, imprimir boletos, visualizar Anotação de

Responsabilidade Técnicas (ART) emitidas e futuramente,

cadastrar estas ART’s diretamente das obras.

Segundo o gerente de TI do Crea, a interface do aplicativo

é a mesma já utilizada no Acre. A padronização é proposital,

já que o objetivo é facilitar a navegação por parte dos

profissionais que, porventura, trabalhem nos dois estados e

utilizem os dois aplicativos.

“Não queremos que fique muito diferente de um Crea

para o outro, porque, às vezes, pode ficar confuso para um

profissional que trabalhe aqui e lá, ou vice-versa. Queríamos

uma padronização, tanto que nosso sistema administrativo

é o mesmo. Então para termos esta padronização, para os

profissionais não ficarem perdidos, decidimos fazer a mesma

coisa, o que atualiza lá, atualiza aqui, nos dois aplicativos ao

mesmo tempo”, esclarece o gerente.

O intuito agora é divulgar o aplicativo e apostar na sua

publicidade. Por enquanto, o número de downloads ainda foi

pequeno, mas de acordo com Marcus Vinícius, o objetivo é

atingir o máximo de profissionais possíveis.

“Acredito que depois que informamos via e-mail, na revista

institucional do Crea e no site, o número de downloads deverá

aumentar. Hoje temos uma média de 10 mil profissionais

registrados e ativos no Crea, isso deverá se converter em

downloads”.

Com app de fácil utilização, intuitivo e sem complicação,

para Marcus Vinícius, a nova ferramenta será bem recebida

pelos profissionais e população. “Acredito que todos os que

utilizarem o aplicativo vão achar bem simples. Queríamos

fazer uma coisa bem objetiva, democrática. Acho que

conseguimos”, afirma.

O aplicativo Crea-TO é dividido nas seguintes abas:

serviços e consultas (ART/Protocolo/Certidões/Financeiro/

Autos de Infração/Pesquisa de Profissionais), Notícias,

Fiscalização e Denúncias (onde é possível realizar uma

denúncia enviando a localização, informações sobre a obra

e anexos com fotos) e Institucional (com dados sobre a

presidência, diretoria e telefone e endereço do Conselho).

NOVIDADENa opinião do presidente em exercício do Crea-TO, Rafael

Marcolino, o app é um avanço tanto para a instituição, quanto

para os engenheiros que terão mais este mecanismo a sua

disposição para facilitar seu trabalho.

“Todos ganham com este aplicativo. Ele facilita o trabalho

do profissional que vai ter a sua disposição uma série de

serviços que o Conselho já oferece e ainda vai aproximar os

profissionais do Crea, que poderão conferir as notícias e as

novidades que postamos diariamente. Ainda há o reforço na

fiscalização, que é uma das missões da entidade. O aplicativo

vai proporcionar que todos possam fazer a fiscalização

indireta através de denúncias que serão enviadas diretamente

para o nosso departamento de fiscalização. Isso só mostra

que estamos empenhados com a valorização do exercício

profissional, promovendo a melhoria da segurança e da

qualidade de vida da sociedade”, finaliza o presidente.

PARA BAIXAR:

Entre na Play Store do seu celular

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Crea-TO

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AS CONQUISTAS DOCREA TOCANTINS

Com um conselho ativo e mais próximo as nossas profissões crescem e se fortalecem ainda mais!

Terreno para execução da sede daInspetoria do Crea-TO em Araguaína

Intensificação da fiscalização

Programa: plenárias itinerantes

Reforma da Inspetoria de Gurupi

Sede própria da Inspetoria de Paraíso-TO

Lançamento do aplicativo para celular

Aprovação para reforma da sede em Palmas

Sede própria da Inspetoria de Augustinópolisem construção

ELEIÇÕES CREA-TO: NOVA DATA! 15 de dezembro, de 9h às 19hFique atento ao site e redes sociais do Crea-TO, mantenha-se atualizado sobre o processo eleitoral 2017

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