revista crea-pa #3

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REA Revista PA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará Dezembro 2012 – Ano I – nº 03 Pag. 18 CARBONO A polêmica em torno dos créditos de CO² Pag. 8 EMPREGO Sobram vagas na área tecnológica ENTREVISTA Pag. 10 Pag. 14 Empreender ao alcance de todos FORMAÇÃO Pag. 20 CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA Impresso Especial 28.907.186-2/2005/DR/PA CREA-PA CORREIOS O mercado de trabalho para o engenheiro de alimentos Construção civil Construção civil Número de obras públicas e privadas aquece o setor em todo o Pará, incrementando a economia em todas as áreas Número de obras públicas e privadas aquece o setor em todo o Pará, incrementando a economia em todas as áreas

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Construção civil. Número de obras públicas e privadas aquece o setor em todo o Pará, incrementando a economia em todas as áreas

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Page 1: Revista CREA-PA #3

REARevista

PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

Dezembro 2012 – Ano I – nº 03

Pag. 18

CARBONO

A polêmica emtorno dos créditos de CO²

Pag. 8

EMPREGO

Sobram vagasna áreatecnológica

ENTREVISTA

Pag. 10

Pag. 14

Empreenderao alcancede todos

FORMAÇÃO

Pag. 20

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

Impresso Especial28.907.186-2/2005/DR/PA

CREA-PA

CORREIOS

O mercado de trabalhopara o engenheirode alimentos

Construção civilConstrução civil Número de obras públicas e

privadas aquece o setor em todo o Pará, incrementando a economia em todas as áreas

Número de obras públicas e privadas aquece o setor em todo o Pará, incrementando a economia em todas as áreas

Page 2: Revista CREA-PA #3

CRÉDITO DE CARBONO

NOSSAS SEÇÕESExpressas 4Artigo técnico 6Entrevista 10Agenda 22Livros 23

VAGAS X FORMAÇÃO

CONSTRUÇÃO CIVIL

ENGENHARIA DE ALIMENTOS

148

18

20

VILA NOVA CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO ATACADISTA DE ESTRUTURAS METÁLICAS

VILA NOVA CONSTRUÇÕESEnd: Rua José Neres Torres nº 232 - Santa Isabel - Tucuruí-Pará Cep: 68456-120Tel: (94) 3787-1310 / Fax: (94) 3778-8366E-mail: [email protected]

“Construindo com qualidade e responsabilidade”

Page 3: Revista CREA-PA #3

CREA-PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

CONFEAConselho Federal de Engenharia e Agronomia

SEDE: Tv. Doutor Moraes, 194 • Nazaré • Belém-PA • CEP 66035-080 FONE/FAX: (91) 3219-3402 / 3219-3403 / 3219-3404 / 3219-3408

FUNCIONAMENTO: 2ª feira a 6ª feira das 8h às 16hE-MAIL: [email protected]

OUVIDORIA: (91) 3219-1132 / 3219-1136 ou [email protected] / www.creapa.com.br

DIRETORIA 2012Presidente

Eng. Agrônomo Antonio Carlos Alberio1° Vice-presidente

Eng. Civil Carlos Eduardo Domingues e Silva 2° Vice-Presidente

Eng. Mecânico Ricardo José Lopes Batista1° Secretário

Eng. Civil e Segurança do Trabalho Harold Stoessel Sadalla2° Secretário

Eng. Civil Salomão Peres Elgrably 1° Tesoureiro

Eng. Agrônomo Rui de Souza Chaves 2° Tesoureiro

Eng. de Infraestrutura Aeronáutica Marco Valério Vinagre

CÂMARAS ESPECIALIZADASCâmara Especializada de Agronomia

Coordenador: Eng. Agrônomo Dinaldo Rodrigues Trindade Adjunto: Eng. Agrônoma Ana Maria Pereira de Faria

Câmara Especializada de Engenharia Civil, Segurança do Trabalho, Geologia e Minas

Coordenador: Eng. Civil Antonio Noé Carvalho de Farias Adjunto: Eng. Civ. e Arq. Alexandre de Moraes Ferreira

Câmara Especializada de Engenharia ElétricaCoordenador: Eng. Eletricista Adalziro Duarte Rodrigues Adjunto: Eng. Eletricista Beatriz Ivone Costa Vasconcelos

COMISSÃO EDITORIAL

CoordenadoraEng. Agrônoma Ana Maria Pereira de Faria

Coordenador AdjuntoEng. Eletricista Antonio Marcos de Lima Araújo

MembroEng. Civil Evaristo Clementino Rezende dos Santos

SuplentesEng. Eletricista Ricardo Guedes Accioly Ramos e

Eng. Agrônoma Layse Goretti Bastos BarbosaCoordenadora do Núcleo de Relações Institucionais

Geógrafa Glayds BarbosaAscom CREA-PA: Raquel Rodrigues DRT/PA 1.926

Esta é uma publicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA) executada pela

Holy Comunicação e Editora (Rua Manoel Barata, 1569. Reduto. CEP 66053-320. Fone 91 3218-4698)

Diretores: Alexandre e Olinda MendesEdição: Mara Góes DRT/PA 1.430

Reportagens e textos: Orlando Cardoso, Luciana Cavalcante,Marta Cardoso, Raquel Rodrigues e Vanessa Vieira

Fotos: Hilário Jr. e banco de imagensDiagramação e arte: Júlio Brasília DRT/PA 840

Tratamento de imagens: Elias Portilho Comercialização: Agla Nascimento

Tiragem: 15 mil exemplaresImpressão: Gráfica Halley

*Sua opinião é muito importante. Mande seus comentários e sugestões para [email protected].

Revista

PAREA

78 Anos

Engenheiro ANTONIO CARLOS ALBERIO Presidente do CREA-PA

Prezado profissional,

Para nós o ano de 2012 se despede com o sentimento de dever cumprido, por ter-mos, acima de tudo, conseguido superar

muitos desafios originados, principalmente, pela promulgação da Lei 12.514 e das Resolu-ções decorrentes que ensejaram algumas difi-culdades financeiras aos Conselhos Regionais, agravadas com a saída dos arquitetos a partir de janeiro do corrente ano. No entanto, ao nos depararmos com este cenário sombrio não nos deixamos abater e fomos à luta em busca da tão almejada superação, contando com o impres-cindível apoio dos conselheiros, colaboradores e inspetores do CREA-PA.

Se por um lado a dificuldade financeira nos impediu de executar muitas ações e investi-mentos, ao menos conseguimos passar por este momento difícil sem grandes perdas, manten-do em funcionamento todas as 19 inspetorias situadas no interior do Estado, bem como nos-

PALAVRA DO PRESIDENTE

ESPAÇO DO LEITOR

so corpo funcional, além de propiciar aos Con-selheiros a participação em todos os eventos promovidos pelo CONFEA e proporcionar di-versos treinamentos aos nossos colaboradores.

E é com entusiasmo que finalizamos o ano com destaque para uma boa notícia: recebemos a doação do título de posse de terra da Prefei-tura de Canaã dos Carajás, onde serão cons-truídas as futuras instalações da Inspetoria da-quele município, ampliando assim nosso raio de atuação na região Sul do Estado. Em 2013, além de Canaã dos Carajás, pretendemos ainda inaugurar outras duas Inspetorias situadas em Tucumã e Cametá.

Para o ano que se inicia nosso objetivo é cumprir, ainda com mais empenho, a missão de fiscalizar o exercício e as atividades profis-sionais para a segurança da sociedade e, con-sequentemente, impedir que leigos assumam nossas tão honrosas funções técnicas. Finalizo este ano com certeza de que em 2013 estas pá-ginas estarão ainda mais cheias de boas notí-cias, frutos do trabalho de nossos colaborado-res, conselheiros, inspetores, diretores.

A você, profissional, desejamos que este exemplo de enfrentamento e superação este-ja presente em cada novo dia. Nossa torcida é para que cada função realizada adquira o mere-cido destaque e que sua vida torne-se, cada vez mais, um exemplo de sabedoria, realizações e muito sucesso, sempre com força de Deus, pois com ela tudo é possível. Que os nossos votos de um Feliz Natal e próspero Ano Novo cheguem, de modo muito especial, até você e a seus fa-miliares.

Bom Natal e Feliz 2013!

Quer fazer comentários, sugestões, críticas ou tirar dúvidas sobre os temas publicados? Escreva para [email protected] ou [email protected].

COMENTÁRIOS• Parabéns À Comissão Editorial pela excelente qualidade no conteúdo jornalístico da Revista CREA-PA, que julgo contribuir de forma significativa a nossa sociedade. Também sugiro que fosse abordado o tema da acessibilidade nas cidades à pessoa com deficiência.Engº Elias Nonato Silva, Belém, por e-mail

• Minério e cadeira de rodasA matéria sobre a realidade minerária paraense foi bastante esclarecedora. Também gostaria de sugerir que o CREA-PA apoiasse a busca de recursos ao projeto da cadeira de rodas movida pelo pensamento. Temos de incentivar esses jovens cientistas paraenses!Fábio Éleres, por e-mail

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EXPRESSAS

Prefeitura de Canaã dos Carajás entrega título de doação de terra ao CREA-PANo último dia 14 de

novembro, o presidente do CREA-PA recebeu das mãos do prefeito de Canaã dos Carajás, Anuar Alves da Silva, a doação do título de posse da terra onde serão construídas as futuras instalações da Inspetoria do Conselho no município. A doação da posse de terra, que ocorreu no auditório da Prefeitura, pode ser considerada um marco para a expansão do raio de atuação das atividades do Conselho na região Sul do Pará. De acordo com o coordenador regional do Conselho, eng. civil Roberto Mira Puty, esta

conquista tornará a entidade ainda mais próxima dos profissionais da região, “uma vez que esta é uma importante área de exploração econômica e mineral e está em processo avançado de crescimento”.

“É uma honra poder cooperar com o Sistema Confea/CREA na medida em que ele está diretamente ligado ao desenvolvimento das cidades”, afirmou o prefeito Anuar Silva em seu discurso . Segundo o prefeito, a parceria entre o município e os demais órgãos públicos é muito importante para que o crescimento demográfico e de infraestrutura possa ocorrer de

modo ordenado. Após a cerimônia, o presidente do CREA Antonio Alberio proferiu a palestra “Visão, missão e valores do Sistema Confea/CREA” a estudantes do município, no auditório da Escola Técnica Vale.

No dia anterior, em Parauapebas, foi a vez de coordenadores de escolas de nível médio e técnico receberem informações sobre a adoção de medidas que podem facilitar a regularização, tanto das instituições quanto dos cursos, perante o Conselho. “Queremos informá-los que através de medidas simples podemos evitar problemas para o registro dos egressos destas instituições junto ao CREA-PA”, disse o coordenador regional.

Em Marabá, agentes de fiscalização participam de seminário

Em continuidade à segunda etapa do Seminário de Fiscalização, os agentes de fiscalização do CREA-PA se reuniram em Marabá, sudeste do Estado, de 6 a 8 de novembro, para buscar maior aprimoramento para ações ligadas aos setores da mineração, siderurgia e industrialização. Para o presidente do Conselho, eng. Antonio Alberio, a oportunidade foi importante para reafirmar a presença do Regional frente às demandas dos diversos municípios do Estado. “Nosso objetivo é discutir as necessidades

dos municípios, que representam grande potencial de desenvolvimento, para que possamos atuar de modo mais enfático em 2013, buscando atender as demandas dos profissionais da região e sociedade do Estado”, observou Alberio.

Esta segunda etapa do Seminário faz parte de uma proposta lançada pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea, para a implementação de um processo de fiscalização com ênfase para as grandes

modalidades da classe tecnológica, como agronomia, siderurgia e indústria, geologia e engenharia de minas. “Nosso objetivo é reforçar a atuação do Conselho em todas as modalidades profissionais abrangidas por ele e a participação ativa dos fiscais na elaboração deste planejamento é um dos grandes diferenciais da iniciativa”, explica o coordenador de fiscalização do CREA-PA, Elival Nóbrega.

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Presidente do Regional e inspetor de Marabá deram início ao seminário

Alberio e Anuar: título de posse

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3323-5000www.grupoideal.com.br

Ela só não tinha uma dúvida:Tinha que ter Ideal na sua vida.Denise Ferrari,antiga aluna do Ideal, 1ª mulher do Pará a ingressar no ITA e Engenheira Mecânica Aeronáutica.

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Medica?ou

Engenheira Mecanica?

Trabalho em altura foi tema de Fórum promovido pela AEST-PA

Delegação representou o CREA-PA na 69ª Soea

Ao reunir perto de 2 mil participantes, a 69ª edição da Soea – Semana Oficial da Engenharia e Agronomia – realizada de 20 a 23 de novembro, no Centro de Convenções de Brasília, reforçou o conceito da valorização do profissional que atua na área tecnológica brasileira e passa pelo fortalecimento do Sistema Confea/Crea e Mútua, uma das representações profissionais mais antigas do país.

Em seu discurso, o presidente do Confea, eng. civil José Tadeu da Silva, chamou a atenção para o tema central da Soea. Para ele, o tema ‘Aperfeiçoamento do Sistema Confea/Crea - Os profissionais como agentes de transformação da sociedade’ permite um olhar crítico sobre os caminhos da engenharia no Brasil, “assim como uma análise sobre o descompasso entre a legislação e o exercício das atividades profissionais que se dinamizam a cada dia”.

Por ocasião da abertura dos trabalhos, foi o presidente do CREA-PA, eng. Antonio Carlos Alberio, atual coordenador do Colégio de Presidentes

Mais de 200 participantes do Fórum Paraense de Trabalho em Altura - NR 35 lotaram o auditório Lourival Bahia, na sede do CREA-PA, em outubro. O evento foi promovido pela Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho (AEST-PA),

com apoio do CREA e de empresas públicas, privadas, entidades e instituições que desenvolvem ações na área de segurança e saúde do trabalho.

O presidente da AEST-PA, Grácio Paulo Pessoa Serra, enfatizou que

os profissionais estão precisando não apenas de treinamento, mas principalmente de capacitação. Neste sentido, o presidente ressaltou a função da Associação, como entidade de classe filiada ao CREA-PA, para o cumprimento destas realizações.

(CP) do Sistema Confea/CREAs, quem falou sobre a expectativa para os resultados oriundos da 69ª Soea. “O clima que nos envolve nesta Semana é o mesmo reinante durante a realização do primeiro Congresso Constituinte do Sistema. Por outro lado é a primeira SOEA sem a participação dos Arquitetos e sem dúvida representa um marco para a atualização de toda a legislação de nosso sistema profissional”, afirmou Alberio.

As reuniões foram conduzidas pelas comissões permanentes do Confea, agrupadas em cinco eixos temáticos, relacionados aos temas relativos à Comissão de Organização, Normas e Procedimentos – Conp; Comissão de Ética Profissional – CEEP; Comissão de Controle e Sustentabilidade do Sistema – CCSS; Comissão de Articulação Institucional do Sistema – CAIS; e

Comissão de Educação e Atribuição Profissional - CEAP. Divididos em 10 grupos, os participantes discutiram acerca das Leis 5.194/66, nº 6.494/77 e nº 4.950-A/ 66.

Durante a cerimônia de encerramento, o destaque foi para a aprovação da Carta de Brasília. O documento foi lido pelo 1º vice-presidente da Febrae (Federação Brasileira de Associações de Engenheiros), eng. civil Newton Quites, e foi aprovada por unanimidade pelos participantes da Soea. No documento, destaca-se a necessidade de atualização da legislação e a defesa intransigente da valorização dos que atuam nas profissões reunidas pelo Sistema Confea/Crea e Mútua.

Membros da delegação do CREA-PA, com o presidente no stand do Regional

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ARTIGO TÉCNICO

COMPETIÇÕES ESTUDANTIS E DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS AERONÁUTICOS NA GRADUAÇÃO DE

ENGENHARIA DE MATERIAIS

Barbara T. R de Almeida, Ronaldo S. da Gama, Bruna Soares Moreira, Rogerio Oliveira Galvão, Luis F. N. Marques, Marcio Paulo A. Mafra, Camila Y. N. Konno, Carlos V. de P. Santos, Adilton Rocha da Silva, Rodrigo S. dos Santos, Caio C. A. de Melo, Juliana R. da Silva, Tulio A. dos SantosGraduandos de Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Pará (8º semestre)

A competição de AeroDesign realizada pela SAE Brasil, congrega alunos de diversas universidades do Brasil e exterior. A competição propicia a difusão e intercâmbio

de técnicas e o conhecimento na área da aeronáutica e áreas afins entre estudantes e futuros profissionais deste importante segmento da mobilidade, através de aplicações práticas e da competição entre equipes.

A Equipe de AeroDesign “Águia de Marabá” é composta por alunos da Faculdade de Engenharia de Materiais (FEMAT) da Universidade Federal do Pará – Campus Universitário de Marabá, participa desde 2011 do evento competindo pela categoria na Classe Regular.

A equipe buscou, como diferencial, o que foi passado por seus professores em sala de aula e como experiência na universidade. Buscou-se também a utilização de materiais alternativos e disponíveis na região, realizando testes laboratoriais para verificar suas propriedades. A pesquisa desses materiais foi voltada para aquisição das propriedades do bambu, que mostrou bons resultados nos ensaios mecânicos, sendo recomendado e viável para a confecção da fuselagem.

O avião é um mono-plano com envergadura de 2,58 m e massa estimada de 4 Kg e projetada para carga útil de 6 Kg. A estrutura deste aeromodelo foi construída visando baixo custo, boa resistência e menor peso dos materiais utilizados para sua concepção.

Para as asas, folhas de polietileno expandido de baixa densidade (P2) foram cortadas, com um equipamento de corte, que utiliza resistência elétrica, construído pela equipe. Dessa forma, obtendo as dimensões requeridas para o perfil. A longarina foi feita de madeira louro-vermelho, próprio das matas de terra firme; frequente no baixo Amazonas, comum na região de Belém. A madeira apresenta densidade de 0,55 g/cm³, e recebe a classificação média quanto à retratibilidade e a resistência mecânica.

Sua fixação na fuselagem foi do tipo asa alta. Esta configuração possui como vantagens os seguintes aspectos: melhor relação L/D, maior estabilidade lateral da aeronave, menor comprimento de pista necessário para o pouso uma vez que minimiza a ação do efeito solo, e para aeronaves de transporte simplifica o processo de colocação e retirada de carga visto que a fuselagem se encontra mais próxima ao solo. E a geometria escolhida foi trapezoidal, que foi determinada em função da área da asa.

Uma das principais etapas de construção da asa é o dimensionamento da longarina. Devido às tensões atuantes na

asa durante o vôo, se faz necessário uma correção estrutural, pois o material escolhido para a confecção da asa, isopor, por si só não as suportariam. Assim, considerou-se que a longarina será dimensionada para resistir à carga total da aeronave e a resistência do isopor será somada como coeficiente de segurança.

O material escolhido para a longarina foi madeira por ser leve, e em grande parte tem boa resistência. Durante o ensaio, foi observada a formação e tamanho de flexa de flexão na madeira, pois a flexa da madeira deverá ser menor que a do isopor, ao contrario, terá maior tensão no isopor podendo rompê-lo.

O perfil utilizado, determinado com o auxilio do software de análise de perfis e polares Profili, é o resultado da mescla de dois perfis: Selig 1223, com arrasto menor e sustentação maior; e o Epler 423, com arrasto e sustentação menor. O perfil combinado ficou com características intermediárias.

O dimensionamento e a configuração da empenagem de uma aeronave possuem grande importância, pois suas funções são: compensação, estabilidade e controle.

A empenagem é uma estrutura do avião constituída pela parte terminal da fuselagem e pelos estabilizadores verticais (leme de direção que orienta o avião para a esquerda ou direita e horizontal).

(Equipe Águia de Marabá)

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As principais configurações de empenagem geralmente utilizadas nas aeronaves são denominadas como convencional, cauda em T, cauda em V, cauda dupla e cruciforme.

A utilização de uma configuração convencional foi, experimentalmente, a que apresentou melhor eficiência combinando com o perfil aerodinâmico escolhido, tendo esta uma altura de 10 cm acima da fuselagem. Tal fato deve-se, possivelmente, por ela ter sido livrada do escoamento turbulento da asa, hélice e fuselagem. Essa configuração é utilizada em praticamente 70% dos aviões e é um modelo favorecido por seu menor peso estrutural quando comparada às outras configurações citadas e também possui boas qualidades para se garantir a estabilidade e o controle da aeronave.

Para o caso de aeromodelos, requeridos pela competição, esta parte da aeronave contém, em seu interior, a carga e compartimento de carga; o recipiente com combustível; o receptor de comandos a rádio e possui os vínculos de fixação para outros componentes principais do avião.

A equipe optou pelo uso de fuselagem do tipo Treliçada, onde a resistência e a rigidez são obtidas através da junção das barras em uma série de modelos triangulares, devido a facilidade e viabilidade de construção. Foi construída com uso de fibras de bambu unindo as junções de cada componente da treliça com uso de compósito formado por linha de algodão A-10 e cola Epóxi.

Para o trem de pouso, a equipe procurou fazer a melhor combinação Custo/Beneficio, melhor fixação na fuselagem e maior simplicidade na construção. Por tanto, utilizou-se um trem de pouso em configuração triciclo.

Para a confecção deste Trem de Pouso utilizamos o Software ANSYS-12 para simulações dinâmicas a uma Liga de Al-2,5wt% Mg vista sua baixa densidade e resistência mecânica aceitável. Peça esta fundida em molde de Areia e uso de rodas de Poliuretano, que possui maior durabilidade, ótima tenacidade, baixo custo e elevada eficiência em ganho de velocidade, raio de 3,75 mm.

Para se obter uma boa estabilidade aerodinâmica, é necessário fazer uma estimativa para o peso da aeronave com e sem a carga, com e sem combustível. Para isto fez-se a estimativa de peso dos materiais as serem utilizados na aeronave, tanto dos componentes do avião quanto da carga útil.

Os componentes principais do sistema moto-propulsor são a hélice e o motor. O motor utilizado na aeronave foi o O.S 0.61 FX, a escolha deste motor foi realizada devido ao baixo peso que este apresenta, maior confiabilidade demonstrada nas competições dos anos anteriores, maior número de rotações por minuto e também devido ao custo.

A hélice escolhida para a aeronave foi a APC 13” x 5”, através de testes realizados pela equipe e com base na literatura correspondente. Assim, observou-se uma maior velocidade de tração mínima requerida em comparação a outras hélices, resultando em uma maior eficiência aerodinâmica.

Então ao se realizar testes de vôo com o aeromodelo construído, observou-se que o aeromodelo foi projetado de modo satisfatório, já que o mesmo conseguiu carregar a carga útil estipulada e atendeu todos os requisitos de projeto.

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Sequestro e crédito de carbono: PROBLEMA OU SOLUÇÃO?

CAPAESPECIAL

VANESSA VIEIRA

Muito se tem falado em aquecimen-to global nos últimos anos e suas supostas consequências catastró-

ficas para o planeta. O protocolo de Quioto, em 1997, já previa várias medidas que de-veriam ser implementadas por países ricos e em desenvolvimento com a finalidade de reduzir o despejo excessivo de gás carbô-nico na atmosfera. O documentário “Uma Verdade Inconveniente”, de 2006, produ-zido pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, levou a discussão para as massas e Hollywood também aproveitou o burburinho para tirar uma casquinha, ou melhor, alguns bilhões de dólares com o assunto.

Os eventos sobre meio ambiente con-tinuam acontecendo, mas com resulta-dos decepcionantes, como foi o caso da Rio+20, no início de 2012. Enquanto isso, medidas como sequestro de carbono e crédito de carbono ganham força na in-dústria, governos e até na classe artística. Mas o assunto é polêmico e divide a opi-nião até de especialistas no assunto.

O sequestro de carbono começou a ser discutido ainda em Quioto. Consistiria em reproduzir artificialmente o que a natureza sempre fez, ou seja, remover o gás carbôni-co da atmosfera, como fazem os oceanos, florestas e outros organismos que, por meio de fotossíntese, capturam o carbono e o transformam em oxigênio. Desta for-ma, espera-se diminuir o acúmulo do gás na atmosfera, diminuindo o aquecimento global. Alguns meios artificiais estão sendo estudados e começando a ser explorados.

No entanto, o método mais comum de manter sob controle o gás “é a conservação de estoques de carbono nos solos, florestas e outros tipos de vegetação; a preserva-ção de florestas nativas; a implantação de florestas e sistemas agroflorestais; a recu-peração de áreas degradadas; a captura de CO2 para a fotossíntese por algas oceâni-cas, plantas e outros organismos”, explica o economista Armando Teixeira Soares, fundador e presidente do Centro das In-dústrias do Pará (CIP) e da Associação de Produtores de Borracha Natural do Brasil (APBNB).

O Programa Municípios Verdes, de criação do IMAZON, uma Organização Não Governamental (Ong) americana, é um exemplo deste tipo de ação, que tem

como objetivo combater o desmatamen-to ilegal e apoiar práticas sustentáveis de desenvolvimento. O município de Parago-minas (PA), que foi o primeiro a entrar no projeto, saiu da lista do Ministério do Meio Ambiente (MMA) dos municípios que mais desmatavam na Amazônia após de-senvolver ações consideradas exemplares.

Mas para o economista, o sequestro de carbono não passa de uma “fantasia” in-ventada por ambientalistas. “Se o homem tivesse a capacidade de retirar carbono da natureza, poderia causar seríssimos pro-blemas a ele mesmo, a vegetais e outros elementos, já que não tem condições de fazer o trabalho da natureza. A questão de ordem ambiental, aquecimento global, já foi exaustivamente explicada por cientis-

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Page 9: Revista CREA-PA #3

tas e especialista. O problema se restringe ao meio ambiente local e não é de ordem mundial. Por exemplo, o clima de São Pau-lo, poluição, chuvas, etc., são problemas criados no meio local, particularmente na cidade de São Paulo, resultante da impre-vidência e desonestidade administrativa e política que nunca se importou com a qualidade de vida do paulistano”, enfatiza.

O economista, que já desenvolveu vá-rios trabalhos sobre questões amazônicas e propostas para seu desenvolvimento, é um opositor ferrenho do método. “A na-tureza realiza com eficiência esse processo. A participação do homem na emissão do carbono é de 0,3%, ou seja, nada. Os insetos emitem mais carbono que os homens. Isso tudo não passa de uma engenharia muito inteligente dos países que se consideram donos do mundo e utilizam o meio am-biente para o domínio econômico e territo-rial, como é o caso da Amazônia. Carbono, segundo os cientistas sérios, honestos e não manipulados por interesses econômicos in-confessáveis, é vida, não é um gás venenoso ou contrário à vida”, assegura Armando.

CRÉDITO PARA QUEM POLUIO sequestro de carbono trouxe a rebo-

que uma segunda variável, tão polêmica quanto a primeira: o crédito do carbono. Em outras palavras, os créditos são obti-dos a partir da quantidade de carbono que se deixou de lançar na atmosfera, ou seja, o carbono retido passa a valer créditos, que são atestados por meio de uma certificação (CRE) expedida pelo Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Lim-po (MDL), que funciona na Organização das Nações Unidas (ONU).

Cada tonelada de gás carbônico deixa-da de ser emitida na atmosfera equivale a um crédito. Na prática, os créditos podem ser negociados com grandes empresas poluidoras que os compram de países em desenvolvimento para cobrir o excedente de emissão de gases que elas não conse-guem manter dentro dos limites. Mas essa venda e compra de créditos trouxe à tona um novo tipo de comércio, que vem sendo alvo de muitas críticas por especialistas. Estima-se que, só em 2006, esse mercado tenha movimentado US$30 bilhões.

Em agosto de 2012, o Ministério Pú-blico Federal anunciou que abriria uma investigação para apurar a atuação da em-presa irlandesa Celestial Green Ventures por supostos contratos ilegais com os povos indígenas brasileiros. Só com a comuni-dade indígena mundurucu, localizada no município de Jacareacanga (PA), a empresa teria firmado com os índios um contrato

de US$90 milhões, por um período de 30 anos, para intermediar a venda dos créditos da área indígena no mercado internacional. A empresa ainda teria fechado cerca de 30 contratos com comunidades indígenas bra-sileiras, totalizando 200mil km².

A própria Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em comunicado divulgado em 14 de março deste ano, pediu aos indígenas que tivessem cuidado com a abordagem dessas empresas, pois segundo a nota, os contratos assinados não têm validade, visto que o assunto ainda não tem regulamenta-ção no Brasil. “Esses contratos não têm vali-dade jurídica, porque o Brasil ainda não re-gulamentou o mecanismo de Redd, como é chamado esse mecanismo de compra e venda de créditos de carbono. Sobretudo em terras indígenas, que são de proprieda-de da União”, esclareceu na nota, o então presidente da Funai, Márcio Meira.

Por outro lado, ainda em nota, ele se manifestou a favor da regulamentação da matéria, considerando justo que os indígenas possam ser recompensados fi-nanceiramente pelas áreas que mantêm preservadas. “A ideia de que, não só os in-dígenas, mas outras comunidades tenham direito de receber pagamento por serviços ambientais, está sendo discutida há algum tempo. É justo que eles que preservam aquela floresta possam receber por manter a floresta em pé. Essa ideia é boa e a Funai é a favor dela, mas, para que ela seja aplica-da, deve haver o mais rapidamente possí-vel uma regulamentação”, disse Meira.

AÇÕES ESTIMULADASA questão é que mesmo rodeado de

polêmicas muitos projetos para sequestrar carbono estão em fase de estudos e outros já estão até em funcionamento. Em março deste ano, o Instituto de Pesquisa Ambien-tal da Amazônia (Ipam), lançou um plano estratégico para manter a floresta e reduzir o impacto das mudanças climáticas. En-tre elas, o comércio de crédito de carbono, que teria esbarrado na falta de interesses de agricultores em vender o carbono retido.

A outra medida seria estimular agri-cultores e pecuaristas a transformarem suas propriedades em modelos de terras sustentáveis a fim de receberem selos de certificação que conferem valorização aos produtos comercializados. Mas segundo o próprio Ipam, o nó se encontra na difícil relação entre custo e benefício, já que agri-cultores reclamam que o investimento não tem o retorno esperado. Os agricultores es-tão desconfiados de que tanto investimento só atenderia o mercado externo que conse-guiria obter produtos de mais qualidade a

custos menores que em outros mercados.

LIXÃO DO AURÁEm janeiro de 2008, a Prefeitura Mu-

nicipal de Belém, em parceria com a em-presa canadense Canestoga Rovers Asso-ciates e a americana RNK Capital LLC, implantou a primeira usina de queima de gases da Região Norte, no Aterro Sanitá-rio do Aurá, na região metropolitana da capital paraense. O investimento de US$ 5 milhões feito pelas empresas tinha como objetivo controlar a emissão do gás carbô-nico na área, produzido a partir da decom-posição dos resíduos orgânicos. Com isso, a Prefeitura receberia royalties gerados pela queima de gás. E o dinheiro advindo da venda do crédito deveria ser investido no próprio aterro, em projetos sociais e de meio ambiente ou na geração de energia.

Quatro anos após a implantação, não há dados se o projeto está ou não em vigor. A reportagem buscou informações junto à Prefeitura de Belém, mas até o fechamento da edição não obtivemos resposta.

O projeto no Aurá foi resultado de uma seleção feita pelos ministérios das Ci-dades e do Meio Ambiente, que escolheu a capital paraense para a implantação do modelo, que tinha estimativa de render US$ 2,5 milhões por ano.

ALERTAArmando Teixeira denuncia um

problema ligado a questão muito sé-rio. Na Europa, segundo informa, o comércio dos créditos está estimulan-do a queima de gases mais perigosos, como o HCFC-22, um supergás de efeito estufa 1.810 vezes mais forte que o dióxido de carbono, e o subpro-duto HFC-23, que é 11.700 vezes mais prejudicial que o CO². “Os créditos desses gases são mais lucrativos que o sequestro de CO²”, afirma.

Para o economista, essas políti-cas, na verdade estão atrapalhando o crescimento dos países em desenvol-vimento ao promoverem uma espé-cie de “esterilização econômica”. “A indústria poluidora europeia conse-guiu o que queria, manipulando seus interesses através da ONU e impondo políticas ambientais em países despre-parados para enfrentar esse tipo de pi-ratas, com ajuda de artistas, religiosos, movimentos sociais e políticos, que pensam estar prejudicando produto-res rurais, quando estão prejudicando o Brasil”.

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ORLANDO CARDOSO

ENTREVISTA

Vilson Schuber, superintendente Sebrae-Pa

Nesta entrevista, o diretor-superintendente do Sebrae no

Pará, Vilson Schuber, fala um pouco das atividades da instituição no Pará, que há 38 anos facilita a rotina das micro e pequenas empresas paraenses. No entanto, ele revela que a realidade da nossa economia ainda exibe a necessidade de incentivar o empreendedorismo e até mesmo a legalização das pequenas firmas. São poucos os pequenos empreendedores e de pequeno porte que têm condições de investir na tecnologia como área fim. Confira a entrevista.

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Como o Sebrae trabalha para ajudar as empresas a obter a estabilidade no mercado?

O Sebrae, como instituição de fomento às micro e pe-quenas empresas atua estrategicamente em duas linhas de ações: o atendimento direto ao empreendedor através de seus produtos, como cursos de capacitação sobre gestão, orientando quanto ao seu negócio, mostrando os cami-nhos, apontando os desníveis, enfim, oferecendo alterna-tivas para que o empreendedor se destaque no mercado e se torne competitivo. Além disso, o Sebrae trabalha com grupos de associações e cooperativas através de seus projetos fina-lísticos que visam justamente a missão da instituição: “Pro-mover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas e fomentar o empreendedoris-mo”, tendo como base o nosso direcionamento estratégico, onde também ganha destaque a figura do empreendedor individual, que recebe nosso auxílio para se formalizar. Também oferecemos ferramentas para que se mantenha no mercado, a exemplo do SEI – Sebrae para Empreendedores Individuais.

O Sebrae existe há quanto tempo? No Pará, qual o foco das ações?

O Sebrae Nacional está comemorando 40 anos neste ano e, no Pará a instituição está presente há 38 anos com foco no desenvolvimento das micro e pequenas empresas. Desde a implantação da Lei Geral da MPE, sancionada em 2006, a instituição vem trabalhando com afinco para que os municípios façam suas adesões à Lei e, até o momento 76 municípios paraenses aderiram. Vale ressaltar que, en-tre os benefícios da Lei temos a implantação de Sistema Tributário Unificado (Super Simples), que reúne em um único documento de recolhimento oito impostos (seis fe-derais, um estadual e um municipal); a inclusão de novas atividades que podem optar pelo novo regime tributário e a institucionalização do Cadastro Unificado - um guichê único para entrega de todos os documentos, entre outros. Também estamos trabalhando incansavelmente no cadas-tro de novos empreendedores individuais e, claro, a capa-citação e gestão dessa categoria. Atualmente temos cerca de 83 mil empreendedores individuais formalizados em todo o Estado do Pará.

Há muitas empresas na área de tecnologia pedindo apoio do Sebrae? Elas precisam de uma atenção diferente?

Sobre a área de Inovação e Tecnologia, temos no Sebrae Pará uma equipe de técnicos que cuida especificamente dessa questão. Não temos uma demanda significativa de empresas de tecnologia, o que temos são empresas dos mais variados setores nos solicitando atendimento de TI, o que é diferente. Mas todas que nos procuram recebem a mesma atenção, independente do segmento. A única exigência é que essas empresas precisam ser formais ou em processo de formalização para que possam usufruir melhor dos prove-dores de soluções que o Sebrae disponibiliza para as MPE.

Agora em dezembro, o Sebrae promove mais uma edição da Feira do Empreendedor. Qual a importância para o ce-nário da economia local?

A Feira do Empreendedor, este ano de 12 a 15 de dezem-bro, no Hangar, tem como mote a integração dos municípios com vistas ao desenvolvimento local. Já na sétima edição, a feira traz como diferencial a possibilidade de mostrar a po-tencialidade regional pelo foco econômico, buscando levar

a classe empresarial e prováveis empreendedores informações, oportunidades de negócios, capacitações, rodadas de negó-cios, que possibilitem a cada re-gião conhecer as potencialidade das demais, desenvolvendo o encadeamento produtivo inter-regional e assim fortalecendo o mercado produtor do Estado, agregando valor, emprego e renda a economia do Estado do

Pará. A feira é segmentada fisicamente em espaços denomi-nados Oportunidades de Negócios, Atendimento Sebrae e Educação Empreendedora, através de seis grandes espaços. Dessa forma, queremos fomentar os negócios e a economia local. É uma excelente oportunidade para o empreendedor fazer negócios, mostrar seus produtos, fechar parcerias e conhecer o que existe de mais avançado em termos de tec-nologia no mercado.

Ainda é pouca a demanda de empresas da área tecnológica junto ao Sebrae, mas a instituição está aberta a todos que querem empreender”

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De olho nas oportunidades de negó-cio, mas sem perder o foco da consciên-cia ambiental. Na 38ª edição do Encontro Ruralista essas duas metas foram des-taque no evento que valoriza o potencial produtivo do Estado. O Encontro, que nesta edição teve o tema “Pará: Terra de Oportunidades”, reuniu em Belém mais de 200 lideranças de produtores rurais e au-toridades do setor agropecuário nos dias 20 e 21 de novembro, no Palácio da Agri-cultura, sendo uma promoção do Sistema Faepa/ Senar/ Fundepec/Amazônia Rural, com apoio do Sebrae-PA.

Walter Cardoso, superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Ru-ral no Pará – SENAR/AR-PA, ressaltou a importância dos temas debatidos no en-contro, como o Projeto ABC (Agricultura de Baixo Carbono). “Essa iniciativa vai di-fundir técnicas e práticas de baixo impacto ambiental, para um desenvolvimento sus-tentável”, explica.

CRÉDITO SUSTENTÁVELDesde 2011, a Confederação da Agri-

cultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Embaixada Britânica, rea-liza o Projeto ABC Capacitação. Trata-se de ações que contribuem positivamente para o desenvolvimento do Plano Seto-rial de Mitigação e de Adaptação às Mu-danças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura – Plano ABC, do Governo Federal.

No segundo ano de execução do Pro-jeto ABC Capacitação, a CNA conta com o patrocínio do Bradesco, da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF), e com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Banco do Brasil.

No Pará, o ABC é coordenado pela Se-cretaria de Estado de Agricultura (Sagri),

Encontro ruralista traça metas para o desenvolvimento

oportunizando uma nova linha de crédito para que fazendeiros possam modernizar a produção, investindo em tecnologias que minimizem ou neutralizem gases causado-res do efeito estufa. O Pará é o primeiro Estado a integrar o programa do Ministério da Agricultura. A novidade foi apresentada no Encontro Ruralista pelo titular da Sagri, Hildegardo Nunes. O Governo Federal irá destinar R$ 3,4 bilhões em financiamen-to para as safras 2012 e 2013. O recurso poderá ser solicitado através do Banco da Amazônia e Banco do Brasil, com taxas de juros fixas de 5% ao ano.

Através dessa iniciativa um dos objetivos é a recuperação, até 2020, de mais de 500 mil hectares de áreas de pastagens. A meta é conseguir o reflorestamento de 50 mil hectares de terras em dois anos. No Pará a meta é fechar a próxima década com 200 mil hectares de florestas plantadas.

O ABC Estadual começará a ser exe-cutado em 2013, a partir da capacitação de técnicos e produtores e a implantação de unidades demonstrativas para o repas-se de tecnologias.

CARTÃO DO PRODUTOROutra novidade foi apresentada pela

Faepa (Federação da Agricultura e Pe-cuária do Pará) e CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil): o novo cartão do produtor rural. O CNA Card é uma ferramenta prática e econômica para gerenciamento das propriedades rurais.

Via internet - por computadores, ta-blets ou terminais eletrônicos - será possí-vel emitir documentos como Guia de Trân-sito Animal (GTA), Permissão de Trânsito Vegetal (PTV), Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e Nota Fiscal Eletrônica.

Entre as vantagens do CNA Card está a facilidade no acesso aos sistemas de controle dos processos. O serviço está inte-grado a programas como Certificação Sis-bov, Automação dos Processos de Manejo,

Informe publicitário

O 38º Encontro Ruralista reuniu lideranças do setor ruralista paraense na sede da Faepa

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Gestão em Tempo Real e Geoprocessamento. Com o cartão, o usuário pode ainda acessar con-vênios com descontos em compras e serviços.

MELHORAMENTO GENÉTICO Os representantes do setor agropecuário

também discutiram os rumos do Pró-Genética (Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovídeo do Pará). Lançado em setembro o programa busca o melhoramento genético do rebanho bovino e bubalino do Esta-do. O objetivo é organizar a demanda e a oferta, apoiar a comercialização e fortalecer a cadeia produtiva de corte e leite.

Através do programa, os pequenos e mé-

dios produtores poderão fazer financiamentos nos Bancos do Brasil, da Amazônia e do Esta-do do Pará para aquisição de animais de alto valor genético, que agreguem valor ao rebanho. Essa aquisição será incentivada pelo Governo através de feiras de animais com gado de elite. Um dos requisitos para participar do programa são as bases sustentáveis onde os integrantes do Programa Municípios Verdes (PMV) terão prioridade.

São parceiros no Pró-Genética a Faepa, Sa-gri, Senar, Adepará (Agência de Defesa Agrope-cuária do Pará), ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) e ARPP (Associação Rural da Pecuária do Pará).

O público lotou o auditório do Palácio da Agricultura durante os dois dias de palestras e debates do Encontro Ruralista

Luiz Antonio Pagot

Vilson Schuber, do Sebrae-PA

Kleber Menezes, da CNA

Walter Cardoso, do Senar-PA

Homenagem a Carlos Xavier

Rodrigo Justus, da Comissão Nacional do Meio Ambiente da CNA

Mário Moreira, da Adepará

Secretário Hildegardo NunesLamarck Edclau Braiz, do BB

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CAPACAPA

Construir para DESENVOLVERConstruir para DESENVOLVER

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Não precisa ser um especialista para perceber a quantidade de obras em andamento na Região Metro-

politana de Belém (RMB). O mercado da construção civil está em alta e deverá crescer ainda mais nos próximos dois anos não só ao redor da capital, mas também no interior do Pará. Recentemente, o Ban-co Nacional do Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDES) aprovou o finan-ciamento de 22,5 bilhões para as obras da hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, sendo R$ 500 milhões destinados somente para as ações de desenvolvimento econô-mico e social das áreas de influência direta e indireta da obra. Trata-se do maior fi-

VANESSA VIEIRAnanciamento da história do banco.

Os investimentos não vão parar por aí. Segundo informações da Secretaria de Obras Públicas do Pará (SEOP), a agenda mínima para a gestão do governador Si-mão Jatene, prevê investimentos de apro-ximadamente R$ 247 milhões até o final do mandado, sendo que só a área de saúde deverá consumir R$ 164 milhões. Parte desse montante será aplicado na constru-ção, reforma e ampliação de hospitais no Estado.

Em 2013, há previsão de investimen-tos de cerca de R$ 40 milhões, dos quais quase R$ 18 milhões serão empregados na construção do Centro de Convenções de Marabá e, aproximadamente R$ 10 mi-lhões, serão gastos na construção do Gi-násio Poliesportivo para cinco mil pessoas em Santarém.

Outro programa que movimenta o se-tor no interior é o Asfalto na Cidade, que visa melhorar as condições de vida dos cidadãos que moram em áreas urbanas dos municípios. “É uma forma de apoiar o desenvolvimento dos municípios através da otimização das condições de trafegabi-lidade urbana e saneamento. Ele já está em andamento, inclusive com obras já con-cluídas em algumas cidades do Estado”, garante o secretário de obras do Estado, Joaquim Passarinho.

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Também há investimentos do Pro-grama de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. Entre as ati-vidades em andamento no Estado, 116 são voltadas para urbanização de assen-tamentos precários. Ou seja, o cenário é bastante promissor e promete crescer ainda mais em 2013.

DEMANDA PROFISSIONALO Conselho Regional de Engenharia

e Agronomia (CREA-PA), por exemplo, registrou o aumento na demanda por profissionais da área, o que requer ainda mais rigor das fiscalizações do Conse-lho. Segundo o presidente da instituição, o engenheiro Antonio Carlos Alberio, o conselho vem tomando várias medidas para tentar coibir a atuação de leigos ou profissionais que não estejam habi-

litados. “A presença de um profissional habilitado para o exercício de funções técnicas é essencial para o bom desem-penho, economicidade e, principalmen-te, segurança dos serviços. E para que um profissional esteja nessa condição, é necessário que o mesmo esteja regis-trado no CREA-PA com sua anuida-de em dia, e que ele faça o registro da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) no Conselho. E é exatamente durante a análise para emissão da ART que o CREA-PA avalia se o profissional está legalmente habilitado a exercer as atividades por ele solicitadas”, explica Alberio.

O aquecimento do setor no Estado também têm atraído profissionais de outras cidades brasileiras que projetam expectativas de ganho profissional a me-

dida que grandes obras, como a de Belo Monte, começam a deslanchar. Mas o presidente alerta que, mesmo sendo re-gistrados em CREAs de outros Estados, os profissionais devem solicitar o visto profissional para atuarem no mercado paraense, sob o risco de serem autuados pelo CREA do Pará. “Quem vem de fora tem que obter o visto no Conselho do Pará, previsto na legislação profissional. E na prática, percebemos essa atração de outros profissionais para cá, não só re-lacionados à construção civil. Um bom termômetro desse crescimento é que de 3.539 vistos emitidos em 2010, em 2012, até o mês de novembro, esse número saltou para 4.627”, frisa o presidente do CREA-PA.

Para acompanhar o ritmo, que deverá se manter acelerado em 2013, o Conse-lho está com novas estratégias de atuação. Uma delas consiste na descentraliza-ção das atividades da sede do Conselho, como as que já estão sendo executadas em Ananindeua, Marabá, Parauapebas e Santarém. “Para 2013, além das Fiscaliza-ções Programadas e Dirigidas (FPDs), o Conselho atuará, de modo ainda mais en-fático, sobre as diversas áreas abrangidas pelo Sistema Confea/ CREAs e que são consideradas como potenciais do Estado, entre elas a industrial, agrária, mineração e, claro, a engenharia civil”, adiantou.

OUTRA VISÃOMas há quem discorde desse cená-

rio positivo para o setor. Para o assessor econômico do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sindus-con - PA), José Roberto Marques Rodri-gues, o boom da construção civil no Pará ocorreu nos anos de 2008 e 2010, em es-pecial na RMB. Ele explica que este ano o setor sentiu os efeitos da crise e houve uma retração. “Os bancos privados puxa-ram o freio de mão dos financiamentos este ano. Hoje estamos com uma falta de demanda”, revela.

Ele explica que a situação foi mais impactante na capital, que tem o setor imobiliário como grande forte. Atual-mente, são 120 empreendimentos em andamento na RMB. No interior, em es-pecial a região Oeste e Sul, o mercado é movimentado pelas grandes obras de hi-drelétricas e da indústria de mineração.

Abaetetuba, no nordeste paraense, é um dos municípios contemplados com o programa Asfalto na Cidade

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Ele afirma que esta será a tendência dos próximos anos. “A expectativa é que o setor comece a se recuperar gradualmen-te em 2013 e que, em 2014, o cenário já esteja bem melhor”, diz José Roberto.

Sobre uma possível alta nos custos que o novo cresci-mento pode causar no preço final dos empreendimentos, como o aumento no custo de mão de obra e do material de construção, o professor não vê com preocupação a possibili-dade. “Nós já importamos material de construção que é mais barato que o material regional. Não há risco”, assegura.

Ele também não acredita em apagão no que se refere à mão de obra. “Só para Belo Monte chegaram 30 mil trabalhadores de outros lugares. O Sinduscon está constantemente promo-vendo cursos de formação e capacitação para esses trabalha-dores, visando ofertar mão de obra qualificada”, finalizou.

Principais obras da Seop na Agenda Mínima do Governo do Estado

• Construção da Nova Santa Casa de Misericórdia (Belém)

• Construção da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACOM) no Hospital Regional de Tucuruí

• Construção dos Centros de Triagem de Marabá, Santa Isabel e Santarém

• Construção do Ginásio Poliesportivo para 5.000 pessoas em Santarém

• Reforma dos Teatros Margarida Schivasappa e Waldemar Henrique e do Cine Líbero Luxardo (Belém)

• Construção de Batalhões da Polícia Militar (Marabá e Santa Isabel)

• Construção do Centro de Triagem (Tomé Açu)

• Construção do Estádio Municipal (Capitão Poço)

• Conclusão dos Hospitais de Bagre e Garrafão do Norte

• Construção do Centro de Convenções de Marabá

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Quatrocentos mil trabalhadores tem sua carteira assinada por ano no Pará. Contrariando o cenário na-

cional, o estado bate recorde de geração de postos de trabalho. A estimativa, segundo o Dieese (Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) é que entre 2010 e 2013, o saldo entre admitidos e des-ligados seja de 50 mil ao ano, num total de 200 mil, ao final dos quatro anos. Mas o bom momento da economia paraense esbarra em um problema: a deficiência de mão de obra qualificada, em especial em

MERCADO

Na área tecnológica, a oferta de empregos cresce em ritmo acelerado. O problema ainda é a falta de profissionais qualificados

e especializados no estado.

LUCIANA CAVALCANTE

áreas que envolvem tecnologia. Cresce a demanda por profissionais

do ramo de engenharia, agronomia e TIs, mas há poucos especialistas. O mercado enfrenta ainda o êxodo desses profissionais para outros estados, em busca de prepara-ção. Encontrando um mercado propício, eles não voltam. A saída para as empresas locais é importar profissionais de outros estados.

A demanda também cresceu no Pará em virtude das grandes obras que estão acontecendo, principalmente no interior.

Exemplo disso é a construção da hidre-létrica de Belo Monte, cuja estimativa é que, na primeira fase, gere entre 7 e 8 mil empregos e, ao final, cerca de 40 mil. Boa parte dessas vagas são destinadas a profis-sionais especializados, mas a qualificação dessa mão de obra local ainda é baixa.

O coordenador do Dieese no Pará, economista Roberto Sena, explica que não há levantamento específico sobre quantos empregos na área tecnológica são gerados ao ano no Pará, mas cita a dificuldade das empresas em encontrar esses profissionais.

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“Hoje há uma demanda crescente pelas profissões que envolvem altas tecnologias, mas temos um déficit de qualificação de mão de obra, que, na verdade se estende a todas as profissões. Altamira explodiu de contratações, mas a maioria são pessoas de fora do estado”, destaca.

O economista reconhece os esforços dos governos no sentido de promover essa qualificação. Investimentos em programas de infraestrutura devem chegar a R$ 1 mi-lhão até 2013, mas a situação ainda inco-moda e a qualificação está aquém da real necessidade. “Nós precisamos investir cada vez mais na educação e qualificação, em todos os níveis – tecnologia, engenharia e todos os ramos que o estado necessitar de mão de obra mais específica – para que o trabalhador possa ter condições de dispu-tar e ganhar o mercado de trabalho”, avalia.

Empresas especializadas em selecionar funcionários para grandes corporações, como a Adapt RH, com escritórios em Belém, Parauapebas e Marabá, vivem essa realidade diariamente. A psicóloga Grace Gomes opina que um dos fatores que pode explicar a baixa qualificação é a carência de um leque maior de cursos de especializa-ção, mestrado e doutorado. “Assim como preços mais acessíveis aos cursos, há a necessidade de um contato maior e mais aprofundado com tecnologias de ponta, que em contrapartida, são melhores ofere-cidas em outras regiões do país”, avalia.

E com a necessidade urgente de pre-enchimento das vagas, a solução é a im-portação dessa mão de obra, o que acar-reta ainda mais custos para as empresas. “Isso porque a empresa contratante terá que arcar com custos de passagens (para o funcionário e dependentes), mudança, hospedagem (temporária ou permanente)

e ainda, negociar a proposta salarial, já que o candidato de outro Estado tende a exigir maior remuneração por conta do desloca-mento e as implicações na vida pessoal”, detalha.

Uma solução para burlar esses gastos excessivos com pessoal seria, na avaliação da psicóloga, o investimento em profissio-nais para lhes dar condições de concorrer a uma vaga com os candidatos de outras regiões. “Investir ainda em oportunidades de estágio que contribuem para a forma-ção técnica e remuneração de acordo e não abaixo do mercado”, complementa.

Grandes empresas como a minerado-ra Vale tentam evitar esses gastos excessi-vos atraindo mão de obra local com ações de divulgação de suas oportunidades nas universidades e escolas técnicas do esta-do. O objetivo é fomentar o banco de cur-rículos com candidatos locais e evitar o recrutamento em outras praças. “Grande parte das consultorias de recrutamento & seleção que fazem as vagas das operações da mineradora no Pará são matriciadas em Belém, com filiais em Parauapebas, uma alternativa para termos ainda mais acesso ao público local›, explica a gerente de RH de área do Norte da Vale, Fernan-da Pussente.

Outra alternativa que a Vale encon-trou para suprir a necessidade por pro-fissionais da área tecnológica são os pro-gramas de formação de mão de obra, que funcionam como porta de entrada para os funcionários e normalmente têm suas bases fincadas nas universidades e escolas técnicas paraenses. “São eles: Programa de Formação Profissional (mais conheci-do como PFP), Estágio, Jovem Aprendiz e Programa de Especialização Profissional”, esclarece Pussente.

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MARTA CARDOSO

MERCADO DE TRABALHO

A multifuncionalEngenharia de ALIMENTOSEm um mundo com sete bilhões de

habitantes há uma certeza: precisa-mos de comida e essa produção pre-

cisa ser em larga escala. Porém o caminho desses alimentos não é tão simples. Do momento da colheita ou abate do animal são muitos processos até encontrá-los em uma prateleira de um supermercado. Por isso, é fundamental a participação de profissionais que lidem e desenvolvam alimentos que estejam mais acessíveis aos consumidores. Não é toa que os gradua-dos no curso de Engenharia de Alimentos têm emprego garantido logo ao sair da universidade.

O primeiro curso surgiu no Brasil na década de 1970. Na Região Norte o úni-

co curso de Engenharia de Alimentos é o da Universidade Federal do Pará (UFPA), criado há doze anos. São ofertadas 36 va-gas anualmente, no turno da manhã. O diretor da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), professor Jesus Souza, explica que esses profissionais trabalham para que os alimentos tenham uma vida de prateleira melhor, pesquisando a ma-triz animal e vegetal, controlando a quali-dade na indústria, desenvolvendo formas de conservação, desenvolvendo produtos probióticos, entre outros.

Souza explica que o crescimento da demanda por esses engenheiros aumentou a partir da década de 1990. Foi quando a indústria alimentícia aumentou a busca

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ONDE ESTUDAR

Universidade Federal do ParáUFPA (Belém)

GRADUAÇÃO

Tempo: 5 anosAcesso: via processo seletivo, que inclui participação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e prova da UFPA (somente uma vez por ano)Período: a partir de setembroVagas: 36 vagas anuais no turno da manhãCusto: gratuito

MERCADO

Remuneração: de R$1,5 mil a R$12 mil, dependendo da formação Principais empregadores: indústrias, órgãos públicos e instituições de ensino

Saiba mais sobre o curso em www.fea.ufpa.br

por alimentos mais fáceis de consumir. Isso reflete mudanças na rotina dos bra-sileiros, que hoje procuram itens que pos-sam ir ao micro-ondas ou sopas que ficam prontas em alguns minutos. “Não basta produzir e não ter uma interface para que esses produtos cheguem ao consumidor. É preciso transformar para facilitar”, diz.

As disciplinas básicas do curso in-cluem Cálculo, Física, Química, Intro-dução à Eletricidade, Resistência dos Materiais, Informática, Desenho Técnico, Administração Gerencial e Economia. O currículo assusta alguns calouros do curso, conta o diretor. “Muitos alunos, quando ouvem falar do curso, pensam apenas em alimentos, e não lembram que tem uma palavra na frente, que é engenharia”, rela-ta. O susto é inevitável quando começam as primeiras aulas de cálculo. Há ainda os que acreditam que o curso tem proximida-de com a Gastronomia ou Nutrição.

Souza explica que, para seguir os cinco anos do curso é fundamental gos-tar de Química, Física e Matemática. Para quem pretende ingressar no curso o diretor aconselha: “é preciso gostar da ideia de trabalhar para as pessoas, pois elas vão ingerir aquilo que você está pes-quisando”.

Nos primeiros anos as disciplinas são balanceadas entre estas matérias básicas e a introdução à Engenharia de Alimentos. Mais adiante surgem os conhecimentos específicos, como a Bioquímica de Ali-mentos, Microbiologia de Alimentos,

Planejamento de Projetos de Indústria de Alimentos, Embalagens de Alimentos, Higiene e Legislação de Alimentos, Tec-nologias de produtos de origem animal e vegetal.

A indústria de alimentos é a prin-cipal empregadora. O coordenador da FEA destaca o potencial da nossa região por conta dos produtos regionais ainda pouco estudados. Ele lembra que todas as pesquisas referentes ao açaí (que é expor-tado 100% pasteurizado) foram desen-volvidas no curso da UFPA. Também há boas perspectivas de emprego no interior do Estado, nas indústrias de Marabá e municípios da região.

ATUAÇÃOOs engenheiros atuam no controle de

qualidade na indústria, marketing e venda, gerenciamento, planejamento, desenvolvi-mento de produtos, podem lecionar em universidades e instituições profissionali-zantes, atuar em órgãos públicos de con-trole e fiscalização, ou ainda, montar sua própria empresa.

Nos laboratórios da FEA/UFPA os alunos desenvolvem o aprendizado nas diversas áreas de atuação

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PORTOMELLO

AGENDAAGENDA

Feira do Empreendedor 2012Período: 12 a 15 de dezembroLocal: Hangar – Centro de Convenções da Amazônia (Belém)

Curso Teórico e Prático de Receptores Geodésicos e Portáteis de NavegaçãoPeríodo: 13 e 14 de dezembroLocal: Nova Central Sindical de Trabalhadores Minas Ge-rais (Belo Horizonte/MG)Informações: www.asseagri-mg.com.br

Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos – UFES 2013Seleção: até 14 de dezembroLocal: Universidade Federal do Espírito Santo (campus Alegre)Informações: (28) 3552-8918

21º Feira Agropecuária de Brasil NovoPeríodo: 14 a 16 de dezembroLocal: Parque de Exposições de Brasil Novo

Leilão de Corte do Sindicato Rural de RedençãoDia: 27 de dezembroLocal: Parque de Exposições de Redenção.

PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRASO edital para a Graduação San-duíche do Programa Ciência Sem Fronteiras está com inscrições abertas até o dia 14 de janeiro de 2013. Os países acolhedores nesta rodada incluem a Austrália (G8/ATN), Alemanha, Canadá (CALDO/CBIE), Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Itália, Japão, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suécia. Para detalhes os candida-tos deverão consultar os Editais específicos, disponíveis no site www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf.

Curso de Inseminação Artificial em Bovinos – ABS PecplanPeríodo: 14 a 18 de janeiro de 2013Local: Delta (Uberaba/MG)Informações: (34) 3319-5400

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Ideal para estudantes de graduação dos cursos de engenharias e de cursos técnicos de mecânica industrial, soldagem e design,

Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução é ferramenta fundamental para o apoio aos estudos. Esta 8ª edição da obra de William D. Callister Jr., traz novas seções sobre os assuntos: difusão em materiais semicondutores, memória flash, polímeros/plásticos biodegradáveis e biorrenováveis, além de uma ampliação de temas relacionados a nanomateriais, ligas de titânio, lâminas de vidro, etc.

LIVROS

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VIA SUL EMPREENDIMENTOSAlameda 3 quadra 11 nº 121 - COHAB - Tucurui - Pa

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A proposta do autor Yopanan Rebello no

livro Fundações - Guia Prático de Projeto, Execução e Dimensio-namento é passar sua ex-periência no campo das fundações aos que se iniciam na carreira. O autor procura situar o leitor no campo da mecânica dos solos tanto pela prática como pela teoria, abordando as noções bá-sicas mais importantes; os procedimentos e as formas de interpretação para avaliar a capacidade do solo e entender a escolha do tipo de fundação mais indicado, tanto técnica como economicamente.

Primeiro livro da co-leção Aplicações da

Energia Solar Fotovol-taica, Sistemas fotovol-taicos Conectados à Rede Elétrica apresenta uma visão global das principais características técnicas e operacionais dos SFCR, configurações e cálculos para o seu dimensionamento, e exemplos de sistemas instalados no país e seus resultados operacionais. Traz ainda diagramas indicativos de percen-tagem de captação anual de irradiação solar das principais cidades sul-america-nas, incluindo todas as capitais brasilei-ras. A autoria é de Marcos André B. Ga-lhardo, Roberto Zilles, Sérgio Henrique F. de Oliveira e Wilson Negrão Macêdo.

Começando nos anos 1980 com mapea-

mento da cobertura ve-getal brasileira: agrícola, florestal e monitorando o desflorestamento na Amazônia e remanescentes da Mata Atlântica, o sensoriamento remoto aplicado ao estudo da vegetação apro-fundou-se para permitir a obtenção de parâmetros biofísicos da vegetação como a biomassa ou o índice de área foliar. De uma descrição qualitativa é capaz de abordagem quantitativa, tanto no monitoramento de ecossistemas como na previsão de safras e estimati-vas relativas a áreas agrícolas. Nesta 2ª edição, Sensoriamento remoto da ve-getação atualiza os principais conceitos relacionados à área.

Publicado em maio de 2012, Potencial

das várzeas da Amazô-nia: em especial as do Estado do Pará, teve lançamento oficial nos municípios de Oriximi-ná, Santarém e Belém, respectivamente. De autoria do engenheiro agrônomo Rui de Souza Chaves, professor titular da UFRA – Universidade Federal Rural da Amazônia e conselheiro do CREA-PA, o livro é resultado de mais de três décadas de pesquisa dedicada às várzeas do nor-deste paraense, do Estuário Amazônico e do Baixo Amazonas. O exemplar é fonte para estudos e pesquisas relacionadas ao sistema de preparo de solo para arroz em área sistematizada de várzea, ao efeito de salinização da água e densidade de plantio de arroz, ao uso e manejo do potencial das várzeas da Amazônia, entre outros. Publicado por meio de apoio de órgãos públicos e privados como financiamento à pesquisa, o livro poderá ser obtido dire-tamente junto ao acervo do autor, através do email: [email protected].

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