revista conilon brasil 8ª ediÇÃo

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ENTREVISTA: DIRETORES DA COOPEAVI (MERCADO DE CAFÉ E COOPERATIVISMO) REVISTA www.conilonbrasil.com.br Edição 8 - Ano II Fevereiro / Março de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA VENDA PROIBIDA Instituto de Qualidade do Café dos Estados Unidos firma parceria com a Conilon Brasil ARTIGO Novo Protocolo de Robusta MANEJO & TECNOLOGIA Tecnologia de Aplicação de Defensivos e Fertilizantes

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Revista especializada em café conilon (robusta coffee).

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Page 1: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

ENTREVISTA: DIRETORES DA COOPEAVI (MERCADO DE CAFÉ E COOPERATIVISMO)

REVISTAwww.conilonbrasil.com.br

Edição 8 - Ano IIFevereiro / Março de 2011

DISTRIBUIÇÃO GRATUITAVENDA PROIBIDA

Instituto de Qualidade do Café dos Estados Unidos firma parceria

com a Conilon Brasil

ARTIGONovo Protocolode Robusta

MANEJO & TECNOLOGIATecnologia de Aplicação de Defensivos e Fertilizantes

Page 2: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

www.conilonespecial.com.br - Para saber mais sobre o projeto, ligue 27 3224 3412

Se você acredita que pode, QUER produzir um café de qualidade com valores sustentáveis, e QUER evoluir na gestão

de sua propriedade conhecendo as ferramentas mais avançadas para isso, você está pronto para o FUTURO do café conilon.

Page 3: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

NA INTERNET

conilonbrasil.com.br

Atualizações diárias, estamos ligados em tudo que acontece no agronegócio mundial.

Informações a jato no Twitter twitter.com/conilonbrasil

Acompanhe o vai e vem do mercado, as pre-visões, cotações, o que acontece na bolsa em Londres e em Nova York.

Mercado

Eventos

NotíciasConfira as principais notícias e acontecimen-tos do agronegócio café.

Calendário de exposições e feiras dos eventos ligados a agricultura.

Cooxupé abrirá filial no Espírito Santo

O Espírito Santo terá, nos próximos meses, uma subsidiária da Cooperativa de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), que é a maior do mundo no setor cafeeiro. A subsidiária da cooperativa mineira ficará no município de Serra, onde foi alugado um arma-zém com capacidade para 100 mil sacas de café.

Com a abertura da subsidiária, a cooperativa pretende transfe-rir para o Porto de Vitória as exportações de cafés finos que hoje são feitas pelo Porto de Santos. A Cooxupé exporta anualmente cerca de 100 mil sacas de cafés finos, a maior parte delas produ-zida em Minas Gerais.

A substituição do Porto de Santos pelo Porto de Vitória, segundo o pre-sidente do Instituto Capixaba de Pes-quisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Evair Vieira de Melo, busca a redução de custos. Além de ta-rifas mais elevadas, no porto paulista há o custo do transporte rodoviário e o pagamento de pedágios em cerca de 20 praças no trajeto da cooperativa de Guaxupé (MG) até o Porto de Santos (SP).

E o interesse da Cooxupé no Espírito Santo não para por aí. Segundo Melo, que acompanhou os dirigentes da coo-perativa na visita ao Estado, a instituição já estuda a abertura de uma filial no Espírito Santo para iniciar a operar no mercado de café conilon. O trabalho de ponta desenvolvido pelos pesquisa-dores do Incaper com o conilon está despertando o interesse do mercado no café capixaba.

Além de ser a maior cooperativa de café do mundo a Cooxu-pé figura entre as cinco maiores exportadoras do país. Além de exportar café, a cooperativa tem uma unidade torrefadora para atender ao mercado interno.

Na avaliação do presidente do Incaper a presença da Cooxupé será altamente positiva para os cafeicultores capixabas e também para as cooperativas locais de menor porte. “O Espírito Santo só tem a ganhar com isso. E as pequenas cooperativas também, porque abre a possibilidade de novas parcerias”, destaca Melo.

Fonte: Rita Bridi - Jornal A Gazeta

12/01/2011

A Cooxupé já estuda a abertura de uma filial no Espírito Santo para iniciar a operar no mercado de café conilon.

Page 4: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

Sumário CONILON BRASIL - FEVEREIRO / MARÇO 2011ANO II - EDIÇÃO Nº 8

CQI NOBRASILInstituto de Qualidade do Café

dos Estados Unidos firma parceria com a Conilon Brasil 12

CAPA

Page 5: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

7ENTREVISTADiretores da COOPEAVI falam sobre mercado de café e cooperativismo

16MANEJOTratores cafeeiros

20Tecnologia de aplicação de defensivos e fertilizantes

27ARTIGOCooperativas capixabas criam aAGROCOOP

Foto

:Val

mir

Zuffo

ARTIGONovo protocolo de Robusta:Cafés capixabas obtiveram

resultados animadores

10

ESPAÇO gourmet

24

MERCADO DO CAFÉ

Drinks para ocarnaval

Page 6: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

Carta do Editor

Receba a revista em sua casa, cadastre-se em nosso site.www.conilonbrasil.com.brCadastro gratuitoSugestões e opiniões:[email protected]@conilonbrasil.com.br

A palavra do momento é QUALIDADE. Os consumidores exigem cada vez mais qualidade nos produtos e serviços adquiridos. Quando falamos de alimentos, a exigência é ainda maior. O conceito de qualidade de alimentos está ligado às informações sobre a origem, processo de produção, matérias primas, insumos, respeito ambiental e mão de obra empregada na sua fabricação.O mercado de café está passando por um momento muito importante. Preços em

patamares recordes, grande valorização da qualidade e a conquista da admiração de países consumidores pelos cafés brasileiros. Esse é o momento de mostrarmos ao mundo que temos condições de atender a todos os mercados, inclusive o mercado de cafés especiais.No caso dos Robustas, dos quais até pouco tempo não se falava de qualidade,

observamos uma grande mudança comportamental. O Mercado busca cafés Robustas especiais e já começa a valorizar de maneira diferenciada esses cafés.O CQI, instituto que é referência mundial em qualidade de café, busca desenvolver

o mercado de Robustas especiais no Brasil. Com a montagem do laboratório de análises sensoriais no estado do Espírito Santo, o CQI juntamente com a Conilon Brasil objetivam a identificação de Robustas especiais e a difusão do novo protocolo de degustação de Robustas finos. Esses cafés serão apresentados ao mercado mundial, atraindo assim, as atenções dos grandes compradores para o mercado de Robustas finos no Brasil.Degustem um bom café e tenham todos uma ótima leitura.

Bruno [email protected]

Editor: Bruno Sposito Diretor de Marketing: Arthur FiorottDiretora Financeira: Neide Baldo Editora de Texto: Tania ThomaziniDiretor de Arte: Jaques Brinco Jr Impressão: Gráfica e Editora GSAColaboradores Nesta Edição: Adelino Junior Thomazini, André Thomazini, Marco De La Roche, COOPEAVI, OCB-SESCOOP/ESAtendimento Comercial: 27 3224 - 3412 [email protected]ço para correspondência: Rua Clóvis Machado, 176 - Sala 405 Ed. Conilon, Enseada do Suá CEP 29050-900 Vitória - ES

Revista com Tiragem Bimestral: 2 mil exemplaresDistribuição Gratuita: ES, RJ, SP, MG, BA, RO, MT, GODistribuição Nacional: Governo dos Estados, Associações, Prefeituras, Setor Produtivo Industrial e Comercial, Produtores Rurais, Agrônomos, Cooperativas e Universidades.

*Os textos, incluindo opiniões e conceitos emitidos, são de responsabilidade exclusiva de seus autores.

Page 7: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

ENTREVISTA

1 Ano de Conilon Brasil 7

CB: A COOPEAVI tem uma história na avicultura do ES, sendo reconhecida nacional-mente por essa atividade, como foi essa migração para o setor do café?

Coopeavi: Não deixamos de inves-tir e crescer na avicultura, mas visu-alizamos uma necessidade de atuar-mos no mercado café. Já vínhamos atendendo os produtores com toda linha de insumos e assim, foi oportuno há 10 anos atrás, in-vestirmos no primeiro armazém de café para estocagem e comer-cialização da produção dos as-sociados, hoje com capacidade estática de 120 mil sacas arma-zenadas. Em 2009 comercializa-mos 160mil sacas de café e para 2011 projetamos um volume pró-ximo a 200mil.

Diretores da COOPEAVI falam sobreMercado de café e Cooperativismo

A história da avicultura de Santa Maria de Jetibá teve inicio em 1960. Entre os anos de 1960 e 1964 diversos produtores decidiram iniciar a atividade avícola no município. Em 1964, os avicultores sen-tiram dificuldade em gerenciar seus próprios negócios. Por esse motivo, eles decidiram se unir e fundaram a Coope-Avi, Cooperativa Avicola de Santa Maria de Jetiba. A atividade na cafeicultura começou em 1975, com a incorporação do patrimônio da cooperativa dos cafeicultores de Santa Te-resa. Começa a história da COOPEAVI no café.Nessa entrevista, realizada em recente visita ao moderno prédio onde está a gerência da COOPEAVI, os diretores falaram sobre os temas mais relevantes do cooperativismo e da cafeicultura nacional.

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ENTREVISTA

8 1 Ano de Conilon Brasil

CB: Para o fortalecimento do cooperativismo, é importante que haja intercâmbio de in-formação, produtos e serviços. Diante desses aspectos, quais foram às conquistas da COO-PEAVI que se transformaram em valor para os cooperados?

Coopeavi: A Coopeavi nunca dei-xou de investir na sua área de atuação, seja ela na estrutura fí-sica (novos armazéns e pontos de compra), dias de campo, fecha-mento de safra e principalmente na qualificação da equipe pro-fissional. Constantemente traba-lhamos pela melhor remuneração dada à qualidade do produto, além de levarmos ao cooperado uma excelente consultoria técni-ca. Não podemos esquecer que somos uma cooperativa que se-gue princípios definidos na dou-trina do cooperativismo. O com-promisso com a comunidade no entorno de nossas filiais também deve ser considerado um valor e o associado já está percebendo isto.

CB: Sabemos que a região de Santa Maria de Jetibá, onde a COOPEAVI está inserida tem as duas cafeiculturas, Arábica e Conilon, nesse contexto, qual será o posicionamento da COO-PEAVI no setor de café?

Coopeavi: A matriz da Coopea-vi tem sua sede em Santa Maria de Jetibá, onde predomina o café arábica. No entanto, em outros municípios onde atuamos, comer-cializamos tanto o arábica como o conilon. Atualmente o café co-nilon participa com 50% do volu-me comercializado, mas na nossa visão este percentual tende a au-mentar gradativamente.

CB: Qual é a área de atuação geográfica da COOPEAVI no setor café?

Coopeavi: Hoje estamos mais presentes em 10 municípios da re-gião serrana (central e sudoeste) do Estado do ES, com planos de ampliação para as regiões norte e sul do Estado. Também começa-

remos atuar no Estado de Minas Gerais, mais precisamente em Caratinga (já inaugurada a loja) e Conselheiro Pena (inauguração prevista para 2º semestre deste ano). No Espírito Santo estare-mos inaugurando mais duas lo-jas, uma em Itaguaçu e outra e Baixo Guandu, ainda em 2011.

CB: Recentemente surgiram diversas cooperativas no setor cafeeiro, inclusive uma grande cooperativa se instalará no ES para operar no setor de café Conilon. A COOPEAVI está preparada para entrar nesse ramo?

Coopeavi: O nosso diferencial está na aproximação com o pro-dutor, onde participamos de toda a cadeia produtiva. Oferecemos consultoria técnica, ofertamos insumos a preços competitivos e comercializamos a produção do cooperado. Lembrando que esta grande cooperativa que se instalará no ES vem através de uma subsidiária, isto é, não vem com o formato de cooperativa, ou seja, o produtor não partici-pará dos resultados (sobras) da mesma forma que ocorre com a Coopeavi.

CB: No ultimo mês de setem-bro, o CQI (coffee quality insti-tute) lançou na OIC, um proto-colo de degustação de robustas finos. Como a COOPEAVI se posiciona nesse novo momento de mudança para a cafeicultu-ra de Conilon?

Coopeavi: A Coopeavi tem acompanhado e apoiado as mu-danças na cafeicultura. Temos uma área específica na gestão da

João GalimbertDiretor

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ENTREVISTA

1 Ano de Conilon Brasil 9

qualidade do café. Fomos res-ponsáveis pela análise e tipifi-cação dos cafés envolvidos no Iº concurso de café conilon de Co-latina, realizado na Expocol de 2010. Recentemente um de nos-sos colaboradores obteve mais uma certificação de classificador e degustador de café com habi-litação em café torrado e café torrado e moído fornecida pelo MAPA. Nossa visão é nos tornar-mos referência no setor de café de qualidade, e esta mudança na cultura do conilon converge para o nosso objetivo.

CB: A COOPEAVI, com o apoio do INCAPER, fará o Iº Encon-tro Estadual do Conilon Des-cascado do ES. Como será esse evento?

Coopeavi: O evento tem por objetivo incentivar a melhoria da qualidade do conilon, espe-cialmente o café descascado. Hoje existe uma demanda pelas indústrias por estes cafés, mas a oferta ainda é pequena. Esta-remos trazendo depoimentos de produtores e associações que já fazem o processo pós colheita descascando o grão com exce-lentes resultados. Além disso, traremos uma palestra de nível nacional demonstrando a tendên-cia e oportunidades para os cafés descascados. Este é um encontro que visa disseminar a informa-ção e agregar não só valor, mas pessoas e entidades que enxer-guem na obtenção da qualidade um caminho sem volta.

CB: A COOPEAVI se uniu a recém formada AGROCOOP. Quais benefícios os agriculto-res terão com essa união?

Coopeavi: A AGROCOOP ain-da está em fase de criação. É na verdade uma central forma-da pela junção de algumas co-operativas do ramo café com o objetivo principal agregar valor à produção. Em uma das etapas está um estudo de uma marca café das cooperativas no intuito de termos um produto comercial nas gôndolas dos supermercados.

CB: Podemos afirmar que o momento atual é um dos me-lhores para o Cooperativismo na cafeicultura de Conilon?

Coopeavi: A participação das cooperativas no mercado de café ainda é baixa devido, principal-mente, a uma competição desleal comprovada pela operação broca e pela falta de um planejamento estratégico específico para cafei-cultura. A Coopeavi, fortalecida pela sua credibilidade de mais de 45 anos de cooperativismo e por uma gestão estratégica voltada especificamente para a cultura cafeeira, aliado ao enorme po-

Marcelino BellardtGerente Executivo

tencial que a cultura do conilon vem apresentando em nosso Es-tado, vê este bom momento como um início de um futuro promis-sor. Contudo, a palavra-chave é: qualidade.

CB: De uma maneira geral, a ca-feicultura de Conilon caracteriza-se por ter pequenas propriedades rurais, sendo de agricultura fa-miliar. Quais os benefícios que um pequeno produtor tem ao fa-zer parte de um sistema de coo-perativas?

Coopeavi: O pequeno produtor participando de uma cooperativa bem estruturada faz com que se torne um grande. Mesmo pequeno, a cooperativa proporciona a ele um maior poder de barganha, seja na aquisição de insumos como tam-bém na venda da sua produção. E o mais importante de tudo é que o produtor participa dos resultados da cooperativa da qual ele é sócio, ao contrário de uma empresa mer-cantil onde os lucros são de seus donos ou acionistas.

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10 1 Ano de Conilon Brasil

ARTIGO

Novo protocolo para degustação

de Robusta é testadoCafés capixabas obtiveram resultados animadores

No mês de setembro de 2010, foi lançado na OIC, o Protocolo de degustação de Robustas Finos. O protocolo de degustação foi um trabalho realizado pelo CQI – Coffee Quality Institute - com a cola-boração de diversos profissionais do setor cafeeiro

mundial.Para colocar em prática o novo protocolo de degusta-

ção de cafés da variedade Robusta (Protocolo de degusta-ção de robustas finos), a equipe da Conilon Brasil testou alguns cafés do Espírito Santo para saber como seria o comportamento dos cafés diante dessa nova metodologia. Foram degustados cafés de Vila Valério, Cachoeiro de Ita-pemirim, Castelo e Conceição do Castelo.

Os degustadores Arthur Fiorott e Rondinelio Sartorio

provaram as amostras de café durante um dia de prova e obtiveram resultados animadores para os produtores capi-xabas e consumidores do Brasil.

Um dos aspectos que chamou mais a atenção dos degustadores foram às variações de sabores em rela-ção às diferentes regiões capixabas, sendo que algu-mas características presentes em cafés da Região Sul do Estado não estão presentes nos cafés da Região Norte. Ainda, a variação de processo pós colheita teve grande influência nas nuances presentes nos ca-fés degustados.

Diante das amostras analisadas, todos os cafés ob-tiveram resultados acima do nível de “muito bom”, estando próximo de obter resultado de robusta fino.

Texto: Equipe Conilon Brasil

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1 Ano de Conilon Brasil 11

ARTIGO

Será Inaugurado em março o Laboratório Conilon Brasil CQI. O Laboratório é uma parceira entre a Conilon Brasil e o CQI – Coffee Quality Institute - na qual será implementado o Protocolo de Degustação e Torrefação de Robustas Finos. A sala de provas é mais uma ferramenta de auxilio a cadeia do café Conilon para melhorar ainda mais o café e agregar valor. Diversos serviços serão prestados para cafeicultores e profissionais do ramo da cafeicultura.

• Análise sensorial de café

• Análise sensorial de café para embarque

internacional – padrão CQI

• Cursos de degustação, torrefação,

preparo de café e R GRADER

• Cursos de barista

Laboratório Conilon Brasil CQI

Pontuação Total Descrição da Qualidade Classificação

90-100 Excepcional Muito Fino80-90 Fino Fino70-80 Muito Bom Prêmio60-70 Bom Boa Qualidade Usual50-60 Médio Boa Qualidade Usual40-50 Razoável Comercial < 40 Comercializável<30 Abaixo da Mínima<20 Não Classificável<10 Escolha

Fragrância/Aroma

Corpo Sabor

RetrogostoRazãoAmargor/Doçura

Razão Salinidade/Acidez

Fragrância/Aroma

Corpo Sabor

RetrogostoRazãoAmargor/Doçura

Razão Salinidade/Acidez

Fragrância/Aroma

Corpo Sabor

RetrogostoRazãoAmargor/Doçura

Razão Salinidade/Acidez

Fragrância/Aroma

Corpo Sabor

RetrogostoRazãoAmargor/Doçura

Razão Salinidade/Acidez

O resultado final das amostras é calculado pela soma das pontu-ações de cada atributo primário. Cada café passa a ser avaliado por dez quesitos. O valor correspondente aos defeitos é subtraído, chegando ao resultado final. A seguinte chave de resultados tem-se mostrado uma maneira significativa de descrever a série de quali-dades do café para o resultado final, com pontuações de mais de 80 correspondendo aos Robustas Finos.

PERFIS DE DEGUSTAÇÃOCACHOEIRODE ITAPEMIRIM

CONCEIÇÃODO CASTELO

CASTELO

VILAVALÉRIO

CD

CD

CD

NATURAL

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12 1 Ano de Conilon Brasil

MATÉRIA CAPA

CQI NOBRASILInstituto de Qualidade do Café

dos Estados Unidos firma parceria com a Conilon Brasil

Page 13: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

13 1 Ano de Conilon Brasil

ARTIGO

Page 14: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

14 1 Ano de Conilon Brasil

MATÉRIA CAPA

O Coffee Quality Institute (CQI) é uma organiza-ção sem fins lucrativos que trabalha internacio-nalmente para melhorar a qualidade do café e as vidas das pessoas que o produzem. O CQI fornece

treinamento e assistência técnica aos produtores de café e de outros indivíduos da cadeia de abastecimento para aumentar o volume, valor e sustentabilidade da produção de cafés de alta qualidade. O CQI também trabalha para a construção de capacidade institucional em países pro-dutores de café, através da criação de sistemas e infra-estruturas que incentivem um foco na qualidade e ele-vem a renda dos agricultores.

O café é uma das com-modities agrícolas mais ne-gociadas no mundo e mais de 125 milhões de pessoas dependem da sua produção para sua subsistência. A ca-deia do café enfrenta um de-safio, porque muitas dessas pessoas são pequenos agri-cultores de café que estão lu-tando para ganhar uma renda suficiente para sustentar suas famílias.

O Coffee Quality Institute (CQI) está trabalhando para solucionar estes problemas, mantendo-se focado na qua-lidade. O instituto acredita

que a qualidade é a variável mais importante que afeta os preços e posteriormente, os meios de vida sustentada por esse preço. A existência de regiões produtoras estáveis e prósperas se traduz em uma oferta sustentável de café de qualidade para a indústria.

Concentrando esforços nas pessoas, o compromisso do CQI é de formação e educação, levando aos produtores

de café as ferramentas que precisam para competir no mercado mundial. O Insti-tuto criou uma plataforma de mercado, que melhora as práticas comerciais existen-tes e aumenta a transparência para que os agricultores pos-sam ser recompensados por seus esforços de qualidade.

Para garantir que essas soluções continuem a longo prazo, o CQI vem trabalhan-do para desenvolver uma nova geração de líderes glo-bais. Esta abordagem inte-grada eleva a qualidade em todos os níveis da cadeia de valor, para que todos se bene-ficiem. CQI é uma das mais importantes organizações que trabalham em colabora-ção com países produtores e consumidores para criar as mudanças institucionais que podem construir um mercado mais sustentável.

A importância do café conilon para o estado do Espírito San-to pode ser demonstrada através dos seguintes dados: 7,3 milhões de sacas produzidas (mais de 70% da produção nacional de Conilon), R$ 1,3 bilhões (34% do PIB agrícola estadual) de renda gerada anualmente para os cafeicultores capixabas, 220 mil empregos no campo (estima-se que 70% desse café é de base familiar. É a atividade econômica que mais emprega no estado) e 40 mil propriedades produzindo café Conilon em mais de 60 municípios do interior, em 330 mil hectares cultivados (INCAPER 2009).O Espírito Santo, por meio do trabalho de pesquisa realiza-do pelo Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural), é referência mundial em tecnologia e produção de café Conilon. As novas técnicas de manejo da cultura desen-volvidas pelo Instituto, assim como variedades melhoradas, aliadas à assistência técnica aos produtores fizeram com que, em 15 anos, de 1993 até 2008, a cultura apresentasse crescimentos expressivos. A produtividade média do Estado cresceu 188%, passando de 9,2 para 26,57 sacas beneficia-das por hectare. Já a produção teve incremento de 213%, ao subir de 2,4 para 7,3 milhões de sacas beneficiadas/ano, com um aumento de apenas 11% da área plantada (INCA-PER, 2008).A produção de café gourmet cresce a taxas de 25% ao ano e conta com 700 produtores no Brasil (ABIC, 2009). O café Conilon do Espírito Santo representa menos de 1% do café gourmet produzido e consumido no Brasil. (PEDEAG, 2008). Pesquisas realizadas mostram que os consumidores estão dispostos a experimentar o café Conilon fino (ABIC, 2009). Diante desses dados fica clara a importância de posicionar-mos o Conilon Capixaba no mercado de cafés especiais.

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1 Ano de Conilon Brasil 15

MATÉRIA CAPAMATÉRIA CAPA

Desenvolvida pelo Coffee Quality Institute (CQI), com base na metodologia da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, sigla em inglês), a rigorosa certificação de juiz Q Grader dá aos provadores a chancela para avaliar cafés com credibilidade em todo o mundo. A graduação dá confiabilidade às partes que contratam porque a cali-bragem utilizada para a avaliação é uma referência aceita internacionalmente.

Da mesma forma que foi criada a certificação de Q Gra-der para a classificação e degustação de cafés arábicas, o CQI desenvolveu a certificação R Grader, que é específica para a avaliação de cafés Robustas de qualidade. Quando um café passa através do Q Coffee System e torna-se ve-rificado como um café Q ™, isso significa uma confirma-ção de que pode ele pode realmente ser considerado uma especialidade. Amostras de café verde são submetidos a um In-Country Partner (ICP) empresa parceira do CQI nos países onde atuam, e 3 Q ou R Graders (profissionais de-gustadores credenciados). Cafés que atendem as normas para o verde, torrado e qualidade da bebida recebem um Certificado Q ou R. Se o café não cumprir as normas da especialidade, ele recebe um relatório técnico que explica o porquê.

A Conilon Brasil LTDA é o parceiro (ICP) exclusivo do CQI no Brasil para a introdução dos trabalhos relacionados aos robustas finos (R). Assim sendo, ela ficará responsável pela formação de profissionais degustadores credenciados como R Graders dentro do programa de treinamento do CQI. Além disso, a empresa Capixaba será a responsável no Brasil por toda a veiculação, distribuição e difusão do

conhecimento relacionada a esse protocolo, contando com total apoio do Instituto de qualidade do Café (CQI).

A parceria visa a formação de profissionais de cooperati-vas, institutos públicos e empresas ligadas ao setor do café e controle de qualidade, além de degustadores do progra-ma G Quality, que visa justamente à calibragem e quali-ficação desses profissionais. Com isso poderemos elevar o grau de conhecimento sobre a qualidade do Conilon Capixaba, buscando assim expandir nossa participação no mercado internacional.

Para obter a graduação mais conceituada no mercado é preciso treinar muito. A Conilon Brasil oferece uma assessoria prévia aos candidatos, com aulas preparató-rias para a qualificação pelo CQI. Assim que os pro-fissionais estiverem preparados e conhecendo todos os procedimentos do protocolo de avaliação de robustas de qualidade, uma equipe de instrutores do CQI virá ao Brasil para a realização das provas de qualificação. Para oferecer esses serviços, a empresa contará com um laboratório próprio de análises sensoriais e com toda a estrutura necessária para a realização dos trabalhos. Esse laboratório ficará situado em Vitória, capital do estado do Espírito Santo e terá a certificação da SCAA.

Com esse trabalho elevaremos o café conilon à um novo patamar, como foi feito com o café arábica bra-sileiro. Sem os provadores certificados seria impossí-vel a existência do processo ‘R’, que é uma garantia qualitativa dos cafés que são provados através desse sistema.

A Conilon Brasil LTDA é o parceiro (ICP) exclusivo do CQI no Brasil para a introdução dos trabalhos relacionados aos robustas finos (R)

Ted LingleDiretor Executivo

CQI

Page 16: REVISTA CONILON BRASIL 8ª EDIÇÃO

MANEJO & TECNOLOGIA TRATORES

16 1 Ano de Conilon Brasil

TraTores

Cafeeiros

a atividade cafeeira tem buscado aprimorar os seus sistemas de culti-vo, dessa forma o gestor

da atividade carece de ferramentas que lhe permitam obter o maior retor-no produtivo e financeiro, promoven-do melhor aproveitamento de insumos e serviços com o menor impacto eco-lógico. A modernização da mecaniza-ção na cafeicultura esta relacionada a investimentos em máquinas, equipa-mentos e dispositivos que ajudem a aumentar a produção, de forma a ge-rar um maior rendimento operacional, atingindo os objetivos desejados.

Na produção de café, diversas ope-rações manuais podem ser substituídas pelo uso de implementos acoplados ao trator. A abertura de covas, prepa-ro do solo, aplicação de defensivos e fertilizantes, manejo de plantas da-ninhas dentre outras práticas, podem ser realizadas com o uso de uma força motriz. Entretanto, a escolha correta do trator/implemento é que garante um trabalho eficiente, rápido e de me-

nor custo. Na escolha de um modelo é preciso primeiramente avaliar a ca-pacidade financeira do produtor para a aquisição da máquina. Além possuir recursos ou se encaixar em uma linha de financiamento, é preciso selecio-nar uma máquina que opere dentro do volume de serviço requerido, ou seja, dentro do perfil da propriedade (em termos do tamanho da área mecani-zável e volume de serviço requerido).

Os tratores utilizados no preparo inicial do solo e nos tratos culturais possuem características diferentes. Porém é importante que os tratores agrícolas possuam um motor mais

potente, mais econômico e menos po-luente. Devem ser fáceis de operar e possuir flexibilidade, sistema de di-reção e freios de alta eficiência para uma excepcional manobrabilidade, alta produtividade, estabilidade, ma-nutenção mínima, potência no ponto de tomada de força, sistema hidráulico bem dimensionado, maior potência de frenagem e maior segurança. Para as pulverizações com defensivos é muito importante adquirir tratores com uma cabine de proteção para evitar a con-taminação do operador.

Um trator para executar os traba-lhos de preparo inicial do solo como,

Na produção de café, diversas operações manuais podem ser substituídas pelo uso de implementos acoplados ao trator.

Texto: Equipe Conilon Brasil

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MANEJO & TECNOLOGIA TRATORES

1 Ano de Conilon Brasil 17

limpeza da área, aração, gradagem, sulcamento deve ser um trator com maior potência, menor consumo de combustível e um rendimento opera-cional satisfatório. Esses tratores tem geralmente mais de 60 cv de potência. Já para a gradagem e limpeza da área com roçadeiras, por exemplo, podem ser utilizados tratores com menor po-tência.

Em relação aos tratos culturais me-canizados, o trator não deve possuir uma largura total traseira maior que 2 m. Tratores acima desse valor podem danificar as hastes do cafeeiro, além dos pneus prejudicarem o desenvolvi-mento do sistema radicular superficial da planta, devido a sua passagem na linha de plantio. É muito importan-te regular a bitola de acordo com as características dos pneus e da ativida-de desempenhada. Tratores pesados e com pneus estreitos não são dese-jados para trafegar constantemente na linha de plantio. O trator Yanmar Agritech modelo 1155-4 tração 4 x 4

super estreito (1.180 mm de largura total traseira), motor Yanmar modelo 4TNV88 de 55,0 cv - TDF de 45,6 cv, com capacidade do levante hidráulico de 850 kg, é um trator cafeeiro com as características desejadas para exe-cutar esse tipo de serviço.

Na cultura do café, a mecaniza-ção com o uso de tratores, em locais de topografia plana, é realizada sem maiores problemas. Entretanto, em áreas de topografia acidentada e/ou em lavouras com sistema de plantio mais adensado, o processo de mecani-zação é mais difícil de ser implemen-tado. Nessas áreas, os tratos culturais e, principalmente, a aplicação de produtos fitossanitários, são executa-dos manualmente, com utilização de dispositivos de pequena capacidade operacional e, na maioria das vezes, inseguros. Nessas situações o uso de micro tratores se torna uma alternati-va para o cafeicultor otimizar suas ati-vidades e diminuir custos. Os micros tratores possuem um tamanho menor,

são mais econômicos, versáteis, mais leves, fáceis de operar e o seu pre-ço de aquisição é baixo, variando de 5 a 15 mil reais, dependendo do modelo. Com o uso de implementos acoplados ao micro trator, é pos-sível manejar as plantas daninhas com uma roçadeira, realizar peque-nas pulverizações, aração superficial do solo. Utilizando uma carroceria pode-se transportar adubos, defen-sivos, equipamentos para locais de difícil acesso além de levar o café colhido para a unidade de armazena-mento, secagem e beneficiamento. Para propriedades que secam o seu café em sistema de terreiro a pleno sol e que possuam grandes áreas de terreiro, a mão de obra necessária para executar a viragem do café no terreiro ao longo do processo de se-cagem é grande. Com o uso de um micro trator e um equipamento es-pecífico em sua estrutura, é possível realizar essa operação, com menor gasto tempo e custo.

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MANEJO & TECNOLOGIA TRATORES

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A aquisição de tratores e imple-mentos pode ser realizada através de linhas de créditos rurais. Os financia-mentos oferecem ao cafeicultor prazo e baixa taxa de juros para os inves-timentos rurais. O Moderfrota tem o objetivo de financiar a aquisição de tratores agrícolas e implementos as-sociados ao amparo dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico e Social (BNDES) e da Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME). O Moderfrota disponibiliza aos produtores duas li-nhas de crédito. A primeira, destinada a pequenos produtores, possui taxa de 7,5% ao ano e prazo de até 72 meses para pagar. Nesse sistema o limite es-tipulado é de até R$ 100 mil. Entre as principais exigências para se enqua-drar nessa linha estão a renda bruta anual até R$ 250 mil e propriedade com no máximo 15 módulos rurais. Para quem está fora dessas condições, os juros são de 9,5% ao ano. Nessa taxa é financiado até 90% do valor do equipamento. Outra opção é o Progra-ma Mais Alimentos, que é uma linha de crédito do Pronaf que financia in-vestimentos em infraestrutura da pro-priedade familiar, desenvolvido pelo governo federal. O programa financia tratores de 9CV até 75 CV, com pra-zos e condições diferenciados. É um modelo que oferece juros baixos, cré-dito barato, prazo mais longo e preços menores. Os tratores são financiados a juros de 2% ao ano, com prazo de até dez anos e mais três anos de carên-cia. Além disso, um acordo feito entre MDA e Anfavea garante uma redução de 15 a 17% no preço desses tratores de pequeno porte. Para se enquadrar dentro do programa, que estabelece um limite de até R$ 130 mil, que pode ser pago em 10 anos, com três de ca-rência e juros de 2% anuais. O produ-tor precisa ter renda bruta de até R$ 110 mil e ter uma área de até quatro módulos rurais.

Na cultura do café, a mecanização com o uso de tratores, em locais e topografia plana, é realizada sem maiores problemas.

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REPORTAGEM

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MANEJO & TECNOLOGIA APLICAÇÃO

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TECNOLOGIADE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS E FERTILIZANTES

mulações sólidas são encontradas para pronto uso e para o polvilhamento. O pó seco tem facilidade de adaptação a diversas fases fenológicas da planta e requer mão-de-obra menos especia-lizada. Como desvantagens esse tipo de aplicação gera um maior consumo de defensivos, alto custo da aplica-ção, deposição irregular, maior risco de deriva e maior risco de inalação do aplicador. A aplicação de granulados pode ser feita através de granuladei-ras manuais (matracas), tratorizadas ou por tração animal. Apresenta uma deposição mais uniforme do que o pó seco, facilidade de manuseio, menor influência do vento e maior segurança ao operador. As formulações líquidas, como suspensão concentrada e con-centrado emulsionável são preferidas pelo agricultor pois são de fácil medi-ção, possuem uma maior capacidade de contato com o alvo desejado e me-

Na cadeia produtiva cafeeira, diversos insumos são utili-zados pelo produtor como

forma de aumentar a produtividade e aprimorar o manejo da lavoura ca-feeira. Os fertilizantes e defensivos são insumos largamente utilizados pe-los produtores de café do Brasil e do mundo. A tecnologia de aplicação de defensivos e fertilizantes é o emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a correta coloca-ção do produto no alvo desejado, em quantidade necessária, de forma eco-nômica, com o mínimo de perdas e contaminação.

As formas de uso dos defensivos são as mais diversas, dependendo, en-tre outros fatores, da finalidade do tra-tamento, da fase da cultura e do nível econômico e tecnológico da proprie-dade. Existem formulações sólidas, lí-quidas e gasosas (uso restrito). As for-

nor risco de contaminação do opera-dor.

A escolha da máquina a ser utiliza-da no processo de aplicação deve ser de acordo com a segurança, eficiên-cia, tamanho, topografia da área, es-paçamento da cultura e distância de reabastecimento. Nas pequenas pro-priedades rurais a aplicação se dá, na maioria dos casos, com equipamento costal manual, sendo esta uma das formas de aplicação que proporciona maior risco aos trabalhadores, tanto na preparação como na aplicação pro-priamente dita. Existem no mercado ainda os equipamentos costais moto-rizados. As aplicações mecanizadas apresentam um maior rendimento operacional e são desejadas para áreas maiores, diminuindo a necessidade de mão-de-obra. Os equipamentos po-dem ser de arrasto ou acoplados nos tratores. Existem os turbopulveriza-

Texto: Equipe Conilon Brasil

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dores, turboatomizadores, canhões de ar, de pistola, de barra. As aplicações aéreas são utilizadas para regiões de grande extensão e topografia plana. A escolha dos bicos, vazão, altura de pulverização, pressão de trabalho etc. devem estar de acordo com a carac-terística da aplicação. É muito im-portante fazer o teste em branco para verificar o funcionamento do equipa-mento. As práticas de lavagem e des-contaminação dos equipamentos são imprescindíveis.

A interação entre os fatores organis-mo, produto utilizado, ambiente e má-quina definem a eficiência do proces-so de aplicação. O produto escolhido deve ser registrado para a cultura do café e deve-se sempre seguir as reco-mendações do fabricante. Na prepara-ção da calda deve-se ter atenção para a mistura de produtos incompatíveis. A qualidade da água utilizada na apli-cação deve ser avaliada para verificar a presença de sólidos, matéria orgâni-ca, sais, argila e ainda, verificar o pH e a dureza da água. É aconselhável que as pulverizações com agrotóxicos se-jam realizadas nas horas mais frescas o dia, ou seja, pela manhã e ao final da tarde, a fim de evitar a evaporação rá-pida do produto aplicado. Umidade re-lativa mínima de 55%, velocidade do

vento entre 3 a 10 km/h e temperatura menor que 30 C são desejadas. Além disso, quando se fala em tecnologia de aplicação de defensivos é primordial o uso dos EPIs e o acompanhamento de um técnico ou engenheiro respon-sável para orientar o produtor quanto a compra, uso e manuseio do produto.

O primeiro passo para otimizar a aplicação de fertilizantes é realizar a análise química e textural do solo da propriedade. Solos arenosos apresen-tam menor CTC e capacidade de re-tenção de água do que solos argilosos. Sendo assim, em solos de textura mais arenosa é recomendado um maior par-celamento da quantidade de nutrientes necessária. Solos dessa classe textural são mais sujeitos á lixiviação de nu-trientes. Em solos arenosos é muito importante a adição de matéria or-gânica para aumentar a capacidade de retenção de água e CTC do solo. Sendo assim, o produtor de café terá que dividir sua lavoura em talhões de características semelhantes, visando diferenciar as aplicações dos adubos.

De posse dos dados da análise de solo e do manual de adubação e ca-lagem é possível calcular a necessi-dade de nutrientes para cada talhão da lavoura, na época correta. Quando o pH estiver fora da faixa ideal para

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a cultura do café é preciso ajustá-lo com aplicação de calcário, sendo que a escolha do tipo de calcário deve ser tomada com base no balanço de cál-cio e magnésio do solo, sendo que este deve estar na proporção de 3 a 4:1, respectivamente. A correção do pH aumenta a disponibilidade dos nu-trientes para a planta de café.

Os nutrientes são divididos em ma-cronutrientes (exigidos em maiores quantidades) e micronutrientes ( exi-gidos em menores quantidades). No mercado encontram-se fertilizantes sólidos em pó : farelado, farelado fino, farelado grosso. Granulado: micro gra-nulado, granulada e mistura granulada, mistura de grânulos. Líquidos : solu-ções e suspensões e gasosos (Amônia anidra (82%N) NH3). Os fertilizantes podem ser aplicados diretamente no solo ou via foliar. Em suspensão, onde são parcialmente dissolvidos em água e parte mantidos em suspensão. Em

solução, onde os fertilizantes são to-talmente dissolvidos em água. Ainda existem os adubos orgânicos que são encontrados nos estados líquidos e sólidos. No processo de aplicação os fertilizantes devem ser distribuídos de forma a facilitar a absorção dos mes-mos pelas raízes da planta de café. A aplicação pode ser em faixas ou in-dividual. Para isto, o adubo pode ser distribuído manualmente ou mecani-camente. A forma manual é bastante usual em pequenas propriedades. Com o uso de máquinas e implementos, a distribuição é otimizada, em quanti-dades mais uniformes, e de maneira mais eficiente, tanto via solo quanto foliar. A regulagem dos equipamentos deve ser conferida. Outro método é a fertirrigação, que consiste num siste-ma onde o adubo é dissolvido em um tanque e se utiliza a água de irrigação para levar nutrientes desse tanque ao solo cultivado. Esta aplicação é feita

Pulverizador Eletrônico e Costal MTS

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A Conilon Brasil completa 1 ano,levando informação, tecnologia e inovação para você que trabalhapelo desenvolvimento sustentável

Tipo de Polvilhadeira Rendimento Médio de Aplicação

Manual 2 a 3 ha/dia

Motorizada 3 a 5 ha/dia

Tratorizada 15 a 20 ha/dia

Por avião 50 a 70 ha/dia

Rendimento médio de uma aplicação com formulaçãosólida pelo método de polvilhamento.através do sistema de irrigação mais conveniente à cultura, podendo-se uti-lizar técnicas como micro-irrigação (por gotejamento ou por micro-as-persão), aspersão (sob pivô central ou convencional), entre outras menos utilizadas. Durante o desenvolvimen-to do cafeeiro é preciso observar se ocorrem sintomas de deficiências de nutrientes. Recomenda-se fazer anu-almente uma amostragem foliar para manter criterioso o nível de sanidade da planta. Diante disso, a eficiência e aplicação de defensivos e fertilizantes tomam um posto importante no sis-tema de produção para integrar uma aplicação eficaz, de baixo custo e que gere maiores produtividades e lucro para os produtores de café.

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ESPAÇO gourmet

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Drinkspara oCARNAVALMarco De La Roche

Marco De la Roche é atualmente um dos expoentes da coquetelaria e mixologia brasileira. Tem desenvolvido durante os últimos dez anos diversos cargos que circundam o mercado de bebidas.Esteve à frente de projetos de Absolut Vodka durante quatro anos como consultor de bar e mixologista da marca para projetos especiais e atualmente é embaixador de Sauza Tequila para o Brasil.É sócio proprietário da Drink.Lab, agência de consultoria para o mercado de bebidas, bares, restaurantes e cafeterias além de desenvolver projetos para marcas de bebidas.É um dos embaixadores do Café no Brasil pela ACBB, após a conquista do bicampeonato brasileiro de Coffee in Good Spirits e figura entre os dez melhores baristas do Campeonato Mundial realizado em Londres em 2010.

KINKAN ESPRESSO MARTINI

Composição da receita: 25 mls de Absolut Vodka25 mls de Absolut Vanilia40 mls de espresso ristretto5 mls de Drambuie20 gr de açúcar de baunilha8 laranjas kinkan

Modo de Preparo:

Macere em um copo baixo as laranjas kinkan e o açúcar de bau-nilha, e então borrife Drambuie e com um maçarico caramelize o açúcar e as laranjas.Passe para um mixing glass e adicione 10 pedras de gelo em cubo, o espresso e as vodkas e bata vigorosamente.Sirva em uma taça Martini previamente gelada e decore com uma fava de baunilha.

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MONTECRISTOA proposta principal desta receita é baseada no conceito de “ex-tração composta”, técnica ainda pouco utilizada que consiste em ressaltar as características essenciais do café com o aroma e sa-bor de outro componente durante o processo de extração. Extração Composta: Pelas proporções utilizadas de 18 gr de café e 5 gr de flor de camomila fresca Temos como resultado final: Sabor final: 95% de café e 5% de camomila Aroma final: 50% de café e 50% de camomila Aeropress como equipamento para extração: Usando uma moagem fina, próxima à aplicada ao espresso, e sem a presença marcante da crema, é possível detectar algumas nuances aromáticas de baixa acidez, corpo médio e doçura pro-longada e é a possibilidade de uma extração mista (início – co-ador/ final – espresso) que tornam o aeropress impressionante. Receita e medidas:

50 ml de Havana Club Reserva 50 ml de Extração composta de café com camomila 25 ml de Mel de camomila Casca de tangerina espanhola Esfera de gelo: coloque em uma coqueteleira o rum, a extração composta e o mel de camomila e adicione 8 pedras de gelo. Com uma casca de tangerina extraia os óleos essenciais dentro da coqueteleira e bata bem.Sirva em um copo baixo com uma esfera de gelo de 7 cm de diâmetro e novamente borrife os óleos da tangerina no copo.

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A natureza é nosso bem maior, é nosso dever preservá-la.Preserve para o futuro, para melhoria da qualidade de vida do PLANETA.

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ARTIGO

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Unir forças para buscar melhores resultados. Esta é uma das premissas básicas do Cooperativismo. Pen-sando nisso, sete visionárias Cooperativas Capixabas

do Ramo Agropecuário fundaram a AGROCOOP (Coopera-tiva Central Agroindustrial do Espírito Santo), sob a coorde-nação e a chancela do Sistema OCB – SESCOOP/ES.

A partir da criação desta Central, as cooperativas filiadas estarão ainda mais integradas, o que acarretará em melhores negócios e em uma maior pulverização dos benefícios leva-dos aos cooperados.

A Central também fará com que estas cooperativas com-prem em grande escala e tenham poder de negociação, au-mentando assim o mix de produtos oferecidos e melhorando os preços para seus respectivos cooperados.

Este projeto está sendo construído desde 2008, com em-basamento em pesquisas de mercado e em intercâmbios téc-nicos com a Cooxupé/MG e com a Coocapec/SP. Também é importante lembrar que esta iniciativa do Sistema OCB –

SESCOOP/ES e das Cooperativas Agropecuárias Capixabas conta e contará com apoio do Sebrae/ES, da SEAG/ES, do Incaper, da SEDES, do Sicoob/ES e do Bandes.

As próximas etapas do projeto já estão sendo planejadas. Ao que tudo indica, as cooperativas capixabas de laticínios se juntarão ao projeto ainda no 1º semestre de 2011. Há planos inclusive de plantas industriais para atuar não só na cafeicul-tura, mas em toda a cadeia produtiva do leite e derivados, fru-ticultura, floricultura, apicultura, piscicultura, ovinocultura, pecuária de corte, suinocultura e avicultura.

A Central tem como base modelos de sucesso, como a gi-gante Aurora, que hoje atua em diversas regiões, comandan-do toda a cadeia produtiva e comercial.

O objetivo da AGROCOOP é justamente participar de tudo no agronegócio capixaba, desde a matéria prima até o produto final industrializado e exportado.

Outro ponto que merece destaque é que ao se unirem em busca de melhores resultados para seus cooperados, as sete

Cooperativas capixabas criam a Agrocoop

(Cooperativa Central Agroindustrial do Espírito Santo)

Texto: OCB-SESCOOP/ES

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ARTIGO

cooperativas demonstram visão comercial e consciência co-operativista, uma vez que a “Cooperação entre cooperativas (Intercooperação)” é o 6º Princípio Cooperativista, que pode ser resumido pelo simples e importante fato de que a União Faz a Força.

Embora a Central tenha sido fundada por sete cooperativas, o estatuto da AGROCOOP permite a entrada das demais coo-perativas capixabas do ramo agropecuário. Inclusive todas as cooperativas capixabas do ramo agropecuário foram convida-das para se associarem à Central, pois quanto maior o número de participantes, maior será o poder de negociação.

E é de comum conhecimento que no mercado atual se ga-nha em escala. Além do mais, a interação entre as coopera-tivas na Central será determinante para o crescimento das mesmas, o que fará com que a adesão de outras cooperativas ocorra naturalmente.

A Assembleia Geral de Constituição da AGROCOOP, realizada no dia 21/12/2010, na Sede do Sistema OCB – SESCOOP/ES, elegeu o presidente do Sistema, Esthério Colnago, para dirigir a Central.

Os representantes das cooperativas decidiram que é muito importante ter o presidente Esthério à frente da Agrocoop, devido sua ampla rede de relacionamentos, além da necessidade de estruturação inicial da Central com um menor investimento possível. E a liderança do presidente é consenso entre as cooperativas, o que facilita a convergência dos objetivos de cada cooperativa para os da Central.

Após a Assembléia Geral, líderes das Cooperativas fundadoras da AGROCOOP demonstraram bastante oti-mismo com relação a este novo empreendimento, como pode ser percebido nos depoimentos a seguir:

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ARTIGO

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Lideranças do Sistema OCB – SES-COOP/ES também fizeram obser-vações importantes sobre esta nova ação do Cooperativismo Capixaba:

Denilson Potratz(Diretor comercial – Coopeavi)

“Num mercado cada vez mais competitivo a saída é unir forças, como os cooperados das cooperativas singulares já fazem. Já a Central AGROCOOP é justamente a união destas cooperativas para fortalecer as mesmas perante a competição acirrada das empresas no mercado local e global. For-talecendo a competição das cooperativas, paralelamente os cooperados (produtores) se beneficiarão e consequentemente esta-rão mais competitivos”.

Martha Marques Teixeira(Gerente técnica do Sistema OCB-SESCOOP/ES)

“A tendência de unificação e alianças comerciais para acesso a mercado se veri-fica em todos os setores da economia. As cooperativas agropecuárias não poderiam deixar de se beneficiar dessa tendência e o Sistema OCB/ES-SESCOOP/ES está trabalhando para que a central tenha toda assessoria necessária para sua consolida-ção”

Fernando Cerqueira(Diretor presidente – Coocafé)

“A criação, no último dia 21 de dezembro, da Central de Cooperativas de Produção do Espírito Santo está sendo um primei-ro passo para a consolidação futura do sistema.Ensinamos nossos produtores a trabalha-rem juntos. Precisamos também nós, como cooperativas, aprendermos a trabalhar juntos.A potencialização da Central acontecerá na medida em que as cooperativas consegui-rem enxergar oportunidades para maxi-mizarem seus negócios. Temos que ter a paciência necessária para o projeto dar os frutos esperados”.

Esthério Sebastião Colnago(Presidente do Sistema OCB-SESCOOP/ES)

“É muito gratificante ver as Cooperativas Capixabas atingirem este nível de orga-nização, demonstrando visão comercial dentro dos princípios cooperativistas. Mas o trabalho não para, pois ainda temos muito para evoluir. E agora, como presidente da AGROCO-OP, estarei ainda mais comprometido em fazer com que o Cooperativismo Capixaba coordene toda a cadeia do Agronegócio no Espírito Santo, gerando assim excelentes resultados para nossas Cooperativas”.

Carlos André Santos de Oliveira(Superintendente do Sistema OCB-SESCOOP/ES)

“A constituição e posterior consolidação da Cooperativa Central do Ramo Agropecuário (AGROCOOP), sem dúvidas, irá alavancar de maneira definitiva o cooperativismo do ramo agropecuário em nosso Estado, visando principalmente as premissas básicas do aumento da assistência técnica e oferta de mais produtos e serviços aos cooperados. Com a adesão da grande maioria das cooperativas capixabas do ramo, principalmente das que estão ligadas à cafeicultura, fruticultura, laticínios, piscicultura e heveicultura (borra-cha), será possível sair do atual patamar primário e aumentar gradativamente o índice de beneficiamento e industrialização de todas cooperativas do ramo, agregando maior valor aos produtos. Com isso gerando maior receita aos cooperados. Com muito planejamento, profissionalismo, responsabilidade, mas também espírito empre-endedor, cooperativista e ousadia, a AGROCOOP se tornará, em alguns anos, uma coope-rativa do tamanho e importância da Aurora para SC e da Comigo para GO e das grandes cooperativas do PR em termos proporcionais, gerando trabalho, renda, cidadania, inclusão social, oportunidades e felicidade aos cooperados das cooperativas singulares filiadas e empregos formais e salários aos futuros colaboradores das Unidades da AGROCOOP, além de impostos e contribuições federais, estaduais e municipais”.

Pedro Carnielli(Diretor administrativo financeiro – PRONOVA)

“Considero um momento muito importan-te, que certamente indica o início de uma nova etapa do Cooperativismo Capixaba, principalmente das cooperativas de produ-ção. A constituição da Central promoverá a integração entre as cooperativas e tornará o nosso cooperativismo muito mais forte e eficiente”.

Composição da AGROCOOP

Presidente: Esthério Sebastião ColnagoSecretário: Fernando Romeiro de CerqueiraDiretor Administrativo Financeiro: Antônio Joaquim de Souza netoDiretor Comercial: Denilson PotratzConselheiro Vogal: Pedro Carnielli

Conselheiros Fiscais Efetivos: Fábio Felisberto Fiorot; Luiz Cláudio de Souza e José David Tessarolo.Conselheiros Fiscais Suplentes: Gilmar de Almeida Falcão; Arno Potratz e Ivan Caliman.

Cooperativas fundadoras: COOPEAVI, COOCAFÉ, CAFEICRUZ, CAFESUL,COOABRIEL, PRONOVA, COOPRUJ.

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MERCADODO CAFÉ

O Mês de fevereiro começou com o mercado em ALTA. Alguns analistas começam a perguntar até onde irá este movimento

de alta. Na opinião de especialistas, esta dúvida aparece porque os preços do café foram represados por muitos anos e agora estão sendo reajustados rapidamente. Partindo de uma base muito baixa apresentam margem para continuar subindo. Não há nenhuma notícia nos fundamentos que pareça indicar o contrário.

O Brasil, maior produtor, maior ex-portador e segundo maior consumidor do mundo, está praticamente sem es-toque e sua próxima safra será de ciclo baixo e insuficiente para sua necessi-dade de exportação e consumo. Nos-sos principais concorrentes enfrentam sérios problemas climáticos e estrutu-rais. Em 2010 batemos nosso recorde histórico de exportação, em volume e receita, e mesmo assim os estoques dos países consumidores continuaram baixos. Os estoques certificados nas principais bolsas de café estão perigo-samente baixos e não existem condi-ções dessa situação se reverter a curto e médio prazo. O consumo brasileiro em 2010 foi o maior de nossa histó-ria e a ABIC- Associação Brasileira da Indústria de Café prevê um cresci-mento de 5% em 2011.

Aos fundamentos do mercado de café precisamos acrescentar que todas as principais commodities agrícolas e minerais estão subindo e muitas delas mais que o café. Milhares de novos consumidores estão chegando à classe média nos países emergentes, princi-palmente na China, querendo consu-mir os mesmos produtos das classes A e B. Isso torna impossível qualquer previsão segura sobre o consumo de matérias primas nos próximos anos.

Portanto, as grandes e rápidas mu-danças no cenário econômico e políti-co mundial com a ascensão da China e demais países do BRIC não permi-tem nenhuma análise mais segura, mas tudo indica que os preços do café deverão continuar firmes por um bom tempo.

O CECAFÉ – Conselho dos Ex-portadores de Café Verde, informou que no último mês de janeiro foram embarcadas 2.724.044 de sacas de 60 kg de café, 9% (232.219 sacas) a mais que no mesmo mês de 2010 e 20% (696.681 sacas) a menos que no último mês de dezembro. Foram 2.464.326 sacas de café arábica e 63.567 sacas de café conilon, totalizando 2.527.893 sacas de café verde, que somadas a 191.511 sacas de solúvel e 4.640 sa-cas de torrado, totalizaram 2.724.044 sacas de café embarcadas.

Até o dia 10, os embarques de fe-vereiro estavam em 471.599 sacas de café arábica, 8.520 sacas de café conilon, somando 480.119 sacas de café verde, e 37.475 sacas de solúvel, contra 464.425 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o dia 10, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totaliza-vam 1.035.857 sacas, contra 786.027 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A produção de Robustas pode au-mentar no estado do Espírito Santo. O volume de grãos nas plantas é satisfa-tório, e os produtores estão otimistas. Além disso, os grãos são esperados com um tamanho maior do que o veri-ficado na safra anterior. No estado de Rondônia, o cenário oposto é verifi-cado. O desenvolvimento das culturas foi prejudicado pelo volume peque-no de florescimento e insuficiente de chuvas. Como resultado, os agentes esperam um volume menor em rela-ção à safra 2010/11.

Mesmo com a previsão de uma boa safra para 2011, o Conilon segue a tendência geral do mercado de café que é de estável à ALTA.

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