revista conilon brasil 7ª ediÇÃo

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REPORTAGEM: DE OLHO NO CAMPO, O EMPREENDEDORISMO DE JUZA DEMUNER ARTIGO Novas fronteiras do Conilon ESPAÇO GOURMET Campos Coffee, Degustação REVISTA www.conilonbrasil.com.br Edição 7 - Ano II Dezembro / Janeiro de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA VENDA PROIBIDA

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Revista especializada em café conilon (robusta coffee)

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Page 1: REVISTA CONILON BRASIL 7ª EDIÇÃO

REPORTAGEM: DE OLHO NO CAMPO, O EMPREENDEDORISMO DE JUZA DEMUNER

ARTIGONovas fronteirasdo Conilon

ESPAÇO GOURMETCampos Coffee,Degustação

REVISTAwww.conilonbrasil.com.br

Edição 7 - Ano IIDezembro / Janeiro de 2011

DISTRIBUIÇÃO GRATUITAVENDA PROIBIDA

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NA INTERNET

conilonbrasil.com.br

Atualizações diárias, estamos ligados em tudo que acontece no agronegócio mundial.

Informações a jato no Twitter twitter.com/conilonbrasil

Acompanhe o vai e vem do mercado, as pre-visões, cotações, o que acontece na bolsa em Londres e em Nova York.

Mercado

Eventos

NotíciasConfira as principais notícias e acontecimen-tos do agronegócio café.

Calendário de exposições e feiras dos eventos ligados a agricultura.

Produtores rurais lendo a revista Conilon Brasil duranteevento em Vila Valério

Informação de qualidade sobre Conilon,chegando ao interior

Café conilon do ES terá selo de qualidade

O Projeto “Conilon Especial” terá início em Vila Valério, maior produtor de Conilon do Estado. Posteriormente, a inicia-tiva, pioneira no Brasil, pretende expandir-se para os demais municípios que demonstrarem interesse. A ação é uma parceria entre a Conilon Brasil e o Incaper, a Secretaria de Agricultura de Vila Valério, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Sebrae.

Para o diretor-presidente do Incaper, Evair de Melo, alcançar mercados diferenciados é o caminho para aumentar a rentabili-dade na atividade cafeeira. “A qualidade é a palavra de ordem atual. É preciso produzir com excelência para alcançar consumi-dores mais exigentes, que estão dispostos a pagar mais caro por um produto de qualidade”, afirma.

Evair citou ainda o Programa de Melhoria da Qualidade do Café, do Governo do Estado. Para ele, os resultados alcançados por meio deste Programa são referência para o Espírito Santo. “Este ano colhemos 250 mil sacas de cafés arábica de qualidade superior. No Conilon, já alcançamos altas produtividades e che-gou a vez da qualidade”, completou.

Segundo o engenheiro agrônomo Adelino Thomazini, o Proje-to possui três bases: “Sistema Técnico Produtivo”, “Inteligência Competitiva” e “Gestão de Marcas”. O Sistema Técnico Produ-tivo traz um protocolo de boas práticas agrícolas, baseadas na sustentabilidade ambiental, social e econômica. Os produtores serão auditados e, caso atendam a todas as exigências, recebem o selo “Conilon Especial”. A Inteligência Competitiva visa à di-vulgação nacional e internacional do Conilon capixaba de quali-dade e à busca por mercados diferenciados. A Gestão de Marcas visa a quebra de paradigmas.

De acordo com o engenheiro agrônomo, o “Conilon Especial” pretende quebrar o paradigma de que o Conilon serve apenas para misturas. “O café que consumimos hoje geralmente é com-posto por 60% de café arábica e 40% de Conilon, o chamado blend. Acreditamos que a partir da produção de um produto de qualidade, pode-se aumentar a participação do Conilon nos blen-ds e ele pode até mesmo ser consumido puro”, afirma.

Além dos pronunciamentos, durante o encontro os cafeiculto-res receberam instruções do pesquisadordo Incaper, José Antô-nio Lani, sobre o manejo da adubação do café, e do engenheiro agrônomo Adelino Tomazini sobre mercado de café.

Paula Varejão,Assessoria de Comunicação / Incaper

19/11/2010

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Sumário CONILON BRASIL - DEZEMBRO/JANEIRO 2011ANO II - EDIÇÃO Nº 7

14CAPARobusto e fino

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Zuffo

7ARTIGOProtocolo de torrefação para amostrasde Robustas finos

10ARTIGONovas Fronteiras do Conilon

18COBERTURA14º Encontro de Cafeicultores de Vila Valério

26UNIVERSIDADE CONILONA importância da qualidade do café co-nilon em São Gabriel da Palha

REPORTAGEMDE OLHO NO CAMPOJuza Demuner

20

C0NILON TECHCláudio Pagotto Ronchi

Adensamento da lavoura e sustentabilidade da produção de Conilon28

ESPAÇO gourmet

24

MERCADO DO CAFÉ

Campos Coffee, Padrões de sala dedegustação

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Carta do Editor

Receba a revista em sua casa, cadastre-se em nosso site.www.conilonbrasil.com.brCadastro gratuitoSugestões e opiniões:[email protected]@conilonbrasil.com.br

Chegamos ao fim do ano de 2010 contabilizando os avanços do Conilon, principalmente no que diz respeito à qualidade. Neste primeiro ano da Revista Conilon Brasil, levamos aos diversos seguimentos da cadeia, informação, conhecimento e relatos de fatos relevantes para a cafeicultura.O Conilon continua rompendo as barreiras de resistência para a sua valorização,

se tornando tema de muitos debates e estudos. Regiões que não cultivavam cafés robustas estão intensificando as pesquisas para o desenvolvimento de um “pacote tecnológico” para a implantação do Conilon. Seja pela pressão do aquecimento global ou pela quebra do conceito que Conilon é um café de qualidade inferior, essa variedade está se tornando muito atrativa como fonte de diversificação e geração de renda em muitos estados.Devemos ter cuidado para que nossa oferta não supere a demanda do produto

e para isso é preciso buscar o mercado internacional, onde atuamos hoje discretamente. Para atuar nesse mercado com mais força, a qualidade e demais quesitos que agregam valor e aumentam a competitividade, são de enorme importância.Gostaria de agradecer aos leitores e clientes da Conilon Brasil por esse ano de

companheirismo. Desejamos um natal cheio de felicidade, paz e um ano novo repleto de realizações.Degustem um bom café e tenham todos uma ótima leitura.

Bruno [email protected]

Editor: Bruno Sposito Diretor de Marketing: Arthur FiorottDiretora Financeira: Neide Baldo Editora de Texto: Tania ThomaziniDiretor de Arte: Jaques Brinco Jr Impressão: Gráfica e Editora GSAColaboradores Nesta Edição: Adelino Junior Thomazini, Cláudio Pagotto Ronchi, Manuel Diaz, UNIVEN, Cristian Douglas Lovo, Rodrigo Dezen Castelan, Luiz Otávio Bonaparte, Welton Borges Neres, Juza Demuner.Atendimento Comercial: 27 3224 - 3412 [email protected]ço para correspondência: Rua Clóvis Machado, 176 - Sala 405 Ed. Conilon, Enseada do Suá CEP 29050-900 Vitória - ES

Revista com Tiragem Bimestral: 2 mil exemplaresDistribuição Gratuita: ES, RJ, SP, MG, BA, RO, MT, GODistribuição Nacional: Governo dos Estados, Associações, Prefeituras, Setor Produtivo Industrial e Comercial, Produtores Rurais, Agrônomos, Cooperativas e Universidades.

*Os textos, incluindo opiniões e conceitos emitidos, são de responsabilidade exclusiva de seus autores.

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1 Ano de Conilon Brasil 7

ARTIGO

Durante os últimos dois anos, o Instituto de Quali-dade do Café (CQI) organizou cinco rodadas de trabalho internacional para desenvolver um proto-

colo de avaliação sensorial para cafés Coffea Canephora (Robusta e Conilon). Acreditado por um pequeno grupo de degustadores e especialistas, o CQI testou cafés robus-tas e conilon de mais de 20 países produtores.

Duas partes importantes desse protocolo é um novo formato de como sabores e aromas de Robusta são inter-pretados e entendidos, além de um novo protocolo de tor-refação de amostras que permite uma adequada avaliação sensorial para este tipo de café. Por quê é necessário torrar Robusta diferentemente?

Manuel DiazONA Consulting, Mexico, Instrutor CQI (instituto de Qualidade do Café)

• Café robusta ou Conilon são mais densos e possuem componentes químicos diferentes de arábicas.• O perfil de torra recomendado consiste em uma intensa transferência de calor e um primeiro “crack” controlado (mais longo e suave).• Cafés Conilon mais densos necessitam:- Mais calor e alta temperatura inicial (entre 200 até 215 graus Celsius)- Controle depois do primeiro “crack” para um desenvolvimento adequado dos grãos- Encerrar a torra próxima ou no inicio do segundo “crack” dependendo da densidade, processo de secagem e quantidade de açúcar do grão.- O tempo médio de torra para desenvolver torra adequado é entre nove e 13 minutos.• O desenvolvimento completo de sabores se da com uma torra de perfil média alta (*Agtron 55-50 no grão e 80-70 no grão moído)- Torras clara tendem a desenvolver alguns sabores como amadeirado e amendoim. - Torras com perfil escuro tendem a ofuscar sabores complexos que o grão possa ter e evidenciar um corpo cheio e extremamente amargo (Açúcares estão presentes em menor concentração que o grão de Arábica e algumas modulações positivas de açúcares podem sem ofuscadas.

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8 1 Ano de Conilon Brasil

ARTIGO

Habilidades de torra

Durante as rodadas de trabalho, todas as amostras que fo-ram avaliadas nos testes de degustação e triangulação fo-ram baseadas no protocolo de torrefação descrito ao lado. Foram desenvolvidos quatro diferentes protocolos de torrefação: torrefação rápida, torrefação lenta, torrefação Africana e torrefação Africana modificada, que se tornou a padrão. A idéia foi acessar diversas transmissões de calor, diferentes começos de torra e temperaturas desejáveis e perfis de desenvolvimento de sabores.

Exercício de torra de amostras

O melhor protocolo de torra foi considerado a Africana modificada. A temperatura inicial era de 250 graus Cel-sius, tendo um tempo de recuperação em torno de quatro minutos, o primeiro “crack” obteve um tempo máximo de 1 minuto e meio, sendo o tempo total de torra de 13 mi-nutos e o *Agtron de 55. A forma que se obteve a melhor xícara de café robusta era focada em complexidade e perfil de sabores.

Outro interessante exercício de degustação foi utilizar o mesmo café com diferentes Agtrons: 70, 65, 60, 55, 45. Foi observado que a grande maioria dos degustadores pre-feriu a degustação com o Agtron 55. Na degustação de café com agtron 55 e 60 foi percebido como sendo as me-lhores xícaras. Foi encontrado corpo cheio, caramelizaçâo completa e destilação seca estavam presentes, enquanto que Agtron 60 foi constatado corpo médio, algumas notas enzimáticas e caramelizacâo com pouca intensidade.

Objetivos do Protocolo de Torrefacão de Robustas

1. Identificar o Melhor protocolo para torrar cafés robusta

2. Definir os parâmetros principais para otimizar o pro-tocolo de torrefação de cafés robusta.

Perfil de Torra Africano – Conilon Brasileiro

Amostra Usada : Torrador Probat, 4 cilindros 150 g por torra .

Café utlizado: Robusta Lavado de Tezonapa, Veracruz, México.

*Agtron: equipamento projetado especificamente para atender às necessidades de avaliação e quantificação de torrefação do grão de café torrado e moído.

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10 1 Ano de Conilon Brasil

ARTIGO

NovasFronteirasD O C O N I L O NCom as mudanças no conceito sobre o café conilon, a implantação de cultivares melhoradas e adoção de tecnologias adequadas, a cafeicultura capixaba experimentou um expressivo aumento da produção estadual e da produtividade. Do ano 2000 a 2006, a produção estadual passou de 4,5 milhões de sacas para 6,9 milhões de sacas, um crescimento de 52,9%, enquanto a produtividade média saltou 15,39 sacas/ha para 24,12 sacas/ha no mesmo período. Tal crescimento pode ser atribuído ao desenvolvimento de tecnologias geradas e difundidas pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), onde a pesquisa com o Conilon é tradicional e vem sendo conduzida desde 1985. Este resultado chamou a atenção de institutos de pesquisa em Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e outros estados da União. Estes estados passaram a estudar o Conilon, incentivando o desenvolvimento de pacotes tecnológicos alternativos e viáveis para o sucesso do café robusta em novas fronteiras agrícolas Brasileiras.

Texto: Equipe Conilon Brasil

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1 Ano de Conilon Brasil 11

ARTIGO

Em São Paulo, o projeto de introdução da varieda-de Robusta está sendo coordenado pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Dados do ins-tituto indicam que o cultivo de Robusta é econo-

micamente viável no Estado. Além da maior produtivida-de e menor custo de produção do café robusta, São Paulo tem 250 torrefadoras e três indústrias de café solúvel, o que desperta o interesse pelo cultivo desta variedade em função da demanda já existente dentro do Estado.

Os clones que estão sendo cultivados em São Paulo fo-ram selecionados e trazidos do Espírito Santo pelo IAC. O órgão tem um banco de germoplasma de Robusta, fruto de um trabalho realizado no passado por pesquisadores do instituto, porém não possui produção de mudas em escala comercial, diferentemente do ES.

O IAC tem vários experimentos e campos de seleção de Conilon em Campinas, Mococa, Matão, Cássia dos Co-queiros, Pindorama, Herculândia e Adamantina.

No Estado de São Paulo existem regiões com aptidão ao cultivo comercial do Conilon, como o Oeste do Estado, porém, em regiões com déficit hídrico o Robusta tem que ser irrigado.

As vantagens da variedade, aos poucos, conquistam os produtores de café paulistas. Algumas fazendas em regi-ões quentes do estado de São Paulo já começaram a cul-tivar o café Conilon, mas a produção ainda é tímida e de forma experimental. As plantações se estendem por menos de 100 hectares, em apenas 10 cidades.

Dados preliminares da Secretaria de Agricultura paulis-ta indicam que a produção do café robusta oferece uma rentabilidade entre 20% e 30% superior à do café arábica, mesmo com um preço 45% menor que o da variedade ará-bica. O custo inferior e a alta produtividade justificam o investimento no plantio em terras paulistas.

Cerca de 25 mil mudas de café conilon foram plantadas em setembro de 2009 na região de Lins e tiveram, neste inverno, a sua primeira florada. A expectativa é de que a primeira colheita da região ocorra no segundo semestre de 2011. Os clones trazidos do Espírito Santo se adaptaram bem à região, e o desenvolvimento das árvores foi ótimo até o momento.

AdamantinaHerculândia

Pindorama

Lins Matão Mococa

Campinas

Cássia dosCoqueiros

SP

O IAC (Instituto Agronômico de Campinas) tem vários

experimentos e campos de seleção de Conilon em:

Campinas, Mococa, Matão, Cássia dos Coqueiros,

Pindorama, Herculândia e Adamantina.

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12 1 Ano de Conilon Brasil

ARTIGO

Assim como o estado de São Paulo, Minas Gerais tam-bém investe na pesquisa de sistemas produtivos para café conilon. Eventos e encontros estaduais direcionados à ca-feicultura passaram a abordar assuntos relacionados com o cultivo de Robustas.

Já existem campos experimentais da Empresa de Pes-quisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) instalados em vários municípios mineiros como Água Boa, no Vale do Jequitinhonha. Além do experimento em Água Boa, a Epamig desenvolve outro na Fazenda Experimental de Mocambinho, localizada dentro do perímetro irrigado do Projeto Jaíba, região Norte de Minas. A Epamig também desenvolve pesquisas com Conilon na região da Zona da Mata, financiadas pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras e pela Fapemig.

As tecnologias e os conhecimentos gerados pela pesqui-sa científica com café conilon pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) ganham espaço fora do Espírito Santo. Por meio de uma parceria entre o Instituto e a iniciativa privada foi insta-lado no município de Pirapora (MG), um projeto piloto de pesquisa que servirá como unidade de observação para verificar o comportamento do Conilon em condições de clima e solo distintos do Estado.

Foram disponibilizados para o projeto 130 mil mudas das variedades clonais do Conilon Vitória, do Robustão Capixaba e de outros clones promissores. Esses materiais genéticos foram implantados numa área de 44 hectares, em altitude aproximadamente de 600 metros, às margens do Rio São Francisco.

A produção anual mineira de café conilon gira em torno de 250.000 sacas, grande parte proveniente da Zona da Mata, Vale do Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce, Região Central e Norte de Minas.

No estado do Paraná também observamos interesse no cultivo de Robustas. A Cocamar, uma das principais coo-perativas do estado, implantará um campo experimental de dois hectares com café conilon em sua Unidade de Re-ferência Tecnológica (URT) no município de Iporã, região Noroeste do Estado. O trabalho será desenvolvido pela Cocamar em parceira com o Instituto Agronômico do Pa-raná (Iapar) e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistên-cia Técnica e Extensão Rural (Incaper). E tem como obje-tivo avaliar como alguns clones desta variedade se portam no solo e clima da região Noroeste do Estado.

Plantio consorciado de café e mamão em Pirapora MG

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A produção anual mineira de café conilon gira em torno de 250.000

sacas, grande parte proveniente da Zona da Mata, Vale do Jequitinhonha,

Mucuri, Rio Doce, Região Central e Norte de Minas.

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1 Ano de Conilon Brasil 13

ARTIGO

Na região Norte, Rondônia se destaca com aproximada-mente 160 mil hectares de Conilon plantados, ocupando o a posição de quinto maior produtor nacional de café. No Acre a cultura, desenvolvida principalmente por agricul-tores de base familiar, ocupa cerca de 1.500 hectares, con-centrando a produção no município de Acrelândia. Além de incipiente, em virtude da reduzida área plantada, a pro-dução de café no Estado se caracteriza pela ausência de tecnologias. Os plantios ainda são conduzidos de forma rudimentar, sem a adoção de práticas adequadas de manejo como adubação e desbrota, essenciais para assegurar boa produtividade na cultura. Por demandar muita mão-de-obra, a cafeicultura representa uma alternativa para gerar renda e ajudar a fixar as famílias no campo.

No Ramal Granada, o café conilon representa a princi-pal fonte de renda para 300 famílias. Apesar do importante papel social e econômico deste produto, problemas como incidência de pragas e doenças, empobrecimento dos solos e limitação de conhecimentos relacionados às boas práti-cas na colheita, pós-colheita e beneficiamento limitam a produção.

No Ramal Granada, o café conilon representa

a principal fonte de renda para 300 famílias.

O estado do Mato Grosso, conforme a Companhia Na-cional de Abastecimento (Conab), possui a maior parte da área de cafeicultura cultivada com o café robusta ou conilon, fato que deve-se às limitações climáticas para o cultivo do arábica. A produção estimada pela estatal é de aproximadamente 180 mil sacas de Robusta e outras 16 mil de Arábica.

Segundo o zoneamento climático publicado pelo Mi-nistério da Agricultura para o Estado do MT, são aptos ao cultivo do café robusta, Água Boa, Alta Floresta, Alto Boa Vista, Apiacás, Arenápolis, Aripuanã, BomJesus do Araguaia, Brasnorte, Campinápolis, Canabrava do Norte, Canarana, Carlinda, Castanheira, Cláudia, Cocalinho, Co-líder, Colniza, Confresa, Cotriguaçu, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Guarantã do Norte, Ipiranga do Norte, Itanhan-gá, Itaúba, Juara, Juína, Juruena, Lucas do RioVerde, Lu-ciara, Marcelândia, Matupá, Nova Bandeirantes, Nova Ca-naã do Norte, Nova Guarita, Nova Maringá, Nova Monte Verde, Nova Mutum, Nova Nazaré, Nova Santa Helena, Nova Ubiratã, Nova Xavantina, Novo Horizonte do Norte, Novo Mundo, Novo Santo Antônio, Novo São Joaquim, Paranaíta, Paranatinga, Peixoto de Azevedo, Porto Alegre do Norte, Porto dos Gaúchos, Querência, Ribeirão Casca-lheira, Rondolândia, Santa Carmem, Santa Cruz do Xingu, Santa Rita do Trivelato, Santa Terezinha, Santo Antônio do Leste, São Félix do Araguaia, São José do Rio Claro, São José do Xingu, Serra Nova Dourada, Sinop, Sorriso, Tabaporã, Tapurah, Terra Nova do Norte, União do Sul,

Vera e Vila Rica.Esse fato nos mostra que o Estado pode se tornar um dos

maiores produtores do Conilon no futuro. No MT, existe disponibilidade de terras férteis e mecanizáveis, um clima adequado, sendo que o maior limitante é a disponibilidade de mão de obra, que é demandada pela cultura do Conilon.

O Extremo Sul baiano, única região produtora de Coni-lon do estado, responde por uma produção anual de 550 mil sacas processadas de café conilon, em uma área de plantio de 23.932 há. Os principais municípios produtores são: Itabela, Itamaraju, Eunápolis, Prado, Una, Teixeira de Freitas e Porto Seguro. No ranking nacional de produção do café conilon, a Bahia se destaca em terceiro lugar, atrás somente dos estados do Espírito Santo e de Rondônia.

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14 1 Ano de Conilon Brasil

MATÉRIA CAPA

ROBUSTOe F I N OOs Robustas ganham cada vez mais espaço no mercado de cafés

e s p e c i a i s

O ano de 2010 foi marcado por muitos debates sobre a necessidade da melhoria da

qualidade do café conilon. Muitos paradigmas foram quebrados, mas ainda existem muitos reflexos da ul-trapassada idéia de que Conilon é um produto de qualidade inferior.

Além da qualidade, o Conilon foi foco de muitas matérias, artigos e eventos que discutiam sobre a renta-bilidade da Cafeicultura. Na maioria das vezes a conclusão é que o inves-timento em Conilon entrega maior rentabilidade em função de sua rus-ticidade e conseqüentemente me-nor custo de produção. Nesse ponto cabe uma ressalva. O Conilon pode sim deixar uma maior rentabilidade

quando o comparamos à um arábica de qualidade ruim, porém, apesar de ser mais tolerante à doenças e muito mais produtivo do que o Arábica, o Conilon tem algumas características que limitam a sua exploração. Uma delas é a impossibilidade de colheita mecânica, o que onera muito o custo de produção do mesmo. Outra ques-tão é a exigência de mão-de-obra para as operações anuais de podas e desbrotas, que não podem ser meca-nizadas.

Uma confirmação desses fatos veio através de uma pesquisa, realizada pelo Centro de Inteligência de Mer-cados (CIM) em três municípios capi-xabas e divulgada pela Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária

(CNA). O levantamento feito no iní-cio do ano pelo CIM, que é ligado à Universidade de Lavras (MG), em Vila Valério e Jaguaré (os dois maio-res produtores de conilon) e atualiza-dos em julho deste ano.

O custo operacional total apurado em Vila Valério foi de R$ 155,85 e o de Jaguaré de R$ 152,00. Esses va-lores desprezam o custo de oportuni-dade do investimento, o que elevaria esse custo para bem próximo do va-lor atual de mercado de uma saca de café conilon. O levantamento foi fei-to com base na produtividade de 60 sacas por hectare. A mão de obra foi o que mais pesou nos custos, princi-palmente na colheita e pós colheita do café.

Texto: Equipe Conilon Brasil

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1 Ano de Conilon Brasil 15

MATÉRIA CAPA

Custo de produção

MATÉRIA CAPA

Descrição Vila Valério Jaguaré

Quantidade de sacas de café produzidas por hectare 60 60

Custo operacional total (por saca) R$ 155,85 R$ 152,65

Gasto com mão de obra (por saca) R$ 22,52 R$ 19,81

Gastos com mecanização (por saca) R$ 8,72

Gastos com insumos (por saca) R$ 24,24 R$ 36,08

Gastos com colheita e pós-colheita (por saca) R$ 73,68 R$ 47,7

Gastos gerais (por saca) R$ 16,76 R$ 13,39

Fica claro então que mesmo apre-sentando os benefícios da rusticidade e reduzido custo de produção, quando comparado com o Arábica, o Conilon só pode oferecer melhores resulta-dos em termos de rentabilidades se priorizarmos altas produtividades a qualidade do produto final. Com uma gestão adequada, é possível melho-rar a eficiência do uso dos recursos e assim reduzir o custo de produção. Além da redução do custo total, a busca de uma alta produtividade pode representar outra maneira de reduzir o custo por unidade produzida. Já existem clones no estado do Espírito Santo que apresentam produtividades superiores à 150 sacas de 60 kg/há, com um custo adequado. O ideal é encontrar o ponto de máximo retorno, ou seja, a combinação entre investi-mento e produtividade que represente o menor custo por unidade produzida, assim maximizamos o retorno sobre o investimento.

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16 1 Ano de Conilon Brasil

MATÉRIA CAPA

Além da metodologia de gestão de custos e investimentos existe a ques-tão da qualidade. O Conilon tem ocu-pado cada vez mais espaço na mídia no quesito qualidade. Neste mês de dezembro a Revista Conilon Brasil completa um ano de circulação e du-rante esse ano observamos por várias vezes, o Conilon sendo foco de inten-sos debates sobre a qualidade. Muitos profissionais ligados ao setor de cafés de qualidade defendem que o merca-do se abre cada vez mais para os “Ro-bustas finos”. Abaixo listamos alguns dos comentários a respeito do tema.

Qualidade de Robusta é tema de evento em Uganda De 07 a 11 de Junho, foi realizado em Kampala - capital da Republica de Uganda - o 4º Workshop de cafés Robusta (Conilon) de alta qualidade. O evento teve como objetivo definir um método de avaliação de qualidade sensorial (degus-tação) para cafés da variedade Robusta. O evento é organizado pelo CQI -Coffee Quality Institute, uma organização ligada a SCAA - Specialty Coffee Association of America.Fonte: CaféPoint (17/06/2010)

Nestlé lança café com 70% de Robustas.No caso da Nestlé/Nespresso, mesmo sendo uma “edição especial”, o “Kazaar” está sendo bastante comentado por conter mais de 70% de café robusta. Deste, a maior parte é composta de cafés conilon naturais do Espírito Santo e uma porcen-tagem de robusta lavado da Guatemala.Segundo o site da Nespresso: “O robusta brasileiro revela uma extrema intensidade em toda a sua pureza. O robusta Lavado da Guatemala, ainda pouco cultivado, expressa sua nobreza e uma riqueza única, ao passo que o Arábica do Cerrado brasileiro traz sua sofisticação e sutileza para o blend”Fonte: Estadão

Ensei Uejo Neto - Consultor Marketing & Qualidade - Cafés Especiais“Um bom Conilon ou Robusta sempre será melhor e preferível a um sofrível arábica, seja ele um Mundo Novo, Icatu ou mesmo um Bourbon. Para que o con-sumo siga vigoroso em seu crescimento é importante que produtos voltados para os consumidores mais sensíveis aos preços sejam melhorados e até reposicionados. Dar a oportunidade de consumir algo agradável é fundamental para despertar o interesse por produtos de maior valor e conceito mais sofisticado. Fazer bem feito é sempre desejável. Ganha o mercado, ganha o produtor, ganham todos.”Fonte: CaféPoint

Imaflora certifica a primeira fazenda de café conilon “O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola - Imaflora - acaba de certificar a primeira fazenda que produz a variedade conilon de café, de grande consumo no mercado doméstico: é a Mo-dena, que fica na cidade de Linhares, no Espírito Santo e colhe sua primeira safra com a certificação da Rede de Agricultu-ra Sustentável (selo Rainforest Alliance Certified).

Imaflora [ 13/08/2010 ]

Frederico de Almeida DaherSuperintendente do CETCAF –-Vitória - ES“Nunca, em tempo algum, se falou tanto do Conilon e especialmente da sua qualidade Vejo esse fato como de extrema importância, já que produzir qualidade é questão vital para quem produz algo seja lá em que ramo de atividade for .É evidente , especialmente para todos nós da cafeicultura do Conilon , que a tomada de posição quanto ao tema está apenas começando pois os óbices tão enfatica-mente comentados por tantas lideranças do setor nos assinalam o longo caminho a percorrer”Fonte: CaféPoint

Evair Vieira de Melo Presidente do Incaper “Quanto à qualidade, nossos bons Robus-tas não devem nada em relação aos bons Robustas do Mundo”Revista Conilon Brasil (Agosto 2010)

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1 Ano de Conilon Brasil 17

MATÉRIA CAPA

Todas essas matérias e citações de renomados veículos e de profissio-nais, nos mostram quanto espaço o Conilon tem ganhado e quanto espa-ço ainda pode ganhar.

Uma prova da evolução do mercado de Robustas finos é que, em setembro deste ano o Coffee Quality Institute (CQI) lançou um novo protocolo para a degustação de robustas e no início de 2011 iniciará a implantação de um laboratório de análises sensoriais es-pecializado em Robustas no Brasil. A empresa Conilon Brasil LTDA será a representante oficial do CQI, para Ro-bustas, em nosso País. O CQI é uma organização sem fins lucrativos, se-diada nos Estados Unidos, que traba-lha para melhorar a qualidade do café e as vidas das pessoas que o produ-zem. O Instituto fornece treinamento e assistência técnica aos produtores

de café a outros indivíduos da ca-deia de abastecimento, para aumen-tar o volume, valor e sustentabilida-de da produção de alta qualidade do café. O CQI também trabalha para a construção de capacidade insti-tucional em países produtores de café através da criação de sistemas e infra-estruturas que incentivem um foco na qualidade que leva à maior renda dos agricultores. Com um representante no Brasil, o CQI pretende divulgar o protocolo e formar novos degustadores de Ro-busta, dentro dos padrões interna-cionais, tornando assim mais aces-síveis alguns mercados que ainda não conseguimos acessar. Através desse trabalho, teremos condições de apresentar ao mundo, com mui-ta credibilidade, os excelentes cafés robustas produzidos no Brasil.

Café conilon capixaba terá selo de qualidade“O café conilon produzido no Espírito Santo, assim como já acontece com o arábica, terá selo de qualidade. A marca Conilon Especial será concedida aos agricultores que atenderem a uma série de exigências, como a utilização das boas práticas agrícolas e respeito ao meio ambiente. O objetivo do projeto é alcançar novos mercados nacionais e internacionais, e promover a melhoria da rentabilidade na atividade.”Fonte: Globo Rural online 22/11/2010

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18 1 Ano de Conilon Brasil

COBERTURA

No Dia 19 de Novembro de 2010, aconteceu no Mu-nicípio de Vila Valério (maior produtor de café conilon do ES), o 14° Encontro de cafeicultores. O evento contou com a presença de técnicos e diversas autoridades, entre as quais o diretor-presidente do Incaper, Evair de Melo,o prefeito de Vila Valério, Edecir Felipe e o atual senador e governador eleito Renato Casagrande e foi assistido e prestigiado por mais de 300 produtores rurais da região.

Além da confraternização anual, o evento tinha como objetivo maior o lançamento do Projeto “Conilon Espe-cial” no Município.

A meta do projeto é alcançar novos mercados e alçar vôos maiores tanto nacionalmente quanto internacional-mente, promovendo assim, a melhoria da rentabilidade na atividade.

O evento foi realizado pelo Instituto Capixaba de Pes-quisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), juntamente com a Prefeitura Municipal e a empre-sa Conilon Brasil.

Senador Renato Casagrande em discurso, com o projeto em mãos, falando sobre a

importância dessa iniciativa.

Adelino Thomazini (Consultor Técnico da Conilon Brasil), em sua palestra sobre “Mercado do Café”.

Presidente do Incaper, Evair de Melo: É preciso produzir com excelência para alcançar consumidores mais

exigentes, que estão dispostos a pagar mais caro por um produto de qualidade.

Anderson dos Santos (Secretário de Agricultura de Vila Valério): Abrindo o evento e falando do

pioneirismo do Projeto.

14° Encontro deCafeicultores de

Vila Valério

O futuro com um novo sabor

Marca

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1 Ano de Conilon Brasil 19

REPORTAGEM

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De olho

no campo

Observando a história do café notamos que ao mesmo tempo que ele ajudou a erguer grandes impérios financeiros, ele garantiu e ainda garante a sustentabili-dade da agricultura familiar em várias regiões do Brasil. Com a evolução do mercado e o aumento da competitividade do setor, observamos que fica cada vez mais difícil apurar lucro com a atividade cafeeira. Por isso uma gestão com cará-ter empresarial é indispensável para ma-nutenção da atividade. A agricultura em-presarial nada mais é que aquela feita de forma profissional, como se fosse uma empresa. Na agricultura empresarial, o agricultor age como um empresário, obtendo o controle de tudo, empregando tecnologia de ponta. Muitos destes agri-cultores possuem seu próprio armazém, além disso, priorizam também contratos de venda, trabalham com mercado futu-ro e fazem seguro de câmbio.Para facilitar o entendimento do que é agricultura empresarial, vamos relatar o caso do Sr. Juza Demuner, que é em-presário rural em São Roque do Canaã, estado do Espírito Santo.

Juza DemunerTexto: Equipe Conilon Brasil

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REPORTAGEM

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REPORTAGEM

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Juza nasceu e cresceu no interior deste município, trabalhando com a família nas lavouras de café, horticultura e fruticultura, que são predominantes na região. Depois de “puxar muita enxada” e vendo

poucas perspectivas na agricultura, aos 27 anos de idade, partiu para a cidade onde iniciou um trabalho no ramo de madeira e marcenaria. Empreendedor nato e dono uma vi-são inovadora, Juza sempre buscou o que o mercado tem de melhor em termos de matéria prima, tecnologia e pes-soas, garantindo assim um produto e um atendimento de altíssima qualidade para seus clientes. Assim ele criou a “Demuner Soluções em Madeira”, que hoje é destaque na-cional no setor. Com o sucesso no ramo de madeiras, Juza decidiu voltar às origens, porém agora, mais preparado e com um estilo de gestão totalmente distinto do que sua família tinha em sua adolescência. Em janeiro de 2006 ele iniciou os investimentos em aquisição de áreas, plantio e recuperação de lavouras de cafés arábica e Conilon. Hoje, quase cinco anos após o início dos investimentos, Juza já possui aproximadamente 800.000 pés de café arábica, 200.000 de Conilon e está implantando mais 150.000 pés de Conilon. Suas propriedades geram mais de 100 postos de emprego contínuo e existem 48 famílias residindo nas suas fazendas, de onde tiram todo o sustento que necessi-tam para ter uma vida digna. Na época da colheita o núme-ro de postos de trabalho pode até triplicar.

Diante da exigência de qualidade do mercado, o empre-sário rural está fazendo grandes investimentos em estru-tura, máquinas e equipamentos para o preparo, beneficia-mento e armazenamento do café. No futuro a intenção é exportar a maior parte da sua produção, garantindo assim uma maior rentabilidade. Como o mercado internacional de café é muito exigente quanto à qualidade, o produtor não mede esforços e investimentos para produzir com o máximo de qualidade possível. “Sempre busco imprimir qualidade nas coisas que faço e isso tem dado certo”, afir-ma Juza.

A colheita do café é feita somente quando a lavoura atin-ge mais de 80% de grãos maduros e todo o café é trans-portado para a estrutura de secagem no mesmo dia. Essa estrutura final será composta por 10 secadores aquecidos com sistema de caldeiras, com isso, ele evita fermentação e impregnação de cheiros estranhos como o de fumaça no grão. “Se for preciso, vamos colher grão a grão como na Colômbia” comenta o empresário.

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REPORTAGEM

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Outro ponto que chama atenção é a preocupação com o meio ambiente. Juza Demuner é um excelente exemplo de responsabilidade ambiental. Além de estar com todas as licenças ambientais em dia, o empresário promove o plantio de vegetação nativa em áreas degradadas, e está preservando 20% da reserva legal de suas propriedades. Nas áreas de plantio é adotado o sistema de “caixa seca”, minimizando a erosão e garantindo a infiltração lenta das águas das chuvas.

Diante da estratégia empregada pelo empresário, nota-mos que ele atentou para os três pontos fundamentais da sustentabilidade: O projeto é socialmente justo, ambien-talmente correto e economicamente viável. Sem dúvidas este projeto representa uma quebra de paradigmas do café. Com os resultados obtidos e a previsão, após a conclusão do mesmo, provamos que o café ainda pode representar uma boa opção de investimento, mas para isso devem ser adotados modelos adequados de gestão. Juza Demuner: “Se for preciso, vamos colher grão a grão

como na Colômbia” comenta o empresário.

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ARTIGO

Conilon Brasil 23

A Conilon Brasil completa 1 ano,levando informação, tecnologia e inovação para você que trabalhapelo desenvolvimento sustentável

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ESPAÇO gourmet

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Campos C o f f e edegustação

Campos Coffee é uma torrefação e cafeteria que co-meçou há 8 anos, no bairro de Newtown, Sydney , Austrá-lia. Era uma pequena e aconchegante cafeteria que virou o “point” dos universitários da Universidade de Sydney. Hoje está presente em todos os bairros de Sydney.

No mês de novembro, Campos Coffee inaugurou sua sala de degustação. Uma sala preparada exclusivamen-te para sessões de degustações de cafés. Degustação ou “cupping” é uma técnica profissional de observar os sa-bores e aromas do café preparado. Consiste em analisar o café em pó para identificar as fragrâncias existentes. Em seguida, adiciona-se água, a 93º Celsius, e o degustador verifica os aromas presentes. Após deixar o café descan-sando por aproximadamente 5 minutos é feito a “quebra” da borra do café e a degustação começa. São analisados os sabores doces, amargos, salgados e ácidos.

Texto:Arthur FiorottConsultor e Especialista em Marketing de Cafés Especiais

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ESPAÇO gourmet

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Padrões de sala de degustação

LuzLuz artificial é importante e preferível nas salas de prova, para que não haja interferência de cores no momento de análise do grão. Algumas amostras requerem degustação no escuro, para que tenha os resultados sem interferência.

VentilaçãoVentilação tem que ser controlada, com sistema de ar con-dicionado ou resfriamento. A temperatura da sala não pode exceder 30º Celsius e umidade do ar 85%.

OdoresNenhum odor estranho é permitido, bem como comida, perfumes e cigarro.

BarulhoAmbiente sem barulho é essencial. Barulhos externos têm que ser mínimos e celulares não podem ser usados durante o “cupping”.

Água Para extrair os mais complexos sabores de cafés robustas finos, a água deve ter um padrão específico, sendo um dos aspectos mais importantes numa sala de prova.

Característica Objetivo Variação Aceitável

Odor Limpo / Fresco, sem odor

Cor Incolor

Total Cloro 0 mg/L

Dureza da Água

4 grãos ou 68 mg/L

1 - 5 grãos ou 17 mg/L - 85 mg/L

Alcalinidade total 40 mg/L Próximo a 40 mg/L

pH 7.0 6.5 a 7.5

Sódio 10 mg/L Próximo a 10 mg/L

Padrão de água utilizada em laboratório

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UNIVERSIDADE CONILON

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A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DO CAFÉ CONILON NO MUNICÍPIO DE SÃO GABRIEL DA PALHA:

Texto: Cristian Douglas Lovo Técnico em agropecuária Graduando em Adm. de Empresas pela UNIVEN Rodrigo Dezen Castelan Graduando em Adm. de Empresas pela UNIVEN Luiz Otavio Bonaparte Graduando em Adm. de Empresas pela UNIVEN Welton Borges Neres Graduando em Adm. de Empresas pela UNIVEN

ESTUDO DE CASO NA COOABRIELCOOPERATIVA AGRÁRIA DOS CAFEICULTORES DE SÃO GABRIEL DA PALHA

É comum entre os cafeicultores a crença de que a melhoria da qualidade do produto não re-flete em diferenciais expressi-vos no preço. A análise a ser

feita, deve levar em consideração uma série de outros aspectos. É fun-damental considerar que o mercado do café no mundo tem se tornado cada vez mais exigente e que tanto a recu-peração quanto a conquista de novos mercados requerem que se observem as preferências dos consumidores que dispõem de muitas alternativas de fornecedores competitivos e bastante afinados com tais exigências.

Com o objetivo de verificar e ana-lisar como a COOABRIEL (Coope-rativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel da Palha) e os produtores cooperados têm trabalhado para me-lhorar a qualidade do café conilon no município de São Gabriel da Palha e região, e conhecer o posicionamen-to da Cooperativa em relação ao as-sunto, realizamos uma pesquisa com

vários produtores associados e com o Sr Edimilson Calegari (Gerente de Armazém e Logística da empresa) em outubro de 2010.

Analisando os dados obtidos após a entrevista com o representante da Co-operativa e o questionário realizado com associados da COOABRIEL, é possível evidenciar de maneira geral que a qualidade do café conilon tem sido cada vez mais importante pela necessidade da agregação de valor ao produto e maior aceitação do merca-do.

O perfil da maioria dos associados foi do sexo masculino, com idade aci-ma de 46 anos e renda que varia de R$ 500,00 a R$ 1000,00. Com isso verificamos que a renda dos produto-res tem sido baixa e a população do interior tem envelhecido. Observa-mos também que a maioria dos pes-quisados, são pequenos produtores de café com menos de 5 hectares cultiva-da com a cultura.

Apesar da maioria dos entrevista-

dos serem pequenos produtores, to-dos disseram sempre ter trabalhado com a cultura do café, sendo o prin-cipal motivo a tradição da família. Esperava-se que a rentabilidade se-ria o principal fator para o cultivo da cultura, mas para 58% a rentabilidade não vem sendo satisfatória mesmo o café sendo a principal fonte de renda de 92% dos produtores entrevistados.

Muito se tem ouvido falar em rela-ção aos baixos lucros oferecidos pela cultura do café conilon, que acarreta cada vez mais o endividamento e di-minui o poder aquisitivo dos produ-tores. Na visão de Edimilson, a al-ternativa para melhorar a viabilidade econômica do cafeeiro seria cuidar da lavoura como se deve, realizando as adubações necessárias, baseada na análise de solo, tratos culturais, irri-gação e controles de pragas e doen-ças.

Avaliando os cafés recebidos atu-almente dos produtores na COOA-BRIEL, na visão do entrevistado,

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a qualidade tem sido cada vez mais comprometida devido aos métodos utilizados pelos produtores para o be-neficiamento da produção, visto que antigamente a maioria do café pro-duzido era secado em terreiros, sendo hoje utilizados mais freqüentemente os secadores que contribuem para a má qualidade do produto devido ao tempo de secagem praticado pelos produtores. Em relação às perspec-tivas para o futuro, pelas exigências que vemos no mercado atual a ten-dência é o crescimento da produção de café de qualidade, principalmente pelo aumento da demanda do merca-do externo.

Questionado se a qualidade do Co-nilon produzida atualmente tem aten-dido as exigências do mercado, Edi-milson disse que o mercado interno tem sido um mercado com poucas exigências, pois até o momento ainda não se encontrou dificuldades na co-mercialização de cafés considerados de baixa qualidade. Para o mercado externo, existe um padrão específico de qualidade exigida, sendo no míni-mo café tipo 6 /peneira 13. Ressalta ainda, que para chegar a este padrão de qualidade há a necessidade de pas-sar todo o café em um maquinário es-pecífico, pois independentemente do tipo de beneficiamento adotado pelo produto, seja terreiro ou secador, os cafés chegam aos armazéns com des-padronização de peneira, com grãos miúdos, pretos, quebrados e brocados.

Na opinião de 79% dos produtores, produzir café de qualidade é muito

importante para melhorar a aceitação do produto no mercado, porém o dife-rencial pago não tem sido satisfatório. Para a Cooperativa, no mercado atual tem surgido um diferencial por cafés melhores, como por exemplo, secados em terreiros ao invés de secadores, justamente pelo fato de dar uma be-bida mais suave e um aspecto melhor ao produto. “... já possuímos clientes que estão exigindo apenas este tipo de café e pagam um diferencial para tê-lo...” disse Edimilson, onde com-pletou que a maioria das empresas, principalmente brasileiras, ainda não paga este diferencial o que dificulta a valorização deste tipo de produto.

A principal falha dos produtores que contribui para o comprometimento da qualidade do produto consiste em fazer compromisso com a produção logo para o inicio da safra, onde acabam colhen-do sua produção verde, secando-o de qualquer maneira para cumprir suas obrigações financeiras. Sendo assim, comprometem tanto a qualidade como o rendimento e o peso do produto, e conseqüentemente a diminuição da rentabilidade.

Para os produtores, a técnica mais importante para melhoria da quali-dade da produção seria realizar a se-cagem do café em terreiro, que para muitos tem sido inviável por falta de estrutura, controlar a Broca-do-café e realizar as adubações necessárias. Segundo eles, a qualidade está rela-cionada diretamente ao aumento dos custos de produção o que inviabili-

za o processo, mas para Edimilson, a qualidade não está muito ligada a esta questão, pois consiste em técni-cas simples como: colher o café bem maduro, no mínimo 70%, não deixar muito tempo o café maduro ensacado; em caso de seca em secadores, utilizar lenha seca para não dar cheiro de fu-maça ao produto e secar em um tempo de aproximadamente 16 a 20 horas.

Com o objetivo de incentivar seus associados, a COOABRIEL vem re-alizando a cada dois anos simpósios, que já está em sua sétima edição, onde traz palestrantes bem esclarecidos no assunto da cafeicultura e realiza con-curso entre os sócios, premiando os 20 melhores cafés avaliados. Além deste evento, possuem também um programa chamado de Consultoria Técnica, que há aproximadamente cinco anos tem trabalhado junto com os associados a fim de tornar a cultura do café mais sustentável e rentável. O programa conta ainda, com a parceria de instituições como INCAPER para o fortalecimento do programa.

Contudo, pelo vasto trabalho que o melhoramento da qualidade exige, cabe aos pesquisadores e a institutos ligados ao governo se aprofundarem no assunto e tomarem as devidas ini-ciativas a fim de que nossa realidade seja mudada a tempo de acompanhar as mudanças do mercado e garantir maior lucratividade aos produtores de nossa região que é a responsável pela maior parte da produção de café coni-lon deste país.

Cristian Douglas LovoTécnico em agropecuária

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CONILON TECH

28 1 Ano de Conilon Brasil

Grandes avanços tecnológicos ocorreram no culti-vo do Conilon, sobretudo no Espírito Santo, que teve sua produção aumentada em mais de 200%, praticamente sem incrementos nas áreas de plan-

tio. Com isso, a produtividade desse Estado quase tri-plicou nos últimos 15 anos, colocando-o como principal estado produtor. Esse grande avanço obviamente ocorreu em função de vários fatores, destacando-se, neste texto, o papel da adequação do espaçamento de plantio às novas variedades desenvolvidas. Certamente, a otimização da população de plantas (e do número de hastes) por hectare refletiu-se na maior produtividade das lavouras. Entretan-to, pouco se tem discutido e pesquisado sobre o adensa-mento das lavouras. Quais seus benefícios à produção e à sustentabilidade das lavouras de Conilon?

Atualmente, têm sido recomendados espaçamentos va-riando de 3,0 x 1,5 m a 3,0 x 1,0 m, totalizando, portanto, de 2.222 a 3.333 plantas por hectare. Além disso, com a recomendação de 12.000 hastes produtivas por hectare, são deixadas de três a seis hastes por planta, dependendo do espaçamento acima especificado. Todavia esses nú-meros não são absolutos e podem se alterar em função de vários fatores para adequação às diferentes situações edafoclimáticas e de manejo. Por exemplo, em condições de solos férteis, boa nutrição, irrigação ou regime hídri-co adequado, o crescimento vigoroso da copa pode exigir menor densidade de plantas por área (Fonseca et al., Café Conilon, Incaper, 2007). Os espaçamentos acima descritos

podem ser considerados como espaçamentos ‘normais’ de cultivo. E as lavouras adensadas, produzem menos?

Vale a pena registrar que, diferentemente da recomen-dação acima, alguns trabalhos realizados com Conilon apontam vantagens para o adensamento da lavoura, tan-to do número de plantas como do número de hastes por área. Vantagens essas, traduzidas não apenas pelas maio-res produtividades como pela maior disponibilização de nutrientes para o cafeeiro. Por exemplo, o cafeeiro conilon apresentou resposta linear e crescente de produtividade quando a densidade de plantio aumentou de 2.222 para 5.000 plantas por hectare (Figura 1).

Figura 1. Produtividade do Conilon em função da densidade de plantio. Média de seis colheitas (Bragança et al., Coffee Scien-ce, 2009).

Adensamento da lavoura e sustentabilidade da produção de ConilonCláudio Pagotto Ronchi

Prof. UFVCampus Rio Paranaíba, [email protected]

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1 Ano de Conilon Brasil 29

CONILON TECH

Em outro trabalho, foram testados espaçamentos varian-do de 4,0 x 2,0 a 2,5 x 0,5, portanto, populações de 1.250 a 8.000 plantas por hectare, respectivamente. Além dis-so, através do manejo dos ramos ortotrópicos (ou hastes produtivas), foram testados três diferentes densidades de hastes por hectare: 10.000, 15.000 e 20.000. O resultado foi que o adensamento proporcionou maiores produtivi-dades e que os espaçamentos de 3.000 a 4.000 plantas por hectare, com a condução de 15.000 a 16.000 hastes por hectare foram os mais adequados (Lani et al., SPCB, 2000). Trabalhos mais antigos, da década de 90, realiza-dos em Aracruz-ES, também apontavam para maiores produções em espaçamentos mais reduzidos (Bragança et al., CBPC, 1994). Certamente, quanto maior o fecha-mento da lavoura, mais complicado torna-se seu manejo. Todavia, os ganhos em produtividade podem compensar, e um bom sistema de podas pode garantir o sucesso do adensamento.

O espaçamento influencia a distribuição do sistema ra-dicular do cafeeiro. Em plantios mais adensados há uma tendência de maior aprofundamento das raízes principais, levando a uma utilização mais eficiente da água e dos min-erais disponíveis tanto nas camadas superficiais como nas mais profundas do solo. De fato, o aumento da densidade de raízes por área acarreta maior taxa de recuperação de nutrientes, especialmente daqueles que apresentam maior mobilidade no solo (Pavan et al., Turrialba, 1994). Além disso, foi observado incremento significativo na disponib-ilidade de P (513% e 956%) e K (189% e 248%) no solo, na superfície (0-20 cm) e em subsuperfície (20-40 cm), re-spectivamente, quando o café conilon foi cultivado numa densidade de 5.000 plantas por hectare, em relação às den-sidades de 2.222 e 3.333 plantas por hectare; desde que adubação anual com NPK seja feita (Guarçoni M. et al., CBPC, 2005). Estes resultados sugerem maior aproveita-mento dos fertilizantes em espaçamentos mais adensados e a posterior ciclagem dos nutrientes no sistema solo-plan-

ta. Dessa forma, em plantios adensados de Conilon, uma vez que a disponibilidade de P e K é maior, a análise de solo torna-se ainda mais importante, sugerindo possível redução de fertilizantes a serem aplicados, para uma mes-ma produção (Guarçoni M. et al., CBPC, 2005).

O adensamento também leva ao maior sombreamento do solo, podendo preservar elevado o conteúdo de água próximo às raízes e contribuir para que os mecanismos de transporte de nutrientes sejam favorecidos, além do efeito direto de uma maior absorção de água pelas plantas (Pa-van et al., Turrialba, 1994). Não obstante, o adensamento leva ao autosombreamento do cafezal que por sua vez re-duz a produção por planta (mas não por área), em virtude da redução do número de nós e de gemas reprodutivas por ramo (Cannell, Kenya Coffee, 1976). Dessa forma, há menor exaustão das plantas em relação às suas reservas de carboidratos, o que minimiza os efeitos da bienalidade da produção ao longo dos anos. Como consequência, a lon-gevidade das plantas e da lavoura, aumenta.

Tomados em conjunto, os aspectos (positivos) discutidos acima apontam para maior sustentabilidade da produção do Conilon em lavouras adensadas, seja pela otimização do uso da água e de fertilizantes ou pela sustentação, ao longo da vida útil da lavoura, de produções satisfatórias e equilibradas, obtidas de um maior número de plantas (ou hastes) por hectare. Cabe ao produtor e aos técnicos, à luz dos conhecimentos ora discutidos, adequar e testar nas suas propriedades os espaçamentos que melhor lhe aten-dem. Da mesma forma, cabe aos pesquisadores realizar novos ensaios para adequar os espaçamentos aos novos materiais genéticos e métodos de cultivos recomendados (sistemas de podas, por exemplo), nas diferentes regiões produtoras de Conilon, visando melhorar a produção do Conilon, cada vez com maior sustentabilidade.

Um bom sistema de podaspode garantir o sucessodo adensamento.

Fontes de consulta: Curso on line Agripoint: Fisiologia e Produção do Café Conilon.

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MERCADODO CAFÉ

N o final de novembro o Conselho de Café da Índia anunciou que as exportações do país atingiram um

nível recorde em 2010. Tal resultado foi ajudado por uma produção melhor e pela firme demanda externa. Uma autoridade do Conselho de Café da Índia afirmou que os embarques subirão ainda mais, devido à melhor disponibilidade da safra. As ven-das do grão em 2010 podem somar 280 mil toneladas, incluindo ofertas reexpor-tadas.

Na primeira semana de dezembro o mercado de café não apresentou mudan-ças. As bolsas de futuro oscilaram bastan-te e o mercado físico manteve seus preços estáveis, com bastante interesse pelos ará-bicas de boa qualidade. O USDA (Depar-tamento de Agricultura dos Estados Uni-dos) reduziu estimativas de exportação da Indonésia em 17% devido aos problemas climáticos.

Após 20 anos de auto-regulação, a in-dústria de café irá voltar a ficar sob o controle do governo. A partir de meados de fevereiro, o Ministério da Agricultura passará a fiscalizar a qualidade do café co-locado à disposição do consumidor. Mas, a pouco mais de dois meses de entrar em vigor, a instrução normativa nº 16, que vai regular o setor, é vista com apreensão pela indústria, produtores e importadores

de café processado. A Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) pediu o adiamento da vigência da instrução, mas o ministério promete mantê-lo.

As exportações brasileiras de café vão ser recordes neste ano. No ritmo em que as vendas externas seguem, o país deverá somar 32,5 milhões de sacas comercia-lizadas no exterior, com valor superior a US$ 5,5 bilhões. A maior presença do Brasil no mercado internacional se deve ao recuo das exportações de países tradi-cionais, como a Colômbia. Apesar da boa safra brasileira, os preços não tiveram ten-dência de baixa, pois a demanda sustentou o preço.

Os preços do café robusta registraram altas significativas em novembro. O au-mento nas cotações internacionais, devido ao atraso na entrada da safra do Vietnã, elevou os preços no Brasil. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 aci-ma teve média de R$ 187,14/saca de 60 kg em novembro, forte alta de 7,7% em relação à média do mês anterior. Já para o tipo 7/8 bica corrida, a média mensal foi de R$ 178,72/saca, avanço expressi-vo de 7,8% no mesmo período. Na Bolsa de Londres (Euronext.Liffe), o contrato com vencimento em janeiro fechou a US$ 1.789/tonelada em 30 de novembro, recuo de 7,2% em relação ao dia 1º.

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o menor custo, são critérios essenciais para a continuidade da atividade agropecuária no País. A gestão de negócios tornou-se uma ferramenta

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O futuro com um novo sabor

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Focada em uma cafeicultura sustentável e de alta qualidade, o projeto Conilon Especial é desenvolvido com as ferramentas mais avançadas em gestão de propriedades e na produção de cafés de qualidade. Feito para você e, principalmente, para todos aqueles que acreditam em um futuro com um novo sabor.