revista comunik edição 4

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Foto:Google Imagens REVISTA Aborto ENSAIOS SOBRE O COTIDIANO - FCA/CEUNSP PROJETO DA AGÊNCIA EXPERIMENTAL DE COMUNICAÇÃO E ARTES Ateísmo Pág. 22 Nostalgia roqueira na Virada Pág. 5 RIC - O novo RG Pág. 10

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Revista Comunik realizada por alunos da FCAD - CEUNSP.

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Page 1: Revista Comunik Edição 4

Foto:Google Imagens

REVISTA

Aborto

ENSAIOS SOBRE O COTIDIANO - FCA/CEUNSPPROJETO DA AGÊNCIA EXPERIMENTAL DE COMUNICAÇÃO E ARTES

Ateísmo Pág.22

NostalgiaroqueiranaVirada Pág.5

RIC-OnovoRG Pág.10

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Page 3: Revista Comunik Edição 4

Conversa com o Editor

Começou como um trabalho de sala, to-mouaresdeumprojetomaissérioduran-

teasfériaseagoraéessarevistaquevocêses-tãovendo.IssoéumabrevehistóriacontandocomosurgiuarevistadoblocoK,acomuniK.

Utilizopartesdoprimeiroesditorialdestare-vistaparapodercomeçaronosso.Depoisde1anoe3ediçoesestárevistapassaparaoutrasmãos.

Nós,oatual5ºsemestreassumimosdevezadireção.Depoisdeaulasdebatendo,e-mails,indodeumparaoutrosemparar,começamosaporamãonamassa.

Agora, a comuniK émuitomais queumtrabalho.Éumarevista...

Boaleitura!

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ÍndiceExistevidaemMarte?Edaí?

Pág.4

Aborto

Pág.14

OsGamesdaOLD

Pág.20

STOP!Umfilme,umlivro,umCD...

Pág.32

SegredosdeLiquidificador

Pág.28

Vocêéafavoroucontra?

CarrinhodeRolimã

Pág.8

NostalgiaRoqueiranaViradaPág.5

Foto: Moisés Teles de Medeiros

RIC-OnovoRG

Pág.10

Ateísmo

Pág.22

EscolhajáseuNerd

Pág.25

Ninfomania

Pág.29

Page 4: Revista Comunik Edição 4

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Existe vida em Marte? E daí?

Já parou para pensarnisso? Estamos emtempos de crise mun-dial, pessoas morrem

diariamente por doenças in-curáveis, acidentes de carros,acidentes aéreos, enchentestemdestruídocasasefamíliascommuita frequência, tsuna-mes, acidentes radioativos epsicopatasmatandopessoaseainda tem gente preocupado

se há vida em outro planeta!

Se existe vida lá eunão sei e tampouco me pre-ocupa, sei que aqui existee temos que nos importarmais com essas vidas. Temgente passando fome e frioembaixodenossosnarizeseo máximo que conseguimosfazer é soltar um “coitado,não temnemondemorar...”.

Se realmente existirvidaemMarte,desejoqueelestenhamsuascasinhasconstruí-das e dinheiro para ir ao su-permercadofazeracompradomês sempre. Que se houver

ummarcianoquenãotenha,osoutrossejamcapazesdeajudarparaquetambémexistaigual-dade social. Que lá eles nãosoframcomdesastresnaturaiseprincipalmenteportragédiascausadas por eles próprios.

E nós, terráqueos, jápassamos da hora de nosconscientizarmos de que ex-istem coisas muito mais im-portantes com que nos preo-cuparmos.Aágua,opetróleoe a paciência do mundo es-tão acabando, cabe a nós re-verter essa situação, vamostentar mudar isso? Porqueos ETs não farão por nós.

Foto:Google Imagens

Expediente

Professor orientador - Pedro Courbassier

Editor-chefe - Thales de Mileto

Editores adjuntos - Nah Mendonça.

Repórteres - Soraya Cristina, Thales de Mileto, Natália Esteves, Gil Fernandes,

Nah Mendonça e Anieli Barboni.

Colaboradores - Tiago Modoro, Jéssica Bonatti, Andressa Kaam, Bianca Ro-

drigues, Grecia Baffa e Luana Oliveira, Jean Lucas e Mayara Cruz.

Diagramação - Mel Castro

Encontreonosso!

NaPlayboyvocêprocuraoco-elinho,nasgarrafasdecervejaoFenacomunocaescondemosonossoK.Deixaremosocultonacapaerevelaremossemprenapróximaedição

# Natália Esteves

Page 5: Revista Comunik Edição 4

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Emmeioaoummundodepon-ta cabeça, terremotos tremendopaíses, tsunamis invadindo ci-dades e psicopatas entrandoescolas e matando crianças ebatendo as botas é que sacudiunosdias16e17deabrilacidadedeSãoPauloedias14e15demaiono interiordoestadoasé-tima edição da Virada Cultura.

Inspirada na “Nuit Blanche” deParis, que agita anualmente acapital francesa, com atraçõesque seguem madrugada aden-tro.Nacapitalpaulistananãofoidiferente: Mais de 24 horas deatraçõesnasquaisartistasnacio-naise internacionaisseapresen-taram no maior e mais impor-tante palco da América Latina.

Umas das frases mais usadaspeloRolling Stone,Mick Jaggerdizmuitosobreoqueaconteceuesseanonoevento, “Ésó rock!Maseugosto.”Aíentão foiquerolaramaspedrasparamaisumaVirada Cultural que regada demuitorock’inrollenostalgia,quetoda vez toma conta dos palcosdela.Emanosanterioresartistascomo Mutantes, O Terço, No-vos Baianos, 14 Bis e Casa dasMáquinasabriramoevento.Ag-oratevesuasportasescancaradaspelarainhadorocknacionalRitaLee. Ela abriu o evento com amesmaacidezesarcasmosqueaacompanharamportodasuacar-reira, sabedoriaeprovocações...“ORockinRio,pertodaVirada,é um cemitério musical.” AindafalandodeRita,pareciacomsol-dados americanos invadindo acasadeBinLadeneabrindofogoem suas críticas recheadas depalavrões: “Moro em São Paulohá 65 anos, entra e sai prefeitoe governador e eles não fazem

p...nenhuma.”Efechouseudis-curso com mais uma amostrade como seu vocabulário é ex-tenso “Eu quero que todos sef..., porque nenhum escapa.”

Além de suas frases polêmicasmostrouquenopalcoelaéquemmanda,dominandoaplatéiacomseu repertório recheado de hitscomo,ohardrock“Agorasófaltavocê”;seuhino“OvelhaNegra”,de sua ex- banda Tutti Frutti;“Bwana”; “Saúde”; “Doce Vam-piro”; “Lança Perfume”, acom-panhadapelofilhoBetoLeeeseunamoradohá35anos(comoelamesmodiz)RobertodeCarvalho.

Senospalcostinhaarainha,nãopodia faltar o Tremendão. Eras-mo Carlos esbanjava alegria esimpatiaaoseupúblicodecabelomais grisalho do que emoutrosshows. “Nunca antesnahistóriadestepaísvocêsviramumcom-positortãofeliznopalco”,aindaexplicou o porquê ele iria tocarseusgrandesclássicos:“SeoRo-bertonãocantaDetalheseoLosHermanosnãocantaremAnaJu-liaopúblicoficatriste.Eucantoos meus sucessos porque nãoquero ver ninguém aqui triste.”Mesmo não esbanjando mais avitalidadedeseusanosdeJovemGuardaeoseuaugesolodosanos70-80Erasmo foi simplesepre-ciso.Eleapresentou seus suces-sos“MesmoQueSejaEu”(1982)no início, “Negro Gato” e “Gat-inhaManhosa” (ambas1965,dequandoeravocalistadeRenato&SeusBlueCaps)nomeioe“PeganaMentira”(1981)nadespedida.

Flash Back Anos 80

A virada era mesmo dos qua-rentõesdeplantão!Foirevividootempoemquemuitostinhamca-belosenãoerambrancos.Porum

Nostalgia roqueira na Virada.# Thales de Mileto

momento,ascorescítricaseom-breirasvoltaramasermoda.Issoporqueartistasdageraçãoanos80, no qual o rock se popular-izounoBrasil,fizeramum“flashback”bemaosomdesuaépoca.

OpunkrockquehaviachegadoInglaterra emmeados de 80 foimarconoBrasilemSãoPauloeDistritoFederal.EveiodoPlanal-toCentralogrupoquerepresen-touomovimento,aPlebeRude.Deu-seumclimamaisaoevento,comum repertório recheado demúsicas oitentistas. Usando deironiaparamostrarcomoaimp-rensaestavavendoaapresentaçãodeles.OvocalistaPhilippeSeabra

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disse:“TãodizendoqueaPlebevoltou, mas a gente nunca foiembora.” E alfinetando ainda asbandasatuaisdeBrasília;“Vocêsse decepcionam com as bandasde lá,masnósprometemosquenão iremos decepcionar vocês.”Enãopodiafaltaràenergiarevo-lucionaria de suas canções “AtéQuando Esperar”, “Minha Ren-da”e“Proteção”,queforamcan-tados em vozes altas da platéia.

Saindoumpoucodo lado,maispolíticodosanos80eindoparaum rock mais despretensioso,apareceramoscariocasdabandaBlitzeoinglêsmaisbrasileirodaInglaterra, Ritchie.Os primeirosgrandes fenômenos daquela ge-ração.Lideradapelocantor,gui-tarrista,compositoreatorEvan-dro Mesquita, a Blitz misturouseu cômico repertório de “MaisUma de Amor” (Geme Geme);“Você Não Soube me Amar”;“DoisPassosdoParaíso” e cov-ers de “Óculos”, dos ParalamasDo Sucesso;“Sonífera Ilha” dosTitãs; “Bete Balanço”, do Barão

Vermelho; “PerdidosnaSelva”,da Gang 90 (a Gang 90 foi aprimeirabandaaterumsucessonos anos 80. E foi exatamentecomPerdidosnaSelva.AbandachegouaoseufimapósamortedeseulíderevocalistaJulioBar-roso, que caiu da janela de seuapartamento em São Paulo noano de 1984.) Com o carismade sempre Evandro dominou aplatéia e arriscou ao apresentarsua música nova, parceria comLeoni, chamada “Vôo Cego”.

Mais conhecido pela tão canta-da no Brasil inteiro e vários rit-mos “MeninaVeneno”,oanglo-brasileiroRitchietambémentrouna onda “Anos 80”. Com umafalhanomicrofone,aexperiênciaajudouacontornaresseepisódioe com ummegafone continuouo show enquanto era arrumadoseu equipamento. Além deMe-nina Veneno, Ritchie trouxe“Casanova”, outro sucesso oi-tentista. E “Lágrimas de Mais”,que é foi tema de abertura atédenovelaemplenoséculoXXI.

ObarãoRobertoFrejatmostroutoda sua versatilidade na gui-tarra e nasmúsicas, executandosolos com suamarca, com todaamalandragemdeumcariocaea habilidade de um bluseiro. Orepertório foi entre o Barão de1980e1990,como“PorVocê”;“Êxtase”;“ProDiaNascerFeliz”;“Maior Abandonado”, passandopelasuacarreirasoloechegando

atéBrasília,comoseucoverde“Ainda é Cedo” da Legião Ur-bana. Homenageando tambémseu antigo parceiro de banda ecomposição,Cazuza,com“Exag-erado”e “CodinomeBeija-Flor”.QuemFechouanoiteFoiofrissonde sintetizadores e uma guitarrabemrasgada,bemaoestilo“anos80”.OpalcodaestaçãoJulioPre-stes foi invadido e pilhado peloRPM(RevoluçõesPorMinuto)eassim o público foi tomado poreles. Era o primeiro showdelesdepoisde8anosdehiato.Logoemseusprimeirospassosparaopalco o vocalista, baixista, com-positoreumdoslideresdabandajá ouvia as boas vindas de suastietes na platéia, que gritavam“lindo”e“gostoso”.Ocomeçodaapresentação veio com um dosúltimos sucessos deles antes deacabarpelaterceiravez,aabertu-radoBBB“VidaReal”,emendan-doelacomamúsicadetrabalhodesuavoltaem2002,“Rainha”,a inédita “Crepúsculo”, que nãoempolgou pelo fato do públiconãoconseguirouvirdireito,poismaisumavezomicrofoneapre-sentava problemas. Dali para fr-ente foram apenas clássicos dequandoelesaindatinhamseus20poucosanos(lembrandoemmui-tasocasiõesaturnêRádioPirataquefoioaugedosrevolucionári-os).RenatoRussoeCazuzatam-bém foram lembrados, com aparticipação em “in memorian”de Renato na música “A Cruze aEspada”. JáonossoAgenor

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(Cazuza) foi homenageado coma regravação de “Exagerado”.Mostrando um grande entrosa-mentoentreosquatromembrosquem saiu ganhado foram osfãsdabandasedeliciaramaindacom“LoirasGeladas”;“AlvoradaVoraz”“RevoluçõesPorMinuto”;“Juvenilia”; “Liberdade/GuerraFria”.Chegandoaofinaldoshowcom“RádioPirata”eemendadocom performances das músicas“Ligth My Fire” do The Doors,“YouCan’tAlwaysGetWhatYouWant”dosStones,”AllYouNeedIsLove”dosBeatlesequerendomostrarquesãovelhinoscooleantenados aonosso tempo tam-bém colocaram nessa salada defrutas roqueira “Use Somebody”doKingsOfLion(talvezessasejaamaior frustraçãodosroqueirosantigosnoshowdeles).Quandopartedopúblicoestavasedirig-indoparaasaídaachandoqueoshowtinhaacabado,começouasoarosprimeirosacordesde“Ol-har43”,levandoopovoaodelírio.

Mais pedida do interior

A caravana da Virada Culturalseguiuorumodosbandeirantes.Comela,asuavelhacompanhei-ra “nostalgia”. Que também to-mouospalcosdointeriorrrrrrrrrr,ondeoscomplicadoseperfeitin-hos dos Raimundos mostraramtoda sua pegada em Campinas,fechando o evento na cidade.A banda brasiliense quemisturapunk-rock com forró teve um

atrasode35minutos,oquenãoatrapalhounadaseudesempenhonacidadepaulista.Comsucessos“AMaisPedida”;“DeixaeuFalar”;“OPãodaMinhaPrima”e“Lam-be” entre outros o grupo atraiumaisde4milpessoas,queduran-teumahoraemeiacantaramsempararcadamúsicacomabanda.

InvadindoaspraiasdeIndaiatubaoUltrajeaRigorveiocomseude-bocheecomomaiorpúblicodoprimeirodiadoevento.OVocal-istaRogerMoreiramostrouqueapesardenãoestarmaisnosseusvintepoucosanosaindatemumavitalidadeeenergiaemcimadopalco fazendoo público pular ecantarjuntososclássicosdorocknacionalcomo“Nósvamosinva-dirsuapraia”;“Ciúmes”,noqualteve participação especial nosvocaisdacantoradabandaVega,CláudiaGomes;“Sexo”;“Nadaadeclarar”. Ainda arriscaram umcoverdaPlebeRude“Atéquan-doesperar”,comobaixistaMin-gau cantando ela. Roger aindaencarnouOzzyOsbornenaclás-sica “Paranóid” doBlack Sabatt.

OsParalamasDoSucessofizeramjornadaduplanoevento,tocaramnodia14emSorocabae15emIndaiatuba. Com a mesma sim-patia e competência de sempre,otriomostrouquetocatantonoluarsorocabano,quantodebaixode chuva como em Indaiatuba.Navidadadesábadoparadomin-go 7mil vozes faziam um coro

paramúsicas como “Meu erro”;“Lanterna dos afogados”; “Ócu-los”;“Eladisseadeus”;“Obeco”; “Cuide bem do seu amor”;“Romance ideal”, entre tantosoutros sucessos dos Paralamas.

FechandoaViradaemSorocaba,comquaseduashorasdeatraso,Os Titãs, também fecharam asessão“velhinhosdorock’inroll”como àmelhor banda de todosos tempos da última semana.Reduzido a apenas 4membros,jáque3saírameummorreu,osTitãsmostramqueasuavivênciaeacapacidadedeseadaptaraotempoecomum timedehinosdo rock eles Incendiaram Soro-caba, “Flores”; “Marvin”; “Pradizer adeus”; “Jesus Não TemDentesNoPaísDosBanguelas”.

Segundo o dicionário Houaiss a palavra nostalgia quer dizer; “desejo de voltar ao passado.” E isso está sendo possível nessa Virada Cultural. Música boa, com um gostinho de saudade.

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Brincadeira de criança? Ah como é bom!

Construídoartesanal-mente, o carrinhode rolimã era feitopor ferramentas

simples: um martelo e um ser-rote. Ascrianças faziamabaseseus carrinhos com corpos demadeiraserolimãs,queeramdes-cartados por oficinas mecâni-cas.Tãopoucamãodeobra,garantiaafelicidadedemui-tos.Depoisdeconstruirobrinquedo, a garotadase reunia para desceras ruas em altasve loc id -ades, fa-zendo cor-ridas,rachas,manobrasrad-icais eo famo-so “sanfonão”(arte de jun-tardoiscar-rinhos derolimãs). A scrianças ap rove i t a -vam a b r i ncade i r apara gan- har dinheiro eiam às feiras livres para fazerfretes.

Tudo isso foi deixado pelotempo, pelas máquinas e altas

tecnologias.Hojejánãosepodemais ver crianças preparandoseus carrinhos, pois são encon-tradosnainternet,porR$288,00reais, com rodas, assento esto-fado e diversas regulagens, pro-porcionando mais segurança àcriançaouadolescente.

Amonitoradecriançasemuma crechemunicipal de In-daiatuba, Luzia Oliveira, 40anos conta sobre o tempoemqueabrincadeirafazia

omaiorsucessoentrea criançada.

E l adiz que erauma aventura andarcomoscarrinhosderolimãeque desde sua infância já ha-via competições que definiamobrinquedomais rápido.“Lem-

brodomeuirmãomaisvelhosedivertindo com isso. Ele, meusprimos e todas as crianças dasredondezasreuniam-senofimdatarde para brincarem de rolimã.Elesmesmosfaziamobrinquedo.

Usavammadeiraepartesdecarroças”.

Question-ada sobreas mudan-ças, avançostecnológicose circunstân-cias que afas-tamascriançasde brinquedoscomo o carrin-hoderolimã,elarespondecomoélamentável que abrincadeira tenhaficadonopassado,

CARRINHO DE ROLIMÃ

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# Soraya Cristini

Foto: Teca Lobato

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epormaisquehojeexistamcar-rinhos mais modernos, nada secompara a emoção do antigo ebombrinquedo.“Entendoqueatecnologia separa as criançasdebrincadeiras antigas, naturais eque deveriam ser conservadas.Masnãoésóisso,assituaçõesdaviolênciaedosoutrosproblemasdasociedadeatual tambématra-palhariam a brincadeira. Antesbrincávamosnasruascomoscar-rinhos,descendoladeirasabaixo.Hojeseriamuitodifícilencontrarespaçono caos do trânsito parabrincar.Alémdisso,asruasestãoocupadas por outras ‘brincadei-ras’ que não são tão descoladasassim”,finaliza.

Históriasdevovôepapai

Ajuventudeatualvemdeixan-doparatrás,tudoaquiloquepaise avôs viveram. Antigas brinca-

deiras estão sendo trocadas porcomputadores,videogamesece-lulares.Agora encontramos apenas

histórias de momentos que não

voltammais.Mesmoassim,cri-anças e adolescentes continuamcada vez mais alucinados comas fantasias proporcionadas porseuscomputadores,conversandovia Skype, MSN e outras redessociais. Fica a pergunta: Se um

dia contaremhistórias da juven-tudeparaseusfilhosenetos,ap-enasdirãoquefalavamcomseusamigos, via internet? Apesar detodo o esquecimento da juven-tude sobre as antigas brincadei-ras,háquemdefendaocarrinhoderolimã,mesmosendodaeratecnológicaevirtual.

Matheus tem16anose seor-gulha em contar o que pediude presente em seu aniversário.“Sempre ouvi meu pai, amigose tioscontaremdasbrincadeirasdeantigamente.Detodas,aqueeu mais admirava era a corridaderolimã.Então,nomeuúltimoaniversáriopediquemeupaimepresenteasse com um carrinho.E não foi apenas isso, pedi quefizéssemosjuntosobrinquedo”.

Elecontaquedepoisdepron-to,ocarrinhoderolimãfoileva-do para o sítio da família ondetemmuitoespaçoetranqüilidadeparaabrincadeiraseraindamaislegal.“Meusamigostambémgos-tamdorolimã.Elestêmamesmaopiniãoqueeu.Otempopassoueabrincadeiraficou,porquenãoimportaaépocaenemageração,umavezdivertida,semprediver-tida”,finaliza.

Ocarrinhoderolimãjáfoiumabrincadeira só demeninos,mashoje emdia esse estereótipo foideixado para trás. Já é possívelver meninas descendo ladeiras.Otempopassa,aspessoascres-cem, os interessesmudam.Masse a brincadeira é boa, ela tran-scendeotempoeconquistano-vos admiradores. O carrinho derolimãéumexemplodeque,nãoimportaaépoca,desceraladeiraemumpedaçodemadeiraconti-nuasendodivertido.

“O tempo passou e a brincadeira

ficou, porque não importa a época

e nem a geração”

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OMinistério da Justiçabrasileira pretendeimplantar, atravésde um Comitê Ges-

toratéoanode2020,umanovaformade identificaçãoparaseushabitantes:ORegistrodeIdenti-dadeCivil(RIC).

O RIC será um cartão magné-tico,quecontarácomdadosob-rigatórios,entreeles,osantigosdadosdeRGeCPF,alémdeumchip que integrará informaçõesde diversas formas de identifi-cação, como título de eleitor eCNH.

AconsultaasinformaçõesdoRICseráfeitaemumbancodeinfor-mações centralizado, que serágerenciado pelo InstitutoNacio-nal da Identificação (INI), órgãoligadoaPolíciaFederal,diferentedaformaatéentãoadotada.

Atualmente, cada uma das 26unidades da federação (mais o

DistritoFederal),temseuprópriobancodedadosde identificaçãoe esses bancos não tem con-exão entre si, sendo possível aqualquer brasileiro ter mais deum RG, inclusive com nomesdiferentes.

A implantaçãodessemétododeidentificação acabaria diziman-docasosde falsidade ideológicae estelionatos.Uma cerimôniasolene foi realizada, em dezem-brode2010,paraaentregaofi-cialdosprimeirosRIC’squecon-templaram o ex-presidente LuisInácio“Lula”daSilva,suaesposaMarisa Letícia, além do ex-vicepresidente, ainda em vida, JosédeAlencar.

A convocação dos selecionadospara trocar a antiga cédula deidentidade (RG) pelo novo RICtevecomodatadeinícionodia18 de janeiro deste ano, porémproblemas internos adiaram emalguns meses, e o Governo ga-

rante que no segundo semestrea implantação tenha início. OsmoradoresdeBrasília,doRiodeJaneiro e de Salvador foram es-colhidos aleatoriamente e serãonotificadosporcartadanecessi-dadedatrocadodocumentoeoslocaisondeseráefetuada.

Uma geração apressada...

Cartões de crédito, débito, car-teira de motorista e variados ti-pos de documentos habitam as

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REGISTRO DE

IDENTIDADE CIVIL:

O NOVO RG# Andressa Kaam

Page 11: Revista Comunik Edição 4

carteirasdosbrasileiros,eemdi-versas situações (filas de banco,caixas de estabelecimentos) odocumento realmente procura-doseperdeentreosdemais.Naonda de pressa em que se viveatualmente,perdertempoprocu-randoumdocumentoacabacau-sando não só a indisposição dodonodacarteira, como tambémdorestantedaspessoasnasfilas.

NaunidadedoPoupatempoemJundiaí, conversei coma dona-de-casaMaria LúciaDamasceno

dosSantos,de49anos,quedisse“ Essa proposta de documentotem dois lados, é complicado.Vocênãoterdeficarcarregandomuitosdocumentoséuma‘mãonaroda’“

Com o uso do RIC, os atendi-mentos podem ser reduzidospelametade,noquesito tempo,inclusive concedendo a ele omérito por potencialmente aca-bar,oureduzirdealgumaforma,asfilasdebanco.

Estaremos mais seguos?

O RIC tem como principal de-terminante, o apelo da segu-rança. Uma central unificada fi-cará responsável por um bancodedadosondeestarão inseridasas informações referentes aosnovos documentos, diferentedo sistema até então adotado,em que os institutos de identi-ficação são separados por es-tado, podendo uma pessoa terduas identidades, inclusive comnomesdiferentes.Anovaordemacabará por dificultar a ação deestelionatários,eevitarquepes-soas utilizem dois documentos,além de ajudar no controle deestrangeirosnopaís.Asinterven-çõespoliciaisterãopontosposi-tivos e diminuição nas fraudes,tanto do lado dos criminosos,quantodapolícia.

Brasil entre as sedes, reforça segurança.

Doiseventosdegrandedestaquemundial serão sediados noBra-silnospróximosanos:CopadoMundo e Olimpíadas. Diantedisso, o país está em processodeadequaçãopararecebê-los,oRICentratambémnessemérito.Uma identificação rápida, pre-cisae livredepossibilidadesdefraude,écrucialemummomen-toemquemilharesdepessoas,dediversospaíses,circularãope-losaeroportosdoBrasil.Apenaspara reforçar, os documentosatualmente operantes no país,contamcomafacilidadenafalsi-ficaçãoebaixocontrolee,aliadoa isso,existeadiversidadeétni-ca. Todos sabem que no Brasilexistempessoasdeváriasetnias,entãonãosetemumacaracter-ísticafísicaespecífica,comoporexemplo os ingleses ou japone-ses. Essespontos acabamporauxiliar os criminosos em suasações.

RIC e o bolso dos brasileiros.

Apesardetodososbenefíciosjá

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citadosequeoRICirátrazeraopaís, a unificação de identifica-çãoaindaenfrentaráalgunsem-pecilhosatésecompletar.

Aquestãodocustogeraalgumasdivergências e também acar-retou no atraso do processo deimplantação,queestavaprevistopara se iniciar em janeiro desteano.OGoverno instituiu, inicial-mente, o valor de R$ 40. Umtanto controverso, pois o custopara a confecção dos cartões,estánamédiadeR$20eogov-ernonãoexplicaomotivonoau-mentodovalor.

OExecutivo,porém,estáentran-docomumprojetoquevisadi-minuiressevalorequetambémtem a possibilidade de isentaros cadastrados nos projetos do“BolsaFamília”.

Além dessas duas frentes, umFundo Nacional de Identifica-çãoCivilpoderá sercriado,ob-rigando os estados a repassar

os fundos arrecadados com aemissãodosdocumentos.Opro-jeto,prontoparaserenviadoaocongresso,tememumadesuasproposta,umrepassede10%,fi-candoorestanteparaoGovernoEstadualcorrespondente.“Éim-possívelnãopagarporumdoc-umento tão moderno, só espe-ramos que eles não aproveitemesse espaço para arrancar maisdinheirodopovo”,dizaaposen-tadaAnaMontes,de62anos.

O Governo irá disponibilizarumaremessainicialdedoismil-hões de documentos gratuita-mente, ficandoorestanteacar-go dos Estados, sendo cobradoumpreçofixoporeleemtodoopaís, baseado nas respostas aosprojetos que serão enviados aoCongresso.

Incógnita

Aresponsávelpelaadministraçãodo Poupatempo Jundiaí, JulianaBorges, afirmou que informa-

çõesmaisconcretassobreoRICaindanãochegaramaoestadodeSão Paulo. “Ainda não estamosincluídosnemnaprimeirapartedasmudanças,oquetemoscon-hecimento agora, pode mudarduranteoprocesso”.

Adeus, “verdinho”.

Aprevisãoédequenofinalde2012,oitomilhõesdebrasileirosjá tenham adquirido seu novodocumento,númeroquenoanode 2013 poderá ainda chegar avintemilhões.Aintençãoéquegradativamentetodososcartõestenhamsido substituídosecomisso,apopulaçãodaráadeusaosobsoletosRG’s“verdinhos”,ent-randodeumavezportodas,naeradigital.

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Page 13: Revista Comunik Edição 4

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Page 14: Revista Comunik Edição 4

AbortoBreve História

Essa prática é discutidadesde aGrécia antiga.Aristóteles o defendiacomo método eficaz

para limitar os nascimentos emanter estável a população dascidades gregas. Platão dizia quedeveria ser obrigatório às mul-heres com mais de 40 anos, epara preservar a pureza da raçados guerreiros. Já Sócrates con-cordava com a prática, desdeque as mulheres desejassem.

No século XIX a proibição doaborto ganhou forças porque asua prática poderia diminuir aoferta de mão-de-obra, que eraextremamente importante paragarantir a continuidade da rev-olução industrial.Como fimdaPrimeiraGuerraMundialaleian-ti-abortofoiseveraetinhacomolema “filhos para a pátria”. Oabortopassouaserconsideradocrime contra a nação e punidocompenademorte.Foinadécadade60queasmulheres,emváriospaíses, passaram a se organizarem grupos feministas para con-seguirqueadecisãodecontinuarounãoagravidez fossedelas.

De acordo com o dicionárioHouaiss,abortosignificaaexpul-são prematura do feto. Existemdois tipos:oespontâneoeo in-

duzido.SegundoaginecologistaKarin Regina Barbieri, o abortoespontâneo acontece, no máx-imo, 22 semanas de gestação.Quandoaconteceematé12se-manaséchamadodemáforma-çãodoembrião.Osmaistardios,geralmente, são motivados porinfecções,alteraçõesdatiróideehepatologias(doenças do fígado)namãe.

O aborto induzido é provocadopela ingestão de medicamentosou métodos cirúrgicos. Porém,muitasvezesnãoresolveoprob-lemae trazriscosàsaúde:“Elasusamenãosabesevaidarcerto.Às vezes o próprio organismonão funciona com o princípioativodoproduto,podendoocor-rermáformaçãodofeto,eriscosde, em uma próxima gravidezo organismo não conseguir se-gurar o bebê e assim ter abor-tosespontâneos.Emcasosmaisgraves a mulher pode perdero útero”, comenta Karin.

Você Sabia?

AOrganizaçãoMundialdeSaúde(OMS)julgaoabortoinseguronaausênciadepadrõesmédicosad-equadosequandopraticadopela

gestante de forma ilegal. Reco-mendaqueospaísestenhamleisque autorizem a interrupção dagravidezemcondiçõesdesegu-rançaparaasaúdedamulher.

No Brasil é considerado crimecontra a vida pelo código pe-nal, exceto se oferecer riscosà saúde damãe (doença demáformação)ouquandoéresultadode estupro e de má-formaçãodo feto. Determina prisão de 1a 10 anos para quem pratica eparaos envolvidos.Emcasodemorte damãe, a pena do autordocrimepodeaumentar.Porém,baseadoemfontesdoMinistérioda Saúde, no Brasil uma mul-her faz aborto a cada33 segun-dos e a prática insegura matauma delas a cada dois dias.

Cytotec: o vilão

Mais conhecido pelo seu nomecomercial, é um dos remédiosabortivos mais conhecido en-tre as mulheres. Ele tem comoprincípio ativo o misoprostol.

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# Anieli Barboni

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Foto:

Goog

le I

magens

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Esta substância faz a contraçãodoútero, como se estivesse emtrabalho de parto, o estimulan-do e o contraindo para eliminaro embrião. Geralmente utiliza-dos para dilatação e expulsãodos fetos presos no útero apósabortos espontâneos, tem altorisco de hemorragia, causa umador intensa,parecidacomadordopartoepodelevaraóbitoseusado irregularmente. Proibidodesde1998paraomercado,ap-enas uma indústria pode fabri-car no país e somente hospitaisautorizados podem adquirir.

Mesmo sendo vedada sua ven-da, a comercialização “rola sol-ta”, especialmente na internet.Anegociaçãogeralmenteé feitapor sites de relacionamentose a entrega, por correio. Alémdo risco à saúde, existe a pos-sibilidade de ser um golpe enão obter o efeito esperado.

Através das redes sociais o re-médioé comercializado sem re-strições. Qualquer pessoa podeadquiriroproduto.Comoprova,mantive contato com um vend-edor do remédio por um deter-minado site. Segundo o autorda venda, ométodo é bem efi-cazeresolverapidamente.Bastadar o CEP da rua ondemora edepositar o valor em conta cor-rente para receber o comprim-ido. O valor varia conforme aquantidade adquirida, uma basede R$ 330 a R$ 860 e acom-panha instruções de uso.

Mas a venda não acontece sópela internet. Segundo a Anvisa(Agência Nacional de VigilânciaSanitária),oprodutochegaaopaísatravésdasfronteirascomoPara-guai,ArgentinaeVenezuela,ondea comercialização é liberada. Ocontrabandoédifícildeserpego,pois namaioria das vezes entraempequenasquantidadesmistu-radasnasbagagensdeturistas.

Existem diversos chás que tam-bém podem causar o aborto,como seme, canela com pinga,buchinha entre outros, que sãorecomendados por garotas nossites proporcionando um altoriscoasaúde.SegundooMinis-tério da Saúde, pesquisas apon-tamocorrênciasentre729mil e1,25milhãodeabortosaoanonopaís. Destes, aproximadamente250morreme1/3procuramas-sistência hospitalar devido aosdanos causados ao organismo.De cada 100mulheres entre 18e 39 anos,15% já fizeram abor-to. A região que apresenta omaior número de abortos é aNordeste e a menor, é Sul.

Com7mesesdenamoroumaes-tudantede19anosficoudescon-

fiadadapossívelgravidez,naép-oca, indesejada. “Tinhaacabadode conseguir omeu emprego eainda estou no meu 1º ano defaculdade”, disse a jovem.Apósas desconfianças resolveu fazero testedegravidezde farmácia.Não acreditando no resultado,que foipositivo, fezoutravezea confirmação veio em seguida.“Fiquei desesperada, sem chão,poismeunamoradonemconhe-ciameupaiainda.Meupaiéumapessoa ignorante, não aceitaria.”Sem saber o que fazer, pediuentãoajudaaumatiaeàmãedeseuparceiro.Aprimeiraaçãoquepassouporsuascabeçasfoipro-curaralgunsmétodosnainternetpara interromper a gravidez. Oquemaischamoua intençãodocasal foi oCytotec, que, segun-doosite,eraeficazedeucertoparamais de 80% dos usuários.

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“Por mais que eu goste da faculdade, do serviço e tenha que assumir uma tremenda responsabilidade, não con-

sigo tirar aquela cena do bebê da minha cabeça.”

Foto:Google Imagens

O outro lado

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Foto: Marcelo K. Motozono

“O aborto é um processo que deve ser avaliado em cada caso e prin-

cipalmente, com a pessoa que visa esse caminho.”

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Foto: Google Imagens

Porém, seria difícil obter o re-médio, por ser proibido e termuitos golpistas no mercado.

“Começaram os enjôos, doresdecabeça,sono,ossintomasdegravidez que foram piorando acada dia. Decidi tomar os cháscompingaeervas.Então,todososdiasantesdeirtrabalhar,pas-sava na casa domeu namorado

e tomava o preparo que minhasogra, mesmo sem aprovar, fa-zia.Quer um conselho? Èmuitoruim”, fala a estudante. Ela to-mou chás de canela, artemísia,arruda com pinga e cravo, masnada adiantou. No primeiro diadiz ter sentido fortes dores enão parava de vomitar. “Tivemuito medo de morrer, porquesei quemuitasmeninas jámor-

reram fazendoestasmisturas.”

Otempopassoueporvoltados2 meses de gravidez,tiveram aidéia de ir procurar o Cytotec,segundoela, nospiores lugares.“FomosparaItatinga,omaiorpu-teiro a céu aberto da região. Lápediinformações,atéqueencon-tramos uma pessoa que vendiapor R$ 500. Fiz tudo conformerecomendado. Fiquei de jejum,tomei 2 e inseri 2 por via vagi-nal,atéomaispróximodoútero,fiquei semurinarpor2horas, enada.Levamosogolpedocom-primido feitode farinha.Node-sespero,epensandoemjá fazeropior,acheiumblogbeminter-essante.Neleconseguiocontatode umamenina queme ajudoue me indicou uma pessoa quevendia o remédio original. PorMSN fizemos toda a negocia-ção.Porém,commedoeumpéatrás, pelo valor ser depositadoembanco.Pegueiodinheirodamensalidadedeminhafaculdadeecompramos4porR$320.Re-sultado,tivepequenascontraçõese nada de sangramento. Fiqueimaisumavezsemchãoemuitopreocupada”, conta a jovem.

No decorrer deste tempo onamoradodelaconheceuseupai.Jácomumpoucomaisde2me-sesdegestação,entrouemcon-tatoporMSNnovamentecomapessoa que lhe vendeu o remé-diodaoutravezeexplicouquenãoteveefeito.Elemandoumais8comprimidosparaela,metadegratuitoeorestantepago,comométodo de segurança. Nova-mente fez o mesmo processo,masdestaveztomou4einseriu4. Mais uma vez não obteve oresultado esperado. Então foidescoberta uma clínica de abor-to.Ovalorsairiamuitocaroparaocasal, cercadeR$3mil,massegundoela,lhegarantiam100%de eficácia e chegaram a pen-sar nesta possibilidade.“Segunda

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feira, 29 de novembro, fui fazerum exame de Ultra Som, poissentia algumas cólicas, às vez-es fortes e outras fracas. Penseicomigo:vaiqueelemorreueai-ndaestadentrodemim,masporqueossintomasnãosomem?Foiquandoviaquelacenanomoni-tor, um bebezinho tão pequenoeindefeso,todoperfeitinhoecaina real, ‘caramba é mesmo umbebê’.Ouviasbatidasdoseuco-ração,comoeraforte,eporumsimplesmomentoesquecitudoesenti uma emoção enorme quefezmeuolhoencherdelágrimas.Entãoomédicofoipassandota-manho,peso, edisse estar tudobemcomele.Meunamoradoob-servoualgonatela,dissequesópoderia ser ummenino. Sabe oque ele achou? Um ‘pipizinho’.Sempre foi meu sonho ter ummenino”, conta emocionada.

“Pormaisqueeugostedafacul-dade,doserviçoetenhaqueas-sumirumatremendaresponsabi-lidade, não consigo tirar aquelacenadobebêdaminhacabeça.”Disseajovem.Depoisdestaent-revista,aestudanteeseunamora-docontaramparaafamíliasobreagravidez.Elasaiudafaculdadee os dois assumiram o filho.

De acordo comapsicólogaCy-beleMicai,asreaçõessãodiver-sas,masnamaioriadoscasosamulherpassaporumasequênciadereaçõesemocionaisqueiniciacomaansiedade,angústiaenega-çãonomomentoquesabedore-sultado-ouantes,nosprimeirossintomas -,passandopelosestá-giosderaiva,insegurança,lutoelamentação,chegandoàbuscadeinformações, esperança e moti-vação.Tudodependedodesejo,consciente ou inconsciente, dagravidez,enabuscadesoluções,o aborto aparece como possi-bilidade. “As pessoas extraemodentepara se livrardador.Oprocessoemocionaléomesmo,

o caminho imediato para extrairo problema, mesmo havendotratamento e outras soluções.”

Em dias atuais o que se tornamaisdifícilemnossasociedadeéidentificarogrupocertodepes-soasquevãoaessaprocura.Paraa psicóloga, as jovens acabamusandomaisessemétodoporserdeumafaixaetáriamaisdesprov-idadeapoioemocionaleainter-netéocaminhomaisrápidoparabusca e troca de informações.Sem necessidade de identifica-

Foto: Moisés Teles de Medeiros

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ção e vínculo, tornando omeiode menos discriminação e ex-posição.Cybeledizqueareaçãode quem comete o aborto variadepessoaparapessoa, jáqueapersonalidadeéinatadecadasere a reação oscila no momentoemquesecometeoato,poden-do-sevivenciarumalívio rápidoimediato ao acontecimento. “Jávivenciei relatosemque,noex-atomomentodoaborto,apareceo desespero e arrependimentoseqüencial”. Segundo a psicólo-ga a depressão é um transtorno

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Você concorda com a descriminalização do

aborto no Brasil?

Concordo em caso de rísco a saúde fisíca da mãe

Concordo em caso de risco à saúde mental da mãe

Concordo em caso de estupro

Concordo se a mãe não tiver situação socioeconômicas para criar a criança

Concordo que deve ser direito da mulher decidir se deseja ou não ter o filho

Não concordo com a descriminalização em nenhum dos casos.

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psíquicogeradoporsituaçõesdeperdaegrandeluto,podeounãoocorrernessescasos,ouatésur-girem outros transtornos após oaborto.“Muitasvezesatendime-ninas com este problema, nãosó na vivência terapêutica, masfuipsicólogahospitalardaSantaCasadeItu,por6anoseacom-panhei inúmeros casos, desdeo pronto-socorro, maternidadeaté a UTI.O aborto é um pro-cessoquedeve ser avaliadoemcadacasoeprincipalmente,coma pessoa que visa esse camin-ho”, complementa Cybele.

O aborto é um assunto polêmi-co e que não para por aqui. Agravidez precoce ou indesejadaé uma das características dospaísesemdesenvolvimento, fru-to de uma má educação sexualou irresponsabilidades do casal,trazendo complicações futurasparaos envolvidos.Oproblemanão se baseia apenas no livrearbítrio da mulher e na inter-rupçãodavidadoembrião,massimnosmétodos clandestinos einseguros que acaba trazendoriscos para a mãe e ao feto.

A ANVISA aceita denúncia da venda do remédio pelo telefone: 0800- 642-9782

Confira a pesquisa no gráfico, realizada entre outubro e novembro de 2010 com 104 jovens da região de Salto e proximidades sobre a descriminaliza-

ção do aborto no Brasil.

Pesquisa realizada por Anieli Barboni

O que rola na internet!O assunto também é polêmico nas redes sociais. Blogs são os mais utilizados para debater o

tema e até mesmo para venda ilegal. Como é o exemplo do blog do analista de sistemas e professor universitário Rui Nelson (www.ruinelson.net), 38 anos, que mora em São José dos Campos SP. Ele postou em seu blog sobre o remédio abortivo Cytotec. O resultado foi imenso, com muitos comen-tários recheados de histórias emocionantes de mulheres desesperadas. Além de muita gente querendo tirar dúvidas, acabou formando uma comunidade em torno do assunto, utilizado como ferramenta para troca de informações e uma possível venda e contatos para obter o remédio. “Não esperava de maneira nenhuma que tentariam usar o blog para a venda ilegal de remédios. Quando as primeiras mensagens com esse intuito começaram a aparecer resolvi vetar qualquer anúncio e/ou dica de site para venda do remédio, principalmente porque a comercialização com fins abortivos é ilegal no país”, diz ele.

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Ascrianças (e adul-tos) de hoje en-louquecem jo-gando videogames

comoNintendoWii,Xbox360,Playstation 3 e afins, são jogosfuturistas, que trazem ao joga-dorumasensaçãoderealidade,deixaqualquerumqueosjogarfascinados. Mas não podemosnosesquecerqueosgamesdehoje são apenas evoluções degames muito antigos, que nosdeslumbraram tal como essesdurante a nossa infância. “Quesaudade...”, suspira MarcosGonçalves,estudantedeTecno-logiadaInformação.

Na década de 60 os colegasamericanosSlugRussel,WayneWitanen e Martin Graets, doInstituto Ingham de Massachu-setts decidiram criar algo útilparasuashorasvagas,baseadosemprotótiposdeváriosequipa-mentos,“deramaluz”em1962ao primeiro jogo eletrônico: oSpacewar.

Mas o primeiro videogame aser comercializadonosEstadosUnidosveiodezanosdepois,oOdissey,fabricadopelaPhilcoe

Ford,quesóchegouaoBrasilnofinaldosanos70.”NuncativeoOdissey,masdeviasercompli-cadonessaépoca,peloquejávieramquadradinhos nos lugaresdecarros,naves,pessoase tal,hajaimaginaçãoparajogar!”,dizMarcos.

Esóem1978ofenômenodevendasAtari foi lançado, con-sideradopormuitosopontapéinicial para a febre dos gamesqueestavaporvir.Foiprojetadopor Nolan Bushnell , tambémamericano (e fã do Spacewar)quehojeéconhecidopelosvi-ciados em games como “o paidovídeogame”.

No inicio da década de 80,com a queda do Atari, a em-presa japonesa Nintendo (quesignifica “alcance o paraíso”)começouaerguerseu império.Com o lançamento do NES(Nintendo Entertainment Sys-tem)videogamede8bits,veioum jogo sobre ummarceneirochamado Jumpman que tinhacomomissão salvar sua namo-rada de um gorila, daí veio osucessoDonkeyKong,quenostrouxeogorilamaisqueridodomundoeoMário,quesetornoumascotedaempresa.ANintendosetornouamaior

nomundodosconsolesnaquelaépoca.Foiaíqueoutraempresajaponesa começou a se desen-volver, a SEGA, que para con-correr com o NES, lançou oMaster System e seu mascote,umouriçoazulchamadoSonic.Sem muito sucesso na guer-rados8bits a SEGA lançouoMegaDrivede16bitschaman-doaNintendoparadisputa,quelançou um dos maiores suces-sos da história do vídeo game:OSuperNES.

“Quem nunca ouviu falar nadisputa de SEGA e Nintendo?Sonic e Mário? Os maioresíconesdosgamesquejáexistiunosenlouqueceramnainfância,lembroqueatébrigavanaesco-la porque achavao Sonicmaisradical emeu colega era fã doMário, mas no fundo adoráva-mos os dois.” Lembra ViníciusEsteves, colecionador de vídeogames.

E quem não se lembra do Alex Kidd?

O simpáticomenino que an-davademotoca,comiabolinhodearrozentreumafaseeoutrae derrotava osmestres no Jan-Ken-Po(ofamosopedra,papel,tesoura) foi o primeiro sucesso

Os games da OLD

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# Natália Esteves

Muitos sentem saudade dos primeiros jogos virtuais...

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“Lembro que até brigava na escola porque achava o

Sonic mais radical e meu colega era fã

do Mário.”

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SoniceMáriotalvezsejamosmaioresíconesdahistóriadosvideogames.AmbossãosímbolosdeumaépocaclássicaemqueagranderivalidadeeraentreasgigantesjaponesasSEGAeNintendo. Aguerraqueteveinícionocomeçodosanos90eaindahojeentraempautanasdiscussõesdejogadores.“EuprefirooMário,obigodudotembastantehistóriaeaindatemmuitofôlego,poisestásempresendorecriadosemperderasuaes-sência,emcontrapartida,parecequeSonicper-deuorumodesdequedeixouoMegaDrive,poisseusgamesperderamocharme.”DeclaraRafaelLeite, estudante de Ciências da Computação.

Masháquemdiscorde:“noquesitoquali-dade,osjogosdoSoniclevavantagensconsid-eráveiscomográficosmelhores,mesmoaplacadevídeodasegasuportandográficos inferioresaodaNintendo,melhor trilha sonoraemelhorjogabilidade, amovimentação dos personagensémaisvelozporqueaplacadaSEGAeramuitomaisrápidaqueadaNintendo”,explicaVinícius.

e mascote da SEGA, lançadoem 1986, Alex Kidd é o pro-tagonistadeumasériedejogosfeitosparaoMasterSystem.OjogoAlexKiddinMiracleWorldvinha contido na memória dovideogameefezmuitosucessoatéocomeçodosanos90.

“Essefoiumjogoquemeen-cantou pelos seus comandossimples,tinhaapenasodirecio-nal,botãodebatereodepular,comgráficossimplesetrilhaso-noraquegrudavanacabeça,umtaldeTamTamTamTam,TamTamTamTam, era omáximona época”, lembra com entusi-asmo Rafael Lemes, estudantedeQuímica.Mas com a invenção do

OuriçoAzul,aSEGAtrocoudemascoteeparoudecriargamesdessasérie.

Mas antes de tudo isso...

Os Arcades (popularmentechamado de Fliperama) surgi-ramnadécadade30,beman-tes dos jovens gastarem suaseconomias comcarros,baladase videogames modernos, esseeraograndevício.OArcadevi-

rouumamania,poiseraomáx-imo que a genialidade humanaconseguiu alcançar em gamessimples,mas aomesmo tempoviciantesO Computer Space foi o

primeiro Arcade comerciallançado para o público, em1972. Concebido adivinhempor quem? Ele mesmo, No-lanBushnell, opaidoAtari.Ojogo utilizava varias inovações

tecnológicas,mastinhaumajo-gabilidadeconfusaenãofoiex-atamenteumsucessocomercial.

O verdadeiro sucesso de Ar-cade foi o Pong, também cria-doporNolan.Lançadoemumposto de gasolina, após alguns

diasamáquinaparoudefuncio-nar,deixandoodonodopostofurioso,masaverdadeeraquea máquina estava tão cheia dedinheiro que não ligava mais.Logo perceberam que essa se-riaapróximamaniadosEstadosUnidos.

Não importa se é Fliperama,games antigos ou super mod-ernos,oquesabemoséquehádécadas esses jogos na telinhasãoumagrandemaniamundiale estão longede acabar.Entãojoguem,divirtam-seeviciem-se,porqueseháumacoisanavidaemquepodemoscomandaréovideogame.

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Ateísmo

A ausência de DEUS

Segundoo1ºcapítulodolivro de Gênesis, Deusdeu origem ao mundoem 7 dias. A princípio

foram criados o céu e a terra,dia e noite, plantas, animais, ohomem e a mulher. Para umapessoaque lê a bíblia, esta seráa sua verdade. Já para alguémque não crê em deus, ou seja,umateu,qualseriaaexplicaçãoplausívelparaacriaçãodaTerraedetudooquenelafoigerado?

Uma das maiores discussões,senão a maior discussão sobrereligiãoexistenteésobreo‘ateís-mo’. Da palavra grega ‘atheos’(a=ausência, theos=deuses) queera usada para definir pessoasquenãoacreditavamemdeuses.O ateu atualmente representa2,3%dapopulaçãomundial,sen-do a Europa o continente ondea descrença absoluta ou relativaem deuses é mais disseminada.

Ograndemotivopara tantadis-córdia emerge a partir do ques-tionamento dos filósofos emaistarde de cientistas, quando

começamapensarcomoomun-do foi criado, e se realmentehouveintervençãodeumdeusoudeváriosdeusesemsuacriação.

A partir do questionamento, amaior e mais poderosa religiãoexistente, o então cristianismo,percebeuqueos estudos e pes-quisas sobre o surgimento domundopoderiamserprejudiciaisao seu poder, podendo perderseus seguidores e consequent-emente, sua força. Com isso,houve grandes conflitos, ge-rando mortes e penitências aosque‘ousavam’adquirirmaiscon-hecimento,ou seja, ler e apren-deralgoquenãofossedabíblia.

Atéosdiasdehoje,nãofoicom-provadaaexistênciadeumdeus,nem a sua inexistência. Maspara os ateus, o ateísmo émaisdoqueuma ideologiaou filoso-fia; ser ateu não compreendequalquer linha de pensamentofilosófico,ideológicooupolítico.Uma pessoa que não crê emDeuscontinuasendoumserhu-manoassimcomoosoutrosreli-giosos.Oimportanteésaberres-peitaroposicionamentodecadapessoa,sejaelacrenteounãoemuma religião e não repreenderou julgar, como muitos fazem.

Preconceito:

Muitas tribos, raças e religiõesjá sofrerampreconceitosimples-mente por cultuarem uma de-terminada crença, ou por terema cor da pele diferente ou atémesmo por gostarem e se sen-tirematraídospelomesmosexo.Os ateus também passam pormuitos conflitos e são julgadospornãoacreditarememumdeus.

Desdeosprimórdios,aspessoasque não cultivavam a mesmareligião das demais eram casti-gadas. Se existisse um deus ouváriosdeuses,ese fosse impos-toquetodosdevessemclamaraestas divindades, a atitude con-trária seria severamente punida.Atualmente, a escolha de umacrença diferente ou não escol-hernenhuma,aindaévistacommaus olhos. Costuma-se dizerqueareligiãovemdoberço,dacriação e da educação que foidadaàcriança.Masaopassardotempo,estacriançaviraráadultaetomarásuasprópriasdecisões.

Se num grupo de amigos umapessoadizquetemumareligiãoe acredita em deus, devemosrespeitá-la, afinal, vivemos emumademocracianaqualtemosaliberdade de escolha das nossas

# Grecia Baffa

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decisões.Senestemesmogrupo,outrapessoadiznão ter religiãoepreferir a ciênciapara a expli-caçãodavida,todasaoseuredorirão questioná-la, querendo sa-beromotivodenãoacreditaremumdeusouseguirumareligião.

Dráuzio Varella, médico, escri-toreateu,emumadesuaspal-estras, alega que “os religiosossãomuitoviolentoscomosquenão são religiosos, essa é a re-alidade”. Varella quis dizer comesta frase o que acontece nodia-a-dia da sociedade. Ser ateudesde muito tempo é algo dis-criminado, e em alguns casos épiordoqueacreditaremumare-ligiãodiferentedaconvencional.(material encontrado no You-Tube – Vídeo de Dráuzio Va-rella falando sobre ser ateu)

Hélio Schwartsman, 45 anos,ateu, articulistadaFolhadeSãoPaulo e bacharel em filosofia,em um de seus textos faz umapergunta polêmica sobre afir-mações sobre religião: “Por quepodemos afirmar sem nenhumproblema que determinada tesecientífica,econômica,oujurídicaéimbecil,mas,seousamosdizeromesmoemrelaçãoauma‘ver-dade religiosa’, somos tachadosde intolerantes equemsabe atéprocessados?”. Émuitocompli-cadofalarsobrereligião,quando

grandes instituições, empresas epolíticos são favoráveis a certacrençaeexpressamosumaopin-ião contrária sobre o assunto.O simples fato de opinar contragera conflitosmuitas vezes comum término não satisfatório.(material encontrado no siteda Folha de São Paulo – col-una de Hélio Schwartsman)

Na entrevista realizada com oprofessor do Ceunsp, João Joséde Oliveira Negrão, tambémateu,elediznuncatersofridone-nhum tipo de preconceito, masquearazãodenãocreremDeusé nunca ter tido fé, e ter vindode uma família pouco religiosa.Na opinião de Oliveira Negrão,oateísmoé“arecusaà ideiadequeexistealgumaforçasuperior,exterioraopróprioserhumanoeaomundo,acontrolarodestino,sejadaspessoas,sejadoplaneta”.(entrevista feita com o Profes-sor João Negrão, via e-mail)

Debate – Opinião de pessoas de diferentes religiões quan-to a um ateu.

Na pesquisa realizada com 5pessoas de diferentes religiões,fiz a seguinte pergunta: O quevocê acha de uma pessoa quenão crê em Deus? Por quê?Zenaide dos Santos, 46 anos,

messiânica*, acredita na liber-dadequetodosossereshumanospossuem e que depois da vida,ser livreéobemmaisprecioso.“O ateu acredita que o mundosurge da teoria da evolução.(...) O que podemos fazer é terrespeito por sua opinião”. Naigreja de Zenaide, todas as pes-soas são bem-vindas, indepen-dentementedequalquer crença.

Hemerson Cardoso, 36 anos,evangélico, comenta que deacordocomsuaigreja,umapes-soasemDeusnãotemprincípios:“oprincípiodetudoéDeus,semele não temos nada”. Hemer-son ressalta ainda: “sem Deusas pessoas não podem ser fe-lizes, depois que Deus entrouna minha vida eu fiquei feliz”.

Solângela Eliane Mendonça Ro-drigues, 45 anos, católica, an-tesderesponderàpergunta,elaafirma que o principal objetivodoserhumanoparasobreviveréencontrar o amor – nãoo amorentreduaspessoas,masoamordeDeusquedámotivaçãoparaviver é a “luz do caminho” daspessoas.Sobrealguémserateís-ta, na opinião dela, não existepessoasquenãocrêememDeus,massimpessoasquesedesiludi-ramcomDeuseperderama fé.Solângela ainda cita: “A pessoaquesediz“ateu”,possivelmente

Foto: Google Imagens

Ateísmo

A ausência de DEUS

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são pessoas desiludidas da vida,que talvezpor rebeldia, renegama Deus depois de um sofrimen-to e não gostamounão aceitamem viver seguindo os caminhos(ensinamentos) de Deus (...)”.João Assis Sobrinho, 58 anos,mórmon,sobseupontodevista,umapessoaquenãocrêemDeusé alguémque não tem o conhe-cimentodivino,elediz“Jesusnosensinou‘Conheçaaverdadeeelaoslibertará’,nãoqueosateusven-hamaserinferioresaoscristãosempensamento ou inteligência, poisfoi o próprio senhor JesusCristoque deu o livre arbítrio (morreuporisso)ecadaumpensassecomoquisesse.”Joãojáfoiateu,masre-solveu conhecer e estudar sobreosRelatosHistóricos daBíblia eo Livro deMórmon e encontrou

as repostas que tanto buscava.

Lia Raicher, 32 anos, judia, achaque é a fé quedá forças para aspessoas atingirem seusobjetivos,e que praticando o bem, Deusirá recompensá-las. Na concep-ção de Lia, Deus está olhandopor todosnósenão temsentidonão crer em nada. Ela diz tam-bém: “Se não temermos algo deruim,nãoteriagraçaosobjetivose o bem que devemos praticar”.

Comestedebatenotamosasdife-rentes visões sobre o ateísta ecomo cada religião reage ao as-sunto,deacordocomoqueensi-namentosquelheforampassados.Aopçãodeserateunãoéaceitapor todas as pessoas, tampoucorespeitada,mascomotemoslivre

arbítrioparacomasnossasescol-has, devemos respeitar a opin-ião de cada um, contanto que opróximo também nos respeite.

Ateístas Influentes

Emumapassagemdabíblia,salmo14:1,encontramososeguintetexto:“Otolodizemseucoração:‘NãoháDeus’.Elessãocorruptos,elesdizemcoisasabomináveis,nãohánenhum deles que faça o bem.”Se isto fosse realmente verdade,pessoasinfluentesqueassumiramser ateístas, não teriam mudadoo mundo, como por exemplo:

Filósofos e sociólogos: Sócrates,KarlMarx,ÉmileDurkheim,Jean-Paul Sartre, Nietzsche, AugusteComte, Confúcio, Denis Dider-ot, Lucrécio, Sigmund Freud.

Escritores e jornalistas: GeorgeBernard Shaw, Arnaldo Jabor,Glória Maria, Paulo Francis, Ri-cardo Boeachat, Isaac Asimov,Diágoras,GracilianoRamos,JorgeAmado,LuísFernandoVeríssimo,Álvares de Azevedo, Machadode Assis, George Orwell, JoséSaramago, Monteiro Lobato.

Cineastas: Luis Bañuel, CharlesChaplin, Woody Allen, Ste-phen King, Federico Fellini.

Físicos e químicos: Marie Curie,Pierre Curie, Linus Pauling, Ste-phen Hawking, Thomas Edison.

Pintores e cantores: Leon-ardo da Vinci, Pablo Picas-so, Charles Schutz, Caeta-no Veloso, Chico Buarque,CássiaEller,Vernet,JohnLennon.

Outros:SteveJobs,CheGuevara,Bill Gates, Genre Roddenberry,Fidel Castro, Oscar Niemeyer.

*messiânica: da Igreja Mes-siânica, religião oriental, bastante praticada no Japão.

Foto:

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doro

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Nerds - Escolha já o seu

Sabe aquele cara quetodo mundo “zoa” nasala de aula? Porqueé o mais dedicado, o

mais estudioso, tem dificuldadesde integração social e odeia es-porte? É, meu caro, respeite-o,elepodeserseuchefenofuturo!

ONerdéconsideradoumsoli-tário pelas pessoas, mas possuigrande capacidade de raciocínioe tende a impressionarmais queosquesedizem“normais”.Aex-pressãoéutilizadadesdeofinaldadécada de 50, no MassachusettsInstituteofTechnology(MIT).Mastambém existe a versão na quala palavra derivaria de NorthernElectric Researchand Develop-ment (DepartamentodePesquisaeDesenvolvimentodacompanhia

Northern Electric do Canadá,hoje Nortel), ou seja, atribuídaàquelesindivíduosquetrabalha-vamnolaboratóriodetecnologia,queeramdadosapassarnoitesem claro nas suas pesquisas.

Umbomexemplodoquees-tamos falando está no segundoseriado de maior audiência daatualidade nos estados Unidos,commuitosfãstambémnoBra-sil,osquetêmacessoàTVporassinatura,oTheBigBangThe-ory. Com temas relacionadosà física quântica, matemática,internet, HQs (Histórias emquadrinhos) e jogos de video-game são tratados de maneiraa demonstrar como os amigosSheldon (JimParsons), Leonard(Johnny Galecki), Howard (Si-

monHelberg)eRaj(KunalNayyar)vivem em ummundo paralelo esão tímidos demais para se rela-cionar com as outras pessoas. “Não sou dedicado demais,nemtironotasaltas,masachoin-crível esse seriado, os Nerds es-tão em alta, aprendo mais comeles do que na faculdade!”, brin-ca Everton Santos, estudante deGestão Ambiental do Ceunsp.

Viciados em HQ’s, games,mangás, que são as historias emquadrinhos de origem japonesa,também são considerados de-sta tribo, preferem seus vícios“nerdianos” a uma balada cheiadegente. FabianoFonsecapassaa maior parte do seu tempo jo-gando vídeo-game, “tenho um

# Natália Esteves

Foto: Divulgação

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Xbox360e jogoonlineo tempotodo,dizemqsouantissocial,mastenho vários amigos de jogos, émelhor que o assunto é semprealgoquemeinteressoenãoessesqueamolecadaconversaporaí...”.

Maseosrealmenteestudiosos?Aqueles que metem a cara noslivros, o que você perguntar eleestálá,prontopararesponder?Ocontador Adriano Ucles é assim:“Gostodejogosedesenhos,maspouco,meunegóciomesmoées-tarsempreestudandoalgonovo,arespeitodetudo,nãoéporquesoucontador que não me interessoporoutrosassuntos.SinceramenteatégostodessetitulodeNerdqueeu carrego”, declara o contador.

Eesses“carasestranhos”caíramnogostodemuitasmulheres,“Ag-oraéassim,saiadaacademiaeváexercitarseucérebro!Temmuitameninaqueachaqueainteligên-ciaéqueéafrodisíaca,ébomos“bombadinhos”reveremseuscon-ceitos!”brincaaestudantedeRe-cursosHumanosdoCeunsp,Am-abileGonçalves, fãdabanda“OsSeminovos”,que temcomo inte-granteochargistaeNerddositeCharges.com, Maurício Ricardo.

Dia do Orgulho Nerd

Dia25demaio,diaqueem1977aconteceuapremièredoprimeirofilmedasérieStarWars,écomem-oradoodiadoorgulhoNerd!Issomesmo,ORGULHO.

OsNerdsdaFCAapareceramparacomemoraressediaconquis-tado,muitos vestidos como seuspersonagens preferidos de filmese animes para mostrar que hojeestãomuitoalémdosestereótiposqueaparecememfilmesdosanos80queaindainvademasessãodatarde,ondeserNerdsignificatotalfaltadehabilidadesocial.

SerNerdhojeéumaformadevida cada vez mais comum gra-çasaocrescenteacessoàinternet,são pessoas fãs de filmes, séries,

Vale a pena escutar

Escolha já seu nerd (Os Seminovos)

OnerddehojeéocararicodeamanhãOnerddehojeéocaralindodeamanhã

OnerddehojeéobommaridodeamanhãGarota,escolhajáseunerd!

EnquantoobonitãoestápegandovocêOnerdestácriandoumsoftwarenoPCEnquantoosaradomalhanaacademia

Onerdestálendoasnotíciasdodia

EnquantoobonitãotánabaladatechifrandoOnerdcomcertezaestáemcasaestudandoOcursosuperiordogostosãotánoinício

EonerdganhaemdólarnoValedoSilício

Onerdtemconserto,ésóvocêensinarOpenteadocertoeamelhorroupapraseusar

Osaradãodehojeéogordodeamanhã...Paroudetomarbomba?Vaiterqueusarsutiã!

OgostosãoaindasainocarrodopaiEonerdéaatraçãodeumworkshopemDubai

OgostosãoteesquecequandovêumcarroesporteEonerdestáládentrocomumamulherdesorte

ImagineonerdsemcabeloensebadoSemespinhasesemcolarinhoabotoado

SemocintosocialjuntocomtênisbrancoImagineonerdcomcincomilhõesnobanco

OnerddehojeéocararicodeamanhãOnerddehojeéocaralindodeamanhã

OnerddehojeéobommaridodeamanhãGarota,escolhajáseunerd!

Seminovos são: Neto Fog (voz), Maurício Ricardo (baixo, voz), Neto Castanheira (guitarras, produção), Tchana (guitarra base, voz), Alex Mororó (bateria).

desenhos, games, brinquedos,mangás,hq’s, tecnologiaemger-al…epasme,issoéumatendên-cia,logo,serNerdestánamoda!

Então assuma oNerd que háemvocêeorgulhe-sedisso.AfinalentreosdiretosedeveresdoNerdestáodetentardominaromundo,oObamaeoBillqueodigam.

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Vocêjádevetervistoal-guém fantasiado comoaqueles desenhosjaponeses, persona-

gensdevideogameouatémesmode filmes.Poisé,elessãoosco-splayers.Eles abusam da criatividade.Planejam tudo cuidadosamente,desde as roupas, cabelos e atémesmo os acessórios. Vale tudona hora de se caracterizar parapareceromaisfielpossível.“Mui-tos utilizam materiais caseirospara confeccionar seus cosplays.Quandonãoosconseguem,com-pramaspartesque faltamcomo,porexemplo, lentesdecontatoeperuca,masoquevalenahoradefazerseucosplayéacriatividade.”Confirmaoestudantede18anosJacksonSoares.

O termo cosplay foi criado pelojaponêsNobuyukiTakahashi.Éajunçãodaspalavrascostume(fan-tasia) e play (brincar). O cosplayconsistenaatividadedesefantasiarecaracterizaremumpersonagem(anime, vídeo game, filmes...)do qual a pessoa se assemelha.“Todomundopensaquecosplayé só de personagens japoneses,masnaverdadecosplayésóumdossignificadosparapessoasquese fantasiamdepersonagensquegostam.Porexemplo,vejomuito

em evento alguém vestido dehomem–aranha”comentaoes-tudante e dono de uma loja deartigosdeanime,TiagoFarias.

Diferente do que muita genteimagina a arte cosplay não sur-giu no Japão. Foi o americanoForrestJ.AckermanesuaamigaMyrtleR.Douglasquederamluzàessa idéiaquandoapareceramemum evento de ficção cientí-fica fantasiados, em 1939. For-rest estava caracterizado comum traje de piloto espacial, oqualchamoude“futuricostume”,eMyrtle usava uma representa-ção do vestido usado no filme“Thingstocome.”

Asfantasiasfizeramtantosuces-soquenoanoseguintedezenasdefãscompareceramàconven-çãoemtrajesdeficçãocientífica.

Apráticatornou-sepopularnofi-naldadécadade90,comapop-ularização do anime Cavaleirosdo zodíaco. Ela cresceu tanto,que atualmente há feiras mun-diais e competições do gênero.No Brasil, a mais conhecida éa Anime friends, que aconteceanualmente em São Paulo. Oeventochegaa termaisde120milpessoas,etematraçõesinter-nacionaiscomocantoresjapone-

ses,concursodecosplayerseatécortes de cabelo diferenciados.Paraoestudanteetécnicodein-formática, Marco Tulio Campos,aspessoasvivemospersonagensquando estão nos eventos, “Oscosplayessãosimplesmenteidên-ticos aos personagens. A fala, omododeandar,amaquiagem...“

Quemnão se lembra deNaruto,Dragon Ball e Pokemon?Os an-imes mais famosos das últimasdécadassãodestaquesdosencon-tros cosplay. “Os cosplays maiscomunsatualmentevêmsendoosdoNaruto,porqueéumanimedeextremosucesso,oscosplaysco-munssedevemaosmaioressuces-sos.”ComentaJacksonSoares,ocosplayer do personagem Tobi,dodesenhoNaruto.

“Narutoépraticamenteumafebreemtodoomundo.Oscosplayersmaisusadossãodeseudesenho,principalmente dos personagensda aktsuki e do próprio Naru-to, por achar mais facilmente osadereços”, completa, Marco Tu-lio.OestudanteecosplayerJack-sonSoaresfinalizadizendo:“Paravoarmos precisamos das asas denossasmentes,eparaaquelesqueescolheramsercosplayscomoeu,lhesdigo....VOEM.”

Nerds- O mundo

cosplay

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Segredos de liquidificador

A comunik também está presente nas redes sociais !

# Thales de Mileto

RevistaComuniK

Emconstrução

@revistacomuniK

Emconstrução

Vamos desvendar um pouco mais so-bre os segredos de liquidificador quecompõe esse nosso mundo (que sepensarmosbem,sónãoestádeponta

cabeçaporqueoplanetaéumaesferaachatadanaspontas,oquefazparecermaiscomoburacodeumliquidificador).

Começamos pela Espanha, onde pesquisadoresprovaramqueamaconhacausaperdadememóriaemratosgeneticamentemodificados(ouseprefer-ir“malhados”),deixandoassimosnossosratinhosdoidões.Enquanto isso,emnossogloriosospaístupiniquim,ocientistasocialeex-presidenteFer-nandoHenriqueCardosofaztestesparecidoscomosdaEspanha,masaoinvésderatoséfeitoempolíticos(NE,Gabeira?).Nomundodofutebolquemtemmuitoacomem-orarsãoostorcedoressão-paulinos,quecomem-oram13anosdeBobEsponja.Vocêvêquantascoisasimportantesaconteceramnoanode1999?Sandy&Juniormostravamquererdargrandespas-sosemsuacarreira lançandoohitqueépoesiapura, “Imortal”,cujo refrãodiz “oqueé imortal,nãomorrenofinal”.Incrível.Ponto.Exclamação!NãoseicomoelesnãoforamindicadosparaoNo-bel.

Saindoumpoucodessaonda“corderosachoque”eindopro“ladonegro”daforçaaspasaquivamosfalardevilões.Alias,vocêspensamqueomundoéformadopor“vilões”?Sintomuitoemdizerquenão sóomundo,mas como todoo sistema so-lar, isso por que cometas se tornaramos novos“vilões”dosistemasolar,estãoentrandosempe-dirlicençanosplanetas,comtáticasaprendidasnointercâmbioqueelesfizeramnoMovimentoSem

Terra(comovêoMSTvemfazendoescola).NoJapão,mesmocomostremoresnaterra,robôspreparamLámenemrestaurante,boatosafirmamqueeleeraumchefedecozinhadoprogramaHojeemDiadaredeRecord,massemquererentrarempolêmicas,poisaapresentadoraAnaMariaBragadoprogramaMaisVocêdaRedeGlobo,dissequeatéelasabefazerMiojo.

Nomeiodetantossuspenses,confusões,pesqui-sasealegriaséqueoclimacomeçaaficarmeioerótico.ComodiriaCazuzanamúsica“CodinomeBeija-Flor”“esóeuquepodiadentrodasuaorel-ha fria, dizer segredos de liquidificador” faz-melembrardofilme“OÚltimoTangoemParis”,noqual Paul (MarlonBrando) passa amanteiga emumaregiãoquenãopodemosfalarnessehorário(16:15) em sua parceira Jeanne.Omais incríveldisso é pensar como os publicitários da épocaperderamachancedefazerpropagandas,como,“Amanteigadeixatudomaisgostosodecomer”.Nem todos têm as mesmas lembranças. DizemqueemumaentrevistaoestilistaRonaldoEsperdeclarouqueprefereacena (cenacomCenãocomS,viuSacha)emqueBrandopedeparaqueelafaçaumapenetraçãoanalcomosdedosdela.“Aicomodói”,jádiziamOsMamonasAssassinas.Émeuamigo,gostoéquenem...............braço,temgentequenãotem.

Lembre-se, isso aqui é um segredo. Espero quesejammelhoresparaguardarumsegredodoqueoCorinthians,quenãoconseguiuesconderseuin-teressepeloGanso(Oministériodasaúdeadverte“Se forafogaroGanso,usecamisinha”).Nãoseesqueçam,esseénossosegredohein!

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Tem pessoas que bus-camo prazer que é osexodesconhecido,ouseja,aqueledeapenas

umanoite.Háosquepraticamoato como forma de expressar oamor,porissosófazemsetiver-em um parceiro que realmenteame.Eháaindaumseletogrupoqueprocuraosexoparasatisfazerumanecessidade...doentia.Estetipo de pessoa não busca amorouexcitação,elasqueremapenaso sexo pelo sexo. São aqueles

que vivem pensando e fazendo“aquilo”váriasvezesaodia,setediaspor semana.Eparaeleshánomes, ou melhor, denomina-ções: ninfomania e erotomania.

De acordo com o sitewww.abcdasaude.com.br Ninfo-maniaéonomedadoaumdis-túrbio psicológico sofrido pelasmulheres,noqualelas têmumanecessidadeconstantedetransar.Háhomensque tambémsofremdessemesmo tipodeproblema,

masadenominaçãodadaéero-tomania. Esse distúrbio tambémpode ser chamado de DesejoSexual Hiperativo (DSH). Nãoexiste sintomas, mas algumascaracterísticas podem ser ob-servadas. A ninfomaníaca apre-senta desejo sexual excessivo ecompulsividade descontrolada,ouseja,nãoexistehora, lugaremuito menos parceiro. Ela pre-cisatransardequalquermaneira.Osdesejos sexuais precisam sersatisfeitosa talpontoquechega

Ninfomania A doença do viciado em sexo

# Nah Mendonça

Foto: MeL Castro

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a comprometer até mesmo suavida social. Eles estão semprebuscandomaisemaisprazernãoimporta como. Quanto mais sefaz,melhor.Egozarváriasvezesé o objetivo. Em alguns casos,o desejo damulher é tanto quepodechegaraopontodesepros-tituir para “sustentar” esse vício. O DSH é uma síndromequepodeseoriginardediferen-tes causas. Ele é visto comoum vício, igual ao álcool oudrogas, mas pode ser tambémum problema de comportamen-to, no qual a busca pelo prazerse tornou um tranquilizante.Além disso, pode ser encaradacomo doença, com o desequilí-brio de substâncias neurais.

Uma estudante univer-sitária que não quis se identi-ficar se encaixa no grupo dasninfomaníacas. Segundo ela,ser ninfomaníaca assusta os ho-mens ao invés de atraí-los, poiseles se sentem intimidados coma possibilidade de uma mulhernão conseguir se satisfazer comeles.“Namorei 3 anos com umcara.Eleiaemcasatodososdiaseagentetransavaumas2,3vez-esaodiaeeununcaestavasat-isfeita,semprequeriamais”,diz.

A mulher que tem umapetitesexualelevadonemsem-preéninfomaníaca,masaasso-ciaçãoé inevitável.O fatodelasseremumpoucomais “fogosas”não significa que precisam detratamentosóporqueadoramserelacionar entre quatro paredes.Ser viciado em sexo pode, noentanto, se tornar um problemamais grave do que realmente é.Celebridades hollywoodianascomo Michael Douglas e DavidDuchovny (da série Californica-tion) são exemplos de viciados“naquilo” e que precisaram detratamento em clínicas especial-izadasparapodercontrolaroví-cio,jáqueafamade“garanhão”atingiu o nível em que a únicasolução foi interditar o “parquede diversão” por um tempo.

MuitoshomenspodemterDSHenãosabem.Umengenhei-ro civil - que se diz viciado emsexo - conta que demorou paraentender o que acontecia comele. “Euestousemprebuscandonovas formas de sentir prazer,porqueeugostomesmoédoatoem si, sou insaciável”, declara.Masapósocasamento,elecontaque a situação ficou incontro-lável. “Eunãoconseguia ser fielà minha esposa. Estava semprecom vontade e ela não estava24 horas por dia ao meu lado.Então quemme desse mole eupegava”, diz. Quando a esposadescobriu, pensou em terminarocasamento,masaíelerevolveuprocurarumpsicólogodecasais.“Quando eu descobri que tinhaerotomania, fiquei surpreso,poisnempassavapelaminhaca-beçaquegostardetransarpode-ria ser uma doença, mas coma ajuda do psicólogo e do sexotântrico conseguime controlar”.

O sexo tântrico seguea linha damilenar filosofia indi-ana Tantra, que busca o prazeratravés de estímulos sensoriaisna relação sexual e sua ascen-são espiritual. Na visão ociden-tal, o orgasmo é o objetivo dosexo, enquanto que a essênciada sexualidadeTântricaéqueosexopodesermuitomaisdoqueuma simples experiência física.

Mais do que uma rela-ção sexual, no sexo tântrico ocasal conhece melhor o outro,tocandoaspartesdocorpocomas pontas dos dedos, estimulan-do o erotismo. Nesta prática, arelaçãoduranomínimo2horas,a penetração é deixada por úl-timo e a principal regra é termuitos carinhos e romantismo.

O termo ninfomania érecente, mas o distúrbio ex-iste há muitos anos. Contudo,uma nova “modalidade” parao termo vêm ganhando espa-ço: o viciado em sexo virtual.

A compulsão por sexo virtual

Aobsessãodigitaléograndevíciodaerapós-moderna.O fácil alcanceà informaçõese serviçospormeioda in-ternet cria um tipo de dependência que leva muitos aperderacontadashorasquepassamdiantedocomputa-dor.Sitesderelacionamento,devídeos,debate-papoes-tãoentreosfavoritosdequemgostadepassarotemponainternet.Masafinal,oquetantoessaspessoasprocuram? Pesquisas recentes revelam que a maioria das pes-soas gasta o tempo que passam conectadas atrás da-quilo que habita 90% do pensamento masculino, sendoqueum terçodas consultas à rede é realizada embuscade fotos, vídeos ou bate-papos de conteúdos eróticos. Osexoon-linejáéumapreocupaçãopresentenoscen-tros de tratamento para compulsivos e, além disso, tor-nou-se um dos assuntos mais lucrativos do comércioeletrônico e uma das diversões prediletas dos usuários. O potencial explosivo dessa combinação viciante vemsendo estudado com muito interesse por psicólogos epsiquiatras.Os resultadosdessaspesquisas apontamparaumdadopreocupante:muitagenteexageranadose,per-dendo a conexão com a realidade e buscando ajuda es-pecializadaparaescapardessanovamodalidadedevício.Umaoutraquestãopararefletiréseosexovirtualpoderialevaracrimes sexuaisnomundo real.Por issopesquisa-doresadvertemqueesteéumassuntoquemereceatenção. Conhecido também por cybersexo, essemal atinge in-discriminadamente todas as faixas etárias e gêneros – depaisde família a adolescentes fãsde JustinBieber, e sãoconsideradasviciadaspessoascujavidacomeçaaser se-riamenteafetadapelohábitodeacessarpáginaspornográ-ficas ou de perder horas dentro das salas de bate-papo,nas quais se satisfazem com categorias diversas de sexona rede. Fica a pergunta: o sexo virtual é uma ameaçaousexoe internet forammesmofeitosumparaooutro?

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Ilustração: Grecia baffa

A compulsão por sexo virtual

Aobsessãodigitaléograndevíciodaerapós-moderna.O fácil alcanceà informaçõese serviçospormeioda in-ternet cria um tipo de dependência que leva muitos aperderacontadashorasquepassamdiantedocomputa-dor.Sitesderelacionamento,devídeos,debate-papoes-tãoentreosfavoritosdequemgostadepassarotemponainternet.Masafinal,oquetantoessaspessoasprocuram? Pesquisas recentes revelam que a maioria das pes-soas gasta o tempo que passam conectadas atrás da-quilo que habita 90% do pensamento masculino, sendoqueum terçodas consultas à rede é realizada embuscade fotos, vídeos ou bate-papos de conteúdos eróticos. Osexoon-linejáéumapreocupaçãopresentenoscen-tros de tratamento para compulsivos e, além disso, tor-nou-se um dos assuntos mais lucrativos do comércioeletrônico e uma das diversões prediletas dos usuários. O potencial explosivo dessa combinação viciante vemsendo estudado com muito interesse por psicólogos epsiquiatras.Os resultadosdessaspesquisas apontamparaumdadopreocupante:muitagenteexageranadose,per-dendo a conexão com a realidade e buscando ajuda es-pecializadaparaescapardessanovamodalidadedevício.Umaoutraquestãopararefletiréseosexovirtualpoderialevaracrimes sexuaisnomundo real.Por issopesquisa-doresadvertemqueesteéumassuntoquemereceatenção. Conhecido também por cybersexo, essemal atinge in-discriminadamente todas as faixas etárias e gêneros – depaisde família a adolescentes fãsde JustinBieber, e sãoconsideradasviciadaspessoascujavidacomeçaaser se-riamenteafetadapelohábitodeacessarpáginaspornográ-ficas ou de perder horas dentro das salas de bate-papo,nas quais se satisfazem com categorias diversas de sexona rede. Fica a pergunta: o sexo virtual é uma ameaçaousexoe internet forammesmofeitosumparaooutro?

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Livro

LourençoMutarelli,vindodeseuspremiadosnovelivrosdehistóriasemquadrinhos,fazsuaestreiaemumromance.Comumanar-rativasimplesedeleituraagradável,frases

boasecurtas,aliando-seaumaprosaurbanamod-erna,OCHEIRODORALOmostradescaradamenteecarinhosamenteacomplexidadedavidado‘’povão’’dacidadedeSãoPaulo.CommuitabelezaehumorquenãosevianaLiteraturaBrasileiradesdeAntôniodeAlcântaraMachado.

O cheiro do ralo narra a história de Lourenço,homemsolitárioquetrabalhacomcompraevendadeobjetosusadosequemantémumarelaçãobas-tantepeculiarcomseusclientes,aoqualfazusododinheiroparapoderse imporsobreaspessoas. ‘’O

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Frase“Aqueles que possuem autoridade, tememamáscara pelo seu poder em identificar, rotular ecatalogarcomprometido:emsaberquemvocêé...nossasmáscarasnãoservemparaesconder

ouocultaranossaidentidade,maspararevelá-la...hojenósdevemosdarumrostoaessaresistência;co-locandonossasmáscarasmostramosanossaunião;elevantandoasnossasvozesnasruas,nósbotamospraforatodaaraivacontraospoderososemrosto...”

Tirado de uma mensagem imprimida dentro das 9 mil máscaras distribuídas no dia 18 de junho de 1999, carnaval anti-capitalista, que destruiu o distrito financeiro central de Londres.

# Gil FernandesOCheirodoRalo-LourençoMutarelli

poderéafrodisíaco’’,dizLourençoemdadomo-mento,talfraseretrataaforçadestrutivaquehánodinheiroenopoder.

Semdúvidaumretratodosdiasatuais,dobrasileiroe sua fixaçãoporbundas, e amisériaqueo serhumanoestáexpostopor faltadedinheiro,pelomaterialismoedadesestruturafamiliar.OCheirodoRalo,emsíntese,éahistoriadabusca.Comjustiça ao título os caminhos trilhados pelo pro-tagonistasóserãopercorridosseoleitortiverca-pacidadedesuportarofedor.Mutarellicriouumpersonagemquesefaztãoper-tinentequantosurreal.Oprotagonistadoromanceantesdetudoéumsersolitário,quecriaemsuamente doentia uma imagem fragmentada do paiquenãoconheceu,doamorquenãoseconstróiparaeledaformacomoimaginaedarelaçãodúbiaqueháentredinheiroepoder.

Hátambémoutraspersonagens,asquaisnenhu-mapossuinome.E,sealgumaspossuemsãoim-pronunciáveis.

NãopodemosdeixardenotarfixaçãopelaBunda(emletramaiúscula,porqueparaMutarelliabundaparecetervida)dagarçonetedalanchoneteaqualLourençofrequenta.

Masnaobraofatomaisinteressanteésituaçãodocheirodoralo,ecomosuporta-loapartirdomo-mentoemqueoencanadordizqueaquelecheirovemdeLourenço,opróprioacabaporficarcon-fusocomasacusaçõesdofétido

Comcertezaumaobraquedeveser lidaeapre-ciadaportodos,semcontaracargareflexivaqueelacontem,quesomosaquiloqueproduzimos.

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SuckerPunch–MundoSurreal

SevocêassistiuWatchmen,300eatémes-moMadrugadadosMortos,reconheceráos elementos tão peculiares do diretorZack Snyder. Agora, se você busca as

mesmas sequências de ação dos filmes já feitosporele,podeficarumpoucodecepcionado.Sny-derbuscoualcançarumoutropatamardosblock-busters,algoalémdasadaptações.SuckerPunch–MundoSurreal(SuckerPunch,2011)é,portantoseuprimeirolongacriadoapartirdeumconceitopróprio,deumanarrativadeterminada. No filme, depois de um acidente causado poruma situação desesperada, Babydoll (EmilyBrowning) é confinada emumhospício por seupadrasto.Faltandocincodiasparaachegadadomédicoquevailobotomizá-la(JonHamm),Baby-doll encontra em sua imaginação uma maneirade se proteger.Énessemundode fantasia que,com a ajuda das outras internas Rocket (JenaMalone),Blondie (VanessaHudgens),SweetPea(Abbie Cornish) e Amber (Jamie Chung), Baby-doll terá que executar um plano desesperadoparaproporcionarsuaúnicachancedesalvação.A história se passa em segmentos bemdistintosvisualmente - hospício, bordel,mundoda fanta-sia,PrimeiraGuerraMundial,Japãofeudalefuturodistante – as sequências passadas nomundo dafantasia sãocomovideoclipes,oumesmocurtas

HeavyMetal ligadaporuma linhanarrativacen-tral.Partedadiversãodeassistiressassequênciasé ligaras imagensdosuniversoscriados.Aaçãocontidanofilmeé libertadorasetratandodeumfilmeidealparaaTelaQuente,ondehátodasasformasdeclichêspossíveis(desdemeninassupersensuais lutando com espadas e armas, até umvelhoScottGlennfalandofrasesmisteriosas),jáqueodiretoréumgrandeconsumidordeculturapop.

Isoladas,taiscenassãoarrasadorasparaquemaprecia os gêneros citados. Estátuas samuraisgigantes, dragões, zumbis, exoesqueletos deataque, luta com espadas... os efeitos especi-ais e a direção de fotografia de Larry Fong re-forçam a ideia de videoclipe das sequências.Atrilhasonoraéumassuntoàparte.Aprovei-tando o clima de cabaré, onde parte da históriaé desenvolvida, aproveitou-se o climadebordelpara relacionar dança com as lutas travadas nomundo fantasiadoporBabydoll.Asmúsicasqueembalamasdançasdãomaisemoçãoàsbatalhas.Algumas são versões de hits conhecidos como“SweetDreams(aremadeofthis)”,“Whereismymind”,“Iwantitall”,“Searchanddestroy”e“To-morrowneverknows”.Nãosatisfeito,Snyderai-ndacolocaOscarIsaac(queviveodonodobordele o enfermeiro) para cantar em uma das faixas. Contudo,SuckerPunchconseguiuterumpre-tensão: a de parecer mais inteligente do querealmenteé.Aúltimacenadeação–aindaquemais elaborada – se torna cansativa e a ideiacentral do roteironão consegue sustentar a nar-rativadoterceiroato.Daíanecessidadedodire-tor de colocar uma reviravolta dispensável, umamoraldahistóriaumtantoquantodesnecessária. Ao tentar encontrar uma justificativa inteli-gente, ou até mesmo filosófica para o seu tra-balho, Snyder enfraquece justamente o argu-mento que utilizou: o de fazer um filme deação completamente diferente de tudo o que jáfoi visto. Se ele mantivesse a ideologia heavymetal, Sucker Punch seria perfeito. Ou wnão.

Título:SuckerPunch–MundoSurrealEUA/Canadá,2011–110minutosAção/fantasia/ficçãocientifica

Direção:ZackSnyderRoteiro:ZackSnyder/SteveShibuya

Filme

# Nah Mendonça

Car

taz d

o fil

me

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Vamos Marchar ?