revista comércio & cia - 10ª edição

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PUBLICAÇÃO DO SISTEMA FECOMÉRCIO MATO GROSSO DO SUL | ANO 2 | EDIÇÃO Nº 10 | SETEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012 DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS Sem Paredes Ambiente coletivo exige boa liderança Estratégia Terceirização reduz custo, mas pede amparo jurídico Carreira & Mercado Gestão & Finanças Incubadoras dão força para quem está nos primeiros passos e evitam mortalidade precoce Pesquisas de mercado definem público-alvo e ajudam na tomada de decisões

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Revista do Sistema Fecomércio MS com textos da Infinito Comunicação Empresarial.

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P U B L I C A Ç Ã O D O S I S T E M A F E C O M É R C I O M A T O G R O S S O D O S U L | A N O 2 | E D I Ç Ã O N º 1 0 | S E T E M B R O / O U T U B R O / N O V E M B R O 2 0 1 2

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS

Sem Paredes Ambiente coletivo

exige boa liderança

EstratégiaTerceirização reduz custo, mas

pede amparo jurídico

Carreira & MercadoGestão & FinançasIncubadoras dão força para

quem está nos primeiros passos e evitam mortalidade precoce

Pesquisas de mercado definem público-alvo e ajudam na tomada de decisões

Sindicato do Comércio Varejista de AmambaiSindicato do Comércio Varejista de AquidauanaSindicato do Comércio Varejista de Campo GrandeSindicato do Comércio Varejista de CorumbáSindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo GrandeSindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção de Campo GrandeSindicato do Comércio Varejista de NaviraíSindicato do Comércio Varejista de ParanaíbaSindicato do Comércio Varejista de Três LagoasSindicato do Comércio Varejista de Ponta PorãSindicato do Comércio Varejista de Nova AndradinaSindicato do Comércio Atacadista e Varejista de DouradosSindicato Varejista de Produtos Farmacêuticos de MSSindicato dos Comerciantes de Aparecida do TaboadoSindicato dos Despachantes do Estado de Mato Grosso do SulSindicato dos Representantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do SulSindicato dos Centros de Formação de Condutores de Veículos de MSSindicato dos Revendedores de Veículos Automotores de Campo Grande

ONDE TEM

TEM REPRESENTATIVIDADEE TODA DO COMÉRCIOFORÇA

Entre em contatocom a AssessoriaSindical da Fecomércioe Informe-se.

SINDICATOS DA BASEMANTENHA SEU SINDICATO

FORTE.ASSOCIE-SE.

67 3321-6292fecomercio-ms.com.br

Certificação DigitalRevista Comércio & CiaDesenvolvimento EmpresarialAtestado de InexistênciaAtestado de Exclusividade

Representação das Empresas do ComércioNegociação ColetivaInformações TrabalhistasAcompanhamento LegislativoEstudos e Pesquisas

EDISON FERREIRA DE ARAÚJOPresidente do Sistema Fecomércio

de Mato Grosso do Sul

Às portas do fim do ano, melhor período para as vendas, é tempo de rever e repensar novas propostas. Informações para subsidiar ações não faltam. Qual a leitura que devemos fazer ao saber que o Governo Federal reduziu a previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) brasi-leiro para este ano? E sobre a desoneração sobre a folha de pagamento para mais 25 setores produtivos?

Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam que o número de famílias endividadas e das inadimplentes em MS está aumentando paulatinamente. Sinal de renda comprometida, mas também que o consumidor está comprando mais. O Índice de Confiança do Empresário aponta que o setor está mais ani-mado e com maior confiança na economia. Conforme a última pesquisa do Banco Central, o número de cheques sem fundo foi o menor do ano. E é nos prognósticos positivos da economia que os empresários têm de se atentar, ainda que a margem de lucro esteja cada vez mais apertada. É preciso estratégias e maior jogo de cintura tanto de governo e empre-sários para fomentar a força produtiva e econômica do nosso Estado. É alinhar a metodologia ao feeling, vital para quem está inserido em um mercado sempre competitivo.

Nesta edição, trazemos exemplos de representantes da força produtiva do setor terciário que fazem acontecer e buscam diferenciais para con-seguir seu lugar ao sol. Mudanças no ambiente de trabalho, que pedem equipes cada vez mais alinhadas aos valores da empresa e boas lideran-ças. Saberemos mais sobre a importância das pesquisas de opinião do público-alvo para a tomada de decisões certeiras.

Outra ferramenta é a atualização constante e, para isso, a Fecomércio MS oferece palestras e workshops para estimular a gestão em um mercado cada vez mais competitivo. Os temas vão do aprimoramento da ges-tão até a valorização do capital humano por meio de benefícios que ajudam a reter talentos, garantindo uma receita de sucesso: em-presa forte e equipe coesa.

Palavra do Presidente

Sindicato do Comércio Varejista de AmambaiSindicato do Comércio Varejista de AquidauanaSindicato do Comércio Varejista de Campo GrandeSindicato do Comércio Varejista de CorumbáSindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo GrandeSindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção de Campo GrandeSindicato do Comércio Varejista de NaviraíSindicato do Comércio Varejista de ParanaíbaSindicato do Comércio Varejista de Três LagoasSindicato do Comércio Varejista de Ponta PorãSindicato do Comércio Varejista de Nova AndradinaSindicato do Comércio Atacadista e Varejista de DouradosSindicato Varejista de Produtos Farmacêuticos de MSSindicato dos Comerciantes de Aparecida do TaboadoSindicato dos Despachantes do Estado de Mato Grosso do SulSindicato dos Representantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do SulSindicato dos Centros de Formação de Condutores de Veículos de MSSindicato dos Revendedores de Veículos Automotores de Campo Grande

ONDE TEM

TEM REPRESENTATIVIDADEE TODA DO COMÉRCIOFORÇA

Entre em contatocom a AssessoriaSindical da Fecomércioe Informe-se.

SINDICATOS DA BASEMANTENHA SEU SINDICATO

FORTE.ASSOCIE-SE.

67 3321-6292fecomercio-ms.com.br

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Representação das Empresas do ComércioNegociação ColetivaInformações TrabalhistasAcompanhamento LegislativoEstudos e Pesquisas

4 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

SumárioP U B L I C A Ç Ã O D O S I S T E M A F E C O M É R C I O M A T O G R O S S O D O S U L | A N O 2 | E D I Ç Ã O N º 1 0 | S E T E M B R O / O U T U B R O / N O V E M B R O 2 0 1 2

Mudanças no ambiente de trabalho pedem equipe afiada com os valores da empresa. Nos coletivos ou no sistema home office, o importante é o colaborador se sentir conectado.

18. Entrevista Otimismo é a tônica do presidente da Federação das Associações Empresariais de MS, Antonio Freire, que fala sobre o cenário para o semestre e as ações para 2013.

28. Carreira & Mercado Para transformar projetos em realidade, empreendedores buscam apoio nas incubadoras, se consolidam e conseguem fugir das altas estatísticas de mortalidade de empresas.

32. Fecomércio MS Palestras e workshops da Fecomércio integram pacote de ações para estimular a boa gestão das empresas em um mercado cada vez mais competitivo.

36. Tecnologia & Inovação Empresários já estão familiarizados com smartphones e tablets, mas poucos conhecem a ameaça dos vírus nestes equipamentos. Especialistas dão dicas de como se proteger.

40. Ponto de Vista Celso Figueira, presidente da Central Sicredi Brasil Central, fala sobre a importância social e econômica das cooperativas e do sistema cooperativo de crédito.

42. Empresária do Mês Com posicionamentos sempre abalizados e algumas vezes polêmicos, a empresária Marisa Mujica fala sobre os 23 anos de atuação no comércio, desafios e conquistas.

A terceirização ajuda empresas a focarem suas atividades-fim e reduzir custos. Mas para não ter a dor de cabeça é indispensável análise jurídica dos contratos.

Concorrência acirrada e consumidor com a renda comprometida. Com margens de lucros apertadas, empresários precisam ser eficientes.

08 Capa Economia MS12 16 Estratégia

Na “briga” por mão de obra qualificada, benefícios como planos de saúde e vale-alimentação fazem a diferença e ajudam a reter talentos.

Iniciativa do juiz titular da 2ª Vara de Execuções Penais, Albino Coimbra, beneficia entidades filantrópicas e passou a ser recomendada em âmbito nacional.

PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO/MSEdison Ferreira de Araújo

DIRETORIA

1° VICE-PRESIDENTEDenire Carvalho

2° VICE-PRESIDENTEJosé Alcides dos Santos

1° SECRETÁRIOHilário Pistori

2° SECRETÁRIOManoel Ribeiro Bezerra

1° TESOUREIROSebastião José da Silva

2° TESOUREIRORoberto Rech

SUPLENTES DA DIRETORIARicardo Massaharu Kuninari; Valdir Jair da

Silva; Carlos Roberto Bellin; Benjamin Chaia; Álvaro José Fialho; Cláudio Barros Lopes

SINDICATOS REPRESENTADOS PELA FECOMÉRCIO/MS

Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Dourados; Sind. do Com. Varejista de Amambai; Sind. do Com. Varejista de

Aquidauana e Anastácio; Sind. do Com. Varejista de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Corumbá; Sind. do

Com. Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande; Sind. do Com. Atacadista e Varejista de Materiais de Construção de Campo Grande; Sind. do Com. Varejista de Naviraí; Sind. do Com. Varejista de Paranaíba; Sind. do Com. Varejista de

Três Lagoas; Sind. do Com. Varejista de Ponta Porã; Sind. do Com. Varejista de

Produtos Farmacêuticos de MS; Sind. dos Despachantes Documentalistas do Estado

de Mato Grosso do Sul;Sind. dos Representantes Comerciais do Estado de Mato Grosso do Sul; Sind. dos Centros de Formação de Condutores de

Veículos do MS; Sind. dos Revendedores de Veículos Automotores de C. Grande

SUPERINTENDENTE DA FECOMÉRCIO/MSReginaldo Henrique Soares Lima

DIRETOR SUPERINTENDENTE IPFThales de Souza Campos

DIRETOR REGIONAL DO SENAC/MSVitor Mello

DIRETORA REGIONAL DO SESC/MSRegina Ferro

COORDENADORA DE COMUNICAÇÃONúbia Cunha

46. Senac MS Acompanhando uma exigência do mercado, o SENAC inova e implanta a Fábrica de Software que vai aprimorar a atividade tecnológica desenvolvida em MS.

50. Sindical O Sistema de Excelência Gestão Sindical operou grandes transformações nos sindicatos patronais, que passaram a focar não só os interesses das categorias, mas de toda a sociedade. 52. Cidades Um município jovem, com apenas 24 anos, Chapadão do Sul mostra sua força liderando os índices de desenvolvimento humano e social do Estado e gerando riquezas.

58. Nosso Ambiente & Cidadania Após quase um ano da campanha para dar vez ao pedestre, ainda é evidente a dificuldade para pôr em prática regras simples de convivência no trânsito. 62. Sesc MS Programa de sustentabilidade implantado nas lanchonetes e restaurantes do SESC evita desperdícios, reduz custos e ainda diminui os resíduos, ajudando o meio ambiente.

64. Gestão & Finanças Saber a opinião do público-alvo da empresa é fundamental para orientar decisões. Pesquisas de mercado ajudam empresas a enfrentarem a concorrência.

EDIÇÃO: Infinito Comunicação [email protected]

EDITORA-CHEFE: Neusa Pavão MTB/MS 035

REPORTAGEM: Neusa Pavão, Fernanda MathiasMTB/MS 041, Marineiva Rodrigues MTB/MS 114, Vera Halfen MTB/RS 8291 e Michele Abreu MTB/MS 1142

REVISÃO: Vanderlei Verdolin

FOTOS: Mário Bueno MTB/MS 166

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: TIS Publicidade e Propaganda

COMERCIALIZAÇÃO: Departamento de Relações com o Mercado - FECOMÉRCIO/MS

PUBLICIDADE: Cândido da Costa Silva MTE 187

GESTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Ionise Catarina Piazzi Tavares

CONSULTORA DE RELAÇÕES COM O MERCADO: Cátia de [email protected]

Rua Almirante Barroso, 52, Bairro Amambaí, CEP: 79008-300, Campo Grande/MS Fone: (67) 3321-6292 / Fax: (67) 3321-6310

24 Comércio & Serviços 56 Legislação

6 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

7COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

8 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

Capa

Sem paredes e com valores

Nos últimos anos é crescente a quantidade de empresas que investe no ambiente de trabalho, em busca da maior

produtividade e qualidade de vida dos colaboradores. Neste processo, ocorreram mudanças estruturais e comportamen-tais, paredes e salas individuais deram espaço a baias ou mesas lado a lado, modelo que exige uma liderança bem-alinhada com os interesses da empresa e uma equipe motivada para o trabalho conjunto. Na Schettini Engenharia quase todos os 34 colaboradores trabalham em ambientes coletivos, um sistema, que, segundo o gerente Fernando Schettini Figueiredo, dá agilidade na re-solução dos problemas e facilita a comunicação. A empresa tem núcleos com até oito pessoas e, nos sete anos em que utiliza esse modelo, constatou que uma boa liderança é indispensável para que os resultados sejam positivos. “Vai depender muito da refe-rência dos gestores do ambiente. Já tivemos vantagens e proble-mas. É muito importante considerar a capacidade de tratamento entre os colaboradores”, diz Fernando.

Uma observação também feita por Francisco Teixeira é re-ferência em comunicação empresarial. “O risco que a empresa corre ao apostar nessa tendência advém, principalmente, do comportamento das pessoas mais influentes, seja pela figura do gestor, seja pelas lideranças aglutinadoras, que conseguem fazer com que as pessoas co-piem seus comportamentos. Nós modelamos (segui-mos o modelo) das pessoas que admiramos ou com quem convivemos. Se a empresa tem gestores ou líderes bons, o risco será ter uma equipe melhor ainda. Se os gestores ou líderes são negativos, o ris-co será ter uma equipe mais negativa e menos produtiva”. Nesse processo, os valores

Ambientes coletivos pedem liderança afiada,que transmita os valores da empresa à equipe

FERNANDO SCHETTINI: “O RESUL-TADO DEPENDE DA REFERÊNCIA DOS GESTORES DO AMBIENTE”

9COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

que os colaboradores percebem, sejam nos gestores e líderes ou escalões mais altos, fazem a diferença entre o sucesso ou insucesso do modelo coletivo.

>> APRENDIZADO Para Teixeira, ambientes integrados proporcionam apren-dizado inconsciente, a partir do momento em que o colabora-dor observa o colega atuando e resolvendo problemas. Além de também moldar o comportamento em função da coletivi-

dade e favorecer a prática do “feedback externo e do autofeed-back”. “O feedback externo é quando alguém faz observações a você sobre como executar determinada atividade ou procedi-mento. E o autofeedback é quando você diz para você mesmo, ao observar os colegas, que aquilo que o outro fez não é algo bom para ser feito daquela forma”, explica o especialista, que acumula 16 anos de experiência em consultoria, treinamentos e palestras e tem formação nas áreas de Psicoterapia, Estudos Sociais, Filosofia e Pedagogia, além de especializações em ins-tituições de vários países, dentre eles Suíça, Alemanha, Estados Unidos e Itália. Nessa adequação comportamental, uma ferramenta que pode fazer diferença é a aplicação da Programação Neurolin-guística (PNL) que auxilia o colaborador a desenvolver “elastici-

dade mental e descobrir outras formas de agir, para conseguir o mesmo objetivo”. “Muitas empresas investem dinheiro na es-trutura, mas se esquecem de treinar novos comportamentos e negociar com seus colaboradores. Quando isso acontece, sem dúvida haverá resistências das pessoas e o prejuízo da empre-sa pode ser muito grande, seja em clima organizacional, seja em desperdício, sabotagem ou retrabalho”.

>> DE CASA Na contramão dos ambientes cada vez mais adensados, ou-tra tendência ganhou força a partir da década de 1990 e mo-dela uma nova dinâmica de trabalho: o sistema Home Office, onde os custos são reduzidos e o colaborador ganha flexibilida-de. No mundo, um a cada cinco profissionais trabalham em casa, indica pesquisa da Ipsos/Reuters. Dados da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (Sobratt) apontam no Brasil um universo de 10 milhões de trabalhadores no sistema remoto. “O modelo Home Office começou a ser estudado pela Ti-cket no ano 2000 por percebermos algumas mudanças no mercado e que exigiriam uma agilidade diferenciada das em-presas. Nesse período decidimos planejar e revisitar todos nos-sos processos e sistemas que seriam necessários para suportar as mudanças inevitáveis, bem como sustentar um projeto es-truturado e consistente”, conta a diretora de recursos humanos e de responsabilidade social da Ticket, Edna Bedani.

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PARA FRANCISCO, OS VALORES DOS GESTORES FAZEM A DIFERENÇA DO MODELO COLETIVO

10 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

Os resultados positivos nos sete anos de implantação do sistema vão da racionalização de recursos, com uma econo-mia de R$ 3,5 milhões em custos fixos à maior proximidade aos clientes e maior competitividade. No período, as vendas cresceram 40% e as receitas, 70%. Para que o colaborador não sinta perda de vínculo e con-tinue alinhado com a filosofia e ritmo da empresa, há uma programação de eventos regionais como reuniões, capaci-tações e ações de motivação. “Trazer o modelo de trabalho home office para dentro da organização e para todos os pro-cessos é um desafio constante. Estimulamos este trabalho constantemente, pois isto será fundamental para a satisfa-ção e motivação do colaborador no seu dia a dia e sustenta-bilidade do nosso modelo de trabalho e negócios”, explica a diretora.

>> POR UMA VIDA MELHOR Mais que cifras, o ganho humano, com melhor qualidade de vida para os colaboradores, também deve ser computa-do, avalia Edna. “Os colaboradores inseridos no modelo de trabalho home office estão mais motivados, possuem uma maior flexibilidade de horário, conseguem otimizar as visi-tas e dedicar mais energia a cada cliente ao invés de serem tomados pelas atividades administrativas de um escritório. Conseguem inserir, no dia a dia, atividades que antes não

seriam possíveis, como passar mais tempo com a família, fazer atividade física, levar o filho para a escola e outros”. Para captar a percepção dos colaboradores a empresa, inclusive, fez uma pes-quisa interna de satisfação e 90% disseram que não voltariam a trabalhar no modelo convencional. “O dia a dia com horário flexível, nos permite uma maior mo-bilidade das nossas tarefas. Conseguimos planejar nossas visitas e montar nossa agenda de acordo com a necessidade de cada cliente. Além de conseguirmos encaixar atividades pessoais, sem prejudicar nosso desempenho no trabalho”, conta o geren-te de Negócios Luiz Carlos Silva, que trabalha no sistema home office, em Campo Grande. Ele também reforça que a implantação do sistema trouxe vantagens na produtividade, principalmente, com a economia de tempo que era necessário para o deslocamento até o escritó-rio. “O número de visitas no dia, com certeza, aumentou com a mudança no modelo de trabalho”. Luiz Carlos afirma que o suporte oferecido pela empre-sa na transição de um sistema para outro foi fundamental além dos eventos desenvolvidos. “Para sustentar o senti-mento de pertencimento à empresa, são agendadas reu-niões e encontros com nossas equipes de trabalho, parti-cipamos de todas as atividades desenvolvidas pela Ticket, como: convenção, festa de final de ano, treinamento e ou-tras ações.”

HORÁRIO FLEXÍVEL E MAIOR PRODUTIVIDADE E CONTROLE DO TEMPO AGRADAM O GERENTE LUIZ CARLOS SILVA

>> SOB MEDIDA Um dos termômetros da tendência de com-partilhamento é a venda de mobiliário planejado para estes ambientes. Na Kriativa Expositores, que há cinco anos atende este mercado, a procura tem crescido 10% ao ano, segundo o proprietário Sadi Bertin. “Estamos há 25 anos no mercado, mas com a modernização de nosso parque industrial resolve-mos atacar também esta frente”, conta. Sadi res-salta que os móveis de ambientes compartilhados também trazem a vantagem da economia, pelo menos de 35% em relação aos individuais. “É uma só estrutura com várias mesas”.

SADI BERTIN COMEMORA O CRESCIMENTO DE 10% AO ANO NAS VENDAS DE MOBÍLIA PLANEJADA PARA OS ESCRITÓRIOS COLETIVOS

Avenida Júlio de Castilho, 1747Cep: 79.100-901 | Campo Grande/MS

Fone: (67) 3317.7890

EMISSORAS FM

Rádio Transamérica Campo Grande FM 99,1 Mhzcom abrangência nas seguintes cidades:Campo Grande, Terenos, Corguinho,Jaraguari, Bandeirantes, Rio Negro,Rochedo, Dois Irmãos do Buriti,Anhanduí, Nova Alvorada do Sul.

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Rádio Band Grande Dourados FM 104,7 Mhz com abrangência nas seguintes cidades:Dourados, Fátima do Sul, Rio Brilhante, Douradina, Deodápolis. Rádio Marabá FM 93,9 Mhz com abrangência nas seguintes cidades:Maracaju, Rio Brilhante, Ponta Porã,Dourados, Deodápolis, Fátima do Sul,Itaporã, Douradina. Rádio Serra FM 106,5 Mhz com abrangência nas seguintes cidades:Rio Verde do MT, Rio Negro, Coxim,São Gabriel do Oeste, Pedro Gomes,Sonora, Figueirão. Rádio Serrana FM 88,7 Mhz com abrangência nas seguintes cidades:Nioaque, Guia Lopes da Laguna,Jardim, Bonito, Bela Vista. Rádio Montana FM 89,9 Mhz com abrangência nas seguintes cidades:Inocência, Paranaíba, Cassilândia,Água Clara, Três Lagoas.

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12 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

Economia MS

Eum cenário em que a concorrência é cada vez mais acirrada nos mercados físico e virtual, e as margens de lucro se achatam, o empresário precisa ser proativo, eficiente na gestão de seu negócio e assertivo na

tomada de decisões. Pesquisas indicam o desafio: famílias com orçamento cada dia mais comprometido e, portanto, com intenção de gastarem menos. No mês de julho, o índice de famílias endividadas, ou seja, que assumiram compras parceladas, cresceu 20% e em agosto mais 6,5%. Isso ao passo em que a intenção de consumo diminuiu.

Questão de sobrevivênciaConcorrência acirrada e margens achatadas pedem fluxo de caixa sob controle

A COMERCIANTE ELIANA RATI DIZ QUE FEELING AJUDA A ACERTAR E EVITAR PEÇAS ENCALHADAS

13COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

Há 20 anos no comércio, Eliana Rati, dona da Mariah & Fashion, sabe bem o que é ter que se adaptar ao mercado. Nos últimos quatro anos a margem de lucro caiu 20% e os custos só subiram. “Ou você parte para mercadoria mais barata ou tra-balha com um produto diferenciado e reduz a margem”. Como o propósito da loja é manter o padrão de qualidade, um dos mecanismos de redução de custo foi o melhor planejamento da compra de mercadorias. “A gente tem que pensar cada vez mais e trazer peças que temos certeza que vamos vender. Não dá mais para ousar tanto”. Um acerto que só o feeling pode ga-rantir. Outra medida foi a contenção de contas. “Procuramos baixar nossos custos operacionais, das contas de luz aos gastos com funcionários e ações promocionais. Publicidade, procuro investir em mídias que trazem um retorno mais imediato”.

>> CONTROLE E ORGANIZAÇÃO O consultor financeiro Marco Boza destaca que o cenário pede empresários cada vez organizados com suas finanças, com registros que permitam tomar decisões rápidas e basea-dos em informações precisas. “O sucesso do negócio depende da capacidade do empresário administrar os recursos finan-ceiros de modo a garantir o capital de giro mesmo diante de situações adversas entre a saída e a entrada de capital. Por isso, cada vez mais o controle financeiro é essencial para qualquer empresa, ainda mais as de menor faturamento. O caminho do lucro passa pela gestão financeira eficiente”. Boza lembra que, além de registrar todas as entradas e saí-das de dinheiro, apurando o saldo disponível de caixa na data efetiva de recebimento ou pagamento, o fluxo de caixa, é de vital nas negociações de prazos com seus fornecedores, permi-tindo “casar” prazos de pagamento e recebimento, proporcio-nando dinheiro em caixa no momento de honrar compromis-sos, sem a necessidade de recorrer a bancos e pagamento de juros ou multas por atrasos. Outro ponto importante é o con-trole de estoque para atender com qualidade e agilidade seus clientes, sem a necessidade de “empatar” capital de giro com produtos em excesso. “Além disso, o Demonstrativo de Resul-tados indica o faturamento da empresa, o custo das mercado-rias vendidas, as despesas variáveis, as despesas fixas, e apura

O malabarismo do comerciante não para por aí. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, de 2009 para 2010, a margem de lucro do setor comer-ciário em Mato Grosso do Sul despencou quase 10%, de R$ 1,9 bilhão passou a R$ 1,7 bilhão, mas apesar disso, o nú-mero de funcionários nas empresas teve redução inferior a 0,5%, de 83,6 mil a 83,2 mil. Para o presidente da Federação do Comércio e Bens, Servi-ços e Turismo de Mato Grosso do Sul (Fecomércio MS), Edison Araújo, a queda na margem de lucro acompanha o aumento da competitividade acirrada, principalmente, com a tecnologia da informação e avanços das vendas pela internet. “As empre-sas precisam minimizar seus custos e otimizar a capacidade de vendas para vender ou prestar serviços em escala”.

CONTROLE DE FLUXO DE CAIXA É VITAL, DIZ O CONSULTOR FINANCEIRO MARCO BOZA

Divulgação

14 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

o lucro líquido, sendo o principal “placar” para medir a situação do empreendimento”, acrescenta. Na mesma linha, o economista, pós-graduado em Adminis-tração Financeira e Controladoria e sócio da Valores Consultoria, Tiago Queiroz de Oliveira avalia que o empresário precisa atuar de forma pró-ativa no gerenciamento dos custos, considerando que a ampliação do crédito levou a população a consumir mais bens duráveis e a comprometer uma parcela maior da renda com financiamentos. “Outra dica fundamental é inovar. Inovar em pro-dutos e processos, trazendo novidades ao mercado consumidor e também no processo de comercialização, tornando-se uma em-presa diferenciada. O empresário precisa entender que o perfil do consumidor evoluiu na mesma proporção do seu poder de com-pra. É preciso estar atento a essas mudanças”. Tiago lembra que as perspectivas macroeconômicas para 2013 são pautadas na redução moderada da taxa de desemprego, e, por consequência, na elevação de empregos formais, aumento na renda do trabalhador e a continuidade da política expansio-nista de crédito tanto no volume de oferta quanto na redução na taxa de juros média dos bancos, redução do IPI para veículos, linha branca e móveis, dando suporte para o aquecimento da economia como um todo. “A perspectiva de crescimento para o comércio em 2013 deve ficar em torno de 6,3%”.

O ECONOMISTA TIAGO QUEIROZ DIZ QUE PARA SOBREVIVER É PRECISO INOVAR

“SUCESSO DEPENDE DA CAPACIDADE DE ADMINISTRAR RECURSOS FINANCEIRSOS E GARANTIR O CAPITAL DE GIRO”

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Estratégia

Para quem pretende delegar parte dos serviços e não quer ter dor de cabeça, um passo considerado fundamental é a análise jurídica criteriosa do contrato de prestação de servi-ços. O advogado que atua na área empresarial Luiz Mesquita Bossay Junior alerta que, quando a empresa esta assessorada juridicamente, corre menos riscos de “eventuais dissabores”. O primeiro passo neste processo é a análise da documentação fiscal e previdenciária da empresa prestadora de serviço, com apresentação de todas as certidões.

Terceirizar para produzir maisRedução de custos e maior foco na atividade-fim são alguns dos principais argumentos que têm levado cada vez mais as empresas a procurarem a terceirização e fortalecido a atividade com crescimento exponencial nos últimos anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que entre 2003 e 2010 as vagas de empregos em empresas terceirizadas cresceram 36,5% e somente de 2009 a 2010 elas geraram 1,5 milhão de novas vagas de trabalho. Hoje mais de 20% dos empregos formais do País estão em empresas terceirizadas.

TERCEIRIZAR SERVIÇOS QUE NÃO SÃO ATIVIDADE-FIM DA EMPRESA REDUZ GASTOS

No documento devem constar todas as obrigações e di-reitos das partes. “Outro momento ao qual os tomadores de serviços de terceirizados devem ter uma atenção especial é a responsabilidade dos pagamentos de todos os encargos pre-videnciários e trabalhistas, mesmo constando das cláusulas do contrato. O tomador deve exigir mensalmente junto com a Nota Fiscal da prestação do serviço o comprovante de reco-lhimento de todas aquelas obrigações, por meio de certidões da empresa prestadora de serviço e comprovantes de paga-

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mento tais como: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Instituto Nacional de Se-guro Social (INSS) evitando que sobre o tomador de serviços venha a responder subsidiaria-mente ou solidariamente, sobre eventuais ações trabalhistas dentre outras”. Na BGF Empreendimentos, imobiliária que opera com bens próprios nas áreas de compra, construção e aluguel, a tercei-rização é amplamente usada há 5 anos, conta a gerente admi-

nistrativa Kerolly Garcia Lopes. Ela estima que a economia ao delegar essas competências é de 40% a 50% comparada ao custo de mon-tar estruturas e manter vínculos empregatícios nessas áreas. Po-rém, alguns cuidados são conside-rados indispensáveis. “Temos uma assessoria jurídica que nos auxilia nesses contratos. Um dos pontos mais importantes que deve cons-tar no documento é a supervisão dos serviços, sempre procuramos ter um supervisor do serviço com o qual tratamos diretamente”.

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Entrevista

Comércio & Cia - Como a FAEMS vem atuando na re-presentação dos interesses do setor empresarial do Estado? Quais os planos da FAEMS para 2013? Antônio Freire - O foco da nossa atuação está na represen-tação e defesa dos interesses das Associações Comerciais perante o poder público e no trabalho constante em prol do desenvolvimento e de aproximação entre as entidades as-sociadas. Outra luta que assumimos, e na qual devemos persistir, está relacionada à diminuição da carga tributária do nos-so Estado, pautada no modelo colocado em prática em Mato Grosso.

Comércio & Cia - Na sua opinião qual a importância de aglutinar os esforços em torno das associações empresa-riais e o Sistema Fecomércio, SESC e SENAC?Antônio Freire - É imprescindível a união das entidades re-presentativas do comércio visando ao fortalecimento do segmento de comércio/serviços, maior gerador de emprego e renda, além de ser o que mais arrecada impostos para os cofres públicos em Mato Grosso do Sul.

Para superar desafios, ação e otimismoEm um cenário de desafios para o setor terciário, o presidente da Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul (FAEMS) Antonio Freire fala sobre o papel das entidades representativas na defesa dos interesses dos empresários e, otimista, acre-dita na superação de obstáculos. Paulista de Herculândia, Freire é casado, tem dois filhos e está em Mato Grosso do Sul, radicado em Dourados, desde meados dos anos 1980. É proprietário da rede de Drogarias Freire - lojas em Dourados e Campo Grande - e participa das ações do associativismo do setor comercial desde 2000 quando passou a compor a diretoria da Associação Comercial de Doura-dos, onde foi presidente antes de ser eleito presidente da FAEMS (gestão 2011/2014). Educação financeira, campanha para o Natal de 2012 e planos para o próximo ano são alguns dos tópicos abordados nesta entrevista.

Comércio & Cia - A Faems já trabalha em conjunto com as demais entidades representativas do comércio a campa-nha de Natal. O que devemos ter de novidade?Antônio Freire - A FAEMS já trabalha no fechamento das par-cerias para a campanha natalina de 2012. Estamos planejando

uma megacampanha para este ano, envolvendo as sessenta Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso do Sul. Os detalhes ainda estão sendo trabalhados para que as empre-sas possam participar de um grande movimento que ofereça prêmios e as melhores condições de compras aos consumidores. Não podemos esque-cer que o período de Natal é o mais significativo para as vendas do co-mércio em todo o país, um momento

muito esperado pelos empresários do setor para compensar as possíveis perdas ocorridas ao longo do ano. Durante cer-ca de 30 dias empresas e consumidores interagem inten-samente, transformando esse período numa grande festa onde todos têm oportunidade de participar. É a data mais significativa do calendário comercial brasileiro.

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Comércio & Cia - Qual será a estratégia para que 2012 se encerre em um patamar menos distante de 2011 já que as vendas estão arrefecidas?Antônio Freire - É muito cedo para fazermos uma previsão negativa sobre o saldo de 2012. Acreditamos que as ações do governo federal concedendo incentivos fiscais, a dimi-nuição da taxa Selic, redução de IPI para alguns setores e a abertura de linhas de crédito mais acessíveis contribuirão para um melhor desempenho do comércio em 2012.

Comércio & Cia - Por falar em comparativo, em 2011 ti-vemos um salto expressivo na abertura de filiais e, neste ano, houve arrefecimento. Como interpreta este recuo nos planos de expansão das empresas constituídas no Estado?Antônio Freire - Se observarmos atentamente, a abertura de filiais ocorre com naturalidade e, automaticamente, vem na esteira o processo de consolidação e matura-ção dessas filiais. Para que o processo seja concluído é necessário, portanto, um prazo estipulado pelas re-gras de mercado. Dessa forma, esse recuo é avaliado de modo natural. Comércio & Cia - Com a competitivi-dade acirrada, especialmente a par-tir das vendas por meio eletrônico, a margem de lucro do comércio tem ca-ído. O IBGE mostra que, de 2009 para 2010, aqui no Estado, a queda foi de 10%. Ainda assim o nível de empre-gos se manteve. Qual é a solução para ter uma empresa sólida em um mercado cada vez mais competitivo?Antônio Freire - Diminuir a margem de lucro para o em-presário foi uma das alternativas para manter sua empresa aberta, já que esta é uma forma de manter funcionários que estão qualificados ao invés de demiti-los e, quando ocorrer uma melhora nas vendas, ter que admitir e quali-ficar novos colaboradores. A solução para se manter uma empresa sólida está na busca de inovações e constante atualização, já que o comércio sofre constantes altos e baixos em todos os segmentos.

Comércio & Cia - Qual é hoje o principal desafio do empre-sário do setor terciário de Mato Grosso do Sul: a carga tri-butária ou melhorar suas práticas gerenciais?Antônio Freire - Eu diria que os dois fatores são extrema-mente desafiadores para o setor terciário. Quanto à carga tributária, estamos trabalhando com a comissão perma-nente de estudos tributários (COMPET) para deixá-la em um nível mais aceitável.

Comércio & Cia - De que forma a FAEMS enxerga a política de incentivo ao consumo, com redução gradativa dos juros do crédito? O endividamento da população é preocupante ou acredita que o brasileiro já está sabendo trabalhar me-lhor com o crédito e organizar suas finanças?Antônio Freire - O aumento do consumo é importante para o empresário, sem dúvida. Porém, o aumento do consumo con-tribui também para o aumento da arrecadação de impostos, e isso é interessante também para o governo. No entanto, o em-presário deve se precaver na hora de solicitar créditos, consul-tando os meios existentes que ajudam na avaliação financeira antes da concessão de crédito. O ideal seria que tivéssemos nas escolas uma disciplina voltada à educação financeira para educar o cidadão a administrar o seu dinheiro e, assim, gastar de uma maneira consciente e responsável. E, a meu ver, todo cidadão deve fazer uma poupança para alguma eventualidade que porventura venha a ocorrer.

Comércio & Cia - Qual é a importância das empresas apos-tarem no potencial humano de seus colaboradores?

Antônio Freire - Eu diria que o poten-cial humano é o maior capital não con-tábil que uma empresa pode ter. Nas empresas ocorre uma constante busca por colaboradores mais qualificados e que respondam positivamente às ne-cessidades do mercado de trabalho.

Comércio & Cia - Percebemos que, em muitos ambientes corporativos, as paredes estão dando lugar às chama-das “colmeias” para que os colabora-

dores trabalhem em ambiente integrado. Qual é o ganho desse novo formato de ambiente de trabalho?Antônio Freire - Isso depende muito do ramo de cada em-presa, mas acredito que aquelas empresas que podem trabalhar nesse formato conquistem maior interativi-dade entre seus colaboradores e, consequentemente, melhor desempenho.

Comércio & Cia - E dentro desta dinâmica, qual é o perfil de trabalhador que o empregador espera? O que é mais importante, a pró-atividade ou a capacidade de relaciona-mento?Antônio Freire - O empregador espera, em primeiro lugar, um trabalhador qualificado e proativo e que saiba se rela-cionar com os demais colaboradores, contribuindo sempre para o desenvolvimento da empresa onde trabalha. Para mim, tanto a proatividade quanto a capacidade de relacio-namento são imprescindíveis no ambiente empresarial.

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Comércio & Serviços

Benefícios: ferramentas para atrair profissionais qualificadosAdotar uma política de benefícios é uma ferramenta eficiente de gestão de pessoas e uma forma de manter ou atrair profissionais qualificados. Em um momento em que a oferta de empregos é maior do que a mão de obra existente no mercado, muitos empresá-rios já perceberam que para sobreviver nesse meio altamente competitivo, ágil e inovador o diferencial é investir no desenvolvimen-to das pessoas visando a garantir a satisfação e a motivação dos seus colaboradores.

Na avaliação da consultora de Gestão de Pessoas, Vanessa Freitas, além dos benefícios exigidos por lei como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), vale transporte, férias (acrescidas de 1/3 do salário), décimo terceiro salário, entre outros, o

destaque são os espontâneos que são adotados pela organização e que estão ligados à qualidade de vida do colaborador e ao desenvolvimento profissional, tendo impacto direto sobre sua segurança e sobre sua condição de vida. “Os benefícios, sendo eles obrigatórios ou não, são ferramentas de RH que, quando bem-aplicados, agregam para o desenvolvimento da empresa na atração e retenção de talentos, principalmente no momento que vivemos hoje, de competitividade”.

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>> ORGANIZAÇÃO Mas é preciso haver um plane-jamento para estabelecer uma política adequada, de forma que não haja distorções do objetivo. “A empresa tem de realizar uma pesquisa interna, planejar finan-ceiramente e conhecer bem o seu público antes de iniciar a implan-tação de benefícios que, por causa de algumas regras da nossa legis-lação trabalhista, deve ser pensa-do minuciosamente para ser um diferencial perante a concorrência

e satisfazer as necessidades dos colaboradores. O empresário pode investir em benefícios de acordo com o perfil dos colabo-radores e disponibilidade financeira da empresa”. O empresário precisa ter em mente que os benefícios po-dem ser utilizados como uma ferramenta estratégica de ges-tão, não só em relação à política salarial, mas à satisfação dos funcionários, que é traduzido em produtividade. “Quando a empresa atrela a remuneração a uma avaliação por competên-cias, onde o foco é o desenvolvimento da pessoa e não somen-te o cargo que ela ocupa, o colaborador se sente valorizado e agrega valor no seu desenvolvimento profissional e, conse-quentemente, a empresa também ganha com esse investi-mento. O processo de melhoria é comprovado: colaborador com metas cumpridas e empresa com excelentes resultados”.

>> EXEMPLO Na empresa que atua na área de Tecnologia da Informação, Dextra, com sede em Campo Grande e Campinas (SP), os fun-cionários têm à disposição uma Cesta de Benefícios. “Oferece-mos um valor fixo a cada colaborador e uma série de benefí-cios disponíveis, plano de saúde e odontológico, vale refeição, vale transporte, entre outros. O colaborador faz a opção pelos benefícios que mais atendem suas necessidades individuais e escolhe o valor que aplicará em cada um”, explica a gerente de Recursos Humanos da Dextra Daniela Domingues. Além dos benefícios formais, a empresa busca oferecer opções de lazer e descanso para os seus funcionários. “Busca-mos oferecer aquilo que consideramos o maior benefício para qualquer trabalhador, qualidade de vida. Nossos funcionários têm acesso a um espaço de “descompressão’”, onde podem desfrutar de pausas para jogar vídeogame ou descansar nos puffs dentro do próprio ambiente de trabalho. Outra ação im-portante adotada é a flexibilidade de horário de trabalho que

possibilita aos funcionários conciliarem a carreira na empresa com as atividades não menos importantes da sua vida pessoal. E, para reconhecer a meritocracia, pagamos um bônus anual aos nossos funcionários pelos resultados alcançados de acordo com o desempenho individual e da equipe”. A empresa acredita que os benefícios estão no que eles chamam de “base da pirâmide” e, se o colaborador não estiver satisfeito com seus interesses de base, a empresa não conse-gue implementar com sucesso nenhuma ação mais elaborada de desenvolvimento. “Sem ter suas necessidades básicas aten-didas o trabalhador não consegue motivar-se e muito menos dar o melhor de si no trabalho. Por isso, consideramos que, além dos benefícios tangíveis, oferecer benefícios para a me-lhoria da qualidade de vida, boas condições de trabalho, de-safios e suporte para o desenvolvimento individual e do gru-po, influencia diretamente na motivação e produtividade”. A Dextra foi considerada em 2012 a 13ª melhor empresa entre as Melhores Empresas para Trabalhar em TI & Telecom, conferido anualmente pelo Instituto Great Place to Work (GPTW). A auxiliar administrativa Simone de Freitas, que trabalha em uma empresa do segmento de gás em Campo Grande, é um exemplo de quem prioriza os benefícios na hora de procu-rar um emprego. Há poucos meses no novo trabalho, ela conta que rejeitou outras propostas, até com salários maiores, e esco-lheu a empresa onde atua em razão dos benefícios. “Aqui eles oferecem plano de saúde e odontológico, auxílio alimentação e refeição, plano de cargos e carreira e a possibilidade de cres-cer dentro da empresa, além do ambiente de trabalho tranqui-lo. Com certeza tudo isso é um estímulo para que eu trabalhe com mais empenho. Hoje a qualidade de vida é fundamental e é preciso priorizá-la na hora de escolher um emprego”.

NA DEXTRA, HÁ UMA “CESTA DE BENEFÍCIOS”, DIZ A GERENTE DE RH, DANIELA DOMINGUES

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>> DIFERENCIAL Para a supervisora de Recrutamento e Seleção da Trainner, empresa que encaminha profissionais para o mercado de traba-lho, Sandra Quadros, hoje não basta apenas oferecer um bom salário, o profis-sional busca segurança, oportunidade de crescer dentro da empresa e ad-quirir conhecimento. “A empresa que não ofere-

cer um diferencial para atrair o funcionário, dificilmente con-seguirá profissionais qualificados. A empresa precisa avaliar o profissional e ver o que ele vale no mercado, tem que ter essa flexibilidade. Os bons profissionais sabem do seu valor e que-

rem ser compensados por isso. E não se trata de uma despesa, pois a empresa terá retorno com isso. Esse funcionário trará resultados positivos, com aumento de faturamento”. Os benefícios são atrelados à empresa conforme cada seg-mento e muitos deles já constam nas próprias convenções co-letivas de trabalho. Os benefícios que mais se destacam são: plano de saúde, vale refeição e alimentação e seguro de vida. Mas, segundo a consultora Vanessa Freitas, hoje não só os be-nefícios são ferramentas de retenção de talentos, o papel da liderança é um dos destaques para qualquer empresa. “Reco-nhecer financeiramente é um dos caminhos, mas motivar com desafios mensuráveis e alcançáveis é um dos grandes diferen-ciais das empresas competitivas e de sucesso no mercado. No momento em que o profissional encontra uma empresa em que o ambiente de trabalho é integrador, motivador, agradá-vel e a liderança estimula o planejamento de carreira, isso se torna um diferencial para o profissional já iniciar o processo de escolha”.

>> DICAS

Para a implantação de um Programa de Benefícios algumas empresas adotam os benefícios flexíveis, que são falados

no mercado como BeneFlex. É oferecida aos colaboradores uma cota em pontos para ser gasta em linhas de benefício (na área de saúde, assistência odontológica, vale-refeição, vale-alimentação, seguro de vida, planos odontológicos, polí-tica de idiomas e concessão de apoio a bolsa de estudos, den-tre outros conforme cada segmento da organização).

E quem escolhe os benefícios de acordo com a cota em pontos é o próprio colaborador. E quem determina os benefícios de acordo com o seu público é a empresa.

Outras empresas já optam por manter uma parceria de convê-nios maior com empresas parceiras, onde o desconto é reali-zado diretamente na remuneração do profissional, só que as empresas precisam ficar atentas quanto ao percentual do des-conto em função da legislação trabalhista.

Portanto o empresário deve optar: benefício é o que soma e agrega financeiramente para o profissional e convênio é uma facilidade para o profissional adquirir tal serviço ou produto conforme contrato de parcerias entre empresas.

CRÉDITOS: OMELETTE GESTÃO CRIATIVA

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Carreira & Mercado

Em 2005 entrou para o sistema de incubadoras, no bairro Santa Emília, e, com o apoio da Prefeitura, fez o CNPJ e viu

o pequeno negócio crescer. “Conseguimos um espaço adequa-do, consultoria e participamos de visitas e feiras técnicas, o que - antes - nos parecia impossível”. O quadro inicial, que era de três funcionários, triplicou e hoje a produção já chega a Dourados, Naviraí, Ponta Porã, Corumbá, Três Lagoas, Rio Brilhante, além de negociações nos Estados de São Paulo e Goiás. “Agora estamos construindo nossa sede no bairro Paulo Coelho Machado”, comemora.

>> MAIS EMPREGOS A história de Rui não é isolada. O Sistema Municipal de In-cubação de Empresas (SMIE), criado em 2004 pela Prefeitura de Campo Grande, já recebeu 45 incubados entre pessoas físicas

Incubadoras ajudam a transformar ideias em empreendimentosPara quem tem o sonho de empreender, a vontade é um bom começo, mas sem uma estrutura mínima o desejo, muitas vezes, não avança para o campo da concretização. O sistema de incubadoras vem justamente para dar esse amparo, alavancar os pequenos e ajudá-los a progredir e caminhar com as próprias pernas. Depois de 10 anos de produção independente, a passos miúdos, foi com o apoio do sistema de incubadoras que o microempresário Rui Galvanini conseguiu alçar voos mais altos. Dono da empresa Vó Ermínia, em sociedade com a esposa Viviane Galvanini, Rui veio para Campo Grande em 1992 e, três anos depois, dava os primeiros passos na fabricação de temperos, conservas e condimentos.

COM APOIO DO SISTEMA DE INCUBADORA RUI GALVANINI ALAVANCOU A PRODUÇÃO E JÁ EXPORTA PARA FORA DE MS

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e jurídicas e, destes, 11 foram graduados, ou seja, concluíram todo o processo e se encontram em atividade. Atualmente há 16 microempresas incubadas. Isso sem contar com as ações da iniciativa privada, como o programa de incubação da Funda-ção Manoel de Barros (Interp), que já existe desde 2001 e aten-deu 50 empresas desde então. Dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação apontam a existência de 16.394 postos de trabalho nas 2.640 empresas instaladas em 384 incubadoras no Brasil. Os núme-ros são significativos: o faturamento anual das empresas está em torno de R$ 533 milhões e as 2.509 empresas que já passaram por incubadoras, chamadas de graduadas, geram atualmente 29.205 postos de trabalho e faturam cerca de R$ 4,1 bilhões por ano. Responsável pela coordenação das incubadoras do Sistema Municipal de Incubação de Empresas, Irene Teodoro da Silva ex-plica que os potenciais participantes são convidados por meio de edital. A ideia central é dar condições para o desenvolvimento empresarial e geração de novos postos de trabalho, emprego e renda, garantindo a melhoria da qualidade de vida das regiões onde estão inseridas. O SMIE tem incubadoras no segmento de confecção têxtil e couro; alimentos para o consumo humano e de artesanato. “Os setores mais procurados são os de alimento e arte-sanato”, complementa Irene.

>> SOBREVIVÊNCIA O índice de sobrevivência é de em torno de 40%. “Embora seja um índice melhor do que a média nacional, é considerado baixo ten-do em vista que a maioria dos que entravam nas Incubadoras tinha o sonho, mas não tinha recurso fi-nanceiro suficiente para dar conti-nuidade ao negócio”. Coordenador Geral da Interp, Marcos Henrique Marques lembra que estudos indicam que pouco mais de 20% das empresas aber-tas sobrevivem mais de 5 anos e o

sistema de incubação ajuda a minimizar as chances de entrar para a estatística de mortalidade. “O sistema de incubação pro-vê essa chance para o empreendedor que só abre sua empre-sa com os riscos calculados, aumentando sua possibilidade de sucesso. A proposta central é transformar uma ideia de negócio em uma realidade de mercado bem-sucedida”. A INTERP atua em vários setores, desde tecnologia, serviços, indústria, agronegócio ao comércio.

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Renato Paniago, dono da Catwork Tecnologia, que foi in-cubada na Interp por 3 anos, conta que o sistema foi funda-mental para alavancar a empresa. Embora tivesse 7 anos de bagagem em sua área de atuação, faltava conhecimento sobre gestão. “No começo eu não sabia muita coisa além da minha experiência técnica e havia questões extremamente difíceis de serem resolvidas como definição de nosso plano de negócios, planejamento estratégico, estruturação contábil e tributária, planejamento financeiro, composição de preço de serviços, formação de preço de venda de serviços, qualificação adminis-trativo-financeiro e planejamento de marketing, entre outras. A falta de um local físico também era uma questão a ser resolvi-da. Encontrei as soluções ou o caminho para soluções durante o nosso processo de incubação”. Para ele, a oportunidade de se inserir no sistema de incuba-ção foi um dos fatores decisivos para sobrevivência e sucesso da empresa. E o planejamento também foi fundamental para os desafios pós-período de incubação, quando os custos ine-vitavelmente sobem. “Não adianta participar de um processo de incubação em uma incubadora excelente se o empreen-dedor não se dedicar e assumir as devidas responsabilidades”. Oferecendo soluções em tecnologia da informação, a Catwork se projetou no mercado. A empresa venceu o Prêmio IEL de Estágio em 2009, o MPE Brasil 2009 na categoria Tecnologia da Informação estadual e o MPE BRASIL 2011 nas categorias Tecnologia da Informação estadual e na categoria Responsabi-lidade Social.

PARA RENATO, O SUCESSO DA EMPRESA DEVE-SE AO FATO DE TER PARTICIPADO DO SISTEMA DE INCUBADORA

>> COMO FAZER

Interessados no Sistema Municipal de Incubação podem entrar em contato com as Incubadoras Municipais abaixo:

Mário Covas - 3314.5074/5091 - Rua Leandro da Silva Salina, 668 - Bairro Mário Covas

Zé Pereira - 3314.7408/7472 - Rua Eugênio Peron, 676 - Bairro Zé Pereira

Norman Edward Hanson - 3314.6362/6363 - Rua Gal. Alberto Carlos Mendonça Lima, 2251 - Bairro Santa Emília

Já os interessados na Interp da Fundação Manoel de Barros podem buscar informações e agendar entrevista por telefone - 3384.8042

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Fecomércio MS

Ações da Fecomércio MS preparam empresas para um mercado competitivoCom objetivo de trazer novas ferramentas para dar suporte aos empresários sul-mato-grossenses, com soluções práticas e resultados imediatos em um setor altamente competitivo, a Fecomércio-MS criou, em 2011, o programa de educação Passaporte para o Varejo, que contempla palestras, seminários e workshops. A proposta é levar soluções para empresas do varejo, que vão desde a área opera-cional até a estratégica, aplicadas em workshops, orientando empresários, gestores e colaboradores.

PALESTRAS ORIENTAM EMPRESÁRIOS E TRABALHADORES SOBRE VÁRIOS ASPECTOS DA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

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FOTOS: DIVULGAÇÃO SISTEMA FECOMÉRCIO MS

O presidente da Fecomércio-MS Edison Araújo destaca que “grande parte dos empresários do setor varejista acredita

que investir no atendimento aos clientes é a melhor estraté-gia para se diferenciar no mercado. No entanto, é importante enfatizarmos que os controles financeiros e o estabelecimento de um plano de ação também são processos importantes, que podem determinar o sucesso ou o fracasso de um empreendi-mento”. Ionise Catarina Piazzi, gestora de Relações com o Merca-do, conta que havia uma carência dos empresários, no senti-do de aprimorar técnicas e formas de vendas para alavancar os negócios. “Podemos afirmar que as lojas que participaram das palestras, seminários e workshops, estão mais atuantes e os resultados práticos surgiram imediatamente após o treina-mento”, avalia. O programa Passaporte para o Varejo já está em seu segun-do ano de realização, de acordo com Ionise. “O destaque são os workshops, que trazem palestrantes nacionalmente consa-grados, que ministram palestras, debates e interação entre os participantes, chegando juntos a um denominador comum”.

PRESIDENTE DO SISTEMA FECOMÉRCIO, EDISON ARAÚJO, EM ABERTURA DE EVENTO

“Os workshops são voltados a empresários, supervisores e gestores, cujo objetivo é aprimorar o desempenho profis-sional, proporcionando ambiente para networking, onde os participantes possam compartilhar experiências e criar solu-ções empresariais alinhadas à sustentabilidade do seu negó-cio. Já estamos organizando a programação de 2013, inclusive abrangendo algumas regiões do interior do Estado”, adianta Ionise. Os temas que serão discutidos nos próximos workshops, são indicados pelos participantes, por meio de pesquisa, ela-borada pelo setor comercial da Fecomércio-MS e também com consultas durante a realização de visitas técnicas aos em-presários.

>> MAIS EMPREGOS O treinamento que integrou o 2º Ciclo de Workshops Va-rejo Master, por exemplo, que trouxe a Campo Grande os con-sultores Edílson Lopes e César Frazão, com a palestra “Como se tornar um campeão de vendas”, agradou em cheio os empre-sários sul-mato-grossenses.

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“Acredito que o workshop trouxe para nós, empresários, novos métodos, mais opções e novas maneiras de se efetuar uma venda. Aplicamos a metodologia aqui na empresa e o que posso dizer é que o resultado está sendo excelente”, diz o sócio-proprietário da Elétrica Zan, Blener Zan Júnior. Júnior frisa, também, que as palavras comportamento, foco, força de vontade, jogo de cintura e paixão, citadas pelos pales-trantes, são essenciais para que o vendedor e também a empresa obtenham sucesso. O vendedor Rafael Vicente Rodrigues, da Elétrica Zan, não esconde seu contentamento. “No primeiro dia depois da palestra, apliquei o que aprendi no workshop, que é bater metas diárias. Só que para isso, precisamos sair do acomodamento, da zona de conforto, como nos foi informado”. Com a teoria colocada em prática, Rafael conquistou o títu-lo de “vendedor do mês” na empresa. “Aumentei em pelo me-nos 40% o volume das minhas vendas. Assim, meu salário fica maior e a empresa cresce também”, diz satisfeito. Márcia Cristina Maciel da Silva, sócia-proprietária da Micro-art, conta que no dia seguinte ao treinamento, um dos seus vendedores aplicou os métodos apreendidos no workshop. “A aplicação dessa nova metodologia rendeu uma boa venda. Os resultados foram tão bons, que ele foi o campeão de vendas de um modelo sofisticado de cadeira para escritório”, conta a empresária. Para Márcia, o resultado foi interessante, porque, antes do treinamento, a maneira de negociar determinada mercadoria era aplicada ao contrário do que foi apresentada na palestra. Ao corrigir a falha, os resultados positivos das vendas surgiram imediatamente.

BLENER APLICOU A METODOLOGIA APRENDIDA NO WORKSHOP E ESTÁ SATISFEITO COM O RETORNO

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Tecnologia & Inovação

Dono das franquias Chilli Beans e Con-

tém 1g, em Dourados, o empresário Daniel Real aposta no sistema de segurança ofereci-do pela fabricante do smartphone, que usa para gerenciar as ope-rações nas lojas e tam-bém fazer transações bancárias. “Nunca rodei

nenhum tipo de antivírus, mas também nun-ca tive problema de lentidão ou vírus. Não há muita oferta de informações sobre esses cuidados. O que me tranquiliza que é que os aplicativos da fabricante são bem específicos e dificulta o trabalho dos invasores”, acredita.

Sob AmeaçaSempre à mão, tablets e smartphones também apresentam riscos

Que os móbiles garantiram comodidade e agilidade no gerenciamento dos negócios é inegável. Mas, ao que tudo indica, poucos usu-ários estão bem-informados sobre os riscos de ataques aos sistemas destes dispositivos que, assim como computadores convencionais, tam-bém estão suscetíveis aos chamados malwares, os sofwares maliciosos que se infiltram no siste-ma para capturar senhas ou causar danos.

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Para o empresário, os dispositivos são indis-pensáveis para acompanhar o desempenho das lojas e até mesmo do que é comentado nas mídias sociais. O diretor da Time Tour Juliano Berton, adepto dos móbiles desde o início da massi-ficação dos palmtops, também está a todo o momento com smartphone à mão, mas diz que evita abrir e-mails dos quais suspeita e até mesmo mensagens SMS. “Evito abrir e-mail e sites que não sejam conhecidos ou que dei-xem em dúvida se podem trazer problemas”.

DIRETOR DA TIME TOUR, JULIANO BERTON É CUIDADOSO AO ABRIR E-MAILS: SÓ COM REMETENTE CONHECIDO

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Assim como Daniel, Juliano também considera que faltam esclarecimentos sobre os riscos reais dos malwares desenvol-vidos para móbiles dos quais se tem conhecimento. “É preciso ter consciência de que se está com um computador na mão e não só um celular”. Marcus Vinícius Arevalo Mendonça, Especialista em Segu-rança da Informação da empresa Impacto Software, lembra que, neste ano, a utilização de smartphones e tablets cresceu 49%, evolução galopante que desperta o interesse de cyber criminosos em desenvolver malwares destinados a estas pla-

taformas. No Brasil, a maior par-te destes malwares tem como propósito a captura de senhas, os criminosos se valem tanto do desconhecimento da população sobre diretrizes básicas de pro-teção de dados quando da falta de uma legislação específica que puna de maneira efetiva quem comete este tipo de crime. Mas também há softwares maliciosos desenvolvidos com a finalidade de espionagem industrial e de cunho político, para roubar da-dos confidenciais.

>> PREVENÇÃO A dica do especialista para evitar dor de cabeça com o dispositivo é adotar um pacote de medidas que vão desde a instalação de soluções de antivírus até a criptografia de dados confidenciais e até mesmo estabelecer uma conexão segura entre a rede da empresa e o dispositivo móvel. O primeiro pas-so é evitar clicar em links e anexos que não sejam confiáveis; nos aparelhos que possuam este recurso, sempre que for pos-sível deixar a internet e/ou o bluetooth desabilitados; acessar somente redes seguras é outro ponto importante. “No caso de empresas, optar pelo acesso desses dispositivos por meio de Redes Privadas Virtuais (VPN), o que garante maior segurança no tráfego de dados”, complementa Marcus. Por fim, a reco-

mendação é de, na escolha do aparelho, dar preferência aos que tenham sistemas atualizados e software antivírus. Hoje já existem empresas especializadas no ramo que oferecem soluções de proteção para os dispositivos. “Neste caso você tem a garantia da efetividade do produto”, ponde-ra Marcus. De modo geral, a orientação é que se busque um aplicativo de segurança para dispositivos móveis que con-temple um bom software antivírus que possua atualização periódica, antispam para impedir o envio ou recebimento de mensagens em massa, controle de validação do usuário que determine quais usuários podem utilizar um dispositivo específico, além de possibilitar o bloqueio e localização do dispositivo de forma remota.

>> SINTOMAS

O especialista também dá dicas de alguns sinais que podem evidenciar se o dispositivo foi alvo de ataque. Um deles é o envio em massa de e-mails ou SMS para os usuários de sua lista de contatos; também é preciso ficar atento se há comportamento anormal do aparelho que pode ser verificado muitas vezes pelo alto consumo de bateria, travamento constante do aparelho ou até mesmo o desligamento automático. “No caso de dispositivos que possuam acesso à internet, de perda de conexão, de navegação lenta ou até mesmo de indisponibilidade de sites específicos também pode caracte-rizar uma infecção por malware”.

39COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

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40 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

CElSO FIguEIRA

Ponto de Vista

Presidente da Central Sicredi Brasil Central

Sicredi e o AnoInternacional dasCooperativas A Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou 2012 como o Ano Internacional das Coop-

erativas para destacar a contribuição delas no desenvolvimento da sociedade, econômica e social-

mente, em especial seu impacto na redução da pobreza, geração de emprego e integração social.

Presente nos cinco continentes, hoje, o setor cooperativo reúne um bilhão de pessoas em mais

de 100 países, respondendo pela geração de mais de 100 milhões de empregos. Em 2010, por exem-

plo, as 300 maiores cooperativas do mundo tiveram uma movimentação econômico-financeira de

US$ 1,6 trilhão. E nós da Central Sicredi Brasil Central, bem como todo o Sistema Sicredi, munidos da

grandiosidade que é o trabalho cooperado, reforçamos esse reconhecimento com diversas ações.

No último mês, o Sicredi, em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), re-

alizou o “Dia C - Dia de Cooperar”, evento que aconteceu na Cidade do Natal em Campo Grande (MS)

e que uniu diferentes cooperativas com um só objetivo: o de promover a prática dos valores coop-

erativistas por meio de ações socioambientais. Além disso, todos os eventos externos e internos do

Sicredi levam a bandeira do cooperativismo e da mutualidade de trabalhos voltados a esse universo.

Vale ressaltar que o cooperativismo tem como valores a adesão voluntária, a solidariedade, a

cooperação, a colaboração, o interesse coletivo e o compromisso com a comunidade, pois gera de-

senvolvimento a ela. Outro sinal latente são os novos negócios, que surgem inspirados nos ideais co-

operativos, como as plataformas de compras coletivas, destinadas a tornar mais acessíveis produtos

e serviços por meio da aquisição em grupo ou sites que compartilham conhecimento. Vivemos em

rede, onde precisamos do outro para desenvolver projetos e levá-los à prática.

Tanto é verdade que as cooperativas de crédito têm se firmado no mercado financeiro como

um sistema mais inclusivo, participativo e democrático, onde todos ganham. Nossos resultados são

repassados aos associados, que são os donos do negócio, proporcionalmente ao volume das suas

operações e reinvestidos no lugar onde vivem, fortalecendo a economia local, pois acreditamos no

nosso ideal: cooperando, vamos mais longe e crescemos mais.

O Sicredi é um sistema composto de 115 cooperativas de crédito com uma rede de unidades de

atendimento (1.169 unidades de atendimento), distribuídas em 10 Estados¹ - 905 municípios. Nas

áreas de jurisdição da Central Sicredi Brasil Central, que conta hoje com mais de 98 mil associados,

estamos em mais de 46 municípios dos Estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul, e em MS,

o Sicredi está concentrado em maior número. No total temos 54 Unidades de Atendimento e dois

postos de Atendimento Avançado, o que soma 56 Postos de Atendimento Cooperativo prontos a

receber e oferecer o melhor em produtos e serviços para associados e futuros donos do negócio.

Ultrapassamos o marco do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) em mais

de 11 milhões e em crédito rural mais de 280 milhões.

¹Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás

Você sabia que o Sistema Fecomércio promove condições favoráveis para que as empresas do comércio de

bens, serviços e turismo gerem resultados positivos e desenvolvimento da sociedade?

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42 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

Empresária do Mês

Comércio&Cia - Como foi o início de sua trajetória no meio comercial?Marisa Mujica - Enquanto morei em Corumbá minha vida era mais voltada para a arte. Vindo para cá e após um divórcio tive que ir à luta. Comecei vendendo roupas na garagem de casa, pois os filhos ainda eram pequenos e, daí para a primeira loja, foi um pulo. Acho que na vida você já vem com algumas apti-dões. Enquanto alguns nascem para tocar divinamente piano, outros nascem para o atletismo e assim por diante. Claro que hoje, cada vez mais, se torna necessário o aprimoramento. Mas o que é nato torna-se imbatível. E eu acredito que nasci assim. Administro com facilidade e gosto muito do que faço. C&C - Enfrentou algum tipo de preconceito ou dificuldade por ser mulher?Marisa - Sim. Mas foram poucas vezes que me incomodaram. Na verdade acabei sabendo de comentários que alguns ho-mens faziam e que me denegriam. Mas isso acontece com toda pessoa que incomoda. Talvez por ser mulher não aceitassem o fato de me dar bem nos negócios. Mas as mulheres são ainda mais machistas. Houve uma que me falou - horrorizada - so-bre os comentários que circulavam, pois eu estava comprando tantas lojas. O comentário que a aterrorizou foi dizerem que eu parecia um homem fazendo negócios. O que me rendeu, é claro, muitas gargalhadas.

Marisa MujicaDeterminação e olhar crítico são alguns dos pontos marcantes da empresária, uma das pioneiras do comércio da Capital

Marisa Mujica é corumbaense e cidadã Campo-grandense.Veio para Campo Grande em 1979 e dez anos depois passou a se dedicar ao comércio. Sua primeira loja foi na Rua Maracaju e depois disso, não mais parou. Foi homenageada com o título de “Empresária do Ano” e de “Lojista do Ano” do Shopping Campo Grande. Foi paraninfa de turma e recebeu muitas outras homenagens. Dedica-se a escrever artigos para jornais como articulista e mantém uma página no jornal A Crítica há 15 anos. Mãe de 3 filhos e 5 netos, Marisa continua na atividade que, como ela diz, “está no sangue”: o comércio. Nesta entrevista ela conta como concilia todos os papéis e também reforça sua posição, algumas vezes polêmica, mas sobretudo incisiva, em defesa dos interesses da categoria.

C&C - Quais são os seus planos para o futuro?Marisa - Estou tentando diminuir as atividades para poder usu-fruir dos meus netos, estar com minhas amigas, e viajar, desde que não seja a trabalho. São muitas as coisas que deixo de fazer e quero passar a desfrutar. Pretendo diminuir as lojas do shop-ping e colocar outro segmento ao lado da Andarella da Afonso Pena, pois fora do shopping a vida é mais tranquila.

A LOJA DE CALÇADOS ANDARELLA É UMA DAS EMPRESAS DA EMPRESÁRIA

43COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

C&C - Sabemos que sua experiência no ramo comercial é ampla, assim como a sua participação na mídia, muitas ve-zes se posicionando sobre assuntos polêmicos. Com base na sua trajetória, qual o principal ponto de esmagamento para o empresário do comércio aqui no Estado?Marisa - Realmente! Não nasci para ficar em cima do muro e sempre me posiciono sobre assuntos polêmicos. Nem muito menos escrever adulando os que poderiam me dar um bom retorno. Talvez por isso meus comentários tenham credibili-dade. E se desagrado alguns, o que sinto muito, sou bastante parabenizada pelos leitores que ajudo a lavar a alma. Vale a pena. Já o comércio passa por uma séria crise. Impostos in-viabilizam tanto o comércio como a indústria. E o que é pior: tiram todo o poder de competição que poderíamos ter. A nos-sa energia é caríssima e os juros, apesar de toda publicidade, continuam os mesmos. No nosso Estado pelo seu baixo nú-mero de habitantes, não temos expressão nem poder nacio-nalmente. O que já não acontece nos estados mais populosos. E isso dificulta bastante nossa vida. Apesar do empenho da maioria dos nossos representantes em Brasília. Sem falar na bitributação que está fazendo muita gente sair do comércio. C&C - O que faz uma marca ou loja “pegar” entre o consu-midor campo-grandense?

Marisa - Campo Grande é uma cidade muito exigente. Costu-mo dizer que nossos clientes querem qualidade francesa com precinho chinês. Um empreendimento que ofereça essas vantagens já começa com grandes possibilidades. Realmen-te dar certo aqui exige às vezes uma bola de cristal. E, como em todo lugar, esse empreendimento tem de estar no lugar certo e na hora certa. E essa exigência muda muito. Talvez por isso empreendimentos que são lançados não consigam chegar ao sexto mês. C&C - Qual é o passo que a Capital sul-mato-grossense ain-da precisa dar para se firmar como um centro de consumo?Marisa - Uma população maior, menor dependência do poder público em relação a salários, a instalação de mais indústrias e conseguir arrumar motivos para que nossa cidade tenha algum turismo. Isso então é primordial. Somos a cidade “cemitério” em qualquer feriado, em qualquer data festiva. Todo mundo saí da cidade e vai consumir em outros lugares. Como se já não nos bastasse Pedro Juan Caballero! Seria uma coisa ma-ravilhosa ter turistas por aqui. No final do ano e em feriados prolongados, a cidade fica às moscas, e mais, toda a despesa fixa continua rolando para desespero de todos. Janeiro e fe-vereiro são um calvário. Se antes guardávamos as “gorduras” das festas para enfrentar esses meses, hoje essas gorduras

MARISA MUJICA: “ATIVIDADE COMERCIAL ESTÁ NO SANGUE”

PARA MUJICA, CAMPO-GRANDENSES SÃO EXIGENTES: OS PRODUTOS TÊM DE SER DE QUALIDADE E COM PREÇOS MUITO ACESSÍVEIS

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não são suficientes. Somos uma cidade sem folclore, sem festas próprias e as que temos como o carnaval, não se pode fazer nem barulho. O comércio paga um preço alto por essa falta de vida cultural e turística. C&C - Um dos assuntos abordados por você em artigo foi a questão das franquias. Para você qual é o ponto nodal da relação entre franqueador e franqueado?Marisa - Comércio ficou muito difícil. E as franquias são tam-bém um grande motivo. Cabem na palma da mão as franquias que valem a pena. As coisas, na maioria das vezes, funcionam assim: uma loja multimarca trabalha o produto em determi-nada cidade. Quando ela pega e consegue prestígio, ser co-nhecida, e ter muitos clientes, a marca exige que a loja monte uma franquia. Se não tiver condições no momento ela perde todo o trabalho realizado. Algumas já fazem de caso pensado e, quando a marca pega, o menor problema é pretexto para o franqueador montar a loja para si. Isso é o que mais acontece.

Mas se fizer as contas antes, o candidato a franqueado verá que ela não fecha e seu destino é trabalhar no vermelho. Sei de uma marca que foi vendida, pois apesar de ter 3.000 cue-cas em estoque, a Franquia exigia que o franqueado compras-se mais. E olhe que cueca não era o foco da loja. Imaginem o resto. Os shoppings vêm retirando, aos poucos, todas as lojas multimarcas e se entendem muito bem com as franquias. Eles só querem franquias. Para um shopping, as franquias têm mais valor. E vale mais na hora de vender. Não existe legisla-ção sobre shopping no país e eles e seus departamentos jurídicos são difíceis de enfrentar. O pobre coitado do proprietário da loja vira gerente não remunerado das marcas. Com todas as despe-sas, todas as obrigações e, a qualquer bobeada, perde a loja para Franquia. Que leva todo nosso pobre dinheirinho para longe da

cidade.Somente a Boticário eu citaria como exemplo de franquia que dá muito retorno. O resto, nem de graça. C&C - Com a internet a velocidade da informação se tor-nou cada vez maior e as tendências da moda mundial chegam rápido aos quatro cantos do mundo. O desafio do comércio é: planejar os estoques com antecedência para conseguir uma boa negociação e ao mesmo tem-po estar atualizado com as tendências da moda. Como equacionar isso? Marisa - No meu ramo não dá para ter muito estoque. Trabalho com moda, com roupas em pequena escala, quase exclusivas e o que a mulher hoje ama, amanhã é carta fora do baralho. O que mais importa nesse caso é a chegada de novidades cons-tantes. Dá mais trabalho, mas pouca sobra. Já as empresas grandes como magazines que negociam roupas básicas e po-pulares mandam fazer tudo na China, Peru e outros. E mesmo os magazines de luxo, usam o mesmo procedimento. Aí, sim, entra sua pergunta. Mas eles não têm dificuldades. A moda atualmente é universal e a básica não tem erro. E o preço é até 5 vezes menor do que pagamos aqui. Assim dá para pa-gar toda essa gama de tributos, shopping, energia, encargos e outros. Não é por acaso que donos de bancos estão com-prando muitas marcas. Com o poderio que possuem podem fazer essas transações internacionais e estão tomando conta da moda. O comércio está ficando cada dia mais na mão de-les. E as pequenas empresas, que têm em tudo o mesmo tra-tamento das grandes, estão definhando. O pequeno comer-ciante não é respeitado, apesar de criar milhares de empregos e pagar essa gama intolerável de impostos. Como em tudo no Brasil, o poder do dinheiro é que dá as cartas. Estão aca-bando com a indústria de vestuário. Uma vergonha. Se nossos homens públicos continuarem privilegiando os bancos, e não implementarem uma política séria de diminuição de juros, impostos, encargos e energia vamos acabar num buraco, por culpa de nossos governantes.

C&C - Na sua opinião, como deve ser o trabalho de moti-vação das equipes? Você desenvolve alguma ação especí-fica? Qual é o retorno disso?Marisa - Motivação de equipe é um trabalho constante. Em lojas que tenho a equipe mais antiga e consolidada isso não é problema. Premiações e encontros mensais têm ajudado bastante. Mas em lojas de funcionárias mais novas isso ainda é problema. A imaturidade precisa ser trabalhada para que o emocional não interfira nas vendas. Nesse segundo semestre pretendo me focar mais nesse assunto, pois sei que isso dá um enorme retorno. Lojas com funcionárias bem-resolvidas, com competição moderada e muita alegria, só pode dar certo. O programa Destino Consciente já é um sucesso e para con-tinuarmos ajudando a população e o meio ambiente precisa-mos da conscientização de todos.

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46 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

SENAC MS

Desenvolvimento tecnológico para um varejo mais competitivoHá três anos o SENAC vem trabalhando na ampliação da área de tecnologia em Mato Grosso do Sul com cursos mais elaborados, níveis mais complexos, a fim de oferecer mão de obra qualificada para um mercado em amplo crescimento. A mais recente inovação foi a implantação da “Fábrica de Software - Por um Varejo mais Competitivo” que vai aprimorar a atividade tecnológica.

47COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

O acelerado avanço tecnológico nas últimas duas décadas trouxe inu-

meráveis vantagens para as pessoas e empresas em todo o mundo. É impos-sível não reconhecer os benefícios de controlar gastos no computador pes-soal, pagar contas via internet e usar o celular para falar com alguém em qual-quer parte do planeta. Por trás de to-dos esses serviços, há um exército que dá duro para garantir que os bits circu-lem corretamente: são os profissionais de tecnologia da informação. A expansão dessa área levou à especialização e aprimoramento dos serviços de Tecnologia da Informa-ção. Mais do que nunca, são necessá-rios profissionais com conhecimentos igualmente aprofundados. Com a Fá-brica de Software será possível simular o ambiente de uma empresa de desen-volvimento de softwares, criando ferra-mentas de gestão para micro e peque-nas empresas e preparando mão de obra especializada para o mercado de desenvolvimento de sistemas. Segundo o diretor regional do SENAC MS, Vitor Mello, o principal objetivo da “Fábrica de Software” é qualificar profis-sionais para as empresas da área, somando experiências para antecipar cenários sociais e econômicos e oferecer opções para gerar resultados consistentes e inovadores. “O SENAC é a casa dos empresários. Nossa equipe está em constante evo-lução, acumulando experiência e competência na criação de soluções com alto grau de usabilidade, inovação e sempre mantendo o foco no desempenho e qualidade que o mercado competitivo exige”. Segundo dados da consultoria Frost & Sullivan, o Brasil já pode ser considerado uma potência regional de Tecnologia da Informação (TI). Em 2011, esse segmento do mercado brasi-leiro movimentou 11 bilhões de dólares, um crescimento de 11,5% em relação ao ano anterior, e a mão de obra em algumas regiões ainda necessita de qualificação para atender a crescen-te demanda. Vitor explica que a Fábrica de Software alia as mais recentes tecnologias de gestão e desenvolvimento para

VITOR MELLO: “SOMAR EXPERIÊNCIAS PARA ANTECIPAR CENÁRIOS SOCIAIS E ECONÔMICOS NA ÁREA”

aumentar a competitividade empresarial, fazendo com que ele possa alcançar níveis de excelência cada vez melhores. “Após a conclusão do curso, disponibilizamos profissionais qualifi-cados e certificados com perfil adequado de forma a comple-mentar o time de TI das empresas”. >> MERCADO DE TRABALHO De acordo com a pesquisa da Catho Online, este é um óti-mo momento para quem quer entrar na área. O défice de mão de obra é apontado como razão de uma elevação dos salários desses profissionais. Estima-se que haja 115.000 vagas não pre-enchidas à espera de profissionais qualificados e, até 2025, o número pode chegar a 500.000 postos de trabalho. “É um setor que deve se manter em expansão. Os profissionais e as empre-sas precisam investir em qualificação e o SENAC irá proporcio-nar para a população sul-mato-grossense as melhores opções de capacitação, com didática moderna e professores qualifica-dos”, conta Vitor Mello.

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EQUIPE DO SENAC MS E PARCEIROS DO PROGRAMA

Para fazer parte do projeto Fábrica de Software é necessário morar em Campo Grande, ter

renda familiar per capita de até dois salários mínimos, estar cursando, no mínimo, o 2º ano do ensino médio ou 2ª fase da Educação de Jovens e Adultos (EJA), ter concluído o curso de Operador de Computador ou possuir os conhecimentos equivalentes e ter idade entre 17 e 24 anos.

Todo semestre serão disponibilizadas 20 vagas divulgadas em edital. Os candidatos participam de um processo seletivo, com provas e entrevistas. Mais informações no Senac, pelo telefone3321-6260 ou www.ms.senac.br

“Em Campo Grande surgem, em média, quatro novas vagas por mês para desenvolvedor de Sistemas”, acrescenta o analista de educação profissional do SENAC, Samuel Cavalcante. Para o desenvolvimento do projeto, três empresas de TI são convida-das para serem parceiras da turma de alunos, acompanhando os trabalhos e auxiliando-os nas práticas em programação WEB e também no suporte as questões de gestão. O presidente do grupo StartupMS Guilherme Junqueira explica que o grupo fará parte do projeto procurando nos alunos, o perfil empreende-dor. “Durante os 12 meses de curso, vamos desenvolver algu-mas palestras para orientar aqueles que demonstrarem inte-resse e que evidenciem perfil empreendedor. Queremos, junto com o SENAC, impulsionar a economia regional voltada para empresas digitais e tornar realidade os projetos tecnológicos inovadores”. Samuel Cavalcante explica que no curso será aplicada a metodologia Ágil na gestão de projetos “por entendermos ser uma abordagem moderna e eficiente de gestão, além de aplicar técnicas de análise e desenvolvimento com foco absoluto nas melhores práticas de engenharia de software”. Ele destaca que o projeto despertou o interesse de empresários do segmento de TI, que buscam parceria com o SENAC para participar do proje-to. “O resultado está sendo melhor do que esperava”.

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50 COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

Sindical

Nesses dois anos, as ações de cada sindicato puderam promover a representatividade do setor e aumentar a

atuação dos sindicatos com seus representados. Para encer-rar mais um ciclo, os sindicatos já planejam as que devem finalizar 2012. O presidente do Sindicato dos Despachantes no Estado de Mato Grosso do Sul (Sindesp-MS) Sebastião José tem tra-balhado para modernizar e garantir a qualidade dos serviços dos despachantes do Estado e de todos os seus funcionários. “Desde 2001, temos uma unidade do Detran instalada em tem-po integral no prédio do sindicato. Pensando em proporcionar o melhor serviço, estamos disponíveis para emplacamento aos sábados”, diz Sebastião. Entre os planos do sindicato está a conclusão das obras do clube de campo da entidade que será desfrutado pelos despachantes e seus familiares, proporcio-nando bem-estar e entretenimento. Em setembro, a primeira fase da obra, com piscina e espaços para jogos, foi entregue. A segunda fase deve fi-car pronta na próxima gestão, em 2014, e será composta de alojamentos. O Sindicato dos Representantes Comerciais (Sirecom-MS),

Sindicatos preparam ações para encerrar ciclo 2012 do SEGSOs sindicatos patronais pertencentes à base da Fecomércio MS passaram por algumas mudanças desde que aderiram ao Sistema de Excelência Gestão Sindical (SEGS), em 2010. Alguns deles começaram a adotar uma política comprometida não somente com os interesses das categorias, mas também com ações para o desenvolvimento social.

durante todo o ano, desenvolveu ações pautadas no SEGS. A mais recente foi o benchmarking com o Sindicato dos Re-presentantes Comerciais do Ceará. A comitiva liderada pelo vice-presidente da Fecomércio MS e presidente do Sirecom MS, José Alcides dos Santos, buscou identificar as melhores práticas desenvolvidas pelo Sindicato dos Representantes Comerciais do Ceará para adaptá-las às ações do Sirecom-MS. O resultado foi a implantação de 15 novas ações que devem ser desenvolvidas até o próximo ano no plano de melhoria, com atividades que fomentam o associativismo nesta região e as principais ações de representação do sindicato que é re-ferência. “Durante o encontro encontramos um sindicato bem organizado e inovador, praticante do SEGS. Queremos agora incorporar algumas estratégias em nosso sindicato”. O Sirecom MS solicitou estudos ainda no sentido de via-bilizar a suspensão da cobrança do ICMS sobre os produtos de mostruários que atualmente é cobrado para a liberação da guia de trânsito e para transporte de mostruários aos repre-sentantes comerciais. O deputado Márcio Fernandes (PTdoB), que apoia o sindicato, defende que “é de interesse dos repre-sentantes comerciais que a suspensão da cobrança do ICMS

51COMÉRCIO & CIA SE TEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO 2012

seja feita de forma mais abrangente, como está sendo feita em outros Estados: quando é apresentada a carteira que comprova que o representante está regularmente inscrito no Conselho Regional (CORE), a suspensão é operada”. Tal prática proporcionará inúmeros benefícios aos profissionais autônomos, que somam mais de 6 mil pessoas. Já o Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Cons-trução (Sindiconstru) se prepara para encerrar 2012 com a re-alização da palestra de Eduardo Karmuche, que, por meio da empresa Weber Quartsolit, levará, aos associados, capacitação e preparação de mão de obra para os profissionais da constru-ção civil. Além disso, fará a reinauguração da sede e o lança-mento da segunda edição da revista Sindiconstru.

Com 17 diretores, o Sindiconstru pretende até o ano que vem aumentar a representatividade da classe. Para isso pre-para ações que devem atrair não só empresários, mas toda a população da região. “Pretendemos ampliar o quadro asso-ciativo levando o nome do sindicato à palestra e também às ações promovidas em parceria com a Fecomércio e os demais setores produtivos do Estado. Vamos lançar um informativo do Sindiconstru on-line, que proporcionará maior divulgação dos nossos trabalhos, além da copa de futsal que acontece todos os anos em uma parceria entre o Sindiconstru e o Sesc promo-vendo a integração entre seus associados”, conta o presidente Fábio Ângelo.

A PRIMEIRA FASE DA OBRA DO CLUBE DO SINDICATO DOS DESPACHANTES JÁ FOI CONCLUÍDA

MEMBROS DO SIRECOM-MS PARTICIPARAM DE BENCHMARKING COM O SINDICATO DOS REPRESENTANTES COMERCIAIS DO CEARÁ

SINDICATOS DOS REPRESENTANTES COMERCIAIS DE MS E DO CEARÁ TROCARAM EXPERIÊNCIAS DURANTE BENCHMARKING

Durante todo o ano, as capacitações buscaram envolver os sindicatos com questões de gestão utilizando situações reais de cada um deles, no final de cada encontro, um planejamento de ação era formulado e cada sindicato devia executar em seu espaço de trabalho. Além disso, a Confederação Nacional do Comércio lançou a videoconferência para auxiliar o trabalho desenvolvido com as federações e os sindicatos com trans-missão feita pelo Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio (SESC-DN) para suas unidades de recepção da Rede SESC espalhadas pelo país. O presidente da Fecomércio MS Edison Araújo destaca que entre as ações desenvolvidas entre Fecomércio MS e SEGS está o planejamento de 2012 e levar os Sindicatos com base na Fe-comércio até as entidades de referência no País. “A intenção é ampliar a visão e crescer de forma mais rápida e consistente. O sistema é muito rico em conhecimento e tem muita gente fazendo trabalho de excelência”. Os sindicatos pertencentes à base da Fecomércio MS, que participaram do SEGS Ciclo 2012, se preparam para o encerra-mento das ações e recebimento dos certificados em Aracruz (ES).

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Cidades

Chapadão do Sul,um município prósperoChapadão do Sul é um município jovem, com apenas 24 anos e pouco mais de 20 mil habitantes e já mostra a que veio. Os resultados estão aí: o desenvolvimento econômico e social é destaque no Estado, com renda per capita superior a R$ 31 mil - quase o dobro da média estadual. Além disso, possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Mato Grosso do Sul. Chapadão do Sul está localizado na região noroeste do Estado de Mato Grosso do Sul e distante 330 km da capital.

O município está localizado na região do Bolsão, um impor-tante polo de desenvolvimento por apresentar um cres-

cente dinamismo econômico sustentado pelos investimentos no setor industrial. Seu PIB, em 2008, foi de R$ 520 milhões, sendo o segundo maior e representando 13,4 % do total da região. Essa riqueza é gerada por 54 estabelecimentos indus-triais, 34 empresas de comércio atacadista e 431 do ramo va-rejista. A base econômica do município é o agronegócio. Os principais produtos são soja, algodão, milho, açúcar, álcool e sementes de pastagem. A produção de biocombustíveis tam-bém é destaque, com a instalação de usinas de açúcar e etanol, contemplando também Costa Rica e região.

>> PLANEJAMENTO A infraestrutura tem capacidade de promover os níveis de competitividade dos negócios empresariais. Chapadão do Sul possui aeroporto com iluminação noturna, com capacida-de para receber aeronaves de grande porte. A interligação do município ao terminal rodoferroviário permite o escoamento da safra e demais produtos, por meio do porto de Aparecida do Taboado à hidrovia Tietê-Paraná. Pelas rodovias MS-306 e BR-158, os produtos são levados aos Estados de São Paulo e Minas Gerais, importantes centros consumidores do País. O município dispõe de universidade federal e uma fa-culdade privada que oferecem cursos de graduação e pós-graduação.

CIDADE CONTA COM PLANOS DIRETOR E DE HABITAÇÃO

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São dezesseis escolas de educação básica. O hospital pos-sui várias especialidades médicas; é referência na região, além de contar com mais três unidades básicas de saúde. A Prefeitura, em parceria com outras instituições como o Sebrae MS, tem implantado ações de promoção do desenvol-vimento que repercutem positivamente na mobilização da sociedade e no maior dinamismo da atividade econômica.

POR ANO, MAIS DE 111 MIL TONELADAS DE PLUMA DE ALGODÃO SÃO PRODUZIDAS NO MUNICÍPIO; METADE É EXPORTADA

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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>> EXPORTAÇÃO Em Mato Grosso do Sul, o mercado em expansão de se-mentes de pastagens exporta duas mil toneladas e gera um faturamento de US$ 10 milhões, representando cerca de 25% das exportações brasileiras. Chapadão do Sul produz aproxi-madamente 111,5 mil toneladas de pluma de algodão, sendo 55 mil toneladas destinadas à exportação. Em relação à soja, cerca de 2,5 milhões de toneladas são exportadas; já o milho são aproximadamente 230 mil toneladas. Os destinos das exportações sul-mato-grossenses têm sido o mercado asiático, com cerca de 34% do total exporta-do. 20% vão para a União Europeia, 13% para o Oriente Médio e 12% para o Mercosul.

>> CRESCIMENTO X DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O prefeito Joselito Krug destaca que Chapadão do Sul apresenta hoje uma taxa de crescimento bem acima da média do Estado. O Censo 2010, cuja contagem populacional foi de 19.654 habitantes, aponta um aumento de 68,59% no número de habitantes em relação ao Censo 2000, que foi de 11.658 habitantes. Esse aumento está relacionado ao desenvolvimento eco-nômico demonstrado pelo PIB do município, acima da média do Estado, fomentando o crescimento da construção civil. “A formação de parcerias entre o poder público, sociedade civil organizada e setor econômico torna possível o processo de urbanização para quem necessita de financiamento”, avalia. Além disso, importantes instrumentos de planejamen-to têm sido elaborados pela atual administração municipal,

INVESTIMENTOS NA ÁREA AGRÍCOLA TORNAM CHAPADÃO DO SUL UM DOS FOCOS DAS EXPORTAÇÕES DE GRÃOS DO ESTADO

EM UMA DÉCADA, A POPULAÇÃO AUMENTOU 68,5%

PREFEITO DO MUNICÍPIO,JOSÉ KRUG

SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ROBERTO DE ANDRADE FILHO: “A BUSCA É POR UM FUTURO SUSTENTÁVEL E LIMPO”

como o Plano Diretor e o Plano de Habitação. De acordo com o prefeito, “o crescimento do município reflete em qua-lidade de vida, desenvolvimento econômico e gestão públi-ca eficiente. Nosso eixo fundamental é apoiar o desenvolvi-mento sustentável”. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ro-berto de Andrade Filho, “as ações para o meio ambiente definidas em consonância com os planos participativos buscam ter um futuro sustentável e limpo”. Segundo o se-cretário, o aterro Sanitário vem ganhando a cada dia imple-mentos para que seu funcionamento cumpra com todas as legislações vigentes. Paralelamente à construção dele, estão sendo desenvolvidos os Planos de Saneamento e de Resídu-os Sólidos, além de um Plano de Coleta Seletiva que irá inte-grar ações que resultam, principalmente, na preservação do meio ambiente.

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Legislação

Por uma sociedade melhorBastou uma mudança simples e eficaz para que a aplicação das chamadas penas alternativas tivesse um efeito prático na sociedade e nas vidas de centenas de pessoas em Mato Grosso do Sul.

O juiz titular da 2ª Vara de Execuções Penais Albino Coimbra inovou ao criar uma conta única para arrecadar os valores

de penas pecuniárias e repassar os recursos a instituições filan-trópicas. A iniciativa deu tão certo que, em julho, a destinação dos recursos de penas pecuniárias a projetos sociais passou a ser recomendada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em todo o País - Resolução nº 154, de 16 de julho de 2012. Desde que esta forma de gestão foi implantada na CEPA (Central de Execução de Penas Alternativas), em 2009, já foram repassados mais de R$ 1 milhão e, somente em 2012, serão mais de meio milhão de reais. As penas pecuniárias são aplica-das somente em casos de crimes de menor potencial ofensivo e com previsão de até quatro anos de reclusão.

INICIATIVA INOVADORA DO JUIZ ALBINO COIMBRA VIROU RECOMENDAÇÃO DO CNJ

O juiz explica como teve a ideia: “Surgiu da necessidade de se fomentar grandes projetos sociais. Somente com valo-res mais significantes é que se permitia executar projetos mais abrangentes”. São dezenas de entidades beneficiadas e a apli-cação dos recursos é fiscalizada.

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Os desafios para o Cotolengo continuam.A entidade necessita de materiais de limpeza, armários, mesas, cadeiras, computadores com nobreaks e impressoras para as salas de atendi-mentos clínicos. Doações podem ser feitas com abatimento no imposto de renda.

O telefone para contato é 3358.4848

Além de ajudar a estruturar projetos assistenciais, os re-cursos também são aplicados em ações para a própria resso-cialização dos detentos, como cursos ministrados nos presí-dios pelo SENAC MS.

>> SOCIEDADE CIDADÃ Para o diretor regional do SENAC MS Vitor Mello, a inicia-tiva do juiz é fundamental. “Está alinhada à própria missão do SENAC que é a de construir uma sociedade cidadã. É muito interessante podermos alinhar nossos esforços na missão de qualificação profissional e participar deste processo”.

Uma das entidades beneficiadas com parte dos recursos arrecadados foi a Cotolengo Orionópolis Sul-Mato-Grossense que atende, em média, 80 pessoas com paralisia cerebral nas modalidades “Centro - Dia” e Atendimentos Clínicos. A entida-de recebeu R$ 182 mil usados na construção da sala de fisio-terapia, adequações físicas e para aquisição de equipamentos. “Antes de tudo significa o reconhecimento pelo trabalho que na instituição é desenvolvido; depois significa disponibilizar-mos de meios para realizarmos o trabalho em espaço adequa-do. Com isso mais pessoas podem ser atendidas e com melhor qualidade”, diz o diretor, Padre Braz Ricardo.

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Nosso Ambiente & Cidadania

Pedestre x motoristas:O respeito e o bom senso têm de prevalecerEm novembro de 2011diversas entidades ligadas ao trânsito de Mato Grosso do Sul deram início à campanha “Pedestre, eu cuido!”, com o objetivo de conscientizar motoristas sobre a preferência do pedestre na travessia feita na faixa e o pedestre da importância de fazer a travessia na faixa. Após quase um ano de orientação e penalização para quem infringe a lei, o assunto gera dúvidas e muitos motoristas e pedestres ainda encontram dificuldades para colocar em prática regras de convivência simples e que estão previstas em lei há mais de dez anos.

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A campanha segue os moldes de cidades como Brasília (DF), Goiânia (GO), Curitiba (PR), Vitória (ES), entre outras, e o

foco é a redução do número de óbitos em atropelamento de pedestres. A meta é ambiciosa: chegar a zero óbito. A primeira etapa da campanha foi desenvolvida com os motoristas, com o intuito educacional. A chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran Ivanise Rotta explica que a medida já era prevista no Código de Trânsito Brasileiro, mas que precisava de uma certa logística para ser aplicada. O fato de a campanha ter começado pelo motorista, segundo Ivanise, foi em razão da necessidade de o motorista se conscientizar que a responsabilidade no trânsito é dele. “A principal causa de acidentes no trânsito é a alta veloci-dade. Se a velocidade permitida em cada via fosse respeitada pelo motorista, dificilmente aconteceria um acidente. Em Cam-po Grande as pessoas estão acostumadas a andar a 80 km/h em uma via em que é permitida a velocidade de 60 km/h e acham que estão certas. As pessoas precisam entender que o trânsito é coletivo e que é feito com base na confiança e a convivência pacífica é essencial para que tenhamos um trânsito harmonioso”.

>> SOCIEDADE CIDADÃ Para se chegar a esse equilíbrio,

o pedestre também tem de fazer sua parte. Precisa tomar alguns cuidados, mesmo atravessando na faixa. “É ne-cessário sinalizar sua intenção de atra-vessar, ter certeza que todos pararam e atravessar olhando para os carros”. O pedestre tem de respeitar a sinalização. Quando há sinalização semafórica, tem de esperar o sinal verde para atravessar, mesmo na faixa. O que vemos hoje é pedestre atravessando com o sinal ver-de para os carros e está errado. É preci-

so respeitar a sinalização. O pedestre, mesmo estando certo, é mais vulnerável, por isso precisa redobrar os cuidados”. Ivanise Rotta lembra que o respeito à faixa era um anseio da sociedade e que, aos poucos, todos vão se acostumando a respeitar as regras. “É difícil mudar hábitos, toda mudança de comportamento acontece aos poucos. No começo, motoristas

não respeitavam a faixa e muitos acidentes aconteceram em razão de um carro parar para o pedestre atravessar e sofrer colisão traseira”. Hoje, os motoristas já estão se acostumando a diminuir a velocidade e parar para a travessia do pedestre. “Mas é bom lembrar que em alta velocidade o motorista não vai conseguir ver o pedestre e parar com segurança”.

>> INFORMAÇÃO Para o especialista em

Trânsito do Sest/Senat José Neusvaldo Duarte de Andrade, o motivo de tanta confusão foi a falta de informação, principal-mente por parte do pedestre. “O início da campanha teve como foco o motorista e o pedestre ficou confuso, sem entender ao certo como deveria proceder. Ele não sabia, por exemplo, que precisava sinalizar com as mãos sua intenção de atravessar, che-gou até ele a informação de que

era sua a preferência de atravessar na faixa, mas não foi escla-recido de que forma isso aconteceria. Agora com o foco no pedestre, as coisas começam a ficar mais claras para todos.”

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Andrade acredita que, assim como aconteceu com o uso do cinto de segurança, as pessoas vão se conscientizar sobre a importância do respeito à faixa e a disputa entre motoristas e pedestres vai ter fim. “Cada um precisa fazer a sua parte, in-dependentemente do outro, e se respeitar. Todos nós sabemos dos cuidados que precisamos tomar no trânsito, mas acaba-mos negligenciando e, com isso, acontecem os acidentes”. Para o aposentado José da Silva Espíndola, a campanha auxilia a segurança de pedestres e motoristas. “Eu acho muito útil essa campanha e seria interessante que acontecesse mais vezes. Ainda falta muita conscientização de todos”. Mesmo após um ano de campanha, ainda há muito a ser feito, como prova o pintor Dorival Fernandes Floriano. Ele ga-rante que nunca tinha ouvido falar da campanha. Ao ser infor-mado pela repórter, diz ter aprovado a iniciativa. “É muito in-teressante esse tipo de orientação. Como sou deficiente físico, encontro dificuldades para atravessar as ruas. Acho que agora isso pode mudar”. Taxista há mais de 30 anos nas ruas da Capital, Valdir Almei-da Resende acredita que deveria haver mais orientação sobre a faixa de pedestre. “Acho que falta esclarecimento. Já presenciei muito pedestre atravessando na faixa com o sinal vermelho para ele, podendo causar um acidente e muita batida de carros que param para o pedestre passar e o de trás colide. Sou a favor da campanha, mas é preciso mais conscientização”. O mototaxista Wandir de Oliveira também é favorável à ini-ciativa e reclama da falta de sinalização. “Às vezes fica difícil de

“CAMPANHA É MUITO ÚTIL”, ELOGIA O APOSENTADO JOSÉ ESPÍNDOLA

VALDIR GARANTE QUE JÁ VIU MUITO ACIDENTE POR DESCUIDO E TAMBÉM FALTA DE CONHECIMENTO DAS REGRAS

enxergar. E também precisa de mais orientação, porque os pe-destres estão atravessando no sinal vermelho”. Segundo dados do Depar-tamento Estadual de Trânsito (Detran/MS), em 2011 foram registrados, em Campo Grande, 467 atropelamentos de pedes-tres, com 6 mortes. De janeiro a julho deste ano foram conta-bilizados 283 atropelamentos, com 4 mortes. Não respeitar a faixa de pedestre configura infração gravíssima, com sete pontos na carteira de habilita-ção e multa de R$ 191,53.

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APARECIDA DO TABOADO

BATAGUASSU

ARAL MOREIRA

BATAYPORÃ

BANDEIRANTES

Clubes de esportes náuticos; Criação de pequenos animais (ovino, caprino, frango semicaipira); Fornecimento de alimentação industrial; Hotel e pousada; Indústria e comércio de produtos reciclados; Loja de iluminação e artigos elétricos; Parques temáticos aquáticos e de entretenimento; Pequenas agroindústrias de benefi ciamento; Produção e comercialização de hortaliças da demanda local e regional; Restaurante; Serralherias; Assistência técnica e manutenção; Reparação e manutenção predial; Serviço de segurança patrimonial; Serviço e comércio de peças automotivas; Serviço e comércio de peças para reposição industrial; Turismo Rural na nascente do Rio Paraná; Viveiro de Mudas (seringueira, eucalipto, refl orestamento).

Academia de ginástica; Bar, lanchonete e restaurante; Produção de queijo, doces e derivados do leite; Comércio e serviço para atendimento a pequenos animais; Fabricação de uniformes e camisetas; Fábrica de embutidos; Hotel e pousada; Lava-jato; Local para festas; Clube de lazer; Conveniência 24h; Manutenção de computadores; Panifi cadora com produtos e serviços diversifi cados; Pequenas agroindústrias para benefi ciamento da produção local; Salão de beleza; Serviço de alimentos para festas; Serviço de entrega rápida de alimentos (pizza, lanches, marmitex, etc.); Serviço de fotocópia e encadernação; Serviço de manutenção e assistência técnica.

Academia de ginástica; Bar e lanchonete com produtos diversifi cados; Benefi ciamento de leite para merenda escolar; Casa de benefi ciamento e comercialização da produção de mel; Central de comercialização e distribuição do artesanato local; Conveniência 24h; Hotel e pousada; Manutenção de computadores; Pequenas agroindústrias de benefi ciamento da produção local; Produção e comercialização de hortaliças para atendimento da demanda local e regional; Produção de geleia e doces utilizando as frutas da região; Produção de objetos de madeira integrados com o artesanato local; Restaurante com atendimento qualifi cado; Serviço de entrega de alimentos rápidos; Serviço de fotocópia e encadernação; Serviço de manutenção e assistência técnica.

Ambiente para recreação e festas; Bar e lanchonete; Ecoturismo (Rio Paraná e Rio Bahia); Indústria de confecções; Olaria (cerâmica vermelha); Pequenos hotéis e pousadas; Pequenas agroindústrias de processamento de matéria-prima local (carne bovina, leite, pescado, frutas e hortaliças); Pesca esportiva; Produção de embalagens recicladas; Produção de frutas e hortaliças para atendimento da demanda local, regional e politicas públicas; Criação de gado de corte; Produção de Leite; Piscicultura; Produção e benefi ciamento de mandioca; Restaurante com culinária e assistência técnica; Serviço de manutenção e assistência técnica; Serviços de manutenção em máquinas voltadas para indústria sucroenergética.

Criação de pequenos animais; Fábrica de pequeno porte para transformação do milho e da soja; Hotéis e pousadas de pequeno porte; Pequenas agroindústrias de benefi ciamento da produção local; Plantio de eucalipto para indústria moveleira e construção civil; Plantio de seringueiras; Pousada para retiro; Produção de grãos (cadeia produtiva do milho e da soja); Restaurantes com culinária típica.

Realização

Apoio: Conselho Deliberativo Estadual - Sebrae/MS

O PROLOCAL tem como principal objetivo a promoção dos vinte e um municípios participantes de forma sustentável e legal. A proposta é fomentar o crescimento das Micro e Pequenas Empresas locais, aumentando suas possibilidades e participação no mercado, gerando desenvolvimento local.

Conheça as oportunidades nos cinco primeiros municípios e aproveite.A sua iniciativa pode fazer muito sucesso:

O desenvolvimento bate à porta dos municípios sul-mato-grossenses.

Acesse: www.prolocal.ms.sebrae.com.br/portal/ e saiba mais. Informações: 0800 570 0800

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SESC MS

A ideia é aproveitar verduras e legumes integralmente. Talos, folhas, cascas, frutas e aparas de carnes são matéria-prima

para receitas culinárias diversificadas e nutritivas. Por exemplo, depois de retirar a polpa da melancia, do melão ou do abacaxi, utiliza-se a casca para fazer a sobremesa. Da mesma forma, as aparas do peito de frango são aproveitadas em uma sopa ou caldo, preservando as qualidades nutricionais do alimento. Coerente com sua missão de contribuir efetivamente para a melhoria da qualidade de vida de sua clientela e da comu-nidade nacional, cabe ao SESC estimular em suas unidades

Projeto pretende diminuir impacto ambientalCom objetivo de minimizar custos e reduzir o impacto ambiental, o SESC/MS desenvolveu o Programa SESC de Sustentabilidade para aproveitamento de resíduos sólidos (alimentos) gerados nos seus restau-rantes e lanchonetes. O projeto, já em implantação, prevê também a redução do uso de embalagens e uso mais consciente de produtos de limpeza, da água e redução da produção de lixo.

operacionais e junto à sociedade uma consciência crítica em relação às questões ambientais. Um contexto no qual a entida-de assume novas posturas perante o lixo, buscando contribuir para a implantação de programas de minimização e destina-ção responsável de resíduos sólidos em seus restaurantes. A vantagem do Programa é minimizar o impacto ambien-tal: há redução da produção de lixo, que resulta em melhor administração de recursos financeiros, do tempo e a otimiza-ção dos serviços. “Com menos lixo, obtêm-se menos descarte e manutenção de cestos, menor consumo de sacos de plástico,

COM APROVEITAMENTO INTEGRAL, A FOLHA E O TALO DA COUVE PODEM SER USADOS...

...NA PRODUÇÃO DE VÁRIOS PRATOS, SEM DESPERDÍCIO NEM DESCARTE

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transporte, armazenamento e destinação dos resíduos. Des-ta forma, teremos um resultado bastante positivo”, destaca a gerente do Departamento de Programas Sociais do SESC/MS Maria Auxiliadora Martins Castro Rosa. Para reduzir o número de embalagens, o SESC/MS está em contato com fornecedores, para que substituam as caixas de papelão por caixas de plástico. “Vamos eliminar o uso de sa-chê, substituindo utensílios descartáveis por duráveis, como por exemplo, colheres e recipientes para sobremesas”, des-taca Maria Auxiliadora.

>> SOCIEDADE CIDADÃ De acordo com a coordenadora de Operações em Em-preendimentos Sociais do SESC/MS Eva Cristina dos Santos, o principal desafio para se conciliar um ritmo quase ininterrupto de produção aos conceitos da sustentabilidade passa por uma filosofia baseada tanto na racionalização dos recursos naturais quanto na gestão inteligente dos resíduos sólidos. “Da chegada do alimento até a retirada do lixo, tudo deve ser pensado para que seja possível aproveitar ao máximo nos-sos recursos, minimizando os impactos ao meio ambiente”, destaca Eva Cristina. A implantação e continuidade do projeto já é um suces-so. Eva Cristina ressalta que “para reduzir o impacto ambiental produzido por um restaurante, deve-se mudar a maneira com que é tratada a matéria-prima, não considerando-a resíduo. É insumo de alto valor nutritivo podendo ser usado na elabora-ção de um novo produto”.

FOTOS: EDSON RIBEIRO/SESC

A CASCA DA MELANCIA E DO ABACAXI, POR EXEMPLO, PODE SER USADA NA ELABORAÇÃO...

... DE SOBREMESA, PRESERVANDO AS PROPRIEDADES NUTRITIVAS

REAPROVEITANDO A MATÉRIA-PRIMA, HÁ UMA MELHOR ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS, DO TEMPO E OTIMIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

Se um milhão de famílias reduzissem pela metade a quantidade de alimentos que jogam no lixo, 90 mil to-neladas de comida seriam economizadas a cada ano. Isso seria suficiente para alimentar 260 mil pessoas no mesmo período.

A cada ano, 1,3 bilhão de toneladas de comida, cerca de 1/3, são perdidas pela manutenção indevida ou por serem jogadas fora.

No Brasil, são mais de 25 milhões de toneladas de ali-mentos.

Se continuar no atual ritmo de exploração do planeta, em um século não haverá:• recursos para alimentar e aquecer todos os seres humanos.• fontes de água;• reserva de ar puro;• terras para agricultura em quantidade suficiente para preservação da vida.

Hoje, já se consome de 20% a 30% além do que a terra consegue renovar.

FONTES: AKATU E FAO-ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO

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Gestão & Finanças

Pesquisa de mercado: uma importante ferramenta na hora de tomar decisõesEm um mercado cada vez mais competitivo, saber a opinião do público-alvo da empresa é um detalhe importante na hora de tomar decisões. Uma grande aliada é a pesquisa de mercado. Quando realizada corretamente, ela oferece informações consistentes, que, somadas à experiência e ao sentimento do empreendedor, tornam o processo decisório mais rico. Ações como visitar a concorrência para verificar os pontos fortes e fracos, ouvir reclamações de clientes ou mesmo observar como as pessoas caminham dentro de uma loja são importantes fontes de informações, muitas vezes desprezadas pelos empresários.

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>> DIFERENCIAL Para o consultor de

empresas Paulo Cezar Santos do Valle, o empresário que utiliza esse tipo de ferramen-ta possui um diferencial no mercado. “Por utilizá-la no seu planejamento e moni-toramento das vendas, ela aproxima o cliente aos pro-dutos da empresa. Trazer a informação que esta dispo-nível para dentro da empre-sa é poder estar à frente da concorrência, também co-nhecido como empreender, assumindo risco de forma calculada”.

A ferramenta também pode ser uma aliada para aumentar as vendas. Paulo do Valle explica que, no que se refere a ter-mômetro financeiro, saber o período em que o mercado tem mais volume de recursos circulando, vai auxiliar nas ações de marketing, tornando-a mais efetiva. “Saber o hábito de consu-mo de seus clientes, além da mudança que ocorre no compor-tamento, é fundamental para estabelecer metas, fazendo da informação ações de melhoria”.

>> PLANEJAMENTO A Real H, que atua no segmento de nutrição e saúde ani-mal em Mato Grosso do Sul e em outros dois Estados (Mato Grosso e Rondônia), é um exemplo de quem sempre utiliza essa ferramenta. Segundo o diretor comercial da empresa, Marcelo Renck Real, todas as ações são planejadas com base em pesquisas. “Analisamos o clima organizacional, qualidade do atendimento aos clientes, satisfação com nossos produtos, além dos treinamentos e palestras realizadas. A partir da aná-lise das informações fortalecemos, no caso dos treinamentos, os principais pontos que devem ser reforçados para que os nossos funcionários saibam orientar da melhor forma o cliente. Mensalmente analisamos o trabalho de nossa rede comercial e, desta forma, temos condições de redirecionar as ações, caso seja necessário”. A empresa também investe, a cada três anos, em pesqui-sas “Share of Mind”, que calculam a participação das marcas na memória das pessoas, para saber o nível de conhecimento do mercado sobre a marca Real H e as linhas de produtos. “Esta pesquisa é uma das mais importantes ferramentas para a em-presa, porque possibilita o planejamento em curto e longo pra-zo, de ações comerciais e de marketing em território nacional

ou em cada região”. E o resultado é percebido na prática. O diretor explica que as diferenças são facilmente detectadas quando avaliam o de-sempenho de cada setor e que, por essa razão, as pesquisas são uma constante na empresa. “Monitoramos todas as ações, internas e externas, pois acreditamos nesta ferramenta como um grande aliado para o planejamento estratégico da Real H. Novas soluções e produtos surgem das demandas e tendên-cias detectadas em pesquisas formais e informais”.

>> AÇÃO A pesquisa é a entrada de informações para a tomada de decisões, porém, apenas sua realização não garante o suces-so, lembra o consultor Paulo do Valle. “A partir da pesquisa a empresa deve tratá-la de forma a melhorar o seu atendi-mento na empresa, melhorar o mecanismo de compra, es-tudar a logística atual, construindo um foco na redução do preço para o consumidor final. É preciso estar atento ao fa-zer diferente, lembrando sempre que o cliente não é fiel. O mesmo busca qualidade e preço”. Segundo a proprietária da empresa Companhia de Pesqui-sa, especializada no segmento, Tarsila Campos, o levantamen-to mais realizado é o de opinião com o público-alvo, a clientela que o empresário quer atingir. “Fazemos em alguns casos, e que traz muitos esclarecimentos, o que chamamos de cliente espião, que consiste em visitas que fazemos à própria loja do contratante, como um cliente normal e em seus concorrentes. Neste caso podemos avaliar as fragilidades do empresário e os pontos fortes e fracos de sua concorrência”.

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>> REALIDADE A pesquisadora explica que os resultados obtidos são os mais diversos possíveis e que é preciso estar preparado para todas as possibilidades. “Já atendemos desde empresários que estão em franco crescimento até aqueles que decidiram fechar as portas depois da pesquisa. É muito difícil, no entanto é pre-ciso estar preparado para ver a realidade da empresa. Quem

quer ouvir que está fazendo errado, que os clientes estão in-satisfeitos, que o produto não atende ao mercado ou que a concorrência trabalha melhor? Mas para quem quer crescer, essa resposta é fundamental, as críticas têm que servir para o aprimo-ramento”. Apesar de ser uma ferramenta com grande respaldo, Tar-sila afirma que os empresários ainda preferem investir em outros meios, como a propaganda. “Na maioria das vezes, ao invés do empresário ter uma empresa totalmente voltada para os interesses de seus clientes, ele prefere investir em divulgação. O problema é que nem sempre o que está em nossa ca-beça é o que o cliente quer”. Ela lembra que a área de atua-ção das pesquisas é grande e que pode ajudar o empresário a entender melhor o seu negócio. “Praticamente tudo pode ser pesquisado: mudar o layout da marca, aumentar a oferta de produtos, se especializar em determinado segmento, mudar a empresa de endereço, o tipo de propaganda que o segmento deve investir, se é pos-sível abrir uma filial, enfim, são inúmeras as possibilidades. Ela deve ser entendida como um meio para obter informa-ções, que vai dar base para tomadas de decisões melhores no âmbito do marketing da empresa ou futura empresa”. A pesquisa ganha importância à medida que os mercados ficam cada vez mais saturados de competidores e as mudan-ças no comportamento dos clientes se tornam mais intensas e frequentes, deixando o processo de decisão de marketing cada dia mais complexo. As organizações cada vez mais precisam conhecer as necessidades dos clientes para desenvolver sua capacidade produtiva, ampliando seu mercado e, consequen-temente, sua lucratividade por meio da correta aplicação dos resultados obtidos.

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