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Editorial

Caro leitor,

o ser humano adora delimitar temas, assuntos, conceitos, regiões, países e, com o Coaching não poderia ser diferente.Por isso, esta edição está dedicada a discutir as fronteiras do coaching. Onde se inicia o território Coaching e onde ele termina, dando início a outro território, distinto dele?Neste desafio, fomos buscar pessoas especiais para contribuir com nossas reflexões. Káritas Ribas, habitualmente presente em nossas páginas, Maria Angélica Carneiro, que também já nos brindou com grandes textos e Amilton Aires, que estréia em nossas páginas. Cada um trará uma abordagem distinta para o tema. Esperamos que você desfrute deste rico material preparado com muito carinho.

Esta edição também dá início a uma nova seção: Coaching de Carreira, sob a batuta de Maurício Sampaio, coach especializado em carreira, um dos principais formadores de profissionais nesta área.Nosso leque de seções está se ampliando, seguindo um cuidadoso planejamento.

Eliana Dutra segue com a seção Papo Rápido, abordando de forma direta um ponto importante.

Ana Paula Barros estréia na já consagrada seção “Eu, cada vez melhor”, com uma provocação muito interessante. Ana Paula chamou nossa atenção com seus textos na internet. Com extremo bom humor, aborda questões complexas com leveza, incluindo sacadas inesperadas.

Marcello Árias continua nos trazendo riquíssimo material sobre Filosofia, ampliando nossa visão sobre como o homem foi elaborando seu pensamento através dos séculos. Desta vez, Spinoza. O filósofo dos afetos. Sabedores que somos da importância que as emoções tem sobre nossas decisões, será interessante refletir novamente se quem comanda nosso agir é o racional ou o emocional. Façam suas apostas.

Tenha uma excelente leitura,

Luciano Lannes Editor

Luciano LannesEditor

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ExpedienteRevista Coaching Brasil

Publicação mensal da

Editora Saraswati

ano III – num. 27 – Agosto 2015

Diretor e Publisher

Luciano S. Lannes

[email protected]

Projeto gráfico e editoração

Estúdio Mulata

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www.estudiomulata.com.br

Projeto de Site

Mind Design

[email protected]

Editora Saraswati

www.editorasaraswati.com.br

Todas as edições da Revista

Coaching Brasil estarão disponíveis no site

para acesso exclusivo dos assinantes.

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dos autores.

A Revista é um veiculo aberto para a expres-

são de idéias e conceitos.

Fale conoscoPublisherlannes@revistacoachingbrasil.com.brEditorialcontato@revistacoachingbrasil.com.brPublicidade [email protected]

6 Um Outro Olhar - Cláudia MIranda Gonçalves

8 Papo Rápido - Coach, que líder é este? - Eliana Dutra

10 Dossiê - O que cai dentro do foco do Coaching - Maria Angélica Carneiro

14 Dossiê - Cuidado com o Furor Curandis - Amilton Aires

18 Dossiê - As fronteiras do Coaching - Káritas Ribas

22 Coaching Executivo - Coaching Executivo e o paradigma clínico- Liana Gus Gomes

26 Finanças para Coaches- Empregado ou Empregador? - Cristiana Crespo

30 Coaching de Carreira - Oportunidades e Premissas - Maurício Sampaio

34 Filosofia e Coaching - Coaching, emoção e Spinoza - Marcello Árias Danucalov

38 Para Refletir - Mudança ou transformação? - Janete Zalcsztajn

40 Eu, Cada Vez Melhor - Ensaio mental - Ana Paula Barros

44 Como comecei - Lívia Borges

46 Para mim foi assim - Maria Ollila

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Como psicóloga e coach executivo o tema da mu-dança comportamental sempre me inquietou. Por-que mudamos? Existe mudança sem reflexão? Qual a contribuição que as teorias psicológicas podem trazer ao Coaching Executivo ?Para tanto, inicialmente gostaria de trazer algumas definições de Coaching.“Coaching é um relacionamento de ajuda construído na base da confiança e que se utiliza de um processo de descoberta objetivando auxiliar o coachee a des-cobrir seu foco, identificar ações a serem tomadas e assumir responsabilidades sobre seus resultados. É uma conversa (entre coach e coachee ou equipe) orientada a ação e focada em resultados.

Liana Gus GomesPsicóloga, Coach Executivo e Empresarial, com

formação e certificação da ABRACEM; Didata em Formação pela ABRACEM

[email protected]

Coaching Executivo

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Coaching Executivo e o

Paradigma Clínico“Qualquer mudança real e duradoura só terá condições de se concretizar se espalhar luz

pela profunda estrutura subjacente da superfície do fenômeno”Manfred F.R. Kets de Vries (2007)

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“ Executive Coaching Forum“Coaching é uma parceria entre um coach executivo e um gestor que se propõe elevar sua per-formance profissional, a da sua equipe e da organização para a qual trabalha. O processo de Coaching estimula a capacidade das pessoas de se reinventarem e encontrarem alternativas vá-lidas, apesar das restrições do contexto em que atuam”. Rosa Krausz, 2007 Como se pode observar não existe uma unicidade nas defi-nições. Na busca de identificar elementos comuns, Hamilin, Ellinger & Beattie (2009) condu-ziram um estudo (meta análise) com 36 definições de Coaching existentes na literatura acadê-mica. O resultado deste levanta-mento concluiu que “Coaching é um processo de ajuda e facilita-ção que possibilita ao indivíduo, grupos/times e organizações adquirirem novas habilidades e/ou aprimorar habilidades, competências e performance existentes. É um processo que primeiramente (mas, não exclu-sivamente) acontece em uma relação de ajuda e facilitação entre o Coach e o Executivo (ou gestor) e que capacita o Executi-vo (ou gestor) a atingir objetivos pessoais-profissionais-organiza-cionais para melhorar a perfor-mance organizacional.”

De acordo com um estudo do Corporate Leadership Council (2003) o Coaching Executivo con-tribui na melhora das capacida-des gerenciais através da experi-mentação de novas abordagens que habilita o executivo a lidar de forma diferente com as difi-culdades de performance, dele-gando mais e “libertando-o” para pensar mais estrategicamente.E acrescenta, “O Coaching tem se mostrado um processo que aumenta a performance e a eficácia através da eliminação de padrões de comportamento inúteis” (Ozkan, 2007).

Segundo Stout-Rostron (2014) o Coach Executivo encoraja seu cliente a pensar sobre si mesmo e desenvolver uma maior clare-za sobre seus comportamentos conscientes e inconscientes que podem influenciar na sua performance no trabalho. O Coaching Executivo se baseia em um relacionamento dinâmi-co entre Coach e Coachee e em como os resultados destas re-flexões impactam no indivíduo, nas equipes e na organização.E como conduzir este processo tão delicado e poderoso como o Coaching que lida com a vida das pessoas, seus valores, crenças, atitudes e comportamentos ?Quais as bases conceituais que o sustenta ?

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Segundo Wilkins (2000, 2003), o Coaching é um campo trans-disciplinar influenciado por uma variedade de práticas profissio-nais, onde existe uma série de abordagens, tendo a maioria delas fortes raízes na Psicologia.Neste sentido, gostaria de ex-plorar um destes paradigmas que nos auxilia a entender o comportamento humano, o Pa-radigma Clínico. Gostaria de ressaltar, no entan-to, que este não esgota a enor-me variedade de perspectivas do funcionamento humano que se reflete no complexo pro-cesso do Coaching Executivo. Ainda estamos longe de ter um único modelo ou abordagem que explique completamente o comportamento humano, suas relações e o complexo ambiente organizacional.

Segundo De Vries através des-tas “lentes” do Paradigma Clíni-co podemos aprender a exami-nar padrões de comportamen-tos repetitivos que acabam se tornando disfuncionais e des-vantajosos, podendo, assim, au-xiliar os executivos em uma das suas tarefas mais importantes : a própria mudança. Teorias que creem que só o que vemos com clareza (o conscien-te) tem valor, tem se mostrado falhas para entender os com-portamentos humanos nas or-ganizações. Ignorar fenômenos de profundidade podem custar “caro” às organizações.

Mas afinal o que é o Paradigma Clínico ? Seguem algumas de suas premissas :O que você vê não é necessaria-mente o que você tem: Muito do que acontece está além da consciência consciente.Não somos seres humanos ra-cionais: Existem forças ocultas e inconscientes que influen-ciam o comportamento. Com-portamentos irracionais são um padrão bastante comum nas organizações.Somos influenciados pelo nosso sistema de necessidades bási-cas: Estas necessidades deter-minam nosso caráter e criam o triângulo de nossa vida mental: cognição, emoção e comporta-mento. Para influenciar o com-portamento, tanto a cognição como as emoções devem ser le-vadas em consideração.Todos temos um lado sombrio: Todos temos (e os líderes da mesma forma) um lado de “som-bra”, ou seja, uma zona fora de nossa consciência.Somos produto do nosso pas-sado: Somos a soma total dos resultados de nossas relações nas fases iniciais de nossas vidas e de nossa carga genética e, em função da importância destas experiências nos primeiros es-tágios de nossas vidas, tende-mos a repetir certos padrões de comportamento. Existe uma continuidade entre o passado e o presente. Sob esta perspecti-va, o Paradigma Clínico “aplica-

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do” ao Coaching Executivo pode contribuir para o entendimento do papel assumido pelos execu-tivos (conscientemente ou não) e suas relações e complemen-taridades nas relações organi-zacionais nas quais estão inse-ridos. Através destas “lentes clínicas” os executivos podem ir mais fundo no entendimento das ambiguidades inerentes aos processos de mudança. A perspectiva clínica habilita os indivíduos a melhor analisar seus comportamentos e decidir o que deve ser mantido e o que não funciona mais, através do questionamento, do diálogo e da reflexão. Empoderados da capacidade de se autopercebe-rem e de melhor se conhece-rem, os executivos podem, mais facilmente, entrar na desafiado-ra jornada inerente a qualquer processo de mudança.O processo de Coaching Execu-tivo, neste sentido, pode ser te-rapêutico, mas não é terapia.O segredo, segundo Peltier

(2010) é integrar o pensamento analítico/dinâmico sem “patolo-gizar” o cliente ou a relação. O objetivo é pensar analiticamen-te e agir proativamente.

Coaches Executivos devem ter clareza de seu papel e das fron-teiras entre Coaching e Terapia, tendo sempre em mente o prin-cípio: “Do no harm “, princípio filosófico (aplicado à ética médi-ca) da não-maleficência, ou seja, que sua atuação não cause da-nos ou riscos desnecessários à pessoa/equipe com a qual está trabalhando.Porém, como ressaltado ante-riormente, o Coaching Execu-tivo requer o entendimento e domínio de outros campos do conhecimento, tais como: de-senvolvimento organizacional, liderança, comunicação, apren-dizagem, pensamento sistêmi-co. Além disto, o Coach Executi-vo deve ter uma boa experiência organizacional e uma aguçada capacidade de se auto conhecer.

Bibiografia:BENNET, John L.; BUSH, Mary Wayne. Coaching for Change.New York: Routledge, 2014.IVES, Iossi. What is Coaching ? An exploration of conflicting paradigms. International Journal of Evidence Based Caoching and Mentoring, vol 6. Agosto, 2008KETS DE VRIES, Manfred F. R.; KONSTANTIN, Korotov; FLORENT, Elisabeth. Experiências e técnicas de coaching: a formação de líderes na prática. Porto Alegre: Bookman, 2009KETS DE VRIES, Manfred F.R.; GUILLÉN, Laura; KOROTOV,Kostantin; FLORENT-TREACY, Elizabeth. The Coaching Kaleidoscope: Insights from the Inside. New York: Palgrave Macmillan, 2010KONSTANTIN Korotov, FLORENT-TREACY Elizabeth, KETS DE VRIES Manfred F.R. Tricky Coaching: Difficult Cases in Leardership Coaching. New York: Palgrave Macmillan, 2012KRAUSZ, Rosa R. Coaching Executivo. São Paulo: Nobel, 2007.PELTIER, Bruce. The Psychology of Executice Coaching – Theory and Application. Second Edi-tion. New York: Taylor & Francis Group, 2010. STOUT-ROSTRON, Sunny. Business Coaching International : Transforming Individuals and Organi-zations. Second Edition. London: Karnac Books, 2014

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