revista cnt transporte atual - março/2011

84
C NT EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XVI NÚMERO 187 MARÇO 2011 TRANSPORTE ATUAL LEIA ENTREVISTA COM O PROFESSOR JACQUES MARCOVITCH Mulheres no transporte Empresas de todos os modais empregam cada vez mais funcionários do sexo feminino Empresas de todos os modais empregam cada vez mais funcionários do sexo feminino Mulheres no transporte Solange Emmendorfer, motorista carreteira

Upload: confederacao-nacional-do-transporte

Post on 20-Mar-2016

249 views

Category:

Documents


9 download

DESCRIPTION

As mulheres conquistam cada vez mais espaço no setor de transporte, em funções operacionais ou gerenciais; no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a CNT Transporte Atual mostra exemplos em todo país.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNTEDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

ANO XVI NÚMERO 187MARÇO 2011

T R A N S P O R T E A T U A L

LEIA ENTREVISTA COM O PROFESSOR JACQUES MARCOVITCH

Mulheres notransporte

Empresas de todos os modais empregam cada vez mais funcionários do sexo feminino

Empresas de todos os modais empregam cada vez mais funcionários do sexo feminino

Mulheres notransporte

Solange Emmendorfer,motorista carreteira

Page 2: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 3: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 4: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 20114

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

PUBLICIDADEDelta Publicidade e MarketingJanira Chagas(31) 3262-2990 | 9667-9419

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]ção da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XVI | NÚMERO 187 | MARÇO 2011

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA MARCELO MIROTTI/BRASPRESS/DIVULGAÇÃO

Jacques Marcovitchaborda pioneiros eempreendedores

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Conteúdo dequalidade sobretodos os modais

PÁGINA 38

NOVO PORTAL

Campanha alertacaminhoneirospara segurança

PÁGINA 34

ANEL RODOVIÁRIO

Índice de poluiçãodeve ser expostoem documento

PÁGINA 30

EMISSÕES VEICULARES

EDUCAÇÃO

Faculdade temcursos na áreade transporte

PÁGINA 44

TRANSPORTE URBANO • Projetos de lei apresentados no Senado neste ano têm como objetivomelhorar o transporte nas cidades brasileiras

PÁGINA32

As mulheres conquistam cada vez mais espaço no setor detransporte, em funções operacionais ou gerenciais; no mêsem que se comemora o Dia Internacional da Mulher, aCNT Transporte Atual mostra exemplos em todo país

Página 22

Page 5: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 5

Setor ferroviário fazbalanço de 2010 epropõe metas

PÁGINA 52

BONS RESULTADOS

Oportunidade detrabalho paratodos os níveis

PÁGINA 56

INDÚSTRIA NAVAL

TAXISTA NOTA 10 • Escola do Transporte, CNT, Sest Senate Sebrae assinam convênio para desenvolver projeto que vaiqualificar 80 mil profissionais para a Copa de 2014

PÁGINA46

Alexandre Garcia 6Humor 7Mais Transporte 16Despoluir 49Logística reversa 50Sest Senat 68Boletins 72Debate 78Opinião 81Cartas 82

SeçõesAMEAÇA NO CÉU

Aves próximas a aeroportos interferemna segurança aérea

PÁGINA 60

Página da Confederação éalimentada com as notíciasdo setor. Quem usa a redesocial pode acompanhar asatualizações pelo mural.Acesse facebook.com/cntbrasil,clique no botão “Curtir” efique por dentro das últimasnovidades. Conexão com osusuários interessados notema é outra vantagem da interação.

Entre abril e agosto, 55 unidades em todo país participarão da competição.Cerca de 5.000 atletas devem disputar mais de 400 partidas do campeonato.

Despoluir• Conheça o programa• Acompanhe as notícias sobremeio ambiente

Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletinsde rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

Escola do Transporte• Conferências, palestras eseminários

• Cursos de Aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte

Sest Senat

• Educação, Saúde, Lazer e Cultura• Enfrentamento da exploraçãosexual de crianças e adolescentes

CNT TAMBÉM NO FACEBOOK

COPA DE FUTEBOLSOCIETY

O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual

E MAIS

www.cnt.org.br

Page 6: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

rasília (Alô) – Na edição passada mostreinossas contradições de país do futebolque só fala em investimentos em funçãoda Copa de 2014 e esquece os seus nati-vos. Engraçado que em 1950 sediamosuma Copa do Mundo e deu tudo certo

(menos a derrota para o Uruguai) e não houvea mobilização que vemos hoje. Tínhamosmenos estádios, e mais acanhados, menosestradas, algumas ferrovias e pouco transporteaéreo. As cidades que receberam os jogos –Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife,Rio de Janeiro e São Paulo – deram conta dotrânsito e do fluxo para os estádios. OMaracanã lotado naquele tempo significava200 mil torcedores e só teve problema no jogofinal, quando ficou inundado de lágrimas cau-sadas por Ghiggia, e teve meia hora de parali-sia antes de começar a esvaziar-se.

Hoje temos que torcer para que as lágrimas nãovenham do céu, porque ruas inundadas vão impediro acesso aos estádios. Que, aliás, estão com obrasdevagar, quase parando, em geral. Além do que asautoridades da Fifa estão temerosas, sim, com abagunça que é nosso trânsito urbano. Claro que nãoestão sequer nos comparando com a Alemanha, quesediou a penúltima Copa, mas com a África do Sul,onde tudo acabou bem para sul-africanos, organiza-dores, e para os espanhóis, vencedores.

Mas será que a Fifa saiu dos mapas e relató-rios e avaliou os motoristas brasileiros? Porexemplo, aquele senhor pacato, chefe de famí-lia, trabalhador, que quando senta diante dovolante vira lobisomem e sai a atropelar bici-cletas, como aconteceu em Porto Alegre?

Será que a Fifa sabe que nossas estradasnão são autobahnen, mas nossos motoristasapertam no acelerador como se estivessem naAlemanha? Será que a Fifa sabe que nossasestradas são feitas com uma camadinha deasfalto que logo se esburaca e se derrete coma chuva e nada têm a ver com as duradouraspistas de concreto da África do Sul?

Estamos perdendo esse jogo. Um sinal dodespreparo dos motoristas em geral é que nãosabem sequer para que servem as luzes do veí-culo que dirigem. Nossa cultura de desdém àlei é coisa de incivilizado – temos que reconhe-cer isso. E é burrice desprezarmos a lei, porquea opção é morrer ou viver em perigo. Depoisda Copa da Alemanha, um amigo me contou,surpreso, que olhara pela janela do hotel àstrês da manhã para a avenida deserta emBerlim e vira um adolescente com mochila nascostas, esperando o sinal abrir para ele. Nãovinha carro algum. Meu amigo entendeu o queé cultura de civilidade, trazida de casa, quetorna a vida mais fácil e mais segura.

B

“Em um hotel em Berlim, meu amigo entendeu que cultura de civilidade, trazida de casa, é que torna a vida mais segura”

A Copa e o trânsito

ALEXANDRE GARCIA

Page 7: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 7

Duke

Page 8: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

ENTREVISTA JACQUES MARCOVITCH

Tenacidade. Essa deveser a característica prin-cipal de um empreende-dor, segundo Jacques

Marcovitch, autor da trilogia“Pioneiros e Empreendedores: ASaga do Desenvolvimento noBrasil” (Edusp/Saraiva 2003,2005 e 2007).

A obra reúne as estratégias dedesenvolvimento utilizadas por 24empresários que atuaram noBrasil nos dois últimos séculos.Segundo Marcovitch, os empreen-dedores estudados alcançaramum ideal de emancipação, enfren-taram adversidades para a realiza-ção de sonhos.

O conteúdo dos livros foitransformado em uma exposiçãode mesmo nome, apresentadano segundo semestre de 2010,no Museu Histórico Nacional, noRio de Janeiro, e que nos próxi-mos meses deve seguir para aregião Nordeste em local ainda a

ser definido. Por enquanto, épossível fazer um tour virtualpelo www.pioneiroseempreen-dedores.com.br.

Professor da FEA (Faculdade deEconomia, Administração eContabilidade) e do IRI (Institutode Relações Internacionais) da USP(Universidade de São Paulo), daqual foi reitor por quatro anos(1997-2001), Marcovitch tambémescreveu, entre outras obras,“Para Mudar o Futuro”(Edusp/Saraiva, 2006) e “A Gestãoda Amazônia” (Edusp, 2011).

Nesta entrevista para a revistaCNT Transporte Atual, ele revelaas estratégias para seguir o cami-nho do empreendedorismo noBrasil. Confira os principais trechos.

Qual foi a motivação dosenhor para perfilar essesempreendedores brasileiros?

A pedra de toque foi umensaio de Antonio Candido sobre

livros fundamentais para a com-preensão do Brasil. Esse ensaioreforçou a motivação latentedesde o princípio de minhas ativi-dades docentes de investigar opioneirismo empresarial no seucontexto histórico de formasimultaneamente analítica e bio-gráfica. Foi então estruturado umprojeto que culminou com apublicação da trilogia. Sempreobservei que na academia e foradela, a bibliografia sobre o pionei-rismo empresarial exigia umlevantamento mais amplo sobreos protagonistas que promove-ram rupturas significativas nocenário econômico e tecnológicodo Brasil. Há livros de grandeimportância conceitual sobre otema e outros, igualmente meri-tórios, focando apenas um perso-nagem. A minha intenção foi a dedesenhar um projeto mais abran-gente sobre as estratégias, asrupturas e suas consequências.

Quais as características dospioneiros empreendedores reu-nidos nos livros e apresentadosna exposição?

Os pioneiros empreendedoresestudados alcançaram um idealde emancipação, enfrentaramadversidades, realizaram sonhos.Conquistaram, por assim dizer,uma segunda vida, não por seremhoje nomes de ruas, avenidas,praças e viadutos, mas porqueprolongaram sua existência comofontes de aprendizagem e inspira-ção. Eles confirmam que o enfren-tamento de adversidades forja aperseverança. Competência visio-nária, sensibilidade estratégica,atitude positiva diante dos desa-fios, clareza de pensamento, boacapacidade de comunicação, valo-rização das experiências vividas,multiplicidade de engajamentos elaços familiares fortes – eis algunsdos traços comuns encontradosnesses personagens.

"O empreendedorismo, que de um lado eleva para uma vida signi exige suor e lágrimas, recuos momentâneos, renúncias e expo

Realização dePOR LIVIA CEREZOLI

Page 9: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

ficativa, do outro sição aos riscos”

Existe uma regra para serempreendedor?

Em síntese, não há regra parao empreendedorismo, mas reco-mendações que variam de acordocom o contexto e as circunstân-cias históricas. Ninguém podeesperar que as facilidades che-guem na mesma hora que surgeaquela boa ideia para um negó-cio. Até porque, muitos dos pio-neiros estão à frente do seutempo. O empreendedorismo, quede um lado eleva para uma vidasignificativa, do outro exige suore lágrimas, recuos momentâneos,renúncias e exposição aos riscos.Para usar uma só palavra, tenaci-dade. Os pioneiros e empreende-dores estudados revelaram,durante a ascensão empresarial,uma grande abertura de espírito.Foram expostos desde jovens aadversidades e choques culturais.Os contratempos decorriam mui-tas vezes de fases turbulentas

que marcaram sua infância ouadolescência, em momentos detensões históricas, quando nãode dificuldades e até de penúriana vida pessoal. Alguns, na condi-ção de imigrantes e longe de suasculturas de origem, enfrentaram abarreira de outros hábitos, valorese regras sociais. Desenvolveram,em consequência, uma sensibili-dade aguçada e capacidade inco-mum para a absorção de novasinformações. Suas mentes sãoradares que captam, em fre-quência permanente, conteú-dos que vêm de todos os lados.Eles guardam os conhecimen-tos adquiridos nos alvéolos deum favo interior, para utilizá-los no momento apropriado naestruturação de prioridades ounos embates de cada negócio.Nestes, eles revelam uma pai-xão redobrada e engajam-seemocionalmente na defesa desuas ideias.

Com o avanço da tecnologia,é mais fácil ser empreendedoratualmente? Que tipo de legadoos pioneiros deixaram para ageração atual?

O empreendedor atual nãopassa um dia sem ouvir novosdesafios da modernidade. Seainda vale muito a intuição queguiou os pioneiros, agora, oempreendedorismo é algo quetambém se aprende na escola eobedece a parâmetros exteriores.Entre estes, as novas rupturas tec-nológicas, o fragor da competitivi-dade e o eterno fluxo e refluxodas crises. Não eram fáceis oscaminhos para os antigos empre-sários do Brasil. Em sentido estri-

to, ruas de terra ou pedregosas,mares temíveis, epidemias terrí-veis, pragas devastadoras, estra-das de poeira, cavalos, bondespuxados a burro, trens ronceiros,navios à vela, raros aviões. Emoutro sentido, tinham eles de ven-cer as trilhas tortuosas da políti-ca, o crédito escasso e o quaseinalcançável apoio aos seus esfor-ços. Hoje, apesar dos obstáculosnaturais em todos os projetos devida, novos empreendedores têmmaior facilidade em sua corridapara o êxito, desde viagens maisrápidas até o acesso mais ágil aoconhecimento, à tecnologia e aofinanciamento. O legado dos pio-neiros está nos elementos biográ-

ARQUIVO PESSOAL

sonhos

Page 10: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

ficos recolhidos na pesquisa.Estes revelam o que cada umdeles demonstrou, em suas “guer-ras” particulares: flexibilidadepara mudar de estratégia,extraordinária disposição para otrabalho, engajamento em varia-das iniciativas, presença marcan-te em projetos sociais ou decunho filantrópico e uma singularhabilidade para tratar e convivercom a incerteza.

Como o senhor avalia a pos-tura assumida pelos atuaisempresários brasileiros?

A gestão de negócios em todoo mundo, e também no Brasil, dis-põe hoje de múltiplas formas deaperfeiçoamento, a começar pelaformação de quadros nas universi-dades. Em nosso país, no setor dealimentos, nos transportes, naconstrução civil, prosperamempresários com larga visão defuturo e outros presos em dema-sia ao cumprimento de rotinas. Osempresários brasileiros que lide-ram com suas iniciativas a con-quista de novas fronteiras e a glo-balização detêm o mesmo olharprojetado para o futuro que tive-ram os pioneiros estudados. Éimportante sublinhar que, igual-mente nos tempos dos pioneirosretratados, tivemos homens denegócios que careciam de compe-tência. Neste ponto, como aliás emquase tudo, não se deve jamaisfazer exercícios de nostalgia.

Existe incentivo no país parao empreendedorismo?

Sim. Tomemos como referên-cia o caso das incubadoras deempresas, que vêm crescendo auma taxa de 30% ao ano.Dispomos no Brasil de dezenas deparques tecnológicos em opera-ção ou em fase de projetos. OSebrae também realiza um bomtrabalho voltado para o segmentodos empreendimentos médios,pequenos e micros. Entretanto, aciência no Brasil avançou maisque a inovação tecnológica e faltana grande maioria das empresas acultura de inovação promotora dacompetitividade.

De que maneira a alta cargatributária e o excesso de buro-cracia existentes no país deses-timulam o empreendedorismo?

A carga tributária é notoria-mente excessiva no Brasil e umareforma se impõe com o objetivode simplificar o atual sistema deimpostos e aliviar as empresas deencargos abusivos. O governoDilma manifestou recentemente abem-vinda intenção de promoveradministrativamente uma deso-neração seletiva de contribuiçõesprevidenciárias para alguns seto-res em maiores dificuldades. É umpasso que merece aplausos, mashá muito que caminhar nesse ter-reno. Sobre a burocracia namáquina pública, é sabido que setrata de um gargalo para a sua efi-

ciência. Sua cultura, muitas vezespautada pelo poder, inibe a lógicade resultados que impregna a cul-tura empresarial. A remoçãodesse obstáculo constitui precon-dição essencial para que as políti-cas governamentais evoluam emritmo correspondente às expecta-tivas da sociedade. Para ilustrarcom um só exemplo o quanto issotrava o empreendedorismo, bastadizer que a abertura de um novonegócio chegou a demorar 150dias no Brasil. E a lei agilizadora,hoje em vigor, somente saiudepois de quase um ano de trami-tação no Congresso Nacional.

Faltam otimismo e ousadiapara o brasileiro?

Com uma população brasileiraque em 11 décadas passou de 17milhões para 200 milhões de habi-tantes há muitos motivos para o

RESPONSABILIDADE Setores como o automotivo estão engaja

“Em nossopaís, no setorde alimentos,transportes,na construção

civil, prosperamempresárioscom largavisão defuturo”

Page 11: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

agentes de mudanças com sólidaformação profissional e do melhornível possível. A revolução digitalexige das universidades brasilei-ras uma profunda transformaçãopara responder à nova taxonomiado conhecimento humano e àsnovas demandas da sociedade.Isso inclui, evidentemente, gesto-res de empresas e futuros homensde negócios. O perfil de empreen-dedor é forjado dentro de simesmo enfrentando o labirinto davida, às vezes com o apoio exter-no, inclusive da academia.

Como unir empreendedoris-mo e preservação ambiental?Este pode ser o caminho para odesenvolvimento de iniciativaspioneiras?

Sim, deve ser, e está sendo.No Brasil, projetos de expansãoda capacidade produtiva incor-

poraram inovações tecnológicasque contribuem significativa-mente para a redução de gasesde efeito estufa. O acesso afinanciamentos de longo prazo,combinados a recursos previs-tos no MDL (Mecanismo deDesenvolvimento Limpo), favo-rece a consolidação de compe-tências institucionais e huma-nas, podendo tornar o país com-petitivo na geração e transfe-rência de tecnologias limpas. Háuma nova geração de empresasque promove o desenvolvimen-to sustentável. Alguns setorestêm revelado pioneirismo ecompetência empreendedora,como o automotivo, alcooleiro,minerador, siderúrgico e desaneamento, este com referên-cia aos aterros sanitários. Emtodas as áreas engajadas naadoção de tecnologias limpas,além dos incentivos à pesquisae desenvolvimento, é necessárioo acesso a financiamentos demédio e longo prazo, cujo retor-no esteja compatível com amaturação dos projetos.

Na trilogia estão empreen-dedores das regiões Sudeste,Sul, Norte e Nordeste. Qual ocritério utilizado para essa divi-são? Quais as principais dife-renças entre os empreendedo-res de cada região?

O critério geral foi investigarem profundidade os cenários eco-nômicos, políticos e demográficos

existentes no Brasil a partir doséculo 19 e identificar 24 protago-nistas que se distinguiram emseus negócios, passando à históriacomo atores da saga do desenvol-vimento em nosso país. Não tive-mos a preocupação de esgotar oelenco, até porque, três livros nãobastariam para todos os pioneirosavaliados. Um processo de escolhafoi buscar, preliminarmente, arepresentatividade regional.

Por que a região Centro-Oeste não é citada?

O Centro-Oeste não entrouporque, em todo o século 19 edurante mais da metade doséculo 20, a sua performancenos campos da indústria e docomércio ficaram em segundoplano em face da atividadepecuária. Somente agora, noséculo 21, há sinais de uma bem-vinda diversificação dos negó-cios naquela área do Brasil.

É possível identificar umaregião, Estado ou cidade noBrasil propícios ao empreende-dorismo?

O empreendedorismo podeflorescer em qualquer região dopaís. O talento para isso não selimita por fronteiras geográficas.Alguns Estados, mais do queoutros, oferecem condições demaior apoio tecnológico e credití-cio, mas esse é um processo emconstante mutação na permanen-te construção do Brasil. l

dos na adoção de tecnologias limpas

MERCEDES BENZ/DIVULGAÇÃO

otimismo e a ousadia. O perigo, noentanto, mora nos excessos. Nãose pode dizer que o brasileiro ouqualquer outro empreendedor domundo seja, por natureza, pessi-mista ou tímido. Estamos diante deuma questão que transcende a ori-gem do indivíduo e se torna extre-mamente variável no complexouniverso da condição humana.

O senhor foi reitor da USPpor quatro anos. Pela sua expe-riência, acredita que seja possí-vel formar empreendedores? Asuniversidades brasileiras estãopreparadas para isso?

Na Universidade de São Paulo,escolas profissionalizantes comoa Politécnica, a Esalq, a FEA con-tam entre os seus ex-alunos inú-meros empreendedores de grandeprojeção. O papel da universidadeé mais amplo. Trata-se de formar

“O atualempreendedornão passa umdia sem ouviros novosdesafios da modernidade”

Page 12: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 13: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 14: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 15: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 16: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201116

MAIS TRANSPORTE

A Ford criou uma página na rede social Facebook paradivulgação do New Edge 2011.Segundo a montadora, maisde 10 mil fãs adicionaram aconta em dois meses. Devidoao sucesso, a Ford criou maisuma novidade. O endereçodisponibiliza, desde fevereiro,

o aplicativo "Entre Amigos",que mostra as tecnologiasinovadoras do veículo de forma divertida e interativa. A página trazainda outras informaçõessobre a tecnologia, a segurança e o design do New Ford Edge.

Feira AeroportuáriaO aeroporto de Congonhas receberá de 26 a 28 de abril a primeira edição da feira AirportInfra Expo 2011. O evento é voltado para a cadeia de produtos e serviços destinados à operação aeroportuária. Emparalelo, haverá o 1º SeminárioInternacional de InfraestruturaAeroportuária da América Latina.A organização afirma que mais

de cem empresas brasileiras einternacionais, de 11 países, ligadas aos segmentos de controlede tráfego aéreo, comunicação,navegação, meteorologia, construção, design, operações,meio ambiente, segurança, tecnologia da informação, entreoutros, estarão presentes. A estimativa de público é de 8.000pessoas durante os três dias.

New Edge na rede

A Intermodal South America2011 será realizada entre osdias 5 e 7 de abril, noTransamerica Expo Center, emSão Paulo. Considerado um doseventos de negócios de maiordestaque do setor de logística,transporte de carga e decomércio internacional dasAméricas, a 17ª edição traz aos participantes cases internacionais e terá coberturaem tempo real para as mídias

sociais. O evento tem participação confirmada de 550 empresas expositoras de 18 países, com a expectativade receber 43 mil profissionaisvisitantes. A área de exposição foi ampliada e ocupará 35 milmetros quadrados, divididosem cinco pavilhões, além da área externa doTransamerica, que será usada para apresentação de equipamentos.

Intermodal 2011

A Abdib (AssociaçãoBrasileira da Infraestrutura e Indústria de Base) e oMinistério do Meio Ambientefirmaram, em fevereiro, umtermo de cooperação técnicacom o objetivo de elaborar e implementar uma agendacom assuntos

importantes para o desenvolvimento da infraestrutura com sustentabilidade ambiental. O acordo foi assinado pela ministra do Meio Ambiente,Izabella Teixeira, e pelo presidente da Abdib, Paulo Godoy.

Agenda ambiental

A AeroViroment, empresanorte-americana quedesenvolve equipamentosaeronáuticos para oPentágono, desenvolveu umprotótipo de 16 centímetros,que carrega uma câmeracom capacidade de espionarposições inimigas duranteconflitos militares. Guiadopor controle remoto, o“avião-espião” tem o formato de um beija-flor,

pesa 19 gramas e voa a uma velocidade de até 17 quilômetros por hora. ONano Hummingbird (NanoColibri) é movido à bateria e utiliza apenas as asascomo meio de propulsão. O protótipo custou, aproximadamente, US$ 4 milhões (em torno de R$ 6,6 milhões) e levou cinco anos para ser desenvolvido.

Espionagem no ar

ESPIONAGEM Avião-espião pesa apenas 19 gramas

AEROVIRONMENT/DIVULGAÇÃO

Page 17: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 17

SUSTENTABILIDADE

Os números preliminaresde uma pesquisa realiza-da pelo Instituto Ilos reve-

lam como as grandes empresasbrasileiras estão agindo parareduzir o impacto de seus negó-cios no meio ambiente.

A maioria delas, 72%, jáapresenta iniciativas que bus-cam minimizar os efeitosambientais das atividades nosetor de logística. Foram ouvi-das 109 empresas, de 14 áreasde atuação, entre as mil demaior faturamento do país.

Entre as ações mais frequen-tes realizadas pelas empresaspara reduzir os impactosambientais estão a otimizaçãoda carga e das rotas – 92% dasempresas entrevistadas já reali-zam esse tipo de ação.

A redução do tempo ociosodo caminhão já é uma prática de89% delas, assim como a reno-vação de frota, já realizada por59%. O levantamento tambémaponta que 52% dos entrevista-dos já utilizam combustíveismenos poluentes.

Na pesquisa do Instituto Ilos, aJSL e a Unilever são citadas comobons exemplos de empresas queadaptaram seus veículos pararealizar o transporte de cargas deuma forma mais eficiente.Divisórias internas permitem queum único caminhão transporte,dentro dos padrões legais, váriostipos de produtos.

A prática reduziu o número deveículos circulando o que, conse-

quentemente, proporcionou ummenor consumo de combustível edos índices de emissões prove-nientes do transporte de cargas.

A pesquisa também mos-trou que 58% das empresasbrasileiras já buscam trans-portar suas cargas pormodais menos poluentes,como ferrovias e hidrovias,mas ainda enfrentam dificul-dades para isso. Os principaisproblemas apresentadosainda são a falta de infraes-trutura, a pouca capilaridade,a baixa frequência de saídas ea menor confiabilidade des-ses modais em relação aotransporte rodoviário.

Mesmo assim, existem bonsexemplos de substituição domodal, como é o caso da empresade cosméticos Natura. Para abas-tecer seu centro de distribuiçãode Jaboatão dos Guararapes (PE),a empresa substituiu parte desuas viagens de caminhão pelacabotagem.

Os resultados finais do estudoseriam apresentados no 2ºFórum Global de Sustentabilidadeno Suply Chain, durante o 3ºFuture.Log, promovido peloInstituto Ilos, nos dias 11 e 12 abril,no centro de eventos Fecomercio,em São Paulo.

Na programação estãopalestras com executivos e aca-dêmicos de organizações inter-nacionais que são referência nosetor de logística.

(Livia Cerezoli)

Empresas mantêm ações para reduzir impacto ambiental

EXEMPLO Caminhão adaptado para o transporte de cargas

Ações realizadas pelas empresas (%)Ação Já realizou Pretende realizar Não pretende realizarOtimizar a cubagem dos veículos 92 6 3Otimizar as rotas 92 6 3Reduzir tempo ocioso dos caminhões 89 7 5Contratar transportadoracom iniciativas ambientais 67 21 11Renovar a frota 59 31 0Adaptar parte mecânica dos caminhões 58 30 12Estudos para utilização demodais mais eficientes 58 15 27Utilizar combustívelmenos poluente 52 27 21Migrar para caminhõesmais aerodinâmicos 43 40 17Transporte colaborativocom outras empresas 42 40 18

Fonte: Instituto Ilos

INICIATIVAS SUSTENTÁVEIS

JSL/DIVULGAÇÃO

Page 18: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201118

MAIS TRANSPORTE

Mensagem de uma mãe chinesadesconhecidaAutora busca dar voz às mães que nãopuderam vivenciar a plena maternidadena China por terem dado à luz bebês do sexo feminino.De: Xinran, Ed. Companhia dasLetras, 272 págs., R$ 42

3096 Dias Natascha Kampusch foi sequestrada a caminho da escola em 2 de março de 1998, aos 10 anos, e ficou em umcativeiro durante 3.096 dias. Agora, pelaprimeira vez, ela fala sobre esse período. De: Natascha Kampusch, Ed. Verus,225 págs., R$ 23,90

ChurchillAutor elucida as várias fases da carreira de Churchill, explicando comoo político inglês se converteu em umavoz poderosa diante dos sombrios anosdo século 20.De: Paul Johnson, Ed. NovaFronteira, 140 págs., R$ 34,90

Qualificação profissional A AmstedMaxion oferece a seus funcionários, desde fevereiro, o curso de capacitação técnica e profissional denominadoMBRail (Master Business Rail).O curso foi desenvolvido pelo Cepefer (Centro deEstudos e PesquisasFerroviárias) e será certificado por meio da

Universidade Positivo. Deacordo com a AmstedMaxion,os alunos foram selecionadospela empresa seguindo critérios como formação profissional, área de atuaçãoe desempenho profissional.Com duração de 18 meses e carga horária de 472 horas,o MBRail tem grade curricular desenvolvida

especificamente para atender às necessidades da AmstedMaxion. O curso é reconhecido pelas concessionárias de transporte ferroviário de cargas e de passageirosdo Brasil por seu padrão de excelência na formação e capacitação de profissionais.

A Renault lançou em fevereiro o crossover Captur, veículo com dimensões amplas, desenho robusto emotor diesel biturbo de baixa cilindrada. Possui alta performance e baixas emissões de CO2. O teto rígidopode ser retirado, passando de coupê para conversível, ou de veículo urbano para um fora de estrada.

Carro-conceito

RENAULT/DIVULGAÇÃO

Page 19: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 19

CONCEPT/PST ELECTRONICS/DIVULGAÇÃO

SEGURANÇA Trava pode ser acionada por controle remoto

A empresa certificadoraBureau Veritas vai ampliarsua frota de ônibus utilizadoscomo salas de aula, querodam por todo o país. Com a chegada de mais nove UMTs (Unidades Móveis deTreinamento), a empresa contará com uma frota totalde 17 veículos. As UMTs atendem ao programa “De

Olho no Combustível”, desenvolvido pela BRDistribuidora para capacitação e treinamento de seus frentistas e gerentes.Os ônibus são equipados com projetores, telões, umlaptop conectado à Internet e ar-condicionado e têmcapacidade para 16 alunos por turma.

Frota ampliada

A Concept, marca da PSTElectronics, lançou kits de travaselétricas com a promessa deatender às necessidades do consumidor, com custo reduzido.Segundo a empresa, as novas travas são universais e adaptadasa veículos de duas e quatro portas. O kit do equipamento vemcom um sistema que possibilita ocontrole simultâneo das travas

por meio do acionamento do pinoda porta do motorista, ou do passageiro dianteiro. Com isso, o usuário pode abrir e fechar asportas com o controle remoto do alarme. As travas têm um ano de garantia e preços sugeridos de R$ 130 (para veículos de quatro portas) e R$ 95 (para os de duas portas),com a instalação inclusa.

Novas travas

TRANSPORTE URBANO

ANTU (Associação Nacionaldas Empresas deTransportes Urbanos) lan-

çou, em fevereiro, em Brasília(DF), o Programa Gestão eLiderança em TransportesUrbanos. O destaque é o cursode especialização no formatode MBA Executivo em Gestãode Negócios com foco emtransporte. Ele foi planejadovisando alcançar diferentesregiões do Brasil. Por isso, ametodologia escolhida foi a deensino a distância, com aulasvia Internet.

“Esse é um curso único por-que é um MBA com uma intera-ção de estudo de caso específi-co para o transporte urbano. Eele tem dois objetivos: primei-ro, desenvolver profissionaisvoltados para o próprio negó-cio e estimular a competição e,num segundo momento, formarnovas lideranças empresariaisde representação de sua cate-goria, seja na NTU ou em sindi-catos locais”, explicou o presi-dente da NTU, Otávio Cunha.

O curso é direcionado aempresários e executivos dosetor que buscam aprimorar osconhecimentos na área paramelhor gerenciar o sistema detransporte urbano brasileiro.

Para discutir a importânciada educação no setor transpor-tador, o professor e especialistaem educação Eugênio Mussakfoi convidado para mediar umtalk show no lançamento do

programa. Participaram doevento o diretor-geral da uni-dade de passageiros do GrupoÁguia Branca e presidente daAbrati (Associação Brasileiradas Empresas de TransporteTerrestre de Passageiros),Renan Chieppe, e o economis-ta e especialista em educa-ção, além de articulista darevista “Veja”, Cláudio deMoura Castro.

O programa da NTU foi cria-do a partir da parceria com oIbmec, a Fetranspor (Federaçãodas Empresas de Transportesde Passageiros do Estado doRio de Janeiro), a UCT(Universidade Corporativa doTransporte) e a Mercedes-Benz.

As salas de aula serãomontadas nas federações, sin-dicatos e associações locais.Com duração de dois anos, ocurso será dividido em doismódulos. No primeiro, oscerca de 200 alunos serãoselecionados a partir da indi-cação de empresas de trans-porte e avaliação curricularpara realização do MBA execu-tivo. No segundo módulo, 40vagas serão destinadas àque-les que tiverem o melhordesempenho no primeiro ano.

Para outras informa-ções, acesse o site da NTU(www.ntu.org.br) e para seinscrever no processo sele-tivo, acesse o site do Ibmec(www.ibmec.br).

(Aerton Guimarães)

Programa educacional

Page 20: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201120

MAIS TRANSPORTE

Iniciativa sustentávelA Golden Cargo, empresa especializada no gerenciamento e operação da cadeia logística demercadorias especiais, dará continuidade à parceria firmadaem novembro passado com aCooperativa Unindo Forças, comsede em Barueri (SP). Pelo acordo,a Golden Cargo doará à cooperativa,aproximadamente, 500 palets descartáveis por mês. A entidadedesenvolve, desde 2006, trabalhosde marcenaria. Os palets doadosserão transformados em móveis,

objetos e artesanatos em madeira.Os produtos são criados e fabricados pelos cooperados, que contam com o apoio dos alunos de design da USP(Universidade de São Paulo). A empresa promoveu uma exposição para a venda dosmóveis e objetos produzidos comos palets descartados em umevento interno, chamado FeiraSustentabilidade, realizado emfevereiro. A parceria prosseguirádurante todo o ano.

GOLDEN CARGO/DIVULGAÇÃO

SOCIAL Objetos são criados a partir de palets doados

EGOM/DIVULGAÇÃO

EFICIÊNCIA Capacidade de carga maior reduz custos

A ALL e a Eldorado Brasil firmaram, em fevereiro, contrato para atender alogística de saída da fábricade celulose de Três Lagoas(MS), com previsão de entrar em operação em 2012.Segundo a ALL, essa será amaior fábrica de celulose do mundo em uma únicalinha de produção.

O contrato prevê a movimentação de 800 miltoneladas por ano, cominvestimentos de cerca de R$ 300 milhões em materialrodante, melhoria de via,além da construção de terminais de transbordo emAparecida do Taboado (MS) e Santos (SP). O acordo tem duração de 15 anos.

Acordo logístico

A Shell iniciou em fevereiro umnovo modelo de distribuição decombustível. O projeto desenvolvidopela empresa AQCES permite quea operação seja feita com ajudade recursos tecnológicos de última geração, controle total doprocesso e número menor deequipamentos rodoviários commaior capacidade de transporte.A AQCES criou um modelo de carreta customizado e de altodesempenho, com uso de apenas

sete equipamentos. O veículoganhou um eixo a mais. No lugardos três eixos do cavalo mecânicoforam colocados quatro, sendodois direcionais. A nova carreta,tracionada por um cavalo IvecoStralis 41T, transporta 45 metroscúbicos. De acordo com a Shell,isso representa um ganho devolume de 28,57% em comparaçãocom a de 35 metros cúbicos, e de 50% em relação à de 30metros cúbicos.

Solução logística

Transporte de soja A Ferroeste S.A. opera, desdefevereiro, seu primeiro contratopara o transporte de soja dasafra 2010/11. O negócio foi firmado com a Cargill. A soja,embarcada no Terminal deCascavel (PR), tem como destino o Porto de Paranaguá. Ocontrato fechado na modalidadespot (destinada a operaçõesrápidas e de embarque

imediato) visa movimentar, inicialmente, 15 mil toneladas desoja. De acordo com a Ferroeste,a empresa tem potencial paramovimentar nessa malha umvolume de grãos estimado ematé 150 mil toneladas aténovembro. A concessionáriaprevê que 30 mil toneladassejam transportadas durante o mês de março.

Page 21: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 21

FERROVIAS

Depois de ser abando-nado há mais de 40anos, o transporte

ferroviário de passageirosganha novas oportunidadesno Brasil. A proximidade daCopa do Mundo, em 2014, edos Jogos Olímpicos, em2016, colocam em discussãoprojetos que vão além dosmetrôs já existentes.

A criação de linhas de VLT(Veículo Leve sobre Trilhos) foio assunto principal de umapalestra técnica realizada noinício de fevereiro peloMinistério dos Transportes, pormeio da Secretaria de PolíticaNacional de Transporte e doDepartamento de RelaçõesInstitucionais, em Brasília.

O evento, que faz partedas ações desenvolvidaspelo ministério vinculadasao Plano de Revitalizaçãodas Ferrovias, reuniu repre-sentantes do setor paradebater o assunto e apre-sentar as novas tecnologiasque estão sendo desenvol-vidas e aplicadas em proje-tos pelo interior do país.Neste mês de março estáprogramada uma palestratécnica sobre os trens dealta velocidade.

Hoje, o único VLT em ope-ração no Brasil circula entreJuazeiro do Norte e o Crato,no Ceará. Chamado de Metrôdo Cariri (nome popular), oprojeto está em operação há

sete meses. Diariamente,cerca de 1.500 pessoas sãotransportadas nos dois veí-culos que percorrem os 13,6km de extensão dos trilhos.

Segundo Márcio Florenzano,diretor-comercial da BomSinal, a fabricante do VLT, alémdo Cariri, outros seis projetosestão em andamento no país.Os trens devem ser instaladosem Fortaleza e Sobral (CE),Recife (PE), Maceió e Arapiraca(AL) e Macaé (RJ).

O VLT da Bom Sinal é movi-do a diesel, tem prazo mínimopara implantação de trêsanos e um custo médio quepode variar de R$ 3 milhões a

R$ 15 milhões por quilômetro,incluindo os valores gastoscom os veículos, a instalaçãode trilhos e os processos dedesapropriação. “Mesmo queo custo inicial seja elevado, oVLT apresenta vantagensdevido à sua vida útil elevadaque chega a 30 anos”, explicaFlorenzano.

Para Vicente Abate, presi-dente da Abifer (AssociaçãoBrasileira da IndústriaFerroviária), projetos comoesses que estão sendodesenvolvidos são de extre-ma importância para o reco-nhecimento da indústriabrasileira, que tem criativi-

dade para produzir e adap-tar os equipamentos. “NaEuropa, a maioria dos VLTs éelétrica e, aqui, eles foramadaptados para rodarem adiesel. Isso é muito válido.”

Esse tipo de veículo temcaracterísticas semelhan-tes às de um metrô, masopera em velocidadesmenores com menos passa-geiros. Enquanto uma linhade metrô carrega, emmédia, 60 mil passageirospor hora/sentido, um VLT,normalmente formado pordois vagões, transportacerca de 30 mil.

(Livia Cerezoli)

Transporte de passageiros ganha novo espaço

CARIRI VLT transporta 1.500 pessoas por dia entre Juazeiro do Norte e o Crato

METROFOR/DIVULGAÇÃO

Page 22: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

Mulheres ganham espaço no setor de transporte, desempenhando diferentes fun Mulheres ganham espaço no setor de transporte, desempenhando diferentes fun

Salto alto no co m

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

POR CYNTHIA CASTRO

Elas tiveram coragem e assumi-ram funções que ainda são pre-dominantemente executadaspor homens. Driblando precon-

ceitos e agregando a delicadeza e ocuidado feminino, têm contribuído paraa maior eficiência do setor de trans-porte. Cada vez mais, as mulheresassumem o comando de caminhões,trens, ônibus, táxis e aeronaves. E setornam presença constante em outrossetores das empresas de diferentesmodais, desempenhando desde traba-lhos administrativos a operacionais,inclusive cargos de gerência.

No mês em que se comemora o DiaInternacional da Mulher, a CNTTransporte Atual mostra algunsexemplos bem-sucedidos em diferen-tes regiões do Brasil. E se enganaquem pensa que elas deixaram delado a vaidade feminina. SolangeEmmendorfer Beraldes, 46, faz ques-tão de estar sempre com o cabeloarrumado, unhas feitas e levementemaquiada ao entrar na boleia docaminhão Mercedes-Benz 1933.

Natural de Santa Catarina e mora-dora da cidade de São Paulo há 30anos, Solange vai e volta da capitalpaulista a Campinas diariamente. Elatrabalha na Braspress e transportacargas secas – vestuário, sapatos, ele-trodomésticos. Motorista carreteira,como se autodefine, Solange temorgulho de sua profissão.

“Para mim, a cabine do caminhão écomo uma sala de cinema. O para-brisa éa minha tela. Por ele, visualizo o meucaminho, como se fosse um filme. Encaroo caminhão dessa forma. Estou em umasala de cinema, vendo as novidades quepassam na minha frente”, diz.

Solange é casada, mãe de três filhase já tem uma neta. Com o apoio e admi-ração da família, a motorista carreteiradiz nunca ter sido vítima de preconceitonem dentro nem fora de casa. Ela consi-dera que, muitas vezes, “depende dapostura, da forma como a profissional seapresenta para as outras pessoas”.

Se sente medo na estrada? Solangediz que não. Os caminhões de hoje ofere-cem tecnologia, e a Braspress disponibi-liza toda a assistência necessária, garan-te. Ela conta que já viajou para rotasmais distantes, como Florianópolis (SC),mas sempre lidou tranquilamente com otrabalho. “Se acontecer algum problema,o procedimento é ligar para a empresa.”

Ao contar como chegou à Braspress,há cerca de oito anos, Solange lembrater achado interessante um anúncioinformando sobre a contratação demulheres com carteira de habilitação D.Se candidatou, foi aprovada e passou porum treinamento. Começou atuando notransporte urbano, mas logo veio o inte-resse pela carreta. “Fui tomando gosto ehoje amo de paixão o que faço.”

Aidê Rosa de Lima, mineira deUberaba e moradora de Brasília,

JÚLIO FERNANDES/CNT

CONQUISTA

ções operacionais e gerenciais

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 23

ções operacionais e gerenciais

mando

“A pessoa já nasce com um dom. Eu nascicom o dom de dirigir veículos maiores”BERNADETE BRAGA, MOTORISTA DE ÔNIBUS

Page 24: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

conta com orgulho que foi umadas primeiras taxistas a traba-lhar na capital do país, há 20anos. Atualmente, o DistritoFederal tem cerca de 250 mulhe-res à frente de um táxi. E nocomando de seu veículo, Aidêdiz que faz o possível para aten-der bem todos os clientes.

“Os passageiros são sempremuito tranquilos e até gostam dever uma mulher na direção.Tenho uma neta que me admiramuito, diz que sou corajosa etenho espírito jovem porque sigouma profissão diferente para asmulheres”, diz Aidê.

Vaidosa, a taxista prefere nãorevelar a idade. E, assim comoSolange, considera importante amulher se cuidar e buscar serfeminina, mesmo executandoum trabalho onde há uma predo-minância de homens. “Gosto deme arrumar e busco estar sem-pre bem com minha saúde. Senão estou no táxi, faço caminha-da, musculação.”

Mas, ao mesmo tempo em querecebe o apoio dos passageiros,Aidê diz que ainda encontra resis-tência de alguns colegas do sexooposto. “As mulheres estão cres-cendo e passando a dominar várias

áreas. Muitos homens não aceitamisso, mas têm que passar a aceitar.Temos até presidente mulher.”

E se o Brasil tem em 2011 suaprimeira presidente mulher, nosetor de transporte, elas aindaestão buscando romper barreiras.Bernadete Pereira Braga, 43, moto-rista de ônibus de Brasília, contaque sente o preconceito em rela-ção ao seu trabalho.

“O Brasil é um país machista,e muitos homens não aceitamque a mulher trabalhe comomotorista de ônibus. A gentesempre ouve comentários, decolegas e passageiros, dizendo

que não somos capazes de dirigirtão bem como eles”, comentaBernadete. Mas a motorista reco-nhece que o preconceito não ésentido por todos os homens.

Mãe de três filhos,Bernadete lembra que o ex-marido, caminhoneiro, foi ogrande incentivador para queela seguisse uma profissão nosetor de transporte. “A pessoajá nasce com um dom paraalguma coisa. Eu nasci com odom de dirigir veículos maio-res. Meu ex-marido sempredizia que eu devia seguir essaprofissão porque sei dirigir

“A cabine do caminhão é como uma sala de cinema. Opara-brisa é aminha tela. Por ele, visualizoo meu caminho,como se fosse um filme”

SOLANGE EMMENDORFER BERALDES, MOTORISTA CARRETEIRA

BRASPRESS/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201124

Page 25: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 25

Paixão de infância pelo caminhãoHISTÓRIA

Conversar com a baianaCleide Maria Soares Barros Cruz,49, sobre a sua profissão é ouviruma declaração de amor pelotransporte rodoviário e pelocaminhão. Sempre entusiasma-da, ela adora contar detalhes desua trajetória.

Nascida em uma família demuitos caminhoneiros, Cleidesabia desde cedo qual a áreaque lhe daria prazer em atuar.Aos 9 anos, acompanhava o pai,hoje já falecido, quando ele con-feria o funcionamento dos equi-pamentos de seu caminhão.

Toda vez que ele voltavado trabalho e ia checar o freiodo veículo, pegava um pedaço

de papelão e ia para debaixodo caminhão, lembra Cleide,que estava sempre do ladodele. “Eu tinha meu papelão-zinho também e entravadebaixo do veículo junto commeu pai. É um sentimentoinexplicável, está no sangue.Sempre me fez bem estarperto desta vida da estrada. Esempre tive uma admiraçãopelo meu pai, que era umapessoa forte, fantástica.”

Formada em letras, Cleidetrabalhou por vários anos comocaminhoneira, rodando princi-palmente no Nordeste. A ativida-de na estrada, conhecendo luga-res e pessoas novas, fazia com

que ela se apaixonasse cada vezmais pela profissão.

Mas as viagens a deixavamfora de casa, longe do filho de8 anos. Cleide se viu obrigadaa fazer uma escolha. “Fiqueidividida entre dois amores, oamor à estrada e o amor aomeu filho. Por isso, decidiparar.” Mas como ela mesmodescreve, não era possívelficar completamente distantedo transporte rodoviário.

Em 2001, começou a traba-lhar na unidade do Sest Senat(Serviço Social do Transportee Serviço Nacional deAprendizagem do Transporte) deConceição do Jacuípe, na Bahia,

exercendo a função de gerente.“O cheiro do caminhão – do óleo,do pneu – me dá forças. Não dápara explicar. Só consegueentender quem sente.”

O Sest Senat permitiu queCleide continuasse atuandono transporte rodoviário.Conviver com os caminhonei-ros, ouvir as histórias e poderajudá-los a se desenvolvermais na profissão é um ladofundamental do trabalho queexecuta atualmente. “Se eunão estivesse no Sest Senat,iria para um posto de com-bustível ou para qualquerlugar que me deixasse pertodo caminhão.”

“O cheiro do caminhão - do óleo, do pneu- me dá forças. Não dá paraexplicar. Só consegue entender quem sente”

CLEIDE BARROS, EX-CAMINHONEIRA E GERENTE DO SEST SENAT

ARQUIVO PESSOAL

Page 26: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

muito bem.” Aos 36 anos,Bernadete começou a trabalharcomo trocadora e depoismudou de função.

No mar e no arAs mulheres têm se mostrado

atuantes no transporte, inclusiveem funções inusitadas. Desde o anopassado, a carioca Michele Silva deAndrade, 28, começou a atuar comoprático, na cidade do Rio deJaneiro. Ela já trabalhava como ofi-cial de náutica e resolveu tentar oconcurso na área de praticagem.

Para quem não é familiarizadocom o termo, prático é aquele pro-fissional que atua em áreas como

Zelo feminino é diferencial no trabalhoHABILIDADES

Apostar no feminino e con-seguir destaque no mercadodo transporte. Foi essa aopção da empresa Braspress,com sede em São Paulo e 102filiais no Brasil. Há 13 anos, atransportadora adotou a pos-tura de contratar mulherespara dirigir caminhões, reali-zando um programa específi-co de treinamento.

O interesse das mulheresfoi aumentando, e hoje aempresa tem 757 motoristasde caminhão, sendo 264mulheres e 493 homens. Aosomar todas as áreas – admi-nistrativas e operacionais -,54% do quadro de funcioná-rios é composto por mulheres.

“Podemos chamar aBraspress de uma empresa

feminina. Elas estão presentesem todas as áreas”, comenta ogerente de recursos humanos,Milton Braga. O cuidado, a con-centração e a receptividadesão características positivasapontadas por ele.

“As mulheres têm umjeito especial de pensar eagir. Mesmo se estiveremestressadas, são atenciosas,sabem tratar o cliente”,comenta. De qualquer forma,Braga faz questão de ressal-tar que “competência nãotem sexo” e que, com esseslogan, a empresa está aber-ta a homens e mulheres quedesempenhem o trabalho deforma eficiente.

A diretora de administra-ção e finanças da Viação

Águia Branca, IsabelaChieppe, considera que nosúltimos anos tem aumentadoo interesse das mulherespelo setor de transporte. Masela também faz questão dedestacar que o importante égostar do que faz, preparar-se e manter-se atualizado,independentemente de serhomem ou mulher.

“Historicamente nossosetor tem maior participaçãomasculina. Penso que amulher ganha espaço no mer-cado a partir do momento emque busca ter competênciapara isso, em que desenvolvesuas habilidades. E acho que amulher tem conquistado espa-ço em todos os setores, inclu-sive no transporte.”

“A mulher ganha espaço no mercado a partir domomento em que busca tercompetência para isso, em que desenvolvesuas habilidades”

ISABELA CHIEPPE, VIAÇÃO ÁGUIA BRANCA

VIAÇÃO ÁGUIA BRANCA/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201126

Page 27: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

portos ou rios e assessora oscomandantes dos navios que che-gam, durante as manobras. A ativi-dade requer um conhecimentominucioso de características comoprofundidades, marés, correntes,ventos, normas de navegação. Etambém é preciso ter uma enormehabilidade física.

O trabalho começa de fatoquando Michele entra na lanchade praticagem, em direção aonavio que chega ao Rio. Naembarcação, precisa escalar umaescada quebra-peito (de corda emadeira), no casco do navio, quepode ter até 9 m de altura.Depois, ela se dirige ao passadi-

ço, local onde fica o comandante,para assessorá-lo na manobra.

Michele adora o que faz ebusca cada vez mais se tornarhabilidosa. Além de técnica eforça física, o trabalho exige jogode cintura, principalmente paraas mulheres. No Brasil, são quase500 práticos, apenas sete do sexofeminino (seis atuando e uma noperíodo de treinamento).

Não é fácil conquistar aprova-ção e reconhecimento. Embora oscolegas do meio aceitem a atuaçãode uma mulher na praticagem,Michele conta que enfrenta resis-tências, na maioria das vezes decomandantes de navios estrangei-

ros, especialmente dos orientais.“Trabalhamos com navios de váriospaíses e sabemos que em algumasculturas a mulher é colocada emum plano de submissão. Procuroentender. Há questões culturais.”

Quando a manobra é iniciada,alguns comandantes deixam trans-parecer certa desconfiança. Mas, àmedida que o trabalho é executa-do, eles se sentem seguros. Dequalquer forma, Michele se lembrade um episódio desagradável,quando ainda fazia o treinamentopara se tornar prático.

Ela chegou a um navio acompa-nhada de um prático veterano, queinformou ao comandante grego

sobre o treinamento. “O coman-dante disse que, se eu iria ser prá-tico, ele deixaria de ser comandan-te. E ainda arrancou a platina doombro, aquela divisória que fala dagraduação, e jogou no chão.”

O segredo para não se abalar éinvestir cada vez mais na habilida-de e na competência profissional.“Tento usar a resistência de umapessoa ou outra como um trampo-lim para obter sucesso e mostrarque sou capaz.”

No comando de um turboéliceATR, a piloto (ou comandante)Luciana Carpena, 43, sente-sesegura com a responsabilidade detransportar os passageiros paradiferentes destinos. Funcionária daTrip Linhas Aéreas, ela despertou ogosto pela aviação na adolescên-cia, aos 17 anos, quando voou comum tio em um jato particular.

Há 14 anos trabalhando comopiloto de linha aérea, Luciana sesente hoje muito confortável ematuar nessa profissão. No início dacarreira, no Rio Grande do Sul, suaterra natal, ela conta que enfren-tou um “certo estranhamento” dealguns colegas do sexo oposto.

Mas agora, depois de tantosanos de profissão e morando emSão Paulo, não percebe mais o pre-conceito. “Na Trip, outras coman-dantes mulheres e copilotos sãorespeitadas e estimadas pelogrupo.” Sobre a sensação dos pas-sageiros ao descobrirem que há

“Os passageirossão sempremuito tranquilose até gostam dever uma mulherna direção”

AIDÊ ROSA DE LIMA, TAXISTA

JÚLIO FERNANDES/CNT

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 27

Page 28: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

uma mulher no comando da aero-nave, ela percebe um misto deadmiração e curiosidade.

Segundo Luciana, alguns passa-geiros ficam surpresos sim. Mas elasente que é uma surpresa pelolado positivo. “Nunca passei porsituações de alguém quererdesembarcar pelo fato de eu sermulher.” Uma dica que Luciana dápara as mulheres que desejamseguir nessa ou em outra carreira épara que sejam sempre seguras emrelação à tarefa proposta.

“O principal ao desempenharqualquer trabalho é, em primeirolugar, acreditar em você. A partirdaí, você vai buscar o que precisa

Trabalho que atrai jovens mulheresNOVIDADE

A ComJovem (Comissãode Jovens Empresários eExecutivos), voltada para osetor de transporte, tematualmente mais de 600 par-ticipantes – 19,8% mulheres.Esse percentual tem aumen-tado nos últimos anos, mostran-do o maior interesse do públicofeminino em atuar à frente deempresas de transporte.

Na percepção da vice-coorde-nadora nacional da comissão,Roberta Fiorot, as mulheresestão mesmo mais atuantes no

setor, em todos os níveis. NaComJovem, os integrantes têmentre 18 e 35 anos. O objetivo éintegrar e capacitar jovensempresários e executivos, des-pertando-os para futuras lide-ranças no setor de transporte decargas e logística. “As mulheresestão atuando e mudando o per-fil de muitas empresas.”

Conseguir consolidar sua car-reira no setor de transporte echegar a ocupar um cargo dechefia foi um grande desafio paraElisabeth Tiago, 27. Em 2003, ela

começou a trabalhar na conces-sionária ALL (América LatinaLogística). Hoje é supervisora daoficina de locomotivas.

Para Elisabeth, é gratificanteperceber que o trabalho é reco-nhecido. Ela faz questão de desta-car que, mesmo atuando em umsetor dominado por homens,busca não perder sua feminilida-de. E conta que a família semprese orgulhou e incentivou o traba-lho dela. “Também acho impor-tante que a mulher invista sempreno seu crescimento profissional.”

“Também achoimportante que a mulher invistasempre no seucrescimentoprofissional”ELISABETH TIAGO, SUPERVISORA DE OFICINA DE LOCOMOTIVAS

ALL/DIVULGAÇÃO

ARQUIVO PESSOAL

“As mulheresestão atuando e mudando operfil de muitas empresas”

ROBERTA FIOROT, VICE-COORDENADORA NACIONAL DA COMJOVEM

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201128

Page 29: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

com garra e força. Na área de avia-ção, assim como em outras, éimportante se sentir segura emrelação ao que faz”, recomenda acomandante da Trip.

E ao ser questionada sobre oque diria para alguém que, porven-tura, possa sentir receio de voarcom uma mulher, ela é enfática.“Experimente. Você não vai notardiferença nenhuma. Não existequalquer concessão para a mulher.A proficiência técnica a ser atingi-da é igual para todos. Na frente daaeronave, sempre estarão dois pro-fissionais competentes, indepen-dentemente de ser homem oumulher”, afirma a comandante. l

Média salarial ainda é mais baixaDIFERENÇA

Enquanto a participaçãofeminina aumenta no setor detransporte, a média salarialdas mulheres continua abaixodos valores recebidos peloshomens. É o que aponta umlevantamento realizado peloMinistério do Trabalho. Dequalquer forma, todas asmulheres entrevistadas pelaCNT Transporte Atual e todosos representantes de empre-sas disseram que na realidadevivida por eles não há distin-ção de salários por sexo.

Pelos números doMinistério do Trabalho, nocaso de motoristas de cami-nhão, a média salarial dehomens é de R$ 1.240 e a demulheres, R$ 1.013. Motoristasde ônibus urbanos homensrecebem em torno de R$ 1.429e mulheres, R$ 1.229. Entretaxistas, os valores médiossão R$ 884 para homens e R$678 para mulheres.

Esses dados estão incluí-dos na Rais (Relação Anual de

Informações Sociais) de 2009.De acordo com o Ministériodo Trabalho, essa média sala-rial foi feita com base nadeclaração de empresas detransporte de todo o Brasilsobre os salários de seusempregados. Entretanto, nãoestão incluídas no levanta-mento informações sobreautônomos e profissionaisterceirizados. A Rais de 2010ainda não foi finalizada.

Apesar de ser evidente amaior participação femininano setor de transporte, nasestatísticas do Ministério doTrabalho, elas ainda nãorepresentam nem 1% dasfunções operacionais, comomotoristas de ônibus, táxi,caminhão e trólebus dopaís. De qualquer forma, opróprio ministério reconhe-ce que os números da Raisnão retratam exatamente arealidade porque nãoincluem os trabalhos semcarteira assinada.

“Na frente da aeronave, sempre estarão dois profissionais competentes, independentementede ser homem ou mulher”

LUCIANA CARPENA, PILOTO

“Tento usar aresistência deuma pessoa ououtra como umtrampolim paraobter sucesso emostrar que sou capaz”

MICHELE SILVA DE ANDRADE, PRÁTICO

TRIP/DIVULGAÇÃO

ARQUIVO PESSOAL

Page 30: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201130

Direito deescolherProjeto de lei obriga exposição no CRLVde poluentes emitidos por veículos

POR CYNTHIA CASTRO

EMISSÕES VEICULARES

No Brasil, a queima decombustíveis do trans-porte (incluindo osveículos de passeio)

ocupa o segundo lugar no ran-king de emissores de dióxido decarbono (CO2), responsável por8,6% do lançamento desse gásna atmosfera. Em primeiro lugar(76,3%) está a mudança do usodo solo, com os desmatamentose queimadas. Para tentar redu-zir a poluição e despertar umamaior consciência em consumi-dores e fabricantes, o senadorClésio Andrade (PR-MG), tam-bém presidente da CNT e do

Sest Senat, apresentou noSenado o projeto de lei nº38/2011, em fevereiro.

A proposta altera a lei nº8.723/1993, que dispõe sobre aredução de emissão de poluen-tes por veículos automotores,entre outras providências. Pelaproposta de Clésio Andrade,passa a ser obrigatória a divul-gação no CRLV (Certificado deRegistro e Licenciamento deVeículo) e na nota fiscal, a quan-tidade de emissão dos gasespoluentes e de dióxido de carbo-no emitidos pelo veículo. Osfabricantes e os órgãos de licen-

ciamento passarão a ser obriga-dos a especificar esses valores,caso a lei seja sancionada.

Ao justificar a apresentaçãodo projeto de lei, Clésio Andraderessalta a necessidade da ado-ção de medidas que levem àdiminuição das emissões pelosveículos, tanto leves como pesa-dos. Na avaliação do senador,também presidente da CNT, umadas melhores formas de alcan-çar esse objetivo é contar com aparticipação e com a escolhaconsciente do consumidor –principal interessado na melho-ria da qualidade do ar que respi-

ra e também interessado emreduzir as emissões de gasesresponsáveis pelo efeito estufa.

De acordo com ClésioAndrade, para que o consumoconsciente seja possível, é pre-ciso o desenvolvimento e a uti-lização de instrumentos queinformem ao consumidor a efi-ciência energética do motorutilizado e a concentração desubstâncias poluentes nasemissões do veículo.

“Quando o consumidor foradquirir um veículo novo, elevai ficar atento e poderá esco-lher comprar um modelo que

CONTROLE Na hora de comprar

Page 31: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 31

OSLAIM BRITO/FUTURA PRESS

seja menos poluente. Para aindústria automobilística, amedida também será um incen-tivo. Assim, os fabricantespoderão se preocupar cada vezmais em produzir veículos maiseficientes e com menos polui-ção lançada na atmosfera”, con-sidera Clésio Andrade.

Na avaliação do senador epresidente da CNT, o registrodos gases poluentes no CRLV ena nota fiscal, proposto peloprojeto de lei, vai gerar umasérie de consequências positi-vas, como o estímulo à discus-são pela sociedade sobre a

aquisição de veículos quepoluam menos.

Clésio Andrade afirma que aexperiência mundial demonstraque a implantação de políticassustentáveis traz benefíciosambientais, econômicos esociais. “O desenvolvimento detecnologias mais limpas, incen-tivado por esse projeto de lei,levará também à fabricação deveículos mais econômicos”, dizo senador, na justificativa doprojeto apresentado no Senado.No dia 17 de fevereiro, o projetode lei nº 38 estava na Comissãode Meio Ambiente, Defesa do

Consumidor e Fiscalização eControle, aguardando o recebi-mento de emendas.

DespoluirTambém com o objetivo de

reduzir a poluição emitida pelosveículos, a CNT lançou há quasequatro anos o Despoluir –Programa Ambiental doTransporte. Todas as açõesincluídas nesse programa têm oobjetivo de promover o engaja-mento de empresários, cami-nhoneiros autônomos, taxistas,outros trabalhadores em trans-porte e a sociedade na constru-

ção de um desenvolvimento ver-dadeiramente sustentável.

Um dos projetos de destaquedentro do Despoluir é o deRedução da Emissão dePoluentes pelos Veículos. Pormeio da aferição veicular decaminhões e ônibus, a CNTespera reduzir a emissão depoluentes no setor de transpor-te, visando a melhoria da quali-dade do ar e o uso racional decombustíveis.

Além de aferir os veículos,os técnicos do Despoluir infor-mam sobre o recebimento docombustível, drenagem dos tan-ques, rotina padrão de abasteci-mento e sinalização na área deabastecimento. Os motoristassão orientados sobre meioambiente e condução econômi-ca. E os mecânicos, sobre usoracional de combustível, entreoutros cuidados. O veículo queestiver dentro dos padrões deemissão de poluentes recebe oselo Despoluir.

“Na CNT, já temos o Despoluir,que se preocupa com a reduçãoda poluição no setor de trans-porte. E agora, com esse projetode lei apresentado no Senado,queremos despertar a consciên-cia na sociedade sobre o tipo deveículo dirigido e qual o índicede poluição emitida na atmosfe-ra”, diz Clésio Andrade. l

o veículo, consumidor poderá escolher o que polui menos, conforme projeto de lei em tramitação no Senado

Page 32: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

Além do desenvolvimentode novas tecnologias deequipamentos, a eficiên-cia do transporte urba-

no nas cidades brasileiras estádiretamente ligada aos sistemasde operação do setor, que incluemas tarifas pagas pelos usuários eos horários de oferta das linhas.

Diante dessa realidade, proje-tos de lei que tramitam noCongresso Nacional têm comoobjetivo adequar a legislação querege esse tipo de serviço às novi-dades que já fazem parte da ativi-dade e, assim, oferecer mais quali-dade de vida à população. Doisdesses textos foram apresentadosrecentemente pelo senador ClésioAndrade (PR-MG), que preside aConfederação Nacional doTransporte e o Sest Senat.

Em análise na Comissão deAssuntos Sociais do SenadoFederal, o PL nº 39/2011 busca redu-zir os valores das tarifas de trans-porte público urbano e metropoli-tano de passageiros, por meio demudança na Lei de Contribuição daSeguridade Social. A propostaprevê uma diminuição média de5% nas tarifas cobradas pelo ser-viço em todo o país.

De acordo com a proposição, acontribuição, feita pelos contra-tantes em benefício dos funcioná-rios, seria mantida, mas passaria aestar vinculada ao faturamento da

empresa. Com a mudança, a alí-quota de contribuição seria de2,5% da receita bruta, destinada àseguridade social, acrescida de0,1% referente ao SAT (Seguro deAcidente de Trabalho).

Pelas regras atuais, as empre-sas que operam o sistema detransporte urbano de passageiroscontribuem com 23% das remune-rações pagas, equivalentes à segu-ridade social (20%) e ao SAT (3%).

Na justificativa do projeto

apresentada pelo senador ClésioAndrade, a alteração beneficiará apopulação do país, pois permiteum aumento na mobilidade urba-na por meio da inclusão social defamílias de baixa renda e a recu-peração da demanda nos serviçosde transporte público, gerandomais postos de trabalhos.

A mudança proposta pelosenador é similar à vigente nosetor agrário há 10 anos, propor-cionada pela lei nº 10.256/2001.

“O agronegócio foi beneficiado,no passado, com semelhantealteração na legislação, o que,em conjugação com outros fato-res, contribuiu para o sucessoque esse importante setor daeconomia representa atualmen-te”, complementa o parlamentarno documento.

DescansoA segunda proposição apre-

sentada pelo senador à Mesa

TRANSPORTE URBANO

Projetos de lei apresentados no Senado têm como

Para melhorar

POR LIVIA CEREZOLI

Page 33: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

Diretora do Senado Federal pre-tende modernizar e adaptar asleis trabalhistas à realidade dotransporte público urbano emetropolitano.

O PL nº 43/2011 estabelece ofracionamento dos intervalos dedescanso para condutores, cobra-dores e empregados de empresasde ônibus e metrô. A propostadefine que a pausa deve ser dadaao final de cada viagem sem pre-juízo na remuneração.

Atualmente, pelas regras daCLT (Consolidação das Leis doTrabalho), o tempo de descansopara períodos de trabalhos con-tínuos, com duração superior aseis horas, é de, no mínimo, umahora ininterrupta.

Na justificativa da proposi-ção apresentada pelo parla-mentar, é preciso adequar asleis às características de cadasetor e, assim, garantir umamelhor oferta do serviço.

Segundo o texto, a generali-dade da norma estabelecidapela CLT se mostrou inade-quada com o passar dos anos.

“O transporte rodoviáriourbano e metropolitano éuma atividade relativamentenova, mais nova que a própriaCLT, e que, por razões óbvias,não acompanhou as mudan-ças de hábitos dos profissio-nais ocorridas nos últimostempos”, assegura o senador

Clésio Andrade no texto apre-sentado a Casa.

Uma das principais contro-vérsias da legislação queestá em vigor é que a formacomo o tempo de descanso éconcedido aos trabalhadoresnão se adapta aos horáriosde forte concentração e des-locamento no transportepúblico nos horários de pico,compreendidos entre as 6h eas 9h e entre as 17h e as 20h.

“Hoje em dia, principal-mente nos grandes centrosurbanos, o sistema viárioapresenta grandes problemasde congestionamentos e a ati-vidade de transporte é desen-volvida na via pública, sob ascondições imprevisíveis dotráfego, impossibilitando ocumprimento da legislaçãovigente sobre o intervalointerjornada”, diz o texto.

A flexibilização dos descan-sos já é prevista, pela própriaCLT, em outros setores, comoequipagem de trens e esta-ções, indústria petroquímica eexploração de petróleo. Paraque não haja prejuízos aosinteresses dos trabalhadores,o texto determina que o fra-cionamento do período dedescanso deva estar condicio-nado a acordo ou convençãocoletiva de trabalho estabele-cida entre os funcionários eseus empregadores. (ComMarina Severino) l

objetivo aperfeiçoar os sistemas de transporte público

r a eficiênciaNTU/DIVULGAÇÃO

Page 34: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201134

ANEL RODOVIÁRIO DE BELO HORIZONTE

Desde o início de feve-reiro, caminhoneirosestão sendo orienta-dos a redobrarem a

atenção ao dirigirem na via con-siderada a mais perigosa dacapital de Minas Gerais. No dia 8do último mês, foi lançada acampanha “CNT e Sest Senatpela Segurança no AnelRodoviário de Belo Horizonte”.

Os motoristas de caminhãoque passam por postos de com-bustível da região do Anel epelas empresas de transporterecebem orientações para diri-girem pela pista da direita e

Por maissegurança

Campanha da CNT e do Sest Senat, em parceria com a PRF e o Dnit, conscientiza caminhoneiros

POR CYNTHIA CASTRO

para não ultrapassarem 60 km/hno Anel Rodoviário. Tambémforam montadas blitze educati-vas no KM 550 da BR-040 (senti-do Rio de Janeiro/BeloHorizonte), entre os postosChefão e Mutuca – a poucos qui-lômetros da entrada do Anel.

A campanha foi lançada emparceria com a PRF (PolíciaRodoviária Federal) e com o Dnit(Departamento Nacional deInfraestrutura de Transportes).Além das abordagens aos cami-nhoneiros, foram instaladosoutdoors de alerta às margensda BR-040 e na entrada do

Anel. A ideia é chamar a aten-ção para o fato de o Anel seruma via urbana, que recebemilhares de veículos diaria-mente e registra um alto índicede acidentes graves, com mor-tes, envolvendo caminhões.Por isso, é necessário redobraros cuidados.

Os condutores têm recebidokits com instruções de comocontribuir para um trânsitomais seguro. Folder educativo,adesivo e camisa alertam paraa segurança. Na camisa e nosadesivos, foi estampada aseguinte frase: “Eu cuido da

Page 35: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 35

segurança do Anel Rodoviáriode BH. E você?”

Até o dia 21 de fevereiro,6.000 caminhoneiros tinhamsido parados nas blitze educa-tivas e 10 mil kits distribuídos –nas abordagens na BR-040, nospostos e empresas. Na avalia-ção do presidente da CNT e doSest Senat, senador ClésioAndrade (PR-MG), os objetivosda campanha foram atendidosaté então. “O alerta principal épara que os caminhoneirosdirijam pela pista da direita enão ultrapassem a velocidadede 60 km/h ao trafegarem noAnel Rodoviário de BeloHorizonte. É preciso ficar aten-to”, diz Clésio Andrade.

Durante os dias de blitze, foifeita uma pesquisa, 4,5 km àfrente do ponto de parada naBR-040. Ficou constatado que95% dos caminhoneiros aborda-dos passaram a dirigir peladireita e a 60 km/h. Essa pesqui-sa foi realizada na entrada doAnel Rodoviário.

No final do mês de fevereiro,a CNT e o Sest Senat intensifica-ram o trabalho de conscientiza-ção dos motoristas que trafe-gam no Anel, com abordagensnas empresas e nos postos decombustível da região. A PolíciaRodoviária Federal precisou con-centrar os esforços nas ações

LÍLIAN MIRANDA

Page 36: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201136

petor Waltair Vasconcelos; oprefeito de Belo Horizonte,Marcio Lacerda, entre outrasautoridades.

O inspetor da PRF comentouque a proposta das ações é mos-trar para o caminhoneiro que oAnel é uma via extremamenteperigosa e que se ele reduzir avelocidade na descida terá totalcontrole do veículo. “Se os cui-dados forem tomados, dificil-mente veremos outros aciden-tes graves como o ocorrido nofinal de janeiro”, disseVasconcelos.

No dia 28 de janeiro deste

Durante o lançamento dacampanha, em 8 de fevereiro, osenador Clésio Andrade ressal-tou que o caminhoneiro quedirige pela BR-040 (sentido Riode Janeiro/Belo Horizonte) pre-cisa saber que, ao chegar aoAnel, ele estará entrando emuma avenida urbana. “Ele pre-cisa ter toda cautela, redobrara atenção.”

Também estiveram presen-tes na BR-040, durante o lança-mento, o superintendente doDnit em Minas Gerais, SebastiãoDonizete de Souza; o superin-tendente da PRF no Estado, ins-

pela segurança das rodoviasdurante o Carnaval.

MovimentoO Anel Rodoviário de Belo

Horizonte recebe um tráfegointenso de caminhões e deoutros veículos que estão emviagem e passam pela capital deMinas Gerais. Também trafegampela via milhares de veículos depasseio que se deslocam entreos bairros de Belo Horizonte eentre algumas cidades da regiãometropolitana. É intensa ainda atravessia de pedestres ao longodos 26,5 km do Anel.

Caminhoneiros aprovam conscientizaçãoINFORMAÇÃO

Os caminhoneiros abor-dados na BR-040 durante acampanha “CNT e Sest Senatpela Segurança no AnelRodoviário de Belo Hori-zonte” aprovaram a mobili-zação da CNT e do SestSenat em parceria com a PRF(Polícia Rodoviária Federal) ecom o Dnit (DepartamentoNacional de Infraestruturade Transportes).

“Acreditamos no poderda informação. Tem mesmoque orientar os motoristasa reduzirem a velocidade”,disse a caminhoneira Mariado Carmo, uma das primei-

ras abordadas na primeirablitz do dia 8 de fevereiro.

Roberto Vieira e CarlosEugênio, que viajavam parao Vale do Aço, comentaramque os outdoors no trechoda BR-040 próximo do Anele as blitze ajudam os moto-ristas de caminhão a seconscientizarem mais sobrea importância de não dirigirem alta velocidade no Anele também de trafegar pelapista da direita.

“As placas estão aí, aler-tando, mostrando a veloci-dade indicada. Mas muitagente abusa. Por isso, é

preciso continuar investin-do em ações de conscienti-zação”, considera CarlosEugênio.

Edgar de Souza, quepassa constantemente noAnel Rodoviário, tambémfez questão de afirmar queos motoristas de caminhãoesperam que “todas asmedidas que estão sendotomadas ajudem a levarmais segurança para a viae que o motorista estejamesmo mais consciente deseu papel para contribuirpara um trânsito maistranquilo.”

CUIDADO Outdoors às

“Caminhoneirosprecisamtrafegarpela direitae não

ultrapassar60 km/h”

SENADOR CLÉSIO ANDRADE,PRESIDENTE DA CNT E DO SEST SENAT

Page 37: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 37

ano, um acidente causou cincomortes no Anel Rodoviário, notrecho considerado o maisperigoso: a descida que passapelos bairros Olhos d’Água eBetânia, logo depois que osveículos saem da BR-040. Omotorista de uma carretabitrem perdeu o controle dadireção e mais de dez veículosse envolveram no acidente.

Conforme informações daPolícia Militar Rodoviária, quefiscaliza o Anel, em 2010 foramregistrados 3.055 acidentes,com 1.271 feridos e 39 mortos.Foram 6.427 veículos envolvidos

nos acidentes. Desse total, 21,5%eram caminhões e a maioria(56,2%) automóveis.

Depois do acidente de 28 dejaneiro, algumas medidas foramtomadas em diferentes esferasde governo. Foi criado o ComitêGestor do Anel Rodoviário deBelo Horizonte, com participan-tes do Dnit, da prefeitura e daPolícia Militar Rodoviária. Umadas definições foi que, desde odia 21 de fevereiro, veículos quetransportam cargas especiais(aquelas que necessitam deescolta) só podem transitar peloAnel no período das 23h às 5h.

O Dnit também está insta-lando equipamentos reduto-res de velocidade ao longo davia. Antes do acidente de 28de janeiro, havia oito equipa-mentos em toda a extensãodo Anel (26,5 km) – um no tre-cho mais perigoso, entre osbairros Olhos d´Água eBetânia. Até o final de março,18 equipamentos devem estarfuncionando ao longo doAnel, sendo seis no trechomais perigoso. Um sétimoredutor de velocidade tam-bém será colocado na BR-356,logo na entrada do Anel, para

tentar evitar acidentes nessetrecho de descida.

Também ficou estabelecidoque o limite de velocidade seráreduzido para 60 km/h para veí-culos de carga (caminhões e ôni-bus) em toda a extensão doAnel. A medida estava previstapara começar a vigorar emmarço. Os limites para veículosmenores continuam sendo de 80k/h e 70 km/h, dependendo dotrecho. Árvores às margens dapista foram retiradas paramelhorar a visibilidade pertodos bairros Betânia e Olhosd´Água. (Com Livia Cerezoli) l

ANDRÉ ZILLER/DIVULGAÇÃO

margens da BR-040 e na entrada do Anel Rodoviário alertam caminhoneiros

Veja alguns dados gerais sobre o Anel Rodoviário de Belo Horizonte

Extensão

• 26,5 km, entre os bairros Olhos d’Água e Jardim Vitória

Características

• É composto pelas rodovias BR-040, BR-381 e BR-262

• São 44 bairros ao longo do Anel, com 27 trevos, entroncamentos e

viadutos de acesso e 22 passarelas

Fluxo

• Diariamente passam em média 120 mil veículos

• 73,5% automóveis, 17% caminhões, 5,8% motocicletas e 3,7% outros

veículos

Acidentes

• Em 2010, foram registrados 3.055 acidentes, com 1.271 pessoas feridas e

39 mortes

• Foram 6.427 veículos envolvidos em acidentes no ano passado. Desse

total, 21,5% eram caminhões e 56,2%, automóveis

• Em 2011, até o início de fevereiro, 9 pessoas morreram em acidentes. O

mais grave, em 28 de janeiro, com 5 mortes

Fonte: Polícia Militar Rodoviária

RAIO X

Page 38: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

mesmo, orientar as ações da CNTde acordo com as demandas dasociedade”, sugere.

Novo visualÀ primeira vista, a modificação

que mais chama atenção é olayout. O projeto gráfico escolhi-do valoriza fotos dos quatromodais que compõem a estruturada CNT: aéreo, aquaviário, ferro-viário e rodoviário. A cada atuali-zação de página, uma imagem deum modal diferente preenche ofundo da tela, possibilitando aointernauta apreender e com-preender a composição da CNT.No caso do Sest Senat, foramescolhidas imagens que retratas-sem os serviços oferecidos pelainstituição: educação, saúde eesporte e lazer.

Outra modificação trazida pelanova proposta gráfico-visual é aopção das cores azul para a CNT,laranja para o Sest Senat e verdepara a Escola do Transporte. Emcada um dos sites, películas emtons próximos aos das coresescolhidas delimitam menus, bar-ras de navegação e rodapés.

Mídias sociaisA busca pela interatividade é

outra novidade do portal. A deci-são de inserir-se, definitivamente,no contexto digital, fez com que aCNT ampliasse sua participação

páginas seguem padrões webinternacionais, priorizando con-ceitos como acessibilidade, nave-gabilidade, compartilhamento dainformação, interatividade, con-fiabilidade e organização dainformação, recomendados peloConsórcio Internacional WorldWide Web (W3C).

Os menus de navegação, porexemplo, foram reordenados e osprodutos e serviços, reclassifica-dos. Além disso, na página da CNT,os programas como Despoluir,Prêmio CNT de Jornalismo e Esca

Uma nova maneira deorganizar a informação,aliada a conteúdo dequalidade e visual arro-

jado. Essa é a tônica do novo por-tal da CNT (Confederação Nacionaldo Transporte) e dos novos sitesdo Sest Senat e da Escola doTransporte.

Inaugurados no último dia 18de fevereiro, os três projetos tra-zem informações reorganizadaspara que o internauta não tenhadificuldades em encontrar o con-teúdo desejado. Por isso, as novas

(Programa de Enfrentamento àExploração Sexual de Crianças eAdolescentes) foram agrupadosna seção Especiais.

O presidente da CNT e do SestSenat, senador Clésio Andrade(PR/MG), explica a mudança.“Escolhemos fazer esse investi-mento para tornar a informaçãomais acessível para o transporta-dor”, afirma. Segundo ele, a pro-posta é aproximar a CNT do seupúblico-alvo. “Queremos ouvir oque as pessoas têm a dizer, darvoz ativa ao internauta para, até

Na Internet, CNT, Sest Senat e Escola do Transporteapresentam conteúdo mais acessível, novo

layout e participação efetiva nas mídias sociais

POR ÉRICA ABE

De caranova

NOVO PORTAL

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201138

Page 39: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

tucionais e coberturas jornalísti-cas sobre os principais aconteci-mentos do setor de transporte.Para completar, os álbuns noFlickr (ferramenta para publica-ção e compartilhamento de fotos)da CNT e do Sest Senat reúnemfotos, em diferentes tamanhos,dos eventos de cada instituição.

Em termos de tecnologia alia-da à rede social, um dos diferen-ciais do portal é a utilização dosmashups, que são partes deoutros sites incorporadas às

nas mídias sociais. Agora, todasas novidades da CNT, do SestSenat e da Escola do Transportepodem ser acompanhadas tam-bém pelo microblog Twitter e pelosite de relacionamento Facebook.Os links estão disponíveis naslaterais das páginas da CNT, doSest Senat e da Escola doTransporte. (Veja serviço no finalda matéria).

Já no canal de vídeo maispopular da rede, o YouTube, ointernauta encontra vídeos insti-

das unidades distribuídas portodo o país.

Ferramentas inovadorasOutra inovação está na apre-

sentação da revista CNTTransporte Atual na Internet.Com mais de 15 anos de história, apublicação referência do setor detransporte agora tem um novoformato digital. Por meio do Issuu(ferramenta para publicação dematerial impresso em formatodigital), o leitor pode acessar as

novas páginas eletrônicas. Entreas vantagens estão a possibilida-de de criar sites mais atraentes,construídos de maneira maisrápida e com baixo custo. Tantona página da CNT quanto na doSest Senat, foram utilizados osmashups do YouTube para avisualização dos vídeos e doFlickr para as fotos. Em particu-lar, o Sest Senat traz, ainda, osmapas de localização doGoogleMaps, utilizados para faci-litar a indicação dos endereços

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 39

Page 40: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

páginas com mais qualidade eversatilidade, como se tivessecom a revista em mãos. Além davisualização, a nova ferramentapermite o download (em PDF) daedição atual e das anteriores,desde 2003.

Sest SenatSeguindo a mesma linha edito-

rial do portal da CNT, o site doSest Senat conta com visualmoderno e um novo conceito dearquitetura da informação. Osconteúdos institucionais foramreordenados e atualizados. Aseção de notícias foi refeita eagora as novidades do Giro pelasUnidades podem ser acessadas

tanto na capa quanto na páginade cada unidade. As NotíciasNacionais também ganharamuma seção especial e as fotospassaram a ser publicadas noálbum virtual Flickr exclusivo doSest Senat. Já os vídeos, institu-cionais e noticiosos, podem serencontrados no canal da CNT noYouTube.

Outra área de destaque nonovo site é a de Cursos – presen-ciais e on-line. Com turmas cons-tantemente abertas em todo opaís, a seção educacional do SestSenat é um dos carros-chefes naprocura dos internautas. Além domais, ganharam posição privile-giada os serviços de acesso rápi-

do como E-compras, ContribuiçãoLegal, Calendário de Eventos dasUnidades e Banco de Talentos.

Escola do TransporteAproximar o internauta da for-

mação profissional especializadaem transporte e logística. Esse foio objetivo da reformulação dosite da Escola do Transporte.

Por meio da nova página, ointernauta também pode conhe-cer as instalações da Bibliotecado Transporte e consultar o acer-vo, formado por livros, periódicos,CDs, DVDs, mapas, fotos, entreoutros. É possível, também, acom-panhar as novidades e eventospromovidos pela Escola do

Transporte, como pesquisas, estu-dos e convênios de capacitação.

Agência de Notícias Uma das grandes novidades do

portal no quesito gestão do con-teúdo é a criação da Agência CNTde Notícias. Com produção própriade matérias em texto, áudio evídeo, o novo canal destaca diaria-mente os principais assuntos dosetor de transporte no país.

A cobertura on-line é feita sis-tematicamente nos PoderesExecutivo e Legislativo, nas asso-ciações ligadas à CNT e demaisentidades relacionadas ao setorde transporte. As matérias sãoclassificadas em editorias inspi-

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201140

Page 41: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

radas nos modais e também emtemas recorrentes ao setor,como Meio Ambiente, Eventos eEducação. Completam a partenoticiosa galerias de fotos,entrevistas, clippings e novossistemas de busca.

Outro diferencial da Agência éa integração com as redes sociais.Logo na página principal, o usuá-rio encontra um widget (aplicati-vo) da rede social mais famosa domomento, o Facebook. Por meiodesse assessório, criado para faci-litar a navegação entre dois sites,o internauta pode “curtir” a pági-na da Agência na rede social evisualizar os amigos que tambémgostaram da novidade. Além disso,

dois botões especialmente colo-cados no início de cada matériatornam possível compartilhar ostextos com amigos no Facebook ecom os seguidores no Twitter.

Acessos crescentesEm pouco tempo, o novo portal

da CNT e os novos sites do SestSenat e da Escola do Transporte jáampliaram a popularidade das res-pectivas instituições na rede. No mêsde lançamento, as páginas eletrôni-cas atuais receberam 63% mais devisitas, se comparado com os índicesde fevereiro de 2010. Com isso, o por-tal recém-apresentado ao públicoalcançou a marca de 21,3 mil visitasno segundo mês deste ano. l

www.cnt.org.br

www.sestsenat.org.br

www.escoladotransporte.org.br

Nas mídias sociais:

Twitter: http://twitter.com/agenciacnt

Facebook: http://www.facebook.com/cntbrasil

Youtube: http://www.youtube.com/transportecnt

Issu: http://www.issuu.com/transporteatual

Flickr: http://www.flickr.com/photos/agenciacnt e

http://www.flickr.com/photos/sestsenat

SERVIÇO

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 41

Page 42: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 43: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 44: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201144

Contribuir para o cresci-mento do setor detransportes no Brasil,oferecendo formação

profissional de qualidade. É comesse objetivo que a Faculdade deTecnologia do Transporte iniciasuas atividades neste primeirosemestre de 2011.

Diante da tendência consoli-dada da exigência de conheci-mentos e habilidades específicaspara o efetivo aprimoramento dagestão das empresas e projetosnas áreas de logística e transpor-tes, o credenciamento da institui-ção vem como resposta àsdemandas das empresas ligadasao setor e à sociedade.

Ligada à CNT, a instituição ofe-rece cursos de graduação tecno-

lógicos e de extensão para pro-mover a formação de pessoasque já atuam na logística e nosetor de transporte e outras quequeiram ingressar nessas ativi-dades, tomando como perspecti-va formadora a ideia de educa-ção como processo crescente deconquista e construção deconhecimentos.

A faculdade foi credenciadapelo MEC (Ministério daEducação) em dezembro do anopassado, de acordo com a porta-ria nº 1.384. Depois de analisar adocumentação e avaliar a infra-estrutura física e de pessoal, oministério encaminhou o parecerao Conselho Nacional deEducação que autorizou o funcio-namento da faculdade por unani-

midade. A autorização era aguar-dada desde 2007.

A missão da faculdade é pre-parar pessoas para atuarem nosetor de transporte com eficiên-cia, visão crítica e comprometi-mento com resultados, utilizandoconhecimentos e tecnologiasque apoiem a superação dosconstantes desafios impostospelo mercado.

A aproximação da instituiçãocom as lideranças e empresá-rios do setor de transporte, pormeio da CNT, é ponto positivopara o desenvolvimento dométodo pedagógico que seráaplicado. O mesmo está baseadona cooperação com o mundo dotrabalho, analisando e prevendoas necessidades da sociedade e

em particular do setor de trans-porte, desenvolvendo em con-junto com as empresas os pro-cessos de aprendizagem queintegram a teoria e a formaçãopara o trabalho, assim como ashabilidades empresariais e osenso de iniciativa.

Localizada no prédio da CNT,em Brasília, a faculdade contacom uma moderna infraestruturade apoio ao ensino e à aprendiza-gem, corpo docente compostopor doutores, mestres e especia-listas, salas de aula com acesso àInternet banda larga, projetormultimídia, laboratório de infor-mática, auditório com sistema deáudio e vídeo e biblioteca comacervo específico sobre o setor. AFaculdade do Transporte entra no

POR LIVIA CEREZOLI

EDUCAÇÃO

Ensino deexcelência

Faculdade de Tecnologia do Transporte oferece cursosde graduação e extensão nas áreas de logística,transporte terrestre, gestão e meio ambiente

Page 45: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 45

cenário acadêmico como umcentro de excelência e referênciapara o setor. As inscrições para oprocesso seletivo devem serabertas ainda neste semestre. Oinício das aulas está previstopara agosto.

CursosInicialmente serão ofereci-

dos dois cursos de graduação– Tecnólogo em Logística eTecnólogo em TransporteTerrestre, ambos com doisanos de duração – e três deextensão – Gestão Ambiental eAtualização para ResponsávelTécnico em Empresas deTransporte de Cargas a distânciae Gestão de Projetos, presencial.Para os próximos anos, a meta da

faculdade é ampliar a oferta decursos e de programas no ensinosuperior, conforme as demandase necessidades do setor.

O funcionamento do cursoTecnólogo em Logística foiautorizado pela portaria nº 256da Secretaria de EducaçãoProfissional Tecnológica doMEC, em dezembro de 2010. Aproposta do curso é formar pro-fissionais capazes de atuar comogestores de transporte e logísti-ca, suprimento e distribuição demercadorias com visão estratégi-ca integrada aos negócios daempresa, focados em resultados.

O tecnólogo em logística podeatuar em órgãos gestores e regu-lamentadores de transporte,empresas de transporte, manu-

seio e distribuição de cargas,operações portuárias, terminaisaduaneiros, alfandegários, deintegração intermodal ou multi-modal, empresas que utilizemconhecimentos de logística eempresas que trabalhem comsistemas de informações geográ-ficas aplicadas ao gerenciamentode frotas e mercadorias.

O curso de graduaçãoTecnólogo em TransporteTerrestre tem como objetivo for-mar profissionais capacitadospara atuar em atividades de pla-nejamento, de operação e degestão de serviços de transportee do sistema de trânsito nomodal rodoviário e atender ademandas específicas de mobili-dade e acessibilidade urbanas. A

portaria nº 101, da Secretaria deEducação Profissional Tecnológica,editada em janeiro deste ano,autoriza o funcionamento domesmo.

Na área da extensão, a ofertade cursos é destinada a profissio-nais técnicos e gestores deempresas. O curso de GestãoAmbiental tem duração de 45horas/aula e será ministrado adistância. A proposta é prepararos profissionais já atuantes naárea de transporte para imple-mentar e manter um programade gestão ambiental em empre-sas do setor.

Também com duração de 45horas/aula e oferecido na moda-lidade a distância, a Faculdadede Tecnologia do Transporteoferece o curso de Atualizaçãopara Responsável Técnico emEmpresas de Transporte deCargas preparando o profissio-nal para desempenhar as fun-ções específicas dessa área den-tro das empresas de transporterodoviário de cargas.

Na modalidade presencial, ocurso de Gestão de Projetos,com carga horária de 60horas/aula, prepara os profis-sionais para conhecer os princi-pais elementos que envolvem aelaboração e o gerenciamentode projetos. O curso é voltadopara profissionais que traba-lham na área de planejamento,execução e controle de projetosna área de transportes e quedesejam aprimorar suas técni-cas e procedimentos. l

CURSOS DE GRADUÇÃOTecnólogo em LogísticaDuração: 2 anos Modalidade: presencial

Tecnólogo em TransporteTerrestre Duração: 2 anos Modalidade: presencial

CURSOS DE EXTENSÃOGestão AmbientalCarga horária: 45h/aulaModalidade: a distância

Atualização para ResponsávelTécnico em Empresas deTransporte de CargasCarga horária: 45h/aulaModalidade: a distância

Gestão de ProjetosCarga horária: 60h/aulaModalidade: presencial

Fonte: Faculdade de Tecnologia do Transporte

FACULDADE DE TECNOLOGIADO TRANSPORTEOferta de cursos

ISTOCKPHOTO

Page 46: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201146

TÁXI

Os taxistas têm importan-te papel na proposta dopaís de receber bem osmilhares de turistas que

devem movimentar o Brasil duran-te a realização da Copa do Mundode 2014. São eles que darão asboas-vindas e deixarão a primeiraimpressão das cidades que rece-berão os jogos.

Por isso, qualificar esses pro-fissionais é tão importante.Taxistas preparados para o exer-cício da profissão oferecem ummelhor atendimento aos clien-tes e têm melhores níveis delucratividade e rentabilidade.

Foi pensando nisso que aEscola do Transporte, a CNT, oSest Senat e o Sebrae (ServiçoBrasileiro de Apoio às Micro ePequenas Empresas) assinaramconvênio para o desenvolvimen-to do projeto Taxista Nota 10.

O programa, com lançamentopara o público marcado para ofinal deste semestre, tem comoobjetivo principal aprimorar osconhecimentos de gestão denegócios e aumentar a qualidadedos serviços prestados pelostaxistas, sejam eles empreende-dores individuais, autônomos oumembros de cooperativas.

Em três anos, a meta é qualifi-

Taxista Nota 10 Escola do Transporte, CNT, Sest Senat e Sebrae vão qualificar 80 mil profissionais para a Copa

POR LIVIA CEREZOLI

car 80 mil taxistas que atuam,principalmente, nas 12 cidades quereceberão os jogos da Copa –Manaus, Cuiabá, Brasília, PortoAlegre, Curitiba, São Paulo, Rio deJaneiro, Belo Horizonte, Salvador,Recife, Natal e Fortaleza –, nosmunicípios considerados porta deentrada do turismo internacionalno país, em locais de alta atrativi-dade turística e em cidades fron-teiriças. Mas o programa tambémestá aberto a profissionais deoutros municípios.

Segundo as entidades envolvi-das no programa, a expectativa éque o taxista esteja mais prepara-do para gerenciar seu próprio

negócio e se torne um autênticocartão de visitas das cidades bra-sileiras não só durante a Copa,mas em todas as ocasiões que oBrasil recebe turistas.

Entre os principais assuntos aserem abordados no programaeducacional estão a gestão denegócios, pontos turísticos, for-mas de hospitalidade, guia pes-soal e roteirização de passeios,qualidade na prestação dos servi-ços, direção preventiva e econô-mica e curso básico de línguasestrangeiras (inglês e espanhol).

Segundo Andréia Calderan,gestora do projeto pelo Sebrae,a parceria com a Escola do

Transporte, a CNT e o Sest Senatpermite chegar até um públicoque ainda não havia sido atingi-do pela entidade. “O taxista,além de ser um trabalhador dosetor de transportes, é umempreendedor. Ele cuida do pró-prio negócio e precisa ter conhe-cimentos na área de gestão. Porisso, acreditamos na importânciadesse programa”, afirma ela.

O projeto Taxista Nota 10está dividido em duas etapasque incluem cursos a distânciade idiomas e aprendizado naárea de gestão por meio de con-teúdo distribuído em formatode jornal impresso.

Page 47: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 47

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

Page 48: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201148

“O modelo dos dois cursos foipensado para atender às neces-sidades desses profissionais. Ostaxistas trabalham muito e nãoteriam tempo de frequentaruma sala de aula. Então, levare-mos o conteúdo até eles ”, expli-ca Andréia.

No programa de ensino a dis-tância estão incluídos cursos deinglês e espanhol, com 120horas/aula cada. O conteúdo serátransmitido ao aluno com a utili-zação de CDs de áudio e leiturascomplementares em apostilas queo taxista pode utilizar em seusmomentos de folga ou quandoaguarda clientes nos pontos, den-tro do próprio carro.

O programa educacional degestão está baseado na distribui-ção de material informativo emformato de jornal impresso.Dentro do conteúdo disponibiliza-

do estarão assuntos relacionadosaos diversos temas que fazemparte do cotidiano do taxista. Omaterial também apresentarájogos e outras atividades de pas-satempo como meio de fixação doconteúdo aprendido, espaço desti-nado ao humor e dicas de turismo.

O jornal terá periodicidademensal com a circulação de 15 edi-ções. Os conteúdos serão republi-cados em um segundo ciclo doprograma, quando novos profis-sionais poderão participar. Todasas edições terão uma parte desta-cável para que o taxista possa, aofinal das 15 publicações, fazer atroca do material pelo adesivo departicipação no programa. Omesmo pode ser fixado no táxi,identificando o profissional comoum Taxista Nota 10.

Para Edgar Ferreira de Sousa,presidente da Fencavir (Federação

Nacional dos Taxistas eTransportadores Autônomos dePassageiros) e vice-presidente daseção de transportadores autôno-mos, de pessoas e de bens da CNT,o projeto da Escola do Transportevem em boa hora. “Como taxista,defendo muito a qualificação pro-fissional. É só por meio dela queteremos como oferecer mais qua-lidade nos serviços que prestamosà comunidade e até mesmo garan-tir benefícios para o nosso negó-cio”, afirma ele.

Para participar do projeto ereceber o material – CD e cader-no do aluno para o curso de idio-mas e jornal para o curso de ges-tão – será preciso se cadastrarpessoalmente ou por telefoneem uma das unidades do SestSenat participantes do programaou em uma das centrais de aten-dimento do Sebrae. l

PROGRAMA Gestão de negócios é um dos temas que serão abordados

CURSOS OFERECIDOS

1 Línguas estrangeiras (inglês e

espanhol)

2 Gestão de negócios para taxistas

2.1 Temas abordados

• Comunicação

• Mercado de táxi

• Postura profissional no

gerenciamento de seu negócio

• Legislação e documentação do

transporte

• Respeito às normas de saúde,

meio ambiente e segurança

• Desenvoltura e preparo para

atendimento aos clientes

• Cooperativismo e associativismo

• Empreendedorismo

• Planejamento dos negócios

• Negociação e fechamento de

contratos

• Custos e gerenciamento da frota

• Qualidade na prestação de

serviços de transporte

COMO PARTICIPAR

As inscrições podem ser feitas

pessoalmente ou por telefone em

uma das unidades do Sest Senat

participantes do programa ou em

uma das centrais de atendimento

do Sebrae.

Fontes: Escola do Transporte e Sebrae

TAXISTA NOTA 10Saiba mais sobre o programa

Page 49: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

Integrantes do grupo de traba-lho que discute uma revisão daregulamentação para o geren-ciamento de resíduos em por-

tos, aeroportos e terminais rodoviá-rios e ferroviários no país participa-ram em fevereiro de visitas técnicasao Aeroporto Internacional JK e aoTerminal Rodoviário Interestadualde Brasília.

As visitas, coordenadas pelaCNT, marcaram a retomada dasatividades do grupo, que deba-te, desde o ano passado, a pro-posta de adequação da resolu-ção nº 5 do Conama (ConselhoNacional do Meio Ambiente), àsdiretrizes da PNRS (PolíticaNacional de Resíduos Sólidos).

“A atual resolução organiza egerencia resíduos de forma inte-ressante, mas há necessidade de

atualizá-la de acordo com oPNRS”, afirmou o coordenadordo grupo, Eric Fischer. Na opi-nião do coordenador, o conheci-mento das diferentes formas degerenciamento adotadas nessetipo de instalação é necessáriopara a compreensão e a discus-são de questões centrais rela-cionadas à destinação do lixo.“Vai ter muita gente entrando nopaís por causa da Copa de 2014 eé necessário ter uma boa gestãode resíduos”, lembrou.

Além de Fischer, participaramda visita o relator do grupo detrabalho e representante da CNT,Eduardo Vieira, técnicos doIbama e dos ministérios daSaúde e do Meio Ambiente erepresentantes da Infraero.

No aeroporto de Brasília, ogrupo técnico visitou a chamadazona primária, que compreende

toda a movimentação de cargas ede pessoas, desde as áreas restri-tas para embarque e desembar-que até os locais onde há movi-mentação dos rejeitos das aerona-ves. Responsável por acompanharo grupo pelas dependências doaeroporto, o superintendente doterminal, Antônio Sales, informouque a cada mês são incinerados5.000 quilos de resíduos sujeitos àcontaminação.

Outra parte do lixo geradonessas áreas é recolhida pelo SLU(Serviço de Limpeza Urbana),enquanto os rejeitos resultantesda descarga de banheiro dasaeronaves são escoados pelo sis-tema de esgoto.

No novo terminal rodoviário deBrasília, o grupo conheceu partedas instalações por onde passamdiariamente cerca de 400 ônibus eem torno de 3.500 passageiros

provenientes de todo o país.Administrado pela concessionáriaSocicam, o terminal recebe ape-nas resíduos gerados por passa-geiros e acompanhantes nasáreas comuns, já que a limpeza e amanutenção dos ônibus são feitaspelas próprias empresas em suasrespectivas garagens.

Marcelo Siqueira, gerente darodoviária, afirma que a coleta éfeita duas vezes ao dia pelo SLUe não há separação entre lixoreciclável e resíduos orgânicospela ausência de coleta seletiva.Siqueira não soube informar aquantidade gerada de materialno terminal diariamente. Emdezembro do ano passado,segundo o administrador, amédia diária de passageiros foide 11 mil pessoas, o equivalente amais que o triplo da movimenta-ção em dias normais. l

Técnicos fazem visita ao aeroporto e à rodoviária de Brasília

Gerenciamentode resíduos

POR SUELI MONTENEGRO

RETOMADA

JÚLIO FERNANDES/CNT

Page 50: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201150

Soluçõesambientais Fórum internacional, em São Paulo, vaidebater a aplicação da logística reversa

POR CYNTHIA CASTRO

SUSTENTABILIDADE

Representantes deempresas brasileirasde todos os ramosterão uma oportunida-

de durante o mês de março deconhecer mais sobre as açõesque envolvem um conceito queestá em pauta hoje no mundo e,especialmente, no Brasil: alogística reversa. Com a PolíticaNacional de Resíduos Sólidos,sancionada no segundo semes-tre do ano passado pelo entãopresidente Luiz Inácio Lula daSilva, os empresários de todosos ramos precisam colocar emprática ações que permitam arestituição dos resíduos sólidospara reaproveitamento ou para

outra destinação ambiental-mente adequada.

No dia 24 de março, em SãoPaulo, cases nacionais e deoutros países sobre o assuntoserão expostos durante o 2ºFórum Internacional e Expo deLogística Reversa, realizado peloCLRB (Conselho de LogísticaReversa do Brasil). Além daspalestras, haverá também, noCentro Empresarial de São Paulo,uma exposição em que as solu-ções de logística reversa paradiferentes setores serão apre-sentadas. Quem quiser participardeve buscar informações no sitewww.clrb.com.br/forum.

Neste ano, o conteúdo voltado

para a sustentabilidade ambien-tal será ampliado, conforme osorganizadores do evento. Um dospalestrantes mais esperados éLuis Martins, presidente daProEurope – entidade de coorde-nação dos programas de gestãode resíduos sólidos de 32 paísesda Europa. O presidente do CLRB,professor e engenheiro PauloRoberto Leite, destaca que essepalestrante abordará, por exem-plo, a gestão de resíduos comoembalagens e eletroeletrônicos.“O presidente da ProEurope vaitrazer um pouco do modelo deles,falar de como se organizam. Issoé importante porque o modelodesses países pode ser equivalen-

te às ações de um Estado brasilei-ro, devido às dimensões conti-nentais”, comenta Leite. O presi-dente do CLRB é autor do livro“Logística Reversa – MeioAmbiente e Competitividade”,da Prentice Hall Brasil. O livro foieditado em 2003 e atualizadoem 2009.

Também deverá estar pre-sente no fórum internacionalalgum representante doMinistério do Meio Ambiente,que explicará aos participantestoda a regulamentação daPolítica Nacional de ResíduosSólidos. O decreto nº 7.404, dedezembro do ano passado, regu-lamenta a lei nº 12.305 (de 2 de

NOVAS NORMAS

Page 51: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

INFRAERO/DIVULGAÇÃO

agosto), que institui a política,cria o Comitê Interministerial daPolítica Nacional de ResíduosSólidos e o Comitê Orientadorpara a Implantação dosSistemas de Logística Reversa,entre outras providências.

Pela definição da PolíticaNacional de Resíduos Sólidos,“logística reversa é o instrumen-to de desenvolvimento econômi-co e social caracterizado peloconjunto de ações, procedimen-tos e meios destinados a viabili-zar a coleta e a restituição dosresíduos sólidos ao setor empre-sarial, para reaproveitamento,em seu ciclo ou em outros ciclosprodutivos, ou outra destinação

final ambientalmente adequada”. Conforme a legislação, os sis-

temas de logística reversa serãoimplementados e operacionaliza-dos por meio de acordos setoriais,regulamentos expedidos pelopoder público e termos de com-promisso. Esses acordos setoriais,segundo a regulamentação, “sãoatos de natureza contratual, fir-mados entre o poder público e osfabricantes, importadores, distri-buidores ou comerciantes, visan-do a implantação da responsabili-dade compartilhada pelo ciclo devida do produto”.

O presidente do CLRB destacaque todos os setores precisamentão se preocupar em colocar

em prática as ações que envol-vem logística reversa. Ele comen-ta que a legislação responsabili-za quem faz, distribui, comercia-liza e quem usa, no sentido dedar uma destinação correta –seja o reaproveitamento, a reci-clagem ou mesmo outra destina-ção ambientalmente adequada.

No setor de transporte, porexemplo, haverá um impactogrande devido ao aumento dademanda de produtos a seremtransportados em todo o país.“Desde muito tempo, temos faladoque as oportunidades de negóciosestão se abrindo e se abrirão paratodos os prestadores de serviço. Ovolume a ser transportado, dos

mais diferentes tipos de produtos,vai aumentar muito.”

De acordo com Leite, o fórum aser realizado em 24 de março serádividido em pós-venda e pós-con-sumo. Ele explica que pós-venda éa área da logística reversa refe-rente ao retorno de produtos quenão foram consumidos, comodevoluções de vendas da Internete varejo, assistência técnica. Já aárea de pós-consumo se refere aprodutos que chegaram ao seufinal de vida útil, como embala-gens, eletrodomésticos, baterias epilhas, entre tantos outros. E éessa área de pós-consumo queestá diretamente inserida nalegislação federal. “Em relação aalguns produtos, há um retornonatural para que haja o reaprovei-tamento de alguma forma, devidoao interesse econômico. Mas hácategorias de produtos que nãoretornam depois de sua vida útil, eesta é uma grande preocupação.”

O presidente do CLRB dizainda que a exposição realizadadentro do fórum oferecerá diver-sas oportunidades para a trocade informações entre empresasque já atuam na prática de logís-tica reversa e outras que estejamprogramando ações que envol-vam esse conceito. Serão 22estandes. “O movimento de logís-tica reversa é crescente e dinâ-mico. As empresas precisam seatualizar, especialmente agora,com a Política Nacional deResíduos Sólidos.“ l

Quando: 24 de março

Onde: Centro Empresarial de São

Paulo (av. Maria Coelho Aguiar, 215,

Jardim São Luís)

Informações: ww.clrb.com.br/forum

Temas e palestrantes previstos*

• Soluções de logística reversa –

Cases dos Correios, do Grupo

TPC, da Exata Logística, T

Gestiona, Instituto Nacional de

Processamento de Embalagens

Vazias

• Palestras internacionais

• Luis Martins, presidente do

ProEurope, entidade de

coordenação dos programas

de gestão de resíduos sólidos

de 32 países da Europa

• Professor Dale Rogers, autor do

livro “Going Backwards – Reverse

Logistics Trends and Pratices” e

chairman do Reverse Logistics

Executive Council

* Programação sujeita a alterações

Fonte: CLRB

2º FórumInternacional eExpo de LogísticaReversa

Empresas precisam se preocupar com a restituição dos resíduos sólidos

Page 52: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201152

Com recorde alcança-do no volume demovimentação decargas por meio de

ferrovias desde quando amalha nacional foi concedidaà iniciativa privada, em 1996,o setor ferroviário segue umritmo de crescimento além doregistrado no país.

Enquanto o PIB (ProdutoInterno Bruto) teve alta de47,8% entre 1997 e 2010, amovimentação de cargas, nomesmo período, registrou ele-vação de 86%. Em 13 anos, o

volume passou de 253,3milhões de toneladas para471,1 milhões.

Os números que constam noBalanço do Transporte Ferroviáriode Cargas 2010 divulgado pelaANTF (Associação Nacional dosTransportadores Ferroviários), emfevereiro, em Brasília, revelamque o setor segue no trilho certo,contribuindo para um transportemais seguro, mais eficiente emenos poluente.

Segundo a ANTF, o aumen-to na movimentação de car-gas foi impulsionado, princi-

palmente pelo transporte deprodutos siderúrgicos e com-modities agrícolas, como soja,milho e arroz. Outros itensque também contribuírampara a alta na movimentaçãoforam os petroquímicos e osmateriais de construção.

Em 2010, os investimentosrealizados pela iniciativa pri-vada também registraram altade 19,45% em relação ao anoanterior. Foram R$ 2,98bilhões, contra R$ 2,62bilhões, em 2009. Para 2011, aprevisão de investimentos é

POR LIVIA CEREZOLI

FERROVIAS

No trilhocerto

Setor ferroviário comemora os bons resultadosde 2010 e traça novas metas de investimentos

Page 53: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 53

PESQUISA CNT DE FERROVIAS

Page 54: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201154

vagões passou de 42 para 25anos. Até 2020, a previsão éque a idade média não ultra-passe os 18 anos.

Além disso, segundoVilaça, diretor-executivo daentidade, as locomotivasatuais são dotadas de tecno-logias que permitem realizara operação de forma mais efi-ciente. Os equipamentos pos-suem computador de bordo,rastreadores via satélite, sis-tema de comunicação via GPSe alarmes de alerta.

Desde a concessão das

de R$ 3 bilhões. O total inves-tido pelas empresas durantetodo o período de concessãojá soma R$ 24 bilhões, contraR$ 1,4 bilhão investido pelaUnião.

De acordo com RodrigoVilaça, diretor-executivo daANTF, 80% dos investimentosdas concessionárias foramaplicados em infraestrutura,15% em material rodante e 5%em tecnologia e sinalização.

Todo esse crescimento notransporte de cargas pelasferrovias também refletiu embons resultados para a indús-tria ferroviária. O faturamen-to das empresas cresceu 48%em relação a 2009, alcançan-do R$ 3,1 bilhões, segundo aAbifer (Associação Brasileirada Indústria Ferroviária).

Os valores são decorrentes daprodução de 3.261 vagões, 430 car-ros de passageiros e 68 locomoti-vas. Para 2011, a entidade mantémo otimismo. Está prevista a colo-cação no mercado de mais 5.000vagões, 450 carros e cem locomo-tivas, o que deve gerar um fatura-mento de R$ 3,8 bilhões.

E aquecimento na indús-tria ferroviária significamelhorias na qualidade e efi-ciência da frota do país.Números da ANTF mostramque em 20 anos – de 1990 a2010 – a idade média dos

RENOVAÇÃO Números da ANTF mostram

Investimentos na malha existente (R$ bilhões)

* Não divulgado pelo governo federal

Fonte: ANTF

Movimentação de cargas (milhões de toneladas)

TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGAS

0

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

TOTA

L

5

10

15

20

25

30

0

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

0,113 0,045 0,056 0,058 0,056 0,035 0,008 0,044 0,072 0,140 0,225 0,123 -* 1,140,162

0,386 0,538 0,617 0,766 0,668 1,089 1,958 3,114 2,221 2,597 4,173 2,499 2,985 24,030,412

Governo federalIniciativa privada

253,3

259,3

256,0288,1

291,6

315,8336,4

368,4386,0

404,2 445,2

450,5

395,5

471,1

Page 55: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 55

linhas à iniciativa privada, aquantidade de locomotivaspassou de 1.154, em 1997, para3.130, em 2010. O número devagões também mais quedobrou. Antes eram 43.816 emoperação e, no ano passado,foram 99.531. Para os próxi-mos nove anos (até 2020), aANTF projeta a compra demais 2.000 locomotivas e 40mil vagões.

Porém, mesmo diante dosganhos de desempenho dosistema ferroviário, ainda énecessário superar alguns

desafios para dar continuida-de ao desenvolvimento dosetor. Para Vilaça, uma dasmetas a ser alcançada é oaumento da participação domodal ferroviário na matrizdo transporte brasileiro.Atualmente, 25% das cargassão transportas pelas estra-das de ferro. As rodoviastransportam, aproximada-mente, 60%.

E, para isso, é necessárioinvestir em melhorias eampliação da malha existente.“Precisaríamos de pelo

que de 1990 a 2010 a idade média dos vagões passou de 42 para 25 anos. A previsão é que não ultrapasse 18 anos em 2020

menos 52 mil quilômetros deferrovias para atender ademanda do país atualmente,e só temos 28.228 km.”

Algumas obras de expansãoda malha estão em andamentoe, pelo PAC (Programa deAceleração do Crescimento),está prevista a construção demais 11 mil quilômetros até2023. O investimento estimadopelo governo federal é de R$25 bilhões.

Além disso, há pontos crô-nicos de estrangulamento nainfraestrutura da malha querefletem em problemas aserem equacionados. Sãopelo menos 12.500 passagensde nível (cruzamento de umaou mais linhas com uma rodo-via principal ou secundária nomesmo nível) em estado críti-co, acesso deficitário aos por-tos e invasões das faixas dedomínio que obrigam as com-posições a reduzirem as velo-cidades para até 5 km/h,segundo a ANTF.

“Muita coisa foi feita nosúltimos anos pelo transporteferroviário, tanto pela iniciati-va privada como pelo governofederal, mas, agora, os avan-ços precisam ser mais signifi-cativos para que seja possívelagregar ainda mais competiti-vidade ao nosso setor”, afir-ma Vilaça. l

Em 13 anos, o volume

transportadofoi de

471 mide toneladas

PESQUISA CNT DE FERROVIAS

Page 56: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201156

Osetor naval está pre-cisando de mão deobra qualificada epromete continuar

oferecendo diversas oportu-nidades de trabalho nos pró-ximos anos para profissionaisque atuem desde os níveismais operacionais, na produ-ção, até funções que exigemcurso técnico ou superior.Com o aumento das explora-ções de petróleo nas águasbrasileiras e o incentivo àconstrução de estaleiros e

navios, cresce a demanda poresses profissionais.

Atualmente, há pelo menos269 empreendimentos emandamento em 37 estaleiros,sendo 19 plataformas de pro-dução de petróleo. Novos con-tratos que já foram anuncia-dos ou estão em processo deassinatura irão somar mais 39navios do programa EBN(Empresa Brasileira deNavegação), 30 sondas deperfuração, 30 navios deapoio marítimo, entre outros.

Os números fazem parte dosumário executivo de janeirode 2011, divulgado peloSinaval (Sindicato Nacional daIndústria da Construção eReparação Naval e Offshore).

Os representantes da cons-trução naval no Brasil desta-cam que o país “aparecenovamente nas estatísticasinternacionais”. Entretanto, oSinaval reconhece que a par-ticipação ainda é modesta, aoconsiderar os 7.500 navios emconstrução no mundo. “O

Brasil se destaca na constru-ção de petroleiros, na cons-trução de plataformas depetróleo e de navios de apoiomarítimo”, informa o sumárioexecutivo do Sinaval. Trezenovos estaleiros em implanta-ção vão aumentar o total deestaleiros de médio e grandeporte para 50.

O engenheiro Luiz FelipeAssis, chefe do Departamentode Engenharia Naval eOceânica da UFRJ(Universidade Federal do Rio

POR CYNTHIA CASTRO

INDÚSTRIA NAVAL

Oportunidadede trabalho

Setor precisa de mão de obra qualificadatanto para funções operacionais como

para cargos de nível superior

Page 57: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 57

de Janeiro), destaca que háuma grande demanda concen-trada na indústria naval eainda não houve tempo de seformar toda essa mão deobra. “Durante muito tempo,essa atividade (na indústrianaval) esteve esvaziada noBrasil e ainda vai demorar umpouco para formar mais pes-soas”, diz o engenheiro.

Além dos funcionários denível de produção, que podemser treinados mais rapida-mente, o mercado precisa

muito de profissionais commelhor formação e técnica,como engenheiros ou tecnó-logos. O chefe do departa-mento da UFRJ cita que aindústria está aberta paraengenheiros que não sejamnecessariamente navais.Entretanto, eles precisam terconhecimento da área.

“Se o país quiser projetar aconstrução naval no futuro,com estaleiros maiores, temque visar o treinamento maisqualificado de mão de obra,

com níveis de formação ecapacitação maiores”, diz oengenheiro Luiz Felipe Assis.Ele considera que o Brasil pre-cisa ter um centro de treina-mento de mão de obra naval,voltado para nível técnico.

Em nível superior, a UFRJ ea USP (Universidade de SãoPaulo) são referências. Porano, formam-se em média 50alunos de engenharia navalem cada universidade. “Hádez anos, a UFRJ formava 20engenheiros dessa área. Não

havia interesse. Hoje, os salá-rios aumentaram e as oportu-nidades também”, afirmaAssis. Também há cursossuperiores em outras univer-sidades, tanto de engenharianaval como de tecnólogo.

A Transpetro (PetrobrasTransporte S.A.), principalempresa de logística e trans-porte de combustíveis doBrasil, afirmou por meio desua assessoria de comunica-ção que o setor naval brasilei-ro vive um momento de aque-

FOTOS AGÊNCIA PETROBRAS DE NOTÍCIAS/DIVULGAÇÃO

Região Obras EmpregoSudeste 181 26.768Sul 44 7.458Nordeste 23 12.231Norte 21 9.655Total 269 56.112

EMPREGOS POR ESTADOS

Estado Empregos Participação (%)Rio de Janeiro 25.987 46,31Pernambuco 10.581 18,86Amazonas 9.244 16,47Rio Grande do Sul 5.500 9,8Santa Catarina 1.958 3,49Outros 2.842 5,07

Fonte: Sinaval

CONSTRUÇÃO NAVAL E EMPREGOS (2010)

Page 58: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

cimento, sobretudo devido aoPromef (Programa deModernização e Expansão daFrota da Transpetro).

“O cenário brasileiro é deaumento da exploração e pro-dução de petróleo offshore,com o desenvolvimento doscampos no pré-sal, o quedemandará mais navios, son-das, plataformas e barcos deapoio. Com isso, pode-se afir-mar que o mercado de trabalhopara os marítimos vive umcenário de pleno emprego, sejaem nível básico, técnico ousuperior”, afirmam os represen-tantes da Transpetro.

INVESTIMENTO Expansão da frota

SETOR AQUAVIÁRIO

Veja alguns cursos oferecidos pelo Sest Senat. As turmas são formadas conforme a demanda:

Atendimento em Agências Marítimas de Cargas

Público-alvoProfissionais do transporte aquaviário que trabalham em agências marítimas de cargas e no agenciamento de cargas nos portos

Carga horária30 horas/aula

Alguns objetivos• Entender os principais conceitos de transporterelativos às atividades das agências marítimas

• Conhecer o conceito de Incoterms e identificaralguns mais usados no transporte marítimointernacional

• Conhecer o fluxo das atividades dos navios na escala ou estadia em cada porto

• Conhecer as principais taxas gerenciadas pelas agências marítimas na representação do armador

• Entender a composição dos termos de frete e asregras da contratação do transporte marítimo

Introdução ao Shipping

Público-alvoProfissionais do transporte aquaviário que trabalham com a movimentação de cargas e com a negociação dos contratos de afretamento e profissionais que atuam na movimentação decargas em portos

Carga horária20 horas/aula

Alguns objetivos• Conhecer as principais dimensões, aspectosconstrutivos e nomenclaturas de um navio

• Conhecer as principais inspeções exigidas dos navios

• Conhecer a classificação das cargas com foco no transporte marítimo

• Entender as funções dos terminais e conhecermais detalhadamente a operação

• Conhecer a organização e o modelo brasileiro de gestão portuária

Afretamento Marítimo

Público-alvoProfissionais do transporte aquaviário que trabalham com a movimentação de cargas e coma negociação dos contratos de afretamento eprofissionais que atuam na movimentação de cargas em portos

Carga horária15 horas/aula

Alguns objetivos• Conhecer os principais atores da contratação do transporte marítimo e sua relação com a propriedade do navio

• Conhecer os principais tipos de afretamentomarítimo, com vantagens e desvantagens

• Conhecer os principais tipos de serviço detransporte marítimo e sua adequação ao afretamento

• Conhecer a estrutura de custos operacionais de um navio para entender os detalhes da negociação do seu aluguel

• Conhecer os principais elementos de um contrato de afretamento (Carta Partida)

Conectividade do Setor Aquaviário com os Demais Modais

Público-alvoProfissionais do transporte aquaviário, rodoviário ou ferroviário que trabalham com a movimentação de cargas e com a intermodalidade,envolvendo o transporte aquaviário ou que atuem na movimentação de cargas em portos

Carga horária30 horas/aula

Alguns objetivos• Apresentar os modos utilizados no transportede cargas e conhecer a intermodalidade

• Apresentar o transporte marítimo de importação e exportação

• Conceituar o transporte de cabotagem• Conceituar a conectividade no transporte aquaviário

• Apresentar a infraestrutura do sistema portuário brasileiro e apresentar o papel da logística no transporte

Gestão de Contêineres

Público-alvoProfissionais do transporte aquaviário, rodoviário ou ferroviário que trabalham com amovimentação de cargas em contêineres e com a intermodalidade envolvendo diversos modos de transporte

Carga horária28 horas/aula

Alguns objetivos• Conhecer as principais utilidades dos contêineres

• Apresentar a gestão de contêineres e suasatividades

• Identificar os materiais para acomodação e amarração de cargas

• Apresentar as tecnologias utilizadas nas operações logísticas

Fonte: Sest Senat

Page 59: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

Criado em 2004, o Promefrevitalizou a indústria navaldo país com a encomenda aestaleiros brasileiros de 49navios que serão entreguesaté 2015. Atualmente, 41 jáforam licitados, com investi-mento de R$ 9,6 bilhões.Desse total, de acordo com aTranspetro, 11 serão construí-dos no Estado do Rio deJaneiro e 30 em Pernambuco.Os últimos oito navios estãoem fase de licitação.

Ainda conforme informaçõesda empresa, para atender àcrescente necessidade de mãode obra, a Transpetro tem tido

iniciativas voltadas para amelhoria da formação, em con-junto com a Marinha, sindicatosde marítimos e armadoresnacionais. Atualmente, aTranspetro possui 2.232 maríti-mos e prevê a contratação deaproximadamente mais 1.700até 2013, por meio de concurso.

EmpregosNos estaleiros espalhados no

Sul, Sudeste, Nordeste e Norte doBrasil, foram gerados 56.112empregos diretos em 2010, confor-me balanço do Sinaval. O Rio deJaneiro é o Estado que mais geraempregos, com 25.987 (46,31%)

contabilizados. Entretanto,Pernambuco produz mais.

A explicação, conforme oSinaval, é que a produção do Riode Janeiro é realizada pordiversos estaleiros e incluinavios de apoio marítimo,navios porta-contêineres e pla-taformas de produção. A produ-ção em Pernambuco é realizadano EAS (Estaleiro Atlântico Sul),que constrói petroleiros e ocasco da plataforma P-55.

De acordo com dados doSinaval, quatro estaleiros do paíssurgem em posição de destaqueem relação à tonelagem de cons-trução. O EAS, no complexo

industrial portuário de Suape(PE), lidera com 3 milhões de TPBem construção (22 navios e ocasco da P-55). TPB é a toneladade porte bruto, unidade quemede a capacidade de transpor-te de carga de uma embarcação.

O Eisa (Estaleiro Ilha S.A.), noRio de Janeiro, tem 1,2 milhão deTPB em construção (26 navios).O Ecovix (Engevix ConstruçõesOceânicas), em Rio Grande (RS),tem 1,1 milhão (oito cascos denavios plataformas tipo FPSO), eo estaleiro BrasFels, em Angrados Reis (RJ), tem 250 mil TPBestimadas em produção (cincoplataformas). l

da Transpetro aquece indústria naval

No final de fevereiro, a UCN(Unidade de Construção Naval),da OSX, obteve a licença préviade instalação, aprovada pelaComissão Estadual de ControleAmbiental da Secretaria deEstado do Ambiente do Rio deJaneiro. A UCN deve ser um dosmaiores estaleiros dasAméricas e estará localizada nocomplexo industrial do super-porto do Açu, no DistritoIndustrial de São João da Barra.

A expectativa é que durantea fase de implantação sejamgerados 3.500 empregos dire-tos e outros 10 mil durante aoperação do estaleiro. Isso semincluir os serviços de terceiros,entre outros trabalhos. Ogerente-executivo da Unidadede Construção Naval, JoséJorge Araújo, considera queserão pelo menos mais 10 milempregos indiretos.

“Esses projetos são estru-turantes, modificam a cultu-ra da região onde estão ins-talados. Os reflexos não são

somente para atender a mãode obra que irá trabalhar noestaleiro”, diz. A unidadedeve começar a ser construí-da neste ano. O foco será aconstrução, montagem eintegração de unidades,como plataformas de produ-ção fixas e flutuantes e son-das de perfuração, com ênfa-se em eficiência operacionale tecnologia de ponta.

Para formar grande parte damão de obra, a equipe da UCNvai contar com o treinamento ecapacitação profissional do ITN(Instituto Tecnológico Naval),que está sendo desenvolvidopela OSX. Pelo menos 7.800 téc-nicos devem ser formados até2013. O funcionamento do insti-tuto será em parceria com insti-tuições de ensino reconhecidasno Brasil e no exterior.

Além de gerar mão deobra qualificada para o setor,o instituto também pretendepromover projetos e pesqui-sas com foco na melhoria e

na automatização de proces-sos operacionais nessa área.A OSX Construção Naval temcomo sócia (10% de partici-pação) a sul-coreanaHyundai Heavy Industries.Conforme informações daempresa, pelo acordo estra-tégico, a Hyundai vai transfe-rir tecnologia e know-howque permitirão à OSX atingirníveis de produtividademuito altos.

“Nossa sócia emprega 47mil na Coreia, na construçãonaval. Aqui no Brasil, mão deobra é um dos grandes garga-los. Mas não podemos ficarassentados, esperando quealguém resolva. Vamos entãobuscar parcerias com diver-sas instituições de ensino,com entidades de classe,para buscar soluções paracapacitar o maior contingen-te possível num menor tempopossível”, afirma o gerente-executivo da Unidade deConstrução Naval.

Unidade vai gerar mais de 10 mil empregos

IMPLANTAÇÃO

Page 60: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

AVIAÇÃO

Ameaçano céu

Page 61: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

POR LIVIA CEREZOLI

Ocrescimento desordenado doscentros urbanos pode trazermuito mais problemas do que afalta de transporte, saúde e edu-

cação. A precariedade no sistema de sanea-mento nas cidades brasileiras também podeafetar diretamente a segurança aérea.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística), em 2009, 37,9%dos domicílios urbanos brasileiros nãoeram atendidos por coleta de lixo direta,rede de abastecimento de água e redecoletora de esgoto.

Sem a coleta de resíduos adequada,amplia-se o número de depósitos de lixoirregulares nas imediações dos aeroportos,lugares atrativos para aves que buscamcomida e podem se chocar com aeronaves,causando graves acidentes.

No ano passado, das 964 colisões comanimais registradas em aeroportos brasilei-ros pelo Cenipa (Centro de Investigação ePrevenção de Acidentes Aeronáuticos),órgão da Aeronáutica, 936 foram com aves.Outras 28 aconteceram com animais deespécies variadas que também invadem aspistas. A maioria dos casos (869 colisões)aconteceu com aeronaves da aviação civil.

Para tentar minimizar esse problema, oCenipa, por meio do Seripa (ServiçoRegional de Investigação e Prevenção deAcidentes Aeronáuticos), iniciou um levan-tamento dos focos de atração de aves emaproximadamente 40 aeroportos do país.

Segundo o coronel-aviador Luiz CláudioMagalhães Bastos, vice-chefe do centro,serão avaliados os locais com o maiorvolume de tráfego e de ocorrência de coli-sões. Os dados serão posteriormente

Presença de aves nas imediações dos aeroportos coloca em risco a segurança de voo.Em 2010, 936 colisões foram registradas no país

ISTOCKPHOTO

Presença de aves nas imediações dos aeroportos coloca em risco a segurança de voo.Em 2010, 936 colisões foram registradas no país

Page 62: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

Padrone, coordenador de com-bate aos crimes ambientais daSecretaria do Ambiente do Riode Janeiro, depois de ser reti-rado todo o material, os locaisonde funcionavam os lixõesem áreas da Aeronáutica e daInfraero foram cercados emurados para impedir novasinvasões.

Na Vila Joaniza, além deconstruir um campo de futebolpara a comunidade na área dolixão, a secretaria exigiu que aComlurb (Companhia Municipalde Limpeza Urbana) passasse arealizar a coleta de lixo regularno bairro. “O serviço não eraoferecido há anos. Agora,aumentaram o número de garise caminhões recolhem o lixodiariamente”, conta Padrone.

Segundo o coordenador,

Porém, antes mesmo dolevantamento do Cenipa serconcluído, medidas já estãosendo colocadas em práticaem algumas cidades. Em janei-ro deste ano, a Secretaria deEstado do Ambiente do Rio deJaneiro fechou três lixões irre-gulares que atraíam aves parao Aeroporto Internacional TomJobim/Galeão. No local foramregistradas, em 2010, 51 coli-sões com animais.

Entre os depósitos de lixofechados, um funcionava den-tro de um terreno daAeronáutica, outro em umterreno da Infraero (EmpresaBrasileira de InfraestruturaAeroportuária) e o terceiro selocalizava dentro da comuni-dade carente de Vila Joaniza.

De acordo com José Maurício

repassados à Anac (AgênciaNacional de Aviação Civil), quedeverá pedir a extinção desseslocais com os órgãos respon-sáveis, como prefeituras ougovernos estaduais, e atémesmo restringir a operaçãoem determinados aeroportos.

“Nosso levantamento seráfrequente. As informações preci-sam sempre ser atualizadas por-que os depósitos de lixo podemvoltar a existir. Além disso, pre-cisamos orientar os envolvidosda importância de se relatar aoCenipa a ocorrência de inciden-tes. Só assim teremos como con-trolar as áreas”, afirma o coro-nel. Estimativas mundiais mos-tram que apenas 20% dos casosde colisão entre aeronaves eaves são relatadas aos órgãosde investigação.

SOLUÇÃO Infraero usa

“Precisamosorientar osenvolvidos daimportância dese relatar aoCenipa a

ocorrência de incidentes”

LUIZ CLÁUDIO MAGALHÃES BASTOS, VICE-CHEFE DO CENIPA

VÍTIMA Aviação militar também sofre acidentes causados por aves dos lixões

CENIPA/DIVULGAÇÃO

Page 63: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

outra medida que está sendotomada é a antecipação dofechamento do aterro sanitáriono bairro Jardim Gramacho.“Isso estava previsto para acon-tecer só em 2014 devido aoesgotamento da área, masvamos adiantar esse processo eaté o final deste ano o aterrovai ser fechado. Mesmo quefique mais distante do aeropor-to e não cause grandes trans-tornos, queremos evitar proble-mas com esse local também.” Olixo deve ser encaminhado paraos aterros existentes emSeropédica e Nova Iguaçu.

Desde 1995, uma resoluçãodo Conama (Conselho Nacionaldo Meio Ambiente) determinaque não é “permitida a implan-tação de atividades de naturezaperigosa, entendidas como foco

de atração de pássaros, em umaárea de 20 km para aeroportosque operam por instrumento e13 km para os demais.” O textoda resolução cita como exemplodesses locais matadouros, cur-tumes, vazadouros de lixo e cul-turas agrícolas que atraem asespécies animais.

De acordo com Bastos, doCenipa, o problema da presençade aves em aeroportos é antigoe existe no mundo todo. O pri-meiro acidente com vítima fatalaconteceu em 1912, nos EstadosUnidos. No Brasil nunca houvevítimas fatais, mas há relatos depilotos que perderam a visão.

Um caso atual que ganhoureconhecimento mundial foi odo piloto de uma aeronave daUS Airways com 155 pessoas abordo, ocorrido em janeiro de

falcões para evitar a presença de pequenas aves no aeroporto da Pampulha

VEJA NÚMERO DE COLISÕES EM 2010

COLISÕES POR FASE DE VOO

COLISÕES POR AEROPORTOS

COLISÕES MENSAIS

OCORRÊNCIA DE CASOS

INFRAERO PAMPULHA/DIVULGAÇÃO

0jan

92103

119

70 70

91

68 68

80

58

6778

fev mar abr mai jun jul Ago set out nov dez

20

40

60

80

100

120

140

0

Natal

Boa Vista

Cuiabá

Goiânia

Joinville

Fortaleza

Recife

Belém

Campo Grande

Navegantes

Guarulhos

Salvador

Curitiba

Congonhas

Galeão

Porto Alegre

Brasília

Campinas

10

20

30

40

50

60

0

Decolagem

Aproximação final

Pouso

Corrida após pouso

Inspeção de trânsito

Revisão de pista

50

100

150

200

250

300239

112

0Colisões com aves

Colisões comoutros animais

Quase colisão

Avistamento

200

400

600

800

1000 936

28155 205

143

79108

80

10 11 11 1217

21 2529 30 30 31 35

41 4351 545352

Page 64: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

Empresas gastam até US$ 8 miPREJUÍZO

2009. Depois de urubus se cho-carem com as turbinas da aero-nave, ele fez um pouso de emer-gência nas águas geladas do rioHudson, em Manhattan, NovaYork. Ninguém se feriu.

O urubu está entre as dezaves mais comuns em casosde colisão com aeronaves. Aespécie vive próxima a lixõesem busca de comida e repre-senta um dos maiores perigospara a viação por ser grande evoar alto. “Uma ave dessaspode pesar até 4 kg. Quandoela se choca com uma aerona-ve a 400 km/h, o impacto é

equivalente a 12 toneladas e oestrago pode ser grande”,afirma Carlos Camacho, secre-tário de Segurança de Voo doSNA (Sindicato Nacional dosAeronautas).

Ele, que também é piloto,já passou por uma situaçãocomplicada devido a uma coli-são. O incidente aconteceuem 1986, quando Camachopousava um Boeing-767 noaeroporto de Salvador. Doispássaros se chocaram com aasa da aeronave. O piloto pre-cisou manobrar o avião deforma brusca, mas nada mais

grave aconteceu. “Mesmoassim, o risco de um acidenteera grande, porque o tempopara você agir é muito peque-no. Precisamos fazer mano-bras evasivas e isso causaapreensão.”

Números do Cenipa mos-tram que a maior parte dascolisões ocorre na decolagem,um dos momentos mais sensí-veis do voo, em que a aerona-ve necessita de muita potênciae velocidade. Em 2010, foram239 casos. Outros momentoscríticos são o pouso, com 143ocorrências, a aproximação

Além de colocar em riscoa segurança da aviação civil,a presença de aves em áreaspróximas aos aeroportoscausa grandes prejuízospara o orçamento anual dasempresas aéreas.

Levantamento do Snea(Sindicato Nacional dasEmpresas Aeroviárias)mostra que, em 2009, osgastos diretos com repa-ros em aeronaves devidoàs colisões chegaram aUS$ 2 milhões.

Porém, esse valor podese aproximar dos US$ 8milhões, uma vez que estu-dos da Iata (AssociaçãoInternacional de TransporteAéreo, da sigla em inglês)estimam que o custo totalchega a ser quatro vezes

maior do que o custo direto.Nessa soma, incluem-segastos com deslocamentode equipamentos para repa-ração, acomodação de pas-sageiros em caso de voointerrompido e possível can-celamento de decolagenssequenciais.

Desse total, US$ 4milhões foram cobertospelos seguros. A grandediferença de valor se deveàs franquias que geralmen-te custam R$ 250 mil, segun-do o diretor técnico doSnea, comandante RonaldoJenkins. “Muitas empresasacabam não acionando asseguradoras quando o inci-dente é de pequena propor-ção. Elas pagam o valor porconta própria.” FOTO PREMIADA A imagem intitulada “Perigo no Ar”, do fotógrafo

categoria fotografia do Prêmio CNT de Jornalismo 2009. A foto

“Muitas empresas acabam não acionando as

O Cenipa registrou noano passado

964colisões

com animaisem

aeroportosbrasileiros

COMANDANTE RONALDO JENKINS, DIRETOR TÉCNICO DO SNEA

Page 65: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

final, com 112, e a inspeção detrânsito na pista, com 108casos registrados.

Além dos lixões irregulares,as aves são atraídas para ossítios aeroportuários poroutros motivos, como o gra-mado ou a existência de águaem áreas próximas. Nessecenário estão espécies comoo quero-quero, o carcará, acoruja, o pombo, o gavião, aandorinha, o bacurau, o mor-cego e a gaivota.

Foi isso que aconteceu noaeroporto da Pampulha, emBelo Horizonte. Como o sítio

aeroportuário está ao ladode uma lagoa, muitos quero-queros frequentam a pistade pouso. Para evitar aciden-tes com aeronaves, a solu-ção encontrada pela supe-rintendência da Infraero nolocal foi investir no manejodessas aves.

Desde 2007, quatro falcõesde coleira e um gavião de pena-cho auxiliam na retirada dasespécies do sítio aeroportuário.Em quase quatro anos, o núme-ro de colisões anuais reduziu de20, em 2007, para 15, em 2010.No mesmo período, o volume de

tráfego no aeroporto cresceu26,5%. “O nosso trabalho foiexperimental, mas já alcança-mos bons resultados e daremosseguimento ao programa. Todasas aves retiradas do aeroportosão levadas para reservasambientais”, explica SilvérioGonçalves, superintendente doaeroporto da Pampulha. Omanejo dos pássaros é realiza-do em parceria com a empresaBiocev Serviços de MeioAmbiente com autorização doIbama (Instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis). l

Domingos Rodrigues Peixoto, publicada no jornal “O Globo”, retrata a ameaça dos pássaros à aviação brasileira. O trabalho foi vencedor na grafia mostra um avião sobrevoando o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, cercado de biguás, uma espécie de ave aquática

DOMINGOS RODRIGUES PEIXOTO/JORNAL O GLOBO

seguradoras quando o incidente é de pequena proporção”

Das colisõesregistradasem 2010,

239ocorreramdurante adecolagem

Page 66: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 67: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 68: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201168

OSest Senat realizou,em fevereiro, a forma-tura da primeira turmade alunos que partici-

param de um projeto piloto doPEQ (Programa Estadual deQualificação Profissional), quevisa, além de qualificar os pro-fissionais, recolocá-los no mer-cado de trabalho. O programa éuma iniciativa da Sert(Secretaria de Estado doEmprego e Relações do Trabalhode São Paulo) em parceria com22 unidades do Sest Senat emtodo o Estado.

A cerimônia de formaturado curso de Capacitação paraCondutores de Transporte deCargas aconteceu na unidadede São Vicente (SP). Além dacapacitação e do diploma, osalunos conquistaram umavaga de emprego. Dos 94motoristas de caminhão for-mados pelo programa, 91foram indicados para traba-lharem em 16 empresas. Dessetotal, 44 já receberam a car-teira de trabalho com um con-trato assinado e outros 47estão participando de proces-

sos seletivos para preenchi-mento das vagas.

O curso, com carga horáriade 350 horas, abordou conteú-dos de matemática, português,história, geografia, artes, saúdee segurança do trabalho, nomódulo básico, e tecnologiaembarcada, qualidade do trans-porte, carga geral e postura pro-fissional, no módulo específico.

A parceria do Sest Senat coma Sert, iniciada no ano passado,tem como objetivo incentivar aqualificação dos profissionaisque atuam no transporte rodo-

viário de cargas, promovendo odesenvolvimento do setor.

Também fazem parte do pro-grama os cursos de logísticabásica e operação de carga comhabilitação em operador deempilhadeira, ambos com 230horas/aula. Desde o início, 5.460alunos já foram qualificadospelas unidades do Sest Senatparticipantes do projeto noEstado de São Paulo.

“A novidade dessa turma queformamos em fevereiro é que,agora, conseguimos, além deentregar o diploma aos alunos,

Garantia deemprego

POR LIVIA CEREZOLI

SEST SENAT

Formandos do Programa Estadual de QualificaçãoProfissional recebem diploma e carteira assinada

Page 69: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 69

colocá-los diretamente no mer-cado de trabalho”, explicaSérgio Pereira, diretor da unida-de do Sest Senat de São Vicente.

De acordo com ele, durante acapacitação dos profissionais,foi desenvolvido um trabalhocom o sindicato patronal e asempresas do setor para a reco-locação deles no mercado detrabalho. “Nesse contato inicial,descobrimos que o setor tinhauma carência de pelo menos200 motoristas na região.Depois disso, iniciamos um tra-balho de identificação do perfil

do aluno e das empresas inte-ressadas na contratação.”

Leandro de Oliveira Silva éum dos alunos contratados logoapós a conclusão do curso. Aos28 anos, ele comemora oemprego em uma transportado-ra de Santos. “O curso foi muitomais do que eu esperava, e saircom a carteira de trabalho assi-nada é ótimo.” Silva conta que,durante o curso, além de teruma visão geral do transporte,aprendeu sobre segurança nahora de conduzir o veículo ecomo se portar na nova função

dentro da empresa e nosmomentos de entrega da carga.

Para Juan Carlos DansSanchez, coordenador do PEQ, aparticipação do Sest Senat naformação desses profissionaisfoi importante para os bonsresultados do programa que,desde 2008, quando foi criadopelo governo do Estado de SãoPaulo, ainda não tinha desenvol-vido trabalhos nas áreas detransporte e logística. “Nossaproposta é ampliar ainda maisessa parceria com o Sest Senatem 2011. Devemos aumentar o

número de vagas nos cursos jáexistentes e criar novas opçõesde acordo com a demanda domercado.”

O PEQ é voltado, prioritaria-mente, para quem está desem-pregado, tem entre 30 e 59anos e não concluiu o ensinofundamental. Em pouco maisde dois anos, mais de 124 milalunos já foram formados nasdiversas áreas de atuação.Desse total, segundo Sanchez,54% conseguiram empregocom carteira assinada trêsmeses após a conclusão do

FOTOS JOSÉ LUIZ LOPES BORGES/SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

DIPLOMADOS Formatura dos alunos da primeira turma do curso de Capacitação para Condutores de Transporte de Cargas, em São Vicente (SP)

Page 70: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201170

definidos de acordo com ossegmentos com maior deman-da e atendem cidadãos queestão no auge da capacidadeprodutiva, têm grandes res-ponsabilidades familiares emenos chance de voltarempara a escola.

Os interessados em partici-par do programa podem fazer ainscrição pelo site do EmpregaSão Paulo (www.empregasao-paulo.sp.gov.br) ou comparecera um PAT (Posto de Atendimentoao Trabalhador) munidos de RG,CPF e carteira de trabalho. Paraquem não possui acesso àInternet, as unidades do AcessaSP, Telecentros e Poupatempode todo o Estado disponibilizamo serviço de forma gratuita. l

curso. O programa tambémoferece uma bolsa-auxílio deR$ 210 para os alunos que nãorecebam outros benefícios,como o seguro-desemprego.

Uma nova etapa do progra-ma teve início em 28 de feverei-ro. Mais 38 novas turmas dostrês cursos oferecidos pelo SestSenat foram abertas em todo oEstado de São Paulo. Até maio,outros 1.140 alunos deverão serformados.

“A proposta do programa ébeneficiar, ao mesmo tempo, omercado de trabalho, com aoferta de mão de obra qualifi-cada, e o trabalhador, com asoportunidades de emprego”,afirma Sanchez. Segundo ele,os conteúdos dos cursos foram

EMPREGO Parte dos alunos saiu do curso com carteira assinada

Cursos oferecidos no Sest Senat

• Capacitação para Condutores de Transporte de Cargas

350 horas/aula. O projeto piloto para contratação dos alunos aconteceu em

São Vicente e uma nova turma foi aberta na unidade ABC – Santo André

• Logística Básica

230 horas/aula

• Operação de Carga com Habilitação em Operador de Empilhadeira

230 horas/aula

Como participar

Inscrição pelo site do Emprega São Paulo (www.empregasaopaulo.sp.gov.br)

Inscrição nos PATs (Postos de Atendimento ao Trabalhador) munido de RG,

CPF e carteira de trabalho

Unidades do Sest Senat onde os cursos são oferecidos

ABC – Santo André / Araçatuba / Araraquara / Bauru / Campinas / Cubatão /

Guarulhos / Jacareí / Limeira / Marília / Piracicaba / Presidente Prudente /

Registro / Ribeirão Preto / Rio Claro / São José do Rio Preto / São Paulo -

Fernão Dias / São Paulo - Vila Jaguara / São Paulo - Parque Novo Mundo /

São Vicente / Sorocaba / Taubaté

Empresas participantes do projeto piloto de contratação

Álamo Logística e Transporte Intermodal Ltda.

Cortês Transportadora Ltda.

Transportes Estrela Ltda.

Transporte e Comércio Fassina Ltda.

Grupo Libra

Nassau Transportes e Serviços Ltda.

Omnitrans Logística e Transportes Ltda.

Probo Transportes Ltda.

Santos Brasil

Sistema Transportes S/A

Super Trans Transportes e Serviços Ltda.

Tecsider Transportes e Serviços Ltda.

Transjofer Transportes Ltda.

S. Magalhães S.A.

Transportadora Capela Ltda.

Portrans Transportes e Logística Ltda.

Fonte: Sest Senat São Vicente, PEQ

SAIBA MAIS SOBRE O PEQ

Page 71: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 72: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201172

IDET

Oimpacto geradopelas oscilaçõeseconômicas, princi-palmente nos últi-

mos anos, tem afetado otransporte de cargas e passa-geiros. Como exemplo dissoobservou-se a crise de 2009,cujos efeitos incidiram, tam-bém, nas atividades ligadasao setor produtivo.

Entretanto, os primeirosnúmeros de 2011 apresentamuma reação positiva em rela-ção aos três últimos anos. Aoque tudo indica, este ano pro-mete manter a ascensão iden-tificada, considerando que otransporte rodoviário de car-gas apresentou um acréscimono volume total transportadode 4,82% em relação adezembro de 2010.

No caso do transporte decargas por terceiros, os núme-ros registrados revelam umaumento no total transporta-

do de 4,59% comparado adezembro de 2010. Já em rela-ção a janeiro de 2010, o modaltransportou 17,8 milhões detoneladas a mais, apresentan-do um crescimento significati-vo de 18,6%.

Com o fechamento do ano,o modal ferroviário de cargasregistrou recorde histórico de496,91 milhões de TU e 278,83bilhões de TKU. Os valores

Transporte de cargas em alta

apresentam aumento de3,65% e 3,83% respectiva-mente, superiores ao recordeocorrido no ano de 2008.

O setor aquaviário de car-gas apresentou em dezembrode 2010 um aumento de 3,08%na movimentação mensal.

O número absoluto de pas-sageiros transportados nocoletivo urbano em janeiro de2011 totalizou 927,5 milhões

de pessoas, mas registrouqueda de 8,10% em compara-ção ao mês de dezembro de2010, justificada pelo períodode férias.

O transporte rodoviáriointermunicipal de passagei-ros, em comparação a dezem-bro de 2010, apresentou umacréscimo de 3,11% para janei-ro de 2011. O mesmo ocorreucom o transporte aeroviáriode passageiros que, motiva-do principalmente peloperíodo de férias, teveaumento de 2,01%.

O Idet CNT/Fipe-USP é umindicador mensal do nível deatividade econômica do setorde transporte no Brasil. l

8

Para a versão completa daanálise, acesse www.cnt.org.br.Para o download dos dados,www.fipe.org.br

VOLUME Transporte em 2011 é 4,82% maior que dezembro de 2010

2011 começa com forte crescimento em relação aos últimos três anosLUCAS LACAZ RUIZ/FUTURA PRESS

Page 73: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 73

Fonte: Idet CNT/Fipe-USP

ESTATÍSTICAS DO TRANSPORTE BRASILEIRO

Transporte Rodoviário de Cargas - Total

Milhões de Toneladas

115

90

95

100

105

110

85

80

jan fev mar abr mai jun jul

2008 2009 2010

ago set out nov dez

2011

2008 2009 2010 2011 2008 2009 2010 2011

2008 2009 2010 2011

Transporte de Passageiros - Coletivo Urbano

Milhões de Passageiros

1100

1000

900

800

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Rodoviário de CargasIndustriais por Terceiros

Milhões de toneladas

60

55

40

45

50

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Rodoviário Interestadual dePassageiros

Milhões de Passageiros

9

8

5

6

7

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Ferroviário de Cargas

Milhões de Toneladas

35

40

45

30

25

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Aquaviário de Cargas

Milhões de Toneladas

85

65

25

45

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2008 2009 2010 2008 2009 2010

Page 74: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201174

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 62.351 13.844 76.195 Estadual Coincidente 17.012 6.013 23.025 Estadual 106.548 113.451 219.999 Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 212.738 1.368.226 1.580.964

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 14.621Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.060.002Cavalo mecânico 379.721Reboque 732.616Semi-reboque 570.798Ônibus interestaduais 13.976Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 25.120Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 139

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.148

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 29.637Total Concedida 28.465Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.738FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 6.987Total 28.465

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 92.814Locomotivas 2.919Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 33Domésticos 33Pequenos e aeródromos 2.498

AERONAVES - UNIDADESA jato 873 Turbo Hélice 1.783Pistão 9.513Total 12.505

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

JANEIRO - 2011

Page 75: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 75

BOLETIM ECONÔMICO

Orçamento de InvestimentosMinistério dos Transportes

(Janeiro/2011)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JANEIRO/2011

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Investimento liquidado Total pagoObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior.

Arrecadação Acumulada

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001.Atualmente é cobrada sobre a comercialização de gasolina (R$ 0,23/liltro) e diesel (R$ 0,07/litro)e a destinação dos recursos engloba o subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em transportes.

NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)

Investimento Pago Acumulado

14,012,0

8,06,04,0

R$ bilhõe

s

2,00,0

16,0

20,018,0

10,0

0,0

17,1

1,7

60

403020

R$ bilhõe

s

100

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

7080

50

27,6

8

2010 acumuladoem 2011

últimos12 meses

Expectativapara 2011

65,1

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

PIB (% cresc a.a.) 7,50 - - -

Selic (% a.a.) 11,25 11,75 12,50

IPCA (%) 5,91 - - 5,32

Balança Comercial(4) 16,88 - - -Reservas Internacionais

288,58(5) 297,90(5) - -

Câmbio (R$/US$) 1,70 1,67(6) 1,75

CIDE (R$ Milhões)Arrecadação no mês Janeiro/2011 727,0

Arrecadação no ano (2011) 727,0

Investimentos em transportes pagos (2011) 0,0

CIDE não utilizada em transportes (2011) 727,0

Total Acumulado CIDE (desde 2002) 65.076,0

Observações:1 - Taxa de crescimento do PIB para o 4º Semestre 2010 e acumulada em 12 meses2 - Meta Taxa Selic conforme Copom 02/03/20113 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até Janeiro/20114 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até Janeiro/20115 - Posição dezembro/2010 e Janeiro/2011 em US$ Bilhões6 - Câmbio de fim de período Janeiro/2011, média entre compra e venda

Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (Janeiro/2011), IBGE eFocus - Relatório de Mercado 28/01/11), Banco Central do Brasil.

Page 76: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201176

BOLETIM AMBIENTAL DO DESPOLUIR

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO

* Em partes por milhão de S - ppm de S

Estrutura do Despoluir

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - JANEIRO 2011

AL AM

% NC

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

11,5

1,81,23,5 2,3

0,0 1,40,0 1,2 0,8

2,0 2,6 3,4

AC3,5 14,6 0,0 1,2 1,0 0,0 2,4 1,2 3,0 11,5 1,8 7,6 1,8 3,5 2,3 0,0 2,8 4,5 1,4 0,0 6,8 1,2 0,8 2,0 2,6 0,0 3,40,05,4 15,4 0,0 1,4 0,9 0,0 1,8 1,4 3,1 9,4 3,8 4,9 3,4 2,1 2,3 0,6 3,5 5,4 1,9 0,0 4,8 1,0 1,1 2,7 2,3 0,0 3,20,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - JANEIRO 2011

0,0

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

3,0

14,6

1,81,20,0

3,5

0,00

5

15

10

2,40,0

Corante 1,6%

2,3%

2,0%

Aspecto 50,7%

Pt. Fulgor 10,9%

Enxofre 2,0%

Teor de Biodiesel 32,6%Outros 2,3%

32,6%

50,7%

10,9%

1,6%

1,0

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DASEMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

NÚMEROS DE AFERIÇÕES

388.129

Federações participantes 21Unidades de atendimento 70Empresas atendidas 6.248Caminhoneiros autônomos atendidos 7.542

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL*

Japão 10 ppm de SEUA 15 ppm de SEuropa 50 ppm de S

Brasil

1.800 ppm de S

500 ppm de S

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,30Transporte 136,15 8,60Industrial 114,62 7,30Outros setores 47,78 3,12Energia 48,45 3,10Processos industriais 25,43 1,60Total 1.574,56 100

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100

VEÍCULO CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Caminhões 36,65 44Veículos leves 32,49 39Comerciais leves - Diesel 8,33 10Ônibus 5,83 7Total 83,30 100

50 ppm de S

MODAL MILHÕES DE m3 PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 32,71 96,6Ferroviário 0,69 2Hidroviário 0,48 1,4Total 33,88 100

TIPO 2006 2007 2008 2009 2010

Diesel 39,01 41,56 44,76 44,29 49,23Gasolina 24,01 24,32 25,17 25,40 29,84Etanol 6,19 9,37 13,29 16,47 15,07

4,56,8

JANEIRO20112007 A 2010 TOTAL

Aprovação no período

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE

CONSUMO POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões m3)

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

7,6

Diesel interior (substituição de 19% do Diesel 1.800 ppm de S por Diesel 500 ppm de S)

Diesel metropolitano (grandes centros urbanos)

Frotas cativas de ônibus urbanos das regiõesmetropolitanas da Baixada Santista, Campinas,São José dos Campos e Rio de Janeiro. Frotascativas de ônibus urbanos das cidades deCuritiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador.Regiões metropolitanas de São Paulo, Belém,Fortaleza e Recife.

2,8

- 9.952 398.081

87,10% - 89,79% 87,17%

Page 77: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 78: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

Adecisão sobre taxabásica de juros afetatoda a população deum país. Aumento de

juros reduz quantidade demoeda, reduzindo ritmo decrescimento e a inflação.Redução de juros aumenta aquantidade de moeda, estimu-lando o crescimento e aumen-tando a inflação. Por isso, estásujeita à crítica e comentáriode toda a sociedade. Antes daexistência da moeda, cada serhumano tinha que dividir seudia em várias atividades vitaispara sua sobrevivência, comocuidar da plantação, criarvacas, cuidar do plantio doalgodão. Especialização exigiatrocas de mercadorias e eraineficiente: um boi por tantosmetros de tecido?

O aprofundamento do conhe-cimento foi viabilizado pelamoeda. O professor ensina, nãoplanta nem cria gado, seu sus-tento é garantido pela remune-ração de seu trabalho em moedae com ela adquire os produtosnecessários à sua existência.Menos moeda que o necessárioprovoca baixo crescimentoeconômico e social. Maismoeda que o necessário gera

JOSÉ RICARDO DA COSTA E SILVA

inflação e ela adoece, podendofalecer, gerando pobreza,desemprego e até guerras.Uma moeda saudável permite amáxima expansão da criativi-dade humana e é fundamentalpara o desenvolvimento pacífi-co e harmônico de um povo.

Até o início do século passa-do usava-se a quantidade deouro como parâmetro. Tambémse utilizou a quantidade dedivisas externas para guiar acriação de moeda. O acúmulode conhecimento teórico e prá-tico levou o mundo a adminis-trar a quantidade de moeda naeconomia de acordo com o sis-tema de metas para a inflação.Nele, o objetivo é permitir aeconomia crescer de acordocom os recursos produtivosexistentes. A quantidade certade moeda ninguém sabe, masse for criada a mais que onecessário, gera inflação, se fora menos, gera desemprego edeflação. O nível de inflaçãoacima ou abaixo da meta indicaque a moeda está enferma,com suas graves consequên-cias. O remédio recomendado éa variação nas taxas de juros.,agravando a doença.

Dois fatores vêm contribuin-

do para o aumento da inflaçãono Brasil desde 2007: aumentoem preços de alimentos e dematéria-prima a nível interna-cional e aumento acelerado doritmo de crescimento da econo-mia brasileira. Em 2010, oaumento da inflação recebeuuma mãozinha da natureza,cujos problemas climáticospressionaram mais os preçosdos alimentos, e outra do gover-no, que aumentou seus gastosforçando um nível de cresci-mento mais elevado.

Eu convido você leitor arefletir alguns instantes: se lhefosse dado a responsabilidadede cuidar da saúde da moedae, assim, do poder de comprado trabalhador brasileiro evocê observasse um aumentopreocupante da inflação, qualremédio você adotaria?Recomendaria repouso à eco-nomia, aumentando a taxabásica de juros temporaria-mente, ou mandaria o resfria-do às favas e reduziria osjuros, estimulando crescimen-to mais forte no curto prazo,mas com agravamento daenfermidade e piora nas rela-ções econômicas e sociais deseu país? O que você faria?

DEBATE Como o BC deve conduzir os juros básicos da economia com a alta da inflação?

JOSÉ RICARDO DA COSTA E SILVADoutor e mestre em economiapela Washington University/SaintLouis, mestre em assuntos internacionais pela ColumbiaUniversity/City of New York e professor do Ibmec/DF

A difícil tarefa de dar o remédio certo

“Uma moeda saudável permite a máxima expansão da criatividade e éfundamental para o desenvolvimento pacífico e harmônico de um povo”

Page 79: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

Como o BC deve conduzir os juros básicos da economia com a alta da inflação?

Recentemente, temosobservado uma eleva-ção preocupante dosíndices inflacionários no

Brasil. O IPCA acumulado nos últi-mos 12 meses passou de 4,59%em janeiro de 2010 para 5,99%em janeiro de 2011. A taxa de infla-ção não só se encontra acima dameta fixada pelo ConselhoMonetário Nacional – igual a 4,5%a.a. – como também perigosa-mente próxima do teto da bandade variação (6,5% a.a). As expec-tativas de mercado para o IPCAem 2011 também são bastantepessimistas. Como o BancoCentral deve conduzir a políticamonetária nesse cenário de ace-leração inflacionária? A respostadepende de dois fatores, a saber:(i) a natureza das pressões infla-cionárias recentes; (ii) o prazo noqual se deseja fazer a convergên-cia dos atuais índices inflacioná-rios para com a meta de inflação.

Até recentemente, o ministroda Fazenda afirmava que as pres-sões inflacionárias recentes eramresultado de “choques de oferta”originados da elevação dos pre-ços das commodities nos merca-dos internacionais, elevação essaresultante, em larga medida, demovimentos especulativos viabi-

gir para a meta de 4,5% a.a. em2011 é praticamente impossível.Isso porque tal ajuste exigiriauma elevação colossal da taxaSelic, o que mergulharia o Brasilnum fortíssimo quadro recessivo,com forte aumento do desempre-go e queda do nível de renda.

Uma alternativa mais viáveldo ponto de vista social é realizara convergência até o final do anode 2012. Essa alternativa permiti-ria ao Banco Central diluir oaumento da taxa Selic num núme-ro maior de reuniões do Copom,de tal forma a suavizar a trajetó-ria de elevação da taxa de juros.

A estratégia de suavização doaumento dos juros é preferível aestratégia de aumentos bruscosda Selic à medida que a primeiraproporciona mais tempo para oBC obter mais informações e ava-liar o quadro inflacionário vigen-te, diminuindo a incerteza na con-dução da política monetária.

A política monetária é maisarte do que ciência, isso signi-fica que as decisões tomadasnesse campo estão sujeitas auma dose considerável deincerteza. O bom senso indicaque quando não se sabe exata-mente o que se está fazendo,então é melhor fazer devagar.

JOSÉ LUIS OREIRO Doutor em Economia (IE/UFRJ), professor do Departamento deEconomia da UnB (Universidade deBrasília), pesquisador nível I do CNPq ediretor de Relações Institucionais daAssociação Keynesiana Brasileira

Aumento da Selic é amedida mais indicada

“A política monetária é mais arte do que ciência. Decisões tomadasnesse campo estão sujeitas a uma dose considerável de incerteza”

lizados pela política monetáriaexpansionista adotada peloFederal Reserve. No entanto, umaanálise mais cuidadosa dos dadosde inflação nos mostra a existên-cia de indiscutíveis pressões dolado da demanda agregada. Defato, os preços dos serviços acu-mulam alta de cerca de 7% nosúltimos 12 meses, e o núcleo doIPCA por médias aparadas e sua-vização (que desconta os itensque apresentaram elevaçõesmais significativas dentro do índi-ce) apresentou alta de 0,54% emjaneiro de 2011, o que significauma inflação anualizada de6,14%. Esses números mostram aexistência de pressões inflacioná-rias vindas do lado da demanda.Nesse contexto, a elevação dataxa básica de juros, a Selic, é amedida mais indicada – emboranão necessariamente a única –para enfrentar o problema.

Isso posto, qual deve ser oaumento da Selic para alinhar ainflação com a meta de 4,5% a.a?Isso depende do prazo no qual aautoridade monetária desejafazer esse ajuste. Dados os índi-ces de inflação prevalecentesatualmente e a inércia inflacioná-ria ainda existente na economiabrasileira, fazer a inflação conver-

JOSÉ LUIS OREIRO

Page 80: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 81: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2011 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

ssim como em outros segmentos importantes dasociedade, o setor transportador está passandopor uma importante transformação cultural, como gênero feminino ocupando espaços, até então,exclusivos dos homens. A exclusividade era, natu-ralmente, demarcada pelos valores patriarcais his-

tóricos da sociedade. Porém, não deixa de ser alen-tador observar mudanças significativas no mundocorporativo e em outras áreas, com a maior presen-ça feminina trazendo esperanças de uma convivênciamenos violenta, menos competitiva, mais delicada,mais tolerante, qualidades mais facilmente identifi-cáveis na personalidade delas.

Há menos preconceito e resistência à atuação damulher. A desistência de um passageiro de um voo aosaber que no comando da aeronave estaria umamulher já é quase coisa do passado. Também não seregistra mais a rescisão de qualquer contrato defrete rodoviário ao saber que o transporte seria con-duzido por uma caminhoneira.

As mulheres no exercício profissional na ati-vidade transportadora têm se mostrado muitomais cuidadosas, atenciosas e concentradas.Assim como nas demais atividades, elas aindasão mais cobradas e precisam apresentar maisresultados. Contudo, gradativamente, vêm con-quistando seus espaços e a confiança dasempresas, o que explica algumas delas já conta-rem em seus quadros com mais trabalhadorasdo que trabalhadores.

Embora nos registros oficiais do Ministério doTrabalho ainda se observem diferenças salariaisentre os gêneros, nas empresas transportadoras comorganização funcional mais elaborada não há salá-rios diferenciados, para um ou outro, exercendo amesma função.

A conquista desse espaço profissional é méritoexclusivo das mulheres que ousaram realizar sonhos,superar limites, buscar a realização pessoal, muitasvezes contra adversidades e dramas que ainda seimpunham pela força ou por valores culturais arcai-cos, como o chamado terceiro turno de trabalho.

E aí estão mulheres na orientação de navios, emportos e canais, exercendo a praticagem, mulheresno comando de aviões, trens, caminhões, motoristasde ônibus, taxistas, mecânicas de autos, além deatuarem nas áreas comerciais e administrativas.

Os transportadores estão percebendo o movimen-to feminino no setor. Se no início houve alguma des-confiança, hoje elas são bem-vindas. As pioneiras,superando preconceitos, mostraram aos homensuma nova maneira de trabalhar. As mulheres estãoacrescentando à eficiência no meio transportador ocuidado e a delicadeza.

Neste mês em que comemoramos o DiaInternacional da Mulher, no ano em que tomou possea primeira mulher na presidência do Brasil, os trans-portadores rendem a elas sua homenagem e o reco-nhecimento que a atuação feminina está trazendomais felicidade e eficiência ao transporte brasileiro.

ANas mãos das mulheres

“As mulheres estão acrescentando à eficiência no meio transportador o cuidado e a delicadeza”

Page 82: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201182

RODOANEL

Parabéns pelas matérias, quesão muito boas e abrangentes.Entretanto, deixo aqui o meudesejo de ler uma matériasobre o nosso "Rodoanel", que está sendo construído no entorno da capital de São Paulo.Essa obra já está superada, dadoao seu alto movimento. Elademorou muito para sair dopapel e, após a construção dostrechos Oeste, Sul e parte doLeste, aberto recentemente, jápassa por sérias dificuldades noque diz respeito ao escoamentode veículos no trecho Jacú-Pêssego, que, pela lentidãoficou um prato cheio para osassaltantes. Em janeiro, os marginais tiveram a audácia depromover um arrastão nas imediações do Jardim SantoAndré. No trecho liberado dessavia não vemos viaturas de polícia circulando e há umagrande quantidade de moradiasque estão em locais invadidos, servindo de abrigo para marginais. Esperamos que, pormeio de vocês, chegue aoconhecimento do nosso governador e haja uma providência imediata para queos usuários possam desfrutar dealgo que todos colaborarampara ser construído. Nós também trabalhamos com transportes e estamos incluídosno meio de todos os usuários,portanto, temos o direito de

comentar algo porque sentimos os problemas e já passamos algumas vezes por esses inconvenientes que são os assaltos.

Orides SanchesSão Paulo - SP

ROBERTO DAMATTA

A entrevista com o antropólogoRoberto DaMatta é excelente, e olivro “Fé em Deus e pé na tábua”não será menos (excelente).Quem não obedece regras nãosabe nada sobre viver num regime democrático. Viver em democracia implica em obedecer a regras. E o brasileiro,de modo geral, não respeita nemobedece, inclusive, placas detrânsito, sejam elas de regula-mentação, advertência ou aindade indicação. Mas convenhamosque algumas placas são extre-mamente inoportunas. Algunslimites de velocidade são ridículos e se constituem numconvite à desobediência.

Edison Moraes MaitinoBauru - SP

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco J

Edifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar

70070-010 - Brasília (DF)

E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

[email protected]

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRA DA CNTThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio GulinTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho Ilso Pedro Menta TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiAntônio Pereira de SiqueiraTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Jacob Barata Filho

José Augusto Pinheiro

Marcus Vinícius Gravina

Tarcísio Schettino Ribeiro

José Severiano ChavesEudo Laranjeiras CostaAntônio Carlos Melgaço KnitellFrancisco Saldanha BezerraJerson Antonio PicoliJosé Nolar SchedlerMário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Paulo Brondani

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Dirceu Efigenio Reis

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

José da Fonseca Lopes

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Braatz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

Moacir da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

José Carlos Ribeiro Gomes

Claudomiro Picanço Carvalho Filho

George Alberto Takahashi

Marcos Machado Soares

José Eduardo Lopes

Fernando Ferreira Becker

Luiz Ivan Janau Barbosa

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Eclésio da Silva

Page 83: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011
Page 84: Revista CNT Transporte Atual - Março/2011