revista cnt transporte atual - marÇo/2004

68
C NT REVISTA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 105 | MARÇO 2004 CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA A LOGÍSTICA REVERSA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A RECICLAGEM CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

Upload: confederacao-nacional-do-transporte

Post on 09-Mar-2016

240 views

Category:

Documents


7 download

DESCRIPTION

É inadmissível que os recursos da CIDE sejam desviados para outros fins que não aqueles definidos em lei.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

CNTREVIS

TA

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 105 | MARÇO 2004

CONSCIÊNCIAECOLÓGICAA LOGÍSTICA REVERSA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A RECICLAGEM

CONSCIÊNCIAECOLÓGICA

Page 2: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004
Page 3: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004
Page 4: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

42

ESTATUTO DOIDOSOA lei ainda precisa deregulamentação paraque as empresas detransporte possam permitir os benefícios

REVESTIMENTOSAs péssimas condiçõesdas estradas nacionaisreacenderam o debatesobre o melhor piso:concreto ou asfalto

14

HOBBY DE LUXOColecionadores de carros antigos formamuma ligião com cadavez mais adeptos. Saiba como participar

8

PRESIDENTEClésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRAThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES SEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Benedicto Dario FerrazSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOSEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho e Ilso Pedro MentaSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti e Antônio Pereira de SiqueiraSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes e Mariano CostaSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Elmar José Braun eRenato Cézar Ferreira Bittencourt SEÇÃO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Bernardo José Figueiredo Gonçalves de Oliveira e Nélio Celso Carneiro TavaresSEÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO

Constantino Oliveira Júnior eWolner José Pereira de Aguiar

CONSELHO FISCALWaldemar Araújo, David Lopes de Oliveira, ErnestoAntonio Calassi, Éder Dal’Lago, René Adão AlvesPinto, Getúlio Vargas de Moura Braatz, Robert Cyrill Higgin e José Hélio Fernandes

DIRETORIA

SEÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Denisar de Almeida Arneiro, Eduardo FerreiraRebuzzi, Francisco Pelucio, Irani Bertolini,Jésu Ignácio de Araújo, Jorge Marques Trilha,Oswaldo Dias de Castro, Romeu Natal Pazan,Romeu Nerci Luft, Tânia Drumond,Augusto Dalçoquio Neto, Valmor Weiss,Paulo Vicente Caleffi e José Hélio Fernandes

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Aylmer Chieppe, Alfredo José Bezerra Leite,Narciso Gonçalves dos Santos, José AugustoPinheiro, Marcus Vinícius Gravina, Oscar Conte,Tarcísio Schettino Ribeiro, Marco Antônio Gulin,Eudo Laranjeiras Costa, Antônio Carlos MelgaçoKnitell, Abrão Abdo Izacc, João de Campos Palma,Francisco Saldanha Bezerra e Jerson Antonio Picoli

SEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa, José Alexandrino FerreiraNeto, José Percides Rodrigues, Luiz MaldonadoMarthos, Sandoval Geraldino dos Santos,José Veronez, Waldemar Stimamilio, André LuizCosta, Armando Brocco, Heraldo Gomes Andrade,Claudinei Natal Pelegrini, Getúlio Vargas de MouraBraatz, Celso Fernandes Netoe Neirman Moreira da Silva

SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Cláudio Roberto Fernandes Decourt, Antônio CarlosRodrigues Branco, Luiz Rebelo Neto,Moacyr Bonelli, Alcy Hagge Cavalcante,Carlos Affonso Cerveira, Marcelino José LobatoNascimento, Maurício Möckel Paschoal,Milton Ferreira Tito, Silvio Vasco Campos Jorge,Cláudio Martins Marote, Jorge Leônidas Pinho,Ronaldo Mattos de Oliveira Lima e Bruno Bastos

CONSELHO EDITORIAL Almerindo Camilo, Bernardino Rios Pim, EtevaldoDias, Jorge Canela, Lucimar Coutinho, Maria TerezaPantoja e Sidney Batalha

REDAÇÃOEDITOR RESPONSÁVEL

Almerindo Camilo • [email protected]

Ricardo Ballarine • [email protected] Seara (Arte) • [email protected]ÓRTERES

Eulene Hemétrio e Rodrigo Rievers COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

Aline Reskalla, Duke (ilustração), Evilazio de Oliveira eMarília MendonçaDIAGRAMAÇÃO E PAGINAÇÃO

Antonio Dias e Wanderson Fernando DiasFOTOGRAFIA

Paulo Fonseca e Futura PressINFOGRAFIAß

Agência Graffo • www.graffo.inf.br

PRODUÇÃO

Rafael Melgaço Alvim • [email protected] Carvalho • [email protected]ÇO

Rua Tenente Brito Melo, 1341 – conjunto 202 Santo Agostinho • CEP 30.180-070 Belo Horizonte (MG)PABX

(31) 3291-1288 E-MAILS

[email protected]@uol.com.brNA INTERNET

www.cnt.org.brASSINATURA

0800 78 2891ATUALIZE SEU ENDEREÇO

[email protected]

REMAR • Fonefax (11) 3836-1254 Celso Marino • (11) 3955-2075Publicação mensal da CNT, registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob onúmero 053, editada sob responsabilidade da AC&S Comunicação.

IMPRESSÃO Web Editora - Brasília - DFTIRAGEM 40 mil exemplares

CNT Confederação Nacional do Transporte

Revista CNT

CNT SAS, Setor de Autarquias Sul • Quadra 6, Bloco J • Brasília (DF) • CEP: 70070-916

Page 5: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

CNTREVIS

TA

AEROPORTOS 24

QUEBRA-MOLAS 30

ESCOLA DE MAQUINISTAS 50

HIDROVIAS GAÚCHAS 52

ALEXANDRE GARCIA 55

MAIS TRANSPORTE 56

REDE TRANSPORTE 59

IDET 64

HUMOR 66

34

O tema é um item essencial quando se falaem reciclagem do lixo. O Brasil é líder noreaproveitamento do alumínio, mas peca emtodos os outros segmentos. Da coletiva seletiva ao transporte às usinas, saiba maissobre esse processo em reportagem especial

ANO IX | NÚMERO 105 | MARÇO 2004

CAPA RICARDO SÁ SOBRE FOTO DE PAULO FONSECA

REPORTAGEM DE CAPA

LOGÍSTICA REVERSA

Page 6: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

6 CNTREVISTA MARÇO 2004

SEST/SENATLendo a Revista CNT de janeiro

(ed. 103), verifiquei que haverá embreve um curso para taxista feito peloSest/Senat de Porto Alegre. Já entreiem contato com a diretora daunidade, que me informou que omesmo ainda não está com toda aprogramação pronta. Mas já fiz meucredenciamento para que quandohouver o curso eu possa ser chama-do para dar uma palestra sobre táxi eturismo (turismo receptivo). Aproveitoa divulgação do curso para saber se épossível divulgar meu trabalho paraque todos os leitores saibam do quetrata o meu trabalho. Já dei palestrasnas cidades do Rio de Janeiro (1ºFórum Nacional de Taxistas), Marília(SP), Bagé (RS), Bento Gonçalves(RS), Paranaguá (PR), entre outras.

José [email protected]

PORTOSEstranho e lamento a reportagem

da edição 104 (“Show nas águas dosnordestinos”) quando, no artigo sobreportos nordestinos, não foi citadoSuape, em Pernambuco. Nós per-nambucanos esperamos umareparação à injustiça cometida.

Massilon GomesPasso Fundo (RS)

Resposta da RedaçãoA reportagem focou apenas nos

quatro primeiros portos no ranking demovimentação de cargas. Por essemotivo, Suape e outros portos daregião Nordeste não foram citados.

LOGÍSTICALi na edição 100 da Revista CNT

uma reportagem interessante com aengenheira de produção Lívia Pereira,mestre em administração pelo Cop-pead/UFRJ (“Logística de Quali-dade”). Gostaria de ter mais infor-mações sobre o tema.

César PinheiroSão Miguel do Oeste (SC)

Resposta da RedaçãoO melhor caminho é procurar a

Associação Brasileira de Logística(www.aslog.org.br) ou o Coppead(www.coppead.ufrj.br), que tem umcentro de logística. Nesses locais vocêpode encontrar informações sobrecursos, estudos e aplicações do tema.A Revista CNT publica periodica-mente reportagens sobre o assunto.Nesta edição, leia sobre logísticareversa.

DIA DA MULHERParabéns pela bela matéria em

homenagem à mulher (“Sem papo desexo frágil”, ed. 104). As entrevistadasservem como exemplo não só para asmulheres, mas para os homens tam-bém. A motorista Roselene Marquesé o melhor exemplo de que capaci-dade não se mede pelo sexo. Gostariade repetir sua frase para lembrar ahomens e mulheres de que precon-ceito e submissão são formas peque-nas de levar a vida: “Vão à luta paraatingir seus objetivos. Corram atrásdos seus sonhos”.

Marcela Jô OliveiraSão Paulo (SP)

ESTRADASAcho que o governo já se perdeu e

ainda não sabe disso. Afirma que2004 será o ano do crescimento doBrasil. Dias depois, anuncia um corteno orçamento, que afeta (pasmem)os setores de produção e infra-estru-tura. O ministro dos Transportes dizque as estradas serão reformadas.Gostaria de saber com que dinheiro.E minha boa vontade com o país vaipor água abaixo quando leio a notíciaque a duplicação da BR-101, con-hecida como “rodovia da morte”,ficará para o segundo semestre(“Mais Transporte”, ed. 104). Ora, seaté uma estrada que traz a mortecomo apelido não tem solução, o queserá da nossa vida.

Francisco AquinoPorto Alegre (RS)

AGRADECIMENTOSA Revista CNT agradece as men-

sagens enviadas com cumprimentospor nosso trabalho.

Elisângela Rodrigues (Universi-dade de Passo Fundo), Mário SérgioFerrari (chefe de gabinete da vice-presidência do Tribunal Regional Fed-eral de Brasília), José Eduardo Machode Almeida (deputado estadual-CE),James Ferreira Santos (Defesa Civil-MG)

CAR TAS PARA ESTA SE ÇÃO

Rua Mon tei ro Lo ba to, 123, Sala 101, Ouro Pre toBelo Ho ri zon te, Mi nas Ge raisCep: 31310-530Fax: (31) 3498-3694E-mail: re vis tacn t@re vis tacnt.com.br

As car tas de vem con ter nome com ple to, en de re çoe te le fo ne. Por mo ti vo de es pa ço, as men sa gensse rão se le cio na das e po de rão so frer cor tes

“AS ENTRE-VISTADASSERVEM DEEXEMPLONÃO SÓPARA ASMULHERES,MAS PARAOS HOMENSTAMBÉM”

DO LEITORre vis tacn t@re vis tacnt.com.br

Page 7: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 7

ACNT re ce beu com preo cu -pa ção a de ci são do go ver nofe de ral de con tin gen ciar noOr ça men to da União de2004 cer ca de R$ 3 bi lhõesque se riam des ti na dos a in -

ves ti men tos pú bli cos em in fra-es tru tu ra. Apar te des ti na da para o trans por te, que noOr ça men to ori gi nal já era con si de ra damo des ta, será in su fi cien te para per mi tiruma res pos ta ade qua da às pre men tes ne -ces si da des dos di ver sos mo dais. Mo ti va dapor in cer te zas quan to à efe ti va ção das re -cei tas pre vis tas no Or ça men to, a de ci sãore for ça a ne ces si da de da cons tru ção deum ar ca bou ço ju rí di co-nor ma ti vo ca pazde atrair re cur sos pri va dos, per mi tin do,des sa for ma, in ves ti men tos na re no va çãoe am plia ção da in fra-es tru tu ra de trans -por te e lo gís ti ca do país.Para que es ses re cur sos pos sam ser

cap ta dos e efe ti va men te apli ca dos naárea de in fra-es tru tu ra, é im pres cin dí vel oes ta be le ci men to de re gras cla ras quedêem ao in ves ti dor a se gu ran ça do re tor -no do seu ca pi tal. A Par ce ria Pú bli co-Pri -va da (PPP), apon ta da pelo pró prio go ver -no como al ter na ti va viá vel para a es cas sezde re cur sos no se tor pú bli co, en qua dra-senes sa ca te go ria. O se tor trans por ta dor éfa vo rá vel à PPP por en ten der que, com asli mi ta ções aos gas tos e ao en di vi da men to

pú bli co, pos si bi li ta rá o aces so a re cur sospri va dos, des de que haja mo ti va ção paraapli ca ção des ses in ves ti men tos.A mera re gu la men ta ção da PPP não

deve fa zer com que sur jam ime dia ta men tere cur sos. Como a ló gi ca que guia o in ves ti -men to pri va do é a do lu cro, de ve rão ser be -ne fi cia dos obras e pro je tos que apre sen tema me lhor re la ção en tre ris co e re tor no. Nasre giões mais po bres, o Es ta do não podepres cin dir do seu pa pel de prin ci pal agen tepro mo tor do de sen vol vi men to. Por isso é inad mis sí vel que os re cur sos

pro ve nien tes da Con tri bui ção de In ter ven çãono Do mí nio Eco nô mi co (Cide) se jam con tin -gen cia dos ou des via dos para ou tros fins quenão aque les de fi ni dos em lei: trans por te,ener gia e meio am bien te. Essa pos tu ra é an -co ra da no jul ga men to da ação mo vi da pelaCNT, em de zem bro de 2003, em que o Su -pre mo Tri bu nal Fe de ral ad ver tiu o go ver nono sen ti do de que a Cide não deve ser des -via da de sua fi na li da de ori gi nal.O in ves ti men to em in fra-es tru tu ra cria ba -

ses para o cres ci men to sus ten tá vel e geraem pre gos. Ne nhum país do mun do pode serfor te sem es ses ob je ti vos. O es ta do de con -ser va ção de nos sas es tra das e a fal ta de re -cur sos para in ves ti men to nos por tos, fer ro -vias e hi dro vias po de rão re pre sen tar um obs -tá cu lo in trans po ní vel no cur to pra zo para ocres ci men to sus ten ta do do país.

É INAD MIS SÍ VELQUE OS RE CUR SOSDA CIDE SE JAMDES VIA DOS PARAOU TROS FINS QUENÃO AQUE LES DE FI NI DOS EM LEI

Investimentos para otransporte e o Brasil

EDITORIAL

CLÉSIO ANDRADEPRESIDENTE DA CNT

Page 8: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

8 CNTREVISTA MARÇO 2004

QUANDO TERCARRO VELHO É BACANA

CRESCE E FÃS JÁ ORGANIZAM ATÉ RALI DE REGULARIDADEHÁBITO DE COLECIONAR VEÍCULOS COM MAIS DE 30 ANOS

ANTIGOMOBILISMO

HOBBY

POR

RODRIGO RIEVERSEm ple na era da in je çãoele trô ni ca de com bus tí -veis, do sis te ma defreios ABS e de ou tros

avan ços tec no ló gi cos ex pe ri men -ta dos pela in dús tria au to mo bi lís ti -ca, se ria im pro vá vel ima gi nar umCa dil lac 60 Spe cial ano 1938, umFur gão Che vro let 1953, um Mer -ce des-Benz 280 Sl 1969, umChe vro let Im pa la 1962, um Alfa

Ro meo Spi der Ve lo ce 1974, umPors che 911 T 1972 e até mes -mo um bom e ve lho Fiat 147-L1977 em con di ções de en ca rarum rali de re gu la ri da de, ain daque em pis ta as fal ta da. Im pro vá -vel, sim, mas não im pos sí vel.Tan to que no fim do ano pas sa doqua se 50 du plas de co le cio na do -res de car ros an ti gos en ca ra ram1.200 km de pro va du ran te o pri -

mei ro rali sul-ame ri ca no de veí cu -los an ti gos, cujo tra je to pas soupor dez mu ni cí pios gaú chos e ca -ta ri nen ses. Or ga ni za do pela Fe de ra ção

Bra si lei ra de Veí cu los An ti gos(FBVA), sob a su per vi são da Fe -de ra ção In ter na cio nal de Veí cu losAn ti gos (Fiva), a cor ri da foi pro vacon cre ta de que o hobby de co le -cio nar car ros an ti gos – ou an ti go -

RODRIGO RIEVERS

Page 9: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004
Page 10: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

10 CNTREVISTA MARÇO 2004

“É PRECISOTER MUITOAMOR.RESTAURARUM VEÍCULOEXIGE BOADOSE DEPACIÊNCIA”

RESTAURAÇÃOOficinas virarambom negócio

mo bi lis mo, como pre fe rem os co -le cio na do res – ex pe ri men toucres ci men to sig ni fi ca ti vo nos úl ti -mos dez anos. E há até mes moex pli ca ções ma croe co nô mi caspara isso. Se gun do Ro ber to Suga,que com um Fur gão Che vro let1953 foi pri mei ro co lo ca do na ca -te go ria Pós-Guer ra (1945-1960),o cres ci men to do an ti go mo bi lis -mo está re la cio na do à aber tu rada eco no mia e à re la ti va es ta bi li -da de da moe da bra si lei ra a par tirde mea dos da dé ca da de 1990. “Até os anos 90, al guns co -

le cio na do res não viam os car -ros an ti gos ape nas como umhobby, mas tam bém comouma for ma de in ves ti men to.Com a es ta bi li da de e o fim dain fla ção, esse tipo de in ves ti -men to per deu sen ti do, o queaju dou a pul ve ri zar as co le -ções. A pró pria aber tu ra eco nô -mi ca fa ci li tou a im por ta ção depe ças e car ros an ti gos”, as si -na la Suga. Na ava lia ção do co -le cio na dor, que tam bém é pre -si den te do Clu be do Che vro let,além de atrair no vos co le cio na -do res, esse tipo de pro va aju daa mo vi men tar a eco no mia dasci da des onde os com pe ti do resper noi tam. E não é para me -nos. Cada du pla de pi lo to e na -ve ga dor que par ti ci pou do ralisul-ame ri ca no de sem bol souR$ 2.200 para ter di rei to a seisper noi tes em ho téis. O va lortam bém in cluiu as re fei çõesofe re ci das du ran te a pro va,além da par ti ci pa ção no co que -tel de aber tu ra e no jan tar depre mia ção e en cer ra men to.

José Au ré lio Afon so Fi lho, pre -si den te da FBVA, en ti da de quereú ne 65 clu bes de car ros an ti gosde todo o país e três mu seus, res -sal ta que, além de mo vi men tar aeco no mia das ci da des, esse tipode pro va aju da a des per tar aaten ção de po ten ciais co le cio na -do res para a ati vi da de. Por isso, aten dên cia é que o rali sul-ame ri -ca no pas se, a par tir des te ano, ain te grar de fi ni ti va men te o ca len -dá rio in ter na cio nal de pro vas daFiva – a pro va deve ser rea li za daem maio para não coin ci dir comou tras cor ri das pro gra ma das noUru guai e Ar gen ti na. “Esse tipode pro va é uma óti ma for ma deatrair a aten ção dos po ten ciais co -le cio na do res, prin ci pal men te osjo vens”, diz o co le cio na dor.Se gun do Afon so Fi lho, os jo -

vens se in te res sam cada vez mais

pela ati vi da de, prin ci pal men te nabus ca pelo au to mó vel na cio nal.Veí cu los como Opa la, Fus ca,DKW e ou tros com mais de 30anos de uso têm pre ços maisaces sí veis. Do alto de suas trêsdé ca das de an ti go mo bi lis mo, quelhe ren de ram um acer vo de seisveí cu los, o pre si den te da FBVAdá um con se lho para quem de se -ja ini ciar uma co le ção. “É pre ci soter mui to amor, prin ci pal men te sea pes soa qui ser res tau rar um veí -cu lo, por que isso exi ge uma boadose de pa ciên cia. Quem en tranes sa ati vi da de deve com prar umveí cu lo re for ma do.”

An ti go so nhoFoi jus ta men te o que fez Mar -

ce lo Hen ri que Gama das Cha gas,28 anos. Mo ra dor de Bra sí lia, elerea li zou o so nho de ter um car ro

RODRIGO RIEVERS

Page 11: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 11

PENÉLOPES INVADEM AS PISTAS

F az tem po que a pai xão por car ros an -ti gos dei xou de ser coi sa só do Clu bedo Bo li nha. As Lu lu zi nhas tam bém

to ma ram con ta do pe da ço. In ti tu la da Pe né -lo pes Char mo sas, al cu nha ca ri nho sa dada aum gru po que reú ne so men te co le cio na do -ras, a So cie da de Fe mi ni na de Au tos An ti gos(SFAA) vai com ple tar dez anos em 2004.Pre si di da pela an ti go mo bi lis ta Ede ni se Car -ra tú, 59 anos, as co le cio na do ras ga nha ramo ape li do numa alu são à per so na gem do de -se nho “Cor ri da Ma lu ca”, que fez a ca be çada ga ro ta da nos anos 70 e 80.

An tes de cria rem a so cie da de, esse gru pode mu lhe res ape nas acom pa nha va seus ma ri -dos e na mo ra dos. Mas a con vi vên cia fez comque elas tam bém se apai xo nas sem por clás si -cos como Ca dil lac, Che vro let Cor vet te, Ford1929, Lan dau e até Rolls-Roy ce. “Além degos tar mos dos car ros an ti gos, a fun da ção doclu be foi uma for ma de acom pa nhar mos nos -sos ma ri dos, de tor nar mos as fa mí lias ain damais uni das”, diz a pre si den te da SFAA, comsede no mu ni cí pio pau lis ta de Vi nhe do.

Ede ni se des ta ca que du ran te os even tosma ri dos e mu lhe res têm ati vi da des di fe ren tes.En quan to eles se de di cam a fa lar so bre me câ -ni ca e a ne go ciar veí cu los, elas par ti ci pam dereu niões so ciais e fa zem com pras. Para co me -mo rar a pri mei ra dé ca da da so cie da de, as Pe -né lo pes pre pa ram uma fes ta de con fra ter ni za -ção a ser rea li za da no iní cio de ju nho, comtoda a pom pa que elas têm di rei to, ga ran teEde ni se Car ra tú. “Será um jan tar so cial dig nodos dez anos da so cie da de.”

Pro prie tá ria de uma Mer ce des-Benz SL1969, Ede ni se par ti ci pou ao lado do ma ri do,

Nil son Car ra tú, do rali sul-ame ri ca no. Elecomo pi lo to, ela como na ve ga do ra. Os doisfi ca ram em quin to lu gar na ca te go ria Es pe -cial 1. “O rali foi uma óti ma ex pe riên cia e aMer ce des se saiu mui to bem. Não ti ve mosuma clas si fi ca ção me lhor por que ain da so -mos inex pe rien tes nes se tipo de pro va”, dizNil son Car ra tú, que cre di ta o cres ci men todo in te res se pelo an ti go mo bi lis mo ao fato dehoje ser mais fá cil en con trar car ros an ti gosem bom es ta do.

an ti go. No fim do ano pas sa dopa gou R$ 25 mil por um Gor di ni,ano 1964, to tal men te ori gi nal. Foipai xão à pri mei ra vis ta. “Eu es toudoi do por esse car ro. Sem prequis ter um car ro da Wil lis (mon -ta do ra que de pois foi in cor po ra dapela Ford)”, diz Cha gas.E toda essa exal ta ção tem

mes mo ra zão de ser. Pelo me nosé o que afir ma um dos di re to resdo Ve te ran Car de Bra sí lia, An tô -nio Fe li pe San ches Cos ta. Pa la -vra de quem co nhe ce não só an -ti go mo bi lis mo, mas prin ci pal -men te esse Gor di ni. É que an tesde Mar ce lo com prá-lo, o car roper ten ceu a Cos ta e tam bém aou tros co le cio na do res de Bra sí -lia. “É um ex ce len te car ro”, afir -

LULUZINHASAs mulheres formaram seu clube edesfilam o gosto pelos carros

AUTOSHOW/DIVULGAÇÃO

Page 12: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

12 CNTREVISTA MARÇO 2004

ain da mais em um ramo comoo de res tau ra ção de car ros an ti -gos. Mas é gra ti fi can te ver quetudo deu cer to”, diz o téc ni co.Hoje, a ofi ci na em pre ga 17 pes -soas e, se ne ces sá rio, até fa bri -cam pe ças iguais às ori gi nais.

Me mó ria vivaOs co le cio na do res não se in te -

res sam ape nas por car ros an ti -gos. A em pre sa de trans por te ur -ba no e in ter mu ni ci pal de pas sa -gei ros Ca priol li Tu ris mo, se dia daem Cam pi nas (SP), man tém umacer vo com apro xi ma da men te 15ôni bus an ti gos, to dos res tau ra -dos. Atual men te, as re lí quias es -tão ex pos tas numa con ces sio ná -ria Mer ce des-Benz da ci da de.“Foi a for ma que en con tra mos deman ter viva a me mó ria do trans -

ma Cos ta, di zen do que, ao ad -qui rir o veí cu lo res tau ra do, Mar -ce lo en trou com o pé di rei to noan ti go mo bi lis mo. “Para quemco me ça e não tem mui ta ex pe -riên cia, acon se lho ja mais ini ciarpela res tau ra ção, que dá tra ba -lho e exi ge pro fun do co nhe ci -men to so bre esse mer ca do.”Pau lo Re na to Aran tes, 24

anos, mo ra dor de Ca xam bu(sul de Mi nas), é ou tro exem plode que para co me çar no an ti -go mo bi lis mo é pre ci so ser, aci -ma de tudo, apai xo na do porcar ros. “Sem pre fui doi do parater um DKW e quan do apa re -ceu a opor tu ni da de de com -prar um eu não pen sei duasve zes”, diz o co le cio na dor, queé um dos só cio-fun da do res doDKW-Ve mag Clu be do Bra sil. O DKW 1965 de Aran tes foi

com pra do em 1999. Des de en -tão, o jo vem co le cio na dor nãopára de me xer no car ri nho. “Épre ci so man tê-lo em or dem, poisesse é um dos se gre dos paracon ser var um car ro an ti go”, diz ofã do DKW, que de mons tra tra -que jo de co le cio na dor ex pe rien te.O amor pe los car ros an ti gos

le vou o téc ni co em me câ ni caAn tô nio Flá vio Ebran, 51 anos,a aban do nar uma car rei ra desu ces so em mon ta do ras e fá bri -cas de au to pe ças para se de di -car úni ca e ex clu si va men te àres tau ra ção de veí cu los an ti gos.Há 15 anos, ele dei xou o

em pre go e mon tou a Flá vioEbran Res tau ra ções, ofi ci nacom sede em Tau ba té (SP).“Não é fá cil ser em pre sá rio,

EMPREENDEDORO Chevolet Tigrenas mãos de Ebran

ANTONIO FLÁVIO EBRAN/DIVULGAÇÃO

por te, os veí cu los que fo ram uti li -za dos em cada épo ca”, diz o di re -tor-pre si den te da em pre sa, An tô -nio Au gus to G. San tos.No acer vo da em pre sa, des -

ta que para um mo de lo Che vro -let 1928, com lu gar para 11pas sa gei ros, e que na épo ca eraco nhe ci do pelo su til ape li do de“ca be ça de ca va lo”. Ou tra peçado acer vo é a jar di nei ra Fordmo de lo T, ano 1923. Há ain daum Mer ce des-Benz 1957, mo -de lo 312, um ou tro Mer ce des-Benz 1959, mo no blo co, mo de lo321HL, uma Ra mo na Ford1928, além de dois ôni bus Sca -nia de dois an da res, que per ten -ciam à su ca ta da Com pa nhiaMu ni ci pal de Trans por tes Co le ti -vos de São Pau lo (CMTC), hojeex tin ta. l

Page 13: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 13

Page 14: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

ENTENDIMENTO À VISTAREGULAMENTAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL PARA CHEGAR AO BENEFICIADOAPLICAÇÃO DO ESTATUTO DO IDOSO PE LAS EMPRESAS TRANSPORTADORAS DEPENDE DE

LEGISLAÇÃO

GRATUIDADE

P ri mei ro de ou tu bro de2003. O pre si den teLuiz Iná cio Lula da Sil -va san cio na um con -

jun to de re gras, re sul ta do dedez anos de es tu dos e pes qui -sas, que pro me te ga ran tir a tãoso nha da ci da da nia aos ido sosbra si lei ros. No con jun to de de -ter mi na ções apro va das, o di rei -to ao trans por te ur ba no, semi-ur ba no e in te res ta dual gra tui toaos maio res de 65 anos. Seisme ses de pois da san ção e qua -se qua tro me ses de pois de suaen tra da em vi gor (1º de ja nei ro),o Es ta tu to do Ido so ain da é umalei que não saiu do pa pel porum mo ti vo cen tral: a fal ta de re -gu la men ta ção. No caso das em pre sas de

trans por te de pas sa gei ros, pai -ram mais dú vi das do que res -pos tas so bre como ope ra cio na -li zar a gra tui da de. E ain da, so -bre a fon te de re cei tas paraban car o li vre aces so dos ido -sos, que hoje so mam 15 mi -lhões e re pre sen tam 8,6% dapo pu la ção bra si lei ra. Es ti ma ti -vas do IBGE mos tram que até2025 a po pu la ção bra si lei ra deido sos mais que do bra rá, che -gan do a 32 mi lhões de pes soas. O ar ti go 39 do es ta tu to de ter -

mi na que, aos maio res de 65anos, fica as se gu ra da a gra tui da -de dos trans por tes co le ti vos pú -bli cos ur ba nos, ex ce to nos ser vi -ços se le ti vos es pe ciais, quan dopres ta dos pa ra le la men te aos ser -vi ços re gu la res. No caso das pes -soas com ida de en tre 60 e 65anos, fica a cri té rio de le gis la ção

CIR CU LAMNOS ÔNI BUSUR BA NOSCER CA DE60 MI LHÕESDE PESSOASPOR DIA,SENDO 10%DE IDO SOS

14 CNTREVISTA MARÇO 2004

DUKE

Page 15: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

15 CNTREVISTA MARÇO 2004

ENTENDIMENTO À VISTAREGULAMENTAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL PARA CHEGAR AO BENEFICIADOAPLICAÇÃO DO ESTATUTO DO IDOSO PE LAS EMPRESAS TRANSPORTADORAS DEPENDE DE

lo cal dis por so bre as con di çõesdo exer cí cio da gra tui da de.As em pre sas são obri ga das a

re ser var 10% dos as sen tos paraos ido sos, com iden ti fi ca ção depre fe rên cia para esse pú bli co.Para ter aces so, bas ta que o ido -so apre sen te um do cu men tocom foto. Nes se pon to mora umdos pro ble mas le van ta dos pe lasem pre sas, já que em mui tas ca -pi tais o sis te ma uti li za do é o debi lhe ta gem ele trô ni ca. Para o di -re tor-su pe rin ten den te da As so -cia ção Na cio nal das Em pre sasde Trans por te Ur ba no (NTU),Mar cos Bi ca lho, essa de ter mi na -ção fere a com pe tên cia mu ni ci -pal, pois na maio ria das ci da desbra si lei ras a gra tui da de lo cal jáexis tia. Como cada mu ni cí piotem seu sis te ma de con tro le, aten dên cia é de con fu são em lo -cais onde, por exem plo, a bi lhe -ta gem é au to má ti ca. Se gun do Bi ca lho, o pro ce di -

men to di fi cul ta o con tro le, e agra tui da de pre ci sa ser mi nu cio -sa men te con tro la da para evi tarfal si fi ca ções. A NTU de fen deque o caso seja re gu la men ta dope los mu ni cí pios, onde os ido sosde vem re ce ber um car tão pró -prio dan do di rei to à gra tui da de.Bi ca lho ar gu men ta que fica di fí -cil para o mo to ris ta do ôni bus,com vá rios pas sa gei ros en tran doe trân si to in ten so nas gran des ci -da des, con fe rir a iden ti da de deto dos os ido sos. “As pes soas vãoco me çar a bur lar a iden ti da de, oim pac to na re cei ta das em pre sasserá gran de e as pas sa gens ten -dem a su bir de pre ço.”Além da re gu la men ta ção porPOR ALINE RESKALLA

Page 16: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

16 CNTREVISTA MARÇO 2004

lei es pe cí fi ca, a fon te de cus teioda gra tui da de é ou tra in cóg ni ta.Pe los cál cu los da NTU, cer ca de10% dos pas sa gei ros do trans -por te pú bli co ur ba no são ido sos,o que ge ram im pac to da gra tui -da de no pre ço da pas sa gemtam bém de 10%. Cir cu lam pe losôni bus ur ba nos cer ca de 60 mi -lhões de pes soas por dia, emuma fro ta de 95 mil veí cu los. Bi -ca lho cal cu la que se ria ne ces sá -rio pelo me nos R$ 1 bi lhão por

CONTESTAÇÃO ANTES DE ENTRAR EM VIGOR

ano para cus tear a gra tui da de dotrans por te ur ba no e me tro po li ta -no do país. Se gun do o di re tor da NTU,

nos úl ti mos anos a pas sa gem su -biu mais que a in fla ção, le van do-se em con ta os rea jus tes doscom bus tí veis e tam bém a gra tui -da de, que in clui, além dos ido -sos, os es tu dan tes, os de fi cien tesfí si cos e ou tras ca te go rias. O re -sul ta do é que des de 1995 o nú -me ro de pas sa gei ros ur ba nos e

P ou cos dias an tes da en tra da em vi gor do Es ta tu todo Ido so, o pro cu ra dor-ge ral da Re pú bli ca, Cláu -dio Fon te les, en trou com uma Ação Di re ta de In -

cons ti tu cio na li da de (Adin) ques tio nan do os ar ti gos 39 e94 da lei 10.741/03. O mo ti vo apre sen ta do é que o ar ti -go 39, que dis põe so bre trans por te, li mi ta o al can ce dagra tui da de es ta be le ci do pela Cons ti tui ção (ar ti go 230, pa -rá gra fo 2), res trin gin do o aces so dos ido sos aos ser vi çosse le ti vos e es pe ciais de trans por te ur ba no.

O ar ti go 39 do Es ta tu to as se gu ra aos maio res de 65anos a gra tui da de dos trans por tes co le ti vos pú bli cos, ur -ba nos e semi-ur ba nos, ex ce to nos ser vi ços se le ti vos e es -pe ciais, quan do pres ta dos pa ra le la men te aos ser vi ços re -gu la res. Se gun do Fon te les, ao es ta be le cer essa ex ce ção,o Es ta tu to fere a Cons ti tui ção, que as se gu ra a gra tui da deaos ido sos sem ne nhum li mi te ou res sal va.

O pe di do do pro cu ra dor, ain da sem jul ga men to, in cluitam bém a sus pen são do ar ti go 94, se gun do o qual cri -mes pre vis tos no Es ta tu to, cuja pena má xi ma não ul tra -pas se qua tro anos de pri são, seja apli ca do o pro ce di men -to pre vis to na Lei dos Jui za dos Es pe ciais (9099/95) e nosCó di gos Pe nal e de Pro ces so Pe nal. É o caso, por exem -plo, do ar ti go 98, que de ter mi na que aban do nar o ido soem hos pi tais, ca sas de saú de ou con gê ne res, ou não pro -ver suas ne ces si da des bá si cas, quan do for de sua obri -ga ção, re sul ta em de ten ção de seis me ses a três anos.

O dis po si ti vo, para Fon te les, é in cons ti tu cio nal, pois“per mi te a es co lha da ida de da ví ti ma de de ter mi na doscri mes como cri té rio para ga ran tir ao au tor os be ne fí ciosde uma Jus ti ça es pe cia li za da, a dos Jui za dos Es pe ciais”.Por tan to, ar gu men ta ele, o tex to não pro te ge o ido so, masbe ne fi cia o au tor de cri me con tra maio res de 65 anos.Essa dis cri mi na ção pro vo ca ria si tua ções como a de umagen te res pon den do pe ran te a Justiça Co mum e ou troob ten do to dos os be ne fí cios da lei nº 9.099/95, mes moque ti ves sem pra ti ca do cri mes da mes ma gra vi da de.

Page 17: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

me tro po li ta nos des pen cou 30%.“As em pre sas so frem com au -men to de cus to e re du ção dospas sa gei ros, já que o bi lhe te estámais caro do que de ve ria. Comisso, as clas ses D e E, que são asque mais pre ci sam, fi cam ali ja -das do ser vi ço de trans por te pú -bli co por que não po dem pa gar. Éim por tan te uma fon te de cus teiopara a gra tui da de.”A mes ma opi nião tem o vice-

pre si den te da As so cia ção Na -cio nal do Trans por te Pú bli co(ANTP), Ro gé rio Bel da, paraquem toda isen ção gera au -men to de cus to que fa tal men teé re pas sa do para a pas sa gem.Na sua opi nião, pelo me nos umter ço dos cus tos com a gra tui -da de ur ba na de ve ria ser de res -pon sa bi li da de das pre fei tu ras,pois o segmento tem queadministrar uma série de bene-ficiados além dos idosos, comoestudantes e PMs “O se tor estáno li mi te da bai xa ren ta bi li da dee, do jei to que está, o Es ta tu topode ajudar no de se qui líbrio dare cei ta das em pre sas.”

“CAPITAL” DO IDOSOIMPLANTA CADASTRO

M es mo sen do uma ci da de com umadas maio res con cen tra ções de ido sosdo país, com cer ca de 720 mil pes -

soas aci ma de 60 anos, o Rio de Ja nei ro se an -te ci pa à re gu la men ta ção do Es ta tu to do Ido sopro mo ven do um am plo ca das tra men to da po -pu la ção que tem di rei to à gra tui da de. O mu ni -cí pio está im plan tan do o Sis te ma de Bi lhe ta -gem Ele trô ni ca (SBE), pelo qual o ido so faz oca das tra men to para ob ter um car tão pró prio.Ota cí lio Mon tei ro, vice-pre si den te da RioÔnibus, en ti da de que reú ne as em pre sas detrans por te da ca pi tal flu mi nen se, ex pli ca que apes soa liga para uma cen tral e agen da a vi si taa um dos 13 pos tos dis tri buí dos pela ci da de.En quan to não se ca das tra, o usuá rio con ti nua ausar a iden ti da de (veja quadro na página 22).

“Esse agen da men to tem o ob je ti vo de evi -tar fi las e aten der mais ra pi da men te os ci da -dãos, mas mes mo as sim os ido sos che gambem mais cedo e fi cam ba ten do papo. Aca basen do di ver ti do para eles”, con ta Mon tei ro.Nes sa vi si ta, a pes soa é fo to gra fa da e apre sen -ta os do cu men tos para a con fec ção de um car -tão ele trô ni co de iden ti fi ca ção, que vai per mi tirseu li vre trân si to pe los ôni bus da ca pi tal. Oitodias de pois, o ido so re ti ra o seu Rio Card nopos to onde se ca das trou. Se gun do o vice-pre si -den te do Rio Ônibus, esse tra ba lho “será per -ma nen te por que a cada dia mais pes soas en -tram na fai xa etá ria da gra tui da de”.

Além de se an te ci par ao Es ta tu to, o SBE au -to ma ti za a ar re ca da ção de ta ri fas e me lho ra ocon tro le do flu xo de pas sa gei ros e da re cei taau fe ri da den tro dos veí cu los. “Re pre sen ta umins tru men to para con tro le da eva são e de pla -

ne ja men to e ope ra ção do sis te ma, pro pi cian dotam bém maior se gu ran ça e maior ve lo ci da dede em bar que”, diz Mon tei ro.

O SBE está sen do im plan ta do tam bém nare gião me tro po li ta na do Rio de Ja nei ro, ondeterá um per fil mais abran gen te. Os ôni bus irãoin te ra gir com os de mais mo dais de trans por tepú bli co (me trô, trens e bar cas), pos si bi li tan douma in te gra ção nos des lo ca men tos dos usuá -rios e ra cio na li zan do os cus tos e as re cei tas en -vol vi das no sis te ma de trans por te co le ti vo. So -bre os cus tos de im plan ta ção do SBE, o RioÔnibus diz que os be ne fí cios com o maior con -tro le com pen sa rão as des pe sas.

Para o che fe de ga bi ne te da Su pe rin ten dên -cia de Trans por tes Ur ba nos da Se cre ta ria Mu -ni ci pal de Trans por te do Rio, Jor ge Du tra, a en -tra da em vi gor do Es ta tu to do Ido so não mudapra ti ca men te nada para a ci da de. “Es ta mos name ta de do pro ces so e o re la cio na men to comas em pre sas está sen do bas tan te tran qui lo.”

O trans por te co le ti vo do Rio con ta com cer -ca de 8.000 ôni bus, dis tri buí dos em 48 em pre -sas, trans por tan do cer ca de 80 mi lhões de pas -sa gei ros por mês ou, apro xi ma da men te, 2,7mi lhões de pas sa gei ros por dia. Des se to tal,59,7% são pa gan tes e os ou tros 40,3% se be -ne fi ciam da gra tui da de.

ATENDIMENTO O jogo de damas noRio está garantido com o sistema decadastramento para os idosos

ANDRÉ ARRUDA/AJB/FUTURA PRESS

Page 18: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

18 CNTREVISTA MARÇO 2004

“MINISTÉRIOSDEVEM ORIENTAR”

PAIM Divulgação é fundamental

L eia en tre vis ta com o se na dor Pau -lo Paim (PT-RS), au tor do pro je todo Es ta tu to do Ido so, que en trou

em vi gor em 1º de ja nei ro des te ano.

Re vis ta CNT: Após dez anos de es tu -do e três me ses da en tra da em vi gor,como fa zer com que o Es ta tu to do Ido -so não seja ape nas mais um con jun tode leis que não saem do pa pel?

Pau lo Paim: Em pri mei ro lu gar, éim por tan te a po pu la ção co nhe cer o Es -ta tu to para que im pri mam as leis noseu dia-a-dia. São 118 ar ti gos. Por isso,es ta mos ten do uma sé rie de reu niões eau diên cias pú bli cas nos mi nis té riospara que cada um tra ba lhe com a apli -ca ção do Es ta tu to nas suas res pec ti vasáreas. Te mos con ver sa do mui to com omi nis tro da Área So cial (Pa trus Ana -nias). No caso do trans por te, o mi nis té -rio pre ci sa orien tar as em pre sas. Omes mo ocor re no caso da saú de. Eu te -nho in sis ti do mui to que os mi nis té riospre ci sam orien tar as em pre sas.

Re vis ta CNT: As em pre sas detrans por te afir mam que não têm con -tra par ti das para des ti nar os as sen tosgra tui ta men te aos ido sos, como des -con to de im pos to, por exem plo. Oque o se nhor acha dis so?

Pau lo Paim: Todo mun do sabe queas em pre sas aca bam trans fe rin do issopara os pre ços, en tão elas não vão pa gara con ta. Não é por que dão duas va gaspara o ido so que vão ter pre juí zo. Sem -

pre apa re cem mil ar gu men tos para nãose cum prir.

Re vis ta CNT: Mas en tão não é o con -su mi dor que paga a con ta?

Pau lo Paim: In di re ta men te, a po pu la -ção sem pre aca ba pa gan do a con ta nãosó no Bra sil, mas no mun do todo.

Re vis ta CNT: Qual a maior di fi cul da -de para se fa zer cum prir o es ta tu to?

Pau lo Paim: A fal ta de di vul ga ção. Sevocê tem um di rei to e não sabe que tem,não tem como co brá-lo. Por isso, é im -por tan te o tra ba lho in te gra do dos mi nis -té rios, de ou tras es fe ras de go ver no, doscon se lhos mu ni ci pais, das de le ga cias doido so e dos ór gãos de de fe sa do di rei todo con su mi dor. É pre ci so sa ber que hápena de pri são que vai de seis me ses a12 anos para quem des cum prir as leisde de fe sa do ido so. Eu pos so dar o an zol,mas não pos so co lo car o pei xe na boca.

Re vis ta CNT: Não é se gre do que ose nhor se ins pi rou no Es ta tu to daCrian ça e do Ado les cen te, que, ape sarde ser um có di go de leis de pri mei romun do e já es tar em vi gor há al gunsanos, ain da não foi ca paz de evi tar otra ba lho in fan til no país, de ti rar ascrian ças ca ren tes das ruas e evi tar ex -ter mí nios, de ser cum pri do na prá ti ca.Quan to tem po será ne ces sá rio paraque o Es ta tu to do Ido so seja in cor po -ra do ao dia-a-dia do país?

Pau lo Paim: De pois de dez anos de es -

tu do, via gens pelo país e um lon go tra ba lhode pes qui sa, che ga mos às leis que en tra -ram em vi gor em ja nei ro. Não dá paraachar que com um, dois ou três me ses ascoi sas já es ta riam fun cio nan do como de ve -riam. Mas, no caso dos ido sos, há uma di -fe ren ça que pode agi li zar a sua apli ca çãopor que as crian ças e ado les cen tes aca bampre ci san do da ação de uma ter cei ra pes soapara fa zer va ler seus di rei tos. No caso doido so, não. A pes soa tem mais con di çõesde lu tar ela mes ma pe los seus di rei tos.

WILSON DIAS/ABR/DIVULGAÇÃO

Page 19: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

ras de an te ce dên cia o be ne fi ciá -rio terá que fa zer a re ser va desua via gem? O es ta tu to não diz”,afir ma o su pe rin ten den te daAbra ti, José Luis San to lim.Bi ca lho lem bra que o pró prio

Es ta tu to do Ido so pre vê que asdes pe sas de vem ser cus tea daspelo po der pú bli co. Diz o ar ti go115 que “o or ça men to da se gu -ri da de so cial des ti na rá ao Fun doNa cio nal de As sis tên cia So cial,até que o Fun do Na cio nal doIdo so seja cria do, os re cur sos ne -ces sá rios, em cada exer cí cio fi -

(Abra ti), o com pro me ti men to dare cei ta do se tor – que em 2003não cres ceu e foi de R$ 2,5 bi -lhões – pode che gar a 10%, omes mo per cen tual de ido sos en -tre os 140 mi lhões de pas sa gei -ros anuais que via jam pe los ôni -bus bra si lei ros.Além do im pac to na re cei ta, a

fal ta de de fi ni ção so bre comoope ra cio na li zar o sis te ma de gra -tui da de gera in se gu ran ça no se -tor. “A em pre sa tem cus to comim pos to na pas sa gem. Como éque fica isso? Com quan tas ho -

No caso do trans por te in te res -ta dual, o es ta tu to pre vê em seuar ti go 40 que as em pre sas de ve -rão re ser var duas va gas gra tui taspor veí cu lo para ido sos com ren -da igual ou in fe rior a dois sa lá riosmí ni mos, e con ce der des con tode 50% nos pre ços das pas sa -gens para os ido sos ex ce den tesque se en cai xam no mes mo pa -drão de ren da. Pe los cál cu los daAs so cia ção Bra si lei ra das Em -pre sas de Trans por te Ro do viá rioIn ter mu ni ci pal, In te res ta dual eIn ter na cio nal de Pas sa gei ros

MARÇO 2004 CNTREVISTA 19

A FAL TA DEDE FI NI ÇÃOSO BRE AOPE RA ÇÃODO SIS TE MAGERA IN SE -GU RAN ÇANO SE TOR

EVANDRO TEIXEIRA/AJB/FUTURA PREESS

Page 20: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

20 CNTREVISTA MARÇO 2004

nan cei ro, para apli ca ção em pro -gra mas e ações re la ti vas ao ido -so”. “É daí que deve sair a con -tra par ti da até que o fun do doido so seja cria do”, apon ta o di re -tor da NTU. Para ten tar re sol ver o pro ble -

ma, o go ver no fe de ral, atra vésdos Mi nis té rios dos Trans por tes eda Casa Ci vil, criou um gru po detra ba lho para tra tar da re gu la -men ta ção da nova lei, de au to riado se na dor Pau lo Paim (PT-RS).O gru po in clui tam bém os re pre -sen tan tes das em pre sas, como aAbra ti, que en ca mi nhou um do -cu men to ao go ver no com pro -pos tas de re gu la men ta ção. Se -gun do a en ti da de, o cus teio tem -

po rá rio da gra tui da de deve fi carpor con ta da Pre vi dên cia, quedeve tam bém cui dar de ca das -trar os ido sos que real men te pre -ci sam do be ne fí cio. “Nos sa po si -ção é fa zer o aten di men to, mas épre ci so a re gu la men ta ção”, dizSan to lim.O che fe da as ses so ria ad mi -

nis tra ti va do Mi nis té rio dosTrans por tes, Fá bio Mac ciot ti, umdos coor de na do res do gru po detra ba lho, in for ma que a re gu la -men ta ção se en con tra em pro -ces so fi nal e deve es tar con cluí -da ain da em mar ço. Ele ad mi teque o Es ta tu to é mui to ge né ri co enão é auto-apli cá vel, ou seja, de -pen de de le gis la ção es pe cí fi ca.

“Ti ve mos o cui da do de ou vir to -dos os in te res sa dos e o cus teiodos be ne fí cios está sen do le va doem con ta. O úni co pro ble ma éque o Mi nis té rio dos Trans por tesnão pode in ter fe rir na par te eco -nô mi ca do go ver no, que fica acar go da Fa zen da. Pre ci sa re mosne go ciar isso jun tos.”Mac ciot ti diz que o Fun do Na -

cio nal do Ido so ain da deve de -mo rar a sair e a al ter na ti va, poren quan to, é ten tar in tro du zir nopró xi mo Or ça men to da Uniãouma con tra par ti da para as em -pre sas. Tam bém está sen do es -tu da da pelo gru po uma com pen -sa ção tri bu tá ria pela gra tui da deaos ido sos. Se gun do Mac ciot ti, a

“COM QUAN -TAS HO RASDE AN TE CE -DÊN CIA OIDOSO TERÁQUE FA ZER ARE SER VA DEVIA GEM?”

VIAGENSDependência daregulamentação

PAULO FONSECA

Page 21: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

LEI PODE AMPLIAR CRISE

A Abra ti se diz a fa vor da gra tui da deaos ido sos, mas ar gu men ta queain da fal tam re gu la men tar sua

apli ca ção e de fi nir a fon te de cus teio dobe ne fí cio, como pre vê a Cons ti tui ção.Caso con trá rio, afir ma o su pe rin ten den teda en ti da de, José Luiz San to lim, ha ve ráde se qui lí brio nas em pre sas, que já en -fren tam a re tra ção com a cri se eco nô mi -ca e o cres ci men to da in for ma li da de, queabo ca nha de 15% a 20% do mer ca do. AAbra ti re pre sen ta 140 em pre sas que fa tu -ram R$ 2,5 bi lhões por ano. Con fi ra a en -tre vis ta de San to lim à Re vis ta CNT.

Re vis ta CNT: Qual a po si ção da Abra tiem re la ção ao que o Es ta tu to do Ido so pre -vê para a área de trans por te?

José Luiz San to lim: A nos sa po si ção é ames ma do go ver no fe de ral, que edi tou obo le tim 40, logo de pois de o Es ta tu to en trarem vi gor, no qual re co nhe ce que é pre ci soa re gu la men ta ção ain da de vá rios pon tospara que a lei pas se a ser apli ca da.

Re vis ta CNT: Quais pon tos?José Luiz San to lim - Por exem plo, a

em pre sa de ôni bus tem um cus to de im -pos to na pas sa gem, en tão te ría mos que en -tre gar um bi lhe te de so ne ra do de im pos to, jáque o tri bu to re fe ren te ao bi lhe te não serápago pelo clien te, como ocor re nor mal men -te. É a em pre sa que vai pa gar isso? O Es ta -tu to não diz. Ou tro exem plo: com quan tasho ras de an te ce dên cia o be ne fi ciá rio teráque fa zer a re ser va de sua via gem? É pre ci -so de fi nir ain da a co ber tu ra se cu ri tá ria aque terá di rei to o be ne fi ciá rio, pa ga men todas ta xas de pe dá gio e de uti li za ção de ter -mi nais, e ofer ta se le ti va dos lu ga res em li -nhas de alta den si da de. São as pec tos ope -

ra cio nais fun da men tais para as em pre sasde trans por te que pre ci sam ser re gu la men -ta dos. Além dis so, a Abra ti en ten de que agra tui da de pre ci sa ter uma fon te de cus teiode fi ni da, sob pena de es tar trans fe rin dopara os pas sa gei ros pa gan tes a ta re fa de fi -nan ciar o be ne fí cio aos ido sos.

Re vis ta CNT: Quem de ve ria se res pon -sa bi li zar pela gra tui da de?

José Luiz San to lim - Nos sa su ges tão,en ca mi nha da em ofí cio ao Mi nis té rio dosTrans por tes, é que a Pre vi dên cia devefa zer o cus teio di re to atra vés do Or ça -men to, me dian te emis são de al gum tipode vale-trans por te a ser for ne ci do aosbe ne fi ciá rios por or ga nis mos pú bli cos ase rem de fi ni dos na re gu la men ta ção. Ou -tra al ter na ti va se ria a com pen sa ção tri -bu tá ria para as em pre sas per mis sio ná -rias, atra vés de con tri bui ções pre vi den -ciá rias e dos tri bu tos fe de rais in ci den tes.São me di das ne ces sá rias para que nãose trans fi ra o ônus a quem não deve.

Re vis ta CNT - No caso, o con su mi dor.José Luiz San to lim - É. Mas é pre ci so

di zer que o re pas se dos cus tos da gra tui da -de para as ta ri fas não é de fen di do pe lasem pre sas, por que even tuais rea jus tes naspas sa gens po dem agra var mais a in for ma li -da de, com o trans por te clan des ti no ab sor -ven do par ce la ain da maior do mer ca do.

Re vis ta CNT - Qual o im pac to da gra -tui da de na re cei ta das em pre sas?

José Luiz San to lim - Se você ima gi narque já te mos dois lu ga res re ser va dos paraos de fi cien tes fí si cos ca ren tes, com maisduas pol tro nas para os ido sos, te re mosqua tro as sen tos gra tui tos. Como os ôni -

bus têm 46 lu ga res, o im pac to é de 8%.Te mos ain da o des con to de 50% nas pas -sa gens dos ido sos ex ce den tes. Não sa be -mos quan tos se rão. Es tu dos da Abra timos tram que a gra tui da de, da for macomo está hoje, tem um im pac to em tor node 10% na re cei ta das em pre sas. Nos sapo si ção é de fa zer o aten di men to por quesa be mos que a ne ces si da de exis te, sóque, da for ma como está, o Es ta tu to podepro vo car de se qui lí brio no se tor.

Re vis ta CNT - Como o as sun to está sen -do tra ta do com o go ver no?

José Luiz San to lim - Par ti ci pa mos dogru po de tra ba lho cria do pelo Mi nis té rio dosTrans por tes, que está es tu dan do e pre pa -ran do a re gu la men ta ção. Nós apre sen ta -mos nos sas su ges tões a pe di do do pró priomi nis té rio, que está ana li san do.

Re vis ta CNT - Além da for ma de cus -teio, que ou tras su ges tões a Abra ti apre -sen tou ao mi nis té rio?

José Luiz San to lim - É im por tan te que,nes se pro ces so re gu la men ta dor, o po derpú bli co, pos si vel men te por al gum ente li -ga do à Pre vi dên cia, re ce ba a in cum bên -cia de iden ti fi car e ca das trar o usuá rio,para que as em pre sas de trans por te pos -sam sa ber a quem aten der, es pe cial men tepor que há exi gên cia de com pro va ção deren da (in fe rior a dois sa lá rios mí ni mos,para via gens in te res ta duais).

SANTOLIM Compensação fiscal

Page 22: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

22 CNTREVISTA MARÇO 2004

in ten ção do go ver no é con cluir are gu la men ta ção com ur gên cia.“Nos so in te res se é dar uma res -pos ta rá pi da para a so cie da de,mas é pre ci so pa ciên cia.”En quan to a res pos ta não

vem, no en tan to, o Es ta tu to doIdo so fica mes mo no pa pel. A te -ce lã apo sen ta da Luci Mar quesCu per ti no, 70 anos, ain da nãoper deu as es pe ran ças de vi si tarseu ir mão doen te em São Pau lo,que ela não vê há 50 anos. Ela eo ma ri do, o as cen so ris ta de ele -va dor apo sen ta do Al ci no Ro dri -gues Cu per ti no, 69 anos, re ce -bem um sa lá rio mí ni mo por mêscada um, e o di nhei ro não dápara com prar as pas sa gens – emtor no de R$ 100 ida e vol ta. “To -ma ra que esse es ta tu to en tre emvi gor”, diz ela. Mais cé ti co, o mo -to ris ta apo sen ta do Fur bi no Ma -ciel Pi men ta, 68 anos, diz que

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 23

des de ja nei ro, quan do o es ta tu toen trou em vi gor, ele não con se -gue mais via jar de gra ça por queas em pre sas sus pen de ram o be -ne fí cio. Como a nova lei se so -bre põe às le gis la ções re gio naisque já con ce diam o be ne fí cio, oseu cum pri men to está mes mosus pen so pe las em pre sas atéque se re gu la men te a lei. A in de fi ni ção le vou a Abra ti a

en trar com uma ação pe din do asus pen são tem po rá ria da fis ca li -za ção pela Agên cia Na cio nal deTrans por tes Ter res tres (ANTT) noTri bu nal Re gio nal Fe de ral da 1ªRe gião (DF), que aca tou o pe di doem li mi nar con ce di da em mea -

O Con se lho Na cio nal do Ido -so, li ga do à Se cre ta ria de Di rei tosHu ma nos do go ver no fe de ral,co bra agi li da de na de fi ni ção dare gu la men ta ção. Se gun do umde seus mem bros, Perly Ci pria -no, a se cre ta ria está preo cu pa dacom a ques tão e pre ten de mar -car en con tros com en ti da des li -ga das aos ido sos e às em pre saspara tra tar da apli ca ção do es ta -tu to. Ci pria no re co nhe ce que im -plan tar uma nova lei é di fí cil eexi ge um tra ba lho in ten so de to -dos os en vol vi dos. “O es ta tu to éuma gran de con quis ta e pre ci saser im ple men ta do logo, mas sa -be mos que não é tão fá cil.”Na opi nião da as ses so ra

téc ni ca do con se lho, Ju ril zaMen don ça, a so cie da de pre ci -sa se mo bi li zar para co brar ocum pri men to da lei. Ela lem -bra que o Es ta tu to bra si lei rore pre sen ta um avan ço em re -la ção a paí ses do con ti nen te,como o Chi le, onde os ido sossó têm li vre aces so ao trans -por te ur ba no fora dos ho rá riosde pico. Já a con sul to ra em di -rei to pre vi den ciá rio da Câ ma rados De pu ta dos, Ed nal va Ma riaG.F. Da vid, diz que o Bra silestá ain da bem atra sa do emre la ção aos paí ses de sen vol vi -dos. “En quan to aqui ain daten ta mos ga ran tir di rei tos bá si -cos para os ido sos, na Eu ro pa,por exem plo, a preo cu pa ção émais avan ça da e in clui um tra -ba lho in ten so de pre ven ção dedoen ças e de me lho ria dos di -rei tos já ga ran ti dos e in cor po -ra dos pela po pu la ção.” l

dos de fe ve rei ro. A de ci são re fe re-se ao for ne ci men to gra tui to depas sa gens de ôni bus – in te res ta -duais e in ter na cio nais – a pes soasa par tir dos 60 anos e que re ce -bam até dois sa lá rios mí ni mos(ar ti go 40 do es ta tu to). A ANTT in -for ma que, na prá ti ca, a de ci sãodo TRF não tem efei to ime dia to,pois a agên cia já ha via sus pen di -do a fis ca li za ção no úl ti mo dia 13de ja nei ro, de pois que o Mi nis té -rio dos Trans por tes ma ni fes tou oen ten di men to de que se ria ne -ces sá ria a re gu la men ta ção do ar -ti go 40, que tra ta do for ne ci men togra tui to das pas sa gens. As em pre sas de li nhas in te -

res ta duais aguar dam a re gu la -men ta ção do Es ta tu to. Umadas maio res do se tor, a Via çãoCo me ta diz, por meio de suaas ses so ria, que “saú da com sa -tis fa ção o Es ta tu to do Ido so,que vem ga ran tir aos maio resde 60 anos uma sé rie de di rei -tos e be ne fí cios. To da via, so -men te po de re mos aten der oEs ta tu to nos itens re la ti vos aotrans por te quan do fo rem re gu -la men ta dos”. A Co me ta men cio na o pró prio

re co nhe ci men to do go ver no fe -de ral, no bo le tim “Em Ques tão”pu bli ca do pela Se cre ta ria de Co -mu ni ca ção do Pla nal to, de que,para sua efe ti va ção, a gra tui da de“de pen de de uma lei fe de ral es -pe cí fi ca e atos que re gu la men -tem (como de cre to ou por ta ria)”.A São Ge ral do in for ma, tam bématra vés de sua as ses so ria, queaguar da a re gu la men ta ção paraco me çar a cum prir o Es ta tu to.

NAS CIDADESIdosos são 10%do movimentode passageiros

PAULO FONSECA

Page 24: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

DA PISTA AOSAGUÃO, ARDE NOVIDADEINFRAERO APLICA R$ 5 BI EM OBRAS DEMODERNIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO NOS AEROPORTOS

INFRA-ESTRUTURA

MODAL AEROVIÁRIO

POR RODRIGO RIEVERS

Q uem já teve de fa zer es ca la em umdos ae ro por tos bra si lei ros sabe deper to o que é des con for to. Em al gunsca sos, fal tam até ba nhei ros em con di -

ções de cen tes de uso. Em ou tros, o nú me ro re -du zi do de po si ções de check-in, alia do ao in ten -so mo vi men to de pas sa gei ros, pro vo ca uma mis -tu ra ex plo si va: es tres se e de sen ten di men to en trepas sa gei ros e fun cio ná rios das em pre sas aé reas.Na ou tra pon ta da ca deia, a pre cá ria in fra-es tru -tu ra dos ter mi nais de car ga pre ju di ca as em pre -sas aé reas que ope ram nes se seg men to. Mases ses gar ga los po dem es tar com os dias con ta -dos. Pelo me nos é o que pla ne ja a Em pre sa Bra -si lei ra de In fra-Es tru tu ra Ae ro por tuá ria (In frae ro),que apron ta para os pró xi mos cin co anos umpla no de in ves ti men to de R$ 4 bi lhões, em re -cur sos pró prios. Isso sem con tar o R$ 1 bi lhão jáapli ca do nos úl ti mos dois anos.

O or ça men to da em pre sa, que ad mi nis tra 65ae ro por tos e de 83 Es ta ções de Apoio à Na ve ga -ção Aé rea , é de fa zer in ve ja a ou tros ór gãos quecui dam dos trans por tes no país. Para se ter umaidéia, o Mi nis té rio dos Trans por tes terá pou comais de R$ 2 bi lhões no or ça men to de 2004, in -cluin do o cus teio com as des pe sas da pró priaPas ta. Os re cur sos da In frae ro, subordinada aoMinistério da Defesa, vêm das re cei tas ae ro por -tuá rias, prin ci pal men te da ar ma ze na gem de car -ga aé rea e lo ca ção de es pa ços co mer ciais nosae ro por tos. Se gun do a área téc ni ca da em pre sa,as obras são prio ri za das com base em es tu dosde ne ces si da de de am plia ção dos ae ro por tos.São con si de ra dos itens como a ca pa ci da de ope -ra cio nal do ae ro por to, ex pec ta ti va de au men tono mo vi men to de pas sa gei ros, car gas e ae ro na -ves, e o po ten cial de de sen vol vi men to da re giãoonde se lo ca li za.

CARLOS PANTALEÃO/AIG/DIVULGAÇÃO24 CNTREVISTA MARÇO 2004

Page 25: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

Para apro vei tar o ca pi tal po lí ti co re pre sen ta -do por esse vo lu me sig ni fi ca ti vo de re cur sosque a em pre sa de tém, a or dem do pre si den teda In frae ro, Car los Wil son, é de in ves tir pe sa dona re for ma e am plia ção de ae ro por tos es pa lha -dos por todo o país. Já fo ram con cluí das obrasnos ter mi nais de Sal va dor, Bra sí lia, For ta le za,Por to Ale gre, Be lém, São Luis, Na tal, Por to Ve -lho, Rio Bran co, Ara ca ju, Cam pi nas e Lon dri -na. Nos pró xi mos me ses a em pre sa pre ten deinau gu rar os ae ro por tos de Join vi le e Re ci fe.Além dis so, es tão pre vis tas no vas obras emMa ceió, Flo ria nó po lis, Gua ru lhos, Con go nhas(SP), San tos Du mont (RJ), Pam pu lha (BeloHo ri zon te), Goiâ nia, Vi tó ria e Cuia bá.

Es coa men toNa área de car ga, os maio res in ves ti men tos

es tão con cen tra dos na cons tru ção de ter mi -nais de Ma naus, Cam pi nas e Gua ru lhos. Aorea li zar to dos es ses in ves ti men tos, a In frae roestá de olho no au men to da pro du ti vi da de dasem pre sas aé reas, na me lho ria das con di çõesde es coa men to das car gas e, prin ci pal men te,no me lhor aten di men to aos tu ris tas bra si lei rose es tran gei ros. “A am plia ção e mo der ni za çãodos nos sos ae ro por tos fo ram ela bo ra das com oob je ti vo de pre pa rar a in fra-es tru tu ra ae ro por -tuá ria bra si lei ra para o de sen vol vi men to eco -nô mi co do país, com o cres ci men to das ex por -ta ções e do mo vi men to de tu ris mo. Den tro dedez anos, os ae ro por tos bra si lei ros irão se des -ta car não so men te pela ar qui te tu ra, mo der na efun cio nal, mas tam bém pela qua li da de e va rie -da de de ser vi ços dis po ní veis em nos sos ter mi -nais, com um acrés ci mo de con for to e se gu -ran ça para o pas sa gei ro”, afir ma Car los Wil -son, em en tre vis ta por e-mail à Re vis ta CNT.Na ava lia ção do pre si den te da In frae ro, a

me lho ria dos ae ro por tos vai ao en con tro dopro je to do go ver no fe de ral de in cen ti var o tu ris -mo no Bra sil. Se gun do Wil son, a In frae ro en -ten de que os seus ae ro por tos de vem man terum pa drão de qua li da de in ter na cio nal para re -

MARÇO 2004 CNTREVISTA 25

MODERNIZAÇÃOMaquete mostra como ficará oaeroporto de Guararapes após obras

Page 26: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

26 CNTREVISTA MARÇO 2004

SEGURANÇA ATÉCONTRA GARFOS

D e pois dos aten ta dos de 11 dese tem bro nos Es ta dos Uni dos, omun do se viu dian te da ne ces si -

da de de re for çar a se gu ran ça nos ae ro -por tos. Mes mo no Bra sil, que teo ri ca -men te está fora da rota do ter ro ris mo,al gu mas me di das fo ram to ma das.Atual men te, o con tro le da In frae ro so -bre os ob je tos car re ga dos pe los pas sa -gei ros é mais ri go ro so. Uma pas sa gei ra,que não quis se iden ti fi car, ia de BeloHo ri zon te para Bra sí lia le van do um con -jun to de foun due para sua fi lha. O ma -te rial qua se não pode se guir por cau sados gar fos pon tia gu dos.

Mes mo as sim, o con tro le de se gu ran çafei to nos ae ro por tos bra si lei ros está lon gedo rea li za do em ter ras nor te-ame ri ca nas.O pre si den te da In frae ro, Car los Wil son,lem bra que os ae ro por tos bra si lei ros nãoope ram com os mes mos ní veis de ris codos EUA ou de Is rael. “Nos sos ae ro por toses tão per fei ta men te ade qua dos à le gis la -ção in ter na cio nal no que diz res pei to à se -gu ran ça”, afir ma.

A se gu ran ça nos ae ro por tos é rea li -za da em par ce ria com a Po lí cia Fe de -ral. Além dis so, a In frae ro man tém trei -na men to de fun cio ná rios para iden ti fi -car pos sí veis ris cos à se gu ran ça dospas sa gei ros. Os ter mi nais são equi pa -dos com sis te mas de vi gi lân cia quefun cio nam 24 ho ras.

Pe rio di ca men te, gru pos de sal va men to eres ga te par ti ci pam de si mu la dos de in cên dioe aci den te com ae ro na ves. Es sas equi pessão acio na das sem pre que há ris co de aci -den te ou avi so de pane em ae ro na ves du ran -te a apro xi ma ção para pou so.

SEGURANÇAInfraero diz que Brasilestá bem servido

“EM 10 ANOS, OSAEROPORTOS IRÃOSE DESTACAR PELAQUALIDADE E VARIEDADE DESERVIÇOS NOSTERMINAIS”

ce ber bem tu ris tas na cio nais e es tran gei ros.“A In frae ro apóia a Em bra tur num pro gra maque visa es ti mu lar o au men to de vôos char tersin ter na cio nais para o Bra sil. Essa par ce ria járen deu ini cia ti vas em Por tu gal, Chi le, Ar gen ti -na, Es pa nha, Peru, In gla ter ra e Itá lia. Em2003, re gis tra mos um au men to de mais de6% no nú me ro de vôos char ters in ter na cio naisque pou sa ram no Bra sil”, diz Wil son. Para Leo nel Ros si Jú nior, di re tor de As sun tos

In ter na cio nais da As so cia ção Bra si lei ra de Agên -cias de Via gens (Abav), o pla no de mo der ni za -ção e am plia ção dos ae ro por tos cor res pon de àsne ces si da des do tu ris mo no país. Se gun do Ros -si Jú nior, “quan to mais con for to, me nor o es tres -se a que o tu ris ta será sub me ti do” – e, me lhor aima gem do tu ris mo bra si lei ro no ex te rior. “Os ae -ro por tos são par te im por tan tís si ma da es tru tu ratu rís ti ca de um país, e a In frae ro tem mes moque se de di car a isso, até por que a em pre sa temmui to di nhei ro, já que co bra por isso”, afir ma opre si den te da Abav. Ele cri ti ca ape nas o ex ces sode lo jas que es tão sen do im plan ta das após asre for mas e am plia ções. “Atra pa lha a cir cu la ção,mas é uma for ma de ar re ca dar.”Car los Wil son jus ti fi ca o fato de os ae ro por tos

am plia dos te rem mais lo jas. Além do con for to, opre si den te da In frae ro ad mi te que, ao se dis po -ni bi li zar no vas áreas co mer ciais, no vos ne gó cios

PAULO NICOLLELLA/AJB/FUTURA PRESS

Page 27: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004
Page 28: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

RECEITA TURBULENTA EM SP: CONGONHASNA MIRA

A eroporto de maior movimento dopaís, Congonhas, em São Paulo, foiprojetado para suportar o movimento

de 6 milhões de passageiros por ano. Em2003, recebeu 9,4 milhões de pessoas. Onúmero é ainda maior se computados os 2,6milhões de passageiros que passaram por láem conexão para outras cidades. O resulta-do é que há muito tempo o aeroporto inau-gurado em 1936 virou sinônimo de caospara passageiros, que enfrentam situaçõesde extremo desconforto, e moradores dosbairros vizinhos, que convivem com os ras-antes das aeronaves sobre seus telhados eenfrentam os engarrafamentos provocadospelo intenso movimento de carros noentorno do terminal.

A previsão é que as obras do terminal de

passageiros sejam concluídas até julho. Aampliação do terminal trará mais confortoaos usuários. Serão colocadas oito pontes deembarque. Assim, os passageiros não pre-cisarão caminhar pela pista do aeroporto, oque elimina o risco de acidentes.

Mas nem tudo são flores nas obras deCongonhas. Moradores dos bairros vizinhosao aeroporto, representados pela ONG Movi-mento Defenda São Paulo, chegam a arrepi-ar quando escutam falar em ampliação doaeroporto. Na avaliação da diretora-executi-va da ONG, Regina Monteiro, as reformasem Congonhas só trarão mais problemaspara a região, principalmente para osmoradores dos bairros de Jabaquara, Moe-ma, Jardim Paulista e Jardim Aeroporto.“Com essa ampliação, a Infraero só está

incentivando as companhias aéreas a traz-erem mais vôos para Congonhas. E isso vaiprovocar um caos ainda maior para osmoradores, que já sofrem com os engarrafa-mentos”, afirma Regina.

A Infraero diz que as reformas visamaumentar a capacidade, mas não têm oobjetivo de elevar o número de vôos. “O quese quer é melhorar o conforto dos pas-sageiros. Trabalhamos com o objetivo deestimular a migração de parte dos vôos dosaeroportos centrais para os chamadosgrandes aeroportos”, diz o presidente daentidade, Carlos Wilson. Sobre os problemasno trânsito, Wilson afirma que a construçãodo edifício-garagem prevê a instalação denovos acessos que deverão reduzir o tráfegonas proximidades do terminal.

Page 29: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

são ge ra dos para a em pre sa e au men ta a re cei -ta. “O re tor no fi nan cei ro é cer to”, diz. O pre si den te da In frae ro res sal ta ain da

que ou tro re tor no im por tan te é o so cial, jáque em mui tos Es ta dos os ae ro por tos são de -fi ci tá rios. Se gun do Wil son, é ne ces sá rio in -ves tir nes ses ae ro por tos como for ma de man -ter uma es tru tu ra que con tri bua para o de -sen vol vi men to e a in te gra ção re gio nal.

CargasA am plia ção dos ae ro por tos na cio nais

pode re pre sen tar me lho res con di ções parao es coa men to de car gas. “O trans por teaéreo de car ga apre sen ta um cres ci men tocon si de rá vel. Em ge ral, são mer ca do riasde alto va lor agre ga do ou pro du tos pe re cí -veis, que pre ci sam che gar ra pi da men te aodes ti no fi nal. Em 2003, o vo lu me de mer -ca do rias ar ma ze na das apre sen tou umsen sí vel cres ci men to. Para os pró xi mosanos, há ex pec ta ti va de au men to ain damaior”, ava lia Wil son. Em volume, em2003 houve crescimento mínimo se com-parado a 2002 – 1,21 milhão contra 1,20milhão. Mas, em receita, a Infraerogarante que terá crescimento significativo,porque no ano passado foram movimen-tadas cargas de maior valor agregado – osdados ainda estão sendo fechados. Ain da den tro da óti ca de fo men to à ati vi -

da de, a em pre sa abriu a pos si bi li da de de uti -li zar um mes mo vôo para car ga e pas sa gei -ros. Des sa for ma, a In frae ro pre ten de in cen -ti var, con co mi tan te men te, tu ris mo e co mér -cio ex te rior.Wil son apos ta ain da que a me lho ria dos

ae ro por tos terá in fluên cia di re ta nas com -pa nhias aé reas. Wil son de fen de tam bémque, ao au men tar o es pa ço para ope ra çãodas com pa nhias aé reas com a cons tru çãode no vos bal cões de aten di men to e no voster mi nais de car ga, “a em pre sa in cen ti vao de sen vol vi men to de no vos ne gó cios”. l

MAIS PASSAGEIROS Brasília terá sua capacidade ampliada

TRÂNSITOAÉREO TRANQUILOApe sar de to dos os ae ro por tos bra si -

lei ros sob ad mi nis tra ção da In frae ro ne -ces si ta rem de al gum tipo de re for ma ouam plia ção, pelo me nos no que tan ge ascon di ções de na ve ga ção aé rea eles es -tão em boas con di ções. A ava lia ção é doco man dan te Ro nal do Jen kins, coor de -na dor da Co mis são de Se gu ran ça deVôo do Sin di ca to Na cio nal das Em pre -sas Ae ro viá rias (Snea). “Para ter mos co -ber tu ra in te gral só fal ta a Ama zô nia,mas isso logo será im ple men ta do com acom ple men ta ção do pro je to Si vam.”

O coor de na dor do Snea diz que aco ber tu ra de ra dar nas re giões Sul, Su -des te, Nor des te e Cen tro-Oes te é sa tis -fa tó ria. Ele res sal ta, no en tan to, que es -ses equi pa men tos têm de ser re vi sa dos

cons tan te men te e, se pos sí vel, re no va -dos, “já que em avia ção não se podetra ba lhar com mar gem de erro”. O Sis -te ma Dac ta 1, por exem plo, é da dé ca -da de 1970. No ano pas sa do, em fun -ção do con tin gen cia men to de ver bas,ele apre sen tou pro ble mas. “Hou vecom pro me ti men to no ho rá rio de al gunsvôos. Mas não ocor reu ne nhum pro ble -ma re la ti vo à se gu ran ça”, diz Jen kins.

Com re la ção às tor res de con tro le,Jen kins diz que elas es tão, de um modoge ral, em bom es ta do. A In frae ro in for maque exis tem hoje 22 tor res em ope ra ção.Esse ser vi ço é ho mo lo ga do pelo De par -ta men to de Con tro le do Es pa ço Aé reoden tro dos pa drões exi gi dos pela Or ga ni -za ção de Avia ção Ci vil In ter na cio nal.

AIB/ROBERTO STUCKERT/AIG/DIVULGAÇÃO

Page 30: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

30 CNTREVISTA MARÇO 2004

P aís do fu te bol, do sam -ba, do car na val e de al -gu mas das mais be laspai sa gens do pla ne ta,

o Bra sil tam bém é de ten tor deum ou tro tí tu lo, ain da que me -nos no bre para o or gu lho na cio -nal. É tam bém o país dos que -bra-mo las. Para se ter umaidéia, o Dis tri to Fe de ral, com umter ri tó rio de pou co mais de5.000 qui lô me tros qua dra dos,abri ga nada me nos que 14 milque bra-mo las, sen do 6.000 de -les fora dos pa drões es ta be le ci -dos pela re so lu ção nº 39 do Con -

se lho Na cio nal de Trân si to (Con -tran). Para a res pon sá vel peloDe par ta men to de En ge nha ria deTrân si to e Geo tec nia da Uni ver si -da de Fe de ral de Mi nas Ge rais(UFMG), He loí sa Bar bo sa, essa“ano ma lia” en con tra da no DF, ere pe ti da em todo o país, se ex pli -ca pela “fal ta de cons ciên cia dosmo to ris tas em res pei tar a ve lo ci -da de es ta be le ci da”. Dou to ra em re du to res de ve lo -

ci da de pela Uni ver si da de deLeeds, na In gla ter ra, He loí sa Bar -bo sa afir ma que a en xur ra da deque bra-mo las está vin cu la da à

con du ta da maio ria dos mo to ris -tas bra si lei ros, que não res pei taas leis de trân si to. “Na In gla ter ra,há vá rios ti pos de re du to res, atémais ela bo ra dos que os que bra-mo las. Mas o que fun cio na mes -mo é que, in de pen den te da pre -sen ça de re du to res, o mo to ris tain glês res pei ta a ve lo ci da de es ta -be le ci da”, diz He loí sa. E é pelofato de os mo to ris tas bra si lei rospou co res pei ta rem os li mi tes deve lo ci da de que a pro fes so ra de -fen de o que bra-mo las. “Por en -quan to, é um mal ne ces sá rio.”Ela res sal ta, no en tan to, que é

MAL NECESSÁRIOSEM FISCALIZAÇÃO, QUEBRA-MOLAS SE PROLIFERAM NO PAÍS

SEGURANÇA

MODAL RODOVIÁRIO

POR

RODRIGO RIEVERS

PROBLEMA À VISTA Lombadas improvisadas e sem sinalização provocam acidentes e danificam o carro

FOTOS PAULO FONSECA

Page 31: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

INTERNET AJUDA NOCOMBATE DE IRREGULARIDADE

E le é ape nas mais um en tre osmi lha res de pa ca tos ci da dãosbra si lei ros que res pei tam as leis

de trân si to. Mas can sa do de ter pre juí -zos por cau sa das cen te nas de lom ba -das ir re gu la res es pa lha das pela ci da dede Ita ti ba (SP), o web-de sig ner Ro nal doFer rei ra re sol veu cha mar a aten ção ebo tou a boca no trom bo ne ao criar omo vi men to “Che ga de Lom ba da”. Mo -to quei ro e pres ta dor de ser vi ços paravá rias em pre sas, a cada hora Fer rei rapre ci sa es tar em um lo cal di fe ren te, àsve zes im pe di do por uma das inú me raslom ba das mal si na li za das. “Todo diapas sa va por uma lom ba da ir re gu lar e acor ren te da mi nha moto sol ta va. Aca -ba va per den do o com pro mis so e ain da

pre ci sa va su jar a mão de gra xa paracon ser tar a moto”, diz Fer rei ra.

Foi para pro tes tar con tra a pro li fe ra çãoin dis cri mi na da dos que bra-mo las que ode sig ner criou, em 2001, o “Che ga deLom ba da”, que tem até site na In ter net(www.rei nal do fer rei ra.com.br/che ga de -lom ba da). “Em Ita ti ba, exis tiam cer ca de200 lom ba das, e pelo me nos a me ta de erair re gu lar”, afir ma. “Só num tra je to de 3 kmen tre a mi nha an ti ga re si dên cia à San taCasa ti nham 15 que bra-mo las.”

Hoje, de pois de mui ta pres são, Fer -rei ra diz que a pre fei tu ra está mais aten -ta à ques tão. O mo vi men to che gou a fa -zer re pre sen ta ção na pro mo to ria pú bli ca.A en tão pro mo to ra de Jus ti ça da Ci da da -nia, Ana Ma ria Buo so, fez acor do com a

pre fei tu ra para que as lom ba das fos semre ti ra das ou adap ta das con for me a re so -lu ção nº 39 do Con tran. Em par te, foiaten di da. Mas, se gun do Fer rei ra, de poisde ser subs ti tuí da pelo pro mo tor Eu ri coFer ra re si, o pro ces so de adap ta ção foipa ra li sa do. “Ao as su mir o pro ces so e es -tan do sa tis fei to com o acor do com a pre -fei tu ra, Fer ra re si so li ci tou ao Mi nis té rioPú bli co Es ta dual o ar qui va men to do autode re pre sen ta ção”, diz Fer rei ra.

O lí der do “Che ga de Lom ba da” afir maain da que, para re to mar o pro ces so, o pro -mo tor mu ni ci pal exi giu que os re que ren tesma peas sem e fo to gra fas sem to das as lom -ba das ir re gu la res do mu ni cí pio de Ita ti ba.“Isso eu não te nho con di ções de fa zer por -que pre ci so tra ba lhar”, diz Fer rei ra.

MARÇO 2004 CNTREVISTA 31

fun da men tal que as on du la çõessi gam os pa drões es ta be le ci dospelo Con tran. Mas ad mi te quepre fei tu ras, De trans e até mes moo De par ta men to Na cio nal deTrân si to (De na tran) não têm con -tro le so bre a ins ta la ção de que -bra-mo las. E o caso do Dis tri toFe de ral é um exem plo cla ro dis -so. “Não há como fis ca li zar por -que as pes soas fa zem por con tapró pria e nós não te mos qua drossu fi cien tes para re ti rar os que -bra-mo las ir re gu la res”, diz o di re -tor de se gu ran ça do De tran-DF,An tô nio Bon fim. Como não há fun cio ná rios

em nú me ro su fi cien te, o De tran-DF op tou por rea li zar li ci ta ção econ tra tar uma em pre sa queiden ti fi que os que bra-mo las ir -re gu la res e, me dian te es tu do

pré vio, cons trua no vas lom ba -das den tro dos pa drões téc ni coses ta be le ci dos. “Se for com pro -va do que na que le lo cal não épos sí vel ins ta lar que bra-mo las,a em pre sa a ser con tra ta da irádes truir os ir re gu la res e dar umanova so lu ção para re du zir a ve -lo ci da de”, afir ma Bon fim.O di re tor de se gu ran ça ad mi -

te que as lom ba das ir re gu la resre pre sen tam ris co tan to para pe -des tres quan to para mo to ris tas.Para os pe des tres por que, semsi na li za ção ade qua da, a lom ba -da não é vis ta pe los mo to ris tas. Eos mo to ris tas de sa vi sa dos ten -dem a pas sar em alta ve lo ci da depe las on du la ções, pre ju di can dosus pen são, amor te ce do res e ain -da cor ren do ris co de se aci den -tar. “As lom ba das ir re gu la res

cau sam pre juí zos enor mes”, as -si na la Bon fim. Só na ci da de-sa -té li te de Cei lân dia são 4.147 lom -ba das. Em Ta gua tin ga, são mais1.512 e, no Pla no Pi lo to, área no -bre da sun tuo sa ca pi tal fe de ral,nada me nos que 862.

Sem fis calAu to ri da de má xi ma na re gu -

la men ta ção do trân si to no país,o De na tran mi ni mi za a pro li fe ra -ção in dis cri mi na da dos que bra-mo las. O di re tor do ór gão, Ail tonBra si lien se, diz que não cabeao de par ta men to fis ca li zar De -trans e en ti da des de trân si tomu ni ci pais. “Não é nos so pa -pel. So mos o ór gão má xi mo depo lí ti cas, nos so pa pel é coor de -nar to dos os tra ba lhos, en ca mi -nhar ao Con tran as re so lu ções

EM MINAS,73% DASLOMBADASESTÃO FORADO QUERECOMENDAA LEI

Page 32: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

32 CNTREVISTA MARÇO 2004

que de vem ser apre sen ta das,bai xar por ta rias so bre as sun tosque pre ci sam ser ex pli ca dos”,diz Bra si lien se.O pro ble ma é que a re so lu ção

nº 39 do Con tran, pu bli ca da emmaio de 1998 com o aval do pró -prio De na tran, deu pra zo li mi teaté se tem bro da que le mes moano para que os ór gãos de trân -si to re ti ras sem as lom ba das ir re -gu la res, tan to nas ci da des quan -to nas ro do vias. Ail ton Bra si lien -se li mi ta-se a di zer que os mo to -ris tas pre ju di ca dos de vem re cor -rer a cada ór gão de trân si to paraper gun tar por que os que bra-mo las não fo ram re ti ra dos. “Nósnão po de mos res pon der pe losDe trans, pe los ór gãos mu ni ci -pais de trân si to, não agi moscomo au di tor, pois nos so pa pel éfa zer a coor de na ção do sis te ma.Eu não pos so obri gá-los por queeles não são meus su bor di na -dos, são su bor di na dos aos pre -fei tos e go ver na do res.”O en ge nhei ro e es pe cia lis ta

em se gu ran ça no trân si to Ro -ber to Sal va dor Sca rin gel la nãocon cor da com a po si ção do De -na tran. Ele cita o ar ti go 1º, pa rá -gra fo 3 do Có di go de Trân si toBra si lei ro (CTB), que diz que “aau to ri da de de trân si to res pon depor erro ou omis são”. “Não pos -so con cor dar com essa pos tu ra,pois é uma ati tu de mui to sim -pló ria. Pode até fal tar di nhei ro,equi pa men tos e pes soal, mas alei é fe de ral e o ór gão que de ve -ria fis ca li zar essa ques tão é oDe na tran”, afir ma.Na ava lia ção de Sca rin gel la,

as au to ri da des se omi tem em re -la ção ao que bra-mo las, por queacham que é um as sun to me norna ques tão do trân si to. “E emano elei to ral a omis são ten de aau men tar na mes ma pro por çãoem que cres cem os pe di dos aospo lí ti cos para ins ta la ção de que -bra-mo las”, afir ma o en ge nhei ro. A di fi cul da de de fis ca li za ção

não se res trin ge ape nas ao Dis tri -to Fe de ral. Es ti ma ti va da

BHTrans, em pre sa que ge ren ciao trân si to em Belo Ho ri zon te, éque exis tam 800 que bra-mo lasna ca pi tal mi nei ra em acor docom os pa drões es ta be le ci dos doCon tran. No en tan to, a as ses so -ria de co mu ni ca ção da em pre sadiz não ter a con ta de quan taslom ba das exis tem na ci da de. O mes mo ocor re em ou tras

ca pi tais bra si lei ras. Em SãoPau lo, a Com pa nhia de En ge -nha ria de Trá fe go (CET) es ti ma -va, em 2002, que exis tiam cer -ca de 11 mil on du la ções. E noRio de Ja nei ro, cer ca de 3.000que bra-mo las, se gun do da dosde 2002 da CET-Rio. A maiorpar te, se gun do a em pre sa, naszo nas oes te e nor te.

Pe ri go nas ro do vias Que bra-mo las ir re gu la res não

é pri vi lé gio ape nas das ci da desbra si lei ras. As ro do vias fe de raises tão in fes ta das de les. O De par -ta men to Na cio nal de In fra-es tru -tu ra de Trans por tes (Dnit), por

O PRINCIPALPROBLEMADO DNIT ÉCONTROLARAS PLACASFURTADASPARACONSTRUIRBARRACOS

SEGURANÇAA eletrônicareduz acidentes

Page 33: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

“EM 2003,TI VE MOS R$35 MILHÕESPARA A SI -NA LI ZA ÇÃO.NES TE ANO,TE RE MOS R$15 MI LHÕES”

SINALIZAÇÃOVerba reduzidapara manutenção

meio das Uni da des de In fra-es -tru tu ra Ter res tre (Unit), co me çoua fa zer, no se gun do se mes tre de2003, le van ta men to para iden ti fi -car quan tas lom ba das ir re gu la -res exis tem pe las BRs do país.Uni da des do Pará, Ro rai ma, Mi -nas Ge rais, Pa ra ná, San ta Ca ta ri -na, Pa raí ba e Mato Gros so do Sulcon cluí ram o pro ces so. Fo ram en con tra das 2.095

on du la ções. Des se to tal, 366es tão de acor do com a re so lu -ção do Con tran, in clu si ve noque tan ge à si na li za ção. Ou tras530 es tão con for me os pa drõesde al tu ra e diâ me tro, mas semsi na li za ção ade qua da. E nadame nos que 1.199 (57%) es tãocom ple ta men te fora dos pa -drões. So men te em Mi nas Ge -rais, onde está a maior ma lharo do viá ria do país, 285 dos 387(73%) que bra-mo las en con tra -dos nas ro do vias fe de rais nãoaten dem à de ter mi na ção nº 39.“Nos so gran de pro ble ma

para re sol ver a ques tão é o or -ça men to. Em 2003, ti ve mos R$35 mi lhões para cui dar da si na -li za ção e, nes te ano, te re mosR$ 15 mi lhões”, in for ma o coor -de na dor de Ope ra ções Ro do -viá rias do Dnit, Afon so Gui ma -rães Neto. Se gun do ele, comessa ver ba o que res ta a fa zer étra ba lhar ape nas nos pon toscrí ti cos de si na li za ção. E issonão quer di zer re gu la ri za ção deque bra-mo las, pois o prin ci palpro ble ma para a coor de na do riaé con tro lar os rou bos de pla cas,fur ta das para a cons tru ção debar ra cos. Mais um re tra to dami sé ria so cial do país. l

LABIRINTO JURÍDICO

D i ga mos que você é mo to -ris ta e que res pei ta as leisde trân si to. Mas por uma

in fe li ci da de des sas a que to dos es -tão su jei tos, você pas sa por umque bra-mo las ir re gu lar ou mal si -na li za do. A pro ba bi li da de de queisso ocor ra é, sem dú vi da, in fi ni ta -men te maior do que a de acer tarem uma das lo te rias do go ver nofe de ral. E en tão, o que fa zer?

Para o ad vo ga do Cris tia no Ro -dri gues de Al mei da Ro cha, do es -cri tó rio Ro cha, Bor ges e Re sen deAd vo ga dos As so cia dos, o pri mei ropas so é pro cu rar o Jui za do de Pe -que nas Cau sas. Antes, é pre ci so,ain da, ve ri fi car o va lor da ação. Sóé pos sí vel acio nar a União se osva lo res fo rem me no res que 60 sa -lá rios mí ni mos. Con tra os Es ta dos ,de vem ser de até 40 sa lá rios mí ni -mos e , con tra os mu ni cí pios, denão mais que 30 sa lá rios mí ni mos.

Se o ca mi nho for a Jus ti ça co -mum, o ad vo ga do acon se lha queo clien te tenha pa ciên cia. “A Jus ti -ça é mo ro sa, e para toda açãocon tra um ór gão pú bli co, seja fe -de ral, es ta dual ou mu ni ci pal há odu plo grau de ju ris di ção, ou seja,qual quer de ci são des fa vo rá vel aoór gão pú bli co deve ser obri ga to ria -men te re vis ta por um tri bu nal su -pe rior”, diz Al mei da Ro cha.

Se de pois de to das as eta pasdo pro ces so ju rí di co, o mo to ris taga nhar a cau sa, ele será en via dopara a lis ta de pre ca tó rios. Masuma me di da pro vi só ria edi ta da nogo ver no Fer nan do Hen ri que Car -do so per mi te que os pre ca tó riosse jam par ce la dos em até dezanos. En fim, pa ciên cia é a pa la -vra-cha ve nes ses ca sos. “Por isso,em qual quer ação con tra o po derpú bli co a me lhor saí da é ten tar umacor do”, as si na la o ad vo ga do.

Page 34: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

34 CNTREVISTA MARÇO 2004

POR UM AMBIENTE MELHORSEM AVANÇAR NA LOGÍSTICA REVERSA, BRASIL TEM ÍNDICE REDUZIDO DE RECICLAGEM E COLETA SELETIVA

Page 35: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 35

C ar na val. Mi lhões de pes -soas brin cam nas ruasde nor te a sul do paíscom suas in se pa rá veis

com pa nhei ras, as la ti nhas de cer -ve ja, cu jas em ba la gens, ao fi nal dequa tro dias de fes ta, de sa pa re -cem, sem dei xar um ves tí gio se -quer, como num pas se de má gi ca. Pos tos de ga so li na. O clien te

so li ci ta o uso de um adi ti vo que,após ser uti li za do, terá seu in vó lu -cro des car ta do, não no lixo, masar ma ze na do em lo cal se gu ro atéque seja re co lhi do por uma em -pre sa res pon sá vel.Apa ren te men te, os ca sos aci -

ma ci ta dos nada têm em co mum.Mas eles fa zem par te de um mes -mo pro ces so de gran de im por tân -cia am bien tal e eco nô mi ca para opaís, a Lo gís ti ca Re ver sa (LR).A LR nada mais é do que o pla -

ne ja men to, a ope ra ção e o con tro -le de flu xo res pon sá vel por daruma des ti na ção a pro du tos já con -su mi dos e que po dem vol tar à suaori gem para se rem reu ti li za dos ere ci cla dos, ou que ne ces si tam serde po si ta dos em lo cais ade qua dos.Di da ti ca men te, a lo gís ti ca tra di -

cio nal cui da da efi ciên cia ope ra -cio nal da mo vi men ta ção e ar ma -ze na gem de pro du tos des de a fa -bri ca ção aos pon tos de ven da. Are ver sa faz o mes mo para os pro -du tos que já fo ram ven di dos e usa -dos ou re jei ta dos.O ob je ti vo é fa zer com que os

re sí duos, em ba la gens e su ca tasre tor nem a uma fon te – não ne -ces sa ria men te a ini cial – e tra gam

POR UM AMBIENTE MELHORSEM AVANÇAR NA LOGÍSTICA REVERSA, BRASIL TEM ÍNDICE REDUZIDO DE RECICLAGEM E COLETA SELETIVA POR MARÍLIA MENDONÇA

PLANEJAMENTO

RESPONSABILIDADE SOCIALFOTOS PAULO FONSECA

Page 36: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

36 CNTREVISTA MARÇO 2004

para em pre sas e so cie da de umga nho con tí nuo tan to de va lo reseco nô mi cos quan to le gais, lo gís ti -cos e, prin ci pal men te, eco ló gi co.

Mola mes traA LR no Bra sil, ao con trá rio de

paí ses mais de sen vol vi dos, ain daen ga ti nha e não há uma le gis la çãopara re gu la men tar o pro ces sonem de sig nar res pon sá veis pelades ti na ção dos re sí duos em ge ral.A maio ria das em pre sas não en ca -ra o pro ces so como ne ces sá rio enão pos sui se quer um de par ta -men to es pe cí fi co para ge rir essaques tão. Mui tas ve zes, uti li zam opro ces so, mas não dis pen sammaior im por tân cia e nem in ves temem pes qui sas para o mes mo.Por esse mo ti vo, os fa to res que

mo vem o flu xo de vol ta dos pro du -tos di fe rem de se tor para se tor.Vol tan do aos ca sos ini ciais, o queim pul sio na o pro ces so re ver so dasla tas de alu mí nio, por exem plo, é ofa tor eco nô mi co. Como afir ma Tar -so Vi le la de Re sen de, mestre emPlanejamento de Transportes pelaUniversidade do Memphis (EUA)e doutor em Logística e Trans-portes pela Universidade de Illinois(EUA), “não há no país uma leique diga: 'Ao ven der uma cer ve jaem lata, deve-se, ou o for ne ce dorou o ven de dor, ser res pon sá velpelo rea pro vei ta men to des sas em -ba la gens.”. Se gun do Re sen de, o sucesso

da LR nesse caso ad vém do de -sen vol vi men to de uma tec no lo giade rea pro vei ta men to des se ma te -rial e de uma al ter na ti va de ren di -men to para as pes soas que fa zem

a co le ta. Decorre daí o interessecrescente dos catadores de lata,que vêem no processo umachance de renda. “É uma lo gís ti caim pres sio nan te. Você vai a lo caisonde o con su mo é enor me e, meiahora de pois, não vê ne nhu ma la ti -nha no chão. É o rea pro vei ta men -to qua se “just in time”. Você nemaca bou de to mar a cer ve ja e já temal guém abor dan do, que ren do a la -ti nha.”Já no caso das em ba la gens de

adi ti vos, uma le gis la ção es pe cí fi caé a mola mes tra do pro ces so re ver -so. “Hoje em dia, toda a em ba la -gem de adi ti vos é de res pon sa bi li -da de de re tor no das dis tri bui do ras.En tão, aqui lo é usa do nos pos tosde ga so li na, aco mo da do, ar ma ze -na do num de ter mi na do pon to e adis tri bui do ra é res pon sá vel poressa co le ta. A par tir daí, acon te cea Lo gís ti ca Re ver sa”, diz Re sen de.Den tro des se uni ver so, de sen -

vol vi men to da re ci cla gem mos tra-se fa tor pri mor dial. “A Lo gís ti caRe ver sa está ex tre ma men te li ga da

ao rea pro vei ta men to de em ba la -gens e tam bém à cons ciên cia eco -ló gi ca de tra zer de vol ta pro du tospara reu ti li za ção, evi tan do-se as -sim gas tos mui tos ele va dos, prin ci -pal men te com fon tes não-re no vá -veis”, afir ma o pro fes sor. E os gran des de sa fios para o

país se tor nam a ino va ção tec no ló -gi ca para o rea pro vei ta men to e ode sen vol vi men to da cons ciên ciaso cial, que está lon ge da ideal. “Acons ciên cia am bien tal do bra si lei -ro é so frí vel. Em ou tras so cie da -des, per ce be mos um sen so eco ló -gi co bem maior”, diz Re sen de.Para An dré Vi lhe na, di re tor-

exe cu ti vo da Cem pre (Com pro mis -so Em pre sa rial para Re ci cla gem),é pre ci so in cen ti var a co le ta se le ti -va de lixo e criar li nhas de cré di topara as coo pe ra ti vas de ca ta do resde lixo como for ma de in cen ti vo.“É um tra ba lho de mu dan ça decul tu ra, de per se ve ran ça. Pro cu ra -mos sen si bi li zar so cie da de e go -ver no de que só te mos a ga nharcom a re ci cla gem.”

“O BRASIL ÉRECORDISTAMUNDIALEM RECI-CLAGEM DELATAS DEALUMÍNIO”

RECORDISTAReciclar latas énegócio brasileiro

Page 37: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 37

O fato de o Bra sil ser cam peãoe re fe rên cia mun dial em di ver sosse to res – além das la tas de alu mí -nio, os ín di ces de rea pro vei ta men -to das em ba la gens de óleos lu bri fi -can tes, pa pel, gar ra fas PET e su -ca tas de aço são ex pres si vos – re -fe re-se mui to ao as pec to eco nô mi -co. “Os pro du tos que têm via bi li -da de eco nô mi ca de rea pro vei ta -men to e re ci cla gem tor nam ex tre -ma men te efi cien tes a sua Lo gís ti caRe ver sa. Quan do isso não acon te -ce, co me ça mos a en trar no cam poda pres são pú bli ca e so cial para orea pro vei ta men to”, diz Re sen de.Um bom exem plo da influência

do fator econômico na estrutu-ração de canais de LR é su ca ta deaço. O pro du to é ma té ria-pri ma

im por tan te da si de rur gia na cio nal,que de sen vol ve com maes tria aca deia re ver sa, sen do re fe rên ciamun dial. Se gun do Re sen de, “apar tir do mo men to em que hágran des com pra do res de su ca tano Bra sil, con se gue-se ras trearcom fa ci li da de o des ti no dela, jáque será usa da im pre te ri vel men teem uma in dus tria si de rúr gi ca. En -tão, é fei to um ma pea men to e con -tro la-se essa de vo lu ção.”Ou tra lo gís ti ca in te res san te é a

da dis tri bui ção do botijão de gásde co zi nha e o re tor no das em ba -la gens de vi dro na in dús tria de be -bi das, com as quais o Bra sil se tor -na, no va men te, re fe rên cia. Issode vi do à com ple xi da de da lo gís ti catra di cio nal na dis tri bui ção des ses

pro du tos. “Es ta mos fa lan do depro du tos dis tri buí dos por bi ci cle ta,char re te, ca noa, avião, nos can tosmais dis tan tes do país. En tão, tra -zer isso de vol ta é uma so lu çãoque foi en con tra da pe las em pre -sas e que se tor na re fe rên cia mun -dial”, afir ma o es pe cia lis ta da DomCa bral.O Bra sil pro duz cer ca de 241

mil to ne la das de lixo por dia. Des -se to tal, qua se 100 mil to ne la dastêm des ti na ção ina de qua da. Issogera pre juí zos de or dem am bien tale eco nô mi ca – es ti ma-se que opaís per ca algo em tor no de R$ 5bi lhões por ano ao não rea pro vei -tar lixo que pro duz. Dian te de va lo res tão sig ni fi ca ti -

vos, é ine vi tá vel o ques tio na men to

DISCUSSÃO PARADA NO CONGRESSOA urgência da elaboração de novas leis

ambientais que deleguem responsabili-dades sobre a destinação do produto finaltem sido tema de calorosas discussões.Encarregar o setor produtivo ou instituir uma“responsabilidade solidária”, na qual todosos envolvidos no processo – produtor, inter-mediário e consumidor – assumamdeveres? Impor uma legislação forte, com aimplementação de pesadas multas, ou criarincentivos fiscais para a empresa que sededicar ao processo reverso?

Foi criada em 2003, pelo CongressoNacional, uma comissão, que ainda não foiconstituída, para realizar uma Política

Nacional de Resíduos Sólidos. Capitaneadopelo deputado federal Leonardo Mattos (PV-MG), o grupo promoverá a rediscussão doprimeiro projeto, de 1997, cujo relator foi oentão deputado Emerson Kapaz e que nãochegou a ser votado.

Mattos aposta no fator econômico para oque ele define como “uma redefinição darota”. O congressista defende o incentivofiscal para a empresa que investir noprocesso reverso e acredita que isso possagerar uma diminuição no desemprego.

O engenheiro civil e sanitarista JoséCláudio Junqueira Ribeiro, que participoudas discussões do primeiro projeto, discor-

da no último ponto. Para ele, ao se pensarno ônus fiscal para a empresa, serão criadosestímulos para investimentos em pesquisas.E cita o caso das embalagens de agrotóxi-cos, que possui uma legislação específica.“Quando foi instituído que o produtor seria oresponsável pela embalagem descartada,houve grandes investimentos em pesquisasde novas tecnologias para a redução do cus-to do processo reverso. Hoje, há embala-gens que se dissolvem na água.”

Ainda não será este ano que o projetosairá da gaveta. Segundo o deputado Mat-tos, dificilmente o tema será votado peloCongresso em 2004.

É PRECISOINCENTIVARA COLETASELETIVAE CRIARLINHAS DECRÉDITOPARA ASCOOPERATI-VAS DECATADORESDE LIXO

Page 38: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

38 CNTREVISTA MARÇO 2004

so bre a in si piên cia do pro ces soem ter ras tu pi ni quins. As di men -sões con ti nen tais do país, a fal tade via bi li da de eco nô mi ca no rea -pro vei ta men to de al guns pro du tos,o alto cus to do trans por te decor-rente das más con di ções de in fra-es tru tu ra do se tor (es tra das so frí -veis e fer ro vias aban do na das), e apou ca cons ciên cia eco ló gi ca doci da dão são al guns dos pon tos lis -ta dos por es pe cia lis tas.Se gun do Alex san dro Go doy de

Pau la, mem bro do Co mi tê de Lo -gís ti ca Re ver sa da As log (As so cia -ção Bra si lei ra de Lo gís ti ca), o pro -

Page 39: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

ces so na cio nal ain da está mui to“cru”. “Se a Lo gís ti ca Di re ta estáes tran gu la da no Bra sil, com fro tasde veí cu los an ti gos e ocio si da de nama lha fer ro viá ria e hi dro viá ria, naLo gís ti ca Re ver sa, a es tru tu ra é in -fi ni ta men te me nor.” Mas ele apon -ta so lu ções. “Uma saí da é a oti mi -za ção do trans por te. Pode-se tra -ba lhar com vá rias em pre sas con -jun ta men te. O ca mi nho se ria atuarem par ce ria com as so cia ções, sin -di ca tos. A Lo gís ti ca Re ver sa é umgran de ne gó cio e quem der o pri -mei ro pas so vai ga nhar.”O apro vei ta men to do fre te de

re tor no, que mui tas ve zes é ocio -so, tam bém é co gi ta do. “To dos osre cur sos da Lo gís ti ca Di re ta de vemser uti li za dos no in tui to de di mi nuircus to e au men tar a oti mi za ção re -ver sa”, afir ma Go doy de Pau la.Mas ele res sal ta que esse apro vei -ta men to é ape nas uma das eta -pas. O pro ces so, se gun do o es pe -cia lis ta, é bem mais com ple xo. De -pois do des car te pelo con su mi dor,o pro du to pas sa ain da por vá riasfa ses – iden ti fi ca ção, tria gem, re -va lo ri za ção atra vés de tra ta men -tos, lim pe za - para só en tão pas sarpela trans for ma ção. O cus to das atividades envolvi-

das no processo de reutilização doproduto descartado, o baixo valoragregado de alguns resíduos, a fal-ta de consciência ecológica exis-tente no país e problemas deordem operacional, como a falhano acompanhamento da desti-nação final do material remanes-cente e a consequente dificuldadede coletá-lo, são os principaismotivos para a lentidão da implan-

À MARGEMProjeto quer criarincentivos paracooperativas decatadores

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA EM FALTA

Intimamente ligada à questão ambiental, aLogística Reversa passa longe desse fatorno cenário nacional. Para Alexsandro

Godoy de Paula, do Comitê de Logística Rever-sa da Aslog, a preocupação ambiental deveriacomeçar no laboratório. “A Logística Reversadeve ser planejada com antecedência. Ao secriar um produto, deve-se pensar já na sua reci-clagem.” A pouca consciência ecológica se evi-dencia quando comparada a de outros países.Na Alemanha, o consumidor leva a sua sacolaaos supermercados, que não oferecem sacosplásticos. Já em Quebec, no Canadá, o con-sumidor é responsável por devolver a garrafaPET aos postos de venda.

Responsabilidade social é o mote da TomraLatasa Reciclagem. Segundo o diretor PauloAbreu, “um trabalho de formiguinha”. A empre-sa recolhe embalagens pelo Brasil e os envia

para o Centro de Reciclagem de Pindamon-hangaba (SP), onde o material será processado.

Pioneira no reaproveitamento das latas dealumínio e responsável por um terço de todo omaterial reciclado do país, a Tomra criou oReplaneta, centros de coleta seletiva espalhadosem supermercados. Em 2003, a empresaarrecadou 8 milhões de embalagens em BeloHorizonte, Rio de Janeiro, Brasília e Recife.

Juntamente com o trabalho de reciclagem, aTomra Latasa desenvolve um projeto social comescolas – são cerca de 3.000 cadastradas – querecolhem as latas de alumínio e recebem cotas,que são trocadas por bens necessários à institu-ição como computadores e eletrodomésticos.Abreu apenas ressente a falta de apoio público.“Não há nenhum tipo de incentivo fiscal. Pag-amos o ICMS sobre a embalagem reciclada quecircula como se fosse uma nova.”

MARÇO 2004 CNTREVISTA 39

Page 40: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

tação da LR no Brasil. “Hoje, háuma con cen tra ção mui to gran dena nos sa ma triz de trans por tes nomo dal ro do viá rio. E isso vai de en -con tro ne ga ti va men te à ques tãodo va lor agre ga do. Ge ral men te,pro du tos que fa zem par te de umane ces si da de de Lo gís ti ca Re ver sasão pro du tos de bai xo va lor agre -ga do e peso bru to mui to alto. Re -sul ta do: trans por tar em ca mi nhãofica caro”, afir ma o pro fes sor Re -sen de.Com re la ção à ro tei ri za ção, a

com ple xi da de dos ca nais de dis tri -bui ção des ses pro du tos di fi cul ta opro ces so, além da trans fe rên ciade pro prie da de. Quan to se trans -mi te a pro prie da de de um de ter -mi na do pro du to, mais di fí cil ficasua ras trea bi li da de e ro tei ri za ção. O pneu é um exem plo tí pi co.

A di fi cul da de lo gís ti ca é que o

O u sar. Sair na fren te do mun do e criarum Mi nis té rio de Lo gís ti ca no Bra sil.Quem de fen de a tese é o pro fes sor da

Fun da ção Dom Ca bral, Pau lo Tar so Vi le la deRe sen de. Na sua con cep ção, a com ple xi da dede con di ções apre sen ta das no país, com suasdi men sões con ti nen tais e enor mes di fe ren çases tru tu rais, pede que haja um de ba te na cio nalso bre flu xos de trans por te, in cluin do a Lo gís ti -ca Re ver sa nes sa his tó ria. “Te nho ba ti do hámui to tem po na te cla de que o Bra sil, mui tomais do que um Mi nis té rio dos Trans por tes, esei que es tou to can do numa fe ri da com pli ca -da, pre ci sa de um Mi nis té rio de Lo gís ti ca.”

Se gun do Re sen de, é uma ques tão dede ci são do po der pú bli co fe de ral mon taruma es tru tu ra de aná li se dos gran des flu -xos. “Su gi ro uma es tru tu ra mi nis te rial, e seisso não for o ob je ti vo, que pelo me nos sejauma es tru tu ra fe de ral para que te nha mosum avan ço na Lo gís ti ca Re ver sa.”

Esse mi nis té rio cui da ria de in ves ti men -tos, cons cien ti za ção, oti mi za ção e efi ciên ciaope ra cio nal dos seg men tos de trans por te ede ar ma ze na gem ten do em vis ta os flu xosde pro du tos e ma té rias-pri mas no país. “Émui to mais do que sim ples men te cui dar

para que o trans por te seja fei to do pon to Apara o pon to B. É sa ber que o trans por te éfei to por que exis te um flu xo com bi na do dema té rias-pri mas e pro du tos e que isso vaicul mi nar com o re ver so, com a Lo gís ti ca Re -ver sa de tra zer isso de vol ta.”

Para Re sen de, a LR é ape nas uma pon tade toda a ine fi ciên cia de flu xos de trans por -tes que há no Bra sil, um re fle xo da sua ma -triz e das suas po lí ti cas. E o gran de pro ble -ma es bar ra no va men te nos cus tos. “Eu voude te rio rar, que brar o meu ca mi nhão, paratra zer de vol ta uma car ga sa ben do que vãome pa gar um va lor ri dí cu lo, por que que nãotem va lor agre ga do ne nhum?” O in te res seno pro ces so fica mui to pe que no dian te doalto cus to de ar ma ze na gem e das pés si mascon di ções das es tra das.

A fal ta de in ves ti men tos em ou tros mo -dais para per mi tir que se te nha uma de ter -mi na da es ca la para os gran des des lo ca men -tos tam bém é tema de gran de preo cu pa ção.“Ima gi na, se pe gar mos o Nor te e Nor des tebra si lei ro, te mos que fa zer uma con so li da -ção de car gas para jus ti fi car esse re tor no”,diz o especialista.

Re sen de cita como exem plo os EstadosUnidos, um país tam bém de gran des di -men sões, mas que possui uma ma triz dostrans por tes mui to bem di vi di da. Ele con taque há uma ali men ta ção de gran des tron -cos fer ro viá rios e hi dro viá rios fei ta por ca mi -nhão. En tão, é apro vei ta do ab so lu ta men te oque exis te de po si ti vo nos di ver sos mo dais.“Anda-se pou co de ca mi nhão, faz o tom boda car ga, percorre-se mui to as malhas dehi dro vias e fer ro vias e a car ga é recolhidado ou tro lado do país no ca mi nhão. A lo gís -ti ca está pron ta, a fa mo sa es pi nha de pei xe.Um gran de tron co sen do ali men ta do porvá rios seg men tos me no res.”

ÓRGÃO FEDERAL PARA AVANÇAR

RECICLARUsinas de processamento sãoo ponto final da LR

40 CNTREVISTA MARÇO 2004

Page 41: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 41

pro du to pas sa por vá rias trans fe -rên cias de pro prie da de den trode sua ca deia de su pri men tos.Exem plo: um pneu é fa bri ca dopara um veí cu lo novo, que é re -pas sa do para uma con ces sio ná -ria, que por sua vez o ven de parao usuá rio. O com pra dor pode,ain da, re ven der esse veí cu lo ou opneu pa rar numa re cau chu ta do -ra. A trans fe rên cia de pro prie da -de é bas tan te ex ten sa, o que di -fi cul ta a ras trea bi li da de e a ro tei -ri za ção. No fi nal, não há con tro leso bre o des car te do pro du to. O ge ren cia men to de fro tas é

um dos pou cos as pec tos re la cio -na dos ao trans por te que pode serin te gra do à LR sem maio res cus tosou di fi cul da des. Isso porque é pos-sível aproveitar a tecnologia e infra-estrutura da Logística Direta naestruturação dos canais reversos.“É mais fá cil ge ren ciar uma fro taquan do se re tor na pla ne ja da men -te com uma em ba la gem de pro du -tos”, afir ma Re sen de. Mas o bai xo ní vel de tec no lo -

gia de in ter câm bio de in for ma -ções que há no Bra sil di fi cul ta opro ces so. “Quan do há a en tre gade um en gra da do de gar ra fasPET num su per mer ca do, numva re jo mui to pe que no ou numamer cea ria, o co mer cian te nãotem con di ções tec no ló gi cas deavi sar quan do o pro du to foi con -su mi do. Em ques tão de trans por -te, se não hou ver uma con tra ta -ção de car ga de ida e vol ta, ficacaro. Por esse mo ti vo, as em pre -sas, em de ter mi na das si tua ções,pre fe rem sim ples men te não cui -dar des sa Lo gís ti ca Re ver sa.” l

Page 42: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

42 CNTREVISTA MARÇO 2004

COMO REVESTIRAS ESTRADASSITUAÇÃO PRECÁRIA DA MALHA BRASILEIRA REACENDE DEBATE SOBRE O PISO

ASFALTO X CONCRETO

MODAL RODOVIÁRIO

Page 43: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 43

POR EULENE HEMÉTRIO

COMO REVESTIRAS ESTRADASSITUAÇÃO PRECÁRIA DA MALHA BRASILEIRA REACENDE DEBATE SOBRE O PISO

De acor do com Ric ci, emes pes su ras iguais de 20 cen -tí me tros, por exem plo, o con -cre to hoje se tor nou mais viá -vel. “O cus to do nos so as fal toé mui to caro em se com pa -ran do ao de paí ses eu ro peus.En quan to na Eu ro pa a to ne la -da gira em tor no de R$ 700,no Bra sil esse cus to che ga aR$ 1.000. Des sa for ma, o as -fal ta men to de uma es tra daaca ba sen do de pior qua li da -de para dar con ta de cum prira qui lo me tra gem ex pres sa nocon tra to”, diz Ric ci.Para o di re tor da As so cia -

ção Bra si lei ra de Ci men toPor tland (ABCP), Már cio Pit -ta, a uti li za ção de con cre tona pa vi men ta ção de ro do viasé uma ten dên cia mun dial.“Pa vi men tos no Bra sil da ta -dos de 1928 es tão in tac tos,sem pro ble mas de ma nu ten -ção. O pa vi men to rí gi do re sis -te à ação das car gas e não sede for ma com o tem po. Do jei -to que é cons truí do, per ma -ne ce de ze nas de anos, re sis -tin do às va ria ções de tem pe -ra tu ra e evi tan do a for ma çãode pa ne las que apa re cemcon for me a chu va.” Pit ta res sal ta que os gas tos

com ma nu ten ção de uma ro -do via de con cre to são até60% mais ba ra tos que umaro do via pa vi men ta da com as -fal to, o que aju da a di luir oscus tos ini ciais da obra. Emvias de alto trá fe go, se gun doele, o as fal to dura em mé diacin co anos, en quan to o con -

A cri se na in fra-es tru -tu ra viá ria bra si lei ratrou xe à tona umasé ria dis cus são so -

bre a qua li da de dos pro du tosuti li za dos na pa vi men ta çãodas ro do vias. No vas al ter na ti -vas para a cons tru ção e a re -cu pe ra ção de es tra das ga -nha ram es pa ço no mer ca dona cio nal e até mes mo o De -par ta men to Na cio nal de In -fra-Es tru tu ra de Trans por tes(Dnit) já se mos trou fle xí vel àado ção de no vas tec no lo giase pro ce di men tos.Den tre as ten dên cias na

área de pa vi men ta ção, agran de dis cus são está cen -tra da na uti li za ção de con cre -to ou de as fal to – em suas di -ver sas va ria ções – no re ves ti -men to das es tra das. Al gunsdos des ta ques tec no ló gi cos,nes se con tex to, vão para omi cro re ves ti men to de as fal tomo di fi ca do com po lí me ro epara o as fal to bor ra cha (eco -ló gi co), que é fa bri ca do commis tu ra de pó de pneus.Se gun do o pre si den te da

As so cia ção Bra si lei ra de Pa vi -men ta ção (ABPV), Eduar doAl ber to Ric ci, atual men te ame lhor op ção para es tra dasno vas e a se rem re ca pea das,que ne ces si tam de es pes su -ras mui to al tas, é o pa vi men torí gi do, de con cre to. Já o as fal -to se ria in di ca do para es tra dasnas quais o trá fe go fos se maisleve, até mes mo por cau sa daau sên cia de con tro le de pesonas ro do vias fe de rais.

PAULO FONSECA

Page 44: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

44 CNTREVISTA MARÇO 2004

ECOLOGIAAsfalto de pneué alternativa

CONCRETOPERMITEECONOMIADE ATÉ 20%DE COM-BUSTÍVEL

cre to per ma ne ce 25 anoscom ma nu ten ção mí ni ma.

Be ne fí ciosA in cli na ção para uti li za -

ção do con cre to tam bém écon fir ma da pela equi pe deen ge nha ria da Eco vias – con -ces sio ná ria res pon sá vel pelotre cho em con cre to do sis te -ma An chie ta-Imi gran tes(SP). Se gun do os es pe cia lis -tas, a fre qüên cia de in ter ven -ções de ma nu ten ção do pa vi -men to rí gi do é mais ade qua -da para ro do vias de trá fe goin ten so, dado que há uma

pos ter ga ção de in ter di ção defai xas de trá fe go, tí pi ca dosre ca pea men tos de pa vi men -to de as fal to. As van ta gens do pa vi men -

to rí gi do, con tu do, não sepren dem ape nas à du ra bi li -da de. Por ser mais cla ro queo as fal to, o con cre to re fle teaté 30% a mais de luz, au -men tan do a se gu ran ça domo to ris ta e pos si bi li tan domaior eco no mia de ener gia.“Na épo ca do apa gão, a ro -do via Cas te lo Bran co (SP),que tem as duas mar gi naisde con cre to, des li gou 50%

da sua ener gia, sem per da devi si bi li da de”, diz Pit ta.Além dis so, o di re tor da

ABCP afir ma que o pa vi men -to rí gi do aju da a evi tar aci -den tes, pois as fre na gens são40% mais rá pi das por cau sada ade rên cia dos pneus. Eleacres cen tou que es tu dos in -ter na cio nais in di cam, ain da,uma eco no mia de com bus tí -vel de 10% a 20%, uma vezque a su per fí cie do pa vi men -to é re gu lar (não se de for macom o tem po).Ou tro pon to joga a fa vor

do ci men to, se gun do Pit ta. Oavan ço tec no ló gi co nes saárea per mi tiu o de sen vol vi -men to de equi pa men tos dealto ren di men to, re du zin do ocon su mo de ci men to porme tros cú bi cos de con cre toe bai xan do o cus to de im -plan ta ção. Como efei to com -pa ra ti vo, em 1974 eram gas -tos apro xi ma da men te 490qui los de ci men to por me troscú bi cos de con cre to, en -quan to hoje são uti li za dos360 qui los.As van ta gens não se re fle -

tem na rea li da de. Ape nas2% dos mais de 170 mil qui -lô me tros de ro do vias bra si -lei ras são pa vi men ta dos comcon cre to. Nos Es ta dos Uni -dos, essa mé dia che ga a10% (o maior vo lu me domun do). O pre si den te da As -so cia ção Bra si lei ra das Em -pre sas Dis tri bui do ras de As -fal to (Abe da), Ama deu Cló visGre ca, afir ma, po rém, que

GRECA ASFALTOS/DIVULGAÇÃO

Page 45: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 45

não deve se fa lar em des van -ta gens no que se re fe re àapli ca ção de as fal to na pa vi -men ta ção. “A ri gor, o as fal toé o úni co pro du to que pos si -bi li ta que o pa vi men to evo -lua na exa ta me di da em quea pró pria ro do via se de sen -vol ve – vo lu me de trá fe go –atra vés da apli ca ção de for -ma gra dual, em vá rias mo -da li da des e com adi ti vos me -lho ra do res.”Se gun do Gre ca, a du ra bi -

li da de da pa vi men ta ção as -fál ti ca é equi va len te à decon cre to, des de que te nhamsido obe de ci das as es pe ci fi -ca ções téc ni cas de seu pro -je to na hora da exe cu ção.“Da mes ma for ma, a pa vi -men ta ção em con cre to, senão for cor re ta men te di men -sio na da, fa tal men te apre -sen ta rá, a cur tís si mo pra zo,com pro me ti men to de suaes tru tu ra e, por tan to, de sua

“O ASFALTO ÉO ÚNICO PRODUTO QUEPOSSIBILITAEVOLUÇÃO NAMEDIDA EMQUE ARODOVIA SEDESENVOLVE”

ASFALTO ECOLÓGICO É MAIS FLEXÍVEL

O as fal to eco ló gi co (mo di fi ca do com pó debor ra cha de pneus) é vis to, hoje, comouma al ter na ti va para dri blar as de fi ciên -

cias do as fal to co mum. Por apre sen tar maior fle -xi bi li da de, o as fal to eco ló gi co pro me te ser maisre sis ten te às ações do tem po e per mi te maiorade rên cia do veí cu lo ao chão. Além dis so, o as -fal to bor ra cha é apon ta do como so lu ção para orea pro vei ta men to de pneus des car ta dos, queche gam a 30 mi lhões anual men te.

De acor do com o pre si den te da Abe da,Ama deu Cló vis Gre ca, o as fal to eco ló gi co estáre ce ben do uma aten ção mui to for te por par tede paí ses mais adian ta dos, pois pos si bi li ta, atra -vés de pro ces so de in dus tria li za ção, uma des ti -na ção às car ca ças de pneus inu ti li za dos. “Tudoin di ca que o as fal to eco ló gi co terá um lu gar dedes ta que no menu de pro du tos as fál ti cos dasdis tri bui do ras”, afir ma.

No Bra sil, a to ne la da do as fal to eco ló gi -

co, for ma da por 180 qui los de bor ra chapara 820 qui los de pi che, ain da é 20% a25% mais cara que o as fal to co mum, de vi -do à tec no lo gia em pre ga da. A van ta gem, noen tan to, é que a téc ni ca per mi te re du zir aes pes su ra do pa vi men to em até 30%, com -pen san do o au men to de cus to da obra. Oas fal to bor ra cha tam bém é apro xi ma da -men te 30% mais du rá vel, o que re duz osgas tos com ma nu ten ção.

Se gun do o diretor do grupo Greca Asfaltos,Ar man do Mo ri lha, o as fal to eco ló gi co – o Eco flex– já foi apli ca do em 360 km de ro do vias bra si lei -ras. Den tre os tre chos pa vi men ta dos, des ta cam-se a ro do via Anhan gue ra, na tra ves sia do mu ni -cí pio de Ara ras (SP), e tre chos das ro do vias PR-090, em Pi raí do Sul (PR), BR-376, em Apu ca -ra na (PR), e BR-277, na tra ves sia Cam po Lar go(PR) - ro do via com trá fe go de mais de 15 milveí cu los ao dia.

Page 46: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

rem real men te apli ca dos empro je tos des se se tor, comoefe ti va men te de ve riam es tarsen do des ti na dos, ha ve rá, aísim, um ver da dei ro es pe tá cu -lo de cres ci men to em ter mosde in cre men to de ri que zas,mo der ni za ção e ex pan são dama lha ro do viá ria e, prin ci pal -men te, de for te ge ra ção deem pre gos nes se país”, dizGre ca.Para a ABPV, é di fí cil

apon tar uma cau sa úni capara o pro ble ma viá rio dopaís. Se gun do Eduar do Ric ci,pre si den te da en ti da de, háfa lhas de pro je to e de fis ca li -za ção, er ros cons tru ti vos, decon cei to e até de ma te riais

uti li da de”, diz o pre si den teda Abe da.

Ocio si da deApe sar de ex tre ma men te

ne ces sá rio para a re cu pe ra çãodo Bra sil, o se tor de pa vi men -ta ção está pra ti ca men te es tag -na do. Tan to os fa bri can tes decon cre to quan to os de as fal toes tão ope ran do com uma ca -pa ci da de ocio sa de 30% a50%. O mer ca do dos pro du tosas fál ti cos em 2003 foi o maisfra co dos úl ti mos dez anos e,para 2004, a es pe ran ça do se -tor está toda con cen tra da nopro gra ma de Par ce ria Pú bli co-Pri va da (PPP).“Se os re cur sos da Cide fo -

ASFALTOPresente em98% da malha

O ASFALTODURA 5ANOS, E OCONCRETOFICA 25ANOS EMMANUTEN-ÇÃO MÍNIMA

EVILÁZIO BEZERRA/FUTURA PRESS

Page 47: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 47

PROJETOS DEVEM DEFINIR TIPO DE PISO

Em en tre vis ta por e-mail à Re vis taCNT, o en ge nhei ro ci vil e pro fes sorda Es co la Po li téc ni ca da USP, José

Ta deu Bal bo, tra çou um pa no ra ma do mer -ca do de pa vi men ta ção e ci tou ca rac te rís ti -cas es pe cí fi cas de cada seg men to.

Re vis ta CNT: Qual a ten dên cia da pa vi -men ta ção ro do viá ria no Bra sil?

José Ta deu Bal bo: A ten dên cia do meioro do viá rio é para uma cres cen te ava lia çãoda pos si bi li da de de em pre go de pa vi men tosde con cre to para o caso de ro do vias de ele -va do vo lu me de trá fe go, in clu si ve como mé -to do de res tau ra ção do pa vi men to exis ten te.Isso por que a tec no lo gia de con cre tos parapa vi men tos (ma te riais e mé to dos cons tru ti -vos) evo luiu de modo tão rá pi do no Bra silque os cus tos de cons tru ção dos pa vi men -tos de con cre to têm dei xa do de ser um fa torli mi tan te em seu em pre go. Por ou tro lado,

con si de ra da a tra di ção e as re cen tes me lho -rias tec no ló gi cas na pro du ção de as fal toses pe ciais, ocor re rá ex pan são mar can te noem pre go de as fal tos mo di fi ca dos com po lí -me ros para re ves ti men tos den sos bemcomo na téc ni ca de mi cro-con cre tos as fál ti -cos para os ser vi ços de ma nu ten ção pe rió -di ca, que po dem ga ran tir uma so bre vi daim por tan te aos re ves ti men tos as fál ti cos.

Re vis ta CNT: O que faz um pa vi men toser van ta jo so para o usuá rio?

José Ta deu Bal bo: To dos os as pec tos re -la cio na dos a cus tos ope ra cio nais dos veí cu -los (con su mo de com bus tí vel, lu bri fi can tes,des gas te de pneus, ma nu ten ção de sus -pen são e de ro das) são me lho ra dos na me -di da em que um pa vi men to, ao lon go dotem po, apre sen te uma taxa de de gra da çãomí ni ma. Essa é a van ta gem de um pa vi -men to de ele va da ri gi dez em re la ção a um

pa vi men to fle xí vel. Já o que si to se gu ran ça éatin gí vel para qual quer tipo de pa vi men to,po rém atre la do a ma nu ten ção pe rió di ca.

Re vis ta CNT: Por que o pa vi men to decon cre to é mais du rá vel?

José Ta deu Bal bo: Pelo fato de não es tarsu jei to a de for ma ções plás ti cas, um dosprin ci pais mo ti vos de re cor rên cia de ser vi -ços de ma nu ten ção em pa vi men tos as fál ti -cos, em es pe cial em re giões mui to quen tes.Tra ta-se de uma ca rac te rís ti ca de o con cre -to ser pou co ou nada afe ta do pela tem pe ra -tu ra de ser vi ço. Além des se fato, o con cre tofun cio na dis tri buin do pres sões bas tan te re -du zi das so bre ca ma das in fe rio res, o quecon tri bui para a mi ni mi za ção de ocor rên ciasde de for ma ções plás ti cas tam bém nes sasca ma das sub ja cen tes. Sob tal en fo que, ases tru tu ras de pa vi men to em con cre to apre -sen ta riam maior du ra bi li da de.

(de so be diên cia das es pe ci fi -ca ções do pro je to e au sên ciade um con tro le de qua li da derí gi do).De acor do com Ric ci, para

es tan car o pro ces so de de -gra da ção das ro do vias, maisque um com pro me ti men to dogo ver no no que tan ge ao re -pas se de ver bas, é ne ces sá -rio um pro je to ade qua do dein fra-es tru tu ra que pres ti gie aoti mi za ção dos re cur sos, auti li za ção de no vos mé to dos

e no vas téc ni cas no se tor.Isso por que o tipo de ma te rialuti li za do na pa vi men ta ção dees tra das e o pla ne ja men toade qua do da es tru tu ra in -fluem de ma nei ra in ci si va naqua li da de do piso, o que ga -ran tem du ra bi li da de e se gu -ran ça para o usuá rio.“O edi tal para con tra ta ção

de uma obra deve es ta be le -cer uma me to do lo gia pré-apro va da ou, no caso de per -mi tir a uti li za ção de no vos

mé to dos, é pre ci so de fi nir,pelo me nos, a du ra bi li da demí ni ma do pa vi men to. Alémdis so, deve fi car bem cla ra ares pon sa bi li da de de cada ór -gão para ga ran tir a qua li da dedo ser vi ço”, afir ma o di ri gen -te. Ric ci res sal ta que a téc ni -ca ina de qua da não per mi teque a obra saia com um cus -to bai xo, uma vez que é pre -ci so res pei tar o pa râ me tro dopro je to. Para evi tar a uti li za -ção de pro du tos de má qua li -

A VERBAPARA RECU-PERAR MAISDE 12 MILKM DEESTRADAS ÉDE R$ 1,3 BI

Page 48: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

48 CNTREVISTA MARÇO 2004

TRAÇÃO INFLUI NA DURABILIDADE DA PISTA

D e ter mi na das con fi gu ra ções de car -re tas po dem con tri buir mui to paraace le rar o pro ces so de des gas te do

pa vi men to. A afir ma ção é do pre si den te daFe de ra ção das Coo pe ra ti vas de Trans por tede Mi nas Ge rais, José Car nei ro, que acre di -ta que o gran de pro ble ma de de gra da çãodas es tra das está nos ca mi nhões de tra ção6x2. Para ele, esse mo de lo de ve ria ser proi -bi do no Bra sil e subs ti tuí do, atra vés de in -cen ti vos fis cais, pela con fi gu ra ção 6x4.

Se gun do Car nei ro, a de for ma ção dopiso é cau sa da por veí cu los que não pos -suem sis te ma de dis tri bui ção do es for çonos ei xos mo tri zes. Ele diz que, com a dis -tri bui ção da tra ção em qua tro pon tos, enão ape nas em dois, como na con fi gu ra -ção 6x2, há um me nor es for ço do trem-de-for ça (mo tor, cai xa de câm bio e di fe -ren cial), evi tan do que as ro das pro vo quema for ma ção de on das no as fal to. Des sa for -ma, mes mo sen do um veí cu lo de por tepe sa do, o mo de lo 6x4 não da ni fi ca as es -tra das por que não so bre car re ga os ei xos.

O di ri gen te ex pli ca que na tra ção 6x2a car ga é dis tri buí da na pro por ção de70% a 30%. Com um úni co eixo tra cio -na do, o eixo tra sei ro ser ve como apoio.Para ele, essa con fi gu ra ção é um “ver da -dei ro ve ne no para as es tra das pois, ao in -vés de dis tri buir o es for ço en tre as qua troro das tra sei ras, toda a for ça é con cen tra -da em ape nas duas ro das, pro vo can doum im pac to maior so bre o pa vi men to”.

De acor do com o es tu do “De for ma ções

em Mis tu ras As fál ti cas”, do pro fes sor JoãoVir gí lio Me rig hi, do de par ta men to de En ge -nha ria Ci vil da Uni ver si da de Pres bi te ria naMac ken zie, em São Pau lo, a de for ma çãoper ma nen te do pa vi men to pro mo ve o afun -da men to na tri lha-de-roda, sen do um dos ti -pos pre do mi nan tes de de fei tos dos re ves ti -men tos as fál ti cos. Se gun do o pro fes sor,esse tipo de de fei to se acen tua em viasonde exis te trá fe go pe sa do de ca mi nhõesde sen vol ven do bai xas ve lo ci da des.

O es tu do apon ta, no en tan to, que a for -ma ção do afun da men to na tri lha-de-rodaé um de fei to que pode ser pre vis to me -dian te uma do sa gem bem fei ta da mis tu ra

as fál ti ca. Bas ta, para tan to, co nhe cer osme ca nis mos re gu la do res do fe nô me no etam bém dis por de mé to dos de pre vi são dede sem pe nho com pa tí veis com a so lu çãoexi gi da pelo pro ble ma.

“É cer to que o sur gi men to da de for -ma ção per ma nen te pode ser ini bi do, fa -zen do-se uma do sa gem da mis tu ra as fál -ti ca de ma nei ra ade qua da, uti li zan do-seda dos ob ti dos atra vés de si mu la dor detrá fe go, que per mi tem vi sua li zar o efei toda tem pe ra tu ra, pres são de con ta to, oque per mi te ao pro je tis ta bus car umamis tu ra as fál ti ca ade qua da, que sejamais re sis ten te”, diz o es tu do.

DESGASTEPeso pode precipitar adegradação do asfalto

PAULO FONSECA

Page 49: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

da de, no in tui to de bai xar ospre ços, o pre si den te da Abe -da, Ama deu Gre ca, su ge reque o po der pú bli co res pon -sa bi li ze o for ne ce dor do pro -du to atra vés das dis tri bui do -ras de as fal to e emul sões.For ne ce dor e em prei tei ro,sob a fis ca li za ção do Crea(Con se lho Re gio nal de En ge -nha ria e Ar qui te tu ra), res pon -de riam pela qua li da de e apli -ca ção do as fal to nas obras ro -do viá rias.

Tec no lo gia apli ca daGre ca afir ma, con tu do, que

não exis te con cor rên cia en treos fa bri can tes de as fal to e osde con cre to, uma vez que adu ra bi li da de do as fal to con se -gui da gra ças ao em pre go deno vas e mo der nas tec no lo -gias, uti li za das mun dial men -te, pos si bi li ta que os dois pro -du tos pos sam aten der per fei -ta men te e sem con fli tos àsne ces si da des do Bra sil. O di -ri gen te da Abe da en fa ti zaque, em bo ra acar re tan do ummaior dis pên dio ini cial, o go -ver no de ve ria in cen ti var acons tru ção de ro do vias comum maior apor te de tec no lo -gia de pon ta, o que as se gu ra -ria uma maior du ra bi li da de doas fal to. Por con se qüên cia, omé to do re pre sen ta ria, a mé -dio pra zo, sig ni fi ca ti va re du -ção de cus tos. “O prin ci pal in -cen ti vo para que haja um in -cre men to na qua li da de denos sa es tru tu ra ro do viá ria é are vi são do cri té rio do pre ço

(ex clu si va men te) para se de -ter mi nar ven ce do res de li ci ta -ções de obras”, ava lia Grec ca.De acor do com o Dnit, a

ver ba ne ces sá ria para re cu -pe rar mais de 12 mil qui lô -me tros de es tra das (paraaten der os con tra tos em vi gore alo car re cur sos para re cu -pe ra ção de tre chos) é de R$1,3 bi lhão. Até o fe cha men todes ta edi ção, o ór gão ain danão sa bia quan to do or ça -men to li be ra do para o Mi nis -

té rio dos Trans por tes se riades ti na do a esse fim.O ge ren te de Es tu dos e Pro -

je tos do Dnit, Hugo Ster nick,afir ma que, em re cen te se mi ná -rio ocor ri do em Bra sí lia, o go ver -no che gou à con clu são de que épre ci so ava liar al ter na ti vas téc ni -cas na con cep ção de pro je tos ea via bi li zar pes qui sas para o de -sen vol vi men to de no vos pro du -tos. Tudo vai de pen der, po rém,das ver bas e dos mar cos re gu la -tó rios do PPP. l

CONCRETOApenas em 2%das estradas

PAULO FONSECA

Page 50: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

50 CNTREVISTA MARÇO 2004

E x tin ta des de 1996, como fim da Rede Fer ro viá -ria Fe de ral (RFFSA), aes co la de for ma ção de

ma qui nis tas está pres tes a res sur -gir. Mais que um pro je to ins ti tu cio -nal, a es co la pre ten de ser umcen tro de re fe rên cia para o se tor,uma vez que não há, no país, cur -sos es pe cí fi cos para ope ra do res.De pen den do ain da de apoio e

par ce rias, o pro je to foi idea li za dopara ter iní cio ain da no se gun dose mes tre des te ano. A ur gên cia sedeve à ne ces si da de de ma qui nis -tas es pe cia li za dos, já que o úni cocur so pre pa ra tó rio para o car go foiabo li do. A Es co la Fer ro viá ria deSan ta Ma ria (RS) nas ceu de umacor do en tre a RFFSA e o Se nai,em 1973. Pas sa ram pelo cen trode for ma ção cer ca de 800 alu nosaté 1996, quan do a po lí ti ca de pri -va ti za ção do go ver no fe de ral de -sa ti vou a es co la. A ne ces si da de de pro fis sio nais

qua li fi ca dos é uma rea li da de den -tro das em pre sas fer ro viá rias, quevêem a de man da cres cer com ocon se qüen te au men to do es coa -men to da pro du ção pe las vias fér -reas. “Te mos ne ces si da de decon tra tar no vos pro fis sio nais, mas

“Atual men te, o ma qui nis tasobe para o pos to atra vés de pla -no de car rei ra. Ele en tra como ofi -cial de ope ra ção e de pois tem aopor tu ni da de de as cen são atra vésde pro vas e trei na men tos. Des safor ma, re po mos o qua dro fun cio -nal nos ní veis mais bai xos, quenão exi gem tan ta pre pa ra ção eex pe riên cia”, ex pli ca o ge ren te deope ra ções da Com pa nhia Vale doRio Doce, Davi Cade. De acor do com Cade, so men te

em 2004 será ne ces sá rio abrir va -gas para pelo me nos 60 ma qui -

eles não exis tem no mer ca do”, fri -sa o su pe rin ten den te de re cur soshu ma nos da MRS Lo gís ti ca, Fé lixLo pez Cid.Sen tin do na pele a di fi cul da de

em con tra tar pes soal nes sa área,a MRS está ten tan do mo bi li zar aca te go ria para im plan tar uma es -co la de ma qui nis tas o mais rá pi dopos sí vel. O ob je ti vo, res sal ta Cid, éfor mar pes soas não só para a suade man da in ter na, mas de acor docom a ne ces si da de do mer ca do,fa vo re cen do to das as em pre sasdo se tor.

ESCOLANA LINHA DO TREMPOR

EULENE HEMÉTRIO

MRS LANÇA IDÉIA DE IMPLANTAR CURSOS PARA MAQUINISTAS DIANTE DA DEMANDA DE PROFISSIONAIS

OPORTUNIDADE

MODAL FERROVIÁRIO

NECESSIDADE Mercado à procurade maquinistas

PAULO FONSECA

Page 51: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

nis tas na li nha Belo Ho ri zon te-Vi -tó ria. O qua dro de 473 fun cio ná -rios da área será am plia do para533. A so lu ção en con tra da foipro mo ver os ma no bris tas, ofe re -cen do-lhes trei na men to, o quepode de mo rar al guns me ses.

Ex pe riên ciaPara ga ran tir a se gu ran ça e a

efi ciên cia da ope ra ção, um ma -qui nis ta leva, nor mal men te, de 18me ses a dois anos para ser trei na -do den tro das em pre sas fer ro viá -rias. O apren di za do, rea li za docom si mu la do res de via gens eequi pa men tos de pon ta, tam bémé uma for ma de re ci clar os pro fis -sio nais ve lhos de casa. A pro pos ta da es co la, no en -

tan to, é re du zir esse tem po, amor -ti zar as des pe sas e ter à dis po si -ção uma mão-de-obra ade qua daàs de man das do se tor. “Mes moos ma qui nis tas de pá tio, que nãocon du zem os com boios em via -gens, ne ces si tam de uma vi sãoapu ra da da si tua ção”, diz Cade. Otra ba lho exi ge de di ca ção em tur -nos de seis ho ras e a re mu ne ra -ção va ria con for me a res pon sa bi -li da de, e pode che gar a R$ 1.700. “O ma qui nis ta deve ser tra ta do

ESCOLANA LINHA DO TREMMRS LANÇA IDÉIA DE IMPLANTAR CURSOS PARA MAQUINISTAS DIANTE DA DEMANDA DE PROFISSIONAIS

como um mo to ris ta ou pi lo to deavião, sen do ca pa ci ta do em cen -tros es pe cia li za dos”, des ta ca o di -re tor do Sin di ca to dos Fer ro viá riosem Belo Ho ri zon te, Da vid Eliu deSil va. “São es ses pro fis sio nais quereal men te en tre gam o nos so pro -du to ao clien te. No en tan to, eunão con si go ver um ma qui nis tabem for ma do an tes de cin co anosde in ves ti men to da em pre sa”,afir ma Cid, da MRS. A pre si den te do Sin di ca to dos

Fer ro viá rios, Edna Ri bei ro Be zer -ra, diz que a es co la po de ria ofe re -cer cur sos não só para ma qui nis -tas, mas para to das as fun ções li -ga das ao se tor fer ro viá rio. “Se aini cia ti va for re to ma da, deve-se tercui da do para for mar ape nas opes soal ne ces sá rio para com ple -tar o qua dro das em pre sas.”Essa tam bém é a preo cu pa ção

de Cade: for mar pro fis sio nais sempers pec ti va de mer ca do. “Não ésem pre que te mos essa de man -da. O ris co é os pro fis sio nais sefor ma rem e não te rem opor tu ni -da de de tra ba lho.”Da vid Sil va teme o ris co de

uma re ser va de mer ca do, masen fa ti za que o Pla no de Re vi ta li za -ção de Fer ro vias deve abrir as por -tas para no vos em pre gos. “An tes,tí nha mos uma de man da pe que -na, mas hoje é in te res san te queas pes soas pos sam se ca pa ci tar efa zer tes tes para se rem ad mi ti das.Além dis so, mon tar uma es co laque for me ma qui nis tas de todo olu gar do Bra sil re duz as des pe sasins ti tu cio nais com trei na men tos, oque pode ser re ver ti do em in ves ti -men to para o se tor.” l

MARÇO 2004 CNTREVISTA 51

Page 52: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

PELANAVEGAÇÃOGAÚCHA

52 CNTREVISTA MARÇO 2004

N o mo men to em que aeco no mia do RioGran de do Sul na ve gaem águas tur bu len tas,

a idéia de in ves tir no de sen vol vi -men to do trans por te flu vial no Es -ta do faz sur gir uma al ter na ti va decres ci men to e tra ba lho. A ini cia ti -va con ta ria com a par ti ci pa ção dogo ver no ho lan dês, que de mons -trou in te res se em par ti ci par depes qui sas para o me lhor apro vei -ta men to de la goas e rios no es -coa men to de sa fras e pro du tos in -dus tria li za dos para a ex por ta ção

atra vés do por to de Rio Gran de.Para o de sen vol vi men to do pro -gra ma de pes qui sa e um pro gres -si vo in cre men to nes se se tor, se -riam ne ces sá rios uma con tra par ti -da ofi cial e in ves ti men tos da ini -cia ti va pri va da na mo der ni za ção eade qua ção da fro ta atual.O anun cia do in te res se dos ho -

lan de ses na na ve ga ção in te rior doRio Gran de do Sul ain da de pen dede um es tu do que a Se cre ta ria Es -ta dual dos Trans por tes está fa zen -do so bre os mo dais uti li za dos parao es coa men to das sa fras e pro du -

tos in dus tria li za dos no Es ta do. É oPET/RS (Pla no Es tra té gi co deTrans por te do Rio Gran de do Sul),que cons ti tui um am plo le van ta -men to so bre os prin ci pais meiosde trans por tes uti li za dos pe los as -so cia dos da Fe de ra sul (Fe de ra -ção das As so cia ções Co mer ciaisdo RS), Fiergs (Fe de ra ção das In -dús trias do RS) e Ocergs (Or ga ni -za ção das Coo pe ra ti vas do RS),res pon sá veis pelo maior flu xo decar gas no mer ca do na cio nal e in -ter na cio nal.Atra vés dos re sul ta dos da pes -

GOVERNO DO RS QUER EXPLORAR HIDROVIAS NO ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO DE CALÇADOS E DE GRÃOS

INFRA-ESTRUTURA

TRANSPORTE FLUVIAL

POR

EVILAZIODE OLIVEIRA

POTENCIAL A lagoa dos Patos ainda pode ser muito explorada, assim como o terminal de Porto Alegre (abaixo)

“TRARIABENEFÍCIOSPARA TODAA REGIÃO DOVALE DOSSINOS E DASERRA”

GERALDO ALMEIDA/PRATICAGEM

LAGOA DOS PATOS/DIVULGAÇÃO

Page 53: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

PELANAVEGAÇÃOGAÚCHA

qui sa, o go ver no pode prio ri zarsuas obras em ter mos de in ves ti -men tos fu tu ros, de acor do com odi re tor de Pla ne ja men to da Se cre -ta ria dos Trans por tes, Wil sonGhig nat ti.O le van ta men to tam -bém pre ten de for ne cer os ele -men tos ne ces sá rios à to ma da dede ci são pelo in ves ti dor, pú bli co oupri va do, que terá con di ções deiden ti fi car os seg men tos que po -de rão ser po ten cial men te be ne fi -cia dos pe los fu tu ros in ves ti men -tos, de acor do com a sen si bi li da -de de cada em pre sá rio.A pos si bi li da de de uma for te

ex pan são no trans por te flu vial decar gas no Es ta do, mes mo com aanun cia da par ti ci pa ção do go ver -no ho lan dês, ain da é vis ta com re -ser vas. O tom re ti cen te - a fra semais pro fe ri da nos cor re do resgaú chos é “se tudo der cer to vaiser mui to bom” – tem ori gemnum pon to cru cial: ver ba. Há um cál cu lo da Se cre ta ria

dos Trans por tes, se gun do o qualse 40% das ex por ta ções de cal ça -dos pro du zi dos no Vale dos Si nos(zona de 14 mu ni cí pios pró xi ma àre gião me tro po li ta na de Por to Ale -gre) se guis sem da ca pi tal gaú cha

ao por to de Rio Gran de por trans -por te flu vial se riam pou pa dos U$35 mi lhões anuais – es ses va lo resnão são con fir ma dos pe las in dús -trias.Se gun do Ghig nat ti, o PET/RS

per mi ti rá de fi nir in ves ti men tos acur to e mé dio pra zo, prin ci pal -men te nos as pec tos re fe ren tes aoes coa men to da pró xi ma sa fra,que pro me te um novo re cor de. “Otra ba lho na área do trans por te flu -vial tam bém será en tre gue aosne go cia do res ho lan de ses”, diz ose cre tá rio de Trans por tes.

Cres ci men toA na ve ga ção in te rior no Rio

Gran de do Sul teve uma enor meex pan são na dé ca da de 70, coma ex pan são da soja, quan do o Es -ta do pro du ziu e ex por tou gran desvo lu mes de grãos. O de le ga do daABTP/Sul (As so cia ção Bra si lei rados Ter mi nais Por tuá rios), Pau loDuhá, iden ti fi ca o cres ci men to domo dal gaú cho na épo ca com ofun cio na men to de inú me ras in -dús trias nas mar gens dos rios.“Ge rou um flu xo mui to gran de deem bar ca ções de car gas”, dizDuhá. “Na dé ca da de 80, hou veuma re la ti va es ta bi li za ção e, de -pois, que da li vre com o fe cha -men to de mui tas em pre sas e atrans fe rên cia de ou tras para aspro xi mi da des do por to de RioGran de.”Para rea ti var o sis te ma flu vial,

o go ver no do Es ta do tra ba lha nacon clu são dos 2% res tan tes da si -na li za ção da la goa dos Pa tos, queper mi ti rá a na ve ga ção no tur na.Para Ghig nat ti, esse ser vi ço so ma -

GOVERNO DO RS QUER EXPLORAR HIDROVIAS NO ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO DE CALÇADOS E DE GRÃOS

O GOVERNODIZ QUESERIAMPOUPADOSU$ 35 MIANUAIS COMO USO DEHIDROVIAS

MARÇO 2004 CNTREVISTA 53

FLAVIO NEVES/FUTURA PRESS

Page 54: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

54 CNTREVISTA MARÇO 2004

do à dra ga gem de pon tos con si -de ra dos crí ti cos e a apli ca ção doPET pos si bi li ta rá ple nas con di -ções de na ve ga bi li da de in te rior. Jáfo ram rea li za dos en con tros comar ma do res para a aná li se da si tua -ção. “Mas como o as sun to de pen -de da ini cia ti va pri va da, o Es ta doape nas dá con di ções para queesse tipo de trans por te pos sa serin cre men ta do”, diz o se cre tá rio.O pre si den te do Sin di ca to dos

Ar ma do res de Na ve ga ção In te riordo Es ta do do Rio Gran de do Sul,Fer nan do Fer rei ra Bec ker, é re ti -cen te quan to ao apro vei ta men tomá xi mo do trans por te flu vial. “Édi fí cil mon tar uma lo gís ti ca ade -qua da para car re gar um bar cocom pelo me nos 100 con têi ne res(nú me ro ade qua do para que aope ra ção seja ren tá vel)”, diz Bec -ker. Sua ava lia ção é que o trans -por te flu vial so men te será ren tá velpara o ar ma dor e van ta jo so para oem bar ca dor quan do as em pre sases ti ve rem ins ta la das nas mar gensdos rios pró xi mos aos por tos deem bar que.

Ar ro joSe gun do o vice-pre si den te de

Ne gó cios In ter na cio nais da ACI-NH (As so cia ção Co mer cial, In -dus trial e Ser vi ços de Novo Ham -bur go, Cam po Bom e Es tân cia Ve -lha), João Car los Hartz, a ex pan -são no trans por te flu vial no Es ta dose cons ti tui ria num pro je to ar ro ja -do. “Tra ria evi den tes be ne fí ciospara toda a re gião do Vale dos Si -nos e Ser ra, que hoje uti li za a viaro do viá ria para as ex por ta çõesatra vés do por to de Rio Gran de.”

ta do para ou tras par tes do país,tam bém por es tra das – ape nas1% é trans por ta do via área.“Como o fre te é agre ga do ao cus -to fi nal, com a re du ção des se va -lor pelo trans por te flu vial ha ve riauma sen sí vel di fe ren ça no pre çofi nal”, afir ma Hartz.O go ver no ho lan dês já tem ex -

pe riên cia na eco no mia e trans por -te do Rio Gran de do Sul. Em 2001,par ti ci pou de um es tu do no mu ni -cí pio de Rio Par do (a 140 km dePor to Ale gre), às mar gens do rioJa cuí, so bre as van ta gens dotrans por te do fumo para ex por ta -ções por bar cas até Rio Gran de. Ocon vê nio atual, para ex plo rar a po -ten cia li da de das hi dro vias gaú -chas, não eli mi na a ne ces si da dede me lho rias nas es tra das, con for -me rei vin di cam que fun cio ne. l

O di ri gen te da ACI-NH di ver geape nas nos va lo res de eco no miapre sen tes em es tu dos do go ver no.Os US$ 35 mi lhões se riam pou -pa dos se for le va do em con si de ra -ção o to tal das car gas em con têi -ne res pos sí veis de se rem trans -por ta dos pela hi dro via. Po rém, sefo rem con si de ra das ape nas ascar gas ge ra das pelo Vale dos Si -nos, esse va lor fi ca ria em tor no deUS$ 3 mi lhões. Hartz le van ta apos si bi li da de da par ti ci pa ção deem pre sas da re gião, do se tor decal ça dos e de trans por te, que te -riam in te res se em in cre men tarseus ne gó cios. Hoje, as in dús trias do Vale dos

Si nos ex por tam 2 bi lhões de pa resde cal ça dos por ano, que se guemvia ro do viá ria para o por to de RioGran de. Igual vo lu me é trans por -

POTENCIAL A SER EXPLORADO

Omapa hi dro viá rio do Rio Gran de do Sulre ve la um po ten cial com ca pa ci da depara ser me lhor apro vei ta do. O aces so

ma rí ti mo do por to de Rio Gran de ao de Por toAle gre se faz atra vés de 72 km de ca nais dra ga -dos para o ca la do de 5,18m (17 pés), o que ga -ran te o aces so das em bar ca ções de ca bo ta geme de lon go cur so.

Ape nas os por tos de Rio Gran de e de Por toAle gre es tão em ope ra ção per ma nen te – no to -tal, o Es ta do dis põe de 15 por tos em con di çõesde uso. O ter mi nal da ca pi tal, que re gis trou au -men to de 33% no mo vi men to de na vios e car -gas no ano pas sa do, pas sa por al te ra ções, coma gra dual trans fe rên cia da área por tuá ria do caisMauá para o cais Na ve gan tes. O por to de RioGran de res pon de por 10% da mo vi men ta ção decar gas do Bra sil, se gun do da dos do BNDES.

Na vios de gran de por te con ti nuam atra can -do no por to da ca pi tal, mas numa fre qüên cia

que não che ga a en tu sias mar os em pre sá rios dose tor in ter na cio nal. Trans por tam, so bre tu do,adu bos e fer ti li zan tes e, al gu mas ve zes, car re -gam ôni bus pro du zi dos em Ca xias do Sul, fran -gos con ge la dos e ou tros pro du tos da re gião daser ra gaú cha. Em bar ca ções me no res trans por -tam adu bos e fer ti li zan tes para as fá bri cas queain da ope ram nas mar gens do rio Gra va taí, nare gião me tro po li ta na; pro du tos quí mi cos do pólope tro quí mi co de Triun fo, ca va cos de ma dei rapara a fa bri ca ção de ce lu lo se e areia e cas ca lhopara a cons tru ção ci vil.

A fro ta de na ve ga ção in te rior no Es ta do écom pos ta por 37 em bar ca ções de cin co em pre -sas, que to ta li zam 96 mil TPB (to ne la gem depor te bru to). As em bar ca ções que na ve gam nala goa dos Pa tos e no rio Guaí ba se co mu ni cam,ao sul, com a la goa Mi rim pelo ca nal de SãoGon ça lo. A hi dro via do Ja cuí-Ta qua ri-La goa dosPa tos trans por ta 650 mil to ne la das de pro du tos.

JOSÉ HARTZBenefícios para a região

Page 55: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 55

O ano do buraco

ALEXANDRE GARCIA

OPINIÃO

Bra sí lia (Alô) - Você pode di ri gir naTu ní sia sem medo de bu ra cos noas fal to. Está bem, na Tu ní sia nãocho ve. Mas cho ve na África do Sul,nos Es ta dos Uni dos, na Ale ma -

nha...e nes ses paí ses você tam bém pode di ri girsem medo de que brar a roda ou a sus pen sãonum bu ra co. No Bra sil, cho ve e nos sas es tra dasvi ram uma su ces são de bu ra cos. De pois do con -ser to, são col chas de re ta lho. Este vai ser o anodo tapa-bu ra co, sem chan ce de in ves ti men to emes tra da nova ou em du pli ca ções, que con ver temca mi nhos as fal ta dos em es tra das de ver da de.Eu gos ta ria de en ten der por que o as fal to bra -

si lei ro não re sis te a chu vas. Pelo que eu vi, tem aver com a es pes su ra do pa vi men to. Aqui, pa re ceser ape nas uma capa para não le van tar poei ra.De pois, gas ta-se o di nhei ro dos im pos tos para re -cu pe ra ção, ta pan do-se bu ra cos. Para quem temque fa zer isso em 54 mil qui lô me tros de es tra dasfe de rais, fica no acos ta men to o mo ral para anun -ciar es tra da nova.O mi nis tro An der son Adau to en cer rou o ano

bem ale gri nho, pen san do que ter mi na va 2003pon do em dia o as fal to fe de ral e até po de ria co -me çar o novo ano anun cian do no vos in ves ti men -tos. Mas aí vie ram as chu vas sem pa rar. E os pin -gos de vem ter es cor ri do pela face do mi nis trocomo lá gri mas. Ago ra, ele anda atrás de ver bassu ple men ta res para ta par o bu ra co-no-bu ra co,an tes de dei xar o Mi nis té rio. Na área de trans por -tes, o or ça men to de cal ças cur tas fica em R$ 1,8bi lhão. As emen das dos par la men ta res, pas san -do de R$ 700 mi lhões, fo ram por água abai xocomo mui tas pon tes. Ago ra, a emer gên cia pelome nos tem um boi-de-pi ra nha para cru zar acheia: as pre ci pi ta ções plu vio mé tri cas. Com cor tes de R$ 6 bi lhões no or ça men to,

não vai ter chu va que mo lhe a mão que li be ra in -ves ti men tos. Mas, afi nal, há uma gor je ta: de poisdos elo gios do di re tor-ge ren te do FMI, o mi nis troda Fa zen da, An tô nio Pa loc ci, anun ciou que vai

sol tar al gu ma coi sa para a cons tru ção ci vil, quegera em pre go. O go ver no nem pre ci sa de si nalver de do Fun do, bas ta cum prir os 3,75% do PIBde su pe rá vit pri má rio, em vez de se exi bir pas -san do de 4,25%. O ano pas sa do mos trou que afal ta de in ves ti men to pú bli co aju da o PIB a de fi -nhar. Mas te mos uma nova sa fra e é pre ci so ha -ver es coa men to. Mais uma emer gên cia. O Bra siltem es tra das per to do li to ral e os grãos es tão sen -do co lhi dos lon ge dele, no Cen tro-Oes te. Ou traemer gên cia. E as fer ro vias, onde es tão?Em 2004, faz 150 anos – ses qui cen te ná rio –

da fer ro via Ba rão de Mauá, e o go ver no vê opor -tu ni da de para dar si nais de re vi ta li za ção nas es -tra das de fer ro. Se ria um re co nhe ci men to dabur ri ce his tó ri ca e es tra té gi ca de não ter fer ro -vias num país das di men sões do Bra sil? Ouape nas uma bo lha de sen sa tez? Todo con ges -tio na men to nos trans por tes se deve à au sên ciade fer ro vias. Trans por te em con ta-go tas, de ca -mi nhão, em es tra di nhas, como se fôs se mos umpaís do ta ma nho do Uru guai. Fer ro via não for -ma bu ra co quan do cho ve. E a pro du ção doCen tro-Oes te es pe ra por fer ro vias-tron co. Comodor mi ta mos em re la ção a trens, a Chi na, lá doou tro lado do mun do, nos acor da com sua sa -be do ria de mi lê nios e se dis põe a nos aju dar ali gar mos por fer ro via de cen te o por to de San tosao por to de Iqui que, no Pa cí fi co.En fim, se não vai ha ver di nhei ro a não ser

para jo gar no bu ra co, pelo me nos pode-se fa -zer sem cus to a dis cus são so bre con ces sõesro do viá rias e pe dá gio. E so bre as con ces sõesdo trans por te in te res ta dual de pas sa gei ros,que es tão uma ba gun ça. E, se não hou verWal do mi ro a lan çar des con fian ça so bre o Bra -sil, tam bém não cus ta con ven cer in ves ti do reses tran gei ros de que vai ser um bom ne gó cioapos tar no es coa men to das sa fras. En fim, estásain do a Par ce ria Pú bli co-Pri va da, que podedar cer to, se nin guém pe dir pro pi na nem exi -gir di nhei ro para a cam pa nha.

PARA QUEM TEMQUE TAPARBURACO EM 54 MILKM DE ESTRADASFEDERAIS, FICA NOACOSTAMENTOO MORAL PARAANUNCIARRODOVIA NOVA

Page 56: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

56 CNTREVISTA MARÇO 2004

MAIS TRANSPORTE

BASTIDORES & NEGÓCIOS

Um modelo brasileiro de planeja-mento em transporte e logísticaficará à disposição dos 34 paísesmembros da Iniciativa de Trans-portes do Hemisfério Ocidental(ITHO) para consulta e troca deexperiências e informações. Adecisão foi tomada na 7ª reunião doConselho Executivo da ITHO, realiza-da entre os dias 13 e 15 defevereiro, em São Paulo. O Brasil,que preside o Conselho da ITHO, foio único país que apresentou umplanejamento completo com realiza-ções a longo prazo. Trata-se damatriz dos transportes, um mapea-mento do setor que aborda toda asua movimentação de mercadorias enecessidade de infra-estrutura.Apresentado pelo secretário nacionaldos Transportes, Keiji Kanashiro, oprograma foi desenvolvido comparcerias do Ministério com secre-tarias estaduais dos Transportes. Osprojetos listados no programa estãopresentes no Plano Plurianual 2004-2007. Durante o encontro da ITHO,o Brasil defendeu uma estratégia denegociação com o FMI para reclassi-ficar os investimentos em infra-estrutura no cálculo do superávitprimário – pelo critério vigente, gas-tos em manutenção da infra-estrutu-ra são considerados investimentos."A ITHO entende que nessas ativi-dades não há novo investimento,mas sim a manutenção da infra-

estrutura em condições de uso. Elastêm de ser vistas como despesas enão como investimentos", dizKanashiro. O diretor-gerente do FMI,Horst Köhler, que esteve no Brasilpara novas avaliações da economiado país, elogiou a política do governoe afirmou que o órgão está receptivoao pedido brasileiro. Também foi dis-cutida a adaptação dos portos àsnovas medidas internacionais de

segurança. Ficou decidido nareunião que a Comissão Interameri-cana de Portos (CIP) passará a inte-grar a ITHO como um subgrupo. Aimplantação do Código ISPS,conjunto de medidas antiterrorismopara o transporte marítimo, temprazo até 1º de julho, mas podeser adiada em função da faltade tempo que vários países têm paracertificar todos os seus portos.

UMPLANO CONCRETO

PROCULTURA/DIVULGAÇÃO

Page 57: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 57

Cursos à DistânciaO IDAQ e o Grupo WebAula estão lançando emparceria diversos cursos gerenciais, comporta-mentais e de informática. Todo o contéudo deprograma e ensino acontece via internet, umamaneira fácil e inteligente de se manter atualiza-do. Para fazer um dos cursos oferecidos e veri-ficar a qualidade dessa capacitação profissional,acesse www.cnt.org.br e clique em “Novos cursosà distância”.

Trans por te de Pas sa gei rosO pos to de Dou ra dos (MS) pro mo ve o cur so Ca pa ci -ta ção de Con du to res de Veí cu los de Trans por tes dePas sa gei ros, em mar ço. A uni da de Sest/Se nat pre vêtam bém o cur so de For ma ção de Con du to res deVeí cu los de Trans por te Es co lar. Já em abril será rea -li za do o cur so de Mo vi men ta ção de Pro du tos Pe ri -go sos In for ma ções po dem ser ob ti das pelo te le fo ne(67) 424-2692, das 13 às 22h.

Edu ca ção para a Saú deO pro je to “Edu ca ção para a Saú de” é rea li za do todaquin ta-fei ra, às 20h, na uni da de Sest/Se nat de Re -gen te Fei jó (SP). São pro mo vi das pa les tras gra tui tascom te mas como saú de bu cal, den gue, cân cer,doen ças se xual men te trans mis sí veis (DST/Aids), hi -per ten são, en tre ou tros. A uni da de fica na ro do viaRa po so Ta va res, KM 559. Mais in for ma ções:(18) 244-1125.

Pro du tos Pe ri go sosA uni da de Sest/Se nat de Flo ria nó po lis (SC) estácom ins cri ções aber tas para os cur sos de Mo vi men -ta ção de Pro du tos Pe ri go sos, Mo to ris tas de Trans -por te Co le ti vos, Es co la res e Di re ção De fen si va. Osin te res sa dos de vem pro cu rar a uni da de que fica naave ni da Ma ri nhei ro Max Schramm, 3.635, Es trei to,Flo ria nó po lis. In for ma ções: (48) 281-6200.

FEIRAS EM SÃO PAULO

A 6ª edição das feiras interna-cionais de Tecnologia, Máquinas eArtefatos de Borracha (Expobor) eTecnologia e Equipamentos paraReformas de Pneus (Recaufair)será realizada de 27 a 30 de abrilno Expo Center Norte, em SãoPaulo. Segundo os organizadores,estarão presentes 1.400 empresasnum total de 200 expositores quemostram as novas tecnologias apli-cadas na indústria da borracha ena reforma de pneus. Informaçõessobre as feiras podem ser obtidasno site www.francal.com.br.

LABACE 2004

Mais de 80 expositores jáconfirmaram presença na Labace2004, uma das maiores feiras deaviação da América, que serárealizada de 15 a 17 de abril emSão Paulo. O evento contará comexposições e conferências, noPavilhão de Exposições doTransamérica ExpoCenter. O públicotambém poderá assistir a umaexposição de aviões e helicópterosno aeroporto de Congonhas. Maisinformações podem ser obtidas naAssociação Brasileira de AviaçãoGeral: (11) 5032-2727.

ACIDENTE NO CARNAVAL

A Polícia Rodoviária Federal pretendeintensificar as campanhas peladireção responsável naSemana Santa. O motivo é que asoperações realizadas no Carnaval nãoconseguiram impedir o aumento donúmero de mortos em acidentes nasrodovias federais durante o período.Em todo o país, foram registrados2.342 acidentes nas estradas fed-erais, com 144 mortes e 1.311 feri-

dos, superando em 20% a marcado ano passado. Segundoa PRF, a maioria dos motoristasenvolvidos tem entre 18 e 35 anos eas principais causas dos acidentessão embriaguez e excesso develocidade. Outro fator quetambém contribui para as estatísticas,diz a PRF, é o número de novosmotoristas, que a cada anocresce em média 10%.

CNT EM PAUTA

FOTOS PAULO FONSECA

SEM VERBA O coordenador da 11ª Unidade de Infra-Estrutu-ra Terrestre do Mato Grosso (11ª UNIT), Cinésio Nunes deOliveira, afirma que não existem recursos orçamentários enem emergenciais para a restauração da BR-163 (acima)

Page 58: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

58 CNTREVISTA MARÇO 2004

Page 59: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

DESTAQUES SEST/SENAT

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO(Dias 6, 7, 8, 12 e 13 às 9h e reprise às 13h30 - PEAD 1)

Você pode contribuir para um trânsito maisseguro, garantindo a sua fluidez. Para isso énecessário transitar pelas vias consciente dosseus direitos e deveres. Fluidez no trânsito éfacilitar a circulação, através de comporta-mento e atitude correta em relação aosdemais usuários da via, quer condutores oupedestres. Esta série tem o intuito de orientaros motoristas quanto ao cumprimento docódigo de trânsito e das penalidades legais,quando do seu descumprimento.

BORRACHEIRO (Dias 20, 22, 23, 26, 27 e 28 às 12h

e reprise às 14h30 - PEAD 2)

No Brasil, quase tudo é transportado por veícu-los que utilizam pneus. Você sabe por quê?Porque o Brasil é um dos maiores países domundo, tem uma malha rodoviária muito exten-sa e não dispõe de ferrovias em quantidadesuficiente que permita fazer o transporte depassageiros e cargas . E o transporte por aviãonem sempre é acessível. Assim, dependemosdos pneus para tudo. Esta série de vídeo-aulasdará aos treinandos todas as informaçõesnecessárias para que o mesmo possa exercera função de borracheiro.

DESTAQUES IDAQ

MELHORIA NA PRODUTIVIDADEDE VEÍCULOS NO TRANSPORTERODOVIÁRIO(Dia 6, às 10h e reprise às 15h30)

Mostra através de diversos exemplosmelhorias de até 20% no consumode combustível depois do treina-mento dos motoristas e de algumastécnicas de análise. Analisa os indi-cadores que interferem na produtivi-dade e qualidade dos serviços. Esta-belece a relação entre produtividadee desempenho operacional e apre-senta as condições, pré-requisitos eformas de um treinamento eficientepara motoristas. Mostra como avaliare escolher o veículo mais adequadoà operação de uma linha ou serviço.Demonstra a importância de semedir a eficiência energética deuma empresa de transporte de pas-sageiros.

GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOSDE FRETES(Dias 19 e 20, às 10h e reprise às 15h30)

Aborda: estrutura de custos; importân-cia de definição de uma metodologiapara a questão orçamentária de custos;as diferenças entre os custos opera-cionais de alguns tipos de empresas eautônomos; as diferenças entre o preçojusto do frete para o mercado e para aempresa; compara o comportamentodas estruturas de custos e políticas deformulação de preços; a importânciada empresa em assumir sua função decliente do mercado fornecedor deinsumos do setor, para induzir preços etecnologia que favoreçam o controle de

seus custos; classifica e discute os cus-tos diretos (fixos e variáveis) e indiretosou administrativos.

MANUTENÇÃO E GARAGEM NOTRANSPORTE URBANO(dia 30, às 10h e reprise às 15h30)

Demonstra a importância dagaragem para o desempenhooperacional da empresa de trans-porte. Apresenta os conceitos fun-damentais para construção de umagaragem e a importância do recur-so da informática para aumentar oscontroles, agilizar os processos ediminuir custos de manutenção,além da necessidade de se estabe-lecer estruturas e políticas demanutenção. Discute os funda-mentos da atividade demanutenção e a oportunidade e aviabilidade econômico-financeirade adotar a terceirização de modomais amplo. Mostra também asvantagens da manutenção prediti-va, principalmente nos processosde análise do óleo.

PROGRAMAÇÃO • ABRIL 2004

Page 60: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

SEST/SENAT( Programa: PEAD 1( Horário: 9h e 13h30, de 2ª a 6ª( Tempo de aula: 12 minutos

DIA AULA1 Chefia de Expedição (aulas 1 a 5)2 Chefia de Expedição (aula 6)

Bilheteiro (aulas 1 a 4)5 Bilheteiro (aulas 5 a 6)

Cobrador de Ônibus Rodoviário(aulas 1 a 4)

6 Cobrador de Ônibus Rodoviário(aulas 5 a 6) Código de TrânsitoBrasileiro (aulas 1 a 4)

7 Código de Trânsito Brasileiro(aulas 5 a 9)

8 Código de Trânsito Brasileiro(aulas10 a 14)

12 Código de Trânsito Brasileiro(aulas 15 a 19)

13 Código de Trânsito Brasileiro(aulas 20 a 24)

14 Desenvolvimento Gerencial(aulas 1 a 5)

15 Desenvolvimento Gerencial (aulas6 a 10)

16 Desenvolvimento Gerencial (aulas11 a 15)

19 Desenvolvimento Gerencial (aulas16 a 20)

20 Desenvolvimento Gerencial (aulas21 a 25)

22 Desenvolvimento Gerencial(aulas 26 a 29) Direitos eDeveres do Cidadão no Serviçode Táxi (aula 1)

23 Motorista de Carreta / CavaloMecânico - Autônomo (aulas 1 a 5)

26 Motorista de Carreta / CavaloMecânico - Autônomo (aulas 6 a 10)

27 Motorista de Carreta / Cavalo Mecâni-co - Autônomo (aulas 10 a 15)

28 Motorista de Ônibus Rodoviário(aulas 1 a 5)

29 Motorista de Ônibus Rodoviário(aulas 6 a 10)

30 Motorista de Ônibus Rodoviário(aulas 11 a 13)Direitos e Deveres do Cidadão noTransporte de Cargas (aula 1)Direitos e Deveres do Cidadão noTransporte Rodoviário de Pas-sageiros (aula 1)

Programa: Programação SocialHorário: 13h, de 2ª a 6ª

DIA TEMA1 “Canal Saúde no Asfalto”

Série: UnidiversidadeTema: Impunidade (23 min)

2 “Canal Saúde no Asfalto”Série: É Com Você CidadãoTema: Transgênicos (5 min)Série: AcervoTema: Vida Qualidade de Vida (7 min)Série: Ligado em SaúdeTema: SUS 1 (6 min)

5 “Canal Saúde no Asfalto”Série: AcervoTema: O Revés da Moeda (13 min)Série: Ligado em SaúdeTema: SUS 2 (6 min)

6 “Canal Saúde no Asfalto”Série: Viva LegalTema: Manuseio e Estocagem deAlimentos (11 min)Série: Comunidade em CenaTema: Comunidade Viva (10 min)

7 “Canal Saúde no Asfalto”Série: AcervoTema: Saúde da Mulher - Consel-hos Básicos (17 min)Série: Ligado em SaúdeTema: SUS 3 (6 min)

8 “Canal Saúde no Asfalto”Série: UnidiversidadeTema: Ensino a Distância (23 min)

12 “Canal Saúde no Asfalto”Série: Acervo Tema: Crises da Meia Idade (18 min)Série: Ligado em SaúdeTema: Relógio Biológico (6 min)

13 “Canal Saúde no Asfalto”Série: Viva LegalTema: Controle de Carência deIodo (12 min)Série: Comunidade em CenaTema: Escola de Música (11 min)

14 “Canal Saúde no Asfalto”Série: AcervoTema: Adolescentes - Sonhos eRealidade (17min)Série: Ligado em SaúdeTema: Febre em Bebês (6 min)

15 “Canal Saúde no Asfalto”Série: UnidiversidadeTema: Ajuda Mútua (23 min)

16 “Canal Saúde no Asfalto”Série: É Com Você Cidadão

( Programa: PEAD 2( Horário: 12h e 14h30, de 2ª a 6ª( Tempo de aula: 12 minutos

DIA AULA1 Arrumador de Cargas

(aulas 1 a 5)2 Arrumador de Cargas (aulas 6 a

7) Carregador de Veículo deTransporte Terrestre (aulas 1 a 3)

5 Carregador de Veículo de Trans-porte Terrestre (aulas 4 a 7)Direitos e Deveres do Cidadão noTransporte Coletivo de Passageiros(aula 1)

6 Conferente de Cargas(aulas 1 a 5)

7 Desenvolvimento Empresarial -Microempresário Transportado deCarga (aulas 1 a 5)

8 Desenvolvimento Empresarial -Microempresário Transportado deCarga (aulas 6 a 10)

12 Despachante de ÔnibusRodoviário (aulas 1 a 5)

13 Despachante de ÔnibusRodoviário (aulas 6 a 7)Embalador (aulas 1 a 3)

14 Embalador (aulas 4 a 6)Meio Ambiente e Cidadania noTransporte (aulas 1 a 3)

15 Meio Ambiente e Cidadania noTransporte (aulas 4 a 8)

16 Meio Ambiente e Cidadania noTransporte (aulas 9 e 10)Operação: Planejamento e Tráfegonas Empresas de TransporteUrbano de Passageiros (aulas 1 a 3)

19 Operação: Planejamento e Tráfegonas Empresas de TransporteUrbano de Passageiros (aulas 4 a 5)Distúrbios do Sono: Avaliação, Diag-nóstico e Tratamento (aulas 1 a 3)

20 Borracheiro (aulas 1 a 5)22 Borracheiro (aulas 6 a 10)23 Borracheiro (aulas 11 a 15)26 Borracheiro (aulas 16 a 20)27 Borracheiro (aulas 21 a 25)28 Borracheiro (aulas 26 a 29)

Mercosul - Documentação parao Transporte Rodoviário de Car-ga (aula 1)

29 Mercosul - Documentação para oTransporte Rodoviário de Carga(aulas 2 a 6)

30 Equipamentos de Comunicação eControle Operacional (aulas 1 a 5)

Page 61: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 61

Tema: Desarmamento (6 min)Série: AcervoTema: São Francisco (7 min)Série: Ligado em SaúdeTema: Assaduras (6 min)

19 “Canal Saúde no Asfalto”Série: AcervoTema: Em Nossas Mãos (17 min)Série: Ligado em SaúdeTema: Sono Infantil (6 min)

20 “Canal Saúde no Asfalto”Série: Viva LegalTema: Meningites (12 min)Série: Comunidade em CenaTema: Terceira Idade (11 min)

22 “Canal Saúde no Asfalto”Série: UnidiversidadeTema: Primeira Infância (23 min)

23 “Canal Saúde no Asfalto”Série: É Com Você CidadãoTema: Fome (5 min)Série: AcervoTema: A Vítima (8 min)Série: Ligado em SaúdeTema: Alergia Infantil (6 min)

26 “Canal Saúde no Asfalto”Série: AcervoTema: Atividade Física (17 min)Série: Ligado em SaúdeTema: Início da Vida Escolar (6 min)

27 “Canal Saúde no Asfalto”Série: Viva LegalTema: Cuidados com Recém-nascidos (12 min)Série: Comunidade em CenaTema: Entre o Rochedo e o Mar(10 min)

28 “Canal Saúde no Asfalto”Série: AcervoTema: Tabagismo e Atividades Físi-cas (14 min)Série: Ligado em SaúdeTema: Estresse na Infância (6 min)

29 “Canal Saúde no Asfalto”Série: UnidiversidadeTema: Esporte, Saúde e Educação(23 min)

30 “Canal Saúde no Asfalto”Série: É Com Você CidadãoTema: Obesidade (5 min)Série: AcervoTema: Visitantes Indesejados(7 min)Série: Ligado em SaúdeTema: Adolescência e Sexuali-dade (6 min)

IDAQ( Programa: Programas Gerenciais( Horário: 10h e 15h30, de 2ª a 6ª

DIA TEMA1 Mecanização da Carga e Descarga

(7 aulas)2 Sistema GPS: Qual, Como e

Porquê (7 aulas)5 Introdução de Novas Tecnologias

no Transporte Rodoviário (7 aulas)6 Melhoria na Produtividade de

Veículos no Transporte Rodoviário(7 aulas)

7 Armazéns: Localização, Dimen-sionamento e Estoques (3 aulas)Código de Barras: EDI e INTER-NET no Transporte Rodoviário deCarga (4 aulas)

8 Empresa de Carga Rodoviária:Fazendo Negócios no Mercosul(4 aulas)Gestão de Recursos Humanos eSeguros (3 aulas)

12 Recursos Humanos: Ferramentapara Aumento de Produtividade(4 aulas)Sistema de Informação Gerencialpara Gestão da Qualidade e Pro-dutividade (3 aulas)

13 Gestão da Manutenção (5 aulas)Roteirizadores Automáticos eEletrônica Embarcada (2 aulas)

14 Informática (6 aulas)O Uso de Contêineres no Trans-porte Rodoviário de Carga (1 aula/ 12 min)

15 Marketing e PlanejamentoEstratégico para Empresas deTransporte Urbano de Passageiros(14 aulas / aula 1 a 7)

16 Marketing e PlanejamentoEstratégico para Empresas deTransporte Urbano de Passageiros(14 aulas / aula 8 a 14)

19 Gestão de Custos e Preços deFretes (8 aulas / aula 1 a 4)Multimodalidade (6 aulas / aula 1a 3)

20 Gestão de Custos e Preços deFretes (8 aulas / aula 5 a 8)Multimodalidade (6 aulas /aula 4 a 6)

22 Definição e Negociação Tarifáriano Transporte Urbano (8 aulas /aula 1 a 4)Sistemas de Transporte Urbano(3 aulas)

23 Definição e Negociação Tarifáriano Transporte Urbano (8 aulas /aula 5 a 8)Sistemas de Transporte Rodoviário(3 aulas)

26 Empresa de Carga Rodoviária:Fazendo Negócios no Mercosul (4aulas)Definição e Negociação Tarifáriano Transporte Rodoviário (3 aulas)

27 Privatização, Regulamentação eLicitação no Transporte Rodoviário(6 aulas)Experiências Gerenciais de Suces-so: Como a Real Expresso Obtevea Certificação ISO 9002 (1 aula /12 min)

28 Análise Econômico-Financeira doDesempenho da Empresa (6 aulas/ aula 1 a 4)Privatização, Regulamentação eLicitação no Transporte Urbano (3aulas)

29 Análise Econômico-Financeira doDesempenho da Empresa (6 aulas/ aula 5 e 6)Controle da Demanda x Oferta noTransporte Urbano (5 aulas)

30 Manutenção e Garagem no Trans-porte Urbano (5 aulas)Roteirizadores Automáticos eEletrônica Embarcada (2 aulas)

EDUCACIONAL E CULTURAL( Programa: Trilhas Brasileiras( Horário: 8h30, de 2ª a 6ª

DIA TEMA1 Tecsel- Niterói / SOS Costa2 Projeto Terra Vitória (Cegos/Floripa)5 Tamar/ Pirambu/Sergipe- São Mar-

tinho6 Meninos Carvoeiros/Campina do

Monte alegre7 Lixão de Aguazinha - Olinda (Hidro

Fênix -SP)8 Escola Oficina / Serra Negra do

Norte

Page 62: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

62 CNTREVISTA MARÇO 2004

12 Pelotão Esperança - RS/ Circo - RJ13 Ilha do Mel - Paraná/ Correios -

São Paulo14 Projeto Tamar/ Poço Verde15 Lab. Produtos Florestais/ Reserva

Guaíba/ A questão ambiental16 Serra da Capivara - Piauí / Pastoral

da Criança19 Vilas Olímpicas - Curumim20 Vila Bairro / Aleitamento Materno/

Trabalho Infantil22 Mães Canguru/ Médico da

Família/ Biblioteca Volante23 RS -Bibliotecas Flutuantes / Angra

dos Reis26 Mirante do Paranapanema/

Agentes de Desenvolvimento27 Projeto Terra Vitória ( Cegos /

Floripa)28 Escola Oficina/ Serra Negra do

Norte29 Projeto Terra Vitória (Cegos/Flori-

pa)30 Tamar/ Pirambu/Sergipe- São

Martinho

Programa: Tirando de LetraHorário: 11h30, de 2ª a 6ª

DIA TEMA1 Transformação de histórias em

realidade;A arquitetura pelo mundo;Bossa Nova; Dicionário

2 Armando Nogueira (bola eliteratura);A história da Índia

5 Contadores de histórias; Rockbrasileiro; Clube da Literatura

6 A história de Lygia FagundesTelles;Paulo Autran;Inspiração x Transpiração

7 Ana Miranda; Educação e Livros;Hilda Furacão; Biografias

8 Doc Comparato; a história deFrankenstein;Loucos por livros; Mário Quintana

12 Histórias de Lobato; Produção deLivros Técnicos;O primeiro livro de um jovempoeta; A arte da culinária em livros

13 Grandes Autores; Ecologia14 A influência dos CD-ROMs nos

5 GeografiaAulas 9 e 10 PortuguêsAulas 53 e 54

6 GeografiaAulas 9 e 10 PortuguêsAulas 55 e 56

7 GeografiaAulas 11 e 12 PortuguêsAulas 55 e 56

8 GeografiaAulas 11 e 12 PortuguêsAulas 57 e 58

12 GeografiaAulas 13 e 14 PortuguêsAulas 57 e 58

13 GeografiaAulas 13 e 14 PortuguêsAulas 59 e 60

14 GeografiaAulas 15 e 16 PortuguêsAulas 59 e 60

15 GeografiaAulas 15 e 16 PortuguêsAulas 61 e 62

16 GeografiaAulas 17 e 18 PortuguêsAulas 61 e 62

19 GeografiaAulas 17 e 18 PortuguêsAulas 63 e 64

20 GeografiaAulas 19 e 20 PortuguêsAulas 63 e 64

22 GeografiaAulas 19 e 20 PortuguêsAulas 65 e 66

23 GeografiaAulas 21 e 22 PortuguêsAulas 65 e 66

26 GeografiaAulas 21 e 22 PortuguêsAulas 67 e 68

27 GeografiaAulas 23 e 24 PortuguêsAulas 67 e 68

28 GeografiaAulas 23 e 24 PortuguêsAulas 69 e 70

29 GeografiaAulas 25 e 26 PortuguêsAulas 69 e 70

30 GeografiaAulas 25 e 26 PortuguêsAulas 71 e 72

meios de comunicaçãoJoão Melo Batista; Leitura nainfância; Livros e CD-ROMs;Maxiano Soalheiros

15 Francisco Bosco; Livros deReportagem; a atleta Ana Flávia;Amor impossível, possível Amor

16 Mariana Colassanti; Livros emColeções;Vinícius de Moraes; Livros deGuerra

19 Carlito Azevedo; Diários adoles-centes; José de Alencar; TimRescala

20 História da vida privada; CarlaCamurati;Conservação dos Livros; AntônioCallado

22 Patrícia Melo; Manuel Antonio deAlmeida;Livros de torcedores; Maiakoviski

23 Rita Espeschit; Biblioteca infanto-juvenil; Mário Quintana; RaulCortez

26 Eric Nepomuceno; Livros dedança; Escrita feminina; Cruz eSouza

27 Alice Ruiz; Vídeo na Escola; SilviaKlein; Fernando Sabino

28 Histórias dos personagens; Modase aprende em livros? Érico Veríssimo; Chico Pelúcio

29 Importância da pesquisa na cri-ação de obras literárias, cine-matográficas e musicais.Aluísio Azevedo; Paulinho PedraAzul; Maitê Proença

30 Adaptações de livros para cinema,teatro e TVManuel Bandeira; O beijo no asfal-to; Christiane Torloni

Programa: Telecurso 2000Horário: 17h (1º grau) e 17h30 (2º grau), de2ª a 6 ª

DIA 1º GRAU 2º GRAU1 Geografia

Aulas 7 e 8 PortuguêsAulas 51 e 52

2 GeografiaAulas 7 e 8 PortuguêsAulas 53 e 54

Page 63: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 63

Page 64: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

64 CNTREVISTA MARÇO 2004

O seg men to ro do viá -rio de car gas foires pon sá vel pelamo vi men ta ção de

35,9 mi lhões de to ne la das emja nei ro de 2004. Esse vo lu meé 4,9% me nor que o re gis tra -do em ja nei ro de 2003 (37,8mi lhões de to ne la das) e 7,6%me nor que o de de zem bro de2003 (38,9 mi lhões de to ne -la das). O prin ci pal mo ti va dorda re du ção foi à tem po ra dade chu vas ocor ri das em pra ti -ca men te todo o ter ri tó rio na -cio nal, que pro vo ca ram per -das nas la vou ras e re du zi rama ve lo ci da de de cir cu la çãodos ca mi nhões na já pre cá riama lha ro do viá ria bra si lei ra.Os ris cos de no vos pre juí zosem vir tu de das de fi ciên ciasna in fra-es tru tu ra de trans -por tes le va ram o go ver no fe -de ral a anun ciar a li be ra çãode R$ 3 bi lhões para a re cu -pe ra ção das es tra das. A sa fra

re cor de de 130 mi lhões de to -ne la das des te ano e a ne ces -si da de de re for ço do se tor ex -por ta dor fo ram os prin ci paismo ti va do res de tal de ci são.Como apon ta do na úl ti ma

edi ção do Idet CNT/Fipe, omo dal fer ro viá rio re gis trou umcres ci men to sig ni fi ca ti vo novo lu me de car ga trans por ta dano ano. Em 2003, fo ram mo -vi men ta das pe las con ces sio -ná rias apro xi ma da men te387,5 mi lhões de to ne la das,17,5% su pe rior a 2002 e21,9% maior que o ve ri fi ca doem 2001. Os in ves ti men tosrea li za dos e a mo der ni za çãodo par que fo ram fa to res pre -pon de ran tes para esse re sul -ta do. Para este ano, es pe ra -do um novo cres ci men to novo lu me trans por ta do, além deno vos ga nhos de pro du ti vi da -de no seg men to. Para atin gires ses ob je ti vos as con ces sio -ná rias têm anun cia do a re no -

va ção do ma te rial ro dan te eno vos in ves ti men tos em ma -nu ten ção e am plia ção da ma -lha. Es ses in ves ti men tos te rãocomo be ne fi cio ex tra a ge ra -ção de no vos em pre gos na in -dús tria fer ro viá ria.Em 2003 fo ram mo vi men -

ta das nos por tos bra si lei rosmais de 426,4 mi lhões de to -ne la das. Esse re sul ta do é5,5% me nor que o de 2002.Por ta prin ci pal de saí da e en -tra das de pro du tos, o se torcon tri buiu, ape sar da que da,para que o país ob ti ves se umsu pe rá vit de US$ 24,8 bi -lhões em sua ba lan ça co mer -cial. O mes mo com por ta -men to foi ob ser va do no seg -men to ae ro viá rio, onde hou -ve uma re du ção de 2,14%no vo lu me mo vi men ta do.Em ja nei ro, mais de 6,7 mi -

lhões de pes soas uti li za ram otrans por te ro do viá rio de pas -sa gei ros in te res ta dual no Bra -

SETOR DE CARGA REGISTRA NOVA QUEDA

IDET

ESTATÍSTICA

MEDO DE PREJUÍZOS COM A SAFRA OBRIGA GOVERNO ALIBERAR R$ 3 BILHÕES PARA RECUPERAR ESTRADAS

A SAFRARECORDE DE130 MI DETONELADASE NECESSI-DADE DEREFORÇARAS EXPOR-TAÇÕESMOTIVARAMO ANÚNCIODA VERBA

Page 65: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 65

sil. Esse re sul ta do re pre sen tauma que da de 11,4% fren teigual pe río do de 2003. Tam -bém no seg men to in ter mu ni -ci pal ve ri fi cou-se uma re du -ção no vo lu me de des lo ca -men tos - 49,2 mi lhões de pas -sa gei ros uti li za ram os ser vi -ços, nú me ro 4,3% me nor queja nei ro de 2003 e 7,9% me -nor que de zem bro de 2003.Para os dois seg men tos, aque da pode ser ex pli ca da pelalen ti dão na re cu pe ra ção doní vel de em pre go e ren da dostra ba lha do res, ape sar da re -cu pe ra ção ob ser va da no úl ti -mo tri mes tre de 2003.No trans por te co le ti vo ur -

ba no (ôni bus), fo ram re gis -tra dos apro xi ma da men te833,5 mi lhões de des lo ca -men tos em ja nei ro (31,1 mi -lhões de des lo ca men tos pordia útil), sen do per cor ri dosapro xi ma da men te 499,8 mi -lhões de qui lô me tros pe lasem pre sas con ces sio ná rias. OÍndice de Pas sa gei ros Qui lô -me tro (IPK) mé dio para o pe -río do foi de 1,627. O IPK os -ci lou en tre 1,251, na re giãome tro po li ta na do Rio de Ja -nei ro, e 2,254, no Rio Gran -de do Sul. O IPK es ta be le ceuma re la ção en tre a de man -da por trans por te co le ti vo,nú me ro de pas sa gei rostrans por ta dos e a ofer ta, re -pre sen ta da pela qui lo me tra -gem per cor ri da ou pro du çãoqui lo mé tri ca.Para maio res es cla re ci -

men tos e/ou para down loaddas ta be las com ple tas doIdet, aces se www.cnt.org.brou www.fipe.com.br. l

DESTINOUF NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL BRASIL

NORTE 196.441 15.772 4.079 234.509 8.208 459.010

NORDESTE 22.928 856.770 24.685 672.289 20.733 1.597.405

CENTRO-OESTE 70.337 12.160 273.188 506.933 14.459 877.076

SUDESTE 354.473 616.654 631.558 20.847.256 2.820.388 25.270.328

SUL 7.827 135.826 58.917 2.185.763 5.326.607 7.714.940

BRASIL 652.006 1.637.181 992.428 24.446.749 8.190.395 35.918.759

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGASMOVIMENTAÇÃO EM TONELADAS

DESTINOUF PA MA MS ES MG RJ SP BRASIL

PA 1.720.968 5.513.230 – – – – – 7.234.198

MA 298.322 28.257 – – – – – 326.579

MS – – 108.188 – – – 30.457 138.645

MT – – – – – – 195.761 195.761

ES – – 555.183 – 812.135 – 5.229 1.372.547

MG – – – 7.903.669 5.052.231 809.110 – 13.822.352

RJ – – – 349 48.316 3.388.396 13.168 3.450.229

SP – – 17.807 – – 1.549 2.237.598 2.270.284

BRASIL 2.019.290 5.541.487 125.995 8.459.201 5.934.817 4.204.284 2.484.504 31.198.790

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL DE TRANSPORTE COLETIVO URBANOPASSAGEIROS TRANSPORTADOS

Page 66: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

66 CNTREVISTA MARÇO 2004

HUMORDUKE

Page 67: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 67

Page 68: Revista CNT Transporte Atual - MARÇO/2004

68 CNTREVISTA MARÇO 2004