revista cnt transporte atual-ago/2003

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O DIFÍCIL CAMINHO DO O DIFÍCIL CAMINHO DO CRÉDITO C NT REVISTA HARLEY-DAVIDSON FAZ 100 ANOS SEDUZINDO GERAÇÕES CRÉDITO EMPRESAS E AUTONÔMOS QUE QUEREM INVESTIR NA FROTA ENFRENTAM JUROS ALTOS E GARANTIAS EXIGENTES DOS BANCOS EMPRESAS E AUTONÔMOS QUE QUEREM INVESTIR NA FROTA ENFRENTAM JUROS ALTOS E GARANTIAS EXIGENTES DOS BANCOS CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 98 | AGOSTO 2003 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 98 | AGOSTO 2003

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Espera-se do executivo o comprometimento com o ajuste fiscal para a retomada dos investimentos estruturais na forma de serviços públicos eficientes.

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Page 1: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

O DIFÍCIL CAMINHO DOO DIFÍCIL CAMINHO DO

CRÉDITO

CNTREVIS

TA

HARLEY-DAVIDSON FAZ 100 ANOS SEDUZINDO GERAÇÕES

CRÉDITOEMPRESAS E AUTONÔMOS QUE QUEREM INVESTIR NA FROTA

ENFRENTAM JUROS ALTOS E GARANTIAS EXIGENTES DOS BANCOSEMPRESAS E AUTONÔMOS QUE QUEREM INVESTIR NA FROTA

ENFRENTAM JUROS ALTOS E GARANTIAS EXIGENTES DOS BANCOS

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 98 | AGOSTO 2003CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 98 | AGOSTO 2003

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PRESIDENTEClésio Soares de Andrade

PRESIDENTE DE HONRAThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES SEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Benedicto Dario FerrazSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOSEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho e Ilso Pedro MentaSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti e Antônio Pereira de SiqueiraSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes e Mariano CostaSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Renato Cézar Ferreira Bittencourt e Cláudio Roberto Fernandes Decourt SEÇÃO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Bernardo José Figueiredo Gonçalves de Oliveira e Nélio Celso Carneiro TavaresSEÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO

Wolner José Pereira de Aguiar (vice-presidente no exercício da presidência)

CONSELHO FISCALTITULARES Waldemar Araújo, David Lopes de Oliveira, Éder Dal’Lago e René Adão Alves PintoSUPLENTES Getúlio Vargas de Moura Braatz, Robert Cyrill Higgin e José Hélio Fernandes

DIRETORIA

SEÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Denisar de Almeida Arneiro, Eduardo FerreiraRebuzzi, Francisco Pelucio, Irani Bertolini, Jésu Ignácio de Araújo, Jorge Marques Trilha,Oswaldo Dias de Castro, Romeu Natal Panzan,Romeu Nerci Luft, Tânia Drumond, Augusto Dalçoquio Neto, Valmor Weiss, Paulo Vicente Caleffi e José Hélio Fernandes;

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Aylmer Chieppe, Alfredo José Bezerra Leite, Narciso Gonçalves dos Santos, José Augusto Pinheiro, Marcus Vinícius Gravina, Oscar Conte,Tarcísio Schettino Ribeiro, Marco Antônio Gulin,Eudo Laranjeiras Costa, Antônio Carlos Melgaço Knitell, Abrão Abdo Izacc, João de Campos Palma, Francisco Saldanha Bezerra e Jerson Antonio Picoli

SEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa, José Alexandrino Ferreira Neto, José Percides Rodrigues, Luiz Maldonado Marthos, Sandoval Geraldino dos Santos, José Veronez, Waldemar Stimamilio, André Luiz Costa, Armando Brocco, Heraldo GomesAndrade, Claudinei Natal Pelegrini, Getúlio Vargasde Moura Braatz, Celso Fernandes Neto e NeirmanMoreira da Silva

SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Cláudio Roberto Fernandes Decourt, Glen GordonFindlay, Luiz Rebelo Neto, Moacyr Bonelli, AlcyHagge Cavalcante, Carlos Affonso Cerveira,Marcelino José Lobato Nascimento, MaurícioMöckel Pascoal, Milton Ferreira Tito, Sílvio VascoCampos Jorge, Cláudio Martins Marote, JorgeLeônidas Melo Pinho, Ronaldo Mattos de OliveiraLima e Bruno Bastos Lima Rocha

CONSELHO EDITORIAL Almerindo Camilo, Bernardino Rios Pim, Etevaldo Dias, Maria Tereza Pantojae Vanêssa Palhares

REDAÇÃOEDITOR RESPONSÁVEL

Almerindo Camilo (MG2709JP)[email protected] EXECUTIVOS

Ricardo Ballarine - [email protected] Seara (Arte) - [email protected]ÓRTERES

Edson Cruz, Eulene Hemétrio, Silmara de Castro,Rogério Maurício e Wagner Seixas (especial)FOTOGRAFIA

Paulo Fonseca e Futura PressINFOGRAFIA

Agência Graffo - (31) 3378-7145www.graffo.inf.brDIAGRAMAÇÃO E PAGINAÇÃO

Antonio Dias e Wanderson F. [email protected]

PRODUÇÃORafael Melgaço Alvim - [email protected] CarvalhoENDEREÇORua Monteiro Lobato, 123/101 CEP 31.310-530 Belo Horizonte MGTELEFONES(31) 3498-2931 e (31) 3498-3694 (Fax) [email protected]@uol.com.brNA INTERNETwww.cnt.org.brASSINATURA0800 78 2891ATUALIZE SEU ENDEREÇ[email protected] Fontana - (0xx11) [email protected]ção mensal da CNT, registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob onúmero 053, editada sob responsabilidade da AC&S Comunicação.

IMPRESSÃO WEB Editora TIRAGEM 40.000 exemplares

CNT Confederação Nacional do Transporte

Revista CNT

40

36

ROTA PANTANEIRAO trem que corta aregião do Centro-Oestedeve ser reativadopara alavancaro turismo

DATA ESPECIALNa se ma na do mo to ris ta,o Sest/Se nat or ga ni zoueven tos nas uni da des dosis te ma para lembrar opa droei ro são Cris tó vão

CARGA PESADAO avião rus so An to nov, omaior trans por ta dor decar gas do mun do, tempou so e de co la gemga ran ti dos no Bra sil

49

Page 5: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

CNTREVIS

TA

PORTO DO RIO 46

CONGRESSO DA ABTC 54

TRANSPORTE PÚBLICO 57

ALEXANDRE GARCIA 59

MAIS TRANSPORTES 60

MITO CENTENÁRIOA Harley-Davidson completa100 anos em 2003 e aindaseduz gerações. O ícone dos anos 60 está presente no cinema, cultura pop e comportamento

9

18 CRÉ DI TO PARA POU COSOb ter li nhas de fi nan cia men topara re no var fro tas ou in ves tirem trans por te re ve la-se um ár duo ca mi nho para os in te res sa dos

ANO VIII | NÚMERO 98 | AGOSTO 2003

CAPA MILTON M. FLORES/FUTURA PRESS

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Page 7: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

A apro va ção da Re for ma da Pre -vi dên cia deve ser co me mo ra da,so bre tu do, por que de mons tra adis po si ção efe ti va do Go ver no

Lula de ata car o de se qui lí brio das con taspú bli cas.

Ao cor ri gir as dis tor ções do sis te mapre vi den ciá rio, rom pe-se com um mo de -lo de ajus tes, que nos úl ti mos 20 anos,pri ma va pelo au men to da car ga tri bu tá riacomo ins tru men to de re du ção do dé fi citpú bli co. O re sul ta do da equa ção não po -de ria ser ou tro: que da nas ta xas de cres -ci men to.

Nas pró xi mas se ma nas, o de sa fio seráain da maior. O Go ver no, ao apre sen tar apro pos ta da Re for ma Tri bu tá ria, terá quede mons trar, de ma nei ra ain da mais con -tun den te, os ru mos de sua po lí ti ca ma -croe co nô mi ca.

É ab so lu ta men te sa lu tar que o Go ver -no pac tue a re for ma tri bu tá ria com Go -ver na do res e Pre fei tos. Es ta dos e Mu ni cí -pios es tão en ges sa dos dian te de de man -das cada vez mais pre men tes e re cur sosigual men te es cas sos.

O que se es pe ra do exe cu ti vo, em to dosos ní veis, é o com pro me ti men to com oajus te fis cal para a re to ma da dos in ves ti -men tos es tru tu rais na for ma de ser vi çospú bli cos efi cien tes a fim de sa nar fa to res

sis tê mi cos que one ram a pro du ção e im -pe dem o de sen vol vi men to so cial.

Es pe ra mos que o diá lo go de mo crá ti cose es ten da a to dos os se to res da ca deiapro du ti va. Esta re for ma não pode serape nas uma re dis tri bui ção de re cei tas. Épre ci so ata car o cer ne da ques tão. A car -ga tri bu tá ria bra si lei ra é o maior em pe ci -lho para a re to ma da de in ves ti men tos.Eli mi nar tri bu tos em cas ca ta, ado tar re -gu la men to úni co para a le gis la ção doICMS, ga ran tir imu ni da de tri bu tá ria naex por ta ção de bens e ser vi ços, dar tra ta -men to tri bu tá rio har mô ni co aos pro du tosna cio nais e im por ta dos são al gu mas dasme di das que pro po mos.

O re tor no à tra je tó ria do cres ci men topres cin de de um sis te ma tri bu tá rio quede so ne re toda a ca deia pro du ti va e re du -za o “Cus to Bra sil”. Como re sul ta do te re -mos a am plia ção da base de ar re ca da -ção, o au men to da com pe ti ti vi da de denos sos pro du tos no mer ca do in ter na cio -nal e a ge ra ção de em pre gos.

O Con gres so tem pela fren te o de sa fiode com pa ti bi li zar os mais di ver sos in te -res ses em tor no de uma ques tão cen tral- apro var uma Re for ma Tri bu tá ria que dêao país ins tru men tos para o cres ci men tosus ten tá vel, dis tri bui ção de ren da e jus ti -ça so cial.

“ESPERA-SE DOEXECUTIVO OCOMPROMETIMENTOCOM O AJUSTEFISCAL PARA ARETOMADA DOSINVESTIMENTOSESTRUTURAISNA FORMA DESERVIÇOS PÚBLICOSEFICIENTES”

Reformas: Avançose Impasses

EDITORIAL

CLÉSIO ANDRADEPRESIDENTE DA CNT

AGOSTO 2003 CNTREVISTA 7

Page 8: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

8 CNTREVISTA AGOSTO 2003

AN TAQ EM QUES TÃOCom re fe rên cia à ma té ria in ti tu -

la da "Em de fe sa da An taq" (edi ção96), tomo a li ber da de, na con di çãode pre si den te da As so cia ção Bra si -lei ra de Ter mi nais Por tuá rios, de cor -ri gir al guns equí vo cos co me ti dos,bem como es cla re cer po si ções as -su mi das por esta en ti da de.

Com re la ção à car ta en via da àde pu ta da Tel ma de Sou za, ela nãosu ge re que se con si de rem in cons -ti tu cio nais as agên cias re gu la do rasdo se tor de trans por tes. Ape nas his -to ria pon tos que fo ram ques tio na dos.

A ABTP, CNT, Fe na ve ga e Syn-dar ma são fi lia das à Co mis são Por -tos, bra ço da Ação Em pre sa rial quereú ne mais de 45 en ti da des li ga dasao co mér cio ex te rior. Por ini cia ti vapró pria, cien tes de que ha via umadi ver gên cia por par te da CNT quan -to à con du ção do pro je to da An taq,ex cluí mos o nome des sa en ti da deda lis ta de sig na tá rios do Ma ni fes toEm pre sa rial en ca mi nha do à Câ ma -ra dos De pu ta dos por oca sião davo ta ção do pro je to de lei das agên -cias re gu la do ras do se tor de trans -por tes. Quan to ao Syndar ma, foiman ti do na lis ta, vo lun ta ria men te,por con cor dar com a po si ção pre do- mi nan te no se tor em pre sa rial, queen ten dia que com pe tia aos Con se -lhos de Au to ri da de Por tuá ria re gu -lar e fis ca li zar a ati vi da de por tuá ria.

So bre o tre cho “A ABTP nãopode ser uma peça se pa ra da dores to do jogo (...) deve es tar vin cu -la da ao se tor e ser fis ca li za da pelaAn taq”, as en ti da des de re pre sen -ta ção em pre sa rial não são pas sí -veis de fis ca li za ção por agên ciasre gu la do ras.

A afir ma ção de que "a cria çãoda An taq foi de fen di da por em pre -sas, tra ba lha do res e co mis sões quein te gram o se tor" me re ce uma res -sal va. Foi de fen di da, sim, des de queex cluís se os por tos e res trin gis se seufoco ao trans por te aqua viá rio.

Wi len Man te liPre si den te da ABTP

CON GRA TU LA ÇÕESPa ra béns à equi pe de or ga ni za -

do res e co la bo ra do res. Vo tos de con -tí nuo êxi to em suas ati vi da des.

An to nio Sa lim Cu ria tiDe pu ta do es ta dual (PP-SP)

LO GÍS TI CAPa ra be ni zo a Re vis ta CNT. Sou

téc ni co em lo gís ti ca for ma do pelaEs co la Téc ni ca Es ta dual Ben to Qui -ri no, de Cam pi nas (SP), e a re vis tavem con tri buin do mui to para o meude sem pe nho pro fis sio nal, pois são

pou cas as pu bli ca ções e re por ta gensde jor nais que di vul gam o que ocor- re na área de trans por te.

Mar ce lo Cas ti lhos de Oli vei raHor to lân dia (SP)

RE VOL TAA As so cia ção Bra si lei ra dos Ca -

mi nho nei ros (ABA CAM) não po de -ria fi car ca la da com o que vem acon -te cen do no país, pre ju di can do ca-da vez mais o trans por te ro do viá riode car gas. Em 2002, o go ver no fe -de ral ar re ca dou com a Cide (Con -tri bui ção so bre In ter ven ção no Do -mí nio Eco nô mi co) mais de R$ 7 bi -lhões, po rém esse re cur so foi uti li -za do para ge rar su pe rá vit nas con -tas da União. As ro do vias fe de raiscon ti nuam em pés si mas con di ções,con cor ren do tal si tua ção para o au -men to dos ín di ces de mor tos poraci den tes nas es tra das e do rou bode car gas e ca mi nhões.

A pre sen te si tua ção é in sus ten -tá vel, me re cen do de nos sa par te to- tal re pul sa. Há que se to mar ati tu -des, que ve nham a de mons trar nos -sa in dig na ção no tra ta men to dis pen- sa do pelo go ver no para com os ca -mi nho nei ros au tô no mos e o trans -por te ro do viá rio em ge ral.

José da Fon se ca Lo pesPre si den te da AB CAM

CAR TAS PARA ESTA SE ÇÃO

Rua Mon tei ro Lo ba to, 123, Sala 101, Ouro Pre toBelo Ho ri zon te, Mi nas Ge raisCep: 31310-530Fax: (31) 3498-3694E-mail: re vis tacn t@re vis tacnt.com.br

As car tas de vem con ter nome com ple to, en de re ço ete le fo ne. Por mo ti vo de es pa ço, as men sa gens se -rão se le cio na das e po de rão so frer cor tes

HOMENAGEM

A Revista CNT recebeu homenagem, no último dia27, do Sindicato da União Brasileira dos Caminho-neiros (SUBC) em Guanhães (MG), como parte das co-memorações do Dia do Motorista. No evento, foramdescerradas dez placas, entre elas a oferecida à Re-vista. A festa lembrou de nomes de tropeiros, mu-ladeiros e motoristas pioneiros no transporte de cargasno Brasil, que ficarão afixados permanentemente narodoviária da cidade. A homenagem teve o objetivo dereconhecer o trabalho da imprensa e dos trabalha-dores que caminhavam a pé durante dias, na épocada interiorização de Minas Gerais, carregando em lom-bos de burros a história do Estado.

“Há que se to mar ati tu des,que ve nham a de mons trar

nos sa in dig na çãono tra ta men to dis pensa do pelo go ver no para com os ca mi nho nei rosau tô no mos e o trans por te ro do viá rio em ge ral.”

José da Fon se ca Lo pesPre si den te da AB CAM

DO LEITORre vis tacn t@re vis tacnt.com.br

Page 9: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

ESPECIAL

MOTOS

LIBERDADEHARLEY-DAVIDSON FAZ 100 ANOS E CONTINUA A SEDUZIR GERAÇÕES

POR WAGNER SEIXAS

ASASDA

"Get your motor runnin'Head out on the highwayLookin' for adventureAnd whatever comes our way"(Sinta o motor roncando E siga direto pra estradaEm busca de alguma aventuraE o que mais pintar na parada)

Trecho de "Born to Be Wild"

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10 CNTREVISTA AGOSTO 2003

0s ami gos Wil liam S. Har ley e Ar -thur Da vid son jamais imaginari-am que, ao criar uma moto lápelo re mo tís si mo ano de 1903,100 anos de pois aque le es bo ço

en ge nho so se tor na ria o maior íco ne de re -bel dia, aven tu ra e li ber da de. Quan do nas -ceu a Si lent Gray Fel low, a pri mei ra Har ley-Da vid son, o mito atra ves sou ge ra ções e re -sis tiu a dis túr bios eco nô mi cos, agi ta çõesideo ló gi cas e até al te ra ções de com -por ta -men to e cul tu ra no mun do. A má qui na e seuem ble ma (as asas aber tas de uma águia) ali -nham-se às mar cas mais lem bra das peloho mem, como Coca-Cola, Vols kwa gen ePelé, se gun do pes qui sa da ONU.

A “Rai nha das Es tra das”, al cu nha queseus afi cio na dos pro cla mam com de fe rên ciaqua se mes siâ ni ca, re ce be tra ta men to de pa -tri mô nio nor te-ame ri ca no, as sim como o is -quei ro Zip po, a pis to la Colt, o ri fle Win ches -ter, os aviões DC-3 e até o mars hmal low. En -fim, a Har ley-Da vid son dei xou de ser um me-ro meio de trans por te para se tor nar uma in -síg nia da ou sa dia, nem que para ado tar essesím bo lo seja ne ces sá rio de sem bol sar pelome nos R$ 55 mil, pre ço mé dio do mo de lomais ba ra to ven di do no Bra sil, onde, anual -men te, 400 uni da des são co mer cia li za das.As asas da águia da HD aco lhem per so na -

li da des múl ti plas que vão de um anár qui comem bro dos Hell's An gels a uma es tre la holly-

1903

Num barracão no quintal da família em Milwaukee, os irmãos Davidson (William, Walter e Arthur) e William S. Harley construíram a sua primeira moto.

1907

As instalações da fábrica são duplicadas e as obras vão até 1914. A HD dá sinais de evolução técnica e econômica.

1920

A HD torna-se o maiorfabricante de motos domundo. Surgem os revolucionários modelosElectric e Sport Model. Os motores V-Twinssemelhantes aos atuaissó apareceram em 1922

PARA VENCER PANCHO VILA EMPLENO TERRITÓRIOMEXICANO, EM 1926, O EXÉRCITO NORTE-

AMERICANO USOU UMA HARLEY-DAVIDSON, PILOTADAPELO COMANDANTE

BLACK JACK

Page 11: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

AGOSTO 2003 CNTREVISTA 11

ele po de ria ser ins cri to hoje no se le to agru pa -men to de pro prie tá rios da mo to ci cle ta, de no -mi na do HOG (Har ley Ow ners Group), as so -cia ção fun da da em 1983 e que con ta com750 mil mem bros, es pa lha dos por mais de100 paí ses. E pen sar que no pri mei ro en con -tro com pa re ce ram ape nas 28 pes soas, to dasem bria ga das. Hoje exis tem mais de 100HOGs es pa lha das pe los con ti nen tes. “É umaONU dos mo to quei ros. É o maior gru po dedo nos de mo tos de uma úni ca mar ca”, com -pa ra o en ge nhei ro goia no Fer nan do Aguiar,or gu lho so pro prie tá rio de uma Fat Boy de1990, ava lia da em R$ 85 mil, e que se jun -tou a ou tros bra si lei ros para co me mo rar emMil wau kee o cen te ná rio da mar ca.No Bra sil, es ti ma-se em 4.500 o nú me ro

de fi lia dos, di vi di dos em pelo me nos 300

woo dia na, pas san do por um exe cu ti vo deuma mega-em pre sa para al can çar até o ex-di ta dor so vié ti co Jo seph Sta lin. Ga ran tem al -guns his to ria do res que Sta lin ado ra va pi lo taruma Ele tric dos anos 30, às es con di das dosolha res cen su ra do res dos seus com pa nhei -ros co mu nis tas. Ras ga va tri lhas nos cam posge la dos de Ti be li se, nos con fins da Ucrâ nia,ou nos ar re do res de Mos cou. A re ga lia se gre -da da se deve a uma con tra di ção fi lo só fi ca:como ex pli car que um dos em ble mas do ca -pi ta lis mo fos se ido la tra do por um fiel se gui -dor de Lê nin? Se ria uma cha ga na teo ria deKarl Marx. Po rém, pelo fas cí nio de pi lo taruma Har ley-Da vid son, o di ta dor cor reu ris cosdia lé ti cos. As sim como Che Gue va ra, ou troemé ri to e exi bi do adep to da len dá ria moto.Se for ver da dei ro o boa to do Sta lin “harlys ta”,

HISTÓRIADesde a sua criação(acima), a HD não paroude conquistar geraçõesde jovens (ao lado)

1929

Surge a famosaPeashooter, uma pérola disputada até hoje pelos colecionadores

1930/40

O governo norte-americano auxilia a Harley-Davidson durante a GrandeDepressão ao encomendar motos militares

1965

As "Duo-Glide"viram Electra Glide e ganham famamundial. A HDdeixa de ser empresa familiar ecoloca suas açõesno mercado

Page 12: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

12 CNTREVISTA AGOSTO 2003

moto-clu bes. Para se as so ciar, o “harlys ta”paga uma anui da de de US$ 40 e é in for ma -do pela em pre sa so bre tudo o que ocor re nouni ver so da Har ley-Da vid son. Os HOGs bra -si lei ros es tão sem pre pro mo ven do en con trosem vá rios pon tos do país e até no ex te rior.Re cen te men te, eles se jun ta ram em Ti ra den -tes (MG) para co me mo rar os 100 anos daHar ley-Da vid son.En fi lei ra dos nes ses clãs de en tu sias tas es -

tão ce le bri da des como o par ru do Ar noldSchwar ze neg ger, cujo en can ta men to sur giudu ran te as fil ma gens de “O Ex ter mi na dor doFu tu ro”, as can to ras Cher e Bar ba ra Strei -sand, Eric Can to na, Kea nu Ree ves, Mic keyRour ke, Mi chael Schu ma cher, en tre mui tosou tros. O pen ta cam peão mun dial de F-1, porexem plo, ga nhou um mo de lo es pe cial men tede se nha do para ele, o MS-1. A moto leva over me lho de Ma ra nel lo, chas si com fi bra decar bo no, traz um pos san te mo tor de 1.600ci lin dra das com 100 CV que em pur ra a má -qui na para uma ve lo ci da de má xi ma de 250km/h. A pro du ção da Bike Farm é li mi ta dís -si ma e re quer o de sem bol so de R$ 300 mil.

Ba ru lho hip no ti za dor

Não há uma ex pli ca ção mer ca do ló gi capara o ex traor di ná rio fas cí nio pe las HD. Dopon to de vis ta téc ni co, elas per dem para osmo de los ja po ne ses e ita lia nos. “Atual men te,a ve lo ci da de não é o for te da Har ley-Da vid -son, mas o seu de se nho e o ba ru lho do seumo tor hip no ti zam os aman tes de mo tos”,acla ra o mé di co Ge ni val Ben geer, dono deuma po de ro sa Elec tra Gui de, de 1.340 ci lin -dra das. Para a psi có lo ga Ana De ni se Em mer -ma cher, o en can ta men to tal vez se ex pli quepela as so cia ção com a li ber da de e re bel dia.“Mes mo os mais si su dos en ten dem que a mo-to pode pro por cio nar es ses sen ti mentos. Elaé o ve tor das sen sa ções. E a Har ley-Da vid son

Page 13: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003
Page 14: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

14 CNTREVISTA AGOSTO 2003

Em bo ra o gla mour das HD es ti ves secon so li da do em todo o mun do, aem pre sa en fren tou uma cri se que

qua se a le vou à ban car ro ta. No fi nal da dé -ca da de 1970, co me çou a en fren tar a con -cor rên cia das motos ja po ne sas, com pro va -da men te mais ve lo zes, efi cien tes e ba ra tas.

Em 1982, os boa tos no mer ca do eramdo imi nen te fe cha men to da fá bri ca, en -quan to Hon da, Su zu ki, Ka wa sa ki e Ya ma -ha avan ça vam. Se ria o fim do mito? A gran -de im pren sa ame ri ca na abra çou umacam pa nha de sal va ção, afi nal, a Har ley-Da vid son era um "mo nu men to" na cio nal eas sim de ve ria ser tra ta do pelo go ver no. AHD en tão ape lou para o sen ti men to pa trió -ti co e fez uma pe ti ção ao In ter na tio nal Tra -de Com mis sion (ITC), or ga nis mo do go ver -no fe de ral, ale gan do que as bai xas ta ri fasde im por ta ção das mo tos ja po ne sas tor na -vam in viá vel a con cor rên cia. Sem uma in -ter ven ção di fi cil men te re sis ti ria.

A ca ne ta do en tão pre si den te Ro naldRea gan foi o re mé dio sal va dor. Em 1983,ele re co men dou ao ITC a im po si ção de ta -ri fas mais du ras para a en tra da de to dasas mo tos ja po ne sas aci ma de 700cc. Essaso bre ta xa vi go rou por cin co anos, tem posu fi cien te para a HD se rees tru tu rar.

Pas sa do o su fo co, a em pre sa apre sen -ta ín di ces po si ti vos. Ano pas sa do, a Har -ley-Da vid son ba teu re cor des de ven das elu cros, com uma pro du ção su pe rior a 234mil uni da des e re sul ta dos lí qui dos de US$437,74 mi lhões. Co me mo ra seus 100anos com uma saú de fi nan cei ra si mi lar àpo tên cia de seus mo to res.

INVASÃO JAPONESAAMEAÇOU O MITO

1969

O filme "Easy Rider" leva o modelo "Chooper" para o cinema

1969/80

A companhia vira AMF Harley-Davidson e passa a produção de"V-Twins" de 15 mil por ano para 50 mil, em 10 anos

Page 15: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

AGOSTO 2003 CNTREVISTA 15

DESEJOA moto é objeto deadoração dos proprietários e desimples observadores

fez his tó ria no ci ne ma e na li te ra tu ra comoprin ci pal ele men to des sas ma ni fes ta ções.” A fama co me çou a ter con tor nos na dé -

ca da de 30, quan do a fá bri ca lan çou o mo -de lo tan que-gota ador na do com de cal quesda mar -ca. Era um cer to atre vi men to es té -ti co para a cin zen ta épo ca, mas con quis -tou o pú bli co jo vem. O mo de lo “cus tom” var reu as es tra das

nor te-ame ri ca nas cos ta a cos ta, num pe -río do de re ces são eco nô mi ca, quan do osmo to ci clis tas bus ca vam aven tu ra e em pre -go. Um exem plo ci ne ma to grá fi co des secon tur ba do pe río do é dado por Mar lonBran do, em “O Sel va gem”. Em bo ra pi lo tas -se uma Triumph, quem fi cou com a re pu -ta ção de veí cu lo da re bel dia e ade qua do a“trans via dos” foi a Har ley-Da vid son. Ape sar da cor re la ção apa ren te men te ne -

ga ti va, nada afe tou o de sem pe nho co mer cial

da em pre sa. Pelo con trá rio, essa fa ce ta mar -gi nal fez ala van car ven das e al çou a com pa -nhia ao topo mun dial na fa bri ca ção de mo -tos. Para con tra ba lan çar a peja, a HD ven deumi lha res de mo de los para o Exér ci to nor te-ame ri ca no e ser viu aos “chips” ro do viá riosdas po lí cias de vá rios Es ta dos nos EUA.A fe bre até hoje in cu rá vel do rock'n'roll

veio re for çar a len da. Em 1956, El vis Pres leysur ge fre né ti co e pres ta sua con tri bui ção àfama res tri ti va da Har ley-Da vid son, exi bin doseu mo de lo fa vo ri to, uma KH to tal men te equi- pa da. Fo tos e fil mes do ro quei ro “harlys ta”bas ta ram para a em pre sa de so var no mer ca -do seu mo de lo mais cé le bre, o XL Sports ter,con si de ra do o pre cur sor das su per bi kes. Àque la al tu ra, a mar ca se in ter na cio na li za -

va e o mito to ma va pro por ções ini ma gi ná veispe los cria do res. Foi um pe río do fér til. Alémdo lan ça men to de ex ce len tes má qui nas, a

1977

A Motovi se instala em Manaus para montar e fabricar osmodelos SX 125, de 123cc, e V-Twin, de 1.028cc

1981/82

A companhia enfrentaproblemas com o sucesso das motosjaponesas no mercadoamericano. O presidenteReagan taxa as importações de motos e salva a HD da falência

1983

O HOG (HarleyOwners Group) é fundado com 30 mil membros

PARA PARTICIPAR DA PARADA DOS 100 ANOS DA HD, EM MILWAUKEE,

CADA PARTICIPANTEPAGOU US$ 12,50.ESTIMA-SE QUE 250

MIL PESSOAS PARTICIPARIAM DO EVENTO

Page 16: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

HD an ga ria va enor me pres tí gio com as vi tó -rias de seus pi lo tos em cam peo na tos nor te-ame ri ca nos e mun diais da ca te go ria mo to ci -cle tas, como Wal ter Vil la, Corky Kee ner, Ran-dy Goss e o in crí vel Jay Springs teen, que ga -nhou os cam peo na tos de 1976 a 1978. Emcima das mo tos, es ses he róis que bra ram vá -rios re cor des de ve lo ci da de.Ape sar da ex ten sa fil mo gra fia que fo ca li za

as HD, nada é mais mar can te do que as co -bi ça das mo tos de Cap tain Ame ri ca e BillyBike, no mes dos per so na gens de Pe ter Fon -da e Den nis Hop per, no road-mo vie “Easy Ri -der” (no Bra sil, “Sem Des ti no”). Ape sar do fi -nal trá gi co, a pe lí cu la cen tra da nas “har leys”que cor tam a rota 66 in duz qual quer espec-tador a um sen ti men to ple no de li ber da de.

IDOLATRIA GERA US$ 600 MILHÕES POR ANO

Omito Harley-Davidson foi estrate-gicamente explorado pelos execu-tivos da empresa, principalmente

a partir de 1983, quando ele enfrentavaos gigantes japoneses. A operação deutão certo que se tornou um "case" dequalquer marqueteiro. O mote estratégi-co consistia no seguinte: ser proprietáriode uma HD – não importa o ano ou mo-delo – significa estilo. Mais de 3.000itens, entre bottoms, bandanas, vestuá-rios, equipamentos, relógios e quinqui-lharias levam a marca HD, reforçando ocaixa da empresa em mais de US$ 600milhões por ano.

O centenário intensificou essa idola-tria. Afinal, “harlystas” de todo o mundo,reunidos em seus HOGs, prometeminvadir o “Rodney C. Gott Harley-David-son Museum”, criado em junho de 1977,

em York, na Pensilvânia, e, especial-mente, em Milwaukee, o berço da lenda.Ambos os locais são tratados como san-tuários, onde se pode reverenciar, entreoutras raridades, as três primeiras moto-cicletas produzidas pela companhia. Omuseu de York tem no seu acervo umexemplar de cada modelo lançado pelaHD. Somente para os 100 anos são es-peradas 500 mil visitas. Cada modelo demoto a ser lançado este ano terá um me-dalhão comemorativo inserido no cárterdo motor, o que deverá gerar uma corri-da aos produtos.

Para sustentar esse culto, a compa-nhia adota uma política “close to the cus-tomer”(próxima ao cliente) e arrojadaferramenta de marketing, através das or-ganizações dos chamados “cross-coun-try ride”. Os eventos reúnem motociclis-

tas numa tresloucada aventura pelasestradas norte-americanas. Em 1985,centenas de motoqueiros participaramdo “Ride for Liberty”, cortando o paíspelas rotas norte e sul, até o encontrodos grupos em Nova Jersey, em frente àEstátua da Liberdade. Na ocasião, aempresa aproveitou o foco da mídia paralançar o modelo Liberty Edition, com pro-dução limitada a 1.750 unidades.

Para comemorar o centenário, aHarley-Davidson escolheu Daytonapara o ponto de partida. Desde 1936,acontece anualmente nessa cidade a"Bike Week", que envolve milhares demodelos da marca.

No Brasil, o principal evento paraco-memorar os 100 anos será o encon-tro de Foz do Iguaçu, entre os dias 24e 29 de setembro.

1989

É lançada a "Fat Boy", talvez o modelo mais popular da HD

2001

Pela primeira vez nahistória da marca élançado um motor comrefrigeração a água, marco na história dacompanhia. A HD produzmais de 234 mil motos

2003

ANO DO CENTENÁRIO

Page 17: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

BELEZA Até quem não anda de moto se deixa seduriz por uma Harley

AGOSTO 2003 CNTREVISTA 17

Tal vez a cena de efei to mais re pre sen ta ti voseja Jack Ni chol son, na ga ru pa de Fon da, deter no, gra va ta e um ca pa ce te de fu te bol ame -ri ca no, es ti can do e ba ten do os bra ços comose fos sem asas de uma águia. E a mú si ca-tema, “Born to be wild”, da

ban da Step pen wolf, é ade qua da à pro pos tafi lo só fi ca dos ro tei ris tas Fon da, Hop per e Ter-ry Sou thern. Num dos ver sos, a le tra tor na-seum hino dos “harlys tas”: “Like a true na tu re'schild / We were born, born to be wild” (Comoum ver da dei ro fi lho da na tu re za / Nós nas ce -mos, nas ce mos para ser re bel des).No Bra sil, a Har ley-Da vid son tam bém foi

es tre la. Quem, en tre os que já che ga ram aos40 anos, não se lem bra de Car los e seu pas -tor ale mão Lobo, da sé rie “Vi gi lan te Ro do viá -rio”, cam peã de au diên cia na TV na dé ca dade 60. A bor do de seu Sim ca-Cham bord oucom sua Har ley, Car los en fren ta va to dos os ti -pos de cri mi no sos para man ter a lei nas ro -do vias de São Pau lo. Na épo ca, o so nho dequal quer crian ça era ser pa tru lhei ro e es tarem cima de uma má qui na se me lhan te à dohe rói Car los, vi vi do pelo ator Car los Mi ran da.

Nô ma des

Ape sar de “Easy Ri der” ter con tri buí do pa-ra acen tuar a ima gem "mar gi nal" dos con du -to res da moto, uma re cen te pes qui sa so breos pro prie tá rios Har ley-Da vid son exi be um la-do di fe ren te des sa fama. Nada de bru ta mon -tes sel va gens, vio len tos, de so cu pa dos, dro -ga dos ou bê ba dos. O com pra dor mé dio é dosexo mas cu li no, tem en tre 35 e 43 anos, éca sa do e pos sui um ren di men to ele va do. Há,po rém, um dado que “de mo cra ti za” os “har-lys tas”: os nú me ros apon tam que há tan tospós-gra dua dos como pes soas com o en si nose cun dá rio e de bai xos sa lá rios ou que se -jam, sim ples men te, “mo tards”, nô ma des quevi vem em cima de uma Har ley-Da vid son, li -te ral men te sem des ti no. l

MITONesses 100 anos, a marca se transformou emsímbolo norte-americano

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Page 19: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

AGOSTO 2003 CNTREVISTA 19

de in ves ti men to. As con se qüên cias são a to -tal in ca pa ci da de de acom pa nhar a de man dapor qua li da de, o su ca tea men to da in fra-es -tru tu ra e dos equi pa men tos ro dan tes, a ele -va ção dos cus tos ope ra cio nais e, em úl ti maaná li se, a fal ta de con fian ça dos con tra tan tesdos ser vi ços, o que leva à re du ção da ofer taà que da no pre ço dos fre tes.Hoje, exis tem pelo me nos três li nhas pú bli cas

de fi nan cia men to para o se tor de trans por tes. Fi -na me, BNDES Au to má ti co e Fi nem, to das peloBan co Na cio nal de De sen vol vi men to Eco nô mi coe So cial (BNDES) e com ob je ti vo de fi nan ciar veí -cu los e ou tros equi pa men tos ro dan tes.Na ava lia ção do eco no mis ta e con sul tor em

trans por tes He bert Dru mond Frank, não há fal ta

R es pon sá vel por 4,4% do Pro du toIn ter no Bru to (PIB), o trans por tede car gas tem sido pu ni do, nos úl -ti mos anos, pe las con se qüên cias

ne fas tas da au sên cia de po lí ti cas pú bli cas dein ves ti men to e ma nu ten ção em in fra-es tru tu -ra. Fato é que o se tor se en con tra hoje à bei -ra do co lap so. Em pre sas e trans por ta do resau tô no mos pre ci sam atuar como equi li bris -tas na cor da bam ba dos cres cen tes dé bi tosfis cais, da bai xa pro du ti vi da de e, prin ci pal -men te, da fal ta de fi nan cia men tos em con di -ções exe qüí veis para a ca te go ria.E a di fi cul da de de aces so ao cré di to tem

jo ga do o se tor em um beco sem saí da. Semfi nan cia men to, fica su pri mi da a ca pa ci da de

MUITO ALÉMDOBOLSOEDOHORIZONTE

LINHAS DE CRÉDITO SE AFASTAM DOTRANSPORTADOR AO EXIGIR GARANTIAS

E COBRAR JUROS IMPRATICÁVEIS

FINANCIAMENTO

INFRA-ESTRUTURA

POR RODRIGO RIEVERS

PAULO FONSECA

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20 CNTREVISTA AGOSTO 2003

de re cur sos para fi nan ciar o se tor de trans por teno país. Mas as ga ran tias exi gi das dos to ma do -res en tra vam o pro ces so de ob ten ção de cré di -to. “O cré di to para o se tor de trans por te no paísé como a li nha do ho ri zon te: todo mun do sabeque exis te, mas nin guém a al can ça”, as si na la.Se gun do Frank, uma das ques tões a ser equa -cio na da é o fato de o BNDES não em pres tar o di -nhei ro di re ta men te. O ór gão re pas sa os re cur sospara ins ti tui ções fi nan cei ras que ope ram nomer ca do e que são as res pon sá veis por di re cio -nar o cré di to ao se tor de trans por tes.“Os ban cos não que rem cor rer ris co, por isso

fa zem exi gên cias e ain da em pur ram uma sé riede pen du ri ca lhos, como a obri ga to rie da de de osto ma do res do em prés ti mo fa ze rem o se gu ro dosveí cu los fi nan cia dos no pró prio ban co. Além dis -so, há a ques tão da cer ti dão ne ga ti va de dé bi tosfis cais. Isso é um ou tro fa tor de im pe di men to,pois são ra ras as em pre sas do se tor de trans por -tes que não te nham al gum dé bi to des sa na tu re -za”, afir ma Frank.O eco no mis ta res sal ta que, mes mo que fos -

sem su pri mi dos os tais pen du ri ca lhos, é pre ci sore ver as con di ções de fi nan cia men to. O Fi na me,li nha de fi nan cia men to mais pro cu ra da pelo se -tor de trans por te, tem cus to alto, ain da que opro gra ma seja di re cio na do para a pe que na emé dia em pre sa. Hoje, é co bra do do to ma dor aTaxa de Ju ros de Lon go Pra zo (TJLP), de 12%ao ano, acres ci da do spread do BNDES, que va -ria de 1% a 4,5% con for me o tipo de fi nan cia -men to e o por te da em pre sa, mais o spread dains ti tui ção fi nan cei ra, que na mé dia pra ti ca dapelo mer ca do vai de 4% a 6%. “Se, na me lhordas hi pó te ses, o spread do BNDES for de 1% eo spread do agen te de 4%, te re mos um juro de17% ao ano, que é im pra ti cá vel para o se tor detrans por te”, ava lia Frank.

Aces so di fi cul ta doOpi nião que tam bém é com par ti lha da pelo

pre si den te da As so cia ção Bra si lei ra dos Trans -

“O CRÉDITO PARA O SETOR DE TRANSPORTE NO PAÍS É COMO A LINHA DO HORIZONTE”

SUCATEAMENTO É ESSENCIAL

U m dos seg men tos do trans por te decar ga mais atin gi do pela fal ta deaces so ao cré di to é o dos ca mi nho-

nei ros au tô no mos, ca te go ria que reú ne,hoje, 450 mil mo to ris tas. Sem con di çõespara ad qui rir veí cu los no vos, pois ju ros e ga -ran tias fun cio nam como im pe di ti vos, elestra fe gam pe las pre cá rias ro do vias bra si lei rascom veí cu los em es ta do de con ser va çãoigual men te pre cá rio.

Uma das saí das es tu da das pelo go ver nofe de ral para fa ci li tar o fi nan cia men to decami-nhões para au tô no mos é o pro gra maMo der car ga. A pro pos ta é fi nan ciar com ju -ros sub si dia dos a com pra de ca mi nhões no -vos em 70% de um teto má xi mo de R$ 100

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AGOSTO 2003 CNTREVISTA 21

por ta do res de Car ga (ABTC) e da Fe de ra ção dasEm pre sas de Trans por ta do res de Car gas do Nor -des te (Fe tra can), New ton Gib son. Se gun do o di -ri gen te, as li nhas de cré di to exis ten tes no mer ca -do apre sen tam con di ções ine xe qüí veis por doismo ti vos bá si cos: ju ros e ga ran tias exi gi das do to -ma dor do em prés ti mo.Gib son taxa de “ab sur das” as ga ran tias exi gi -

das pe los agen tes fi nan cei ros. “Além de es tarem dia com to das as obri ga ções tri bu tá rias, fis -cais, pre vi den ciá rias, os ban cos ain da exi gemcomo ga ran tia imó veis, aber tu ra de con ta noban co e se gu ro do veí cu lo fi nan cia do que pre ci -sa ser fei to tam bém no ban co”, apon ta. Nãobas tas se tudo isso, Gib son diz que o spread doagen te fi nan cei ro é alto.Se gun do o pre si den te da ABTC, o cus to do fi -

nan cia men to po de ria ser me nor caso o BNDES

FOMENTO BNDES é o centralizador dasverbas para financiamento de transporte

mil, com par te dos re cur sos dos Fun do deAm pa ro ao Tra ba lha dor (FAT). O vo lu me pre -vis to é de R$ 2,5 bi lhões para duas mo da li -da des de fi nan cia men to. Na pri mei ra, comtaxa va riá vel, a base do juro co bra do é aTJLP mais 5,36% ao ano. Na se gun da, compres ta ções fi xas, de 20% ao ano. Am bos ad -mi nis tra dos pelo Ban co do Bra sil, Cai xa Eco -nô mi ca Fe de ral e BNDES.

Se gun do a as ses so ria do Mi nis té rio do De -sen vol vi men to In dús tria e Co mér cio, o pro gra -ma é “a me ni na dos olhos do mi nis tro LuizFer nan do Fur lan e do pre si den te Luiz Iná cioLula da Sil va” e, por isso, deve ser lan ça doapós a in dús tria au to mo bi lís ti ca e as cen traissin di cais che ga rem a um acor do so bre ga ran -tias tra ba lhis tas. Os sin di ca tos que rem igual -

da de de con di ções para os fun cio ná rios de to -das as fá bri cas do seg men to, como jor na dase ma nal de 40 ho ras e piso sa la rial uni fi ca do -as mon ta do ras não acei tam es sas con di ções.

“Os sin di ca tos que rem pu xar o pei xe parao lado de les, as mon ta do ras que rem to dos osbe ne fí cios e o go ver no, os lou ros de ter lan ça -do um pro gra ma des se por te. Só que nin guémper gun tou aos ca mi nho nei ros o que elesacham”, diz o pre si den te da As so cia ção dosCa mi nho nei ros Trans por ta do res de Car gas,José da Fon se ca Lo pes.

Para o di ri gen te, a re no va ção de fro ta temque ser acom pa nha da por um pro gra ma desu ca tea men to da fro ta. “Não adian ta fi nan ciarse o veí cu lo usa do não for su ca tea do por queele con ti nua rá ro dan do com ou tra pes soa que,

por sua vez, es ta rá com pe tin do com os ca mi -nho nei ros que ad qui ri ram no vos veí cu los.”

Fon se ca diz ser es sen cial fi xar um pa râ me -tro em que o ca mi nhão mais ve lho pa ga riauma taxa maior de im pos tos. E, a par tir deuma de ter mi na da ida de, esse veí cu lo pre ci sa -ria sair de cir cu la ção. “O go-ver no deve ar carcom o su ca tea men to por que se não esse Mo -der car ga vai tro car seis por meia dú zia.”

O pre si den te da Fe de ra ção das Em pre sasde Trans por te de Car gas de Mi nas Ge rais,Jésu Ig ná cio de Araú jo, con cor da. “Já não hácar ga para trans por tar. Se au men tar mos oex ces so de ofer ta de fre te, o pre ço en tra ráem que da li vre. Qual quer pro gra ma de fi nan -cia men to pre ci sa de um pro gra ma de su ca -tea men to”, ava lia.

BNDES/DIVULGAÇÃO

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22 CNTREVISTA AGOSTO 2003

as su mis se par te do ris co. “O BNDES não temvín cu lo ne nhum com o to ma dor e não tem pre -juí zo. Por isso, o ban co re pas sa dor pro cu ra asme lho res ga ran tias, que na maio ria das ve zessão as pio res para o se tor pro du ti vo e de ser vi -ços. Órgãos de fo men to à eco no mia, como oBNDES, tam bém têm de as su mir o ris co para fa -ci li tar o aces so ao cré di to”, de fen de. “E nãoadian ta to mar em prés ti mo com li nhas dos ban -cos pri va dos, pois os ju ros men sais aca bam sen -do de 3% ao mês e o trans por ta dor nun ca vaiqui tar o ca mi nhão”, acres cen ta.Pre si den te da Trans por ta do ra Con ti nen tal,

com uni da des no Rio de Ja nei ro (RJ) e emVila Ve lha (ES), e pre si den te do Con se lhoEm pre sa rial de Trans por te da As so cia ção Co -mer cial do Rio de Ja nei ro (ACRJ), Tâ nia Dru -mond tam bém bate na te cla das ga ran tiascomo prin ci pais em pe ci lhos ao cré di to. “OFi na me é a li nha mais viá vel para as em pre -sas do se tor já que as de mais são dos ban -cos pri va dos, com ta xas de ju ros que va riamde ins ti tui ção para ins ti tui ção. Mas o prin ci -pal pro ble ma do Fi na me é o re pas se fei to porins ti tui ções fi nan cei ras, que, por sua vez, exi -gem uma sé rie de ga ran tias. Isso aca ba sen -do um com pli ca dor e de ses ti mu la o aces soao cré di to”, afir ma Tâ nia.A di ri gen te exem pli fi ca o pro ble ma com

seu pró prio caso, pois ao uti li zar o pro gra -ma de fi nan cia men to teve que dar comoga ran tias ou tros ca mi nhões e até imó veis.“Quan do fa zia lea sing via Fi na me, os ou trosca mi nhões en tra vam como ga ran tia. À me -di da que li be ra va as par ce las, ia li be ran doos ca mi nhões em pe nha dos. Mas o pro ble -ma é que mui tos em pre sá rios do se tor detrans por te de car gas não têm como dar ga -ran tias des se tipo.”

Pla no es tra té gi coDian te do ce ná rio, Frank pro põe a cria ção de

um fun do de R$ 76,4 bi lhões para o trans por tede car gas. Em um es tu do, o eco no mis ta iden ti fi -

cou seis itens que de vem re ce ber fi nan cia men -to es pe cí fi co como for ma de afas tar o se tor da tê -nue di vi sa que o se pa ra do co lap so. Se gun doele, é pre ci so criar fi nan cia men tos em con di çõesexe cu tá veis para mo der ni zar e re no var a fro ta,mu dar o per fil da dí vi da das em pre sas, mo der ni -zar e in for ma ti zar em pre sas e au tô no mos, im -plan tar ter mi nais mul ti mo dais de car ga, es ti mu -lar a as so cia ção e fu são de em pre sas e, por fim,apoiar fi nan cei ra men te o au tô no mo.“O equa cio na men to des ses as pec tos es tra té -

gi cos de ve rá ser efe ti va do por meio de li nhas de

AS ATUAISCONDIÇÕES DO MERCADO SÃO INEXEQÜÍVEISPELOS JUROSE GARANTIASEXIGIDAS

M i cro e pe que nas em pre sas do se tor detrans por tes, mui tas com atua ção res tri ta aotrans por te de pas sa gei ros ou de pe que nas

car gas den tro do pe rí me tro ur ba no das gran des ci da -des, tam bém en con tram bar rei ras no ca mi nho do tãoso nha do aces so ao cré di to. Além das ga ran tias exi gi -das pe los agen tes fi nan cei ros, há pou cas li nhas di re -cio na das para esse seg men to.

Para mi cro e pe que nas em pre sas, o Fi na me doBNDES, uti li za do por mé dias e gran des em pre sas,tor na-se de di fí cil aces so. O cus to do fi nan cia men to éin com pa tí vel com a ca pa ci da de de en di vi da men to.Se gun do o con sul tor da área de cré di to e ca pi ta li za -ção da uni da de de São Pau lo do Ser vi ço Bra si lei ro deApoio às Mi cro e Pe que nas Em pre sas (Se brae-SP),Ri car do Vi due do, a me lhor op ção de fi nan cia men topara mi cro-em pre sas do se tor de trans por te é a li nhado Pro gra ma de Ge ra ção de Em pre go e Ren da (Pro -ger) do go ver no fe de ral.

"Já hou ve, re cen te men te, mu dan ças no que sere fe re ao en qua dra men to das em pre sas para en tra -rem no Pro ger. An tes, para ob ter fi nan cia men to, ofa tu ra men to não po dia ul tra pas sar R$ 1,2 mi lhão.Ago ra, já pode ter fa tu ra men to de R$ 5 mi lhões paraem prés ti mos de até R$ 100 mil e isso am pliou o cré -di to", afir ma Vi due do. O con sul tor do Se brae res sal -

PROGER ÉSAÍDAPARA P

TÂNIA DRUMONDGarantias dificultamacesso ao crédito

Page 23: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

in dus trial e a ar re ca da ção de im pos tos. “Acon cre ti za ção des se pla no in te res sa aos fa -bri can tes de chas sis, pois re pre sen ta ria ge -ra ção de R$ 61 bi lhões para o seg men toem cin co anos. In te res sa ria aos fa bri can tesde pneus, que po de riam mo vi men tar atéR$ 49 bi lhões. E aos go ver nos tam bém,pois au men ta ria a ar re ca da ção de im pos toscomo IPI, ICMS, en tre ou tros.”Pelo pla no de Frank, o go ver no cria ria um

Fun do de Aval es pe cí fi co para o se tor de trans -por tes, que su pri mi ria par te das exi gên cias fei taspe las ins ti tui ções de cré di to e via bi li za ria o pro -gra ma de in ves ti men tos de R$ 76,4 bi lhões. Osre cur sos se riam apli ca dos ao lon go de cin coanos, pela ini cia ti va pri va da, me dian te em prés ti -mos jun to a en ti da des fi nan cei ras, pú bli cas epri va das e pro ve nien tes de re cur sos pró prios.À mo der ni za ção e re no va ção da fro ta ca be ria

R$ 61,2 bi lhões. A ca rên cia se ria de 12 me ses,com 72 me ses para amor ti za ção. Os ju ros se -riam TJLP mais 1% ao ano. A par ti ci pa ção se riade 100%, del-cre de re de até 2% por meio de se -gu ro, fun do de aval e fi du ciá ria.

fi nan cia men to am pa ra das por ga ran tias ade qua -das e exi gên cias com pa tí veis com o se tor e seuspro mo to res (em pre sas e au tô no mos), for ta le ci -das com re cur sos ori gi ná rios de ins ti tui ções fi -nan cei ras, na cio nais ou in ter na cio nais, pú bli casou pri va das”, de fen de o eco no mis ta.Frank res sal ta ain da que esse pro gra ma

é de in te res se de to dos os em pre sá rios bra -si lei ros, mes mo os que não são trans por ta -do res, e tam bém dos go ver nos fe de ral e es -ta duais, ao ini ciar uma ca deia de mo vi men -tos na eco no mia que ele va ria a pro du ção

ta, no en tan to, que a atual si tua ção do país se tor naum im pe di men to para a to ma da de em prés ti mos,mes mo que em con di ções como as do Pro ger, queuti li za a TJLP como re fe rên cia.

Com re la ção às ga ran tias exi gi das pe los ban cos emal-vis tas pe los trans por ta do res, Vi due do tem ou traaná li se. Se gun do o con sul tor, que pre fe re não en trar nomé ri to da alta car ga tri bu tá ria bra si lei ra, em qual querlu gar do mun do, para se to mar um em prés ti mo go ver -na men tal, é pre ci so es tar em dia com os im pos tos e darbens ma te riais como ga ran tia.

"Não acre di to que o pro ble ma es te ja con cen tra do nades bu ro cra ti za ção das li nhas de cré di to. É pre ci so tam -bém que haja uma mu dan ça de en ten di men to do em -pre sá rio so bre o pro ce di men to de to ma da de re cur sos,pois uma ins ti tui ção fi nan cei ra pre ci sa co nhe cer o to -ma dor", as si na la. "O em pre sá rio pre ci sa sa ber ob tercré di to den tro des sa rea li da de."

Para fa ci li tar o aces so aos em prés ti mos, Vi due -do enu me ra di cas a mi cro e pe que nos em pre sá rios.O pri mei ro pas so é pro cu rar o ban co no qual o em -pre sá rio já tem con ta, man ter sem pre o re la cio na -men to com o ban co na fi gu ra da pes soa ju rí di ca,pro cu rar as li nhas de cré di to fe de rais, que são asque têm ju ros me no res, e ja mais to mar em prés ti -mos para "ta par bu ra cos".

PEQUENAS E MICRO

SEIS ITENS DE VEM RE CE BER FI NAN CIA MEN TOPARA AFAS TAR OSE TOR DA DI VI SAQUE O SE PA RA DO CO LAP SO

Page 24: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

24 CNTREVISTA AGOSTO 2003

MODAIS DEVEM SE RENOVAR

A con cen tra ção do trans por tede car gas nas ro do vias, poronde pas sam 60% dos pro -

du tos es coa dos no país, é o maisevi den te in di ca ti vo da ne ces si da dede de sen vol ver os mo dais fer ro viá rio(21%) e aqua viá rio (12%) como for -ma de equi li brar a ma triz de trans -por te bra si lei ra. Para exe cu tar talação, so men te com fa ci li da de deaces so ao cré di to já que os in ves ti -men tos nes ses se to res de man damso mas sig ni fi ca ti vas de ca pi tal.

Na cons tru ção na val, por exem -plo, o prin ci pal fi nan cia dor é oFun do da Ma ri nha Mer can te(FMM), ad mi nis tra do pelo Mi nis té -rio dos Trans por tes. E re cur sos nãofal tam. O FMM ar re ca da por anoUS$ 300 mi lhões. Não bas tas seisso, man tém em cai xa US$ 1,5 bi -lhão, exem plo con cre to da li nha doho ri zon te de He bert Frank.

Hoje, a li be ra ção dos re cur sospara a cons tru ção na val leva, emmé dia, 25 me ses. É o tem po gas toen tre a aná li se e a li be ra ção de re -cur sos pelo BNDES, que é o ór gãore pas sa dor do di nhei ro do FMM."Es ta mos tra ba lhan do jun to aoBNDES para agi li zar a aná li se dospro je tos e li be rar os re cur sos commaior ra pi dez", in for ma o di re tor doFMM, Sér gio Bac ci.

Se gun do Bac ci, con cluí das asne go cia ções com o ban co, o pra zopara aná li se dos pro je tos e li be ra -

ção dos re cur sos não de ve rá ul tra -pas sar 120 dias. Com re la ção àsga ran tias, que tam bém im pe dem ato ma da dos re cur sos, Bac ci adian -ta que ava lia uma pro pos ta do se -tor em pre sa rial pela qual o FMMas su mi ria até 30% do ris co. "É pos -sí vel, mas não para tudo. Pre ci sa -mos ana li sar uma for ma que sejaboa para os em pre sá rios e para ogo ver no."

Já o se tor fer ro viá rio está, naques tão do fi nan cia men to, numaver da dei ra si nu ca de bico. O mo -de lo bra si lei ro de pri va ti za ção foirea li za do por meio de con ces sões.Isso sig ni fi ca que uma ope ra do ranão é pro prie tá ria do equi pa men to.Na ques tão das ga ran tias para fi -nan cia men tos de ma qui ná rio, tor -na-se um ver da dei ro en tra ve."Como po de mos dar como ga ran -tias bens que não são nos sos, masdo con ces sio ná rio?", ques tio naMau ro Dias, di re tor da As so cia çãoNa cio nal dos Trans por ta do res Fer -ro viá rios (ANTF) e exe cu ti vo daVale do Rio Doce, con tro la do ra daFer ro via Cen tro-Atlân ti ca.

Dias pro põe que o go ver no fe -de ral crie um fun do de aval es pe -cí fi co para o se tor, que po de riare du zir o cus to do in ves ti men to.Ou en tão que as ins ti tui ções fi -nan cei ras pas sem a acei tar comoga ran tia os bens ar ren da dos du -ran te a con ces são.

Para a mu dan ça do per fil da dí vi da se riamdes ti na dos R$ 4,5 bi lhões, com 12 me ses deca rên cia, 18 anos de amor ti za ção sem ju ros,par ti ci pa ção de 100%, sem del-cre de re e ga -ran tias a se rem ne go cia das. Para mo der ni za -ção e in for ma ti za ção se riam mais R$ 400 mi -lhões, em 12 me ses de ca rên cia, amor ti za -ção em 54 me ses, TJLP mais 1% ao ano,del-cre de re de até 2% e ga ran tias como se -gu ro e fi du ciá ria.Para a im plan ta ção de ter mi nais mul ti mo -

dais de car ga es ta riam re ser va dos R$ 600mi lhões. Es tí mu lo e fu são de em pre sas re ce -be riam mais R$ 200 mi lhões. Já o pro gra made Apoio Fi nan cei ro ao Au tô no mo te ria apoiode R$ 9,5 bi lhões, com ca rên cia de 12 me -ses, amor ti za ção em 36 me ses, ju ros de 85%

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AGOSTO 2003 CNTREVISTA 25

da TJLP, par ti ci pa ção de 100%, del-cre de rede até 2% e, como ga ran tia, o fun do de aval.

En di vi da men toA di fi cul da de de ob ter fi nan cia men tos exe -

qüí veis em fun ção do juro e das ga ran tias exi -gi das pe los agen tes fi nan cei ros se tor nou tam -bém um fa tor de res tri ção às em pre sas detrans por te ur ba no de pas sa gei ros. Nos úl ti -mos sete anos, o se tor vi veu uma cri se sempre ce den tes, com que da de 25% na de man -da. O aba ti men to pro vo cou o en di vi da men todas em pre sas que, con se qüen te men te, nãopu de ram in ves tir na re no va ção da fro ta.“O se tor vive um di le ma. O cus to de ope -

ra ção não é re mu ne ra do pela ta ri fa e a ta ri -fa, por sua vez, é cara de mais para o usuá -rio. Isso pode nos le var ao co lap so”, sen -ten cia o pre si den te da As so cia ção Na cio naldas Em pre sas de Trans por tes Ur ba nos(NTU), Otá vio Viei ra da Cu nha Fi lho. E,com o en di vi da men to do se tor, a ob ten çãode li nhas de em prés ti mo jun to ao BNDESse trans for mou em ta re fa im pos sí vel.“As li nhas do BNDES são a me lhor saí -

da. Mas fica pra ti ca men te im pos sí vel con -se guir em prés ti mo, pois 50% das em pre sasdo se tor de trans por te ur ba no de pas sa gei -ros es tão en di vi da das”, diz Cu nha Fi lho. Eletam bém res sal ta que o spread de al gunsban cos que re pas sam li nhas do BNDES éele va do e aca ba por re tar dar o pro ces so.Em al guns ca sos, se gun do o pre si den te daNTU, o spread che ga a 9%. “É com preen sí vel por que a taxa de ris co é

dos agen tes, pois eles são os re pas sa do res dosre cur sos do BNDES e os ga ran ti do res da ope -ra ção. Ao mes mo tem po, ir ao mer ca do nor malpode ser sui cí dio já que as ta xas são ex tor si vas,de 3,5% ao mês. Por isso, a nos sa ex pec ta ti vaé que o go ver no crie li nhas es pe ciais para ôni -bus, já que des de a dé ca da de 70 não há umbom pro gra ma de fi nan cia men to para o se tor”,as si na la Cu nha Fi lho. l

PROGRAMA DEINVESTIMENTOINICIARIAMOVIMENTOSNA ECONOMIAQUE ELEVARIA APRODUÇÃO E AARRECADAÇÃO

DEMORAEstudo para verbasda indústria navalleva 25 meses

J.P. ENGELBRECHT/AJB/ FUTURA PRESS

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GERADOR DE R... MAS QUE ENFRENTA BURACOS E O DESCASO PÚBLICO. RETRATODO SETOR

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AGOSTO 2003 CNTREVISTA 27

O lema de go ver no do ex-pre si den te daRe pú bli ca Was hing ton Luís, que as -su miu o co man do do Bra sil em1926, era “abrir es tra das”. O mo dal

ro do viá rio se con so li dou tan to nos úl ti mos 77anos que hoje mais da me ta de dos qua se 170mi lhões de bra si lei ros uti li zam dia ria men te asvias de as fal to e ter ra para o trans por te de car -gas e pas sa gei ros. As ro do vias mo vi men tamanual men te R$ 80 bi lhões, que re pre sen tamcer ca de 8% de todo o PIB (Pro du to In ter noBru to) do país. A ra dio gra fia da im por tân ciaeco nô mi ca do mo dal ro do viá rio é for ne ci da porpes qui sa rea li za da pelo Cen tro de Es tu dos deLo gís ti ca (CEL) da Uni ver si da de Fe de ral do Riode Ja nei ro. O se tor ro do viá rio de car gas e pas -sa gei ros ain da gera 967 mil em pre gos di re tos,se gun do da dos for ne ci dos pela Pes qui sa Anu-al de Ser vi ços (2001) do IBGE. De acor do com as pes qui sas, a op ção pelo

trans por te atra vés de ro do vias é ex pli ca dapela mo bi li da de e fle xi bi li da de per mi ti das. “Oca mi nhão con se gue fa zer en tre gas em qual -quer lu gar. Em pe que nas e mé dias dis tân cias(cer ca de 500 km), em que se con cen tra amaior par te do trans por te ro do viá rio bra si lei ro,é o ideal”, es cla re ce o pro fes sor Pau lo Fer -nan do Fleury, di re tor do CEL. O ta ma nho dama lha bra si lei ra, que pos sui 1,725 mi lhão dequilômetros de ro do vias, con tri bui para a pre -di le ção pelo trans por te atra vés des se mo dal.A de pen dên cia ain da é com pro va da nas com -pa ra ções com paí ses de di men sões ter ri to riaisse me lhan tes. Se no Bra sil as ro do vias são res -pon sá veis por 60% do es coa men to de toda apro du ção bra si lei ra (prin ci pal men te agrí co la emi ne ral), nos EUA, por exem plo, o esse mo daltem par ti ci pa ção de 26%, na Aus trá lia, 24% ena Chi na ape nas 8%. A gran de im por tân cia do mo dal ro do viá rio

não re fle te uma maior preo cu pa ção do go ver -no. Le van ta men to da CNT em par cei ra com oCEL con cluiu que, en tre 1991 e 1996, a Uniãoin ves tiu dez ve zes me nos do que os EUA na

R$80BI... SETOR RODOVIÁRIO BRASILEIRO POR EDSON CRUZ

CELIVALDO CARNEIRO/O LIBERAL/FUTURA PRESS

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con ser va ção e ma nu ten ção das vias. A di fe -ren ça maior é que os bra si lei ros de pen dempelo me nos cin co ve zes mais das ro do vias doque os nor te-ame ri ca nos. A fal ta de in ves ti -men to cau sou a de gra da ção das ro do vias bra -si lei ras, que têm, se gun do a mes ma pes qui sa,78% de sua ma lha em con di ções pés si ma,ruim ou de fi cien te. “Tal vez nun ca con si ga mosme dir quan to as de fi ciên cias da nos sa in fra-es tru tu ra de trans por tes atra sam o nos so de -sen vol vi men to. Mas que atra sam, atra sam. Emui to”, con cor da o pre si den te da As so cia çãoNa cio nal do Trans por te de Car gas (ANTC), Ge -ral do Aguiar de Bri to Vian na.”Só a me lho ria dotrans por te tor na rá o país com pe ti ti vo no con -tex to in ter na cio nal”, ga ran te o pre si den te daAs so cia ção Bra si lei ra dos Trans por ta do res deCar gas, New ton Gib son.As pés si mas con di ções das es tra das bra si -

lei ras - ape nas 164.213 mil km são pa vi men ta -dos, ou seja, pou co mais de 10% de toda a ma -lha ro do viá ria - têm con tri buí do para en ca re cero trans por te ro do viá rio. A em pre sa Car gill, doMato Gros so, que man tém uma fro ta de 250ca mi nhões, gas ta 200 pneus men sal men te de -vi do ao ex ces so de bu ra cos e má con ser va çãodas ro do vias do Bra sil. O pre juí zo é aci ma deR$ 20 mil anuais só com tro cas de pneus. A si -tua ção se tor na mais drás ti ca se ou tros itens fo -rem le va dos em con ta, como au men to do con -su mo de com bus tí veis, tem po de du ra ção devia gens e re po si ção de pe ças.O exem plo sim pló rio é uma amos tra da ex -

ten são do pre juí zo cau sa do pela má con ser va -ção das vias não-con ces sio na das, que re pre -sen tam cer ca de 94% de toda a ma lha ro do viá -ria bra si lei ra. Sem con tar que to dos es ses fa to -res en ca re cem o fre te, o que vai pro vo car o re -pas se para o cus to dos pro du tos. Ou seja, in -fluen cia a vida de todo ci da dão bra si lei ro.A so lu ção do go ver no po de ria ser re to mar

o pro ces so de pri va ti za ção das ro do vias. Opaís já pri va ti zou 1.478 km de ro do vias fe de -rais e há ou tros 8.893 km que po dem ser

trans fe ri dos ou acor da dos em par ce rias comEs ta dos e em pre sas. O que pro por cio na riapis tas com pa vi men tos im pe cá veis e do ta dasde uma sé rie de re cur sos (mo der nos sis te -mas de mo ni to ra men to ele trô ni co, pai néis demen sa gens, am bu lân cias, guin chos 24h,pas sa re la para pe des tres e te le fo nes deemer gên cia). Uma rea li da de pre sen te emape nas 6,5 % de toda a ma lha ro do viá ria. Opro ble ma é o cus to alto, como o pe dá gio co -bra do nas con ces sões. Na ro do via Nova Du -tra, que liga as duas me ga ló po les São Pau lo eRio de Ja nei ro e por onde tra fe gam 50% doPIB na cio nal, um mo to ris ta de car ro de pas -seio paga em mé dia R$ 3,70 a cada 66 km -e a taxa para ca mi nhões é o tri plo.

Ca deia vi cio saA gran de de man da pe las ro do vias gera ou -

tros pro ble mas de toda es pé cie. A fro ta bra si -lei ra, es ti ma da em 1,8 mi lhão de ca mi nhões,tem pro vo ca do ex ces so de ofer ta e a pro li fe ra -ção dos mo to ris tas au tô no mos. “A ine xis tên -cia de re gu la men ta ção faz com que pra ti ca -men te não exis tam bar rei ras de en tra da no se -

“TALVEZ NUNCACONSIGAMOSMEDIR O QUANTOAS DEFICIÊNCIASATRASAM OPROGRESSO”

PREJUÍZOEstradas ruins provocamatraso e perda decargas perecíveis

MOTOR ECONÔMICORodovias são principalmeio no Brasil demovimentar a produção

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tor. Qual quer ci da dão, que con si ga ha bi li ta çãopara di ri gir ca mi nhões pode ad qui rir um veí -cu lo e pas sar a ser um pres ta dor de ser vi çosau tô no mos”, diz Fleury.E quem opta pelo ser vi ço di fi cil men te

aban do na a pro fis são, seja pela fal ta de opor -tu ni da de em con se guir vol tar ao mer ca do detra ba lho for mal ou de vi do à bai xa es co la ri da -de - es ti ma-se que 76% dos mo to ris tas pos -suam ape nas o pri mei ro grau. O sa lá rio re -ce bi do por um mo to ris ta au tô no mo de trans -por te de car ga pode che gar a R$ 3.000, oque re pre sen ta ou tro for te atra ti vo para o se -tor. “Em pre sas de trans por te e car re tei rostêm sido obri ga dos a ope rar num mer ca dosem re gras, que leva à com pe ti ção sel va geme pre da tó ria. So mos to dos, ao mes mo tem po,agen tes e ví ti mas des se pro ces so au to fá gi -co”, ates ta Ge ral do Vian na.O in cha ço des con tro la do do mer ca do de

mo to ris tas au tô no mos é o pon to de par ti da paraini ciar uma ca deia vi cio sa. O ex ces so de pro cu -ra re duz a ofer ta de fre tes. Para con se guir tra -ba lho, os mo to ris tas do bram o ho rá rio de tra ba -lho, o que gera con se qüên cias gra ves. “Comtan to ape lo, a re no va ção da fro ta fica cada vezmais com pro me ti da. Nes sas con di ções, comfre tes ba ra tos, as em pre sas pre fe rem a con tra -ta ção de mo to ris tas au tô no mos a man ter umafro ta pró pria”, diz Fleury.A ten dên cia a uti li zar ser vi ços de ter cei ros

é tão gran de que cer ca de 83% das 500maio res em pre sas pri va das no Bra sil nãopos suem fro ta pró pria. As ou tras 17% ten -dem a com bi nar a fro ta pró pria com a de ter -cei ros para ba ra tear o cur so de trans por te. Avida útil de um veí cu lo que de ve ria ser de, nomá xi mo, dez anos, pas sa a ser de 18. Ouseja, os veí cu los se tor nam mais ve lhos. Es tra das ruins, si na li za ção fa lha, veí cu los

ve lhos, ex ces so de car ga, au men to da ve lo ci -da de e o tra ba lho ex ces si vo for mam umabom ba de efei to de vas ta dor. Pro vo cam aci -den tes. Es tu do do Pro gra ma de Re du ção de

ALBARI ROSA/GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

ANTONIO COSTA/GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

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Aci den tes nas Es tra das (Pare), do Mi nis té riodos Trans por tes, in di ca que mor rem, so men tenas es tra das pa vi men ta das, cer ca de 34 milbra si lei ros anual men te.As es ta tís ti cas do mes mo pro gra ma in di -

cam que os aci den tes de trân si to no Bra silsão o se gun do maior pro ble ma de saú de pú -bli ca no país e só per dem para a des nu tri -ção. Pro va maior é que 62 % dos lei tos detrau ma to lo gia dos hos pi tais são ocu pa dospor aci den ta dos no trân si to. De acor do como Mi nis té rio da Saú de, R$ 2 mi lhões fo ramdes ti na dos a ví ti mas de aci den tes de trân si -to no ano pas sa do, 570% a mais do que foiapli ca do no pro je to de ge ra ção de em pre goe ren da e de al fa be ti za ção nas ci da des deGua ri ba e Acauã, no Piauí, como par te doFome Zero - se gun do ba lan ço pro du zi dopelo Mi nis té rio de Se gu ran ça Ali men tar emju nho, a ver ba do pro gra ma foi de R$ 350mil. Ain da no Fome Zero, os R$ 2 mi lhões

re pre sen tam 69% das doa ções ao Fun do deCom ba te e Er ra di ca ção à Po bre za.E mais. As mor tes por qui lô me tro em es tra -

das bra si lei ras es tão 70 ve zes su pe rio res àsapre sen ta das em paí ses de sen vol vi dos. Se gun -do um es tu do re cen te do Ins ti tu to de Pes qui sasEco nô mi cas (Ipead), os aci den tes afas tamanual men te mais de 1,052 mi lhão de pes soasen vol vi das, di re ta ou in di re ta men te, nas ocor rên -cias. São 16,8 mi lhões de dias de tra ba lhos des -per di ça dos por cau sa dos aci den tes. O es tu docon ta bi li zou ape nas os aci den tes ocor ri dos emvias ur ba nas. Os nú me ros se mul ti pli ca riam empro por ção as tro nô mi ca se fos sem con ta dos osaci den tes nas es bu ra ca das ro do vias do Bra sil.

Po lui çãoA com bi na ção es tra das ruins e veí cu los ve -

lhos am plia o pro ble ma. Os da nos para saú dese tor nam maio res com o ex ces so de emis sãode po luen tes at mos fé ri cos, ou tra con se qüên cia

“SÓ A MELHORIADO TRANSPORTETORNARÁ O PAÍSCOMPETITIVONO CONTEXTOINTERNACIONAL”

CRISE AMPLADegradação das estradase da economia afastou o turista dos ônibus

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A s ro do vias es bu ra ca das e assi na li za ções de fi cien tes fo -ram as prin ci pais res pon sá -

veis por es pan tar 50% dos tu ris tasque uti li za vam o ôni bus como trans -por te pre di le to du ran te as via gensde fé rias e fe ria dos pro lon ga dos.Tra du zin do em nú me ros, o tu ris mobra si lei ro ro do viá rio dei xou de ar re -ca dar R$ 600 mi lhões anuais e 10mi lhões de pes soas pre fe ri ram tro -car as pol tro nas dos ôni bus pe losas sen tos dos aviões ou por fi car emcasa, prin ci pal men te. “Com isso,hou ve um su ca tea men to do se torque pro vo cou a ex tin ção de em pre -sas de gran de por te. Duas gi gan tesdo mer ca do fe cha ram as suas por -tas”, ava lia Mar ti nho Fer rei ra deMou ra, pre si den te da As so cia çãoNa cio nal dos Trans por ta do res deTu ris mo, Fre ta men to e Agên cias deVia gens que ope ram com veí cu lospró prios (ANT TUR).

As gi gan tes ci ta das por Mar ti -nho são a So le tur, que era a maiorope ra do ra de tu ris mo ro do viá riobra si lei ro, de ti nha 30% do mer ca -do e de cre tou fa lên cia em ou tu brode 2001, e a Via gens Cos ta. “Nadé ca da de 80, que foi o auge dotu ris mo ro do viá rio, o fa tu ra men toera o do bro”, lem bra Mar ti nho.Nos tem pos áu reos, o tu ris mo ro -do viá rio che gou a trans por tar maisde 30 mi lhões de bra si lei ros dia ria -men te du ran te tem po ra da de fé -rias, su per lo tar ho téis e mo vi men -tar ci fras aci ma de R$ 1,5 bi lhãoanuais. “Nos tem pos de va cas gor -das al gu mas agên cias con ta vamcom fro ta de até 30 veí cu los pró -prios. Hoje, as mes mas agên ciascor re riam o ris co de ver seus veí -cu los su per lo tan do ga ra gens de vi -do à gran de ocio si da de.”

De acor do com o di ri gen te, al -guns Es ta dos sen ti ram mais a fal tade pas sa gei ros, re fle xo da op ção defi car em casa e não de via jar. O Riode Ja nei ro foi um de les. “Atual -men te, ape nas um ter ço dos ca rio -cas e flu mi nen ses usam ôni buspara fa zer tu ris mo ro do viá rio. A de -man da só con ti nua boa em Es ta dosdo Sul de vi do às cur tas dis tân ciasque se pa ram ci da des com gran depo ten cial tu rís ti co.” Os tras la dosmais usa dos por tu ris tas ro do viá riossão os que in ter li gam ci da des do li -to ral ca ta ri nen se e tam bém os ro -tei ros das ser ras gaú chas.

Pro ble masAlém de pro du zir em pre gos - a

ANT TUR es ti ma que 150 mil bra si -lei ros so bre vi vam do tu ris mo ro do -viá rio -, o mo dal gera ain da di vi den -dos para o go ver no atra vés de ICMSdes con ta do nas pas sa gens e ISSpara as pre fei tu ras, cap ta dos atra -vés de ser vi ços de ho te la ria, ba res,res tau ran tes e ca sas de shows. Etu ris ta sig ni fi ca di nhei ro cir cu lan doe gas to nas ci da des re cep to ras.

Na ava lia ção da ANT TUR, ou -tros fa to res con tri buí ram para oqua dro caó ti co do tu ris mo ro do -viá rio bra si lei ro. E ele re cor re aocír cu lo vi cio so da ques tão: es tra -das ruins que cau sam aci den tesmais ca mi nhões ve lhos que cir cu -lam por con ta da in se gu ran ça efre te bai xo ge ra do por atra so quebu ra cos, ter ra e lama pro vo cam.“Os pas sa gei ros te mem por aci -den tes”, diz Mar ti nho.

Por fim, num qua dro que não en -xer ga o fim dos pro ble mas, ou troobstáculo de tec ta do é a ca rên cia dero do por tos (pon tos es tra té gi cos depa ra da de ôni bus) de bom ní vel.

TURISMO CAI 50%COM CRISE

do cír cu lo vi cio so mo dal am plo-ro do via de fi -cien te-ofer ta alta-fro ta an ti ga-aci den tes. Subs -tân cias emi ti das com a com bus tão de veí cu los,como os óxi dos de ni tro gê nio (NO), afe tam osis te ma res pi ra tó rio e po dem cau sar chu vasáci das (uma das prin ci pais cau sas da po lui çãodo ar). Já o mo nó xi do de car bo no (CO), ou trasubs tân cia po luen te, pode cau sar a re du ção daca pa ci da de de trans por te de oxi gê nio para osan gue ge rar do res de ca be ça, per das de re -fle xos e, num es ta do bem adian ta do, até mes -mo a mor te. Se gun do pes qui sa da CNT, a ten -dên cia é que os va lo res reais de emis são de po -luen tes no Bra sil se jam ain da maio res por cau -sa da uti li za ção de en xo fre no die sel, o bai xo ní -vel de ma nu ten ção e alta ida de da fro ta detrans por te ro do viá rio.E os pro ble mas não pa ram. O rou bo de car -

gas vem cres cen do es pan to sa men te. “O va lordas car gas rou ba das su pe ram R$ 800 mi lhõesanual men te. A in se gu ran ça im pe ra nas ro do -vias bra si lei ras”, ava lia Pau lo Fleury. Da dos daPo lí cia Ro do viá ria Fe de ral in di cam que en tre1994 e 2001 o nú me ro de ocor rên cias por anocres ceu de 3.000 para 8.000. Além de con ta -bi li zar o pre juí zo com as car gas per di das, ospro prie tá rios de em pre sas ain da têm de ar carcom os gas tos com se gu ran ça. Com pos tos defis ca li za ção aban do na dos, si na li za ção fa lha ouine xis ten te, sis te mas efi ca zes de coi bi ção, essaroda-vida pro vo ca ou tro cír cu lo vi cio so. Ca mi -nho nei ros rou ba dos subs ti tuem o veí cu lo pormo de los an ti gos, abrin do no vas ca deias numaava lan che de pro ble mas que não ces sa.

Sem al ter na ti vasA de pen dên cia com re la ção ao trans por te

ro do viá rio ain da se ex pli ca pela im pos si bi li da -de de con tar com ou tros mo dais. O trans por -te fer ro viá rio per de a con cor rên cia de vi do àpe que na ex ten são e ao tam bém es ta do pre -cá rio de con ser va ção da ma lha - atual men teexis tem ape nas 29 mil qui lô me tros de fer ro -vias no país - e pelo tem po de via gens. Há

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men te, o de sen vol vi men to eco nô mi co eso cial do país”, en dos sa Fleury.

Emer gên ciaSo lu ções para o uso ade qua do do mo dal

ro do viá rio fo ram aven ta das por um es tu dorea li za do pelo CEL e CNT. Du ran te cin co me -ses do ano pas sa do, pes qui sa do res fo ram acam po para ra dio gra far e bus car so lu çõespara os prin ci pais pro ble mas do trans por tebra si lei ro. Nes se pe río do, fo ram en tre vis ta -das di ver sas en ti da des, es pe cia lis tas e lí de -res do se tor. Em ba sa dos nos re sul ta dos, osmi li tan tes su ge ri ram um pla no emer gen te deações go ver na men tais.A pri mei ra de las se ria a cria ção do re gis tro

fer ro vias no Bra sil com lon gos tre chos comve lo ci da de má xi ma de 15 km/h. “Com tan tade mo ra, pro du tos pe re cí veis se riam de te rio -ra dos”, lem bra Fleury. Uma al ter na ti va se ria o go ver no in ves tir

em fer ro vias, mas o cus to é alto. Os tri lhos elo co mo ti vas te riam que ser im por ta dos, oque ele va ria o in ves ti men to. O pla no do go -ver no é in ves tir R$ 5 bi lhões na re vi ta li za çãodo mo dal, mas ape nas R$ 1,3 bi lhão está ga -ran ti do, mes mo as sim pela ini cia ti va pri va da.De acor do com o di re tor do CEL, a van ta gemmaior do trans por te fer ro viá rio é que, emgran des ex ten sões (aci ma de 800 km), o sis -te ma te ria uma ca pa ci da de bem maior de vo -lu me de car gas e se ria fun da men tal no es -coa men to da sa fra de pro du tos não-pe re cí -veis. En quan to o ca mi nhão trans por ta nomá xi mo 25 to ne la das, os trens car re gam3.000 to ne la das. Sem con tar que o trans por -te por trens é mais se gu ro. As ocor rên cias derou bos de car gas no trans por te fer ro viá riosão mí ni mas.Já no mo dal aqua viá rio o obs tá cu lo é o vo -

lu me in su fi cien te de car gas. Exis te uma boade man da para car gas que saem das re giõesSul e Su des te para o Nor te e Nor des te, masa re cí pro ca não é ver da dei ra. As hi dro viassão pou cas usa das para o es coa men to dasa fra agrí co la.Mais fer ro vias e o uso sis te má ti co do

trans por te aqua viá rio aju da riam na con -ser va ção das ro do vias e re ba lan cea riamo caó ti co sis te ma de trans por te do Bra sil.“As dis tor ções da nos sa ma triz de trans -por te exer cem um efei to de fre na gem so -bre a eco no mia bra si lei ra. É como se es -ti vés se mos to dos den tro de um car ro an -dan do com o freio de mão pu xa do”, con -fir ma Ge ral do Vian na. “O se tor ro do viá rioen fren ta gra ves pro ble mas es tru tu rais,que vêm com pro me ten do não ape nassua saú de fi nan cei ra e sua efi ciên ciaope ra cio nal, mas tam bém, e prin ci pal -

“A INSEGURANÇAIMPERA NASRODOVIAS

BRASILEIRAS”

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na cio nal de trans por ta do res ro do viá rios de car -ga, in cluin do a obri ga to rie da de de qua li fi ca çãopro fis sio nal para no vos mo to ris tas e re gu la çãodo tem po má xi mo de jor na da de tra ba lho. Ou tropon to su ge ri do é a obri ga to rie da de da ins pe çãotéc ni ca pe rió di ca para to dos os veí cu los que tra -fe guem por ro do vias bra si lei ras, como for ma deau men tar a se gu ran ça nas es tra das e a re du çãodos ní veis de emis são de po luen tes.O aper fei çoa men to do con tro le da le gis la ção

vi san do uma efe ti va apli ca ção das re gras é ou -tro pon to re qui si ta do. “No Bra sil, 91% dos pos -tos de pe sa gem es tão pa ra li sa dos ou ino pe ran -tes”, lem bra o pro fes sor Fleury. Des sa for ma, éim pos sí vel cum prir a lei que de fi ne os li mi tesmá xi mos de car ga por eixo. Con se qüen te men -te, os veí cu los con ti nuam a tra fe gar com maisso bre-pe sos e a de te rio rar cada vez mais asqua se in tran si tá veis ro do vias bra si lei ras. To dosos en tre vis ta dos ain da so li ci tam a mo der ni za -ção do mo dal ro do viá rio com a re no va ção dafro ta e rees tru tu ra ção do pro gra ma de ma nu -ten ção de ro do vias não-con ces sio na das.A pas sos de tar ta ru gas e tí mi dos al guns pro -

ble mas têm sido apre cia dos pelo go ver no. Está

em tra mi ta ção no Con gres so Na cio nal um con -jun to de leis dis ci pli na do ras do trans por te ro do -viá rio de car gas. Fa zem par te do pro je to o ca -das tro na cio nal de trans por ta do ras, a de fi ni çãode re gras para a di re ção e a exi gên cia de fro tamí ni ma para ope ra ção. De acor do com o pro fes sor Fleury, um in dí cio

de como a me lho ria do se tor de trans por te podecon tri buir para o au men to da efi ciên cia eco nô -mi ca do país pode ser en con tra do nos es to ques.Es ti ma ti vas co lhi das atra vés de es tu dos do CELin di cam que cer ca de R$ 118 bi lhões de es to -que são man ti dos pe las em pre sas bra si lei ras aolon go das ca deias pro du ti vas como for ma de sepro te ger dos pro ble mas ge ra dos pelo cír cu lo vi -cio so das ro do vias em fran ga lhos, como atra sosde en tre ga, aci den tes e rou bos de car ga. “Umse tor de trans por tes mais con fiá vel e efi cien tepo de ria di mi nuir so bre ma nei ra esse va lor, li be -ran do re cur sos da or dem de bi lhões de reais quepo de riam ser rein ves ti dos em ou tras ati vi da despro du ti vas”, ga ran te o di re tor do CEL.A maio ria dos en tre vis ta dos pela pes qui sa ci -

ta da da CNT acre di ta que a me di da mais im por -tan te que o go ver no de ve ria to mar a cur to pra zopara via bi li zar a maior par te das pro pos tas é ga -ran tir que os re cur sos da Cide (Con tri bui ção deIn ter ven ção no Do mí nio Eco nô mi co) se jam efe ti -va men te apli ca dos para a me lho ria do trans por -te ro do viá rio bra si lei ro. Com ar re ca da ção es ti ma -da em R$ 10 bi lhões este ano, os olhos em cimado di nhei ro são vá rios. O que era sub sí dio para ore no var e man ter a in fra-es tru tu ra do trans por te,vi rou re cei ta do go ver no e bar ga nha em ne go cia -ções da re for ma tri bu tá ria. Es ta dos que rem par -te da ver ba para sa nar dí vi das e pa gar o fun cio -na lis mo. A União pla ne ja gas tar no que man da alei, mas pode uti li zar para ou tros fins. Con for mere por ta gem da edi ção 97 da Re vis ta CNT, o go -ver no não sabe o que fa zer com R$ 2,64 bi lhõesda Cide. E o Mi nis té rio dos Trans por tes diz queain da não re ce beu ne nhu ma par ce la da ar re ca -da ção da con tri bui ção. Os san tos vão se des pin -do, e não há co ber tor que re sis ta. l

R$ 118 BI DEESTOQUE SÃOMANTIDOS COMOFORMA DE SE PROTEGER DOSPROBLEMAS DAS ESTRADAS

CÍRCULO VICIOSOEstradas sofrem comcaminhões velhos

LEANDRO NUNES/FUTURA PRESS

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UMGIGANTEEFICAZ E PRÁTICOQ uem di ria que o maior avião car -

guei ro do mun do, cons truí do naRús sia na dé ca da de 80 para trans -por tar tro pas e ar ma men tos de

guer ra, iria, al gum dia, vi rar ro ti na no trans -por te de car gas mun dial. E mais: que ge ras sefre tes na or dem de US$ 3 mi lhões anuais auma em pre sa 100% bra si lei ra. Pois as via gens co mer ciais do mo de lo AN-

124 da An to nov não são mais no vi da de paranin guém. So men te nos úl ti mos 18 me ses, fo -ram fei tas pelo me nos 12 ope ra ções com ocar guei ro, es pe ci fi ca men te para o Bra sil. AFig wal, pri mei ra em pre sa na cio nal a tra zer ogi gan te para o país, mo vi men ta hoje re cei tade US$ 90 mi lhões e pos sui nove fi liais emtodo o ter ri tó rio bra si lei ro. O mo ti vo para ta ma nha de man da é que so -

men te o Rus lan, como é cha ma do em seu paísde ori gem, tem ca pa ci da de para trans por tar cer -ca de 145 to ne la das de uma só vez, em um es -pa ço de tem po até 16 ve zes me nor que o trans -por te ma rí ti mo. Um vôo char ter en tre Eu ro pa eBra sil, por exem plo, leva no má xi mo 30 ho raspara che gar ao seu des ti no fi nal, en quan to dena vio a car ga de mo ra ria até 20 dias.A ca pa ci da de de ar ma ze na men to do na vio

ain da é sig ni fi ca ti va men te maior e o pre ço tam -bém é mais com pe ti ti vo. No en tan to, a van ta -gem lo gís ti ca do trans por te ae ro viá rio é o quemais tem atraí do os in ves ti do res. Atual men te, ofre ta men to do An to nov en tre Eu ro pa e Bra silcus ta, em mé dia, US$ 320 mil. Já o na vio con -se gue trans por tar até 50 mil to ne la das a apro -xi ma da men te US$ 500 mil.

De acor do com o só cio ma jo ri tá rio da Fig wal,Deo ní sio Petry, 49 anos, o An to nov é fre qüen te -men te re qui si ta do em to dos os se to res da eco -no mia, prin ci pal men te nas áreas quí mi ca, ae -ro náu ti ca e de te le co mu ni ca ções. Se gun do ele,o ser vi ço é tam bém é ideal para o se tor au to -mo bi lís ti co. “Há al guns anos, trans por ta mosma qui ná rio para am plia ção de uma li nha depro du ção com ple ta da Volks wa gen, uti li zan dodez ae ro na ves. O trans por te é se gu ro e, empou co tem po, todo o equi pa men to já pode es -tar no in te rior do país”, des ta ca o em pre sá rio.

Vo ca çãoO in te res se de Petry pelo co mér cio in ter na -

cio nal sur giu logo cedo, ain da na épo ca es co -lar. Como já pos suía co nhe ci men to bá si co doidio ma ale mão, gra duou-se em trans por tes in -ter na cio nais na Ale ma nha, um dos paí ses maisde sen vol vi dos nes sa área em todo o mun do.Ex pe riên cia va lio sa, se gun do ele, que pro por -cio nou seu re tor no ao Bra sil com uma car ga deco nhe ci men to su fi cien te para de sen vol ver ofre ta men to in ter na cio nal do An to nov, ati vi da deaté en tão nova no país.Aos 30 anos, após idas e vin das à Ale ma -

nha, Petry con se guiu, fi nal men te, fre tar seupri mei ro An to nov. Em 1984, o em pre sá rio járea li za va a pri mei ra via gem do car guei ro rus somun dial men te fa mo so. O pri mei ro car re ga -men to con so li da do foi fre ta do por di ver sos ex -por ta do res e im por ta do res de Cam pi nas. Opou so acon te ceu no ae ro por to de Vi ra co pos.A par tir daí, Petry não pa rou mais. Fun da daem 1983, a Fig wal tem sua ma triz em São

COM O HISTÓRICO CARGUEIRORUSSO ANTONOV, EMPRESA BRASILEIRA

AVIAÇÃO

TRANSPORTES DE CARGA

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ICAZ E PRÁTICO CONSEGUE GERAR FRETES DE ATÉ US$ 3 MILHÕES POR EULENE HEMÉTRIO

FOTOS FIGWAL/DIVULGAÇÃO

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Pau lo e agen cia, re gu lar men te, trans por tesma rí ti mos e aé reos em 55 paí ses. No Bra sil,ope ra com to das as mo da li da des de trans por -te, des de car ga viva, como ca va los de cor ri da,até car gas in dus triais, mi li ta res e de de fe sa(aviões de vi gi lân cia). O pon to for te da em pre sa, no en tan to, é o

co mér cio in ter na cio nal. A Fig wal con quis touum mer ca do fiel, atuan do prin ci pal men te nasáreas si de rúr gi ca, ae ro náu ti ca, quí mi ca e de te -le co mu ni ca ções. A em pre sa já tem fi liais emGua ru lhos, Cam pi nas, São José dos Cam pos,San tos, Cu ri ti ba, Belo Ho ri zon te, Rio de Ja nei -ro, Vi tó ria, e Join vi le.

Novo mo de loAtual men te, exis tem 19 An to novs, que fi -

cam ba sea dos na Rús sia, Es ta dos Uni dos e In -gla ter ra e são uti li za dos per ma nen te men te nomun do in tei ro. Ago ra, tam bém está sen do fa -bri ca do um mo de lo que su por ta qua se o do broda ca pa ci da de do AN-124 (mo de lo co mer cialco mu men te uti li za do): é o AN-225, que já car -re gou até 250 to ne la das.Até hoje, exis te ape nas um úni co exem plar

do AN-225. O mo de lo novo pos sui duas tur bi -nas a mais que o con ven cio nal e é 8 me trosmais lar go e mais com pri do que o pri mei ro. Se -gun do Petry, o exem plar já está em ope ra ção,mas nun ca veio para a Amé ri ca do Sul. O em -pre sá rio res sal ta que ou tra van ta gem é que essemo de lo car re ga e des car re ga pe ças de até 150to ne la das por meios pró prios, como pon tes ro -lan tes e me ca nis mos de tra ção, ideal para equi -pa men tos pe tro lí fe ros e pe tro quí mi cos.Com uma tri pu la ção de 18 a 24 pes soas,

o Rus lan (um gi gan te do fol clo re rus so)pode ater ris sar em qual quer par te do país,des de que o ae ro por to lo cal te nha es tru tu rapara re ce bê-lo e que a pis ta seja su fi cien te -men te re sis ten te a im pac tos - para o AN-124, é ne ces sá rio um com pri men to mí ni mode 3.300 me tros (es pa ço ne ces sá rio parade co la gem).

EXIGENTEO Antonov só pousa emaeroportos com pistas de3,3 km no mínimo

DEONíSIO PETRYNa cabine do Antonov,um investimento certeiro

FALTA INCENTIVO,DIZ EMPRESÁRIO

A pe sar de sem pre che gar car re ga do aoBra sil, o An to nov ra ra men te dei xa o paíscom o ba ga gei ro lo ta do. Se gun do nor -

mas do De par ta men to de Avia ção Ci vil (DAC),só é per mi ti do fre tar o An to nov na vol ta paracasa se a car ga a ser trans por ta da não cou ber,

de fato, em ja tos de em pre sas bra si lei ras,como o Boeing-747 (se gun do maior aviãocar guei ro do mun do). A me di da tem o ob -je ti vo de pro te ger o mer ca do na cio nal e ascom pa nhias aé reas de li nha.

Prin ci pal fre ta dor do An to nov, Deo ní sioPetry não se opõe à de ci são do DAC. O em -pre sá rio res sal ta, no en tan to, que ain da hámui tas ano ma lias no trans por te de car gasno Bra sil. “A bu ro cra cia por tuá ria e adua -nei ra ain da nos freiam de ma sia da men te ade sen vol ver me lhor nos sas ati vi da des. Ades bu ro cra ti za ção é um fa tor ex tre ma men -te po si ti vo e fa vo rá vel ao de sen vol vi men tove loz da eco no mia, além de pro du zir me nos

gas tos atra vés da re du ção de cus tos ope ra cio -nais”, diz o pre si den te da Fig wal.

Para Petry, ain da há mui to cam po parade sen vol ver a ati vi da de no Bra sil, mas fal tauma po lí ti ca de in cen ti vo efi caz. Se gun doele, tam bém se ria ne ces sá rio re du zir a car ga

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Se gun do Petry, ape nas dez ae ro por tos bra -si lei ros têm essa ca rac te rís ti ca. O ae ro por to deCon fins, em Mi nas Ge rais, é o que mais se ade -qua às con di ções do An to nov, já que fica numare gião de pla nal to e a pis ta é lon ga. Em Gua ru -lhos, por exem plo, a pis ta tam bém é lon ga obas tan te, mas exis tem mui tas mon ta nhas emvol ta que atra pa lham o pou so. A ma nu ten ção da ae ro na ve é toda fei ta

pelo pró prio fa bri can te, pois a es tru tu ra doAn to nov é es pe cí fi ca e úni ca, o que re quercui da dos es pe ciais. Quan do há al gum pro ble -ma gra ve du ran te a via gem, a orien ta ção éque o avião se di ri ja ime dia ta men te à baseprin ci pal, em Ul lia nov, na Rús sia. A equi pe devôo tam bém deve ser toda rus sa. l

O ANTONOV ÉREQUISITADOPRINCIPALMENTENAS ÁREAS QUÍMICA,AERONÁUTICA EDE TELECOMUNI-CAÇÕES

tri bu tá ria para pro por cio nar um cres ci men todo se tor. “O Bra sil está mui to atra sa do nes seas sun to. A lo gís ti ca, por exem plo, já exis tena prá ti ca há vá rias dé ca das, mas so men tenos úl ti mos 15 anos o ter mo está fun cio nan -do efe ti va men te aqui.”

E lo gís ti ca é fun da men tal para um ser vi çocom a gran de za que en vol ve o avião rus so. Oem pre sá rio ex pli ca que o fre ta men to do An to nové fei to de acor do com a ori gem da car ga a sertrans por ta da. “Se um trans por te é exi gi do a par -tir do con ti nen te ame ri ca no, so li ci ta mos uma ae -ro na ve nos Es ta dos Uni dos. O mes mo acon te cese a car ga es ti ver na Rús sia ou Eu ro pa.”

Se gun do Petry, qual quer em pre sa pode re -cor rer a esse equi pa men to, mas pou cos fre ta do -res reú nem co nhe ci men tos para con tra tar e ope -rar esse tipo de ae ro na ve. “Os pi lo tos rus sos ape -nas voam. Quem toma to das as ou tras pro vi dên -cias é o agen te de car gas. So mos nós que con -tra ta mos a ae ro na ve que te mos a res pon sa bi li da -de de co lo car a car ga na ram pa do avião, e omes mo, no sen ti do in ver so.”

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PROJETO QUER REATIVAR TREM DAREGIÃO PARA ALAVANCAR O TURISMO

FERROVIA

INVESTIMENTO

POR EULENE HEMÉTRIO

“O NOVO TREMESTÁ SENDO CONCEBIDO COMO ALGO MAIS AMPLO DO QUE TRANSPORTE DE PESSOAS”

D oze ho ras de trem por 460 kmaden tro no Pan ta nal, des lum -bran do de per to toda a be le zae ma gia de um san tuá rio eco -

ló gi co. Com pa ra das es tra té gi cas em 15es ta ções, é pos sí vel se in te grar com a co -mu ni da de lo cal, sen tir o ar puro da na tu -re za, ou vir o can to de pás sa ros ra ros eob ser var as co res de uma fau na e umaflo ra ex tre ma men te di ver si fi ca da. A pro pos ta con vi da ti va, que mais pa -

re ce uma pro pa gan da de agên cia de via -gens, re ve la-se, no en tan to, mui to maisque um sim ples ro tei ro tu rís ti co: é umaal ter na ti va de de sen vol vi men to eco nô mi -co para, pelo me nos, 45% da po pu la çãosul-mato-gros sen se. A pro pos ta do NovoTrem do Pan ta nal - como é cha ma do opro je to de sen vol vi do pelo go ver no doMato Gros so do Sul - pode au men tar acon ta de tu ris mo no Bra sil, aju dan do aequi li brar a ba lan ça co mer cial com a en -

PARA CHEGARAO PANTANALPOR TRILHOS

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tra da de dó la res - a ati vi da de tu rís ti ca nare gião mo vi men ta mais de US$ 300 mi -lhões por ano.Apro va do por 97% da po pu la ção da

re gião, o re tor no do ser vi ço, de sa ti va dohá mais de dez anos, pode sig ni fi car umnovo fio de es pe ran ça para os tra ba lha -do res en tre Cam po Gran de a Co rum bá.Oito mu ni cí pios são cor ta dos pela li nhafér rea e, pelo me nos, ou tros três se rãobe ne fi cia dos in di re ta men te, com ati vi da -des eco nô mi cas vol ta das ao tu ris mo. Opla no pre vê a en tre ga da li nha re for ma daen tre 2005 e 2006.Numa pes qui sa fei ta pelo go ver no es -

ta dual, cer ca de 80% dos mo ra do res dasci da des de ori gem do trem con si de ra rama vol ta da li nha mui to im por tan te e in dis -pen sá vel, e mais de 60% dos en tre vis ta -dos de fi ni ram o pro je to como óti mo. “ONovo Trem do Pan ta nal está sen do con -ce bi do como algo mais am plo do queape nas um ser vi ço de trans por te de pes -soas. Além des sa fun ção, o trem será umele men to es tru tu ra dor de ati vi da des eco -nô mi cas, so ciais, cul tu rais e am bien taisna li ga ção Cam po Gran de-Co rum bá”,des ta ca Lea tri ce Cou to, coor de na do ra dopro je to na Agên cia de Ges tão e In te gra -ção de Trans por tes do Mato Gros so doSul (Agi trams).

Apro va çãoOs nú me ros ga ran tem su por te ao pro -

je to. No le van ta men to, 98% das pes soasen tre vis ta das afir ma ram que usa rão otrem. Des ses, 65% uti li za riam o sis te masem pre em via gens diur nas, mas 66%não uti li za riam se a pas sa gem fos se 30%mais cara que o bi lhe te de ôni bus. Casofos se até 20% mais cara, 56% das pes -soas ain da pre fe ri riam uti li zar o trem e,se até 10% mais caro, 34% iriam ade rirao ser vi ço, sen do que 33% uti li za riam al -

FOTOS OFICINA CONSULTORES/DIVULGAÇÃO

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va a re cei ta de R$ 36,5 mi lhões da em pre sa -pre juí zo de R$ 23,9 mi lhões, equi va len te a 50%do va lor do ar ren da men to.

A em pre sa pro pôs uma re vi são das me tas depro du ção e aci den tes da con ces são e so li ci touque a União con si de ras se como moe da de pa -ga men to os in ves ti men tos rea li za dos. De acor docom a as ses so ria de im pren sa da Agên cia Na -cio nal de Trans por tes Ter res tres (ANTT), o órgãoain da vai ana li sar o es tu do de via bi li da de fei tapelo go ver no do MS para re gu la ri zar a si tua ção.

O se cre tá rio-exe cu ti vo do Mi nis té rio dosTrans por tes, Kei ji Ka nas hi ro, afir ma que, ape sarde ser um ati vo da União, o go ver no fe de ral nãopode in ves tir di nhei ro pú bli co em um bem queestá ar ren da do. O con ces sio ná rio, por ou trolado, tam bém não tem ne nhum in cen ti vo parafa zer in ves ti men tos na via. “É como uma casaque está alu ga da. As re for mas fei tas pelo lo ca -tá rio, ape sar de tra zer be ne fí cios para ele, de -vem ser ne go cia das com o pro prie tá rio do imó -vel. É o que está sen do fei to ago ra.”

O im pas se para re sol ver o pro ble ma da con -ces são da li nha jun to à No voes te já ren deu di -ver sas reu niões en tre re pre sen tan tes da con -ces sio ná ria, do go ver no es ta dual e da ANTT. Emju nho de 2002, um pro to co lo de in ten ções ge -rou duas pro pos tas.

Uma das su ges tões apon ta das é que União,Es ta do e con ces sio ná ria par ti ci pas sem jun tosdos in ves ti men tos. Des sa for ma, a União ar ca riacom R$ 194 mi lhões, o Mato Gros so do Sul,com R$ 30 mi lhões e a No voes te, com R$ 20mi lhões, va lor que cor res pon de ao que a em -pre sa in ves ti ria na ma nu ten ção do tre cho.

Em uma se gun da ver são, o Es ta do cria riauma em pre sa pú bli ca e o go ver no fe de ral des ti -na ria re cur sos de di rei to do Mato Gros so do Sul,re fe ren te a cré di tos an ti gos. Tam bém ha ve ria aci são da No voes te, com o tre cho Cam po Gran -de-Co rum bá ce di do à em pre sa es ta dual, quepas sa ria a ser a con ces sio ná ria e ar ren da tá ria.

O coor de na dor po lí ti co do Sin di ca to dos Tra -ba lha do res em Em pre sas Fer ro viá rias de Bau ru,Mato Gros so e Mato Gros so do Sul, Val de mirViei ra, diz que a en ti da de apóia “toda a ini cia ti -va que faça com que as fer ro vias se jam no va -men te pre do mi nan tes no país”.

DÍVIDA NO MEIODO CAMINHO

A FERROVIA ERA O GRANDE ATRATIVO DA REGIÃO. ALGUMAS PESSOAS ATÉ SE CASAVAM DENTRO DO TREM

Um dos prin ci pais en tra ves na rea li za çãodo pro je to do Novo Trem do Pan ta nal éque a fer ro via está ar ren da da a uma

em pre sa pri va da - a Com pa nhia No voes te - paraa ex plo ra ção do ser vi ço de car ga, me dian te con -ces são fe de ral, des de ju lho de 1996. Com umadí vi da de mais de R$ 60 mi lhões jun to à União,a con ces sio ná ria ajui zou ação de não-pa ga men -to dos va lo res do ar ren da men to e, en quan to opro ble ma não é re sol vi do, ne nhum in ves ti men -to pode ser fei to.

O fa tor de ter mi nan te da cri se foi a drás ti care du ção do trans por te de de ri va dos de pe tró leo,es ti ma do na épo ca da con ces são pelo go ver nofe de ral em 58,6% da car ga to tal e que hoje che -ga a 20%. O vo lu me de car ga pre vis to no edi talera de 4 mi lhões de TKU (to ne la da por qui lô me -tro útil trans por ta da) e hoje se rea li zam me nosde 2 mi lhões de TKU.

Em fe ve rei ro de 2000, a com pa nhia apre -sen tou ao Mi nis té rio dos Trans por tes um es tu domos tran do que um dos pon tos crí ti cos era queo cus to com a via - de R$ 60,4 mi lhões, en treno vem bro de 1998 e ou tu bro de 1999 - su pe ra -

OBSTÁCULOProjeto pode ser adiadopor crise financeira

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gu mas ve zes e 31% uti li za riam sem pre.Atual men te, o flu xo de pas sa gei ros in te -rur ba nos (ro do viá rios) en tre Co rum bá eCam po Gran de é de apro xi ma da men te108 mil pes soas por dia, com pas sa gensa R$ 49,20 - es ti ma-se que o va lor deem bar que no trem fi ca ria en tre R$ 50 eR$ 150, de pen den do do per cur so. Com foco no tu ris mo e no trans por te

de pas sa gei ros, o ser vi ço pode ge rar até6.000 em pre gos di re tos e in di re tos, con -for me afir ma o coor de na dor po lí ti co doSin di ca to dos Tra ba lha do res em Em pre -sas Fer ro viá rias de Bau ru, Mato Gros so eMato Gros so do Sul, Val de mir Viei ra. Bi -lhe tei ro nos ve lhos tem pos do Trem do

Pan ta nal, o sin di ca lis ta con ta que cer cade 1.600 pes soas usa vam o trem nos fi -nais de se ma na. Além de uma fon te dela zer, a fer ro via era tam bém a for ma maisba ra ta para ir vi si tar pa ren tes nas ci da -des vi zi nhas. “O trem era o gran de atra ti vo da re -

gião. Além de mú si ca ao vivo e re ci taisde poe sia nos va gões, a via gem pro por -cio na va in te gra ção com di ver sas co mu -ni da des e cul tu ras. Al gu mas pes soas atése ca sa vam den tro do trem”, lem braViei ra. Se gun do ele, os tu ris tas tam bémpre fe riam o trem por cau sa da vi si bi li da -de. “Po de mos di zer que a cons tru ção dali nha, há cem anos, foi uma agres são ao

meio am bien te. Mui tos tra -ba lha do res até de sis tiamdo ser vi ço por cau sa da di -fi cul da de de aces so e ris code mor te. Mas ago ra a li -nha já está im plan ta da.Não faz sen ti do não uti li zá-la”, pon de ra.Viei ra res sal tou, ain da,

que a via gem por trem ain -da re duz o nú me ro de atro -pe la men to de ani mais na ti -vos em 100%. “Cer ca de30 ani mais mor rem atro pe -la dos nas ro do vias por dia,en quan to nas fer ro vias essenú me ro não exis te por queos bi chos se afas tam quan -do ou vem o ba ru lho da lo -co mo ti va se apro xi man do.”O se cre tá rio-exe cu ti vo do

Mi nis té rio dos Trans por tes,Kei ji Ka nas hi ro, com par ti -lha a opi nião. De acor docom ele, a fer ro via é umdos maio res pa tri mô nios doEs ta do. “A co mu ni da de jácon vi ve har mo nio sa men te

ESTUDO INICIADO EM 1999 APONTA

QUE A OPERAÇÃO DO SISTEMA É VIÁVEL

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com a li nha. Num mo men to em que otrem já está con so li da do, se ria, no mí ni -mo, uma in sen sa tez não apro vei tar essere cur so”, diz Ka nas hi ro.Se gun do Ka nas hi ro, o Trem do Pan ta -

nal é a úni ca li nha do Bra sil com ca rac -te rís ti cas de la zer con tem pla ti vo e trans -por te de pas sa gei ros. Para apro vei tar apas sa gem por um san tuá rio eco ló gi co, afer ro via irá con tar com o fa tor tem po. En -quan to o tra je to de ôni bus leva 6 ho ras,a mes ma dis tân cia se ria per cor ri da por12 ho ras por trem, o do bro do tem popara ex plo rar o tu ris mo eco ló gi co da re -gião. O se me lhan te co nhe ci do no mun doé o Blue Train, na África do Sul, que atra -ves sa par ques afri ca nos, no tra je to que

REFORMA Estações terão mais conforto

ESTRUTURA SERÁ RECONSTRUÍDA

P ara recuperar todos os 460km de linha férrea entreCampo Grande e Corum-

bá, serão necessários aproxi-madamente R$ 225 milhões -18% desse montante investidosem infra-estrutura, 15% emestações e acessos e 67% nasuper-estrutura da via.

De acordo com o secretárioexecutivo do Ministério dos Trans-portes, Keiji Kanashiro, a via Cam-po Grande-Corumbá está muitodeteriorada e não oferece segu-rança nem mesmo para cargas.Para que o Trem do Pantanal pos-sa circular com segurança, é pre-ciso substituir os trilhos, dor-mentes, refazer soldas, aplicarcerca de 178 mil metros cúbicosde brita, nivelar toda a extensãodo trecho, limpar a faixa dedomínio, recuperar bueiros e ele-mentos de drenagem, além de uti-lizar fixação elástica e recuperar aestrutura de pontes.

Nas estações, serão necessáriasreformas completas, eventuaisexpansões de unidades físicas,limpeza de áreas, construção deestacionamento e urbanização doentorno. A proposta é que cadaestação tenha uma central deinformações, espaço cultural, salade espera, salas comerciais,restaurantes, lanchonetes, san-itários, caixa bancário eletrônico eestacionamento.

Também será necessário obser-var as sinalizações de passagensde nível, serviços de terraplanageme fechamento da faixa de domínio.Alguns acessos rodoviários tam-bém deverão ser pavimentados edeve ser construída uma estação-aeroporto em Campo Grande.

O trem deve ser equipado comar-condicionado geral e comutávelnas cabines, circuito interno de TV,janelas panorâmicas, equipamentode vídeo e áudio e serviços deInternet. Entre os serviços e confor-tos que serão oferecidos, estãopoltronas reclináveis, cabine comcama e toalete e cabine especialpara portadores de deficiênciasmotoras e sensoriais.

Segundo Kanashiro, o programadeve demorar cerca de três anospara ser concluído, mas ainda faltafazer o principal, que é o projetoexecutivo da obra. “À medida queformos adequando os trechos,começamos a operar parcialmente.Acredito que até 2006 o Trem doPantanal já funcione em suacapacidade plena.”

Page 45: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

vai do cen tro do país à Ci da de do Cabo.A via gem no Blue Train, no en tan to, é ca -rís si ma e a fila de es pe ra de mo ra cer cade um ano.

Via bi li da deO Novo Trem do Pan ta nal, po rém, ain da é

ape nas um es tu do de via bi li da de. A pro pos -ta ini cial era fa zer o tre cho Co rum bá-Cam poGran de, mas a União tam bém já es tu da apos si bi li da de de re vi ta li zar todo o tre chocon ce di do à con ces sio ná ria No voes te, quevai até Bau ru (SP). A mo ti va ção do pro je tose ria o Pla no de Re vi ta li za ção de Fer ro vias,lan ça do pelo go ver no fe de ral no pri mei ro se -mes tre des te ano, que pre ten de re cu pe rargran de par te da ma lha fer ro viá ria do Bra sil.De acor do com Ka nas hi ro, um dos fo cos

do pla no é apro vei tar as ma lhas ocio sas parade sen vol ver trens de pas sa gei ros com focono tu ris mo. A li nha pan ta nei ra se ria o pro je -to pi lo to. “Esse tipo de in ves ti men to dá umre tor no pe que no, mas pro por cio na ria maiscon for to para as ci da des lin dei ras, que per -de ram com pe ti ti vi da de de vi do à di fi cul da dede aces so. O trem agre ga va lor a es sas co -mu ni da des e os tu ris tas que che gam deavião a Cam po Gran de, por exem plo, po demusar os ser vi ço para ir para o in te rior.”Se gun do Lea tri ce, o es tu do ini cia do em

1999 apon ta que a ope ra ção do sis te ma éviá vel. “Em um ce ná rio con ser va dor, oscus tos ope ra cio nais são pa gos por uma ta -ri fa sem sub sí dio e ade qua da às ex pec ta ti -vas do mer ca do. Num qua dro in ter me diá -rio de de man da, acre di ta mos que serápos sí vel re cu pe rar já no pri mei ro ano R$40 mi lhões, o que cor res pon de a 22% doseu va lor”, ava lia a coor de na do ra. Paraela, a ver são oti mis ta du pli ca os nú me ros.“Mas en ten de mos que esse é um ce ná rioque pode ser ob je to do mo de lo de con ces -são, com o com pro me ti men to do ope ra dor,do go ver no do MS e da União.” l

PARAÍSO Santuário de fauna e flora reconhecido pela Unesco

1,5MILHÃO DE TURISTAS

OPan ta nal é a maior área con ti -nen tal inun dá vel do pla ne ta,que abran ge o Mato Gros so do

Sul (65%) e Mato Gros so (35%). A exu -be rân cia de sua flo ra e fau na faz do lu -gar um dos am bien tes eco ló gi cos maisdes lum bran tes da Ter ra, re co nhe ci dopela Unes co como um pa tri mô nio dahu ma ni da de.

Por ser a maior área ala ga da domun do com, pelo me nos, 89.318 km2

no MS, o Pan ta nal abri ga cer ca de 300es pé cies de pei xes, 95 de ma mí fe ros,167 de rép teis, 35 de an fí bios e 650 deaves. São on ças par das, ara ras, ca pi va -ras, ta man duás-ban dei ra, ta man duás-mi rins, lo bos-gua rá e vea dos-ma tei ros,que es tão em ex tin ção e po dem ser vis -tos em ban do nas pla ní cies pan ta nei ras.

De acor do com o go ver no do MS, oEs ta do re ce be, em mé dia, cer ca de 1,5mi lhão de vi si tan tes por ano para apre -ciar a be le za da re gião. So men te emCo rum bá, cer ca de 27% dos vi si tan tes

são es tran gei ros e vêm dos mais di ver -sos paí ses, como Ale ma nha, Itá lia, Bo lí -via, Is rael, Es ta dos Uni dos, Ho lan da,Suí ça, Pa ra guai, Co lôm bia e Chi le.

Se gun do a Su pe rin ten dên cia de Tu -ris mo, en quan to o tu ris ta es tran gei rofica em mé dia três dias no Es ta do egas ta em tor no de R$ 100 por dia, obra si lei ro per ma ne ce por até cin co dias,com des pe sas diá rias de R$ 80. A ho -te la ria da re gião dis põe de 17,8 mil lei -tos dis tri buí dos em 102 ho téis de vi da -men te ca das tra dos na Em bra tur.

Para a coor de na do ra do pro je to doNovo Trem do Pan ta nal, Lea tri ce Cou to,a pro pos ta de rea ti va ção da fer ro viapode via bi li zar maior re gu la ri da de napre sen ça tu rís ti ca na re gião e atuarcomo ali men ta dor do flu xo de vi si tan tes.“O ser vi ço vai pro por cio nar uma me lho -ra da in fra-es tru tu ra de trans por te es ta -dual, subs ti tuin do o des con for to de vanse de mais meios de trans por te ter res treem vir tu de do tra je to”, des ta ca.

SECRETÁRIA DE ESTADO DE TURISMO DO MATO GROSSO/DIVULGAÇÃO

Page 46: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

SAÍDAPELORIO FICAMAIS FÁCIL

INVESTIMENTOS

COMÉRCIO EXTERIOR

O s ex por ta do res bra -si lei ros es tão ga -nhan do mais umaop ção para es coar

sua pro du ção e os im por ta do -res para re ce ber suas mer ca -do rias. Foi inau gu ra do emju lho, no por to do Rio de Ja -nei ro, o ra mal fer ro viá rio paratrans por te de con têi ne res dogru po Li bra Ter mi nais. O novo mo dal, que será

ope ra do pelo gru po MRS, foivia bi li za do após a re cu pe ra -ção da an ti ga fer ro via que li -ga va a área in ter na do ter mi -nal.. O ra mal, de apro xi ma -da men te 2 km de ex ten são,liga o con jun to fer ro viá rio daMRS (con ces sio ná ria da Ma -lha Su des te que per ten ceu àRFFSA) ao pá tio de ar ma ze -na gem de con têi ne res da Li -bra (ope ra do ra e ar ren da tá -ria do Ter mi nal 1 do por to, omais mo der no do Rio de Ja -nei ro).A nova li nha de trem irá

pro por cio nar uma re du çãode cus tos para os ex por ta do -res e im por ta do res. A eco no -mia ime dia ta é de R$ 80 aR$ 100 por con têi ner, queera o va lor mé dio co bra dope los ca mi nho nei ros para le -var os con têi ne res do ter mi -nal fer ro viá rio do Ara rá, forado por to ca rio ca, até o ter mi -nal de con têi ne res. A MRS terá mais 110 es -

ca las men sais de ser vi ços

NOVO RAMAL FERROVIÁRIO IRÁ GERARECONOMIA ÀS INDÚSTRIAS QUE UTILIZAREM OPORTO CARIOCA PARA EXPORTAR E IMPORTAR

FACILIDADE Com ramal, porto do Rio vira alternativa econômica para grandes cargas

46 CNTREVISTA AGOSTO 2003

POR ROGÉRIO MAURÍCIO

JORGE CECÍLIO/AJB/FUTURA PRESS

Page 47: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

re gu la res de trans por te parato das as áreas abran gi daspelo co mér cio ex te rior bra si -lei ro. Com o novo ser vi ço, ama lha fer ro viá ria ope ra dapela em pre sa be ne fi cia rátoda a re gião in dus trial deMi nas Ge rais, até Belo Ho ri -zon te, Gran de São Pau lo ein te rior pau lis ta. De acor do com a di re ção

da Li bra, as in dús trias au to -mo bi lís ti cas - Volks wa gen,Ge ne ral Mo tors, Hon da, Mer -ce des-Benz, Fiat e Peu geot -têm in te res se em uti li zar osser vi ços de trans por te de au -to pe ças pelo novo mo dal fer -ro viá rio. O as ses sor de co mu -ni ca ção da Fiat, Gui lher mePena, con fir mou que a úl ti -ma ex por ta ção da em pre sa -para o Mé xi co - já foi em bar -ca da pelo por to ca rio ca. Se -gun do ele, a Fiat tem a pro -gra ma ção de ex pan dir as ex -por ta ções, mas ain da nãode fi niu a pro por ção de es -coa men to en tre os por tos deSan tos e do Rio.O di re tor-su pe rin ten den te

da Li bra, Gus ta vo Pecly Mo -rei ra, acre di ta que o por to doRio de Ja nei ro se tor nou ame lhor op ção da re gião Su -des te. Ele es ti ma que nospró xi mos três anos o por topo de rá ex pan dir em 50% amo vi men ta ção de con têi ne -res. Atual men te, o es tuá rioca rio ca mo vi men ta 230 milcon têi ne res por ano, va lorque sal ta ria para 345 milanuais em 2006, se gun do

cál cu los da ad mi nis tra çãopor tuá ria.De acor do com Pecly, a

fal ta de ser vi ço re gu lar detrem dei xa va o por to em des -van ta gem na con cor rên cia.Ago ra, com o novo ter mi nal,o por to ca rio ca au men ta rá acon cor rên cia com os ter mi -nais de Se pe ti ba, Vi tó ria eSan tos - so zi nho, o es tuá riodo li to ral pau lis ta mo vi men tacer ca de 850 mil con têi ne respor ano.Além das mon ta do ras de

au to mó veis, as in dús trias deequi pa men tos, sal, be bi das,au to pe ças e pro du tos re fri ge -ra dos são usuá rios po ten ciaisdo novo ra mal para o trans -por te de gran des quan ti da -

des de con têi ne res. Se gun doo ge ren te de ope ra ções da Li -bra, Pau lo Bit ten court, "em -pre sas des ses seg men tos jáes tão sen do con ta ta das parauti li za rem o novo ser vi ço"ofe re ci do pelo por to do Riopara o trans por te de car gas.A cons tru ção do ra mal fer -

ro viá rio nas ceu da par cei rada Li bra com a MRS. A obra,que con su miu US$ 600 milde in ves ti men tos da Li bra, foiini cia da há três, mas fi coupa ra da por al guns me ses atéser fe cha do um acor do coma Com pa nhia Do cas do Riode Ja nei ro, que ad mi nis tra opor to. A ter cei ra e úl ti ma eta -pa da obra con su miu trêsme ses de tra ba lho. l

NOS PRÓXIMOS 3 ANOS, OPORTOPODERÁEXPANDIREM 50% A MOVIMEN-TAÇÃO DECARGAS

MODAL FERROVIÁRIO Mais uma prova que investir em alternativas ajuda a produção

Page 48: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

48 CNTREVISTA AGOSTO 2003

T er o ró tu lo de em -pre sa ci da dã oume re cer qual querprê mio que in di que

me lho rias na qua li da de deges tão é con si de ra do hoje ogran de di fe ren cial do mer -ca do. Num país onde mui tose fala e pou co se faz, agircom res pon sa bi li da de so cialé uma ver da dei ra van ta gemcom pe ti ti va. In ves ti men to em tec no lo -

gia, prio ri za ção dos re cur soshu ma nos e va lo ri za ção daopi nião do clien te fo ram osprin ci pais fa to res que le va -ram a em pre sa de trans por -te co le ti vo Flo res, do Rio de

Ja nei ro, a ser no va men teelei ta cam peã do prê mio dequa li da de da As so cia ção Na -cio nal de Trans por tes Pú bli -cos (ANTP). Con cor ren do naca te go ria ope ra do ra ro do viá -ria, a em pre sa di vi de o pri -mei ro lu gar com a Ex pres soMe dia nei ra, de San ta Ma ria(RS). Se gun do a téc ni ca de co -

mu ni ca ção da Flo res, San -dra Re gi na Bos car di ni He -loua ni, o prê mio é um “re co -nhe ci men to a todo o es for çoem pe nha do para me lho raros ser vi ços pres ta dos pelaem pre sa”. A ope ra do ra tam -bém já re ce beu o prê mio de

uso ra cio nal de com bus tí vel,con fe ri do pelo Pe tro bras epela CNT, e o Prê mio Da nielBa ra ta, da Fe trans por.O ge ren te de pla ne ja men -

to e con tro le da con ces sio -ná ria Ca mi nhos do Pa ra ná,Luiz Fer nan do Cor dei ro,tam bém co me mo ra a ob ten -ção dos cer ti fi ca dos de qua -li da de ISO 14001 9001, re -co men da do pela Bu reau Ve -ri tas Qua lity In ter na tio nal. Acon ces sio ná ria, que ad mi -nis tras as BRs 277 e 373 e aPR-438, é a se gun da noBra sil - a ou tra é a Eco vias -a ter com pro va da efi ciên ciaem ges tão am bien tal. Deacor do com Cor dei ro, os cer -ti fi ca dos são “uma fer ra men -ta de ges tão mui to in te res -san te pois, ao mes mo tem poque ates ta o com pro mis soda em pre sa com o aten di -men to à le gis la ção am bien -tal, tam bém es ta be le ce, pró-ati va men te, ações de pre -ven ção à po lui ção”.A Tquim - Trans por tes Quí -

mi cos Es pe cia li za dos é ou traque está fes te jan do a apro va -ção da em pre sa na ava lia çãodo Sis te ma de Ava lia ção deSe gu ran ça, Saú de, Meio Am -bien te e Qua li da de, ge ren cia -do pela Abi quim (As so cia çãoBra si lei ra da In dús tria Quí mi -ca). O prin ci pal ob je ti vo docer ti fi ca do é ga ran tia da re -du ção pro gres si va e con tí nuados ris cos en vol vi dos nasope ra ções de trans por te edis tri bui ção. l

TRABALHOPREMIADOEMPRESAS RECEBEM CERTIFICADOS POR GESTÕESVOLTADAS AO MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA

SE A SUA EMPRESARECEBEU UMPRÊMIO PELORECONHECIMENTOAO TRABALHO DERESPONSABILI-DADE SOCIAL,ENVIE UM E-MAILPARA A SEÇÃO“DO LEITOR”:• Veja os endereços na página 8

POR EULENE HEMÉTRIO

AÇÕES DO TRANSPORTE

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Page 49: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

EDUCAR É PRECISO.DEBATER TAMBÉM

Educação, interesse público e investimentos. Combase nesses três temas, o Sest/Senat, NTU, Abratie ABTC colocam o transporte como pauta de dis-cussão nacional, em eventos que reúnemempresários, autônomos e comunidades.

A primeira parte começa com a semana “Educação noTrânsito”, como programação em homenagem a sãoCristóvão, padroeiro dos motoristas. Entre os dias 20 e 25de julho, as 96 unidades do Sest/Senat reuniram 450 milpessoas em diversas atividades.

Depois, nos dias 6 a 8 de agosto, Fortaleza ouviu mais umavez o pedido de que a Cide seja direcionada corretamente. Otema foi exposto no 4º Congresso Nacional Intermodal dosTransportadores de Cargas, promovido pela ABTC. Investimen-tos para a infra-estrutura foi o assunto predominante.

Para fechar, Brasília recebe no dia 21 de agosto o semináriosobre transporte público promovido pela NTU e Abrati. Os par-ticipantes irão ouvir propostas ousadas, com a redução dospreços das passagens de ônibus urbanos em até 50%.

O setor transportador nacional abre seu leque e amplia a dis-cussão. Leia as reportagens nas páginas 50 a 58.

TRANSPORTE EM PAUTA

Page 50: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

50 CNTREVISTA AGOSTO 2003

N a se ma na de 20 a 25 de ju lho, as96 uni da des do Sest/Se nat detodo o país ti ve ram uma pro gra -ma ção in ten sa de ati vi da des em

co me mo ra ção ao dia de são Cris tó vão, o pa -droei ro dos mo to ris tas. Para lem brar a data,a se ma na “Edu ca ção no Trân si to - Va lo ri ze aVida” pro mo veu pa les tras e bli ze edu ca ti vas,cur sos, en tre gas de tro féus, rea li za ção deexa mes e fó runs, com dis cus sões so bre osprin ci pais pro ble mas de trân si to no país. Osmo to ris tas não se es que ce ram da fé e em vá -rios pon tos fo ram rea li za das as tra di cio naismis sas para ben zer os veí cu los. Se gun do in -for ma ções do sis te ma Sest/Se nat, as co me -mo ra ções do dia de são Cris tó vão em todo opaís con ta ram com a par ti ci pa ção de cer cade 450 mil pes soas.A uni da de do ABC pau lis ta rea li zou blit ze

na via An chie ta, com ati vi da des edu ca ti vas, ede ba tes so bre trân si to, com ob je ti vo de dis -cu tir ações para di mi nuir o nú me ro de aci -den tes e as al ter na ti vas em po lí ti ca de trân si -to. “O fó rum foi cria do com o ob je ti vo de setor nar uma dis cus são per ma nen te. Com ele,che ga mos a con clu sões que se rão co bra dasno pró xi mo ano”, diz a di re to ra da uni da dedo ABC pau lis ta, Suely Ka lil Te be che ra nis se.Se gun do Suely, “o trân si to deve ser en ca ra dopor po pu la ção e go ver no como uma en de miaco le ti va e não como tra gé dia pes soal”. Oeven to teve par ti ci pa ção de re pre sen tan tesde ONGs e do De na tran. Em Belo Ho ri zon te, a edu ca ção tam bém

foi pri vi le gia da. Além das bli ti ze e pa les tras, auni da de fez si mu la ções de aci den tes no cen -tro da ca pi tal mi nei ra e dis tri buiu fo lhe toscom lis ta de cui da dos no trân si to. No me lhor es ti lo gaú cho, a uni da de de

Por to Ale gre pro mo veu o tra di cio nal chur ras -co para os mo to ris tas após a car rea ta quecon tou com cer ca de 800 mo to ris tas no dia25, se gun do o di re tor da ins ti tui ção, Car losBec ker Ber wan guer. As crian ças tam bém ti -

EDUCAÇÃO NOCAMINHO DOSMOTORISTAS

POR SANDRA CARVALHO

SEST/SENAT BRASÍLIA/DIVULGAÇÃO

TRANSPORTE EM PAUTA

Page 51: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

PADROEIROCerca de 1.000 motoristasparticiparam da tradicionalmissa de são Cristóvão emBelo Horizonte (à dir.); emBrasília (à esq.), imagemfoi ponto de partida paracarreata

FÓRUM DE TRÂNSITO Debate realizado em Santo André (SP) abordou os principais problemas do trânsito do país

ORIENTAÇÃO Unidade deMaringá realizou palestraseducativas e atendimentomédico aos motoristas

“O TRÂNSITO DEVE SER ENCARADO COMO ENDEMIACOLETIVA E NÃO COMO TRAGÉDIA PESSOAL”

SEST/SENAT ABC PAULISTA/DIVULGAÇÃO

SEST/SENAT MARINGÁ/DIVULGAÇÃO

PAULO FONSECA

Page 52: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

ve ram vez, com ati vi da des edu ca ti vas, au lasde trân si to e kits di re cio na dos.

Saú deA uni da de Sest/Se nat de São Luiz, no

dia do pa droei ro dos mo to ris tas, op tou poruma co me mo ra ção di ver ti da. Gru pos detea tros se apre sen ta ram nos prin ci paiscru za men tos da ca pi tal ma ra nhen se, en -ce nan do te mas li ga dos à edu ca ção notrân si to. Pa lha ços fi ze ram o mes mo tra ba -lho em ôni bus co le ti vos, abor dan do o trân -si to com hu mor du ran te toda a se ma na.Para fe char a se ma na, fo ram rea li za dosexa mes de dia be tes gra tui tos.Ou tros pon tos do país tam bém apro vei ta -

ram a data para abor dar a saú de do mo to ris -ta, como a uni da de do Sest/Se nat de Pe tro li -na, que in cluiu em sua pro gra ma ção de co -me mo ra ções a va ci na ção con tra he pa ti te tipoB, fe bre ama re la e té ta no. l

São Luiz Sest/Senat abordou educação no tránsito com humor; abaixo blitz em coletivo no Rio de Janeiro (RJ)

SEST/SENAT SÃO LUIS/DIVULGAÇÃO

SEST/SENAT RIO DE JANEIRO/DIVULGAÇÃO

TRANSPORTE EM PAUTA

Page 53: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003
Page 54: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

O tão es pe ra do “es pe -tá cu lo do cres ci men -to” pode es tar ain damais lon ge de acon -

te cer. Atin gi do pe los es ti lha çosda cri se eco nô mi ca glo bal, ose tor de trans por te de car gasbra si lei ro, vi tal para o de sen vol -vi men to do país, está em aler ta.A fal ta de re cur sos para re cu -pe ra ção da ma lha ro do viá ria,um pa tri mô nio or ça do em R$200 mi lhões, alia da à po lí ti cares tri ti va de ju ros e à alta car gatri bu tá ria amea çam pa rar o se -tor. Em cli ma de ex pec ta ti va,em pre sá rios se reu ni ram emFor ta le za, no iní cio de agos to,para o 4º Con gres so Na cio nalIn ter mo dal dos Trans por ta do -res de Car gas.Para New ton Gib son, pre si -

den te da As so cia ção Bra si lei rados Trans por ta do res de Car gas(ABTC), que or ga ni zou o even -to, sem a cor re ta apli ca ção dosre cur sos da Con tri bui ção de In -ter ven ção no Do mí nio Eco nô -

mi co (Cide), cuja pre vi são dear re ca da ção para este ano é deR$ 10 bi lhões, o trans por te decar gas no país fica li mi ta do noseu pa pel de ve tor do de sen vol -vi men to. “Sem re cur sos para fi -nan cia men to da in fra-es tru tu rade trans por tes e da re no va çãoda fro ta de ca mi nhões, sem are gu la men ta ção das em pre sasdo se tor e, prin ci pal men te, sema Cide, será in via bi li za do qual -quer ín di ce de cres ci men to daeco no mia”, de cla rou Gib son nocon gres so.O en con tro da ABTC mo bi li -

zou mais de 700 trans por ta do -res de to dos os mo dais. Sãoem pre sá rios preo cu pa dos comos al tos cus tos ope ra cio nais,pro vo ca dos por uma somaqua se in ter mi ná vel de fa to res.A su fo can te car ga tri bu tá ria,que che ga a pe sar até 44% doscus tos, o rou bo de car gas e oau men to de aci den tes - porcon ta da má con ser va ção dees tra das e fer ro vias -, que en -

SEM A CIDE,O TRANS-PORTE DECARGAS FICALIMITADO NOSEU PAPELDE VETORDO DESEN-VOLVIMENTO

POR

SAMIRA CASTRO

ANTES DO‘ESPETÁCULO’,O ALERTA

TRANSPORTE EM PAUTA

FOTOS ALBERTO CUNHA

Page 55: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

O pre si den te da CNT des ta -cou, ain da, que as em pre sasde trans por tes de têm tec no lo -gia de pon ta e in ves tem emqua li fi ca ção da mão-de-obra.“Te mos que ser oti mis tas emre la ção ao Bra sil, ao trans por tee ao trans por ta dor por que tudoo que nós fa ze mos, fa ze mosbem.”Clé sio An dra de ci tou o tra -

ba lho de sen vol vi do pelo sis -te ma Sest/Se nat, que, emdez anos, rea li zou mais de12 mi lhões de aten di men tose be ne fi ciou os tra ba lha do -res de 400 mil em pre sas e500 mil trans por ta do res au -tô no mos do trans por te ro do -viá rio. “Os dez anos doSest/Se nat são uma pro va in -con tes te da ca pa ci da de ad -mi nis tra ti va da CNT”, acres -cen tou New ton Gib son.

Re cur sosUma luz no fim do tú nel

acen deu no con gres so da

EVENTOCongresso daABTC reuniuempresários eautoridades nacapital cearense

PELA CIDENewton Gibsonreclama maioresinvestimentos eminfra-estrutura

ca re cem os se gu ros, além doalto pre ço dos com bus tí veis.Sem fa lar no su ca tea men to dafro ta de ca mi nhões, que atin gecer ca de 60% dos trans por ta -do res au tô no mos, com veí cu loscom mais de 20 anos de uso.

Oti mis moApe sar dos obs tá cu los, o

pre si den te da CNT, Clé sio An -dra de, des ta cou que o con -gres so cons ti tuiu um im por -tan te fó rum de dis cus são, ca -paz de ge rar saí das para o se -tor. “Te mos que acre di tar noBra sil e, so bre tu do, acre di tarno nos so po ten cial.” Lem brouque, ape sar de to das as di ver -si da des, o se tor gera cer ca de2,5 mi lhões de ocu pa ções,en tre em pre ga dos, au tô no -mos, ta xis tas e ca mi nho nei -ros. O fa tu ra men to glo bal, in -cluin do to dos os mo dais decar gas, che ga a R$ 60 bi lhõesanuais - R$ 40 bi lhões so -men te no se tor ro do viá rio.

“TEMOS QUEACREDITARNO BRASIL E,SOBRETUDO,ACREDITARNO NOSSOPOTENCIAL”

Page 56: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

56 CNTREVISTA AGOSTO 2003

ABTC. O se cre tá rio-exe cu ti vodo Mi nis té rio dos Trans por tes(MT), Kei ji Ka nas hi ro, in for -mou que o se tor tem ga ran ti -dos, no Or ça men to da Uniãopara 2004, R$ 2 bi lhões,para se rem apli ca dos em in -fra-es tru tu ra. “De re cur so or -ça men tá rio e den tro da po lí ti -ca fis cal de hoje, nós te mosalgo em tor no de R$ 2 bi -lhões para o ano que vem,que po dem che gar até R$ 3bi lhões”, dis se Ka nas hi ro. Ose cre tá rio ad mi tiu que a ne -ces si da de de fi nan cia men toé mui to maior - che ga a R$25 bi lhões para os pró xi mosqua tro anos -, mas o Pla noPlu ria nual (PPA), em dis cus -são com o se tor pro du ti vo, iráes ta be le cer as prio ri da des.Para re cu pe rar a ma lha

viá ria na cio nal, a de man da éde R$ 10 bi lhões. E, para ga -ran tir a ma nu ten ção das es -tra das, há ne ces si da de deR$ 1,5 bi lhão por ano. Ka -nas hi ro in for mou que, em2004, está pre vis to R$ 1,5bi lhão para os pro gra mas dema nu ten ção, con ser va ção eres tau ra ção de ro do vias.“Ain da é pou co. Mas o go -ver no an te rior in ves tiu, nosúl ti mos anos, R$ 2,5 bi lhões.Nós po de mos che gar a mui -to mais do que isso, só emre cur sos or ça men tá rios.”Uma das es tra té gias de fen di -das pela equi pe de Lula édu pli car o tre cho de 9.000km de es tra das em re gi mede con ces são. t

PLANO RESERVA R$ 17 BI PARA O SETOR

Equi li brar a ma triz do trans por te decar gas no país. Essa é uma dasprin ci pais de man das do se tor in -

cluí da no Pla no Plu ria nual (PPA), quepre vê in ves ti men tos en tre R$ 11 bi lhõese R$ 17 bi lhões em in fra-es tru tu ra detrans por tes en tre 2004 e 2007. O di nhei -ro não vai fal tar, se gun do o se cre tá rio-exe cu ti vo do Mi nis té rio dos Trans por tes(MT), Kei ji Ka nas hi ro, que de ba teu oPPA do se tor no 4º Con gres so da ABTC.“Eu acho que o pro ble ma não é re cur so,não. O pro ble ma hoje é ques tão de ges -tão e de pla ne ja men to. Es ta mos re to -man do o pla ne ja men to de lon go pra zo eva mos cons truir, jun to com os go ver noses ta duais e o se tor pro du ti vo, um PPAfac tí vel”, ga ran tiu o se cre tá rio.

Uma das es tra té gias do go ver no paranão tor nar o PPA uma peça de fic ção écor rer atrás de fon tes di ver sas de fi nan -

cia men to. Na lis ta es tão os Fun dosCons ti tu cio nais (do Nor te, Nor des te eCen tro-Oes te), o Or ça men to da União eos em prés ti mos via BNDES, BID e Bird.Ka nas hi ro ad mi tiu como im pres cin dí vela apli ca ção efe ti va dos re cur sos da Cide.“Vai ha ver uma ação mui to for te no go -ver no Lula para se re dis cu tir a ques tãodo con tin gen cia men to da Cide”, dis seKa nas hi ro.

O pla no do go ver no é fa zer com queos mo dais fer ro viá rio e aqua viá rio au -men tem sua par ti ci pa ção no trans por tede car gas e se igua lem ao ro do viá rio, quehoje do mi na 60% do es coa men to da pro -du ção na cio nal - con tra 24% e 6% dosou tros dois, res pec ti va men te. “Se con se -guir mos o equi lí brio, po de re mos re du ziro cus to ope ra cio nal do trans por te de car -gas em até US$ 1 por to ne la da por qui lô -me tro trans por ta do.”

OTIMISTAClésio Andradecrê em saídaspara o setor

PARA RECUPERARA MALHAVIÁRIANACIONAL, ADEMANDA ÉDE R$ 10 BI

Page 57: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

AGOSTO 2003 CNTREVISTA 57

O s pre ços das pas sa -gens dos ôni bus ur -ba nos, in ter mu ni ci -pais e in te res ta -

duais em todo o Bra sil po de rãocair em até 50%. Essa é a in -ten ção dos em pre sá rios do se -tor, que dis cu ti rão o as sun to nose mi ná rio na cio nal “Trans por tePú bli co para In clu são So cial”,que será rea li za do no dia 21 deagos to, em Bra sí lia. O even to éor ga ni za do pela NTU (As so cia -ção Na cio nal das Em pre sas deTrans por te Ur ba no) e Abra ti(As so cia ção Bra si lei ra das Em -pre sas de Trans por te Ro do viá -rio In ter mu ni ci pal, In te res ta -dual e In ter na cio nal).Hoje, as ta ri fas dos ôni bus

co le ti vos nas ca pi tais va riam en -tre R$ 1,35 e R$ 3. Se gun do opre si den te da NTU, Otá vio Viei rada Cu nha Fi lho, o pro ble ma queo se tor en fren ta é que o pre ço,con si de ra do alto, ain da é bai xopara a qua li da de do ser vi ço quese exi ge. Essa equa ção de pre çoalto, mas in su fi cien te para co briros cus tos das em pre sas re sul taem um ci clo vi cio so: sem di nhei -ro, a po pu la ção cada vez uti li zame nos o trans por te co le ti vo e asem pre sas, para co brir os gas tosde ope ra ção, au men tam as ta ri -

fas. Sem ter con di ções de me -lho rar o ser vi ço.A so lu ção para o pro ble ma,

se gun do as en ti da des or ga ni za -do ras do even to, se ria a di mi -nui ção do pre ço das pas sa -gens. Para con se guir o ob je ti vo,em pre sá rios e usuá rios te rãoque con ven cer o go ver no a re -du zir im pos tos e con ce der sub -sí dios para o se tor. A pri mei raba ta lha será na dis cus são dare for ma tri bu tá ria. Tan to que ore la tor da re for ma, o de pu ta dofe de ral Vir gí lio Gui ma rães (PT-

MG), é um dos con vi da dospara o se mi ná rio em Bra sí lia.“Nos so ob je ti vo é ten tar sen -

si bi li zar as au to ri da des de queal gu ma coi sa pre ci sa ser fei tapara re du zir o cus to do trans por -te. Va mos mos trar a ex clu são so -cial cau sa da pelo alto cus to dasta ri fas. Como a Cons ti tui ção con -si de ra o trans por te pú bli co umser vi ço es sen cial, o se tor deveter tra ta men to tri bu tá rio di fe ren -cia do”, afir ma Cu nha Fi lho.Para o su pe rin ten den te da

Abra ti, José Luiz San to lin, é

OUTRA REFORMAPOR ROGÉRIO MAURÍCIO

JOSÉ SANTOLINAbrati querredução de taxas

SEMINÁRIOQUAN DO21/8ONDEBrasília

Ho tel Blue Tree ParkABRA TIFONE

(61) 322-2004 E-MAIL

abra ti@a bra ti.org.brNTUFONE

(61) 321-9293 E-MAIL

ntu mas ter@n tu.org.br

ABRATI/DIVULGAÇÃO

TRANSPORTE EM PAUTA

Page 58: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

pos sí vel ba ra tear tan to as ta ri -fas ur ba nas quan to as dotrans por te ro do viá rio pela viada de so ne ra ção fis cal. “Bas taque se dê isen ção de ICMS, aexem plo do que já ocor re como se tor de trans por te aé reo,para que os usuá rios dos ôni -bus te nham re du ção de ta ri fa,na mé dia, su pe rior a 13% emtodo o país. Se pen sar mos emde so ne rar os prin ci pais in su -mos, como die sel e veí cu los,po de re mos che gar a mais5%”, cal cu la San to lin. A pro pos ta da NTU e Abra ti

en glo ba, além da re du ção dacar ga tri bu tá ria, a ex tin ção dagra tui da de nos ôni bus. Do cus -to to tal das em pre sas, 25% sãore fe ren tes a im pos tos e 20% re -pre sen tam gra tui da de (ido sos,es tu dan tes e al gu mas clas sesde ser vi do res que não pa gampela pas sa gem).Se gun do San to lin, o se tor, por

suas en ti da des na cio nais, estáatuan do jun to aos par la men ta -res com pro pos tas de emen daque ob je ti vam in cluir o ser vi çode trans por te por ôni bus na ca -te go ria dos es sen ciais ao ci da -

dão, como ali men ta ção, edu ca -ção e saú de, de modo que pos -sa, por oca sião da ela bo ra ção dalei que de fi ni rá as alí quo tas tri -bu tá rias, re ce ber a me nor ta xa -ção e pos si bi li tar a re du ção dosele va dos ní veis vi gen tes.Ou tra ques tão pro ble má ti ca

são os in su mos. De acor do comos em pre sá rios, o pre ço do óleodie sel - que su biu 53% em2002 - já re pre sen tou 9% docus to to tal do ser vi ço e hojeatin ge 25%. “O go ver no podeado tar o sub sí dio cru za do, porexem plo. Es tu dos mos tramque, se o pre ço da ga so li na forrea jus ta do em 4%, po de ria sere du zir em 50% o pre ço do die -sel con su mi do pe las em pre sasde ôni bus”, diz Cu nha Fi lho.O em pre sá rio tam bém vê na

di mi nui ção do pre ço da pas sa -gem uma for ma de re dis tri bui -ção de ren da. Se gun do ele, o se -tor de trans por te ur ba no mo vi -men ta cer ca de R$ 17 bi lhõespor ano. Com a re du ção de 50%do va lor, cer ca de R$ 8,5 bi lhõesse riam re dis tri buí dos. “Pode re -pre sen tar mais que o Fome Zeroem qua tro anos”, pro je ta.San to lin diz que a ex pec ta ti va

é que os par la men ta res com -preen dam que jus ti ça so cial nãose faz so men te com pro gra mascomo Fome Zero, Bol sa Es co la eBol sa Ali men ta ção. “Mas tam -bém com po lí ti cas fis cais de dis -tri bui ção di re ta, pela não-co -bran ça de tri bu tos àque les queefe ti va men te ne ces si tam dosser vi ços como é o caso do trans -por te por ôni bus.” l

OTÁVIO FILHO O presidente da NTU pretende discutir como baratear a passagem

EMENDAS IRÃO PROPORNOVO TRATAMENTO

ANTU e a Abra ti pre -pa ra ram 14 emen -das à re for ma tri bu -

tá ria, que se rão apre sen ta -das no se mi ná rio em Bra sí -lia. “Va mos pro por o mes -mo tra ta men to tri bu tá riodos pro du tos da ces ta bá si -ca para o se tor. Quan to àgra tui da de do trans por tepara al gu mas ca te go rias, aso lu ção se ria ex tra ta ri fá ria.O go ver no uti li za ria re cur sosda as sis tên cia so cial paraban car a ta ri fa de quempre ci sa. O Fun do de De sen -vol vi men to da Edu ca ção,por exem plo, que já re pas sare cur sos aos mu ni cí piospara o trans por te es co lar,po de ria sub si diar a pas sa -gem dos es tu dan tes”, ex pli -ca Otá vio Viei ra da Cu nhaFi lho, pre si den te da NTU.

Se con se gui rem in cluiras emen das na re for ma, osem pre sá rios lu ta rão pelaela bo ra ção das leis com -ple men ta res, que de ta lha -rão as mu dan ças. Para ob -ter su ces so, as en ti da desirão mo bi li zar a po pu la ção.Até o fi nal do ano, se rãorea li za dos se mi ná rios emBelo Ho ri zon te, Re ci fe, Riode Ja nei ro e São Pau lo.

A in ten ção dos em pre -sá rios é re pas sar a even -tual re du ção de im pos tospara os pre ços das ta ri fas.Cunha Filho acre di ta que ose tor re cu pe ra ria a de man -da de pas sa gei ros e de ses -ti mu la ria o trans por te clan -des ti no. “O ile gal não te riacomo se man ter com umare du ção de 50% no pre çodas pas sa gens.”

NTU/DIVULGAÇÃO

Page 59: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

AGOSTO 2003 CNTREVISTA 59

O TÉCNICO ESTÁ PRESTIGIADO

ALEXANDRE GARCIA

OPINIÃO

B rasília (Alô) – Depois de um primeirosemestre cheio de surpresas otimistas,muitos brasileiros estão, agora, comum pé atrás em relação ao governo,

achando que já é tempo de apresentar resulta-dos. As pesquisas de opinião mostram: diminuiua confiança no governo, mas não no chefe dogoverno. Seria isso um paradoxo?O nosso regime presidencialista imperial cos-

tuma separar o prestígio de sua majestade do deseus acólitos. Se algo vai mal, em geral é culpade ministro – com freqüência o da Fazenda. Sevai bem, o presidente fatura altos índices naspesquisas de opinião.O governo Lula surpreendeu os pessimistas.

Quem pensava em não honrar compromissosexternos, desprezar o FMI e cuspir no BancoMundial se enganou. Quem imaginava dema-gogia nos gastos públicos quebrou a cara com amaior ortodoxia já vista na política fiscal. Quemvia populismo na política de juros surpreendeu-se com a rigidez da administração monetária doBanco Central. Quem esperava inflação descon-trolada ficou boquiaberto com a maestria comque a equipe econômica domesticou o cavalobravio. Quem achava que iríamos perder o crédi-to frustrou-se com a queda do risco Brasil e dodólar. Quem pensava que pagaríamos mico napolítica externa espantou-se com os salamale-ques recebidos por Lula na Europa, EstadosUnidos e América Latina.E assim foi o primeiro semestre, cheio de sur-

presas, otimismo e expectativas. Agora, a paciên-cia do país imediatista vai se esgotando. Comonunca planejamos estrategicamente, como sem-pre nos limitamos a resolver hoje os problemasde ontem, sem nos lembrar do amanhã,

achamos que já deveríamos estar revivendo omilagre econômico de Delfim. Com a impaciência vem o pessimismo e, com

o pessimismo, a mesma falta de investimentoque atrapalhou o primeiro semestre.Agora cobram: e os 10 milhões de empregos,

onde estão? No que depender de mim, se o gov-erno inventar um único emprego, vou cobrar delepor fazer caridade com o dinheiro do meu impos-to. Emprego quem cria é a vontade de progredir,a eficácia do investimento, a competência devender. E não é o governo que faz isso. Tomaraque os governos empreguem cada vez menos egastem menos dos tributos de quem é politica-mente correto no pagamento dos impostos.Empregando menos no setor público sobra maispara investir em bons serviços públicos e é sóisso que se quer.Os institutos de pesquisa percebem que o

que há de errado ou lento no governo é culpa doministro – embora não seja, necessariamente,culpa dele. E que Lula, comunicando-se bemcom quem o elegeu e com quem não o elegeu,quer o melhor e está cheio de boas intenções evai conseguir. Não se transfere para o presidentea irritação contra o ministro. Para nossa sorte, sócriticam o ministro da Fazenda os que estão comciúmes da coragem com que Palocci está man-tendo seus acertos. E só está mantendo porquetem o respaldo total do presidente.Até no caso da reforma da Previdência Lula

passou incólume. Seu carisma foi respeitadopelos funcionários furiosos que atacaram aCâmara. E a maioria silenciosa, que paga a farra,estava torcendo pela dureza das propostas dogoverno. Numa reeleição agora, Lula continuasem adversário.

EMPREGO QUEMCRIA É A VONTADEDE PROGREDIR, AEFICÁCIA DOINVESTIMENTO,A COMPETÊNCIA DE VENDER

Page 60: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

60 CNTREVISTA AGOSTO 2003

MAIS TRANSPORTE

Os táxis de São Pauloandam a álcool. Esse é oresultado da pesquisa feitaAssociação das Empresasde Táxi de Frota (Adetax)da capital paulista, queregistrou índice de 50%para carros com ocombustível da cana, entreos 4.000 táxis de frota dacidade. O levantamentomostra que 40% utilizamgasolina e 10% optarampelo gás natural (GNV).Os dado foram coletadosem 90% dos veículosdas empresas associadas.No país, 20% dos táxisabastecem com álcool,segundo a Anfavea.

TÁXI A ÁLCOOL

ACI DEN TE ZERO

A par ce ria en tre a Uni ver si da dede Mia mi e a CIT (Câ ma raIn te ra me ri ca na de Trans por te)for mou a pri mei ra tur ma docur so de pós-gra dua ção emlo gís ti ca e trans por tes para oge ren te exe cu ti vo. En tre ospar ti ci pan tes, Pau lo Ca lef fi,pre si den te da CIT. Em 2004,ha ve rá nova tur ma para ocur so, que, para a CIT,sig ni fi ca mais um pas so nadi re ção do in ter câm bio deca pa ci ta ção pro fis sio nal,re qui si to im pres cin dí vel paraa in te gra ção das na ções.

CIT FOR MA 1ª TUR MA

MAIORIA50% dos táxisde SP rodamcom álcool

Em 21 de agos to, Por to Ale -gre irá pro mo ver o Dia doZero Aci den te de Trân si to. Aidéia da cam pa nha sur giuem 1993, a par tir de açõesfei tas pela Pe tro bras e or ga -ni za das pelo atual coor de na -dor de se gu ran ça de pro ces -so da BR Dis tri bui do ra, José

Luiz Ro dri gues Ne ves. O ob -je ti vo era ex pan dir a cul tu rade pre ven ção de aci den tes.A par tir de 2000, a data foiin cluí da no ca len dá rio ofi cialdo Es ta do e as ações doZero Aci den te já es tão sen doso li ci ta das para apli ca ção emou tras ci da des.

BASTIDORES & NEGÓCIOS

MARCELO ALVES/FUTURA PRESS

Page 61: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

AGOSTO 2003 CNTREVISTA 61

A Co mis são de Via ção eTrans por tes está ana li san doa pro pos ta do de pu ta doLeo Al cân ta ra (PSDB-CE),que pre vê o re pas se de 25%da re cei ta ar re ca da da commul tas de trân si to paraobras de in fra-es tru tu ra detrans por tes. Se gun do o tex to,70% dos re cur sos se rãoapli ca dos em si na li za ção,en ge nha ria de trá fe go ede cam po, po li cia men to,fis ca li za ção e edu ca çãode trân si to.

MUL TA PAGA RE FOR MA

O governo reduziu em trêspontos percentuais o IPI até 30de novembro, numa tentativade estimular as vendas. Paratanto, exige a manutenção deempregos na indústria automo-tiva e o repasse ao consumidorda queda. A redução do IPIatinge veículos de até 2.000cilindradas, que hoje pagamentre 13% e 15% de impostodos carros populares (até1.000 cilindradas) pagam 9%de IPI. A medida foi anunciadaem meio à crise no setor, compátios lotados e queda de 8%nas vendas no primeirosemestre. A redução do IPIcorresponde a uma arrecadaçãode R$ 342 milhões duranteo período de validade.

REDUÇÃO DO IPI

Após 69 anos de muita estrada, o Fuscaparou. No dia 30 de julho, a Volkswagenproduziu o último exemplar do modelomais antigo em linha, na fábrica do México,a única no mundo a montar o carro. Odestino da relíquia é certo: irá para o museuda montadora, na Alemanha. Criado porFerdinand Porsche em 1934, o Fusca foium dos carros mais populares no Brasil,com legião de fanáticos e colecionadores,que terão que desembolsar algo perto deR$ 40 mil para ter a série especial “ÚltimaEdição” - a filial brasileira da Volks irá

colocar à venda 15 exemplares. Com saborde memória, os modelos de encerramentoseguem o design original, calota cromada,pneus de banda branca, carroceria em azul(foto) ou bege e friso no porta-malas. Otoque de modernidade fica por conta doCD-player. No Brasil, o Fusca foi emblemade gerações e governos. JuscelinoKubitschek desfilou num modelo conversívelem 1959 para inaugurar a fábrica damontadora. Gesto repetido por Itamar Francoem 1993, que ressuscitou a produção dobesouro sete anos após a suspensão.

APÓS 69 ANOS, O ADEUS DO FUSCA

FORAM FABRICADOS

21.529.460MODELOS

EM

69ANOS

DE PRODUÇÃO

NO BRASIL, FORAMVENDIDOS

3,3MILHÕESDE FUSCAS

NOS3 ANOS DA

ERA ITAMAR,

47.700CARROS FORAMNEGOCIADOS

VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO

Page 62: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

Treinamento de policiais rodoviáriosA unidade do Sest/Senat de Maringá treinou umaturma de 20 policiais rodoviários estaduais nosprocedimentos de transporte de produtosperigosos. Esse curso é ministrado, freqüente-mente, aos profissio-nais transportadores de car-gas perigosas, como produtos inflamáveis.No encerramento do curso, em 8 de agosto, foirealizada uma blitz educativa, com a participação dos policiais e instrutores daunidade. Para mais informações sobre os cursos oferecidos em Maringá, ligue para (44) 266-2182.

Capacitação em logísticaDesde o final de julho, a unidade do Sest/Senatde Ribeirão Preto está oferecendo o Programa deDesenvolvimento de Operadores Logísticos (OPL).Com duração de dez meses, o programa abordará, a cada período, um módulo diferente, entre eles, introdução à logística, marketing deserviços, custos logísticos, organização logística e alianças estratégicas. Para mais informações sobre este e outros cursos emRibeirão Preto, ligue para (16) 638-6600.

Parceria em São GonçaloA unidade do Sest/Senat de São Gonçalo, ainda em fase de construção, fechou um contrato de cinco anos com a Auto Viação 1001,para orientar 1.000 funcionários por ano, comcarga horária pedagógica de 69 horas de treina-mento individual no primeiro ano.Entre os cursosoferecidos, os funcionários estudarão Formaçãopara Condutores, Condução Econômica e Master-Drive. Apesar de o término das obras da unidade estar previsto para o final de 2003, as aulas começaram no último dia 8. O posto de São Gonçalo ficará localizado na rodovia Amaral Peixoto, km 7.

URGÊNCIA Obras nas estradas terão betume mais barato

BE TU ME MAIS BA RA TO

A Pe tro bras for ne ce rá, nospró xi mos seis me ses, 200mil to ne la das de ma te rialbe tu mi no so para res tau ra çãoe con ser va ção de ro do viasfe de rais. O con tra to com oMi nis té rio dos Trans por tese DNIT dis pen sa li ci ta ção ees ti pu la o pre ço da to ne la daem R$ 590 - a mé dia do

mer ca do é de R$ 1.170.O mi nis tro An der son Adau toacre di ta que será pos sí vel cor tarR$ 600 mi lhões dos cus tos doPro gra ma de Re cu pe ra ção eMa nu ten ção das Ro do vias.A As so cia ção Bra si lei ra dasEm pre sas Dis tri bui do ras deAs fal to re cor reu ao Mi nis té rioPú bli co con tra a de ci são.

FRU TAS VIA PE CÉM

O por to de Pe cém (a 63 kmde For ta le za) ex por tou, nospri mei ros seis me ses do ano,23 mil to ne la das de ba na na.E a par tir de agos to, com asa fra da man ga, a ex pec ta ti vaé de au men to de 25% nasope ra ções por tuá rias.

EX POR TA ÇÕES EM BAI XA

As ex por ta ções de aviõescaí ram de pri mei ro parasex to lu gar no ran king dasven das ex ter nas no pri mei rose mes tre do ano, com que dade 8,5%. Na li de ran ça, fi coua soja em grão, com altade 150%, se gun do a Se cex.

CNT EM PAUTA

JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

Page 63: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

AGOSTO 2003 CNTREVISTA 63

SEST/SENAT

NOVIDADE NA PROGRAMAÇÃO

CUR SOS

MO TO RIS TA DE ÔNIBUSDE TU RIS MO• De 8 a 11 de se tem bro, às 9h, com re pri se às13h45 - Pead 1• De 12 a 17 de se tem bro, às 12h15, com re -pri se às 14h50 - Pead 2

Com 16 au las, o cur so apre sen taas in for ma ções ne ces sá rias parao bom de sem pe nho da fun ção demo to ris ta de ôni bus de tu ris mo.Os prin ci pais te mas abor da dosem au las são:

“O trans por te tu rís ti co e o pa peldo mo to ris ta de tu ris mo”“Pre pa ra ção e Rea li za ção da Via -gem”“Di cas de Ope ra ção em Lon gasVia gens”“Di ri gin do com mais Eco no mia”“Fun cio na men to do Veí cu lo”“Ma nu ten ção do Veí cu lo”“Di re ção De fen si va”“Aten di men to ao Clien te”

CON FE REN TE DE CAR GA• 1/9, às 9h, com re pri se às 13h45 - Pead 1

• 24/9, às 12h15, com re pri se às 14h50 - Pead 2

Con fi ra os te mas das 5 ví deos-aula. Ti pos de car gas, em ba la -gens e os sím bo los de ma nu seio.Como fa zer a mo vi men ta ção dacar ga pe ri go sa. Orien ta ções so -bre se gu ran ça no tra ba lho. Di -cas so bre re la cio na men to in ter -pes soal. Qua li da de no ser vi ço.

• Para conferir a programação completade setembro da Rede Transporte,acesse www.cnt.org.br

IDAQ

JUST IN TIME• 9/9, às 10h10, com reprise às 16h30

O vídeo define os princípios básicos do Just in Time. O que você vai assistir: • A necessidade de sincronização e oaumento das comunicações com ênfase nacadeia produtiva• Mudança do critério de custo mínimo paraconfiabilidade e qualidade como forma defortalecer a cadeia produtiva • Importância do sincronismo entre as técni-cas do Just in Time• Discussão sobre alterações no relaciona-mento entre as empresas de carga e osclientes após implantar o Just in Time• Apresentação de um guia prático paraimplantar relacionamento com clientes

SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIALPARA GESTÃO DA QUALIDADE EPRODUTIVIDADE • 2/9, às 10h10, com reprise às 16h30

Mostra o papel da informação na gestãoempresarial, os ambientes básicos da qual-idade em empresas rodoviárias de carga, amelhoria da qualidade e produtividade apartir da operação e manutenção deprocessos e recursos. Pontos discutidos:• Sistemas de informações associados amercados• Estratégias de relações com clientes• Desdobramento da função qualidade aplica-da ao serviço de transporte

DESTAQUES • SETEMBRO 2003

PROGRAMA: CHECK UP• Diariamente, às 11h45

Programa da STV - Rede SescSenac de Televisão, produzido emparceria com a TV Unifesp, da Uni-

versidade Federal de São Paulo. O programa mostra as novidades emtratamentos, pesquisas, saúdesocial, prevenção de doenças e dicaspara uma vida mais saudável, comuma linguagem clara e acessível

Page 64: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

64 CNTREVISTA AGOSTO 2003

IDET

ESTATÍSTICA

N o pri mei ro se mes tredo ano, fo ram mo vi -men ta das, pe las em -pre sas ro do viá rias de

car gas, mais de 219,2 mi lhões deto ne la das de mer ca do rias noBra sil, se gun do da dos do Idet,pes qui sa rea li za da pela CNT-/Fipe/USP. O va lor re pre sen ta umacrés ci mo de 1,5 mi lhão de to ne -la das so bre o vo lu me do mes mope río do de 2002. O re sul ta do só não foi maior

em fun ção da que da de ju nho(4,7% em re la ção a maio), de vi doao me nor nú me ro de dias úteisem com pa ra ção com maio (20con tra 21) e à re du ção do ní velde ati vi da de eco nô mi ca no país.

Mes mo com a re du ção do rit -mo, a ex pec ta ti va de mo vi men ta -ção de car ga no mo dal ro do viá rio(em pre sas de car ga) pode cres -cer de 442 mi lhões de to ne la daspara 456 mi lhões de to ne la daseste ano. Caso se con fir me a ten -dên cia, o país pode vir a ter pro -ble mas no se tor em de cor rên ciada pre cá ria si tua ção da ma lharo do viá ria, re tar dan do, in clu si ve,a ex pan são da eco no mia em di -ver sos Es ta dos.En tre abril e maio, a mo vi men -

ta ção de car gas no mo dal fer ro -viá rio apre sen tou cres ci men to de2,64 mi lhões de to ne la das úteis(9,03%). O re sul ta do de cor re di -re ta men te do in ves ti men to emma te rial ro dan te rea li za do pelafer ro via Vi tó ria-Mi nas, res pon sá velpor 30% do to tal de car ga trans -

ASESTRADASCOMPLICAMNOVAMENTE

O PAÍS PODEVIR A TERPROBLEMASEM DECOR-RÊNCIA DAPRECÁRIASITUAÇÃODASRODOVIAS

RODOVIÁRIA DE CARGAS

2000 215.715.091 445.816.005 -

2001 215.419.794 441.408.929 -0,99%

2002 217.731.658 453.540.208 2,75%

2003 219.257.553 - -

PERÍODO ACUMULADO NO ANO VARIAÇÃO (ANO) PRIMEIRO SEMESTRE TOTAL ANUAL (%)

• NÚMEROS DE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS

FONTE: CNT / FIPE-USP

SITUAÇÃO PRECÁRIA PÕE EM RISCO O

CRESCIMENTO ECONÔMICO, DIZ PESQUISA

Page 65: Revista CNT Transporte Atual-AGO/2003

por ta da no Bra sil, e da re du çãodo cus to do fre te de Fer ro ban,Fer ro nor te e No voes te (com focono trans por te de soja).A mo vi men ta ção de car ga nos

ae ro por tos bra si lei ros em maio fi -cou em 41.622 to ne la das, en -quan to no aqua viá rio de car gasob ser vou-se um cres ci men to de3,3%. O au men to foi mo ti va dopela alta das ex por ta ções de car -ga ge ral e gra nel em San tos e dode sem bar que de quí mi cos emSão Se bas tião (SP).O mo dal ro do viá rio de pas sa -

gei ros (in te res ta dual) re gis trou nopri mei ro se mes tre mais de 40,1mi lhões de via gens (7,9% su pe -rior que o mes mo pe río do de2002). Os prin ci pais des ti nos dospas sa gei ros em bar ca dos no Bra silfo ram os Es ta dos do Su des te. Emju nho, rea li za ram-se 6,32 mi lhõesde via gens - 3,57% a me nos queno mês an te rior.Tam bém no seg men to in ter -

mu ni ci pal de pas sa gei ros ob ser -vou-se uma re du ção no nú me rode via gens em ju nho. Fo ram re -gis tra dos 45,6 mi lhões de des lo -ca men tos con tra 48,1 mi lhões demaio, uma que da de 5,3%. A mo -vi men ta ção de pas sa gei ros acu -mu la da no pri mei ro se mes tre su -pe ra a casa dos 285,4 mi lhões,um cres ci men to de 1,2%.

No trans por te co le ti vo ur ba -no, fo ram re gis tra dos apro xi -ma da men te 874,6 mi lhões dedes lo ca men tos em ju nho emais de 495 mi lhões de qui lô -me tros ro da dos. O Índice dePas sa gei ros Qui lô me tro (IPK)mé dio para o pe río do foi de1,721. O IPK os ci lou en tre1,293, na re gião me tro po li ta nado Rio de Ja nei ro, e 2,514, noRio Gran de do Sul.

O IPK es ta be le ce uma re la -ção en tre a de man da por trans -por te co le ti vo, nú me ro de pas -sa gei ros trans por ta dos e a ofer -ta, re pre sen ta da pela qui lo me -tra gem per cor ri da ou pro du çãoqui lo mé tri ca.Para maio res es cla re ci men tos

e/ou para down load das ta be lascom ple tas do Idet, aces se o siteda CNT (www.cnt.org.br) ou daFipe/USP: www.fipe.com.br. l

EXPANSÃODA ECONO-MIA EMDIVERSOSESTADOSESTÁAMEAÇADA

MODAL RODOVIÁRIO DE CARGA• TONELADAS TRANSPORTADAS EM MAIO/03

UF ES MG MT SP BRASILES 545 792 1.342 - -MG 7.709 5.006 13.551 - -MT 533 533 - - -SP 2.775 2.812 - - -BRASIL 8.254 5.869 3.389 31.858 -

ORIGE

M DESTINO

RODOVIÁRIO INTERESTADUAL

1º SEMESTRE 37.222.986 40.155.080

TOTAL NO ANO 75.513.084 -

PERÍODO 2002 2003

FONTE: CNT / FIPE-USP

FONTE: CNT / FIPE-USP

• NÚMEROS DE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS

RODOVIÁRI0 INTERMUNICIPAL

1º SEMESTRE 281.926.883 285.403.329

TOTAL NO ANO 581.149.372 -

PERÍODO 2002 2003

FONTE: CNT / FIPE-USP

• NÚMEROS DE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS

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66 CNTREVISTA AGOSTO 2003

HOMENAGEM

DUKE é chargista do jornal O TEMPO, de Belo Horizonte (MG)

ROBERTO MARINHO 1904 - 2003

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AGOSTO 2003 CNTREVISTA 67

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