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Revista de Cosmetologia e Ingredientes Cosméticos | 1

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4 | Revista de Cosmetologia e Ingredientes Cosméticos

Diretor Geral Maurício Gaspari PupoMaurício Gaspari PupoMaurício Gaspari PupoMaurício Gaspari PupoMaurício Gaspari [email protected]

Editor Chefe Maurício Gaspari PupoMaurício Gaspari PupoMaurício Gaspari PupoMaurício Gaspari PupoMaurício Gaspari [email protected]

Redatores Jelena CvijicJelena CvijicJelena CvijicJelena CvijicJelena CvijicRoberta RigonRoberta RigonRoberta RigonRoberta RigonRoberta RigonFlávio Casti lhoFlávio Casti lhoFlávio Casti lhoFlávio Casti lhoFlávio Casti lhoClaudia MeirellesClaudia MeirellesClaudia MeirellesClaudia MeirellesClaudia Meirelles

Projeto Gráfico Thiago Gimenez MotaThiago Gimenez MotaThiago Gimenez MotaThiago Gimenez MotaThiago Gimenez [email protected]

Editoração José Messias de OliveiraJosé Messias de OliveiraJosé Messias de OliveiraJosé Messias de OliveiraJosé Messias de Oliveira

Diretor Comercial Neto MontagniniNeto MontagniniNeto MontagniniNeto MontagniniNeto [email protected]

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Edição 37 Índice66666 Desodorantes e Antiperspirantes

1 01 01 01 01 0 Eficácia Desodorante e Antiperspirante

1 61 61 61 61 6 Nano e Biotecnologia

1 71 71 71 71 7 Regularização

1 81 81 81 81 8 Dados do Mercado

2 02 02 02 02 0 Mercado de Desodorantes e Antitranspirantes

2 22 22 22 22 2 Alunos do IPUPO em Mônaco

2 32 32 32 32 3 Paris Recebe Alunos do IPUPO

2 42 42 42 42 4 Fotoprotetores Naturais

2 72 72 72 72 7 Bromidrose

3 03 03 03 03 0 Hiperidrose focal

3 33 33 33 33 3 Caderno Técnico

3 43 43 43 43 4 Clareamento Axilar

3 63 63 63 63 6 Cosmacol® ELI e DeoPlex®

3 83 83 83 83 8 Reach® 301

3 93 93 93 93 9 Reach® AZO-956 G

4 04 04 04 04 0 Rezal® 36GP

4 14 14 14 14 1 Zetesol® ZN

4 24 24 24 24 2 Verochic®

4 34 34 34 34 3 DepilineTM e CapislowTM

4 54 54 54 54 5 CoffeeBios®

4 64 64 64 64 6 Segurança e Eficácia de Antiperspirantes

4 84 84 84 84 8 Filtros Solares Foram Detectados no Leite Materno e no Sêmen

5 85 85 85 85 8 Eventos

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IN FOCO

Desodorantes e AntiperspirantesFormação, Classificação e Papel do Suor

Apesar de os produtos desodorantes e antiperspirantesfazerem parte essencial na nossa higiene pessoal, essasformulações foram introduzidas no mercado no início doséculo XX, quando o odor corporal e a perspiração intensacomeçaram a ser considerados inconvenientes. Nessa épo-ca, também no mercado foram introduzidos os sais de alu-mínio para a redução da transpiração. Anteriormente, osperfumes eram utilizados para mascarar os odores corpo-rais.

Sudorese: Um Processo Essencial para aTermorregulação

A termorregulação é a capacidade de manutenção datemperatura corpórea dentro de certos limites, mesmo quan-do a temperatura do ambiente é diferente. Ela é realizadaatravés de um conjunto de mecanismos e é essencial para ahomeostasia. A temperatura corporal deve ser regulada deforma rigorosa, dentro dos limites fisiológicos de aproxi-madamente 37+/-1ºC por alguns motivos:

• A cada elevação da temperatura em 1ºC, a velocidadedas reações químicas aumenta em cerca de 10 vezes;

·• Todas as enzimas possuem uma temperatura ideal aci-ma da qual sua atividade declina;

• Geralmente, a maioria das pessoas apresenta convul-são quando a temperatura central excede os 41ºC, e adesnaturação das enzimas e outras proteínas se aceleraacima de 42ºC, promovendo a morte celular.

Um dos impor tan tes mecanismos para atermorregulação contra o superaquecimento corpóreo é asudorese. O processo de evaporação da água do corpopode ser realizado através de dois mecanismos: pelas viasaéreas e pela superfície cutânea. Essa habilidade de trans-pirar até 1,8 l/hora permitiu a adaptação do ser humano adiferentes climas. Cada litro evaporado de suor significa580 Kcal transferidas para o meio ambiente. A evaporaçãodo suor promove esfriamento da pele e consequente redu-ção da temperatura.

Legenda. Evaporação de suor e redução da temperatura.

Glândulas Sudoríparas: Definição e Diferenças

A produção do suor em seres humanos ocorre nas glân-dulas sudoríparas écrinas e apócrinas.

• As glândulas écrinas são distribuídas por toda a superfí-cie da pele, sendo envolvidas na termorregulação atra-vés da produção do suor. Elas são mais numerosas emenores;

• As glândulas apócrinas têm tamanho muito maior que asécrinas, e encontram-se localizadas nas axilas, abdome eregião púbica, podendo ser encontradas nas áreasperiorbital e periauricular, e estão relacionadas ao de-senvolvimento sexual e formação de odor feromonal.

Também foram definidas as glândulas apoécrinas – glân-dulas sudoríparas que se tornam aparentes na idade entre 8e 14 anos. Elas são funcionalmente diferentes das glândulasapócrinas, localizadas somente na região axilar, contribuin-do muito na transpiração dessa região. Elas se desenvolvemdas glândulas precursoras écrino-like durante o período daadolescência.

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IN FOCO

Os achados histológicos confirmam que as glândulasécrinas são dominantes na derme, enquanto a maioria dasapócrinas está localizada no tecido subcutâneo.

Características da Secreção Écrina e Apócrina

O suor écrino é uma solução eletrolítica bastante diluí-da, composta por cloreto de sódio, potássio, amônia e bi-carbonatos, além de substâncias orgânicas, como lactato eureia. Essa solução hipotônica confere à pele um pH ácido(4,7 para os homens e 6,0 para as mulheres), desfavorávelpara a proliferação bacteriana. Essa solução, embora abun-dante, é muito diluída para originar o odor axilar.

Por outro lado, o suor apócrino contém, além de água ecloreto de sódio, percentagens mais elevadas de proteínas,ácidos graxos, lipoproteínas e lipídeos que são um substratopara o crescimento bacteriano.

O suor écrino, assim como o apócrino, é estéril e inodoroao ser secretado. A formação de odores na superfície cutâneaé realizada através da ação bacteriana sobre o suorapócrino, rico em substâncias orgânicas ideais para o cres-cimento bacteriano. O odor desagradável também pode serformado em casos de hiperidrose, quando associada àmaceração de queratina, principalmente na região plantar.Nessa região também pode ocorrer uma superinfecção bacteriana.Legenda. Glândula écrina (imagem a) e glândula apócrina (imagem b).

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IN FOCO

Prof. Maurício Gaspari PupoProf. Maurício Gaspari PupoProf. Maurício Gaspari PupoProf. Maurício Gaspari PupoProf. Maurício Gaspari Pupo

Diretor da IPUPO Consultoria em Desen-volvimento Cosmético e Coordenador daPós-Graduação e MBA em Cosmetologiado IPUPO em parceria com a Unicastelo.Editor Chefe da CI Cosmetic IngredientsMagazine.

Controle da Secreção Écrina e Apócrina

Sendo a termorregulação a função principal das glândulasécrinas, sua secreção é alterada em resposta a fatores térmicos,osmóticos, mentais e gustativos. O centro hipotalâmico que con-trola a secreção dessas glândulas nas regiões plantares e palmaresé separado dos demais centros da secreção das glândulassudoríparas. Esse ‘controle central’ dessas regiões é ativado, prin-cipalmente, por estimulação emocional ou mental, e muito menospor estimulação termorregulatória.

Legenda. O controle da secreção das glândulas écrinas na região plantar écentral, sendo ativado por estimulação emocional ou mental, e muito

menos termorregulatória.

As evidências atuais sugerem que a secreção das glândulasapócrinas está sob controle do sistema nervoso simpático, commecanismos periféricos regulados por catecolaminas. A presençados receptores purinérgicos nas glândulas também indica que háoutra via secundária, sudomotora, com envolvimento denucleotídeos nas glândulas apócrinas.

Legenda. O controle da secreção das glândulas apócrinas está sobcontrole do sistema nervoso simpático.

Controle do Odor da Secreção

Ao ser secretado, o suor écrino e apócrino não apresentamodor, mas a ação bacteriana, a presença de fungos, a maceraçãode queratina ou superinfecções podem causar odor muito desa-gradável.

As condições e patologias cutâneas, como hiperidrose(sudorese excessiva, muito superior à requerida paratermorregulação normal) ou bromidrose (condição crônica carac-terizada por sudorese e odor excessivo) requerem uma atençãoespecial em termos de redução e controle da sudorese e odor.

Em geral, há três formas de redução ou controle do odor:

1. Redução ou inibição das secreções glandular;

2. Impedir o crescimento das bactérias;

3. Adsorver os odores corporais.

Tendo suas ações e funções claramente definidas, há duascategorias diferentes de formulações: desodorantes eantiperspirantes.

Os desodorantes são formulações tópicas que inibem o cres-cimento microbiano na região de aplicação ou mascaram o odordas substâncias odoríferas presentes no suor. Um dos ativos deso-dorantes mais utilizados é o triclosan. Os antiperspirantes sãoprodutos para a aplicação tópica que reduzem a quantidade desecreção das glândulas sudoríparas na zona tratada, inibindo aformação do odor desagradável do suor. Eles atuam reduzindo asecreção glandular, promovendo a formação de um tampão noducto, alterando a permeabilidade do ducto aos fluidos e atravésde outros mecanismos. Os ativos antiperspirantes mais comumenteutilizados são os sais de alumínio.

Atualmente, há outras opções de ativos desodorantes, alémdos tradicionais, como desodorantes enzimáticos, adsorvedoresde odor, ou por meio de outros mecanismos.

Bibliografia1 Nascimento, L. P., Raffin,R.P., Guterres,S.S. Aspectos atuais sobre a segu-Aspectos atuais sobre a segu-Aspectos atuais sobre a segu-Aspectos atuais sobre a segu-Aspectos atuais sobre a segu-

rança no uso de produtos antiperspirantes contendo derivados derança no uso de produtos antiperspirantes contendo derivados derança no uso de produtos antiperspirantes contendo derivados derança no uso de produtos antiperspirantes contendo derivados derança no uso de produtos antiperspirantes contendo derivados dealumínio.alumínio.alumínio.alumínio.alumínio.. Pharmacia Brasileira, v. 16, p. 66-72, 2004.

2 Wingfield Rehmus. Bromhidrosis.Bromhidrosis.Bromhidrosis.Bromhidrosis.Bromhidrosis. Disponível em: http://emedicine.medscape.com/article/1072342-overview. Acessado em: 23/12/2010.

3 Robert A Schwartz. Hyperhidrosis.Hyperhidrosis.Hyperhidrosis.Hyperhidrosis.Hyperhidrosis. Disponível em: http://emedicine.medscape.com/article/1073359-overview. Acessado em: 23/12/2010.

4 Scarff CE. Sweaty Sweaty Sweaty Sweaty Sweaty, smelly hands and feet., smelly hands and feet., smelly hands and feet., smelly hands and feet., smelly hands and feet. Aust Fam Physician. 2009Sep;38(9):666-9.

5 Termorregulação. Disponível em:http://www.unirio.br/farmacologia/a u l a s % 2 0 f i s i o l o g i a / m e t a b o l i s m o /ERMORREGULA%C3%87%C3%83O%202010%20aula%20%5BSalvo%20automaticamente%5D%20%5BModo%20de%20Compatibilidade%5D.pdf. Acessado em: 23/12/2010.

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TESTES DE EFICÁCIA

Eficácia Desodorante eAntiperspiranteINTRODUÇÃO

Produção do suor

O suor humano é composto primariamente de água, comdiversos sais e compostos orgânicos em solução. Ele contémquantidades mínimas de materiais gordurosos, uréia e outrasexcreções. O suor de outras espécies normalmente difere dohumano em sua composição.

Em algumas áreas do corpo, as glândulas sudoríparas sãomodificadas para produzir secreções, como as glândulas se-báceas e mamárias.

Nos humanos, existem dois tipos diferentes de glândulassudoríparas que se diferem bastante na composição do suor ena sua proposta.

As glândulas sudoríparas apócrinas são ativadas a partirda puberdade e, em geral, desembocam nos folículospolissebáceos (e onde também emergem os pêlos e as glân-dulas sebáceas, que produzem a oleosidade da pele). Distri-buídas em locais específicos do organismo, como as axilas,região púbica e região peitoral, a atividade dessas glândulas éestimulada principalmente por fatores emocionais, como omedo, a apreensão e a dor. A secreção dessas glândulas pos-sui aspecto “leitoso” (levemente esbranquiçado), sendo libe-rada em pequenas quantidades e em longos intervalos de tem-po. Esta secreção contém proteínas, carboidratos, lipídeos eoutras substâncias que vão servir de alimento para as bactéri-as que vivem na pele. 11

Consideradas as verdadeiras glândulas sudoríparas, asglândulas écrinas (Figura 1) são responsáveis por secreçõesincolores e inodoras, compostas por 99% de água. São ativasdesde o nascimento e encontram-se espalhadas por todo ocorpo, em maior quantidade nas palmas das mãos, nas plantasdos pés e nas axilas. São glândulas tubulares que desembo-cam diretamente na superfície cutânea, ativadas pelo calor epelo estresse, podendo atingir uma produção de até 12 litrosem 24 horas num organismo desregulado.

Pelo predomínio tanto de glândulas sudoríparas apócrinascomo écrinas, as axilas são locais com maior sudorese e,

portanto, mais predispostas à produção de odores desagra-dáveis. Além disso, as axilas são o ambiente ideal para a pro-liferação de bactérias, por serem mornas e úmidas. Unindoestes dois aspectos, é possível entender como o odorindesejado associado à transpiração aparece mais nesta área,já que ele nada mais é do que o resultado da digestão dasecreção pelos microorganismos.6

Figura 1: Glândula sudorípara écrina

Apesar de ser um processo natural do organismo, atranspiração é sempre um tema delicado. Isso porque o as-sunto nos lembra a questão dos cheiros indesejados associa-dos ao suor.

Para entender como o mau-cheiro surge é necessário en-tender que na nossa pele existem uma série de bactérias. Mui-tas dessas bactérias “alimentam-se” das secreções eliminadaspelas nossas glândulas. Na transpiração, as bactérias decom-põem a secreção de aspecto leitoso, rica em nutrientes, elimi-nada pela glândula sudorípara apócrina. Neste processo dedecomposição, são geradas várias moléculas menores que

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TESTES DE EFICÁCIA

são responsáveis pelo aparecimento do mau-cheiro. Para evi-tar a formação dos cheiros indesejados, torna-se necessáriodiminuir o número de bactérias ou reduzir a eliminação dasecreção produzida pelas glândulas sudoríparas.

Para isso, os pesquisadores desenvolveram os desodo-rantes com o objetivo de eliminar as bactérias, controlar atranspiração e evitar o desconforto do mau-cheiro, sem trazerdanos ao organismo.

Definição de Produto

1) Desodorantes: reduzem a formação do mau-cheiro atra-vés de sua ação bactericida (eliminam as bactérias);

2) Antiperspirantes: agem reduzindo a taxa de transpiração.

Um produto antiperspirante é aplicado para reduzir a taxade produção do suor no local da aplicação e, uma vez ocor-rendo essa inibição, atua como um redutor do meio de culturapara bactérias potencialmente degradar e formar o mau chei-ro, antiperspirante também pode ser chamado de desodoran-te. Por outro lado, um produto formulado para ter apenas aatividade de desodorante pode controlar o mau cheiro atravésda absorção ou inibição da atividade antibacteriana. Sua prin-cipal função é reduzir ou evitar o odor, algum nível de reduçãode suor e também controlar o mau cheiro. 6

Para um produto para ser rotulado como um antiperspirante,segundo o “Guidelines for Effectiveness Testing of OTCAntiperspirant Drug Products”, Monografia Final do FDA, 2004o mesmo deverá demonstrar a sua capacidade de reduzir aprodução de suor das axilas para um nível de mais de 20%,com significância estatística.1,2

Exigências Regulatórias

A documentação de claim support é uma exigência paratodos os tipos de produtos, incluindo produtos cosméticos. Aglobalização dos produtos fez com que a exigência da docu-mentação de eficácia e segurança de um produto se tornassecada vez mais importante uma vez que os mesmos podem terde cumprir várias regulamentações diferentes. Na Europa, porexemplo, a diretiva européia exige que os produtos cosméti-cos tenham essa documentação para suportar os apelos aserem rotulados. Nos Estados Unidos essa exigência é basi-camente a mesma, exceto para alguns produtos que são con-siderados medicamentos sem prescrição médica (Over theCounter - OTC).

Produtos antiperspirantes estão nesta categoria nos EUA eapenas alguns ingredientes ativos previamente aprovados pelamonografia do FDA podem ser utilizados em produtos rotula-dos como desodorantes. Um ingrediente ativo não estandonesta listagem, deverá passar por novo processo de aprova-ção dos medicamentos antes que ele possa ser usado para talfinalidade.12

No Brasil, produtos antiperspirantes e desodorantes sãoregistrados como grau de risco 2 e, diferentemente dos EUA,não entram na classificação de medicamentos OTC apesar daANVISA (Agência Nacional da Vigilância Sanitária) solicitar osestudos de eficácia nos moldes do Guideline americano.

OBJETIVO

Um estudo antiperspirante é geralmente conduzido porum dos dois objectivos: (1) Para avaliar o produto teste paradeterminar se a redução percentual no suor axilar em interva-los específicos de pós-tratamento atende a OTC Monografia(EUA) padrão de rotulagem antiperspirante; (2) para comparara eficácia antiperspirante de dois ou mais produtos teste emintervalos específicos após a aplicação dos mesmos.12

PROCEDIMENTO

Método Gravimétrico

Técnicas gravimétricas foram desenvolvidas a fim dequantificar os montantes de suor produzido durante intervalosde tempo específico e sob condições específicas. Depois des-sa padronização, foi possível determinar quantitativamente asaída do suor com e sem o uso de antiperspirantes. Então, aanálise gravimétrica tornou-se o método mais utilizado para adeterminação da eficácia antiperspirante até os dias atuais.

Três métodos têm sido relatados como as técnicas para aindução da sudorese: (1) A temperatura ambiente e umidade,(2) sauna seca com ambiente controlado e sudorese (3) emo-cional.

O método mais comum usado para induzir o suor é o dasauna seca ambientalmente controlada em cerca de 38 + / - 2graus Celsius e 35-40% de umidade relativa. As condiçõesambientais e estímulos emocionais também podem ser usa-dos para induzir a transpiração, mas a sauna seca é a maisfácil de controlar.

O método gravimétrico, com pequenas modificações, pu-blicado por Majors e Wild 1974, tornou-se o método padrãopara avaliar a eficácia antiperspirante. 10, 12

Avaliação do Odor

Normalmente são selecionados aproximadamente 30 vo-luntários que preenchem os critérios de inclusão (Ex: não ges-tante, não apresenta pressão alta, não diabético, etc).4

Então, os mesmos entram em um período de condiciona-mento de 3 semanas e são instruídos a somente utilizar umsabonete padrão e um desodorante bacteriostático padrãoconforme exigido pela metodologia. Os mesmos não devemfazer uso de qualquer outro tipo de produto na região teste(axilas). Uma semana antes do início das aplicações do produ-to teste (segunda semana de condicionamento), os voluntári-os são orientados a suspender totalmente o uso do desodo-rante padrão, continuar não fazendo uso de qualquer outro

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TESTES DE EFICÁCIA

Prof. Cassiano Carlos EscudeiroProf. Cassiano Carlos EscudeiroProf. Cassiano Carlos EscudeiroProf. Cassiano Carlos EscudeiroProf. Cassiano Carlos Escudeiro

Diretor Científico do Grupo ECOLYZER Divi-são de Estudos Cosméticos (Eficácia e Segu-rança) e Professor do MBA em Cosmetologiado IPUPO.

produto na região axilar ou mesmo depilar as axilas até o finaldo estudo. 1, 2, 3, 5

Uma das formas de investigar se houve uso não autoriza-do de antiperspirantes pelos voluntários é a realização deteste para identificar residual de alumínio por ionização dechama, uma vez que a grande maioria dos produtos dessacategoria contém cloridróxido de alumínio.

Após essa investigação, os voluntários são instruídos esupervisionados por um pesquisador treinado para lavaremas axilas, anteriormente a cada aplicação do produto teste afim de estabelecer uma padronização do teste.

O produto teste é aplicado por um pesquisador treinadoem uma das axilas anteriormente aleatorizadas em uma áreade aproximadamente de 150 cm2. Este procedimento é repe-tido durante quatro dias consecutivos. A quantidade de pro-duto teste aplicada é de 700 microlitros, sendo que na outraaxila não é aplicado produto, o que caracteriza uma áreacontrole.

Finalmente, 24 (vinte e quatro) horas após a quarta apli-cação do produto é realizada a avaliação de odor das axilasconduzida por 2 (dois) ou 3 (três) sniffers (pesquisadorestreinados com alta sensibilidade olfativa – Figura 2) para aavaliação da intensidade do odor axilar. Cada pesquisadoravalia a intensidade de mau odor em uma escala de notasque variam de 0 a 10 (sendo que 0 = ausência de mau odore 10 = mau odor extremamente forte). Essa avaliação acon-tece a uma distância padronizada de aproximadamente 10cm.

A norma aplicada para essa avaliação de eficácia é aASTM. Standard Practice for the Sensory Evaluation of AxillaryDeodorancy, 1993.

Quantificação da Sudorese

Após a avaliação de odor axilar (24 horas após a quartaaplicação do produto), os voluntários são submetidos à ex-posição ao calor de 37,80C ± 1ºC e a umidade relativaentre 30% e 40% dentro de uma sauna seca. Para a coleta desudorese são utilizados pads armazenados em embalagensmuito bem fechadas. Durante a realização da sauna, os padssão retirados de suas embalagens e colocados imediatamentenas axilas de cada voluntário, sendo substituídos a cada 20minutos. Os voluntários devem ser suficientemente repre-sentativos de modo que as diferenças entre as taxas máximae mínima de suor entre os mesmos durante o teste deverãoultrapassar 600 miligramas em 20 minutos por axila. O tem-po total de exposição é de 80 minutos. Somente os padsreferentes aos tempos de 60 e 80 minutos de exposição sãoretirados e pesados, correspondendo respectivamente aostempos T1 e T2. Os pads utilizados nos intervalos de tempode 20 e 40 minutos são removidos e descartados. São utili-zados pads padronizados nas axilas e vestimentas adequa-das para a realização de sauna. Os voluntários ingerem 200ml de água ao entrar na sauna e após 40 minutos de seu

início, a fim de manter o nível interno de hidratação, permi-tindo livre fluxo de suor e evidenciando, unicamente, os efei-tos da formulação do produto testado. Os períodos iniciaiscorrespondendo a 20 e 40 minutos de exposição ao calor,em cada sauna, são considerados como período declimatização. Os teores de sudorese obtidos nestes perío-dos são desconsiderados, razão pela qual os pads substituí-dos nestes intervalos de tempo não são pesados.1, 2, 3, 9, 10

Análise dos resultados

O resultado da análise para o poder desodorante é amédia das notas dos dois ou três sniffers. Utiliza-se o teste tde Student para efetuar a análise comparativa entre os trata-mentos. Já para a quantificação da redução ou não dasudorese utiliza-se o teste de Wilcoxon Signed Rank (proto-colo FDA), lembrando que, para um antiperspirante ser con-siderado eficaz pelo menos 50% dos voluntários do painelde estudo tem que apresentar uma redução de sudorese mai-or ou igual a 20%.

Referências Bibliográficas1 FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. Guidelines for EffectivenessGuidelines for EffectivenessGuidelines for EffectivenessGuidelines for EffectivenessGuidelines for Effectiveness

TTTTTesting of Oesting of Oesting of Oesting of Oesting of OTTTTTC Antiperspirant Drug PC Antiperspirant Drug PC Antiperspirant Drug PC Antiperspirant Drug PC Antiperspirant Drug Products in finished productroducts in finished productroducts in finished productroducts in finished productroducts in finished productformformformformform , 350.60 ( 21 CFR 350.60 ), final monograph, Federal Register onJune 9, 2003 ( 68 FR 34273 );

2 “Guidelines for Effectiveness Testing of OTC Antiperspirant Drug Products”,Monografia Final do FDA, 2004;

3 ASTM. Standard Pract ice for the Sensory Evaluation of Axi l laryStandard Pract ice for the Sensory Evaluation of Axi l laryStandard Pract ice for the Sensory Evaluation of Axi l laryStandard Pract ice for the Sensory Evaluation of Axi l laryStandard Pract ice for the Sensory Evaluation of Axi l laryDeodorancyDeodorancyDeodorancyDeodorancyDeodorancy. ASTM Standards, E 1207-87 (Re-approved in 1993);

4 BARAN, R. & MAIBACH, H.I. Cosmetic Dermatology, Baltimore, Willians &Wilkins, 1994. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE - Resolução 196/96196/96196/96196/96196/96do Ministério da Saúdedo Ministério da Saúdedo Ministério da Saúdedo Ministério da Saúdedo Ministério da Saúde. Diário Oficial, 16/10/1996;

5 SHEHADEH, N. & KLIGMAN, A.M. VVVVVariations in Axillary Odorariations in Axillary Odorariations in Axillary Odorariations in Axillary Odorariations in Axillary Odor. J.Soc. Cosmet. Chem., 14: 605-607, 1963;

6 http://cosmeticnow.com.br/sb_unilever_protecao-de-verao.htm7 Baster P.M. and Reed J.V., The evaluation of under arms deodorantsThe evaluation of under arms deodorantsThe evaluation of under arms deodorantsThe evaluation of under arms deodorantsThe evaluation of under arms deodorants,

Int. of cosmetic science, 1983, 5, pp. 85-95;8 Antiperspirant Drug PAntiperspirant Drug PAntiperspirant Drug PAntiperspirant Drug PAntiperspirant Drug Product for Overroduct for Overroduct for Overroduct for Overroduct for Over-----TheTheTheTheThe-----Counter Human UseCounter Human UseCounter Human UseCounter Human UseCounter Human Use,

Food and Drug Administration – Dept. of Health and Human Services,Federal Register, vol. 47. No. 162, Aug 20th, 1982;

9 Parisse, A., Antiperspirants, In: Waggoner, W. (ed.), Clinical Safety andClinical Safety andClinical Safety andClinical Safety andClinical Safety andEfficacy TEfficacy TEfficacy TEfficacy TEfficacy Testing of Cosmetics,esting of Cosmetics,esting of Cosmetics,esting of Cosmetics,esting of Cosmetics, 1990, Marcel Dekker Inc;

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Revista de Cosmetologia e Ingredientes Cosméticos | 15

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QUÍMICA E COSMÉTICA

Nos bastidores dos ativos antiperspirantes ainda temoscomo tecnologia mais usada a utilização de sais inorgânicosde complexos basicos de cloro com um raio atômico especí-fico com Al ou com Al + Zr ou ainda Al+ Zr/Cl. Controvérsi-as à parte relativas à segurança do uso de sais de Alumínio,pouco se têm feito especificamente para desenvolvimento deativos antiperspirantes talvez devido ao custo e ao tempo porse tratar de ser uma categoria classificada como OTC nosEUA.

Sendo assim, a criatividade corre solta na tentativa deaumentar a proteção desodorante e ou o desenvolvimento demelhorias no veículo do produto.

Como ilustração segue a descrição de algumastecnologias:

a) Inovação com biotecnologia através da aplicação deenzimas

• para redução da acidez do suor com inibidores da V-ATPase

• Betaglucorinidases para inibição do odor corporalcausado pela decomposição de esteres esteroides

• Laccases para inibir as células microbianas.

b) Inovação nos veículos das formulações

• Emulsões a base de cristais líquidos com fase oleosaestruturada e ativo antiperspirante na fase aquosa.

• Emulsão semi sólida com ponto de transição vítrea natemperatura de 40C que permite que a água livre dosistema não fique exposta o que causaria redução daatividade.

• Emulsões óleo/glicol

• Uso de gelificante a base de dibenzilideno sorbitolacetato para gelificar a água livre em emulsõesantiperspirantes

c) Inovação usando a solvência como propulsor de melhorano desempenho

• uso de alchol acilatado e suas variantes de baixo pesomolecular atuando como quelantes e ou bloqueadores

Nano e BiotecnologiaNavegando pelos bastidores da orgânica dos antiperspirantes

Dra. Alexandra Bazito AgarelliDra. Alexandra Bazito AgarelliDra. Alexandra Bazito AgarelliDra. Alexandra Bazito AgarelliDra. Alexandra Bazito Agarelli

Bacharel em Química Industrial, especialis-ta em desenvolvimento de produtoscósmeticos. Atua há mais de 20 anos nomercado. Atualmente, é responsável pelaCriar Pesquisas e Projetos Laboratoriais Ltda.

de odores de ácidos carboxílicos em especial os áci-dos propionico, butirico, isovalerico, 3- metil 2hexenoico e hexanoico.

• Uso de c1 a c4 álcool monohidrico com atividadeantimicrobiana

Enquanto isso o que mais tentamos garantir comoperformance ou valor agregado são apelos relacionadoscom a proteção ao longo do dia ou por até mais horas(há no mercado até um produto que permite proteção porsete dias sendo a inovação aplicada ao tamanho do salde Al/Cl utilizado em nanoparticulas), sensação seca, ca-racterísticas estéticas, ou seja, não deixar branco e nãopegajoso e também alguns benefícios para tratamento depele associados como, por exemplo, o clareamento dasaxilas, etc.

Fica aqui, portanto, uma idéia ou um grande desafio: pen-sarmos, num futuro próximo, em apresentar tecnologias comenfase na segurança do uso e no respeito básico ao nossomeio ambiente.

Referencias:1 Formulating Strategies in Cosmetic Science Alluredbooks 20092 Biotechnology in Personal Care, Cosmetic Science and Technology Series,

Volume 29.