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2 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

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4 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

30 Moçambicanos querem o privilégio de ter água e luz

Grande parte do território moçam-bicano apenas possui luz durante o dia. O acesso à electricidade ainda é considerado um privilégio para muitos. Como tal, é comum conviver com pessoas que não podem ter uma geleira, um rádio ou um televisor. Ao mesmo tempo, há pessoas que bebem a mesma água que é usada para a sua limpeza pessoal.

34 Os juros que teimam em não cair!

Do ponto de vista estratégico, o país deve criar empreendedores como forma de acelerar o crescimento económico, mas as ferramentas têm--se revelado pouco úteis sobretudo quando não se pode obter dinheiro a preços acessíveis. Ou seja, não há quem transforme ideias suposta-mente “rentáveis” em reais.

40 Acesso ao crédito ainda é um obstáculo Há 13 anos, Moçambique e mais 190

Estados em todo o mundo assumi-ram o desafio de reduzir a miséria até ao ano de 2015, com a adopção dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Veja o que foi possível atingir no nosso país em termos de recuo da pobreza extrema e da fome.

66 Angola: «A tendência é a da megalomania»

O escritor angolano Pepetela revelou as suas opiniões sobre a relação da economia em Angola com o desenvol-vimento, a cultura e o desporto. Para o mesmo, a população continua po-bre apesar da riqueza do subsolo do seu país e existe uma tendência para a megalomania aliada ao dimensio-namento das estruturas.

Sumário

Destaques

propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. MaoTséTung, 1245 – Telefone/Fax: (+258) 21 303188 – [email protected] – Director Geral: André Dauane – [email protected] – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Directora Executiva: VanizeManjate - [email protected] co.mz – Redacção: ArséniaSithoye - [email protected];Sérgio Mabombo – [email protected] – Secretariado administrativo: Indira Mussá – [email protected]; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; – ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Capa: Evolution Studio– paginação: Arlindo Magaia – Design e Grafismo: Mozmedia – tradução: Nuno Santos – Departamento Comercial: Neusa Simbine – [email protected], LoniMachava – [email protected] ; – Distribuição:Ímpia– [email protected]; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

CapaO que há de erradono acesso ao crédito?

Actual

Tema de VidaAcesso ao crédito ainda é um obstáculo

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Wedding Expo - Modae emoção movem

negócios

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 5

Editorial

Electricidade. A cobertura da electricidade no país ainda é reduzida. Apenas cerca de 36% do território em 2012 tinha electricidade, o que constitui um significativo obstáculo ao desenvolvimento de qualquer actividade económica. Aliás, mesmo para empresas de telecomunicações a restrição ao acesso à electricidade revela-se um sério obstáculo,

pois existem partes do território que estão cobertas pela rede de comunicações móveis, mas que não têm electricidade. Por outro lado, o top de obstáculos de maior importância para os negócios indica que a electricidade encontra-se na sexta posição, logo a seguir à corrupção, taxas tributárias, crime, financiamento e concorrência informal. O governo lançou o projecto CESUL, em 2012, cuja principal finalidade é construir uma linha de transmissão regional, de modo a garantir a distribuição de electricidade do norte para o sul do País. Não obstante, este ano, a energia eléctrica deverá cobrir apenas 24% dos mais de 23 milhões de pessoas. As restantes não podem adquirir geleiras, tv ou electrodomésticos de qualquer sorte porque simplesmente não têm acesso à electricidade.Água. Através do apoio dos doadores e do Governo, Moçambique está a progredir de forma consistente face ao fornecimento da água e saneamento, mas apesar dos esforços, o acesso à água ainda é limitado. De facto, a sustentabilidade das intervenções continua a ser um problema e requer uma atenção adequada para que se possa garantir a funcionalidade das fontes de água. O que se constata é que apenas 31% das populações rurais acede à água e no plano urbano, 77%. Ou seja, no nosso país apenas 47% têm acesso àquele líquido.Existem condutas públicas para as pessoas que não têm acesso à rede de água em sua casa e as mesmas são consideradas uma importante fonte de água nas áreas suburbanas. No entanto, a rede de água e muitas destas condutas públicas não se encontram a funcionar de forma adequada, levando a perdas frequentes de água. E o abastecimento de água é irregular e apenas possível durante algumas horas por dia, e muitas pessoas têm de percorrer quilómetros para a obter.Este ano, o Governo projectou um crescimento da produção de Electricidade e Água em 5.1%, mas o nível poderá ficar aquém das projecções, pois o seu desempenho caiu no primeiro trimestre. Impõem-se, assim, sérios desafios à obtenção dos objectivos relacionados com a cobertura da rede de água e electricidade como a rápida urbanização e o investimento limitado.A tendência nas cidades africanas tem sido para a redução da cobertura de serviços melhorados no sector da água. Um dado que se torna francamente preocupante. Aliás, apenas cinco países africanos conseguiram atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio no tocante ao acesso à água, e estima-se que apenas mais 12 o venham a atingir. Enquanto isso, Moçambique desdobra-se em parcerias e arregaça as mangas com a nobre missão de proporcionar à população o privilégio de ter água e luz.c

Bem-vindoÁgua e luz - um direito inalienável das comunidades

UP-GRADE

Estilos de Vida

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72

Um colosso votadoao abandono

O BCI MMA 2013está de volta!

Perspectiva

66

Angola: «A tendênciaé a da megalomania»

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6 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 7

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8 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Contents

property and Edition: Mozmedia, Lda., 1245 MaoTséTung Av., – Telephone/Fax: (+258) 21 303188 – [email protected] – Managing Director: André Dauane – [email protected] – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Executive Director:VanizeManjate - [email protected] co.mz – Editorial Staff: ArséniaSithoye - [email protected]; Sérgio Mabombo – [email protected] – administrative Secretariat: Indira Mussá – [email protected]; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; photography: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; – illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Cover: Evolution Studio– page make-up: Arlindo Magaia – Design and Graphics: Mozmedia – translation: Nuno Santos –Commercial Department: Neusa Simbine – [email protected], Loni Machava – [email protected] ; – Distribution: Ímpia – [email protected]; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.

32 Mozambicans want the privilege of having water and electricity

Much of the Mozambican territory only has light during the day. Access to electricity is still considered a privilege for many. As such, it is common to live with people who may not have a refrigerator, a radio or a television set. At the same time, there are people who drink the same water that is intended for self-cleaning and hygiene.

35 The interest rates that insist on not lowering!

From a strategic point of view, the country should create entrepreneurs as a way to accelerate economic growth, but these tools have proved particularly unhelpful when you cannot get money at affordable rates. This means that there is no one to turn ideas that are supposedly “profitable” into real world applications.

44 Access tocredit is still an obstacle 13 years ago, Mozambique and over

190 states around the world took up the challenge of reducing poverty by the year 2015, with the adoption of the Millennium Development Goals. See what was possible to achieve in our country in terms of indentation of extreme poverty and hunger.

68 Angola: “The trend is megalomania» The Angolan writer Pepetela revealed

his opinions about the relationship of the economy in Angola with the deve-lopment, culture and sport. For him, the population remains poor despite the wealth of the subsoil of their own country and there is a tendency of megalomania about the design and sizing of the structures.

Highlights

CoverWhat is wrong regarding access to credit?

Current

Background ThemeAccess tocredit is still an obstacle

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Wedding Expo - Modae emoção movem

negócios

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 9Capital Magazine · Março 2013 9

Editorial

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 9

Electricity. The coverage of electricity in the country is still low. Only about 36 % of the territory in 2012 had electricity, which constitutes a significant obstacle to the development of any economic activity. Indeed, even for telecoms, the restricted access to electricity proves to be a serious obsta-cle, because there are parts of the territory covered by the mobile communications network, but do not have electricity. On the other hand, the top of the most important obstacles to business indicates that electricity is in sixth place, just after the corruption, tax rates, crime, finance and informal competition. The government launched the project CESUL in 2012, whose main purpose is to build a regional transmission line in order to ensure the distribution of electricity from the north to the south of the country, however, this year, the power should cover only 24% of over 23 million people. The rest cannot acquire refrigerators, TV’s or appliances of any sort because they simply do not have access to electricity. Water. Through the support of donors and the Government of Mozambique there is a consistent improvement over the provision of water and sanitation, but despite efforts, access to water is still limited. In fact, the sustainability of interven-tions remains a problem and requires adequate attention so that we can ensure the functionality of water sources.What one finds is that only 31% of rural populations have access to water and the urban plan, the number is 77%. That is, in our country only 47% have access to that equity.There are public conducts for people who do not have access to the water network in their home and these are considered an important source of water in the suburban areas. However, the network of water pipes and many of these public conducts do not function properly, leading to frequent loss of water. And the water supply is irregular and only possible for a few hours per day, and many people have to travel miles to get it. This year, the government projected a growth of production of Electricity and Water at 5.1%, but the level may fall short of projections, as its performance fell in the first quarter. Serious challenges impose themselves to the achievement of the objectives related to network coverage of water and electricity such as rapid urbanization and limited invest-ment.The trend in African cities has been the reduction of the coverage of improved services in the water sector. One fact that becomes downright disturbing. In fact, only five African countries were able to achieve the Millennium Development Goals in relation to access to water, and it is estimated that only 12 or more will achieve it. Meanwhile, Mozambique unfolds into partnerships and rolls up his sleeves with the noble mission of providing the people the privilege of hav-ing water and electricity.c

WelcomeWater and light - an inalienable right of communities

UP-GRADE

Life Style

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A colossus doomedto abandonment

BCI MMA is backin 2013!

Perspective

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Angola: “The trendis megalomania»

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12 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

COISAS QUE SE DIZEM

EM alta

EM BaiXa

MCC nãO finAnCiA OBRAS fORA DO PRAzO O Millennium Challenge Corporation (MCC) anunciou que não vai mais financiar nenhuma actividade em Moçambique após o fim do compacto que terminou a 22 de Setembro último. Cresce assim o receio de que o país não seja capaz de aceder a um segundo compacto, devido ao atraso na implementação de inúmeros projectos. Entretanto, o Governo já reagiu e disse que irá financiar com base no Orçamento do Estado a parte restante das obras em curso.

OPERADORES AMEAçAM ABAnDOnAR PORTO DA BEiRAOs tradicionais operadores do Porto da Beira, como o Zimbabwe, Malawi, Zâmbia e República Democrática do Congo, ameaçam abandonar o uso daquele complexo ferro-portuário optando pelo de Durban, por considerarem desajusta-das da realidade as exigências do novo Regulamento do Trânsito Aduaneiro. O regulamento em causa estabelece a redução do tempo de desembaraço de mercadorias de seis para dois meses e obriga os operadores a fixarem uma caução de 35% do volume total dos investimentos. Os operadores queixam--se que os novos valores cobrados são elevados.

O qUE CUSTAVA OS MEUS AnTECESSORES CEDEREM? ”Não com-preendo por que antes de mim não se resolveu esse problema (da reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa). Aquilo era uma marca de um colonialismo que não tinha razão de ser, que nós podíamos já ter resolvido. Infelizmente, arrastou-se os pés durante muito tempo, talvez por culpas múltiplas, não interessa agora fazer esse juízo”. Antigo Primeiro-Ministro de Portugal, José Sócrates, em entre-vista ao Jornal O País.

CHEGA DE DESViOS! ”A nossa maior preocupação tem a ver com os desvios de aplicação e despesismos exagerados que caracterizam o nosso Estado. Esperamos que os valores não venham a cair em sec-tores que não tenham a ver com os que estão inscritos”. Economista Humberto zanqueu, falando do Orçamento Rectifi-cativo aprovado recentemente pela Assembleia da República, in Jornal Savana.

qUEM nãO ARRiSCA nãO PETiSCA ”No sector privado e em qual-quer sector em que você dirija, o mais perigoso é não tomar uma decisão. Há que tomar uma decisão! Se for errada é errada, se for certa é certa. Mas a decisão que for tomada tem que ser assumida por quem a toma. O pior que pode acontecer é não se tomar uma decisão”. Presidente da Confederação Empresarial da CPLP, Salimo Abdu-la, in Jornal O País.

CíniCOS nUM DiÁLOGO ”É um diálogo falso e de desonestos. O que pedimos é honestidade. É bem visível o cinismo, este assenta numa ética falsa. Não há directrizes de evolução positiva”.Director de investigação do instituto de Estudo Sociais e Econó-micos (iESE), António francisco, in Jornal Savana.

Capitoon

nACiOnAiS EM PRiMEiRO nA COnCESSãO DE DiREiTOS Empresas e cidadãos moçambicanos passam a ter preferência na concessão de direitos de pesca em território nacional, segundo dispo-sição da nova versão da Lei de Pescas apro-vada recentemente pela Assembleia da República. A medida, que tem em vista prote-ger os moçambicanos e os cidadãos dos países da Comunidade para o Desenvolvi-mento da África Austral (SADC), vai obrigar os estrangeiros a associar-se aos operadores nacionais para constituir empresas de pesca.

MAiS DE 60 MiLHõES DE EUROS PARA REDUziR A fOME O Governo moçambicano e a União Europeia vão disponibilizar um montante de 67.3 milhões de euros, uma contribuição destina-da a apoiar acções de redução da fome e da desnutrição crónica no País. Do montante, 10 milhões de euros são dados pelo governo de Moçambique, no âmbito do programa ‘Acele-rar o Progresso para o Alcance do Objectivo do Desenvolvimento do Milénio 1’, alínea C, que consiste na erradicação da pobreza extrema, reduzindo para metade a percenta-gem de pessoas que sofrem de fome.

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14 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Capitoon

ThIngS BEIng SAID

in low

in HiGH

MCC DOES nOT fUnD WORkS OUT Of TiMEThe Millennium Challenge Corporation (MCC) announced it will no longer fund any activity in Mozambique after the end of the compact that ended on 22 Sep-tember. Fear grows that the country will not be able to access a second compact, due to the delay in the implementation of many projects. However, the Govern-ment has already responded and said that it will be financed from the state budget for the remainder of the works in progress.

OPERATORS THREATEn TO LEAVE PORT Of BEiRAThe traditional operators of the Beira Port, such as Zimbabwe, Malawi, Zambia and the Democratic Republic of Congo, threaten to abandon the use of that rail-port complex, opting for Durban, as they consider the requirements of the new Regulation Customs Transit inade-quate to reality. The regulation in ques-tion provides the reduction of clearance time of goods from six to two months and requires operators to fix a security depo-sit of 35% of the total volume of invest-ments. Operators complain that the new amounts charged are high.

WHy DiDn’T My PREDECESSORS GiVE in? “I do not understand why before me, we did not solve this problem (reversal of Cahora Bassa). It was a mark of a colonialism that had no reason to be, and that we could have already solved. Unfortunately, we dragged our feet along, perhaps for multiple faults, but it does not matter now to make that judgment. “former Prime Minister of Portugal, José Sócrates, told the news-paper O País.

nO MORE DEViATiOnS! “Our biggest concern has to do with the de-viations of application and exaggerated expenditure that characterize our state. We hope that the values do not come down in sectors that have nothing to do with those who are enrolled. “Economist Humberto zanqueu talking Supplementary Budget recently approved by the Legislature, in Savana newspaper.

nOTHinG VEnTURED nOTHinG GAinED “In the private sector, and in any area where you spearhead, the most dangerous is not to take a decision. A decision must be made! If it is wrong is wrong, if its right its right. But the decision that is made has to be assumed by those who make it. The worst that can happen is not to make a decision. “President of the Entrepeneurial Confederation for CPLP Abdula, in O País newspaper.

CyniCS in DiALOGUE “It is a fake dialogue by the dishonest. What we ask for is honesty. It is clearly visible cynicism, which is based on false ethics. There are no guidelines for positive development.“Research Director of the institute of Social and Economic Studies (iESE), António francisco, in Savana newspaper.

nATiOnAL fiRST fOR GRAnTinG RiGHTSMozambican citizens and companies are now preferred in the grant of fishing rights in the country, according to provision of the new version of the Fisheries Act recently passed by Parliament. The measure, which aims to protect the Mozambicans and citizens of the countries of the Development Community (SADC), will compel foreigners to join natio-nal operators to create fishing companies.

MORE THAn 60 MiLLiOn TO REDUCE HUnGERThe Mozambican government and the Euro-pean Union will provide an amount of 67.3 million euros, a contribution to support actions to reduce hunger and chronic malnu-trition in the country. The amount, 10 million are given by the government of Mozambique, under the ‘Accelerate Progress to Achieve the Millennium Development Goal 1’ program, point C, which is the eradication of extreme poverty, reducing the proportion of people who suffer from hunger by half.

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16 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

ACtuAl

Wedding Expo - Modae emoção movem negócios

A CAixA Económica Montepio Geral recebeu, recentemente, a aprovação da sua Assembleia Geral para investir no Banco Terra. Este investimento é parte de um programa de reestruturação e reforço do capital social do Banco Terra que irá habilitar o Montepio a deter até 45% das acções deste banco moçambicano. Este projecto de investimento financeiro ainda está sujeito à aprovação pelas entidades reguladoras competentes de Moçambi-

que e Portugal. Os actuais accionistas do Banco Terra o Rabobank, o Norfund e a Gapi-SI já tinham aceite a oferta de inves-timento apresentada pelo banco portu-guês, por terem-na considerado a melhor proposta para prosseguir e consolidar o projecto de estabelecimento em Moçam-bique de um banco empenhado no finan-ciamento às Pequenas e Médias Empresas (PME), priorizando os agro-negócios e fortalecendo a sua actuação no segmento de retalho. Uma vez concluída a aprova-

ção da entrada do Montepio no Banco Terra pelas autoridades reguladoras, o Rabobank já manifestou o seu compro-misso em também investir no aumento de capital, de forma a deter uma participação de igual percentagem à do Montepio (45%). Os outros dois accionistas o Nor-fund e a Gapi-SI mantêm a participação no Banco Terra, reiterando o seu compro-misso com a missão desta instituição financeira.c

Pouco mais de 15 mil pessoas de todo o mundo acorreram à maior exposição de moda para casamentos da África do Sul, a Wedding Expo, que teve lugar na Coca-Cola Domede, em Agosto

último. Este evento, que tem lugar se-mestralmente, é considerado a exposição de moda para noivas mais esperada da África do Sul. A fasquia deste evento foi colocada bem alta, com a apresentação de trajes distin-tos concebidos por designers locais, que competiram para superar colegas de pa-íses como Espanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos da América, para além de terem apresentado uma impressionante gama de ofertas para a festa de noivado.Trezentos peritos em moda para noivas, uma sessão de café e quatro desfiles fizeram da Wedding Expo o ambiente ideal para o planeamento do casamento dos noivos. Sem dúvida, foi um grande momento para fazer negócios e as gran-des marcas mundiais ligadas à moda, em particular a destinada a casamentos, não perderam a oportunidade de se fazer presentes.

Com mais de 20 desfiles, o Wedding Expo tem crescido tanto em dimensão como em termos de produção, sendo indis-pensável para todas as noivas. Ou seja, a Wedding Expo tornou-se num evento imprescindível no mundo do planeamen-to de casamentos.A presença de convidados de alto gabari-to em cada edição, que contribuem com

o seu know-how para o evento, provou ser um dos chamarizes. Contando com lindos trajes, uma variedade de tipos de arrumação para as mesas, talheres e um leque de planeadores de casamentos, a última Expo Wedding elevou certamente o padrão, tendo passado de 3.200 expec-tadores, no seu primeiro ano (2002), para mais de 15.000, nesta última edição.c

Montepio aprova entrada no Banco terra

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CuRRENt

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 17

Montepio Bank approves entry into the Earth

Wedding Expo - fashionand emotion move business

Just over 15,000 people from around the world flocked to the largest exhibition of wedding fashion from South Africa, the Wedding Expo, which took place in the Coca-Cola Dome in Au-

gust. This event, which takes place twice a year, is considered the most expected fashion show for brides in South Africa. The threshold of this event was placed very high, with the presentation of diffe-rent costumes designed by local desig-ners, who competed to overcome col-leagues from countries like Spain, Italy,

United Kingdom and United States, as well as having presented an impressive range of offers for the engagement party. Three hundred experts in fashion for brides, a coffee session and four para-des made the Wedding Expo the ideal setting for wedding planning grooms. No doubt it was a great time to do busi-ness and major global brands linked to fashion, particularly aimed at weddings, did not lost the opportunity to be pre-sent. With over 20 shows, the Wedding Expo has grown both in size and in terms of production becoming essential to all

brides. Meaning, the Wedding Expo has become a crucial event in the world of wedding planning. The presence of high profile guests in each edition, which contribute their expertise to the event, proved to be one of the calling cards. Featuring beautiful costumes, a variety of types of organi-zation for the tables, cutlery and a range of wedding planners, the last Wedding Expo certainly raised the standard, having gone from 3,200 spectators in its first year (2002) to over 15,000, this latest edition.

CAixA Económica Montepio recently received approval of its General Assembly to invest in Banco Terra. This investment is part of a program of restructuring and strengthening Banco Terra´s capital that will enable Montepio to hold up to 45% of the shares of this bank in Mozambique. This project of financial investment is still subject to approval by the relevant regulatory authorities of Mozambique and Portugal. Existing shareholders of Banco Terra - namely Rabobank, the Norfund and GAPI-SI - had already accepted the offer made by the Portuguese bank, because they considered it the best pro-

posal to continue and consolidate the project of establishment of a bank in Mozambique engaged in financing of Small and Medium Enterprises (SMEs), prioritizing agro-business and strengthening its operations in the retail segment. Once the approval of the entry of Montepio into Banco Terra by regulators, Rabobank has expressed its commitment to also invest in the capital increase in order to hold a share equal to the percentage of Montepio (45%). The other two shareholders - the GAPI-Norfund and SI - maintain their participation in Banco Terra, reiterating its commitment to the mission of the bank.c

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 19

Briefing MuNDO

Austrália continua com melhorqualidade de vida

Posição PaísRendimento Médio por Família (em dólares)

1 Austrália 28.800

2 Suécia 26.242

3 Canadá 28.194

4 Noruega 31.459

5 Suíça 30.000

6 Estados Unidos de América 38.000

7 Dinamarca 24.580

8 Países Baixos 25.493

9 Islândia 23.043

10 Reino Unido 23.000

A ORGAnizAçãO para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) publicou o seu relatório anual e a Aus-trália consolida-se, por mais um ano, como o país com melhor qualidade de nível de vida, depois de uma análise criteriosa de dados como rendimentos, habitação, trabalho, comunidade, edu-cação, meio ambiente, participação cidadã, saúde, satisfação com a vida, segurança e conciliação entre trabalho e vida.Com um rendimento médio anual, por

família, de 28.800 dólares, a Austrália torna a ser pelo segundo ano conse-cutivo o país com melhor qualidade de vida. A pesquisa diz que a Austrália possui os habitantes mais felizes de todo o mundo. A expectativa de vida na Austrália é de 82 anos.A Suécia, com um rendimento médio, por família, de 26.242 dólares, é o segundo país com melhor qualidade de vida. Ter uma boa educação é muito importante na Suécia, onde 87% dos adultos têm estudo secundário.c

A EMPRESA americana de fotografia Kodak apresentou ao tribunal um plano que prevê a oferta de serviços de impressão para o mercado empre-sarial. A Kodak conseguiu sair da bancar-rota, após ter declarado falência em Janeiro de 2012. Um juiz especialista em falências aprovou um plano que prevê que a anterior gigante de foto-grafia renasça como uma empresa de impressão para o mercado empresa-rial, com uma dimensão muito mais pequena. O plano agora aprovado eliminará cerca de 4 mil milhões de dólares em dívida. A empresa já despediu cerca de 50 mil trabalhadores nos últimos 10 anos, mas só no ano passado deixou de fabricar máquinas fotográ-ficas e vendeu o serviço on-line de fotografias e um conjunto de paten-tes ligadas à área multimédia.A solução encontrada para o resgate foi a venda de 1.100 patentes tecno-lógicas e o fim das câmaras fotográ-ficas e da digitalização de imagens, que rendeu muito menos do que o previsto quando a companhia entrou em falência. Apesar da Kodak renascer das cinzas, prevê-se que as receitas da empresa venham a cair para menos da metade dos habituais dois mil milhões de dólares.c

Kodak renascedas cinzas

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Briefing MuNDO/WORlD

20 oUtUBRo 2013 · Capital Magazine

Steve Ballmer de saída da Microsoft

Australia continues with a better quality of life

STEVE Ballmer deverá sair da presidência executiva da Microsoft. A data de saída ainda não é certa, mas sabe-se que será dentro dos próximos 10 meses. Num comunicado enviado aos funcionários e depois publicado no sítio da empresa, Ballmer lamenta “não existir um momento perfeito para este tipo de transição”, mas atira por agora ser o momento certo.Ballmer, de 57 anos, comandava os destinos da Microsoft desde 2000, altura em que Bill Gates, co-fundador da multinacional, saiu desta função. Nestes anos, Steve Ballmer esforçou-se por se adaptar a uma era de declínio dos computadores pessoais em detrimento dos smartphones e tablets.Esta saída será concretizada quando for encontrado um sucessor. O ainda CEO da Microsoft foi colega de Bill Gates na Universidade de Harvard. Ao contrário de Gates, que desistiu da Universidade, Ballmer acabou por se licenciar em Matemática Aplicada à Economia e juntou-se à Microsoft em 1980.c

housing, work, community, education, environment, civic participation, health, life satisfaction, safety and reconciliation between work and life.With an average annual income per household of $ 28,800, Australia makes the second consecutive year to be the country with the best qual-ity of life. The research says that Australia has the happiest people around the world. Life expectancy in Australia is 82 years.Sweden, with an average income per household of $ 26,242, is the sec-ond country with the best quality of life. Having a good education is very important in Sweden, where 87% of adults have high school level educa-tion.c

THE Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) published its annual report

and Australia, for another year, comes up as the country with the best qual-ity of living standards, after a careful analysis of data such as income,

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 21

Briefing WORlD

STEVE Ballmer should leave the Chief Executive position of Microsoft. The actual date is not yet certain, but it is known to be within the next 10 months. In a statement sent to staff and then published on the company website, Ballmer suggests “there is no perfect time for this type of tran-sition” but believes that now will be the right moment. Ballmer, 57, commanded the desti-nies of Microsoft since 2000, when Bill Gates, co-founder of the multina-tional, retired from this function. In these years, Steve Ballmer struggled to adapt to an era of the decline of personal computers for the rise of smartphones and tablets. This retirement will be executed when a successor is found. The cur-rent Microsoft CEO, was a college fellow of Bill Gates at Harvard Uni-versity. Unlike Gates, who dropped out of university, Ballmer ended up graduating in Mathematics Applied to Economics and joined Microsoft in 1980.c

Position Country Average Income Per Family (dólares)

1 Australia 28.800

2 Sweden 26.242

3 Canada 28.194

4 Norway 31.459

5 Switzerland 30.000

6 USA 38.000

7 Denmark 24.580

8 Netherlands 25.493

9 Iceland 23.043

10 United Kingdom 23.000

kodak rises from the ashes

THE American photography com-pany Kodak presented a plan to the court for the provision of printing services for the business market.Kodak got out of bankruptcy, after declaring bankruptcy in January 2012. A judge who specialises in bankruptcy approved a plan under which the former photography giant is reborn as a printing company for the business market, within a much smaller scale. The plan, now approved, will elimi-nate about 4 billion dollars in debt. The company has fired nearly 50

thousand workers in the last 10 years, but it was only last year they stopped making cameras and sold the online service of photographs and a set of patents related to multi-media area. The solution the found for the rescue was the sale of 1,100 technological patents and the end of cameras and digital images, which yielded much less than anticipated when the com-pany went bankrupt. Despite Kodak’s rise from the ashes, it is expected that the company’s rev-enues will decline to less than half of the usual two billion dollars.c

Steve Ballmer on the way out of Microsft

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22 oUtUBRo 2013 · Capital Magazine

Banca/ BCI

No quadro do seu compromis-so em apoiar o desenvolvi-mento económico e social de Moçambique, em parti-cular às empresas nacionais, através da disponibilização

de soluções de apoio à tesouraria e ao investimento, o BCI anunciou o lançamento de uma nova Linha de Crédito para o Segmento das Pequenas e Médias Empresas (PME),

reforçando deste modo o seu posi-cionamento como Banco das PME’s.

A Linha BCI Negócios PME está dis-ponível desde o mês de Setembro, proporcionando às Pequenas e Mé-dias Empresas interessadas, soluções de financiamento de curto, médio e longo prazos, em montantes que poderão atingir 50 Milhões de Me-ticais, beneficiando, igualmente, de período de carência e taxas de juro

BCi lança Linha de Crédito

de 500 Milhões para PME’s

favoráveis.

Esta Linha estará indexada à Prime Rate BCI com um spread que poderá variar de 0% a 4%, ou seja, taxas nominais brutas de 14% a 18%, consoante o tipo de crédito, o plano de negócios, a finalidade do financia-mento, o relacionamento comercial com o BCI, a apresentação e o tipo de garantias, bem como a qualificação para o Prémio “100 Melhores PME”, de que o BCI é parceiro de referência.

De acordo com as informações dis-ponibilizadas, as garantias reais só serão obrigatórias nos financiamen-tos a longo prazo, mas em qualquer dos casos a sua apresentação terá influência na ponderação para efei-tos de definição da taxa a aplicar. No caso dos financiamentos ao investi-mento, poderá existir um período de carência de capital até 1 ano.

A Linha BCI Negócios PME estará vigente até 31 de Dezembro do corrente ano e os prazos de financia-mento às empresas podem estender--se até os 5 anos.

Para se candidatarem, as PME têm apenas que estar devidamente re-gistadas, não possuírem qualquer financiamento em situação irregular e apresentar capacidade financeira para reembolsar o crédito, disponibi-lizando o seu relatório de contas e o plano de negócios.

Com o lançamento desta Linha, o BCI espera que as PME’s moçambicanas, de todos os sectores e quadrantes geográficos, possam aproveitar a oportunidade para dinamizar as suas actividades. Para o efeito, poderão consultar as cerca de 140 Agências, Centros e Espaços BCI Exclusivo e Centros BCI Corporate ao seu dispor em todo o País, para apoiarem as suas necessidades de tesouraria e os seus projectos de investimento.c

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Bank/ BCI

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 23

As part of its commitment to supporting the economic and social development of Mozambique, in particular to domestic companies by providing solutions to sup-

port treasury and investment, BCI announced the launch of a new line of credit for the Segment of Small and Medium Enterprises (SMEs), thus strengthening its position as the SME Bank.

The BCI SME Business Line is avail-able since September, providing Small and Medium Enterprises interested financing solutions for the short, medium and long term, in amounts that could reach 50 Million MT, benefiting also from the grace period and favorable interest rates.This line will be indexed to the Prime Rate BCI with a spread that can vary from 0% to 4%, ie. nominal gross rates of 14% to 18%, depending on

BCi Launches Line of Credit of 500 Million to SMEs

the type of credit, the business plan, the purpose of financing, the busi-ness relationship with BCI, and type of collateral, as well as qualifying for the Prize “100 Best SME”, for which BCI is a reference partner.According to the information avail-able, the collateral will only be re-quired in long-term financing, but in any case your presentation will influ-ence the weighting for the purposes of defining the rate to be applied. In the case of investment funds, there may be a grace period up to 1 year.The BCI SME Business Line will be in effect until December 31st of the current year and the terms of financ-ing for companies can extend up to 5 years.To apply, SMEs have only to be prop-erly registered, they do not have any irregular payments in loans and present financial ability to repay the credit, making its statement of ac-counts and business plan.With the launch of this line, BCI expects Mozambican SMEs in all sectors and geographic quadrants, may take the opportunity to stream-line their activities. To this end, any prospective clients may consult the about 140 Agencies, BCI Exclusive venues BCI, and BCI Corporate Cen-ters and at your service throughout the country, to support their liquidity requirements and their own invest-ment projects.c

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Briefing ÁFRICA

24 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Botswana pertode exportar carvãoatravés de Moçambique

OS ministros da Energia, Kitso Mokaila, e dos Transportes, Nomofo Molefhi do Governo do Botswana estiveram em Moçambique para ne-gociar a exportação de carvão, atra-vés de portos moçambicanos, bem como para comprar combustível. O Botswana tem estado a desco-brir grandes reservas de carvão, nos últimos anos, e como tal vê em Moçambique a possibilidade de de-senvolvimento de rotas viáveis para a exportação de carvão. Foi neste sentido que, em 2011, os dois países assinaram um memorando de enten-dimento para a construção de um porto de águas profundas, em Te-chobanine, no distrito de Matutuíne (província de Maputo), e uma ferrovia de 1.100 quilómetros que liga os dois países. Em Abril deste ano, o primeiro-minis-tro moçambicano, Alberto Vaquina, revelou que o Governo tinha atribu-ído a concessão para a construção do porto de águas profundas e uma linha-férrea, em Techobanine, sendo que estava previsto que custe cerca sete biliões de dólares, devendo a

infraestrutura ser financiada pelos governos de ambos os países.c

Eni descobre petróleo e gás no Congo

A MULTinACiOnAL italiana ENI acaba de fazer mais uma grande descoberta de reservas de petróleo e gás natural na área “Marine Exploration Nene”, localizada no 12º bloco “offshore na República Democrática de Congo (RDC). A petrolífera italiana estima que o volume da descoberta nos dois poços, até agora perfurados, seja de aproximadamente 600 milhões de barris de petróleo e 700 biliões de pés cúbicos de gás. A ENI acredita que as reservas descobertas poderão ampliar-se nos próximos tempos, tendo em conta que mais poços de pesquisa e prospecção de hidroca-bonetos serão abertos segundo o cronograma da companhia.A última descoberta de petróleo e gás natural foi feita através da “Nene Marine”, um poço com pouco mais de 1.000 metros de profundidade. No poço foi encontrada uma quantidade significativa de gás húmido e acumu-lação de petróleo leve. No Congo, a ENI é operadora do 12º bloco com uma participação de 65 por cento.c

angola na zonade comércio livreda SaDC até 2015

AnGOLA garante que só vai aderir à Zona de Comércio Livre da Comuni-dade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) somente em 2014 ou 2015. A garantia foi dada pela minis-tra do Comércio angolana, Rosa Paca-vira. A governante salientou que An-gola manterá a posição de não aderir para já por ainda existirem o que denominou de “alguns acertos” que é preciso fazer nos sectores da Ener-gia e Agricultura.

A Zona de Comércio Livre, lançada em Agosto de 2007 em Joanesbur-go, na 28ª. Cimeira da SADC, teve a adesão da África do Sul, Botswana, Lesoto, Malawi, Ilhas Maurícias, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zim-babwe e Madagáscar, tendo ficado de fora além de Angola, a República Democrática do Congo e as Ilhas Seychelles.O objectivo da iniciativa é reforçar a integração económica e a industria-lização rápida nesta sub-região do continente negro, através da expan-são de oportunidades de negócio e remover de forma gradual as barrei-ras no comércio.c

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Briefing ÁFRICA/AFRICA

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 25

AGEnDA

Exportações de carvão através Porto de nacala iniciam em Dezembro

Termoélectrica de Ressano Garcia pronto em Maio de 2014

A ExPORTAçãO de carvão através do Porto de Nacala, na província de Nampula, que está em construção, terá lugar em Dezembro de 2013, de acordo com uma pro-jecção do consórcio que gere Corredor de Desenvolvi-mento do Norte (CDN).c

A COnSTRUçãO da Central Termoeléctrica de Ressano Garcia, que terá uma capacidade de geração de 150 megawatts de energia, deverá ser concluída, em Maio de 2014, segundo garantias do ministro da Energia, Salva-dor Namburete.c

Botswana close to exportingcoal through Mozambique

EnERGy ministers, Kitso Mokaila, and Transport Nomofo Molefhi Go-vernment of Botswana were in Mo-zambique to negotiate the export of coal through Mozambican ports, as well as to buy fuel. Botswana has been discovering large reserves of coal in recent years, and as such, sees in Mozambique the possibility of developing viable rou-tes for the export of coal. This was why, in 2011, the two countries sig-ned a memorandum of understan-ding for the construction of a dee-pwater port in Techobanine in Matu-tuíne district (Maputo province), and a 1,100 km railway connecting the two countries. In April this year, Mozambican Prime Minister, Alberto Vaquina revealed that the Government had awarded the concession for the construction of the deepwater port and a railway line in Techobanine, and was expec-ted to cost around seven billion dollars , the infrastructure should be financed by the governments of both countries.c

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26 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Briefing AFRICA

Coal exports through the Port of nacala begin in December.

THE export of coal through the Port of Nacala, in Nampula province, whi-ch is under construction, will take place in December 2013, according to a projection of the consortium that manages the Northern Development Cor-

ridor (CDN).c

Ressano Garcia Thermoelectric ready in May 2014THE construction of Thermal Power Plant of Ressano Garcia, which will

have a generating capacity of 150 megawatts of power, should be comple-ted in May 2014, according to assurances from the Minister of Energy, Sal-vador Namburete.c

ENI discoversoil and gas in Congo

THE multinational ENI just made another great discovery of oil and natural gas in the “Marine Explora-tion Nene” area, located on the 12th block “offshore” in the Democratic Republic of Congo (DRC).The Italian oil company estimates that the volume of discovery in the two wells drilled so far, is approxi-mately 600 million barrels of oil and 700 trillion cubic feet of gas. ENI believes that the reserves discovered will expand in the near future, taking into account that more exploration wells and prospecting hydrocarbons will be opened according to the schedule of the company.

The latest discovery of oil and natu-ral gas was made by “Nene Marine”, a well with little more than 1,000 feet in depth. In the pit they found a significant amount of wet gas and an accumulation of light oil. In Congo, ENI is operator of Block 12 with a share of 65 percent.c

Angola in the free tradearea by 2015 SADC

AnGOLA ensures that it will only join the Free Trade Area of the Deve-lopment Community (SADC) in 2014 or 2015. The assurance was given by the Angolan Minister of Trade Rosa Pacavira. The official stressed that Angola will keep the position of not adhering to it now because there are still what he called “adjustments” that need to be done in the Energy and Agriculture departments. The Free Trade Area, launched in August 2007 in Johannesburg on the 28th SADC Summit, had the adhesion

of South Africa, Botswana, Lesotho, Malawi, Mauritius, Mauritania, Mo-zambique, Namibia, Swaziland, Tan-zania, Zambia, Zimbabwe and Mada-gascar, besides Angola, the Democra-tic Republic of Congo and Seychelles have also stayed out. The aim of the initiative is to streng-then economic integration and rapid industrialization in this sub-region of the African continent, through the expansion of business opportunities and gradually remove barriers to trade.c

AGEnDA

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 27

Briefing MOÇAMBIQuE

País vai produzir painéis solares

UMA fábrica de painéis solares de-verá entrar em actividade, em Outu-bro, como resultado de um investi-mento de 13 milhões de dólares. O projecto, que está a ser desenvolvido em Beluluane, no distrito de Boane (província de Maputo), pertence ao Fundo Nacional de Energia (FUNAE) em cooperação com o governo india-no. O objectivo é expandir as ener-gias renováveis às zonas rurais.O ministro da Energia, Salvador Nam-burete, garantiu que a produção de painéis solares no país é uma mais-

-valia, principalmente nesta fase em que o Governo está determinado a colocar a energia mais próxima das populações.Namburete disse que o custo dos paineis será acessível, para que uma boa parte de moçambicanos consi-ga adquiri-los, prevendo-se que os painéis solares custem 50% abaixo do preço praticado no mercado. Nesta fase de construção da fábrica, encotram-se empregues 80 trabalha-dores, dos quais 70 moçambicanos.c

BAD lança nova estratégia para MoçambiqueO BAnCO Africano de Desenvolvi-

mento (BAD) lançou, em Maputo, a sua nova estratégia para o continen-te, cobrindo o período 2013-2022. No evento, foi igualmente debatida a visão geral de Moçambique na sua cooperação com o BAD.A cooperação entre Moçambique e o BAD já resultou, até ao momento, na implementação de 200 projectos, cujos investimentos ascendem a 2.3 biliões de dólares norte-americanos. O BAD prevê incrementar, ainda este

ano, o seu pacote financeiro para a reabilitação da Barragem de Massin-gir, a adjudicação do último troço do corredor ferroviário de Nacala, bem como para intervenções no sector da agricultura com o apoio do Programa Piloto para Resiliência Climática.A estratégia do BAD em Moçambique identifica cinco principais áreas de actuação, designadamente desen-volvimento de infra-estruturas, inte-gração regional, desenvolvimento do sector privado, governação e tecno-logia. No geral, a nova estratégia visa

também procurar novas e criativas formas de mobilização de recursos para apoiar a transformação de Áfri-ca, especialmente para alavancar os seus próprios recursos.c

ii Edição das “100Melhores pMEs” chega com linha de crédito

O COnCURSO “100 Melhores Pe-quenas e Médias Empresas”, uma iniciativa conjunta do Grupo Soico e do Ministério da Indústria e Comér-cio, já vai na sua segunda edição. O evento foi lançado, recentemente, em Maputo pelo ministro da Indús-tria e Comércio, Armando Inroga, e a grande novidade foi o anúncio pelo Banco Comercial e de Investimentos (BCI) de uma linha de crédito de 500 milhões de meticais, que poderá be-neficiar as empresas que vão tomar parte do concurso deste ano.O anúncio foi feito pelo CEO do BCI, Paulo Sousa, numa altura em que a dificuldade de acesso ao crédito é um dos maiores obstáculos ao crescimento daquele grupo de em-presas. Ainda no decorrer do evento, foi anunciado que, nesta segunda edição, o foco principal é reforçar o carácter inclusivo do prémio, de modo a garantir o número recorde de empresas a participar no concurso. No acto do lançamento, onde estive-ram o Governo, parceiros, empresá-rios, sector privado e sociedade civil, Armando Inroga enalteceu os promo-tores da iniciativa, por entender que a mesma vai dotar aquele grupo de empresas de capacidade suficiente para alavancar o desenvolvimento sócio-económico de Moçambique. Além do Grupo Soico e do Ministério da Indústria e Comércio, através do IPEME, os parceiros desta iniciativa incluem a consultora BDO, BCI e a SNV - Organização Holandesa de Desenvolvimento.c

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28 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Briefing MOÇAMBIQuE/MOZAMBIQuE

AGRiCULTORES e pescadores vão passar a usar uma aplicação informática que fornece previsões meteorológicas através de telefone móvel, via SMS, segundo o ministro da Ciência e Tecnologia de Moçambique, Louis Pelembe.A aplicação foi introduzida pelo projecto Maputo Living Lab (MLL), um laboratório que desenvolve aplicações informáticas, cuja operacionalização conta com apoio de estudantes universitários.A nova tecnologia vai actualizar o tipo de cultura que o agricultor deve lançar ao solo, através de um simples SMS e a mesma será testada pelo Ins-tituto Nacional de Meteorologia e pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçam-bique.c

DESTAqUE

Agricultores e pescadores com meteorologia no telemóvel

Mozambique will produce solar panels

A SOLAR panel factory will start operations in October, as a result of an investment of 13 million dollars. The project, which is being develo-ped in Beluluane in Boane (Maputo province), belongs to the National Energy Fund (FUNAE) in cooperation with the Indian government. The aim is to expand renewable energy to rural areas. The Energy Minister Salvador Nambu-rete, said that the production of solar panels in the country is an asset, es-pecially at this stage where the go-vernment is determined to put the electricity closer to the people. Namburete said the cost of the pa-nels will be accessible so that a good part of Mozambicans can acquire them, it is expected that the solar

panels will cost 50% below market prices. At this stage of construction of

the factory, there are 80 employed workers, including 70 Mozambicans.c

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 29

Briefing MOZAMBIQuE

aDB launches newstrategy for Mozambique

THE African Development Bank (AfDB) launched in Maputo, its new strategy for the continent, covering the period 2013-2022. Also dis-cussed at the event, was the over-view of Mozambique in its coopera-tion with the AfDB. Cooperation between Mozambique and the AfDB has, so far, resulted in the implementation of 200 projects, with investments amounting to 2.3 billion U.S. dollars. The AfDB predicts an increase later this year, its finan-cial package for the rehabilitation of the Massingir Dam, the award of the final section of the Nacala rail cor-ridor, as well as interventions in the agriculture sector with the support of the Pilot Program for Climate Resilience. AfDB’s strategy in Mozambique iden-tifies five main areas of activity, including development of infrastruc-ture, regional integration, private sector development, governance and technology. Overall, the new strategy also aims to find new and creative ways to mobilize resources to sup-port the transformation of Africa, especially to leverage their own resources.c

2nd Edition of the “100 Best SME” arrives with credit line

THE “100 Best Small and Medium Enterprises” contest, a joint initiative of Soico Group and the Ministry of Industry and Trade, is now in its second edition. The event was launched recently in Maputo by the Minister of Industry and Trade, Ar-mando Inroga, and the big news was

the announcement by Banco Comer-cial e de Investimentos (BCI) for a credit line of 500 million Meticais, which could benefit businesses who will take part in this year’s competi-tion. The announcement was made by the CEO of BCI, Paulo Sousa, at a time when the difficulty of access to credit is a major obstacle to the growth of that group of companies. Also during the event, it was announced that, in this second edition, the main focus is to strengthen the inclusiveness of the premium, to ensure the record number of companies to participate

in the contest. At the time of launch, with the par-ticipation of the government, part-ners, entrepreneurs, private sector and civil society, Armando Inroga praised the promoters of the initia-tive, understanding that the same group that will provide companies with sufficient capacity to leverage the socio-economic development in Mozambique. Besides the Soico Group and the Ministry of Industry and Trade, through IPEME, partners in this initiative include the consultancy firm BDO, BCI and SNV - Netherlands Development Organization.c

fARMERS and fishermen are going begin using a computer application that provides weather reports through mobile phone via SMS, according to Minister of Science and Technology of Mozambique, Louis Pelembe. The application was introduced by the project Maputo Living Lab (MLL), a laboratory that develops computer applications, whose operation re-lies on support from college students. The new technology will upgrade the type of crop that the farmer should throw to the soil using a simple SMS and it will be tested by the National Institute of Meteorology and the National Institute of Disaster Manage-ment in Mozambique.c

fEATURED

farmers and fishermenweather on your phone

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30 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

DOSSIER . Electricidade e Água

Moçambicanos querem o privilégio de ter água e luzA maior extensão do território moçambicano só tem luz de dia. O comum dos mortais não pode ter geleira, rádio, televisor ou qualquer outro aparelho do género. Há sítios onde as pessoas be-bem a mesma água que usam para a limpeza pessoal e da roupa. O país é pobre, é verdade, mas há esforços no sentido de inverter este quadro. Veja como.

Hoje, o consumo de energia eléctrica e de água potável é um privilégio para a maior parte dos moçambicanos. Isso não é novidade, e os números que o digam. A

Direcção Nacional de Águas estima que apenas 30% da população rural tem acesso ao precioso líquido. O número sobe para 72% no meio urbano e a taxa de cobertura global é de 57%. A energia eléctrica, que no

ano passado era privilégio para 21% da população, deverá cobrir 24% dos mais de 23 milhões de pessoas até ao fim deste ano.Ambos os serviços fazem um só sector – o da Electricidade e Água – cujos indicadores são um forte instrumento de medição do Índice de Desenvolvimento Humano.O Plano Económico e Social para 2013 mostra que os números da rea-lidade moçambicana não dão apenas a dimensão da pobreza. Nele surge plasmado os investimentos que po-derão levar, a médio prazo, água e luz a muita gente, graças à construção de infraestruturas de transporte e distribuição.Já neste ano, a prestação destes ser-viços continuará a ser impulsionada pelo programa de electrificação rural e expansão da rede de distribuição de combustíveis, em particular para as zonas rurais cuja implementação tem registado progressos assinalá-veis, em resultado do empenho dos intervenientes a nível do sector de energia.Com efeito, nas zonas rurais serão construidas 975 fontes de água e reabilitadas 526, o que vai elevar o número de fontes operacionais para 19.071. Nas cidades, serão constru-ídos 287 fontanários, reabilitados e expandidos 19 sistemas de abasteci-mento de água e efectuadas 45.528 novas ligações domiciliárias.No sector de energia, esperam-se 125 mil novas ligações domésticas, o que irá ampliar o número total de

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 31

consumidores domésticos da energia da Rede Eléctrica Nacional, cujas pre-visões apontam para um aumento de 1.049.021 em 2012 para 1.174.021 em 2013, correspondente a 12%.Acrescenta-se ainda a contribuição das energias renováveis, que passará dos actuais 3 milhões de consumi-dores domésticos para 3.5 milhões, representando um aumento de 17% entre 2012 e 2013. Deste modo, a percentagem da população com acesso à energia será de 36.4%, repartidos em 24.1% cobertos pela Rede Eléctrica Nacional e 12.3% por fontes renováveis.

Dois biliões de dólares para projectos de grande impacto

O Governo e os paceiros de coope-ração internacional têm em carteira investimentos avaliados em 2.715 milhões de dólares norte-americanos para a construção de duas hidroeléc-tricas e uma central eléctrica, todas na província de Tete.Projecta-se a construção e operacio-nalização de uma central termoeléc-trica usando carvão para a produção de energia. O empreendimento vai custar 1.070 dólares, um valor financiado pelos governos de Mo-çambique, Brasil e Emiratos Árabes Unidos, e deverá criar 120 postos de emprego.Com uma capacidade de 416 Mw, os governos de Moçambique, Brasil

e Angola vão viabilizar a construção de uma central hidroeléctrica no valor de 1.072.6 milhões de dólares, que vai empregar 2.500 pessoas na fase de construção e 140 na fase de operação.O último projecto será o da cons-trução e operacionalização de uma central hidroeléctrica com capacida-de de 210 Mw, também financiada por Moçambique, Angola e Brasil em 572.6 milhões de dólares, prevendo--se que empregue 1.540 pessoas na fase de construção e 80 na fase de operação.

Manutenção dos equipamentos como factor de prosperidade

O volume de produção e distribuição de energia eléctrica irá crescer 5.7%, visto estarem em curso acções de renovação das componentes críticas da infraestrutura e do parque produ-tor da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), que garantem elevados níveis de disponibilidade e fiabilidade dos sistemas, assim como a sustentabili-dade deste empreendimento a mé-dio e longo prazos, com a previsão da reabilitação de dois descarregadores.Projecta-se ainda que o volume de energia eléctrica exportada registe um crescimento de 9% quando com-parado com o volume previsto para

2012. Ou seja, o volume de exporta-ções deve atingir os 13.691 GWh.O crescimento previsto na disponi-bilização de água resultará da imple-mentação do Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamen-to Rural (PRONASAR).

Alguns contratempos

Este ano, o Governo projectou um crescimento da produção de Electri-cidade e Água em 5.1%, mas o nível poderá ficar aquém das projecções, já que no primeiro trimestre, segun-do informações do Banco Central, o desempenho caiu para 1.5% nega-tivos, dando continuidade à queda que começou ainda no ano passado, quando a produção foi de 2.4% negativos.As fragilidades foram determinadas pela destruição de infraestruturas eléctricas na sequência das chu-vas do início do ano, aliadas a uma explosão na Central Térmica de Ma-puto, que deixou às escuras vastas regiões do sul do País incluindo mui-tos dos bairros da capital.No ano passado, o sector foi forte-mente afectado por uma avaria grave nos equipamentos da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), em Junho, que levou a infraestrutura a operar em 70%, prejudicando as exporta-ções para a África do Sul.c

Peso dos sectores de actividade no PIB(I trimestre 2013)

PHOTOTânia Hirstova/SNV

23%

10%

2%

5%11%

12%

6%

31%Agricultura

Indústria Transformadora

Indústria Extractiva

Electricidade e Água

Comércio e Serviços de Reparação

Transportes e Serviços de Reparação

Serviço Financeiro

Outros

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32 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

For the most part, the Mozambican territory only has light during the day. The ordinary mortals cannot have refrigerator, radio, TV or any other device of its kind. There are places where people drink the same water meant for personal hygiene and clothing. The country is poor, it is true, but there are efforts to reverse this situation. See how.

Today, the consumption of electricity and drinking water is a privilege for most Mozambicans. This is nothing new, and the numbers reflect that. The National Directorate

of Water estimates that only 30% of the rural population has access to the precious liquid. The number rises to 72 % in urban areas and overall cov-erage rate is 57%. Electricity, which last year was the privilege for 21% of the population, should cover 24% of the over 23 million people by the end of this year. Both services are one sector - the Electricity and Water - whose indica-tors are a powerful tool for measur-ing the Human Development Index. The Economic and Social Plan for 2013 shows that the numbers of Mozambican reality do not only demonstrates the extent of poverty. In it arises the demonstration of the

investments that could lead in the medium term, to water and light to many people, thanks to the construc-tion of transport infrastructure and distribution. Already this year, these services will continue to be driven by the rural electrification program and expand-ing the network of fuel distribution, particularly for rural areas whose implementation has registered remarkable progress as a result of the commitment of the players in the energy sector. Indeed, in rural areas 975 water sources will be built, and 526 will be rehabilitated, which will increase the number of operational sources to 19,071. In cities, 287 fountains will be built, 19 water supply systems will be expanded and rehabilitated and 45,528 new household connec-tions will be made.In the energy sector, we expect

125,000 new household connec-tions, which will increase the total number of domestic consumers of energy from the National Electricity Grid, whose forecasts point to an increase of 1,049,021 in 2012 to 1,174,021 in 2013, corresponding to 12%. We add the contribution of renew-able energy, which will increase from the current 3 million households to 3.5 million, representing an increase of 17 % between 2012 and 2013. Thus, the proportion of people with access to energy will be 36.4 %, divided into 24.1 % covered by Na-tional Grid and 12.3 % by renewable sources.

Two billion dollars for projects of great impact

The government and international cooperation partners have investments in portfolio valued at

Mozambicans want the privilegeof having water and electricity

Page 33: Revista Capital 69

DOSSIER . Water and Electricity

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 33

2,715 million U.S. dollars for the construction of two hydroelectric power stations and, all in the province of Tete. The construction and operation of a power plant using coal for energy production is projected. The project will cost 1,070 dollars, an amount funded by the governments of Mozambique, Brazil and the UAE, and will create 120 jobs. With a capacity of 416 Mw, the governments of Mozambique, Angola and Brazil will enable the construction of a hydroelectric plant on the value of 1.072.6 million dollars, which will employ 2,500 people during construction and 140 during operation. The final project will be the construction and operation of a hydroelectric power station with a capacity of 210 Mw, also funded by Mozambique, Angola and Brazil at 572.6 million dollars, it is expected to employ 1,540 people during construction and 80 during

operation.

Maintenance of equipment as a factor of prosperity

The volume of production and distri-bution of electricity will grow 5.7 %, since actions are underway to renew the critical components of infrastruc-ture and production facilities of the Cahora Bassa (HCB), which guarantee high levels of availability and reliabil-ity of systems well as the sustainabil-ity of this enterprise in the medium and long term, with the prediction of rehabilitation of two unloaders. Predictions estimate that the volume of exported electricity will register a 9% increase compared to the expected volume 2012. Meaning, the volume of exports should reach 13,691 GWh.The expected growth in the availability of water will result from implementation of the National Water Supply and Rural Sanitation

(PRONASAR).

Some setbacks

This year , the government projected a growth of production of Electricity and Water at 5.1 % but the level may fall short of projections because in the first quarter, according to the Central Bank, the performance dropped to negative 1.5 %, continu-ing the fall that began only last year, when production was 2.4 % nega-tive . Weaknesses were determined by the destruction of electrical infrastruc-tures following the rains earlier in the year, coupled with an explosion in the Maputo Thermal Central, who left a vast southern region of the country in the dark including many of the neighborhoods of the capital. Last year, the sector was strongly affected by a serious malfunction in the equipment of the Cahora Bassa (HCB) in June, which led the infra-structure to operate at 70 %, hurting exports to South Africa.c

23%

10%

2%

5%11%

12%

6%

31%

Share of sectors in GDP(Ist trimester 2013)

Agriculture

Manufacturing

Extraction Industry

Electricity and Water

Commerce and Reapir Services

Transport and Communications

Financial Services

Others

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Foco ECONOMIA

Os juros que teimamem não cair!

34 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Nas universidades, os jovens são formatados para empreender e criar o seu próprio emprego. As famílias procuram rendimentos para sair da miséria num contexto

em que o desemprego está em alta. Do ponto de vista estratégico, o país deve criar empreendedores para acelerar o crescimento, mas as fer-ramentas são pouco úteis sobretudo quando não se pode ter dinheiro a preços acessíveis. Ou seja, não há quem transforme ideias supostamen-te “rentáveis” em reais.Enquanto guardião da política mo-netária, o Banco de Moçambique já reduziu as suas taxas de intervenção no mercado 10 vezes consecutivas, duas das quais este ano. E toda a vez que o faz, os que possuem dívidas em bancos comerciais ficam à espera que o banco corte menos no final do mês. Os que ainda pretendem contrair empréstimo para fins de con-sumo e/ou investimentos, esfregam as mãos, expectantes de que os seus planos encontrem um ambiente fa-vorável. Mas isso não acontece.A Facilidade Permanente de Cedên-cia de Liquidez (FPD) – taxa de juro através da qual os bancos comerciais remuneram o Banco de Moçambique pelos depósitos que lá efectuam - reduziu de 16.5% para 8.75%, de Janeiro de 2012 para Agosto do pre-sente ano. E porque este é o princi-pal mecanismo que, por via da polí-tica monetária, induz à redução das taxas de juro praticadas pela banca em relação ao público, esperava-se uma reacção do mercado que não

tem sido suficiente: a taxa média de empréstimo dos bancos ao público reduziu apenas 3%.As taxas altas já mecereram críticas de economistas como o adminis-trador do Banco de Moçambique, Waldemar de Sousa, e do presidente do Pelouro da Política Financeira e da Confederação das Associações Eco-nómicas (CTA), Luís Magaço.Com este desempenho, os bancos moçambicanos continuam entre os que aplicam as mais altas taxas de juro no seio da África Austral, e o país deixa de seguir passos exemplares, como os do Brasil, que à custa da redução do preço do dinheiro logrou alcançar um rápido crescimento social e económico em apenas uma década.

Porquê permenecem altos?

O economista Ragendra de Sousa considera que empresas e outras entidades propõem taxas de juro muito altas para depositarem o di-nheiro em bancos. A situação obriga as instituições a praticarem taxas de empréstimos ainda mais elevadas para compensar os elevados custos dos depósitos.Já os bancos explicam-se pelo facto das famílias e da maior parte das empresas apresentarem altos riscos, por falta de garantias e de domínio das melhores práticas de gestão.Então, que medidas se pode tomar para tornar o crédito mais acessível aos moçambicanos? Eis uma questão em aberto.c

Evolução das taxas de referência

FpC – Facilidade permanente de Cedência FpD - Facilidade permanente de Depósitos

16,00%

14,00% 13,50%

3,50%3% 3% 2,50% 2,50% 2,50%

175% 150%

13,50%

Mar.2012 Abr.2012 Jun.2012 Jun.2013 Ago.2013Jul.2012

FPC FPD

Set.2012 Dez.2012

12,50%11,50%

10,50%9,50% 9,00% 8,75%

12,00%

10,00%

8,00%

6,00%

4,00%

2,00%

0,00%

Page 35: Revista Capital 69

Focus on ECONOMY

The interest rates that insist on not lowering!

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 35

Evolution of Reference interest Rates

FpC – Standing lending FacilityFpD - Standing Deposit Facility

In universities, the young are formatted to be entrepreneurial and create their own job. Families look for income to get out of poverty in a context where unem-ployment is high.

From a strategic point of view, the country should create entrepreneurs as a way to accelerate economic growth, but these tools have proved particularly unhelpful when you cannot get money at affordable rates. This means that there is no one to turn ideas that are supposedly “profitable” into real world applications. As guardian of monetary policy, the Bank of Mozambique has reduced its market intervention rates 10 consecutive times, two of them this year. And every time it does, those who have debts with commercial banks are waiting for the bank cut less at the end of the month. Those who still wish to take out a loan for consumption and / or investment, rub their hands, expectant that their plans will find a favorable environment. But it does not. The Standing Lending Facility Liquidity (FPD) - the interest rate through which commercial banks remunerate the Bank of Mozambique by deposits that are performed there - fell from 16.5% to 8.75%, from January 2012 to August of this year. And because this is the main mechanism that, via the monetary policy, leads to the reduction of interest rates applied by banks in relation to the public, the expectations for market reaction were not met: the average bank lending public reduced to only 3%. The high rates already deserved flak from economists such as the administrator of the Bank of Mozambique, Waldemar de Sousa, and the president of The Responsibilities for the Financial Policy and the Confederation of

Economic Associations (CTA), Luís Magaço. With this performance, Mozambican banks remain among those who apply the highest interest rates within Southern Africa, and the country stops following exemplary steps, such as Brazil, that the cost of reducing the price of money has achieved rapid social and economic growth in just a decade.

Why does it remain high? Economist Ragendra de Sousa believes that businesses and other

entities propose very high interest rates to deposit money in banks. The situation requires institutions to practice even higher lending rates to compensate for the high cost of deposits. Meanwhile, banks are defend themselves by the fact that households and most businesses have high risks due to lack of collateral and lack of better management practices. So, what steps can be taken to make credit more accessible to Mozambicans? Here is an open question.c

16,00%

14,00% 13,50%

3,50%3% 3% 2,50% 2,50% 2,50%

175% 150%

13,50%

Mar.2012 Apr.2012 Jun.2012 Jun.2013 Aug.2013Jul.2012

FPC FPD

Sep.2012 Dez.2012

12,50%11,50%

10,50%9,50% 9,00% 8,75%

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10,00%

8,00%

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4,00%

2,00%

0,00%

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«actualmente tenho notado a presença de moçambicanos em algumas províncias angolanas que apostam na área da con-strução civil e em outras áreas. Entretanto, estas iniciativas merecem o nosso encorajamento e certamente serão mais visíveis no futuro»

Foco NEGÓCIO

Angola e Moçambique estão mesmo juntos

TExTOSérgio Mabombo

Moçambique conta com um crescimento económico de 7% e Angola com 7.2 %. São dois países irmãos com muito a trocar no campo

económico, segundo o embaixador de Moçambique em Angola, Domin-gos Fernandes. Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África, superado ape-nas pela Nigéria mas espera-se que este ano passe para a primeira posi-ção do ranking, a julgar pelos últimos dados da OPEP. Nesse contexto, o interesse de Moçambique por Ango-la foca-se sobretudo no know-how daquele país na indústria petrolífera. A sua produção de petróleo, que actualmente supera os 800 mil barris por dia, marca o ritmo de crescimen-to económico. O petróleo representa, aliás, mais de 60% do PIB de Angola e 90% das receitas do Estado. Por seu turno, o empresariado an-golano tem manifestado, nos fóruns anuais dos dois países, o seu interes-se em investir em áreas como a agri-cultura e o turismo em Moçambique, e na exploração do carvão e do gás. Domingos Fernandes tem a certeza de que os interesses mútuos nesses domínios mestão cada dia mais pró-ximos de se materializar.

Os três voos semanais, ligando Ma-puto e Luanda, uma rota explorada pelas Linhas Aéreas de Moçambique--LAM, é um dos sinais que demonstra que a actual vontade de cooperar corre no sangue dos empreendedo-res de ambos os países. Como efeito, a presença de ango-lanos em Moçambique assim como destes em Angola é cada vez mais notória. «Actualmente tenho notado a pre-sença de moçambicanos em algumas províncias angolanas que apostam na área da construção civil e em outras áreas. Entretanto, estas iniciativas merecem o nosso encorajamento e certamente serão mais visíveis no futuro», realça o diplomata. Domingos Fernandes, destaca ainda que a participação de Moçambique na Feira Internacional de Luanda (FILDA) assim como a de Angola na Feira Internacional de Moçambique (FACIM) constitui uma boa base para a cooperação entre os dois Países. Com efeito, o reforço da presença do empresariado moçambicano na FILDA, em Luanda, tem sido devida-mente acompanhada de perto pela respectiva representação diplomáti-ca daquele país.Mas, por outro lado, há a considerar a iniciativa da Associação Industrial

Portuguesa (AIP), que assinou no início do presente ano protocolos de cooperação com organismos dos dois países africanos de língua oficial portuguesa. Trata-se da Confedera-ção das Associações Económicas de Moçambique – CTA e do Conselho das Associações Empresariais de Angola (CAEA). A iniciativa enquadra--se no âmbito do projecto Lusofonia Económica. Segundo o embaixador Domingos Fernandes, esta janela de oportunidades resulta do forte crescimento económico que os dois países estão a experimentar. No quadro da Lusofonia Económica, a CTA e a CAEA já estabeleceram um compromisso com a AIP. Este consiste na identificação de oportunidades de negócios para as empresas dos dois Países. O compromisso irá ainda estudar os sistemas de incentivos ao investi-mento e mecanismos de promoção de investimento direto estrangeiro além de promover o projeto Lusofo-nia Económica junto dos seus mem-bros e outros agentes económicos. Domingos Fernandes acredita que as possibilidades de cooperação eco-nómica entre os dois Países poderão se materializar facilmente, conside-rando a vantagem de partilharem a mesma língua.c

Domingos f.

36 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Page 37: Revista Capital 69

«today i have noticed the pres-ence of Mozambicans in some angolan provinces betting in the area of construction and other areas. However, these initiatives deserve our encour-agement and certainly will be more visible in the future»

Focus on BuSINESS

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 37

TExTSérgio Mabombo

Domingos f.

are even together angola and Mozambique

Mozambique has an eco-nomic growth of 7% and Angola has 7.2 %. They are two brother countries with much to exchange in the economic field, ac-

cording to the ambassador of Angola to Mozambique, Domingos Fernandes. Angola is the second largest oil pro-ducer in Africa, second only to Nigeria but it is expected that this year pass to the first position of the ranking, judging by the latest figures from OPEC. In this context, the interest of Mozambique to Angola focuses primarily on the know-how of that country’s oil industry. Its oil production, which currently exceeds 800,000 barrels per day, sets the pace of economic growth. The oil is, in fact, over 60% of Angola’s GDP and 90% of state revenues. In turn, the Angolan business has mani-fested, in annual forums of the two countries, their interest in investing in areas such as agriculture and tourism in Mozambique, and the exploitation of coal and gas. Domingos Fernandes has assured that the mutual interests in these areas are every day closer to materialize. The three weekly flights linking Maputo and Luanda route explored by Mozam-bique Airlines - LAM, is one of the signs

showing that the current willingness to cooperate runs in the blood of the entrepreneurs of both countries. In effect, the presence of Angolans in Mozambique as well as mozambicans in Angola is increasingly apparent. “Today I have noticed the presence of Mozambicans in some Angolan prov-inces betting in the area of construc-tion and other areas. However, these initiatives deserve our encouragement and certainly will be more visible in the future ‘, highlights the diplomat. Domingos Fernandes, also emphasized that the participation of Mozambique in the Luanda International Fair (FILDA) as well as in Angola at the International Fair of Mozambique (FACIM) is a good basis for cooperation between the two countries. Indeed, the increased presence of Mozambican businesses in FILDA in Luanda has been properly monitored by the respective diplomat-

ic representation of the country. But on the other hand, we have to consider the initiative of the Portu-guese Industrial Association (AIP), who signed, earlier this year, cooperation agreements with organizations in the two African countries whose official language is Portuguese. This is the Confederation of Economic Associa-tions of Mozambique - CTA and Council of Business Associations of Angola (CAEA). The initiative falls within the framework of the project Lusophone Economics. According to the ambassa-dor Domingos Fernandes, this window of opportunity results from the strong economic growth that the two coun-tries are experiencing. Under the Lusophone Economics pro-gram, CTA and CAEA has established a commitment to AIP. This consists in the identification of business opportunities for companies of both countries. The commitment will further inves-tigate the systems of investment incentives and mechanisms to promote foreign direct investment and promote the Lusophone Economics project among its members and other eco-nomic agents. Domingos Fernandes believes the possibilities for economic cooperation between the two countries might mate-rialize easily, considering the advan-tage of sharing the same language.c

Page 38: Revista Capital 69

Foco EMPRESA

O que pensam os “Mwangolês” da nossa Moda

A presença moçambicana na 30.ª edição da Feira Interna-cional de Luanda (FILDA) ficou marcada pela moda. Esta foi oferecida pela empresária e estilista Sara de Almeida.

Mas o que mais impressionou os visitantes do Stand de Moçam-bique foi o design rústico da moda moçambicana, segundo constatou a empresária que participa na FILDA pela sétima vez consecutiva. «Se a nossa oferta de moda tender para um estilo ocidental perde a competitividade pois, actualmente, o mercado angolano já possui muito nesta perspectiva», observa a empresária.Na edição 2013 da FILDA, Sara de Almeida apostou também em roupa casual. E a tendência rústica da oferta permitiu que a empresária fechasse alguns negócios. Nas anteriores edições, alguns clientes reclamavam a pouca disponibilidade da marca moçambicana «Sara de Almeida», principalmente a da linhagem afro, cuja base centra-se na capulana. A estilista, atenta a esta necessidade de mercado, aumentou a oferta nesta 30ª edição. O stock esgotou revelando uma decisão bem acertada. Mas a ambição era ainda maior: Obter uma representação da sua marca no mercado angolano. Tal como nas anteriores decisões, o plano resultou em cheio, pois

TExTOSérgio Mabombo

a marca de roupa moçambicana «Sara de Almeida», já é largamente adquirida no Bela Shop, uma das cadeias de loja mais prestigiadas da cidade de Luanda. Naquela urbe, considerada a mais cara cidade do mundo, a empresária prefere disponibilizar roupa de linhagem Praia, quando normalmente o seu estilo é afro classic. A decisão tem razão de ser: «A presente fase que atravesso é de experimentação», explica a designer. O objectivo da estratégia é deixar que seja a própria demanda a determinar o foco da oferta. Aliás, a partilha de estratégias é um conceito sempre presente na feira angolana. Por outro lado, a participação impõe algum investimento redobrado: Só em Hotel o investimento pode rondar mais de 1.500 dólares pelos sete dias que dura a Feira. A passagem aérea custa em média 500 dólares, assim como o próprio aluguer do Stand na feira. Mas para Sara de Almeida, o investimento tem valido

a pena. «Nos sete anos que invisto na FILDA tenho conseguido retorno», revela a empresária que prefere não indicar números.Actualmente, Sara pretende apenas investir valores menores. A procura irá determinar no futuro até que ponto deverá aventurar-se em maiores fasquias.A 30ª edição da Feira Internacional de Luanda contou com a participação de mais de mil expositores. O evento tem servido de instrumento de promoção e captação de investimentos para um dos maiores produtores de petróleo em África e cujo crescimento chega aos 8.4 por cento. Além de Moçambique, estiveram mais de 30 países representados na maior feira de economia e negócios de Angola. Através do Instituto de Promoção de Exportações (IPEX), Moçambique fez-se representar na FILDA com uma comitiva de pouco mais de sete organismos, maioritariamente agências de viagens.c

38 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Page 39: Revista Capital 69

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 39

What do the ‘Mwangolês’think of our our fashion

Focus on ENtERPRISE

The presence of Mozambique in the 30th Edition of the Luanda International Fair (FILDA) was marked by fashion. This was offered by businesswoman and fashion designer Sara de

Almeida . But what most impressed visitors of the Mozambican Stand was the rustic mozambican design fashion, according to the businesswoman who participates in FILDA for the seventh consecutive time. “If our fashion offerings tend towards a western style, we lose competitiveness because currently the Angolan market already has this very perspective,” says the businesswoman.In the 2013 edition of FILDA, Sara de Almeida also bet in casual clothing. And the

TExTSergio Mabombo

trend of offering rustic enabled the businesswoman to close some deals. In previous editions, some customers complained about the limited avail-ability of the Mozambican brand Sara de Almeida,” mainly of african lineage, whose foundation focuses on the capu-lana. The stylist, finding this market need, increased supply for this 30th edition. The stock ran out revealing a wise decision as well.But the ambition was even greater: Get a representation of her brand in the An-golan market. As in previous decisions,

the plan resulted in success, because the clothing

Mozambican brand Mozambican “Sara

de Almeida”, is already largely acquired at Bela Shop, one of the most pres-

tigious store chains in the city of Luanda.To that metrop-

olis, considered the most expensive city in the world,

the entrepreneur prefers to pro-

vide a Beach clothing line

opposed to her normal-

ly style of classic

african.

The decision is justified: “This is phase Im going through is of experimenta-tion”, explains the designer. The aim of the strategy is to let it be the very demand to determine the focus of the offering. Incidentally, sharing strate-gies is always a concept present in the Angolan Fair.On the other hand, participation re-quires some doubled investment: just Hotel fares the investment can be around $ 1,500 for the seven days of the Fair. The airfare costs on average $500, as well as its lease at the fair stand. But for Sara de Almeida, the investment has been worthwhile. “In the seven years that I have managed to invest in FILDA I always get a return on the investment,” reveals the business-woman who prefers not to indicate numbers.Currently, Sara intends to invest only lower values . Demand will determine in the future as to what extent should she venture into higher paths.The 30th edition of the Luanda Inter-national Fair saw the participation of over a thousand exhibitors. The event has been instrumental in promoting and attracting investment for one of the largest oil producers in Africa and whose growth reaches 8.4 percent. Apart from Mozambique, there were over 30 countries represented in the largest fair of economics and business in Angola. Through the Institute for Ex-port Promotion (IPEX), Mozambique was represented in FILDA with an entourage of just over seven agencies, mostly travel agencies.c

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40 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Problemas que se colocam com o acesso ao crédito, a necessidade de uma conveniente ligação entre as PME’s e os mega-projectos, e a falta de apoio do Executivo na facilitação da actividade empresarial surgem no topo da mesa, quando o sector privado analisa a sua actividade. Rogério Manuel, o timoneiro da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) foi confrontado sobre estas questões e teceu a realidade dos desafios que as empresas enfrentam hoje em Moçambique.

Rogério Manuelpor outro lado, os problemas estruturais da economia poderão estar a influenciar a fixação das taxas de juros por parte dos bancos com-erciais.

Acesso ao créditoainda é um obstáculo

Page 41: Revista Capital 69

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 41

tEMA DE FuNDOtEMA DE FuNDO

fOTOHelga Nunes

Quais são os maiores problemas com que se debate o sector privado nacional?Relativamente ao acesso ao crédito, um dos principais problemas do Sector Privado nacional são os re-quisitos exigidos pelos bancos em Moçambique. O sector privado con-sidera a falta de acesso ao crédito um sinal de que os bancos estão a aplicar padrões desnecessariamente conservadores aos créditos concedi-dos às pequenas e médias empresas. Entre os aspectos, os requisitos de colateral impedem os empresários emergentes de se qualificarem para a obtenção de crédito.

O acesso ao financiamento é um dos problemas colocados na mesa face à alta das taxas de juro do mercado. Em que medida este factor afecta a actividade empresarial?Em Moçambique, as altas taxas de juro praticadas pela banca estão en-tre os maiores obstáculos ao desen-volvimento de negócios. O problema do acesso ao crédito está interligado ao custo do empréstimo, portanto, às taxas de juro. Sendo o capital um dos factores de produção, o seu custo (taxa de juro) poderá ter impacto na competitividade da empresa toma-dora do empréstimo, numa primeira fase, e no florescimento geral do em-presariado nacional, numa segunda fase. As taxas de juro praticadas aos empréstimos parecem mais elevadas do que seria justificado por razões económicas. Assim, o argumento das condições económicas não parece ser válido. Ou seja, as condições eco-nómicas caracterizadas por estabili-dade e crescimento sustentado por cerca de 20 anos, deviam represen-tar um factor ou razão para custos de empréstimos mais baixos, como acontece em economias estáveis, caracterizadamente, da região.

O Banco Central já reduziu as taxas directoras por várias vezes, e quei-xa-se da falta de acompanhamento por parte dos bancos comerciais. Mas estes, por sua vez, têm estado a reduzir as suas taxas com o público. Partilham a ideia de que as revisões não são satisfatórias?Por muito tempo, os bancos comer-ciais quase que ignoraram as redu-ções das taxas directoras por parte do Banco de Moçambique, dando sinal de que as mesmas não produ-zem grandes efeitos na fixação das taxas de juros de empréstimos no mercado. Por outro lado, quase todos os agentes económicos que contra-tam ou procuram crédito bancário consideram os níveis das taxas de juros altos. Na sua opinião, que factores deter-minam a alta do preço do dinheiro e que medidas se impõem para solu-cionar o problema?Por um lado, dado o curso da política monetária que deveria reflectir-se na redução da taxa de juro de emprés-timo, um dos factores do elevado custo de dinheiro é a “desfasagem”

na reacção dos bancos comercias em relação aos níveis de redução das ta-xas directoras pelo Banco Central, na medida em que o processo de trans-missão monetária tem-se mostrado muito lento e a níveis baixos. Por outro lado, os problemas estruturais da economia poderão estar a influen-ciar a fixação das taxas de juros por parte dos bancos comerciais.

A Bolsa de Valores de Moçambique tem sido indicada como solução adicional ao problema do crédito, e até tem um pacote nesse sentido. Será que esta via é utilizada pelos empresários?A Bolsa de Valores de Moçambique poderia constituir uma alternativa de facto se o acesso à mesma tivesse sido melhorado. Aqui, refere-se à questão de diversificação de parti-cipantes em Bolsa. Como se sabe, maioritariamente, o sector empresa-rial em Moçambique é constituído pelas PMEs, as quais não se adequam aos padrões da nossa Bolsa. Contudo, é preciso reconhecer que existem problemas a nível do nosso empresa-

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42 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

riado, que em grande parte se debate com problemas de contabilidade organizada. É preciso dizer, também, que a Bolsa, enquanto mecanismo al-ternativo de levantamento de finan-ciamento, ainda é pouco conhecido e divulgado em Moçambique.

As ligações das pmes com os grandes projectos

Que cenários se desenham quanto às ligações com os grandes projec-tos? De facto, a descoberta e o início da exploração dos recursos naturais trouxe um novo paradigma na abor-dagem do desenvolvimento socioe-

conómico de Moçambique. O facto é que o influxo de investimentos no sector mineiro (carvão mineral) e hidrocarbonetos (petróleo e gás) cria oportunidades para o desenvolvi-mento de outros sectores como ho-telaria e restauração, construção civil, transportes, agricultura e comércio, prestação de serviços, entre outras actividades económicas.O discurso corrente aponta para a partilha de ganhos entre os inves-tidores, sector privado nacional e as comunidades locais. O Governo, através do sistema tributário e da sua participação nesses empreen-dimentos também espera ganhos. A questão central e a pergunta que

nos é colocada é o que está a ser equacionado para que as Pequenas e Médias Empresas tirem benefícios deste boom dos Recursos Naturais?Ao nível da CTA, criamos em 2013 o Pelouro da Política dos Recursos Minerais, um grupo de trabalho que discute vários assuntos. São debati-das questões como as ligações entre os empreendimentos mineiros e as PMEs locais; a questão do conteúdo local; a gestão dos proventos gera-dos pela mineração; a inclusão das comunidades e a produção local na cadeia de fornecimento das grandes empresas; o emprego de moçambi-canos nesses empreendimentos e a participação das empresas locais na

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 43

estrutura societária, através da janela criada pelo Governo na Lei supraci-tada. A CTA, em parceria com outras ins-tituições como a SNV (Organização Holandesa de Desenvolimento), CPI (Centro de Promoção de Investimen-tos), Ministério de Administração Estatal, entre outras entidades, criou o Conselho Nacional dos Negócios Inclusivos (CNI), uma entidade que visa capacitar as comunidades e as pessoas da base da pirâmide para produzir e fornecer as grandes em-presas.

Qual é o nível de participação das PMEs nos grandes projectos? Não existem dados concretos sobre a participação das PMEs nacionais ligadas aos negócios, pelo menos em termos do agregado. Todavia, alegra--nos saber que devido à presença destes empreendimentos, milhões de dólares são gastos em bens e serviços procurados localmente. Numa reunião promovida pela CTA e

pelo CPI, em Tete e na Beira, só uma empresa ligada à exploração de car-vão anunciara dispor de 260 milhões de dólares em 2012, os quais seriam gastos localmente na compra de bens e serviços. Todavia, as empresas para beneficiarem deste plafond têm que cumprir com certos requisitos e cadastrarem-se na base de dados de fornecedores dessas empresas.

Que limitações há nesse aspecto? As limitações das PMEs em fornecer bens e serviços a grandes projectos estão devidamente identificadas e são sobejamente conhecidas. Elas variam desde a falta de capacidade e escala na produção, oferta irregular, problemas de baixa qualidade, até ao não cumprimento dos padrões mínimos (standards) definidos por cada mega-projecto. A abordagem a estes problemas parece ultrapassar a capacidade individual das PMEs e, por isso, uma mão do Governo ou o recurso a parcerias entre as PMEs e empresas já com experiência interna-

cional poderá ser uma solução.

Muitas vezes, o empresariado nacio-nal queixa-se da falta de apoio do Executivo na facilitação da sua acti-vidade. Em que aspectos sente que o Governo não está a dar a mão?Se o diálogo implica partilha de res-ponsabilidades entre o Governo e o Sector Privado, isto pode ser feito de maneira relativamente rápida. O diálogo com o Governo é bom e constitui nossa prioridade reforçar este diálogo reformulando as formas e os canais de contacto, ampliando e especializando os sectores de trata-mento dos assuntos dentro da CTA, com um cada vez maior envolvimen-to - tanto das empresas como dos nossos membros - de forma a corres-ponder à multiplicidade de questões a abordar e à especialização dos sectores no atendimento das nossas inquietações e interesses.Uma das grandes preocupações é a lentidão na resolução das questões que afectam os negócios em Mo-çambique. A CTA apresentou uma série de preocupações para 2013, a maioria das quais ainda estão por resolver, nomeadamente, a isenção efectiva do IVA na agricultura; a in-trodução das boas práticas na gestão dos Scanners; a criação do órgão regulador do sector dos transportes; a conclusão da regulamentação da Lei do Trabalho; o acesso ao finan-ciamento, entre outros. No entanto, segundo a última revisão da nossa Matriz da Agenda de Reformas mais de 200 questões estão ainda por resolver desde 2007. Ao sentirmos que os progressos eram pouco assinaláveis optamos pela abordagem das prioridades. Este cenário implica que o Governo deve resolver os assuntos, empres-tando a importância e sobretudo a urgência que os mesmos merecem. É neste aspecto que os empresários se queixam da falta de apoio.c

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BACKGROuND tHEME

What are the biggest problems that the domestic private sector face?Regarding access to credit, one of the main problems of the private sector are the national requirements by banks in Mozambique. The private sector considers the lack of access to credit a sign that banks are unnecessarily applying conservative standards to loans granted to small and medium enterprises. Among the conditions, the collateral requirements prevent emerging entrepreneurs to qualify for the credit. Access to finance is one of the issues on the table in the face of high interest rates in the market. To what extent this factor affects business activity?In Mozambique, the high interest rates charged by banks are among the biggest obstacles to business development. The problem of access to credit is linked to the cost of the loan, and thus interest rates. Being the capital one of the factors of production, its cost (interest rate)

Problems that arise with access to credit, the need for a convenient link between SMEs and mega - projects, and lack of support from the Executive in facilitating entrepreneurial activity appear at the top of the table, when the private sector analyzes their activity. Rogerio Manuel, the helmsman of the Confederation of Economic Associations of Mozambique (CTA) was confronted on these issues and wove the reality of the challenges that businesses face today in Mozambique.

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may impact the competitiveness of the company receiving the loan in the first instance, and in general flowering of national entrepreneurs in the second phase. The interest rates applied to loans seem higher than would be justified on economic grounds. Thus, the argument of economic conditions do not appear to be valid. Ie, conditions characterized by economic stability and sustained growth for about 20 years, should represent a factor or reason for borrowing being costs lower, as in stable economies, characteristically, in the region. The Central Bank has reduced policy rates several times, and complains of the lack of monitoring by commercial banks. But these, in turn, have been reducing their rates to the public. Do you also believe in

the idea that the revisions are not satisfactory?For a long time, commercial banks almost ignored the cuts in policy rates by the Bank of Mozambique, signaling that they do not produce large effects in the setting of interest rates of loans in the market. On the other hand, almost all economic agents who contract or seek bank loans consider the levels of interest rates high.

In your opinion, what factors determine the high price of money and what measures are required to solve the problem?On one hand, given the course of the monetary policy that should be reflected in the reduction of the interest rate on a loan, one of the factors of the high cost of money

is the “phase shift” in the reaction of commercial banks in relation to levels of directive fee reductions from the Central Bank, in that the monetary transmission process has been very slow and in small levels. On the other hand, the structural problems of the economy may be influencing the setting of interest rates by the commercial banks. The Mozambican Stock Exchange has been appointed as an additional solution to the problem of credit, and even has a package to that end. Is this route is used by entrepreneurs?The Stock Exchange of Mozambique could be an alternative to that if access to it had been improved. Here, we refer to the issue of diversification of participants in exchange. As you know, mostly, the business sector in Mozambique consists of SMEs, which do not conform to the standards of our Exchange. However, we must recognize that there are problems in our business community, which is facing large problems regarding organized accounting. It must be said, that the Exchange as an alternative mechanism for raising funding, is still little known and widespread in Mozambique.

Links of smes with large projects What scenarios are drawn regarding links to major projects?

In fact, the discovery and early exploitation of natural resources has brought a new paradigm in addressing the socio-economic development of Mozambique. The fact is that the inflow of investments in the mining sector (coal) and hydrocarbons (oil and gas) creates

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Rogério Manuel

on the other hand, almost all economic agents who contract or seek bank loans consider the levels of inter-est rates high.

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 47

opportunities for the development of other sectors such as hotels and restaurants, construction, transport, agriculture, trade, services, among other economic activities . The current discourse points to the sharing of profits among investors, the domestic private sector and local communities. The Government, through the tax system and its participation in these projects also expects earnings. The central question and the question that is asked is what is to be equated to the Small and Medium Enterprises to take benefit of this boom in Natural Resources? At the level of CTA, we created, in 2013, the Study of the Policy of Mineral Resources, a workgroup discussing various subjects. We debate issues such as the links between the mining industry and local SMEs, the issue of local content, management of revenues generated by mining, the inclusion of communities and local production in the supply chain of large companies, the employment of Mozambicans in these ventures and participation of local companies in the partnership structure, through the window created by the Government in the aforementioned Act. The CTA , in partnership with other institutions such as SNV (Netherlands Organization for Development), CPI (Centre for Investment Promotion), Ministry of State Administration, among others, created the National Council of Inclusive Business (CNI), an entity that aims to empower communities and people from the base of the pyramid to produce and supply large companies . What is the level of participation of SMEs in large projects?There is no concrete data on the participation of SMEs linked to national business, at least in terms of the aggregate. However, we are

glad to know that because of the presence of these ventures, millions of dollars are spent on goods and services sourced locally. At a meeting sponsored by CTA and the CPI in Tete and Beira, only one company linked to coal mining announced having $260 million in 2012, which would be spent locally in the purchase of goods and services. However, for firms to benefit from this ceiling they must meet certain requirements and get registered in the database of suppliers of such companies. What are the limitations in this regard?The limitations of SMEs to provide goods and services to large projects are properly identified and are well known. They range from the lack of capacity and scale in production, irregular supply, problems of poor quality as well as the failure to meet minimum standards defined for each mega - project. The approach to these problems seems to exceed the capacity of individual SMEs and therefore one government hand or the use of partnerships between SMEs and companies with international experience can ever be a solution. Often, the national business complains about the lack of support from the Executive in facilitating their activities. In what ways do you feel that the Government is not lending a hand?If dialogue implies shared responsibility between the Government and the Private Sector, this can be done relatively quickly. The dialogue with the government is good and our priority is to strengthen this dialogue reshaping the ways and channels of contact, expanding sectors and specializing in treatment of subjects within the CTA,

with a growing involvement - both businesses and members of ours - to match the multitude of issues to be addressed and the expertise of the service sectors of our concerns and interests. A major concern is the slow resolution of issues affecting business in Mozambique. The CTA had a number of concerns for 2013, most of which are still unresolved, including the effective exemption of VAT on agriculture, the introduction of good practices in the management of scanners, the creation of the regulator of the transport sector, the completion of the regulations of the Labor Law, access to finance, among others. However, according to the latest revision of our Headquarters Reform Agenda over 200 issues are still unresolved since 2007. When we felt that the progress was unremarkable we opted for addressing the priorities. This scenario implies that the government should resolve the issues, lending the particular urgency and importance that they deserve. This is where entrepreneurs complain about the lack of support.c

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“A minha relação com a PWC ajuda-me a criar o valor que procuro”

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RETENção NA FoNTE EM MoçAMbIquE – DEvIDo No MoMENTo Do PAgAMENTo ou APuRAMENTo?

Tem sido uma questão de debate há algum tempo se a obrigação de efectuar a retenção na fonte ocorre no pagamento ou apura-mento dos rendimentos obtidos em Moçambique por entidades

não residentes. Não iremos abordar no presente artigo, a retenção na fonte sobre os rendimentos obtidos por enti-dades com residência em Moçambique.No passado, o entendimento geral era de que a retenção na fonte é devida em Moçambique no pagamento ou coloca-ção dos rendimentos á disposição (por exemplo, Royalties, juros, ou manage-ment fees – serviços - ou outros rendi-mentos, segundo o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colec-tivas). Entretanto, mais recentemente, a Autoridade Tributária de Moçambique (AT), tem entendido que a retenção na fonte é devida tão cedo quão no mo-mento do apuramento dos rendimentos nas mãos de não residentes.O principal objectivo do Código de Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas (CIRPC) é tributar todos os rendimentos provenientes de contractos realizados ou de actividades levadas a cabo em Moçambique por entidades não residentes.Uma vez que os não residentes não estão obrigados a se registarem em Mo-çambique para efeitos fiscais, excepto se despoletarem qualquer das situações que podem criar estabelecimento está-vel no país, nenhum imposto sobre as pessoas colectivas seria cobrado resul-tante das actividades levadas a cabo ou utilizadas em Moçambique. Para ultra-passar esta questão, foi estabelecido o regime da retenção na fonte através das taxas liberatórias.Essencialmente, o rendimento das pessoas colectivas é retido em Moçam-bique através de taxas liberatórias de

10% ou 20% viz-a-viz a vários tipos de rendimentos, incluindo os provenientes de propriedade intelectual ou indus-trial, os rendimentos provenientes de utilização de equipamentos, os rendi-mentos de capitais (como os juros), os derivados do arrendamento de imóveis, prémios de jogos, assim como os rendi-mentos provenientes de prestação de serviços.As taxas de retenção na fonte podem ser reduzidas através da aplicação de acordos para evitar a dupla tributação (ADT). Actualmente Moçambique, está vinculado a nove DTAs, nomeadamente com Portugal, África do sul, Ilhas Maurí-cias, Emiratos Árabes Unidos, Vietname, Itália, India, Botswana e Macau.Contudo, quando a retenção na fonte é de facto devida, a questão ainda perma-nece se a obrigação ocorre no momento do pagamento ou apuramento dos ren-dimentos obtidos por não residentes?

Quando a retenção na fonte é devida?O número 5 do artigo 67 do CIRPC foi alterado pela Lei n º 4/2012, de 23 de Janeiro, e estabelece que a obrigação de retenção na fonte ocorre –

(i) Na data do pagamento – quan-to o rendimento é efectiva-mente pago a entidade não residente.

(ii) Na data em que os rendimen-tos são colocados à disposição – no caso de contas correntes mantidas entre as entidades residentes e não residentes. O acerto de contas deve ser rigo-rosamente controlado dado que a obrigação de reter na fonte surge ao creditar a entidade estrangeira (compensação de dividas com custos locais pagos em nome da entidade estran-

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FISCAlIDADE PRICEWAtERHOuSECOOPERS

RETENção NA FoNTE EM MoçAMbIquE – DEvIDo No MoMENTo Do PAgAMENTo ou APuRAMENTo?

geira).

(iii) Na data do vencimento: quan-do a factura vence (mesmo que em dada presumida), indepen-dentemente do pagamento, a retenção na fonte é devida nes-sa data. O vencimento de juros deve ser analisado em con-formidade com os termos do contrato de empréstimo a que se referem. Assim, a retenção na fonte deve ser determinada e paga no mesmo dia de venci-mento, independentemente do pagamento ou da disponibilida-de do rendimento. Na prática, quando os montantes foram reconhecidos/apurados nos registros contabilísticos.

(iv) Na data da sua liquidação ou apuramento do respectivo quantitativo

Com relação ao primeiro e quarto requi-sitos acima, parece claro que, no caso de serviços, royalties, juros ou manage-ment fees pagos de Moçambique para não-residentes, a retenção na fonte será devida no momento do pagamento dos respectivos valores ou obrigações.O segundo requisito também é cla-ro, dado que pelo acerto de contas, disponibilizam-se os rendimentos para a não residente e, portanto, a retenção na fonte também é devida naquele momento.Os três requisitos acima têm sido o en-tendimento da AT e aplicados na prática desde que a CIRPC foi aprovado.Parece no entanto que a recente onda de questões por parte da AT são alimen-tadas por uma interpretação ampla do terceiro requisito. Na verdade, apesar de na prática a redacção deste número estar em vigor desde sempre (no pas-

sado era parte do Código do Imposto sobre o Rendimentos das Pessoas Singulares e aplicado ao CIRPC através de uma remissão), apenas mais recen-temente a AT está realmente a aplicá-lo, adoptando o entendimento de que a data de vencimento é no momento em que os valores contabilizados nas de-monstrações financeiras sejam devidos, em virtude de documentos comprova-tivos inerentes, independentemente do pagamento ou disponibilidade efectiva.Na verdade, se uma factura estabelece que a mesma é pagável no prazo de 30 dias após a sua recepção, a retenção na fonte sobre a factura será apurada e paga a AT, independentemente se a factura foi paga ou não ao fornecedor não residente. Mais, se um contrato de empréstimo indicar que os juros são devidos trimestralmente a retenção na fonte deve ser apurada e paga á AT, mesmo que os juros ainda não tenham sido pagos ao mutuário.A pergunta que agora é apresentada é em que momento disposições sobre royalties, juros ou management fees vencem? Deve ser dito que o entendi-mento da AT que as disposições vencem no momento em que os fundos estão legalmente disponíveis para o não resi-dente está correcto. Em outras palavras, pode-se argumentar que o vencimento de uma disposição não é atingido no momento em que a disposição é re-gistada na entidade moçambicana (ou também conhecido como obrigação condicional), ou quando a disposição se torna uma obrigação incondicional (ou seja, o momento e o valor da futura saída é conhecido), mas o vencimento é alcançada quando a obrigação incon-dicional torna-se exigível pela primeira vez.Assim, quando royalties, juros e ma-nagement fees são reconhecidos como

obrigações incondicionais nos registros da entidade moçambicana (ou seja, os valores são suportados pelo residente de Moçambique e, simultaneamente, credita o não-residente), não é necessa-riamente que a retenção na fonte seja devida. É apenas quando esses valores são legalmente devidos e pagáveis (e ao não residente é permitido solicitar o pagamento) que esses valores vencem e a retenção na fonte é exigível.

Nota finalDo exposto fica claro que, com a nova alteração introduzida no CIRPC a obriga-ção de retenção na fonte pode ocorrer em diferentes momentos, dependendo das circunstâncias específicas dos ren-dimentos devidos por entidades não residentes. A retenção na fonte está mais depen-dente de pagamento ou disponibilidade do rendimento, mas também do venci-mento. Isso exige, portanto, uma análise mais detalhada da documentação de suporte dos rendimentos devidos a não residentes, a fim de determinar o momento exacto em que a retenção na fonte tem de ser apurada e paga.c

Driaan Rupping (PwC África do Sul - Consultor Fiscal Senior)

Malaika Ribeiro (PwC Moçambique - Directora Associada)

Este artigo é de natureza geral e meramente informativa, não se

destinando a qualquer entidade ou situação particular, e não substitui

aconselhamento profissional adequado para um caso concreto. A

PricewaterhouseCoopers Legal não se responsabilizará por qualquer dano ou

prejuízo emergente de uma decisão tomada (ou deixada de tomar) com

base na informação aqui descrita. PwC

Este artigo é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou situação particular,

e não substitui aconselhamento profissional adequado para um caso concreto. A

PricewaterhouseCoopers Legal não se responsabilizará por qualquer dano ou prejuízo emergente de uma decisão tomada (ou deixada

de tomar) com base na informação aqui descrita.

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 49

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50 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

FISCAlItY PRICEWAtERHOuSECOOPERS

“A minha relação com a PWC ajuda-me a criar o valor que procuro”

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PricewaterhouseCoopers Pestana Rovuma Hotel, Centro de Escritórios, 5.º andar, Caixa Postal 796, Maputo, MoçambiqueT: (+258) 21 350400, (+258) 21 307615/20, F: (+258) 21 307621/320299, E-mail: [email protected]

MozAMbIcAN WITH HolDINg TAx – PAyAblE oN PAyMENT oR AccRuAl?

It has been a contentious issue, for a while now, whether withholding tax (WHT) should be levied on pay-ment or accrual on income earned in Mozambique by non-Mozambican tax resident entities (non-residents).

We will not cover in this article WHT on payments to Mozambican tax resident entities.In the past, the general view was that WHT was only payable in Mozambique upon payment or availability of income (e.g. royalties, interest or management fees and other income as listed in the tax code) to the non-resident. However, more recently, the Mozambique Tax Authority (MTA) has taken the view that WHT is payable as early as accrual of the income in the hands of the non--resident. The main objective of the Corporate Income Tax Code (commonly known as the CIRPC), is to tax all income ari-sing from any contract held or activity carried out in Mozambique by non--residents.Since non-residents are not obliged to be registered in Mozambique for tax purposes, unless they trigger any of the situations that may create a permanent establishment in the country, no corpo-rate tax can be assessed on the earnings derived from the activities carried out or utilised in the country. To overcome this limitation, the definitive WHT regi-me was brought into existence. Essentially, corporate income tax is withheld at source in Mozambique at definitive rates of 10% or 20% viz-a--viz various types of income, including,

inter alia, income from intellectual or industrial property, income from the utilisation of equipment, income deri-ved from capital (i.e. including interest), rental derived from real estate, prizes from gambling and income from the rendering of services. The WHT rates may be reduced by ap-plying an appropriate double tax agre-ement (DTA). Currently Mozambique has entered into 9 DTAs, namely with Portugal, South Africa, Mauritius, United Arabian Emirates, Vietnam, Italy, India, Botswana and Macau.However, when WHT is in fact payable, the real issue still remains – should WHT be levied on payment or accrual of the income earned/due to non-resi-dents in Mozambique?

When is WHT due?Article 67. 5 of the IRPC was recently amended by Law No. 4/2012, of 23 January, and states that WHT obligation arises on –

(i) The date of payment: when the income is effectively paid to the non-resident entity;

(ii) The date of availability of the income: in case of intercom-pany accounts kept between resident and non-resident com-panies, the off-set of accounts should be closely controlled as the WHT obligation arises from crediting the foreign entity (offsetting of debts with local

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FISCAlItY PRICEWAtERHOuSECOOPERS

MozAMbIcAN WITH HolDINg TAx – PAyAblE oN PAyMENT oR AccRuAl?

costs paid on behalf of foreign company);

(iii) The date of maturity: when the invoice falls due (even if just a presumption) – regardless of payment, WHT is due on that date. The maturity of interest shall be analysed in accordance with the terms of the loan agreement that they refer to. Thus, WHT shall be assessed and paid on that maturity day, irrespective of payment or availability of the income – in practise when the amounts were recognised/accrued in the accounting records.

(iv) The date the amount is settled or discharged.

With regards to the 1st and 4th require-ments above, it seems clear that in the case where services, royalties, interest or management fees are paid from Mo-zambique to non-residents, WHT will be imposed at the time of payment of the respective amounts or liabilities. The 2nd requirement is also clear, given that by off-setting accounts there is availability of the income to the non-resident and, therefore, WHT is also due on that moment.The three requirements above have been the understanding of the MTA and applied in practise since the IRPC Code was approved.

It appears that the recent wave of queries by the MTA is fuelled by their wide interpretation of the 3rd require-ment. In fact, despite that in practice the wording of this paragraph has been in force forever (in the past it was part of the Individual Income Tax Code and applied to corporate tax via a remittance made clearly in the IRPC Code), only recently the MTA is actually applying it, by adopting the view that the date of maturity is at the time the amounts accounted in the financials are due, by virtue of inherent supporting documents, irrespective of effective payment or availability.In fact, if an invoice states that it is pay-able within 30 days after it is received, WHT on that invoice shall be assessed and paid to the MTA, irrespective if the invoice was paid or not to the non-res-ident supplier. Further, if a loan agree-ment indicates that interest is due on a quarterly basis WHT on the interest is to be assessed and paid to the MTA even if the interest was not yet paid to the borrower.The question that is now submitted is at what time do royalties, interest or management fee provisions reach their respective maturity? It must be said that the MTA’s view that provisions reach their maturity at the time the funds are legally available to the non-resident, is correct. In other words, it is arguable that the maturity of a provi-sion is not reached at the time when

the provision is recorded in the Mo-zambican entity (or otherwise known as a conditional liability), or when the provision becomes an unconditional liability (i.e. the timing and amount of the future outflow is known), but matu-rity is reached when the unconditional liability becomes due and payable for the first time. Thus, when royalties, interest and man-agement fees are recognised as uncon-ditional liabilities in the Mozambican entity’s records (i.e. the amounts are incurred by the Mozambican resident and simultaneously accrues to the non-resident), it is not necessarily that WHT is payable. It is only when these amounts are legally due and payable (and the non-resident is allowed to request payment) when these amounts reach their maturity and WHT is pay-able.

Final noteFrom the above is clear that with the new change to the Corporate Income Tax Code the WHT obligation can arise in several moments, depending on the specific circumstances of the amounts due to the non-resident.WHT is no longer dependent on pay-ment or availability of income, but also on maturity. This requires, therefore, a more detailed analysis of the support-ing documentation of amounts due to non-residents in order to determine the exact moment when WHT has to be assessed and paid.c

Malaika Ribeiro (PwC Mozambique – Associate Director)

Driaan Rupping (PwC SA - Senior Tax Consultant)

This article is of a general nature and purely informative, and not intended for any particular situation or entity, and it does not

replace professional advice for a particular case. Cool PricewaterhouseCoopers shall not

be liable for any damages or loss arising from a decision made (or lack of) based on the

information herein.

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uP-GRADE

52 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

o Grande Hotel da Beira cumpriu apenas oito anos de vida e de prestígio internacional. Entre 1955 e 1963, aquele colosso hoteleiro foi referência, na ci-dade da Beira, para os homens

mais poderosos vindos de todas as par-tes do mundo, sobretudo portugueses.A história conta que o monumento che-gou a receber a estrela de Hollywood Kim Novak, que veio a Moçambique para caçar no Parque Nacional de Gorongosa, além de alguns elementos da equipa de astronautas da Apollo 11, que visitaram a Lua.Hoje, ninguém é capaz de imaginar que os três pisos daquele edifício turístico - cuja arquitectura remonta ao século XX - já orgulhou os africanos, apesar da sua grandeza ainda ser perceptível. Com muita pena, nada mais sobra do então considerado maior e mais moderno hotel do continente africano, em tempos que já lá vão.Os hóspedes VIP de outrora deram lugar a pessoas sem abrigo. Em 116

quartos vivem cerca de 1.500 pessoas. O lixo tomou conta de todos dos com-partimentos. As paredes, soalho e tecto estão partidos ou rachados. Lá se foi um edifício histórico, que após encerrar com o início da Luta de Libertação Nacional, não contou com mais ninguém que o pudesse restaurar.Segundo reza a história, o Grande Hotel foi oficialmente inaugurado em 1955 pelo então bispo da Beira, Sebastião Soares de Resende. No seu interior, as duas escadarias principais eram impres-sionantes. Mas o edifício não chegou a atrair tantos visitantes quanto se espera-va e acabou por fechar por não ser ren-tável. Aliás, mantê-lo aberto tornava-se uma actividade demasiado dispendiosa.Depois do encerramento, além da pisci-na, que continuou aberta ao público, o hotel ainda continuou a funcionar para a realização de grandes eventos e confe-rências, mas mesmo assim só foi utiliza-do duas vezes. A primeira para acomodar os congressistas norte-americanos num cruzeiro ao longo da costa leste-africana

Um colosso votadoao abandono

e a segunda vez, em 1971, para o casa-mento de Petusha Jardim, filha de Jorge Jardim, o então ministro português de Estado de Moçambique. Hoje, 50 anos após o encerramento do hotel, a piscina olímpica contém água poluída e tornou-se num local que aten-ta a saúde pública pela quantidade de lixo ali depositado.Ao contrário do que acontece pelo mun-do, em que a grife ‘Grande Hotel’ con-serva a tradição de “grandeza”, o nosso Grande Hotel, infelizmente, só é grande no abandono.c

Grande HotelBeira

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54 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

uP-GRADE

The Grande Hotel in Beira served only eight years of life and inter-national prestige. Between 1955 and 1963, that colossus hotel was a reference in Beira to the most powerful men from all parts

of the world, especially Portuguese. The story goes that the monument came to receive a Hollywood star Kim Novak, who came to Mozambique to hunt in Gorongosa National Park, as well as some elements of the Apollo 11 team of astronauts who visited the moon Today, no one can imagine that the three floors of that touristic building - whose

A colossus doomedto abandonment

architecture dates back to the twentie-th century - has made Africans proud, although its greatness still is noticeable. With sorrow, nothing is left of the then considered largest and most modern hotel in the African continent, in times that are gone. VIP guests of yesteryear have given way to the homeless. 116 rooms now house about 1,500 people. Garbage has flooded all the compartments. The walls, floor and ceiling are broken or cracked. Gone is the historical building, which after closing its doors with the begin-ning of the National Liberation Struggle, did not have the fortune of counting on anyone else that could restore it to former glory. According to an old story, the Grand Ho-tel was officially opened in 1955 by the then Bishop of Beira, Sebastião Soares de Resende. Inside, the two main stair-cases were impressive. But the building failed to attract as many visitors as ex-

pected and ended up closing because it was not profitable. Incidentally, keeping it open became too costly an activity.Following closure, besides the pool, which remained open to the public, the hotel still continued to work for major events and conferences, but even so it was only used twice. The first to accom-modate U.S. congressmen on a cruise along the east coast of Africa and the second time in 1971 for the wedding of Petusha Jadrim, daughter of Jorge Jardim, the then Portuguese Minister of State for Mozambique. Today, 50 years after the closing of the hotel, the Olympic pool contains polluted water and became a space that is a threat to public health due to the amount of trash deposited there. Unlike what happens in the world, where the brand ‘Grand Hotel’ preserves the tradition of “greatness”, our Grand Hotel, unfortunately, is only in great abandon-ment.c

Grande HotelBeira

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56 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Mobilização do empresariado moçambicano: Próxima etapa no �Conteúdo Local�

o contexto actual das indús-trias mineira e de oil & gas em Moçambique é marcado por referências constantes a expressões associadas a Pro-gramas de Desenvolvimento

de Conteúdo Local (Local Content”). Com efeito, as principais organiza-ções a operar nas referidas indústrias

são, na generalidade dos casos, muito propensas a

comunicar a mercados e sobretudo à sociedade civil Moçambicana, o (muito) que têm feito enquanto promotoras do de-senvolvimento de conteúdo local no País. Se é verda-de que muito já

foi efectuado, é também

um facto que há um

trajecto longo e com-plexo ainda por

percorrer (como de resto sucedeu em outras geografias que, tendo sido “bafejadas” pela bondade dos recursos naturais, não possuíam no momento das descobertas o conhe-cimento e capacidades locais para os poderem aproveitar).

O que é o Desenvolvimento do Conteúdo Local?

O desenvolvimento de conteúdo local é demasiadas vezes reduzido exclusivamente à capacitação dos recursos humanos que pertencem às empresas exploradoras de recur-sos naturais. Na verdade, e ainda que esse seja um pilar fundamental (capacitação da mão-de-obra direc-tamente envolvida nas empresas da indústria), não é o que maior valor acrescentado poderá produzir para o crescimento económico e sobretudo para o desenvolvimento do País. Temos até demasiados “exemplos históricos” de países que numa abordagem demasiado redutora se cingiram à imposição de uma es-tratégia de capacitação de recursos humanos (seja através do modelo de

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GEStÃO EStRAtÉGICA

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 57

TExTOHugo Preto, Director sénior da Accenture Moçambique

“sombras” em lugares de topo nas empresas um nacional do país que acompanha e vive a função em causa por cada estrangeiro que a ocupa operacionalmente seja através de um regime de quotas que exija das empresas um mínimo de representa-tividade nacional no seu headcount), sem que esta fosse acompanhada por uma efectiva capacitação do País para a operação destas Indústrias. Estes dois pilares, capacitação do capital humano local e criação de suporte industrial às operações mineiras e de oil & gas, serão fun-damentais para o crescimento e desenvolvimento de Moçambique. A capacitação do capital humano Moçambicano envolve, como atrás descrito, a qualificação dos recursos humanos (tipicamente através de aposta na educação de base e poste-rior formação específica para a fun-ção a desempenhar) à disposição das empresas operadoras nestas indús-trias e o seu envolvimento no quadro de funcionamento da própria empre-sa (seja por determinação de quotas mínimas de empregados locais ou por participação de quadros locais em posições de topo da empresa. Por outro lado, a criação de suporte industrial às operações mineiras e de oil & gas é absolutamente funda-mental para que o crescimento eco-nómico e o desenvolvimento do País sejam sustentáveis no longo-prazo. O que este conceito pressupõe não é mais do que a criação de condições para que as operações de suporte às indústrias mineiras e de oil & gas sejam efectuadas por empresas de Moçambique. Ao invés de realização de transacções comerciais entre as empresas operadoras destas indús-trias e fornecedores “não-residentes” no País, este pilar promove a efectiva localização das operações com for-necedores da indústria que sejam Moçambicanos.

Como promover o Conteúdo Local em Moçambique?

Na vertente da capacitação do capi-tal humano, os passos objectivos que demonstram a política de Moçambi-que e das próprias empresas come-çam já a ser dados, nomeadamente através da criação de programas curriculares (educação universitária) adaptados às necessidades e procura do País; da definição de quota míni-ma de empregados moçambicanos nas estruturas das empresas locali-zadas no País; do desenvolvimento de programas de formação técnico--profissional em funções específicas necessárias para as empresas destas Indústrias; e de programas de forma-ção internos nas próprias empresas.No envolvimento do empresariado moçambicano para suporte enquan-to fornecedores de bens e serviços destas empresas, acreditamos que existem ainda passos fundamentais por concretizar. É necessário enten-der que o melhor modelo de desen-volvimento que poderá ser aplicado em Moçambique passará necessaria-mente pela substituição progressiva das importações (quando empresas da indústria contratam directamente fornecedores estrangeiros) por forne-cimento local que seja competitivo, eficiente e de qualidade. Com esse objectivo em mente, terão de ser percorridas etapas para que esta transição seja devidamente compre-endida ou “encaixada” na Indústria, nomeadamente terá de se perceber:

§ Qual a procura prevista pe-las empresas das indústrias em bens e serviços num horizonte de longo-prazo?

§ Qual o grau de competitivi-dade que existe no presen-te e pode ser perspectivada para as empresas locais

que possam corresponder à procura das Indústrias?

§ Que quadro-legal óptimo para suporte/ promoção à criação de empresas for-necedoras destes bens e serviços às Indústrias?

§ Qual a estratégia de desen-volvimento industrial que deve ser seguida pelo país e “comparticipada” pelas empresas operadoras nas Indústrias, que promova a transição eficiente para um modelo de “suporte opera-cional” local?

Este papel de comparticipação é de total interesse das empresas já instaladas no País. No longo-prazo e atendendo até à potencial redução de custos operacionais, é sem dúvida uma actividade de responsabilidade social e corporativa que estas empre-sas estarão seguramente dispostas a financiar.

Momento de dar a palavra ao Empresariado Moçambicano

Este é o momento para as PMEs e empreendedores Moçambicanos se posicionarem para um suporte efi-ciente, competitivo e de qualidade às indústrias mineiras e de oil & gas. O modelo de transição não deve ser suportado em esperanças ou bar-reiras definidas pelo Estado que os possam proteger com medidas que não constituam um estímulo efectivo à competitividade, eficiência e qua-lidade. Deve ser conseguido isso sim por aposta decisiva do empresariado moçambicano na sua capacitação, para que dessa forma possam res-ponder às exigências e padrões de funcionamento competitivo das in-dústrias referidas. Têm a palavra!c

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Mobilisation of Mozambican entrepreneurs: The next step in the “Local Content”

The current context of the mining, oil & gas industries in Mozambique is marked by constant references to expressions associated with Software Development of

Local Content. Indeed, the main or-ganizations operating in these indus-tries are, in most cases, very prone to communicate to the markets and especially the Mozambican civil society, the (a lot) that have done while promoting the development of local content in the country if it fact that much has been done, it is also a fact that there is a long and complex journey still to go (as indeed hap-pened in other geographies, having been “blessed” by the goodness of natural resources, at the moment of the findings they had no knowledge and local capacities to be able to make use of them).

What is the Development of Local Content?

The development of local content is too often reduced exclusively to the training of human resources that be-long to companies exploiting natural resources. In fact, and although this is a fundamental pillar (training man-

ual labor directly involved in industry companies), there is the added value that could produce economic growth and especially for the development of the country. We have to too many

“historical examples” of countries that in too narrow an approach held on to the imposition of a strategy for human resources training (either through the model of “shadows” in top positions in companies - a na-tional of the country which “follows and lives” the function in question by every foreigner that occupies opera-tionally - meaning through a quota system that requires a minimum of corporate representation in their national headcount ), unless it were accompanied by an effective capac-ity of the country to the operation of these industries .These two pillars of the local hu-man capital training and creation of industrial support to mining opera-tions and oil & gas, will be key to the growth and development of Mozam-bique. The training of mozambican human capital involves, as described above, the qualification of human resources (typically through invest-ment in basic education and further training specific to the function to be performed) at the disposal of com-panies operating in these industries and their involvement in the gover-nance framework the company itself (either by determination of minimum quotas for local employees or by

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MANAGEMENt StRAtEGIC

TExTOHugo Preto, Director sénior da Accenture Moçambique

participation of local officials in top positions of the company. Moreover, the creation of industrial support to the mining operations and oil & gas is absolutely essential for the economic growth and development of the country and are sustainable in the long-term. The concept assumes that this is no more than the creation of conditions for the operations of support to mining industries and oil & gas companies be carried out by Mozambique. Instead of commercial transactions between companies operating in these industries and suppliers “non- resident” in the coun-try, this pillar promotes the effective location of operations with industry suppliers who are Mozambican.

How to Promote Local Content in Mozambique?

In terms of capacity building of human capital, the steps that dem-onstrate the political objectives of Mozambique and the companies themselves are already beginning to be taken, including the creation of curriculum (college education) tai-lored to the needs and demand of the country, the definition of a minimum quota of Mozambicans employed in the structures of companies located in the country; development of train-ing programs in technical and profes-sional functions necessary for spe-cific companies in these industries, and internal training programs within

companies themselves.In the involvement of the business community to support Mozambique as suppliers of goods and services from these companies, we believe that there are fundamental steps to materialize. It is necessary to un-derstand that the best development model that can be applied in Mozam-bique will necessarily by progressive replacement of imports (when indus-try companies directly hire foreign suppliers) for local supply that is competitive, efficient and qualified. With this objective in mind, steps will have to be covered to ensure that this transition is properly understood or “embedded” in the industry, in par-ticular the following will have to be understood:

- What is the expected demand by industry compa-nies on goods and services in a long-term horizon? - What is the degree of competition that exists in the present and can be viewed for local businesses that can meet the demand of Industries? - What is the legal frame-work for optimal support / promotion of the creation of companies supplying goods and services to these industries? - What is the industrial development strategy that

should be followed by the country and “shared” by companies operating in industries that promotes efficient transition to a model of local “operational support”?

This role of pooling is of total interest of companies already established in the country. In the long-term, and looking at the potential to reduce operating costs, is undoubtedly an activity of corporate social responsibility that these companies are certainly willing to finance.

Time to give the Word to the Entrepreneurial Mozambican

This is the time for SMEs and Mo-zambican entrepreneurs to position themselves for efficient support, competitive and of quality to mining and oil & gas industries. The transi-tion model should not be supported on hopes or barriers set by the state that can protect them with measures that do not constitute an effective stimulus to competitiveness, ef-ficiency and quality. Yes this should be achieved by the Entrepreneurial Mozambican´s decisive bet in invest-ing in their training, so that way they can respond to the requirements and standards of the competitive opera-tion of those industries.They Have the Word!c

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PANORAMA - C.V.

60 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Renato Carlos SERSALE di CERISANOEmbaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República Argentina

Esboço Biográfico

Desde Janeiro de 2006, é Embaixador residente da Argentina na África do Sul e Embaixador não-residente para o Botswana, o Lesoto, o Malawi, as Maurícias, Moçambique, a Namíbia, a Suazilândia, a Zâmbia e o Zimbabwe. Antes de chegar à África do Sul, exerceu em

Buenos Aires, a partir de Janeiro de 2003, o cargo de Director de Segurança Internacional, Assuntos Nucleares e Espaciais no Ministério das Relações Exteriores, onde foi responsável pelo acompanhamento de todos os acordos internacionais nas áreas de desarmamento, não-proliferação, desenvolvimento nuclear para fins pacíficos, assuntos espaciais e destruição de minas antipessoais e armas químicas e bacteriológicas. Representou a Ar-gentina em todos as cimeiras internacionais, tanto bila-terais quanto multilaterais relacionadas com segurança hemisférica, defesa, energia atómica, regulamentos nucle-ares e assuntos espaciais.Como Director Geral dos Direitos Humanos no Ministério das Relações Exteriores da Argentina em 2001/2 li-

derou, no quadro de negociações internacionais, a implementação de todas as convenções internacionais vinculativas sobre direitos humanos a nível nacional e a nível multilateral (regional e global). É especialista em cooperação para o desenvolvimento a nível bilateral, inter-regional e multilateral, com ênfase na cooperação Sul-Sul. Responsável por diferentes negociações nas áreas económica, social, meio-ambiental e nos sectores humanitários a nível global, inter-regional, regional e bilateral (1979-2000).Diplomata de carreira, com 30 anos de experiência multi-lateral em matéria de cooperação para o desenvolvimen-to, o desenvolvimento económico e social, meio ambien-tal e de questões humanitárias em diferentes funções no seio do Sistema das Nações Unidas. Também representou a Argentina em órgãos e organismos sediados em Nova Iorque, Genebra, Roma e Viena. É autor de inúmeras pu-blicações. Obteve um MIA pela Universidade de Columbia de Nova Iorque e é economista de formação pela Univer-sidade de Buenos Aires (Argentina).c

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PANORAMA

Renato Carlos SERSalE di CERiSanoEmbaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República Argentina

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Argentina - Moçambique:Potencial de Cooperação Sul-Sul nos assuntos internacionais

R. Carlos Sersale di Cerisano Embaixador da República Argentina (não-residente) em Moçambique

A COOPERACAO SUL-SUL FAZ PARTE DA RESPOSTA PARA O FORTALECIMENTO DO MULTILATERALISMO, DOS DIREI-TOS HUMANOS, DA DEMOCRACIA, DA PAZ E DA SEGURANCA E PARA A PROMOCÃO DO CRESCIMENTO ECONÓMI-

CO E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO.

A República Argentina vai abrir uma embaixada permanente em Maputo. A Presidente da Argentina, Dra. Cristina Fernández de Kirchner já assinou o decreto presidencial e estamos na fase de gestão das

obrigações administrativas com a expecta-tiva de termos uma embaixada totalmente operacional antes do final deste ano. Até agora, os ministros das Relações Exteriores reuniram-se nas duas capitais em 2011 e 2012 e uma série de actividades e acordos têm sido implementados nas áreas da ciência e tecnologia, do desenvolvimento agrícola, da cooperação económica, indus-trial e comercial, da cooperação técnica, no quadro de consultas políticas a nível ministerial.Qual é a estrutura conceitual para as relações entre Moçambique e a Argen-tina? A resposta é a cooperação Sul-Sul. A cooperação Sul-Sul é um conceito que envolve actividades em quase todas as dimensões das relações internacionais. Como modalidade, pode ser implementa-da a nível global, inter-regional, regional e bilateral e, portanto, deve ser integrada nas políticas, estratégias de programas e actividades operacionais de todas as organizações multilaterais e dos progra-mas bilaterais de cooperação de ajuda, inclusive a nível triangular.

Às vezes, este conceito tem sido percebido como se ele se opusesse à cooperação Norte-Sul. Pelo contrário, os acordos de cooperação Sul-Sul, tendo em conta os desafios que os países em desenvolvimen-to enfrentam do ponto de vista de um país em desenvolvimento, viabilizam que se compartilhem as suas melhores práticas com o objectivo de se criar um clima de auto-confiança e de auto-suficiência (de forma a complementar com o resto do mundo) e de se contribuir para a erradica-ção do síndrome de dependência da ajuda externa.Moçambique e Argentina estão a esta-belecer políticas e instrumentos que dão às instituições governamentais, às instituições não-governamentais, às universidades, aos académicos e aos pro-fissionais, a possibilidade de se comple-mentarem uns aos outros. Neste contexto, ambos países, deveriam explorar, em con-junto, algumas actividades concretas nas quais os governos possam criar e facilitar o enquadramento político e o desenvol-vimento de alguns instrumentos para promover a cooperação, o comércio e os investimentos económicos e técnicos. O comércio e os investimentos devem ser considerados como duas faces da mesma moeda. Os governos deveriam facilitar o enquadramento político e desenvolver

os instrumentos necessários para apoiar os agentes económicos reais dos dois países que vão implementar programas e projectos concretos nestes sectores. Outro bom exemplo é o papel da ciência e da tecnologia ligadas aos investimentos. A transferência de tecnologia e a formação devem ser um componente de qualquer investimento estrangeiro relacionado com a produção de bens e serviços. Além disso, a associação entre empresas dos países do Sul com empresários locais do país onde o investimento vai ser feito deve ser incentivada em todos os investimentos estrangeiros. A cooperação a nível regional contribuirá para a tarefa mais complica-da da integração regional. Compartilhar as melhores práticas terá um impacto positivo sobre a educação institucional, económica, social, e sobre todas as activi-dades relacionadas com a formação.Portanto, há um papel para os governos progressistas do Sul para que coope-rem com todos os actores relevantes de suas próprias sociedades, de forma a liderarem um processo de convergência para a cooperação horizontal em níveis políticos e operacionais com os termos de referência descritos acima. Isto não só irá beneficiar as suas respectivas sociedades, mas também irá contribuir para um mundo melhor e mais justo. c

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PANORAMA - C.V.

62 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

Renato Carlos SERSALE di CERISANOAmbassador Extraordinary and Plenipotentiary of the Argentine Republic

Biographical Sketch

Since January 2006, he has served as the resi-dent Ambassador of the Argentine Republic to South Africa and as a non-resident Ambas-sador to Botswana, Lesotho, Malawi, Mauritius, Mozambique, Namibia, Swaziland, Zambia and Zimbabwe. 

Prior to coming to South Africa, based in Buenos Ai-res, from January 2003, as Director of International Security, Nuclear and Space Affairs at the Ministry of Foreign Affairs, he was responsible for the follow-up of all international agreements in the areas of disarma-ment, nonproliferation, nuclear development for peace-ful uses, space affairs and destruction of chemical, bacteriological weapons and antipersonal mines. He has represented Argentina in all international bilateral and multilateral fora related to hemispheric security, defense, atomic energy, nuclear regulations and space affairs. In his capacity of General Director of Human Rights at the Ministry of Foreign Affairs of Argentina in 2001/2,

he was responsible, in the framework of international negotiations, for the implementation of all international binding conventions on Human Rights at national and multilateral (regional and global) levels. He is a specialist in cooperation for development at bilateral, interregional and multilateral levels with emphasis in South-South cooperation, and was respon-sible for different negotiations in the economic, social, environment and humanitarian sectors at global, inter-regional, regional and bilateral levels (1979-2000).A career diplomat with 30 years of multilateral ex-perience focused on cooperation for development, economic and social development, environment and humanitarian issues in different positions within the UN System, he has also represented Argentina in agencies and organizations based in New York, Geneva, Rome and Vienna. He has numerous publications and holds a MIA from Columbia University of New York and is an Economist by training from the University of Buenos Aires (Argentina).c

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64 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

PANORAMA

Renato Carlos SERSALE di CERISANOAmbassador Extraordinary and Plenipotentiary of the Argentine Republic

Argentina-Mozambique:Potential for South-SouthCooperation in international affairs

R. Carlos SERSALE di CERISANOAmbassador of the Argentine Republic (non resident) to Mozambique

SOUTH-SOUTH COOPERATION IS PART OF THE ANSWER FOR THE STRENGHTENING OF MULTILATERALISM, HUMAN RIGHTS, DEMOCRACY, PEACE AND SECURITY AND THE PROMOTION OF ECONOMIC GROWTH AND SUSTAINABLE

DEVELOPMENT IN DEVELOPING COUNTRIES.

The Argentina Republic is opening a permanent em-bassy in Maputo. The Presi-dent of Argentina, Dr. Cristina Fernández de Kirchner has already signed the presiden-

tial decree and we are at the stage of looking at the administrative is-sues with the hope of having a fully operational embassy by the end of the current year. So far, ministers of Foreign Affairs met in both capitals in 2011 and 2012 and a number of activities and agreements have been implemented in the areas of science and technology, agricultural develop-ment, economic, industrial and trade cooperation, technical cooperation and political consultations at minis-terial level.What is the conceptual framework for the relations between Mozam-bique and Argentina? The answer is South-South cooperation. South-South cooperation is a concept that involves activities in almost all di-mensions of international relations. As a modality, it can be implemented at global, interregional, regional and bilateral levels and, therefore, should be integrated in the policies, program strategies and operational activities of all multilateral organizations and

bilateral aid cooperation programs, including at triangular level. Some-times, this concept has been seen as an opposition to the North-South cooperation. On the contrary, South-South cooperation deals with all the issues that developing countries are facing from a developing country perspective, sharing their own best practices with the aim of self-reliance and self-sufficiency (in a comple-mentary fashion with the rest of the world) and to contribute to eradicate the aid dependency syndrome. Mozambique and Argentina are es-tablishing policies and instruments that will allow governmental institu-tions, non-governmental institutions, universities, scholars and profes-sionals to complement each other. In this context, both countries should explore together concrete activities, in which governments should create and facilitate the policy framework and develop some instruments to promote economic and technical cooperation, trade and investments. Trade and investments should be considered as two faces of the same coin. Governments should facilitate the policy framework and develop the instruments; therefore, the real economic players from both coun-

tries will implement concrete pro-grams and projects in these sectors. Another good example is the role of science and technology linked to investments. Technology transfer and training should be a component of any foreign investment related to the production of goods and services. In addition, the association between companies from countries of the South with local entrepreneurs of the country in which the investment is going to be made should be encour-aged in all foreign investments. Cooperation at regional level will con- tribute to the most complicated task of regional integration. Sharing best practices will have a positive impact on institutional, economic, social, education and all activities related to training. Therefore, there is a role for progressive governments of the South to cooperate together with all their relevant players of their own societies to lead a convergence pro-cess towards horizontal cooperation at policy and operational levels with the terms of reference described above. It will not only benefit their respective societies, but it will also contribute to a better and fairer world.c

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Angola: «A tendênciaé a da megalomania»O escritor Pepetela, e um dos expoentes máximos da literatura lusófona, revelou à revista Capital as suas opiniões sobre a relação da economia em Angola com o desenvolvimento, a cultura e o desporto. Para o mesmo, a população continua pobre apesar da riqueza do subsolo do seu país e existe uma tendência para a megalomania aliada ao dimensionamento das estruturas.

Angola é um dos países que vem experimentando um crescimento económico acelerado nos últimos anos. Como é que este desenvolvimento tem-se reflectido no nível de vida dos cidadãos angolanos?

Com excepção de uma pequeníssima parte da população, cujo nível de vida sobe e hoje é mesmo muito elevado, não tem havido especial diferença para a grande maioria dos habitantes. É certo que existe cada vez maior escolaridade e também

distribuição pelo território de novos centros médicos e profissionais da saúde, o que ajuda a combater os índices de pobreza. No entanto, não se notam grandes diferenças para os outros parâmetros. Quer dizer, apesar da riqueza do subsolo a população

PEPETELA“a tendência é a da megalo-mania, como se isso fizesse aumentar muito a auto--estima da população e o prestígio do país no mundo. Será mesmo assim?”

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 67

PERSPECtIVA . Angola

EnTREViSTAHelga Nunes

continua pobre.

Sente que as artes e a cultura têm sido impulsionadas pelo actual crescimento económico?Há um ligeiro aumento da actividade artística e cultural, sim. Podemos dizer que há maior edição de livros, com vários lançamentos por semana, e que o teatro, artes plásticas e mesmo o cinema, vão encontrando mais apoio por parte do Estado e de empresas patrocinadoras. Mas é difícil encontrar correlação entre isso e o crescimento económico. De qualquer modo, a cultura é sempre o último sector a aproveitar de melhores condições económicas. Não só em Angola. As relações entre Angola e Moçambique assentam num passado histórico muito semelhante. De que forma é que deve ser aproveitada esta vantagem para materializar projectos nos diferentes domínios?Existem os mecanismos legais para reforçar os laços entre os dois países, embora se vejam muito poucas iniciativas. Mesmo no quadro da CPLP ou SADC. Todas estas estruturas se viram mais para os encontros políticos, banquetes diplomáticos, discursos para televisão. Mas rareiam os projectos comuns que dêem a conhecer o que realizam os respectivos povos. Ainda menos os projectos comuns para se fazer qualquer coisa. Pode ser que consigamos ultrapassar os encontros políticos e a assinatura de acordos para ficarem nas gavetas, tenho essa esperança. Angola tem vindo a organizar grandes eventos internacionais na área do Desporto. No Brasil os altos orçamentos absorvidos pela Copa do Mundo e pelos Jogos Olímpicos já provocaram convulsões sociais. Como é que analisa este paralelismo e de que forma encara a prioridade dos

investimentos para o caso de Angola?Os eventos desportivos exigem normalmente investimento em estruturas (campos, pavilhões, instalações turísticas de apoio, etc.). Nesse aspecto, podem ser úteis, para além do próprio desenvolvimento que provém do facto de muita gente assistir a eles. O problema está no dimensionamento das estruturas e no seu futuro uso. Por vezes, gasta-se muito dinheiro em campos ou pavilhões milionários que depois não albergam actividades que justifiquem as despesas inerentes à sua manutenção. Por isso, deve-se sempre ponderar se essas despesas de investimento seriam mais ou menos úteis quando dirigidas para o reforço do desporto escolar ou de bairro, baseado em pequenas construções. A tendência é a da megalomania, como se isso fizesse aumentar muito a auto-estima da população e o prestígio do

país no mundo. Será mesmo assim? Talvez seja inevitável numa primeira fase. A crise é um dos temas do livro do autor Rui Santos, que foi apresentado por si no Instituto Camões em Maputo. Como acha que a mesma tem vindo a afectar os angolanos, em particular os escritores?Tudo é muito relativo. Os escritores que conseguem publicar fora do país, provavelmente são afectados, pois países em crise mais dificilmente os editam e menos gente os lê, porque compra menos livros. De resto, não me parece que haja grandes efeitos internos. Não é por causa da crise que as pessoas lêem pouco em Angola. Isso é devido à falta de incentivo dado nas escolas à leitura, a poucos hábitos nas famílias, ao preço exorbitante dos livros, à falta de bibliotecas, etc..c

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Angola: “The trendis megalomania» The writer Pepetela, one of the foremost exponents of Lusophone literature, revealed his opinions to Capital on the relationship of the economy in Angola with the development, culture and sport. For him, the population remains poor despite the wealth of the subsoil of their own country and there is a tendency to megalomania combined with the design and dimensions of the structures.

PEPETELA the trend is megalomania, as if it did greatly increa-se the self-esteem of the population and the country’s prestige in the world. is that really so?

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 69

PERSPECtIVE . Angola

inTERViEWHelga Nunes

Angola is a country that has expe-rienced strong economic growth in recent years. How has this develop-ment been reflected in the standard of living of Angolans?With the exception of a small part of the population whose standard of living rises and even today is very high, there has been no particular difference for the vast majority of the inhabitants. Admittedly, there is in-creasing schooling and also the dis-tribution of new medical centers and health professionals in the territory, which helps fight poverty rates. How-ever, no major differences are noted for the other parameters. I mean, despite the wealth of the subsoil the population remains poor. Do you feel that the arts and culture have been driven by the current economic growth?There is a slight increase in the artis-tic and cultural activity, yes. We can say that there is a greater number of books published, with multiple releases per week, and the theater, fine arts and even cinema, are find-ing more support from the state and

sponsoring companies. But it is diffi-cult to find a correlation between that and economic growth. In any event, culture is always the last sector of the best economic advantage. Not only in Angola.   Relations between Angola and Mo-zambique are based on a past his-tory very similar. How is it that must be seized this advantage to materi-alize projects in different domains?There are legal mechanisms to strengthen ties between the two countries, although they see very few initiatives. Even within the CPLP and SADC. All these structures are seen more for political meetings, banquets diplomatic speeches to television. But too rare joint projects to enhance awareness which perform their peoples. Even less common projects to do anything. It may be that we can overcome the political meetings and signing of agreements to stay in the drawers, I have this hope.   Angola has been organizing major international events in the field of Sport. In Brazil the high budgets

absorbed by the World Cup and the Olympic Games have caused social upheaval. How do you analyze this parallelism and how do you feel about how the investments are pri-oritized for the case of Angola? Sporting events normally require investment in structures (fields, pavilions, tourist facilities support, etc..). In this aspect, they may be useful beyond to their own develop-ment, since many people come to watch events in them. The problem is in the design of the structures and its future use. Sometimes, it takes a lot of money to erect fields or pavilions costing millions, but do not harbor activities to justify the costs of maintenance. Therefore, one should always consider whether these investment costs would be more or less useful when directed to the strengthening of school sports or neighborhood, based on small buildings. The trend is megalomania, as if it did greatly increase the self-esteem of the population and the country’s prestige in the world. Is that really so? Perhaps inevitable in the first phase.   The crisis is one of the themes of the book the author Rui Santos, who was presented by himself at the Instituto Camões in Maputo. How do you think it has affected Angolans, especially writers?Everything is relative. The writers who get published outside the coun-try, are probably affected as coun-tries in crisis hardly edit them and fewer people read them, because they buy fewer books. Moreover, I do not think there are major internal effects. It’s not because of the crisis that people read little in Angola. This is due to lack of encouragement given to reading in schools, a few family habits, the exorbitant price of books, lack of libraries, etc. ..c

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70 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

EMPREENDER

Tudo começou há cerca de quatro anos quando Alcides Cintura estava numa formação em Portugal e, por lá, decidiu identificar uma área de inves-timento que, em Moçambique,

pudesse interessar a empresas e particulares. É neste contexto que surge a ideia da constituição de uma empresa de segurança electrónica que pudesse auxiliar os interessados a controlarem os acessos, e o exte-rior e o interior de qualquer infara-estrutura. Alcides Cintura e um parceiro mo-çambicano conseguiram identificar uma companhia portuguesa que já operava na área de segurança elec-trónica, a Microseguro, tendo muito rapidamente chegado a um acordo de constituição de uma empresa congénere.

Inspirados pela dinâmica de trabalho da empresa lusa, há dois anos cons-tituíram a Microseguro Moçambique, que é composta por três parceiros (dois moçambicanos e a empresa portuguesa) e que conta com um investimento inicial de meio milhão de dólares. Em pouco tempo, a Microseguro conseguiu cimentar as suas bases em Moçambique, estando a prestar serviços para algumas grandes em-presas. “Nós somos vacacionados para o de-senho de sistemas de soluções de se-gurança electrónica para instituições e residências. Instalamos o equipamen-to, treinamos todo o pessoal que deve manusear o equipamento e fazemos a manuntenção do mesmo”, explicou Cintura.

inspiração portuguesa,solução local

Homem versus Máquina

O empresário moçambicano revelou à “Capital” que, neste momento, a Microseguro tem estado a trabalhar mais com grandes empresas, sobre-tudo as de capital estrangeiro, por serem mais sensíveis à importância da segurança electrónica, uma vez que as pequenas e médias empresas (PME) e os particulares preferem apostar na segurança física. “Os nossos clientes fazem na sua maioria parte do ‘Ranking das 100 Maiores Empresas de Moçambique’, que é divulgado anualmente pela KPMG. Mas temos estado a mobilizar outros seguimentos de potenciais clientes a aderirem aos nossos servi-ços, porque - como se pode constatar - uma câmara de vídeo-vigilância fun-ciona 24/24, e diferentemente do ho-mem não dorme e não tem ressaca”, avançou Alcides Cintura. A maior parte do equipamento usado para a instalação dos sistemas de segurança é importado da Alemanha, Espanha e Portugal, pelo facto do mercado moçambicano não ter ainda capacidade de oferta, por isso é que, segundo Alcides Cintura, os serviços não se mostram acessíveis à maior parte dos moçambicanos.Neste momento, a Microseguro conta com 10 colaboradores, dos quais um é português. O colaborador luso é responsável pela formação dos mo-çambicanos e pelo acompanhamento técnico dos sistemas de segurança instalados em cada cliente. Para além dos habituais sistemas de video-vigilância e de acesso, os nos-sos colaboradores estão capacitados para instalar sistemas de controlo de assiduidade, instrução e de incêndios”, explicou o empresário. Como forma de responder à cres-cente instalação de empresas fora da cidade de Maputo, a Microseguro Moçambique pretende abrir, entre este e o próximo ano, representações em Tete e Nampula. “Temos que cres-cer à medida do país, sublinha Alcides Cintura.c

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EMPREENDER

It all started about four years ago when Alcides Cintura was attend-ing a workshop in Portugal and there, decided to identify an area of investment in Mozambique, that could be of interest to com-

panies and individuals. It is in this context that the idea of setting up a company of safety electronics which could help stakeholders to control the access, and the exterior and inte-rior of any infrastructure. Alcides Cintura and a Mozambican partner were able to identify a Portu-guese company that has operated in the area of safety electronics, micro-insurance, and very quickly reached an agreement establishing a business counterpart. Inspired by the Portuguese com-pany’s work dynamic, two years ago they formed Microseguro Mozam-bique, which consists of three part-ners (two Mozambicans and the Por-tuguese firm) which has an initial investment of half a million dollars. Before long, Microseguros cemented their bases in Mozambique and is providing services to some large companies. “We are oriented towards the design of systems for electronic security solutions for institutions and resi-dences. We install the equipment, train all personnel who must handle the equipment and do the mainte-nance for the same”, said Cintura.

Man versus MachineThe Mozambican businessman revealed to “Capital” that at this time,

Portuguese inspiration,local solution

Microseguro has been working with most large companies, especially foreign capital, because they are more sensitive to the importance of e-safety, since small and medium enterprises (SMEs) and individuals prefer to invest in physical security. “Our customers are mostly part of the ‘Ranking of the Top 100 Companies in Mozambique’, which is published annually by KPMG. But we have been mobilizing other segments of potential customers to adhere to our services, because - as can be seen - a video camera surveillance runs 24 /24, and unlike the man does not sleep and has no hangover,” forwards Alcides Cintura.

Most of the equipment used for the installation of security systems is imported from Germany, Spain and Portugal, because the Mozambican market has not yet achieved supply capacity, which is why, according Alcides Cintura, the services are not accessible to most Mozambicans.

At this time, Microseguro has 10 employees, of which one is Portuguese. The Portuguese employee is responsible for training Mozambicans and the technical monitoring of security systems installed for each client. “Aside from the usual systems of video surveillance and access, our employees are trained

to install systems that control attendance, instruction and fire,” said the businessman. In order to respond to the increasing use of business outside the city of Maputo, Microseguro Mozambique plans to open between this and next year, representations in Tete and Nampula. “We have to grow as the country does”, emphasizes Alcides Cintura.c

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72 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

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Desta vez, mais do que ser diferente o Mozambique Music Awards 2013 preten-de marcar a diferença para todos, artistas e público, proporcionando a distinção

e internacionalização da música moçambicana, muito entretenimen-to, alegria, curiosidades, descon-tracção e simplicidade. O projecto que já é conhecido por todos come-mora este ano a sua 5.ª edição. Vasco Rocha, director da DDB Moçambique, instituição organizadora do evento, está bastante optimista.«O BCI MMA 2013 este ano será irreverente e cheio de emoção. Dado que estamos na nossa 5ª

edição. Pretendemos organizar o BCI MMA como nunca foi visto. Vamos continuar a proporcionar aos artistas moçambicanos um palco para divulgarem o melhor da música moçambicana mas com uma outra dinâmica, um projecto mais emocionante e inovador no mercado cultural moçambicano em prol do desenvolvimento do mesmo e em particular dos seus fazedores», afirma Rocha.O ponto culminante deste projecto será na Gala final onde se espera a presença da Chanel O. «Contamos com a presença destas figuras no nosso país, mesmo para impulsionar o projecto assim como a sua internacionalização», garante o

Com o tema a Liberta a Música�

O BCi MMA 2013 está de volta!

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Capital Magazine · OUTUBRO 2013 73

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timoneiro da DDB.Segundo Vasco Rocha, de princípio este ano o Mozambique Music Awards conta com o BCI e a DSTV como principais sponsors. O evento tem também o apoio incondicional da Associação dos Músicos Moçambicanos que sempre tem velado pelo sucesso e reconhecimento além-fronteiras da música de Moçambique e, este ano, promete fazer o melhor para o sucesso deste projecto.Com o lançamento feito no mês de Julho, o BCI MMA continua a apostar as mesmas categorias: Melhor Animador de Programas de TV Musicais, Artista Mais Popular, Música Mais Popular, Melhor

Animador de Programas de Rádio. Tem algumas outras novidades que serão conhecidas aquando do lançamento oficial do projecto. O Mozambique Music Awards é um projecto que tem como principal objectivo fornecer uma plataforma internacional aos artistas locais mediante a qual os mesmos possam ser reconhecidos, respeitados e apreciados pela sua contribuição para a indústria da música moçambicana.O MMA irá contar com os programas de TV, transmitidos pela Miramar, todas as quintas-feiras após o lançamento que culminará com a Gala final prevista para este mês.c

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This time, beyond being differ-ent, the Mozambique Music Awards 2013 edition aims to make a difference for all artists and audiences, provid-ing distinction and interna-

With “Unleash the Music” as it’s theme...

BCi MMA is back in 2013!

tionalization of Mozambican music, great entertainment, joy, curiosity, relaxation and simplicity. The project which is already known by everyone celebrates its 5th Edition this year. Vasco Rocha, Director of DDB Mo-zambique, the institution organizing the event, is quite optimistic. «The BCI MMA 2013 this year will be irreverent and full of emotion, since we are in our 5th edition. We intend to organize the BCI MMA as it has never been seen. We will con-tinue to provide Mozambican artists with a stage to disclose the best of Mozambican music but with a differ-ent dynamic, a project more exciting and innovative in the Mozambican cultural market for its own develop-ment, and in particular of its makers,”

74 OUTUBRO 2013 · Capital Magazine

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lIFE StYlE

Capital Magazine · OUTUBRO 2013 75

says Rocha. The culmination of this project will

be in the final Gala where it we ex-pected the presence of Channel O. “We rely on the presence of these figures in our country, even to boost the project as well as its internation-alization,” assures the helmsman at DDB. According to Vasco Rocha, this year the Mozambique Music Awards is partnered with BCI and DSTV as main sponsors. The event also has the unconditional support of the Association of Mozam-bican Musicians who have always veiled for the success and recogni-tion of Mozambique and Mozambican music, this year promises to do their best for the success of this project. With the start slated for July, BCI MMA continues to believe in the same categories: Best Animator for TV Music Shows, Most Popular Artist, Most Popular Song, and Best Anima-tor for Radio Programs. There are some other news that will be made known during the official launch of the project. The Mozambique Music Awards is a project whose main objective is to provide an international platform for local artists through which they can be recognized, respected and

appreciated for their contribution to the music industry in Mozambique. The MMA will count on the TV shows, broadcast by Miramar, all Thursdays after launch that will culminate with the Gala scheduled end of this month.c

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