revista capital 46

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COMMODITIES Petrleo domina 75% do IDE em frica

ECONOMIA Carvo aquece crescimento das exportaes em 2012

ENERGIA Gs natural est para breve na cidade de Maputo

Publicao mensal da S.A. Media Holding . Outubro de 2011 . 100 Mt

ANLISE A energia como factor activo do desenvolvimento no pas DOSSIER Moambique atractivo aos olhos das construtoras estrangeiras FINANCIAMENTO UE d 5 milhes de euros a privados moambicanos BIOCOMBUSTVEIS Fornecedores posicionam-se no mercado

CONSTRUTORAS NACIONAIS FORA DOS GRANDES NEGCIOSNatioNal buildiNg coNtractors away from big busiNess dealsRESENhA jURDICA Contratao de estrangeiros no sector do petrleo e das minas OBSERVATRIO DE TURISMO Estrangeiros vm a Maputo mais a negcios e maior fatia garantida pela frica do Sul

N 46 . Ano 04

AfritoolAv. 25 de Setembro, Nr. 2009 Caixa Postal Nr. 2183 Tel. +258 21309068/328998 Fax. +258 21328997/333809 [email protected] Maputo - Moambique

A mAis de 13 Anos A proporcionAr os mAis Altos pAdres de servios, com produtos de QuAlidAde, preos competitivos, ideiAs inovAdorAs, Atendimento personAlizAdoMoAMbique TANzANiA ChiPre SwAzilNdiA

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Equipamento

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editora capital c

6 SUMRIO

REGIES

dossier

ANLISE

SECTOR

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BENJAMIM MAPANDE

DR

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DOSSIER . CONSTRUO

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Moambique atractivo aos olhos das construtoras estrangeirasPerante uma Europa com cada vez menos possibilidades para as construtoras, Moambique revela-se uma bia de salvao, sobretudo para a internacionalizao de empreendedores lusos. Como ser ento a convivncia dos empreiteiros Lusos, com o seu know how j solidificado, e os moambicanos que do os primeiros passos na rea da construo civil? Na pgina 22 desta edio faz-se uma previso do cenrio.

ECONOMIA . COMMODITIESSector do petrleo controla 75 % dos fluxos de IDEEnquanto os analistas defendem um desenvolvimento econmico menos dependente das commodities, a realidade econmica de muitos pases do continente negro no arreda p do petrleo. Para o caso especfico de Moambique, o carvo ir confirmar que no somos excepo regra.

NDICE DE ANUNCIANTESTDM, p 02 AFRITOOL, p 03 MCEL, p 04 e 05 STANDARD BANK, p 08 TRASSUS, p 11 PUBLIREPORTAGEM BCI, p 13 MALALA, p 15 TIM, p 17 MIRAMAR, p 19 WORThINGTON, p 23 LAM, p 25 SAFE TRAVEL, p 32 SUPERBRANDS, p 35 PWC, p 39 MFW, p 41 EDITORA CAPITAL, p 44 BCI, p 51 PETROMOC p 52

DR

SUMRIO 7

biocombustveis

TURISMO

NEGCIOS

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ENERGIA . BIOCOMBUSTIVEISProjecto de distribuio de gs natural vai surgir na cidade de MaputoA problemtica de acesso ao gs natural em Maputo poder trazer uma nova face, com a montagem de uma rede de distribuio do produto. A ENH, a EDM e outros organismos esto empenhados em materializar a iniciativa que ir facilitar o desempenho do tecido econmico nacional.

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ENERGIARessuscita a aposta nos biocombustveisQuando meio mundo j dava o projecto dos biocombustveis como moribundo, eis que surgem os parceiros belgas a garantirem que o plano vivel, desde que acompanhada pela pesquisa cientfica. No novo cenrio j se fala de entidades como a Quinvita, Aviam, Galp e Visabeira do lado da oferta, enquanto a gigante Lufthansa compe a procura.

DR

EDITORIAL 9

Tchovando oportunidadesCONTRADIES NA AGRICULTURA. Nos ltimos anos, registou-se a reduo da contribuio da agricultura no PIB e nas exportaes, o que minimiza significativamente a importncia do sector no desenvolvimento econmico e social. Mas preciso ter em conta que quase todos os agregados familiares nas zonas rurais tm a agricultura como a principal fonte de sobrevivncia e que o sector contribui com cerca de 78.5% do emprego total em Moambique. O pas abenoado pela abundncia de terra, gua e sol. Possui igualmente uma localizao vantajosa em relao aos mercados regionais e rotas martimas para a sia e Europa; uma abundncia de mo-de-obra barata; variedade de zonas climticas que proporcionam condies favorveis para o cultivo de diversos tipos de produtos e em pocas de alta de mercado. As oportunidades parecem enormes, a comear pela expanso dos produtos tradicionais. Alm disso, os preos no mercado mundial para a maioria destes produtos so muito favorveis, facto que deveria catapultar ainda mais as perspectivas de desenvolvimento. Nesse sentido, o aumento do investimento e da produtividade na agricultura so vitalmente importantes em Moambique como base para o crescimento sustentvel, a reduo da pobreza, a criao de emprego e o aumento dos benefcios do comrcio. Contudo, o que se constata que os crditos agricultura diminuram em relao ao total de crdito bancrio economia. O peso do crdito destinado agricultura baixou de 14.2%, em 2003, para 9.4%, em 2007, e no primeiro trimestre de 2011 o mesmo j de 7%! Como se pode assim alimentar o sector? CONSTRUO PROMETE. A construo o quinto sector em nmero de projectos de investimento e o sexto em termos de valores, segundo dados do CPI referentes ao 1 semestre deste ano. E a previso que a construo venha a subir alguns degraus no ranking dos sectores, merc da implementao de pequenos e grandes projectos. O acesso ao crdito demonstra em parte a dinmica do sector. Se em 2009, a construo assumia uma fatia de 4.92 e em 2010 de 5.04% (fonte: BPI), j no primeiro trimestre de 2011 (e de acordo com o Banco de Moambique) a construo absorveu 7,3%, mantendo um clima econmico estvel entre Janeiro e Maro. Dissecando o sector, chega-se concluso de que a provncia e cidade de Maputo congregam o maior nmero de empresas de construo, logo seguidos de Sofala. Impe-se a necessidade de colocar ordem no sector e o ministro da Habitao e Obras Pblicas acende a luz vermelha s construtoras estrangeiras dizendo que o governo moambicano poder introduzir uma lei que obrigue as mesmas a subcontratar empresas de Moambique. Uma forma de defender o produto nacional... Ao mesmo tempo, um estudo levado a cabo pela AEP, AIP e AICEP refere que Moambqiue tem um potencial significativo para a instalao de empresas portuguesas do sector dos materiais de construo, atendendo ao grande dfice de produo interna. Uma oportunidade disperdiada se se pensar que o mercado moambicano pode garantir qualquer tipo de matria-prima para a construo. Considerando o volume de investimento realizado, as perspectivas de evoluo do mercado de materiais de construo so promissoras, atendendo ao potencial de crescimento que se espera venha a ser concretizado. Toda a produo nacional absorvida internamente, ficando muito aqum da necessria para satisfazer as necessidades do mercado de materiais de construo. Ou seja, o mote ter de passar por produzir mais e mais e ir tchovando oportunidades.ctchovando - O mesmo que Empurrando, nas lnguas Ronga e Changane

helga Nunes

[email protected]

FICHA TCNICAPropriedade e Edio: Southern Africa Media Holding, Lda., Capital Magazine, Av. Mao Tse Tung, 1245 Telefone/Fax (+258) 21 303188 [email protected] Directora Geral: Anile Xirinda [email protected] Directora Editorial: Helga Neida Nunes [email protected] Redaco: Arsnia Sithoye - [email protected]; Srgio Mabombo sergio.mabombo@ mozmedia.co.mz Secretariado Administrativo: Mrcia Cruz [email protected]; Cooperao: CTA; Ernst & Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS Colunistas: Antnio Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estvo; Jos V. Claro; Leonardo Jnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mrio Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Loureno; Fotografia: Lus Muianga, Amndio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; Ilustraes: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Capa: gettyimages Paginao: Benjamim Mapande Design e Grafismo: SA Media Holding Traduo: Alexandra Cardiga Departamento Comercial: Neusa Simbine [email protected]; Distribuio: Nito Machaiana nito. [email protected]; SA Media Holding; Mabuko, Lda. Registo: N. 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinio dos autores e no necessariamente da revista. Toda a transcrio ou reproduo, parcial ou total, autorizada desde que citada a fonte.

outubro 2011

revista capital

10 BOLSA DE VALORES EM ALTA FINANCIAMENTO AGRICULTURAO Banco Mundial ir desembolsar 92.15 milhes de dlares americanos (mais de 2.5 bilies de meticais) para apoiar o Projecto de Irrigao (PROIRRI) em Moambique. Para o efeito, foi rubricado um acordo, na capital norte-americana, Washington, entre aquela instituio e o titular da pasta da Planificao e Desenvolvimento de Moambique, Aiuba Cuereneia.

CAPITOON

COMRCIOJ est disponvel o centro de exposio e venda de produtos de Macau e dos pases de lngua portuguesa. O espao foi recentemente inaugurado na cidade de Jiangmen e segundo a Associao Comercial Internacional para os Mercados Lusfonos, o novo centro traz um leque de oportunidades para os produtos dos pases de lngua portuguesa na China.

TURISMOMoambique foi eleito e confirmado para o Conselho Executivo da OMT para o mandato de 2011 a 2015. Resulta de um trabalho intenso realizado pelo Ministrio do Turismo, revelado pelos resultados positivos do sector e pelo engajamento do Governo em polticas de abertura Indstria Turstica, atravs da Lei do Turismo, Cdigo de Benefcios Fiscais, a Estratgia para o Desenvolvimento do Turismo e a criao pelo Conselho de Ministros das Zonas de Interesse Turstico.

COISAS QUE SE DIZEMTal como a carroa fica atrs dos bois Vocs precisam de lderes que coloquem o pas frente dos partidos.Barack Obama, em ataque aos republicanos defendendo o seu plano para promover a gerao de empregos

EM BAIXA FORNECIMENTO DE GSA cidade de Maputo enfrentou uma crise de gs domstico. A situao arrastou-se por duas semanas e os revendedores disseram que a Petrogal Moambique, a maior distribuidora deste combustvel, havia estado a fornecer quantidades insuficientes para o normal abastecimento do mercado. Entrentanto, o ministro da Energia reagiu falta de gs, explicando que a ruptura se deveu a uma avaria nos equipamentos da Engen, empresa que distribui gs em Moambique a partir da frica do Sul.

Brincadeira tem hora O tempo do impasse e dos jogos acabou. Agora a hora de aco.Idem

Ser rico e bonito gera dor de cotovelo Eles me vaiam porque sou rico e bonito. Eles tm inveja.Cristiano Ronaldo aps ter sido vaiado pela claque adversria durante uma partida de futebol.

SEGURANA BANCRIAEst a verificar-se em Maputo uma onda de trocas e extravio de cartes de crdito em alguns estabelecimentos comerciais. Neste cenrio, o Banco Barclays j lanou um alerta sobre o risco de transaces nas POS, explicando que este tipo de fraudes financeiras tem acontecido, regra geral, em lojas e restaurantes de renome da cidade, e chama a ateno para uma maior vigilncia sempre que se utilizam cartes de dbito, crdito e de outra natureza. Em alguns casos, as vtimas tm cartes personalizados, o que torna a situao mais alarmante, pois tal indicativo de que alguns caixas dessas unidades comerciais esto envolvidos na rede do crime financeiro.revista capital outubro 2011

Ainda sobre a preta que foi de boa para melhor Esta no a maneira ideal de ganhar dinheiroGilberto Macucua, apresentador de televiso, em anlise nova publicidade da cerveja Laurentina classificada como sexista e racista.

Uma Grcia difcil de carregar Se a Grcia no evitar a bancarrota, a Europa toda que vai ao charco.Mrio Soares, ex -Presidente portugus em anlise a situao econmica europeia

A convico irredutvel A Embaixada dos E.U.A. gostaria de reiterar que o Sr. Bachir um traficante de drogas significativo.Embaixada dos EUA em Moambique

12 MUNDO

NOTCIAS

GRCIA

ChINA

Pas quase beira do colapsoO ministro das Finanas da Grcia, Evangelos Venizelos, calcula que o pas est beira do colapso mas promete fazer o que for necessrio para salvar o pas de forma a garantir a continuidade na unio monetria. Num discurso ao Parlamento da Grcia, Evangelos Venizelos, usou palavras duras para transmitir o sentimento de urgncia quanto situao do pas. Por outro lado, reconheceu que h um risco de que a execuo do actual programa de ajuda esteja a falhar, o que constitui o principal factor que poder precipitar um colapso da economia grega. Com efeito, j no resta alternativa ao pas que no passe pela tomada de medidas de austeridade adicionais.c

A China est a comprar o continente europeuA China est a comprar a Europa, replicando a estratgia seguida em frica, segundo alerta um estudo europeu divulgado em Pequim. Outrora um grande mas distante parceiro comercial, a China tambm agora um poderoso actor dentro da prpria Europa, segundo afirma o estudo assinado por trs investigadores do European Council on Foreign Relations (ECFR). A Europa no uma fonte de matriasprimas, mas possui tecnologias avanadas que interessam China e, alm disso, necessita de dinheiro a curto prazo, o que a China parece possuir em grande quantidade. H cinco anos, o investimento chins na Europa somava 1.300 milhes de dlares. No presente ano, as aquisies de empresas chinesas em Espanha, Hungria e Noruega excederam, cada uma delas, o referido montante.c

COMMODITIES Ouro continua a bater mximosO apelo do ouro cada vez maior para os investidores. Num cenrio de grande instabilidade nos mercados financeiros e crescentes receios sobre o andamento da economia global, a averso ao risco dos investidores disparou, com muitos a sarem dos mercados accionistas. Em contrapartida, o metal precioso reforou o seu tradicional papel de refgio. Os nmeros no deixam margem para dvidas. No espao de um ano, a cotao internacional do ouro subiu 49% e, apenas, desde o incio deste ano, j acumula um ganho de 28%. Os mximos histricos tm sido sucessivamente batidos e a ona de ouro j se encontra beira dos 1.800 dlares. Um movimento de alta que, ao que tudo indica, deve continuar. Os especialistas consideram que o ouro deve continuar a valorizar-se pelo menos at ao final do ano. Contudo, at a cotao internacional da ona de ouro tem estado sujeita a grande volatilidade nas ltimas semanas, com oscilaes siginficativas. c

PORTUGAL

Lisboa perde 382 milhes com o fim do projecto do TGVPortugal vai perder 382 milhes de euros ao abandonar o projecto do TGV. O pas ter de reprogramar mais de 950 milhes de euros, j previstos nos fundos comunitrios, para gastar at 2015. Estes valores referem-se ao montante total adjudicado por Bruxelas s duas linhas transfronteirias (Lisboa-Madrid e Porto-Vigo), de acordo com os regulamentos de h um ano. O actual quadro financeiro tinha destinado para a totalidade das linhas do TGV mais de 1.3 mil milhes de euros para Portugal, dos quais a parcela referente s redes transeuropeias dever ser perdida, como foi j assumido pela prpria Comisso.cDR

Exportaes nipnicas crescem menos que o esperado em AgostoAs exportaes do Japo cresceram menos que o esperado em Agosto devido diminuio dos envios de peas electrnicas. O facto interpretado como um indicador de que a procura exterior est a abrandar. Por outro lado, a valorizao do iene poder estar a influenciar a recuperao da economia, de acordo com a Bloomberg. As exportaes cresceram 2.8 por cento em Agosto face ao perodo homlogo, a primeira subida desde 11 de Maro, o dia em que o pas foi abalado pelos catastrficos terramoto e tsunami. O ganho foi menor do que a previso mais baixa dos economistas consultados pela Bloomberg, que estimavam um aumento de 8 por cento.crevista capital outubro 2011

AGENDA 26. Feira Comercial Internacional da IndonsiaO Ministrio do Comrcio da Indonsia convidou o Governo e a Comunidade de Negcios em Moambique para participar da 26 Feira Comercial Internacional de Indonsia, a ter lugar em Jakarta, entre 19 e 23 de Outubro de 2011. O objectivo deste certame proporcionar oportunidades de negcios, parcerias e investimentos entre as empresas dos dois pases. Mais informaes podero ser obtidas:www.tradexpoindonesia.com Tel: (6221) 23 52 86 44 Fax: (6221) 23 52 86 54

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jAPO

BANCA

BCI

BCI apoia a promoo da Msica Moambicana no MMAO BCI, no mbito do seu apoio permanente cultura moambicana, patrocinou com muito orgulho a edio de 2011 do Mozambique Music Awards (MMA). O MMA o maior evento nacional de premiao artstica e musical, o nico que oferece aos artistas moambicanos uma plataforma de reconhecimento internacional, sobre a qual os mesmos podem ser conhecidos, respeitados e apreciados pela sua contribuio para o desenvolvimento da indstria musical moambicana. Reunindo novas e velhas geraes, o Mozambique Music Awards espelha a riqueza da diversidade cultural moambicana, h muito apreciada aqum e alm fronteiras, promovendo a emoo e a sensualidade rtmica, quente, e tipicamente moambicana, enraizada nos vrios estilos musicais presentes. O MMA oferece bolsas de estudo na Escola Nacional de Msica, a crianas carenciadas, a partir das receitas da venda do CD dos Nomeados MMA. O lanamento da Edio de 2011 do MMA teve lugar no passado dia 11 de Julho e a Gala para anunciar os vencedores desta edio realizou-se no passado dia 7 de Outubro no centro Cultural Universitrio da UEM recheado de muita msica, e para fechar essa grande noite a fortaleza de Maputo acolheu o After Party do MMA, um momento que proporcionou ao pblico uma maior aproximao e festividade com os seus dolos.

O BCI, no mbito do seu apoio permanente cultura moambicana, patrocinou com muito orgulho a edio de 2011 do Mozambique Music Awards (MMA).

Paula Boca Representante do BCI.

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14 FRICA

NOTCIAS

ZIMBABWE

Firmas estrangeiras licenciadas para produzir electricidadeTreze empresas estrangeiras receberam licenas para investir na produo de electricidade no Zimbabwe. A iniciativa visa melhorar a distribuio de energia no pas. Os licenciados so constitudos por investidores estrangeiros que tero por misso implementar projectos propostos equivalentes a uma potencialidade de 4.546 megawatts. A energia que se pretende produzir, no mbito destes projectos, poder estar disponvel no mercado dentro de quatro anos.c

BREVES DOS PALOPS ANGOLAtem muito interesse em investir no Estado de So Paulo e, em especial, na camada do pr-sal. A CNPC considerado como o actual maior produtor e fornecedor de petrleo e gs da China. Por outro lado, a iniciativa da empresa visa estabelecer parcerias de longo prazo. O estado de So Paulo descrito pela imprensa local como uma entidade optimista face s referidas parcerias.c

BAD abre escritrio este ano em LuandaO Banco Africano de Desenvolvimento (BDA) abre, ainda este ano, o seu escritrio na capital angolana, Luanda. A iniciativa visa facilitar e reforar o dilogo entre o Governo angolano os parceiros de desenvolvimento e com o empresariado local. O BAD perspectiva implementar projectos e estudos no sector da energia e das guas, na manuteno das infraestruturas energticas, entre outras reas, onde o sector privado vem obtendo parcerias notveis com o governo.c

CABO VERDE

Europa passa a pescar em guas cabo-verdianas

CONGO Investidores de Singapura chegam em Dezembro ao pasHomens de negcios de Singapura iro investir no desenvolvimento das Zonas Econmicas Especiais de Ollombo-Oyo (norte) e de Ponta Negra (sul), na Repblica do Congo. Depois de uma visita de trabalho efectuada na primeira semana de Outubro capital congolesa, Brazzaville, o director da Cmara de Comrcio de Singapura, Cody Lee, garantiu que uma delegao de homens de negcios do seu pas vai ao Congo em Dezembro de 2011. O empresariado ir realizar estudos de viabilidade dos projectos a desenvolver, no quadro das Zonas Econmicas congolesas. Os sectores de actividade abrangidos compreendem a indstria txtil, finanas, infraestruturas e a agroindstria.c

MOAMBIQUE

Negcios inclusivos por um melhor ambiente de negciosA Conferncia sobre Negcios Inclusivos em Moambique organizada pelo Centro de Promoo de Investimentos (CPI), Direco Nacional de Desenvolvimento Rural (DNPR) e a CTA, com apoio da SNV e do PNUD tem lugar na ltima semana de Outubro de 2011, no Hotel Girassol Indy Village. A conferncia que conta com a presena de representantes do Governo (Ministrio da Planificao e Desenvolvimento e Ministrio da Administrao Estatal), da sociedade civil e do sector privado tem como objectivo reflectir sobre as iniciativas de negcios inclusivos e o estabelecimento de uma agenda nacional com propostas de aces concretas que contribuam para a criao de um ambiente favorvel implementao de negcios.c

BRASIL

CNPC em busca de parceiros para investir na terra do SambaA empresa China National Petroleum Company (CNPC) procura parceiros brasileiros e internacionais para investir na extraco de petrleo na camada do prsal, no Brasil. Segundo o vice-presidente da CNPC, Zhang Hanliang, o organismooutubro 2011

Cerca de 11 atuneiros com canas, 28 cercadores e 35 palangreiros de superfcie dos pases-membros da Unio Europeia sero autorizados a pescar nas guas cabo-verdianas. Para o efeito, foi estabelecido um novo protocolo entre o pas e a Unio Europeia e o governo caboverdiano, a entrar em vigor em Novembro, com durao de trs anos. Como contrapartida, a Unio Europeia ir pagar a Cabo Verde 435 mil euros, 110 mil dos quais destinados ao apoio poltica sectorial de pescas do arquiplago.c

revista capital

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16 MOAMBIQUE

NOTCIAS

AGENDA OUTUBROFeira de MacauO sector privado moambicano ir fazer-se presente na Feira de Macau em Outubro deste ano. O evento liderado pela Misso Empresarial ChinaMacau.

FINANCIAMENTO Unio Europeia vai apoiar sector privado de MoambiqueA Unio Europeia (EU) vai disponibilizar cerca de cinco milhes de euros (188.4 milhes de meticais) para apoiar o sector privado moambicano. A verba ser empregue na melhoria da competitividade do empresariado no mercado internacional, durante os prximos trs anos. Acredita-se que o sector privado nacional ir dispor das normas necessrias para produzir de acordo com os padres internacionalmente reconhecidos e colocar os seus produtos no mercado, sendo que os valores ainda carecem de aprovao dos Estados-membros daquela comunidade. O financiamento ao sector privado constitui a continuao do projecto de apoio ao ambiente de negcios e facilitao do comrcio em curso no Pas.c

TRANSPORTES Moambique vai importar carros elctricos de Portugal desenvolvidos pela CaetanoO governo moambicano ir adquirir autocarros elctricos produzidos pela portuguesa Caetano Bus e poder visitar aquele pas at ao final do ano. Numa declarao feita recentemente, por ocasio do incio dos testes do autocarro elctrico desenvolvido pela empresa e pela EFACEC, que vo decorrer em Vila Nova de Gaia e na Alemanha, lvaro Santos Pereira salientou que, em Moambique, a primeira linha regular de autocarros elctricos vai ser composta por autocarros portugueses, facto que constitui um orgulho para as relaes histricas dos dois pases.c

Exportar para a SuciaA Embaixada da Sucia est a organizar, em parceria com a CTA, IPEX e Cmara de Comrcio de Moambique, um Workshop sobre as oportunidades de exportao para as empresas moambicanas Sucia, no dia 27 de Outubro de 2011. Este evento ser liderado pela Open Trade Gate, uma instituio vocacionada para a promoo de oportunidades de exportao para quele Pas. As empresas interessadas podem registar-se: [email protected]

DESEMBARAO ADUANEIRO

NOVEMBROFrum Agribusiness 2011O PNUD - Programa de Desenvolvimento das Naes Unidas e a EMRC Internacional organizam o Frum AgriBusiness 2011, que ir decorrer em Joanesburgo, frica do Sul, de 16 a 19 Outubro de 2011. O tema central do Frum AgriBusiness 2011 ser Assegurar o Crescimento do sector Agro-Alimentar em frica atravs do Contributo do Sector Privado e tem como objectivo primordial alertar para a importncia e potencialidade do sector agro-alimentar africano e fomentar a criao de parcerias e negcios. Um dos destaques do Frum AgriBusiness 2011 a apresentao do EMRC-Rabobank Project Incubator Award no valor de 15.000 dlares, o qual se destina a promover a apresentao de projectos inovadores, com impacto junto das comunidades rurais africanas. Para se registar: [email protected] ou [email protected]

janela nica electrnica das alfndegas prestes a entrar em funcionamentoEst para breve a implementao do projecto da janela nica electrnica das alfndegas no porto de Maputo. Na fase piloto, prev-se que at finais do primeiro trimestre de 2012 este sistema cubra todos os regimes e processos aduaneiros no porto. O processo ir imprimir uma nova dinmica na tramitao dos despachos aduaneiros e desembarao de mercadorias. Por outro lado, a iniciativa poder permitir a simplificao do comrcio internacional e a capacidade de produo de receitas do Estado atravs do alargamento da base tributria. Prev-se que a implementao da Janela nica Electrnica, no porto de Maputo, e em outros portos do pas, influencie no incremento e fluxo de mercadorias nos corredores de desenvolvimento do Pas.c

DEZEMBROVodacom Mozambique Fashion Week 201180 modelos (num universo de 222) vo realizar o sonho de pisar na passerelle do Vodacom Mozambique Fashion Week 2011. O casting conta com quatro eliminatrias e ter lugar, entre os dias 5 a 10 de Dezembro.revista capital outubro 2011DR

NOTA DE RODAPA linha de transporte de energia elctrica que parte da estao da Hidroelctrica de Cahora Bassa, em Tete, at Maputo, oficialmente lanada em Outubro, segundo o presidente do Conselho de Administrao da empresa Electricidade de Moambique (EDM), Manuel Cuambe.c

18 REGIES

NOTCIAS

TETE

Ponte Samora Machel passa para a gesto privadaTETE

INhAMBANE

MANICA

Parque Nacional de Zinave beneficia de repovoamento animalO Parque Nacional de Zinave, no distrito de Mabote, recebeu cerca de 150 animais de diversas espcies, num projecto que marca o incio do repovoamento animal naquela estncia turstica. O Santurio de Fauna Bravia orado em 400 mil dlares norte-americanos e ocupa uma rea de seis mil hectares. As novas espcies so constitudas por 50 zebras, 7 girafas, 50 bois-cavalos, e quantidades no especificadas de impalas, entre outras espcies animais. Os animais, que constituem o primeiro lote importado do Kruger Park para Zinave, so recebidos no mbito de uma oferta do Governo sul-africano. O administrador do Parque, Antnio Abacar, avana que a oferta se enquadra no quadro das relaes de cooperao existentes entre Moambique e frica do Sul. Referiu que com esta primeira operao de reagrupamento de espcies faunsticas, Zinave voltar a estar colocado na rota do ecoturismo nacional e internacional.cINhAMBANE

MANICA

Fomento de habitao atinge Manica e ChimoioDezassete novas casas esto a ser edificadas nas cidades de Manica e Chimoio, no mbito do Fundo de Fomento de Habitao. O projecto, orado em cerca de 35 milhes de meticais, est a ser executado por duas empresas de construo civil, nomeadamente a Malacha e a Encil Construes. Na cidade de Chimoio, esto projectadas nove casas, a serem erguidas no bairro Heris Moambicanos, arredores da capital da provincial de Manica. O montante canalizado para este lote calculado em pouco mais de 18 milhes de meticais, sendo o empreiteiro indicado, a Malacha Construes. Por seu turno, a cidade de Manica beneficia da construo de oito casas, num projecto avaliado em cerca de 17 milhes de meticais, tendo a Encil Construes como empreiteiro. As casas em referncia, cuja concluso est prevista para o primeiro semestre de 2012, destinam-se aos jovens recm-casados e funcionrios pblicos, dos 18 aos 45 anos de idade, que renam os requisitos de elegibilidade a serem definidos pelo projecto. Alm das referidas casas, j foram concludas outras 10, sendo cinco na cidade de Manica e igual nmero na vila municipal de Catandica, sede do distrito de Bru. Estas casas sero distribudas aos funcionrios pblicos, no quadro da iniciativa de reteno de quadros nos distritos.c

A ponte Samora Machel, sobre o rio Zambeze, em Tete, vai passar para a gesto privada nos prximos 30 anos. A explorao do empreendimento, recentemente reabilitado, envolve o consrcio luso-moambicano, Estradas do Zambeze, que ir ocupar-se da sua manuteno, reabilitao e controlo. A nova gesto da infraestrutura, que ser privatizada dentro dos prximos meses, ir efectuar tambm o controlo do sistema de pagamento da taxa de portagem. Num futuro muito breve, aquela obra de grande engenharia ser exclusivamente usada para a travessia de viaturas ligeiras, o que ir acontecer logo que a construo da segunda ponte estiver concluda, o que ir ocorrer dentro dos prximos 42 meses. A actividade de assistncia e vigilncia das estradas do corredor de Tete encontra-se integrada numa operao de manuteno que, ao abrigo do contracto de concesso, da inteira responsabilidade da empresa Estradas do Zambeze. Para o desenvolvimento destas actividades, a concessionria contratou, por seu turno, a Operadora Estradas do Zambeze, que tem como accionistas as empresas ASCENDI, a SOARES DA COSTA Concesses e a INFRA, cabendo-lhes a responsabilidade da manuteno da Nova Ponte de Tete e os respectivos acessos virios.c

AGENDAConferncia sobre a cadeia de valor do algodo leste-africano, txtil e vesturioA Associao de Fabricantes do Qunia (KAM), em parceria com a Universidade Kenyatta e a Federao de Algodo e da Indstria Txtil Africana (ACTIF), est a organizar, pela primeira vez Conferncia sobre a Cadeia de Valor do Algodo Leste-Africano, Txtil e Vesturio, entre os dias 1 e 4 de Novembro, em Mombaa, no Qunia. A Conferncia tem como tema Enfrentar os Desafios enfrentados pela indstria do Algodo em frica: Oportunidades para o comrcio, capacitao e investimento. Trata-se de uma boa oportunidade para os empresrios moambicanos que investem ou pretendem investir na explorao e produo deste tipo de matria-prima de se colocarem a par do que se passa no sector. Para mais informaes:[email protected] ou http://www.ku.ac.ke/ictavccac

revista capital

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CONSTRUOBENJAMIM MAPANDE

Mercado cada vez mais apertado para construtoras nacionaisOs empreiteiros moambicanos continuam a ter no Estado o seu maior cliente, mas o seu campo de aco vai diminuindo medida que estes so praticamente excludos dos grandes projectos porque a execuo das obras geralmente adjudicada a empreiteiros dos pases financiadores. Para agravar a situao est o facto das empreiteiras ocidentais verem na internacionalizao a soluo da crise que os seus pases atravessam, sobretudo na construo civil. semelhana de vrios pases que rumam ao desenvolvimento, Moambique tem na construo de infraestruturas, quer econmicas, quer sociais, um dos pilares da sua estratgia de crescimento. Assim sendo, o pas apresenta diversificadas oportunidades de negcios neste domnio e pela conjuntura econmica que se vive, estas oportunidades so exploradas por empresas nacionais e estrangeiras, e, em alguns casos, mais pelas estrangeiras. A economia nacional no robusta o suficiente para permitir que todas as infraestruturas de que o Pas necessita sejam suportadas por fundos locais. Assim, o Executivo v-se na obrigao de negociar fundos com economias mais desenvolvidas e em funo do projecto e dos montantes envolvidos, os parceiros de Moambique desembolsam os fundos, mas quase sempre com condicionalismos. nesta perspectiva que a imposio mais comum neste tipo de operaes que o empreiteiro do projecto seja oriundo do pas que derevista capital outubro 2011

sembolsou o fundo. Assim vem acontecendo h diversos anos, mas nem por isso os empreiteiros nacionais deixaram de ter espao. Porm, alm das necessidades de infraestruturas aumentarem de ano para ano, aumentam tambm os projectos em execuo, que na sua maioria so de vulto. E acompanhando a dinmica do mercado, as construtoras nacionais alargam os seus horizontes mas quase sempre vm-se excludos da execuo de projectos estruturantes, visto que os financiadores para alm de desembolsarem o dinheiro tambm indicam o empreiteiro. compreensvel que os financiadores exijam que o executor do projecto tenha a sua nacionalidade, mas faz parte da responsabilidade do Governo garantir a existncia de mecanismos claros que permitam a participao do empresariado nacional em projectos de grande dimenso, sob pena de atrofiar o crescimento das construtoras moambicanas.

compreensvel que os financiadores exijam que o executor do projecto tenha a sua nacionalidade, mas faz parte da responsabilidade do Governo garantir a existncia de mecanismos claros que permitam a participao do empresariado nacional em projectos de grande dimenso, sob pena de atrofiar o crescimento das construtoras moambicanas.

DOSSIER

CONSTRUO 21BENJAMIM MAPANDE

Uma anlise feita de nimo leve pode levar concluso de que os projectos imobilirios espalhados pela cidade capital esto a estimular o crescimento das empreiteiras moambicanas. Na verdade, no necessariamente assim. Ocorre que, por questes de rentabilidade, a maioria dos proprietrios dos projectos imobilirios, sejam de construo de prdios ou edificao de condomnios, prefere criar empresas especficas para o efeito.

Poltica de habitao d primeiro passo com cinco mil casasFoi j lanado no bairro de Intaka, no municpio da Matola, o projecto de construo do lote de cinco mil casas, das dez mil prometidas pelos chineses em Agosto passado, aquando da visita do Chefe de Estado moambicano, Armando Guebuza, China. Trata-se de um empreendimento de vulto inserido na poltica e estratgia de habitao do Governo e que conta com o apoio do gigante asitico. Prev-se que o projecto tenha a durao de 18 meses e alm de casas do tipo 2, 3 e 4, contar com infraestruturas sociais, entre elas, escola, posto de sade, centro infantil, posto de polcia, um centro comercial, entre outras. Com a construo das cinco mil casas, espera-se uma maior dinmica no mercado imobilirio a nvel da provncia de Maputo, dentro de 18 meses. Mas enquanto isso, o Governo se debate com a mobilizao de fundos para cobrir as taxas de juro que sero aplicadas nos emprstimos feitos para a aquisio das referidas casas. O Executivo pretende fixar as taxas de juro dos crditos em 10% e, para o efeito, o Banco Nacional de Desenvolvimento da China vai formar um consrcio com um banco moambicano ainda por identificar para dar corpo operao. A ideia desta conjugao financeira garantir o acesso das casas a jovens e aos demais interessados, que com os juros s fasquias normais no estariam em altura de as obter.c

Mercado imobilirio aparenta estimular crescimento das construtoras nacionaisUma anlise feita de nimo leve pode levar concluso de que os projectos imobilirios espalhados pela capital esto a estimular o crescimento das empreiteiras moambicanas. Na verdade, no necessariamente assim. Ocorre que, por questes de rentabilidade, a maioria dos proprietrios dos projectos imobilirios, seja da construo de prdios ou da edificao de condomnios, prefere criar empresas especficas para o efeito. Por outras palavras, ao invs de contratar empresas de construo civil j registadas e com experincia no ramo, para executar o projecto imobilirio, os investidores optam pela criao de uma empresa de construo com o fim de materializar o empreendimento imobilirio. Se depois de concludas, as obras renem os padres de qualidade exigidos, isso um outro assunto, o facto que, na maioria das vezes, no uma empreiteira j estabelecida no mercado que executa as obras. Esta situao tambm reduz o campo de actuao das empreiteiras nacionais.c

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revista capital

22 DOSSIER

BANCA

MOEDA

Moambique atractivo aos olhos das construtoras estrangeirasNo rol dos investimentos do Estado moambicano, uma fatia considervel vai para a construo de escolas, hospitais, estradas e pontes. Por este motivo e pelos enunciados anteriormente, o Pas oferece vrias oportunidades no domnio das infraestruturas. Ponderando estes factores, a Associao dos Industriais da Construo Civil e Obras Pblicas de Portugal (AICCOP) considera Moambique "estratgico" para a internacionalizao do empresariado luso, apontando "a aliana" com as construtoras moambicanas como importante para o crescimento dos dois pases. Segundo o presidente da AICCOP, Reis Campos, que visitou Maputo em finais do ano passado, Moambique uma oportunidade estratgica para as empresas da construo civil, pelo seu potencial de crescimento. Esta pretenso lusa pode ser vista atravs de dois prismas: primeiro que as construtoras portuguesas, por sinal com larga experincia no ramo, vo acrescentar valor ao desempenho das empreiteiras nacionais tendo em conta o know how e background que podero partilhar com o Pas; segundo e, por outro lado, significa uma maior concorrncia para as empreiteiras nacionais, que na sua maioria no esto to consolidadas quanto as portuguesas. Adicionado a isto, est o facto das construtoras portuguesas verem na internacionalizao o caminho para ultrapassar a crise econmica. Note-se que grandes empresas portuguesas do sector da construo mantm em carteira projectos espalhados pelos quatro cantos do

Construtoras portuguesas enfrentam crise sem precendentesNo ltimo ano, deixaram de operar em Portugal 1.445 empresas ou empresrios individuais da construo, provando que o sector enfrenta uma crise profunda, de acordo com o jornal Correio da Manh. A Associao de Empresas de Construo Obras Pblicas e Servios de Portugal (AECOPS), citada pelo Correio da Manh, anunciou num relatrio que o sector da construo enfrenta uma das mais profundas crises de que h memria, acrescentando que a difcil conjuntura que se vive na construo reflecte-se numa queda de 2,3 por cento do nmero total de entidades habilitadas para o exerccio da actividade. A regio Sul tem sido a mais fortemente penalizada por esta crise, sendo que os indicadores disponveis apontam para uma tendncia mais desfavorvel no sul do Pas do que na mdia nacional. A AECOPS refere que o mercado das obras pblicas regista na regio Sul uma reduo dramtica no seu valor de obras lanadas a concurso (menos 52 por cento at final de Agosto), face a uma quebra de 20 por cento observada a nvel nacional, o que provoca um grande impacto no desemprego, que atinge no Algarve uma situao preocupante. O desemprego na construo representa 14,4 por cento do total do Pas. No Algarve o valor sobe para os 26 por cento, o que provoca um sentimento negativo nos empresrios algarvios deste sector.c

mundo. Segundo a imprensa lusa, quando a economia de Portugal ameaa estrangular o crescimento dos negcios, exportar know-how parece ser a melhor soluo para garantir o crescimento sustentado. Todavia, se a internacionalizao pode ser a luz no fundo do tnel para as construtoras portuguesas, o mesmo as moambicanas no podem dizer, visto que ainda tm um longo caminho por trilhar rumo consolidao. Enquanto isso, construtoras portuguesas de renome internacional tm no mercado externo a sua maior fonte de lucros, se comparado com o seu pas de origem.

O BOOM angolanoO sector da construo ainda est longe de responder ao dfice de habitao que o pas regista. Segundo dados recentes, Angola precisa de construir mais de 60 por cento do parque construdo, apesar do sector ser o que mais tem crescido desde 2002. O sector da construo civil e obras pblicas o grande impulsionador da economia no mineral. A Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE) estima que a produo do sector, em termos fsicos, tenha aumentado 24,14 por cento, de Janeiro a Setembro de 2006, depois de uma subida de 17 por cento em 2005.revista capital outubro 2011

Em termos globais, o sector cresceu a uma taxa de 66,2 por cento em 2006, segundo ainda o relatrio da OCDE. O boom do sector, propiciado pela paz e impulsionado pelo programa de reconstruo de infraestruturas destrudas pela guerra, veio confirmar-se, em 2007, ao liderar o crescimento do sector no petrolfero com uma taxa de 37,1 por cento. Apesar do crescimento se dever em grande parte construo de infraestruturas estruturantes, casos de estradas, pontes e linhas frreas, especialistas afirmam que o desempenho do sector contribuiu, tambm, para o

DR

surgimento de vrios projectos habitacionais. S em 2008, o sector da construo recebeu mais de 700 milhes de dlares em crdito, de um total de 11 mil milhes de dlares concedidos economia angolana. Com 6,69 por cento do total, a construo apenas foi ultrapassada pelo comrcio por grosso e a retalho, que continua a dominar as preferncias dos credores com 17,57 por cento. O BNA justifica o aumento do crdito economia com a consolidao do processo de estabilizao macroeconmica e a consequente melhoria do ambiente para a realizao de negcios. c

24 ECONOMIA

COMMODITIES

Sector do petrleo controla 75% dos fluxos de IDEA ltima dcada foi marcada por mudanas significativas no volume e composio dos fluxos financeiros dirigidos a frica. Entre 2000 e 2010, o total de investimento directo estrangeiro (IDE), investimento de carteira e Ajuda Pblica ao Desenvolvimento (APD) praticamente quintuplicou, passando de 27 mil milhes de USD para os estimados 126 mil milhes de USD (OCDE/CAD, 2010 a; UNCTAD, 2010 a; FMI, 2010). Contudo, a alterao da composio destes fluxos que melhor representa o novo dinamismo econmico africano: Desde 2005, o continente africano atraiu mais fluxos de IDE do que de APD. Por outro lado, a parte africana nos fluxos globais de IDE cresceu na ltima dcada, de 0,7%, em 2000, para 4,5% em 2010. Este dados so um impressionante testemunho da mudana do papel de frica no mundo e da sua crescente capacidade para tirar partido das oportunidades da globalizao. Alguns desafios, no entanto, ainda persistem. de frica torna mais difcil fazer previses, pois a regio tem sido, nos ltimos 5 anos, o principal destino do IDE em frica.

Investimento Directo EstrangeiroO IDE em frica continua a concentrar-se nalguns pases e sectores, com 15 exportadores de petrleo a receber 75% dos fluxos de IDE, o que aponta para a necessidade de uma maior diversificao. Uma recomendao a ter em conta numa fase em que a expectativa da explorao do petrleo em Moambique aumenta, a cada dia que passa. Muitos governos esto a enfrentar este desafio e tm demonstrado o seu empenhamento na melhoria dos quadros institucionais. As perspectivas para os fluxos de IDE para frica em 2011 so genericamente boas, tendo em considerao a forte recuperao econmica em muitas partes do mundo e o aumento dos preos dos recursos. A actual incerteza no Norte

Ajuda Pblica ao DesenvolvimentoA APD atingiu globalmente o valor de 120 mil milhes de USD em 2009, o que representa um aumento em termos reais de 0,7% em relao a 2008. Apesar da crise financeira e do seu severo impacto nos oramentos governamentais dos pases doadores, a APD cresceu. A APD lquida bilateral dos doadores membros do Comit de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) para frica chegou aos 28 mil milhes de USD em 2009, dos quais 25 mil milhes tiveram como destino a frica subsaariana. Isto representa um crescimento de 3%, em termos reais em relao a 2008, para o total de frica, e um crescimento de 5,1% para a frica subsaariana.c

Carvo aumenta valor das exportaesO governo de Moambique espera para 2012 um crescimento de 17 por cento na exportao de bens, alcanando a fasquia de trs mil e 20 milhes de dlares. Segundo o ministro das Finanas, Manuel Chang, o crescimento na ordem de 17 por cento, no que se refere exportao de bens, suportado tambm pelo incio das exportaes de carvo que comeou em Setembro para o Dubai, Emirados rabes Unidos. No que se refere ao carvo explorado e que j est a ser exportado para os mercados de consumo pela Vale Moambique, h uma estimativa inicial que aponta que o Estado poder receber este ano perto de 20 milhes de dlares s de impostos. Os dados finais sobre o contributo do sector mineiro para o PIB, em particular do carvo, na economia, s devero ser conhecidos no fim do ano, depois de feita a avaliao da produo real. As projeces apontam, porm, que dentro de trs anos a contribuio do sector mineiro, situada em menos de cinco por cento, possa rondar os dez ou onze por cento. A expectativa de crescimento das receitas globais no ano 2012, segundo Chang, de 0.7 pontos percentuais, o que equivale a 16 mil milhes de meticais. A receita passa assim de 21.3 para 22 por cento do PIB. c

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outubro 2011DR

26 ANLISE

SECTOR ENERGTICO

Consumo de electricidade aumenta, mas persistem baixos ndices de acessoUma anlise ao panorama do sector da energia revela que o consumo de electricidade aumentou na frica Austral, mas que os ndices de acesso em alguns pases continuam baixos. Torna-se imperioso implementar programas de desenvolvimento energtico flexveis e os pases da SADC concordaram que o desenvolvimento do sector pode ser feito, a curto prazo, com um leque de solues de energia de menor custo e incentivaram os seus membros a incorporar esse conceito nas polticas nacionais de energia e de desenvolvimento.Ciente de que o acesso aos servios energticos modernos essencial para o desenvolvimento humano sustentvel na regio, a SADC declarou que aumentar o acesso a tais formas superiores de energia numa base segura um requisito no apenas para sustentar o nvel nacional de desenvolvimento econmico, mas tambm para reduzir a pobreza e para permitir que as pessoas melhorem o seu nvel de vida. A Southern Africa Power Pool (SAPP) foi criada em 1995 para facilitar o comrcio entre as empresas nacionais de electricidade e a explorao conjunta de recursos regionais para desenvolver o sector de electricidade. Fundamental para o sucesso do SAPP a elaborao conjunta de projectos hidroelctricos, interligaes de transmisso elctrica e o desenvolvimento de acordos comerciais de curto e longo prazos entre membros. Investimentos e avanos significativos foram realizados na cooperao regional para a optimizao do fornecimento de electricidade. Contudo, esses melhoramentos tiveram pouco impacto no fornecimento de energia domstica e contriburam de forma limitada para a reduo da pobreza e para o desenvolvimento dos agregados familiares. O consumo de electricidade em frica aumentou 208%, entre 1980 e 2008, mas a frica Austral ficou atrs do continente, com um crescimento de apenas 125% no mesmo perodo. O consumo de electricidade na frica Austral, entre 1995 e 2005, aumentou em 3,4% por ano, mas os ndices de acesso em alguns pases-membros continuam baixos. Em 1995, os pases da frica Austral consumiam biomassa para fornecer 86% do total da sua energia primria. No obstanrevista capital outubro 2011

te, em 2008 esses mesmos pases ainda usavam a biomassa tradicional como 70% das suas necessidades de energia primria. O conceito de acesso a energia pode ser desagregado em () disponibilidade, acessibilidade econmica e nvel de aceitao (availability, affordability, acceptability), cujas interaces determinam a escolha especfica de fontes de energia do agregado assim como o seu peso relativo no consumo total de energia.

preciso implementar programas de desenvolvimento energtico flexveisO acesso universal electricidade inquestionvel, sendo um dos objectivos finais do desenvolvimento do sector de energia. Dentro desse esprito, os pases da SADC concordaram que o desenvolvimento a curto prazo pode ser feito com um leque de solues de energia de menor custo e incentivaram os membros individuais a incorporar este conceito nas polticas nacionais de energia e de desenvolvimento. Como tal, as seguintes abordagens estratgicas foram sugeridas aos membros da SADC: a) os agregados rurais e urbanos de baixo rendimento (pobres) devem beneficiar da modernizao das fontes e dos usos tradicionais de energia; b) os agregados rurais de rendimento mdio devem receber apoio para facilitar a sua transio para fontes e usos modernos; e finalmente, c) os agregados urbanos de rendimento mdio e agregados rurais ou urbanos de rendimento alto devem beneficiar de programas, visando a eficincia e a conservao ambiental. A distino de estratgias para o acesso energia pode resultar em tecnologias

O consumo de electricidade em frica aumentou 208%, entre 1980 e 2008, mas a frica Austral ficou atrs do continente, com um crescimento de apenas 125% no mesmo perodo. O consumo de electricidade na frica Austral, entre 1995 e 2005, aumentou em 3,4% por ano, mas os ndices de acesso em alguns pases-membros continuam baixos.e solues energticas distintas para as diferentes categorias de agregados. Se bem que esta categorizao parea fazer sentido, ela assume que existe clareza na distino entre reas rurais e urbanas, o que nem sempre o caso, e esta distino concerteza no esttica as zonas rurais em frica esto num processo de urbanizao, enquanto as reas urbanas mantm caractersticas e ligaes prprias de zonas rurais. Nesse sentido, se, por um lado, a categorizao supracitada pode oferecer orientaes sobre o tipo de tecnologias e solues energticas que tm maior probabilidade de sucesso na busca do desenvolvimento da energia domstica, o desenho e a implementao de programas de desenvolvimento energtico deveriam ser flexveis e permitir iniciativas e inovaes por parte dos executores e utilizadores.c

ANLISE

SECTOR ENERGTICO 27

A energia como factor activo do desenvolvimento em MoambiqueEm 1970, a maior parte da populao moambicana vivia em zonas rurais e apenas 9% vivia ento em zonas urbanas, dependendo do uso de combustveis lenhosos. Actualmente, a taxa de urbanizao estimada em 31% da populao (segundo o Estudo de Avaliao de Energias Renovveis em Moambique realizado para a SNV, em Julho deste ano) e est a crescer segundo projeces do Censo de 2007 e o uso de electricidade continua a manter a sua natureza urbana. O governo moambicano determinou que um fornecimento regular e seguro de electricidade para todo o pas era uma prioridade para o desenvolvimento de uma sociedade justa e, em Agosto de 1977, criou a Electricidade de Moambique (EDM) como um empresa nacional (e estatal) de utilidade pblica com o direito exclusivo de operar e de expandir a infraestrutura existente para a gerao, transmisso e distribuio de electricidade e de fornecer electricidade a consumidores em todo o pas. A EDM construiu, desde a sua criao, mais de 3.000 km de linhas de 66 kV ou mais, reabilitou, modernizou e expandiu sistemas de distribuio. A procura de energia elctrica cresceu de apenas 200 MWh/ano, em 1960, para 3193 GWh/ano (481 MW potncia de ponta) em 2009, levando a energia hidroelctrica de Cahora Bassa para todas as capitais provinciais. Ao longo dos anos, as centrais a diesel e carvo existentes nas principais zonas urbanas foram progressivamente fechadas e hoje a energia hidroelctrica, principalmente a fornecida pela HCB, a nica fonte de energia da EDM. A expanso de redes elctricas apoia o futuro desenvolvimento econmico e social e embora a lei permita a participao privada no sector, a EDM continua a ser o maior agente de electrificao. Contudo, no obstante os grandes investimentos, a taxa de electrificao atingiu somente os 14,3% em 2009 e a energia residencial continuava a representar apenas 42% do total de vendas da EDM.600 500 400 300

Consumo Total de Electricidade (mil milhes KW/h)

200 SADC 100 0 FRICA

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

2006

2008

Grfico 1. Electricidade em frica

fonte: EIA

Zimbabwe Zmbia Tanzania Nambia Moambique Maurcias Malawi Madagscar Lesotho Rep. Dem. Congo Botswana Angola frica do Sul

34 15 11 6.3 93.6 7 15 11 5.8 38.5 15 70 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Acesso a electricidade (%) em 200534

Grfico 2. Populao com acesso electricidade

Principais fontes de energia domsticaAs estatsticas nacionais indicam que as principais fontes de energia domstica em Moambique so a lenha, carvo ve-

getal, querosene, LPG e electricidade. Nos anos 2002/3, a energia para iluminao distribua-se do seguinte modo: electricidade (6,9%), querosene/gs (53,8%), lenha (31,7%), velas (2,2%) e outras fontes (4,7%). Por outro lado, a cozinha domstica usa a seguinte composio de fontes energticas, em 2004, em Maputo: lenha (2,1%), carvo vegetal (11,7%), querosene (10%), LPG (3,8%) e electricidade (4,6%). A maior parte das famlias usa carvo para cozinhar, s ou em combinao com outras fontes (71,7%). O gasleo e a gasolina so usados sobretudo em sistemas de transporte. A traco animal tem uma incidncia de apenas 8% em actividades

agrcolas - s 2,5% dos agricultores possui e usa traco animal nas machambas e o uso de fontes renovveis como gua, vento e sol , por enquanto, negligencivel. A Estratgia de Energia de Moambique define a viso para o sector de energia e guia o planeamento para o desenvolvimento de instituies relevantes. Esta estratgia e a Poltica de Desenvolvimento de Energias Novas e Renovveis em Moambique tambm estabelecem o papel da participao do sector privado como fundamental para o sucesso do desenvolvimento do sub-sector e os benefcios da cooperao regional.coutubro 2011 revista capital

28 ANLISE

SECTOR ENERGTICO

Electricity consumption increases but low access indexes persistAn analysis to the overview of the energy sector reveals that consumption of electricity increased in Southern Africa but the access indexes, in some countries, remain low. It is now imperious to implement flexible energy development programs and the SADC countries have agreed that development of this sector maybe achieved, in short term, with a range of less costly energy solutions and encouraged its members to incorporate that concept into the national energy and development policies.Conscious that access to modern energy services is crucial for sustainable human development in the region, SADC has declared increasing Access to such superior energy forms on a secure basis, is a requirement not only to sustain the national economic development level but also to reduce poverty and allow people to improve their standard of living. Southern Africa Power Pool (SAPP) was created in 1995 to facilitate the commerce between national electricity enterprises and the joint exploitation of regional resources to develop the electricity sector. The joint elaboration of hydroelectric projects, interconnections of electric transmissions and the development of short and long-term commercial agreements between members is fundamental for SAPPs success. Investments and considerable progress was made in the regional cooperation to optimize the supply of electricity. However, those improvements had little impact in the supply of domestic energy and narrowly contributed for the reduction of poverty and development of households. The electricity consumption in Africa increased 208% between 1980 and 2008 but Southern Africa was left behind with a growth of only 125% during the same period. The consumption of electricity inrevista capital outubro 2011

Southern Africa increased by 3,4% per year, from 1995 to 2005 but the Access indexes in some countries remain low. In 1995, Southern African countries consumed biomass to provide 86% of their primary energy. Notwithstanding, in 2008 the same countries still used traditional biomass as 70% of their primary energy necessities. The concept of Access to energy may be disintegrated into () availability, affordability and acceptability", which interactions determine the specific choice of energy sources of the aggregate as well as its relative impact on the total energy consumption.

It is necessary to implement flexible energy development programsThe universal Access to electricity is questionable, which is one of the final objectives of the development of the energy sector. In that context, the SADC countries have agreed that development of this sector maybe achieved, in short term, with a range of less costly energy solutions and encouraged its members to incorporate that concept into the national energy and development policies. As such, the following strategic approaches were suggested to members of SADC:

a) Low income (poor) rural and urban family units must benefit from the modernization of sources and traditional uses of energy; b) the medium income rural family units must receive support to facilitate their transition to modern sources and uses, and finally, c) the medium income urban family units and high income rural or urban family units must benefit from programs, targeting efficiency and environmental conservation. The distinction of strategies for Access to energy may result in distinct energy technologies and solutions for different family categories. Notwithstanding that this categorization may seem to make sense, it assumes that there is clarity in separating rural and urban areas, which is not always the case, and this distinction is certainly not static rural areas in Africa are in a process of urbanization, whereas the urban areas maintain characteristics and connections which are characteristic of rural areas. This way, if, on one hand, the above mentioned categorization may offer orientations on the type of technologies and energy solutions which have more success probabilities in the search for developing domestic energy, the design and implementation of energy development programs should be flexible and allow initiatives and innovations by the performers and users. c

ANLISE

SECTOR ENERGTICO 29

Energy as an active factor of development in MozambiqueIn 1970, the majority of the Mozambican population lived in rural areas and only 9% lived in urban areas and relied on wooden fuels. Nowadays, the urbanization index is estimated at 31% of the population (according to the Evaluation Study of Renewable Energy in Mozambique, performed for SNV, in July, this year) and its growing according to the results of the 2007 Census and the use of electricity continues to maintain its urban nature. The Mozambican government determined that a regular and safe supply of electricity for the entire country was a priority for the development of a just society and, in August, 1977, created Electrecidade de Moambique (EDM) as a national (and state) enterprise of public utility with the sole right to operate and expand its existing infra-structure for the generation, transmission and distribution of electricity and supply electricity to consumers throughout the entire country. EDM has built, since its creation, more than 3.000 km of 66 kV lines or more, rehabilitated, modernized and expanded distribution systems. The demand for electricity grew from only 200 MWh/year, in 1960, to 3193 GWh/year (481 MW peak output) in 2009, taking Cahora Bassas hydroelectric energy to all provincial capitals. Throughout the years, the diesel and coal centrals in the main urban areas were progressively closed and, nowadays, hydroelectric energy, mainly supplied by HCB, is the sole source of EDMs energy. The expansion of electric networks supports the future economic and social development and although the law allows the private participation in the sector, EDM remains the largest agent of electrification. However, notwithstanding the large investments, the electrification index has reached only 14,3% in 2009 and the residential energy still represented only 42% of EDMs total sales value. electricity (6,9%), kerosene/natural gas (53,8%), wood (31,7%), candles (2,2%) and other sources (4,7%). On the other hand, domestic kitchens used the following composition of energy sources, in 2004, in Maputo: wood (2,1%), charcoal (11,7%), kerosene (10%), LPG (3,8%) and electricity (4,6%). The majority of families use charcoal to cook, alone or in combination with other sources (71,7%). Diesel and petrol are mainly used in transport systems. Animal power has an incidence of only 8% in farming activities - only 2,5% of farmers owns and uses animal power in small farms. The use of renewable sources such as water, wind and solar power is negligible for the meantime. The Mozambican Energy Strategy defines the vision for the energy sector and guides the planning for the development of relevant institutions. This strategy and the Policy for Development of New and Renewable Energies in Mozambique also establish the participation role of the private sector as being fundamental for the success of the development of the sub-sector and benefits of regional cooperation. c

Main sources of domestic energyThe national statistics indicate that the main sources of domestic energy in Mozambique are wood, charcoal, kerosene, LPG and electricity. During the years 2002/3, energy for illumination was distributed according to the following:

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30 SECTOR

ENERGIA

ENH

ENH implementa projecto de distibui na cidade de MaputoEmpresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH, E.P), brao comercial do Governo na pesquisa e produo de Petrleo e Gs, j obteve concesso e alocao de gs para desenvolver o projecto de construo de uma rede de distribuio de gs natural na Cidade de Maputo e no Distrito de Marracuene. Este projecto prev a construo e operao de um gasoduto Matola e Maputo, para o fornecimento de gs a Central Trmica de Maputo como consumidor ncora, que viabilizar a construo de uma rede de distribuio de gs de cerca de 62km para abastecimento a Cidade de Maputo e Marracuene, fornecendo consumidores do sector industrial, comercial e domstico. Este projecto, para alm de ser parte da misso da ENH, acrescentar valor aos recursos naturais atravs da distribuio e comercializao de hidrocarbonetos, esta inserida no Programa Quinquenal do Governo para 2010-2014, como uma das aces prioritrias para reduo de importao de combustveis. O Projecto da ENH ser implementado em duas fases. A primeira fase consistir na construo de um gasoduto entre Matola e Maputo, mais concretamente entre um ponto na rede de distribuio da Matola Gas Company (MGC) e outro, de fornecimento central de electricidade da empresa Electricidade de Moambique (EDM) e rede de distribuio de gs na Cidade de

A

Maputo e Distrito de Marracuene. A EDM efectuou, por sua vez, um estudo de viabilidade tcnico-econmica para a converso para gs natural da suas turbinas gasleo na Central Trmica de Maputo, com vista produo 54 MW de electricidade. Ambas empresas pblicas esto implementando um programa harmonizado de trabalho com vista a implementao sincronizada dos seus projectos, dada a sua interdependncia e complementaridade. O gs alocado pelo Governo, ser adquirido dos Produtores (Sasol Petroleum Temane (SPT)/Companhia Moambicana de Hidrocarbonetos (CMH)/International Finance Corporation (IFC)), parceiros do empreendimento de gs de Pande & Temane, a Norte de Inhambane. Este gs ser transportado para Maputo atravs dos gasodutos de transmisso da Republic of Mozambique Pipeline Company (ROMPCO) e da Matola Gas Company (MGC).

para uma presso de operao de 4 bar, na Cidade de Maputo, com um ramal para a Costa do Sol e extenses do anel para as zonas de consumo, conforme o mapa da figura 1. Este Projecto permitir o fornecimento de gs natural indstria alimentar, em particular s panificadoras, indstrias de leos e sabes, txtil e metalomecnica, entre outras, bem como aos sectores de transportes, comercial, restaurao, servios pblicos e famlias, que se prev vir a contribuir para a substituio de parte substancial dos combustveis lquidos importados, com impacto directo na balana de pagamentos e no PIB. Foram identificados cerca de 200 potenciais clientes nos sectores comercial (restaurao e hotelaria), industrial, incluindo panificao, e de servios (hospitais).

i) Ramal de Maputo para o Distrito de MarracueneConsistir na construo de um ramal com cerca de 25 km de extenso para o Distrito de Marracuene. Foram identificados mais de 14 consumidores ao longo deste percurso, nos sectores industrial e comercial incluindo a panificao e as fbricas Txteis de Marracuene, ex-Mabor e Fapel/Fapacar (Fbrica de papel e carto), e ainda o Hospital do Infulene.

Anel de Distribuio de Gs Natural na Cidade de Maputo e Ramais de ExpansoCom a implementao do Projecto do Gasoduto acima referido fica viabilizada a construo de um anel de distribuio de gs natural canalizado de 36 km, em tubagem de polietileno de diversos dimetros

Consumo de Gs em MoambiqueDesde 1992, a ENH fornece gs a 3 Distritos a Norte da Provncia de Inhambane, nomeadamente, Vilankulos, Inhassoro, e Govuro. A implementao desta rede permitiu a criao de um sistema de abastecimento de energia elctrica atravs de um gerador a gs, a toda zona norte da provncia. O Projecto de distribuio de gs de Maputo e Marracuene, vai contribuir para o aumento do uso do gs natural, respondendo a preocupao do Pblico em geral e do Governo de assegurar o uso do nosso recurso natural a nvel nacional.

Vantagens de uso de gs em MoambiqueO gs, atendendo as suas qualidades e facilidade de distribuio e armazenamento, pode ser usado numa grande diversidade de mercados, na indstria, comrcio,

Figura 1. Mapa das rotas alternativas estudadas. revista capital outubro 2011

SECTOR

ENERGIA

ENH 31

io de gs naturalfacturas aos gestores das padarias, que lhes permitam calcular custos de operao, processo de ignio do gs mais rpido que lenha; A queima do gs mais fcil de controlar que a da lenha e nos perodos de interrupo de produo do forno o queimador de gs pode ser desligado, poupando combustvel, o que mais difcil usando lenha.

O gs e o meio ambiente

Figura 2. Composio do mercado de gs natural na Cidade de Maputo e Distrito de Marracuene.

restaurao, em viaturas, na gerao de eletricidade bem como a nvel domstico, trazendo inmeras vantagens: Rpida industrializao do Pas, com a instalao de indstria petroqumica Aumento do grau de potencial de fornecimento de energia de qualidade e a preo atrativo Reduo na importao de combustveis, caminhando para autossuficincia energtica Criao de emprego e formao de quadros locais especializados Desenvolvimento de infraestruturas Reduo de emisses poluentes, melhorando as condies ambientais.

Impacto socialAs vantagens para as famlias e para o Pas podem ser traduzidas na reduo

das despesas mensais relacionadas com o consumo de energia e contribuio para a proteo do meio ambiente. Estima-se que o gs natural custe s famlias, para a mesma quantidade de energia, menos 36% em relao ao GPL e menos 14% comparado eletricidade (no caso do consumo de 300 kWh por ms na tarifa domstica), aos preos em vigor em Julho de 2012. Prevse que se criem cerca de 200 postos de trabalho temporrios durante as obras, em 2012, e 85 postos de trabalho permanentes durante a operao do sistema. A converso das padarias permitir obter os seguintes impactos diretos positivos no uso de gs em substituio da lenha: Reduo de emisses de gases poluentes, danosos para a sade dos trabalhadores A compra de gs ser mais barata pois ser facturada, ao contrrio da lenha, cujos vendedores no entregam

Impacto macro-econmicoA viabilizao deste projecto, permitir que o Pas poupe anualmente cerca de USD 2,3 milhes em 2013 e USD 35 milhes em 2030 em importaes de combustveis lquidos, bem como USD 25 milhes em importaes de eletricidade . O Projecto ir criar ainda cerca de 150 postos de trabalho temporrio com o incio das obras em 2012 bem como 80 postos de trabalho permanente.c

PRIMEIRA FASE Gasoduto de 15 Km e anel de distribuio de Maputo USD 35 milhes

SEGUNDA FASE Gasoduto de 68 Km de Ressano a Matola USD 50 milhesoutubro 2011 revista capital

A VossA sAtisfAo nosso deVer

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Av. Karl Max . Nr. 1599 . R/C . Maputo-Moambique Tlf: (+258) 21302774; (+258) 21302822 . Fax: (+258) 21 302775 Cell: (+258) 824825968; (+258) 844226560 E-mail: [email protected]

editora capital c

dr

SECTOR BANCO DE PORTUGAL

BANCA

FINANCIAMENTO 33

Estados africanos lusfonos devem 1.800 milhes de euros a PortugalMoambique o segundo pas com o maior valor total de dvida ao Estado portugus no conjunto dos cinco Pases Africanos de Lngua Oficial Portuguesa (PALOP), a seguir a Angola que congrega a maior fatia da dvida (60%) equivalente a 1.056 milhes de euros, segundo o Banco de Portugal (BdP). De 2009 para 2010, a dvida registou um aumento de 65 milhes de euros, segundo o BdP num documento sobre a evoluo das economias nos PALOP e em Timor Leste. Este crescimento resulta da utilizao de linhas de crdito acordadas, em 2008 e 2009, para o financiamento de projectos de investimento e infraestruturas no pas. Segundo o BdP, a dvida dos PALOP ao Estado portugus registou, no ano passado, o maior crescimento em 15 anos, aumentando para 2.407 milhes de dlares (1.764 milhes de euros, taxa de cmbio actual) no final de 2010. Face ao ano anterior, Angola, Moambique, Cabo Verde, GuinBissau e So Tom e Prncipe somaram mais 201 milhes de euros em dvida a Portugal, ou seja, mais 12,9 por cento. J a dvida directa ao Estado caiu, em 2010, 13 milhes de euros - uma tendncia que j se havia verificado em 2009. c

presrio nacional e o BID visando o conhecimento pelo BID da economia moambicana e do seu empresariado, e das suas perspectivas para a promoo do empreendedorismo e desenvolvimento econmico; o conhecimento pelo empresariado nacional das modalidades de financiamento que o BID oferece ao sector privado (Servios, Produo, Comercio, Seguros, Exportao, Linhas de Crdito, Participao no Capital, etc.), assim como as condies de acesso a esse financiamento e o perodo de maturidade. Por outro lado, em destaque surgem igualmente a seleco de ideias e de projectos disponveis para o incio do processo de negociao visando o financiamento, e o esclarecimento de dvidas.c

EM DESTAQUE

Inflao acumulada atinge mais de 4%A inflao verificada na economia moambicana situou-se acima dos 4% nos primeiros nove meses deste ano, tendo-se registado em Setembro um abrandamento de 0,08 pontos percentuais face a Agosto. Dados avanados pelo INE do conta de uma inflao acumulada de 4,06%, verificada desde o incio do ano, tendo-se registado s na rea de alimentao e bebidas no alcolicas um aumento de 1,37 pontos percentuais.c

BANCO MUNDIAL

BM d alento ao desenvolvimento de recursos hdricosO Conselho dos Directores Executivos do Banco Mundial aprovou um crdito da Associao para o Desenvolvimento Internacional (IDA) no valor de 70 milhes de de dlares para a implementao do projecto do Governo de Moambique denominado Projecto Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hdricos, cujo tempo de implementao decorrer entre 2011 e 2017. O projecto beneficia igualmente de um co-financiamento paralelo na ordem de 10 milhes de dlares do Programa Piloto para a Resilincia Climtica, igualmente administrado pelo Banco Mundial. O objectivo o de fortalecer e desenvolver a gesto de recursos hdricos e aumentar a capacidade de encaixe de gua da Barragem de Corumana com o intuito de aumentar a proviso de gua rea metropolitana da grande Maputo. Este projecto encontra-se alinhado com as prioridades do pas tal como estabelecidas na estratgia de gesto de recursos hdricos e planos de desenvolvimento de infra-estruturas do pas, e contribui para os principais objectivos do Plano de Reduo da Pobreza (PARP) do Governo de Moambique.c

Cervejas de Moambique vende mais acesA Cervejas de Moambique (CDM), a maior cervejeira do pas, anunciou a venda de 9,6 milhes de aces no valor de 1,1 mil milhes de meticais (30,2 milhes de euros) para o reforo do capital social. Com o valor que ir encaixar na venda das aces, a CDM pretende reforar a capacidade financeira da empresa e reforar o objectivo da expanso. A operao ser consumada atravs de uma oferta pblica de subscrio apenas destinada aos accionistas e cada aco ser colocada venda ao preo de 113,62 meticais (31,1 euros). A transaco vai incrementar a cotao da CDM em Bolsa de 112.089.014 aces para 121.770.258 aces.c

BANCO ISLMICO DE DESENVOLVIMENTO

Frum mostra modalidades de financiamento do BIDO Governo de Moambique, numa aco de divulgao junto da comunidade empresarial moambicana, quer informar sobre as diversas modalidades de financiamento do Banco Islmico de Desenvolvimento para projectos do Sector Privado moambicano. Para o efeito e em parceria com a CTA (Confederao das Associaes Econmicas de Moambique), convidou todos os empresrios a participar no Frum do Banco Islmico de Desenvolvimento (BID) no dia 26 de Outubro, na cidade da Matola, mais concretamente no Centro Cultural do Banco de Moambique. O objectivo deste frum passa por criar condies para uma interaco entre o em-

NOTA DE RODAP

BIM o melhor banco local em fricaO Banco Internacional de Moambique (Millennium bim), do portugus Millennium bcp, ganhou o prmio de Melhor Banco Local em frica, atribudo pela revista African Banker. O Millennium bim superou mais de 300 bancos de todo o continente africano, que se submeteram avaliao dos African Banker Awards.c

DR

outubro 2011

revista capital

SECTOR

ENERGIA

BIOCOMBUSTVEIS 35

Ressuscita aposta nos biocombustveisMoambique renova estratgias visando relanar a produo de biocombustveis e alimentar um mercado mundial j desgastado com o petrleo. A pesquisa cientfica a nova aposta moambicana, que ir possibilitar a colheita de jatrofa e cana-de-acar com maior qualidade e maiores possibilidades de comercializao. Para o efeito, a Quinvita, uma empresa belga de solues cientficas no cultivo de Jatrofa, j firmou a sua primeira parceria que visa fornecer a componente tcnica sua contraparte moambicana, Aviam. A assinatura do memorando entre as duas empresas, em Agosto do presente ano, enquadra-se no novo contexto na rea dos biocombustveis em Moambique, na qual, pases como a Blgica, Alemanha, Portugal, Holanda entre outros j so parceiros estratgicos. O reatamento da aposta em biocombustveis d, em parte, seguimento recente deciso do executivo em aprovar a lei para 2012 que compreende a mistura do biodiesel para reduzir as importaes do petrleo. Depois dos resultados menos encorajadores na produo e comercializao da jatrofa, cabe agora a vez de uma aposta mais ambiciosa, segundo o estipulado durante a visita Moambique do primeiroministro da regio de flandres, Blgica, Kris Peeters. Com efeito, os cerca de 30 projectos de produo de biocombustveis, em curso no Pas cujos investimentos j totalizam mais de 100 milhes de dlares norte-americanos, esto longe de satisfazer a procura, que j se faz sentir. Por outro lado, a pesquisa para se achar um tipo de jatrofa com qualidade e maiores possibilidades de comercializao poder levar algum tempo. Mas Mauro Palladino, director da Aviam, garante que dentro de quatro ou cinco anos haver uma diversidade de oferta na rea dos combustveis em Moambique. Na senda das actuais projeces, e com o impulso da nova dinmica, j foi estabelecida uma parceria entre produtores de biocombustveis nacionais e a Gazeda, na qual se impe que 70 por cento da produo destinada s exportaes enquanto os restantes 30 abastecem o mercado nacional. Segundo Mauro Palladino, tal como o Brasil teve uma experincia bem sucedida com o bioetanol, Moambique poder fazer uma rplica na rea de biodiesel. Por seu turno, Henk Joos, director da Quinvita, a aposta de Moambique nos biocombustveis tem tudo para dar certo, considerando os ricos solos disponveis. A pesquisa cientfica orientada para uma maior produtividade, e qualidade, a nica componente que faltava para alavancar o projecto. c

Fornecedores de biocombustvel posicionam-se no mercadoQuinvitaA Quinvita uma companhia belga com actividades de pesquisa e desenvolvimento em novas indstrias de colheitas de Jatrofa. A empresa possui uma base de clientes Indonsia, Vietname e Cambodja e ndia. Tambm est presente no Malawi, Kenia, Tanznia, e recentemente lanou-se em Moambique. O seu interesse em Moambique consiste no provimento da componente cientfica na produo de jatrofa nas regies centro e norte do pas.

AviamA Aviam Lda uma empresa fundada em 2008, atravs da associao de empresrios italianos e moambicanos, com o objectivo de criar uma linha de produo completa para a cultura de Jatropha Curcas e a produo de leo vegetal. O organismo visa satisfazer a crescente demanda do mercado europeu de fontes alternativas de energia. Actualmente, a entidade est virada para a preparao de viveiros e no cultivo de 10 mil hectares de terra de jatrofa curcas.

Galp energia e VisabeiraO acordo entre a Galp Energia e a Visabeira Moambique para a constituio da empresa Moamgalp abre mais uma possibilidade de alargamento da oferta moambicana na produo de bicombustveis. O organismo, cujo acordo da sua criao foi firmado em Agosto, ir produzir leos vegetais para exportar para Portugal, onde ser feito o respectivo processamento em unidades de biodiesel da Galp Energia, sem deixar de alimentar tambm o mercado nacional. A identificao dos solos adequados ao cultivo de leos vegetais ir compreender uma rea de at 150 mil hectares. O organismo j projecta actividades agrcolas e outras actividades conexas, incluindo a transformao de sementes oleaginosas em leos vegetais que constituam matria-prima ou produtos semi-acabados para utilizao em outras indstrias.outubro 2011 revista capital

Do lado da procura, surge a LufthansaA companhia rea alem Lufthansa, a terceira maior do mundo, poder comprar 40 mil toneladas de biocombustvel, derivado da jatrofa, proveniente de produtores de Manica. As 40 mil toneladas de leo de jatrofa, que sero adquiridas na primeira fase, constituem uma quantidade que poder triplicar nos primeiros trs anos da implementao do projecto. Entretanto o uso de biocombustvel nos avies da Lufthansa implica, por outro lado, enfrentar alguns desafios por parte da companhia. Numa primeira fase do projecto, a companhia ir adequar os motores dos seus aparelhos ao sistema biocombustvel, facto que ir implicar elevado investimento.c

DR

36 SECTOR

TURISMO

OBSERVATRIO

frica do Sul garante a maior fatia de turistasmaior fatia de turistas (33%) que Moambique recebe, actualmente, provm da frica do Sul e de Outros Pases Africanos (14%). A constao decorre do Estudo de Satisfao do Turista na Cidade de Maputo, encetado pelo Observatrio do Turismo da Cidade de Maputo (OTCM) e realizado, ao longo do ms de Agosto, pela Intercampus (do grupo Gfk), uma empresa de estudos de mercado que igualmente membro do Observatrio. Ao mesmo tempo, 9% dos turistas representado pelo mercado portugus, um emissor, que pela inequvoca proximidade cultural, surge na terceira posio da lista a seguir frica do Sul e aos Outros Pases Africanos. A ttulo de curiosidade, Angola (5%), Nigria (3%), Zimbabwe (3%), Qunia e Tanzania (ambos com 2%) totalizam ao todo uma fatia de 15% dos turistas que visitam o pas. Um dado bastante interessante, tendo em conta que a promoo e captao do turismo - se forem bem orientadas no sentido dos estados africanos - podero ajudar em muito ao crescimento do sector. A quarta posio da lista assumida pelos turistas domsticos (8%). A maior parte dos entrevistados apontam como spots de

A

local de residncia habitual do turista da cidade de maPutoEstrangEiros frica do sul Portugal moambique angola Brazil inglaterra nigria Zimbabwe Paquisto alemanha Espanha Qunia tanzania china arglia outro Pases africanos outro Pases Europeus Pases asiticos outros Pases do mundo 19% 9% 8%5% 4% 4% 3% 3% 3% 3%2% 2% 2% 2% 2%

Grficos: Rui Batista

nacionais manica (chimoio) 19% tete sofala (Beira) Zambzia (Quelimane) 14% 10% 7% 7% 6%5%

17%

nampula cabo delgado (Pemba) niassa (lichinga) inhambane gaza(Xai-Xai)

14% 7%4% 3%

13%

Estrangeiro

residncia Manica (19%), Tete (17/%), Sofala (14%) e mesmo o Estrangeiro (13%), locais algo distantes em relao cidade de Maputo. Os locais mais prximos, provenientes de Gaza (Xai-Xai) e Inhambane, assumem apenas 5% e 2% do conjunto de turistas nacionais, respectivamente. No que diz respeito ao mercado europeu, a Inglaterra assume 4% dos entrevistasdos e a Alemanha, embora manifeste uma maior

aptido pelo turismo na frica Subsaariana (com um crescimento registado para este destino de 72% para 2011), mantm uma percentagem de turistas em Maputo ainda algo inexpressiva (3%) um dado que deve merecer a ateno das agncias de viagens e dos operadores tursticos, bem como do prprio Ministrio do Turismo.cfonte: otcm (agosto de 2011)

Estrangeiros vm a Maputo mais a Negcioscaracterizao dos turistas, entrevistados no mbito do Estudo de Satisfao ao Turista na Cidade de Maputo do Observatrio, revela que so os negcios que trazem mais estrangeiros cidade Maputo (36% face a

A

17% dos nacionais), ao passo que os moambicanos visitam mais a capital motivados pelas visitas a amigos e familiares (34% contra 17% dos estrangeiros). Outro aspecto a salientar que 10% dos estrangeiros apontam a sua vinda em mis-

EstrangEiros 18%

PrinciPal motivo de visita a maPuto

nacionais 6%

15%

PassEio/turismo Frias nEgcios

33%

36%

Visitas a amigos E FamiliarEs Estudos misso dE sErVio

17%

17%2%

outros

34%

10%4%

3%

7%4%

so de servio, ao passo que os nacionais tambm acorrem capital pela mesma razo embora em menor percentagem (7%). Tal informao evidencia que a cidade de Maputo possui as caractersticas ideais para o incremento da realizao de eventos empresariais e institucionais ao longo do ano. Alis, a organizao dos eventos poder ser encarada como um trampolim para o desenvolvimento de um turismo de negcios, que, consequentemente, pode catalizar a vertente do passeio e do turismo. O segmento do Passeio e Turismo absorve 18% dos turistas estrangeiros (assumindose como o segundo mais importante em termos de propsitos da visita), ao passo que a percentagem de nacionais a esse nvel menos expressiva (6%). Nesse contexto, o casamento entre business & pleasure poder vir a ser bem sucedido, caso os actores tursticos juntem sinergias no sentido de apresentarem propostas altura das exigncias dos turistas, tanto nacionais como estrangeiros.cfonte: otcm

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SECTOR

TURISMO

OBSERVATRIO 37

SNV

Programa de Formao para o Sector Informal: Maputo hospitaleiroO Projecto Maputo Hospitaleiro uma iniciativa piloto que resulta de uma aliana estratgica entre o INEFP ( Maputo), Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Ministrio do Turismo e a SNV. Maputo Hospitaleiro tem como objetivo colaborar com a estruturao dos micropolos tursticos da cidade, a partir da formao de 400 trabalhadores informais que operam em diversas actividades associadas ao turismo. No momento, e atendendo a Etapa 1 do Projeto, a TUR-CONSULT tem elaborado um estudo bastante completo aonde apresenta valiosas informaes sobre o perfil dos trabalhadores informais na cidade, assim como as suas necessidades de formao. Aqui vale a pena ressaltar que os trabalhadores informais respondem pela movimentao de mais de US$ 2.8 milho de dlares na Cidade, mobilizando em torno dos 1.500 trabalhadores. Por esta e outras razes, os trabalhadores informais constituem um importante elemento da cadeia de valor do turismo de Maputo, assim como um factor relevante na satisfao do turista que visita a nossa cidade. Os trabalhadores informais associados ao turismo no so necessariamente um problema da Cidade, so sim empreendedores que percebem no turismo uma oportunidade de auto-desenvolvimento. Veja-se o caso dos vendedores de artesanato da FEIMA e da Feira do Pau. fundamental que seja percebido que quando estabelecidas melhores condies de trabalho, os trabalhadores informais conseguem adaptar-se, organizar-se e atender a padres mnimos de qualidade. Vejamos a revoluo que se observa na FEIMA que fantstica e serve como inspirao para avanar com outras propostas estruturantes. Sabia por exemplo que esta proibido vender Marfim na FEIMA? Este tipo de orientao/conquista possvel e com isto o Turismo/Artesanato torna-se num aliado do desenvolvimento e no ao contrrio. importante ressaltar que o projeto Maputo Hospitaleiro est intimamente integrado na agenda de desenvolvimento do turismo do Govermo Municipal da Cidade, principalmente pelo seu compromisso em colaborar com a estruturao dos micro-polos tursticos, trabalho este que graas ao apoio do Vereador de Actividades Econmicas, Joo Munguambe, tem engrenado. A expectativa que se tem e que este projeto venha a beneficiar pessoas na zonas da Marginal, Baixa e Mafalala, mas esta deciso ir depender do transcurso do trabalho e das decises do Grupo de Coordenao. Como j foi mencionado em artigos anteriores, este projecto vem sendo implementado em 7 pases graas ao financiamento da Comisso Europeia. No nosso pas, o projecto foi baptizado com o nome de Moambique Hospitaleiro, sendo que cada um dos destinos que se est a beneficiar, neste caso e em particular, Maputo e Inhambane, esto a adoptar suas prprias marcas e seu prprio Grupo de Coordenao. Que viva Moambique Hospitaleiro e seus dois filhos Maputo e Inhambane Hospitaleiro , e que os trabalhadores informais se tornem o futuro de uma industria cada vez mais competitiva e sustentvel em Moambique.cfederico Vignati assessor snior de desenvolvimento econmico da sNV coordenador do Programa moambique Hospitaleiro

CTA

Presidentes e vice-presidentes dos pelouros tomaram posseForam empossados os 10 presidentes e os respectivos vice-presidentes dos pelouros da CTA (membro do Observatrio do Turismo da Cidade de Maputo), que iro garantir o pleno funcionamento da organizao, durante os prximos trs anos, na sequncia das eleies dos novos rgos sociais. Nesse sentido, a presidncia e vice-presidncia do Pelouro de Turismo e Hotelaria sero assumidos por Rui Monteiro e Noor Momade, respectivamente. De salientar que ambos, assim como os restantes membros, foram indicados pela FEMOTUR, organismo que dirige o Pelouro do Turismo e Hotelaria da CTA.cO Observatrio do Turismo da Cidade de Maputo (OTCM) resultado de uma parceria entre as 16 organizaes que o integram. Trata-se de um organismo especializado em monitorar e analisar as informaes de inteligncia de mercado. INFORMAES Associao de Hotis do Sul de Moambique (AHSM) Rua da S, n 114, 6 andar, Porta 608 Maputo - Moambique Tel. +258 21 31 4970 Subscries e informaes do Boletim: [email protected] http://observatoriomaputo.blogspot. comDR

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38 SECTOR

NEGCIOS

COMRCIO

CONSTRUO

Minrio de ferro vai ser exportado para a ndiaO Porto de Nacala vai reforar a sua actividade nos prximos dois meses, graas exportao de minrio de ferro para a ndia e importao de cimento com destino ao Malawi. Segundo Agostinho Langa, director executivo do Porto de Nacala, o minrio de ferro extrado no Posto Administrativo de Iapala, no distrito de Ribau, Nampula, comear a ser transportado da mina para Nacala. O primeiro comboio transportar 25 mil toneladas deste minrio, quantidade que, atravs do Porto de Nacala, rumar para a ndia para fins comerciais. A explorao do minrio em Iapala, a cerca de 100 quilmetros da capital provincial de Nampula, est a cargo da Damodar, uma empresa mineira indiana. Langa acrescentou que o porto espera igualmente escoar, nos prximos dois meses, 35 mil toneladas de cimento para o Malawi.c

Mota-Engil assume obra rodoviria de 107,9 milhes

TECNOLOGIA

Moambique introduz TV digital em 2013De forma a acomodar o padro europeu de televiso digital, no mbito do cumprimento das recomendaes da Comunidade de Pases da frica Austral (SADC), Moambique vai, a partir de 2013, restringir a importao dos televisores analgicos. Para a operacionalizao do processo em Moambique, foi criada uma comisso que vai desenhar a estratgia da migrao do actual sistema analgico para o digital, que se pensa esteja completa em 2015, devendo ao mesmo tempo ser criado pelo menos um rgo estatal para gerir a referida transferncia tecnolgica. Ao se concretizar este processo, significa que apartir de 2015 s devero ver a televiso cidados que tiverem um receptor vulgarmente conhecido por descodificador. Cada conversor, na Inglaterra, por exemplo, custa 40 libras, o equivalente a 1.800 meticais. Baseando-se nos dados do ltimo Relatrio de Desenvolvimento Humano, o qual indica que 6,3 por cento da populao moambicana possui televisor, para a aquisio dos referidos conversores, Moambique dever gastar cerca de 20 milhes de dlares americanos, isto sem incluir as taxas alfandegrias.c

A Mota-Engil vai iniciar a recuperao de uma estrada em Moambique, num projecto que totaliza um investimento de 107,9 milhes de euros, que ser assegurado em 80% pelo Banco Mundial. A recuperao diz respeito Estrada Regional 260, com uma extenso total de 230 quilmetros, um projecto que foi adjudicado pelo Ministrio das Obras Pblicas e Habitao de Moambique em 2010. A Mota-Engil refere que a melhoria desta infraestrutura rodoviria considerada fundamental para o desenvolvimento do chamado Corredor de Mossurize, ao longo do qual existem di