revista canguru | novembro de 2016
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Criando f ilhos em BHwww.cangurubh.com.br | nov 2016 | nº 14
EXEMPLAR GRATUITO PARA ESCOLAS PARCEIRAS
Criança vegetariana:
pode ou NÃO PODE?
Cinco lugares PARA SE EMBRENHAR
na roça
Especial Tecnologia: CONHEÇA AS NOVAS (E MENOS RADICAIS) DIRETRIZES DA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA + COMO OS FILHOS PODEM NAVEGAR SEGUROS + TV SEM CENSURA ACENDE ALERTA + 7 BRINQUEDOS PARA ESTA GERAÇÃO
INFÂNCIA high-tech
INFÂNCIA high-tech
Criança vegetariana:
Cinco lugares
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Nossa capaLaura, 7 anos, é filha de Edilene Pires Quintão e Edmilton Cavalcante Malagute.FOTO: Nidin Sanches
Raphaella, de 3 anos: ela já sabe assistir aos vídeos favoritos no smartphone que ganhou do pai neste ano
28seções
Primeiras palavras
Nossos leitores
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Eles dizem cada coisa
Canguru viu e curtiu
Corrente do bem
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Moda
Comprinhas
Viagens, modo de usar, por Luís Giffoni
História de mãe, por Thais Alencar
Para ler com seu filho, por Leo Cunha
Na Pracinha, por Flávia Pellegrini e Miriam Barreto
Padecendo no Paraíso, por Bebel Soares e Tetê Carneiro
Artigo, por Joyce Guimarães
Artigo, por Daniele Passagli
Crônica, por Cris Guerra
Reportagens
Alimentação | Saiba mais sobre o vegetarianismo na infância e seu impacto no desenvolvimento
Tecnologia | Comunidade pediátrica muda diretrizes para uso da tecnologia pelas crianças
Internet | Veja os cuidados para garantir a segurança do seu filho ao navegar na web
Televisão | STF gera polêmica ao mudar regra de classificação indicativa dos programas
Turismo | Cinco lugares, a menos de 150 km de BH, onde é possível se desconectar
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Benjamin, de 8 anos, é vegetariano: o garoto cortou a carne do cardápio por opção, sem influência da família
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Refúgio a 140 km de BH, a Fazenda Iáia: pomar cheio de frutas, lago com peixes, trilhas, animais e muitos brinquedos
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Na Port, a criatividade do seu filho não tem limite.
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SAVASSI - Av. Getúlio Vargas, 1.489 - (31) 3264-5745 / 3264-5748 - [email protected] | LOURDES - Av. do Contorno, 7.060 - (31) 3227-2277 - [email protected] | PRADO - Av. Tereza Cristina, 115 - (31) 3349-5050 / 3349-5051 - [email protected] | CENTRO - R. Espírito Santo, 801 - (31) 3213-3074 / 3213-2143 - [email protected] | BETIM - Av. Edméia Mattos Lazzarotti, 1.503 - Angola - (31) 3515-5575 - [email protected] BRASILIA - Saan Quadra 3/10 - (61) 2101-5060 | 2101-5067 - [email protected] | BRASILIA - SCR/Norte, Quadra 502, Bloco B, Loja 80 - (61) 3771-1670 ATENDIMENTO REVENDAS E PAPELARIAS: (31) 3349-5060 | ATENDIMENTO EMPRESAS:(31) 3349-5000 | LICITAÇÃO: (31) 3349-5040
4primeiras palavras
Tecnologia demais é ruim. De menos, tambémQUANTAS HORAS DE tela seu filho tem por dia? Quanto tempo ele gasta diante da TV, do computador, do tablet ou do celular? Se você é como eu — tem filhos que a-d-o-r-a-m o mundo on-line —, é muito provável que sua resposta supere os limites preconizados pelos pediatras. Mas como evitar que crianças nascidas em plena era digital sejam ávidas pelas novidades tec-nológicas? Especialistas das mais diferentes formações, de pediatras a pro-fessores, vêm sendo convocados, ao redor do mundo, para debater o tema. Todos estão em busca de respostas. A Canguru também.
Trabalhando na apuração da reportagem que se tornou capa desta edição, a repórter Rafaela Matias e a editora Cristina Moreno de Castro descobriram que a Academia Americana de Pediatria também estava debruçada sobre a questão, prestes a publicar novas referências para os pais. A dupla ficou em cima da entidade para dar a notícia em primeira mão aos nossos leitores. Fomos o primeiro portal brasileiro a dar a notícia, no dia 21 de outubro. E pudemos preparar esta edição especial sobre a “infância hi-tech”, com as re-comendações americanas que certamente terão repercussão global.
Faixa etária mínima para o uso da tecnologia e períodos aceitáveis de con-sumo diário, claro, ainda são preocupações dos médicos. Mas os parâmetros agora vão bem além das questões da idade e do tempo. Os próprios pediatras reconhecem que as modernidades tecnológicas trazem benefícios, como o estímulo ao desenvolvimento de determinadas habilidades. Há games que ajudam crianças e adolescentes a treinar o processo de tomada de decisões, a autonomia. E aplicativos que ajudam pequenos com dificuldades específicas, em disciplinas como português e matemática, a superarem seus limites.
Mais do que discutir o uso dos equipamentos tecnológicos, os especialistas parecem agora preocupados em debater a qualidade do conteúdo que as crian-ças acessam usando esses instrumentos. Pessoalmente, estou celebrando esse momento. Já passava da hora de a discussão ficar mais realista — e positiva.
Se tecnologia demais é ruim para as crianças, de menos, também. É o que dizem os especialistas. Não podemos apartar nossos filhos do contexto tecnológico em que nasceram. Afinal, eles precisam estar preparados para interagir nesta sociedade, que será cada vez mais digital. Cabe aos pais o de-safio de mostrar aos pequenos que existe um mundo off-line também muito divertido, como a experiência na roça que estamos sugerindo na matéria de turismo. Dica boa para quem já está planejando as férias de fim de ano.
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Ivana e os filhos Gabriel e Pedro
Ivana Moreira, DIRETORA DE REDAÇÃO
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DIRETORA DE REDAÇÃO: Ivana MoreiraEDITORA: Cristina Moreno de CastroEDITORA DE ARTE: Christina CastilhoPROJETO GRÁFICO: Christina Castilho (Mondana:IB)REPÓRTER: Rafaela MatiasESTAGIÁRIA: Daniele FrancoCOLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Cris Guerra, Leo Cunha, Luís Giffoni, Naiara PatríciaFOTÓGRAFOS: Gustavo Andrade e Nidin SanchesREVISORA: Thalita MartinsCOORDENADORA DE MARKETING: Camila CaponeESTAGIÁRIO DE MARKETING: Filipe CerezoATENDIMENTO AO LEITOR: Gabriela LinharesGERENTE COMERCIAL E ADMINISTRATIVA: Suellen MouraEXECUTIVOS DE CONTA: Bruno Diniz, Laura Ramos
A Canguru é uma publicação mensal da Scrittore Comunicação e Editora Ltda. CNPJ 12243254/0001-10, Rua Alberto Bressane, 223, Belo Horizonte/MG, CEP 30240-470
TIRAGEM: 25 000 exemplaresIMPRESSÃO: Log&Print Gráfica e Logística S.A.DISTRIBUIÇÃO: VIP BHGratuita na rede de escolas parceiras*.* Instituições particulares de educação infantil que se encarregam de enviar a revista aos pais de seus alunos na mochila dos estudantes. A relação das escolas parceiras pode ser consultada por anunciantes.
PARA ANUNCIAR Suellen Moura: (31) 3656-7818 . (31) 98651-2047 [email protected]
PARA FALAR COM A REDAÇÃO: mande e-mail para [email protected]
ENDEREÇO: Rua Rio Grande do Norte, 867 — sala 901, Savassi, Belo Horizonte — MG — CEP 30130-135.
(31) 3656-7818
Artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da revista e de seus responsáveis.
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DIRETOR EXECUTIVO: Eduardo FerrariDIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS: Ivana Moreira
Canguru
Há um ano recebo, graciosamen-te, a revista Canguru e a cada edição fico mais encantada. Que Deus abençoe a Ivana e toda a equipe. Os textos são sempre esclarecedores sobre os assuntos mais diversos de crianças. Para-béns a todos e obrigada por este presente mensal.— Maria de Lourdes Gouveia Castro
Dicas de filmes de Helvécio Ratton
Menino Maluquinho é motivo de muita emoção aqui em casa. Ainda mais para quem mora em BH e pode mostrar, infelizmente, que as casas maravilhosas onde o filme foi gravado se transfor-marão em prédios. Clara ama ir à escadaria da cena do pau de melado. Ahhh... poesia pura esse filme!— Luiza Fiorini
1º Canguru Kids
Recebo a revista todos os meses na escola onde trabalho e, desde que li a primeira, fiquei apaixo-nada com o conteúdo, virei fã incondicional. Tive a honra e o prazer de participar com toda minha família do 1º Cangu-ru Kids, meus filhos curtiram muuuuuito!!! Que venham pelo menos mais 100 anos de muito sucesso!!! Vocês merecem!!!— Lucélia Jaqueline Magalhães
Foi tudo perfeito. Obrigada por nos proporcionar momentos tão felizes. Ganhei a viagem para o Tauá Resorts. Megafeliz.— Tatiane Meirelles
Muito obrigado, equipe Cangu-ru! Foi tudo ótimo — inclusive o teatro do sábado, da promoção da Frozen!— Marcelo Cunha
Parabéns!!!! Tudo perfeito!!! Nosso dia foi mega especial!— Mariângela Magalhães
Amamos participar desse evento maravilhoso! Parabéns a toda a equipe da Canguru! Agora é es-perar pelos 2 aninhos.— Bruna Coelho
1º Seminário Canguru para Pais
Participei do seminário e estou maravilhada com tanta informação linda que recebi. Tudo indo muito ao encontro do que eu já venho vivenciando como mãe e busca-dora de autoconhecimento. Achei super hiper mega master plus ba-cana. Não conhecia nenhum dos palestrantes, tampouco seus traba-lhos, e saí muito satisfeita com o conteúdo. Gratidão imensa.— Thaís L. Mereu
FALE COM A CANGURUEntre em contato por e-mail: [email protected] deixe um comentário em
nossas redes sociais.
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Como ensinar meu filho a comer bem? Luiza Fiorini é a convidada do Encontro Canguru do mês de novembro
PAIS E MÃES até sabem o que faz bem e o que não faz na hora da alimentação das crianças. O difícil é ensinar aos pequenos a praticarem com prazer o que é correto. Gastrônoma especializada em alimentação infantil e embaixadora oficial em Belo Horizonte do projeto Food Revolution, de Jamie Oliver, nos-sa blogueira Luiza Fiorini vai compartilhar dicas práticas para revolucionar a rotina alimentar na casa dos leitores de Canguru. “Como ensinar meu filho a comer bem” é o tema da palestra que ela fará no Encontro Canguru deste mês. O evento será no dia 26 de novembro (sábado), às 10h30, no Anfiteatro do Pátio Savassi. As inscrições são gratuitas, mas as vagas são limitadas. Faça seu cadastro no cangurubh.com.br.
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www.cangurubh.com.brTodos os meses,
a Canguru promove seminários gratuitos sobre temas relacionados
à educação dos filhos. Fique atento à
programação dos próximos eventos.
promoção
Um ano de leite na sua casa Seus filhos adoram leite? Então você não pode perder essa promoção da Canguru em parceria com o movi-mento Beba Mais Leite e com a Itambé. Em novembro, leitores da Canguru vão poder participar da promoção “Um ano com leite” e receber em casa, gratuitamente, 1 caixa com 12 litros de leite por mês durante um ano. “A desinformação sobre o leite tem levado a uma redu-ção no consumo de lácteos pelas crianças, especialmen-te das classes de maior poder aquisitivo”, alerta Flávia Fontes, que é veterinária, editora-chefe da revista Leite Integral e idealizadora do movimento Beba Mais Leite. “Crianças que não consomem lácteos podem apresentar deficiência de vitamina D.” Confira as regras para parti-cipar da promoção no cangurubh.com.br.[2]
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Miniblogueiras de Beagá No dia 15 de novembro, o Instagram vai ganhar a nova plataforma MINI BLOGUEIRAS BH, que reunirá 13 me-ninas, de 1 a 12 anos, que já tinham contas na rede social mostrando a moda infantil para cada idade. O site da Canguru traz uma reportagem sobre a iniciativa e a opi-nião de Cláudio Paixão, professor da UFMG e doutor em psicologia social, sobre os benefícios e prejuízos da expo-sição das crianças na web. Leia em cangurubh.com.br.
promoção
Escolas em festa!EM NOVEMBRO, A Can-guru tem uma surpresa para as escolas. Em par-ceria com a Casa do Sol Festas Infantis, iremos ofe-recer uma festa para até cem pessoas para a escola que mais pontuar em nossa gincana.
Quer saber como sua escola poderá participar? Acesse cangurubh.com.br e veja os detalhes! O resultado será divulgado no dia 30 de novembro.
NA CBN Às terças e quintas, às 10h40, acompanhe ao vivo o boletim Canguru: criando
filhos em BH. Todos os áudios estão disponíveis no portal cangurubh.com.br.
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Próxima missão: Em clima de NatalAssim que termina a Semana das Crianças, todas as lojas e shoppings já começam a se enfeitar para o Natal. Sua criança fica na ex-pectativa? Já está escrevendo cartinha para o Papai Noel? Ajudando a enfeitar a casa? Encantada com os pinheiros? Compartilhe uma foto de seu filho ou filha no clima natalino e marque a #cangurubh para escolhermos algumas imagens para a edição de dezembro.
No dia 15 de outubro, celebramos os professores que ensinam tanta coisa aos nossos pequenos. Pedimos que a foto do mês, marcada com a hashtag #cangurubh, fosse uma homenagem à mestra do coração. Veja quantos alunos espertos apareceram!
Clarinha, 4, só fala na “tia” Paloma em casa, segundo @ednaraguimaraes: "Tia Paloma que falou, tia Paloma faz assim, tia Paloma isso e aquilo..."
Laryssa, de 7 anos, e Bruno, de 8, ao lado da professora Roseli, do Colégio São José, em clique de @analuizacbarros
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Giuseppe, de 9 anos, e Clara Adélia, de 5, ao lado de Raquel Botelho Faria. O clique é de @conceicaozulcom
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DAVI, 3 anos, é irmão do Tomás, de 1 ano, e filho de Daniel Amorim e Lorena Amorim.
Na brincadeira, eu sou o papai, a mamãe é a filha e o Tomás pode ser o cachorro!
ANTHONY, 3 anos, filho de Victor Hugo Brandão e Vanderléia de Oliveira.
GIOVANNA, 4 anos, filha de Marlon Costa e Luciana Costa.
ARTHUR, 4 anos, filho de João Batista de Sousa Lima e Luciana de Sousa Lima, oferecendo um marshmallow.
Se você perdeu a paciência, temos que
achar...
CATARINA, 4 anos, filha de Fernando Braga da Silva e Bruna Gontijo Pellegrino.Mamãe, não me dá quiabo. Isso é coisa de adulto!
Se seu filho também diz pérolas, envie a frase para o e-mail [email protected].
Vocês aceitam um "marchinelo"?
Eu não comi milho-verde. Ele é amarelo!
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Novembro chegou e é hora de se vestir de azul para promover a conscientização sobre o câncer de próstata. Segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, atrás ape-nas do câncer de pele não-melanoma, a doença matou mais de 13 mil homens em 2013, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
É preciso estar atento a esse tipo de tumor, uma vez que alguns se espalham pelos demais órgãos e levam à morte do pa-ciente. A proposta da campanha Novembro Azul é justamente esta: conscientizar acerca da importância do acompanhamento médico, que deve ser feito por homens a partir dos 50 anos, sendo que para os gru-pos de risco (homens negros ou com histórico fami-liar) essa idade diminui para 45 anos.
O acompanhamento médico de prevenção é fei-to através de dois exames: o urológico, conhecido como exame de toque, e o exame laboratorial de análise de PSA.
O PSA, sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico, é uma proteína encontrada no sangue do homem e produzida pela próstata. Em níveis maiores
do que o
normal, pode indicar alterações
no órgão, que não sig-nificam necessariamente
câncer. O médico infectologista Adelino Melo Freire Jr., um dos gerentes do Labora-
tório São Marcos, indica a importância da associação dos dois exames na prevenção do câncer de prósta-ta. “É muito importante que se tenha a consciência de que o PSA sozinho não indica câncer, portanto, é necessária a associação dele ao exame urológico para que o resultado seja assertivo”, alerta.
Durante esse mês, o Laboratório São Marcos vai oferecer um pacote promocional de check-up labora-torial Ele e Ela. Homens acima de 50 anos poderão re-alizar gratuitamente o exame de PSA durante todas as segundas feiras de novembro, em todas as Unidades São Marcos. Para mais informações, entre em contato com o laboratório pelo telefone 2104-0100.
Para o bem do papai, do titio
e do vovô
Resultados com precisão e carinho.
Responsável técnico: Dr. Cláudio M
. M. Cerqueira - CRM
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Tudo em casa é mais confortável.Até fazer exame ou vacina.
Agende sua coleta e vacina domiciliar e cuide da saúde com mais comodidade.
Tudo em casa é mais confortável.Até vacinar.Para o serviço de vacinas, o horário de atendimento domiciliar foi estendido. Aproveite para se proteger sem sair de casa.
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Pequena chef Os pequenos também gostam de cozinhar, co- mo já vimos no Master Chef Junior. Mas, mes-mo não sendo nenhuma novidade, não há como não se derreter com essa pequena fofura cozinhan-do (e comendo). Assista usando o link abaixo ou nosso QR Code. Deu até uma fominha. Hum...
Ou acesse bit.ly/PequenaChef
Histórias para ouvirSeu filho é apaixonado por histórias infan-tis? Então você vai adorar esta descoberta! O site do Ministério da Cultura colocou no ar 120 histórias em áudio para download gratuito. Você pode procurar as narrati-vas por nome, autor ou tema. Uma ótima maneira de entreter a criançada e soltar a imaginação! Para baixar, acesse o link abaixo ou use nosso QR Code.
Ou acesse bit.ly/HistoriasParaOuvir
EDIÇÃO Camila Capone
O QUE ESTÁ ROLANDO DE ÚTIL, DIVERTIDO OU CURIOSO NA WEB E NAS REDES SOCIAIS
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Bebê fotógrafoFilho de peixe, peixinho é? Parece que sim. Ao menos é o que diria o fotógrafo inglês Timothy Jones, que ensinou o seu pequeno Stanley a usar sua antiga câmera fotográfica. Se surpreenda com as belas fotos de vários ângulos interessantes feitas pelo peque-no, utilizando o link abaixou ou nosso QR Code. O baixinho leva jeito!
Ou acesse bit.ly/BebeFotografo[3]
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Perspectiva artística. Este material tem caráter meramente ilustrativo por se tratar de bem a ser construído. O mobiliário, e os equipamentos e itens decorativos não fazem parte do contrato de compra e venda. Os materiais e cores representados poderão sofrer pequenas
alterações sem prévio aviso em função da disponibilidade dos mesmos no mercado. Contrato padrão e demais condições estão disponíveis em nosso plantão de vendas. As condições ora indicadas poderão sofrer alterações sem prévia comunicação ou anuência dos
interessados, para adequação ao mercado. Valor de mensal apresentado refere-se ao imóvel de 2 quartos, à unidade 104 bloco 5 do empreendimento Spazio Parthenon. Tabela de out/2016. Plano composto de sinal no valor de R$ 1.400,00 + 26 mensais no valor de R$
599,00 e parcela de financiamento no valor de R$ 162.000,00 , saldo devedor corrigido mensalmente pelo INCC, que poderá ser financiada na Caixa Econômica Federal, mediante avaliação e aprovação de crédito do banco a ser contratado. O citado valor não engloba impostos, taxas e reembolsos, contratualmente previstos. Preço para compra à vista: R$ 180.000,00. Consulte as regras e limites estipulados pela instituição financeira. Oferta válida até 30/11/2016 ou enquanto durarem os estoques. Esta oferta não é cumulativa com outras promoções. *Consulte condições de financiamento do Programa Minha Casa Minha Vida dentro do seu perfil. RI nº: RI: 118249 -6º Oficio Registro de Imóveis de Belo Horizonte
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Chá de fraldas para bebês em abrigosDesde o dia 28 de outubro, está no ar a campanha Chá de Fraldas Servas, em parce-ria com a Drogaria Araujo, para reco-lher artigos de ne-cessidade básica, como roupinhas, fraldas e sabone-tes. Esses itens são distribuídos nos 12 abrigos de Belo Horizonte, onde estão pequenos de 0 a 6 anos que tiveram de ser afastados dos pais por terem sofrido violência familiar, abuso sexual, ou ou-tra situação de grande dificuldade, e sempre por determinação judicial. "São bebês e criancinhas que chegam aos abrigos em situação de extrema fragilidade em função de um histórico de violação de seus direitos básicos", explica Cristina Aires, diretora de assistência social do Servas. Para ajudar os pequeninos, basta acessar www.araujo.com.br/servas e escolher os produtos que deseja doar.
POR Rafaela MatiasCOLABOROU Daniele Franco
Saúde em primeiro lugarConhecida por suas ações sociais, a Igreja do Carmo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, oferece atendimento pediátrico às crianças de baixa renda pelos valores simbólicos de R$ 20 (consulta) e R$ 10 (retorno). Com os documen-tos da criança e comprovantes de endereço e de renda, famílias carentes podem agendar uma consulta com óti-mos profissionais de pediatria, en-tre eles profes-sores e médicos e x p e r i e n t e s . Para continuar oferecendo o ser-viço, a igreja conta com doações. Sai-ba como ajudar pelo site www.igrejadocarmo.com.br ou pelo telefone 3221-3055.
Salvando infâncias[1]
NÚMEROS DIVULGADOS PELA Uni-cef trazem um alerta sobre a importância de ajudarmos pequenos cidadãos deslocados. O relatório informa que quase 50 milhões de crianças e adolescentes de todo o mundo vivem fora de seu país de origem ou foram obrigados a fugir de suas casas por conta da violência, de guerras ou conflitos. Um exem-plo foram os 72 sírios, incluindo crianças, que pediram asilo em Belo Horizonte nos últimos 12 meses. A maior parte deles, segundo a Po-lícia Federal, foi acolhida pela Igreja Sagrado Coração de Jesus, no Funcionários. Os inte-ressados em contribuir com o trabalho da pa-róquia devem entrar em contato pelo telefone 3222-1817.
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Crianças refugiadas sírias em escola no norte da Jordânia
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O livro que ensina a dividir
Aniversário, Dia das Crianças... O ano inteiro é rechea-do de datas para presentear as crianças e os brinquedos são quase sempre a primeira opção. Claro, elas querem brin-quedos novos! Você que é pai ou mãe certamente já teve dificuldade para conter o ímpeto do seu filho em ganhar um carrinho, uma bola ou uma boneca novos — algo pelo qual ele logo poderá perder o interesse. Ou já enfrentou a fase em que o pequeno não quer dividir nada.
Autora de livros infantis, Marismar Borém viveu essas experiências com seus filhos e, inspirada na própria rotina de mãe, escreveu o livro “Bia e o Brinquedo do Lado de Lá”. Contando a história da menina Bia, Marismar encontrou uma forma de ajudar outros pais a mostrarem às crianças que elas podem se divertir construindo os próprios brin-quedos e dividindo o que têm com irmãos, primos e amigos.
“Bia e o Brinquedo do Lado de Lá” é um exemplo claro de um livro “Pedagogicamente Responsável”, chancela con-cedida pela Associação Educore a conteúdos que ensinam às crianças conceitos importantes para sua formação huma-na. Gostou dessa proposta e quer saber mais? Acesse o site da Educore, entenda o que é o selo “Pedagogicamente Responsável” e faça parte você também deste movi-mento pela infância.
Um exemplo Pedagogicamente Responsável
www.educore.org.br
Propaganda enganosa? Uma prática comum entre
os pais que querem garantir uma vida saudável para os fi-lhos é o armazenamento do sangue do cordão umbilical do recém-nascido para que as cé-lulas-tronco sejam usadas no tratamento de possíveis doen-ças no futuro. Mas a Associação Brasileira de Hematologia, Hemote-rapia e Terapia Celular emitiu nota oficial declarando que “os bancos privados brasileiros têm alimentado um comércio baseado em propa-ganda enganosa”. O sangue do cordão umbilical, quando utilizado no próprio indivíduo, é ineficaz no tratamento de muitas doenças, como a leucemia. Mesmo quando o tratamento é possível, o gasto é des-necessário, já que os pais podem acionar a rede pública, que possui bancos públicos de armazenamento de sangue de cordão umbilical e placentário desde 2004. Vale lembrar que a compatibilidade neces-sária para o transplante de células-tronco do sangue de cordão um-bilical é menor do que a requerida para transplante de medula óssea.
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dos jovens brasileiros entre 13 e 17 anos, de escolas públicas e particula-
res, já sofreram algum tipo de BULLYING, segundo pesquisa do IBGE feita em 2015 e divulgada em agosto deste ano. No estudo anterior, de 2012, a porcentagem era de 35,3%.
Parto internacional JÁ SÃO TANTAS grávidas brasileiras querendo
ter seu parto nos Estados Unidos que, há um ano, foi aberta a clínica SER MAMÃE EM MIAMI, que ajuda as mulheres que têm esse desejo, integrando serviços médi-cos, obstétricos e pediátricos. A equipe já realizou o parto de mais de cem mamães e o número de interessadas aumentou
35% nos últimos meses, de acordo com o diretor, Wladimir Lorentz. Para saber mais, acesse sermamaeemmiami.com.
Mãe, já acabei! Não é um assunto muito agradável para a
maioria das pessoas, mas se tem alguém que se preocupa com o aspecto das fezes das crianças são as mães e os pais. Até os formatos indicam se os pequenos estão saudáveis ou se há motivos para preocupação. Confira:
›› Bolinhas: indicam falta de fibras e líquidos.
›› Comprido, cilíndrico e com rachaduras: in-dica que as fezes permaneceram muito tempo no cólon. É necessário consumir mais água e frutas.
›› Comprido e com algumas rachaduras na superfície: considerado normal, mas pode in-dicar princípio de desregulação nos processos intestinais. É preciso beber mais água.
›› Comprido, macio e em formato cilíndrico: é o ideal. Indica bom trânsito intestinal.
›› Com gotas macias e divididas: aponta carên-cia nutricional e desidratação. Introduzir mais legumes cozidos, grãos, aveias e frutas.
›› Totalmente líquido: indica diarreia. É preciso ingerir bastante líquido, evitar alimentos gor-durosos e ficar de repouso.
Fonte: Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED)
Veja mais informações sobre esse assunto em cangurubh.com.br FO
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Sucesso nas passarelas adultas, o estilo boho (expressão de origem francesa, associada aos ciganos) agora também chegou ao universo infantil. Com looks inspirados nos hippies dos anos 70, as peças trazem influências ciganas, como as estampas miúdas e os tecidos fluidos. As crianças ficam lindas, leves e soltas, como mostra Milena Vitória Diniz de Resende, de 9 anos, que veste chapéu da loja Ornatus. POR Rafaela Matias
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24 Canguru . NOVEMBRO 2016
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26 Canguru . NOVEMBRO 2016
4alimentação
No meu prato não vai bichinho
“ELES MATAM UM bicho pra eu comer essa carne. Eu não preciso comer bicho morto”, responde cate-goricamente o pequeno Benjamin, de 8 anos, ao ser perguntado sobre sua decisão de se tornar vegetaria-no. Desde bebê ele se recusava a comer carne, o que gerou preocupação na família. “Quando começamos a introduzir carne na dieta dele, percebemos que ele comia com muita falta de vontade, até o dia em que parou de vez de aceitar”, relata a mãe do menino, Ana Tereza Carneiro, designer e sócia do Padecendo no Paraíso. Detalhe: Benjamin é o único na família que segue uma dieta restritiva.
A mãe conta que a pediatra que acompanha o ga-roto desde bebê nunca apresentou objeções à forma de ele se alimentar — ao contrário, ela incentivou o acompanhamento de perto e afirmou que seria me-lhor não forçá-lo a comer algo que ele não queria.
A preocupação da família, no entanto, é natural, de acordo com a nutricionista Gláucia Hübner. “A carne é fonte de muitos nutrientes importantes para o desenvolvimento da criança”, diz a nutricionista, que acrescenta que, mesmo substituindo as proteínas da carne por proteínas vegetais, “suprir o conjunto de nutrientes é impossível”.
Saiba mais sobre o vegetarianismo na infância e qual o impacto no desenvolvimento dos pequenosPOR Daniele Franco
Benjamin não come carne desde pequeno, por opção, e é acompanhado de perto pela pediatra
Diferentemente de Benjamin, algumas crianças seguem dietas vegetarianas ou veganas por influên-cia da família. Nesses casos, de acordo com Gláucia, é preciso prestar ainda mais atenção à saúde dos pe-quenos. “Adultos com dietas restritivas costumam tomar suplementações, muitas vezes sem supervi-são, de sulfato ferroso e vitamina B12, que são en-contradas na carne. Mas não se pode simplesmente comprar o remédio na farmácia e dar à criança sem supervisão de um nutricionista ou médico”, alerta. O ideal, segundo ela, é que um profissional analise as individualidades da criança e prescreva a melhor maneira de substituir os nutrientes necessários.
Flávio Capanema, nutrólogo pediátrico do Ins-tituto Mineiro de Obesidade, diz que a suplemen-tação alcança níveis satisfatórios de substituição dos micronutrientes presentes na carne. “A eficácia é muito boa, mas deve ser feita acompanhada da supervisão de um profissional, que irá avaliar a criança de acordo com a fase e as necessidades para o desenvolvimento correto.”
Ele aponta o vegetarianismo como uma alterna-tiva interessante, já que os hábitos vegetarianos costumam ser saudáveis e dificilmente uma criança ficará obesa seguindo esta dieta, inclusive quando atingir a fase adulta. “Do ponto de vista da macro-nutrição, quando se fala em proteínas e carboidra-tos, o vegetarianismo é bastante vantajoso, já que as crianças adquirem calorias saudáveis.”
Entretanto, Capanema alerta para os riscos das microdeficiências, que são faltas de vitaminas e sais minerais. “Vitaminas e sais minerais como o ferro, o zinco e a vitamina D, são mais bem absorvidos pelo organismo quando têm origem animal, e a B12 é encontrada exclusivamente nesses alimentos.”
O pediatra Joel Lamounier, secretário do Comi-tê de Nutrologia da Sociedade Mineira de Pediatria, vai além, ao afirmar que os danos causados pela falta dos nutrientes da carne são irreparáveis: “O que o corpo absorve de bom ao comer carne é fun-damental para o desenvolvimento cognitivo da criança, que pode desenvolver problemas de apren-dizado na fase em que ela tem melhor capacidade de assimilação. Se esse potencial não é desenvolvi-do na infância, não será mais”. =
para ficar alertaVeja alguns sintomas que podem surgir se a suplementação não for correta:
›› CARÊNCIA DE VITAMINA B12: Caracteriza-se pela perda da memória, dificuldade de apren-dizado, aumento do risco cardiovascular e da formação de coágulos, depressão, cansaço, per-da de peso, má absorção de nutrientes e queda da imunidade.
›› EXCESSO DE B12: Acne e aumento do risco de câncer.
›› CARÊNCIA DE FERRO: É caracterizada por fra-queza, pele pálida, dores de cabeça, queda de cabelo, unhas fracas, baixa imunidade, intestino preso, taquicardia, inchaço das pernas, língua vermelha e lisa.
›› EXCESSO DE FERRO: Aumento do risco cardio-vascular, podendo favorecer a obstrução das ar-térias. Induz também ao câncer e piora a micro-biota intestinal, comprometendo a imunidade.
Fonte: Nutricionista Gláucia Braga Hübner Gonçalves
4tecnologia
Novas recomendações da Academia Americana de Pediatria aumentam tempo de tela na rotina das crianças e reconhecem benefícios da tecnologia POR Rafaela Matias e Cristina Moreno de CastroCOLABOROU Naiara Patrícia
Geração conectada
28 Canguru . NOVEMBRO 2016
As irmãs Laura, 7, e Helena, 2: sem dificuldades para encontrar os vídeos que querem ver no YouTube
Geração conectada
NOVEMBRO 2016 . Canguru 29
FOTO: NIDIN SANCHES
NADA DE CONTATO com telas para crianças menores de 2 anos. Para as maiores, apenas duas horas por dia diante de tevê, tablet ou celular. Você já deve ter ouvido essas regras do pediatra do seu fi-lho, e ele estava apenas seguindo as recomendações de entidades médicas internacionais, estabelecidas ainda na era pré-tablet. Mas tudo acaba de ser re-visto: um documento oficial divulgado no último dia 21 pela Academia Americana de Pediatria (AAP) reconhece que a geração mais nova já nasce imersa em um mundo tecnológico que pode, sim, trazer benefícios para o desenvolvimento dos pequenos, se aproveitado sem excessos.
As novas diretrizes se preocupam menos com o tempo de uso dos aparelhos e mais com os conte-údos acessados e a importância de sempre haver o acompanhamento dos pais. E, embora ainda desta-quem que as evidências de benefícios para crianças menores de 2 anos — que passam por um período crucial do desenvolvimento do cérebro — sejam limitadas, as novas recomendações afirmam, por exemplo, que a interação de um bebê de 16 meses com o pai via Skype não deve ser desencorajada (veja quadro na página seguinte).
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) deve lançar suas próprias recomendações, pensadas para a realidade e a cultura locais, no início de 2017. Enquanto isso, a comunidade pediátrica brasileira segue e endossa as recomendações de entidades in-ternacionais, como a AAP. “Estamos acompanhan-do essa transição. Nós, médicos, precisamos refle-tir sobre como oferecer tecnologia de uma forma não deletéria para uma criança que já nasce em um mundo tecnológico”, diz a neuropediatra Liubiana Arantes, que é presidente do Departamento Cientí-fico de Pediatria do Desenvolvimento e Comporta-mento da SBP e professora da Faculdade de Medi-cina da UFMG. 4
30 Canguru . NOVEMBRO 2016
NOVA ERA: Em 1970, as crianças começavam a assistir com frequência à TV aos 4 anos de idade; hoje, crianças começam a interagir com mídias di-gitais aos 4 meses de idade.
ANTES DOS 2: As crianças ainda estão de-senvolvendo habilidades cognitivas, de linguagem, motoras, sociais e emocionais, que requerem ex-ploração prática do mundo e interações sociais com seus cuidadores. Por isso, o acompanhamento dos adultos continua crucial para que as crianças aprendam, efetivamente, a partir das mídias digitais.
LIMITE: O ideal é limitar em até uma hora por dia o uso de mídias digitais por crianças de 2 a 5 anos.
Segundo a médica, as recomendações anteriores eram muito radicais e geravam culpa nos pais. O importante, na visão da SBP, é individualizar o pa-ciente, e não criar regras de “pode ou não pode”. “Se a mãe precisa fazer alguma coisa e não pode brincar com o filho, tudo bem ela colocá-lo para ver algo adequado para sua idade durante 15 minutos”, exemplifica a neuropediatra. Ela também destaca a importância de os pais acompanharem as crianças durante o uso do tablet e de pesquisarem antes se o conteúdo é adequado.
Em busca do equilíbrioA questão mais importante, segundo as novas di-
retrizes, é encontrar o equilíbrio e evitar o excesso de tecnologia em detrimento de outras atividades impor-tantes, como dormir, fazer exercícios físicos e brincar no mundo off-line (veja quadro na página 32).
É também a preocupação da relações públicas Edilene Pires Quintão, mãe de Laura Pires Malagute, de 7 anos, que é conectadíssima, como as crianças de sua geração. Edilene incentiva a autonomia da filha, mas teme o exagero: “Eu acho muito legal o interesse
conheça as novas diretrizes
Fonte: Academia Americana de Pediatria
BENEFÍCIOS›› 15 MESES: A partir dessa idade, as crianças
podem aprender palavras novas usando inter-
faces touchscreen que as estimulem a intera-
gir e escolher respostas, mas têm dificuldade
de transferir esse conhecimento para o mun-
do em três dimensões.
›› 16 MESES: A partir dessa idade, é até reco-
mendável que crianças participem de video-
chats com adultos, como seus pais. Elas podem
até aprender palavras com essa experiência.
›› 3 A 5 ANOS: Programas de TV educativos
melhoram os resultados cognitivos, linguísti-
cos e sociais para crianças dessa faixa etária,
que podem aprender alfabetização, matemá-
tica e habilidades sociais.
MALEFÍCIOS›› TV em excesso para crianças pequenas pode
gerar atrasos no desenvolvimento cognitivo,
de linguagem e social/emocional.
›› Mídia em excesso está ligada ao risco de de-
senvolver obesidade, problemas cardiovascu-
lares e distúrbios de sono, dentre outros.
Acesse as novas diretrizes na íntegra em cangurubh.com.br
da Laura, ela já faz até pesquisas escolares sozinha pelo laptop. Mas, se deixar, ela fica o dia inteiro co-nectada, e isso me preocupa”. Antes mesmo de saber escrever no papel, Laura sabia procurar os vídeos da Galinha Pintadinha no smartphone, digitando, ela mesma, as letras necessárias para encontrar a ani-mação. Hoje, a pequena tem seu próprio aparelho celular e sonha em ser blogueira. Sua irmãzinha de 2 anos e meio, Helena, vai por caminho parecido e, assim como a mais velha, sabe manusear os aparelhos e consegue escolher, sem ajuda, os vídeos que deseja assistir no YouTube.
A pequena Gabriela, de 6 anos, também começou a brincar com um smartphone bem novinha, aos 3
anos, e aos 5 ganhou seu próprio aparelho. “Ela pos-sui uma facilidade incrível para lidar com a tecno-logia: entra em sites, utiliza jogos, assiste a vídeos, sempre com minha supervisão”, diz a mãe, a bancária Viviane Guerra. “Mas o uso é limitado. Acho de suma importância esse desenvolvimento das crianças em relação a esse grande avanço tecnológico, desde que não deixem de se divertir com seus brinquedos e de se relacionar com outras crianças.”
Já Raphaella Beatriz, de 3 aninhos, foi a mais pre-coce de todas: seu pai, o microempresário Webert Ra-fael, 33, deu a ela um iPhone 6. O que a pequena mais gosta de fazer com o smartphone é assistir a vídeos educativos.4FO
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NDR
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Raphaella, 3, gosta de assistir a vídeos educativos no smartphone
NOVEMBRO 2016 . Canguru 31
32 Canguru . NOVEMBRO 2016
Tecnologia nas escolasAs educadoras Roberta e Taís Bento do projeto
Socorro, meu filho não estuda, apostam na tecnologia como meio para o desenvolvimento de habilidades importantes. “É comprovado o desenvolvimento de habilidades como tomada de decisão e redução no tempo de reação entre jogadores de videogame”, afir-ma Roberta, que atua há 33 anos com pesquisas na área de educação, participando de projetos educacio-nais pelo mundo e desenvolvendo parcerias com uni-versidades dos Estados Unidos.
Outra instituição que levanta a bandeira em defesa do uso de mídias digitais no aprendizado é a rede de apoio escolar Ensina Mais, que atende crianças a partir de 6 anos. “Quando a criança está com dificuldades de aprendizado por ter a atenção difusa, ferramentas on-line podem contribuir muito, já que possibilitam o uso de cores, sons e formas para reter a atenção. Podemos usar um áudio que faz relação com o que a criança está lendo, aguçando os sentidos e favorecen-do a memorização”, afirma a psicopedagoga Thalita Tomé, coordenadora pedagógica da rede.
Para encontrar a medidaVeja algumas sugestões da AAP para as famílias que vão introduzir a tecnologia na vida dos pequenos:›› Evite uso de mídia digital, exceto videochat, por crianças com menos de 18 meses.›› Para aquelas com 18 a 24 meses, introduza a tecnologia escolhendo programas de qualidade e use a mídia junto
com seu bebê.›› Não se sinta pressionado a introduzir tecnologia cedo; as interfaces são intuitivas, e as crianças aprendem rapi-
damente a usar, tão logo começam.›› Para crianças de 2 a 5 anos, limite as telas a uma hora por dia; fique junto delas durante o uso, ajudando a criança
a entender o que está vendo para que ela possa aplicar no mundo off-line. ›› Evite programas de ritmo muito acelerado, aplicativos com muita distra-
ção ou qualquer conteúdo violento.›› Desligue os aparelhos quando não estiverem sendo usados.
›› Evite usar a mídia como única forma de acalmar seu fi-lho, embora seja uma estratégia útil em alguns momentos,
como durante um voo.›› Monitore o conteúdo da mídia que seu filho está ven-do e quais apps foram baixados por ele. Teste os aplica-tivos antes, brinque junto e pergunte ao seu filho o que ele acha daquele joguinho.›› Nada de telas para os filhos — e os pais! — durante as refeições, na hora de ir para a cama e durante as brincadeiras em família.
›› Uma hora antes de dormir, retire os aparelhos do quar-to da criança. =
Fonte: AAP
34 Canguru . NOVEMBRO 2016
4Internet
O perigo a um clique
QUASE METADE DAS crianças e adolescentes bra-sileiros exibe seu perfil em redes sociais no modo pú-blico, e 76% revelam o sobrenome. Esses dados alar-mantes foram constatados pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), que atua junto à Unesco, em pes-quisa divulgada em outubro deste ano. O estudo, que ouviu jovens de 9 a 17 anos entre 2015 e 2016, tam-bém descobriu que muitas crianças revelam onde es-tudam (40%), informam na web seu número de tele-fone (31%), o lugar onde estão no momento (30%) e até onde moram (23%).
Se a internet já é uma realidade inevitável na vida das crianças em idade escolar, é importante que os pais saibam como tornar esse ambiente virtual mais seguro. E, segundo a pesquisa, parece que essa preo-cupação está presente na maioria dos lares: 63% afir-mam ficar por perto enquanto os filhos utilizam a in-
ternet, e 74% ensinam a eles jeitos de navegar com segurança.
“Se a criança usa alguma rede social, o que não é aconselhável para menores de 13 anos, os pais devem estar atentos sempre. Ter a senha de acesso e conferir amizades suspeitas, como pessoas mais velhas que os pais não conheçam, são cuidados essenciais para evi-tar os perigos da internet”, aconselha Frederico Abe-lha, titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de Belo Horizonte.
O professor de segurança digital da UFMG Leo-nardo Barbosa diz que o ideal é impor limites de for-ma moderada: “É importante que a criança não seja exposta, mas também que não se sinta alheia, por isso é fundamental conversar abertamente sobre as restri-ções e explicar o motivo de elas serem aplicadas.”
Um dos principais motivos é a pedofilia, que ga-nhou força com o uso cada vez maior da internet pe-
Os pais agora têm a responsabilidade extra de cuidar da segurança e da privacidade dos filhos na webPOR Daniele Franco e Cristina Moreno de Castro
um clique
FOTO
S: IS
TOCK
IMAG
E
las crianças. O promotor de justiça Casé Fortes, um dos maiores expoentes no combate à pedofilia no país e autor do livro Todos Contra a Pedofilia, aponta a falta de supervisão das crianças na internet como um gran-de fator de risco para a segurança. “É importante estar atento a todas as amizades e aos conteúdos que os fi-lhos consomem na internet, pois o criminoso procura maneiras de criar laços afetivos com a vítima, ganha confiança, para depois começar a se comportar de maneira suspeita e buscar um encontro físico”.
A pesquisa do Cetic ilustra a facilidade para fisgar os internautas inocentes: 39% das crianças já adicio-naram à lista de contatos pessoas que não conheciam pessoalmente e 18% chegaram a se encontrar pessoal-mente, com alguém que conheceram na internet.
A psicóloga Izabela Roman, especialista em casos de abuso infantil, aponta para a importância de uma relação aberta entre pais e filhos, na qual os adultos, além de protegerem dos perigos, sejam solícitos a res-ponder às dúvidas das crianças. “Se uma criança se depara com um cenário desconhecido na internet, como imagens de nudez, ela vai procurar saber sobre o assunto, e, se os pais não se mostrarem disponíveis, ela vai procurar em fontes não tão seguras”.
A responsabilidade dos paisOs cuidados com a exposição das crianças na
internet também valem para você, papai ou mamãe que adora postar as fotos dos seus filhos no Facebook ou Instagram assim que eles nascem. Recentemente, uma adolescente austríaca de 18 anos entrou na Jus-tiça contra o pai pedindo que todas as suas fotos de criança fossem removidas da internet, alegando que são constrangedoras. A Justiça brasileira terá traba-lho para julgar algum caso parecido, se essa discussão chegar ao país: “Desde que o Marco Civil da Internet entrou em vigor, a liberdade de expressão prevista por ele entrou em choque com os artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente e do tratado internacional de proteção aos direitos da criança, que preveem o direito à preservação da imagem, do nome e de todos os aspectos da vida privada da criança”, diz Fabrício Polido, professor da Faculdade de Direito da UFMG. Na dúvida, pense sempre em preservar a privacidade do seu filho — se não pelo risco de ser processado por ele no futuro, ao menos para garantir sua segu-rança no presente!
NOVEMBRO 2016 . Canguru 35
Para reduzir riscos›› Manter atualizados antivírus, antispams e anti-
malwares e ter cuidado ao clicar em links, espe-cialmente de desconhecidos, e ao criar senhas.
›› Respeitar restrições de idade das redes sociais. ›› Configurar a privacidade dos filhos nas redes
sociais. ›› Orientar os filhos a não se relacionarem com es-
tranhos e a nunca fornecerem informações pes-soais sobre eles próprios e membros da família.
›› Instruí-los a não divulgarem informações sobre hábitos familiares nem de localização.
›› A jamais marcarem encontros com desconheci-dos sem estarem acompanhados de um adulto de confiança.
›› A terem cuidado no uso da webcam. ›› Instalar jogos de fontes confiáveis, com muitos
usuários e bem-avaliados. ›› Ver comentários de outros usuários antes de ins-
talar jogos. ›› Antes de postar foto do seu filho nas redes so-
ciais, pensar na intimidade da criança e utilizar configurações de privacidade, postando apenas para grupos de familiares ou amigos.
›› Alguns aplicativos, como o Kidslink, permitem criar grupos para compartilhamento de imagens que somente podem ser acessadas por quem possui o aplicativo instalado. Quando essas ima-gens são postadas em redes sociais, o aplicativo remove os metadados, excluindo informações que possam identificar, por exemplo, onde foram tiradas (geolocalização).=
Fonte: Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2014
36 Canguru . NOVEMBRO 2016
4televisão
Classificação livre?
UMA NOVELA COM conteúdo violento ou sexual, não recomendada para crianças, agora pode ser exi-bida sem cortes nos horários em que os pequenos estão com os olhos grudados na tevê, de manhã ou à tarde. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 31 de agosto, tornar a classifi-cação indicativa uma mera recomendação. A Corte acirrou uma polêmica que já existe há dez anos, ao deixar a cargo apenas das emissoras de TV aberta a escolha dos horários de exibição dos programas, sem a obrigatoriedade de levar em conta os padrões definidos pelo Ministério da Justiça (veja o quadro página 38). Na programação paga, essa exigência já não existia, principalmente porque os pais podem bloquear conteúdos com senha.
Para votar a decisão, a maioria dos ministros do STF defendeu que seria inconstitucional, por configu-rar uma espécie de censura, o dispositivo do Estatuto da Criança e do Adolescente que estabelece multa e suspensão às emissoras que exibirem programas em horário diverso do recomendado.
O procurador da República Fernando de Almeida Martins discorda. “Nenhum direito é absoluto. Seria censura se fosse proibida a exibição de um conteúdo, e não era o que acontecia”, defende. Isso porque as emissoras eram livres para passar o conteúdo que queriam, desde que nos horários apropriados. Para o procurador, a definição do horário era uma forma de proteger os pequenos: “O Supremo realmente agiu de
forma a retroceder o mecanismo de proteção à criança e ao adolescente”.
Principal interessada no imbróglio, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) já se havia se posicionado diversas vezes defendendo que a classificação indicativa servisse apenas como informação, “por entender que o Estado não pode to-mar dos pais o direito de escolha e a responsabilidade na educação dos filhos”.
Expor conteúdos impróprios às crianças causa mais danos do que se imagina, segundo a neurologis-ta pediátrica Liubiana Arantes de Araújo, presidente do Departamento Científico de Pediatria do Desen-volvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria e professora adjunta da Faculdade de Medicina da UFMG. De acordo com a especialista, a criança não consegue discernir entre realidade e fic-ção e, por isso, basta que seja exposta uma única vez ao conteúdo inadequado para que o cérebro guarde as informações e passe a usá-las como exemplo, levando o pequeno a copiar, por exemplo, um comportamen-to de violência. “Assim como aprende com os pais, a babá e a escola, a criança aprende com o que é mos-trado na TV e tende a repetir o que vê. Por isso, o conteúdo impróprio é tóxico na infância”, afirma. Pesquisas mostram ainda que há relação entre a expo-sição a cenas impróprias e o desenvolvimento de transtornos, como estresse, ansiedade e depressão. “Quando o conteúdo é muito chocante, o cérebro da
Entenda a decisão do STF que liberou emissoras para definirem os horários de exibição dos programas e veja como proteger a integridade de seus filhos em frente à telinhaPOR Rafaela Matias
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ABAY
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criança não é capaz de processar as informações e aca-ba gerando distúrbios”, explica Liubiana.
Defendendo que 63 milhões de crianças e adoles-centes poderão ser expostos diariamente a conteúdos inadequados, a Sociedade Brasileira de Pediatria en-viou um documento oficial para o STF e para a Presi-dência da República pedindo que a decisão seja rea-valiada e ressaltando a responsabilidade de todos, incluindo do governo, no bom desenvolvimento dos pequenos cidadãos.
Por causa de pedidos assim e por ser passível de recursos, a decisão ainda poderá ser revertida. Além disso, o Ministério Público Federal pretende entrar com ações de danos morais coletivos caso haja des-cumprimento da planilha de classificação indicativa, com o objetivo de evitar a libertinagem. Por isso, os pais que considerarem um conteúdo impróprio ou abusivo podem entrar com uma denúncia junto ao MPF ou ao departamento de classificação indicativa do Ministério da Justiça. 4
38 Canguru . NOVEMBRO 2016
O que cabe aos paisVeja algumas atitudes, destacadas pela neurologista pediátrica Liubiana Arantes de Araújo, que ajudam a proteger os pequenos diante da telinha:›› Definir horários de acesso à televisão, restringindo a poucas horas diárias;›› Ter sempre um adulto responsável presente para acompanhar os conteúdos que estão sendo vistos;›› Trocar de canal ou desligar a televisão caso comece um programa inadequado;›› Ter diálogo aberto com os pequenos, explicando que eles devem ter exemplos positivos;›› Sempre observar a sinalização indicativa;›› Incentivar apenas desenhos ou filmes infantis, de preferência que os pais já conheçam e aprovem o conteúdo.=
* Veja em nosso site cangurubh.com.br a tabela completa utilizada pelo MJ para definir a classificação de programação de TV, cinema, DVD, jogos eletrônicos e de interpretação.
Para entender os símbolosVeja o que significam os sinais da classificação, que continuarão aparecendo durante a exibição dos programas, mas sem a obrigatoriedade de seguir a recomendação de horário.
L
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14
16
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SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA CARACTERÍSTICAS HORÁRIO DE EXIBIÇÃO
Livre
Não recomendado para menores de 10 anos
Não recomendado para menores de 12 anos
Não recomendado para menores de 14 anos
Não recomendado para menores de 16 anos
Não recomendado para menores de 18 anos
Não expõe crianças a conteúdos potencialmente prejudiciais
Conteúdo violento ou linguagem inapropriada para crianças, mesmo em menor intensidade
As cenas podem conter agressão física, consumo de drogas e insinuação sexual
Conteúdos mais violentos e/ou de linguagem sexual mais acentuada
Conteúdos mais violentos ou com conteúdo sexual mais intenso, com cenas de tortura, suicídio, estupro ou nudez total
Conteúdos violentos e sexuais extremos. Cenas de sexo, incesto ou atos repetidos de tortura, mutilação ou abuso sexual
Exibição em qualquer horário
Exibição em qualquer horário
Exibição a partir das 20h
Exibição a partir das 21h
Exibição a partir das 22h
Exibição a partir das 23h
Fonte: Liubiana Arantes de Araújo, neurologista pediátrica
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4turismo
Caminho da roçaSEU FILHO JÁ tirou leite de vaca? Ou su-biu em um pé de jabuticaba e comeu as frutinhas ali mesmo? Se você respondeu “nunca”, não se preocupe: esta é a realida-de da maioria das “crianças de apartamen-to”, nascidas e criadas em Belo Horizonte.
Sempre conectados, alternando entre o tablet, o smartphone e a tevê, os pequenos têm poucas oportunidades para brincar em áreas verdes na capital mineira. Que dirá passar um fim de semana inteirinho mer-gulhado no meio do mato, preferencial-mente longe de antenas tentadoras.
Foi pensando em como esse respiro é essencial para o desenvolvimento das crianças que a Canguru selecionou cinco lugares próximos de BH onde é possível descansar da civilização. Em todos eles, o sistema é parecido: é oferecida uma casa com boa infraestrutura, em meio a uma área verde com vários atrativos, mas sem as comodidades de hotel ou pousada. Você paga um aluguel pelo fim de semana e mer-gulha de cabeça na experiência de vida da roça. Pode ser, também, uma boa pedida para as férias de fim de ano.
Tem para todos os gostos: lago com pei-xes, trilhas ecológicas, banho de bica, po-mar cheio de árvores carregadas de frutas. Confira.
40 Canguru . NOVEMBRO 2016
Alugue uma fazenda perto de Beagá e desconecte a criançada
POR Daniele Franco
Fazenda Arraial Velho 27 QUILÔMETROS DA CAPITALEm Sabará, terra da jabuticaba, a Fazenda Arraial Velho traz uma boa opção de lazer e descanso pertinho da capital. Com um pomar cheio de frutas, incluindo jabuticaba, o local tem piscina, quadra poliespor-tiva, gramado, lago com peixes, trilhas e espaços para caminhadas, além de patos, galinhas e micos, que rondam a mata.
Diárias de R$ 1.000,00 para 20 pessoas. Rua Paracatu, 588 — Arraial Velho — Sabará. Tel.: (31) 3243-6770 / (31) 9 8438-5556 ou e-mail [email protected] Mapa no site: www.fazendaarraialvelho.com.br.
Fazenda Iáia 140 QUILÔMETROS DA CAPITALAtividades para pais e filhos longe do caos da cidade e perto da na-tureza são a proposta principal da Fazenda Iáia, que aluga o espaço para grupos fechados. Em um legítimo passeio na roça, a criançada pode andar a cavalo, tirar leite ao pé da vaca e viver momentos únicos e especiais. Além disso, a fazenda ainda oferece espaços como campo de futebol, salão de jogos e playground. Os hóspedes também podem fazer um trekking nos arredores, finalizando o passeio com um deli-cioso banho de bica.
Diárias de R$ 3.000,00 para grupos. A casa acomoda 20 pessoas e ofe-rece serviços de copeira e arrumadeira incluídos no pacote. Distrito de Manja Léguas, s/n — Piranga. Tel.: (31) 2103-8439 ou pelo e-mail [email protected]. Mapa no site: www.vilaiaia.com.br.
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Fazenda do Ouro 55 QUILÔMETROS DA CAPITALSituada em Caeté, a Fazenda do Ouro oferece diversas op-ções de lazer para um típico dia no campo. Além de curral com vacas, galinheiro e horta, a família toda pode se divertir na piscina, no lago, na lagoa de pescaria e no campo de futebol. Para as crianças, uma casa na árvore do jeitinho que se vê em filmes.
Fim de semana por R$ 2.000,00 para 30 pessoas. Antiga Via Férrea Vitória-Minas, a 2 km do Distrito de Rancho Novo. Tel.: (31) 3624-8485 / (31) 9 8512-8377 ou pelo e-mail [email protected].
Fazenda Patrimônio 60 QUILÔMETROS DA CAPITALBem aqui na Região Metropolitana, em Esmeraldas, a fazenda oferece aluguel de temporada para grupos de até 30 pessoas. Com instalações confortáveis, o lugar tem lagoa para pesca-ria, piscina, quadra de futebol e trilha. Para um verdadeiro fim de semana na roça, o que não pode faltar é leite ao pé da vaca e cavalgada, e isso tem lá também.
Para um fim de semana, de sexta a domingo, R$ 1.400,00. A fazenda acomoda 30 pessoas. Para andar a cavalo, há uma taxa à parte. Rodovia MG 060 – Km 10 – Distrito de Caio Martins - Esmeraldas – Tel.: (31) 3132-3484 / (31) 9 9752-9283.
Fazenda Veredas 70 QUILÔMETROS DA CAPITALPertinho de BH, a fazenda oferece diversão com um autên-tico dia na roça para a criançada e toda a família. Além de piscina, campo de futebol, lago para pesca e trilha para pas-seio, o lugar ainda tem curral e cavalos para os pequenos se divertirem e experimentarem um pouco da vida no campo.
Preço por final de semana R$ 2.000,00, com acomodações para até 30 pessoas. Zona Rural de Mateus Leme, a 17 km do Centro da cidade. Tel.: (31) 3624-8485 / (31) 9 8512-8377 ou pelo e-mail [email protected]. =
SEMPRE QUE CHEGA novembro, as férias e o Natal viram os assuntos que a gente mais comenta. Onde passar as festas do fim de ano? Para nós não foi difícil tomar a decisão. Resolvemos ir para Londres. Lá mo-ram nossa tia e duas primas. Apro-veitamos as passagens em promoção e embarcamos rumo à capital inglesa.
Londres, uma cidade com tanta história e tanta importância, oferece muito às crianças. Nenhuma pode deixar de conhecer o BIG BEN e o PARLAMENTO, lado a lado, à mar-gem do Tâmisa. Ali foram tomadas decisões que, em certa época, afeta-ram muito o Brasil.
Nenhuma pode deixar de pas-sear nas ruas antigas do centro, como a OXFORD e a REGENT, com sua imponência do tempo em que a Grã-Bretanha mandava no planeta. Nenhuma pode se esquecer do PA-LÁCIO DE BUCKINGHAM e da troca da guarda da rainha, um espetácu-lo de cores e coordenação. Ou da PRAÇA TRAFALGAR, com seus ge-nerais e leões imponentes, fundidos em bronze, sem falar nos tesouros de arte da NATIONAL GALLERY, a mais bela coleção de obras de arte do país. Uma visita ao MUSEU BRI-TÂNICO também precisa constar do roteiro, com uma parada nas mú-mias do Egito. Não, elas não correm atrás da gente. De quebra, passe na BIBLIOTECA BRITÂNICA, ali perti-nho, onde estão expostos alguns dos livros mais raros do mundo.
Para nós, há outras pequenas grandes atrações. No MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL, existe um si-
mulador de terremoto que é imper-dível. O cômodo inteiro balança, as coisas caem das prateleiras. Você vive o tremor sem o medo. Numa das salas, há um enorme tiranos-sauro que urra e tenta atacar. Cla-ro que é de brinquedo. Em outra, a gente mergulha na história da Terra e pode tocar num meteorito que pesa muitas toneladas. É um pou-co como viajar para fora do Sistema Solar, de onde o meteorito veio.
No entanto, a Londres de que mais gostamos fica fora desse cir-cuito. Nada como um passeio pelo REGENT’S PARK, onde a gente pode correr à vontade e pisar na grama o tanto que quiser. O parque pos-sui um lago com milhares de aves. Alimentar os cisnes brancos é quase impossível ante a fome das gaivotas. As galinhas-d’água buscam alimento no lodo do fundo, donas de grande fôlego. Até maritacas aparecem nas árvores para trazer um colorido tro-pical ao céu cinzento de dezembro.
No zoológico, no meio do parque, há desde cangurus até uma aranha maior que a palma da mão.
Nosso pequeno segredo, no en-tanto, só as crianças sabem valori-zar. São os cupcakes da PRIMROSE BAKERY (foto), uma confeitaria da Avenida Gloucester que é a capital da doçura em Londres. Depois de ir ali, dá vontade de voltar todos os dias. O problema é que o Natal passa, o Ano Novo chega, e logo as férias acabam. Mas o doce gostinho do céu fica para sempre na memó-ria. Londres é um cupcake para to-dos os gostos.=
42 Canguru . NOVEMBRO 2016
4viagens, modo de usar
Londres para crianças
Luís Giffoni é cronista, romancista e palestrante. Autor de 26 livros, tem nas viagens uma de suas paixões. Nelas aprende a diversidade do mundo e das pessoas, experiência que acaba traduzindo em suas obras. Neste espaço, dá dicas sobre como aproveitar o mundo com os pequenos. Neste mês, ele escreve a seis mãos com as netas Giulia, 9, e Marina, 8.
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4História de mãe
A OPORTUNIDADE DE gerar e gerir um novo ser é uma das mais ricas experiências que podemos ter, quiçá a maior delas. Con-viver com meus filhos tem sido um grande aprendizado. Vejo-me, em vários momentos, contagiada pelo encantamento de suas desco-bertas, ou com seus estranhamentos. Pego--me, então, refletindo sobre o porquê de as coisas serem como são.
Esse processo de autoanálise e autocríti-ca leva-me a compreender que cada um de nós reproduz práticas culturais arraigadas sem perceber os motivos que nos levam a fa-zê-lo. São comportamentos que assimilamos através da convivência com os pares do nosso meio sociocultural. Desde a barriga de minha mãe, aprendi como as coisas deveriam ser, e minha mãe com sua mãe, e assim por diante. Houvesse eu nascido num país muçulmano dificilmente estranharia usar um véu. Se vi-vesse numa tribo indígena, jamais pensaria em comprar um enxoval repleto de supérflu-os para um bebê.
Percebo então que, mesmo quando me julgava senhora de mim, assumia inconscien-temente padrões comportamentais que não eram meus. Não foi por acaso que decorei as paredes do quarto da primogênita com flores rosas, ou que ela teve suas orelhas perfuradas por uma joia. Por que não um quarto com carrinhos azuis ou um piercing em seu nariz?
Nossa liberdade é delimitada pela nos-sa percepção de mun-do. Nossas preferências pertencem a um leque bem mais reduzido do que pensamos. E, seja por termos internalizado estes padrões, seja por medo do julgamento alheio, acaba-mos por validar esses modelos.
Descobri com meus filhos que, ao con-trário do que supunha, vivemos uma expe-riência educativa de mão dupla. A convivên-cia com a infância me auxilia a assimilar que nada é imutável na vida. Não há um caminho rígido predefinido. Tudo se modifica, adapta, evolui. Há sempre uma nova forma de se fa-zer o de sempre, reinventar a roda.
O despertar da consciência crítica é li-bertador. Uma vez que começamos a pensar fora da caixinha, as percepções de realidade ficam muito mais nítidas. Se estas descons-truções provocam, inicialmente, dúvidas e inseguranças, depois ampliam e muito nos-sos horizontes e permitem que ajudemos nossos filhos a se tornarem melhores pesso-as, indivíduos mais respeitosos, tolerantes e acolhedores. Quando tiramos do nosso olhar o peso do julgamento, ensinamos aos nossos pequenos que é legítimo e saudável conviver com as diferenças.
E assim vamos, de mãos dadas, mãe e fi-lhos, enriquecendo-nos mutuamente. Apren-demos e desaprendemos juntos a enxergar sob novas perspectivas. A cada novo dia, no-vas imagens se formam neste caleidoscópio da vida.=
POR Thais Alencar
Thais Alencar é mãe da Beatriz e do Gabriel, educadora e entusiasta do universo materno-infantil.FO
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NOVEMBRO 2016 . Canguru 43
Caleidoscópio
Quando tiramos do nosso olhar o peso do julgamento, ensinamos aos nossos pequenos que é legítimo e saudável conviver com as diferenças
4para ler com seu filho
Outros mundos dentro de nós
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leo cunha e os filhos Sofia e André
Leo Cunha é escritor e publicou mais de cinquenta livros, como O sabiá e a girafa (Ed. FTD) e As fantásticas aventuras da Vovó Moderna (Ed. Cia das Letrinhas). Recebeu os principais prêmios da literatura infantil brasileira, como Jabuti, Nestlé e João-de-Barro. Na Canguru, dá dicas de livros para crianças.
A PRIMEIRA VEZ que ouvi falar de autismo foi numa reportagem no Fantástico, lá na década de 1970. Eu era criança e lembro que fiquei sem dormir direito por vários dias, fascinado e espantado por aquela... doença... distúrbio... condição. Eu não conseguia entender direito o que era aquilo, e não havia nenhum livro de literatura infantil que me ajudasse a lidar com o tema nem, eventualmente, com pessoas com autismo. Hoje, o quadro é bem diferente: existem diversas obras sobre o assunto. Por exemplo, dois livros de Victor Mendonça (do qual tenho o privilégio de ser pro-fessor no curso de jornalismo do UniBH, neste semestre): a ficção juvenil Danielle, Asperger, e o autobiográfico Outro olhar — reflexões de um autista. Na literatura infan-til, dois livros de grande beleza e delicadeza trazem personagens autistas.
Escrito e ilustrado por André Neves, Tom é narrado por uma criança cujo irmão não brinca, não diz o que sente e "tem o olhar parado no tempo". O narrador não consegue entender Tom, mas tem por ele um afeto profundo e desejo de interação. O que vai mudar tudo são os pássaros, com sua liberdade, seu voo, sua música, asas batendo e despertando no menino autista, enfim, uma resposta. O livro deu origem a uma exposi-ção que rodou vários Estados brasileiros e já foi traduzido em vários países.
SOBRE O AUTOR: André Neves, pernambucano radicado em Porto Alegre, é artista plástico, ilustrador e escritor, com obras e prêmios espalhados por todo o mundo.
Em O menino só, de Andrea Viviana Taubman, o autismo do personagem parece ser mais leve do que o de Tom. Talvez uma síndrome de Asperger? É um garoto cheio de pen-samentos, memórias e sonhos, mas também desassossegos: multidões, abraços, cadarços para amarrar... Numa bela e sutil sacada narrativa, a autora recorre a uma reiteração de sons e rimas, que espelham as frases repetidas na mente do autista. As ilustrações de Anie-lizabeth ajudam a compor esse personagem deslocado em meio a adultos que parecem sempre ter saído de outros tempos e lugares.
SOBRE OS AUTORES: Andrea Viviana Taubman, argentina radicada em Teresópolis, é formada em química, mas há anos se dedica à literatura infantil. Anielizabeth, carioca, é professora, figurinista e ilustradora, com cursos no exterior e vários livros publicados.
O MENINO SÓ. Texto de Andrea Viviana Taubman. Ilustração de Anielizabeth. Editora Escrita Fina, 2015.
TOM. Texto e ilustrações de André Neves. Editora Projeto, 2012.
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O JULIEN RIEN é um parque diferente, que liga duas avenidas: Bandeirantes e Francisco Deslan-des, no bairro Anchieta. Com a topografia inclinada, uma extensa escadaria conecta as duas vias, em meio à mata com espécies diversas e vários tipos de animais, como micos-estrela, esquilos e aves. São muitas escadas, e pode pare-cer desanimador, mas vale a pena apreciar a natureza e conhecer cada pedacinho do parque!
É possível iniciar o passeio pela parte mais baixa do parque, na av. Francisco Deslandes, ou por cima, na av. Bandeirantes. A cada lance de escadas, você vai se deparar com uma minipracinha. Com banquinhos e canteiro cen-tral, bem agradável para curtir, le-gal para as crianças se divertirem
e bem bacana para um bate-papo. São 12 pracinhas no total, sendo que, entre as primeiras, é possível contemplar uma pequena cascati-nha. As crianças adoram!
Na parte de baixo, ainda é pos-sível observar uma pista de skate (bowl). Há diversão para todas as idades no parque. Na entrada superior, pela av. Bandeirantes, há um anfiteatro, além da Academia da Cidade.
Sentimos falta de brinquedos. Com tantas pracinhas, uma delas poderia abrigar escorregadores, balanços e trepa-trepa. Seria um incentivo a mais para os pais leva-rem a criançada. Mas não é motivo para deixar de curtir cada canti-nho, apreciar a natureza, passear, se exercitar e continuar ampliando as histórias de infância :) =
NOVEMBRO 2016 . Canguru 45
4na pracinha
Parque Julien Rien
O Na pracinha é um movimento que incentiva o tempo livre para o brincar na infância e o resgate da relação criança/cidade com a ocupação dos espaços públicos pelas famílias. O brincar e o contato com a natureza são fundamentais para a saúde física e mental da criança. Criado pelas mães Flávia Pellegrini e Miriam Barreto, o projeto promove eventos brincantes gratuitos e compartilha dicas de passeios pela capital mineira.
www.napracinha.com.brFOTO
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QUER CONHECER?Av. Francisco Deslandes, s/nº ou Av. Bandeirantes, 911 – bairro AnchietaHorário de funcionamento: terça a domingo, das 8h às 17h
É INCRÍVEL COMO as crianças de hoje parecem já nascer sabendo usar um celular, um computador ou o controle remoto da TV. Embo-ra eu trabalhe com mídias sociais, prefiro que meu filho se mantenha um pouco distante dessa realidade cercada por eletrônicos.
As pessoas sempre me pergun-tam: “Como você consegue?”.
Por aqui, TV tem dia e hora marcados, só pode ver filme, para não ter acesso à lavagem cerebral dos comerciais, a não ser quando estamos fora, viajando ou na casa de outras pessoas.
Não é mesmo tarefa fácil, mas é possível. Se ele diz que não tem nada para fazer, eu dou opções: “Desce e vai andar de bicicleta, pegue um livro para ler, pegue seu Lego...”.
O resultado disso é muito ba-cana. Muitas vezes ele passa as manhãs montando robôs feitos com caixas e materiais recicláveis, se veste com isso, faz braços mecâ-nicos e leva essas invenções para a escola no dia do brinquedo. Certa vez, pegou toda minha coleção de rolhas de espumante e transfor-mou em bonecos. Nos finais de semana, preferimos programas ao ar livre e em família.
Quanto menos TV e eletrôni-cos, mais criatividade! Mais ba-gunça em casa, mas eles também podem ajudar nessa parte. Mesmo
quando temos alguém para arru-mar a casa, é importante dar algu-mas tarefas para as crianças — eu coloco para varrer, passar aspira-dor no sofá, organizar o quarto, ti-rar poeira. Quando a gente faz, dá mais valor ao trabalho dos outros.
Não pensem que sou radical: ele tem 7 anos e ganhou um ce-lular agora, com WhatsApp para conversar com os avós e tios. Também tem alguns joguinhos, mas, sempre, com hora marcada!
O importante é saber dosar, ter equilíbrio!=
4padecendo no paraíso
Coordenado pela arquiteta Bebel Soares e pela designer Tetê Carneiro, o grupo Padecendo no Paraíso nasceu em março de 2011, no Facebook, e é formado atualmente por mais de 6 000 mães. Na Canguru, as fundadoras do Padecendo discutem assuntos como saúde, alimentação, sexo, viagens, educação, estética e beleza.
www.padecendo.com.br
46 Canguru . NOVEMBRO 2016
Infância equilibrada
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POR Bebel Soares
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4artigo | Joyce Guimarães
A importância de cuidar dos dentes de leite
MUITAS SÃO AS perguntas que surgem quando fa-lamos dos dentes decíduos, popularmente conheci-dos como dentes de leite. Quando deve ser a primeira consulta da criança ao dentista? Qual a importância dos dentes de leite se eles irão cair? Por que usar apa-relho na dentição de leite? Não seria melhor usar só na permanente?
E, para responder a tantos questionamentos, te-mos a odontopediatria e a importância da visita a essa especialidade para esclarecer todas as dúvidas.
Os dentes começam a se formar ainda na fase in-trauterina. A gestante deve ir ao dentista para fazer o pré-natal odontológico, aprendendo a valorizar os cuidados com sua saúde bucal durante a gravidez, mantendo seus dentes e gengivas sem alterações in-flamatórias, evitando problemas periodontais, que podem ser responsáveis por partos prematuros e baixo peso dos bebês ao nascimento. Serão dadas explicações sobre a importância da amamentação, orientações sobre copinhos, chupetas e mamadeiras, ensinando a melhor maneira de utilizá-los, caso sejam necessários.
Após o nascimento, o bebê deve ser levado ao odontopediatra. O ideal é que essa visita seja antes da irrupção dos dentes, para avaliação de todas as estruturas bucais e explicações sobre como deve ser feita a higiene bucal assim que irromper o primeiro dentinho, a pasta recomendada e a quantidade cor-reta para cada idade, além das indicações sobre ali-mentação equilibrada, diminuindo o risco de cárie.
Os dentes decíduos são importantes para mas-tigação, fonação, estética, manutenção dos espaços
e funcionam como um guia para a irrupção correta dos germes dos permanentes, orientando esse trajeto. Nessa fase é muito importante realizar uma avaliação do padrão facial da criança e verificar se há necessi-dade de ortodontia preventiva.
O encantamento da criança faz parte do dia a dia dessa especialidade, que sabe cuidar com conheci-mento específico e amor, condicionando a criança para a vida toda, ao tornar a ida ao dentista agra-dável e reduzir, assim, futuros traumas psicológicos relacionados aos tratamentos odontológicos, além de promover a saúde bucal.
Cuidar dos dentes de leite dos pequenos depen-de dos pais, que estão cada vez mais conscientes de que a prevenção é a melhor opção para a saúde dos filhos.
Uma dentição saudável em todas as fases da vida contribui para uma vida mais feliz em todos os aspec-tos (social, emocional, físico e profissional), aumen-tando a autoestima e trazendo alegria.=
Joyce Guimarães é odontopediatra e sócia-proprietária da Clínica Odontoellos.
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Os dentes decíduos são importantes para mastigação, fonação, estética, manutenção
dos espaços e funcionam como um guia para uma irrupção correta dos germes dos
permanentes, orientando este trajeto.
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4artigo | Daniele Passagli
Grupo de pais no WhatsApp: vilão ou aliado na vida escolar?
GRUPO DA FAMÍLIA, dos amigos, do bairro, da igreja, dos pais, dos alunos, dos professores... Enfim, existe uma imensidão de círculos no apli-cativo de mensagens WhatsApp no dia a dia das pessoas. Por isso, a criação de um grupo de pais no início do ano letivo já faz parte da realidade de muitos colégios logo na primeira reunião de turma, com o objetivo de trocar ideias ao longo da vida escolar de seus filhos. Os assuntos são os mais diversos possíveis, incluindo alimentação, dúvidas em relação ao dever de casa, estrutura do colégio e, inclusive, comentários sobre os profes-sores (seja para elogiá-los ou criticá-los).
Existem também grupos de alunos que são muito interessantes para o aprendizado escolar. No caso de alguém faltar à aula por motivo de força maior, ele poderá ser ajudado pelos demais colegas com a atualização do conteúdo e de algu-ma tarefa para o próximo dia. Também não pode-mos deixar de fora os grupos de professores, que têm sido fundamentais para discutir temas que podem ser muito relevantes para levar aos alunos.
Toda ferramenta tecnológica, como o What-sApp, tem seus prós e contras, mas, se for usa-da com bom senso, só tende a acrescentar na vida e na rotina educacional dos filhos. É comum, nos grupos de pais no WhatsApp, o compartilhamen-to de informações sobre os eventos do colégio e as novidades para enriquecer o conteúdo de estu-do dos filhos. Muitas vezes, os pais acabam não vendo uma circular encaminhada pela escola, até pela rotina intensa do dia a dia, e, por meio do grupo, ficam a par de algo interessante que o co-légio está promovendo. Além disso, no caso de
dúvidas sobre o dever de casa ou em relação a uma disciplina ou conteúdo do qual não houve total compreensão, eles podem trocar ideias en-tre si e conseguir saná-las. Marcar encontros de interação entre pais e alunos também é muito in-teressante.
Claro que o aplicativo deve ser usado como uma ferramenta para ajudar, e não para atrapalhar. Por isso, sempre orientamos que são desnecessá-rios comentários muito específicos, como criticar um aluno da sala, comparar o desempenho dos filhos de um e de outro ou falar mal do professor, o que pode desencadear a famosa fofoca. Nesses casos, os pais devem abster-se de comentar esse tipo de assunto e procurar a escola para esclareci-mentos, trocando somente informações que serão necessárias para uma convivência saudável entre pais, alunos, professores e toda a escola.
Se usado com parcimônia, o grupo de pais pode colaborar, e muito, para o crescimento pes-soal dos filhos e até para a formação escolar.=
Daniele Passagli é diretora pedagógica do Coleguium Rede de Ensino.
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São desnecessários comentários muito específicos, como criticar um aluno da sala,
comparar o desempenho dos filhos de um e de outro ou falar mal do professor, o que
pode desencadear a famosa fofoca
As mensagens dos Classificados são de responsabilidade de quem as assina.
PARA ANUNCIAR(31) 3656-7818Classificados
Eu me lembro de ter sido convidada para uma festi-nha de amigos 15 dias depois do parto. A amamen-tação ia de vento em popa, mas quem tinha muita sede era eu — de ver os amigos e respirar outros ares por uma noite. Usei um vestido de malha de cintura baixa, solto na barriga e nos quadris, mas curto o su-ficiente para evidenciar as pernas — estas, sim, em boa forma. Assim me senti bonita e sexy em pleno pós-parto. E como foi importante.
A vida nos oferece maravilhosas oportunidades para transformar nossa forma de vestir. A maternida-de é uma das grandes. Na gravidez, as mudanças que se iniciam no corpo prenunciam as da rotina — nun-ca mais seremos as mesmas. É uma espécie de metá-fora do que virá pela frente.
Curti cada milímetro da minha gravidez e até sin-to saudade desse tempo em que era desnecessário murchar a barriga — minha alegria era proporcional ao tamanho dela. Ver o corpo se transformar, na mes-ma medida em que a cabeça tenta compreender e se adaptar à vinda de uma vida nova, é presente e é desa-fio. Podemos fazer nossa parte com alimentação sau-dável e exercícios, mas não temos total controle sobre os rumos de nossas formas, o que por si só já é um teste: de altruísmo e autoestima, os dois ao mesmo tempo. Serei capaz de cuidar do bebê sem descuidar de mim? Saberei aceitar as mudanças definitivas nesse corpo que empresto ao meu filho?
Como minha gestação foi muito esperada, não me deixei abater nem pelo gigantesco imprevisto que a atravessou. Depois da morte repentina do pai do Francisco, dois meses antes do nascimento dele, pas-sei a me vestir com ainda mais capricho. Eu ainda teria dois meses pela frente, exercitando a alegria rara de ser mais de um. E toda caixa de jóias merece um belo embrulho.
Até que um dia o bebê nasce — e é outro o apren-
dizado. Aquele serzinho mínimo nos afeta a rotina por completo, e é preciso colocar como meta a lógica da máscara de oxigênio para não se abandonar por completo. “Primeiro coloque a máscara em você, e só depois na criança”.
É verdade, a gente começa a buscar mais conforto. Tecidos mais flexíveis, comprimentos mais generosos, sapatos que nos permitam correr (atrás do menino ou de um lugar para outro). Está certo, a bolsa precisa ser prática. Mas a vinda de um filho não pode esconder a mulher — que a maternidade sublinha, e não oculta.
Tive trechos de céu cinza e chuva forte. Tive noi-tes que pareciam sem fim. Depois amanheceu. A ma-ternidade me transformou, sim: botou mais roda em meus vestidos.
Lembro de uma cena em casa, enquanto eu me ves-tia para o trabalho. Quando eu ia saindo, Francisco, que não tinha completado 4 anos, apontou para um salto alto, sugerindo que eu substituísse a sapatilha que havia escolhido. Entendi o recado e levei comigo.
A forma como nos enxergamos muda muito quan-do vêm os filhos. Mas em que momento da vida per-manecemos as mesmas? Não se entregue tanto a pon-to de sentir falta de si mesma. Seu filho merece uma mãe feliz por inteiro.=
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cris guerra e o
filho francisco
Cris Guerra é publicitária, escritora e palestrante. Fala sobre moda e comportamento em uma coluna na rádio BandNews FM e a respeito de muitos outros assuntos em seu site www.crisguerra.com.br. Na Canguru, escreve sobre a arte da maternidade.
A vida nos oferece maravilhosas oportunidades para
transformar nossa forma de vestir. A maternidade é uma das grandes
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