revista brasília maputo - 2011

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Brasília Maputo Brasília Maputo Ano 2011 N° 02 www.cciabm.com Revista da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique - CCIABM Moçambique desperta para o uso de ENERGIAS RENOVÁVEIS BRASIL E A FUNDAÇÃO FIOCRUZ trabalham pelo progresso da saúde em Moçambique INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE uma análise dos principais projetos no país DIRETOR EXECUTIVO DO BCI faz uma análise sobre a economia moçambicana Exclusivo: Diretor Geral da Andrade Gutierrez em Moçambique fala sobre os projetos da empresa no país

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A revista Brasília-Maputo, pretende apresentar Brasil e Moçambique aos empresários dos mesmos, bem como seus contextos atuais. Com um conteúdo diversificado, predominantemente econômico, a revista objetiva informar e, principalmente, apresentar as oportunidades de negócios existentes em ambos os países, cuja aproximação se faz imperiosa.

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Page 1: Revista Brasília Maputo - 2011

Brasília MaputoBrasília MaputoAno 2011N° 02

www.cciabm.com

Revista da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique - CCIABM

Moçambique desperta para o uso de

ENERGIAS RENOVÁVEIS

BRASIL E A FUNDAÇÃO FIOCRUZ trabalham pelo progresso da saúde em Moçambique

INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE uma análise dos principais projetos no país

DIRETOR EXECUTIVO DO BCI faz uma análise sobre a economia moçambicana

Exclusivo: Diretor Geral da Andrade Gutierrez em Moçambique fala sobre os projetos da empresa no país

Page 2: Revista Brasília Maputo - 2011

Brasil e Moçambique: Perspectiva de bons negócios

Trabalhando por um melhor relacionamentosócioeconômico entre Brasil e Moçambique

Page 3: Revista Brasília Maputo - 2011

O que é a CCIABM

Fundada em 2008, a Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique - CCIABM é uma associa-ção sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é fomentar o relacionamento socioeconômico entre Brasil e Moçambique, aproveitando as oportunidades que cada país tem a ofere-cer. Com unidades ao longo de todo o território brasileiro, a CCIABM possui apoio da Embaixada da República de Mo-çambique no Brasil, sendo o principal órgão de fomento ao relacionamento Brasil-Moçambique.

Atividades desenvolvidas pela CCIABM

- Desenvolvimento do Comércio Bilateral entre Brasil e Mo-çambique;- Atração e promoção de investimentos recíprocos;- Pesquisas de mercado;- Organização de Missões Empresariais para ambos os pa-íses;- Recepção de delegações de empresários e autoridades moçambicanas ao Brasil;- Auxílio na entrada de empresas e desenvolvimento de ne-gócios entre os dois países;- Fornecimento de informações entre os dois países;- Fonte de contatos empresariais e governamentais;- Prospecção de parcerias visando interesses mútuos.

Contatos Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

[email protected] I twitter: @CCIABM +55-31-3243-3012

Unidades

Brasil:Belo Horizonte - MGBrasília - DFSão Paulo - SPGoiânia - GOPorto Alegre - RSFortaleza - CE

Moçambique:Maputo

www.cciabm.com

Page 4: Revista Brasília Maputo - 2011

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Page 5: Revista Brasília Maputo - 2011

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Page 6: Revista Brasília Maputo - 2011

6 N°02 - 2011 | PALAVRA DA CCIABM

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Page 7: Revista Brasília Maputo - 2011

É com enorme satisfação que apresento a 2ª Edição da Revista Brasília Maputo, projeto de grande importância e valia no que tange o relacionamento socioeconômico entre Brasil e Moçambique.

Parece quase natural a aproximação entre Brasil e Moçambique, dois países que apresentam características seme-lhantes, desde a história da colonização portuguesa, que tem a sua marca no idioma comum, até as várias manifestações de natureza social e cultural que lembram os vários séculos de convivência entre os dois lados do Oceano Atlântico.

O povo brasileiro e moçambicano é conhecido pela sua alegria, garra e força de vontade de crescer sempre. Tudo isso tem contribuído para que acordos - sejam eles comerciais, políticos, ou sociais - sejam fi rmados em âmbitos bilateral e multilateral entre o Governo Brasileiro e o Governo Moçambicano.

O Brasil é apontado atualmente como a 7ª maior economia mundial, ao passo que Moçambique foi considerado um dos países que mais cresceram na última década, com um percentual de crescimento de 7,9%, obtendo a 8ª colocação no ranking de crescimento, segundo o Relatório publicado em janeiro de 2011 pelo Banco Mundial. É fácil notar que esses países vêm apresentando crescimentos sólidos e constantes, daí o estreitamento das relações entre Brasil e Moçambique ser a melhor opção para que os bons resultados sejam utilizados e compartilhados por suas populações.

Nesse sentido, o trabalho realizado pela Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique - CCIABM tem sido expressivo, pois contribui signifi cativamente para os esforços de fazer esse relacionamento acontecer de uma forma consistente e confi ável. Por meio da participação de seus associados, juntamente com uma equipe tecnica-mente preparada e com sólido conhecimento dos mercados moçambicano e brasileiro, a CCIABM tem reforçado cada vez mais os laços comerciais existentes entre os países.

A Embaixada de Moçambique no Brasil tem se associado ao trabalho realizado pela CCIABM, muito em parti-cular, através da presente publicação, apoiando na divulgação das oportunidades de negócios e investimentos em ambos os países.

Muito do sucesso deste trabalho está atrelado à gestão do Sr. Mário Tavernard, que liderou a CCIABM de manei-ra brilhante durante o triênio 2008-2010. Agora, com o Sr. Rodrigo Oliveira à frente da Diretoria Executiva, tenho certeza de que a CCIABM irá ajudar a impulsionar o desenvolvimento do Brasil e Moçambique nos próximos três anos.

Felicito também a iniciativa da Revista Brasília Maputo, agora com periodicidade semestral, que traz mais infor-mações sobre a realidade dos dois países, abrindo um novo horizonte de boas oportunidades de negócios para o empresa-riado. Assim como na 1ª edição, essa 2ª publicação da revista traz articulistas de renome, além de matérias e entrevistas de interesse mútuo, com informações relevantes e precisas.

Brasileiros e Moçambicanos, juntos por um futuro melhor para os nossos países.Desejo a todos uma excelente leitura!

Exmo. Sr. Murade Isaac Murargy - Embaixador da República de Moçambique no Brasil e Presidente Honorário da CCIABM

Palavra da CCIABM

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

7PALAVRA DA CCIABM | N°02 - 2011

Page 8: Revista Brasília Maputo - 2011

Entrevista Andrade Gutierrez1012 Economia em Moçambique

14 Case Cinevídeo

18 Cultura

Curiosidades20Comércio Exterior em Moçambique22

28 Geografi a

30

Energia em Moçambique34Programa Inove e Moçambique38Investimento em Moçambique40Entrevista Unica45T.I.C. em Moçambique48Encontro51

SUMÁRIO

Legislação em Moçambique25

Entrevista Fiocruz

Expediente – Revista Brasília Maputowww.cciabm.com

Editor ChefeSr. Carlos Eduardo Miranda

Jornalista ConvidadoSr. Valério Azevedo

RedaçãoRua da Paisagem, 220 – Bairro Vila da Serra – Belo HorizonteMinas Gerais – Brasil

Para [email protected] +55-31-3243-3012

CirculaçãoBrasil e Moçambique

Tiragem2.000 exemplares

ImpressãoImprimátur - Gráfi ca e EditoraRua Cambuquira, 323 - Carlos PratesBelo Horizonte - MG

Projeto Gráfi coCarlos Eduardo Mirandawww.losdoda.com

Presidente HonorárioExmo. Sr. Murade Isaac Murargy

Vice-Presidente HonorárioExmo. Sr. Deusdete Januário Gonçalves

DiretoriaSr. Rodrigo Coelho de OliveiraSr. Paulo Henrique RageSr. Mário Tavernard Martins de CarvalhoSr. Fábio Lopes Vale

Gerências RegionaisSr. Joaquim FirminoSr. Everson JúniorSr. Roberto MarinhoSr. Tiago Alvim Benevides

*Os artigos e entrevistas presentes nesta

revista foram redigidos de acordo com

a gramática utilizada pelo país (Brasil e

Moçambique) de origem do articulista ou

entrevistado.

Célia Almeida, diretora do Escritório da Fiocruz na

África, fala sobre o sistema de saúde Moçambicano

Ibraimo Ibraimo, Presidente do Conselho Executivo do BCI, fala do Aeroporto Internacional de Nacala, um dos investimentosem Moçambique

Page 9: Revista Brasília Maputo - 2011

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Page 10: Revista Brasília Maputo - 2011

1. Moçambique tem apresentado grandes oportunidades para empresas brasileiras, principalmente no que tange ao setor de in-fraestrutura. Qual foi o principal motivo que levou o senhor a se mudar para Moçambique, além do fator profi ssional? E em que medida a sua estadia e o peso de assumir os projetos da Andrade Gutierrez em Moçambique te fi ze-ram crescer pessoal e profi ssionalmente?

O principal motivo de me mudar para Moçambi-que é por acreditar que o desafi o é o principal fa-tor motivador na vida das pessoas, aliado a uma admiração muito grande pela similaridade entre as histórias de Brasil e Moçambique.A implantação de uma Sucursal em um país é também muito desafi adora. Sinto-me privi-legiado em participar de projetos que, além de permitirem uma realização profi ssional plena, dada a sua complexidade e requisitos de capaci-dade técnica, proporcionam um sentimento de gratifi cação profundo, uma vez que são projetos estruturantes para o desenvolvimento do país, causando um impacto direto na qualidade de vida da população.

2. Quais são, atualmente, os principais proje-tos em andamento nos quais a Andrade Gu-tierrez está envolvida em Moçambique?

A Andrade Gutierrez está contratada para exe-cução do projeto, reabilitação e construção de uma estrada com extensão de 230 km na provín-cia de Cabo Delgado.Está desenvolvendo os estudos em aliança com a Vale para a implantação de um terminal de ex-portação de carvão em Nacala, na Província de Nampula.Executamos o Projeto Base e o Estudo Prelimi-nar do impacto Ambiental da barragem de Mo-amba Major, que objetiva suprir a demanda de água na grande Maputo.Estamos também participando em diversas lici-tações de obras.

3. Como a Andrade Gutierrez está buscando fornecedores e prestadores de serviços para seus projetos em Moçambique? O país conse-gue suprir toda a demanda que tais empreen-dimentos exigem? Se não, qual tem sido a solu-ção encontrada?

A Andrade Gutierrez possui na sua sucursal em Moçambique um departamento de suprimentos, responsável pela identifi cação e qualifi cação dos seus fornecedores locais.Com o crescimento da demanda nacional, têm surgido novas empresas em Moçambique para atender ao mercado. Como ainda hoje nem to-das as necessidades são atendidas pelo mercado

Obras na construção de estrada pela Andrade Gutierrez na província de Cabo Delgado

Entrevista com o Diretor Geral da Andrade Gutierrez em Moçambique

Sr. Marcelo Elísio de Andrade

Os desafi os são muitos

e a Andrade Gutierrez pretende

participar ativamente

deste pro-cesso de

desenvolvi-mento

10 N°02 - 2011 | ENTREVISTA ANDRADE GUITIERREZ

Page 11: Revista Brasília Maputo - 2011

local, a Andrade Gutierrez, com sua vasta expe-riência internacional, busca soluções em todos os continentes, privilegiando sempre a melhor relação Custo X Benefício, destacando-se, atual-mente, os mercados brasileiro, português e sul--africano.

4. A reforma e ampliação do porto de Naca-la, que tem potencialidade para manobras de navios de elevado porte, são de extrema im-portância para Moçambique na medida em que esse traz maior visibilidade e melhoria na infraestrutura do país dentro do contexto africano. Qual a importância que esse projeto tem para o desenvolvimento da região norte de Moçambique e países fronteiriços que não dis-põem de saída para o Oceano Índico?

A região de Nacala é uma das mais bem servidas na África Subsariana no que concernem as con-dições portuárias. A Baía de Nacala com grande área para manobras de navios e elevado calado natural (não necessita de dragagem) permite a acostagem de navios de grande porte.A reforma e ampliação do porto acarretarão uma substancial melhora no fl uxo de entradas e saí-das de produtos, incentivando o crescimento do comércio internacional, tanto da região norte de Moçambique quanto de países vizinhos sem saí-da para o Oceano Índico como Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.

5. O senhor acredita que Moçambique tem potencial para crescer no setor da constru-ção, para além dos investimentos em obras públicas, como pontes, estradas, portos e ae-roportos?

Existe muito para ser feito em setores como sa-neamento, hospitalar, educacional, habitacional, dentre outros. Os desafi os são muitos e a Andra-de Gutierrez pretende participar ativamente des-te processo de desenvolvimento. 6. Como a Andrade Gutierrez está contribuin-do para o crescimento econômico e o desen-volvimento humano em Moçambique? E como a atuação da empresa pode contribuir para o fomento do comércio bilateral entre Brasil e Moçambique?

Um dos aspectos mais notáveis no setor da cons-trução tem sido sua capacidade de gerar empre-

gos e de estreitar a taxa de desocupação no mer-cado de trabalho. A ampliação do emprego e da ocupação tem um signifi cado muito grande na melhoria da qualidade de vida do trabalhador, aliado a uma transferência de renda, sobretudo para os segmentos mais necessitados.A geração de emprego e de ocupação é conse-quência, mas é, também, causa do crescimento econômico, reforçando o ciclo expansivo à me-dida que expande a massa de salário e outros rendimentos e estimula a realização de novos investimentos voltados para a ampliação da pro-dução.A Andrade Gutierrez tem uma política de tra-balhar sempre com o maior número de profi s-sionais locais. Para que isso ocorra, a empresa implanta um programa de treinamento para for-mação e qualifi cação de mão de obra.A Andrade Gutierrez tem trabalhado insistente-mente na busca de novas oportunidades no mer-cado moçambicano. Para tanto, a empresa tem atuado junto a órgãos internacionais no intuito de contribuir para a viabilização de fi nanciamen-tos para execução de novos empreendimentos em Moçambique. Desta forma, contribui com o aumento da exportação de bens e serviços.

7. A Andrade Gutierrez, como empresa que defende os princípios da responsabilidade social e ambiental, possui ou planeja realizar projetos na área de educação e meio ambiente em Moçambique?

Há pelo menos 20 anos, a Andrade Gutierrez tem se empenhado em melhorar aspectos como qualidade, meio ambiente, segurança, saúde no trabalho e responsabilidade social.A empresa atua para minimizar os impactos de suas atividades no meio ambiente, e está cons-tantemente em busca de inovações que permi-tam estimular as pessoas – funcionários e mora-dores do entorno de suas obras.Em seus projetos, a Andrade Gutierrez atua con-forme as principais normas do setor, que garan-tem a execução de práticas ambientais segundo os melhores padrões do mercado. Investir na formação e educação dos funcioná-rios é nosso compromisso.

EntrevistaCâmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

11ENTREVISTA ANDRADE GUITIERREZ | N°02 - 2011

Page 12: Revista Brasília Maputo - 2011

Moçambique é membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP),

da Commonwealth e da Comunida-de para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e tem uma situação geográfi ca estratégica para a ligação aos países do Interland, como a África do sul, a Suazilândia, o Zimbabue, a Zâmbia e o Malawi, com enorme po-tencial ao nível do transporte ferrovi-ário e rodoviário de mercadorias para os portos de Nacala, Beira e Maputo.

Os cerca de 3.000 km de litoral, com praias tropicais de beleza natural ím-par, a Ilha de Moçambique, patrimó-nio da humanidade, ou os arquipé-lagos das Quirimbas ou de Bazaruto,

por exemplo, são alguns dos elemen-tos diferenciadores de um destino tu-rístico de nível mundial, em grande parte ainda por explorar, em combi-nação com reservas naturais e de ani-mais no interior, como os Parque da Gorongosa e do Limpopo, para além da própria Capital, Maputo é uma das mais belas cidades africanas. A riqueza da diversidade étnica, as ricas tradições culturais e gastronómicas e o carácter acolhedor do povo moçam-bicano, complementam esta vocação turística que será um dos motores da economia nos próximos anos.

A agro-pecuária é o sector económi-co mais importante, pois mais de 45% do território tem solos com elevado

potencial agrícola. Os principais pro-dutos são o algodão, a cana-de-açúcar, a castanha de caju, a madeira, a copra (polpa do coco), a mandioca, o arroz, o sal e o gado bovino, suíno e capri-no. No campo mineral, o território moçambicano tem também signifi ca-tivas reservas de gás natural, carvão e mármore, entre outros recursos. É também em Moçambique que fi ca a segunda maior barragem Hidroeléc-trica de África (Cahora Bassa), um dos maiores produtores e exportado-res de energia da região.

O papel do investimento estrangeiro é determinante no processo de cres-cimento da economia, que continua a registar índices de crescimento assi-

Moçambique, aposta certa para investirMoçambique, aposta certa para investir

Das antigas colónias portuguesas no continente africano, Moçambique é a única situada na costa oriental, por isso benefi ciou desde sempre de uma estreita relação com o continente asiático. Trinta e cinco anos após a independência, a Pérola do Índico é hoje um exemplo de sucesso em África, ao nível do percurso de desenvolvimento socioeconómico, a favor dos seus 22 milhões de habitantes maioritariamente jovens. O país apresenta grandes oportunidades de negócio e um ambiente de paz propício para o investimento.

O setor agrícola é hoje o segmento mais importante da economia moçambicana

Sr. Ibraimo Ibraimo - Presidente da Comissão Executiva do BCI

Foto

: Val

ério

Aze

vedo

12 N°02 - 2011 | ECONOMIA EM MOÇAMBIQUE

Page 13: Revista Brasília Maputo - 2011

naláveis. Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística apontam para que, em termos reais, o PIB moçambi-cano em 2010 teve um crescimento de 6,6% (mais 0,3 p.p. do que em 2009). Em percentagem do PIB, a Agro--pecuária é o sector com maior con-tribuição (24%), seguido da Indústria (13%), dos Serviços (11%) e Trans-portes e Comunicações (11%).

Nos próximos anos, as perspectivas de crescimento da economia continuam favoráveis, sendo que as previsões do FMI indicam que o crescimento do PIB irá atingir 7,75% até 2013. Prevê--se ainda uma aceleração no ritmo de expansão dos megaprojectos estru-turantes de infra-estruturas (pontes, estradas, portos, aeroportos, linhas férreas, produção e transportes de energia) e industriais, com o início das operações de vários projectos re-levantes.

O sector fi nanceiro moçam-bicano

O sector fi nanceiro moçambicano tem vindo a acompanhar o ritmo de crescimento da economia, em núme-ro de balcões, na cobertura das zonas rurais, na diversifi cação dos produtos fi nanceiros e no uso das novas tecno-logias da informação. O crescimento está consubstanciado num bom nível de capitalização e num rácio de solva-bilidade de 14,8%, acima do recomen-dado pelo Banco Central (8%). Os resultados dos principais Bancos são positivos e crescentes, refl ectindo o ambiente macroeconómico favorável.

Neste contexto, o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) posiciona-se como o parceiro dos investidores es-trangeiros em Moçambique, parti-cipando em diversas iniciativas de sucesso nos mais importantes secto-res da economia. Com uma quota de mercado superior a 30%, o BCI tem uma estrutura sólida (a Caixa Geral de

Depósitos e Banco BPI são os princi-pais accionistas) e uma Rede Comer-cial com Agências e Centros de Em-presas, em todo o país, servindo todos os segmentos do mercado.

Investimento brasileiro em Moçambique

Fruto da solidifi cação das relações económicas entre Moçambique e Bra-sil, há cada vez mais empresas brasilei-ras que apostam no mercado moçam-bicano com sucesso, nomeadamente:

•A Companhia Vale do Rio Doce, que inaugurou em Março de 2009, na Pro-víncia de Tete, um dos maiores projec-tos de extracção de carvão do mundo, num investimento estimado em mais de 4 mil milhões de dólares norte-ame-ricanos e com capacidade para produ-zir 11 milhões de toneladas por ano.

•A Odebrecht está a executar as obras do novo Aeroporto Internacional de Nacala - cidade portuária, na Provín-cia de Nampula - orçado em 112 mi-lhões de dólares, que será a maior pla-

ca giratória de tráfego aéreo na Região Norte, assegurando as ligações de vôos com África, Américas, Europa e Ásia.

•A Camargo Corrêa vai construir a barragem de Mphanda Nkuwa, com capacidade para produzir cerca de 1.500 megawatts para Moçambique e países vizinhos. Nesta hidroeléctrica serão aplicados cerca de 2 mil milhões de dólares.

Como consequência da boa relação entre os dois países, o Congresso Bra-sileiro aprovou um montante de 8 milhões de dólares para a construção de uma fábrica de anti-retrovirais em Moçambique, uma contribuição para a luta contra o HIV-SIDA.

Só no ano passado foram regista-das mais de 20 empresas brasileiras a operar nos mais diversos ramos de actividade, em Moçambique, o que demonstra que os brasileiros confi am na economia e na capacidade dos moçambicanos para juntos gerarem riqueza em prol do desenvolvimento económico e social.

O novo Aeroporto de Maputo é peça chave para o desenvolvimento da Economia

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Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

13ECONOMIA EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011

Page 14: Revista Brasília Maputo - 2011

SEGUI

14 N°02 - 2011 | CASE CINEVÍDEO

Page 15: Revista Brasília Maputo - 2011

NDO O PULSAR DA VIDAConheça as histórias e os bastidores do documentário

“Tambores do Mundo”, que estréia este ano

Seis países, diferentes ritmos e muitas histórias de vida unidas pelo ritmo e força de um instrumento: o tambor. Somos convidados a viver esta incrível

viagem musical e humana que atravessa os continentes no documentário “Tambores do Mundo”, o mais novo fi lme da Cine Internacional que tem estréia internacional neste ano, em Festivais no Brasil, em Moçambique e em diversos países.Dos sons primitivos à riqueza e complexidade de hoje, o tambor acompanhou o desenvolvimento de praticamente todas as culturas. Tocar a percussão para cultuar os deuses, por luto, para celebrar um nascimento, homenagear os ancestrais ou marcar a passagem do ano. O canto e a dança das mais diversas comunidades são marcados pelo com-passo forte do tambor, que em cada região do mundo tem um signifi cado próprio.

“Após o sucesso de Mama África – documentário lançado no ano passado e que já foi exibido em diversos Festivais ao redor do mundo – a Cine Internacional traz mais uma vez ao público um fi lme fascinante”, afi rma Mônica Mon-teiro, presidente da Cine Internacional.

No Nordeste do Brasil, no coração da cidade de São Luis do Maranhão, o sincretismo da religião africana com a ca-tólica faz surgir e viver até hoje o Tambor de Mina. O batu-que que ecoou pelas senzalas na época da ew Pai Euclides, que desde 1958 tem o seu terreiro de Candomblé, nos ajuda a desvendar os símbolos e segredos deste tambor.Os rituais e tradições também são a marca registrada dos tambores em Moçambique. No pequeno vilarejo de Meta-rica, na província de Niassa, tem início a história de vida de Chaisson Meja. O jovem moçambicano – que perdeu sua mãe com apenas um mês de vida, vítima da Guerra Civil – é fruto da união entre uma mulher Macua e um homem Jauá – etnias predominantes ao Norte do país. Desde pequeno, ele teve sua vida conectada com o tambor através da infl uência de seu avô – um experiente fabrican-te de tambores – e seu tio – músico e chefe comunitário. Acompanhamos Chaisson numa incrível viagem de Nacala

Sra. Luana Dias - Produtora do fi lme “Tambores do Mundo”

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

15CASE CINEVÍDEO | N°02 - 2011

Page 16: Revista Brasília Maputo - 2011

Porto – cidade onde vive atualmente – até a sua terra na-tal, num trajeto recheado de emoções e descobertas.

Além de Moçambique, a África também está representada pelos tambores e tradições da Zâmbia. Na região ao redor do Lago Kariba, somos levados pela sonoridade dos tam-bores Budima – uma das expressões mais autênticas do povo Tonga. Stanard Halenga – que há mais de 20 anos toca tambor – conta de forma emocionante o seu trajecto de vida e a história de sua etnia.

A Europa é representada por Portugal, onde a tradição e modernidade também se complementam e dão origem à música do grupo “Drumming”. Os percussionistas estão baseados na cidade do Porto, e são liderados por Miquel Bernat – um dos grandes ícones da música contemporânea. Universalidade e regionalismo, clássico e contemporâneo, conhecimento acadêmico e improviso são os ingredientes para a criação de um estilo musical inovador e único.

O mundo árabe está presente em “Tambores do Mundo” através dos ritmos e celebrações do Qatar. Em meio à mo-dernidade e riqueza de Doha – capital do país – encontra-mos o respeito às tradições através das batidas do tambor de Ateeq Mubarak. Músico consagrado na região, Ateeq

relembra os ensinamentos do seu pai – um mergulhador e pescador de ostras – e encontra na música uma forma de celebrar seu país e sua cultura.

No Oriente, vamos até a China onde o tambor tem grande simbologia na sociedade e cultura. Conhecemos a história da família Liu, que possui quatro gerações dedicadas à fa-bricação de tambores artesanais. Dos templos budistas às festas de rua e tradicionais espectáculos de Ópera, eles en-contram em cada tambor uma forma de imortalizar o seu nome e a sua arte.

O documentário “Tambores do Mundo” foi produzido e idealizado pela Cine Internacional, a fi lial da Cinevídeo no continente africano. Especializada em Comunicação So-cial, a empresa atua há 16 anos no mercado de produção de telecursos, teledramaturgias e documentários no Brasil – com escritório em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro – e na Venezuela. Há 04 anos, a Cine Internacional está em África, baseada em Moçambique.

“A nossa empresa está em Moçambique para mostrar ao mundo uma África positiva, com todas as suas diversidades culturais e riquezas. Temos como objetivo produzir cada vez mais no continente”, afi rma Mônica.

Cenas da gravação do documentário Tambores do Mundo

16 N°02 - 2011 | CASE CINEVÍDEO

Page 17: Revista Brasília Maputo - 2011

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

17NOME DO CADERNO | N°02 - 2011

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Pinturas em Tapeçaria e esculturas no Pau Preto são artes típicas de Moçambique

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Nos últimos anos o mercado de artesanato e ma-nufaturados moçambicano vem experimentando um ambiente de promissora afi rmação, no qual

se multiplicam as oportunidades ao empreendedorismo e ao auto-emprego. Se de um lado o crescimento da oferta de produtos, estimulado por ações governamentais e apoio fi nanceiro de projetos internacionais, reduziu de modo ge-ral os preços – de outro, o aumento da procura por parte dos compradores, sobretudo estrangeiros, tornou o setor mais aquecido e competitivo, dando início a um processo de “viragem” numa realidade que até então sobrevivia tão somente da tradição. “Os resultados começam a aparecer para quem vive da arte”, comemora Evaristo Madime, Di-retor Executivo do Centro de Estudos e Desenvolvimento do Artesanato CEDARTE – instituição responsável pela gestão da FEIMA. “Temos a consciência dos enormes de-safi os pela frente, nomeadamente, desenvolver uma maior atratividade do espaço, através do aumento da qualidade e da diversidade dos produtos e da inclusão de outras ativi-dades culturais e lúdicas que possam canalizar para aqui o maior numero de pessoas. Mas acreditamos que vamos tornar este espaço num autêntico destino turístico, e não só.” observa Evaristo.

Apesar de organizados em cooperativas e associações desde os anos 1980, os artesãos fi xados em Maputo não tinham, até Novembro de 2010, um local apropriado para expor suas mercadorias. Praças, esquinas e canteiros centrais de avenidas abrigavam sem as mínimas condições uma tão variada quanto heterogênea gama de vendedores, que mais fazia disputar espaço entre si do que vender. Não havia me-todologia de oferta e, geralmente, os compradores é que de-fi niam, após exaustiva negociação, os valores a serem pagos – quase sempre com prejuízo dos artesãos. “Com a inaugu-ração da Feira nossas condições de trabalho melhoraram muito” comenta Paulo Damião, escultor em madeira. “Aqui há banheiros e nossa mercadoria está protegida”, acrescenta lembrando que nas ruas suas delicadas esculturas em sân-dalo estavam permanentemente em risco.Uma vez que restringiu a presença da maioria dos expo-sitores a um único local da cidade, o estabelecimento da

FEIMA exigiu medidas de divulgação de fôlego. Diversas ações de promoção e marketing vêm sendo mantidas pe-los executores do projeto desde a inauguração do espaço, principalmente junto aos hotéis e resorts da cidade, com o objetivo de promover produtos e orientar consumidores. Num folheto especialmente preparado para compradores estrangeiros são explicados quais produtos, e em que quan-tidades, podem ser transportadas para fora do país sem procedimentos aduaneiros de exportação.

Contudo, a mais ousada proposta de promoção e vendas feita à FEIMA até o momento partiu de uma instituição brasileira de apoio ao empreendedorismo e inclusão digi-tal. Trata-se da NINUI, uma plataforma de “e-commerce” totalmente gratuita que, em breve, será disponibilizada aos expositores do Parque dos Continuadores, em convênio com o Centro de Estudos e Desenvolvimento do Artesa-nato CEDARTE. “A Ninui é uma rede especializada em mercados de nicho, promoção do comércio justo, apoio ao empreendedorismo e geração de auto-emprego”, explica Karina Rehavia, Presidente da Ninui, destacando que “na Ninui, qualquer pessoa monta de graça sua loja virtual, uti-lizando ferramentas livres de marketing e divulgação, com gateways para pagamento e recebimento seguros”.

“Nossa idéia é capacitar os emergentes empreendedores moçambicanos para a utilização de novas tecnologias, ge-rando oportunidades de negócios em todos os países de língua portuguesa por meio da cultura digital” acrescenta Roberto Andrade, CEO da Ninui. “É o encontro feliz da arte cultural e orgânica com o comércio digital global” con-clui Evaristo Madime, Diretor Executivo do CEDARTE.

SERVIÇO: Jardim do Parque dos Continuadores – Entrada pela Av. Armando Tivane, próximo à Av. Mao Tse Tung. Bairro Po-lana, Maputo, Moçambique. Aberto das 09:00 às 19:00 de segundas a domingos.

CEDARTE: www.cedarte.org.mzNINUI: www.ninui.com

ARTESANATO MOÇAMBICANO: Setor em ascensão atrai parceiros tecnológicos

Um passeio ao Parque dos Continuadores, nas proximidades da Avenida Mao Tse Tung, em Maputo, pode levar o visitante a um surpreendente encontro com o melhor da criatividade moçambicana. Desde fi nais de 2010 o Parque foi convertido num centro permanente de exposição e vendas de obras de arte, decoração e utilidades, confeccionadas por mãos hábeis e olhares sensíveis. O local também oferece comidas típicas e um encantador recanto de fl oristas. Dos batiques coloridos ao ébano makonde, do lírio perfumado à saborosa “matapa de caranguejo”, tudo na FEIMA - Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia de Maputo respira arte, tradição e cultura.

Sr. Valério Azevedo - Jornalista e Assessor Internacional da Agência Golo

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

19CULTURA | N°02 - 2011

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Brasil e Moçambique são dois países que possuem várias características em comum, como o clima, a vegetação e a cultura. Um dos principais pontos de congruência entre as nações é o Português. Tanto Brasil como Moçambique foram colônias portuguesas e herdaram o idioma do país europeu como sua língua pátria. No entanto, existem algumas palavras muito comuns no dia-a-dia do moçambicano e do brasileiro que são bastante diferentes. Segue abaixo alguns exemplos curiosos:

PORTUGUÊS BRASILEIROBlusa de frio Varal para pendurar roupas Banheiro Cadeira Meias

PORTUGUÊS MOÇAMBICANO Camisola Estendal Casa de banho Esquadra Piugas

Em razão da Guerra Civil (encerrada em 1992), Moçambique herdou diversas minas terrestres cravadas em seu solo. De acordo com o Tratado de Proibição de Minas Terrestres, assinado por Moçambique, o país deverá estar livre das minas até 2014. No entanto, quatro províncias do norte do país já estão livres de minas que são: Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Niassa.E para alcançar tal meta, um apoio muito valioso tem sido empregado, a utilização de ratos. Esses animais foram treinados para encontrarem o material explosivo, farejando as minas, sinalizando sua localização e as identificando. Os roedores são equipados com um tipo de coleira que os guia. Com apenas dois ratos é possível percorrer 100 m2 por dia!Por serem muito leves, os ratos não possuem peso suficiente para ativarem as bombas, o que os torna peça fundamental na busca pela vitoriosa batalha contra as minas terrestres (jornal britânico The Telegraph).

Você sabia que em Moçambique muitos homens que já passaram da sua época de criança ainda se divertem com um jogo típico do país? Esse jogo recebe o nome de Ntchuva. É jogado entre duas equipes de um ou mais jogadores e em um tabuleiro muito peculiar, no qual uma equipe tenta eliminar as pedras do adversário.

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20 N°02 - 2011 | CURIOSIDADES

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Os Makondes são um povo que tem origem na África Oriental e habitam o nordeste de Moçambique e o sudeste da Tanzânia. As principais atividades econômicas praticadas por eles são a agricultura e a escultura, bastante apreciada em todo o mundo. Essas esculturas são normalmente máscaras e esculturas em madeira, que refletem suas riquezas cuturais e estéticas. A escultura Makonde mais conhecida é feita em pau-preto. Essas esculturas apresentam três estilos principais:- Shetani, que significa ‘demônio’, são esculturas de figuras humanóides ou animais muito estilizadas;- Ujamaa, que significa família ou união, essas esculturas ilustram pessoas juntas com seus instrumentos de trabalho, ou até mesmo, por influência portuguesa, imagens de santos;- E por último existem as máscaras Mapico, nome que também dá origem a uma dança típica desse povo. Essas máscaras são feitas normalmente de uma madeira leve e clara e são ornamentadas com penas e panos. Elas podem ser rostos humanos ou animais.

As capulanas são lenços usados pelas mulheres moçambicanas e possuem serventia variada. São utilizadas como roupas ou na cabeça, para limpar, embrulhar crianças e amarrá-las às costas da mãe. Também servem como toalha e cortina. As capulanas não são usadas somente pelas mulheres que vivem no campo, muitas mulheres que moram nas cidades, apesar de se vestirem de modo mais parecido com o usual no mundo ocidental, também as utilizam em cerimônias familiares.Normalmente extremamente coloridas, as capulanas são vistas em muitos casos como símbolo da riqueza feminina. As mulheres normalmente ganham esses panos de seus maridos, filhos, futuros genros em ocasiões especiais e esse bem familiar é passado de geração a geração.

abia?Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

21CURIOSIDADES | N°02 - 2011

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Moçambique é um país com uma situação geoestraté-gica peculiar nesta zona

da África Austral. A costa marítima tem cerca de 2,800 quilómetros. Tem fronteiras terrestres com quatro países do interior sem acesso direto ao mar. Tem três portos marítimos principais e vários portos secundários com di-versos níveis. A distância mais curta para o transporte das mercadorias para a norte da República da África do Sul de grande desenvolvimento mineiro e industrial, parte de Maputo com um percurso no território nacio-nal de cerca de 70 km.

Com esta situação geográfi ca foram desenvolvidos, na época colonial, sis-temas rodoferroviários e de infraestru-turas portuárias que desenvolveram uma intensa atividade de transporte de mercadorias, em trânsito interna-cional, de e para os territórios do inte-rior, ligando os portos de Maputo, da

Beira e de Nacala à RAS, ao Zimba-bwe, ao Malawi, à Zâmbia e à parte sul da República Democrática do Congo através do porto da Beira. Esta ativi-dade de trânsito internacional, com a construção das linhas férreas criou corredores de desenvolvimento local com a produção agrícola e agroin-dústrias que lhe estão associadas, o comércio nacional e para a exporta-ção, as indústrias metalomecânicas e de construção, o desenvolvimento da atividade social com enfoque para a educação e para a saúde.

Imediatamente após a independência de Moçambique, em 1975, por razões da geopolítica internacional, todas as atividades produtivas e económicas, incluindo as de trânsito internacional, e da administração do Estado e so-cial foram fortemente afetadas com a destruição de estradas, pontes, linhas férreas e praticamente toda a atividade no campo.

Com o fi m da guerra civil, em 1992, iniciou-se a reconstrução do País e a recuperação da atividade económica e social depois de dezessete anos de iso-lamento. O país ainda não produz o sufi ciente e tem que importar a maior parte das suas necessidades. Foram aprovadas leis para atrair o investi-mento estrangeiro e nacional, iniciada a reconstrução das estradas, pontes, linhas férreas, a modernização das infraestruturas portuárias, incremen-tada a indústria extrativa e o início da adaptação das infra estruturas de transporte, energia e telecomunica-ções para benefi ciar, também, a pro-dução nacional e a sua circulação com vista à sua industrialização, ao consu-mo interno e à exportação.

Moçambique aderiu aos acordos da Organização Mundial do Comércio e paulatinamente está eliminando barreiras tarifárias com vista à libe-ralização do comércio. Desde 1996 está integrado na Comunidade de

A retomada do comércio internacional em Moçambique

O investimento na infra-estrutura para o transporte, como Linhas Férreas e Pontes, é uma opção que Moçambique encontrou para o incremento do seu Comércio Exterior

Sr. Carlos Gama Afonso - Sócio Diretor da GARP Despachante Ofi cial Lda

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22 N°02 - 2011 | COMÉRCIO EXTERIOR EM MOÇAMBIQUE

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Desenvolvimento da África Austral (SADC – Southern African Develo-pment Community) e até fi nais de 2014, todas as mercadorias originá-rias da SADC circularão na região sem o pagamento de direitos adua-neiros. Aboliu, em 1998, o sistema de licenciamento e registo prévios para a importação e exportação de merca-dorias e diminuiu os requisitos para a constituição de empresas. Em 2000 foi um dos países elegíveis aos benefícios da Lei do African Grouth Oportunity Act dos EUA, podendo exportar para esse país vários produtos isentos de ta-xas de acordo com o Sistema Geral de Preferências (GSP). Em 2004 celebrou acordos bilaterais com o Vietname e o Zimbabwe, em 2005 com a República Popular da China e em 2006 com o Malawi. Em 2010 assinou os Acordos de Parceria Económica com a UE que preveem a circulação livre de merca-dorias e de serviços entre Moçambi-que e a UE (que aguarda formalização diplomática e ratifi cação).

A nível fi scal foi implementado desde Setembro de 1990 o IVA (Imposto so-bre o Valor Acrescentado), com a taxa única de 17%, em todas as transações, prestações de serviços e na impor-tação, esta última situação, por um imperativo legal contido na lei. Para alargar a base tributária foi criado o Imposto Simplifi cado para Peque-nos Contribuintes com o objetivo de acolher no setor formal da economia grande parte da população ativa. Es-tão em curso programas para imple-mentar o sistema de e-tributação para simplifi car a vida dos contribuintes.A nível aduaneiro o processo de mo-dernização iniciou em 1998 com a in-formatização do sistema aduaneiro e a formação de pessoal aduaneiro, o sis-tema de segurança internacional com verifi cação não intrusiva de mercado-rias (“scanners”), a implementação da fi gura de Operador Económico Auto-rizado (uma iniciativa da Organização Mundial das Alfândegas) e vai iniciar

este ano o processamento do despa-cho aduaneiro sem papel num proces-so de janela única onde se concentram todas as informações dos diversos in-tervenientes no processo de comércio internacional (importadores, expor-tadores, transitários, agentes trans-portadores rodoviários, ferroviários, marítimos e aéreos, despachantes, instituições de controlo sanitário - da agricultura, veterinária e pescas -, da saúde pública, polícia, meio ambiente, manifestos de carga, etc).

Este processo dinâmico de eliminação de barreiras, de simplifi cação do sis-tema legal e de modernização e auto-matização do sistema de desembaraço aduaneiro tem em vista tornar atrati-vo o ambiente de negócios, diminuir o tempo de desembaraço aduaneiro das mercadorias, eliminar custos com de-moras na circulação de mercadorias e permitir o rápido desenvolvimento da economia.

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

23COMÉRCIO EXTERIOR EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011

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24 N°02 - 2011 | LEGISLAÇÃO EM MOÇAMBIQUE

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Transcorrida quase uma década da implementação da Refor-ma Fiscal de junho de 2002,

em substituição à Lei n. 3 de 1987, seus efeitos tem permeado intrinseca-mente a atuação estatal, assegurando o cumprimento dos principais obje-tivos daquela reforma, destacando--se o alargamento da base tributária, a redução da carga fi scal, o aumento do nível de receitas, a simplifi cação dos procedimentos de arrecadação, a modernização do sistema de impostos e a racionalização do sistema de bene-fícios fi scais.

A nova ordem tributária moçambi-cana materializou na atuação do Es-tado, ao contrário do verifi cado nas reformas anteriores (1978 e 1987), im-portantes princípios tributários, sal-vaguardando os interesses dos cida-dãos. Segundo Moreira Rego, o atual sistema tributário moçambicano “tem hodiernamente o sentido verdadeiro de fi sco, que visa a fi nanciar a carência do Estado de forma a satisfazer os fi ns a que ele se obriga a prosseguir”.

A nova ordem tributária tem buscado a promoção do crescimento, de forma sustentável, primando pela redução da pobreza e ensejando a melhoria da qualidade de vida no país. Neste sen-tido, procura sempre pautar seu refe-rencial num sistema mais justo e está-vel, sem deixar de atrair investimentos estrangeiros, expandindo o setor pri-vado nacional e aumentando a oferta de emprego. Interessante ressaltar que

esta diretriz também foi dimensiona-da às pequenas e médias empresas, seguindo a moderna orientação das legislações tributárias, sobretudo nas situações em que se torna necessária a formalização dos empreendedores e da mão-de-obra. Por conseqüência, a economia de Moçambique apresenta crescimento médio de 8% ao ano, nos últimos 10 anos, sendo um dos países do mundo que mais cresceu econo-micamente na última década, como revela estudo da conceituada revista britânica Th e Economist.

A citada revista acrescenta que en-tre 2011 e 2015 sete países africanos deverão estar na lista dos 10 países com maior crescimento econômico. Moçambique aparece nessa projeção em 4º lugar, com uma previsão de crescimento médio anual de 7,7%. A revista aponta que diferentemente de governos passados, “os atuais gestores de Moçambique e Tanzânia pouparam dinheiro, o que amorteceu o efeito da última crise em suas economias”.

Nesse sentido, destaca-se que o Rela-tório Doing Business 2008 classifi cou Moçambique na 33ª posição no pla-neta no quesito “proteção a inves-tidores”, e que, segundo o GPI – Global Peace Índex, publicado em maio de 2008, Moçambique (50°) é o quarto país mais pacífi co da África, posição que o colo-ca à frente do Brasil

(90°), Argentina (56°), Grécia (54°), dentre outros e uma posição apenas atrás da Grã-Bretanha (49°).

Estes indicadores demonstram que as profundas reformas estatais, re-fl etidas diretamente na condução da Administração Pública Fazendária, inclusive com a criação da Autoridade Tributária Moçambicana, permitem um cenário propício à realização de investimentos estrangeiros e ao de-senvolvimento do setor econômico nacional, que indubitavelmente será alavancado pelos investimentos rea-lizados nos últimos anos, sobretudo com o incremento da atividade de mi-neração no país, com a presença mar-cante da Vale.

Dentre tais ações, nor-teadas pelas mudanças da reforma de 2002 e pelos Princípios Tributários, destaca-se Lei Fiscal Geral

Dr. Flávio Bernardes, Sócio do Escritório Bernardes Advogados Associados e Autor do livro ‘Direito Tributário Moçambicano’

A importância da legislação tributária

para o crescimento da economia moçambicana

LEGISLAÇÃO EM MOÇAMBIQUE

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

25LEGISLAÇÃO EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011

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(que resguarda os direitos dos con-tribuintes); a eliminação do regime especial para os grandes projetos; a nova Lei das Finanças Autárquicas; os novos limites de impostos, que dimi-nuíram a carga tributária.

Estas modifi cações têm modernizado a administração tributária e, por con-seguinte, fortalecido a economia na-cional, considerando e se valorizando a estabilidade e a modernidade do sis-tema tributário. Assim, o Sistema Tributário Moçam-bicano tem, quando não erradicado,

diminuído consideravelmente as desi-gualdades sociais, na medida em que tem se adequado à capacidade contri-butiva de cada indivíduo, garantindo a igualdade (isonomia tributária formal e material) em máxima medida. A atual técnica tributária moçambicana consagra, portanto, os Princípios da generalidade, da justiça fi scal e da efi -ciência, buscando não eliminar a sim-plicidade do sistema tributário.

Estes mecanismos são frutos da ado-ção inicial do modelo tributário por-tuguês, como se observa nitidamente da legislação do imposto de renda e

do imposto sobre o valor agregado – IVA, com alterações que possuem a efi ciência do sistema brasileiro como modelo, tal qual se observa com a lei dos procedimentos tributários admi-nistrativos.

No aspecto da legislação há muitas mudanças em curso, visando aprimo-rar o ordenamento jurídico moçambi-cano a partir do desenvolvimento de diversos setores da economia; dentre eles podemos citar a legislação regu-lamentadora do setor de energia e seu refl exo no setor minerário.

Nota-se, portanto, que as reformas implementadas a partir de 2002, planifi cadas e sequenciadas, em estrita observância dos Princípios Tributários, implementaram medidas efi cazes de mobilização e sustentação da receita, de maneira efi ciente e justa. Constituem, assim, parâmetro basilar da justiça e da equidade no cenário nacional.

Tributação indireta, incidindo sobre os níveis de despesa dos cidadãos. O sistema de impostos sobre a despesa compreende o Imposto sobre o Valor Acrescentado e o Imposto sobre Consumos Específi cos.

IVA - IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO

Incidência:Transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas no território nacional, bem como importações de bens.

Taxas:A taxa aplicável é única, de 17%.

IMPOSTO SOBRE CONSUMOS ESPECÍFICOS

Este imposto foi introduzido paralelamente com o Imposto Sobre o Valor Acrescentado.

Incidência:O Imposto Sobre Consumos Específi cos incide sobre determinados bens, produzidos ou importados.

De entre os bens sujeitos a este imposto destacam-se as bebidas alcoólicas, tabaco e veículos automóveis.

Taxas:As taxas variam de 20% a 75%.

26 N°02 - 2011 | LEGISLAÇÃO EM MOÇAMBIQUE

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LEGISLAÇÃO EM MOÇAMBIQUE

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

27LEGISLAÇÃO EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011

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Mapas políticos de Moç

Niassa

Zambézia

Tete

Manica Sofala

GazaInhambane

Maputo

MAPUTO

Nampula

OCEANOÍNDICO

TANZÂNIA

ZÂMBIA

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA

DO CONGO

ZIMBABWE

ÁFRICA DO SUL

SUAZILÂNDIA

MALAWI

Cabo Delgado

28 N°02 - 2011 | GEOGRAFIA

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çambique e do Brasil

Amazonas

Acre

Pará

Amapá

Maranhão Ceará Rio Grande do Norte

ParaíbaPernambuco

AlagoasSergipe

Piauí

Tocantins

Goiás

DF

Bahia

São Paulo

Paraná

Rio Grande do Sul

ARGENTINA

URUGUAI

OCEANOATLÂNTICO

OCEANOPACÍFICO

PARAGUAICHILE

BOLÍVIA

PERU

COLÔMBIA

VENEZUELAGUIANA GUIANA

FRANCESASURINAME

Santa Catarina

Rio de Janeiro

Espírito Santo

Roraima

Rondônia

Mato grosso

Minas Gerais

Mato Grosso do Sul

BRASÍLIA

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

29GEOGRAFIA | N°02 - 2011

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1. O “Fiocruz África” é o primeiro escritório internacional da Fundação Fiocruz e tem sua sede em Maputo. Qual a razão de Moçambique ter recebido esse escritório? Quando se inicia-ram e qual a abrangência de suas atividades em termos de cooperação técnica?

O “Fiocruz África” é o primeiro escritório inter-nacional da Fiocruz e também o primeiro escri-tório do governo brasileiro na área de saúde no exterior. É a primeira vez que temos um posto no exterior vinculado à administração direta do Es-tado brasileiro, mas que não é da área diplomá-tica. O Fiocruz África foi inaugurado em 17 de outubro de 2008, durante a visita do Presidente Lula a Moçambique. Mas alguns de nossos proje-tos de cooperação foram iniciados antes dessa data.Moçambique foi muito receptivo à instalação do Escritório em Maputo e é um dos países em que temos mais projetos de cooperação. Essa locali-zação foi uma escolha que surgiu das negocia-

ções entre os dois países – Brasil e Moçambique – sendo que, pelo Acordo assinado, o Escritório tem status de organização diplomática em Mo-çambique.A presença da Fiocruz no continente africano é fruto da prioridade que a política externa brasi-leira, estimulada pelos governos do presidente Lula, deu à área social, entre elas a de saúde, e ao estreitamento de laços de cooperação Sul-Sul, no caso específi co, entre o Brasil e países africa-nos, com especial ênfase naqueles que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

2. Em linhas gerais, qual o quadro atual do sis-tema de saúde de Moçambique? Quais são os principais obstáculos encontrados para a atua-ção da instituição?

Apesar dos baixos níveis de saúde da popula-ção em Moçambique, na última década houve

CELIA

Diretor da Vale na África assina compromisso de apoio para as obras de instalação da Fábrica

Entrevista com a Diretora do Escritório da Fiocruz na África

Sra. Célia Almeida

Os nossos projetos

pretendem ser “estru-turantes”

para os sistemas de saúde

dos países africanos

30 N°02 - 2011 | ENTREVISTA FIOCRUZ

Page 31: Revista Brasília Maputo - 2011

Entrevistamelhora em alguns dos indicadores de saúde: a taxa de mortalidade infantil em crianças meno-res de cinco anos se reduziu; a pobreza infantil, medida através de uma metodologia baseada em privações, também diminuiu signifi cativamente, assim como a Taxa de Mortalidade Materna, que em grande medida é devida a defi ciências dos serviços de saúde. Mas todos esses indicadores ainda são muito altos.Os desafi os para melhoria do sistema de saúde são enormes, mas as agências governamentais e seus parceiros vêm trabalhando para superar essa situação. Os principais obstáculos são fi -nanceiros e organizacionais, mas também estão na difi culdade para formar e reter quadros ca-pacitados trabalhando no país, assim como para realizar pesquisas e promover o desenvolvimen-to tecnológico, produzindo o que o país precisa para atender as necessidades da sua população.

3. Quais são as perspectivas futuras da saúde na África? Sabe-se que há uma carência mui-to grande em vários aspectos, mas esse qua-dro tende a mudar? Em que medida a ação da Fundação pode contribuir para mudar tal realidade?

As carências na África são sempre superlativas, além de que a dependência da ajuda externa, em geral, é muito grande. Mesmo em países africa-nos ricos, as condições de vida e saúde da popu-lação são muito precárias. A Fiocruz tem atuado tanto em nível regional como em cada país. Em maio de 2009 foi aprova-do o Plano Estratégico de Cooperação em Saú-de−PECS, na Reunião de Ministros de Saúde da CPLP, em Lisboa. Esse plano é um instrumento abrangente e integrador de sinergias no âmbito da saúde dos países que integram a CPLP. Foi elaborado com o apoio técnico da Fiocruz e do Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lis-boa e com a participação intensa de autoridades dos ministérios da saúde dos oito países, apoiada por “pontos focais” locais, cuja tarefa foi identi-fi car interesses e necessidades a partir da mobi-lização de autoridades nacionais e outros atores. O fi nanciamento vem dos próprios governos e outras fontes nacionais e internacionais. Esse trabalho regional não exclui nenhum dos demais projetos bilaterais ou multilaterais em andamento em cada país, incluindo aqueles que envolvem os países da CPLP entre si. Entretanto, o modelo também busca a articulação e coorde-

nação entre eles, para reduzir a fragmentação e promover melhores resultados. O PECS foi mui-to bem recebido pelos países, o que levou a CPLP a adotar um modelo semelhante para outras áre-as de cooperação social, tais como a educação e o meio-ambiente.

4. A presença da Fiocruz no território africa-no está para além da ajuda técnica em relação ao atendimento médico. Quais são as demais ações realizadas pela Fundação nos países afri-canos? Vocês possuem parceria com alguma empresa ou órgão moçambicano?

Os nossos projetos pretendem ser “estruturan-tes” para os sistemas de saúde dos países africa-nos, isto é, são formulados para apoiar o fortale-cimento dos sistemas de saúde, de tal forma que as instituições − de ensino, pesquisa e serviços −, que devem sustentar o desenvolvimento desses sistemas, se estruturem e fortaleçam no processo de cooperação. Sendo assim, são projetos de longo prazo, cujo impacto não é facilmente visível e mensurável, e que devem lidar com as diferenças, culturais, administrativas, organizacionais, além das vari-áveis políticas relevantes nas diferentes conjun-turas, nos distintos países, como mudanças de governo e de autoridades setoriais, crises (econô-micas e políticas) etc. Atualmente nossos projetos de cooperação in-cluem cursos de pós-graduação em diferentes áreas; capacitações em serviço; formação poli-técnica e ensino à distância; implantação e refor-mulação dos Institutos Nacionais de Saúde dos países da CPLP; transferência de tecnologia para a área de produção de medicamentos e implan-tação do Banco de Leite Humano e do Centro de Lactação; e outros apoios diferenciados. Nossos profi ssionais e professores vêm a Moçambique, e outros países, para desenvolver os projetos. Mas esses programas prevêem também a vinda de alunos e profi ssionais à Fiocruz, no Brasil, por períodos variados, para complementação de trei-namentos, capacitações, formações acadêmicas, aperfeiçoamento técnico-profi ssional e avaliação de áreas potenciais de cooperação.Estamos convencidos que é preciso estabelecer uma relação de confi ança e de aprendizado mú-tuo, para poder construir juntos as ações e proje-tos que vão ser efetivos para melhorar a situação de vida e saúde de nossas populações. Portanto, é uma via de mão dupla.

5. Em novembro de 2010, o ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva visitou Moçambique para

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

31ENTREVISTA FIOCRUZ | N°02 - 2011

Page 32: Revista Brasília Maputo - 2011

apresentar as futuras instalações da Fábrica de Medicamentos de Moçambique. Qual é o pa-norama deste projeto?

Esse projeto comporta várias etapas. As nego-ciações iniciaram-se em 2003, quando os Gover-nos dos dois países começaram a traçar a idéia de implantação de uma unidade produtora de medicamentos antirretrovirais no país. O passo a seguir foi o desenvolvimento de um estudo de viabilidade técnico-econômica, que decorreu en-tre 2005 e 2007, culminando com a ofi cialização da aquisição pelo governo moçambicano, do es-paço destinado à nova fábrica de medicamentos, por ocasião da visita do Presidente Lula a Mo-çambique, em Outubro de 2008. A partir daí, iniciaram-se as etapas subsequen-tes de concretização do projeto: transferência de tecnologia e certifi cação internacional para a produção de 21 medicamentos. As obras de adequação industrial têm prazo de execução es-timado em 12 meses, incluída a instalação dos equipamentos. O setor de embalagem deve en-trar em funcionamento ao fi nal do primeiro se-mestre de 2012; e os de produção ao fi nal do se-gundo semestre desse mesmo ano. A capacitação e qualifi cação de profi ssionais moçambicanos, em diferentes áreas vinculadas ao projeto, já está em curso e continuará durante todo o período. Espera-se que até 2014 esteja concluído o pro-cesso de transferência tecnológica de todos os medicamentos. O investimento total estimado como compro-misso do governo brasileiro é de USD 21 mi-lhões até 2014, dos quais cerca de USD 07 mi-lhões foram executados até o presente momento, com estudos de viabilidade técnica e econômica, projeto executivo da obra de instalação e aquisi-

ção dos equipamentos. A esse valor acrescenta--se o aporte da Vale do Rio Doce para as obras de instalação, no valor de USD 4,5 milhões.

6. A Sra. será substituída pelo Dr. José Luiz Telles. Qual foi a motivação que a levou a lide-rar este projeto? E como você vê a entrada do Dr. Telles nesse processo?

Já trabalhei na África há 29 anos, também sedia-da em Moçambique e, desde que saí, em 1983, não havia retornado à região. Quando voltei pela primeira vez a Moçambique, em março de 2008, acompanhando uma missão da Fiocruz, a do projeto da fábrica, e antes mesmo de ser a Dire-tora do Escritório, o impacto foi muito grande. Trabalhar em saúde coletiva não é fácil, mas creio que tive sorte de participar de uma gera-ção que teve a possibilidade de mudar as pers-pectivas da saúde no Brasil e ajudar a aprovar, na nova Constituição de 1988, que a saúde é um “direito do cidadão e um dever do Estado”. Hoje, tenho certeza que, além do esforço interno para melhorar o seu sistema de saúde, o Brasil tem também muito a aprender com outros pa-íses, assim como pode ajudar outros povos a buscarem o seu caminho para alcançar melhores níveis de saúde. E é com essa meta que agrego ao meu trabalho a experiência na África, onde aprimoro e enriqueço a minha capacidade pro-fi ssional. A experiência do Dr. Telles, que também é fun-cionário da Fiocruz, como Diretor do Departa-mento de Programas Estratégico do Ministério da Saúde do Brasil ao longo dos últimos 05 anos contribuirá sem dúvida para que as ações do Es-critório da Fiocruz na África tenham continui-dade e obtenham o êxito esperado.

Entre

vista

Alunos de Mestrado formados em Moçambique a partir do apoio da Fiocruz África

Ex-Presidente Lula e demais autoridades inauguram o Escritório da Fiocruz África,localizado em Moçambique, em 2008

32 N°02 - 2011 | ENTREVISTA FIOCRUZ

Page 33: Revista Brasília Maputo - 2011

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

33ENTREVISTA FIOCRUZ | N°02 - 2011

Page 34: Revista Brasília Maputo - 2011

Um olhar sobre Energias Renováveis em Moçambique

Moçambique dispõe de um vasto espectro de fontes de energias renováveis, nomeadamente: bio-massa, solar, hídrica, eólica, geotérmica, oceânica, entre outras cujo nível de exploração se denota diferenciada umas das outras. Isso ocorre pelo facto de, por um lado, a sua demanda

apontar para fi ns e usos diferenciados e, por outro lado, o âmbito de intervenção de cada uma obedecer especifi cidades singulares para a sua implementação.

No contexto de Moçambique, as energias renováveis são tidas como uma forma de resposta a electrifi ca-ção rural, produção de combustíveis alternativos e indução da efi ciência energética, sendo assim segura-doras de um desenvolvimento menos carbonizado, i.e. promotoras de energias limpas.

Sr. António Saide - Diretor Nacional de Energias Novas e Renováveis do Ministério da Energia

34 N°02 - 2011 | ENERGIA EM MOÇAMBIQUE

Page 35: Revista Brasília Maputo - 2011

A demanda das fontes de energias renováveis se focaliza na busca de solu-ções de serviços básicos da população, sendo fundamentalmente a confec-ção de alimentos, iluminação, bombeamento de água, refrigeração, aque-cimento, incluindo o uso produtivo de energia.

A biomassa tradicional (lenha e carvão), continua a representar a forma de energia mais usada pela população no país, contribuindo com um con-sumo cerca de 80% de energia doméstica. Facto que traduz a necessidade de celeridade na introdução de formas modernas de energia que irão per-mitir a substituição desta e garantir uma maior sustentabilidade da nossa rica e vasta fl oresta nativa. Todavia, acção de mitigação do uso irracional destes recursos tem sido desenvolvido quer na procura como na oferta, através da introdução de fogões melhorados e fornos melhorados de pro-dução de carvão vegetal.

Com a visão e abordagem do Governo de Moçambique no desenvolvi-mento de bioenergias, que claramente orienta as metas à alcançar, se vis-lumbram várias medidas de intervenção que irão permitir a transição do uso da biomassa tradicional para biomassa moderna, sendo para o efeito o desenvolvimento de biocombustíveis e a co-geração, exemplos inequívo-cos deste processo no quadro da Política e Estratégia de Biocombustíveis, aprovada pelo Conselho de Ministros a 24 de Março de 2009.

A energia solar fotovoltáica tem vindo a ganhar uma grande penetração no que concerne a electrifi cação rural, onde o Governo dá a primazia as infra-estruturas sociais tais como a centros de saúde e educacionais, por um lado assegurando que os cuidados de saúde sejam melhorados tendo em consideração que a preservação de medicamentos e outros utensílios de saúde são elementos chave no processo de protecção da saúde humana, e por outro lado, garantido o acesso e a oportunidade de mais moçambi-canos buscarem o saber com a ampliação de períodos lectivos especifi ca-mente os nocturnos nas escolas. A título de exemplo desta expansão seria de referir que de 2005 a 2010, foram electrifi cadas mais de 75 vilas, e um total de 500 centros de saúde e igual número de escolas.

Ao contrário, a energia solar térmica ainda se encontra numa fase inci-piente, observando-se no meio urbano o uso de sistema de aquecimento

35ENERGIA EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

Page 36: Revista Brasília Maputo - 2011

vento a 30 metros de altura feita em dois locais nomeadamente: Tofi nho, Município de Inhambane, Provín-cia de Inhambane e Ponta do Ouro, Distrito de Matutuine, Província de Maputo. O registo nestes dois locais indicaram velocidades médias num período de 2 anos (2007-2009) de 6-7 m/s, facto que iluminou a necessida-de de se desenhar o atlas eólico para o país, instrumento a ser desenvolvido em breve.

No seu espectro as energias renová-veis, dispõe uma janela para pesquisa e desenvolvimento, sendo de considerar duas fontes cuja contribuição poderá ser signifi cante a médio - longo prazo, nomeadamente a energia geotérmica e a energia oceânica. De salientar que

de água em infra-estruturas domésti-cas, incluindo mais recentemente em infra-estruturas públicas. Importa referir que é visão do Governo segun-do a Política de Desenvolvimento de Energias Novas e Renováveis, apro-vada pelo Conselho de Ministros a 18 de Agosto de 2009, que a massifi ca-ção destas tecnologias visa aumentar o uso dos recursos de energias reno-váveis disponíveis como também for-talecer o conceito de efi ciência ener-gética através da redução do uso da electricidade para o aquecimento de água, poupando assim electricidade e as fi nanças domésticas e públicas.

O potencial hídrico do país é cerca de 14.000 MW, compreendendo lar-ga até pequena escala, sendo de refe-rir que até então somente 20% deste potencial foi explorado o que mostra um vasto leque de oportunidades de desenvolvimento de empreendimen-to de geração de energias limpas. Este potencial esta distribuído em cerca de 100 cursos de água espalhados em quase todo país, sendo de enfatizar que grande parte deste potencial con-centra-se no Vale do Zambeze.

O recurso eólico mostra-se promissor baseado na análise dos dados históri-cos e comportamento deste registado pelo Instituto Nacional de Meteoro-logia, comprovados pela medição do

Moçambique possui cerca de 38 fontes termais com ordem de temperatura de 50 a 100 graus centígrados, enquanto o potencial energético oceânico care-ce de identifi cação dos locais de maior intensidade ao longo dos cerca de 2.500 km de linha costeira.

Sumarizando, o país detém um enor-me potencial de energias renováveis por explorar, condição base para atracção de investimento, e possui um ambiente favorável para o desen-volvimento das mesmas tendo em consideração que o Quadro Político e Estratégico está em consolidação per-manente e orienta claramente a neces-sidade de investimentos, transferência de tecnologia e conhecimento.

A energia solar fotovoltáica tem vindo a ganhar uma grande penetração na electrifi cação rural

36 N°02 - 2011 | ENERGIA EM MOÇAMBIQUE

Page 37: Revista Brasília Maputo - 2011

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

37NOME DO CADERNO | N°02 - 2011

Sua empresa dispõe de pouco tempo para colocar

mercadorias na obra?

Sua empresa precisa do fornecimento de pacotes

para montagens elétricas e eletromecânicas?

Os programas de distribuição da ELETRONET são desenvolvidos para atender à complexidade logística que caracteriza o abastecimento para implantação e ampliação de obras de médio e grande porte, tais como: usinas hidrelétricas e termelétricas, subestações, mineradoras e siderúrgicas, usinas sucro-alcooleiras, além das mais diversificadas montagens elétricas industriais. Para tal, a ELETRONET desenvolve uma política de parcerias que a integra aos mais conceitua-dos fabricantes de materiais e equipamentos elétricos e eletro-mecânicos nacionais e internacionais. O resul-tado é a excelência no atendimento, proporcionando segurança e satisfação aos seus clientes.

Operando com uma visão competitiva, a ELETRONET vem se destacando pela competência e agilidade no atendimento, graças ao seu avançado modelo gerencial, desenvolvido com base na experiência vivenciada por seus diretores, em muitos anos de atuação neste segmento comercial. É por isto que, indiscutivelmente, a ELETRONET vem se consolidando como uma empresa de sucesso.

MATERIAIS ELÉTRICOS PARAusinas hidrelétricas

petrolíferas e sucro-alcooleirasinstalações industriais

siderúrgicas subestações mineradoras

AT

EN

DE

ND

O N

A V

ELO

CID

AD

E D

A E

NE

RG

IA

ELETRONET MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA - AV. PRESIDENTE TANCREDO NEVES, 4065 - CASTELO - 31330-430 BELO HORIZONTE MG - 55 (31) 3306 8700

[email protected]

www.eletronetbh.com.br

Page 38: Revista Brasília Maputo - 2011

Em novembro de 2010, a Vale participou da organização de uma missão empresarial para

Moçambique com a CCIABM, com o objetivo de fomentar negócios para suportar as nossas operações na pro-víncia de Tete e também com o obje-tivo de desenvolver o mercado local.

Essas inserções fazem parte do escopo de trabalho do Programa Inove, que há dois anos estimula o fomento de fornecedores da Vale para que eles se tornem mais fortes e preparados para os desafi os de crescimento de toda a cadeia produtiva da mineração.

Nosso relacionamento com Moçam-bique é motivo de orgulho, e não apenas por termos lá uma importante operação e investimentos. Orgulha--nos poder também fazer parte do crescimento do país, vivenciar no dia a dia do nosso trabalho o progresso que estamos alcançando juntamente com toda a população local.

Moçambique se assemelha muito com o Brasil: mesma língua, natureza exu-berante, desafi os para o progresso, grandes oportunidades de negócio e gente acolhedora. Essa, aliás, pode ser talvez o nosso maior ponto de conver-

gência com a comunidade local... Nos sentimos próximos do povo moçam-bicano pelo jeito caloroso e pela in-cansável força para o trabalho, que é o combustível para o sucesso de um país e de um povo.

Temos diversos investimentos em cur-so na região, a maior parte deles con-centrados na província de Tete e seus arredores. E para possibilitar que os investimentos da Vale se concretizem, precisamos cada vez mais fomentar o desenvolvimento sustentável e fortale-cer a força de trabalho local.

A importância do desenvolvimento do fornecedor em Moçambique

Sr. Eduardo Maciel - Programa Inove da Vale

38 N°02 - 2011 | PROGRAMA INOVE E MOÇAMBIQUE

Page 39: Revista Brasília Maputo - 2011

Fortalecer a força de trabalho local signifi ca, dentre outras coisas, forta-lecer o empresariado local, os forne-cedores moçambicanos. Temos esse objetivo claro e estamos empregando esforços para o alcançarmos. Atual-mente estamos empreendendo um projeto para levar ao mercado mo-çambicano a plataforma de educação do Inove, que conta com cerca de 145 cursos focados na gestão empresarial. Sabemos que uma empresa forte pre-cisa de uma gestão forte, e reconhece-

mos que podemos apoiar o mercado local na obtenção desses conhecimentos.

Educação é um dos caminhos que le-vam ao desenvolvimento. Assim como a realização de negócios. Ao observar o nosso relacionamento comercial com as empresas que participaram da missão empresarial, em 2010, apu-ramos que 30% dos 17 fornecedores participantes aumentaram seu fatura-mento com a Vale após o retorno de Moçambique. Essas empresas tiveram um faturamento somado com a Vale

de mais de R$ 80 milhões no mesmo período. Isso sem contar com as pos-sibilidades advindas das rodadas de negócio promovidas pela CCIABM na localidade, por ocasião da missão, com outras grandes empresas com-pradoras.

Acreditamos que temos ainda mui-tas oportunidades para trabalhar em conjunto com o mercado em Moçam-bique, dentro do nosso objetivo de sermos a maior e melhor mineradora do mundo.

Palestra do Programa Inove durante II Missão Empresarial realizada pela CCIABM (Sr. Carlos Farah, Sr. Eduardo Maciel e Sr. Luiz Cossa).

Operações da Vale na mina de carvão em Moatize

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

39PROGRAMA INOVE E MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011

Page 40: Revista Brasília Maputo - 2011

Rubrica Valores Total 2005 2006 2007 2008 2009 2010 (Acumulado)

Projectos Autorizados

143

157 194 195 250 234 1,173

IDE

164,597,684

163,523,197 5,698,931,571 365,671,964

1,776,754,372 578,809,608 8,748,288,396

IDN

35,551,534

113,251,587 55,620,617 47,039,247

270,418,552

648,541,697 1,170,423,234

Invest total

485,089,707

850,209,000 8,072,268,793

1,080,254,032

5,748,620,716

3,090,254,355 19,326,696,603

Emprego

15,133

19,372 27,469 20,495 26,758 28,245 137,472

Sector Investimento Autorizado (US$) Total2005 2006 2007 2008 2009 2010 (Acumulado)

Agricultura e Agro-indústrias

171,714,328

150,955,384

581,111,491

484,688,462

4,915,607,347

388,103,517 6,692,180,529

Aquacultura e Pescas 899,045

8,223,460 13,235,742 745,000

30,293,875

6,263,950 59,661,072

Bancos e seguradoras

1,900,000

2,933,500 1,999,010

12,833,333

20,217,906

75,109,600

114,993,349

Construção

5,374,761

5,332,954 18,548,345

43,138,692

77,254,747

38,237,710 187,887,209

Indústria

49,580,617

33,395,270 402,361,259

215,932,268

191,631,092

169,202,082

1,062,102,588

Rec. Min. e Energia

15,638,650

26,350,000 6,582,247,250

3,655,667

1,900,000,000 8,527,891,567

Transportes e Comunicações

31,972,349

166,326,142

71,231,514

91,730,954

78,100,366 48,248,957 487,610,282

Turismo e Hotelaria

177,358,543

407,300,012 272,187,625

191,185,753

264,129,388

134,017,147

1,446,178,468

Serviços

30,651,414

49,392,278 129,346,556

39,999,570

167,730,328

331,071,392 748,191,538

Total

485,089,707

850,209,000 8,072,268,792

1,080,254,032

5,748,620,716

3,090,254,355

19,326,696,602

Análise da Tendência do Investimento:

2005 – 2010 Sr. Lourenço Sambo, Presidente do CPI – Centro de Promoção de Investimentos de Moçambique

Evolução do Investimento Total Autorizado de 2005 -2010

Análise Sectorial

Evolução Anual de número de Projectos, IDE, IDN, Emprego e Investimento Total

Evolução Anual do Investimento Total por Sector, de 2005-2010

Durante o quinquénio 2005-2010 foram autorizados 1.173 projectos, com investimento de cerca de USD 19.326.696.603 (dezenove biliões, trezentos e vinte seis milhões, seiscentos e noventa e seis mil, seiscentos e três dólares dos Estados Unidos), e com perspectivas de emprego de cerca de 137.472 trabalhadores moçambicanos.

Fonte: CPI

Fonte: CPI

Os três principais sectores com maior volume de investimento são os dos Recursos Minerais e Energia (44,12%), Agricultura e Agro-Indústria (34,63%), e Turismo e Hotelaria (7,48%).

Contudo, a percentagem referente ao sector dos Recursos Minerais e Energia não refl ecte o investimento implementado, tendo em conta que o projecto Ayr Petro Nacala (Refi naria de Nacala) de US$ 5 biliões aprovado no ano de 2007, não chegou a ser realizado. Assim o volume real de investimentos deste sector foi de (18,25%).

40 N°02 - 2011 | INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE

Page 41: Revista Brasília Maputo - 2011

Província Investimento Autorizado (US$) Total 2005 2006 2007 2008 2009 2010 (Acumulado)

Cabo Delgado

13,954,400

10,618,133 1,073,581

13,254,370 28,842,224 108,798,494 176,541,202

Niassa

6,561,500

80,000,000 650,000 20,003,350 14,648,062 11,200,000 133,062,912

Nampula 37,398,226

14,037,051 5,061,010,126

87,486,117 2,305,257,398 29,551,782 7,534,740,700

Zambezia 25,574,329

15,534,253 10,196,835

3,137,012

2,352,312,593 63,921,983 2,470,677,005

Tete

3,851,465

17,155,938 1,610,682,550 38,143,465 120,546,703 2,081,911,440 3,872,291,561

Manica 8,865,874

6,663,000 14,269,404

300,019,910 47,117,264 23,634,120 400,569,572

Sofala 26,654,959

25,126,146 173,049,242

143,084,371 327,988,453 67,432,951 763,336,122

Inhambane 37,134,350

25,944,451 55,984,620 39,198,739 38,250,132 53,511,791 250,024,083

Gaza 96,040,083

6,745,714 605,549,526 56,672,341 21,760,395 94,584,743 881,352,802

Cid. Maputo* 355,917,359 314,923,773 670,841,132

Maputo

229,054,521

648,384,314 539,802,908 379,254,357

135,980,133 240,783,279 2,173,259,512

Total 485,089,707

850,209,000 8,072,268,792

1,080,254,032 5,748,620,716 3,090,254,356 19,326,696,603

Em termos de emprego, as posições por ordem decrescente, são ocupadas pelos sectores de Agricultura e Agro-Indústria com 64.663 trabalhadores (47,04%), Indústria com 24.297 trabalhadores (17,67%) e Turismo e Hotelaria com 18.328 trabalhadores (13,33%).

Quanto ao número de projectos aprovados, os três principais sectores de actividade com maior número de projectos aprovados são a Indústria (331), Turismo e Hotelaria (278) e Serviços (186).

Evolução Anual de projectos e Emprego Aprovados por Sector

2005 2006 2007 2008 2009 2010 AcumuladoSector

Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr.

Agric. e Agroindústrias

26

6,168

24

5,438

19

9,942

33

11,886

33

16,111

37

15,118

172

64,663

Aquac. e Pescas

3

158

1

100

4

210

4

91

3

257

3

491

18 1,307

Banca e Seguradoras

1

84

2

62

3

34

2

29

3

185

3

877

14

1,271

Construção

7

686

10

340

14

1,393

19

1,092

24

864

21

1,985

95 6,360

Indústria 38

2,674

34

1,776

66

8,423

57

3,186

60

2,666

76

5,572

331

24,297

Rec. Min. e Energia

2

154

3

434

5

1,268

1

47

1

170

12

2,073

Transp. e Comunic.

7

499

10

1,656

13

589

9

571

18

819

10

768

67 4,902

Turismo e Hotelaria

39

3,967

58

3,120

48

4,952

37

2,836

57

2,264

39

1,189

278

18,328

Serviços 20

743

15

6,446

22

658

34

804

51

3,545

44

2,075

186

14,271

Total 143 5,133 157

19,372 194

27,469 195 20,495 250

26,758 234 28,245 1,173 137,472

Fonte: CPI

Fonte: CPI* Os dados da Cidade de Maputo dos anos anteriores a 2009 eram inclusos na província de Maputo

Análise por Províncias

Evolução Anual do Investimento Total por Província

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

41INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011

Page 42: Revista Brasília Maputo - 2011

2005 2006 2007 2008 2009 2010 AcumuladoSector

Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr. Proj. Empr.

Cabo Delgado

5

230

6

235

6

77

7

180

9

322

7 1,661

40

2,705

Niassa

4

503

1

2,500

2

43

4

1,089

4

928

1

160

16 5,223

Nampula

17

1,129

10

1,083

14

1,460

12

5,863

18 8,122

18

1,366

89

19,023

Zambezia

6

521

7

543

6

758

5

415

8 3,391

6

2,783

38

8,411

Tete

6

220

8

630

7

343

11

510

8

546

8 1,180

48

3,429

Manica

10 1,110

10

502

16

1,938

5

2,820

11

832

13

742

65

7,944

Sofala

15

1,833

9

484

15

4,052

17

1,504

17

3,205

20

5,563

93

16,641

Inhambane 20

984

39

1,112

30

1,213

19

639

16

543

14

969

138

5,460

Gaza

9

1,119

8

180

18

7,693

12

852

22

615

25

2,521

94

12,980

Cidade de Maputo

80

4,060

71

5,514 151

9,574

Maputo

51

7,484

59

12,103 80

9,892

103

6,623

57

4,194

51

5,786

401

46,082

Total 143

15,133 157

19,372 194

27,469 195 20,495 250

26,758 234 28,245 1,173 137,472

Em termos de volume de investimento, as províncias que acolheram o maior volume foram, por ordem decrescente, as de Nampula (38,99%), Tete (20,04%) e Zambézia (12,78%).

A província de Nampula mantém a primeira posição devido ao projecto Refi naria de Nacala. Se excluíssemos o projecto Ayr Petro Nacala (Refi naria), a percentagem do volume de investimento baixaria para 13,12%, passando para a segunda posição, depois de Tete.

A posição da província de Tete é justifi cada pelo projecto hidroeléctrico de Mphanda Nkwa, avaliado em US$ 1.900.000.000,00.

A posição ocupada pela província da Zambézia deve-se à aprovação, em 2009, do projecto fl orestal Portucel Moçambique, estimado em US$ 2.311.413.000.

As três províncias que registraram maior número de projectos aprovados por ordem decrescente foram Maputo (401), Cidade de Maputo (151) e Inhambane (138).

Em relação à mão-de-obra destaca-se a Província de Maputo com (33,52%) seguida de Nampula e Sofala, com 13,84% e 12,11 %, respectivamente.

A explicação dada anterior em relação à posição ocupada pela província de Maputo no que concerne ao volume de investimento é extensiva ao número de projectos bem como ao emprego, assim a primeira posição seria ocupada pela Cidade de Maputo.

Fonte: CPI

Evolução Anual de projectos e Emprego Aprovados por Província

42 N°02 - 2011 | INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE

Page 43: Revista Brasília Maputo - 2011

Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 TOTALPosiçao PaísUSD USD USD USD USD USD USD

1 EUA

1,558,662

2,612,544

5,012,340,846 487,250

559,956

1,981,433 5,019,540,691

2 Portugal

7,327,224

5,770,207

54,626,524

41,875,677

689,179,876

154,147,532 952,927,040

3 Noruega

742,331,963 742,331,963

4 Africa do Sul

93,747,414

56,966,000

82,518,115

135,254,283

55,564,625

88,090,405 512,140,842

5 Maurícias

3,401,809

45,975,496

151,892,090

14,980,545

67,725,020

9,320,559 293,295,519

6 China

5,575,000 905,000

61,150,000

76,849,630

30,606,845

38,570,000 213,656,475

7 Reino Unido

27,808,923

21,226,487

91,969,659

14,321,250

25,857,594

29,427,329 210,611,242

8 Suiça 793,380

170,707,000

100,000

155,470

13,307,970 185,063,820

9 Itália 387,924

234,800

407,585

29,843,946

7,233,389

57,674,508 95,782,152

10 India 145,000

2,318,500

1,527,072

150,000

64,174,207

10,689,369 79,004,148

11 Tanzania 883,624

40,000,000

354,370

3,438,000 44,675,994

Total 139,951,956 137,686,038 5,667,138,891

314,216,951 1,683,388,945 406,647,105 8,349,029,886

A posição dos EUA em primeiro lugar, deveu-se ao investimento aprovado de US$ 5 biliões do projecto Ayr Petro Nacala (Refi naria de Nacala) aprovado em 2007, mas que não chegou a realizar-se, o que signifi ca que em termos reais a primeira posição cabe a Portugal em termos de proveniência do IDE, sendo o projecto Portucel Moçambique, o maior de Portugal.

A Noruega ocupa a sterceira posição devido à autorização do projecto fl orestal Lurio Green Resources, a ser implementado na província de Nampula.

A Suíça também aparece numa posição de destaque por causa do projecto de carvão da Vale, pois apesar do projecto ser de capitais brasileiros a empresa está regitada na Suíça, daí o Brasil não aparecer na lista dos 10 mais.

No período em referência, o investimento directo nacional atingiu o valor de US$ 1.170.423.234, correspondente a 6,06% do investimento total aprovado, contra 45,27% do investimento directo estrangeiro aprovado, ou melhor, contra 19,39% do IDE, excluindo o projecto da Refi naria de Nacala.

Nos 6,06% do investimento directo nacional, ditou maior contributo o projecto de Mphanda Nkwa, cujo IDN corresponde a US$ 570.000.000,00.

Fonte: CPI

Evolução Anual de projectos e Emprego Aprovados por Província

Origem do Investimento Directo Estrangeiro

Os Principais 10 Países de Origem do Investimento Directo Estrangeiro (2005 a 2010)

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

43INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011

Page 44: Revista Brasília Maputo - 2011

1. Em maio de 2009 foi assinado um memo-rando de entendimento entre o Brasil e Mo-çambique na área de produção de bioenergia e biocombustíveis. Essa parceria se deu por meio do Governo brasileiro e do Governo moçambicano. Quais são as principais expec-tativas a respeito dos projetos referentes a tal parceria? Como o Brasil, por meio de sua ex-periência já auferida, poderá contribuir?

Nós, da UNICA, entendemos que essa par-ceria é muito bem vinda e oportuna, uma vez que existe uma forte relação histórica e cultu-ral entre o Brasil e Moçambique, além de ha-ver aspectos muito semelhantes no que tange às condições agroclimáticas , o que contribui para um espaço positivo para que uma parceria nes-se sentido prospere entre ambos os países. No que diz respeito à produção de etanol, o Brasil tem muito a contribuir, já que possui uma vasta experiência de mais de 35 anos na área. Dessa

forma a contribuição brasileira poderá se dar a partir de dois pontos: o primeiro diz respeito ao apoio na criação de um marco regulatório em Moçambique, na medida em que o biocom-bustível, diferentemente de outras commodi-ties, necessita de políticas públicas que apoiem e incentivem a produção. Há muitas lições a ser extraídas com os erros e acertos da nossa políti-ca ao longo deste período. O outro ponto seria a cooperação na transferência de tecnologia e conhecimento na agricultura e no setor indus-trial desenvolvidos nos últimos anos pelo Bra-sil. O manejo na produção de cana-de-açúcar, a logística da produção e os carros fl ex fuel são também bons exemplos de experiências que o Brasil pode transferir para Moçambique.

2. Quais foram as vantagens que Moçambique ofereceu para a assinatura de tal memorando?

A tecnologia dos combustíveis fl ex fuel é um dos benefícios que o Brasil tem a oferecer para Moçambique

Entrevista com o Diretor Executivo da UNICA

Sr. Eduardo Leão

Moçambi-que é hoje uma peça

chave para transfor-

mar o eta-nol em uma commodity

mundial

Foto

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ério

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vedo

44 N°02 - 2011 | ENTREVISTA UNICA

Page 45: Revista Brasília Maputo - 2011

EntrevistaO cultivo da cana-de-açúcar no país poderá apresentar as mesmas facilidades em relação às questões ambientais como clima e solo no Brasil? Tais aspectos são favoráveis quanto os são no território brasileiro?

Existem vários aspectos que precisam ser en-tendidos inicialmente. Em primeiro lugar, há uma clara percepção de que para o etanol se tornar uma commodity global é necessário que vários países consumam e vários países produ-zam e não haja somente um ou dois grandes produtores e consumidores no mundo. Não é interessante para o mercado mundial que o Brasil se torne uma Arábia Saudita do etanol, pois para um crescimento sustentável desse biocombustível na economia mundial é impor-tante que existam diversos produtores. Isto con-tribui para a redução global do risco de mer-cado. Nesse cenário, Moçambique se enquadra como um dos potenciais produtores do mundo, devido às suas vantagens comparativas, como o clima, o solo, localização geográfi ca (próximo a grandes centros consumidores, como Europa e Ásia), disponibilidade de terra e mão-de-obra e aspectos logísticos, como a boa localização de seus portos. Eu digo isso com toda certa pro-priedade, pois conheço bem a realidade mo-çambicana e seu território, já que morei em Maputo por 2 anos quando trabalhei no Banco Mundial. Moçambique é hoje uma peça chave para transformar o etanol em uma commodity mundial.

3. Sabe-se que o Brasil possui grande conhe-cimento no cultivo da cana-de-açúcar, pro-dução de bioenergia e biocombustíveis, e que esse know-how poderá ser transmitido para Moçambique. Dentro dessa cooperação esta-belecida, qual o signifi cado desse país para os empresários brasileiros do setor de cultivo de cana de açúcar?

O empresariado brasileiro deve voltar sua aten-ção para as oportunidades que Moçambique oferece no que diz respeito às vantagens com-parativas que mencionais anteriormente. Essas oportunidades podem se traduzir tanto sob a forma de investimentos diretos dos empresá-rios brasileiros em usinas naquele país,quanto em comercialização de equipamentos e tecno-logia para os investimentos nessa área.

4. Qual a importância que o cultivo de cana--de-açúcar, produção de biocombustíveis e bioenergia em Moçambique têm no cenário africano de um modo geral?

Moçambique possui um papel muito importan-te, uma vez que a produção de biocombustíveis pode ser uma oportunidade muito interessante para a África. O etanol e os biocombustíveis, quando produzidos levando em consideração aspectos de sustentabilidade, desenvolvimento humano e ambiental faz com que essa ativida-de seja uma fonte de renda para o continente africano. Pode ser um importante indutor de desenvolvimento rural, gerando investimentos na agricultura e indústria – e todos os servi-ços associados a essas atividades – bem como na infraestrutura. Tudo isso poderá benefi ciar inclusive a competitividade de outras culturas agrícolas. Outro fator importante é o ganho no setor elétrico, já que a produção de energia a partir do bagaço da cana é bastante efi ciente, além de ser limpa e renovável. No Brasil, por exemplo, de 2 a 3% da energia é produzida des-sa forma, podendo chegar até 15%, ressaltando que esta energia é altamente complementar à fonte hídrica, já que é gerada nos períodos secos do ano, exatamente quando os reservatórios das hidrelétricas se encontram nos seus menores níveis de água. O caso moçambicano, se explo-rado de forma consciente poderá gerar ganhos imensos ao continente africano.

5. Quais são as perspectivas futuras para o país, no que tange à atuação do Governo brasileiro? Enquanto Diretor Executivo da UNICA, o senhor acredita que a exploração e produção de cana-de-açúcar em Moçambique tende a ser em sua maioria exportada a outros países ou poderá ser também absorvida pelo mercado consumidor nacional?

As duas situações são possíveis e complemen-tares. É importante para qualquer programa de biocombustíveis o estabelecimento de uma demanda local, iniciando-se com uma mistura de biocombustíveis nos combustíveis de origem fóssil, como aconteceu no caso do Brasil, que se iniciou com 5% de mistura com a gasolina e hoje esse percentual subiu para 25%. Esse se-ria o primeiro passo para gerar segurança nos investidores, pois com um mercado doméstico garantido, os investimentos de grande porte são

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

45 ENTREVISTA UNICA | N°02 - 2011

Page 46: Revista Brasília Maputo - 2011

justifi cáveis. É preciso também trabalhar na criação de um programa regional, inserido no contexto da SADC e dos países próximos, am-plifi cando o volume demandado e aumentando a escala de produção. Sob a ótica do mercado externo, -Moçambique encontra-se em um ce-nário favorável, pois está próximo de grandes mercados consumidores potenciais , como o asiático e o próprio mercado africano. Além disso, Moçambique por fazer parte de acordos comerciais, recebe tratamento diferenciado nos mercados europeu e estadunidense, reduzindo a tributação em cima da exportação de etanol e biocombustíveis. Existe hoje uma legislação na União Europeia que determina que os seus 27 países s até 2020 deverão misturar 10% do seu combustível fóssil aos renováveis, tornando Moçambique um importante player potencial nesse mercado. O mercado americano também já tem na sua legislação um mandado de consu-mo de etanol em volumes crescentes, devendo atingir em 2022 um consumo da ordem de 140 bilhões de litros desse combustível por ano.

6. Em julho de 2010, foi publicado na mídia brasileira e moçambicana que uma iniciativa de Cooperação Trilateral Brasil - União Eu-ropéia - Moçambique na área de produção de bioenergia foi assinada pelos seus respectivos representantes. Qual a sua análise a respeito deste assunto e qual o andamento atual de tal iniciativa?

A UNICA vê de forma bastante positiva essa iniciativa, uma vez que por meio de tal acordo podem ser desenvolvidos estudos de viabilida-de econômica e sustentabilidade socioambien-tal, ao mesmo tempo em que servirá para unir esforços para o compartilhamento de conheci-mento entre as três partes. Dessa forma, poderá se desenvolver um programa de biocombus-tível mais forte, com o objetivo de alçar vôos cada vez mais altos, permitindo a redução da dependência moçambicana de importações de combustíveis fósseis e contribuindo signifi cati-vamente para as mudanças do clima .

Entre

vista

O manejo com a produção da cana de açúcar é uma forte expertise do Brasil neste segmento

46 N°02 - 2011 | ENTREVISTA UNICA

Page 47: Revista Brasília Maputo - 2011

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

47 ENTREVISTA UNICA | N°02 - 2011

CâmCâmmmmmmmmmmaaaraaaraaaaaaaaaaa dede CoCoComérmérm cioc , I, Indúndúústrstrt ia iia e Ae gropecuária ia BraBrasilsil-Mo-Moçamçambiqb ue

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Page 48: Revista Brasília Maputo - 2011

Direcção de Comunicação da Vodacom

48 N°02 - 2011 | T.I.C. EM MOÇAMBIQUE

Page 49: Revista Brasília Maputo - 2011

A Vodacom destaca-se como operadora no mercado mo-çambicano por oferecer be-

nefícios para o público moçambica-no. Visando reforçar sua posição de liderança em inovação e abranger o maior número de clientes, a Voda-com promove ofertas periodicamente. Recentemente foram lançadas duas promoções destinadas a melhorar o acesso aos serviços de comunicações de qualidade a todos os Moçambica-nos. Esta iniciativa está alinhada com o novo posicionamento da empresa de colocar o cliente no centro de tudo o que faz.

A primeira promoção consiste na re-dução de tarifas para chamadas de to-das as redes móveis. Esta é a primeira vez em Moçambique que é lançada uma mesma tarifa para chamadas fei-tas quer para a mesma quer para outra operadora. O progresso é tanto que, nos últimos três meses, somente na província de Nampula foram instala-das um total de 26 novas torres, e ain-da uma rede de transmissão que liga o Sul ao Norte do País.

A segunda consiste no lançamento do serviço Blackberry para os clientes do pré-pago Fale mais, um dos planos oferecidos pela operadora. O serviço Blackberry permite aos Clientes des-

frutar da convergência de voz e dados de uma maneira simples e acessível. Para os Clientes do pré-pago da Voda-com, o serviço Blackberry representa uma nova liberdade na forma de co-municar.

Estas, dentre outras iniciativas que vieram a melhorar a qualidade de vida dos Moçambicanos e dar-lhes a pos-sibilidade de comunicar sem limites, refl etem o esforço para garantir o ob-jetivo principal da Vodacom, oferecer os melhores produtos com qualidade em prol do melhor para o cliente. Sali-mo Abdula, Ex-Presidente do Conse-lho Administrativo, desempenhou um papel fundamental na implementação e crescimento da operadora, quer pela qualidade e crescimento da rede, quer pela excelência do serviço que ofe-rece. Durante o seu mandato, várias decisões estratégicas foram tomadas no sentido de constantemente inovar as ofertas trazidas ao mercado e de aumentar o acesso às comunicações a todos os Moçambicanos.

A Vodacom anunciou no dia 21 de Abril de 2011, o fi m do mandato do Dr. Abdula como presidente do Con-selho de Administração e a nomeação de Engenheiro Rui Fonseca para o car-go. Rui Fonseca, o novo Presidente do Conselho de Administração, é natural

da Beira, licenciou-se em Engenharia pela Universidade Eduardo Mondlane e tem um vasto percurso profi ssional.

Para o Eng. Rui Fonseca, atual Presi-dente do Conselho Administrativo, “é com um grande sentido de respon-sabilidade que aceitei o convite dos accionistas para me integrar no traba-lho de uma empresa que tem vindo a desenvolver o seu projecto com altos índices de profi ssionalismo, de quali-dade e empenho”.

A empresa de telefonia também apóia o progresso de ações sociais, patroci-nando eventos que tenham a ver com este, tal como concertos e espetáculos em Moçambique. Visando a amplitu-de desta política cultural, a Vodacom realiza freqüentemente acordos de patrocínios no cenário musical mo-çambicano. Segundo o presidente do Conselho Executivo, José dos Santos, “A música, nas suas várias expressões e sentimentos, agrega o sentir de um povo, de uma nação, e no nosso País é uma das identidades culturais mais fortes e queridas de todos os Moçam-bicanos”. Todo este apoio também está voltado à educação, saúde e esportes, para desenvolvimento das comuni-dades mais desfavorecidas e melhoria da qualidade de vida da população de Moçambique.

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

49T.I.C. EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011

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1-Dr. Flávio Bernardes, Sócio do Escritório Bernardes Advogados Associados, recebe o microfone do Sr. Mário Tavernard, Diretor da CCIABM.

2-Diretor da Vale na África, Sr. Galib Chaim, ministra palestra durante o Seminário.

3-Recepcionistas junto ao material de divulgação do Seminário Oportunidades de Negócios em Moçambique, organizado pela CCIABM.

4-Embaixador de Moçambique e Presidente Honorário da CCIABM, Exmo. Sr. Murade Murargy, faz a abertura de Seminário realizado pela CCIABM.

5-Mais de 200 executivos participaram do Seminário Oportunidades de Negócios em Moçambique, realizado em Belo Horizonte/MG.

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06-Rodrigo Oliveira, novo Diretor Executivo da CCIABM, apresenta painel no Seminário.

07-Sr. Galib Chaim, Diretor da Vale na África, Exmo. Sr. Murade Murargy e Sr. Mário Tavernard, representando a CCIABM.

08-Sr. Rodrigo Oliveira (CCIABM), Dr. Flávio Bernardes (Bernades Advogados Associados), Sr. Galib Chaim (Vale) e Sr. Fábio Vale (CCIABM).

09-Paulo Rage (à dir.), Diretor da CCIABM, em companhia de representantes da KMG Brasil e da Eletronet – Materiais Elétricos Industriais, empresas associadas da CCIABM.

10-Representantes da Eletrobras, ao lado do Exmo. Sr. Murade Murargy e Sr. Paulo Rage (CCIABM).

11-Mesa Diretora acompanha as apresentações do Seminário realizado pela CCIABM.

12-Diretoria da CCIABM em companhia do Presidente Honorário da CCIABM e Embaixador de Moçambique no Brasil, Exmo. Sr. Murade Murargy.

13-Participantes da II Missão Empresarial, em safári turístico ao Krueger Park.

14-Exmo. Sr. Salimo Abdula, Presidente da Confederação das Associações Econômicas de Moçambique – CTA, em palestra durante a II Missão Empresarial Brasil-Moçambique.

15-Comitiva da II Missão Empresarial Brasil-Moçambique em coquetel de boas vindas na Embaixada Brasileira em Moçambique.

16-Sr. Rodrigo Oliveira, Exmo. Sr. Murade Murargy, Exmo. Sr. Salimo Abdula, Sr. Fábio Vale e Exmo. Sr. Kenneth Marizane.

17-Rodada de negócios realizada com a diretoria de suprimentos da Vale, durante II Missão Empresarial Brasil-Moçambique.

18-Seminário realizado na II Missão Empresarial Brasil-Moçambique, em Maputo.

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19-Reunião entre Diretoria da CCIABM, Delegação Moçambicana e o Banco do Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais – BDMG.

20-Sr. Fábio Vale, Gerente Nacional da CCIABM, em entrevista para a televisão moçambicana.

21-Stand da CCIABM e CCMOBRA no V Encontro dos Países de Língua Portuguesa – CPLP, em Fortaleza, CE.

22-Reunião entre as Diretorias da CCIABM e CCMOBRA, no escritório da CCMOBRA em Maputo, Moçambique.

23-Reunião entre a Diretoria da CCIABM e representantes da APEX Brasil, no escritório da APEX em Brasília – DF.

24-Reunião entre Diretoria da CCIABM, Delegação Moçambicana e Diretoria da Fundação Dom Cabral – FDC, em Belo Horizonte, MG.

25-Visita da Diretoria da CCIABM à Embaixada da República de Moçambique no Brasil, em Brasília, DF.

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De 12 a 19 de novembro de 2011De 12 a 19 de novembro de 2011

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

III MISSÃO EMPRESARIAL BRASIL-MOÇAMBIQUE

Durante uma semana a equipe da CCIABM acompanhará a delegação brasileira em reuniões com empresários e autoridades moçambicanos, em apresentações e visitas às empresas, órgãos e potenciais parceiros de Moçambique.

-Estadia em Maputo, capital de Moçambique-Estadia em Maputo, capital de Moçambique

-Participação em Seminários e Rodadas Comerciais-Participação em Seminários e Rodadas Comerciais

-Visitas Técnicas-Visitas Técnicas

-Encontros com a Diretoria de Suprimentos das principais -Encontros com a Diretoria de Suprimentos das principais empresas alocadas em Moçambiqueempresas alocadas em Moçambique

-Hotel 05 estrelas-Hotel 05 estrelas

-Vôo pela South African Airways-Vôo pela South African Airways

Para mais informações, acesse www.cciabm.com, ou entre Para mais informações, acesse www.cciabm.com, ou entre em contato: +55-31-3243-3012 ou [email protected] contato: +55-31-3243-3012 ou [email protected]

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