revista brasileira de quiropraxia vol 4 n 1

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  • 7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 1

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    Revista brasileira de

    QuiropraxiaBrazilian Journal of Chiropractic

    Apoio:

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    ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p. I

    REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA - BRAZILIAN JOURNAL OFCHIROPRACTIC

    Volume IV- Nmero 1 - Janeiro a Junho 2013

    NDICE CONTENT

    1. EDITORIAL E INSTRUES AOS AUTORES II

    2. REVISO E ATUALIZAOTcnicas Integrativas Quiropraxia: Sacro Occipital TechniqueTechnics for Integrative Chiropractic: Sacro Occipital Technique

    Ned Heese, Joseph F. Unger, Eduardo K. Teruya

    1

    3. ARTIGOS ORIGINAIS

    Anlise quiroprtica de Atlas pela palpao dinmica e Act ivatorMethods Chi ropract ic TechniqueChiropractic analysis of Atlas through dynamic palpation and ActivatorMethods Chiropractic Technique

    Rafael Henrique Santos, Raphael Diroli, Jorge A. C. Netto

    4

    4. Eficcia do tratamento quiroprtico na dor lombar em pacientescom vrtebra de transioEffectiveness of chiropractic treatment in low back pain in patients

    with transitional vertebrae

    Cludia Maria Bruschi e Danilo Messa da Silva

    14

    5. Epidemiologia e tratamento quiroprtico das disfunesTemporomandibulares em escolaresEpidemiology and chiropractic treatment of temporomandibulardisorders in school childrenJuliana H. tsuchida, Nathaly B. Castro, Mara C Paiva eDjalma J Fagundes

    26

    6. Efeitos da manipulao quiroprtica na amplitude de movimentoda coluna cervical em jogadores de futebolEffects of chiropractic manipulation on range of motion of the cervical

    spine in soccer playersBeatriz R. Esteves, Las B. Salvi, Djalma Jos Fagundes, Pablo B. Valverde

    39

    7 Quiropraxia no tratamento das leses de ombro em praticantesde Stand Up PaddleChiropractic treatment of shoulder injuries in practitioners of Stand Up

    Paddle

    Juliana Pinheiro, Tiago Augusto Zago

    50

    8. RELATO DE CASOAlteraes lomboplvicas em hrnia discal lombar extrusa: relatode casoLumbopelvic changes in extruded lumbar disc herniation: case report.

    Filipe Andr Gianni e Magda Furlanetto

    60

    Journal of Chiropractic

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    EDITORIAL

    DESENVOLVIMENTO DA REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA NADIVULGAO CIENTFICA

    H quatro anos foi lanado o volume Inmero zero desta revista, cujo

    objetivo principal divulgar as atividades profissionais, acadmicas e de

    pesquisa na rea das Cincias da Sade voltadas para a Quiropraxia e

    atividades correlatas. A profisso recente no pas, bem como o curso

    universitrio, e acreditamos que o incentivo produo cientifica no apenasremir o tempo para solidificao e propagao da profisso, como incentivar

    o hbito no recm-formado de atualizar seus conhecimentos, seja produzindo

    ou buscando informaes recentes na rea steomioarticular.

    A revista semestral e, at o momento, foram publicados 36 artigos. A

    Revista Brasileira de Quiropraxia faz parte da Associao Brasileira de Editores

    Cientficos (ABEC) e est includa na indexadora Sumrios de Revistas

    Cientficas Brasileira, o que proporciona grande divulgao das publicaes.Estamos empenhados em produzir uma publicao de qualidade que permita,

    em mdio prazo, a indexao em uma base de dados de divulgao mais

    ampla. Embora no faamos parte da base de dados da elite dos peridicos

    nacionais, nos propomos a treinar e descobrir talentos em pesquisa no mbito

    da rea da sade.

    Em razo do exposto, queremos agradecer aos autores que utilizaram

    esta Revista como repositrio de suas pesquisas e incentivar o envio de novas

    submisses, lembrando que a pesquisa essencial para o futuro da profisso

    do quiropraxista. Estendemos nossos agradecimentos aos colegas revisores,

    que realizam este trabalho de forma voluntria, por suas avaliaes abalizadas.

    Esperamos contar sempre com esse prestigio.

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    REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA - BRAZILIAN JOURNAL OFCHIROPRACTIC

    Corpo Editorial

    Editor cientfico

    Djalma Jos Fagundes

    Editores assistentes

    Ana Paula Albuquerque Facchinato

    Evergisto Souto Maior Lopes

    Jornalista cientfico

    Anna Carolina Negrini Fagundes Martino

    Consultor da lngua inglesa

    Ricardo Fujikawa

    Conselho nacional de consultores (Brasil)Eduardo S. Botelho Bracher

    Fernando Redondo

    Aline Pereira Labate Fernandes

    Conselho internacional de consultores

    David Chapman Smith

    Reed Phillips

    Assessoria e Gerncia Executiva

    Mara Clia Paiva

    ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p. III

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    AGRADECIMENTOS

    A Revista Brasileira de Quiropraxia publica trabalhos cientficos e

    culturais de interesse aos profissionais da rea steomioarticular. A qualidade

    das informaes neles expressas avaliada de forma sistemtica por colegas

    experientes. Todo trabalho de investigao ou reviso submetido revista

    enviado a especialistas encarregados de rev-los de forma detalhada, visando

    obter avaliaes abalizadas sobre a qualidade tcnica do texto.

    Outros colegas tambm disponibilizam seu tempo para elaborar reviso

    ortogrfica e formatao dos textos.

    Em reconhecimento espontnea colaborao desses especialistas,

    bem como a conduta tica demonstrada nesse processo, expressamos aqui o

    nosso agradecimento.

    Reviso cientfica

    Daniel Facchini

    Patrcia Bergesch

    Vinicius Tieppo Francio

    Reviso ortogrfica

    Anna Carolina Negrini Fagundes Martino

    Carlos Henrique da Silva Diaz

    Formatao de texto

    Elizangela Zancanrio

    ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p. IV

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    RETA BSILEIRA SAAAAAAGGGGGE QUIPAGRADECIMENTOAXIA

    INSTRUES AOS AUTORES

    Apresen tao

    A Revista Brasileira de Quiropraxia (Brazilian Journal of Chiropractic)

    uma entidade aberta de comunicao e divulgao de atividades cientficas e

    profissionais na rea de Quiropraxia. Ela recebe colaborao em suas diversas

    sees, aps avaliao de pelo menos dois de seus membros do Conselho de

    Consultores e que iro julgar a relevncia, formatao e pertinncia da

    comunicao.

    Os autores e coautores devem ter participao efetiva na elaborao do

    trabalho publicado, seja no seu planejamento, seja na execuo e

    interpretao. O autor principal o responsvel pela lisura e consistncia das

    informaes do artigo. Os indivduos que prestaram apenas colaborao

    tcnica devem ser designados na seco de agradecimentos.

    O original do artigo ou comunicao deve ser acompanhado de uma

    carta ao editor-chefe apresentando o ttulo do trabalho, autores e respectivos

    graus acadmicos, instituio de origem e motivo da submisso. Deveacompanhar uma carta de cesso dos direitos autorais e compromisso de

    exclusividade de publicao segundo o modelo:

    Cesso d e Direi to s

    Os autores abaixo assinados esto de acordo com a transferncia dos

    direitos autorais (Ato de Direitos Autorais /1976) do artigo intitulado:

    ........................................................................ Revista Brasileira de

    Quiropraxia. Por outro lado, garante ser o artigo original, no estar em

    avaliao por outro peridico, no ser total ou parcialmente publicado

    anteriormente e no ter conflito de interesses com terceiros. O artigo foi lido e

    cada um dos autores confirma sua contribuio e est de acordo com as

    disposies legais que regem a publicao.

    Cidade, data

    Nome legvel e assinatura de todos os autores.

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    Submi sso de art igo s

    Os originais podem ser submetidos para a apreciao da revista por via

    eletrnica (e-mail) ou por cpia em CD-ROM (ou equivalente),

    preferencialmente em ingls e ser produzidos em editor de texto compatvelcom Windows Word, em Times New Roman ou Arial, tamanho 12, margens

    superior e inferior de 2,5 cm e laterais 3,0 cm. Os pargrafos devem ser

    separados por espao duplo, no ultrapassando 12 (doze pginas incluindo

    referncias, figuras, tabelas e anexos). Estudos de casos no devem

    ultrapassar 6 (seis) pginas digitadas em sua extenso total, incluindo

    referncias, figuras, tabelas e anexos.

    Os artigos e comunicaes enviadas sero analisados pelo editor-chefe;sendo pertinentes e tendo respeitado as normas de formatao da Revista eles

    sero encaminhados ao Conselho Consultivo da revista para avaliao do

    mrito cientfico da publicao. Os originais podero ser devolvidos para

    correes e adaptaes de acordo com a anlise dos consultores ou podem

    ser recusados. A Revista reserva o direito eventual de recusa sem a obrigao

    de justificativa. Os artigos originais recusados sero devolvidos aos autores.

    Figuras, Tabelas e Quadro s

    As figuras e tabelas devem ser enviadas em arquivos separados. As

    imagens devem ser designadas como Figuras, numeradas em algarismos

    arbicos de acordo com a ordem em que aparecem no texto e enviadas em

    arquivo JPG ou TIF com alta resoluo.

    As tabelas devem ser numeradas em algarismos romanos de acordo

    com a ordem em que aparecem no texto. Quadros deve ser numerado em

    algarismos arbicos de acordo com a ordem em que aparecem no texto.

    Formato do Art igo

    Os originais devem conter um arquivo separado com a pgina de ttulo

    (title page) onde deve constar:

    - o ttulo do artigo (mximo de 80 caracteres)

    - nome completo dos autores

    - afiliao e mais alto grau acadmico

    - instituio de origem do trabalho

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    - ttulo abreviado (running title) mximo de quarenta caracteres

    - fontes de financiamento

    - conflito de interesses

    - endereo completo do autor correspondente (endereo, telefone, fax e e-

    mail).

    Formato das Referncias

    As referncias devem ser numeradas em algarismos arbicos de acordo

    com a ordem em que aparecem no texto, no qual devem ser identificadas com

    o mesmo nmero no formato sobrescrito. Os autores devem apresentar as

    referncias seguindo as normas bsicas de Vancouver com Sobrenome,Prenome do(s) autor(es). Ttulo do artigo. Ttulo do Peridico. Ano; Volume

    (nmero); pginas inicial-final.

    Exemplos de formatao:

    Artigo:Santos C, Baccili A, Braga P V, Saad I A B, Ribeiro G O A, Conti B M

    P, Oberg T D. Ocorrncia de desvios posturais em escolares do ensino pblico

    fundamental de Jaguarina, So Paulo - Revista Paulista Pediatria. 2009;

    27(1): 74-80.

    Monografia (Livros, Manuais, Folhetos, Dicionrios, Guias): Wyatt, L,

    Handbook of clinical Chiropractic care,2 edio. United States: Jones and

    Bartlett Pusblishers, 2005.

    Resumo: Ostertag C. Advances on stereotactic irradiation of brain tumors. In:

    Anais do 3 Simpsio International de Dor; So Paulo: 1997,p. 77 (abstr.).

    Artigo em formato eletrnico: International Committee of Medical Journal

    Editors: Uniform requirements for manusc ripts submeted to biomedical

    journals. Disponvel em URL:

    http://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htm.Acessado em 15

    de maio 2010.

    Resumo (abstract)

    Em arquivo separado deve ser enviado um resumo estruturado

    (objetivos, mtodos, resultados e concluses) com no mximo 250 palavras.

    Dever ter uma verso em portugus e outra em ingls.

    ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p.VII

    http://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htmhttp://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htm
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    Unitermos (key-wo rds)

    Ao final do resumo devem constar pelo menos cinco palavras - chaves

    de acordo com a normatizao dos Descritores em Cincias da Sade da

    BIREME (Biblioteca Regional de Medicina).Texto

    Devem constar de Introduo, Objetivos, Mtodos, Resultados,

    Discusso, Concluso, Agradecimentos e Referncias.

    Com isso de tica

    Os artigos devem trazer o nmero do protocolo da aprovao do Comit

    de tica da Instituio de origem e declarao do preenchimento do Termo de

    Consentimento Livre e Esclarecido.Contato

    Revista Brasileira de Quiropraxia/Brazilian Journal of Chiropractic

    Secretaria Geral: Rua Columbus, 82 - Vila Leopoldina.

    CEP 05304-010, So Paulo, SP, Brasil.

    E-mail:[email protected] Tel.: +55(11)3641-7819.

    ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p. VIII

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    REVISO E ATUALIZAO

    Tcnicas integrativas na quiropraxia: Sacro Occipi tal Techn iqueTechnics for Integrative Chiropractic: Sacro Occipital Technique

    Ned Heese, Joseph F. Unger Jr e Eduardo K. TeruyaE-mail do autor correspondente:[email protected]

    A Quiropraxia est voltada para o diagnstico e tratamento das doenas

    e distrbios steomioarticular e dos efeitos destas desordens na sade em

    geral. Para elaborar a hiptese diagnstica e o tratamento, o Quiropraxista

    lana mo de ferramentas e tcnicas, algumas vezes, comum a outrosterapeutas manuais e, em outras ocasies, adota abordagens exclusivas da

    classe, como o caso da Sacro Occipital Technique (SOT), cuja funo

    principal localizar e corrigir um padro primrio de distoro corporal. Esta

    correo alcanada pela avaliao de indicadores pr, durante e ps-

    tratamento e realizada com bases na biomecnica, reflexos neurolgicos,

    princpios fisiolgicos e intervenes prprias da tcnica. Seu fundador, Major

    Bertrand DeJarnette, nasceu em Havelock, Nebraska no ano de 1899 ededicou 60 anos de sua vida pesquisa e desenvolvimento do mtodo.

    Ningum na Quiropraxia publicou ou pesquisou tanto quanto este gigante

    intelectual.

    Aos 19 anos de idade, a indstria automobilstica em que trabalhava

    como aprendiz de engenharia sofreu uma exploso, deixando-o gravemente

    ferido e incapacitado ao trabalho. Em busca da restaurao da sade, buscou

    auxlio na Osteopatia; como seus recursos eram escassos, decidiu matricular-

    se na faculdade de Osteopatia de Elgin em Illinois, j que os alunos recebiam

    tratamento gratuito.

    Aps sua graduao, a dor nas costas persistia; por esta razo, decidiu

    tentar o tratamento quiroprtico e, mais uma vez, cursar a faculdade foi uma

    maneira econmica de receber o tratamento. Ele graduou-se como

    Quiropraxista em 1924 pela Nebraska College of Chiropractic e em Osteopatia

    em 1926.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    Com uma mente inquisitiva e imensa gratido Quiropraxia por seu

    restabelecimento fsico, DeJarnette debruou-se com afinco ao estudo dos

    trabalhos cientficos dos lderes da poca de ambas as profisses e encontrou

    inmeras contradies e inadequaes dentro das profisses de Quiropraxia e

    Osteopatia. Por esta razo, decidiu dividir seu tempo entre a prtica da

    profisso e a pesquisa de seus princpios.

    Na medida em que sua investigao acumulou informaes suficientes,

    ele convidou alguns profissionais dedicados da rea para partilhar os achados

    e colocar em prtica os ajustes clnicos necessrios para o andamento de seu

    trabalho de pesquisa. Em 1929, o Dr. DeJarnette decidiu pela criao de uma

    organizao voltada pesquisa e ensino da SOT, nascendo assim a Sacro

    Occipital Research Society. Em um curto perodo de tempo, o grupo de estudos

    cresceu de tal maneira que em 1957 a associao se internacionalizou, sendo

    conhecida atualmente pela sigla SORSI.

    Pesquisadores mdicos nas reas de neurologia, anatomia, fisiologia e

    patologia forneceram-lhe apoio para os novos mtodos de pesquisa. Mdicos

    residentes receberam bolsas de estudo para colocar em prtica suas teorias.

    Em certa ocasio, o mtodo de pesquisa adotado foi a utilizao de mais de

    10.000 punes lombares para estudos neurolgicos da inervao na coluna

    vertebral. Os resultados obtidos nas diversas pesquisas realizadas trouxeram-

    lhe, principalmente, base fisiopatolgica e neurolgica e foram incorporadas

    SOT.

    Entre suas realizaes mais notveis esto o Manual Completo da

    Tcnica Sacro Occipital (1984), o Manual da Tcnica Quiroprtica de ReflexoManipulativo ou Chiropractic Manipulative Reflex Technique (CMRT) em1981, e

    o Manual da Tcnica Cranial (1979-1980). Estes guias concentram ateno

    direta e objetiva ao paciente e auxilia o Quiropraxista no ajuste de segmentos

    vertebrais, viscerossomticos, nas extremidades do corpo e nas distores

    cranianas que afetam a anatomia e fisiologia do corpo inteiro.

    Em 1974, em razo da crescente evoluo da SORSI, decidiu-se pela

    formao de uma aliana com organizaes irms na Europa, Japo, Austrlia

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    e Chile, formando assim a SOTO Internacional, com direitos exclusivos de

    ensinar, divulgar e certificar profissionais quiropraxistas.

    No Brasil, a tcnica SOT foi ministrada oficialmente a partir de 2005 por

    JonathanM. P. Howat e Nelson DeCamp. Aps a ministrao dos cursos

    bsicos, um grupo de estudantes e graduados entusiasmados pelos resultados

    obtidos na aplicao da tcnica em seus pacientes se organizaram, buscando

    a incluso do pas como membro da aliana internacional. Aps intensos

    esforos, em 2012 a SOTO BRASIL conquistou o direito de ser representante

    legal da organizao no pas. Desde ento a associao promove, em mdia,

    trs cursos anuais em nvel internacional e conta com dezessete associados,

    aproximadamente vinte profissionais aptos a realizar a prova de proficincia,

    seis quiropraxistas com certificao bsica e trs com certificao no nvel

    avanado.

    Este pesquisador brilhante, que veio a ser conhecido como O Maior,

    escreveu 140 livros, milhares de pginas de artigos cientficos, realizou

    inmeras patentes e produziu vrios inventos. DeJarnette afirmava que a

    anlise de SOT um modo simples e pontual de localizar a subluxao

    quiroprtica, seu tratamento busca conservar a homeostase do paciente pela

    remoo de estimulo excessivo, o mais rpido possvel, com o mnimo

    desconforto e maior sensao de bem estar possvel.

    Esta uma compilao baseada em entrevistas pessoais e publicaes do Dr. Major

    B. DeJarnette e foi realizada pelo Dr. Ned Heese (arquivista e historiador) da SORSI e

    revisada em 2013 por Joseph F. Unger Jr, DC, FICS. A adaptao do texto para alngua portuguesa foi realizada por Eduardo Kiyoshi Teruya, diretor educacional da

    SOTO BRASIL.

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    ARTIGO ORIGINAL

    Anlise quiroprtica de Atlas pela palpao dinmica e Act ivator Method sChirop ract ic Techniqu e

    Chiropractic analysis of Atlas through dynamic palpation and Activator MethodsChiropractic Technique

    Rafael Henrique Santosi, Raphael Dirolii, Jorge A. C. Netto II

    I. Bacharel em Quiropraxia.Instituto de Cincias da Sade. UniversidadeAnhembi Morumbi (UAM)Laureate Universities. So Paulo. Brazil.II. Quiropraxistaespecialista em Biomecnica e docente da UAM.

    E-mail do autor correspondente:[email protected]

    ABSTRACT

    OBJECTIVE:To verify the degree of agreement between dynamic palpation and the ActivatorMethods Chiropractic Technique tests in determining for which direction C1 presentsubluxation. METHODS: Study was performed in So Paulo, between 07/2011 05/2012 with50 volunteers between 18 to 35 years old, all Anhembi Morumbi University students of bothsexes randomly chosen. C1 dynamic palpation was performed and simple listing was taken,then the Chiropractic Technique Methods basic scan protocol was performer and anotherlisting was taken. RESULTS: According to the dynamic palpation, 14% of participants had novertebral subluxation complex in C1, while according to Chiropractic TechniqueMethods 56%

    showed anysuch dysfunction. Through dynamic palpation, C1 subluxated to the right was foundin 56% of participants, while subluxated to the left was found in 28% of them. Through theActivator Methods Chiropractic Technique , it was noted that 36% of participants had C1subluxed to the right, and 8% of them to the left. In 50% of cases there was agreement aboutthe presence or absence of vertebral subluxation in C1, but as to which side C1 presents itselfsubluxated, the concordance occurs in only 38% of cases. CONCLUSION: The methods do notshow significant agreement in their ratings for C1 about the VSC presence or absence, as wellin their ratings on the side to which this vertebra is subluxated.

    KEY WORDS:chiropractic, C1 vertebrae, Atlas, techniques, palpation.

    RESUMO

    OBJETIVO: Verificar o grau de concordncia entre a palpao dinmica e os testes doActivator Methods Chiropractic Technique na determinao de qual direo C1 apresentasubluxao vertebral. METODOS:Estudo realizado no municpio de So Paulo, entre julho de2011 a maio de 2012 com 50 voluntrios, alunos de uma Universidade, com idades entre 18 e35 anos, (mdia de 24,54 com desvio padro de 5,22 e mediana de 23), dos quais 34 (68%)eram do gnero feminino, escolhidos de modo aleatrio. Foi realizada avaliao da primeiravrtebra cervical (C1) por meio da palpao dinmica, em seguida foi aplicado o protocolobsico de Activator Methods Chiropractic Technique . RESULTADOS: Segundo a palpaodinmica 14% dos participantes no apresentaram complexo de subluxao vertebral em C1,

    enquanto que noActivator Methods Chiropractic Technique 56% no apresentaram essadisfuno. Por meio da palpao dinmica,C1 foi encontrada com subluxao em direo

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    direita em 58% dos participantes e esquerda em 28% deles. Quando utilizado o ActivatorMethods Chiropractic Technique 36% dos participantes apresentaram C1 subluxada direita,e 8% esquerda. Em 50,0% dos casos houve concordncia das classificaes referentes presena ou ausncia de CSV em C1. Em relao para qual direo C1 apresentavasubluxao, a concordncia ocorreu em 38,0% dos casos. CONCLUSO: Os mtodos noapresentaram concordncia significativa em suas classificaes para C1 tanto quanto presena ou no de CSV como em suas classificaes quanto ao lado para qual esta vrtebrase encontra subluxada.

    PALAVRAS CHAVES: quiropraxia, vrtebra C1, tcnicas, palpao.

    INTRODUO

    A Quiropraxia tem como

    aplicao clnica de seu sistema

    filosfico a Subluxao Vertebral e a

    interferncia desta no sistema

    nervoso1-3. Segundo a Organizao

    Mundial de Sade, a subluxao

    vertebral conceituada como um

    modelo terico e descritivo de uma

    disfuno motora segmentar, o qualincorpora a interao de alteraes

    fisiopatolgicas em tecidos

    nervosos, musculares,

    ligamentares, vasculares e

    conectivos4. O modelo mais

    adotado atualmente para descrever

    os envolvimentos fisiopatolgicos daSubluxao Vertebral foi descrito

    pela primeira vez por Flesia em

    1982 com o nome de Complexo de

    Subluxao Vertebral (CSV), e

    desenvolvido posteriormente por

    Faye, Dishman e Lantz5 O modelo

    clssico isola 5 componentescomuns e compatveis com o

    complexo de subluxao vertebral,

    no intuito de unir todos os aspectos

    clnicos em um nico conceito. Tais

    componentes so: alteraes

    cinesiolgicas, neurolgicas,

    miolgicas, histolgicas e

    bioqumicas5,6. Dessa forma,

    possvel detalhar com maior

    preciso as alteraes anatmicas efisiolgicas que so consequncias

    da Subluxao Vertebral, para

    ento descrever as alteraes

    envolvidas na normalizao

    estrutural e funcional por meio do

    ajuste5,6.

    Para encontrar a SubluxaoVertebral, os quiropraxistas utilizam

    diferentes tipos de procedimentos e

    tcnicas que avaliam um ou mais

    dos cinco componentes clssicos do

    CSV. A palpao dinmica a mais

    utilizada para avaliar alteraes

    cinesiolgicas das articulaes, sejaem tcnicas especficas ou como

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    uma ferramenta isolada6-8. Outros

    procedimentos que os

    quiropraxistas utilizam so os

    protocolos especficos de cada

    tcnica quiroprtica como, por

    exemplo, o protocolo de Activator

    Methods Chiropractic Technique

    (AMCT). Este se baseia

    principalmente na execuo de

    testes de isolamento para encontrar

    o CSV8,9. Tais testes avaliam a

    diferena funcional no comprimento

    das pernas por meio do Leg Check

    aps a realizao de movimentos

    ativos, especficos para cada

    segmento. A diferena funcional no

    comprimento de uma das pernas

    reconhecida como um resultado

    positivo para CSV no segmento

    testado. Assim, esses testes

    determinam quando e onde h

    CSV9,10. Sendo assim, o AMCT

    vale-se do componente

    neurofisiolgico em seus

    procedimentos de avaliao. Os

    testes de isolamento soconstantemente pesquisados, mas

    tem seu maior valor baseado no

    empirismo9,10. As tcnicas de

    Quiropraxia se propem a encontrar

    a mesma alterao, o CSV -

    portanto, independente do mtodo

    utilizado, importante que haja

    certo grau de concordncia entre

    elas11-13.

    Segundo Bakris, 200714,

    Diferente de outras vrtebras que

    se fixam umas s outras, C1 a

    nica que depende totalmente de

    tecidos musculares e ligamentares

    para se manter alinhada, portanto

    atlas especialmente vulnervel a

    desalinhamentos. A centralizao

    da avaliao de C1 foi escolhida

    para pesquisa no apenas por

    questo metodolgica, mas tambm

    pela importncia dessa vrtebra

    para a Quiropraxia. Mesmo o menor

    desalinhamento de C1 tem potencial

    de comprometer a medula espinhal,

    enquanto que subluxaes das

    demais vrtebras tendem a afetar o

    tecido nervoso que passa pelo

    forame intervertebral, com maior

    nfase no gnglio da raiz dorsal6,15-

    18.

    Tamanha a importncia e

    complexidade dessa primeira

    vrtebra cervical para a Quiropraxia,que foram desenvolvidas diversas

    tcnicas com foco exclusivo em

    cervical alta13. Portanto, tendo em

    vista o potencial de uma subluxao

    de C1 acarretar alteraes

    neurofisiolgicas centrais e at

    generalizadas, temos comooportuno a realizao de um estudo

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    comparativo de duas tcnicas que

    se propem a determinar a mesma

    condio, verificando sua

    concordncia e abrindo caminho

    para estudos sobre a sensibilidade

    destas e outras tcnicas na anlise

    para Subluxao de C1.

    MTODOS

    O projeto foi submetido e

    aprovado apreciao do Comit

    de tica e Pesquisa (CEP) daUniversidade Anhembi Morumbi.

    Os indivduos que concordaram em

    participar do estudo assinaram o

    Termo de Consentimento Livre e

    Esclarecido (TCLE).

    Amostra

    A pesquisa foi realizada noslaboratrios de Quiropraxia e o

    grupo estudado foi composto por 50

    voluntrios, alunos da universidade,

    de ambos os gneros, com idade

    entre 18 e 35 anos, escolhidos

    aleatoriamente.

    Critrios de incluso

    Indivduos sem histrico de

    trauma cervical e assintomticos

    para dor na coluna e/ou cabea nos

    ltimos 30 dias.

    Critrios de excluso

    Indivduos que relataram lombalgia,

    dorsalgia, cervicalgia e/ou cefaleia

    durante os ltimos 30 dias, ou que

    apresentassem contraindicao aos

    procedimentos que seriam

    realizados, tais como distrbios de

    coagulao e histrico de trauma

    cervical no perodo de 30 dias10.

    Coleta

    A palpao dinmica e o

    protocolo bsico de AMCT foramrealizados no mesmo dia para evitar

    fatores que pudessem influenciar

    nos testes, como leses esportivas,

    quedas ou semelhantes que

    pudessem ocorrer no perodo entre

    as avaliaes, e que poderiam

    alterar de alguma forma os achadosdo protocolo bsico de AMCT.

    Procedimentos

    Aps o preenchimento de um

    questionrio de avaliao geral,

    para verificao quanto presena

    de critrios de excluso, de autoria

    prpria dos autores, os voluntrios

    foram numerados e, um a um, se

    dirigiram para a primeira sala onde

    se encontrava um quiropraxista

    supervisor e um aluno do ltimo

    semestre do curso de Quiropraxia;

    este realizou os procedimentos de

    palpao dinmica para regio altada coluna cervical (C1) registrando

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    em seguida seus achados que

    variaram em: atlas sem subluxao;

    atlas subluxado para a direita e;

    atlas subluxado para a esquerda.

    Logo aps esta avaliao, os

    voluntrios se dirigiram para a

    segunda sala onde foram avaliados

    e ajustados, seguindo o protocolo

    bsico da tcnica AMCT e

    novamente foi realizado registro dos

    achados na vrtebra C1. Os ajustes

    foram realizados devido ao carter

    segmentar do protocolo bsico de

    AMCT, no qual o teste para C1 s

    pode ser devidamente realizado

    aps anlise e ajuste de

    determinados segmentos. Para

    registro dos resultados foi utilizada

    uma tabela desenvolvida pelos

    pesquisadores especificamente

    para este projeto, na qual

    constaram as trs listagens

    desenvolvidas para esta pesquisa.

    Anlise Estatstica

    A concordncia entre os

    mtodos aplicados foi analisada por

    um estatstico utilizando o ndice

    kappa (), que possibilita as

    seguintes interpretaes: > 0,75 -

    Concordncia excelente; 0,4 0,75 - Concordncia boa ; 0

    0,4 - Concordncia marginal. O

    nvel de significncia utilizado para

    os testes foi de 5%. Os resultados

    considerados estatisticamente

    significativos para um p 0,05 (5%)

    foram assinalados com umasterisco19.

    RESULTADOS

    Tabela 1- Frequncias absolutas e relativas das classificaes dos 50 voluntrios em ambosos mtodos.

    Act ivator Methods Chi ropract icTechnique

    Palpao Dinmica Sem sinalde

    subluxao

    Subluxao direita

    Subluxao esquerda

    Sem sinal desubluxao

    5 (10,0%) 2 (4,0%) 0 (0,0%)

    Subluxao direita 17 (34,0%) 11 (22,0%) 1 (2,0%)Subluxao esquerda 6 (12,0%) 5 (10,0%) 3 (6,0%)

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    Tabela 2- Frequncias absolutas e relativas das classificaes dos 50 voluntrios em ambosos mtodos sobre presena ou no de CSV.

    Act ivator Methods

    Palpao Dinmica Sem sinalde

    subluxao

    ComSubluxao

    Sem sinal desubluxao

    5 (10,0%) 2 (4,0%)

    Com Subluxao 23 (46,0%) 20 (40,0%)

    DISCUSSO

    A escolha das tcnicas

    estudadas se deu devido ao fato de

    cada uma delas avaliar com maior

    nfase um dos cinco componentes

    do CSV. Segundo Gatterman e

    Kent, a alterao cinesiolgica a

    primeira a acontecer, seguida das

    alteraes neurolgicas e

    miolgicas6,12. Os achados do

    presente estudo demonstraram que

    a palpao dinmica e o AMCT

    concordaram em 38% dos casos

    avaliados quanto direo para

    qual C1 apresentava Subluxao.

    Em 46% dos casos, o AMCT no

    encontrou sinais de CSV em C1, e

    de certa forma esses casos no

    caracterizam discordncia, e podem

    ser explicados de trs formas.

    A primeira hiptese se baseia

    no fato do componente cinesiolgico

    ser o primeiro a apresentar

    alterao com o acometimento de

    uma vrtebra, somente ento

    seguido pelas alteraes de

    aferncia descritas pelo

    componente neuropatolgico e

    avaliadas pelo AMCT. Sendo

    assim, a relao do tempo

    necessrio para a manifestao

    neuropatolgica aps o

    acometimento cinesiolgico, que

    ainda desconhecida, pode ser um

    dos motivos pelo qual o AMCT

    detectou menos CSV em C1 nos

    voluntrios que a palpao

    dinmica6,9,10,12.

    A segunda hiptese tem

    como base a relao entre CSV

    genunos e comprometimentos

    vertebrais semelhantes ao CSV,

    mas que so na verdade

    compensaes. Para ter C1

    avaliada, o protocolo bsico de

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    AMCT comea dos joelhos ou L4,

    dependendo da possibilidade de

    padro determinada no incio, e

    corrige todos indicativos

    neurofisiolgicos at chegar ao

    teste de C1. Apesar de parecer

    pouco provvel, no descartamos a

    possibilidade da alterao de C1,

    em alguns ou em todos os casos

    em que o AMCT no detectou

    CSV, se tratarem de compensaes

    aos CSV previamente corrigidos

    pela tcnica. Essa hiptese

    explicaria porque a palpao

    dinmica, que avaliou

    exclusivamente C1, determinou que

    havia alterao compatvel com

    CSV, enquanto o AMCT, aps ter

    corrigido os segmentos avaliados no

    protocolo bsico, no o fez6,9,10,12.

    A terceira hiptese sobre

    essa diferena nos casos em que o

    AMCT no encontrou CSV conta

    com a falha do examinador, visto

    que a palpao possui um ndice de

    confiabilidade inter e intra-examinadores menor que o AMCT4,6,8,9,10. interessante verificar

    ainda que dos vinte e trs casos nos

    quais AMCT no constatou

    presena de CSV em C1, foram

    encontradas alteraes compatveis

    com essa disfuno nos segmentosadjacentes (C0 e C2) em 35%

    deles. Essa relao pode ser melhor

    entendida quando consideramos

    que os testes proprioceptivos da

    tcnica so influenciados por

    estruturas de todo o segmento,

    como por exemplo os receptores de

    capsula, ligamentos, os msculos

    da regio testada, etc.

    Se considerarmos qualquer

    uma das trs hipteses citadas,

    veremos ento que as tcnicas

    concordariam em 38% dos casos e

    discordariam em 16%. Porm, como

    essas hipteses ainda no foram

    estudadas e comprovadas, esses

    casos foram consideradas

    desacordos. Em 10% dos casos

    ambas as tcnicas determinaram

    C1 como livre de CSV, o que

    ressalta a necessidade de um

    estudo epidemiolgico desta

    condio.

    No foram encontrados

    artigos cientficos nas bases de

    dados eletrnicas relacionados

    anlise comparativa de duastcnicas quiroprticas quanto a seus

    procedimentos de avaliao.

    Entretanto, foram encontrados

    poucos estudos comparando a

    eficcia de diferentes tcnicas no

    tratamento de alguma condio19-24.

    Estima-se que as pessoassejam acometidas pela Subluxao

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    de C1 j no parto, consequncia

    tanto dos estresses durante a

    gestao, quanto do esforo pela

    passagem no canal do parto, e pela

    fora utilizada em partos normais

    para puxar o beb pela cabea.

    Fysh, 1992, ressalta Durante o

    processo do parto, os estresses

    podem resultar em uma ampla

    variedade de problemas, de uma

    subluxao em cervical alta a

    traumas medulares23;24. Baseado

    nessas caractersticas peculiares da

    cervical alta, muitos Quiropraxistas

    do maior nfase na anlise e

    correo de C1, mesmo valendo-se

    de tcnicas que avaliem e ajustem a

    coluna inteira14,15,17.

    Considerando que a maioria

    dessas tcnicas propem encontrar

    a mesma alterao (o CSV),

    independente do mtodo utilizado,

    importante que haja um grau

    considervel de concordncia entre

    elas. O mesmo pode ser afirmado

    para todos os recursos diagnsticosque tm como propsito encontrar

    determinada a mesma condio.

    Com base nos estudos de

    recm-nascidos, que so

    acometidos por tal disfuno ainda

    no processo do parto, torna-se difcil

    especificar consideraesepidemiolgicas. No foram

    encontrados estudos

    epidemiolgicos que diferenciem

    uma populao como mais

    acometida por CSV. Portanto, a

    amostra foi selecionada com o nico

    objetivo de manter relativa

    homogeneidade4,23,25. Duas

    ferramentas que poderiam ser

    determinantes nessa anlise

    comparativa, demonstrando com

    critrios mais objetivos qual das

    tcnicas apontou corretamente

    quanto presena ou ausncia de

    CSV em C1, so o termoscan e a

    radiografia simples. Ambas as

    ferramentas no foram utilizadas

    devido dificuldade em conseguir

    acesso ao aparelho e mo de obra

    qualificada, e tambm por questes

    oramentrias13,15,18. A presente

    pesquisa abre caminho para

    diversos outros estudos na busca

    da melhor compreenso acerca do

    CSV e da interao de seus

    diferentes componentes. Para

    resultados mais concretos edetalhados, sugere-se que um

    estudo semelhante seja realizado

    com maior amostra, agregando

    outros mtodos de avaliao a fim

    de torn-lo mais objetivo, e

    explorando a comparao intra e

    inter examinador, avaliando essavarivel que pode ter sido

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    determinante no resultado desta

    pesquisa.

    CONCLUSO

    Com base nos resultados,conclui-se que os mtodos no

    apresentam concordncia

    significativa em suas classificaes

    para C1 quanto presena ou no

    de CSV. Os mtodos tambm no

    apresentam concordncia

    significativa em suas classificaes

    para C1 quanto ao lado para qual

    esta vrtebra apresenta CSV.

    CONFLITOS DE INTERESSES:

    No h.

    REFERNCIAS

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    ARTIGO ORIGINAL

    Eficcia do tratamento quiroprtico na dor lombar em pacientes com

    vrtebra de transioEffectiveness of chiropractic treatment in low back pain patients with transitional

    vertebra

    Cludia Maria BruschiI, Nilo MayerII, Danilo Messa da SilvaIII

    I.Estudante de graduao em quiropraxia. Instituto de Cincias da Sade.Universidade Feevale. Novo Hamburgo. Brasil.II.Prof. Esp. Universidade Feevale. Novo Hamburgo. Brasil.III.Prof. Ms. Universidade Feevale. Novo Hamburgo. Brasil.E-mail do autor correspondente:[email protected]

    ABSTRACT

    OBJECTIVES:to evaluate the effects of chiropractic care in patients who sought the services ofa chiropractic clinic, complaining of low back pain associated with transitional vertebra, provenwith imaging tests. It also characterizes the frequency of types of anomaly presented, itsprevalence, relating to the condition with comorbidities and identifying the chiropracticprocedures used to treat the patients. METHODS:this study was characterized by a descriptiveretrospective research with a sample of 23 medical records. The analysis was performed usingthe comparison of the verbal scale of Borg type pain, contained in medical records between thefirst and fourth consultation and between the fourth and eighth visit. The clinical picture wasevaluated through an adaptation of the Oswestry Disability Index questionnaire and orthopedicevaluation. The data were analyzed by absolute and relative frequency and applied parametrictest "t" of Student. The value of 5% (p < 0.05) was adopted as the threshold for rejection of thehypothesis. RESULTS: the transitional vertebra was prevalent in the female gender 18(78.12%), the classification was the most frequent type III 10 (43.34%), followed by the type II 5(21.70%) and type IV 4 (17.36%). Degenerative disc disease associated with transitionalvertebra was the most common 14 (60.76%). Statistical analysis showed that chiropractic careshowed a significant change in the perception of pain (p < 0.005) from the first to the fourth visitand (p < 0.000) from the fourth to the eighth consultation. The test of Kemp showed up positive

    in most cases 15 (65.10%). Most said pain radiated to the lower limb 15 (65.10%), below theknee 7 (30.38%). Chiropractic manipulative adjustments High Velocity and low Amplitude(HVLA) were used as single treatment procedure in 12 (52.08%) of individuals, followed bychiropractic adjustments Mechanically Assisted Manual Force (MAMF) in 6 (26.04%) ofindividuals, the combination of both procedures was used in 5 (21.7%) of individuals.CONCLUSION: the chiropractic treatment was effective in reducing low back pain of patientswith transitional vertebra in the entire sample. HVLA and MAMF procedures were used aschiropractic adjustments individually or in combination. The most frequent anomaly found wasthe type III, degenerative disc disease being the most common comorbidities.

    KEY WORDS:Chiropractic, low back pain, chiropractic manipulation.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    RESUMO

    OBJETIVOS: Avaliar os efeitos do tratamento quiroprtico em pacientes que procuraram osservios de uma clnica escola de Quiropraxia no Vale dos Sinos com queixa de dor lombar

    associada vrtebra de transio, comprovada com exames de imagem, caracterizar afrequncia dos tipos da anomalia apresentada, sua prevalncia, relacionar a condio comcomorbidades e identificar a preferncia dos procedimentos de ajustes quiroprticos utilizados.MTODOS:O presente estudo caracterizou-se por uma pesquisa descritiva retrospectiva comuma amostra de 23 pronturios. A anlise foi realizada utilizando a comparao de notas daescala verbal de dor tipo Borg, contida nos pronturios entre a primeira e a quarta consulta eentre a quarta e oitava consulta. O quadro clnico foi avaliado por meio de uma adaptao doQuestionrio Tipo Oswestry de Incapacidade devido dor e pela avaliao ortopdica. Osdados foram analisados pela frequncia absoluta e relativa e aplicado teste paramtrico t deStudent.O valor de 5% (p

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    lombossacra1,2. Sua prevalncia foi

    relatada numa proporo de 2% a

    6% da populao adulta com

    lombalgia crnica3. As vrtebras de

    transio recebem quatro

    classificaes. - tipo I: processo

    transverso displsico, de forma

    triangular grande, medindo

    aproximadamente 19 mm de

    largura; tipo II: lombarizao ou

    sacralizao incompleta, com oprocesso transverso grande

    formando uma pseudo-articulao;

    tipo III: lombarizao ou

    sacralizao completa, com unio

    ssea verdadeira entre o processo

    transverso e o sacro; e o tipo IV, em

    que seus portadores apresentam otipo II em um lado e tipo III no outro.

    Os tipos I, II e III podem ser uni ou

    bilaterais4.

    A alterao na biomecnica

    da coluna lombar provocada pelas

    vertebras de transio gera um

    quadro sintomatolgico delombalgia com dificuldade de

    deambulao e pode acelerar o

    processo de degenerao discal,

    artrose facetaria e estenose

    foraminal5-8. A dor lombar ou

    lombalgia a designao dada no

    Brasil para o processo doloroso que

    se instala na cintura plvica,

    podendo ser restrita regio ou

    irradiar para as extremidades

    inferiores. As principais causas

    incluem processos degenerativos,

    inflamatrios, congnitos,

    infecciosos, tumorais e mecnico

    posturais em que ocorre um

    desequilbrio entre a carga funcional

    diria e a capacidade funcional que

    o potencial para essasatividades8.

    O foco do tratamento

    quiroprtico prevenir e tratar as

    desordens do sistema

    neuromusculoesqueltico atravs

    do uso da manipulao articular que

    atua diretamente nas disfunesarticulares. Por esta razo,

    apresenta-se como uma opo de

    tratamento na remisso do quadro

    lgico da dor lombar, restaurando a

    funo articular, prevenindo a

    incapacidade, a progresso de

    leses e melhorando a qualidade devida do individuo9. Dentre as

    tcnicas manuais utilizadas pelos

    quiropraxistas, destacamos a

    manipulao articular, que

    realizada entre duas articulaes

    que apresentam uma alterao

    restritiva da sua faixa normal de

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    movimento10. Esta mobilizao

    realizada a partir de acidentes

    anatmicos, que so utilizados

    como alavancas. Estes

    procedimentos so idealizados em

    uma anatomia articular ntegra16. No

    entanto, no se sabe como estas

    articulaes podem se comportar se

    apresentarem alteraes

    morfolgicas que poderiam gerar

    comportamento mecnico articularaberrante. Diante desse contexto, o

    presente trabalho teve como

    objetivo principal analisar os

    pronturios de uma clinica-escola

    de quiropraxia e avaliar a eficcia

    do tratamento quiroprtico na dor

    lombar em pacientes que

    apresentam vrtebra de transio,

    bem como realizar um levantamento

    epidemiolgico das principais

    caractersticas dessa condio e

    identificar quais os procedimentos

    quiroprticos mais utilizado duranteos tratamentos.

    MTODOS

    Trata-se de um estudo

    descritivo retrospectivo11. Por se

    tratar de pesquisa que envolve

    seres humanos, foram seguidas as

    normas da Resoluo 196/96 (CNS,

    2011). A identidade dos pacientes

    foi mantida em sigilo.

    Amostra

    A amostra foi composta por

    26 pronturios correntes de uma

    clnica-escola de Quiropraxia da

    regio do Vale dos Sinos, de

    indivduos com diagnstico de

    vrtebra de transio e histrico de

    dor lombar. Os pacientes foram

    atendidos, no mnimo, durante oito

    sesses de Quiropraxia. Foram

    excludos da amostra trs

    pronturios que no apresentaram o

    preenchimento correto do pronturio

    ou no reportaram dor lombar.

    Procedimentos

    De posse dos pronturios,

    foram selecionados os dados

    pertinentes a esta pesquisa:

    prevalncia do gnero; se houve

    remisso do quadro lgico aps a

    quarta e oitava sesso, tendo como

    referncia a escala de Borg da

    primeira consulta; descrio do

    quadro clnico; e avaliao

    ortopdica. Para mensurar a dor, a

    clnica-escola utiliza-se da escala

    analgica verbal de dor de Borg12. A

    descrio do quadro clnico

    realizada por meio de uma

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    adaptao do Questionrio de

    Oswestry de incapacidade13 e a

    avaliao ortopdica busca

    reproduzir a sintomatologia do

    paciente durante sua execuo.

    Buscou-se identificar a vrtebra de

    transio mais frequente, observar

    se a anomalia estava associada a

    outras doenas, e identificar a

    preferncia do tipo de procedimento

    quiroprtico utilizado durante otratamento. Estes dados estavam

    contidos na ficha de anamnese e

    cpia de laudos mdicos do arquivo

    da clnica-escola.

    Anlise estatstica

    De acordo com a natureza

    das variveis, os dados foram

    analisados pela frequncia absoluta

    e relativa e aplicado o teste t de

    Student para variveis

    paramtricas. O valor de 5%

    (p

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    RESULTADOS

    Foram selecionados 26 pronturios de indivduos com diagnstico de

    vrtebra de transio e histrico de dor lombar dentre os 3.000 pronturioscorrentes da clnica-escola de Quiropraxia da Universidade Feevale. Destes,

    trs foram excludos por no apresentarem o preenchimento correto. A

    presena de vrtebra de transio foi prevalente no gnero feminino, afetando

    18 dos indivduos (78,12%). A classificao tipo III (lombarizao ou

    sacralizao completa), foi a mais frequente, afetando 10 dos indivduos

    (43,34%), seguida pelo tipo II (lombarizao ou sacralizao incompleta) cinco

    (21,70%), e tipo IV (tipo II de um lado e III no outro) quatro (17,36%), (Grfico1).

    Grfico 1 Classificao e tipo das vrtebras de transio mais frequentes.

    A doena degenerativa discal associada vrtebra de transio foi a

    doena associada mais comum, afetando 14 indivduos (60,76%). Cinco dos

    indivduos (21,7%) apresentavam escoliose lombar, quatro (17,36%)

    apresentavam hrnia discal e um (4,34%) apresentou espondilolistese (Grfico

    2).

    Tipo I: 17,36%

    Tipo II: 21,70%

    Tipo III:

    43,34%

    Tipo IV: 0,00%

    No consta:

    17,36%

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    Grfico 2Comorbidades associadas vrtebra de transio.

    A mdia das notas obtidas pela escala de Borg para a primeira consultafoi de 5,17; para a quarta consulta foi de 3,64 e para a oitava consulta foi de

    1,48 (Grfico 3). Foi aplicado o teste t de Studentpara comparar a mdia das

    notas da Escala de Borg obtidas na primeira, quarta e oitavas consultas. A

    anlise estatstica demonstrou que o tratamento quiroprtico apresentou

    alterao significativa na percepo da dor (p

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    sentados, enquanto 10 deles (43,34%) relataram dor ao ficar de p e seis

    (26,04%) apresentavam dificuldade para dormir em razo da dor lombar

    (Tabela 1).

    Tabela 1resultado do Questionrio Oswestry modificado.

    QUESTION RIO OSWESTRY MODIFICADO SIM N O N O CONSTA

    Tolera a dor sem uso de analgsico

    Levanta objetos pesados sem causar dor

    A dor impede andar qualquer distncia

    A dor impede sentar

    A dor impede ficar em p

    A dor impede dormir

    26,04% 69,44%

    8,68% 26,04%

    34,72% 17,36%

    56,42% 13,02%

    47,92% 26,04%

    26,04% 17,36%

    4,34%

    65,10%

    47,92%

    30,38%

    26,04%

    56,42%

    O teste de Kemp apresentou-se positivo na maioria dos casos dando

    positivo em 15 dos indivduos analisados (65,10%). 15 dos indivduos (65,10%)

    apresentavam dor irradiada para o membro inferior, sendo que sete deles

    (30,38%) apresentavam dor irradiada abaixo do joelho (Grafico 4).

    Grfico 4Porcentagem dos testes ortopdicos positivados.

    Os ajustes quiroprticos manipulativos de Alta Velocidade e Baixa

    Amplitude (AVBA) foram utilizados como nico procedimento de tratamento

    em 12 dos indivduos (52,8%), seguida por ajustes quiroprticos de Fora

    Manual Mecanicamente Assistido (FMMA) em seis dos indivduos analisados

    Positivo;

    Lasegue;

    26,04%

    Positivo; Kemp;

    65,10%

    Positivo;

    Ely/Nachlas;

    34,38%

    Positivo;

    Fabere Patrick;

    13,02%

    Positivo;

    Elevao da

    perna reta;

    34,38%

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    (26,04%). A combinao de ambos os procedimentos foi utilizado em cinco

    dos indivduos (21,7%).

    DISCUSSO

    A coluna lombar composta

    por cinco vrtebras mveis,

    caracterizadas por grandes corpos

    vertebrais ovoides e pelo arco

    posterior, com pedculos largos,

    facetas articulares, processos

    transversos longos e processos

    espinhosos quadrangulares. Os

    corpos vertebrais alteram-se na

    forma, da primeira vrtebra lombar

    (sendo mais quadrado), at a quinta,

    que mais retangular e mais

    profunda anteriormente. Cerca de20% das pessoas podem apresentar

    alterao no nmero total de

    vrtebras, podendo ter segmentos a

    mais ou a menos14. A alterao no

    nmero de vrtebras mveis na

    coluna lombar a anomalia

    congnita mais significante e podecausar dor lombar2. A lombarizao

    da primeira vrtebra do sacro

    aumenta o brao de alavanca da

    coluna lombar, causando maior

    tenso na coluna lombar e na

    articulao lombossacra. A vrtebra

    lombar mais inferior pode tornar-se

    incorporada ao sacro (sacralizao),

    de modo que, efetivamente, haja

    somente quatro vrtebras lombares

    mveis. Na presena de uma

    completa ou quase completa

    sacralizao, o disco lombossacro

    pode mostrar algum grau de

    hipoplasia, por causa de sua altura

    vertical diminuida, contudo,

    raramente exibe evidncias

    radiolgicas de degenrao e

    usualmente estvel com movimento

    limitado ou imvel. A estabilidade daquinta vrtebra lombar pode induzir

    degenerao precoce do segmento

    L4/L5 reduzindo o movimento da

    regio e fusionando as quatro

    vrtebras. Ocasionalmente, um

    nico processo transverso articula-

    se com o sacro

    2

    .Dos 23 pronturios analisados

    18 (78,12%) representavam

    mulheres, um percentual que difere

    dos achados na literatura, em que a

    distribuio de anomalia

    lombossacra mostrou maior

    ocorrncia em homens (58,93%)3.

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    Supe-se que o pequeno nmero da

    amostra seja responsvel por esta

    discordncia.

    O tipo mais frequente de

    vrtebra de transio encontrado

    neste estudo foi a do tipo III

    (lombarizao ou sacralizao

    completa) com 43,34%, seguido pelo

    tipo II (lombarizao ou sacralizao

    incompleta) com 21,70%. O tipo I

    (processo transverso displsico)apresentou 17,36% e o tipo IV

    (caracterizado pelo tipo II em um

    lado e III no outro) no foi

    encontrado (grfico 1). Esses dados

    confirmam um estudo onde foram

    observadas 300 radiografias, onde

    30% apresentavam segmentotransicional, sendo que o tipo mais

    frequente foi o tipo III com 48%,

    seguida do tipo II (45%). O tipo IV

    apresentou 7% e o tipo I no foi

    encontrado. Portanto, h uma

    divergncia em relao ao tipo I e

    IV

    6

    .Com relao s

    comorbidades, a mais comum foi a

    doena degenerativa discal, vista em

    60,76% dos 23 pronturios

    analisados (grfico 2). Isso corrobora

    com relatos de degenerao discal,

    incluindo abaulamento do disco,

    borda irregular do anel fibroso e

    ncleo desidratado acima do nvel

    da vrtebra de transio em

    portadores de vrtebra de transio7.

    A anlise dos pronturios

    mostrou que a mdia das notas na

    primeira consulta foi de 5,17, na

    quarta consulta foi de 3,64 e na

    oitava 1,48. Percebeu-se uma

    reduo da dor de 29,60% ao se

    comparar as notas da primeira coma quarta consulta e 59,35% da

    quarta at a oitava consulta (Grfico

    3). A anlise estatstica demonstrou

    que o tratamento quiroprtico

    apresentou uma alterao

    significativa na percepo da dor

    (p

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    dificuldade para dormir em razo da

    dor lombar (Tabela 1).

    Quanto avaliao

    ortopdica, o teste de Kemp foi o

    que se apresentou positivo para dor

    lombar em maior frequncia, com

    65,10%, seguido de Ely/Nachlas e

    Elevao da perna reta, ambos com

    34,72%. Nos pronturios analisados,

    60,76% dos pacientes apresentavam

    dor irradiada para o membro inferior,sendo que em 30,38% dos casos a

    dor irradiava para baixo do joelho.

    Estes dados condizem com a

    literatura quanto a sintomatologia de

    pacientes com vrtebra de transio,

    onde os sintomas mais comuns so

    dor na parte lateral da articulaoanmala, na regio lombar, na

    ndega e dor irradiada para todo o

    membro inferior ou parte dele, do

    mesmo lado da vrtebra de

    transio15.

    Dentre os procedimentos

    utilizados no tratamento da dorlombar, foi aplicada como nico

    procedimento de tratamento em

    52,08% dos pacientes a

    manipulao manual de alta

    velocidade e baixa amplitude. O uso

    da mesa de drop, manipulao

    manual de alta velocidade e baixa

    amplitude mecanicamente assistida

    foram utilizados em 26,04% dos

    casos. Ambas so largamente

    utilizadas por quiropraxistas, dada a

    eficcia na reduo da dor lombar9,

    a despeito de alguns afirmarem que

    a manipulao por rotao

    contraindicada em distrbios

    assimtricos da rea transicional

    lombossacra, recomendando a

    manipulao por trao na posioneutra, em conjunto com a tcnica

    miofascial2.

    CONCLUSES

    O tratamento quiroprtico foi

    efetivo na reduo da dor lombar em

    portadores de vrtebra de transiona totalidade da amostra do

    presente estudo, sendo as tcnicas

    manuais manipulativas e

    procedimentos de fora manual

    mecanicamente assistidos os

    procedimentos utilizados de forma

    isolada ou em combinao. A

    anomalia mais frequente encontrada

    foi a tipo III, sendo a doena

    degenerativa discal a comorbidade

    mais comum.

    CONFLITOS DE INTERESSES: No

    h.

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    ARTIGO ORIGINAL

    Epidemiologia e tratamento quiroprtico das DisfunesTemporomandibulares em escolares

    Epidemiology and chiropractic treatment of temporomandibular disorders inschool children

    Juliana H. tsuchidaI, Nathaly B. CastroI, Mara C.PaivaII,Djalma J. FagundesIII

    I. Estudante de Graduao em Quiropraxia. Instituto de Cincias da Sade.Universidade Anhembi Morumbi (UAM)Laureate Universities. So Paulo. Brazil.II. Quiropraxista. Universidade Anhembi Morumbi (UAM)

    III. MD, PhD, Professor Livre Docente - Instituto de Cincias da Sade UAM.

    E-mail do autor correspondente:[email protected]

    RESUMO

    OBJETIVOS: Realizar estudo epidemiolgico da Disfuno Temporomandibular (DTM) emescolares de trs a 18 anos, caracterizar o grau de disfuno, relacion-la com as alteraesposturais e avaliar os efeitos do tratamento quiroprtico em seus portadores. MTODOS:Estudo transversal com 519 escolares, realizado no municpio de So Paulo. Primeiramenteaplicaram-se os Questionrios Anamnsico, para caracterizar a disfuno, e de Qualidade deVida. Os escolares que apresentaram disfuno foram submetidos a avaliao clnica segundoos critrios diagnsticos para DTM. Aps anlise dos dados, 25 escolares foram selecionadospara Avaliao Fsica e Postural Fotogramtrica. Em seguida procedeu-se ao tratamentoquiroprtico com dez sesses, utilizando a Tcnica Sacro Occipital, liberao tecidual,exerccios de alongamento/fortalecimento muscular e ajuste articular. Os dados foram

    submetidos anlise estatstica descritiva, correlacional e fatorial. RESULTADOS: 57%mostraram sintomas de DTM, 53% eram mulheres; 85% apresentaram grau leve, 14% graumoderado e 1% grau intenso. Os domnios qualidade de vida geral, autonomia e famlia,demonstraram relao direta entre DTM e o impacto nocivo na qualidade de vida de seusportadores. Aps o tratamento quiroprtico foi observada melhora significativa nos domniosabertura funcional, crepitao e desvio mandibular. Os hbitos parafuncionais de ranger osdentes e respirao oral regrediram em 20%. CONCLUSES: O estudo confirmou a altaprevalncia de sintomas de Disfuno Temporomandibular na idade escolar. Com o tratamentoquiroprtico foram obtidos efeitos considerveis especialmente nas disfunes funcionais e noimpacto negativo da qualidade de vida dos escolares.

    PALAVRAS-CHAVE: Sndrome da Disfuno da Articulao Temporomandibular, criana,

    adolescente, pr-escolar, quiroprtica, manipulao quiroprtica, postura, qualidade de vida.

    ABSTRACT

    OBJECTIVE: Conduct an epidemiological study of Temporomandibular Joint DysfunctionSyndrome (TJDS) on individual between three and eighteen years old; characterize thedysfunctional level associate to possible postural alterations; and evaluate the effects of thechiropractic treatment on the subjects. METHODS:A cross-sectional study with 519 studentswas carried out in So Paulo city from October 2011 to March 2012. Questionnaires wereapplied in order to identify the joint dysfunction and to measure quality of life. The students whopresented some dysfunction underwent to a clinical evaluation, in accordance with thediagnostics criteria for TJDS. After data analysis, 25 students were selected for a Physical and

    Photogrammetric Postural Evaluation, and submitted to ten chiropractic sessions. Thetechniques applied include the Sacro Occipital Technique (SOT), tissue liberation, stretching

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    exercises/muscular strengthening and articular adjustment. The data were analyzed usingdescriptive statistics, correlation and factorial analysis. RESULTS: 57% showed characteristicsymptoms of TJSD (53% were females); 85% of the symptoms were considered mild, 14%moderate and 1% severe. Overall life quality, autonomy and family presented a directrelationship between TJSD and adverse impact on life quality. After chiropractic treatment,individuals showed significant improvement on functional opening, crepitating and mandibledeviation domains. Parafunctional habits, like teeth grinding and oral breathing, dropped by20% after the treatment. CONCLUSION: The study confirmed a significant prevalence ofTemporomandibular Dysfunction symptoms in school age. The chiropractic treatment showedconsiderable improvements, especially on functional dysfunctions and on quality of life.

    KEY WORDS: Temporomandibular joint dysfunction syndrome, preschool, child, adolescent,chiropractic, manipulation, chiropractic, posture, quality of life.

    INTRODUO

    A Articulao

    Temporomandibular (ATM) um

    elemento do sistema

    estomatogntico, formado por

    estruturas anatomo-funcionais

    capaz de realizar movimentos

    complexos. Quando existe alguma

    alterao nesta articulao, h oque chamamos de Disfuno

    Temporomandibular (DTM), que

    caracterizada como um conjunto de

    condies mdicas, dentrias ou

    faciais associadas que

    desencadeiam disfunes na ATM e

    tecidos adjacentes, incluindo osmsculos faciais e cervicais

    podendo comprometer a

    mastigao, a deglutio, a fonao

    e a curvatura funcional da coluna

    cervical1.

    A etiologia da DTM

    multifatorial substanciada pela ao

    conjunta de fatores estruturais

    (ocluso, anatomia da ATM e

    esqueleto); psicolgicos e

    funcionais (neuromuscular)2.

    Algumas condies, como m

    ocluso, bruxismo, hbitos de

    suco e comportamento

    psicolgico, podem estar

    relacionadas com sintomas e sinaisde disfuno de ATM. A disfuno

    mais frequente em crianas tenso-

    nervosas e as dores de cabea

    recorrentes podem ser indicativas

    desse problema, assim como

    algumas ms ocluses e hbitos de

    suco podem gerar sintomas dedisfuno2-4.

    Desde 1971, inmeros

    estudos foram dedicados ao

    diagnstico e tratamento das DTM

    em adultos, sendo os dados obtidos

    extrapolados ao pblico infanto-

    juvenil5,6. Embora algumas

    condies sejam similares, existem

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    diferenas importantes entre os dois

    grupos, como o estgio de

    crescimento e desenvolvimento

    craniofacial e a extrema capacidade

    que a criana tem de adaptar-se a

    modificaes nas estruturas do

    sistema mastigatrio7. No Brasil, as

    pesquisas de 1992 a 2001

    destacaram a alta prevalncia de

    DTM na populao; no entanto, a

    maior parte dos estudos foram

    realizados com jovens e adultos7-12.

    Encontram-se disponveis na

    literatura diferentes instrumentos

    para avaliao da DTM. Em geral,

    eles so organizados em formatos

    variados como questionrios,

    ndices anamnsicos clnicos e

    critrios de diagnstico12. Referidas

    ferramentas apresentam vantagens,

    desvantagens e limitaes,

    portanto, devem ser utilizadas, pelo

    pesquisador ou clnico, de acordo

    com a esfera de avaliao, aspectos

    fsicos, psicolgicos, nvel de

    interferncia e na realizao dasatividades cotidianas13-15.

    As alteraes causadas pela

    DTM, em especial a dor, podem

    interferir nas atividades dirias

    sociais do indivduo afetado,

    alterando sua funo social,

    refletindo no seu estado de sadeemocional e no nvel de energia16.

    Por esta razo, a aplicao do

    Questionrio de Qualidade de Vida

    se aplica a estes indivduos,

    procurando pesquisar se as

    influncias provenientes desta

    disfuno causam impacto negativo

    na qualidade de vida dos mesmos.

    A Quiropraxia realiza

    atendimento primrio na rea da

    sade e se preocupa com a

    patognese, teraputica e profilaxia

    dos distrbios funcionais, alteraes

    mecnicas, sndromes de dor e

    outros efeitos musculoesquelticos

    relacionados esttica e dinmica

    do sistema locomotor, relacionados

    a todas as articulaes axiais,

    apendiculares e craniofaciais. H

    uma nfase em tcnicas manuais,

    incluindo o ajuste e/ou a

    manipulao articular. O termo

    Ajustamento ou Manipulao

    Articular Quiroprtica descrito

    como movimentao passiva de

    uma vrtebra ou articulao, com

    alta velocidade e baixa amplitude,alm da amplitude do movimento

    fisiolgico no espao parafisiolgico

    e dentro da integridade

    anatmica17. Assim, esta pesquisa

    se prope a realizar um estudo

    epidemiolgico das disfunes da

    ATM, classificar o ndice dafuncionalidade mandibular,

  • 7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 1

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    ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p. 29

    investigar se referidas alteraes

    causam impacto negativo na

    qualidade de vida de seus

    portadores e, finalmente, aplicar o

    tratamento utilizando a SOT

    (Tcnica Sacro Occipital) para

    avaliar seus efeitos.

    MTODOS

    A pesquisa foi submetida

    apreciao e aprovao do Comit

    de tica em Pesquisa daUniversidade Anhembi Morumbi

    Laureate International Universities.

    Todos os responsveis legais pelas

    crianas e adolescentes que

    concordaram em participar da

    pesquisa assinaram o Termo de

    Consentimento Livre e Esclarecido.Amostra

    Realizou-se um estudo

    transversal com uma amostra de

    519 escolares, de um universo de

    667, em uma escola particular no

    municpio de So Paulo. A pesquisa

    foi realizada em trs etapas: 1)

    Aplicao do Questionrio e ndice

    Anamnsico de Fonseca para

    caracterizar a presena de DTM e

    preenchimento do Questionrio de

    Qualidade de Vida especfico para a

    faixa etria (AUQEI). 2) Os

    escolares que apresentaram algumgrau de DTM foram submetidos

    pesquisa clnica seguindo os

    critrios de diagnsticos

    internacional para DTM Research

    Diagnostic Criteria for

    Temporomandibular Disorders

    (RTC/TMD). 3) Aps anlise dos

    resultados, foram selecionados 25

    escolares para avaliao fsica e

    postural fotogramtrica. Em seguida

    procedeu-se o tratamento

    quiroprtico com dez sesses,

    utilizando a Tcnica Sacro Occipital,

    liberao tecidual, exerccios de

    alongamento/fortalecimento

    muscular e ajuste articular. Os

    dados foram submetidos anlise

    estatstica descritiva, correlacional e

    fatorial.

    Critrios de Incluso

    Alunos entre trs e 18 anos

    de idade, de ambos os gneros,

    sem distino de etnia ou

    qualificao socioeconmica.

    Critrios de Excluso

    Escolares que apresentaramalgum tipo de doena

    infectocontagiosa na ocasio da

    pesquisa ou que estivessem

    passando por tratamento

    fonoaudilgico, ortodntico,

    fisioterpico, bem como os que

    apresentaram histria de doenas

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    ISSN 2179-7676 - RBQ v. 4, n.1 p. 30

    sistmicas como artrite reumatoide,

    traumas e ou cirurgias na face.

    Procedimentos

    A coleta de dados foi

    realizada numa sala cedida pela

    escola, aps realizao de palestra

    com pais e alunos sobre a

    relevncia da avaliao e

    tratamento precoce da DTM. Foram

    aplicados os questionrios de

    qualidade de vida (AUQEI) e ndiceAnamnsico de Fonseca para

    detectar a presena de sinais e

    sintomas que caracterizassem a

    DTM e o quanto a mesma interferia

    negativamente no cotidiano de seus

    portadores. Ambos os questionrios

    so validados. Os menores de oitoanos de idade foram representados

    por seus responsveis no

    preenchimento dos questionrios.

    Aps anlise desses

    resultados, os escolares que

    apresentaram algum grau de DTM

    foram submetidos observao

    fsica Quiroprtica e exame clnico

    utilizando o RDC-TMD Clinical

    Examination Form16,18,19, para

    estabelecer um ndice de

    quantificao da gravidade da dor

    ou da limitao funcional. O

    questionrio aplicado somado ao

    exame clnico classificou a

    disfuno em grau leve, moderado e

    intenso, o que possibilitou o

    tratamento mais adequado para

    cada tipo de disfuno encontrada

    ou encaminhamento para outros

    profissionais da rea de sade.

    O exame fsico foi constitudo

    de avaliao antropomtrica,

    caractersticas de m ocluso,

    palpao da ATM e msculos

    adjacentes, medio do grau de

    abertura bucal (normal e funcional)

    e verificao de desvio da

    mandbula. No intuito de avaliar se

    houve estabilizao plvica, antes

    da primeira e aps a ltima sesso

    da assistncia quiroprtica foi

    realizado o registro fotogrfico com

    cmera digital fixada em um trip

    com at 1,70 metros de altura, com

    um nvel que permitia o paralelismo

    entre o equipamento fotogrfico e o

    solo, posicionado a uma distncia

    fixa de trs metros do escolar. Um

    fio de prumo esteve fixado na

    parede posterior ao local de anlisepostural, ao lado do local de

    posicionamento dos escolares, para

    balizar o posicionamento da

    mquina fotogrfica digital e simular

    a passagem da linha de ao da

    gravidade. A anlise das imagens

    fotogramtricas computadorizadasfoi processada utilizando o Software

  • 7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 1

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    para Avaliao Postural (SAPo) livre

    e gratuito verso 0.68. Referido

    software possui tutoriais cientficos

    de um banco de dados,

    disponibilizado no endereo

    http://sapo.incubadora.fapesp.br.19.

    Os pontos anatmicos

    selecionados foram baseados no

    protocolo bsico do SAPo e, para

    sua demarcao, foram utilizadas

    esferas de isopor com tamanho

    aproximado de seis milmetros,

    fixadas com fita dupla face. Os

    pontos analisados foram: trago

    direito/esquerdo; acrmio

    direito/esquerdo; ngulo inferior da

    escpula direita-esquerda; espinha

    ilaca pstero superior

    direita/esquerda; malolo medial

    direito/esquerdo. Estes pontos

    tiveram a funo de detectar a

    distncia entre um segmento e outro

    quanto simetria da linha vertical

    de dois pontos comparado aos

    lados direito e esquerdo.

    Aps avaliao do ndice eprevalncia dos sintomas de DTM,

    foram selecionados para a

    interveno quiroprtica 25

    escolares com grau de moderado a

    intenso de disfuno da articulao .

    A interveno foi realizada em dez

    sesses durante trs meses, sendoque a quinta sesso foi uma

    reavaliao do quadro clnico, para

    possveis adequaes s prticas

    utilizadas. A partir da sexta sesso,

    foram acrescentadas manobras

    especficas para a condio dentro

    do protocolo da Tcnica Sacro

    Occipital (SOT), que afirma que as

    articulaes sacroilaca e ATM tm

    um nmero superior de

    proprioceptores em relao s

    demais regies do corpo e que o

    indivduo no pode ter um problema

    na articulao sacroilaca sem que o

    mesmo afete a ATM, que se no

    corrigida ou equilibrada impede o

    paciente de restabelecer totalmente

    a sade18.

    Durante as sesses, os

    escolares receberam ajustes

    quiroprticos nas restries

    encontradas na coluna vertebral,

    liberao tecidual dos msculos

    envolvidos com a articulao da

    ATM e manobras especficas para a

    condio de acordo com a

    categorizao de cada escolar,segundo os preceitos da SOT. Os

    escolares receberam orientao

    postural e uma cartilha com

    exerccios indicados para a regio

    cervical e articulao da ATM para

    tratamento domiciliar.

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    Estudo Estatstico

    De acordo com a natureza

    das variveis, os dados foram

    analisados pela frequncia absoluta

    e relativa. Foram tambm aplicados

    testes paramtrico do qui-quadrado

    e t de Student. O valor de 5%

    (p

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    Grfico 3. Distribuio da presena de sinais de DTM antes e aps o tratamento, de acordocom Avaliao Fsica e o Clinical Examination Form.

    Grfico 4. Anlise da media e mediana do questionrio AUQEI antes e aps o tratamentoquiroprtico, segmentado em aras de avaliao. Os ndices de melhora so representadoscomo > que 0 e de piora < que 0.

    Grfico 5. Distribuio grfica da avaliao dos msculos envolvidos com a articulaotemporomandibular antes e aps o ajuste articular.

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    DISCUSSO

    Aps levantamento de

    referncias bibliogrficas nacionais

    nas bases de dados eletrnicas,no foram encontrados artigos

    cientficos relacionados atuao

    do quiropraxista em ambiente

    escolar, seja avaliando, prestando

    assistncia ou prevenindo as

    Alteraes Temporomandibulares

    na faixa etria entre trs e 18 anosde idade. A alta prevalncia de

    DTM na populao adulta e infanto-

    juvenil nas duas ltimas dcadas

    gerou um aumento significativo de

    estudos cientficos, com o propsito

    de conhecer melhor sua etiologia e

    estabelecer diagnstico e

    tratamento precoce, evitando desta

    forma a instalao da doena. Na

    literatura, os estudos mostram

    grande variao na idade da

    populao pesquisada, com

    consequente variao dos

    resultados.

    Dos 519 participantes desta

    pesquisa, 57% apresentaram algum

    grau de disfuno, com predomnio

    do gnero feminino (53%). A

    classificao da gravidade

    determinada pelo questionrio e

    ndice anamnsico de Fonseca

    demonstrou que 85% dos escolares

    tinham grau leve de disfuno, 14%

    grau moderado e 1% grau intenso

    (Grfico 1). Um estudo de 1977apresentou uma prevalncia de

    DTM de 56,7%, num grupo entre 6 e

    8 anos e de 67,6% entre 13 e 15

    anos21. Outro artigo de 1981 dividiu

    os participantes em 3 grupos de: 7,

    11 e 15 anos. O grupo de 7 anos

    apresentou 39% de sintomas dedisfuno, o grupo de 11 anos 67%

    e o grupo com 15 anos 74%22.

    Referidos resultados se

    assemelham aos achados da

    presente pesquisa. Tambm

    corroborando com os resultados

    atuais, no final dos anos 80 uma

    amostra observou uma incidncia

    de 56,7% e 67,6%,

    respectivamente, em escolares

    entre 6 a 8 e 12 a 15 anos23.

    Entre crianas de 3 a 5 anos,

    encontramos relato de pesquisa

    realizada com 149 crianas, em que

    aps exame clnico e

    preenchimento de questionrio

    pelos pais, observou-se que 38%

    apresentaram sintomas subjetivos,

    sendo que a maior incidncia foi de

    dor de ouvido e ranger de dentes24.

    Nesta pesquisa, 31% dos

    representantes desta faixa etria

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    apresentou grau leve de DTM. Um

    estudo de 2006 observou uma

    prevalncia de 35% no quesito

    ranger de dentes, dado este que se

    assemelha ao encontrado na

    pesquisa atual (32%)25. O sinal de

    respirador bucal, encontrado nesta

    faixa etria, antes do tratamento foi

    de 60%, baixando para 44% aps o

    tratamento (Grfico 2). Os dois

    resultados so importantes para a

    melhora de todo o quadro clnico de

    DTM26.

    Os hbitos parafuncionais

    prevalentes na pesquisa atual,

    estudados pelo Questionrio Jaw

    Symptom and Oral Habits

    Questionnaire e avaliao fsica

    pela Clinical Examination Form,

    apresentou 20% para abertura

    funcional da boca, 48% para

    crepitao e 72% de desvio

    mandibular (Grfico 3). Na literatura,

    encontramos uma amostra realizada

    entre a faixa etria de trs e 19

    anos com maior ocorrncia decrepitao 87,7% e menor

    frequncia de desvio da mandbula

    23,6%27.

    A anlise mediana do

    questionrio de qualidade de vida

    desenvolvido para crianas e

    adolescentes apresentou umintervalo de -2 para os quesitos

    qualidade de vida geral, 1 para

    autonomia e 1 para o item famlia

    (Grfico 4), demonstrando assim

    que estatisticamente h relao

    direta entre a DTM e o impacto na

    QV em seus portadores. Estes

    dados tambm ficaram evidentes

    num estudo de 200328. A etiologia

    da DTM ainda obscura, mas na

    maioria dos pacientes com

    sintomas parafuncionais observa-

    se tenso psquica. A m ocluso,

    o estresse, problemas emocionais,

    doenas do sistema nervoso

    central, distrbios do sono e o uso

    de psicofrmacos esto entre os

    fatores etiolgicos mais citados,

    no havendo consenso a respeito

    na literatura29.

    O tratamento quiroprtico foi

    realizado em dez sesses e adotou

    um protocolo utilizando a SOT,

    visando principalmente a

    estabilizao da articulao

    sacroilaca. Os estudos da SOT

    observaram que existe uma relaode movimento recproco entre os

    ossos da pelve e do crnio,

    denominada de relao Lovett

    Brothers; nessa relao o lio tem

    relao com o osso temporal e o

    sacro com o osso occipital. A ATM

    tambm tem uma relao recprocacom a articulao sacroilaca e,

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    portanto, depende da sua

    estabilidade. A separao da

    articulao sacroilaca pode resultar

    em adaptao compensatria da

    posio da ATM, podendo alterar a

    mordida, o equilbrio, os ouvidos e a

    posio de pescoo18.

    Dentre as alteraes

    musculoesquelticas comuns em

    portadores de DTM, incluem-se

    anteriorizao ceflica com flexo

    do pescoo e da coluna cervical,

    escpulas elevadas, regio anterior

    do trax deprimida, equilbrio do

    corpo anteriorizado e para baixo. A

    hiperatividade dos msculos da

    mastigao promove a contrao

    dos msculos cervicais, alterando a

    cintura escapular e plvica30. Na

    pesquisa atual, o domnio da dor

    muscular palpao demonstrou

    alta frequncia, especialmente para

    o msculo Esternocleidomastideo

    (68%), Elevador da Escpula (68%)

    e Trapzio Superior (64%). Aps o

    tratamento quiroprtico, estesndices baixaram para 4%, 8% e

    24% respectivamente (Grfico 5). A

    terapia adotada observou, na faixa

    etria entre 10 e 16 anos, melhora

    significativa nos sintomas abertura

    funcional, crepitao e desvio

    mandibular. Os hbitosparafuncionais de ranger os dentes

    e respirao oral regrediram em

    20%. Foi notvel a melhora clnica

    na viso quiroprtica, por meio da

    transio de 72% dos que

    partilhavam de mesmas

    caractersticas de categoria 2 para a

    categoria 1 da SOT, em apenas 10

    sesses, ou seja, a relao da

    sacroilaca com o crnio, a qual tem

    como sintoma a DTM melhorou para

    uma categoria que no tem como

    indicativos problemas de ATM.

    A opo pela fotogrametria

    se deu devido facilidade e

    viabilizao do instrumento. Os

    efeitos proporcionados pelo