revista boa vontade, edição 233

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Nomeada Embaixadora Ibero-Americana da Cultura, a escritora relembra sua trajetória na literatura, que a imortaliza na Academia Brasileira de Letras. Nélida Piñon abre o coração PAIVA NETTO escreve “O crack e a mulher ” e mostra os graves efeitos na vida de usuários EDUCAÇÃO Prestigiado evento da LBV debate “Avaliação: uma visão além do intelecto” INTERNACIONAL LBV leva recomendações pela sustentabilidade no planeta a chefes de Estado e autoridades participantes na Rio+20, no Brasil, e na Reunião de Alto Nível do Ecosoc/ONU, em Nova York, Estados Unidos, que ganham visibilidade mundial em transmissão ao vivo pela TV ONU. OTORRINOLARINGOLOGIA Um dos maiores especialistas, o dr. Jair de Carvalho e Castro esclarece as principais dúvidas sobre a síndrome de Ménière. Confira! Paula Fernandes LEIA TAMBÉM: Otavio Mesquita Nelson Sargento Sandra de Sá

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A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

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Page 1: Revista Boa Vontade, edição 233

Nomeada Embaixadora Ibero-Americana da Cultura, a escritora relembra sua trajetória na literatura, que a imortaliza na Academia Brasileira de Letras.

NélidaPiñonabre o coração

Paiva Netto escreve “O crack e a mulher” e mostra os graves efeitos na vida de usuários

educação Prestigiado evento da LBV debate “Avaliação: uma visão além do intelecto”

iNterNacioNal LBV leva recomendações pela sustentabilidade no planeta a chefes de Estado e autoridades participantes na Rio+20, no Brasil, e na Reunião de Alto Nível do Ecosoc/ONU, em Nova York, Estados Unidos, que ganham visibilidade mundial em transmissão ao vivo pela TV ONU.

otorriNolariNGoloGia Um dos maiores especialistas, o dr. Jair de Carvalho e Castro esclarece as principais dúvidas sobre a síndrome de Ménière. Confira!

Paula Fernandes

Leia Também:

OtavioMesquita

Nelson Sargento

Sandra de Sá

Page 2: Revista Boa Vontade, edição 233

JUNTO COM A CONTA DE

ENERGIA, VEM MAIS

CIDADANIA.A Tarifa Social de Energia Elétrica é um benefício

para famílias de baixa renda. O programa,

estabelecido por Lei Federal, gera descontos de

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Page 3: Revista Boa Vontade, edição 233

JUNTO COM A CONTA DE

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Page 4: Revista Boa Vontade, edição 233

8 Paiva Netto escreve: “O crack e a mulher” 66 11o Congresso Internacional de Educação da LBV — Avaliação: uma visão além do intelecto

12Sônia Bridi

e seu Diário do clima

17Eliana Calmon

escreve Receitas Especiais

12rEnata CEriBElli e zECa Camargo

lançam Medida Certa

17tErEza CampEllo

Homenagem

16paula FErnandES e Sandra dE SáAmigas de Boa Vontade em festa

17audálio dantaS

Histórias do jornalismo

13glEiSi HoFFmann

Saudação

Sumário

7 in mEmoriam

8 “o CraCk E a mulHEr”Paiva Netto

12 CartaS, E-mailS, livroS E rEgiStroS

20 rEdE SoCiEdadE SolidáriaInstituições fortalecidas, sociedade melhor

22 ESportE

23 opinião ESportiva por José Carlos AraújoFutebol, sim. Violência, não.

24 SamBa & HiStória por Hilton Abi-RihanNelson Sargento — Memória viva do samba carioca

27 opinião — EduCação por Arnaldo NiskierLinguagem popular, sim ou não?

28 lBv é ação!

32 Cultura Nélida Piñon — Abrindo o coração

36 aContECE Em minaS gEraiS

38 ComuniCaCãoOtavio Mesquita — Décadas de jornalismo e bom humor

42 aContECE na paraíBa

44 SaúdE Como anda sua audição

48 notíCiaS dE BraSília• Governo do DF anuncia: Templo da LBV é o monumento mais visitado da capital brasileira (p. 48)• Templo da Paz (p. 51)• Secretaria de Turismo divulga os 23 anos do TBV (p. 52)

54 ação jovEm lBv A Grande Família Humanidade

60 aContECE no rio grandE do Sul

62 CongrESSo Em pauta por Paulo KramerEducação profissional de qualidade

4 BOA VONTADE

Page 5: Revista Boa Vontade, edição 233

84 LBV leva recomendações pela sustentabilidade no planeta a chefes de Estado e autoridades participantes da Rio+20.

44dr. jair dE CaStroComo anda sua

audição?

24nElSon SargEntoÍcone do samba

carioca

78dra. aliCE FErrEira e dra. marlEnE noBrE

Em favor da Vida

27arnaldo niSkiEr

Linguagem popular, sim ou não?

38otavio mESquita

Décadas de jornalismo e bom humor

32nélida piñonPela Cultura

77dr. uBiratan aguiar

Ex-ministro do TCU lança Estação da Palavra

78 Comportamento e saúde — Os direitos do feto e o trágico impacto do aborto na saúde da mulher.

62paulo kramEr

Educação profissional de qualidade

66 11o CongrESSo intErnaCional dE EduCação da lBv Avaliação: uma visão além do intelecto

77 aContECE no parlamundi da lBv

78 ComportamEnto E SaúdE Jornada pela Vida

84 mEio amBiEntE O legado da Rio+20

94 opinião — mídia altErnativa por Carlos Arthur PitombeiraDocumento brasileiro

98 lBv na onuConsciência planetária

104 aContECE no SBtO maior brasileiro de todos os tempos

106 litEratura Brasil precisa ler mais

112 ConHECEndo muSEuSMemória brasileira

116 rESponSaBilidadE SoCial • Sustentabilidade e bons negócios (p. 116)• Lixo que vira bônus (p. 119)

122 mElHor idadE por Walter PeriottoMedicina e Fé

124 voluntariadoCorrer pelo próximo

128 SoldadinHoS dE dEuS

130 aprEndEndo portuguêS por Adriane SchirmerConcordância com “um dos que”

Canais da LBV na internetwww.lbv.org.br

Facebook: LBV Brasil

Twitter: @LBVBrasil

Youtube: LBV Videos

Orkut: LBV

Flickr: flickr.com/lbvbrasil

BOA VONTADE 5

Page 6: Revista Boa Vontade, edição 233

Ao leitor

Em destaque nesta edição, uma das mais im-portantes ações sociais da Legião da Boa Vontade: a Campanha de Valorização da Vida. O dirigente da LBV, jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, assina o artigo “O crack e a mulher”, um eloquente chamado à consciência daqueles que se expõem aos riscos da dependência química. Ao analisar o impacto devastador do vício no corpo e na Alma de quem a ele se escraviza, o autor também alerta para a crescente presença feminina entre os usuá rios e a constatação de que, a fim de obterem a droga, muitas se prosti-tuem sem nenhuma proteção especial, tornando-se assim foco de doenças sexualmente transmissíveis.

Nessa mesma linha de respeito à dignidade hu-mana, a revista traz reportagem na qual mostra que o tema aborto pede uma análise mais profunda, pois a Vida é anterior à fecundação. Sendo assim, o feto já possui direitos. Com apontamentos científicos, o leitor pode ver também o impacto da interrupção forçada da gravidez na saúde da mulher. Esse ato, além de abreviar a existência de um ser indefeso ainda no útero, pode levar a sérias complicações fí-sicas e psicológicas — de problemas de infertilidade e quadros de depressão até o surgimento de tumores malignos mamários e uterinos. Sem mencionar as consequências espirituais.

A seção “Saúde” apresenta reportagem com o dr. Jair de Carvalho e Castro, um dos principais otorrinolaringologistas do país. Além de informar os cuidados necessários com os ouvidos, ele esclarece as dúvidas mais frequentes sobre uma doença ainda pouco conhecida, a síndrome de Ménière.

A nomeação da escritora Nélida Piñon para Embai-xadora Ibero-Americana da Cultura é tema de capa da BOA VONTADE. O reconhecimento enche de orgulho os brasileiros e celebra a trajetória na literatura e na vida pessoal dessa grande romancista. O leitor ainda acom-panha entrevista com o publicitário e apresentador de TV Otavio Mesquita, que abre o coração e ressalta a importância de Deus e da família em sua vida, bem como a paixão pelo trabalho e pelo automobilismo.

Outros assuntos também ganham evidência, a exemplo dos desdobramentos da Rio+20 e da Reunião do Alto Nível do Ecosoc/ONU, em Nova York, e da seção dedicada à Terceira Idade. Esperamos que você, leitor, aprecie esta edição e, se desejar, nos envie suas opiniões, sugestões ou críticas, para que possamos trazer-lhe sempre o melhor. Boa leitura!

Reflexão de BOA VONTADEPela Vida — (...) que lugar mais santo no mundo pode existir além da intimidade das criaturas de Deus, o coração, o cérebro, a Alma das pessoas?

Deixo à reflexão principalmente daquelas que são mães e tiveram a oportunidade ímpar do emblemático contributo na geração da Vida:

imaginem o útero materno!... Lugar sagrado e santo! Ele abriga a Vida, cuja existência preexiste

à fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Nossa origem encontra-se no Mundo Espiritual!

É algo simples de ser compreendido por elas, porquanto nada há de mais potente e

perscrutador que o coração materno.Paiva Netto

Extraído do livro Jesus, o Profeta Divino, páginas 351 e 352, um dos títulos mais vendidos da Livraria Saraiva e o

campeão de vendas no estande da Editora Elevação na 22a Bienal Internacional do Livro de São Paulo — de 9 a 19 de

agosto de 2012.

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica

BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

DireTor e eDiTor-responsáVeL: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

CoorDenação GeraL: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira

superinTenDênCia De markeTinG e ComuniCação: Gizelle Tonin de Almeida

JornaLisTas CoLaBoraDores espeCiais: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer.

equipe eLeVação: Adriane Schirmer, Cida Linares, Diego Ciusz, Jefferson Rodrigues, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão, Neuza Alves, Silvia Fernanda Bovino, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.

proJeTo GráFiCo: Helen Winkler

Capa e DiaGramação: Felipe Tonin, Helen Winkler e Kátia Borba

impressão: Mundial Gráfica

CréDiTo Das FoTos De Capa: Jair de Carvalho e Castro: Nathália Valério; nélida piñon: Arquivo pessoal; nelson sargento: Divulgação; otavio mesquita: Ivan Shupikov; paula Fernandes: Mônica Mendes e sandra de sá: Nathália Valério.

enDereço para CorresponDênCia: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 • Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected]

a revista Boa VonTaDe não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.

A N O 5 6 • N o 2 3 3 • j u N / j u l / A g O / S E T 2 0 1 2

Tiragem: 50 mil exemplaresEdição fechada em 3/10/2012

6 BOA VONTADE

Page 7: Revista Boa Vontade, edição 233

Homenagem a Hebe, eterna rainha da TV brasileira

Karine Salles

Hebe também se destacou pelo apoio às causas solidá-rias. Sobre esse lado fraterno da apresentadora, registrou o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, no artigo “Seres humanos de Paz”, publicado no Jornal de Brasília, em 2 de outubro:

“Guardo com carinho na memória as ocasiões em que nos recebeu. Uma delas foi na TV Bandeirantes, em 9 de julho de 1983. Com grande simpatia, disse-nos que seu programa era ‘de muita sintonia em torno do amor’. Estive lá convidando os telespectadores dela para o 8o Congresso Mundial da Mocidade Legionária e dos Soldadinhos de Deus, que se realizaria nos dias 15 e 16 de julho daquele ano, em Santo André/SP. No ensejo, tocada pela vibração de entusiasmo da plateia que nos acompanhava, comen-tou, com seu natural espírito incentivador: ‘A gente não pode perder a fé, tem que acreditar sempre no momento seguinte, na vida da gente. E acreditar muito no amor e na união entre as pessoas’.

“Hebe, com sua permanente alma juvenil, irradiada durante 83 anos de vida entre nós, habita agora o Solar de Deus.

“Ao seu filho, Marcello Camargo, familiares e amigos, a solidariedade da LBV”.

Hebe recebe em seu programa, no SBT, o Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade e o cantor Peninha, em dezembro de 1999, para uma apresentação especial.

In memoriam

Mar

ina

Figu

eire

do

A apresentadora Hebe Camargo voltou à Pátria Espiritual em 29 de setembro, sábado pela manhã, após sofrer parada cardíaca em sua casa, na capital

paulista. Aos 83 anos, Hebe lutava contra um câncer no peritônio, diagnosticado em janeiro de 2010.

Nascida em Taubaté, interior de São Paulo, em 8 de março de 1929, aos 11 anos já participava de progra-mas de calouros em emissoras de rádio, a fim de ajudar a família. Em 1943, formou a dupla musical Rosalinda e Florisbela, ao lado da irmã Stella.

Pioneira da televisão no Brasil, Hebe Camargo fez parte dos primeiros programas do novo meio de comu-nicação, inaugurado no país em 1950. A estreia como apresentadora veio ao substituir Ary Barroso em um programa de calouros. Mas foi com a apresentação de O Mundo é das Mulheres (antiga TV Paulista), o primeiro programa feminino da televisão brasileira, que ela ganhou maior visibilidade.

Com mais de 60 anos de presença na TV, a querida apresentadora deixa um legado de alegria e profissio-nalismo. Dona de um estilo irreverente e amável com o público e os convidados, ela será sempre lembrada como a “eterna rainha da televisão brasileira”.

BOA VONTADE 7

Page 8: Revista Boa Vontade, edição 233

O crack e a mulher

8 BOA VONTADE

Page 9: Revista Boa Vontade, edição 233

Conforme pesquisa do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010),

o número de pessoas viciadas em crack no Brasil ultrapassa a impressionante marca de 1,2 milhão de usuários. Especialistas em saúde comparam a epidemia da aids na África à do crack em nosso país. Outro dado alarmante é a média de idade dos que o ex-perimentam pela primeira vez: 13 anos. Contudo, engana-se quem acha que somente as camadas da sociedade em situação de pobreza estão à mercê desse perigo mortal. A droga também se faz presente nas classes sociais mais abastadas de modo devastador.

O desastroso abalo fí-sico e mental provocado

pela pedra de crack é disparado na primeira ocasião em que se acende o cachimbo artesanal — poderia se dizer infernal —, pois não arruína apenas a vida do usuário, mas a de toda a família. A ilusória sen-sação de bem-estar e de euforia fica tragicamente evidenciada pela progressiva degradação do corpo e da Alma do dependente.

Segundo a dra. Solange Nappo, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotró-picas (Cebrid), “no início da entrada do crack no Brasil, mais precisa-

mente em São Paulo/SP, o perfil do usuário era do sexo masculino. A presença de mulheres era pontual, algo raro. No princípio da década de 2000, começa-mos a receber indicativos e

Raqu

el B

erto

lin

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da LBV.

O

e aCRACK

MULHER

Dra. Solange Nappo

Vivia

n R.

Fer

reira

BOA VONTADE 9

Page 10: Revista Boa Vontade, edição 233

Crack:mais rápido

e letal

Inalado, o crack* leva, em média, de 8 a 15 segundos para chegar ao sistema nervoso e fazer efeito, enquanto outras drogas atingem o cérebro em cerca de 15 minutos. Por isso o crack provoca dependência mais rapidamente e é tão devastador.

Depois da euforia, intensa e efêmera (dura entre 5 e 10 minutos), a urgência da repetição do consumo, muitas vezes, leva o usuário a se expor à violência e a outras situações de perigo, no envolvimento com o tráfico.

Físicos A fumaça tóxica expelida pela pedra de crack causa impacto devastador no organismo: desde doenças pulmonares e cardíacas e problemas digestivos até alterações na produção e captação de neurotransmissores. Seu uso contínuo pode levar também a degeneração irreversível de ossos e músculos esqueléticos.

FoME E soNoA dependência afeta diretamente o apetite e o sono da pessoa; quase não come ou dorme. Esse quadro leva a um rápido emagrecimento e à desnutrição. O dependente também deixa de lado hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência.

DaNo NEURoLógico E PsicoLógicoO uso do crack pode prejudicar seriamente as funções cerebrais, afetando a memória e a concentração. As lesões no cérebro podem conduzir a oscilações de humor, com baixo limite para frustração e dificuldade maior de estabelecer relações sociais de qualidade.

Fonte: Portal Brasil — Campanha Crack, é possível vencer, do governo federal. Mais informações no site www.brasil.gov.br/enfrentandoocrack

EfEitos dA dEpEndênCiA

ViDa sociaLA perda progressiva das capacidades cognitivas e os problemas comportamentais, aliados à incapacidade física do usuário, contribuem para o abandono da escola e têm consequências negativas na vida profissional. Com isso, muitos dependentes acabam se afastando dos amigos e do próprio lar.

* Obtido da mistura da pasta-base da coca ou cocaína refinada com bicarbonato de sódio e água, o crack apresenta diferença de pureza de acordo com o seu refino. As pedras da droga podem conter vários tipos de substâncias tóxicas, como cimento, cal, querosene, ácido sulfúrico, acetona, amônia e soda cáustica.

O crack e a mulher

10 BOA VONTADE

Page 11: Revista Boa Vontade, edição 233

[email protected]

www.paivanetto.com

informações dos próprios usuários de que as mulheres aderiram à cul-tura do uso do crack”.

Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, transmitido pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), a dra. Solange comentou que o fato de a mulher transformar-se em consumidora do entorpecente mudou toda a dinâmica do vício. “O usuário masculino tornou-se, em geral, um transgressor. Ele rouba para comprar a pedra. Não é um profissional do crime. Diante disso, com sua inexperiência, é facilmente preso e acaba criando um problema para o tráfico, que perde um cliente em potencial, na maioria das vezes já devedor da droga que consome. Quando a mulher é inserida no submundo do crack, ela passa a ser linha de frente, pois o risco de ser presa é bem menor. Ao invés de roubar, ela vai vender o seu corpo”, explicou.

Contaminação pelo HIVPara agravar a situação, a mu-

lher, ao se prostituir a fim de conse-guir a droga, vira foco de doenças sexualmente transmissíveis, prin-cipalmente do vírus HIV.

Sobre isso, esclareceu a dra. Solange: “Uma mulher que faz programa por conta da compulsão pela droga o faz sem proteção, a qualquer hora e em qualquer lugar. Não fica num local aguardando que alguém passe. Ela vai em busca desse parceiro na tentativa de que ele, rapidamente, lhe dê o dinheiro que lhe possibilitará comprar a pedra de crack. Sem falar das que ficam grávidas sem nenhuma estrutura para ser mãe.

Para ajudar dependentes a vencer a difícil batalha contra as drogas, a Legião da Boa Vontade trabalha com o objetivo de formar pessoas das comunidades atendidas para o enfrentamento de problemas sociais de-correntes do vício. Por meio de sua pioneira Campanha Não use drogas. Viver é melhor!, a LBV engaja-se na luta contra o uso e a dependência de substâncias tóxicas, alertando para os riscos que oferecem à saúde. Entre outras ações, a iniciativa divulga conteúdo sobre o assunto na mídia e em palestras dirigidas a escolas. Exemplo recente desse serviço foi a ação promovida na Cracolândia, na região central da capital paulista, onde a Instituição promoveu atividades socioeducativas e culturais, beneficiando assim a população local.

Às famílias, a Instituição recomenda insistentemente: não deixem de apoiar ética e solidariamente o ente querido que padece, contribuindo para sua recuperação.

Viver é melhor!

Pedr

o Ri

o

Igor

Sal

omão

Essa situação de vulnerabilidade traz para a mulher complicações físicas, psíquicas e orgânicas de todos os tipos. Quando a mulher entra nessa cultura, traz com ela um problema social enorme. De um grupo de 80 mulheres que en-trevistamos, pelo menos 40% delas eram portadoras do HIV”.

Grato, dra. Solange, pelas elu-cidações. É uma triste realidade

que não pode ser ignorada. Além das imprescindíveis políticas pú-blicas de combate ao crack, urge fortalecer, com a Espiritualidade Ecumênica, os valores da Família. É nela que se encontra a solução de muitos problemas que hoje afligem a Humanidade.

BOA VONTADE 11

Page 12: Revista Boa Vontade, edição 233

Cartas, e-mails, livros e registros

Os jornalistas Renata Ceribelli e Zeca Camargo, apresentadores do programa Fantástico, da Rede Globo, promoveram palestra sobre o livro Medida Certa — Como chegamos lá! durante a 22a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em agosto. Na obra, ambos contam a experiência de perder peso e ganhar saúde. Esse desafio pessoal dos autores virou quadro de mesmo nome no programa de TV.

Conversando com o público, Renata e Zeca lembraram as dificuldades enfrentadas durante 90 dias para emagrecer de modo saudável, sem dietas radicais, bem como o incentivo dos brasileiros para manterem o esforço.

Na ocasião, os jornalistas autografaram exemplar da obra ao dirigente da LBV, com estas mensagens: “Paiva Netto, fiquei feliz em saber que você acompanhou nossa batalha. Com carinho, Renata Ceribelli”; e “Paiva Netto, mais uma jornada para você acompanhar com a gente! Abração, Zeca Camargo”.

Durante seis meses, a jornalis-ta Sônia Bridi e o repórter cinema-tográfico Paulo Zero, seu marido, viajaram por 14 países em busca de explicações e soluções para o problema do aquecimento global. Os bastidores dessa experiên-cia — que resultou na série de reportagens “Terra, que tempo é esse?”, exibida no Fantástico, da TV Globo — estão no livro Diário do clima, de autoria da jornalista.

Lançado em junho, o livro faz um alerta para as consequências do processo de aquecimento global sem deixar de trazer a es-perança em possíveis mudanças.

Em noite de autógrafos, o casal recebeu personalidades, amigos e admiradores em uma livraria da capital paulista. Na ocasião, ambos autografaram exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV: “Ao José de Paiva Netto, com um grande abraço, Sônia Bridi e Paulo Zero”.

sônia Bridi lança diário

do clima

Renata ceribelli e Zeca camargo na bienal

Divu

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BOA VONTADE MulherInteressantíssima a revista

BOA VONTADE Mulher. Visual limpo e design gráfico que fa-vorece a leitura. Matérias interes-santes, objetivas e claras. Parabéns pela publicação, ex-

tensivos a toda a equipe! Abraços fraternos de paz e luz. (Maiza Ro-drigues da Silva, coordenadora e

gestora da Defensoria Pública Especializada na Defesa dos

Direitos das Mulheres em Si tuação de Vio-

lência, Montes Claros/MG.)

12 BOA VONTADE

Page 13: Revista Boa Vontade, edição 233

Homenagem à ministra gleisi Hoffmann

O aniversário da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, comemorado em 6 de setembro, foi prestigiado por um animado grupo de crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade em Taguatinga/DF. A homenagem teve lugar em seu gabinete, no Palácio do Planalto.

A aniversariante agradeceu os parabéns e abra-

çou e beijou a garotada. Também fez questão de ler em voz alta a dedicatória do cartão confeccionado pelas crianças, no qual está destacado este pensa-mento do diretor-presidente da LBV: “Assim como o Sol nasce todos os dias, a Esperança — que não morre nunca — renova-se a cada manhã que des-ponta no horizonte”.

A ministra-chefe da Casa Civil recebe as crianças da LBV em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Na oportunidade, a garotada entregou flores a Gleisi Hoffmann, com cumprimentos pela passagem de seu aniversário.

Conteúdo de qualidadeA BOA VONTADE está bonita

e possui conteúdo de boa qualida-de. Parabéns pelo trabalho e pela sensibilidade na escolha das fontes e dos temas! (Kelly Cristina de Aquino, jornalista, Montes Cla-ros/MG.)

Convicção na AlmaEmociono-me profundamente

quando leio as mensagens do jor-nalista Paiva Netto, pois a vibração de cada palavra expressa Amor pela Humanidade, algo empolgante e encorajador. Trata-se de uma Alma

convictamente envolvida pelo Cristo de Deus e que multiplica essa convicção a todos nós. Muito, muito obrigada! (Aline Cassuriaga Viana, Porto Alegre/RS.)

Leitura permanenteA revista BOA VONTADE

traz um forte conteúdo editorial e excelente qualidade gráfica. Aliás, tudo o que a Legião da Boa Vontade faz tem qualidade. O amigo Paiva Netto é um grande jornalista, escreve sobre temas da atualidade sempre voltados ao cidadão e à família brasileira.

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(Ademir Arnon de Oliveira, pre-sidente da Casa do Jornalista e da Associação Catarinense de Imprensa, Florianópolis/SC.)

A Editora Elevação está de parabéns por editar há mais de 50 anos uma revista linda e de fácil leitura, com matérias enriquece-doras que vão ao encontro dos leitores. Se pudesse resumir em três palavras, diria: solidarieda-de, voluntariado e ecumenismo. (Ronaldo Horst, editor e funda-dor da RCV — Revista Social, Porto Alegre/RS.)

BOA VONTADE 13

Page 14: Revista Boa Vontade, edição 233

Cartas, e-mails, livros e registros

A lide do professor não se limita a transmitir conteúdos. No dia a dia, o educador precisa ir além, se quiser cumprir bem o seu papel; e conquistar a atenção do estudante exige plane-jamento e estratégias que permitam avaliar integralmente o educando. O professor Celso Antunes desenvolve esse e outros pontos em sua recente obra Na sala de aula.

Em agosto, na capital paulis ta, o escritor recebeu educa-dores, familiares e amigos para o lançamento do livro. Em um exemplar, o educador anotou esta dedicatória ao dirigente da LBV: “A Paiva Netto, pela obra que dignifica uma vida admi-rável. Celso Antunes”.

celso antunes e o trabalho em sala de aula

Da esquerda para a direita: Claudio Chrisostimo, da LBV; Cassio Ricardo Lehmann, gerente de vendas de mercado corporativo da empresa Oi; Fellipe Gustavo Passos, da gerência de serviços a clientes da Oi; Anaí Harich Abrarpour, executiva de negócios corporativos da Oi; e Rafael Lombardi, da LBV, com as crianças do Coral Ecumênico Infantojuvenil Boa Vontade.

Vivia

n R.

Fer

reira

A recepção aos representantes da empresa de tele-fonia Oi que visitaram recentemente a escola da Legião da Boa Vontade, na capital paulista, teve muita música e alegria. Cassio Ricardo Lehmann, gerente de vendas de mercado corporativo; Fellipe Gustavo Passos, da gerência de serviços a clientes; e Anaí Harich Abrarpour, executiva de negócios corporativos, foram recebidos pelo Coral Ecumênico Infantojuvenil Boa Vontade —

Vivia

n R.

Fer

reira

Escola da LBV recebe equipe da

composto de crianças e adolescentes atendidos pela LBV. No repertório, canções com mensagens de Paz e em favor do meio ambiente.

Depois de conhecerem o trabalho desenvolvido pela Obra, os representantes da Oi registraram suas impressões no Livro do Coração: “Indescritível o exemplo que a LBV nos deixa nas questões de humanização da sociedade de forma ecumênica. Parabéns a todos! Anaí, Fellipe e Cassio”.

14 BOA VONTADE

Page 15: Revista Boa Vontade, edição 233

O Conjunto Educacional da LBV em São Paulo/SP recebeu a visita de representantes da Telefô-nica/Vivo, em 24 de julho. O grupo — Eberval Antonio da Silva, diretor de faturamento; Nelson Verpa Junior, executivo de negócios; Tatiana Lo-pes, coordenadora de faturamento; e Giselle Salles de Faria, gerente de faturamento — percorreu os

ambientes da escola e mostrou-se entusiasmado com as condições de ensino oferecidas no local. Eles também conheceram um pouco dos resul-tados da aplicação da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, preconizadas pelo educador Paiva Netto. (Saiba mais sobre essa proposta pedagógica na p. 66.)

Representantes da

Da esquerda para a direita: Claudio Chrisostimo, da LBV, e Silmar de Almeida, diretor-executivo da LBV; Eberval Antonio da Silva, diretor de Faturamento da Telefônica/Vivo; Nelson Verpa Junior, executivo de Negócios da Telefônica/Vivo; Shirlei de Lazari, da LBV; Tatiana Lopes, coordenadora de Faturamento da Telefônica/Vivo; Giselle Salles de Faria, gerente de Faturamento da Telefônica/Vivo; e Sidemar de Almeida, da LBV.

Felip

e To

nin

visitam a Legião da Boa Vontade

A leitura de Pescadores de corações, do padre Antonio Maria, apre-sentado ao público da 22a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 11 de agosto, oferece relatos emocionantes de fé e superação. Na obra, o autor descreve situações que marcaram sua vida desde a juventude, quando decidiu pelo sacerdócio. Mostra também como ele e outros “pescadores” ultrapassam os obstáculos da trajetória humana para cumprir a vocação.

Em tarde de autógrafos, o padre recebeu os cumprimentos de amigos e admiradores de seu trabalho. Na ocasião, dedicou exemplar para o diretor--presidente da Legião da Boa Vontade: “Ao grande pescador de corações, Paiva Netto, meu irmão, com o carinho do Pe. Antonio Maria”.

Amigo de longa data da Instituição, o religioso reiterou na oportunida-de seu respeito pela Obra: “Nós temos um carinho, uma admiração tão grande, por essa família linda que é a LBV. (...) Ao meu irmão e amigo Paiva Netto, um grande abraço. Que Deus o abençoe! Peça por mim a Deus também nas suas orações”.

Padre antonio Maria conta sua trajetória em livro

BOA VONTADE 15

Page 16: Revista Boa Vontade, edição 233

Cartas, e-mails, livros e registros

“Gostei muito de receber o carinho das crianças. A LBV é parceira de longas datas. Com certeza, estaremos juntos apoiando a campanha de Natal da Legião da Boa Vontade. Um abraço ao meu amigo Paiva Netto!”

Sandra de SáCantora e compositora, após receber homenagem das

crianças da LBV, no Rio de Janeiro/RJ, por ocasião de seu aniversário, em 27 de julho.

amigos de Boa Vontade em festa

Poucos dias antes de seu aniversário, comemorado em 28 de agosto, a cantora e compositora Paula Fernan-des recebeu das crianças da LBV, em Belo Horizonte/MG, um quadro de felicitações e livro preparado por elas, que conta um pouco da trajetória musical dessa mineira de Sete Lagoas. Contente com a grata surpresa, comentou: “É um momento muito especial. Agradeço a homena-gem; tudo lindo, benfeito. Adorei os desenhos e vou ler a historinha. Estou feliz, honrada. O fato de atingir este público infantil também é uma grande responsa-

bilidade como formadora de opinião”.

A homenagem da LBV teve repercussão imedia-ta nas mídias sociais, entre os fã-clubes da

cantora, além de veículos d e c omu -nicação, a e x e m p l o da revista Caras.

Nath

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Crianças atendidas pela Legião da Boa Von-tade em Londrina/PR homenagearam a dupla sertaneja Fernando & Sorocaba, pela passagem do Dia do Artista, em 24 de agosto. Os cantores foram presenteados com um quadro e cartão feito pelos pequeninos. “Queria mandar um beijo especial para toda essa criançada que está batalhando, estudando, com esse time de pessoas que realmente cuida da criança e do adolescente... e parabenizar o time da LBV, que faz um trabalho muito bacana. Tem que estudar, batalhar, sonhar, acreditar, ter Deus em primeiro lugar”, afirmou Sorocaba.

Contente com a homenagem, Fernando completou: “Obrigado pelo carinho de vocês, a toda a molecada que veio aqui cantar pra gente. Obrigado de coração e parabéns pela iniciativa!”.

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16 BOA VONTADE

Page 17: Revista Boa Vontade, edição 233

Parabéns à ministra

Tereza campelloA dra. Eliana Calmon, ministra do Superior Tribunal de

Justiça, publicou recentemente, em Brasília/DF, a 9a edição

do livro Receitas Especiais. No trabalho, a autora apresenta uma série de iguarias salgadas, doces, light, diet e sugestões de pratos sem glúten. A renda com a venda da obra segue para uma entidade beneficente de Uberaba/MG.

Corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e mem-bro da Corte Especial e do Conselho de Administração, a dra. Eliana Calmon autografou um exemplar do título ao dirigente da LBV: “Dr. José de Paiva Netto, com satisfação oferecemos ao senhor as nossas melhores receitas, porque simples. Com a minha admiração pelo belo trabalho à frente da LBV”.

Ministra Eliana calmon escreve

Receitas EspeciaisAlunos da Escola de Educação Infantil Alziro

Zarur, da Legião da Boa Vontade, em Taguatin ga/DF, parabenizaram a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, pelo seu aniversário, comemorado em 12 de agosto.

A homenagem das crianças foi feita no gabinete da ministra, em Brasília/DF. Durante a visita da garotada, no dia 13 de agosto, a aniversariante foi presenteada com uma orquídea e um cartão confeccionado pelos próprios alunos da LBV, que ainda cantaram parabéns e apresentaram, em cântico, a prece ecumênica do Pai-Nosso.

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Para comemorar oito décadas de vida, completadas em 8 de julho, o jornalista e escritor Audálio Dantas lançou, em São Paulo/SP, o livro Tempo de reportagem — Histórias que marcaram época no jornalismo brasileiro.

A obra reúne alguns dos melhores trabalhos de Dantas. São textos publicados entre o fim da década de 1950 e meados dos anos 1970, em revistas populares. Neles, o autor faz uma reflexão sobre os bastidores da apuração dos fatos e sobre os desafios de transformar vida em texto jornalístico — escolhas, erros e dúvidas.

Ao receber as felicitações da equipe da LBV, o jornalista, que atualmente é conselheiro da União Brasileira de Escritores (UBE) e do Instituto Vladimir Herzog, registrou em um exemplar do título a seguinte mensagem ao dirigente da Instituição: “Para José de Paiva Netto, com admiração pelo trabalho de unir pessoas. Grande abraço, Audálio Dantas”.

audálio Dantas e histórias do jornalismo

Os jornalistas Audálio Dantas e Juca Kfouri, em noite de autógrafos do livro Tempo de reportagem.

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ália

Val

ério

BOA VONTADE 17

Page 18: Revista Boa Vontade, edição 233

Cartas, e-mails, livros e registros

Pela passagem do Dia da Televisão (11 de agosto), meninas e meninos atendidos pela Legião da Boa Vontade visitaram sedes de emissoras de TV em diversas cidades brasileiras. O objetivo do passeio foi mostrar aos pequenos a rotina de profissionais desse meio de comunicação eletrônico. As crianças aprenderam, por exemplo, como são feitos os telejornais e a produção de reportagens, além das etapas que en-volvem a veiculação da informação de maneira rápida e precisa.

Bastidores da TV

Meninas e meninos atendidos pela LBV em Belo Horizonte/MG visitam a Record Minas, em comemoração do Dia da TV.

Crianças da LBV conhecem estúdio da TV Itararé, afiliada da TV Cultura, de Campina Grande/PB, e posam com a equipe da TV. Na oportunidade, os pequeninos vivenciaram a profissão de apresentador por alguns minutos.

Crianças da LBV visitam a TV Bahia e aprendem sobre como funcionam os bastidores de um telejornal.

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Alunos do Centro de Educação Infantil da LBV em Curitiba/PR homenagearam a TV Bandeirantes pelos 30 anos de atua-ção da emissora na região, completados em 22 de agosto. Durante a visita, as crianças participaram do programa Boa Tarde Paraná, apresentado por Winny Amorim (foto), e entregaram à jornalista um quadro e cartões confeccionados por elas próprias.

18 BOA VONTADE

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Lucia

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O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, visitou, no dia 3 de setembro, o Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF. Esteve acompanhado pelo chefe de ga-binete do ministério, Lindolfo Sales. Na ocasião, ambos foram recebidos pelo diretor-executivo da LBV, Silmar de Almeida, e por José Eugênio Natalino e Paulo Medeiros, também representantes da Instituição. O grupo percorreu todos os ambientes do TBV, o monumento mais visitado da capital do Brasil, segundo a Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF). Nessa visita, o ministro reservou um tempo para conhecer, em especial, a Nave do Templo, o painel A Evolução da Humanidade (Salão Nobre) e o Memorial José de Paiva Netto.

Ministro da Previdência garibaldi alves visita

Templo da Paz

O ministro conheceu os ambientes da

Pirâmide da Paz: acima, em frente ao

painel A Evolução da Humanidade e, ao

lado, bebe da Água Fluidificada na Nave

do TBV.

O cirurgião-dentista e implantodon-tista Ariel Apelbaum doou à Legião da Boa Vontade, no Rio de Janeiro/RJ, cinco equipamentos odontológicos, entre cadeiras, lavatórios e outros utensílios. A doação beneficiará os alunos do Centro Educacional da LBV, na capital flumi-nense, além das famílias atendidas nos centros comunitários de assistência social da Instituição nas cidades do Rio e de Niterói. A assistência odontológica tam-bém será feita no posto de atendimento da Obra na Comunidade dos Macacos (Vila Isabel).

Em agosto, o dr. Ariel gentilmente en-caminhou ao dirigente da LBV exemplar do título Samuel Rawet — fortuna crítica em jornais e revistas, organizado por Francisco Venceslau dos Santos, com a dedicatória: “Ao Irmão Paiva Netto, com carinho do amigo Ariel Apelbaum”. A obra contém entrevistas, depoimentos e textos do escritor, dramaturgo e ensaísta de origem judaica Samuel Rawet (1929-1984), reunidos a partir de pesquisa em jornais, suplementos literários e revistas.

Dr. ariel apelbaum doa equipamentos odontológicos

à LBV

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Page 20: Revista Boa Vontade, edição 233

Rede Sociedade SolidáriaFormação profissional e humana

Belo Horizonte/MG foi palco de um dos mais importantes eventos do ano no Setor

Social: o 8o Encontro Nacional do Terceiro Setor, realizado em 25 e 26 de julho. O evento é promovido anualmente pelo Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais (CeMAIS) e pela Federação Mineira de Funda-ções e Associações de Direito Priva-do (Fundamig), com a colaboração do Centro de Apoio Operacional às Alianças Intersetoriais do Mi-nistério Público de Minas Gerais (CAO-TS/MPMG).

Instituições fortalecidas,

LBV apoia debate sobre os rumos do Terceiro Setor no Brasil

A partir do tema “Terceiro Se-tor no Brasil — Gestão e Par-ticipação Cidadã”, as palestras discutiram tópicos centrais para as organizações, como voluntariado, sustentabilidade, comunicação, in-tersetorialidade e profissionalização do setor. A Legião da Boa Vontade estendeu esse importante debate a toda a sociedade, por meio de rádio, TV, internet e publicações.

O procurador de justiça e co-ordenador do CAO-TS Tomáz de Aquino Resende, idealizador do encontro, alertou para a necessida-

de de fortalecer as ações do setor. “Florescem muito as organizações; associações são criadas, fundações são instituídas. Este Terceiro Setor pujante, forte, precisa ter mais for-mação, capacitação, qualificação, transparência, até para se posicio-nar de forma a se fazer respeitar pelos outros setores e a mídia”, explicou.

Essa mesma ques-tão foi levantada pela promotora de justi-ça Valma Leite da Cunha. “É necessário

sociedade melhor

Valma da Cunha

Elvira Trindade | Fotos: Stella Souza

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capacitação não somente técnica, mas também humana, profissional, para que, dentro de um sentimento de amor ao próximo, esse setor consiga transformar a sociedade”, destacou.

A essas expectativas somaram-se as da diretora--presidente da Fundamig, Sueli Baliza. Para ela, o evento simbolizou uma excelente oportunidade para as instituições apresentarem os bons resultados alcançados, além de fomentar nos dois dias de atividades, entre os cerca de 400 participantes, o debate acerca do valor do volun-tariado.

A dra. Célia Barroso, ouvidora-geral do Estado de Minas Gerais, comentou a importância de a população estar próxi-ma dos governantes: “Isso gera uma sensação boa no cidadão e nos gestores. É um processo de cresci-mento da democracia, do exercício da cidadania”.

Comunicação Para o dr. Tomáz de Aquino, o

evento se mostrou bastante provei-toso. Segundo ele, propostas foram encaminhadas aos governos federal, estadual e municipal, assim como a empresários e a instituições do Terceiro Setor. “Mais de 20 Estados da federação foram representados por

autoridades, assim como integran-tes do Ministério Público, do Poder

Executivo, do Poder Legis-lativo, da imprensa. Ou seja, reunimos aqui pessoas que podem mudar a realidade que nos incomoda”, disse o coordenador do CAO-TS.

O papel da comuni-cação foi outro importante tema discutido. Participaram do debate

renomados jornalistas da capital mineira, entre os quais o diretor-executivo do grupo VB Comunica-ção, Carlos Lindenberg. Em entrevista ao progra-ma Sociedade Solidária,

A Legião da Boa Vontade é um exemplo

de mobilização, de comprometimento. Está presente em todos os

encontros, participativa, atuante, colaborando para esse processo de melhoria

das condições sociais e ambientais.

Dr. Tomáz de Aquino ResendeProcurador de justiça

Luiz Fernando Rocha

Célia Barroso

Carlos Lindenberg

Eduardo Costa

O procurador Tomáz de Aquino Resende recebe a BOA VONTADE, edição especial, das mãos de Daniel Guimarães, apresentador do programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY).

Sueli Baliza

Fund

amig

da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o jornalista mostrou confiança no diálogo entre mí-dia e Terceiro Setor: “A semente lançada cresceu e está dando frutos bastante pro-missores”.

O painel temático conduzido por Lin-denberg contou com a intervenção do chefe de redação da rádio BandNews FM, Luiz Fernando Rocha, que discorreu sobre como veículos de comuni-cação tratam as ações do Terceiro Setor. “A mídia, sobretudo a televisiva, lida com espetáculo e menos com a notícia, com a formação do cida-dão.”

Em seguida, o jor-nalista, apresentador e repórter Eduardo Costa focou a influência das redes sociais na disseminação de debates sobre questões relevantes do Terceiro Setor.

BOA VONTADE 21

Page 22: Revista Boa Vontade, edição 233

Esporte

grupo inaugura emissora esportiva no RJ

O Grupo Bandeirantes de Comunicação estreou, em 26 de setembro, a primeira rádio totalmente dedi-cada ao esporte no Rio de Janeiro/RJ. Já presente

nas capitais paulista, gaúcha e mineira, a Bradesco Es-portes FM ganha, no Rio, o reforço do locutor esportivo José Carlos Araújo, mais conhecido como Garotinho, no comando da principal equipe da emissora carioca.

O Hotel Copacabana Palace foi o local escolhido para o lançamento do veículo na capital fluminense. Para o presidente do Grupo Bandeirantes, João Carlos Saad, “não poderia ter um condutor melhor para essa rádio que o Garotinho. Como diz o apelido dele, ele começou muito garoto e fez uma carreira linda”.

O presidente da Band também agradeceu a presença da equipe da LBV, ao mesmo tempo recordando sua amizade com o dirigente da Instituição. “Eu queria aproveitar para mandar um abraço para o Paiva, meu amigo, e para toda a família LBV, que é tão querida, tão amada por todos nós da Bandeirantes. Nós nos sentimos parte, membro da LBV, e acompanhamos há muitos e muitos anos esse trabalho bonito que vocês fazem no Brasil inteiro.”

A rádio vai cobrir a programação nacional e local, com atualização do noticiário a cada meia hora. É resul-tado de “uma parceria de sucesso”, conforme ressaltou o empresário Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bra-desco. “São pessoas, entidades e instituições que têm sua marca registrada, e o esporte acaba galvanizando essa união de colaboração”, explicou.

Também presente à ocasião, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, falou dos megaeventos esportivos que ocorrerão no Brasil, em especial os Jogos Olímpicos: “Que o país possa ter tranquilidade para continuar confiando na organização da Olimpíada de 2016, de forma a manter a credibilidade, já que nós somos o país-sede, e isso aumenta muito a nossa responsabi-lidade”.

Garotinho afirmou considerar a atual fase da carreira muito especial. “A rádio tem um projeto que oferece oportunidade ao jovem que tem talento. Isso me faz sentir orgulho de vestir essa camisa. (...) Esse desafio mexe com o meu emocional, por transmitir minha experiência aos mais jovens.” E completou: “Meu abraço ao Irmão Paiva e a toda a equipe da Rádio Brasil*”.

* Emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio, AM 940, no Rio de Janeiro/RJ.

Fotos: Nathália Valério

Entre as personalidades que prestigiaram a noite, destacam-se: (1) o presidente do Grupo Bandeirantes, João Carlos Saad; (2) o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; (3) o presidente do Banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; e (4) o diretor de conteúdo da emissora, José Carlos Araújo (E), que recebeu os cumprimentos do coordenador de esportes da Super Rádio Brasil (AM 940), Marcelo Figueiredo.

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22 BOA VONTADE

Page 23: Revista Boa Vontade, edição 233

Opinião Esportiva

Encerrados os Jogos Olímpicos de Londres, estamos de volta ao esporte mais apaixonante do mundo. A janela de trans-

ferências no futebol, agora fechada, fez muitos estragos, causando o enfraquecimento de alguns times. Mesmo assim, o Campeonato Brasi-leiro continua disputadíssimo. Atlé-tico Mineiro, Fluminense, Grêmio e Vasco seguem na dianteira.

O Atlético-MG mostra um futebol vistoso, veloz, respaldado pela técnica refinada de Ronaldinho Gaúcho, que relembra em alguns lances o ou-trora craque do Barcelona. Também merecem destaque o garoto Bernard e o subestimado treinador Cuca, que mais uma vez faz um bom trabalho, apresentando novas ideias.

Já o tricolor carioca apresenta um futebol de resultado. Não é plástico, mas eficiente. A base da equipe na temporada passada foi mantida. Destacam-se o goleiro Cavalieri, para muitos o melhor da posição; o garoto Wellington Nem e a sua ve-locidade; o artilheiro Fred; o talento de Thiago Neves e de Deco.

Futebol, sim. Violência, não.

E que ninguém despreze o Grê-mio, time bem montado por Van-derlei Luxemburgo. Apresenta jogadores experientes e habilidosos como o veterano Zé Roberto e o jovem volante Sousa comandando o meio-de-campo, os artilheiros Kleber Gladiador, Marcelo Mo-reno e André Lima. Além disso, o meia Elano, ex-Santos, está reen-contrando o bom futebol agora no tricolor gaúcho.

Já o Vasco da Gama, desde o cam-peonato passado no G4, passou por problemas. Perdeu peças importantes como Diego Souza, Rômulo, Fagner e Allan. O rendimento caiu. As repo-sições não foram à altura, mas o clube de São Januário sempre surpreende. E um time que ainda conta com Juni-nho Pernambucano, Felipe e Dedé nunca pode ser descartado.

Na briga por uma vaga no G4, aparecem com força o São Paulo do artilheiro Luís Fabiano e do talentosíssimo Lucas; o Interna-cional de Forlán, Dagoberto e Leandro Damião; o Botafogo do craque holandês Seedorf; e o Cru-

zeiro do meia argentino Montillo. Além disso, vemos o Corinthians voltando a praticar o eficiente fu-tebol de campeão das Américas.

A surpresa na parte de baixo da tabela, na zona da degola, é o Pal-meiras, atual campeão da Copa do Brasil. Tem de abrir o olho! Aliás, é preciso abrir o olho também com a arbitragem e constantes erros.

O fato a ser lamentado é o ressur-gimento de confrontos mortais entre as torcidas organizadas nos clássicos regionais. Para evitar conflitos, em alguns Estados, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, os clássicos têm torcida única. Mesmo assim, no jogo entre Cruzeiro e Galo, com o mando de campo do primeiro, torce-dores se comportaram mal, atirando objetos no campo e paralisando a partida. Isso é o fim do futebol. Ele é movido pela paixão, pela festa e pela irreverência das torcidas.

Espero que no próximo encon-tro possamos falar mais de gols bonitos, novos talentos e muita alegria e menos de sofrimento para o torcedor!

José Carlos Araújo

José carlos araújo, diretor de conteúdo da Rádio Bradesco Esportes FM. É locutor esportivo e apresentador no grupo Bandeirantes de comunicação. | Especial para a Boa VoNTaDE

BOA VONTADE 23

Page 24: Revista Boa Vontade, edição 233

Memória viva do samba carioca

Da velha guarda da

Mangueira, aos 88

anos, o artista relembra

momentos marcantes de

sua trajetória.

Samba & HistóriaSinônimo de resistência

Hilton Abi-Rihan | Especial para a BOA VONTADE | Fotos: Divulgação

Nelson Sargento

24 BOA VONTADE

Page 25: Revista Boa Vontade, edição 233

A inspiração é companheira constante do compositor, cantor, escritor e também

ator e artista plástico carioca Nelson Sargento. Talentoso, conhecido pela longa trajetória no cenário musical, é criador de mais de 400 canções, algumas delas produzidas com Cartola, Jair do Cavaquinho, Dona Ivone Lara, Delcio Carvalho e Alfredo Português, seu pai adotivo. Para este, musicou inúmeros sambas, a exemplo de Cântico à Natureza, em parceria com Jamelão — considerado ainda hoje um dos 10 melhores sambas-enredo da Estação Primeira de Mangueira, senão um dos mais belos de todos os tempos.

Ao longo da carreira de can-tor e compositor, foram muitos sambas de sucesso. Entre a com-posição de uma canção e outra, uma chama a atenção. “Sinfonia Imortal tem uma história muito boa. Quando eu a compus, fiz um verso, coloquei música na letra, que começa assim: ‘Quando o

Clay

ton

Ferre

ira

Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

amor desafina /As notas que pre-dominam /Saudades e desilusão’. Eu aprontei e descobri que aquilo não era uma primeira parte, e sim uma segunda; então, tentei fazer uma segunda, mas não fiz”, relembra.

Para resolver o problema, recorreu a um grande amigo. “Chamei o Agenor de Oliveira e lhe disse: ‘Olha, eu vou te dar a segunda parte pra você fazer a primeira’. Ele olhou pra mi-nha cara assustado e disse: ‘O quê?’. E o cara fez! Sabe como ele começou? ‘Nós dois somos um naipe de orquestra /Raios de sol pela fresta /Nas partituras do amor’.”

Quando lhe perguntam de onde vem tanta inspiração, a resposta sai imediatamente. “Vem do além, do tempo. É trazida pelo vento, sei lá”, brinca Sargento, apelido, aliás, que ganhou quan-do ele, Nelson Mattos, serviu o Exército na década de 1940.

Algum tempo depois, o rock and roll e outros ritmos e dan-ças estrangeiros, como a rumba, invadiram o país. A música dos morros resistiu, e Nelson foi nome importante no movimento de valorização do samba carioca. A principal arma dele? A música. Compôs então o samba Agoniza mas não morre. E explicou o autor: “A ideia foi essa mesma.

* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e às 20 horas. Já o telespectador pode conferi-las pela — Rede Educação e Futuro de Televisão, aos sábados e às sextas--feiras, às 22 horas, e pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), aos sábados, às 22 horas, aos domingos, às 14 horas, e às quartas-feiras, às 21 horas.

Cântico à Natureza — de Nelson Sargento, musicado em parceria com Jamelão — é considerado ainda hoje um dos 10 melhores sambas-enredo da Estação Primeira de Mangueira.

Page 26: Revista Boa Vontade, edição 233

Nelson Sargento cumprimenta o apresentador Hilton Abi-Rihan, durante o programa Samba & História, da Boa Vontade TV.

Estávamos na década de 1960 e estava despontado aqui o ‘iê, iê, iê’, que seria assim um rock; e tinha outra coisa que empolga-va a juventude também, uma tal de rumbeira”, lembra o cantor, entoando os primeiros versos: “Samba, /Agoniza mas não mor-re, /Alguém sempre te socorre, /Antes do suspiro derradeiro”.

A partir de 1982, com a carreira musical há muito já consolidada,

Paralelamente à carreira de cantor e compositor, Nelson Sargento escreveu poemas (Prisioneiro do Mundo, 1994 — relançado em 2012), contos (O samba e eu, 2003) e ensaios (Pensamentos, 2008); e é coautor da biografia Um certo Geraldo Pereira (1983), sobre esse grande sam-bista brasileiro. No cinema, além de protagonizar o documentário Nelson Sargento da Mangueira (1997), de Estêvão Pantoja, integrou o elenco de O Primeiro Dia (1998), de Walter Salles e Daniela Thomas, e Orfeu (1999), de Cacá Diegues.

Ator e escritor

o compositor mangueirense mos-trou talento também como artista plástico. Sua atuação como pintor de quadros lhe rendeu, em 1993, prêmio do Museu da Imagem e do Som. Outra premiação de grande importância em sua trajetória pro-fissional foi o Kikito, ganhado no Festival de Cinema de Gramado, como a melhor trilha sonora com o documentário Nelson Sargento da Mangueira (1997), do cineas-ta Estêvão Ciavatta Pantoja. “Acontece que na época não ti-nha prêmio para trilha sonora de curta-metragem. Começou ali, começou comigo”, comentou.

Recentemente, Nelson Sar-gento reuniu amigos e grandes nomes da música brasileira, en-tre eles Beth Carvalho, Alcione, Soraya Ravenle, Áurea Martins e a bateria da velha guarda da Mangueira (da época de Cartola), Diogo Nogueira e Luiz Melodia, para a gravação do CD e DVD Nelson Sargento — Baluarte do Samba, segundo título da série docu-mental Memória do Samba. Sonho de Bamba, Terreiro e Ministério da Economia são alguns dos sucessos presentes nesse trabalho, direcio-nado a escolas e bibliotecas e cujo projeto inclui ainda um livro.

Samba & História

Samba, /Agoniza mas não morre, Alguém sempre te socorre, /Antes do suspiro derradeiro.

Trecho do samba Agoniza mas não morre, de Nelson

Sargento.

26 BOA VONTADE

Page 27: Revista Boa Vontade, edição 233

No debate em torno de uma conferência, na “Semana de Arte”, promovida pela

Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, no Píer Mauá, um aluno do interior perguntou se deveríamos condenar a linguagem popular, “pois esse pessoal fala de forma inadequada”.

Primeiro, tivemos que escla-recer a diferença entre linguagem popular e regionalismos. Os termos utilizados por escritores como Gui-marães Rosa, Rachel de Queiroz, José Cândido de Carvalho, João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado e Dias Gomes, para ficar apenas nesses exemplos, são típicos da cultura local, que deve sempre ser respeitada. Expressões inovadoras podem vir a figurar em dicionários e vocabulários de transmissão da norma culta ou padrão, sem nenhu-ma dificuldade. Os regionalismos são sempre aceitos.

Linguagem popular, sim ou não?

Arnaldo Niskier | Especial para a BOA VONTADE

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ão Arnaldo Niskier, doutor em Educação, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do CIEE–RJ.

Opinião — EducaçãoArnaldo Niskier

Em segundo lugar, existe a questão controvertida da chama-da linguagem popular. O filólogo Antônio Houaiss chegou a populari-zar o verbete “mengo”, diminutivo do clube mais popular do Brasil, o Flamengo. Mas ele jamais aceita-ria adotar a palavra “pobrema” ou “areoporto” — e dar-lhes o status de expressão legítima do português contemporâneo.

Vê-se, pois, que há uma abissal diferença entre linguagem popular e regionalismos. A prosódia, que é a forma de dizer a palavra, tem total liberdade, não se devendo exigir que um gaúcho fale com a mesma pronúncia de um paraense. Ou que, em virtude do Acordo de Unificação da Língua Portuguesa, que é emi-nentemente ortográfico, passemos a impor a Portugal ou a Angola, por exemplo, o nosso gostoso e incomparável sotaque. Cada povo que cuide das suas peculiaridades prosódicas. Mas escrever de uma só forma é medida de inteligência e simplificação, que já vem tarde.

O Museu da Língua Portugue-sa, de São Paulo/SP, realizou uma interessante e concorrida mostra, intitulada “Menas — o certo do

errado, o errado do certo”, em que todas essas questões foram debati-das por professores e especialistas. É claro que o ex-presidente Lula foi muito lembrado, pois no início do seu primeiro mandato presidencial era comum utilizar a palavra “me-nas”. Foi devidamente aconselhado e abandonou o hábito.

Voltou à tona o “caso Jânio Quadros”, quando se atribuiu ao ex-presidente que renunciou a expressão: “Fi-lo porque qui-lo”. Uma vez, em sua residência, após a renúncia, num papo agradável, tivemos o ensejo de perguntar sobre isso. Sua resposta foi peremptória: “Senhor professor, eu nunca disse isso. Foi invenção da imprensa. A frase certa (e que eu disse) é: “Fi-lo porque quis”. Quando essas coisas se entranham e são exploradas po-liticamente, o que fazer? Procurei sempre esclarecer o assunto, sem muito êxito.

Os puristas, especialmente os gramáticos, condenam esses equívo-cos, do tipo “ela está drumindo” ou “o incêndio me trouxe perca total”. São frutos da linguagem coloquial, o que se admite na fala, mas se condena na escrita.

BOA VONTADE 27

Page 28: Revista Boa Vontade, edição 233

A Legião da Boa Vontade tra-balha incansavelmente para expandir o amparo às famílias

em situação de risco social no Brasil. Nas palavras do diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, “a elite

de um país é o seu povo!”.Recentemente, graças

à ajuda da sociedade, a Instituição entregou ao público novas unidades de atendimento — Cen-tros Comunitários de Assistência Social — em Campinas/SP e Ananindeua/PA. Além disso, segue reformando espa-ços e ampliando a prestação de serviços, a fim

de aten-

der com qualidade um número cada vez maior de crianças e jovens, como ocorre nas unidades socioas-sistenciais da Organização em Nova Friburgo/RJ e Manaus/AM.

Nessas localidades, os progra-mas socioeducacionais Cidadão--Bebê, LBV — Criança: Futuro no Presente!, Capacitação e Inclusão Produtiva e Espaço de Convivência beneficiam centenas de pessoas. Por meio dessas ações, os atendidos podem desenvolver capacidades, talentos e valores, exercer direitos e ter a autoestima melhorada; enfim, vivenciam a cidadania.

Número de atendidos triplica em Campinas

Uma das grandes forças econô-micas do interior paulista, Campi-nas reúne atrativos culturais, além de ter importante valor histórico. É responsável por pelo menos 15% da produção científica nacional e surge como terceiro maior polo de pes-quisa e desenvolvimento brasileiro.

Esse cenário de pujança levou o município a um intenso crescimento populacional — a cidade conta hoje com mais de um milhão de habitan-

Unidades beneficiam milhares de famílias em situação de risco social no Norte e no Sudeste

LBV amplia aten dimento no país

LBV é ação!

Vivia

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aNaNiNDEUa/Pa

Em Ananindeua/PA, a LBV inaugurou um moderno Centro Comunitário de Assistência Social, na Av. Claudio Saunders, lote 173, Centro, tel. (91) 3250-3192.

LBVé ação!

Prestação de contas

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tes, parte deles em situação de risco so-cial. Por esse motivo, a LBV entregou à população, em 14 de dezembro de 2011, a segunda unidade do Centro Comuni-tário de Assistência Social, localizada na região do Distrito Industrial de Campinas (DIC). No lugar, registra-se número significativo de pessoas que vivem em “aglomerados subnormais” (favelas, barracos, invasões), confor-me o Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Durante a cerimônia de inau-guração do Centro Comunitário, a assistente social Neide Fernandes, da prefeitura de Campinas, afirmou: “Essa região tem muitas famílias que vivem em situação de risco. Vejo que o sonho se transfor-mou em realidade. Este é o melhor presente que alguém poderia dar a este povo tão sofrido”.

O espaço tem capa-cidade para atender dia-riamente 200 pessoas, o

Unidades beneficiam milhares de famílias em situação de risco social no Norte e no Sudeste

LBV amplia aten dimento no país Jo

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O novo Centro Comunitário de Assistência Social da

LBV em Campinas/SP tem capacidade para atender

diariamente 200 pessoas; somando-se o resultado

da unidade de Vila Rica, a Instituição triplicou o atendimento na cidade.

BOA VONTADE 29

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Colabore na expansão deste trabalho. Acesse www.euajudoamudar.org

que, somado ao resultado das novas instalações da unidade de Vila Rica, em atividade desde a década de 1950, fez com que o serviço prestado pela Instituição na cidade triplicasse. Des-

sa forma, contribui para me-lhorar a qualidade de vida da população campineira.

Em Ananindeua, foco na infância e juventude

Segundo município mais populoso do Pará, Ananindeua ganhou da LBV nos primeiros

LBV é ação!

meses deste ano um moderno Centro Comunitário de Assistência Social. Ali são desenvolvidos, no contra-turno escolar, os programas LBV — Criança: Futuro no Presente! e Espaço de Convivência.

Localizada em uma área de qua-se 500 metros quadrados, a unidade abriga quadra esportiva, vestiários, refeitório, cozinha e salas de ativi-dade. Tudo foi planejado para ga-rantir comodidade e segurança: da instalação de piso antiderrapante ao uso de salas arejadas, equipa-mentos modernos e adequados à faixa etária do atendido.

A exemplo das demais unidades socioassistenciais da LBV, em Ana-nindeua as crianças e adolescentes têm acompanhamento de uma equipe mul-tidisciplinar. Para a assistente social da LBV Emara Corrêa,“os programas desenvolvidos contribuem para o

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MaNaUs/aM

Manaus/AM possui um moderno

Centro Comunitário de Assistência

Social. Tudo foi planejado para garantir

comodidade e segurança aos atendidos.

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“Na LBV tem tudo de bom!”A rotina da família de Rosângela Aparecida de Oliveira Santos,

mãe de duas crianças, mudou para melhor depois que conheceu a Legião da Boa Vontade, em Campinas/SP. Vivendo em uma casa com 11 pessoas, incluindo filhos, cunhados e sobrinhos, a matriarca soube desde o início que podia contar com o apoio da LBV na formação dessas crianças.

O primeiro da família a conseguir atendimento na LBV foi seu filho Victor Hugo, de 13 anos. Em seguida, veio o primo Júlio César, de 12. Começava aí uma transformação no cotidiano dessa família. “Consegui tirá-los da rua. Foi a melhor coisa que aconteceu. Na LBV tem tudo de bom! Os meninos sempre comentam sobre a comida, as atividades, o futebol na quadra, coisa que antes eles não tinham. Estão gostando muito do novo espaço”, afirmou, satisfeita.

O apoio da Instituição tem reflexo até na renda familiar, segundo Rosângela. “Os gastos em casa diminuíram. Eles chegam da escola e já vão para a LBV. Os nossos filhos são muito bem tratados.”

Em Campinas, uma unidade da LBV está localizada na Rua Pro-fessora Maria Cecília Tozzi, 391, Vila Rica, tel. (19) 3227-3888; e a outra, na Rua Tarsila do Amaral, 10, Jardim Profilurb, tel. (19) 3224-3033.

protagonismo deles e proporcionam acolhimento social, melhorando o convívio familiar desses jovens”.

Manaus: reforma e ampliação

Para o bairro Cachoeirinha e comunidades próximas em Manaus/AM, uma boa notícia, especialmente para crianças e adolescentes: as novas instalações do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV. Desde a década de 1980, a Instituição mantém na capital do Amazonas essa unidade socioeducativa, oferecendo auxílio material e apoio psicológico a famí-lias de baixa renda.

Com a reforma, o Centro Comu-nitário passou a ter salas mais am-plas e bem arejadas, novo refeitório, um parque e uma quadra poliespor-tiva, para atividades recreativas, o que possibilitou duplicar o número de pessoas atendidas.

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NoVa FRiBURgo/RJ

“A credibilidade da LBV é muito grande.

Por isso, confiamos plenamente nesse

trabalho frutífero, que ajudará tantas pessoas.”

Ismênia OkiDiretora do Departamento de

Operações de Assistência Social (Doas)

NoVa FRiBURgo (1) Projeto gráfico da reforma do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Nova Friburgo/RJ. (2) Após a reforma do Centro Comunitário de Assistência Social, a Instituição atenderá um número ainda maior de crianças, jovens e adultos na cidade.

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CulturaAbrindo o coração

F echávamos esta edição quando recebemos a grata notícia da nomeação da escritora carioca Nélida Piñon para a função de Embaixadora

Ibero-Americana da Cultura. A honraria, concedida pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (sediada em Madri), investe a autora brasileira da missão de promover a cooperação cultural entre Estados latino--americanos, Portugal e Espanha. A cerimônia que formalizou a nomeação da também jornalista e imor-tal da Academia Brasileira de Letras (ABL) ocorreu em Cádiz, na Andaluzia, sul da Espanha, em 21 de setembro.

O título significa o reconhecimento ao trabalho de uma autora que, como poucos na arte, personi-ficou a alma de dois continentes unidos por duas línguas e pela história.

Sobre a homenagem, declarou Nélida: “Não esperava ser investida, em Cádiz, com o título de Embaixadora Ibero-Americana da Cultura, em uma cerimônia de rara transcendência e simbologia. Isto é, ganhar uma representação que cobre as Américas de língua espanhola e portuguesa, e ainda a Península Ibérica, Portugal e Espanha. É uma honra, contudo, que traz consigo encargos e desígnios, de que não me

furtarei. Afinal as Américas somos nós, são o espelho no qual nos refletimos. Quanto a mim, há muitos anos perambulo por suas terras com o sentimento de lar”.

Nascida no bairro de Vila Isabel, Nélida Cuiñas Piñon é a quinta ocupante da cadeira no 30 da ABL. Em entrevista à BOA VONTADE, em julho, a escritora relembrou fatos marcantes na vida, o início da carreira, sem esquecer as ponderações sobre o próprio exercício da profissão. Na conversa, também explicou como a origem espanhola da família — vinda da Galiza — e o amor pelo Brasil fizeram dela uma cidadã planetária.

Na história dessa renomada autora, destaca-se o fato de ela ter sido a primeira mulher a presidir a ABL, a Casa de Machado de Assis, em 1996-1997. Nélida foi, ainda, a primeira escritora de língua portuguesa a ganhar o prêmio Príncipe de Astúrias das Letras, na Espanha, pelo conjunto da obra.

Durante a entrevista, a acadêmica enviou saudações ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, cumprimentando-o pelos 56 anos de trabalho na Instituição. Ao mesmo tempo, agradeceu o apoio que sempre recebeu da LBV. “É um grande tra-balho que ele faz e vocês fazem. E devo dizer em público que ele, em sua presidência, participou muito e ativa-

A escritora Nélida Piñon é nomeada Embaixadora Ibero-Americana da Cultura

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mente da minha presidência, quando coincidiu com o centenário da Casa. Certas coisas que precisava, naquele momento nós não tínhamos recursos, eu solicitei e fui sempre atendida. De modo que, para mim, é um prazer especial estar aqui. Um abraço ao doutor Paiva Netto, professor.”

BOA VONTADE — Como surgiu a ABL?

Cultura

Nélida Piñon — É uma insti-tuição excepcional. A Academia Brasileira de Letras surge em um país pobre, sem grandes aspirações culturais, com instituições frágeis... De repente, alguns jovens decidem que poderíamos ter uma academia, uma réplica da francesa. Eles buscam os grandes nomes da época, com prestígio consolidado: Machado de Assis, Joaquim Nabuco e outros; e

fundam esta Casa. Éramos tão po-bres! Não havia dinheiro, não havia nada. Então, a academia foi crescen-do, de certo modo, sob o impulso do amor de seus membros e o talento excepcional desses acadêmicos.

BV — A sua origem é espanhola, galega...

Nélida — É verdade, sou de ori-gem galega. Meu avô Daniel, gosto muito dessa imagem, atravessou o Atlântico para me oferecer de presen-te a majestade da língua portuguesa. Isso me anima muito, agrada demais. Nasci em uma casa espanhola... Hoje, vejo claramente que sou uma mulher de duas culturas, e mais do que duas culturas, sinto que a minha cabeça circula pelo mundo: é grega, é lati-na, é hebreia, é palestina, é árabe, é tudo! Essa inclinação para as grandes civilizações pretéritas me ajudou a pensar o mundo, a contar até a minha história. Ainda pequena, já me dava conta disso... de que as comidas da casa dos meus avós, dos meus pais, eram diferentes da comida brasileira. Também havia comida brasileira, mas pensava: “Como que eu podia ser igual a uma coleguinha se comia polvo?”. (...) Tomo esse polvo como símbolo de certa distinção, de uma imaginação que fatalmente tinha de ser diferente. Mas, em compensa-ção, a família inteira passava longas temporadas no sul de Minas Gerais.

BV — E a paixão pela literatura, como nasceu?

Nélida — Eu tive esse lar muito pródigo de histórias, narrativas, com uma família amorosa. Então, com 9, 10 anos, na ânsia de contar os aconte-cimentos, escrevia umas historinhas.

Autora lança Livro das Horas

Imaginar-se em meio a paisagens históricas e místicas, refletir intensa-mente sobre a vida, revolver confidências e inquietações da Alma, dialogar com o pensamento de autores clássicos como Homero e Sófocles e, ao mesmo tempo, trocar ideias com grandes escritores contemporâneos. Isso tudo e um pouco mais o leitor encontra no Livro das Horas, de Nélida Piñon.

O lançamento da obra, em agosto no Rio de Janeiro/RJ, reuniu colegas acadêmicos da escritora, atores e outras personalidades. Na oportunidade, a autora encaminhou ao dirigente da LBV um exemplar do novo título, com a dedicatória: “Ao querido Presidente Paiva Netto, sempre notável homem de cultura e de causa humanística. Da admiradora Nélida Piñon. Rio, 15/8/2012”.

coRDiaL ENcoNTRo DE aMigos Da cULTURa: Paiva Netto cumprimenta fraternalmente a então presidente da Academia Brasileira de Letras, ilustre escritora Nélida Piñon, em 1997. Também confraternizam dois saudosos amigos: jornalista dr. Barbosa Lima Sobrinho (à época, presidente da Associação Brasileira de Imprensa) e sua simpática esposa, Dona Maria José.

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Naquele tempo não havia grampea-dor, então, costurava três, quatro folhas, fazia uns desenhos péssimos, bandeirinhas, e vendia para meu pai. Eu combinava o desejo de que ele me lesse com a questão dos direitos autorais. Desde pequenininha queria ser escritora, e o que me moveu foi a paixão pelo meu ofício; a carreira é consequência. Claro que tenho que sobreviver, sou uma profissional, mas sou, sobretudo, escritora que amou, ama e vai amar, até os últimos dias, a literatura.

BV — A senhora tem um interesse especial pela Bíblia Sagrada?

Nélida — Muito! Fui sempre uma grande leitora, desde menina. Estudei em colégio alemão e, pelo fato de ser da terra de Lutero, ensi-navam muito a Bíblia, o Antigo e o Novo Testamentos; eu me apaixonei pela leitura. Acho o Antigo mais narrativo. O Novo tem uma teologia extraordinária. Meu Deus, eu não posso me imaginar enveredar pelo mundo, por seus mistérios, sem a leitura da Bíblia! Porque é interes-sante que se pense que toda a cultura ocidental tem fundamento nela e no mundo grego; por eles, você entra no coração da Humanidade.

BV — Depois do bem elaborado A República dos Sonhos e sua me-táfora do Brasil, enveredou pelos caminhos do Oriente...

Nélida — Eu conhecia bastante a literatura, a cultura e a civilização árabes, frequentava o mundo da Judeia pelo Antigo e Novo Testa-mentos; e diga-se de passagem, você se torna um cidadão do mundo lendo o Novo Testamento. Então, quando

pretendi escrever um romance que exaltasse a imaginação humana, es-colhi o mundo árabe, do deserto, que cria uma nova civilização, consolida uma nova religião com muitos profe-tas. (...) Eu me dediquei muitíssimo, com muita pesquisa; cheguei a ler o Alcorão três vezes. Eu sabia tudo, porque estava vivendo em função daquele universo, daquela geografia (...). Ganhei vários prêmios com esse romance, o Vozes do Deserto.

BV — Que elementos compõem um bom texto?

Nélida — O texto é uma arte. Primeiro, aprender a escrever, tem de saber como contar a história, torná-la verossímil, aceitável, fazer com que ela tenha eficácia, que o leitor seja convencido e acredite que aquela história é a única possível. É interes-sante criar estratégias, um mínimo toque de melodramático. Os grandes escritores têm repulsa pelo melodra-ma; eu não tenho, é o equilíbrio (...). Aquele pequeno excesso vai mobili-zar as emoções do leitor e as emoções

pungentes dos personagens, porque passam a encarnar o ser, as pessoas. O personagem não é uma ficção pura, é uma ficção, mas encarna a comuni-dade humana. Ele tem plasma, carne, detritos, tem tudo que nos envergonha e tudo que nos honra.

BV — A primeira mulher a presi-dir a ABL. O que isso representou para a senhora?

Nélida — No início, pareceu-me tudo natural. Acho que foi muito importante na minha vida, mas fui vendo isso com o tempo. Senti de perto certo peso da língua, como se eu não tivesse vivido já o peso da língua com a minha obra. Isso me fez muito bem. Há uma frase que desapareceu da minha vida após a presidência, a qual, inclusive, assi-nalei em meu discurso de posse. Eu começava dizendo: “Sou brasileira recente”, uma frase de efeito. De algum modo, em algum lugar do meu coração, essa frase desapareceu, e eu me sinto a brasileira mais antiga de todos os tempos.

A escritora carioca Nélida Piñon é nomeada Embaixadora Ibero-Americana da Cultura, em cerimônia realizada em Cádiz, na Espanha, em 21 de setembro.

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B e l o h o r i z o N t e / M G

Acontece em Minas Gerais

trabalhoque faz a diferença

LBV recebe Medalha do Mérito Resgate da Cidadania

A Legião da Boa Vontade recebeu a Medalha do Mé-rito Resgate da Cidadania,

concedida pela Rede Mineira da Cidadania, durante sessão solene da Câmara Municipal de Belo

Horizonte, em 2 de julho. A honraria é uma ho-

menagem a institui-ções, organizações sociais, empresas, líderes comunitá-rios, educadores,

dirigentes e demais

Elvira Trindade | Fotos: Stella Souza

Representando o dirigente da Legião da Boa Vontade, Ronei Ribeiro, responsável pela LBV em Minas Gerais, recebe a Medalha do Mérito Resgate da Cidadania.

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Vista parcial da unidade da LBV em BH

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Page 37: Revista Boa Vontade, edição 233

pessoas e órgãos que atuam de maneira voluntária em projetos que favorecem comunidades so-cialmente vulneráveis.

A indicação e a aprovação dos nomes ficam a cargo do Conselho de Agraciamento, constituído de voluntários de

diversas classes so-ciais e profissões. Na entrega da medalha, o apresentador do pro-grama Balanço Geral, da TV Record Minas, jornalista Mauro Tra-

monte, igualmente agraciado com o prêmio, afirmou: “Tenho uma admiração pelo trabalho da LBV; pode ter certeza disso. Ótimo trabalho, um voluntariado maravilhoso, que é conhecido em todo o Brasil e no exterior tam-bém. É inquestionável o trabalho de vocês, e quem sou eu, pertinho da Legião da Boa Vontade, para falar alguma coisa?! Um grande abraço à LBV”.

Presente à cerimônia, o vice--presidente da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), Marcos André Carneiro Naves, parabenizou a ação socioassis-

tencial e educacional desenvolvida, há mais de 60 anos, pela Le-gião da Boa Vontade. “A gente conhece bem o trabalho da LBV. Eu me sinto ainda mais

honrado em receber esta homena-gem ao lado de instituições como a LBV. Isto dá mais peso a esta homenagem e deixa a gente cada vez mais satisfeito. Muito obriga-do!”, disse.

Lápis, pincel, tela, tinta e papel unidos ao dom e à técnica podem re-sultar em belas obras de arte, ainda que produzidas por mãos pequeninas. Foi o que ocorreu com as meninas e meninos atendidos pela Legião da Boa Vontade em Montes Claros/MG. Sob a orientação da professora Sibéria Maria de Almeida, da Secretaria Municipal de Cultura e voluntária na LBV na Oficina de Arte e Cultura realizada pela Instituição, como uma das ações do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, a garotada produziu peças que foram expostas, em junho, na galeria de artes do Centro Cultural Hermes de Paula.

A mostra, que abordou a temática da Paz, exibiu trabalhos das crianças nos quais elas brincaram com cores, linhas, pontos e simetrias. O objetivo da oficina foi o de desenvolver nelas habilidades criativas e cognitivas, percepção visual, imaginação e o gosto pela arte.

O artista plástico Walmir Alexandre, artesão e ceramista, apoiou a iniciativa. “É uma honra participar dessa exposição de artes das crianças da LBV, que realiza um trabalho de grande valor em todos os setores da sociedade. Que o Divino Espírito Santo ilumine esta Instituição para que continue nessa obra.”

A ação cultural também foi aplaudida por Aroldo Pereira, criador e curador do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura. “A LBV está de parabéns por esta genial iniciativa. Sem esse carinho, afeto e compromisso social, a Educação não avança, o futuro acaba comprometido”, destacou.

Primeiros passos na arteMauro Tramonte

Marcos Naves

Em Poços de Caldas/MG, o artista plástico Marcelo Abuchalla conheceu, em

22 de maio, a unidade de atendimento da LBV e o trabalho desenvolvido pela Instituição no município. Dias depois

(foto), a garotada atendida pela LBV, a convite do artista, visitou o Atelier e o Espaço Cultural da Urca, onde Marcelo

organizou exposição em homenagem aos 100 anos de Bruno Filisbert, o primeiro

artista plástico da cidade.

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Considerado um dos precur-sores do jornalismo informal na televisão brasileira, o pu-

blicitário e apresentador Otavio Mesquita comemora 28 anos de carreira na televisão, sendo 25 deles como apresentador. Ainda criança, como quase todo menino de sua geração, tinha o desejo de ser piloto de Fórmula 1, sonho este que cedeu lugar à comunicação.

Natural de Guarulhos/SP, 53 anos de idade, Otavio se formou jornalista, mas ingressou na Band — Rede Bandeirantes de Televisão — como contato publicitário. Pos-teriormente, estreou como apresen-tador com o programa Perfil, no ar durante uma década, passando pela extinta TV Manchete, pelo SBT e pela Rede TV!.

À frente, desde 2001, da atração A Noite é uma Criança (atual Cla-quete), na Band, Otavio concilia o trabalho com duas outras paixões: a vida em família e o automo-

Mariane de Oliveira | Fotos: Vivian R. Ferreira

Décadas de jornalismo e bom humor

MesquitaOtavio

bilismo — é piloto na categoria turismo.

Esbanjando talento e bom humor durante entrevista concedida à BOA VONTADE, o dono da bem-sucedi-da Mesquita Marketing & Mídia re-cordou passagens marcantes de sua trajetória profissional e em família.

Na oportunidade, também sau-dou o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade por seu trabalho à frente da Instituição: “Primeiro queria parabenizar o Paiva Netto, essa figura tão querida por todos, que só faz o Bem. Eu acompanho o trabalho de vocês (...). Um abraço e que Deus lhe dê saúde e, acima de tudo, essa ética, essa postura que você tem de ajudar os outros”.

BOA VONTADE — Antes de falar-mos sobre a carreira na TV, conte como começou a se interessar pelo automobilismo.

Otavio Mesquita — Tenho

uma história muito bacana com o automobilismo. Quando era crian-ça, como todo moleque, desejava ser piloto de Fórmula 1, tinha uma paixão muito grande por esse espor-te. Não consegui porque tinha de trabalhar, era de uma família rela-tivamente simples. Trabalhei como empacotador em supermercado, fui engraxate... não que eu precisasse, mas queria ganhar um dinheirinho para comprar as minhas coisinhas. Mas tinha um plano B. Aliás, todos deveriam ter um plano B em tudo na vida. E o meu era ser “famosinho”. Eu só estreei no automobilismo aos 30 anos e, durante minha volta de apresentação, agradeci a Deus: “Obrigado, Senhor! Estou reali-zando parte do meu sonho, mas eu preciso andar num Fórmula 1, custe o que custar!”.

BV — E realizou esse sonho...Otavio Mesquita — Quando

fiz 40 anos, viajei para a França. No

ComunicaçãoTrabalho, família e automobilismo

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“Meu pai falava que a maior malandragem é a honestidade, porque sendo honesto você conquista muita coisa.”

autódromo de Magny-Cours, aluguei um Fórmula 1, o carro da Benetton do Giancarlo Fisichella. Dei doze voltas. Saí do carro aos prantos e agradecendo a Deus o fato de ter realizado o sonho de minha vida. De repente, o próprio piloto do carro foi lá ver quem era que estava andando tão ruim. Expliquei a ele que se tra-tava de um sonho e que um dia teria um carro dele na minha casa. Ele não acreditou e falou assim para mim: “Ah, nem eu tenho. Não acredito, não!”. Quando fiz 47 anos, achei o carro dele, que ganhou o GP Brasil 2003, trouxe para o Brasil e hoje está pendurado na minha casa. É o maior troféu que tenho, de perseverança, de sonho, de busca... É o meu cantinho, onde eu olho de vez em quando, tomo um café e falo: “Você está aí, obrigado!”. Sonho é uma coisa que tem de ser conquistada.

BV — E o Fisichella?Otavio Mesquita — Simples-

mente, mandei uma foto para ele dizendo que o carro estava aqui. Ele estava atrás desse carro, e eu o achei em Londres [Inglaterra]. Na época, falei para o Fisichella que o carro estava à venda, mas não estava. Só queria que ele fosse à minha casa. Quando ele chegou em casa, isso em 2007, olhou para o automóvel e disse: “La mia macchina! [La] più bella macchina!” [O meu carro! O carro mais bonito!]. Foi quando eu falei: “Olha, tem um detalhe: não vou te vender, não! Você não está lembrando de mim? Eu sou aquela pessoa que, em 2000, andou no seu carro e falou que ia tê-lo um dia. Então você errou, eu consegui, rea-lizei um sonho”. Nunca mais ele

BOA VONTADE 39

Page 40: Revista Boa Vontade, edição 233

BV — E o início na TV?Otavio Mesquita — A televisão

para mim é coisa séria. Lembro a pri-meira vez que quis fazer TV, estava com 14 anos. Em Guarulhos, havia uma loja de uma rede famosa, nós pa-ramos em frente a ela e eu olhei para uma televisão; era uma transmissão ao vivo. De repente, todo mundo disse: “Pô, Mesquita, que legal!”, e aí falei: “Legal não é ver, legal é estar lá dentro!”. Foi o primeiro ímpeto que tive de querer fazer televisão. Tudo começou com essa vontade. Pus isso na cabeça, busquei trabalhar no mercado, virei publicitário, traba-lhei em agências, com personagens infantis, até chegar à Bandeirantes como contato publicitário.

BV — Foi quando surgiu uma grande oportunidade?

Otavio Mesquita — Na década de 1980, estava na emissora para

pegar uma credencial e havia faltado um repórter no Rio de Janeiro; de re-pente, o diretor falou: “Otavio, você não está fazendo jornalismo?”, e eu confirmei: “Estou”. Foi quando ele disse: “Então, você vai agora para o Monte Líbano (clube do Rio de Ja-neiro), porque o repórter faltou e eu preciso fazer uma chamada ao vivo no Jornal da Band”, naquela época apresentado pelo Joelmir Beting. Eu estava no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa, um pouco de sorte, um pouquinho de talento e vontade de trabalhar.

BV — É difícil fazer televisão no Brasil?

Otavio Mesquita — Entrar para a televisão é muito fácil, o duro é permanecer nela. Hoje é complicado, porque você tem de dar audiên cia e, ao mesmo tempo, faturar e ter pres-tígio. Então, é difícil. Fazer humor especificamente não é fácil, não, mas estou muito atento às mudanças. A cada dois anos e meio, três, tento me reinventar, mudo o nome do progra-ma, o formato é o mesmo, acrescento colaborador, jornalista...

BV — Como é sua relação com a família no dia a dia?

Otavio Mesquita — A família para o homem é o alicerce de tudo. Não consigo me imaginar sem a minha. Tem que ter um porto segu-ro, sabe? Eu almoço em casa todos os dias, já cancelei uma reunião de negócio importante para levar meu filho Pietro ao médico. A primeira vez que o levei, ele olhou para mim e disse a seguinte frase: “Bigado, papai”; foi melhor do que se eu tivesse ouvido: “O nosso negócio

deixou de ser meu amigo. O carro está autografado; foi uma grande emoção em minha vida.

BV — Como concilia essa paixão com as atribuições diárias de pu-blicitário e apresentador de TV?

Otavio Mesquita — É muito simples: transformei o meu hobby, a minha paixão em negócio. Acho que isso é uma qualidade que algu-mas pessoas deveriam ter, ou seja, conseguir trabalhar naquilo que realmente gostam. No meu busi-ness, 50% é televisão, meu negócio principal; 25% é automobilismo; e 25% de outras atividades. Eu ven-do desde biscoito amanteigado até contratos multinacionais, faço de tudo! Hoje me dedico ao esporte nos fins de semana, quando tem, e ao automobilismo uma vez por mês... Tento administrar. Basica-mente, você tem de ter organização.

Apaixonado por Fórmula 1, Otavio Mesquita expõe em seu escritório, na capital paulista, objetos de sua coleção: miniaturas de carros de corrida, troféus, capacetes e macacões de piloto.

Comunicação

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está fechado”. Não sei se com 30 anos faria isso; aliás, muitas vezes não fiz. Ser pai aos 50 me ajudou a ter um conceito mais forte sobre a família.

BV — Você é muito ligado à Espiritualidade, ao sentimento de religiosidade...

Otavio Mesquita — Sim. Creio em Deus, tenho fé... acredito numa força superior incrível. O homem sem fé não consegue se entender. Essa fé eu tento levar para minha família, e ela também me dá isso. Minha mulher, Melissa Wilman, também é muito espiritualizada. A gente tem uma reunião de ora-ção semanalmente... Eu não vou a todas, porque estou fora às vezes, mas é bem gostoso, é bem intenso. É importante entender um pouco a palavra de Deus.

BV — Que recado gostaria de dar aos leitores da BOA VONTADE?

Otavio Mesquita — Primeiro, quero agradecer demais a vocês. Depois, quero dizer que não sou nenhum dono da verdade, mas acho que uma pessoa não conse-gue fazer nada dar certo se não tiver algumas particularidades... é o que procuro ensinar para meus filhos pequenos: honestidade, éti-

ca, fazer o Bem, gentileza e amar o planeta. Se o meu avô tivesse ensinado ao meu pai a fechar a torneira, a não desperdiçar água, a não jogar lixo no chão, a separar o plástico; e o meu pai tivesse me dado essa educação, e todo mundo tivesse educação, o nosso planeta

Otavio Mesquita sempre apoia a campanha de Solidariedade da LBV

Em seu escritório, Otavio recebe a reportagem da BOA VONTADE, que o presenteia com uma caneca e um cartão confeccionado pelas crianças da LBV. Em agradecimento, o jornalista ofereceu lembranças a elas (no destaque).

Creio em Deus, tenho fé...

acredito numa força superior incrível. O homem sem fé não

consegue se entender. Essa fé eu tento levar para minha família, e

ela também me dá isso. Minha mulher, Melissa

Wilman, também é muito espiritualizada.

A gente tem uma reunião de oração semanalmente...

estaria um pouco melhor. Lembro que meu pai falava que a maior malandragem é a honestidade, porque sendo honesto você con-quista muita coisa. Acreditando em Deus, você tem um porto, um ombro amigo. Fazendo o Bem, faz bem a si próprio.

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Meninos e meninas atendi-dos pela Legião da Boa Vontade na capital parai-

bana fizeram uma visita ao Espa-ço Energia, museu e complexo

didático e interativo instalado na Usina Cultural da Energisa, em 31 de julho. Acompanhadas pelo supervisor do local, o físico José Abdon, as crianças aprenderam,

de forma lúdica, sobre as teorias de formação do Universo, os princípios da Física e a história da eletricidade e seu uso sustentável e eficiente.

Texto e fotos: Jean Carlos

Acontece na Paraíba

J o ã o P e s s o a / P B

consciência sustentávelCrianças da LBV aprendem sobre uso racional

e eficiente da energia elétrica

Durante a visita, o monitor de física Jhonatham Kleber mostra como funciona uma usina hidrelétrica.

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Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Em João Pessoa/PB, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado na Rua das Trincheiras, 703, Centro — tel. (83) 3198-1500.

O passeio incluiu atividades prá-ticas, como experiências com ele-tricidade e demonstração de como utilizar a energia elétrica de forma racional. Também foi apresentada a evolução de eletrodomésticos, como o rádio, o video cassete, o te-levisor, a geladeira e o computador.

Sobre o objetivo do passeio, o estagiário de história do Espaço Energia, Inácio Luís, explicou: “Essas atividades tentam cons-cientizar as crianças sobre o uso eficiente da energia elétrica, por meio de experimentos e da história do uso doméstico da eletricidade desde o século 19 até o 21”.

Na oportunidade, José Abdon destacou a parceria da Energisa com a LBV. “É uma forma de criar vínculos de conscientização, principalmente, com essa faixa etária, que é o nosso futuro. O museu [Espaço Energia] está à disposição para esse tipo de con-tribuição para a formação de uma mentalidade mais preservativa na vida dessas crianças.”

Menina atendida pela LBV participa de experimento com energia elétrica

Palestra educativaCrianças, adolescentes e famílias atendidas pela LBV na capital

paraibana acompanharam recentemente palestra ministrada por fun-cionários da Energisa. O tema foi o uso racional e seguro da energia elétrica. A iniciativa faz parte do projeto Energisa Comunidades, que beneficia famílias em situação de risco social.

Os atendidos da LBV receberam informações sobre o uso cons-ciente da energia elétrica por meio de dicas básicas para o dia a dia. A palestra ainda tratou da importância da preservação do meio am-biente e como isso contribui para a qualidade de vida na comunidade. Por fim, os funcionários da Energisa doaram às famílias lâmpadas fluorescentes, mais econômicas, para uso doméstico.

De acordo com o supervisor de projetos da empresa, Weber Andrade, a parceria com a Legião da Boa Vontade atende plenamente aos objetivos do projeto. “A LBV é reconhecida mundialmente pela forma como atua em projetos e ações sociais com famílias de baixa renda. Vejo com bons olhos essas ações com a comunidade local”, afirmou.

BOA VONTADE 43

Page 44: Revista Boa Vontade, edição 233

Otorrinolaringologia:Um dos maiores especialistas do país fala sobre os cuidados com os ouvidos

Como anda a sua

audição

SaúdeAtenção aos primeiros sinais

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Mariane de Oliveira

44 BOA VONTADE

Page 45: Revista Boa Vontade, edição 233

Zumbido, perda auditiva, ton-tura e sensação de pressão no ouvido são sintomas indica-

tivos de uma doença ainda pouco conhecida: a síndrome de Mé-nière*. Embora não devidamente divulgado, o problema precisa de atenção aos primeiros sinais.

Em julho, na capital paulista, essa doença foi tema de ampla dis-cussão entre especialistas durante o 2o Simpósio Internacional de Otologia Starkey, que contou com o apoio da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), entre outras instituições.

A convite da BOA VONTADE, um dos mais renomados e respei-tados otorrinolaringologistas do Brasil esclareceu as principais dúvidas a respeito dessa patolo-gia. De acordo com o dr. Jair de Carvalho e Castro, que chefia o serviço de otorrinolaringologia da 2a Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janei-ro, a síndrome de Ménière pode ocorrer em qualquer idade, porém, é mais frequente em adultos na faixa de 40-50 anos, com pequena preponderância em mulheres. Na entrevista, o médico também aler-tou para os cuidados necessários à manutenção da saúde auditiva.

BOA VONTADE — O que é a síndrome de Ménière?

Dr. Jair de Castro — É uma doença já muito bem estabelecida

* A incidência e prevalência da doença de Ménière variam bastante, segundo muitas pesquisas: entre 3,5/100 mil e 513/100 mil. Um amplo estudo com mais de 60 milhões de pessoas encontrou prevalência de 190 casos a cada 100 mil habitantes (1,89 mulheres para cada homem), a qual aumenta com a idade. As limitações provocadas pela doença são substanciais, especialmente na qualidade de vida (Alexander TH, Harris JP. Current epidemiology of Meniere’s Syndrome. Otolaryngologic Clinics of North America. 2010 Oct; 43(5):965-70 — fonte: Fisioterapia em Evidência, 27/8/2010, www.fisioterapiaemevidencia.com/2010/08/doença-demeniere.html).

depois de meados do século 19. Caracteriza-se por uma tétrade, ou seja, a perda de audição, o zumbido, a tontura e a sensação de pressão no ouvido. Essa é a imagem clássica da doença. Às vezes, um [sintoma] predomina mais do que o outro; às vezes, mais surdez ou tontura, mais zumbido ou pressão ou, então, eles estão mais ou menos equilibrados.

BV — Que situação indica a hora de ir ao médico?

Dr. Jair de Castro — Se a pessoa apresenta um evento por algumas horas e desaparece, não tem mais, não há necessidade [de ir ao médico]. Mas, se se repete ou se mantém, vale a pena investigar. Costumamos chamar a atenção para o ouvido tanto a parte da au-dição quanto a parte do equilíbrio, pois esse sistema funciona como termômetro de nossa saúde. Se o ouvido apitou, se diminuiu a audi-ção ou há tontura, provavelmente está ocorrendo alguma coisa a distância... Cada paciente tem as suas características, a doença é a mesma.

BV — Existe procedimento es-pecífico para detectar a doença?

Dr. Jair de Castro — Na otorrinolaringologia, temos uma rotina bastante semelhante à de outras especialidades. A gente procura saber detalhes... o tempo, a incidência, a frequência [dos sintomas relatados], a profissão

do paciente, a idade, se tem algum problema de saúde, se usa medica-mentos em excesso etc. Tudo isso é muito importante para entender com que paciente se está lidando. A partir dessas informações é estabelecido, primeiro, um exame físico, no qual a gente observa na-riz, garganta, ouvido. O segundo passo é a investigação por exames complementares: a audiometria, a imitanciometria, a eletrofisiologia da audição e um mais específico para a Ménière, que se chama ele-trococleografia.

BV — Com isso é possível con-firmar o diagnóstico?

Dr. Jair de Castro — Através desses exames, a gente pode ter uma informação bastante apura-da de como está funcionando o

Dr. Jair de Carvalho e Castro, chefe do serviço de otorrinolaringologia da 2a Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.

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BOA VONTADE 45

Page 46: Revista Boa Vontade, edição 233

aparelho auditivo. Eventualmente, na dependência desses resultados, [serão solicitados] outros exames, como uma rotina básica de san-gue: hemograma, exame de gordu-ras, de açúcares, de hormônios... Alguns pacientes ainda podem precisar de exames de imagem: tomografia ou ressonância magné-tica. Com esse conjunto de infor-mações você já conhece o perfil do paciente. Esses procedimentos são feitos numa sequência e, conforme vão chegando, nos abastecem de informações que permitem fechar o diagnóstico.

BV — Com o diagnóstico confir-mado, qual o próximo passo?

Dr. Jair de Castro — Primei-ramente, estabelecer uma relação amigável entre médico e paciente.

Tanto na clínica privada quanto na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, explicamos o que é a doença... que apesar de ser des-confortável, não trará maiores problemas para a vida dele. Nós o orientamos sobre os exames fei-tos, conversamos um pouco sobre sua saúde, hábitos alimentares, e estabelecemos medicamentos de-pendendo de cada fase da síndrome. (...) A doença de Ménière tem uma característica, mas ela varia de pessoa para pessoa, então, é neces-sário fazer um ajuste na dosagem de medicamentos. Outro ponto im-portantíssimo está relacionado aos hábitos de vida do paciente. Além de diminuir a ingestão de sódio [sal de cozinha], de cafeína, recomenda-mos que ele não fique mais de três horas sem se alimentar.

BV — O acompanhamento deve ser constante...

Dr. Jair de Castro — Isso mesmo. A gente foca muito no pa-ciente, na conversa. É fundamental que a relação entre o profissional de saúde e o paciente seja de muita confiança, amizade e cordialidade. Isso faz a diferença. A pessoa sendo acolhida, tendo certeza de que pode contar com o médico, já é um passo importante no sucesso da terapêutica.

BV — O que há de mais avançado no tratamento dessa síndrome?

Dr. Jair de Castro — Aqui no Brasil, culturalmente somos pouco agressivos em relação ao tratamento cirúrgico da doença de Ménière. Nos Estados Unidos, eles são bastante intervencionistas.

Nós fazemos a cirurgia, mas nos-sos critérios de indicação são bem rígidos; nós a indicamos àqueles pacientes com transtorno da au-dição ou do equilíbrio realmente muito importante.

BV — A síndrome de Ménière pode causar surdez total?

Dr. Jair de Castro — Pode chegar à surdez quase total: não só a perda de audição importante, mas também a perda da compreen-são da palavra. Além de ouvir mal, não a compreende. A audição é um sentido importantíssimo; o deficiente auditivo sofre muito em casa, no trabalho, na rua, aí ele começa a se isolar, a recusar con-vites familiares, sociais... Então, a mensagem que a gente quer deixar é que todo deficiente auditivo tem possibilidade de ajuda. Escutar é fundamental não só para a vida social, familiar ou profissional, mas igualmente para o bem-estar psíquico do paciente.

BV — O Brasil se destaca na comunidade científica inter-nacional?

Dr. Jair de Castro — De uns 30 anos para cá, a nossa comuni-dade otorrinolaringológica é ex-tremamente respeitada no mundo inteiro. Hoje, temos a Associação Brasileira de Otorrinolaringo-logia, que possui mais de 8 mil membros, uma revista com acre-ditação internacional, e trabalhos publicados aqui são muito respei-tados lá fora. Além disso, nossa comunidade participa de todos os eventos, não só da otologia, mas de [ramos da medicina que estu-

É fundamental que a relação entre

o profissional de saúde e o paciente

seja de muita confiança, amizade e cordialidade. Isso

faz a diferença.

Saúde

46 BOA VONTADE

Page 47: Revista Boa Vontade, edição 233

dam] nariz, cavidades paranasais, voz, tumores... É uma população médica competente, respeitada internacionalmente, e o Brasil tem se posicionado de maneira bonita, orgulhosa. A população brasilei-ra pode ter acesso a uma ótima medicina otorrinolaringológica, melhor do que em muitos países com desenvolvimento econômico e social superior ao nosso.

BV — Em geral, o brasileiro cui-da bem do aparelho auditivo?

Dr. Jair de Castro — Eu di-ria que sim e não. Sim, porque a comunidade médica está atenta a isso. As campanhas da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia procuram divulgar a importância da audição, desde o recém-nascido até o mais idoso. Às vezes, o paciente não quer, mas a família, sabendo que há chance de melhora, acaba incentivando essa pessoa a procurar um serviço para tratar-se. Por outro lado, vemos também indivíduos expostos a ruídos industriais, de tra-balho, os que usam fones de ouvido, vão a boates, por exemplo, onde o som chega a 115, 120 decibéis, e isso pode trazer transtorno para a audição. A juventude hoje está usando os fones de ouvido, que têm uma qualidade de som espetacular,

cada vez mais alto... Isso, no futuro, vai trazer problemas.

BV — Qual é a altura-limite adequada para o ouvido?

Dr. Jair de Castro — Seria entre 85 e 90 decibéis. Você deve colocar o som em um volume con-fortável. O que temos observado é que a pessoa começa com o som confortável e depois de um tem-po aumenta, já mostrando algum grau de perda auditiva. Esse pro-cesso não se instala de um dia para o outro, é longo, e normalmente quando ela procura ajuda, já pos-sui uma lesão provavelmente de caráter irreversível.

BV — Portanto, o cuidado com a audição deve começar cedo?

Dr. Jair de Castro — Começa na gestação. A mãe precisa de cuidados, orientação pré-natal, não tomar medicamentos, antibi-óticos — não todos, mas antibió-ticos que podem lesar o aparelho auditivo. Não fumar, não beber, não usar droga. A criança ao nascer tem de fazer um teste de audição, porque, se ela não tiver, tem de ser tratada. Se não for diag-nosticada até

os 24 meses, a reabilitação fica extremamente difícil. Hoje, há condição de colocar um implan-te coclear em uma criança que nasce com zero de audição, para que tenha o restabelecimento da capacidade auditiva e uma vida normal. A nossa profissão é para ajudar as pessoas a viver melhor.

BV — Que orientação daria a alguém que já apresenta pro-blemas de audição?

Dr. Jair de Castro — Procure ajuda. Você vai ter apoio, orienta-ção, será tratado, medicado... terá recurso para tornar a vida mais agradável, prazerosa. Eu acho que o objetivo da vida é viver melhor mesmo, ter integração com as pes-soas, com a família, com a comuni-dade. A saúde é um bem divino, por isso devemos cuidar dela.

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CLíNICA DOuTOR JAIR DE CARVALHO E CASTRO

Endereço: Rua Visconde de Pirajá, 351, conj. 405, Ipanema, Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2522-4949

Page 48: Revista Boa Vontade, edição 233

Um espaço ecumênico para todos

C onforme dados oficiais, “o Templo da Boa Von-tade continua sendo o atrativo mais visitado de Brasília”. A informação consta do Boletim de

Monitoramento divulgado pela Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF), em 1o de agosto.

Segundo a pesquisa, o TBV recebe em média 100 mil pessoas todos os meses. “No período de janeiro a maio de 2012 foram recebidos 575.564 visitantes”, afirmou o relatório. O boletim destaca ainda o número

expressivo de frequentadores da Ala dos Estudantes, do ParlaMundi da LBV, espaço aberto ao público com acervo de livros para consulta; é também o único am-biente do gênero a funcionar com horário estendido.

A repercussão do resultado da pesquisa da Setur-DF foi imediata em vários veículos de comunicação, a exemplo do jornal local Band Cidade, da TV Ban-deirantes; do Portal R7; dos sites do Correio Brazi-liense e do Jornal de Brasília; na versão impressa e

Janine Martins

Governo do df anuncia:

templo da Boa Vontade

e parlaMundi da LBV

da capital brasileiramonumentos mais visitados

Notícias de Brasília

48 BOA VONTADE

Page 49: Revista Boa Vontade, edição 233

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TBV no calendário oficialOutra importante conquista foi a inclusão do aniversário do Templo da Paz no calendário oficial de Brasília. Na edição de 22 de agosto, o Diário Oficial do Distrito Federal publicou a Lei Distrital no 4.913, de 21 de agosto de 2012, que decreta, no artigo 1o: “Fica incluída, no calendário oficial de eventos do Distrito Federal, a festividade em comemoração ao aniversário do Templo da Boa Vontade”.

on-line do jornal Na Hora H; na página da internet e na coluna diária do jornalista Gilberto Amaral, no Jornal de Brasília; nos sites Agência Brasília (do Governo do Distrito Federal), Ecofinanças e JusBrasil.

Na reportagem de página inteira do Correio Brazilien-se, a jornalista Gabriella Furquim apresentou detalhes sobre os dados do Boletim de Monitoramento, como o perfil do público que procura o TBV. “Os dados mostram ainda que a maioria dos visitantes é paulista. Entre os

BOA VONTADE 49

Page 50: Revista Boa Vontade, edição 233

Notícias de Brasília

O Templo da Boa Vontade, monumentalmente, já é um grande atrativo. (...) Seu espaço é para todos. As pessoas tendem a visitá- -lo porque ele transmite Paz. (...) É um Templo onde quem vai uma vez leva o colega, o amigo, o parente.

E tem aquele visitante que vem a Brasília e traduz o TBV como sendo, de fato, um local que traz uma nova perspectiva em termos de bem-estar.

Ariadne Bittencourt Subsecretária de Políticas de Turismo da Setur-DF

estrangeiros, os norte-americanos predominam”, informou.

O jornal também trouxe depoi-mento da senhora Gleisa Calixto Antunes, que, ao conhecer a capital federal na companhia do filho Pietro, da nora Bruna e da amiga Adelaide Antunes, se disse muito satisfeita com a visita à Pirâmide da Paz. “O que mais queríamos conhecer era o Templo da LBV... e foi mágico. É incrível. Essa viagem está sendo um presente de Deus”, comentou.

Formado pelo TBV e pelo Par-lamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o Conjunto Ecumê-nico da LBV já recebeu mais de 22 milhões de peregrinos desde a inauguração, em 1989. O Templo da Boa Vontade — aclamado uma das Sete Maravilhas de Brasília, por meio de votação popular — foi confirmado pelo Conselho de De-senvolvimento de Turismo do Dis-trito Federal (Condetur-DF) como parte do roteiro oficial da Copa do Mundo de 2014.

Símbolo maior do Amor Univer-sal, de exaltação à Vida e do Ecume-nismo Total, o TBV completa 23 anos em 21 de outubro. Suas portas nunca se fecharam desde que o diretor--presidente da LBV, José de Paiva Netto, descerrou a fita inaugural, permanecendo abertas noite e dia.

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Page 51: Revista Boa Vontade, edição 233

LugAR PARA LEVAR Os AmigOsO ator Fernando Alves Pinto, depois de recente visita ao Templo da Paz acompanhado pela atriz Letícia Sabatella, decidiu voltar. Dessa vez, levou a amiga Thaís Joi e o filho dela, Thales. Na oportunidade, afirmou: “Sempre que venho para cá, trago alguém para apresentar este lugar, que é bom!”.Ao lhe perguntarem sobre o seu ambiente preferido no Templo, o ator respondeu logo: “Gosto do salão principal [Nave do TBV], onde tem a Espiral. Gosto muito! É amplo, silencioso, e tem aquele cristal lá em cima”. No local, os peregrinos realizam a caminhada pela Espiral, cada um à sua maneira, professando sua fé.

O Templo da Boa Vontade cum-pre importante papel na capi-tal do país: receber pessoas

de todas as classes, etnias e crenças, oferecendo-lhes um “recinto de Paz que tanto ajuda a milhares de cria-turas nesse Brasil”, nas palavras de Eurípedes Humberto Higino dos Reis, filho do saudoso sensitivo e Legionário da Boa Vontade Chico Xavier (1910-2002).

Durante recente visita ao TBV e ao ParlaMundi da LBV, locais que ele conhece desde 1997, quando repre-sentou seu pai na justa homenagem prestada pela Instituição ao médium com a entrega da Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumêni-ca, na categoria Religião, Eurípedes ressaltou: “(...) [O TBV] é o exemplo da Paz e [está] de braços abertos tal qual Jesus para todos. Aqui, a gente vê que não existe diferença de religiões, de filosofias e de segmentos; aqui, todos encontram o momento para refletir sobre si mesmos e encontrar a Paz, o que todos nós estamos mais precisando”.

Depois de percorrer os ambientes

Templo da Paz

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Eurípedes Humberto (de jaqueta preta) visitou o TBV acompanhado do irmão Carlos Alberto dos Reis (à direita) e dos amigos, a partir da esquerda: Guilherme Augusto, Adriana Falavigna e Lisandra Alves.

do monumento, a começar pelo Salão Nobre, onde se encontra uma repre-sentação artística de Chico Xavier no painel A Evolução da Humanidade, por sua atuação em favor dos povos, o visitante declarou: “Agradeço ao dr. José de Paiva Netto e aos outros companheiros, que sempre me tra-taram com tanto carinho e tiveram tanto carinho com meu pai. Que Deus abençoe a todos que têm a responsa-

bilidade de continuar com esta Obra, que faz a diferença no Brasil!”.

Inscrito como Legionário da Boa Vontade em 3 de julho de 1956, sob o registro de número 15.353, Francisco de Paula Cândido Xavier, conhecido mundialmente como Chico Xavier, psicografou mais de 400 livros, com mensagens do Mundo Espiritual. Doou os direitos autorais a obras de caridade.

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O saudoso médium Chico Xavier (1910-2002)

BOA VONTADE 51

Page 52: Revista Boa Vontade, edição 233

A A Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Fe-deral (Setur-DF) destacou

em seu “Boletim Brasília”, na internet, a celebração dos 23 anos do Templo da Boa Vontade, a Pi-

râmide do Ecumenismo Irrestrito. As festividades, durante todo o mês de outubro no monumento, ganharam espaço também nas redes sociais do órgão oficial de

turismo do DF.Na matéria publicada, a

secretaria informa: “Refe-rência no ecume nismo mun-dial, o Templo da Boa Von-

tade completa 23 anos de existência em 21 de outubro. (...) Para comemorar a data, a Legião da Boa Von-tade preparou uma programação intensa, que inclui palestras,

peças de teatro, música, exposi-ção e momentos de meditação”. No texto da web, foi colocado à disposição o link do calendário de eventos do “Outubro no TBV”.

A programação cultural e ecumê nica do Templo da Paz, como também é conhecido o TBV, serviu ainda de pauta para reportagens do Correio Brazi-liense, além de virar tema na coluna do jornalista Gilberto Amaral, no Jornal de Brasília; nos sites Mais Brasília, Acontece Brasília, Esporte Cultura, DF Agora, Vida Candanga e Clica Brasília; e em várias emissoras de rádio e televisão.Fac-símile do “Boletim Brasília”, da Setur-DF.

divulga os 23 anos do TBV

03 de outubro de 2012

Setur-DF e Embratur potencializam a promoção de

Brasília na imprensa europeia

Em ação inédita realizada pela Secretaria de Turismo do

Distrito Federal (Setur-DF) em parceria com o Instituto

Brasileiro de Turismo (Embratur), nove jornalistas europeus

desembarcam hoje (3) em Brasília para participar de um Press

Trip na cidade. A iniciativa visa a ampliar a divulgação da

Capital Federal na imprensa da Itália, Espanha e Portugal para

incentivar a visitação e permanência deste público no destino.

(+)

VEM VIVER

BRASÍLIA

TEATRO

Até dia 14.10 – Era uma Vez...

Grimm, no CCBB Brasília

Até dia 21.10

V FICO, no Teatro do

Colégio Maristão

EXPOSIÇÕES

Até 04.11 - Roberto Burle

Marx - A Figura

Humana na Obra em Desenho

Até dia 06.10

Vivências Interculturais,

no Colégio Maristão

Até dia 07.10 Jenner, Cores de uma Vida,

no CCBB Brasília

Até dia 14.10 Guayasamin –

Continente Mestiço, no

Museu Nacional

CCUG recebe Brasília Capital Fitness

De 4 a 7 de outubro, o Centro de Convenções Ulysses

Guimarães (CCUG) será palco da 17ª edição do Brasília Capital

Fitness. O evento é o maior encontro de atletas e empresas

ligadas a prática de atividades físicas da região e tem por

objetivo contribuir com a especialização e reciclagem

intelectual dos profissionais das áreas de Educação Física,

Fisioterapia e Nutrição. (+)

Templo da Boa Vontade comemora 23 anos

Referência no ecumenismo mundial, o Templo da Boa Vontade

completa 23 anos de existência em 21 de outubro. O

monumento é um dos mais visitados na cidade e pretende

receber ainda mais peregrinos este mês. É que, para

comemorar a data, a Legião da Boa Vontade preparou uma

programação intensa, que inclui palestras, peças de teatro,

música, exposição e momentos de meditação. (+)

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Secretaria de Turismo do Distrito Federal

Contatos: 32142703/2755/2722/ 99691358 / [email protected]

Caso não queira mais receber este boletim clique aqui

03 de outubro de 2012

Setur-DF e Embratur potencializam a promoção de

Brasília na imprensa europeia

Em ação inédita realizada pela Secretaria de Turismo do

Distrito Federal (Setur-DF) em parceria com o Instituto

Brasileiro de Turismo (Embratur), nove jornalistas europeus

desembarcam hoje (3) em Brasília para participar de um Press

Trip na cidade. A iniciativa visa a ampliar a divulgação da

Capital Federal na imprensa da Itália, Espanha e Portugal para

incentivar a visitação e permanência deste público no destino.

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VEM VIVER

BRASÍLIA

TEATRO

Até dia 14.10 –

Era uma Vez...

Grimm, no

CCBB Brasília

Até dia 21.10

V FICO, no

Teatro do Colégio Maristão

EXPOSIÇÕES

Até 04.11 -

Roberto Burle

Marx - A Figura

Humana na

Obra em Desenho

Até dia 06.10

Vivências

Interculturais,

no Colégio

Maristão

Até dia 07.10

Jenner, Cores

de uma Vida,

no CCBB Brasília

Até dia 14.10

Guayasamin –

Continente

Mestiço, no

Museu Nacional

CCUG recebe Brasília Capital Fitness

De 4 a 7 de outubro, o Centro de Convenções Ulysses

Guimarães (CCUG) será palco da 17ª edição do Brasília Capital

Fitness. O evento é o maior encontro de atletas e empresas

ligadas a prática de atividades físicas da região e tem por

objetivo contribuir com a especialização e reciclagem

intelectual dos profissionais das áreas de Educação Física,

Fisioterapia e Nutrição. (+)

Templo da Boa Vontade comemora 23 anos

Referência no ecumenismo mundial, o Templo da Boa Vontade

completa 23 anos de existência em 21 de outubro. O

monumento é um dos mais visitados na cidade e pretende

receber ainda mais peregrinos este mês. É que, para

comemorar a data, a Legião da Boa Vontade preparou uma

programação intensa, que inclui palestras, peças de teatro,

música, exposição e momentos de meditação. (+)

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Notícias de Brasília

52 BOA VONTADE

Page 53: Revista Boa Vontade, edição 233
Page 54: Revista Boa Vontade, edição 233

HumanidadeA Grande Família

Ação Jovem LBV

Curitiba/PRSão Paulo/SP

Salvador/BA Campinas/SP

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Palestra do diretor-presidente da LBV é transmitida, via satélite, por rádio, televisão e internet para o Brasil e o exterior.

Leila Marco

54 BOA VONTADE

Page 55: Revista Boa Vontade, edição 233

O diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto,

comanda a sessão solene de conclusão do 37o Fórum Internacional da

Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus. Sua mensagem de Paz e Solidariedade foi transmitida, ao

vivo, pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV e internet)

para todo o mundo.

João

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Rio de Janeiro/RJ

Goiânia/GO

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BOA VONTADE 55

Page 56: Revista Boa Vontade, edição 233

Negociações, tratados e acor-dos políticos são instrumen-tos comuns para atingir o

consenso. Apesar de serem im-portantes meios, ainda se mostram insuficientes no que se refere ao estabelecimento da Paz mundial.

Em discurso de improviso, du-rante a cerimônia de conclusão do 37o Fórum Internacional do Jovem Militante da Boa Vontade de Deus, o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), José de Paiva Netto, enfatizou que essa harmonia se torna plena quando os seres hu-manos se unem em favor do bem comum, tendo o Amor Universal como bandeira.

Família: o princípio da Paz

Transmitida ao vivo para o Brasil e o mundo pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV e internet), a mensagem fraterna do dirigente da LBV exaltou as inicia-tivas desenvolvidas pela Militância Juvenil Legionária, em especial a atuação dela em diversos segmentos sociais desde o segundo semestre de 2011. O discurso concluiu as atividades do Fórum Internacional do Jovem Militante da Boa Vontade de Deus, em evento ocorrido em 30 de junho. O tema dessa edição foi “A Grande Família Humanidade”, tese vanguardeira de Paiva Netto.

Na sequência de seu pronuncia-mento, salientou a importância de edificar a família consanguínea — pai, mãe, filhos, sobrinhos, avós etc. — com base nos valores universais do Bem, a fim de que nela se estabe-leça a estrutura de um mundo novo, principalmente nestes conflituosos

Plateia acompanha atenta as palavras de Paiva Netto, na conclusão do 37o Fórum Internacional do Jovem Militante da Boa Vontade de Deus.

São Paulo/SP

Vivia

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Ação Jovem LBV

tempos em que vivemos. E reiterou: “A estabilidade do mundo começa no coração da criança”. Para ele, a convivência pacífica no lar serve de exemplo para inspirar a formação da Sociedade Solidária Altruística Ecumênica, tão almejada por aque-les que lutam por uma Humanidade mais justa e feliz.

56 BOA VONTADE

Page 57: Revista Boa Vontade, edição 233

Vivia

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La Paz, Bolívia Nova York, EUA

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BOA VONTADE 57

Page 58: Revista Boa Vontade, edição 233

Manaus/AM

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emes Perseverança no Bem

Os que acompanharam o dis-curso do líder da LBV ainda re-ceberam um valioso ensinamento de perseverança no Bem, capaz de fortalecê-los e de motivá-los a prosseguir decididos e confiantes. Ao agradecer as manifestações pela passagem dos seus 56 anos de trabalho na Legião da Boa Vonta-de, comemorados em 29 de junho, destacou que, apesar de tantas dé-cadas na lide da Instituição, nunca desanimou; ao contrário, mantém--se disposto sempre a realizar mais. E ressaltou: “Quando o assunto é Jesus, estamos sempre dispostos!”. Afinal, como o próprio homenagea­do escreveu, na carta “Ao Jovem de Boa Vontade*”: “Valentia na LBV é assumir um compromisso e levá-lo honrosamente até o fim”.

Dia de muita atividadeEm várias cidades brasileiras e

em outros países, a exemplo de Pa-raguai, Uruguai, Bolívia, Argentina, Portugal e Estados Unidos, milhares de adolescentes e jovens, acompa-nhados da família, participaram, desde a manhã de 30 de junho, de programação muito especial. Em meio a muitas atividades, ganha-ram evidência aquelas associadas à temática da Cultura de Paz. À luz da Espiritualidade Ecumê nica, essa gente moça estudou e debateu, si-multaneamente nessas várias locali-dades, os principais aspectos do tema

São Sebastião do Paraíso/MG

Maringá/PR Petrópolis/RJ

Porto, Portugal

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Ação Jovem LBV

* O famoso documento, publicado na dé-cada de 1980, consta do livro Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, volume 3. Na carta “Ao Jovem de Boa Vontade”, Paiva Netto deixa registradas as principais nor-mas e orientações que definem a atividade da Juventude Legionária.

Porto Alegre/RS

Franca/SP Americana/SP

Fran

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Histórico do fórum• No dia 26 de maio, os jovens militantes participaram das Rodas

Espirituais e Culturais, em todo o país e no exterior. A programação incluiu oficinas de música e comunicação, além de um painel sobre questões relativas ao meio ambiente.

• O tradicional Festival Internacional de Música da LBV reuniu em várias regiões do Brasil e em outros países da América do Sul vozes pela Solidariedade e pela Fraternidade Ecumênica.

maior do fórum: “A Grande Família Humanidade”, presente, portanto, nas palestras, nas rodas de cultura, nas apresentações artísticas e nas campanhas de mobilização popular.

Aliás, como em anos anteriores, a atuação da Juventude Legionária se estendeu em variada programação. Foram visitas a lares de idosos, or-fanatos e hospitais; campanhas para doação de sangue; ações educativas em defesa da consciência socio-ambiental; e intervenções lúdicas e socioeducativas nas comunidades atendidas pela LBV.

Florianópolis/SC Rio de Janeiro/RJ

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Page 60: Revista Boa Vontade, edição 233

Na ocasião, o diretor de A Tribuna Regional, Luiz Andres Filho, ressaltou: “Gostaria muito de agra-decer o apoio e a parceria da LBV e do nosso colunista especial Paiva Netto, que há muitos anos tem um vasto apoio nesse jornal, que abrange toda a co-munidade missioneira do noroeste do Rio Grande do Sul. Colocamos sempre à disposição o nosso jornal (...) para esse trabalho importante

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Acontece no Rio Grande do Sul

homenagem do povo missioneiro

O jornal A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, ho-menageou pela terceira vez

consecutiva (2008, 2010 e 2012) o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, com o prêmio Marcas & Líderes. O jornalista, radialista e escritor publica em sua coluna semanal no periódico artigos com a análise de temas atuais pelo prisma da Espi-ritualidade Ecumênica.

A homenagem ocorreu durante a comemoração do 45o aniversário de circulação do jornal, em julho.

e muito efetivo que a LBV desenvolve em todo o país”.

O evento também foi acompanhado por leito-res do jornal. A bancária Elizabete Bayer da Silva, por exemplo, deixou o seu agradecimento ao colunista: “Leio a coluna de Paiva Netto e sou uma colabo-radora e admiradora do trabalho da LBV. Obriga-da pelas suas mensagens! Tenho certeza de que é um

trabalho gratificante não só profis-

Luiz Andres Filho

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60 BOA VONTADE

Page 61: Revista Boa Vontade, edição 233

sionalmente, mas também por uma vida de história, de realizações, de amparo às pessoas, fazendo o Bem e ajudando a transformar o ser hu-mano para melhor”.

A cada dois anos o periódico prestigia personalidades, entidades, empresas e instituições de destaque na comunidade santo-angelense. A homenagem a Paiva Netto é um re-conhecimento do povo missioneiro ao trabalho dele na LBV, instituição que atua há mais de seis décadas “por um Brasil melhor e por uma Humanidade mais feliz”.

ministro da Agricultura visita a LBVO Centro Comunitário de Assistência Social Alziro Zarur, da Legião da

Boa Vontade, em Porto Alegre/RS, recebeu em julho a visita do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho.

A recepção ficou por conta do Coral Comunitário Nair Torres, formado por senhoras voluntárias da LBV, o qual interpretou belas canções Legio-nárias. Em seguida, o visitante conheceu os programas socioeducativos desenvolvidos pela Instituição, que beneficiam crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos em situação de pobreza.

Após percorrer os ambientes do centro comunitário, Mendes Ribeiro Filho concedeu entrevista à BOA VONTADE. Na ocasião, comentou: “A LBV está ao lado das pessoas que precisam, e nós pudemos auxiliar nesse esforço através de parceria com a Companhia Nacional de Abas-tecimento (Conab)”.*

Por fim, o ministro destacou o alcance do trabalho da Obra na comu-nidade. “O que está sendo feito aqui pelas crianças é algo impressio-nante, e também por aqueles que têm mais idade, pelos que precisam do alimento. Temos os mesmos objetivos, as mesmas missões; todos os dias acordar pensando em como ajudar o próximo.”

Personalidades e representantes de entidades, empresas e organizações durante a entrega do prêmio Marcas & Líderes, em Santo Ângelo/RS.

* Conab — A companhia contribui para a Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! por meio da doação de alimentos.

Durante a visita ao Centro Comunitário de Assistência

Social da LBV, o ministro é homenageado com cartão

confeccionado por crianças atendidas pela Instituição em Porto Alegre/RS (destaque).

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Page 62: Revista Boa Vontade, edição 233

Congresso em pautaDemanda nacional

Paulo Kramer | Especial para a BOA VONTADE

62 BOA VONTADE

Page 63: Revista Boa Vontade, edição 233

municipal). A proposta original do Poder Executivo era de 7%, dois pontos percen tuais a mais que os 5% atingidos entre 2010 e 2011.

Sindicatos de professores e mo-vimentos da sociedade civil, como a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e o movimento Todos pela Educação, insistiam em 10%. Uma solução para o impasse acabou sendo negociada por parlamentares gover-nistas e oposicionistas no âmbito da comissão: o governo compromete-se a investir pelo menos 7% do PIB em educação nos primeiros cinco anos de vigência do PNE, elevando esse investimento para 10% até o fim dos dez anos, o que representará quase R$ 170 bilhões.

Outras deliberações da comis-são especial incluíram a extensão da escola em horário integral a 11 milhões de crianças; a aplicação da metade dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal em educação; o estabelecimento, em pacto, do prazo de um ano para a aprovação da Lei de Responsabilidade Edu-cacional (cujo projeto tramita na Câmara desde 2006), que estipula as obrigações dos gestores fede-

rais, estaduais e municipais para a melhoria da qualidade do ensino e as punições a serem aplicadas aos que as descumpram; e a triplicação das matrículas em educação pro-fissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% dessa expansão no segmento público (institutos federais de educação tecnológica e escolas técnicas estaduais).

QualificaçãoEsse último ponto se afigura

decisivo para o futuro econômico e social do país. No mais recente ciclo de crescimento acelerado vivido pelo Brasil, um dos princi-pais obstáculos encontrados pelas empresas ao desenvolvimento dos negócios e ao atendimento de um mercado consumidor em expan-são tem sido a carência de mão de obra qualificada. O problema tem raízes profundas na história de uma sociedade que, durante quase quatro séculos, dependeu do braço escravo, fonte de persis-tente preconceito contra o trabalho manual. Para piorar, a ênfase da tecnocracia, praticada durante o regime autoritário de 1964 a 1985, no ensino profissionalizante foi encarada pelas oposições como uma opção deliberada de embotar o senso crítico das novas gerações, mediante o desprestígio da edu-cação humanística. Na verdade, uma falsa contradição, pois a for-mação integral das pessoas na era da informação e do conhecimento requer colaboração entre a ciência, a tecnologia e as humanidades.

Hoje, felizmente, esse equí-voco vai sendo deixado para trás.

Paulo Kramer, jornalista e cientista político.

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No primeiro semestre de 2012, projetos importantes foram aprovados na Câmara dos De-

putados e seguiram para apreciação no Senado Federal. É o caso do Projeto de Lei (PL) nº 8.035/2010, que estabelece o II Plano Nacional de Educação (PNE), para o decênio 2011-2020. Elaborado pelo Minis-tério da Educação (MEC) e enviado ao Congresso pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último ano de seu governo, o plano deveria ter entrado em vigor em 2011, mas, em razão do grande número de emendas (cerca de 3 mil) que recebeu dos deputados, está levando mais tempo que o previsto para virar lei. Em 26 de junho deste ano, comissão especial da Câmara concluiu a votação dos destaques ao texto do relator do projeto, o deputado Angelo Vanhoni.

O PNE compõe-se de 20 grandes metas, que fixam níveis adequados de investimentos públicos, quanti-da de de vagas e qualidade da edu-cação ministrada desde a creche até a pós-graduação. Entre os itens mais polêmicos e que continuam a galvanizar a atenção da mídia está a questão do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) a ser investido no setor pelos três níveis de governo (federal, estadual e

Sem amplo e generoso apoio à

educação profissional de qualidade, o

Estado e a sociedade jamais resgatarão

a dívida com a juventude brasileira.

BOA VONTADE 63

Page 64: Revista Boa Vontade, edição 233

Segundo estimativas do MEC, em 2011 o número de matrículas nos cursos técnicos representou de 15% a 18% do total de inscrições no ensino médio, quase o dobro da proporção registrada cinco anos antes. Em números absolutos, isso significa 1,5 milhão de alunos nos institutos federais, nas escolas téc-nicas estaduais e nos centros de formação, qualificação e aperfei-çoamento profissional administra-dos pelas entidades representativas dos empresários da indústria (Ser-viço Nacional de Aprendizagem Industrial — Senai) e do comércio (Serviço Nacional de Aprendiza-gem Comercial — Senac).

No ano passado, o governo da presidenta Dilma Rousseff deu um passo muito significativo com

a introdução do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec). Entre seus objetivos está o de construir 200 escolas técnicas até 2014 (elas se somarão às 140 existentes no país até 2002 e às 214 inauguradas pelo governo Lula). No mesmo período, o Pronatec pretende qualificar para o mercado de trabalho um total de 3,5 milhões de jovens e trabalha-dores adultos, dos quais 1 milhão é pertencente às camadas mais humildes da população urbana, a fim de que possam futuramente dispensar auxílios, como os do Pro-grama Bolsa Família — e a tempo de suprir a demanda por trabalha-dores e técnicos especializados em setores como o da construção civil, o da tecnologia da informação e o

de serviços (aí incluídos turismo e hotelaria), superaquecidos em virtude de dois grandes eventos internacionais: a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro/RJ. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá, até o fim deste ano, aplicar R$ 3,5 bilhões em financiamentos, com juros subsidiados, às escolas do Senac, do Serviço Social do Comércio (Sesc), do Senai e do Serviço So-cial da Indústria (Sesi). O Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) agora se chama Fundo de Financiamento Estudantil, para beneficiar também quem necessita custear a conclusão de curso técnico.

Sem amplo e generoso apoio à educação profissional de qualidade, o Estado e a sociedade jamais resga-tarão a dívida com a juventude bra-sileira. A despeito dos progressos verificados no setor ao longo dos últimos vinte anos, primeiro quan-do da presidência de Fer nando Henrique Cardoso, que teve como ministro da Educação Paulo Renato Souza (1945-2011) (a exemplo da quase universalização da cobertura do ensino fundamen-tal para crianças de 6 a 14 anos) e, depois, durante a era Lula (entre os quais a substituição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valoriza-ção do Magistério — Fundef pelo Fundo de Manutenção e Desenvol-vimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação — Fundeb, que destina recursos para os nove anos do ensi-no fundamental, os três anos do en-

Estudo da Fundação Getulio Vargas e do Instituto Votorantim mostra que a probabilidade dos que seguem cursos profissionalizantes de encontrar emprego é 48,2% maior do que a de quem simplesmente conclui o ensino médio normal. Isso sem contar que o salário pago a um técnico especializado é significativamente maior do que a remuneração média de um jovem com educação formal equivalente, mas sem aquele “algo a mais”, que só a formação profissional é capaz de oferecer. A LBV co-labora para melhorar a capacitação profissional do brasileiro, a partir de cursos oferecidos em seus Centros Comunitários de Assistência Social.

Congresso em pauta

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64 BOA VONTADE

Page 65: Revista Boa Vontade, edição 233

50% 26% 11%

3,8milhões

Dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos, apenas a metade

cursa o ensino médio na faixa etária

adequada a esse nível.

No Brasil, há ainda 3,8 milhões de

crianças a partir dos 4 anos de idade e adolescentes até os 17 anos fora da

escola.

Somente 26% dos alunos que concluem a oitava série do ensino

fundamental apresentam desempenho adequado em testes nacionais e

internacionais.

Ao fim do ensino médio, apenas 11% dos

alunos demonstram as competências

esperadas em matemática e ciências.

O quE PREOcuPA

Pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável — IDS 2012, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no censo de 2010.

Anuário Brasileiro da Educação Básica 2012, formulado pelo movimento Todos pela Educação.

FONTES:

sino médio e à Educação de Jovens e Adultos — EJA), ainda perduram deficiências inaceitáveis para uma nação que almeja desenvolver-se.

Pesquisas revelam que as prin-cipais causas do abandono dos estudos por alunos com idade a partir dos 15 anos são a falta de interesse deles por matérias des-vinculadas da realidade prática; o excesso de disciplinas obrigatórias (o que toma um tempo precioso de matérias realmente essenciais para o exitoso ingresso do rapaz ou da moça no mundo do trabalho, a saber: matemática, compreensão e redação de textos em português e aprendizado de pelo menos uma

língua estrangeira); e professores pouco capazes de despertar a curio-sidade e o gosto pelos estudos.

Como remunerar melhor os membros do magistério, de modo que atraia e mantenha em seus quadros professores competentes e motivados? O PNE pretende resol-ver a questão destinando recursos que possibilitem a equiparação dos salários dos docentes aos de profissionais de outras categorias do mercado de trabalho com nível de formação equivalente. Infeliz-mente, até agora, sindicatos dos professores, ao mesmo tempo em que reafirmam o compromisso com essa mudança, na prática re-

chaçam o único caminho capaz de viabilizá-la (em especial no setor público): pagar benefícios sala-riais e extrassalariais que variem de acordo com o desempenho e os resultados do trabalho de cada mestre, aferidos por critérios ob-jetivos de desempenho acadêmico dos alunos. Vamos esperar que, neste segundo semestre, os sena-dores enfrentem corajosamente essa matéria.

Enfim, tudo que for feito em prol da democratização da educa-ção profissional de boa qualidade trará vantagens para a sociedade e para cada jovem disposto a trilhar esse caminho.

BOA VONTADE 65

Page 66: Revista Boa Vontade, edição 233

AvAliAção:

Mariane de Oliveira

Educadores compartilham experiências no 11o Congresso internacional de Educação da lBv

11o Congresso Internacional de Educação da LBVFormação continuada

uma visão além do intelecto

66 BOA VONTADE

Page 67: Revista Boa Vontade, edição 233

A Legião da Boa Vonta-de reuniu professores, estudantes, autoridades

e profissionais do ensino e de áreas afins (Psicologia, Servi-ço Social e outras) nos dias 27, 28 e 29 de junho, em São Paulo/SP, para uma série de pales-tras e oficinas pedagógicas. Sob o tema “Avaliação: uma visão além do intelecto”, o 11o Congresso In-ternacional de Educação da LBV representou uma valiosa oportu-nidade para os participantes com-

partilharem experiências.Além das apresenta-

ções de especialistas de renome, o evento incluiu

14 oficinas temáticas. Por meio dessas atividades, a

Instituição buscou cumprir um dos objetivos principais

do congresso: contribuir para a formação continuada de profis-sionais da educação, apresentando o diferencial da Espiritualidade Ecumênica aliada a uma prática pedagógica de qualidade, em fa-vor da Cultura de Paz.

Educação de qualidadeEducadores de diversas cida-

des brasileiras e do exterior e con-vidados lotaram o Espaço Cultural Ecumênico da Religião de Deus, local escolhido para a cerimônia de abertura do Congresso Inter-nacional de Educação da LBV. A solenidade, que teve início com a

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Page 68: Revista Boa Vontade, edição 233

11o Congresso Internacional de Educação da LBV

LBV: “Já sendo eminente aluno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro/RJ, [Paiva Netto] sempre atuou de forma a garantir uma educação de qualidade a crian-ças, jovens, adultos e idosos, na construção de um país igualitário e desenvolvido não apenas no intelecto, mas também no sen-timento. E podemos comprovar que os esforços dele nunca foram em vão. As escolas da LBV e seus programas socioeducacionais proporcionam às crianças e aos jovens em situação de vulne-rabilidade social educação de qualidade, com o diferencial da Espiritualidade Ecumênica”.

Alziro de Paiva destacou, ainda, o anseio maior do evento. “Este congresso de educadores existe para que todos troquem in-formações e experiências, apren-dam uns com os outros e saibam que, juntos, podemos sempre me-lhorar e construir um futuro mais solidário por meio da Educação.”

A abrangência da iniciativa também foi enaltecida pelo pro-fessor dr. João Grandino Rodas, reitor da Universidade de São Paulo (USP): “Este congresso é um exemplo porque congrega pessoas de dentro e de fora da LBV, brasileiras e não brasileiras, portanto, pessoas que vêm trazer

Prece Ecumênica do Pai-Nosso, brindou a plateia com uma bela apresentação do Coral e do Grupo de Instrumentistas Infantojuvenis Boa Vontade, formados por alunos da Instituição.

Na sequência, Alziro Paolotti de Paiva, representante do edu-

cador Paiva Netto, saudou as autori-dades e o público presentes. Na oca-sião, agradeceu a justa homenagem recebida pelo diri-

g e n t e d a s I n s t i t u i ç õ e s d a Boa Vontade, que em junho com-pletou 56 anos de trabalho na

Alziro de Paiva

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68 BOA VONTADE

Page 69: Revista Boa Vontade, edição 233

“Uma pessoa dura um certo tempo, mas uma Entidade como a LBV e

como outras podem durar eternamente (...).”

Dr. João Grandino RodasReitor da Universidade de São Paulo (USP)

visões distintas. Ele é importante porque já está em sua 11a realiza-ção, e isso é muito raro, porque é necessário que ultrapasse pura e simplesmente o afã de uma pes-soa; uma pessoa dura um certo tempo, mas uma Entidade como a LBV e como outras podem durar eternamente (...). Aquele ideário iniciado por Alziro Zarur continuou e foi absolutamente engrandecido por Paiva Netto... e será certamente continuado por muitos de vocês aqui”.

Ao término do pronunciamen-to, o reitor recordou momentos de sua trajetória na educação e acres-centou palavras de incentivo aos

educadores. “Gostaria de dizer a todos que se dedicam ao ensino que não desistam. É difícil, é... No fundo, muitas vezes, a única coisa que se tem é o reconhecimento, a

satisfação interna nossa, mas nós precisamos não mudar de profis-são (...). Não desanimem, conti-nuem, melhorem e, certamente, a sociedade brasileira, mais cedo

Alunos da LBV apresentam na cerimônia de abertura do encontro o Hino Nacional Brasileiro, músicas legionárias e a composição Ode à alegria, trecho do quarto movimento da nona sinfonia de Beethoven, na adaptação do professor Nilton Duarte.Vi

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BOA VONTADE 69

Page 70: Revista Boa Vontade, edição 233

Oficinas pedagógicas

1a) A Oficina “A alfabetização

fônica como ferramenta no

processo de uma avaliação eficaz

no ensino-aprendizagem”,

conduzida pelas pedagogas

Ana Paula Massoni e Tatiane

Ventura, mostrou como

utilizar jogos na alfabetização,

possibilitando uma avaliação

continuada, eficaz e dinâmica.

2a) A psicopedagoga e tecnóloga em gestão de pessoas e desenvolvimento de projetos educacionais Aline Sério de Oliveira, do Sistema Educacional universitário, conduziu a oficina “Ajustando o foco”. A atividade destacou o trabalho de elaboração de provas, partindo das reflexões sobre a concepção de avaliação voltada para a formação das competências necessárias à vida atual e à formação de jovens ajustados à sua época.

ou mais tarde, vai reconhecer o trabalho de todos os senhores.”

Ponto de partidaA palestra “Avaliação: trans-

formando problemas em solu-ção”, apresentada pelo professor Marco Antonio Ferraz, assessor de escolas do Ensino Básico ao Superior, de Sistemas de Ensino e de Redes Públicas e diretor co-mercial dos Sistemas de Ensino da Abril Educação, abriu os trabalhos do segundo dia do 11o Congresso Internacional de Educação da LBV. Nela, o especialista apontou o pro-cesso avaliativo como ponto de partida para assegurar o aprendizado do aluno. “O

mais importante é perceber que a avaliação faz parte da

aula, e não alguma coisa que eu faço ao fim de um processo; não há como terminar uma aula sem perceber se o aluno aprendeu ou não, [pois] ela é um processo de verificação do aprendizado. Meu papel como professor só acaba quando meu aluno aprendeu.”

Para o conferencista, a melhor forma de o professor acompanhar o aprendizado do aluno é conhecê--lo. Isto é, segundo ele, o educador precisa assemelhar­se à figura ma-terna, que sabe as dificuldades e os anseios do filho porque o conhece, convive com ele.

À BOA VONTADE, o pro-fessor Ferraz salientou o valor do trabalho realizado pela Ins-tituição: “A LBV se caracteriza

por uma educação extremamente humanista e inclusiva. (...) É aquela educação que valoriza o

3a) Ministrada pelos professores de música Nídia Elisa Fraga Pereira e Eduardo da Rosa Estacio, a oficina “A música na sala de aula: tocando os sentidos” propôs uma reflexão sobre a prática musical e sua importância no desenvolvimento do aluno como ser integral.

4a) Durante a oficina “Avaliação

na educação infantil”, as

professoras Daniele de Almeida

Rodrigues Calvano e Dayse Lucidy

dos Santos Madureira mostraram

que a observação dos alunos

é um instrumento essencial

na avaliação e deve auxiliar o

processo de aprendizagem.

11o Congresso Internacional de Educação da LBV

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70 BOA VONTADE

Page 71: Revista Boa Vontade, edição 233

aluno enquanto ser humano, que faz com que ele perceba que é capaz de superar as suas dificul-dades e que seja um ser humano realizado e feliz com o auxílio da escola”.

Avaliar é partilharDando continuidade ao ciclo

de palestras, o educador portu-guês José Francisco de Almeida Pacheco, fundador da Escola da Ponte, em Portugal, conduziu ani-mado e instrutivo bate-papo com o público. Propositor de modelo

de escola não conven-cional, José Pacheco relatou experiências vivenciadas na área educacional tanto em seu país quanto no Brasil.

O professor Pacheco entende que a avaliação deve acontecer a todo momento e quando o edu-

Durante a solenidade de abertura do encontro foi transmitido vídeo com depoimento do sociólogo Pedro Demo, professor emérito do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB) e ex-presidente da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar. Na impossibilidade de comparecer pessoalmente, o educador fez questão de deixar sua mensagem aos congressistas, contribuindo assim para o debate sobre o tema proposto, e destacou: “A ideia do congresso é extraordinária. Avaliação para além do intelecto... Essa perspectiva da LBV é muito interessante. Avaliação não é só dominar o conteúdo, saber aquilo que o aluno trabalhou na aula. (...) Nós não queremos só isso. Queremos o lado qualitativo, criativo, formativo, indagativo, da pesquisa, de boas ideias, de ser capaz de criar coisas próprias; então, isso é um desafio extraordinário que nós precisamos levar para a frente...”.

José Pacheco

Professor MarcoAntonio Ferraz

Assessor de escolas do Ensino Básico ao Superior, de

Sistemas de Ensino e de Redes Públicas e diretor comercial

dos Sistemas de Ensino da Abril Educação

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Page 72: Revista Boa Vontade, edição 233

11o Congresso Internacional de Educação da LBV

cando se sente capaz de compar-tilhar. “A avaliação é um ato de partilha... partilha do conheci-mento e do ser. Cada criança pro-põe ser avaliada quando quer, ou seja, quando ela se sente capaz de partilhar com os outros algo que aprendeu. (...) Isso acontece naturalmente. Se eu aprendo um conteúdo, eu manifesto num dispositivo que é: ‘Eu já sei que eu aprendi aquele conteúdo e, se alguém quiser aprendê-lo, pode aprender comigo’.”

Na oportunidade, o educador português enfatizou o processo de avaliação: “A avaliação que nós consideramos tradicional-mente apenas contempla o regis-tro cognitivo. Mas a avaliação vai muito além; eu falo de ava-liação de atitudes, num plano tão importante como o da cognição. (…) Falo da dimensão pessoal e social.”

Escola desafiada a não desafinar

“A escola desafi(n)ada: as necessidades do futuro com a estrutura do passado — novas maneiras de pensar a escola, in-centivando novas maneiras de ser (pais, educadores e educandos).” Este foi o tema discutido na terceira palestra do dia, minis-trada pela psicóloga Eliana Maria Ormelezi, da Lamara — Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.

Diante da necessidade de incluir socialmente as pessoas

que possuem algum tipo de deficiência, a psicóloga afirmou

5a) Em busca de uma visão além do intelecto, a oficina “Avaliação: trilhando novos caminhos”, conduzida pelas pedagogas Catarina Rosália Silva Nery e Regina do Nascimento Silva promoveu um diálogo sobre a utilização de instrumentos lúdicos na avaliação da aprendizagem para o desenvolvimento integral da criança.

Oficinas pedagógicas

6a) Na atividade “Ecologia integral

(ser humano-sociedade-natureza)

e suas múltiplas linguagens”,

os educadores Iara Viana dos

Santos e Roberto Davi Marcinari,

graduados em Ciências Biológicas,

desenvolveram estratégias a partir de

linguagens que envolvem diferentes

formas de expressão — imagens,

palavras e sons — voltadas para a

temática socioambiental.

“A visão da LBV per-meou todo o congres-so. Os valores de Espi-ritualidade, excelência e serviço à Humani-dade foram evidentes. Foi um congresso mui-to gratificante e reali-

zador; um dos melhores de que já participei em 40 anos como educado-

ra. Os oficineiros nos fizeram pensar fora da caixa e nos desafiaram a manter nossos olhos no prêmio: a criança.”

Barbara ClarkEducadora, ex-diretora do departamento de educação das crianças com

necessidades especiais e atual tesoureira da Fundação Educacional de Orange/New Jersey (EUA)

Da esquerda para a direita: Conceição de Albuquerque (LBV/EUA), Barbara Clark (EUA), Suelí Periotto (IEJPN) e Rosana Bertolin (tradutora — LBV/SP)

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Page 73: Revista Boa Vontade, edição 233

7a) A oficina “A arte de atuar na educação infantil”, ministrada pelo pedagogo Marcelo Rafael, elaborou estratégias de estimulação para o desenvolvimento físico, motor, emocional, social, sensorial e cognitivo do educando de 0 a 5 anos de idade.

9a) “Família: uma visão necessária à avaliação” foi o tema da oficina

desenvolvida pelas assistentes sociais Iara Pereira da Silva e

Shirlei de Lazari Souza. A atividade propiciou a reflexão sobre a

dinâmica da família e o papel dela como base para a estabilização ou

mudança do comportamento da criança e do jovem estudante no

ambiente escolar.

Oficinas pedagógicas

8a) O professor de Língua

Portuguesa Samuel

Rodrigues da Silva conduziu

a oficina “E o tema do

texto é: Avaliação”. Nela,

apresentou métodos e

atividades que auxiliam o

avaliar da produção textual,

priorizando as competências

e as habilidades decisivas

para a formação de um

leitor e escritor do mundo

contemporâneo.

10a) As oficineiras Ana Carla

de Souza Peres, graduada em

Relações Internacionais, e Débora

Stelzer, graduada em Pedagogia,

desenvolveram a oficina

“Espiritualidade Ecumênica nas

disciplinas regulares”.

que é preciso encon-trar estratégias e cami-nhos para lidar com a diversidade que existe no ambiente escolar. “A esco-la deve criar um

ambiente socialmente seguro para cada aluno, garantindo ainda a passagem do conhe-cimento.”

Segundo Eliana, a in-clusão não está focada na pessoa com deficiência, mas, sim, na sociedade. Para isso, é necessária a qualificação de pro-fessores e gestores, bem como a adaptação curricular, o fortale-cimento do vínculo entre escola e família, a conscientização de toda a comunidade e o apoio de instituições e parcerias.

Na oportunidade, a confe-rencista apresen tou pesquisas rea li zadas pela Laramara, em 2002, 2003 e 2009, para mos-trar o avanço na inclusão de estudantes com alguma defi-ciência em colégios públicos. “Falar de inclusão do aluno com deficiência é falar de educação como um todo, esse é o nosso sonho. Isso implica mudança de atitude, garantia de re-cursos para acessibili-dade e avaliação, que também deve passar por adequações. Esse aluno precisa de mais tempo, por exemplo,

Eliana Ormelezi

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Page 74: Revista Boa Vontade, edição 233

da inovadora linha educacional da Instituição, cujo diferencial é somar ao ensino de qualida-de o preparo do educando para a vivência da Espiritualidade Ecumênica, a professora afirmou: “Não se constrói uma casa em cima de areia; por isso, o nosso alicerce é a Espiritualidade Ecu-mênica”.

A palestrante disse ainda que é preciso observar o potencial e a riqueza existentes em cada educando, sem permitir que as dificuldades lhe prejudiquem o aprendizado. “Muitas vezes, não percebemos que algumas pers-pectivas da instituição escolar precisam ser revistas: procurar a criança ‘perfeita’, que viva as condições ‘ideais’ desejadas em

“A linha pedagógica da LBV me transformou como educadora. Antes, eu era uma professora, hoje eu me transformei numa educadora, porque ela traz a renovação para o educador.”

Patricia Mendonça Ventura Simões

Educadora — Rio de Janeiro/RJ

“Não é por acaso que eu estou aqui participando deste congresso. Depois, eu tenho que multiplicar para os meus colegas que não tiveram essa oportunidade.”

Maria dos Reis Moreno Tavares

Educadora — Cabo Verde (África)

11o Congresso Internacional de Educação da LBV

Pedagogia da LBVA proposta pedagógica da LBV, formada pela Pedagogia do Afeto

(para crianças de até 10 anos) e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico (a partir dos 11 anos), criada pelo dirigente da Instituição, Paiva Netto, chamou a atenção dos participantes do 11o Congresso Internacional de Educação da LBV.

A pedagoga Miltes Apparecida Soares de Carvalho Bonna, presidente da Instituição Assistencial Meimei, de São Bernardo do Campo/SP, salientou: “Alegria imensa! Estamos fazendo uma descoberta de um mundo novo através da proposta da LBV. Parabéns a toda a equipe! A nossa luta é muito grande, porque infelizmente a escola laica proposta não atinge a realidade da criança brasileira. O Amor faz a diferen-

ça, e a busca de uma Espiritualidade Ecumênica norteando o sistema educativo é o sonho que desejamos realizar um dia, o qual vocês, da LBV, já estão conquistando. Tenho certeza de que cada professor, cada educador que aqui chegar, voltará levando um mundo de esperança para a renovação do sistema de ensino”.

Miltes Bonna

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nha pedagógica da Legião da Boa Vontade, conduziu a primeira palestra: “A prática da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico”.

Ao destacar as boas práticas aplicadas nas unidades de ensino da LBV e os principais conceitos

em uma prova. Não dá para avaliar um em comparação ao outro.”

Espiritualidade Ecumênica na prática pedagógica

No terceiro e último dia do congresso, a pedagoga Suelí Periotto , supervisora da li-

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sala de aula, pode contribuir de maneira negativa na

aprendizagem das crianças. (...) Não pode-mos rotular.” E comple tou afirmando que na LBV todos os

educandos são considerados “alunos ideais”, pois se va-

loriza o grande potencial inte-rior deles.

As pedago-gas Aline Tre-visan e Ana Paula Cus-

tódio deram sequência à palestra com a apresen-tação do projeto LBV — Potencializando habilida-des. Ambas demonstraram ao público estratégias de aplicabilidade de avaliação em alunos com déficit de atenção e outros transtornos da aprendizagem, destacando bons resultados já alcançados a partir de metodologia própria da LBV, o Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva (MAPREI), como índice de evasão escolar zero, ambiente de não violência e estímulo à continui-dade dos estudos.

Conteúdo para a vida

Em seguida, foi a vez da palestra de Edima-ra de Lima, diretora da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Logo na abertu-ra do tema “Avaliação na óptica

11a) A oficina “Novos conceitos na arte de confeccionar cartões comemorativos”, aplicada por Christiane Aparecida Baptista Miotto, graduada em Educação Artística, e pela pedagoga Evaneida de Souza Ferreira e mostrou que um belo cartão não depende só de uma mensagem, mas também da criatividade aliada ao motivo da data comemorativa.

Oficinas pedagógicas

12a) Ministrada pela professora de

Matemática Eliana Garcia e pela

pedagoga Vera Lúcia Perugini,

a oficina “Matemática: avaliar

além das provas e dos testes”

buscou estimular a reflexão e a

criatividade nessa disciplina,

apresentando jogos cooperativos

lógicos e desafios capazes de gerar interpretações e respostas

diversificadas, chegando-se ao

resultado proposto e provando

que a avaliação vai além de provas

convencionais e testes objetivos.

da Psicopedagogia”, a educadora agradeceu: “É uma honra estar aqui numa Casa que privilegia a Paz”. Depois, comentou que, quando o assunto é avaliação, é

preciso respeitar a indi-vidualidade do educando para que a verificação do aprendizado seja justa: “Avaliações diferentes para meninos diferentes, e situações diferentes... Eu

tenho de ver cada um”. E acres-centou: “Só posso ter avaliações

respeitosas quando eu tiver uma sala de aula respeitosa que atenda a unidade de cada um”.

Perto de encerrar a palestra, a psicopedagoga fez importante recomendação aos educadores presentes quanto ao currículo a ser trabalhado em sala de aula: “Para poderem construir um currículo, avaliem [a região] onde vocês trabalham, o que a comunidade precisa, porque o conteúdo precisa estar a serviço da vida”.

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Aline Trevisan

Edimara de Lima

Ana Paula Custódio

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Oficinas pedagógicas

Avaliação: fator de desenvolvimento?

A partir desse tema, o psicó-logo Sérgio Behnken, mestre em Psicologia pela Pontifícia Univer-s idade Ca tó l i ca do Rio de Janei-ro (PUC-Rio), foi o responsável por conduzir a última palestra do evento. Convidando os participantes a refletir sobre o principal papel da avaliação, Behnken resumiu: “É para fazer a criança melhorar”.

O palestrante ressaltou a ne-cessidade de mudar a visão errô-nea que se tem sobre a avaliação, tida, segundo ele, como algo chato e focado no negativo. “A ideia do congresso é exatamente mudar um pouquinho esse para-digma, não só trazendo um olhar positivo da avaliação, que deve ser focada nas potencialidades, mas que também deve considerar o lado emocional da criança, além do intelecto. É muito im-portante um congresso que faça a gente refletir sobre essa parte mais focada no desenvolvimento do ser humano na sua completu-de, e não somente focalizando a razão.”

Para ele, avaliar vai muito mais além do que verificar sim-plesmente se a pessoa sabe ou não o conteúdo. “A ideia é saber

como ela faz a gestão das infor-mações recebidas. A gente não quer competir com o computador. As informações estão lá; memori-zar, o computador consegue mais do que a gente”, completou.

A Super Rede Boa Vontade de Comuni-cação (rádio, TV e internet) acompanhou os três dias de atividades do 11o Congresso Internacional de Educação da LBV. A edu-cadora Elena Bautista, residente em Lisboa, pôde compartilhar os temas apresentados nas palestras e oficinas por meio das mídias sociais. Na página da LBV no Facebook, deixou esta mensagem: “Parabéns pelo con-

gresso de educação! Muitas mentes esclarecidas, muitos corações sensibilizados, uma prática e vivência junto às crianças, aos jovens e aos adultos, firmados numa filosofia renovadora e imprescindível nestes momentos em que a sociedade reclama o resgate do essencial: o amor e a emoção de todos os seres humanos! Parabéns a todos os participantes e aos organizadores da LBV!”.

13a) Apresentada pelas pedagogas Andrea Martelletti e Roseli Lemme, a oficina “Projeto ‘Culinária’ como desencadeador de atividades inclusivas” mostrou que todos têm algo interessante para partilhar.

14a) A professora de Língua

Portuguesa Ana Beatriz Lima

Reis trabalhou na oficina

“Formação leitora: práticas de

leitura no cotidiano escolar

para as séries iniciais” com

estratégias de leitura que

ajudam a estimular os alunos

a ler de forma prazerosa.

11o Congresso Internacional de Educação da LBV

congresso de Educação na mídia

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Sérgio Behnken

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Acontece no ParlaMundi da LBVLançamento literário

E stação da Palavra é a mais recente obra literária do dr. Ubiratan Aguiar, advogado

e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). No lançamento, o escritor e poeta cearense reuniu ami-gos e admiradores de seu trabalho, em 27 de setembro, no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumê-nica, o ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, em Brasília/DF. O dr. Ubiratan é também autor de Idioma dos Pássaros, Passageiro do Tempo, Versos da Vida e Tropel do Tempo.

O ex-ministro do TCU destaca que o leitor conhecerá nessa obra fatos marcantes de sua vida e car-reira política, os quais se misturam a aspectos importantes da história recente do país. Ao definir este Estação da Palavra, o dr. Ubira-tan ressalta: “São fragmentos das estações da vida, são pedaços de mim”. O autor fez questão de dedicar um exemplar do título ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte mensagem: “Ao Presiden-te Paiva Netto, expressão do SER

e do semear o bem, com estima e admiração. Ubiratan”.

Segundo o dr. Ubiratan, foi por meio de viagens pelo Brasil que ele pôde conhecer a ampla atuação da LBV. “É preciso percorrer esse Brasil e saber o que a Legião da Boa Vontade faz por aqueles que mais pre-cisam, os mais carentes”, declarou. Em entrevista, o escritor reiterou sua gratidão e amizade ao dirigente da Instituição: “O meu agradecimento à LBV, a partir do Paiva. A todos da LBV, o meu muito obrigado!”.

Ex-ministro do TCU apresenta “fragmentos da vida” em novo livro

PRESTIGIADA SESSÃO DE AuTÓGRAFOS O autor (à esquerda, nas fotos acima) confraterniza com ilustres convidados na concorrida cerimônia, a exemplo do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler (1); do ministro do TCU Raimundo Carreiro (2); e do presidente do Sistema Fecomércio-DF e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Adelmir Santana (3).

Estação da Palavra

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Comportamento e saúdeOs primeiros dias de existência

a consideração e igual empenho, o que pensamos: o aborto é uma demonstração de quanto falta hu-manidade à Humanidade (...)”.

Pesquisas científicas confirmam, cada vez mais, a importância de es-tudar o assunto por vários ângulos. Nesta reportagem da BOA VONTA-DE, duas pesquisadoras discutem o início da vida a partir da fecundação e as transformações vivenciadas na gravidez, tanto pelo nascituro quanto pela mãe que o gesta. Aos aponta-mentos de caráter científico soma­se um alerta acerca do aborto: ao pôr fim à vida da criança ainda no útero, a mulher arrisca a própria saúde,

Jornada pela Vida

Especialistas falam sobre a fecundação e a trágica consequência do aborto na saúde da mulher

O compromisso da Legião da Boa Vontade é trabalhar pela valorização da Vida e

pelo bem-estar do ser humano de forma integral. Por isso, a LBV acredita que a análise do tema da interrupção forçada da gravidez precisa ser feita levando-se em conta aspectos materiais e valores éticos, morais e espirituais. Em seu livro Reflexões da Alma, o escritor Paiva Netto argumenta: “A vida é anterior à fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Por intermédio do Profeta Jeremias, no seu livro do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, 1:5, o Poder

Divino proclama: ‘Antes que Eu te formasse no ventre materno, te conheci, e, antes que saísses do útero de tua mãe, te consagrei, e te constituí profeta às nações’”.

Com base nesses valores, afirma o dirigente da LBV: “(...) O que é o aborto, senão uma violência? Mata uma pessoa viva. (...) O comovente flagrante do feto que, de dentro do útero materno, segura o dedo do médico que o opera é emblemáti-co*¹. Ele está pedindo segurança, conforto, carinho... É impressio-nante! Respeitamos o livre-arbítrio das criaturas humanas, mas não podemos deixar de dizer, com toda

Angélica Beck

*1 O escritor Paiva Netto refere-se a um dos relatos mais eloquentes em favor da Vida, registrado pelo fotógrafo Paul Harris, quando acompanhava, na Universidade de Vanderbilt, em Nashville, Tennessee (EUA), uma cirurgia de espinha bífida em um feto de apenas 21 semanas. Durante a intervenção, captou, magistralmente, o momento exato no qual o feto tirou sua pequenina mão do útero materno e segurou o dedo do dr. Joseph Bruner, responsável pela operação. O fato foi divulgado amplamente pela mídia. A mãozinha que emocionou o mundo pertence a Samuel Alexander, que nasceu — saudável — em 2 de dezembro de 1999. Vale ressaltar que uma espinha dorsal bífida pode causar danos cerebrais, paralisias diversas e até incapacidade total. Se, contudo, o problema for corrigido antes de a criança nascer, muitas serão as probabilidades de cura.

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Page 79: Revista Boa Vontade, edição 233

pois esse ato provoca sérios impac-tos, podendo levar a problemas de infertilidade e quadros de depressão e estar associado ao surgimento de tumores malignos.

A dra. Alice Teixeira Ferreira, médica e professora livre-docente do Departamento de Biofísica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destaca que é inegável o fato de que a vida material do ser humano se inicia na fertilização do óvulo pelo espermatozoide. “Aí se forma, no primeiro dia, caracteri-zado pelos seus 46 cromossomas, metade vinda do homem e a outra metade da mulher, mas que é to-talmente diferente dos pais: tem um genoma que lhe é específico e irreproduzível, quer dizer, se você perder este ser, ele não vai apare-cer nunca mais na Humanidade”, explica a especialista.

Dra. Alice Teixeira Ferreira Dra. Marlene Nobre

Vencer a distância até o interior da cavidade uterina é a primeira grande marcha do ser humano na Terra, um percurso de profundas transformações. “Existe uma con-versa através de hormônios entre mãe e filho para preparar o útero, onde vai ocorrer a nidação, isto é, quando o embrião se fixa ao

endométrio.” A médica salienta que o óvulo fecundado caminha, de forma independente, pela tuba ute-rina e sustenta-se por meio de uma camada protetora externa, denomi-nada zona pelúcida, até alcançar o sexto dia. “Então se liberta dessa camada pelúcida e escolhe o lugar onde vai se implantar; a partir daí,

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Comportamento e saúde

começa a formar a placenta. É ele que forma a placenta, não a mãe.”

Além de cuidar da própria nu-trição nos primeiros dias de exis-tência, esclarece a professora da Unifesp, o novo ser já tem órgãos importantes do corpo formados. Ela destaca o resultado de um exame de ultrassom que recebeu de uma ginecologista de Fortaleza/CE, no qual se pode ver um “embrião, com 10 dias, três milímetros de tamanho, e o coraçãozinho já está batendo”. De acordo com a dra. Alice, esse caso abre caminho para novas pesquisas e descobertas médicas. Para o coração estar em atividade, completa, “o bebezinho precisa que seu sistema circulatório esteja funcionando”.

Sistema nervoso e digitais

A ginecologista Marlene No-bre, presidente da AME-Interna-

cional (Associação Médico-Espíri-ta Internacional) e da AME-Brasil, por sua vez, ressalta que existem noções levadas de forma equivo-cada ao público. “Aqueles que são favoráveis ao aborto divulgam a ideia de amontoados de células no início da vida humana, e isso é um verdadeiro absurdo. Nós não podemos concordar com isso; é uma heresia científica”, enfatiza a ginecologista.

Outro falso argumento bastante difundido, segundo a dra. Marle-ne Nobre, considera que não se pode afirmar a existência de vida antes da formação do sistema nervoso. “No entanto, desde os primeiros momentos da evolução do embrião já existem os neu-ropeptídios, que são produzidos pelo iniciante sistema nervoso e vão comandar toda a estratégia do desenvolvimento, conforme comprovaram as experiências de

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Desenvolvimento HumanoIdade do embrião (em semanas)Período de divisão do zigoto,

implantação do embrião

* SNC — Sistema Nervoso Central

(Fonte: Critical Periods of Fetal Development — www.cerebral-palsy.net/update2001/fetal.html)

SNC*

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Coração

Membros

Olhos Olhos OuvidoPalato

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“Direitos das vítimas(...) Quem desconhece os Deveres Espirituais

não saberá respeitar os Direitos Humanos

em sua inteireza, incluídos os das

vítimas. Eles vão além dos patamares

atingidos pelos seus mais atilados

defensores, na maioria das vezes adstritos à

análise dos fatos pelo critério unicamente

material, o que não é suficiente. Cidadania,

no seu significado lato, não se restringe ao corpo do cidadão, porquanto provém de

seu Espírito Eterno. (...)”

Paiva NettoDe seu artigo “Pela Vida”,

publicado no Jornal de Brasília, 27/9/2011, e reproduzido em

outros veículos de comunicação do Brasil e exterior. O trecho

retoma célebre discurso proferido pelo jornalista na década de 1980

pela defesa legal dos direitos do feto.

Candace Pert, [neurocientista] dos Estados Unidos.”

De acordo com a presidente da Associação Médico-Espírita Internacional, a produção desses neuropeptídios pelo iniciante sistema nervoso demonstra a existência de uma comunicação com o restante do corpo que está sendo formado. “Estão levando informações... e pergunto: de quem? Do Espírito que dirige tudo, da Alma que está condu-zindo a formação do seu novo corpo.”

A pesquisadora ainda argumen-ta: “Não podemos aceitar aquilo que querem nos impingir os que dizem que o sistema nervoso não está formado senão aos três me-ses e que, portanto, a vida não pode ser considerada igual nos primeiros instantes da evolução embrionária, da embriogênese. Isso é um absurdo”.

Mesmo antes de se completar o terceiro mês de gestação, outras características, que acompanharão a pessoa por toda a existência, estão presentes. “Na décima se-mana, o feto já está completinho, tem até impressões digitais! Quer dizer que, do ponto de vista civil, ele é um cidadão”, comenta a dra. Alice Ferreira, da Unifesp.

Tumores e depressão Estudos sobre a incidência de

doenças graves em mulheres vêm apontando o aborto como fator de risco. A ele estaria associado o surgi-mento de enfermidades como os tu-mores malignos mamários e uterinos e outras formas de câncer. Para a dra. Alice, fatores hormonais podem ex-plicar o aparecimento desses males. “Na gestação, a glândula mamária começa a proliferar e se diferen-ciar em células que vão produzir o leite. Agora, se você interromper a

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Desenvolvimento HumanoPeríodo fetal (semanas) Desenvolvimento

completo

Ouvido Cérebro

Genitália externa

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Page 82: Revista Boa Vontade, edição 233

Comportamento e saúde

LBV: apoio a gestantes de baixa renda

O trabalho socioassistencial da Legião da Boa Vontade inclui atendimento especial à gestante. Na LBV, a mulher recebe orienta-ção e apoio necessários para uma gravidez segura e harmoniosa. Além de campanhas educativas e de valorização da Vida, a Instituição promove ações de amparo à infância e à futura mamãe. Por exemplo, o programa Cidadão-Bebê (fotos), da LBV, tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida da criança e da mãe. A ação beneficia gestantes e mulheres com filhos de até 1 ano de idade. Contribui, assim, para o processo gestacional, o desenvolvimento e o planejamento familiar (com o conheci-mento de métodos contraceptivos) mediante atendimento social e psicológico, assistência jurídica, palestras e terapias. Com isso, a chegada de uma nova criança pode ser bem planejada, garantindo-lhe todo o amparo espiritual e material no lar.

gravidez, essas células não param de proliferar, ou seja, aumentam de modo descontrolado”.

A dra. Marlene Nobre esclare-ce que o organismo não deixa de produzir hormônios da gestação depois que o aborto é provocado. “O resultado é um golpe terrível sobre o corpo da mulher, porque

ele terá que se adaptar a algo que não planejou, não quis, pois o organismo da mulher é feito para manter a gestação; isso é priori-tário. Muitas entram em estado de transtorno mental, em depressão. E, como espíritas, também nós sa-bemos que existe uma consequên-cia grave, que é a obsessão.”

Defesa do zigotoA presidente da Associação

Médico­Espírita afirma que, para a bioética personalista*², o zigoto tem dignidade intrínseca. “É o mesmo conceito encontrado em Aristóteles e Platão. Quer dizer, a dignidade do ser humano inicia--se na célula-ovo.” Ela concorda

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* TED (www.ted.com) — Sigla formada pelas iniciais de Technology, Entertainment, Design (Tecnologia, Entretenimento, Projeto ou Desenho, em português). Trata-se de uma organiza-ção sem fins lucrativos dedicada a espalhar boas ideias. Fundada em 1984, a instituição tem ampliado sua ação a cada ano e movimenta duas importantes conferências anuais.

com a LBV quanto à necessidade de ampliar o entendimento de que somos Espírito e matéria, com a percepção de que o corpo, como morada sagrada, oferece “a pos-sibilidade ao Espírito de evoluir e se tornar um ser resplandecente, do ponto de vista da evolução espiritual”.

Sobre as muitas ações de conscientização da Instituição em defesa da Vida, a exemplo de mobilizações, campanhas na mídia e palestras em escolas — inspira-das no pensamento do jornalista Paiva Netto “Quem desconhece os Deveres Espirituais não saberá respeitar os Direitos Humanos em sua inteireza, incluídos os das vítimas” —, a dra. Marlene não deixa de mostrar sua aprovação. “O nosso querido Paiva Netto tem razão: temos que fazer brilhar a luz que existe em nós, conforme Nosso Senhor Jesus Cristo nos diz. Nossa luta é para que se en-xergue no zigoto, na célula-ovo, o clamor da Vida. É ali que está resumida uma saga espiritual de bilhões de anos. É uma célula de grande importância, onde fazemos a primeira morada.”

A ginecologista entende que é necessário um olhar mais ético por parte dos profissionais da saúde e que se tenha “um grande respeito à obra divina”.

Vida e aprendizado no úteroA jornalista e escritora norte-americana Annie Murphy Paul dedica-

-se à pesquisa sobre o aprendizado intrauterino e como o comporta-mento e os hábitos da mãe durante a gravidez podem influenciar o filho por toda a vida. Ela iniciou o estudo quando seu primeiro filho era um bebê, perguntando-se como traços de personalidade são passados de uma geração a outra. Com base em uma vasta literatura científica e entrevistas feitas com especialistas, a jornalista mostrou também que problemas cardíacos, o diabetes e outras doenças podem ter origem ainda na gestação.

Na palestra “What we learn before we’re born” (O que aprendemos antes de nascer), transmitida pelo site americano TED*, Annie destacou: “O que o feto aprende no útero da mãe são respostas críticas para sua sobrevivência. O resultado do afinamento e ajuste do cérebro do feto e de outros órgãos é parte de um importante processo que dá ao ser humano uma enorme flexibilidade e a habilidade de prosperar em diversos tipos de ambientes”.

De acordo com a jornalista científica, autora de Origens — Como os nove meses anteriores ao nascimento moldam a nossa vida, o primeiro aprendizado se dá por meio da voz materna. Ao nascer, a criança reconhece a fala da mãe e lhe dá preferência à de qualquer outra pessoa. A escritora cita o trabalho de cientistas da Universidade de Würzburg (Alemanha), que analisaram o choro de recém-nascidos franceses e alemães. Constatou-se que eles choravam apresentando melodias diferentes: os da França começavam o choro baixinho e iam aumentando, em tom crescente; e os da Alemanha faziam o contrário, terminando de forma decrescente. Segundo especialistas, isso ocorre porque desenvolvem um sotaque ainda no ventre da mãe, ouvindo e aprendendo os sons que provêm do ambiente exterior.

*² Bioética personalista — Essa linha de pensamento se fundamenta no reconhe-cimento da pessoa humana em todas as suas dimensões, como unidade de Espírito e corpo. A partir desse paradigma, o ser hu-mano é considerado único, formado pelas dimensões biológica, social, psicológica, espiritual e moral.

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O legado da

rio+20C

om o encerramento dos tra-balhos da Conferência das Nações Unidas sobre Desen-

volvimento Sustentável, a Rio+20, em 22 de junho, logo teve início uma discussão sobre os resultados práticos do evento e, principalmen-te, acerca da expectativa para im-plementar essas ações. Foram dez dias de muita negociação, debate e diplomacia na capital fluminense.

O governo brasileiro conside-rou que houve avanço, pelo fato de o documento final da conferência, denominado O Futuro que Nós

para as novas e futuras gerações

Queremos, ratificar itens impor-tantes de uma agenda firmada nos direitos humanos e em uma eco-nomia verde, com uma proposta de desenvolvimento sustentável comprometida com a erradicação da pobreza. Paralelamente, a po-sição fortalece o Programa das Nações Unidas para o Meio Am-biente (Pnuma).

Opiniões e sentimentos diver-gentes compõem o balanço sobre a conferência da ONU. Por sua vez, organizações de defesa do meio ambiente lamentaram a falta de

Meio ambienteBalanço sobre a conferência

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Meio ambiente

O presidente da Bolívia, Evo Morales, recebe exemplar da BOA VONTADE em espanhol das mãos de Ana Paula de Oliveira.à Rio+20 pela

O presidente da França, François Hollande, recebe de Angélica Periotto, da LBV, as recomendações da Instituição para a Rio+20.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (E), que assina o artigo “Um chamado para a Rio+20”, publicado na edição especial da BOA VONTADE.

definições mais claras sobre res-ponsabilidades específicas, repasses financeiros e prazos para aplicação de medidas. Uma explicação para isso seria a crise econômica interna-cional, que tem reduzido o volume de investimentos.

Existe o consenso, porém, de que o amplo diálogo entre interlo-cutores de interesses muito distintos representa a maior contribuição da Rio+20. A discussão acerca dos problemas sociais, econômicos e ambientais elevou a consciência ecológica. Os participantes do even-to e quem acompanhou a cobertura feita pelos meios de comunicação mergulharam em uma diversidade

de temas e propostas focadas nas necessidades do ser humano e do planeta, entendendo que precisam fazer mais pelo meio ambiente. Esse legado é vital para as próximas décadas, período em que ocorrerão novas conferên-cias da ONU. Como declarou a presidenta Dilma Rousseff, na sessão de encerramento: “To-dos os países precisam e devem avançar além do documento (...). A Rio+20 é um ponto de partida. É o alicerce de nosso avanço. Não é o limite nem tampouco o teto do nosso avanço. Iniciamos, sim, hoje, aqui na Rio+20, uma caminhada”.

O Futuro que Nós QueremosEsse é o título do documento final divulgado pela Conferên-

cia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Em suas 49 páginas, o texto apresenta uma lista de metas para avançar na elaboração de uma economia verde. O documento assinado pelos líderes mundiais cita as principais ameaças ao planeta: desertificação, esgotamento dos recursos pesqueiros, contaminação, desmatamento, extinção de milhares de espécies e aquecimento global.

Presidenta Dilma Rousseff e o

secretário-geral da Organização das

Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon,

durante cerimônia de encerramento

da Conferência das Nações Unidas sobre

Desenvolvimento Sustentável, a

Rio+20.

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A presidenta Dilma Rousseff, com simpatia, recebe exemplar da edição especial da revista BOA VONTADE.

O secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, conversa com o jovem Nicholas de Paiva, representante da LBV no evento.

Lee Myung-bak, presidente da Coreia do Sul, recebe a BOA VONTADE em inglês.

Ex-presidente do Brasil, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (D), ao lado do representante da LBV na ONU, Danilo Parmegiani.

O secretário-geral da Rio-92, Maurice Strong, com o representante da LBV.

Antonio Patriota (D), ministro das Relações Exteriores do Brasil, e Daniel Guimarães, da LBV.

Michelle Bachelet (E), subsecretária-geral da ONU e diretora-executiva da ONU Mulheres, conversa com Rosana Bertolin, da LBV.

Receptiva, a secretária de Estado Hillary Clinton (EUA) recebe a edição especial da BOA VONTADE em inglês.

O primeiro-ministro de Barbados, Freundel Stuart, inteira-se das recomendações da LBV.

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O coordenador-residente do Sistema ONU no Brasil e representante-residente do PNUD no Brasil, Jorge Chediek (E), com as recomendações da LBV.

Nikhil Seth (E), diretor da Divisão para o Desenvolvimento Sustentável do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UN/Desa).

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, com a publicação da LBV encaminhada ao evento.

O reverendíssimo padre Philip Bene, representante da delegação do Vaticano, recebe a versão em inglês da BOA VONTADE.

Gleisi Helena Hoffmann (D), ministra-chefe da Casa Civil, aprecia a revista BOA VONTADE.

O presidente do Equador, Rafael Correa (D), recebe de Danilo Parmegiani a publicação da Legião da Boa Vontade.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (D), cumprimenta Danilo Parmegiani.

O ministro de Estado da Fazenda, Guido Mantega, conversa com o representante da LBV na Rio+20.

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Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e Prêmio Nobel da Paz, agradece as recomendações da LBV.

Juan Carlos Sanchez, vencedor do Prêmio Nobel da Paz (2007) com a versão em espanhol da revista BOA VONTADE.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, com a publicação da LBV.

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com a revista BOA VONTADE.

A primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard (E), recebe a versão em inglês da revista BOA VONTADE.

O professor Ph.D. Mohan Munasinghe (E), presidente do Instituto de Desenvolvimento Munasinghe, no Sri Lanka, e Prêmio Nobel da Paz (2007).

Geraldo Alckmin (D), governador de São Paulo, com a edição especial da BOA VONTADE encaminhada à Rio+20.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (D), recebe os cumprimentos da Instituição.

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A embaixadora Maria Luiza Viotti, representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, durante a Conferência das Nações Unidas.

Marina Silva (D), do Conselho Diretor do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e ex-ministra brasileira do Meio Ambiente, com Iracy Guerra, da LBV.

Nilcéa Freire, ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e representante da Ford Foundation no Brasil, com a BOA VONTADE especial.

O diretor dos Programas do Unicef, Nicholas Alipui, recebe de Rosana Bertolin, da LBV, a BOA VONTADE especial para a Rio+20 em inglês.

Meio ambiente

Rio+20 em númerosDe acordo com o balanço operacional da Rio+20, divulgado pela

prefeitura do Rio de Janeiro, a cidade recebeu cerca de 110 mil pessoas apenas para a conferência das Nações Unidas.

Nos eventos paralelos à Rio+20, chegou-se ao número de um milhão de visitantes. Veja no mapa os principais locais:

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Riocentro (sede oficial do evento)

Mais de

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visitantes

Forte de Copacabana

210 mil

(Fonte: Agência Brasil)

BOA VONTADE elaborada para a conferência Rio+20, editada em espanhol, francês, inglês e português. Contém propostas para a erradicação da pobreza e a sustentabilidade das nações a partir da Educação de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos.

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Representantes de organizações não governamentais e de movi-mentos sociais marcaram presença na Rio+20. A participação desse segmento da sociedade civil deu--se, inclusive, no âmbito principal da conferência da ONU. Exemplo disso foi o evento promovido pela Legião da Boa Vontade, em 17 de junho, no Riocentro.

A Instituição realizou, com o suporte do Departamento de As-suntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (UN/Desa), o painel temático

LBV organiza painel temático e recomenda cooperação construtiva

Cooperação Construtiva. Ali com-pareceram empresários, autorida-des e representantes de delegações de diversos países, como Brasil, Burkina Faso, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Etiópia, Estados Unidos, Gana, Holanda, Iraque, Japão, Marrocos, Níger, Reino Unido, Síria, Suriname, Taiwan, Togo, Tunísia e Turquia.

Um dos palestrantes, o dr. Andrei Abramov, chefe da Seção de ONGs do UN/Desa, comentou: “Foi um dos eventos que provavelmente mais terão efeito duradouro nos par-

ticipantes. Com sentido mais aguçado de ação imediata, de contribuir para o entendimento do que realmente seja desenvolvimento sustentável, as organizações não governamentais, os governos e as Nações Unidas podem trabalhar em parceria”. E completou o dr. Abramov: “É sempre um prazer trabalhar em parceria com nossos amigos da Legião da Boa Vontade. É uma organização muito boa. Tem agido de uma forma sólida e, mais importante, de maneira confiável no trabalho com as Nações Unidas. Obrigado!”.

PAiNEL TEmáTicO COOperaçãO CONstrutiva A partir da esquerda, Neilton Fidelis da Silva, pesquisador do Instituto Virtual de Mudanças Globais (IVIG/Coppe-UFRJ) e assessor técnico da Secretaria Executiva do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas; Suelí Periotto, supervisora da linha pedagógica da LBV; Andrei Abramov, chefe da Seção de ONGs do UN/Desa; Danilo Parmegiani, mediador e representante da LBV na ONU; Rodrigo Rollemberg, senador; Daniel Nava, secretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos do Amazonas; e Fábio Feldmann, ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

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Page 92: Revista Boa Vontade, edição 233

envolver os governos, a socieda-de civil, os parlamentos (…). Eu cumprimento a LBV pela iniciativa e espero que possamos nos orgu-lhar de ter vivido este momento, em que (...) contribuímos para a construção de um mundo melhor.”

Dirigindo-se ao público do pai-nel temático, o professor Neilton Fidelis da Silva, pesquisador do Instituto Virtual de Mudanças Globais (IVIG/Coppe-UFRJ), discorreu sobre a energia para um desenvolvimento sustentável. Para ele, o tema necessita estar relacionado à educação e à cultura. “Não dá para discutir uma nova sociedade sem que essa discussão seja para além da interdisciplina-ridade. Esse painel foca bem isso, a questão ampla do debate que a gente está travando. (…) Eu agra-deço e me coloco à disposição da Legião da Boa Vontade”, afirmou.

Para Daniel Nava, secretário de Estado de Mineração, Geodi-versidade e Recursos Hídricos do

Amazonas, a mentalidade de res-peito, universalista, é fundamental para haver uma economia verde. “Eu tenho uma formação vinda exatamente da Legião da Boa Vontade; certamente, isso me faz uma pessoa diferente. Esse olhar ecumênico, no qual todos são filhos de um mesmo Pai, é extremamente estratégico, a partir do momento em que você cria um conceito de sustentabilidade. (…) Que possa-mos, então, aprender com esses parâmetros, exemplos, referências, e fazer o que a LBV pratica diaria-mente: ‘Por um Brasil melhor e por uma Humanidade mais feliz’.”

Também no painel temático Cooperação Construtiva, a Institui-ção apresentou os resultados do 9o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária — 6a Feira de Inovações, evento que reuniu, em março, gesto-res, profissionais e representantes de organizações da sociedade civil, de empresas e de órgãos públicos, além de professores e estudantes univer-sitários, em encontros realizados na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. A iniciativa gerou reco-mendações de boas práticas para a redução da pobreza e a promoção do emprego e do trabalho decente no contexto de uma economia verde.

Público aprovaO debate intersetorial foi bas-

tante proveitoso na avaliação dos participantes. Entre eles estava o diretor da Petrobahia, Luiz Gon-zaga do Amaral Andrade. “Para-béns à LBV por estar aqui presente e por ter uma pessoa da estatura do Paiva Netto, um homem extraor-dinário, com visão de futuro!”,

Público acompanha atentamente o painel temático promovido pela LBV na Rio+20.

Em nome do diretor-presidente da Instituição, José de Paiva Netto, o representante da LBV na ONU, Danilo Parmegiani, saudou os presentes. “Para nós, é uma honra ter a aprovação do secretariado da conferência à proposta deste evento, porque acreditamos que enfrentar os grandes desafios glo-bais depende fundamentalmente do fortalecimento das bases e do diálogo da sociedade civil com as Nações Unidas. (…) A Legião da Boa Von tade busca contribuir para essa aproximação, especialmente na América do Sul; por isso, traz hoje a experiência da Instituição, de mais de seis décadas”, disse.

Em entrevista à BOA VON-TADE, o palestrante Rodrigo Rollemberg, senador do Brasil e coordenador da Cúpula Mundial de Legisladores, evento vinculado à Rio+20, ressaltou o engajamento dos diversos setores da sociedade. “Isso é responsabilidade de toda a população. Portanto, devemos

Meio ambiente

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saudou o executivo. “O que mais me impres-sionou foi que vocês tiveram a felicidade de trazer a síntese das dificuldades atuais que vive o planeta e a solu-

ção para ela; trouxe conferencistas do mais alto padrão, de forma que foi enriquecedor. A Petrobahia, há muito tempo, é uma colaboradora da LBV.”

Também presente na plateia, o empresário Mário Finamore enalteceu a realização do painel te-mático. “É um grande privilégio prestigiar a LBV e aprender como podemos conduzir me-

lhor o nosso futuro. (...) A LBV educa as pessoas, as crianças, de todas as formas... no caráter, no compromisso com Deus, na rela-ção com o próximo.”

pedagogia da LBv chama a atençãoA professora de Educação Ludimila Smirnova, Ph.D., da Mount

St. Mary College, de Newburgh (NY), Estados Unidos, depois de acompanhar atentamente as palestras do painel temático Coopera-ção Construtiva, organizado pela LBV, procurou os representantes da Instituição. A exemplo de outros participantes, a educadora mostrou-se interessada pelos apontamentos trazidos pela pedago-ga Suelí Periotto, supervisora da linha pedagógica da Legião da Boa Vontade e diretora do Instituto de Educação da LBV, em São Paulo/SP.

O mesmo entusiasmo demonstrou a dra. Suheir Raies, pre-sidente da Sociedade Costeira da Síria para Proteção do Meio Ambiente. Agradecida por receber a publicação especial da LBV para o evento, também procurou os integrantes da Obra para saber mais a respeito da metodologia aplicada nas escolas da Instituição.

Nesse painel da Rio+20, a professora Suelí discorreu sobre a Pedagogia do Afeto (direcionada a crianças de até 10 anos de idade) e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico (a partir dos 11 anos), as quais compõem a linha educacional criada pelo dirigente da LBV, que agrega aos conceitos pedagógicos valores éticos, morais e espirituais. Essa proposta oferece excelência no ensino unindo formação intelectual de qualidade com o di-ferencial da Espiritualidade Ecumênica, em favor da Cultura de Paz e do desenvolvimento de uma consciência socioambiental.

O Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade abrilhantou a cerimônia de formatura dos jovens participantes do Programa de Voluntariado da Rio+20. A solenidade ocorreu em 9 de junho, na casa de espetáculos Vivo Rio, no bairro do Flamengo, zona sul da capital fluminense.

Luiz Gonzaga Andrade

Mário Finamore

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Carlos Arthur Pitombeira, jornalista

Carlos Arthur Pitombeira | Especial para a BOA VONTADE

Opinião – Mídia Alternativa

Grupo C-40 precisa conhecer proposta dos colegas do CB-27

brasileiroDocumento

das Nações Unidas sobre Desen-volvimento Sustentável, a Rio+20, muito se falou sobre o grupo C-40 (Climate Leadership Group). Pre-sidido pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, sua compo-sição inclui representantes de 59 cidades, a maioria com perfil dos países mais adiantados do mundo, aqueles que têm fórmulas prontas para os emergentes no que se refere à política de controle ambiental.

Por ocasião da Rio+20, nossos ambientalistas perderam excelente oportunidade de aproximar cientis-tas, técnicos e estudiosos do C-40, presentes no Forte Copacabana, do Grupo das Capitais Brasileiras (CB-27), composto dos 26 secretá-

Durante as atividades na Cúpula dos Povos, que reu-niu multidões no Forte Co-

pacabana, no Aterro do Flamengo, e se ampliou pela arena da Barra da Tijuca, a do Museu de Arte Moder-na e a do Píer da Praça Mauá, onde ocorreram mais de 200 eventos paralelos ligados à Conferência

rios do Meio Ambiente das capitais brasileiras mais o do Distrito Federal, que se reuniram por três dias bem perto dali, no Rio Othon Palace, na Avenida Atlântica, para formular a “Carta Rio pela Sustentabilidade”, que faria parte da documentação que a representação brasileira apresenta-ria à mesa diretora da conferência da ONU, no Riocentro.

Se esse encontro tivesse havido, os visitantes tomariam conheci-mento de projetos como o que se desenvolve na capital do Acre, Rio Branco, onde uma unidade de tratamento e destinação final de resíduos sólidos opera com exce-lentes resultados na defesa do meio ambiente.

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Também teriam visto o “Projeto Integrado Socioambiental (PISA)”, de Porto Alegre/RS, com o qual se quer promover o reassentamento de 1.680 famílias que vivem nas margens do Arroio Cavalhada, um dos cursos d’água que cortam a capital gaúcha, o que elevará o índice de tratamento de esgoto da cidade e ainda ajudará a recuperar a balneabilidade do Lago Guaíba. E, se soubessem da existência de outras iniciativas, certamente so-licitariam uma visita à cidade de Goiânia/GO, no Brasil central, para ver o resultado daquilo que se con-vencionou chamar de “Agenda da Logística Reversa”, que lida com as questões ambientais na região.

A maioria, que só conhece na teoria o programa Manaus Mais Verde, se convidada, bem que gos-taria de ter dado uma esticada até a capital do Amazonas para ver os efeitos da política de arborização urbana. Antes, porém, o grupo teria visto na arena do Aterro do Flamengo, por onde passaram cerca de 20 mil pessoas por dia, a expectativa da população indígena acerca da posição dos debatedores da Rio+20 na questão da biodiver-sidade.

Aquele povo estava ali repre-sentado por caciques de tribos de Mato Grosso e Goiás, entre eles, Damião, líder xavante; e havia as índias do Xingu, pintadas para a festa. Em todos, a disposição de não aceitar perder a identidade e a determinação de contribuir de todas as formas para que o Brasil seja um exemplo para o mundo, através de boas práticas, e possa resistir às pressões externas por

modelos de desenvolvimento ir-responsáveis.

A intensa programação desen-volvida pela Cúpula dos Povos nas arenas superlotadas no Rio de Janeiro, com uma pauta voltada para o que repercutia no grupo C-40, não abriu espaço para que as pessoas pudessem conhecer também projetos que nós, brasi-leiros, realizamos, quase que de forma anônima, na defesa do meio ambiente. O destaque aí fica para a redução de emissões de gases do efeito estufa.

Contribuição das metrópoles brasileiras

Esse tema foi um dos mais debatidos pelo CB-27. No en-contro no hotel de Copacabana, a apresentação do secretário do Meio Ambiente e também vice--prefeito do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Muniz, foi impactante. Ele definiu como decisivos para os cariocas, no aspecto redução da emissão de gases, o Programa

de Reflorestamento e o incremento das ciclovias. “Dobramos a ma-lha cicloviária com sua expansão para as zonas norte e oeste, o que incentivou muita gente a trocar o carro pela bicicleta na cobertura de pequenos percursos.” Afirmou terem sido decisivas também a racionalização do transporte por ônibus, que vai se consolidando à medida que os sistemas BRT (Bus Rapid Transit — ônibus de trânsito rápido, em português) e BRS (Bus Rapid System — serviço de ônibus rápidos) vão sendo implantados, e a exigência de melhorar a quali-dade do combustível que abastece esses coletivos. No primeiro caso, enfatizou que o Rio pôde realizar em três anos aquilo que não fora realizado em 20 anos.

São Paulo também marcou presença com seu representante Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, médico sanitarista e secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente. Como os estudos do C-40 mostram que, se nada

Durante o I Encontro de Secretários do Meio Ambiente das Capitais Brasileiras, no Rio de Janeiro/RJ, o grupo formulou a “Carta Rio pela Sustentabilidade”, que fez parte do documento da representação brasileira apresentado na Rio+20.

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Page 96: Revista Boa Vontade, edição 233

for feito até 2020, as metrópoles emitirão 2,3 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa, e 2,9 bilhões dez anos mais tarde, na ca-pital paulista trabalha-se para que a matriz energética dos ônibus seja substituída nos próximos seis anos.

Assim, uma a uma as capitais brasileiras foram mostrando, na representação de seus secretários do Meio Ambiente, o que o país realiza nessa área. Os temas de-senvolvidos com apresentação de slides, fotos e transparências foram os mais variados.

Na verdade, pouca gente tomou conhecimento do grupo CB-27, que discreta e quase anonimamen-te coopera com a Organização das Nações Unidas para que a Huma-nidade não se exceda na hora de usar recursos naturais. O CB-27, em sua “Carta Rio pela Sustenta-bilidade”, cujo conteúdo poucos conhecem, sugere que nas prin-cipais metrópoles do mundo seja levada em conta a necessidade de desenvolver projetos susten-

táveis de saneamento, tratamento do lixo, transporte não poluente, reflorestamento e conservação de áreas verdes, incluindo sua flora e fauna.

O documento — respaldado no estudo que aponta que mais da me-tade da população mundial vive em cidades, com a tendência, segundo os analistas, de aumento desse número — marca a posição das metrópoles brasileiras nas questões da economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza. Sublimi-narmente, o que se indaga é como alimentar saudavelmente os muitos milhões de pessoas desses centros urbanos.

A “Carta Rio pela Sustentabi-lidade” apresentada formalmente na arena do Forte Copacabana contém recomendações às Nações Unidas, na esperança de inspirar compromissos entre países para mudar formas de viver e produzir. Ao governo brasileiro é sugerido estimular financiamentos públi-

cos que contemplem critérios de sustentabilidade nos empreendi-mentos.

Assinam a carta: Carlos Alberto Muniz, pela cidade do Rio de Ja-neiro/RJ; Adalberto Alencar, de Fortaleza/CE; Camilla Penna de Miranda Figueiredo, de Belém/PA; Ivan Bergson Vaz de Olivei-ra, de Maceió/AL; Dilma Lindal-va Pereira da Costa, de Boa Vista/RR; Marcelo Augusto Rodrigues da Silva, de Recife/PE; Marcelo José de Lima Dutra, represen-tado por Luis Carlos Mestrinho Raposo, de Manaus/AM; Afonso Henriques de Jesus Lopes, de São Luís/MA; Silvia Helena Costa Brilhante, de Rio Branco/AC; Deocleciano Guedes Ferreira, representado por Marilene Luz Aguiar Holanda, de Teresina/PI; e José Carlos Monteiro Gadelha, de Porto Velho/RO.

Assinaturas restantes: Vasco de Oliveira Araújo, de Belo Ho-rizonte/MG; Dulcival Santana de Jesus, de Aracaju/SE; Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, da cidade de São Paulo/SP; Sueli Passoni, de Vitória/ES; Mizair Le-mes de Oliveira, representado por Pedro Henrique Baima Paiva, de Goiânia/GO; Eduardo Brandão, representado por Carlos Eduardo Valadares Araújo, do Distrito Federal; Marilza do Carmo Oli-veira Dias, representada por Erica Costa Mielke, de Curitiba/PR; Marcos Antonio Moura Cristal-do, de Campo Grande/MS; Luiz Fernando Záchia, de Porto Ale-gre/RS; e Lécio Victor Monteiro da Costa, representado por Fábio Paulo Tonet, de Cuiabá/MT.

Índios pataxós fazem marcha pela Cúpula dos Povos

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Page 97: Revista Boa Vontade, edição 233

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Page 98: Revista Boa Vontade, edição 233

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LBV na ONUPromoção do emprego

Recomendações da LBV são traduzidas pela ONU para seus seis idiomas oficiais

e chegam às delegações em Reunião de Alto Nível do Ecosoc

98 BOA VONTADE

Page 99: Revista Boa Vontade, edição 233

Entre os dias 2 e 9 de julho, a Legião da Boa Vontade levou sua contribuição à Reunião de Alto Nível do Conselho

Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), na sede da ONU, em Nova York, Estados Unidos. Como represen-tante da sociedade civil, a Instituição contribuiu nos debates sobre capacitação produtiva e promoção do emprego na erradicação da pobreza, tema principal do encontro. Neste ano, também integrou o seleto grupo encarregado do pronuncia-mento oficial do evento.

Por meio da publicação especial BOA VONTADE Econômico + Social + Ambiental (disponível em português, inglês, espanhol e francês), a LBV apresentou às delegações e aos repre-sentantes de entidades internacionais presentes ao evento o resultado das ações educacionais e socioassistenciais da Instituição em favor de crianças, jovens, adultos e idosos de famílias de baixa renda para a construção de uma Sociedade Solidária Altruística e Ecu-mênica. A revista foi também levada para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a

Durante os debates ocorridos no dia 6 de julho, o representante da LBV nas Nações Unidas, Danilo Parmegiani (D), falou sobre o trabalho da Instituição em pronunciamento transmitido pela Rádio e TV ONU, em tempo real, para todo o mundo. Ao lado, o presidente da Conferência das ONGs com Relações Consultivas para as Nações Unidas (Congo), sediada em Viena, na Áustria, Cyril Ritchie, acompanha a declaração oficial da LBV.

LBV AO ViVO PARA O muNDO

BOA VONTADE 99

Page 100: Revista Boa Vontade, edição 233

o presidente da 66a Sessão da Assem-bleia-Geral das Nações Unidas, Nassir Abdulaziz Al-Nasser...

o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavía...

Recebem a revista BOA VONTADE em inglês: o sr. Miloš Koterec, presidente do Ecosoc/ONU...

o vice-diretor-gerente do Fun do Mone-tário Internacional (FMI), Min Zhu (D)...

Supachai Panitchpakdi (D), secre-tário-geral da Conferência das Na-ções Unidas sobre Comércio e Desen-volvimento (UNCTAD)...

e Luis Francisco Martínez Montes, conse-lheiro da Missão Permanente da Espanha junto às Nações Unidas.

da a fazer uma intervenção oficial na plenária da conferência, desta-cando-se entre as sete instituições da sociedade civil selecionadas a pronunciar-se.

A intervenção, feita em 6 de julho, foi transmitida ao vivo pela ONU TV e internet para todo o mundo, compondo o registro oficial da conferência como fonte de apoio à resolução final, deliberada no últi-mo dia da reunião (9/7). Durante a declaração, o representante da LBV nas Nações Unidas, Danilo Parme-

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sionais de organizações da sociedade civil, empresas e órgãos públicos, bem como professores e estudan-tes universitários, em cinco países sul-americanos (Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai).

unidos pela Cultura de Paz

Desde 1999, a LBV possui status consultivo geral no Ecosoc e tem participado ativamente dos encontros e debates promovidos pela ONU. Neste ano, foi convida-

Rio+20, em junho, na capital flu-minense (leia reportagem na p. 84).

Os mais de 500 representantes governamentais presentes ao encon-tro tomaram conhecimento das reco-mendações da LBV, traduzidas pela ONU para os seis idiomas oficiais do órgão. Esse documento é fruto da experiência de mais de seis décadas da Instituição e de boas práticas apre-sentadas no 9o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária — 6a Feira de Inovações, em março, com a participação de gestores e profis-

100 BOA VONTADE

Page 101: Revista Boa Vontade, edição 233

94 anos de Nelson mandelaA LBV participou em 18 de julho, na sede da ONU, em Nova York,

das celebrações do Dia Internacional de Nelson Mandela, em homena-gem ao ex-presidente da África do Sul e ícone da luta pelo fim do regime segregacionista (apartheid) em seu país e que nesse dia completou 94 anos. Prêmio Nobel da Paz de 1993, Mandela é reconhecido pelos seus esforços na difusão da democracia e pela promoção da Cultura de Paz no mundo.

Sob a inspiração do lema “Liberdade, justiça e democracia”, o evento reuniu delegações dos Estados membros e agências especializadas da ONU, além de organizações da sociedade civil.

Nessa reunião plenária informal da Assembleia-Geral das Nações Unidas, representantes da LBV registraram os parabéns a Mandela pelo aniversário e por sua atuação em favor da Paz. Na ocasião, também apresentaram às autoridades internacionais presentes o trabalho da Ins-tituição na área socioeducacional, desenvolvido há mais de seis décadas.

Em 1997, Nelson Mandela foi condecorado, no Brasil, com a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, na categoria Hors-Concours. A láurea é entregue pelo Parlamento Mundial da Frater-nidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, àqueles que mais se destacam em suas áreas de atuação, tendo como princípio básico a Solidariedade sem fronteiras. Em agradecimento, o ex-presidente sul-africano declarou: “Sinto-me muito feliz e honrado com esta homenagem prestada pelo ParlaMundi da Legião da Boa Vontade”.

giani, destacou a realização do 9o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária, promovido pela Entidade em parceria com a Seção de ONGs do Departamento de Assuntos Eco-nômicos e Sociais da ONU (UN/Desa). Na mensagem, definiu a série de encontros como “um cha-mado para governos, organismos internacionais e sociedade civil

Valentine Rugwabiza (E), vice-direto ra- -geral da Organização Mundial do Comér-cio (OMC), com a edição especial da revis-ta BOA VONTADE, na versão em inglês.

otimizarem forças e superarem os desafios juntos”.

O pronunciamento lembrou, ainda, a proposta pedagógi-ca da Legião da Boa Vonta-de, formada pela Pedagogia do Afeto (para crianças de até 10

anos) e pela Pedagogia do Ci-dadão Ecumênico (a partir dos 11 anos), criada pelo educador Paiva Netto. “A Legião da Boa Vontade defende a educa-ção de qualidade como a chave para consolidar uma consciência

Ao receber a publicação em inglês, Danielle Fong (E), cofundadora da LightSail Energy, parabenizou a LBV pelo trabalho que realiza no Brasil e nos seis países onde mantém bases au-tônomas. Em especial, elogiou a atua-ção da juventude e se pôs à disposição para contribuir também com o ideal da Boa Vontade.

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Page 102: Revista Boa Vontade, edição 233

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E/2012/NGO/117 و االقتصادي االجتماعياجمللسDistr.: General

24 April 2012

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经济及社会理事会 Distr.: General 24 April 2012 Chinese Original: English

12-31374 (C) 310512 050612

*1231374S*

2012 年实质性会议

2012 年 7 月 2 日至 27 日,纽约

临时议程* 项目 2(c)

高级别部分:年度部长级审查

具有经济及社会理事会咨商地位的非政府组织友善社提交的陈述

秘书长收到下列陈述,兹根据经济及社会理事会第 1996/31 号决议第 30 和

第 31 段的规定分发。

* E/2012/100。

Naciones Unidas

E/2012/NGO/117

Consejo Económico y Social Distr. general 24 de abril de 2012 Español

Original: inglés

12-31378X (S) 050612 050612 *1231378*

Período de sesiones sustantivo de 2012 Nueva York, 2 a 27 de julio de 2012 Tema 2 c) del programa provisional* Serie de sesiones de alto nivel: examen ministerial anual

Declaración presentada por la Legião da Boa Vontade,

organización no gubernamental reconocida como entidad

consultiva por el Consejo Económico y Social

El Secretario General ha recibido la siguiente declaración, que se distribuye de

conformidad con lo dispuesto en los párrafos 30 y 31 de la resolución 1996/31 del

Consejo Económico y Social.

* E/2012/100.

Nations Unies

E/2012/NGO/117

Conseil économique et social Distr. générale

24 avril 2012 FrançaisOriginal : anglais

12-31376X (F) *1231376*

Session de fond de 2012

New York, 2-27 juillet 2012

Point 2 c) de l’ordre du jour provisoire*

Débat de haut niveau : examen ministériel annuel

Déclaration présentée par Legiao da Boa Vontade,

organisation non gouvernementale dotée du statut

consultatif auprès du Conseil économique et social

Le Secrétaire général a reçu la déclaration qui suit, qui est distribuée

conformément aux paragraphes 30 et 31 de la résolution 1996/31 du Conseil

économique et social.

* E/2012/100.

United Nations E/2012/NGO/117

Economic and Social Council Distr.: General 24 April 2012

Original: English

12-31375 (E) 050612

*1231375*

Substantive session of 2012

New York, 2-27 July 2012 Item 2 (c) of the provisional agenda*

High-level segment: annual ministerial review

Statement submitted by Legião da Boa Vontade, a

non-governmental organization in consultative status with the

Economic and Social Council

The Secretary-General has received the following statement, which is being

circulated in accordance with paragraphs 30 and 31 of Economic and Social Council

resolution 1996/31.

* E/2012/100.

Организация Объединенных Наций E/2012/NGO/117

Экономический и Социальный Совет

Distr.: General 24 April 2012 Russian Original: English

12-31377X (R) *1231377* Просьба отправить на вторичную переработку

Основная сессия 2012 года Нью-Йорк, 2–27 июля 2012 года Пункт 2 c) предварительной повестки дня* Этап заседаний высокого уровня: ежегодный обзор на уровне министров Заявление, представленное "Легионом доброй воли", неправительственной организацией, имеющей консультативный статус при Экономическом и Социальном Совете

Генеральный секретарь получил следующее заявление, которое распространя-

ется в соответствии с пунктами 30 и 31 резолюции 1996/31 Экономического и Соци-

ального Совета.

* E/2012/100.

Fac-símile dos documentos traduzidos pela ONU para os seis idiomas oficiais das Nações Unidas. Para ler, acesse o site: un.org/en/documents e digite o código: E/2012/NGO/117

Mariana Malaman, da LBV, entrega a publicação especial da Instituição, na versão em espanhol, a Alejandro Riveros Nalvarte, ministro e diretor de Cooperação Internacional do Peru.

Amélia Muendane Nakhare (D), vice-ministra da Planificação e Desen-volvimento de Moçambique, confraterniza com os jovens representan-tes da LBV no evento e recebe a BOA VONTADE, em português.

Representantes da LBV no evento entregam a BOA VONTADE em inglês a Ganbold Erdene (D), conselheiro da Missão Permanente da Mongólia, e a Eduardo José A. de Vega, da Missão Permanente das Filipinas junto à ONU.

LBV na ONU

Hans Timmer, diretor do Gru-po de Perspectivas de Desen-volvimento do Banco Mundial, recebe de Mariana Malaman, da LBV, a edição especial da BOA VONTADE, em inglês.

global, que prepare as gerações para profundas mudanças com-portamentais. Nesse sentido, sugerimos aos sistemas educa-cionais do mundo a adoção de pedagogias firmadas em valores de Espiritualidade Ecumênica, como a Pedagogia da LBV”, manifestou o representante da Instituição.

Promoção do empregoNos cinco dias da Reunião

de Alto Nível do Ecosoc/ONU, a temática do desenvolvimento sustentável permeou as discussões sobre a geração de oportunidades de trabalho e a implementação do Pacto Global de Empregos, ado-tado em 2009 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). De acordo com o presidente do Ecosoc, Milos Koterec, o encon-tro buscou analisar modelos para a criação de postos de trabalho que incluam proteção social, atendam às necessidades dos tra-balhadores e estejam relacionados à sustentabilidade.

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Page 103: Revista Boa Vontade, edição 233

João Pedro Fins do Lago (D), diretor de Serviços para os Assuntos de Segurança e Defesa do Minis-tério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, recebe dos representantes da LBV a revista BOA VONTADE em português.

Faris Alotaibi, segundo-secretário da Missão Permanente da Arábia Saudita junto às Nações Unidas, recebe a publi-cação da LBV, em inglês.

Abdelkader Messahel, ministro argelino delegado para os Assuntos Magrebinos e Africanos, é saudado pela representante da Instituição no evento Adriana Rocha.

Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a reunião ocorreu diante de um quadro de incerteza global quanto à preo-cupação, sobretudo dos jovens, com o acesso ao trabalho, com justiça social, em muitas regiões do planeta. Para ele, a resposta à atual crise econômica global exige coragem e ação decisiva. “A recuperação não é apenas uma questão de ajuste macro-

Eduardo Brenta, ministro do Trabalho e da Previdência Social do Uruguai, recebe a mensagem da LBV em espanhol da jovem Sâmara Malaman.

David Arkless, presidente de As-suntos Corporativos e de Governo do Grupo Manpower, com a revista BOA VONTADE, na versão em inglês, que recebeu das mãos da jovem Eliana Gonçalves, da LBV.

A jornalista Conny Czymoch (D), apresentadora da TV Phoe-nix, da Alemanha, recebe as re-comendações da LBV, em inglês.

econômico; é uma questão de desenvolvimento. A partir de uma perspectiva de longo prazo, a solução é alcançar um novo modelo de crescimento no âmbito do desenvolvimento sustentável e cooperação internacional refor-çada”, afirmou.

Parte da equipe da LBV que levou as recomendações da Instituição para a Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (Ecosoc/ONU).

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Page 104: Revista Boa Vontade, edição 233

O jornalista, radialista, escritor e educador José de Paiva Netto, diretor--presidente da Legião da Boa Vontade, foi escolhido, por meio de voto popular, um dos 100 brasileiros que mais fizeram pelo país. Apresen-

tado pelo jornalista Carlos Nascimento, o programa O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, do SBT, conta em síntese a história e a obra dos finalistas, escolhidos com mais de um milhão de votos únicos.

Durante a homenagem, a emissora exibiu um vídeo em que destacou a atuação do dirigente da LBV. Nele, foi feito este registro: “Em 51o lugar, Paiva Netto, líder da Legião da Boa Vontade, uma associação que valoriza o Amor ao próximo. O trabalho desenvolvido por Paiva Netto ganhou reconhecimento internacional, inclusive da ONU, sempre promovendo Educação e Cultura com Espiritualidade Ecumênica. José de Paiva Netto, um brasileiro solidário”.

Acontece no SBT

Carlos Nascimento

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Page 105: Revista Boa Vontade, edição 233

Depois de mostrar ações sociais e educacionais desenvolvidas pelo diretor­presidente da LBV, o vídeo trouxe, por fim, o agradecimento do homenageado aos internautas, que o escolheram para integrar a seleta lista de importantes brasileiros.

Com base no formato criado pela BBC, The Greats, o programa é sucesso em vários países, representando uma forma de prestar home-nagem a homens e mulheres que muito fizeram em prol da sociedade, a exemplo de Winston Churchill (Reino Unido) e Nelson Mandela (África do Sul).

Fechávamos esta edição quando recebemos a grata notícia de que o ilustre sensitivo e Legionário da Boa Vontade (inscrição no 15.353) Chico Xavier (1910-2002) fora eleito em 1o lugar na votação do programa.

Votação popular

aponta Paiva Netto entre os 100 maiores brasileiros da

história.

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Page 106: Revista Boa Vontade, edição 233

Zoara Failla

Durante 11 dias, o livro foi o personagem principal da 22a Bienal Internacional do Livro

de São Paulo. Cerca de 750 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições do Anhembi, na capital paulista, para comprar, acompanhar lançamentos e novidades das edi-toras e livrarias e, ainda, aproveitar

Bienal Internacional do Livro de São Paulo comemora resultados, e obra traz pesquisa sobre o comportamento leitor no país

ler maisBrasil precisa

mais de 1.340 horas de atividades culturais, segundo balanço da Câ-mara Brasileira do Livro (CBL).

Apesar da forte presen-ça do público no evento, a realidade do país mostra que ainda há muito a ser feito para conscientizar a

população da importância do hábito da leitura. A terceira edição da pes-

quisa Retratos da Leitura no Brasil*, organizada pela socióloga Zoara Failla, em livro lançado na bienal, constatou que no Brasil há “88,2 milhões de leitores, ou seja, 50% da população

* A terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil foi realizada em 2011, com 5.012 pessoas de 315 municípios, com 5 anos ou mais. A mostra ouviu moradores de todas as regiões do país e a margem de erro é de 1,4 ponto porcentual. O levantamento considerou leitor quem leu pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa.

LiteraturaCrescimento pessoal

Da Redação | Fotos: Vivian R. Ferreira

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Page 107: Revista Boa Vontade, edição 233

Karine Pansa

“indicadores que mostram uma melhor qualidade nessa leitura, com

um crescimento no número de pessoas que afirmaram ler mais hoje do que em relação à última pesquisa”.

Segundo o estudo, 49% das pessoas leem mais hoje do que há cinco anos,

quando esse número era de 40%. Sobre o gênero preferido do leitor brasileiro, a Bíblia ainda aparece

em primeiro lugar, seguido de livros didáticos e religiosos, romances, contos, literatura infantil e outros. Na pesquisa anterior, de 2007, a mãe era a principal incentivadora da leitura, com 49% das respostas; atualmente, o professor, apontado por 45% dos entrevistados, ocupa esse papel. O valor positivo atribuí-do à leitura é outro ponto destacado: para a maioria dos entrevistados, 64%, “ler bastante pode fazer uma

— 7,4 milhões a menos do que em 2007, quando 55% dos brasileiros se diziam leitores”. O estu-do foi promovido pelo Ins-tituto Pró-Livro e aplicado pelo Ibope Inteligência, em 2011.

A presidente do Ins-tituto Pró-Livro, Karine Pansa, destaca que, apesar do regis-tro de redução no número de leitores, um exame mais profundo revela

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Na Livraria Saraiva, a obra Jesus, o Profeta Divino, do escritor Paiva Netto, foi uma das mais vendidas.

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Page 108: Revista Boa Vontade, edição 233

Abaixo, vista parcial do estande da Editora Elevação, que atraiu grande público na Bienal do Livro de São Paulo.

pessoa vencer na vida e melhorar sua condição socioeconômica”.

Tais dados são relevantes para orientar políticas públicas de fo-mento à leitura, além de favorecer a reflexão sobre como formar novas gerações de leitores.

Homenagens Sob o lema “Livros transfor-

mam o mundo, livros transformam pessoas”, a 22a edição da Bienal do Livro de São Paulo prestou homenagem a dois grandes bra-sileiros: o escritor baiano Jorge Amado (1912-2001) e o jornalis-ta, escritor e dramaturgo pernam-bucano Nelson Rodrigues (1912-1980). Ambos completariam 100 anos em agosto, respectivamente, no dia 10 e no dia 23.

Jesus, o Profeta Divino entre os mais vendidos

Segundo a organização do maior encontro literário da América La-tina, lá compareceram mais de mil autores. Na lista dos títulos mais vendidos, destaque para o livro Jesus, o Profeta Divino, do jornalis-ta, escritor e radialista Paiva Netto, sucesso na Livraria Saraiva e cam-peão de vendas na Editora Elevação.

Estudioso dos temas bíblicos, há 56 anos, e com 4,7 milhões de

Literatura

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Page 109: Revista Boa Vontade, edição 233

livros vendidos, o autor aponta o conhecimento da Vida Espiritual como elemento capaz de alterar o comportamento antiético que ar-rasta o ser humano para a autodes-truição. A recente obra analisa as Profecias do último Livro da Bí-blia Sagrada e a mensagem divina nelas presente — imprescindível à sobrevivência dos povos. Com isso, o leitor tem um novo olhar sobre os fatos do mundo: notícias de revoltas populares, guerras iminentes, desastres naturais e crises econômicas comprovariam a atualidade do Evangelho e do Apocalipse de Jesus e a importân-cia de estudá-los.

Em sua pesquisa para compor o livro, Paiva Netto cercou-se de dados científicos e históricos, além de reunir pareceres de conceituados cientistas e religiosos das mais va-riadas crenças.

Sem mistérios e para toda a família

Pessoas de diferentes classes sociais, ocupações e crenças en-contram na abordagem do escritor conhecimento útil para o cotidia-no. Paulo Bertholin, de Campo Limpo Paulista/SP, veio ao evento na companhia do filho mais velho, Lucas, de 18 anos. Os dois acom-

Jesus, o Profeta Divino compõe a série “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração” (que reúne também os livros As Profecias sem Mistério, Somos todos Profetas e Apocalipse sem Medo), que alcançou a marca de mais de 1,6 milhão de exempla-res vendidos. Nesse recente trabalho, o escritor analisa as predi-ções divinas, as quais, defende, não foram feitas para apavorar, “mas para iluminar as estradas da nossa vida, porque Apocalipse significa Revelação”. Para ele, ao tomar conhecimento do que está encoberto, o ser humano perde o temor de todas as coisas. Um quinto volume da série está sendo aguardado para breve e já tem título: Jesus, a Dor e a Origem de Sua Autoridade.

Jesus, o Profeta Divino, do escritor Paiva Netto, sucesso de vendas na Livraria Saraiva e campeão de vendas na Editora Elevação durante a 22a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em breve, estará disponível também no formato e-book.

Page 110: Revista Boa Vontade, edição 233

Alunos de escolas públicas e particulares representaram mais de 120 mil visitantes durante a bienal. No estande da Editora Elevação, o público infantil se divertiu com os lançamentos e outras obras do selo Soldadinhos de Deus, cujas histórias ensinam valores de Paz e Fraternidade na linguagem da criança.

No estande da Elevação, mãe e filhas aprovaram o conteúdo dos títulos, indicado para toda a família. “Gosto muito de ler e tento passar isso para minhas

Selo Soldadinhos de Deus

panham os lançamentos de Paiva Netto há algum tempo. Sobre as obras do autor, comentou: “São muito ricas, trazem bons ensina-mentos; os livros dele fazem toda a diferença”.

A admiração de Lucas pela produção e pelo estilo do escritor, segundo o jovem, fez dele um co-lecionador. “Ele fala do Apocalipse com uma linguagem muito simples, de forma que todos podem entender. Convido as pessoas a comprar, a conhecer esse livro que é muito bom.”

O título desperta a curiosidade até de crianças. A menina Ana Júlia de Sá, de 11 anos, por exemplo, disse ter gostado muito da capa e do que já tinha lido da obra. Ao adquirir o livro, afirmou também que ela e a mãe eram evangélicas e que ler sobre Jesus “as ajudaria a se tornarem pessoas melhores”.

A fisioterapeuta Gisele dos Reis conta que comprou quatro exem-plares. Segundo ela, toda vez que inicia a leitura, algum conhecido se interessa pelo tema e, então, acaba presenteando a pessoa. “Estou

levando mais um para o meu tio. A oitava edição vai ser minha; quero pegar e ler o livro todo.” E comple-tou: “Na primeira página que li, já fiquei surpresa. Achei muito atual. A linguagem que o Paiva Netto utiliza é simplesmente maravilhosa. Recomendo. É uma mensagem con-fortadora para o coração”.

Outra leitora, a estudante de design gráfico Jéssica Siratti, acredita que a obra a ajudará nos estudos: “Faço alguns cursos de teo logia, e ela será muito importan-te; vai me ajudar bastante”.

Alunos da LBV conhecem as novidades do selo Soldadinhos de Deus, no estande da Editora Elevação.

Literatura

110 BOA VONTADE

Page 111: Revista Boa Vontade, edição 233

Crianças da LBV brilham na CBNAlunos do Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade,

em São Paulo/SP, marcaram presença no maior evento literário da América Latina. Durante a visita à bienal, o grupo de meninas e meninos da LBV divertiu-se com várias atividades, entre as quais a participação na Oficina CBN de Rádio.

Aos comunicadores Fábio Pawlyszyn e Oswaldo Bruno, os alunos do 5o ano do ensino fundamental concederam entrevistas, todos contentes com o passeio cultural. Também falaram sobre o incen-tivo recebido na escola da Instituição, por intermédio do Programa Permanente de Leitura.

A estudante Victoria da Costa, de 10 anos, não escondeu o en-tusiasmo. “Estou amando estar aqui, é fantástico. Os livros são de diversas formas e cores. (…) Na minha escola, temos três tipos de leitura: a compartilhada, a individual e a do Dia Literário, a que mais gosto, porque nos divertimos, aprendemos com a nossa leitura e so-mos estimulados a ler.” Para a colega Evelyn Rodrigues, de mesma idade, a literatura pode também valorizar “bons pensamentos, palavras e ações; porque é como comecei a agir depois de ler esses livros”.

Alunos do 5o ano do ensino fundamental, do Instituto de Educação José de Paiva Netto, acompanhados pelo assessor educacional da escola, Marcelo Rafael, participam da Oficina CBN de Rádio.

filhas. Elas têm a biblioteca delas, e eu, a minha. Gosto de acrescen-tar livros para que elas possam adquirir mais cultura”, contou Suzana Machado.

Para ela, um dos critérios para escolha do tipo de leitura é que deve “sempre passar uma mensa-gem... um livro de cultura e ilustra-ções, para que elas possam apren-der cada vez mais”. Os títulos da Elevação têm se destacado por apresentar, em linguagem simples e atraente, histórias ecumênicas que divulgam o pensamento soli-dário, em favor da boa convivência e da harmonia em família.

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Page 112: Revista Boa Vontade, edição 233

Museu Histórico Nacional comemora 90 anos com exposição e lançamento de aplicativo com conteúdo multimídia

O Museu Histórico Nacional (MHN) comemorou 90 anos de existência, em 2 de agos-

to, com uma cerimônia especial. Entre os mais de mil convidados para a solenidade, na sede do MHN, no Rio de Janeiro/RJ, esta-vam diretores de museus, cônsules, representantes da comunidade acadêmica, gestores culturais, além de funcionários, ex-funcionários e ex-alunos de cursos da casa e inte-

memória brasileira

Conhecendo museusHistória do Brasil

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José do Nascimento Júnior (E), presidente do Ibram, com o selo comemorativo dos 90 anos do MHN. Ao lado, o representante dos Correios, Jarbas de Almeida Mattos.

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Page 113: Revista Boa Vontade, edição 233

grantes da Associação dos Amigos do Museu Histórico Nacional.

O evento contou com a presença de autoridades do setor, a exemplo da então ministra da Cultura, Ana de Hollanda; do presidente do Ins-tituto Brasileiro de Museus (Ibram), José do Nascimento Júnior; do presidente da Associação dos Ami-gos do Museu Histórico Nacional, José Luiz Alquéres; e da diretora do MHN, Vera Lúcia Bottrel Tostes.

Na ocasião, houve o lançamento do selo e do carimbo comemorativos dos Correios e do aplicativo do mu-seu para iPhone, iPad e iPod Touch, com extenso conteúdo multimídia — áudio, fotos e vídeos. Os convi-dados ainda participaram da abertura da exposição “Museu Histórico Nacional — 90 Anos de Histórias”.

A mostra, em cartaz até 14 de outubro, apresenta a trajetória de um dos mais importantes museus

(1) O conjunto arquitetônico que abriga o Museu Histórico Nacional desenvolveu-se a partir do Forte de Santiago, na antiga ponta do Calabouço, um dos pontos estratégicos para a defesa da cidade do Rio de Janeiro já em fins do século 16. (2 e 3) Aspectos da exposição ”Museu Histórico Nacional — 90 anos de Histórias”. (4) Do acervo do museu, uma casaca de senador da época do imperador D. Pedro II (no destaque) e o uniforme de gari doado pela Comlurb.

do Brasil, criado em 2 de agosto de 1922 pelo presidente Epitácio Pes-soa. Dividida em módulos temáticos, apresenta 350 peças representativas do acervo do museu, incluindo o primeiro item incorporado à coleção — uma casaca de senador da época do imperador D. Pedro II — e o mais recente, um uniforme de gari doado pela Comlurb.

Em entrevista à BOA VON-TADE, Ana de Hollanda lem-

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Page 114: Revista Boa Vontade, edição 233

de 52 museus em documentários de 26 minutos. São 29 instituições na Região Sudeste, oito no Nordeste, sete no Sul, cinco no Centro-Oeste e três no Norte. “O programa está em todas as TVs educativas. É muito importante para a memória, para a autoestima, conhecer a nossa história”, comentou.

Pioneirismo e referênciaVera Lúcia Bottrel Tostes, di-

retora do MHN desde 1994, enfa-tizou as atividades desenvolvidas pelo órgão. “O Museu Histórico Nacional tem uma proposta ino-vadora. (…) Esse pioneirismo, ao longo de 90 anos, nunca abando-nou as iniciativas do museu. Ele está sempre inovando.”

Na opinião do presidente do Ibram, o MHN é uma referência, elemento estratégico para a his-tória brasileira e para o Instituto Brasileiro de Museus. “Para quem quer saber um pouco da história do Brasil, entender a nossa origem, esse é o local”, afirmou José do Nascimento Júnior.

Expandir o conhecimento e popularizar a história do país constituem a meta principal da Associação dos Amigos do Mu-seu Histórico Nacional, garante seu presidente. “As atividades culturais não se restringem a um papel de status, mas envolvem a sociedade civil, porque é para ela que se vocacionam. A associação pretende ser essa ponte entre a instituição e a população em geral. (...) Um abraço a todos da LBV, que fazem uma cobertura exemplar desses eventos culturais”, saudou José Luiz Alquéres.

O Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF, sediou, em maio, o lançamento da segunda edição da série de documentários Conhecendo Museus. Criado como forma de democratizar o acesso aos museus e divulgar a história e a cultura do país, o projeto investe no resgate da memória brasileira por meio da promoção e divulgação de objetos, obras de arte e documen-tos que compõem os acervos dos museus brasileiros. A câmera passeia pelos espaços do museu, assim como faria o visitante, entrando em contato com a riqueza de nossa história e cultura.

Exibida em capítulos, a série integra a programação de canais educativos de televisão aberta e por assinatura, como a TV Brasil, a TV Brasil Internacional, a Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), a Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), a Rede Educação e Futuro de Televisão e a TV Escola/MEC. O conteúdo do Conhecendo Museus também é usado como material de apoio didático nas escolas do Programa Mais Educação, do MEC.

No lançamento da 2a edição da série Conhecendo Museus, estiveram presentes, entre outros: (a partir da esquerda) Eneida Braga Rocha, diretora do Departamento de Difusão, Fomento e Economia dos Museus; Alziro de Paiva, da LBV, representando o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto; Ana de Hollanda, ex-ministra da Cultura; Nelson Breve, diretor-presi dente da Empresa Brasil de Comunicação; Luciano Duarte Pereira, superintendente da Fundação José de Paiva Netto; e Marco Antonio Coelho, superintendente de Rede da EBC.

Democratizando o museu

brou a importância do MHN para o Brasil, a partir do qual se criaram outras instituições. “Daqui, o Ministério da Cultura instituiu o Departamento de Mu-seus e o Instituto Brasileiro de Museus, um dos principais órgãos do ministério, que congrega todos os temas museológicos.”

E la des tacou t ambém o conteúdo e o alcance da série Conhecendo Museus, produzida pela Fundação José de Paiva Netto, em parceria com o Instituto Brasi-leiro de Museus, a Empresa Brasil de Comunicação e a TV Escola (MEC). Em sua segunda edição, a série mostra a história e o acervo

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Page 115: Revista Boa Vontade, edição 233

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Page 116: Revista Boa Vontade, edição 233

Sustentabilidade

Autobraz alia produtos e serviços com ações socioambientais

e bons negócios

Responsabilidade SocialInovação no setor automotivo

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Page 117: Revista Boa Vontade, edição 233

Uma estrutura organizacional com foco na sustentabilidade e na responsabilidade social

tem sido importante atributo para empresas e motivo de satisfação e benefícios a clientes em todo o mundo. Afinada com essa tendência, a Autobraz — Concessionária Fiat, do grupo São Braz, em Natal/RN, é um exemplo na iniciativa privada. “Há dez anos, já pensávamos em sustentabilidade, traduzida em ações que têm como objetivo principal construir uma profunda identifica-ção da empresa com a comunidade onde está inserida e de onde vêm também inúmeras responsabili-dades”, afirmou o gerente-geral da empresa, Francisco Wolgrand Vieira Dias.

Primeira concessionária do Rio Grande do Norte a implantar um programa de preservação do meio am-biente — ao promover tra-tamento adequado da água utilizada no posto de lavagem e dos resíduos produzidos nas oficinas, além de outras adequações para tornar os processos ecologicamente corretos em todos os ambientes da loja (veja na p. 118) —, a empresa recebeu, em 2009, o “Selo Verde”, certifica-ção conferida pelo IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) e pelo Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária). “Com isso, ampliamos as ações ambientais, tivemos a satisfação de ser a primei-ra, das 580 concessionárias Fiat no Brasil, a receber o ‘Selo Verde’. Isso foi um motivo de orgulho para nossa equipe”, resssaltou o gerente.

Essa mesma preocupação com a questão socioambiental está pre-

Francisco Dias

Crianças atendidas pela

LBV participam da distribuição de mudas de plantas

aos clientes da Autobraz.

AuTOBRAZ Concessionária Fiat, em Natal/RN, empresa focada na sustentabilidade e na responsabilidade social.

sente em outras iniciativas da empresa. A Autobraz colabora com organiza-ções do Terceiro Setor, a exemplo do apoio dado a campanhas e mobilizações da Legião da Boa Vontade.

Recentemente, meninas e meninos atendidos pela Instituição no pro-grama LBV — Criança: Futuro no Presente! foram convidados pela concessionária a participar da distribuição de mudas de plantas aos clientes.

Para Francisco Dias, a presença da garotada foi im-portante. “A LBV

é uma legenda por ser uma Legião; ela é um patrimônio do Brasil, um exemplo para todos. Temos o maior orgulho de estar sempre juntos nas ações da Legião da Boa Vontade. A participação das crianças foi muito louvável... desde cedo com essa consciência sobre a importância do meio ambiente, da preservação. Eu fico feliz, como cidadão brasileiro, em ver o trabalho da LBV.”

O gerente destacou, ainda, a seriedade da Instituição: “Quero agradecer e manifestar

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Page 118: Revista Boa Vontade, edição 233

a minha satisfação por essa parce-ria com a Legião da Boa Vontade. A LBV é a nossa menina dos olhos, porque tem um trabalho maravi-lhoso, abrangente. Então, estamos sempre querendo nos engajar nesse movimento, e nada como a bandei-ra LBV, que tem total credibilidade junto à população”.

Mudança de atitude Medidas adotadas pela Autobraz — Concessionária Fiat traduzem o

novo olhar das empresas que investem na consciência socioambiental.

Distribuição a clientes e funcionários de cartilha que trata de sustentabilidade, por exemplo,

com dicas e informações sobre como economizar água e energia.

Tratamento da água utilizada no posto de lavagem com caixa

separadora instalada na tubulação de saída para a rede de esgoto.

Ações que eliminam resíduos (embalagens) e economizam materiais, como bomba para

abastecimento de óleo, a qual injeta o produto diretamente no motor.

Coleta seletiva do lixo. Separação de metais, plásticos, vidros e papéis

para reciclagem.

Substituição de sacolas plásticas utilizadas para embalar peças por

sacolas confeccionadas em papel reciclado.

Doação de mudas de diversas plantas aos clientes,

contribuindo para uma cidade mais verde.

Apresentação de palestras periódicas, por profissionais especializados, visando à conscientização dos funcionários sobre o meio ambiente e a saúde do trabalhador.

Responsabilidade Social

“A LBV é uma legenda por ser uma Legião; ela é um patrimônio

do Brasil, um exemplo para todos (...). Ela é a

nossa menina dos olhos, porque tem um trabalho maravilhoso, abrangente.

Francisco DiasGerente-geral da Autobraz —

Concessionária Fiat.

Cliente satisfeito, empregado motivado“Em termos de reciclagem,

o Brasil faz ainda muito pouco. Precisamos educar as crianças desde cedo, conscientizá-las para plantar uma árvore, reciclar o plástico, como vimos aqui na concessionária.”

Gilbran Curi, 35 anos, cliente.

“É muito gratificante fazer parte de uma empresa que se preocupa em investir nas ações de preser-vação do meio ambiente e da vida das pessoas como um todo.”

Francisco da Paz, 36 anos, auxiliar de mecânico

da Autobraz.

118 BOA VONTADE

Page 119: Revista Boa Vontade, edição 233

Responsabilidade Social

O projeto Ecoelce, desenvol-vido desde 2007 pela Com-panhia Energética do Ceará

(Coelce), permite aos clientes da empresa trocar resíduos por des-contos na conta de energia. Além de evitar o descarte inadequado do que pode ser reciclado, a iniciativa ajuda o consumidor a economizar. “Estamos tirando lixo da rua, dos aterros sanitários e transformando isso em bônus. É uma questão am-biental e social, porque as pessoas podem pagar a sua conta com o que iriam jogar fora”, informou Sérgio Araújo, responsável pela área de Meio Ambiente da Coelce.

Para ampliar a atuação do projeto, a companhia pôs em fun-cionamento o primeiro ponto de

Lixo que vira bônusPioneiro no país, ponto de autoatendimento recebe até

17 tipos de resíduos e dá descontos na conta de energia elétrica

O que pode ser descartado no autoatendimento

Papel, papelão, Tetra Pak, papel ofício, jornal, embrulho e outros tipos de papel não plastificados.

Metais, latas de doce e pedaços de metal, exceto fios de cobre.

Plásticos, como sacolas e embalagens de detergente e de desinfetante.

Vidros, garrafas ou pedaços de vidro, exceto lâmpadas.

Latinhas de alumínio ou de aço.

Embalagens PET de até 3 litros.

autoatendimento, chamado Auto Ecoelce. A máquina, única no Brasil, é capaz de receber até 17 tipos de resíduos e trocá-los por bônus na fatura de energia sem a necessidade de intervenção huma-na. Está sendo utilizada na sede

da empresa, que se localiza na rua Padre Valdevino, 150, no bairro Joaquim Távora, em Fortaleza.

A novidade tem sido bem acei-ta pelos cearenses. Em média, o protótipo vem registrando 35 par-ticipações por dia, com cerca de

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Sérgio Araújo ainda falou sobre outros importantes programas da Coelce relacionados à respon-sabilidade social. Destacando o apoio da empresa à Legião da Boa Vontade, ele deixou um apelo aos clientes da companhia: “A minha mensagem às pessoas que cola-boram para a LBV pela conta de energia é que podem ficar muito sossegadas. Isso não é custo. Vocês estão investindo na cidadania do cearense como um todo. Então, podem continuar a apoiar, e até convido outros que ainda não doam [para] que passem a fazê-lo, porque o recurso é realmente muito bem aplicado”.

doa os resíduos e acompanha todo o processamento do material na máquina, desde o recebimento, passando pela separação nas bags (sacolas onde se colocam os resí-duos), até a emissão do compro-vante com o valor do desconto en-caminhado para a conta de energia. Basta informar o número do cliente (identificação existente no topo da conta de luz).

O projeto também incentiva a prática da Solidariedade, pois quem desejar doar seu bônus em favor de uma instituição beneficente poderá fazê-lo. A relação de entidades com os respectivos números de cliente está registrada no Auto Ecoelce.

300 gramas de resíduos doados por usuá rio. O equipamento contribui para resolver o problema de esto-cagem de lixo reciclável em casa, já que se pode levá-lo para coleta a cada dia. Com isso, o Ecoelce — que atende mais de 412 mil clientes cadastrados e já recolheu 12.960 toneladas de resíduos, concedendo mais de R$ 1,4 milhão em descontos na conta de luz — deve ganhar novo impulso. A ideia é instalar o ponto de autoatendimento em locais de grande movimentação, como terminais de ônibus, praças de alimentação de shoppings e avenidas da cidade.

Por meio de tela acionada por tecnologia touch screen, o cliente

Responsabilidade Social

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Super rede boa vontade de rádio 24 horas no ar

netCidades: aMaZONas: Manaus; RiO de JaNeiRO: angra dos Reis, Barra Mansa, Resende; sÃO PaULO: americana, araçatuba, araraquara, araras, Catanduva, Hortolândia, itapetininga, Limeira, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim e Rio Claro.

SKY (canal 23)saiba se a sua cidade tem cobertura da Boa Vontade TV pelo tel.: (11) 3225-4500 ou acesse www.boavontade.com

Reeducar — Rede educação e Futuro de TelevisãoCanais 11 e 40 (digital) — são José dos Campos/sP. Geradora educativa da Fundação José de Paiva Netto (FJPN).

assista à TV e ouça a Rádio pela internet: www.boavontade.com

um conteúdo que faz bempara sua família!

Programação que leva Paz, Cidadania Plena e Fraternidade Ecumêmnica

São Paulo/SP: AM 1230 kHzRio de Janeiro/RJ: AM 940 kHzPorto Alegre/RS: AM 1300 kHz • OC 25 m - 11.895 kHz e OC 31 m - 9.550 kHz e OC 49 m - 6.160 kHzBrasília/DF: AM 1210 kHzSanto Antônio do Descoberto/GO: FM 88,9 MHzSalvador/BA: AM 1350 kHzManaus/AM: AM 610 kHzMontes Claros/MG: AM 550 kHzSertãozinho, região de Ribeirão Preto/SP: AM 550 kHzUberlândia/MG: AM 1210 kHz

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Processo natural, contínuo e irreversível, o envelheci-mento inicia-se antes mesmo

do nascimento. Por isso, é impor-tante a pessoa se preparar para a velhice, a fim de poder entender e vivenciar melhor essa fase da vida. Atualmente, os avanços

da medicina permitem aumento da longevidade com saúde. Esse caminho, porém, não é simples. Além da sabedoria acu-mulada na vivência diária, o idoso precisa estar pre-parado para situações de perda e a necessidade de se adaptar.

Para o dr. Roque Marcos Sa-violi, cardiologista e supervisor da Divisão Clínica do Instituto do Coração (Incor), o rumo de tudo depende da postura diante da vida. Familiarizado com as limitações trazidas pelo avanço do tempo e pelas mudanças físicas e emocionais da Terceira Idade, o médico desenvolve esse tema

no livro Envelhecer com Deus. Na obra, o autor explora as dimensões fí-sica, psíquica e espiritual, apresentando informa-ções úteis e o testemunho de pessoas que souberam

envelhecer de forma saudável.O livro retrata o interesse

crescente do meio científico sobre o valor da Fé na saúde e na evolução das doenças. O dr. Savioli lembra que a abordagem espiritual na consulta médica começa a se tornar realidade em países mais desenvolvidos. “A grande maioria dos estudos tem revelado que o envolvimento em congregações e/ou comunidades

Medicinae FéMédico do Incor destaca o papel da Espiritualidade na saúde física

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Walter Periotto é jornalista. Foi representante da LBV dos Estados Unidos, na década de 1980.

Walter Periotto | Especial para a BOA VONTADE

Melhor IdadeTestemunho médico

Dr. Roque Savioli

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religiosas fortalece a crença em Deus e torna as pessoas mais saudáveis, com mais qualidade e satisfação em suas vidas, que geralmente são mais longas do que a daqueles que não creem em Deus. Os praticantes de uma religião são mais capazes de se proteger da depressão, das doenças cardiovasculares e do câncer (...).”

A oração é outro fator estu-dado. O ato de rezar, fazer prece ou meditar, segundo o autor, age diretamente sobre certas áreas do cérebro, “com a ativação de mecanismos neuroendócrinos en-volvidos na atividade imunitária do organismo”.

Na prática clínica, o cardio-logista deparou com relatos de pacientes e sua experiência pessoal de Fé. No livro, o leitor conhece alguns desses depoimentos e o próprio testemunho do dr. Savioli em seu encontro com Deus. Sem esse referencial, tudo pode ser mais difícil, na opinião do médico. Para ele, cada vez é mais claro o cami-nho para uma existência longa e com qualidade: “A melhor coisa é levar uma vida saudável, ter uma dieta balanceada, procurar sempre se ocupar e, principalmente, estar junto de Deus”.

Utilizando-se de linguagem simples e objetiva, o trabalho do dr. Roque Savioli indica maneiras de alcançar a saúde física e mental. A obra discute, ainda, temas com-plementares, como a eterna busca pela juventude, os efeitos do enve-lhecimento no corpo e o desgaste da memória, o mal de Alzheimer e a depressão do idoso.

Durante as aulas de dança, os idosos atendidos pela LBV em Salvador/BA divertem-se e melhoram a saúde física.

Dança favorece saúde física e emocional na melhor idade

O hábito de dançar promove saúde e bem-estar, em qualquer idade. Além do divertimento que a dança proporciona, especialistas afirmam que no ritmo da música se eliminam gorduras extras, aumenta a flexibi-lidade e melhora o tônus muscular, com benefícios para a coordenação motora, a postura, a memória e a respiração.

Não por acaso, os idosos atendidos pela Legião da Boa Vontade em Salvador/BA, por meio do programa Espaço de Convivência, têm aderi-do, cada vez mais, a essa atividade oferecida pela Instituição. As aulas ocorrem uma vez por semana no Centro Comunitário de Assistência Social da LBV, onde hoje 110 idosos recebem atendimento. “A dança é muito importante na Terceira Idade, pois, além de elevar a autoestima, é um exercício físico. Os idosos têm a oportunidade de se relacionar e se distrair, ela só faz bem”, ressaltou o professor de dança de salão Carlos Alberto.

Um exercício que faz bem ao corpo e traz sempre felicidade. É assim que Marta Souza Lima, de 90 anos, define o que sente ao participar das aulas. “A dança é boa para minha coluna, pernas, braços, e para meus nervos. Toda vez que danço me sinto feliz. A LBV representa muita Paz e saúde pra mim!”

Para Aldenora Nascimento, de 62 anos, o resultado das aulas de dan-ça foi imediato em sua saúde: “As dores que eu sentia foram aliviadas”. Agradecida por essa e outras iniciativas desenvolvidas pela Instituição, ela completou: “A LBV é uma bênção que Deus me deu. Muita coisa mudou depois que entrei aqui, pois aprendi outro modo de viver. A Legião da Boa Vontade representa uma grande família para mim!”.

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VoluntariadoLBV de Portugal

Tricampeã mundial no atletismo, Aurora Cunha é exemplo de

Solidariedade além-fronteiras.

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Em 25 anos de carreira, a ex-atleta olímpica Aurora Cunha ficou conhecida pelas passadas rápi-

das, firmes e decididas. Tornou­se campeã no atletismo, com importantes vitórias em provas de corta-mato*, meio-fundo e fundo, e hoje é exem-plo no amparo a quem necessita. Foi campeã em seu país, Portugal: seis vezes nos 1.500 metros, oito vezes nos 3.000 metros e quatro vezes nos 5.000 metros. Em provas de meia-maratona, conquistou três títulos mundiais, além de vencer as maratonas de Pa-ris (1988), Tóquio (1988), Chicago (1990) e Roterdã (1992) e a Corrida de São Silvestre de São Paulo (1988).

Depois de se retirar das com-petições de alto nível, a garra e o engajamento da esportista em ações humanitárias elevaram ainda mais o seu nome em terras lusitanas e além-fronteiras. Com carisma e simpatia, Aurora tem sensibilizado a população portuguesa acerca dos benefícios da atividade física e da prática esportiva para a saúde da mente e do corpo. Há 16 anos, ela também se dedica a apoiar iniciativas solidárias. Segundo afirma, não basta apenas doar a imagem, é preciso tra-balhar, motivar o ser humano a fazer algo pelo bem do próximo.

Pensando assim, essa atleta deci-diu colaborar com os programas da Legião da Boa Vontade de Portugal. Foi voluntária pela primeira vez em 30 de junho de 2009, participando de festa no distrito do Porto que coroou

PERFIL Aurora Cunha nasceu em 31 de maio de 1959, na vila de Ronfe, no concelho de Guima-rães, Portugal. Entrou no atletis-mo aos 15 anos, representando o Clube Juventude de Ronfe. Depois, passou pelo Sporting e pelo Futebol Clube do Porto, o qual defendeu por 20 anos.

Por conta das baixas temperaturas do inverno europeu, a LBV de Portugal costuma reforçar o atendimento prestado pelo programa Ronda da Caridade.

Recentemente, numa das madrugadas mais frias do ano, a pre-sença da Instituição socorrendo os moradores de rua foi ressaltada no Jornal da Tarde, da RTP — uma das principais emissoras de tele-visão de Portugal —, em transmissão ao vivo, à meia-noite, da ação solidária da Legião da Boa Vontade na cidade do Porto. “Uma sopa quente muda tudo numa noite dessas”, comentou o jornalista Rui Sá, durante a reportagem, que repercutiu ao longo da programação da emissora. Na oportunidade, os voluntários da LBV distribuíram roupas, agasalhos, cobertores, edredons, sopa, leite, chá, pães etc.

O trabalho da Ronda da Caridade também mereceu realce em jornais e sites portugueses, a exemplo de A Verdade, Diário Digital, Diário de Notícias, Es-quillo Notícias, Noticiarium, e do portal NetMadeira.

Ronda da caridade é destaque na TV portuguesa RTP

* Corta-mato — Modalidade de corrida difundida na Euro-pa, realizada em trilhas de ter-ra batida, relva, zonas arboriza-das e encostas.

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* Ronda da Caridade — O programa traba-lha pelo desenvolvimento do ser humano. Encaminha pessoas que não têm abrigo para o Centro Social da LBV de Portugal, a fim de que lá sejam orientadas e, assim, tenham acesso a serviços de saúde, cida-dania e lazer. Desta forma, tomam conhe-cimento de seus deveres e direitos, favore-cendo-lhes a percepção de oportunidades e o interesse pela busca de novos saberes, na vivência da cidadania plena.

A LBV de Portugal atua na cidade do Porto, em Lisboa, Coimbra e Bra-ga. Além de promover campanhas de abrangência nacional, a exemplo da Desporto é Vida, nessas localidades desenvolve também programas socio-assistenciais. Entre eles, destacam-se: Sorriso Feliz, Um Passo em Frente, Semente Boa Vontade, Cidadão Bebé, Ronda da Caridade e Viva Mais! — este, aliás, incentiva o voluntariado na Terceira Idade. Outras informações podem ser obtidas pelo tel. (+35122) 208-6494 ou na internet: www.lbv.pt

Porto: Rua Comandante Rodolfo de Araújo, 104, Bonfim. Lisboa: Avenida do Brasil, 33A, Freguesia de Campo Grande.Coimbra: Rua Simões de Castro, 147, Freguesia de Santa Cruz.

Ouça diariamente a Super Rede Boa Vontade de Rádio:Porto: Rádio Regional Sanjoanense (88,1 FM), das 23 às 24 horas. Coimbra: Rádio Regional Centro (96,2 FM), das 7 às 8 horas, e Rádio Clube da Pampilhosa (92,6 FM), das 15 às 16 horas. Lisboa: Rádio Horizonte (92,8 FM), das 23 horas à meia-noite.

Voluntariado

as atividades daquele mês com o público infantojuvenil, ação especial da Instituição pelo Dia da Criança, comemorado no país em 1o de junho.

Em três anos de apoio à LBV, foram muitas as atividades em que se envolveu, a exemplo de projetos de saúde bucal e das campanhas de Natal. Numa dessas oportunidades, comentou: “Sinto certa obrigação de contribuir para que as pessoas sejam solidárias, porque fala-se muito em tempo de crise, mas a crise ocorre os 365 dias do ano; temos de ser solidários durante o ano todo”.

Esse espírito engajado explica a identificação de Aurora Cunha com o trabalho solidário da Instituição, que há mais de seis décadas com-bate a pobreza e a exclusão social, por meio da tradicional campanha do Natal Permanente da LBV. “Eu acho que nós, figuras do desporto, podemos convidar outras pessoas para que se juntem a nós, para ajudar a LBV, que tanto merece”, afirmou.

A ex-atleta mostrou essa dis-posição em mais uma das saídas noturnas da Ronda da Caridade*.

Em Portugal, o programa presta socorro emergencial por meio da entrega de refeições, sempre com a preocupação de orientar o cidadão sobre o desenvolvimento de suas habilidades, a fim de que obtenha o próprio sustento. Além disso, leva o conforto espiritual, tão necessá-rio nos momentos de desamparo. Por tudo isso, a iniciativa tem se tornado importante ferramenta de inclusão social e união familiar.

Aurora juntou-se à equipe de voluntários do Centro Social da LBV, que realiza a atividade nas madrugadas de sábado e de domin-go, no Porto.

Chamada de “madrinha” em várias ações solidárias promovidas pela Instituição, a ex-atleta causou surpresa em uma saída da Ronda da Caridade. Para os sem-teto, alegria e admiração marcaram a entrega da sopa da LBV nessa madrugada, no gesto dessa conhecida figura do desporto português. “Todas as pessoas que possam ser solidárias, dar um bocadinho do seu tempo na ajuda da distribuição de bens, duas vezes por semana, aos sem abrigo, poderão fazê-lo nas instalações da Legião da Boa Vontade, porque é uma grande ajuda para todas es-sas pessoas que precisam tanto”, ressaltou Aurora Cunha.

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Equipamentos e microfones consagrados, Vintage e Hi-Fi.

Sistema de gravação Pro Tools HD3, com conversores Apogee

Symphony. Periféricos Manley, Millennia, SSL, Universal Audio, Avalon,

Empirical Labs, Lexicom e Eventide. Microfones Neumann, Coles, AKG, Shure,

Sennheiser. Monitoração Genelec e Aviom.

• Sonorização / Sound Design• Restauração de áudio

• Gravação (Bandas, Grupos Musicais, Corais, Orquestras de Câmara e Locução)

• Mixagem / Masterização (também on-line via FTP)• Composição de trilhas para programas de TV e publicidade

• Estrutura de iluminação para gravação de DVD/Blu-ray

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“Em qualquer circunstância, pensem logo em Jesus!”

Alziro Zarur (1914-1979)

Inspirada no Evangelho do Divino Mestre, a Coleção Ecumênica “Os milagres de Jesus” apresenta seu mais novo título: A cura de um cego.

Nesta história conhecemos Bartimeu, um pobre mendigo que vivia na antiga cidade de Jericó. Por vários anos ele sofreu, muitas vezes abandonado à própria sorte. Contudo, tinha a esperança de um dia achar a cura. E foi assim que — ao ouvir falar que andava por aquelas terras um Profeta sem igual, Jesus, o Profeta Divino, que fazia muitos milagres, como a cura de doentes, paralíticos, surdos e... cegos — Bartimeu prometeu a si mesmo que, se O encontrasse, não perderia a oportunidade de

pedir a ajuda do Mestre. Foi então que tomou conta daquela cidade uma movimentação incomum.

Para saber como continua a história, ligue e ad-quira seu exemplar pelo Clube Cultura de Paz: 0300 10 07 940.

Os Soldadinhos de Deus Thiago e Lívia também leram a história e deixaram seu recado:

A cura de um cego

Eu aprendi que devemos ter muita Fé Realizante e confiar sempre em Jesus, que com Fé Realizante alcançamos todos os nossos objetivos. Thiago André Moreno de Paula, 11 anos, São Paulo/SP.

Quando a gente tiver qualquer problema, a gente tem que pensar em Jesus.

Lívia Melissa Coelho Rodrigues Corrêa, 8 anos, São Paulo/SP.

A obra A cura de um cego, publicada pelo selo Soldadinhos de Deus, da LBV, foi lançada na 22a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Para mais infor-mações, veja a p. 106.

Heitor Sene Morais, 2 anos, com sua mãe, Karina Ferreira Sene — Ferraz de Vasconcelos/SP.

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Soldadinhos de Deus, da LBV

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A Esperançanão morre nunca!

Nunca!Não morre, não!

Pois, como a Vida,que é eterna,

(Paiva Netto)

mãe tão fraterna,pode morrer?!Não, não morrenunca!Não morre, não,a Esperança no coração!

A Esperança não morre nunca!

Galeria

Maria Eduarda de Alencar Carneiro (D), 4 anos, e Lívia Teles Batista de

Oliveira, 5 anos — Goiânia/GO.

Maria Clara de Freitas Barreto, 2 anos. Pais: Ana Cláudia e Marcos Barreto — Salvador/BA.

Victor Gabriel Azevedo Silva, 2 anos. Pais: Vera Lúcia e Jociel da Silva — Belo Horizonte/MG.

Guilherme Filipi Salatino, 1 ano. Pais:

Etiene e Filipi Salatino — São Paulo/SP.

Ana Paula Peres Ribeiro, 2 anos. Pais: Paula e Carlos Henrique Molina — Americana/SP.

Alexa Nátali, 4 meses. Pais: Scarlet e Josimar Cruz — Edealina/GO.

Maria Isabele Moreira Rosa, 4 anos

— Itaboraí/RJ.

Davi Conde Scheidt Lopes, 3 meses. Pais: Michelle Conde Scheidt e José Wilson Lopes Filho — São Paulo/SP.

Luiza Cassimiro dos Santos, 8 meses.

Pais: Adriana do Vale Cassimiro e Marcos Luiz dos Santos —

São Paulo. SP.

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Você sabe como se faz a concordância verbal em uma frase que contenha as

expressões “um dos que” ou “uma das que”? O verbo vai para o plu-ral. Exemplos: “Ele é um dos pro-fessores que mais participam das reuniões pedagógicas”

e “Ela foi uma das que saíram antes do previsto”. Observe as fra-ses invertidas: “Dos professores que mais participam das reuniões pedagógicas, ele é um” e “Das que saíram antes do previsto, ela foi uma”.

Duas boas amostras do uso correto de “um dos que” são os trechos a seguir:

“A Parábola da Grande Ceia — 15 Ora, ouvindo tais palavras, um dos que estavam com Jesus à mesa disse-Lhe: Bem-aventurado aquele que comer pão no Reino de Deus” (Evangelho do Cristo Ecumê nico, o Divino Estadista, segundo Lucas, 14:15); e

“Como declarou um dos que me honram com a sua audiência, analisan-do este nosso trabalho de explicar a Bíblia para os Simples, não estamos

fazendo como um ou outro afoito que abra o Livro

das Profecias F i n a i s e corra para o entendi-mento aço-d a d o d o

que seriam as bestas, as trombe-tas, as pragas e tanta coisa mais. Você não pode chegar à Álgebra se não passou pela Aritmética. Não pode chegar ao doutorado se não atravessou vários anos de estudo universitário e além. Tudo observa um ciclo. Deve seguir--se uma escala crescente. (...)” (Paiva Netto, em As Profecias sem Mistério).

As mesmas regras devem ser aplicadas às expressões “um des-ses que”, “uma dessas que”, “um daqueles que” e “uma daquelas que”. Exemplos: “Serviu-se de um desses alimentos que fazem bem à saúde”, “Esta é uma dessas noites que têm belo luar”, “Havia sido um daqueles instantes que trazem boas recordações” e “Foi uma daquelas músicas que nos emocionaram”.

Eventualmente, os vocábulos “um” ou “uma” poderão ser omiti-dos. Exemplos: “Sou (um) dos que creem na vida após a morte” e “Ela foi (uma) das que mais vibraram com o sucesso da equipe”.

Sugestões de temas a serem abordados e dúvidas são bem-vin-das. Se você as tiver, encaminhe--as para a Redação desta revista (veja o endereço na p. 6).

Bom estudo e até a próxima!

Concordânciacom “um dos que”

Aprendendo PortuguêsDa

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Adriane Schirmer, professora.

Adriane Schirmer | Especial para a BOA VONTADE

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