revista boa vontade, edição 228

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Brasil unido por um e sem miséria Natal mais solidário Nívea Stelmann Rogério Flausino Renato Prieto Margareth Menezes Marcos Pasquim Isabelle Drummond Eliana Pittman D’Black Rosemary Paiva Netto escreve sobre fato histórico no Brasil COMEMORAçãO Peregrinos do Brasil e exterior festejam os 21 anos do Templo da Boa Vontade HOMENAGEM O mundo celebra os 70 anos de Pelé, o rei do sonho canarinho EDUCAçãO A inovadora Pedagogia da LBV repercute em série de eventos na Europa e na América Latina RECORDE Campanha da LBV distribui 1,2 milhão de quilos de alimentos a mais de 70 mil famílias de baixa renda, renovando a Esperança e a Boa Vontade nas almas por um feliz 2011. IBGE Pesquisa recente revela que insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros. INCLUSãO SOCIAL Os desafios das pessoas com deficiência para ingressar no mercado de trabalho LBV DE MãOS DADAS COM A COMUNIDADE Tatau

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A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

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Page 1: Revista Boa Vontade, edição 228

Brasil unido por um

e sem misériaNatal mais solidário

NíveaStelmann

Rogério Flausino

Renato Prieto

Margareth Menezes

Marcos Pasquim

Isabelle Drummond

Eliana Pittman

D’Black

Rosemary

Paiva Netto escreve sobre fato histórico no Brasil

CoMEMoRação Peregrinos do Brasil e exterior festejam os 21 anos do Templo da Boa Vontade

hoMENagEM o mundo celebra os 70 anos de Pelé, o rei do sonho canarinho

EDuCação a inovadora Pedagogia da LBV repercute em série de eventos na Europa e na américa Latina

RECoRDE Campanha da LBV distribui 1,2 milhão de quilos de alimentos a mais de 70 mil famílias de baixa renda, renovando a Esperança e a Boa Vontade nas almas por um feliz 2011.

IBgE Pesquisa recente revela que insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros.

INCLuSão SoCIaL os desafios das pessoas com deficiência para ingressar no mercado de trabalho

LBV DE MãoS DaDaS CoM a CoMuNIDaDE

Tatau

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Page 4: Revista Boa Vontade, edição 228

Sumário

8 8 Fato Histórico

Paiva Netto12 cartas, e-mails, livros e registros20 mUlHeres Na mÍDia 23 opiNião esportiva por José Carlos Araújo24 FUtebol

Rei do sonho canarinho — O mundo festeja os 70 anos de Pelé 27 acoNtece em são paUlo28 abriNDo o coração

Brasilidade à baiana — Margareth Menezes pede mais atenção às raízes do povo

34 acoNtece Na baHia36 iNclUsão social

Caminhos abertos — Mercado de trabalho absorve número cada vez maior de pessoas com deficiência

40 terceiro setor• Solidariedade globalizada — Conferência internacional debate tema (p. 40)• Avanços na questão social — Congresso discute papel do Terceiro Setor e atuação do MP na proteção dos direitos sociais (p. 43)

46 saúDe• Epidemia do século — Número de diabéticos deve crescer 54% nos próximos 20 anos (p. 46)• O fim da hipertensão — Nova terapia promete futuramente acabar com a pressão alta (p. 49)

50 samba & História por Hilton Abi-RihanO pai do baião — A alma do sertão na arte de Luiz Nascimento Gonzaga

54 eDUcação e cUltUra — eUropaLBV de Portugal promove congresso de Educação — Evento propõe aliar fundamentos educacionais à Espiritualidade Ecumênica para um desenvolvimento integral

59 acoNtece em portUgal60 eDUcação – brasil

A missão de educar — Seminário no ParlaMundi da LBV discute o papel do docente como agente transformador da sociedade

63 eDUcação – argeNtiNa• Congresso Ibero-Americano de Educação — Propostas incluem ampliar o número de crianças e jovens na escola e melhorar a qualidade do ensino

65 acoNtece No pará 66 acoNtece em miNas gerais68 21 aNos Do tbv

• A alma do Templo da Boa Vontade — No maior encontro ecumênico do Brasil, o fundador do TBV destaca o Ideal de Fraternidade que inspirou o monumento (p. 68)

Paiva Netto escreve: “Fato histórico”. 46 Epidemia do século — Número de diabéticos deve

aumentar 54% nos próximos 20 anos

12 sérgio abraNcHes

Nova obra Copenhague: Antes

e depois.

12 miriam leitão

Lançamento do livro Convém sonhar

16 laUDo Natel e ricarDo viveiros

Jornalista escreve — Laudo Natel: um bandeirante.

15 Júlia lemmertz

Biografia homenageia a atriz Lilian Lemmertz

13 reNato aragão

50 anos de Didi Mocó

16 siro DarlaN

Desembargador autografa seu livro

sobre adoção

17 WagNer De assis

Bastidores do filme Nosso Lar

13 UbirataN agUiar

Poesia em título e CD

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108• Pelo mundo via internet — Mensagem do Templo da Boa Vontade é acompanhada em tempo real (p. 78)• Ato ecumênico — Religiosos e diversos representantes do saber humano celebram os 21 anos do Templo da Boa Vontade (p. 81)• Cultura musical — Espetáculo Música Legionária — Identidade e Coração celebra encontro de gerações (p. 84)

92 cUltUraEcumenismo no ideal missionário e na arte — Templo da Boa Vontade inspira desenhos de padre católico

95 iN memoriamHomenagem a quatro talentos brasileiros — Almeida Prado (p. 95), Moacir C. Lopes (p. 96), Iara Kern (p. 97) e MoacIr Werneck de Castro (p. 98)

98 melHor iDaDe por Walter PeriottoFique atento a mudanças no comportamento — Especialista ensina a identificar e evitar a depressão

100 músicaNovos voos de Jota Quest — Vocalista Rogério Flausino fala de experimentos da banda, carreira internacional e fama.

105 acoNtece No piaUÍ106 memória NataliNa

Artigo histórico de Rui Barbosa108 Natal permaNeNte Da lbv

Brasil unido por um Natal mais solidário e sem miséria — Edição 2010 da campanha Natal Permanente da LBV ajudará mais de 70 mil famílias

134 iNstitUto brasileiro De geograFia e estatÍstica138 espÍrito e ciêNcia

Universo e leis em evolução — O biólogo Rupert Sheldrake e a nova gênese morfológica

142 arte Na tela por Marta JabuonskiCultura afro-brasileira

144 literatUraCultura que ultrapassa os livros — 56a Feira do Livro de PortoAlegre/RS

150 iNterNacioNalBrazilian Day — Comenda da LBV é destaque na maior festa brasileira nos EUA

153 acoNtece em Nova york154 opiNião — mÍDia alterNativa por Carlos Arthur Pitombeira

Qualificar ou proibir o exercício da profissão157 registro158 respoNsabiliDaDe social

Cemar e Coelba160 solDaDiNHos De DeUs162 acoNtece No rio De JaNeiro

Tradicional Campanha da LBV por um Natal mais solidário e sem miséria a todo vapor

54 arNalDo Niskier

Palestra na LBV de Portugal

95 almeiDa praDoIn memoriam

60 içami tiba

Contra a indisciplina na escola

36 caroliNa igNarra

Inclusão social: Caminhos abertos

60 cristovam bUarqUe

Professores para cidadania libertadora

96 moacir c. lopes

In memoriam

96iara kerN

In memoriam

97 moacir WerNeck

De castroIn memoriam

156José gomes

talaricoIn memoriam

68 21 anos do Templo da Boa Vontade

Manaus/AM

BOA VONTADE | 5

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BOA VONTADEA N O 5 4 • N o 2 2 8 • S E T / O U T / N O V / D E Z 2 0 1 0

BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

DIRETOR E EDITOR-RESPONSáVEL: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

COORDENAçãO gERAL: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira

JORNALISTAS COLABORADORES ESPECIAIS: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan e José Carlos Araújo.

EQUIPE ELEVAçãO: Adriane Schirmer, Alexandre Rueda, Carla Luz, Cida Linares, Daiane Emerick, Diego Ciusz; Gizelle de Almeida, Isabela Ribeiro, Jefferson Rodrigues, Jonny César, Leila Marco, Leilla Tonin, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves, Paulo Azor, Rafael Bruno, Simone Barreto, Valéria Nagy, Vivian Ribeiro Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.

PROJETO gRáFICO: Helen Winkler

CAPA E DIAgRAmAçãO: Felipe Tonin e Helen Winkler

ImPRESSãO: Editora Parma

CRéDITO DAS FOTOS DE CAPA: D’Black: André Fernandes; Eliana Pittman: André Fernandes; Isabelle Drummond: André Fernandes; marcos Pasquim: André Fernandes; margareth menezes: Eduardo Moody; Nívea Stelmann: André Fernandes; Pelé: Airton Leite; Renato Prieto: André Fernandes; Rogério Flausino: Weber Pádua; Rosemary: André Fernandes e Tatau: Eduardo Moody.

ENDEREçO PARA CORRESPONDêNCIA: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected]

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.

A tradicional Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! é um exemplo vivo de que o es-pírito fraterno, renovado a cada aniversário do Divino Mestre, deve ser diário. Como o amigo leitor poderá acompanhar em reportagem, a iniciativa este ano vai oferecer uma mesa farta e um fim de ano feliz a mais de 70 mil famílias de baixa renda, atendidas ao longo do ano por meio dos programas socioeducacionais da Instituição ou assistidas por entidades que integram a Rede Sociedade Solidária Ecumênica. São mais de 1,2 milhão de quilos de alimentos não perecíveis, arrecadados graças à ajuda de colaboradores, empresários e voluntários, que prontamente atenderam ao chamado da Solidariedade Ecumênica, e dos cerca de 200 artistas, espor-tistas e personalidades que abraçaram a campanha.

Da Europa, chega a notícia da 9a edição do Congresso Internacional de Educação, promovido pela LBV de Portu-gal, na cidade do Porto. O tema central do encontro: “Unir Cérebro e Coração: um olhar além do intelecto” norteou a discussão de ideias entre profissionais da área, além de pais e estudantes, como a problemática do relacionamento interpessoal e intergeracional nas escolas, que afeta famílias e comunidades. A apresentação da Pedagogia da Boa Vontade (Pedagogia do Afeto e Pedagogia do Cidadão Ecumênico), criada pelo diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, atraiu a atenção do público. Muitos participantes manifes-taram interesse em aplicar esse conceito inovador em suas escolas e lares, não apenas em terras lusitanas, mas igual-mente no Brasil, onde o assunto tem ganhado notoriedade, resultado dos vários eventos promovidos no país sobre a linha pedagógica da Instituição.

O pensamento do dirigente da LBV, aliás, tem reper-cutido muito também no Brasil. Isso ficou claro durante o pronunciamento dele à frente da cerimônia principal alusiva aos 21 anos do Templo da Boa Vontade, em 23 de outubro, transmitido pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação para todo o país e ao mundo inteiro, via internet. Trechos do memorável discurso estão na matéria especial sobre o aniversário do TBV.

A diversidade de pontos de vista também está presente aqui em entrevistas com personalidades, como o vocalista Rogério Flausino, da banda Jota Quest, e o padre Mario Celli. Na seção “Abrindo o Coração”, a cantora Margareth Menezes conta um pouco da história de vida e seu com-promisso de manter-se fiel às próprias raízes. Esta edição homenageia, ainda, os 70 anos de nascimento do Rei Pelé, lembrando jogadas históricas e o constante apoio do atleta às causas sociais.

Reflexão de BOA VONTADEO mercado, sempre que gerido de forma desumana, portanto, irresponsável, lesa nações, ameaçando desencadear nelas o fim da democracia. Pode provocar reação

avassaladora, a tudo afetando subitamente. Globalização sem espírito humanitário é

prenúncio de novos conflitos, que a cegueira da ambição não deixa ver.

Extraído do livro É urgente reeducar!, de autoria do escritor

Paiva Netto. Conforme anunciou a Livraria Saraiva, ele foi o autor nacional mais vendido de seu estande

na 21a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada em agosto de 2010.

Edição fechada em 30/11/2010

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica

Ao leitor

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Economista por forma-ção, Dilma Rousseff entra para a história como a primeira mulher

a ocupar a Presidência do Brasil. Comandará o destino de mais de 190 milhões de brasileiros (segun-do Censo 2010), num mandato de quatro anos, a partir de 1o de janeiro de 2011.

Saudamos a presidenta eleita do país, desejando-lhe sucesso na árdua, mas gloriosa, tarefa de conduzir nosso vertiginoso crescimento e aprimorá-lo, ao reduzir as desigualdades sociais. Uma conquista e manutenção do lugar que nos cabe entre as nações mais desenvolvidas do mundo. Aspiração unânime de cada um de nós.

Rememorando os fatos, vemos a tradição democrática civiliza-da sendo seguida: Dilma, num

Fatohistórico

João

Pre

da

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da LBV.

gesto de paz, estendeu a mão aos opositores políticos. Afinal, for-mamos um único povo. Por sua vez, José Serra, na abertura de seu discurso, disse: “Quero aqui cumprimentar a candidata eleita Dilma Rousseff e desejar que faça bem para o nosso país”.

Dilma declarou, na noite de 31 de outubro, domingo, no encer-ramento de sua primeira palavra após o pleito eleitoral, que “a nação brasileira terá exatamente a grandeza daquilo que, juntos, fizermos por ela”.

Com esse pen-samento e a atitu-de dele nascida, que vençamos to-dos nós, o Brasil e seus cidadãos, pois é a vontade de gerações in-teiras.

Fato histórico

Divu

lgaçã

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José Serra

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Divu

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O presidente Lula e a presidenta eleita Dilma Rousseff chegam ao Museu Nacional da Coreia do Sul para jantar de trabalho com chefes de Estado e de governo do G-20 (Seul, Coreia do Sul, 11/11/2010).

Rica

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Comissão do Status da Mulher na ONUEste mais recente espaço conquistado pela

Mulher na sociedade contemporânea, para nós, da Legião da Boa Vontade, não é surpresa. Isto fica evidenciado no documento que enviamos à 49a Sessão da Comissão do Status da Mulher, texto que as Nações Unidas (ONU) divulgaram em seis idiomas (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo), e encaminharam aos chefes de Estado e or-ganizações não governamentais que participavam, a exemplo da LBV, desse significativo encontro internacional, ocorrido de 28 de fevereiro a 11 de março de 2005.

Em determinado trecho da mensagem, é repro-duzida parte do discurso que proferi na década de 1980 — e que fiz constar no livro Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987) — quando defendo que pelo nosso prisma a mu-lher tem direito a ser presidente da República,

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Então, os sexos nisto estarão har-monizados. Que brilhe o homem, que brilhe a mulher, conforme a competência de cada um. Isto não quer dizer que homens e mulheres são totalmente iguais. Aí está pelo menos, de início, a anatomia para desmentir. O que quero dizer é que não se devem sustentar antigas barreiras e levantar novas, firmadas em tabus, preconceitos e interesses espúrios para impedir maior influência da mulher sobre o destino do mundo. Homem e mulher dependem um do outro. Completam-se.

Ainda no documento, é trans-crito texto constante da Decla-ração Universal dos Direitos Humanos em que se pode ler: “Todos têm o direito de fazer parte do governo do seu país. O empoderamento e autonomia da mulher e a melhoria do seu status social, econômico e po-lítico são essenciais para al-cançarem transparência e um

governo respeitável e uma administração e desenvol-vimento autossustentável em todas as áreas da vida”. Diante do exposto, a Legião da Boa Vontade defende uma estratégia justa, política, cul-tural, científica, filosófica na igualdade de gêneros.

AniversarianteAproveito o ensejo para para-

benizar nossa presidenta eleita, que aniversaria no dia 14 de dezembro, desejando felicida-des ao lado de seus familiares e amigos.

Árabe Chinês Espanhol Francês Inglês Russo

A MULhER NO conSERTO DAS NAçõES Reprodução do documento elaborado pela LBV e traduzido pelas Nações Unidas para seus seis idiomas oficiais.

condutora de religiões, capitã de indústria, de aviões e navios transatlânticos; tem direito de ser médica, engenheira, profes-sora... No trabalho, há um justo conceito de valor entre homens e mulheres: o da competência.

Fato histórico

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O casal de jornalistas Miriam Leitão e Sérgio Abranches recebeu amigos, familiares, colegas da mídia e admiradores para o lançamento em setembro, na capital federal, de seus respectivos livros: Convém sonhar e Copenhague: Antes e depois.

No primeiro, a jornalista e comentarista de economia apresenta crônicas, reunidas em mais de 20 anos de carreira, não apenas sobre a área econômica, mas também sobre questões sociais e ambientais, jornalismo, além de opiniões e histórias pessoais da colunista.

Por sua vez, o jornalista ambiental e cientista político Sérgio Abranches definiu seu novo livro como “uma tentativa de entender o que se passou na reunião global do clima em Copenhague [Dinamarca], que, pela primeira vez desde a Rio-92, reuniu mais de cem chefes de Estados e os chefes de go-vernos mais poderosos do mundo em meio a muita expectativa de que fosse se tomar uma decisão séria para debelar a ameaça da mudança climática e que foi mais ou menos uma frustração”.

Representantes da Legião da Boa Vontade parabenizaram os autores. Na ocasião, o casal dedicou exemplares dos livros ao dirigente da Instituição, com estas dedicatórias: “José de Paiva Netto, na esperança de que seus sonhos de Boa Vontade se realizem, Miriam Leitão”; e “Para José de Paiva Netto, com o abraço e os votos de continuidade do trabalho da LBV. Do Sérgio Abranches”.

Cartas, e-mails, livros e registros

BOA VONTADE em altaQuero agradecer pelo exemplar

da BOA VONTADE. Realmente, o trabalho é excepcional, sem dúvida alguma. (José Luiz Lamas Junior, administrador de Contratos Oi, São Paulo/SP)

Direito e CaridadeEstou lendo com prazer o livro É

urgente reeducar!. A obra é didática, interessante e convida o leitor a séria

reflexão. Pode-se dizer que é um tratado de refor-ma íntima do Ser Huma-no, com fundamento no Mandamento Ecumênico do Cristo, que considero base da justiça universal. (...) Entendi que essa re-forma está diretamente ligada ao Ecumenismo

Irrestrito, pela mensagem do Evange-lho. (...) Paiva Netto deixa claro que não entende o Ecumenismo apenas religioso. É mais abrangente, com a abrangência de suas ações em todos os setores da vida humana. Sou advogado e, lendo o livro, entendi que a máxima do Evangelho do Cristo: “Amai-vos como Eu vos amei” (Evangelho de Jesus segundo João, 13:34) é a fór-mula do real Ecumenismo na ciência do Direito, a verdadeira justiça com caridade. Muito obrigado por enri-quecer meu conhecimento na área em que atuo. (Hermano Lopes, advogado, São Paulo/SP)

É urgente reeducar!Tive a oportunidade de ler o livro

É urgente reeducar!, de Paiva Netto, e em cada página recebi uma nova lição de amor. Ele nos ensina a ser

Miriam Leitão e Sérgio abranches fazem duplo lançamento em Brasília

Cidadãos Fraternos, o que não significa estarmos desprovidos de senso crítico ou despreparados para enfrentar um mundo de riscos, conforme afirma. Ao contrário, nos dá ferramentas para que possamos ser Cidadãos Ecumênicos,

respeitando os demais sem perder nossa identidade. O autor da obra nos ensina a Sintonia Tríplice: Bom Pensamento, Boa Palavra e Boa Ação. (...) Fiquei muito emocionada ao ler sua explicação sobre o Ecumenismo em

A jornalista Miriam Leitão e sua nova obra, Convém sonhar. Ao lado, o jornalista ambiental e cientista político Sérgio Abranches com o seu livro Copenhague: Antes e depois.

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O ilustre presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), dr. Ubiratan Aguiar, mais uma vez dá mostras de seu talento literário com o lançamento de Versos de Vida. O livro vem acompanhado do CD Sina do Cabra da Peste. Com 59 poemas, a obra é a terceira do gênero assinada pelo ministro. Já o CD, o sexto promovido pelo dr. Ubiratan, reúne letras dele musicadas e interpretadas por artistas de grande talento da música brasileira, entre eles Geraldo Azevedo, Italo e Renno, Dominguinhos e Amelinha.

Durante a noite de autógrafos, ocorrida no Clube do Choro, em Brasília/DF, o ministro assim dedicou um exem-plar do livro ao dirigente da LBV: “Paiva Netto, os Versos de Vida falam de paz e amor de que o mundo tanto neces-sita. Ubiratan Aguiar”. No CD, constam os dizeres: “Ao Paiva Netto, grande expressão brasileira, o abraço do Ubiratan Aguiar”. Falando ainda do trabalho literário do presidente do TCU, vale rememorar o belo poema Natal, escrito pelo dr. Ubiratan em 2006 e publicado no livro Tropel do Tempo. Nele, a exemplo do que propaga a Legião da Boa Vontade, desde sua fundação, o autor deseja que o espírito do Natal seja diário:

“NatalAh! Se pudesse fazer/ Todos os dias, Natal/ Passagens

de um novo Ano/ Espírito de confraternização/ Solidarie-dade fraterna/ Distanciamento de ódios.

Ah! Se pudesse transmitir/ A paz das águas/ O cântico livre dos pássaros/ A beleza azul do firmamento/ O encanto colorido das flores/ O riso ingênuo das crianças.

Ah! Se eu pudesse receber/ Amor daqueles que eu amo/ Sorrisos dos que conheço/ A leveza da paz dos sonhos/ Luzes de saber, conhecimentos/ Bênçãos de Deus e saúde.

Feliz 2006”.

todas as áreas do saber, explicando o Ecumenismo dos Corações, o sentimento bom, e o quanto devemos educar nossos sentimentos. (Roseli Garcia, La Paz/Bolívia)

Ao ouvir o Irmão Paiva e ler seus escritos, vejo que o conteúdo tratado por ele é política pura. Como estudante de Relações Internacionais, fiquei muito comovida com a prece contida na edição 105 da revista JESUS ESTá CHEgANDO!, na qual comenta teses de diversos cientistas políticos, à luz da Espiritualidade Ecumênica. É uma verdadeira aula da Política de Deus. (Jéssica Domingues, estudante, São Paulo/SP)

O presidente do Tribunal de Contas da União,

dr. Ubiratan Aguiar.

a poesia de ubiratan aguiar em nova obra e CD

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V

Renato aragão comemora 50 anos de Didi MocóO humorista Renato Aragão festeja, neste

2010, 50 anos de seu Didi Mocó. O personagem, criado pelo ator, o consagrou no meio televisivo, com Dedé Santana e os saudosos Mussum e Zacarias. O quarteto fez gerações divertirem--se assistindo ao programa Os Trapalhões na televisão e no cinema, por mais de 20 anos.

Atualmente, o ator comanda A Turma do Didi, exibido, aos domingos, pela TV Globo. No dia 29 de novembro, o diretor do progra-ma, Guto Franco, encaminhou à Legião da Boa Vontade um vídeo com mensagem de Natal do humorista dedicada à garotada da institui-ção: “Aí gente, para todas as crianças da LBV um Feliz Natal, um beijo e um abraço do Didi. Vamos lá, gente, um beijão pra vocês. Fiquem com Deus”.

A LBV e seu diretor-presidente felicitam o humorista pela marcante data.

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Novas obras literárias: Direito, Constituição e Transição Democrática no Brasil e A impunidade veste colarinho branco

A Feira do Livro de Porto Alegre (leia reportagem sobre o evento na p. 144), em sua 56a edição, contou com a presença ilustre de dois nomes da política do Rio grande do Sul entre os lançamentos literários: o gover-nador eleito do Estado, Tarso Genro, e o senador Pedro Simon, respectivamente, nos dias 3 e 4 de novembro.

O governador eleito do Rio grande do Sul lançou Direito, Constituição e Transição Demo-crática no Brasil. Os textos que compõem a obra foram produ-zidos por Tarso Genro enquanto ainda exercia a função de ministro da Justiça. Neles, o autor analisa as relações entre os poderes consti-tuídos, numa perspectiva jurídica e no contexto de um longo processo de transição político-democrática, iniciado em 1985 e cujos parâme-tros estão consagrados na Consti-tuição de 1988.

O governador eleito do Rio Grande do Sul, sr. Tarso Genro, e sua esposa, sra. Sandra Genro, durante a 56a Feira do Livro de Porto Alegre.

O senador Pedro Simon lança A impunidade veste colarinho branco também na Feira do Livro de Porto Alegre

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Cartas, e-mails, livros e registros

Em concorrida sessão de au-tógrafos, prestigiada por admira-dores, familiares e amigos, o go-vernador eleito dedicou exemplar da obra ao dirigente da LBV: “Ao Paiva Netto, cidadão do bem, com o abraço fraterno do Tarso Genro, 3/11/10”.

Pelo fim da impunidadeO senador Pedro Simon compa-

receu ao evento literário na capital gaúcha para o lançamento de sua obra A impunidade veste colarinho branco. Na ocasião, recebeu os cumprimentos de amigos, familia-res, público e autoridades.

Sobre a escolha do tema de que trata o livro, o parlamentar afir-mou que a impunidade continua sendo um dos maiores problemas do Brasil, visto que também gera outras mazelas, como a violência urbana, o analfabetismo e mesmo a falta de medicamentos. Medidas como a aprovação da Lei da Ficha

Limpa, segundo ele, representam o marco para o fim deste mal, pois assim se cria um ambiente em que políticos envolvidos com desvio de recursos públicos sejam presos ou percam seus mandatos.

Ao receber a saudação de representantes da LBV, Pedro Simon agradeceu e, cordialmen-te, declarou: “Meu abraço muito carinhoso ao meu amigo Paiva Netto. Sou um admirador da sua obra, do seu trabalho, leitor per-manente de suas colunas; agra-deço a oportunidade de poder fa-lar aos amigos da Legião da Boa Vontade, porque realmente esse livro é resultado de uma cami-nhada da boa vontade”. O sena-dor também autografou exemplar do seu livro ao dirigente da LBV, com esta dedicatória: “Ao grande amigo Paiva Netto, companheiro de longa caminhada. Um abraço do Pedro Simon. 04/11”.

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De autoria do escritor e jor-nalista Laurentino Gomes, o recém-lançado 1822 promete repetir o sucesso do best-seller 1808, do mesmo autor, sobre a vinda da Família Real portuguesa. Desta vez, o foco é a Independên-cia do Brasil.

O livro traz um relato em de-talhes do processo de ruptura po-lítica entre Portugal e sua colônia nas Américas. Em 22 capítulos, intercalados por ilustrações sobre fatos e personagens históricos, a obra cobre o período entre a volta da corte portuguesa de D. João VI a Lisboa, em 1821, e a morte do imperador D. Pedro I (1834).

Durante o lançamento, na capital paulista, representantes da Legião da Boa Vontade felici-taram o escritor, que gentilmente encaminhou exemplar da obra ao dirigente da LBV, com a men-sagem: “Para o amigo José de Paiva Netto, com um abraço e a admiração do autor. L”.

Recentemente, a Coleção Aplauso apresentou novo título de sua galeria de grandes nomes da cultura nacional: Lilian Lemmertz — Sem rede de proteção. O local escolhido para o lançamento foi o Rio de Janeiro/RJ, onde a atriz Júlia Lemmertz, filha da homenageada, recebeu colegas, amigos e fãs da dramaturgia.

A obra, assinada pelo jornalista e roteirista Cleodon Coelho, relata a vida e a carreira de Lilian Lemmertz, gaúcha de nascimento e uma das atrizes mais elegantes e talentosas de sua geração, com atuação marcante no teatro, em novelas e no cinema, entre as décadas de 1960 e 1980. Faleceu em 1986.

Entre as personalidades e amigos que prestigiaram o evento, os atores Tony Ramos, Paulo Betti, Edney Giovenazzi e Nando Cunha; e as atrizes Laura Cardoso, Marieta Severo, Thais Garayp, Cláudia Alencar e Suzana Pires; além do escritor e autor de novelas Manoel Carlos. Também compareceram ao lançamento representantes da Legião da Boa Vontade, os quais receberam exemplar do livro autografado especialmente ao diretor-presidente da Institui-ção com as seguintes dedicatórias: “Com carinho, Júlia Lemmertz”; e “Caro Paiva Netto, espero que goste desta história tão bela! Beijo, Cleodon”.

(1) A atriz Júlia Lemmertz e o jornalista Cleodon Coelho durante o lançamento do livro Lilian Lemmertz — Sem rede de proteção. (2) O autor de novelas Manoel Carlos e a atriz durante sessão de autógrafos. (3) A atriz Marieta Severo, presente ao lançamento. (4) A partir da esquerda, as atrizes Cláudia Alencar e Júlia Lemmertz com o jornalista e roteirista Cleodon Coelho.

Biografia homenageia a atriz Lilian Lemmertz

um olhar sobre a Independência

do Brasil

O escritor Laurentino Gomes durante lançamento de 1822

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O desembargador Siro Darlan reu-niu amigos e catedráticos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em outubro, para o lançamento do livro Nova Lei de Adoção e Causos. Com base em sua ex-tensa experiência como titular da 1a Vara da Infância e da Juventude da Comarca do Rio de Janeiro/RJ, o autor comenta nesse trabalho a nova lei, narrando seis histórias reais em que a adoção não é

vista apenas como um instituto jurídico, mas também, e principalmente, como uma manifestação de amor.

O dr. Darlan, que há anos acompanha a ação da LBV, sobretudo a atuação na área educacional, recebeu com muita simpatia representantes da Instituição durante o evento. Ao autografar um exemplar da obra, o desembargador registrou: “Para o professor Paiva Netto, mestre de Educação para os pobres e crianças e adolescentes do Brasil, com minha gratidão”.

Alguns dos meninos e meninas atendidos pelo Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade em Belo Ho-rizonte/MG levaram o abraço fraterno da instituição ao diretor-executivo da Record Minas, Fabiano Freitas, pela passagem de seu aniversário, em 19 de novembro.

O aniversariante foi presenteado com um belo quadro e um cartão con-feccionado pela própria garotada. Ao ser parabenizado, Fabiano destacou: “Fiquei muito feliz e confesso que nunca recebi um presente tão lindo e belo como esse. A criança é pura, não tem maldade, o amor é sincero, verda-deiro, e quando a gente é presenteado por criança, se sente tocado. Sabemos que vem de coração. Fico muito feliz de ser homenageado pelas crianças da LBV. Agradeço de coração e parabéns pelo trabalho que fazem para elas e suas famílias”.

Parabéns ao diretor da Record Minas

Crianças com a apresentadora

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Guimarães, no estúdio

do Hoje em Dia (Record),

em Belo horizonte.

Nova Lei de Adoção e Causos

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A vida e as realizações do ex-governador de São Paulo Laudo Natel ganham um novo olhar. O jornalista Ricardo Viveiros lançou em outubro a obra Laudo Natel: um bandeirante. O local escolhido para a sessão de autógrafos foi o Museu da Casa Brasileira, em São Paulo/SP, onde o autor e o próprio biografado receberam amigos e admiradores.

Neste 21o livro de Viveiros, o leitor tem a oportunidade de saber mais sobre a história desse nonagenário político, economista e administrador de empresas que por duas vezes foi governador paulista (1966-67; 1971-75). Ao mesmo tempo, chama a atenção o conteúdo rico em registros históricos sobre economia, política e esportes do Brasil nos últimos 50 anos.

O dr. Laudo Natel e o autor dedicaram um exemplar da obra ao diretor- -presidente da Legião da Boa Vontade, com as seguintes mensagens: “Ao ilustre brasileiro José de Paiva Netto, o meu abraço. Ricardo Viveiros”; “Ao prezado José de Paiva Netto, com o abraço cordial do Laudo”.

Laudo Natel: um bandeirante, por Ricardo Viveiros

O dr. Laudo Natel (E) e

o jornalista Ricardo Viveiros

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Orações e interpretação de tre-chos do Evangelho de Jesus segun-do João compõem o tema do novo livro do padre Marcelo Rossi: Ága-pe*. O lançamento ocorreu nas de-pendências da Universidade Paulista (UNIP), em Santos/SP, reunindo amigos e familiares do autor, fiéis e simpatizantes. Na obra, o leitor tam-bém encontra um pouco da história de vida do padre e de seu sacerdócio.

Representantes da Legião da Boa Vontade compareceram à sessão de autógrafos. Na ocasião, ele encaminhou exemplar ao di-rigente da LBV, com a mensagem: “Paiva Netto, que Jesus Ágape nos ilumine”.

O arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, presidente do Conselho Episco-pal Latino-americano (Celam), é o mais novo cardeal brasileiro. Consagrado oficialmente no dia 20 de novembro, pelo papa Bento XVI, recebeu o barrete vermelho e o título cardinalício durante a ce-rimônia em que foram ordenados outros 23 cardeais na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Nascido na cidade de Capela Nova, em Minas Gerais, no dia 15 de fevereiro de 1937, o religioso ingressou no seminário em 1955. Entre os cargos importantes ocupados por ele na Igreja Católica Romana, estão o de secretário-geral do Celam, por dois mandatos (1995-1999 e 1999-2002), e o de presidente do Conselho Fiscal, de 2003 a 2006, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A Legião da Boa Vontade e seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, saúdam dom Damasceno pela nova missão.

Bastidores do filme Nosso Lar

O lançamento de Nosso Lar, basti-dores do filme, no Rio de Janeiro/RJ, no início de outubro, mereceu destaque na mídia. O trabalho, de autoria do cineasta e jornalista carioca Wagner de Assis, descreve a produção do longa-metragem dirigido por ele e com base na obra de Chico Xavier Nosso Lar, ditada pelo Espírito André Luiz, que retrata a vida em uma colônia espiritual.

Prestigiado por artistas, diretores e convidados, a exemplo de Rosan-ne Mulholland, Dennis Carvalho, Ana Rosa e sua filha, Ana Beatriz Corrêa, o lançamento contou ainda com a presença de representantes da Legião da Boa Vontade, a quem saudou: “Eu tenho muito a agrade-cer à LBV pelo apoio e divulgação que tem dado ao filme. Realmente, vocês estão nos ajudando muito com a divulgação”.

Ao dirigente da Instituição, Wagner de Assis registrou fraterna dedicatória em exemplar do livro: “Ao Paiva Netto, todo o meu carinho e agradecimentos por compartilhar desta história. Grato, Wagner de Assis. 6/10/10”.

Padre Marcelo Rossi lança Ágape

* A palavra “ágape” tem origem no grego antigo. Além de significar Amor fraternal e espiritual, define a re-feição dos primeiros cristãos e se associa ao sentido de amizade, caridade. Hoje, o termo é usado para designar a santa comunhão, o banquete eucarístico.

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Brasil tem novo cardeal

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Com o lançamento de Cartas a um jovem economista, o professor Gustavo Franco oferece aos jovens a oportunidade de aprender com as experiências de um economista de sucesso, no caminho até se tornarem também profissionais de renome.

Ex-presidente do Banco Cen-tral do Brasil, gustavo Franco compartilha experiências pessoais e do trabalho que podem ajudar jovens economistas a enxergar a profissão de maneira mais humana e transcendente, com ênfase nos valores da honestidade, da coerên-cia, da integridade e do senso de propósito, tanto dentro como fora da Economia.

Amigos e admiradores do autor prestigiaram a sessão de autógrafos, na capital paulista. Ao diretor-pre-sidente da Legião da Boa Vontade, o economista dedicou exemplar da obra: “Para o ilustre amigo José de Paiva Netto, com o meu especial abraço. Gustavo Franco”.

O poeta, ensaísta e crítico literário Antonio Carlos Secchin, membro da Academia Brasileira de Letras, lançou em novembro, no Rio de Janeiro/RJ, Memórias de um leitor de poesias e outros ensaios. O início da obra traz um balanço sobre os quase 40 anos de dedicação do autor ao ofício da leitura e pesquisa de poesia e à transmissão dessa paixão ao público. O livro contém ainda 18 ensaios, a maioria deles sobre poe-tas brasileiros do passado e da atualidade.

Em concorrida sessão de autógrafos, prestigiada por amigos e compa-nheiros da ABL, o autor dedicou exemplar da obra ao dirigente da LBV, com a mensagem: “Ao Dr. Paiva Netto, esperando que estas ‘Memórias de um leitor de poesias e outros ensaios’ lhe sejam agradáveis! Obrigado, um abraço, Secchin”.

Professor gustavo Franco escreve

Cartas a um jovem economista

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antonio Carlos Secchin traz em livro memórias e ensaios sobre poetas

O jornalista André Luis Mansur, crítico literário do jornal O Globo, lan-çou, recentemente, seu mais novo livro: A rebelião dos sinais. A concorrida noite de autógrafos ocorreu no bairro da Lapa, região central da capital fluminense.

Na obra, o autor apresenta doze contos, quase todos passados na cidade do Rio de Janeiro/RJ, em situações nas quais indaga o leitor sobre o que aconteceria se os si-nais e acentos da língua portuguesa resol-vessem abandonar os livros e revistas. Ao

longo das histórias, o jornalista explica o motivo da rebelião: a exclusão dos sinais e acentos da linguagem da internet, que prefere abreviações.

Na oportunidade, André Mansur deixou em um exemplar do trabalho a seguinte mensagem ao diretor-presidente da LBV: “Obrigado mais uma vez pelo apoio à minha carreira literária. Em breve estarei dando mais uma entrevista ao sistema LBV*. Grande abraço”.

Rebelião na língua portuguesa

* Sistema LBV — O autor refere-se à Super Rede Boa Vontade de Rádio.

Cartas, e-mails, livros e registros

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Na semana de seu aniversário, comemorado em 12 de setembro, o presidente do Grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão, sr. Johnny Saad, recebeu na sede da emissora, no Morumbi (zona sul paulistana), singela homenagem da Legião da Boa Vontade.

Na ocasião, o casal Legionário Renata e Alziro Paolotti de Paiva levou ao empresário o fraterno abraço do dirigente da LBV, José de Paiva Netto. Dois meninos atendidos pela Instituição entregaram ao aniversariante um cartão artesanal e um quadro com a camisa da LBV, com a assinatura de crianças ampara-das pela Obra, simbolizando o carinho dos 1.200 alunos do Instituto de Educação da LBV na capital paulista.

Há décadas a Legião da Boa Vontade e a Band com-partilham uma história de parcerias de sucesso em favor do povo, a exemplo da Campanha LBV — SOS Nordeste. Essa amizade vem desde a época do fundador do Grupo Bandeirantes de Comunicação, dr. João Jorge Saad (1919-1999), um pioneiro das comunicações no país.

Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, habituou-se a festejar o aniversário de uma ilustre filha da terra. Em 16 de setembro, a matriarca da família Velloso, Dona Canô, foi novamente o centro das atenções ao completar 103 anos de vida.

Logo cedo, o som de fanfarra e muitos fogos fazia a primeira saudação. Durante o dia não fal-

taram a sabedoria e o bom humor característicos da homenageada.

Na Igreja de Nossa Senhora da Purificação houve missa em celebração à aniversa-riante, feita por monsenhor Gaspar Sadoc, amigo de

Dona Canô. Depois, no al-moço especial, na residência da

família, o carinho de filhos, netos e bisnetos, de amigos e personalidades,

se misturou ao aroma de comidas típicas baianas. É claro, foi servido o prato preferido da centenária dama: caruru.

Na oportunidade, representantes da Legião da Boa Vontade entregaram à aniversariante uma estatueta de São Francisco de Assis, patrono da LBV, e uma carta do diretor-presidente da Institui-ção, felicitando-a. Antiga colaboradora da Obra, agradeceu a lembrança e ressaltou a amizade de longa data com a LBV e com seu dirigente: “Muito obrigada! Paiva Netto nunca me esquece. Trans-mita a ele o meu abraço”.

Bahia festeja os 103 anos de Dona Canô

Dona Canô Velloso, ao lado da representante da LBV na Bahia, Nizete Souza, recebe carinhosa carta do dirigente da Instituição.

Sr. Johnny Saad recebe algumas das crianças da LBV e os representantes da Instituição Renata e Alziro de Paiva

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Johnny Saad, presidente da ,

recebe os parabéns da LBV

FRATERNA AMIZADE DE GERAÇÕES Registro de um dos memoráveis encontros entre José de Paiva Netto e o sempre lembrado dr. João Jorge Saad (D), em setembro de 1994, na capital paulista.

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alMulheres na mídia

Momentos felizes vivenciados por quatro destacadas comu-nicadoras do Brasil tiveram a companhia de crianças atendi-

das pela Legião da Boa Vontade. Nos últimos meses, Ana Paula Padrão (Re-cord), Luciana Gimenez (RedeTV!) e Luisa Mell (Rádio Bandeirantes) fize-ram aniversário, e Eliana comemorou o primeiro ano de seu programa no SBT. Em cada uma dessas datas marcantes, meninas e meninos da LBV levaram o carinho da instituição. Sempre gentis e solidárias às causas sociais, essas profissionais da comunicação tiveram na homenagem a retribuição do Amor oferecido por elas ao público.

Ana Paula Padrão agradece no Twitter

No dia de seu aniversário, 25 de

Comunicadoras recebem singelas homenagens da LBV

A jornalista Ana Paula Padrão exibe o cartão de felicitações e um porta-retratos com foto de algumas das crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade.

A apresentadora Luciana Gimenez abraça duas estudantes da LBV, que entregaram carinhosas lembranças dos alunos da escola da Instituição, da capital paulista.

novembro, a jornalista Ana Paula Padrão, apresentadora do Jornal da Record, teve a grata surpresa de receber um cartão confeccionado por algumas das muitas crianças atendidas pela LBV na capital paulista.

Logo em seguida, a jornalista publicou uma mensagem de agra-decimento em sua página oficial no microblog Twitter: “Queria agradecer às crianças da LBV que me mandaram um presentinho fofo! Muito obrigada”.

Luciana Gimenez repercute homenagem em seu blog

Em 3 de novembro, foi a vez de Luciana Gimenez festejar mais um ano de vida. A apresentadora

do programa SuperPop se mostrou comovida com a surpresa preparada pelas crianças da Legião da Boa Vontade. Representando os 1.200 alunos da Escola da LBV em São Paulo/SP, Maria Isabella, 10 anos, e Amanda Alves, 12, levaram para a aniversariante um cartão de felicita-ções e um porta-retratos com foto de algumas das crianças atendidas pela Instituição.

Com simpatia, Luciana conver-sou com as meninas. Em seu blog, a apresentadora destacou: “Gente, na última semana a LBV (Legião da Boa Vontade) foi até a RedeTV! em uma das minhas gravações para realizar uma homenagem à minha pessoa. Eu fiquei muito agradecida. Amei o cartão e o presentinho espe-cial feito pelas crianças!”.

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Eliana ganha cartão de parabéns e quadro com a camisa da Legião da Boa Vontade, assinada por crianças da Instituição.

No aniversário de Luisa Mell, a homenagem de meninas e meninos atendidos pela LBV. Ela recebe um porta- -retratos e um cartão confeccionados pela criançada.

Boa Vontade contribuiu para o colori-do da festa do primeiro aniversário do programa de Eliana no SBT, neste 2010.

Em uma pausa nas gravações, em estúdio da emissora, na capital pau-lista, a artista recebeu da criançada um cartão de parabéns e um quadro com a camisa da Instituição, assinada pelas crianças, com mensagens de felicitação.

Luisa Mell conversa com crianças da LBV

Não faltou animação no encontro da atriz e modelo Luisa Mell, apre-sentadora do quadro Comunidade dos Bichos, na Rádio Bandeirantes, com algumas das crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade em São Paulo/SP. O motivo da confraternização foi o aniversário dela, em 19 de setembro. Na homenagem à Luisa, presentes confeccionados pela própria garotada: um cartão e um porta-retratos.

Emocionada, a apresentadora lembrou a longa amizade com a LBV: “Muito obrigada pela atenção que a Legião da Boa Vontade sempre teve comigo. Adoro vocês e sempre que precisarem estarei à disposição”. Conhecida por sua atuação em defesa dos direitos dos animais, Luisa retri-buiu a homenagem presenteando as crianças com bichinhos de pelúcia.

Eliana emociona-se com os pequenos

A cor amarela do uniforme usado por crianças atendidas pela Legião da

“Muito obrigada às crianças e à LBV pela homenagem. Já conheci de perto o trabalho de vocês. Estou muito feliz!”, disse Eliana depois de saber que as meninas e os meninos ali representavam os alunos atendidos pelo Instituto de Educação da LBV em São Paulo. Emocionada com o carinho da homenagem, acrescentou: “Vocês são maravilhosos!”.

SÃO PAULO/SP O Instituto de Educação José de Paiva Netto, da LBV, atende diariamente mais de 1.200 crianças e jovens, em situação de vulnerabilidade social, na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio.An

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Opinião EsportivaJosé Carlos Araújo

José carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de Janeiro.

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Muito mais do que qualquer dirigente de clube, acima de qualquer craque. Este é o torcedor, razão maior

do futebol. Podemos ter os mais ta-lentosos atletas em campo, mas sem a força dessa presença nos estádios nenhum jogo será empolgante.

Quando falo em torcedor, refiro- -me àqueles que merecem essa qualificação. Os que saem de casa para incentivar o time do coração e encaram os adversários como rivais esportivos e não como inimigos. Não chamo de torcedores os que es-colhem a violência como objetivo e argumento, os que intimidam, agri-dem, ferem e até matam. A influên-

cia negativa desses famigerados no esporte — eles que se julgam donos dos clubes e dos estádios — tem chegado ao nível do absurdo, no Brasil e em muitos outros países.

Infelizmente, os maus exemplos foram importados e se transforma-ram em erva daninha em nosso solo. Nos últimos meses, em pleno Campeonato Brasileiro da Série A, tivemos fatos lamentáveis em dois dos nossos principais clubes: o Flamengo e o Corinthians, que possuem as duas maiores torcidas do país.

Em ambos os casos, antes da chegada de Wanderley Luxem-burgo e da saída de Adílson Batista, os torcedores — insa-tisfeitos com o desempenho dos times na competição — foram à respectiva sede de seu clube e, como se fossem autoridades, advertiram e ameaçaram atletas, técnico e dirigentes.

Não é pela intimidação que a equipe vence jogos. O torcedor tem outras maneiras de demonstrar

a insatisfação e pode fazer isso pelo silêncio, pelas vaias, faixas e, até mesmo, deixando de ir aos estádios. O que não se admite é violência, seja com atos ou com palavras.

A culpa recai também sobre os dirigentes que permitem o livre acesso desse tipo de torcedor nas dependências do clube; os que for-necem ingressos gratuitos para que essa massa torcedora faça dos está-dios uma espécie de quartel-general para seus atos de vandalismo; e os que, diante dos absurdos que obser-vamos, fazem vista grossa ou dizem que não têm nada com isso.

É obrigação dos diretores coibir atos dessa natureza, jamais permitir que ocorram. Ninguém pode inva-dir os clubes, interromper treinos e, como se fossem dirigentes, pro-mover “reuniões” em campo, para cobrar desempenho. Somos ainda o país do futebol, mas precisamos também de profissionalismo. Está na hora de o Brasil — que sediará uma olimpíada e uma Copa do Mundo de Futebol — aprender que o esporte começa e termina muito além dos campos e quadras.

Direitos e limites do torcedor

A pioneira Campanha LBV — Esporte é Vida, não violência!, surgida na década de 1970, no Rio de Janeiro/RJ, trouxe importante contributo ao desporto brasileiro. O alto valor instrutivo e educacional dessa iniciativa da LBV fica mais uma vez evidenciado quando se observam ainda episódios de violência por parte dos torcedores. Na foto, a faixa da campanha da Instituição no estádio de Pituaçu, em Salvador/BA.

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FutebolO maior jogador de todos os tempos

O mundo festeja os 70 anos de Pelé

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Era 16 de julho de 1950, e os brasileiros começaram o dia na expectativa pela final da primeira Copa do

Mundo no país. Em Bauru, inte-rior paulista, o menino Dico, como a família de Edison Arantes do Nascimento o chamava, viu o pai, seu Dondinho, chorar depois do gol de Ghiggia, que calou o Mara-canã totalmente lotado e garantiu a vitória sobre o Brasil e o título mundial ao Uruguai, em pleno templo do futebol brasileiro. Na época, com apenas 9 anos, o ga-roto logo prometeu: “Não chora, eu vou ganhar a Copa do Mundo para o senhor”. Oito anos depois, na Suécia, Pelé cumpriu a palavra, e mais: com o tempo se tornou o maior ídolo desse esporte, sendo aclamado o Rei do Futebol.

De Dico para Pelé, décadas após aquele episódio, esse minei-ro de Três Corações continua a empolgar os amantes do esporte, que em 23 de outubro festejaram por todo o planeta os 70 anos do maior jogador de todos os tempos, inclusive relembrando as geniais jogadas e as importantes conquis-tas dele no Brasil e no exterior.

O amor pelo esporte vem desde o berço e ajuda a explicar a fantástica trajetória profissional de Pelé. Seu Dondinho, apelido de João Ramos do Nascimento, foi também jogador e inspirou profundamente o filho. O reco-nhecimento do grande talento

do jovem atleta se deu durante a Copa do Mundo da Suécia, conquistada pelo Brasil em 29 de junho de 1958. Nesse dia, o grito que ficara preso no “Maracana-zo”* — como ficou conhecido o episódio da derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950 — enfim se soltou, com Pelé conduzindo a seleção canarinho ao primeiro título mundial. Vencia-se ali mais que um campeonato; era o fim de um fantasma que assombrou toda uma geração de jogadores por 2.905 dias.

Ao longo da carreira, Pelé mar-cou 1.281 gols, recorde no futebol profissional. Três vezes campeão do mundo, além da Suécia, dis-putou mais três Copas, ven-cendo duas delas: no Chile, em 1962, e no México, em 1970. Eternizou a camisa 10, pois com ele ganhou significado especial: tradi-cionalmente, é usada pelo melhor jogador do time, tanto no Brasil como no exterior. Foram mais de 21 anos de reinado absoluto no esporte, sobretudo no Santos FC e na Seleção Brasileira. A despedida dos gramados, no Cosmos, de Nova York/EUA, foi em 1977.

Gol pela infânciaEsse ícone da história do

esporte mundial também cos-

Pelé conduziu a seleção

canarinho ao primeiro título

mundial. Vencia-se ali mais que

um campeonato; era o fim de um

fantasma que assombrou toda

uma geração de jogadores

por 2.905 dias, desde a

Copa do Mundo de 1950.

*“maracanazo” — O Maracanã foi construído para a Copa do Mundo de 1950. Em 16 de julho, teriam comparecido à final entre Brasil e Uruguai mais de 200 mil pessoas, esti-mativa diferente dos pouco mais de 173 mil pagantes registrados pela Fifa — Federação Internacional de Futebol — e da então capacidade do estádio, feito para receber 155 mil. O episódio da derrota para os uruguaios, que fez o pai do menino Pelé chorar, e este prometer que conquistaria o caneco, ficou conhecido como “Maracanazo”.

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Com a inauguração prevista para 2012, no Centro Histórico da cidade de Santos/SP, o Museu Pelé desde já representa uma justa homenagem a uma das pessoas que mais divulgaram o Brasil e o futebol pelo mun-do. O projeto, assinado por outro ilustre brasileiro, também ganhador da Comenda do ParlaMundi da LBV, o arquiteto Oscar Niemeyer, foi idealizado de maneira que o museu fique dentro de uma esfera de sete metros de diâmetro, cuja estrutura será circundada por uma rampa. Ao lado, numa placa de 20 metros de altura, a silhueta do atleta dando so-cos no ar, típica marca do Rei do Futebol nas comemorações de cada gol. No espaço, poderão ser apreciadas mais de 3 mil peças (entre

filmes, fotos e troféus) cedidas por Pelé. O projeto foi anunciado oficialmente no dia 4 de novembro, no escritório do arquiteto em Copacabana, no Rio de Janeiro/RJ, e deve ter custo final de R$ 20 milhões.

Futebol

Paiva Netto (C) entrega, em abril de 1997, ao estadista português Mário Soares e a Pelé, o Atleta do Século 20, a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica (1996), do ParlaMundi da LBV.

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co ReconhecimentoEntre tantos títulos que Pelé

recebeu estão o de “Atleta do Século 20”, concedido pelo jornal francês L’Équipe, e a Comenda da Ordem do Mérito da Fraterni-dade Ecumênica, da LBV, na ca-tegoria Esporte (1996); ofertada ao jogador por seu desempenho em campanhas de promoção humana.

A láurea, instituída pelo di-rigente da Obra, José de Paiva Netto, no ParlaMundi da LBV, é um reconhecimento a pessoas e instituições que se destacam nos serviços fraternos em diferentes segmentos da sociedade brasileira e em âmbito mundial. Na ocasião, Pelé externou sua satisfação com a homenagem: “Realmente é um dia importante para mim. Eu não poderia deixar de agradecer ao Conselho, que aceitou a indicação de meu nome. (...) E hoje estou aqui no Templo da Boa Vontade, que o Paiva Netto falou que é uma Casa Ecumênica, uma Casa de todos”.

brasileira! A assinatura dele está na camisa da LBV entregue em agradecimento aos que contribuí-ram para a campanha. graças à adesão do público, a obra garante a manutenção e o aprimoramento dos programas socioeducacionais desenvolvidos pela Instituição, os quais ajudam a construir um futuro melhor para muitos bra-sileirinhos.

Museu Pelé

tuma se engajar em atividades que beneficiam o próximo. Neste ano, com a realização da Copa do Mundo na áfrica do Sul, Pelé e outros importantes nomes do futebol ajudaram crianças em situação de vulnerabilidade social, atendidas pela Legião da Boa Vontade, ao participar da iniciativa da LBV África do Sul 2010 — Fiz um gol pela infância

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Acontece em São Paulo

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Parlamento Jovem

Em sessões especiais na Câ-mara Municipal de São Paulo, nos dias 21 e 22 de outubro, alunos do 6o ao 9o

ano do ensino fundamental de escolas públicas e particulares paulistanas ocuparam o tradicio-nal espaço dos vereadores para as plenárias do Parlamento Jovem. Além da lição de democracia e de conhecer melhor a atividade parlamentar, com a iniciativa os estudantes tiveram a oportunida-de de apresentar propostas para melhorar as condições de vida do povo.

Em sua nona edição, o Parla-mento Jovem selecionou projetos de 55 estudantes. Um deles foi apresentado pela aluna Mariana

Aluna da LBV defende o uso racional da água

Oliveira Silva, de 11 anos, que está no 6o ano do ensino fundamental do Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade. A adolescente propôs a captação de água da chu-va e armazenagem em cisternas, que seriam instaladas em prédios comerciais e residenciais, para a utilização na lavagem de calçadas, irrigação de jardins e na limpeza de áreas comuns. Segundo Mariana, a ação contribui para reduzir o desperdício da água tratada, bene-ficiando o meio ambiente e toda a sociedade.

Na LBV: valorização do meio ambiente

Pela quarta vez, o projeto de um educando da Escola da LBV

é escolhido no Parlamento Jovem. E a maior parte dos trabalhos produzidos por esses estudantes se refere ao cuidado com o meio ambiente, fruto da importância com que a Instituição trata o as-sunto em suas unidades socioedu-cacionais, por meio da Campanha A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana, inspi-rada em pensamento do diretor- -presidente da LBV, José de Paiva Netto. Nessa perspectiva, os alunos tomam conhecimento do valor da Natureza em suas vidas e do com-promisso de preservá-la.

As atividades são aplica-das por meio da Pedagogia do Afeto, criada pelo dirigente da Instituição.

ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Colabore: www.euajudoamudar.org.brEm São Paulo/SP, o Conjunto Educacional da Legião da Boa Vontade está localizado na Av. Rudge,

630/700 — Bom Retiro. Para outras informações, ligue: (11) 3225-4500.

Mariana Oliveira Silva, 11 anos, aluna do Instituto de Educação da LBV na capital paulista, teve sua proposta escolhida para o Parlamento Jovem 2010.

O Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade dispõe de diversos espaços de aprendizagem que possibilitam ao educando maior proximidade entre teoria e prática. Um desses locais é o laboratório de Química e Biologia, representado acima.

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Uma existência significativa, transformadora e com-prometida com a arte, assim se pode resumir a tra-jetória de Margareth Menezes. A atriz, cantora e compositora baiana não se deixa iludir pelo sucesso,

fruto de mais de duas décadas de carreira, com 13 CDs/LPs, três DVDs e 21 turnês internacionais, nas quais projetou seu nome no cenário mundial, a ponto de ter sido reverenciada como “deusa” pelo jornal francês Le Monde e ser chamada pelo Los Angeles Times de “Aretha Franklin brasileira”.

Maga, como também é conhecida, faz da simplicidade o seu ponto de equilíbrio: “Prefiro ser uma pessoa pé no chão. Quero acertar muito mais como Ser Humano”. E costuma refletir no que realmente deve ser prioritário: “De que forma está a minha relação com a vida, a minha relação com Deus?”.

A coerência com seus princípios explica muitas escolhas, in-clusive o fato de manter-se fiel às próprias raízes. Nascida e criada na Cidade Baixa de Salvador/BA, a artista diz que há bastantes motivos para não se afastar da terra natal e de sua gente. A família mora ainda por lá, incluindo a mãe, dona Diva. Com sentimen-

Abrindo o CoraçãoMargareth Menezes

Margareth Menezes pede mais atenção às raízes do povo

Brasilidadeà baiana

Leilla Tonin e Leila Marco

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Abrindo o Coração

“É o dia a dia que diz o que somos, qual a força

que possuímos para vencer as dificuldades, procurar ter mais calma com as coisas. Às vezes a gente não sabe ouvir

aquele que não está dizendo o que se deseja

ouvir; é difícil.”

BV — O movimento Afropop Brasileiro, projeto que coman-da há cinco anos, leva também essa mensagem?

Margareth — Mostra a for-mação social e cultural da Bahia, do Brasil, justamente por essas influências todas, principalmente pelo legado forte dos africanos, povo que foi trazido e que colaborou de maneira efetiva para o desenvol-vimento do país. Essa é uma luta pelo reconhecimento, para propor-cionar oportunidades às pessoas de se desenvolverem mais e ter acesso a todas as coisas que uma sociedade pode oferecer; ainda mais em uma nação como a nossa, que precisa se qualificar para poder tomar parte deste momento novo de desen-volvimento. Hoje vemos milhares de vagas de trabalho sem pessoas preparadas para assumir, e isso é uma controvérsia tão grande para um país que tem tanta necessidade, pessoas na miséria. Então, trazem gente de fora para assumir cargos que, na verdade, pertencem aos brasileiros... Isso é o que compõe o discurso do movimento Afropop, não é a questão política, mas de consciência humana.

BV — Na sua opinião, os brasi-leiros desconhecem a própria

história?Margareth — Desde a

descoberta do Brasil, dessa [região] conhecida antes de alguma forma, pois ha-via registros dessas terras anteriormente à própria

pseudodescoberta; do pau- -brasil chegando à Europa,

à Itália... Existem elementos

to de gratidão pelo que recebeu, Margareth escolheu o bairro da Ribeira também para instalar o pro-jeto social Fábrica Cultural, criado por ela há dois anos para promover a inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade.

Desde o início de sua trajetó-ria, interpretando samba-reggae, depois o ritmo da axé music, até mesclar a percussão baiana com batida eletrônica, a música pop e romântica, a artista continua (re)vi si tando todas essas referências. E essa musicalidade está bem viva em seu recém-lançado DVD Naturalmente acústico.

No fim de setembro, Margareth emprestou sua imagem para uma causa solidária, ao participar da sessão de fotos e gravação do vídeo institucional da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Essa tradicional ação da Legião da Boa Vontade busca oferecer um Natal mais feliz, digno e sem fome a milhares de famílias de baixa renda (leia a re-portagem na p.108), que ao longo do ano também são beneficiadas pelos programas da Legião da Boa Vontade. As fotos e filmagens foram feitas no Centro Comunitário e Edu-cacional da Instituição na capital baiana, onde a cantora concedeu entrevista à BOA VONTADE.

BOA VONTADE — Nós, da LBV, nos sentimos felizes em con-tar com você nesta campa-nha solidária...

Margareth Mene-zes — Obrigada, o [meu] carinho tam-bém. Para mim, é um

prazer. A obrigação de qualquer pro-fissional é buscar fazer o seu melhor.

BV — O que tem a Bahia que tanto inspira o Brasil?

Margareth — A questão histó-rica, a descoberta do Brasil, várias coisas aconteceram aqui, os primei-ros movimentos, além da questão da mistura, da cultura. É um povo formado por muitos elementos, e isso tem a ver com o próprio proces-so do país, da gente como um todo. O nosso país é formado por várias culturas, isso dá um diferencial. E a Bahia tem participação muito forte dentro desse conceito de brasilidade.

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Diva brasileiraMargareth Menezes lembra que, ainda menina, circulava pelos palcos de

teatro da Ribeira. Segundo a cantora, o ato de representar foi também um dos caminhos que a conduziram à música, pois todos os personagens que fazia sempre cantavam. Logo descobriu a grande vocação e, em 1990, a voz forte de contralto impressionou o famoso músico e compositor escocês David Byrne, de quem Maga recebeu o convite para participar de uma turnê mundial do Talking Heads, grupo do qual ele foi líder. Margareth abriu mais de 50 shows da banda pelos Estados Unidos e Europa. Graças à repercussão desse trabalho, o álbum que trazia Elegibô – Um canto de Ifá, lançado no mercado norte-americano, permaneceu 11 semanas na lista de sucessos da revista Billboard, na categoria world music.

Com o nome em evidência no exterior, não demorou até que a música de Maga estourasse nas rádios do Brasil, o que ocorreu em 2002, com o single Dandalunda, canção composta por Carlinhos Brown. Foi então que a cantora se firmou como uma das mais belas vozes femininas da música brasileira.

ainda guardados, então, se formos ver bem, não se conhece a nossa história real; alimentamos algo em função de determinadas situações que a sociedade programou, da chegada do português... mas há o conhecimento da cultura indígena, coisas que às vezes a floresta tem de tão positivo para a vida, e a gente atropelou o povo que já estava aqui. Depois, vem o africano com os seus conhecimentos naturais e colabora-ção. Tudo isso precisa ser resgatado e reconhecido para verdadeiramen-te termos um país mais real.

BV — Da infância, a família, o que mais valoriza?

Margareth — A família da mi-nha mãe é de pescadores, pessoal que veio de Ilha de Maré [próximo a Salvador]; meu avô trabalhava na vedação de saveiros, é uma família de marisqueiros. Da parte do meu pai, Antônio Cardoso, era o pessoal que cultivava a terra; a minha avó era roceira mesmo de plantar, meu avô tam-bém. Venho dessa coisa bem simples mesmo, e aí essas duas famílias se uniram pelo casamento na Península Itapagipana, aqui na Ribeira. A minha infância é muito parecida com a dessas crianças que estão tendo acesso às coisas na LBV. Meu universo era muito gostoso, pobre, mas ao mesmo tempo rico; eu ficava encantada, até hoje sou muito encantada com o mar.

BV — Neste ano, você se apre-sentou em Durban e Johannes-burgo, na África do Sul. Qual o sentimento de participar como

uma das atrações da primeira Copa do Mundo no continente africano?

Margareth — Foi relevante pela história que a áfrica do Sul tem para contar ao mundo, prin-cipalmente em relação ao Nelson Mandela, algo meio mágico. Ele, assim como o Mahatma Gandhi,

é uma criatura especial. Um Ser Humano mobilizando a nação, o continente e o mundo em função da necessidade de justiça. Tenho uma admiração grande por Nelson Mandela, por ter conseguido trans-formar a sociedade sul-africana, e a

Margareth Menezes e Carlinhos Brown, na gravação do DVD Naturalmente acústico.

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Alegria e descontraçãoDurante a visita à Legião da Boa Vontade, a cantora

Margareth Menezes foi recebida por meninas e meninos atendidos pelo programa LBV — Criança: Futuro no Presente! (foto). A garotada conduziu a artista em um passeio pela unidade socioeducacional, onde ela pôde conhecer as ações ali desenvolvidas. “Foi muito bacana estar aqui com as crianças. Você vê o envolvimento delas, sua alegria espontânea. A espontaneidade da criança é um sinal do que está recebendo, ela retorna de uma maneira muito verdadeira. Eu vi as crianças fe-lizes, cantando, se expressando, se comunicando. Elas cantaram para mim. Você sente que estão gostando e sendo bem tratadas. Eu vi isso, uma relação de Amor, de cuidado. Gostei muito”, declarou.

Abrindo o Coração

Copa veio consumar uma mudan-ça, mostrando como é essa realida-de a pessoas de todo o planeta. Para mim, foi importante poder ter ido lá, em Angola também, ver o que podemos aprender de novo.

BV — Contralto, voz forte, presença marcante e interpre-tação segura... tudo isso en-cantou o público em turnês na Europa e nos Estados Unidos. Já se acostumou aos elogios?

Margareth — Isso são boas referências, ter-

mos comparativos relevantes, mas o melhor é ter consciência profissional, o cuidado para não achar que é muita coisa, pois não é bem por aí; prefiro ser uma pessoa pé no chão. Quero acertar muito mais como Ser Humano. De que forma está a minha relação com a vida, a minha relação com Deus? Isso é o importante. Tenho buscado fazer transformações profundas na minha vida, em função de uma compreensão desse poder. Na questão profissional, procuro dar o meu melhor mesmo, pelo respeito às pessoas que vão ao show. A

gente vive num país de muitos artistas e para você conseguir

marcar tem de possuir um diferencial, portanto, aceito com carinho essas coisas. Sei, porém, que é o dia a dia que diz o que somos, qual a

força que possuímos para vencer as dificuldades, procurar ter mais calma com as coisas. Às vezes a gente não sabe ouvir aquele que não está dizendo o que se deseja ouvir; é difícil. Você corre o risco de estar cercado de pessoas que estão ali mais te babando do que dando uma palavra real da situação. É muito importante ter amigos de verdade, que você sabe que pode chorar com eles.

BV — Para você, esse amadure-cimento veio mais cedo, com a experiência de se descobrir como artista ainda muito jovem?

Margareth — Na verdade, sim. Engraçado, nunca tive a ambição, mas possuía essa coisa de gostar de música, de violão. Foi algo natural, porque o meu avô tocava violão, morava num bairro no qual muita gente fazia música, serenata. Minha mãe me ensinou a cantar o samba de roda, e era tudo bastante festivo; meus tios também, por parte de

Margareth e a mãe, dona Diva.

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Um defeitoSou um pouco teimosa.

Um ídoloTenho admiração por muitos

artistas, mas vejo a história do gilberto gil como um referencial. Não chega a ser ídolo, não! Ídolo é uma coisa muito forte, mas é um cara por quem tenho grande respei-to, admiração.

Um livroTantos livros... Eu vou dizer

um escritor, porque acho que me preenche em vários momentos. É o gabriel garcía márquez.

Boa Vontade...É você ter disposição de fazer

as coisas, fazer o Bem sem olhar a quem, Boa Vontade.

Um sonhoVer o mundo melhor, principal-

mente para as crianças do Brasil; a infância ser mais respeitada.

Que exemplo gostaria de deixar?

De uma pessoa que acredita na vida, positividade, um exemplo bom... Apesar de tanto não, tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade.

pai, gostavam de cantar. O meu tio Florisvaldo contava histórias, outros faziam [truques de] mágica. Aos 15 anos a minha mãe presen-teou-me com um violão, fiz teatro na escola, e isso foi me aproximan-do, até que cheguei ao teatro ama-dor, e todos os personagens que eu fazia sempre cantavam. Comecei, então, a cantar na noite, trabalhei com teatro e música até 1995; depois, foi só música. Sempre que o pessoal me pergunta: “Ah, quando começa o carnaval?”. Eu falo: o carnaval para mim faz parte da minha dinâmica profissional, a minha formação é o palco, que tem mais espaço. No trio elétrico você precisa fazer aquele exercício da voz de comando da massa... nele conduzo o público evitando algu-mas coisas, alguns tipos de música, porque tudo é vibração, é energia. O show que faço qualquer pessoa pode assistir, criança ou velho, não

“No trio elétrico conduzo o público evitando algumas

coisas, alguns tipos de música, porque tudo é

vibração, é energia. O show que faço qualquer pessoa

pode assistir, criança ou velho, não dou lugar para

baixaria, canto música simples, que fala de Amor,

de Natureza.”

dou lugar para baixaria, canto música simples, que fala de Amor, de Na-tureza. Gosto de me comunicar com leveza, o ambiente de trabalho da minha banda é muito saudável. Tudo isso a gente começa a culti-var, é maturidade, mas também é querer viver melhor.

BV — Mesmo com o sucesso, não se afastou da Cidade Baixa...

Margareth — Minha mãe, tios, parentes, o pessoal todo mora por aqui. Tenho a ONG Fábrica Cultural, que está começando, são 4 anos ainda, mas já com movimentos importantes. Sempre quis fazer alguma coisa, porque sentia essa efervescência que a juventude tem — muito jovem, muita cultura, muita história, e pouca oportunidade para o pessoal se expressar.

Margareth Menezes por ela mesma

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— S A L V A D O R / B A —

atleta atendida pela LBV tem o sonho realizado

Emily Laranjeira integra Seleção Brasileira e destaca-se em campeonato sul-americano

A carateca baiana Emily Laranjeira, de 15 anos, conquistou três medalhas no Campeonato Sul-Americano

de Caratê Interestilos, ocorrido no mês de setembro, em Assunção, capital do Paraguai. Emily subiu ao pódio três vezes, ganhando duas medalhas de ouro (nas categorias kata infantojuvenil e kumite infanto-juvenil B) e uma de bronze (catego-ria kumite equipe de revezamento).

Acontece na Bahia

A história da jovem no Esporte começou em 2000, aos 5 anos, no Centro Comunitário e Educacio-nal da Legião da Boa Vontade em Salvador/BA. Com o apoio da Ins-tituição, Emily e a família tiveram a vida transformada por meio do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!.

Em sua passagem por As-sunção, ela conheceu o Jardim e Pré-Escola José de Paiva Netto,

da LBV do Paraguai, interagiu com os atendidos e recebeu uma linda lembrança confeccionada pelas crianças. Emocionada com a recepção, lembrou os dias que pas-sava na Obra: “A gente chegava de manhã, recebia alimentação, brincava na quadra, fazia caratê, capoeira, dança... Agradeço a todos os que me deram a opor-tunidade de entrar na LBV para hoje estar onde estou”.

Tatiane de Oliveira Silva

Elisabete CuaioLBVé ação!

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Educação e oportunidadeAs duas filhas de Ailton

Laranjeira, pai de Emily, foram amparadas pela LBV em Salva-dor. “A educação que a família passou para elas foi boa, e a LBV deu continuidade. Tenho certeza de que as crianças aprenderam muita coisa, inclusive em termos de caráter, de formação. (...) Percebi que realmente se preo-cupam com a Educação e com o Esporte”, declarou o pai.

Com a filha campeã, o pai agradece o incentivo que recebeu e orgulha-se das origens humildes no bairro da Ribeira. “Graças a Deus, viemos de lá. Hoje, tenho uma filha que é atleta de primeira categoria, faixa-preta, e que co-meçou na LBV. Tenho que agrade-

cer muito a vocês por terem dado essa oportunidade e descoberto um grande talento. Agradeço a todos que abriram esse espaço, principalmente ao nosso Irmão Paiva Netto”, finalizou.

A exemplo do apoio dado a Emily, atualmente milhares de adolescentes participam de ati-vidades esportivas nas escolas e centros comunitários da Legião da Boa Vontade em todo o Brasil, por meio do programa Esporte é Vida!.

“Quando comecei a fazer esporte, treinava sério. (...) Isso não é um sonho, a LBV é uma realidade! (...) Da mesma forma que eu consegui chegar aqui, todos podem também”, afirmou a jovem campeã.

“Isso não é um sonho, a LBV é uma realidade!”

Emily LaranjeiraCarateca da Seleção Brasileira, após

conquistar três medalhas em campeonato sul-americano. O início da prática no esporte foi aos 5 anos na LBV (foto

abaixo), em Salvador/BA.

ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Colabore: www.euajudoamudar.org.brAv. Porto dos Mastros, 19, Ribeira, tel.: (71) 3312-0555.

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Emily aos 9 e 15 anos (destaque) com as medalhas conquistadas no estadual de caratê em 2005 e no sul-americano em 2010.

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Inclusão socialMudança de atitude

Alexandre Rueda

Caminhos abertos

Mercado de trabalho absorve número cada vez maior

de pessoas com deficiência

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Em todo o mundo, 650 mi-lhões de pessoas — cerca de 10% da população do globo — vivem com al-

gum tipo de deficiência. Desse número, a maioria (cerca de 80%) encontra-se em países em desenvolvimento. Esses dados foram divulgados pelas Nações Unidas (ONU), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização In-ternacional do Trabalho (OIT). Segundo ainda estimativas do Banco Mundial (Bird), 20% das pessoas mais pobres do planeta têm deficiência.

Entre as causas externas que mais frequentemente levam à deficiência estão os acidentes em meios de transporte e as quedas, portanto, ninguém está imune a esse tipo de ocorrência. Por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (3 de dezembro), o secretário- -geral da ONU, Ban Ki-moon, pronunciou-se sobre o tema: “Todos nós estamos vulneráveis a uma deficiência, temporária ou permanente, especialmente à medida que envelhecemos. (...) Um quarto da população global é afetada diretamente pela defi-ciência, incluindo os cuidadores ou membros da família. (...) A experiência mostra que quando as pessoas com deficiência têm a oportunidade de participar e conduzir o processo de desen-volvimento, a comunidade em geral se torna mais confiante. O engajamento dessas pessoas cria oportunidades para todos os que possuem ou não deficiência”.

No caso do Brasil, as estatís-ticas levantadas pelo Censo De-mográfico 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geo grafia e Estatística (IBgE), m ostraram que 24,5 milhões de cidadãos declararam ter algum tipo de deficiência, o equivalente a 14,5% da população há 10 anos. Assim, diante da dimensão e da relevância inerentes à questão, independentemente do grau e do tipo de deficiência, cada vez mais se discute e se avalia o re-sultado das políticas públicas de inclusão social em todo o mundo.

No país, há a percepção de que tem havido avanço nesse processo. Em entrevista ao programa Sociedade Solidá-ria, da Boa Vontade TV, a consultora Carolina Ignarra, cadeirante e diretora da Talen-to Incluir, comentou a forma

pela qual as empresas têm lidado com essa nova realidade. “No Es-tado de São Paulo, segundo dados da Superintendência Regional do Trabalho, no começo da fiscaliza-ção, em 2001, havia 12 empresas contratando 600 pessoas, em um Estado que possui mais de 9 mil empresas. Até o fim de 2009 já

A consultora Carolina Ignarra, diretora da Talento Incluir, pede mudanças de atitude e de cultura em relação ao profissional com deficiência.

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Inclusão social

a barreira de atitude, é mudança de cultura. E aí é um pouco mais complicado; é diferente mudar o comportamento das pessoas, é realmente um desafio”.

A própria experiência de Caro-lina Ignarra guarda um exemplo que aponta a necessidade de uma Cultura de Paz que promova esse esclarecimento. “Uma vez atendi ao telefone e a moça não sabia que do outro lado tinha uma empresa e que eu era cadeirante. E ela disse assim: ‘Preciso contratar [pessoas com] deficiências leves’. Aí perguntei: o que é deficiência leve? Ela respon-deu: ‘Aquelas que não atrapalham’. Como assim? Eu sou cadeirante. Espere, vou perguntar para a minha colega se eu atrapalho”, relembra.

Trabalho e superaçãoNa opinião da diretora da Ta-

lento Incluir, conquistar um em-prego melhora profundamente a qualidade de vida do deficiente. “Para mim, trabalhar foi uma ferramenta de superação; claro que houve também a estrutura da família, a formação, os amigos, o interesse das pessoas em estar ao meu lado, tudo isso contri-buiu para superar mais rapi-damente (...). É possível sair de casa, as pessoas têm de querer (...) e entender que o trabalho faz parte da vida de qualquer cidadão. Não é porque você tem deficiência que não precisa pro-duzir. E quantas pessoas falam para a gente assim: ‘Ah, você é deficiente, por que você não se aposenta, minha filha?’. Eu não preciso me aposentar, nem quero; desejo trabalhar.”

Pessoas com deficiência no Brasil

Fonte: Censo Demográfico 2000 (IBGE)

eram quase 7 mil cumprindo a cota estabelecida pela lei. (...) E a gente já tem mais de 102 mil pessoas deficientes trabalhando. As firmas começam a entender quais são os processos para que se tenha estrutura para a inclusão.”

Mesmo assim, conforme a es-pecialista, os desafios também são constantes. “As barreiras sociais são duas: físicas ou de atitude. Barreira física é falta de acesso; acesso a gente quebra e faz, é fácil. Precisa de investimento, é claro, mas é fácil transformar um degrau em rampa”, explica a consultora. O pior problema, segundo ela, “é

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Para Carolina, é importante esclarecer que boa parte das vagas conseguidas pela consul-toria Talento Incluir e por outras empresas e organizações que trabalham com inclusão e recolo-cação de profissionais com defi-ciência é destinada a cargos para iniciantes, como ocorre “de uma forma geral para todos”. Mas ressalta: “A maioria das pessoas com deficiência está começando a carreira profissional, pois elas não tinham oportunidade de tra-balho. E independentemente da idade, se tem 30, 40, ou 18 anos, se ela está começando, deve fazer por um cargo inicial, seja opera-cional, em recepção, assistente administrativo. Gosto de falar sobre o assunto, porque alguns dizem: ‘Mas não há vaga!’, ‘Você tem experiência para o cargo?’, ‘Possui formação para ele?’”.

Por isso, a empresa da qual é diretora investe no profissional, de forma a qualificar e tornar o deficiente apto a conquistar seu espaço como qualquer outro cidadão. No boletim no 1 do Observatório do Mercado de Trabalho Nacional do Ministério do Trabalho e Emprego, sobre os indicadores deste ano, verificou-

“(...) A barreira de atitude é mudança de cultura. E aí é um pouco mais complicado; é diferente mudar o comportamento das pessoas, é realmente um desafio.”

Carolina IgnarraDiretora da Talento Incluir, comentando os desafios enfrentados por pessoas com

deficiência ao ingressar no mercado de trabalho.

-se: “A geração recorde de postos de trabalho no primeiro quadri-mestre de 2010 tem-se refletido positivamente para os trabalha-dores que possuem algum tipo de deficiência. No referido quadri-mestre, 642 postos de trabalho foram ocupados pelo segmento, resultado considerado muito po-sitivo diante do apresentado no mesmo período de 2009, no qual foram destruídos 4 mil postos de trabalho ocupados por esses trabalhadores”.

É positivo para a sociedade o fato de que a Lei de Cotas esteja, cada vez mais, sendo cumprida e fiscalizada até mesmo por em-presas com menos de 100 funcio-nários, as quais pela legislação estão desobrigadas a fazer essa inclusão. Além disso, Carolina destaca: “Mais importante do que garantir a vaga é conseguir ficar no trabalho. Certamente [com as leis] há uma faci-lidade para ingressar no mercado, mas para se manter nele existe a mesma dificuldade de qualquer outro profissional. Para as empresas, é

uma mudança cultural de com-portamento. Não é fácil do dia para a noite o gestor, que traba-lhou 30 anos, de repente, fazer a gestão de uma pessoa cega, que possui sim uma diferença e pre-cisa ser considerada, para que exista respeito”.

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A s organizações da socieda-de civil brasileira, a exem-plo das fundações, têm um papel fundamental na

promoção dos direitos humanos. No entanto, para se manter, co-tidianamente enfrentam desafios

Terceiro SetorEncontro Paulista de Fundações

Por um novo mundocolaborativo

semelhantes aos de empresas do setor privado. Um dos principais é modernizar a gestão, ficando em sintonia com as novas tecnologias e as transformações sociais.

A fim de capacitar os gestores nesses temas e discutir os rumos do

Terceiro Setor no Brasil, a Associa-ção Paulista de Fundações (APF) promoveu, em São Paulo/SP, o 5o Encontro Paulista de Fundações. Sob o tema “Uma Nova Fundação para um Novo Mundo Colabora-tivo”, conferencistas de peso, do

Daniel GuimarãesFotos: Divulgação

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Conferência internacional debate rumos para o Terceiro Setor

Brasil e do exterior, compartilharam sua experiência com os 300 ativistas reunidos no evento. A seguir, alguns dos principais aspectos debatidos.

Novos modelos de gestãoApontadas como instituições

inovadoras, as fundações co-munitárias estão consolidadas em países como Estados Unidos e Canadá. No Brasil, algumas organizações sociais passaram a adotar esses princípios de ope-ração a partir do fim da década de 1990, segundo Vera Lúcia Dellagnelo, coordenadora-geral do Instituto Comunitário grande Florianópolis, uma dessas entida-des. Em entrevista à Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), ela definiu: “As fundações comunitárias são uma plataforma institucional que permite que diversos atores de uma comunidade somem recursos, talentos e esforços para promover o desenvolvimento da sociedade”.

O conferencista Emmett D. Carson, presidente da Silicon Valley Community Foundation, nos Estados Unidos, discorreu sobre “Filantropia de Alto Im-pacto — Medindo e Estimando a Criação de Valor Social”. Na palestra, apontou essa articulação como a chave para potencializar os resultados alcançados pelo Terceiro Setor: “O caminho para intensificar o social é pela união de mais pessoas: unir indivíduos, famílias, ONGs, corporações. Quanto mais pessoas participam, melhores são as ideias, o impac-to, o engajamento, o estímulo, o envolvimento”.

Entusiasta desse novo formato institucional, Rahul K. Bhar-dwaj, presidente da Toronto Com-munity Foundation, entidade de referência no assunto no Canadá, destacou um trunfo desse modelo: “Uma de nossas maiores forças está na ampliação do conheci-

mento sobre as comunidades em inúmeras áreas, desde o trans-porte até o bem-estar e o meio ambiente”.

Brasil em evidênciaOutro tema abordado no 5o

Encontro Paulista de Fundações foi a projeção alcançada pelo país no cenário internacional — por conta do crescimento econômico e dos avanços sociais no combate à miséria — e como isso afeta o Terceiro Setor. Emmett Carson enxerga com otimismo este mo-mento: “O Brasil, hoje, com sua riqueza e classe média em cres-cimento, oferece a oportunidade para cada brasileiro de pensar em como diminuir as injustiças sociais”.

Para o conferencista Marcos Kisil, diretor-superintendente da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o novo estágio de de-senvolvimento do Brasil coloca desafios para as organizações: “Todos temos obrigação de evo-luir, criando, inovando, correndo outros riscos (...). A filantropia brasileira terá que sofrer transfor-mações, que não vêm da vontade dela, mas de uma necessidade da sociedade”.

Um desses novos desafios, na visão do vice-presidente da As-sociação Paulista de Fundações, Eduardo Sancho, diz respeito à expectativa de o país protagonizar a promoção da justiça social em todo o mundo. “O Brasil vive um momento completamente diferen-te. Nós estaremos cada vez mais sendo chamados não só para re-ceber ajuda, mas para emprestar e

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colaborar numa ajuda internacio-nal, para países e entidades que realmente precisam”, ponderou.

Inserção internacional das fundações brasileiras

Uma importante conquista da APF, celebrada durante o encon-tro, foi a filiação da entidade ao Council on Foundations (CoF), organização sediada em Washing-ton/EUA, que congrega mais de duas mil fundações de todo o mundo. “Essa participação junto ao Council on Foundations traz à APF uma nova visibilidade, um novo campo, uma nova abertura”, ressaltou Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da APF.

Na opinião de Steven Craig Gunderson, presidente do CoF, que apresentou a conferência “Filantropia no século 21”, essa inserção internacional é necessária porque não é mais possível encarar os desafios dos países isoladamen-te, já que todos estão interligados. “As pessoas têm de ser agentes de

mudança que se comunicam com seus concidadãos nesta jornada [comum] para construir uma so-ciedade melhor”.

Para gunderson, o engajamen-to social apresenta uma tendência de desenvolvimento para os pró-ximos anos. “O Terceiro Setor vai crescer significativamente por causa do aumento da renda em todo o mundo, da demogra-fia. Agora são duas as gerações que tomam decisões e que, cada vez mais, preferem investir em filantropia a confiar nos governos para resolver os problemas. (...) Estamos vendo um crescimento comovente das diversas ferramen-tas sociais.”

“Que as fundações possam desfrutar deste convívio e dessa globalização, porque hoje em dia nós estamos conectados com o mundo”, declarou a presidente da APF.

A partir da esquerda: Rahul Bhardwaj, Vera Lúcia Dellagnelo, Emmett Carson, Dora Silvia, Marcos Kisil, Steven Gunderson e Eduardo Sancho.

Prêmio Pedro KassabO 5o Encontro Paulista de Fundações também marcou o lançamento

do Prêmio Pedro Kassab, a ser entregue anualmente pela Associação Paulista de Fundações, a partir de 2011, a uma pessoa física e outra jurídica que tenham se destacado na construção de uma sociedade melhor.

O nome do prêmio homenageia o doutor Pedro Salomão José Kassab (1930-2009), médico e acadêmico que se dedicou intensa-mente à promoção da justiça social. “Ele era vice-presidente da APF e faleceu no ano passado, deixando uma lacuna muito grande”, afirmou Vera Kiss, presidente da Fundação Péter Murányi. “No intuito de per-petuar a sua imagem, o seu exemplo, a diretoria da associação propôs e aprovou a criação desse prêmio”, completou.

Em nome dos familiares, Claudio Kassab, vice-diretor-geral da Fundação Liceu Pasteur, agradeceu a lembrança do nome do pai para a premiação: “É um grande orgulho para a nossa família, um reconhecimento por todo o trabalho que ele fez para instituições e também uma oportunidade importante de ajudarmos as empresas que estão praticando o bem, ações filantrópicas, as fundações, para que apareça mais o trabalho que fazem e isso sirva para estimular mais as atividades sociais do nosso país”.

Terceiro Setor

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O Terceiro Setor está em constante expansão e re-quer a implementação de políticas públicas que

colaborem para o bom funciona-mento de organizações da socie-dade civil. Diante dessa realidade, a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), em

Terceiro SetorPolíticas públicas

Avanços na questão social

parceria com a Promotoria de Justiça de Fundações e Entidades de Interesse Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e com a Associação Nacional de Promo-tores e Procura dores de Justiça de Fundações e Entidades de In-teresse Social (Profis), promoveu

o Congresso Ministério Público e Terceiro Setor — Atuação Insti-tucional na Proteção dos Direitos Sociais, em 6 de outubro, em Brasília/DF.

O evento reuniu membros do Ministério Público, advo-gados, contadores, dirigentes e integrantes de entidades civis

Juliane NascimentoFotos: José Gonçalo

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para uma avaliação crítica e propositiva de diversos temas ligados ao Terceiro Setor. Na pauta, também se discutiram as disposições da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, sobre a certificação das entidades be-neficentes de assistência social; a governança de fundações e associações; as normas e os princípios contábeis aplicados à prestação de contas; e o acom-panhamento finalístico.

Fórum abertoUm dos principais tópicos

do encontro foi a possibilidade da abertura de um fórum de dis cussões entre o Ministério Público, órgão de fiscalização e controle das atividades estatu-tárias das entidades não gover-namentais, e os demais parti-cipantes do congresso. Um dos

defensores da ideia é o procura-dor de Justiça do DF dr. José Eduardo Sabo Paes, presidente da Profis: “Estamos discutindo a Lei no 12.101, que apresenta uma nova certificação às entida-des beneficentes de assistência social, tendo a participação do Ministério de Desenvolvimento Social, o Conselho de Assistên-cia Social, pois se faz necessário o acompanhamento estatal, mas, também, a participação efetiva da sociedade civil”. E completa o procurador: “Devemos enten-der o pressuposto básico dos direitos sociais, não apenas com a ação do poder público, mas com a ação social das entidades que complementam a assistência social, a saúde e a educação”.

Sobre a ação do Terceiro Setor no país, o dr. Paes comen-tou: “Ela vem aumentando; já a

construção legislativa é que não tem crescido ao mesmo tempo. Necessitamos de uma discussão maior no âmbito legislativo, so-cial, para que haja a definição de um marco legal na consolidação das normas, porque as entidades precisam e nós queremos segu-rança jurídica para trabalhar e cumprir nosso papel social”.

Durante o congresso, a equipe da BOA VONTADE conversou também com o promotor de Jus-tiça Cível dr. Airton Grazzioli, curador de Fundações do Minis-tério Público do Estado de São Paulo e vice-presidente da Pro-fis. Ele explicou a importância da lei que dispõe sobre a certifica-ção das entidades beneficentes: “Vivenciamos a vigência de uma nova lei federal que trata da filantropia no Brasil, focada especialmente nas atividades da assistência social, da educação e saúde, que são relevantes para a população, especialmente para os que têm menos oportunidade na vida, de valores, de cidada-nia. A Lei no 12.101 foi editada no final de 2009 e obteve alguns regulamentos, decretos, de ma-neira que é uma legislação nova, sobre a qual a sociedade civil, especialmente o Terceiro Setor, tinha grande expectativa”.

Para o promotor, o primeiro passo foi dado: “Veio a lei possí-vel e as autoridades dessa área, a sociedade civil, as entidades e a população beneficiada com esse tipo de trabalho estão dis-cutindo a inovação legislativa, os seus defeitos e os reparos que deve merecer”.

O procurador de Justiça do DF e presidente da Profis, dr. José Eduardo Sabo Paes (C), ao lado do diretor administrativo da Fundação Boa Vontade, Luciano Duarte Pereira (E), e do representante da Fundação José de Paiva Netto no DF, jornalista Enaildo Viana.

Terceiro Setor

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A respeito das certificações exigidas pela legislação vigente, o dr. Airton Grazzioli menciona que “a especialização pode engessar as entidades para que foquem ou na assistência social, ou na saúde ou na educação, e me parece que aí há um equívo-co do legislador ao pretender distinguir esses três institutos, porque para os estudiosos da matéria a assistência social engloba saúde, educação e uma série de outras vertentes, de ou-tras facetas que vêm trazer uma melhoria na condição de vida daqueles que precisam”.

O promotor ressaltou o traba-lho da Fundação José de Paiva Netto: “No Brasil há grandes en-tidades associativas de interesse social, fundações, e um exemplo disso é a Fundação José de Paiva Netto, que tem atuação em muitos Estados e um relacionamento com os Ministérios Públicos de várias unidades da Federação”.

De acordo com o promotor de Justiça do DF e curador de fundações dr. Nelson Faraco de Freitas, o encontro possibilitou maior agilidade na resolução das questões que envolvem as organizações da sociedade civil.

“Esse evento foi proveitoso para discutirmos as perspectivas, as soluções para os problemas que assolam as entidades que integram o Terceiro Setor, na medida em que cabe ao Ministé-rio Público exercer o velamento dessas organizações, zelando para que elas atuem dentro das finalidades estatutárias, e para que possamos trabalhar de forma preventiva. Eventos dessa natureza são de extrema relevância porque aproximam as entidades do Ministério Público e se tornam fundamentais para que as dificuldades que apare-cem na gestão dessas entidades já sejam equacionadas no pró-prio encontro”, afirmou.

O dr. Nelson Freitas também deixou sua apreciação sobre a Lei no 12.101: “A nova lei veio para modernizar e, com isso, di-rimir a questão dos certificados, regular de uma maneira mais clara a questão tributária. En-tão, acredito que essa legislação veio para melhorar a questão da assistência social”.

Nelson Faraco de Freitas, promotor de Justiça da 2a Promotoria de Fundações e Entidades de Interesse Social do MPDFT.

Airton Grazzioli, promotor de Justiça Cível e curador de Fundações.

Marcos Biasioli, advogado.

Ricardo Monello, auditor contábil, advogado e contador.

Leovane Gregório, presidente do Conselho de Assistência Social do DF.

Vera Maria, presidente da Federação de Fundações Privadas do Estado de Goiás — Funpego.

Cláudia Sabóia, diretora do Departamento da Rede Socioassistencial Privada do SUAS-MDS.

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Aumenta o número de pessoas com diabetesSaúde

Número de diabéticos deve crescer 54% nos próximos 20 anos

Karine Salles

O diabetes afeta 284 mi-lhões de pessoas em todo o mundo. Até 2030, esse número deverá chegar a

439 milhões, segundo previsão anunciada em novembro pela Fe-deração Internacional de Diabetes (FID), ligada à Organização Mun-dial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que haja 10 milhões de diabéticos, 76% deles acometidos

pelo tipo 2 da doença (diabetes mellitus), mais comum e o único quase inteiramente evitável.

Em resposta à crescente de-manda por informações sobre a doença, em 1991 foi instituído pela FID o Dia Mundial do Dia-betes*, celebrado anualmente em 14 de novembro. No entanto, afirma o endocrinologista Walter Minicucci, vice-presidente da

Sociedade Brasileira de Diabe-tes (SBD), ninguém está come-morando. “Criou-se o dia para chamar a atenção para esse grave problema. Se não fizermos nada, não haverá médico para tratar todo mundo e não teremos orçamento de saúde que dê conta do problema”, alertou o médico.

O “fazer nada” faz referência ao comportamento e aos hábitos

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alimentares modernos, que repre-sentam a principal causa do dia-betes tipo 2. Estudo divulgado em outubro pelo Centro de Preven-ção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos comprova o problema: cerca de um terço dos adultos poderá desenvolver o diabetes até 2050 se continuarem sedentários e ganhando peso. As previsões parecem otimistas caso não se considere o envelhecimen-to populacional — a prevalência cresce com a idade.

Para especialistas, o diabetes é a grande epidemia da atualidade: o número de enfermos não cres-ce apenas em incidência, como também em prevalência e mortes. Nesse patamar, a doença passa a afetar o próprio desenvolvimento econômico, pois o tratamento costuma ser caro. Somente nos Estados Unidos, em exemplo apontado pela equipe do CDC, os cuidados com o problema em 2007 “custaram mais de US$ 174 bilhões e devem representar um ônus financeiro cada vez maior nos anos subsequentes”.

A cada ano, as pessoas que se descobrem portadoras do diabetes comumente culpam a correria e a falta de tempo, além da influência das novas tecnologias, pela má alimentação e pelo sedentarismo. “É um conjunto de fatores que deveria tornar nossas vidas mais produtivas e acaba por compro-meter a produtividade em função

da maior incidência de doenças, queda na resistência física, obe-sidade, estresse, ansiedade”, disse a técnica de enfermagem e acolhimento de pacientes do Hospital Regional de São Paulo, Denise Turre Limeira.

Quebrar este círculo vicioso se torna um verdadeiro desafio, segundo a enfermeira, que re-comenda: “É importante incor-porar na dieta habitual a maior quantidade possível de alimentos ricos em fibras, tais como frutas e verduras; evitar descascar al-gumas frutas, como figo, pêssego e maçã, pois podem aumentar bastante o conteúdo de fibras, que terão um papel fundamental na saúde do sistema digestivo”.

Na lista de bons hábitos está a meta de reduzir a quantidade de gordura (óleos, manteiga, creme), importante vilão da obesidade; de carboidratos (massas e doces); e de alimentos a cada refeição.

“Faça mais refeições, ingerin-do menos calorias de cada vez. Este procedimento permitirá uma digestão mais fácil e menor apetite nas refeições maiores”, completa, indicando a preferência a alimentos grelhados e cozidos.

Videogame e internet põem jovens na rota do diabetes

O aumento do diabetes tipo 2 está diretamente associado aos dois fatores que favorecem o excesso de açúcar no sangue: ali-mentação rica em gordura, carboi-drato e pouquíssima fibra e falta de exercícios físicos. Mudanças nos hábitos alimentares nas últimas décadas — com a massificação do fast-food, lanches rápidos e

Os males do diabetesÉ a principal causa de perda parcial da visão e cegueira em adultos nos países desenvolvidos;

Portadores da doença são mais suscetíveis a ataques cardíacos ou a derrames;

Maior causa de insuficiência renal;

Causa principal de amputações de pés e pernas sem relação com lesões.

* Dia mundial do Diabetes — Considerada a maior iniciativa mundial em torno do diabetes, a data (14 de novembro) foi escolhida para homenagear o nascimento do cientista canadense Frederick Banting que, em parceria com Charles Best, foi responsável pela descoberta da insulina, em outubro de 1921. Dois anos mais tarde, Banting recebia o Prêmio Nobel de Medicina por esse feito e pela aplicação da insulina no tratamento de diabéticos.Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

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recimento da doença: “Deve--se evitar uma alimentação com excesso de calorias e, principal-mente, com gordura, pois não é só açúcar o vilão. Alimentos fritos, fast-food, não sentar para comer com calma e comidas industriali-zadas também levam ao diabetes”.

Para o professor de educação física Eduardo Mourelli, a mu-dança deve começar o mais cedo possível. “O adolescente vem buscando cada vez menos ativi-dades físicas, em troca de internet e videogames. É preciso atrair essa garotada através de jogos e brincadeiras lúdicas, para que eles tenham uma adesão maior ao exercício e se tornem adultos ativos”, disse Mourelli.

Além dos benefícios já co-nhecidos, como prevenção de doenças cardíacas, osteoporose, redução do colesterol, combate à hipertensão e à obesidade, manter-se em atividade repre-senta verdadeira reeducação para o corpo. “O organismo solicita hábitos saudáveis, os alimentos gordurosos começam a se tornar indesejados e as refeições exage-radamente calóricas são rejeita-das. A autoestima aumenta com a melhora na estética corporal, a resistência física é aumentada e a produtividade e a capacidade de trabalho são favorecidas. Para a pessoa com diabetes, a ativi-dade física, além dos benefícios já citados, auxilia no tratamento da doença”, avalia a técnica de enfermagem Denise Limeira.

Com informações da Agência Brasil

Saúde

Diabetes tipo 2 no Brasil7,6 milhões de brasileiros são diabéticosAtinge 5,8% da população com mais de 18 anos

Fonte: Ministério da Saúde, 2007.

2,6 milhões de pessoas é o número de diabéticos em São Paulo, Estado com a maior incidência da doença no Brasil.

A Região Sudeste concentra o maior número de doentes, com cerca de 3,5 milhões.

calóricos — e o avanço da internet e dos videogames têm levado cada vez mais crianças e adolescentes a apresentar a doença.

O alerta é da presidente da SBD-RJ, dra. Lenita Zajdenverg,

após a ativida-de de cons-cientização

promovida diante do

estádio do Maracanã, envolven-do corrida, caminhada, palestras e testes de glicemia gratuitos à população, em 14 de novembro. “O diabetes no Brasil tem pro-porções epidêmicas, assim como a obesidade. Nós temos clareza de que a idade de surgimento da doença está caindo. Sem dúvida, a inatividade física é a principal vilã no crescimento dessa epide-mia que estamos vivendo agora”,

disse a endocrinologista.A especialista aconse-

lha mudanças nos hábitos alimentares atuais, que aca-bam por acelerar o apa-

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Osonho de milhões de pes-soas que sofrem de hiper-tensão em todo o mundo é poder controlar a pressão

arterial sem a necessidade de me-dicação diária, a qual, em certos casos, enfrenta a resistência do próprio organismo do paciente.

Essa aspiração de uma melhor qualidade de vida, algo que pa-recia impossível ou bem distante de se concretizar — já que nos últimos anos pouco se avançou no tratamento da hipertensão — está mais próxima da realidade do que imaginamos.

Em novembro, artigo divulga-do na conceituada revista cientí-fica The Lancet (versão on-line) explica em detalhes a nova e bem-sucedida técnica que usa radiofrequência para neutralizar a atividade dos nervos que revestem as artérias dos rins. Vale ressaltar que a maioria dos problemas re-

hipertensãoO fim da

Mário Augusto Brandão

lacionados às doenças cardiovas-culares como infarto, problemas renais e AVC (Acidente Vascular Cerebral) está vinculada à pressão alta.

ProcedimentoUma equipe do Instituto Baker

IDI, especializado no tratamento de doenças do coração e do dia-betes, de Melbourne (Austrália), desenvolveu um cateter conectado a um aparelho gerador de ondas de radiofrequência. Após ser inserido pela veia femoral, o dispositivo se dirige à artéria renal. Lá, começa a emitir, em baixa intensidade, ondas de radiofrequência nos nervos ligados aos rins, órgãos que exercem papel importante no surgimento e na manutenção da pressão arterial elevada.

A terapia foi testada em mais de 100 pacientes, divididos em dois grupos. Em um deles, além

da medicação convencional, foi aplicado o novo método. No outro, apenas remédios. Ao final de seis meses, os pesquisadores chegaram à conclusão de que, no primeiro grupo, 84% dos pacientes redu-ziram, em média, 3,4 pontos o nível da pressão arterial. Já no segundo, somente 35% atingiram esse patamar. Em comum, os que se submeteram à pesquisa tinham muitos anos de tratamento medi-camentoso, sem efeitos decisivos.

O coordenador da pesquisa, Murray Esler, afirmou que “de-monstramos que o método é segu-ro e apresenta efeitos por mais de dois anos”. Para Suzanne Otaril, da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos: “Ainda há ques-tões a serem esclarecidas, mas o resultado é animador”.

Essa técnica — esperam os cientistas — deve estar disponível no fim de 2011.

Nova terapia promete futuramente acabar com a pressão alta

Saúde

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O baião tem um rei: Luiz Nascimento Gonzaga, ou simplesmente gon-zagão. Ritmo e dança tipicamente nordestinos, o baião popularizou-

-se, a partir de 1946, graças à genialidade desse compositor, cantor e sanfoneiro. Nos versos de uma das suas mais célebres canções, A Vida do Viajante, é possível traduzir o destino que o canto e a sanfona reservaram ao artista: “Minha vida é andar por esse país pra ver se um dia descanso feliz”.

A caminhada do Rei do Baião se inicia em 13 de dezembro de 1912,

na fazenda Caiçara, onde nasceu, no município pernambucano de Exu, sopé da Serra do Araripe. É o segundo filho do casal

Ana Batista e Januário José dos Santos, que

inspirou a famosa Res-peita Januário. Por sinal, com o pai, la-vrador e sanfoneiro, o

menino criou gosto pela

A alma do sertão na arte de Luiz Nascimento Gonzaga

hilton Abi-Rihanespecial para a BOA VONTADE

O paido baião

Samba & HistóriaOs 98 anos de nascimento de Gonzagão

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hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

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* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o telespectador pode conferi-las de segunda a sexta, às 18h30 e às 3h30 e aos domingos, às 7h30 e às 22 horas. Outra opção é aos domingos, às 14 e às 21 horas. Pela Rede Educação e Futuro de Televisão, assista ao bate-papo aos sábados às 22 horas; domingos às 21 horas e terças às 22 horas.

música. Aos 8 anos já acompanha-va o seu Januário tanto na lavoura quanto nas festas. Quatro anos depois, compraria sua primeira sanfona na cidade de Ouricuri/PE.

Para alimentar o sonho de se tornar artista, andava a pé mais de vinte léguas para animar festi-vidades em locais como granito, Baixio dos Doidos, Rancharia e Cajazeiras. O jovem Luiz per-cebeu também que era preciso aprender a ler e escrever. A opor-tunidade surgiu aos 14 anos, por meio de um grupo de escoteiros, que se instalara em Exu para alfa-betizar crianças e adolescentes. Na época, o sustento do sanfoneiro, já conhecido na região, vinha exclu-sivamente das apresentações.

Depois de uma desilusão amo-rosa e da surra que recebeu da mãe, por ter bebido e desafiado o pai da moça para uma briga, o músico decidiu sair de casa. Foi para Crato, no Ceará. Lá vendeu a sanfona e resolveu mudar-se para a capital cearense, Fortaleza. Chegou lá de trem, em julho de

no 49 (junho de 1987), destacaria o trabalho do dirigente da LBV, José de Paiva Netto: “Não houve queda nenhuma de evolução, de progresso, de ordem, de amor na Legião da Boa Vontade, em relação ao que era a Instituição na época do Zarur. Por isso, fico muito feliz por ter visto de perto o início dessa Obra”.

1930, aos 17 anos. Um mês de-pois, omitindo a verdadeira idade, já estava alistado como corneteiro no 23o Batalhão de Caçadores e viajava o Brasil. Quando recebeu baixa do serviço militar, em 1939, foi para o Rio de Janeiro. Na então capital do país, passou a se apresentar em cabarés e gafieiras.

Vira e Mexe, um divisor de águas

Luiz começa a frequentar as rádios cariocas, porém, evita in-terpretar músicas nordestinas, na tentativa de se adaptar ao modo de vida agitado do Rio. Por essa época, participa dos programas Calouros em Desfile, de Ary Barroso, na Rádio Tupi, e Papel Carbono, de Renato Murce, na Rádio Clube. No entanto, com as canções da moda não alcançou o êxito sonhado; foi a essência ser-taneja que lhe garantiu sucesso. Quando apresentou o chamego Vira e Mexe ganhou nota máxima de Ary Barroso. Em 1941, gravou o primeiro disco de vinil, pela gravadora RCA Victor, intitulado Xamego, e encantou o público.

Ainda nos anos 1940, estreia na Rádio Nacional e lá conhece o saudoso radialista e fundador da Legião da Boa Vontade, Alziro Zarur (1914-1979), então chefe de redação na emissora. Luiz Gon-zaga tornou-se logo admirador da Obra e de seu fundador. Em entre-vista concedida ao Jornal da LBV

“(...) O baião tem um

quê /que as outras

danças não têm.”

Trecho da música Baião (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)

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leva o nome do próprio ritmo, responsável por promover um conceito inédito no panorama musical brasileiro.

Após isso, viriam mais e mais sucessos, a exemplo de Asa Bran-

ca (1947), de sua autoria com Humberto Teixeira, uma das músicas dele mais conhecidas e veneradas, inclusive fora do país. “Lua”, um dos seus ape-lidos, por ter o rosto largo, não demorou a adotar de vez o visual nordestino. Nas apresentações, não dispensava gibão de couro, sandálias, cartucheira e chapéu de couro. Certa vez, depois que lhe roubaram a sanfona, mandou cunhar na nova: “É do povo”. A partir de então, a frase seria gravada em todos os seus instrumentos.

Entre as muitas homenagens que recebeu está o título de “Imortal da Música Brasileira”, concedido em 1971 pela TV Tupi. Dez anos depois, outro momento emocionante na carreira do artis-ta: uma turnê pelo Brasil marca a trajetória da arte de pai e filho com o show “Vida de Viajante”.

Gonzaguinha, ainda bebê, entre os pais, Luiz Gonzaga e Odaléia Guedes dos Santos.

Samba & História

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ConsagraçãoAté 1945 Gonzagão só gravou

músicas instrumentais. O pri-meiro trabalho como cantor foi a mazurca Dança, Mariquinha, que compôs em parceria com Miguel Lima. No ano seguinte,

consagra-se ao lançar o xote Baião, que

Na foto, à direita, publicada na revista BOA VONTADE no 14, p. 17, de 1957, o Legionário Luiz Gonzaga e seus companheiros, cantando numa das festas da Legião da Boa Vontade, na Casa de Luciá, no Rio de Janeiro/RJ. Neste mesmo local e época, Paiva Netto encontrou-se com o fundador da LBV, Alziro Zarur. Lá, ao deparar-se com aquele jovem de apenas 16 anos, que mais tarde, em 1979, o sucederia na presidência da LBV, após o seu falecimento, declarou: “Como você demorou, rapaz! Há quanto tempo eu o esperava!”.

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Nele, músicas nordestinas de Luiz eram apresentadas ao lado das canções socialmente engaja-das de Gonzaguinha.

O adeus ao querido Gonzagão, em 2 de agosto de 1989, quando faleceu no Recife/PE, não o afastou de seu público. Esse talentoso artis-ta soube como poucos cantar a saga do povo nordestino. Luiz continua sendo reverenciado e lembrado por antigos e novos admiradores e no trabalho de artistas consagrados, a exemplo da cantora paraibana Elba Ramalho, que em 2002 lançou o CD Elba canta Luiz; ou do baiano Gilberto Gil, que reencontra o Lua com o disco As Canções de Eu, Tu, Eles. Também o cearense Raimundo Fagner presta home-nagem ao Rei do Baião com os LPs: Luiz Gonzaga e Fagner, Gon-zagão e Fagner 2. Ao seu Espírito eterno, as vibrações de Paz da LBV e a certeza de que a alegria da alma do sertão está viva na mente e no coração dos brasileiros.

O talento de Gonzaguinha Em 22 de setembro de 1945, nasce no Rio de Janeiro/RJ, Luiz

gonzaga do Nascimento Júnior, filho do Rei do Baião. A primeira composição de Gonzaguinha é escrita aos 14 anos de idade: Lembranças da Primavera. Em 1973, o cantor e compositor par-ticipa na TV do programa Flávio Cavalcanti e apresenta a música Comportamento Geral, em um dos concursos ali promovidos. A canção causou polêmica e deu ao artista notoriedade. “Essa música fez Gonzaguinha ser o Gonzaguinha. Ele lançou um compacto com ela, e o disco foi parar no Flávio Cavalcanti, que quebrou o disco à marretada. O disco devia ser bom (...), no dia seguinte, estava esgotado nas lojas e todo mundo conhecia

aquele compositor de voz amarga, temperamento estranho, chamado Luiz Gonzaga Júnior; na época nem era conhecido como Gonzaguinha”, rememo-ra o filho Daniel gonzaga, neto do Lua.

Gonzaguinha voltou à Pátria Espiritual aos 45 anos, vítima de um acidente de carro, em abril de 1991.

Luiz Gonzaga com Noys Rocha, da LBV.

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As fotos históricas que ilustram esta reporta-gem foram gentilmente cedidas pelo site:www.luizluagonzaga.com.br

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LBV de Portugal promove

congresso deEducaçãoEvento propõe aliar fundamentos educacionais à

Espiritualidade Ecumênica para um desenvolvimento integral

Educação e Cultura — EuropaRepercussão internacional

Da RedaçãoFotos: Nely Oliveira

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Acidade do Porto, em Por-tugal, foi escolhida como sede do 9º Congresso Internacional de Educa-

ção da Legião da Boa Vontade. Inspirado no lema “Unir Cérebro e Coração”, a partir de pensamento do educador Paiva Netto, o en-contro discutiu, nos dias 19 e 20 de novembro, temáticas centradas na importância de aliar aos funda-

mentos educacionais os valores da Espiritualidade Ecumênica, na busca do desenvolvimento inte-gral de educandos e da promoção da Cultura de Paz.

O congresso, em seu esforço de lançar “um olhar além do intelecto”, como afirma o autor da Pedagogia da Boa Vontade*

(Pedagogia do Afeto e Pedagogia do Cidadão Ecumênico), faz parte

da agenda preparatória do 8o Fó-rum Intersetorial Rede Sociedade Solidária — 5a Feira de Inovações, em suporte à Revisão Ministerial Anual do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), órgão das Nações Unidas no qual a LBV possui sta-tus consultivo geral desde 1999.

Profissionais, pais e estudantes refletiram, por meio de palestras e workshops, sobre a problemática

EQUIPE LEGIONÁRIA A partir da esquerda: haroldo Rocha, representante da LBV da Europa; a psicóloga Eloísa Teixeira, mediadora da mesa de debates; a mestre em Sociologia Eduarda Pereira; o dentista Cassiano Scapini, supervisor técnico do programa Sorriso Feliz; Noys Rocha, coordenadora geral do evento; e o casal Renata e Alziro de Paiva, representando o dirigente da Instituição, José de Paiva netto.

* Pedagogia da Boa Vontade — Criada por Paiva Netto e aplicada na rede de ensino, nos centros socioeducacionais da LBV no Brasil e em bases autônomas da Instituição no exterior, composta pela Pedagogia do Afeto (dirigida a crianças até os 10 anos) e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico (a partir dos 11 anos).

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do relacionamento interpessoal e intergeracional nas escolas, que afeta famílias e comunidades, assim como os diferentes aspectos da educação, como a conciliação de tarefas e agenda lotada do aluno com tempo livre para brincar e criar laços sociais com os colegas.

levada a sério como qualquer outra”, enfatizou a professora dra. Maria José Araújo, pesquisadora da Universidade do Porto e mestre em Ciências da Educação, sobre o tema “Crianças Ocupadas”.

Sobre o inovador método pe-dagógico aplicado com sucesso

“É importante que as crianças tenham, no seu dia a dia, a opor-tunidade de escolher: nos tempos livres, têm de ter a liberdade de escolher o que fazer. (...) É muito importante que nós, adultos, va-lorizemos o brincar e percebamos que é uma atividade que deve ser

O professor dr. Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa, tratou do tema: “Educação e Globalização — Os desafios que enfrentamos na sociedade contemporânea”.

A partir da esquerda: Antonio Paulo Espeleta, Noys Rocha e Danilo Parmegiani (LBV); professor dr. Salvato Trigo; professora dra. Maria José Araújo, da Universidade do Porto; e a pedagoga Suelí Periotto, Alziro de Paiva e haroldo Rocha (LBV).

O representante da Legião da Boa Vontade na ONU, Danilo Parmegiani, apresenta aos congressistas a linha educacional da LBV e de que maneira ela contribui para a formação de políticas públicas globais.

Educação e Cultura — Europa

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Um dos momentos marcantes do primeiro dia do 9o Congresso Inter-nacional de Educação da LBV foi protagonizado pelo escritor e professor Arnaldo Niskier, da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em sessão solene, o professor homenageou o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, com a Medalha Rachel de Queiroz. Concedida a pessoas que se destacam por suas valorosas contribuições à Cultura e à Educação, a distinção foi rece-bida por Alziro Paolotti de Paiva, representante do dirigente da Instituição no evento.

“O presidente da ABL, Marcos Vilaça, criou a medalha para oferecer a pessoas de reconhecido trabalho em favor da cultura brasileira, como é o caso do Paiva Netto nas suas atividades à frente da LBV. Rachel de Queiroz é considerada a rainha da literatura brasileira. Então, eu trouxe essa medalha com muita alegria, aprovada na Academia, para ser oferecida ao Paiva Netto, que é uma homenagem mais do que merecida. O que ele tem feito, na verdade, não é só uma medalha que vai resgatar, são muitas medalhas. Essa é a que nós podemos dar com toda a humildade e oferecer a um velho amigo meu”, declarou Niskier.

O acadêmico esteve no congresso para apresentar a palestra “Formação de Educadores — Educandos e Profissões do Futuro”. “Pude falar algumas coisas sobre dificuldades comuns do Brasil e de Portugal em matéria de educação, principalmente a formação de professores e a sua remuneração compatível. Eu acho que nós temos que nos preocupar fundamentalmente com isso; é como eu disse: uma preocupação que une brasileiros e portu-gueses no mesmo propósito”, ressaltou.

em todas as unidades socioeduca-cionais da Legião da Boa Vontade e que tem promovido mudanças significativas no comportamento dos alunos, a diretora do Instituto de Educação da LBV, em São Paulo/SP, professora Suelí Periotto, supervisora da Pedagogia criada pelo dirigente da Instituição, afir-mou: “É uma mensagem mundial; atinge todos os momentos da edu-cação, formal e não formal, porque vai ao encontro do Espírito eterno, que somos todos nós”.

O representante da LBV nas Na-ções Unidas, em Nova York, Estados Unidos, Danilo Parmegiani, falou sobre a aplicabilidade da proposta educacional da Legião da Boa Vontade nas ações empreendidas pela Instituição na ONU. Segundo ele, Paiva Netto “apresenta não apenas uma linha educacional para ser aplicada nas salas de aula, mas também uma estratégia para a formação de políticas públicas internacionais”.

Dando continuidade às pales-tras, o professor dr. Júlio Emilio de Sousa, psicólogo e professor da Escola Superior Paula Frassi-netti, apresentou a temática “As Famílias como Projetos de Vida”.

Em seguida foi apresentado um estudo sobre como os jovens se veem no contexto escolar e fa-miliar e na comunidade. Segundo esse trabalho, apresentado pela mestre em Sociologia Eduarda Alexandra Pereira, a maioria dos jovens que compuseram o estudo se considera parte das pessoas que respeitam as opiniões do outro, que tratam bem os professores e colegas, e que procuram ser

O escritor Arnaldo Niskier entrega a honraria a Alziro Paolotti de Paiva, que representou o dirigente da LBV, homenageado na ocasião.

Medalha Rachel de Queiroz

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cumpridoras dos seus deveres e se inteirar dos seus direitos.

E, encerrando o ciclo de pales-tras, o dr. Cassiano Scapini, den-tista e supervisor técnico de saúde do Programa Sorriso Feliz, da LBV de Portugal, compartilhou com os congressistas a palestra “Saúde é Informação, Informação é Saúde”.

WorkshopsAs oficinas temáticas procuraram

incentivar o afeto no relacionamento familiar, assim como a importância de um intercâmbio entre a família e os educadores, no tripé escola,

família e comunidade. Constatou-se na atividade o valor de tornar a edu-cação mais abrangente, transversal, que transcenda os dias letivos. Os participantes também estimaram os deveres da escola, a qual, principal-mente, não deve trabalhar de forma estanque em relação à família, ao passo que esta, numa ação conjunta com a escola, precisa dar o seu contributo por meio da troca de ex-periências, em diálogo permanente, na formação do educando.

Outro assunto dominante nas discussões foi o comportamento nas redes sociais, abordado na ofi-

cina “Tecnologia da Informação e Educação — Segurança na internet, como monitorar?”. Em destaque, a questão do perigo das “pegadas digitais”, decorrentes dos eventuais atos inconsequentes de adolescen-tes. Neste caso, o uso da internet pelos menores sem o acompanha-mento de um adulto responsável e sem conhecimento pleno do meio virtual em que se envolvem.

A inclusão digital com responsa-bilidade foi o apelo aos participantes, diante da realidade de que, cada vez mais cedo, crianças e jovens come-çam a navegar no ciberespaço.

Palestras e workshops apresentaram aos educadores, pais e estudantes novas formas de enxergar a Educação, considerando a integralidade do aluno.

haroldo Rocha; o professor dr. Júlio Emílio de Sousa; Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras, com sua esposa, Ruth Niskier; o casal legionário Renata e Alziro de Paiva; e a pedagoga Suelí Periotto, supervisora da Pedagogia da Boa Vontade (Pedagogia do Afeto e Pedagogia do Cidadão Ecumênico).

A engenheira portu-guesa Helena Santos acompanhou os dois dias do congresso da LBV no Porto. Ela se disse encantada com as novas descobertas feitas a partir do livro É urgente reeducar!, do escritor Paiva Netto. “Gostei muito do livro. É importante esta pedagogia que une o cérebro ao sentimento. É assim que faremos as crianças não abandonarem a escola e sentirem-se bem nelas e que nossa sociedade seja melhor.”

Educação e Cultura — Europa

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O atendimento socioeduca-cional prestado pela Legião da Boa Vontade (LBV) de Portugal foi ampliado no

país graças à inauguração de uma sede própria na cidade do Porto, em 13 de novembro. Com o novo espaço, o trabalho da LBV torna-se ainda mais ágil e eficiente. A área administrativa e a de comunicação também ganham dependências próprias.

Em nome do diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, o legionário Alziro Paolotti de Paiva e o representante da Instituição da Europa, Haroldo Rocha, descerra-ram a fita inaugural. Voluntários, colaboradores e simpatizantes da Obra prestigiaram a solenidade, que contou com presença especial de um grupo de crianças atendidas pela LBV.

Em seguida, os visitantes foram convidados a conhecer o prédio e os ambientes em que

LBV de Portugal inaugura sede no Portoserão desenvolvidos os projetos e programas socioeducacionais.

Além-fronteirasOriginalmente uma organi-

zação brasileira, a Legião da Boa Vontade estendeu sua ação solidária e ecumênica por todo o Brasil e, mais tarde, criou bases autônomas no exterior. Em terras lusitanas, oferece há mais de 21 anos socorro material e espiritual a famílias de baixa renda, por meio de programas e projetos socioeducacionais que visam à melhoria da qualidade

de vida e da autoestima dos atendidos.

Além do Porto, a LBV igual-mente atua de forma eficaz nas cidades de Lisboa e Coimbra, apre-sentando alternativas saudáveis de crescimento pessoal e profissional. Isso só é possível com o auxílio da comunidade lusitana, que contribui com donativos e trabalho voluntá-rio. Entre os programas socioedu-cacionais oferecidos, destaque para Semente da Boa Vontade, Sorriso Feliz, Viva Mais!, Cidadão-Bebé, Um Passo em Frente e Ronda da Caridade.

Força do VoluntariadoEnquanto a Legião da Boa Vontade de Portugal inaugurava sua sede pró-

pria na Cidade Invicta, ocorria o 10o Encontro Nacional de Voluntários com a participação de centenas de colaboradores.

Promovido pela LBV, o evento teve por objetivo maior integração com os valorosos voluntários da Instituição, que contribuem diariamente para a expan-são e o crescimento do trabalho solidário no país de Camões.

(1) Representando o dirigente da LBV, o legionário Alziro de Paiva inaugura a placa dedicada ao novo espaço da LBV da cidade do Porto. (2) O público acompanha a homenagem feita por um grupo de crianças atendidas pela Instituição. (3) Fachada das novas instalações da LBV da cidade do Porto, em Portugal — Rua Comandante Rodolfo de Araújo, no 104, próximo ao Campo 24 de Agosto. Para outras informações, acesse: www.lbv.pt.

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2 3

Acontece em Portugal

Eduarda Pereira

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Em 14 e 15 de outubro (Dia do Professor), cen-tenas de educadores de todo o Brasil reuniram-

-se no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o Parla-Mundi da LBV, em Brasília/DF, para, além de lembrar a data, discutir o papel e o trabalho do profissional da Educação, tema

de educarA missão

Seminário no ParlaMundi da LBV discute o papel do docente como agente transformador da sociedade

central do seminário “Professor: O Transformador da Sociedade — A missão é de cada um de nós!”.

O encontro tratou da saúde física, psíquica e emocional do docente, bem como de sua im-portância na formação cultural, política, social e intelectual de crianças e jovens. Esse, aliás, foi o tópico da palestra apresentada pelo

senador e educador Cristovam Buarque, ex-ministro da Edu-cação, ao analisar o professor como elemento formador de uma cidadania libertadora.

Para o senador, o sentido de liber-dade para os 14 milhões de bra-

sileiros analfabetos é ignorado. Ele comparou a problemática à comoção mundial ante o drama vivido pelos 33 mineiros chile-nos que ficaram presos por 69 dias em uma mina no deserto do Atacama, a quase 700 me-tros de profundidade. “Nós, os professores, somos pais e mães da liberdade. Precisamos ter pelo analfabeto o sentimento de responsabilidade, de Solidarie-dade, que o povo do Chile teve com aqueles mineiros. (...) A população brasileira não des-pertou ainda para o problema do analfabetismo como uma tragédia ética da dimensão do soterramento da pessoa”, afir-mou Cristovam.

A pedagoga Suelí Periotto, diretora do Instituto de Educa-

Da RedaçãoFotos: Vivian Ribeiro Ferreira

Educação – BrasilCompartilhando responsabilidade e Amor

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ção José de Paiva Netto, em São Paulo/SP, discorreu sobre a Peda-gogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, aplicadas com sucesso nas unidades socio-educacionais da LBV no Brasil e no exterior. A inovadora proposta educacional, criada pelo diretor-

-presidente da Instituição, foi o foco principal do painel “Profes-sor, Instrumento de Libertação nos campos ético, etnicorracial, cultural, da diversidade e das ideias”.

Com base nessa prática de en-sino desenvolvida na Organização,

a professora Suelí comentou a pro-posta do encontro: “É um desafio tão grande na Educação quando há um tema como este, do professor como instrumento de libertação nos campos ético, etnicorracial, cultural, da diversidade e das ideias... Aí pensamos: ‘Será que

Educador Cristovam Buarque, senador. Suelí Periotto, pedagoga e diretora do Instituto de Educação José de Paiva Netto, em São Paulo/SP.

Dr. Içami Tiba, psiquiatra, escritor e educador.

Vista parcial do Auditório Austregésilo de Athayde,

no ParlaMundi da LBV.

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dou conta de tudo isso?’. Muitas vezes,

não sabemos tudo o que significamos para as crianças

e jovens, suas famílias e até para nossos colegas. E este seminário vem enriquecer a todos nós”.

Para a educadora da LBV, a união da escola e da sociedade é fundamental para enfrentar os desafios da Educação. “Às vezes, a família não está em condições de saber o que fazer por aquela criança, aquele jovem. E a parce-ria é feita de uma forma natural; a escola e a família não podem ficar (cada uma sozinha) com toda a responsabilidade. Quando se faz essa parceria, a fatia é de cada um”. E completa: “A Pedagogia proposta por Paiva Netto nos motiva a não virar os olhos às questões que acontecem nas casas dos educandos; compartilhamos e damos atenção à integralidade do aluno, naquilo que ele e a família precisam de apoio”.

Aliás, essa definição de in-tegralidade vem ao encontro da percepção que o psiquiatra, es-critor e educador Içami Tiba tem da Pedagogia da LBV. “Paiva Netto realmente conseguiu aliar as duas forças: a dos valores [emocionais] e a do intelecto, da lógica, do racional, e aí se forma uma pessoa mais completa”.

Regalia e agressividade

Para o dr. Içami Tiba, que tratou do tema “Indis-ciplina e agressividade na escola, retrato da educação

do século 21”, os dados sobre violência registrados pelo país em estabelecimentos de ensino das redes pública e particular — seja física ou verbal, expressada prin-cipalmente pelo bullying — têm relação direta com o despreparo dos pais na educação dos filhos. “A agressividade surge não como mecanismo para destruir o outro, mas por não conseguir satisfazer as próprias vontades. (...) É a ten-tativa de dar aos filhos o que não tiveram, e as crianças, que nem

sabem o valor do que recebem, acham que é direito delas esse privilégio.”

O prejuízo aparece, segundo o dr. Içami, quando essa “geração de privilegiados” sente que está perdendo algum tipo de regalia, podendo a partir disso converter suas ações em atitudes tiranas. “Não é por maldade, mas por falha na formação; nem por raiva, é por ri-validade, competição.” Na opinião do educador, a correção estaria na prática da cidadania familiar, ou seja, “não mais aquele princípio de chefe de família, que está proscrito no meio corporativo e tem o poder do autoritarismo. (...) Não se pode

fazer em casa o que não pode ser feito na sociedade”.

Na abertura do encontro de educadores no ParlaMundi da LBV, a professora Vera Vianna discorreu sobre “A missão é de cada um de nós”.

A psicóloga e educadora Adriana Albuquerque apresentou a palestra “Caminhos e escolhas para uma melhor qualidade de vida”.

Realização:

Educação – Brasil

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A próxima década pode assistir a um avanço ainda maior no campo da Educação nos países

ibero-americanos. Um projeto envolvendo Portugal, Espanha e países do continente america-no com laços históricos com a Península Ibérica pretende dar resposta a desafios sociais impres-cindíveis, a exemplo de promover escolarização a um número cada vez maior de pessoas e por mais tempo, garantir ensino de quali-dade, reconhecidamente de forma equitativa e inclusiva. O objetivo principal é reunir instituições e os mais variados setores da sociedade nessa iniciativa.

Uma das rodadas finais do debate sobre o tema ocorreu em Buenos Aires, capital argentina, entre os dias 13 e 15 de setembro, no Congresso Ibero-americano de Educação. No encontro, mi-nistros da área discutiram o estabelecimento de metas com projeção aos anos 2020, sob o lema A educação que queremos para a geração dos bicentená-rios — os países com 200 anos de independência.

Trata-se de uma proposta da Organização dos Estados Ibero- -americanos para a Educação, Ciên cia e Cultura (OEI), do Mi-nistério de Educação da Argentina e da Secretaria-Geral Ibero-ame-

ricana (Segig), com o apoio da Agência Espanhola de Coopera-ção Internacional para o Desen-volvimento (Aecid). A solenidade de abertura do evento contou com a presença da presidenta da Ar-gentina, Cristina Fernández de Kirchner.

O resultado do encontro será ce-lebrado na Cúpula de Chefes de Es-tado e de Governo Ibero-americana em Mar del Plata, na Argentina, nos dias 3 e 4 de dezembro deste ano, quando diversas nações envolvidas festejam o bicentenário de emanci-pação. E vislumbra o cenário ideal para 2021 em diante, quando outras tantas nações — incluindo o Brasil, em 2022 — que participam do acor-

Congresso

de EducaçãoIbero-americano

Propostas incluem ampliar o número de crianças e jovens na escola e melhorar a qualidade do ensino

No encontro, realizado em Buenos Aires, discutiram-se objetivos, indicadores, programas de ação compartilhados e mecanismos de acompanhamento e avaliação da proposta “Metas 2021”.

Educação – ArgentinaDesenvolvimento para a geração dos bicentenários

Daniel GuimarãesFotos: Aline Portel

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do comemorarão também 200 anos de independência.

Papel da sociedade civilConvidada pelo comitê or-

ganizador do Congresso Ibero- -americano de Educação, graças à sua experiência na formação educacional de crianças, jovens e adultos em situação de risco social, a Legião da Boa Vontade participou da modalidade comu-nicação livre, no dia 14 de se-tembro, e apresentou a sua linha pedagógica, criada pelo educador Paiva Netto, diretor-presidente da Instituição.

A apresentação da metodolo-gia própria pela qual se aplica essa Pedagogia, o MAPREI (Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva), atraiu a atenção dos participantes do congresso. Ao conhecerem melhor a proposta pedagógica da Instituição, pessoas de várias nações mostraram interesse em

levar esse conceito inovador a seus respectivos países.

O coordenador da área de Educação da LBV da Argentina, Carlos Caballero, comentou: “No congresso, a ênfase é para a qualidade da Educação, e neste sentido nós demonstramos que ela deve ser igual para todas as classes. Trata-se de boa Educação para toda a população. É impor-tante o que nós, como organiza-ção, pudemos mostrar para os educadores que aqui estiveram”.

A proposta educacional da LBV alia à formação intelectual valores éticos, ecumênicos e espirituais, o que incentiva os estudantes a fazer boa utilização do conhecimento, de forma não egoística, portanto, em favor da sociedade. Com uma experiência muito positiva, a Ins-tituição garante em suas unidades socioeducacionais, espalhadas pelo Brasil e no exterior, índice zero de evasão escolar e ambiente de não violência.

A coordenadora de Desenvol-vimento Institucional da LBV, Simone da Silva, explica que “a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico têm como objetivo promover o desenvolvimen-to do Ser Humano e de seu Espírito eterno. E estar nesse congresso é uma grande contribuição à edu-cação nacional e internacional. (…) A Pedagogia da Legião da Boa Vontade transforma unindo Cérebro e Coração”.

Os participantes do congresso assistem à explanação da representante da LBV Simone da Silva, coordenadora de Desenvolvimento Institucional da Obra, e de Carlos Caballero, coordenador da área de Educação da LBV da Argentina. À esquerda, o público aprecia materiais levados pela LBV, a exemplo da publicação especial Educação com Espiritualidade Ecumênica: Manual da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, em espanhol.

Cristina Fernández de Kirchner, presidenta da Argentina.

Educação – Argentina

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Acontece no Pará

ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Colabore: www.euajudoamudar.org.brTravessa Padre Eutíquio, 1.976, Batista Campos, tel.: (91) 3225-0071

Crianças do Pará descobrem o encanto da leitura

Os alunos da Escola de Edu-cação Infantil Jesus, mantida pela Legião da Boa Vontade em Belém/PA, mergulham

no mundo dos livros. Ali são pro-movidas diversas atividades sobre a importância do hábito da leitura.

Trata-se do projeto Leitura, realizado durante todo o ano na escola da LBV com crianças em situação de risco social atendidas pela Instituição. A faixa dos 3 aos 5 anos de idade recebe uma atenção especial da Pedagogia do Afeto, criada pelo dirigente da Instituição, pois é quando se estimula o contato com os livros.

O envolvimento da família é fundamental para o sucesso do pro-jeto. Os pequenos levam para casa as caixas mágicas, contendo em cada uma delas um conto escolhido pela criança. A história, então, é lida pelos parentes, e a lição ou o fato mais marcante, narrado em sala de aula e descrito em um desenho. Na sequência, os desenhos são expostos na Escola da LBV.

Entre os trabalhos apresentados destaca-se um livro produzido pela garotada, no qual são mostradas va-

Projeto da LBV apresenta aos pequenos mundo de aventuras e fantasia dos livros

riadas percepções que uma criança tem do mundo. Outra atividade que cativou os que visitavam o local da LBV foi a representação de contos de fadas e fábulas, com a encenação, por exemplo, de Peter Pan, A Bela Adormecida, Chapeuzinho Verme-lho, Os Três Porquinhos, Cachinhos Dourados e Branca de Neve.

Com essa iniciativa, a LBV procura contribuir para a redução do índice de analfabetismo fun-cional e despertar o olhar crítico e a criatividade por meio da leitura, cujo processo se inicia cedo, à me-dida que aumenta o interesse pela linguagem escrita.

Etapas do projeto Leitura com crianças da LBV: acima, narração de histórias infantis. Ao lado, encenação de contos de fadas e fábulas.

— B E L É M / P A —

Suellen ThayaneFotos: Suellen Thayane

VOCÊ SABIA? No Brasil, um em cada cinco brasileiros (20,3%) é analfabeto funcional — a pessoa lê e escreve frases simples, mas não consegue, por exemplo, interpretar textos —, de acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2009, divulgada em setembro deste ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

LBVé ação!

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Acontece em Minas Gerais

— M O N T E S C L A R O S / M G —

Pedagogia da LBV em pauta

Em junho deste ano, a cidade de Montes Claros/MG sediou o Seminá-rio Intersetorial Educação para o Ser Integral, promovido pela Legião da Boa Vontade. O encontro buscou estabelecer o diálogo entre os setores públi-co, privado, acadêmico e sociedade civil em torno da educação do indivíduo, considerado pela LBV um Ser espírito-biopsicossocial. Na ocasião, a pedagoga Suelí Periotto ressaltou o diferencial do trabalho da Instituição: a Educação com Espiritualidade Ecumênica, que propõe um “olhar além do intelecto”, como enfatiza o diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto — diferencial que originou o convite das Faculdades Santo Agostinho, em outubro, para a continuidade da reflexão e capacitação sobre a proposta pedagógica da LBV.

e refletir sobre uma abordagem mais acolhedora, especialmente nos primeiros anos de ensino.

No evento, a pedagoga Suelí Periotto, supervisora da Pedago-gia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, palestrou sobre a linha de ensino da LBV, criada por Paiva Netto.

A apresentação teve duas eta-pas: no primeiro dia, palestra con-ceitual; no segundo, capacitação dos participantes para o Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva (MAPREI), metodologia própria das escolas da LBV, e exposição de seus resultados com os cases.

“Este é um momento ímpar para a formação dos acadêmicos de Pedagogia das Faculdades Santo Agostinho, visto que a maioria atua no mercado e conhece as dificuldades encon-tradas no processo de formação dos alunos, bem como o acom-panhamento dos familiares”, comentou a professora Ilma Mendes Almeida, psicopeda-

As Faculdades Santo Agosti-nho, em Montes Claros/Mg, promoveram o seminário “Afeto e Aprendizagem:

Um olhar além do intelecto” — inspirado no lema da Pedagogia da LBV — nos dias 28 e 29 de outubro, para discutir o papel do sentimento na formação do aluno

Mônica Mendes

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— J U I Z D E F O R A / M G —

LBV e programa Bombeiro Mirim ensinam cidadania

Fabiana Ambrósio

A repórter Ana Flávia de Oliveira, da InterTV Grande Minas, afiliada da Rede Globo, entrevista a supervisora da Pedagogia da Boa Vontade, Suelí Periotto. A proposta educacional, criada por Paiva Netto, tem despertado o interesse de pesquisadores e profissionais de ensino do Brasil e do exterior, pelos excelentes resultados obtidos nas escolas e nos programas socioeducacionais da LBV.

goga do Núcleo de Atendimento Psicopedagógico da faculdade.

Em Montes Claros, o Centro Comunitário e Educacional da LBV presta atendimento a crian-ças, adolescentes, jovens, adultos e idosos em vulnerabilidade so-cial. Está localizado na Rua Ger-mano Gonçalves, 601, São José, tel.: (38) 3221-0636.

Com apoio da Legião da Boa Vontade, o 4º Batalhão do Corpo de Bombeiros em Juiz de Fora/MG promoveu, nos meses de setem-bro e outubro, o programa Bombeiro Mirim, dirigido a crianças e jovens atendidos pela LBV.

A iniciativa beneficiou diretamente os inscritos nos programas LBV — Criança: Futuro no Presente! e Esporte é Vida!, os quais receberam aulas sobre primeiros socorros, prevenção e combate a incêndios, re-ciclagem, preservação do meio ambiente, noções sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre outras.

Destaque para a palestra ministrada pelo policial militar Alex Fabiano da Silva, instrutor do programa educacional de resistência às drogas. “Falta de informação e problemas sociais afetam a opção de usar ou não o entorpecente. Na LBV, os adolescentes são receptivos, críticos e participativos. A instituição já realiza esse trabalho, por isso são abertos a orientações. Vocês estão de parabéns”, afirmou.

A jovem Jocelaine Naiara da Silva, 17 anos, participou da ação e agradeceu a oportunidade: “Para mim, a LBV é tudo. Mudei muito, agradeço a ela o que sou hoje. Se pudesse, ficaria o dia todo aqui, onde recebo orientações certas”. Thainá Fernandes de Araújo, 14 anos, também entendeu o recado. “Aqui na LBV aprendi a lidar melhor com as pessoas e a evitar as drogas. Elas só fazem mal à saúde e nos tiram grandes oportunidades. Usar drogas é desperdiçar a vida, e nós valorizamos a nossa”.

Solda

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A partir da esquerda, alguns dos participantes do programa Bombeiro Mirim: Ana Carolina Bento, Amanda Aparecida André Sell, Yuri Porcino e Vanessa Galdino, da LBV, e o Capitão Santiago, representando o 4o Batalhão do Corpo de Bombeiros em Juiz de Fora/MG.

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do Templo da Boa VontadeA almaNo maior encontro ecumênico do Brasil, o fundador do TBV,

Paiva Netto, comanda as comemorações dos 21 anos do Templo da Boa Vontade, disserta sobre o Ideal de Fraternidade que

inspirou o monumento, emociona e entusiasma o povo

21 anos do TBVUm Teto para a humanidade

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1 2

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Lucian Fagundes

Clayton Ferreira

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4

3

ATENTOS E VIBRANTESMilhares de peregrinos,

vindos de várias partes do Brasil e do

exterior, superlotaram as dependências do

Templo do Ecumenismo Irrestrito e do Parlamento Mundial da Fraternidade

Ecumênica, para acompanhar as palavras

do dirigente da Legião da Boa Vontade. A ampla Nave do TBV ficou lotada (3, 4 e 6), como também o Auditório Austregésilo de Athayde (1), o Salão

Nobre (2) e o Plenário do ParlaMundi da LBV (5).

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Quando chega outu-bro, Brasília ganha uma aura especial. Isso há mais de duas

décadas. À zero hora do dia 1o já estão reunidos no Templo da Boa Vontade — aclamado pelo povo uma das Sete Maravilhas da capital federal — os peregrinos, para saudar a Pirâmide da Paz. Assim se abre todos os anos o “Outubro no TBV”. Uma série de eventos comemorativos do aniver-sário desse símbolo de Solidarieda-de, harmonia e união, erguido pelo diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, e inaugurado por ele em 21/10/1989.

Por 31 dias os ideais do TBV ficam mais em evidência. Seu fun-dador afirma: “TBV – um Teto para a Humanidade. É disso que os po-vos estão precisando. E tanta gente que passa (do mundo todo) pelo Templo da Boa Vontade e diz que necessita disso: de um aconchego, de um lugar sossegado, não para

21 anos do TBV

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preguiçosos, mas para estar no seio de Deus, para que possamos rece-ber Seu acalento. Porque a vida é dura, eu sei muito bem disso. (...) Todos realmente precisamos desse conforto”.

De acordo com Paiva Netto, cuidar do Ser Humano é promover ações que vislumbrem horizontes

além da matéria, é pensar também nas carências do Espírito eterno. É essa visão de mundo que funda-menta o trabalho dele à frente das Instituições da Boa Vontade (IBVs) e o conduz a grandes realizações; e uma delas foi a difícil empreitada de edificar o TBV: “Quando o Templo da Boa Vontade foi construído,

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surgiu com este propósito: um Teto para a Humanidade proteger-se de tanta miséria, de tanta dor, de tanto bombardeio, não apenas das armas bélicas, mas da falta de Ca-ridade [que é uma jurisprudência de Deus]. Falaremos sobre o valor da Caridade hoje, aqui, também, porque muita gente ainda não sabe o que ela é realmente”.

Essas palavras, proferidas du-rante a cerimônia principal alusiva aos 21 anos da Pirâmide da Paz, em 23 de outubro, foram transmi-tidas ao Brasil e ao mundo inteiro pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV e internet — www.boavontade.com), incluin-do 617 emissoras de rádio de todo o país, que gentilmente formaram rede na cobertura do evento. Essas mesmas palavras introduzem, nesta reportagem, trechos do memorável discurso do dirigente da LBV, em que se notam teses importantes que ele desenvolve sobre o significado da verdadeira Caridade, da Reli-

gião e da Essência Divina, bases legítimas para a vivência plena da Cidadania do Espírito e da Paz.

Atentos, acompanharam sua prédica milhares de peregrinos, vindos de várias partes do Brasil e do exterior, que superlotaram as dependências do Templo do Ecume nismo Irrestrito e do Par-lamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV.

Geração J, a Geração Jesus, e a ousadia no Bem

O dirigente da Instituição abriu o pronunciamento com uma palavra de ordem, dirigida àqueles que lutam em favor da coletividade: arrojo. Para expressar seu pensamento, citou o próprio exemplo, ao exigir de si e dos que o acompanham a mesma sagacidade da grande mídia na hora de falar do Cristo e de Seus ensinamentos. “Muito bom! Muito bom!” Com um sorriso, o fundador do TBV prossegue: “É nunca entrar [numa pregação] igual. Homens e

Clayton Ferreira

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mulheres mundo afora se esmeram tanto para pegar de surpresa a au-diência, para mantê-la, sustentar a sua atenção. Por que para os que tratam dos assuntos de Jesus deve ser diferente? Até quando Ele lamentará que os filhos do mundo são mais audazes do que os filhos do Evangelho, mais vivazes, mais

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perspicazes? [Evangelho do Cristo segundo Lucas, 16:8.] O que é preciso: ousadia no Bem”. Com-pletando o raciocínio, comentou: “Recentemente, em um trabalho do nosso Irmão Silmar Aparecido de Almeida, escrevi: Clamarei a atenção de todos para o fato de que, em qualquer tempo de qualquer ano, sob qualquer circunstância, não podemos esquecer que o maior acontecimento da História da Hu-manidade que está para ocorrer é a Volta Triunfal de Jesus. Razão pela

qual estão na Terra as Instituições da Boa Vontade de Deus”.

Ainda a esse respeito, men-cionou a chamada geração Y (pessoas nascidas após 1980, já em um mundo wireless), afirmando: “Estão falando muito na Geração Y, que, segundo eles, vai dominar. Ora, depois da Geração Y, virá a Geração J: JESUS. E é por esta que estou batalhando. Fico prestando atenção naqueles que se encontram mais integrados na Geração J, de Jesus”.

Democracia religiosaO modelo de pensamento pelo

qual o Ser Supremo se confunde com as religiões humanas é outro paradigma quebrado pelo dirigente da LBV e presidente-pregador da Religião de Deus, a Religião do Amor Universal, ao dialogar com o público. E defende: “A Religião de Deus não desceu à Terra para

conflitar com as outras louváveis crenças, já há muita briga. A primeira democracia que deveria brilhar na Humanidade é a religiosa, em que, por dever do ofício, a Frater-

nidade deve reinar. André Malraux (1901-1976) disse que o século 21 seria religioso ou não seria nada. Mas aí alguns deles só se lembram de religião como aquelas coisas patológicas que envergonham a natureza humana. Não! Religião não é aquilo, como esses querem fazer crer.

“Religião é algo notável, aplau-dível, apreciável como é a Política quando honrada, a Ciência com caridade de alma. Deus está acima de tudo isso.

“É como digo: Religião, de pre-ferência, não se discute, se vive. Em primeiro lugar, verdadeiramente se a vive. Você pode debatê-la, mas não se matar por causa disso. Estão en-tendendo o que quero dizer? Onde é que começa a democracia? No campo religioso, porque o campo religioso é o campo da moral, da ética. Portanto, digo que Ciência é religião sob esse aspecto, Economia é religião sob esse aspecto moral, ético, espiritual. Filosofia, Sociolo-gia, vida doméstica, vida pública, tudo isso é religião, porque RELI-GIÃO deve ensinar a melhor forma de ser. Se Você a entende como sentimento elevado, como vontade

21 anos do TBV

Na foto, a alegria de um Soldadinho de Deus na Nave do TBV. Inaugurado em 21 de outubro de 1989, o Templo da Paz possui aspectos da arquitetura que trazem o número 21 em sua expressão: desde a altura do monumento, 21 metros (7 pirâmides conjugadas que formam 7 aberturas de luzes luminosas, e esses 7 números são divididos em três faces para formar 21 figuras), até o peso daquela que é considerada pela mídia a maior pedra de cristal pura do mundo (aproximadamente 21 quilos), colocada no topo da pirâmide.

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do Ser Humano. E proponho esse ensinamento a partir das crianças. Quem pensa que criança é boba é que é bobo. O intelecto não se restringe apenas ao pensamento racional, vai mais longe”, prioriza.

divina expressa no pensamento humano, aí sim! A grande luta é para que todos entendam o sentido autêntico da Religião, porque, nesse tempo, finalmente irão perceber o que significa Caridade, porque Ca-ridade é Deus, é Amor, jamais ódio, que anda infelizmente sobrando na Terra. Ensinava João Evangelista o que aprendeu com Jesus:

“— Deus é Amor (Primeira Epístola de João, 4:16)”.

Ver além do intelectoNa conversa franca com o pú-

blico, o diretor-presidente da LBV reafirmou a importância de corrigir essa distorção em torno do que é Religião e sua vivência, há tantos séculos instalada na mentalidade dos povos. Para isso, propõe mu-dança em diversos níveis, princi-palmente por meio da educação das novas gerações. “Muitos dos maio-res cérebros pensantes do mundo veem Deus de forma antropomórfi-ca — eu gosto muito de falar nesse assunto —, quando Ele, o Deus Divino, não tem nada com isso. E por mais brilhantes que sejam, caem nessa armadilha, nessa vala comum de acreditar no fundo, no fundo, naquele deus (com letra ini-cial minúscula mesmo) igual a nós, com os nossos defeitos. (...) Porque é preciso, e convoco a inteligência de todos para esse fato, enxergar-mos além do intelecto. Porquanto a mente sem o sentimento é uma forma claudicante de pensar. Se-remos todos limitados no raciocínio se não percebermos a existência de um Deus não criminosamente criado à imagem e semelhança

O veterano Legionário haroldo Rocha, ao observar uma das fotografias expostas na Mostra Cultural e Artística “Templo da Boa Vontade — 21 anos: Um Teto para a humanidade”, em que aparece ao lado do fundador do TBV, recordou-se de momentos marcantes da construção e da inauguração do monumento. “É uma honra ter feito parte desse trabalho, a convite do Irmão Paiva, nessa verdadeira epopeia de Luz”, disse.

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sai, sai! Vai, vai, vai!, para ficar livre daquela criança que está ‘importu-nando’ aquele que vive no bem-bom, que está pensando em correr para namorar, ir para a praia, para ir não sei aonde e, às vezes, é atropelado, chacinado. Porque a violência está por toda parte, também por falta de Caridade.

“A Caridade é um sentimento que mantém viva a alma das cria-turas. Caridade é necessária para que sejamos civilizados. Ao invés de procurar matarmo-nos uns aos outros, trabalhemos para liquidar com a avareza que desgraça a Humanidade. Sem ela não haveria falta de emprego, não. Aliás, há outros desempregos também que castigam a sociedade: o desem-prego do sentimento, do carinho, da necessidade de apoio moral, espiritual. Claro que ninguém vai dizer aí que estou querendo que o pessoal passe fome (‘porque só penso em assuntos espirituais’). Luto à beça para dar comida às pessoas, mas também o alimento para o Espírito.”

Paiva Netto ressalta que o pro-gresso não existe verdadeiramente sem levar em conta o Espírito.

“(...) A reforma do material vem pelo espiritual. Porque o negócio está invertido. (...) Não basta a cabeça, o racional, tem de pegar o coração, o sentimento, e partir daí para o espiritual.” Essa vertente do conhecimento é tão elementar, que ele prevê: “Lá nas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, vol. 1, de 1987, enfatizo que, se numa especial ocasião os governos do mundo resolvessem todos os proble-mas materiais dos seus povos, esses continuariam ainda insatisfeitos, porque não somos apenas sexo, es-tômago, um saco de sangue, carne, músculos. Somos muito mais. Antes de tudo somos Espírito. Somos sen-

A dimensão da CaridadeA fim de elucidar o sentido da

verdadeira Caridade, compreendi-da como sinônimo de Deus, que é Amor, Paiva Netto comentou estudo divulgado em outubro pelo Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês), o qual informa que ao menos 1 bilhão de pessoas passam fome, cerca de um sétimo da população planetária. “Quando fala-mos em Caridade aqui, estamos nos referindo a um sentimento global tão forte, que impeça que essa situação vergonhosa ocorra. Caridade não é chegar e dar um pão e dizer: Sai,

“Se já houvesse uma forte preocupação com a Caridade, no seu sentido divino-social-administrativo, ah!, a coisa estaria muito mais bem estabelecida.”

Paiva NettoFundador do TBV

21 anos do TBV

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Na preparação para o momento da prece, o povo contrito se concentra...

... e se emociona.

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timento, vontade de ter carinho na nossa alma. Quem disser o contrário é mentiroso ou está doente. E para mim, como já lhes disse, é a mesma coisa. Ora, quem tem fome quer comer, quem está doente precisa de socorro médico, e assim por diante. E tudo isso é Caridade, porque tem-se de ser movido por um sentir superior para se fazer algo de bom; mesmo quando não se crê no valor da Caridade, pois Caridade é muito mais do que se pensa.”

Momento de oraçãoPróximo do encerramento da-

quele grande encontro ecumêni-co, recordou o valor magnífico

da oração, capaz de trazer Luz e esperança a qualquer ambiente. Segundo o dirigente da LBV, a prece deve fazer parte de todos os momentos, pode ser feita de maneiras diversas; chame-a de reza, meditação, súplica ou rogo, ela é verdadeiro antídoto contra a violência. “Qualquer um pode en-toar o Pai-Nosso. Até o irmão ateu mais radical!... Não quer referir-se a Deus ainda?! Pense, então, nos seus sentimentos mais elevados e dirija-se a eles: Solidariedade, Fraternidade, Compaixão, Enten-dimento, Complacência não com o erro, porquanto, advertia o velho Confúcio (551-479 a.C.):

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“‘— Pague a Bondade com a Bondade, mas o mal com a Justiça’.”

Na sequência, convidou a todos a rezar o Pai-Nosso, a oração deixada pelo Cristo de Deus, definida por Paiva Netto como a prece ecumê-nica por excelência, a constituição do mundo. Também rememorou mensagem do Espírito dr. Bezerra

Uma fila se formou da Galeria de Arte até a Fonte Sagrada do TBV para que os milhares de peregrinos abastecessem suas garrafas com um pouco da água da nascente. Ao lado da fonte, muitos, em sinal de devoção, faziam orações, beijavam os pés ou seguravam a mão esquerda (do lado do coração) da bela escultura francesa de Jesus, do século 18.

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de Menezes (1831-1900), publicada na revista JESUS ESTá CHE-gANDO!, edição no 108, em que aborda a “Democracia a partir da Divindade*1”. Ali, o caridoso ativista do Mundo Espiritual perguntou: “Ajudar os Seres Humanos a se en-contrarem com Deus! Existe melhor função missionária do que esta?”.

Ao que o próprio diretor-pre-sidente da LBV respondeu: “Não, meu caro Irmão dr. Bezerra. Por-que como diz também outro grande Espírito, o papa João XXIII, que nos honrou de 1881 a 1963 vivendo entre nós na Terra: ‘No amor são

resolvidos todos os problemas so-ciais e divergências políticas, tanto à escala europeia como à escala mundial. Nele repousa a pedra angular’. (O destaque é nosso.) E eu termino a minha prece dizendo agora, inspirado nas palavras de João XXIII: E nós sabemos que Jesus é a Pedra Angular de que falou Pedro Apóstolo, em sua Pri-meira Epístola, 2:4 e 5:

“‘— Aproximai-vos Dele [Jesus], Pedra Viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e honrada por Deus; e vós também como

21 anos do TBV

pedras vivas, sede edificadas so-bre Ele (para ser) casa espiritual, sacerdócio santo para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo*2’.

E com este pensamento, com

esta lembrança na cabeça, abraço a todos Vocês. Beijo-lhes as mãos, respeito-lhes o coração e lhes digo: Viva Jesus!”.

Numa atmosfera da mais pura devoção, o público presente, vi-sivelmente emocionado, selou o encontro com uma longa salva de palmas.

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2 3(1) VISTA PARCIAL — Milhares de pessoas superlotam a Quadra 915 Sul, tomada também por ônibus e carros, no dia da inauguração do TBV, comandada pelo dirigente da LBV (21/10/1989). Uma festa ecumênica jamais vista. Na ocasião, o ParlaMundi da Legião da Boa Vontade ainda não tinha sido edificado. (2) Paiva Netto discursa da marquise do primeiro prédio do Conjunto Ecumênico da Instituição ligado ao Templo da Boa Vontade. Essa primeira edificação foi inaugurada em 27 de maio de 1986, por ele, diante de uma multidão que superlotava o local. (3) Integrantes do Conselho Fiscal da Legião da Boa Vontade ouvem as explicações do dirigente da LBV sobre a maquete do TBV, que seria erguido em tempo recorde, em três anos e cinco meses, desde o lançamento da Pedra Fundamental.

*1 A palavra psicografada do nobre Espírito dr. Bezerra de Menezes veio por intermédio do sensitivo Legionário Chico Periotto, em 7 de novembro de 2009.*2 Passagem extraída da Bíblia Sagrada traduzida da Vulgata e anotada pelo padre matos Soares – 19a edição – 1964 – Edições Paulinas.

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Exatamente na data em que a Pi-râmide da Paz completava 21 anos, o Correio Braziliense, jornal de grande circulação na capital federal, publi-cou reportagem sobre o TBV, com direito a chamada na primei-ra página. A matéria intitulada “A maiori-dade do Templo”, de autoria da jornalista Ariadne Sakkis, narra a trajetória de sucesso do monumento mais visitado de Brasília, segundo dados da Se-cretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur). Desde que foi fundado, em 21/10/1989, já recebeu 21 milhões de peregrinos.

No texto, a repórter explica que, logo ao abrir as portas do Templo da Boa Vontade e dizer: “Entra, Humanidade!”, o dirigente da Instituição manifestava naquele

Correio Braziliense enaltece a maioridade

do Templo da PazTBV é destaque no telejornal DFTV, da

TV Globo

O aniversário do Templo da Boa Vontade foi destaque no noticiário de diversos veículos de comunicação, que ressal-taram o caráter universalista e fraterno do monumento. No dia 23 de outubro, uma equipe do telejornal DFTV (1a edição), da TV Globo, esteve no Templo da Paz para gravar uma repor-tagem sobre os 21 anos de fundação do TBV e seu ideal de promover a integração do Ser Humano com a Espiritualidade Ecumênica.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Rádio, a jornalista Camila guimarães, repórter do DFTV, afirmou: “Neste aniversário do Templo [da Boa Vontade], tem coin-cidências místicas: 21 anos; o monumento tem 21 metros de altura; o cristal que fica lá no topo, considerado a maior pedra de cristal puro do mun-do, tem [aproximadamente] 21 quilos e é fonte de energia para todas as pessoas. As portas do Templo nunca se fe-cham e recebem visitantes de todas as religiões e credos”.

instante “a síntese da filosofia da LBV: a promoção da Fraternidade e Espiritualidade Irrestrita, inde-

pendentemente de cor, credo, idade ou sexo”. E prossegue a reporta-gem mais adiante: “A relevância do templo e sua mensagem con-sagraram a data como o Dia do Ecumenismo em vários estados bra-sileiros”. Dedicando página inteira ao as-sunto, o jornal listou as muitas atrações e eventos programados

para o “Outubro no TBV”, além de citar a expectativa sobre a vinda de peregrinos de várias partes do mundo para a festa e apresentar um resumo das características arquitetônicas do projeto e um breve histórico dos desafios encontrados pelo fundador do Templo da Paz.

A 35a Festa dos casais Legionários — Encontro das Gerações, em comemoração dos 60 anos da Legião da Boa Vontade, foi uma das atividades do dia 23 na série de eventos “Outubro no TBV”. Na foto, um dos casais homenageados. Antonia Marcelina e Genésio Braga recebem uma réplica do Cristal Sagrado do TBV.

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21 anos do TBV

Da Irlanda, os internautas Lívia Bueno Dourado e Emídio Valereto Neto acompanharam a sessão solene em homenagem aos 21 anos do TBV.

A palavra do diretor--presidente da LBV na sessão solene das comemorações

dos 21 anos do Templo da Boa Vontade, no dia 23 de outubro, em Brasília/DF, teve repercussão internacional. A mensagem do fundador do TBV foi transmi-tida para o Brasil e o mundo pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rádio e internet — www.boavontade.com), incluindo 617 emissoras de rádio de todo o país.

De todas as partes, muitos que acompanhavam, da residência ou do trabalho, o discurso do dirigente da LBV encaminharam também sua saudação.

De Nova Jersey/EUA, a jovem Mariana Malaman enviou a se-guinte mensagem: “Minha irmã, Sâmara; minha mãe, Conceição;

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via internetMensagem Ecumênica do Templo da Boa Vontade é acompanhada em diversos países

minha avó Osmira e os meus pri-mos Adrian e Bryan Fernandez de Albuquerque e eu estamos acompanhando a programação do 21o aniversário do Templo da Boa Vontade. Estamos muito feli-zes de poder assistir a essa Festa Espiritual! Muito obrigada por tudo e que Deus continue sem-pre abençoando o TBV com Sua Luz infinita de Amor, reunindo a todos para o Rebanho Único de Jesus!”.

Na Irlanda, noroeste da Euro-pa, Emídio Valereto Neto e Lívia Bueno Dourado compartilharam a mesma emoção. “Estamos muito felizes em poder prestigiar esta festa das Humanidades do Céu e da Terra. Gostaríamos de parabenizar nosso querido Irmão Paiva Netto por este encontro celeste. Receba nossas vibrações de amor e gratidão”, registraram.

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Ainda do Velho Continente, dezenas de portugueses encami-nharam ao diretor-presidente da LBV as impressões sobre o evento: “Em Portugal, sentimos a vibração de Amor que está junto ao seu co-ração, que o seu Espírito emana. Hoje, percorremos os quilômetros que nos separam fisicamente e estamos juntos espiritualmente”.

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Recado às novas gerações

Apesar da pouca idade, os Soldadinhos de Deus, como são chamadas as crianças na Legião da Boa Vontade, entenderam per-feitamente o recado do dirigente da instituição. Prova disso é a carta de Felipe gabriel moreno de Paula, 12 anos, de Florianópo-lis/SC, na qual ressalta: “Hoje, o Irmão Paiva confortou os nossos corações. Trouxe a mensagem de Paz, adoração a Deus. Na minha opinião, ele é excelente no que faz, transmite para todos da mesma forma. Exatamente do jeito certo para os Soldadinhos de Deus, para os jovens, os adultos, e para as Almas sofridas. Aqui, no Templo da Boa Vontade, é também o lar para os Espíritos de Luz”.

(...) Usando o Esperanto, continuem em sua nobre missão para a confraternização dos povos. Esta é uma grande contribuição para a manutenção da Paz na Terra — nossa pátria coletiva.

Kanjo Mitev KanevPresidente da Sociedade Esperantista Pomba da Paz, Galabovo/Bulgária.

Boa Vontade: duas palavras mágicas capazes de mudar o aspecto do mundo.

Jean HéninFrança

Posso dizer que os esperantistas em Auckland, Nova Zelândia, admiram a ação vigorosa e os muitos e diversificados programas que desenvolve o Templo da Boa Vontade em Brasília.

Bradley McDonaldNova Zelândia

O Portal Bona Volo.com (Boa Vontade, em esperanto) recebeu o carinho e a emoção de mensagens

vindas de diferentes países:

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Cenira Marquiza Moreno e os filhos, Thiago André (E) e Felipe Gabriel Moreno de Paula.

Os 21 anos do Templo da Boa Vontade foram destaque em diversos meios de comunicação do país. No Distrito Federal, por exemplo, a notícia ganhou manchete nas principais emissoras de televisão e rádio, sites e jornais: Aqui DF, Coletivo, Correio Braziliense, Informativo Bico, Jornal Alô Brasília, Jornal Ceilandense, Jornal da Comunidade, Jornal de Brasília e Tribuna do Brasil.

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O grande amor não tem fronteiras.Saudações à nobre nação que tanto inspira,Saudações ao grande homem que pensa tão grande!

Este Templo repleto de Amor e Paz é admirável,E que para todo o sempre ficará de pé.

Sun DachenChina

(...) Espero que o Templo da Boa Vontade exista para todo o sempre e seja permanentemente cuidado para

que a Humanidade sempre possa nutrir-se deste alimento espiritual.

Jenniffer BishopAustrália

Tudo o que o Templo da Boa Vontade apresenta é absolutamente inesquecível.

Wacław RekowskiPolônia

De todo o coração, envio meus votos de que o 21o aniversário do Templo da Boa Vontade seja um sucesso. Lá nosso Pai, que

é a nossa vida, dará boas-vindas a vocês todos desse belíssimo local, construído por nosso querido e notável José de Paiva Netto e onde sempre reinam o Amor, a Paz, a tolerância e a harmonia para os homens.

Martin Castro LopezCuba

(...) 21 anos é em muitos países a idade da chegada à vida adulta.

Observando isso, também o seu singular Templo da Boa Vontade hoje se torna adulto, embora nos anos de sua juventude ele perfeitamente tenha servido ao Ecumenismo Irrestrito; e por isso se tornou célebre em todo o mundo. Parabéns! (...) Desejo ao seu valoroso serviço espiritual muito sucesso nos anos vindouros!

Petro Chrdleda Associação Tcheca de Esperanto, República

Tcheca.

(...) Acredito que o TBV seja o nosso esperantujo!* O senhor José de Paiva

Netto é um grande homem, pois ele construiu o Templo da Boa Vontade e, com isso, nos tem mostrado os mais belos e nobres ideais.

Xiao FujunChina

*Esperantujo — Lugar idealizado onde os esperantistas vivem todos juntos.

21 anos do TBV

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Em clima de confraterniza-ção e de Paz, aberto a to-das as etnias e campos do saber humano, o Templo

da Boa Vontade realizou, em 21 de outubro, o evento Dia do Ecume-nismo, um Ato Ecumênico. Reuni-ram-se na Nave do TBV dezenas de religiosos e personalidades, todos com um único objetivo: fazer do respeito à criatura a bandeira da harmonia e do entendimento.

Com uma rosa branca nas mãos simbolizando a Paz, os convidados caminharam juntos pela espiral, em demonstração de união e agradecimento. A

Religiosos e diversos representantes do saber humano celebram os 21 anos do Templo da LBV

saudação às autoridades presen-tes coube a Alziro Paolotti de Paiva e Nicholas Gabriel Beck de Paiva, que ali representavam o fundador da Pirâmide da Paz.

Na sequência, todos falaram ao público que compareceu ao Ato Ecumênico, ressaltando o aniversário e a importância da Pi-râmide dos Espíritos Luminosos. Primeiro, Leon Szkla-rowsky comentou: “Sou poeta, escritor, advoga-do e de origem judaica. Sigo a religião judaica. (...) O Templo da Paz, do Ecumenismo, ou o Templo

da Humanidade, tornou Brasília o centro espiritual, como previa Dom Bosco. Denomino-o Templo da Humanidade porque congrega povos de todas as origens, opi-niões e etnias. Todas, indistinta-mente, merecem ser respeitadas (...), e o Templo da Boa Vontade tornou Brasília mais rica e mais espiritual”.

O dr. Leon ainda pe-diu as bênçãos de Deus: “Que o Altíssimo, o Grande Arquiteto do Universo, ilumine todos nós, toda a Humanidade, nestes momentos de dor,

Ato Ecumênico

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Da Redação

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Federação Espírita Brasileira, em Brasília: “Esse Templo realmente é um monumento que representa a União Divina, da Terra com o Plano Superior. Sen-timos no ambiente um clima muito agradável espiritualmente, uma proteção, uma assistência vibra-cional extraordinária. Parabéns ao Templo pelos 21 anos, maioridade de um Templo que já é gigante!”.

O presidente da comissão jovem gente como a gente, Lucimar Malaquias, destacou a impor-tância de celebrar o Ecumenismo: “É fun-damental; é o que pre-cisamos para as coisas melhorarem. Todas as religiões, classes, independentemente de raça, credo, reunidos aqui. Conhe-ço o Templo praticamente desde a fundação; ele é uma forma de as pessoas se encontrarem, pela

Dia do Ecumenismo celebra o TBVEm homenagem ao Templo da Paz, por proposição do ex-deputado fe-

deral e atual senador eleito Rodrigo Rollemberg, foi oficializado em Brasília o 21 de outubro como Dia do Ecumenismo. A iniciativa recebeu a adesão de outros pontos do país, a exemplo dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, além da cidade de Novo Hamburgo/RS. Rollemberg, em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Rádio, falou de sua admiração pelo TBV: “Todas as pessoas que vêm a Brasília, de qualquer lugar do Brasil e do mundo, têm quase como obrigação visitar o Templo da Boa Vontade. É uma obra espetacular, maravilhosa. Tem uma energia fantástica de Paz, do Bem, da tolerância, e promove um sentimento muito positivo nas pessoas para a construção de um mundo melhor. O Dia do Ecumenismo promove a interação entre os povos, o desenvolvimento da cultura de não violência, de tolerância, de respeito. É tudo de que precisamos, e o Templo da Boa Vontade vem realizando isso há muitos anos”.

em Paz, em harmonia, e que todos se abracem,

num gesto de felicidade. Muito obrigado! Amém!”.

Quem também exprimiu sua admiração pelo TBV foi Geraldo Campetti Sobrinho, diretor da

Geraldo Campetti Sobrinho

Lucimar Malaquias

Rodrigo Rollemberg

de incompreensão, de inversão de valores, mas também de muita esperança de que o homem há de compreender que é melhor viver

21 anos do TBV

Cerimônia em comemoração do Dia do Ecumenismo reuniu na Nave do TBV dezenas de religiosos e personalidades. No destaque, Alziro Paolotti de Paiva conduz o presidente da comissão jovem Gente como a Gente, Lucimar Malaquias, que representou os irmãos com mobilidade reduzida.

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tranquilidade, de olharem para dentro de si”.

Amigo há décadas da Legião da Boa Vontade e de seu diretor-presidente, o veterano jornalista Gil-berto Amaral, colunista social do Jornal de Bra-sília, recordou-se: “Quando vim aqui com o Irmão Paiva Netto, a primeira coisa que lhe disse quando deixávamos o Templo foi: ‘Aqui é o Templo da Paz’. E ele mandou grafar na entrada [do monumento]. E é aqui que nós encontramos a Paz, graças à força maior de Deus. Acompanho isso desde que foi construído; é para nós um orgulho, uma das maravilhas de Brasília, o local mais visitado na capital da República”.

Sobre o ideal da Instituição de propagar o Ecumenismo Irrestrito, Antônio de Oxalá, da Sociedade Beneficente Luz Divina, declarou:

Trova do coração Por mais de duas décadas, o

Templo da Boa Vontade tem inspi-rado nas pessoas amor e respeito, pelo sentimento de bem-estar e harmonia que encontram no TBV. O juiz, poeta e escritor ádison do Amaral, membro do Instituto His-tórico e Geográfico do Distrito Federal, da As-sociação de Imprensa de Brasília, membro fundador da Academia Maçônica de Letras e Artes do Brasil, é um exemplo disso. Para festejar os 21 anos do Templo da LBV, ligou para a Super Rede Boa Vontade de Rádio (AM 1210 — Brasília/DF) e deixou esta mensagem: “A minha home-nagem não está restrita à trova de coração e de alma, a esta grande obra, que o nosso ilustre seareiro Paiva Netto, sob a égide do Plano Espiritual, fez erigir para inspetar os tempos vindouros. A nossa trova é a seguinte: ‘Ó belo Templo da Paz,/ És maravilha da Luz,/ Um pedacinho de Céu,/ Feito em nome de Jesus’”.

“Este trabalho deve ser leva-do para fora, expandido cada vez mais, porque é magnífico viver em paz e respeitar a cultura alheia. Muito obrigado por essa ação magnífica da LBV, não só no Ecumenismo,

mas também no trabalho social. Hoje são 21 anos [do Templo] e espero daqui a 21 anos estar aqui dando essa mensagem de amor e carinho, retribuindo o que vocês nos dão”.

Entre as personalidades que também marcaram presença nesse

evento especial no TBV, o artista plástico Toninho de Souza; o representante da Oomoto Internacional Shi-geki Maeda; o historiador Jarbas Marques; os ín-dios Ururaí Kariri-xocó e

Tanoné Kariri-xocó e o engenheiro e arquiteto R. R. Roberto, respon-sável pelo projeto e construção do Templo da Paz.

Antônio de Oxalá

Gilberto Amaral

Ádison do Amaral

Alziro Paolotti e Nicholas Gabriel Beck de Paiva representaram o fundador do Templo da Boa Vontade, José de Paiva Netto, no evento.

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Apenas uma institui-ção como a Legião da Boa Vontade, consolidada e em

sintonia com o novo — artes e pensamentos —, é capaz de reu-nir canções de diferentes épocas e ritmos em uma única apresenta-ção e agradar a pessoas de várias gerações, dos mais jovens até os

Espetáculo Música Legionária — Identidade e Coração celebra encontro de gerações

Memóriamusical

avós. Foi o que se viu durante o espetáculo Música Legionária — Identidade e Coração, em 22 de outubro, no ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF, onde o público pôde apreciar composi-ções consagradas e inéditas do gênero que expressa Boa Vontade e Espiritua lidade Ecumênica.

Esse tem sido, em mais de 60

21 anos do TBVEventos culturais

Leila Marco

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anos, um traço forte da LBV, tra-duzido no compromisso de “aliar ao patrimônio da experiência dos mais velhos a energia dadivosa dos mais moços” — na palavra de seu dirigente, Paiva Netto, que assim dá a receita ideal que tem como ingredientes o respeito, a renovação e a Fraternidade.

No repertório, 13 composi-ções tiveram a interpretação de 11 solistas e oito grupos corais, vindos de diversas partes do país. Naquela noite subiram ao palco mais de 300 artistas. O resultado desse trabalho pode

ser apreciado pelo público já em dezembro, mês de lançamento do DVD Música Legionária — Identidade e Coração.

Ao estilo de um maestro, com batuta e casaca, o ator Ricardo Conti se apresenta

no espetáculo: “Foi maravilhoso, uma honra estar aqui, ter conhecido o Templo

[da Boa Vontade] e estar próximo de pessoas tão lindas. Estou feliz, grato. Espero ter contribuído com a minha

parte. É muito bom fazer teatro, é bom envolver a arte e a cultura com o Amor, a Fé, a Solidariedade, com uma Obra

tão linda. Estão todos de parabéns, muito obrigado!”.

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A ideia para a realização do projeto, segundo o regente, nas-ceu em meados de 2009. A partir de então, foi organizado o re-pertório que precisava retratar a memória musical da Obra. As composições não obedeceram ne-cessariamente a uma cronologia, contudo, a forma de apresentá-las ao longo do espetáculo é que con-ta a história da LBV, “por meio das letras, do estilo e da própria poesia musical”.

A canção Amanhecer, uma das primeiras do show, interpretada pela própria autora da música e da letra, dona Antônia Abrantes, veterana Legionária da Boa Vontade, fala do raiar do dia, remetendo o especta-dor aos primórdios da Instituição e vislumbrando novo alvorecer para a Humanidade, de Paz e bem-estar.

Em verdadeiro desfile de épo-cas, entre uma e outra canção eram intercaladas falas do ator Ricardo Conti. Além de marcar a sequên-cia temporal, esse recurso narra-tivo fazia a leitura das emoções e momentos ali vividos, ora como se fosse parte do público, ora como

se abriram para a apresentação de Lá vem Jesus (Música/Letra: Darcy Augusto Malheiros), pelo Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade (Brasília/DF e São Paulo/SP). “Achamos por bem colocar as crianças iniciando o espetáculo, porque é a pureza primeira, quando Jesus diz que, se não nos tornarmos crianças, não entraremos no Reino dos Céus”, explica o maestro legio-nário Vanderlei Pereira.

21 anos do TBV

A primeira edição do espetáculo investiu no conteúdo e na criativi-dade, com desempenho que mes-clou a música com teatro, recursos audiovisuais e efeitos cênicos.

Logo depois da exibição de um vídeo sobre o que é a música le-gionária e o seu caminhar nessas seis décadas da LBV, as cortinas

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A equipe de produção cuidou caprichosamente dos detalhes, como a passagem do som, cenário, figurino e iluminação.

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o regente de uma filarmônica. Na costura final do enredo, imagens e pensamentos do dirigente da LBV e passagens bíblicas.

Um dos desafios da produção foi garantir que antigos sucessos não perdessem a característica original, mesmo sob uma roupa-gem musical diferente. “Às vezes usamos uma instrumentação ou um ritmo novo”, comenta Van-derlei Pereira. Tal sutileza está no tratamento dado à canção O Amor, letra e música do saudoso compo-sitor Pedro Macedo (1933-2010), escolhida meses antes de sua volta à Pátria Espiritual, ocorrida em 28 de setembro. “Foi pensada no estilo bossa nova, pelo caráter intimista, e porque é um ritmo bem brasileiro e um dos aspectos do Rio de Janeiro, terra natal do Macedo”, recorda o maestro.

Jazz e alegria para falar de Jesus

O encontro encerrou em alto- -astral, contando com o talento e animação do cantor Tony Gordon (solo), acompanhado pela banda

Dixie 4 Fun e pelo Coral Ecumênico Boa Vontade de Porto Alegre/RS e Brasília/DF. A interpretação da música Só com Jesus eu caminha-rei! balançou o público. Nela, Paiva Netto construiu variações musicais, inspirado na tradição dos spirituals afro-americanos.

Embora tenha participado de vários trabalhos com a LBV, foi a primeira vez que Tony esteve em Brasília. Para o cantor, há um significado especial nesse fato: “É

sempre assim... Deus dá um jeito de colocar as coisas no tempo certo, na hora certa; essa coisa da mú-sica transportando essa Paz, essa calma, alegria... Acho que é isso o que mundo precisa. Sinto-me feliz de hoje ser um dos representantes desse veículo, desse meio de levar o Amor, a Paz, a saúde e o carinho. O que foi feito hoje, a LBV nos proporciona dia a dia. É muito importante, legal, é só Espírito. Obrigado, Irmão Paiva, por esse

Tony Gordon (solo) e a banda Dixie 4 Fun animam o público ao interpretar Só com Jesus eu caminharei!

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21 anos do TBV

Mostra Cultural e Artística “Templo da Boa Vontade: 21 anos — Um Teto para a humanidade”.

momento que vivemos. Obrigado mesmo, de coração!”.

Bem ao estilo jazzístico — que em sua origem popular traduzia as emoções dos seus criadores, os negros do início do século 20, no sul dos Estados Unidos —, a Dixie 4 Fun trouxe ao evento o “jazz

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DVD TBV — 21 anos: Um Teto para a Humanidade

(português, espanhol e inglês)Há 21 anos, o Templo da Boa Vontade abriu suas portas à Humanidade.

Desde então tem recebido dia e noite todas as pessoas, independentemente de etnia, classe social, crença ou descrença. Neste ano, peregrinos de todo o mundo já podem guardar um pouco da trajetória, da arte e da mística do TBV: o DVD Templo da Boa Vontade — 21 Anos: Um Teto para a Huma-nidade traz todo o histórico do erguimento do Templo da Paz, desde bem antes de 21 de outubro de 1989, quando foi fundado, em Brasília/DF, pelo diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto.

O documentário sobre a construção do TBV e seu ideal de Fraternidade é cercado de emoção. O roteiro retrata, com belas imagens, o acolhimento, a beleza e a elevação dos notáveis e harmoniosos ambientes. O diferencial do Ecumenismo Divino fez da Pirâmide dos Espíritos Luminosos o monumento

mais visitado da capital do Brasil, segundo a Secretaria de Estado de Turismo do DF (Setur).

Todos agora podem ter em casa um pouco da vibração da Pirâmide das Almas Benditas, aberta a todos os que buscam Paz e equilíbrio para sua existência física e espiritual. O DVD Templo da Boa Vontade — 21 anos: Um Teto para a Humanidade chega com legendas em português, espanhol e inglês. Ligue: 0300 10 07 940 (custo de ligação local + impostos).

Na manhã de 23 de outubro, sábado, o público pôde acompanhar no “Show Torcedor de Verdade” as canções vencedoras do Festival Internacional de Música, da LBV – edição 2010.

tocado com alegria”, conforme o próprio nome do grupo traduz. O multi-instrumentista Thiago Schul-ze, que na banda toca piano, tuba e trombone, agradeceu em nome dos colegas a oportunidade de se juntar àquela expressão de arte. “Foi uma surpresa quando chamaram a gente para fazer um spiritual; é uma música que significa muito para a nossa banda, um estilo que a gente toca com carinho e coração. Nunca tocamos, pelo menos eu, um spiritual, uma música que falasse de Deus, de Jesus, de Amor, para uma plateia que realmente estivesse sintonizada para isso... Foi como colocar em prática algo que a gente estuda, sabe há bastante tempo, mas não faz de verdade. Hoje fizemos a nossa música de verdade para uma plateia que estava 100%”, concluiu.

E essa mesma sintonia prosse-guiu com os aplausos entusiasmados e os pedidos de bis que marcaram o desfecho da primeira edição (2010) do espetáculo Música Legionária — Identidade e Coração.

Mostras destacam os 21 anos do TBV

Com a proposta de unir arte, educação, cultura e Espiritualidade Ecumênica, no mês de outubro, de-dicado ao Templo da Boa Vontade, a galeria de Arte do TBV ofereceu uma programação especial. No dia 21 de outubro, houve o momento “Parabéns ao TBV!”, com direito a bolo de aniversário ser-vido ao público, e simul-taneamente a abertura de duas exposições: “Rumo ao Infinito” e a Mostra

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Peregrinos e personalidades festejam o 21o aniversário do TBV, em 21/10/2010, com o tradicional Parabéns pra você.

21 anos do TBV

Na exposição “Rumo ao Infinito” — que ocupou o espaço do túnel entre o Salão Nobre do TBV e a Galeria de Arte — 21 pipas, feitas por artistas brasilienses, homenagearam o monumento dedicado à Espiritualidade Ecumênica.

A obra Face de Cristo, exposta na Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade, é formada por 106 quadros pintados por crianças, professores e auxiliares da cidade-satélite de São Sebastião/DF. “Parece que a gente está olhando para Ele como se estivesse no Céu; é uma coisa indescritível”, afirmou o artista brasiliense Chico Metamorfose, idealizador do projeto.

Cultural e Artística “Templo da Boa Vontade: 21 anos — Um Teto para a Humanidade”. Esta última pôde ser visitada durante trinta dias e reuniu artes plásticas e obras audio visuais, além de documentos inéditos (cartas, fotografias e rela-tos) que retratam a memória e os

desafios da história mís-tica da Pirâmide da LBV.

Em “Rumo ao Infinito”, 21 pipas foram dispostas pelo trajeto que se inicia na Nave do TBV e termina na galeria. Cada pipa foi confeccionada por um artista de Brasília. A exposição pôde ser apreciada até 31 de outubro.

Face de Cristo é retratada por crianças

Ainda na data de aniversário do Templo da Paz, a Galeria de Arte passou também a exibir, em caráter permanente, a obra Face de Cristo, projeto do artista brasi-

liense Chico Metamorfose com a comunidade de São Sebastião, cidade-satélite do Distrito Federal. “É um trabalho de 4,2 m de altu-ra por 3,6 m de largura, criado em 1999. Acomoda 106 quadros pintados por crianças carentes da cidade e também por professores e auxiliares”, explicou o artista.

Chico conta, ainda, como surgiu a ideia do projeto: “Conversando com meus alunos, a gente estava bolando o projeto Metamorfose (…). Chegamos à conclusão de que o rosto de Cristo deveria ser

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PARLAMUNDI DA LBV: 16 anos do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica

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Aclamado pelo povo uma das Sete Maravilhas de Brasília, o Templo da Boa Vontade é o monumento mais

visitado da capital do país, segundo a Secretaria de Estado de Turismo do DF, tendo recebido 21 milhões de

peregrinos desde que foi fundado, em 21/10/1989, por José de Paiva Netto, diretor-presidente da LBV.

CONJUNTO ECUMÊNICO DA LEGIÃO DA BOA VONTADE

Foto de CAPA, a partir da direita: TEMPLO DA BOA VONTADE — TBV, SEDE ADMINISTRATIVA E PARLAMUNDI DA LBV.

Um teto

Humanidade

Ecumenismo

Na ocasião, foi lançada a edição especial BOA VONTADE Ecumenismo, em homenagem aos 21 anos do TBV.

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Encarte de Veja destaca o TBVO Templo da Boa Vontade compôs encarte especial da revista Veja,

edição no 2.186, de 13 de outubro de 2010. Distribuído para todo o Dis-trito Federal, com tiragem de 47 mil exemplares, o impresso apresentou “As mais belas construções de Brasília”, conforme título da reportagem. No texto, além de imagem do TBV, que faz jus à chamada principal da matéria, há a seguinte descrição:

“Brasília é conhecida pelo misticismo e convívio tranquilo entre as diversas religiões. Inaugurado em outubro de 1989, o Templo da Boa Vontade mostra esse lado especial da cidade. O Templo é atualmente o monumento mais visitado na capital. Em 20 anos, mais de 19 milhões de peregrinos do Brasil e de outros países visitaram o Templo da Paz.

“Toda essa arquitetura remete ao número 7 e ao número 1. Essa combi-nação forma a pirâmide de sete faces, com 21 metros de altura e 28 metros de diâmetro. No seu pináculo encontra-se um cristal puro de aproximadamente 21 quilos”.

O médico Carlos Moretzsohn (E), curador do catálogo Uma coleção particular, e Paulo Medeiros, administrador do TBV, apresentam a publicação, que reproduz algumas das mais expressivas obras de arte do acervo do Templo da Paz.

lembrado pelas obras as quais Jesus fez aqui na Terra, que são fantásticas, maravilhosas. A partir daí, resolvemos pintar esse grande painel em coletividade”.

O Templo da Boa Vontade foi visto como um local certo para a apresentação do trabalho. “Depois que fiz uma exposição na Galeria, senti uma energia muito positiva”. E completou: “(...) Realmente é o lugar ideal para expor a obra Face de Cristo. (...) Parece que a gente está olhando para Ele como se estivesse no Céu; é uma coisa indescritível”.

Pintura em porcelana e faiança

Em parceria com a Associação Brasiliense de Arte em Porcelana (Abap), a Galeria de Arte do TBV apresentou, de 30 de setembro a 10 de outubro, a 28a Exposição de Pin-tura em Porcelana e Faiança, com o tema “áfrica, uma justa home-nagem aos afrodescendentes que formam a rica cultura brasileira”.

Tendo como suporte a faiança e a porcelana, os artistas apresen-taram diferentes estilos, técnicas e cores para retratar aspectos

diversos da cultura africana. Um concurso promovido pela Abap premiou os melhores trabalhos na categoria grupo e individual.

Alguns dos vasos com temas africanos da 28a Exposição de Pintura em Porcelana e Faiança, na Galeria de Arte do TBV.

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O padre Mario Celli, membro do Conselho Missionário da Arquidiocese de São Paulo, une apostolado com arte. Ao

lado do trabalho de décadas levan-do a mensagem do Evangelho por meio do ministério e da comunica-ção, com forte atuação em comuni-dades carentes na capital paulista, encontrou na arte outra maneira de transmitir ao semelhante uma mensagem de fé e de transforma-ção. Um pouco desse talento pôde

no ideal missionário e na arte

Ecumenismo

ser visto nos desenhos e gravuras de sua autoria — e simbolizando missionários dos cinco continen-tes e de representações de várias religiões —, que ilustraram a Expo Missionária 2010, na Catedral da Sé, região central de São Paulo/SP, entre 10 e 31 de outubro. Com o tema “Missão e partilha”, a mostra comemorou o Mês Missionário e o Dia Mundial das Missões (24/10).

Segundo o sacerdote católico, a Expo Missionária representa

um encontro especial, de um segmento expressivo, pois só na Arquidiocese de São Paulo são 450 congregações e institutos missionários, além de ser um espaço aberto a todo Ser Humano de Boa Vontade, fraterno. “É uma força, uma energia grande que o nosso querido cardeal Dom Odi-lo Scherer nos dá”, afirma. Por isso, ressalta o padre Celli que a mensagem ecumênica da Legião da Boa Vontade precisava fazer

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Templo da Boa Vontade inspira desenhos de religioso católico

parte da mostra. “A LBV está no meu coração faz 20 anos ou mais. Em qualquer lugar que eu for, nas andanças pelo mundo, sempre, sempre levo comigo o ideal da LBV: fazer da Humanidade uma família só, onde a dignidade, a comunhão, a Solidariedade entre as pessoas sejam a filosofia”, destaca.

Para o religioso, a mensa-gem universalista da Obra é particularmente notabilizada pelo Templo da Boa Vontade, fundado pelo dirigente da Insti-tuição, José de Paiva Netto, em

Amigo de longa data da LBV, o padre Mario Celli visitou, em 1995, o Templo da Paz, ocasião em que encontrou o dirigente da LBV.

Brasília/DF, há mais de duas décadas (leia reportagem na p. 68). “É uma grande alegria evidenciar os temas da LBV nesta Expo; tanto é verdade que em alguns painéis o Templo da Boa Vontade está lá se desta-cando, e com muita alegria eu o desenhei. O mundo precisa desta Boa Vontade em cada um de nós, em todos os grupos, nações, po-vos”, comenta.

Por pensar assim, o padre Mario Celli se tornou um divulgador da Pirâmide da Paz, como também

é conhecido o TBV. Para ele, o monumento é único: “Nasceu do coração cheio de Amor, ecumê-nico, de pessoas como o [Alziro] Zarur*, o Irmão Paiva Netto, como todas as formiguinhas da LBV que contribuí ram para a construção. Eu quero parabenizar... agradecer com muita emoção às pessoas da Legião da Boa Vontade. Que Deus os abençoe, de verdade!”.

O sentimento ecumênico é sem-pre lembrado pelo religioso — para quem o “Cristo foi o grande missio-nário do Pai”, e prossegue: “Jesus

*Alziro Zarur (1914-1979) — Saudoso jornalista, radialista e poeta, fundou a Legião da Boa Vontade em 1o de janeiro de 1950, Dia da Paz e Confrater-nização Universal.

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Aspecto da Expo Missionária 2010, na Catedral da Sé, em São Paulo/SP.

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anuncia justamente o Ecume nismo, onde todos são irmãos”. Amigo de longa data da LBV e do seu diretor-presidente, ele destaca: “Eu aprendi no Evangelho, mas fico feliz de declarar que me alimentei na Legião da Boa Vontade com os testemunhos do Irmão querido Paiva Netto; alimentei em mim essa abertura de coração que abraça a

O padre Mario Celli deixa uma mensagem especial pelos 21 anos do Templo da Boa Vontade, completados em 21/10/2010: “Que a Paz de Deus, Pai cheio de misericórdia, alegria e esperança (dons do Espírito de Jesus), possa penetrar no coração de todos aqueles que fazem parte da Legião da Boa Vontade para que alarguem

esse Templo, para que sempre mais pessoas, povos inteiros, possam encontrar abrigo”. A partir da esquerda: o padre Mario Celli; a repórter Angélica Beck, da LBV; e a produtora musical Irmã Maria Luiza Ricciardi, da Paulinas — COMEP.

FELIZ COMEMORAÇÃO Na data do aniversário de Dom Odilo Pedro Scherer, alguns dos alunos do Conjunto Educacional da LBV na capital paulista levaram ao cardeal um arranjo de flores e um cartão confecciona-do pela garotada. O prelado recebeu os cumprimentos e as felicitações de personalidades e amigos no salão nobre da Cúria Metropolitana de São Paulo. Logo que viu as crianças da Instituição, dirigiu- -se a elas em agradecimento: “Obrigado pela presença de vocês!”.

Cardeal agradece às crianças da LBV

Em carta encaminhada à Legião da Boa Vontade, o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, expressou seus agradecimentos pela homenagem feita por crianças atendidas pela Instituição no dia 21 de setembro, em comemoração de seu aniversário.

Na fraterna mensagem, escreve o religioso: “Recebi com alegria as crianças atendidas pela LBV por ocasião do meu aniversário, no dia 21.09. Fiquei muito feliz e agradeço de coração! A vida é um presente muito bonito de Deus e só tenho a agradecer. Peço que continuem a rezar por mim. Com os votos de bênçãos de Deus, recebam também as minhas saudações. Odilo Card. Scherer”.

todos. Fazer do mundo, dos povos uma Humanidade só, este é o ideal de Cristo, é o ideal da LBV, é aquilo que nós queremos com essa Expo Missionária”.

Atento ao conteúdo trazido pelas publicações da Instituição, o padre Celli ressalta: “Eu recebo sempre a revista da LBV e gosto muito da mensagem do Irmão

Paiva. É com carinho, empenho e reflexão que leio essa mensa-gem, na qual é evidenciado o Ser Humano, como o centro de toda preocupação da atividade humana”.

Sobre o que inspirou o tema central da Expo Missionária 2010, o sacerdote apontou o significado extraordinário da palavra “parti-lha” e comentou: “A Humanidade não é pobre se há famintos; não é porque falta comida, é porque falta Solidariedade. Esta dimen-são de partilha universal, uma família só... Esta é a LBV, não é verdade? Então, um abraço carinhoso a essa pessoa que amo tanto: o Irmão Paiva. E o meu coração está comovido, porque o Irmão Paiva me ensinou muita coisa, e o significado é a prática da partilha”.

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Na manhã do dia 21 de novembro, voltou à Pátria Espiritual, aos 67 anos, o consagrado

compositor e pianista José Antônio de Almeida Prado (1943-2010). Autor de mais de 400 obras, ao longo de quase seis décadas de brilhante carreira, Prado foi um dos mais premiados músicos bra-sileiros. O diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, o também compositor Paiva Netto, manifes-tou em artigo: “Meu apreço pelo seu trabalho extrapolou a de seus inúmeros admiradores, pois tive a honra e o privilégio de contar com sua parceria na Sinfonia Apocalip-se, que compusemos em 1987”. A melodia teve sua primeira audição mundial durante a inauguração do Templo da Boa Vontade, no dia 21 de outubro de 1989, em Brasília/DF, com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, sob a regência de Achille Picchi. E sua gravação ocorreu em Sófia, capital

Homenagem a quatrotalentos brasileiros

da Bulgária, entre 25 de outubro e 9 de novembro de 1990, com a Bulgarian Radio Symphony Or-chestra e o Bulgarian Radio Mixed Choir, sob a regência do maestro Ricardo Averbach.

Ao se referir à Sinfonia Apocalip-se, Almeida Prado comentou: “Sem-pre que me aproximo desta sinfonia eu me sinto melhor. É como se me aproximasse de Deus”. E certa vez, em conversa com o regente Vander-lei Pereira, ele assim se expressou: “Nunca tive tanta inspiração. Sinto que estou trabalhando para Jesus”.

Paiva Netto ainda homenageou o maestro com esta mensagem: “Como a morte é um episódio e a vida é permanente, o querido amigo Almeida Prado apenas nos deixou para reforçar a seleção de compo-sitores do Pai Celestial, que já conta com nomes respeitadíssimos como Villa-Lobos, Claudio Santoro e José do Espírito Santo.

“Ao seu Espírito eterno, as vi-brações de paz da LBV, extensivas

In memoriam

(1) O maestro Almeida Prado apresenta-se ao piano em um dos eventos promovidos pela Legião da Boa Vontade. (2) No momento da inauguração do quadro com sua foto na Supercreche Jesus, na capital paulista, em 28/9/1987. Uma homenagem do dirigente da LBV, José de Paiva Netto, que aparece à direita.1 2

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aos familiares: Helenice Audi, às filhas, Ana Luiza e Maria Constan-ça, e aos netos.

“Ao maestro, o agradecimento também por materializar canções que robustecem a nossa crença de que a música é o Amor que espa-lhamos por intermédio de atos de Compreensão, de Solidariedade, de Fraternidade, de Entendimento e de Compaixão. Tudo isso é melodia. Ter Amor no coração é ser musical. Você quer viver com melodia na Alma? Ame!”.

Egito no Brasil e homenagem a Iara Kern

A professora Iara dos Santos Kern Ouriques faleceu no dia 21 de novembro, aos 76 anos, em Brasília/DF, terra que escolhera para viver desde 1975. Profunda conhecedora da vida e da cultura do antigo Egito e da arquitetura das grandes pirâmi-des, alcançou sucesso também como escritora, com a publicação do livro Brasília Secreta, assinado por ela e

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Em entrevista à BOA VON-TADE, certa vez a professora Iara comentou seu fascínio pela egip-tologia, interesse surgido ainda na infância, e lembrou as viagens que fez aos Estados Unidos para estudar arqueologia, com especialização nos temas do Egito antigo, e depois para o Cairo, capital egípcia, onde fez o doutorado.

Falou também so-bre o privilégio de conhecer o Templo da Boa Von tade e, em especial, a Sala Egípcia do TBV, idealizada pelo diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, e por ele inau-gurada em 20 de outubro de 1995.

“Quando entro nessa sala, sinto muito latentes as coisas do Egito. E é algo que está muito bem estudado cientificamente. A construção da sala foi muito bem pensada, muito benfeita para esses dias, porque quando você vai ao Egito não vê coisas novas como aqui. Neste local você encontra no colorido, em tudo, a beleza do que foi na época. A pes-soa vai ao Egito e vê pinturas nos

templos, mas é um quebra-cabeça, tem de juntar tudo para poder saber direitinho como foi”, ressaltou. Pala-vras que confirmam antiga máxima do dirigente da Instituição: “Se Você não pode ir ao Egito, o TBV traz o Egito até Você”.

No aniversário de 10 anos desse importante ambiente do Templo da Paz, em 2005, a estudiosa esteve presente e comentou sobre a energia que sentia ali: “A Sala Egípcia tem algo valioso a nos ensinar. Não há quem não sinta a energia positiva existente aqui”. Ao término do dis-curso, exaltou: “Sala Egípcia: dez anos. Tão nova, com uma história milenar. Parabéns a Paiva Netto, o idealizador, que nos deu este presente!”.

A Legião da Boa Vontade e seu diretor-presidente dedicam as mais sinceras vibrações de Paz e respeito à professora Iara Kern, sentimentos extensivos a todos os seus amigos e familiares. Como afirma Paiva Netto: “Os mortos não morrem”, pensamento exposto à entrada da Sala Egípcia em dez línguas.

O mestre de professores e escritor Moacir Costa Lopes (1927-2010) teve mais de 20 obras publicadas.

In memoriam

pelo professor Ernani Pimentel. A obra trata da tese desenvolvida pela professora na qual compara o faraó Akhenaton a Juscelino Kubitschek (1902-1976), presiden-te que construiu uma nova sede de governo para o Brasil e uma cidade moderna; por sua vez, o antigo so-berano egípcio é responsável pela edificação da cidade de Akhet-Aton, dedicada ao deus Aton. Nesse estu-do, a especialista mostra a incrível semelhança entre os fundadores das duas capitais, separadas por mais de 3.300 anos de história.

A egiptóloga Iara Kern (1933-2010), durante a cerimônia em homenagem aos 10 anos da inauguração da Sala Egípcia.

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BREVE BIOgRAFIA Considerado um dos expoentes da música eru-dita no Brasil, Almeida Prado nasceu em Santos/SP, em 8 de fevereiro de 1943. Seu nome ganhou prestígio nacional em 1969, ao conquistar o primeiro lugar no 1o Festival de Música da Guanabara, com a cantata Pequenos Funerais Cantantes, sobre texto da escritora e poeta Hilda Hilst (1930-2004). Após, mudou-se para a Europa a fim de aperfeiçoar os estudos, retornando ao Brasil em 1974.

Aqui, assumiu o cargo de professor no Conservatório Municipal de Cubatão. Pouco tempo depois foi contratado pelo Instituto de Artes da Universidade de Campinas, no qual lecionou até sua aposentadoria, em 2000. Atualmente, residia em São Paulo, onde ministrava cursos de análi-se musical e sobre sua obra, além de apresentar um programa de música contemporânea na rádio Cultura FM, chamado Kaleidoscópio.

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Moacir C. LopesOutro grande amigo da Legião

da Boa Vontade que retornou ao Mundo Espiritual também em 21 de novembro foi o mestre de professo-res e escritor Moacir Costa Lopes, aos 83 anos.

Com mais de 20 obras publica-das, o autor comemoraria 51 anos de literatura em dezembro de 2010. Seu romance mais famoso, A Ostra e o Vento, ganhou adaptação para o cinema em 1997, por Walter Lima Junior.

Escritor consagrado, Moacir ganhou os prêmios “Coelho Neto”, pela Academia Brasileira de Le-tras, e “Fábio Prado”, da União Brasileira de Escritores. Outra referência importante ocorre em 1978, quando, com a presença do autor, realizou-se um simpósio so-bre toda sua obra na Universidade do Arizona, além de palestras nas universidades de Santa Bárbara, San Diego, na Universidade da Ca-lifórnia em Los Angeles (UCLA), e University of Southern California (USC), também em Los Angeles, nos Estados Unidos.

grande amigo da LBV, o mestre de professores registrou a amizade de longa data com o dirigente da Instituição: “Venho transmitir a José de Paiva Netto meus entusiásticos parabéns pela atuação à frente da LBV, feita de maneira brilhante em prol da sociedade, notadamente das crianças, com trabalho de assis-tência e dignificação da juventude brasileira. Além de seu talento como escritor, é autor de obras que enaltecem a cidadania e as causas espirituais”.

À sua generosa alma, nossa sau-dação fraterna e a solidariedade aos seus entes amados na Terra.

O adeus a Moacir Werneck de Castro

O jornalista, escritor e tradutor literário Moacir Werneck de Castro (1915-2010) voltou à Pátria Espiritual em 25 de novembro, no Rio de Janeiro/RJ, aos 95 anos.

Associado ilustre da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), teve o primeiro contato com a entidade em 1934, após um episódio de violência policial contra um sindicato durante assembleia dos trabalhadores, a qual cobria na sua primeira reportagem. O então foca, como é chamado o novato na profissão, era empregado do Jornal do Povo, de orientação comunista, pertencente a Apparício Torelly (1895-1971), o Barão de Itararé. Moacir contou que passara por verdadeiro “corredor polonês” ao lado de alguns trabalhadores e levado preso por agentes da então Polícia Especial.

A notícia da prisão do jovem em pleno exercício do jornalismo foi relatada pelo seu irmão Luiz Werneck de Castro em carta endereçada ao então presidente da ABI, Herbert Moses (1884-1972). Nela, pedia providências para determinar o paradeiro do irmão jornalista e sua soltura.

Moses prontamente atendeu ao pedido e articulou a libertação de Moacir. “Em consequência, fui posto em liberdade. Mas o rótulo ominoso ficou, pelos anos afora, registrado no meu habeas data”, comentou certa vez.

Neto e bisneto de senhores

de escravos, Moacir Werneck de Castro desde cedo demonstrou gosto pelos assuntos políticos e, por causa do engajamento familiar, her-dou dos pais e dos irmãos as ideias de contestação e justiça social.

Muitos são os fatos marcantes da vida de Moacir, a exemplo da fundação do jornal Para Todos, em 1955, com Jorge Amado (1912-2001) e Oscar Niemeyer. De 1957 a 1971, foi redator-chefe do Última Hora, tornando-se ainda colaborador de vários jornais e re-vistas do país. Até recentemente foi articulis ta semanal do carioca Jor-nal do Brasil e do Jornal da Tarde, de São Paulo. Ao lado de Antonio Houaiss (1915-1999), fez a revisão crítica dos originais do Dicionário de Ciências Sociais, da Unesco (ór-gão da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura), publicado no Brasil pela Fundação getúlio Vargas.

Em nome da LBV, dedicamos ao Espírito eterno de Moacir de Castro e à família do jornalista as mais sinceras vibrações de Paz.Fonte: Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

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Melhor Idade

dos parentes e com atividades que estimulem o convívio social, além do uso de medicamentos prescritos pelos médicos.

Vários são os fatores associa-dos ao quadro de depressão nessa fase da vida. O psicólogo Wallace Hetmanek dos Santos, professor do curso Reflexões sobre o enve-lhecimento humano, da Univer-sidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), da UERJ, afirma que a depressão não é um fato normal, mesmo com o avanço da idade: “Ela acomete pessoas de todas as idades; não se pode estigma-tizar a doença como algo comum à Terceira Idade”. E completou:

“Está relacionada a mudanças sociais, aposentadoria, problemas de saúde, além de outros fatores”.

A tristeza é um fenômeno normal, sentimento natural que faz parte da vida psicológica do indivíduo e possui duração limi-tada. Já a depressão geralmente afeta a pessoa por mais de 15 dias.

Muitas pessoas se sentem constrangidas quando pensam em procurar apoio médico ou psico-lógico, por medo de ter uma do-ença mental. A ajuda profissional é importante para que haja correta avaliação do quadro e se realize o tratamento, que também ocorre com auxílio de outros recursos.

Equilibrar as emoções é funda-mental para chegar à Terceira Idade com saúde e disposi-ção. Especialistas salientam

que as famílias devem ter em mente a diferença entre tristeza e depressão. Em ambos os quadros, pode haver melhora com o apoio

a mudanças no comportamentoFique atento

Especialista ensina a

identificar e evitar a depressão

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Alguns sintomasda depressão

Interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades de rotina;

Sensação de inutilidade ou culpa excessiva;

Dificuldade de concentração;Fadiga ou perda de energia;Distúrbios do sono: insônia ou

sonolência excessiva praticamente diária;

Problemas psicomotores: agita-ção ou retardo psicomotor;

Perda ou ganho significativo de peso;

Ideias recorrentes de morte.

Visita fraternaO trabalho desenvolvido no Lar Vovó Ássima e Vovô Elias Zarur, da Legião

da Boa Vontade, na cidade de Volta Redonda/RJ, foi acompanhado de perto por um grupo de autoridades, que, em 4 de novembro, visitou essa unidade da LBV dedicada a cuidar de idosos em situação de risco. Lá estiveram o chefe de gabinete da vice-prefeitura, marcelo Argôlo; a coordenadora-geral do Ministério de Desenvolvimento Social de Combate à Fome, Elenita Correia da Silva; e o presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutrição de Volta Redonda (Comsea), Berlindo Francisco de melo.

Comovidos com o atendimento dado aos idosos na LBV, todos deixaram regis-trado esse sentimento no Livro do Coração. “Fico feliz e orgulhoso de ver um espaço tão bem cuidado e prestando um serviço de tanta qualidade. Contem conosco sempre para o que estiver ao nosso alcance”, foi a mensagem de Marcelo Argôlo.

Elenita Correia escreveu: “Que Deus continue abençoando este lindo trabalho. Parabéns por doarem Amor àqueles que tanto necessitam dele!”. E completou Berlindo Melo: “O local é muito acolhedor, limpíssimo e arejado. Pude acompanhar de perto o carinho que o pessoal da Casa tem com os idosos”.

“O idoso pode desfrutar de ati-vidades físicas para trabalhar as emoções. Participar de grupos de apoio também proporciona melhora do quadro depressivo”, explica o dr. Wallace que tem es-pecialização também em geriatria e gerontologia.

No mercado há uma varieda-de de medicamentos antidepres-sivos, que permitem a recupe-ração do equilíbrio químico do cérebro, melhorando, assim, os sintomas da doença. O psicólo-go alerta para a necessidade de a “família [antes de qualquer coisa] procurar um psicólogo ou psiquiatra para avaliar o

idoso. É preciso ver se realmen-te é depressão ou uma tristeza normal”.

Atendimento completoA Legião da Boa Vontade,

sempre atenta ao bem-estar do Ser Humano e de seu Espírito eterno, criou, na década de 1950, lares que abrigam pessoas com idade acima de 60 anos e em situação de risco social.

Localizados em Teófilo Otoni/MG, Uberlândia/MG e Volta Re-donda/RJ, prestam atendimento de Longa Permanência para os que precisam residir nesses locais. Seguindo a orientação do Estatuto

do Idoso, as unidades da LBV re-presentam um verdadeiro lar para vovôs e vovós sem referência ou que foram afastados do próprio núcleo familiar. Visam restabe-lecer e preservar os vínculos de origem, além de colaborar para que os atendidos tenham uma vida digna, participativa e saudável.

Outra modalidade de aten-dimento nos Lares da LBV é o Centro-dia, para os que permane-cem nas unidades da instituição de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas. Depois desse horário, à noite, e nos fins de semana, esses idosos ficam na companhia de seus familiares.

Os visitantes apreciam trabalhos manuais realizados pelos idosos do

Lar da LBV em Volta Redonda/RJ, localizado na Av. Nossa Senhora do Amparo, 5.079, Santa Rita do Zarur,

tel.: (24) 3346-7160.

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Novos voos deJota QuestLeilla Tonin e Natália Lombardi

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áuda

no início dos anos 1990, despontavam talentos no pop rock nacional. Em meio àquele caldeirão de sonoridades, cinco rapazes com estilos diferentes se juntaram em 1993 para formar a hoje já consa-

grada banda Jota Quest, com uma atitude alternativa, por vezes até classificada de exótica. “Até hoje as pessoas não entendem o que era aquilo”, relembra o vocalista Rogério Flausino.

O visual inspirado nos anos 1970 e o repertório que mistura black music com rock e pop conquistaram o público. Lidar com essa notoriedade, segundo o cantor, nunca foi tarefa fácil. Para ele, um dos segredos é manter a coerência: “Às vezes, no final da estrada de uma vida inteira, você olha e não gosta de você, isso não teria a menor graça. (...) Eu me pego pensando em quando era menino e comecei a cantar e mexer com música e sempre fui muito parecido com o que sou hoje”.

Nesta entrevista à BOA VONTADE, concedida no Studio Dablio, em Belo Horizonte/MG, onde participou de sessão fotográfica e filmagem para a Campanha Natal Permanente

Rogério Flausino

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falamos 14, 15 anos para diminuir um pouco (risos).

BV — O trabalho mais recente, La Plata (2008), possui muito do Jota Quest do início e, ao mesmo tempo, experiências de estrada. Isso explica a varieda-de sonora?

Rogério — Eu acho que sim. La Plata é um disco que tem o funk soul do Jota Quest, nosso embrião, e mostra o outro lado adquirido ao longo desses anos: a fusão com o rock, com guitarras mais pesadas, com as texturas eletrônicas. Tem algumas participações especiais inusitadas. A gente conseguiu trazer um cara que é ídolo da ban-da, pouco conhecido no Brasil, o Ashley Slater, fundamental na for-mação do grupo Freak Power, do qual ele fazia parte. Nesse álbum, existem três músicas em inglês; a gente só tinha feito isso no primei-

outubro de 2011. O primeiro CD, J.Quest [1996], quando a gente chegou com aquelas perucas black power. Até hoje as pessoas não entendem o que era aquilo. Parece que foi ontem, realmente não vi esse tempo passar. E a gente tem falado na banda que agora é que vai começar. (...) E isso está sendo muito bom, porque acordamos de manhã com aquele mesmo gás, não com a mesma saúde, mas o mesmo gás, o mesmo espírito de quando tudo começou. Ano que vem é para comemorar, sim, pois chegamos até aqui juntos, unidos, numa boa. É uma grande família. São 17 anos na verdade, só que

da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!, Rogério fala sobre os 17 anos do Jota Quest, os desafios e responsabilidades que acompa-nham a fama, os experimentos do mais recente álbum, La Plata, e a carreira internacional — desde outubro, com o lançamento do CD Días Mejores, o grupo canta também em espanhol. “E a gente tem falado na banda que agora é que vai começar”, disse.

BOA VONTADE — No ano que vem, o primeiro CD de vocês completa 15 anos de lança-mento...

Rogério Flausino — É... em

Capa do sétimo álbum de estúdio, primeiro em espanhol, do Jota Quest, Días Mejores, lançado em outubro deste ano, inicialmente na Argentina. As 12 músicas selecionadas ganharam novo arranjo para a estreia no castelhano.

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Vocalista Rogério Flausino fala de experimentos da banda, carreira internacional e fama.

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BV — Toda essa mistura pode descaracterizar a banda?

Rogério — O grande problema e trunfo do Jota sempre foi essa loucura, a mistura de cinco caras que ouvem música e gostam de tudo; cada hora um puxa para um lado. Em alguns momentos, gerou incom-preensão daquele fã que gostava de um lado e passa a não apreciar o outro... aquela confusão. Mas, depois que passa o tempo, a poesia convence. E o Jota é essa loucura aí mesmo; o pop é divertido, colorido, gosta de aparecer, de festa. O mais difícil talvez tenha sido chegar aqui. (...) A gente muda. O artista tem dis-so. Não que estejamos insatisfeitos

com o que fazemos, mas às vezes você tem uma ideia nova e ela não condiz com a ve-lha. E daí? Mudei. Vamos fazer outra

coisa! Às vezes dá certo, às

vezes errado, mas é nessa busca que se aprende... tropeçando, caindo, levantando. Eu estou aprendendo ainda.

BV — A música La Plata é o carro-chefe. “Plata”, significan-do prata, dinheiro... Que recado vocês desejam passar?

Rogério — O nome foi cres-cendo ao longo da feitura do disco. É uma crítica social bem-humo-rada. Existem alguns lados de crítica do Jota Quest sem humor, sem eficácia. Nesse trabalho, por exemplo, há uma música chamada O Grito — é muito forte, pesada, tanto que perdeu a eficácia, não parece Jota Quest, mas é muito séria, importante. (...) Ela põe o dedo na ferida, o que é agressivo para nós. Está no disco porque o tema do álbum permitia; Paralele-pípedo também é uma música que faz parte da temática. Falamos da busca desenfreada pelo dinheiro. A gente acorda de manhã e diz: “Vou trabalhar porque preciso de grana, preciso comprar isso, comprar aquilo”, e se esquece de viver, do filho, da pessoa que está ao lado; quer dizer, você corre atrás de um dinheiro que não compra o amor, a verdade, a liberdade, a honestidade... coisas que tem de viver para obter; você conquista, não compra. Quanto vale o show? / Quanto vale o amor? / Quanto vale então / Fazer das tripas coração? / Quanto vale o som? / Quanto vale a dor? / Quanto vale a culpa / E um pouquinho de atenção? [refrão de La Plata] Muitos radialistas não entenderam a mensagem. Acharam que isso não fazia muito

ro CD. Não que queiramos virar norte-americanos, nada disso, mas ouvimos música pop em inglês a vida inteira. (...) Este é um disco di-ferente, mais ousado; num segundo momento, todo mundo entendeu. Rodamos o Brasil inteiro, fizemos muitos shows, tocamos essas mú-sicas por todos os lugares. Existe um pouco de samba — não o de pandeiro, mas referência do samba funk, do samba soul, referência do Jota — na música Paralelepípedo, que tem a letra mais doida que eu já fiz, mas muito séria, e com uma onda de samba que deixou aquele gringo Ashley maluco, e ele disse: “Eu tenho que tocar alguma coisa nessa música”, e tocou trombone. É um disco múltiplo e lembra muito o Jota Quest do começo pela inventividade.

Música

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“Nós temos de fazer o que acreditamos. (...) A gente acredita no nosso som. Existe uma diferença muito grande entre o que gostaríamos e o que conseguimos ser. E só aquilo que eu consigo já me levou tão mais longe do que imaginava chegar.”

Rogério Flausino

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sentido e que não era legal; ouvi-mos absurdos.

BV — O outro lado do sucesso é ouvir críticas e enfrentar até preconceitos. Como lida com isso?

Rogério — Eu encaro a crítica especializada como grande ferra-menta para compartilhar. Quando se critica alguma coisa artisticamente e há coerência, excelente! Ela te nivela, ensina muito; essa é a crítica pertinente. Um diálogo importan-tíssimo desde que a arte existe, fundamental para o crescimento do artista. A gente tem de ter jogo de cintura para avaliar. Confesso que, no início de carreira, demoramos um pouco para enxergar, porque éramos novos, inexperientes etc. Depois de certo tempo, você co-meça a entender... Temos que ler, pesquisar, entender a história de outros artistas, os porquês. E é a isso que a gente tem se dedicado nos últimos dez anos, a entender e tentar transformar [essa experiência] em novas canções, novos trabalhos.

BV — Existe uma fórmula que ensine a convivência com o sucesso?

Rogério — Acredito que não. O principal aí, como tudo na vida, é o apoio familiar, a sua criação, de onde você veio, como chegou até aqui, como tudo aconteceu. No nosso caso, foi de repente e de uma forma muito estrondosa; na época havia muitos grupos fazen-do sucesso ao mesmo tempo, e a gente teve de aprender no dia a dia. (...) Houve um pequeno período em que a coisa fugiu um pouco do

controle, há uns dez anos, quando o sucesso ultrapassou os limites, e aí você fica meio confuso. No primeiro momento, “eu posso tudo” e, num segundo, “não sou nada”. Foi uma gangorra... E aí, o que você faz? Volta para casa, senta, escuta os pais, as pessoas nas quais você sempre confiou, e elas te dão outros parâmetros. Você olha para a história de outros artistas, procura entender. E eu sou um cara abençoado, pois tive a oportunidade de estudar, de ter inteligência e ela se transformar em inteligência emocional para eu chegar até aqui e não ter parado.

BV — Para você, as pessoas dão importância demais ao dinheiro?

Rogério — Sim, por isso essa música [La Plata] veio. A Humani-dade caminha, não sei por quantos anos, séculos, para um momento em que todo mundo se sentirá incapaz e o dinheiro não valerá mais nada. Quando eu não tinha dinheiro, não me preocupava, mas quando a gente ganha, começa a construir e conquistar as coisas, aí

passa a se preocupar, porque fica com medo de não tê-lo amanhã. Isso é uma coisa muito louca, por- que a maior parte do nosso país sobrevive com muito pouco, e esse é o tema de La Plata. Isso me incomoda ainda, porque às vezes me pego com uma preocupação extrema, com medo do amanhã, em discussões sobre quanto vale o show, o que atrapalha muito a sensibilidade de um artista. Esse disco foi bom para mim, para nós. Foi um desabafo humilde, peque-no, mas foi.

BV — A banda vem realizando shows fora do Brasil... Vocês têm a expectativa de conquistar o mercado exterior?

Rogério — Eu gosto muito de desmistificar isso. A gente fez muito show fora, mas 95% deles foram para a comunidade brasilei-ra. É superdivertido, uma forma de a gente arejar e encontrar com eles, sentir outra energia. Já tivemos dis-cos lançados em Portugal: De volta ao planeta... [1998] e Até onde vai [2005]. La Plata foi lançado, mas não fizemos o trabalho, porque

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para lá há dois anos, foi através dos Paralamas do Sucesso. Fazer esse intercâmbio é o que importa.

BV — O que dizer sobre o disco em espanhol?

Rogério — Ficamos uns 5, 6 anos tentando, até conseguir um contrato. A perspectiva é boa. (...) As primeiras gravações do disco foram feitas no Circo Beat, es-túdio do Fito Páez. Começou lá; posteriormente trouxemos para cá, no Minério de Ferro [estúdio da banda em Belo Horizonte], com o produtor argentino Mário Breuer. Depois as vozes do ba-cking vocal foram gravadas na Argentina. O trabalho todo durou um ano. Fiquei uns seis meses estudando espanhol, e a gente gravou, regravou e regravou; cada vez que eu me escutava, aprendia mais. Gravamos 17 mú-sicas e escolhemos 12 para entrar no primeiro CD, que se chama Días Mejores [2010]; Encontrar a Alguien já está tocando lá. Na moral, a segunda, teve uma par-ticipação especial da dupla Illya Kuryaki & The Valderramas.

Nós vamos trazer esses caras para o Brasil conhecer, é uma banda de funk e soul.

BV — Qual a expectativa para os shows pelos demais países da América Latina?

Rogério — Lá enchem está-dios com 60 mil, 70 mil pessoas e é uma coisa natural, diferente do que temos aqui no Brasil. Fazemos 250 shows numa turnê, com um público médio de 10 mil pessoas, mas não o costume de entrar num estádio com 50 mil, 60 mil pagantes. Pouquíssimos artis-tas fizeram isso. O rei RobertoCarlos conseguiu isso lá pelos seus 50 anos de carreira; a Ivete Sangalo fez. O Skank agora colo-cou no Mineirão 50 mil cabeças. É genial! gravaram um DVD, graças a Deus, para mostrar para todo mundo que foi verdade. Legião Urbana também fez dois shows para 60 mil pessoas, no Parque Antártica. A expectativa do álbum é grande, a possibili-dade [de sucesso] é enorme, mas não posso arriscar um palpite. Agora é que vai começar.

“O grande problema

e trunfo do Jota

sempre foi essa

loucura, a mistura

de cinco caras que

ouvem música e

gostam de tudo;

cada hora um

puxa para

um lado.”

embarcamos em um projeto latino. Sempre tivemos vontade de chegar a outros lugares, mas a língua é uma barreira enorme. No rock nacional os Paralamas do Sucesso têm uma história vitoriosa no fim dos anos 1980 e começo de 1990. Foram para a Argentina para alguns shows, conheceram uma rapaziada, como o Fito Páez, gravaram um disco em espanhol, e foi um grande sucesso. Depois fizeram outros. É mais ou menos o que está acon-tecendo com a gente. O principal é que trouxeram muito da cultura latina para o Brasil e levaram para lá a nossa, inicialmente por meio do reggae. Quase tudo o que conhecia de música latina, até a nossa ida

Música

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Márcio Buzelin

Rogério FlausinoPJ

Marco Túlio Paulinho Fonseca

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Acontece no Piauí

A Legião da Boa Vontade comemorou 28 anos de atividades em Teresi-na/PI em 29 de outubro

— a LBV atua na capital piauien-se desde 26/10/1982. O evento, que integra as comemorações dos 60 anos de trabalho da Instituição em todo o Brasil, completados em 1o de janeiro (Dia da Paz e da Confraternização Universal), teve uma programação especial.

Entre os destaques, uma expo-sição fotográfica sobre os progra-mas socioeducacionais desenvol-vidos pela LBV na capital e em vários municípios do Estado e a apresentação do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade.

Há quase três décadas a LBV atende diariamente centenas de

famílias por meio dos programas e projetos voltados a comunidades de baixa renda. Com essa ação, proporciona uma infância segura, uma adolescência atuante, e ajuda a melhorar a qualidade de vida de adultos e idosos, promovendo a autonomia, a dignidade e os valores éticos e sociais, sob o lema: “Edu-cação e Cultura com Espirituali-dade Ecumênica, para que haja Alimentação, Segurança, Saúde e Trabalho para todos, na formação do Cidadão Planetário”.

Atualmente, a Instituição oferece à população de Teresina os progra-mas LBV — Criança: Futuro no Presente!, Acolhimento Social e Familiar, Esporte é Vida! e Capa-citação Profissional.

Para abrilhantar o aniversário da

LBV, compareceram representantes de diversos setores da sociedade, entre eles o Mesa-Brasil, do Serviço Social do Comércio (SESC), repre-sentado pela nutricionista Layse Alefaf; o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), por meio da dra. Lucélia Silva; e a professora e fonoaudióloga Sátira Santana, da Faculdade de Ensino Superior do Piauí (Faespi). Também prestigiaram o evento 12 alunas da Faespi, todas voluntárias no Centro Comunitário e Educacional da LBV na cidade.

Na oportunidade, a professora Sátira comentou: “Eu sempre fico emocionada quando vejo essas crianças cantando. É muito bom estar aqui e prestar um serviço vo-luntário para a LBV. Parabéns pelo excelente trabalho prestado!”.

ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Colabore: www.euajudoamudar.org.brRua Anísio de Abreu, 2.470 — Marquês. Para outras informações, ligue: (86) 3213-3099.

Duplo aniversário

Leontina Maciel

Nos 60 anos da LBV, a capital piauiense comemora 28 da instituição na cidade

Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade, de Teresina/PI, e convidados celebram os 28 anos da LBV na cidade.

— T E R E S I N A / P I —

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Mistério divino, em cujo seio, há mil e novecen-tos anos, se desenvolve a civilização humana,

perdoa aos que deste lugar de fra-quezas e paixões ousam esflorar com o pensamento a tua pureza. Os moldes da única eloquência capaz de te não profanar quebraram-se com a última inspiração dos teus livros sagrados. Desde então, de cada vez que o homem se desengana do homem, e a alma precisa do ideal eterno, na melancolia das épocas agitadas e tenebrosas, diante da injustiça, ou da dúvida, da opressão, ou da miséria, é no cristal das tuas fontes que se vai saciar a nossa sede. Deixaste-as abertas na rocha da tua verdade, e há dezenove séculos que borbotam, com o mesmo frescor

Prece de Natal

ÁFRICA — “Jesus e as criancinhas”(por Joe Calchi)

JAPÃO — “Maria Santíssima” ChINA — “A mulher adúltera”

sempre das primeiras lágrimas daquela, cuja maternidade virginal desabotoava hoje na flor da reden-ção cristã.

Tamanha é a tua grandeza, que excede todas as do universo e da razão: o espaço, o tempo, o infinito, acima dos quais a cruz da tua tragé-dia espantosa parece maior que os voos da metafísica, as imensidades do cálculo e as hipóteses do sonho. Daí a palavra e a imaginação re-cuam assombradas, balbuciando. A criatura sente o teu amor, mas tremendo. Vê-se alvorecer a eter-nidade na magnificência de um abismo que se rasga no céu; mas nas suas arestas alguma coisa há de sombra e ameaça. De onde, porém, tu penetras no coração de todos com a doçura de uma carícia universal, é

daquele presepe, onde a tua bondade nos amanheceu um dia no sorriso de uma criança.

Enquanto César cuidava do império, e Roma do mundo, asso-mavas tu ao canto de uma província e na vileza de um estábulo, sem que Roma, nem o império, nem César te percebessem, para ficar à posterida-de a lição indelével de que a política

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Memória NatalinaArtigo histórico de Rui Barbosa

Rui BarbosaFonte: Artigo originalmente publicado em A Imprensa (1898), reproduzido

na histórica revista BOA VONTADE no 6, de dezembro de 1956.

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A universalidade do sentimento cristão, destacado por Rui Barbosa, já se manifesta na arte representando o carinho e o respeito dos Povos pelo Divino Crucificado.

RúSSIA – “Os discípulos em Emaús” ÁFRICA – “A Santa Ceia”

ignora sempre os seus mais formi-dáveis interesses. Tiveste por berço as palhas de um curral. A última das mães sentir-se-ia humilhada, se houvesse de reclinar o fruto do seu regaço no sítio abjeto, onde rece-beste os primeiros carinhos da tua. Mas a manjedoira, onde soabriste os olhos à primeira luz, recende até hoje o perfume da mais esquisita poe sia, e o dia do teu natal fez-se para a cristandade o mais formoso dia da terra, o dia azulado e cor- -de-rosa entre todos como o céu da manhã e o rosto das crianças.

Elas, de geração em geração, ficaram sabendo para todo sempre a história do teu nascimento. E nessas festas do seu contentamento e da sua inocência tendes, ó Deus dos man-sos e dos fracos, dos humildes e dos pequeninos, a parte mais límpida do teu culto, o raio mais meigo da tua influência benfazeja. Esses ritos infantis estrelam de alegria as neves polares, orvalham de suave umida-de os fulgores tropicais, estendem o firmamento debaixo dos nossos

tetos, e dentro do nosso espírito mortificado, inquieto, triste, põe uma hora de alvorada feliz.

Cristo, como te sentimos bom quando te vemos entre as crianças, e quando as crianças te encontram entre si. Despindo a tua majestade toda, para caberes num seio de mulher e no tamanho de um pe-quenito, assentaste sobre as almas um império sutil e irresistível, por onde a espontaneidade da nossa adoração continuamente se renova e embalsama nas origens da vida. Todos aqueles, pais, irmãos, ou benfeitores, a quem concedeste a bênção de amar um menino, e o têm nos braços, ou o perderam, veem nele a tua imagem, a cópia, idealizada pela fé e pelo amor, do eterno tipo do belo. Divinizando a infância, nascendo e florescendo como ela, deixaste à espécie hu-mana a reminiscência mais amável e celeste da tua misericórdia para conosco.

De cada casa, onde permitiste que gorjeie e pipile esta manhã

um desses ninhos tecidos pela providência das mães no meio das nossas agonias, se estão exalando para ti as súplicas e os hinos do nosso alvoroço. Por essas criaturi-nhas, Senhor, é que o nosso espí-rito se peja de cuidados, e a nossa previsão, agora mesmo, enoiteceria de agoiros funestos, se te não vís-semos de permeio entre elas e o futuro carregado e temeroso. Deus benigno e piedoso, que em cada uma delas nos deixaste a miniatura da tua face desnublada, poupa-as à expiação das nossas culpas. Mul-tiplica os nossos sofrimentos em desconto dos seus. Doira-lhes o porvir de teu riso compassivo. Cura a nossa pátria da ari-dez de alma, que a mata, semean do a tua semente nes-ta geração que desponta. Per-mite, enfim, que nossos filhos possam celebrar com os seus em dias mais dito-sos a alegria do teu natal.

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Brasil unidopor um

e sem misériamais solidário

Natal

Natal Permanente da LBV

Campanha da LBV distribui 1,2 milhão de quilos de alimentos a famílias de baixa renda, renovando a Esperança e a Boa Vontade nas

almas por um feliz 2011.

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Edição 2010 da campanha Natal Permanente da LBV ajudará mais de 70 mil famílias

O Natal solidário promovido pela Legião da Boa Vontade tem crescido a cada ano. Sinônimo de mesa farta e fim de ano mais feliz, a iniciativa chega a mais de 70 mil famílias, todas aten-didas ao longo do ano por meio dos

programas socioeducacionais da LBV ou assisti-das por entidades que integram a Rede Sociedade Solidária, sendo, portanto, amparadas pelas orga-nizações parceiras.

A tradicional Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! em 2010 tem uma meta ousada: arrecadar mais de 1,2 milhão de quilos de alimentos não perecíveis. Para atingi-la, a Instituição conta com o apoio de colaboradores, empresários e voluntários, além de artistas, esportistas e personalidades de diversos ra-mos de atividade, que emprestam sua imagem para despertar na população o espírito de Solidariedade capaz de mobilizá-la na grande corrente de doações.

“Enquanto houver uma instituição como a LBV para trabalhar e todos os artistas para colaborar, tenho certeza de que o sofrimento de todo mundo será minimizado. A responsabilidade do artista não é só a do entretenimento, é uma responsabilidade social. (...) De certa forma, vocês estão fazendo um pouco da minha parte. Eu venho, ajudo; ou-tros vêm, ajudam mais, e vocês juntam todas

as ideias para resolver os problemas”, resumiu o ator Renato Prieto durante sessão de fotos para a campanha, no Rio de Janeiro/RJ.

Nas páginas seguintes, dezenas de artistas e personalidades de todo o país provam que acre-ditam no Brasil e em um futuro mais solidário, ao participar da edição 2010 da campanha. Todos eles cederam gentilmente a imagem para essa iniciativa, dispensando cachê.

O montante de alimentos arrecadados será dis-tribuído na forma de cestas de alimentos entre 9 e 22 de dezembro. A LBV ressalta que, ao lado da ajuda à população mais necessitada, todas as suas ações humanitárias buscam proporcionar aos aten-didos meios que os auxiliem a conseguir o próprio sustento, bem como o desenvolvimento pessoal e o da comunidade em que vivem.

LBV: PRESTaNDo CoNTaS Do quE Faz ao PoVo!Na próxima edição da revista BOA VONTADE acompanhe a cobertura completa da entrega das cestas de alimentos. Confira também no Portal Boa Vontade.com

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Page 110: Revista Boa Vontade, edição 228

Em Belo Horizonte a gravação do videoclipe e a sessão fo-tográfica ocorreram no Studio Dablio, no dia 17 de agosto, sob o comando do renomado fotógrafo Weber Pádua. Na

capital mineira, as ações da Legião da Boa Von tade contam sempre com forte presença de personalidades e artis-

tas, que confiam, assim como a popula-ção, no trabalho da LBV.

Graças a essa relação de confiança, as parcerias se sucedem com os anos.

É o caso da banda de rock Tianastácia, que há três natais apoia a campanha. Podé e Maurinho, em nome do grupo, agradecem a oportunidade

de serem Amigos de Boa Vontade: “Um pouquinho que

“Quero parabenizá-los pelo trabalho incrível que fazem há tanto tempo. Para mim, é muito importante participar. Quem está em casa, faça sua parte! Um pouquinho da gente é muito para quem não tem. Eu agradeço a oportunidade. Hoje, saio daqui feliz e melhor, com certeza.”Rogério Flausino

Vocalista do Jota Quest

Marcelinho de Lima &

Camargo, dupla sertaneja.

Natal Permanente da LBV

Belo Horizonte/MG

Fotos: Weber Pádua

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a gente faz ajuda tanto! Sabe-mos da necessidade diária das pessoas. Se a gente se doar um pouquinho mais a cada dia, va-mos conseguir. Tianastácia está junto sempre”.

Participaram também da ses-são de fotos o modelo e DJ Alan Passos, o ator e comediante Carlos Nunes, a dupla sertaneja Marcelinho de Lima & Camar-go e o cantor Wilson Sideral.

“Todo mundo deve ajudar. Sempre falo que, quando você oferece com uma mão, Deus lhe

oferece com as duas. E a gente está mais um ano aqui. Temos de agradecer Àquele lá de Cima, que tem dado para a gente mui-ta paz e saúde”, disse o cantor Camargo.

Em 14 de outubro, foi a vez de o fotógrafo Weber, proprietá-rio do Studio Dablio, registrar a participação do cantor Rogério Flausino, vocalista da banda Jota Quest. Recepcionado por crian-ças atendidas pela LBV, o artista agradeceu o carinho e afirmou: “Estou representando os meni-

nos da banda Jota Quest, e é um prazer participar, usar a nossa imagem, palavras, uma certa cre-dibilidade conquistada ao longo desses anos, para, de alguma forma, tocar as pessoas. Todo mundo ajudando um pouquinho, a gente pode fazer muito”.

No time de apoiadores da iniciativa, destaque para as em-presas Brinde Natalino e Casa Futuro e para a dupla de profissio-nais Wilson Capelli, maquiador e cabeleireiro, e Flávia Lala, maquiadora.

Carlos Nunes,

ator.

Wilson Sideral, cantor.

Banda Tianastácia

Weber Pádua,

fotógrafo.Alan Passos, modelo e DJ.

BOA VONTADE | 111

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No estúdio Dr. Bass, zona oeste do Rio de Janeiro, reuniram-se em 23 de setembro os artistas cariocas que participam da Campa-

nha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. O espaço foi gentilmente cedido para a realização da sessão de fotos com diversas perso-nalidades e artistas.

O ator Kadu Moliterno foi um dos primeiros a chegar: “Quando a gente é solidário, ganha muito, e Deus está vendo. A Boa Vontade é o me-

lhor presente! Saio daqui honrado, aliviado, mais

Natal Permanente da LBV

Rio de Janeiro/RJ

“A causa é muito nobre e

extremamente importante (...), não só

pelo Natal, mas pela formação dessas crianças.

A LBV abrange várias outras coisas, como a

instrução. (...) Quero sempre participar com vocês.”André Segatti

Ator

Isabelle Drummond, atriz.

Juliana Paiva, atriz. Kadu

Moliterno, ator.

Raimundo de Souza,

ator.

Ricardo Duque, ator.

Amanda Azevedo, atriz.

Marcos Breda, ator.

Fotos: André Fernandes

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Page 113: Revista Boa Vontade, edição 228

leve, e espero, realmente, que esse gesto ajude as pessoas”. Os trabalhos ficaram a cargo do fotógrafo André Fernandes.

Cercada por um grupo de crianças atendidas pela LBV, a atriz Nívea Stelmann comentou a importância dessa ação solidá-ria: “É uma honra estar aqui. Essa campanha mobiliza muita gente, muitos artistas, canto-

res. É legal emprestar a nossa imagem para fazer o Bem. Visto sempre essa camisa com muito orgulho, carinho e amor no co-ração, para que todos possam ter um Natal bem bonito, com muitos alimentos, uma mesa farta e muita alegria”.

Os meninos e meninas do Centro Educacional, Cultural e Comunitário

Dhu Moraes, atriz.

Nívea Stelmann, atriz.

Marcos Pasquim, ator.

D’Black, cantor.

Isabela Dionísio,

atriz.“Sou colaborador há tantos

anos, que muita gente não estava nem

encarnada ainda. Sou amigo do Paiva Netto

[diretor-presidente da LBV] há muitos anos, é

um querido amigo. Estarei aqui sempre. (...)

É um interesse de todos nós fazer um Brasil

melhor, um mundo melhor.”Renato Prieto

Ator

BOA VONTADE | 113

Page 114: Revista Boa Vontade, edição 228

Natal Permanente da LBV

Rio de Janeiro/RJ

José de Paiva Netto, no Rio de Janeiro, que acompanharam as gravações foram um atrativo à parte. A atriz Fernanda de Freitas sentiu logo que chegou a vibração da crian-çada. “Quando

desci do táxi e en-trei aqui, havia várias crianças lindas, todas

“Quase 61 anos fazendo o Bem, praticando o

Bem. Dar essa contribuição é sensacional! (...)

Criança, educação e oportunidade têm sempre

de caminhar juntas por um país melhor. Por

isso estou aqui hoje.”Marcelo Dourado

Empresário

muito afinadinhas, cantando Milton Nascimento, uma músi-ca que fala de sonhos. Temos de acreditar. E eu acho que é isso; a LBV acredita mesmo no sonho dessas outras pessoas que, às vezes, não têm oportunidades”, declarou.

E prossegue Fernanda, a res-peito da responsabilidade de parti-cipar dessa ação solidária da LBV: “Nós, artistas, estamos espalhan-do a vontade e o Bem com a nossa

Marco Antonio Gimenez, ator.

Fernanda de Freitas, atriz.

André Arteche, ator.

Karla Noronha, atriz.

Alexandre Liuzi, ator.

Fotos: André Fernandes

Page 115: Revista Boa Vontade, edição 228

imagem. Os empresários, que não são conhecidos e não podem aju-dar com a imagem, podem fazer doações em dinheiro... Toda forma que você puder usar para ajudar as pessoas é sempre muito válida! (...) Saio daqui mais realizada como pessoa, como Ser Humano (...), e certamente transformada por ajudar e ver esse resultado bacana rendendo frutos”.

E assim tem sido há seis dé-cadas, desde os primórdios da

Instituição, fundada na Cidade Maravilhosa em 1o de janeiro de 1950 (Dia da Confraternização Universal). O modelo Kadu Parga comprova essa tra-dição do povo se engajar nas iniciativas da Orga-nização. “Quem nunca ouviu falar na LBV? Desde criança, pequenininho, pas-savam na TV aqueles cartões da LBV. Então é um prazer estar aqui, conhecendo de perto

Flávia Rubim, atriz.

André Rebustine, ator.

Suzana Pires, atriz.

Miguel Rômulo, ator.

Grupo 4 Mulheres (Luana Mitchell, Talita Freitas, Giovanna Fraga e Giselle Lopps), atrizes e comediantes.Kadu

Parga, modelo.

“A gente tem de ter esperança,

ajudar, sim; e tem de amar ao próximo

porque é assim que nasce o respeito.

Digo para todos os meus fãs que

ajudem, participem, sejam engajados!”Lia Khey

Dançarina

Page 116: Revista Boa Vontade, edição 228

Natal Permanente da LBV

Rio de Janeiro/RJ

o projeto de vocês. (...) Eu me sinto privilegiado e realizado por dar uma parcela. É pequena, se comparada com o que a LBV já fez nestes 60 anos; não está aí há

6 meses nem há 6 dias, são 60 anos! Então, ser con-

vidado para ajudar é uma realização”, conta.

Da mesma forma, re-corda o ator Miguel Rô-mulo: “A minha avó aju-

dava a LBV. É uma coincidência chegar aqui agora e proporcio-nar alegria a essas crianças. Minha avó, infelizmente, não está mais aqui, mas com certeza está me olhando lá de cima muito feliz com o que eu estou fazendo”.

A atriz e apresentadora de TV Flávia Rubim também destaca a oportunidade de ajudar. “Espero que muitas outras pessoas pe-guem este gesto de Solidariedade para si. (...) Vou comentar sobre

“Vejo um trabalho lindo

aqui. (...) Essas crianças cantando

maravilhosamente bem estão no

caminho certo: persistir, ir à escola,

estudar, ler.”Johnny Massaro

Ator

Fátima Montenegro, atriz.

André Fernandes, fotógrafo.

Antonio Carioca, coreógrafo.

Cacá Mendes, maquiador.

Eliana Pittman, atriz e cantora.

Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador de TV.

André Munhoz, ator.

Jacaré, ator.

Fotos: André Fernandes

116 | BOA VONTADE

Page 117: Revista Boa Vontade, edição 228

isso com as pessoas. Às vezes, dizem que para chegarmos a algum lugar, temos de ter força de vontade, mas não é força de vontade, força cansa; é Boa Vontade mesmo. O nosso coração é do Bem. Parabéns pela campa-nha, pelo projeto e pela escola!”, felicita a atriz.

Ajude a mudar!As ações desenvolvidas pela

Legião da Boa Vontade nos

Radamés, jogador de futebol.

Grupo Brilho Diferente

Grupo Clima Diferente

Juliana Diniz, atriz.

Rosemary, cantora. Junior

Hoffmann, ator.

Dudu Pelizzari, ator.

Fernando Sério, radialista.

Page 118: Revista Boa Vontade, edição 228

Natal Permanente da LBV

Rio de Janeiro/RJ

Centros Comunitários e Educa-cionais espalhados pelo Brasil só são possíveis graças ao

indis pensável apoio do povo, que diz sim e ajuda a mu-dar o destino dos que ba-tem à porta da LBV. Acesse

www.euajudoamudar.com.br e faça parte da felicidade de milhares de pessoas atendidas todos os anos. “Fico muito feliz em colaborar. A gente tem de ter essa consciência”, declarou o ator André Arteche.

Maurício Gonçalves, ator.

Grupo Tá na Mente

Equipe de Esportes da Super Rádio Brasil: Marcelo Figueiredo, Gustavo Adolfo, Gustavo Penna, Gérson Júnior, André Gonçalves, Hugo Lago, Fábio Moraes e Rafael Araújo.

Marcelo Negrão, cantor. Desireé Oliveira,

atriz. Vera Manfrini, atriz.

Fotos: André Fernandes

Page 119: Revista Boa Vontade, edição 228

#euajudoamudarSessão de fotos com artistas ganha destaque

em redes sociais

Em 23 de setembro, durante a sessão de fotos e gravação de videoclipe institucional no estúdio Dr. Bass, parceiro da LBV

no Rio de Janeiro/RJ, a campanha foi, aos poucos, ganhando espaço no ambiente virtual. A iniciativa teve grande

repercussão nas redes sociais, especialmente no microblog Twitter (sob as hashtags #natalLBV e #euajudoamudar), em blogs, sites de notícias e no Facebook, graças aos depoimentos que os artistas compartilharam com seus

milhares de seguidores na internet.

Siga @LBVBrasil e @BoaVontade no Twitter e faça parte dessa corrente de Solidariedade também na internet.

Rodrigo Andrade, ator.

Thelmo Fernandes, ator. Rodrigo

Santana, cantor.

Juninho, jogador de futebol.

Grupo EtyniaMarineusa Nunes, maquiadora.

Ell Branco e Vitor Padilha, da Euro Produções.

BOA VONTADE | 119

Page 120: Revista Boa Vontade, edição 228

Nos dias 20 e 21 de setembro foi a vez de os baianos dizerem sim ao Natal Permanente da

LBV. As fotos, pelas lentes de Eduar-do Moody, e as filmagens foram feitas no Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Von tade na capital baiana e contaram com a participação do goleiro do Vitória Julian Viáfara,

da cantora Margareth Menezes e do cantor Tatau. Diversos

parceiros levaram seu apoio à iniciativa, a exemplo do Insti-

tuto Embelleze — Liberdade e da ONG Fábrica Cultural.

O goleiro Viáfara, parceiro da LBV há anos, foi recepcionado por

alguns dos meninos e meninas atendidos na Instituição. “Para um mundo melhor, graças a Deus que a LBV existe”, afir-mou. E acrescentou Margareth Menezes: “É muito bacana estar aqui com as

Natal Permanente da LBV

Eduardo Moody, fotógrafo.

Margareth Menezes, cantora.

Salvador/BA

ajude! para ajudar com doações dirija-se a uma das unidades da lbv ou acesse www.euajudoamudar.org.

outras informações pelo telefone: (11) 3225-4500.

Fotos: Eduardo Moody

Page 121: Revista Boa Vontade, edição 228

crianças. Você vê o envolvimento delas, a alegria espontânea. Eu as vi felizes, cantando, se comunicando; você sente que elas estão gostando, sendo bem tratadas. Aqui eu vi uma relação de amor e cuidado”.

O cantor Tatau manifestou a sa-tisfação de abraçar a campanha: “É uma honra, para mim, participar de uma causa tão bacana como essa, que ajuda os menos favore-cidos. Fiquei, no bom sentido, per-plexo com o que é a LBV. Percebi o carinho de cada um que faz parte desse grande time. Aqui é um lar de muita felicidade, e vi essa felici-dade no rosto de cada criança. Só tenho a desejar à LBV e ao Paiva Netto [dirigente da Instituição] toda a felicidade do mundo. Podem sempre contar comigo. Estou muito feliz de ter parti-cipado!”.

Tatau, cantor.

Viáfara, goleiro do Vitória.

A LBV é Amor!A família de Lenira martins, mãe de Jean e dos gêmeos matheus e

Lucas, da Paraíba, está entre os milhares de famílias beneficiadas pela Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Ela recorda com emoção os tempos em que viveu em extrema dificuldade. À época, deixara a pequena cidade de Araruna, no interior paraibano, para viver na capital, João Pessoa, onde conseguiu o emprego de faxineira. O salário era baixo, e sua situação financeira, complicada. “A minha vida foi muito difícil, cheguei a passar fome... e não quero mais isso, não quero que meus filhos passem pelo que passei. O pior momento da vida da gente é a fome, a miséria... É triste!”, relembra a mãe. Apesar das dificuldades, Lenira não desistiu e buscou oportunidades de melhorar a condição da família.

O impulso para a mudança veio quando tomou conhecimento da Legião da Boa Vontade. Seus filhos, que antes não tinham onde ficar no contraturno escolar, estão inscritos atualmente no programa LBV — Criança: Futuro no Presente!. Lenira comemora: “Hoje, as crianças chegam do colégio e não ficam na rua, soltas por aí. Na LBV têm apoio; os educadores tratam as crian-ças com muito carinho, muito amor (…). Tem alimentação certa para eles, o café da manhã, o almoço. Eles já vêm para casa com a barriguinha cheia”.

No fim do ano, a campanha de Natal da LBV oferece cestas de alimentos a todos os atendidos. Mas para a dona Lenira esse benefício vai além do gesto de dar o pão: “Eles aprenderam muitas coisas ali dentro: rezar, cantar, pintar, desenhar, tudo isso; e espero que aprendam muito mais. Que Deus abençoe essas pessoas [os colaboradores] e que elas façam mais pelas nossas crianças, que merecem ter um futuro melhor”.

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Page 122: Revista Boa Vontade, edição 228

Recife/PE

Natal Permanente da LBV

As fotos e o videoclipe da campanha da LBV no Recife foram pro-

duzidos em 14 de setembro. São dezenas de personalida-des pernambucanas que par-ticipam da iniciativa solidá-ria, por um Natal mais feliz, digno e sem fome a milhares de famílias de baixa renda.

A recepção ficou por con-ta de um grupo de crianças beneficiadas pelo programa

“Temos de olhar tudo o que uma instituição

faz de positivo na vida das pessoas. E eu

vejo aqui na LBV um trabalho lindo, uma

energia diferenciada, de luz. As coisas

realmente são feitas com Boa Vontade!”

Gardênia Cavalcanti

Apresentadora de TV e madrinha da campanha

Diogo Pérez,

jornalista.

Aldo Vilela, jornalista.

Danielle Monteiro, apresentadora de TV.

Grupo Sem Razão

Brasão, jogador de futebol.

Fotos: Fernando Raphael

122 | BOA VONTADE

Page 123: Revista Boa Vontade, edição 228

LBV — Criança: Futuro no Pre-sente! no Recife/PE. A animação contagiou os que passavam pelas salas de atividade. O empresário Gerson Mascarenhas foi um dos que se emocionaram: “Saio renovado, foi um dia muito espe-cial. Participar da campanha de Natal da Legião da Boa Vontade é a doação mais gratificante de toda a minha vida”.

Outro amigo de Boa Vontade é o repórter esportivo Washington

Ramos, que se disse impressiona-do com o trabalho desenvolvido há mais de 60 anos pela Institui-ção. “É um trabalho feito com muita seriedade, amor e carinho, e dedicado às crianças não so-mente de Pernambuco, mas de todo o Brasil”, ressaltou.

Os profissionais da comunica-ção disseram sim em coro ao Na-tal Permanente da LBV em 2010, a exemplo do jornalista Aldo Vilela, que afirmou: “É muito

bom participar. É uma pequena ajuda para esse importante tra-balho. Porém, quando envolve famílias, crianças, é sempre bom que os comunicadores sociais reforcem a divulgação. Faço um convite para que as pessoas visi-tem a LBV, para ver de perto esse trabalho sério, e possam ajudar muito mais”.

Para o jornalista esportivo Bruno Reis, “a LBV faz um trabalho tão bonito com essas

Pedro Paulo, jornalista. Fabiana

Schreiner, consultora de marketing.

Tatiana Fraga, jornalista.

Everaldo Mateus,

ator.

Graça Araújo,

jornalista.

Amigos Sertanejos Rodrigo Collaço,

radialista.

BOA VONTADE | 123

Page 124: Revista Boa Vontade, edição 228

Natal Permanente da LBV

crianças que são o futuro do país”. E acena: “Faço um convite a todos os desportistas: venham, incentivem e colaborem. Essa criançada tem de mudar muito o nosso Brasil”.

Por sua vez, o jornalista Diego Pérez destacou o caráter perma-nente da campanha. “Digo sim à LBV, à Solidariedade. Isso é a essência da religião: ajudarmos uns aos outros. Que o sentimen-to do Natal seja vivido todos os

Recife/PE

“Vesti a camisa da campanha da LBV e

espero não tirar mais! Por ser uma entidade

séria e de uma responsabilidade tão

grande, convido outras pessoas a vir vestir

a camisa também.”Kaline Bradley

Apresentadora de TV

Bruno Reis, jornalista esportivo.

Júnior Moreno, radialista.

Glédson, goleiro do Náutico.

Grupo Sollwê

Juliana Maranhão, do Instituto Embelleze.

Fotos: Fernando Raphael

Page 125: Revista Boa Vontade, edição 228

dias, como faz a LBV em seu trabalho. Que a Solidariedade possa ser presenciada e vista todos os dias”.

Todos os que abraçam a nobre causa foram clicados pelo fotógra-fo Fernando Raphael, da Classe A Marketing & Comunicação, com apoio do Instituto Embelleze (franquia Caxangá), da empresa de cosméticos Contém 1g e da Solange Cabelos, responsáveis pelo visual das personalidades.

Washington Ramos, radialista.

Gerson Mascarenhas, empresário.

Solange de Matos,

cabeleireira.

Fernando Raphael,

fotografo.

Renato, jogador do Sport Club do Recife.

Ismael Holanda,

jornalista e ator.

Grupo Vai D3

Grupo Sambstar

BOA VONTADE | 125

Page 126: Revista Boa Vontade, edição 228

Natal Permanente da LBV

Na capital de goiás, a sessão de fotografias e filmagem para divulgar a campanha do Natal

Permanente da LBV foi feita no estú-dio das Faculdades Alves Faria. Neste ano, um time de artistas locais também compareceu e disse sim à LBV, entre eles os integrantes das bandas Mr. Gyn e Candelore, a atriz e cantora Valéria Costa e a dupla César & Alessandro.

“Participar com a LBV em um projeto solidário como é esta campanha só vem nos abençoar ainda mais”, decla-rou César. Ao que disse o companheiro de dupla, Alessandro acrescentou: “Que todos continuem lutando por este trabalho tão maravilhoso!”.

Sempre que os cantores sertanejos exaltam os programas educacionais e de acolhimento da Legião da Boa Vontade, logo apontam os cuida-dos que a Instituição dedica às famí-lias em situação de vulnerabilidade e de risco social. Para o empresário da dupla César & Alessandro, Paulinho, é grande a admiração dos artistas. “Aqui na LBV po-demos contemplar a valorização

Goiânia/GO

“Não poderíamos deixar de estar junto com

vocês mais um ano. Acho que nós temos uma

função muito importante, além de levar alegria através da

música: [temos] de fazer algo em prol de alguém que precisa.

Em 2011 a gente está aí, pode ter certeza disso!” (João Neto)

“Ficamos felizes e contentes de, mais uma vez, participar, ajudar

de uma forma ou de outra. Deus nos dá um dom e nós temos

de ajudar da maneira que for. Obrigado mesmo pelo carinho.”

(Frederico) João Neto & FredericoDupla sertaneja

Banda Mr. Gyn

Fotos: Clayton Ferreira

Page 127: Revista Boa Vontade, edição 228

do Ser Humano. E é neste clima de Natal — que aqui é diário — que todos temos de nos unir e dar o me-lhor que podemos, contribuindo com ações como essa, que nos enriquece, engrandece e motiva cada vez mais”, afirmou o empresário.

Durante a sessão, os artistas tive-ram uma grata surpresa: algumas das crianças atendidas pela LBV presen-tearam cada um com uma lembrança confeccionada por elas mesmas e com o CD Canções pela Paz, do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade.

Banda Candelore

César & Alessandro, dupla sertaneja.

“A Solidariedade e a Caridade são soluções

que precisamos para transformar o mundo.

Eu fico muito feliz por participar de iniciativas

como esta da LBV, que nos ensinam valores de

Solidariedade.”Valéria Costa

Atriz e cantora

BOA VONTADE | 127

Page 128: Revista Boa Vontade, edição 228

Natal Permanente da LBV

Campo Grande/MS

“É sempre muito bom participar dessa

iniciativa e mobilizar nossos fãs para que

ajudem... principalmente em ações tão

importantes como essa que a LBV faz.”Maria Cecília

Cantora (da dupla com Rodolfo)

O encontro dos amigos de Boa Vontade em Mato grosso do Sul, em nome da Solidariedade e por um Natal mais feliz, ocorreu no Studio

Máxima, do publicitário Junner César. Os artistas Alex & Yvan, João Lucas & Walter Filho, Maria Cecília & Rodolfo, Munhoz & Mariano, a cantora Lia Mayo, o cantor Artur Felipe, o apresentador Tatá Marques, a apresentadora Beth Marques, o colunista

social Fernando Soares e o radialista Pedrinho Spina vestiram a camisa do Natal Permanente.

Ao chegarem, os artistas e personalidades receberam de algumas das crianças atendidas pela Instituição em Mato grosso do Sul lem-

Marlon Maciel, cantor.

Alex e Yvan, dupla sertaneja.

Fotos: Junner César

Maria Cecília & Rodolfo,

dupla sertaneja.

Beth Marques, apresentadora

de TV

Page 129: Revista Boa Vontade, edição 228

branças que elas próprias produ-ziram nas atividades realizadas na Oficina de Arte e Cultura, do programa LBV — Criança: Futu-ro no Presente!.

“Um forte abraço aos amigos da LBV, em especial ao querido Paiva Netto. O lindo trabalho desenvolvido por vocês é motivo de satisfação para todos os brasi-leiros. Por isso, digo sim em tudo para vocês”, disse, entusiasma-do, o colunista Fernando Soares.

João Lucas & Walter Filho, dupla sertaneja.

Grupo Zingaro

Artur Felipe, cantor.

Lia Mayo,

cantora.

Junner César, fotógrafo.

Tatá Marques, apresentador de TV.

Fernando Soares, colunista social.

Pedrinho Spina, radialista.

BOA VONTADE | 129

Page 130: Revista Boa Vontade, edição 228

Natal Permanente da LBV

Porto Alegre/RS

“É um privilégio estar aqui

contribuindo com a LBV, que

certamente alavanca o nosso país para

um futuro melhor.”Claudio Lamachia

Presidente da OAB/RS

Maya Aloy, Miss Passo Fundo.

Paullo Costa, cantor.

Felipe Vieira, jornalista.

As dezenas de artistas e personalidades que abraçam a mobilização por um Natal sem fome e mais feliz, no Rio Grande do Sul, fo-

ram recebidas no Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade na capital gaúcha nos dias 24 e 25 de agosto.

O jornalista Leo Meira, padrinho da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!, comentou a satisfação de ser colaborador: “Agradeço ao nosso presidente Paiva Netto pela honra e oportunidade de apadrinhar uma campanha com esta dimensão, de uma instituição tão nobre e de espírito

José Reinaldo

Ritter, empresário.

Fotos: Michel Paz

130 | BOA VONTADE

Page 131: Revista Boa Vontade, edição 228

Fernando Lucchese, médico cardiologista.

Serginho Moah, vocalista da banda Papas da Língua.

Michael Paz, fotógrafo.

Grupo Tchê Barbaridade.

tão elevado como é a Legião da Boa Vontade. Nosso objetivo não são só números, buscamos o Ser Humano; queremos o maior número de pessoas ajudando”.

A produção de imagens para publicidade, cuja tarefa é incen-tivar a população a aderir a essa iniciativa solidária, contou nova-mente com o apoio especial do fotógrafo Michael Paz. “É uma honra estar com vocês. Sempre

que me chamam, estou pronto para atendê-los no que preci-sarem. Deus nos dá tanta coisa, que a gente tem que retribuir. É um trabalho superimportante, por isso estou junto. (...) Sempre que falo da LBV, a credibilidade é tamanha, que nos dá mais em-polgação para todo ano estar aqui”, declarou.

Também participaram da sessão de fotos e filmagem os

grupos Tchê Barbaridade e Ba-lanço do Tchê; o músico Charles Master e os cantores Daniel Tor-res e Paullo Costa; os jornalistas André Haar e Felipe Vieira; o humorista Jair Kobe; e o radia-lista Dorotéo Fagundes.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil/RS, Claudio Lamachia, disse que se considera um soldado da Causa da Boa Von-tade há muito tempo. Ele consi-

Page 132: Revista Boa Vontade, edição 228

Natal Permanente da LBV

Porto Alegre/RS André

Haar, jornalista.

Grupo Balanço do Tchê

dera a LBV“muito importante para a sociedade, para a cidadania brasi-leira. Vocês cui-dam daquilo que

temos de mais valioso: os jovens e as crianças, o futuro do país. Parabéns por esse extraordinário

trabalho! Parabéns ao presidente Paiva Netto! Sinto muita alegria e é, seguramente, um privilégio estar aqui contribuindo com a LBV, que certamente alavanca o nosso país para um futuro melhor. A OAB/RS e eu, neste momento, nos sentimos extremamente hon-rados”.

“Testemunhamos esse trabalho de

fortalecer o espírito de Fraternidade.

(...) Buscamos, através da LBV, conforto

a tantos corações, que seguramente

encontram aqui um caminho melhor.”Dorotéo Fagundes

Compositor e radialista

Fotos: Michel Paz

132 | BOA VONTADE

Page 133: Revista Boa Vontade, edição 228

Daniel Torres, cantor.

Jair Kobe, humorista.

Leo Meira, jornalista.

A ação da Obra para o cantor Daniel Torres representa mais que o gesto de doar, pois traduz a vocação que sustenta todo o tra-balho da Instituição: a Caridade Completa, que, simbolicamente, é o ato de dar o peixe e ensinar a pescar. “A LBV desperta em cada sentimento do Ser Humano o Na-

Charles Master, músico.

tal. Se ajudarmos todos os dias aqueles que tanto necessitam, tanto pelo lado material quanto pelo espiritual, faremos esse Na-tal Permanente. A LBV está nesse sentido perfeitamente encaixada em tudo isso. (...) Agradeço a Deus e à Legião da Boa Vontade por estarmos mais um ano juntos,

chegando ao coração de cada um. Desejo a todos, do fundo da Alma, um Natal de muita Fraternidade, carinho, Amor e, principalmente, doação.”

O povo ajuda, a LBV faz!Entre os muitos relatos de pessoas que tiveram a vida transformada graças ao

amparo da Legião da Boa Vontade, a história de dona Joselaine machado da Rosa, de Porto Alegre/RS, é um exemplo. Há alguns anos, sua família foi beneficiada por ações socioeducacionais da LBV. Além de frequentar cursos profissionalizantes promovidos pela Instituição, ela inscreveu os três filhos no programa LBV — Criança: Futuro no Presente! e, com isso, pôde melhorar sua condição.

Movida pelo sentimento de gratidão, Joselaine decidiu também traba-lhar pela melhoria da qualidade de vida de outros menos favorecidos. “Nós podemos ajudar outras pessoas, assim como fomos ajudados”, acredita.

No Natal de 2009, ela participou da entrega das cestas de alimen-tos em Porto Alegre como colaboradora. “A cesta sempre veio em boa hora. Hoje, agradeço muito a Deus por estar aqui. Estou muito emocionada, não tenho como esconder, porque só quem precisou sabe o significado de estar aqui ajudando outras famílias.”

BOA VONTADE | 133

Page 134: Revista Boa Vontade, edição 228

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Dados divulgados pelo IBGE,

em 26/11/2010, integram a

Pesquisa Nacional por Amostra

de Domicílios (PNAD), de 2009.

Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge

30,2% dos domicílios

brasileiros

O número de domicílios brasileiros que se encontravam em algum grau de in-segurança alimentar caiu de 34,9% para 30,2% entre 2004 e 2009. Isso significa

que, no ano passado, 65,6 milhões de pessoas residentes em 17,7 milhões de domicílios apresentavam alguma restrição alimentar ou, pelo menos, alguma preocupação com a

Fonte: IBGEwww.ibge.gov.br

134 | BOA VONTADE

Page 135: Revista Boa Vontade, edição 228

possibilidade de ocorrer restrição por causa da falta de recursos para adquirir alimentos.

Esses dados são revelados pelo levantamento suplemen-tar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 sobre segurança alimentar, que registrou, ainda, que 69,8% dos 58,6 milhões de domicílios particulares no Brasil estavam em situação de segurança ali-mentar. Eram 40,9 milhões de residências com 126,2 milhões de pessoas, o equivalente a 65,8% dos moradores em do-micílios particulares do país. A pesquisa constatou também que a insegurança alimentar era mais aguda nas regiões Norte e Nordeste, atingindo, respec-tivamente, 40,3% e 46,1% dos domicílios. Além disso, segundo algumas variáveis socioeconô-micas, a insegurança alimentar era maior em domicílios com rendimento mensal domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo por pessoa (55%), naque-les onde residiam menores de 18 anos (37,2%), entre os negros e pardos (43,4%) e para aqueles com menos de 1 ano de estudo (20,2% — moderada ou grave).

Assim como a edição de 2004, o levantamento de 2009 foi reali-zado em convênio com o Minis-tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

A proporção de domicílios com insegurança alimentar leve foi estimada em 18,7%, ou 11 milhões, onde viviam 40,1 milhões de pessoas (20,9% da população). A proporção de

SEgURANçA ALImENTAR: Nos domicílios com essa condição, os moradores tiveram acesso aos alimentos em quantidade e qualidade adequadas e sequer se sentiam na iminência de sofrer qualquer restrição no futuro próximo.

INSEgURANçA ALImENTAR LEVE: Nos domicílios desta categoria, foi detectada alguma preocupação com a quantidade de alimentos no futuro e nos quais há comprometimento com a qualidade dos alimentos.

INSEgURANçA ALImENTAR mODERADA: Caracteriza-se quando os moradores conviveram, no período de referência, com a restrição quantitativa de alimento.

INSEgURANçA ALImENTAR gRAVE: Além dos membros adultos, as crianças também passam pela privação de alimen-tos, podendo chegar à sua expressão mais grave, a fome.

Para entender melhorA pesquisa do PNAD utiliza a classificação da Escala Brasileira de In-

segurança Alimentar (EBIA), considerando o período de referência dos três últimos meses anteriores à data da entrevista.

A pesquisa constatou também insegurança alimentar mais aguda nas regiões Norte e Nordeste, atingindo,

respectivamente, 40,3% e 46,1% dos domicílios.

BOA VONTADE | 135

Page 136: Revista Boa Vontade, edição 228

O número de domicílios brasileiros que se encontravam em algum grau de insegurança alimentar caiu, como indica o gráfico abaixo:

Fonte: PNAD

domicílios com insegurança alimentar moderada foi 6,5%, o equivalente a 3,8 milhões, onde moravam 14,3 milhões de pessoas (7,4% do total). Do total de domicílios, 5% (2,9 milhões) foram classificados como inse-gurança alimentar grave. Esta situação atingia 11,2 milhões de pessoas (5,8% dos moradores de domicílios particulares).

Em 2004, as proporções de domicílios onde havia insegu-rança alimentar leve, moderada e grave eram, respectivamente, 18%, 9,9% e 7%. Nesses domi-cílios viviam 20,3%, 11,3% e 8,2% dos moradores de domi-cílios particulares. Isso mostra um crescimento do percentual de insegurança leve e redução dos percentuais dos graus moderado e grave.

Em 2009, enquanto 6,2% e 4,6% dos domicílios urbanos tinham moradores em situação de insegurança alimentar mode-rada e grave, respectivamente, na área rural, as proporções foram 8,6% e 7%. Em 2004, nos primeiros, 5,3% da população vivia em situação de inseguran-ça alimentar grave, enquanto nos rurais o percentual era de 8,4%. Em relação à insegurança alimentar moderada, 6,9% dos moradores de áreas urbanas es-tavam nesta condição em 2004, enquanto para a rural, o percen-tual foi 10,1%.

Entre 2004 e 2009, houve redução da proporção de domi-cílios com moradores em situa-ção de insegurança alimentar tanto na zona urbana (de 33,3%

2004 2009

34,9% 30,2%

Insegurança alimentar nos domicílios

Assim como a edição de 2004, o levantamento de 2009 foi realizado em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

136 | BOA VONTADE

Page 137: Revista Boa Vontade, edição 228

55% dos domicílios com insegurança moderada ou grave recebem meio

salário mínimo per capitaQuanto menor a classe de rendimento mensal domiciliar per capita, maior

a proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar moderada ou grave. Cerca de 55% dos domicílios nestas condições estavam na classe de rendimento mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo e 1,9% estava na classe de mais de 2 salários mínimos. Por outro lado, 13,7% dos domicílios em segurança alimentar pertenciam à classe de até meio salário mínimo e 26,2% à de mais de 2 salários mínimos per capita.

Viviam em domicílios em condição de insegurança alimentar moderada ou grave cerca de 25,4 milhões de pessoas. Destas, 33,2% em domicílios com rendimento mensal domiciliar per capita de até ¼ de salário mínimo. A proporção de pessoas vivendo em domicílios em segurança alimentar com este rendimento per capita foi de 4,8%.

para 29,4%) quanto na rural (de 43,6% para 35,1%). Houve, em relação a 2004, queda na propor-ção de domicílios em situação de insegurança alimentar grave e moderada tanto na área urbana quanto na rural. Contudo, ao desagregar por intensidade de insegurança alimentar, verificou- -se que na rural ocorreu redução da proporção de domicílios em insegurança alimentar leve, o que não foi verificado na área urbana. Em 2009, entre os do-micílios da área rural em situa-ção de insegurança alimentar, 55,8% apresentavam grau leve, já em 2004, eram 46,2% nessa categoria.

Page 138: Revista Boa Vontade, edição 228

Espírito e CiênciaO princípio da memória coletiva

Universoe leis

em evolução

Quando o biólogo in-glês Rupert Sheldrake publicou, em 1981, o seu primeiro livro, A

New Science of Life [Uma Nova Ciência da Vida], no qual apre-sentou a Teoria da Ressonância Mórfica, ele mexeu com a comu-nidade científica global. Alguns se posicionaram frontalmente contra, enquanto outros classifi-caram a teoria como estimulante e desafiadora. O certo, porém, é que era impossível ser indiferente àquelas ideias que propunham uma transformação radical da visão da gênese morfológica. Segundo a hipótese, existiriam

o biólogo Rupert Sheldrake e a nova gênese morfológica

estruturas que se estendem pelo espaço-tempo e dão forma e comportamento a tudo. Desde o átomo, moléculas, tecidos, orga-nismos, até as sociedades, siste-mas solares e galáxias, cada qual ligado a um campo específico.

Sheldrake recebeu gentilmen-te a equipe da Super Rede Boa Vontade de Comunicação em sua residência, em Londres, Ingla-terra, para gravar uma palestra, cujos trechos principais estão aqui reproduzidos. Nela, o biólogo dá sua contribuição à discussão permanente do Fórum Mun-dial Espírito e Ciência (FMEC), promovido pela Legião da Boa

Vontade, explica a teoria e revela como esse conhecimento mudou o ponto de vista dele acerca da existência de Deus.

E o que o cientista propõe? É o que leremos a seguir, nos trechos principais de sua palestra:

Neste momento está ocorrendo uma mudança de paradigma na Ciên cia. Ela altera a visão mecani-cista, surgida no século 17, que pos-tulava que todo o Universo seria uma máquina, incluindo animais, plantas e nós, Seres Humanos. Não há alma ou espírito no mundo natural. (...) A exceção seria a mente humana racional, que se supõe localizada

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Page 139: Revista Boa Vontade, edição 228

em uma diminuta parte do cérebro, a glândula pineal. Entretanto, tudo o mais na Natureza estaria morto, inanimado, inconsciente, puramente mecânico. Essa maneira de com-preender a existência, combinada com uma filosofia materialista, tem sido seu etos, a característica predo-minante da comunidade científica desde então. Na biologia, predomina a ideia de que os animais são passí-veis de ser criados em fábrica, ser geneticamente alterados, ser parte da biotecnologia.

A mente humana, sob esse en-foque, é alguma coisa misteriosa que interage com o cérebro pela glândula pineal ou, numa hipótese mais recente, algo localizado a uns cinco centímetros adentro, no cór-tex cerebral; ou ainda: a mente seria não mais que o próprio cérebro. O que fazemos, neste instante, é nos libertar disso. A Terra não é mais vista como um sistema mecânico,

mas, sim, um ser vivo chamado gaia. Os átomos não mais repre-sentam pequenos blocos de matéria como bolas de bilhar, ao contrário, são semelhantes a organismos, padrões vibratórios de atividade. O Universo então não é um tipo de máquina a funcionar como relógio de movimento perpétuo. (...)

Contrariando a teoria darwinista

Estamos acostumados à teoria evolucionista de Darwin, na qual a vida na Terra evolui tendo como pano de fundo um universo físico estático. (Até a década de 1960 acreditava-se que o Cosmos era fixo, não evolucionário, e regido por leis imutáveis.) Há quatro décadas, surgiu uma visão radi-calmente diferente que estende o princípio evolutivo para muito além do âmbito da biologia e do desen-volvimento humano, para abraçar toda a física e toda a cosmologia. Contudo, a maioria dos cientistas ainda tem se agarrado à antiga noção de que a Natureza é regida por leis imutáveis. (...) E é muito mais razoável, em um Universo evolucionário, que também as leis dele se transformem, ao invés de serem fixas desde o momento do

big bang, como uma espécie de Código Napoleônico cósmico.

O próprio termo “lei” não é muito adequado, pois é antropo-cêntrico, centrado no Homem; uma metáfora melhor seria “hábito”. A minha Teoria da Ressonância Mór-fica propõe que as chamadas leis da Natureza são hábitos de algo em evolução. (...) Coisas semelhantes influenciam coisas semelhantes subsequentes. Cada espécie possui um tipo de memória coletiva. Filho-tes de tigre sintonizam com os cam-pos mórficos dos tigres, campos que anteriormente organizaram animais da mesma espécie. De lá extraem o que precisam e, ao mesmo tempo, dão sua parcela de contribuição.

Esse tipo de memória coleti-va é fundamental para todos os aspectos da Natureza, e até os cristais a possuem. Quando se faz um novo composto químico, pode ser difícil haver cristaliza-ção, porque se trata da primeira vez, não existia antes. Com o tempo, porém, ficará cada vez mais fácil, pois uma memória se acumulará, fornecida pela resso-nância mórfica. Compostos que se cristalizaram por milhões ou bilhões de anos se comportam como se governados por leis

“E é muito mais razoável,

em um Universo

evolucionário, que

também as leis dele se

transformem, ao invés

de serem fixas desde o

momento do big bang,

como uma espécie de

Código Napoleônico

cósmico.”

No escritório, em sua residência, em

hampstead, Londres, o biólogo inglês

Rupert Sheldrake ao lado de Noys

Rocha (E) e Eduarda Pereira, da Super

Rede Boa Vontade de Comunicação.

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Page 140: Revista Boa Vontade, edição 228

Presença do Passado (publicado em Portugal) e A New Science of Life [Uma Nova Ciência da Vida], ainda não disponível em português.

Ressonância mórfica no Ser Humano

O princípio da memória coletiva é bastante abrangente, aplicando-se também ao Ser Humano. Deveria ser mais fácil para as pessoas ad-quirirem conhecimentos que outros indivíduos já aprenderam, como praticar windsurfe, fazer progra-mação de computado res, jogar videogames, e assim por diante. E realmente é. Pode-se argumentar que isso está se dando, em parte, por causa de melhores tecnologias e métodos de treinamento. Para veri-ficar a hipótese, é preciso observar os testes padronizados, feitos ao longo de muitos anos. Um desses é o teste de Q. I. (quociente de inteligência), que existe há pelo menos 80 anos. Tornando-se mais fácil, tem apresentado a pontuação média cada vez mais

alta; é o chamado efeito Flynn (Flynn, 1987), em homenagem ao pesquisador James Flynn, que o descobriu (...).

Também hábitos culturais se espalham mais rápido. Isso pode ocorrer em diferentes locais, se-parados por grandes distâncias, e explica o desenvolvimento de uma cultura análoga em partes longínquas do mundo, além de invenções e descobertas científicas que ocorrem de forma paralela. (...)

O comportamento natural dos animais e seres humanos é fruto do hábito, não necessariamente de memória consciente, embora haja

também a criatividade. Sem esta, os mesmos costumes se perpetuariam e nada mudaria, o que mantém a questão da criatividade em aberto. De onde ela vem? Para o materialis-ta, a origem dela é o acaso, o acaso cego. Todavia, é possível pensar nela como reflexo de uma fonte além da Natureza, que a maioria das tradições religiosas chamaria de Deus. Podemos visualizá-la como algo que envolve um processo cria-tivo incessante por toda a evolução.

Os campos mórficos são holísti-cos, organizam sistemas em todos os níveis de complexidade, conectam as coisas. São estabelecidos dentro de hierarquias aninhadas, cada todo consiste de partes que, por sua vez, são da mesma forma um todo em si mesmas. No corpo humano há partículas subatômicas que com-põem o átomo, dono propriamente de um grau de integridade. Os áto-mos estão nas moléculas, que são também inteiras, mas formam os tecidos, os quais também têm sua própria integridade. E dessa forma

“Não vejo conflito entre Ciência e Religião desde

que haja uma visão aberta em ambas. (...) Uma pode reforçar a outra, podem

se ajudar mutuamente na descoberta do Cosmos. (...) Em minha opinião, a união desses dois estudos será o

fato mais empolgante a ter lugar nas próximas décadas.”

Breve perfil

O biólogo Rupert Sheldrake é

autor de mais de dez livros e 80

artigos científicos. Formou-se em

Ciências Naturais pela Universidade

de Cambridge, Inglaterra. Estudou

filosofia na Universidade de Harvard,

Estados Unidos. Depois, retornando

a Cambridge, obteve o grau de Ph.D.

em Bioquímica e se tornou membro

da Clare College. Atualmente é

pesquisador do Instituto de Ciências

Noéticas, próximo a São Francisco,

EUA, e vive em Londres.

eternas, porque seus hábitos já estão bem estabelecidos.

O mesmo se aplica aos animais e às plantas. Quanto mais frequente-mente eles se desenvolvem a partir de determinada forma, maior é a tendência de se repetir o processo. O mesmo ocorre com o comportamen-to. Se treinarmos ratos de Londres para que desenvolvam uma nova habilidade, deverá ser mais fácil para roedores em qualquer parte do mun-do, por exemplo, no Rio de Janeiro, aprenderem a mesma habilidade. Com base em testes de laboratório, há evidências de que isso vem ocor-rendo, e eu as descrevo nos livros A

Espírito e Ciência

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Page 141: Revista Boa Vontade, edição 228

em diante: órgãos constituem o or-ganismo, e os corpos físicos e o dos egos individuais completam o grupo social. A exemplo de outros animais, somos parte de grupos maiores e não podemos funcionar isoladamente. Assim, a sociedade representa um alto nível de completude, e cada um desses níveis é ordenado por aquilo que chamo de campo mórfico. Esses campos são sustentados pela resso-nância mórfica e detêm seu próprio tipo de memória.

Telepatia(...) Essa conexão fornece a

base para a telepatia. (...) Ela ocor-re entre pessoas que se conhecem bem. Já realizei um estudo amplo com mães e seus bebês. Muitas sentem que sabem o momento em que os filhos precisam delas: quando estão amamentando e se afastam dos bebês, se choram, a mãe frequentemente sabe, porque seus mamilos começam a soltar leite e percebe que os seios se alteraram. Elas acertam bem mais vezes do que seria admissível por adivinhação ou por mero acaso.

No entanto, a forma mais co-mum de telepatia no mundo moder-no envolve o telefone. Uma pessoa se lembra de outra que, logo em seguida, liga para aquela e, então, diz: “Que coisa! Eu estava mesmo pensando em você”. Cerca de 80% dos indivíduos já tiveram essa experiência, mas mesmo assim o fenômeno é, ainda, encarado como coincidência pelos céticos (...).

Recentemente houve uma onda de ateísmo militante nos países de língua inglesa, na tentativa de estabe-lecer uma volta à visão mecanicista

antiquada, já superada pela ciência, mas que alguns teimam em querer retornar. Isso se tornou um dogma ou ideologia e tem muito pouco a ver com a Ciência, que em si mesma é uma maneira de explorarmos aquilo que não compreendemos (...).

A maioria das pessoas que acre-ditam em Deus, eu inclusive, não o faz porque se alistou para seguir um conjunto de dogmas sem sen-tido, cientificamente falando. (...) Todas as religiões estão baseadas em experiências que vão além da comum, do dia a dia, em uma conexão com a forma superior de consciência. Se a Natureza se faz de toda série de níveis, existe o nível humano, o de gaia, o do sis-tema solar, da Via-Láctea, em cada um deles pode haver formas de consciência acima das humanas.

(...) Naturalmente, se a Cons-ciên cia Divina está por trás de todo o Universo e, automaticamente, é

sua fonte criativa, claramente seria bem maior em abrangência do que a nossa própria. Não deveríamos esperar entendê-la pelo raciocínio. O melhor a fazer é saber algo sobre ela pela razão, como na teologia e na filosofia. E o máximo que po-demos ter de esperança em relação a um conhecimento direto é pela oração, meditação, ou ainda por episódios espontâneos de revela-ções espirituais no âmago.

Não vejo conflito entre Ciência e Religião desde que haja uma visão aberta em ambas. (...) Tanto uma quanto outra tentam compre-ender a natureza última da realida-de, e as duas precisam admitir que ainda não chegamos lá. (...) Uma pode reforçar a outra, podem se ajudar mutuamente na descoberta do Cosmos. (...) Em minha opi-nião, a união desses dois estudos será o fato mais empolgante a ter lugar nas próximas décadas.

O Fórum Mundial Espírito e Ciência (FMEC), da LBV, idealizado pelo dirigente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, é uma das iniciativas permanentes da Instituição que, desde sua origem (ainda na década de 1940), trabalha para o despertar de um saber no qual Fé e Razão orientem o desenvolvimento de pesquisas na busca de respostas às perguntas que afligem o Ser humano, sobretudo com relação à continuidade de sua existência e à presença de algo superior, além das três dimensões conhecidas.

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Page 142: Revista Boa Vontade, edição 228

*1Mestres e Griôs do Brasil — Série voltada para o público infantojuvenil, composta por oito documentários que abordam o resgate e a valorização da cultura afro-brasileira. Será transmitida pela Boa Vontade TV e pela Rede Educação e Futuro de Televisão, além de fazer parte do acervo de escolas e instituições. Dessa forma, a Fundação José de Paiva Netto contribui para a formação de uma reflexão crítica para a compreensão da cultura que nos rodeia, colaborando com o cumprimento da Lei 10.639/2003.

Arte na Tela

Marta Jabuonski, curadora da Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade.

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alProjeto valoriza, preserva e divulga cultura brasileira

Marta JabuonskiFotos: Clayton Ferreira

e dança estão entremeadas de heranças dos mestres de tradições escritas ou orais, passadas de ge-ração em geração.

Com o objetivo de mostrar como se desenvolve essa trans-missão oral da cultura popular brasileira é que a Fundação José de Paiva Netto produz Mestres e Griôs do Brasil*1 — Vale do Paraíba, com a chancela da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, e patrocínio da Kobe Elija Veículos Ltda., con-cessionária Honda Rio-Tókio. Essa iniciativa também é uma maneira de valorizar, preservar e divulgar o patrimônio imaterial do país, que se revela nas congadas, folias, marejadas, na arte dos capoeiristas e jongueiros, nos sambas de roda, entre outras expressões.

Na capital brasileira onde a cultura negra se faz mais presente,

Salvador/BA, o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira resgata uma dívida de reconhecimento da impor-tância dos negros na construção da identidade nacional e dos afrodes-cendentes e sua contribuição para a formação do Brasil de hoje. “O mu-seu conta a nossa história, mostra para os brasileiros e estrangeiros o que somos, mas, acima de tudo, reconhece toda essa diversidade cultural, a convivência e o respeito a outras culturas. Queremos mostrar o que passamos, o que supera-mos e o que estamos mudando”, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), José do Nascimento Júnior.

Muitos dos orixás trazidos por escravos, por exemplo, estão pre-sentes na cultura brasileira mais do que em alguns países do próprio continente africano. Mesmo com

Culturaafro-brasileira

Reafirmar nossa identidade como o resultado de uma rica mistura interétnica — de índios, brancos, negros

e, posteriormente, os orientais — engrandece o povo brasileiro. Nesse processo, podemos dedicar um capítulo especial de nossa his-tória ao legado da áfrica. Ao lado de suas nações, construímos uma saga, uma trajetória alicerçada na cultura de seus descendentes. Religiosidade, música, culinária

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*2 Iemanjá — Orixá ou divindade do rio Ogun e de outros rios e lagos da Nigéria, na África. Cultuada em religiões afro-brasileiras (o dia consagrado a ela é 2 de fevereiro), é divindade das águas salgadas, considerada mãe de outros orixás. Mãe-d’água dos índios, também é conhecida por outros nomes: Princesa do Aiocá, Janaína, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Inaê e Sereia do Mar.

toda essa influência na mentalidade popular, o presidente do Ibram se diz confiante no avanço contínuo dessa conscientização. “Na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualda-de Racial, na Fundação Palmares e em um conjunto de obras e políticas públicas, avançamos na inclusão social e na transformação da socie-dade brasileira em democracia no ponto de vista de oportunidades às diferentes etnias”, comemora.

Muitas crenças comuns nas senzalas foram se unindo a outros mitos e costumes e se tornaram elementos bem brasileiros, como o catumbi, a umbanda, o candomblé. Um exemplo disso é o culto e o respeito a Iemanjá*2, rainha do mar até hoje presente nas mais diversas manifestações religiosas por todo o território nacional.

José do Nascimento Júnior, presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, em Salvador/BA.

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Em 1955, um grupo de livreiros, intelectuais e jornalistas reuniu--se em torno de um ideal: a leitura não deveria ser privilégio de poucos. “Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo” foi o lema da primeira edição da Feira do Livro de

Porto Alegre, um dos mais tradicionais eventos culturais da capital do Rio grande do Sul.

Mais de meio século depois, cerca de 160 barracas e uma intensa programação atraíram neste ano famílias do Estado e visitantes de todo o país para a maior realização literária a céu aberto das Américas: a 56a Feira do Livro de Porto Alegre. De 29 de outubro a 15 de novembro, 1,7 milhão de pessoas prestigiaram o encontro no Centro Histórico, onde ocorre a feira desde sua primeira edição. O público contou com 110 ex-positores na Área Geral, 30 na Área Infantil e Juvenil (no Cais do Porto) e 15 na área internacional.

Pela proposta de pluralizar o acesso à leitura, a Feira do Livro de Porto Alegre foi reconhecida como patrimônio imaterial da capital gaúcha pela Secretaria Municipal da Cultura. A honraria soma-se à Medalha da Ordem do Mérito Cultural, concedida em 2006 pela Presidência da República, que definiu a iniciativa como uma das mais importantes

Feira do Livro de Porto Alegre recebe 1,7 milhão de pessoas com programação diversificada

que ultrapassa os livros

Rafael Bruno

Cultura

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Literatura56a Feira do Livro de Porto Alegre

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Page 145: Revista Boa Vontade, edição 228

do Brasil. Não à toa, João Car-neiro, presidente da Câmara Rio--grandense do Livro, responsável pela realização do evento, costuma afirmar que a feira “é de todos”.

A ampliação da festa literária — que no início tinha 14 barracas de madeira instaladas em torno do monumento general Osório — acompanhou o crescimento da cidade e sua vocação cosmopolita. Em todo esse tempo de existência da Feira do Livro, a capital dos gaúchos passou a receber grandes festivais e exposições, a exemplo do Porto Alegre em Cena e da Bienal do Mercosul.

Literatura e multimídiaNa cobertura do evento, a Su-

per Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, internet e publicações) noticiou as principais ati-vidades e destacou, além de atrações do universo livreiro e autoral, as ma-

nifestações artísticas inspiradas no mundo literário.

Não faltou atividade nos 18 dias da feira: cerca de 700 sessões de autógrafos, mais de 180 mesas-redondas, palestras e debates na programação geral, mais de 450 en-contros, contações e outras atrações para o público infantil e juvenil, 103 atividades para educadores, além de 30 oficinas, 88 apresentações artísticas e exibições de filmes e documentários. O objetivo foi atrair os mais diversos públicos e gostos, tratando os assuntos em contextos e formas variados, conquistando crianças, jovens, adultos e idosos.

HomenagensÉ tradição de renomados es-

critores e personalidades gaúchas elegerem anual-mente o patrono da feira. Nesta edição, foi escolhido o folclorista João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, também agrônomo, com-

“Foi o mais vendido na feira, com uma procura muito grande, principalmente por professores, educadores.”

Abel PerezProprietário da livraria Momento

Cultural

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Aspecto geral da Feira do Livro de Porto Alegre/RS. No destaque, o livro É urgente reeducar!, do escritor Paiva netto.

Sucesso de vendasÉ urgente reeducar!

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Page 146: Revista Boa Vontade, edição 228

do Rio grande do Sul. Concedida pela Câmara Rio-grandense do Livro, a láurea marca o início das homenagens aos 30 anos da jorna-da e suas 13 edições. “A jornada merece permanente reconheci-mento por ser exemplo e fonte de inspiração para quem trabalha de forma efetiva pela construção de uma sociedade leitora no país”, destacou João Carneiro.

Considerada a maior arena para o debate de literatura na América Latina, a Jornada Nacional de Literatura é promovida pela Uni-versidade de Passo Fundo e pela prefeitura. Em 2009, mais de 30 mil pessoas participaram das ações promovidas no Circo da Cultura e 17 mil crianças marcaram presença na Jornadinha, que ocorre há cinco anos. A 293 quilômetros de Porto Alegre, o município de Passo Fun-do registra um dos melhores índi-ces de leitura do país: 6,5 livros por habitante/ano, número que supera a média brasileira de 4,7 livros.

Formando Cérebro e Coração

A Editora Elevação marcou

presença nesse importante encon-tro literário, apresentando como destaque o livro do escritor Paiva Netto É urgente reeducar!, suces-so na 21a Bienal do Livro de São Paulo, na qual foi o mais vendido da Livraria Saraiva. Em Porto Alegre, a obra obteve igual êxito.

Nesse novo trabalho, o autor descreve de forma clara e precisa a experiência da Legião da Boa Vontade em aplicar a Espiritualidade Ecumênica na Educação. Em sua re-flexão sobre os caminhos do ensino e a formação integral do Ser Humano, dirige-se tanto ao cidadão comum quanto ao profissional da área. Nele, o leitor conhece as bases da Peda-gogia da Boa Vontade — proposta pedagógica criada pelo dirigente da LBV, Paiva Netto, que abrange a Pe-dagogia do Afeto, para crianças até 10 anos, e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, direcionada à educação de adolescentes e adultos.

Tanto o conteúdo da obra quan-to o próprio sucesso da metodolo-gia aplicada nas escolas e centros educacionais e comunitários da Instituição mereceram comentários elogiosos de diversas autoridades e personalidades gaúchas. A escritora Gladis Pedersen de Oliveira, re-presentante da Federação Espírita do Rio grande do Sul, ressaltou: “É para deixarmos um pouco de lado a questão da racionalidade pura, da letra fria, e adentrarmos na emoção da criança e do jovem. Essa questão da educação, da emoção, do sentimento, da educa-ção do coração e da Espiritualida-de é uma proposta extraordinária, que deixa a gente feliz, pois ela está abrindo espaço”.

positor, radialista e pesquisador da sociedade brasileira. Ícone da cultura do sul do país, o gaúcho de Santana do Livramento serviu de modelo para o famoso monumento Laçador, erguido em 1958 e princi-pal símbolo de Porto Alegre.

Também lembrada, a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo recebeu a Ordem dos Jaca-randás, no Auditório do Memorial

O professor de Língua Portuguesa Paulo Flávio Ledur lançou, no dia 2 de novembro, a Agenda Gramatical 2011. Em um exemplar da obra deixou ao diretor-presidente da LBV a seguinte mensagem: “Ao amigo da bondade Paiva Netto, com votos de uma agenda lotada de Boa Vontade e o abraço do Ledur”.

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Literatura

Page 147: Revista Boa Vontade, edição 228

O coordenador-geral da POA TV (emissora comunitária de Por-to Alegre), e apresentador do pro-

grama Norte em Ação, o jornalista Cláudio Cezar Freitas, tam-bém se manifestou a respeito: “É urgente reeducar! apresenta uma forma que con-sidero importante:

levar aquilo que realmente nos fortalece como pessoas; essa men-sagem que o Irmão Paiva Netto consolida com tanta propriedade.

Os três Amiguinhos é a mais recente obra literária da escritora Gladis Pedersen de Oliveira, representante da Federação Espírita do Rio Grande do Sul. Segundo a autora, o livro apresenta aos leitores mirins a questão do respeito ao semelhante, tanto no aspecto físico quanto no psicológico, aceitando o outro como ele é. Ao dirigente da Legião da Boa Vontade, a escritora dedicou um exemplar de sua obra com a seguinte mensagem: “Ao querido Irmão Paiva Netto e prestimosa equipe de trabalho, com muito carinho e votos de paz!”.

Na área infantil, no Cais do Porto, crianças e jovens leitores puderam

conhecer a coleção Os Milagres de Jesus, da Editora Elevação, em

exposição na livraria da Federação Espírita do Rio Grande do Sul.

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“Eis o homem”Lançada durante a 56a Feira do Livro de Porto Alegre, a obra Eis o Ho-

mem — 55 crônicas que contam a história da minha vida tem a assinatura de um dos mais conhecidos e respeitados jornalistas do Rio Grande do Sul, o colunista do jornal Zero Hora Paulo Sant’Ana. No exemplar que dedicou ao dirigente da LBV, o autor anotou: “Ao Paiva Netto, abraço do Paulo Sant’Ana — 5/11/10”.

Além do trabalho como comentarista da RBS TV — filiada da Rede Globo de Televisão em Porto Alegre — e da Rádio Gaúcha, na qual participa do programa de debates Sala de Redação, Paulo Sant’Ana é um dos integrantes mais antigos do programa Jornal do Almoço e o único dos pioneiros do jornalismo gaúcho em atividade.

Em entrevista à Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o comunicador recordou-se da visita de um grupo de meninas e meninos atendidos pela LBV à redação do jornal, ocasião em que foi presenteado com um belo quadro com a estampa de São Francisco de Assis, patrono da LBV. Sobre aquela homenagem, Sant’Ana declarou: “Eu agradeço! Manda um abraço para todos os companheiros da Legião da Boa Vontade. Um beijo para todos vocês”.

Paulo Sant’Ana

O livro fala na questão da família, da Espiritualidade, e isso tudo realmente é algo que temos de ter presente, esse tipo de envolvimen-to e conhecimento é fundamental para a gente poder transmitir com maior propriedade”.

O mestre em linguística apli-cada Paulo Flávio Ledur, pro-fessor de Língua Portuguesa, logo reservou exemplar da obra do dirigente da LBV para sua biblioteca. “É um dos livros que vou levar da feira. Trata

Cláudio Freitas

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Page 148: Revista Boa Vontade, edição 228

O professor Ledur, que na ocasião lançava a Agenda Gra-matical 2011, antes mesmo de ir à praça de autógrafos, visitou os estúdios da Super Rede Boa Vontade de Rádio — AM 1300. Em sua participação, ao vivo, o escritor deixou um recado aos ouvintes: “Amigos da LBV, aqui estou para saudar vocês e dese-jar que todos tenham momentos de muita paz e tranquilidade. E saudar também o meu ilustre amigo Paiva Netto, um homem voltado às grandes questões do nosso país, à Educação e à formação de uma sociedade mais justa, bondosa, na busca de valores superiores que estão no nosso íntimo, que são os valores da Espiritualidade. Um grande abraço!”.

Disponíveis nas livrarias AJR Distribuidora de Livros Ltda., Mania de Ler — Incentivando a leitura e Momento Cultural, a nova obra de Paiva Netto vinha sendo bastante aguardada pelo público porto-alegrense. “Foi o mais vendido na feira, com uma

do aspecto da reeducação, que acho fundamental, porque a sociedade evolui muito rapi-damente, e a tecnologia a toda hora nos propicia coisas novas, a que precisamos nos adaptar. (...) A reeducação no sentido

amplo faz isso, porque essas mudanças têm repercussão em qualquer aspecto da vida social. Está de parabéns o Paiva Netto! Ele teve uma iluminação muito especial para abordar esse tema tão atual.”

TRADIÇÃO O grupo de danças gaúchas Raízes do Rio Grande, da LBV, participa da programação da 56a Feira do Livro de Porto Alegre. Além de incentivar o gosto pela leitura, o evento fortaleceu o tradicionalismo e a herança cultural do Rio Grande do Sul.

A partir dos estúdios da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, instalados no local do evento, um time de repórteres acompanhou as principais atrações da 56a Feira do Livro de Porto Alegre.

Literatura

Lei Maria da Penha é tema de livroDesde que a Lei Maria da Penha entrou em vigor, há quatro anos, nor-

mas nacionais e tratados internacionais têm surgido e servido de referência para garantir à mulher respeito e dignidade. Nessa linha, merece destaque a segunda edição do livro A Lei Maria da Penha na Justiça — A efetividade da Lei 11.340/2006 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, apresentada ao público pela escritora e advogada maria Berenice Dias, na Feira do Livro de Porto Alegre.

Grande admiradora do trabalho da LBV, a autora, que tam-bém foi a primeira desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e ocupa a cadeira 37 da Academia Literária Feminina do RS, ratificou esse sentimento em mensagem envia-da ao dirigente da Instituição: “A LBV tem um comprometimento ético com as pessoas e com os cidadãos”. Também elogiou a edição especial BOA VONTADE Mulher: “Essa é uma publica-

ção que me enche de orgulho. (...) Foi um prazer estar com vocês, dar um abraço no Paiva Netto. Que o exemplo dele sirva de modelo a toda a Terra”.

Em exemplar da obra, a vice-presidente nacional do Instituto de Direito da Família (IPDFam) ainda registrou esta cordial mensagem ao dirigente da LBV: “Caríssimo Paiva Netto, continue esse lindo trabalho junto à Legião da Boa Vontade”.

Maria Berenice Dias

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Geraldo da Costa

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Feira do Livro de Porto Alegre/RS, um dos mais tradicionais eventos culturais do Rio Grande do Sul.

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procura muito grande, princi-palmente por professores, edu-cadores. A Ulbra, universidade da região metropolitana de Por-to Alegre, fez um trabalho sobre o livro e os alunos adquiriram a obra”, informou o proprietário da Livraria Momento Cultural, Abel Perez.

O bancário aposentado e guia de turismo Geraldo Ro-drigues da Costa, em visita à feira em busca de lançamen-

tos, não teve dúvida e logo adquiriu É urgente reeducar!. Por conhecer ou-tros títulos do autor, recomendou com entusiasmo: “Livro

importantíssimo! Vale a pena to-dos o terem em casa, para cuidar

do Espírito. Levem para o lar a transformação que pode ocorrer em suas vidas e na dos outros. Maravilhosa obra, pelo título já se entende. Temos alguns hábitos que não são tão bons, vamos

nos reeducar, vamos caminhar de modo diferente, de modo positivo. É uma obra que visa à melhoria do Espírito, unindo as pessoas e plantando o amor. Isso a LBV faz muito bem”.

Page 150: Revista Boa Vontade, edição 228

Internacional

Durante as festividades da 26ª edição do Brazilian Day Festival in New York, a Legião da Boa Vontade

homenageou a cantora baiana

Comenda da LBV é destaque na maior festa brasileira nos EUA

Margareth Menezes com a Co-menda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica. A en-trega ocorreu em 4 de setembro, durante a lavagem da Rua 46,

apelidada de Little Brazil. O prê-mio é concedido a pessoas físicas e jurídicas que se destacam em suas respectivas áreas de atuação, tanto no Brasil como no cenário

Brazilian Day in New York

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Page 151: Revista Boa Vontade, edição 228

internacional, por promoverem ações em favor do bem-estar comum e de uma sociedade mais justa e fraterna.

Recepcionada pelo público brasileiro e pelos simpatizantes estrangeiros, a cantora, composi-tora, produtora e atriz recebeu a Comenda das mãos do Legionário Alziro Paolotti de Paiva — que na ocasião representava o dirigente da LBV, José de Paiva Netto —, e assim se pronunciou. “Para nós, é uma honra fazer parte deste momento de união e homenagear, em 2010, com a Comenda da Or-dem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, Margareth Menezes, que representa a Arte, a Cultura, a Solidariedade do Brasil para o mundo”, declarou Alziro.

Ao agradecer a láurea, a can-tora destacou: “Sinto-me muito honrada em receber essa home-nagem. Ela é especial por dois motivos: por ser aqui, em outro país, distante do nosso, mas onde somos bem recebidos. Prova dis-so é essa festa maravilhosa que os brasileiros fazem nos Estados Unidos, na Europa, em tantos ou-tros lugares. (...) A gente mostra a nossa verdadeira qualidade, que é a de povo pacífico, que acredita na Paz, na convivência, que tem resistência, história, memória e força. E o outro motivo é de receber essa Comenda da LBV, que tem uma ação que não dá nem para expressar o tamanho... O trabalho que a LBV realiza no Brasil com pessoas necessitadas,

A Comenda da Ordem do Mérito, instituída pelo Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o Par-laMundi da LBV, em 1996, foi conce-bida pelo diretor-presidente da Ins-tituição, José de Paiva Netto, como forma de homenagear pes soas e organizações que se destacam nos serviços fraternos em diferentes segmentos da sociedade brasileira e em âmbito mundial. Desde 2004, a Legião da Boa Vontade homenageia os premiados durante a realização da festa brasileira em Nova York.

Nomes consagrados de diver-sas áreas de atividade já recebe-ram a premiação, a exemplo dos estadistas mário Soares (ex-pre-sidente e ex-primeiro-ministro de Portugal) e Nelson mandela (ex--presidente da África do Sul); o dalai-lama Tenzin gyatso; o astro-nauta Edgar mitchell (sexto homem a pisar na superfície lunar); o humorista e apresentador de TV Jô Soares; as atrizes Fernanda montenegro e Bibi Ferreira; a cantora Fafá de Belém. Também compõem a lista outros artis-tas e personalidades da indústria e co-mércio, do Esporte, da comunicação, dos Direitos Humanos, da Educação, do movimento ecológico etc.

A partir da esquerda: Edilberto Mendes, editor-chefe do The BrazilianS; o Legionário Alziro Paolotti de Paiva; Silvana Magda, coordenadora da Lavagem da Rua 46; a cantora Margareth Menezes, homenageada com a Comenda da LBV; e João de Matos, empresário e criador do Brazilian Day in NY.

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Page 152: Revista Boa Vontade, edição 228

com crianças, inspira a todos nós”.

E completou Margareth, re-ferindo-se ao trabalho da Ins-tituição: “Inspirados na LBV temos lá em Salvador a Fábrica Cultural, que é a minha ONG, onde estamos apoiando crianças e jovens, para que tenham novas oportunidades na vida. Sinto-me muito feliz com essa homenagem. Agradeço de todo meu coração e vou dividir esse prêmio com todas as pessoas que trabalham comigo lá na Fábrica Cultural; sem elas, eu não seria capaz de fazer esse trabalho. Muito obrigada!”.

Artista reconhecida interna-cionalmente, Margareth Mene-zes conheceu de perto as ações socioeducacionais da LBV em

Salvador e na capital federal, por isso sempre apoia as suas iniciativas. “Estar em Nova York e receber esse prêmio é emocionante, uma honra, pela ação que a Legião da Boa Von-tade desenvolve. Para nós, a LBV é uma grande conselheira, porque nossa organização está começando. Conheci a sede da LBV em Brasília, maravilha [referindo-se ao Templo da Boa Vontade]! A LBV merece, merece muito mais. Agradeço o trabalho que a Instituição desenvolve com tanta criança que precisa realmente desse apoio. A LBV é pioneira nesse trabalho, e é um grande espelho para todos que querem fazer alguma coisa pelos nossos irmãos brasileiros.”

Estande da LBVO estande da Legião da Boa

Vontade, montado na Rua 46, foi uma das atrações do Brazilian Day Festival, no dia 5 de setembro, que contou com a participação de mais de um milhão de pessoas. No local, pôsteres dos seus programas socioeducacionais e uma série de produtos promocionais levaram aos visitantes informações acerca do trabalho da Instituição; em es-pecial, tomaram conhecimento da atuação da LBV em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente ao lado do Departamento de Informação Públi-ca (DPI) e do Conselho Econômico e Social (Ecosoc).

Nos Estados Unidos, a Legião da Boa Vontade está localizada na 36 West 44th Street (entre a 5a e a 6a Avenidas), em Manhattan, Nova York. Mais informações pelo tel.: (1973) 344-5338 ou pelos sites www.lbv.org.br e www.legionofgoodwill.org.

Internacional

Rosely Saad, presidente do Instituto de Língua Portuguesa das Nações Unidas, com Danilo Parmegiani, da LBV.

Renata Tabach de Paiva, da LBV, com Maíra Cardi, repórter do SBT.

Renata, da LBV, com David Brasil, promotor de eventos e repórter.

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Page 153: Revista Boa Vontade, edição 228

O escritório da Legião da Boa Vontade em Manhat-tan (Nova York/EUA) foi o local escolhido pelo Comitê

de ONGs sobre Espiritualidade, Va-lores e Interesses Globais nas Na-ções Unidas (ONU) para a primeira reunião executiva de seu novo corpo diretor, em 24 de setembro. No encontro, além da discussão de temas da pauta, os participantes puderam conhecer mais sobre o trabalho desenvolvido pela LBV em seus 60 anos de existência, por meio da apresentação de imagens e explanação.

O comitê é composto por insti-tuições internacionais com status consultivo na ONU, todas afinadas com o tema e a prática de um diá-logo aberto e plural. Nos eventos e reuniões que o grupo promove ao longo do ano sobressai o objetivo principal: fomentar a Cultura de Paz, a Solidariedade, o senso de inclusão, o compartilhamento de responsabilidades, a cooperação, a harmonia e a Boa Vontade, de modo que esses valores e a Espi-ritualidade possam se integrar a todas as áreas e agendas das Nações Unidas. Cofundadora desse comitê, criado em 2004, a LBV participa do corpo executivo.

Escritório da LBV dos EUA sedia reunião de comitê da ONU que trata de Espiritualidade

No escritório da LBV em Manhattan, os presentes encanta-ram-se com o ambiente, destacando a vibração de Paz do local, inaugu-rado recentemente. “Que espaço lindo, física e mais energeticamente. Bênçãos e júbilos!”, disse o rabino Roger Ross, representante do The New Seminary for Interfaith Studies.

A presidente do Comitê sobre Espiritualidade, Valores e Inte-resses Globais na ONU, Sharon Hamilton-Getz, ressaltou: “O novo lar da LBV demonstra a bon-dade e a vontade de manifestar as boas ações. O Comitê de Espiritua-lidade é grato pela sua relação e amizade com a LBV”.

Também a respeito do novo escritório da Instituição, a vice-

-presidente do Comitê e represen-tante do Institute for InterBalkan Relations, Georgina Galanis, declarou: “Fortaleza, unidade e abundância são o retorno para tamanha Boa Vontade”.

A representante da organização Institute for Planetary Synthesis, Julie Lira, manifestou o desejo de que todas as reuniões do co-mitê fossem realizadas na LBV. Depois de externar sua admiração pela ambiência, afirmou também que gostaria de ser voluntária nas atividades da Instituição. A jovem Swamini Sri Lalitambika Devi, hinduísta, deu os parabéns à Legião da Boa Vontade por toda sua ação socioeducacional e disse se sentir muito à vontade no local.

Cultura de Paz

Conheça o escritório da LBV em Manhattan. Está situado na 36 W 44th Street Mezzanine (entre a 5a e a 6a Avenidas), Nova York — 10036, tel.: (646) 398-7128.

Danilo Parmegiani

Acontece em Nova York

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Reunião do Comitê da ONU no escritório da LBV dos Estados Unidos

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Page 154: Revista Boa Vontade, edição 228

R estabelecidas as atividades no Congresso Nacional, a sociedade precisa agora voltar sua atenção para a Câmara dos Deputados, onde a proposta de emenda constitucional PEC 386/09, de autoria do deputado

Paulo Pimentel — que torna obrigatório o diploma de jornalista para o exercício da profissão —, poderá

ser votada a qualquer momento em um dos dois turnos a que será submetida. O texto seguirá depois

para o Senado, no qual tramita outra PEC sobre o mesmo assunto, esta de nº 33/09 e autoria do senador

Antonio Carlos Valadares. A emenda, que poderá garan-tir constitucionalmente essa exigência, para ser aprovada, não precisará de sanção do presidente da República.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) pede urgência na aprovação da matéria, sob o argumento de que é preciso fixar logo critérios que definam quem pode exercer a profissão, e insiste na afirmação de que a falta do diploma estaria prejudicando a qualidade da informação. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) é contra e quer que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de junho do ano passado, contrária à obrigatoriedade, seja respeitada. Há muita expectativa em torno de um assunto que se arrasta há anos, o qual parecia resolvido com a decisão da suprema

Opinião — Mídia AlternativaQualificação técnica em Jornalismo

Carlos Arthur Pitombeiraespecial para a BOA VONTADE

Como as centrais sindicais podem ajudar na questão do diploma

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Page 155: Revista Boa Vontade, edição 228

Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e conselheiro da ABI.

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corte e está de volta ao parlamento, que assim vai medir forças com o Poder Judiciário.

Qualificar o profissionalEntre os representantes do

povo em Brasília, nenhuma voz se levantou até agora para defender a graduação apenas como forma de qualificar o profissional e não a única maneira de se obter o registro para o exercício do jornalismo, processo que inviabilizaria a mídia alternativa/comunitária, os jornais, rádios e televisões nas cidades do interior, onde ela é o caminho natural para a democratização da comunicação, sobre a qual tanto se fala, terá que dar os primeiros pas-sos. Tentar vincular diploma com registro, neste momento, não trará benefícios nem para empregados nem empregadores desse Brasil mais longínquo. Eles precisam ter garantido o seu direito de continuar trabalhando, colocando nas ruas seus jornais, alguns de existência centenária, e informando pela mí-dia eletrônica.

O controle da emissão e revisão dos registros de jornalistas, assim como o acompanhamento ético de suas atividades, terá, sim, de ser feito, mas por uma ordem ou por um conselho eleito livremente

pelos profissionais que em seus Estados precisam discutir como se faz isso, e não por represen-tação de classe, como há anos reivindica a Fenaj sem levar em conta que nem todo jornalista é sindicalizado. O jurista Reinaldo Santos, conhecido estudioso das leis sobre comunicação social, afirmava ser temerário o registro de qualquer profissional na sua entidade sindical, alegando que isso só seria admissível em uma República Sindicalista, o que não é o caso do Brasil.

Não é a falta de diploma que prejudica a qualidade da informa-ção, como alega a Fenaj, mas a falta de ensino profissionalizante de jornalismo, capaz de ajudar os que se lançam a essa atividade valendo-se apenas da vocação. A insuficiência de recursos finan-ceiros próprios, por sua vez, é a razão que não deixa essa mídia ser independente. E isso parece não sensibilizar ninguém no Congres-so Nacional, motivo pelo qual a discussão da PEC 386/09 oferece à Câmara dos Deputados excelente oportunidade para analisar como a matéria é complexa, não podendo, portanto, as anunciadas ameaças às liberdades de imprensa e ex-pressão serem atribuídas somente ao monopólio da chamada grande imprensa e ao acesso restrito que um pequeno grupo (maioria de parlamentares e religiosos) tem às concessões de rádio e televi-são. Para resolver essa questão, a Constituição Federal instituiu o Conselho de Comunicação Social, que o Congresso Nacional não deixa atuar.

Como nos últimos anos têm sido inúmeras as tentativas de intervenção na imprensa (a exi-gência do diploma de jornalista é apenas uma delas), a atuação da bancada sindical nesse momento poderia ser decisiva para clarear alguns pontos da questão. Ela é influente bastante para conseguir na Câmara dos Deputados os votos necessários para que o tema do diploma seja analisado com muito cuidado, a fim de que, em futuro próximo, o desemprego não atinja a imensa classe trabalhadora que está por trás da mídia alternativa/comunitária desse país.

Os sindicalistas poderiam, por exemplo, sugerir a implantação de cursos profissionalizantes de jornalismo e de rádio, em que a grade curricular seria formulada pelo Ministério da Educação e contaria com a participação de jornalistas e radialistas em cada região do país. Seria uma forma de contemplar com qualidade de informação os jornais do interior.

Na sequência, os parlamentares proporiam emenda à PEC 386/09 criando nova carreira na área da comunicação social, a de Técnico em Comunicação Comunitária, um profissional com registro próprio, para que não fosse confundido com jornalista, ainda que exer-cendo função semelhante. Essa medida resolveria o problema de identidade de quem está envolvido com a mídia alternativa/comuni-tária (jornais, rádios e televisões) nas regiões onde os níveis e estru-turas de educação não permitem o sonho do ensino universitário. E não haveria dificuldade para isso,

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Page 156: Revista Boa Vontade, edição 228

pois já existem, dentre outras, as carreiras de Técnico em Enferma-gem e Técnico em Contabilidade, como auxiliares do Enfermeiro e do Contador. A de Técnico em Comunicação Comunitária repre-sentaria mais uma e ele só atuaria inicialmente nas regiões onde não houvesse faculdade de comunica-ção social.

O recolhimento anual do im-posto sindical reservou às centrais sindicais uma situação econômica invejável, e isso lhes permitiria financiar tais cursos na formação de uma nova categoria de traba-lhadores. Por consequência, essa iniciativa garantiria transparência

da aplicação dos recursos que amea lham, mudando assim o foco do que tem sido noticiado pela grande imprensa.

Experiência aproveitadaEsse investimento na educação

pela classe sindical abriria espaço para parcerias com o MEC, na seleção de jornalistas e radialistas aposentados e reconhecidos por seu notório saber para a tarefa de ensinar noções fundamentais para o exercício da profissão. Eles se-riam remunerados pelo Ministério do Trabalho com verba destinada a esse fim pelas centrais sindicais.

O preparo desses trabalhadores

fomentaria, ainda, a abertura de microempresas voltadas para a comunicação, estimulando a gera-ção de milhares de empregos. Para aquelas que se organizassem den-tro desse novo modelo, o governo poderia abrir linhas de crédito, au-ditadas a cada seis meses, para que elas atuassem com independência de opinião e pudessem melhorar a qualidade gráfica, editorial e de conteúdo de sua programação.

Essa solução é mais demo-crática do que deixar por conta dos órgãos oficiais a distribuição da verba publicitária do governo federal e autarquias. Estudo di-vulgado em final de maio de 2009 revela que até 2003 esses recursos eram distribuídos apenas para 499 veículos em 182 municípios e que, a partir do ano passado, o número de jornais, rádios e tele-visões contemplados com verbas oficiais aumentou para 5.297 em 1.149 municípios. Em nenhum dos dois casos é informado o critério que orientou essa distribuição de dinheiro público para os veículos de comunicação.

A votação que se prenuncia no Congresso Nacional poderá transformar em exigência cons-titucional que o registro profis-sional de jornalista, aquilo que assegura o direito de trabalhar remuneradamente em jornal, rádio e televisão, só possa ser concedido pela Federação Nacional dos Jor-nalistas mediante a apresentação do diploma de formação superior em jornalismo. Isso é muito ruim e preocupante. Mas a Câmara dos Deputados e o Senado podem re-solver essa questão.

Opinião — Mídia Alternativa

Saudades de Talarico, ilustre conselheiro da ABI

O ex-deputado federal e conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) José gomes Talarico voltou à Pátria Espiri-tual em 6 de dezembro, aos 95 anos, no Rio de Janeiro. O respeitado jornalista, nascido em 1915, em São Paulo, deu início à carrei-ra como repórter do Correio Paulistano. Em 1941 mudou-se para o Rio, onde passou a trabalhar no jornal A Noite.

Talarico militou pelo estabelecimento de medidas regulamentares para a profissão

de jornalista e ajudou a fundar partidos políticos e a União Nacional dos Es-tudantes (UNE). Notável defensor dos Direitos Humanos, encontrou na LBV uma parceira de ideal: “Devo dizer que muita coisa sobre Direitos Humanos aprendi exatamente na LBV, com o José de Paiva Netto, meu amigo. Por isso, mais uma vez enalteço a sua Obra, na qual me inspirei muito para praticar os atos da defesa da liberdade e dos Direitos Humanos. Sem dúvida, a LBV é inigualável, não há nenhuma instituição que seja tão grandiosa”.

A LBV e seu diretor-presidente enviam as mais sinceras vibrações de paz ao Espírito eterno do jornalista, extensivas à querida esposa, a advogada Francisca Talarico, e aos filhos, Ana Carolina e José Luiz.

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Na comemoração do 45o aniversário de funda-ção da Loja Maçônica Scripta et Veritas, do

Grande Oriente do Brasil — gOB–RJ, sediada no Palácio Maçônico do Lavradio, na cidade do Rio de Janeiro, em 10 de setembro de 2010, realizou-se sessão especial com a presença de várias autoridades da Ordem. Na

Solenidade no Rio de Janeiro

Registro

imagem ao lado, aparecem: o Irmão Emir Carvalho de Souza, ex-Venerável e atual Orador da Loja, que recebe do representante do gOB–RJ a Comenda e diploma de Bene-mérito da Ordem. Ao fundo, observa-se o atual Venerável da Loja, Irmão Isaac Domingos da Silva, ladeado pelo grão--Mestre Adjunto, Irmão Edmo Muniz Pinho, do gOB–RJ.

Page 158: Revista Boa Vontade, edição 228

Responsabilidade socialParcerias

O mundo assistiu na década de 2000 a um Brasil que cresce economicamente e avança em ritmo ace-

lerado rumo à inclusão social. É compromisso assumido pelo novo governo brasileiro, que toma posse em 2011, a erradi-cação da miséria no país. No caso de empresas e instituições

Cemar investe em inclusão social no Maranhão

particulares, a estratégia adotada para contribuir nesse esforço é a responsabilidade social — diferencial que tem levado as organizações a conquistar cada vez mais a confiança e a credibili-dade da sociedade.

Essa mentalidade so-cial responsável apoia iniciativas

culturais e educativas em favor dos mais pobres, muitas vezes

acompanhada de uma linha de gestão transpa-rente com clientes, sócios e colaboradores. É o que ocorre com a Companhia Energética do Maranhão (Cemar). “A importância

da responsabilidade social reside

Expansão de redeAssim como nos últimos seis anos, a Cemar continua-

rá investindo na expansão da rede elétrica, na moderni-zação das suas subestações, na implantação de novas linhas de distribuição e, principalmente, no atendimento ao cliente. “Temos um compromisso muito grande e de-safiador: melhorar cada vez mais a qualidade da energia elétrica e a prestação de serviços aos mais de 1,7 milhão de clientes nos 217 municípios do Maranhão”, informa o gerente de Imprensa da Cemar, Luiz Carlos Cardoso.

Luiz Carlos Cardoso

Marcello LimaFotos: Divulgação

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A Solidariedade, que move milhares de pessoas, institui-ções e empresas, é o sentimento que leva o povo a contribuir para a melhoria da qualidade de vida de crianças, jovens, adultos e idosos em situação de vulne-rabilidade social atendidos pela Legião da Boa Vontade.

Recentemente, além dos pro-gramas socioeducacionais que be-neficiam milhares de fa mílias em Salvador/BA, a LBV, em parceria com a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), fez uma colaboração especial para a Casa de Apoio e Assistência ao Portador de HIV (CAASAH), que realiza ações sociais voltadas a pessoas infectadas pelo HIV/aids na capital baiana.

A doação ocorreu na sede da Coelba. Na ocasião, a diretora da CAASAH, Celeste Cardoso, ressaltou: “Sempre tivemos difi-

Geyse Francielle

Parceria entre Coelba e LBV beneficia instituição de Salvador

culdades, mas, analisando o antes para hoje, melhoramos muito. Ainda bem que existem pessoas como vocês da LBV”.

Sobre o ato solidário, afirmou Lais Fontenele, da Coelba: “É um prazer para a empresa ser in-termediária desta grande ação”.Valdenir Ferreira, representante da Legião da Boa Von tade no Nordeste, também se expressou: “Para a LBV, é um prazer ajudar milhares de crianças, jovens, adultos e idosos e contribuir com a CAASAH, que auxilia pessoas com o HIV. É uma ação impor-tante, ainda mais que em Salvador são poucas as instituições que trabalham com esse público”.

Em novembro, essa parceria continuou rendendo frutos. As Santas Casas de Misericórdia de Santo Antônio de Jesus e de Ilhéus (interior da Bahia) tam-bém foram beneficiadas.

principalmente no fortaleci-mento do relacionamento com a comunidade, onde o principal objetivo é levar cidadania aos be-neficiados”, explica o gerente de Imprensa da Cemar, Luiz Carlos Cardoso.

ProgramasEntre as ações educativas e de

formação e capacitação profissio-nal, destaque para a Qualificação de Eletricistas, em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), e o programa Caravana da Econo-mia, que substitui geladeiras ve-lhas por novas. Cerca de 130 pes-soas, que antes eram eletricistas práticos, hoje estão devidamente qualificadas como montadores e, por isso, passam a ter mais oportunidades no mercado de trabalho. “Para a Cemar, isso é um grande orgulho”, declara Cardoso.

Na área cultural, a Liga das Brincadeiras de Bumba-meu-boi e os demais arraiais de São Luís recebem apoio financeiro da com-panhia maranhense. “Também levamos diversão e entreteni-mento às comunidades rurais por meio do Cine Cemar”, informa o gerente de Imprensa da empresa.

O desenvolvimento de pro-gramas de voluntariado também representa opção estratégica, pois gera benefícios para todas as partes envolvidas: empresa, trabalhadores, instituições e co-munidade. Esse tipo de ação mo-tiva e mobiliza os funcionários da Cemar a atuar em comunidades carentes do Maranhão.

Ao lado de representantes da LBV e da Coelba, a sra. Celeste Cardoso (centro), diretora da CAASAh, mostra o comprovante de doação feita à instituição.

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Page 160: Revista Boa Vontade, edição 228

Galeria dos Soldadinhos de Deus

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(1) Ana Julia, 1 ano. Pais: Juliana e Erivelton Sodré.

Goiânia/GO, (2) Mariana Nunes, 1 ano. Pais: Miriam e Alexandre Nunes.

Araruama/RJ, (3) Nicolas Adauto de Freitas Bonifácio, 3 anos. Tupinambá/PR, (4) João Pedro, 2 anos, com o livro As Profecias sem Mistério, do escritor Paiva Netto. Pais: Liliana e Flávio Nunes Sobreira. Campinas/SP, (5) Lucca Chamma Saraiva,

1 ano. Pais: Tatiana e Cleber Saraiva. São Paulo/SP, (6) Greycy Kelly da Silva, 4 anos. Lavras/

MG, (7) André Luiz, 7 anos, e Tiago da Rocha Ferreira, 7 meses. Pais: Sílvia e Valdenir Ferreira. Salvador/BA, (8) Samuel Lucas Braga, recém-nascido, Washington/EUA. Pais: Natalie e Alziro Braga. (9) Giuliana

Vanessa Galetti Brizuela, 8 anos. Assunção, Paraguai. (10) Jasmyn

Moura Soares de Sant’anna, 6 meses. Pais: Verônica e Willian de

Sant’anna. Rio de Janeiro/RJ.

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Page 161: Revista Boa Vontade, edição 228

Encontre a sombra da vaquinha

Resposta: 3.

Os Soldadinhos de Deus usam a tecnologia

a serviço de Jesus, o Cristo

Ecumênico.

Salve o

Dia da Criança,

12 de outubro!

O Soldadinho de Deus Lucas Winkler Baragão, 8 anos,

São Paulo/SP, desenha e fala sobre a importância dos ensinamentos de Jesus.

Levar o Novo Mandamento a todo o mundo, porque todo

mundo é filho de Deus.

Novo Mandamento de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista: “Amai-vos

como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Evangelho segundo João, 13:34 e 35)

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P ara marcar a Semana Mundial da Alimentação 2010, o Con-selho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio de Janeiro

(Consea/RJ) realizou com a prefeitu-ra carioca eventos sobre o assunto no mês de outubro, em diversos pontos da cidade. Com o objetivo de pro-mover a reflexão sobre o problema da fome no mundo, a iniciativa teve como tema central “Unidos contra a Fome — Esta luta é de todos nós”. Entre as atividades, ocorreu em 14 de outubro a cerimônia de congra-tulação a entidades e organizações que contribuem para a erradicação da fome no Rio de Janeiro/RJ.

A Legião da Boa Vontade, uma das instituições homenageadas,

desenvolve há mais de 60 anos a tradicional Campanha Natal Per-manente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! (leia reportagem na p. 108, sobre uma de suas muitas ações voltadas ao bem-estar humano e social). Durante o evento, promo-vido na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a presidente do Consea, Carmelita Lopes, ressaltou: “A LBV é uma organização de Educa-ção, mas que constrói a partir de um olhar espiritual do grupo. A gente observou que, além de sanar a fome, vocês fazem uma coisa que vem de dentro quando lidam com essas crianças: o equilíbrio de alimentar os ‘dois corpos’”, afirmou.

Jurema Batista, vice-presidente do Consea, comentou: “Eventos como esses servem para homena-gear instituições que trabalham nessa área, que prestam serviços à comunidade, e ao mesmo tempo

ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Colabore: www.euajudoamudar.org.brNo Rio de Janeiro/RJ, o Centro Educacional, Cultural e Comunitário José de Paiva Netto está situado na Av. Dom hélder Câmara, 3.059 — Del Castilho. Para outras informações, ligue: (21) 2501-0247.

Acontece no Rio de Janeiro

— R I O D E J A N E I R O / R J —

Luta contra a fome

A partir da esquerda, Gisela Portilho, diretora do Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV no Rio de Janeiro/RJ, com Carmelita Lopes e Jurema Batista, respectivamente, presidente e vice- -presidente do Consea/RJ.

Câmara Municipal do Rio de Janeiro homenageia a LBV

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“A LBV é uma organização de Educação, mas que constrói a partir de um olhar espiritual do grupo. A gente observou que, além de sanar a fome, vocês fazem uma coisa que vem de dentro quando lidam com essas crianças: o equilíbrio de alimentar os ‘dois corpos’.”

Carmelita LopesPresidente do Consea

conscientizar a sociedade da impor-tância de agregar-se a essa ideia de que, se uma pessoa está passando fome, é um irmão meu que precisa de ajuda. Eu conheço muito bem o trabalho da LBV, principalmente na Educação, na área de acolhi-mento, de atendimento da pessoa”.

O Dia Mundial da Alimentação foi instituído inicialmente para marcar a criação da Organização

das Nações Unidas para a Agricultura e a

Alimentação (FAO), em 16 de outubro de 1945.

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