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RADIOLA SANTA ROSA, OS "PRIMOS

SUMÁRIO

Virada Cultural terá abertura oficial

no Museu Oscar Niemeyer PÁG. 04

SINEAD O'CONNOR RETOMA CARREIRA COM REGGAE DE PROTESTO EM DISCO RASTAFÁRI PAG. 05

RADIOLA SANTA ROSA, OS“PRIMOS POBRES” DO BEASTIE BOYS PÁG. 03

RADIOLA SANTA ROSA, OS "PRIMOS POBRES" DO BEASTIE BOYS Com discurso natureba, vinis de R$ 1 e R$ 14 gastos em pilha, rappers do Guarujá lançam clipe e chegam à MTV

LÍGIA NOGUEIRA, DO G1, EM SÃO PAULO

Longa vida aos sebos!, diz a letra de 'Zoro' Eles fazem rap inspirado em budismo, natureza e autoconhecimento. Poderiam ter nascido na época da tropicália - outra de suas influências -, mas a música feita por Caio Dubfones e o DJ Beto Silva, da Radiola Santa Rosa, lembra uma espécie de Beastie Boys praiano.

Formada em 2004 no Guarujá, litoral paulista, a dupla lançou seu primeiro álbum, "Disqueria", no ano passado. Todas as bases foram costuradas a partir de trechos de discos de vinil comprados em um sebo por R$ 1, além de softwares livres e arquivos baixados da internet. "O Beastie Boys é minha segunda mãe", brinca o vocalista Caio Dubfones sobre uma de suas maiores influências. "Até meus 14 anos, minha mãe me criou com comida e educação moral. Dos 14 em diante, o Beastie Boys me ensinou tudo o que eu conheço de música. Ouvindo o som deles eu conheci o reggae, o dub e mesmo o tropicalismo, um estilo muito presente na sonoridade do trio nova-iorquino." Além do Beastie Boys, que vem ao Brasil para o Tim Festival em outubro, Caio quer ver também o cantor neo-folk Devendra Banhart, que se apresenta no mesmo festival. "Ele está mudando a forma das pessoas pensarem em música com seu hippie positivo", opina. "Além disso, ele é muito influenciado pela fase tropicalista do Caetano Veloso, que é inspiração para a Radiola Santa Rosa também." A estréia recente em videoclipe, com a faixa "Zoro" (clique aqui para ver em Windows Media Player), levou a banda à MTV e ao 4ª Curta Santos, festival de curta-metragens que acontece em outubro na cidade vizinha. O diretor é Gustavo Ferreiro, amigo de Caio dos tempos da faculdade. "Temos em comum o gosto pelas artes e o bode da publicidade", explica, referindo-se ao curso no qual se formaram. Toca-discos voadores e cores psicodélicas dão o clima viajante do clipe - ou surrealista, como Caio define. "Fizemos um filme com uma câmera mini DV sem precisar de recursos financeiros", conta. "Gastamos ao todo uns R$ 14 em pilha para o aparelho 'três em um' que usamos para fazer a dublagem." O figurino da dupla inclui um escafandro e roupas compradas em brechó por R$ 2. Este ano, o álbum "Disqueria" deu origem a "Duberia", feito com equipamentos melhores. Ambos foram prensados na Marine Music, mesma gravadora da cantora paraguaya Perla.

Serviço: Abertural Oficial Virada Cultural“Degas: Poesia geral da ação. As esculturas – Coleção MASP”Curadoria: Teixeira CoelhoAbertura: 10 de novembro de 2012, sábado, às 11horasSala 7Acesso à sala: a partir do meio-dia.

Terça a sexta-feira, das 10h às 18 horas: R$ 4 reais e R$ 2 reais (meia-entrada).Todos os sábados e domingos de novembro: entrada gratuita

LA SANT

Virada Cultural terá abertura oficialno Museu Oscar Niemeyer

A inauguração do evento será com a mostra do artista impressionista francês Edgar Degas

O Museu Oscar Niemeyer abre oficialmente neste sábado, dia 10 de novembro, a Virada Cultural de Curitiba. A abertura será com a exposição “Degas: Poesia geral da ação. As esculturas – Coleção MASP”, às 11 horas, na sala 7. Por conta da conservação das obras, o acesso será restrito a 50 pessoas a cada 30 minutos. Para isso, o visitante precisa retirar seu ingresso na bilheteria com a hora marcada para a entrada na sala expositiva. No dia da abertura o acesso à exposição será a partir do meio-dia.A mostra permanece em cartaz até 24 de fevereiro de 2013 e é composta por 73 obras do artista impressionista francês Edgar Degas (1834-1917) vindas do acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Fundidas em bronze, as esculturas revelam características marcantes da produção de Degas. Uma das suas obras tridimensionais mais conhecidas, “Bailarina de 14 anos”, faz parte desta exposição.No dia 22 de novembro, o Museu Oscar Niemeyer completa 10 anos, uma das ações para celebrar o aniversário é a entrada gratuita no espaço aos sábados e domingos.

LA SANTSINEAD O'CONNOR RETOMA CARREIRA COM REGGAE DE PROTESTO EM DISCO RASTAFÁRICapa do novo CD de Sinead OŽConnor

A cantora irlandesa Sinead O'Connor, que em 2003 havia anunciado seu afastamento da música, lança nesta segunda (3), na Inglaterra, um disco novo, "Throw Down Your Arms", gravado na Jamaica, recheado de canções de protesto inspiradas pela religião rastafári.

"Gosto destas canções porque elas resgatam Deus das religiões", afirmou a cantora em entrevista ao jornal "Independent". "Deus para mim é 'magia', e o catolicismo escondeu toda a magia, retirou o poder que cada um tem de se comunicar com Deus. O movimento rasta, que não é uma religião, faz o contrário. Quando você está com os rastafáris, você sente Deus, eles sabem que Deus está vivo", disse Sinead ao periódico inglês.

O rastafarismo, movimento religioso nascido na Jamaica, prega a utilização da maconha como um instrumento para se comunicar com Deus, ou "Jah". Para os rastafáris, os negros foram diaspora-dos pelo mundo pelo colonialismo europeu mas serão reconduzidos à África por um "Rei Negro" mítico, identificado com o ex-imperador da Etiópia Haile Selassie, cerimoniosamente chamado de "Jah Ras Tafari".

A ligação de O'Connor com o rastafarismo tornou-se pública em 1992, quando a cantora se apre-sentou numa homenagem a Bob Dylan, no Madison Square garden, em Nova York, e cantou a música "War", gravada por Bob Marley, cuja letra foi inspirada em um discurso que Selassie fez nas Nações Unidas, em 1963.

No disco novo, tanto o viés religioso como político do rastafarismo surgem em versos como "it's a competitive world for low budget people/spending a dime while earning a nickel" (o mundo é competitivo para povos de baixa renda que gastam dez centavos para cada um que ganham), de "Untold Stories", de Peter Tosh, ou "Jah prophet has arised/He's gonna hit them by surprise" (o profeta de Jah se ergueu e vai dar um golpe de surpresa), de "Prophet Aas Arise", de Cecil Spence.

O repertório traz canções de compositores jamaicanos consagrados, como Burning Spear, Lee Perry, além de Tosh. A produção ficou a cargo da dupla Sly Dunbar e Robbie Shakespeare, dois dos maiores nomes do dub e do reggae.

Sinead O'Connor ficou famosa no final dos anos 80, com o disco "The Lion and the Cobra", de 1987, que estourou nas paradas dos Esatdos Unidos e Inglaterra com a música "Mandinka", e transformou a cantora de cabeça raspada num ícone internacional.

Nenhum dos discos subseqüentes da cantora repetiu o sucesso do primeiro, apesar da boa quali-dade de "I Do Not Want What I Haven't Got", de 1990, que trazia o sucesso "Nothing Compares to You", e "Am I Not Your Girl", de 1992, dedicado a standards de jazz.

A partir de 1993, O'Connor passou a ficar mais conhecida por escândalos do que por sua música. Nesse ano, ao participar de um programa da TV americana, a cantora rasgou uma foto do papa e participou da homenagem a Dylan em que, sendo o único artista a não interpetar uma música do compositor, cantou a canção de protesto com letra de Selassie.

"Eu não quero mais ser famosa. Quero ser uma pessoa normal", pedia na época a cantora. Na entrevista para o "Independent", publicada no útlimo domingo, O'Connor fala, pela primeira vez, sobre uma tentativa de suicídio, em 1999, e sobre sua batalha judicial para manter a guarda da filha, Roisin, hoje com nove anos.