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+ Editorial Tecnologia e arquitetura contemporâneas Engenheiros e arquitetos nem sempre se en- tendem. O pragmatismo característico de um parece árido demais para o outro. A provo- cação encontra lastro na realidade, mas não constitui regra. Há quem defenda, como o arquiteto e professor Siegbert Zanettini, que as duas especialidades não estejam nem se- quer separadas. Outro arquiteto de renome, João Filgueiras Lima, o Lelé, segue na mesma linha: afirma mal distinguir, no dia-a-dia, se o que pratica é engenharia ou arquitetura. Se alguns conflitos persistem, também há cada vez mais espaço para o diálogo. Seja por con- ta das crises (no plural mesmo) ou pela inex- orável necessidade de tornar os projetos mais sustentáveis, engenheiros e arquitetos pre- cisam conversar - tecnicamente falando. As obras desta edição mostram uma forte con- vergência nesse sentido. Na fábrica da Dura- tex em Agudos (SP), não foi nada fácil “sus- tentar” enormes máquinas e aconchegá-las numa planta enxuta. Em Jundiaí (SP), o arquit- eto Roberto Loeb conseguiu uma implanta- ção surpreendente do Centro de Pesquisa da Mahle, num talude às costas da Serra do Japi. Em obras como as retratadas na reportagem de capa, na qual edifícios se contorcem, turbinas giram ao vento e fachadas mudam de cor, a aproximação era imprescindível para chegar a empreendimentos que fossem, ao mesmo tempo, mais sustentáveis, eficientes e que se revelassem marcos urbanos. Serão viáveis por aqui num futuro próximo? Difícil saber, ainda mais com a crise financeira mundial. Mas por que não prestar atenção às tendências interna- cionais? O casamento da tecnologia avançada de construção com uma arquitetura contem- porânea, inteligente e eficiente, já foi marcado. Os padrinhos são os profissionais: engenheir - os e arquitetos. E todos torcem para dar certo. Por Paulo Kiss arq +

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revista de arquitetura, com redesign

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EditorialTecnologia e arquitetura contemporâneas

Engenheiros e arquitetos nem sempre se en-tendem. O pragmatismo característico de um parece árido demais para o outro. A provo-cação encontra lastro na realidade, mas não constitui regra. Há quem defenda, como o arquiteto e professor Siegbert Zanettini, que as duas especialidades não estejam nem se-quer separadas. Outro arquiteto de renome, João Filgueiras Lima, o Lelé, segue na mesma linha: afirma mal distinguir, no dia-a-dia, se o que pratica é engenharia ou arquitetura.

Se alguns conflitos persistem, também há cada vez mais espaço para o diálogo. Seja por con-ta das crises (no plural mesmo) ou pela inex-orável necessidade de tornar os projetos mais sustentáveis, engenheiros e arquitetos pre-cisam conversar - tecnicamente falando. As obras desta edição mostram uma forte con-vergência nesse sentido. Na fábrica da Dura-tex em Agudos (SP), não foi nada fácil “sus-tentar” enormes máquinas e aconchegá-las numa planta enxuta. Em Jundiaí (SP), o arquit-eto Roberto Loeb conseguiu uma implanta-ção surpreendente do Centro de Pesquisa da Mahle, num talude às costas da Serra do Japi.

Em obras como as retratadas na reportagem de capa, na qual edifícios se contorcem, turbinas giram ao vento e fachadas mudam de cor, a aproximação era imprescindível para chegar a empreendimentos que fossem, ao mesmo tempo, mais sustentáveis, eficientes e que se revelassem marcos urbanos. Serão viáveis por aqui num futuro próximo? Difícil saber, ainda mais com a crise financeira mundial. Mas por que não prestar atenção às tendências interna-cionais? O casamento da tecnologia avançada de construção com uma arquitetura contem-porânea, inteligente e eficiente, já foi marcado. Os padrinhos são os profissionais: engenheir-os e arquitetos. E todos torcem para dar certo.

Por Paulo Kiss

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Índice

Casa do arco-Reportagem......................................pag.1-Interiores..........................................pag.2-Exteriores..........................................pag.4

PrespetivasCompleta...........................................pag.3Topo...................................................pag.4Lateral direita.....................................pag.6lateral esquerda.................................pag.7Vista de Frente...................................pag.8 Trás

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João Mendes Ribeiro converteu a antiga casa de um poeta em retiro para escritores. Local-izado em Coimbra, a Casa da Escrita foi formal-mente chamado Casa do Arco e abrigava o fale-cido poeta João Cochofel Português (1919-1982).

A casa convertida agora fornece um arquivo e alo-jamento temporário para a prática de escritores.

Os tetos, paredes e decorativas cornijas da casa histórica são pintados de branco, enquanto os quar-tos estão repletos de móveis de madeira polida.

As pernas de uma escada de madeira recém-inserida delimitam uma área de armazenamento arquivado abaixo. O arquivo aberto é localizado no sótão, e me-sas fornecem estações de trabalho para os estudiosos.

O programa pediu a reutilização contemporânea do edifício, adaptando-o para novas funções, concilian-do os valores patrimoniais e simbólica com as deman-das atuais para o conforto e flexibilidade incorpora-da no “esvaziamento” e simplificação dos espaços.

A casa é agora um arquivo aberto, ofici-na de escritores e residência temporária para os escritores e apoio a um amplo conjunto de atividades diferentes e as interações en-tre a escrita literária e outras criações artísticas

Casa do Arco

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Espaço interiorarq+

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Prespestivaarq+

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Topo arq+

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arq+ arq+Lateral Direita

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arq+Lateral Esquerda

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arq+ arq+Vista de Frente

Vista de Trás

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Espaço Exteriorarq+

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